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O Anúncio Publicitário no Ensino Médio... - Silva Revista Diálogos set. / out. 2018 N.º 20 372 O ANÚNCIO PUBLICITÁRIO NO ENSINO MÉDIO: UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA Silvio Profirio da Silva 1 d.o.i. 10.13115/2236-1499v2n20p372 Resumo: A partir dos anos de 1980, os postulados sociohistóricos da linguagem alavancaram um amplo contingente de modificações no trabalho didático do ensino de língua materna. É nesse contexto paradigmático que os gêneros discursivos são alçados à posição de objetos de ensino. Desde então, o ensino de língua materna concede eminencia à potencialização da competência comunicativa e discursiva do aluno. No que diz respeito ao ensino da escrita, o foco está na efetivação da formação de produtores de texto autônomos, competentes e proficientes mediante a apropriação das características sociocomunicativas dos gêneros discursivos. Essa perspectiva tem fomentado um vasto contingente de modificações no trabalho didático do ensino da escrita, acarretando a erradicação da primazia concedida aos gêneros da esfera literária, bem como aos compêndios gramaticais e à imitação de formatos textuais. Este trabalho tem como objetivo apresentar uma proposta de sequência didática com foco na produção de texto escrito, a partir do gênero anúncio publicitário. Palavras-chave: Ensino da escrita; Gêneros do discurso; Sequência didática. Abstract: From the years 1980, the sociohistorical postulates of language have caused a large contingent of modifications in the didactic work of mother tongue teaching. It is in this paradigmatic context that the discursive genres are raised to the position of teaching objects. Since then, the mothe r tongue teaching grants eminence to the potentialization of communicative and 1 Mestre em Linguística Aplicada pela Universidade Federal da Paraíba UFPB. Professor do Curso de Bacharelado em Direito da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais de Igarassu - FACIG. E-mail: [email protected]

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  • O Anúncio Publicitário no Ensino Médio... - Silva

    Revista Diálogos – set. / out. – 2018 – N.º 20 372

    O ANÚNCIO PUBLICITÁRIO NO ENSINO MÉDIO: UMA

    PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA

    Silvio Profirio da Silva1

    d.o.i. 10.13115/2236-1499v2n20p372

    Resumo: A partir dos anos de 1980, os postulados sociohistóricos da

    linguagem alavancaram um amplo contingente de modificações no trabalho

    didático do ensino de língua materna. É nesse contexto paradigmático que os

    gêneros discursivos são alçados à posição de objetos de ensino. Desde então, o

    ensino de língua materna concede eminencia à potencialização da competência

    comunicativa e discursiva do aluno. No que diz respeito ao ensino da escrita, o

    foco está na efetivação da formação de produtores de texto autônomos,

    competentes e proficientes mediante a apropriação das características

    sociocomunicativas dos gêneros discursivos. Essa perspectiva tem fomentado

    um vasto contingente de modificações no trabalho didático do ensino da

    escrita, acarretando a erradicação da primazia concedida aos gêneros da esfera

    literária, bem como aos compêndios gramaticais e à imitação de formatos

    textuais. Este trabalho tem como objetivo apresentar uma proposta de

    sequência didática com foco na produção de texto escrito, a partir do gênero

    anúncio publicitário.

    Palavras-chave: Ensino da escrita; Gêneros do discurso; Sequência didática.

    Abstract: From the years 1980, the sociohistorical postulates of language

    have caused a large contingent of modifications in the didactic work of mother

    tongue teaching. It is in this paradigmatic context that the discursive genres

    are raised to the position of teaching objects. Since then, the mothe r tongue

    teaching grants eminence to the potentialization of communicative and

    1 Mestre em Linguística Aplicada pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB.

    Professor do Curso de Bacharelado em Direito da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais de

    Igarassu - FACIG. E-mail: [email protected]

    mailto:[email protected]

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    discursive competence of the student. With regard to the teaching of writing,

    the focus is on the effective formation of autonomous, competent and

    proficient text producers through the appropriation of the sociocommunicative

    characteristics of the discursive genres. This perspective has fomented a vast

    contingent of modifications in the didactic work of the teaching of writing,

    leading to the eradication of the primacy granted to genres of the literary

    sphere, as well as grammatical compendia and the imitation of textual formats.

    This work aims to present a proposal of a didactic sequence focused on the

    production of written text, from the advertising genre.

    Key words: Teaching writing; Discourse genres; Didactic sequence.

    1 Introdução

    De acordo com Silva (2015), nos dias de hoje, existe um vasto

    contingente de estudos contrapostos ao trabalho didático do ensino de

    língua materna calcado no reconhecimento gramatical. Isto é, um

    trabalho didático atrelado a exercícios estruturais, por intermédio dos

    quais a primazia recai sobre a identificação e classificação gramatical

    de termos constituintes de construções frasais, orações e períodos. Nas

    perspectivas teóricas e paradigmáticas hodiernas, o foco do trabalho

    didático do ensino de língua materna não está mais vinculado à

    transmissão de regras da gramática normativa.

    A propalação dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua

    Portuguesa – PCNs (BRASIL, 1997; BRASIL, 1998) fomenta o início

    da aniquilação da primazia dada à metalinguagem. A partir desse

    documento, o foco na morfossintaxe, assim como na análise e na

    classificação de termos provenientes de construções frasais começa a

    ser dissipado.

    Na ótica de Bezerra & Reinaldo (2013), nos anos de 1990, os

    Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs potencializaram a

    efervescência de um vasto contingente de questionamentos ao ensino de

    língua materna calcado no processo de memorização de regras e normas

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    Revista Diálogos – set. / out. – 2018 – N.º 20 374

    do crivo gramatical. No dizer dessas autoras, o abrolhar desse

    documento oficial instaura um processo de ensino e de aprendizagem

    calcado na reflexão e no uso. Diante do leque de discussões e

    orientações didáticas deflagradas por esse documento oficial, está a

    condução das estratégias de ensino desse componente curricular,

    estando estas calcadas nos Eixos de Ensino Língua Portuguesa (Leitura,

    Escrita, Escuta, Fala e Análise Linguística).

    Nos anos 90 (século XX), com a publicação dos PCN –

    Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino

    Fundamental (BRASIL, 1997 – Series Iniciais – e 1998 –

    Serieis Finais) – que sugerem o ensino de Português de

    forma reflexiva, simbolizado no esquema “uso →

    reflexão”. Para que esse ensino reflexivo ocorra, a língua

    é estudada nos eixos da fala, da escuta, da leitura, da

    escrita e da análise linguística, essa entendida como a

    reflexão sobre a língua e a linguagem (BEZERRA &

    REINALDO, 2013, p. 15).

    Com isso, os gêneros discursivos e o seu emprego nos processos

    de ensino e de aprendizagem de língua materna tem sido pauta de

    debate nas teorizações da Linguística Aplicada e da Linguística Textual,

    assim como das Ciências da Educação (Pedagogia) e da Psicologia da

    Aprendizagem. O propósito disso é facultar o processo de apropriação

    do alunado, em torno das práticas de linguagem. O que,

    consequentemente, vai viabilizar sua participação social. O cerne dessa

    “nova” roupagem de ensino de língua materna é, então, facultar o

    acesso do alunado aos gêneros não literários e literários, bem como aos

    gêneros escritos e orais.

