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19 OUT | SÁBADO | 16h30Convento dos Cardaes

ORQUESTRA ORBIS André Caplet – Le miroir de Jésus

PROGRAMA

André Caplet (1878 – 1925)Le miroir de Jésus

Mariana Castello-Branco Soprano

Raquel Alão Soprano

Cecília Rodrigues Soprano

Ana Franco Soprano

Sónia Alcobaça Soprano

Ana Ferro Mezzo-Soprano

Carolina Figueiredo Mezzo-Soprano

ORQUESTRA ORBIS

José Pereira Primeiro Violino

Filipa Poêjo Segundo Violino

Joana Tavares Viola

Carolina Matos Violoncelo Adriano Aguiar Contrabaixo

Inês Cavalheiro Harpa

João Paulo Santos Diretor Musical

Luís Miguel Cintra Encenação e Conceção Cénica

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Notas de ProgramaSão 15 pequenos poemas de Henri Ghéon sobre os santos Mistérios do Rosário. É, pelo menos a uma primeira escuta, música sacra. André Caplet, num princípio de século XX de feridas abertas no rescaldo da guerra, com uma voz e um pequeno coro de mulheres, escreve uma peça musical em que se diria que se ouve mais a distância a que aquela Europa está da evocação canónica dos diferentes episódios da vida de Cristo, assumida pela presença da figura despersonificada mas identificável como a da Virgem Maria, que a execução de uma ordeira oratória de câmara. A nossa proposta, transformando o próprio lugar do concerto num espaço cénico real (pensamos sobretudo na capela do convento dos cardais) habitado por um conjunto de figuras díspares de mulheres, por quem redistribuiríamos o discurso da solista original, espécie de grupo de carpideiras que não conseguissem já chorar, prisioneiras do espanto, poderá resultar numa espécie de áspera representação do absurdo nosso contemporâneo. Na dificuldade de justamente dar corpo a um “Espelho” de Jesus.

Dados BiográficosOrquestra OrbisA orquestra Orbis, com a sua formação flexível e modelável consoante a exigência da obra, abrange um repertório extenso e eclético, desde o barroco ao modernismo, em grande parte do conhecimento geral do público.Como nota, o encontro e reencontro entre músicos profissionais oriundos de diversas formações, reunidos numa única, transmite a quem ouve esta orquestra o prazer desses músicos refletido na sua interpretação musical notória e contagiante.Transversal às diversas formas de arte, a Orquestra Orbis, tem também características que permitem a sua interação em iniciativas que incluem a literatura, a pintura, e o cinema.

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João Paulo Santos Diretor MusicalNascido em Lisboa, concluiu o curso superior de Piano no Conservatório Nacional desta cidade na classe de Adriano Jordão. Trabalhou ainda com Helena Costa, Joana Silva, Constança Capdeville, Lola Aragón e Elizabeth Grümmer. Como bolseiro da Fundação Gulbenkian aperfeiçoou-se em Paris com Aldo Ciccolini (1979-84). A sua carreira atravessa os últimos 40 anos da história do Teatro de São Carlos onde principiou como correpetidor e Maestro Titular do Coro, desempenhando atualmente as funções de Diretor de Estudos Musicais e Diretor Musical de Cena. Estreou-se na direção musical em 1990 com The Bear (W. Walton), encenada por Luis Miguel Cintra. Dirigiu óperas para crianças, musicais, concertos e óperas nas principais salas nacionais. Estreou em Portugal, entre outras, as óperas Renard (Stravinski), Hanjo (Hosokawa), Pollicino (Henze), Albert Herring (Britten), Neues vom Tage (Hindemith), Le Vin Herbé (Martin) e The English Cat (Henze) e estreias absolutas de obras de Chagas Rosa, Pinho Vargas, Eurico Carrapatoso e Clotilde Rosa. É responsável pela investigação, edição e interpretação de obras portuguesas dos séculos XIX e XX.

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Cecília Rodrigues SopranoCecília Rodrigues iniciou os estudos no Instituto Gregoriano de Lisboa, onde estudou Piano e Técnica Vocal com Elsa Cortez e fez parte do Coro de Câmara com Armando Possante.Posteriormente ingressou na Escola de Música do Conservatório Nacional, onde concluiu o curso de Canto com Manuela de Sá. Completou o 2º ano da licenciatura em Canto na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo com Rui Taveira, concluindo a mesma na Escola Superior de Música de Lisboa com Luís Madureira, onde frequenta atualmente o Mestrado em Ensino da Música. Participou em vários projetos do Atelier de Ópera e em Masterclasses e aulas particulares com João Paulo Santos, Lucia Mazzaria, David Santos, Elisabete Matos, Milagros Poblador, entre outros. Foi premiada em vários concursos, incluindo o 2º Prémio no Concurso Internacional de Santa Cecília e o Prémio de Interpretação de Música Portuguesa no Concurso Internacional Cidade do Fundão (2013), o 1º Prémio e o Prémio Interpretação de Música Portuguesa no Concurso Internacional Cidade de Almada (2015) e o 1º Prémio de Canto

