princípios norteadores do plano do distrito federal do livro e da leitura (pdll)

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    BRASÍLIA, CAPITAL DA LEITURA

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    DISTRITO FEDERAL (Brasil).PDLL : Plano do Distrito Federal do Livro e da Leitura :

    Brasília, capital da leitura /Subsecretaria de Políticas doLivro e da Leitura. – Brasília : [s.n.], 2012.

    52 p.: Il, ; 23 cm.

    1. Plano do Distrito Federal do Livro e Leitura (Brasil).2. Leitura – Distrito Federal (Brasil). 2. Educação e Estado –Distrito Federal (Brasil). 3. Livro e leitura – Distrito Federal(Brasil). I. Título. II./Subsecretaria de Políticas do Livro e daLeitura.

    CDU 028(817.4)

    D614

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    6 . Plano do Distrito Federal do Livro e da Leitura

    Palavra do Governador do Distrito FederalPalavra dos SecretáriosA Importância do Livro e da Leitura sob a Ótica de Paulo Freire

    PLANO DO DISTRITO FEDERAL DO LIVRO E DA LEITURA: BRASÍLIA, CAPITAL DA LEITURA

    I HISTÓRICO DO PDLL1.1 Novos Avanços

    II JUSTIFICATIVA2.1 Retratos do Livro e da Leitura no Distrito Federal

    2.1.1 Secretaria de Estado de Cultura2.1.2. Secretaria de Estado de Educação2.1.3. Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação2.1.4. A Sociedade Civil Organizada

    III PRINCÍPIOS NORTEADORES

    IV OBJETIVO CENTRAL

    V. EIXOS ESTRATÉGICOS DO PLANO DO DISTRITO FEDERAL DO LIVRO E DA LEITURA5.1 Democratização do Acesso e Uso da Informação5.2 Fomento à Leitura e à formação de Mediadores5.3 Valorização Institucional da Leitura e Incremento de seu Valor Simbólico

    5.4 Desenvolvimento da Economia do Livvro

    VI. ESTRUTURA PARA IMPLEMENTAÇÃO6.1. Parcerias6.2. Institucionalidade6.3. Gestão de Recursos6.4. Avaliação

    6.5. Planos de Ação

    SUMÁRIO

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    O governo brasileiro, nos dois mandatosdo Presidente Luís Inácio Lula da Silva, seimpôs o desao de reduzir drasticamente as

    desigualdades regionais na área da cultura

    com políticas estruturantes, como, entreoutras, o Plano Nacional de Cultura e oPlano Nacional do Livro e Leitura (PNLL).Desde 2002, o que testemunhamos é umverdadeiro enfrentamento de um processohistórico de exclusão social disseminado hámuito pelo país e que impossibilita o acessodo povo brasileiro à cidadania plena.

    Tomando como exemplo as iniciativasem âmbito nacional, assumimos, no Governodo Distrito Federal, a responsabilidadede lutar para superar a dívida históricarelacionada à desigualdade social,

    entendendo que tal superação somente serápossível se enfrentarmos a pobreza e toda equalquer forma de exclusão.

    O Plano do Distrito Federal do Livroe Leitura (PDLL), que ora apresentamos,a exemplo do Plano Nacional do Livro e

    Leitura (PNLL), foi construído com a amplaparticipação da sociedade e tem como umdos seus objetivos mais importantes, emais amplos, contribuir para a redução dasdesigualdades sociais por meio do acessoao livro e à leitura. Trabalho iniciado na IIIConferência de Cultura, acontecida durante

    os cem primeiros dias de governo, em todas asRegiões Administrativas do Distrito Federal,

    tanto a III Conferência quanto o Grupo deTrabalho que elaborou o PDLL contaramcom a colaboração de cidadãs e cidadãoscomprometidos com as ações de leitura e

    que vêm consolidando historicamente a lutapor políticas que estabeleçam diretrizespara a formação de uma sociedade leitora.

    O PDLL está comprometido com 4(quatro) eixos estruturantes: o primeiro,direcionado para a democratização do

    acesso, busca o fortalecimento do papel dasbibliotecas, a conquista de novos espaços deleitura e a incorporação de tecnologias deinformação e comunicação ao universo dosleitores. O segundo eixo está orientado paraa formação de mediadores de leitura e parao desenvolvimento de projetos sociais de

    leitura. O terceiro eixo tem como propósitoconverter as práticas sociais de leituraem Política de Estado, bem como colocarem evidência o valor social e simbólico daleitura. Por m, o quarto eixo prevê o apoio

    à criação e ao consumo de bens de leitura,como uma das estratégias principais para o

    desenvolvimento econômico do setor.

    Na luta contra as mazelas sociais,o acesso ao conhecimento e ao consumodos bens e serviços culturais é uma armaeciente. E, nesse combate, as armas não

    fazem sangrar, não matam e não escravizam.

    Os livros edicam saberes e sonhos,permitem o empoderamento dos sujeitos e

    PALAVRA DO GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL

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    8 . Plano do Distrito Federal do Livro e da Leitura

    lhes oferecem a possibilidade de escrever,com suas próprias mãos, suas histórias

    e seus destinos. Por entendermos que aleitura é ferramenta fundamental para atransformação social, e consequentementepara a construção da cidadania, temos osonho de transformar Brasília na capital daleitura. Sabemos que é um grande desao,

    mas um desao extremamente prazeroso.

    O PDLL faz parte e é uma iniciativafundamental do que propomos como um novo

    Converter Brasília na Capital do Livro

    e da Leitura. Esse objetivo xado peloGovernador Agnelo Queiroz responde a umademanda da sociedade do Distrito Federal ea um compromisso de campanha, assumidopor nós assim que chegamos ao GDF. Talcompromisso é inseparável da determinaçãode, até o nal do mandato, declarar o Distrito

    Federal Território Livre do Analfabetismo.

    Formular uma Política do Livroe da Leitura na Capital da Repúblicasignica conjugar iniciativas do poder

    público articuladas com a sociedade, demodo a democratizar o acesso aos bens

    de leitura, estimular e valorizar a línguaportuguesa como meio de expressão

    caminho. Cabe às Secretarias de Cultura,de Educação e de Ciência, Tecnologia e

    Inovação, com nosso total apoio, conduzira implantação dos programas e ações quecertamente mudarão os rumos do DistritoFederal e da RIDE.

    Agnelo QueirozGovernador do Distrito Federal

    PALAVRA DOS SECRETÁRIOS

    essencial à comunicação de nosso povo, e

    ainda favorecer os processos de inclusãodigital, proporcionando aos brasileiros quevivem no Distrito Federal e entorno umelemento indispensável ao pleno exercícioda cidadania.

    Acolher as propostas aprovadas pela

    III Conferência de Cultura como subsídiospara o início de um processo democrático deelaboração de uma política estruturante parao Livro e a Leitura coloca-nos no confrontodireto com os problemas existentes e nospermite precisar os mecanismos exigidos naimplantação de um novo marco legal, para,

    desse modo, honrar o compromisso assumidopelo Governador Agnelo Queiroz.

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    Materializar a Política do Livro e daLeitura no Plano do Distrito Federal do Livro

    e da Leitura (PDLL), que ora apresentamos àsociedade, objetiva xar metas e estratégias

    de ação para assegurar recursos e mobilizarpessoas para alcançar esses objetivos.

    Em 2012, realizamos a 1ª BienalBrasil do Livro e da Leitura e com isto

    incluímos Brasília no circuito dos grandeseventos ligados à cadeia produtiva dolivro. Esse foi um momento de síntese doconjunto das iniciativas contidas no Planodo Livro e da Leitura do Distrito Federal(PDLL), na dimensão dos seus quatro eixosestruturantes. Um momento voltado para

    integrar a produção literária às cadeias

    criativa, mediadora e produtiva do Livro do

    DF e acolher as contribuições que recebemosdo Brasil e de outros continentes.

    O Plano do Distrito Federal do Livro e

    da Leitura (PDLL) atende ao objetivo básico

    de democratizar o acesso aos bens de leitura

    em todas as suas dimensões e aos espaços

    culturais do Distrito Federal pela açãopermanente da Política Pública, de modo a

    mantê-los vivos, com uma pauta contínua de

    atividades a serviço das comunidades que os

    acolhem. Além disso, congrega os esforços

    governamentais numa ação intersetorial.

    Hamilton PereiraSecretário de Estado da Cultura do Distrito Federal

    Denílson BentoSecretário de Estado da Educação do Distrito Federal

    Glauco RojasSecretário de Estado de Ciência Tecnologia e Inovação

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    coisas que a inteligência do mundo, de ummundo justo, reclama que nós cuidemos. E

    é nesta direção que a organização de umabibliograa deve se voltar.

    Paulo, ao armar que o ato de ler é

    indicotomizável do ato de escrever, consideraque quem organiza uma bibliograa para

    um Planejamento ocial tem que levar em

    conta quem escreveu, o que escreveu esseautor e a quem o livro se destina, porque aescolha certa e adequada deve ser o fatorprimeiro no critério de seleção das obras aserem indicadas. Há que se ter em menteo nível intelectual dos(as) leitores(as) e ogosto cultural deles e delas que, se não for

    contrário à ética e à formação da cidadania,deve ser respeitado. Deve partir desse nível,dessa realidade e daí propor a leitura deoutros livros cada vez mais e mais complexosque possibilite a seus(suas) leitores(as)superarem o nível de ingenuidade no qualmuitas vezes se encontram. Com estaarmação, quero dizer que este grupo que

    trabalha em nome do Estado e o representanesta tarefa, no caso o do Distrito Federal,deve ter muito claro a que política culturalquer atender. Deve atender. Precisa atender.

    Em suma, é necessário que os membros

    dessa equipe tenham clareza sobre a favor dequem e do quê; contra quem e contra o quêestão escolhendo este e não aquele livro, porque privilegiam uns e desprezam outros.