    Em se tratando do ensino da escrita, Marcuschi (2010) postula

    que o trabalho didático deve contemplar gêneros discursivos

    procedentes das distintas esferas de comunicação, como, por exemplo, a

    científica, a cotidiana, a escolar, a jornalística, a literária, a midiática, a

    política, a política, a publicitária etc. O ensino da produção textual deve

    contemplar também o contexto de produção e circulação do gênero. Em

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    Revista Diálogos – set. / out. – 2018 – N.º 20 375

    outras palavras, qual a finalidade da produção, assim como qual o

    possível leitor, qual o possível local de veiculação, qual o possível

    suporte etc.

    Entretanto, a almejada transmutação que propõem documentos

    oficiais, como Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e Orientações

    Curriculares para o Ensino Médio (OCEMs), publicados e

    implementados no final do segundo milênio e na primeira década do

    terceiro, não conseguiu potencializar impactos que propiciassem aos

    alunos perceber a lógica da existência da escola em suas vidas. Em se

    tratando do ensino de língua materna, a classificação e tipologização da

    gramática tão comum ainda nos dias atuais, tem tomado o lugar da

    leitura e produção de texto.

    No entanto, mesmo que timidamente, a partir da perspectiva do

    Interacionismo Sociodiscursivo (ISD) e da Roupagem do Letramento, o

    trabalho didático com gêneros discursivos vem obtendo espaço nas

    rotinas educacionais, como forma, entre outras coisas, de fazer com que

    o aluno leia e produza textos na escola e fora dela, assim como tenha

    como leitor não só o professor.

    Entre esses gêneros, está o Anúncio Publicitário. Costa Lara &

    Souza (2007) conceituam o anúncio como um gênero discursivo, que

    tem como incumbência deflagrar uma determinada ideia, com fins a

    fomentar a adesão do leitor à mensagem propalada. Desta feita, o

    gênero anúncio está diretamente vinculado à persuasão, instigando a

    opinião do leitor, o que potencializa a aceitação e a adesão do conteúdo

    disseminado por esse gênero.

    Silva et al. (2016) postulam que as possibilidades temáticas do

    gênero anúncio não repousam apenas no crivo comercial. Assim, o

    conteúdo temático do anúncio não se resume apenas ao plano

    comercial. Pelo contrário, esse gênero discursivo abrange um amplo

    contingente temático. Fazer esse esclarecimento é, a nosso ver, algo

    bastante relevante, uma vez que a maior parte das pessoas não está

    ciente do amplo leque de possibilidades temáticas desse gênero. Em

    outras palavras, quando se fala em anúncio, a maior parte das pessoas

    associa esse gênero ao crivo comercial ou publicitário. Diante dessa

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    constatação, os autores acima mostram que o gênero anúncio possui

    várias modalidades temáticas, como, por exemplo: anúncios comerciais,

    anúncios culturais, anúncios educacionais, anúncios esportivos,

    anúncios sociais, dentre os quais, colocamos em destaque o anúncio

    publicitário.

    Na visão de Melo (2008), o gênero anúncio publicitário consiste

    em um gênero calcado no convencimento e na persuasão. A finalidade

    comunicativa desse gênero discursivo repousa nos atos de convencer e

    persuadir o consumidor, acarretando, desse modo, sua aceitação e sua

    adesão à ideia exteriorizada por tal gênero. Nesta modalidade, o foco

    recai sobre o plano comercial. O objetivo disso é fazer com que o

    consumidor aceite a ideia disseminada pelo anúncio e, após isso, venha

    a adquirir um produto ou serviço.

    Todavia, o trabalho com gêneros discursivos não acontece da

    neutralidade. Ou seja, não se trata de levar os gêneros discursivos para o

    contexto educacional. E, do nada, realizar atividades de leitura e de

    escrita. É necessário, porém, efetuar a organização desse trabalho

    didático mediante atividades didáticas calcadas em etapas e em

    sequenciação, com vistas a angariar a compreensão das características

    sociocomunicativas dos gêneros discursivos. Esse processo de

    organização, sequenciação e sistematização de atividades didáticas face

    os gêneros discursivos, bem como das suas características constitutivas

    recebe a nomenclatura de Sequências Didáticas (DOLZ, NOVERRAZ

    & SCHNEUWLY, 2004 apud DE PAULA, MARIOTO & LOPES-

    ROSSI, 2015).

    No dizer de Melo (2007), a escola desempenha um papel de

    suma importância na potencialização da formação de sujeitos inclusos

    na sociedade letrada. Tal instituição tem como meta fomentar a

    efetivação dos processos de ensino e de aprendizagem da língua escrita.

    O que, por conseguinte, viabiliza a participação do aluno em situações

    comunicativas de usos.

    É com esse olhar que propomos esta proposta de sequência

    didática com foco na produção de texto escrito, sob os subsídios do

    gênero anúncio publicitário. Dizendo de outra maneira, com o objetivo

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    de contribuir para a potencialização de situações didáticas calcadas na

    variedade de gêneros discursivo, elaboramos a referida proposta de

    sequência didática.

    Este trabalho tem como objetivo apresentar uma proposta de

    sequência didática com foco na produção de texto escrito, a partir do

    gênero anúncio publicitário.

    2 Da metalinguagem aos usos: concepções de linguagem subjacentes

    ao trabalho didático do ensino da escrita

    Das teorizações da Linguística Formalista (Estruturalismo e

    Gerativismo), advêm estratégias de ensino propensas à metalinguagem

    e, conseguintemente, à classificação morfossintática. Calcados nas

    teorizações formalistas, os processos de ensino e de aprendizagem

    concediam primazia à descrição da norma, com foco nas ações de

    identificar, de analisar e de classificar palavras postas em estruturas

    frasais. Esse era o cerne dos processos de ensino e de aprendizagem de

    língua materna.

    De acordo com Perfeito (2007), das teorias formalistas da

    língua, propalam-se duas concepções de língua: Língua como Atividade

    Mental (também pode ser denominada de Linguagem como Expressão/

    Representação do Pensamento) e Língua como Estrutura ou Sistema

    (também podendo ser denominada de Linguagem como Instrumento de

    Comunicação). Estas darão subsídios, para os processos de ensino e de

    aprendizagem de língua materna.

    A Linguagem como Expressão do Pensamento é marcada

    indelevelmente pelos padrões paradigmáticos gregos, mais

    especificamente, pela Tradição Gramatical Grega. O cerne desses

    padrões gramaticais gregos era de que a linguagem era calcada na

    racionalidade. Com isso, os sujeitos deveriam se expressar de forma

    articulada e lógica. Para conseguir realizar tal faceta, os sujeitos

    estavam incumbidos de usar as normas e as regras da gramática teórico-

    normativa. Isso iria angariar a utilização da linguagem clara, precisa e,

    em especial, lógica (PERFEITO, 2007).

