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CENTRO UNIVERSITÁRIO HERMÍNIO DA SILVEIRA
IBMR - LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES
CURSO DE EDUCAÇAO FÍSICA
FREDERICO HENRIQUE SOARES DE ALBUQUERQUE
Os efeitos da atividade física monitorada e do esporte no
desenvolvimento motor em crianças de 6 a 10 anos.
Rio de Janeiro
2017
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FREDERICO HENRIQUE SOARES DE ALBUQUERQUE
Os efeitos da atividade física monitorada e do esporte no
desenvolvimento motor em crianças de 6 a 10 anos de idade.
ORIENTADOR: Prof. Dr. Mauro Moraes Macêdo
Rio de Janeiro
2017
Monografia apresentada ao IBMR – Laureate
International Universities como requesito parcial
para a obtenção do grau de Bacharelado em
Educação Física.
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FREDERICO HENRIQUE SOARES DE ALBUQUERQUE
Os efeitos da atividade física monitorada e do esporte no
desenvolvimento motor em crianças de 6 a 10 anos de idade.
ORIENTADOR: Prof. Dr. Mauro Moraes Macêdo
Aprovada em ________ de _________________de 2017.
Grau obtido _______
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Prof. Dr. Carlos Eduardo Vicenti
_____________________________________________
Prof. Esp. Bruno Ramalho
Monografia apresentada ao IBMR – Laureate
International Universities como requesito parcial
para a obtenção do grau de Bacharelado em
Educação Física.
5
DEDICATÓRIA
Dedico este presente estudo a meus pais
Frederico Albuquerque e Cristina Soares que
sempre me deram apoio e motivação em todos os
momentos que tive na faculdade e a qual eu devo
todas as minhas conquistas.
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AGREDECIMENTOS
À toda equipe de profissionais do Colégio Miraflores e Academia MiraSport, que ao
longo de toda minha jornada acadêmica estiveram ao meu lado, oportunizando estágio e
oferecendo todo aprendizado profissional necessário para minha carreira.
Aos Mestres, Doutores e professores do Instituto Brasileiro de Medicina e
Reabilitação, em especial, Mauro Moraes Macêdo & Lúcia Maria Nogueira, que tiverem
paciência e me deram o aporte necessário ao decorrer do meu estudo.
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EPÍGRAFE
“A mente que se abre a uma nova ideia
jamais volta a seu tamanho original”
Albert Einstein
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RESUMO
ALBUQUERQUE, F. H. S. Os efeitos da atividade física monitorada e do esporte no
desenvolvimento motor em crianças de 6 a 10 anos. 2017. 71 folhas. Monografia – IBMR –
Laureate International Universities. Rio de Janeiro, 2017.
Este estudo objetivou identificar se a prática de atividade física monitorada e do esporte,
contribui para o desenvolvimento motor de crianças de 6 a 10 anos de idade; O método
utilizado foi estudo descritivo de revisão integrativa da literatura utilizando-se artigos
científicos atualizados, pesquisados nas bases de dados PUBMED, SCIELO e LILACS, no
período de 2010 a 2017. A questão norteadora do estudo suponha que o desenvolvimento
motor é um fator essencial para todas as alterações motoras humanas no decorrer da vida. O
desenvolvimento humano é um processo lento e sucessivo, com as primeiras mudanças
ocorrendo nos primeiros anos de vida até o envelhecimento do indivíduo. Com isso todas as
habilidades motoras adquiridas ou não durante a infância terá influência direta ao longo de
toda a adolescência e vida adulta do indivíduo. Por este motivo justificou-se o estudo pelo
fato de, em um mundo tão tecnológico, onde a criança está cada vez mais inativa fisicamente,
tendo como consequência, o sedentarismo e no pior dos casos obesidade, mostra-se a
importância do Profissional de Educação Física em intermediar a necessidade de, na escola e
fora da mesma, uma experimentação de atividades físicas e esporte para seu desenvolvimento
motor adequado.
Palavras-chave: Desenvolvimento. Desenvolvimento motor. Atividade física. Esporte
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ABSTRACT
ALBUQUERQUE, F. H. S. The effects of monitored physical activity and sports on
motor development in children aged 6 to 10 years. 2017. 71 sheets. Monograph - IBMR -
Laureate International Universities. Rio de Janeiro, 2017.
This study aimed to identify whether the practice of monitored physical activity and sports
contributes to the motor development of children from 6 to 10 years of age; The method used
was a descriptive study of an integrative review of the literature, using updated scientific
articles, searched in the databases PUBMED, SCIELO and LILACS, from 2010 to 2017. The
guiding question of the study supposes that motor development is an essential factor for all
human motor changes throughout life. Human development is a slow and successive process,
with the first changes occurring in the first years of life until the aging of the individual. Thus
all motor skills acquired or not during childhood will have direct influence throughout the
adolescence and adult life of the individual. For this reason the study was justified by the fact
that in a world so technological, where the chilldren are increasingly physically inactive,
resulting in sedentarism and obesity, shows the importance of the Physical Education
Professional to intermedite, in school and outside of it, an experimentation of physical
activities and sports for its adequate motor development.
Palavras-chave: Development. Motor development. Physical activity. Sports.
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
TDC - Transtorno de desenvolvimento da coordenação
QMG - Quociente Motor Global
TDMG - Teste de desenvolvimento motor grosso
EDM - Escala de Desenvolvimento motor
TGMD-2 – Test of Gross Motor Development – Second Edition
IMMG - Idade Motora em Motricidade Global
UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
NASPE - Motor Development Task Force da National Association for Sports and Physical
Education
CID-10 – Código Internacional das Doenças
OMS - Organização Mundial da Saúde
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – A influência (...) desenvolvimento motor na infância. Um estudo de caso............52
Tabela 2 - O contexto esportivo no desenvolvi -mento motor de crianças..............................53
Tabela 3 - Projeto Social esportivo: impacto no desenvolvimento motor (...) atividades
infantis dos participantes...........................................................................................................54
Tabela 4 - Efeito da atividade esportiva sistematizada sobre o desenvolvimento motor de
crianças de sete a 10 anos.........................................................................................................56
Tabela 5 - Avaliação das habilidades motoras de crianças participantes de projetos
sociais/esportivos......................................................................................................................57
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Modelo de desenvolvimento motor de acordo com a idade.....................................31
Figura 2 - Modelo de desenvolvimento motor de acordo com a hereditariedade; ambiente.....32
Figura 3 - Fluxograma da seleção dos artigos para a revisão sistemática.................................51
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................15
2. OBJETIVOS .................................................................................................................17
2.1 Geral..............................................................................................................................17
2.2 Específico......................................................................................................................17
3. DESENVOLVIMENTO ..............................................................................................18
3.1 Desenvolvimento humano.............................................................................................18
3.1.2 Maturação e Crescimento.....................................................................................19
3.1.1 Fundamentos da Transformação Desenvolvimental............................................20
3.2. Fatores pré-disponentes................................................................................................21
3.2.1 Influencia familiar e os motivos pelo abandono da prática esportiva..................21
3.2.2 Estresse competitivo............................................................................................22
3.2.3 Abordagem nutricional........................................................................................24
3.3 Desenvolvimento motor...............................................................................................25
3.3.1 Termos usuais para o desenvolvimento motor.....................................................26
3.3.2 Fases do Desenvolvimento Motor.......................................................................28
3.3.3 Vertentes novas para o desenvolvimento motor..................................................35
3.3.4 Questionamento multidisciplinar ao desenvolvimento motor..............................38
3.3.5 Desenvolvimento motor e o transtorno do desenvolvimento da coordenação.....39
3.4 Desenvolvimento motor e a Educação Física................................................................40
3.4.1 Recreação e ludicidade como vertente para a prática da atividade física
monitorada................................................................................................................................41
3.4.2 Aptidões que a atividade física e o esporte contribui para o desenvolvimento
motor e sua influência para crianças da terceira infancia........................................................41
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4.MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................................48
4.1 Material ........................................................................................................................48
4.2 Métodos.........................................................................................................................48
4.2.1 Base de dados.......................................................................................................48
4.2.2 Critérios de inclusão ............................................................................................48
4.2.3 Critérios de exclusão............................................................................................48
4.2.4 Estratégia de Busca..............................................................................................49
5. RESULTADOS .............................................................................................................50
6. DISCUSSÃO..................................................................................................................58
7. CONCLUSÃO...............................................................................................................64
REFERÊNCIAS ...............................................................................................................65
ANEXOS............................................................................................................................67
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1. INTRODUÇÃO
Perante a Declaração dos Direitos da Criança, Principio 2, onde consta, por lei, que a
criança gozará de proteção social e lhe serão proporcionadas oportunidades e facilidades, a
fim de lhe conceder o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, de forma
sadia e normal, e condições de liberdade e dignidade. Que, de acordo com a Carta
Internacional da Educação Física e do Desporto (UNESCO, 1978), todo o indivíduo tem o
direito à educação física e ao esporte, que são imprescindíveis para o seu desenvolvimento.
Com isso, atualmente, mostra-se que o direito ao desenvolvimento das aptidões físicas,
intelectuais e morais, através da Educação Física e do Esporte, não vem sendo garantido pelo
sistema político social. Neste âmbito, o tema deste trabalho aborda sobre a “Influência da
atividade física monitorada e do esporte no desenvolvimento motor de crianças de 6 a 10 anos
de idade”, tendo como fato que o a atividade física monitorada e o esporte é imprescindível
para o desenvolvimento das crianças.
É de papel fundamental do Educador Físico, orientar e conscientizar, sobre a
importância que se tem em praticar atividade física e esportes regularmente, para o
desenvolvimento motor adequado na infância. Com isso, torna-se importante o conhecimento
do desenvolvimento motor para todos que trabalham com crianças (saudáveis ou com
patologias), ficando visível que o estudo do desenvolvimento motor proporciona muitos
benefícios.
Com isso, o estudo justifica-se pelo fato de em um mundo tão tecnológico, onde a
criança está cada vez mais inativa fisicamente, tendo como consequência, o sedentarismo e no
pior dos casos obesidade, mostra a necessidade, de, na escola e fora da mesma, uma
experimentação de múltiplos ambientes para seu desenvolvimento motor adequado. Com
fundamentos nessas considerações, este trabalho é norteado pela seguinte questão problema:
Quais os principais benefícios que a atividade física monitorada e o esporte, traz para o
desenvolvimento motor de crianças entre 6 e 10 anos? Então, norteado pela interrogante
científica citada, tendo em vista responder o problema, o estudo foi elaborado utilizando-se a
metodologia de revisão ou pesquisa exploratória, sendo explanados nos capítulos descritos
especificados em seguida.
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Logo no primeiro capítulo, é abordado acerca do desenvolvimento humano, as
principais características, sua histologia, e conceitos tratados sobre o mesmo. No capítulo
decorrente associasse a influência familiar como um dos principais fatores pré disponentes,
não menos importante quanto ao estresse competitivo com exemplo. Na sequência, apresenta-
se todos os assuntos a respeito do desenvolvimento motor. Onde foram levantados todos os
tópicos que era relacionado ao desenvolvimento motor, as suas fases, em específicos da 3ª
infância.
O conteúdo apresentado subsequente, aborda os efeitos/benefícios que a atividade
física monitorada e o esporte promovem a criança no quesito desenvolvimento motor, no qual
é destacado os fatores a respeito das atividades motoras que se aprimorado através de
exercícios propostos pelo profissional de educação física, contribuem para o
autoconhecimento do aluno perante seu corpo, e o domínio de habilidades imprescindíveis ao
ser humano, podendo vir a descobrir novas destrezas motoras intrínsecas. Com isso evidencia-
se os benefícios da atividade física monitorada e o esporte promovem ao desenvolvimento das
capacidades, sócio efetivas, percepto-cognitivos e físico-motoras.
Contudo, o foco principal do estudo foi evidenciar e se posicionar em quanto a
orientação correta acerca da atividade física orientada e do esporte, devido a ser um fator pré
disponente para o desenvolvimento motor completo de crianças com a idade entre 6 e 10
anos, fase a qual pertencem a terceira infância e tem como conclusão destacar os benefícios
que a atividade física monitorada e o esporte traz para o desenvolvimento de crianças entre 6
e 10 anos.
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2. OBJETIVOS:
2.1 OBJETIVO GERAL:
Elucidar como a atividade física monitorada e o esporte pode corroborar no processo
de desenvolvimento motor da criança.