no Prémio Jovens Músicos – Antena 2- RTP (2017) Apresenta-se regularmente como solista em palcos nacionais, contando com participações em vários concertos a solo com a Escola Superior de Música de Lisboa e no festival “Sons da Água” em 2016 e 2017 e 2018, dirigida por António Costa. Colaborou com o Grupo Vocal Olisipo num concerto dedicado a Monteverdi no CCB (2017) e na interpretação do Magnificat de J. S. Bach com a Orquestra Clássica do Sul (2019). Em 2018 realizou um recital com o Maestro João Paulo Santos no Festival Serões Musicais no Palácio da Pena em Sintra, programa que gravou posteriormente para a Antena 2. Foi também solista no Stabat Mater de Pergolesi e no Magnificat em Talha Dourada de Eurico Carrapatoso com o Colégio Moderno. Apresentou-se na personagem de Bess na ópera Porgy and Bess no Festival do Colégio com o Coral de São José nos Açores em Julho de 2018 e no 9º Festival de Órgão da Madeira num recital para canto e órgão de Música Romântica Inglesa com Sérgio Silva em Outubro de 2018. Em Dezembro de 2018 é solista na Oratória de Natal de C. Saint-Saens com a Orquestra de Câmara de Cascais

e Oeiras. Em 2019 fez com o Maestro João Paulo Santos um recital de Música Romântica Francesa no Museu Calouste Gulbenkian inserido na exposição Pose e Variações e no Foyer do Teatro Nacional de S. Carlos, no concerto “Leonard Bernstein e a Música Americana”. Em Março de 2019 realizou o papel de Stephano da ópera Romeu e Julieta de C. Gounod, com a Orquestra Gulbenkian. Integrou o projeto ENOA, em colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian.Cecília Rodrigues integrou o Coro da Casa da Música e pertence agora ao Coro Gulbenkian, com o qual se apresentou também já como solista num concerto dedicado a Gershwin (2017) e em pequenos solos na Paixão Segundo S. Mateus de J. S. Bach (2018). Tem agendados concertos a solo com a Orquestra Gulbenkian na temporada 2020/2021.

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Ana Franco SopranoIniciou os seus estudos de piano com oito anos de idade no Conservatório Nacional de Musica de Lisboa. Em 2003 iniciou a sua formação em canto, tendo como tutora a Professora Manuela de Sá. Terminou o curso complementar respetivo em 2008 e ingressou na Escola Superior de Música de Lisboa onde se formou. Em 2009, foi admitida como solista no Estúdio de Ópera do Teatro Nacional de São Carlos, onde realizou diversas óperas e concertos ao longo das temporadas. Após o Estúdio de Ópera interpretou, em São Carlos os seguintes papéis operáticos, Modista (Il Capelo di Paglia/Nino Rota), Gato (O Gato das Botas/Montsalvatge), integrou o ciclo de música do Teatro Aberto onde interpretou Cecilia (Tição Negro/Augusto Machado) e integrou o concerto comentado ‘Lembrando a 1a guerra’ , todos eles acompanhados e dirigidos pelos Maestro João Paulo Santos.Participou no projeto ENOA, no Teatro Nacional da Letónia (Riga), onde trabalhou com o Professor Axel Everaert, com quem passou a estudar como Bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian.Interpretou Cinderela (Cendrillon/Viardot), numa produção TNSC/Chapitô.

Recentemente realizou no foyer do TNSC no âmbito dos concertos de Câmara, os ‘Sete poemas de Block, para soprano, piano, violino e violoncelo (Shostakovich), participou também nos ‘Serões musicais’ no Palácio da Pena, bem como nas temporadas anteriores, sempre acompanhada pelo Maestro João Paulo Santos.

Sónia Alcobaça SopranoLicenciada desde 2002 pela ESML, Sónia Alcobaça realiza actualmente o Mestrado na ESART de Castelo Branco.Das produções realizadas destacam-se: Annina(L’Arco di Santanna/Francisco Sá de Noronha - Teatro Aberto); Turandot (Turandot/Busoni – TNSC Festival ao Largo); Gutrune (Die Götterdämmerung//Wagner - Graham Vick/TNSC); Santuzza (Cavalleria Rusticana/Mascagni - TNSC); Flaminia (Il Mondo della Luna/Haydn); Irene (Irene/Alfredo Keil - TNSC); La voix humaine (Poulenc, Cocteau - CAM); Contessa d’Almaviva (Le Nozze di Figaro//Mozart - Coliseu do Porto); Nedda (I Pagliacci/Leoncavallo - CAE Figueira da Foz); Lucy (The Beggar’s Opera/Britten -- Teatro Aberto); Carmela (La Vida Breve//Falla - TNSC); Sainte Marguerite (Jeanne d’Arc au bûcher/Honegger - TNSC); Femme (Le pauvre Matelot/Milhaud - CAM); Micaela (Carmen/Bizet - Festival de Óbidos); Mulher(Outro Fim/António Pinho Vargas - Culturgest); Despina (Così fan tutte/Mozart - Castelo de Silves).Apresenta-se regularmente em Ópera, Recital e Concerto nas mais variadas salas de espetáculos do país, incluindo estreias de obras de compositores portugueses.