    Quero dizer que, dentro de umapolítica cultural, a bibliograa escolhida

    que deve educar para a ética, para aparticipação política, para o respeito

    aos direitos humanos, para a prática doscomportamentos socialmente esperados

    -tais como a tolerância, a disciplina e aseriedade, entre muitos outros -, deveensinar a quem estuda a explicitar comclareza as suas ideias no momento da suaescrita, tendo em vista também a bonitezana composição das palavras, bem como acorreção ortográca e gramatical; deve

    chamar a atenção para a compreensão eapropriação dos conhecimentos tratados- quer sejam cientícos, religiosos,

    losócos, ou literários e poéticos, que lhes

    possibilite elaborar novos conhecimentospara respaldar a legitimidade dos sonhos de

    nova vida, com mais dignidade e felicidade.Numa escolha como essa, não pode faltar aprudência, a sabedoria e o discernimentoentre todos os membros que selecionamos livros. Uma bibliograa deve propiciar

    alegria, deleite, encantamento, espanto equestionamentos.

    Acredito que livros que se destinama que alunos e alunas distantes das escolashá muito tempo (jovens não tão crianças,adultos, idosos e idosas) desvelem arealidade e não a vejam a partir somenteda perspectiva “miopizada” pelas ideologias

    perversas – que antes querem alienar eenganar do que ensinar a ler o mundolendo a palavra certa – podem até terprincípios antagônicos aos que almejamos.Livros que, a princípio, podem alienar atépodem fazer parte da bibliograa, mas

    desde que os professores e professoras,

    os(as) orientadores(as) das leituras, os(as)bibliotecários(as) estejam atentos para

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    12 . Plano do Distrito Federal do Livro e da Leitura

    orientar leitores(as) para não caíremnas ciladas e armadilhas dos intelectuais

    orgânicos que trabalham e escrevem para ospoderosos. Que escrevem contra as classes

    populares. Há que se discutir e dialogarsobre as ideias antagônicas, ambíguas,contraditórias com os que procuram

    entender o mundo. Há que se buscar, reitero,selecionar uma bibliograa que promova

    a formação da consciência crítica e que

    atenda aos princípios éticos, antropológicos,sociais, políticos e educativos da formação

    humanista, losóca e cientíca. Assim

    sendo, não devem os que elaboram umabibliograa se pautar pelas interdições e

    proibições, mas devem estar atentos às

    consequências contrárias ao que se sonha ese almeja.

    Assim, devo enfatizar, a relevânciados livros que compõem uma biblioteca deescolas públicas, de presídios ou de qualqueroutro espaço de busca do saber é garantida

    quando os livros escolhidos tenham suasdiversas leituras de mundo claramente

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    Se nossas escolas, desde a mais

    tenra idade de seus alunos se entregassem

    ao trabalho de estimular neles o gosto daleitura e o da escrita, gosto que continuasse

    a ser estimulado durante todo o tempo de

    sua escolaridade, haveria possivelmente um

    número bastante menor de pós-graduandos

    falando de sua insegurança ou de sua

    incapacidade de escrever. (2012: 70)Ler um livro, criticamente, precisa

    ser um desao para a inteligência, para a

    compreensão do dito e escrito que possa

    provocar e instigar a criatividade e a busca

    de novos saberes e novos sentires; nova

    produção cientíca, losóca, religiosa,literária ou poética. Que possibilite

    transformar a cidade na qual vivemos numa

    cidade que respeita os direitos humanos.

    Em suma, o objetivo de quem lê um

    livro deve ser o de procurar apropriar-se de

    sua signicação profunda em todos os âmbitose níveis. O objetivo de quem elabora uma

    bibliograa para diminuir as desigualdades

    sociais e a exclusão, para contribuir, para

    determinar uma Política de Estado que quer

    e que pode transformar Brasília na Capital

    da Leitura, voltada para a democratizaçãoda Capital Federal deve ser o de atender

    a este princípio maior: o que possibilita

    desvelar o mundo para entendê-lo e recriá-

    lo, permitindo a participação política,

    econômica e social de todos e de todas.

    denidas porque, assim, possibilita leituras

    de mundo diversas, que, se bem orientadas,

    se dirigem às reexões e a posturas críticasde quem os lê.

    Nunca um livro para a formaçãopedagógica e educativa pode ser neutro,“morno”, “inofensivo”. Há que provocarimpacto, contradição e dúvidas, que devem

    ser buscadas na mais rigorosa e radical dasbuscas para que se instaure um dissenso,seguido de consenso que, por sua vez,abre a possibilidade de novos dissensos. Éeste movimento ininterrupto que impõeações dinâmicas com as quais os leitorese leitoras podem reetir, julgar e avaliar.

    Tal postura pode mudar pré-conceitos emconceitos, desvios de comportamentos emseriedade ética, crenças míticas e ingênuasem conhecimento crítico.

    Considero oportuno também citar umpequeno trecho da Segunda Carta do livrode Paulo, Professora, sim; tia, não , no qualele nos fala sobre a necessidade de ler livrosdesde a infância:

    Aos que estudamos, aos que ensinamose, por isso, estudamos também, se nosimpõe, ao lado da necessária leitura detextos, a redação de notas, de chas de

    leitura, a redação de pequenos textos sobreas leituras que fazemos. A leitura de bonsescritores, de bons romancistas, de bonspoetas, dos cientistas, dos lósofos que não

    temem trabalhar sua linguagem à procurada boniteza, da simplicidade e da clareza.

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    14 . Plano do Distrito Federal do Livro e da Leitura

    PLANO DO DISTRITO FEDERAL DO LIVRO E DA LEITURA:

    BRASÍLIA, CAPITAL DA LEITURA

    “Dupla delícia/ O livro traz avantagem de a gente poder

    estar só e ao mesmo tempoacompanhado”

    Mário Quintana

    O Plano do Distrito Federal do Livro eda Leitura (PDLL) é o documento basilar queinscreve fundamentos teóricos, estratégias,orientações e metas para a promoção daleitura, a difusão do livro, a formação demediadores de leitura e o desenvolvimentoda economia do livro no Distrito Federal.Representa, pois, instrumento defortalecimento das cadeias produtiva,

    criativa e mediadora da leitura, comofator relevante para o desenvolvimento daprodução intelectual, o acesso aos bensculturais e a promoção da cidadania noDistrito Federal.

    Nesse sentido, consolida-se como o

    Plano fundamental para a formação de umasociedade leitora – qualidade necessáriapara a construção de uma sociedade justa epromotora de cidadania – e possui a vocaçãode nortear, de forma orgânica, as políticas, osprojetos e as ações continuadas, evitando ocunho fragmentário, disperso e assistemático

    que tem marcado a implementação dessasatividades e iniciativas ao longo dos anos nacapital do país.

    Para alcançar as metas estabelecidas,o PDLL conta com a sinergia da articulaçãode diversos entes. Esforços coletivos e

    simultâneos são imprescindíveis para darfôlego e objetividade ao conjunto de ações,

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    projetos e programas a serem implantados econduzidos pelos próximos dez anos.

    Para garantir essa integração dos váriosatores do setor, o PDLL é fundamentalmentecoordenado pela Secretaria de Estado deCultura do DF, em parceria com a Secretariade Estado de Educação e a de Ciência,tecnologia e Inovação, sendo articulado com

    as demais Secretarias do Governo do DistritoFederal, com entes do Governo Federal ecom a sociedade civil organizada.

    O PDLL está em consonância com oPlano Nacional do Livro e da Leitura – Decretonº 7.559/2011 – e com o Plano Nacional deCultura – Lei nº 12.343/2010 – que possui,

    entre as suas metas, algumas diretamentevinculadas ao livro e à leitura, quais sejam:

    • 7ª meta – 100% dos segmentos culturaiscom cadeias produtivas da economiacriativa mapeadas.

    • 9ª meta – Desenvolver ao menos 300

    projetos de apoio à sustentabilidadeeconômica da produção cultural.

    • 20ª meta – Média de quatro livros lidosfora do aprendizado formal por ano, porcada brasileiro.

    • 29ª meta – 100% de bibliotecas públicas,

    museus, cinemas, teatros, arquivospúblicos e centros culturais atendendoaos requisitos legais de acessibilidadee desenvolvendo ações de promoção dafruição cultural por parte das pessoascom deciência.

    • 32ª meta – 100% dos municípiosbrasileiros com ao menos uma biblioteca

    pública em funcionamento.

    • 34ª meta – 50% de bibliotecas públicas e

    museus modernizados.

    • 35ª meta – Gestores capacitados em100% das instituições e equipamentosculturais apoiados pelo Ministério daCultura.

    • 40ª meta – Disponibilização na internetde bens culturais que estejam emdomínio público ou licenciados.

    • 41ª meta – 100% de bibliotecas públicas e70% dos museus e arquivos disponibilizandoinformações sobre seu acervo no SistemaNacional de Informações e Indicadores

    Culturais – SNIIC.

    O PDLL representa, ainda, uma dasprincipais ferramentas para assegurar ospreceitos legais previstos no artigo 246da Lei Orgânica do Distrito Federal e noartigo XXVII da Declaração Universal dos

    Direitos Humanos, que assegura ao cidadãoo direito de acesso à cultura. Desse modo,uma medida como a execução de um planocom a abrangência e a importância do PDLLcontribui para o combate e a erradicaçãodo analfabetismo; para a qualicação e

    a inserção dos analfabetos funcionais no

    mercado de trabalho; e para a diminuiçãoda pobreza e das diversas mazelas sociais,que mantêm o sujeito distante da plenacidadania.

    Em se tratando de combate àsdesigualdades sociais, o PDLL se coaduna ao

    Plano pela Superação da Extrema Pobreza –DF sem Miséria – que tem como objetivos:

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    reduzir as desigualdades sociais e promovera superação da extrema pobreza; elevar

    a qualidade de vida da população pobre eextremamente pobre; e ofertar serviçospúblicos voltados às famílias pobres eextremamente pobres; tudo por meiode integração e articulação de políticaspúblicas e mediante programas e ações dosdiversos órgãos do GDF.

    Como forma de resgate do processode construção da consciência crítica e dainiciativa dos órgãos públicos empenhados emsua elaboração e implantação, o documentoapresenta, no primeiro capítulo, um brevehistórico do processo de estruturação

    do PDLL, ressaltando a relação com a IIIConferência de Cultura do Distrito Federal,o 1º Fórum + Livro + Leitura e as atividadescoordenadas pela Subsecretaria de Políticasdo Livro e da Leitura em andamento.

    Em seguida introduz-se a justicativa,

    com um diagnóstico da situação do livro e daleitura no Distrito Federal, especicando os

    programas e ações fomentadoras existentes,bem como a realidade das bibliotecaspúblicas e escolares. Ao se traçar as razõespara a construção do Plano, expõe-se a

    agrante necessidade da elaboração de

    uma política do livro e da leitura para o DF

    que atenda às cadeias produtiva, criativa emediadora do livro e da leitura e, também,que estabeleça as condições para que o idealde uma sociedade leitora se torne realidade.

