reputação: um elemento diferenciador e protector face a...

139
INSTITUTO POLITÉCNICO DE LISBOA ESCOLA SUPERIOR DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Mestrado em Gestão Estratégica das Relações Públicas 2008/2010 Reputação: um elemento diferenciador e protector face a crises organizacionais Nuno da Silva Jorge Escola Superior de Comunicação Social Orientador Professor António Marques Mendes Escola Superior de Comunicação Social 2010

Upload: duongque

Post on 25-Nov-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

INSTITUTO POLITÉCNICO DE LISBOA

ESCOLA SUPERIOR DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Mestrado em Gestão Estratégica das Relações Públicas

2008/2010

Reputação: um elemento diferenciador e protector

face a crises organizacionais

Nuno da Silva Jorge

Escola Superior de Comunicação Social

Orientador

Professor António Marques Mendes

Escola Superior de Comunicação Social

2010

Page 2: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,
Page 3: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

i

!"#$%&'Propõe-se, neste trabalho de investigação, explorar as disciplinas de Gestão de

Reputação e de Gestão de Comunicação de Crise, de modo a enquadrar a reputação

como um activo de valor, que protege uma organização quando esta enfrenta uma

crise.

O projecto de dissertação é dividido em duas partes. Uma revisão bibliográfica que

constitui um campo teórico de base e um estudo de caso, sobre a crise financeira de

2008, que procura explorar o efeito da reputação num contexto real de crise.

Este trabalho sugere, ao nível teórico, que a reputação pode funcionar como um

escudo protector de uma organização, quando esta enfrenta uma crise, e suporta esta

mesma ideia empiricamente, através da investigação realizada.

()#*+,-*'In this work, we explore the concepts of Reputation Management and Crisis

Communication Management, positioning Reputation as a valuable asset, that protects

an organization in a crisis situation.

This dissertation project consists in two major frames, one literature revision that

builds the theoretic foundation of this work, and a case study, about the financial

crisis of 2008, that explores the effect of reputation in a real crisis situation.

This work suggests, at the theoretical level, that reputation can work as a shield, that

protects an organization in a crisis situation, and suports this idea, empirically,

through the presented investigation.

Page 4: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,
Page 5: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

iii

(.+,/"-0%"1*&#'Este projecto de dissertação não seria possível sem o contributo dos vários

professores, família, amigos e colegas, que ajudaram, directa ou indirectamente, de

forma valiosa e determinante, para que me fosse possível completar este desafio. Não

sendo possível agradecer a todos, gostava de destacar e agradecer a alguns.

Ao meu avô, Acílio Ascensão Silva, que me ensinou muito sobre carácter e reputação.

Em sua memória, gostava de lhe dedicar este trabalho.

Ao professor António Marques Mendes, na qualidade de meu orientador, quero

expressar um agradecimento, muito especial, pela disponibilidade que sempre

manifestou, em me ajudar a ultrapassar os desafios que foram surgindo, ao longo

deste percurso, pelo interesse demonstrado neste projecto de dissertação, pelas

valiosas críticas e sugestões e, também, pelo saber partilhado, sem o qual não seria

possível completar este trabalho. A ajuda, cooperação e incentivo que sempre me

prestou foram determinantes para a elaboração deste projecto de dissertação.

À professora Doutora Mafalda Eiró-Gomes, na qualidade de professora e

coordenadora do mestrado, quero expressar um agradecimento profundo, pela

dedicação demonstrada ao curso e aos alunos de Relações Públicas. O seu

conhecimento e disponibilidade, para além de fazerem a diferença, são uma mais valia

para todos nós.

Ao professor João Tiago Proença, na qualidade de professor neste mestrado. Os seus

conhecimentos foram relevantes para o meu percurso neste mestrado, contribuindo

directamente para o paper que tive a possibilidade de apresentar no âmbito das

conferências EUPREA 2010 e ECREA 2010.

À minha família, de uma forma geral, pelo apoio e dedicação, ao longo deste

processo. À minha mãe Fernanda da Silva Jorge, ao meu pai Fernando Jorge, ao meu

irmão Hugo da Silva Jorge, à minha avó Rosa da Silva e à minha madrinha Lurdes

Silva, um profundo obrigado.

Sem esquecer César Neto, com quem tive a oportunidade de trabalhar, no âmbito do

mestrado, ao longo destes dois anos, Urbano da Veiga e Conceição Francisco, pela

disponibilidade e pronta colaboração.

Page 6: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,
Page 7: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

v

21/0-"'!"#$%&' (!

)*#+!),+' (!

)-!).",(%"/+&#' (((!

0/.(,"' 1!

(2$#+!)34"#' 1(((!

!"#$%&'( )"""!

*&+,-&'( )"""!

!.%/$-&'( "0!

(/+!&.$35&' 6!

7)!+"'(' 8!

6'9'!"7$+)35&' 8!

121(3(4(5"/,6'78(%,9$:&;"86&-( <!

12=(3(>(9%8;,''8(5,(;86':%$?78(5,($/&(%,9$:&?78( @!

"#$#"!%!&'()*+','(! -!"#$#$!%!&.,/(.! 0!"#$#1!%!2(34*,567! "8!

12A(3(B&%&;:,%C':";&'(5&(%,9$:&?78( 11!

12D(3(E&-8%(5&(%,9$:&?78( 1=!

"#9#"!%!:,3+*,;!<(34*,=+7),;! "9!

12<(3(B86;-$'78( 1@!

:'9'-"#+5&'."'!"7$+)35&' 6;!

=21(3(4("/98%:F6;"&(5,(#,%"%(&(%,9$:&?78( 1G!

=2=(3(4(,09%,''")"5&5,(;8%98%&:")&( 1H!

=2A(3(I,%"%(%,9$:&?78(58(986:8(5,()"':&(,':%&:J#";8( ==!

=2D(3(K/9-,/,6:&%(&(#,':78(5,(%,9$:&?78(6$/&(8%#&6"L&?78( =D!

$#9#"!%!>!,4'+*7<+,!'(!<(34*,567! $?!

Page 8: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

vi

$#9#$!%!@;,*,A7<.,B!'(!<(34*,567! $?!$#9#1!%!CD3<(BB,<!,!7</,)+E,567!,*<,FGB!'(!=,.3,)H,B!'(!=7.4)+=,567! $-!$#9#9!%!I('+<!,!<(34*,567! $J!

$#9#9#"!%!@(<B7),;+','(!:7<37<,*+F,! $0!$#9#9#$!%!CD3(=*,*+F,B!B7=+,+B! 18!$#9#9#1!%!:7)A+,)5,! 1$!$#9#9#9!%!>*+*4'(B!%!K(7<+,!'(!:7.37<*,.()*7!@;,)(,'7! 1$!

=2<(3(B86;-$'78( AA!

<'9'!"7$+)35&'"'!"#$%&'()%*!' <8!

A21(3(K6M-$N6;"&(5&(%,9$:&?78( A<!

A2=(3(B8/9%,,65,658(&(&$5"N6;"&( A@!

A2A(3(O/('"':,/&(5,("6M8%/&?78("/9,%M,":&( AG!

A2D(3(B86;-$'78( AP!

='9'!"7$+)35&'"',!(#"#'"%7!"#)!()(#' =6!

D21(3(Q,M"6"?78(5,(;%"',( D1!

D2=(3(Q&(#,':78(5,(;%"','(R(#,':78(5,(;8/$6";&?78(5,(;%"',( D=!

D2A(3(Q"';"9-"6&'(&-"&5&'( DA!

9#1#"!%!L(B*67!'(!>BB4)*7B! 91!9#1#$!%!L(B*67!'(!2+B=7B! 99!9#1#1!%!L(B*67!'(!2(34*,567! 99!9#1#9!%!:7.4)+=,567!'(!'(B,B*<(B! 9?!

D2D(3(4(6,;,''"5&5,(5&(#,':78(5,(;%"','( D@!

D2<(3(!&','(5,(5,',6)8-)"/,6:8(5,($/&(;%"',( DG!

D2@(3(S85,-8'(5,(#,':78(,(:"98-8#"&(5&'(;%"','( DH!

D2G(3(T%8;,5"/,6:8'(&6:,'U(5$%&6:,(,(5,98"'(5&(;%"',( <V!

9#-#"!%!M,B(!3<G%=<+B(! ?8!9#-#$!%!M,B(!'4<,)*(!,!=<+B(! ?"!9#-#1!%!M,B(!3NB%=<+B(! ?"!

D2H(3(S85,-8'(5,(#,':78(5,(;%"',( <=!

9#J#"!%!CB=7;H,!',B!(B*<,*G/+,B!'(!<(B37B*,! ?1!9#J#"#"!%!K(7<+,!B+*4,=+7),;!'(!=7.4)+=,567!'(!=<+B(! ?1!9#J#"#$!%!I7'(;7!'(!*(7<+,!'(!=7)*+)/O)=+,! ?-!9#J#"#1!%!P!A4*4<7!'(!4.,!F+B67!+)*(/<,',! ?J!

Page 9: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

vii

D2P(3(B86;-$'78( <P!

7)!+"'((' >6!

8'9'7!"##$7&#+&'+"?!(,&' >6!

>'9')7!"#"/+)35&'.&',)#&' ><!

@21(3(B%"',(M"6&6;,"%&(=VVH( @A!

;'9'@$"#+5&'."'7)!+(.)' >A!

B'9'%"+&.&2&-()' ;6!

H21(3(4(,';8-W&(5&(/,:858-8#"&(;",6:CM";&( G1!

H2=(3(X':$58(5,(;&'8(;8/8($/&(M,%%&/,6:&(5,(9,'Y$"'&(,(5,(&)&-"&?78( GA!

H2A(3(Q,',6W8(5&("6),':"#&?78( G<!

J#1#"!%!>3<(B()*,567!',B!F,<+QF(+B! -?!J#1#"#"!%!:<+B(! -?!J#1#"#$!%!2(34*,567! -R!J#1#"#1!%!@(<A7<.,)=(! -J!

J#1#$!%!>.7B*<,! -0!J#1#1!%!@<7=('+.()*7!',!,)Q;+B(!'7B!','7B! J8!J#1#9!%!2(B4.7!',!+)F(B*+/,567! J1!

A'9'."%&/#+!)35&'"'(/+"!7!"+)35&'."'!"#$2+).&#' B;!

P2(1(3(49%,',6:&?78(58'(%,'$-:&58'( HG!

0#"#"!%!T,%M8%/&;,!A+),)=(+<,! J-!0#"#$!%!T,%M8%/&6;,!<(34*,=+7),;! 01!

P2=(3(B86M"%/&?78(5,(W"9.:,','( PH!

6C'9',&/,2$#4"#'D(/)(#' 6C6!

*(*2(&-!)D()' 6C;!

)/"E&'6' 6:6!

E&-8%,'U(,/(X$%8'U(98%(&;?78U(%,M,%,6:,'(R'(;8:&?Z,'(+8-'C':&'(,(&8()&-8%(;86:&+"-C':";8(

5&'(8%#&6"L&?Z,'(,':$5&5&'( 1=1!

Page 10: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

viii

34$#*+,56"#'

70.$+,#'!"#$%&(1([(\&;C8;"6"8(5&(M8%/$-&?78(5&(%,9$:&?78(;8%98%&:")&(]&5&9:&58(5,(^&%6,::U(,:(&-2U(=VV@_( @!!"#$%&(=(3(>B!=+)=7!+'()*+','(B!'(!4.,!7</,)+E,567!S,',3*,'7!'(!T,;.(<!(!L<(UB(<V!$88$W( H!!"#$%&(A(3(>(/85,-8(5,(,09%,''")"5&5,(;8%98%&:")&(9%898':8(98%()&6(\",-(,(!8/+%$6(]&5&9:&58(5,(

!8/+%$6(,()&6(\",-U(=VVD_( 1P!!"#$%&(D(3(>(/85,-8(5,(,09%,''")"5&5,(;8%98%&:")&(;8/(&'('$&'(',"'(5"/,6'Z,'(]&5&9:&58(5,()&6(

\",-(,(!8/+%$6U(=VVG_( 1P!!"#$%&(<(3(>(%&;"8;C6"8(5&(B&5,"&(5,(\,9$:&?78(]&5&9:&58(5,(Q&)",'U(,:(&-2U(=VVA_( =1!!"#$%&(@(3(4'(+&:&-W&'(5,('"#6"M";&58'(5&(&%,6&(%,9$:&;"86&-(]&5&9:&58(5,(4$-&(,(S&6:,%,U(=VVH_(=A!!"#$%&(G(3(X0,/9-8(5,(&9-";&?78(5&(X';&-&(5&(T,%'86&-"5&5,(B8%98%&:")&( =P!!"#$%&(H(3(S85,-8(\,9:%&`(])&6(\",-(,(!8/+%$6U(=VVG_( A1!!"#$%&(P(3(\&;"8;C6"8(5&(*,8%"&(a":$&;"86&-(5,(B8/$6";&?78(5,(B%"',(]&5&9:&58(5,(B88/+'(=VVG&_

( <D!!"#$%&(1V(3(\&;"8;C6"8(5&(*,8%"&(5,(B86:"6#N6;"&(]&5&9:&58(5,(b"6(c(B&/,%86U(=VVG_( <H!!"#$%&(11(3(I%dM";8(5&()&%"&?78(58(Te^(%,-&:")&(R(5&:&(5,("6C;"8(5&(;%"',(3(&(9&%:"%(5,(1<(5,(a,:,/+%8(

5,(=VVH( HP!!"#$%&(1=(3(I%dM";8(5&(,)8-$?78(5&(;8%%,-&?78(Te^(%,-&:")&(R(5&:&(5,("6C;"8(5&(;%"',(3(&(9&%:"%(5,(1<(

5,(a,:,/+%8(5,(=VVH( PV!!"#$%&(1A(3(I%dM";8(5&(,)8-$?78(Te^(58'(C65";,'(%,-&:")&(R(5&:&(5,("6C;"8(5&(;%"',(3(&(9&%:"%(5,(1<(5,(

a,:,/+%8(5,(=VVH( P1!!"#$%&(1D(3(E&%"&?78(58(;&9":&-(%,9$:&;"86&-U(%,-&:")&(R(5&:&(5,("6C;"8(5&(;%"',(3(&(9&%:"%(5,(1<(5,(

a,:,/+%8(5,(=VVH( P<!!"#$%&(1<(3(X)8-$?78(5&(;8%%,-&?78(58(;&9":&-(%,9$:&;"86&-U(%,-&:")&(R(5&:&(5,("6C;"8(5&(;%"',(3(&(

9&%:"%(5,(1<(5,(a,:,/+%8(5,(=VVH( P@!!"#$%&(1@(3(X)8-$?78(58(;&9":&-(%,9$:&;"86&-(58'(C65";,'U(%,-&:")&(R(5&:&(5,("6C;"8(5&(;%"',(3(&(9&%:"%(

5,(1<(5,(a,:,/+%8(5,(=VVH( PG!

8,)"4,#'*&+,-&(1(3(*"98'(5,(;%"',e5,'&':%,(5&(*,8%"&(a":$&;"86&-(5,(B8/$6";&?78(5,(B%"',(]&5&9:&58(5,(

B88/+'U(=VVG+_( <<!*&+,-&(=(3(X':%&:J#"&'(5,(%,'98':&(5&(*,8%"&(a":$&;"86&-(5,(B8/$6";&?78(5,(B%"',(]&5&9:&58(5,(

B88/+'U(=VVG+_( <@!*&+,-&(A(3(\,'$/8(58'(#%$98'(5,()&%"d),"'("6:,%6&'(,(,0:,%6&'(58(S85,-8(5,(*,8%"&(5,(B86:"6#N6;"&2(

B86'$-:&%(B&/,%86U(,:(&-2(]=VVG_(9&%&(&(-"':&(;8/9-,:&(5,()&%"d),"'( <G!*&+,-&(D3(\,'$/8(5&("6),':"#&?78( H@!

Page 11: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

ix

*&+,-&(<(3(E&%"&?78(58(Te^(%,-&:")&(R(5&:&(5,("6C;"8(5&(;%"',(3(&(9&%:"%(5,(1<(5,(a,:,/+%8(5,(=VVH(HH!*&+,-&(@(3(E&%"&?78(58(Te^(%,-&:")&(&(1V(5"&'(,($/(/N'(&9.'(;&5&(5&:&(,/(&6d-"',( P=!*&+,-&(G([(E&%"&?78(58(;&9":&-(%,9$:&;"86&-(%,-&:")&(R(5&:&(5,("6C;"8(5&(;%"',([(&(9&%:"%(5,(1<(5,(

a,:,/+%8(5,(=VVH( PA!*&+,-&(H(3(E&%"&?78(58(;&9":&-(%,9$:&;"86&-(%,-&:")&(&(1V(5"&'(,($/(/N'(&9.'(;&5&(5&:&(,/(&6d-"',

( PH!

79+%$4,#'!.%/$-&(1(3(T%";,3:83+88`( GH!!.%/$-&(=(3(Bd-;$-8(5,()&%"&?78( H=!!.%/$-&(A(3(Bd-;$-8(5,()&%"&?78($'&58(6&(M8-W&(5,(;d-;$-8( H=!

(

+

Page 12: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,
Page 13: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

1

31*+&/$5:&'O tempo presente produz grandes desafios, não só para a sociedade de uma forma

geral, como também, para as organizações que nela coexistem e que podem sentir

cada vez mais dificuldades para se adaptarem aos constantes desafios, que surgem de

forma cada vez menos redundante e mais entrópica. Estas mudanças, umas de carácter

científico, outras de carácter social, têm desencadeado um crescimento da importância

da capacidade de as organizações em comunicar com o seu meio envolvente, de forma

a corresponder aos desafios que lhes são colocados.

Quando falamos em comunicar, entendemos este conceito como a acção vital de todas

as organizações, através da qual, estas acedem aos seus recursos e valorizam as suas

relações e os seus activos, de modo a operarem de forma sustentável na sua

actividade. A comunicação está no coração da performance1 organizacional (cf. van

Riel e Fombrun, 2007) e tem um efeito directo nos recursos que estão disponíveis

para a organização exercer a sua actividade, obrigando a um esforço constante para

satisfazer os seus stakeholders2, através de acções comunicativas que formam a

reputação organizacional (cf. Aula e Mantere, 2008).

Neste contexto, as temáticas relacionadas com a identidade, a comunicação

organizacional e a gestão da reputação têm vindo, progressivamente, a assumir, cada

vez mais, um papel de relevo ao nível académico e prático.

Ao nível académico, a quantidade de literatura existente sobre estes temas, através de

publicações científicas, de livros ou de conferências, é extensa e reflecte um crescente

interesse relacionado com esta área de estudo. Por outro lado, ao nível prático,

identidade, comunicação e reputação, são temáticas reconhecidas como elementos

estratégicos, que contribuem activamente para o sucesso organizacional.

A identidade de uma organização, representada através das suas acções

comunicativas, é determinante na formulação da sua reputação, e é neste sentido que

entendemos as práticas que constituem a gestão da reputação. Entendemos a 1 Entendemos o conceito de performance como a expressão de língua inglesa que, em português, pode ser definida como

“desempenho”.

2 Entendemos por stakeholder qualquer grupo ou indivíduo que pode afectar ou ser afectado pela actividade organizacional (cf.

Freeman, et al., 2010).

Page 14: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

2

reputação organizacional como representativa da capacidade de uma organização em

ter uma determinada performance futura, condicionando as relações entre uma

organização e o seu meio envolvente. A reputação é construída ao longo do tempo e

demonstra a capacidade que uma organização tem de manter relações sustentáveis

com os seus públicos3, contribuindo para o seu valor e sucesso. Assim sendo,

decidimos estudar a reputação organizacional e a disciplina de Gestão de Reputação,

enquadrando o seu valor, dentro do contexto actual.

Este contexto é marcado por um conceito quase omnipresente, o da palavra “Crise”,

seja esta de natureza económica, social ou política. Nos dias que correm, assistimos a

profundas e constantes mudanças, que criam turbulência e aumentam os riscos da

ocorrência deste fenómeno, despertando interesse, da nossa parte, em enquadrar o

valor da reputação, no que respeita à capacidade de uma organização lidar com a

ocorrência de uma crise. Mais especificamente, interessa-nos compreender em que

medida a reputação destas organizações pode ter sido importante para a resposta à

crise financeira de 2008, que atingiu todo o sector financeiro e que, de uma forma

geral, se alastrou a toda a economia.

Este enquadramento levou-nos à seguinte pergunta: A reputação de uma organização

pode funcionar como um escudo protector contra uma crise sectorial? Para concretizar

o objectivo deste projecto de dissertação e responder a esta questão, foi, em primeira

instância, necessário estudar as disciplinas de Gestão de Reputação e a de Gestão de

Comunicação de Crise, explorando os conceitos e pressupostos em que se baseiam.

Procurámos perceber em que medida a reputação pode funcionar como um escudo

protector e elaborámos um quadro conceptual, que, mais tarde, foi verificado

empiricamente através de um estudo de caso, sobre a, referida, crise financeira de

2008.

No capítulo I, analisamos o conceito de reputação: O que é? Quais as suas

características? Qual o seu valor? Esta primeira análise permite-nos responder a estas

questões e delinear o nosso campo de estudo. Estando este delineado, e porque se

assume a actividade de gestão da reputação como uma função estratégica de uma

organização, no capítulo II, são aprofundadas algumas propostas sobre a

implementação estratégica de gestão da reputação organizacional. Em seguida, no 3 Entendemos o conceito de “Público” como um grupo de stakeholders, que é afectado por determinado problema ou assunto

(cf. Grunig e Hunt, 1984).

Page 15: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

3

capítulo III, procuramos responder a questões que liguem a reputação à gestão de

relações da organização com os seus stakeholders, ou seja, tentamos determinar a

influência da reputação e a forma como esta se liga a comportamentos, crenças e

atitudes. Para fechar a revisão bibliográfica, o capítulo IV, explora a disciplina de

Gestão de Comunicação de Crises, onde esclarecemos os conceitos inerentes a esta

temática e abordamos as estratégias de gestão de crise e a ligação entre as crises e a

reputação. A primeira parte, deste projecto de dissertação, constitui uma “âncora”

teórica sobre os fenómenos que pretendemos estudar e permite fundamentar os pontos

de partida para o estudo de caso elaborado.

Realizada uma primeira abordagem sobre as disciplinas de Gestão de Reputação e de

Gestão de Comunicação de Crise, a segunda parte deste trabalho, apresenta um estudo

de caso, que explora a ocorrência empírica do pressuposto de que a reputação pode

funcionar como um escudo que protege uma organização, quando esta enfrenta uma

crise. Partimos de um método hipotético dedutivo, com o objectivo de verificar se a

reputação teve algum efeito protector dos efeitos da crise sobre a performance,

financeira e reputacional, das organizações. Neste caso, pretendemos determinar se as

organizações com pior reputação tinham sofrido mais danos na sua performance, se as

organizações com pior reputação não tinham recuperado tão rapidamente como as

organizações com melhor reputação, e se as organizações com pior reputação tinham

sido afectadas mais rapidamente pela crise do que as organizações com melhor

reputação.

O estudo mostra indícios de que a reputação pode ter funcionado como um escudo

protector dos danos infligidos pela crise. Os resultados mostram que as organizações

com mais reputação resistiram melhor aos efeitos da crise e que as organizações com

pior reputação foram penalizadas mais cedo do que as restantes. No entanto, não foi

possível verificar se as organizações com melhor reputação recuperaram mais

rapidamente, já que não houve uma recuperação significativa dentro do intervalo de

tempo analisado.

Este estudo levanta também algumas questões para o futuro, nomeadamente sobre o

efeito que a reputação do país de origem e a reputação de um sector podem ter na

protecção da performance de uma organização, ao nível financeiro e reputacional,

bem como sobre a influência que as estratégias de comunicação em resposta à crise,

ligadas à reputação organizacional, podem ter tido sobre essa performance.

Page 16: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

4

De uma forma geral, este trabalho contribui para o estudo da Gestão de Reputação e

do seu valor para as organizações na medida em que apresenta um estudo sobre o

efeito protector que a reputação pode ter quando uma organização sofre uma crise. Ao

mesmo tempo, não esgota o tema e levanta algumas questões para o futuro que podem

ser estudadas do ponto de vista académico e que contribuem para a prática das

Relações Públicas4, na área da gestão da reputação organizacional.

4 Entendemos as “Relações Públicas”, como uma função de gestão que estabelece e mantém relações mutuamente benéficas

entre a organização e os seus públicos, dos quais depende do seu sucesso (cf. Cutlip, Center e Broom, 1985, p.4).

Page 17: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

5

!"#$%&'!

;'<'!"=$*,5:&'

;>;'<'('/0%"1#:&'+"=$*,-0&1,4'A atenção sobre a reputação organizacional tem vindo a ganhar o seu espaço na

literatura ao longo da última década, reflectindo uma crescente preocupação e atenção

sobre esta temática, em detrimento da discussão sobre imagem corporativa (cf.

Balmer & Greyser, 2003). Fombrun e van Riel (1998) alertam para a necessidade de

um conceito unificado e transversal às diferentes disciplinas que abordam o tema,

tendo chegado a uma definição que serve de partida para o estudo da reputação:

“A reputação corporativa é uma representação do passado das acções e dos

resultados de uma organização que representam a sua capacidade em criar

valor para os seus vários stakeholders. Ela define a posição relativa de uma

organização, tanto internamente como externamente, para com os seus

stakeholders, tanto no seu ambiente competitivo como institucional.”

(Fombrun & van Riel, 1998, p.10)

Esta definição baseia-se em cinco dimensões-chave: a) historicidade; b) interessa aos

stakeholders internos e externos; c) baseia-se em acções e feitos passados; d) baseia-

se nos benefícios acumulados pelos diferentes grupos de stakeholders; e e) posiciona

a empresa no seu ambiente competitivo e de negócio. Estas dimensões abrem

caminho para compreendermos a reputação como o resultado de um acumular de

processos, ao longo do tempo, que trazem vantagens competitivas para a organização.

Quando estudamos o conceito de reputação, este pode ser abordado de acordo com a

perspectiva que o observador tem como ponto de partida: de um lado, temos uma

perspectiva económica e, por outro, uma perspectiva interprativista5 (cf. Aula &

Mantere, 2008). A perspectiva económica olha para a reputação como um activo, ou

5 Usamos o termo “Interprativista” como a tradução do termo original que o autor usa: “Interpretivism”.

Page 18: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

6

seja, como o capital de uma organização, que deve ser gerido de forma estratégica

para minimizar os riscos reputacionais e aumentar o valor da organização. A

perspectiva interprativista olha para a reputação como uma construção social, feita a

partir dos significados 6 que os stakeholders partilham e constroem sobre a

organização. Consideramos que as duas perspectivas devem ser tidas em conta, pois

são complementares para o conhecimento sobre reputação e para a aplicação de

estratégias de gestão da reputação de uma organização. Se por um lado a perspectiva

económica encara a reputação como um activo de valor que é construído num

contexto competitivo, por outro, a perspectiva interprativista permite-nos perceber

como a reputação constrói significados que ligam a organização e os seus

stakeholders.

;>?'<'@'=+&-"##&'/"'-&1#*+$5:&'/"'$%,'+"=$*,5:&'A reputação não existe em si mesma, ela existe representada num nome que cria um

referencial de impressões, positivas ou negativas, nas mentes dos stakeholders, e que

invoca um conjunto de símbolos que definem para os outros quem nós somos e o que

podemos ser (cf. Fombrun, 1996). Esse nome reflecte um carácter, uma ideia de

identidade. Barnett, et al. (2006) apresentam um modelo conceptual de como se forma

a reputação, sendo esta o resultado do processo de comunicação de uma identidade,

que resulta em imagens sobre as quais os stakeholders avaliam a organização.

Figura 1 – Raciocínio da formulação da reputação corporativa (adaptado de Barnett, et al., 2006)

Este modelo enquadra-se na visão de Fombrun e a partir do mesmo podemos ter uma

visão clara do processo que gera uma determinada reputação. Torna-se importante

6 Utilizamos o vocábulo “Significado” como a tradução do conceito de “Meaning “usado por Grice (1957).

Page 19: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

7

definir os conceitos de identidade, imagem e reputação, e como estes interagem entre

si.

;>?>;'<'3/"1*0/,/"'

A identidade corporativa é a essência da organização (cf. Olins, 1979) e reflecte o

alter-ego da mesma, respondendo às perguntas “Quem nós somos?” e “O que nós

somos?” (cf. Balmer & Greyser, 2003). É como uma introspecção da organização

sobre si mesma. A identidade distingue a organização no que lhe é importante e

essencial e responde à pergunta “Que tipo de organização é esta?”, referindo-se às

características que lhe são centrais, distintas e duradouras, e que formam a identidade

de uma organização, diferenciando-a das restantes organizações e fazendo a ligação

entre o passado, o presente e o futuro (cf. Albert & Whetten, 1985).

Fombrum (1996) acrescenta que a identidade descreve um conjunto central e

duradouro de valores 7 e de princípios associados internamente à organização,

reflectidos na forma como é compreendido o trabalho efectuado, os produtos

elaborados e a relação com os clientes e investidores. Realça, ainda, que a identidade

corporativa é construída através da experiência da organização, sendo o agregado de

sucessos e de falhanços ao longo da sua existência. Podemos dizer que a identidade é

algo central e em permanente construção desde a origem da organização. Não pode

ser apagada pois a identidade traz consigo a existência e a história da própria

organização. Ela é um conjunto de símbolos que identificam a própria organização

consigo mesma (cf. Barnett, Jermier & Lafferty, 2006).

Nem sempre a identidade é um fenómeno meramente construído socialmente, pois

pode ser observável do ponto de vista estratégico para se obterem vantagens

competitivas. Balmer e Gray (1999) colocam a identidade corporativa no contexto do

pensamento estratégico da organização e identificam dez elementos que influenciam a

identidade da organização e que representam uma ameaça/oportunidade para a

comunicação da identidade corporativa: a) aceleração do ciclo de vida dos produtos;

b) desregulamentação dos mercados; c) privatizações; d) aumento de competitividade

no sector público e não lucrativo; e) aumento de competitividade no sector de

serviços; f) globalização; g) fusões e aquisições; h) ausência de pessoal altamente

7 Entendemos o conceito de “Valores” como as crenças duradouras sobre determinados modos de conduta serem preferíveis a

outros modos de contuda (cf. Rokeach, 1973), ou seja, o grau de importância que é atribuído a algo.

Page 20: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

8

qualificado; i) expectativas do público sobre responsabilidade social; e j) a quebra das

barreiras entre as dimensões internas e externas das organizações. No entanto, Barney

e Stewart (2000) defendem que essa visão estratégica apenas se aplica a organizações

com um mercado específico; enquanto organizações que actuem em mercados

distintos, devem ter na sua identidade uma filosofia moral, que defina a fronteira entre

o que se deve ou não deve fazer, e que seja transversal às suas áreas de negócio, pois

só assim garantem a unidade e a clareza da sua identidade.

A unidade da identidade não significa que exista apenas uma identidade dentro da

organização, mas que as várias identidades devem estar alinhadas entre si. Balmer e

Greyser (2002) identificam os vários tipos da mesma: a) a identidade actual - que

engloba a liderança, a estrutura, o negócio, o mercado a qualidade e a performance

organizacional; b) a identidade comunicada - através da publicidade, de acções de

relações públicas, de patrocínios; c) a identidade concebida - que resulta na imagem

percepcionada e na consequente reputação; d) a identidade ideal - que se refere ao

melhor posicionamento no mercado, num determinado período de tempo, planeado

estrategicamente, dentro das competências e dos recursos organizacionais; e e)

identidade desejada - que vive no coração e na mente dos líderes organizacionais,

sendo uma identidade menos racional e mais emocional.

Figura 2 - As cinco identidades de uma organização (adaptado de Balmer e Greyser, 2002)

Page 21: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

9

A falta de alinhamento entre estas várias identidades pode causar um enfraquecimento

da organização e do modo como vai ser percebida pelo seu público. É necessário

alinhar a vontade, a realidade e a percepção da nossa identidade para que esta seja

comunicada eficientemente.

;>?>?'<'3%,."%'

Hatch e Schultz (2000) ligam o conceito de imagem ao de identidade, diferenciando

um do outro. Enquanto a identidade é construída internamente (pelos membros da

organização), representa uma noção do self8 organizacional (responde à pergunta

“Quem nós somos?”) e é singular (é de uma só entidade - a organização), a imagem

corresponde a uma perspectiva externa (por parte dos stakeholders externos),

representa uma noção do outro (como a organização é vista pelos stakeholders) e é

plural (cada stakeholder constrói a sua própria imagem da organização).

Balmer e Greyser (2003) identificam várias escolas de pensamento sobre a imagem

organizacional: a) imagem transmitida; b) imagem criada pelo receptor; c) imagem

contextualizada; e d) imagem construída. Quando falamos do paradigma da reputação

referimo-nos à imagem como a imagem criada pelo receptor, que é imediata e se

forma numa fotografia mental construída pelos stakeholders através da interpretação

dos símbolos, emitidos pela organização, e com os quais que entram em contacto.

Como a organização não controla todas as fontes de contacto com a organização, nem

os factores externos que influenciam as várias percepções, torna-se difícil de controlar

a imagem organizacional.

“A imagem pode ser moldada, mas não controlada pela organização,

porque depende de uma série de factores externos como a cobertura

mediática, as regulamentações governamentais, a dinâmica de mercado e

outras forças externas que influenciam a percepção sobre a organização.”

(Barnett, Jermier & Lafferty, 2006, p.34)

8 Entendemos o conceito de self como uma caracterização, pessoal e social, de nós mesmos, que resulta da interacção social e da

partilha de significados (cf. Sets e Burke, 2003).

Page 22: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

10

Reconhecemos uma organização pelas várias apresentações que descrevem a sua

acção, os seus planos e intenções. A partir destas apresentações formamos imagens

mentais da organização. Por vezes, a imagem reflecte a identidade organizacional,

mas na maioria dos casos essa imagem encontra-se distorcida formando imagens

inconsistentes (cf. Fombrun, 1996). Grunig (1993) alerta para a necessidade de

alinhamento entre a imagem (relacionamentos simbólicos) e a realidade

organizacional (relacionamentos comportamentais), já que quando estas se encontram

desalinhadas a comunicação da organização cai num vazio, não valorizando a mesma

a longo prazo. Torna-se necessário alinhar estes dois conceitos.

;>?>A'<'!"=$*,5:&'

A reputação surge do contacto dos stakeholders com a(s) imagem(s) da organização,

através de um conjunto de julgamentos sobre os aspectos financeiros, sociais e

contextuais de uma empresa ao longo do tempo (cf. Barnett, Jermier & Lafferty,

2006). São estes julgamentos, efectuados pelos stakeholders sobre a identidade que a

organização comunica - a sua imagem, que formam a reputação.

Reputação é o total de percepções, por parte dos stakeholders, sobre os constituintes

de uma organização. Representa um julgamento sobre um conjunto de percepções que

gera uma reacção emocional e valorativa dos públicos para com a organização.

Desenvolve-se a partir das iniciativas de gestão de identidade, ao longo do tempo,

agregando o efeito que as imagens têm sobre os stakeholders e é um indicador que

lhes permite identificar a organização como credível, digna de confiança e

responsável.

“A reputação é a avaliação global de uma organização por parte dos

stakeholders. É o conjunto de percepções por parte dos stakeholders sobre a

capacidade de uma organização em cumprir as suas expectativas, tanto se

esses stakeholders têm interesse em comprar produtos da organização,

trabalhar para a organização, ou investir em acções da mesma.” (van Riel

& Fombrun, 2007, p.43)

Page 23: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

11

Quando queremos projectar uma determinada imagem para construir uma

determinada reputação, estamos a comunicar a nossa identidade. Reputação e

identidade são gémeos siameses que não se separam. Como tal, só devemos

comunicar imagens às quais podemos corresponder de forma a não defraudar a

expectativa criada, ou seja, tem de haver um alinhamento entre a realidade e a

percepção. A reputação é em parte o reflexo da identidade da organização e em parte

o resultado do esforço de persuadir os stakeholders com a sua excelência, é a base da

sua diferenciação em relação à concorrência (cf. Fombrun, 1996).

A reputação vive num nome que agrega as imagens que a organização projecta sobre

si mesma e que cria um apelo emocional na mente dos consumidores (cf. Fombrun,

1996). Esse nome evoca imagens, noções de personalidade e de identidade, que são

símbolos identificativos, para os outros, de quem nós somos e do que podemos fazer.

Um bom nome traz valor à actividade, um mau nome afecta a performance da

empresa.

Podemos dizer que a reputação é o resultado do processo de comunicação da

identidade organizacional, que cria uma determinada consequência. Essa

consequência é o conjunto de julgamentos por parte dos stakeholders, que

representam mentalmente a interpretação de uma determinada realidade que

influencia a sua atitude para com a organização.

;>A'<'B,+,-*"+C#*0-,#'/,'+"=$*,5:&'Vimos que a reputação resulta de um processo comunicativo, sabemos o que é, mas é

pertinente definir as suas características para uma noção clara sobre a reputação.

Segundo Fombrun (1996), a reputação é o somatório das acções passadas e presentes

da organização e demonstra três características específicas: a) posiciona a organização

hierarquicamente num sector em relação aos seus concorrentes; b) é criada “de baixo

para cima”, já que todos os stakeholders contribuem com o seu julgamento pessoal; e

c) é o conjunto das imagens agregadas na mente dos stakeholders. Barnett, et al

(2006) identificam três conceitos transversais às diferentes noções de reputação: a)

Conhecimento - a reputação é algo de que os stakeholders têm conhecimento; b)

Avaliação - a reputação é um julgamento, uma avaliação, uma opinião ou uma crença

de alguém sobre a organização; e c) Activo - a reputação é um activo com valor. Estes

Page 24: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

12

conceitos permitem afirmar que a reputação não pertence à organização, mas sim a

quem entra em contacto e tem percepção da organização, sobre a qual forma um juízo

de valor e que a diferencia da concorrência. Por ser detida pelos stakeholders, a

reputação é difícil de manipular e é um activo frágil: uma cobertura mediática

negativa pode danificar a reputação e, consequentemente, diminuir as vendas e o valor

da organização em bolsa.

Quando olhamos para a reputação devemos ter em conta que ela se processa a vários

níveis. Segundo van Riel e Fombrun (2007), a reputação deriva dos vários níveis em

que a organização se insere: a) país de origem; b) sector em que trabalha: c) própria

organização; d) unidade de negócios; e e) produto específico. A nossa reputação está

dependente das nossas acções, mas também do ambiente macro onde a empresa se

insere.

Hall (1992) identifica várias características da reputação, na sua análise sobre activos

intangíveis: a) o seu fraco peso no contexto legal; b) o seu efeito diferenciador; c) a

sua capacidade de representar um conjunto de conhecimentos e emoções dos

indivíduos; d) a sua actuação como um factor de defesa de uma fama (que pode ser

comprada com publicidade) e de uma estima (que tem de ser ganha ao longo do

tempo); e, e) a incapacidade da reputação para ser comercializada - a não ser que se

encontre associada a uma marca, um produto ou um logo que possa ser protegida por

registos legais e inserida na folha de balanço, desde que estes obedeçam a um

determinado valor de troca.

Transversal a todos os autores é a ideia de que a reputação se refere à organização,

mas é o representar de um julgamento ou emoção por parte de outros. Podemos dizer,

também, que a reputação é única e que distingue a organização das restantes, mas que,

apesar do seu valor, esta é um activo não transaccional, o que torna complicado

quantificar um valor de mercado para uma reputação, estando este agregado ao valor

da organização em si.

;>D'<'E,4&+'/,'+"=$*,5:&'Para a gestão, o valor dos activos intangíveis é difícil de perceber, já que estes não

têm um valor de troca (cf. Hall, 1992), sendo difícil de serem integrados directamente

Page 25: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

13

no balanço contabilístico da organização, estando associados ou reflectidos através de

activos tangíveis. Apesar desta dificuldade, o valor da reputação é inegável e é

reconhecido como um instrumento de diferenciação das organizações bem sucedidas

(cf. Dolphin, 2004), sendo um activo intangível que cria barreiras às ameaças

competitivas (cf. Schreiber, 2008), e que deve ser considerado um investimento e

não um custo, mas, para tal, é necessário haver uma correspondência entre o

investimento e o retorno. É importante para os profissionais de reputação que estes

sejam capazes de demonstrar o impacto financeiro do investimento em reputação,

devido à crescente exigência, por parte das organizações, de provas de retorno de

investimento em comunicação (cf. Schreiber, 2008).

Apesar da reputação, por si, não ser transaccional, o seu valor é indiscutível. Ela

representa o grau de estima e de confiança que os stakeholders têm na organização, e,

consequentemente, o grau da sua preferência para trabalhar, investir e fazer negócio.

Vimos que a reputação é única. Como tal, personifica a identidade organizacional e,

devido a ser única, protege a organização das tentativas da concorrência em copiar e

imitar as suas práticas, traduzindo-se numa vantagem competitiva. Pode-se copiar os

produtos, a imagem e até os métodos de trabalho, mas a reputação não. Esta é o

carácter e a identidade da organização, e traz consigo um histórico de actuação que a

torna única e diferenciada.

A reputação corporativa descreve a capacidade de uma organização ser apelativa para

os seus constituintes quando comparada com os seus concorrentes (cf. Fombrun,

1996). Ao mesmo tempo que a reputação diferencia a organização dos seus

concorrentes, esta funciona como um sinal informativo para os investidores,

colaboradores e consumidores que reconhecem na organização um determinado

prestígio, visibilidade e reconhecimento. A reputação é um valor intangível que por

vezes ultrapassa o valor dos activos tangíveis da organização, que, frequentemente,

são a primeira preocupação dos gestores.

Podemos dizer que a reputação tem valor porque, num jogo 9 de informação

imperfeita10, fornece aos stakeholders um indicador sobre que produtos comprar, em

9 Entendemos o conceito de “Jogo” como todos os jogos de estratégia e situações de interacção, onde as escolhas e decisões dos

jogadores determinam o resultado final. 10 Entende-se por jogo de informação imperfeita todo o jogo no qual onde os jogadores têm informação sobre as consequências

das acções de outros, mas não sobre os esforços que foram efectuados para tal (cf. Mailath & Samuelson, 2006).

Page 26: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

14

que empresas trabalhar e em que acções investir, funcionando como uma expectativa

e uma garantia de uma determinada performance. Ao mesmo tempo, tem um valor

estratégico na medida em que favorece a percepção que os stakeholders têm da

organização, permitindo que esta tenha vantagem sobre os seus concorrentes, tendo a

possibilidade, por exemplo, de cobrar preços mais elevados. A reputação é o valor

escondido de uma marca. Segundo Fombrun (1996), uma boa reputação gera

possibilidade: a) de cobrar preços mais altos; b) de pagar menos por compras; c) de

atrair candidaturas de talentos; d) de gerar maior lealdade por parte dos stakeholders;

e) de maior estabilidade financeira; f) de riscos reduzidos; e, g) de maior tolerância

nas acções.

“A familiaridade, a visibilidade, e a autenticidade do nome de uma

organização emite um sinal aos consumidores, aos investidores, e a outros

constituintes sobre a probabilidade de credibilidade e de honestidade de

uma organização e dos seus produtos. Ao reduzir os receios de uma má

experiência, o nome de uma organização - e a reputação que lhe é atribuída

- aumenta a lealdade e alimenta as vendas.” (Fombrun, 1996, p.45)

O investimento em reputação não pode ser avaliado pelo seu retorno financeiro a

curto prazo, mas pelo valor acrescido que gera a longo prazo, e pela maneira como

atrai valor através dos valores simbólicos que representa, dando visibilidade, prestígio

e reconhecimento, que atraem consumidores, investidores e talento. A reputação

acumulada ao longo do tempo gera um activo com valor, a que Fombrun (1996)

chama de Capital Reputacional.

;>D>;'<'B,=0*,4'+"=$*,-0&1,4'

O capital reputacional é o benefício económico que uma boa reputação materializa no

excesso de valor que os investidores estão dispostos a pagar pelas acções de uma

organização.

Page 27: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

15

“De facto, os benefícios económicos de uma boa reputação materializam-se

no excesso que os investidores estão dispostos a pagar pelas acções de uma

organização - ou seja, no seu capital reputacional.” (Fombrun, 1996, p.80)

Fombrun (1996) propõe uma método para estimar o valor relativo de uma reputação:

a partir do princípio de que o valor de mercado bolsista incorpora toda a informação

conhecida sobre uma organização e de que reflecte a expectativa de performance

futura, podemos calcular o valor relativo da reputação, através do excesso de valor de

mercado em relação ao valor contabilístico. Este excesso de valor é o julgamento, por

parte do mercado, sobre os actívos intangíveis (não incluídos no valor contabilístico)

e a capacidade da organização em ter uma determinada performance futura, ou seja a

reputação da organização, materializada economicamente.

“A diferença entre o seu [das organizações] valor de mercado e o seu valor

contabilístico, é, de facto, a sua reputação.” (Fombrun, 2010)

Como tal, podemos calcular o capital reputacional de qualquer empresa cotada em

bolsa. Este método apresenta as vantagens de ser fácil de estimar e de permitir

comparar organizações, independentemente do sector ou da gama de produtos em que

trabalham.

As crises podem danificar gravemente o nome da organização e a sua reputação.

Quando confrontadas com uma crise as empresas perdem valor em bolsa relativo à

expectativa de danos, por parte dos investidores, do efeito que a crise terá na

actividade da empresa. Alterações no valor bolsista de uma organização fornecem

uma estimativa das possíveis perdas geradas pelos ataques à sua integridade e

credibilidade, e fornecem um mecanismo para medir a dimensão de risco a que o

capital reputacional é exposto, nessa situação.

O capital reputacional é dividido em capital reputacional de curto prazo (o actual

valor) e capital reputacional de longo prazo (o valor médio ao longo de um período

largo de tempo). O primeiro reflecte a situação actual sobre o que os investidores

pensam da organização, muitas vezes momentânea e instável diariamente; o segundo

Page 28: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

16

fornece a visão sobre a posição da empresa no mercado, eliminando as variações

diárias de mercado. Há indústrias que são mais populares que outras e como tal

acumulam maior capital reputacional.

Podemos dizer que a reputação é um activo protector do valor da organização e que

gera ganhos financeiros sustentados no tempo, através da capacidade que dá à

organização de atrair a preferência dos vários stakeholders. É um activo protector da

actividade e do desempenho empresarial. O capital reputacional reflecte o valor

económico da expectativa de performance futura da organização para os investidores,

ou seja a sua reputação.

;>F'<'B&1-4$#:&'Um estudo sobre reputação não pode passar sem uma revisão do que é a reputação, de

como esta se forma e de qual o seu peso organizacional. Neste capítulo, criámos os

pontos de partida para entendermos o conceito de reputação, suas características e

valor. Vimos que a reputação é o conjunto de julgamentos por parte dos stakeholders

sobre uma organização, que não pode ser transaccionada, que tem a capacidade de

criar estima e confiança, que é única e que diferencia a organização das restantes.

A partir do valor e das características da reputação, podemos concluir que esta pode

ter um valor de protecção da actividade organizacional. Ao ser única e não

transaccionável, diferencia a organização pois, quando sujeita a situações adversas, os

julgamentos positivos dos stakeholders, a estima e a confiança ganhas através da sua

boa reputação, poderão diferenciar uma organização com boa reputação de uma

organização com má reputação.

Uma nota para o capital reputacional que pode assumir grande importância para

estudarmos a reputação organizacional. Esta abordagem permite uma comparação

directa entre organizações, tanto na identificação de quais as organizações cotadas em

bolsa que acumularam mais capital reputacional, como na verificação da sua

performance numa situação específica.

Page 29: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

17

?'<'G"#*:&'/"'+"=$*,5:&'

?>;'<'('0%=&+*H1-0,'/"'."+0+','+"=$*,5:&'A reputação reflecte o modo como as organizações são percebidas e avaliadas pelos

vários stakeholders e resulta da forma como as organizações comunicam, seja através

dos media11 ou directamente com os públicos.

É um espelho que reflecte o sucesso relativo de uma organização em convencer os

seus stakeholders sobre a validade da sua estratégia actual e futura (cf. Fombrun &

van Riel, 2004). Uma boa reputação actua de forma a ganhar o suporte dos

stakeholders e a atrair mais recursos para a organização. Pelo contrário, uma má

reputação dificulta o financiamento e aumenta os factores de risco para as suas

acções, factores que se reflectem, por exemplo, no preço de mercado das acções

recomendado pelos analistas (cf. Aula & Mantere, 2008). A reputação influencia se

um investimento é considerado estável, confiável e de baixo risco.

Segundo Fombrun e van Riel (2004), a reputação e o valor financeiro estão

relacionadas de três maneiras: a) a reputação afecta a performance operacional da

organização e sua capacidade de gerar lucro; b) a capacidade de gerar lucro afecta a

percepção de mercado sobre a performance futura da organização que, por sua vez,

influencia o seu valor bolsista; e c) a actividade operacional da organização contribui

para construir capital reputacional, que atrai talentos e investidores.

Os mesmos autores definem quatro tipos de capital: a) capital físico, que consiste em

equipamento e activos tangíveis; b) capital financeiro, que representa o valor líquido

da organização; c) capital intelectual, que descreve o conhecimento, know-how e

competência dos colaboradores da organização; e d) capital reputacional, que engloba

o conjunto de percepções e de relações dos stakeholders com a organização e que

aumenta a possibilidade de comportamentos de suporte por parte desses stakeholders.