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Ana Ferro Mezzo-SopranoO Meio-soprano Ana Ferro iniciou os seus estudos musicais no Conservatório Nacional de Lisboa, em Flauta transversal.Formada em Canto pela Guildhall School of Music and Drama, em Londres, e pelo Flanders Operastudio, Bélgica, apresentou-se como solista no Reino Unido, Bélgica, Holanda, Espanha e em várias das principais salas de espetáculo do país.Na Ópera foi, entre outros papéis, Cinthia (As Taças de Himineu), Dinah (Trouble in Tahiti), Segunda Dama (Die Zauberflöte), Médica (Banksters/N. Côrte-Real, estreia absoluta), Suzy/Lolette (La Rondine), Maddalena (Il viaggio a Reims), Armelinde (Cendrillon/ Viardot), Suzuki (Madama Butterfly), Olga (Eugene Onegin), Carmen (Carmen/Bizet), Dorabella (Così fan tutte), e Bianca (The Rape of Lucretia, estreia em Portugal, TNSC).Em concerto foi solista nomeadamente no Requiem de Duruflé, Missa para D. Fernando (Regaleira/SEO) e Requiem de Bomtempo (Dias da Música 2017 - - transmissão RTP2), Missa em Sol maior de Carlos Seixas, Messa da Requiem de Verdi, Stabat Mater de Rossini, 9ª Sinfonia e Fantasia Coral de Beethoven, Requiem e Missa da Coroação de Mozart, Missa

em ré maior de Dvorák, Te Deum de D. Pedro IV, Te deum de Marcos Portugal e Missa em mib maior de João José Baldi (Música São Roque), Matuttino de morti de David Perez, Missa Grande de Marcos Portugal (TNSC, CCB/ Casa da Música//CCL), Magnificat de C. P. E. Bach e a Cantata de Homilius Ein hoher Tag kömmt (VIII Festival de Música Antiga dos Açores), e foi ainda Salomé na estreia moderna da Oratória Salome, Madre de sette martiri maccabei de João Cordeiro da Silva (Sintra Estúdio de Ópera, direcção musical Cesário Costa).Participou com o ensemble l’Avventura London no Festival de Música Antiga de Brighton, com o espectáculo Trade Roots- African & Brazilian Music meet in a portuguese Monastery (gravado e transmitido para BBC Radio 3).

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Mariana Castello-Branco SopranoMariana Castello-Branco, soprano, estudou canto no conservatório com Manuela de Sá. Continuou a sua formação no Flanders Opera Studio sob a direção de Ronny Lauwers. Trabalhou com maestros como Pietro Rizzo e Yannis Pouspourikas, cantores como Sir Thomas Allen, Jill Feldman e Susan Waters e pianistas como Malcolm Martineau.As suas performances incluem papeis como Belinda (Dido e Aeneas/H.Purcell/ /Nova ópera de Lisboa) 2nd niece (Peter Grimes/ B. Britten/ Teatro Nacional de São Carlos TNSC) Pamina (Die Zauberflöte/W.A.Mozart/Flanders Opera Studio); Diane (Acteón/ M.A.Charpentier//Flanders Opera Studio); Serpina (La serva padrona/G.B.Pergolesi/Teatro da Trindade); La princesse (L’enfant et les sortilèges/M. Ravel/TNSC); Servilia (La Clemenza di Tito/W.A.Mozart/Orquestra Metropolitana); Temide (Il Natale di Giove/J. Cordeiro da Silva/Divino Sospiro); Fili (A Ninfa do Tejo/A.Scarlatti/Orquestra Metropolitana/Enrico Onofri) Colabora frequentemente com os ensembles Orquestra Barroca da Casa de Mateus, Scherzi Musicali e The New Baroque Times, em programas diversos, grupo com o qual participou no festival de musica sacra de Madrid em 2017 e 2018.

Carolina Figueiredo Mezzo-SopranoFormou-se em Canto na Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa em 2005, trabalhando hoje regularmente com Manuela de Sá e sendo acompanhada por Susan Waters e Lucia Mazzaria.Colabora em concerto com grandes coros e orquestras nacionais, tendo-se apresentado em obras como Paixão segundo S. João (J. S. Bach), Messiah (Haendel), Stabat Mater (Pergolesi), Requiem (Mozart), Te Deum (Charpentier), Magnificat (Vivaldi), Petite Messe Solennelle (Rossini), Les Nuits d’Eté (Berlioz), Manfred (Schumann), Les Béatitudes (Franck), Oratória de Natal (Saint-Saens), Il Tramonto (Respighi), Sonho de uma Noite de Verão (Mendelssohn). Participou das estreias modernas de obras de compositores portugueses como Te Deum de Francisco António de Almeida, João de Sousa Carvalho, Brás Francisco de Lima e Jerónimo Francisco de Lima.Integrou o elenco de Roméo et Juliette (Gounod) - Gertrude; La Traviata (Verdi) - Annina; Madama Butterfly (Puccini) - - Kate Pinkerton; L’enfant et les sortilèges (Ravel) - Maman, Tasse Chinoise e Libellule -; L’Angelica (Sousa Carvalho) - Licori; Beaumarchais (Pedro Amaral) - Condessa Rosina; Der Zwerg (Zemlinsky) - 3ª Camareira; Dialogues des Carmelites

