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PROCEDIMENTO ORDINRIO DE CONHECIMENTO

1. PETIO INICIAL

Consideraes Iniciais: Ela o instrumento da demanda. A demanda um ato que se documenta pela Exordial. A demanda costuma ser uma demanda escrita. Em alguns atos se admite que se formule demanda oral, mas que ser reduzida a termo: nos juizados, para os casos relativos a violncia domstica e familiar para medida protetiva de urgncia, no mbito tralhista, na ao de alimentos. Porm, apesar de se admitir postulao oral, tem que ser reduzida a termo.

A inicial o ato que inaugura, que instaura o processo. Surge aqui o segundo ponto da aula: formao do processo. O processo nasce com a propositura da demanda. O Cdigo, no entando, tem que estabelecer qual a data em que se considera a demanda proposta. O legislador diz no Art. 263, que a demanda se considera datada na data de distribuio ou do despacho inicial onde no houver necessidade de distribio. Consideraes:

a) perceba que o processo nasce aqui. No ache que o processo s nasce com a citao. A partir da propositura da ao surge a chamada LITISPENDENCIA, que um termo equvoco, mas que tem o significado de pendnciado processo. Assim como o nome que se d a existencia vida. Mas at ento, a litispendenciaso gera efeito aos autor e ao juizo. S produzir efeitos para o reu quando ele for citado. Ou seja, o que a citao faz extender os efeitos da litispendncia para o ru. A distribuio est prevista constitucionalmente. Com a Reformda do Judicirio de 2004, afirmou-se que a distribuio tem que ser AUTOMTICA, para preservar o propsito do juiz natural, garantindo que as partes no escolham o juzo, que ser determinado de forma aleatria. Busca garantir a igualdade de trabalho entre os juzes tambem (forma igualitria e alternada). Embora o processo para comear precisa da iniciativa da parte, ele se desenvolve pelo impulso oficial.

Requisitos da Petio Inicial:

O que precisa constar para que ela seja uma petio vlida?

1) Forma Escrita

2) Subscrita por quem tenha capacidade postulatria: ou seja, nem sempre precisa ser um advogado (regra), mas pode ser o MP, assim como pode ser qualquer pessoa leiga que pela lei admita capacidade postulatria, ex.: Juizados Especiais at 20 salrios, ao de alimentos (voc pode pedir, mas dali pra frente tem que ter advogado), mulher que se afirma vtima de violncia domstica, habeas corpus, justia do trabalho, se no houver advogado na comarca ou se todos os advogados da comarcase negarem. Mas quando ns propusermos uma demanda de divrcio consensual, por exemplo, muito conveniente que os prprios conjuges subscrevam, pois a petio de divrcio consensual tambm uma acordo, que ser homologado pelo juiz. Elas no podem postular sozinhas, mas convm que assinem juntos. possvel requerimento conjunto, em que ambas as partes peam juntas? Uma exordial proposta por duas pessoas, ser necessariamente por acordo. Mas na Frana sepermite que as partes que esto litigando chamem o Estado para resolver o problema deles, quando o unico consenso que ele possuem o de que esto brigando. Leia o Art 17 da Lei dos Juizados Especiais, que diz que: comparecendo inicialmente ambas as partes, instauradas... Ambos vo ao judiciario dizendo que tem um problema e nao conseguiram resolver e pedem para que o Estado resolva, como uma espcia de arbitragem.

3) Endereamento: Aqui aplica-se tudo o que se estudou sobre competncia. Dicas: a) verifique se voce vai enderear paraum tribunal ou juiz. Se for juiz, verifique se ser para um Juiz Federal ou para um Juiz de Direito (estadual). O juiz federal fica em uma seo judiciria (estado) e o Juiz de Direito fica em uma comarca (cidade). No se chama de Exmo. Tribunal, mas de Egrgio (ou vetusto no caso da Bahia, pois foi o primeiro tribunal da Amrica). E o STF voc chama de excelso.

4) Qualificao das Partes: aqui h grau maior de complexidade. O CPC diz que tem que colocar nome, endereo, profisso, estado civil etc. Mas o CNJ baixou uma resoluo exigindo o CPF por conta do processo eletrnico, uma exigencia que no est na lei. Se for pessoa jurdica tem que dizer o tipo: autarquia, fundao, associao. E pessoa jurdica tem sede. O verbo "situar " rege com EM e no com A. A pessoa jurdica situada EM tal rua. A qualificao do autor fcil, pois ele sabe quais so as suas qualificaes. Mas e se for nascituro? Coloca NASCITURO DE + nome da me.

O problema est no polo passivo, pois nem sempre sabemos o seu nome completo ou do seu endereamento. Como resolver a falta de conhecimento sobre qualifica~oes do reu? Pode colocar estadocivil ignorado. Mas, se o endereo for ignorado, tem que pedir citao por edital, no podendo pedir por oficial de justia ou AR. Se voce no sabe o nome do indivduo, pode qualific-lo por apelidos e suas caractersticas. Mas e se voc no sabe o nome do Ru? Tem enfiteuses nas cidades antigas em que voc no sabe quem o senhorio. E para propor uma ao de consignao de pagamento do credor do laudmio de uma casa que voce vai propor no Barbalho. Se forem os ocupantes, contra quem ser proposta uma ao possessria, identifica alguns e acrescenta (alm de todos os demais que se encontrarem no local). No novo CPC cita quem for encontrado no local.

5) Causa de Pedir: Petio inicial sem causa de pedir petio inepta.

6) Pedido: o pedido requisito to importante que veremos na prxima aula, separadamente.

7) Requerimento de citao: o autor tem que requerer a citao do ru. Exigncia desnecessria. Requerendo a citao do ru, simplesmente, vai citar por correio. Se quiser por oficial de justia tem que pedir. E se o autor esquecer de requerer a citao, o juiz tem que mandar editar a inicial.

8) Requerimento de produo de provas: tem que indicar e requerer a produo de provas de que voc vai se valer. As pessoas colocam: requero a produo de todas as provas existentes e admitidas em direito. Mas em MS no se admite produo de provas alm da documental, ento no adianta pedir todas as provas admitidas em direito. Pedir isso RIDCULO. No processo sumrio, se voce precisa indicar testemunha, tem que indicar o endereo de todas. Se no souber, coloque qualquer um e quando estiver prximo da audincia voc indica o certo.

9) Valor da Causa: Toda causa tem que ter um valor em REAL e de modo que voc jamais pode colocar na petio "esta causa tem valor inestimvel" ou "atribua a causa o valor mnimo". Tem que estabelecer um valor em real. O valor da causa tem vrias funes: base de clculo da taxa judiciria, define competncia, define procedimento, base de multa processual. Por isso que ele um ato to importante.

O legislador criou duas espcies de valor da causa. Temos o valor da causa legal e o valor por arbitramento do autor. O valor da causa legal o das hipteses do Art. 259, CPC. Ou seja, o valor que estiver ali, independentemente da vontade do autor, sem margens de manobra. O Art. 259 basicamente diz que o valor da causa o valor do pedido. Se eu peo 3000, o valor da causa 3000. Se eu peo prestaes peridicas, como calcular? Voc pega a prestao mensal e multiplica por 12 (fico do legislador). Se eu peo duas coisas, soma do que eu peo. No h margem de manobra para o autor. Se a sua causa no se encaixaem nenhuma das hipteses do Art. 259, cabe o autor determinar o valor da causa por arbitramento. o exemplo da ao de paternidade. Sempre ter que ter um valor, ainda que por arbitramento. possvel, portanto, controlar o valor da causa, o que pode ser feito pelo juiz ou pelo ru. O ru pode se valer de uma PETIO DE IMPUGNAO DO VALOR DA CAUSA, que tem que ser feita em ao avulsa, que ser autuada em separado e processada separadamente. Formalidade excessiva, pois no h problema em se impugnar na constestao. O ru vai impugnar de uma de duas formas: ou dizendo que a hiptese se encaixa no Art. 259 ou que houve uma irrazoabilidade.

PERGUNTA DE PROVA: uma pessoa estava passando na rua e foi chamada de gorda. Entao, entrou com uma ao de indenizao por danos morais pedindo 4 milhes. E deu 4 milhes como valor da causa. O ru, achando isso um absurdo. Pergunta: pode o reu impgnar o valor da causa? No h nenhum problema no valor da causa. Agora, o pedido um despautrio, mas o que absurdo o pedido e no o valor da causa. O que o ru precisa fazer constestar o quantum indenizatrio e no impugnar o valor da causa.

Quando o pedido no tem valor, como se faz? Guarda de filhos, o autor coloca o valor da causa em R$ 4 milhes, por arbitramento do autor. Ele pode ser impugnado quando for irrazovel, o que o caso do exemplo. No caso anterior, de indenizao por danos morais, o controle mais rgido, porque o valor da causa o valor do pedido e no cabe juzo de razoabilidade. O prazo para impugnar o valor da causa de 15 dias e o juiz pode fazer de ofcio.

10) Documentos indispensveis propositura da ao: Esse gnero engloba duas espcies de documentos. Primeiro, os indispensveis por fora da lei, que quando a lei exige expressamente que vocjunte os documentos: procurao, titulo executivo da execuo, prova escrita na ao monitrio, planta do imvel na ao de usucapio. O problema so os documentos indispensveis porque o autor faz referncia a eles na inicial. Se no juntar, a petio ser defeituosa. O problema quando voce faz referencia a um documento e no tem o documento. Nesse caso, voc tem que pedir A EXIBIO DO DOCUMENTO CONTRA TERCEIRO OU CONTRA O RU. Mas eu s posso pedir a exibio de um documento que me dizrespeito ou que comum a mim.

3. VICISSITUDES DAS PETIES INICIAIS

a) Emenda: retificar a petio inicial. No Brasil existe um direito processual emenda da petio inicial. Ela no pode ser indeferida sem que antes seja dada a oportunidade ao autor de retific-la. A emenda deve ser feita em 10 dias aps a deciso judicial. Este direito conhecido pelo STJ. Art. 284, CPC. No confundir com alterao.

b) Alterao: Alterar a petio inicial mudar os seus elementos. A alterao pode ser de ru (trocar o ru), pedido ou causa de pedir. Pode ser, portanto, subjetiva ou objetiva.

