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1 Nº 10 | Maio 2020 OS DESAFIOS DA GERAÇÃO Z A NOVA ROTINA EM MEIO À PANDEMIA PALAVRA DE ESPECIALISTA: JOÃO MARCIO SOUZA A PRESSÃO DA ALTA LIDERANÇA TRANSTORNOS MENTAIS ENFRENTADOS PELOS JOVENS O PROCESSO DE ADAPTAÇÃO DAS EMPRESAS COMO O COVID-19 ESTÁ IMPACTANDO AS EMPRESAS NO BRASIL.

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Nº 10 | Maio 2020

OS DESAFIOS DA GERAÇÃO Z

A NOVA ROTINA EM MEIO À PANDEMIA

PALAVRA DE ESPECIALISTA:JOÃO MARCIO SOUZAA PRESSÃO DA ALTA LIDERANÇA

TRANSTORNOS MENTAIS ENFRENTADOS PELOS JOVENS

O PROCESSO DE ADAPTAÇÃO DAS EMPRESAS

COMO O COVID-19 ESTÁ IMPACTANDOAS EMPRESASNO BRASIL.

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AgradecimentosLarissa Borba Li,Diretora de Gente e Gestão da THB Brasil

Cynthia Bedeschi, Doutora, mestre e professora de pós-graduação em Neurociências e Comportamento pela USP

Flávio Balestrin, VP LATAM de Recursos Humanos da Serasa Experian

Conheça as técnicas e metodologias que os executivos utilizam para diminuir o estresse e manter a saúde física e mental no atual cenário de incertezas com a COVID-19.

Pesquisa realizada pelo Talenses Group mostra os principais transtornos mentais enfrentados pelos jovens. Entenda porquê os jovens profissionais merecem atenção.

Trabalho mais envolvente gera menos estresse e colabora com a saúde mental dos funcionários. Confira em entrevis-ta com João Marcio Souza, CEO da Talenses Executive, a chave para diminuir estes males. Diante de uma crise sem precedentes.

07Como as mudanças repentinas nos modelos de trabalho refletiram nas empresas e os desafios enfrentados para dar continuidade aos negócios.

ASSIGNA16O Talenses Group decidiu investir na modalidade de re-crutamento por tempo determinado focada em staff loan e terceiros.

OS IMPACTOS DO EQUILÍBRIO MENTAL NO TRABALHO

A RÁPIDA RESPOSTA DAS EMPRESAS À PANDEMIA

POR QUE A GERAÇÃO Z ESTÁ MAIS SUSCETÍVEL A PROBLEMAS MENTAIS?

PALAVRA DE ESPECIALISTA JOÃO MARCIO SOUZA

Connecting Talents

Pedro Somma, CEO da Quicko

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EDITORIALMedo, ansiedade, angústia. Sentimentos muitas vezes presentes na vida dos

executivos que têm nos visitado constantemente nos últimos dias, e que podem levar a um desequilíbrio da saúde mental. Essa edição da HR Lenses fica pronta em meio à pandemia do Coronavírus e a uma crise socioeconômica ainda sem a convicção da profundidade de seus impactos. Todos foram e estão sendo obrigados a tomar decisões difíceis que afetam milhares de pessoas e, é preciso mais do que nunca resiliência, criatividade e jogo limpo.

Não são tempos amistosos. Os colaboradores estão sendo pressionados possi-velmente como nunca antes, as lideranças precisam de agilidade na tomada de decisões e principalmente agora, percebemos a importância de uma mente equili-brada, da capacidade de leitura do cenário de forma clara e da coragem, para que sejam encontrados direcionais para suas equipes e seus negócios.

Nesta edição número 10 da HR Lenses mostramos como as empresas se adap-taram e responderam rapidamente às mudanças impostas pela pandemia bem como a importância que um líder equilibrado tem neste momento e como ele pode influenciar todo o time. A revista aborda também a saúde mental dos jovens co-laboradores, que podem não estar totalmente preparados emocionalmente para lidar com pressão e ansiedade no trabalho, os benefícios da meditação e outras técnicas mentais que podem aliviar o estresse e ajudar na produtividade.