11 Apesar de o termo “Media”, em sentido amplo, referir-se aos canais ou ferramentas usadas para armazenamento e transmissão

de informação ou dados, neste trabalho, referimo-nos a media como a expressão corrente, usada para definir os orgãos de

comunicação social.

Page 30: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

18

Enquanto o capital físico, o financeiro e o valor de mercado são facilmente

calculáveis, os intangíveis (capital reputacional e capital intelectual) são mais difíceis

de calcular. No entanto o valor desses activos intangíveis tem crescido nos últimos 50

anos, correspondendo em média a 55%-60% do valor de mercado. A crescente

importância dos recursos intangíveis faz com que a identificação e classificação

destes recursos seja importante para o sucesso da actividade organizacional e tenha

implicações ao nível da gestão (cf. Hall, 1993).

A reputação é reconhecida como importante para as organizações, independentemente

da actividade ou do sector em que se encontram (cf. Hall, 1992). Sendo um dos

factores que mais contribui para o sucesso, é imperativo que as organizações tenham

procedimentos em curso para monitorizar continuamente as opiniões dos seus

stakeholders externos, permitindo que a organização esteja melhor preparada para

lidar com situações em que seja necessário reparar a sua reputação (cf. Dukerich &

Carter, 2000). Podemos dizer que “a reputação corporativa é um importante activo

estratégico que contribui para uma performance financeira consistente” (cf. Roberts &

Dowling, 2002), e que está directamente associada aos resultados operacionais da

organização (cf. Fombrun & van Riel, 2004). Como tal, deve ser gerida de forma a

contribuir para o sucesso da organização.

?>?'<'('"I=+"##0J0/,/"'-&+=&+,*0J,'“Uma boa reputação surge quando uma organização constrói um apelo emocional”.

(cf. Fombrun & van Riel, 2004) A gestão da reputação é um assunto estratégico que

pode ser usado pelas organizações para influenciar as experiências dos seus

stakeholders, a forma como vêem a organização e a opinião que têm da mesma.

“Gestão de reputação assenta na interacção entre a actividade actual e as experiências

e percepções dos seus públicos.” (cf. Aula & Mantere, 2008) Para isso, ela necessita

de se expressar de maneira convincente, sincera, autêntica e credível para os seus

stakeholders. Por essa expressividade entende-se o esforço da organização em

comunicar quem é, o que faz e o que representa.

Fombrun e van Riel (2004) descrevem cinco dimensões essenciais, para essa

expressividade criar um apelo emocional, a que chamam Quociente de

Expressividade: a) visibilidade; b) distinção; c) consistência; d) transparência; e e)

Page 31: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

19

autenticidade. Aos quais, mais tarde, acrescentaram uma nova dimensão: capacidade

de resposta (cf. van Riel & Fombrun, 2007).

Figura 3 - O modelo de expressividade corporativa proposto por van Riel e Fombrun (adaptado de Fombrun e van Riel, 2004)

A expressividade ajuda os consumidores a tomarem decisões, na medida em que

reduz a quantidade de informação necessária, a ser processada na tomada de decisão,

e ajuda na construção da reputação, ao promover um entendimento mútuo entre

colaboradores, consumidores e investidores. Visibilidade, transparência e distinção

funcionam em conjunto para comunicar os valores e as crenças da organização. Ao

mesmo tempo, a consistência e a transparência de mensagens e de processos ajudam a

partilhar valores e a encontrar o espaço comum entre a organização e os stakeholders.

Figura 4 - O modelo de expressividade corporativa com as suas seis dimensões (adaptado de van Riel e Fombrun, 2007)

Page 32: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

20

Argenti e Forman (2000) afirmam que, para uma organização ser expressiva, esta não

pode entender a comunicação como um processo mecânico que serve as iniciativas

estratégicas da organização. A comunicação deve ser entendida como um processo

retórico, em que a agenda estratégica da organização colabora na construção de

significados para influenciar os seus públicos.

As organizações devem desenvolver uma comunicação expressiva, externa e

internamente, com os seus stakeholders. Essa expressividade resulta do seu esforço

em construir coerência através de plataformas de reputação12 consistentes e de um

conjunto de expressões demonstradas através das suas actividades, que aumentam a

possibilidade de a organização ser percebida favoravelmente pelos seus stakeholders,

se a sua comunicação for consistente, distinta e transparente (cf. van Riel & Fombrun,

2007).

“Quando as interacções de uma organização com os seus stakeholders se

baseiam em princípios de “transparência” e de “expressividade”, a

percepção favorável por parte dos stakeholders resulta de um encontro

genuíno de interesses e de valores comuns. Na ausência destes princípios, a

reputação favorável de uma organização pode manter-se como uma ilusão

temporária que, eventualmente, cairá sob o efeito de causas menores do

que a crise que atingiu a Shell em 1995” (Fombrun & Rindova, 2000, p.94)

Durante uma crise, a reputação assume uma importância redobrada. Enquanto umas

organizações recuperam mais rapidamente, outras sofrem maiores danos do efeito de

crise. Fombrun e van Riel (2004) sugerem que as diferenças se encontram na forma

como a crise é gerida e na reputação da organização antes da crise. Segundo os

autores, a reputação funciona como um reservatório de goodwill13, actuando como um

seguro, sendo que as organizações com melhor reputação são menos afectadas por

uma crise de mercado do que as organizações com pior reputação.

12 Ver capítulo 2, secção 2.4.2 (Plataformas de reputação)

13 Entendemos a expressão goodwill como, a palavra da língua inglesa, que pode ser traduzida como “boa vontade”.

Page 33: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

21

“Boas reputações ajudam as organizações a lidarem com a crescente

competitividade dos mercados globais. Reputações favoráveis também

minimizam as ameaças de um aumento de activismo por parte dos

stakeholders e de cobertura mediática que forçam as organizações a operar

sob o olhar público. “Gestão de reputação” descreve um conjunto de

práticas que as organizações líderes, como a Shell, estão a desenvolver para

ajudarem a lidar com a mudança de expectativas dos seus públicos, para

gerir as interpretações que esses públicos fazem, e para construir uma

estima favorável.” (Fombrun & Rindova, 2000, p.95)

As relações simbólicas e as relações comportamentais estão interligadas como fios de

uma corda, o que obriga os profissionais de relações públicas a criar ligação entre

estes dois tipos de relação, com o objectivo de tornar as organizações mais eficazes

(cf. Grunig, 1993), já que, quando as pessoas não têm experiência pessoal do assunto

em questão, muito provavelmente irão tomar as suas decisões baseadas nas

recomendações e nas histórias de terceiros; noutras palavras, elas tomam decisões

baseadas na reputação do sujeito (cf. Aula & Mantere, 2008). Gerir a reputação de

uma organização é, então, “garantir que a organização comunica claramente, não

apenas os seus resultados financeiros, mas a forma como trata os seus colaboradores e

como contribui para a sociedade.” (cf. Fombrun & van Riel, 2004)

Davies, et al. (2003) sugerem que a gestão da reputação resulta de uma série de

ligações entre clientes e colaboradores, constituindo uma cadeia de reputação cujo o

aspecto fundamental é a satisfação de clientes e de colaboradores.

Figura 5 - O raciocínio da Cadeia de Reputação (adaptado de Davies, et al., 2003)

Page 34: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

22

Esta cadeia de reputação liga a imagem à identidade e estes três elementos necessitam

de estar presentes para que seja possível simetria, afinidade e ligação entre a

organização e os seus stakeholders. Para ligar esses elementos, torna-se necessário

desenvolver uma missão e visão partilhadas e comunicadas a todos os stakeholders.

Para os autores, para se alcançar uma melhoria de reputação e de performance é

necessário assegurar que as ligações da cadeia de reputação estão implementadas e

são as mais apropriadas, sendo um dos aspectos fundamentais para se gerir a nossa

reputação a gestão da nossa identidade. (cf. Davies et al., 2003).

“Gestão da reputação deve preocupar-se com duas coisas: imagem e

identidade. Nesse âmbito, os gestores devem procurar em alinhar esses

aspectos, fornecendo ligações, tanto emocionais como racionais, que

completem aquilo que chamamos a cadeia de reputação” (Davies et al.,

2003, p.75).

Como a percepção dos stakeholders está ligada à identidade da organização, ao

gerirmos a percepção internamente estamos a gerir a nossa percepção externa (cf.

Davies et al., 2003).

?>A'<'G"+0+'+"=$*,5:&'/&'=&1*&'/"'J0#*,'"#*+,*K.0-&'Aula e Mantere (2008) propõem o modelo de arena reputacional, como um modelo

dinâmico sobre as actividades organizacionais, em que a organização e os seus

stakeholders negoceiam num mercado de significados. A ideia de arena pode ser

entendida como um espaço onde diferentes interpretações se cruzam, dando origem a

diversos significados. Ou seja, é entendida através das práticas comunicativas, ou

jogos de linguagem, que constituem a “forma de vida” dos participantes (cf.

Wittgenstein, 1995).

Page 35: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

23

“Ironicamente, ao aplicarmos as raízes militares de gestão estratégica,

podemos pensar numa arena como um campo de batalha de significados

em que uma permanente batalha é travada sobre a reputação da

organização. E como em todas as batalhas, a batalha passa por diferentes

fases.” (Aula & Mantere, 2008, p.82)

No que se refere às diferentes fases dessa batalha de significados, a tipologia do

conflito pode ser denominada de: a) paz - quando a organização e os seus públicos

partilham dos mesmos significados que são atribuídos à organização e as mensagens

da organização são entendidas como genuínas e verdadeiras; b) batalha defensiva -

quando o meio envolvente muda e a organização não se adapta ao mesmo, podendo

levar a crises de reputação; c) batalha ofensiva - quando a organização age pró-

activamente para mudar a sua reputação; e d) turbulência - quando nem a organização

nem os públicos querem unificar as suas percepções e isso reflecte o falhanço da

estratégia reputacional.

Figura 6 - As batalhas de significados da arena reputacional (adaptado de Aula e Mantere, 2008)

Tal como diferentes tipos de negócio necessitam de diferentes estratégias de negócio,

a escolha da melhor estratégia reputacional depende da que arena em que a

organização se encontra. A identificação da arena em que a organização se encontra e

do ponto em que a história organizacional é ou pode ser atacada é essencial para

Page 36: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

24

alinhar e gerir a reputação da organização. No entanto, as organizações devem

abandonar a ideia convencional de “violência” e “análise fria” e entender estratégia

como uma actividade para serem percebidas como “boas” e que lhes permita

aumentar a sua reputação.

“Gerir boas acções é central à estratégia de reputação. Embora a gestão

estratégica de “bondade” difira da noção convencional de gestão

estratégica que acentua o valor económico e instrumental. A gestão

estratégica de “bondade” provém da comunicação entre os membros de

uma organização e nasce da sua perícia e aspiração em praticar o ‘bem’.”

(Aula & Mantere, 2008, p.211)

Essas boas relações formam-se, através da comunicação entre a organização e os seus

públicos. Em termos de gestão da reputação, é essencial reconhecer as interacções

entre a organização e os seus públicos, as arenas de reputação, e de estar consciente

de que cada arena requer uma estratégia reputacional diferente. Em termos de gestão

da reputação, isto significa ter a sabedoria de tomar as decisões correctas na altura

correcta e trabalhar constantemente para assegurar que os seus públicos estão

satisfeitos e favoráveis (cf. Aula & Mantere, 2008).

?>D'<'3%=4"%"1*,+','."#*:&'/"'+"=$*,5:&'1$%,'

&+.,10L,5:&'Para gerir a sua reputação eficientemente, as organizações devem implementar as

medidas necessárias para desenvolver e manter relações sustentadas com os seus

stakeholders. Podemos diferenciar quatro etapas neste processo: a) auditoria de

reputação; b) criação de plataformas reputacionais; c) expressar a organização através

de campanhas de comunicação; e d) medir a reputação.

Page 37: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

25

?>D>;'<'(',$/0*&+0,'/"'+"=$*,5:&'

A auditoria de reputação é o ponto de partida para a implementação de um sistema de

monitorização e gestão da reputação e “deve ser considerada uma ferramenta

estratégica para maximizar o valor da reputação de uma organização.” (Resnick,

2006, p.23)

Segundo a tipologia de Resnick (2006), o processo de auditoria da reputação é único

para cada organização e consiste em oito fases: 1) Identificação de stakeholders e dos

elementos de risco para a reputação; 2) Definir a prioridade dos stakeholders e dos

respectivos elementos; 3) Reunir a informação disponível sobre a reputação e

identificar necessidades de informação; 4) Desenhar os instrumentos da auditoria e a

metodologia; 5) Auditar; 6) Consolidar as conclusões da auditoria e reportar à gestão,

ganhando a sua aceitação; 7) Desenvolver esboços de soluções a implementar,

ganhando a aceitação e o suporte da gestão; e 8) Criar e implementar programas de

monitorização da reputação.

Fombrun (1996) apresenta uma tipologia que consiste em três fases principais: 1)

Diagnóstico da situação actual - que consiste em identificar a identidade, as imagens e

a reputação actuais da organização; 2) Desenho da situação futura - que consiste na

análise estratégica da posição desejada da organização para o futuro; e 3) Gerir a

transacção - que consiste na implementação de mudanças e de programas de

monitorização.

Transversal às duas tipologias é a ideia de que a auditoria de reputação serve para

definirmos onde estamos, para onde queremos ir e como vamos lá chegar.

?>D>?'<'M4,*,N&+%,#'/"'+"=$*,5:&'

Identificada a situação actual e para onde se pretende ir, é necessário criar uma

comunicação alinhada com a realidade e com as expectativas dos stakeholders. Para

isso torna-se necessário seleccionar e criar mensagens que suportem um discurso

coerente. Essas mensagens devem ter um conteúdo específico, assente em “pontos de

partida”, sustentados nos valores partilhados entre a organização e os seus

stakeholders e que espelhem a estratégia organizacional: damos-lhe o nome de

plataforma reputacional (cf. van Riel & Fombrun, 2007).

Page 38: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

26

A característica essencial de uma plataforma reputacional é a de qualquer pessoa ser

capaz de reconhecer a organização com base nessa plataforma. Ela descreve o

posicionamento adoptado pela organização quando se apresenta interna e

externamente aos seus stakeholders. É uma escolha estratégica que agrega o histórico

da organização, a sua estratégia, identidade e reputação, e responde a 3 princípios

essenciais: a) ser relevante; b) ser realista; e c) ser apelativa. Uma plataforma

reputacional, normalmente, baseia-se em três possíveis temas fulcrais: a) actividade;

b) benefício; e c) apelo emocional.

Esta plataforma deve estar sustentada numa descrição contextual e estruturada, a que

van Riel (2000) chama de corporate story14, e que descreve a essência da organização

para todos os stakeholders, que ajuda a fortalecer os laços que une os colaboradores à

organização e que a posiciona e diferencia perante os seus concorrentes. É construída

pela identificação dos elementos únicos da organização que, juntos, representam a

essência da organização.

A corporate story ajuda na identificação de pontos de partida para a implementação

de estratégias de comunicação, que aumentam a compreensão entre os stakeholders e

a organização (cf. van Riel, 2000), e alteram a força competitiva em relação à

concorrência (cf. Shaw, 2000). Isto envolve considerar os factores de sucesso da

concorrência ou novos factores de sucesso que podem ser estabelecidos.

As histórias fornecem a promessa de um mecanismo que permite ao capital intelectual

actuar (cf. Mouritsen, 2000), já que as narrativas são formidáveis para comunicar, de

forma clara e lógica, o que permite partilhar uma visão do futuro (cf. Shaw, 2000).

Shaw (cf. Shaw, 2000) afirma que as histórias são mais credíveis, memoráveis e

geram mais entusiasmo do que factos soltos sem ligação entre si.

O objectivo de criar uma corporate story é criar uma estrutura que serve de referência

para toda a comunicação da organização. Esta pode ser avaliada em 4 parâmetros: a)

relevância, se descreve as actividades da organização que acrescentam valor; b)

realismo, se descreve o que a organização realmente é e faz; c) sustentabilidade, se

reconhece e equilibra as várias expectativas dos stakeholders; e d) responsabilidade,

se encoraja ao diálogo entre a organização e os seus públicos. No entanto, “o formato

de narrativa não substitui a falta de conteúdo ou falta de lógica.” (Shaw, 2000, p.186)

14 Utilizamos o termo, usado pelo autor, “Corporate Story”, que em português pode ser traduzido por “História Corporativa”.

Page 39: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

27

Van Riel e Fombrun (2007) propõem o modelo AAA para construção da corporate

story, que representa uma sequência lógica para a criação de uma história apelativa.

Este é composto por: a) habilidades - as competências-chave do sucesso da

organização; b) actividades - as principais actividades em que a organização está

envolvida; e c) feitos - descrição do que a organização conseguiu atingir até à data.

Este modelo permite que a história seja contada e ajustada à realidade da organização,

no entanto, só é eficazmente apelativa se a diferença entre as acções da organização e

o que a organização diz seja mínima.

“Independentemente do quanto apelativa seja a história, a sua apreciação

só é possível de manter se as diferenças entre o que é dito e o que é feito

pelos membros da organização forem mínimas.” (van Riel, 2000, p.180)

Para que a história seja lógica e tenha o efeito desejado, Gordon G. Shaw (2000)

propõe que a mesma seja rigorosa no que respeita a: a) definir os factores críticos de

sucesso da indústria; b) estabelecer de forma clara a finalidade do plano ou a visão; c)

apontar os factores críticos e os obstáculos para a visão; e d) reduzir a análise da

situação aos factos necessários para montar o cenário e para o suporte racional de

estratégicas e de planos de acção.

Logo que a plataforma de reputação seja identificada, esta deve ser usada, não só para

construir corporate stories sustentáveis, mas para cimentar essas mesmas histórias nas

campanhas de comunicação, tanto internas como externas.

?>D>A'<'OI=+"##,+','&+.,10L,5:&',*+,JK#'/"'-,%=,1P,#'/"'-&%$10-,5:&'

A corporate story pode ser usada para expressar e diferenciar a organização na

comunicação com públicos específicos, no entanto, não se deve perder a noção de que

esta pertence à organização como um todo e não apenas à comunicação (cf. van Riel

& Fombrun, 2007). Podemos dizer que a campanha de comunicação é um

componente necessário para expressar a organização, mas não é suficiente por si só no

processo de posicionar a organização na mente dos seus stakeholders.

Page 40: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

28

van Riel e Fombrun (2007) sugerem que a implementação da plataforma de reputação

em campanhas de comunicação deve ser feita em sete passos principais: 1) testar a

história corporativa e a sua aceitação entre os constituintes da organização; 2)

identificar e definir os stakeholders prioritários; 3) identificar os objectivos de

comunicação; 4) criar um briefing, que incorpore o contexto de mercado, a missão da

organização e as mensagens-chave; 5) desenvolver o conceito criativo; 6) seleccionar

os media desejados; e 7) testar impacto da campanha através do modelo de

expressividade corporativa. Estes passos formalizam a implementação da plataforma

de reputação e da história corporativa nas campanhas de comunicação da organização

para grupos específicos, garantindo coerência e alinhamento sustentados no tempo.

?>D>D'<'Q"/0+','+"=$*,5:&'

Os rankings de reputação são uma ferramenta importante para recolher informação

sobre as expectativas dos stakeholders, e contribuem para o desenho estratégico da

organização, através do alimento entre a sua realidade as percepções dos seus

stakeholders.

Quando falamos em gerir reputação, temos de falar em modelos de medir a mesma,

pois “sem estabelecermos ferramentas para medir a reputação é impossível

estabelecer ligações entre reputação e performance.” (Davies et al., 2003, p.57)

No entanto, Fombrun e van Riel (2007) alertam para a existência de um debate em

aberto na literatura sobre se uma organização tem múltiplas reputações que variam

consoante o interesse de cada stakeholder, ou se a reputação é unidimensional porque

incorpora a capacidade de a organização satisfazer os interesses dos seus

constituintes. Os autores sugerem que a questão é meramente empírica, já que para

algumas organizações as imagens convergem formando uma reputação forte, e para

outras as imagens divergem afectando a performance da organização. Destacam,

ainda, que ao medirmos a reputação usando métodos idênticos para os vários

stakeholders, torna-se possível identificar diferenças entre os pontos de vista dos

vários stakeholders (cf. van Riel & Fombrun, 2007).

Vários modelos de medição de reputação têm sido desenvolvidos por diversas

entidades, sendo uns usados com fins comerciais, outros para análise e pesquisa

académica. Quando falamos de medição de reputação, existem algumas linhas que se

Page 41: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

29

destacam na literatura. A primeira baseia-se no conceito de personalidade corporativa

e nos traços de personalidade que atribuímos a uma instituição. A segunda mostra as

expectativas sociais que as pessoas têm sobre o comportamento das instituições. Uma

terceira, sobre o conceito de confiança. E, ainda, uma quarta ao nível das atitudes.

!"#"#"$%&%'()*+,-./0-0(%1+)2+)-3/4-%

A primeira linha de pensamento, referente à Escola de Manchester (cf. Davies et al.,

2001, 2003, 2004), usa a “Metáfora de Personalidade”, à semelhança da

“Personalidade de Marca” (cf. Aaker, 1997), para definir o que os autores chamam de

“Escala de Personalidade Corporativa” e que mede os vínculos emocionais e racionais

de colaboradores e de consumidores para com a organização. A “Metáfora de

Personalidade” refere-se a um vasto conjunto de ideias associadas a características

humanas que podem ser atribuídas a uma instituição. Para tal, os autores apresentam-

nos uma escala composta por cinco principais dimensões e duas dimensões menores,

que podem ser aplicadas a vários stakeholders: agradabilidade; empreendedorismo;

competência; sofisticação: impiedade; informalidade e machismo. Os resultados

dessas dimensões são apresentados num gráfico de radar em que o mapa reputacional

é construído, cruzando a informação dos vários stakeholders. Esta escala é

particularmente útil para encontrar os “gaps15” e as necessidades de alinhamento entre

a percepção interna e a percepção externa da organização.

Figura 7 - Exemplo de aplicação da Escala da Personalidade Corporativa 15 Entendenmos o termo “Gap” como a palavra da língua inglesa que significa “espaço vazio”.

Page 42: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

30

!"#"#"!%&%562(73-3/4-*%*+7/-/*%

A segunda linha apresenta vários modelos de medição da reputação, através das

expectativas sociais: “Fortunes Most Admired Companies”; “Reputation Quotient”; e,

“Sistema Reptrak”.

A “Fortunes Most Admired Companies” existe desde 1982 e é a base de dados mais

usada e discutida sobre rankings de reputação. Isto deve-se a ser a maior base de

dados disponível publicamente, que é suficientemente consistente e que possibilita um

acesso rápido para comparar organizações. Metodologicamente, os rankings de

reputação resultam da participação de um conjunto alargado de executivos seniores,

administradores e analistas financeiros, que avaliam as organizações num conjunto de

oito componentes: a) qualidade da gestão; b) qualidade dos serviços e produtos; c)

força financeira; d) capacidade em atrair, desenvolver e manter recursos humanos

talentosos; e) utilização dos activos corporativos; f) valor de investimento a longo

prazo; g) capacidade de inovação; e h) responsabilidade social. No entanto, este

modelo tem várias limitações. Apesar de estar disponível publicamente, os seus

resultados encontram-se limitados aos grupos de stakeholders da área da gestão e os

atributos representados não espelham todas as dimensões da reputação nem foram

testados e validados internacionalmente.

As limitações do estudo da revista Fortune estão contemplados na pesquisa

desenvolvida pelo Reputation Institute e no trabalho inicial do desenvolvimento do

Quociente de Reputação. O Quociente de Reputação (RQ) foi desenvolvido por

Charles Fombrun em parceria com a empresa Harris Interactive, tendo sido usado

para medir a reputação corporativa de organizações em 26 países, desde 1999. O RQ

mede a reputação das organizações pedindo aos inquiridos para avaliar as

organizações em 20 itens agrupados em seis dimensões: a) apelo emocional; b)

produtos e serviços; c) visão e liderança; d) local de trabalho; e) responsabilidade

social; e, f) performance financeira.

“O desenvolvimento do RQ foi importante em ultrapassar os pontos fracos do

modelo da Fortune.” (van Riel & Fombrun, 2007, p.250) O RQ tornou possível

examinar as relações entre os vários atributos, dimensões e rankings das organizações

Page 43: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

31

e também identificar pontos críticos para melhorar a reputação em grupos específicos,

funcionando como um guia para a comunicação da organização.

Apesar dos avanços feitos com o RQ, em 2005 o Reputation Institute introduziu o

“Sistema RepTrak” para colmatar alguns pontos fracos do RQ: a) as seis dimensões

identificadas no RQ, apesar de distintas conceptualmente, não se verificavam

empiricamente; b) existência de níveis de multicolinearidade altos entre os vinte

atributos do RQ; c) a dimensão de apelo emocional estava muito relacionada com o

ranking total da reputação, indicando que poderiam ser apenas uma dimensão; e, d)

todos os atributos do RQ tinham o mesmo peso, apesar de demonstrarem impactos

diferentes no total da reputação. O novo modelo é composto por sete factores, que

envolvem 23 atributos diferentes.

Figura 8 - Modelo Reptrak (van Riel e Fombrun, 2007)

A força do “Sistema RepTrak” é a de que as suas dimensões são estatisticamente

independentes, reduzindo os problemas de multicolinearidade na análise dos dados e

fortalecendo as conclusões sobre o impacto relativo que cada atributo e dimensão têm

Page 44: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

32

na reputação total. Este sistema está validado para ser uma ferramenta integrada para

estudar e medir a reputação internacionalmente em cada grupo de stakeholders.

!"#"#"8%&%1+,9/-,:-%

A terceira linha de medir a reputação foca-se na credibilidade da organização e tem

como fonte de inspiração o papel que a credibilidade da fonte tem na publicidade e na

comunicação corporativa. Podemos definir credibilidade corporativa como a

percepção de conhecimento especializado, responsabilidade, fiabilidade, e confiança

de uma organização (cf. Newell & Goldsmith, 2001).

Esta linha de actuação mede a reputação através de um questionário de oito questões,

que consistem em duas dimensões de conhecimento especializado e de confiança na

organização. Apesar de serem dimensões importantes para a construção da reputação

de uma organização, apenas permitem medir variáveis importantes para a construção

da reputação, já que não são parte directa e integral do conceito em si.

!"#"#"#%&%;3/3<0(*%&%=(+)/-%0(%1+>2+)3->(,3+%'.-,(-0+%

Uma quarta proposta propõe a medição de reputação através da Teoria de

Comportamento Planeado (TCP).

A TCP (cf. Ajzen, 1988, 1991, 2002) defende que o comportamento humano é

influenciado por atitudes em função de um determinado objecto. Segundo esta teoria,

as atitudes têm como origem a percepção de uma determinada consequência e do

valor que é atribuído à mesma. Caruana (2008), apresenta a possibilidade de medir a

reputação como se de uma atitude se tratasse, utilizando um método indirecto de

medir crenças, assim como, um método directo de medir atitudes.

O método directo de medir atitudes permite uma comparação directa entre diferentes

stakeholders, e consiste num questionário de seis questões, onde é pedido que o

inquirido compare a organização com as restantes organizações do sector. A escala

consiste numa mistura de adjectivos, que procuram captar uma avaliação global da

organização.

O método indirecto de medir crenças é um método alternativo, que deve ser utilizado

para cada grupo de stakeholders individualmente, não permitindo a comparação entre

Page 45: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

33

estes. O primeiro passo, envolve um teste piloto para identificar o conjunto de crenças

predominantes, entre um grupo de stakeholders, sobre a organização. Estando estes

identificados, e agrupados em conceitos chave, é pedido aos inquiridos para

pontuarem, numa estala de setes pontos, a sua concordância com os conceitos que

lhes são apresentados.

?>F'<'B&1-4$#:&'A reputação, como activo importante de uma empresa, deve ser gerida

estrategicamente de forma a que esta seja uma mais valia. Quando estudamos a

reputação, torna-se importante compreender porque razão e como esta deve ser

gerida.

Neste capítulo, abordamos as questões relacionadas com a gestão de reputação:

porque é importante gerir a nossa reputação, em que dimensões esta ocorre e como

pode ser implementada.

Vimos que os valores intangíveis têm crescido em importância para a actividade

organizacional, que a reputação corporativa é considerada um factor determinante

para o sucesso e que existe uma relação entre uma boa reputação e o valor financeiro

de uma organização. Tendo em conta este valor, é importante compreendermos como

podemos gerir a reputação, para que esta seja uma mais valia que proteja a

organização no seu meio competitivo.

A literatura diz-nos que a reputação actua como um reservatório de “goodwill”, um

género de seguro que protege as organizações com melhor reputação numa crise de

mercado, quando comparadas com as organizações com pior reputação. Isto faz com

que umas organizações recuperem mais rapidamente e outras sofram maiores danos

do efeito de crise.

No entanto, vimos que a reputação existente deve respeitar os princípios de

transparência e expressividade, pois, caso isso não aconteça, a reputação favorável

pode ser uma ilusão temporária que desaparecerá quando posta à prova numa situação

de crise. Podemos colocar a hipótese de que se a reputação não for genuína, esta pode

não funcionar como um escudo numa situação de crise.

Page 46: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,
Page 47: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

35

A'<'!"=$*,5:&'"'*3-?(@+.0()*'

A>;'<'31N4$R1-0,'/,'+"=$*,5:&'Vimos que a reputação é um conjunto de percepções que as pessoas têm sobre nós, e

que para ganhar uma reputação positiva e sustentável, as organizações devem

construir e manter boas relações com os seus constituintes através de práticas de

monitorização e medição, que alinhem a realidade com a percepção dos stakeholders.

Ao produzirem essas actividades estão a contribuir, a longo prazo, para uma reputação

favorável que produz benefícios tangíveis, como a capacidade de cobrar preços mais

elevados nos produtos, custos reduzidos, maior lealdade por parte dos colaboradores,

preferência nos processos de decisão e um escudo de goodwill em situações de crise

(cf. Fombrun, 1996).

A reputação é importante porque nos diferencia dos nossos concorrentes (cf. Fombrun

& van Riel, 2004). A diferenciação com base na reputação é cada vez mais importante

para as organizações devido a diversos factores: a) globalização; b) quantidade de

informação disponível; c) homogeneidade da oferta de produtos e serviços; d)

influência dos media; e) saturação dos anúncios publicitários; e f) crescente activismo

dos stakeholders. Estes factores reforçam a importância de uma boa reputação.

Segundo Fombrun e van Riel (2004), a reputação é um factor de decisão que

influencia o comportamento dos diferentes stakeholders. Do ponto de vista do

consumidor, uma boa reputação aumenta a credibilidade da organização e cria um

efeito positivo sobre os seus produtos ou serviços, o que resulta numa situação em que

as organizações com melhor reputação tenham maior probabilidade de serem

credíveis e de terem a preferência do consumidor, o que, por sua vez, se traduz em

maior número de vendas. Para os colaboradores, a reputação da organização contribui

para a lealdade, a motivação, o empenho e a dedicação dos seus colaboradores e uma

boa reputação tem também implicações externa a este nível, já que funciona como um

factor de atracção de talento para a organização. Ao nível dos investidores, a

reputação é também ela importante, já que o grau de confiança no futuro da

organização tem consequências nas decisões de investimento. Também é importante

para os media, já que afecta a cobertura mediática ao nível da visibilidade, do

Page 48: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

36

posicionamento e do tom do discurso sobre a organização. E também tem influência

na linguagem usada pelos analistas financeiros, que são determinados por factores

sociopolíticos nas suas recomendações. Resumindo:

“A reputação corporativa é importante, porque está ligada intrinsecamente

ao posicionamento estratégico da organização como um todo. A reputação

corporativa é um espelho que reflecte o sucesso relativo de uma

organização em convencer os seus stakeholders sobre o valor actual e

futuro da direcção estratégica da organização. Mas este espelho é também

magnético: Se os stakeholders gostam do que vêem e ouvem, eles vão ter

comportamentos de suporte para com a organização - e que resulta na

atracção de recursos para a organização.” (Fombrun & van Riel, 2004,

p.20)

Quando pensamos em reputação, estamos a pensar a longo prazo e na capacidade da

organização de ser atractiva, não só do ponto de vista económico, mas como uma

instituição inserida numa sociedade (cf. Fombrun, 1996). E para que essa reputação

seja duradoura e resistente (a crises e a ataques à organização), é necessária uma

infraestrutura capaz de estabelecer relações fortes, não só com consumidores, mas

com todos os stakeholders-chave.

A>?'<'B&%=+""1/"1/&',',$/0R1-0,'“A compreensão profunda da psicologia das audiências reside no coração da

comunicação eficaz” (Ferguson, 1999, p.130), tornando necessário compreender os

quatro níveis a que esta se processa: a) crenças; b) atitudes; c) valores; e d)

necessidades. Como tal, o sucesso das interacções de uma organização com os seus

stakeholders não reside exclusivamente na capacidade da organização de satisfazer

uma determinada necessidade, mas também na capacidade que a organização tem de

alinhar a percepção da sua actividade com as crenças, atitudes e valores partilhados

pelos seus stakeholders. Estas relações “não são apenas trocas, mas interacções

sociais sustentáveis em que as impressões do passado afectam o comportamento

futuro” (Rindova & Fombrun, 1999, p.706) e consequentemente geram mudanças a

Page 49: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

37

três níveis essenciais para o sucesso da comunicação: conhecimento, atitude e

comportamento (cf. van Riel & Fombrun, 2007).

Para que a comunicação contribua de maneira sustentável para um entendimento e um

alinhamento da realidade e das expectativas dos stakeholders, esta deve ser

verdadeiramente simétrica e honesta através de um modelo de comunicação de duas

vias simétrico, em que ambas as partes comuniquem num diálogo aberto e honesto na

procura de um entendimento comum, encorajando as organizações a pensar

cuidadosamente as suas intenções na comunicação com os stakeholders (cf. Grunig &

Dozier, 1992).

Quando nos referimos à reputação corporativa, esta deve obedecer a quatro

princípios-base na relação com os vários stakeholders que influenciam o grau em que

estes a têm em conta: a) fiabilidade; b) credibilidade; c) grau de confiança; e, d)

responsabilidade (cf. Fombrun, 1996). A reputação é o agregado dos julgamentos

sobre estas quatro características e cria uma vantagem competitiva, já que as

organizações se encontram em permanente disputa por comportamentos de suporte,

por parte de consumidores, investidores, fornecedores, empregados e comunidades

locais, e que uma boa reputação é um obstáculo intangível e difícil de superar para as

organizações concorrentes.

Para que uma mensagem seja capaz de ser aceite e influenciar o comportammento um

determinado público tem de corresponder a três critérios: a) capacidade de se fazer

notar; b) capacidade de reter a atenção do público; e, c) capacidade de ser

compreendida (cf. van Riel & Fombrun, 2007). A capacidade de ser compreendida faz

com que a comunicação ajude os indivíduos a associar significados aos estímulos que

lhes são apresentados. E desenvolve-se quando os indivíduos são capazes de

enquadrar esses estímulos nos conceitos que estão guardados na sua memória,

podendo, mais tarde, aceitar esses estímulos, adoptar um determinado comportamento

e, em alguns casos, tornarem-se, eles próprios, reprodutores dessa mensagem.

A>A'<'S%'#0#*"%,'/"'01N&+%,5:&'0%="+N"0*,'Podemos entender a reputação como “um sistema de significados que os indivíduos

usam para organizar as suas impressões sobre uma organização.” (van Riel &

Page 50: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

38

Fombrun, 2007, p.52) Ou seja, os indivíduos simplificam a realidade de modo a

reterem apenas a informação que cada indivíduo considera relevante e, quando esses

significados aparecem constantemente na memória de curto prazo do indivíduo, são

transferidos para a memória de longo prazo, que contém o conjunto de experiências e

o conhecimento sobre uma organização ou o seu produto.

van Riel e Fombrun (2007) aludem ao “Modelo da Probabilidade de Elaboração” (cf.

Petty & Cacioppo, 1986a; Petty & Cacioppo, 1986b), que expressa que só os “sinais”

considerados importantes é que são relevantes para o processo de entendimento

racional e que só o conteúdo e a força dos argumentos é que podem influenciar a

formação de opinião. Mas nem todas a decisões são feitas racionalmente e, se o grau

de envolvimento for baixo, os elementos “periféricos” da mensagem ou o número de

argumentos têm um papel mais importante na formação de uma opinião (cf. Wierenga

& Van Raaij, 1987). Ou seja, as decisões são tomadas de forma mais racional ou mais

emotiva consoante o grau de envolvimento e de conhecimento da organização por

parte do stakeholder, da informação que este tem ao seu dispor e da sua motivação

para procurar mais informação. Segundo Weigelt e Camerer (1988), a reputação é a

percepção que alguém tem de um outro e dos valores que determinam as suas

escolhas e a sua acção. Por não terem toda a informação sobre a organização, os

stakeholders baseiam o seu juízo, de forma mais racional, ou mais emotiva, sobre uma

organização a partir da informação que têm disponível e que lhes parece relevante.

“A familiaridade, a visibilidade e a distinção de um nome corporativo envia

um sinal para os consumidores, investidores, e outros constituintes, sobre a

provável credibilidade e a fiabilidade de uma empresa e dos seus produtos.

A capacidade em reduzir o medo de uma má experiência, por parte de um

nome corporativo - e a sua reputação implícita -, traduz-se em lealdade e

alimenta as vendas.” (Fombrun, 1996, p.45)

Como não têm toda a informação sobre a organização, os stakeholders baseiam o seu

julgamento nos enunciados comunicativos 16 que a organização comunica

frequentemente e nas avaliações daqueles que consideram ser os intermediários-chave

16 Entendemos por enunciados comunicativos a ideia de acção comunicativa (cf. Austin, 1962).

Page 51: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

39

(como os analistas de mercado ou os meios de comunicação social). São precisamente

estes julgamentos, ou interpretações, que permitem criar um determinado significado

quando uma organização comunica na expectativa de significar algo. Ou seja, quando

se verifica o alinhamento da intenção da enunciação da organização com o

reconhecimento da audiência.

É importante referir que a reputação corporativa produz um efeito de inércia e que as

organizações podem continuar a atrair recursos durante um período de tempo, mesmo

quando a sua estratégia já não é válida (cf. Rindova & Fombrun, 1999). Neste caso, a

organização pode ser levada a acreditar que tem alguma vantagem quando usa o seu

acumulado de goodwill, mas quando os stakeholders descobrem que as suas

expectativas baseadas na reputação não são alcançadas, estes podem ter reacções

negativas. Podemos dizer que a reputação cria expectativas que trazem consigo uma

responsabilidade acrescida para a organização e que o não cumprimento dessas

realidades pode ter consequências e implicações na performance da organização.

A>D'<'B&1-4$#:&'Como a reputação se forma através de juízos por parte dos stakeholders, tornou-se

necessário abordar a relação entre a reputação e esses mesmos stakeholders, para

esclarecer como esses juízos são efectuados e que efeitos têm ao nível dos

comportamentos e das atitudes.

Neste capítulo vimos que uma boa reputação cria determinados efeitos nos

stakeholders e que diferencia a organização da concorrência. Ela determina o grau de

confiança que os stakeholders têm na organização e influencia o seu comportamento,

podendo tornar a organização mais resistente a situações adversas - como uma crise.

Foi também importante compreender como os stakeholders criam esses juízos sobre a

organização e a forma como a reputação reduz o receio de uma má experiência,

traduzindo-se em comportamentos de suporte num sistema de informação imperfeita.

A reputação baseia-se em expectativas. A organização pode atrair recursos

aumentando o seu goodwill e se estas expectativas forem cumpridas a reputação pode

tornar uma organização mais resistente a situações adversas. No entanto, o não

cumprimento de expectativas trará sempre alguma consequência negativa.

Page 52: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,
Page 53: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

41

D'<'!"=$*,5:&'"'-+0#"#'"%=+"#,+0,0#'

D>;'<'T"N0105:&'/"'-+0#"'Apesar da extensa literatura sobre gestão de crises, não existe uma definição

unanimemente aceite sobre o que é uma crise (cf. Coombs, 2007b), tornando

pertinente apresentar os conceitos e delinear as fronteiras do que pretendemos

abordar. Crises, gestão de crises e gestão de comunicação de crises são conceitos

distintos, que estão interligados e que devem ser tidos em conta.

A importância de uma definição do conceito de crise para o estudo da temática leva

Coombs (cf. 2007b) a sintetizar as várias perspectivas e a captar os pontos comuns

entre elas, chegando à seguinte conclusão:

“Uma crise é a percepção de um evento não previsto que ameaça

expectativas importantes dos stakeholders, que pode ter um impacto sério

sobre a performance organizacional e que pode ter consequências

negativas.” (Coombs, 2007b, p.2)

Desta definição deduz-se que uma crise é perceptual. Ou seja, não é o evento em si

que é uma crise, mas é a nossa percepção desse evento que nos ajuda a classificá-lo

como tal. Assim, podemos ainda diferenciar o que é um fenómeno de crise do que é

uma crise, sendo o primeiro um acontecimento que rompe com o estado normal de

desenvolvimentos e desperta um conjunto de reacções, e o segundo uma realidade

situacional em que os agentes envolvidos sofrem as consequências que daí resultam.

“Por um lado encontramos o acontecimento, a acção, que despoleta e

dinamiza uma alteração súbita no estado normal de desenvolvimento de

um sistema organizacional complexo. Por outro, encontramos aquilo que

para os agentes envolvidos nesses acontecimentos isso implica e significa,

isto é, o que desse fenómeno extraem, bem como os envolvimentos e

consequências que sobre eles incidem.” (Mendes e Pereira, 2006, p.30)

Page 54: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

42

Podemos dizer que qualquer crise tem duas componentes distintas. Por um lado, uma

componente objectiva e factual, que dá origem a uma série de eventos, e por outro

lado, uma componente simbólica, cujo cenário de crise é definido a partir da

interacção entre o fenómeno de crise e o impacto que este tem junto da organização e

dos seus stakeholder.

É também importante separarmos o conceito de crise e o conceito de incidente (cf.

Coombs, 2004). Enquanto um incidente é uma desordem localizada e de menor

dimensão (cf. Coombs, 2007b), o conceito de crise deve ser reservado para eventos de

maior dimensão, que requerem atenção especial por parte dos gestores e que têm

potencial para ter sérios impactos na actividade organizacional e nos seus

stakeholders (cf. Coombs & Holladay, 2010).

D>?' <'T,'."#*:&'/"' -+0#"#'U' ."#*:&'/"' -&%$10-,5:&'/"'

-+0#"'Convém diferenciarmos a disciplina de Gestão de Crises - disciplina ligada quer às

questões operacionais-técnicas, quer às questões simbólico-comunicacionais, da

disciplina de Gestão de Comunicação de Crises - que se centra apenas nos aspectos

simbólico-comunicacionais (cf. Mendes, 2006a).

A gestão de crises representa o conjunto de procedimentos que procuram combater as

crises através da prevenção e da protecção da organização contra os efeitos negativos

de uma crise, que emergem dos seguintes factores: a) prevenção - os passos

necessários para evitar a ocorrência de crises; b) preparação - o trabalho de preparar a

organização para enfrentar uma crise; c) resposta - a aplicação do trabalho de

preparação quando uma crise ocorre; e, d) revisão - avaliação da resposta à crise e

implicações para o futuro (cf. Coombs, 2007b).

Gestão de comunicação de crise pode ser definida pela recolha, processamento e

disseminação da informação necessária para enfrentar uma situação de crise (cf.

Coombs & Holladay, 2010). Antes da ocorrência de uma crise envolve a recolha de

informação sobre riscos de uma potencial crise e treino das pessoas que irão estar

Page 55: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

43

envolvidas no processo de gestão de crise. Após a ocorrência de uma crise envolve a

análise dos esforços da equipa de gestão de crises e a comunicação das mensagens

necessárias durante e depois da crise.

D>A'<'T0#-0=401,#',40,/,#'Os avanços da investigação em Gestão de Comunicação de Crise começaram a revelar

ligações próximas desta disciplina a outros campos de conhecimento como os da

Comunicação de Risco, da Gestão de Assuntos, da Gestão de Reputação e da

Comunicação de Desastres (cf. Coombs & Holladay, 2010). Estes quatro campos de

conhecimento partilham de ligações importantes à Gestão de Comunicação de Crise,

tornando importante referir as mesmas.

D>A>;'<'G"#*:&'/"'(##$1*&#'

Um assunto é uma tendência ou condição que, se continuada, influencia o modo como

a organização opera (cf. Moore, 1979), e que espera uma resolução que, normalmente,

envolve decisões de política pública (cf. Coombs & Holladay, 2010). A Gestão de

Assuntos pode ser entendida como a gestão de recursos organizacionais e

comunitarios através de um processo público de alinhamento e equilibrio entre os

interesses e direitos da organização com os dos seus stakeholders (cf. Heath &

Palenchar, 2009)

A relação entre Gestão de Assuntos e Gestão de Crises é recíproca (cf. Coombs &

Holladay, 2010), já que um assunto pode gerar uma crise para uma organização e uma

crise pode gerar um assunto ao atrair atenção para um determinado tema (cf. Heath &

Palenchar, 2009).

Podemos dizer que uma gestão de assuntos eficaz é uma forma de prevenção de crises

(cf. Coombs, 2007b), já que, ao identificar o despertar de assuntos os gestores de

crises podem tomar as acções necessárias para evitar que um assunto se desenvolva

numa crise.

Page 56: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

44

D>A>?'<'G"#*:&'/"'!0#-&#'

Um risco é uma ameaça potencial que resulta de uma fraqueza organizacional e que

pode gerar uma crise (cf. Mitroff & Pauchant, 1992). É a representação do potencial

que essa fraqueza tem em infligir danos e expor a organização a uma perda (cf.

Coombs & Holladay, 2010). Convém também diferenciar o conceito de risco do

conceito de ameaça, sendo ameaça a magnitude das consequências negativas e da

possibilidade de ocorrência de um possível evento (cf. Coombs & Holladay, 2010). A

Gestão de Risco procura diminuir o grau de ameaça de um determinado risco.

Para evitar que um risco se desenvolva numa crise, os gestores de crise devem

identificar riscos antes que estes se tornem em crises e tomar as devidas medidas para

reduzir ou eliminar esses perigos (cf. Coombs, 2007b). Por outro lado, uma crise pode

expor um risco subestimado e criar a necessidade de gerir esse mesmo risco (cf.

Coombs & Holladay, 2010).

Assim sendo, a Gestão de Riscos tem valor de prevenção e de preparação, já que torna

as organizações menos expostas a eventos que podem despertar uma crise.

D>A>A'<'G"#*:&'/"'!"=$*,5:&'

Tendo sido apresentado nos capítulos iniciais o que é a Gestão de Reputação, é, neste

momento, relevante falar apenas sobre a relação entre a Gestão de Reputação e a

Gestão de Comunicação de Crise. Também aqui a relação é recíproca.

A reputação é um activo vital na vida de uma organização e deve ser protegido (cf.

Coombs & Holladay, 2010). Enquanto que uma gestão de comunicação de crise

ineficaz intensifica os resultados negativos da crise, uma gestão de comunicação de

crise eficaz minimiza o impacto negativo causado na reputação organizacional e

estabelece a base para reparar os danos que daí ocorrerem (cf. Coombs, 2007b). A

gestão de comunicação de crise é importante para construir e manter uma boa

reputação.

Contudo, a reputação da organização antes da ocorrência de uma crise tem, também

ela, um papel importante na gestão de crises. Apesar de uma crise criar sempre

alguma perda de capital reputacional, em determinadas situações, uma reputação

favorável actua como um escudo que protege a organização (cf. Coombs, 2007b).

Page 57: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

45

“Uma organização com uma reputação favorável pode ter a experiência de

os seus stakeholders ignorarem notícias negativas sobre a organização

porque não se encontram predispostos a acreditar que a organização fez

algo de mal. As crises podem adoptar a forma de notícias negativas que são

desviadas por uma reputação positiva.” (Coombs, 2007b, p.146)

Coombs (cf. Coombs, 2007b) afirma que esta pré-disposição dá à organização o

benefício da dúvida durante a fase inicial de uma crise e o capital reputacional

acumulado evita que as pessoas presumam o pior e contraria a especulação negativa,

dando à organização a oportunidade de expor a sua versão dos acontecimentos.

Uma reputação negativa impede os esforços dos gestores de crise ao intensificar os

danos reputacionais infligidos pela crise, no entanto, o efeito halo17 não se demonstra

com uma reputação positiva (cf. Coombs & Holladay, 2006). Ou seja, uma reputação

positiva não protege, na totalidade, uma organização de danos reputacionais durante

uma crise, que irá sempre ter um impacto negativo na organização. No entanto, uma

reputação positiva antes da crise permite uma recuperação mais rápida dos danos

infligidos (cf. Alsop, 2004) e protege uma organização de perdas financeiras durante

uma crise (cf. Schnietz & Epstein, 2005).

Podemos concluir que uma crise irá sempre ter algum impacto na reputação

organizacional. No entanto, uma boa reputação diminui os danos causados e permite à

organização recuperar mais rapidamente da crise.

D>A>D'<'B&%$10-,5:&'/"'/"#,#*+"#'

Existe a necessidade de distinguir a Gestão de Comunicação de Crise da

Comunicação de Desastres, já que todos os desastres originam crises, mas nem todas

as crises são desastres (cf. Coombs & Holladay, 2010).

17 Entendemos por efeito halo por um viés cognitivo através do qual a percepção de qualidades positivas numa coisa ou numa

parte gera a percepção de qualidades similares em coisas relacionadas ou num todo (cf. The American Heritage Dictionary of the

English Language, 2006).