A alterao do ru s pode ser feita at a citao. A alterao objetiva que mais complicada. At a citao plenamente possvel. Entre a citao e o saneamento do processo, a alterao possvel desde que o ru consinta. Depois do saneamento no possvel, nem mesmo se o ru consentir. O que no se justifica, pois no tem nenhuma razo para que se proiba a alterao, pois nem sempre haver grande tumulto no processo. Art. 264

c) Aditamento: o acrscimo de um pedido. Por incrvel que parea, o nosso CPC d um regramento diferente: s possvel aditar at a citao. Poderia ter um regramento intermedirio (se o ru consentisse). Art. 294.

d) Reduo: quando se diminui a inicial. No eite um artigo que discipline isso, porque areduo pode se dar de diversas maneiras: fazendo um acordo, desistindo de uma parte, renunciando uma parte. No temos como saber at quando reduzir. Ou melhor, posso reduzir at o final, pois at o final eu posso fazer um acordo ou desistir.

e) Indeferimento: (COM CERTEZA NA PROVA) Conceito: uma deciso de rejeio da petio inicial antes de citar o ru. isso que caracteriza o indeferimento: o ru nem sequer passou a fazer parte do processo quando o juiz indeferiu a inicial. Lembrando que para ele indeferir, antes tem que mandar editar. No vai ter condenao ao pagamento de honorrio pelo autor, pois o ru nem sequer precisou constituir advogado para se defender. O indeferimento uma deciso sempre em favor do ru. Por isso, POSSVEL DAR UMA DECISO EM FAVOR DO RU SEM OUV-LO, SEM QUE ELE TENHA SIDO CITADO. O indeferimento pode ser total ou parcial (s um pedao da exordial). Se o juiz indeferir toda a exordial, o processo se extingue, ao revs do indeferimento parcial. Se indeferiu parcialmente, no pode apelar, apenas agravar, pois o processo no se extinguiu. Se o indeferimento for total, cabe apelaao. Esta apelao contra a deciso que indefere uma inicial PECULIAR, pois admite JUZO DE RETRATAO. A apelao em regra no admite retratao. Se o juiz se retratar, ele mandar citar o ru. Se ele no se retratar, manda a apelao sobe para o Tribunal SEM CONTRARRAZES DO RU. Se a apelao for recebida e provida, o processo desce ao juzo a quo, o ru ser citado e, inclusive, poder arguir na contestao o fato que gerou o indeferimento da inicial pelo juzo monocrtico. Isto porque o ru no pode ser vinculado a uma deciso que ele no participou. Art. 296. O indeferimento pode ser com ou sem anlise do mrito. Ou seja, o juiz pode indeferir a inicial sem examinar se oautor tem razo ou no. Sem examinar o mrito quando o juiz indefere a exordial pela existncia de um defeito. Mas o juiz pode fazer um JUZO DE IMPROCEDNCIA se identificar que o pedido absurdo e por isso ele nem cita o ru. a denominada IMPROCEDNCIA LIMINAR, que faz COISA JULGADA MATERIAL EM FAVOR DO RU, que est em casa, nem foi citado e venceu o processo. A improcedncia liminar no regra, mas est presente no Cdigo. No novo CPC haver o indeferimento (formal, sem julgamento do mrito) e a improcedncia liminar (material, com julgamento de mrito). A improcedncia liminar, por ser deciso de mrito, tem tratamento diferenciado, apesar de no haver sistematizao do REGIME JURDICO DA IMPROCEDNCIA LIMINAR. Vamos estudar uma lista que soma vrios dispositivos do Cdigo que trata deste regime:

a) A apelao tem contrarrazes. Porque j que j houve deciso de mrito, o juiz manda o ru se manifestar porque se o Tribunal acolher, nem precisa remeter ao juzo a quo novamente. E essas contrarrazes, em verdade, TERO CONTEDO DE CONTESTAO.

b) Na improcedencia liminar, temos uma coisa julgada material em favor do ru que nada sabe. Transitada em julgado a deciso favorvel ao ru, o escrivo tem que mandar ao ru uma carta informando sobre essa coisa julgada. Isto porque se o autor demandar a mesma ao contra o ru, ele pode se defender comprovando que j houve coisa julgada sobre aquela matria. O ru no pode alegar incompetncia relativa pois no tem interesse, ja que ele ganhou na primeira instancia e, alem disso, incompetencia relativa no desfaz os atos decisrios.

Nos temos a improcedncia liminar nos casos de PRESCRIO E DECADNCIA e nas hipteses de DEMANDAS REPETITIVAS.

Prescrio e Decadncia: No o mais simples. O ru est em casa, nem foi citado e nada alegou. Ento o juiz ter que conhecer da prescrio ou decadncia de ofcio. Mas em que casos o juiz pode conhecer de ofcio da prescrio e decadncia? Vem o CC e diz que a decadncia s pode ser conhecida de ofcio se for legal, jamais convencional. J a prescrio, se voc pegar 2500 anos de histria, a prescrio nunca podia ser reconhecida de ofcio pelo juiz, porque um direito do devedor. Tanto que o devedor pode pagar uma dvida prescrita. Em 2006, houve uma reforma no CPC que alterou o 5 do Art. 219, que diz que o juiz pode conhecer de ofcio da prescrio. Ns samos de um sistema histrico e mundial de que o juiz no pode conhecer nunca para outro que permite que o juiz conhea de ofcio. Isso em um sistema que permite a RENNCIA TCITA da prescrio, segundo o CC. Esse dispositivo veio por presso da AMB para fazer fazer uma limpa. Didier acha que o juiz s pode conhecer da prescrio se ela for INDISPONVEL, que no possa ser renunciada. Mas, se a prescrio puder ser denunciada, no ha motivo para que o juiz reconheade ofcio, pois a dvida, por mais que prescrita, existe e pode o ru pagar! E se ele quer ou no quer pagar uma deciso dele. Para CMARA, uma REFORMA DESCABEADA. Este dispositivo no se aplica ao Processo do Trabalho. Seria um absurdo que o juiz do trabalho e do consumidor conhecesse de ofcio contra o hipossuficiente. Essa reforma mexe com o sistema como um todo. Fredie interpreta que este dispositivo s cabe em se tratando de caso em que a prescrio no pode ser renunciada.

Prescrio em execuo fiscal pode ser conhecida de ofcio. O fato de poder ser conhecida de ofcio jamais torna a prescrio de ordem pblica, apenas uma tcnica para celeridade do processo. Esquea que por exceo de pre-executividade s se pode arguir o que o juiz pode conhecer de ofcio. Ela pra qualquer defesa, desde que se comprove documentalmente. A precrio fiscal extingue o crdito tributrio. No se torna meramentee inexigvel. A prescrio fiscal, em verdade uma decadncia. Na prescrio civil, o crdito no extinto, se torna inexigvel. A interpretao de Fredie que pela letra do cdigo o juiz pode reconhecer de ofcio qualquer prescrio ou algumas prescries. Para Fredie qualquer prescrio QUE PUDER SER RENUNCIADA.

Improcedncia em Causa Repetitivas: Se ns estamos diante de uma causa repetitiva, daquelas que podem ser decididas com base em prova documental e o juiz j afirmou o entendimento (tese repetitiva) de improcedncia, o juiz pode j pegar a petio inicial e rejeitar com mrito. O juiz anota um padro decisrio, via sentena-modelo e rejeitar a inicial com exame de mrito, segundo o Art. 285-A. O STJ, interpretando este dispositivo entendeu que o juiz s pode aplic-lo se o entendimento do juiz para aquelas causas repetitivas for um entendimento em consonncia com o entendimento do Tribunal. Se o Tribunal tiver entendimento diverso, no havendo CONFORMIDADE de entendimentes entre as instncias, no se pode aplicar o Art. 285-A. O Art. 285-A foi pensado para juiz de primeiro grau, mas nada impede que seja aplicado em casos de competncia originria do Tribunal de Justia, por exemplo, e o do TJ teria que se vincular aos tribunais superiores. Se a causa envolver matria constitucional, tem que estar em consonncia com o STF. A ideia evitar o mangue: o tribunal vem julgando procedente e o juiz ulga improcedente. ATENO: se a causa precisar de percia ou de prova oral ou qualquer diversa documental, tambm no pode se aplicar o Art. 285-A.

O projeto do novo CPC organiza a improcedencia prima-facie, amplie as hipteses (o juiz poder julgar a improcedencia prima-facie quando o pedido for manifestamente improcedente).

INDEFERIMENTO SEM EXAME DO MRITO.

As hipteses esto no Art. 295, CPC.

A primeira hiptese a INPCIA. um defeito da petio inicial relacionado ao PEDIDO ou a CAUSA DE PEDIR. Os casos de inpcia esto no nico do Art. 295. So 4 hipteses:

1) Quando faltar pedido ou causa de pedir; a doutrina entende que esta hiptese de inpcia tambm existe quando o pedido ou casa de pedir foram obscuros, ininteligveis. No novo CPC, isso est abarcado.

2) Quando o pedido juridicamente impossvel. Todo defeito da inicial s gera indeferimento SE O JUIZ ANTES MANDAR EMENDAR;

3) Quando a petio incoerente. Em que o pedido no coerente com a causa de pedir. Ex.: diz que essa duplicata no foi paga, por isso tem que se anulada. O que o inadimplemento tem a ver com a nulidade? A previso da inpcia tem tudo a ver com o Direito de defesa. Ela uma forma de garantir a defesa, que o ru entenda porque est sendo ajuizada aquela ao contra ele. a garantia do ru se defender de uma acusao clara.

4) a petio suicida. O sujeito cumula dois pedidos que so incompatveis entre si: anule e revise determinada clusula. Mas antes de indeferir, O JUIZ TEM QUE MANDAR CORRIGIR!

Em 2004, veio a lei 10910de 2004. No Art. 50 dessa lei, que diz que se eu entro com uma ao najustia para discutir um contrato bancrio imobilirio, por exemplo, para dizer que est muito alta a prestao, eu sou obrigado a dizer qual a prestao que eu reputo correta. Se eu entro com uma ao para revisar uma dvida, sem disser qual o valor correto, ela inepta, por preciso dizer qual o valor que eu aceito pagar. Este ano, em 2013, foi aprovada uma lei que acrescentou o Art. 285-B do CPC. Este artigo pega este dispositivo dal lei de 2004 generalizando: sempre que eu entrar com uma ao para revisar um contrato bancrio (mas entenda qualquer contrato), eu tenho que dizer quando reputo devido sob pena de inpcia. Muito correto do ponto de vista da boa-f para que o juiz decida se o valor que voc reputa correto vlido ou no.

A segunda hiptese por FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL e ILEGITIMIDADE AD CASUAM. Carncia de ao, portanto.

A terceira hiptese o INDEFERIMENTO POR ERRO NA ESCOLHA DO PROCEDIMENTO. Essa hiptese bem curiosa porque o Cdigo diz que o juiz s vai indeferir se no puder adequar o procedimento. Ex.: eu entrei com mandado de segurana e era caso de ao ordinria. Mas o inciso V do Art. 295 diz que se o juiz puder corrigir a escolha do procedimento, no poder indeferir. Talvez s nos juizados isso se justifique.

PEDIDO

o ncleo da Petio Inicial. um ato jurdico de uma declarao de vontade. O autor diz o que ele quer. E ele no s estabelece o que ele quer, mas com isso ele define a competncia, o valor da causa, o procedimento e at onde o juiz pode ir. A partir dele que todo o processo se estrutura.

O pedido pode ser divido em duas partes. O pedido imediato o pedido de deciso. O pedido mediato o resultado que se espera do processo (o proveito que voc espera alcanar do processo). Quando voc pede ao juiz que condene o ru a lhe pagar, voc imediatamente que uma decso, que lhe propicie (mediato) pecnia (ou um fazer).

O pedido deve observar alguns requisitos. O primeiro requisito de que tem que ser expresso (certo). Com isso se quer dizer que no se admite, como formulado, um pedido que no conste expressamente da inicial. A exigncia de certeza do pedido implica na proibio de se aceitar um pedido implcito. Mas, existem hipteses de pedidos implcitos AUTORIZADOS PELA LEI, em que o juiz pode considerar como expressamente forulado um pedido que no o foi. So sempre hipteses que decorrem da lei. Quando o pedido implcito e legal, o juiz obrigado a decidir sobre ele.

Ex.: condenao ao pagamento da sucumbncia, correo monetria e juros legais, pedido relativo a obrigao de prestaes peridicas (se vou ao judicirio e peo uma obrigao que se cumpre periodicamente como aluguel, alimentos e benefcio previdencirio, as prestaes vincendas se reputam includas no pedido, mesmo que o autor no tenha pedido isso expressamente, seno o sujeito ia ter que ajuizar uma ao todo ms. Art. 290, CPC. Tambm se diz que pedido implcito o pedido de alimentos provisrios na ao de alimentos. Se eu entro com uma ao de alimentos, o juiz pode dar alimentos provisrios. Mas, se por ventura no contiver na Inicial, o juiz tem que julgar os alimentos previsrios. Se o juiz se manifesta sobre os outros pedidos e no o pedido implcito, cabem embargos.