Precisaremos de clareza e equilíbrio mental para enfrentarmos os próximos meses e refletir, aprender e nos reinventarmos com mais empatia e consciência coletiva. Hoje, sairão na frente aqueles que souberem, além de gerir negócios, lidar com pessoas e sentimentos.

Boa leitura!

Luiz Valente,CEO do Talenses Group

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Os impactos do equilíbrio mental

no trabalho

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Quando se vive em um ambiente corporativo de mudanças constantes e nível elevado de pressão

por resultado, principalmente no atual cenário de incertezas por causa da COVID-19, é comum que os executivos busquem válvulas de escape para manter o equilíbrio mental e a produtividade em alta. Cada profissional conta com uma técnica ou encontra uma maneira de diminuir o estresse e manter a saúde física e mental, e muitos estão se apoiando em fer-ramentas como meditação e suas variáveis, sendo a mais popular delas a Mindfulness. O resultado quase sempre é positivo e já vem sendo utilizado por profissionais e empresas de todo mundo em busca de mais qualidade de vida dentro do ambiente de trabalho.

De acordo com Cynthia Bedeschi, doutora e mestre em Neurociências e Comportamento pela USP e pro-fessora colaboradora do programa de pós-graduação em Neurociências e Comportamento da Universidade, estudos em neurociência mostram reais modificações cerebrais em indivíduos que praticam meditação e suas vertentes, o que se pode considerar como efeitos na neuroplasticidade – que é definida como a capacidade do sistema nervoso em se readaptar, remoldar. Estas alterações benéficas são constituídas de melhoria do padrão de ativação cortical, da com-plexidade das ligações entre os neurônios - chamadas de sinapses - e também do aumento da ativação de regiões do córtex cerebral, relacionadas entre outras funções, às emoções e processamentos mentais. “Es-tas alterações de cunho físico, psíquico e emocional geram como efeitos práticos: mais autoconhecimento da inteligência emocional, aumento da serenidade e paz interior, contribuindo de forma expressiva para a diminuição de momentos de estresse e ansiedade, promovendo importantes benefícios para a saúde emocional”, explica Cynthia.

Para Alexandre Benedetti, diretor da operação São Paulo da Talenses, o equilíbrio mental passa pelo autoconhecimento e pela percepção das emoções, e neste, sentido, técnicas como a meditação abrem caminho para compreender melhor o que se passa dentro de cada um e para poder identificar e combater os sentimentos e os gatilhos causadores de estresse

e angústia. Benedetti também enxerga a meditação como ferramenta de melhoria de performance e produtividade no trabalho, o que é corroborado pela ciência. De acordo com a Dra. Cynthia Bedeschi

“a meditação e mindfulness geram importantes impactos

benéficos nas habilidades cognitivas de quem as

pratica.”Assim, estas ferramentas proporcionam condições mentais para que certas habilidades cognitivas sejam exercidas com mais qualidade, como, por exemplo, a capacidade de concentração e de tomada de de-cisão, memória, flexibilidade mental, criatividade, entre outros processamentos. Esta potencialização das habilidades cognitivas, juntamente ao equilíbrio emocional e psicológico geram, aumento da produ-tividade dos profissionais.

A experiência é comprovada na prática pelo VP LATAM de Recursos Humanos da Serasa Experian, Flávio Balestrin. O executivo aplica a meditação no seu dia a dia e percebe benefícios na performance de trabalho associada à técnica. “Sinto melhora na concentração, no foco e percebo mais tranquilidade para lidar com os desafios diários”, diz.

Isolamento social

Durante o período de isolamento social e incertezas econômicas provocados pela pandemia de Coronaví-rus, ferramentas como meditação e outras técnicas de alívio e auxílio ao equilíbrio mental tornam-se ainda mais importantes.

“É sempre um desafio para o ser humano se manter em isolamento mesmo com todo suporte da

tecnologia. Os brasileiros, por exemplo, estão habituados

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Participações Especiais

Flávio BalestrinCynthia BedeschiVP LATAM de Recursos Humanos da Serasa Experian

Doutora, mestre e professora de pós-graduação em Neurociências e Comportamento pela USP

à proximidade e relações mais calorosas, portanto, é um período complicado e que pode ser ainda mais

difícil para algumas pessoas. A meditação sem dúvida

pode ajudar e ser uma forma positiva de passar por este período.” , afirma Benedetti.