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    Revista Diálogos – set. / out. – 2018 – N.º 20 378

    Barbosa & Souza (2006), Bezerra (2010), Perfeito (2007), Silva

    & Luna (2013) e Soares (2004) são concordantes, quando postulam que,

    da Concepção de Língua como Atividade Mental (ou Linguagem como

    Expressão do Pensamento), abrolham fazeres pedagógicos calcados na

    gramática normativa. O cerne dessa proposta de ensino era, justamente,

    acarretar ações pedagógicas canalizadas angariar a análise e a

    classificação de termos da morfossintaxe. Por exemplo, em um

    determinado construto frasal (leia-se frase), haveria várias palavras

    dispostas. Com essa frase, os alunos iriam analisar todos os termos

    isoladamente e, após isso, classificá-lo. Dito de outro modo, classificar

    os artigos, o sujeito e seu tipo, o predicado e seu tipo, a transitividade

    etc. Esse era o cerne dos processos de ensino e de aprendizagem de

    língua materna, isto é, a Metalinguagem. Os autores supracitados acima

    também são concordantes, quando mencionam que tal prática persistiu

    até final da década de 50 e início da década de 60.

    Na ótica de Marcuschi (2010), na acepção da concepção de

    linguagem como expressão do pensamento, o trabalho didático do

    ensino da escrita estava condicionado à sacralização gramatical. Em

    outras palavras, a produção escrita requeria do alunado o emprego de

    componentes gramaticais respaldados por regras sacralizadas pela

    tradição. Os textos produzidos pelo alunado deveria estar em

    consonância com os compêndios gramaticais e ortográficos. Como

    exemplares ilustrativos desse padrão linguístico de escrita, estão as

    antologias e/ou crestomatias, isto é, os gêneros da esfera literária.

    O trabalho didático do ensino da escrita também estava

    canalizado a acarretar contributos à formação moral do alunado,

    recorrendo, para tal, ao acesso a palavras nobres e bonitas. Nessa

    conjectura, o ensino da produção escrita nas unidades de ensino

    brasileiras estava condicionado a questões que remetem à norma

    (palavras, termos e construtos frasais corretos do ponto de vista

    normativo), bem como condicionado a questões que envolvem a seleção

    lexical (palavras e termos propensos a incentivar virtudes e boas ações),

    como pontua Marcuschi (2010).

    Na visão de Perfeito (2007), a Linguagem como Instrumento de

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    Comunicação é marcada indelevelmente pelos padrões paradigmáticos

    das teorizações estruturalistas. O cerne desses padrões estruturalistas era

    de que a língua consistia em algo a-histórico, estando incumbida do

    repasse de mensagens de sujeito emissor para um sujeito receptor. Esse

    repasse, porém, não estava marcado pela interlocução. Ou seja, havia

    apenas um repasse mecânico de mensagens. Essa concepção é também,

    indelevelmente, marcada pelos padrões paradigmáticos da Teoria da

    Comunicação e da Informação, assim como dos padrões Behavioristas.

    Barbosa & Souza (2006), Bezerra (2010), Perfeito (2007), Silva

    & Luna (2013) e Soares (2004) são concordantes, quando preconizam

    que, da Concepção de Língua como Estrutura ou Sistema (ou

    Linguagem como Instrumento de Comunicação), abrolha fazeres

    pedagógicos calcados nos elementos da comunicação, assim como na

    gramática normativa. Os referidos autores também são concordantes,

    quando mencionam que tal prática persistiu até final da década de 70.

    No dizer de Perfeito (2007), devido ao fato de a língua ser tida

    como código, o cerne dessa proposta de ensino era, justamente, facultar

    ações pedagógicas propensas a angariar o estudo da língua, primando

    pelos elementos Emissor, Receptor, Mensagem, Canal e Código. A

    referida autora aponta o fato a rigorosidade da abordagem gramatical

    ser dissipada. O foco na Morfossintaxe ainda vai permanecer. O que

    muda, todavia, é justamente a forma de abordá-lo.

    Para Costa-hübes (2009), os postulados linguísticos

    estruturalistas alavancam a efetivação de um trabalho didático do ensino

    de língua materna calcado na imanência do sistema linguístico, bem

    como dos seus componentes, a saber, elementos fonéticos,

    morfossintáticos e lexicais. Diante dessa perspectiva, o alunado tinha

    como incumbência efetivar o reconhecimento e a apropriação desses

    componentes do sistema linguístico. Nessa conjectura, o trabalho

    didático do ensino de língua materna concedeu eminência à organização

    estrutural frasal, primando por práticas de análises e classificações de

    componentes morfossintáticos.

    Luna (2012) suscita que a concepção de linguagem como

    instrumento de comunicação instigou a efetivação de um trabalho

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    didático do ensino da escrita assentado na imitação de arquiteturas

    textuais consagradas. Nessa ótica, a produção escrita consistia em uma

    “técnica” calcada na imitação e na reprodução de elementos

    componentes das estruturas textuais. Em outras palavras, a produção

    escrita requeria do alunado a reprodução de estruturas cristalizadas,

    bem como a imitação de elementos fraseológicos, estruturação frasal e

    elementos lexicais. Como exemplares de formatos textuais a serem

    imitados, estavam as sequencias tipológicas, isto é, os textos narrativos,

    descritivos e dissertativos.

    Segundo Costa-hübes (2009), sob a ótica da concepção de

    linguagem comunicacional, o trabalho didático do ensino da escrita

    concedeu proeminência à pedagogia dos modelos, angariando a

    realização de atividades didáticas canalizadas a efetivar o processo de

    apropriação de estruturas linguísticas e moldes composicionais. Nesse

    contexto, os docentes tinham como incumbência apresentar modelos de

    estruturas frasais, modelos textuais e técnicas de construção textual. O

    alunado, por sua vez, tinha por meta memorizar tais modelos e técnicas,

    aplicando-os nas suas produções escritas.

    Nos anos 80, as teorizações da Linguística da Enunciação (ou

    Linguística Enunciativa) potencializaram um amplo leque de

    discussões, em torno dos processos de ensino e de aprendizagem. Como

    dito antes, no bojo das discussões potencializadas pela Linguística

    Aplicada e pela Linguística Textual, emerge a incumbência do texto

    como Unidade e/ ou Objeto de Ensino. O texto terá, então, a

    incumbência de viabilizar a promoção das estratégias de ensino, como

    postula Santos (2002).

    Já na década de 1980 alguns trabalhos das áreas da

    Linguística e da Psicolinguística passaram a questionar a

    noção de ensino-aprendizagem de língua escrita que

    concebia a língua apenas como código e, dessa forma,

    entendia a leitura apenas como decodificação e a escrita

    somente como produção grafomotriz. A linguagem

    deixava de ser encarada, pelo menos teoricamente, como

    mero conteúdo escolar e passa a ser entendida como

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    processo de interlocução. Nesta perspectiva a língua é

    entendida enquanto produto da atividade constitutiva da

    linguagem, ou seja, ela se constitui na própria interação

    entre os indivíduos. Passou-se, assim, a prescrever que a

    aprendizagem da leitura e da escrita deveria ocorrer em

    condições concretas de produção textual. Desloca-se o

    eixo do ensino voltado para a memorização de regras da

    gramática de prestígio e nomenclaturas. Em propostas

    curriculares de diversos Estados, já a partir da década de

    80, deslocou-se o eixo do ensino voltado para a

    memorização de regras e nomenclaturas da gramática de

    prestígio, para um ensino cuja finalidade é o

    desenvolvimento da competência linguístico-textual, isto

    é, o desenvolvimento da capacidade de produzir e

    interpretar textos em contextos sócio-históricos

    verdadeiramente constituídos (SANTOS, 2002, p. 30-31).