O pedido de alimentos com investigao de paternidade, para alguns implcito. Didier discorda.

O segundo requisito do pedido a determinao. O pedido tem que ser delimitado em relao ao que e ao quantum. O pedido ter que ser lquido. H, porm, trs hipteses em que se autoriza a formulao de pedido genrico, que aquele INDETERMINADO EM RELAO AO QUANTUM.

Primeira hiptese: nas aes universais, que so aquelas que tem por objeto uma universalidade: rebanho, biblioteca, herana. aquela em que voc pode universalizar os bens.

Segunda hiptese: pedido genrico nas aes indenizatrias quando no se pode de logo dimensionar a exteno do prejuzo. O Autor pede aojuiz para que condene o ru a indeniz-lo, a ser apurado em momento certo o valor da indenizao. Mas tem que ser IMPOSSVEL QUANTIFICAR. Quando se pede para o juiz arbitrar o quantum indenizatrio, para FREDIE, seja quanto for que o juiz arbitrar o autor no pode recorrer, pois o juiz ter dado 100% do que o autor quis, ainda que tenha dado 1 real. Mas o STJ entende que se pode fazer pedido genrico em indenizao por danos morais. O STJ j avalizou esta possibilidade.

Terceira Hiptese: Ocorre quando o valor do pedido depender de um comportamento do ru para saber quando terei de pedir. Por exemplo: ao de prestao de contas para que o cara me pague o quanto resultar da prestao de contas. Mas quanto isso vai depender da prestao de contas. S sabendo quanto resultou da prestao de contas para que eu pea.

Essa trs hipteses do pedido genrico esto previstas no Art. 286.

O terceiro requisito do pedido a clareza, sob pena de inpcia.

O quarto requisito a coerncia, sob pena de inpcia.

INTERPRETAO DO PEDIDO

O art. 293 do CPC diz que o "o pedido se interpreta restritivamente". Consideram-se includos no pedido porm, os juros legais e a correo monetria. Esse dispositivo umma fonte inesgotvel de problemas. Embora ele se refira de interpretao, o que ele quer garantir a a CERTEZA do pedido. Ou seja, o que se quer garantir a certeza, conforme a segunda frase. No uma disciplina sobre iinterpretao de pedido formulado. No est dito isso. O que se quer dizer ali que o pedido tem que ser expresso, salvo os implcitos admitidos. Temos uma lacuna grave quanto disciplina da interpretao do pedido.

Interpretando bem o que voce formula, o juiz vai poder prover o que voce formula. O autor de uma ao trabalhista dizia que trabalhava horas-extra habitualmente. Mas o autor no especificou o que era habitualmente. O juiz de primeiro grau entendeu que era 2 vezes por semana. E o tribunal entendeu que era todo dia. A condenao triplicou. (Parece sobre o caso do Flamengo no site de Didier). Sobre o ttulo do Campeonato Brasileiro de 1987 do Sport, que tem a ver com o pedido do Sport, para reconhece-lo como campeao de 1987, mas no para reconhece-lo como campeo exclusivo.

O nosso Cdigo no traz um critrio expresso para interpretar o pedido, mas teremos algumas:

a) Diante de obscuridade, o juiz pode mandar esclarecer. A interpretao pode ser COOPERATIVA, em dilogo.

b) O pedido deve ser interpretado de acordo com a CAUSA DE PEDIR, no podendo avaliar em pedaos. O curioso que o nosso CPC tem uma regra de interpretao sistemtica da Contestao (Art. 302, III) Tem que aplicar aqui ANALOGIA. Mas no h um dispositivo equivalente a esse no pedido. Se a postulao do ru se interpreta como um todo, tambm a interpretao do autor deve se interpretar como um todo. O STF j se pronunciou que o pedido deve ser interpretado de maneira lgico-sistemtica.

c) Tambm se interpreta o pedido utilizando como parmetro o que o ru entendeu como pedido. Voc no pode extrai do pedido algo que o ru no extraiu (nopercebeu) e portanto no contestou. Isso violaria o contraditrio, de sorte que o juiz tem que mandar o ru se pronunciar sobre aquilo. Tem que haver um ACORDO HERMENEUTICO sobre o pedido. Se o juiz achar que o pedido diverso do que o ru entendeu, o juiz tem que mandar ele se manifestar sob pena de ofensa ao contraditrio.

d) Como o prprio autor se comporta em relao ao pedido no decorrer do processo, com os demais requerimentos, recursos, intervenes em audincias.

Pedido interpretao da vontade. Art 112 e 113 do CC. A vontade deve ser interpretada no na sua literalidade, mas sim naquilo que ele quer falar. 113 = a vontade se interpreta de acordo com a boa-f e com os usos e os costumes do lugar.

Como o pedido uma manifestao de vontade, estes dispositivos se aplicam. Por isso que habitual no pode ser considerado como habitual. At porque, para fins trabalhistas, a habitualidade no necessariamente dirio pela prpria comunicao que se estabelece nas relaes trabalhistas. No o que se costuma fazer nas relaes trabalhistas. O novo CPC traz um dispositivo que fala que o pedido dever ser interpretado de acordo com o conjunto da postulao e em conformidade com a boa-f.

A interpretao literal imprescindvel, voc comea por ela: se eu quero uma COCA-COLA, eu no quero uma PEPSI. Mas, se o cara pede a anulao e o caso era de nulidade, voc tem que aproveitar a declarao de vontade.

Art. 286: o pedido deve ser CERTO ou DETERMINADO, admitindo-se o pedido genrico nos casos que vimos. O enunciado ficou esquisito: tem que ser certo E determinado.

No art 293, ele fala que o pedido se interpreta restritivamente, ressalvados os pedidos implcitos.

O correto deveria ser: O pedido deve ser certo, salvo os pedido implcitos, e determinado, salvo os genricos por fora de lei.

CITAO

1. INTRODUO

E exordial o ato pelo qualo autor documenta sua preteno em juzo. A citao o ato processual de comunicao ao sujeito passivo da relao jurdica-processual de que foi proposta uma demanda contra ele. A citao tem duas funes: de convocar o ru a juzo e de cientific-lo sobre a demanda que foi proposta em face dele. A base legal est no Art. 213, CPC, que diz: citao o ato pelo qualse CHAMA a juzo o ru ou interessado a fim de se defender. com a citao que se triangulariza a relao processual.

2. CONDIO DE EFICCIA - REQUISITO DE VALIDADE

Uma parte da doutrina considera que a citao pressuposto de existncia do processo. Para Fredie, citao no pode ser pressuposto de existncia porque o processo se forma quando proposta a demanda. O ato de citao ato de comunicao que ocorre no curso de um processo que j existe. Como pode um pressuposto de existncia ser posterior constituio do prprio processo? A citao condio de eficcia do processo para o ru. preciso aconvocao do ru e a cientificao do contedo da demanada para que ele possa exercitar o contraditrio e a ampla defesa. Sem a citao, o processo existir, mas em relao ao ru que no foi citado, no poder gerar efeitos. Ultrapassa-se o plano da existncia, mas resta obstado o plano da eficcia. Citao tambm requisito de validade para todos os atos processuais subsequentes. Na teoria da validade processual, vimos que o processo ato jurdico complexo e que s decreto invalidade se houver prejuzo e, havedo invalidade de um ato, os demais posteriores a ele vinculados tambm sero viciados. Inclusive, a deciso ser invlida. Acontece do processo ter vrios rus e um no foi citado e o processo seguir. Tem audincia, oitiva de testemunhas e produo de provas. Em relao ao ru no citado a produo de provas tem que ser anulada, porque ele no pode dela participar por no ter sido sequer citado. No se invalida tudo desde o incio, a invalidao precisa de um prejuzo e de um juzo de adequao.

Sentena proferida sem citao do ru sentena com VCIO TRANSRESCISRIO. Ao rescisria um meio de impugnao capaz de desconstituir, no prazo de dois anos, coisa julgada. O vcio da ausncia de citao to grave que afasta qualquer prazo para desconstituir uma coisa julgada, constituindo vcio transrecisrio. Ou seja, a qulquer tempo, independentemente dos dois anos, esse vcio pode ser alegado e esssa coisa julgada pode ser desconstituda. O fato de poder ser alegada a qualquer tempo no significa dizer que a citao seja pressuposto de existncia. Isso uma opo legislativa.

Invalidade s se decreta com prejuzo. H situaes em que proferida sentena INCLUSIVE COM EXAME DE MRITO sem citao de ru e isso no haver vcio algum. Veja o caso de improcedncia liminar (antes da citao do ru). Liminar no sinnimo de antecipao de tutela. Esta, pode ser dada antes da citao do ru e pode ser dada, inclusive no meio do processo porque aconteceu um fato extraordinrio. Liminar adjetivo: tudo o que acontece antes da citao do ru liminar. O indeferimento da petio inicial um indeferimento liminar do processo, portanto. O fato de no ter havido citao no gera automaticamente invalidao, tem-se que verificar se h prejuzo. Quando a sentena proferida liminarmente, sem prejuzo para o ru, no h que se falar em invalidade. Ex.: Art. 285-A: improcedncia prima-facie por prescrio e decadncia ou demandas repetitivas.

Em caso de litisconsrcio passivo. Se eu demandei trs rus e o processo seguiu contra dois deles e eu ganhei o processo, como fica a deciso para o no citado? Se o litisconsrcio for unitrio, se qualquer dos rus no for citado, a sentena proferida ser invlida e ser ineficaz para TODOS, pois o tipo de relao jurdico-material que no pode ser decidida de maneira desigual para os rus. Se o litisconsrcio for simples, somente aquele que no foi citado poder alegar invalidade dos atos subsequentes e somente para este no-citado o processo no gerar efeito, ser ineficaz.

3. COMPARECIMENTO DO RU

O ru no citado pode comparecer espontanemante. Comparecendo ele pode simplesmente alegar a invalidade ou a inexistncia da citao (pode ser que a citao tenha sido ocorrida de forma defeituosa, por quem no poderia recebe-la, por exemplo, ou pode nem sequer ter sido expedida).

Decidida a sua arguio de improcedencia ou invalidade, considera-se o ru citado no momento em que for intimado sobre sua arguio.

O ru pode vir ao processo, arguir invalidade ou a inexistncia da citao e j apresentando suas razes de defesa. Se o juiz entender que era inexistencia ou invlida a citao, este vcio ser entendido como suprido pela apresentao do ru e ser recebida (desentranhada) a Constestao. Porque se ele faz isso, aquela citao tem que ser tempestiva.

4. RECORRIBILIDADE DO CITE-SE

O juiz pega o processo com a inicial e os documentos, escreve cite-se, assina o ru citado e o processo segue. H quem entenda que o cite-se uma deciso, justificando que quando o juiz manda o cite-se ele j teria analisado os requisitos de admissibilidade da ao (condies da ao e pressupostos processuais). E, uma vez decidido sobre os requisitos de adminissibilidade da demanda ele no pode re-analisla - isso s pode mudar em grau de recurso. A deciso precluso consumativa para o juiz. Se o juiz j julgou as condies da ao, no pode extinguir na sentena por falta de condies da ao. S que veja que, nessa hiptese, o ru no poderia arguir na contestao ilegitimidade das partes ou ausncia de interesse, isso s poderia ocorrer via Agravo de Instrumento ou Retido para que o Tribunal aprecisasse esta arguio, pois, para essa corrente, o juiz j examinou as preliminares no cite-se e no poderia "redecid-las".

