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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013
Título: AGENTE DE LEITURA E PROFESSORES – PONTE PARA O ALUNODESENVOLVER A LEITURA ESPONTÂNEA.
Autor: MARIA INEZ FERREIRA LINCK
Disciplina/Área LÍNGUA PORTUGUESA
Escola de implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Roberto Langer Júnior.Rua Albino Frederico Foerster, 4 BoqueirãoCuritiba-Paraná CEP 81770-220Fone/Fax (41) 3378-3244
Município da escola: CURITIBA
Núcleo Regional de Educação: CURITIBA
Professora Orientadora: RAQUEL ILLESCAS BUENO
Instituição de Ensino Superior: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Resumo: A biblioteca é um lugar propício para mudanças deperspectivas sociais; o processo de leitura é um ca-nal para o leitor efetivo tornar-se mais autor de suaprópria vida; o agente de leitura pode ser o facilita-dor desse processo. Sistematizar eventos culturaispara se ampliar a leitura, tornando-a uma necessi-dade, desejo. Serão promovidos momentos de es-tudos para professores e agente de leitura, visandoreflexão quanto ao conceito de literatura no âmbitoescolar. No decorrer desses estudos, os alunos dossextos anos serão convidados a participarem deuma roda de leitura, favorecendo o compartilha-mento de opiniões, que permite à literatura cumpriro seu papel humanizador. Não haverá cobranças vi-sando atribuições de notas. Pretende-se que osalunos desenvolvam uma conscientização quanto àimportância da busca da leitura espontânea na bi-blioteca escolar bem como em outros ambientes.Será criado um blog para disponibilizar os textostrabalhados na roda de leitura e outras atividades.
Palavras-chave: Biblioteca; leitura espontânea; agente; professores
Formato do material didático: UNIDADE DIDÁTICA
Público: PROFESSORES
1. APRESENTAÇÃO
Caros Agentes de leitura e Professores!
Esta Unidade Didática foi especialmente elaborada tendo por objetivo discutir
o papel da escola na formação de leitores competentes. Nela serão abordadas ques-
tões quanto à valorização do funcionário que atua no espaço da biblioteca escolar,
sendo para isso primordial o estabelecimento de momentos de capacitação.Acredita-
mos que o agente de leitura deva ser dotado e/ou adquirir condições de desenvolver
estratégias, permitindo que os livros coloquem mais palavras nas histórias de seus
leitores.
Os professores e agentes de leitura são convidados a criarem estratégias que
possibilitem ao aluno perceber que o ato de ler é um meio dele se tornar mais autor
de sua própria vida, ou seja, sendo um leitor efetivo.
Os textos aqui apresentados têm o objetivo de promover uma reflexão quanto
ao papel desempenhado pela biblioteca escolar; estabelecer um conceito de “litera-
tura”, onde haja o predomínio da Arte, ou seja, retirando o viés utilitário do texto lite-
rário.
Reforçando a importância da formação de leitores autônomos, os alunos dos
sextos anos serão convidados a participarem de uma roda de leitura, favorecendo o
compartilhamento de opiniões que permite à literatura cumprir o seu papel
humanizador.
Este material é uma produção resultante dos estudos realizados no Programa
de Desenvolvimento Educacional – PDE e visa responder ao papel da literatura no
âmbito escolar, destacando a importância do mediador na formação do leitor compe-
tente, não há pretensão de esgotar assunto tão complexo.
Tem como intenção promover reflexões, envolver o corpo docente no compro-
misso de conduzir seus alunos a perceberem as diferentes possibilidades de uma
mesma leitura.
A Unidade Didática abordará: A mediação de leitura na biblioteca escolar;
Momentos de capacitação para os agentes de leitura; A roda de leitura; Criação de
um blog.
3. UNIDADE DIDÁTICA
3.1 Unidade 1
“Do nascimento à velhice, estamos sempre em busca de ecos do que vivemos de forma obscura,
confusa, e que às vezes se revela, se explicita de forma luminosa, e se transforma, graças a
uma história, um fragmento ou uma simples frase”.1
Tema
A MEDIAÇÃO DE LEITURA NA BIBLIOTECA ESCOLAR
Seria ingenuidade pensar ser fácil a promoção da intermediação de leitura na
biblioteca escolar. Parafraseando Drummond, há uma pedra no meio do caminho,
essa pedra é não existir o funcionário bibliotecário, quando muito, há “alguém” que
fica na biblioteca; em situações mais favoráveis, “esse alguém” busca realizar com
desvelo e cuidado tão nobre função, porém, nem sempre com o merecido
reconhecimento do corpo escolar.
Infelizmente, já faz parte do inconsciente coletivo que um professor
trabalhando na biblioteca “não serve para outra coisa”. Rovilson José da Silva, em
seu livro Biblioteca escolar e a formação de leitores: o papel do mediador de
leitura (2010, p. 136), ao entrevistar professores que atuavam em bibliotecas na rede
municipal de Londrina, tece a seguinte conclusão:
Situações como essa, indiretamente, contribuíam de forma negativa para amediação de leitura na unidade escolar e, consequentemente, nas demaisescolas da rede municipal de ensino, pois se o mediador de leitura era vistocomo o profissional mais inepto ou mais doente do grupo, então era sinal deque a decantada leitura não era tão necessária assim. (SILVA, 2010, p.136).
Mesmo considerando essa dificuldade, não se pode descartar esse espaço
escolar como colaborador na formação de leitores. Petit (2009) elencou muitos
relatos quanto à importância dos livros na mudança de trajetórias de vida, bem como
1 Michèle Petit, A arte de ler ou como resistir à adversidade, 2012, p.112
da figura do mediador. Os casos, em sua maioria, referem-se a refugiados, situações
de guerra, contudo, é possível trazermos para o universo escolar esse grau de
relevância do bibliotecário para a formação de leitores.
Devemos ressaltar o porquê é importante incentivar a leitura, esta,
tradicionalmente, como lembra Ana Maria Machado em Como e por que ler os
clássicos universais desde cedo (2002/2010), “devia ser para poucos porque ela é
sempre um elemento de poder e podia ameaçar as minorias que controlavam os
livros (e o conhecimento, o saber, a informação)”. (MACHADO, 2010, p.18).
A mesma autora lança uma suspeita: o incentivo ao consumo incessante
pode ser um meio de impedir que as pessoas se deem um tempo “para ler, refletir e
pensar em possibilidades diferentes de vida, por meio da experiência de viver
simbolicamente uma infinidade de vidas alternativas junto com os personagens de
ficção e, dessa forma, ter elementos de comparação mais variados.” (MACHADO,
2010, p.18-19)
Precisamos valorizar o funcionário que trabalha na biblioteca e este deve ser
o primeiro a perceber sua importância, bem como acreditar em seu trabalho. Para
isso se faz necessário um melhor entrosamento entre o setor biblioteca e os demais
setores da escola, principalmente professores e equipe pedagógica, pois, os
primeiros devem buscar conhecer este espaço, bem como, incentivar seus alunos a
frequentá-la; quanto à equipe pedagógica, esta pode promover a importância do
referido espaço junto ao corpo docente, também, solicitar organização de atividades
a serem desenvolvidas obedecendo a um cronograma.
3.2 Unidade 2
“Enfim, o conhecimento de alguma coisa dos clássicos fundadores do ciclo da cavalaria ajuda muito a
que se entendam os contos de fadas de uma forma muito mais profunda e enriquecedora, tornando-
os ainda mais interessantes e ajudando nossa compreensão de nossa própria sociedade atual”2
2 Ana Maria Machado, Como e por que ler os clássicos universais desde cedo, 2002, p.52
Tema
MOMENTOS DE CAPACITAÇÃO – AGENTES DE LEITURA E PROFESSORES
Sugestões
Organize um grupo de estudos convidando agentes de leitura das escolas vizinhas.