    A terceira parte do documentodiscorre sobre os princípios que norteiam

    as ações, objetivos e metas do Plano e, naquarta parte do documento, encontra-se oobjetivo central do PDLL. Os objetivos geraise especícos e as metas são elucidados pelos

    desdobramentos dos eixos estratégicos, naproposta executiva do Plano.

    Os eixos estratégicos que envolvemo Plano são especicados na quinta parte

    do documento, construídos a partir dosparâmetros denidos pelo Plano Nacional

    do Livro e da Leitura, e pelas diretrizesapresentadas no Plano Nacional de Culturae na III Conferência de Cultura do Distrito

    Federal.Por m, o documento sintetiza os

    elementos que envolvem a estrutura deimplementação do Plano, entre eles, asparcerias; a institucionalização; a gestão derecursos; a avaliação; e os planos de ação.

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    O PDLL surgiu num momento históricoem que o PNLL é amplamente discutido, emnível nacional, diferentes PLL são elaboradosnos diversos Estados e Municípios brasileirose a partir do desejo de tornar Brasília a

    Capital da Leitura. A discussão sobre suaelaboração iniciou-se quando a Secretariade Cultura realizou, entre os dias 29 de abrile 1º de maio de 2011, a III Conferência deCultura do Distrito Federal, referendadacomo instrumento de participação políticada sociedade para a formulação das

    diretrizes que orientaram a consecução doreferido documento.

    Durante a III Conferência, e nasprévias setoriais e regionais realizadasao longo dos dois meses anteriores aoevento, promoveram-se debates entre

    artistas, produtores, gestores, investidores,comunidade e demais protagonistas dacultura do Distrito Federal. Tais atividadesorganizavam-se em prol da valorização dadiversidade de expressão e do pluralismo deopiniões, com proposições estratégicas parao fortalecimento das políticas públicas de

    cultura dinamizadoras do desenvolvimentosustentável da cidade.

    Discutiu-se também a institucionalizaçãoe o fortalecimento do Sistema de Cultura doDistrito Federal, bem como a consolidaçãode um sistema público de gestão cultural,

    com ampla participação e transparência dasações públicas. Tais ações visam estabelecer

    I. HISTÓRICO DO PDLL

    “Os livros são pequenospedaços do incomensurável”

    Stephan Zweig

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    e implementar políticas de médio elongo prazos, em consonância com as

    necessidades e aspirações da comunidadedo Distrito Federal.

    As proposições feitas pelos debatedoresdurante a III Conferência foram sintetizadasnum documento nal, organizado por meio de

    eixos, diretrizes e ações. No que diz respeito

    ao livro e à leitura, a Diretriz 4 do Eixo C,sugere: Idealizar e implantar políticas públicasduradouras, diversicadas e democráticas para

    o livro e a leitura, por meio da elaboração eaprovação de marcos legais e da implantaçãode um sistema de ações, com a criação,estruturação e reestruturação de bibliotecas

    e complexos culturais. (III Conferência deCultura do DF, 2011).

    Tal diretriz norteou a proposição deum conjunto de ações na área, entre elas:

    • Criar projeto de lei queinstitucionalize as bibliotecas públicas e o

    Plano do Distrito Federal do Livro e Leitura;• Realizar eventos literários que

    facilitem a aquisição de livros a baixo custo,ampliando as formas de acesso e garantindoo espaço de divulgação da produção localem todo Distrito Federal e Entorno;

    • Fomentar os projetos sociais deleitura, tais como saraus, rodas de leitura,dentre outros;

    • Criar o fundo do Distrito Federal eEntorno do Livro e Leitura para fomentar,construir, ampliar, manter e reformar

    espaços públicos, projetos e programasrelacionados ao livro e à leitura, integrando

    bibliotecas, escolas, organizações públicas eprivadas;

    • Ampliar o programa Mala do Livroe capacitar seus agentes, criando pontosde leitura especiais em locais como Metrô-DF, paradas de ônibus (e no interior dosmesmos), hospitais, e estendendo-os àsáreas rurais de todo o DF e entorno (III

    Conferência de Cultura do DF, 2011).Muitas dessas ações já estão em

    andamento, o que pode ser vericado em

    atividades como: o convênio com o Ministérioda Cultura para a implantação do projetoAgentes de Leitura (100 agentes para o DF);o Circuito de Feiras nas dez regiões com omenor índice de IDH do Distrito Federal; oAcordo de Cooperação dos Pontos Digitais– SEEDF e SECTI; a recente realizaçãoda 1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura(Abril/2012); a reforma da biblioteca deSamambaia; a revitalização do Programa

    Mala do Livro; o projeto de implementaçãoe modernização do Sistema de BibliotecasPúblicas do Distrito Federal; os CircuitosLiterários; o Seminário do Distrito Federal doLivro e da Leitura; a adesão aos ProgramasOlimpíada da Língua Portuguesa e ProjetoTrilhas, do MEC; e o convênio com o MEC

    para o oferecimento de um curso de pós-graduação de Mediadores de Leitura para osprossionais da Educação.

    Ainda com o propósito de consolidaras políticas culturais para o livro e a leiturafoi criada, no âmbito da Secretaria de

    Cultura do Distrito Federal, no início de2011, a Coordenadoria de Políticas do Livro

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    e da Leitura. No período, houve a construçãoda primeira versão do Plano do Distrito

    Federal do Livro e da Leitura (PDLL), tendocomo subsídio para sua composição o PlanoNacional do Livro e da Leitura (PNLL) e asdiretrizes propostas pela III Conferência deCultura do Distrito Federal.

    Entre as demais ações realizadas

    pela, então, Coordenadoria encontra-seo 1º Fórum + Livro + Leitura, promovidopela Secretaria de Cultura e Ministérios daCultura (MinC), da Educação (MEC) e peloInstituto Pró-Livro (IPL), com a participaçãoda equipe gestora do Plano Nacional doLivro e leitura (PNLL). O Fórum se propôs

    a ser um canal de comunicação entre oEstado e a Sociedade para discussão dosprincípios, diretrizes e objetivos necessáriosà elaboração e à implementação do PDLL.

    Como resultado, houve o lançamentodo PDLL e foi assinada, pelos Secretários

    de Cultura do Centro-Oeste, a CartaCompromisso + Livro + Leitura comodocumento orientador das políticas públicaspara o Livro e Leitura e como contribuiçãopara o desenvolvimento regional nosaspectos culturais e econômicos da regiãoCentro-Oeste. Entre os compromissos

    traçados, reforça-se a implementação doPDLL, visando

    oferecer aos brasileiros que vivemnessa região um elemento indispensável aopleno exercício da cidadania, respeitandoos direitos humanos, a diversidade

    cultural, a sustentabilidade, a democraciaparticipativa e a criação de condições para

    o desenvolvimento cultural, ambientale econômico (Carta compromisso dos

    Secretários de Cultura do Centro-oeste).

    1.1. Novos Avanços

    A partir de setembro de 2011, foicriada na estrutura da Secretaria de Estadode Cultura do DF a Subsecretaria de Políticasdo Livro e da Leitura, composta pelaDiretoria da Biblioteca Nacional de Brasília ea Diretoria de Políticas do Livro e da Leitura,ambas fundamentais para a consolidaçãodas propostas construídas.

    Na Secretaria de Estado de Educação,

    na mesma direção, criou-se a Gerência doLivro e da Leitura, instância responsávelpor encaminhar e implementar as ações delivro e da leitura, e, na mesma secretaria,a Gerência de Bibliotecas e Vídeos,subordinada à Coordenação de Mídias

    Educativas, responsável pela coordenaçãodas bibliotecas escolares.

    Para resgatar as contribuições dosgrupos de discussão anteriores, proporavanços e elaborar o presente documento,instalou-se, recentemente, sob acoordenação da Subsecretaria de Políticasdo Livro e da Leitura, um grupo de trabalho –GT – que conta com a participação de órgãospúblicos (Secretaria de Cultura, Secretaria deEducação, Secretaria de Ciência, Tecnologiae Inovação) e da sociedade civil organizada,composta pelos seguintes representantes:

    Câmara do Livro; Conselho e Associaçãode Bibliotecários; escritores, editores e

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    20 . Plano do Distrito Federal do Livro e da Leitura

    mediadores de leitura; Universidade deBrasília; Fórum do Livro e da Leitura do

    DF; Câmara Legislativa; e delegados da IIIConferência de Cultura; todos eles atores dacadeia produtiva, criativa e mediadora dolivro e da leitura no DF.

    O principal objetivo desse Grupo deTrabalho é formular, implantar e consolidar oPDLL, dando a ele a dimensão de uma Política

    de Estado que possa transformar Brasília naCapital da Leitura. Para isso, deverão ser

    elaboradas propostas de programas, projetose ações continuadas que contribuam paraa formação de uma sociedade leitora comcondição de promover a inclusão socialdos cidadãos, no que diz respeito a bens,serviços, educação e cultura.

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    ”Cada um lê a partir do chãoque pisa”

    Leonardo Boff

    II. JUSTIFICATIVA

    O Distrito Federal vive um momentoímpar no tocante às políticas públicas emprol do livro e da leitura. Os esforços dogoverno, em articulação com a sociedade,para a implementação do Plano do DistritoFederal do Livro e da Leitura (PDLL), porsi só, demonstram que esta é a hora paraelevar Brasília, e seu entorno, à condição deCapital da Leitura.

    Em consonância com as diretrizesxadas pelo Plano Nacional do Livro e

    Leitura (PNLL), o presente documentorepresenta o desejo e o empenho de todosos atores culturais e agentes públicos emcombater as desigualdades sociais pormeio da democratização do acesso aos

    bens de leitura e aos espaços culturais doDistrito Federal. O PDLL é um importanteinstrumento para a construção de um novocaminho e suas ferramentas são essenciaispara a transformação social, a construção dacidadania e o resgate da dignidade humana.

    Este também é o momento para quea sociedade conheça, discuta, contribuae apoie os objetivos, metas e ações aquipropostos. O diagnóstico apresentadoa seguir aponta para a necessidade deadoção de políticas públicas de Estadoque melhorem os indicadores de leitura no

    Distrito Federal, razões que justicam aexistência deste Plano.