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO:
Identificar se a prática de atividade física monitorada e do esporte contribui para o
desenvolvimento motor de crianças de 6 a 10 anos de idade;
Verificar se há influencia familiar na prática ou no abandono da atividade física
monitorada e do esporte.;
Evidenciar que somente a prática esportiva regular pode trazer todos os benefícios
desejados para o desenvolvimento motor infantil.
Destacar a associação entre o desenvolvimento motor e o prática do movimento,
evidenciando a importância da atividade física monitorada e do esporte nesta fase.
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3. DESENVOLVIMENTO
3.1 Desenvolvimento humano:
Segundo Guedes (2011), a influência, e participação ativa do Profissional de Educação
Física e do Esporte, na promoção de saúde da população jovem, tem papel fundamental, no
acompanhamento de indicadores de crescimento e desenvolvimento, que, diferencia
crescimento de desenvolvimento. Onde ele se refere como crescimento, á transformações
progressivas de cunho quantitativas e desenvolvimento, ao mesmo tempo pode ser,
quantitativa e qualitativa, resultando em aspectos associados ao próprio processo de
crescimento físico, a maturação biológica, e em específico o desenvolvimento motor quando o
assunto envolve Educação Física e Esporte.
De acordo com Payne & Isaacs (2010), classifica-se com certa regularidade o
desenvolvimento humano em domínios motor, cognitivo, afetivo e físico. O desenvolvimento
motor pertence ao movimento humano; o domínio cognitivo a modificação intelectual
humana; o domínio afetivo as transformações social-emocional; o físico, refere-se a
transformações reais, como atura ou peso. Todos esses domínios, tem forte relação entre si,
sendo assim predomina-se sob o desenvolvimento motor, o desenvolvimento cognitivo e
afetivo. O desenvolvimento humano é a sucessão e o retrocesso que acontece nos seres
humanos, ao passo que envelhecem.
Ainda Guedes (2011), cita que, a infância é uma das fases do desenvolvimento
humano muito importante e complicada, onde o indivíduo está sofrendo com mudanças
fisiológicas, que está relacionado diretamente a maturação biológica e o organismo esta
suscetível a influência de fatores ambientais e comportamentais, que podem ser positivos ou
negativos, implicando em sua conduta e solicitação motora. As indicações dos atributos
relacionados ao desenvolvimento motor, devem ser feitas o mais breve possível, para que
tenha a certeza que o ao fim da maturação biológica, o indivíduo atinja todo seu potencial de
desenvolvimento.
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3.1.1 Maturação e Crescimento
Payne & Isaacs (2010), abordam o fato que, o desenvolvimento deve ser determinado
evidentemente e entendido, para que a ideia possa ser incorporada adequadamente nas
atividades esportivas infantis. Dois termos são imprescindíveis para o entendimento do
desenvolvimento humano: a maturação (amadurecimento) e crescimento. O desenvolvimento
é uma expressão que se refere as progressões e regressões que acontecem durante as diversas
fases da vida. E crescimento é o elemento estrutural do desenvolvimento; maturação trata com
das alterações funcionais do desenvolvimento humano.
Desenvolvimento engloba, maturação (amadurecimento), quanto crescimento. As
transformações funcionais qualitativas que acontecem com a idade estão relacionadas ao que
entendemos como maturação (amadurecimento). Já crescimento, aborda a cerca das
transformações estruturais quantitativas, que acontecem com a idade. Ainda que ambas
expressões signifiquem aspectos específicos de uma metamorfose, que acontece desde da
segunda infância até a vida adulta, maturação significa as transformações organizacionais na
atribuição dos órgãos e tecidos. A conduta do indivíduo é alterada posteriormente como
consequência dessas transformações qualitativas. Maturação e crescimento são termos que
devem ser explicados de maneira separada para simplificar nosso entendimento acerca do
desenvolvimento, entretanto são fatores relacionados do processo desenvolvimental. Ambos
os termos são paralelos, a vista que, conforme o corpo cresce, as funções são aperfeiçoadas.
Com isso, a velocidade de crescimento da maior parte da população (a não ser o aumento da
gordura corporal) na maioria das vezes transforma-se mais lentamente, assim que se aproxima
da idade de 20 anos. Em comparação, a maturação perpassa até o ultimo dia de vida (PAYNE
& ISAACS, 2010, p. 7).
Com isso Payne & Isaacs, (2010), deixa claro que, para que se entenda todos os
aspectos humanos de desenvolvimento, precisa-se conhecer uma importante área de estudo, o
desenvolvimento motor. Na prática, a identificação de anormalidades motoras, nos ajuda em
nossa atuação, na correção de problemas precoces e também na criação de programas de
atividade física e esporte, com maior embasamento científico para um melhor ensino de
habilidades motoras em todas as faixas etárias.
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3.1.1 Fundamentos da Transformação Desenvolvimental
Conforme Payne & Isaacs (2010), onde dizem que segundo a declaração de princípios
feita pela Motor Development Task Force da National Association for Sports and Physical
Education (NASPE), existe seis fundamentos ou componentes de transformação
desenvolvimental: Qualitativo, sequencial, cumulativo, direcional, multifatorial e individual.
De cunho “qualitativo”, mostra que a transformação desenvolvimental não é apenas um algo a
mais no indivíduo, e sim mostra, que a técnica de movimento real do indivíduo se modifica,
fazendo com que o padrão se torne mais eficaz. “Sequencial” mostra que alguns padrões
motores antecedem outros e são frequentes em seu surgimento. Os segmentos do
desenvolvimento são verificados no desenvolvimento motor, e o entendimento desses
segmentos é imprescindível para o ensino completo das habilidades motoras. “Cumulativo”
propõe que os recentes comportamentos são complementares.
Os comportamentos recentes são intrínsecos nos comportamentos anteriores.
Consequentemente, os comportamentos iniciais são escalas para o movimento mais maturado.
“Direcional”, aborda que o desenvolvimento tem um objetivo principal. De maneira ampla,
consideramos o desenvolvimento como sendo progressivo, entretanto é capaz de ser
regressivo. Portanto isso é capaz de ocorrer como consequência da interrupção do
treinamento, ou da atividade, ou pelos efeitos a longo prazo do envelhecimento, ou de uma
doença. Também pode ser “multifatorial”, isso quer dizer que, não há um fator único
conduzindo essa transformação.
Os fatores que sofrem impacto sobre a transformação desenvolvimental englobam as
características físicas, por exemplo: força, flexibilidade e condicionamento
cardiorrespiratório, ou fatores emocionais, como a motivação. Os impactos ambientais
também podem representar alguma influência sobre a mudança. O apoio motivacional dos
pais, é um exemplo desses fatores. “Individual”, significa que a velocidade da transformação
difere de indivíduo para indivíduo, mesmo que que a continuação como todo do
desenvolvimento permanecer sendo um tanto semelhante.
21
A transformação representa a consequência do efeito de muitos fatores que compartilham de
maneira especifica. O entendimento desses fundamentos da transformação desenvolvimental é
imprescindível para se adquirir uma perspectiva desenvolvimental, em que julgamos não só o
comportamento recente, no entanto que antepassou esse comportamento e para onde irá
transformar-se.
3.2. Fatores Pré-Disponentes
3.2.1 Influencia familiar e os motivos pelo abandono da prática esportiva.
Loprinzi et al., (2012), afirma que o ambiente para a criança se envolver com a
atividade física é muito importante, incluindo comutação ativa e o tempo em que fica fora da
escola (free play-time). Com isso os programas pós-escolares, como programas recreativos
comunitário, aulas de danças e programas esportivos, são fatores contribuintes para o
comportamento da criança, perante a atividade física. A educação física escolar é outro
ambiente que pode proporcionar as crianças uma oportunidade de se envolver em atividade
física regular.
Payne & Isaacs (2010) dizem que, com relação as últimas citações para a participação
das crianças nos esportes, incluem as principais: se divertir, melhorar habilidades, estar com
os colegas, integrar uma equipe, experimentar excitação, ganhar prêmios, vencer e tornar-se
fisicamente mais apto a prática.
Ainda Loprinzi et al., (2012), afirmam que, a Família também faz parte de um cenário
importante que contribui para a prática de atividade física da criança. Os pais podem
influenciar a participação de seus filhos na atividade física através de uma variedade de
mecanismos (o apoio para a prática de atividade física, o estilo de parentalidade, a coesão
familiar e a estrutura familiar). No entanto, pouco se sabe sobre como os pais influenciam o
comportamento sedentário das crianças.
22
A respeito do conceito de divertir-se, pode ter sentido de diferentes coisas, para
diferente indivíduos; o que é bom para um, pode ser ruim para o outro. Por isso os
investigadores começam a estudar os fatores implícitos que afetam a felicidade do esporte
(PAYNE & ISAACS, 2010, p.327).
Loprinzi et al., (2012), também fala que a evidencia atual, embora limitada, sugere que
os pais podem reduzir a quantidade de tempo que as crianças se envolvem em
comportamentos sedentários, isto é, tempo que utilizam com eletrônicos (celulares, TV,
videogames), por exemplo, fornecendo apoio adequado para a prática de atividade física.
Também, Payne & Isaacs (2010), dissertam que, o abandono das crianças no esporte,
relaciona-se comprovando que, grande parte das renúncias ao esporte acontecem com virtude
de problemas pessoais, por exemplo, não gostar do professor e/ou técnico, ou para se destinar
a outras atividades. Sobre os competidores mais jovens, a razão do abandono do esporte, pode
representar simplesmente, pelas crianças quererem praticar todos os esportes, antes de
escolher o esporte que melhor satisfaça suas carências.
Quando se trata, das barreiras para a prática de atividade física diária, Loprinzi et al.,
(2012), fala que, se concentra principalmente no transporte, e incluíam preocupações de pais e
filhos quanto a segurança; falta de planejamento e motivação; normas sociais de apoio;
calendário dos pais e restrições de tempo relacionadas ao trabalho; conveniência dos pais para
dirigirem até o local da atividade (relatados apenas em estudos qualitativos).
A presença nas atividades físicas e esporte, tanto no âmbito recreativo, quanto no
competitivo, auxiliam consideravelmente para o desenvolvimento físico, emocional e
cognitivo dos jovens integrantes (PAYNE & ISAACS, 2010, p.329).
3.2.2 Estresse Competitivo
Certamente, as crianças manifestaram fatores de estresse em atributo de sua presença
no esporte. Porém, pode-se intervir em medidas preparadas para reduzir a possibilidade desse
estresse virar excessivo. Uma possibilidade seria modificar algo no esporte, a respeito de que
o sucesso consiga acontecer mais vezes que o insucesso.
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A entrega de medalhas iguais para todos os participantes é uma ideia inteligente para isso.
Outra forma seria de estimular a autoconfiança através do treinamento das habilidades, desse
modo, reduzindo o estresse. (MARTENS et al, 1981).
Por outro lado, Payne & Isaacs (2010), revela que, o estresse competitivo, segundo
estudos, quantidades controladas de estresse melhoram o desempenho motor, todavia, os
críticos entendem que uma quantidade demasiada de estresse competitivo pode provocar
várias consequências negativas de natureza comportamental, psicológica e também referente a
saúde.
Martens et al., (1981), ainda afirma que, os professores de educação física, que atuam
na área de esporte, em especial, os técnicos, precisam destinar uma maior parcela da
aula/treino administrando exercícios de habilidades motoras e menor tempo disputando uma
bola por exemplo. Também, no momento em que a disputa pela bola é inserida, o foco deve
embasar-se em reduzir a dúvida do desempenho através do treinamento dos potenciais
eventos que podem vir a aparecer durante uma competição. Os técnicos que utilizam essas
duas estratégias estão contribuindo para as crianças aumentarem a autoconfiança em sua
prática, não obstante de atender ás necessidades físicas do esporte, como também de disputar
com êxito em grande parte dos casos que podem acontecer no decorrer de uma competição. A
ansiedade é compensada sempre que a insegurança em prol de um acontecimento é evitada ou
diminuída.
Ainda, Payne & Isaacs (2010), fala que, como consequência do estresse competitivo, a
criança começa a não ter interesse em praticar o esporte, por motivos de insatisfação. Com
constância as crianças ou abandonam a atividade/esporte, que para ela se torna impertinente,
para se destinar a realizar uma atividade mais satisfatória, ou em algumas situações,
abandonam permanentemente o esporte.