Page 58: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

46

Desastres são eventos perigosos que causam perdas significativas, ao nível humano e

económico, que exigem uma resposta de crise para além do âmbito dos recursos locais

e estatais e que se diferenciam de emergências pelo grau elevado de resposta de que

necessitam (cf. Coombs & Holladay, 2010).

Coombs e Holladay (2010) alertam para a necessidade de estabelecer fronteiras entre

estes dois campos já que, apesar da proximidade, certos princípios de uma disciplina

podem ser ineficazes para a outra.

D>D'<'('1"-"##0/,/"'/,'."#*:&'/"'-+0#"#'O não cumprimento das expectativas dos stakeholders está relacionado com os

fenómenos de crise. Mas, apesar do seu aumento de importância e visibilidade, a ideia

de que as crises são inevitáveis, imprevisíveis e que têm aumentado drasticamente,

tornando-se cada vez mais devastadoras, é um mito (cf. Mendes, 2006b). Não o são, e

a maioria das crises dão sinais identificáveis antes de explodirem, obedecendo a um

certo ciclo de desenvolvimento, permitindo às organizações prepararem-se para lidar

com as mesmas (cf. Mendes, 2006b).

Apesar de os esforços de prevenção reduzirem a probabilidade da ocorrência de

crises, convém dizer que nem todas as crises são evitáveis e que o aumento dos

factores que ameaçam a ocorrência de crises é uma realidade. O crescente activismo

por parte dos stakeholders, os avanços tecnológicos e a negligência de planeamento

organizacional contribuem para o aumento do valor e da necessidade da gestão de

crises, obrigando as organizações a estarem preparadas para lidarem com uma crise e

a gerirem de forma eficaz (cf. Coombs, 2007b).

Esta preparação é inerente à forma como as organizações vêem a mudança e encaram

as crises: como ameaças à actividade organizacional, ou como oportunidades de

aprendizagem antes, durante e depois da crise (cf. Cunha, 2006). Enquanto a primeira

é inerente às organizações mais burocráticas, que não vêem a mudança de forma

natural e que têm mais dificuldades em aprender com os erros, acabando por repetir o

seu comportamento, mesmo quando este se torna disfuncional e ele próprio capaz de

gerar crises e dificultar a sua resolução, na segunda, a organização aprende quando

reflecte criticamente e altera o seu comportamento de forma a evitar ou a menorizar

Page 59: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

47

problemas. De um lado, estão as organizações que dispõem de rotinas fracas que

convidam à experimentação de forma discricionária, e de outro, as que dispõem de

rotinas fortes que encorajam a experimentação (cf. Weick & Browning, 1991).

Com o crescimento dos factores que ameaçam a ocorrência de crises, é importante

que estas não sejam um assunto tabu e que as organizações desenvolvam rotinas que

lhes permitam estar preparadas para lidar com as mesmas, seja na redução da

probabilidade de estas acontecerem, seja na necessidade de lidarem com uma

ocorrência.

D>F'<'7,#"#'/"'/"#"1J&4J0%"1*&'/"'$%,'-+0#"'É transversal a, quase, toda a literatura que uma crise decorre em várias fases de

desenvolvimento. Turner (1976) desenvolve um modelo de seis etapas, em que a

organização opera, no que se refere a uma situação de crise: a) normalidade de

operações e procedimentos de rotina; b) período de incubação da crise; c) evento

despoletador; d) começo da crise; e) período de salvamento; e f) período de adaptação.

Fink (1986) apresenta quatro fases distintas: a) fase de alerta; b) fase de crise aguda;

c) fase de crise crónica; e, d) fase de resolução. Meyers e Holusha (1988) referem o

“ciclo de vida do desastre” quando este diz respeito às operações organizacionais: a)

operações normais; b) resposta de emergência; c) processo interino; e d) recuperação.

Gonzalez-Herrero e Pratt (1996) comparam o ciclo de vida de uma crise ao ciclo de

vida de um modelo biológico: a) nascimentos; b) crescimento; c) maturidade; d)

declínio; e, e) morte. Seymour & Moore (2000) criam uma analogia com a

meteorologia e a ocorrência de uma tempestade: a) primeiro irrompe; b) depois

destrói; e, c) finalmente passa.

Apesar das diferentes representações para o mesmo fenómeno, a ideia de que uma

crise percorre um determinado “ciclo de vida” é transversal a todas elas. O mesmo

acontece com a ideia de que, antes da crise eclodir, existe uma fase em que existem

sinais visíveis que nos permitem implementar medidas de preparação para a crise,

assim como existe uma fase posterior que serve para a organização recuperar, avaliar

e aprender com a crise.

Page 60: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

48

D>V'<'Q&/"4&#'/"'."#*:&'"'*0=&4&.0,'/,#'-+0#"#'A comunicação é a essência da gestão de crises, já que uma crise, ou ameaça de crise,

cria a necessidade de informação (cf. Coombs & Holladay, 2010). Através da

comunicação, a informação é recolhida, transformada em conhecimento e partilhada.

Podemos caracterizar os procedimentos da gestão de crises em dois grupos principais:

a) procedimentos para construir relacionamentos com os stakeholders e diminuir a

cobertura mediática; e b) procedimentos para recuperar a credibilidade e a

legitimidade pública da organização (cf. Mendes, 2006a).

Para gerirmos uma crise temos de ter em conta as quatro variáveis-chave que nos

permitem sistematizar e analisar o fenómeno: a) os tipos de crise; b) as fases da crise;

c) os sistemas organizacionais - técnico, humano, infraestrutural, cultural e

emocional; e d) os stakeholders (cf. Pearson & Mitroff, 1993). “A eficácia das

intervenções depende do grau de proficiência que os gestores demonstram na

manipulação de cada uma das quatro variáveis-chave.” (cf. Mendes, 2006b)

À medida que a crise vai evoluindo, as opiniões dos públicos sobre o assunto também

evoluem e o grau de intensidade e de força das opiniões está ligado à percepção do

envolvimento dos seus interesses próprios. Para minimizar a deterioração dos

relacionamentos entre a organização e os públicos, Sturges (1994) identifica três tipos

de informação que se deve usar de forma adequada a cada uma das fases da crise: a)

informação instrutiva - de como proceder durante a crise; b) informação de

ajustamento - ajuda as pessoas a lidar psicologicamente com a crise; e c) informação

de internalização - que as pessoas usarão para formar uma imagem sobre a

organização.

Uma crise pode criar três tipos diferentes de ameaças: a) segurança pública; b) perda

financeira; e c) perda de reputação (cf. Coombs, 2007c). Algumas crises podem

causar ferimentos ou mesmo meter em causa vidas - como as resultantes de acidentes,

outras podem resultar na perda de valor bolsista ou de intenção de compra, outras

podem mesmo levar ao levantamento de processos judiciais contra a organização. A

percepção, por parte dos stakeholders, dos danos causados pelos três tipos de ameaças

influencia a dimensão da crise.

Torna-se, assim, importante diferenciar dois tipos básicos de comunicação: a) a

comunicação de conhecimento sobre a crise; e b) a comunicação de gestão de

Page 61: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

49

reacções dos stakeholders (cf. Coombs & Holladay, 2010). A primeira actua nos

bastidores e refere-se aos esforços para identificar fontes, recolher e analisar

informação, partilhar conhecimento e tomar decisões. A segunda envolve os esforços

de comunicação para influenciar a percepção dos stakeholders sobre a crise, sobre a

organização em crise e sobre a resposta à crise por parte da organização.

Os padrões de actuação em tempo de crise não são decididos pela organização, mas

pelos seus constituintes (cf. Lukaszewski, 1999). Ou seja, quanto mais grave é uma

crise, maior é a probabilidade de os padrões de actuação serem impostos pelos

stakeholders directamente envolvidos. Seguindo esta perspectiva, nem todos os

stakeholders têm a mesma prioridade e existe uma hierarquia sobre quem deve ser a

nossa preocupação, de modo a conter, controlar e reduzir o impacto da crise na nossa

reputação: 1) vítimas; 2) empregados; 3) stakeholders indirectamente afectados; e 4)

os Órgãos de Comunicação Social. Lukaszewski (1999) defende que toda a

comunicação deve ser honesta, consistente, rápida e que deve atender em primeiro

lugar àqueles que são mais afectados pela crise. Devemos de começar por o fazer

localmente e devemos colaborar com os media na medida das nossas possibilidades.

Gonzalez-Herrero e Pratt (1996) defendem a ideia de que o processo de gestão de

crises deve ser um processo pró-activo, integrado numa visão de longo prazo que

contemple uma relação simétrica entre os stakeholders e a organização. Este processo

deve incorporar a gestão de assuntos dentro da gestão de comunicação de crise e

projecta-se em quatro fases distintas: a) a gestão de assuntos - em que a organização

monitoriza o seu meio envolvente na procura de assuntos emergentes e elabora

estratégias de comunicação em relação a esses assuntos; b) planificação e preparação

para a crise – em que a organização desenvolve mecanismos de resposta em caso de

crise; c) momento de crise - respostas reactivas de acordo com as características da

crise ; e c) pós-crise - fase de aprendizagem em que a organização se ajusta a uma

nova realidade. Esta concepção da gestão de crises espelha a ideia de que esta gestão

não acontece apenas quando uma crise ocorre, mas que numa gestão de crises

eficiente existe um processo de preparação antes e um processo de aprendizagem

depois.

Coombs (2007b) acrescenta que a primeira fase não é exclusiva da Gestão de

Assuntos, mas também a Gestão de Riscos e a Gestão de Reputação contribuem para

encontrarmos sinais de aviso sobre potenciais crises e que a gestão de crises deve ser

Page 62: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

50

feita em seis fases distintas: a) procura de sinais de aviso; b) tomada de medidas

preventivas; c) preparação para a crise; d) reconhecimento da existência de uma crise;

e) resposta à crise; e f) preocupações pós-crise.

D>W'<'M+&-"/0%"1*&#',1*"#X'/$+,1*"'"'/"=&0#'/,'-+0#"'Uma crise implica três tipos de intervenções: a) proactiva - pré-crise; b) reactiva -

durante a crise; e c) reflexiva - após a crise (cf. Mendes, 2006b), correspondendo a

procedimentos diferentes para cada uma dessas fases.

D>W>;'<'7,#"'=+K<-+0#"''

Esta fase concentra-se em identificar e em reduzir as probabilidades da ocorrência de

potenciais crises para a organização e de prepara a organização para lidar com

possíveis ocorrências (cf. Coombs, 2007b; Coombs & Holladay, 2010).

A equipa de gestão de comunicação de crise deve procurar os sinais de aviso e

analisar a informação correspondente ao meio envolvente. Para isso, Coombs (2007b)

sugere que as disciplinas de Gestão de Riscos, Gestão de Crises e Gestão de

Reputação contribuam para a procura, identificação e gestão de factores que possam

gerar uma crise. Esta contribuição de outras disciplinas para a Gestão de

Comunicação de Crise permite recolher a informação necessária para analisar a

organização e proceder à tomada de medidas preventivas com objectivo de eliminar,

ou pelo menos, reduzir a probabilidade de os sinais de aviso se tornarem em crises.

Nem todas as crises são inevitáveis, a preparação para uma possível ocorrência é

fundamental. A fase de preparação consiste nos esforços da organização em criar

rotinas de diagnosticar ameaças de potenciais crises e de desenvolver as medidas

necessárias de preparação. Estas medidas devem passar pela elaboração de um Plano

de Comunicação de Crise, que prescreve o como e quando a organização deve

comunicar durante uma crise, pela criação e treino de uma equipa de gestão de

comunicação de crise e pela certificação de que os recursos necessários para a

execução do plano estarão disponíveis na eventualidade de uma ocorrência (cf.

Coombs, 2007b).

Page 63: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

51

D>W>?'<'7,#"'/$+,1*"','-+0#"'

Quando uma crise ocorre, antes de qualquer medida de resposta, é necessário que a

organização reconheça a existência da mesma para o poder fazer. Por vezes, as

organizações podem negar a aceitarem a existência de uma crise e só a reconhecerem

quando esta já atingiu dimensões significativas; isto torna necessário que os gestores

de comunicação de crise sejam capazes de identificar a crise e de sensibilizar os

restantes responsáveis da organização para a sua existência e para a necessidade de

tomar medidas face à crise (cf. Coombs, 2007b). Só após o reconhecimento da crise, a

organização inicia as suas medidas de resposta.

Estas medidas de resposta estão relacionadas com a informação que a organização

recolheu na sua fase de reconhecimento da existência de uma crise, procuram reduzir

os danos resultantes da crise e fazer com que a organização retome a normalidade das

suas operações o mais rapidamente possível.

Mesmo num mau momento, como uma crise, a comunicação deve-se manter de duas

vias simétricas entre a organização e os seus stakeholders (cf. Coombs, 2007b).

D>W>A'<'7,#"'=9#<-+0#"'

Mesmo quando uma crise parece ter chegado ao fim, os esforços de comunicação de

crise continuam em acção (cf. Coombs, 2007b), dando, à organização, a oportunidade

de se adaptar a uma nova realidade - um “novo normal” 18 . A performance

organizacional durante a crise deve ser avaliada de modo que possa ser melhorada de

futuro. A equipa de gestão de comunicação de crise deve continuar o diálogo com os

stakeholders, não deixar de monitorizar a crise e implementar os procedimentos

necessários, que definem um novo status quo19 para a organização.

18 O conceito de “novo normal” refere-se à tradução do termo original “new normal” (cf. Sellnow, et al, 2005), que se refere a

aparecimento de uma nova realidade, fruto de uma nova noção de sentido resultante dos efeitos de uma crise. 19 Entendemos status quo como o desenrolar normal dos acontecimentos

Page 64: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

52

D>Y'<'Q&/"4&#'/"'."#*:&'/"'-+0#"'No que respeita à identificação e caracterização de uma crise, várias tipologias

emergem da literatura na tentativa de ajudar a entender como estes fenómenos

afectam as organizações.

Booth (1993) sugere que uma crise seja entendida a partir do seu momento

despoletador e de como este impacta a organização. Nesta perspectiva a reacção da

organização e dos públicos envolvidos está directamente ligada à previsibilidade da

crise.

Pearson e Mitroff (1993) apresentam uma perspectiva bidimensional, através da qual

podemos entender as crises em dois eixos: a) falhas de sistema - mais técnicas ou

mais humanas; e b) magnitude dos danos organizacionais - mais ou menos severos.

Myers e Holusha (1988) consideram nove tipos de crise (percepção pública, mudança

súbita de tendências de mercado, falha de produto, sucessão de administradores,

tesouraria, relações industriais, OPAs, acontecimentos internacionais adversos, e

legislação e regulação governamental) e classificam de 0 a 100 quatro critérios para

apurar a existência de uma crise: a) grau de controlo sobre a crise; b) dimensão da

crise: c) tempo para decidir; e d) número de opções de decisão. Agrupando os dois

primeiros critérios formam um gráfico dimensão-tempo, e agrupando os dois últimos

critérios formam um gráfico tempo-opções. Seguindo a mesma linha de pensamento,

o Institute for Crisis Management (2009) classifica os fenómenos de crise mais

frequentes em dezasseis categorias: 1) catástrofes no negócio; 2) estragos ambientais;

3) acções dos consumidores; 4) discriminação; 5) estragos financeiros; 6) problemas

laborais; 7) assédio sexual; 8) crimes de “colarinho branco”; 9) acidentes que causam

vítimas humanas; 10) litígios com grupos de trabalhadores; 11) defeitos e

cancelamento de produtos; 12) demissão de executivos; 13) ofertas públicas de

aquisição hostis; 14) má gestão; 15) boatos e rumores; e 16) violência no local de

trabalho.

Burnett (1998) dá relevo à comunicação e propõe uma tipologia que aborda uma crise

como um todo que condiciona a gestão organizacional. O autor propõe quatro

critérios para classificar os constrangimentos causados: a) pressões temporais

relacionadas com a necessidade de responder à crise (mínimas ou intensas); b)

controlo sobre os destinos da organização (altos ou baixos); c) constrangimento das

Page 65: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

53

opções de resposta (muitas ou poucas); e d) nível de magnitude e de gravidade das

ameaças (elevado ou reduzido). Estes quatro parâmetros assumem uma de duas

posições e são classificados numa matriz de 16 células e, se duas ou três

características se encontrarem na posição mais constrangedora, podemos classificar a

situação como uma crise.

Estas tipologias centram-se na capacidade de analisar as características de uma crise

em três grandes dimensões: a) Dimensão Origem da Crise; b) Dimensão Impacto da

Crise; e, c) Dimensão do Tipo de Resposta (cf. Mendes, 2006a). No entanto, a sua

capacidade de categorizar as crises não é suficiente na produção de informação útil

para o gestor, que se encontra confrontado com a necessidade de decidir num

momento de crise.

D>Y>;'<'O#-&4P,'/,#'"#*+,*K.0,#'/"'+"#=&#*,'

Para o estudo da escolha da estratégia de resposta, é necessário compreender como os

stakeholders percebem e reagem aos fenómenos de crise e como as possíveis

estratégias de comunicação de crise afectam essas percepções e reacções. O estudo

dos efeitos da gestão de comunicação de crise no comportamento dos públicos é

dominado por duas perspectivas: a) teoria de atribuição causal - teoria situacional de

comunicação de crise; e b) teoria de contingência (cf. Coombs & Holladay, 2010).

#"A"$"$%&%=(+)/-%*/3<-7/+,-.%0(%7+><,/7-:B+%0(%7)/*(%

A teoria de atribuição causal é uma teoria das ciências sociais que procura explicar

como os indivíduos atribuem causas para a ocorrência de eventos. Ou seja, quando

um evento ocorre, em especial um evento com conotações negativas, as pessoas

tentam determinar porque é que aquele evento ocorreu (cf. Coombs & Holladay,

2010).

As atribuições de responsabilidade, internas e externas, definem as respostas afectivas

e comportamentais para com a pessoa envolvida no evento (cf. Weiner, 1985, 2010).

Assim sendo, os stakeholder atribuem responsabilidades e essas atribuições

determinam a sua emotividade e o comportamento para com a organização em crise

(cf. Coombs, 1995; Coombs, 2007a; Coombs, 2007b; Coombs & Holladay, 2010).

Page 66: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

54

Coombs, em 1995, começa o desenvolvimento de uma alternativa para a escolha da

resposta organizacional adequada a uma situação de crise, com base na teoria de

atribuição causal: a Teoria Situacional de Comunicação de Crise.

Esta teoria procura entender como as pessoas percebem as crises, as suas reacções às

diferentes estratégias de comunicação de crise, e as reacções dos públicos à

organização em crise (cf. Coombs & Holladay, 2010), e actua sob a premissa de que

“crises similares devem ser geridas de modo similar” (cf. Pearson & Mitroff, 1993).

Assim, permite a escolha da resposta adequada a cada situação, que começa pela

identificação do tipo de crise percebida pelo público, para ter uma noção clara da

capacidade de a organização controlar o evento e da percepção de responsabilidade

que o público atribui à organização, e finaliza com a escolha da estratégia de resposta

adequada à situação para minimizar os danos à reputação (cf. Coombs & Holladay,

2002).

Figura 9 - Raciocínio da Teoria Situacional de Comunicação de Crise (adaptado de Coombs 2007a)

A Teoria Situacional de Comunicação de Crise, na sua versão mais recente, propõe

um processo de duas fases para lidar com a ameaça de crise (cf. Coombs & Holladay,

Page 67: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

55

2010). O processo inicial é o de categorizar o tipo de crise que a organização enfrenta,

tendo por case a responsabilidade que os stakeholders lhe atribuem. Os tipos de crises

estão agrupados em três categorias: a) vítima - responsabilidade baixa, que engloba

desastres naturais, rumores, violência no local de trabalho e malevolência; b) acidente

- responsabilidade média, que engloba desafios, acidentes por erros técnicos e defeito

de produto por erro técnico; e c) intencional - responsabilidade elevada, que engloba

acidentes por erro humano, defeito de produto por erro humano e comportamento

inadequado da organização. Estas três categorias apresentam níveis crescentes de

responsabilidade e de ameaça impostos por uma crise.

Nível de probabilidade de atribuição de responsabilidade à organização

Tipo de crise/desastre Subtipos de crises/desastres

- Responsabilidade baixa - Vítima - Desastres naturais - Rumores - Violência no local de trabalho - Comportamentos mal

intencionados contra a organização

- Responsabilidade moderada - Acidente - Conflitos - Acidentes por erro técnico - Danos provocados por

produtos, devido a erro técnico

- Responsabilidade alta - Intencional - Acidentes por erro humano - Danos provocados por

produtos, devido a erro humano

- Acção ilegal ou mal intencionada por parte da organização

Tabela 1 - Tipos de crise/desastre da Teoria Situacional de Comunicação de Crise (adaptado de Coombs, 2007b)

O segundo passo consiste em identificar a existência dos dois factores (actualmente

documentados) que intensificam uma crise: a) o histórico de crises da organização; e

b) a reputação organizacional anterior à crise. Os stakeholders atribuem maior

responsabilidade às organizações que passaram por crises (cf. Coombs, 2004) e às

organizações com pior reputação quando comparadas com as organizações com

Page 68: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

56

melhor reputação (cf. Coombs & Holladay, 2002). Quanto maior for a

responsabilidade atribuída à organização, maior a ameaça proporcionada pela crise ao

nível das atitudes e dos comportamentos por parte dos stakeholders.

O nível de ameaça determina a estratégia de resposta (cf. Coombs, 2007b), no

entanto, a resposta a uma crise deve começar com informação instrutiva e informação

de ajustamento e só então proceder a mensagens a fim de reparar a reputação (cf.

Coombs & Holladay, 2010).

As estratégias de resposta à crise são divididas em três níveis primários: a) negação -

da existência da crise ou da responsabilidade da organização; b) diminuição - da

percepção da gravidade da crise ou do nível de responsabilidade atribuído à

organização; e c) reconstrução - da percepção sobre a organização através de

compensação e/ou pedidos de desculpa. A estes três níveis, acrescenta-se um nível

suplementar (reforço), que só é possível quando a organização tem um bom historial e

reputação anterior, que deve ser usado como suporte a uma das outras estratégias e

que procura ganhar a aceitação dos públicos através do elogio ou de acções que

lembrem o bom historial da organização (cf. Coombs & Holladay, 2010).

Tipo de estratégia de resposta Subcategorias de estratégia de resposta

- Estratégia de negação - Atacar o acusador - Negar que a crise ou o desastre existe - Procurar um bode expiatório

- Estratégia de diminuição - Apresentar uma desculpa para a ocorrência da situação

- Apresentar uma justificação para a ocorrência da situação

- Estratégia de reconstrução - Compensar as vítimas - Apresentar desculpas / aceitar a

responsabilidade

- Estratégia de reforço - Relembrar os stakeholders das suas boas acções passadas

- Tentativa de cair nas boas graças - Reclamar estatuto de vítima

Tabela 2 - Estratégias de resposta da Teoria Situacional de Comunicação de Crise (adaptado de Coombs, 2007b)

Page 69: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

57

A Teoria Situacional de Comunicação de Crise é uma abordagem que se baseia em

como os stakeholders reagem às situações de crise e às estratégias de resposta à crise.

Devido à sua capacidade de explicar fenómenos e de os prever, a tipologia apresenta-

se como uma alternativa viável para a gestão estratégica da comunicação de crise.

#"A"$"!%&%C+0(.+%0(%3(+)/-%0(%7+,3/,DE,7/-%

A teoria de contingência procura a explicação de como as relações públicas operam

como um todo (cf. Coombs & Holladay, 2010) e de como as organizações respondem

a situações de conflito, assumindo uma postura entre a advocacia pura e a

acomodação pura, conforme a natureza do conflito e das variáveis do seu meio

envolvente (cf. Pang, Jin & Cameron, 2007).

Variáveis Internas Variáveis Externas

- Características da organização - Características do departamento de Relações

Públicas - Características da coligação dominante ao

nível da gestão - Ameaças internas (quanto está em risco na

situação) - Características individuais dos públicos

internos - Características relacionais ao nível da

organização

- Ameaças - Características do sector de actividade - Ambiente político, social e cultural - Os públicos externos - O assunto em questão

Tabela 3 - Resumo dos grupos de variáveis internas e externas do Modelo de Teoria de Contingência. Consultar Cameron, et al. (2007) para a lista completa de variáveis

A teoria de contingência aborda as crises por tipo e por duração, para determinar o

nível de ameaça. Por tipo define-se se a crise é interna ou externa e por duração

referimos se a crise é a longo ou a curto prazo, sendo as crises externas e de longa

duração aquelas que apresentam a maior ameaça para a organização (cf. Jin &

Cameron, 2007) Este modelo apresenta cerca de oitenta variáveis, que se agrupam em

variáveis externas e variáveis internas, e que ajudam a escolher a postura que uma

organização deve usar para uma determinada situação.

Page 70: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

58

Figura 10 - Raciocínio da Teoria de Contingência (adaptado de Jin & Cameron, 2007)

A Teoria de Contingência apresenta-se como uma teoria geral, mas que pode ser

aplicada com validade à especificidade da gestão de comunicação de crises (cf.

Coombs & Holladay, 2010).

#"A"$"8%&%F%9<3<)+%0(%<>-%4/*B+%/,3(D)-0-%

Estas duas teorias, apesar de abordarem as crises de maneira distinta, não se opõem e

existe um valor potencial na sua utilização integrada (cf. Coombs & Holladay, 2010).

Se, por um lado, a Teoria de Contingência fornece uma visão geral e integrada da

organização, por outro, a Teoria Situacional de Comunicação de Crise é útil para

operacionalizar num contexto de comunicação de crise específico.

Podemos identificar dois pontos que suportam este potencial de integração: a) a

postura organizacional; e b) o nível de ameaça (cf. Coombs & Holladay, 2010). Na

teoria de contingência, a ideia de postura organizacional baseia-se na ideia de conflito,

mas nem todas as crises se baseiam em conflito. Podemos, assim, dizer que para

crises que despertam de conflitos a ideia de postura organizacional fornece um leque

de escolhas de comunicação mais precisas, enquanto para crises em que a ideia de

conflito não é tão forte, as estratégias de comunicação de resposta à crise da Teoria

Situacional de Comunicação de Crise são mais apropriadas (cf. Coombs & Holladay,

2010). Por outro lado, ambas as teorias se baseiam no conceito de ameaça, mas

Page 71: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

59

operam-no de maneira distinta. A Teoria de Contingência analisa o nível de ameaça

pelo nível de recursos que uma situação exige, por outro lado, a Teoria Situacional de

Comunicação de Crise foca-se nas ameaças reputacionais impostas por uma crise.

Apesar de distintas, estas duas abordagens são complementares para uma gestão de

comunicação de crise eficaz.

D>Z'<'B&1-4$#:&'Quando nos propomos estudar se uma reputação pode funcionar como um escudo

protector contra uma crise, torna-se essencial compreender o tema crises e os seus

subtemas.

Neste capítulo abordámos o que é uma crise, a disciplina de Gestão de Comunicação

de Crise, as disciplinas que estão interligadas, como se gere uma crise, as várias

tipologias e os modelos de gestão de comunicação de crise.

Verificámos que existem indícios de que existe uma ligação mútua e forte entre a

reputação e uma situação de crise. Ou seja, que uma crise tem impacto na reputação

organizacional e que a reputação anterior à crise condiciona o impacto que esta tem na

organização.

É importante referir que uma crise irá sempre significar alguma perda de capital

reputacional, mas que, em determinadas situações, uma boa reputação permite

recuperar mais rapidamente dos danos infligidos e pode proteger a organização de

perdas financeiras quando comparada com organizações com pior reputação.

Deduzimos que uma crise irá sempre ter algum impacto na reputação organizacional.

No entanto, uma boa reputação diminui os danos causados e permite à organização

recuperar mais rapidamente da crise.

Page 72: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,
Page 73: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

61

!"#$%&''!

F'<'M+"##$=&#*&'*"9+0-&'O ponto de partida para este trabalho centrou-se na questão de compreender se a

reputação pode funcionar como um escudo protector contra uma crise. Na primeira

parte do estudo fizemos uma revisão da literatura sobre as duas grandes esferas que

nos propomos a estudar: a) reputação; e b) crises. Estudámos os conceitos, as linhas

de gestão e as abordagens às respectivas disciplinas, para entendermos melhor como

cada uma actua. E procurámos evidências literárias que nos permitissem responder à

questão que deu origem a este trabalho.

Sugerimos que a reputação é um activo de valor e uma vantagem competitiva que

diferencia a organização das restantes (cf. Barnett, Jermier & Lafferty, 2006; Dolphin,

2004; Fombrun, 1996; Fombrun & van Riel, 2004; Hall, 1992), ao mesmo tempo que

se forma através de julgamentos por parte dos vários stakeholders (cf. Barnett,

Jermier & Lafferty, 2006; van Riel & Fombrun, 2007). Essa vantagem reflecte-se, não

só em atitudes - através da criação de laços emocionais, como também em

comportamentos - com a preferência dada às das organizações com melhor reputação,

em detrimento das organizações que não contam com uma reputação tão favorável

(cf. Fombrun, 1996; Fombrun & van Riel, 2004). Essa vantagem comparativa

acumulada ao longo do tempo (capital reputacional) cria um reservatório de goodwill

que actua em forma de seguro para a organização, que, em situações de igualdade,

tem uma vantagem sobre as que não possuam tanto capital reputacional (cf. Fombrun,

1996).

É possível a uma organização acumular capital reputacional por forma de inércia sem

que este corresponda à realidade organizacional (cf. Rindova & Fombrun, 1999). Este

facto pode originar que uma organização detenha uma boa reputação ilusória, que,

quando é colocada à prova, não é capaz de corresponder às expectativas, tendo efeitos

danosos para a organização. A reputação de uma organização terá de estar alinhada e

de ter a capacidade de corresponder às expectativas dos seus stakeholders (cf. van

Riel & Fombrun, 2007).

Page 74: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

62

Verificamos também que, quando a organização é posta em cheque a sua reputação

funciona sob a forma de um seguro, atenuando possíveis danos (cf. Fombrun, 1996;

Fombrun & van Riel, 2004). Todavia, que uma reputação que não seja sustentada na

realidade organizacional não será capaz de tornar a organização resistente a situações

adversas (cf. Rindova & Fombrun, 1999).

Quando olhamos para a temática das crises, verificamos que o estudo deste tema está

ligado ao da reputação (cf. Coombs & Holladay, 2010). Em primeira instância, porque

tanto a reputação como as crises são perpetuais e, num segundo tempo, porque ambas

têm uma relação recíproca. Uma crise tem impacto sobre a reputação, danificando a

mesma e consumindo capital reputacional. Por outro lado, a reputação, em

determinadas circunstâncias, actua como um escudo (cf. Coombs, 2007b), embora

sem um efeito halo, já que a organização sofrerá sempre danos (cf. Coombs &

Holladay, 2006), mas, com a capacidade de atenuar a responsabilidade que é atribuída

à organização pela ocorrência da crise e, consequentemente, os danos causados (cf.

Coombs, 2007b; Schnietz & Epstein, 2005), permitindo que esta recupere mais

rapidamente da crise (cf. Alsop, 2004; Fombrun & van Riel, 2004).

A reputação pode ser uma vantagem competitiva numa situação de crise, atenuando

os efeitos negativos sofridos pela organização e permitindo uma recuperação mais

rápida. No entanto, não serve como um get out of jail free card20, pois a organização

sofrerá sempre alguns danos.

Com base na investigação bibliográfica efectuada, partimos do pressuposto de que a

reputação tem valor quando uma organização sofre uma crise, de que as organizações

com melhor reputação se encontram mais protegidas perante situações adversas e de

que têm condições para recuperar mais facilmente dos danos sofridos. Assim sendo, a

reputação pode funcionar como um escudo protector contra uma crise,

salvaguardando sempre, no entanto, que essa reputação não pode ser especulativa e

que tem de estar alinhada com a realidade organizacional, de modo a conseguir

corresponder quando posta em causa.

20 “Get out of jail free card” é uma expressão da língua inglesa que faz alusão a uma carta do jogo de tabuleiro Monopólio e

significa “evitar sofrer consequências pelas suas acções”.

Page 75: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

63

V'<'(=+"#"1*,5:&'/&'-,#&'Partindo do pressuposto de que a reputação pode funcionar como um escudo protector

de uma organização num contexto de crise, propomo-nos a estudar a ocorrência deste

fenómeno num contexto real.

A crise financeira de 2008, agravada por uma falta de confiança nas instituições do

respectivo sector, torna pertinente o estudo de como a reputação contribuiu para

performance organizacional durante a referida crise. De que forma uma boa reputação

pode ter protegido as organizações dos efeitos negativos da crise?

V>;'<'B+0#"'N01,1-"0+,'?[[Y'A crise financeira de 2008 formou-se a partir da crise do subprime21 americano, que,

apesar da dimensão elevada dos prejuízos, ameaçava a saúde financeira de bancos e

de fundos de investimento importantes (cf. Junior & Torres Filho, 2008).

O subprime americano foi uma crise financeira desencadeada em 2006, a partir da

ruptura de instituições de crédito nos Estados Unidos da América, que concediam

empréstimos hipotecários de alto risco (cf. de Sousa, Diário Económico, 2007). Como

o mercado imobiliário estava em grande expansão e era previsível que a valorização

dos imóveis chegaria para cobrir as despesas com juros, os bancos americanos

emprestaram dinheiro, sem restrições, a quem queria comprar casa. Os problemas

surgiram quando as taxas de juro começaram a subir, fazendo com que milhares de

famílias deixassem de poder pagar os seus empréstimos, e as casas, entregues aos

bancos, já não chegavam para cobrir os montantes em dívida (cf. Esteves, Diário de

Notícias, 2008).

Em Maio de 2007, a crise do subprime apresentou os primeiros sinais de turbulência.

Mas, foi em Agosto do mesmo ano, com o alerta de Ben Bernanke, presidente do

21 Entendemos subprime por um crédito de risco, concedido a alguém que não oferece garantias suficientes para suportar a taxa

de juro mais elevada (prime rate). Este termo é usado para designar uma forma de crédito hipotecário para o sector imobiliário,

que surgiu nos estados unidos, destinada aos empréstimos que representam maior risco. Esse crédito imobiliário tinha como

garantia a residência de quem contraía o empréstimo e muitas vezes era acoplado à emissão de cartões de crédito ou a aluguel de

carros.

Page 76: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

64

Banco Central Americano, de que “o risco do crédito poderia ser maior e mais

difundido do que se pensava anteriormente”, que os investidores internacionais

começaram a reagir e a retirar os seus investimentos, criando uma falta de liquidez

nos mercados e obrigando os Bancos Centrais a intervir (cf. Junior & Torres Filho,

2008), face aos riscos de contágio da crise. A 14 de Setembro, o Banco de Inglaterra

(BoE) salvou o quinto banco de empréstimos imobiliários do Reino Unido, o

Northern Rock, que, com uma grande afluência de pessoas às suas agências para

retirar o seu dinheiro, se encontrava sob a ameaça de falência (cf. O Portal de

Notícias da Globo, 2008a). O ano de 2007 terminou com vários bancos a anunciarem

importantes desvalorizações de activos (cf. O Portal de Notícias da Globo, 2008a).

A crise continuou o seu curso em 2008. A 17 de Fevereiro, o governo britânico

nacionalizou o Northern Rock. E em Março, o quinto maior banco de investimento

norte-americano, Bear Stearns, esteve à beira da falência e foi alvo de intervenção da

Reserva Federal (FED), que concedeu crédito à JP Morgan Chase para adquirir o Bear

Stearns e garantir a liquidez do mercado financeiro norte-americano (cf. Junior &

Torres Filho, 2008). Este evento criou a ilusão de que a crise estava controlada,

levando o jornal The New York Times e o jornal The Times a escrever, em Maio de

2008, que o pior da crise financeira havia passado.

Em Julho, o optimismo foi novamente abalado quando as agências imobiliárias

Fannie Mae e Freddie Mac (as quais, juntas, representavam 40% do total de hipotecas

nos EUA) sofreram problemas de liquidez, resultando que, em Setembro, as

autoridades norte-americanas optassem por assumir o controle das mesmas

instituições na perspectiva de as estabilizar.

Ainda em Setembro, o quarto maior banco de investimento norte-americano, a

Lehman Brothers enfrentou dificuldades após o anúncio de um prejuízo de quase 4

mil milhões de dólares no primeiro semestre de 2008 (cf. Anderson e Sorkin, The New

York Times, 2008; Bruno, The Seattle Times, 2008). O banco inglês Barclays e o

banco norte-americano Bank of America mostraram interesse na aquisição da Lehman

Brothers, mas o governo americano recusou-se a dar cobertura à operação. Esta

sequência de eventos resultou num pedido de concordata, por parte da Lehman

Brothers, na Corte de Falências de Nova Iorque. Esse pedido foi aprovado a 15 de

Setembro de 2008, protagonizando a maior falência de sempre nos Estados Unidos da

América, enviando mais de vinte cinco mil colaboradores qualificados para o

Page 77: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

65

desemprego (cf. Santos, Expresso, 2008a). Sem que houvesse preparação para tal, em

poucos dias este evento provocou reacções negativas de grande escala nos mercados

(cf. Soros, 2009).

A falta de apoio, por parte do governo americano, à Lehman Brothers foi o ponto de

agravamento da crise financeira e gerou o pânico nos mercados globais (cf. Junior &

Torres Filho, 2008). Bancos e empresas, mesmo saudáveis do ponto de vista

financeiro, começaram a ter dificuldades na obtenção de recursos e de linhas de

crédito, e a desconfiança e a preocupação em relação à solvência do sistema bancário

norte-americano começaram a crescer. Na sequência deste evento, a concorrente da

Lehman Brothers, Merrill Lynch, foi vendida de emergência ao Bank of America por

50 biliões de dólares. Dez bancos internacionais criaram um fundo de emergência de

70 biliões de dólares para atender às suas necessidades mais urgentes. O FED aceitou

receber dos bancos os títulos considerados de risco, em troca de dinheiro, enquanto

outros bancos centrais abriram as suas linhas de crédito. No entanto, todas essas

medidas não impediram uma forte queda das bolsas mundiais, com dois históricos

bancos de investimento, Goldman Sachs e Morgan Stanley, a sofrerem quedas

recordes nas suas acções de 26% e 44%, e crescendo os rumores de que poderiam ser

as próximas vítimas (cf. Santos, Expresso, 2008a).

Na Europa, a preocupação foi com a UBS, uma das maiores instituições financeiras

do Velho Continente, que teve de assumir perdas de 30,9 mil milhões de euros por

causa da crise do subprime e de 212 milhões de euros por causa da falência da

Lehman. Nos três primeiros dias da semana, as acções da UBS perderam 33% do seu

valor.

Perante o agravamento da crise, o Tesouro Americano preparou um pacote de 700

milhões de dólares para a compra dos activos imobiliários ilíquidos dos bancos, com a

intenção de sanear de vez o seu sistema financeiro. O anúncio de ajuda estatal fez

disparar a bolsa de Wall Street a 19 de Setembro. Esse pacote, inicialmente rejeitado

pelo Senado norte-americano, foi aprovado a 3 de Outubro de 2008. No entanto, os

efeitos esperados das novas medidas não se materializaram e os mercados voltaram a

apresentar turbulências, com quebras recordes nas principais bolsas de valores do

mundo. A 6 de Outubro, a crise agrava-se com quedas de quase 10% no vários

mercados mundiais (cf. O Portal de Notícias da Globo, 2008b).

Page 78: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

66

Como a economia global está toda interligada, a crise ganhou dimensão ao ponto de

ter impacto em Portugal. Os grandes bancos norte-americanos financiaram a banca

mundial e, atraídos pelas taxas de juros elevadas nos créditos de risco, venderam

produtos financeiros por todo o mundo (cf. Esteves, Diário de Notícias, 2008).

Quando o subprime entrou em colapso, estes produtos perderam o seu valor e

resultaram em fundos congelados e em milhões de danos nas contas dos bancos. A

crise continuou a alastrar-se, devido à perda de confiança do sector em emprestar

dinheiro entre si e à subia dos juros e do preço das matérias-primas, abrandando a

actividade económica (cf. Esteves, Diário de Notícias, 2008).

O primeiro-ministro e o ministro das Finanças de Portugal fizeram, então, questão de

passar a mensagem de que o Estado não iria deixar que houvesse falências no sistema

financeiro e de que os depositantes e os credores podiam estar tranquilos. Apesar de

se acreditar que os bancos nacionais eram sólidos no que toca aos rácios de

solvabilidade, uma eventual onda de pânico no mercado podia levar a uma corrida aos

depósitos de uma instituição e atirá-la para uma situação de pré-falência, obrigando o

Estado a intervir (cf. Santos, Expresso, 2008b).

A 4 de Outubro de 2008, o semanário Expresso revelava que, num encontro com os

cinco maiores banqueiros nacionais, o governador do Banco de Portugal se

encontrava preocupado com a situação de dois pequenos bancos do sistema financeiro

português, mas essa notícia foi recebida com algum desconforto por algumas figuras

(entre as quais o próprio governador e o ministro das Finanças) que sustentavam não

haver qualquer indício de que um banco português pudesse estar em risco de falência.

Porém, a ideia de que o sistema bancário português tinha solidez suficiente para

resistir à crise parecia não corresponder à verdade e dois bancos acabariam, mais

tarde, por cair: o Banco Português de Negócios (salvo pelo Estado através da Caixa

Geral de Depósitos) e o Banco Privado Português (que o Estado deixou cair). A 24 de

Novembro de 2008, Nicolau Santos (Expresso, 2008c) escrevia: “O impacto da crise

financeira internacional desembarcou esta semana em Portugal em todo o seu

esplendor.” - referindo-se ao facto de o Banco Privado Português, a Caixa Geral de

Depósitos, o Banco Espírito Santo e o Banco Comercial Português terem recorrido à

garantia bancária que o Estado português colocou à disposição do sistema financeiro.

Três meses após a falência da Lehman Brothers, a situação em Portugal era difícil,

com o primeiro-ministro e o ministro das Finanças sob pressão intensa de vários

Page 79: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

67

quadrantes políticos e a situação económica bastante complicada. Na banca, os casos

sucediam-se, danificando a confiança e a reputação do sector: um banqueiro estava

preso (Oliveira Costa), outro havia sido forçado a demitir-se (João Rendeiro), o caso

do Banco Comercial Português contava com nove acusados, o Banco Português de

Negócios tinha sido comprado pelo Estado e o Banco Privado Português estava numa

situação muito difícil. O crédito à economia continuava a abrandar, os bancos não

emprestavam dinheiro porque não havia interessados em se endividar (e os que havia

não ofereciam as garantias que os bancos pretendiam) e nem as empresas investiam,

nem as famílias consumiam. Estávamos perante as consequências imediatas da crise

em Portugal, despertada pela falência da Lehman Brothers.

Page 80: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,
Page 81: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

69

W'<'\$"#*:&'/"'=,+*0/,'O estudo da crise financeira de 2008, com base no pressuposto teórico apresentado,

que nos diz que a reputação pode funcionar como um escudo protector de uma

organização numa situação de crise, levou-nos a formular a seguinte questão de

partida:

A reputação de uma organização pode funcionar como um escudo protector

contra uma crise sectorial?

A partir desta questão de partida e com base na literatura revista, elaborámos três

hipóteses a serem testadas sobre dois efeitos de natureza distinta: valor financeiro e

capital reputacional.

Num primeiro momento, partindo do princípio de que a reputação protege a

organização de danos financeiros durante uma crise (cf. Schnietz & Epstein, 2005), de

que actua sob a forma de um seguro e de que as organizações com melhor reputação

são menos afectadas por uma crise de mercado do que as organizações com pior

reputação (cf. Fombrun & van Riel, 2004), formulámos a primeira hipótese:

H1.1 - numa crise sectorial, as organizações com pior reputação sofrem um

efeito negativo mais acentuado, sobre o seu valor financeiro, do que as

organizações com melhor reputação.

H1.2 - numa crise sectorial, as organizações com pior reputação sofrem um

efeito negativo mais acentuado, sobre o seu capital reputacional, do que as

organizações com melhor reputação.

Em segundo lugar, a reputação anterior a uma crise influencia a recuperação da

organização (cf. Fombrun & van Riel, 2004) e as organizações com melhor reputação

recuperam mais depressa do que as organizações com pior reputação (cf. Alsop,

2004). Com base nestas afirmações, formulámos a segunda hipótese:

Page 82: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

70

H2.1 - as organizações com pior reputação não recuperam tão rapidamente

do efeito negativo de uma crise sectorial, sobre o seu valor financeiro, como

as empresas com melhor reputação.

H2.2 - as organizações com pior reputação não recuperam tão rapidamente

do efeito negativo de uma crise sectorial, sobre o seu capital reputacional,

como as empresas com melhor reputação.

Por fim, com base no pressuposto de que uma boa reputação torna as organizações

mais resistentes a situações adversas, actuando como um escudo de goodwill (cf.

Fombrun, 1996), de que uma boa reputação pode dar o benefício da dúvida durante a

fase inicial de uma crise e de que o capital reputacional acumulado evita que as

pessoas presumam o pior e contraria a especulação negativa (cf. Coombs, 2007b),

formulámos a terceira hipótese:

H3 - numa crise sectorial, as organizações com pior reputação atingem mais

rapidamente o pior momento financeiro do que as organizações com melhor

reputação.

H3 - numa crise sectorial, as organizações com pior reputação atingem mais

rapidamente o pior momento reputacional do que as organizações com

melhor reputação.

Page 83: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

71

Y'<'Q"*&/&4&.0,'A pergunta de partida e as hipóteses, formuladas a partir da literatura consultada,

levantam a necessidade de verificarmos empiricamente como este fenómeno ocorre.

Essa verificação é uma necessidade de qualquer trabalho, que não se prende a uma

investigação bibliográfica, mas que pretende acrescentar conhecimento científico

sobre a matéria.

Neste capítulo, começamos por introduzir a linha metodológica da investigação

efectuada e, numa segunda fase, apresentamos o desenho da investigação, assim como

os instrumentos, as fontes e as unidades de análise.

Y>;'<'('"#-&4P,'/,'%"*&/&4&.0,'-0"1*CN0-,'O conhecimento científico caracteriza-se por seis aspectos-base (cf. Lakatos &

Marconi, 1992): a) ser real, por lidar com ocorrências e factos; b) ser contingente,

pois as suas hipóteses têm a sua veracidade ou falsidade conhecida através da

experimentação e não apenas pela razão, como o conhecimento filosófico; c) ser

sistemático, já que é um saber ordenado logicamente, que forma um sistema de ideias;

d) possui a característica de ser verificável, pois as hipóteses podem ser comprovadas;

e) é falível, já que não é definitivo, absoluto ou final; e f) é aproximadamente exacto,

já que novas proposições e técnicas podem reformular as teorias existentes. Para além

destas características, acrescente-se que o conhecimento deve ser explicativo, não se

limitando a apresentar os factos, mas procurando encontrar explicações para as

ocorrências.

“A avaliação nas ciências sociais não pode produzir a única explicação

para os resultados e mudanças ocorridas – isto é, na procura de explicações

não nos devemos esquecer de um dos aspectos mais importantes das

ciências sociais, nomeadamente, o do entendimento.” (Eiró-Gomes &

Duarte, 2006, p.236)

Page 84: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

72

Assim sendo, surge a necessidade de ligar a teoria aos factos e de procurar

explicações sobre as ocorrências.

Ocorre, então, a questão da escolha da metodologia. Esta deve ser seleccionada em

função de cada caso específico e determinará a possibilidade de experimentação das

hipóteses colocadas (cf. Lakatos & Marconi, 1992). Procurámos, assim, uma

metodologia que nos permitisse responder às questões, de forma precisa, coerente e

fiável.

Partimos de um método hipotético-dedutivo, que se inicia pela formulação de

hipóteses, por inferência dedutiva, e, posteriormente, testa a ocorrência dos

fenómenos abrangidos pela hipótese, com o objectivo de verificar a ocorrência das

hipóteses propostas no caso da crise financeira de 2008. Entendemos método como o

conjunto das actividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e

economia, permitem alcançar o objectivo - conhecimentos válidos e verdadeiros -,

traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do

cientista (cf. Lakatos & Marconi, 1992).

Na partida para este estudo, temos três variáveis-chave. Duas independentes (a crise e

a reputação) e uma dependente (performance - que pode ser de carácter financeiro ou

em função do capital reputacional), sendo o objectivo do estudo verificar se as

variáveis independentes têm o impacto sugerido pelas hipóteses, sobre a variável

dependente. Não nos sendo possível fazer o teste das hipóteses através de um modo

experimental, a opção passou por elaborar um estudo de caso sobre o modo como o

fenómeno ocorreu num contexto real.

O uso do estudo de caso como método de investigação permite avaliar a ocorrência

num contexto real, como uma porta aberta para a aprendizagem, que possibilita a

incorporação desse conhecimento em situações futuras. Consideramos ser esta a

metodologia indicada para responder à questão de partida e às hipóteses propostas.

Page 85: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

73

Y>?'<'O#*$/&'/"'-,#&'-&%&'$%,'N"++,%"1*,'/"'="#]$0#,'

"'/"',J,40,5:&'O estudo de caso é um método empírico de pesquisa usado para estudar um fenómeno

num contexto da vida real (cf. Yin, 1994). O seu objectivo é analisar os resultados,

com enfoque sobre a dinâmica natural do fenómeno (cf. Eiró-Gomes & Duarte, 2006)

e pode servir para descrever um fenómeno, para testar ou para criar uma nova teoria

(cf. Eisenhardt, 1989). Este método é especialmente útil em investigações de

temáticas recentes (cf. Westgren & Zering, 1998) e tem a vantagem, em relação a

outros métodos, de responder a perguntas do tipo “Como” ou “Por que” sobre um

determinado evento (cf. Melewar, 2007).