Para o executivo, manter uma rotina de trabalho em casa, contato frequente com o time e com clientes e, contar com o suporte da empresa para poder ex-pressar caso algo não esteja indo bem no campo emocional também são formas de manter a saúde mental em dia, mesmo em meio a situações críticas como a que estamos vivenciando.

É assim que a Serasa Experian tem lidado com essa situação. A empresa garantiu toda a infraestrutura necessária para que os colaboradores possam tra-balhar regularmente à distância, com total conec-tividade. “Essa capacidade de se comunicar e se sentir produtivo e conectado à empresa ajuda muito no equilíbrio mental e no controle da ansiedade do momento”, comenta Balestrin. A empresa intensificou a comunicação e tem utilizado diversos canais para levar dicas, melhores práticas e outros conteúdos relevantes sobre trabalho remoto a líderes e equipes.

“Estamos mantendo um e-mail diário do presidente para todos os funcionários, falando sobre novidades

e direcionamentos. Transparência e frequência

na comunicação são fundamentais neste

momento.” , continua.

A Serasa possui também um canal aberto e remoto de apoio psicológico de conversas de até 30 minutos para aconselhar e confortar os colaboradores neste período.

Evitar o excesso de informações que causam pre-ocupação e medo e buscar atividades prazerosas, mesmo em meio ao isolamento, também contribuem para o equilíbrio emocional e psicológico.

“De acordo com a Dra. Cynthia, fazer o que se

tem prazer gera produção de neurotransmissores

relacionados ao bem-estar e, também favorece inúmeras

habilidades mentais e cognitivas.”

Manter uma disciplina de trabalho em casa é outro aspecto importante no sentido de preservar a motiva-ção e o senso de importância e utilidade. A conexão com as pessoas, mesmo que por meio virtual, precisa ser valorizada e a tecnologia deve ser a grande aliada deste momento.

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Coronavírus: a rápida resposta das empresas

frente à pandemia

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No início do mês de março era difícil imaginar que em poucos dias grande parte das empresas pre-

cisariam rever seus modelos de trabalho e se adaptar às pressas ao home office integral e a rotinas remotas de reuniões e entregas. Compromissos desmarcados, agendas refeitas e de uma hora para outra quase todos os processos sendo realizados remotamente.

Para empresas que já estavam habituadas ao home office uma ou duas vezes na semana, as adapta-ções não foram tão bruscas e a rotina do trabalho remoto não era desconhecida pelos colaboradores, o que facilita muito a continuidade dos negócios, a integração dos times e a manutenção dos resulta-dos. O Talenses Group realizou, no início de abril, uma pesquisa sobre os impactos do Coronavírus em quatro frentes distintas nas empresas: home office, processos seletivos, onboarding e treinamentos.

Processos de admissão, onboarding e treinamento no cenário COVID-19

Pesquisa realizada pelo Talenses Group em parceria com a Fundação Dom Cabral, entre os dias 27/03 e 02/04, com mais de 370 profissionais da área de RH, mostra como estes processos foram impactados no atual momento do mercado de trabalho.

As principais dificuldades reportadas para implantar o home office foram:

1º - Falta de infraestrutura2º - Questões culturais3º - Ausência de uma política

51%das empresas não possuíam uma política de home office antes da crise

HOME OFFICE

58%das empresas acreditam que

as novas práticas de home office continuarão parcialmente

após o cenário COVID-19

PROCESSOS SELETIVOS

35% das empresas realizavam os processos seletivos de for-ma 100% presencial antes da COVID-19

70% das empresas acreditam que as mudanças permanecerão

integralmente

Mudanças nos processos seletivos após o ce-nário COVID-19:

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69% reduziram a quantidade e intensidade

Principais dificuldades do onboarding virtual:

1° - Integração e inserção na rotina da empresa2° - Finalização do exame admissional nas clínicas3° - A ausência de ferramentas digitais adequadas