Outro lado da doutrina entende que despacho de mero expediente (Art. 504), sem contedo decisrio. Teria, portanto, como nica funo, impulsionar o processo. Para esta corrente, o cite-se no tem contedo decisrio e, portanto, no h interesse recursal para a parte, porque no haveria prejuzo para que ela recorresse. Portanto, no cite-se, para DIDIER, no cabe recurso.

DIDIER faz uma ponderao entre as duas correntes a partir do caso concreto. No se pode dizer abstratamente, de modo genrico, que o cite-se tem ou no contedo decisrio. Depende da deciso em concreto do juiz. Um cite-se assinado, parece ser um despacho. Mas um cite-se fundamentado, com anlise dos requisitos de admissibilidade, ser deciso.

Um cite-se em que voc pediu a justia gratuita e o juiz no analisou, voc tem que pagar as custas processuais, inclusive para a citao. Ou voc recorre desse cite-se, embargando de declarao, ou voc paga a despesa.

5. PESSOALIDADE (ART. 215)

O Art. 215 diz que: Far-se- pessoalmente a citao do ru, ao seu representante legal ou ao seu procurador com poderes para receber a citao.

Art. 12, CPC: quem so os representantes legais de cada entidade? Verificar!

O 1 do Art. 215 estabelece uma presuno. Quando a ao tratar de atos praticados por estes prepostos, o cdigo permite que estes prepostos recebam a citao validamente. uma mitigao da pessoalidade.

O 2 tambm estabelece outra mitigao. a hiptese do locador que se ausenta do pas e no comunica ao locatrio qual o administrador que ele deixou.

Qualquer pessoa pode ser citado na pessoa do seu advogado em duas situaes: se o advogado j tiver procurao genrica para receber a citao em qualquer processo. Ou ento, na hiptese de demandas incidentais (oposio, recoveno). Se o advogado j tem procurao nos autos, no precisa que na recoveno seja juntada outra, pois a reconveno outra demanda que veiculada nos mesmo autos.

Art. 218, caput...

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uma CURATELA AD HOC, s para este caso. 3: No interdio isso aqui no! O juiz nomeia o curador para a prtica deste ato, para que o represente neste processo, especificamente.

O local da citao regra prevista do Art. 216: a citao efetuar-se- em QUALQUER LUGAR que se encontre o ru. H a restrio do MILITAR EM SERVIO ATIVO, que ser citado no lugar em que estiver servindo SE NO FOR CONHECIDA A SUA RESIDNCIA ou se nela no for encontrado. Mas a preferncia ir casa do militar.

6. LOCAL (ART. 216)

7. IMPEDIMENTO LEGAL (ART. 217)

O Art. 217 estabelece situaes especiais de impedimento para que algumas pessoa sejam citadas, fundamentado na DPH. No se far porm, a citao, salvo para evitar o perecimento do direito:

I) a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso;

II) ao cnjuge, ou qualquer parente do morto, em linha reta, consaguneo ou afim (contrado por casamento), na linha colateral s de segundo grau (irmo), no dia do falecimento ou nos sete dias subsequentes (para respeitar o luto).

III) aos noivos, nos trs primeiros dias de bodas;

IV) aos doentes, enquanto grave o seu estado; tem que cotejar com a outra norma do estado de demncia, em que o juiz pode nomear curador.

Mas, se essa pessoa tem advogado com procurao que pode receber citao em qualquer processo, no h problema, ainda que o ru esteja no culto ou no velrio.

8. EFEITOS (ART. 219)

H efeitos de ordem processual e material. O primeiro efeito e o mais intuitivo o de angularizar a relao jurdico-processual. Mas existem os do Art. 219, que diz: a citao vlida (porque a defeituosa ser invalidada e no gerar efeitos) torna prevento o juzo, induz a litispendncia e faz litigiosa coisa e, ainda quando proferida por juiz relativamente incompetente...

8.1 PROCESSUAIS (LITISPENDENCIA, LITIGIOSIDADE, PREVENO)

A citao torna o processo pendente, induz a litispendncia, mas s em relao ao ru, pois para o Autor h litispendncia desde a propositura da ao.

A litigiosidade: torna litigiosa a coisa ou o objeto do processo. Pro autor, a coisa ou objeto que se pretende litigioso desde a propositura. A litigiosidade pode ser pensada sob aspecto processual e material. Veja o Art. 42, CPC. Ela tem efeito material porque gera efeitos fora do processo, pro adquirente da coisa, no mundo fenomnico. E no ponto de vista processual, a alienao da coisa litigiosa no retira a legitimidade da parte, no obstante no seja mais titular do direito, esta parte poder ser substituda pelo adquirente se o outro litigante permitir e, ainda que o outro litigante no permita a substituio, o adquirente pode intervir como assistente simples. Se a coisa litigiosa pelo ru porque ele j foi citado.

Preveno: juzes de comarcas distintas que recebem aes conexas ou continentes, possvel que a propositura inicial de uma demanda conexa modifique a competncia da segunda, atraindo a competncia desta segunda para a comarca da primeira. Se forem da mesma comarca, ser prevento o juiz que primeiro despachou e no pela citao. J a preveno que falei primeiro foi de comarcas distintas. Se so em comarcas distintas, o juiz prevento ser o que DETERMINOU PRIMEIRO A CITAO VLIDA, que modifica a competncia territorial.

8.2 MATERIAIS (MORA, PRESCRIO)

Constitui em mora o devedor: as obrigaes que no possuem prazo determinado para cumprimento, determinam providencia do credor para que a obrigao se torne exigvel. O credor tem que constituir em mora o devedor, pois s a partir deste momento ela se torna exigvel, com prazo fixado para cumprimento.

Prescrio: efeito da prescrio a interrupo do prazo prescricional. O CC no Art. 202 alterou o CPC e disse que a ordem de citao que interrompe o prazo prescricional. O CPC, no 219 foi revogado na parte de "citao vlida", pois o CC lei mais recente.

Cuidado ao ler o Art. 219 do CPC, implicitamente revogado pelo Art. 202, CC.

SMULA 106, STJ: O autor no pode ser prejudicado pela demora de diligncias do Poder Judicirio. Basta o autor trazer todas as informaes para que ocorra a citao e que ele pague as custas.

9. MODALIDADES

Art. 221: A citao far-se- por correio, por oficial de justia, por edital e pela modalidade eletrnica.9.1 POR CORREIO

a modalidade que acontece em regra. mais barata, mais prtica, mais rpida. Basta pagar as custas e aguardar o AR.

Cabimento: Para qualquer comarca do pais. Exceto: Aes de estado (parentesco, divrcio, separao), quando for r pessoa incapaz (medida protetiva), quando for r pessoa de direito pblico, nos processos de execuo (economia processual, porque mandar citao por correio vai terque aguardar o AR, sendo que o oficial vai ter que ir de qualquer jeito para avaliar e penhorar bens, ento ele mesmo cita), ou quando o autor requerer de outra forma. Mas no pode por capricho querer citao por edital, que prejudica o ru. O que pode ocorrer a citao por oficial de justia, o que eu no recomendo, porque demora muito e mais caro.Requisitos: Art. 223: O escrivo ou chefe da secretaria remeter ao citando cpia da petio inicial e do despacho inicial e da advertncia do Art. 285-A, segunda parte, alm do juzo, cartrio e seu respectivo endereo. Ateno: no precisa cpia de toda a documentao! A pessoa que receber em que ter competncia para receber ato de comunicao. Art. 223, nico: A carta ser registrada para entregue ao citando exigindo-se o carteiro o AR. O ru tem que assinar o AR e aquele AR volta para a justia. Sendo o ru pessoa jurdica, tem que ser assinado por pessoa com funo de gerncia ou de administrao. Se o ru no assinar, volta a carta para o processo sem o AR, e a citao considerada frustrada, porque o carteiro no tem f-pblica. Ento ter que se fazer por mandado. E da juntado do AR aos autos ou do mandado que se inicia o prazo para contestar (comea do dia til seguinte). A Smula do STJ 429: Citao postal exige AR.Deciso sobre caixa postal. H situaes em que o fornecedor s divulga a caixa postal, no divulgando o endereo completo, para que o consumidor possa tirar dvidas, etc. O STJ entendeu que a simples informao da caixa postal vlida para citao, sob pena de venire contra factum proprium, porque o mesmo meio para tirar dvidas dos consumidores tambm idneo para receber comunicaes processuais.

uma hiptese de citao real. O ato de comunicao verdadeiramente feito ao plo negativo ou a quem o represente.9.2 POR MANDADO

O Art. 224 estabelece: far-se- ficatao por meio de oficial de justia nos casos ressalvados no Art. 222 ou quando frustrada a citao por correio. Ocorre ou nas limitaes acima suscitadas ou quando o AR volta no cumprido. Mas h a possibilidade de informar outro endereo e tentar novamente a citao por correio, pagando novas custas por ser nova diligncia. As custas para citao por Oficial de Justia so mais caros. Se no pedir nada na Exordial, a regra citao postal. Se deseja por oficial de justia tem que pedir.Requisitos: Nomes do autor e do ru e seus domiclios e residncias; finalidade da citao com advertncia do Art; 285 segunda parte e dados da inicial; a cominao judicial se houver; dia, hora e local de comparecimento; prazo para defesa; assinatura do escrivo... (ler)

O mandado deve ser com breve relatrio ou com cpia da inicial sem os documentos.Formalidades: Art 226.

Aqui, a citao no ser considerada frustrada, pois o oficial de justia tem f-pblica e pode certificar que o ru ou seu representante se negou a assinar.

Tambm citao real.9.3 POR MANDADO

H casos em que a lei permite uma fico de que o oficial conseguiu citar o ru. Se ele for por trs vezes tentar citar (requisito objetivo) e houver suspeita de ocultao (requisito subjetivo), pode-se requerer o mandado por hora certa. Nesta, ele avisa a pessoa da famlia do ru ou, na sua falta, do seu vizinho, de que no dia posterior a tal hora o oficial estar l para citar, sob pena de se considerar realizada.Art. 228: Independentemente de despacho, o oficial retornar do dia posterior. At mesmo o juzo do requisito subjetivo feito pelo oficial de justia. Se o citando no estiver presente, o oficial buscar saber as razes da ausncia e haver a citao ficta.

Art. 229.: O escrivo enviar ao ru carta, telegrama ou radiograma dando cincia da citao por hora certa.

H quem confunda que o prazo para constestar o prazo do retorno do AR da carta enviada pelo escrivo e no . O prazo comea a contar da juntada do mandado por hora certa ao autos! E no do AR enviado pelo escrivo! Mas, se na carta, houver atecnia, informando que o prazo se inicia da juntada do AR aos autos, este ser o prazo para defesa, por proteo confiana.

No dia que o oficial volta ele tem que deixar a contra-f! Ele no pode dizer que voltou se no voltou, porque ele tem que deixar a contra-f com algum. A f-pblica do oficial de justia relativa, pode se fazer prova contra ela!Art. 9, II, CF: A ru revel citado com hora certa, ser nomeado curador especial. Porque essas citaes prejudicam demais o direito de defesa, haja vista que uma citao ficta. O processo vai para a defensoria pblica ou a OAB nomeia um advogado dativo (mnus).O Art. 230 excepciona o princpio da terriorialidade e permite que o oficial pratique ato de citao em comarcas contguas ou na mesma regio metropolitana. Se por para Aracaju, tem que mandar uma carta precatria citatria para o Juzo de Aracaju. ISSO S PARA ATOS DE COMUNICAO E NUNCA PARA ATOS DE CONSTRIO (PENHORA, POR EXEMPLO)9.4 POR EDITAL

Modalidade excepcional.Art. 231: Quando desconhecido o ru ou incerto, ignorado, e incerto ou inacessvel o lugar em que se encontrar e nos casos expressos em lei. Pode ser que o estado estrangeiro no aceite a carta rogatria e esse local ser considerado inacessvel, podendo haver citao por edital. Ver locais em que pode haver citao por rdio.Requisitos: Multa se o autor requereu a citao por edital de m f...