    Essas teorizações da Linguística da Enunciação travaram, então,

    um embate com os postulados formalistas da língua (Estruturalismo e

    Gerativismo), opondo-se, desse modo, às estratégias de ensino

    fomentadas por estes últimos. Parafraseando Perfeito (2007), decorrente

    dos postulados da Linguística da Enunciação, propala-se a Concepção

    de Língua como Atividade Social (também podendo ser denominada de

    Linguagem como Forma de Interação). O cerne dos padrões

    paradigmáticos da enunciação é de que a língua consiste em algo

    sociohistórico, assim como em um trabalho ancorado na coletividade.

    Na acepção dos postulados sociohistóricos da linguagem (mais

    especificamente da Linguística de Texto), a escrita consiste em uma

    atividade calcada na complexidade, que transcende as exigências

    gramaticais. A escrita é uma atividade que remete às necessidades

    comunicativas, bem como aos propósitos comunicativos solicitados

    pelos contextos de usos, envolvendo práticas textuais, discursivas e

    cognitivas (MARCUSCHI, 2010).

    Entretanto, a efetivação da produção de texto não está vinculada

    apenas aos elementos alfabéticos e linguísticos disseminados na

    materialidade textual. Tais elementos são relevantes, mas não são os

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    únicos que subsidiam o processo de produção textual. Koch & Elias

    (2009) postulam que distintos elementos corroboram para a efetivação

    da atividade de produção textual. Os saberes linguísticos,

    enciclopédicos (conhecimento de mundo) e textuais (conhecimentos

    tocantes aos gêneros do discurso e às tipologias textuais), bem como a

    cognição dos sujeitos são elementos extremamente relevantes na

    efetivação de produzir textos.

    É com os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua

    Portuguesa - PCNs, que será viabilizada a promoção da ruptura com as

    estratégias de ensino canalizadas na norma padrão e na metalinguagem.

    Na ótica de Silva & Luna (2013), os Parâmetros Curriculares Nacionais

    - PCNs fomentam o abrolhar de um processo de ensino e de

    aprendizagem de língua ancorado na Reflexão e no Uso. As estratégias

    de ensino serão potencializadas, em prol dos Eixos de Ensino de Língua

    Portuguesa - Leitura, Produção de Texto (o que engloba tanto os

    gêneros discursivos escritos, como os orais) e Análise Linguística

    (doravante AL). Em vez de primar pela metalinguagem, os processos de

    ensino e de aprendizagem de língua materna estarão, agora, canalizados

    na epilinguagem.

    Diante desse quadro, os gêneros discursivos passarão a

    viabilizar a realização das estratégias de ensino, com foco na reflexão e

    no uso. Para realização dessa faceta, os processos de ensino e de

    aprendizagem concederão primazia à retratação das características

    constitutivas dos gêneros discursivos (Finalidade Comunicativa, Tema,

    Composição/ Construção Composicional, Estilo de Dizer, Suporte etc.).

    O cerne desse processo de ensino e de aprendizagem é facultar o acesso

    do alunado às práticas de linguagem, assim como à participação social

    (com foco na cidadania). Na esteira das discussões acerca dos múltiplos

    gêneros discursivos, está o anúncio publicitário.

    Diante da noção de escrita como prática interlocutiva entre

    autor, texto e leitor sob os respaldos dos gêneros do discurso, o trabalho

    didático do ensino da produção de texto deve potencializar a efetivação

    de situações que remetam tanto às práticas sociais, quanto aos gêneros

    requeridos nas diferenciadas situações comunicativas de uso. Nessa

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    Revista Diálogos – set. / out. – 2018 – N.º 20 383

    perspectiva, o ensino da escrita dever viabilizar um ensaio das práticas

    comunicativas e das exigências que serão requeridas do alunado nas

    tramas cotidianas (MARCUSCHI, 2010).

    Como destacado anteriormente, a escrita deve ser

    entendida como um processo de interlocução entre leitor-

    texto-autor que se concretiza via gêneros textuais num

    contexto sócio-historicamente situado. Por essa razão, no

    ensino da elaboração textual, devem ser propostas

    situações que se reportem a práticas sociais e a gêneros

    textuais passíveis de serem reconstituídos, ainda que

    parcialmente, em sala de aula, tanto no que se refere à

    produção quanto no que se refere à recepção do texto

    escrito. Escrever na escola, portanto, deve ser visto como

    um ensaio ou mesmo uma prévia convincente do que será

    requerido dos jovens aprendizes no espaço social

    (MARCUSCHI, 2010, p. 79).

    Hoje, o cerne do trabalho didático do ensino da escrita não

    reside mais na correção de “erros” gramaticais. O cerne do trabalho

    didático do ensino da escrita está na potencialização da formação de

    produtores de texto competentes e proficientes que consigam dominar

    distintas habilidades, tais como: efetivar planejamento textual, articular

    elementos textuais, empregar recursos linguísticos e estratégias

    discursivas etc. (OLIVEIRA JÚNIOR, SOUZA & LUNA, 2014).

    3 Argumentatividade, convencimento e persuasão: conhecendo um

    pouco sobre o gênero anúncio publicitário

    Costa Lara & Souza (2007) e Melo (2008) postulam que o

    gênero anúncio publicitário tem como marca constitutiva a persuasão.

    Dito de outro modo, a finalidade comunicativa desse gênero discursivo

    está, justamente, no ato de angariar o convencimento e a persuasão dos

    leitores. Almeja-se, assim, que esses leitores venham a aderir às ideias

    propaladas pelos anúncios e, por conseguinte, venham a adquirir

  • O Anúncio Publicitário no Ensino Médio... - Silva

    Revista Diálogos – set. / out. – 2018 – N.º 20 384

    produtos e serviços. Dessa feita, o gênero anúncio publicitário está

    marcado pelo convencimento e pela persuasão.

    Diante do exposto, os anúncios publicitários estão calcados em

    estratégias, práticas e recursos argumentativos. A argumentação

    consiste em um elemento fulcral da essência desse gênero discursivo,

    visto que vai potencializar o convencimento do público leitor.

    Parafraseando Melo (2008), a construção da arquitetura textual do

    anúncio publicitário materializa um amplo leque de recursos

    discursivos, argumentativos e, em especial, ideológicos. Ao materializar

    ideologias subjacentes à disseminação de um produto ou serviço, esse

    gênero discursivo propala o estigma da perfeição ou de algo que deve

    ser reproduzido veementemente. Em alguns casos, pode fomentar a

    propagação de padrões comportamentais a serem seguidos.

