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1 CONSTITUCIONAL – PONTO 2 CONSTITUCIONAL: 1. Os Estados-membros na Constituição. 2. Organização, natureza e conteúdo da autonomia constitucional do Estado-membro. 3. Competências estaduais. Intervenção federal nos Estados-membros, Distrito Federal e Territórios. 4. Os Municípios na Constituição. Competência municipal, organização política e administrativa dos Municípios. Intervenção nos Municípios. OBSERVAÇÕES: 1. Os Estados-membros na Constituição. 2. Organização, natureza e conteúdo da autonomia constitucional do Estado-membro. Os Estados membros são entidades federativas ao lado da União, do DF e dos Municípios. A federação como forma de Estado caracteriza-se pela presença de diversos centros de poder. Nesse sentido pode-se identificar o poder central (atribuído à União), os poderes regionais (atribuídos aos Estados-membros e ao DF) e os poderes locais (atribuídos aos municípios e ao DF). No sistema federativo cada uma das entidades possui competências devidamente estabelecidas na Constituição Federal. De acordo com o disposto no art. 25 da CR/88 os Estados-membros organizam-se e se regem pelas Constituições e leis que adotarem, além dos princípios estabelecidos na CR/88. Os Estados- membros possuem competência residual, vez que as competências e atribuições da União encontram-se expressas na Constituição e a dos Municípios encontram-se associadas aos interesses locais. Assim, a 'residualidade' indica que não havendo atribuição expressa da União ou não se tratando de interesse local, a competência será dos Estados- membros. Os Estados-membros são reconhecidos como entes federativos autônomos. Os Estados federados são organizações jurídicas parciais dotadas de um regime de autonomia conferido pela Constituição. A constituição de 88 atribuiu aos Estados-membros capacidade de auto-organização, autolegislação, autogoverno e autoadministração. A AUTONOMIA é a capacidade de gerir negócios próprios dentro de limites constitucionais. Mas, a matéria que for entregue à União deve ser respeitada pelos Estados, que não podem se recusar a aceitar as determinações da União sobre os assuntos de sua competência constitucional. Por tal razão os Estados membros não são soberanos, mas apenas autônomos. Distinções entre soberania e autonomia:

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CONSTITUCIONAL: 1. Os Estados-membros na Constituição. 2. Organização, natureza e conteúdo da autonomia constitucional do Estado-membro. 3. Competências estaduais. Intervenção federal nos Estados-membros, Distrito Federal e Territórios. 4. Os Municípios na Constituição. Competência municipal, organização política e administrativa dos Municípios. Intervenção nos Municípios.

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CONSTITUCIONAL – PONTO 2

CONSTITUCIONAL: 1. Os Estados-membros na Constituição. 2. Organização, natureza e conteúdo da autonomia constitucional do Estado-membro. 3. Competências estaduais. Intervenção federal nos Estados-membros, Distrito Federal e Territórios. 4. Os Municípios na Constituição. Competência municipal, organização política e administrativa dos Municípios. Intervenção nos Municípios. OBSERVAÇÕES:

1. Os Estados-membros na Constituição. 2. Organização, natureza e conteúdo da autonomia constitucional do Estado-membro.

Os Estados membros são entidades federativas ao lado da União, do DF e dos Municípios. A federação como forma de Estado caracteriza-se pela presença de diversos centros de poder. Nesse sentido pode-se identificar o poder central (atribuído à União), os poderes regionais (atribuídos aos Estados-membros e ao DF) e os poderes locais (atribuídos aos municípios e ao DF). No sistema federativo cada uma das entidades possui competências devidamente estabelecidas na Constituição Federal. De acordo com o disposto no art. 25 da CR/88 os Estados-membros organizam-se e se regem pelas Constituições e leis que adotarem, além dos princípios estabelecidos na CR/88. Os Estados-membros possuem competência residual, vez que as competências e atribuições da União encontram-se expressas na Constituição e a dos Municípios encontram-se associadas aos interesses locais. Assim, a 'residualidade' indica que não havendo atribuição expressa da União ou não se tratando de interesse local, a competência será dos Estados-membros. Os Estados-membros são reconhecidos como entes federativos autônomos.

Os Estados federados são organizações jurídicas parciais dotadas de um regime de autonomia conferido pela Constituição. A constituição de 88 atribuiu aos Estados-membros capacidade de auto-organização, autolegislação, autogoverno e autoadministração.

A AUTONOMIA é a capacidade de gerir negócios próprios dentro de limites constitucionais. Mas, a matéria que for entregue à União deve ser respeitada pelos Estados, que não podem se recusar a aceitar as determinações da União sobre os assuntos de sua competência constitucional. Por tal razão os Estados membros não são soberanos, mas apenas autônomos.

Distinções entre soberania e autonomia:

SOBERANIA AUTONOMIATitular: Estado Federal (República Federativa do Brasil). Pessoa jurídica de direito público externo. Quem o representa são os órgãos da União.

Titulares: União, Estados-membros, municípios, DF. Pessoas jurídicas de direito público interno.

Peculiaridade: especialmente importante no âmbito

Peculiaridade: especialmente importante no âmbito interno.

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2internacional.

Sentido lexical: direito de se reger (de se autogovernar) por leis próprias.Definição: liberdade de ação dentro de um círculo de competências delimitado pela Constituição. Esta liberdade, no entanto, é restringida por outros princípios constituicionais.Características básicas: (ALEXANDRE DE MORAES)Auto-organização e normatização própria: Estado – Constituição Estadual; Município e DF – Lei Orgânica + capacidade de legislar.Autogoverno: poderes executivo e legislativo próprios, eleitos diretamente;Auto-administração: exercício próprio de suas competências legislativas, tributárias e administrativas.

Essa autonomia possui cinco características:

a)AUTO-GOVERNO: há a presença dos três poderes no Estado: Executivo, Legislativo e Judiciário. O governo dos Estados-membros é exercido pelo Governador e pelos Deputados Estaduais, eleitos diretamente, nos termos da Constituição.

b) AUTO-ORGANIZAÇÃO: os Estados possuem um ordenamento autônomo misto, observa Raul Machado Horta, “ parcialmente derivado e parcialmente originário.” A organização dos Estado é estabelecida pela própria Constituição, observados os limites estabelecidos pela Constituição da República. O STF formulou o principio da simetria, utilizado pela Corte para garantir, quanto aos aspectos reputados substanciais, homogeneidade na disciplina normativa da separação, independência e harmonia dos poderes, nos três planos federativos,.

c)AUTO-LEGISLAÇÃO:os Estados são regidos por leis próprias( CF, art.25), elaboradas segundo o processo legislativo estabelecido em suas Constituições. Em que pese o Poder Legislativo nos Estados ser unicameral, os princípios básicos do processo legislativo federal são normas de reprodução obrigatória, cujo modelo deve ser seguido pelas Constituições Estaduais.

d)AUTO-ADMINISTRAÇÃO: a repartição constitucional de competências para o exercício e o desenvolvimento da atividade normativa dos Estados-membros é um pressuposto de sua autonomia. Cada Estado-membro recebe da Constituição,além da competência legislativa, outras competências para o desempenho de suas

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3tarefas e serviços, às quais o objeto não corresponde a uma única atividade. A doutrina denomina de competência administrativa.

e)AUTONOMIA TRIBUTÁRIA, FINANCEIRA e ORÇAMENTÁRIA: há tributos específicos dos Estados, que os arrecadam e realizam seu controle orçamentário.

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. (PRINCÍPIOS DA AUTONOMIA E DA SIMETRIA)

§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. (COMPETÊNCIA RESIDUAL)

§ 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995) (GÁS EM GERAL É DA UNIÃO; LOCAL GERALMENTE É DE MUNICÍPIO; ASSIM, ESSE SERVIÇO É UMA EXCEÇÃO) (SE O ESTADO TEM PREVISÃO EM SUA CONSTITUIÇÃO, PODE EMITIR MEDIDA PROVISÓRIA, OBEDECENDO AO PRINCÍPIO DA SIMETRIA; MAS, PELO DISPOSITIVO EM QUESTÃO É VEDADA A EDIÇÃO DE MEDIDA PROVISÓRIA PARA A REGULAMENTAÇÃO DO SERVIÇO DE GÁS CANALIZADO)

§ 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

As regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões não são dotadas de personalidade e não possuem governo ou administração própria. São órgãos de planejamento, compostos por Municípios, dos quais deriva da execução de funções públicas de interesse comum, mas cujas decisões não são obrigatórias, tendo em vista a autonomia municipal.