Os estudos de caso usam diferentes fontes de informação que permitem a

corroboração de impressões e a confirmação de hipóteses (cf. Eiró-Gomes & Duarte,

2006), combinam dados recolhidos através de vários métodos como arquivos,

entrevistas, questionários, observações, etc., as evidências tanto podem tanto ser

qualitativas, como quantitativas ou ambas (cf. Eisenhardt, 1989). Contrariamente ao

uso de inquéritos, o número de unidades em análise são menores num estudo de caso,

mas a extensão do detalhe da análise deve ser mais cuidadosa (cf. Rowley, 2002).

Eiró-Gomes & Duarte (2006) referem que não existe um consenso sobre as

categorizações possíveis para os estudos de caso, mas que duas tipologias assumem

algum destaque. Por um lado a tipologia de Yin (1994) que divide os estudos de caso

em três tipos: a) exploratórios - considerados como a introdução a grandes projectos

de investigação; b) explicativos - usados para investigação causal; e, c) descritivos -

que necessitam do desenvolvimento de um quadro teórico anterior à investigação. Por

outro, a tipologia de Tellis (1997), que divide os estudos de caso em: a) intrínsecos -

em que o investigador tem um interesse especial no caso; b) instrumentais - em que o

caso é usado para entender mais do que o óbvio para o investigador; e c) colectivo -

quando um grupo de casos é estudado.

Os estudos de caso podem ser singulares ou múltiplos (cf. Yin, 1994), sendo os

primeiros uma experiência única e apropriada, quando um caso é especial. Os

segundos, preferíveis na maioria das situações, consistem em vários casos de análise

que procuram obter resultados semelhantes (réplica literal) ou contrastantes (réplica

teórica).

Page 86: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

74

A capacidade de ligar a teoria a evidências empíricas resulta em pontos fortes

importantes para a pesquisa através de um estudo de caso: a) capacidade de apresentar

novidades; b) capacidade de testar a teoria; e c) capacidade de apresentar evidências

empíricas (cf. Eisenhardt, 1989). As grandes críticas ao uso de estudos de caso são as

de que estes são subjectivos e fortemente influenciados pelo observador, mas essa

subjectividade pode ser reduzida com a inclusão de instrumentos quantitativos na

pesquisa (cf. Patton & Appelbaum, 2003).

No que respeita à generalização, muitos afirmam que esta não pode ser efectuada

através de um único estudo de caso (cf. Patton & Appelbaum, 2003). No entanto, Yin

(1994) afirma que o objectivo do investigador deve ser a expansão e a generalização

de teorias e não a generalização estatística, ou seja, a generalização analítica em que

uma teoria pré-desenvolvida é usada como base para comparar os resultados do

estudo de caso (cf. Rowley, 2002). É difícil validar uma teoria apenas com base num

estudo de caso, no entanto, o valor contributivo de um estudo de caso está mais

associado à lógica das deduções efectuadas, do que às evidências empíricas (cf.

Westgren & Zering, 1998), permitindo-nos identificar lacunas na teoria existente e

abrir caminho para o desenvolvimento da mesma.

Podemos dizer que o estudo de caso é um bom método para verificar a ocorrência de

uma teoria num contexto real, e que, apesar de não ser definitivo sobre a validação de

uma teoria, permite-nos observar as ocorrências, procurar explicações para estas e

encontrar lacunas em teorias, através da descoberta de “cisnes negros22”.

Nesta investigação optámos por um estudo de caso singular descritivo, que nos

permitisse verificar numa situação real, as hipóteses elaboradas a partir do quadro

teórico construído. Assim sendo, escolhemos estudar o caso do sistema bancário

português na resposta à crise financeira 2008 e elaborar um estudo que nos permitisse

verificar as hipóteses levantadas inicialmente.

22 Entendemos “cisne negro” por um acontecimento altamente improvável, que contraria a lógica das observações já existentes.

Este método baseia-se na ideia de David Hume (2008), de que independentemente do mesmo evento se ter repetido no passado,

não existe certeza de que voltará a repetir no futuro, servindo de guia, mas não sendo uma prova de verdade.

Page 87: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

75

Y>A'<'T"#"1P&'/,'01J"#*0.,5:&'As primeiras questões relacionadas com a construção de uma investigação válida

referem-se à construção de um método capaz de verificar as hipóteses levantadas no

período de tempo disponível para a elaboração do trabalho de investigação.

Num primeiro momento, foi necessário definir as variáveis a estudar, o melhor

método disponível para as caracterizarmos de maneira passível de verificação, as

fontes a usar e a definição da nossa amostra.

Decidimo-nos pela utilização de fontes secundárias que documentassem os

acontecimentos. Esta escolha deve-se às características do projecto. Não sendo o

objectivo da investigação recolher testemunhos sobre os factos, nem sendo possível

observar directamente os factos ocorridos, foi conveniente recolher informação que os

retratasse e que nos fornecesse indicadores que permitissem analisar e interpretar as

ocorrências. Sempre que necessário, procedemos à triangulação 23 de fontes de

informação, com o objectivo de reduzir a ambiguidade e de reforçar a credibilidade da

informação usada para definir as variáveis e os elementos cruciais para o desenrolar

dos acontecimentos.

Y>A>;'<'(=+"#"1*,5:&'/,#'J,+0^J"0#'

Deparamo-nos, nesta fase, com a necessidade de apresentar e de caracterizar as

variáveis em análise e que nos permitem construir o estudo de caso. Passemos, então,

à apresentação das variáveis e dos indicadores escolhidos para as caracterizar.

A"8"$"$%&%1)/*(%

A evidência de que a crise financeira de 2008 existiu é do conhecimento público, no

entanto, do ponto de vista da caracterização da variável, torna-se importante recolher

provas documentais de quando, como e porquê a crise sucedeu, para, assim,

compreendermos o fenómeno e analisarmos os factos ocorridos.

Foi importante recolher indicadores que permitissem identificar os principais eventos

e os episódios determinantes para o desenvolvimento da crise, que nos possibilitaram

definir, em termos temporais, os pontos-chave para a nossa análise. Recorremos,

23 Entendemos triangulação por o recurso a várias fontes de informação, para definir um determinado facto.

Page 88: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

76

então, à pesquisa em livros, artigos e notícias publicados sobre a crise financeira de

2008. Assim sendo, as fontes consultadas foram:

a) Analisando a Crise do Subprime (Junior & Torres Filho, 2008)

b) The Crash of 2008 And What It Means: The New Paradigm For Financial Markets (Soros, 2009)

c) Página online do jornal Expresso24

d) Página online O Portal de Notícias da Globo25

e) Página online do jornal Diário de Notícias26

f) Página online do jornal Diário Económico27

Identificámos dois momentos cruciais na crise globalizada, a partir dos quais fez

sentido analisarmos os dados, pois foram dois momentos temporais de desequilíbrio

do status quo. Primeiramente, o dia 15 de Setembro de 2008, dia da falência do banco

Lehman Brothers, que espoletou a crise. Por outro lado, o dia 6 de Outubro de 2008,

um dia em que a crise se agravou com quedas de quase 10% nos vários mercados

mundiais. Em relação à crise no contexto específico português, identificámos dois

momentos que mereceram a nossa atenção por serem aspectos determinantes de

diferentes cenários conjunturais da situação portuguesa:

a) a quebra da confiança na solidez do sistema português quando, após a afirmação, por parte do primeiro-ministro, de que o Estado não iria deixar que houvesse falências no sistema financeiro, o semanário Expresso revelou que o governador do Banco de Portugal se encontrava preocupado com a situação de dois pequenos bancos do sistema financeiro português (4 de Outubro, 2008);

b) O apogeu da crise em Portugal, referido por Nicolau Santos, com vários bancos a recorrerem à garantia bancária disponibilizada pelo Estado (seleccionamos a data de 22 de Novembro, 2008 – apesar do artigo

24 http://aeiou.expresso.pt/

25 http://g1.globo.com/

26 http://www.dn.pt

27 http://diarioeconomico.com/

Page 89: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

77

consultado ter a data de 24 de Novembro, essa data refere-se da disponibilização on-line do artigo, tendo o artigo original, sido publicado dois dias antes na edição em papel).”

Análisamos ainda a data de três meses após a falência da Lehman Brothers, quando a

economia e a banca portuguesa enfrentavam um momento muito difícil (15 de

Dezembro, 2008).

A"8"$"!%&%G(2<3-:B+%

Na caracterização da reputação das organizações em análise, baseámo-nos na visão de

Fombrun (1996), na qual a reputação acumulada se materializa sob a forma de Capital

Reputacional, ou seja, o diferencial entre o valor contabilístico de uma organização e

o seu valor bolsista.

Esta visão vem ao encontro de alguns autores que se debruçaram sobre o excedente de

valor bolsista das organizações face ao seu valor contabilístico. Kristensen e Westlund

(2004) referem que os actuais valores contabilísticos não reflectem o real valor das

empresas e existe a necessidade de novos sistemas de análise, devido à discrepância

entre o valor contabilístico e o valor de mercado das empresas, ser cada vez maior,

estando este último ligado directamente às expectativas de mercado sobre a

performance futura da organização e o crescente valor dos intangíveis

organizacionais.

Quevedo-Puente, et al. (2007), afirma que a reputação é a percepção do desempenho

futuro de uma organização, ou seja, reflecte as expectativas dos stakeholders sobre

uma determinada organização. Neste caso, olhámos para a expectativa dos

investidores sobre o desempenho futuro de uma organização para definir a reputação

das organizações a estudar. Assim, calculámos o Capital Reputacional de longo prazo

(o valor médio no período de um ano antes do o evento que despertou a crise) das

organizações a estudar, e definimos que organizações tinham mais Capital

Reputacional acumulado nesse período.

Page 90: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

78

A"8"$"8%&%'()9+)>-,7(%

A variável da performance foi dividida em duas unidades de análise. Por um lado, a

performance reputacional - que danos reputacionais sofreram as organizações, por

outro, a performance financeira - que danos financeiros sofreram.

Para a nossa análise financeira, utilizámos o indicador price-to-book (P/B), usado para

calcular o valor de uma organização através da comparação entre o valor de mercado

e o valor contabilístico da organização. Este indicador é usado, frequentemente, para

comparar bancos (cf. Loth, Investopedia), já que grande parte dos valor dos activos

dos bancos se encontra nas suas acções.

O indicador P/B tem as suas limitações, mas é usado frequentemente como

uma métrica de avaliação. Provavelmente, é mais relevante ser usado por

investidores que analisam negócios de capital-intensivo, ou relacionados com

serviços financeiros, como é o caso dos bancos. (Loth, Investopedia)

O P/B pode ser calculado com ou sem os activos intangíveis. Neste caso, faz sentido

calcular com todo o valor contabilístico, já que pretendemos analisar o valor

financeiro da organização como um todo. Assim, a fórmula usada para calcular o P/B

é:

! ! ! !!"#$%!!"#$%$&'

!"#$%!!"#$%&'(!!"#$%

Fórmula 1 - Price-to-book

Em relação à performance reputacional, procuraremos avaliar a mesma através da

variação do capital reputacional de cada organização, antes e após os momentos-

chave da crise.

Page 91: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

79

Y>A>?'<'(%&#*+,'

Na construção da nossa amostra para análise, optámos por recorrer a uma amostra

intencional (cf. Moreira, 1994). A escolha deve-se ao facto de pretendermos estudar

um caso muito específico, que não permite um elevado número de elementos para

amostra - o sector bancário português - e ao facto de este tipo de amostras serem

preferíveis quando pretendemos explorar e desenvolver uma teoria.

Com base nos instrumentos escolhidos para definir as variáveis, optámos por analisar

os bancos cotados na bolsa de Lisboa, excluindo à partida todos os bancos que não se

encontrassem cotados, já que não nos seria possível efectuar o estudo sobre os

mesmos. Assim, o Banco Espírito Santo (BES), o Banco Português de Investimento

(BPI), o Banco Comercial Português (BCP), o Banif, o Santander Totta e o Banco

Popular constituem na nossa amostra.

Para além da análise individual a cada um dos bancos, achámos pertinente incluir

algum índice comparativo para análise e integrámos na nossa amostra outros

elementos para análise. Neste caso, o índice do PSI-20 - para uma comparação directa

com as vinte maiores empresas cotadas na bolsa de Lisboa, e dois clusters28 criados a

partir dos elementos da amostra, que permitem comparar cada banco com o

comportamento médio do sector:

a) um primeiro índice referente ao conjunto de bancos de capital português; e,

b) um segundo índice referente ao conjunto do total de bancos cotados. Em relação ao

índice do PSI-20, não incluímos, na nossa análise, duas organizações que fazem parte

deste indicador (EDP Renováveis e Samapa), devido a não estarem disponíveis os

dados necessários, para afectuar o estudo em situação de igualdade com as restantes

organizações. Assim, neste trabalho, passamos a designar o índice estudado por PSI-

20*.

28 Entendemos o conceito de cluster como a expressão de língua inglesa que, em português, pode ser definida como “conjunto”.

Page 92: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

80

Y>A>A'<'M+&-"/0%"1*&'/,',1^40#"'/&#'/,/&#'

Definimos a análise dos dados em três fases fundamentais: a) construção de um

ranking29 de reputação; b) construção de um método de comparação fiável dos

indicadores; e, c) a operacionalização da análise através de uma análise descritiva dos

dados.

A construção de um ranking de reputação é fundamental para diferenciarmos que

organização detém mais ou menos capital reputacional. Como tal, utilizámos os

cálculos efectuados na definição da variável Reputação (capital reputacional médio no

período de um ano antes do despertar da crise, com a falência da Lehman Brothers),

para diferenciarmos as organizações com melhor reputação, das organizações com

pior reputação.

A construção de um método de comparação fiável surge como uma necessidade, para

reduzir a ambiguidade de analisar dados quantitativos isolados num determinado

momento no tempo e que podem ser influenciados por uma tendência crescente ou

decrescente da performance da organização. Assim sendo, torna-se essencial analisar

estes dados, não de forma absoluta, mas relativa ao momento existente, ou seja, não

nos interessa olhar apenas para a variação num determinado momento, mas para a

variação que um evento impôs sobre o momento anterior em que a organização se

encontrava.

Para cada momento de análise, é importante calcular a variação em relação à média

do price-to-book referente a 10 dias úteis anteriores a cada evento, permitindo que

cada variação seja relativa a um momento prévio e dando solidez à análise sobre o

impacto que um determinado evento teve sobre a performance da organização.

Optámos por não usar o P/B de cada organização isolado, mas a média de movimento

linear do P/B a 10 dias úteis. Isto permite-nos atenuar alguma flutuação de curto prazo

do mercado, que não tenha consequências a médio e a longo prazo.

No que respeita aos momentos globais da crise (15 de Setembro de 2008 e 6 de

Outubro de 2008), calculámos os prazos de 10 dias úteis e de um mês após cada

ocorrência. Nos momentos específicos de Portugal, analisámos a variação a 10 dias

úteis e um mês, após dois momentos críticos identificados (4 de Outubro de 2008 e 22

29 Entendemos conceito de ranking como a expressão de língua inglesa que, em português, pode ser definida como “um

conjunto de unidades que são hierarquizadas numa escala”.

Page 93: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

81

de Novembro de 2008). Calculámos, também, a situação três meses após a falência da

Lehman Brothers (15 de Dezembro de 2008) e a variação da performance, para cada

data, em relação à situação anterior a 15 de Setembro de 2008. A análise de 4 de

Outubro e de 6 de Outubro, por serem datas muito próximas, foram incluídas em uma

só análise. A escolha de dois momentos de análise para cada data permite-nos

verificar uma variação a curto e a médio prazo, fornecendo-nos dois termos de

comparação da evolução da performance organizacional.

Verificámos se os bancos com pior reputação sofreram maiores danos, no seu capital

reputacional e no seu índice price-to-book, do que os bancos com melhor reputação.

Comparámos os resultados entre os bancos e verificámos se os bancos com melhor

reputação sofreram menores danos do que os bancos com pior reputação.

Observámos, também, a diferença de variação entre a média do sector bancário de

capital português e do sector do sector bancário cotado em bolsa portuguesa e a média

do psi-20*, e identificámos se o sector que sofreu directamente a crise (o bancário)

sofreu mais do que a média geral.

De seguida, listamos, de forma sistemática, os passos da análise:

Calculámos o capital reputacional médio, no espaço de um ano anterior à falência da

Lehman Brothers. E assim definimos quais as organizações que detêm melhor

reputação. Calculámos, também, o capital reputacional médio, no espaço de 10 dias

úteis, antes das datas seleccionadas para análise, o que nos permitiu ter um termo de

comparação entre o capital reputacional que a organização detinha a longo prazo e o

capital reputacional que a organização detinha a curto prazo, após a crise.

Calculámos o P/B médio de cada organização referente aos 10 dias úteis antes das

datas seleccionadas para análise.

Calculámos a média de movimento linear do P/B de cada organização a 10 dias úteis

e um mês após as datas seleccionadas para análise, assim como a média de

movimento linear do P/B de cada organização, referente aos 10 dias úteis que

antecederam o dia 15 de Dezembro de 2008 (três meses após a falência da Lehman

Brothers).

Page 94: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

82

Calculámos a variação (V) média de movimento linear do P/B referente aos espaços

temporais delineados (P/B), comparando-a com a média de P/B referente aos dias que

antecederam a data do evento em análise (P/Bm). Isto é calculado através da fórmula:

! ! !! !! !!

! !

Fórmula 2 - Cálculo de variação

No entanto, a fórmula apresentou uma limitação matemática no cálculo de algumas

situações envolvendo valores negativos. Para ultrapassar essa condicionante, algumas

excepções foram adicionadas e a fórmula foi reescrita na folha de cálculo utilizada

(Numbers, para o sistema operativo OSX). A seguinte fórmula descreve o código

usado na folha de cálculo:

!"#"$%" ! !! !!"#$! !!"# !! !!"! ! !! !!! !!! !!

!!!"! !!! !!! !!

Fórmula 3 - Cálculo de variação usado na folha de cálculo

Nota: A função “SE” tem como resultado um de dois valores, dependendo da

expressão especificada ser avaliada com um valor booleano VERDADEIRO ou

FALSO, e a função “E” apresenta o resultado VERDADEIRO se todos os argumentos

forem verdadeiros e FALSO caso contrário (Apple Inc, 2009).

A partir dos resultados alcançados, procedemos à criação de tabelas e de gráficos que

tornaram possível a análise dos dados. Finalmente, analisámos empiricamente os

dados, de forma a procurarmos evidências que nos permitissem responder à questão e

às hipóteses levantadas.

'

'

Page 95: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

83

'

Y>A>D'<'!"#$%&'/,'01J"#*0.,5:&'

A tabela 4 apresenta o resumo da investigação efectuada.

Etapa 1 Definição do problema

Questão de partida A reputação de uma organização pode funcionar como um escudo protector contra uma crise sectorial?

Hipótese 1 H1.1 - numa crise sectorial, as organizações com pior reputação sofrem um efeito negativo mais acentuado, sobre o seu valor financeiro, do que as organizações com melhor reputação. H1.2 - numa crise sectorial, as organizações com pior reputação sofrem um efeito negativo mais acentuado, sobre o seu capital reputacional, do que as organizações com melhor reputação.

Hipótese 2 H2.1 - as organizações com pior reputação não recuperam tão rapidamente do efeito negativo de uma crise sectorial, sobre o seu valor financeiro, como as empresas com melhor reputação. H2.2 - as organizações com pior reputação não recuperam tão rapidamente do efeito negativo de uma crise sectorial, sobre o seu capital reputacional, como as empresas com melhor reputação.

Hipótese 3 H3.1 - numa crise sectorial, as organizações com pior reputação atingem mais rapidamente o pior momento financeiro do que as organizações com melhor reputação. H3.2 - numa crise sectorial, as organizações com pior reputação atingem mais rapidamente o pior momento reputacional do que as organizações com melhor reputação.

Etapa 2 Escolha do método

Método usado Estudo de caso - estudar a ocorrência do fenómeno num contexto da vida real

Caso escolhido Efeitos da crise financeira de 2008 sobre o sector financeiro português

Variáveis a estudar Independentes: Reputação; Crise sectorial Dependentes: Performance organizacional (financeira e reputacional)

Etapa 3 Desenho da investigação

Tipo de fontes usadas Fontes secundárias

Caracterização das variáveis

Page 96: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

84

Crise Caracterizámos a crise e o seu desenvolvimento e identificámos os pontos-chave a nível internacional e nacional, que permitiram definir as datas a partir das quais procedemos à análise.

Reputação Caracterizada através do capital reputacional de cada organização, ou seja, o diferencial entre o valor contabilístico de uma organização e o seu valor bolsista.

Performance Performance reputacional - que danos reputacionais sofreram as organizações. Calculada através da comparação do capital reputacional antes e depois da crise. Performance financeira - que danos financeiros sofreram as organizações. Calculada através da evolução do indicador price-to-book.

Indicadores testados

Capital reputacional Calcula-se através do diferencial entre o valor contabilístico de uma organização e o seu valor bolsista e materializa a reputação acumulada sob a forma de Capital Reputacional. Este indicador permite-nos diferenciar a reputação das organizações, indicando-nos quais têm melhor reputação, acumulada ao longo do tempo.

Price to book É usado para calcular o valor de uma organização através da comparação entre o seu valor de mercado e o seu valor contabilístico. Este indicador é usado, frequentemente, para comparar bancos, já que grande parte do valor dos activos dos bancos encontra-se nas suas acções. É, também, um indicador fiável da performance financeira de uma organização.

Definição da amostra Foi definida uma amostra intencional que consistia nos bancos cotados na bolsa de Lisboa: Banco

Espírito Santo (BES); Banco Português de Investimento (BPI); Banco Comercial Português (BCP);

Banif; Santander Totta; e Banco Popular.

Para além da análise individual aos bancos, foi incluído na análise, para comparação, o índice do PSI-

20* - para uma comparação directa com as vinte maiores empresas cotadas na bolsa de Lisboa - e

dois clusters criados a partir dos elementos da amostra, que permitem comparar cada banco com o

comportamento médio do sector: a) um primeiro índice referente ao conjunto de bancos de capital

português; e, b) um segundo índice referente ao conjunto dos bancos cotados.

Etapa 4 Fases da investigação

Fase 1 - construção de um ranking de reputação Construção de um ranking de reputação que permitisse diferenciar a reputação das organizações em análise. Esse ranking foi definido através do cálculo do capital reputacional médio no período de um ano, antes do despertar da crise, com a falência da Lehman Brothers

Page 97: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

85

Fase 2 - construção de um método de comparação fiável Comparámos a performance financeira através da variação em relação à média do price-to-book referente a 10 dias úteis anteriores a cada evento, permitindo que cada variação fosse relativa a um momento prévio e dando solidez à análise sobre o impacto que um determinado evento teve sobre a performance da organização. Optámos por não usar o P/B de cada organização isolado, mas a média de movimento linear do P/B a 10 dias úteis. Isto permitiu-nos atenuar alguma flutuação a curto prazo do mercado, que não tenha consequências a médio longo prazo. No que respeita ao momentos globais da crise (15 de Setembro de 2008 e 6 de Outubro de 2008) calculámos os prazos de: 10 dias úteis e 1 mês após cada ocorrência e 3 meses após o início da crise - para identificar alterações em tempos diferentes, para observar a ocorrência em diferentes períodos de tempo. Nos momentos específicos de Portugal, analisámos a variação a 10 dias úteis e a um mês dos dois primeiros eventos e a situação três meses após a falência da Lehman Brothers.

Fase 3 - Análise dos dados Procedemos à análise dos dados, de modo a: a) Verificarmos se os bancos com pior reputação sofreram mais danos, no capital reputacional e no

índice price-to-book, do que os bancos com melhor reputação. b) b) Compararmos os resultados entre os bancos e verificamos se os bancos com melhor reputação

sofreram menos danos do que os bancos com pior reputação. c) Observarmos a diferença de variação entre a média do sector bancário de capital português e do

sector do sector bancário cotado em bolsa portuguesa e a média do psi-20*. d) Identificarmos se o sector que sofreu directamente a crise (o bancário) sofreu mais do que a média

geral.

Etapa 5 Operacionalização da investigação

Fase 1

Calculámos o capital reputacional médio, no espaço de um ano anterior à falência da Lehman

Brothers. E assim definimos quais as organizações que detêm melhor reputação antes do momento

que desperta a crise. Calculámos, também, o capital reputacional médio, no espaço de 10 dias úteis,

antes das datas seleccionadas para análise, o que nos permitiu ter um termo de comparação entre o

capital reputacional que a organização detinha a longo prazo e o capital reputacional que a

organização detinha a curto prazo, após a crise.

Fase 2

Calculámos o Price to Book médio e o Capital Reputacional médio de cada organização referente aos

10 dias úteis antes das datas seleccionadas para análise. Isto permitiu-nos criar pontos de referência a

partir dos quais analisamos a evolução da performance.

Page 98: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

86

Fase 3

Calculámos a média de movimento linear (a 10 dias úteis e um mês) do Price to Book e do Capital

Reputacional de cada organização, 10 dias úteis após as datas seleccionadas para análise, assim como

a média de movimento linear do Price to Book e do Capital Repucational de cada organização,

referente aos 10 dias úteis que antecederam o dia 15 de Dezembro de 2008 (três meses após a falência

da Lehman Brothers).

Fase 4

Construímos, então, um indicador sobre a evolução da performance financeira. Para tal, calculámos a

variação (V) média de movimento linear do P/B referente aos espaços temporais delineados (P/B),

com a média de P/B referente aos dias que antecederam o evento (P/Bm). Isto é calculado através da

fórmula:

!"#$% ! !! !!"#$ ! !!"# !! !!" ! ! !! ! ! ! !!! !!

!!!"! ! ! ! !!! !!

Fase 5

Por fim, procedemos à criação de tabelas e de gráficos que tornaram possível a análise dos dados.

Etapa 6 Análise dos resultados

Comparámos os indicadores de performance financeira (price to book) e reputacional (capital

reputacional), em relação à média do sector bancário português e à média do psi-20* segundo os

mesmos indicadores.

Procedemos à análise empírica, a partir dos resultados alcançados, e à comparação dos resultados das

organizações que constituem a nossa amostra, procurando evidências, nos indicadores de

performance financeira e reputacional, que nos permitam verificar se:

a) as organizações com pior reputação sofreram um efeito negativo mais acentuado do que as

organizações com melhor reputação.

b) as organizações com pior reputação não recuperaram tão rapidamente do efeito negativo de uma

crise sectorial como as empresas com melhor reputação.

c) as organizações com pior reputação atingiram mais rapidamente o pior momento financeiro do que

as organizações com melhor reputação.

Tabela 4- Resumo da investigação

Page 99: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

87

Z' <' T"%&1#*+,5:&' "' 01*"+=+"*,5:&' /"'

+"#$4*,/&#'Os resultados alcançados pelo estudo efectuado dão-nos indícios de que existe uma

forte relação entre a reputação e a performance das organizações numa situação de

crise, sugerindo que a reputação poderá funcionar como um escudo que protege a

organização numa situação de crise, atenuando os danos que esta sofre.

Verificou-se uma correlação forte entre o capital reputacional que as organizações

detinham e a sua performance, tanto financeira como reputacional, ao longo do

desenvolvimento da crise. Este facto permite-nos deduzir que a reputação poderá ter

tido um efeito atenuador sobre os danos sofridos, dando origem a que as organizações

com mais capital reputacional sejam mais resistentes aos efeitos negativos da crise.

Os resultados também mostram que esta correlação é maior nos momentos iniciais da

crise e vai diminuindo com o passar do tempo. Isto sugere que as organizações com

pior reputação podem sofrer os efeitos da crise, num primeiro momento, de uma

forma mais acentuada. No entanto, durante o período de análise não foi possível

observar se as organizações com maior reputação recuperaram mais rapidamente dos

efeitos negativos da crise, já que não houve uma recuperação significativa que nos

permitisse aferir sobre essa questão.

Apresentamos, então, os resultados do estudo e a interpretação dos mesmos, tendo em

conta as hipóteses apresentadas.

Z>';'<'(=+"#"1*,5:&'/&#'+"#$4*,/&#

Z>;>;'<''()9+)>-,7('N01,1-"0+,'

A tabela 5 seguinte mostra-nos os resultados da variação do Price-to-Book (P/B), em

relação à data do início da crise, ou seja dia 15 de Setembro de 2008, o dia da falência

da Lehman Brothers.

Verificamos que existe uma correlação positiva e superior a 0,5, em praticamente

todas as datas em análise, no que respeita à correlação entre o capital reputacional e a

Page 100: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

88

performance financeira, tanto para os bancos de capital português, como para o total

de bancos analisados. Isto sugere que os bancos com maior capital reputacional

tiveram, no desenvolvimento da crise, uma evolução menos negativa do que os

bancos com menor capital reputacional.

Organização Capital Reputacional

14/09 25/09 06/10 15/10 17/10 06/11 24/11 05/12 15/12 24/12

Banco Popular

4,87 0,00% 16,48% 17,10% 6,28% 3,95% -4,84% -17,13% -18,03% -18,02% -16,14%

Banif 0,80 0,00% -4,70% -5,97% -20,16% -26,42% -31,35% -29,26% -33,61% -33,15% -31,29%

BCP 0,99 0,00% -0,74% -6,31% -15,53% -16,96% -26,90% -37,66% -35,71% -33,25% -35,08%

BES 2,27 0,00% -2,63% 1,52% -2,33% -4,23% -9,86% -19,65% -31,06% -28,81% -25,98%

BPI 1,89 0,00% -6,12% -5,05% -10,72% -12,92% -23,93% -27,94% -34,64% -35,36% -32,33%

Santander 4,39 0,00% -6,04% -3,40% -11,06% -14,19% -28,97% -44,72% -40,03% -37,52% -36,43%

Média Bancos Pt

1,49 0,00% -3,56% -4,03% -12,08% -14,90% -23,01% -28,83% -33,85% -32,77% -31,32%

Média Bancos Total

2,53 0,00% -0,30% 0,02% -8,47% -11,26% -20,76% -29,65% -32,07% -30,92% -29,46%

PSI-20* 3,12 0,00% -3,90% -12,62% -29,11% -31,29% -36,48% -36,20% -37,50% -37,42% -38,00%

Correlação reputação - performance todos bandos

0,56 0,73 0,74 0,71 0,52 0,10 0,43 0,46 0,48

Correlação reputação - performance bancos Pt

-0,18 0,82 0,96 0,93 0,90 0,78 0,63 0,44 0,70

Tabela 5 - variação do P/B relativa à data de início da crise - a partir de 15 de Setembro de 2008

No que respeita à diferença entre os bancos de capital português e o total dos bancos

analisados, em ambos os casos existem correlações fortes (acima dos 0,7), no entanto,

a correlação é mais forte no que respeita aos bancos de capital português. Este facto

deve-se, em grande parte, à evolução da situação do banco Santander, que sofreu uma

variação negativa muito acentuada, levantando a questão de que outros factores,

externos ao objecto de estudo, poderão ter condicionado esta performance financeira

do banco Santander – nomeadamente, o anúncio de um aumento de capital, poucos

dias após o presidente da instituição, Emílio Botín, e outros responsáveis

considerarem desnecessário o reforço dos rácios de capital, o que aumentou o

sentimento de surpresa no mercado bolsista e a consequente queda do valor das

acções (cf. Soares, Público, 2008).

Page 101: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

89

Um indicador também interessante, no que respeita à diferença entre os bancos de

capital português e o total de bancos analisados, é o facto de, num primeiro momento

(10 dias úteis após o início da crise), não existir essa correlação entre os bancos de

capital português, mas esta estar presente quando estudamos o total dos bancos

analisados. Isto sugere-nos que os bancos de capital português poderão ter sofrido os

efeitos da crise mais tarde, indo ao encontro da ideia de que o sector financeiro

português não estava tão exposto à crise, podendo ter sofrido a crise através de um

efeito em cadeia. Esta ideia é reforçada quando comparamos a variação dos bancos de

capital português com o índice do PSI-20*. A 26 de Setembro de 2008, a variação do

P/B entre os bancos de capital português e o índice do PSI-20* é semelhante,

sugerindo que poderia haver uma tendência geral do mercado português, nessa mesma

data.

É também interessante verificar que o índice do PSI-20* sofre mais na sua

performance financeira do que o sector sobre o qual a crise incide directamente - o

sector financeiro. Este facto poderá ter a ver com as características das empresas

portuguesas, que são, em grande parte, dependentes do acesso ao crédito e, como tal,

muito voláteis às flutuações do mercado, neste caso à crise que a banca enfrentava.

A figura 11 mostra, graficamente, a evolução do P/B referente a cada um dos bancos

analisados, em relação a 15 de Setembro de 2008.

Figura 11 - Gráfico da variação do P/B relativa à data de início da crise - a partir de 15 de Setembro de 2008

-50,00%

-37,50%

-25,00%

-12,50%

0%

12,50%

25,00%

2008/09/14 2008/10/06 2008/10/17 2008/11/24 2008/12/15

Page 102: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

90

Podemos verificar que, à excepção do Santander, o BES e o Banco Popular, os bancos

detentores de mais capital reputacional, tiveram efeitos negativos mais reduzidos,

enquanto os restantes bancos tiveram variações negativas mais cedo e mais

acentuadas. Destacam-se os bancos com menos capital reputacional, BCP e BANIF,

que começaram por ter variações mais negativas do que os restantes bancos.

A figura 12 demonstra a evolução da correlação entre capital reputacional e P/B.

Figura 12 - Gráfico da evolução da correlação P/B relativa à data de início da crise - a partir de 15 de Setembro de 2008

Podemos constatar graficamente o que foi referido no início da apresentação de

resultados. Ou seja, que existe uma correlação forte entre estes dois indicadores

(acima dos 0,5), sugerindo que os bancos com maior capital reputacional possam ter

tido uma maior resistência na sua performance financeira, quando afectados pela

crise. Notamos, também, que essa correlação vai diminuindo com o tempo, indicando

que os bancos com maior capital reputacional poderão ter sido menos afectados no

início da crise e que a reputação poderá ter funcionado como um escudo que atenuou

os danos, numa primeira fase.

No que respeita à diferença entre os bancos de capital português e o total dos bancos,

podemos constatar que a performance dos bancos de capital português é ligeiramente

superior, sugerindo que a banca nacional terá sido menos exposta à crise

internacional. Acrescentamos, ainda, que a evolução da correlação do total dos

-0,25

0

0,25

0,50

0,75

1,00

2008/09/26 2008/10/15 2008/11/06 2008/12/05 2008/12/24

Page 103: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

91

bancos tem um decréscimo acentuado, devido à evolução da situação do banco

Santander.

A figura 13 apresenta a comparação da evolução da performance financeira dos três

índices criados para análise.

Figura 13 - Gráfico da evolução P/B dos índices relativa à data de início da crise - a partir de 15 de Setembro de 2008

Podemos constatar uma evolução semelhante entre na evolução dos bancos de capital

português e do total dos bancos, mas uma evolução negativa mais acentuada na

performance do índice PSI-20*. Isto sugere-nos que, apesar de a crise incidir no

sistema financeiro, outras organizações, muitas delas dependentes do acesso ao

crédito e do desempenho do sistema financeiro, viram a sua própria performance

financeira mais afectada do que a do sector onde a crise incidia.

A tabela 6 apresenta a variação do P/B 10 dias e um mês após cada data analisada. O

cálculo da variação em relação a cada um dos dias é um complemento importante, no

que respeita ao cálculo da variação sobre o desenvolvimento da crise, a partir do dia

15 de Setembro de 2008.

-40,00%

-30,00%

-20,00%

-10,00%

0%

10,00%

2008/09/14 2008/10/06 2008/10/17 2008/11/24 2008/12/15

Page 104: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

92

Organização Capital Reputacion

al 2008/09/15 2008/10/06 2008/11/22

10 dias após 1 mês após 10 dias após

1 mês após 10 dias após

1 mês após BANCO POPULAR

4,87 16,48% 6,28% -12,05% -19,49% -1,69% 0,58%

Banif 0,80 -4,70% -20,16% -22,50% -27,69% -6,83% -3,58%

BCP 0,99 -0,74% -15,53% -13,00% -23,41% 0,80% 1,80%

BES 2,27 -2,63% -2,33% -6,13% -11,65% -16,86% -10,74%

BPI 1,89 -6,12% -10,72% -8,81% -20,34% -11,44% -8,32%

Santander 4,39 -6,04% -11,06% -11,14% -26,45% 7,80% 14,28%

Média Bancos Pt

1,49 -3,56% -12,08% -12,19% -20,56% -9,08% -5,61%

Média Bancos Total

2,53 -0,30% -8,47% -11,97% -21,39% -5,00% -1,35%

PSI-20* 3,12 -3,90% -29,11% -23,70% -29,46% -2,69% -3,47%

Correlação reputação - performance todos bandos

0,68 0,69 0,82 0,90 0,08 0,07

Correlação reputação - performance bancos Pt

0,14 0,77 0,77 0,71 -0,95 -0,90

Tabela 6 - Variação do P/B relativa a 10 dias e um mês após cada data em análise

Em complemento, ao que já foi descrido anteriormente, podemos analisar a variação

relativa a cada data de análise. Podemos constatar que, de uma maneira geral, os

bancos de capital português se comportam de maneira diferente do que o total de

bancos. Podemos deduzir que isto sugere que a nacionalidade é parte integrante da

reputação e tem um efeito directo sob qre a performance financeira de uma

organização.

Outro facto interessante é o de que as correlações, no que respeita à variação a partir

de momentos isolados no tempo, apresentam maior flutuação do que as correlações a

partir do momento inicial da crise. Isto sugere que a reputação actua a longo prazo e

não pode ser vista de uma forma fragmentada no tempo. Ou seja, que a reputação

deve ser entendida como um activo que tem o seu valor de forma prolongada no

tempo.

Podemos constatar uma correlação negativa no que respeita aos bancos de capital

português, nos dados referentes à data de 22 de Novembro de 2008, altura em que a

solidez da banca portuguesa é colocada em causa. Isto dá-nos indícios de que os

bancos com menos capital reputacional já tinham sido penalizados na sua

performance financeira, numa fase inicial da crise, deixando os bancos com maior

capital reputacional mais expostos a possíveis perdas, numa fase mais avançada.

Page 105: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

93

Z>;>?'<''()9+)>-,7('+"=$*,-0&1,4

A tabela 7 mostra-nos os resultados da variação do capital reputacional, em relação à

data do início da crise, ou seja, dia 15 de Setembro de 2008, o dia da falência da

Lehman Brothers.

Tabela 7 – Variação do capital reputacional relativa à data de início da crise – a partir de 15 de Setembro de 2008

Verificamos que existe uma correlação positiva e superior a 0,5, em todas as datas em

análise, no que respeita à correlação entre o capital reputacional e a performance

reputacional, do total de bancos, e em quase todas as datas, no que respeita aos bancos

de capital português. Estes resultados sugerem que existe uma correlação entre a

reputação inicial e a quantidade de danos reputacionais que os bancos analisados

sofreram, tendo o banco com pior reputação sofrido mais na sua performance

reputacional do que os bancos com melhor reputação.

Quando olhamos para a quebra desta correlação, no que respeita aos bancos de capital

português, podemos verificar que esta ocorre no período em que a solidez do sistema

bancário português é colocada em causa, podendo sugerir que os bancos portugueses

com mais capital reputacional sofreram maior quantidade de danos na sua

performance reputacional, nesta data. Isto poderá ter a sua origem no facto de os

Organização Capital Reputaci

onal 14/09 25/09 06/10 15/10 17/10 06/11 24/11 05/12 15/12 24/12

Banco Popular 4,87 0,00% 71,57% 75,90% 29,72% 19,40% -19,51% -73,90% -77,91% -77,84% -69,53%

Banif 0,80 0,00% -125,96% -153,53% -503,23% -661,37% -785,86% -733,17% -842,94% -831,24% -784,37%

BCP 0,99 0,00% -5,60% -47,32% -117,30% -128,25% -204,17% -286,43% -271,56% -252,77% -266,71%

BES 2,27 0,00% -76,25% 42,22% -68,00% -121,92% -281,78% -559,48% -883,29% -819,61% -739,31%

BPI 1,89 0,00% -34,11% -29,81% -61,41% -73,13% -131,83% -153,22% -188,92% -192,78% -176,63%

Santander 4,39 0,00% -24,99% -13,76% -45,39% -58,44% -120,08% -185,72% -166,17% -155,72% -151,15%

Média Bancos Pt

1,49 0,00% -53,77% -31,37% -128,56% -167,30% -274,41% -376,47% -492,02% -471,60% -439,20%

Média Bancos Total

2,53 0,00% 3,08% 13,61% -32,25% -48,06% -108,62% -175,73% -183,35% -174,94% -165,14%

PSI-20* 3,12 0,00% -7,62% -11,89% -33,94% -39,31% -49,72% -49,90% -54,75% -55,86% -56,95%

Correlação reputação - performance todos bandos

0,68 0,73 0,67 0,64 0,67 0,65 0,56 0,58 0,61

Correlação reputação - performance bancos Pt

0,14 0,88 0,73 0,67 0,59 0,26 -0,07 -0,03 0,03

Page 106: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

94

bancos com menor quantidade de capital reputacional terem a sua performance

reputacional já afectada, numa primeira fase da crise, deixando uma maior margem de

perda para os bancos com maior capital reputacional, quando expostos a este “ataque”

ao sistema bancário português.

Os resultados da performance reputacional, também sugerem que os bancos de capital

português poderão ter sofrido os efeitos da crise mais tarde, já que, à semelhança dos

resultados da performance financeira, numa primeira fase, não existe uma correlação

acima de 0,5 entre o capital reputacional e o indicador de performance entre os

bancos de capital português, mas podemos encontrá-la quando observamos os dados

referentes ao total de bancos.

No que respeita à comparação com o índice do PSI-20*, verificamos que a reputação

do PSI-20* sofre efeitos negativos menos acentuados do que os dos índices referentes

aos bancos. No entanto, a banca de capital português vê a sua reputação mais afectada

em relação à reputação do total de bancos, podendo isto significar que a banca

portuguesa pode ser vista pelos mercados como mais frágil. Algo perfeitamente

lógico, já que os bancos de capital português detêm uma média de capital reputacional

bastante inferior à do total de bancos.

A figura 14 apresenta a evolução do capital reputacional referente a cada um dos

bancos analisados, em relação a 15 de Setembro de 2008.

Podemos verificar que o BANIF, banco com menos capital reputacional, sofre uma

maior e mais rápida variação negativa relativamente à sua performance reputacional

do que os restantes bancos. E que, excluindo a situação do BES, todos os outros

bancos apresentam uma curva de evolução semelhante na sua performance

reputacional, sugerindo que esta seja uma curva natural do mercado, onde se destaca o

facto de, dos quatro bancos, o BCP (o que detinha menos capital reputacional) ter a

performance mais fraca.

Page 107: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

95

Figura 14 - variação do capital reputacional, relativa à data de início da crise - a partir de 15 de Setembro de 2008

A situação do BES, que vê a sua performance reputacional afectada, de forma súbita e

de dimensão considerável, poderá estar ligada a outros factores que fogem do objecto

de análise do estudo e deixa em aberto a questão do que poderá estar na origem deste

acontecimento - no entanto, podemos levantar a hipótese de que esta ocorrência

poderá estar ligada à divulgação de um comunicado no dia 29 de Outubro, por parte

da instituição, que referia que os lucros do banco tinham caído 31 por cento nos

primeiros nove meses de 2008 (cf. Destak, 2008), coincidindo, assim, com a quebra

da performance financeira do banco no mesmo período.

A figura 15 demonstra a evolução da correlação entre o capital reputacional e a

evolução da performance reputacional.

Como podemos verificar, esta correlação é superior a 0,5 no início da crise, sugerindo

que os bancos com pior reputação sofreram mais danos na sua performance

reputacional, neste período, do que os bancos com melhor reputação.

-900,00%

-675,00%

-450,00%

-225,00%

0%

225,00%

2008/09/14 2008/10/06 2008/10/17 2008/11/24 2008/12/15

Page 108: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

96

Figura 15 - evolução da correlação do capital reputacional, relativa à data de início da crise - a partir de 15 de Setembro de 2008

No entanto, as questões levantadas sobre a solidez do sector bancário português e os,

significativos, danos reputacionais que o BES sofreu, desfazem essa relação, no que

respeita aos bancos de capital português. Contudo, a correlação mantém-se quando

falamos do total de bancos. Estes indicadores sugerem que a crise que afectou a banca

portuguesa afectou a reputação dos bancos com capital português, mas não todos os

bancos analisados, o que reforça a ideia de que a reputação actua a vários níveis, não

sendo exclusiva de uma organização, mas também de um sector ou de um país.

Se o gráfico anterior nos permitia sugerir que a reputação existe num determinado

país, ou sector de um país, a figura 16 confere mais força a este argumento. Este

gráfico apresenta a evolução do capital reputacional referente a cada índice de análise.

Como podemos constatar, o gráfico demonstra que a reputação do PSI-20*, apesar de

ter sofrido alguns danos reputacionais, manteve-se estável ao longo do período

analisado. Por outro lado, ambos os índices relativos às médias dos bancos mostram

uma perda significativa na performance reputacional, sendo esta perda mais

acentuada no índice referente aos bancos de capital português.

-0,23

0

0,23

0,45

0,68

0,90

2008/09/26 2008/10/15 2008/11/06 2008/12/05 2008/12/24

Page 109: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

97

Figura 16 - evolução do capital reputacional dos índices, relativa à data de início da crise - a partir de 15 de Setembro de 2008

Estes dados indicam que a reputação - e toda a dinâmica da performance reputacional

- diferencia e actua no campo das organizações, mas também num determinado sector

de actividade (já que vemos uma evolução diferente da reputação do PSI-20* e do

sector bancário), ou num país (já que existem alterações na evolução da performance

reputacional entre os bancos de capital português e o total de bancos).

A tabela 8 apresenta a variação do capital reputacional 10 dias e um mês após cada

data analisada. O cálculo da variação em relação a cada um dos dias é um

complemento importante, no que respeita ao cálculo da variação sobre o

desenvolvimento da crise, a partir do dia 15 de Setembro de 2008.

Podemos constatar que existe uma correlação forte entre as empresas com maior

capital reputacional, no início da crise, e a sua performance reputacional relativa a

cada momento da crise, reforçando a ideia de que a reputação prévia tem um efeito

protector sobre a performance reputacional de uma organização.

Ao contrário da performance financeira, as correlações da performance reputacional

são mais próximas entre o total de bancos e os bancos de capital português, com

excepção dos dados referentes à data de 22 de Novembro de 2008. Isto pode indicar-

nos que a reputação da “nacionalidade” de uma organização pode ter um maior efeito

sobre a sua performance financeira, mas não ser diferenciadora da performance

-500,00%

-375,00%

-250,00%

-125,00%

0%

125,00%

2008/09/14 2008/10/06 2008/10/17 2008/11/24 2008/12/15

Page 110: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

98

reputacional, no que respeita aos efeitos negativos sofridos quando uma organização

se encontra exposta a uma crise.

Organização Capital Reputacion

al 2008/09/15 2008/10/06 2008/11/22

10 dias após 1 mês após 10 dias após

1 mês após 10 dias após

1 mês após

BANCO POPULAR

4,87 71,57% 29,72% -33,80% -55,37% -22,06% 7,49%

Banif 0,80 -125,96% -503,23% -228,72% -282,47% -14,99% -7,85%

BCP 0,99 -5,60% -117,30% -142,86% -258,04% -2,23% -5,00%

BES 2,27 -76,25% -68,00% -113,96% -215,83% -102,62% -65,37%

BPI 1,89 -34,11% -61,41% -63,39% -143,38% -102,56% -74,58%

Santander 4,39 -24,99% -45,39% -51,71% -123,33% -21,47% -39,30%

Média Bancos Pt

1,49 -53,77% -128,56% -184,55% -319,10% -58,42% -37,07%

Média Bancos Total

2,53 3,08% -32,25% -55,44% -107,40% -18,96% -7,03%

PSI-20* 3,12 -7,84% -33,94% -33,57% -44,87% -11,93% -16,22%

Correlação reputação - performance todos bandos

0,68 0,67 0,82 0,91 0,08 0,11 Correlação reputação - performance bancos Pt

0,14 0,73 0,77 0,74 -0,95 -0,94

Tabela 8 - variação do capital reputacional relativa a 10 dias e um mês após cada data em análise

Relativamente aos dados que se referem à data de 22 de Novembro, de 2008, tal como

nos indicadores de performance financeira, temos uma correlação negativa no que

respeita aos bancos de capital português. Este indicador sugere que os bancos com

menos capital reputacional já tinham sofrido os danos numa fase prévia da crise,

deixando os bancos com maior capital reputacional mais expostos ao efeitos negativos

da crise, naquela altura, sendo que este efeito poderá ser transversal à performance

financeira e também reputacional.

'

Z>?'<'B&1N0+%,5:&'/"'P0=9*"#"# No que respeita à pergunta de partida - “a reputação de uma organização pode

funcionar como um escudo protector contra uma crise sectorial?” -, podemos afirmar

que há indícios de que a reputação pode funcionar como um escudo protector sobre os

efeitos adversos de uma crise, no que respeita à sua performance financeira e

reputacional.