Para diminuir ainda mais o estresse competitivo, Martens et al., (2011), diz que o
desfecho da competição (vencer ou perder) deve ser posto em seu devido sentido. O vencer
deve vir em segundo plano. Vale lembrar que o desenvolvimento do estresse é recorrido
quando a criança imagina o vencer da competição, como sendo o essencial.
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Sendo que, quando existe um valor maior no vencer, existirá também um aumento simultâneo
no estresse. Com isso é de suma importância os responsáveis no treinamento da criança,
pararem de atribuir valor somente a vitória.
Os que apoiam as atividades esportivas para crianças, não discordam sobre a
veracidade de que o estresse excessivo é prejudicial. Contudo eles alegam que a presença nos
esportes para as crianças não é o único estresse enfrentado pelas mesmas em sua vida. Na
verdade, em média a presença nos esportes de equipe não mostrou ser mais estressante que o
efeito de um teste com lápis e caneta, por exemplo uma prova escolar (PAYNE & ISAACS,
2010, p. 338).
De acordo com Paulson (1980), o termo vencer precisa ser redefinido. Diversas
crianças põem suas metas de desempenho em uma condição tão alta que dificilmente será
alcançada. Para prevenir que isso aconteça, na pré-temporada, cada criança (esportista) deve
escrever o que almeja conquistar na temporada, que está por vir. Essas metas devem ser
centralizadas principalmente no aprimoramento individual, e não no desempenho da equipe.
Contudo, o estresse auto imposto é capaz de ser reduzido à medida que se contribui
para que a criança estabeleça metas palpáveis. Metas palpáveis são aquelas que impulsionam
a criança a conseguir melhor desempenho pessoal e aceitar suas limitações (MARTENS et al,.
1981).
3.2.3 Abordagem nutricional
Se tratando da questão nutricional dos jovens atletas, Payne & Isaacs (2010), revela
em conta que, o apetite da criança deve ser o fator fundamental para definir a necessidade
calórica. De fato, o papel dos pais em proporcionar refeições bem balanceadas, corroborando
em relação a proporção adequada com a pirâmide alimentar. Um episódio lastimável se vê
quando os pais modificam a dieta das crianças, com o intuito de levar vantagem competitiva.
25
Deve-se atentar também para o uso de suplementos dietéticos, em especial as vitaminas, que
geralmente são excretadas pelo corpo quando em excesso, entretanto algumas delas não são
excretadas facilmente e pode ser capaz de se acumular em níveis tóxicos.
Uma das principais preocupações atuais está na manipulação do peso das crianças.
Diversos esportes dividem as suas categorias em competições de acordo com o peso corporal.
O uso dessa técnica, tem como principal objetivo propiciar uma disputa mais equilibrada,
garantindo a integridade física do atleta (criança). Independentemente da ideia ser positiva,
muitos pais usam métodos inaceitáveis para a redução do peso corporal das crianças, para a
mesma ser capaz de competir em uma categoria abaixo do seu peso natural. Uma dessas
técnicas seria a da desidratação rápida, que permite uma acelerada redução do peso, onde ela é
de extremo perigo para a saúde da criança. Com a abstenção de líquidos (água), as células, os
rins, o sangue e os mecanismos sudoríparos não são capazes de funcionar adequadamente. O
jejum também é perigoso, pois nos impossibilita de garantir as substancias vitais, fundamental
para assegurar o crescimento apropriado durante a maturação (PAYNE & ISAACS, 2010, p.
337).
3.3 Desenvolvimento motor
Para que a criança tenha o total domínio sobre o seu corpo, a aquisição de diferentes
habilidades motoras se caracteriza pelo desenvolvimento motor. Cuja essas habilidades, são
consideradas básicas, que tem importante função na realização de tarefas diárias, e criação de
novas habilidades motoras (SANTOS S, et al., 2004).
O conhecimento do desenvolvimento motor também nos permite observar diferentes
aplicações, tais como: o diagnóstico de problemas futuros em indivíduos com
desenvolvimento motor anormal; o aperfeiçoamento de habilidades motoras permite que o
indivíduo se torne emocionalmente estável e satisfeito, resultando indiretamente, no
aprimoramento do desenvolvimento intelectual e social (PAYNE & ISAACS, 2010, p. 3).
26
3.3.1 Termos usuais para o desenvolvimento motor
Tendência desenvolvimental:
Constantemente as expressões cefalocaudal e proximodistal são empregadas como
parte da tendência desenvolvimental, em razão de determinar a vertente na qual perpassa o
crescimento e maturação do movimento. Payne & Isaacs (2010), aborda que, cefalocaudal
quer dizer literalmente “da cabeça para a cauda”. Ou seja, essa expressão relaciona-se ao
desenvolvimento do indivíduo da extremidade do corpo, a cabeça, descendo em sentido “a
cauda”, ou dos pés. Isso acontece devido ao acontecimento que é facilmente percebido
quando se trata do assunto “crescimento”.
Ainda Payne & Isaacs, dissertam que, essa definição também pode ser empregada ao
amadurecimento do movimento humano. Como exemplo disso, temos o desenvolvimento da
marcha (caminhada). A segunda tendência, a expressão proximodistal, quer dizer que, “das
regiões centrais do corpo a uma região periférica, ou distante do centro do corpo”. Esse
acontecimento é visto com clareza no crescimento pré-natal do indivíduo, ou seja, o mesmo se
desenvolve a partir do sulco neural, uma pequena massa alongada de células que formará a
parte central do corpo, a coluna vertebral, que dará origem ao resto do corpo, inclusive a
formação completa dos dedos aos artelhos. Surpreendentemente, conforme o indivíduo
envelhece e a competência motora começa a retroceder, os mecanismos cefalocaudal e
proximodistal se invertem.
Os mecanismos cefalocauldal e proximodistal são recursos importantes para o
entendimento geral quando o assunto é desenvolvimento motor. Contudo, esses mecanismos
se empregam ao crescimento do indivíduo e ao desenvolvimento motor, entretanto sem muitas
exceções (PAYNE & ISAACS, 2010, p. 7).
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Diferenciação e Integração:
Também é aceito pelos desenvolvimentalistas mais dois termos usuais para
caracterizar o desenvolvimento motor geral. Diferenciação, que no caso é a progressão do
movimento imaturo e rudimentar para o movimento perfeito, equilibrado e voluntário.
Integração para a transformação relacionada parecida a que acontece quando o potencial de
movimento do indivíduo desenvolve gradativamente. (PAYNE & ISAACS, 2010, p.8).
Movimento Rudimentar e Movimento refinado:
Outros termos utilizados frequentemente quando se trata sobre desenvolvimento motor
são, desenvolvimento motor rudimentar e motor refinado, que se caracterizam aos
movimentos gerados pelos grandes e pequenos grupos musculares, respectivamente.
Esses termos são significantes, à medida que nos auxiliam a classificar os movimentos e
caracterizar as progressões e regressões desses movimentos a partir das diversas fases da vida.
(PAYNE & ISAACS, 2010, p. 9).
Payne & Isaacs (2010) usualmente as expressões, movimento rudimentar e movimento
refinado são utilizados quando quer se referir os tipos de movimento, porém também
geralmente podem representar também o desenvolvimento motor. Os movimentos
rudimentares são responsáveis especialmente pelos grandes grupamentos musculares (ex.
coxa (quadríceps)). Os grandes grupamentos são responsáveis por gerar um complexo de
movimentos (ex. marcha, corrida, saltos). Já os movimentos refinados responsáveis pelas
porções menores de músculos. Grande maioria dos movimentos executados com as mãos são
tidos como movimentos refinados, devido aos pequenos músculos dos dedos, da mão e do
antebraço são imprescindíveis para a geração dos movimentos dos dedos e da mão.
Com isso, movimentos como “desenhar, costurar, datilografar ou tocar um
instrumento de música” são movimentos refinados. Logo, as expressões motor rudimentar e
motor refinado, podem ser empregados para referenciar o movimento ou para representar a
“progressão ou a regressão” no desenvolvimento motor (PAYNE & ISAACS, 2010, p. 9).
28
3.3.2 Fases do Desenvolvimento Motor
O desenvolvimento motor pode ser classificado como o desenvolvimento progressivo
das habilidades de movimento, isto é a introdução para o desenvolvimento motor é concedida
de acordo com o comportamento de movimento avaliado do indivíduo. (GALLAHUE &
OZMUN, 2005).
Desse modo, este progresso ordenado e sequencial, representa o princípio que a
sequência é equivalente para todas as crianças, com exceção da velocidade de progressão que
sofre variação de indivíduo para indivíduo. Com isso, pode-se afirmar que a sequência em que
as atividades são aprendidas, dependem mais da condição maturacional, no tempo em que o
nível e a velocidade em que transcorre o controle estão relacionado a dependência das
experiências e diversidades individuais (ex. mesmo que a criança seja treinada, a mesma não
conseguirá executar a marcha da corrida, antes de aprender a andar (caminhar), entretanto no
desenvolvimento do andar e do correr, cada criança se difere com relação ao seu padrão motor
com relação a velocidade. No entanto, á a perspectiva de haver um interdependência entre o
que está se desenvolvendo e as modificação que estão por vir. Se originando assim então a
expressão “habilidades básicas”, intrínseco na continuação do desenvolvimento, em razão
destas habilidades compor pré-requisito essencial para que aprendizagem decorrente seja
viável e eficaz. Com tudo, há o ponto de vista de que todo o complexo de transformações na
ordem de desenvolvimento repercuti alterações em sentido a uma maior eficácia de controlar
os seus movimentos (PAPALIA et al., 2006).
Um conceito apresentado por Gallahue & Ozmun (2005), é nomeado de
desenvolvimento da transacionalidade, que significa, a relação indivíduo, ambiente e
atividade a ser executada. Os autores descrevem este modelo desde a fase dos movimento
reflexivos a fase dos movimentos especializados, através dos controles cognitivo, afetivo e
motor. Estes são subdivido em fases dos movimentos reflexos, rudimentares, fundamentais e
especializados. Para cada uma dessas fases do desenvolvimento motor é determinados
estágios com idades cronológicas equivalente.
29
Ao que diz respeito ao gênero, não existe diferença significativa de peso e estatura
entre crianças com a mesma idade na classe dos indivíduos em idade escolar, entretanto,
alguns meninos sejam parcialmente mais altos e pesados que as meninas. Com o término
desse estágio, iniciando a adolescência, as meninas alcançam o ápice do crescimento
primeiro; nesta fase a discrepância é maior (PAPALIA et al., 2006).
Gallahue & Ozmun (2005) dissertam que os movimentos podem ser tipificados como
estabilizadores, locomotores ou manipulativos, que se associam na execução das habilidades
motoras ao decorrer da vida. A individualidade hereditária de um indivíduo, associada com as
circunstâncias ambientais especificais (ex. o incentivo a prática, a oferta e a orientação) a
própria solicitação da atividade que o indivíduo executa, indicam a medida e a relevância da
obtenção de habilidades motoras e aperfeiçoamento da sua capacidade.
Esses mesmo autores, Gallahue & Ozmun (2005), apresentam como de fundamental
importância para o entendimento completo sobre o desenvolvimento motor, o conhecimento
sobre as fases do mesmo. Estes autores apresentam as seguintes fases:
1. fase motora reflexa: originando-se ainda na fase intrauterina e dura até os primeiros 4
meses que antecedem o nascimento do indivíduo. Tipificasse na participação em
movimentos involuntários, que são o eixo principal para o desenvolvimento motor,
através dos quais acontecem os primeiros contatos com o meio ambiente. Com isso, os
reflexos se ramificam em primitivos e posturais: os reflexos primitivos é encarregado
por atividades como por exemplo a alimentação, conjunto de informações,
comportamentos defensivos;
já os reflexos posturais por sua vez, exercem a função dos estabilizadores, de
locomoção e de manipulação;
2. fase dos movimentos rudimentares: inicia-se no nascimento e se estende até os dois
primeiros anos. Essa fase é onde se apresentam os primeiros movimentos voluntários,
mesmo que ainda seja grosseiro e sem controle, são fundamentais para a obtenção dos
movimentos de maior complexidade;
30
3. fase dos movimentos fundamentais: a partir dos dois anos de idade até os 7 anos. São
movimentos em consequência aos movimentos rudimentares, e sendo assim se
caracterizam por ter papel na formação e na exploração das suas capacidades motoras.
