notícias de israel - ano 29 - nº 11

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William Blackstone e o pág. 12 Sionismo Criso BETH-SHALOM www.Beth-Shalom.com.br Novembro de 2007 • Ano 29 • Nº 11 • R$ 3,50

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• Jerusalém, Jerusalém! • William Blackstone e o Sionismo Cristão • Israel na vanguarda tecnológica • “Hatikva!, canto de esperança • Naftali Herz Imber, o autor de “Hatikva”

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Page 1: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 11

William Blackstonee o

pág. 12Sionismo Cristão

BETH-SHALOM www.Beth-Shalom.com.br Novembro de 2007 • Ano 29 • Nº 11 • R$ 3,50

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É uma publicação mensal da ““OObbrraaMMiissssiioonnáárriiaa CChhaammaaddaa ddaa MMeeiiaa--NNooiittee”” comlicença da ““VVeerreeiinn ffüürr BBiibbeellssttuuddiiuumm iinn IIssrraaeell,,BBeetthh--SShhaalloomm”” (Associação Beth-Shalom paraEstudo Bíblico em Israel), da Suíça.

AAddmmiinniissttrraaççããoo ee IImmpprreessssããoo::Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai90830-000 • Porto Alegre/RS • BrasilFone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385E-mail: [email protected]

EEnnddeerreeççoo PPoossttaall::Caixa Postal, 168890001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil

FFuunnddaaddoorr:: Dr. Wim Malgo (1922 - 1992)

CCoonnsseellhhoo DDiirreettoorr:: Dieter Steiger, Ingo Haake,Markus Steiger, Reinoldo Federolf

EEddiittoorr ee DDiirreettoorr RReessppoonnssáávveell:: Ingo Haake

DDiiaaggrraammaaççããoo && AArrttee:: Émerson Hoffmann

Assinatura - anual ............................ 31,50- semestral ....................... 19,00

Exemplar Avulso ................................. 3,50Exterior: Assin. anual (Via Aérea)... US$ 35.00

EEddiiççõõeess IInntteerrnnaacciioonnaaiissA revista “Notícias de Israel” é publicadatambém em espanhol, inglês, alemão,holandês e francês.

As opiniões expressas nos artigos assinadossão de responsabilidade dos autores.

INPI nº 040614Registro nº 50 do Cartório Especial

OO oobbjjeettiivvoo ddaa AAssssoocciiaaççããoo BBeetthh--SShhaalloomm ppaarraaEEssttuuddoo BBííbblliiccoo eemm IIssrraaeell éé ddeessppeerrttaarr eeffoommeennttaarr eennttrree ooss ccrriissttããooss oo aammoorr ppeelloo EEssttaaddooddee IIssrraaeell ee ppeellooss jjuuddeeuuss.. Ela demonstra oamor de Jesus pelo Seu povo de maneiraprática, através da realização de projetossociais e de auxílio a Israel. Além disso,promove também CCoonnggrreessssooss ssoobbrree aa PPaallaavvrraaPPrrooffééttiiccaa eemm JJeerruussaalléémm e vviiaaggeennss, com aintenção de levar maior número possível deperegrinos cristãos a Israel, onde mantém aCasa de Hóspedes “Beth-Shalom” (no monteCarmelo, em Haifa).

ISRAELNotícias de

14

4 Prezados Amigos de Israel

HHOORRIIZZOONNTTEE

• Israel na vanguarda tecnológica - 14• “Hatikva!, canto de esperança - 18• Naftali Herz Imber, o autor de “Hatikva” - 19

índice5 Jerusalém, Jerusalém!

10 William Blackstone e o Sionismo Cristão

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44 Notícias de Israel, novembro de 2007

A última das sete festas do Senhor é a Festados Tabernáculos, cuja data é determinada pelociclo lunar do calendário bíblico. Neste ano,segundo nosso calendário, a festa caiu no final desetembro e início de outubro. Sua duração é deoito dias e há muitos anos tornou-se uma boaoportunidade de realizar festivais e outrasprogramações populares em Israel. Na mídiatambém aparecem contribuições sobre as origensbíblicas e tradicionais da festa. Num programa derádio, um rabino disse que a Festa dosTabernáculos seria a única das sete festas bíblicasque não está relacionada com um milagre.Quando ouvi essa afirmação, logo percebi que elanão era correta. Conforme Levítico 23.43, Deusordenou que os israelitas comemorassem essafesta para não esquecerem que tinham habitadoem tendas durante sua peregrinação no deserto,após sua saída do Egito. Aparentemente, essetempo de peregrinação no deserto tinha sidomuito importante aos olhos de Deus. Por isso, Elevoltou a lembrá-la aos israelitas, para que nãoesquecessem Sua bondade. Pouco antes de suamorte, Moisés disse estas palavras de Deus:“Quarenta anos vos conduzi pelo deserto;não envelheceram sobre vós as vossasvestes, nem se gastou no vosso pé asandália” (Deuteronômio 29.5). Será que asobrevivência no deserto não foi um grandemilagre? Na verdade, os israelitas só puderamsobreviver porque Deus cuidou deles,protegendo-os durante o dia com uma nuvem ecom a coluna de fogo durante o frio da noite.

Do ponto de vista profético, essa ação deDeus com Seu povo da Antiga Aliança tambémtem um maravilhoso significado para o povo daNova Aliança. Paulo compara a vida terrena doscrentes com a habitação em um tenda, outabernáculo: “Sabemos que, se a nossa casaterrestre deste tabernáculo se desfizer,temos da parte de Deus um edifício, casanão feita por mãos, eterna, nos céus” (2Coríntios 5.1). Provavelmente, ao utilizar apalavra “tabernáculo” para descrever a vidatemporal e passageira, Paulo pensou nas tendasem que os israelitas habitaram até sua entrada naTerra Prometida.

Nossa vida também é, em certo sentido, umaperegrinação através de um terrível deserto, atéfinalmente chegarmos às fronteiras da “terraprometida”. Do mesmo modo como os israelitas

naquele tempo, corremos o perigo de murmurarcontra Deus quando enfrentamos dificuldades, aoinvés de enfrentá-las na fé. Por isso, é importanterelembrarmos sempre daquilo que Ele fez poramor a nós. Assim, permaneceremos firmes na fée não começaremos a duvidar da Sua bondade edos Seus cuidados. Por ser extremamenteimportante não esquecer da bondade de Deus,antes de sua morte Moisés voltou a exortarinsistentemente o povo de Israel com estaspalavras: “Tão-somente guarda-te a timesmo e guarda bem a tua alma, que tenão esqueças daquelas coisas que os teusolhos têm visto, e se não apartem do teucoração todos os dias da tua vida, e as farássaber a teus filhos e aos filhos de teusfilhos” (Deuteronômio 4.9).

Quantas vezes o Senhor realizou Suasmaravilhosas promessas em nossa vida, nosguardou e conduziu através do “deserto” da vidaterrena! Por isso, Ele nos exorta a nãoesquecermos o que Ele tem feito de bom.

Unido com vocês nessa constante lembrançado profundo amor e da grande bondade de Deus,saúdo com um sincero

Shalom!

FFrreeddii WWiinnkklleerr

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ISRAEL É O PRINCIPAL ASSUNTO DA BÍBLIA,ocupando a maior parte de suas páginas. As mui-tas profecias referentes ao seu passado, presente efuturo são vitais para a compreensão da Palavrade Deus. Infelizmente, elas são ignoradas, anula-das por “explicações teológicas” ou simplesmenterejeitadas pela vasta maioria dos cristãos profes-sos, grande parte dos quais insiste que Israel foisubstituído pela Igreja.

Contudo, Jeremias declara que Israel jamaisdeixará “de ser uma nação” (Jeremias 31.35-37).Paulo, em apenas um sermão, refere-se três vezesa Israel como uma entidade ininterrupta (Atos13.17,23,24). Sobre as doze portas da Jerusalémcelestial estão escritos os nomes das “doze tribosdos filhos de Israel” (Apocalipse 21.12) – portanto,as dez tribos não se perderam, de modo algum!Juntem-se a isso os nomes dos “doze apóstolos doCordeiro”, nos fundamentos da cidade (Apocalip-se 21.14). Ignorando isso, a “teologia da substi-tuição” é uma das várias doutrinas católicas ro-manas adotadas por Lutero, Calvino e outrosgrandes reformadores, sendo aceita por muitoscomo teologia da Reforma.