Estabeleça um cronograma para os encontros mensais.
Compartilhe experiências com o grupo.
Faz-se necessário, primeiramente, definirmos o objetivo e o conceito de
leitura no âmbito escolar, pois, apesar de nas últimas três décadas muito ter sido
falado sobre leitura nas escolas brasileiras de ensino fundamental, conforme expõe
Rovilson José da Silva (2010, p.168), ainda pairam dúvidas em relação ao tema.
No texto Conceito de leitura (de Tássia Kaline Santana da Silva) é possível
obtermos alguns esclarecimentos.
Após essas definições, deve-se planejar ações a serem desenvolvidas no
ano letivo e/ou semestre. Porém, um projeto relacionado à leitura precisa ser
incorporado ao Projeto Político Pedagógico da escola, viabilizando o alcance dos
objetivos propostos, pois em curto espaço de tempo é impossível perceber as
benesses dessas dinâmicas, assim como, em qualquer experimento científico, são
as tentativas e erros que traçarão o caminho a ser trilhado, incorporando
experiências bem-sucedidas e descartando as que não trouxerem o sucesso
desejado.
É preciso que sejam oferecidos cursos e/ou encontros de formação ao
funcionário mediador de leitura levando “em conta a discussão e a reflexão acerca
do conceito de leitura e literatura no âmbito da mediação de leitura na biblioteca da
escola” (SILVA, 2010, p. 168-169).
Os momentos de leitura na biblioteca escolar deverão ter um enfoque de
compartilhamento, evitando o ouvir e reproduzir. Não há necessidade que após a
leitura ocorra uma “atividade”, ou que aquela tenha que se complementar com a
escrita, “como se a leitura não tivesse força em si mesma”, conforme Silva, (2010,
p.170).
O compartilhar é o meio de garantir que a literatura cumpra seu papel
humanizador. (COSSON, 2009).
Um livro poderá oferecer diversas leituras para o mesmo leitor, isso
dependerá de circunstâncias externas e internas, tempo decorrido entre uma e outra
leitura.
Tendo em vista essas relações que o livro pode estabelecer entre o leitor e
seu cotidiano, deve-se provocar reflexão no mediador quanto à tendência ao uso
utilitário da literatura em detrimento ao estético, ou seja, não se percebe que a
mensagem transmitida pode ser diferente de leitor para leitor, enfim, a história deve
valer por si mesma. O meio de se evitar isso é estabelecer objetivos claros para a
disseminação do texto literário, conforme Silva (2010, p.174).
O aluno terá possibilidade de escolher qualquer título para leitura, porém,
serão destacadas as narrativas (contos, fábulas, parábolas bíblicas); poemas e
histórias em quadrinhos.
Frisa-se a importância de espaço e tempo constantes para a leitura no
ambiente escolar, especialmente biblioteca.
Na sociedade atual, a informação disponível aumenta vertiginosamente,
bem como as formas de acesso a ela, assim, é importante que a biblioteca escolar,
também, potencialize esse aspecto de ter o seu uso como fonte de informação para
a consulta e o trabalho dos próprios alunos.
Criemos, portanto, oportunidades de capacitação e reflexão ao funcionário
atuante na biblioteca de forma que possa contribuir na função original da escola.
Caso não sejam oferecidos cursos de capacitação pelo Núcleo de Educação,
o agente de leitura pode solicitar, junto à sua chefia imediata, a formação de um
grupo de estudo com membros da própria escola (professores de diversas
disciplinas) e/ou, preferencialmente, agentes de leitura das escolas vizinhas,
estendendo o convite para bibliotecários das escolas municipais, possibilitando,
assim, conhecer a realidade de onde provêm os alunos dos sextos anos.
Organize um material de fundamentação teórica, a partir das sugestões do
MEC e também dos títulos elencados neste material, além daqueles que estejam
disponíveis no seu acervo.
Aproveite-se dos materiais online. Nesta unidade, o agente de leitura e
professores encontram algumas sugestões.
Em 2009, o Ministério da Educação encaminhou para as escolas uma coleção
denominada “Por uma política de formação de leitores”. No volume 2 - Biblioteca na
escola – foram sugeridos alguns títulos, os quais são ferramentas importantes no
auxílio aos professores e mediadores de leitura na tarefa de promover o debate
sobre a formação de leitores autônomos.
Confira em: PEREIRA, Andréa Kluge. Biblioteca na escola. Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2009.
Além daquelas obras, acreditamos que os seguintes títulos são capazes de
promover um bom embasamento para se definir um conceito de literatura no âmbito
escolar.
COLOMER, Teresa; CAMPS, Anna. Ensinar a ler, ensinar a compreender.
Trad. Fátima Murad. 1. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.
Podemos destacar o capítulo 4 “O planejamento da leitura na escola”, que
sugere diversas atividades que podem ser adaptadas para o uso em biblioteca, mas
principalmente servirão de embasamento para a condução de uma leitura
interpretativa tanto de textos curtos como de narrativas extensas. O capítulo
exemplifica o trabalho de vínculo e comparação entre os diferentes elementos
narrativos (estrutura, ponto de vista, âmbito temporal e espacial, personagens, etc.)
a partir de uma obra bem conhecida: A ilha do tesouro, de R. L. Stevenson..
(COLOMER, 2002, p.120)
Apesar de não ser o objetivo maior dessa Unidade Didática a realização de
“atividades posteriores à leitura”, o estudo pelo mediador de leitura das propostas
elencadas facilitará a formação de leitores mais autônomos.
EVANGELISTA, Aracy Alves Martins et al.(orgs). Escolarização da leitura literária.Belo Horizonte: Autêntica, 1999.
3.2.1 Elencando algumas obras
Neste livro, encontram-se os textos produzidos para as mesas redondas do
encontro “O jogo do livro infantil II: a leitura”, uma realização CEALE-FaE-
UFMG/ICHS-UFOP, através das atividades do Grupo de Pesquisa Literatura Infantil
e Juvenil. A abordagem visa subsidiar a prática de professores de Português, que
lidam com a leitura literária para crianças e jovens leitores em formação, uma
modalidade de leitura entre outras que circulam na escola. “Os textos da quinta
parte aprofundam a reflexão em torno das implicações decorrentes da leitura
literária no ambiente escolar. Eles apontam a importância do papel do professor
como mediador na formação de leitores, não só ao levantar questões sobre a
circulação e leitura de livros no âmbito da escola, mas também ao propor ações que
permitam uma aproximação efetiva do aluno com o texto escrito, mediadas pelo
professor.” (EVANGELISTA, 1999, p. 15)
PETIT, Michèle. A arte de ler ou como resistir à adversidade.Trad. Arthur Bueno e
Camila Boldrini. São Paulo: 34, 2012.
A autora apresenta diversas experiências de leitura compartilhada
desenvolvidas em regiões afetadas por conflitos armados, desequilíbrio social,
migrações populacionais forçadas ou acentuada deterioração das condições de vida.
Nas experiências abordadas, a leitura e a literatura não são enfocadas como
“ferramentas pedagógicas”, mas antes como uma reserva de liberdade necessária
para recomposição do tecido simbólico esgarçado por catástrofes, sejam elas
externas ou internas. Revela a importância do trabalho dos mediadores de leitura.
Sua exposição permite ótimos momentos de reflexão.
SILVA, Rovilson José da. Biblioteca escolar e a formação de leitores: o papel do
mediador de leitura. Londrina: EDUEL, 2009.
O objetivo deste livro é formular um modelo de formação do mediador de
leitura em biblioteca escolar que possa ser aplicado em qualquer município do
Brasil, segundo o autor, respeitando a peculiaridade de cada região. Propõe ainda “o
desenvolvimento de cursos de formação continuada que possibilitem ao professor
mediar a leitura na biblioteca da escola e se utilizar eficientemente dos materiais
escritos nela disponíveis”.
COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2009.
O livro é dividido em três partes. Na primeira, são apresentadas algumas
reflexões sobre o lugar da literatura em nossa sociedade e por que lhe atribuímos
importância. A atenção é centrada em como se tem ensinado literatura no Brasil e as
consequências dessa tarefa na formação dos leitores literários. É também abordado
o processo de leitura à luz das várias teorias da leitura. O objetivo é esclarecer a
concepção de leitura que fundamenta o caminho a ser seguido para o letramento
literário na escola. Na segunda parte, traz propostas de metodologia para se
trabalhar a literatura na escola, uma vez que o processo educativo precisa ser
organizado para atingir seus objetivos. Na terceira parte, ocorre uma reflexão sobre
o desafio de se trabalhar com o diferente em uma escola que resiste a mudanças e
também são propostas oficinas para o professor adaptar em seu trabalho com o
letramento literário. Segundo o autor: “ser leitor de literatura na escola é mais do que
fruir um livro de ficção ou se deliciar com as palavras exatas da poesia. É também
posicionar-se diante da obra literária, identificando e questionando protocolos de
leitura, [...] Esse aprendizado crítico da leitura literária, que não se faz sem o
encontro pessoal com o texto enquanto princípio de toda experiência estética, é o
que temos denominado aqui de letramento literário.”
CANDIDO, Antonio. Expõe a necessidade de literatura. Confira o material online em
PDF e reflita sobre “O direito à literatura”.
YUNES, Eliane. Há um ótimo material online em PDF da professora Eliane Yunes,
vale ser conferido: A formação do leitor: o papel das instituiçoes de formação do
professor
Viagens de leitura. Nele há sugestões de trabalhos que podem ser feitos a
partir do livro infantil. Um ponto especial é o relato da professora de Letras da PUC -
Eliane Yunes. É possível destacar de sua fala que “a leitura deve ser vizinha da
alegria”. Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=50498
Assista aos vídeos indicados:
Caminhos da escola: biblioteca na escola. Aqui você terá depoimentos de
adolescentes em relação à leitura; também apresentação de um projeto de leitura
em Cariacica – ES. Podemos ter uma noção do trabalho desenvolvido na primeira
fase do ensino fundamental; vale destacar desse vídeo a parte “ponto de vista”
(14:00) com a escritora de livros infantis Ana Cláudia Ramos, que apóia uso da
internet. O vídeo completo tem 50 minutos. Disponível em:
http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_zoo&view=item&item_id=1989
Pode-se obter um maior aprofundamento do tema assistindo os programas da
série Letra Viva, disponíveis na TV ESCOLA, que têm o objetivo de apresentar
diferentes maneiras de introduzir a criança no mundo da leitura e da escrita.
Apresentam projetos e atividades para professores de crianças de até 10 anos de
idade; dessa forma, é possível articular o melhor meio para interligar a primeira fase
do Ensino Fundamental com a segunda fase. Dentre os programas da série,
indicamos os seguintes:
Leitura também é coisa de criança. Podemos destacar: os depoimentos da
escritora Tatiana Belinki; a importância das condições de planejamento da leitura;
“leitura em voz alta, bem-feita, também é capaz de formar leitores”; para a criança
deve ficar claro a questão do por que e para quê ler, também propiciar formas de
antecipação da leitura. Disponível em:
http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_zoo&view=item&item_id=4275.
Para ser cidadão da cultura letrada. Apresenta alguns depoimentos de
crianças: “Por que você gosta de ler? Porque eu aprendo mais e melhoro minha
leitura, só isso!” Disponível em:
http://tvescola.mec.gov.br/index.php?&option=com_zoo&view=item&item_id=4276.
Também são bastante esclarecedores os programas PCN NA ESCOLA –
LÍNGUA PORTUGUESA, disponíveis na TV ESCOLA. Do programa seis, podemos
destacar a necessidade do projeto de leitura. Do programa sete, o exemplo do
professor para formar aluno leitor; a leitura deve ocupar horário nobre na aula. Do
programa oito, como ocorre o processo de leitura. Do programa nove, deve ser
propiciada diversidade textual, textos significativos e valorização dos saberes do
aluno.
Leituras e leitores - O papel da escola de incentivar o gosto pela leitura,
utilizando bem os livros e revistas disponíveis. Disponível em:
http://tvescola.mec.gov.br/index.php?&option=com_zoo&view=item&item_id=12317
Como ganhar o mundo sem sair do lugar. Como propiciar um ambiente
favorável à leitura, incentivando os alunos a compartilharem com os colegas as
emoções vividas em cada história. Disponível em:
http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_zoo&view=item&item_id=12318
Para ensinar a ler. A importância de o professor saber como a criança lê e o
aprendizado nas atividades em grupo. Disponível em:
http://tvescola.mec.gov.br/index.php?&option=com_zoo&view=item&item_id=12319
Ler quando não se sabe. Para aprender a ler não basta decodificar as
palavras; é importante que a criança seja desafiada para a leitura, interagindo com
pessoas mais experientes, como o professor. Disponível em:
http://tvescola.mec.gov.br/index.php?&option=com_zoo&view=item&item_id=12320
A Fundação Cultural de Curitiba oferece diversos cursos de capacitação na
área de literatura. O Programa Curitiba Lê é um grande incentivo à leitura, tendo
uma agenda vasta com rodas e contação de histórias em diversos endereços na
cidade. Confira a programação disponível em:
http://www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br/literatura/
http://www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br/cursos/literatura/
Também, em Curitiba, o Centro de Artes Guido Viaro oferece cursos na área
de literatura aos professores da SEED.
http://www.centrodeartesguidoviaro.com.br/?page_id=2034
http://www.centrodeartesguidoviaro.com.br
Outros recursos :
3.3 Unidade 3
“Navegar pelos clássicos da literatura é preciso, mas é impreciso. É necessário, mas é inexato. Não
tem um rumo prefixado e definido, mas se faz à deriva, ao sabor das ondas e ventos, entregue à
correnteza, numa sucessão de tempestades, calmarias e desvios”3
Tema
RODA DE LEITURA
Selecionar títulos a partir do rol de empréstimos do ano anterior.
Roda de leitura da obra – seleção de trechos e/ou capítulos- “Dom Quixote das
crianças” (Monteiro Lobato)
Comente fatos, aspectos da biografia do autor, se possível relacionados com a época
da produção da obra escolhida para leitura. Uma biografia interessante de Monteiro
Lobato foi feita por Marisa Lajolo (Monteiro Lobato: um brasileiro sob medida / Marisa
Lajolo. – 2. ed. - São Paulo : Salamandra, 2006.) Este título deve fazer parte do acervo
bibliotecário da maior parte das escolas paranaenses.
Caso surjam dúvidas quanto ao vocabulário, evite paradas constantes em consultas ao
dicionário. Siga a leitura, buscando entendimento geral. Sendo uma palavra que
impeça o desenrolar do texto, então, pesquise no dicionário.
Intercale a leitura com pequenos jogos, desafios... Enfim, mantenha a atenção dosalunos.
Verifique com atenção os títulos de interesse dos alunos dos sextos anos.
Concomitantemente ao esquema de capacitação, propõe-se ocorra a roda de
leitura. Para isso comunique o projeto à direção, equipe pedagógica e aos
professores. Havendo aprovação, passa-se a comunicação aos pais que deverão
autorizar a participação do filho, pois a atividade deverá ser desenvolvida em
horário contrário à carga curricular.
3 Ana Maria Machado, Como e por que ler os clássicos universais desde cedo, 2002, p.130
Sugestões
Tarefas para os professores:
Cada professor receberá um conjunto de convites que deverão ser
distribuídos, sorteados entre seus alunos. O professor preencherá um
controle com os nomes dos alunos convidados.