(Poulenc) - Mère Jeanne; Ester (Leal Moreira) - Assuero; e Bastien e Bastienne (Mozart) - Bastien. Trabalhou sob a direção de Leonardo García Alarcón, Michael Corboz, Lorenzo Viotti, Michele Gamba, Domenico Longo, Laurence Foster, Aapo Häkinnen, Cesário Costa, Joana Carneiro, Pedro Amaral, João Paulo Santos, Marcos Magalhães, entre outros maestros.Apresenta-se também regularmente em recital de música romântica, acompanhada por Adriano Jordão, Olga Prats, João Paulo Santos e Anna Tomasik. Destaca-se a recente participação no certame dos Dias da Música 2019, num recital sob o tema de Shakespeare, acompanhada por José Manuel Brandão. Estreou e gravou obras de música contemporânea (Carlos Marecos, Jorge Salgueiro).Licenciada em Direito e com o Diploma Internacional de Tradução do Chartered Institute of Linguists, Carolina Figueiredo dedica-se em paralelo à área da tradução jurídico-legal.

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Luís Miguel Cintra Encenação e Conceção CénicaIniciou a carreira de ator e encenador no Grupo de Teatro da Faculdade de Letras de Lisboa. Frequentou a Bristol Old Vic Theater School. Em 1973, fundou com Jorge Silva Melo o Teatro da Cornucópia. A partir dos anos 80, com Cristina Reis, encenou e representou textos de todo o repertório teatral. Participou no Teatro da Bienal de Veneza, no Festival de Avignon, no Festival de Outono de Paris e numa das sessões de L’École des Maîtres que lhe foi dedicada. Encenou em S. Carlos L’Enfant et les Sortilèges, Dido and Aeneas, Le nozze di Figaro, L’Isola Disabitata, Jeanne d’Arc au Bûcher e Medea (Cherubini). Com direção musical de João Paulo Santos, encenou na Cornucópia, coprodução com a R.T.P., Façade e TheBear (William Walton), na Culturgest, The Strangler (Martinú) em coprodução no Teatro da Cornucópia / / Culturporto / TNSC / Orquestra Nacional do Porto, The English Cat(Henze) e le Vin Herbé (Frank Martin) para o Teatro Aberto. No cinema interpretou filmes de João César Monteiro, Jorge Silva Melo, Manoel de Oliveira, Teresa Vilaverde, João Botelho, e John Malkovich, entre outros.

Raquel Alão SopranoNatural de Lisboa, estudou canto na Escola de Música do Conservatório Nacional, sob a orientação da professora Filomena Amaro. Participou em 2007 no Concurso Nacional de Canto Luísa Todi, tendo ganhado o Terceiro Prémio para Voz Feminina. É coralista no Coro do Teatro Nacional de São Carlos desde 2007.Concertos incluem: Nulla in mundo pax sincera de Vivaldi; A Sea Symphony de Vaughan Williams; Carmina Burana, de Carl Orff, sob a direcção de Günter Neuhold. Gravou para o canal Mezzo, em 2008, o Gloria de Vivaldi e a cantata BWV 63, Christen, ätztet diesen Tag, com a orquestra Divino Sospiro, direcção de Enrico Onofri. No Festival Terras sem Sombra foi Giuditta na estreia moderna da oratória Betulia Liberata de Gaetano Pugnani, direcção de Donato Renzetti; o soprano das obras Stabat Mater de Pergolesi e Ein Deutches Requiem de Brahms. Na ópera foi Flamínia em Il Mondo della Luna de Pedro Avondano; Eurídice em La Descente d’Orphée aux Enfers de Charpentier, e Rainha da Noite n’ A Flauta Mágica para jovens no Teatro Nacional de São Carlos. No Estúdio de Jovens Intérpretes do T.N.S.C. foi Belinda em Dido e Aeneias de Purcell, Berenice em L’Occasione fa il ladro de Rossini e Fada Azul em A Bela Adormecida de Respighi. Em 2011 foi novamente Königin der Nacht, no festival Seefestspiele Berlin, na ópera

Die Zauberflöte, encenada por Katharina Talbach e dirigida por Judith Kubitz. Este ano foi Coryphée na ópera Alceste de Glück, dirigida por Graem Jenkins e encenada por Graham Vick, no T.N.S.C.Em paralelo dedica-se à interpretação de música antiga. Em 2004 apresentou-se em concertos em Portugal e esteve, também, patrocinada pela Fundação Calouste Gulbenkian, em concertos integrados no XV Festival de Música Colonial e Música Antiga de Juiz de Fora, Brasil. Em 2006 participou, a convite de Maria Cristina Khier, no Festival de Musique du Haut-Jura, França. Em 2012 apresentou-se no V Festival internacional de Música de Ourense, Galiza, com um programa dedicado à música no tempo de D. João V. Em 2017, a convite do Festival Terras sem Sombra, criou o ensemble Polyphonos, grupo dedicado à interpretação historicamente informada de Polifonia Ibérica dos séculos XVI a XVIII.Recentes recitais incluem a sua colaboração nos concertos de música do Centro para as Artes de Belgais, acompanhada por Milos Popovic e Maria João Pires.