Page 111: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

99

As organizações com maior capital reputacional tiveram, de uma maneira geral, uma

resposta menos negativa do que as organizações com menos capital reputacional,

sugerindo este dado que existe um valor de seguro, na reputação, que protege as

organizações durante uma crise (cf. Schnietz & Epstein, 2005) e que as organizações

com melhor reputação são menos afectadas durante uma crise (cf. Fombrun e van Riel

2004). Os resultados demonstraram correlações significantes entre o capital

reputacional e a evolução da performance organizacional, tanto financeira, como

reputacional, ao longo da evolução da crise, no período de tempo estudado. Assim,

validamos a hipótese H1.1 (numa crise sectorial, as organizações com pior reputação

sofrem um efeito negativo mais acentuado, sobre o seu valor financeiro, do que as

organizações com melhor reputação) e a hipótese H1.2 (numa crise sectorial, as

organizações com pior reputação sofrem um efeito negativo mais acentuado, sobre o

seu capital reputacional, do que as organizações com melhor reputação).

Os resultados também mostraram a existência de correlação entre o capital

reputacional e a performance, tanto financeira, como reputacional, nos momentos

iniciais da crise, começando a decrescer com o desenvolvimento desta, dando a noção

de que a reputação poderá funcionar como escudo de “goodwill” (cf. Fombrun, 1996),

que permite a uma organização receber o benefício da dúvida durante a fase inicial de

uma crise (cf. Coombs, 2007b). Assim, validamos as hipóteses H3.1 (numa crise

sectorial, as organizações com pior reputação atingem mais rapidamente o pior

momento financeiro do que as organizações com melhor reputação) e H3.2 (numa

crise sectorial, as organizações com pior reputação atingem mais rapidamente o pior

momento reputacional do que as organizações com melhor reputação), pois podemos

deduzir que a performance das organizações com mais capital reputacional é menos

afectada nos momentos iniciais da crise, começando a sofrer danos mais acentuados

em momentos posteriores.

No entanto, não encontrámos indicadores que sugerissem que as organizações com

melhor reputação recuperem mais rapidamente do que as organizações com pior

reputação, e assim não nos foi possível validar as hipóteses H2.1 (as organizações

com pior reputação não recuperam tão rapidamente do efeito negativo de uma crise

sectorial, sobre o seu valor financeiro, como as empresas com melhor reputação) e

H2.2 (as organizações com pior reputação não recuperam tão rapidamente do efeito

negativo de uma crise sectorial, sobre o seu capital reputacional, como as empresas

Page 112: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

100

com melhor reputação). Apesar de, no final do período analisado, termos verificado

uma subida da correlação entre o capital reputacional e os dois indicadores de

performance organizacional, esta não é suficientemente significativa para afirmarmos

que as organizações com melhor reputação recuperam mais depressa dos efeitos

negativos de uma crise do que as organizações com pior reputação. Para além disto,

nenhuma das organizações analisadas, recuperou, no tempo escolhido para análise, os

níveis de performance que evidenciava antes do dia 15 de Setembro de 2008, sendo

impossível verificar se as organizações com melhor reputação voltaram a atingir esse

nível de performance mais rapidamente do que as organizações com pior reputação.

Page 113: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

101

;['<'B&1-4$#6"#'N01,0# Este trabalho analisou em que medida a reputação de uma organização pode funcionar

como um escudo protector durante uma crise. A partir de uma pesquisa bibliográfica,

onde explorámos as disciplinas de Gestão de Reputação e de Gestão de Comunicação

de Crise, deduzimos que a reputação tem um valor protector, na medida em que pode

atenuar os danos sofridos pela organização numa situação de crise (Hipóteses H1.1 e

H1.2), permitir uma recuperação mais rápida dos mesmos (Hipóteses H2.1 e H2.2) e

atrasar o efeito de possíveis danos (Hipóteses H3.1 e H3.2).

Elaborámos, então, um estudo, sobre o sector financeiro português, na expectativa de

verificar a ocorrência desses fenómenos num contexto da vida real. Os resultados do

estudo demonstram indícios de que as hipóteses H1.1, H1.2, H.3.1 e H3.2 são válidas,

sugerindo que, de facto, as organizações com melhor reputação têm uma vantagem

sobre as organizações com pior reputação, na sua performance financeira e

reputacional, quando são expostas a uma situação de crise. No entanto, não

encontrámos indícios que nos permitissem sugerir que as hipóteses H2.1 e H2.2 são

válidas. Neste caso, não se deu uma recuperação significativa, dentro do tempo

escolhido para análise, nos índices de performance, que nos permitissem verificar

essa situação. Como tal, essa pergunta continua sem resposta, sugerindo que os efeitos

da reputação ocorram, também, a longo prazo, e que um novo estudo, num período de

tempo mais alargado, possa ser conduzido, para responder a esta questão.

Podemos sugerir que a reputação tem um efeito protector sobre a performance

organizacional, tanto financeira, como reputacional, e que este pode ser verificado

empiricamente. Esta sugestão vai ao encontro do pressuposto de que a reputação é um

activo, que deve ser gerido de forma a acrescentar valor e a ser uma vantagem

competitiva, no contexto empresarial.

Para além da verificação das hipóteses levantadas, o estudo abriu algumas portas e

levantou outras questões para investigações futuras.

A diferença entre a evolução dos bancos de capital português e o total de bancos

estudados levanta questões sobre o efeito da reputação da “nacionalidade”, de uma

organização, na sua performance, em especial por termos identificado efeitos

Page 114: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

102

distintos, neste capítulo, no que respeita à performance financeira e à performance

reputacional. Os resultados do estudo sugerem-nos que a “nacionalidade

organizacional” pode ter um efeito mais significativo sobre a sua performance

financeira da organização do que sobre a sua performance reputacional.

Verificámos que o efeito protector da reputação se vai diluindo, com o passar do

tempo. Este factor abre portas para estudos sobre “os porquês” de isto acontecer e por

que se verificou neste caso. Será apenas uma característica de “benefício da dúvida”

(cf. Coombs, 2007b) que se vai diluindo com o tempo, ou outros factores poderão ter

influenciado esta ocorrência? Nomeadamente, as estratégias de resposta à crise que

cada uma das organizações implementou e os efeitos que estas poderão ter tido na

evolução da performance organizacional. Ficam em aberto as questões sobre que

estratégias de resposta à crise foram usadas, se estas estão de acordo com a Teoria

Situacional de Comunicação de Crise, proposta por Coombs e Holladay, e que efeitos

tiveram na evolução da performance.

Outro factor interessante foi o de que os resultados do estudo sugerirem que a

reputação existe dentro de um sector de actividade, já que o índice do PSI-20* teve

um comportamento substancialmente diferente do sector financeiro: não só houve um

comportamento diferenciado deste sector, como o comportamento não foi o mesmo

para a performance financeira e performance reputacional. Por um lado, a

performance reputacional do sector financeiro sofreu danos de maior envergadura,

confirmando a ideia de que a crise incidia sobre este sector. Mas, por outro, o índice

do PSI-20* sofreu danos mais avolumados na sua performance financeira, o que à

primeira vista poderá ser surpreendente, mas levanta a questão de que uma possível

dependência que as empresas portuguesas possam ter em relação à banca e ao acesso

ao crédito pode estar na origem deste efeito observado. Duas questões se levantam,

sugerindo estudos futuros. Em primeiro lugar, poderá a reputação das empresas

portuguesas ser fraca no que respeita à sua performance financeira, por via da

dependência do crédito, e isso condicionar a sua resposta à crise, no que respeita a

esse capítulo? E, em segundo lugar, em que medida a boa reputação de um sector tem

efeitos diferenciados no que respeita à sua performance financeira e reputacional?

No momento inicial da crise, a ausência de correlação, entre a reputação e os

indicadores de performance, dos bancos de capital português, aliada a performances

semelhantes, na mesma altura, dos bancos de capital português e do índice do PSI-

Page 115: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

103

20*, sugere que as empresas portuguesas sofreram a crise numa fase posterior à do

total de bancos. Tal como afirmou Nicolau Santos (cf. Expresso, 2008b), a 6 de

Outubro de 2008, “o que vale é que a nossa situação periférica nos afasta dos

holofotes da finança internacional”, reforçando a ideia de que a banca de capital

português não esteve no centro da crise e pode ter sofrido os seus efeitos

posteriormente. Novas questões se colocam sobre que efeitos podem sofrer as

organizações que são afectadas directamente e aquelas que são afectadas de forma

periférica pela crise, e em que medida a reputação de uma organização, de um país e

de um sector poderá ter influência sobre a performance destas organizações.

No que respeita a limitações, todo o estudo científico está limitado aos recursos e ao

método utilizado. O uso de um estudo de caso, apesar de possibilitar a observação do

fenómeno estudado num contexto real, aumenta a complexidade da análise e o

número de factores que podem influenciar os resultados. Ao contrário de um estudo

num ambiente controlado, em que o investigador tem controlo sobre as variáveis e as

pode moldar de acordo com o seu objectivo, num estudo de caso, estamos limitados às

condicionantes situacionais, existem variáveis que não controlamos e os factores

externos que podem ter uma influência no resultado.

Os indicadores escolhidos para análise são simplificadores de uma realidade e, como

tal, devem ser interpretados dessa forma e não como fonte de uma verdade absoluta.

O indicador usado para medir a reputação, apesar de utilizado por vários autores como

um indicador económico que reflecte a reputação organizacional, pode ser

interpretado como um indicador que inclui outros activos intangíveis, como o caso do

know-how dos colaboradores. No entanto, em última análise, podemos sempre

argumentar que, não sendo esses activos incluídos em balanço, este indicador reflecte

a reputação sobre o valor dos mesmos e, como tal, reflecte a reputação da

organização.

A amostra utilizada, que estava limitada ao método e ao número de organizações

disponíveis para análise, tem, também, as suas limitações, não sendo passível de

generalização. Esta espelha apenas a realidade estudada, no entanto, o método é

perfeitamente aplicável a outras realidades e a estudos posteriores, ficando, assim,

aberta a porta para uma utilização futura no estudo de situações que envolvam a

reputação organizacional e a evolução da sua performance.

Page 116: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

104

O intervalo temporal definido para o estudo apresentou também as suas limitações.

Durante os três meses de análise, as organizações estudadas não recuperaram a sua

performance ao nível que detinham antes do dia 15 de Setembro de 2008, como tal,

não nos foi possível verificar as hipóteses H2.1 e H2.2, que afirmavam que as

organizações com melhor reputação recuperavam mais rapidamente dos efeitos

negativos de uma crise.

Como afirmado anteriormente, devido à complexidade do caso analisado, o estudo

simplifica uma realidade e reflecte-a de forma quantitativa. Uma análise individual no

que respeita às estratégias de comunicação na resposta à crise e a outros factores

externos, ou periféricos, à crise, que poderão ter condicionado a evolução dos

indicadores de cada organização, pode dar algumas respostas e trazer novos

indicadores sobre as questões levantadas. Como tal, este estudo deve ser encarado

como a representação de uma determinada realidade, que fornece indicadores que nos

permitem tirar algumas conclusões e levanta algumas questões a serem respondidas

por estudos futuros.

Existem evidências empíricas de que a reputação pode ter um efeito protector sobre a

performance organizacional, quando esta é exposta a uma crise. Sugerimos que as

organizações com melhor reputação sofrem menos danos na sua performance

financeira e reputacional, quando expostas a uma crise, e que os sofrem mais tarde.

No entanto, o estudo sobre a reputação está longe de estar concluído e muito menos se

encontra esgotado neste trabalho. Explorámos o valor da reputação organizacional,

em especial, num contexto de crise, mas, apesar das evidências empíricas constatadas,

novas questões se levantam e pedem para serem respondidas, abrindo assim as portas

a novos estudos sobre a temática da reputação. Qual a importância da “nacionalidade

reputacional” e da reputação do sector de actividade na performance financeira e

reputacional das organizações? Terão uma importância e um efeito diferente sobre a

performance organizacional? Que diferenças existem nos efeitos negativos de uma

crise sobre as organizações que são afectadas, directamente ou de forma colateral, por

essa crise? E, de que forma as estratégias de comunicação implementadas na resposta

à crise influenciam a performance organizacional?

Em jeito de conclusão, podemos acrescentar que este trabalho tem implicações, não só

para o estudo académico da reputação, mas também, para a prática das relações

públicas, na medida em que explora o valor da reputação e que reforça a ideia de que

Page 117: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

105

esta é um activo estratégico para as organizações, neste caso, quando enfrentam

situações de crise. Podemos afirmar que a reputação deve ser encarada como um

activo valioso, que deve ser gerido, de forma sustentável, por profissionais

especializados, de forma a acrescentar valor à actividade organizacional. O

reconhecimento deste valor por parte dos gestores e dos profissionais de comunicação

é fundamental para o sucesso das organizações para as quais trabalham.

Page 118: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,
Page 119: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

107

_0)40&.+,N0,'Aaker, J. L. (1997), 'Dimensions of brand personality', Journal of marketing research,

vol. 34, no. 3, pp. 347-56.

Ajzen, I. (1988), Atitudes, Personality and Behaviour. Buckingham: Open University

Press.

—— (1991), 'The theory of planned behaviour', Organizational Behavior and

Human Decision Processes, 50: 179-211.

—— (2002), Construction a TpB Questionnaire: Conceptual and Methodological

Considerations, http://www-unix.oit.umass.edu/~aizen/

Albert, S. & Whetten, D. A. (1985), 'Organizational identity', in Balmer, JMT &

Greyser, SA (eds), Revealing the corporation : perspectives on identity,

image, reputation, corporate branding, and corporate-level marketing : an

anthology. 2003 edn, New York: Routledge, 77-105.

Alsop, Ronald (2004), The 18 immutable laws of corporate reputation : creating,

protecting, and repairing your most valuable asset. London: Kogan Page.

Anderson, Jenny & Sorkin, Andrew Ross (2008), 'Lehman Said to Be Looking for a

Buyer as Pressure Builds', The New York Times, 10 de Setembro. Consultado a

6 de Junho de 2010,

<http://www.nytimes.com/2008/09/11/business/11lehman.html?_r=2&hp=&a

dxnnl=1&oref=slogin&adxnnlx=1288450929-enYjfOEqxuqNRjvluNTv7w>.

Apple Inc. (2009), iWork Manual do Utilizador de Fórmulas e Funções, consultado a

23 de Agosto de 2010

Page 120: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

108

Argenti, Paul A. & Formans, Janis (2000), 'The Communication Advantage: A

Constituency-Focused Approach to Formulating and Implementing Strategy',

in Schultz, M, Hatch, M & Larsen, M (eds), The expressive organization:

Linking identity, reputation, and the corporate brand. New York: Oxford

University Press, 233-45.

Aula, Pekka & Mantere, Saku (2008), Strategic reputation management : towards a

company of good. London: Routledge.

Austin, J. L. (1962), How to do things with words. Oxford,: Clarendon Press.

Balmer, John M. T. & Gray, E. R. (1999), 'Corporate identity and corporate

communications: creating a competitive advantage', in Balmer, JMT &

Greyser, SA (eds), Revealing the corporation : perspectives on identity,

image, reputation, corporate branding, and corporate-level marketing : an

anthology. 2003 edn, New York: Routledge, 124-36.

Balmer, John M. T. & Greyser, Stephen A. (2002), 'Managing the Multiple Identities

of the Corporation', in Balmer, JMT & Greyser, SA (eds), Revealing the

corporation : perspectives on identity, image, reputation, corporate branding,

and corporate-level marketing : an anthology. 2003 edn, New York, 15-30.

—— (2003), Revealing the corporation : perspectives on identity, image, reputation,

corporate branding, and corporate-level marketing : an anthology. New

York: Routledge.

Barnett, M. L., Jermier, J. M. & Lafferty, B. A. (2006), 'Corporate reputation: The

definitional landscape', Corporate reputation review, vol. 9, no. 1, pp. 26-38.

Barney, J. B. & Stewart, A. C. (2000), 'Organizational identity as moral philosophy:

competitive implications for diversified corporations', in Schultz, M, Hatch, M

& Larsen, M (eds), The Expressive Organization: Linking Identity, Reputation

and the Corporate Brand. New York: Oxford University Press, 36-47.

Page 121: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

109

Booth, S. A. S. (1993), Crisis management strategy: competition and change in

modern enterprises. London: Thomson Learning Emea.

Bruno, Joel Bel (2008), 'Lehman shares slip on plans to auction off unit, consider sale

of company'. The Seattle Times, 10 de Setembro. Consultado a 6 de Junho de

2010,

<http://seattletimes.nwsource.com/html/businesstechnology/2008171076_web

lehman10.html>.

Burnett, J. J. (1998), 'A strategic approach to managing crises', Public Relations

Review, vol. 24, no. 4, pp. 475-88.

Caruana, Albert (2008), 'Attitudinal measure of corporate reputation', in Melewar, T.

C. (eds), Facets of Corporate Identity, Communication and Reputation. New

York: Routledge, 197-10

Coombs, Timothy W. (1995), 'Choosing the right words: The development of

guidelines for the selection of the appropriate crisis-response strategies',

Management Communication Quarterly, vol. 8, no. 4, p. 447ñ76.

—— (2004), 'Impact of past crises on current crisis communication: Insights from

situational crisis communication theory', Journal of Business Communication,

vol. 41, no. 3, p. 265.

—— (2007a), 'Protecting Organization Reputations During a Crisis: The

Development and Application of Situational Crisis Communication Theory',

Corporate Reputation Review, vol. 10, no. 3, pp. 163–176.

—— (2007b), Ongoing crisis communication : planning, managing, and

responding. London: SAGE Publications.

—— (2007c), 'Crisis management and communications', Institute for public

relations, consultado a 10 de Novembro de 2009,

Page 122: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

110

<http://www.instituteforpr.org/essential_knowledge/detail/crisis_management

_and_communications/>.

Coombs, Timothy W. & Holladay, Sherry J. (2002), 'Helping crisis managers protect

reputational assets: Initial tests of the situational crisis communication theory',

Management Communication Quarterly, vol. 16, no. 2, p. 165.

—— (2006), 'Unpacking the halo effect: reputation and crisis management', Journal

of Communication Management, vol. 10, no. 2, pp. 123-37.

—— (2010), The handbook of crisis communication. Chichester: Wiley-Blackwell.

Cunha, Miguel Pina e (2006), 'Crises Organizacionais: ameaças ou oportunidades?', in

Mendes, AM & Pereira, FC (eds), Crises: de ameaças a oportunidades.

Lisboa: Edições Sílabo, 143-59.

Cutlip, S., Center, A., Broom, G. (1985). Effective Public Relations. Prentice-Hall:

New Jersey.

Davies, G., Chun, R., Da Silva, R. V. & Roper, S. (2001), 'The personification

metaphor as a measurement approach for corporate reputation', Corporate

reputation review, vol. 4, no. 2, pp. 113-27.

—— (2003), Corporate reputation and competitiveness. New York: Routledge.

—— (2004), 'A corporate character scale to assess employee and customer views of

organization reputation', Corporate reputation review, vol. 7, no. 2, pp. 125-

46.

Destak (2008), ‘Lucro do BES caiu para 334,7 milhões de euros’, 29 de Outubro.

Consultado a 6 de Junho de 2010, <http://www.destak.pt/artigo/15374>

Page 123: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

111

Dolphin, R. R. (2004), 'Corporate reputation - a value creating strategy', Corporate

Governance, vol. 4, no. 3, pp. 77-92.

Dukerich, Janet M. & Carter, Suzanne M. (2000), 'Distorted Images And Reputation

Repair', in Schultz, M, Hatch, M & Larsen, M (eds), The expressive

organization: Linking identity, reputation, and the corporate brand. New

York: Oxford University Press, 97-113.

Eiró-Gomes, Mafalda & Duarte, João (2006), 'The case study as a new evaluation tool

for PR: an applied approach', in Ruler, Bv, Vercic, AT & Vercic, D (eds),

Public relations metrics : research and evaluation. New York: Routledge,

235-51.

Eisenhardt, Kathleen M. (1989), 'Building Theories from Case Study Research', The

Academy of Management Review, vol. 14, no. 4, pp. 532-55.

Esteves, Pedro Ferreira (2008), 'Uma crise à escala mundial', Diário de Notícias, 13

de Outubro. Página consultada a 6 de Junho de 2010,

<http://dn.sapo.pt/Common/print.aspx?content_id=1026572>.

Ferguson, Sherry Devereaux (1999), Communication planning : an integrated

approach. Thousand Oaks: Sage.

Fink, S. (1986), Crisis management: Planning for the inevitable. New York:

American Management Association.

Fombrun, Charles J. (1996), Reputation : realizing value from the corporate image.

Boston: Harvard Business School Press.

Fombrun, Charles J. (2010), 'fRC Diálogos: Charles Fombrun - La Gestión de la

Reputación'. CanalfRC, 1 de Fevereiro, Página consultada a 6 de Setembro de

2010, <http://www.youtube.com/watch?v=nhX89TaRFDQ>.

Page 124: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

112

Fombrun, Charles J. & Rindova, Violina P. (2000), 'The road to transparency:

Reputation management at Royal Dutch Shell', in Schultz, M, Hatch, M &

Larsen, M (eds), The expressive organization: Linking identity, reputation,

and the corporate brand. New York: Oxford University Press, 77-96.

Fombrun, Charles J. & van Riel, Cees B. M. (1998), 'The reputational landscape',

Corporate reputation review, vol. 1, no. 2, pp. 5-13.

—— (2004), Fame & fortune : how successful companies build winning reputations.

Upper Saddle River: Pearson Education.

Freeman, R. Edward, Harrison, Jeffrey S., Wicks, Andrew C., Parmar, Bedhan L. &

Colle, Simene de (2010), Stakeholder Theory: the state of art. New York:

Cambridge University Press.

Grice, H. P. (1957), 'Meaning', The Philosophical Review, vol. 66, no. 3, pp. 377-88.

Grunig, J. E. (1993), 'Image and substance: From symbolic to behavioral

relationships', Public Relations Review, vol. 19, no. 2, pp. 121-39.

Grunig, J. E. & Dozier, D. M. (1992), Excellence in public relations and

communication management. New York: Routledge.

Grunig, J. E. & Hunt, T. (1984), Managing Public Relations. New Jersey: Lawrence

Erlbaum Associates.

Hall, Richard (1992), 'The strategic analysis of intangible resources', Strategic

Management Journal, vol. 13, no. 2, pp. 135-44.

Hall, Richard (1993), 'A Framework Linking Intangible Resources and Capabiliites to

Sustainable Competitive Advantage', Strategic Management Journal, vol. 14,

no. 8, pp. 607-18.

Page 125: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

113

Hatch, M. J. & Schultz, M. (2000), 'Scaling the tower of Babel: Relational differences

between identity, image, and culture in organizations', in Schultz, M, Hatch, M

& Larsen, M (eds), The expressive organization: Linking identity, reputation,

and the corporate brand. New York: Oxford University Press, 11-35.

Heath, Robert L. & Palenchar, Michael J. (2009), Strategic issues management :

organizations and public policy challenges. Los Angeles: Sage Publications.

Herrero, A. G. & Pratt, C. B. (1996), 'An integrated symmetrical model for crisis-

communications management', Journal of Public Relations Research, vol. 8,

no. 2, pp. 79-105.

Hume, David (2008), An Enquiry Concerning Human Understanding. New York:

Cosimo.

Institute for Crisis Management (2009), Anual ICM Crisis Report, Louisville,

consultado a 12 de Abril de 2010,

<http://www.crisisexperts.com/2008CR.pdf>.

Jin, Y. & Cameron, G. T. (2007), 'The Effects of Threat Type and Duration on Public

Relations Practitioner's Cognitive, Affective, and Conative Responses in

Crisis Situations', Journal of Public Relations Research, vol. 19, no. 3, pp.

255-81.

Junior, G. R. B. & Torres Filho, E. T. (2008), 'Analisando a Crise do Subprime',

Revista do BNDES, vol. 15, no. 30, pp. 129-59.

Kristensen, Kai & Westlund, Anders H. (2004), 'Performance Measurement and

Business Results', Total Quality Management, vol. 15, no. 5.

Lakatos, Eva & Marconi, Marina (1992), Metodologia Científica. São Paulo: Atlas.

Loth, Richard, 'Investment Valuation Ratios: Price/Book Value Ratio', Investopedia.

Consultado a 4 de Maio de 2010,

Page 126: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

114

<http://www.investopedia.com/university/ratios/investment-

valuation/ratio2.asp>.

Lukaszewski, James E. (1999), 'Seven Dimentions of Communication Management:

A Strategic Analysis and Planning Model', Ragan's Communications Journal,

vol. 1.

Mailath, George Joseph & Samuelson, Larry (2006), Repeated games and reputations

: long-run relationships. New York: Oxford University Press.

Melewar, T. C. (2007), Facets of corporate identity, communication, and reputation.

New York: Routledge.

Mendes, António Marques (2006a), 'Estratégias e Procedimentos de Resposta às

Crises', in Mendes, AM & Pereira, FC (eds), Crises: de ameaças a

oportunidades. Lisboa: Edições Sílabo, 105-41.

—— (2006b), 'Modelos de Gestão de Crises', in Mendes, AM & Pereira, FC (eds),

Crises: de ameaças a oportunidades. Lisboa: Edições Sílabo, 39-66.

Meyers, G. C. & Holusha, J. (1988), Managing crisis: a positive approach. Boston:

Unwin Hyman.

Mitroff, I. I. & Pauchant, T. C. (1992), Transforming the Crisis-Prone Organization:

Preventing Individual, Organizational and Environmental Tragedies. San

Francisco: Jossey Bass.

Moore, R. H. (1979), 'Research by the Conference Board sheds light on problems of

semantics, issue identification and classificationóAnd some likely issues for

theí80s', Public Relations Journal, vol. 35, no. 11, p. 43ñ6.

Moreira, Carlos Diogo (1994), Planeamento e Estratégias da Investigação Social.

Lisboa: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.

Page 127: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

115

Mouritsen, Jan (2000), 'Valuing Expressive Organization: Intelectual Capital and the

Visualization of Value Creation', in Schultz, M, Hatch, M & Larsen, M (eds),

The expressive organization: Linking identity, reputation, and the corporate

brand. New York: Oxford University Press, 208-29.

Newell, S. J. & Goldsmith, R. E. (2001), 'The development of a scale to measure

perceived corporate credibility', Journal of Business Research, 52(3), 235-47.

O Portal de Notícias da Globo (2008a), 'Cronologia da crise financeira que abala os

mercados do planeta', 29 de Setembro. Consultado a 6 de Junho de 2010, <

http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MRP777918-

9356,00.html>

O Portal de Notícias da Globo (2008b), 'As principais crises da bolsa', 8 de Outubro.

Consultado a 6 de Junho de 2010,

<http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MRP790623-

9356,00.html>

Olins, Wolff (1979), 'Corporate identity: the myth and the reality', in Balmer, JMT &

Greyser, SA (eds), Revealing the corporation : perspectives on identity,

image, reputation, corporate branding, and corporate-level marketing : an

anthology. 2003 edn, New York: Routledge, 53-75.

Pang, A, Jin, Y & Cameron, GT (2007), 'Contingency theory of strategic conflict

management: A decade of theory development, discovery, and dialogue',

Conference Papers -- International Communication Association, 1. Retrieved

from Communication & Mass Media Complete database.

Patton, Eric & Appelbaum, Steven H (2003), 'The case for case studies in

management research', Management Research News, vol. 26, no. 5.

Pearson, C. M. & Mitroff, I. I. (1993), 'From crisis prone to crisis prepared: A

framework for crisis management', The Executive, vol. 7, no. 1, pp. 48-59.

Page 128: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

116

Petty, Richard E. & Cacioppo, John T. (1986a), 'The elaboration likelihood model of

persuasion', Advances in experimental social psychology, vol. 19, pp. 123-205.

Petty, Richard E. & Cacioppo, John T. (1986b), Communication and Persuasion:

Central and peripheral routes and attitude change. New York: Springer-

Verlag.

Quevedo-Puente, Esther de, Fuente-Sabaté, Juan Manuel de la & Delgado-Garcíá,

Juan Bautista (2007), 'Corporate Social Performance and Corporate

Reputation: Two Interwoven Perspectives', Corporate reputation review, vol.

10, no. 1.

Resnick, Jeffrey T. (2006), 'Reputational Risk Management: A Framework for

Safeguarding Your Organization’s Primary Intangible Asset', consultado a 2

de Setembro de 2009,

<http://www.opinionresearch.com/knowledgebank_whitepapers.aspx>.

Rindova, Violina P. & Fombrun, Charles J. (1999), 'Constructing competitive

advantage: The role of firm-constituent interactions', Strategic Management

Journal, vol. 20, no. 8, pp. 691-710.

Roberts, P. W. & Dowling, G. R. (2002), 'Corporate reputation and sustained superior

financial performance', Strategic Management Journal, vol. 23, no. 12, pp.

1077-93.

Rokeach, M. (1973), The nature of human values. New York: Free Press

Rowley, Jennifer (2002), 'Using case studies in research', Management Research

News, vol. 25, no. 1.

Santos, Nicolau (2008a), 'A vida não é como os analistas pensam', Expresso, 22 de

Setembro. Consultado a 6 de Junho de 2010, <http://aeiou.expresso.pt/a-vida-

nao-e-como-os-analistas-pensam=f408363>.

Page 129: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

117

Santos, Nicolau (2008b). 'O dia em que nasceu o cisne negro', Expresso, 6 de

Outubro. Consultado a 6 de Junho de 2010, <http://aeiou.expresso.pt/o-dia-

em-que-nasceu-o-cisne-negro=f415019>.

Santos, Nicolau (2008c). O BPP e as questões que levanta, Expresso, 24 de

Novembro. Consultado a 6 de Junho de 2010, <http://aeiou.expresso.pt/o-bpp-

e-as-questoes-que-levanta=f459764>.

Schnietz, K. E & Epstein, M. J. (2005), 'Exploring the financial value of a reputation

for corporate social responsibility during a crisis', Corporate reputation

review, vol. 7, no. 4, pp. 327-45.

Schreiber, Elliot S. (2008), Reputation, Institute for Public Relations, consultado a 10

de Novembro de 2009,

<http://www.instituteforpr.org/essential_knowledge/detail/reputation/>.

Sellnow, Timothy L., Seeger, Matthew & Ulmer, Robert R. (2005), 'Constructing the

“new normal” through post-crisis discourse', in O´Hair, H. Dan, Heath, Robert

L. & Ledlow, Gerald R. (eds), Community preparedness and response to

terrorism: Communication and the media. Westport: Praeger Publishers.

Sets, Jan E. & Burke, Peter J. (2003), 'A Sociological Approach to Self and Identity',

in Leary, Mark R. & Tangney, June P. (eds), Handbook of Self and Identity.

New York: The Guildford Press, 128-52.

Seymour, M. & Moore, S. (2000), Effective crisis management: Worldwide principles

and practice. London: Cassell.

Shaw, Gordon G. (2000), 'Planning and Communication Using Stories', in Schultz, M,

Hatch, M & Larsen, M (eds), The expressive organization: Linking identity,

reputation, and the corporate brand. New York: Oxford University Press,

182-95.

Page 130: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

118

Soares, Rosa (2008), ‘Santander anuncia aumento de capital para fortalecer os rácios’,

Público, 11 de Novembro. Consultado a 6 de Junho de 2010, <

http://economia.publico.pt/Noticia/santander-anuncia-aumento-de-capital-

para-fortalecer-os-racios_1349604>.

Soros, George (2009), The crash of 2008 and what it means : the new paradigm for

financial markets. New York: PublicAffairs.

Sousa, Paula Carvina de (2007), “Tudo o que quer saber sobre 'subprime'”, Diário

Económico, 13 de Agosto. Consultado a 6 de Junho de 2010, <

http://economico.sapo.pt/noticias/nprint/37680.html>

Sturges, D. L. (1994), 'Communicating through crisis: A strategy for organizational

survival', Management Communication Quarterly, vol. 7, no. 3, p. 297.

Tellis, Winston (1997). 'Application of a case study methodology'. The Qualitative

Report, 3(3) (September). Connsultado a 2 de Fevereiro de 2010,

<www.nova.edu/ssss/QR/QR3-3/tellis2.html>.

The American Heritage Dictionary of the English Language (2006). Boston:

Houghton Mifflin Harcourt.

Turner, B. (1976). 'The organizational and interorganizational development of

disasters. Administrative Science Quarterly, vol. 21, no. 3, 378-397.

van Riel, Cees B. M. (2000), 'Corporate Communication Orchestrated by a

Sustainable Corporate Story', in Schultz, M, Hatch, M & Larsen, M (eds), The

expressive organization: Linking identity, reputation, and the corporate

brand. New York: Oxford University Press, 157-81.

van Riel, Cees B. M. & Fombrun, Charles J. (2007), Essentials of corporate

communication : implementing practices for effective reputation management.

London: Routledge.

Page 131: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

119

Weick, K. E. & Browning, L. D. (1991), 'Fixing with the voice: A research agenda for

applied communication', Journal of Applied Communication Research, vol.

19, no. 1-2, pp. 1-19.

Weigelt, K. & Camerer, C. (1988), 'Reputation and corporate strategy: A review of

recent theory and applications', Strategic Management Journal, vol. 9, no. 5,

pp. 443-54.

Weiner, B. (1985), 'An attributional theory of achievement motivation and emotion',

Psychological review, vol. 92, no. 4, pp. 548-73.

—— (2010), 'The Development of an Attribution-Based Theory of Motivation: A

History of Ideas', Educational Psychologist, vol. 45, no. 1, pp. 28-36.

Westgren, Randall & Zering, Kelly (1998), 'Case Study Research Methods for Firm

and Market Research', Agribusiness, vol. 14, no. 5.

Wierenga, B. & Van Raaij, W.F. (1987), 'Consumentengedrag: Theorie, Analyse en

Toepassingen', HE Stenfert Kroese BV, Leiden.

Wittgenstein, L. (1995), Investigações Filosóficas. Lisboa: Fundação Calouste

Gulbenkian.

Yin, Robert K. (1994), Case study research : design and methods. Thousand Oaks:

Sage Publications.

Page 132: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,
Page 133: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

121

(1"I&';'

E,4&+"#X' "%' O$+&#X' =&+' ,-5:&X' +"N"+"1*"#' U#' -&*,56"#'

)&4#0#*,#' "' ,&' J,4&+' -&1*,)04C#*0-&' /,#' &+.,10L,56"#'

"#*$/,/,#'

Page 134: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,
Page 135: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