Convite especial ós, os livros, ficaremos muito felizes em contarmos com sua presença na Roda deLeitura – Mil e uma palavras tecendo leituras.*N
Local: Biblioteca do Colégio Estadual Roberto Langer Júnior.
Período: março a junho de 2014
Inscrições: mediante autorização do responsável
Mais informações: agente de leitura da biblioteca.
Aluno convidado:
Professor mensageiro: * MODELO DE CONVITE
* Escolher um nome a partir de sugestões dos professores.
Selecionar dois a cinco títulos para indicar aos alunos.
Elaborar resenha, comentários sobre os títulos escolhidos. Professor, indique
um livro especial para seu aluno. Pode-se utilizar a ficha abaixo:
Nome do livro: Autor(a): Número de páginas: Editora: Gênero: Preço médio:
O que o atraiu no livro?
Qual a história?
Opinião: Pontos fortes: Pontos fracos: Para quem indica? De um a dez, que nota você dá? :
Acompanhar as leituras que seus alunos estejam fazendo, mediante
conversas informais.
A partir das sugestões dos professores, pode-se criar uma pasta ou álbum de
indicações de leitura que poderá ser conferida pelos alunos.
➢ Caixas de leitura
Geralmente uma biblioteca escolar é desprovida de um sistema de
catalogação rigorosa das obras, tornando difícil a localização de um título específico.
Assim, para o desenvolvimento da proposta de uma roda de leitura, sugere-se que
após escolhidos os títulos, estes sejam organizados em caixas ou em um espaço da
estante com etiquetas que os diferenciem dos demais títulos, também dispor avisos
para que o leitor não recoloque os livros nas estantes.
INDICAÇÃO ESPECIAL DO (A) PROFESSOR (A):MODELO DE ETIQUETA
Devemos lembrar que os títulos selecionados ficam mais visíveis (seja na
caixa ou estante), porém, o aluno poderá escolher qualquer outra obra para
empréstimos.
Que tal promover leitura na hora do recreio com caixas de leitura? Os
próprios alunos participantes da “Roda de leitura” podem ser os promotores desse
evento.
➢ Painel de resenhas, resumos, indicações, desenhos...
➢ O livro destaque da semana
➢ Propaganda criativa
Cada professor poderá elaborar uma propaganda criativa para o seu livro
favorito. A mesma atividade poderá ser proposta aos alunos.
ORGANIZANDO ALGUNS ESPAÇOS:
Deve-se estabelecer um horário contrário à grade curricular para que ocorram
os encontros de leitura.
O agente de leitura poderá selecionar títulos diversos que possam ser de
interesse do grupo de alunos.
O texto precisa “ter problemas” para que o sujeito tenha interesse pela leitura.
Não é aconselhável darmos um texto “pronto”, ou seja, sem mistério. Aquilo que
desejamos seja “visto” pelo sujeito deve “faltar” no texto, assim, ele pensará naquilo
que deverá ler e/ou escrever.
O texto literário possibilita a formação humana, pois, permite transitar entre
nós e os outros; a literatura encontra-se no campo da gratuidade. A formação de
leitores é muito mais do que pedir leitura ao aluno. Precisamos despertar nele
necessidade, vontade, desejo pela leitura. O bom leitor está mergulhado em um
mundo cultural (televisão, teatro, museu, cinema...) permitindo que ele inter-
relacione diversos eventos com obras literárias.
Os professores e agentes de leitura devem se “alimentar de cultura e leitura”.
Também, promover saída com alunos proporcionando cultura. (visitas a museu,
biblioteca pública, cinema...)
Assim, seguem algumas estratégias de incentivo à leitura:
Pode-se ampliar a leitura ao se criar eventos culturais sistemáticos, como por
exemplo:
Sarau: uma vez por mês pode-se organizar um sarau – relacionando música
e leitura. Durante a apresentação musical (que pode ser um músico ou cantor
da comunidade, ou mesmo um aluno) disponibiliza-se poemas, textos do
autor em foco num varal. Pode-se pesquisar sobre guloseimas apreciadas
pelo autor e regar o sarau com as mesmas. Mário Quintana, por exemplo,
gostava de quindins. Torna-se sugestivo “Sarau com quindins, homenageando
SELEÇÃO DE TEXTOS
Mário Quintana”. Os poemas ficam disponibilizados no varal, cada convidado
ou pessoa presente escolhe um poema (que poderá ter um número). Ao final
da apresentação musical, sorteiam-se quindins, considerando-se os números
disponíveis nos poemas (pode-se solicitar que a pessoa leia o poema, sendo
inibida, o próprio mediador faz a leitura).
Diário de leitura (ou diário de bordo) – Cada participante da roda faz seu
relato do encontro, podendo compartilhar a leitura com os demais membros
do grupo no encontro seguinte. Nesse diário, o aluno poderá desenhar, fazer
colagens, registrar seus “passeios culturais”.
Passaporte do leitor – uma caderneta simples, porém, caracterizada em
“passaporte”. Na primeira página faz-se o registro do “passageiro”, nas
demais, identifica-se os livros que estará lendo a partir de determinada data,
complementa-se o registro com características dos locais que conheceu “nas
viagens literárias”.
Roda de conversa – com mediador- sobre coisas diversas
(preferencialmente que façam parte do interesse do aluno), porém, fazendo
“puxadas” para livros, leituras, provocando curiosidade.
Passeios culturais: “Ler o mundo” é tão importante quanto ler o livro, assim,
procure organizar visitas monitoradas ao museu, biblioteca pública. Também,
cinema e teatro são ótimas opções. Visita à biblioteca pública é interessante
ser feita antes da própria roda de leitura.
Ao trabalharmos com texto literário, devemos criar estratégias para cativar o
leitor, promovendo uma necessidade ou desejo de leitura.
É importante estabelecer rotina na escola em relação aos eventos que
envolvam leitura.
PROMOVENDO A NECESSIDADE DE
LEITURA
Ao se fazer a propaganda do evento deve-se frisar que será por pouco tempo.
Ao se organizar, por exemplo, uma exposição de textos a partir de obras de um
determinado autor, crie cartazes:
Exposição: Temas e tramas com Monteiro Lobato
Releituras.
CURTA TEMPORADA – APROVEITEM!
De 15 a 18 de abril na Biblioteca do Colégio
*Imagem meramente ilustrativa
ESCOLHENDO UM TÍTULO PARA LEITURA
Uma vez que consideramos importante o aluno ler e conhecer os clássicos
infantis – compartilhando do referencial de Ana Maria Machado – mas, não sendo
possível se fazer a leitura de um número muito grande no espaço de um ano,
necessário, então, a seleção de alguns títulos. Porém, não se faz necessário a
leitura integral do livro na roda de leitura, o aluno poderá ser “provocado” a buscar a
obra completa. Também, pode-se eleger um título para leitura por todos os membros
do grupo, marcando-se encontros para comentários.
Posicionar os alunos em círculo deixa o ambiente mais agradável, permitindo
encontro de olhares na hora da leitura. Na impossibilidade disso, pelo menos, sejam
organizados à volta da(s) mesa(s) que componha(m) o espaço da biblioteca.
Dentre os títulos considerados clássicos na literatura infantil, temos as obras
de Monteiro Lobato. Aqui, sugerimos a leitura de Dom Quixote das Crianças e
algumas possíveis atividades com o intuito de provocar curiosidade.
Considere como objetivo maior dessa proposta: o aluno expressar livremente
sua opinião e construir seu próprio caminho com relação ao ato de ler. Assim,
questione, peça sugestões, distribua responsabilidades.
Você poderá encontrar bons textos publicados na internet, leia-os e comente-
os com o grupo.
http://www.recantodasletras.com.br/
Apresente um vídeo com as personagens do sítio
A seguir, uma síntese do livro:
Dom Quixote das Crianças – Monteiro Lobato – 27.ª ed. – São Paulo:Brasiliense, 1994. 3ª reimpressão, dezembro de 1997.