Jesus Cristo, o Salvador e Redentor de todosos que nEle crêem, é, sem dúvida, o assunto mais

importante das Escrituras – contudo, sem Israel,não existiria um Salvador. Jesus é um judeu, des-cendente de Abraão, Isaque e Jacó, através do reiDavi, o que Lhe dá o direito de governar Israel eo mundo. Ele nasceu em Israel, ali viveu todos osseus dias terrenos e (com algumas exceções) mi-nistrou exclusivamente aos judeus, conformeMateus 15.24: “Não fui enviado senão às ovelhasperdidas da casa de Israel”. Ele ordenou aos Seusdiscípulos: “Não tomeis rumo aos gentios, nem en-treis em cidade de samaritanos; mas, de preferência,procurai as ovelhas perdidas da casa de Israel” (Ma-teus 10.5-6). Após a Cruz e a Ressurreição, po-rém, Ele ordenou: “Ide, fazei discípulos de todas asnações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, edo Espírito Santo” (Mateus 28.19 e Marcos 16.15).Mesmo assim, o Evangelho continua sendo “pri-meiro do judeu e também do grego” (Romanos 1.16).

Em outros artigos, temos visto que a inacredi-tável vastidão do espaço torna impossível a pene-tração das fronteiras do Cosmo, quer seja por na-ves ou pelo rádio. Como é assombroso, portanto,que o Criador tenha escolhido um minúsculoplaneta e uma pequena cidade do mesmo paraser permanentemente o centro do Universo! Ig-norando milhares de cidades maiores, com bele-

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zas e recursos naturais superiores,Deus escolheu Jerusalém, dizen-do: “[nela] porei o meu nome parasempre” (2 Reis 21.7 e 2 Crônicas33.7).

Deus declarou que nos últimosdias Ele faria de Jerusalém “umapedra pesada para todos os povos”(Zacarias 12.3). Para que isso setornasse realidade, deveria existiruma organização mundial. AONU foi formada em 1945, atempo de votar que Israel voltas-se à existência, após 1.800 anos dedestruição e dispersão. E Jerusa-lém tornou-se um peso tão gran-de que a ONU tem gasto um ter-ço do seu tempo debatendo e con-denando Israel, uma naçãominúscula que representa apenas1/1.000 da população mundial.Finalmente, a III Guerra Mundialserá travada por causa de Jerusa-lém, quando os exércitos do An-ticristo buscarem frustrar os pla-nos de Deus para Israel, na tenta-tiva de completar a última“solução final do problema judeu”de Hitler, com a destruição de Is-rael e de todos os judeus do mun-do inteiro.

Duas vezes na Bíblia Jerusalémé chamada “cidade do nosso Deus”(Salmo 48.1,8); duas vezes, “cida-de de Deus” (Salmo 46.4 e Salmo87.3); oito vezes, “santa cidade”ou “cidade santa” (Neemias 11.1;Isaías 48.2; Isaías 52.1; Mateus4.5; etc.). Deus decretou que ja-mais existirá uma cidade igual aJerusalém! Ela é mencionada 811vezes na Bíblia e nenhuma vez noCorão, revelando a mentira deque Jerusalém sempre foi sagradapara os muçulmanos. Somenteapós o renascimento de Israel co-mo nação, essa falsa alegação foiinventada para justificar os ata-ques islâmicos contra Israel comouma “potência ocupadora”. OsEUA, a ONU, a União Européia(UE) e outros países aceitam essamentira como base para uma“paz” que pretendem impingir aIsrael com os vizinhos muçulma-nos, os quais estão determinados adestruir o Estado judeu.

Toda a história de Jerusalém,inclusive sua destruição (em 70d.C.) e sua restauração “nos últi-mos dias”, foi predita pelos profe-tas hebreus e por Jesus Cristo:

“Em verdade vos digo que nãoficará aqui pedra sobre pedraque não seja derribada” (Ma-teus 24.2) –“...esta cidade seráreedificada... Jerusalém jamaisserá desarraigada ou destruída”(Jeremias 31.38-40). Aindaem processo de realização,em face da ferrenha oposiçãodo mundo e de Satanás, a ca-minhada rumo ao cumpri-mento das profecias de res-tauração (nenhuma delas po-dendo ser aplicada à Igreja) éa maior prova que Deus dá de Suaexistência e de que a Bíblia é aSua Palavra infalível – uma provavital que a “teologia da substitui-ção” rejeita.

Que os cristãos queiram negaros propósitos divinos para Israel éalgo além da possibilidade decompreensão. Igualmente inacre-ditável é que, através da história,Israel tenha rejeitado o SenhorDeus e as bênçãos que Ele lhe da-ria. Essa rebelião tem persistido,apesar das espetaculares demons-trações do poder e da proteção deDeus: a divisão do Mar Vermelho;a direção através de uma colunade fogo à noite e uma nuvem dedia; a água brotando da rocha; omaná fresco diário; o fato de escu-tarem Deus falando com voz audí-vel; a queda dos muros de Jericó,a miraculosa derrota dos exércitosmuito superiores ao seu próprioexército, etc.

Essa indesculpável descrençacontinua ainda hoje por parte damaioria dos judeus, no mundo in-teiro, bem como também na Igre-ja. A vasta maioria dos judeuscontinua rejeitando Cristocomo o seu Messias, apesardo cumprimento de cente-nas de profecias, as quaiscomprovam a Sua identi-dade messiânica, alémde qualquer disputa.

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Ignorando milhares de cidades maiores, com belezas e recursos naturais superiores, Deus escolheu Jerusalém, dizendo: “[nela] porei o meu nome para sempre” (2 Reis 21.7 e 2 Crônicas 33.7). Na foto: a Porta de Damasco, em Jerusalém.

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Conforme predisseram os seuspróprios profetas, o Messias veio etem sido rejeitado pelo Seu povo epelo mundo. Além do mais, elesse juntam aos heréticos teólogosda substituição, recusando-se a re-conhecer a mão de Deus em pre-servar os judeus como um povoétnico identificável, e em levá-losde volta à sua terra, após 2.500anos de dispersão.

Nada pode exemplificar melhoro apaixonado desejo divino deabençoar Israel e sua determinadarejeição dEle e das bênçãos quedeseja outorgar-lhe, do que o an-gustioso lamento de Cristo sobreJerusalém. Contemplando a cida-de de Deus do Monte das Olivei-ras, Jesus chorou sobre ela: “Jeru-salém, Jerusalém, que matas os pro-fetas, e apedrejas os que te foramenviados! Quantas vezes quis eu reu-

nir os teus filhos, como a galinhaajunta os do seu próprio ninho debai-xo das asas, e vós não o quisestes!”(Lucas 13.34).

O Novo Testamento registraapenas um exemplo de Cristochorando sobre Jerusalém. Então,como pôde Ele dizer que haviachorado sobre Jerusalém vezessem conta? Obviamente, Ele esta-va afirmando ser o Deus de Israel,o qual tinha enviado continua-mente os Seus profetas: “...come-çando de madrugada, vos enviou oSENHOR todos os seus servos, os pro-fetas... Todavia, não me destes ouvi-dos, diz o SENHOR...” (Jeremias25.3-7).

Quanto à teologia da substitui-ção: sim, existem muitas seme-lhanças entre Israel e a Igreja: am-bos são chamadas povo “eleito”de Deus (Isaías 45.4; Mateus

24.31; 1 Pedro1.2); ambos sãochamadas povo“peculiar” separadodo mundo (Levítico20.24-26; Deutero-nômio 14.2; Tito2.14; 1 Pedro 2.9);ambos seriam odia-dos e perseguidospelo mundo (até amorte) (Salmo119.161; Salmo143.3; Mateus24.9; João 15.20;João 17.14); ambosseriam chamados àsantidade (Levítico20.7; 1 Pedro1.15).

Existem, contu-do, muitas diferen-ças: a Israel sãoprometidos umpaís e uma cidadenesta terra; à Igrejaé prometido um larno céu. Israel será

governado por Cristo; a Igrejagovernará Israel e o mundo juntocom Ele. Dois terços de todos osjudeus na terra serão mortos sobo Anticristo; a Igreja não estarána terra nesse tempo, pois seráunida a Cristo nas bodas realiza-das no céu (Apocalipse 19.7-8).Israel reconhecerá Cristo pelaprimeira vez no tempo de SuaSegunda Vinda; a Igreja chega-rá do céu com Ele, em triunfo(Zacarias 14.4-5 e Judas 14),como Sua noiva, para nunca maisdeixá-lO.

Israel tem permanecido quasesempre em total descrença, atémesmo nos dias de Moisés (Salmo81.8-13), enquanto a Igreja foi fielno princípio e cairá na apostasiasomente “nos últimos dias” (Atos20.29-30 e 2 Tessalonicenses 2.3).Apesar da queixa de que os israeli-tas não merecem estar na terra deIsrael por causa de sua rebeldia erejeição a Cristo, sua descrençanão é pior hoje do que no princí-pio, quando Deus trouxe o Seupovo à terra, sob o comando deJosué. A caminho da Terra Pro-metida, Israel se rebelou constan-temente e adorou os ídolos, atémesmo sob Moisés.

