palestra filantropica 2010
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Palestra proferida por Esterlita Moreira no Instituto Espírita de EducaçãoTRANSCRIPT
MARÇO-2010Esterlita Moreira
FILANTROPIA:
UMA NOVA VISÃO ESPÍRITA
Bibliografia:
Livro dos Espíritos (Allan Kardec)
Obras Póstumas (Allan Kardec)
Ideias Sociais Espíritas (Cleusa Beraldi Colombo)
O Reino (Herculano Pires)
FILANTROPIA = amor a humanidade
Quem foram os primeiros filantropos? - pensadores do século XIX, preocupados com a situação dos trabalhadores das fábricas - Europa
Apontaram um fenômeno que deram o nome de “questão social”, na forma do pauperismo
Preocupados com a classe trabalhadora eManutenção da ordem social (capitalismo)
Aos pobres era recomendado ser obediente e não reclamar;
Aos ricos, recomendava-se menos ganância;
O problema estava na pessoa e não no sistema.
A classe trabalhadora passa a se organizar, como meio para a luta de seus direitos sociais;
O problema fundamental sobre a questão social - contradição do modo de produção (capitalista)
Dono da força de trabalho (trabalhador)X
Dono dos meios de produção (empresários)
Posição do Espiristimo frente a questão social:
A Questão Social está intimamente ligada às questões espiritual e moral;
Para o Espiritismo não há divisão entre a realidade social e a realidade espiritual.
O Espiritismo reconhece a necessidade histórica dos movimentos dos povos de se rebelarem contra a injustiça.
Mas, não preconiza que os homens devam se engajar em movimentos revolucionários.
Pestalozzi, educador, via toda revolução como necessidade inevitável para levar de volta os homens embrutecidos à reflexão de suas questões essenciais.
Para Kardec, “As convulsões sociais são as revoltas dos espíritos encarnados contra o mal que os oprime, indício de que anseiam por esse reino de justiça (...)” (Obras Póstumas).
Para ele, a vida do homem possui um profundo sentido social. Três palavras constituem o programa de uma ordem social:LIBERDADE – IGUALDADE – FRATERNIDADE
FRATERNIDADE = devotamento, abnegação, tolerância, benevolência, indulgência.(o oposto: egoísmo)
IGUALDADE = querer para o outro o mesmo que para si. Tratar o outro de igual para igual.(o oposto: orgulho)
LIBERDADE = filha da igualdade e da fraternidade.
FRATERNIDADE, IGUALDADE E LIBERDADE, princípios solidários entre si, que vão nortear a dinâmica social do Espiritismo.
“Os homens, vivendo como irmãos, com direitos iguais, animados do sentimento de recíproca benevolência, praticarão entre si a justiça.
Se não tiverem juntos, apoiando-se mutuamente, o edifício social não poderá ser completo.
O Espiritismo pretende indicar o caminho para a solução dos problemas sociais, pela transformação do homem e da sociedade.
Isto significa que os problemas sociais, na essência são problemas morais.
Segundo Kardec, nada se opõe mais à liberdade, igualdade e fraternidade, do que o orgulho e o egoísmo.
Para os moralistas clássicos, Platão, Aristóteles e Rousseau, a moralização do homem não é um movimento de fora para dentro, uma imposição de princípios.
Ao contrário, trata-se de dar cumprimento à verdadeira essência da natureza humana, do divino que existe em cada um de nós. O homem tende naturalmente para o BEM.
Como dizia, Santo Agostinho: “não é da natureza da alma , o vício”.
O Espiritismo, como doutrina filosófica e moral, quer agir sobre as consciências dos homens, modificando seu carater, incitando-os à CARIDADE, à FRATERNIDADE, à JUSTIÇA.
Kardec crê que o homem é potencialmente bom e a sociedade perfectível, porém, sob a ação da EDUCAÇÃO, e não por mudança econômica.
Nas palavras de JESUS: “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João, 8, v.32).
Para os espíritas, EDUCAR será a forma de libertar o homem e induzí-lo a se conhecer e, a conhecer a humanidade.
Assim, o Espiritismo não é apenas uma via de fuga diante dos problemas existenciais, ele traz em si uma tomada de posição clara é enérgica.
Kardec nos diz: (Óbras Póstumas)Quando todos compreenderem a proposta do Espiritismo, compreenderão também a verdadeira solidariedade e a verdadeira fraternidade, que não serão mais deveres de ocasião.
O reino da solidariedade e da fraternidade será o reino da justiça;
E o reino da justiça, será o da paz.
No Espiritismo, a dinâmica da CARIDADE se propõe a romper o egocentrismo social dos indivíduos em favor do altruísmo moral.
Kardec (no Livro dos Espíritos), nos diz:- que devemos lutar para extirpar o egoísmo, porque é incompatível com a justiça, com o amor e com caridade;
-Tanto a riqueza quanto a miséria são provas arriscadas; - a riqueza desperta todas as paixões que nos prendem a matéria, nos distanciando da perfeição moral.
Foi por isso que JESUS disse: “Em verdade vos digo, é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus”.
Caibar Schutel e Bezerra de Menezes foram defensores do Espiritismo, como também se inteiravam dos problemas sociais do seu tempo.
Para Bezerra, “o equilíbrio entre o progresso material e o aperfeiçoamento moral constitui a verdadeira ORDEM SOCIAL” (Coletânea Discursos Parlamentares, 1986).
E para Caibar, “os fenômenos espíritas representam a base para a definitiva solução do problema social”. (Rev. Internacional do Espiritismo, 1934)
Continuando a posição perante os problemas sociais, Herculano Pires, em 1946, desenvolve o assunto nas teses do REINO, apresentadas no 1º. Congresso Espírita de Marília, cujo tema central foi buscar uma NOVA ORDEM SOCIAL para o Brasil.
“O Espiritismo, (...) baseado no espírito cristão, mais primitivo e mais amplo, (...) abre uma nova oportunidade para o NASCER DE NOVO (...)”(O Reino, 1946).
“Aqueles que tem ouvidos de ouvir, ouçam”, o nosso Mestre JESUS:
“Busca primeiro o Reino de Deus e sua justiça”.
“Aquele que se agarrar à sua vida, perdê-la-á; aquele que a perder por amor a mim, a encontrará”.
“Glória a Deus nas alturas e Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade”.