Síntese:
Dom Quixote das crianças é composto de 29 capítulos. As peripécias da
boneca Emília já provocam risos nos dois primeiros capítulos, quando movida pela
curiosidade de ler um enorme livro no alto da estante, força o Visconde a ajudá-la. O
livro Dom Quixote de La Mancha vem ao chão, sobre o pobre Visconde, que na fala
de Emília “ficou mais chato que um bolo que a gente senta em cima”.
Dona Benta resolve ler o livro para os netos e a boneca, porém, percebe que
eles não conseguirão compreender todas as sutilezas de forma de uma obra
clássica, assim, em vez de ler passa a contar a história com suas próprias palavras.
Dona Benta descreve D. Quixote, ressaltando sua paixão por leitura, os livros
de cavalaria. Por muito ler tais livros, entendeu de virar também cavaleiro andante.
Dom Quixote sai às escondidas de casa para realizar suas primeiras
aventuras. Considera-se um defensor dos fracos e oprimidos. Depois de apanhar de
um grupo de mercadores, foi levado para casa por um homem da aldeia dele.
Em sua casa, a sobrinha e ama estavam preocupadas com o
desaparecimento de D. Quixote e consideravam que a culpa era dos livros que tanto
lia.
Assim, foi feita uma fogueira de todos os livros e a entrada da biblioteca foi
fechada com tijolos. Quando D. Quixote perguntou sobre seus livros e a biblioteca, a
ama lhe informou que um mágico teria vindo montado num dragão, entrara na
livraria e fizera tudo desaparecer.
Dom Quixote foi considerado normal por alguns dias, porém, logo seduziu um
lavrador para ser seu escudeiro, prometendo torná-lo governador de uma ilha.
Tratava-se de Sancho Pança que participa de muitas aventuras ao lado de D.
Quixote.
A história é contada de forma resumida para as crianças por Dona Benta,
apenas o que possa divertir a imaginação infantil.
São ressaltadas por Dona Benta tanto as características de Dom Quixote
como as de Sancho. O primeiro possuía alta cultura, todas as qualidades nobres e
generosas que uma criatura humana pode ter – apenas transtornadas em seu
equilíbrio; representa o espírito. Já Sancho representa a matéria, o sólido bom senso
dos homens do povo e todas as qualidades e defeitos do homem do povo, isto é, do
homem natural, sem estudos, sem cultura outra além da que recebe do contato com
seus semelhantes. Dona Benta considera se pode dizer que os dois representam a
humanidade. “Um é a barriga; outro é o cérebro. Mas as coisas do mundo só andam
quando os dois tipos se ligam. Um nada faz sem o outro.”
É interessante que o mediador conheça a tradução da obra Dom Quixote deLa Mancha. Este é um livro escrito pelo espanhol Miguel de Cervantes y Saavedra(1547-1616). A primeira edição foi publicada em Madrid no ano de 1605. É compostopor 126 capítulos, divididos em duas partes: a primeira surgida em 1605 e a outraem 1615. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dom_Quixote )
Busque sinopses da obra.
Questionamentos possíveis:
a) Quem foi Monteiro Lobato?
b) Quem conhece o Sítio do Pica Pau Amarelo? Leitura ou da televisão?
ENCAMINHANDO A LEITURA
ALTERNANDO ATIVIDADES:
c) Quais são os personagens do Sítio do Pica Pau Amarelo?
d) Alguém já foi a um sítio?
e) Quem tem avó? Ela é parecida com Dona Benta?
f) Alguém já ouviu falar de Dom Quixote? O que sabe dele?
Leia uma fábula. Conte uma fábula. No livro sugerido para leitura, há uma
passagem que pode ser relacionada à fábula "O cão e o lobo" . Assim, é
interessante, antes de ler este capítulo, trazer a referida fábula para o grupo.
Podendo enfatizar a moral de que a liberdade não tem preço. Também,
comentar sobre o conceito de fábula.
Decifre um texto. Digite em caixa alta, sem espaçamento entre palavras, um
trecho da obra que esteja sendo lida na roda de leitura (ou de outra); distribua
a cópia entre os alunos (grupo de 3 a 4); estabeleça uma competição: “Quem
consegue ler e pontuar esse texto?” Faça a conferência mostrando em cartaz
ou localizando o trecho no livro. O aluno poderá ter uma cartela para marcar
pontuações atingidas e concorrer a um prêmio (gibi, livro, lápis...)
Dinamizando a leitura de alguns capítulos. A seguir, atividades que
favorecem: audição, reflexão, sequência textual, compartilhamento de ideias.
Dom Quixote das Crianças – Monteiro Lobato – 27.ª ed. – São Paulo:
Brasiliense, 1994. 3ª reimpressão, dezembro de 1997.
Capítulo XXIV
A barca encantada. D. Quixote encontra o Duque
ATIVIDADE Nº 01
Aqui, sugerimos uma atividade que favorecerá a audição do aluno, para isso:
1. O mediador distribui fichas com trechos que deverão ser lidos pelos alunos (eles
deverão perceber em qual momento o trecho se encaixa no texto).
2. Confeccione as fichas em papel cartão e plastifique-as. Considerando que tenha
20 alunos, faça quatro cópias de cada ficha, distribua-as aleatoriamente entre os
alunos.
Pode-se estabelecer um jogo: quem perceberá primeiro o trecho que complementa o
texto.
3. Caso seja feita a leitura de um trecho que não complemente o texto, o
mediador deverá fazer considerações quanto aos motivos da incoerência.
Ocorrendo uma segunda leitura que também não seja o complemento, sugere-
se nova leitura do trecho que deverá ser complementado, questionando, dando
pistas... Enfim, promover reflexão.
4. Também, pode-se fazer uso de retroprojetor ou slides (data show): apresenta-se a
escrita do texto que foi lido. Lembrando, porém, que o primeiro objetivo dessa
proposta “é ouvir com atenção”, assim, apresentação do trecho escrito deve ser feita
apenas para conferência ou se nenhum dos alunos perceberem qual é o
complemento.
5. Para dinamizar um pouco mais, pode-se, após a complementação do primeiro
trecho, solicitar que os alunos troquem suas fichas.
6. O mediador inicia a leitura do capítulo XXIV, fazendo a primeira parada após: “
[…] que D. Quixote teve de pagar”. (abaixo a ficha que complementa o trecho lido)
Depois de bem enxutos ao sol, os dois náufragos seguiram o seu caminho, e
andaram, andaram, andaram até o encontro duns caçadores. Entre eles vinha uma
formosa dama, de falcão em punho, montada em magnífica égua.
➢ Observe a explicação do item 3.
7. O mediador continua a leitura até: “[…] a pouca distância daqui.” (Será
complementado por:)
Sancho voltou alegríssimo a dar conta da resposta, e D. Quixote, empertigando-se
na sela, tocou na direção da formosa duquesa. Já havia ela trocado umas palavras
com o duque, combinando divertirem-se à custa do herói da Mancha. Iriam recebê-lo
de acordo com todas as regras da cavalaria.
8. O mediador continua a leitura até: “[…] se digne acolher-se em meu palácio.”
(Ficha que complementa:)
- “A honra é toda minha – murmurou D. Quixote urbanamente.”
9. O mediador continua a leitura até: - “Viva! Viva a flor da cavalaria!” (Que será
complementado por:)
Caminhando gravemente, D. Quixote exultava de ser recebido como lera nos livros,
e não a pau, como sucedia quase sempre. Foi levado a uma amplíssima sala,
ricamente atapetada, onde seis pajens lhe tiraram as armas e a armadura. Depois o
conduziram ao aposento a ele destinado.