QUERELA NULITATIS VCIO TRANSRECISRIO LEIA ISSO!9.5 ELETRNICA

Art. 9 da Lei 11419/06. Ele diz: no processo eletrnico todas as citaes, notificaes e intimaes, inclusive da fazenda pblica, sero feitas por meio econmico.Quando, por motivo tcnico, for impossvel, sero praticados os atos de comunicao pelas formas ordinrias e o dcomento digitalizado e totalmente destrudo. No PROJUDI, a citao no feita por meio eletrnico.Nos juizados, o prazo comea acorrer tambm da juntada do AR, pois no h regra especfica tratado disso na lei 9099/90, aplicando-se o CPC. CUMULAO PRPRIA

aquela em que o autor faz diversos pedidos em uma mesma ao.

A deciso deve ser proferida em captulos, analisando cada pedido e pode deferir alguns e indeferir outros. O autor deseja que sejam acolhidos todos os pedidos. Na cumulao prpria dois ou mais pedidos podem ser concedidos. Forma Simples: Os pedidos so autnomos e independentes entre si. No exige uma relao de hierarquia, preferncia ou prejudicialidade. O autor poderia ter ajuizado vrias aes em separado, mas por questo de economia, juntou todos os pedidos em uma ao s. Como em relao a um mesmo devedor, o autor decide ajuizar uma ao s com dois pedidos, mesmo que no tenham relao entre si. Cabe ao juiz analisar se eles podem ser acolhidos como um todo ou no. O juiz deve analisar cada pedido em um captulo e pode deferir um e deferir parcialmente ou outro, ou deferir um e indeferir outro, no h prejudicialidade. No h relao de um pedido com o outro.Forma Sucessiva: Embora eu queira que todos os pedidos sejam acolhidos simultaneamente, h uma relao de precedncia lgica. O que quer dizer que se eu tenho o pedido a), b) e c), o juiz tem que seguir esta ordem. O juiz tem que analisar o a), se for procedente em relao ao a), pode passar a anlise do b), somente se o a) for acolhido. Veja que em relao com a cumulao simples, os pedidos tem aqui uma relao de precedncia lgica. E esta precedncia pode se dar numa relao de prejudicialidade, ou seja, o a) pode ser prejudicial a anlise do b) ou pode se dar uma relao preliminar. Se o autor ajuza uma investigao de paternidade cumulada com alimentos, eu s posso analisar b) depois de analisar a investigao de paternidade. No quer dizer que o b) tenha que ser julgado procedente se a) o for, porque a me pode ter mais condies para arcar com os alimentos. O que se quer dizer que b) s pode ser analisado se a) for procedente. Esta relao prejudicial, pois primeiro eu tenho que enfrentar o mrito da questo a) e se eu no conceder, nem analiso a b). Na prjudicialidade eu posso acolher b) u nem entrar no mrito de b), vai depender de ultrapassar ou no o mrito de a). A relao preliminar, no faz uma anlise do mrito excessivamente, mas do pedido, se ele pode ser ultrapassado. A ao rescisria, enquanto hiptese de desconstituio de coisa julgada, eu fao dois juzos: o juzo rescindente e o juzo rescisrio. O juzo rescindente preliminar ao juzo rescindente. preliminar porque no caso do juzo rescindente eu analiso se os pressupostos de cabimento esto presentes, se foi observado o prazo para ele ser alegado etc. Eu observo se o pedido est de acordo com as regras do jogo. Se houver respeito ao pedido preliminar, eu passo a anlise de mrito, para verificar se a deciso foi julgada conforme o Ordenamento Jurdico. A preliminar uma anise de juzo de admissibilidade. Quando eu alego uma inpcia eu no posso nem analisar o restante, o juiz fica impedido de adentrar no mrito. Na cumulao sucessiva, um pedido s pode ser analisado se um for acolhido, se o primeiro for superado. E eu s posso analisar o pedido c) se o b) for deferido.At ento todo mundo sempre tratava a prescrio como prejudicial de mrito. S que efetivamente quando eu analiso a prescrio eu no analiso a questo de mrito, ento no eu paro naquele juzo preliminar. Para DIDIER, depende.CUMULAO IMPRPRIA

No existe a possibilidade de todos os pedidos serem acolhidos. Porque eles so incompatveis entre si. Embora sejam vrios pedidos formulados, eles so incompatveis, no podendo o juiz atender a mais de um pedido. Ela pode ser de duas formas:Forma Eventual ou Subsidiria: S pode passar para o exame do pedido seguinte se o anterior for rejeitado. Na acumulao sucessiva eu s poderia passar para o prximo pedido se o primeiro fosse acolhido. Aqui tambm h uma anlise de precedncia lgica, mas eu s posso passar ao prximo pedido se o anterior for julgado improcedente. Veja que na investigao de paternidade e alimentos os pedidos so compatveis entre si e ambos podem ser concedidos em anlise de precedncia lgica, por isso cumulao prpria. Se eu estou diante de um contrato viciado e eu digo que: a) houve simulao em relao a terceiro; b) na eventualidade do juiz no conceder que houve prejuzo por simulao, que reconhea a fraude contra credores. O autor elege um pedido principal: invalidade por simulao. O pedido b) subsidirio. No Direito do Trabalho: estabilidade da gestante. Se ela foi demitida, ela tem que ser reintegrada. Mas se o ambiente est hostil porque brigou com o patro, ela pede, alternativamente, a indenizao substitutiva. Quando o juiz acolhe um, ele nem analisa o outro. E s pode analisar o seguinte se o anterior for rejeitado. Verifica-se hierarquia entre os pedidos e a aplicao do PRINCPIO DA EVENTUALIDADE. imprpria porque apesar de ser acumulao, um pedido s que vai ser acolhido. O Art. 289, CPC fala de cumulao imprpria eventual. ORDEM SUCESSIVA NO QUER DIZER CUMULAO SUCESSIVA. No de cumulao prpria sucessiva. Aqui h ordem de preferncia. Forma Alternativa: No existe ordem de preferncia. Eu no posso acolher todos. O juiz, dentro do rol de pedidos escolhe qual vai deferir. O autor no estabelece ordem de hierarquia, de preferncia, de precedncia lgica. FREDIE d o exemplo da consignao em pagamento ajuizada em relao a dois rus, pois no se sabe efetivamente quem o consignado no caso. O juiz vai identificar se o Ru A ou B. No o autor que escolhe. No confunda com obrigao alternativa. A obrigao alternativa e quando, por lei ou por contrato, o devedor pode adimplir a obrigao por mais de um modo. Neste caso a escolha pode caber ao devedor se estiver no contrato ou do ru. Se o empregador estabelece um prmio de assiduidade, um relgio de ouro ou uma moto a depender da condio econmica da empresa na poca e est dizendo que quem escolhe o empregador, o devedor pode adimplir de mais de um modo. A escolha cabe ao devedor.Excees Espcie de Cumulaes:

1) Se estamos tratando de uma cumulao eventual, em que o procedente s pode ser apreciado se o posterior for rejeitado. Imagine que o autor numa cumulao eventual conseguiu o acolhimento do pedido principal. Em regra, ele no tem interesse em recorrer pelo subsidirio, pois o principal j foi acolhido. Falta-lhe interesse. Agora, o ru pode recorrer do principal. E o juiz julga a apelao do ru procedente e julga o pedido principal improcedente. Neste caso, se a causa estiver madura para julgamento, o Tribunal pode julgar o pedido subsidirio. Art. 515, 1, 2 e 3 do CPC. Se precisar ouvir uma testemunha para analisar o subsidirio, o tribunal manda voltar retornar os autos jurisdio inferior para que seja ouvida a testemunha e reaberto o conhecimento.Ou o trinunal passa a anlise do subsidirio se a causa estiver madura para julgamento (o tribunal pode apreciar questes no decididas em outra instncia, autorizados pelo 515). Ou, se o tribunal entender que a causa no est madura, ele remete os autos para o julgamento do pedido subsidirio em primeiro grau.

Agora, se o juiz acolheu o pedido subsidirio, o Autor tem interesse em recorrer do principal. E ele recorrendo do principal e o principal sendo acolhido, o subsidirio ser prejudicado. E se o autor recorreu do principal, porque no foi acolhido e o ru recorreu do subsidirio? Entenda: em primeiro grau foi acolhido o subsidirio, ento o autor recorreu do pedido principal e o ru recorreu do pedido subsidirio, que foi o acolhido, at porque, se houve o acolhimento do pedido subsidirio o ru sucumbente. Neste caso, a causa inteiramente devolvida ao julgamento do tribunal. O Tribunal vai analisar primeiro o pedido do autor, se o pedido principal procedente. Se o pedido principal for procedente, o recurso do ru ser prejudicado. Se o tribunal entender que o pedido principal improcedente, pode julgar procedente o recurso do ru e a ao inteira ser julgada improcedente.REQUISITOS DA CUMULAO DE PEDIDOSNo entanto, para que a cumulao de pedidos ocorra, preciso observar os requisitos do Art. 292, CPC.

Estes requisitos so trs:

a) O juiz tenha competncia para julgar os pedidos;

O juiz precisa ser competente para julgar todos os pedidos formulados na inicial. Se o autor quiser cumular pedidos, em qualquer das formas, ele tem que formular pedidos em que a autoridade seja competente para julgar todos eles. E neste caso, haver julgamento diferenciado conforme o a competncia seja absoluta ou relativa. Com relao a competncia absoluta, investigamos se o juiz materialmente competente, funcionalmente (se vara, tribunal...) e se ele tem competncia pessoal para julgar. E, neste caso, ele pode ser competente para julgar apenas um dos pedidos. A SMULA 170, STJ, FALA QUE SE NA CAUSA ESTIVEREM PEDIDOS VINCULADOS AO VNCULO ESTATUTRIO E AO VNCULO CELETISTA, o mesmo juiz no pode julgar todos os pedidos. Se na inicial tem uma cumulao de pedidos, prevento aquele juzo que recebeu a causa em relao a sua competncia. Ento o juiz do trabalho julgar os pedidos em relao a relao de trabalho e depois remeter para o juzo competente. O juiz no pode indeferir a inicial, porque tem l questes que ele pode julgar. At porque estamos tratando de competncia absoluta, fixada pelo interesse pblico. Um juiz incompetente no pode deixar de julgar as questes de sua competncia. Mas, se eu estiver tratando de incompetncia relativa, ela s pode ser alegada se o autor apresentar uma exceo de incompetncia. relativa porque dispositiva, depende do interesse da parte, sob pena da competncia ser prorrogada. O juiz que era incompetente passa a ser competente. Neste caso, se o ru no ope exceo de incompetncia, o juiz que era incompetente passa a julgar como incompetente (no que ele julga como incompetente, ele passa a ser compete mesmo, ainda que para matria trabalhista!). Se a parte alegar, pode haver o fracionamento, o juiz exingue sem resoluo do mrito APENAS os pedidos que ele no pode julgar, mandando o ru ajuza no pedido competente.