Com isso os movimentos fundamentais são necessários para que possa ser
desenvolvido qualquer outros movimento combinado;
4. fase dos movimentos especializados: dos sete até os 14 anos de idade. Nesta meia-
vida, a criança/adolescente tem o primeiro contato com o refinamento de suas
habilidades básicas e sucedem a combinação desses movimentos para a a prática de
diversas atividades, seja ela rotineira ou de lazer.
31
A figura a seguir no modelo proposto por Gallahue & Ozmun (2005), representa as
fases do desenvolvimento motor de maneira que todas estas fases sejam respeitadas de acordo
com a idade da criança.
Figura 1: Modelo de desenvolvimento motor de acordo com a idade.
Fonte: Gallahue & Ozmun (2005)
32
Ainda Gallahue e Ozmun (2005) ,com a finalidade de enfatizar o conceito de que para
o desenvolvimento motor ocorrer, se faz necessário o conhecimento sobre a mediação da
hereditariedade e do ambiente, Gallahue e Ozmun (2005) Com o objetivo de reforçar a ideia
de que, para o desenvolvimento motor acontecer, elaboraram um novo modelo da ampulheta,
como pode ser visto na figura a seguir.
Figura 2: Modelo de desenvolvimento motor de acordo com a hereditariedade; ambiente.
Fonte: Gallahue & Ozmun (2005)
33
Haywood & Getchel (2004, 2010), também são autores que subdividem os
movimentos fundamentais e especializados em estágios, como será argumentado a seguir.
1. Movimentos fundamentais:
• Primeiro estágio (até os 2 anos de idade) – é tipificado pela associação entre os
movimento espaciais e temporais imaturos, sem precisão e sequenciados, limitado
pela aplicação desproporcional do corpo e por erros na coordenação e no ritmo
(ex. a criança ter dificuldade em se manter de pé sem auxílio de algo ou alguém,
isso ocorre devido ao seu equilíbrio ainda ser carente) (HAYOOD & GETCHEL,
2004, 2010);
• Segundo estágio “elementar” (de 3 aos 4 anos de idade) – Haywood & Getchel
(2004, 2010), disserta que esse estágio, implica em um controle melhor adaptado e
uma coordenação rítmica dos movimentos mais correta. Verifica-se um avanço da
sincronia espaço-temporal, porém os movimentos embora ainda limitados ou
hiperbólico, ainda que esses movimentos sejam mais coordenados quando
associados aos movimentos do primeiro estágio;
• Terceiro estágio “maduro” ( de 5 aos 6 anos de idade) – neste estágio, a criança
tende a apresentar uma performance motora melhorada, onde seus movimentos são
mais hábeis, coordenados e controlado (ex. a marcha da criança (caminhar e
correr), o manejo de objetos com equilíbrio e firmeza) (HAYOOD & GETCHEL,
2004, 2010);
2. Movimentos especializados.
• Estágio de transição (de 7 até 8 anos de idade) – O estágio de transição para,
Haywood & Getchel (2004, 2010) é onde, a criança inicia a fase de combinação de
movimentos básicos e a executar atividades associadas ao esporte e a recreação
(ex. movimentos combinados onde se associe a corrida com um salto, ou corrida
com lançamento de uma bola, etc.);
34
• Estágio de aplicação (de 11 aos 13 anos de idade) – tipifica-se esse estágio como a
fase em que o indivíduo já consegue executar seus movimento com maior
qualidade e destreza, e com isso permite a realização de atividades com maior grau
de complexidade, ou desafios em que apresentam condições de liderança por
exemplo; (HAYOOD & GETCHEL, 2004, 2010);
• Estágio de desempenho permanente (desde 14 anos, sucedendo até a vida adulta) –
Haywood & Getchel (2004, 2010) aborda sobre o último estágio, argumentando
que o mesmo, se caracteriza por ser o ápice do desenvolvimento motor: tudo
aquilo que o indivíduo foi capacitado a executar durante toda as fases de sua vida.
Como vem descrevendo Haywood & Getchel (2004, 2010), o discernimento desses
estágios ou fases possibilita compreender melhor a evolução do desenvolvimento motor no
qual transcorre todo ser humano ao longo de sua formação, de maneira que, os profissionais
de educação física, treinadores e estudiosos da área motora, consigam avaliar melhor a criança
(aluno), e com isso, permitindo que este profissional atue de maneira mais eficiente,
adaptando melhor suas aulas segundo as necessidades motoras individuais de cada criança ou
de acordo com a fase que a criança esteja (ex. uma criança/aluno que esteja entre 8 e 10 anos
de idade, iniciando uma fase em que se concilia habilidades motoras básicos; à vista disso,
esta criança deve experimentar a maior diversidade de movimentos possível, e contudo não
podendo forçar essa criança a se especializar em um movimento único).
As crianças entre 6 e 11 anos, são classificas em um período denominado de “terceira
infância”. Nesta fase no que diz respeito ao desenvolvimento físico, o crescimento reduz, a
força e habilidades atléticas intensificam, problemas respiratórios são comuns, entretanto a
saúde normalmente é superior a qualquer outra fase da vida. Com isso no que se explana
sobre o desenvolvimento motor durante a terceira infância especialmente, as habilidades
motoras das crianças são aprimoradas progressivamente. Essas mesmas crescentemente
aprimoram sua força, velocidade e coordenação, adquirindo satisfação ao experimentar seus
corpo e obter habilidades novas (PAPALIA et al., 2006).
35
3.3.3 Vertentes novas para o desenvolvimento motor
Payne & Isaacs (2010) dizem que a história de campo do desenvolvimento motor é
dividida em 4 períodos de Clark e Whitall. O primeiro período aconteceu em 1787-1928 onde
foi chamado de Período Precursor, onde a observação descritiva foi determinada como uma
técnica de estudo para o desenvolvimento motor. Em seguida veio o Período Maturacional
(1928-1946), foi onde o desenvolvimento motor começou a ganhar importância, e a filosofia
maturacional prevalecia. Essa filosofia determinava que os processos biológicos
simbolizavam a principal influência na modelagem do desenvolvimento motor. De 1946 a
1970, prevalecia o Período Normativo/Descritivo que vivia um período de poucos estudos, e
por voltar da década de 1960, estudiosos professores de educação física, tinham interesse no
movimento das crianças e criaram testes padronizados referenciados em normas para
mensurar o desenvolvimento motor.
Até então na atualidade, o chamado Período orientado para o processo, que se define
por um retorno ao estudo dos processos que esclarecem o desenvolvimento motor ao invés de
descrever simplesmente uma transformação. Com o crescimento do interesse na teoria do
processamento, no qual propõe que a mente humana funcionava de uma maneira muito
semelhante a um computador (PAYNE & ISAACS, 2010, p. 15).
Ainda Payne & Isaacs (2010), citam que essa hipótese pode ter colaborado para a volta
de muitos psicólogos ao estudo do desenvolvimento motor. Em 1980, se iniciou um trabalho
realizado por Kugler, Kelso e Turvey (1982), que criou interesse na teoria dos sistemas
dinâmicos. Essa nova teoria se diferia da teoria do processamento da informação e previa que
os sistemas que sofrem uma transformação são complexos, coordenados e até certo ponto
auto-organizadores. Desta maneira, pode manifestar um padrão de movimento a partir das
partes componentes que compartilham entre si e o meio ambiente, independentemente desse
padrão nunca ter se tornado “codificado” no sistema nervoso central.
36
Atualmente temos duas tendências para o estudo do desenvolvimento motor humano.
Para Payne & Isaacs (2010), Clarck e Whitall, percussores do estudo, acreditavam na
perspectiva dos sistemas dinâmicos e o desenvolvimento motor como uma perspectiva
vitalícia. A perspectiva dos sistemas dinâmicos propõe que um padrão de movimento
consegue ser formado como resultado de uma combinação quase infinita de relações das
partes componentes. Embora os pesquisadores defendam uma perspectiva teórica, entendem
que um determinado conjunto de interações possa ser atingido mais facilmente que outros, já
que demanda menos energia.
Outra causa básica da perspectiva dos sistemas dinâmicos uma vez que o
desenvolvimento motor é intermitente ou transforma-se constantemente. Esse ponto de vista
da perspectiva dos sistemas faz com que seja particularmente chamativo para os
desenvolvimentalistas, uma vez que propicia uma explicação para o desenvolvimento motor
humano, oposto as teorias anteriores. De acordo com a perspectiva dos sistemas, o
desenvolvimento motor deveria acontecer no momento em que um dos componentes ou dos
subsistemas alteram-se. De fato, a perspectiva dos sistemas dinâmicos determina que, ao
longo de um período de transformações, todo o sistema vira vulnerável a uma diferente
transformação, no tempo em que os fatores normalmente irrelevantes conseguirem
transforma-se em parâmetros de domínio (PAYNE & ISAACS, 2010, p. 15).
Nossa competência em usar perspectivas teóricas mais complexas, do modo que a
perspectiva dos sistemas dinâmicos, esteve facilitada pelo aperfeiçoamento da tecnologia de
busca. Um modelo para isso é a tecnologia na análise cinemática que no momento atual é bem
superior visto que era no passado. (PAYNE & ISAACS, 2010, p. 16)
Payne & Isaacs (2010), comenta que, o desenvolvimento motor como uma perspectiva
vitalícia, foi motivado supostamente pela transformação repentina em nossa população. Um
crescimento nas últimas duas décadas da população de idosos estabelece, sem sombra de
dúvidas, uma confirmação dos trabalhos científicos e médicos indicado a preservar a saúde e
prorrogar a vida. Consequentemente, observamos nossa carência de investigar e entender essa
área de nossa população que cresce cada vez mais.
37
No enfoque acadêmico a utilização da abordagem vitalícia proporciona a chance de
investigar diferentes tipos de processos de transformação, na proporção que o indivíduo é
estudado por meio de etapas tanto progressivas quanto regressivas do desenvolvimento.
Possibilitado assim, um exame de aspectos intrínsecos e extrínsecos (como uma extensa
diversidade de fenômenos culturais) que não estavam sendo levados em conta frequentemente
em nosso questionamento tradicional no estudo do desenvolvimento motor. (PAYNE &
ISAACS, 2010 p.17).
Payne & Isaacs (2010), ao abordar um cenário onde o especialista em aprendizado
motor compromete-se em pesquisar dados sobre a aquisição de habilidades motoras e das
mudanças nessas aquisições, enquanto uma criança se desenvolve. Consequentemente, esse
estudo não estabelece uma análise completa de campo do aprendizado motor, necessita
também de um estudo acerca do desenvolvimento motor, devido a uma transformação que
acontece como produto do envelhecimento é de fato de extrema importância para o estudo.
Evidentemente, existe uma colocação parecida entre desenvolvimento motor e controle motor:
Aspectos neurofisiológicos implícitos deveriam ser investigados de modo em que se
transformam com o envelhecimento. Essa investigação deveria incluir comparações de
crianças de diferentes idades inclusive de crianças com adolescentes e adultos.
Payne & Isaacs (2010) citam o fato que, no passado, os desenvolvimentalistas motores
pareciam realizados em empregar uma observação visual simples para examinar a
transformação que acontece com o envelhecimento, entretanto a tecnologia avançada fez-se
mais preciosa diferentes técnicas. Nos dias de hoje, com regularidade os
desenvolvimentalistas motores são capazes de investigar o movimento com bastante precisão
atuado com especialistas de diferentes setores, e devido a essa interação, os
desenvolvimentalistas utilizam técnicas e uma tecnologia recente de outros setores, coletando
dados com precisão.
38
A biomecânica é um exemplo básico para isso, ela permite analisar as particularidades
de diferentes faixas etárias, que são investigadas e diagnosticadas via programas de
computadores específicos, aplicando técnicas de biomecânica que ultrapassam as habilidades
humanas de distinguir uma transformação por mecanismos visuais. Conforme o avanço
tecnológico, o desenvolvimento motor permanece precisando de empenhos cooperativos com
diferentes setores convergentes, o que faz-se os empenhos interdisciplinares, predestinados a
ampliar nosso entendimento, cada vez mais corriqueiro. (PAYNE & ISAACS, 2010, p.18).
3.3.4 Questionamento multidisciplinar ao desenvolvimento motor
A presença nas atividades físicas e esporte, tanto no âmbito recreativo, quanto no
competitivo, auxiliam consideravelmente para o desenvolvimento físico, emocional e
cognitivo dos jovens integrantes. Contudo Payne & Isaacs (2010), afirma que a presença nos
esportes, seja ele competitivo, ou recreativo, ocasionalmente é ofuscado por problemas
questionáveis. Esses problemas questionáveis são separados em dois tópicos: médicos e
psicológicos. Os problemas médicos em questão, são as lesões. Será que elas poderiam ser
evitadas?