Israel abandonará a apostasia,em completa transformação e res-tauração nesta terra (Ezequiel 36-37), enquanto a Igreja mergulharácada vez mais na apostasia, até ahora do Arrebatamento (Atos20.29-31; 2 Tessalonicenses 2.3;Judas 3-4) e somente será aper-feiçoada no céu. Israel já temresvalado desde o princípio; aIgreja começou bem, mas es-tá em processo de queda, àmedida em que vai aumen-tando a apostasia, nos últi-mos dias. Em minhas re-centes reuniões, em muitoslugares através da Inglater-ra, uma grande porcenta-

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Através da história, Israel rejeitou o Senhor Deus e asbênçãos que Ele lhe dava: a divisão do Mar Vermelho;a direção através de uma coluna de fogo à noite euma nuvem de dia; a água brotando da rocha.

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gem dos que as assistiam havia fu-gido de igrejas apóstatas.

Assim como Israel, com a ido-latria, adotava deuses das naçõesao seu redor, também a Igreja,através do crescente MovimentoEcumênico, tem abraçado falsasdoutrinas. Os ingleses, cujos ante-passados permaneceram firmescontra as hediondas heresias deRoma, apesar do fogo e da espa-da, agora se vangloriam de suaunião com a prostituta da Babilô-nia. Enquanto estive na Inglater-ra, pensei constantemente emHugh Latimer e Nicolas Ridley, osquais, em 1555, foram amarradosà mesma estaca, em Oxford, porterem se recusado a aceitar a su-posta “transubstanciação” da hós-tia no corpo literal de Cristo. Àmedida em que cresciam as cha-mas, Latimer exclamava: “Fiqueconfortado, mestre Ridley, e sejacorajoso. Hoje, pela graça deDeus, vamos brilhar como umacandeia na Inglaterra, a qual con-fio que jamais será apagada”. Tra-gicamente, [hoje] essa chama équase invisível. A Reforma do sé-culo 16, que transformou a Ingla-terra e a Europa, é agora repudia-da pela vasta maioria dos cristãose líderes eclesiásticos.

Billy Graham diz que suascrenças são basicamente as mes-mas dos católicos romanos ortodo-xos. Ele afirma que a missa é o“evangelho correto e legítimo” e sevangloria de que a Igreja CatólicaRomana lhe deu as boas-vindas,em toda parte onde foi. ChuckColson, um arquiteto do ECT(Evangélicos e Católicos Juntos),defende a união com Roma e assis-te à missa em companhia de suaesposa católica romana. RickWarrren, James Dobson e outrosque conhecem tão bem o Evange-lho, trabalham com os católicos,enquanto suas igrejas deixam deadmoestar que o Catolicismo é umcaminho rumo ao inferno.

Como eu gostaria de ver esseshomens visitando Lourdes, naFrança (onde minha esposa Ruthe eu estivemos há algum tempo),sem ficar mortificados no espíritoe afligidos em suas consciências.Nossos corações ficaram abaladospor causa das milhares de pobrespessoas iludidas que chegam aLourdes, diariamente, em fluxoscontínuos, muitas delas em cadei-ras de rodas ou sobre muletas. Àmedida que a enorme fila se movi-menta vagarosamente pela gruta,onde “Maria” apareceu a Berna-

dete, em 1858,muitas mãos se le-vantam para acari-ciar as paredes, es-perando cura ebênção. Alguns fi-cam recitando bai-xinho, em suspiros,a “Oração a NossaSenhora de Lour-des”: “Ó VirgemMaria, Mãe de Mi-sericórdia, vós soiso refúgio dos peca-dores, a saúde dosenfermos e o con-forto dos aflitos...

Pela vossa aparição na Grutade Lourdes, vós a transformas-tes num privilegiado santuá-rio, onde vossos favores sãodados ao povo que a ele acor-re, do mundo inteiro... Então,venho até vós, com ilimitadaconfiança... Atendei, ó Mãeamorosa, minhas petições...”.Mãe de Misericórdia... Refúgiodos pecadores... Vossa glória...?Quanta blasfêmia!

Essa “Maria” católica é afigura dominante em toda partepara onde nos voltamos em Lour-des. Jesus só aparece como um be-bê em seus braços (até mesmo nocéu), pendurado na cruz ou mortoem seu regaço, aos pés da cruz.Na catedral principal, por trás doaltar, está pendurada uma enorme“Maria”, com estas palavras: “AJesus por Maria”. Jesus é reconhe-cido como Mediador com Deus,porém “Maria” seria o único ca-minho para Jesus! Não se vê qual-quer exaltação a Jesus. Sobre ascentenas de pedras com as quais acatedral foi construída, encon-tram-se gravados louvores e ora-ções a “Maria”.

Multidões de almas iludidas,carregando velas de todos os tama-nhos (adquiridas na vizinhança, apreços variados), andam, depoisde passarem pela gruta, em duasfileiras para o local onde as velasdevem ser colocadas, acendendoumas nas outras, as quais se jun-tam numa fogueira contínua. Mi-lhares dessas velas queimam simul-taneamente, dia e noite, com a ce-ra líquida escorrendo para caixasde metal, as quais são substituí-das várias vezes por dia, sen-do levadas de volta à fábri-ca, a fim de serem recicla-das em muitas outrasvelas, para renderemmais dinheiro à igreja.Em cada seção, por so-

88 Notícias de Israel, novembro de 2007

A Gruta de Lourdes, na França.

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bre as velas, estão escritas estaspalavras, em várias línguas: “Estaluz prolonga a minha oração”.

Os devotos seguidores de“Maria” podem ainda encomen-dar missas pagas a serem rezadasna “intenção” de alguém, emqualquer parte do mundo. Forada área delimitada, as ruas da ci-dade são margeadas por lojas, cu-jas caixas registradoras estão con-tinuamente tilintando com asvendas de indulgências, crucifixose todos os tipos de materiais sa-grados que a igreja tenha imagi-nado como veículos das bênçãosda “Virgem”, cada um a seu pre-ço. Entre os mais vendidos estãoas garrafas plásticas de variadostamanhos, com a figura da “Vir-gem Maria”, nas quais será colo-cada a água da fonte sagrada.

A apostasia de Israel, inclusivea adoração aos ídolos, não erapior do que as práticas de Roma,às quais os evangélicos têm aderi-do, na parceria ecumênica. Omundo inteiro, e também a Igre-ja, encontra-se em rebelião contraDeus. A prova dessa rebelião évista em toda parte.

Em um cemitério da Norman-dia, fiquei de coração partido aover as fileiras de mais de 9.000cruzes de mármore branco, mar-cando os túmulos dos homens

que morreram na in-vasão de junho de1944, a qual libertou aEuropa. Cada marcotraz o nome, a paten-te, a corporação e adata da morte do sol-dado. Incapaz de su-portar tanto horror,comecei a soluçar in-cont ro lave lmente ,com o coração pesa-do, indagando: “Se-nhor, por que fizesteo homem? Tu sabias

todo o mal que disso resultaria. Oque significam essas cruzes?Quantos desses homens criam emCristo, que morreu pelos pecadosdeles?”

Aqui e ali se encontrava umaestrela de Davi, em mármorebranco. Um número surpreenden-te dessas lápides não tinha nomes,mas apenas a explicação: “Aquijaz em honorável glória um cama-rada de armas, conhecido apenaspor Deus”. Pensei em tantos quenão estavam descansando, masem eterna agonia, nas chamas doinferno. E novamente, com o pei-to sufocado, soluçando irreprimi-velmente, sussurrei, vezes semconta: “Senhor, por quê?”

Eu sabia que Deus criou o ho-mem para outorgar amor e bên-ção sobre ele. Este mundo maude hoje não é o que Deus criou eEle não pode serculpado disso.Este é o mundofeito pelo ho-mem, em desafioao Deus Cria-dor, tentandoagir como sendoo seu próprioDeus.

Meus soluçosforam apenas umeco do próprio

coração de Deus – que deveriatocar os nossos. O Pai sofre poreste mundo, quer seja pela rejei-ção de muitos séculos do Seuamor pelos escolhidos, os ju-deus, ou pela apostasia da igreja“cristã” de hoje, ou pelos perdi-dos que torcem os seus narizesdiante de Sua oferta de perdão evida eterna em Sua presença.

Oremos para que um verda-deiro arrependimento ainda al-cance a Igreja e o mundo, afim de alegrar o coração do Pai, eque Cristo possa ver “o fruto dopenoso trabalho de sua alma” (-Isaías 53.11) e ficar satisfeito.

Escutamos o lamento ininter-rupto: “Jerusalém, Jerusalém!”,ecoando através dos séculos, ape-sar dos judeus e dos gentios teremcrucificado o Messias nessa cida-de. Agora Ele chora pelo mundointeiro. Que nós, como enviadosde Sua compaixão, façamos todoo possível para resgatar tantosquantos pudermos, antes que seja,para sempre, tarde demais! (TBC)

Dave Hunt é autor e conferencista mundial-mente conhecido. Ele escreveu mais de 25livros com tiragem total acima de 4.000.000de exemplares. Dave Hunt faz muitas pa-lestras nos EUA e em outros países, sendotambém freqüentemente entrevistado no rá-dio e na televisão por causa das suas pro-fundas pesquisas em áreas como misticis-mo oriental, fenômenos psíquicos, seitas eocultismo.

