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Edição online - No 98 - Janeiro / Fevereiro de 2011www.crcdf .org .br
Primeira turma de Contabilistas
registrados de 2011 recebem a
carteira profissional
Parceria entre o Sebrae e o CRC-DF já formou
17 turmas em sete anos, desde a implantação .
Programa é referência entre os Contabilistas
quando o assunto é gestão empresarial
ARTIGO: A IFAC e as Normas
Internacionais de Contabilidade
Aplicadas ao Setor Público
(IPSAS)
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Novas turmas do Contabilizando o Sucesso
serão abertas em 2011
AVANÇOS NA
CONTABILIDADE
PÚBLICA
O Contador Gilvan da SilvaDantas, que assumiu a recém criada Subsecretaria
de Contabilidade Pública da Secretaria do Tesouro Nacional, fala sobre a
importância da nova pasta e das novidades que estão surgindo no setor público
Páginas 04 e 05
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REPRESENTAÇÕES NAS CIDADES SATÉLITES
Brazlândia: Gonçalinho Ferreira da Silva
Ceilândia: Antônio Elegância de Mariano Filho
Gama: Everton Divino Ribeiro
Núcleo Bandeirante: Alzemar Rego de Souza
Planaltina: Robson Cezar Silva Medeiros
Samambaia: Fabiano Fagundes Dias
Santa Maria: Licindo Passos da Silva
São Sebastião: José Luiz França de Lima
Sobradinho: José Eustáquio Ferreira
Taguatinga: Arilson Brito do Nascimento
Vicente Pires: Anderson Olimpio de Paula
Artigos assinados são de responsabilidade dos autores
Jornal do CRC-DF
Coordenação Editorial Patrícia M. M. Mestre
Projeto Gráfico Ponto Dois Design Gráfico
Impressão Gráfica Unique Brasil
Tiragem 13 mil exemplares
REPRESENTANTES DO CRC/DF NOS ÓRGÃOS PÚBLICOS:CORREIOS Cont. William B. de Mendonça
ANATEL Cont. Catarina da Silva Gonçalves
Banco do Brasil Cont. José Araújo Vieira Filho
Caixa Econômica Federal Cont. José Rogério Kritcka
INFRAERO Cont. Edson Antônio Cavalcanti
INCRA Cont. Ednar Ferreira Araújo
ANEEL Cont. José Renato Pinto da Fonseca
AGU Cont. Jorge Eduardo Barreto Brasil
ELETRONORTE Cont. Jésus Alves da Costa
SERPRO Cont. Robson Ferreira da Silva
CODEVASF Cont. Neida Antônia Enéas
Redação, Edição, Diagramação e Revisão:
Jornalista Responsável
Lillian Vanessa de O. Paula Reg. MT DF 02966
Adriano de Andrade Marrocos,
Presidente do CRC-DF
Conselho Diretor
Presidente Contador Adriano de Andrade Marrocos
Vice-pres. de Administração Contadora Clara Salgado Azevedo Lima
Vice-pres. de Controle Interno Contadora Ana Maria Mallmann Costi
Vice-pres. de Fiscalização e Ética Contador Marcelo Daia Barreto
Vice-pres. de Registro Profissional Contadora Maria Lúcia de Sousa Morais
Vice-pres. de Desenvolvimento Profissional Contador Fábio Macedo Valois
Câmara de Controle Interno
Vice-presidente Contadora Ana Maria Mallmann Costi
Membros Efetivos: Contador José Luiz Marques Barreto; Técnico em
Contabilidade Lúcia de Fátima Ribeiro Confessor.
Membros Suplentes: Contador Fernando de Freitas Melo; Contador Messias
Raimundo de Faria; Técnico em Contabilidade Maria Elzira da Costa.
Câmara de Fiscalização
Vice-presidente Contador Marcelo Daia Barreto
Membros Efetivos: Contadora Sandra Maria Batista; Contadora Daniela
Priscila Alves de Oliveira; Técnico em Contabilidade Jucimei Geraldo da Costa.
Membros Suplentes: Contadora Onésia Delfino; Contador Fernando Emílio
Ferrari Sabino: Contador Carlos Alberto Torres Pires; Técnico em Contabilidade
Flávio Carvalho Miranda.
Câmara de Ética e Disciplina
Vice-presidente Contador Marcelo Daia Barreto
Membros Efetivos: Contadora Sandra Maria Batista; Contadora Daniela
Priscila Alves de Oliveira; Técnico em Contabilidade Pedro Duarte Costa
Filho;Técnico em Contabilidade Jucimei Geraldo da Costa.
Membros Suplentes: Contador Carlos Alberto Torres Pires; Contador
Fernando Emílio Ferrari Sabino; Contadora Onésia Delfino; Técnico em
Contabilidade Flávio Carvalho Miranda; Técnico em Contabilidade José Pereira
de Araújo.
Câmara de Registro Profissional
Vice-presidente Contadora Maria Lúcia de Sousa Morais
Membros Efetivos: Contadora Francisca Tomaz Rodrigues; Técnico em
Contabilidade Francisco Chagas de Melo.
Membros Suplentes: Contador Ricardo Gomide Castanheira; Contador
Salvador de Carvalho Leal; Técnico em Contabilidade Cezar Alves de Medeiros.
Câmara de Desenvolvimento Profissional
Vice-presidente Contador Fábio Macedo Valois
Membros Efetivos: Contadora Clara Salgado Azevedo Lima; Técnico em
Contabilidade Robson Santos Cândido.
Membros Suplentes: Contador Eduardo Tadeu Vieira; Contador José Arimatéa
Soares de Oliveira; Técnico em Contabilidade Adalberto da Silva Nascimento.