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    22 . Plano do Distrito Federal do Livro e da Leitura

    Bibliotecas Especializadas Públicas

    Poder Executivo 82

    Poder Judiciário 17Poder Legislativo 6

    Privadas 30

    Bibliotecas UniversitáriasPúblicas 3

    Privadas 46

    Bibliotecas EscolaresPúblicas 438Privadas 58

    Bibliotecas Públicas 28Bibliotecas Comunitárias 6Total 714

    2.1. Retratos do Livro e da Leiturano Distrito Federal

    O Distrito Federal (DF) é uma unidadefederativa do Brasil diferenciada das demais,pois não é um município, nem um estado,apesar de possuir competência legislativa deambos. Segundo a Lei Orgânica do DistritoFederal, 1993, capítulo II, art. 10, p. 3 “oDistrito Federal organiza-se em Regiões

    Administrativas, com vistas à descentralizaçãoadministrativa, à utilização racional de recursospara o desenvolvimento socioeconômico e àmelhoria da qualidade de vida”.

    Nas 31 regiões administrativas do DFvive uma população de aproximadamente 2,6

    de milhões de habitantes, predominantemente

    urbana e com alto índice de escolaridade(se comparadas com o restante do país).

    De acordo com o Instituto Brasileiro deGeograa e Estatística (IBGE, 2010) Brasília,em relação às outras unidades federativas,se destaca por apresentar 98% das criançasentre 7 e 14 anos frequentando a escola.Segundo a mesma pesquisa, Brasíliaapresenta o menor índice do Brasil tanto

    de analfabetos, que é de 8,25%, quanto deanalfabetos funcionais, com um índice de5,5%.

    De acordo com o Conselho Regional deBiblioteconomia (2008), o Distrito Federalpossui em torno de 1100 bibliotecáriosatuando na área, e mais de 700 bibliotecas,

    distribuídas da seguinte forma:

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    No entanto, apesar do Distrito Federalser uma das unidades federativas com o

    maior índice de escolaridade, com o maiornúmero de crianças frequentando a escolae um Produto Interno Bruto – PIB – emcrescimento, é notória a ausência de açõespolíticas de fortalecimento do hábito daleitura, assim como a ampliação do acesso aolivro. A Gerência do Sistema de Bibliotecas

    Públicas do DF, por exemplo, aponta que, em2011, grande parte das bibliotecas públicasencontrava-se em condições precárias defuncionamento, com acervos desatualizadose desorganizados, com números insucientes

    de servidores e falta de conexão à internetpara o uso do público.

    Os índices alarmantes de violênciaque acometem o DF e, em especial, osjovens urbanos das Regiões Administrativas eEntorno, evidenciam a necessidade urgentede intervenção em áreas estratégicas paraa diminuição das desigualdades e exclusão

    social. Expressar o compromisso com a causada leitura e da educação signica priorizar

    investimentos em programas de qualidade devida, buscando o crescimento sustentável doDistrito Federal e valorizando seu Cidadão.

    Para contribuir com a formação de

    cidadãos leitores, torna-se fundamentalunir toda a sociedade na defesa e napopularização da leitura como instrumentode desenvolvimento e de promoção dacidadania, atuando em sinergia com osPrincípios Norteadores, as linhas estratégicase os eixos preconizados pelo PNLL.

    O enfrentamento desse grande

    desao requer planejamento, continuidade

    de ações e compromisso com projetos.

    As intervenções devem estar centradasno eixo da circulação da cultura e nastransformações de hábitos e atitudes, paraque o direito de acesso à leitura possa serexercido pelo cidadão brasiliense, no âmbitode suas relações familiares, escolares, detrabalho e comunitárias.

    Para se compreender melhor arealidade do livro e da leitura no DF,apresenta-se, a seguir, um panoramadas políticas do livro e da leitura no DF,sintetizadas a partir do olhar das Secretariasde Estado de Cultura, de Educação,

    de Ciência, Tecnologia e Inovação e dasociedade civil organizada.

    2.1.1 Secretaria de Estado de Cultura

    A Secretaria de Estado de Cultura

    promove o livro e a leitura por meio dediversos projetos, ações e programas, como objetivo de desenvolver o gosto pelaleitura, contribuindo para a inclusão social.Apresentamos a seguir algumas de suasprincipais propostas.

    O Programa Mala do Livro

    O Programa Mala do Livro, no DF hámais de 20 anos, contribui para a construçãoda cidadania, mediante a popularização daleitura e a difusão do uso do livro nas regiões

    do Distrito Federal e Entorno. Desenvolvidocom o objetivo de democratizar o acesso à

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    24 . Plano do Distrito Federal do Livro e da Leitura

    informação e à cultura, o programa surgiu em1990 com apenas duas estantes. O primeiro

    núcleo atendido foi em Samambaia, criado ecoordenado pela bibliotecária Neusa Dourado.

    Atualmente, o programa conta commais de 350 malas e atende cerca de 60 milusuários entre crianças, jovens e adultos.Trata-se de um programa de extensão de

    biblioteca que inicialmente se realizavaem ambientes domiciliares e hoje atende,também, variados espaços institucionais. Éum programa premiado por entidades como aFundação Getúlio Vargas (FGV) e reconhecidoem nível nacional e internacional.

    Apesar disso, o programa possuialgumas diculdades estruturais que

    inviabilizam a completa operacionalizaçãode suas atividades, tais como:

    • Ausência de incentivos para os agentesde leitura, que desenvolvem atividadesdiferenciadas nas comunidades;

    • Ausência de apoio técnico e operacionalpara a construção das caixas-estantes;

    • Ausência de apoio logístico para asatividades rotineiras: transporte; materialde secretaria; divulgação; entre outros;

    • Inexistência de orçamento paraaquisição de acervo;

    • Escassez de pessoal para apoio emanutenção do projeto.

    Bienal do Livro e da Leitura

    Outra ação importante organizada

    pela Secretaria de Cultura nessa direção éa Bienal Brasil do Livro e da Leitura, que

    movimenta toda a cadeia do Livro no DistritoFederal com seminários, lançamento de

    livros, palestras, narração de histórias eexposições diversas.

    Foi realizada, recentemente,a 1ª Bienal, com a participação deeditoras, distribuidoras, livrarias e órgãosgovernamentais ligados à leitura e ao livro e

    com a exposição de 80 mil títulos, incluindoos últimos lançamentos do mercadoeditorial. A visitação foi estimada em 250mil pessoas e o público dos shows em mais210 mil, totalizando 460 mil, entre públicogeral, estudantes e professores.

    Nessa Bienal foram distribuídoscartões de crédito para professores e alunospara aquisição de livros, com valores a partirde R$ 5,00. Estima-se que, na Bienal, foramnegociados R$ 6 milhões em livros pelopreço médio de R$ 18 reais, chegando-se aonúmero de 334 mil livros comercializados

    em dez dias. (BIENAL, 2012)

    Fundo de Apoio à Cultura – FAC

    A Secretaria de Cultura contatambém com o suporte do Fundo de Apoioà Cultura (FAC), que possibilita a ampliação

    dos investimentos na área. Em 2011, porexemplo, cinco projetos foram contempladoscom recursos públicos no edital “BibliotecaViva”. Esses projetos estão circulandopor 10 Regiões Administrativas do DF esuas bibliotecas recebem, pelo menos, 20

    sessões de mediação de leitura e narraçãode histórias.

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    De acordo com as estatísticas de 2011,o FAC movimentou cerca de R$ 48 milhões,

    sendo o segundo maior fomentador decultura no Distrito Federal. Para o segmentode literatura (equivalente ao livro e leitura),o recurso previsto foi de R$ 2,8 milhões.

    Contudo, cou agrante a reduzida

    participação de cadastrados para o efetivo

    investimento na área. De acordo com os dados,das 96 vagas oferecidas para o segmento,somente 44 projetos foram inscritos e, dessetotal, 15 foram habilitados e contemplados,ou seja, pouco mais de 20% do valordisponibilizado foi devidamente utilizado.

    Além disso, conta-se atualmente, no

    âmbito da literatura, com apenas 174 cadastrosválidos para o Fundo de Apoio à Cultura. Odesao a ser vencido refere-se ao aumento

    do número de cadastros válidos e à formaçãocontinuada dos cadastrados para elaboraçãodos projetos a partir das regras denidas pelo

    FAC, visando à contemplação de mais projetose o preenchimento de todas as vagas abertasnos editais referentes à modalidade.

    O Sistema de Bibliotecas Públicas do DF

    O Sistema de Bibliotecas Públicas

    do DF, instituído pelo Decreto nº 17.684,de 18 de dezembro de 1996, é compostopor um conjunto de bibliotecas públicas,subordinadas, técnica e operacionalmente,à Subsecretaria de Políticas do Livro e daLeitura, na gura de Gerência do Sistema de

    Bibliotecas, e, administrativamente, em suamaioria, às Administrações Regionais.

    A Gerência do Sistema de Bibliotecasé responsável por planejar, coordenar,

    integrar e prestar assessoramentotécnico às bibliotecas públicas vinculadastecnicamente à Secretaria de Estado deCultura. É seu papel, também, planejar,gerenciar e controlar a execução daspolíticas de estímulo à leitura e de dinamizaro Sistema de Bibliotecas Públicas do Distrito

    Federal, além de coordenar e planejar aexecução de planos, programas, projetose atividades voltadas para a implantação ea revitalização de bibliotecas públicas noDistrito Federal.

    As próprias bibliotecas públicas, em

    parceria com a Gerência do Sistema deBibliotecas da Secretaria de Cultura do DFe com as Regiões Administrativas, realizam,periodicamente, cursos, ocinas e palestras

    voltadas para toda a comunidade com oobjetivo de dinamizar as bibliotecas epropiciar momentos de interação entre a

    literatura e outras manifestações artísticas.

    As bibliotecas públicas do DistritoFederal estão distribuídas geogracamente

    nas seguintes Regiões Administrativas:Águas Claras, Brasília, Brazlândia, Gama,Taguatinga, Sobradinho, Planaltina, Núcleo

    Bandeirante, Ceilândia, Guará, Cruzeiro,Samambaia, Santa Maria, São Sebastião,Recanto das Emas, Riacho Fundo I e II,Candangolândia, Paranoá, Itapoã, SantaMaria Sul e Sobradinho II.