99Notícias de Israel, novembro de 2007

Recomendamos:

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Essa “Maria” católica é a figura dominante em todaparte para onde nos voltamos em Lourdes. Jesussó aparece como um bebê em seus braços (atémesmo no céu), pendurado na cruz ou morto emseu regaço, aos pés da cruz.

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Em seu livro A Place Among TheNations: Israel and the World [UmLugar Entre as Nações: Israel e oMundo], [o ex-primeiro-ministroisraelense] Benjamin Netanyahuidentifica o americano WilliamBlackstone como um dos exemplosmais notáveis de cristão sionista.Netanyahu comenta que “tal ativi-dade cristã precede o moderno Mo-vimento Sionista em, pelo menos,meio século”.1 (Na realidade, há re-gistro de Sionismo Cristão já no fimde 1500 na Inglaterra).2 Os primei-ros cristãos sionistas eram conheci-dos como restauracionistas, visto quedesejavam uma restauração dos ju-deus à terra de Israel. O nome deWilliam Blackstone é muito estima-do pelos judeus sionistas, a ponto

do Estado de Israel ter dado o no-me de Blackstone a um bosque, afim de homenageá-lo pelos esforçosiniciais para influenciar outras pes-soas em favor da reconstituição danação de Israel.

O Começo do MovimentoCom Blackstone

Blackstone nasceu em Adams,Estado de Nova York, no ano de1841 e foi criado num ambiente fa-miliar de metodistas fervorosos, on-de se tornou crente em Cristo comonze anos de idade.3 Quando se ca-sou, Blackstone mudou-se paraOak Park, Estado de Illinois, na re-gião de Chicago, e foi muito bemsucedido como homem de negó-

cios, tornando-se um magnata doramo imobiliário. “Em 1878, eleparticipou da Conferência de Nia-gara, cujo tema era o retorno dosjudeus à Palestina, na qual decidiutornar-se um corajoso restauracio-nista”.4 Apesar de ser metodista,passou a empreender esforços emprol do restabelecimento do Estadode Israel, motivado por sua visãodispensacionalista da profecia bíbli-ca. “Blackstone passou a ser um co-laborador pessoal de líderes pré-mi-lenistas, tais como, D. L. Moody,James H. Brookes e Horatio Spaf-ford, este que, por fim, fundou acolônia americana em Jerusalém”.5

Blackstone, um incansável estu-dioso autodidata da Bíblia e da teo-logia, continuou a desenvolver seu

1100 Notícias de Israel, novembro de 2007

> > > >THOMAS ICE

William Blackstone

e o

Sionismo Cristão

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interesse por aquilo que a Bíblia en-sina acerca de Israel. À semelhançade muitos crentes em Cristo quepossuem esse mesmo interesse, foilevado a empreender esforços parapregar o Evangelho ao povo judeu.Em 1887, fundou a Chicago HebrewMission [Missão Hebraica de Chica-go] que está ativa até hoje. Ao lon-go de sua vida, Blackstone combi-nou sua postura pró-sionista comseus esforços contínuos de ganhar opovo judeu para Cristo.

Em 1908, Blackstone publicou olivro Jesus is Coming [Jesus EstáVoltando], que se tornou um best-seller com a venda de mais de ummilhão de cópias em três edições efoi “traduzido para trinta e seisidiomas”.6 “É provável que em suaépoca não tenha havido um exposi-tor dispensacionalista da Bíbliamais aclamado pelo público do queele”.7 Blackstone pode ser conside-rado o Hal Lindsey daquele tempo.

O Sionismo Cristão de Blackstone

Embora seja amplamente conhe-cido na história do evangelicalismopor diversos feitos, Blackstone é

mais conhecido por sua incansávelatividade em prol do restabeleci-mento da nação judaica em Israel.Sem dúvida alguma, Blackstone foio principal líder sionista de seutempo. Timothy Weber faz o se-guinte comentário sobre Blackstonee o dispensacionalismo:

Os dispensacionalistas, na suamaioria, ficaram satisfeitos em sermeros observadores do movimentosionista. Eles ficaram atentos ao mo-vimento e o analisaram; pronuncia-ram-se em favor dele. Porém, em ter-mos políticos, raramente se envolve-ram para promover seus objetivos.Entretanto, há uma exceção a essaregra na pessoa de William E.Blackstone, um dos escritores dispen-sacionalistas mais estimados de suaépoca.8

No que diz respeito à restaura-ção dos judeus à sua terra natal,Blackstone diz em seu livro: “Tal-vez você diga: ‘eu não creio que osisraelitas devam retornar à terra deCanaã, nem creio que Jerusalémdeva ser reconstruída’. Meu caroleitor, você já leu as declarações daPalavra de Deus sobre esse assunto?Certamente não existe nada que te-nha sido afirmado com mais clarezanas Escrituras do que isso”.9 Apósfazer tal declaração, as próximasquatorze páginas que ele escreveupraticamente só contêm citaçõesdas Escrituras que fundamentamsua convicção. Então ele conclui:“Poderíamos ter enchido um livrointeiro com explicações sobre a ma-neira pela qual Israel será restaura-do à sua terra, mas nosso único de-sejo era o de demonstrar o fato in-

questionável da profecia, fato esseque está intimamente relacionadocom a aparição de nosso Senhor eque, segundo cremos, cumprir-se-áplenamente”.10

Por volta de 1891, o ativistaBlackstone organizou um abaixo-assinado endossado por 413 proe-minentes cidadãos americanos e en-viou esse documento ao presidenteBenjamin Harrison defendendo orestabelecimento dos judeus que es-tavam sendo perseguidos na Rússianuma nova terra natal, então cha-mada de Palestina.11 Segue abaixoum trecho daquela petição:

Por que não lhes devolver a Pales-tina? De acordo com a distribuiçãodas nações feita por Deus, a Palesti-na é a sua terra natal – uma posses-são inalienável da qual eles foramforçosamente expulsos. Quando elesa cultivavam, era uma terra extraordi-nariamente frutífera que sustentavamilhões de israelitas; eles diligente-

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“Blackstone passou a ser um colaborador pessoal de líderes pré-milenistas, tais como, D. L. Moody,James H. Brookes e Horatio Spafford,este que, por fim, fundou a colôniaamericana em Jerusalém”.

D. L. Moody

Por volta de 1891, o ativista Blackstoneorganizou um abaixo-assinado endossa-

do por 413 proeminentes cidadãosamericanos e enviou esse documento

ao presidente Benjamin Harrison defendendo o restabelecimento dos

judeus que estavam sendo perseguidosna Rússia numa nova terra natal, então

chamada de Palestina.

Benjamin Harrison

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mente lavravam suas encostas e va-les. Eram agricultores e produtores,bem como se constituíam numa na-ção de grande importância comercial– o centro da civilização e da reli-gião [...] Cremos que este é o mo-mento adequado para que todas asnações, principalmente as naçõescristãs da Europa, demonstrem bene-volência para com Israel. Um milhãode exilados que, devido ao seu terrí-vel sofrimento, imploram, de formacomovente, a nossa compaixão, justi-ça e humanidade. Restauremos-lhesagora a terra da qual eles tão cruel-mente foram despojados por nossosancestrais romanos.12

Blackstone esclareceu: “Cercade 2 milhões de judeus da Rússiaapelam em condições deploráveispor nossa compaixão, justiça e hu-manidade, desesperados por um lu-gar de refúgio na Palestina”.13 CarlEhle faz a seguinte descrição dossignatários:

Entre os 413 signatários alistadospor suas respectivas cidades – Chica-go, Boston, Nova York, Filadélfia,Baltimore e Washington – estavam osformadores de opinião da época:editores e/ou redatores dos princi-pais jornais e periódicos evangélicos

(no mínimo, um total de noventa etrês jornais representados), os prefei-tos de Chicago, Boston, Nova York,Filadélfia e Baltimore, dentre outrasautoridades, os principais clérigos erabinos, grandes empresários, T. B.Reed (presidente da Assembléia Le-gislativa), Robert R. Hitt (presidenteda Comissão de Relações Exterioresda Câmara) e William McKinley, deOhio, o qual mais tarde se tornoupresidente.14

Webber salienta: “Embora a pe-tição tenha recebido muita cobertu-ra da imprensa, o presidente Harri-son e seu secretário de Estado prati-camente ignoraram aqueledocumento; além disso, a pequenaatenção que o documento recebeuna esfera diplomática dissipou-se ra-pidamente”.15 Apesar de ter conse-guido pouco na área política, foi di-to que a petição de Blackstone exer-ceu um impacto estimulante emtoda a sociedade americana. A peti-ção ganhou ampla cobertura dosjornais, gerando muita discussão eadesão pública. Ela despertou gran-de interesse entre os todos os ju-deus.16 Blackstone desejava que opresidente convocasse uma confe-rência internacional de chefes de