EXPEDIENTE
ENDEREÇOS CRC-DFSede: SCRS 503, bloco B, loja 31/33 tel: 3321-1757
Posto na Junta Comercial: SAS Qd. 02, lote 1.A tel: 3329-8862
Janeiro e Fevereiro de 2011
ESPAÇO D O LEITOR
“Quero parabenizar a todos do CRC-DF pelo
atendimento, e pelo site também, que é
muito prático e ágil. Quando o serviço é
bom, merece elogios.”
Enviado por Valdeny, por meio
da Ouvidoria do CRC-DF
03.01 - Assuntos internos
04.01 - Assuntos internos
05.01 - Atendimento a conveniado
06.01 - Reunião com Superintendência da FGV
07.01 - Entrevista por telefone ao CorreioWeb e RadioWeb
12.01 - Solenidade de Entrega de Carteira
13.01 - Assuntos internos
20.01 - Assuntos internos
21.01 - Assuntos internos
22.01 - Assuntos internos
26.01 - Reunião com representantes do Conselho nas cidades do
DF; reunião com Conselho Diretor; Plenária
27.01 - Assuntos internos; Solenidade de Entrega de Carteira
01.02 - Sessão Ordinária, com caráter solene, destinada à Primeira
Sessão Legislativa da Sexta Legislatura
02.02 - Assuntos Internos
03.03 - CFC: Seminário Latino Americano - Adoção de IFRS´s;
CFC : Jantar oferecido ao Chairmain do IASB, Sir David Tweddie
04.02 - Seminário IFRS´S para Pequenas e Médias Empresas
09.02 - Reunião com o Secretário de Fazenda, Valdir Moysés Simão;
Solenidade de Entrega de Carteiras
10.02 - Assuntos Internos; Atendimento a Contabilista
14.02 - Entrevista SEBRAE-DF
16.02 - Reunião com Presidente do CFC, Juarez Domingues Carneiro;
Solenidade de Entrega de Carteiras
17.02 - Reunião com Grupo de Trabalho
19.02 - Reunião de Vice-Presidentes do CRC-DF
22.02 - Palestra on line sobre Nota fiscal eletrônica concedida ao
Jornal de Brasília
23.02 - Reunião com Representantes do CRC-DF nas cidades do DF;
reunião com Conselho Diretor; reunião no TRET; reunião Plenária
24.02 - Solenidade de Entrega de Carteiras
25.02 - Reunião com o Subsecretário da Receita do DF, Francisco Otávio
Quem estuda, sabe. Quem sabe, estuda. O corolário é fático. Sendo assim, há que
se envidar esforços no sentido de prover a Classe Contábil do DF de oportunidades
para reconstruir conceitos e se qualificar e capacitar. Nesta direção, o planejamento
de 2011 prevê a implantação do programa “Dia do Conhecimento”, mais um
compromisso de campanha, que pretende levar à classe contábil, com foco na
atividade empresarial, cursos de curta duração (média de 3 horas) e de baixo
custo. Para tanto estamos buscando concretizar parcerias com entidades
governamentais e empresas de consultoria para efetivação deste programa. Na
mesma direção estaremos divulgando, em breve, eventos com maior estrutura
como a VIII Convenção de Contabilidade do DF, o IV Encontro de Professores e o VI
Fórum da Mulher Contabilista do DF.
Já me manifestei a respeito das mudanças e das novas normas. Muitos discutiram em
passado recente quanto à inaplicabilidade das normas, mas a derrocada das IFRS e do processo
de convergência e o conseqüente retorno ao “status quo” anterior, não ocorreu. Assim, também
preocupados com a atualização em relação às normas contábeis estamos programando cursos
na sede do CRC com foco nas novas Normas Brasileiras de Contabilidade e nos pronunciamentos
do CPC, dando prosseguimento às ações de 2010.
E como estudar, nunca é demais, convênios para pós-graduação, inclusive à distância,
estão em nossa meta para 2011 e serão divulgados em momento oportuno.
Nesta edição vocês poderão perceber que toda esta preocupação com capacitação está
presente em nossas ações, não só no planejamento apresentado acima, mas ao buscar a
manutenção do convênio com o SEBRAE/DF, na entrevista com nosso colega contador Gilvan e
no artigo apresentado pela nossa colega contadora Diana, doutoranda em Contabilidade.
Ao finalizar esta mensagem, convido a todos que acompanhem nossa gestão pelas
informações no site e nos meios de comunicação que iremos reforçar e implantar ao longo de
2011. Até breve.
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INSTITUCIONAL
De dono de escritório a empresário. Essa
é a mudança de percepção que a Rede
Contabil izando o Sucesso proporciona a
contabilistas do Distrito Federal em relação ao
próprio negócio. Parceria entre o Sebrae no DF
e o Conselho Regional de Contabilidade do DF,
o projeto visa fortalecer o empreendedorismo
nesses profissionais. Depois de sete anos e 17
turmas formadas, o programa contribuiu para a
criação de uma rede de contabil istas atua-
lizados e capacitados para atender as micro e
pequenas empresas.
“O objetivo é abrir os horizontes dos
contabilistas e promover uma atualização. Em
contrapartida, eles atuam em prol dos pequenos
empreendimentos. É uma forma de o Sebrae
chegar a mais empresas”, explica a diretora do
Sebrae, Maria Eulália Franco. “Os resultados são
visíveis: os profissionais formaram uma rede de
troca de informações, ampliaram a carteira de
clientes e começaram a ver sua importância no
cenário econômico”, completa.