    Com o reconhecimento de Vicente

    Pires e Fercal como regiões administrativasdo DF, somamos dez cidades que ainda não

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    possuem biblioteca pública, quais sejam:Varjão, Setor de Indústria e Abastecimento,

    Lago Norte, Lago Sul, Setor Complementarde Indústria Abastecimento, Park Way,Jardim Botânico, Sudoeste/Octogonal,Vicente Pires e Fercal.

    O Sistema de Bibliotecas Públicas doDistrito Federal, em trabalho conjunto coma Biblioteca Nacional de Brasília, atendeu noano de 2011 em torno de 526.715 usuários.Dentre todas as bibliotecas, 22 possuempontos de inclusão digital e metade destesoferece acesso público e gratuito à internet,além de um acervo total composto por540.000 itens, em média.

    De acordo com o Censo Nacionaldas Bibliotecas Públicas (MinC/FGV, 2009),o DF possui o segundo maior acervo delivros e os usuários estão em segundolugar na frequência, em comparação a 4,4mil municípios. A população de Brasíliaé a segunda do país que mais frequenta

    bibliotecas públicas, representando quaseo dobro da média nacional, sendo mais dametade do público composta por pessoasque desenvolvem leituras técnicas, ou seja,estudam para cursos ou concursos.

    A pesquisa do Ministério da Cultura e da

    FGV revelou, ainda, que 55% das bibliotecaspúblicas do Distrito Federal abrem à noite, oque representa mais do que o dobro da médianacional. O DF também é o líder no rankingnacional de acesso à internet, com 85% dasbibliotecas públicas com computador.

    Mas nem todos os dados sãofavoráveis. De acordo com a pesquisa, o DF

    tem um índice de 0,76 bibliotecas públicaspara cada 100 mil habitantes. É a penúltima

    unidade federativa no ranking, à frenteapenas do Amazonas.

    Além disso, as bibliotecas quecompõem a sistema de bibliotecas do DFexistem apenas informalmente, uma vezque sequer estão presentes nos respectivos

    organogramas das Regiões Administrativasou da Secretaria de Cultura. Geralmenteelas representam o setor da AdministraçãoRegional que mais atende à população, emquantidade de pessoas que circulam emsuas instalações. Apesar da visibilidade,essas instituições funcionam de forma frágil,

    apresentando diversos problemas, como,por exemplo:

    • Inexistência de prossionais Bibliotecáriosno quadro de funcionários da maioriadas bibliotecas (apenas 6 bibliotecaspossuem Bibliotecário no seu quadro de

    pessoal);• Inexistência do cargo de Chefe da

    Biblioteca;• Inexistência de um quadro de

    funcionários efetivos, o que contribuipara a alta rotatividade de pessoal,afetando a continuidade dos serviços

    prestados e a capacitação desse pessoal;• Ausência de sede própria, funcionando na

    maioria das vezes em espaços cedidos oualugados;

    • Ausência de orçamento destinado àaquisição de livros, manutenção do

    acervo, e outros materiais demandadospela comunidade;

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    • Ausência de manutenção do espaçofísico destinado à biblioteca;

    • Ausência de mobiliário adequadopara acomodação dos usuários e deequipamentos necessários para o bomfuncionamento da biblioteca.

    Uma das propostas da SECULT, nessadireção, é buscar uma aproximação como Sistema de Bibliotecas da Colômbia,

    referência mundial na área.

    Biblioteca Demonstrativa Maria daConceição Moreira Salles

    A Biblioteca Demonstrativa Maria

    da Conceição Moreira Salles integra aestrutura da Fundação Biblioteca Nacional,órgão do Ministério da Cultura, e tem pormissão ser um centro de disseminação deconhecimento que desenvolve serviços eatividades inovadoras que possam servir dereferência para outros centros e bibliotecas

    brasileiras.

    Fundada em 20 de novembro de1970, a Biblioteca já esteve integradaa diferentes órgãos e, nessa direção, jáobteve nomes variados. O nome atual surgiucomo uma homenagem a sua coordenadora

    por mais de 28 anos, grande responsávelpela consolidação do papel da Biblioteca nocenário das bibliotecas públicas do Brasil.O apelido da biblioteca, também conhecidacomo BDB, continua sendo, em Brasília,Demonstrativa.

    A Biblioteca Demonstrativa é hojeuma instituição com grande inserção na

    sociedade, com expressivo número deleitores (em torno de 1.000 por dia), dispõe

    de mais de 40.000 leitores cadastrados eempresta cerca de 800 livros diariamente,perfazendo um total de quase 300.000usuários por ano.

    Desde sua inauguração funcionandono mesmo prédio, atende toda acomunidade do Distrito Federal e dosmunicípios circunvizinhos de MinasGerais e Goiás. Reunindo esforços parainteragir com esse público e atender suasdemandas, a Demonstrativa empenha-seem realizar projetos diversicados dirigidos

    não somente ao incentivo à leitura, mas

    também à promoção de ações culturais, deinclusão digital e democratização do acessoà informação.

    A instituição promove inúmeroseventos culturais onde artistas, músicose escritores apresentam e divulgam suas

    obras no espaço da biblioteca em projetos,lançamentos de livros, palestras e emvariadas atividades culturais. Ao mesmotempo, outras atividades de incentivoà leitura são realizadas pelos própriosservidores que pesquisam e organizamexposições temáticas sobre autores, datas

    comemorativas, realizam concursos eescrevem e contam histórias.

    Soma-se a isso a atuação daDemonstrativa no atendimento (presenciale à distância) a estudantes, prossionais

    e pesquisadores de diversas áreas, em

    especial aqueles relacionados às áreas debibliotecas, livros, leitura e literatura.

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    Cabe ainda ressaltar que, em umesforço conjunto com professores voluntários

    e agregando a interação com a comunidadeem duas frentes, a Demonstrativa desenvolveo projeto Tira-Dúvidas. Por um lado,estabelece uma estratégia do voluntariado,e por outro, oferece um serviço de tutoriaindividual a seus usuários.

    Em 2002, a Demonstrativa lançouo cadastro dos Escritores de Brasília, comdepósito de obras produzidas no DistritoFederal. No mesmo período, também foiimplementado o projeto de informação àcomunidade, que produz um banco de dadossobre Brasília, Distrito Federal.

    As Regiões Administrativas do DF

    Cada uma das 31 Regiões Administrativas(RAs) do DF possui, na sua estrutura,um Gerente de Cultura, responsável pordesenvolver atividades culturais variadas,

    entre elas, aquelas relacionadas ao livro e àleitura.

    Saraus literários, por exemplo, sãoatividades comuns em RAs como Gama,Guará, Samambaia e Taguatinga. Sobradinhoe Taguatinga possuem uma feira do livro

    histórica que mobiliza a cidade. Exposições,lançamentos de livros e sessões de cinemana biblioteca também são atividades comunsem cidades como Planaltina, Samambaia,Sobradinho e Taguatinga.

    Além dessas atividades, pode-se

    apresentar as seguintes: na Candangolândia,costuma-se fazer distribuição gratuita de

    livros nos eventos culturais da cidade; oGuará disponibiliza uma estante de livros

    para empréstimos na Feira do Guará e vemorganizando uma Coletânea Poética dosautores do Guará; o Núcleo Bandeiranteorganiza, periodicamente, a Semana doLivro Infantil; a Samambaia oferece aOcina do Riso, na biblioteca da cidade; e

    Taguatinga desenvolve muitos projetos de

    leitura, entre eles cursos em parceira com aRegional de Ensino de Taguatinga e o ProjetoBiblioteca na Rua, quando estantes de livrossão disponibilizados para a comunidade emfeiras e praças da cidade.

    Considera-se que, para fazer de

    Brasília capital da leitura, tais atividadesprecisam ser ampliadas tanto em quantidadecomo em variedade, visando atingir maisespaços nas RAs do DF e alcançar mais horasde funcionamento.

    2.1.2. Secretaria de Estado deEducação

    O PDLL concebe a leitura como umaprática emancipadora que não se esgotano momento em que se lê, mas se expandepor todo o processo de compreensão queantecede e sucede o texto. Libertadora, aleitura não se resume à decodicação de

    letras, mas pressupõe habilidades cognitivase metacognitivas que incluem a capacidadede selecionar, hierarquizar e interpretarideias. A leitura plena propicia habilidadescomo: estabelecer analogias; perceber o

    aspecto polissêmico da língua; construirinferências; combinar conhecimentos

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    prévios com a informação textual; alteraras previsões iniciais; e reetir sobre o

    que foi lido. Sendo assim, a leitura ampliaa capacidade de realizar julgamentos econclusões sobre ideias expostas (BORTONEE MARTINS, 2008).

    Na mesma direção, o Plano reconheceque a literatura ultrapassa as possibilidadeshumanas e, ao mesmo tempo, humaniza o

    que parece desumano. Isso porque propõe a

    multiplicidade de visões e de sentidos, assinalaas contradições sem ser autoritária. E ainda,

    como instrumento de emancipação, a literaturarestaura o espaço da dúvida, da provocaçãoe da subjetividade, além de modicar as

    percepções e romper com o automatismo,suscitando a interferência do leitor quando esteexperimenta os espaços inndáveis oferecidos

    pelo texto (CANDIDO, 1995).

    Nesse sentido, a Secretaria de Estado da

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    06 Programa LERImplementar o software LER – ferramenta de organizaçãosistematizada do acervo bibliográfico.

    07Projeto Correspondência: Lá Vem

    Histórias

    Tornar a leitura como objeto de ensino por meio do

    acervo sistematizado organizado.

    08 Projeto Painel FolclóricoFornecer material didático pedagógico para que o alunoleitor conheça a sua cultura e suas raízes, através defábulas, parábolas, contos, mitos, lendas, etc.

    09Projeto Leitor e Criador

    Implementar Programa de Leitura, privilegiando apresença dos produtos da cultura letrada do DF,prioritariamente nas 316 escolas que ofertam EducaçãoIntegral;Promover o Encontro dos autores/ilustradores do DF comseus leitores;Formar os alunos das escolas de Educação Integral comoleitores da literatura produzida no DF.

    10 Festivais Literários

    Estimular as práticas de leitura desenvolvidas pelosprofissionais nas escolas. Realizar culminância das açõesde leitura desenvolvidas nas escolas em festivaisliterários.