REGIÃO METROPOLITANA

MICRORREGIÃO AGLOMERAÇÕES URBANAS

Ponto comum: municípios limítrofesNão é possível

verificar a separação física

entre os municípios, ou seja, há uma

CONTINUIDADE URBANA GERAL.

INEXISTE a continuidade urbana, a questão urbanística

é descontínua

Ora há continuidade urbana, ora não, com problemas em

comum.

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4Antes da CF/88, a competência para

criação era da União

BENS DOS ESTADOS:

Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:

I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

Observações importantes: Não existem rios municipais; as terras devolutas, via de regra, pertencem aos Estados, e não à União. Consoante disposição expressa no art. 20, II, da CR/88, são bens da União somente “as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei”;

PODER LEGISLATIVO ESTADUAL

Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.

§ 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas. (SISTEMA PROPORCIONAL)

§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (O SUBSÍDIO AINDA NÃO FOI FIXADO POR LEI)

§ 3º - Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.

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5§ 4º - A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.

O número de Deputados Estaduais possui relação direta com o número de Deputados Federais, que por sua vez é proporcional à população de cada um dos Estados.

Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.

Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.§ 1º - O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.§ 2º - Cada Território elegerá quatro Deputados.

A fórmula é a seguinte:

DE= 3 x DF ( número de Deputados Estaduais = 3x número de Deputados Federais)

Caso o Estado possua mais de doze Membros na Câmara dos Deputados, a representação na Assembleia Legislativa será:

DE = 36+ DF -12( número de Deputados Estaduais= 36+ número de Deputados Federais – 12)

FORMAÇÃO DOS ESTADOS

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.§ 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.

A Constituição não veda a reorganização político-administrativa da República Federativa do Brasil. Assim, os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se

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6ou desmembrar-se para se anexarem a outros ou formarem novos Estados ou Territórios Federais. Para tanto deve-se ter em vista o seguinte procedimento:

PROCEDIMENTO:

1) realização de consulta às populações diretamente interessadas, através de plebiscito;2) sendo favorável a consulta popular (não sendo, arquiva-se obrigatoriamente o processo), poderá ser proposto um projeto de lei complementar em qualquer das Casas do Congresso Nacional, devendo-se proceder à audiência da(s) Assembléia(s) Legislativa(s) das áreas envolvidas (CF, art. 48 VI), cujo parecer não é vinculante, mas apenas opinativo;3) o projeto de lei complementar deve ser aprovado pela maioria absoluta dos deputados e senadores, conforme art. 69 CF/88.

3. Competências estaduais. Intervenção federal nos Estados-membros, Distrito Federal e Territórios.

REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS

O Estado Federado se caracteriza pela existência de mais de uma fonte de poder em seu território, por isso, é necessária a repartição de competências dentro do Estado. Se não forem repartidas as competências podem algumas atividades ficarem sem cumprimento.

O núcleo essencial do Federalismo é a REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS, que na Constituição podem ser MATERIAIS OU LEGISLATIVAS.

A repartição é feita pela aplicação do CRITÉRIO DA PREDOMINÂNCIA DOS INTERESSES.

UNIÃO = GERALESTADOS = REGIONAL

MUNICÍPIOS = LOCAL

A União é responsável pela manutenção da unidade nacional. Por isso, a sua competência é geral. As competências regionais são assim estabelecidas em razão de tutelarem interesses regionais, ou seja, aqueles que ultrapassam os interesses locais (de mais de um Município).

No tocante à repartição de competências existem três técnicas:

a) Enumeração dos poderes da União e os remanescentes para os Estados; EXEMPLO: EUA.

b) Enumeração dos poderes dos Estados e os remanescentes para a União; EXEMPLO: Canadá.

c) Enumeração dos poderes da União e dos Estados, e os RESÍDUOS para a União; EXEMPLOS: Índia e Venezuela. Essa técnica foi adotada no Brasil, em relação à matéria TRIBUTÁRIA.

O Brasil adota a técnica de enumeração dos poderes da União e os remanescentes para os Estados. O que ocorre é que ao contrário dos EUA, no Brasil a União possui

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7muitas competências, o que acaba por concentrar muito poder na União. No sistema federativo brasileiro os Municípios também possuem competência expressa na cláusula do interesse local.

Sempre que se tentar fazer uma lista exaustiva, será necessário deixar o RESÍDUO para alguém.

Modalidades de REPARTIÇÃO DE competências:

COMPETÊNCIAS MATERIAIS OU COMPETÊNCIAS

ADMINISTRATIVAS

COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS

Tratam da responsabilidade pelo exercício de

determinados serviços públicos / administrativos

É a competência para a edição de normas. Os entes federados não podem legislar sobre assuntos de

competência uns dos outros, evitando a superposição de atividade legislativa, mesmo na

competência legislativa comum do artigo 24

EXCLUSIVASUNIÃO

(artigo 21)

EXCLUSIVAS

Cada ente tem a sua excluindo os demais

PRIVATIVAS

da união (artigo 22 e parágrafo único). Pode ser delegada aos Estados para legislarem sobre determinada matéria, por meio de Lei complementar. Desde

que, sobre questões específicas

COMUNS, CUMULATIVAS

OU PARALELAS (artigo 23)

todos os entes

federados

CONCORRENTES

(artigo 24)

Os municípios estão excluídos, cabem somente a União, Estados e Distrito

Federal, que poderão legislar concorrentemente sobre os assuntos constantes no artigo 24, mas, não há superposição. §§ 1º a 4º (à união

competem às normas gerais; os Estados têm competência suplementar; se a União não emitir as normas gerais,

os Estados poderão exercer a competência plena sobre o assunto; se após o exercício da competência plena

dos Estados, sugerir supervenientemente regulamentação

sobre normas gerais da União, a norma dos Estados terá a eficácia suspensa, não é revogação e nem

invalidez, no que contradizer a União, não existindo respristinação).

SUPLEMENTARES

(artigo 24, § 2º; art 30, II) no primeiro artigo trata-se competência

LEGISLATIVA SUPLEMENTAR DOS ESTADOS e o segundo artigo fala da

competência LEGISLATIVA SUPLEMENTAR DOS MUNICÍPIOS

Em razão do princípio da legalidade aplicado à Administração Pública – de que o administrador somente pode fazer o que a lei autoriza -, os atos materiais da União decorrentes de sua competência exclusiva serão legislados por ela própria. É

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8possível identificar uma correspondência entre a competência material e a competência legislativa. Assim, se todos os entes políticos praticam os atos materiais todos poderão legislar sobre ele.

QUADRO DO PROFESSOR ROBÉRIO correlacionando os artigos 21 e 22, demonstrando que alguns detalhes podem ser definidos pelos Estados.

Defensoria Pública do DF e dos TERRITÓRIOS, na segunda fase da reforma do Judiciário, irá sair da União, passando para o próprio DF e Territórios.

Também é possível concluir que todos irão legislar sobre os assuntos de sua competência material.

Ao se proceder à análise dos incisos dos artigos 21 a 24 da CR/88 deve se ter em mente que por uma questão lógica, a competência material da União é determinada de acordo com a necessidade de uniformidade nacional.