Com duração de 204 horas, o programa
nasceu de uma parceria entre o Serviço
Brasi leiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (Sebrae) e o Conselho Federal de
Contabil idade (CFC) e hoje é real izado pelas
unidades do Sebrae em cada estado, com o
apoio dos conselhos regionais. No DF, a Rede já
conta com 290 contabilistas, que atenderam a
mais de 13 mil empresas.
Para o presidente do Conselho Regional
de Contabilidade (CRC-DF), Adriano Marrocos, as
mudanças podem ser vistas no dia a dia do
setor. “Eu vi muitos casos em que os parti-
cipantes do curso passaram a pensar na
logomarca e no layout do escritório, por
exemplo. Você deixa de se concentrar só nos
papéis, na burocracia, e passa a olhar para o
seu negócio. A intenção da Rede não é oferecer
uma qualif icação técnica, mas empreen-
dedora”, ressalta.
Possibilidade de crescimento
Participante da primeira turma do
Contabilizando formada no DF, em 2003, Antonio
Alves Sobrinho nunca esqueceu as ferramentas
que aprendeu. “Quando você começa a trabalhar,
acaba ficando só na mesmice. É fundamental
procurar novas maneiras de atuar e o curso foi
muito importante nesse sentido”, conta.
Hoje, a empresa Contabi l idade Três
Marias tem oito funcionários e um estagiário.
“Eu descobri que estava fazendo algumas
coisas erradas, como a cobrança de honorários
e a administração dos custos da empresa. Isso
nos permitiu crescer. A carteira de cl ientes
Parceria do CRC e do Sebrae no DF capacita segmento contábil
Rede Contabilizando o Sucesso forma profissionais com visão ampla para assessorar pequenas empresas
aumentou sensivelmente e, assim, nosso lucro
passou a ser maior”, diz Antonio.
Segundo ele, outros benefícios que a rede
proporcionou foram a possibi l idade de trocar
informações com os colegas de profissão e o
atendimento diferenciado aos empresários que
o procuram. “Eu sempre sugiro aos meus
cl ientes que façam cursos no Sebrae para
diminuir as chances de que aquela empresa
abra e feche em pouco tempo, como costuma
ocorrer ”, ressalta o contabilista.
Antonio ficou tão satisfeito com os
resultados do programa que influenciou a filha – e
sócia na empresa – a participar da turma seguinte
à sua. “Realmente deu uma visão de como tocar o
negócio e até de como se valorizar enquanto
profissional”, disse Maristela Maria Alves.
Divisor de águas
O empreendedorismo também fez a
diferença na empresa da famíl ia Morais. Pai,
mãe, filho e filha são contadores e administram
a Rhodes Contadores Associados. Eles garantem
que tudo mudou depois que os quatro
participaram, no Sebrae, do curso Empretec,
seminário que tem como objetivo desenvolver
características de comportamentos empreen-
dedores. “Foi um divisor de águas, provocou uma
mudança radical dentro da empresa”, conta
Amanda Sousa Morais, responsável pela gestão
administrativo-financeira do negócio.
Conhecendo o trabalho realizado pelo
Sebrae no DF, quando ficaram sabendo da Rede
Contabilizando o Sucesso não hesitaram em
participar. Dessa vez, Amanda foi escolhida para
representar o grupo no curso. “Foi outro grande
divisor. Como eu fui a única a participar, eles
acreditaram e me deram carta branca para
implementar o que aprendia lá”, lembra a contadora.
Segundo Amanda, os benefícios come-
çaram a ser sentidos primeiro no próprio
escritório: “Definimos uma polít ica de
organização interna, que determinou, por
exemplo, a reformulação de toda a informática
da empresa. Dessa forma, aumentamos a
produtividade e conseguimos reduzir custos”.
Sem problemas na gestão da empresa, os
cl ientes começaram a sentir os efeitos dessa
nova visão. “No curso, a gente aprende muito
sobre gestão administrativa e de pessoas.
Quando um empresário nos contrata, já
conseguimos fazer uma análise mais ampla,
pois um problema financeiro geralmente está
relacionado a problemas de gestão”, explica
Amanda.
Além disso, a contadora destaca como
ponto positivo da participação na Rede, a troca
de informação com outros profissionais. “Não tem
essa ideia de concorrência, a gente realmente
se ajuda. Indicamos até clientes um para o outro,
quando não podemos atender uma empresa por
algum motivo”, garante a profissional, que foi
convidada para a coordenação do programa no
Conselho Regional.
Próximas turmas
Este ano, os contabilistas podem parti-
cipar de duas turmas com 204 horas de duração.
A primeira terá início em maio, com aulas durante
a noite, e a segunda, em junho, durante o dia.
Para participar da rede, é preciso ser profissional
da área – técnico em contabilidade ou contador
– e ter registro junto ao conselho regional.
Para quem já participou da primeira fase
do programa, o Sebrae no DF oferecerá três
módulos complementares. Além disso, os
profissionais da Rede Contabilizando o Sucesso
poderão participar de duas oficinas já
programadas, sobre nota fiscal eletrônica, em
março, e sobre a internacionalização das normas
contábeis com foco na microempresa, em abril.
Por Isabel Vilela, da RP1
“Você deixa de se
concentrar só nos
papéis, na burocracia,
e passa a olhar para o
seu negócio”.
Adriano Marrocos
Informações: 3362-1747
Gestora do projeto: Elaine Araújo
www.contabilizando.com
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Contabilidade Pública em grande fase
Com o processo de convergência das normas contábeis brasileiras aos padrões internacionais e a crescente
exigência da sociedade por maior qualidade e transparência nos gastos públicos, a contabilidade pública vem passando
por importantes mudanças ao longo dos últimos anos, revelando o reconhecimento da ciência como verdadeiro
suporte para o bom desempenho da administração pública.