Da

ta

Altri S

GP

S S

AA

ltri SG

PS

SA

Ba

nc

o B

PI S

AB

an

co

BP

I SA

Ba

nc

o

Co

me

rcia

l P

ortu

gu

es S

A

Ba

nc

o

Co

me

rcia

l P

ortu

gu

es S

A

Ba

nc

o E

sp

irito

Sa

nto

SA

Ba

nc

o E

sp

irito

Sa

nto

SA

Bris

a A

uto

-E

stra

da

s d

e

Po

rtug

al S

A

Bris

a A

uto

-E

stra

da

s d

e

Po

rtug

al S

A

Cim

po

r C

ime

nto

s d

e

Po

rtug

al S

GP

S

SA

Cim

po

r C

ime

nto

s d

e

Po

rtug

al S

GP

S

SA

ED

P - E

ne

rgia

s

de

Po

rtug

al S

AE

DP

- En

erg

ias

de

Po

rtug

al S

AE

DP

R

en

ova

ve

is S

AE

DP

R

en

ova

ve

is S

AG

alp

En

erg

ia

SG

PS

SA

Ga

lp E

ne

rgia

S

GP

S S

AIn

ap

a-In

ve

st

Pa

rticip

Ge

sta

Ina

pa

-Inve

st

Pa

rticip

Ge

sta

Je

ron

imo

M

artin

s S

GP

S

SA

Je

ron

imo

M

artin

s S

GP

S

SA

Mo

ta-E

ng

il S

GP

S S

AM

ota

-En

gil

SG

PS

SA

Po

rtuc

el

Em

pre

sa

P

rod

uto

ra d

e

Pa

sta

e P

a

Po

rtuc

el

Em

pre

sa

P

rod

uto

ra d

e

Pa

sta

e P

a

Po

rtug

al

Te

lec

om

SG

PS

S

A

Po

rtug

al

Te

lec

om

SG

PS

S

A

RE

N - R

ed

es

En

erg

etic

as

Na

cio

na

is S

A

RE

N - R

ed

es

En

erg

etic

as

Na

cio

na

is S

A

Se

ma

pa

-S

oc

ied

ad

e d

e

Inve

stim

en

to e

G

esta

Se

ma

pa

-S

oc

ied

ad

e d

e

Inve

stim

en

to e

G

esta

So

na

eS

on

ae

So

na

e In

du

stria

S

GP

S S

AS

on

ae

Ind

ustria

S

GP

S S

AS

on

ae

co

m -

SG

PS

SA

So

na

ec

om

- S

GP

S S

AZ

on

Mu

ltime

dia

S

erv

ico

s d

e

Te

lec

om

un

ica

c

Zo

n M

ultim

ed

ia

Se

rvic

os d

e

Te

lec

om

un

ica

c

Ba

nif

Ba

nif

Ba

nc

o P

op

ula

r E

sp

an

ho

lB

an

co

Po

pu

lar

Esp

an

ho

lB

an

co

Sa

nta

nd

er

Ba

nc

o S

an

tan

de

r

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

8/1

/07

8/2

/07

8/3

/07

8/6

/07

8/7

/07

8/8

/07

8/9

/07

8/1

0/0

7

8/1

3/0

7

8/1

4/0

7

8/1

5/0

7

8/1

6/0

7

8/1

7/0

7

8/2

0/0

7

8/2

1/0

7

8/2

2/0

7

8/2

3/0

7

8/2

4/0

7

8/2

7/0

7

8/2

8/0

7

8/2

9/0

7

8/3

0/0

7

8/3

1/0

7

9/3

/07

9/4

/07

9/5

/07

9/6

/07

9/7

/07

9/1

0/0

7

9/1

1/0

7

9/1

2/0

7

9/1

3/0

7

9/1

4/0

7

9/1

7/0

7

9/1

8/0

7

9/1

9/0

7

9/2

0/0

7

9/2

1/0

7

9/2

4/0

7

9/2

5/0

7

9/2

6/0

7

9/2

7/0

7

9/2

8/0

7

10/1

/07

10/2

/07

10/3

/07

10/4

/07

10/5

/07

10/8

/07

10/9

/07

10/1

0/0

7

10/1

1/0

7

10/1

2/0

7

10/1

5/0

7

10/1

6/0

7

10/1

7/0

7

10/1

8/0

7

10/1

9/0

7

10/2

2/0

7

10/2

3/0

7

10/2

4/0

7

10/2

5/0

7

10/2

6/0

7

10/2

9/0

7

10/3

0/0

7

10/3

1/0

7

11/1

/07

11/2

/07

0,89745,9872

2,18846,4365

0,99563,2935

5,543710,5459

2,50539,85

2,52517,11

1,63084,11

2,610810,71

0,63121,2538

0,78254,38

1,64566,4

1,50223,04

1,77448,5151

1,7293,76

12,520,7349

1,88423,7146

10,222,4347

4,651,1971

11,4851,5474

4,67524,8534

12,9026,8337

12,68

0,89746,095

2,18846,5037

0,99563,2665

5,543710,6027

2,505310,01

2,52517,49

1,63084,13

2,610810,87

0,63121,2661

0,78254,37

1,64566,55

1,50223,06

1,77448,5068

1,7293,77

12,760,7349

1,89323,7146

10,632,4347

4,671,1971

11,46551,5474

4,75064,8534

12,96086,8337

12,7453

0,89746,068

2,18846,4653

0,99563,3115

5,543710,5964

2,50539,95

2,52517,53

1,63084,11

2,610810,73

0,63121,2661

0,78254,42

1,64566,55

1,50223,06

1,77448,465

1,7293,72

12,80,7349

1,89323,7146

10,62,4347

4,651,1971

11,4851,5474

4,69784,8534

12,93146,8337

12,5961

0,89745,9962

2,18846,35

0,99563,2935

5,543710,5333

2,50539,94

2,52517,4

1,63084,11

2,610810,3

0,63121,2415

0,78254,42

1,64566,39

1,50223,05

1,77448,3814

1,7293,65

12,420,7349

1,86633,7146

10,562,4347

4,541,1971

11,4851,5474

4,53194,8534

12,86276,8337

12,4562

0,89746,0232

2,18846,3116

0,99563,2575

5,543710,5522

2,50539,99

2,52517,43

1,63084,12

2,610810,4

0,63121,2415

0,78254,47

1,64566,44

1,50223,01

1,77448,4566

1,7293,69

12,570,7349

1,87533,7146

10,572,4347

4,551,1971

11,4851,5474

4,5474,8534

13,10786,8337

12,8199

0,89745,9783

2,18846,3788

0,99563,4645

5,543710,5333

2,505310,02

2,52517,4

1,63084,18

2,610810,69

0,63121,3767

0,78254,53

1,64566,6

1,50223,01

1,77448,5068

1,7293,71

12,50,7349

1,88423,7146

10,552,4347

4,611,1971

11,61141,5474

4,52444,8534

13,44126,8337

13,1182

0,89745,8077

2,18846,3212

0,99563,4375

5,543710,2116

2,505310,1

2,52517,26

1,63084,12

2,610810,87

0,63121,3398

0,78254,53

1,64566,5

1,50222,95

1,77448,3564

1,7293,69

12,170,7349

1,87533,7146

10,452,4347

4,571,1971

11,86421,5474

4,4494,8534

13,4516,8337

12,9411

0,89745,5115

2,18846,2443

0,99563,3025

5,543710,0287

2,505310,07

2,52517,04

1,63084,08

2,610810,62

0,63121,2968

0,78254,35

1,64566,25

1,50222,83

1,77448,0723

1,7293,62

11,460,7349

1,81243,7146

9,912,4347

4,481,1971

11,52391,5474

4,18514,8534

13,21576,8337

12,5215

0,89745,6731

2,18846,2443

0,99563,3205

5,543710,035

2,50539,9

2,52516,97

1,63084,08

2,610810,75

0,63121,2907

0,78254,37

1,64566,51

1,50222,86

1,77448,1558

1,7293,67

11,50,7349

1,82143,7146

9,622,4347

4,461,1971

11,57251,5474

4,29824,8534

13,37256,8337

12,8199

0,89745,6013

2,18846,2443

0,99563,1855

5,543710,1423

2,50539,79

2,52516,93

1,63084,06

2,610810,63

0,63121,2722

0,78254,34

1,64566,35

1,50222,82

1,77448,1475

1,7293,65

11,650,7349

1,77663,7146

9,422,4347

4,391,1971

11,52391,5474

4,32834,8534

13,21576,8337

12,6054

0,89745,5923

2,18846,2539

0,99563,0865

5,543710,3125

2,50539,73

2,52516,97

1,63084,08

2,610810,45

0,63121,2599

0,78254,35

1,64566,22

1,50222,79

1,77448,1558

1,7293,61

11,790,7349

1,74963,7146

9,282,4347

4,31,1971

11,52391,5474

4,29824,8534

13,19616,8337

12,5961

0,89744,8113

2,18846,1963

0,99562,9156

5,54379,9593

2,50539,4

2,52516,51

1,63083,97

2,61089,39

0,63121,1309

0,78254,07

1,64565,6

1,50222,56

1,77448,089

1,7293,25

11,410,7349

1,57023,7146

8,992,4347

3,881,1971

11,41691,5474

3,7934,8534

12,89226,8337

12,1299

0,89744,9729

2,18846,1867

0,99563,0865

5,54379,9593

2,50539,5

2,52516,6

1,63083,89

2,61089,65

0,63121,1555

0,78254,09

1,64565,9

1,50222,66

1,77448,1391

1,7293,46

11,370,7349

1,6333,7146

8,82,4347

3,991,1971

11,52391,5474

3,84574,8534

13,14716,8337

12,6334

0,89745,2422

2,18846,1963

0,99563,1675

5,543710,0224

2,50539,45

2,52516,65

1,63083,95

2,610810,17

0,63121,1923

0,78254,09

1,64565,9

1,50222,81

1,77448,1475

1,7293,71

11,450,7349

1,66893,7146

8,952,4347

4,11,1971

11,52391,5474

3,92124,8534

13,22556,8337

12,5495

0,89745,3409

2,18846,2155

0,99563,1765

5,54379,8395

2,50539,47

2,52516,61

1,63083,96

2,610810,3

0,63121,1493

0,78254,1

1,64565,66

1,50222,84

1,77448,0973

1,7293,74

11,430,7349

1,6423,7146

92,4347

4,081,1971

11,52391,5474

3,77034,8534

13,20596,8337

12,4842

0,89745,5833

2,18846,2347

0,99563,2395

5,54379,8647

2,50539,55

2,52516,78

1,63084,02

2,610810,45

0,63121,1862

0,78254,22

1,64565,7

1,50222,83

1,77448,1642

1,7293,77

11,850,7349

1,67793,7146

9,182,4347

4,111,1971

11,53361,5474

3,86844,8534

13,21576,8337

12,5681

0,89745,709

2,18846,2251

0,99563,2485

5,54379,9152

2,50539,44

2,52516,79

1,63084,05

2,610810,35

0,63121,1862

0,78254,25

1,64565,82

1,50222,86

1,77448,2143

1,7293,76

12,10,7349

1,67793,7146

9,122,4347

4,151,1971

11,82531,5474

4,03434,8534

13,10786,8337

12,4935

0,89745,7359

2,18846,2347

0,99563,2125

5,54379,9026

2,50539,52

2,52516,8

1,63084,05

2,610810,46

0,63121,1923

0,78254,27

1,64565,79

1,50222,85

1,77448,3564

1,7293,77

12,210,7349

1,68683,7146

9,142,4347

4,151,1971

11,69891,5474

4,09464,8534

13,15696,8337

12,5029

0,89745,7718

2,18846,2155

0,99563,2665

5,54379,9341

2,50539,56

2,52516,75

1,63084,04

2,610810,5

0,63121,1923

0,78254,31

1,64565,79

1,50222,84

1,77448,3146

1,7293,78

12,310,7349

1,70483,7146

9,22,4347

4,131,1971

11,661,5474

4,26054,8534

13,13736,8337

12,5029

0,89745,5564

2,18846,2443

0,99563,1765

5,54379,871

2,50539,49

2,52516,68

1,63084,03

2,610810,44

0,63121,1678

0,78254,22

1,64565,55

1,50222,77

1,77448,2227

1,7293,72

11,930,7349

1,68683,7146

92,4347

4,031,1971

11,60171,5474

4,13234,8534

12,94126,8337

12,2511

0,89745,6013

2,18846,2539

0,99563,0955

5,54379,8458

2,50539,4

2,52516,74

1,63084,04

2,610810,49

0,63121,1555

0,78254,19

1,64565,46

1,50222,8

1,77448,2979

1,7293,72

11,960,7349

1,73173,7146

9,052,4347

3,981,1971

11,57251,5474

4,10214,8534

12,94126,8337

12,2884

0,89745,6102

2,18846,1963

0,99562,9696

5,54379,8963

2,50539,5

2,52516,78

1,63084,02

2,610810,74

0,63121,18

0,78254,19

1,64565,42

1,50222,82

1,77448,3313

1,7293,75

12,130,7349

1,75863,7146

9,342,4347

4,021,1971

11,5531,5474

4,06444,8534

12,98046,8337

12,3816

0,89745,6102

2,18846,2155

0,99563,0865

5,543710,0161

2,50539,43

2,52516,9

1,63084,03

2,610810,99

0,63121,1678

0,78254,19

1,64565,69

1,50222,83

1,77448,4065

1,7293,8

12,310,7349

1,75863,7146

9,512,4347

41,1971

11,66971,5474

4,13234,8534

13,12756,8337

12,4935

0,89745,6013

2,18846,2347

0,99563,1315

5,543710,0476

2,50539,41

2,52517,04

1,63084,03

2,610811,06

0,63121,1678

0,78254,2

1,64566,13

1,50222,85

1,77448,4316

1,7293,79

12,80,7349

1,78553,7146

9,652,4347

4,011,1971

11,69891,5474

4,174,8534

13,19616,8337

12,5495

0,89745,8885

2,18846,2732

0,99563,0685

5,543710,1486

2,50539,57

2,52516,99

1,63084,04

2,610811,04

0,63121,18

0,78254,23

1,64566,14

1,50222,85

1,77448,4817

1,7293,77

12,910,7349

1,80353,7146

9,792,4347

4,031,1971

11,86421,5474

4,12484,8534

13,36276,8337

12,652

0,89745,7269

2,18846,2347

0,99563,0955

5,543710,0918

2,50539,5

2,52516,8

1,63084,02

2,610811

0,63121,1555

0,78254,2

1,64566,02

1,50222,82

1,77448,465

1,7293,71

12,60,7349

1,77663,7146

9,682,4347

3,971,1971

11,86421,5474

4,15494,8534

13,24516,8337

12,3071

0,89745,7269

2,18846,2251

0,99563,0865

5,543710,1864

2,50539,46

2,52516,73

1,63084

2,610810,89

0,63121,18

0,78254,19

1,64566,04

1,50222,82

1,77448,4149

1,7293,73

12,730,7349

1,76763,7146

9,762,4347

3,971,1971

11,80591,5474

4,09464,8534

13,07846,8337

12,3444

0,89745,3858

2,18846,1771

0,99562,9426

5,54379,9341

2,50539,35

2,52516,7

1,63083,89

2,610810,4

0,63121,1493

0,78254,17

1,64565,87

1,50222,71

1,77448,348

1,7293,64

12,340,7349

1,69583,7146

9,332,4347

3,871,1971

11,57251,5474

3,92874,8534

12,63736,8337

11,9901

0,89745,1883

2,18846,1579

0,99562,8976

5,54379,8206

2,50539,18

2,52516,31

1,63083,89

2,610810,2

0,63121,0879

0,78254,16

1,64565,57

1,50222,67

1,77448,2477

1,7293,5

12,10,7349

1,61513,7146

9,062,4347

3,661,1971

11,57251,5474

3,88344,8534

12,36276,8337

11,8222

0,89745,3948

2,18846,1483

0,99562,8976

5,54379,8332

2,50539,15

2,52516,26

1,63083,95

2,610810,77

0,63121,1063

0,78254,19

1,64565,8

1,50222,7

1,77448,2394

1,7293,6

12,090,7349

1,65093,7146

9,272,4347

3,681,1971

11,57251,5474

3,97394,8534

12,48046,8337

11,9994

0,89745,323

2,18846,0522

0,99562,9066

5,54379,8143

2,50539,22

2,52516,32

1,63083,92

2,610810,67

0,63121,1001

0,78254,22

1,64565,88

1,50222,67

1,77448,2477

1,7293,55

11,840,7349

1,6423,7146

9,272,4347

3,691,1971

11,57251,5474

3,95134,8534

12,30396,8337

11,9061

0,89745,1076

2,18845,9561

0,99562,8616

5,54379,7764

2,50539,1

2,52516,17

1,63083,91

2,610810,41

0,63121,1063

0,78254,2

1,64565,66

1,50222,64

1,77448,3982

1,7293,56

11,70,7349

1,6333,7146

9,112,4347

3,561,1971

11,57251,5474

3,88344,8534

12,20596,8337

12,0274

0,89744,8742

2,18846,0042

0,99562,7986

5,54379,7764

2,50539,22

2,52516,08

1,63083,9

2,610810,49

0,63121,0694

0,78254,1

1,64565,46

1,50222,6

1,77448,3814

1,7293,52

11,750,7349

1,59713,7146

8,812,4347

3,451,1971

11,57251,5474

3,77034,8534

11,81376,8337

11,9061

0,89744,5151

2,18845,7064

0,99562,7716

5,54379,5115

2,50539,08

2,52515,93

1,63083,88

2,610810,5

0,63120,9895

0,78253,84

1,64565,12

1,50222,5

1,77448,3397

1,7293,45

11,740,7349

1,49843,7146

8,382,4347

3,251,1971

11,51411,5474

3,40844,8534

11,42166,8337

11,7104

0,89744,8024

2,18845,7928

0,99562,7356

5,54379,5809

2,50539,02

2,52516,04

1,63083,89

2,610810,53

0,63120,9834

0,78254,04

1,64565,28

1,50222,56

1,77448,2644

1,7293,37

11,560,7349

1,51643,7146

8,32,4347

3,311,1971

11,58221,5474

3,54414,8534

11,61766,8337

12,074

0,89745,0896

2,18846,0618

0,99562,8346

5,54379,9026

2,50539,27

2,52516,15

1,63083,99

2,610810,72

0,63121,0202

0,78254,08

1,64565,56

1,50222,68

1,77448,2477

1,7293,46

120,7349

1,6333,7146

8,512,4347

3,541,1971

11,59191,5474

3,71764,8534

12,14716,8337

12,5401

0,89744,9101

2,18845,9465

0,99562,7536

5,54379,8963

2,50539,1

2,52515,99

1,63083,97

2,610810,9

0,63121,1247

0,78254

1,64565,43

1,50222,65

1,77448,231

1,7293,44

11,820,7349

1,6423,7146

8,352,4347

3,481,1971

11,57251,5474

3,73264,8534

11,93146,8337

12,4935

0,89744,9191

2,18845,9561

0,99562,7176

5,54379,9656

2,50539,1

2,52515,99

1,63084,02

2,610810,92

0,63121,2415

0,78254

1,64565,5

1,50222,66

1,77448,2561

1,7293,48

11,80,7349

1,67793,7146

8,522,4347

3,481,1971

11,57251,5474

3,76284,8534

11,81376,8337

12,5122

0,89744,8652

2,18845,7832

0,99562,6546

5,54379,871

2,50539,02

2,52515,88

1,63084,02

2,610810,98

0,63121,2661

0,78254,05

1,64565,39

1,50222,65

1,77448,2477

1,7293,44

11,80,7349

1,65093,7146

8,452,4347

3,481,1971

11,46551,5474

3,77034,8534

11,78436,8337

12,5401

0,89744,6587

2,18845,5719

0,99562,5106

5,54379,6503

2,50538,96

2,52515,62

1,63083,99

2,610810,93

0,63121,2108

0,78254,02

1,64565,24

1,50222,58

1,77448,1809

1,7293,37

11,260,7349

1,56123,7146

7,922,4347

3,371,1971

10,67781,5474

3,69494,8534

11,5986,8337

12,4842

0,89744,6677

2,18845,5527

0,99562,4926

5,54379,7764

2,50538,97

2,52515,71

1,63084,05

2,610810,93

0,63121,1923

0,78254,06

1,64565,12

1,50222,58

1,77448,1725

1,7293,39

11,440,7349

1,57923,7146

7,912,4347

3,331,1971

10,11381,5474

3,714,8534

11,62756,8337

12,6054

0,89744,7485

2,18845,5815

0,99562,5916

5,543710,0476

2,50539,1

2,52515,85

1,63084,1

2,610810,85

0,63121,1616

0,78254,18

1,64565,34

1,50222,59

1,77448,2394

1,7293,45

11,60,7349

1,6243,7146

7,972,4347

3,341,1971

9,55941,5474

3,69494,8534

11,84316,8337

12,7546

0,89744,6318

2,18845,6679

0,99562,6186

5,543710,0287

2,50539,2

2,52515,81

1,63084,1

2,610810,83

0,63121,1432

0,78254,31

1,64565,35

1,50222,59

1,77448,2143

1,7293,4

11,430,7349

1,6333,7146

7,882,4347

3,421,1971

10,15271,5474

3,61954,8534

11,81376,8337

12,708

1,08624,6677

1,93045,9273

1,00092,6276

5,643110,035

2,50539,16

2,56686

1,64884,12

2,832710,94

0,59341,1493

0,78254,38

1,66355,52

0,98362,63

1,58888,2227

1,86333,41

11,450,7536

1,65993,7146

8,092,4573

3,781,2391

10,37631,5721

3,58184,9845

11,88246,8564

12,7173

1,08624,8024

1,93046,0138

1,00092,7896

5,643110,2369

2,50539,31

2,56686,1

1,64884,14

2,832711,1

0,59341,1923

0,78254,37

1,66355,54

0,98362,66

1,58888,2812

1,86333,46

11,750,7536

1,71373,7146

8,422,4573

3,881,2391

10,15271,5721

3,60444,9845

12,18636,8564

12,9411

1,08624,8113

1,93046,1675

1,00092,9336

5,643110,3567

2,50539,29

2,56686,14

1,64884,14

2,832711,79

0,59341,1923

0,78254,5

1,66355,6

0,98362,69

1,58888,3898

1,86333,44

11,70,7536

1,74073,7146

8,52,4573

3,91,2391

10,4251,5721

3,58184,9845

12,22556,8564

12,8944

1,08625,0717

1,93046,1867

1,00092,9336

5,643110,281

2,50539,35

2,56686,23

1,64884,1

2,832711,5

0,59341,1923

0,78254,56

1,66355,71

0,98362,65

1,58888,3146

1,86333,41

11,620,7536

1,75863,7146

8,722,4573

3,861,2391

10,30831,5721

3,77034,9845

12,25496,8564

12,8851

1,08625,1794

1,93046,1291

1,00092,9246

5,643110,4072

2,50539,5

2,56686,26

1,64884,15

2,832711,55

0,59341,1923

0,78254,82

1,66355,72

0,98362,65

1,58888,3062

1,86333,44

11,70,7536

1,76763,7146

8,912,4573

3,91,2391

10,37631,5721

3,7934,9845

12,28436,8564

12,997

1,08625,1704

1,93046,0906

1,00092,9246

5,643110,4387

2,50539,39

2,56686,3

1,64884,13

2,832711,5

0,59341,2661

0,78254,85

1,66355,85

0,98362,7

1,58888,3146

1,86333,41

11,890,7536

1,76763,7146

8,882,4573

3,861,2391

10,34721,5721

3,81564,9845

12,12756,8564

12,9224

1,08625,0986

1,93046,0426

1,00092,9066

5,643110,4702

2,50539,47

2,56686,3

1,64884,22

2,832711,4

0,59341,2661

0,78254,92

1,66355,8

0,98362,75

1,58888,3062

1,86333,59

11,840,7536

1,77663,7146

8,812,4573

3,861,2391

10,30831,5721

3,76284,9845

12,14716,8564

12,8385

1,08625,1165

1,93046,1194

1,00092,9156

5,643110,4828

2,50539,36

2,56686,32

1,64884,21

2,832711,43

0,59341,2415

0,78254,94

1,66356,1

0,98362,76

1,58888,2394

1,86333,53

11,820,7536

1,76763,7146

8,792,4573

3,841,2391

10,08461,5721

3,77034,9845

12,00986,8564

12,7732

1,08625,2422

1,93046,0522

1,00092,9156

5,643110,5648

2,50539,52

2,56686,31

1,64884,3

2,832711,47

0,59341,2292

0,78255,09

1,66356,18

0,98362,77

1,58888,348

1,86333,53

11,80,7536

1,82143,7146

8,742,4573

3,811,2391

10,16241,5721

3,7934,9845

126,8564

12,7919

1,08625,1704

1,93046,0234

1,00092,8886

5,643110,5144

2,50539,57

2,56686,3

1,64884,25

2,832711,47

0,59341,2354

0,78254,92

1,66356,07

0,98362,76

1,58888,6488

1,86333,51

11,750,7536

1,81243,7146

8,72,4573

3,761,2391

10,2111,5721

3,77034,9845

12,00986,8564

12,8851

1,08625,0627

1,93046,0042

1,00092,8346

5,643110,5144

2,50539,53

2,56686,21

1,64884,25

2,832711,34

0,59341,2354

0,78254,76

1,66356,04

0,98362,67

1,58888,6906

1,86333,48

11,730,7536

1,80353,7146

8,742,4573

3,651,2391

9,99711,5721

3,74774,9845

11,94126,8564

12,9877

1,08624,937

1,93046,0042

1,00092,7986

5,643110,4198

2,50539,45

2,56686,11

1,64884,23

2,832711,42

0,59341,2108

0,78254,62

1,66355,98

0,98362,65

1,58888,6906

1,86333,45

11,520,7536

1,77663,7146

8,672,4573

3,61,2391

9,94841,5721

3,69494,9845

11,89226,8564

12,969

1,08625,1435

1,93046,0522

1,00092,8346

5,643110,4639

2,50539,45

2,56686,26

1,64884,29

2,832711,52

0,59341,2292

0,78254,72

1,66356,08

0,98362,66

1,58888,6906

1,86333,48

11,70,7536

1,78553,7146

8,772,4573

3,631,2391

10,01651,5721

3,83824,9845

11,91186,8564

13,2114

1,08625,1076

1,93046,2155

1,00092,8886

5,643110,4072

2,50539,3

2,56686,21

1,64884,32

2,832711,36

0,59341,2169

0,78254,78

1,66355,98

0,98362,65

1,58888,7408

1,86333,5

11,710,7536

1,78553,7146

8,782,4573

3,611,2391

9,96791,5721

3,91364,9845

11,85296,8564

13,2581

1,08625,0806

1,93046,1579

1,00092,9156

5,643110,3882

2,50539,24

2,56686,08

1,64884,27

2,832711,46

0,59341,2046

0,78254,92

1,66356,04

0,98362,63

1,58888,6488

1,86333,48

11,550,7536

1,77663,7146

8,732,4573

3,621,2391

10,04571,5721

3,85334,9845

11,77456,8564

13,2487

1,08624,937

1,93046,1291

1,00092,8436

5,643110,2747

2,50539,21

2,56685,96

1,64884,28

2,832711,38

0,59341,1923

0,78254,94

1,66355,87

0,98362,57

1,58888,6154

1,86333,42

11,460,7536

1,74073,7146

8,62,4573

3,521,2391

9,91931,5721

3,77034,9845

11,57846,8564

13,0436

1,08625,0268

1,93046,1867

1,00092,8436

5,643110,3945

2,50539,3

2,56685,97

1,64884,34

2,832711,4

0,59341,2231

0,78255

1,66355,88

0,98362,59

1,58888,7491

1,86333,42

11,540,7536

1,78553,7146

8,672,4573

3,631,2391

9,96791,5721

3,75534,9845

11,51966,8564

13,1182

1,08624,9819

1,93046,1579

1,00092,8076

5,643110,3945

2,50539,28

2,56686,01

1,64884,31

2,832711,22

0,59341,2108

0,78254,86

1,66355,7

0,98362,56

1,58888,6739

1,86333,41

11,410,7536

1,76763,7146

8,42,4573

3,721,2391

9,72481,5721

3,70254,9845

11,42166,8564

12,8851

1,08625,0268

1,93046,2539

1,00092,8706

5,643110,4072

2,50539,48

2,56686,02

1,64884,34

2,832711,3

0,59341,2169

0,78254,91

1,66355,58

0,98362,56

1,58888,6154

1,86333,48

11,450,7536

1,76763,7146

8,472,4573

3,851,2391

9,77341,5721

3,73264,9845

11,35296,8564

13,1928

1,08624,9639

1,93046,2443

1,00093,0775

5,643110,6405

2,50539,46

2,56686,13

1,64884,35

2,832711,28

0,59341,1985

0,78254,99

1,66355,6

0,98362,54

1,58888,6321

1,86333,48

11,170,7536

1,76763,7146

8,312,4573

3,851,2391

9,60811,5721

3,88344,9845

11,56,8564

13,4072

1,08624,9998

1,93046,0714

1,00093,0865

5,643110,5333

2,50539,72

2,56686,36

1,64884,39

2,832711,2

0,59341,2046

0,78255,05

1,66355,78

0,98362,57

1,58888,7993

1,86333,49

11,30,7536

1,77663,7146

8,452,4573

3,821,2391

9,55941,5721

3,88344,9845

11,57846,8564

13,6403

1,08625,1165

1,93046,0042

1,00093,0865

5,643110,5333

2,50539,65

2,56686,26

1,64884,39

2,832711,11

0,59341,1923

0,78255,09

1,66355,74

0,98362,59

1,58889,15

1,86333,51

11,290,7536

1,79453,7146

8,292,4573

3,891,2391

8,98571,5721

3,86844,9845

11,63736,8564

13,9107

1,08625,1704

1,93045,8024

1,00093,0055

5,643110,5459

2,50539,8

2,56686,26

1,64884,44

2,832711,13

0,59341,1985

0,78255,12

1,66355,7

0,98362,63

1,58889,25

1,86333,5

11,20,7536

1,81243,7146

8,372,4573

3,871,2391

9,13161,5721

3,86844,9845

11,81376,8564

13,9853

1,08625,1614

1,93045,7064

1,00092,9426

5,643110,363

2,50539,73

2,56686,16

1,64884,5

2,832711,06

0,59341,1985

0,78255,19

1,66355,52

0,98362,6

1,58889,11

1,86333,5

11,150,7536

1,81243,7146

8,432,4573

3,811,2391

9,17051,5721

3,84574,9845

11,57846,8564

13,6496

1,08625,2063

1,93045,6487

1,00092,8976

5,643110,2369

2,50539,64

2,56686,08

1,64884,45

2,832711,05

0,59341,1985

0,78255,2

1,66355,46

0,98362,58

1,58889,13

1,86333,48

110,7536

1,81243,7146

8,352,4573

3,811,2391

9,14131,5721

3,77034,9845

11,43146,8564

13,7056

Page 136: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

Da

ta

Altri S

GP

S S

AA

ltri SG

PS

SA

Ba

nc

o B

PI S

AB

an

co

BP

I SA

Ba

nc

o

Co

me

rcia

l P

ortu

gu

es S

A

Ba

nc

o

Co

me

rcia

l P

ortu

gu

es S

A

Ba

nc

o E

sp

irito

Sa

nto

SA

Ba

nc

o E

sp

irito

Sa

nto

SA

Bris

a A

uto

-E

stra

da

s d

e

Po

rtug

al S

A

Bris

a A

uto

-E

stra

da

s d

e

Po

rtug

al S

A

Cim

po

r C

ime

nto

s d

e

Po

rtug

al S

GP

S

SA

Cim

po

r C

ime

nto

s d

e

Po

rtug

al S

GP

S

SA

ED

P - E

ne

rgia

s

de

Po

rtug

al S

AE

DP

- En

erg

ias

de

Po

rtug

al S

AE

DP

R

en

ova

ve

is S

AE

DP

R

en

ova

ve

is S

AG

alp

En

erg

ia

SG

PS

SA

Ga

lp E

ne

rgia

S

GP

S S

AIn

ap

a-In

ve

st

Pa

rticip

Ge

sta

Ina

pa

-Inve

st

Pa

rticip

Ge

sta

Je

ron

imo

M

artin

s S

GP

S

SA

Je

ron

imo

M

artin

s S

GP

S

SA

Mo

ta-E

ng

il S

GP

S S

AM

ota

-En

gil

SG

PS

SA

Po

rtuc

el

Em

pre

sa

P

rod

uto

ra d

e

Pa

sta

e P

a

Po

rtuc

el

Em

pre

sa

P

rod

uto

ra d

e

Pa

sta

e P

a

Po

rtug

al

Te

lec

om

SG

PS

S

A

Po

rtug

al

Te

lec

om

SG

PS

S

A

RE

N - R

ed

es

En

erg

etic

as

Na

cio

na

is S

A

RE

N - R

ed

es

En

erg

etic

as

Na

cio

na

is S

A

Se

ma

pa

-S

oc

ied

ad

e d

e

Inve

stim

en

to e

G

esta

Se

ma

pa

-S

oc

ied

ad

e d

e

Inve

stim

en

to e

G

esta

So

na

eS

on

ae

So

na

e In

du

stria

S

GP

S S

AS

on

ae

Ind

ustria

S

GP

S S

AS

on

ae

co

m -

SG

PS

SA

So

na

ec

om

- S

GP

S S

AZ

on

Mu

ltime

dia

S

erv

ico

s d

e

Te

lec

om

un

ica

c

Zo

n M

ultim

ed

ia

Se

rvic

os d

e

Te

lec

om

un

ica

c

Ba

nif

Ba

nif

Ba

nc

o P

op

ula

r E

sp

an

ho

lB

an

co

Po

pu

lar

Esp

an

ho

lB

an

co

Sa

nta

nd

er

Ba

nc

o S

an

tan

de

r

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

11/5

/07

11/6

/07

11/7

/07

11/8

/07

11/9

/07

11/1

2/0

7

11/1

3/0

7

11/1

4/0

7

11/1

5/0

7

11/1

6/0

7

11/1

9/0

7

11/2

0/0

7

11/2

1/0

7

11/2

2/0

7

11/2

3/0

7

11/2

6/0

7

11/2

7/0

7

11/2

8/0

7

11/2

9/0

7

11/3

0/0

7

12/3

/07

12/4

/07

12/5

/07

12/6

/07

12/7

/07

12/1

0/0

7

12/1

1/0

7

12/1

2/0

7

12/1

3/0

7

12/1

4/0

7

12/1

7/0

7

12/1

8/0

7

12/1

9/0

7

12/2

0/0

7

12/2

1/0

7

12/2

4/0

7

12/2

7/0

7

12/2

8/0

7

12/3

1/0

7

1/2

/08

1/3

/08

1/4

/08

1/7

/08

1/8

/08

1/9

/08

1/1

0/0

8

1/1

1/0

8

1/1

4/0

8

1/1

5/0

8

1/1

6/0

8

1/1

7/0

8

1/1

8/0

8

1/2

1/0

8

1/2

2/0

8

1/2

3/0

8

1/2

4/0

8

1/2

5/0

8

1/2

8/0

8

1/2

9/0

8

1/3

0/0

8

1/3

1/0

8

2/1

/08

2/4

/08

2/5

/08

2/6

/08

2/7

/08

2/8

/08

2/1

1/0

8

1,08625,1883

1,93045,4758

1,00092,8706

5,643110,1233

2,50539,6

2,56686,03

1,64884,45

2,832710,98

0,59341,1985

0,78255,14

1,66355,47

0,98362,56

1,58889,2

1,86333,47

10,90,7536

1,78553,7146

8,332,4573

3,81,2391

9,0441,5721

3,73264,9845

11,37256,8564

13,5471

1,08625,2961

1,93045,5527

1,00092,9246

5,643110,1486

2,50539,73

2,56686,02

1,64884,56

2,832710,99

0,59341,1923

0,78255,23

1,66355,57

0,98362,54

1,58889,5

1,86333,52

10,990,7536

1,78553,7146

8,442,4573

3,831,2391

8,94681,5721

3,76284,9845

11,36276,8564

13,5564

1,08625,4038

1,93045,4374

1,00092,8436

5,64319,8332

2,50539,68

2,56686,1

1,64884,69

2,832710,86

0,59341,1862

0,78255,27

1,66355,65

0,98362,49

1,58889,4

1,86333,52

11,150,7536

1,80353,7146

8,392,4573

3,81,2391

9,09271,5721

3,65724,9845

11,29416,8564

13,4632

1,08625,2332

1,93045,4758

1,00092,7806

5,64319,8773

2,50539,77

2,56686,01

1,64884,85

2,832712,35

0,59341,1678

0,78255,23

1,66355,63

0,98362,53

1,58889,27

1,86333,53

10,980,7536

1,81243,7146

8,272,4573

3,871,2391

9,48171,5721

3,6124,9845

11,24516,8564

13,9853

1,08625,1435

1,93045,4278

1,00092,8166

5,64319,9089

2,50539,81

2,56686,05

1,64884,84

2,832715,4

0,59341,1678

0,78255,25

1,66355,58

0,98362,47

1,58889,2

1,86333,58

10,810,7536

1,87533,7146

8,172,4573

3,851,2391

9,44281,5721

3,48384,9845

11,18636,8564

13,7802

1,08625,1345

1,93045,3605

1,00092,8166

5,643110,0729

2,50539,85

2,56686,17

1,64884,91

2,832714,14

0,59341,18

0,78255,31

1,66355,65

0,98362,44

1,58889,27

1,86333,65

10,70,7536

1,88423,7146

8,172,4573

3,811,2391

9,07321,5721

3,67994,9845

11,56,8564

13,8081

1,08625,1524

1,93045,2741

1,00092,7986

5,643110,117

2,50539,96

2,56686,26

1,64884,7

2,832713,97

0,59341,18

0,78255,31

1,66355,68

0,98362,42

1,58889,49

1,86333,55

10,710,7536

1,86633,7146

8,252,4573

3,821,2391

9,0441,5721

3,56674,9845

11,79416,8564

13,8454

1,08625,1883

1,93045,2548

1,00092,7896

5,643110,117

2,505310,15

2,56686,26

1,64884,68

2,832714,35

0,59341,18

0,78255,29

1,66355,63

0,98362,46

1,58889,6

1,86333,55

10,710,7536

1,85733,7146

8,212,4573

3,811,2391

8,92731,5721

3,5294,9845

11,71576,8564

13,8175

1,08625,1973

1,93045,2452

1,00092,7806

5,64319,9846

2,505310,05

2,56686,13

1,64884,76

2,832714,02

0,59341,1555

0,78255,18

1,66355,51

0,98362,43

1,58889,35

1,86333,57

10,650,7536

1,85733,7146

8,082,4573

3,81,2391

8,75231,5721

3,39334,9845

11,60786,8564

13,7429

1,08625,1345

1,93045,2741

1,00092,7626

5,64319,8584

2,505310,09

2,56686,08

1,64884,72

2,832714,02

0,59341,1555

0,78255,34

1,66355,45

0,98362,4

1,58889,44

1,86333,55

10,440,7536

1,85733,7146

7,922,4573

3,811,2391

8,60641,5721

3,254,9845

11,66676,8564

13,7802

1,08624,955

1,93045,178

1,00092,7356

5,64319,8269

2,505310,09

2,56686,02

1,64884,62

2,832714,01

0,59341,1063

0,78255,35

1,66355,3

0,98362,32

1,58889,3

1,86333,54

10,270,7536

1,76763,7146

7,642,4573

3,771,2391

8,40221,5721

3,15954,9845

11,47066,8564

13,6217

1,08624,937

1,93045,3029

1,00092,7806

5,64319,7764

2,50539,89

2,56686,02

1,64884,54

2,832714,05

0,59341,094

0,78255,23

1,66355,22

0,98362,28

1,58889,37

1,86333,51

9,930,7536

1,79453,7146

7,352,4573

3,771,2391

8,49941,5721

3,11434,9845

11,5986,8564

13,7802

1,08624,9011

1,93045,2068

1,00092,7266

5,64319,5557

2,50539,65

2,56685,95

1,64884,58

2,832713,65

0,59341,0756

0,78255,45

1,66355,14

0,98362,27

1,58889,17

1,86333,51

9,750,7536

1,73173,7146

7,092,4573

3,721,2391

8,85931,5721

2,97864,9845

11,32356,8564

13,4818

1,08624,9909

1,93045,2548

1,00092,7626

5,64319,562

2,505310,1

2,56686,06

1,64884,65

2,832713,56

0,59341,1616

0,78255,34

1,66355,12

0,98362,27

1,58889,32

1,86333,52

9,710,7536

1,74073,7146

7,282,4573

3,751,2391

8,94681,5721

3,01634,9845

11,4026,8564

13,3793

1,08625,0717

1,93045,447

1,00092,8526

5,64319,6377

2,505310,03

2,56686,01

1,64884,69

2,832713,45

0,59341,17

0,78255,35

1,66355,12

0,98362,32

1,58889,44

1,86333,54

9,830,7536

1,77663,7146

7,362,4573

3,881,2391

8,9761,5721

3,08414,9845

11,4026,8564

13,5098

1,08625,0896

1,93045,4566

1,00092,7446

5,64319,5052

2,505310,01

2,56686

1,64884,71

2,832713,57

0,59341,14

0,78255,33

1,66355,11

0,98362,32

1,58889,3

1,86333,55

9,730,7536

1,79453,7146

7,422,4573

3,821,2391

8,90791,5721

3,10684,9845

11,34316,8564

13,3793

1,08625,1165

1,93045,3221

1,00092,6726

5,64319,6187

2,505310,19

2,56686

1,64884,61

2,832714,05

0,59341,12

0,78255,41

1,66355,05

0,98362,32

1,58889,3

1,86333,55

9,730,7536

1,78553,7146

7,292,4573

3,791,2391

8,75231,5721

3,12184,9845

11,39226,8564

13,3979

1,08625,1614

1,93045,2933

1,00092,6996

5,64319,8206

2,505310,4

2,56686,01

1,64884,7

2,832714,79

0,59341,08

0,78255,59

1,66355,18

0,98362,36

1,58889,31

1,86333,58

9,780,7536

1,79453,7146

7,442,4573

3,81,2391

8,99541,5721

3,19724,9845

11,58826,8564

13,5657

1,08625,1435

1,93045,2452

1,00092,6906

5,64319,9026

2,505310,35

2,56686,04

1,64884,6

2,832714,77

0,59341,05

0,78255,52

1,66355,16

0,98362,34

1,58889,4

1,86333,59

9,840,7536

1,80353,7146

7,62,4573

3,811,2391

9,03431,5721

3,31794,9845

11,70596,8564

13,5564

1,08625,323

1,93045,226

1,00092,6906

5,643110,0161

2,505310,35

2,56686,1

1,64884,61

2,832714,81

0,59341,12

0,78255,49

1,66355,18

0,98362,42

1,58889,31

1,86333,69

10,070,7536

1,83943,7146

7,782,4573

3,841,2391

9,21911,5721

3,39334,9845

11,86276,8564

13,6496

1,08625,4217

1,93045,2741

1,00092,7176

5,643110,0161

2,505310,41

2,56686,03

1,64884,71

2,832715,12

0,59341,09

0,78255,5

1,66355,25

0,98362,45

1,58889,28

1,86333,63

10,020,7536

1,83943,7146

7,752,4573

3,891,2391

9,03431,5721

3,40844,9845

11,91186,8564

13,6403

1,08625,4038

1,93045,3317

1,00092,7176

5,64319,972

2,505310,25

2,56686,01

1,64884,68

2,832715,04

0,59341,07

0,78255,5

1,66355,27

0,98362,51

1,58889,27

1,86333,64

100,7536

1,81243,7146

7,642,4573

3,91,2391

9,0441,5721

3,34054,9845

11,9516,8564

13,5937

1,08625,4038

1,93045,3413

1,00092,7356

5,643110,0287

2,505310,17

2,56686,09

1,64884,62

2,832714,99

0,59341,06

0,78255,5

1,66355,42

0,98362,52

1,58889,26

1,86333,6

10,080,7536

1,83943,7146

7,592,4573

3,851,2391

9,05381,5721

3,36314,9845

11,96086,8564

13,7056

1,08625,3589

1,93045,2741

1,00092,7266

5,643110,0287

2,505310,1

2,56686,09

1,64884,63

2,832714,77

0,59341,13

0,78255,48

1,66355,49

0,98362,51

1,58889,25

1,86333,68

100,7536

1,82143,7146

7,412,4573

3,851,2391

8,92731,5721

3,37074,9845

11,88246,8564

13,6963

1,08625,3499

1,93045,3029

1,00092,6996

5,643110,1233

2,505310

2,56686,23

1,64884,59

2,832714,85

0,59341,09

0,78255,5

1,66355,44

0,98362,57

1,58889,33

1,86333,74

9,980,7536

1,83043,7146

7,462,4573

3,851,2391

8,96621,5721

3,34814,9845

12,01966,8564

13,8734

1,08625,3409

1,93045,2548

1,00092,6636

5,643110,0666

2,505310

2,56686,26

1,64884,57

2,832714,67

0,59341,08

0,78255,49

1,66355,49

0,98362,57

1,58889,26

1,86333,74

9,940,7536

1,83943,7146

7,512,4573

3,811,2391

8,91761,5721

3,31794,9845

12,08826,8564

13,976

1,08625,305

1,93045,3509

1,00092,6276

5,643110,0287

2,505310,03

2,56686,31

1,64884,69

2,832714,75

0,59341,06

0,78255,52

1,66355,4

0,98362,55

1,58889,22

1,86333,75

9,830,7536

1,81243,7146

7,552,4573

3,81,2391

9,11211,5721

3,25764,9845

12,15696,8564

13,9853

1,08625,2243

1,93045,226

1,00092,5916

5,64319,9656

2,505310,04

2,56686,27

1,64884,6

2,832715,36

0,59341,06

0,78255,51

1,66355,35

0,98362,52

1,58889,2

1,86333,71

9,760,7536

1,83043,7146

7,482,4573

3,81,2391

9,24831,5721

3,26514,9845

12,13736,8564

13,9387

1,08625,1076

1,93045,0435

1,00092,4656

5,64319,7764

2,50539,99

2,56686,11

1,64884,52

2,832715,43

0,59341,05

0,78255,4

1,66355,21

0,98362,35

1,58889,16

1,86333,7

9,570,7536

1,79453,7146

7,222,4573

3,741,2391

9,2581,5721

3,12944,9845

11,76476,8564

13,6403

1,08625,0717

1,93045,1684

1,00092,5556

5,64319,8395

2,505310,09

2,56686,12

1,64884,6

2,832716,3

0,59341,03

0,78255,34

1,66355,33

0,98362,37

1,58889,25

1,86333,68

9,670,7536

1,79453,7146

7,292,4573

3,751,2391

9,41361,5721

3,12944,9845

11,81376,8564

13,6963

1,08625,0357

1,93045,178

1,00092,6996

5,64319,7197

2,505310,07

2,56686,06

1,64884,6

2,832716,86

0,59341,04

0,78255,28

1,66355,18

0,98362,37

1,58889,15

1,86333,66

9,550,7536

1,76763,7146

7,212,4573

3,741,2391

9,23851,5721

3,18974,9845

11,65696,8564

13,4166

1,08624,9639

1,93045,2068

1,00092,6906

5,64319,7449

2,505310,07

2,56686,03

1,64884,58

2,832716,67

0,59341,03

0,78255,28

1,66355,16

0,98362,37

1,58889,22

1,86333,67

9,580,7536

1,76763,7146

7,122,4573

3,721,2391

9,13161,5721

3,14454,9845

11,56,8564

13,3793

1,08624,9639

1,93045,1684

1,00092,6726

5,64319,7133

2,505310,06

2,56686,01

1,64884,51

2,832716,62

0,59341,03

0,78255,25

1,66355,15

0,98362,37

1,58889,18

1,86333,7

9,460,7536

1,75863,7146

72,4573

3,651,2391

9,13161,5721

3,09174,9845

11,50986,8564

13,3886

1,08624,8921

1,93045,1588

1,00092,6546

5,64319,6187

2,505310,01

2,56686,02

1,64884,47

2,832716,87

0,59341,03

0,78255,28

1,66355,17

0,98362,28

1,58889,09

1,86333,69

9,210,7536

1,70483,7146

6,712,4573

3,571,2391

9,16071,5721

3,03144,9845

11,43146,8564

13,4725

1,08624,8832

1,93045,2356

1,00092,6456

5,64319,6503

2,505310,16

2,56686,15

1,64884,49

2,832717,6

0,59341,01

0,78255,45

1,66355,2

0,98362,31

1,58889,1

1,86333,68

9,10,7536

1,74073,7146

6,782,4573

3,551,2391

9,12181,5721

3,03894,9845

11,39226,8564

13,7242

1,08624,9639

1,93045,2356

1,00092,6996

5,64319,6629

2,505310,05

2,56686,2

1,64884,52

2,832718,18

0,59341,03

0,78255,45

1,66355,15

0,98362,32

1,58889,1

1,86333,67

9,010,7536

1,73173,7146

6,772,4573

3,61,2391

9,23851,5721

3,04644,9845

11,5496,8564

13,7615

1,08624,9011

1,93045,178

1,00092,6366

5,64319,5241

2,505310,05

2,56686,1

1,64884,46

2,832719,03

0,59341,03

0,78255,4

1,66355,11

0,98362,29

1,58889,05

1,86333,63

8,90,7536

1,70483,7146

6,682,4573

3,491,2391

9,14131,5721

3,02384,9845

11,47066,8564

13,7895

1,08624,8203

1,93045,1492

1,00092,6456

5,64319,4863

2,505310,05

2,56686,03

1,64884,45

2,832718,69

0,59340,95

0,78255,4

1,66355,1

0,98362,25

1,58888,98

1,86333,63

8,80,7536

1,75863,7146

6,652,4573

3,421,2391

8,9761,5721

2,97864,9845

11,41186,8564

13,603

1,15054,7844

2,08625,1492

0,90142,6276

5,93579,4611

2,77310,05

2,68926

1,72044,47

2,899418,39

0,97870,92

0,9185,4

1,74195,12

1,53242,23

1,33148,93

1,88353,62

8,770,6299

1,77664,2506

6,652,5517

3,31,2274

9,28721,8552

3,01635,1388

11,27458,2291

13,4725

1,15054,928

2,08625,0819

0,90142,5196

5,93579,4043

2,77310,07

2,68926,07

1,72044,45

2,899418,2

0,97870,88

0,9185,49

1,74195,02

1,53242,18

1,33148,95

1,88353,62

8,60,6299

1,74964,2506

6,492,5517

3,261,2274

9,06351,8552

3,08415,1388

11,07848,2291

13,2767

1,15054,8472

2,08624,9474

0,90142,4746

5,93579,2088

2,77310

2,68926,11

1,72044,51

2,899417,85

0,97870,9

0,9185,48

1,74195,02

1,53242,17

1,33148,85

1,88353,52

8,530,6299

1,71374,2506

6,192,5517

3,191,2274

8,9761,8552

3,03145,1388

10,92168,2291

13,1928

1,15054,8203

2,08624,7745

0,90142,4476

5,93579,1141

2,77310

2,68926,03

1,72044,54

2,899416,94

0,97870,88

0,9185,59

1,74195

1,53242,2

1,33148,7

1,88353,46

8,570,6299

1,654,2506

6,112,5517

3,131,2274

8,99541,8552

3,0545,1388

10,89228,2291

12,9877

1,15054,6049

2,08624,7073

0,90142,4206

5,93579,0952

2,7739,9

2,68925,97

1,72044,66

2,899416,4

0,97870,81

0,9185,55

1,74194,94

1,53242,22

1,33149,06

1,88353,37

8,240,6299

1,564,2506

5,82,5517

3,121,2274

8,88841,8552

2,99365,1388

10,63738,2291

12,7266

1,15054,6049

2,08624,7169

0,90142,4746

5,93579,1961

2,77310,07

2,68925,99

1,72044,63

2,899415,97

0,97870,83

0,9185,57

1,74194,9

1,53242,25

1,33149,27

1,88353,42

8,50,6299

1,544,2506

5,962,5517

3,11,2274

8,81061,8552

2,94845,1388

10,64718,2291

12,5774

1,15054,4164

2,08624,6496

0,90142,4656

5,93578,9691

2,77310,06

2,68925,91

1,72044,5

2,899415,35

0,97870,76

0,9185,51

1,74194,67

1,53242,18

1,33149,36

1,88353,45

8,250,6299

1,434,2506

5,592,5517

3,051,2274

8,80091,8552

2,81275,1388

10,65698,2291

12,7826

1,15054,174

2,08624,5055

0,90142,4296

5,93578,742

2,7739,95

2,68925,75

1,72044,54

2,899416,01

0,97870,64

0,9185,25

1,74194,61

1,53242,12

1,33149,4

1,88353,45

8,150,6299

1,354,2506

5,182,5517

2,921,2274

8,80091,8552

2,81275,1388

10,64718,2291

12,6054

1,15053,9496

2,08624,275

0,90142,3666

5,93578,5149

2,7739,93

2,68925,65

1,72044,53

2,899415,48

0,97870,72

0,9184,8

1,74194,58

1,53242,1

1,33149,36

1,88353,38

7,980,6299

1,34,2506

5,042,5517

2,961,2274

8,75231,8552

2,67695,1388

10,19618,2291

12,1206

1,15053,8598

2,08624,323

0,90142,4386

5,93578,5591

2,7739,91

2,68925,6

1,72044,5

2,899415,76

0,97870,69

0,9184,91

1,74194,59

1,53242,07

1,33149,12

1,88353,24

8,140,6299

1,344,2506

5,12,5517

2,961,2274

8,77171,8552

2,70715,1388

10,05888,2291

11,9807

1,15053,5906

2,08624,2942

0,90142,3936

5,93578,3762

2,7739,75

2,68925,53

1,72044,38

2,899415,09

0,97870,7

0,9184,74

1,74194,4

1,53242,01

1,33149,24

1,88353,23

8,20,6299

1,314,2506

4,892,5517

2,771,2274

8,6551,8552

2,60155,1388

9,92168,2291

11,8875

1,15053,411

2,08624,1309

0,90142,2317

5,93578,1996

2,7739,75

2,68925,38

1,72044,2

2,899414,04

0,97870,69

0,9184,88

1,74194,22

1,53241,96

1,33149,11

1,88353,13

8,050,6299

1,284,2506

5,032,5517

2,611,2274

8,75231,8552

2,4135,1388

9,68638,2291

11,5985

1,15053,5008

2,08623,9579

0,90142,1687

5,93578,0293

2,7739,85

2,68925,48

1,72044,23

2,899414,28

0,97870,71

0,9185,06

1,74194,26

1,53241,95

1,33149,19

1,88353,09

7,950,6299

1,274,2506

4,852,5517

2,51,2274

8,75231,8552

2,35275,1388

9,00988,2291

10,5542

1,15053,5816

2,08623,9579

0,90142,1327