    11 Projeto Trilhas – MEC

    Estimular o universo dos alunos de 1º ano do EF aincorporar a leitura e a escrita, com maior acesso àliteratura infantil, fornecendo subsídios teóricos e

    práticos aos professores.

    12Olimpíada de Língua Portuguesa:Escrevendo o Futuro – MEC

    Envolver os professores em um processo de formaçãocontinuada para o ensino da língua, despertando nosestudantes o interesse e o prazer pela leitura e aescrita.

    13Workshop de Capacitação: ALiteratura Poética de Vinicius eDrummond

    Formação continuada de (257) professores das áreas delinguagens/ humanidades do EM, de EJA e das sériesfinais do Ensino Fundamental, sobre a obra literária deVinicius de Moraes e Carlos Drummond de Andrade.

    14 DF: Alfabetizado Alfabetizar jovens, adultos e idosos e incentivar acontinuidade dos estudos na rede pública de ensino.

    15Projeto Xilogravura e Literaturade Cordel

    Promover a disseminação da xilogravura e da literaturade cordel nas escolas da rede de ensino do DF.

    16 Circuito de Bibliotecas e VídeosEstimular as práticas de leitura desenvolvidas pelosprofissionais nas escolas, com a culminância das açõesde leitura desenvolvidas nas escolas.

    17Seminário do Livro e da Leiturado Distrito Federal

    Promover o fomento às práticas sociais da leitura,criando consciência sobre o valor social do livro e daleitura. Apresentar o PDLL.

    18Convênio para formaçãoprofissional e compra de livrospara o sistema prisional

    Propiciar formação continuada específica para docentesdo sistema prisional e compor acervo bibliográfico paradesenvolvimento de trabalho pedagógico mais amplo.

    19 SECADI - Livro Acessível

    Apoiar as escolas públicas (Ensino Fundamental – anosfinais – e Ensino Médio) de educação básica na produçãode Recursos pedagógicos para o desenvolvimento depráticas educacionais.

    20 Projeto: Brasil, um país plural

    Promover o trabalho de pesquisa histórica, cultural esocial com vistas à efetivação de projetos de trabalhos,

    atividades e procedimentos de inserção da questão inter-racial nas escolas da SEEDF

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    32 . Plano do Distrito Federal do Livro e da Leitura

    A SEEDF propõe a ampliação dostempos e espaços de leitura nas escolas e na

    comunidade. Cabe repensar o planejamentode novos espaços de leitura, a revitalização ea construção de bibliotecas. Há a necessidadede dotá-las de livros informativos, literários,revistas, jornais e suportes midiáticos.

    Acredita-se que a biblioteca podee deve ser um lugar privilegiado parao ambiente real de letramento e, comisso, favorecer a formação dos alunos. Adiscussão democrática do PDLL no âmbitoda SEEDF corrobora a necessidade urgentede reparar problemas históricos como afalta de recursos humanos qualicados para

    suprir a totalidade das bibliotecas escolares.Urge valorizar o livro, a leitura e a literaturano campo educacional.

    Bibliotecas Escolares

    A SEEDF administra um total de 630escolas, sendo que, desse quantitativo, 438possuem bibliotecas escolares, totalizandoquase 300.000 livros em seu acervo. Alémdisso, a Secretaria possui: duas bibliotecassetoriais – a Biblioteca Setorial 108/308 sule a Biblioteca Infantil 104/304 sul; e sete

    bibliotecas comunitárias, distribuídas emtodo o DF. São elas:

    • Biblioteca Gisno – Plano Piloto• Biblioteca Comunitária Érico Veríssimo –

    Brazlândia• Biblioteca Monteiro Lobato – Planaltina

    • Biblioteca Rui Barbosa – Sobradinho• Biblioteca Cora Coralina – Ceilândia

    • Biblioteca JK – Guará• Biblioteca Cecília Meireles – Taguatinga

    O atendimento em todas essasbibliotecas é feito por um número aproximadode 1000 prossionais, sendo a maioria deles

    professores readaptados ou de carreirasextintas. Desse total, 08 professores sãoformados em biblioteconomia e, além deles,existem 02 bibliotecários atuando na área

    na rede pública.As bibliotecas escolares da SEEDF são,

    hoje, geridas pela Gerência de Bibliotecas eVídeos (GEBIVI), sob a Coordenação de MídiasEducacionais (COMIED), da Subsecretaria deModernização e Tecnologia (SUMTEC).

    O setor existe desde 1978, quandofoi criado o Núcleo de Telecomunicações(NUTEL) por um projeto do entãoembaixador Vladimir Murtinho. Mais tarde,o NUTEL transformou-se no Centro deRecursos Tecnológicos (CRT), incorporando,nalmente, as diversas linguagens –

    audiovisuais e impressas – que contribuemdiretamente para a aprendizagem dosalunos. O Núcleo de Bibliotecas e LivroDidático (NUBI), reorganizado como Seçãode Bibliotecas Escolares e Comunitárias(SEBEC), posteriormente como Gerência

    de Tecnologias Educacionais (GTEC), e queatualmente corresponde à GEBIVI, foram esão as instâncias responsáveis pelas políticaspúblicas relativas ao livro e às bibliotecaspúblicas escolares.

    Em seus 34 anos (trinta e quatro)

    de existência, vários projetos de estímuloà leitura e à formação de leitores foram

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    desenvolvidos; muitos deles durante maisde uma década, outros por alguns anos. Os

    projetos principais foram: Caixa-Estante;Carro-Biblioteca; Leitura Ao Ar Livre; Leitor& Criador; Feira De Troca De Livros; Livro DeCara Nova; Leitura Pra Mim, Pra Você, PraTodo Mundo; e Ler é Legal.

    Orientações pedagógicas foramcriadas para organizar este espaço tãoimportante da escola e normatizar aspectosligados à modulação de pessoal. Inúmeroscursos de formação foram oferecidos emparceria com as Ocinas Pedagógicas

    e a EAPE, a exemplo do curso “A arte decontar histórias”. Infelizmente, apesar de

    esforços despendidos neste sentido, porausência de uma política de pessoal paraatuar nestes espaços, ainda há inúmerasbibliotecas fechadas e outras nas quaisatuam prossionais sem nenhuma formação.

    A COMIED, que abarca o setor debibliotecas e vídeos, se propõe a ofertarprogramas educativos e executar projetosna perspectiva do letramento, tendo emvista a urgente necessidade de formareducadores para uma sociedade impregnadade diferentes linguagens (verbal e nãoverbal, ou seja, a linguagem escrita e a

    audiovisual). A COMIED considera que, paraque seja possível a democratização do acessoà leitura e de seus suportes, é fundamentalproporcionar a todas as classes sociais oacesso aos variados códigos, possibilitando,assim, o contato com diferentes formas deinteração e prática cultural.

    O trabalho com as novas mídias e

    linguagens na biblioteca e na escola passa aser encarado, então, como desao e como

    um grande potencial a ser explorado. Essetrabalho envolve a criação e a diversicaçãode recursos metodológicos para o ensinode determinados conteúdos e de uso deferramentas tecnológicas e educacionais, osquais permitem a consecução de determinadosobjetivos postos no currículo da SEEDF.

    2.1.3. Secretaria de Estado deCiência, Tecnologia e Inovação

    A Secretaria de Estado de Ciência,Tecnologia e Inovação do DF possui dois

    programas vinculados diretamente ao livroe à leitura. O primeiro deles é um programade inclusão digital e social, denominadoPonto DF, que tem como objetivo centraloportunizar a inclusão social e digital, pormeio da formação técnico-prossionalizante

    dos cidadãos do Distrito Federal e Entorno.

    Trata-se da implantação de uma redecom 450 centros de inclusão, com estaçõesde treinamento e infraestrutura adequados,distribuídos a partir da seguinte arquitetura:

    • Ponto DF Padrão: unidades implantadasnas comunidades com o objetivo

    da formação de competências ehabilidades;

    • Ponto DF Escola: unidades implantadasnos laboratórios das escolas da redepública, com o objetivo de promover amodernização;

    • Ponto DF Inovação: unidades implantadasnas comunidades e associadas à

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    Universidade para a geração deconhecimento e inovação;

    • Ponto DF Móvel: unidades itinerantespara atendimento às comunidades ruraise eventos.

    Todo o processo de aprendizadoe acompanhamento da formação dosparticipantes é operacionalizado por meiodo ambiente tecnológico formado por: aulas

    presenciais; cursos interativos virtuais;ferramentas de interatividade; cursos deensino a distância; sistema de gestão deconteúdos e pedagógica; webconferências;metodologias de ensino especícas; e

    capacitação plena e continuada do pessoalenvolvido no processo.

    Pretende-se oferecer à populaçãodo DF (especialmente às comunidadesmais carentes, aos alunos da rede públicade ensino e seus familiares, à populaçãoeconomicamente ativa, ao segmento daterceira idade, ao funcionalismo público e

    aos portadores de necessidades especiais):

    • Acesso às novas tecnologias como ostablets e smartphones, que estarãodisponíveis exclusivamente nos pontosde atendimento;

    • Acesso a serviços inovadores, tais como

    computação em nuvem, e-mail, redessociais e multimídia;

    • Estímulo ao envolvimento dos alunoscom a informática e atividades lúdicas,com a nalidade de vencer diculdades

    de aprendizagem;• Acesso aos serviços on-line do Governo

    do Distrito Federal e Governo Federal.

    Atualmente, o Sistema de BibliotecasPúblicas do Distrito Federal conta com 22

    bibliotecas que possuem pontos de inclusãodigital, além da Biblioteca Nacional deBrasília. São espaços de tecnologia criadosno interior das bibliotecas, equipados comcomputadores e com acesso à internet, quediversicam as fontes de acesso à informação

    e fazem da biblioteca um lugar de múltiplos

    meios de leitura.Desde que foram abertos, esses pontos

    de inclusão tornaram-se verdadeiros fatoresde atração de público para as bibliotecas.Em 2011, registrou-se que 128.736 pessoasforam às bibliotecas para usar o que essespontos de inclusão digital e social ofereciam.