Estado, principalmen-te os europeus, a fimde usarem sua in-fluência para consti-tuir o novo Estado Ju-deu. Blackstone argu-mentou da seguintemaneira: “A ninguém[...] a nenhum mortal,desde os dias de Ciro,rei da Pérsia, foi con-cedida tamanha opor-tunidade privilegiadade propiciar o cum-primento dos propósi-tos de Deus relativosao Seu antigo povo”.17

Em 1916, Blacks-tone fez um apelo se-

melhante ao presidente WoodrowWilson, filho de um pastor presbite-riano que se tornara cristão sionista,solicitação essa que influenciou opresidente americano a se mostrarfavorável à Declaração Balfour em1917.18 Essa declaração foi assinadapraticamente nos mesmos termosda primeira petição de Blackstone.Oren chega à seguinte conclusão:“Como sempre aconteceu na expe-riência histórica dos Estados Uni-dos com o Oriente Médio, a fé deum homem provou ser o sonho deoutro, enquanto a política era de-terminada pelo poder governamen-tal”.19

O Relacionamento Com os Judeus

Embora Blackstone tenha atua-do incansavelmente como um cris-tão sionista, nunca perdeu seu ar-dor pela evangelização dos judeus.“Em 1890 ele organizou e presidiua primeira conferência para cristãose judeus em Chicago”.20 Hoje emdia, eventos assim são comuns, masna época de Blackstone nunca seouvira falar, até então, de conferên-cias dessa natureza. Blackstoneaproveitou a ocasião para promovero tema da restauração dos judeus àterra de Israel, com a inclusão dealguns argumentos que comprova-vam ser Jesus o Messias. Os judeus“sionistas gostavam de Blackstone econfiavam nele”,21 apesar das suasfreqüentes tentativas de evangelizá-los. Um exemplo típico de iniciativade evangelização tomada ao longode sua vida é a que ocorreu “em1918, por ocasião de um ajunta-mento sionista em massa na cidadede Los Angeles, quando Blackstoneteve a petulância de fazer um apelode púlpito”,22 convidando sua au-diência de centenas de judeus a queviesse à frente e aceitasse Jesus co-mo seu Messias. A despeito de tais

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Judeus russos.

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tentativas, ele continuava a ser mui-to amado dentro da comunidadejudaica.

Blackstone queria deixar um le-gado de evangelização para o povojudeu, de modo que pudesse contri-buir para a salvação dele após o Ar-rebatamento da Igreja. Ele produ-ziu e distribuiu material explicativoa fim de que os judeus soubessemcomo poderiam ser salvos depoisque o Arrebatamento acontecesse.23

Houve ocasião em que Blackstonechegou a ter centenas de NovosTestamentos impressos em hebrai-co, os quais foram levados para Pe-tra [na atual Jordânia] e lá estoca-dos a fim de que o remanescentejudeu pudesse conhecer o caminho

da salvação duran-te o tempo daGrande Tribula-ção.

ConclusãoNão é de se ad-

mirar que “a Con-ferência Sionista de1918, realizada emFiladélfia, tenhaaclamado Blacksto-ne como o ‘Pai doSionismo’ e queem 1956, por oca-sião do septuagési-mo quinto aniver-sário de sua petiçãoao presidente Har-rison, os cidadãosdo Estado de Israeltenham homena-geado Blackstone,dando seu nome aum bosque”.24

Blackstone passouo resto de sua vida,até a sua morte em1935, a serviço dacausa que amava.Embora tenha fica-

do muito empolgado com os desdo-bramentos da Declaração Balfour em1917 e com o Mandato Britânicona Palestina após a Primeira GuerraMundial, ele morreu frustrado pelofato de que Israel, até então, aindanão tinha se tornado uma nação emsua terra. Entretanto,o sonho dele tornou-se realidade trezeanos mais tarde. Wil-liam Blackstone éum modelo inspira-dor, um exemplo pa-ra os crentes emCristo, de alguémque apóia ardente-mente Israel, en-quanto busca, ao

mesmo tempo, ganhar o povo judeupara Cristo. Maranata! (Pre-TribPerspectives)

Thomas Ice é diretor-executivo do Pre-TribResearch Center em Lynchburg, VA (EUA).Ele é autor de muitos livros e um dos editoresda Bíblia de Estudo Profética.

Notas:1.Benjamin Netanyahu, A Place Among The

Nations: Israel and the World, Nova York:Bantam, 1993, p. 16.

2.Para uma visão geral de toda a história doSionismo Cristão, veja o artigo intitulado“Lovers of Zion: A History of Christian Zio-nism”, de autoria de Thoma Ice, emwww.pre-trib.org/article-view.php?id=295.

3.Timothy P. Weber, On the Road to Arma-geddon: How Evangelicals Became Israel’sBest Friend, Grand Rapids: Baker Acade-mic, 2004, p. 102.

4.Michael B. Oren, Power, Faith, and Fan-tasy: America in the Middle East 1776 tothe Present, Nova York: W. W. Norton &Company, 2007, p. 278.

5.Weber, On the Road to Armageddon, p. 102.6.Oren, Power, Faith, and Fantasy, p. 278.7.Weber, On the Road to Armageddon, p. 103.8.Weber, On the Road to Armageddon, p. 102.9.William E. Blackstone, Jesus is Coming, 3ª

edição, Nova York: Fleming H. Revell,1932, p. 162.

10.Blackstone, Jesus is Coming, p. 176.11.Carl F. Ehle, Jr., “Prolegomena to Christian

Zionism in America: The View of IncreaseMather and William E. Blackstone Concer-ning the Doctrine of the Restoration of Is-rael”, dissertação para obtenção do graude Ph.D. apresentada à New York Univer-sity, 1977, p. 240-44.

12.Ehle, “Prolegomena”, p. 241-42.13.Oren, Power, Faith, and Fantasy, p. 278.14.Ehle, “Prolegomena”, p. 242-43.15.Weber, On the Road to Armageddon, p. 105.16.Ehle, “Prolegomena”, p. 243.17.Oren, Power, Faith, and Fantasy, p. 278.18.Ehle, “Prolegomena”, p. 290-93.19.Oren, Power, Faith, and Fantasy, p. 279.20.Weber, On the Road to Armageddon, p. 103.21.Weber, On the Road to Armageddon, p. 106.22.Weber, On the Road to Armageddon, p. 112.23.Weber, On the Road to Armageddon, p. 105.24.Weber, On the Road to Armageddon, p. 106.

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Blackstone chegou a ter centenas de Novos Testamentosimpressos em hebraico, os quais foram levados para Petra[na atual Jordânia] e lá estocados a fim de que o rema-nescente judeu pudesse conhecer o caminho da salvaçãodurante o tempo da Grande Tribulação.

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Como já dizia, em 1962, o ex-pri-meiro-ministro David Ben-Gurion, “apesquisa científica e suas conquistasdeixaram de ser mero objetivo intelec-tual abstrato; ...são fator central na vi-da de todo povo civilizado”. Confir-mando o que já preconizava o grandelíder sionista, uma das principais ca-racterísticas da inovação em Israel ésua capacidade de integração no coti-diano da sociedade, melhorando aqualidade de vida.

Sem grandes recursos naturais ecercado por vizinhos hostis, o país foi

obrigado, desde os primeiros anos, adefinir claramente as prioridades quegarantiriam sua sobrevivência e seudesenvolvimento. Seguindo essa dire-triz, de 1948 até os dias de hoje, ossucessivos governos israelenses fize-ram dos investimentos em ciência etecnologia a principal ferramenta parao crescimento nacional, reforçandosua capacidade competitiva e criando,também, mecanismos para estimular aatuação da iniciativa privada. Atual-mente, como resultado dessa conjuga-ção de esforços, a indústria israelense

caracteriza-se por forte presençanos setores de alta tecnologia,aviônica, telecomunicações, ma-nufatura, equipamentos médicoseletrônicos e de fibra óptica.Atualmente, a indústria high-techde Israel responde por 12% doProduto Interno Bruto (PIB) e pormais de 80% das exportações.

Grande parte das inovaçõesisraelenses em tecnologia de pon-ta podem ser vistas nas exposi-ções internacionais que o país or-ganiza, ao longo do ano, como aAgritech (Feira Internacional deTecnologia Agrícola), Biomed(Feira Internacional de Biotecno-logia) e Telecom (Feira Internacio-nal de Telecomunicações). Vitri-nes do que há de mais avançadona indústria do país, elas rece-bem visitantes do mundo inteiro,além de contar com a participa-ção das principais multinacionais,como Intel e Microsoft, por exem-plo, que mantêm centros de pes-quisas, laboratórios e fábricas nopaís. O setor de tecnologia israe-

lense, nos últimos anos, tem tambématraído a atenção de investidores in-ternacionais que, além de injetar re-cursos em projetos e companhias es-pecíficas, marcam presença nas aqui-sições e fusões com grupos locais.