Mas, na incompetente relativa, se os pedidos forem conexos, mesmo com exceo de incompetncia, o juiz pode julg-los, pois no posso ter decises contraditrias. Na questo da competncia relativa tempos que observar ainda a conexo ainda que haja exceo de incompetncia. Mas, alm da competncia, preciso analisar a compatibilidade dos pedidos. b) A compatibilidade dos pedidos;

No existe compatibilidade de pedidos na simples. E na eventual, os pedidos so naturalmente incompatveis. Mas CALMON fala que a lei no se refere compatibilidade de pedidos de natureza lgica, mas de uma compatibilidade jurdica. E isso quer dizer que no pode existir, na deciso, julgamentos excludentes entre si. No pode julgar b) e b) exclui a). Ou seja, apesar de poder haver a compatibilidade lgica, esta compatibilidade do Art. 292, CPC, o juiz no pode analisar pedidos contraditrios entre si. O juiz s pode julgar um dos pedidos.

c) A compatibilidade dos procedimentos (Identidade dos procedimentos ou possibilidade de converso para o rito ordinrio);Os pedidos precisam poder seguir o mesmo procedimento. No posso formular um pedido que tenha rito ordinrio, outro que tenha rito sumrio e outro que tenha rito especial. Ento, o autor tem que ter o cuidado de, ao formular o pedido na inicial, preciso identificar se existe, ao menos, a possibilidade de converso de todos no rito ordinrio e a se admite a cumulao. O juiz deve consultar a parte para saber se ela aceita que seja processado tudo no rito ordinrio. Ou o autor aceita que processe os pedidos a), b) e c) todos no ordinrio ou ele diz pra apreciar a) e b) e diz que vai ajuizar c) separadamente. A vai ter a alterao da demanda, suprimindo parte dela. Mas h a possibilidade, se voc estiver processando pedidos sobre procedimento especial x procedimento ordinrio ou procedimento especial a x procedimento especial b, h a possibilidade de converso de tudo em ordinrio? Mandado de segurana, por exemplo. O requisito da cumulao a converso em ordinrio. O nosso OJ tem uma regra de indisponibilidade da modificao de procedimento. Em regra, o autor no pode escolher o procedimento, que fixado por lei. No entanto, o legislador, em determinadas hipteses, deixa a escolha do autor qual procedimento ser utilizado. E, se existe essa escolha, ento poderia haver a converso do tiro (MS, Aes Possessrias). No entanto, quando o legislador no d esta possibilidade de escolha, por estar versando sobre interesse pblico ou direitos indisponveis (usucapio, inventrio) no pode haver a converso de ritos. preciso que haja uma CONEXO SUBJETIVA no sentido de que deve haver uma identidade de partes. Ainda que possa haver a formulao de pedidos diferentes para litisconsortes passivos, a ao deve ser nica e os pedidos devem ter identidade de partes. Deve-se observar tambm a ampliao da demanda. Imaginemos que o autor formulou na inicial vrios pedidos. E h a possibilidade de haver aditamento da inicial, onde o autor pode incluir outros pedidos no formulados anteriormente. Se o ru no foi citado, no precisa nem de autorizao do ru. Neste caso, se o autor adita a inicial, existe uma cumulao, mas esta cumulao chamada de ulterior to somente porque os pedidos foram acrescentadas aps o ajuizamento da inicial. FREDIE diz que, se o ru pode contestar e pode apresentar a reconveno, que um ao contra o autor dentro do prprio processo. Se ele apresenta uma reconveno, ele aumenta o objeto da demanda, pois o juiz ter que julgar mais. Para Fredie isso apenal uma ampliao ulterior objetiva da demanda, pois no foi um aditamento do autor. A reconveno no se relaciona ao autor! Mas alguns autores entendem que neste caso, ns poderamos estar tratando de cumulao homognea ou heterognea. Cumulao homognea quando ela dada pelo autor, pela mesma pessoa que props a demanda. J a cumulao heterognea aquela em que os pedidos foram cumulados por partes diferentes (o ru tambm formulou pedidos na reconveno). O mesmo se aplica a pedido contraposto.SUSPENSO DO PROCESSOExistem hipteses em que apenas se suspende o curso do procedimento principal. Mas, como se trata de um incidente processual que precisa ser resolvido (exceo de incompetncia do juiz, por exemplo), alguns atos sero praticados. A suspenso uma pausa na marcha do procedimento.

A suspenso pode ser prpria ou imprpria. A suspenso seria prpria quando ela paralisa todo e qualquer ato processual. Por outro lado, a suspenso imprpria quando alguns atos processuais podem ser praticados. Esta suspenso depende de deciso judicial que a declare. preciso que o juiz, via deciso interlocutria, diga que a partir daquele momento se supendem a marcha processual. E essa deciso judicial tem natureza constitutiva: ela ordena a paralizao do processo. Porm, os seus efeitos PODEM ser retroativos. constitutiva porque determina a paralizao do procedimento, mas pode retroagir at a data que ensejou a suspenso. Por exemplo: pode retroagir para devolver o prazo para recurso ou se ensejar prejuzo pode ser invalidado. A suspenso imprpria paralia apenas o principal.Suspende-se os efeitos do procedimento, mas no suspende o contedo eficacial do processo. O fato do processo estar suspenso no anula a anlise de litispendncia, a preveno, a conexo, a continncia. Todos efeitos permanecem. S se obsta a marcha processual, mas o processo.Art. 265, CPC.

I) Morte ou perda de capacidade da parte: lembre-se que a parte pode ser tanto autor, como ru, como um terceiro, como o prprio juiz (se estiver se tratando de impedimento ou suspeio). Precisamos analisar se esta morte ou perda de capacidade processual aconteceu antes ou depois da audincia de instruo e julgamento. Observe que se a parte morre antes da audincia de instruo, o processo tem que estar suspenso, porque uma parte morta no pode fazer parte da audincia. Suspende-se ou para realizar o suprimento da capacidade processual ou porque precisa haver uma suspenso processual: os herdeiros ou esplios devem ser habilitados para suceder o de cujus. O juiz intima os herdeiros para regularizar. Agora, se a morte acontece depois da audincia de instruo, o processo vai ficar concluso para dar sentena. Geralmente nenhum ato praticado entre a audincia de instruo e a sentena. Ento o processo no ser suspenso nesse interstcio. O processo se suspende depois da publicao da sentena. Se o fato que ensejou a suspenso for a morte da parte, o advogado que a representa vai atuar como substituto processual, se j tiver ocorrido a audincia de instruo. Ele estar em juzo em nome prprio, mas pleiteando o direito de terceiros, que agora so os herdeiros ou o esplio. O advogado, neste momento, passa a ser parte, como substituto processual. E ento, aps a sentena, o processo suspenso e o advogado deixa de ser parte. Porm, se a causa for de perda de capacidade das partes ou dos representantes ou morte dos representantes, o advogado no vai atuar como substituto porque a parte ainda EST no processo. Ento, o advogado atua como representante processual. Se o caso, todavia, for de morte ou de incapacidade do advogado. O juiz deve assinalar prazo de vinte dias para que a parte constitua novo advogado para substituir o de cujus no processo. Se a parte no substituir no prazo determinado pelo juiz. Art. 265, II. Isso se estivermos tratando do autor. Porque se for a morte do advogado do ru, a conseqncia ser a revelia. E se for terceiro, ele ser excludo do processo. Mas e se a parte morre, mas a ao versa sobre direito intransmissvel (que no pode passar para os herdeiros ou esplio) pode haver no pode haver a sucesso processual com a suspenso do processo. Isto porque o direito indisponvel, intransmissvel. Nesse caso no falamos de suspenso, mas em extino do processo. II) Por conveno das partes: as partes podem acordar por suspender, por conveno das partes, em at seis meses. Geralmente fazem esta suspenso para fazer um acordo. Aqui temos um NEGCIO JURDICO PROCESSUAL que depende da aprovao de deciso judicial que ir declarar a suspenso da marcha processual. Todavia, no pode-se interromper se houver um prazo peremptrio. A suspenso convencional no impede a precluso do prazo peremptrio. Ou a parte cumpre e depois suspende por conveno ou perde o prazo peremptrio processual. O acordo ser homologado.III) Pela apresentao de exceo de incompetncia ou de exceo de suspeio ou impedimento: se o Ru apresentou uma exceo de incompetncia relativa, teremos uma suspenso imprpria, pois no suspende todos os atos do processo. Paralisa apenas o curso do processo principal e o juiz precisar solucionar os atos do incidente processual pela exceo de incompetncia relativa, suspeio ou impedimento. Mas, se a suspeio ou impedimento for direcionada ao MP, funcionrio pblico ou perito, no h suspenso do processo, porque o juiz estar para julgar. Se a incompetncia for absoluta, tem que ser como preliminar da contestao. E, se ela est no curso do processo principal, o juiz ter que analisar de plano. No suspende o processo.IV) Contm trs alneas

a. Depender do julgamento de outra causa ou julgamento de outra causa ou da declarao de existncia ou inexistncia de relao jurdica que constitua o objeto principal de outro processo pendente. O processo pode ser suspenso se houver uma relao de preliminariedade externa ou de prejudicialidade. Preliminaridade externa porque estaremos confrontando dois processos. Quando dois processos tem entre si uma relao de conexo ou continncia, eles devem ser reunidos para serem julgados no mesmo juzo sob pena de produzirem decises contraditrias. Mas h hipteses em que no possvel reunir os processos. Seja porque uma causa de incompetncia absoluta que no pode ser modificada, seja porque no possvel reunir causas em que o procedimento no pode ser modificado para o o ordinrio. Mas pode ser um procedimento especial em que a parte no pode converte-lo para o ordinrio. S pode suspender quando no possvel reunir os processos por conexo ou continncia. Um dos processo ter que ser suspenso para evitar decises contraditrias. Aqui, h uma relao de precedncia lgica entre os processos; haver um processo subordinante para que seu resultado interfira no subordinado. externa porque so dois processos em juzos diferentes e um julgamento ir interferir no resultado do outro. O CPC fala de prazo mximo de um ano. Mas a doutrina entende que este prazo pode ser prorrogado. FREDIE defende um temperamento dessa regra.b. Quando no puder ser proferida a deciso antes de comprovado determinado fato ou produzida prova em outro juzo. Ex.: o julgamento da constitucionalidade de uma lei ou a produo de prova em outro juzo por carta precatria ou rogatria (fora da jurisdio brasileira). O Art. 338 diz que nos casos de carta precatria e rogatria, o processo s ser suspenso se a carta precatria ou rogatria foi antes do despacho saneador e se a prova for imprescindvel para o deslinde do feito. Tambm suspende pelo prazo de um ano, mas com a temperao desta regra, conforme FREDIE fala, se houver necessidade.c. Quando a sentena ou acrdo de mrito tiver por pressuposto o julgamento de questo de estado requerido como questo incidente. Este inciso muito criticado pela doutrina. Primeiro porque esta questo seria de prejudicialidade externa e seria desnecessria porque j tem outro inciso por isso. Mas, para FREDIE, est uma questo prejudicial, mas de forma interna. Havendo um icidente, o juiz deve julg-lo primeiro, para depois sentenciar. Mas, na prtica, ele julga simultaneamente os dois. Ex.: declarao de falsidade de documento. Ele no precisa necessariamente suspender o processo, pode decidir tudo junto na sentena, mas ele pode. A prejudicial interfere no modo em que vai ser julgada a questo seguinte: se o documento for falso ou verdadeiro eu julgo de uma ou de outra maneira. J a preliminar pode criar um obstculo que no pode ser removido e fulminar a anlise do prximo. Nesse caso apenas para questes PREJUDICIAIS E NO PRELIMINARES. Tambm deve ser suspenso pelo prazo mximo de um ano...Art. 265, V: Fala de fora maior. Existe um evento imprevisvel, incerto, alheio vontade das partes, que pode ocorrer no processo e vai provocar a suspenso do processo. Observe que no caso de fora maior suspende-se inclusive os prazos peremptrios. Greve, enchente, blackout. Mas tem que provas o justo motivo. Art. 183, 2. Enquanto perdurar este evento. UMA HIPTESE EM QUE NO INCIDE A REGRA DE UM ANO.VI: Outros casos que possam ser regulados por fora de lei. Estas hipteses no constituem um rol taxativo. Outras hipteses podem estar em dispositivos esparsos do CPC ou em legislao esparsa. Ex.: denunciao lide, nomeao autoria, chamamento ao processo.