        Art. 21. Compete à União:        I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;        II - declarar a guerra e celebrar a paz;        III - assegurar a defesa nacional;        IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;        V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;        VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;        VII - emitir moeda;        VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;        IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social;        X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;         XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)        XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:        a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)        b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;         c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;

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9        d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território;        e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;        f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;        XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;        XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)        XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;        XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão;        XVII - conceder anistia; (atinge a todos no país inteiro)        XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações;        XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; (ANA – AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS)        XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos; (CONCURSO: o inciso fala de serviços locais, mas observe-se que a competência NÃO é para realizar os serviços, é somente para INSTITUIR DIRETRIZES para o serviço, ou seja, a União tentará estabelecer uma uniformidade nacional).        XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;        XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)        XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:        a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;        b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos medicinais, agrícolas, industriais; ( alterado pela EC 49/06)        c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de

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10meia-vida igual ou inferior a duas horas; ( alterado pela EC 49/06)        d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; (TODA RESPONSABILIDADE AMBIENTAL É OBJETIVA, NA LEGISLAÇÃO ORDINÁRIA, MAS, SOMENTE A RESPONSABILIDADE EM DECORRÊNCIA DE ATIVIDADE NUCLEAR ESTÁ NA CF)        XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;        XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa.               Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; (CONCURSO: IRÁ FAZER CORRELAÇÃO ENTRE ESSE INCISO E O INCISO I, DO ARTIGO 24)        II - desapropriação;        III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;        IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;        V - serviço postal;        VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;        VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;        VIII - comércio exterior e interestadual;        IX - diretrizes da política nacional de transportes;        X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;        XI - trânsito e transporte;        XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;        XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;         XIV - populações indígenas;         XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;         XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões;        XVII - organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa destes;         XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;        XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;         XX - sistemas de consórcios e sorteios;         XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares; (NO ARTIGO 24, ESTÁ PREVISTA A COMPETÊNCIA CORRENTE, MAS HÁ 02

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11INCISOS NESSE ARTIGO QUE FALAM DE NORMAS GERAIS, MAS NÃO SÃO DE COMPETÊNCIA CONCORRENTE, NÃO HÁ APLICAÇÃO DA COMPETENCIA SUPLEMETAR DOS OUTROS ENTES POLÍTICOS)        XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;         XXIII - seguridade social;         XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; (LDB)        XXV - registros públicos;         XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;      XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (NO ARTIGO 24, ESTÁ PREVISTA A COMPETÊNCIA CORRENTE, MAS HÁ 02 INCISOS NESSE ARTIGO QUE FALAM DE NORMAS GERAIS, MAS NÃO SÃO DE COMPETÊNCIA CONCORRENTE, NÃO HÁ APLICAÇÃO DA COMPETENCIA SUPLEMETAR DOS OUTROS ENTES POLÍTICOS) (A LEI 8666 NÃO PODE SER REVOGADA, PODE SER MODIFICADA, COLOCANDO-SE OUTRA NO LUGAR, MAS, PURA E SIMPLESMENTE REVOGÁ-LA NÃO É POSSÍVE SOB PENA DE INVIALIBIZAR A ATUAÇÃO DE TODAS AS ESFERAS DE PODER).        XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;        XXIX - propaganda comercial.         Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.       

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:        I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;        II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;        III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;

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12        IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;        V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;        VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;         VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;        VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;        IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;        X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;        XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios; (CONCEDER É DA UNIÃO, MAS FISCALIZAR A CONCESSÃO É COMPETÊNCIA DE TODOS OS ENTES POLÍTICOS)        XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito. (LEGISLAR, ENTRETANTO, É COMPETÊNCIA DA UNIÃO)        Parágrafo único. Lei complementar fixará normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.       

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:        I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; (CONCURSO: IRÁ FAZER CORRELAÇÃO ENTRE ESSE INCISO E O INCISO I, DO ARTIGO 22)        II - orçamento;         III - juntas comerciais;        IV - custas dos serviços forenses;        V - produção e consumo;        VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;        VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;        VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;        IX - educação, cultura, ensino e desporto;        X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;        XI - procedimentos em matéria processual;        XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;        XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;

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13        XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;        XV - proteção à infância e à juventude;        XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.        § 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.        § 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.        § 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.        § 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

Vale registrar que essas competências não são exaustivas. Há outros dispositivos na CF que estabelecem outras competências. EXEMPLO: artigo 49, CF, que estabelece a competência legislativa do Congresso Nacional.

OBSERVAÇÕES:

a) É a UNIÃO que legisla privativamente sobre todos os portos (lacustre, fluvial, marítimo e aeroportos) e sobre todas as formas de navegação e transporte;

b) Só a UNIÃO explora (direta ou indiretamente) a navegação aérea, aeroespacial e os aeroportos;c) Só a UNIÃO explora (direta ou indiretamente) o transporte ferroviário e aquaviário NACIONAL1;d) Só a UNIÃO explora (direta ou indiretamente) o transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros2.

INTERVENÇÃO

A intervenção é o ato político que consiste na incursão de uma entidade (interventora) nos negócios de outra entidade que tem sua autonomia temporariamente suprimida. Trata-se de medida de defesa do Estado Federal A intervenção é um dos assuntos mais delicados da federação em razão de se tratar de uma exceção à regra de que cada entidade possui suas próprias competências (REGRA DE OURO DA FEDERAÇÃO). Isso ocorre como forma de proteção de determinados bens jurídicos, e somente pode ocorrer diante de algumas hipóteses em que o próprio sistema federativo se vê ameaçado por uma de suas entidades. Assim, os motivos que justificam a intervenção devem ser relevantes e encontram-se devidamente previstos na Constituição da República.

A intervenção sujeita-se à ocorrência de determinados MOTIVOS e deve obedecer certas FORMALIDADES. A prática desse ato excepcional foge à regra da federação,

1 Ou seja, não cabe à União explorar o transporte aquaviário entre porto estrangeiro e porto brasileiro, nem (obviamente) as linhas férreas situadas fora do território nacional (mesmo que ligadas às linhas férreas nacionais), nem o transporte ferroviário limitado às fronteiras de um único Estado.2 Ou seja, não cabe à União explorar o transporte rodoviário municipal (competência do Município) nem o transporte rodoviário intermunicipal entre Municípios de um mesmo Estado (competência dos Estados: ADI 2349/ES, INFO STF 399).

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14já que um ente político não pode por qualquer motivo ou sob qualquer forma afastar a competência do outro.

Pela redação do artigo 34, verifica-se que a regra é a não intervenção. Somente será cabível a intervenção pelos motivos e na forma estabelecida no próprio texto constitucional.

A competência para decretar a intervenção é exclusiva dos chefes do executivo da União e dos Estados.

A forma da intervenção não é fixa, e irá variar de acordo com o motivo.

A forma básica é o decreto (privativo do Chefe do Executivo), e o que varia no procedimento é a fase antecedente ao decreto do Executivo.

UNIÃO > ESTADOS ou DF FORMA

manter a integridade nacional (I)

Nestes casos a União, após a expedição do decreto presidencial, simplesmente intervém,

sem pedir autorização para ninguém.

repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação

em outra (II)

O decreto presidencial especificará a amplitude, o prazo e as condições de

execução da intervenção e, se for o caso, nomeará desde logo o interventor

pôr termo a grave comprometimento da ordem

pública (III)

O controle é feito a posteriori (em 24 h da expedição do decreto presidencial e é

realizado pelo Congresso Nacional que, se estiver de recesso, será convocado

extraordinariamente no mesmo prazo de 24 h.

garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas

unidades da Federação (IV)

SOLICITAÇÃO do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido.

REQUISIÇÃO do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra

o Poder Judiciário. Há distinção entre os institutos. Há parte da

doutrina que entende que em caso de requisição o chefe do Executivo seria obrigado

a decretar a intervenção, mas há corrente entendendo que ainda que se trate de requisição, o chefe ainda tem poder

discricionário para decidir pela decretação ou não da intervenção

Neste caso NÃO HÁ controle legislativo da intervenção.

O decreto presidencial limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da

normalidadereorganizar as finanças da

unidade da Federação que (V)a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;

Nestes casos a União, após a expedição do decreto presidencial, simplesmente intervém,

sem pedir autorização para ninguém.

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15

b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei

O decreto presidencial especificará a amplitude, o prazo e as condições de

execução da intervenção e, se for o caso, nomeará desde logo o interventor

O controle é feito a posteriori (em 24 h da expedição do decreto presidencial e é

realizado pelo Congresso Nacional que, se estiver de recesso, será convocado

extraordinariamente no mesmo prazo de 24 h.

prover a execução de lei federal

PROVIMENTO, pelo SUPREMO TRIBUNAL

FEDERAL, de REPRESENTAÇÃO do Procurador-Geral da

República(alterado pela EC

45/04)

Nestes casos NÃO HÁ controle

legislativo da intervenção.

prover a execução de ordem ou decisão judicial

REQUISIÇÃO do Supremo Tribunal

Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior

Eleitoralassegurar a observância dos

seguintes princípios constitucionais

(PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS)

(“ADI INTERVENTIVA”)

PROVIMENTO, pelo Supremo Tribunal

Federal, de REPRESENTAÇÃO do Procurador-Geral da

República, na hipótese do art. 34, VII.