5,93578,0041

2,77310,01

2,68925,5

1,72044,19

2,899414,3

0,97870,71

0,9184,98

1,74194,2

1,53241,94

1,33149,28

1,88353,04

8,10,6299

1,234,2506

4,782,5517

2,451,2274

8,88841,8552

2,29245,1388

9,42168,2291

11,0391

1,15053,429

2,08623,7082

0,90141,8717

5,93577,3481

2,7739,81

2,68925,23

1,72043,99

2,899413,65

0,97870,65

0,9184,57

1,74193,92

1,53241,8

1,33148,82

1,88353

7,80,6299

1,174,2506

4,482,5517

2,341,2274

8,5871,8552

2,14915,1388

9,32358,2291

10,5076

1,15053,5277

2,08623,7274

0,90141,9077

5,93577,5688

2,7739,8

2,68925,36

1,72043,87

2,899415

0,97870,66

0,9184,57

1,74194,18

1,53241,8

1,33148,68

1,88353,09

7,880,6299

1,234,2506

4,482,5517

2,331,2274

8,70371,8552

2,1345,1388

10,07848,2291

11,1976

1,15053,5008

2,08623,7082

0,90141,8807

5,93577,5058

2,7739,41

2,68925,21

1,72043,73

2,899414,62

0,97870,65

0,9184,81

1,74194

1,53241,79

1,33148,32

1,88353,15

7,820,6299

1,184,2506

4,42,5517

2,191,2274

8,46061,8552

2,07375,1388

10,30398,2291

11,2721

1,15053,5995

2,08623,7562

0,90141,9347

5,93577,6824

2,7739,71

2,68925,24

1,72043,96

2,899415

0,97870,67

0,9185

1,74194,05

1,53241,84

1,33148,45

1,88353,37

7,840,6299

1,224,2506

4,442,5517

2,251,2274

8,57721,8552

2,18685,1388

9,99028,2291

11,1789

1,15053,8778

2,08623,4968

0,90141,8717

5,93577,6761

2,7739,89

2,68925,25

1,72044,11

2,899415,29

0,97870,67

0,9185,17

1,74194,2

1,53241,92

1,33148,64

1,88353,3

7,920,6299

1,234,2506

4,552,5517

2,241,2274

8,53831,8552

2,33015,1388

10,26478,2291

11,2442

1,15053,8643

2,08623,4104

0,90141,8267

5,93577,6824

2,7739,86

2,68925,26

1,72044,1

2,899415,3

0,97870,67

0,9185,39

1,74194,11

1,53241,92

1,33148,55

1,88353,26

7,780,6299

1,2754,2506

4,542,5517

2,221,2274

8,51891,8552

2,33765,1388

10,26478,2291

11,1976

1,15053,9317

2,08623,396

0,90141,8987

5,93577,6635

2,77310,18

2,68925,38

1,72044,295

2,899415,78

0,97870,69

0,9185,42

1,74194,21

1,53241,96

1,33148,645

1,88353,35

7,850,6299

1,284,2506

4,62,5517

2,2151,2274

8,75231,8552

2,4135,1388

10,12758,2291

11,0297

1,15053,8868

2,08623,2951

0,90141,8897

5,93577,5815

2,77310,05

2,68925,27

1,72044,28

2,899415,15

0,97870,68

0,9185,345

1,74194,18

1,53241,96

1,33148,59

1,88353,26

7,780,6299

1,2954,2506

4,62,5517

2,2751,2274

8,75231,8552

2,40555,1388

10,27458,2291

11,2535

1,15053,8554

2,08623,1894

0,90141,8762

5,93577,4238

2,7739,92

2,68925,255

1,72044,26

2,899415,16

0,97870,67

0,9185,485

1,74194,17

1,53241,93

1,33148,61

1,88353,235

7,840,6299

1,264,2506

4,562,5517

2,31,2274

8,70371,8552

2,43565,1388

10,16678,2291

11,1789

1,15053,9137

2,08623,3575

0,90141,8357

5,93577,5121

2,77310,1

2,68925,53

1,72044,345

2,899416

0,97870,7

0,9185,44

1,74194,41

1,53242,01

1,33148,6

1,88353,23

8,10,6299

1,264,2506

4,752,5517

2,51,2274

8,75231,8552

2,46585,1388

9,55888,2291

10,5822

1,15053,9586

2,08623,3479

0,90141,8402

5,93577,5436

2,77310,1

2,68925,605

1,72044,31

2,899416,72

0,97870,76

0,9185,55

1,74194,52

1,53242,1

1,33148,655

1,88353,25

8,440,6299

1,2954,2506

4,972,5517

2,721,2274

8,84951,8552

2,54125,1388

9,5988,2291

10,8153

1,15053,7925

2,08623,2038

0,90141,7592

5,93577,3922

2,77310,05

2,68925,345

1,72044,115

2,899415,85

0,97870,73

0,9185,215

1,74194,36

1,53242,01

1,33148,43

1,88353,2

8,110,6299

1,254,2506

4,672,5517

2,571,2274

8,81061,8552

2,43565,1388

9,31378,2291

10,8153

1,15053,7925

2,08623,2278

0,90141,7817

5,93577,5058

2,77310,1

2,68925,41

1,72044,135

2,899416,21

0,97870,76

0,9185,21

1,74194,4

1,53242,11

1,33148,6

1,88353,27

8,290,6299

1,2554,2506

4,792,5517

2,681,2274

8,75231,8552

2,42815,1388

9,25498,2291

10,8433

1,15053,7252

2,08623,1702

0,90141,7592

5,93577,4616

2,77310

2,68925,37

1,72044,1

2,899416,31

0,97870,75

0,9185,335

1,74194,26

1,53242,07

1,33148,63

1,88353,255

7,890,6299

1,2454,2506

4,652,5517

2,611,2274

8,5871,8552

2,46585,1388

9,12758,2291

10,6568

1,15053,7701

2,08623,1414

0,90141,6962

5,93577,5089

2,77310,02

2,68925,36

1,72044,095

2,899417,15

0,97870,76

0,9185,34

1,74194,4

1,53242,14

1,33148,705

1,88353,28

8,140,6299

1,254,2506

4,662,5517

2,61,2274

8,60641,8552

2,45835,1388

9,37258,2291

11,0577

1,15053,788

2,08623,0357

0,90141,6063

5,93577,3229

2,77310,02

2,68925,37

1,72044,14

2,899417,08

0,97870,77

0,9185,23

1,74194,34

1,53242,11

1,33148,585

1,88353,35

7,980,6299

1,2254,2506

4,552,5517

2,5151,2274

8,66481,8552

2,45835,1388

9,46088,2291

11,1509

Page 137: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

Da

ta

Altri S

GP

S S

AA

ltri SG

PS

SA

Ba

nc

o B

PI S

AB

an

co

BP

I SA

Ba

nc

o

Co

me

rcia

l P

ortu

gu

es S

A

Ba

nc

o

Co

me

rcia

l P

ortu

gu

es S

A

Ba

nc

o E

sp

irito

Sa

nto

SA

Ba

nc

o E

sp

irito

Sa

nto

SA

Bris

a A

uto

-E

stra

da

s d

e

Po

rtug

al S

A

Bris

a A

uto

-E

stra

da

s d

e

Po

rtug

al S

A

Cim

po

r C

ime

nto

s d

e

Po

rtug

al S

GP

S

SA

Cim

po

r C

ime

nto

s d

e

Po

rtug

al S

GP

S

SA

ED

P - E

ne

rgia

s

de

Po

rtug

al S

AE

DP

- En

erg

ias

de

Po

rtug

al S

AE

DP

R

en

ova

ve

is S

AE

DP

R

en

ova

ve

is S

AG

alp

En

erg

ia

SG

PS

SA

Ga

lp E

ne

rgia

S

GP

S S

AIn

ap

a-In

ve

st

Pa

rticip

Ge

sta

Ina

pa

-Inve

st

Pa

rticip

Ge

sta

Je

ron

imo

M

artin

s S

GP

S

SA

Je

ron

imo

M

artin

s S

GP

S

SA

Mo

ta-E

ng

il S

GP

S S

AM

ota

-En

gil

SG

PS

SA

Po

rtuc

el

Em

pre

sa

P

rod

uto

ra d

e

Pa

sta

e P

a

Po

rtuc

el

Em

pre

sa

P

rod

uto

ra d

e

Pa

sta

e P

a

Po

rtug

al

Te

lec

om

SG

PS

S

A

Po

rtug

al

Te

lec

om

SG

PS

S

A

RE

N - R

ed

es

En

erg

etic

as

Na

cio

na

is S

A

RE

N - R

ed

es

En

erg

etic

as

Na

cio

na

is S

A

Se

ma

pa

-S

oc

ied

ad

e d

e

Inve

stim

en

to e

G

esta

Se

ma

pa

-S

oc

ied

ad

e d

e

Inve

stim

en

to e

G

esta

So

na

eS

on

ae

So

na

e In

du

stria

S

GP

S S

AS

on

ae

Ind

ustria

S

GP

S S

AS

on

ae

co

m -

SG

PS

SA

So

na

ec

om

- S

GP

S S

AZ

on

Mu

ltime

dia

S

erv

ico

s d

e

Te

lec

om

un

ica

c

Zo

n M

ultim

ed

ia

Se

rvic

os d

e

Te

lec

om

un

ica

c

Ba

nif

Ba

nif

Ba

nc

o P

op

ula

r E

sp

an

ho

lB

an

co

Po

pu

lar

Esp

an

ho

lB

an

co

Sa

nta

nd

er

Ba

nc

o S

an

tan

de

r

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

2/1

2/0

8

2/1

3/0

8

2/1

4/0

8

2/1

5/0

8

2/1

8/0

8

2/1

9/0

8

2/2

0/0

8

2/2

1/0

8

2/2

2/0

8

2/2

5/0

8

2/2

6/0

8

2/2

7/0

8

2/2

8/0

8

2/2

9/0

8

3/3

/08

3/4

/08

3/5

/08

3/6

/08

3/7

/08

3/1

0/0

8

3/1

1/0

8

3/1

2/0

8

3/1

3/0

8

3/1

4/0

8

3/1

7/0

8

3/1

8/0

8

3/1

9/0

8

3/2

0/0

8

3/2

5/0

8

3/2

6/0

8

3/2

7/0

8

3/2

8/0

8

3/3

1/0

8

4/1

/08

4/2

/08

4/3

/08

4/4

/08

4/7

/08

4/8

/08

4/9

/08

4/1

0/0

8

4/1

1/0

8

4/1

4/0

8

4/1

5/0

8

4/1

6/0

8

4/1

7/0

8

4/1

8/0

8

4/2

1/0

8

4/2

2/0

8

4/2

3/0

8

4/2

4/0

8

4/2

5/0

8

4/2

8/0

8

4/2

9/0

8

4/3

0/0

8

5/2

/08

5/5

/08

5/6

/08

5/7

/08

5/8

/08

5/9

/08

5/1

2/0

8

5/1

3/0

8

5/1

4/0

8

5/1

5/0

8

5/1

6/0

8

5/1

9/0

8

5/2

0/0

8

5/2

1/0

8

5/2

2/0

8

5/2

3/0

8

5/2

6/0

8

5/2

7/0

8

5/2

8/0

8

1,15053,8643

2,08622,9589

0,90141,5928

5,93577,531

2,77310,19

2,68925,42

1,72044,27

2,899417,21

0,97870,84

0,9185,43

1,74194,42

1,53242,12

1,33148,695

1,88353,35

8,120,6299

1,254,2506

4,742,5517

2,511,2274

8,83981,8552

2,45075,1388

9,49028,2291

11,095

1,15053,9272

2,08623,0837

0,90141,6648

5,93577,6887

2,77310,12

2,68925,48

1,72044,28

2,899416,78

0,97870,93

0,9185,5

1,74194,5

1,53242,09

1,33148,77

1,88353,31

8,160,6299

1,254,2506

4,752,5517

2,51,2274

8,80091,8552

2,4135,1388

9,19618,2291

10,8339

1,15054,0977

2,08623,2038

0,90141,7637

5,93577,7486

2,77310,26

2,68925,5

1,72044,26

2,899416,51

0,97870,93

0,9185,55

1,74194,65

1,53242,21

1,33148,64

1,88353,3

8,260,6299

1,2354,2506

4,842,5517

2,491,2274

8,63561,8552

2,33765,1388

9,44128,2291

11,1043

1,15054,0439

2,08623,0693

0,90141,7052

5,93577,9473

2,77310,15

2,68925,455

1,72044,185

2,899416,75

0,97870,91

0,9185,485

1,74194,59

1,53242,2

1,33148,585

1,88353,33

8,220,6299

1,214,2506

4,792,5517

2,421,2274

8,56751,8552

2,33015,1388

9,4028,2291

11,0577

1,15054,1112

2,08623,1126

0,90141,6962

5,93578,0104

2,77310,16

2,68925,515

1,72044,21

2,899416,78

0,97870,9

0,9185,5

1,74194,65

1,53242,21

1,33148,5

1,88353,355

8,310,6299

1,214,2506

4,832,5517

2,4851,2274

8,63561,8552

2,4135,1388

9,33338,2291

10,8619

1,15054,192

2,08623,1078

0,90141,6827

5,93577,8842

2,77310,07

2,68925,57

1,72044,185

2,899417

0,97870,94

0,9185,51

1,74194,72

1,53242,17

1,33148,555

1,88353,365

8,350,6299

1,224,2506

4,982,5517

2,481,2274

8,55781,8552

2,32255,1388

9,38248,2291

10,9551

1,15054,174

2,08623,0261

0,90141,6108

5,93577,695

2,77310,06

2,68925,62

1,72044,09

2,899416,96

0,97870,93

0,9185,57

1,74194,73

1,53242,14

1,33148,535

1,88353,39

8,310,6299

1,214,2506

52,5517

2,511,2274

8,70371,8552

2,29995,1388

9,29418,2291

10,9272

1,15054,1561

2,08623,0549

0,90141,5793

5,93577,6824

2,77310,04

2,68925,66

1,72044,12

2,899417

0,97870,95

0,9185,57

1,74194,83

1,53242,17

1,33148,445

1,88353,37

8,340,6299

1,194,2506

5,042,5517

2,5651,2274

8,51891,8552

2,33765,1388

9,53928,2291

11,1789

1,15054,0977

2,08622,9781

0,90141,5433

5,93577,5752

2,7739,98

2,68925,705

1,72044,035

2,899416,64

0,97870,93

0,9185,405

1,74194,91

1,53242,14

1,33148,295

1,88353,4

8,510,6299

1,1854,2506

4,982,5517

2,521,2274

8,61611,8552

2,33015,1388

9,87258,2291

11,4679

1,15054,1291

2,08622,9781

0,90141,5748

5,93577,5815

2,77310,11

2,68925,71

1,72044,07

2,899416,78

0,97870,95

0,9185,4

1,74194,84

1,53242,15

1,33148,4

1,88353,4

8,480,6299

1,214,2506

4,972,5517

2,51,2274

8,481,8552

2,36025,1388

9,93148,2291

11,4866

1,15054,1561

2,08623,103

0,90141,6782

5,93577,5815

2,77310,15

2,68925,73

1,72044,07

2,899416,95

0,97870,94

0,9185,39

1,74194,86

1,53242,14

1,33148,38

1,88353,4

8,330,6299

1,2254,2506

4,982,5517

2,471,2274

8,41191,8552

2,39795,1388

10,17658,2291

11,2349

1,15054,1336

2,08623,1462

0,90141,7502

5,93577,5436

2,77310

2,68925,57

1,72044,08

2,899416,95

0,97870,94

0,9185,495

1,74194,83

1,53242,09

1,33148,12

1,88353,43

8,180,6299

1,2254,2506

4,872,5517

2,441,2274

8,21741,8552

2,39795,1388

10,20598,2291

11,123

1,15054,1381

2,08623,0453

0,90141,7097

5,93577,4995

2,7739,91

2,68925,49

1,72043,99

2,899416,67

0,97870,92

0,9184,905

1,74194,79

1,53242,08

1,33148,3

1,88353,41

8,120,6299

1,224,2506

4,852,5517

2,4351,2274

8,07161,8552

2,38295,1388

10,02948,2291

10,9085

1,15054,1291

2,08623,0501

0,90141,7187

5,93577,5152

2,7739,98

2,68925,525

1,72043,875

2,899416,86

0,97870,92

0,9184,88

1,74194,56

1,53242,1

1,33148,45

1,88353,43

8,070,6299

1,214,2506

4,762,5517

2,371,2274

7,97431,8552

2,22455,1388

9,74518,2291

10,7221

1,15054,0753

2,08623,103

0,90141,6962

5,93577,4238

2,7739,89

2,68925,505

1,72043,795

2,899416,36

0,97870,89

0,9184,9

1,74194,65

1,53242,06

1,33148,34

1,88353,4

8,150,6299

1,1954,2506

4,622,5517

2,321,2274

7,63391,8552

2,18685,1388

10,12758,2291

10,9365

1,15054,0394

2,08623,1702

0,90141,6782

5,93577,3229

2,7739,73

2,68925,49

1,72043,79

2,899415,4

0,97870,9

0,9184,92

1,74194,65

1,53242,07

1,33148,26

1,88353,4

7,960,6299

1,1954,2506

4,572,5517

2,251,2274

7,44921,8552

2,18685,1388

9,94128,2291

10,6661

1,15053,9317

2,08623,3095

0,90141,6558

5,93577,4112

2,7739,9

2,68925,43

1,72043,88

2,899415,3

0,97870,93

0,9184,87

1,74194,79

1,53242,09

1,33148,48

1,88353,4

8,060,6299

1,2154,2506

4,752,5517

2,281,2274

7,87711,8552

2,2325,1388

9,91188,2291

10,5449

1,15053,9586

2,08623,42

0,90141,6378

5,93577,3039

2,7739,85

2,68925,44

1,72043,87

2,899416,15

0,97870,93

0,9184,95

1,74194,65

1,53242,1

1,33148,25

1,88353,4

8,030,6299

1,2354,2506

4,72,5517

2,231,2274

7,65341,8552

2,17175,1388

9,94128,2291

10,461

1,15053,9541

2,08623,6025

0,90141,6198

5,93577,326

2,7739,75

2,68925,48

1,72043,9

2,899415,99

0,97870,92

0,9184,85

1,74194,55

1,53242,1

1,33148,14

1,88353,37

7,910,6299

1,2354,2506

4,642,5517

2,251,2274

7,50751,8552

2,17175,1388

10,50988,2291

10,806

1,15053,9586

2,08623,2471

0,90141,6018

5,93577,2409

2,7739,49

2,68925,43

1,72043,83

2,899415,7

0,97870,94

0,9184,615

1,74194,33

1,53242,1

1,33148,06

1,88353,44

7,840,6299

1,2354,2506

4,492,5517

2,241,2274

7,36171,8552

2,14915,1388

10,80398,2291

10,9458

1,15054,0843

2,08623,2182

0,90141,6333

5,93577,285

2,7739,65

2,68925,46

1,72043,84

2,899415,56

0,97870,9

0,9184,42

1,74194,4

1,53242,11

1,33147,9

1,88353,45

7,870,6299

1,254,2506

4,482,5517

2,231,2274

7,33251,8552

2,16425,1388

10,67658,2291

10,75

1,15054,1067

2,08623,2663

0,90141,6468

5,93577,3607

2,7739,42

2,68925,4

1,72043,835

2,899415,6

0,97870,89

0,9184,59

1,74194,6

1,53242,1

1,33147,76

1,88353,415

7,930,6299

1,2654,2506

4,532,5517

2,2451,2274

7,28391,8552

2,16425,1388

10,5988,2291

10,7314

1,15053,9047

2,08623,1894

0,90141,5793

5,93577,0643

2,7739,26

2,68925,36

1,72043,75

2,899415,25

0,97870,86

0,9184,695

1,74194,4

1,53242,05

1,33147,725

1,88353,35

7,760,6299

1,234,2506

4,412,5517

2,1851,2274

7,02131,8552

2,12655,1388

10,31378,2291

10,4144

1,15053,8733

2,08623,1222

0,90141,5883

5,93577,0579

2,7739,2

2,68925,29

1,72043,685

2,899415,15

0,97870,84

0,9184,64

1,74194,37

1,53242,08

1,33147,585

1,88353,345

7,610,6299

1,224,2506

4,372,5517

2,181,2274

6,89491,8552

2,14915,1388

10,78438,2291

10,8339

1,15053,797

2,08623,0213

0,90141,5658

5,93576,7993

2,7739

2,68925,1

1,72043,615

2,899413,88

0,97870,77

0,9184,72

1,74194,2

1,53242,01

1,33147,14

1,88353,3

7,470,6299

1,1854,2506

4,162,5517

2,11,2274

6,80731,8552

2,05865,1388

10,97068,2291

10,9831

1,15053,8464

2,08623,1222

0,90141,6153

5,93576,9255

2,7739,06

2,68925,295

1,72043,7

2,899414,61

0,97870,8

0,9184,7

1,74194,39

1,53242,1

1,33147,25

1,88353,39

7,670,6299

1,24,2506

4,32,5517

2,151,2274

7,11851,8552

2,08885,1388

11,14718,2291

11,2069

1,15053,8239

2,08623,103

0,90141,6378

5,93576,8057

2,7739,09

2,68925,355

1,72043,76

2,899414,7

0,97870,79

0,9184,75

1,74194,48

1,53242,11

1,33147,05

1,88353,44

7,70,6299

1,184,2506

4,252,5517

2,141,2274

7,06991,8552

2,05115,1388

11,58828,2291

11,6824

1,15053,8284

2,08623,1222

0,90141,7232

5,93576,8435

2,7739,04

2,68925,53

1,72043,725

2,899414,38

0,97870,78

0,9184,7

1,74194,44

1,53242,11

1,33146,895

1,88353,45

7,80,6299

1,174,2506

4,192,5517

2,1351,2274

6,88511,8552

2,05865,1388

11,53928,2291

11,701

1,15053,9586

2,08623,1798

0,90141,8357

5,93577,0012

2,7739,19

2,68925,685

1,72043,845

2,899414,86

0,97870,8

0,9185,065

1,74194,66

1,53242,14

1,33147,28

1,88353,49

8,120,6299

1,174,2506

4,292,5517

2,221,2274

7,09911,8552

2,08885,1388

11,57848,2291

11,8968

1,15054,008

2,08623,1414

0,90141,7997

5,93576,9381

2,7739,06

2,68925,645

1,72043,865

2,899414,98

0,97870,79

0,9184,975

1,74194,6

1,53242,17

1,33147,4

1,88353,49

8,140,6299

1,1754,2506

4,272,5517

2,191,2274

7,08941,8552

2,08125,1388

11,44128,2291

11,8502

1,15054,0214

2,08623,1894

0,90141,8222

5,93576,9507

2,7739,08

2,68925,685

1,72043,87

2,899414,87

0,97870,83

0,9185,1

1,74194,75

1,53242,22

1,33147,4

1,88353,47

8,220,6299

1,184,2506

4,452,5517

2,21,2274

7,10881,8552

2,11145,1388

11,27458,2291

11,7663

1,15054,0214

2,08623,223

0,90141,8627

5,93576,9444

2,7739,02

2,68925,65

1,72043,905

2,899414,78

0,97870,82

0,9185,09

1,74194,8

1,53242,22

1,33147,565

1,88353,515

8,240,6299

1,1854,2506

4,462,5517

2,181,2274

7,18661,8552

2,12655,1388

11,75498,2291

12,3071

1,17534,0169

1,76963,2182

0,90171,8537

5,53166,9444

2,7739,05

2,37695,74

1,73473,84

3,101615,11

0,98990,83

0,9185,09

1,48414,81

1,53862,23

0,18627,36

1,92543,5

6,48568,1

0,57011,165

4,25064,4

2,54362,155

1,27187,3033

1,63782,1265

5,147311,9412

7,702612,5308

1,17534,1291

1,76963,2663

0,90171,9437

5,53167,1021

2,7739,24

2,37695,69

1,73473,89

3,101615,27

0,98990,85

0,9185,19

1,48414,93

1,53862,23

0,18627,445

1,92543,49

6,48568,4

0,57011,185

4,25064,52

2,54362,17

1,27187,0213

1,63782,2094

5,147311,7647

7,702612,4656

1,17534,1112

1,76963,3287

0,90171,9752

5,53167,3039

2,7739,16

2,37695,795

1,73473,95

3,101615,48

0,98990,91

0,9185,1

1,48414,99

1,53862,19

0,18627,845

1,92543,5

6,48568,56

0,57011,17

4,25064,56

2,54362,185

1,27187,4103

1,63782,2924

5,147311,7549

7,702612,4562

1,17534,1067

1,76963,3047

0,90171,9662

5,53167,6635

2,7739,08

2,37695,755

1,73473,975

3,101615,46

0,98990,9

0,9184,94

1,48415

1,53862,18

0,18627,825

1,92543,49

6,48568,85

0,57011,16

4,25064,51

2,54362,18

1,27187,5075

1,63782,3376

5,147311,8431

7,702612,5495

1,17534,1471

1,76963,3767

0,90171,9077

5,53167,7675

2,7739,12

2,37695,735

1,73474,015

3,101615,24

0,98990,89

0,9184,925

1,48415

1,53862,16

0,18627,84

1,92543,485

6,48568,62

0,57011,15

4,25064,56

2,54362,175

1,27187,1963

1,63782,3602

5,147311,6765

7,702612,4003

1,17534,192

1,76963,4968

0,90171,955

5,53167,6098

2,7739,24

2,37695,9

1,73474,075

3,101615,47

0,98990,91

0,9184,94

1,48415,02

1,53862,17

0,18627,985

1,92543,47

6,48568,66

0,57011,15

4,25064,6

2,54362,21

1,27187,2936

1,63782,3829

5,147311,3333

7,702612,2418

1,17534,192

1,76963,492

0,90171,94

5,53167,5373

2,7739,26

2,37695,9

1,73474,15

3,101615,34

0,98990,91

0,9184,85

1,48415,13

1,53862,18

0,18627,85

1,92543,48

6,48568,53

0,57011,17

4,25064,65

2,54362,35

1,27187,5367

1,63782,3904

5,147311,0686

7,702612,1859

1,17534,174

1,76963,4488

0,90171,925

5,53167,6004

2,7739,26

2,37695,97

1,73474,1

3,101615,68

0,98990,9

0,9184,84

1,48415,25

1,53862,21

0,18627,91

1,92543,52

6,48568,55

0,57011,165

4,25064,64

2,54362,39

1,27187,5659

1,63782,3753

5,147310,7647

7,702611,9994

1,17534,183

1,76963,5545

0,90171,955

5,53167,2282

2,7739,45

2,37695,93

1,73474,09

3,101616

0,98990,9

0,9184,785

1,48415,24

1,53862,29

0,18627,86

1,92543,49

6,48568,68

0,57011,155

4,25064,61

2,54362,345

1,27187,5561

1,63782,3829

5,147310,8137

7,702611,8689

1,17534,1291

1,76963,5353

0,90172,03

5,53167,2409

2,7739,41

2,37695,9

1,73474,045

3,101615,56

0,98990,89

0,9184,815

1,48415,2

1,53862,32

0,18627,76

1,92543,49

6,48568,88

0,57011,145

4,25064,54

2,54362,32

1,27187,527

1,63782,3829

5,147310,8725

7,702612,0833

1,17534,1157

1,76963,5833

0,90172,005

5,53167,1999

2,7739,48

2,37695,865

1,73474,02

3,101615,37

0,98990,87

0,9184,76

1,48415,28

1,53862,33

0,18627,675

1,92543,485

6,48568,82

0,57011,14

4,25064,5

2,54362,38

1,27187,5464

1,63782,3829

5,147311,0588

7,702612,363

1,17534,0932

1,76963,5785

0,90171,96

5,53167,2377

2,7739,54

2,37695,84

1,73474,065

3,101616,59

0,98990,88

0,9184,875

1,48415,47

1,53862,32

0,18627,75

1,92543,48

6,48568,75

0,57011,16

4,25064,51

2,54362,36

1,27187,4881

1,63782,3225

5,147310,951

7,702612,4376

1,17534,0843

1,76963,4776

0,90171,86

5,53167,449

2,7739,6

2,37695,95

1,73474,11

3,101616,44

0,98990,89

0,9184,925

1,48415,75

1,53862,37

0,18628,08

1,92543,49

6,48568,85

0,57011,155

4,25064,59

2,54362,405

1,27187,5561

1,63782,3829

5,147311,1569

7,702612,8385

1,17534,2817

1,76963,3912

0,90171,84

5,53167,5625

2,7739,51

2,37695,95

1,73474,095

3,101616,15

0,98990,87

0,9184,88

1,48415,66

1,53862,43

0,18628,16

1,92543,53

6,48568,81

0,57011,14

4,25064,58

2,54362,4

1,27187,6048

1,63782,3678

5,147311,1176

7,702612,6986

1,17534,2458

1,76963,4536

0,90171,83

5,53167,654

2,7739,56

2,37696,025

1,73474,125

3,101616,33

0,98990,89

0,9184,9

1,48415,79

1,53862,44

0,18628,26

1,92543,5

6,48568,86

0,57011,165

4,25064,63

2,54362,525

1,27187,8284

1,63782,3602

5,147311,0294

7,702612,5868

1,17534,2189

1,76963,444

0,90171,885

5,53167,6635

2,7739,61

2,37696,04

1,73474,145

3,101616,51

0,98990,9

0,9184,84

1,48415,75

1,53862,42

0,18627,605

1,92543,48

6,48568,81

0,57011,17

4,25064,71

2,54362,565

1,27187,9549

1,63782,3602

5,147310,7157

7,702612,5122

1,17534,2817

1,76963,444

0,90171,87

5,53167,6351

2,7739,65

2,37696,015

1,73474,125

3,101616,65

0,98990,89

0,9184,95

1,48415,71

1,53862,4

0,18627,63

1,92543,5

6,48568,85

0,57011,16

4,25064,73

2,54362,47

1,27188,1494

1,63782,3527

5,147310,7157

7,702612,6054

1,17534,2817

1,76963,3383

0,90171,845

5,53167,613

2,7739,29

2,37696

1,73474,105

3,101616,74

0,98990,9

0,9185,05

1,48415,58

1,53862,41

0,18627,515

1,92543,5

6,48568,93

0,57011,16

4,25064,56

2,54362,465

1,27188,2077

1,63782,2999

5,147310,7843

7,702612,6241

1,17534,2503

1,76963,3671

0,90171,845

5,53167,5342

2,7739,23

2,37695,83

1,73474,13

3,101616,58

0,98990,89

0,9184,995

1,48415,58

1,53862,4

0,18627,475

1,92543,48

6,48568,86

0,57011,15

4,25064,52

2,54362,375

1,27188,3925

1,63782,2773

5,147310,9608

7,702612,7732

1,17534,2548

1,76963,4488

0,90171,87

5,53167,6824

2,7739,39

2,37695,82

1,73474,1

3,101616,37

0,98990,9

0,9185,01

1,48415,58

1,53862,44

0,18627,685

1,92543,46

6,48568,88

0,57011,155

4,25064,55

2,54362,375

1,27188,4606

1,63782,3225

5,147310,8333

7,702612,7732

1,17534,2997

1,76963,4584

0,90171,88

5,53167,7265

2,7739,52

2,37695,81

1,73474,135

3,101616,23

0,98990,9

0,9185,17

1,48415,65

1,53862,44

0,18627,63

1,92543,44

6,48569,1

0,57011,15

4,25064,54

2,54362,3

1,27188,4314

1,63782,315

5,147310,8627

7,702612,9131

1,17534,2907

1,76963,468

0,90171,835

5,53167,7265

2,7739,25

2,37695,715

1,73474,065

3,101615,99

0,98990,89

0,9185,135

1,48415,64

1,53862,42

0,18627,575

1,92543,43

6,48569,07

0,57011,15

4,25064,53

2,54362,22

1,27188,3341

1,63782,3225

5,147311,1471

7,702613,1462

1,17534,2907

1,76963,5064

0,90171,805

5,53167,7045

2,7739,13

2,37695,7

1,73474,06

3,101615,56

0,98990,89

0,9185,08

1,48415,73

1,53862,43

0,18627,625

1,92543,425

6,48569

0,57011,145

4,25064,48

2,54362,23

1,27188,3439

1,63782,315

5,147311,1961

7,702613,0902

1,17534,3087

1,76963,5881

0,90171,81

5,53167,9473

2,7739,4

2,37695,745

1,73474,13

3,101615,69

0,98990,9

0,9185,095

1,48415,78

1,53862,42

0,18627,825

1,92543,45

6,48569

0,57011,155

4,25064,54

2,54362,32

1,27188,5481

1,63782,3225

5,147311,098

7,702613,1089

1,17534,3087

1,76963,4008

0,90171,755

5,53167,8022

2,7739,4

2,37695,8

1,73474,05

3,101615,88

0,98990,94

0,9185,115

1,48415,77

1,53862,4

0,18627,845

1,92543,405

6,48569,05

0,57011,165

4,25064,55

2,54362,345

1,27188,5772

1,63782,3225

5,147311,1176

7,702613,1555

1,17534,3087

1,76963,4824

0,90171,81

5,53167,8274

2,7739,42

2,37695,86

1,73474,125

3,101616,38

0,98990,93

0,9185,105

1,48415,75

1,53862,38

0,18627,83

1,92543,445

6,48569,04

0,57011,145

4,25064,56

2,54362,335

1,27188,6939

1,63782,3074

5,147311,1078

7,702613,2114

1,17534,3132

1,76963,5881

0,90171,85

5,53167,9031

2,7739,56

2,37696,045

1,73474,21

3,101616,29

0,98990,9

0,9185,1

1,48415,89

1,53862,38

0,18627,95

1,92543,42

6,48569,08

0,57011,145

4,25064,58

2,54362,32

1,27188,7037

1,63782,315

5,147310,9902

7,702613,0623

1,17534,3087

1,76963,5641

0,90171,84

5,53167,7738

2,7739,4

2,37696,07

1,73474,15

3,101616,51

0,98990,9

0,9185,1

1,48415,84

1,53862,38

0,18627,96

1,92543,43

6,48569,17

0,57011,145

4,25064,64

2,54362,325

1,27188,7134

1,63782,3074

5,147310,9314

7,702613,1369

1,17534,2638

1,76963,5353

0,90171,79

5,53167,6635

2,7739,37

2,37696,125

1,73474,13

3,101616,49

0,98990,9

0,9185,075

1,48415,85

1,53862,41

0,18627,98

1,92543,44

6,48569,19

0,57011,14

4,25064,63

2,54362,32

1,27188,6842

1,63782,2697

5,147310,8922

7,702613,0623

1,17534,2683

1,76963,4824

0,90171,76

5,53167,695

2,7739,32

2,37696,16

1,73474,085

3,101616,62

0,98990,9

0,9185,04

1,48415,9

1,53862,41

0,18627,88

1,92543,48

6,48569,38

0,57011,13

4,25064,74

2,54362,35

1,27188,6842

1,63782,2622

5,147310,9412

7,702613,2021

1,17534,3356

1,76963,4584

0,90171,76

5,53167,7455

2,7739,29

2,37696,085

1,73474,14

3,101616,49

0,98990,88

0,9184,96

1,48415,81

1,53862,4

0,18627,995

1,92543,5

6,48569,43

0,57011,13

4,25064,89

2,54362,36

1,27188,5383

1,63782,2471

5,147310,9608

7,702613,2581

1,17534,3939

1,76963,3623

0,90171,76

5,53167,7328

2,7739,36

2,37696,13

1,73474,125

3,101616,67

0,98990,87

0,9184,955

1,48415,78

1,53862,39

0,18627,99

1,92543,52

6,48569,5

0,57011,115

4,25064,68

2,54362,335

1,27188,48

1,63782,2471

5,147311,098

7,702613,2301

1,17534,3894

1,76963,3191

0,90171,73

5,53167,6855

2,7739,33

2,37696,16

1,73474,02

3,101616,62

0,98990,87

0,9184,95

1,48415,78

1,53862,38

0,18628,085

1,92543,525

6,48569,41

0,57011,105

4,25064,64

2,54362,33

1,27187,8

1,63782,2547

5,147311,1863

7,702613,2301

1,17534,3939

1,76963,3719

0,90171,715

5,53167,695

2,7739,37

2,37696,125

1,73473,99

3,101616,71

0,98990,88

0,9184,92

1,48415,81

1,53862,42

0,18628,065

1,92543,545

6,48569,53

0,57011,095

4,25064,46

2,54362,325

1,27187,83

1,63782,217

5,147310,9804

7,702613,0436

1,17534,3894

1,76963,3479

0,90171,71

5,53167,7265

2,7739,34

2,37696,105

1,73474,09

3,101616,68

0,98990,88

0,9184,885

1,48415,77

1,53862,43

0,18628,04

1,92543,575

6,48569,59

0,57011,1

4,25064,47

2,54362,32

1,27187,77

1,63782,2019

5,147310,7941

7,702612,8478

1,17534,3491

1,76963,2663

0,90171,69

5,53167,6918

2,7739,2

2,37696,03

1,73474,075

3,101616,61

0,98990,87

0,9184,805

1,48415,7

1,53862,42

0,18627,93

1,92543,55

6,48569,27

0,57011,09

4,25064,39

2,54362,27

1,27187,44

1,63782,1793

5,147310,6863

7,702612,708

1,17534,3221

1,76963,2038

0,90171,7

5,53167,5878

2,7739,27

2,37696,015

1,73474,055

3,101617,44

0,98990,86

0,9184,78

1,48415,72

1,53862,41

0,18627,785

1,92543,53

6,48569,36

0,57011,06

4,25064,31

2,54362,22

1,27187,37

1,63782,0963

5,147310,4608

7,702612,4283

1,17534,2413

1,76963,23

0,90171,725

5,53167,5058

2,7739,18

2,37696,035

1,73474,095

3,101617,34

0,98990,85

0,9184,68

1,48415,63

1,53862,4

0,18627,895

1,92543,515

6,48569,4

0,57011,03

4,25064,23

2,54362,215

1,27187,22

1,63782,0737

5,147310,4314

7,702612,2977

1,17534,2009

1,76963,24

0,90171,695

5,53167,4742

2,7739,16

2,37695,88

1,73474,05

3,101617,21

0,98990,86

0,9184,705

1,48415,63

1,53862,37

0,18627,88

1,92543,33

6,48569,32

0,57011,02

4,25064,21

2,54362,19

1,27187,12

1,63782,0284

5,147310,3235

7,702612,1952

1,17534,0977

1,76963,21

0,90171,705

5,53167,4238

2,7739,1

2,37695,975

1,73474,015

3,101616,76

0,98990,85

0,9184,72

1,48415,6

1,53862,35

0,18627,825

1,92543,26

6,48569,2

0,57011,02

4,25064,18

2,54362,22

1,27187,11

1,63782,0888

5,147310,2647

7,702612,3537

1,17533,9317

1,76963,205

0,90171,68

5,53167,4175

2,7739,26

2,37696

1,73474,04

3,101616,2

0,98990,85

0,9184,685

1,48415,38

1,53862,26

0,18627,805

1,92543,135

6,48568,82

0,57011,02

4,25064,02

2,54362,175

1,27187,07

1,63782,0586

5,147310,2157

7,702612,3537

1,17533,8913

1,76963,185

0,90171,655

5,53167,3481

2,7739,21

2,37695,945

1,73474,03

3,101616,08

0,98990,85

0,9184,65

1,48415,42

1,53862,25

0,18627,915

1,92543,11

6,48568,85

0,57011,065

4,25063,98

2,54362,25

1,27187,07

1,63782,0209

5,147310,1765

7,702612,4842

Page 138: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

Da

ta

Altri S

GP

S S

AA

ltri SG

PS

SA

Ba

nc

o B

PI S

AB

an

co

BP

I SA

Ba

nc

o

Co

me

rcia

l P

ortu

gu

es S

A

Ba

nc

o

Co

me

rcia

l P

ortu

gu

es S

A

Ba

nc

o E

sp

irito

Sa

nto

SA

Ba

nc

o E

sp

irito

Sa

nto

SA

Bris

a A

uto

-E

stra

da

s d

e

Po

rtug

al S

A

Bris

a A

uto

-E

stra

da

s d

e

Po

rtug

al S

A

Cim

po

r C

ime

nto

s d

e

Po

rtug

al S

GP

S

SA

Cim

po

r C

ime

nto

s d

e

Po

rtug

al S

GP

S

SA

ED

P - E

ne

rgia

s

de

Po

rtug

al S

AE

DP

- En

erg

ias

de

Po

rtug

al S

AE

DP

R

en

ova

ve

is S

AE

DP

R

en

ova

ve

is S

AG

alp

En

erg

ia

SG

PS

SA

Ga

lp E

ne

rgia

S

GP

S S

AIn

ap

a-In

ve

st

Pa

rticip

Ge

sta

Ina

pa

-Inve

st

Pa

rticip

Ge

sta

Je

ron

imo

M

artin

s S

GP

S

SA

Je

ron

imo

M

artin

s S

GP

S

SA

Mo

ta-E

ng

il S

GP

S S

AM

ota

-En

gil

SG

PS

SA

Po

rtuc

el

Em

pre

sa

P

rod

uto

ra d

e

Pa

sta

e P

a

Po

rtuc

el

Em

pre

sa

P

rod

uto

ra d

e

Pa

sta

e P

a

Po

rtug

al

Te

lec

om

SG

PS

S

A

Po

rtug

al

Te

lec

om

SG

PS

S

A

RE

N - R

ed

es

En

erg

etic

as

Na

cio

na

is S

A

RE

N - R

ed

es

En

erg

etic

as

Na

cio

na

is S

A

Se

ma

pa

-S

oc

ied

ad

e d

e

Inve

stim

en

to e

G

esta

Se

ma

pa

-S

oc

ied

ad

e d

e

Inve

stim

en

to e

G

esta

So

na

eS

on

ae

So

na

e In

du

stria

S

GP

S S

AS

on

ae

Ind

ustria

S

GP

S S

AS

on

ae

co

m -

SG

PS

SA

So

na

ec

om

- S

GP

S S

AZ

on

Mu

ltime

dia

S

erv

ico

s d

e

Te

lec

om

un

ica

c

Zo

n M

ultim

ed

ia

Se

rvic

os d

e

Te

lec

om

un

ica

c

Ba

nif

Ba

nif

Ba

nc

o P

op

ula

r E

sp

an

ho

lB

an

co

Po

pu

lar

Esp

an

ho

lB

an

co

Sa

nta

nd

er

Ba

nc

o S

an

tan

de

r

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

5/2

9/0

8

5/3

0/0

8

6/2

/08

6/3

/08

6/4

/08

6/5

/08

6/6

/08

6/9

/08

6/1

0/0

8

6/1

1/0

8

6/1

2/0

8

6/1

3/0

8

6/1

6/0

8

6/1

7/0

8

6/1

8/0

8

6/1

9/0

8

6/2

0/0

8

6/2

3/0

8

6/2

4/0

8

6/2

5/0

8

6/2

6/0

8

6/2

7/0

8

6/3

0/0

8

7/1

/08

7/2

/08

7/3

/08

7/4

/08

7/7

/08

7/8

/08

7/9

/08

7/1

0/0

8

7/1

1/0

8

7/1

4/0

8

7/1

5/0

8

7/1

6/0

8

7/1

7/0

8

7/1

8/0

8

7/2

1/0

8

7/2

2/0

8

7/2

3/0

8

7/2

4/0

8

7/2

5/0

8

7/2

8/0

8

7/2

9/0

8

7/3

0/0

8

7/3

1/0

8

8/1

/08

8/4

/08

8/5

/08

8/6

/08

8/7

/08

8/8

/08

8/1

1/0

8

8/1

2/0

8

8/1

3/0

8

8/1

4/0

8

8/1

5/0

8

8/1

8/0

8

8/1

9/0

8

8/2

0/0

8

8/2

1/0

8

8/2

2/0

8

8/2

5/0

8

8/2

6/0

8

8/2

7/0

8

8/2

8/0

8

8/2

9/0

8

9/1

/08

9/2

/08

9/3

/08

9/4

/08

9/5

/08

9/8

/08

9/9

/08

9/1

0/0

8

9/1

1/0

8

1,17533,815

1,76963,155

0,90171,625

5,53167,2629

2,7739,22

2,37695,68

1,73474,06

3,101616,47

0,98990,83

0,9184,66

1,48415,36

1,53862,25

0,18627,8

1,92543,135

6,48568,89

0,57011,065

4,25063,87

2,54362,24

1,27187,05

1,63782,0134

5,14739,9216

7,702612,2045

1,17533,8733

1,76963,15

0,90171,635

5,53167,3102

2,7739,16

2,37695,84

1,73474,05

3,101616,21

0,98990,81

0,9184,64

1,48415,46

1,53862,26

0,18627,86

1,92543,16

6,48568,8

0,57011,05

4,25063,75

2,54362,245

1,27186,99

1,63781,9832

5,14739,9118

7,702612,1952

1,17533,8509

1,76963,085

0,90171,605

5,53167,1904

2,7739,32

2,37695,79

1,73473,975

83,1016

16,250,9899

0,790,918

4,841,4841

5,61,5386

2,20,1862

7,9151,9254

3,16,4856

8,690,5701

1,0254,2506

3,652,5436

2,241,2718

6,791,6378

1,97575,1473

9,77457,7026

12,0833

1,17533,8464

1,76963,07

0,90171,6

5,53167,1904

2,7739,28

2,37695,6

1,73474,03

7,653,1016

16,430,9899

0,780,918

4,851,4841

5,631,5386

2,260,1862

7,881,9254

3,096,4856

8,780,5701

1,034,2506

3,762,5436

2,2251,2718

6,751,6378

1,96815,1473

9,60787,7026

11,9434

1,17533,8105

1,76963,065

0,90171,575

5,53167,1242

2,7739,29

2,37695,59

1,73473,9

7,953,1016

16,120,9899

0,780,918

4,881,4841

5,581,5386

2,220,1862

7,751,9254

3,076,4856

8,820,5701

1,034,2506

3,722,5436

2,211,2718

6,671,6378

2,08085,1473

9,25497,7026

11,5985

1,17533,815

1,76963,2

0,90171,56

5,53167,1273

2,7739,23

2,37695,55

1,73473,89

7,853,1016

15,850,9899

0,790,918

4,851,4841

5,541,5386

2,220,1862

7,951,9254

3,176,4856

8,880,5701

1,0254,2506

3,72,5436

2,271,2718

6,721,6378

2,09035,1473

9,31377,7026

11,44

1,17533,7476

1,76963,125

0,90171,545

5,53166,9696

2,7739,15

2,37695,405

1,73473,815

7,853,1016

16,10,9899

0,780,918

4,7651,4841

5,351,5386

2,250,1862

7,861,9254

3,1156,4856

8,870,5701

0,9854,2506

3,522,5436

2,2351,2718

6,781,6378

2,02435,1473

9,35297,7026

11,6171

1,17533,7432

1,76963,13

0,90171,525

5,53166,9413

2,7739,1

2,37695,37

1,73473,79

7,83,1016

16,30,9899

0,750,918

4,8351,4841

5,21,5386

2,210,1862

7,7751,9254

3,176,4856

8,850,5701

0,954,2506

3,432,5436

2,1751,2718

6,671,6378

1,93965,1473

9,07847,7026

11,2721

1,17533,6983

1,76963,195

0,90171,585

5,53166,9602

2,7739,01

2,37695,34

1,73473,78

7,653,1016

16,190,9899

0,750,918

4,781,4841

5,081,5386

2,230,1862

7,6951,9254

3,226,4856

8,890,5701

0,914,2506

3,452,5436

2,21,2718

6,431,6378

1,9495,1473

9,68637,7026

11,4959

1,17533,5008

1,76963,19

0,90171,615

5,53166,7615

2,7738,98

2,37695,315

1,73473,715

7,753,1016

16,060,9899

0,750,918

4,661,4841

5,051,5386

2,190,1862

7,5751,9254

3,196,4856

8,650,5701

0,8954,2506

3,312,5436

2,171,2718

6,241,6378

1,91145,1473

10,22557,7026

11,6544

1,17533,4559

1,76963,165

0,90171,65

5,53166,8498

2,7738,85

2,37695,33

1,73473,7

7,753,1016

16,20,9899

0,740,918

4,91,4841

4,971,5386

2,180,1862

7,681,9254

3,196,4856

8,640,5701

0,914,2506

3,412,5436

2,171,2718

6,411,6378

1,85495,1473

9,57847,7026

11,4679

1,17533,429

1,76963,12

0,90171,64

5,53166,9129

2,7738,87

2,37695,44

1,73473,7

7,83,1016

16,010,9899

0,760,918

4,881,4841

4,931,5386

2,180,1862

7,61,9254

3,166,4856

8,580,5701

0,9054,2506

3,432,5436

2,181,2718

6,611,6378

1,8365,1473

9,62757,7026

11,5798

1,17533,175

1,76963,09

0,90171,625

5,53166,8561

2,7738,94

2,37695,375

1,73473,7

7,883,1016

16,20,9899

0,750,918

4,9151,4841

5,11,5386

2,190,1862

7,631,9254

3,146,4856

8,490,5701

0,8954,2506

3,382,5436

2,161,2718

6,551,6378

1,90195,1473

9,34317,7026

11,3094

1,17533,42

1,76963,135

0,90171,635

5,53166,9318

2,7738,97

2,37695,4

1,73473,695

7,813,1016

16,050,9899

0,750,918

5,0151,4841

5,191,5386

2,20,1862

7,641,9254

3,156,4856

8,350,5701

0,894,2506

3,362,5436

2,151,2718

6,811,6378

1,92085,1473

9,26477,7026

11,2069

1,17533,24

1,76963,02

0,90171,64

5,53166,8845

2,7738,9

2,37695,33

1,73473,68

7,813,1016

15,660,9899

0,720,918

4,961,4841

5,151,5386

2,160,1862

7,4951,9254

3,116,4856

8,180,5701

0,874,2506

3,272,5436

2,111,2718

6,791,6378

1,96795,1473

9,18637,7026

11,1509

1,17533,03

1,76962,915

0,90171,615

5,53166,7457

2,7738,78

2,37695,15

1,73473,595

7,753,1016

15,070,9899

0,710,918

4,8951,4841

51,5386

2,070,1862

7,3851,9254

3,16,4856

8,040,5701

0,814,2506

3,132,5436

2,11,2718

6,551,6378

1,93025,1473

9,60787,7026

11,1509

1,17532,865

1,76962,805

0,90171,595

5,53166,8088

2,7738,7

2,37694,95

1,73473,505

7,753,1016

14,830,9899

0,690,918

4,81,4841

4,931,5386

20,1862

7,161,9254

3,056,4856

8,010,5701

0,84,2506

2,982,5436

2,21,2718

6,31,6378

1,93025,1473

9,41187,7026

11,0391

1,17532,75

1,76962,755

0,90171,55

5,53166,7205

2,7738,69

2,37694,9

1,73473,48

7,613,1016

14,660,9899

0,690,918

4,7251,4841

4,861,5386

1,960,1862

7,31,9254

3,016,4856

7,960,5701

0,814,2506

2,882,5436

2,2051,2718

6,281,6378

1,84555,1473

9,43147,7026

11,3374

1,17532,57

1,76962,7

0,90171,515

5,53166,6101

2,7738,15

2,37694,8

1,73473,375

7,753,1016

14,130,9899

0,670,918

4,641,4841

4,681,5386

1,950,1862

7,21,9254

2,956,4856

8,030,5701

0,814,2506

2,822,5436

2,31,2718

6,171,6378

1,7895,1473

8,93147,7026

10,9924

1,17532,645

1,76962,78

0,90171,545

5,53166,7993

2,7738,05

2,37694,845

1,73473,425

7,473,1016

14,470,9899

0,710,918

4,751,4841

4,711,5386

2,050,1862

7,2651,9254

2,9856,4856

8,230,5701

0,8554,2506

2,932,5436

2,281,2718

6,181,6378

1,7895,1473

8,84317,7026

10,8992

1,17532,55

1,76962,7

0,90171,47

5,53166,5281

2,7737,73

2,37694,6

1,73473,37

7,423,1016

14,250,9899

0,680,918

4,71,4841

4,511,5386

1,990,1862

7,231,9254

2,866,4856

8,080,5701

0,8154,2506

2,82,5436

2,261,2718

5,931,6378

1,6765,1473

8,61767,7026

10,8806

1,17532,41

1,76962,67

0,90171,4

5,53166,4209

2,7737,53

2,37694,47

1,73473,33

7,353,1016

14,040,9899

0,660,918

4,6351,4841

4,341,5386

1,980,1862

7,111,9254

2,846,4856

8,050,5701

0,7854,2506

2,712,5436

2,191,2718

5,451,6378

1,76075,1473

8,20597,7026

10,7034

0,83492,2

1,86732,635

1,05061,375

5,24626,2506

2,49457,34

2,45074,28

1,74583,315

5,78016,95

3,35614,16

0,98720,66

0,94644,615

1,64224,09

1,57042,03

0,42897,21

1,86532,825

6,61027,92

0,62540,765

4,25062,59

2,73792,12

0,68855,28

1,78831,6571

5,39878,2255

7,963610,8806

0,83491,87

1,86732,485

1,05061,3

5,24625,8438

2,49456,95

2,45073,98

1,74583,25

5,78016,94

3,35614,15

0,98720,62

0,94644,26

1,64223,7

1,57041,92

0,42896,955

1,86532,71

6,61027,64

0,62540,675

4,25062,37

2,73792,075

0,68854,77

1,78831,563

5,39878,2451

7,963611,0484

0,83491,91

1,86732,395

1,05061,3

5,24625,8028

2,49457,19

2,45074,065

1,74583,4

5,78017,05

3,35614,96

0,98720,63

0,94644,695

1,64223,7

1,57041,96

0,42897,325

1,86532,65

6,61027,68

0,62540,68

4,25062,37

2,73792,09

0,68854,79

1,78831,5818

5,39877,9216

7,963610,5729

0,83491,885

1,86732,325

1,05061,265

5,24625,7933

2,49457,18

2,45074,21

1,74583,465

5,78016,95

3,35614,7

0,98720,65

0,94644,705

1,64223,68

1,57041,97

0,42897,325

1,86532,58

6,61027,64

0,62540,65

4,25062,34

2,73792,075

0,68854,69

1,78831,563

5,39877,9804

7,963610,5822

0,83491,9

1,86732,31

1,05061,23

5,24625,7082

2,49456,96

2,45074,245

1,74583,405

5,78017,07

3,35614,61

0,98720,62

0,94644,705

1,64223,8

1,57041,94

0,42897,11

1,86532,66

6,61027,66

0,62540,615

4,25062,37

2,73792,05

0,68854,69

1,78831,5818

5,39877,9412

7,963610,5915

0,83491,945

1,86732,38

1,05061,235

5,24625,6703

2,49457,05

2,45074,425

1,74583,47

5,78017,05

3,35614,87

0,98720,63

0,94644,87

1,64223,96

1,57041,96

0,42897,23

1,86532,81

6,61027,6

0,62540,64

4,25062,41

2,73792,09

0,68854,75

1,78831,6289

5,39878,098

7,963610,9365

0,83492,08

1,86732,29

1,05061,215

5,24625,6482

2,49456,99

2,45074,4

1,74583,56

5,78017,2

3,35614,17

0,98720,62

0,94644,935

1,64223,92

1,57041,97