Em meio ao cenário COVID-19, os temas mais im-portantes de se abordar em um treinamento são: 1° - Saúde mental2° - Integração entre as equipes3° - Motivacional

Este foi o caso da THB Brasil, corretora de seguros, que mudou seus planos e cancelou cinco eventos internos previstos para os meses de março e abril e, também,

colocou 100% dos colaboradores em home office de modo a preservar a saúde e segurança de todos. Essa foi sem dúvidas, uma das principais adequações impostas pela pandemia, já que antes a empresa não utilizava este modelo de trabalho. “Tivemos que tomar muitas decisões em um ambiente de grande incerteza, cujas consequências eram e continuam sendo imprevisíveis.

Nossa prioridade é manter nossos colaboradores em segurança, sem que nossos clientes sofram nenhum tipo de impacto nesse momento tão desafiador para todos nós”, comenta Larissa Borba Li, diretora de Gente e Gestão da THB Brasil.

A empresa contou ainda com um Comitê de Risco para avaliar as principais ameaças ao público interno e ao negócio. “Estruturamos dois planos de contingência e passamos a fazer os testes de tecnologia para su-portar as demandas do momento”, continua Larissa.

A Talenses também observou empresas reinventando modelos de negócios e readequando suas receitas. “O momento é de preocupação, mas também de muito aprendizado para as empresas. E pudemos perceber claramente que estruturas mais ‘engessadas’, en-frentaram desafios maiores nessa época. Chegou o momento de trazer inovações e criatividade para os processos e isso pode ser uma oportunidade para os gestores”, analisa Luiz Valente, CEO do Talenses Group.

E mesmo em pouco tempo, este aprendizado já foi sentido pela equipe da THB, que notou um ama-durecimento do time e comprovou na prática que possui estrutura para o trabalho à distância, o que, de acordo com Larissa, traz um ganho imenso para a corretora. “Por outro lado, a experiência mostra que encontros presenciais são insubstituíveis e que a sinergia gerada por eles é mais poderosa do que imaginávamos”, conclui a diretora.

PROCESSOS DE ONBOARDING

49% das empresas realizavam os pro-cessos de onboarding de forma 100% presencial antes da COVID-19

PROCESSOS DE TREINAMENTO

65% das empresas que não estão

investindo em treinamentos, diz que o foco agora é manter

o negócio estável

Participação Especial

Larissa Borba LiDiretora de Gente e Gestãoda THB Brasil

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Nova geração no trabalho:

por que está mais suscetível a problemas mentais?

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A pergunta do título traz à tona uma pesquisa re-alizada pelo Talenses Group com mais de 1.400

respondentes em julho de 2019. O estudo revelou que a maioria dos profissionais já sofreu com algum problema de saúde mental por causa do trabalho.

“Quando analisamos especificamente a Geração Z os números são preocupantes,

mostrando que, de todos os transtornos mentais

enfrentados pelos jovens, os principais são: crises de ansiedade (61%), burnout

(50%) e depressão (23%).”

Ainda, de acordo com a Organização Mundial da Saúde o Brasil está em primeiro lugar no ranking dos que mais sofrem com os diversos graus de distúrbios de ansiedade.

Dentro deste cenário, os jovens profissionais me-recem atenção, já que muitos ainda hesitam em abrir situações de problemas como depressão e ansiedade por medo de sofrerem preconceito e serem prejudicados de alguma forma na carreira que estão construindo.

Para Rodrigo Vianna, CEO da Mappit, empresa da holding Talenses Group especializada em recruta-mento de talentos em início de carreira, os profis-sionais que estão entrando no mercado de trabalho se deparam com um ambiente em transformação e um modelo, dependendo da companhia, ainda rígido que muitas vezes conflita com a criação e os valores deste jovem. Essa combinação resulta na ansieda-de para se adaptar e se destacar rapidamente. Por outro lado, este tempo de adaptação ao trabalho

em si tem sido cada vez menor, e as exigências que o iniciante enfrenta são as mesmas (ou muito semelhantes) às dos outros colaboradores que já possuem mais tempo de casa. Dessa forma, ele acaba sofrendo a mesma pressão, sem ainda ter desenvolvido mecanismos de defesa que, naturalmente, só se consegue com mais expe-riência de vida.