A intervenção foi criada na CF/34, que era feita por

lei, sendo que a CF permitia que se viesse uma lei decretando a

intervenção por motivos abusivos, poderia ser feito

o controle de constitucionalidade da lei

de intervenção. A ADI INTERVENTIVA era para permitir ou impedir a

intervenção. Mas, atualmente, a intervenção não é feita por meio de lei,

e sim por meio de uma representação, que surge

para PERMITIR A INTERVENÇÃO e não

impedi-la como originalmente pensado.

O decreto presidencial limitar-se-á a suspender a

execução do ato impugnado, se essa medida

bastar ao restabelecimento da normalidade

forma republicana, sistema representativo e regime

democráticodireitos da pessoa humana

autonomia municipalprestação de contas da

administração pública, direta e indireta

aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos

estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços

públicos de saúde

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16

ESTADOS>MUNICÍPIOS e UNIÃO>MUNICÍPIOS localizados

em TERRITÓRIOSFORMA

deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos

consecutivos, a dívida fundada;

Nestes casos o ESTADO, após a expedição do decreto do governador, simplesmente

intervém, sem pedir autorização para ninguém.

OBS: o DISTRITO FEDERAL nunca fará intervenção, pois a Constituição proíbe

que o DF se subdivida em Municípios (art. 32)

não forem prestadas contas devidas, na forma da lei

O decreto do governador especificará a amplitude, o prazo e as condições de

execução da intervenção e, se for o caso, nomeará desde logo o interventor

O controle é feito a posteriori (em 24 h da expedição do decreto do governador e é

realizado pela Assembléia ou Câmara Legislativa que, se estiver de recesso,

será convocado extraordinariamente no mesmo prazo de 24 h.

não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços

públicos de saúde

Neste caso NÃO HÁ controle legislativo da intervenção.

O decreto do governador limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado,

se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade

para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual

(PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS) (AÇÃO INTERVENTIVA

ESTADUAL), ou

o Tribunal de Justiça der

provimento a representação

(embora a Constituição não

diga expressamente a

quem caberia realizar a

representação, entende-se que a atribuição cabe ao

PGJ)

Neste caso NÃO HÁ controle legislativo

da intervenção. O decreto do

governador limitar-se-á a suspender a execução do ato

impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade

para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial

A intervenção é sempre EXCEPCIONAL e TEMPORÁRIA como garantia da manutenção da federação. Tudo que for interpretado a título de intervenção deve sê-lo de forma restritiva.Características da intervenção:

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17i. excepcionalidade;ii. temporariedade;iii. restrição interpretativa.

O DECRETO DE INTERVENÇÃO está regulado no artigo 36 da CR/88:

Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:

§ 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.

§ 2º - Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.

§ 3º - Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. (A ANÁLISE POR OUTRO PODER JÁ FOI FEITA. NÃO HÁ NECESSIDADE DE NOMEAR INTERVENTOR, BASTANDO A SUSPENSÃO DO ATO)

§ 4º - Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal. (TEMPORARIEDADE DA INTERVENÇÃO, SE A AUTORIDADE MANTÉM A INTERVENÇÃO, SEM OS MOTIVOS QUE A JUSTIFIQUEM, COMETERÁ CRIME DE RESPONSABILIDADE).

Quando o Legislativo analisa o decreto o faz com discricionariedade, podendo determinar a sua suspensão.

Os atos do interventor são divididos em dois tipos:

i. ATOS PRÓPRIOS DA INTERVENÇÃO PARA AFASTAR OS MOTIVOS DA INTERVENÇÃO: responsabilidade civil direta do órgão interventor.

ii. ATOS ORDINÁRIOS DO ENTE POLÍTICO SOB A INTERVENÇÃO / ATOS DE GESTÃO ORDINÁRIOS: a primeira responsabilidade é do ente político sob a intervenção, mas se o interventor agir com dolo ou culpa caberá o regresso contra o ente interventor.

ATENÇÃO:

STJ

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181. O decreto de intervenção estadual em município possui natureza político-administrativa, insuscetível de impugnação pela via do recurso especial.Agravo regimental improvido. (AgRg no Ag 689.083/SP, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 18.10.2005, DJ 21.11.2005 p. 190)

2. INTERVENÇÃO FEDERAL. ESTADO DO PARANÁ. DESCUMPRIMENTO DE DECISÃO JUDICIAL CARACTERIZADO. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE.1. A intervenção federal é medida de natureza excepcional, porque restritiva da autonomia do ente federativo. Daí as hipóteses de cabimento serem taxativamente previstas na Constituição da República, em seu artigo 34. 2. Nada obstante sua natureza excepcional, a intervenção se impõe nas hipóteses em que o Executivo estadual deixa de fornecer força policial para o cumprimento de ordem judicial. 3. Intervenção federal julgada procedente.Constituição34 (106 PR 2009/0049699-0, Relator: Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, Data de Julgamento: 12/04/2010, CE - CORTE ESPECIAL, Data de Publicação: DJe 12/05/2010)

3. DIREITO CONSTITUCIONAL. INTERVENÇÃO FEDERAL. ORDEM JUDICIAL. CUMPRIMENTO. APARATO POLICIAL. ESTADO MEMBRO. OMISSÃO (NEGATIVA). PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. PONDERAÇÃO DE VALORES. APLICAÇÃO.1 - O princípio da proporcionalidade tem aplicação em todas as espécies de atos dos poderes constituídos, apto a vincular o legislador, o administrador e o juiz, notadamente em tema de intervenção federal, onde pretende-se a atuação da União na autonomia dos entes federativos.2 - Aplicação do princípio ao caso concreto, em ordem a impedir a retirada forçada de mais 1000 famílias de um bairro inteiro, que já existe há mais de dez anos. Prevalência da dignidade da pessoa humana em face do direito de propriedade. Resolução do impasse por outros meios menos traumáticos.3 - Pedido indeferido. (92 MT 2005/0020476-3, Relator: Ministro FERNANDO GONÇALVES, Data de Julgamento: 05/08/2009, CE - CORTE ESPECIAL, Data de Publicação: DJe 04/02/2010)

STF

1.Trata-se de pedido de intervenção federal no Estado de São Paulo remetido pelo Tribunal de Justiça, em razão do descumprimento de decisão judicial prolatada em ação de desapropriação, processada na 2ª Vara Cível da Comarca de Guarulhos,que deu origem ao precatório nº 05698/07, em favor de Luiz Ramos Reis Filho e Umbelina Pereira Reis. Os interessados econômicos peticionaram nos autos (fl. 121) para informar o pagamento integral do precatório objeto deste pedido, requerendo, ademais, a desistência do feito. 2. O adimplemento da dívida prova a perda superveniente do objeto da ação. Faz desaparecer a conduta que estaria tipificando a desobediência da ordem judicial, causa invocada como fundamento para o pedido da medida excepcional e extrema de intervenção e suspensão temporária da autonomia do ente federado. 3. Ante o exposto, julgo prejudicada a intervenção federal, por perda superveniente de objeto, nos termos dos arts. 352, caput, c.c. 21, IX, do RISTF. Publique-se. Int.. Brasília, 6 de março de 2012.Ministro CEZAR PELUSOPresidenteDocumento assinado digitalmente (5189 SP , Relator: Min. Presidente, Data de Julgamento: 06/03/2012, Data de Publicação: DJe-052 DIVULG 12/03/2012 PUBLIC 13/03/2012)

2. INTERVENÇÃO FEDERAL.Pagamento de precatório judicial. Descumprimento voluntário e intencional. Não ocorrência. Inadimplemento devido a insuficiência transitória de recursos financeiros. Necessidade de manutenção de serviços públicos essenciais, garantidos por outras normas constitucionais. Agravo improvido. Precedentes. Não se justifica decreto de intervenção federal por não pagamento de precatório judicial, quando o fato não se deva a omissão voluntária e