    No entanto, muitos desses centrosde inclusão foram encontrando problemasdevido às ações do tempo, da falta demanutenção e de gestão. Computadoresdeixaram de funcionar e alguns centrosperderam acesso à internet. Hoje, mais

    de 65% dos pontos de inclusão estãodesativados, sendo que, das 22 bibliotecascontempladas com os pontos de inclusão,apenas 8 possuem acesso à internet para ouso público.

    Este é o quadro que se pretende

    transformar. O programa Ponto DF visaatender todas as 26 bibliotecas públicas doDistrito Federal, criando pontos de inclusãodigital e social onde eles ainda não existem,fazendo funcionar os que estão desativadose melhorando os que já funcionam.

    O outro programa oferecido pelaSecretaria de Estado de Ciência, Tecnologia

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    e Inovação refere-se ao Projeto BibliotecaDigital DF (BDDF), que tem como objetivo

    a inserção em formato digitalizado ea indexação de todos os documentos,relatórios, publicações, livros, revistas,artigos, além de fotos e de vídeos querelatam a história do Distrito Federal nasmais diversas esferas.

    Para tanto, foram contratados

    serviços de digitalização e indexação dedocumentos de papel e microlmes, o

    que compreende a organização prévia,higienização, classicação e rearquivamento

    dos documentos, que serão parte integrantedos serviços de digitalização.

    Para o processo seguinte, rmou-seum acordo de cooperação com o InstitutoBrasileiro de Informação em Ciência eTecnologia (IBICT), responsável pelofornecimento e conguração do software

    livre denominado D’space, utilizado comoplataforma da Biblioteca Digital do DF.

    A execução do projeto obedece àsseguintes fases:

    • Fase 1 – Instalação dos equipamentose adequação do espaço onde serãoprestados os serviços nas dependênciasindicadas pelo Arquivo Público do

    Distrito Federal.• Fase 2 – Digitalização e Indexação –

    Momento em que serão digitalizadosos documentos denidos pela SECTI e

    disponibilizados para a Biblioteca Digitaldo Distrito Federal que compreende aorganização, higienização, ordenaçãodos documentos de arquivo que serão

    digitalizados e inseridos na plataformada Biblioteca Digital do DF.

    • Fase 3 – Rearquivamento dos documentosdigitalizados na forma e local indicados pelaSECTI sob a orientação do Arquivo Público.

    O armazenamento das vias originaisdeverá permanecer nas dependências ondese localiza o acervo, sendo o conteúdodigitalizado entregue à SECTI, em mídia

    móvel, para posterior inserção na plataformada Biblioteca Digital do DF.

    Já está em andamento a digitalizaçãodo acervo do Arquivo Público do DistritoFederal (ArPDF) e em estudo a digitalizaçãodo acervo do Memorial JK e do InstitutoHistórico e Geográco do Distrito Federal.

    2.1.4. Sociedade Civil Organizada

    O Distrito Federal apresenta, ainda,por meio da sociedade civil organizada,inúmeros projetos e ações destinados

    à promoção do livro e da leitura. Entreos diversos promotores dessas ações,destacam-se representantes da sociedadecivil, tais como: cadeia produtiva,criativa e mediadora do livro e da leitura;Universidade de Brasília; Fórum do Livroe da Leitura; e bibliotecários do DF,

    representados pelo Conselho Regional deBiblioteconomia (CRB1) e pela Associaçãodos Bibliotecários do DF (ABDF).

    Cadeia Criativa do Livro e da leitura

    A cadeia criativa do livro e daleitura é a reunião dos autores (escritores,

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    ilustradores) e leitores, com o intuito degarantir condições para a geração de novos

    livros. Sendo assim, seu objetivo principalé a criação do livro. No DF, essa cadeiaé representada, prioritariamente, peloSindicato dos Autores (fundada em 1979),considerada a maior entidade literário-cultural do Centro-Oeste.

    Essa instituição, que teve como

    primeiro presidente o escritor e advogadoAntônio Carlos Osório, Presidente daAcademia Brasiliense de Letras, conta comassociados de todos os estados do Brasil ealguns do exterior. Entre seus membrosdestacam-se escritores e poetas premiados,

    jornalistas e intelectuais de expressão nacultura nacional.

    Em 33 anos de existência, pelaprimeira vez, o Sindicato dos Escritorestem uma Sede Provisória, o que permitedesenvolver projetos mais ousados, capazesde aproximar a literatura de seu público.Entre esses projetos, pode-se destacar:

    • Emissão de ISBN, serviço oferecido aseus associados;

    • Convênio com duas livrarias da cidade paraexpor os livros dos escritores do DF emlugar de destaque, com comissão de venda

    menor do que aquela praticada por outraslivrarias (Estante do Escritor Regional);

    • Evento “Noites Literárias”, encontrosregulares entre escritores e apreciadoresda literatura;

    • Redução da tarifa postal para o enviode livros pelos Correios, trabalho emprocesso de implantação.

    Cadeia Mediadora do Livro e daLeitura

    A cadeia mediadora é voltada paraa formação do leitor, numa perspectivade amplo acesso à fruição simbólica e depromoção da cidadania, mediada pela culturae pela arte. Andrade (2012) desenvolveuuma pesquisa no DF procurando identicar

    e evidenciar a presença de contadores de

    histórias e suas práticas no DF. Em suasconsiderações nais, a autora arma:

    Ouvir e contar histórias são direitosde todos os homens, e este direito precisaser estimulado em nossa sociedadeindividualista. É certo que todas as pessoas,

    indiferentemente de idade, raça ou gênero,podem e devem ouvir e contar histórias,compartilhar memórias, questionar, duvidare recontar a História.

    É preciso valorizar as diferenças,saber ouvir e contar, despertar a

    consciência crítica e estimular o direito derecordação. O que está escrito partiu dasexperiências adquiridas pelos homens aolongo dos tempos da existência humana.Os livros acumulam esta sabedoria e aolermos aprendemos sobre esta existênciae adquirimos a riqueza do conhecimento

    humano em toda a sua diversidade. Muitasvezes os programas de incentivo à leituraesquecem que a fonte à qual recorremos escritores quase sempre partiu daoralidade. Talvez a valorização da oralidadepossa aproximar o não leitor do mundo daleitura (ANDRADE, 2012, p. 132-135).

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    Tendo tais princípios como base, o DF possui inúmeros projetos de mediação emandamento, dentre os quais, destacam-se:

    • A Boneca Bela Aparecida – Sobradinho• Arte no Stela - Taguatinga• Arte, Cultura e Vida - Samambaia• Baú de Histórias – Brasília• Bolinha de Sabão explodiu na imaginação – Brasília

    • Brincando de Biblioteca com Programa Literário – Brasília• Café com Letras – Planaltina• Chazinho da vovó e o vovô - Ceilândia• Chocolate Literário – Ceilândia• Ciranda dos Livros - Taguatinga• Clube do Livro - Brasília• Cultura no ônibus – Sobradinho

    • Descobrindo o encanto da leitura – Sobradinho• Escola Peripatética: Educação Patrimonial- Brasília - Museu e Arte a céu aberto - Brasília• Eu conto, você conta, nós lemos - Brasília• Farmácia das Letras - Recanto das Emas• Hemerotecas Criativas – Brasília• Jornal e Educação – Brasília• Ledor Interativo – Taguatinga

    • Leitura: uma janela aberta para o mundo – Taguatinga• Lendo somos incríveis - Santa Maria• Ler e Criar – Taguatinga• Ler e escrever, alegria e prazer - Varjão• Luz & Autor em Braille – Taguatinga• Manhã e Tarde cultural – São Sebastião• O livro na rua – Brasília

    • Os Craques da Educação Fiscal - Taguatinga• Poesia de Liquidicador - Brasília• Projeto Leitura para todos - Brasília• Reinventando a Biblioteca - Taguatinga• Roedores de Livros – Ceilândia• Solidários da Visão – Taguatinga

    • Teatro Infantil em ação – Brasília

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    Cadeia Produtiva do Livro e daLeitura

    A cadeia produtiva reúne editores,distribuidores e livreiros visando ofortalecimento da participação do livro naeconomia criativa, como setor capaz degerar trabalho e renda.

    A Câmara do Livro de Brasília, surgida

    em 1982, é a principal representante dessesegmento no DF. Por meio dela, a cidadejá foi contemplada com 30 Feiras do Livro,atingindo uma faixa de 500.000 visitantes.Reconhecida como a segunda feira de livrosmais antiga do país (perdendo apenas paraPorto Alegre), a Feira do Livro de Brasília já

    abrigou, por mais de uma vez, o EncontroNacional dos Escritores.

    Segundo a Câmara do Livro deBrasília, o DF possui cerca de 150 livrarias(distribuídas entre livrarias de rede, escolar,religiosa ou universitária), 15 distribuidores

    de livros e seis editoras.Apesar do número alentador, a Câmara

    do Livro de Brasília alerta para o fato deque o DF está vivendo um momento difícilna área e muitas livrarias reconhecidas dacidade estão sendo fechadas. Sugere, então,

    algumas estratégias pontuais de apoio doGoverno, tais como:

    • Isenção de IPTU para livrarias;• Empréstimos nanceiros a baixo

    custo para o mercado;• Apoio de programas do FAC à cadeia

    produtiva do livro e da leitura.A Câmara do Livro considera ainda

    que as livrarias deveriam ser reconhecidascomo pontos turísticos, elevando a

    estatura cultural da cidade, como pode serobservado, por exemplo, em Buenos Aires,com a Livraria Atheneu. Nesse sentido,considera que tais ações podem representarimportante movimento em direção àconstrução de Brasília, Capital da Leitura.

    A Biblioteconomia na Universidadede Brasília

    A Universidade de Brasília (UnB)surgiu em 1962, com o propósito a busca ea defesa de uma nova maneira de estudar,de compreender o mundo, a partir deuma visão macro, global, de lidar com acomplexidade organizada e com as ideiascomuns às várias disciplinas. Para isso, oPlano Orientador da Universidade de Brasíliade 1962 estabelecia o funcionamentointegrado de oito institutos centrais e

    de sete faculdades, sendo uma delas aFaculdade de Biblioteconomia.

    Nestes 50 anos, a Biblioteconomiapassou por vários nomes e status,atualmente fazendo parte da Faculdadede Ciência da Informação, composta pelos

    cursos de graduação em Biblioteconomia,Arquivologia, Museologia e de pós-graduação, com o Mestrado e o Doutoradoem Ciência da Informação.