10. O mediador continua a leitura até: “[…] e breve estaria governador de um
reino. Feita a barba, D. Quixote foi dormir a sesta. Sancho entupiu o estômago
e fez uma visita ao amado burrinho. A duquesa […]” (Ficha que complementa:)
[…] retirou-se para os seus cômodos. O duque saiu a dar novas ordens. Queria que
durante a estada ali do Cavaleiro dos Leões, todos o tratassem rigorosamente no
estilo da cavalaria andante – não como é na realidade, mas como se lê nos livros.
Esta atividade é semelhante à primeira, porém, aqui o mediador/professor
inicia a montagem do texto, fixando a ficha no quadro; os alunos que estarão em
posse de fichas diversas, deverão perceber qual estabelece a sequência.
Podemos perceber coerência e coesão a partir dessa atividade relativamente
simples:
ATIVIDADE Nº 02
Confecciona-se fichas de partes diversas de um texto, tendo o cuidado de
dividi-lo de forma que seja possível estabelecer critérios de coesão.
As fichas são distribuídas aleatoriamente entre os alunos.
O professor/mediador inicia a montagem do texto e os alunos dão a
sequência, lendo a ficha que considerem ser a que se encaixa.
Conforme o texto vai sendo montado, a partir do contexto é estabelecida a
ação/reação, ou seja, a leitura.
Caso não seja a ficha correta, o mediador destaca o que seria a incoerência.
Percebendo dificuldades, elabora questionamentos, faz-se uma releitura,
provocando reflexões.
Interessante que o texto fique com final em aberto, possibilitando uma
produção pelo aluno. O aluno precisa entender que produzir um texto não
implica em escrever muito e sim responder adequadamente, ou seja, produzir
uma peça que tenha coerência, mostrando que houve entendimento da
leitura.
No capítulo XXV, do livro Dom Quixote das crianças, sugerimos duas
possibilidades de escrita para os alunos:
a) Ao se fazer as divisões do texto, retira-se o trecho com a escrita do
pergaminho: “O incomparável D. Quixote de la Mancha – dizia o escrito[...]
Glória eterna ao Cavaleiro dos Leões”. Solicita-se que o aluno imagine o que
poderia estar escrito, redigindo, então, “o pergaminho”. Lendo,
posteriormente, para o grupo.
b) Mantém-se a escrita do pergaminho e recorta o texto após o
questionamento da duquesa sobre a aventura; retira-se a resposta do
Sancho. Nesse caso, faz-se o recorte do texto após: “- Ah, senhora! -
exclamou o metediço Sancho – Foi (...)”. Solicita-se ao aluno que imagine
essa resposta e a escreva. Lendo, posteriormente, para o grupo.
➢ Iniciando a montagem do texto:
➢ Nas fichas abaixo, foram retiradas algumas palavras de cada parágrafo,porém, manteve-se a coesão. Assim, depois de montado o texto, sugere-se aleitura integral do capítulo.
➢ Sugere-se que o tamanho da letra usada nas fichas que serão fixadas noquadro/ painel, possibilite uma leitura a uma distância de, pelo menos, doismetros. Também, as fichas que serão manuseadas pelos alunos devempossuir letras em tamanho grande.
➢ Aqui, as fichas foram enumeradas possibilitando ao professor/mediadorconhecer a ordem correta do texto, porém, a cópia a ser entregue ao aluno,obviamente, não deve conter numeração.
➢ Entrega-se uma ficha por aluno ou uma para cada dois alunos.
➢ Capítulo XXV
➢ História de Dolorida – O cavalo encantado
Emília correu para o colo de Dona Benta que pôde continuar a história do
cavaleiro da Mancha.
- O duque – disse Dona Benta – havia dado ordem ao mordomo para
organizar uma farsa assim, assim, e explicou como a queria. O mordomo piscou o
olho. Tinha compreendido tudo muito bem.
Nisto chegou a hora do jantar e correu sem novidade até a sobremesa.
Ficha nº01
Inesperadamente um toque de buzina soou, seguido de rufo de tambores. Todos
ficaram atentos, à espera de qualquer coisa. A coisa foi o aparecimento de um
gigante entrajado de negro, com uma barba que lhe vinha até a cintura.
O gigante avançou a passos lentos e ajoelhou-se aos pés do duque, e
disse em voz pausada:
- “Excelência, sou Trifaldino, escudeiro da Princesa Trifaldi, a Dolorida. Essa
desditosa princesa veio do reino de Candaia até aqui para implorar a V. Ex.ª que a
informe quanto ao invencível cavaleiro D. Quixote de la Mancha, o único ser humano
que poderá salvá-la. Ali na porta do palácio, minha ilustre ama espera licença para
entrar.
Ficha nº02
- “Já de muito tempo – respondeu o duque – sei dos infortúnios da triste
Princesa Dolorida. Vai buscá-la e dize-lhe que, por uma feliz coincidência, o
incomparável cavaleiro da Mancha é meu hóspede e está aqui.”
Ficha nº03
O escudeiro retirou-se às arrecuas. Pouco depois apareceu a princesa,
acompanhada de doze damas, veladas, vestidas de branco. Três delas sustinham a
comprida cauda do vestido de Dolorida, a qual trazia o rosto oculto num véu e
caminhava apoiada em seu escudeiro.
O duque e a duquesa ergueram-se para recebê-la. D. Quixote também. […]
A triste princesa disse:
Ficha nº04
- “Poderosíssimo senhor, e vós, belíssima dama e ilustríssimos ouvintes aqui
reunidos: não tardarei a comover-vos com a minha triste história, mas antes de tudo
desejava ser informada se o gloriosíssimo cavaleiro D. Quixote de la Mancha e o
seu fidelíssimo escudeiro se acham presentes.”
- “Sim, madamíssima” – bradou Sancho. […]
Ficha nº05
D. Quixote fez uma curvatura, como a dizer que ele era ele, e prometeu tudo arrostar
no serviço da desditosa princesa. […] O herói, […] pediu que contasse as suas
desgraças.
Ficha nº06
A princesa começou:
- “A rainha Magonce, viúva do Rei Arquipielo, governava o famoso reino de
Candaia, do qual era eu a única herdeira. Vários príncipes se apresentaram para
obter minha mão. Entre tantos pretendentes, um só me agradou. […] Casei-me,
pois, com D. Clavijo, contra a vontade de minha mãe, a rainha, que em
consequência disso morreu de dor.
Logo após o enterro, surge do seu túmulo, montado num cavalo de pau, o
famigerado gigante Malambruno, primo de minha mãe e crudelíssimo feiticeiro.
Vinha vingá-la. Para isso transformou D. Clavijo num horrendo crocodilo de bronze,
com esta inscrição sobre o pedestal em que se assentava: “O culpado Clavijo só
recobrará sua forma primitiva quando o cavaleiro da Mancha se atrever a desafiar-
me para combate”.
Em seguida Malambruno voltou-se para mim e com umas palavras mágicas
me fez nascer no rosto, e no de minhas damas, compridas barbas de homem. Eis a
razão de usarmos véus.”
Para provar o que dizia, a princesa tirou o véu e todas as suas damas fizeram
o mesmo. Que linda coleção de barbas negras, ruivas e brancas!
- “Eis – continuou a princesa – o triste estado a que nos reduziu o miserável
Malambruno. Suas últimas palavras foram estas: “Vai em busca de D. Quixote.
Quando o encontrares, mandar-lhe-ei este cavalo de pau, que é mais rápido que o
pensamento e se guia por meio duma cavilha de madeira. É a obra- prima do grande
mágico Merlin.”
Ficha nº07
Mal a princesa acabou de pronunciar essas palavras, eis que surgem quatro
selvagens puxando um cavalo de pau.