A criação da Subsecretaria de Contabilidade Pública da Secretaria do Tesouro Nacional em dezembro de 2010
exemplifica bem este processo e representa um marco histórico para a profissão. Nesta entrevista concedida ao
Jornal do CRC-DF o Contador que assumiu a nova pasta da STN, Gilvan da Silva Dantas, conta porque a criação da
Subsecretaria de Contabilidade merece destaque e fala também sobre a criação do Sistema de Informação de Custos
do Governo Federal, do processo de convergência às normas internacionais e do novo SIAFI.
Gilvan é analista da Carreira de Finanças e Controle da Secretaria do Tesouro Nacional desde fevereiro de 2003.
Possui Graduação em Ciências Contábeis pela Associação de Ensino Unificado do Distrito Federal – AEUDF, em 1996
e Especialização em Gestão Estratégica Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas – FGV, em 2002. Antes de ser
nomeado Subsecretário de Contabilidade Pública da Secretaria do Tesouro Nacional exerceu vários cargos na STN,
entre eles o de Coordenador-Geral de Contabilidade da União – CCONT/STN.
Em 2008 a STN criou a CCONF, Coordenação Geral de Normas de Contabilidade
Aplicadas à Federação para descentralizar as atribuições da CCONT, Coordenação
Geral de Contabilidade da União. Passados dois anos, a STN elevou o status da
Contabilidade criando a Subsecretaria de Contabilidade Pública. Como ocorreu e o
que desencadeou esse processo?
Como a STN é o órgão central de Contabilidade do Governo Federal, a
Coordenação Geral de Contabilidade – CCONT, concentrava muitas
atribuições, incluindo as competências determinadas pelas leis 4.320/64 e
10.180/01, além da grande missão que nos trouxe a Lei de Responsabilidade
Fiscal – LRF, de fazer a consolidação das contas públicas para gerar o balanço
do setor. Assim, a CCONT elaborava o Balanço Geral da União, fazia a
Contabilidade da União e também cumpria as atribuições dadas pela LFF.
Foi então que percebemos a necessidade de fortalecer a Contabilidade
como macro processo no âmbito da STN para poder desempenhar bem esse
papel de órgão central da Contabilidade do Governo Federal. A criação da
Coordenação Geral de Normas de Contabilidade Aplicadas à Federação –
CCONF, em 2008, foi de fato um passo importante, pois segregamos as
atribuições. A CCONT ficou a cargo da Contabilidade da União, e a CCONF da
normatização dos procedimentos aplicados a Federação, para propiciar a
consolidação das contas públicas. Mas ainda estava claro que precisava
algo mais. A Contabilidade como macro processo dentro da STN precisava
ter uma força institucional maior. Essa necessidade ficou mais evidente
ainda com a eminente adequação às normas internacionais, quando o
Ministério da Fazenda publicou a portaria 184/2008, determinando à STN a
adoção de medidas necessárias para a promoção da convergência das
Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público às Normas
Internacionais de Contabilidade. A partir daí tivemos um longo período de
discussões no âmbito da STN e do Ministério da Fazenda, com o apoio
importantíssimo do Secretário Executivo Nelson Machado, e percebeu-se,
portanto, a necessidade de fortalecer a Contabilidade. Houve então a grande
oportunidade de criar a Subsecretaria de Contabilidade Pública da STN,
conforme ocorrido em dezembro passado. À nova Subsecretaria foram
integradas as duas coordenações que já existiam, a CCONF, criada em 2008,
e a CCONT, que foi acrescida do termo CUSTOS, chamada agora de Coordenação
Geral de Contabilidade e Custos da União. Em síntese, a criação desta nova
pasta foi um marco. Porque a Contabilidade foi alçada dentro da STN a um
nível de subsecretaria, ou seja, hoje tem um subsecretário que conversa e
despacha diretamente com o Secretário do Tesouro Nacional, expondo e
discutindo necessidades, problemas, desafios e vitórias que temos
alcançados. Isso tem valorizado e melhorado bastante nosso trabalho no
âmbito da STN.
O senhor citou o acréscimo do termo “custos” na nomenclatura da CCONT. Essa
mudança ocorreu devido ao novo Sistema de Informação de Custos do Governo
Federal, implantado em 2010. Qual é o objetivo desse sistema?
Antes de tudo é preciso destacar que o Sistema de Custos não é apenas um
sistema de informática. Nossa visão foi além, pois queríamos criar um
sistema estruturante para cuidar de custo no âmbito do Governo Federal,
que propicie subsídios para a eficácia da gestão pública. Sabemos que os
recursos são escassos e o Governo não tem mais como criar novas receitas
de impostos, então é necessário administrar bem o caixa, e é justamente
isso que o Sistema de Custos oferece. Pois permite avaliar como está o custo
dos programas e confrontar o que foi gasto com o benefício gerado.
Mas esse tipo de análise já não acontecia antes?