0,42897,27

1,86532,955

6,61027,68

0,62540,64

4,25062,41

2,73792,135

0,68855,07

1,78831,6006

5,39877,8137

7,963610,7314

0,83492,375

1,86732,4

1,05061,25

5,24625,7082

2,49457,14

2,45074,585

1,74583,585

5,78017,05

3,35614,02

0,98720,63

0,94645,03

1,64224,04

1,57042

0,42897,27

1,86533,04

6,61027,71

0,62540,67

4,25062,54

2,73792,15

0,68855,72

1,78831,6289

5,39877,1569

7,963610,4703

0,83492,27

1,86732,34

1,05061,23

5,24625,6514

2,49457,01

2,45074,5

1,74583,565

5,78017,02

3,35613,26

0,98720,63

0,94645

1,64223,94

1,57041,98

0,42897,125

1,86532,97

6,61027,63

0,62540,665

4,25062,61

2,73792,13

0,68855,49

1,78831,6006

5,39876,9608

7,963610,4796

0,83492,3

1,86732,34

1,05061,185

5,24625,5063

2,49456,61

2,45074,515

1,74583,49

5,78016,95

3,35612,8

0,98720,61

0,94644,795

1,64223,81

1,57041,96

0,42897,02

1,86532,89

6,61027,51

0,62540,66

4,25062,53

2,73792,05

0,68855,2

1,78831,5912

5,39876,5686

7,963610,2186

0,83492,315

1,86732,35

1,05061,14

5,24625,5536

2,49456,5

2,45074,51

1,74583,455

5,78016,8

3,35612,55

0,98720,62

0,94644,775

1,64223,74

1,57041,94

0,42896,77

1,86532,86

6,61027,51

0,62540,66

4,25062,47

2,73792,03

0,68855,2

1,78831,5724

5,39876,6667

7,963610,3118

0,83492,27

1,86732,23

1,05061,045

5,24625,3423

2,49456,07

2,45074,285

1,74583,38

5,78016,85

3,35612,05

0,98720,6

0,94644,645

1,64223,57

1,57041,84

0,42896,6

1,86532,84

6,61027,36

0,62540,64

4,25062,4

2,73791,95

0,68855,21

1,78831,5536

5,39876,7647

7,963610,6195

0,83492,295

1,86732,42

1,05061,1

5,24625,4874

2,49456,34

2,45074,36

1,74583,43

5,78017,03

3,35611,26

0,98720,61

0,94644,52

1,64223,47

1,57041,82

0,42896,695

1,86532,86

6,61027,25

0,62540,665

4,25062,4

2,73791,91

0,68855,44

1,78831,563

5,39877,0588

7,963610,9551

0,83492,33

1,86732,505

1,05061,135

5,24625,8154

2,49456,84

2,45074,665

1,74583,51

5,78016,99

3,35611,4

0,98720,65

0,94644,63

1,64223,66

1,57041,84

0,42896,83

1,86532,84

6,61027,47

0,62540,7

4,25062,5

2,73792,02

0,68855,78

1,78831,676

5,39877,1373

7,963610,9085

0,83492,35

1,86732,8

1,05061,195

5,24626,2443

2,49457,14

2,45074,8

1,74583,56

5,78016,99

3,35611,3

0,98720,65

0,94644,595

1,64223,77

1,57041,87

0,42897,06

1,86532,96

6,61027,61

0,62540,74

4,25062,61

2,73792,09

0,68855,91

1,78831,8737

5,39877,049

7,963610,7966

0,83492,395

1,86732,88

1,05061,195

5,24626,7426

2,49457,11

2,45074,895

1,74583,555

5,78016,75

3,35611,66

0,98720,72

0,94644,555

1,64223,91

1,57041,92

0,42897,08

1,86532,965

6,61027,83

0,62540,795

4,25062,88

2,73792,12

0,68855,98

1,78831,9396

5,39877,7941

7,963611,3934

0,83492,58

1,86732,595

1,05061,145

5,24626,4177

2,49457,24

2,45074,67

1,74583,485

5,78016,74

3,35611,77

0,98720,7

0,94644,8

1,64223,9

1,57041,89

0,42896,95

1,86532,91

6,61027,91

0,62540,785

4,25063,11

2,73792,14

0,68856,26

1,78831,9396

5,39877,2745

7,963611,3188

0,83492,71

1,86732,64

1,05061,17

5,24626,67

2,49457,3

2,45074,795

1,74583,52

5,78016,62

3,35611,62

0,98720,72

0,94645,05

1,64223,96

1,57041,93

0,42896,94

1,86532,96

6,61027,95

0,62540,81

4,25063,16

2,73792,18

0,68856,25

1,78831,9208

5,39876,9412

7,963611,3001

0,83492,55

1,86732,465

1,05061,205

5,24626,5344

2,49457,23

2,45074,59

1,74583,45

5,78016,36

3,35611,13

0,98720,68

0,94645,005

1,64223,82

1,57041,87

0,42896,93

1,86532,915

6,61027,75

0,62540,77

4,25062,94

2,73792,125

0,68856,29

1,78831,8925

5,39876,8137

7,963611,1882

0,83492,64

1,86732,54

1,05061,2

5,24626,4335

2,49457,36

2,45074,52

1,74583,44

5,78016,4

3,35611,08

0,98720,68

0,94645,05

1,64223,82

1,57041,85

0,42896,92

1,86532,86

6,61027,49

0,62540,785

4,25062,89

2,73792,1

0,68856,25

1,78831,9019

5,39876,8725

7,963611,4493

0,83492,61

1,86732,45

1,05061,19

5,24626,484

2,49456,95

2,45074,365

1,74583,39

5,78016,4

3,35611,23

0,98720,67

0,94644,85

1,64223,78

1,57041,8

0,42896,87

1,86532,84

6,61027,31

0,62540,75

4,25062,77

2,73792,07

0,68856,22

1,78831,7984

5,39876,9314

7,963611,5519

0,83492,64

1,86732,355

1,05061,16

5,24626,3231

2,49456,89

2,45074,29

1,74583,41

5,78016,45

3,35610,93

0,98720,66

0,94645,02

1,64223,73

1,57041,88

0,42896,815

1,86532,89

6,61027,28

0,62540,72

4,25062,7

2,73792,01

0,68856,16

1,78831,6948

5,39876,8922

7,963611,6358

0,83492,68

1,86732,435

1,05061,15

5,24626,3704

2,49456,68

2,45074,1

1,74583,475

5,78016,43

3,35611,21

0,98720,67

0,94645,1

1,64223,82

1,57041,91

0,42896,99

1,86532,8

6,61027,39

0,62540,685

4,25062,71

2,73791,955

0,68856,15

1,78831,7136

5,39876,6471

7,963611,2349

0,83492,59

1,86732,43

1,05061,145

5,24626,0835

2,49456,52

2,45074,25

1,74583,515

5,78016,2

3,35611,91

0,98720,66

0,94645,21

1,64223,78

1,57041,84

0,42897,06

1,86532,845

6,61027,48

0,62540,68

4,25062,71

2,73791,92

0,68856,23

1,78831,676

5,39876,5392

7,963611,0577

0,83492,545

1,86732,375

1,05061,135

5,24626,0015

2,49456,64

2,45074,16

1,74583,42

5,78016,06

3,35611,72

0,98720,67

0,94645,19

1,64223,7

1,57041,81

0,42896,975

1,86532,85

6,61027,5

0,62540,69

4,25062,58

2,73791,95

0,68856,21

1,78831,7231

5,39877,0686

7,963611,4493

0,83492,53

1,86732,355

1,05061,12

5,24625,9321

2,49456,72

2,45074,195

1,74583,41

5,78016,22

3,35611,31

0,98720,7

0,94645,26

1,64223,66

1,57041,82

0,42896,835

1,86532,87

6,61027,34

0,62540,67

4,25062,47

2,73791,91

0,68856,1

1,78831,7325

5,39877,1961

7,963611,4493

0,83492,58

1,86732,415

1,05061,145

5,24625,7807

2,49456,51

2,45074,095

1,74583,325

5,78016,28

3,35611

0,98720,7

0,94645,505

1,64223,72

1,57041,89

0,42897,015

1,86532,92

6,61027,52

0,62540,685

4,25062,53

2,73791,97

0,68856,03

1,78831,7607

5,39877,1765

7,963611,2442

0,83492,62

1,86732,405

1,05061,135

5,24625,5757

2,49456,4

2,45074,07

1,74583,2

5,78016,35

3,35611

0,98720,69

0,94645,58

1,64223,67

1,57041,96

0,42896,945

1,86532,9

6,61027,78

0,62540,675

4,25062,57

2,73791,955

0,68855,88

1,78831,7701

5,39877,2843

7,963611,2908

0,83492,62

1,86732,365

1,05061,13

5,24625,5946

2,49456,5

2,45074,11

1,74583,22

5,78016,38

3,35612,9

0,98720,71

0,94645,58

1,64223,7

1,57042,06

0,42897,01

1,86532,77

6,61027,76

0,62540,67

4,25062,51

2,73791,965

0,68855,88

1,78831,7513

5,39877,6765

7,963611,5891

0,83492,66

1,86732,38

1,05061,135

5,24625,6829

2,49456,42

2,45074,11

1,74583,25

5,78016,45

3,35612,93

0,98720,71

0,94645,535

1,64223,68

1,57042,09

0,42896,95

1,86532,9

6,61027,83

0,62540,68

4,25062,55

2,73791,93

0,68855,86

1,78831,7419

5,39877,5882

7,963611,6171

0,83492,78

1,86732,445

1,05061,18

5,24625,7965

2,49456,74

2,45074,26

1,74583,275

5,78016,49

3,35612,87

0,98720,72

0,94645,505

1,64223,85

1,57042,14

0,42897,305

1,86532,92

6,61027,89

0,62540,705

4,25062,7

2,73791,95

0,68856,02

1,78831,7607

5,39877,2549

7,963611,2069

0,83492,75

1,86732,445

1,05061,17

5,24625,9037

2,49456,82

2,45074,295

1,74583,325

5,78016,55

3,35612,68

0,98720,71

0,94645,52

1,64223,85

1,57042,11

0,42897,5

1,86532,93

6,61027,88

0,62540,7

4,25062,77

2,73791,97

0,68856,07

1,78831,7513

5,39877,1176

7,963611,1043

0,83492,68

1,86732,345

1,05061,15

5,24625,6924

2,49456,7

2,45074,22

1,74583,29

5,78016,49

3,35612,79

0,98720,7

0,94645,69

1,64223,7

1,57042,1

0,42897,275

1,86532,93

6,61027,64

0,62540,685

4,25062,63

2,73791,95

0,68855,89

1,78831,7325

5,39877,2255

7,963611,1509

0,83492,715

1,86732,375

1,05061,165

5,24625,7933

2,49456,67

2,45074,17

1,74583,305

5,78016,47

3,35613,27

0,98720,7

0,94645,86

1,64223,7

1,57042,13

0,42897,225

1,86532,92

6,61027,72

0,62540,685

4,25062,62

2,73791,97

0,68855,76

1,78831,7513

5,39877,1373

7,963611,1136

0,83492,72

1,86732,355

1,05061,175

5,24625,8028

2,49456,62

2,45074,21

1,74583,36

5,78016,5

3,35613,18

0,98720,69

0,94645,94

1,64223,7

1,57042,14

0,42897,18

1,86532,99

6,61027,83

0,62540,7

4,25062,6

2,73791,95

0,68855,72

1,78831,7419

5,39876,7059

7,963610,7687

0,83492,745

1,86732,35

1,05061,155

5,24625,8532

2,49456,54

2,45074,17

1,74583,33

5,78016,63

3,35612,9

0,98720,69

0,94646

1,64223,67

1,57042,12

0,42897,235

1,86532,955

6,61027,82

0,62540,7

4,25062,61

2,73791,95

0,68855,59

1,78831,7231

5,39876,6765

7,963610,7407

0,83492,67

1,86732,24

1,05061,15

5,24625,5568

2,49456,45

2,45074,055

1,74583,275

5,78016,8

3,35612,55

0,98720,67

0,94645,915

1,64223,56

1,57042,03

0,42897,065

1,86532,95

6,61027,58

0,62540,675

4,25062,56

2,73791,85

0,68855,33

1,78831,6854

5,39876,549

7,963610,5076

0,83492,57

1,86732,21

1,05061,145

5,24625,582

2,49456,57

2,45074,055

1,74583,285

5,78016,87

3,35613,2

0,98720,66

0,94645,8

1,64223,54

1,57042,04

0,42897,02

1,86532,95

6,61027,57

0,62540,675

4,25062,58

2,73791,805

0,68855,16

1,78831,6666

5,39876,8725

7,963610,8246

0,83492,52

1,86732,16

1,05061,13

5,24625,4874

2,49456,35

2,45074,035

1,74583,31

5,78017,03

3,35613,6

0,98720,64

0,94645,985

1,64223,51

1,57042,05

0,42896,89

1,86532,975

6,61027,61

0,62540,67

4,25062,58

2,73791,785

0,68855,1

1,78831,6666

5,39876,7157

7,963610,5449

0,83492,555

1,86732,195

1,05061,165

5,24625,5757

2,49456,51

2,45074,18

1,74583,335

5,78016,93

3,35613,71

0,98720,64

0,94646,195

1,64223,55

1,57042,07

0,42896,92

1,86532,97

6,61027,75

0,62540,68

4,25062,62

2,73791,805

0,68855,27

1,78831,676

5,39876,8235

7,963610,5822

0,83492,58

1,86732,18

1,05061,155

5,24625,5379

2,49456,4

2,45074,15

1,74583,33

5,78016,95

3,35613,69

0,98720,63

0,94646,21

1,64223,55

1,57042,08

0,42896,91

1,86532,97

6,61027,73

0,62540,685

4,25062,63

2,73791,8

0,68855,32

1,78831,6571

5,39876,8922

7,963610,5169

0,83492,63

1,86732,16

1,05061,145

5,24625,5032

2,49456,35

2,45074,21

1,74583,35

5,78016,95

3,35613,54

0,98720,63

0,94646,365

1,64223,51

1,57042,05

0,42896,935

1,86533,015

6,61027,62

0,62540,71

4,25062,66

2,73791,83

0,68855,28

1,78831,6571

5,39877,0294

7,963610,8153

0,83492,58

1,86732,21

1,05061,15

5,24625,459

2,49456,21

2,45074,125

1,74583,365

5,78016,95

3,35613,56

0,98720,62

0,94646,155

1,64223,53

1,57041,99

0,42897,075

1,86533,06

6,61027,59

0,62540,69

4,25062,64

2,73791,82

0,68855,18

1,78831,6571

5,39877,0882

7,963610,8526

0,83492,6

1,86732,215

1,05061,17

5,24625,5473

2,49456,24

2,45074,11

1,74583,42

5,78016,97

3,35613,7

0,98720,63

0,94646,13

1,64223,5

1,57042,03

0,42897,15

1,86533,06

6,61027,58

0,62540,7

4,25062,66

2,73791,95

0,68855,38

1,78831,6666

5,39877,049

7,963610,8339

0,83492,59

1,86732,295

1,05061,18

5,24625,5631

2,49456,34

2,45074,285

1,74583,47

5,78016,95

3,35613,73

0,98720,62

0,94645,83

1,64223,64

1,57042,03

0,42897,14

1,86533,06

6,61027,68

0,62540,695

4,25062,65

2,73791,95

0,68855,36

1,78831,676

5,39877,2941

7,963611,095

0,83492,581

1,86732,286

1,05061,18

5,24625,5782

2,49456,421

2,45074,204

1,74583,5

5,78017,07

3,35613,475

0,98720,63

0,94645,946

1,64223,625

1,57042,061

0,42897,295

1,86533,046

6,61027,539

0,62540,696

4,25062,638

2,73791,915

0,68855,268

1,78831,6666

5,39877,2745

7,963611,1043

0,83492,616

1,86732,269

1,05061,18

5,24625,6009

2,49456,56

2,45074,317

1,74583,455

5,78017,19

3,35612,885

0,98720,65

0,94646

1,64223,771

1,57042,1

0,42897,55

1,86533,06

6,61027,537

0,62540,683

4,25062,68

2,73791,909

0,68855,34

1,78831,7231

5,39876,9314

7,963610,6568

0,83492,628

1,86732,295

1,05061,205

5,24625,6009

2,49456,719

2,45074,382

1,74583,487

5,78017,01

3,35612,635

0,98720,64

0,94645,9

1,64223,825

1,57042,15

0,42897,702

1,86533,059

6,61027,595

0,62540,689

4,25062,708

2,73792,05

0,68855,54

1,78831,7136

5,39876,6078

7,963610,3584

0,83492,555

1,86732,256

1,05061,208

5,24625,4748

2,49456,417

2,45074,284

1,74583,4

5,78016,7

3,35612,34

0,98720,63

0,94646

1,64223,745

1,57042,175

0,42897,501

1,86533,035

6,61027,58

0,62540,677

4,25062,644

2,73791,962

0,68855,44

1,78831,676

5,39877,0196

7,963610,9272

0,83492,52

1,86732,172

1,05061,18

5,24625,3171

2,49456,47

2,45074,302

1,74583,3

5,78016,82

3,35611,72

0,98720,62

0,94645,999

1,64223,59

1,57042,131

0,42897,28

1,86532,95

6,61027,477

0,62540,659

4,25062,6

2,73791,92

0,68855,175

1,78831,6854

5,39876,9608

7,963610,8246

0,83492,576

1,86732,319

1,05061,225

5,24625,4388

2,49456,563

2,45074,327

1,74583,315

5,78016,395

3,35612,45

0,98720,64

0,94646,339

1,64223,75

1,57042,2

0,42897,535

1,86532,97

6,61027,57

0,62540,671

4,25062,67

2,73791,95

0,68855,225

1,78831,7607

5,39877,0098

7,963610,4796

0,83492,5

1,86732,3

1,05061,243

5,24625,4496

2,49456,52

2,45074,217

1,74583,191

5,78016,17

3,35611,8

0,98720,63

0,94646,397

1,64223,7

1,57042,16

0,42897,382

1,86532,93

6,61027,358

0,62540,661

4,25062,619

2,73791,91

0,68855,218

1,78831,7513

5,39876,8922

7,963610,3678

0,83492,466

1,86732,306

1,05061,244

5,24625,3587

2,49456,41

2,45074,225

1,74583,113

5,78016,105

3,35611,355

0,98720,62

0,94645,753

1,64223,62

1,57042,164

0,42897,465

1,86532,969

6,61027,28

0,62540,64

4,25062,59

2,73791,846

0,68855,152

1,78831,7513

5,39877,0588

7,963610,5729

0,83492,411

1,86732,285

1,05061,215

5,24625,2307

2,49456,591

2,45074,136

1,74583,055

5,78016,35

3,35612,1

0,98720,61

0,94645,8

1,64223,615

1,57042,164

0,42897,288

1,86532,92

6,61027,213

0,62540,629

4,25062,586

2,73791,865

0,68855,206

1,78831,7419

5,39877

7,96369,8456

Page 139: Reputação: um elemento diferenciador e protector face a ...repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1998/1/Tese (completa) - Nuno... · i !"#$%&' Propõe-se, neste trabalho de investigação,

Da

ta

Altri S

GP

S S

AA

ltri SG

PS

SA

Ba

nc

o B

PI S

AB

an

co

BP

I SA

Ba

nc

o

Co

me

rcia

l P

ortu

gu

es S

A

Ba

nc

o

Co

me

rcia

l P

ortu

gu

es S

A

Ba

nc

o E

sp

irito

Sa

nto

SA

Ba

nc

o E

sp

irito

Sa

nto

SA

Bris

a A

uto

-E

stra

da

s d

e

Po

rtug

al S

A

Bris

a A

uto

-E

stra

da

s d

e

Po

rtug

al S

A

Cim

po

r C

ime

nto

s d

e

Po

rtug

al S

GP

S

SA

Cim

po

r C

ime

nto

s d

e

Po

rtug

al S

GP

S

SA

ED

P - E

ne

rgia

s

de

Po

rtug

al S

AE

DP

- En

erg

ias

de

Po

rtug

al S

AE

DP

R

en

ova

ve

is S

AE

DP

R

en

ova

ve

is S

AG

alp

En

erg

ia

SG

PS

SA

Ga

lp E

ne

rgia

S

GP

S S

AIn

ap

a-In

ve

st

Pa

rticip

Ge

sta

Ina

pa

-Inve

st

Pa

rticip

Ge

sta

Je

ron

imo

M

artin

s S

GP

S

SA

Je

ron

imo

M

artin

s S

GP

S

SA

Mo

ta-E

ng

il S

GP

S S

AM

ota

-En

gil

SG

PS

SA

Po

rtuc

el

Em

pre

sa

P

rod

uto

ra d

e

Pa

sta

e P

a

Po

rtuc

el

Em

pre

sa

P

rod

uto

ra d

e

Pa

sta

e P

a

Po

rtug

al

Te

lec

om

SG

PS

S

A

Po

rtug

al

Te

lec

om

SG

PS

S

A

RE

N - R

ed

es

En

erg

etic

as

Na

cio

na

is S

A

RE

N - R

ed

es

En

erg

etic

as

Na

cio

na

is S

A

Se

ma

pa

-S

oc

ied

ad

e d

e

Inve

stim

en

to e

G

esta

Se

ma

pa

-S

oc

ied

ad

e d

e

Inve

stim

en

to e

G

esta

So

na

eS

on

ae

So

na

e In

du

stria

S

GP

S S

AS

on

ae

Ind

ustria

S

GP

S S

AS

on

ae

co

m -

SG

PS

SA

So

na

ec

om

- S

GP

S S

AZ

on

Mu

ltime

dia

S

erv

ico

s d

e

Te

lec

om

un

ica

c

Zo

n M

ultim

ed

ia

Se

rvic

os d

e

Te

lec

om

un

ica

c

Ba

nif

Ba

nif

Ba

nc

o P

op

ula

r E

sp

an

ho

lB

an

co

Po

pu

lar

Esp

an

ho

lB

an

co

Sa

nta

nd

er

Ba

nc

o S

an

tan

de

r

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

Bo

ok

Ma

rke

tB

oo

kM

ark

et

9/1

2/0

8

9/1

5/0

8

9/1

6/0

8

9/1

7/0

8

9/1

8/0

8

9/1

9/0

8

9/2

2/0

8

9/2

3/0

8

9/2

4/0

8

9/2

5/0

8

9/2

6/0

8

9/2

9/0

8

9/3

0/0

8

10/1

/08

10/2

/08

10/3

/08

10/6

/08

10/7

/08

10/8

/08

10/9

/08

10/1

0/0

8

10/1

3/0

8

10/1

4/0

8

10/1

5/0

8

10/1

6/0

8

10/1

7/0

8

10/2

0/0

8

10/2

1/0

8

10/2

2/0

8

10/2

3/0

8

10/2

4/0

8

10/2

7/0

8

10/2

8/0

8

10/2

9/0

8

10/3

0/0

8

10/3

1/0

8

11/3

/08

11/4

/08

11/5

/08

11/6

/08

11/7

/08

11/1

0/0

8

11/1

1/0

8

11/1

2/0

8

11/1

3/0

8

11/1

4/0

8

11/1

7/0

8

11/1

8/0

8

11/1

9/0

8

11/2

0/0

8

11/2

1/0

8

11/2

4/0

8

11/2

5/0

8

11/2

6/0

8

11/2

7/0

8

11/2

8/0

8

12/1

/08

12/2

/08

12/3

/08

12/4

/08

12/5

/08

12/8

/08

12/9

/08

12/1

0/0

8

12/1

1/0

8

12/1

2/0

8

12/1

5/0

8

12/1

6/0

8

12/1

7/0

8

12/1

8/0

8

12/1

9/0

8

12/2

2/0

8

12/2

3/0

8

12/2

4/0

8

12/2

9/0

8

12/3

0/0

8

12/3

1/0

8

0,83492,453

1,86732,272

1,05061,233

5,24625,29

2,49456,651

2,45074,229

1,74583,126

5,78016,07

3,35612,495

0,98720,62

0,94645,867

1,64223,67

1,57042,168

0,42897,26

1,86532,884

6,61027,471

0,62540,638

4,25062,57

2,73791,937

0,68855,208

1,78831,7701

5,39877,3824

7,96369,8643

0,83492,38

1,86732,194

1,05061,19

5,24625,0774

2,49456,449

2,45074,208

1,74583,035

5,78016,34

3,35611,89

0,98720,61

0,94645,834

1,64223,53

1,57042,146

0,42897,04

1,86532,822

6,61027,474

0,62540,629

4,25062,518

2,73791,909

0,68855,03

1,78831,7042

5,39877,1569

7,96369,3142

0,83492,4

1,86732,15

1,05061,19

5,24625,1594

2,49456,68

2,45074,36

1,74582,95

5,78015,961

3,35611,24

0,98720,61

0,94645,8

1,64223,49

1,57042,123

0,42897,24

1,86532,77

6,61027,44

0,62540,617

4,25062,441

2,73791,9

0,68855,12

1,78831,6666

5,39877,3529

7,96369,2769

0,83492,396

1,86732,102

1,05061,195

5,24625,0163

2,49456,89

2,45074,32

1,74582,823

5,78015,755

3,35611,07

0,98720,6

0,94645,8

1,64223,41

1,57042,082

0,42897,046

1,86532,736

6,61027,17

0,62540,603

4,25062,45

2,73791,832

0,68855,02

1,78831,6571

5,39878,5294

7,963610,4796

0,83492,3

1,86732

1,05061,176

5,24624,9683

2,49456,636

2,45074,25

1,74582,702

5,78016,299

3,35611,09

0,98720,59

0,94644,91

1,64223,318

1,57041,982

0,42896,996

1,86532,61

6,61026,832

0,62540,561

4,25062,26

2,73791,689

0,68854,76

1,78831,6289

5,39878,5294

7,963610,0694

0,83492,4

1,86732,195

1,05061,294

5,24625,4729

2,49457

2,45074,613

1,74583,021

5,78016,06

3,35611,91

0,98720,61

0,94645,01

1,64223,351

1,57042,129

0,42897,35

1,86532,85

6,61027,015

0,62540,604

4,25062,311

2,73791,751

0,68855,245

1,78831,676

5,39878,451

7,96369,799

0,83492,4

1,86732,17

1,05061,246

5,24625,4243

2,49457,1

2,45074,692

1,74582,919

5,78015,95

3,35612,61

0,98720,61

0,94645,128

1,64223,3

1,57042,072

0,42897,5

1,86532,75

6,61027,149

0,62540,606

4,25062,33

2,73791,75

0,68855,58

1,78831,6571

5,39878,4902

7,96369,827

0,83492,35

1,86732,122

1,05061,207

5,24625,2351

2,49456,682

2,45074,484

1,74582,99

5,78015,9

3,35612,68

0,98720,6

0,94645,14

1,64223,23

1,57041,994

0,42897,43

1,86532,69

6,61026,911

0,62540,586

4,25062,33

2,73791,745

0,68855,412

1,78831,6289

5,39878,4902

7,963610,172

0,83492,36

1,86732,155

1,05061,18

5,24625,2982

2,49456,5

2,45074,31

1,74583,03

5,78016,12

3,35612,8

0,98720,61

0,94645,699

1,64223,159

1,57041,973

0,42897,3

1,86532,75

6,61026,88

0,62540,567

4,25062,27

2,73791,717

0,68855,41

1,78831,6195

5,39878,5294

7,963610,1813

0,83492,38

1,86732,151

1,05061,179

5,24625,6047

2,49456,62

2,45074,406

1,74582,997

5,78015,97

3,35612,72

0,98720,59

0,94645,816

1,64223,119

1,57041,995

0,42897,281

1,86532,791

6,61026,95

0,62540,575

4,25062,268

2,73791,724

0,68855,29

1,78831,6006

5,39878,0392

7,96369,7524

0,83492,405

1,86732,127

1,05061,166

5,24625,6514

2,49456,745

2,45074,536

1,74583,006

5,78015,785

3,35612,025

0,98720,59

0,94645,649

1,64223,11

1,57041,931

0,42897,37

1,86532,74

6,61026,79

0,62540,57

4,25062,285

2,73791,715

0,68855,28

1,78831,5912

5,39878,1275

7,96369,7897

0,83492,3

1,86732,085

1,05061,13

5,24625,4874

2,49456,618

2,45074,348

1,74582,875

5,78015,59

3,35611,36

0,98720,59

0,94645,5

1,64223,016

1,57041,845

0,42896,978

1,86532,72

6,61026,61

0,62540,546

4,25062,243

2,73791,641

0,68855,202

1,78831,563

5,39878,3039

7,963610,172

0,83412,201

1,78762,16

1,06531,142

5,14425,4559

2,49457

2,50534,493

1,76042,939

5,79615,371

3,366911,64

0,98520,59

0,94646

1,623,051

1,63191,843

0,89337,105

1,90762,72

7,04516,9

0,5850,534

4,25062,195

2,51091,65

0,61635,19

1,68441,563

5,5028,2745

8,020410,1254

0,83412,214

1,78762,145

1,06531,133

5,14425,7397

2,49457,245

2,50534,432

1,76042,84

5,79615,579

3,366911,53

0,98520,59

0,94645,904

1,623,11

1,63191,84

0,89337,061

1,90762,73

7,04516,66

0,5850,539

4,25062,2

2,51091,69

0,61635,15

1,68441,5818

5,5028,6961

8,020410,8992

0,83412,22

1,78762,113

1,06531,111

5,14425,5505

2,49457,037

2,50534,236

1,76042,724

5,79615,31

3,366911,055

0,98520,58

0,94645,749

1,623,03

1,63191,81

0,89337,067

1,90762,747

7,04516,763

0,5850,517

4,25062,15

2,51091,692

0,61635,14

1,68441,5912

5,5028,3431

8,020410,2372

0,83412,12

1,78762,125

1,06531,13

5,14425,5536

2,49456,6

2,50534,1

1,76042,7

5,79614,668

3,366910,865

0,98520,59

0,94645,382

1,623

1,63191,835

0,89337,007

1,90762,709

7,04516,771

0,5850,518

4,25062,11

2,51091,713

0,61635,1

1,68441,5818

5,5028,2353

8,020410,5356

0,83411,865

1,78761,96

1,06531,048

5,14425,0459

2,49455,803

2,50533,844

1,76042,256

5,79614,75

3,36699,445

0,98520,56

0,94644,701

1,622,76

1,63191,77

0,89336,55

1,90762,56

7,04516,46

0,5850,467

4,25061,94

2,51091,61

0,61634,9

1,68441,4123

5,5027,8725

8,02049,9296

0,83411,77

1,78761,93

1,06531,014

5,14425,0144

2,49455,81

2,50533,45

1,76042,377

5,79614,59

3,36699,285

0,98520,54

0,94644,85

1,622,58

1,63191,72

0,89336,47

1,90762,43

7,04516,56

0,5850,43

4,25061,81

2,51091,5

0,61634,428

1,68441,3653

5,5027,5784

8,02049,6032

0,83411,67

1,78761,885

1,06530,98

5,14425,109

2,49456,07

2,50533,24

1,76042,272

5,79614,47

3,36698,685

0,98520,53

0,94645

1,622,46

1,63191,673

0,89335,909

1,90762,339

7,04516,47

0,5850,42

4,25061,67

2,51091,351

0,61634,094

1,68441,2334

5,5026,8529

8,02048,4564

0,83411,65

1,78761,84

1,06530,975

5,14425,2793

2,49456,46

2,50533,334

1,76042,299

5,79614,05

3,36699,085

0,98520,53

0,94644,945

1,622,3

1,63191,645

0,89335,795

1,90762,355

7,04516,27

0,5850,448

4,25061,652

2,51091,3

0,61634,117

1,68441,1958

5,5027,3529

8,02049,5007

0,83411,53

1,78761,78

1,06530,93

5,14424,9425

2,49456,26

2,50533,2

1,76042,241

5,79614,6

3,36698,02

0,98520,48

0,94644,6

1,622,124

1,63191,61

0,89335,264

1,90762,3

7,04516,05

0,5850,416

4,25061,54

2,51091,194

0,61634,1

1,68441,0922

5,5027,8039

8,02049,5846

0,83411,785

1,78761,976

1,06531,04

5,14425,172

2,49456,748

2,50533,7

1,76042,536

5,79614,755

3,36698,715

0,98520,52

0,94645

1,622,5

1,63191,77

0,89335,614

1,90762,6

7,04516,6

0,5850,515

4,25061,85

2,51091,335

0,61634,59

1,68441,1581

5,5027,4706

8,02049,0718

0,83412,06

1,78761,934

1,06531,088

5,14425,2351

2,49456,7

2,50534,04

1,76042,77

5,79614,59

3,36699,12

0,98520,54

0,94645,225

1,622,72

1,63191,83

0,89335,767

1,90762,75

7,04517,012

0,5850,57

4,25062,192

2,51091,464

0,61634,83

1,68441,2052

5,5027,1373

8,02048,4844

0,83412,03

1,78761,91

1,06531,059

5,14425,1405

2,49456,69

2,50533,928

1,76042,638

5,79614,25

3,36698,21

0,98520,51

0,94645,15

1,622,6

1,63191,69

0,89335,661

1,90762,74

7,04516,86

0,5850,539

4,25062,125

2,51091,38

0,61634,98

1,68441,1299

5,5027,3235

8,02048,6522

0,83412

1,78761,879

1,06531,028

5,14424,9828

2,49456,426

2,50533,75

1,76042,481

5,79614,4

3,36697,515

0,98520,5

0,94645

1,622,48

1,63191,653

0,89335,264

1,90762,4

7,04516,786

0,5850,507

4,25062,011

2,51091,34

0,61634,78

1,68441,0922

5,5027,451

8,02048,8107

0,83412,083

1,78761,88

1,06531,037

5,14425,109

2,49456,429

2,50533,897

1,76042,543

5,79614,549

3,36697,165

0,98520,5

0,94644,9

1,622,5

1,63191,728

0,89335,191

1,90762,524

7,04516,56

0,5850,525

4,25062,111

2,51091,339

0,61634,642

1,68441,064

5,5027,4608

8,02048,6522

0,83412,19

1,78761,86

1,06531,033

5,14425,172

2,49456,5

2,50533,998

1,76042,683

5,79614,5

3,36697,35

0,98520,5

0,94644,65

1,622,55

1,63191,7

0,89335,474

1,90762,6

7,04516,62

0,5850,536

4,25062,18

2,51091,365

0,61634,514

1,68441,1016

5,5026,8529

8,02047,7945

0,83412,25

1,78761,88

1,06531

5,14425,2036

2,49456,58

2,50534

1,76042,6

5,79614,25

3,36697,475

0,98520,5

0,94644,255

1,622,573

1,63191,714

0,89335,3

1,90762,54

7,04516,649

0,5850,514

4,25062,246

2,51091,4

0,61634,36

1,68441,1393

5,5026,6176

8,02047,4215

0,83412,209

1,78761,801

1,06530,975

5,14424,9197

2,49456,264

2,50533,917

1,76042,43

5,79614,083

3,36697,105

0,98520,49

0,94644,02

1,622,47

1,63191,682

0,89335,081

1,90762,511

7,04516,553

0,5850,494

4,25062,18

2,51091,33

0,61634,09

1,68441,1299

5,5026,2451

8,02046,6663

0,83412,195

1,78761,725

1,06530,934

5,14424,7936

2,49456,261

2,50533,8

1,76042,485

5,79613,755

3,36696,995

0,98520,49

0,94643,654

1,622,572

1,63191,699

0,89335,141

1,90762,54

7,04516,869

0,5850,496

4,25062,133

2,51091,331

0,61634,038

1,68441,0828

5,5025,9314

8,02046,4053

0,83412,1

1,78761,651

1,06530,905

5,14424,6675

2,49456

2,50533,561

1,76042,352

5,79613,52

3,36696,48

0,98520,48

0,94643,216

1,622,44

1,63191,649

0,89334,7

1,90762,444

7,04516,619

0,5850,476

4,25062,02

2,51091,27

0,61633,81

1,68441,0545

5,5025,6078

8,02046,2468

0,83412,179

1,78761,62

1,06530,875

5,14424,6719

2,49456,055

2,50533,399

1,76042,3

5,79613,47

3,36696,055

0,98520,46

0,94643,369

1,622,342

1,63191,6

0,89334,416

1,90762,352

7,04516,5

0,5850,466

4,25062,05

2,51091,286

0,61633,687

1,68441,0545

5,5026,2451

8,02047,1418

0,83412,262

1,78761,565

1,06530,86

5,14424,6044

2,49455,926

2,50533,303

1,76042,404

5,79613,45

3,36696,125

0,98520,48

0,94643,403

1,622,388

1,63191,601

0,89334,461

1,90762,36

7,04516,336

0,5850,47

4,25062,069

2,51091,318

0,61633,67

1,68441,0734

5,5026,5196

8,02047,4029

0,83412,42

1,78761,621

1,06530,906

5,14424,7873

2,49456

2,50533,354

1,76042,713

5,79613,655

3,36696,745

0,98520,48

0,94643,631

1,622,45

1,63191,68

0,89335,075

1,90762,446

7,04516,58

0,5850,495

4,25062,113

2,51091,33

0,61633,84

1,68441,0922

5,5026,9314

8,02047,8038

0,83412,495

1,78761,605

1,06530,914

5,14424,7305

2,49456,068

2,50533,5

1,76042,644

5,79614,05

3,36696,865

0,98520,48

0,94643,914

1,622,45

1,63191,624

0,89335,067

1,90762,549

7,04516,606

0,5850,488

4,25062,13

2,51091,275

0,61633,866

1,68441,0922

5,5026,9804

8,02047,6919

0,83412,5

1,78761,62

1,06530,913

5,14424,7305

2,49456,018

2,50533,601

1,76042,686

5,79614,394

3,36697,185

0,98520,47

0,94644,011

1,622,535

1,63191,679

0,89335,143

1,90762,56

7,04516,87

0,5850,48

4,25062,08

2,51091,225

0,61633,999

1,68441,111

5,5027,3431

8,02048,0369

0,83412,528

1,78761,575

1,06530,885

5,14424,8567

2,49456,3

2,50533,74

1,76042,806

5,79614,85

3,36697,53

0,98520,48

0,94644,172

1,622,6

1,63191,671

0,89335,507

1,90762,57

7,04517,02

0,5850,489

4,25062,1

2,51091,21

0,61634,115

1,68441,1205

5,5027,5

8,02048,0649

0,83412,596

1,78761,698

1,06530,92

5,14425,0459

2,49456,558

2,50534,006

1,76042,955

5,79614,5

3,36698,5

0,98520,5

0,94644,271

1,622,7

1,63191,69

0,89335,94

1,90762,66

7,04516,87

0,5850,544

4,25062,278

2,51091,25

0,61634,26

1,68441,1769

5,5026,9706

8,02047,5614

0,83412,49

1,78761,88

1,06530,906

5,14424,9828

2,49456,55

2,50533,867

1,76042,847

5,79614,199

3,36698,12

0,98520,5

0,94644,017

1,622,71

1,63191,647

0,89335,942

1,90762,55

7,04516,597

0,5850,52

4,25062,155

2,51091,215

0,61634,177

1,68441,2052

5,5026,9706

8,02047,7758

0,83412,4

1,78761,74

1,06530,895

5,14424,9513

2,49456,386

2,50533,628

1,76042,7

5,79614,58

3,36697,68

0,98520,48

0,94643,8

1,622,64

1,63191,62

0,89335,59

1,90762,609

7,04516,625

0,5850,494

4,25062,069

2,51091,2

0,61634,001

1,68441,1675

5,5026,951

8,02047,3842

0,83412,438

1,78761,82

1,06530,899

5,14425,0459

2,49456,56

2,50533,695

1,76042,76

5,79614,879

3,36697,835

0,98520,48

0,94644

1,622,729

1,63191,66

0,89335,504

1,90762,62

7,04516,693

0,5850,517

4,25062,01

2,51091,225

0,61634,09

1,68441,1864

5,5026,4412

8,02046,8621

0,83412,382

1,78761,811

1,06530,881

5,14425,0522

2,49456,463

2,50533,695

1,76042,751

5,79614,99

3,36698,04

0,98520,5

0,94644,001

1,622,685

1,63191,641

0,89335,59

1,90762,593

7,04516,75

0,5850,519

4,25062,006

2,51091,223

0,61634,136

1,68441,1769

5,5026,2941

8,02046,34

0,83412,31

1,78761,76

1,06530,845

5,14424,9418

2,49456,399

2,50533,55

1,76042,708

5,79614,98

3,36698,08

0,98520,49

0,94643,999

1,622,64

1,63191,6

0,89335,67

1,90762,563

7,04516,67

0,5850,501

4,25061,92

2,51091,175

0,61633,934

1,68441,1675

5,5026,2745

8,02046,62

0,83412,25

1,78761,685

1,06530,822

5,14424,6044

2,49456,5

2,50533,532

1,76042,635

5,79614,83

3,36698,08

0,98520,49

0,94644,02

1,622,65

1,63191,6

0,89335,714

1,90762,565

7,04516,688

0,5850,501

4,25061,861

2,51091,141

0,61633,841

1,68441,1769

5,5026,2941

8,02046,53

0,83412,297

1,78761,661

1,06530,802

5,14424,5558

2,49456,32

2,50533,544

1,76042,627

5,79614,99

3,36698,5

0,98520,49

0,94644,078

1,622,65

1,63191,6

0,89335,97

1,90762,605

7,04516,584

0,5850,481

4,25061,84

2,51091,121

0,61633,753

1,68441,1675

5,5025,902

8,02046,08

0,83412,36

1,78761,571

1,06530,8

5,14424,5539

2,49456,36

2,50533,556

1,76042,662

5,79614,94

3,36698,5

0,98520,49

0,94644,155

1,622,651

1,63191,595

0,89336,058

1,90762,62

7,04516,57

0,5850,478

4,25061,837

2,51091,087

0,61633,861

1,68441,1675

5,5025,9314

8,02046,01

0,83412,27

1,78761,543

1,06530,77

5,14424,4152

2,49456,3

2,50533,46

1,76042,622

5,79614,84

3,36698,66

0,98520,47

0,94644,064

1,622,579

1,63191,605

0,89336

1,90762,64

7,04516,68

0,5850,467

4,25061,801

2,51091,053

0,61633,824

1,68441,1769

5,5025,6961

8,02045,41

0,83412,298

1,78761,57

1,06530,76

5,14424,289

2,49456,19

2,50533,45

1,76042,712

5,79614,65

3,36698,75

0,98520,46

0,94644,15

1,622,57

1,63191,64

0,89335,965

1,90762,6

7,04516,82

0,5850,46

4,25061,73

2,51091,049

0,61633,857

1,68441,1769

5,5025,5098

8,02045,11

0,83412,24

1,78761,529

1,06530,748

5,14424,1326

2,49456,2

2,50533,278

1,76042,706

5,79614,599

3,36697,97

0,98520,45

0,94644,07

1,622,53

1,63191,62

0,89335,643

1,90762,51

7,04516,501

0,5850,439

4,25061,651

2,51091

0,61633,73

1,68441,1675

5,5025,6078

8,02045,2

0,83412,138

1,78761,492

1,06530,705

5,14423,8538

2,49455,99

2,50533,272

1,76042,567

5,79614,5

3,36697,42

0,98520,44

0,94643,904

1,622,45

1,63191,551

0,89335,586

1,90762,45

7,04516,382

0,5850,424

4,25061,6

2,51090,955

0,61633,569

1,68441,111

5,5025,9902

8,02045,68

0,83412,026

1,78761,46

1,06530,7

5,14423,7844

2,49455,6

2,50533,146

1,76042,497

5,79614,66

3,36697,14

0,98520,43

0,94643,89

1,622,282

1,63191,53

0,89335,295

1,90762,4

7,04516,45

0,5850,431

4,25061,613

2,51090,972

0,61633,649

1,68441,0828

5,5026,098

8,02045,85

0,83412,22

1,78761,43

1,06530,705

5,14423,6835

2,49455,6

2,50533,47

1,76042,68

5,79614,537

3,36698,16

0,98520,44

0,94644,049

1,622,249

1,63191,575

0,89335,528

1,90762,499

7,04516,506

0,5850,448

4,25061,667

2,51091,04

0,61633,875

1,68441,0922

5,5025,9314

8,02045,97

0,83412,24

1,78761,4

1,06530,716

5,14423,7024

2,49455,55

2,50533,57

1,76042,67

5,79614,42

3,36698,59

0,98520,42

0,94643,97

1,622,18

1,63191,546

0,89335,63

1,90762,45

7,04516,6

0,5850,426

4,25061,651

2,51091,004

0,61633,61

1,68441,0828

5,5026,1863

8,02046,34

0,83412,28

1,78761,42

1,06530,75

5,14423,6457

2,49455,57

2,50533,47

1,76042,685

5,79614,73

3,36698,4

0,98520,41

0,94643,911

1,622,17

1,63191,542

0,89335,673

1,90762,481

7,04516,679

0,5850,426

4,25061,65

2,51091,028

0,61633,699

1,68441,0828

5,5026,1176

8,02046,43

0,83412,309

1,78761,475

1,06530,785

5,14423,6867

2,49455,826

2,50533,564

1,76042,688

5,79614,89

3,36698,5

0,98520,41

0,94643,951

1,622,27

1,63191,48

0,89335,605

1,90762,498

7,04516,662

0,5850,431

4,25061,669

2,51091,035

0,61633,75

1,68441,0828

5,5025,7843

8,02046

0,83412,37

1,78761,446

1,06530,799

5,14423,6488

2,49455,9

2,50533,64

1,76042,663

5,79614,89

3,36698,585

0,98520,42

0,94644,09

1,622,35

1,63191,45

0,89335,803

1,90762,499

7,04516,57

0,5850,411

4,25061,622

2,51091,043

0,61633,819

1,68441,0828

5,5025,7745

8,02046,39

0,83412,29

1,78761,43

1,06530,81

5,14423,6204

2,49455,909

2,50533,63

1,76042,589

5,79614,89

3,36698,1

0,98520,41

0,94644

1,622,34

1,63191,45

0,89335,75

1,90762,497

7,04516,652

0,5850,398

4,25061,563

2,51091,003

0,61633,765

1,68441,0828

5,5025,7451

8,02046,37

0,83412,275

1,78761,45

1,06530,82

5,14423,5321

2,49455,672

2,50533,6

1,76042,55

5,79614,8

3,36697,95

0,98520,42

0,94643,924

1,622,34

1,63191,441

0,89335,78

1,90762,499

7,04516,671

0,5850,402

4,25061,555

2,51090,992

0,61633,893

1,68441,0828

5,5025,7255

8,02046,26

0,83412,28

1,78761,441

1,06530,837

5,14423,6457

2,49455,641

2,50533,45

1,76042,563

5,79614,832

3,36697,95

0,98520,42

0,94643,86

1,622,339

1,63191,469

0,89336,085

1,90762,465

7,04516,65

0,5850,413

4,25061,6

2,51091,004

0,61633,945

1,68441,0545

5,5025,5

8,02046,1

0,83412,265

1,78761,39

1,06530,854

5,14423,879

2,49455,815

2,50533,516

1,76042,467

5,79614,58

3,36698

0,98520,41

0,94643,995

1,622,262

1,63191,465

0,89336,001

1,90762,4

7,04516,6

0,5850,414

4,25061,592

2,51091,032

0,61633,98

1,68441,064

5,5025,9216

8,02046,75

0,83412,244

1,78761,36

1,06530,82

5,14423,6898

2,49455,54

2,50533,31

1,76042,352

5,79614,7

3,36697,44

0,98520,41

0,94644,001

1,622,264

1,63191,45

0,89335,931

1,90762,4

7,04516,46

0,5850,392

4,25061,505

2,51091,015

0,61633,73

1,68441,0734

5,5025,902

8,02046,81

0,83412,285

1,78761,391

1,06530,81

5,14423,8292

2,49455,611

2,50533,371

1,76042,437

5,79614,582

3,36697,95

0,98520,42

0,94644,14

1,622,33

1,63191,5

0,89336,05

1,90762,5

7,04516,693

0,5850,405

4,25061,574

2,51091,077

0,61633,715

1,68441,1016

5,5025,9902

8,02046,82

0,83412,278

1,78761,406

1,06530,819

5,14423,8664

2,49455,499

2,50533,43

1,76042,48

5,79614,589

3,36697,88

0,98520,41

0,94644,27

1,622,31

1,63191,474

0,89336,234

1,90762,495

7,04516,679

0,5850,404

4,25061,591

2,51091,072

0,61633,69

1,68441,0922

5,5025,9314

8,02046,83

0,83412,287

1,78761,448

1,06530,805

5,14423,8033

2,49455,5

2,50533,45

1,76042,47

5,79614,71

3,36697,73

0,98520,41

0,94644,2

1,622,359

1,63191,45

0,89336,24

1,90762,472

7,04516,576

0,5850,399

4,25061,575

2,51091,042

0,61633,709

1,68441,1016

5,5025,7941

8,02046,54

0,83412,236

1,78761,432

1,06530,805

5,14423,8639

2,49455,389

2,50533,4

1,76042,47

5,79614,5

3,36697,8

0,98520,4

0,94644,021

1,622,34

1,63191,451

0,89336,201

1,90762,5

7,04516,5

0,5850,403

4,25061,54

2,51091,02

0,61633,702

1,68441,1016

5,5025,7745

8,02046,54

0,83412,202

1,78761,395

1,06530,81

5,14423,9099

2,49455,28

2,50533,34

1,76042,443

5,79614,66

3,36697,515

0,98520,39

0,94644,05

1,622,31

1,63191,45

0,89336,1

1,90762,476

7,04516,284

0,5850,401

4,25061,529

2,51090,999

0,61633,69

1,68441,0922

5,5026,0294

8,02046,72

0,83412,165

1,78761,371

1,06530,818

5,14423,9106

2,49455,328

2,50533,41

1,76042,478

5,79614,84

3,36697,356

0,98520,38

0,94644,078

1,622,278

1,63191,44

0,89336,15

1,90762,47

7,04516,38

0,5850,398

4,25061,524

2,51091,006

0,61633,675

1,68441,0922

5,5026,0294

8,02046,7

0,83412,18

1,78761,378

1,06530,81

5,14423,9043

2,49455,32

2,50533,34

1,76042,5

5,79614,95

3,36697,64

0,98520,37

0,94644,07

1,622,262

1,63191,42

0,89336,131

1,90762,52

7,04516,35

0,5850,403

4,25061,525

2,51091

0,61633,64

1,68441,0922

5,5026,0784

8,02046,73

0,83412,18

1,78761,412

1,06530,804

5,14423,9106

2,49455,43

2,50533,43

1,76042,55

5,79615,23

3,36697,72

0,98520,38

0,94644,057

1,622,232

1,63191,42

0,89336,28

1,90762,6

7,04516,305

0,5850,411

4,25061,55

2,51090,989

0,61633,68

1,68441,111

5,5026,0784

8,02046,85

0,83412,162

1,78761,5

1,06530,799

5,14423,9106

2,49455,34

2,50533,401

1,76042,68

5,79615,216

3,36697,4

0,98520,37

0,94644,055

1,622,22

1,63191,44

0,89336,15

1,90762,75

7,04516,345

0,5850,418

4,25061,559

2,51090,989

0,61633,618

1,68441,1205

5,5025,8824

8,02046,66

0,83412,15

1,78761,525

1,06530,761

5,14424,0367

2,49455,34

2,50533,4

1,76042,622

5,79615,105

3,36697,103

0,98520,37

0,94644,025

1,622,203

1,63191,438

0,89336,09

1,90762,8

7,04516,35

0,5850,441

4,25061,555

2,51090,971

0,61633,64

1,68441,1393

5,5025,9118

8,02046,68

0,83412,105

1,78761,57

1,06530,775

5,14423,968

2,49455,39

2,50533,511

1,76042,62

5,79614,99

3,36697,1

0,98520,36

0,94644,08

1,622,27

1,63191,43

0,89336

1,90762,68

7,04516,31

0,5850,447

4,25061,533

2,51090,984

0,61633,67

1,68441,1393

5,5025,8725

8,02046,6

0,83412,102

1,78761,586

1,06530,794

5,14423,9863

2,49455,42

2,50533,47

1,76042,63

5,79614,909

3,36697,221

0,98520,34

0,94644,05

1,622,265

1,63191,443

0,89335,931

1,90762,709

7,04516,42

0,5850,44

4,25061,533

2,51090,996

0,61633,651

1,68441,1487

5,5025,9608

8,02046,75

0,83412,107

1,78761,575

1,06530,798

5,14424,0367

2,49455,515

2,50533,43

1,76042,63

5,79615,1

3,36697,16

0,98520,35

0,94644,041

1,622,292

1,63191,45

0,89336

1,90762,7

7,04516,341

0,5850,437

4,25061,523

2,51091,006

0,61633,67

1,68441,1205

5,5026,3235

8,02047

0,83412,083

1,78761,65

1,06530,791

5,14424,0651

2,49455,457

2,50533,5

1,76042,644

5,79615,03

3,36697,231

0,98520,33

0,94644,006

1,622,25

1,63191,459

0,89336,12

1,90762,719

7,04516,381

0,5850,435

4,25061,54

2,51091

0,61633,739

1,68441,0828

5,5026,3529

8,02047,15

0,83412,09

1,78761,767

1,06530,795

5,14424,0998

2,49455,405

2,50533,598

1,76042,7

5,79615,003

3,36697,288

0,98520,32

0,94644,089

1,622,3

1,63191,536

0,89336,14

1,90762,75

7,04516,4

0,5850,435

4,25061,548

2,51091,003

0,61633,79

1,68441,0545

5,5026,4902

8,02047,24

0,83942,095

1,66451,75

1,05660,815

4,94354,2196

2,31625,351

2,26833,48

1,75792,695

5,8555,125

2,64567,18

0,99490,34

1,0343,97

1,48982,35

1,65241,549

0,26496,07

1,90242,835

7,27596,401

0,61640,437

2,84071,525

2,53521,005

0,61983,71

1,57281,0263

5,51986,3431

7,20377,15