    Partindo dessa constatação, Paz (2002) efetua uma categorização

    dos recursos argumentativos mais recorrentes na construção da

    arquitetura textual do anúncio publicitário. Alicerçada nos arcabouços

    teóricos de Brown (1971), a referida autora postula os seguintes

    recursos argumentativos.

    1. Utilização de estereótipos - O referido recurso está alicerçado na aparência. São empregadas as imagens de pessoas detentoras

    de uma estética corporal ou facial perfeita, bem como o emprego

    de pessoas com roupas modernas. Em geral, são mobilizadas as

    imagens de pessoas famosas ou celebridades, como, por

    exemplo, atores, atrizes, cantores (as), esportistas (jogadores,

    lutadores etc.), modelos etc. O cerne desse recurso

    argumentativo é materializar um padrão a ser reproduzido ou

    seguido. Dessa feita, no uso de estereótipos, há um constante

    uso de modelos consagrados, que devem ser seguidos mediante

    a aquisição de um produto ou serviço.

    2. Criação de inimigos - O referido recurso está ancorado na rivalidade. Em geral, são apresentados inimigos e rivais, os

    quais podem ser reais ou imaginários. Tais inimigos podem ser

  • O Anúncio Publicitário no Ensino Médio... - Silva

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    combatidos, a partir da aquisição do produto ou do serviço

    veiculado pelo anúncio. Podem ser apresentados como exemplos

    que refletem esse recurso argumentativo: as doenças e seus

    causadores, que podem ser erradicados com a compra de um

    remédio; a sujeira e os germes, que podem ser combatidos e

    dissipados com a utilização de materiais de limpeza etc. Dessa

    maneira, nesse recurso argumentativo, existe a constante criação

    de rivais, os quais são combalidos diante dos produtos ou

    serviços propalados pelos anúncios.

    3. Apelo à autoridade - O referido recurso está calcado no peso da credibilidade da imagem de alguém renomado. Em geral, é

    empregada a imagem de profissionais e especialistas

    relacionados ao produto ou serviço propalado pelo anúncio.

    Nesse recurso argumentativo, pode aparecer um amplo leque de

    profissionais (médicos, jogadores, pesquisadores, psicólogos

    etc.), bem como instituições de renome. Desse modo, nesse

    recurso, a credibilidade de um produto ou serviço será

    angariada, através da imagem de um profissional ou especialista.

    4. Afirmação ou repetição - O referido recurso está pautado em um recurso linguístico bastante recorrente na composição dos

    anúncios publicitários, isto é, o uso de verbos de ordens. Em

    geral, são empregados verbos no imperativo, exteriorizando um

    aconselhamento ou ordem. Ainda nesse recurso, há a repetição,

    com fins a fixar algo na mente do leitor.

    5. O resultado do produto - O referido recurso visa a angariar a credibilidade do produto ou serviço, que está sendo propalado

    pelo anúncio. Para angariar essa faceta, os efeitos e os resultados

    facultados pelo produto são colocados em relevo, revelando sua

    eficácia. Por exemplo, os anúncios de creme dental, que

    colocam em foco o branco dos dentes; os anúncios creme de

    pentear e de shampoo, que exibem cabelos cacheados e lisos

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    (sempre perfeitos do ponto de vista da estética); os anúncios de

    produtos de limpeza, que exibem espaços extremamente limpos

    (em alguns casos, uma brancura incomum); os anúncios de

    aparelhos ou creme de barbear, que exibem rostos esteticamente

    perfeitos, após as utilizações do produto etc. Esses são apenas

    alguns exemplos que ilustram esse recurso argumentativo de

    evidenciar os efeitos e os resultados da utilização de um dado

    produto, angariando, desse modo, sua credibilidade perante o

    leitor.

    Costa Lara & Souza (2007) efetuam um apanhado acerca dos

    recursos multimodais e semióticos mobilizados na construção do gênero

    anúncio publicitário. Na organização estrutural desse gênero discursivo,

    são empregados tanto elementos verbais (letras, palavras e frases),

    quanto formatos, cores e tamanhos. Em outras palavras, não há uma

    fórmula específica e elementos padronizados a serem mobilizados na

    construção do anúncio publicitário. Mas há um amplo leque de formas e

    formatos de letras, assim como de tamanhos e disposições.

    Nesse leque de recursos multimodais, destacam-se as cores. No

    gênero anúncio publicitário, a escolha das cores não acontece da

    neutralidade. Pelo contrário, a cor das letras e das palavras, assim como

    a cor do preenchimento do pano de fundo estão vinculadas aos

    propósitos comunicativos em torno do anúncio em questão. Ampliando

    a questão, ao construir um determinado anúncio publicitário, o autor

    pode escolher a cor das letras ou do preenchimento do pano de fundo,

    estando essa escolha atrelada ao produto veiculado ou aos efeitos de

    sentido que objetiva angariar.

    Paz (2002) postula que, na composição de um anúncio

    publicitário, a escolha da cor não acontece da neutralidade. Pelo

    contrário, o emprego de uma determinada cor tem como incumbência

    angaria a atração do leitor, contribuindo, por conseguinte, para a

    efetivação da memorização da imagem do produto. Consoante a autora,

    "como fator de memorização do anúncio, a ilustração contribui para a

    identificação do produto, isto é, para distingui-lo dos produtos

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    concorrentes e calcá-lo na memória do leitor, favorecendo as

    associações de ideias com o conhecimento prévio, conhecimento

    partilhado ou conhecimento de mundo” (p. 11). É necessário

    mencionarmos que a ausência da cor também pode acarretar

    determinados efeitos de sentido. Dessa feita, todo esse leque de

    elementos multimodais e semióticos angariam inúmeros contributos não

    só para a propalação da mensagem, mas também para a formulação de

    sentido frente o texto. Isso vai ao encontro de Silva (2014) e Silva,

    Souza e Cipriano (2015).

    4 A sequência didática: o gênero anúncio publicitário em foco

    Nos dias atuais, a noção de escrita como prática interativa entre

    autor, texto e leitor está presente nos documentos oficiais que subsidiam

    a efetivação dos processos de ensino e de aprendizagem, assim como

    das rotinas educacionais. Os Parâmetros Curriculares Nacionais de

    Língua Portuguesa (BRASIL, 1997; BRASIL, 1998) e as Orientações

    Curriculares Nacionais do Ensino Médio (BRASIL, 2006) postulam a

    noção de escrita supracitada acima, a partir dos gêneros do discurso

    propalados nas rotinas cotidianas.

    Na ótica dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua

    Portuguesa (PCNs), o trabalho didático do ensino da escrita está

    canalizado a efetivar a formação de produtores de textos competentes e

    proficientes. Essa faceta requer a abordagem dos gêneros do discurso e

    dos componentes constitutivos (pretensão comunicativa, tema,

    composição estrutural, estilo verbal, suporte etc.). O trabalho com

    gêneros discursivos está, portanto, imbricado ao fazer pedagógico do

    ensino da escrita. É necessário ressaltarmos que esse trabalho deve

    envolver os gêneros discursivos escritos e orais.

    No que tange ao Ensino Médio, as discussões atinentes às

    atividades de produção de texto ampliaram-se consideravelmente. Tal

    ampliação é derivada das modificações ocorridas no Exame Nacional

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    do Ensino Médio (doravante ENEM), como postulam Freitas & Luna

    (2015).