As lesões por uso excessivo estão sendo preponderantes entre os jovens atletas da
América. Isso se dá pelo fato que o aperfeiçoamento no esporte está aumentando
demasiadamente em crianças cada vez mais jovens. O aperfeiçoamento leva a prática
esportiva cada vez mais forte e pesada o ano inteiro. Entretanto os achados das pesquisas
recentes, associados as lesões no esporte em crianças, assentar em sua primeira infância, os
dados obtidos propõem que muitas lesões são evitáveis. Outros estudiosos propõem que o
número de lesões pode diminuir se os professores e/ou técnicos ficarem melhor conectados
com o estado físico e emocional das crianças (PAYNE & ISAACS, 2010, p. 330).
39
3.3.5 Desenvolvimento motor e o transtorno do desenvolvimento da coordenação.
O TDC, publicado no CID-10 (OMS, 1993), é abreviação do chamado de transtorno
específico do desenvolvimento da função motora. Tem como propriedade elementar o
comprometimento da coordenação motora, na qual não se conecta diretamente ao retardo
intelectual global ou outro transtorno neurológico congênito ou obtido especificamente. O
mesmo ainda cita a ligação do TDC com o comprometimento de atividades cognitivas visou-
espaciais. Este transtorno ocasionará em complicações em seu desempenho acadêmico,
inclusive aparecimento de distúrbios sociais e emocionais. (SANTOS et al., 2004).
Santos et al., (2004), apresentam uma TDC que se refere ao retardo excessivo
(reconhecido como sintoma de um distúrbio orgânico), na obtenção de habilidades motoras
básicas. Além do retardo, frequentemente essas habilidades perfazem ao desenvolvimento
completo. Os motivos dessa circunstancia são diversas e suas fases são específicas.
Complicações motoras são normalmente descritas como algo simultâneo a diversas desordens
psicológicas ou neurológicas. Todavia, há situações em que essas complicações motoras se
expõem de um modo isolado, ou seja, sem que esteja assistida por nenhum diagnostico
absoluto, com base em evidencias de caráter psicológico ou neurológico.
Crianças que possuam essas dificuldades apresentam como um sério transtorno a
aplicação de habilidades básicas (caminhar, correr, adquirir e etc.), do mesmo modo que
habilidades funcionais características da rotina infantil (escrever, vestir-se e etc.)
também.Com isso, uma criança que manifeste esse estado, é capaz de ser observado como um
indivíduo que, até um certo ponto, desenvolveu as habilidades motoras básicas (locomotoras,
equilíbrio, postura correta, manipulativas).
Contudo, o básico desenvolvimento dessas habilidades, isto é, sua reorganização no
formato de habilidades funcionais, que possibilitam a criança de relacionar-se com seu
ambiente natural e social, não aconteceu. Santos, Dantas & Oliveira (2004) demonstraram que
crianças diagnosticas com transtornos motores aos seis anos de idade, prevalentemente (87%),
persistem a manifestar transtornos motores aos 16 anos de idade.
40
Os autores destacam que os resultados são contrários ao ponto de vista que, os transtornos
motores são breve, delimitado a infância. Os mesmo atentam sobre o risco do ponto de vista
otimista (transtornos desaparecerem naturalmente), veiculada por profissionais, gerando um
entrave para os pais serem capaz de procurarem ajuda para o tratamento correto desse
transtorno motor.
3.4 Desenvolvimento Motor e a Educação Física
3.4.1 Recreação e ludicidade como vertente para a prática da atividade física monitorada.
A expressão brincadeira (jogo), está fortemente associado a criança. Todas as faixas
etárias se enquadram na expressão brincadeira, entretanto o termo normalmente está
relacionado a uma atividade feita entre jovens. A brincadeira é uma característica recreativa a
qual é fundamental para o conhecimento sobre as normas que regem a sociedade e de muitas
outras aptidões básicas que cercam a comunidade. Com isso a brincadeira se fundamenta no
movimento de repetições sequenciadas. Esses movimentos associados a corridas, saltos,
aplausos e risadas, tornam-se características comumente da brincadeira, que são facilmente
identificadas. Progressivamente, a relação das crianças perante as outras, estimula a aquisição
de novas experiências lúdicas. (PAYNE & ISAACS, 2010, p.46).
A simbólica liderança através da brincadeira de atividades motoras determinada para
serem executadas em grupo, é uma função cooperativa que estimula a criança a desenvolver
habilidades de liderança, de competitividade, cooperação e faz com que a criança necessite de
um engajamento social maior, para o seu reconhecimento. A proporção que as habilidades
sociais da criança evoluem, o estímulo para a presença da mesma em atividade motoras
coletivas aumenta, e em consequência disso, a uma melhora expressiva no desenvolvimento
motor. Devido a isso, podemos estabelecer uma relação mutua positiva entre o
desenvolvimento social e motor; consequentemente nota-se uma dependência na interelação
social e motora (CRATTY, 1986).
41
3.4.2 Aptidões que a atividade física e o esporte contribui para o desenvolvimento motor
e sua influência para crianças da terceira infância.
Sabendo que o desenvolvimento motor está relacionado a influência de fatores
extrínsecos, ou seja do meio social e biológico, teóricos da educação justificam que as
experimentações motoras que se estabelecem na infância são imprescindível para o
desenvolvimento cognitivo, importante forma que permite a criança descobrir, comparar e
administrar seu meio ambiente. O desenvolvimento cognitivo associa-se ao movimento, de
modo que a relação das sensações oriundas do movimento, tem efeito na compreensão e
qualquer experiência simbólica decorrente necessita da ordem destas compreensões em
formato de caráter cognitivo (OLIVEIRA, 2001).
Devido a isso Magill (2000), conceitua algum dos elementos considerados básicos do
desenvolvimento motor que através da intervenção da Educação Física são capazes de ser
estimulados de maneira ativa. Esse esquema de classificação de habilidades motoras é
composta de quatro categorias. São elas:
a. Habilidade motora global e fina: Os movimento globais requerem menos precisão que
os movimentos considerados como finos, que precisam de um comedimento maior
para ser realizado. Como exemplo disso, a marcha (caminhar e correr) são
considerados movimentos globais, devido que, para sua execução, é somente
necessário controlar o corpo no espaço; logo, um arremesso a cesta de basquete, é um
dos considerados movimentos finos, em que são imprescindíveis a precisão e o
controle do objeto para a execução correta do movimento (MAGILL, 2000).
b. Habilidades motora “discretas e contínuas”: Magill (2000) considera uma habilidade
“discreta”, no momento em que, encontra-se uma condição de coerência entre o início
e o fim da habilidade executada, sem que isso aconteça a habilidade é considerada
como contínua.
42
Para exemplificar as habilidades discretas, pode-se referir um arremesso, um salto, o
chute, devido a esses movimentos terem fases de início e fim muito bem definidas, ao
mesmo tempo em que, uma corrida, nado, e o pedalar em uma bicicleta, nota-se
movimentos contínuos básicos, que é conhecido como uma habilidade contínua. Ainda
assim, indica-se como habilidade contínua também, todos os movimentos “em série”, isso
é, todos aqueles que demandam a realização de um movimento básico e discreto
sequenciado diversas vezes sucessivamente. Ou seja, um drible no basquete/futebol, um
saque no voleibol, por exemplo, tipificasse como uma “tarefa em série”.
c. Habilidades motoras de “espaço aberto ou fechado”: Ainda Magill (2000), conceitua
uma habilidade como “fechada”, se o espaço no qual está sendo realizado for
completamente estável, logo, quando o local for instável, esta é considerada “aberta”.
Também classifica-se uma habilidade fechada quando “ a estabilidade e a
previsibilidade do espaço no qual está será executada, em que o indivíduo que a
realiza define o momento que começará a atividade”; isto é, necessita uma maior
quantidade de “feedback cenestésico” desde o “visual ou auditivo”, na realização da
atividade. Com isso, um indivíduo de pouca idade ao tentar atingir um alvo, ou realiza
um salto vertical, ou que execute uma “parada de mão”, por exemplo, está executando
uma atividade de habilidade “fechada”.
Entretanto, as tarefas que demandam que o jovem execute “ajustes ou modificações”
no padrão de movimento com o objetivo de se ambientar as necessidades da condição como
grande parte das tarefas em dupla ou grupo, abrangem habilidades “abertas”, que necessitam
de um “feedback externo ou interno” para a realização da atividade com Êxito. Um jovem que
prática uma atividade como o “pique-pega”, que requer corrida e movimentos repentinos em
vários sentidos, jamais se usa precisamente os padrões equivalente de movimento ao decorrer
da atividade; este individuo ambientar-se ás necessidades da atividade, através de
multiplicidade de movimentos semelhantes, porém distintos. (MAGILL, 2000).
43
d. Habilidades motoras de “circuito aberto ou fechado”: Estas habilidades motora se
tipificam de acordo quanto ao “retorno sensorial” enquanto ocorre uma ação: no
momento em que esse “retorno” é manipulado para restaurar essa ação no decorrer de
um movimento especifico, a mesma é considerada como habilidade de “circuito
fechado”, no tempo em que, essa mensagem sensorial não possa ser aplicada para a
adaptação do movimento, essa habilidade é denominada de “circuito aberto”
(MAGILL,2000).
Magill (2000) descreve outro domínio motor essencial para as capacidades físicas de
qualquer indivíduo, o equilíbrio. Ele destaca que o equilíbrio é o alicerce principal para
qualquer execução características de membros superiores. Segundo o autor, todo movimento
que possua um distúrbio motor dificuldade na sua ação, tende a demandar mais energia para
sua execução, o maior controle desse débito energético seria capaz de melhorar o desempenho
neuromuscular do sujeito. Esse desequilíbrio involuntário, tem como consequência uma
constante fadiga física, mental e espiritual, intensificando o estresse, ansiedade e depressão do
sujeito.
O equilíbrio é classificado em dois padrões: estático e dinâmico. Quando se refere a
habilidade de sustentar uma postura ou uma distribuição corporal correta na qual o corpo
permanece parado, este então, é chamado de equilíbrio estático. Já o equilíbrio dinâmico é
aquele em que a habilidade de permanecer em uma postura ou distribuição corporal correta a
medida que o corpo está em constante movimento (PAYNE & ISAACS, 2010, p. 69).
De acordo com Magill (2000), a postura é a ação reflexa corporal em relação ao
espaço, e o equilíbrio é tido como a condição corpórea, à medida que forças são exercidas
sobre o corpo, que bilateralmente se compensam e se anulam. Pelo lado biológico da ação, a
probabilidade de sustentar posturas, atitudes e posições, demonstram a presença do equilíbrio.
44
As respostas posturais de jovens entre 7 e 10 anos, são equivalentes as de adultos
saudáveis, entretanto são frequentes nos jovens períodos de latência maior, posteriormente a
uma interrupção do equilíbrio. Nessa fase é comum os músculos do membros inferiores
atingirem respostas de equilíbrio parecida com a dos adultos, ainda assim que os membros
superiores permaneçam aperfeiçoando sua ação (WOOLLACOTT et al., 1989).
Para Magill (2000), as alterações posturais estão relacionadas a fases de crescimento,
apresentando como uma respostas aos distúrbios de equilíbrio que normalmente acontece, de
acordo com as modificações nas equivalências corporais e seus segmentos. A postura
inapropriada está relacionada a uma demasiada tensão que propicia uma demanda
neuromuscular maior, inibindo a passagem dos impulsos nervosos. Assim como o equilíbrio,
a percepção espacial, tem como característica a relação do movimento destacado com
regularidade nos programas perceptivo-motores. Assim, percepção espacial é um
entendimento dos ambientes externos que envolvem o indivíduo e sua eficácia motora dentro
e através desse ambiente.
Os jovens desenvolvem de modo imaturo de percepção espacial descrita como
“localização egocêntrica” para a localização objetiva mais bem desenvolvida. Conhecida
como uma percepção espacial imatura e limitada, a “localização egocêntrica”, se atribui a
todos, ou na maior parte das concepções do entendimento do jovem em associação a ele
mesmo. Entretanto, a “localização objetiva” é a habilidade mais desenvolvida de associar os
objetos no espaço associado a objetos distintos respectivos do sujeito (GALLAHUE &
OZMUN, 2002).