- “Pronto – dizem eles. - Cá está o famosíssimo ginete Cavilhardo. O paladino
que vai bater-se com Malambruno poderá cavalgá-lo, juntamente com o seu
escudeiro. Mas para que o espantoso voo desse cavalo não os assuste, é mister
que ambos vendem os olhos e assim fiquem até que Cavilhardo relinche – sinal que
findou a jornada.” […]
Ficha nº08
D. Quixote […] monta imediatamente no cavalo […] Gritos soam:
- “Boa viagem! Boa viagem, valorosíssimo cavaleiro! Deus te guie a ti e ao teu
intrépido Sancho!”
Silêncio em seguida.
Ficha nº09
Julgando-se nas alturas, D. Quixote observa para Sancho:
- “Que maravilha, amigo! Jamais cavalguei ginete mais firme. Parece imóvel,
e no entanto está a voar a mil léguas por hora. Percebe-o pelo deslocamento do ar.”
- “E eu também – confirmou Sancho. - Sinto um vento desta banda.”
Ficha nº10
O duque havia mandado que uns homens com grandes foles ventassem a
toda força sobre os imaginários viajantes.
- “Se não me engano – disse D. Quixote – estamos na região média do ar.
Breve atravessaremos a linha do fogo.”
Ficha nº11
O duque manda que se aproximem deles archotes acesos.
- “Entramos já nessa região, meu senhor – exclamou Sancho. - Estou a arder
e com medo de incêndio em minha barba. Uf! Vou desamarrar os olhos.”
- “Não faça tal, que seria a nossa desgraça. O reino de Candaia deve estar
perto”.
Ficha nº12
- “Deus o permita! - murmurou Sancho. - Minhas nádegas não foram feitas
para cavalgar uma dureza destas. Cavilhardo poderá ser um prodígio de velocidade
– mas em macieza de sela, prefiro o meu burrinho”.
O duque, a duquesa e os mais riam-se, tapando a boca.
Ficha nº13
Jamais espetáculo tão cômico lhes passara pelos olhos. O fim da aventura foi ainda
mais amolecado. Um pajem aproximou-se do cavalo de pau e deitou fogo na mecha
que havia junto à cauda. A mecha incendiou a pólvora que recheava o cavalo. Puff!
Uma explosão. D. Quixote caiu dum lado; Sancho, de outro. Grande fumaceira
envolveu tudo.
Enquanto isso, Dolorida e suas damas barbadas desapareciam do jardim, e o
duque, a duquesa e os mais se punham em atitude de sono profundo.
Ficha nº14
D. Quixote e o escudeiro ergueram-se tontos, e depois que a fumaça se foi
esgarçando viram uma lança cravada no chão com um pergaminho escrito.
Ficha nº15
“O incomparável D. Quixote de la Mancha – dizia o escrito – rematou a aventura da
Princesa Dolorida. Malambruno está satisfeito … Não exige mais. Acabou-se o
encantamento. Que desapareçam as barbas! Que D. Clavijo volte à sua forma
natural e seja restabelecido no trono, ao lado de sua esposa. Glória eterna ao
Cavaleiro dos Leões!”
Ficha nº16
Observação: Você pode optar em não entregar esta ficha aos alunos. Assim, eles redigirão o
“pergaminho”. Também, pode explicar o conceito do termo.
Radiante com o feliz desenlace, o herói da Mancha vai despertar o
adormecido duque, ao qual diz:
- “Pronto, caríssimo, duque! Tudo está findo, conforme o declara o
pergaminho da lança.”
O duque abriu os olhos; o mesmo fizeram a duquesa e todos os mais.
Ergueram-se. Rodeiam os grandes heróis. A duquesa interroga-o sobre a aventura.
Ficha nº17
- “Ah, senhora! - exclamou o metediço Sancho. - Foi uma viagem espantosa.
Atravessamos a região dos ventos e do fogo. Por um triz não se me queimaram as
barbas. Senti o cheiro do chamusco; nesse momento levantei uma pontinha da
venda dos olhos e vi lá embaixo a terra tão pequena que mais parecia uma noz. Os
homens sobre ela eram ainda menores do que grãos de mostarda...”.
Todos sorriram e entreolharam-se.
Ficha nº18
Observação: Caso, mantenha a ficha do “pergaminho”, pode retirar a ficha nº 18, porém,deverá alterar a ficha nº 17:
Radiante com o feliz desenlace, o herói da Mancha vai despertar o adormecido duque, ao
qual diz:
- “Pronto, caríssimo, duque! Tudo está findo, conforme o declara o pergaminho da lança.”
O duque abriu os olhos; o mesmo fizeram a duquesa e todos os mais. Ergueram-se. Rodeiam
os grandes heróis. A duquesa interroga-o sobre a aventura.
- “Ah, senhora! - exclamou o metediço Sancho. - Foi (...)
➢ Sugere-se que os alunos não tenham acesso ao texto escrito deste capítulo durante sualeitura pelo mediador.
➢ Capítulo XXVI
➢ Conselhos de D. Quixote. Sancho assume o governo da ilha
➢ Nesse capítulo é possível surpreender o grupo. Inicie uma leitura ou distribua
pequenos recortes (dobrados ou em envelopes) com ditados populares.
➢ Repentinamente, entra alguém (representando tia Anastácia) com uma
peneira de pipocas. Ela diz:
➢ - Oi, crianças! Chegou a pipoca.
➢ Logo depois, entra Dona Benta com Emília, dramatizando o trecho “Nós todos
aqui, Emília, […] até […] antes de ele assumir o governo da ilha.”
➢ O mediador comenta que Anastácia, Dona Benta e Emília encenaram o início
do capítulo XXVI, “Conselhos de D. Quixote. Sancho assume o governo da
ilha”. Também, pode ser dada a seguinte explicação: “Elas foram convidadas
para percebermos ser possível “a leitura de uma obra por meio da encenação
teatral”, mas, hoje, o motivo é provocar curiosidade e vocês descubram a
continuação da história, lendo. Mas, podemos adiantar que D. Quixote vai
comentar sobre “ditados populares”, por isso foram distribuídos esses
envelopes. Vamos agradecer a presença de nossos atores. E, pedir licença à
ATIVIDADE Nº 03
Dona Benta para continuarmos a história e descobrirmos os conselhos que D.
Quixote deu a Sancho. Após a leitura, vocês poderão abrir seus envelopes.”
➢ Pode-se convidar professores, funcionários, alunos (talvez, do Grêmio
Estudantil) para encenarem esse trecho do capítulo.
➢ O mediador continua a leitura do capítulo (após a encenação).
➢ Pode-se fazer uma pausa após: “D. Quixote deu-lhe ainda muitos outros
conselhos, cada qual mais sábio e digno de ser seguido.”
➢ Comentar sobre “ditados populares”; solicitar que cada um abra “seu
envelope”, leia e comente o ditado ou rifão .
➢ Continua-se a leitura pelo mediador.
➢ Pode-se fazer uma pausa após: “mas Sancho, sem se atrapalhar, deu a
seguinte sentença:”
➢ Solicita-se que os alunos (em dupla) escrevam a sentença de Sancho;
➢ Solicita-se a leitura. Após cada leitura, o grupo pode argumentar se o texto é
coerente ou não.
➢ O mediador segue com a leitura do texto até: “que parecia um verdadeiro
Rei Salomão.”
➢ Pode-se questionar: Por que Sancho foi comparado ao Rei Salomão?
Vocês já ouviram falar desse Rei?
➢ Provavelmente alguém irá se referir ao julgamento das duas mulheres que
se diziam mães da mesma criança; Salomão sentenciou que partissem a
criança ao meio. Também interessante a história de Salomão e rainha de
Sabá, a partir da qual pode-se brincar com adivinhas.
➢ Caso ninguém comente, o mediador poderá sugerir uma pesquisa ou
contar a história desse julgamento.
➢ Solicite que concluam a leitura do capítulo em casa. E, também leiam o
capítulo “Sancho abandona a ilha e o que lhe acontece pelo
caminho”.