    Em virtude do fato de esse exame requerer a produção de uma

    dissertação argumentativa, essa tipologia tem adquirido uma grande

    hegemonia no contexto do Ensino Médio. O que, em muitos casos,

    aniquila a efetivação de um trabalho didático do ensino da produção de

    texto assentando na diversidade de gêneros do discurso, bem como na

    apropriação das suas características sociocomunicativas e condições de

    produção.

    É com esse olhar que propomos esta proposta de sequência

    didática com foco na produção de texto escrito, sob os subsídios do

    gênero anúncio publicitário. Dizendo de outra maneira, com o objetivo

    de contribuir para a potencialização de situações didáticas calcadas na

    variedade de gêneros discursivo, elaboramos a referida proposta de

    sequência didática.

    O trabalho com gêneros discursivos não acontece do nada. É

    preciso um processo de organização do trabalho didático. Diante do

    grande leque de situações didáticas que podem ser empregadas em prol

    do trabalho pedagógico com gêneros do discurso, Leal (2010) postula

    uma classificação de atividades didáticas que podem ser planejadas e

    efetuadas no campo educacional. São elas: Atividades Permanentes,

    Atividades Esporádicas, Projetos Didáticos e Sequências Didáticas.

    Em se tratando dos gêneros discursivos, o propósito de empregar tais

    atividades é acarretar a efetivação de abordagens didáticas sistemáticas,

    com fins a viabilizar a efetivação do processo de apropriação das

    características constitutivas de tais gêneros.

    Neste trabalho, interessa-nos, em especial, as Sequências

    Didáticas. Estas são definidas por Leal (2010) como intervenções de

    natureza pedagógica calcadas na sequenciação. As sequências didáticas

    são, então, atividades efetivadas, por intermédio de passos e etapas.

    Nessas atividades, a sequenciação não emerge da neutralidade. Pelo

    contrário, a sequenciação está intimamente atrelada ao propósito de

    efetivar a promoção da construção de capacidades e habilidades. Em se

    tratando dos gêneros discursivos, cada etapa ou passo está diretamente

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    vinculado a facultar a promoção da produção da sistematização de

    saberes. É, justamente, com base na sequência didática, que efetivamos

    a realização do referido trabalho.

    Neste trabalho, ancoramo-nos no modelo de sequência didática

    proposto por Lopes-Rossi (2012). Na ótica da autora, o trabalho

    didático canalizado a fomentar a potencialização da apropriação das

    características sociocomunicativas de um dado gênero discursivo requer

    o entrelaçamento das atividades de leitura e de escrita. Tais habilidades

    linguísticas são inegavelmente atreladas.

    Para a supracitada autora, o trabalho com sequências didáticas

    com foco na produção textual requer a articulação entre atividades de

    leitura e de escrita. As atividades de leitura alavancam o início do

    processo de apropriação das características sociocomunicativas do

    gênero discursivo em questão. São elas: a finalidade comunicativa, o

    conteúdo temático, a construção composicional, o estilo de dizer etc. A

    apropriação dessas características angaria a efetivação da produção de

    um dado gênero discursivo. As atividades de produção de texto estão

    intrinsecamente atreladas a essas características sociocomunicativas,

    isto é, a adequação da produção textual a tais características. O quadro

    abaixo sintetiza o modelo de sequência didática postulado por Lopes-

    Rossi (2012).

    QUADRO 1 – Modelo de sequência didática proposto por Lopes-Rossi

    (2012)

    MÓDULOS

    DIDÁTICOS

    SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS ELABORADAS

    VISANDO A

    Módulo 1

    Leitura para

    apropriação das

    características típicas

    do gênero discursivo

    Leitura detalhada de vários exemplares do

    gênero para conhecimento de suas

    características sociocomunicativas e

    composicionais (verbais e visuais), de sua

    organização retórica e de seu estilo.

    Módulo 2

    Reprodução, tanto quanto possível, do modo de

    produção do gênero nas situações não escolares:

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    Produção escrita do

    gênero de acordo com

    suas condições de

    produção típicas

    Planejamento da produção (definição do assunto, esboço geral, forma de obtenção de

    informações, recursos necessários)

    Coleta de informações

    Produção da primeira versão de acordo com movimento retóricos típicos do gênero (ou

    possíveis, caso não haja um padrão)

    Correção colaborativa do texto, indicando aspectos a ser melhorados

    Produção da segunda versão, atendendo às indicações da correção

    Revisão final do texto

    Digitação e diagramação da versão final, de acordo com o suporte para circulação

    Módulo 3

    Divulgação ao público,

    de acordo com a forma

    típica de circulação do

    gênero

    Providências para efetivar a circulação da

    produção dos alunos fora da sala de aula ou

    mesmo na escola.

    Fonte: Lopes-Rossi (2012, p. 239).

    PRIMEIRA ETAPA (APROPRIAÇÃO DAS

    CARACTERÍSTICAS SOCIOCOMUNICATIVAS DO GÊNERO)

    A primeira etapa da sequência didática tem como objetivo

    viabilizar a efetivação da apropriação das características

    sociocomunicativas do gênero anúncio publicitário, por parte dos

    alunos. Para tal, elaboramos algumas atividades que focam no propósito

    comunicativo, no conteúdo temático, na construção composicional e no

    estilo verbal desse gênero discursivo.

    AULA 1

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    Esta aula tem por objetivo conhecer os conhecimentos prévios dos

    alunos acerca do conceito e do propósito comunicativo do gênero

    anúncio.

    PROCEDIMENTOS

    1. Divisão dos alunos em quatro grupos. Cada grupo receberá um exemplar de um anúncio, contendo algumas perguntas.

    2. Cada grupo terá 20 (vinte) minutos para refletir acerca das questões propostas. Em seguida, cada grupo apresentará seu

    exemplar do gênero anúncio para os demais alunos.

    3. Apresentação da definição do gênero anúncio e das suas modalidades (educativa e publicitária), bem como do seu

    propósito comunicativo.

    ATIVIDADE 01

    Observe os anúncios abaixo e responda as seguintes questões:

    O anúncio em questão veicula um produto ou uma campanha de interesse

    social?

    Qual o objetivo do anúncio em questão?

    Quais as imagens/ilustrações utilizadas no anúncio?

    Quais as cores empregadas no anúncio?

    Qual a relação das cores empregadas com o produto ou campanha em foco?

    Há pessoas famosas ou profissionais no anúncio?

    A imagem dessas pessoas influencia os leitores? De que modo?

    O anúncio evidencia expressões faciais, posturas corporais, formatos etc.?

    Qual a relação disso com o produto ou campanha em questão?

    TEXTO 01

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    Fonte: www.google.com.br

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    TEXTO 02

    Fonte: www.google.com.br

    http://www.google.com.br/

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    TEXTO 03

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    TEXTO 04

    Fonte: www.google.com.br

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    AULA 2

    Esta aula tem por objetivo abordar a finalidade comunicativa do gênero

    anúncio publicitário, assim como as suas principais características

    sociocomunicativas e os recursos argumentativos mais recorrentes

    mobilizados na sua construção desse gênero discursivo.