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MIROIR DE JOIEPRÉLUDEQuinze petits poèmes sur les Saints Mystères du Rosaire, qu’Henri Ghéon composa et qu’André Caplet de musique illustra.LES MYSTÈRES DE JOIE:

ANNONCIATIONLa jeune fille sans rêves,Assise dans son jardin,S’étonne que du jasminLa voix d’un Ange s’élève.

Que vous veut ce messagerEt pour qui cette corbeille ?Vous n’avez rien demandéQue de demeurer pareille

Chaste, sage et chaque jourContente de peu d’amour,Résignée à peu de joie

C’est tout l’Amour aujourd’huiEt toute la joie aussiQue le Maître vous envoie !AVE MARIA GRATIA PLENA

VISITATIONJeune femme, courez vite !Menez, au nom du Seigneur,Le fils de l’Homme en visiteChez Saint-Jean le Précurseur !

Il pèse moins qu’une olive,Qu’une rose, qu’un essaim ;Il bat moins que la captiveHirondelle dans la main.

A son approche secrèteSi son frère li fait fêteAvant de l’avoir connu,

ESPELHO DE ALEGRIA PRELÚDIOQuinze pequenos poemas sobre os Santos Mistérios do Rosário, compostos por Henri Ghéon e postos em música por André Caplet.OS MISTÉRIOS GOZOSOS

ANUNCIAÇÃO A jovem sem sonhos,Sentada no seu jardim,Espanta-se que do jasmimSe erga a voz de um Anjo.

Que quer este mensageiroE para quem estas flores?Nunca pediste nadaA não ser permanecer a mesma,

Casta, sensata e poder em cada diaContentar-se de um pouco de amor,Resignada um pouco de alegria.

E hoje é todo o Amor E também toda a alegriaQue o Senhor te envia!AVE MARIA GRATIA PLENA

VISITAÇÃORapariga, corre!Leva, em nome do Senhor,O filho do Homem a visitarSão João o Precursor!

Pesa menos que uma azeitona,Que uma rosa, que um enxame;Debate-se menos que uma andorinhaAprisionada numa mão.

Se, quando ele se aproximar,O seu irmão o festejarAntes de o ter conhecido,

LE MIROIR DE JÉSUS

Ne craignez plus, à voix haute,De célébrer le bel hôteQue votre corps a reçu.MAGNIFICAT ANIMA MEA DOMINUM

NATIVITÉPlus brillant que la promesse,Est-ce vous, mon bel agneau,Que des deux mains je caresse,Sous cet auvent de roseaux,

Est-ce vous le roi du monde ?Je n’ai rien pour vous vêtirQue la douceur qui m’inondeEn vous regardant dormir.

Quand je vous sens solitaire,Et si nu sur cette terre,Fragile, craintif et froid,

Ma pauvreté me fait honte ;Mais pour vous garder, je comptePlutôt sur Dieu que sur moi.GLORIA IN EXCELSIS DEO

PRÉSENTATIONLe lys entré dans l’averseN’en sortira pas plus blanc ;Ainsi la Vierge traverseLa cascade aux eaux d’argent.

Sur ses paumes rafraîchiesElle offrira la primeurDu jardin de modestieA son Époux et Seigneur.

Le vieillard qui la salueRenonce à vivre à la vueDu fils attendu longtemps.

Não temas mais, podes a plena vozFestejar o belo hóspedeQue o teu corpo albergou.MAGNIFICAT ANIMA MEA DOMINUM

NATIVIDADEAinda mais esplendoroso do que a promessa,És tu, meu cordeiro,Que acaricio com as minhas mãos,Debaixo deste alpendre de canas,

És tu o rei do mundo?Nada tenho para te vestirA não ser a ternura que me invadeAo ver-te dormir.

Quando te vejo sóE nu nesta terra,Frágil, tímido e com frio,

Tenho vergonha da minha pobreza;Mas, para te proteger, conto maisCom Deus do que comigo.GLORIA IN EXCELSIS DEO

APRESENTAÇÃOUm lírio lavado pela chuvaNão ficará mais branco.Assim a Virgem atravessaA cascata de argênteas águas.

Na palma das suas mãos refrescadasEla oferecerá o frutoDo jardim da modéstiaAo seu Esposo e Senhor.

O ancião que a saúdaRenuncia viver ao verO filho tão longamente esperado.

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Et, s’endormant dans son rêve,Montre à la Mère le GlaiveQui fauchera ce printemps.LUMEN AD. REVELATIONEM GENTIUM

RECOUVREMENTVotre voile, ô triste mère,Vient de se prendre au rosier ;Je vois votre front rayé D’une ride, la première.

« Où est égaré l’agneau ?Je l’ai quitté paissant l’herbe… »Il faut apprendre à le perdrePour le retrouver plus beau.

Le voici et son jeune âgeTriomphe déjà des sages:Il étonnera la mort.

Souriez donc ! Chaque absence,Avivant votre souffranceAccroîtra votre trésor.MARIA AUTEM CONSERVABAT OMNIA VERBA HAEC CONFERENS IN CORDE SUO.