➢ Capítulo XXVII
➢ Sancho abandona a ilha e o que lhe acontece pelo caminho.
➢ Esse capítulo pode ser lido pelo mediador ou ser lido antecipadamente
pelos alunos em casa.
➢ Se a leitura for feita em casa, inicia-se o encontro solicitando que alguém
se disponha a comentá-la.
➢ Também, pode-se iniciar o encontro contando a fábula do cão e do lobo e
questionar se há algum ponto em comum com o livro “Dom Quixote das
Crianças”.
➢ Divida um texto em partes diversas, faça fichas para que os alunos organizem
o texto. Confeccione, pelo menos, dez conjuntos de fichas, permitindo que os
alunos trabalhem em dupla ou trio. Desejando um material mais resistente,
confeccione as fichas em papel cartão, imantando-as e plastificando-as.
Monta-se o texto sobre outra folha imantada. Essa técnica de imantação
permite que o aluno se divirta fixando os cartões, bem como pode transportar
o texto montado de um lado para outro da sala sem “perder” as fichas.
Mais dicas ...
ATIVIDADE Nº 04
Temas que podem ser abordados em conversa, a partir da leitura de “Dom
Quixote das Crianças”.
•Respeito às diferenças;
•O que é ser louco? “De médico e louco todo mundo tem um pouco”.
•Cultura popular e cultura letrada.
•“Podemos até dizer que esses dois homens representam a humanidade. Sancho é
a matéria. D. Quixote, o espírito.”
•Pode-se considerar D. Quixote imortal? Em que consistiria essa imortalidade?
3.4 Unidade 4
“Os livros são hospitaleiros e nos permitem suportar os exílios de que cada vida é feita, […]. E
algumas vezes eles nos fazem atravessar oceanos, dão-nos o desejo e a força de descobrir
paisagens, rostos nunca vistos, terras onde outra coisa, outros encontros serão talvez possíveis.
Abramos então as janelas, abramos os livros”4
Tema
CRIANDO UM BLOG
Tutorial do blog - clique aqui
Acreditamos que o blog seja uma ferramenta adequada para socializar os
eventos da Roda de Leitura.
Não é necessária muita habilidade para se criar um blog, deve-se, contudo,
4 Michèlle Petit, A arte de ler ou como resistir à adversidade, 2012, p. 266.
O ENGENHOSO FIDALDO
D. QUIXOTE DE LA MANCHA
POR
MIGUEL DE CERVANTES SAAVEDRA
ter um cuidado especial com direitos autorais. Havendo dificuldade ou
impossibilidade de obtenção de autorização para uso de texto ou imagem que já
esteja veiculada na internet, sugerimos que seja apenas indicado o link, com um
breve comentário sobre o conteúdo.
Um professor do grupo ficará responsável pela criação e postagens no blog.
Pode-se fazer uma escolha em conjunto quanto ao nome do blog e os itens que
farão parte do mesmo.
Depois que os professores tomarem conhecimento da proposta de trabalho,
convidarão os alunos a participarem da Roda de Leitura. Neste momento, é
interessante que o blog já esteja criado, postando os nomes dos alunos que serão
convidados.
Sugerimos alguns tópicos para o blog:
Livros indicados pelos professores e participantes da roda – resenhas,
comentários
Contando um conto
Clube do livro (indicações de troca, doação)
O que estamos lendo
O livro da semana
Convidados e participantes
Escritores da roda
Os tópicos não precisam ser necessariamente estes, nem todos ou apenas
estes. O grupo de professores e os próprios alunos poderão sugerir tópicos para o
blog.
Tenha cuidado na veiculação de imagens de alunos, pois necessita de
autorização dos responsáveis. Abaixo, sugestão de site onde você poderá
hospedar seu blog.
Crie seu blog, atualize sempre, divulgue e sucesso!
O aluno poderá compartilhar suas produções em outros ambientes para isso
é necessária a criação de uma conta, senha e login.
4. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
Este material se destina aos agentes de leitura e professores que queiram
incentivar o processo de leitura espontânea entre seus alunos dos sextos anos
principalmente.
A sequência proposta considera a formação de um grupo de estudos a partir
do agente de leitura da escola.
Deve-se organizar um cronograma para a apresentação da proposta ao corpo
docente. Aqueles que se dispuserem convidarão os alunos a participarem das
atividades da roda de leitura.
Assim, após as devidas autorizações por parte da equipe diretiva e
pedagógica, reserva-se um espaço para as reuniões, preferencialmente o laboratório
de informática. Esse material poderá ser trabalhado em 15 encontros com
aproximadamente 35 horas presenciais, (ao reservar o laboratório de informática, os
professores que estiverem em hora atividade participarão da reunião, conhecendo a
proposta). Para esse primeiro momento, reservam-se 05 encontros de
aproximadamente 10 horas no total.
Para aqueles que forem efetivamente desenvolver a proposta, organiza-se
um cronograma para trabalhos em grupo. Pode-se, mais uma vez, aproveitar
momentos de hora atividade ou extraclasse, caso o grupo tenha interesse. Assim,
nessa fase, organizam-se 10 encontros de aproximadamente 25 horas no total.
Nesses momentos, os professores desenvolverão as seguintes atividades: escolha
do nome da roda de leitura, seleção dos livros, resenhas, propaganda criativa,
distribuição dos convites aos alunos, entre outras.
Acreditamos que para um bom desenvolvimento da roda de leitura o número
de participantes deva ser em torno de 15 alunos (máximo 20).
Não se deve ter a preocupação de que o aluno execute “tarefas” após a
leitura. Contudo, pode-se, sim, convidá-lo às práticas de resenha, painéis,
propaganda, enfim, a escrita. Mas, o objetivo maior é a própria leitura e troca de
ideias.
Os encaminhamentos, resenhas dos professores, conversas, curiosidades,
produções dos alunos, momentos de estudo dos professores e agente de leitura...
Enfim, o desenrolar da produção didática poderá ser registrada no blog, permitindo
um compartilhamento mais fácil com a comunidade escolar.
Não se pode considerar atingidos os objetivos, aqui propostos, pela simples
execução dessas atividades. É necessária uma continuidade do projeto com um
constante intercâmbio “professores & agentes de leitura”. Entre esses pilares
devemos colocar o livro, formando uma ponte pela qual o aluno passará.
REFERÊNCIAS
COLOMER, Teresa; CAMPS, Anna. Ensinar a ler, ensinar a compreender. Trad.Fátima Murad. 1. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.
COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. 1. ed., 3ª reimpressão. SãoPaulo: Contexto, 2009.
EVANGELISTA, Aracy Alves Martins et al.(orgs). Escolarização da leitura literária.Belo Horizonte: Autêntica, 1999.
LAJOLO, Marisa. Monteiro Lobato: um brasileiro sob medida. 2. ed. São Paulo:Salamandra, 2006.
______________. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 1. ed. SãoPaulo: Ática, 1993.
MACHADO, Ana Maria. Como e por que ler os clássicos universais desde cedo.1. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002 (impresso 2010)
PEREIRA, Andréa Kluge. Biblioteca na escola. Brasília: Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Básica, 2009.
PETIT, Michèle. A arte de ler ou como resistir à adversidade. Trad. Arthur Bueno eCamila Boldrini. 2. ed. São Paulo: 34, 2012.
SILVA, Rovilson José da. Biblioteca escolar e a formação de leitores: o papel domediador de leitura. 1. ed. Londrina: EDUEL, 2009 (impresso 2010)
ENDEREÇO ELETRÔNICO
http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_zoo&view=item&item_id=1989 - consultado no dia15/08/2013
http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_zoo&view=item&item_id=4275-consultado no dia 15/08/2013
http://tvescola.mec.gov.br/index.php?&option=com_zoo&view=item&item_id=4276-consultado no dia 15/08/2013
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