    PROCEDIMENTOS

    1. Retomada dos conteúdos abordados na aula anterior; 2. Realização de discussão oral com os alunos mediante um

    exemplar de anúncio publicitário do creme dental Oral B

    (disponível abaixo);

    3. Realização de oficina didática acerca do funcionamento do gênero anúncio publicitário impresso, enfocando seu propósito

    comunicativo, plano temático (assuntos mais recorrentes), plano

    composicional (organização estrutural e elementos mais

    recorrentes, tais como: título, imagens/ilustrações, corpo do

    texto, slogan etc.) e plano verbal (uso da forma verbal

    imperativa, adequação da linguagem ao leitor, sendo, porém, na

    maior parte das vezes, simples, clara e objetiva etc.), recursos

    argumentativos mais recorrentes mobilizados na construção

    deste gênero discursivo.

    4. Distribuição de folder, contendo a definição do gênero anúncio publicitário, sua finalidade comunicativa, seu conteúdo

    temático, seus elementos da estruturais e seus principais

    elementos linguísticos;

    5. Divisão dos alunos em grupos em seis grupos. Distribuição de jornais e revistas. Cada grupo irá escolher um exemplar do

    gênero anuncio publicitário disponível nesses portadores de

    texto e realizar uma análise, identificado seu proposto

    comunicativo, seus elementos estruturais e seus principais

    elementos linguísticos.

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    ATIVIDADE 02

    Fonte: www.google.com.br

    Observe o anúncio acima e responda aos questionamentos abaixo:

    Qual o produto anunciado?

    Há pessoas famosas ou profissionais no anúncio?

    Como imagem dessas pessoas pode influenciar os leitores? De que modo?

    Quais as cores empregadas no anúncio publicitário?

    Qual a relação das cores empregadas com o produto em foco?

    O anúncio evidencia expressões faciais, posturas corporais, formatos etc.?

    Qual a relação disso com o produto em questão?

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    AULA 3

    Esta aula tem como objetivo finalizar a etapa da apropriação das

    características sociocomunicativas do gênero anúncio publicitário,

    retomando de forma lúdica os conteúdos abordados nas aulas anteriores.

    PROCEDIMENTOS

    1. Divisão dos alunos em seis grupos. Distribuição de cartolinas, canetas hidrográficas, entre outros materiais. A partir do

    exemplar do gênero anúncio publicitário analisado na aula

    anterior, cada grupo irá montar uma pequena apresentação para

    os demais alunos;

    2. Realização da apresentação dos grupos; 3. Realização do Jogo dos slogans – quem sou eu? (conforme

    formulário abaixo).

    4. Realização de um jogo quiz sobre as características sociocomunicativas do gênero anúncio publicitário (conforme

    formulário abaixo).

    ATIVIDADE 1

    JOGO DOS SLOGANS – QUEM SOU EU?

    DINÂMICA DE FUNCIONAMENTO DO JOGO: Divisão dos alunos em seis grupos (Grupo 1, 2, 3, 4, 5 e 6). Todos os grupos

    iniciam o jogo com 20 (vinte) pontos. O jogo em questão objetiva testar os

    conhecimentos do alunado acerca de slogans de anúncios publicitários

    amplamente divulgados e veiculados nos meios de comunicação. Os produtos

    em questão fazem parte das rotinas cotidianas do alunado. Entretanto, tais

    slogans não são evidenciados da forma convencional como são veiculados na

    mídia. Para realização dessa atividade, eles foram distorcidos. Os alunos têm

    como meta identificar a qual produto o slogan se refere. Nessa atividade, é

    necessário que o professor os 17 (dezessete) slogans em folhas de papel A4.

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    Revista Diálogos – set. / out. – 2018 – N.º 20 398

    Em cada folha, ele disponibilizará um componente estrutural. O professor

    necessitará também de uma caixa com pequenos cartões. Nesses cartões,

    estará escrito: salvo (não perde nenhum ponto), perde 10 (dez) pontos e

    bomba (perde todos os pontos). O professor atuará como mediador do grupo.

    Seguindo a ordem dos grupos, o professor irá apresentar uma folha com um

    dos slogans. Cada grupo terá três minutos para identificar o produto a que se

    refere o slogan. Caso acerte, o grupo ganhará 20 pontos. Caso erre, o grupo irá

    para a berlinda. Na berlinda, um dos componentes do referido grupo irá retirar

    um cartão da caixa. Entre os cartões, há as seguintes opções: salvo (não perde

    nenhum ponto), perde 10 (dez) pontos e bomba (perde todos os pontos). O

    grupo com a maior pontuação ganhará o jogo.

    SLOGANS:

    Quem sou eu? A falsificada maionese. (RESPOSTA: Helmann’s, a verdadeira

    maionese)

    Quem sou eu? A vida com fronteiras (RESPOSTA: TIM, viver sem fronteiras)

    Quem sou eu? 100 ×10 + 1 = nenhuma utilidade (RESPOSTA: Bombril: mil e

    uma utilidade)

    Quem sou eu? Tomou e a dor voltou. (RESPOSTA: Tomou Doril, a dor

    sumiu)

    Quem sou eu? Ele não faz. Ele não mostra. (RESPOSTA: Omo faz. Omo

    mostra)

    Quem sou eu? Complicado assim (RESPOSTA: Oi: simples assim)

    Quem sou eu? Quem pede um, não quer nunca mais. (RESPOSTA: Bis:quem

    pede um, pede bis)

    Quem sou eu? Deu resfriado? (RESPOSTA: Benegripe – Deu gripe?

    Benegripe)

    Quem sou eu? A energia do desgosto (RESPOSTA: Nescau: energia que dá

    gosto)

    Quem sou eu? O líquido que desce quadrado (RESPOSTA: Skol: a cerveja

    que desce redondo)

    Quem sou eu? Viva o lado negro da vida (RESPOSTA: Viva o lado Coca-

    Cola da vida)

    Quem sou eu? Ele corta suas asas (RESPOSTA: Red bull te dá asas)

    Quem sou eu? A primeira impressão é a que espanta (RESPOSTA: Axe: a

    primeira impressão é a que fica)

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    Quem sou eu? A sandália que ninguém usa (RESPOSTA: Havaianas: todo

    mundo usa)

    Quem sou eu? Péssima ideia. (RESPOSTA: Caninha 51: ótima ideia)

    Quem sou eu? Vem para o cofre você também! (RESPOSTA: Caixa – Vem

    pra Caixa você também!)

    Quem sou eu? A guaraná plagiada do Brasil (RESPOSTA: Guaraná Antártica

    – O original do Brasil)

    ATIVIDADE 2

    JOGO QUIZ: O ANÚNCIO PUBLICITÁRIO

    Qual o propósito comunicativo do gênero anúncio publicitário?

    Aconselhar

    Criticar

    Convencer

    Informar

    Satirizar

    O gênero anúncio publicitários faz parte da esfera:

    Escolar

    Jornalística

    Jurídica

    Publicitária

    Religiosa

    O anúncio publicitário traz mensagens:

    Educativas

    Esportivas

    Comerciais

    Literárias

    Religiosas

    Não faz parte da estrutura do gênero anúncio publicitário impresso?