Art. 266, CPC: Quando existe a suspenso, vedado a prtica dos atos processuais. Salvo nos casos da suspenso imprpria e no caso de atos urgentes que podem levar a um dano irreparvel. O juiz pode realizar ato processual para que evitar um dano irreparvel ou de difcil reparao. No entanto, precisamos observar que, se for realizado o ato (na poca em que h vedao) ele ser declarado inexistente, invlido ou ineficaz? Em que plano da Teoria dos Fatos Jurdicos ele est? PONTES DE MIRANDA reputava estes atos como inexistente, MUNIZ DE ARAGO tambm. No entanto, a doutrina majoritria entende que estaria no plano da validade. Ele seria um ato invlido, pois ele estaria proibido de ser praticado. Mas, para dizer que ele est viciado, que invlido, preciso que seja observado: a) se h prejuzo com a prtica do ato para as partes princpio da transcendncia. Se ele no trouxer prejuzo, aplica-se a economia processual e a instrumentalidade das formas. Se a parte morre entre a audincia e a deciso, no h porque suspender o processo, porque no h ato para ser praticado. E, em alguns casos, admite-se a possibilidade de considerar o ato vlido, porm retardar os seus efeitos. Por uma questo de economia processual, quando a suspenso acabar, eu digo que este ato foi j praticado, mas eu projeto ele. Imagine que o ru apresentou um recurso, mas a parte morreu, precisava ser substituda. Neste caso, o recurso ficar sobrestado, sem efeito naquele momento.EXCEO ASPECTOS PROCESSUAS DA EXCEO DE CONTRATO NO CUMPRIDOContradireitos:

Contradireito extintivo: Compensao. E o direito de vizinhana em que voc invade de boa f terreno alheio em at 5% e constri cuja construo supera o valor do terreno. Ele pode exigir Contradireito neutralizante: aquele em que voc exerce contra o Direito que a outra parte tem para neutraliz-lo, mas no extingui-lo. o exemplo exceo de contrato no cumprido. Prescrio, benefcio de ordem do fiador. A precluso a extio, o resultado, no um direito. igual a caducidade. o resultado desse direito. No h melhor falar em contradireito preclusivo, melhor falar contradireito extintivo. Ele no nega que ele dono ou credo, mas eu tenho um direito que aniquila.A prescrio um contradireito neutralizante, pois ela no extingue o direito, apenas neutraliza a pretenso. Quem alega a prescrio est dizendo: eu devo, mas tenho o Direito de no pagar. Tanto que tem gente que alega subsidiariamente a) eu no devo; b) mas se dever, tenho o contradireito de embora devedor, no pagar por ser prescrio. A prescrio tributria no neutralizante, mas extintiva porque, na verdade, extintiva.

Exceo Substancial Exceo substancial um contradireito. Exceo de contrato no cumprido uma exceo substancial e, portanto, um contradireito. Para FREDIE, a compensao, a prescrio, a exceo de contrato no cumprido so excees substanciais, que podem ser neutralizante ou extintivas.

Pontes de Miranda no faz esta diviso de FREDIE, mas diz que a exceo substancial esempre neutraliza e se for para extinguir no exceo substancial, s que ele no nomina os contradireitos que no extinguem. E ele tem um volume do tratado de direito privado, o volume 6, que fala de excees substanciais. Para FREDIE isso confunde, porque o rtulo exceo substancial muito forte. um assunto to importante quanto estudar direito subjetivo ou potestativo. A exceo substancial o direito que um contradireito. melhor ver exceo substancial como o gnero de contradireito e este gnero se divide em neutralizante ou extintivo de acordo com a produo de efeitos.Qual a vantagem da sistematizao de Fredie? Ma de ordem didtica e outra de vantagem dogmtica.

Art. 190, CC: A exceo prescreve no mesmo prazo em que a pretenso.

Artigo189: diz que Direitos prescrevem. E o Art. 190 diz que contradireitos tambm prescevem e no mesmo prazo da pretenso.Qual o principal exemplo de prescrio de exceo: ele me cobra um cdito e eu tenho o direito de compensar. Mas se o meu crdito contra ele estiver prescrito eu sou credor de um crdito prescrito. Se eu cobrar ele vai dizer que prescreveu. Mas se prescreveu o tempo para cobrar, eu posso querer usar como compensao. Ou seja, se eu quiser utilizar este crdito como compensao tambm prescreveu e o Autor pode aleg-la. S que este exemplo, para ponte, a compensao no seria exceo, porque ele s considera as excees substanciais como as neutralizantes. E de acordo com a classificao de Fredie, a compensao uma exceo substancial extintiva. Eu consigo explicar o Art. 190 pela teoria de Fredie.Mas os contradireitos so, em regra, imprescritveis, pois depende de outra pessoa para se exercer. E Ponte diz que s excepcionalmente a prescrio pode ser prescritvel. E, para FREDIE, um exemplo de prescrio prescritvel a compensao.

Se A me cobra um crdito e eu, na minha defesa exero meu contradireito de compensao. O autor, na rplica dele vai poder alegar que a compensao prescreveu. Ento o Art. 190 cria um contra-contradireito. Pois o autor que vai alegar.

H quem diga que o autor no alega prescrio. O autor no alega prescrio de Direito dele, mas do direito do ru ele pode alegar! E esse contradireito do ru, de compensar!

A exceo substancial uma defesa? UM EXEMPLO DE DEFESA. Alegao de pagamento uma defesa. E isso no um contradireito at porque o ru est negando o Direito do autor, ele no est afirmando um contradireito. Decadncia uma defesa, mas no um contradireito, ele j est dizendo que o direito no existe. O contradireito um antdoto. E, por isso, s pode ser xercido quando o houver o veneno, o direito do autor.O benefcio de ordem um contradireito, pois eu no nego o direito do autor, eu apenas estou seguindo a ordem que foi devida. um contradireito neutralizante. Quando o ru alega usucapio um contradireito? No, porque quem usucape diz que o antigo possuidor NO TEM MAIS DIREITO! Ele no afirma o direito do antigo possuidor para depois valer-se de um contradireito. USUCAPIAO NO EH TRANSMISSO DE PROPRIEDADE, AQUISIO ORIGINRIA! Por isso no contradireito.Se eu alego um contradireito na minha defesa, h uma simplificao da contestao. O dilogo processual se simplificar, porque o ru diz que tudo o que autor disse verdade.

Pagamento no exceo substancial, porque o ru afirma que o ru no tem mais o direito pois a obrigao foi extinta pelo pagamento.

Podem existir contradireitos atpicos: beneficirio de plano de sade que tenta atendimento fora da rede credenciada. E o plano diz que ela tem direito, mas DESDE QUE na rede credenciada._____________________-

A partir de agora ns s vamos estudar exceo no segundo sentido da palavra: exceo como defesa.

CLASSIFICAO DAS EXCEES (DEFESAS):Defesa de Mrito x Defesa de Admissibilidade: Defesa de admissibilidade toda defesa que o ru alega cujo propsito impedir que o juiz examine o pedido do autor. a defesa que tem como propsito fazer com que o juiz nem examine pedido do Autor. O ru questione, portanto, a admissibilidade do processo. J a defesa de mrito a defesa em que o ru se contrape ao acolhimento do pedido do autor. Uma parte da defesa do ru se destina s defesas de admissibilidade e outra s de mrito. A prescrio uma defesa de mrito e o pagamento tambm. Toda exceo substancial uma defesa de mrito, por isso que substancial. A exceo substancial pressupe que o cara tenha direito ento o uiz tem que examinar o direito do cara, seja para neutralizar, seja para extinguir. Inpcia da inicial, incompetncia do juzo e conexo so de admissibilidade. A defesa de mrito questiona se o autor tem razo. E a defesa de admissibilidade questiona se o juiz pode examinar a questo levada a juzo.A prescrio uma defesa de mrito. Mas ela s preliminar s defesas de mrito. Ela no preliminar no sentido de ser uma defesa de admissibilidade.

Exemplos de Adminissibilidade: Primeiro incompetncia, depois inpcia da inicial..

De um modo geral todo mundo diz que o ru tem que primeiro se defender da admissibilidade e s depois de mrito na contestao. FREDIE defende que no bem assim. O ru tem o direito de primeiro dizer que pagou ou que est prescrito e o autor no tem direito nenhum. Mas, se por ventura, ele (o ru) no tiver razo, diz que est inepta a inicial. Tem que dar direito ao ru dele escolher a forma dele se defender, porque se ele quiser se defender primeiro do mrito ele tem a vantagem do juiz dar uma sentena de mrito e a forma coisa julgada e o autor no pode propor novamente a mesma demanda. melhor do que extinguir sem julgamento de mrito por admissibilidade, porque a o autor pode repropor essa demanda.Defesas Dilatrias x Peremptrias: Dilatatrias aquela cujo objetivo apenas retardar a deciso. Uma vez o ru tendo razo, o mximo que esta defesa propicia um retardo. Ex.: uma incompetncia. Se o juiz acolhe uma incompetncia, o mximo que ele pode fazer remeter os autos ao outro juzo. Exceo de contrato no cumprido outro exemplo de defesa dilatria. Outro exemplo o beneficio de ordem. O ru tem o direito de no cumprir enquanto o autor no cumprir a sua parte. O direito de reteno tambm, pois uma vez acolhido s esperar que o autor pague o valor da indenizao para ter a coisa de volta... A defesa dilatria pode ser de mrito ou de admissibilidade. Peremptria a defesa que uma vez acolhida produz efeitos permanentes. Ex.: alegao de carncia de ao, decadncia, pagamento, prescrio.Defesa Direta x Defesa Indireta: Defesa direta aquela em que o ru se defende sem acrescentar ao processo nenhum fato novo. Sendo assim, a defesa direta faz com que o nus da prova seja todo do autor, pois o ru nada alegou. Deste modo, o autor no precisa ser intimado para se manifestar sobre esta defesa (rplica). A defesa direta sempre de mrito. S existem duas espcies de defesa de mrito: a) o ru se defende dizendo que tudo o que o autor afirmou mentira e nega os fatos afirmado pelo autor. O ru no agrega fato novo nenhum e se limita a dizer que o que o autor afirma no aconteceu. B) o ru admite que tudo o que o autor falou aconteceu, mas diz que no d direito ao Autor. Ou seja, ele aceita os fatos do autor mas nega as conseqncias jurdicas que o autor quer extrair desse fato. No caso em que o ru reconhece os fatos mas nega as conseqncias jurdicas, a doutrina chama isso de CONFISSO QUALIFICADA. O cara confessa, mas nega as conseqncias jurdicas disso. A indireta a defesa em que o ru traz ao processo um alegao ou fatos novos. O nus da prova destas alegaes do ru. Alm disso, haver necessidade de rplica. Alm disso, toda defesa de admissibilidade indireta. Quarta caracterstica de que sempre que o sujeito exerce uma exceo substancial e uma defesa indireta. Uma forma de defesa indireta o ru reconhecer os fatos do autor, mas trazer fatos novos que impedem, modifiquem ou extinguem a pretenso do autor. uma hiptese de CONFISSO COMPLEXA. uma confisso, mas complexa por vir acompanhada de uma alegao de fato. No Direito Brasileiro existe a regra da indivisibilidade da confisso, voc tem que aproveit-la totalmente. Mas esta regra do direito brasileiro excepcionada pela confisso complexa, que divisvel, pois um ato divisvel em duas partes. Isso est no Art. 354, CPC.Objees x Excees: Objeo toda defesa que o juiz pode conhecer de ofcio. J a palavra exceo, nesse sentido, a defesa que o juiz no pode conhecer de ofcio. A palavra exceo tambm serve para designar ualquer defesa, mas nesse sentido se contrape a defesa que o juiz pode conhecer de ofcio. Incompetncia? Se for relativa E. Se for absoluta O. Se for pagamento O, desde que haja prova nos autos e ainda que ningum provoque. Se for prescrio, para Fredie E se for de direito disponvel. O se for de direito indisponvel. Para o cdigo, prescrio sempre O.