A percepção temporal, é uma outra concepção que abrange o desenvolvimento gradual
do entendimento das associações temporais, como por exemplo o entendimento das
características específicas de uma bola que rapidamente se aproxima. Portanto, a percepção
temporal é a eficiência de antecipar o instante da chegada de um objeto, fundamentada em
características como a velocidade, o peso, o curso da bola e a distância que a bola foi lançada.
Este modelo característico de percepção temporal é chamada também como cronometragem
(cálculo temporal) de coincidência-antecipação e também foi apoiada como uma característica
mais considerável do movimento do corpo (BARLETT, 1958).
45
Também, não menos importante, as percepções corporal e direcional também são
componentes básicos do desenvolvimento de habilidades básicas. A percepção corporal,
também conhecida como “imagem corporal”, é o desenvolvimento progressivo da técnica de
entender e assimilar, todos os aspectos corporais específicos do corpo humano. Percepção
corporal é a habilidade de entender o potencial do organismo na ação dos movimentos tal qual
no modo de produção de diversos movimentos, a mesma é de suma importância para o
desempenho motor perfeito e foi associada a um conceito convergente, a percepção
direcional. Contudo, a percepção direcional é o entendimento com relação a utilização de
conceitos “acima e abaixo”, “adiante e atrás” e “esquerda e direita”. A percepção direcional é
fragmenta usualmente em duas vertentes: lateralidade e direcionalidade. Lateralidade, quando
se entende diversos conceitos direcionais; direcionalidade, quando é a execução dessa
informação (CRATTY, 1986).
Oliveira (2001), descreve lateralidade como uma escolha para o uso de uma das partes
simétricas corporais humanas: mão, olho, ouvido, perna. A lateralidade cortical é a
característica de um dos dois hemisférios ao mesmo tempo que a abordagem da informação
sensorial ou de acordo com o controle de algumas funções.
Segundo Gallahue & Ozmun (2005), diversos jovens da iniciação esportiva ou que
estejam começando algum tipo de atividade física, não percorrem por essas fases da
aprendizagem e do refinamento de uma habilidade motora específica; esses jovens são
estimulados a se aperfeiçoar em alguma habilidade ou a refina-la de modo precoce. A
iniciação a prática precoce não é o pior dos problemas, e sim a imatura especialização de
alguma habilidade motora. Com isso, notamos que todo a metodologia esta sistematizado e
fragmentado de acordo com as faixas estabelecidas (etárias ou biológicas). Para evitar que
isso ocorra, é fundamental que se respeite e entenda todas as faixas (etárias ou biologias), para
que o profissional da área prescreva o treinamento adequado com um plano de aula bem
elaborado.
46
A relação dos efeitos da atividade física/ esporte e da aptidão cardiorrespiratória em
crianças pequenas, é deturpada, pois os achados recentes são contraditórios. A justificativa
para isso é que muitas dessas mudanças relatadas após a atividade física, são a nível
maturacional, ou seja, ocorrem naturalmente. Como exemplo a frequência cardíaca de
repouso e submáximas menores são coprodutos da atividade física. Logo, a fisiologia natural
da idade é um fator predisponente (PAYNE & ISAACS, 2010, p. 164).
Atualmente a evidencia empírica demonstra que a participação regular na atividade
física durante a infância tem inúmeros benefícios imediatos, incluindo mudanças positivas na
adiposidade, saúde esquelética e psicológica, e aptidão cardiorrespiratória. Além disso, o
desenvolvimento de habilidades motoras durante a primeira infância, traz outros benefícios,
bem como os efeitos duradouros na idade adulta, exemplo disso é o aumento da densidade
mineral (LOPRINZI et al., 2012).
Outro ponto abordado por Payne & Isaac (2010), é a autoestima, uma característica
humana que sofre influência principalmente de fatores de interação social e da atividade
física, a auto estima determina como julgamos sermos capazes, vitorioso, respeitável e
merecedor, ou o amor próprio sobre si mesmo. A auto estima é uma das características
fundamentais do autoconhecimento.
Por fim, de acordo com Eckert (1993), a obtenção desses padrões essenciais de
movimento é de suma importância para o controle das habilidades motoras. A atividade física
e o esporte, tem papel fundamental ao que diz respeito onde pode proporcionar
experimentação de múltiplos ambientes adequados para seu desenvolvimento humano e em
específico o desenvolvimento motor correto e assegurar a aquisição de todos as habilidades
especificas de jogo, esportes, exercícios físicos e a dança. A prática do movimento tem
grande relevância nos fatores biológicos, psicológicos, sociais e culturais, pois, devido a ação
dos movimentos executados que os seres humanos relacionam-se com o meio ambiente,
convivem com o próximo, entendem melhor o seu corpo, os seus limites, as suas habilidades e
a aprende a solucionar as dificuldades encontradas.
47
Isso dá-se ao fato de que, frequentemente encontramos indivíduos que não alcançaram a
maturação do padrão das habilidades básicas, que demonstram um padrão motor imaturo ou
elementar, o qual comprometerá todo o desenvolvimento subsequente, assim então evidencia-
se a importância de que os profissionais de educação física se deve ter, ao se tratar sobre o
conhecimento e a capacidade de se adquirir todos os padrões fundamentais de movimento e
desenvolvimento. Deste modo, os profissionais de educação física necessitam entender e
embasar-se sobre as características desenvolvimentistas das crianças nesta faixa, suas
restrições e suas capacidades, para que sejam capazes de compreender sobre as carências dos
jovens da iniciação esportiva, obedecendo o nível de habilidade motora individualmente.
48
4. MATERIAIS E MÉTODOS:
4.1 MATERIAL
Trata-se de um estudo de revisão integrativa de literatura, realizado nas bases de dados
multidisciplinares e nas bases específicas da área de saúde no período de Fevereiro a
Setembro de 2017.
4.2 MÉTODOS
4.2.1 Bases de dados
As bases de dados usadas foram:
Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE/ PubMed);
Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS)
Scientific Electronic Library Online (SciELO);
4.2.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Artigos científicos de revistas indexadas em inglês e português que abrangem o
período de 2010 a 2017; Artigos que descreveram ou mencionaram o tema abordado.
4.2.3 CRITÉRIOS DE EXCUSÃO
Artigos científicos nos demais idiomas; Estudos realizados com animais; Artigos que
não descreveram ou mencionaram o tema abordado.
49
4.2.4 ESTRATÉGIA DE BUSCA
O principal descritor utilizado foi: esporte pelo DECS. Entretanto outros descritores
foram utilizados através de KeyWords, desenvolvimento and criança and esporte na base de
dados; Scientific Electronic Library Online (SciELO). Na estratégia de busca utilizada na base
de dados PubMed, os descritores utilizados foram “motor development” and “children” and “
physical activity". Na estratégia de busca utilizada na base de dados Lilacs, os descritores
utilizados foram “desenvolvimento motor” and “atividade física” and crianças”.
Outro método de busca adotado foi acrescentar artigos por meio de autores ou de
referências consideradas clássicas da literatura científica.
50
7. RESULTADOS:
Foram encontrados 204 (total de artigos considerando todas as bases de dados) artigos
científicos, sendo 31 resultados na Scielo, 97 resultados na PUBMED e 76 resultados na
LILACS.
Retirados os artigos que não foram aceitos para esta revisão, restaram 10 artigos,
entretanto destes apenas 4 eram de caráter quantitativo e originais e 3 eram de revisão da
literatura, também foram adicionados 3 artigos clássicos da literatura e 1 Dissertação de Pós
Graduação, que não foram encontrados nas bases de dados consultadas.
51
Figura 3 – Fluxograma da seleção dos artigos para a revisão sistemática
Estudos identificados através
das bases de dados:
Scielo = (31)
Pubmed = (97)
Lilacs = (76)
(N total=204)
Estudos duplicados
(N=68)
Estudos mantidos após análise
de título e resumo
(N=18)
Estudos excluídos com base no
título e resumo
(N=48)
Estudos acessados na íntegra a
partir dos critérios iniciais de
elegibilidade
(N=18)
Exclusões após leitura do texto na
íntegra:
(N=7)
- não avaliou o desenvolvimento
motor;
- fora da faixa etária do estudo;
- sem grupo controle;
- estudos em animais;
- não utilizou o esporte ou a
atividade física como variável.
Iden
tifi
caçã
o
Tri
agem
E
legib
ilid
ade
Estudos incluídos na revisão:
Estudos Originais e Quantitativos
(N=4)
Estudos de Revisão da literatura
(N=3)
Estudos clássicos da literatura
(N=3)
Dissertação de (Pós Graduação)
(N=1)
(N total = 11)
Incl
usã
o
Estudos após exclusão de
duplicatas
(N=66)
52
Tabela 1 – A influência (...) desenvolvimento motor na infância. Um estudo de caso.
Procedência
(base de
dados)
Autores Título Periódico Descrição do estudo
Objetivos Métodos Resultados
Scielo
ROCHA et
al. 2010
A influência da
iniciação ao
treinamento
esportivo sobre o
desenvolvimento
motor na infância.
Um estudo de
caso.
R. da Educação
Física/UEM
Maringá, v. 21,
n. 3, p. 469-477.
investigar as
contribuições da
iniciação
esportiva para o
desenvolvimento
motor de crianças
de
6 a 9 anos da
região de Maringá
- PR.
participaram crianças do
treinamento de futsal
(n=40 iniciantes; n=40 >06
meses de treinamento).
A escala de
desenvolvimento motor
(EDM) de Rosa Neto
(2002) foi utilizada como
instrumento de medida.
Para os meninos de 8 anos foram identificadas diferenças estatisticamente
significativas para o esquema corporal ( F 1,7 = 6,761, *p = 0,024) e a
organização espacial (F 2,12 = 10,125, *p = 0,039), e para os meninos de 9
anos, o esquema corporal (F 3,1 = 9,964, *p = 0,048) e para a organização
temporal (F 1,15 = 21,789, *p = 0,035); No grupo de meninos de 9 anos
foram obtidas diferenças estatisticamente significativas para a
motricidade fina (F 2,1 = 7,619, *p = 0,014) e para a motricidade global (F
1,9 = 12,138, *p = 0,032). Para o grupo de 7 anos, verificou-se diferença
estatisticamente significativa para a motricidade global (F 3,2 = 10,146, *p
= 0,017); Os meninos de 7 anos e de 9 anos que jogam futsal há mais de 06
meses demonstram classificação de desenvolvimento motor normal alto,
com diferença estatisticamente significativa para os meninos de 7 e 9 anos
iniciantes, respectivamente (7 anos QMG: 93,63 ± 11,03 (iniciantes); 110,03
± 4,80 (praticantes); *p=0,041. 9 anos QMG: 100,3 ± 4,14 (iniciantes);
111,13 ± 4,60 (praticantes);*p=0,049).
53
Tabela 2 - O contexto esportivo no desenvolvimento motor de crianças.
Procedência
(base de
dados)
Autores Título Periódico Descrição do estudo
Objetivos Métodos Resultados
Scielo
NAZARIO,
Patrick
Felipe.,
VIEIRA,
José Luiz
Lopes, 2013.
O contexto
esportivo no
desenvolvi -
mento motor
de crianças.
Revista
Brasileira de
Cineantropo-
metria e
Desempenho
Humano
16(1):86-95.
comparar o
desempenho
motor de
crianças
engajadas em
escolinhas
esportivas
com crianças
inseridas
apenas nas
aulas de
educação
física.
87 crianças de
escolinhas:
Ginastica Rítmica
(n=20), Handebol
(n=26), Futsal
(n=16); e 25
crianças inseridas
nas aulas de
Educação Física,
entre 8 e 10 anos;
utilizado o teste
TGMD-2 para
verificar o
desempenho motor;
as crianças envolvidas em contextos esportivos apresentaram melhores níveis de
desempenho motor do que as crianças que apenas frequentam aulas de educação física;
O teste de Kruskal-Wallis revelou diferenças significativas entre os grupos quanto ao
quociente motor (H (3) = 48,91, p <0,001) e as 12 habilidades motoras avaliadas (p <0,001),
exceto a capacidade de salto (p = 0,336);
Quanto às diferenças entre o handball e as escolinha de futsal, as crianças matriculadas na
escolinha de futsal apresentaram melhores habilidades de corrida lateral (p <0,00). No
entanto, no que diz respeito ao salto na habilidade de um pé, as crianças matriculadas no
centro de handball mostraram níveis de desempenho significativamente maiores (p <0,00)
do que crianças praticando futebol;
Teste TGMD-2: Quociente motor Educação Física (N=25) 62,8 ± 7,2; Ginástica Rítmica
(N=20) 80,2 ± 6,9; Handball (N=26) 89,0 ± 11,9; Futsal (N=16) 90,8 ± 6,7.