Pedro Somma, CEO da Quicko, startup brasileira de inteligência em mobilidade, analisa o fato de forma semelhante. Ele acredita que a inteligência emocional é fundamental no desenvolvimento da carreira e a falta dela pode prejudicar o modo com que as pessoas lidam com pressão e estresse.

“Na minha vivência, pessoas mais jovens têm menos experiência lidando com

momentos de pressão e, ao mesmo tempo, uma vontade

muito grande de crescer rápido e ganhar espaço.

Essas características juntas aumentam ainda mais a

tensão e o estresse.”

Ter mais “horas de voo” faz diferença nestas situa-ções, em especial desenvolvendo habilidades para conseguir lidar melhor com períodos de grande pressão”, diz.

Outro aspecto apontado por Vianna é que, por vezes, o jovem profissional cresce rapidamente dentro da empresa, sem estar totalmente preparado para isso.

“Por conta da maior agilidade no mercado atual, tem sido cada vez mais comum observar jovens profis-

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Participação Especial

sionais em posições de liderança com competências técnicas compatíveis ao cargo, mas com algumas competências comportamentais ainda em desen-volvimento, gerando angústia e ansiedade ainda maior do que a que a situação de fato exige”, analisa.

Para Somma, ele próprio um CEO muito jovem, de 33 anos de idade, a pressão é parte do dia a dia e é preciso se preparar para lidar com ela. Para isso, o executivo mantém uma rotina de exercícios físicos e toma alguns cuidados com a alimentação para manter a saúde em dia. Em paralelo, também tem momentos de descompressão lendo, meditando e jogando, atividades que o ajudam a aliviar o estresse e clarear os pensamentos. “Autoconsciência é muito importante. Hoje percebo quando o nível de pressão está me fazendo mal e busco fazer algo para reduzir o impacto imediatamente. Dessa forma, evito trans-ferir a pressão para o time e também tento passar um exemplo do que fazer nesses momentos”.

De acordo com o CEO, a Quicko tem como principal valor cuidar das pessoas, o que se reflete em ações que, de fato, melhoram a qualidade do ambiente de trabalho na empresa. “Nossa visão é que cada pessoa possa contribuir da melhor forma, se desenvolvendo durante sua jornada com a gente. O primeiro passo que demos nesse sentido foi construir uma cultura de transparência, ou seja, dar muita abertura para as pessoas falarem como se sentem e o que acham que pode melhorar a qualidade do trabalho dela”.

De acordo com a empresa, todos os gestores da Quicko têm responsabilidade sobre essa questão e são incentivados a conversar semanalmente com os liderados para garantir que consigam entender o que está acontecendo. Os dois executivos concordam que a transparência é fundamental neste processo e na busca por um melhor clima organizacional. Fazer com que o colaborador se sinta à vontade para tratar essas questões e dizer como se sente dentro da empresa é uma importante ferramenta de apoio à saúde mental da nova geração e também, das que já se encontram há mais tempo no mundo corporativo.

Pedro SommaCEO da Quicko

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Entrevista Ping-Pong João Marcio Souza

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Trabalho mais envolvente gera menos estresse e colabora com a saúde mental dos funcionários

Burnout, ansiedade e depressão. Quem não conhe-ce alguém que tenha sofrido de um destes males e que tenha como causa o excesso de trabalho, a pressão por resultados ou mesmo a solidão e a alta responsabilidade de tomada de decisões imposta pelas cadeiras de liderança? Por vezes os gestores, sem perceber, passam ansiedade ao time e preocu-pação excessiva com metas e resultados que podem funcionar como gatilho para essas questões mentais. Pressão e ansiedade estão presentes na rotina de trabalho da maioria das profissões, mas diante de tantos casos de afastamentos por doenças mentais dentro das organizações, a pergunta que fica é: será que não estamos exagerando? Conversamos com João Marcio Souza, CEO da Talenses Executive, especialista no recrutamento de executivos para Top Management, C-Level e Conselhos, que nessa entrevista diz acreditar que a chave para diminuir estes males está no próprio trabalho e na motivação que pode vir com ele.