Um dos grandes negócios realiza-dos em 2006 foi a compra por War-ren Buffett, um dos maiores investido-res norte-americanos, da empresa is-raelense Iscar MetalworkingCompanies-IMC. Buffett adquiriu 80%das ações da companhia por US$ 4bilhões. Além de ser o maior investi-mento de Buffett fora dos Estados Uni-dos e o terceiro maior feito por suaempresa, foi também o mais alto valorjá pago pela compra de uma empresade Israel. Pertencente à família Wer-theimer, a IMC é líder na área de ma-trizes de corte para metalurgia e lami-nação e opera em quase todos os paí-ses através de suas subsidiárias Iscar.Buffet já garantiu que a matriz da Is-car permanecerá no Parque Tefen, naregião de Nahariya, Norte de Israel.

Mas essa transação foi apenas umaentre as inúmeras aquisições que, noano passado, ocuparam espaço nosjornais internacionais. A Hewlett-Pac-kard anunciou em julho último o acor-do para comprar a Mercury Interacti-ve, especializada em soluções de otimi-zação de TI, por aproximadamenteUS$ 4,5 bilhões. No mesmo mês, aSanDisk, multinacional fabricante dememória-flash para telefonia móvel ecâmeras digitais, comprou a israelenseMsystems por US$ 1,55 bilhão, emações. E o grupo Ex-Libris, pioneiromundial na área de soluções de soft-ware para bibliotecas e centros de in-formação, foi comprado pelo FundoFrancisco Partners de investimentos.Considerado um dos maiores fundosprivados voltados à área da tecnolo-gia, o grupo pagou US$ 62 milhõespela empresa israelense. No total, em

Israel na vanguardatecnológica

David Ben-Gurion: “a pesquisa científica esuas conquistas deixaram de ser mero objetivointelectual abstrato; ...são fator central na vidade todo povo civilizado”.

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2006, cerca de 76 empresas israelen-ses foram adquiridas ou se fundiramcom estrangeiras. Outro dado impor-tante sobre o setor: Israel é o segundopaís, depois dos Estados Unidos, comempresas negociadas na Nasdaq (Bol-sa de Tecnologia de Nova York).

Parcerias High-TechCom vendas que somam milhões de

dólares por ano, o setor de Tecnologiada Comunicação e Informação de Is-rael congrega nomes como Comverse(com forte atuação no setor de sistemaspara comunicação multimídia); CheckPoint (líder mundial na área de fire-walls para segurança na internet) e Al-varion (um dos principais nomes emacesso de banda larga, sem fio); e oGrupo Rad – com ampla atuação naárea de comunicação de dados, entreoutros. Todas são empresas que em-pregam milhares de pessoas, seja emIsrael ou em suas subsidiárias e escritó-rios espalhados pelo mundo.

Conhecido como o “Vale doSilício do Oriente Médio”, emuma alusão ao centro tecnoló-gico dos Estados Unidos, Israelconta também com grandesempresas multinacionais, comunidades das quais saem ino-vações imediatamente integra-das à carteira de produtos des-sas companhias.

O chip Centrino para note-books, da Intel, por exemplo,saiu do laboratório de Pesquisae Desenvolvimento (P&D) daempresa, em Haifa. A históriada Intel Israel começou em1974, quando a multinacionalescolheu o país para implantaro seu primeiro Centro de De-sign e Desenvolvimento forados Estados Unidos. Desde en-tão, a empresa vem ampliandosua presença na indústria is-raelense, mantendo atualmenteoito unidades no país, com

mais de 5.400 funcionários, dos quaiscerca de dois mil envolvidos em proje-tos de P&D.

A Intel é uma dentre as inúmerasgigantes da área de tecnologia comforte presença em Israel. Uma das pio-neiras na implantação de fábricas, no

país, foi a General Electric (GE), queinaugurou sua primeira unidade aindaem 1950. Atualmente, possui inúme-ras companhias em diferentes segmen-tos. Outra pioneira foi a IBM Corpora-tion, que se estabeleceu no país tam-bém em 1950, atraída pela excelênciade suas instituições acadêmicas e pelaqualidade de sua mão-de-obra. Con-tando atualmente com dois mil funcio-nários, a IBM Israel começou suas ati-vidades com a implantação de umCentro de Pesquisas para a realizaçãode programas conjuntos com institui-ções governamentais e sem fins lucrati-vos, desenvolvendo aplicações compu-tadorizadas para as áreas de medici-na, agricultura, irrigação eelaboração de modelos para políticasem fertilização.

Já a Motorola Israel Ltd. foi fun-dada em 1964, empregando atual-mente quatro mil funcionários espa-lhados em cinco centros de desenvol-vimento, quinze escritórios de vendase serviços e oito subsidiárias. Entre ofinal da década de 1980 e o inícioda de 1990, registrou-se a chegadade outras multinacionais. Em 1989 foia vez da Microsoft Corporation, quetambém fez de Israel a sede de suaprimeira subsidiária fora dos EUA. Em

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A Intel é uma dentre as inúmeras gigantes da áreade tecnologia com forte presença em Israel.

Fábrica da Intel em Kiryat Gat, Israel.

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1991 instalou-se a Applied Materials.A alemã SAP também investe pesa-do no país e inaugurou, em 2005,a mais nova software-house da em-presa, em Raanana – num edifício dedoze andares, com 11.000m2 e in-vestimentos da ordem de US$ 10 mi-lhões. A maioria das empresas inter-nacionais estão localizadas na regiãode Haifa, em função dos incentivosgovernamentais e da proximidadecom dois grandes centros acadêmicos– a Universidade de Haifa e o Tech-nion.

Centro de pesquisasAlém de atraente para corporações

internacionais, Israel começa a rece-ber núcleos ligados a instituições depesquisas, que chegam ao país atraí-dos pela qualidade dos profissionaisisraelenses da área de P&D. Em maiode 2006, a cidade de Cesaréia tor-nou-se sede do primeiro centro regio-nal do Instituto Europeu para Adminis-tração de Negócios (o conceituadoInstitut Européen d’Administration des

Affaires (INSEAD), famosocentro europeu instaladona cidade francesa de Fon-tainebleau. Patrocinadapela Fundação CésaréeEdmond Benjamin deRothschild, a instituição évoltada ao estudo do em-preendedorismo – área naqual Israel atua com desta-que.

Segundo Doron Nah-mias, diretor-geral da re-gional e ex-aluno do IN-SEAD na França, “nossoobjetivo é criar um centrode estudos compatível coma qualificação e o universohigh-tech dos israelenses.Israel é um país no qual acriatividade começa a sercultivada desde muito cedoe os resultados dessa práti-ca são bem conhecidos:mais de uma centena deempresas locais negociamsuas ações na Nasdaq”,ressalta Nahmias. Outro tema de inte-resse do novo centro de estudos é aanálise da experiência da transferên-cia da tecnologia militar de Israel paraaplicações civis, a evolução das start-ups (empresas embrionárias) e sua ca-pacidade de penetrar rapidamente nomercado internacional, atraindo inves-tidores, entre outros.

O relacionamento entre a França eIsrael possui raízes antigas, com aparticipação de inúmeros imigrantesfranceses na área de tecnologia. En-tre estes, destaca-se Charley Attali,considerado um dos pioneiros na in-dústria aeronáutica israelense; DavidHarari, diretor-geral da Indústria Ae-ronáutica de Israel (IAI) e Claude Sam-son, diretor da Divisão Elta, filial daIAI. Na área de energia, destaca-seLucien Bronicki, formado pela Écoledes Arts e Métiers, que fundou a Or-mat Industries, maior companhia is-raelense no segmento de energias re-

nováveis e líder mundial em usinasgeotérmicas.

Um longo caminhoA história da pesquisa científica em

Israel é parte integrante da saga doretorno do povo judeu à sua pátria.Ao preconizar a criação de um lar na-cional para os judeus, Theodor Herzlpensava não somente em um lar físico,mas também em um grande centro es-piritual, cultural e científico. O desejode transformar a Terra de Israel, entãoregião estéril e infestada de doenças,em um Estado moderno foi o fator-chave no desenvolvimento da pesquisacientífica e tecnológica subseqüente.

A pesquisa agrícola remonta aofim do século 19, com a criação, em1870, da Escola Mikve Israel. A Esta-ção Agrícola, estabelecida em 1921em Tel Aviv, tornou-se, posteriormente,o Instituto Volcani, hoje principal insti-

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Ao preconizar a criação deum lar nacional para os judeus, Theodor Herzl pensava não somente em umlar físico, mas também emum grande centro espiritual,cultural e científico.