MIROIR DE PEINEPRÉLUDE

LES MYSTÈRES DE DOULEUR:AGONIE AU JARDINSes compagnons endormis dans l’ombreSon Père au ciel et se refusant :Un vide affreux où l’amour succombe ;Pas un oiseau dans l’arbre tremblant…

N’y a-t-il donc que Jésus qui veilleDans la prison d’une nuit sans fin ?Qu’un abandon, le sien ? Qu’une oreilleEn vain tendue aux voix du matin ?

E, adormecendo no seu sonho,Indica á Mãe a EspadaQue ceifará esta primavera. LUMEN AD. REVELATIONEM GENTIUM

RECUPERAÇÃOO teu véu, triste mãe,Prendeu-se na roseira;Vejo na tua face uma ruga,A primeira.

“Onde se perdeu o cordeiro?Deixei-o aqui a pastar…”Temos de nos habituar a perdê-loPara o reencontrar ainda mais belo.

Ei-lo; e a na sua pouca idadeJá triunfa dos sábios:Até a morte espantará.

Sorri! Cada ausência,Avivando a tua dorAumenta a tua riqueza.MARIA AUTEM CONSERVABAT OMNIA VERBA HAEC CONFERENS IN CORDE SUO.

ESPELHO DE DORPRELÚDIO

OS MISTÉRIOS DOLOROSOSAGONIA NO JARDIMOs seus companheiros dormem no escuroO seu Pai está no céu e recusa-se:Um imenso vazio em que o amor sucumbe;Nem um pássaro se agita na árvore…

Só Jesus velaNesta prisão de uma noite eterna?Só existe um abandono, o seu? Apenas um ouvidoEm vão esperando as vozes da madrugada?

Dans sa maison, la fenêtre ouverteSur la colline qui fut si verteÀ contempler, au temps du bonheur,

La Mère aussi souffre l’agonieDu fils absent que son Père oublieEt doit garder pour elle, ses pleurs.

FLAGELLATIONQuand j’avais peur, pour vous, d’une abeilleD’un pli d’étoffe et de moins encor,Quand voletait sur vos joues, pareillesA l’abricot, la pruine d’or.

Si l’on m’eût dit que bientôt, les hommes,Portant la main sur tant de beauté,Déchireraient avant son été,Le fruit parfait promis à l’automne,

J’aurais caché au fond de mon seinLe bien de Dieu qui est tout mon bienEt j’aurais pris sur moi sa torture…

Est-ce justice que ma douleur,Du plomb volant qui bat votre cœurN’ait que l’écho mais non la blessure ?

COURONNEMENT D’ÉPINESMère, mes sœurs, dites-moi quel rêveN’aura pas fait pour son nouveau-néEn le berçant une ronde aux lèvres,La mère heureuse en sa pauvreté ?

Si j’ai péché contre la sagesseEn couronnant votre front de fleur,Faut-il, mon Fils, que tant de tendresseVous ait valu tant de déshonneur ?

Em casa, de janela abertaSobre a colina que era tão verdeNos tempos de felicidade,

A Mãe também sofre a agoniaDo filho ausente esquecido pelo PaiE tem de guardar para si as suas lágrimas.

FLAGELAÇÃOPensar que, por ti, tinha medo de uma abelha,De uma prega de um tecido ou até de algo mais leve,Quando esvoaçava nas tuas faces cor de alperce, uma flor dourada.

Se então me dissessem que em breve os homens,Estendendo a sua mão sobre tanta beleza,Destruiriam, antes do seu verão,Este fruto perfeito dedicado ao outono,

Eu teria escondido no fundo do meu peitoO bem de Deus que é o meu bemE teria assumido a sua tortura…

Será justo que a minha dor,Do chumbo que percute, voando, o teu coração,Sinta apenas o eco e não a ferida?

COROAÇÃO DE ESPINHOSMãe, irmãs, que sonhos não fez Para o seu recém-nascido,Enquanto o embalava com uma canção,Uma mãe, na pobreza feliz?

Se foi um insensato pecadoCoroar a tua fronte de flores,Será justo que, meu Filho, tanta ternuraTe traga tanta desonra?

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« Ô faible prince, où sont vos conquêtes ?Un rond d’épine étreint votre tête.Un roseau sec tremble entre vos doigts… »

Je veux, du moins sous ce pauvre règne,Humilier mon rêve qui saigneEt de mes maux vous faire le roi…

PORTEMENT DE CROIXJe veux le voir et n’être pas vue ;C’est déjà trop pour lui d’une Croix !Dans cette foule comme perdue,Si je défaille, ah ! soutenez-moi.

Rien qu’une femme parmi les femmes :Il ne meurt pas pour moi, mais pour tous.Oubliez-moi, mon Fils, et mes larmesCouleront mieux sur eux et sur vous.

Une autre donc essuiera sa face ;Une autre donc baisera la traceDes pieds saignants ; un autre prendra

Le bois pesant de sur son épaule…Quant à moi, la Mère, mon rôleEst de tomber quand il passera.

CRUCIFICATIONAvec ma pauvre plainte de mère,Que suis-je là-devant, mon Aimé ?Un Dieu qui meurt, oui ! le grand mystère !…Je vois un Fils, qui me va quitter…

Qu’aucun moyen d’en haut m’adoucisseUne douleur que toute je veux !À ma douleur je fais le sacrificeDe la divinité de mon Dieu.