Essa análise era feita em cima da despesa orçamentária. E justamente o
que se pretende é tirar da Contabilidade Pública todo esse viés orçamentário
que predomina hoje na administração pública. Queremos aplicar aqui a
Contabilidade como aprendemos na faculdade e nos cursos técnicos, e que
não seja um bicho de sete cabeças como é hoje. Para isso é preciso discernir
as informações. Por exemplo, foi concedido crédito orçamentário para fazer
determinada obra, a administração fez o processo de licitação, contratou a
empresa, fez a nota de empenho, porém a obra não foi executada ou o bem
não foi entregue. No final do ano, aquela nota de empenho que não foi
liquidada será inscrita em restos a pagar não processada. Do ponto de vista
orçamentário, é considerado um gasto. Já do ponto de vista da Contabilidade
não, pois a despesa não incorreu, o serviço não foi prestado ou bem não foi
entregue. Com o Sistema de Custos, damos um tratamento conceitual a essas
informações, vamos discernir do gasto público o que agregou efetivamente
um bem ou serviço para a sociedade. Assim, a despesa que foi inscrita em
restos a pagar não processada não é custo, é despesa orçamentária.
Na prática, então, o Sistema de Custos demonstra que gasto e custo são diferentes?
Exato. Esta é uma nova visão: gasto é o sacrifício financeiro que aconteceu.
Custo é o sacrifício financeiro que ocorreu para a execução de um bem ou
serviço para gerar outro bem ou serviço. Os inativos, por exemplo, não são
custo, pois não geram mais bem ou serviço para a sociedade. Isso é
Contabilidade. É você olhar para um programa e ver o que está sendo
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consumido do recurso público para alcançar objetivos e resultados. Até então
nos preocupávamos muito com a variável financeira, ou seja, “quanto
gastou?”. Já a informação de custo não mostra apenas o gasto, mas o que foi
produzido, ou seja, a variável física. O relatório de custo vai trazer uma
informação concreta. Outro exemplo: suponhamos que o Ministério da Saúde
gastou R$ 1 milhão para comprar vacinas. E se agregarmos a informação de
que foram vacinadas um milhão de crianças? É uma informação nova e
substancial, que auxilia o que nós chamamos de controle social. A execução
do orçamento não é somente gastar o orçamento, é saber o que foi produzido
com aquele gasto.
O Sistema de Custos vai fortalecer a transparência ao confrontar o que foi gasto e o
que foi produzido, revelando como cada gestor aplica o dinheiro público. Todos serão
submetidos a esta nova ferramenta?
Sem dúvida vai aparecer quem é bom gestor, que pega o recurso público e
trabalha de maneira otimizada e qualitativa. E também o contrário, ou seja,
quem gastou o orçamento, mas não produziu o esperado. Neste primeiro
momento, apenas os órgãos superiores estão cadastrados no sistema, como
os ministérios, a Presidência da República e o Congresso Nacional. Mas
todos os órgãos da administração pública deverão utilizar o sistema. A
previsão legal para isso já vem desde a Lei 4.320/64, os decretos 200, 93.872/
86, e a própria LRF. Há todo um arcabouço legal que determinava a
implantação do Sistema de Custo. Como não tínhamos o sistema, não havia
como cobrar sua utilização. A partir de agora, porém, com o sistema pronto e
disponível, o órgão que não trabalhar a informação de custo internamente
será cobrado pelos órgãos de controle no futuro. Mas a STN, em conjunto
com os Ministérios de Fazenda e Planejamento e o Conselho Federal de
Contabilidade, tem adotado uma estratégia de atração, mostrando ao gestor
os benefícios que o sistema oferece ao possibilitar que a informação de
custo subsidie a tomada de decisão no órgão para melhorar a qualidade do
gasto público.
A operacionalização do Sistema de Custos é exclusiva dos Contadores?
Não, porque a informação de custo serve para melhorar a gestão do órgão. E
lógico que o Contador é fundamental para este processo, do ponto de vista
conceitual. Mas quem vai usar a informação no órgão não é somente o
Contador, mas principalmente o Ministro ou Secretário, que pode ser
economista, administrador, médico, enfim, de acordo com a pasta em que
atua. O ideal é que haja uma equipe mista, porque na hora de avaliar um
programa é preciso que haja profissionais que entendam dos assuntos
ligados aquela ação. Um programa da área de saúde precisa de um
profissional competente para avaliar o resultado. O Contador vai fazer a
análise do ponto de vista contábil, enquanto que os demais farão a análise
da gestão. Pois são informações que servirão de fomento às discussões e
tomadas de decisões dentro de cada órgão, conforme cada área de atuação.
Mas é possível que novas vagas sejam abertas para Contadores?
Na verdade isso já vem acontecendo. Nos últimos três anos tivemos alguns
concursos para Contador, o que não acontecia há algum tempo. E com todo
esse processo de mudança da Contabilidade, a tendência é que haja uma
forte demanda pelo profissional contábil. O que ocorre é que hoje estamos
nos recuperando de um período de enfraquecimento das setoriais de
Contabilidade. Com o advento do SIAFI, há mais de 20 anos, muitos
acreditavam que não haveria mais a necessidade do Contador. Eles não
entenderam a mensagem de que o contador deixaria de fazer o serviço
operacional para fazer um trabalho qualitativo de análise, fazer com que a
informação contábil vá para as mãos dos administradores. Pois qual é o
objetivo da Contabilidade senão gerar informação para tomada de decisão.
O senhor mencionou o SIAFI. O sistema também passará por mudanças com a
convergência?
O SIAFI é um sistema fantástico que mudou a administração pública
financeira e é referência internacional. Com a adequação às normas de
Contabilidade internacionais, haverá sim a necessidade de algumas
alterações que já estamos planejando. Além disso, estamos trabalhando
há três anos para mudar a ferramenta, atualizando o layout por meio de
uma linguagem mais acessível e dinâmica para o gestor. Nossa meta é que
em 1º de janeiro de 2012 já esteja implantada a primeira fase do novo SIAFI.
E como está o processo de convergência?