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19intencional do ente federado, mas a insuficiência temporária de recursos financeiros.(4640 RS , Relator: Min. NELSON JOBIM (Presidente), Data de Julgamento: 29/03/2012, Tribunal Pleno, Data de Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-080 DIVULG 24-04-2012 PUBLIC 25-04-2012)

3. LEGITIMIDADE PARA A CAUSA. Ativa. Não caracterização. Intervenção federal. Ausência de pagamento de precatório vencido. Alegação de ofensa ao art. 34, inc. VI, da CF. Desobediência à ordem judicial de Tribunal de Justiça do Estado. Pedido formulado diretamente ao Supremo Tribunal Federal, pela parte interessada na causa. Ilegitimidade ativa reconhecida. Legitimação do presidente do tribunal local. Seguimento negado. Agravo improvido. Precedentes. Somente na hipótese de descumprimento de decisão emanada do próprio Supremo Tribunal Federal, a parte interessada em pedido de intervenção federal poderá deduzi-lo diretamente perante esta Corte.34VICF2. INTERVENÇÃO FEDERAL. Pagamento de precatório judicial alimentar. Descumprimento voluntário e intencional. Não ocorrência. Inadimplemento devido a insuficiência transitória de recursos financeiros. Necessidade de manutenção de serviços públicos essenciais, garantidos por outras normas constitucionais. Precedentes. Fundamento subsidiário para o indeferimento da inicial. Pedido indeferido por ilegitimidade ativa. Agravo improvido. Não se justifica decreto de intervenção federal por não pagamento de precatório judicial, quando o fato não se deva a omissão voluntária e intencional do ente federado, mas a insuficiência temporária de recursos financeiros.(4677 PB , Relator: Min. CEZAR PELUSO (Presidente), Data de Julgamento: 29/03/2012, Tribunal Pleno, Data de Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-120 DIVULG 19-06-2012 PUBLIC 20-06-2012)

"Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere pedido de intervenção estadual em Município." (SÚM. 637)

“É inconstitucional a atribuição conferida, pela Constituição do Pará, art. 85, I, ao Tribunal de Contas dos Municípios, para requerer ao Governador do Estado a intervenção em Município. Caso em que o Tribunal de Contas age como auxiliar do Legislativo Municipal, a este cabendo formular a representação, se não rejeitar, por decisão de dois terços dos seus membros, o parecer prévio emitido pelo Tribunal (CF, art. 31, § 2º).” (ADI 2.631, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 29-8-02, DJ de 8-8-03)

4. Os Municípios na Constituição. Competência municipal, organização política e administrativa dos Municípios. Intervenção nos Municípios.

Há uma discussão doutrinária sobre se o Município é ou não uma entidade federativa. JOSÉ AFONSO DA SILVA entende que os Municípios não são entidades federadas, citando vários artigos da CF, nos quais a denominação entes federados não está direcionado aos municípios. Mas essa posição é isolada, porque a maioria da doutrina e o próprio STF reconhecem a natureza de entidade federativa aos municípios por força dos artigos 1o. e 18 da CR/88.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

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20Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.

Para saber se se trata ou não de um ente federado, é preciso verificar se presentes os requisitos da autonomia.

a) AUTO-GOVERNO: há poderes no município, que possui os poderes Executivo e Legislativo.

b) AUTO-ORGANIZAÇÃO: os municípios se organizam por um documento específico, a lei orgânica.

c) AUTO-LEGISLAÇÃO: capacidade para editar leis municipais, que não ultrapassam as suas fronteiras.

d) AUTO-ADMINISTRAÇÃO: os municípios possuem um Poder Executivo.

e) AUTONOMIA TRIBUTÁRIA, FINANCEIRA e ORÇAMENTÁRIA: há tributos específicos; arrecada e gasta; possui controle orçamentário próprio.

Sobre os municípios dispõe a CR/88:

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:

I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País; (SISTEMA MAJORITÁRIO DE MAIORIA ABSOLUTA OU RELATIVA DE ACORDO COMO CONSTA NO INCISO III)        II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997)        III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao da eleição;        IV - número de Vereadores proporcional à população do Município, observados os seguintes limites:a) mínimo de nove e máximo de vinte e um nos Municípios de até um milhão de habitantes;b) mínimo de trinta e três e máximo de quarenta e um nos Municípios de mais de um milhão e menos de cinco milhões de habitantes;

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21c) mínimo de quarenta e dois e máximo de cinqüenta e cinco nos Municípios de mais de cinco milhões de habitantes; (O STF E O TSE ENTENDERAM QUE ESSES NÚMEROS NÃO SÃO ABSOLUTAMENTE DEFINIDOS PELA DISCRICIONARIEDADE MUNICIPAL. DEVE HAVER UMA PROPORCIONALIDADE DENTRO DOS LIMITES IMPOSTOS PELOS INCISOS, APLICANDO-SE UMA REGRA DE TRÊS)

Jurisprudência:

1.Recurso. Aumento do número de vereadores. Intempestividade. Resolução/TSE nº 21.702/04. Fundamento em decisão do STF.21.7021. Uma vez iniciado o processo eleitoral, descabe alteração para mesma eleição do número de cadeiras referentes ao cargo de vereador;2. É ilegal a modificação de vagas para o legislativo municipal quando o número atual de cadeiras encontra-se fixado em consonância com o quanto decidido pelo STF no RE nº 197.917 e encampado pela Resolução/TSE nº 21.702/2004; RE nº 197.917 3. Recurso desprovido (12554 BA , Relator: EVANDRO REIMÃO DOS REIS, Data de Julgamento: 19/05/2009, Data de Publicação: DPJ-BA - Diário do Poder Judiciário, Data 01/06/2009, Página 72/73).

2. 1. Trata-se de agravo de instrumento de decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto contra acórdão no qual se discute, em sede de ação civil pública proposta pelo Ministério Público Estadual, a redução do número de Vereadores do Município de Diadema/SP. No RE, sustenta-se ofensa aos artigos 5º, inciso XXXVI e 29, IV, ambos da Constituição Federal.2. O Ministério Público Federal manifestou-se pelo não-conhecimento do recurso (fls.145-148).3. O recurso não merece prosperar. Verifico que o art. 5º, inc. XXXVI, da CF, ao qual se alegou violação, não se encontra prequestionado, porque não abordado pelo acórdão recorrido, nem opostos embargos de declaração para satisfazer o requisito do prequestionamento (Súmulas STF 282 e 356).4. Em segundo lugar, verifica-se que a parte agravante limita-se a reiterar as razões do RE, deixando de atacar os fundamentos da decisão agravada. Incide, pois, a Súmula STF 287.5. Ademais, destaca-se que o acórdão do Tribunal a quo está em consonância com a jurisprudência desta Corte, pois a controvérsia já passou pelo crivo do Plenário do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 197.917, rel. Min. Maurício Corrêa,maioria, DJ 7.5.2004, onde restou assentado que "o art. 29, inciso IV da Constituição Federal exige que o número de vereadores seja proporcional à população dos Municípios, observados os limites mínimos e máximos fixados pelas alíneas a, b e c", razão por que tais entes da Federação não podem fixar livremente o número de cadeiras das Câmaras Legislativas.6. Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 557, caput, do CPC). Publique-se. Brasília, 24 de fevereiro de 2011.Ministra Ellen Gracie Relatora5ºXXXVI29IVConstituição Federal5ºXXXVICF RE 197.91729IVConstituição Federal557CPC (699379 SP , Relator: Min. ELLEN GRACIE, Data de Julgamento: 24/02/2011, Data de Publicação: DJe-042 DIVULG 02/03/2011 PUBLIC 03/03/2011)

      V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada

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22pela Emenda constitucional nº 19, de 1998) (É UMA LEI ORDINÁRIA, NÃO PRECISA SER COMPLEMENTAR)        VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subseqüente, observado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)        a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)        b) em Municípios de dez mil e um a cinqüenta mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)        c) em Municípios de cinqüenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)        d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cinqüenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)        e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)        f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)        VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) (IMUNIDADE MATERIAL, NÃO HÁ O ILÍCITO PENAL, QUANDO RELACIONADA A CONDUTA COMO EXERCÍCIO DO MANDATO)

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23(O VEREADOR NÃO TEM IMUNIDADE FORMAL, A LEI ORGÂNICA QUE DIZ QUE O LEGISLATIVO POSSA PARAR O PROCESSO PENAL CONTRA O VEREADOR DEVE SER DESCONSIDERADA).

IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os membros da Assembléia Legislativa; (Renumerado do inciso VII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) (APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA SIMETRIA, COM O MESMO REGIME JURÍDICO)

X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (Renumerado do inciso VIII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) (ESSE É O JULGAMENTO PENAL; NO ÂMBITO CIVIL, AS CE COSTUMAM DIZER QUE O MS CONTRA O PREFEITO DA CAPITAL SERÁ IMPETRADO NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA; O INCISO ESTÁ TRATANDO DE MATÉRIA PENAL) (O INCISO TRAZ UMA REGRA E UM PRINCÍPIO DE QUE O FORO PENAL ORIGINÁRIO DO PREFEITO É O TRIBUNAL)

CRIME PRATIC

ADO POR

PREFEITO

COMUM FEDERALELEITOR

AL

COMPETÊNCIA

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

TRF TRE

XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal;

XII - cooperação das associações representativas no planejamento municipal;

XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;

XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único. (NOS MESMOS TERMOS DA PERDA DO CARGO DO GOVERNADOR).

Art.  29-A.  O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das transferências previstas no § 5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício anterior: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

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24        I - oito por cento para Municípios com população de até cem mil habitantes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)        II - sete por cento para Municípios com população entre cem mil e um e trezentos mil habitantes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)        III - seis por cento para Municípios com população entre trezentos mil e um e quinhentos mil habitantes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)        IV - cinco por cento para Municípios com população acima de quinhentos mil habitantes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)        § 1o  A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)        § 2o  Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) (O STF JÁ DISSE QUE O CRIME TEM NATUREZA POLÍTICO-ADMINISTRATIVA)        I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)        II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)        III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

        § 3o  Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000

As competências dos Municípios estão previstas no art. 30 da CR/88:     

Art. 30. Compete aos Municípios:        I - legislar sobre assuntos de interesse local; (SALVO NA HIPÓTESE DE GÁS CANALISADO)        II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;       

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25III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;        IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;        V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; (MUNICIPA; O INTER MUNICIPAL É DO ESTADO; O INTER ESTADUAL É DA UNIÃO).        VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental;        VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;        VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;        IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.

Sobre a competência dos Municípios conferir os seguintes julgados:

1.DIREITO ADMINISTRATIVO. DEFINIÇÃO DO TEMPO MÁXIMO DE ESPERA EM FILAS DE INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS. COMPETÊNCIA MUNICIPAL. INTERESSE LOCAL. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL PROCLAMADA PELO PLENÁRIO DO STF. RATIFICAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA. PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO PROFERIDO NA ORIGEM POSTERIOR A 03.5.2007.No julgamento do RE 610.221-RG/SC, o Plenário do Supremo Tribunal Federal proclamou a existência de repercussão geral da questão relativa à competência dos municípios para legislarem sobre o tempo máximo de espera em filas de instituições bancárias. Decisão de mérito transitada em julgado em 28.10.2010. Acórdão do Tribunal de origem publicado após 03.5.2007, data da publicação da Emenda Regimental 21/2007, que alterou o RISTF para adequá-lo à sistemática da repercussão geral (Lei 11.418/2006). Agravo regimental conhecido e não provido.11.418 (746511 MT , Relator: Min. ROSA WEBER, Data de Julgamento: 05/06/2012, Primeira Turma, Data de Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-119 DIVULG 18-06-2012 PUBLIC 19-06-2012).

2. Agravo regimental no agravo de instrumento. Farmácia. Horário de funcionamento. Competência municipal. Precedentes.1. A jurisprudência desta Corte está consolidada no sentido de que os Municípios são competentes para fixar o horário de funcionamento de farmácias e drogarias, o que não implica em violação aos princípios constitucionais da isonomia, da livre iniciativa, da livre concorrência e da defesa do consumidor.2. Agravo regimental não provido. (629125 SP , Relator: Min. DIAS TOFFOLI, Data de Julgamento: 30/08/2011, Primeira

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26Turma, Data de Publicação: DJe-196 DIVULG 11-10-2011 PUBLIC 13-10-2011 EMENT VOL-02606-03 PP-00380)

3. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO CONSTITUCIONAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA LEGISLATIVA. AUTONOMIA MUNICIPAL PARA FIXAR TARIFAS DE SERVIÇO PÚBLICO LOCAL. ART. 15, INCISO II, ALÍNEA B, DA EMENDA N. 1/1969. LEI N. 1.741/1984 E DECRETO N. 111/84, AMBOS DO MUNICÍPIO DE MARINGÁ-PR. LEI FEDERAL N. 6.528/1978 E DECRETO FEDERAL N. 82.587/1978. RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.11.7411116.52882.5871. Não ofende o art. 15, inc. II, alínea b da Emenda n. 1/1969 a Lei n. 1.741/1984 e o Decreto n. 111/1984 do Município de Maringá-PR, editados no exercício da competência municipal para dispor sobre a organização dos serviços públicos locais, dentre os quais se incluem o serviço de água e esgoto.15IIb11.7412. Recurso extraordinário ao qual se nega provimento. (117809 PR , Relator: Min. CÁRMEN LÚCIA, Data de Julgamento: 10/02/2011, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-180 DIVULG 19-09-2011 PUBLIC 20-09-2011 EMENT VOL-02590-02 PP-00277)

4. CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA NORMATIVA. DECRETO MUNICIPAL N.29.231/2008, DO RIO DE JANEIRO. RESTRIÇÃO DE HORÁRIO PARA CIRCULAÇÃODE VEÍCULOS DE CARGA E SUAS OPERAÇÕES. LEGITIMIDADE. PRECEDENTE:RMS 29.990/RJ.RECURSO ORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.29.231 (31732 RJ 2010/0047456-0, Relator: Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, Data de Julgamento: 06/09/2011, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 13/09/2011)

5. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. COMPETÊNCIA MUNICIPAL. VALOR IRRISÓRIO. ARQUIVAMENTO. AUSÊNCIA DE LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA. INTERESSE DE AGIR.1. "Não incumbe ao Judiciário, mesmo por analogia a leis de outros entes tributantes, decretar, de ofício, a extinção da ação de execução fiscal, ao fundamento de que o valor da cobrança é pequeno ou irrisório, não compensando sequer as despesas da execução, porquanto o crédito tributário regularmente lançado é indisponível (art. 141, do CTN), somente podendo ser remitido à vista de lei expressa do próprio ente tributante (art. 150, § 6º, da CF e art. 172, do CTN)" (REsp 999.639/PR, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 6.5.2008, DJe 18.6.2008).141CTN150§ 6ºCF172CTN2. Recurso especial provido para determinar o retorno dos autos à instância a quo, a fim de prosseguir na Execução Fiscal. (1228616 PE 2011/0002090-1, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 15/02/2011, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 24/02/2011).