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    Revista Diálogos – set. / out. – 2018 – N.º 20 400

    Título

    Imagens/ilustrações

    Corpo textual (frases curtas)

    Arquivos de vídeos

    Slogans

    Em geral, não é utilizado nos anúncios publicitários:

    Cores relacionadas aos produtos veiculados

    Eficácia do produto

    Pessoas famosas

    Pessoas com ótima estética facial e corporal

    Textos longos

    Sobre a linguagem dos anúncios publicitários, não se pode afirmar que:

    Adequada ao público alvo

    Clara e objetiva

    Formal

    Rebuscada

    Simples

    Uma das formas verbais mais comuns empregadas nos anúncios

    publicitários é:

    Presente do indicativo

    Pretérito

    Futuro

    Imperativo

    Subjuntivo

    SEGUNDA ETAPA (A PRODUÇÃO DO GÊNERO ANÚNCIO

    PUBLICITÁRIO)

    A segunda etapa tem por objetivo viabilizar a efetivação da

    produção do gênero anúncio publicitário, focando nas etapas da

    produção textual. Para realização dessa faceta, elaboramos algumas

    atividades didáticas.

  • O Anúncio Publicitário no Ensino Médio... - Silva

    Revista Diálogos – set. / out. – 2018 – N.º 20 401

    AULA 1

    Esta aula tem como objetivo iniciar a produção do gênero anúncio

    publicitário, focando no levantamento de ideias e no planejamento

    textual.

    PROCEDIMENTOS

    1. Lançamento da proposta de produção de exemplares do gênero anúncio publicitário com a finalidade da construção de um

    mural no pátio da escola, bem como a realização de um

    concurso de anúncios2;

    2. O referido anúncio deverá veicular um produto real (já comercializado no mercado) ou um produto fictício (ainda não

    existente/comercializado);

    3. Divisão dos alunos em seis grupos3. Distribuição de jornais e revistas com a finalidade de subsidiar a escolha do produto, bem

    como a promoção de ideias para sua divulgação/veiculação.

    4. Escolha do produto; 5. Após a escolha do produto, sob orientação do(a) docente, os

    alunos escolherão ideias para formulação de um slogan, seleção

    de argumentos e recursos visuais a compor o anúncio;

    AULA 2

    Esta aula tem como objetivo iniciar o processo de produção do gênero

    anúncio publicitário.

    PROCEDIMENTOS

    2 Como proposta para circulação dos anúncios produzidos pelos alunos, propomos a

    construção de um mural no pátio da escola ou em outro espaço, bem como a

    realização de um concurso de anúncios. Nesses concursos, os alunos e os professores

    da escola poderão escolher o anúncio mais original. O(a) docente pode conceder

    alguma premiação ao grupo vencedor, como, por exemplo, chocolates, ingressos,

    livros etc. 3 Sugerimos a manutenção dos grupos formados nas aulas anteriores.

  • O Anúncio Publicitário no Ensino Médio... - Silva

    Revista Diálogos – set. / out. – 2018 – N.º 20 402

    1. Distribuição de cartolinas, canetas hidrográficas, jornais e revistas com o objetivo de construir o anúncio;

    2. Sob orientação do(a) docente, os alunos irão produzir o exemplar do gênero anúncio publicitário.

    AULA 3

    Esta aula tem por objetivo realizar o processo de avaliação dos anúncios

    produzidos pelos alunos.

    PROCEDIMENTOS

    1. Cada grupo apresentará o anúncio produzido para os demais alunos;

    2. Após a apresentação dos grupos, o(a) docente e os demais alunos efetuarão a avaliação dos anúncios produzidos, focando

    na adequação às características sociocomunicativas desse gênero

    discursivo (plano temático, construção

    composicional/organização estrutural e estilo de dizer/formas

    verbais e elementos linguísticos), bem como a questões

    morfossintáticas, lexicais e ortográficas.

    AULA 4

    Esta aula tem por objetivo realizar o processo da reescrita dos

    anúncios produzidos pelos alunos.

    PROCEDIMENTOS

    1. Sob a orientação do docente, será realizada a reescrita das produções dos grupos;

    AULA 5

    Esta aula tem como objetivo socializar os anúncios publicitários

    produzidos pelos alunos.

    PROCEDIMENTOS

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    Revista Diálogos – set. / out. – 2018 – N.º 20 403

    1 Escolha do local da escola para construção do mural e posterior divulgação dos anúncios publicitários produzidos pelos alunos;

    2 Confecção do mural com a finalidade de veicular a produção dos alunos;

    3 Divulgação do concurso de anúncios na escola.

    5 Algumas considerações finais

    A elaboração da sequência didática, aqui posta, tem como

    objetivo não só contribuir para a apropriação das características

    sociocomunicativas do gênero anúncio publicitário, como também

    contribuir para a formação de alunos competentes e proficientes quanto

    à produção de textos. Em outras palavras, com essa sequência didática,

    pretendemos contribuir no sentido de potencializar a capacidade de

    escrita dos alunos, fazendo com que esses sujeitos consigam empregar a

    modalidade escrita da linguagem autonomamente, assim como utilizar

    distintos recursos linguísticos e estratégias textual-discursivas na

    produção de texto.

    Com o objetivo de realizar essa faceta, tomamos a sequência

    didática como ferramenta. Na perspectiva das sequências didáticas, os

    saberes alusivos aos gêneros discursivos são produzidos, recorrendo aos

    respaldos de atividades gradativas e paulatinas. Cada uma das

    atividades está canalizada a uma finalidade, em prol de conduzir o

    aluno à construção de um saber. Ora, a sequenciação das atividades

    didáticas é organizada sucessivamente, em prol da produção de saberes

    (gradual) relativa às características constitutivas dos gêneros em

    questão (BRASIL, 1998 apud LOPES-ROSSI, 2015).

    Nessa acepção, elaboramos a sequência didática, aqui,

    apresentada. Cada etapa foi elaborada intencionalmente, objetivando

    angariar a compreensão e a assimilação de um dado saber, por parte dos

    alunos. Nesse ponto, somos concordantes com Lopes-Rossi (2015) que

    postula que essas atividades fomentam substancialmente a

    potencialização das competências linguísticas da compreensão e

    produção de texto dos alunos. Isso não apenas nas atividades do

  • O Anúncio Publicitário no Ensino Médio... - Silva

    Revista Diálogos – set. / out. – 2018 – N.º 20 404

    contexto educacional, mas, sobretudo, na sua atuação social nas práticas

    corriqueiras do dia a dia.

    Em termos de conclusão, ressaltamos que, para efetivar a

    potencialização da competência discursiva e linguística dos alunos,

    requer um trabalho didático calcado em situações interativas,

    recorrendo, para tanto, aos gêneros discursivos. Para angariar a

    apropriação e o domínio da língua, é preciso fomentar a roupagem da

    reflexão linguística e do uso, valendo-se, para tal, de textos escritos e

    orais, conforme postulam Cavalcanti & Silva (2015).

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