isaiah berlin - liberdades
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UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro
Relações Internacionais – 2014.1 (2º período)
Trabalho de Teoria Política Contemporânea
Professor: Ivo
Aluna: Aléxia Martins
1. A partir da leitura do texto de Isaiah Berlin, defina:
a) Liberdade Positiva:
O sentido positivo de liberdade, na linguagem política, provém do
desejo que o indivíduo nutre de ser seu próprio senhor e querer que a sua
vida e as suas decisões dependam de si próprio e não de qualquer tipo de
forças exteriores. Ou seja, o indivíduo tem a possibilidade de orientar suas
próprias vontades e desejos conforme seu próprio arbítrio, sendo
responsável por suas escolhas/decisões e capaz de explicá-las a partir de
seus propósitos. Na liberdade positiva, o indivíduo possui liberdade de agir
com autonomia, dando-se a si mesmo sua própria lei.
b) Liberdade Negativa:
O sentido negativo de liberdade, na linguagem política, provém da
área na qual um homem pode agir sem ser obstruído por outros. Ou seja,
quando não há intervenção – seja esta arbitrária ou não -, o indivíduo tem a
faculdade de agir ou não agir, conforme lhe convém. Desta forma, o
indivíduo não precisa de permissão dentro de sua esfera de ação. Berlin
destaca, que só se encontra privado de liberdade ou de direitos políticos
caso seja impedido de atingir uma determinada meta por seres humanos. A
mera incapacidade de conseguir um objetivo não significa falta de liberdade
política.
c) Conflitos entre essas duas concepções:
Inicialmente, poderíamos resumir as diferenças entre as duas
concepções da seguinte forma: enquanto a noção negativa está preocupada
em evitar interferência nas ações dos indivíduos, a noção positiva preocupa-
se com questões relacionadas à natureza e ao exercício do poder - as
formulações de liberdade positiva fazem confusão entre o ideal de liberdade
e outros valores importantes para as pessoas.
Outra questão enfatizada por Berlin é que a liberdade positiva ameaça
as liberdades individuais, e que isso abre possibilidades a governos tirânicos
e totalitários, nos quais os indivíduos são oprimidos em favor de um “bem
maior” ou “bem comum”. Para o autor, a justificativa da “racionalidade das
ações” pode ferir o conceito de liberdade, pois o conceito de “razão”
pressupõe um modelo anteriormente definido e posto - como uma forma de
definir o certo e o errado, dentro de determinado contexto -, e, quando a
razão vira um objeto da Liberdade Positiva, ela pode tornar-se um meio de
forçar um modelo a alguém, como se fosse uma forma de constrangimento
e/ou coação.
Assim, a liberdade positiva pode ser caracterizada como um ideal
altamente intervencionista, enquanto a liberdade negativa é descrita como
um ideal que protege a individualidade e ao mesmo tempo, pode promover
uma capacidade de iniciativa dos cidadãos.