As dez primeiras normas foram editadas em 2008, e no ano passado
começamos a trabalhar com depreciação e regime de competência. Em 2011,
estamos traduzindo as normas para a língua portuguesa, depois daremos
início ao processo de convergência daquilo que é aplicável no Brasil. Na
STN, temos dois grupos técnicos abertos a todos os profissionais contábeis
da área publica, que fazem discussões, e que acaba sendo um ambiente de
capacitação e formação de multiplicadores. A partir de 2012, nossa meta é
expandir para estados e municípios um grande movimento de capacitação
para implantação do novo modelo da Contabilidade no Setor Público. É uma
mudança bastante significativa e alguns procedimentos podem levar até
dez, quinze anos para estarem totalmente implantados. Na verdade, quando
falamos em convergência parece algo distante, mas não é. É algo muito
simples. É nada mais do que fazer aquela boa Contabilidade Patrimonial
que aprendemos na faculdade. É aplicar na administração publica os
princípios fundamentais da Contabilidade, como competência, oportunidade,
entidade. Temos aplicado muito bem os princípios orçamentários, nos
concentramos muito nesta parte e nos esquecemos da Contabilidade, o seu
objeto, o chão de fábrica do Contador que é o patrimônio da entidade.
Vamos recuperar isso.
O Plano de Contas Aplicado ao Setor Público, PCASP, que a Subsecretaria de
Contabilidade Pública está desenvolvendo, faz parte deste novo processo?
Sim, estamos trabalhando num plano de contas único para toda administração
pública. Pois não temos um plano de contas padronizado. Cada estado e
município têm seu próprio plano. Isso impossibilita a consolidação das
contas para gerar o balanço do Setor Público Nacional. Queremos mudar
isso, queremos ter um balanço patrimonial do Brasil, com todos os bens,
florestas, reservas, rodovias, ferrovias etc. Mas para isso é preciso padronizar
a entrada dos registros, e essa é a função do PCASP. A concepção do programa
já está pronta, estamos trabalhando na implantação em cada ente, e
esperamos que até 2014 toda a administração pública brasileira adote o
mesmo plano de contas, em qualquer órgão ou entidade.
Abaixo, Gilvan durante conversa com o Subsecretário
de Planejamento e Estatísticas Fiscais da STN, Cleber Ubiratan de Oliveira.
As duas pastas trabalham em conjunto na implantação do Sistema de Custos e na
convergência às normas de Contabilidade internacionais
INFORME PUBLICITÁRIO
No Brasil, somos hoje quase duzentos milhões de pessoas, todas
inteligentes que, exatamente por isso, pensam e agem de formas
diferentes. É nesse agir diferente que surgem os inevitáveis conflitos
que precisam de soluções importantes para a preservação da harmonia
social.
Nos primórdios da humanidade os conflitos entre indivíduos eram
solucionados por meio da autotutela e, não fosse a inferioridade moral
dos nossos antepassados, esse método natural de solução de conflitos
haveria permanecido, com exclusividade, até os nossos dias. A
inferioridade moral da sociedade, acometida do vício moral do
individualismo, conduziu o ser humano, sem o necessário preparo, à
condição de juiz de causa própria, fato esse que culminou com a prática
da chamada justiça pelas próprias mãos, ensejando conflitos sociais de
grande magnitude, conflitos esses que a sociedade de então se
reconheceu incapaz de solucionar.
Sem dúvida esse reconhecimento pela sociedade da sua incapacidade
para a solução dos conflitos sociais, representou naquele momento,
uma evolução cujo desfecho ensejou a entrega incondicional ao Estado,
enquanto instituição, do condão da solução dos conflitos individuais e
sociais e, por conseqüência, da promoção da paz social mediante a
distribuição da justiça. Tem início, a partir de então, o movimento
ascendente do Direito e a estagnação e até a decadência da Moral.
Nos dias atuais o acesso à justiça é um direito social fundamental
assegurado, tanto pela Declaração Universal dos Direitos Humanos como
pela nossa Constituição Federal de 1988. Dessa forma, o movimento
ascendente do Direito somado à garantia de acesso à justiça fortaleceu
o chamado “paternalismo” estatal; com isso a quantidade de demandas
e processos judiciais aumentou significativamente.
Sobressai-se nessa questão, o fato de que a justiça brasileira sofre um
grande congestionamento em seu sistema, pois a quantidade de
processos existentes para a apreciação do Poder Judiciário é muito
maior do que o sistema jurídico pode suportar.
Embora existam diversas normas e formas que procuram ampliar ao
cidadão o acesso à justiça, e até leis que tentam acelerar o andamento
dos processos, a estrutura do Judiciário, incompatível com a crescente
demanda, tem a cada dia impedido um bom desempenho das
atribuições do Estado nessa área.
Ante a pressão dessa realidade, tornaram-se imprescindíveis a adoção
de medidas e a busca de soluções para garantir a celeridade na efetiva
prestação da tutela jurisdicional na solução dos conflitos individuais e
sociais, mormente aqueles que envolvem direitos disponíveis, que
muitas vezes se tornam os causadores de lesões aos direitos
indisponíveis que não podem ser solucionados sem a interferência do
Estado.
Destacam-se entre as formas alternativas de solução de conflitos a
mediação e a arbitragem, importantes vias de acesso à justiça, pouco
conhecidas e utilizadas, porém capazes de provocar impacto significante
tanto na redução do congestionamento do sistema judiciário, como no
atendimento das necessidades sociais no que se refere à promoção da
justiça de modo eficaz, célere e, sobretudo, muito mais seguro e
econômico.