6. DIREITO CONSTITUCIONAL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. VEREADORES. FIXAÇÃO DE SUBSÍDIOS. COMPETÊNCIA DA CÂMARA MUNICIPAL. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI MUNICIPAL EM FACE DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL. OFENSA AO ART. 29, VI, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL: INEXISTÊNCIA.CONSTITUIÇÃO ESTADUAL29VICONSTITUIÇÃO FEDERAL1. A norma municipal foi declarada inconstitucional pelo órgão especial do TJ/SP, por violação aos arts. 144 da Constituição do Estado de São Paulo.Constituição do Estado de São Paulo2. A fixação dos subsídios de vereadores é de competência exclusiva da Câmara Municipal, a qual deve respeitar as prescrições estabelecidas na Lei Orgânica Municipal, na Constituição do respectivo Estado, bem como na Constituição Federal.Constituição Federal3. Permaneceu inatacado, nas razões recursais, fundamento suficiente para a manutenção do acórdão recorrido.4. Agravo regimental a que se nega p(494253 SP , Relator: Min. ELLEN GRACIE, Data de Julgamento: 22/02/2011, Segunda Turma, Data de Publicação: DJe-048 DIVULG 14-03-2011 PUBLIC 15-03-2011 EMENT VOL-02481-01 PP-00186)

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7. AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - LICENÇA AMBIENTAL DE OPERAÇÕES - AEROPORTO DE CONGONHAS - COMPETÊNCIA - FIXAÇÃO DE MULTA.1. Ao conferir a Licença Ambiental de Operações (LAO) ao Aeroporto de Congonhas, a Secretaria do Verde e Meio Ambiente impôs 100 (cem) condicionantes ao aeroporto, muitas das quais ilegais por extrapolarem a competência municipal que deveria, tão-somente, restringir-se aos aspectos ambientais.2. A segurança dos aeroportos a todos interessa. Com efeito, os acidentes com aviões causam um número significativo de perdas de vidas, em especial num dos aeroportos mais movimentados do país que fica a poucos minutos do centro da capital.3. A despeito desse relevante papel que se fundamenta no peculiar interesse do Município, algumas das exigências que a Secretaria Municipal do Verde apresentou à agravante não são de sua competência, não havendo no texto constitucional lugar para a atuação desse órgão municipal 4. A discriminação de competências constitucionais não admite ampliação, senão aquela que expressamente consagrou como regras constitucionais de atuação concorrente ou supletiva, o que não é o caso dos autos. 5. Descabida a fixação de astreintes, uma vez que a certificação operacional depende de providências de outro órgão público. 6. Agravo de instrumento parcialmente provido.texto constitucional (11799 SP 2010.03.00.011799-0, Relator: JUIZ CONVOCADO PAULO SARNO, Data de Julgamento: 04/08/2011, QUARTA TURMA, TRF3)

Controle do Município

       

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.        § 1º - O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver. (ASSIM, SÃO TRÊS POSSIBILIDADES DE CONTROLE, SENDO QUE A CE ESCOLHERÁ QUAL DOS 03 SERÁ O ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELO AUXÍLIO NO CONTROLE) (O PARECER NÃO IRÁ VINCULAR A CÂMARA DE VEREADORES, MAS, PARA REJEIÇÃO DEVERÁ EXISTIR UM QUORUM ESPECIAL PREVISO NO § 2O.) § 2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.        § 3º - As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. (SÓ HÁ PUBLICIDADE DAS CONTAS MUNICIPAIS DURANTE 60 DIAS NO ANO? NÃO, QUER DIZER QUE DURANTE 60 DIAS, INDEPENDENTEMENTE, DE QUALQUER REQUERIMENTO DO CONTRIBUINTE, AS CONTAS FICARÃO PUBLICADAS, DEPOIS DOS 60 DIAS, O

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28INTERESSADO, PARA TER ACESSO ÀS CONTAS, DEVE REQUERER DIRETAMENTE À MUNICIPALIDADE)        § 4º - É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais. (ESSE MUNICIPAIS ESTÁ RELACIONADO A ÓRGÃOS CRIADOS E MANTIDOS POR MUNICÍPIOS, ASSIM, NÃO SE PODE MAIS CRIAR NOVOS TRIBUNAIS MUNICIPAIS)

“Municípios e Tribunais de Contas. A Constituição da República impede que os Municípios criem os seus próprios Tribunais, Conselhos ou órgãos de contas municipais (CF, art. 31, § 4º), mas permite que os Estados-Membros, mediante autônoma deliberação, instituam órgão estadual denominado Conselho ou Tribunal de Contas dos Municípios (RTJ 135/457, Rel. Min. Octavio Gallotti — ADI 445/DF, Rel. Min. Néri da Silveira), incumbido de auxiliar as Câmaras Municipais no exercício de seu poder de controle externo (CF, art. 31, § 1º).  Esses Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios — embora qualificados como órgãos estaduais (CF, art. 31, § 1º) — atuam, onde tenham sido instituídos, como órgãos auxiliares e de cooperação técnica das Câmaras de Vereadores. A prestação de contas desses Tribunais de Contas dos Municípios, que são órgãos estaduais (CF, art. 31, § 1º), há de se fazer, por isso mesmo, perante o Tribunal de Contas do próprio Estado, e não perante a Assembléia Legislativa do Estado-Membro. Prevalência, na espécie, da competência genérica do Tribunal de Contas do Estado (CF, art. 71, II, c/c o art. 75).” (ADI 687, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 2-2-95, DJ de 10-2-06)

Criação, incorporação, fusão e desmembramento dos Municípios.

        Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.

§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996)

LEI N. 10.521, DE 18 DE JULHO DE 2002.

Assegura a instalação

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29de Municípios criados por Lei Estadual. 

Faço saber que o Congresso Nacional decretou, o Presidente da República, nos termos do § 3º  do  artigo  66  da   Constituição  sancionou,  e  eu, Carlos Wilson, Primeiro-Secretário do Senado Federal, no exercício da Presidência,  nos termos do § 7º do mesmo artigo promulgo a seguinte Lei:

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º É assegurada a instalação dos Municípios cujo processo de criação teve início antes da promulgação da Emenda Constitucional nº 15, desde que o resultado do plebiscito tenha sido favorável e que as leis de criação tenham obedecido à legislação anterior.

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Senado Federal, em 18 de julho de 2002                  Senador Carlos Wilson

                  Primeiro-Secretário do Senado Federal,                  no exercício da Presidência

"Ação direta de inconstitucionalidade. Lei n. 6.893, de 28 de janeiro de 1998, do Estado do Mato Grosso, que criou o Município de Santo Antônio do Leste. Inconstitucionalidade de lei estadual posterior à EC 15/96. Ausência de lei complementar federal prevista no texto constitucional. Afronta ao disposto no artigo 18, § 4º, da Constituição do Brasil. Omissão do Poder Legislativo. Existência de fato. Situação consolidada. Princípio da segurança jurídica. Situação de exceção, estado de exceção. A exceção não se subtrai à norma, mas esta, suspendendo-se, dá lugar à exceção — apenas assim ela se constitui como regra, mantendo-se em relação com a exceção. O Município foi efetivamente criado e assumiu existência de fato, como ente federativo. Existência de fato do Município, decorrente da decisão política que importou na sua instalação como ente federativo dotado de autonomia. Situação excepcional consolidada, de caráter institucional, político. Hipótese que consubstancia reconhecimento e acolhimento da força normativa dos fatos. Esta Corte não pode limitar-se à prática de mero exercício de subsunção. A situação de exceção, situação consolidada — embora ainda não jurídica — não pode ser desconsiderada. A exceção resulta de omissão do Poder Legislativo, visto que o impedimento de criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios, desde a promulgação da Emenda Constitucional n. 15, em 12 de setembro de 1996, deve-se à ausência de lei complementar federal. Omissão do Congresso Nacional que inviabiliza o que a Constituição autoriza: a criação de Município. A não edição da lei complementar dentro de um prazo razoável consubstancia autêntica violação da ordem constitucional. A criação do Município de Santo Antônio do Leste importa, tal como se deu, uma situação excepcional não prevista pelo direito positivo. O estado de exceção é uma zona de indiferença entre o caos e o estado da normalidade. Não é a

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30exceção que se subtrai à norma, mas a norma que, suspendendo-se, dá lugar à exceção — apenas desse modo ela se constitui como regra, mantendo-se em relação com a exceção. Ao Supremo Tribunal Federal incumbe decidir regulando também essas situações de exceção. Não se afasta do ordenamento, ao fazê-lo, eis que aplica a norma à exceção desaplicando-a, isto é, retirando-a da exceção. Cumpre verificar o que menos compromete a força normativa futura da Constituição e sua função de estabilização. No aparente conflito de inconstitucionalidades impor-se-ia o reconhecimento da existência válida do Município, a fim de que se afaste a agressão à federação. O princípio da segurança jurídica prospera em benefício da preservação do Município. Princípio da continuidade do Estado. Julgamento no qual foi considerada a decisão desta Corte no MI n. 725, quando determinado que o Congresso Nacional, no prazo de dezoito meses, ao editar a lei complementar federal referida no § 4º do artigo 18 da Constituição do Brasil, considere, reconhecendo-a, a existência consolidada do Município de Luís Eduardo Magalhães. Declaração de inconstitucionalidade da lei estadual sem pronúncia de sua nulidade Ação direta julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade, mas não pronunciar a nulidade pelo prazo de 24 meses, Lei n. 6.893, de 28 de janeiro de 1998, do Estado do Mato Grosso." (ADI 3.316, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 9-5-07, DJ de 29-6-07). No mesmo sentido: ADI 2.240, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 9-5-07, DJ de 3-8-07; ADI 3.489, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 9-5-07, DJ de 3-8-07.