A Universidade Hebraica em Jerusalém.

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tuição de pesquisa e desenvolvimentoagrícola em Israel. A Universidade He-braica de Jerusalém foi fundada em1925, período em que se instituíramas bases para o Hospital Hadassah,uma das mais importantes instituiçõesde pesquisa médica de Israel.

Na mesma época, também foramcriados o Instituto de Tecnologia Tech-nion, em Haifa, em 1924, e o Centrode Pesquisa Daniel Sieff, fundado em1934, em Rehovot, que, posteriormen-te, em 1949, tornar-se-ia o InstitutoWeizmann de Ciências.

Assim, quando o Estado de Israelfoi criado, sua infra-estrutura científicae tecnológica já estava estabelecida,permitindo o progresso posterior.Atualmente, o coeficiente entre a popu-lação israelense que se dedica à pes-quisa científica e tecnológica, assim co-mo os recursos destinados ao setor deP&D, e o Produto Interno Bruto (PIB),estão entre os mais altos do mundo; e

relativamente ao tamanhoda mão-de-obra, Israelostenta o maior númerode autores publicados noscampos das ciências natu-rais, engenharia, agricul-tura e medicina. (extraídode www.morasha.com.br)

A criatividadeisraelense na práticaA genialidade industrial

dos profissionais e pesquisa-dores de Israel está presenteem inúmeros segmentos ne-cessários ao cotidiano demuitos países. Veja como:

• A Msystems foi pionei-ra no desenvolvi-mento da memória-flash DiskOnKey eDiskOnChip, trans-formando gerencia-

mento e armazenamento de infor-mações.

• A GE Healthcare Israel lan-çou o primeiro equipamento mi-niaturizado de ultra-som cardíacoportátil, do mundo.

• O scanner de tomografiacomputadorizada Philips Brillian-ce faz um diagnóstico abrangentedo paciente, em poucos segun-dos, nas salas de emergência,onde cada segundo é vital.

• A telefonia pioneira atravésdo protocolo IP foi lançada pelaVocaltec.

• A tecnologia de compres-são ZIP foi desenvolvida por doisprofessores do Instituto Tecnoló-gico Technion de Haifa.

• A pílula endoscópica commicrocâmera foi lançada pela Gi-ven Imaging.

• A ferramenta ICQ do AOLInstant Messenger foi desenvol-

vida, em 1996, por quatro jovens israelen-ses.

• Os microprocessadores Centrino ePentium-4 Dotan foram desenvolvidos pelaIntel Israel.

• A Keter Plastic, com 23 fábricas es-palhadas pelo mundo, é considerada amaior empresa de produtos em plástico daEuropa.

• Dois professores do Technion ga-nharam o Prêmio Nobel de Química, em2004. Seu trabalho de identificação da pro-teína Ubiquitin é uma inovação nas pesqui-sas do câncer, doenças degenerativas docérebro e muitas outras.

• A empresa israelense Lumus Opticalcriou os vídeo-óculos PD-20, para assistira TV e vídeos em qualquer lugar. As ima-gens são refletidas diretamente no globoocular pelo aparelho, preso na armaçãodos óculos que podem ser usados atémesmo com telefones celulares.

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A telefonia pioneira através do protocolo IP foi lançada pela Vocaltec, de Israel.

A empresa israelense Lumus Optical criou os vídeo-óculos PD-20.

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Um jovem poeta, comovido com acriação, após dois mil anos, do pri-meiro assentamento judaico em EretzIsrael (a Terra de Israel), escreveu umpoema em hebraico. Quando um fa-zendeiro de Rishon LeZion o ouviu,emocionou-se e compôs a melodia. Acanção se tornou o hino nacional deIsrael, Hatikva – A Esperança.

Suas palavras calam fundo na al-ma judaica. Falam da esperança imor-tal do povo judeu ao longo dos anosde exílio, do acalentado sonho de umdia retornar, soberano e independen-te, à sua terra ancestral.

Hatikva é um hino relativamentecurto. Na realidade, é composto deapenas duas estrofes. A letra foi tiradado primeiro verso e da rima do poema“Tikvatenu” (“Nossa Esperança”), es-crito por Naftali Herz Imber. Este ocompôs, com apenas 22 anos, porvolta de 1878. A fundação, naqueleano, de Petach Tikva (em hebraico,Portal da Esperança), o primeiro as-sentamento judaico em Israel, emocio-

nou-o profundamente e, influenciadopor um capítulo do profeta Ezequiel,escreveu as palavras que refletem alembrança, a dor e, principalmente, aesperança de um futuro para o povojudeu.

Hatikva fala dos anseios dos judeusde um dia retornar à terra de seus an-tepassados – Eretz Israel. Expulso desua terra no ano 70 d.C. pelo exércitoromano de Tito, que também destruiuo Templo de Jerusalém, o povo judeujamais deixou de reverenciar e lem-brar a terra que Deus prometera aseus ancestrais. Durante os dois milanos de exílio, o desejo de retornarnunca deixou o coração judaico. To-dos os dias, ele lembra de Sião naspreces e se volta de corpo e alma paraJerusalém, “o Oriente”. As suas come-morações religiosas são estipuladas deacordo com o calendário e as estaçõesdo ano em Israel. Essa é a essência damensagem da primeira estrofe do Ha-tikva, pois “Sião” é o outro nome atri-buído a Jerusalém e Israel.

Mesmo durante os longos anos emque Eretz Israel esteve nas mãos depovos estrangeiros e os judeus viveramsob seu domínio, a esperança de inde-pendência e o anseio por liberdadejamais feneceram. Esse é o tema dasegunda estrofe do hino, que canta odesejo do povo judeu, de geração emgeração – espalhado pelo mundo ouoprimido na terra de seus ancestrais.

A origem do hino Hatikva é temade debate entre estudiosos. Original-mente foi vinculado à “Sinfonia Boê-mia”, do compositor checo BedrichSmetana (1824-1884). Porém, ZwiMayerowitch, músico e estudioso da li-turgia judaica, afirma que a músicafoi composta pelo sefaradita Henry Bu-sato, ou Russoto. Ele teria se inspirado

na melodia usada em certas sinago-gas do rito sefaradi, quando se entoao Salmo 117, durante o Halel.

Mayerowitch afirmou que a músicafoi publicada em 1857, vinte anos an-tes que Smetana compusesse a “Sinfo-nia Boêmia”. A composição apareceuna obra “Melodias antigas para a li-turgia dos judeus espanhóis e portu-gueses: Harmonizadas por EmanuelAguilar”.

Durante o 8º Congresso Sionista,em 1907, o hino foi cantado pelosparticipantes em uma manifestação es-pontânea, mas precisou enfrentar umadisputa acirrada com outras obras, co-mo, por exemplo, Sham Makom Aro-zim, que possuía um “fã-clube” maior.Hatikva foi oficialmente adotado comohino do Movimento Sionista, junta-mente com a bandeira azul e branca,apenas durante o 18º Congresso Sio-nista, em 1933.

Com o passar do tempo, algumasdas palavras originais foram altera-das; mas, indubitavelmente, o textocarregado de emoção e a melodiasuave haviam conquistado o coraçãodas massas judias. Em 1945, Hatikva,o Canto da Esperança, foi entoadocinco dias após a libertação dos so-breviventes do campo de concentraçãode Bergen-Belsen, quando celebravamo primeiro shabat novamente comohomens livres.

Hatikva foi adotada de forma ofi-ciosa como Hino Nacional em 1948,cantado a plenos pulmões por umamultidão, durante a cerimônia de assi-natura da Declaração de Independên-cia do Estado de Israel. Já tinha a letraatual e foi executada pela OrquestraFilarmônica de Israel. A oficialização,no entanto, veio em novembro de2004, com a confirmação pelo Knes-set, o Parlamento israelense.

Hatikva é único hino, no mundo,que é cantado por um número maiorde pessoas na Diáspora (Dispersão),do que em seu próprio solo. É tambémo único que, em geral, é entoado por

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“Hatikva”, canto de esperança

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Horizonte

pessoas cujo idioma nativo não é o dohino. Ao cantar Hatikva, na Diásporaou em Israel, os judeus não estão ape-nas entoando uma linda melodia oucumprindo um dever cívico. Eles estão,de fato, renovando a promessa de ja-mais esquecer o sonho de indepen-

dência e reafirmando que sempre fa-rão o impossível para ajudar o Estadode Israel a prosperar e conquistar oseu lugar no palco das nações. Estãoconfirmando e reconfirmando, vezapós vez, a centralidade de MedinatIsrael na vida dos judeus e unindo os

dispersos do povo com o Estado de Is-rael. (extraído de www.moras-ha.com.br)Bibliografia:– “The Man Behind Hatikvah ”, publicado no li-vro The Jewish People Almanac, compiladopor David C Gross.– http://www.jewishvirtuallibrary.org.