Necessário se faz que a prática da Mediação e da Arbitragem como
métodos alternativos de solução de conflitos se popularizem, quer como
medidas corretivas, quando os conflitos já se encontram instalados,
quer como medidas preventivas, objetivando evitar o surgimento de
novos conflitos. Importa lembrar que é no momento das celebrações
dos contratos e, principalmente no momento das suas rescisões, que a
arbitragem mais se recomenda como remédio e até vacina eficaz na
prevenção dos conflitos.
Não se trata aqui de tentar substituir a jurisdição convencional confiada
ao Estado cuja ação prioriza a utilização das normas que emanam do
campo do Direito, mas sim de apresentar uma forma alternativa para a
solução dos conflitos e ampliação do acesso dos cidadãos e cidadãs à
justiça, priorizando o uso da via traçada pelas normas morais que
emanam do campo da Ética.
Foi com essa intenção que o Estado publicou a Lei nº 9.307, de 23 de
setembro de 1996, prevendo que as pessoas capazes podem eleger
um ou mais árbitros para solucionar litígios que envolva patrimônio
disponível. A decisão que vier a ser adotada não fica sujeita a recursos
nem homologações junto ao poder público. Esse trâmite garante, às
partes, celeridade, economia, sigilo e clima amigável; além de valorizar
o relacionamento pessoal incentiva as pessoas a exercerem com ética
a cidadania.
Desde a edição da Lei 9.307, diversas questões patrimoniais já foram
solucionadas, comprovando a eficácia do normativo. Deixamos de citar
exemplos de casos concretos para manter o benefício do sigilo, uma
das vantagens em optar pela arbitragem.
MENSAGEM DA CÂMARA ARBITRAL DO
DISTRITO FEDERAL
Tadashi Ramôa Mae,
Presidente da Câmara
Arbitral do Distrito Federal
www.cadf.org.br
Jo
rn
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do
CR
C/D
F
7
ARTIGO
A Internacional Federation of Accountants (IFAC) é uma organização
global da profissão contábil fundada em 7 de outubro de 1977 em
Munique, na Alemanha, no 11 º Congresso Mundial de Contadores.
Situada desde a sua fundação na Cidade de Nova Iorque, Estados Unidos
da América, possui atualmente 164 membros associados, distribuídos
em 125 países.
Para orientar setores específ icos da profissão (ética, auditoria,
educação e setor público), a IFAC criou uma série de conselhos e comitês,
entre eles, o International Public Sector Accounting Standards Board – IPSASB
(anteriormente denominado Public Sector Committee), constituído para
desenvolver e emitir sob sua própria autoridade as International Public
Sector Accounting Standards (IPSAS).
De acordo com o IPSASB, as IPSAS têm como base as International
Financial Reporting Standards (IFRS, originalmente derivadas das IAS)
emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB), adaptadas,
quando necessário, ao contexto do Setor Público. Nesse sentido, uma
importante estratégia do IPSASB é, sempre que possível, manter o mesmo
tratamento contábil do texto original das IFRS, a menos que haja uma
especif icidade do Setor Público que justif ique o tratamento
diferenciado. Daí a semelhança do conteúdo das IPSAS ao tratar de um
mesmo assunto já contemplado pelas IFRS.
Atualmente, são 31 pronunciamentos, publicados entre maio de
2000 e janeiro de 2010, versando sobre as seguintes temáticas:
Pronunciamentos Descrição
IPSAS 1 Presentation of Financial Statements
IPSAS 2 Cash Flow Statements
IPSAS 3 Accounting Policies, Changes in Accounting Estimates
and Errors
IPSAS 4 The Effects of Changes in Foreign Exchange Rates
IPSAS 5 Borrowing Costs
IPSAS 6 Consolidated and Separate Financial Statements
IPSAS 7 Investments in Associates
IPSAS 8 Interests in Joint Ventures
IPSAS 9 Revenue from Exchange Transactions
IPSAS 10 Financial Reporting in Hiperinflationary Economies
IPSAS 11 Construction Contracts
IPSAS 12 Inventories
IPSAS 13 Leases
IPSAS 14 Events After the Reporting Date
IPSAS 15 Financial Instruments: Disclosure and Presentation
IPSAS 16 Investment Property
IPSAS 17 Property, Plant and Equipment
IPSAS 18 Segment Reporting
IPSAS 19 Provisions, Contingent Liabilities and Contingent Assets
IPSAS 20 Related Party Disclosures
IPSAS 21 Impairment of Non-Cash-Generating Assets
IPSAS 22 Disclosure of Financial Information about the General
Government Sector
IPSAS 23 Revenue from Non-Exchange Transactions (Taxes and
Transfers)
IPSAS 24 Presentation of Budget Information in Financial
Statements
IPSAS 25 Employee Benefits
IPSAS 26 Impairment of Cash-Generating Assets
IPSAS 27 Agriculture
IPSAS 28 Financial Instruments: Presentation
IPSAS 29 Financial Instruments: Recognition and Measurement
IPSAS 30 Financial Instruments: Disclosures
IPSAS 31 Intangible Assets
No Brasil, o Conselho Federal de Contabilidade é o órgão autorizado
pela IFAC para a tradução das IPSAS para a l íngua portuguesa. Essa
etapa, que é requisito essencial para a inserção dos usuários na
discussão e participação do processo de convergência, está em processo
final, devendo ser disponibi l izado em breve no site do CFC,
gratuitamente, um livro com as IPSAS traduzidas.