    Em 1967, a Biblioteconomia formou asua primeira turma, com 11 bibliotecários.As turmas atuais são de 40 alunos porsemestre e, até o momento, mais de 2000

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    bibliotecários foram formados pela UnB.

    Um dos maiores desaos desta área é

    fazer com que a sociedade entenda o papelda Biblioteca e seu poder transformador,por ser um espaço de ação pedagógica quepode propiciar o entendimento do complexoambiente informacional da atualidade. Essacompreensão poderá se dar por meio doprocesso de letramento informacional e, dessaforma, contribuir para o desenvolvimentodessa competência tão fundamental nos diasatuais e da capacidade crítica dos cidadãos.

    Passados estes 50 anos de criação daUnB e da Biblioteconomia, o reconhecimentoda importância da Biblioteca na formação do

    indivíduo exige de todos nós, prossionaisda área e do Governo, que se implanteum sistema, com uma rede de bibliotecaspúblicas e escolares no DF, utilizando detodas as ferramentas que a Tecnologia daInformação disponibiliza, e que seja capaz delevar a informação e o conhecimento a todoo Distrito Federal, atendendo à demanda dosusuários onde estiverem e propiciando-lhes acondição de exercerem sua cidadania.

    Fórum do Livro e da Leitura do DF

    O Fórum do Livro e da Leitura doDF é uma conquista recente do segmentoem Brasília. Apesar de ter um númeroexpressivo de pessoas envolvidas com olivro e a leitura (bibliotecários, escritores,editores, livreiros, mediadores, professores,etc) e de entidades voltadas para a melhoriadas condições de trabalho das categorias

    prossionais e do setor como um todo, a

    história da integração das áreas e agentes é

    incerta e dispersa, sendo uma das tarefas doFórum, justamente, o resgate dessa história.

    Uma primeira integração dos váriosatores foi feita no período de preparação daIII Conferência de Cultura do DF, no primeirosemestre de 2011. Durante três meses, foramfeitas várias reuniões e trocadas muitasmensagens eletrônicas com o objetivo deserem estabelecidos metas e planos mínimosde execução, de modo a orientar o GDFnas políticas a serem adotadas para a áreado livro e da leitura. Uma das orientaçõesdefendidas na conferência reivindicava,

    inclusive, a construção do PDLL, agora emprocesso de nalização.

    Neste segundo semestre de 2012, poriniciativa da Secretaria da Cultura e dandoprosseguimento às conversas iniciadas naIII Conferência, foi eleita uma comissão de

    articulação do Fórum. Após duas reuniõesde preparação, onde foram denidas asdiretrizes do mesmo, no dia 25 de setembro oFórum se constituiu, tendo sido empossadastrês comissões ou GTs (de comunicação,com 5 membros; de mobilização de ações,com 11 membros; e de acompanhamento

    de nanciamentos e orçamento, com 7membros). Esses três grupos devem trabalharaté março de 2013, quando outra forma deorganização e novos membros dos GTs serãoeleitos, objetivando uma maior participaçãoda sociedade civil organizada nas decisõese ações a serem denidas e executadas na

    área do livro e da leitura.

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    Outros Projetos

    Entre outros projetos sociais criados

    e conduzidos pela própria sociedade estão,entre outros, as Casas do Saber, apoiadaspela Rede Gasol, cujo projeto consiste naarrecadação de livros doados pela populaçãodo Distrito Federal para montagem dasbibliotecas na região, tendo por objetivodifundir o conhecimento, proporcionar

    o lazer, ensino e pesquisa, levando emconsideração a situação socioeconômica, avontade e os interesses da comunidade.

    O trabalho de seleção e organizaçãopor assunto é voluntário e conta com aparticipação de bibliotecários, auxiliares

    de biblioteca, agentes da Mala do Livroe a assistência técnica da Associação dosBibliotecários do Distrito Federal - ABDF eConselho Regional de Biblioteconomia - CRB.As primeiras unidades foram criadas em2007 e o projeto atingiu 100 unidades em2011, com atuação em diferentes regiões

    administrativas e comunidades rurais.

    Promovido pela ONG Açougue CulturalT-Bone, e contando com o apoio do Bancodo Brasil e da Petrobrás, o projeto ParadaCultural disponibiliza 80 stands de livros paraempréstimos em paradas de ônibus de Brasília,

    algumas com acesso à internet sem o (wi ).

    O projeto visa democratizar o acessoe incentivar o hábito da leitura dos usuáriosdo transporte coletivo, cuja grande maioriaé moradora de cidades vizinhas de Brasíliae não frequentam bibliotecas. As estantesestão instaladas nas próprias paradas deônibus de toda Avenida W3 Norte em Brasília

    e qualquer cidadão pode pegar o livro quedesejar sem a exigência de documentos nempreenchimento de cadastro.

    Muito importantes também para oacesso da população à obra de arte literáriaentre outras formas de arte, os saraus,organizados por agentes culturais da própriasociedade civil, estão ganhando cada vezmais destaque na programação cultural doDF. Sua grande relevância vem do fato deque portam a expressão cultural da cidadee abrangem um grande número de pessoas.Entre eles, podemos citar:

    • Sarau Complexo – Samambaia;• Sarau Coletivo Radicais Livres

    Sociedade Anônima - São Sebastião;• Quantas Intenções: Coletivo de

    Poesia – Ceilândia;• Tribo das Artes – Taguatinga;• Sarau da Câmara dos Deputados –

    Espaço Cultural Zumbi dos Palmares.

    Outro elemento importante paraa democratização do acesso ao livro e àleitura diz respeito à inclusão das pessoascom necessidades especiais. Nesse sentido,um trabalho que deve ser destacado éo da Biblioteca Braille Norina Nowill, deTaguatinga, DF. A população com deciência

    visual tem acesso no espaço da Bibliotecaa acervo de livros em Braille, em áudio,aulas de Braille, reforço escolar, e apoioaos estudos para os leitores que precisamde ajuda para se prepararem para processosletivos. Ali também está sediado o pontode leitura “Brincando de Biblioteca”,organizado pela professora Dinorá Couto

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    Cançado, que promove saraus entre fre-quentadores e escritores brasilienses, tendojá ganhado diversos prêmios na área de pro-moção de leitura.

    Mas, apesar do quadro acima parecerbastante alentador, ainda não há ações real-mente efetivas de promoção da leitura quedeem conta do tamanho do Distrito Federal, enem da escassez de bens culturais a que está

    submetida a maioria de nossa população.

    O Plano do Distrito Federal do Livroe da Leitura se propõe a apoiar os projetosexistentes e, também, promover a amplia-ção do sistema, de modo a possibilitar ainclusão social por meio da prática leito-

    ra. Sendo assim, pensar a multiplicação deequipamentos culturais, bem como

    políticas públicas de incentivo à leitura, ébuscar que os direitos culturais e a cidada-nia prevaleçam como condição de dignida-de humana.

    As informações aqui apresentadascontextualizam e justicam a proposição de

    um Plano Distrital nos moldes apresentados.No entanto, os princípios que conduzirão osprogramas, projetos e ações que compõem

    o PDLL precisam ser especicados, uma vezque eles denem a tomada de posição con-ceitual em relação ao livro e à leitura. Nocapítulo a seguir, apresentam-se tais princí-pios, sintetizados a partir do Plano Nacio-nal do Livro e da Leitura.

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    42 . Plano do Distrito Federal do Livro e da Leitura

    Os princípios norteadores do PDLLrepresentam os pressupostos básicos sobre osquais o Plano se assenta, tendo sido construídose sintetizados a partir dos princípios expressosno Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL)

    e nas concepções teóricas explicitadas porPaulo Freire. São eles:

    Leitura e Escrita como PráticasSociais e Culturais

    A leitura e a escrita são a expressãodo esforço de interpretação dos amploscontextos da vida e a manifestação dadiversidade humana, são partes distintas,mas inerentes a um mesmo fenômeno.

    Cidadania e Direitos Humanos

    A leitura e a escrita são direitos detodos e constituem condição necessária àconstrução de uma sociedade democrática eplural, asseguradora do exercício dos direitosfundamentais e promotora de cidadania.

    Diversidade Cultural

    A leitura e a escrita são fundamentaispara desenvolver plenamente o potencialde expressão dos indivíduos, bem como aliberdade para fazê-lo, favorecendo todaa sorte de intercâmbio cultural, o alcancede níveis educativos mais elevados, e o

    desenvolvimento social e econômico.

    III. PRINCÍPIOS NORTEADORES

    “Desde o começo, na práticademocrática e crítica, a leiturado mundo e a leitura da palavra

    estão dinamicamente juntas.”

    Paulo Freire

    C t ã d S tid lugar cujo signicado vai muito além de um

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    Construção de Sentidos

    A leitura é concebida como um ato

    criativo de construção de sentidos, que vaimuito além da mera capacidade de decifraros códigos da escrita e os caracteres. É,na verdade, um processo complexo decompreensão e produção de sentidos, sujeitoa variáveis de ordem social, psicológica,siológica, linguística, entre outras.

    O Verbal e o Não-Verbal

    A palavra escrita possui importânciacentral, contudo, não é desconsiderada avalidade de outros códigos e linguagens, comoas da tradição oral e das novas textualidades

    que surgem com as tecnologias digitais.

    Tecnologias e Informação

    A leitura precisa ser tratada dentrodo diálogo com as variadas tecnologias degravação, entre as quais está situado o livro.A maneira adequada e fecunda de difundira leitura no Distrito Federal é aquela queconsidera não somente os meios “tradicionais”,mas também as diversas tecnologias deinformação e comunicação, promovendo-se, assim, a multiplicação das possibilidadesde difusão da leitura e da informação. Nesta

    perspectiva, as questões referentes aosdireitos autorais, aos direitos de acesso e àinclusão digital ganham centralidade.

    Biblioteca como Dínamo Cultural

    A biblioteca assume a dimensão deser um dinâmico polo difusor de cultura einformação, aqui compreendida como um

    lugar cujo signicado vai muito além de um

    simples depósito de livros ou uma mera salade leitura. Ela deve existir enquanto centrode educação continuada, núcleo de lazer,lugar de cultura, incentivando a perenecriação e a completa fruição dos diversosbens artístico-culturais.

    Literatura

    É extenso o universo de possibilidadesde textos que podem servir ao trabalho coma leitura.