54
Tabela 3 - Projeto Social esportivo: impacto no desenvolvimento motor (...) atividades infantis dos participantes.
Procedência
(base de
dados)
Autores Título Periódico Descrição do estudo
Objetivos Métodos Resultados
Não
encontrado
em nenhuma
base de
dados.
BRAUNER,
Luciana
Martins,
2010.
Projeto Social
esportivo: impacto no
desenvolvi-
mento motor na
percepção de
competência e rotina
de atividades infantis
dos participantes.
Dissertação de Pós
Graduação em
Ciências do
Movimento
Humano da
Universidade
Federal do Rio
Grande do Sul
avaliar o
impacto de
um (PSE), na
(PC) atlética,
social e
cognitiva de
meninos e
meninas entre
5 e 9 anos.
PI:35 semanas (56 dias
de aula) 140 crianças
ambos os sexos GI e GC
(70 crianças de cada),
amostra final = GI (59
crianças 28 meninas e 31
meninos) GC (59
crianças, 30 meninas e
29 meninos); GC
(Educação Física escolar
não obrigatória 2
dias/semana com
duração de 45 minutos,
porém muitos não
praticavam); GI
(4x/semana manhã ou
noite, duração de 2h de
atividade).
A análise do DM foi feita
pelo TDMG
Ambos os grupos no pré-teste de DM geral apresentaram desempenho
pobre (GI: M=74,37, DP=13,89 e GC (M=73,51, DP=8,93),
estatisticamente similar (t(99,1)=0,379; p=0,705), porém notou-se
diferença significativa no pós-teste (t(116)=5,211; p<0,001), entre o GI
(M=82,53, DP=11,60) e o GC (M=72,59, DP=11,19), onde GI
apresentou DM geral abaixo da média e GC apresentou DM pobre. O
desempenho dos grupos na habilidade de locomoção foi estatisticamente
diferente no pós-teste t(116)=3,798, p<0,001, o GI (7,08 DP=1,94)
apresentou DM superior a GC (5,76 DP=1,87); a habilidade de salto
horizontal também se mostrou superior pelo GI em relação ao GC no
pós-teste (p=0,048), e também nas habilidades de corrida (p=0,001),
galope (p=0,005), salto com um pé (p=0,040), salto horizontal (p=0,002)
e corrida lateral (p=0,006), em todos essas habilidades houve
superioridade significativa do grupo interventivo.
Em relação ao impacto interventivo a pesquisa demonstrou alterações
nas percepções de competência no decorrer do tempo, pelo Teste t
Dependente, apenas para o GI.
55
(que inclui filmagem e
análise de 12 habilidades
separadas em 2
categorias: 6 habilidades
de locomoção (correr,
galopar, correr
lateralmente, saltar
horizontalmente, saltar
com um pé, saltar sobre
o mesmo) e 6 habilidades
de controle de objetos
(rebater, quicar, receber,
chutar, arremessar por
cima do ombro e rolar
uma bola) - Ulrich
(2000); A Escala
PSPCAYC, Harter e Pike
(1980) foi utilizada para
os testes que abrangem
dados brutos, padrão e
percentil para cada um
dos subtestes (habilidade
de locomoção e de
controle de objeto).
Os resultados avaliados pelo teste Teste t Pareado verificou mudança
significativa para o GI (t(58)=-6,370, p<0,001) do pré (M=74,37,
DP=13,90) pós teste (M=82,53, DP=11,60), GC sem mudança
significativa (t(58)=0868, p=0,389); independentemente da idade foram
evidenciados melhora do pré para o pós teste no desempenho do GI ao
que diz respeito ao DM geral e as subescalas de habilidades locomotoras
GI (t(58)=-3,371, p=0,001), GC não houve mudanças (t(58)=-0,548,
p=0,586) e de controle de objetos do GI (t(58)=-3,371, p<0,001) do pré
(M=5,27, DP=2,78), para o pós teste (M=7,34, DP=2,46), já o GC não
apresentou a mesma evolução (t(58)=-0,548, p=0,586; pré-teste M=5,53,
DP=2,17; pós-teste M=5,12, DP=2,44);
na pesquisa das possíveis modificação nas percepções de competência
dos participantes ao longo do tempo, Teste T Dependente demonstrou
mudanças significativas no GI, tal grupo apontou melhora significativa
na percepção de suas competências no domínio social e atlético e na
soma das subescalas. Para o GC não foi verificado diferença significativa
em nenhuma das subescalas ou na PC somatória; dados de verificação de
diferenças no resultado entre meninos e meninas dos grupos, no GI
meninos e meninas foram equivalentes na PC somatória no pré teste
(t(57)=-0,667, p=0508) e no pós teste (t(57)=0,090, p=0,929), houve
também equivalência de desempenho entre os sexos; No GC também foi
verificado equivalência de desempenho entre ambos os sexos no pré teste
(t(49,2)=-1,172, p=0,864), porém no pós teste notou-se diferença de
desempenho (t(48,6)=-2,032, p=0,048), com prevalência das meninas.
56
Tabela 4 - Efeito da atividade esportiva sistematizada sobre o desenvolvimento motor de crianças de sete a 10 anos.
Procedência
(base de
dados)
Autores Título Periódico Descrição do estudo
Objetivos Métodos Resultados
Scielo
SANTOS,
Camila
Ramos dos
et al., 2015.
Efeito da atividade
esportiva
sistematizada
sobre o
desenvolvimento
motor de crianças
de sete a 10 anos.
Revista
Brasileira
Educação
Física e
Esporte, (São
Paulo);
29(3):497-506.
verificar o
impacto da
atividade
esportiva
programada de
ballet clássico
e de futsal
sobre
indicadores de
motricidade
global e de
equilíbrio em
crianças.
160 crianças entre 7 e
10 anos. 80 crianças
de ambos os sexos
compuseram os
grupos de escolares.
Os outros 80
compuseram os
grupos vinculados à
prática esportiva que
teve 40 meninas
do“ballet” clássico e
40 meninos do futsal.
Para a avaliação
motora foram
aplicados os testes de
motricidade global e
equilíbrio da Escala
de Desenvolvimento
Motor “EDM”.
os resultados do teste de combinação entre a classificação de Idade Motora em
Motricidade Global (IMMG) e os grupos avaliados, 76% dos escolares alcançaram
desempenho classificado como normal. Nos grupos de pratica sistematizada, 50% das
crianças associadas ao “ballet” clássico e ao futsal apresentaram valores na classificação
superior (X2 = 10,845; p = 0,001 entre escolares do sexo masculino e futsal e X2 =
22,053; p = 0,0001 entre escolares do sexo feminino e “ballet” clássico);
associando a classificação de Idade Motora em Equilíbrio (IME) e os grupos avaliados,
onde 65% do grupo de“ballet” clássico apresentaram valores classificados
como superior, enquanto as escolares apresentaram valor alto de 82,5% na classificação
normal (X2 = 18,387; p = 0,01), demonstrando a influência do esporte para essa
habilidade. O procedimento foi parecido do sexo masculino, com 65% dos meninos do
grupo escolar classificados na categoria normal e 50% dos praticantes de futsal
apresentaram valores significantes classificados como normal ou superior (X2 = 5,876;
p < 0,05); a associação entre IME e Idade Cronológica dos grupos, com valores
significantemente superiores na frequência de crianças praticantes de “ballet” (Z = -
3,893; p = 0,0001) e futsal (Z = -3,649; p = 0,0001) que atingiram IME maior que a
Idade Cronológica; também relacionando a IMMG e Idade Cronológica, nota-se
diferenças significativas na frequência dos grupos de pratica sistematizada (“ballet” Z =
-5,049; p = 0,0001 e futsal Z = -4,331; p = 0,0001), com IMMG também maior que a
Idade Cronológica. Os grupos escolares não demonstraram diferenças significativas em
associação a IMMG e Idade Cronológica (p < 0,05).
57
Tabela 5 - Avaliação das habilidades motoras de crianças participantes de projetos sociais/esportivos.
Procedência
(base de
dados)
Autores Título Periódico Descrição do estudo
Objetivos Métodos Resultados
Lilacs
A.M.
Santos,
F.R. Neto,
R.A.
Pimenta,
2013.
Avaliação
das
habilidades
motoras de
crianças
participantes
de projetos
sociais/
esportivos.
Motricidade,
vol. 9, n. 2,
pp. 51-61.
Avaliar as
habilidades
motoras
de escolares
participantes
dos projetos
sociais
educacionais,
projetos
esportivos e de
não
participantes
em atividades
estruturadas
extraclasse na
cidade de
Florianópolis
– SC – Brasil.
136 crianças de 8 a 9 anos,
de ambos os sexos, de 40
escolas públicas;
Para avaliar as habilidades
motoras dos escolares
foi utilizada a Escala de
Desenvolvimento Motor –
EDM (Rosa Neto, 2010;
Na classificação EDM as crianças que não frequentam projetos (Grupo I), são maiores
os padrões de desenvolvimento “Inferior” e “Normal Baixo”. Já quando considerada a
presença das crianças em Projetos Sociais (Grupo II), nota-se a diminuição nos valores
“Normal Baixo” e “Inferior”, e a presença do padrão de desenvolvimento “Normal
Alto”, além de um aumento nos valores “Normal Médio”, sobretudo para o Projeto de
caráter esportivo (Grupo III);
evidenciou-se vantagens no desempenho das tarefas motoras daquelas crianças
participantes de projetos com diferentes atividades (Grupo II), e um desempenho ainda
maior e significativo nas crianças que integram projetos de caráter esportivo (Grupo
III), tanto no quociente motor geral, quanto em quatro das seis áreas características do
desenvolvimento, quando comparados às crianças que não frequentam projetos sociais
(Grupo I);
Na relação entre as crianças participantes de
projetos educacionais (Grupo II), com as que participam de projetos esportivos (Grupo
III), notou-se diferença significativa para a motricidade fina (99.52 ~ 90.70), com
conformidade no esquema corporal (92.70 ~ 93.35), com valores ligeiramente melhores
aos participantes de projetos esportivos.
58
6. DISCUSSÃO
Para evidenciar o fato de que, a prática de atividade física monitorada e o esporte
trazem benefícios reais a crianças da faixa etária entre 6 e 10 anos, Rocha et al., (2010),
apresentou um estudo, realizado através da escala de desenvolvimento motor (EDM) de Rosa
Neto (2002), onde teve como objetivo, investigar as contribuições da iniciação esportiva para
o desenvolvimento motor de crianças de seis a nove anos da região de Maringá – PR, que
participaram crianças do treinamento de futsal (n=40 iniciantes; n=40 >06 meses de
treinamento). Os autores concluíram que o treinamento desportivo pode colaborar
positivamente para os componentes motores das crianças do estudo, suscitando benefícios
para o desenvolvimento motor, onde neste mesmo estudo, as médias da idade motora global
foram superiores às da idade cronológica, com discrepância estatisticamente significativas.
Foi analisado que o Quociente Motor Global (QMG) dos meninos que tem a prática há mais
de 06 meses é superior ao dos meninos que começaram na modalidade a menos tempo,
porém, ainda apresentam uma classificação normal médio. Os meninos com mais de 6 meses
de treinamento apresentaram classificação de desenvolvimento motor normal alto, com
discrepância estatisticamente significativa para os meninos de 7 e 9 anos iniciantes,
respectivamente (7 anos QMG: 93,63 ± 11,03 (iniciantes); 110,03 ± 4,80 (praticantes);
*p=0,041. 9 anos QMG: 100,3 ± 4,14 (iniciantes); 111,13 ± 4,60 (praticantes);*p=0,049.
Apesar do treinamento de futsal ser voltado para às características do esporte, na iniciação
esportiva o foco é mais amplo, o que proporciona que componentes como a motricidade fina,
a motricidade global e o esquema corporal sejam favorecidos. Aperfeiçoando também outros
segmentos motores de maior importância nas atividades esportivas, como o equilíbrio, a
organização espacial e a organização temporal, contribuindo na transição da aprendizagem
para destrezas motoras mais características.