Poeta em cuja alma ardia o amor aEretz Israel (a Terra de Israel), Imberexpressou em versos a derradeira es-perança judaica, após dois milêniosno exílio: “Viver como povo livre naterra de Sião, Jerusalém”. Esses versosfazem parte do Hatikva, o hino nacio-nal de Israel.

Judeu da Galícia, de personalida-de marcante, quem o conheceu des-creve-o como boêmio, excêntrico, do-no de afiado senso de humor, idealis-ta, sionista convicto. Era também umacadêmico e grande lingüista, com to-tal domínio, da “língua sagrada”, Las-hon Hakadosh, o hebraico. Imber es-crevia poesia e prosa nessa língua,numa época em que o hebraico, quepor dezesseis séculos fora exclusiva-mente usado nas sinagogas e nos tex-tos sagrados, dava os primeiros pas-sos em direção a seu renascimento co-mo idioma vivo.

Fortemente influenciado pelo movi-mento sionista e suas aspirações deretorno à terra ancestral, Imber acom-panhava de perto a movimentação emEretz Israel, com genuíno interesse emtudo o que se relacionava à “PrimeiraAliá”, a primeira leva dos pioneirosjudeus imigrantes.

A fundação, em 1878, de PetachTikva (em hebraico, Portal da Esperan-ça), primeiro assentamento judaico emEretz Israel, emocionou-o profunda-

mente e, influenciado por um capítulodo profeta Ezequiel, escreveu o poema“Tikvatenu” (“Nossa Esperança”). Seusprimeiros versos e o refrão se conver-teriam no hino Hatikva.

Sua vidaNaftali Herz Imber, também conhe-

cido como Naftali Tzvi Imber, nasceuem uma família de chassidim (judeusortodoxos) em 1856, na cidade deZloczov, na Galícia, então parte doImpério Austríaco. A exemplo de mui-tos jovens de sua geração, recebeueducação judaica tradicional, estudan-do a Torá e o Talmude, além de gra-mática e língua hebraica. Com apenasdez anos de idade começou a escreverpoemas e, em 1870, seu talento literá-rio se tornou público ao receber umprêmio, em dinheiro, do ImperadorFranz Joseph, por um poema em he-braico, sobre tema nacionalista aus-tríaco.

A morte do pai, pouco tempo de-pois, teve um grande impacto sobre ojovem poeta, que começou a viajarpelo mundo. Costumava hospedar-seem casa de judeus abastados, que ti-nham gosto pela poesia e apreciavamouvi-lo recitar suas obras. Após ter es-tado na Hungria, Sérvia e Romênia,foi para Viena e, de lá, para Constan-tinopla.

Nessa cidade, conheceu um filo-se-mita, Sir Laurence Oliphant, (1829-1888), que imediatamente simpatizoucom o jovem e o convidou a viver emsua casa, exercendo as funções de se-cretário particular. Os conhecimentosde Imber sobre o Talmude e a Caba-lah muito contribuíram para a aproxi-mação do poeta com essa família.Profundo admirador de Israel, Sir Oli-phant defendera o direito do povo ju-deu de retornar a Eretz Israel, duasdécadas antes que Herzl escrevesse aobra “O Estado Judeu”. A idéia deOliphant, que não teve sucesso quan-do a apresentou ao governo turco, eraarrendar grande parte do Norte daentão Palestina e implantar um projetode colonização para absorver um nú-mero significativo de judeus. Quando,em 1882, após o ataque dos ingleses

Naftali Herz Imber, o autor de “Hatikva”

Letra do hino em hebraico.

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a Alexandria e a conquista, pelosmesmos, de Eretz Israel, Sir Laurence esua esposa, Alice, decidiram ir para aentão Palestina, levando Imber em suacompanhia.

Enquanto viveu em Eretz Israel, Im-ber costumava visitar a cavalo os as-sentamentos judaicos, entretendo os jo-vens pioneiros, os chalutzim, com suaspoesias. Cada vez que lhes declamavauma de suas criações, onde quer queestivesse, era sempre ovacionado – emespecial quando recitava “Tikvatenu”.Em 1882, durante uma de suas visitasa Rishon LeZion, Samuel Cohen, umdos membros da comunidade, adaptouuma melodia ao poema. Nascia o can-to da esperança, Hatikva.

O poeta morou em Eretz Israel até1888 e, nos seis anos de sua perma-nência, escreveu poesias e artigos emhebraico para jornais e revistas. Em1886 lançou a coletânea “Barkai”(“Estrela da Manhã”), em hebraico, naqual está incluído Hatikva, dedicando-a a Sir Oliphant. Após a morte doamigo, Imber deixou Eretz Israel e de-cidiu conhecer o mundo...

Tempos depois, Imber foi para Lon-dres, onde conheceu o autor de “Chil-

dren of the Gheto”, Israel Zang-will, de quem se tornou muitoamigo. Sua vida e personalidadeserviram de inspiração para umdos personagens da obra, o poe-ta Melchitsedek Pinchas, a quemZangwill descreve da seguinteforma: “O poeta era magro, umhomenzinho com longos cabelosnegros. Sua face era muito bemesculpida. Seus olhos tinham umbrilho astuto. Sempre tinha ummaço de papéis em uma dasmãos, e um cigarro apagado, naoutra”. Era o retrato vivo de Im-ber.

Em 1892, o irrequieto Imberemigrou para os Estados Unidos,país onde continuou a escrever.Graças à sua personalidade sin-gular e humor irônico, facilmente

se tornava conhecido onde quer queaportasse. Muitas de suas excentrici-dades estão registradas na obra deRebecca Kohut intitulada As I KnowThem (Da Forma Como os Conheço).No livro, a escritora conta que Imberpresenteou o texto original do poema“Tikvatenu” ao seu filho, Dr. Alexan-dre Kohut, que, mais tarde, doou-o àbiblioteca da Universidade de Yale.

Em 1902, seus irmãos, que aindaviviam em Zloczov, publicaram outracoletânea de seus poemas, com o títu-lo “Barkai HeHadash” (“A Nova Estre-la da Manhã”). Infelizmente, grandeparte das cópias da obra perderam-seem um incêndio. Em 1905, após o po-grom de Kishinev, foi publicado maisum volume de seus poemas, obra queo autor dedicou ao imperador do Ja-pão – país que então estava em guer-ra com a Rússia. Cinco anos antes, Im-ber escrevera um pequeno livro, ondeprevia a guerra russo-japonesa e aconseqüente vitória do Japão. O forteanti-semitismo dos czares russos fizeradele defensor fervoroso do Império doSol Nascente.

Em 1909, a boemia lhe cobrou seupreço. Doente, foi internado em um

hospital nova-iorquino, em total po-breza. Mas, mesmo à beira da morte,pediu que cantassem o Hatikva e, aoouvi-lo, levantou-se da cama paracantar. Conta-se que certa vez, ao serexpulso de um encontro do MovimentoSionista por estar provocando tumulto,teria bradado: “Podem expulsar-me;mas que cantem a minha música!”.

Imber faleceu em 8 de outubro de1909. Em seu enterro, milhares de ju-deus acompanharam-no cantando Ha-tikva. Quarenta e quatro anos apóssua morte, o Estado de Israel atendeuo pedido do poeta e seus restos mor-tais foram levados para Jerusalém.

O nome de Imber, no entanto, ja-mais foi tão conhecido quanto o poe-ma, que se tornaria um dos principaissinônimos do Estado de Israel. Talvezele tenha sido excêntrico, boêmio, umbon-vivant; mas foi, sem sombra dedúvida, um sionista apaixonado.

Seu nome viverá entre os grandesde Sião e de Israel. Sua canção levouesperança a milhões de pessoas e con-tinua a inspirar o povo de Israel, atéhoje. (extraído de www.moras-ha.com.br)

Bibliografia:– “The Man Behind Hatikvah”, publicado no li-

vro The Jewish People Almanac, compiladopor David C. Gross.

– Artigo de Joseph Lowin, “Whose Hatikvah isit Anyway?” , National Center for the He-brew Language, http://www.ivrit.org/html/lite-rary/whose–hatikva.htm.

– http://www.jewishvirtuallibrary.org.

2200 Notícias de Israel, novembro de 2007

Horizonte

Enquanto viveu em Eretz Israel, Imber costu-mava visitar a cavalo os assentamentos judaicos,entretendo os jovens pioneiros, os chalutzim,com suas poesias. Na foto: pioneiros em Israel.

: : Enquanto no fundo do coração

Palpitar uma alma judaica,

E em direção ao Oriente

O olhar voltar-se a Sião,

Nossa esperança ainda

não estará perdida, Esperança de dois mil anos:

De ser um povo livre em nossa terra, A terra de Sião e Jerusalém : :

Versão do hino em português.