Se for decadncia legal O, se for convencional E.

Exceo substancia em princpio E. Agora no caso de prescrio O. Impedimento e suspeio so O.REGRAS FUNDAMENTAIS DA CONTESTAO1) REGRA DA CONCENTRAO DA DEFESA

Esta regra diz que toda defesa do ru deve estar concentrada na contestao. Por causa disso que o ru costuma, quase sempre, cumular defesa. Numa mesa contestao ele apresenta todas as possveis defesas. Cumulao de defesas que pode ser prpria ou imprpria. Prpria quando todas as defesas podem ser acolhidas ao mesmo tempo. Mas o mais comum que o ru faa uma cumulao imprpria de defesas: a) primeiro eu alego isso; se V. Exc no acolher isso, eu alego isso... Essa possibilidade de cumulao imprpria est muito ligada ao direito de defesa e um pouco distorcida na prtica, porque as pessoas acham que por conta disso podem fazer o que quiser, seria uam espcia de vale tudo. Tem gente que diz: a) nunca vi o autor na minha vida; b) mas se V Excl enender quer eu conheo ele, eu queria dizer que eu j paguei. Percebam que nada obstante ser possvel uma cumulao imprpria, preciso que estas defesas guardem o mnimo de coerncia e respeitem o princpio da boa-f. O que pode ser feito dizer que a dvida no existe. Mas que se o juiz entender que existe, o ru alega que est prescrita. Ou ento: isso que ele est pedindo de volta uma doano e se voc entender que emprstimo eu compenso com outro dbito que ele tem comigo. Esta regra fundamental da contestao sofre duas espcies de mitigao. Primeiro: existem defesas que, por expressa previso legal, tem que ser apresentadas fora da contestao. A prpria lei prev defesas que podem ser suscitadas fora da contestao: impedimento, suspeio, incompetncia relativa, impugnao ao valor da causa, revogao de justia gratuita concedia ao autor. A outra mitigao que ela sobre so as defesas que, pela prpria lei, o ru pode alegar depois da contestao. Elas esto previstas no Art. 303:So elas:a) Defesas relativas a direito superveniente. Se algo que acontece depois da apresentao da defesa, claro que o ru poder aleg-la depois. Ex.: pagamento ou compensao superveniente.

b) Tambm possvel alegar as objees depois da contestao. c) E alm disso, o ru tambm pode suscitar depois da contestao, as matrias que, por expressa previso legal, ele possa fazer isso. Ex.: decadncia convencional.O segundo pilar a regra do nus da impugnao especificada. De acordo com essa regra, cabe ao ru na contestao impugnar especificadamente cada um dos fatos alegados pelo autor. Dizer que a, b, c, no aconteceu. Fato afirmado pelo autor e no impugnado pelo ru ser considerado como fato existente. Essa regra tem o objetivo de proibir as contestaes genricas, do sujeito que diz que tudo mentira. ESTA A REGRA, PREVISTA NO ART. 202.Mas esta regra sofre duas mitigaes:

a) Art. 302, nico: Diz que o curador especial, o advogado dativo e o Ministerio Pblico esto liberados deste nus. Este pargrafo de 73. Ento teremos que estud-lo no contesto da poca. O propsito desse pargrafo e de que sujeito que pegam o processo andando, caem no processo abruptamente, tem a prerrogativa de fazer contestaes genricas. uma regra que protege esses sujeitos de mentir, pois muitas vezes, pelas circunstncias do momento em que assumem o processo, no tem como fazer uma defesa especificada. Todavia, esta justificativa s teria sentido ao curador especial e ao advogdo dativo. Mas ao MP? Em 73, o MP podia fazer a defesa de indivduos carentes, at porque a Defensoria Pblica pouco existia no Brasil. S que com a CF88, esta funo no existe mais, dele atuar como advogado pblico. Seria inclusive uma usurpao da funo da advocacia, pblica ou privada. Este trecho, portanto, no foi recepcionado pela CF. E a defensoria pblica? S na qualidade de curador especial. Na hiptese de advogado pblico comum, no. E a fazenda pblica, estaria liberada? um absurdo dizer isso. O projeto do novo CPC permanece s advogado dativo e curador especial.b) Existem fatos que mesmo no impugnado especificadamente no podem ser considerados como ocorridos. Eles esto no Art. 302, I, II e III. I: fatos que no podem ser confessados. Ex.: se o sujeito no poderia confessar aquele fato, o silncio dele no pode atingir o mesmo resultado de uma confisso que ele no pode fazer. O silncio no pode equivaler a uma confisso. Os fatos que no se podem confessar so os do Art. 213 do CDIGO CIVIL. II: alguns atos s podem ser provados por instrumento. a prova ad substancia. Quando a prova da substancia do ato, significa que aquele ato s pode ser provado com aquele instrumento. Ex.: testamento: s posso prov-lo com o testmento. Ex.: compromisso de compra e venda do imvel sem o instrumento compromisso- no se prova. Se o ato s se prova com o instrumento e o autor no junta este instrumento, o silncio do ru sobre este ato no supre a falta do instrumento. Mesmo que o ru nada fale sobre o instrumento, no se admite o suprimento da sua falta. III: o juiz no considerar ocorido o fato no impugnado se o conjunto a defesa apontar para isso. Ou seja, preciso interpretar a contestao sistematicamente. uma regra de interpretao da contestao. Este inciso, que diz que o juiz tem que interpretar sistematicamente um ato postulatrio que a contestao. E por isso que Fredie disse que tambm a petio inicial deve ser interpretada sistematicamente. Prazo para contestar: 15 dias. Se houver litisconsortes com advogados diferentes: prazo em dobro. E de entes pblicos: qudruplo. E no novo CPC, os prazos em dias s contaro em dias teis. E os dos entes pblicos passar a ser em dobro.

REVELIA um ato-fato processual que consiste na no apresentao da Contestao no prazo a ela designado, ou seja, tempestivamente. O nome revelia tem a mesma etimologia de rebelia. A idia da revelia o rtulo para o sujeito que convocado ao judicirio no aparece. H uma relao histrica entre o nome revelia e o tratamento mais rigoroso ao revel, com a idia de que o revel seria quase um deliquente, por no ter se dado nem ao displante de ir ao juzo.Hoje no se trata mais o revel como delinqente, mas o nome revelia ficou.

EFEITOS DA REVELIA:

Os efeitos da revelia com ela no se confundem. Uma coisa a revelia e outra so efeitos dela, at porque pode haver revelia sem efeitos.

1) Presuno de veracidade dos fatos afirmados pelo autor. a chamada confisso ficta ou efeito material da revelia. Os fatos afirmados pelo autor, tendo havido revelia, sero reputados como verdadeiros. 2) O revel no ser mais intimado para os atos processuais. um efeito muito rude. Ele no intimado nem da sentena. o mais violento efeito da revelia.3) Precluso. Das matrias de defesa que ele teria que ter alegado na Contestao e no alegou.

4) Efeito MEDIATO da revelia. Porque s vai acontecer num segundo momento. Este efeito depende do primeiro. O primeiro acontecendo, este quarto acontece. o de permitir o julgamento antecipado da lide. A revelia s permite o julgamento antecipado da lide se houver presuno de veracidade dos fatos afirmados pelo autor.

SISTEMA DE PROTEO DO RU REVEL

Regras para proteger o ru revel, para mitigar os efeitos da revelia.

1) A presuno de veracidade no automtica. Isso quer dizer que o juiz vai ter que avaliar a prova dos autos. E se a presuno de veracidade for contrria a provados autos ele no vai aplicar a presuno. Porque a revelia no pode ter o poder mgico de transformar uma histria absurda numa histria real. Se as alegaes do autor so completamente inverossmeis, no a revelia que vai torn-las verossmeis. A revelia permite a presuno de veracidade diante de uma verossimilhana do afirmado pelo autor. No porque o ru revel que tudo o que o autor alegou verdade.2) A revelia no significa procedncia do pedido. s vezes os fatos aconteceram mais o autor no tem razo. O ru revel pode ter razo.

3) Art. 303, Objees. Permite que se alegue defesa depois do prazo da contestao. As matrias do 303 so as que podem ser suscitadas mesmo aps a Contestaao, ento elas mitigam a revelia. Em relao s objees no se aplica o efeito 3 da revelia.4) O ru revel pode intervir no processo a qualquer momento. E a partir do momento em que ele intervenha, ele tem que ser intimado. Se ele intervier num momento tal que permita a produo de provas, ele poder produzir provas.

5) Se o autor quiser mudar o pedido ou a causa de pedir e o ru for revel, ter que citar novamente o ru para que ele possa se defender do novo pedido ou da nova causa de pedir. Art. 321, CPC.O cara pode ter sido revel de duas maneiras: a) foi citado e nem apareceu; b) pode ter sido citado, ter entrado nos autos, pedido vista dos autos e no fez a sua defesa. Ele revel tanto no aparecendo, quanto se ele apareceu mas no contestou.

6) Se o ru for revel mas tiver advogado nos autos, ele tem direito de ser intimado. O efeito 2 no se aplica ao ru revel que tem advogado nos autos. o exemplo de quem juntou a procurao mas no contestou. Art. 322. Ele um revel presente.7) Sentena proferida contra ru revel no citado ou contra ru revel citado invalidamente sentena que pode ser impugnada a qualquer tempo por meio da querela nulitatis. um instrumento de proteo do ru revel.8) Ru revel citado por edital ou por hora certa tem direito a curador especial. Esta defesa pode ser genrica. Art. 9, II.9) O assistente simples pode contestar pelo assistido revel. Art. 52, nico.

10) Art. 320 traz outras hipteses em que no haver presuno de veracidade. Ou seja, haver revelia sem o seu efeito primeiro. O inciso I fala que no haver presuno de veracidade se, havendo litisconsrcio um deles contestar. A contestao de um beneficia os demais para evitar a presuno de veracidade. Se aplica ao litisconsrcio unitrio. E se aplica ao litisconsrcio simples no que os fatos forem comuns a ambos. Ou seja, fatos comuns a ambos os litisconsortes contestados por um, aproveitam ao outro litisconsorte. Art. 321, I.11) Quando o fato no admitir confisso.

12) Quando o fato no depender de instrumento que faa prova. Os fatos que no podem ser presumidos diante do silncio do ru tambm no podem ser efeitos da revelia.RECONV