«Fraco príncipe, onde estão as tuas conquistas?São espinhos que coroam a tua cabeça.Na tua mão estremece um ramo seco…»

Quero, pelo menos nesse teu pobre reinado,Humilhar os meus sonhos que sangramE dos meus males te coroar rei… CARREGANDO A CRUZQuero vê-lo e não ser vista;Já lhe basta uma só cruz!Perdida nesta multidão,Se desfalecer, ah! amparem-me.

Apenas uma mulher entre as mulheres:Não é por mim que ele morre, mas sim por todos nós.Esquece-me, meu Filho, e as minhas lágrimasMais facilmente correrão por ti e por todos.

Outra deverá limpar a sua face:Outra deverá beijará o rastoDos seus pés em sangue; um outro

Carregará a sua pesada cruz…E eu, a Mãe, o meu papelSerá o de desmaiar quando ele passar.

CRUCIFICAÇÃOQue faço eu aqui, diante do meu Amado,Com este pobre lamento de mãe?Morre um Deus, sim! grande mistério!…Vejo um Filho, que me abandona…

Que lá das alturas nada atenueEsta dor que toda quero para mim!Sacrifico á minha dorA divindade do meu Deus.

Il voit mes pleurs et ne les pardonne ;J’accepterai l’enfant qu’il me donneA consoler dans notre maison…

Mais c’est trop peu pour tenir sa place ;Entre mes bras qui plus ne l’embrassent,Tous ses enfants, les hommes, viendront.

MIROIR DE GLOIREPRÉLUDE

LES MYSTÈRES DE GLOIRE:RÉSSURECTIONElles ne doutait pas de lui ;Le troisième jour était proche ;Ayant prié toute la nuit,Elle respirait sous le porche,

Quand aux premiers feux du matin,S’avancèrent les deux Marie,Elles se tenaient par la main,Aussi craintives que ravies.

« Le Maître n’est plus au tombeau… »Dit l’une : mais l’autre aussitôt,Croyant que la Mère chancelle :

« Mère, mère, le Maître vit. »La Mère sanglote, sourit :« Je le savais déjà» dit-elle.ALLELUIA, ALLELUIA, ALLELUIA

ASCENSIONMon fils, me quittez-vous encor ?J’ai peine à soutenir la vueDe votre visage dans l’orDe cette triomphale nue !

Pour la troisième fois perdu,Si vous rentrez au sein du Père,Me serez-vous jamais renduEt redescendez-vous sur terre.

Ele vê as minhas lágrimas e perdoa;Aceitarei na nossa casa o filhoQue ele me entrega para o consolar…

Mas não chega para preencher o seu lugar;Aos meus braços, que já o não abraçam,Virão todos os seus filhos, os homens!

ESPELHO DE GLÓRIAPRELÚDIO

MISTÉRIOS GLORIOSOSRESURREIÇÃOEla nunca duvidou dele;Chegava o terceiro dia;Rezara toda a noite,E respirava no alpendre,

Quando, ao raiar do dia,Chegaram as duas Marias,De mãos dadas,Temerosas e encantadas.

«O Mestre já não está no túmulo…»Disse uma delas: e logo a outra.Julgando que a Mãe vacila:

«Mãe, mãe, o Mestre está vivo.»A Mãe soluça, sorri:»Já o sabia», disse. ALLELUIA, ALLELUIA, ALLELUIA

ASCENÇÃOMeu filho, de novo me abandonas?Não consigo suportar a vistaDa tua face por entre o ouroDesse céu triunfal!

Pela terceira vez te perco,Se voltas para o seio do Pai,Como poderei alguma vez voltar a ver-teE nunca mais descerás a esta terra.

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- C’est vous, ma Mère, qui, demain,Gravirez le même cheminPour ne jamais plus redescendre.

- Mon fils, mes pieds déjà sont lasDe traîner mon corps ici-bas !- Vous n’aurez que les bras à tendre. SANCTUS, SANCTUS, SANCTUS

PENTECÔTESans Fils. Au Cénacle sans Maître,Parmi les anciens compagnonsLe plus doux reposant sa têteSur votre sein plein d’oraison.

Vous attendez en patience,Tout en lissant de fins cheveux,Que l’épreuve de l’espéranceS’achève entre les bras de Dieu.

A bout de louange sacrée,Les mots manquent a vos pensées,Mais Dieu tonne dans la maison.

Et grâce au fulgurant baptême,Vous pouvez chanter en vous-même,Dans toutes les langues, Son Nom. ASSOMPTIONAinsi, sans passer par la tombeDe la terre où poussent les fleursAu ciel où les Anges font chœur,Par le bleu chemin des colombes

La Vierge qui n’eut que douleursEt plus qu’aucune mère humaine,Endormant dans son cœur sa peine,Refermant ses yeux sur ses pleurs,

- Serás tu, minha Mãe, quem, amanhã,Subirás pelo mesmo caminhoPara nunca mais voltar a descer.