Como tornar o trabalho menos estressante e mais envolvente para os colaboradores mesmo em mo-mentos de crise?

Partindo do princípio que cada colaborador tem uma maneira distinta de se automotivar, a primeira questão é analisar o contexto em que os profis-sionais estão trabalhando, já que a relação com o trabalho varia muito, de acordo com a cultura de cada país e, também, com a situação econômica de cada local. Quando se tem uma situação de crise muito grave, como a atual com o Coronavírus, em que os profissionais pensam a todo tempo na sobrevivência e em manter seus postos de trabalho, torna-se profundamente relevante para a motivação, praticar todos os dias o contato próximo com os executivos e a conversa sincera sobre os destinos da organização. Já em situações econômicas mais favoráveis, a preocupação com a motivação começa com o feedback que a empresa dá ao alto escalão sobre o que está bom e o que pode melhorar. Dessa forma, o C-Level toma consciência de onde está o

problema e quais as necessidades mais iminentes para o colaborador e a, partir daí, desenvolve ações táticas e atende aos anseios da equipe. Obviamente um trabalho mais ou menos envolvente e um am-biente menos estressante vai depender também dos valores da empresa. Algumas têm uma cultura muito bem definida apontando para um ambiente muito competitivo e outras, ao contrário, prezam por rotinas mais amigáveis e de acolhimento.

Como a saúde mental do executivo pode afetar a equipe dele?

“Costumo dizer que a equipe é o espelho de seu gestor.

Se ele está de mau-humor, muito provavelmente seu

time não estará com a energia lá em cima.”

E quando este executivo se vê em um cenário de burnout, depressão ou de muito estresse, torna-se muito difícil filtrar as emoções para a equipe, o que pode piorar o cenário de forma geral. O time vai sentir, vai sofrer e não verá um exemplo a seguir em momentos de alta pressão e estresse. Isso não quer dizer que líderes precisem ser praticamente um buda. Quer dizer que é importante que o gestor esteja muito atento, com um nível de consciência muito elevado para evitar que este tipo de situação aconteça de forma recorrente refletindo, de forma negativa em sua equipe, em outras áreas da empresa e até mesmo em seus pares.

Como o líder pode minimizar o estresse e a pressão em suas funções?

Quando falamos do alto escalão, entendemos que são funções mais solitárias por natureza, com pou-cas pessoas para compartilhar as inseguranças, as dores, decisões, valores e problemas pessoais. Ou seja, é um lugar na pirâmide bastante desafiador por este aspecto também. Então muitas vezes o líder

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Participação Especial

João Marcio SouzaSócio Administrador do Talenses Group e CEO da Talenses Executive

acaba somatizando e apresentando um alto nível de estresse. Para evitar este tipo de situação é preciso prestar muita atenção na relação com o trabalho, de forma a entender que patrimônio pessoal e posição no mercado não se sustentam sem que haja saúde física e mental. Encontrar um equilíbrio entre a vida profissional e outros papéis como a vida em família, os amigos, os hobbies, é fundamental para não ser absorvido unicamente pela função profissional. É um trabalho muito mais preventivo do que reativo porque, na hora em que o executivo se vê em uma situação de burnout ou depressão, já não dá mais tempo de pensar neste tipo de questão. É importante ter em mente que conforme o executivo vai subindo de cargo, o trabalho será cada vez mais desafiador, com mais responsabilidade e mais pressão, então é preciso encontrar maneiras de despressurizar.

Como o executivo C-LEVEL pode perceber que a equipe está mais estressada do que o normal?

Em toda relação gestor e equipe existe a escolha de manter uma proximidade com a equipe, e se o executivo escolhe um estilo de gestão mais próximo, mais transparente, mais pessoal, cria-se um cami-nho para que essas questões sejam tratadas com abertura. Não acredito no líder do passado, aquele líder hierárquico, que não mostra suas fraquezas e suas vulnerabilidades. Pelo contrário, acredito em um líder que aprende com a equipe, está aberto a feedbacks, que tem uma relação de respeito e está muito mais envolvido no dia a dia. Portanto, a dica que eu daria é: tenha uma relação aberta e franca com a sua equipe. Só assim é possível identificar estes problemas antes que eles de fato prejudiquem o colaborador e o time.