Apesar das crianças terem maior oferta e procura pela atividade física, ainda é grande
o número de crianças que preferem ter uma vida sedentária, e na maioria das vezes o grande
motivo está na falta de incentivo tanto da parte dos professores/profissionais da área da saúde
de conscientiza-la, quanto a dos pais, que tem papel fundamental para que a criança se
interesse pela prática esportiva.
59
Devido a isso Loprinzi (2012), cita que os pais podem influenciar a participação de seus filhos
na atividade física através do apoio para a prática de atividade física, o estilo de parentalidade,
a coesão familiar, a estrutura familiar e com a diminuição do tempo livre gasto com atividades
sedentárias (muitas horas em aparelhos eletrônicos por exemplos).
De acordo com Brauner (2010), um dos resultados encontrados pela autora, foi, que os
pais têm importante relação, ao que considera a participação dos filhos em atividades físicas.
O que demonstrou, curiosamente, que através da participação da criança no projeto esportivo
do estudo, se observou um impacto positivo sobre os pais, que servem de modelo para os
filhos, onde os mesmos passaram a praticar mais atividade física em sua rotina. Após a
intervenção observou-se também, que o grupo que participava das atividades do projeto,
tinham menos tempo gasto para atividades sedentárias, quando comparados ao grupo controle.
Isso demonstra que as crianças substituíram as práticas sedentárias, por práticas ativas em sua
rotina.
Com isso, Brauner (2010), em seu estudo, utilizou o TDMG – Teste de
desenvolvimento motor grosso, para analisar o desenvolvimento motor, com o objetivo de
avaliar o impacto da participação em um projeto social esportivo no desempenho motor, e
teve como o grupo que apresentou melhores resultados, o que participou na intervenção das
atividades do projeto (onde o Grupo Intervenção teve melhora em suas habilidades motoras de
locomoção e também nas de controle de objeto), em relação ao grupo controle que não
praticavam as atividades do projeto e somente eram engajada em aulas de Educação Física
escolar 2x/semana com duração de 45 minutos cada, evidenciando as diferenças entre os
grupos após a intervenção. Ambos os sexos (feminino e masculino), do grupo de intervenção,
tiveram resultados similares no desempenho motor, onde as meninas tiveram um impacto
maior no pós teste, devido a mudança significativa nas habilidades motoras de locomoção.
Porém no grupo controle (que não participavam do projeto), os meninos obtiveram resultados
melhores que as meninas, ainda que os resultados de ambos foram menores com relação ao
grupo intervenção.
60
Pimenta et al., (2013) avaliou as habilidades motoras de escolares que integraram os
projetos sociais educacionais, projetos esportivos e de não integrantes em atividades
estruturadas extraclasse na cidade de Florianópolis – SC – Brasil, que teve como amostra, 136
crianças de 8 a 9 anos, de ambos os sexos, de 40 escolas públicas, e teve como objetivo
avaliar as habilidades motoras dos escolares, onde foi utilizada a Escala de Desenvolvimento
Motor - EDM (Rosa Neto, 2010), para a avaliação dessas crianças. Os resultados encontrados
segundo a classificação EDM, foram que, as crianças que não participaram dos projetos
(Grupo I), são maiores os padrões de desenvolvimento “Inferior” e “Normal Baixo”, quando
comparados as crianças de Projetos Sociais (Grupo II), notou-se também a diminuição nos
valores “Normal Baixo” e “Inferior”, e a presença do padrão de desenvolvimento “Normal
Alto”, além de um aumento nos valores “Normal Médio”, sobretudo para o Projeto de caráter
esportivo (Grupo III).
Nazário & Vieira (2010) dissertam que, a partir dos 7 anos de idade, uma criança deve
ser capaz de executar as habilidades motoras fundamentais de forma adequada, antes de
iniciar o processo de especialização em movimento em qualquer outro movimento
específico. Porém, o desempenho motor das crianças presentes neste estudo, que utilizou os
testes TGMD-2, onde as crianças que apenas frequentam aulas de educação física foram
classificadas como "muito pobre", abaixo do nível esperado para a idade de acordo com os
critérios do teste, que apresentou uma diferença significativa (quociente motor (H (3) = 48,91,
p <0,001) e as 12 habilidades motoras avaliadas (p <0,001), exceto a capacidade de salto (p =
0,336), das crianças que praticavam as atividades esportivas (Handball, Futsal e Ginástica
Rítmica) em comparação a aquelas que só frequentavam a Educação Física Escolar. Assim
como Brauner (2010), que também aborda em seu estudo o fato que ambos os grupos no pré-
teste de desenvolvimento motor geral apresentaram desempenho pobre (Grupo Intervenção:
M=74,37, DP=13,89 e Grupo Controle (M=73,51, DP=8,93), estatisticamente similar
(t(99,1)=0,379; p=0,705), porém notou-se diferença significativa no pós-teste (t(116)=5,211;
p<0,001), entre o Grupo Intervenção (M=82,53, DP=11,60) e o Grupo Controle (M=72,59,
DP=11,19), onde Grupo Intervenção apresentou desenvolvimento motor geral abaixo da
média, e o Grupo Controle apresentou desenvolvimento motor pobre
61
Outro resultado encontrado pela autora, foi que o Grupo Intervenção se mostrou superior em
relação ao Grupo Controle no pós-teste, o grupo intervenção (7,08 DP=1,94) (que praticava
diversas modalidades esportivas e de exercícios físicos motores específicos), apresentou
desenvolvimento motor superior ao Grupo Controle (5,76 DP=1,87), e também nas
habilidades de salto horizontal (p=0,048), de corrida (p=0,001), galope (p=0,005), salto com
um pé (p=0,040), salto horizontal (p=0,002) e corrida lateral (p=0,006), em todas essas
habilidades houve superioridade significativa do grupo interventivo.
Pimenta et al., (2013), também aborda como um de seus resultados de seu estudo, que
associando as crianças participantes de projetos educacionais (Grupo II), com as que
integraram projetos esportivos (Grupo III), evidenciou diferença significativa para a
motricidade fina (99.52 ~ 90.70), com similaridade somente no esquema corporal (92.70 ~
93.35), com valores ligeiramente melhores aos participantes de projetos esportivos. Isso deixa
claro o fato da necessidade da prática regular esportiva também fora da escola, para que se
tenha um desenvolvimento motor correto, e com isso, os autores evidenciam que apenas as
aulas de Educação Física escolar não são suficientes para a melhora do desempenho motor.
Haywood & Getchel (2004, 2010), quando se trata especificamente de crianças de 6 a
10 anos de idade, onde as mesmas estão adentrando no terceiro estágio “maduro” seguindo
para um estágio de transição, fase essa que, o movimento tem a necessidade de novas
experimentações para que evolua da forma correta. Os autores abordam o fato de que, o
desenvolvimento motor e a experimentação de novos movimentos que se dão através
atividade física e o esporte, torna-se imprescindíveis para o desenvolvimento completo da
criança nessa fase. Um presente estudo, utilizando a escala de desenvolvimento motor (EDM)
de Rosa Neto (2002), verificou o impacto da atividade esportiva programada sobre
indicadores de motricidade global e de equilíbrio (qualidades oriundas do desenvolvimento
motor), em crianças. Sento e sessenta crianças estiveram na amostra, 40 meninas de ballet
clássico e de 40 meninos de futsal (estes grupos vinculados a prática esportiva), e 80 crianças
vinculadas a prática exclusiva de Educação Física escolar. Esse estudo concluiu que crianças
praticantes de atividades esportivas extracurriculares apresentam maiores níveis de
motricidade global e equilíbrio, com coeficiente motor de classificação normal a superior.
62
Os resultados mostraram que cerca de 76% dos escolares alcançaram desempenho
classificado como normal. Nos grupos de pratica sistematizada, 50% das crianças
relacionadas ao “ballet” clássico e ao futsal alcançaram valores na classificação superior (X2
= 10,845; p = 0,001 entre escolares do sexo masculino e futsal e X2 = 22,053; p = 0,0001
entre escolares do sexo feminino e “ballet” clássico). No entanto, os grupos de Educação
Física escolar, os resultados da idade motora global e equilíbrio apresentaram índices normais
(SANTOS CR, et al., 2015).
Os autores não divergem com relação aos resultados encontrados em seus artigos, aos
quais evidenciaram através da Escala de Desenvolvimento Motor – EDM (Rosa Neto, 2010),
que crianças inseridas no âmbito esportivo apresentam um melhor desempenho nos testes em
relação as crianças que são unicamente inseridas em aulas de Educação Física e ainda com
uma margem mais discrepante, de criança que não praticam se quer alguma atividade física.
Onde Santos CR, et al., (2015), analisa os resultados do teste de combinação entre a
classificação de Idade Motora em Motricidade Global (IMMG) e os grupos avaliados, que
resultaram em, 76% dos escolares teve um desempenho classificado como normal, contudo,
nos grupos de pratica sistematizada, 50% das crianças praticantes de “ballet” clássico e futsal
apresentaram valores na classificação superior (X2 = 10,845; p = 0,001 entre escolares do
sexo masculino e futsal e X2 = 22,053; p = 0,0001 entre escolares do sexo feminino e “ballet”
clássico); Rocha et al., (2010), encontrou diferenças estatisticamente significativas entre os
Iniciantes e os praticantes com mais de 6 meses de futsal, para o esquema corporal ( F 1,7 =
6,761, *p = 0,024), a organização espacial (F 2,12 = 10,125, *p = 0,039), motricidade global
(F 1,9 = 12,138, *p = 0,032) e demonstram classificação de desenvolvimento motor normal
alto, com diferença estatisticamente significativa para os meninos de 7 e 9 anos iniciantes,
respectivamente (7 anos QMG: 93,63 ± 11,03 (iniciantes); 110,03 ± 4,80 (praticantes);
*p=0,041. 9 anos QMG: 100,3 ± 4,14 (iniciantes); 111,13 ± 4,60 (praticantes);*p=0,049); e
Pimenta et al., (2013), teve como um dos resultados do seu estudo, vantagens no desempenho
das tarefas motoras das crianças participantes de projetos com diferentes atividades (Grupo
II), e um desempenho ainda melhor e significativo nas crianças que frequentaram os projetos
de caráter esportivo (Grupo III), para o quociente motor geral e quatro áreas características do
desenvolvimento, quando confrontados com crianças que não frequentam projetos sociais
(Grupo I).
63
Muitos desses resultados desses autores indicam que crianças que possuam um desempenho
motor abaixo da média, isto é que não adquiriram os padrões básicos de movimento são
menos ativas fisicamente, em comparação a crianças que possuam o desenvolvimento
adequado, com isso nota-se ainda mais a influência que a atividade física e o esporte podem
vir a trazer de benefícios para as capacidades motoras das crianças, e a importância do
incentivo a prática feita pelos pais e também do profissional de educação física.
64
7. CONCLUSÃO
Ao concluir este trabalho, levou-se em consideração que a Educação Física está
associada, fundamentalmente, com o ensino corporal, ou seja, da cultura do movimento
humano e, principalmente, ao desenvolvimento motor. Com isso observou-se que este
desenvolvimento caracteriza-se e elucida todas as mudanças de comportamento motor
humano, iniciado na infância e percorrendo toda a vida do indivíduo. Nota-se que essas
modificações motoras ocorrem, com maior frequência, durante a infância, em que todas essas
aquisições motoras adquiridas nessa faixa etária, influenciam seu desempenho motor, no
decorrer de toda sua vida.
Contudo, demonstra-se a relevância da participação do Educador Físico, monitorando
o aprendizado motor durante a infância, afim de identificar prováveis desordens motoras, para
um possível reparo imediato nas dificuldades de aprendizado do indivíduo, que se reparadas
precocemente e com um trabalho bem planejado, com estratégias didáticas e conteúdos
adequados que favoreçam o desenvolvimento motor, potencializam a capacidade de
aprendizado de novas habilidades, tal qual o desenvolvimento de habilidades refinadas.
Assim sendo, conclui-se que a atividade física monitorada e o esporte tem grande ação
sobre o desenvolvimento motor das crianças entre 6 e 10 anos de idade, pois estas atividades
proporcionam ao indivíduo a experimentação de diversos ambientes, cujo seus principais
efeitos citados pelos autores são de melhora no desenvolvimento motor geral e todas as
habilidades de coordenação, tais como: habilidade de locomoção, corrida, salto horizontal, o
esquema corporal e organização espacial, auxiliando assim o desenvolvimento da criança.
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