Concomitantemente, coordenado pela conselheira Verônica Souto
Maior, o Grupo de Estudo (GE) do Setor Público do Conselho Federal de
Contabil idade tem envidado esforços para a preparação e discussão
das minutas das normas convergidas a partir das IPSAS traduzidas. À
medida que as minutas forem discutidas e aprovadas no GE, serão
colocadas em audiência pública pelo prazo de 60 dias. A estimativa é
que no mês de abril de 2011 as primeiras normas convergidas sejam
disponibil izadas para discussão pela classe contábil .
Da mesma forma como aconteceu no processo de elaboração das
Normas Brasi leiras de Contabil idade Aplicadas ao Setor Público, a
expectativa do GE é que a audiência pública das normas convergidas
receba a contribuição dos contabilistas públicos de todo o Brasil, para
que, além de observar os fundamentos presentes nas IPSAS, os novos
padrões contábeis preservem os aspectos legais, culturais e técnicos
do Setor Público brasileiro.
A IFAC e as Normas Internacionais de Contabilidade
Aplicadas ao Setor Público (IPSAS)
Diana Vaz de Lima
Diana é Professora de cursos de graduação e pós-graduação
em Contabilidade Pública da Universidade de Brasília e
membro do Grupo de Estudos do Setor Público do Conselho
Federal de Contabilidade.
8
INSTITUCIONAL
CRC-DF entrega primeiro lote de
carteiras profissionais em 2011
A solenidade de entrega das carteiras de registro profissional para
a primeira turma de 2011 aconteceu no dia 12 de janeiro, coordenada
pelo Presidente do CRC-DF, Adriano de Andrade Marrocos, e teve como
paraninfo o professor e auditor tributário da Secretaria de Fazenda do
DF, Rubens Roriz da Silva.
Aos formandos, Rubens apresentou uma reflexão sobre o passado,
o presente e o futuro da Contabilidade, e deu ênfase ao conhecimento
afirmando: “O diploma de Contabilidade tem prazo de validade”. Segundo
ele, o profissional contábil precisa acompanhar as mudanças e atualizar
o conhecimento sem, contudo, deixar de observar os princípios que regem
a profissão.
Na mesma linha de pensamento, o Presidente Adriano de Andrade
Marrocos falou sobre a importância de reconstruir o conhecimento. Ele
citou, por exemplo, algumas resoluções para pequenas e médias empresas
em vigor desde janeiro de 2010 e que ainda não foram assimiladas por
grande parte dos contabilistas. “Muitos estão à margem destes processos,
esperando receber uma norma que os auxiliem. Saibam, portanto, que o
comportamento pró-ativo hoje é condição básica para a sua permanência
e seu crescimento no mercado”, afirmou.
Adriano enfatizou também a questão ética que envolve a profissão,
lembrando que os maus exemplos tendem a ocupar mais espaço na mídia
do que os bons. “Convido a todos que se comportem de maneira que os
bons exemplos se sobressaiam”, disse.
Os novos Contabilistas registrados receberam ainda informações
sobre a estrutura do CRC-DF e benefícios como cursos, eventos, convênios
e parcerias, além do novo portal online, reformatado para atender aos
profissionais de maneira mais eficaz.
Veja o que pensam alguns dos novos Contabilistas registrados no
CRC-DF:
“A Contabilidade é uma profissão
importantíssima em qualquer
instituição. Pretendo trabalhar no
setor público, na área tributária.
Acredito que com ética e sabedoria é
possível obter grande reconhecimento
e ótimos retornos financeiros. Para
isso também espero que o CRC esteja
sempre presente, nos apoiando, nos
defendendo, buscando melhorias,
principalmente para valorização e
reconhecimento da classe”.
Erias de Fátima Fidélio Marinho –
Formada pela Universidade
Católica de Brasília
“Minha
expectativa
está voltada
para a área
acadêmica,
com
mestrado,
doutorado e
docência. Sei
que é uma
área boa e
que há
poucos
mestres e doutores, até porque são
poucos os cursos existentes hoje no
Brasil. Pretendo atuar em pesquisa,
escrever para revistas, enfim, quero
realizar um estudo mais aprofundado
sobre alguns temas relevantes, como por
exemplo, o fenômeno da convergência
contábil. Assim acredito que o CRC pode
ajudar oferecendo cursos e orientação
sobre quais áreas são as melhores para
pesquisa, buscando parcerias e
incentivos para que haja mais cursos de
mestrado e doutorado no DF”.
Fernando Barbelli Feitosa –
Formado pela UnB
“Tenho certa
familiaridade
com a
profissão,
pois minha
mãe é
contadora.
Já trabalho
há algum
tempo no
setor
contábil,
mas em
nível técnico. Agora com o registro de
contadora quero me preparar para
concurso público e me dedicar ao
estudo e prática das áreas que mais
gosto: financeira, econômica e
contábil. Espero receber apoio do CRC,
em especial nas questões que
envolvem piso salarial da categoria, e
também por meio de treinamentos,
congressos, enfim, informação que
incentive novos estudos e pesquisas”.
Juliana Brito de Araújo –
Formada pela UnB
“Quando comecei, as pessoas
encaravam a Contabilidade como curso
de segunda linha. Hoje é justamente o
contrário. Tanto no setor público
quanto na iniciativa privada todos
precisam da Contabilidade e estão
reconhecendo o valor da profissão.
Minha meta é atuar na área pública
como auditor fiscal e espero poder
contar com o apoio do CRC para
atualizar meu conhecimento por meio
de cursos, eventos e seminários”.
Herbert Tavares Mendonça
O Paraninfo da turma, Rubens Roriz da Silva (E) e o
Presidente do CRC-DF, Adriano de Andrade Marrocos