Que mecanismos podem ser implementados para que a equipe consiga performar de forma eficaz e sem tanto estresse?

Eu penso que a comunicação bem feita é o principal mecanismo. O líder tem que ter uma habilidade de comunicar os objetivos de negócio de maneira muito efetiva, muito aberta, de forma a engajar a equipe em relação ao que é esperado em termos de entregas e resultado. Na medida em que isso é feito, a equipe passa a ter um outro olhar em relação à liderança e o nível de motivação tende a crescer. Outro mecanismo seria criar um ambiente leve, amigável, que possibilite às pessoas atingir o resultado, mas sem ameaças, sem medo.

Qual o caminho para conseguir este ambiente mais leve e saudável no trabalho?

A equipe é o reflexo da liderança, então o primeiro passo é o líder se comportar de maneira a criar um bom ambiente, um bom clima e reduzir a tensão, sem cobranças no sentido de um ambiente ameaçador. Outro ponto é usar a criatividade e entender com o próprio time de que forma o ambiente pode ficar mais leve, mais divertido, e as maneiras de chegar aos resultados sem prejudicar física e emocional-mente os colaboradores. Isso pode ser conversado com a equipe e são bem-vindas as situações de aproximação como um day off juntos e happy hours que estimulam um ambiente de amizade e de pro-ximidade entre os colaboradores para conhecê-los como pessoas e não somente no papel de líder e liderados.

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ASSIGNA:Especialista em

staff loan

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Assim, empresas que possuem uma demanda para um projeto específico, inclusive em meio a crise atual, podem escolher um outro modelo de contratação para as iniciativas relevantes que não podem parar. Nesse formato de trabalho, é pos-sível concluir uma contratação em até sete dias úteis.

As vantagens desse formato de contratação in-centivam o staff loan a ser firmado como uma ten-dência não apenas nesse momento de pandemia, mas também no período pós-crise, com a retoma-da da economia.

Para conhecer mais sobre este negócio, acesse: www.assigna.com.br

ControladoriaContabilidade e Auditoria.

FinançasContas a pagar e receber, te-souraria, faturamento, crédito e cobrança.

FiscalImpostos federal/estadual/municipal, planejamento tribu-tário e recuperação.

Tecnologia da InformaçãoProgramação, Suporte, Desen-volvimento, Segurança, Quali-dade de software e Testes.

Recursos HumanosFolha de pagamento, treina-mento, recrutamento e sele-ção, tesouraria, faturamento, crédito e cobrança.

JurídicoJurídico trabalhista.

No segundo semestre de 2019, o Talenses Group decidiu incrementar seu portfólio de serviços e

investir na modalidade de recrutamento por tempo determinado e indeterminado. Assim surgiu a As-signa, empresa especializada em staff loan, deno-minação internacional para modelos de contratação de profissionais temporários e terceiros designados para projetos específicos. Neste modelo de con-tratação, a equipe admitida faz parte do quadro de colaboradores da Assigna e não das empresas contratantes onde prestará serviços.

  A decisão partiu principalmente da identificação do interesse de muitas empresas e dos próprios profissionais de repensarem seu modelo de trabalho, principalmente por conta de dois aspec-tos: conceitos mais difundidos sobre o futuro do trabalho e as novas medidas de flexibilização da legislação trabalhista.

Desde o início da operação, o negócio foi estrutu-rado em áreas de expertise com o objetivo de dar foco e ter uma atuação consultiva com os nossos clientes.

Nossas Especialidades

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www.talensesexecutive.com

www.talenses.com

www.mappit.com.br

www.assigna.com.br

www.talensesgroup.com

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São Paulo - SP+55 11 4933-5200Av. Eng. Luís Carlos Berrini, 1511 11° andar | Brooklin [email protected]

Rio de Janeiro+55 21 3995 2528Av. Visconde de Pirajá, 495 6º andar, sala 110 | [email protected]

Ta-

Talenses Groupwww.talensesgroup.com