- Meu filho, os meus pés estão cansadosDe suportar o meu corpo nesta terra!- Terás apenas de estender os braços.SANCTUS, SANCTUS, SANCTUS

PENTECOSTESSem o Filho. No Cenáculo sem o Mestre,Entre os seus antigos companheiros,O mais terno repousando a sua cabeçaNo vosso seio pleno de orações Esperas pacientemente,Alisando os teus finos cabelos,Que o testemunho da esperançaSe termine entre os braços de Deus.

De tantos santos louvores proferirJá faltam as palavras aos teus pensamentos,Quando Deus ressoa na tua morada.

E graças ao fulgurante batismo,Podes agora cantar dentro de ti,Em todas as línguas, o seu Nome.

ASSUNÇÃOE foi assim que, sem passar pelo túmulo,Da terra onde nascem as floresPara o céu onde os Anjos cantam,Por um azul caminho de pombas,

A Virgem, que só conhecera dores,E maiores que alguma mãe humana, Adormecendo a dor no seu coração,Fechando os seus olhos sobre as suas lágrimas,

S’envola tout droit, soulevéeSur une étoile immaculéePar un essaim léger d’enfants,

Pour s’éveiller rajeunie,Telle qu’au matin de sa vieQuand Dieu lui fit de Dieu présent.

COURONNEMENT AU CIELIci, le poète, éblouiRenonce à peindre ce qu’il rêve ;A sa prière, qui s’élève,Il abandonne son esprit.

Il ne sait rien que ce monde ;Ses yeux ne se sont pas ouvertsAux vibrations dont l’étherPropage, autour de Dieu, les ondes…

Il s’arrête et songe… à l’effroiDe la servante aux pieds du RoiDont le front dévoilé rayonne,

A la déchirante douceurQui soudainement prend au cœurLa Mère que son Fils couronne.

Ascendeu, elevadaNuma estrela imaculadaPor um ligeiro enxame de crianças,

Para acordar jovem Como era, quando na manhã da sua vidaDeus lhe ofereceu Deus.

COROAÇÃO NO CÉUAqui, o poeta, maravilhado,Renuncia a descrever o que sonhou;Abandona á oraçãoO seu espírito que se eleva.

Apenas conhece este mundo;Os seus olhos não se abriram aindaPara as vibrações que o éterEm ondas difunde em torno a Deus.

Para e sonha… com o temorDa serva aos pés do ReiCuja face descoberta resplandece,

Com a dilacerante doçuraQue subitamente invade o coraçãoDa Mãe coroada pelo Filho.

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Convento dos Cardaes Fundado por D. Luísa de Távora em 1681 para as religiosas Carmelitas Descalças, ano em que a Fundadora passa a habitá-lo, ainda que as obras só se dessem por concluídas em 1703. Obedece à arquitetura do século XVII e é adaptada às estritas Regras das Carmelitas, que limitam o contato com o mundo.

O exterior é robusto e austero mas, no seu interior, encontram-se tesouros decorativos, como a Igreja com os altares em talha dourada, a nave envolta em painéis de azulejos de origem holandesa e, num plano superior, uma pintura atribuída a António Pereira Ravasco e André Gonçalves. O edifício ocupa uma área total de 5 mil metros quadrados, espaço que se divide ainda em Comungatório, Sacristia, Sala Mariana, Sala da Paixão, Claustros, Refeitório, Escada Claustral, Oratório, Capelinha de São José, Antecoro, Coro Alto e Sala do Capítulo.

Filipe Carvalheiro é formado em Composição pela Escola Superior de Música de Lisboa e em Direção pela Universidade de Cincinnati (Estados Unidos). Desenvolveu ainda estudos de aperfeiçoamento em Composição com Emmanuel Nunes (França) e Karlheinz Stockhausen (Alemanha) e de Direção de Orquestra com Donato Renzetti (Itália) e Jorma Panula (Finlândia). Como maestro tem-se apresentado sobretudo na Dinamarca, Suécia, Áustria, Inglaterra, Polónia e Alemanha.

É atualmente maestro titular da Kammerorkestret Musica e do Kammerkoret Musica (Copenhaga).

Como maestro convidado ou assistente tem ainda colaborado com diversas orquestras e coros no norte da Europa, destacando-se a sua colaboração com o Teatro Real (Ópera de Copenhaga) e a Opera Hedeland (Hillerød).

Em concursos internacionais conquistou por duas vezes o Conductors Prize, na Polónia em 2013 e em Espanha em 2015.

Em 2015 gravou o CD “Kvindestemmer” e dirigiu no Castelo de Kronborg, Helsingør, o concerto de gala para o lançamento da organização de cooperação internacional “Transition”, transmitido em direto para a Dinamarca, Suécia, Hungria, Japão e Índia.

A convite da Rainha Margrethe II da Dinamarca dirigiu o concerto comemorativo dos 100 anos de direito de voto feminino naquele país. Desde 1989, o Maestro e compositor Filipe Carvalheiro é o diretor artístico da Temporada Música em São Roque, organizada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

20 OUT | DOMINGO | 16h30Mosteiro de Santos-o-Novo

CAPELLA JOANINA Proibição & Consentimento: Transmutação na Música Portuguesa de Seiscentos para Setecentos

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