As modificações relacionadas aos municípios devem ser feitas por LEI ESTADUAL, dentro de um período determinado por LEI COMPLEMENTAR FEDERAL. Tal procedimento destina-se a evitar a proliferação de municípios.

De qualquer modo é obrigatória a consulta prévia por meio de PLEBISCITO.

Deve ser divulgada a lei com o os Estudos de Viabilidade Municipal.

ATENÇÃO: Um ponto importante a ser lembrado é o trazido pela Emenda Constitucional n°57 de 2008. Com essa emenda foi acrescentado o artigo 96 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, que assim dispõe:” Ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de Municípios, cuja lei tenha sido publicada até dezembro de 2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação.” Desse modo, como muitas já haviam sido criados, sem a existência da lei complementar, eles foram convalidados para que a própria ordem constitucional não fosse posta em risco.

STF

1.AGRAVO REGIMENTAL NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. CRIAÇÃO DO MUNICÍPIO DE PINTO BANDEIRA/RS. AÇÃO JULGADA PREJUDICADA PELA EDIÇÃO SUPERVENIENTE DA EMENDA CONSTITUCIONAL N. 57/2008. ALEGAÇÃO DE CONTRARIEDADE À EMENDA CONSTITUCIONAL N. 15/1996 E DEFINIÇÃO DA SITUAÇÃO JURÍDICA POR MEIO DA DECISÃO CAUTELAR. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.57151. Nos termos do art. 317, § 4º,

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31do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, o agravo regimental não tem efeito suspensivo.2. A Lei n. 11.375/1999 do Rio Grande do Sul é ato normativo existente e autônomo, pelo que pode ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade.3. Decisões cautelares têm caráter precário e provisório, necessariamente substituídas por decisões finais definitivas.4. Com o advento da Emenda Constitucional n. 57/2008, foram convalidados os atos de criação de Municípios cuja lei tenha sido publicada até 31.12.2006, atendidos os requisitos na legislação do respectivo estado à época de sua criação.575. A Lei n. 11.375/1999 foi publicada nos termos do art. 9º da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul, alterado pela Emenda Constitucional n. 20/1997, pelo que a criação do Município de Pinto Bandeira foi convalidada.Constituição do Estado do Rio Grande do Sul6. Agravo regimental ao qual se nega provimento. (2381 RS , Relator: Min. CÁRMEN LÚCIA, Data de Julgamento: 24/03/2011, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-068 DIVULG 08-04-2011 PUBLIC 11-04-2011 EMENT VOL-02500-01 PP-00022)

2. PROCESSO OBJETIVO -EMENDA CONSTITUCIONAL SUPERVENIENTE -PREJUÍZO DO PEDIDO FORMULADO. 1. Eis as informações prestadas pelo Gabinete: O Procurador-Geral da República questiona a constitucionalidade das Leis do Estado de Mato Grosso nº 7.234, de 28 de dezembro de 1999, nº 7.805, de 5 de dezembro de 2002, e nº 8.451, de 13 de janeiro de 2006, todas a dispor sobre a criação e o desmembramento de municípios. Mediante o primeiro ato, o Município de Santa Rita do Trivelato foi criado a partir do desmembramento do Município de Nova Mutum. Por intermédio do segundo, anexou-se ao Município de Santa Rita do Trivelato área territorial desligada do Município de Rosário Oeste. Por meio do terceiro, vieram a ser modificados os limites territoriais da área desmembrada do Município de Rosário Oeste. O Ministério Público aponta a ofensa ao artigo 18, § 4º, da Carta da Republica. Consoante assevera, não há lei complr federal a fixar o período e os critérios gerais a serem observados pelos estados-membros para a criação de municípios. Vossa Excelência acionou o artigo 6º da Lei nº 9.868, de 1999, ante a ausência de pedido liminar. À folha 54 à 58, estão as informações prestadas pelo Governador do Estado e, à folha 73 à 82, as da Assembleia Legislativa estadual. A Advocacia-Geral da União, à folha 85 à 93, e a Procuradoria Geral da República manifestaram-se pela procedência do pedido formulado. 2. Em 18 de dezembro de 2008, foi promulgada a Emenda Constitucional nº 57, com a seguinte redação: As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3º do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional: Art. 1º O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias passa a vigorar acrescido do seguinte art. 96: "Art. 96. Ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação." Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação. À folha 18, há notícia de que foi respeitada a legislação estadual vigente. Assim, acabou regularizada a situação jurídica referente a criação e desmembramento dos municípios mato-grossenses. Em síntese, modificou-se substancialmente a norma constitucional que o Procurador-Geral da República, na inicial desta ação, apontou como inobservada. O quadro autoriza a atuação individual tendo em conta, até mesmo, a sobrecarga do Plenário consideradas as pautas publicadas no Diário da Justiça e no sítio eletrônico do Tribunal. Na Ação Direta nº 3.097/SC, de minha relatoria, cujo objeto versava situação análoga -a inconstitucionalidade da criação de municípios no Estado de Santa Catarina -, o Ministério Público manifestou-se pelo prejuízo do pedido formulado. 3. Declaro-o na espécie, fazendo-o, repito, ante a nova situação jurídica que surgiu com a Emenda Constitucional nº 57/2008. 4. Publiquem. 5. Arquivem.Brasília, 27 de junho de 2012.Ministro MARÇO AURÉLIORelator18§ 4ºCarta da Republica6º9.86857§ 3º60Constituição Federal texto constitucional57 (3755 MT ,

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32Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 27/06/2012, Data de Publicação: DJe-153 DIVULG 03/08/2012 PUBLIC 06/08/2012)

Quadro comparativo: Criação de municípios e de estados-membros

Entidades Requisitos para sua criaçãoEstado-membro - Plebiscito

- lei complementar federal- oitiva das Assembléias Legislativas envolvidas

Municípios - Divulgação do “Estudo de Viabilidade Municipal”- Plebiscito com populações diretamente interessadas- Lei ordinária estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal

Região metropolitana, aglomeração urbana e microrregião.

- Competência dos Estados-membros mediante a edição de Lei Complementar

APÊNDICE – JURISPRUDÊNCIA DO STF SOBRE INTERVENÇÃO

(Jurisprudência recente sobre intervenção foi anexada dentro do tema” Intervenção “, colocado acima).

"Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere pedido de intervenção estadual em Município." (Súmula 637)

“O pedido de requisição de intervenção dirigida pelo Presidente do Tribunal de execução ao STF há de ter motivação quanto à procedência e também com a necessidade da intervenção.” (IF 230, Rel. Min. Presidente Sepúlveda Pertence, julgamento em 24-4-1996, Plenário, DJ de 1º-7-1996.)

“O instituto da intervenção federal, consagrado por todas as Constituições republicanas, representa um elemento fundamental na própria formulação da doutrina do federalismo, que dele não pode prescindir – inobstante a expecionalidade de sua aplicação –, para efeito de preservação da intangibilidade do vínculo federativo, da unidade do Estado Federal e da integridade territorial das unidades federadas. A invasão territorial de um Estado por outro constitui um dos pressupostos de admissibilidade da intervenção federal. O Presidente da República, nesse particular contexto, ao lançar mão da extraordinária prerrogativa que lhe defere a ordem constitucional, age mediante estrita avaliação discricionária da situação que se lhe apresenta, que se submete ao seu exclusivo juízo político, e que se revela, por isso mesmo, insuscetível de subordinação à vontade do Poder Judiciário, ou de qualquer outra instituição estatal. Inexistindo, desse modo, direito do Estado impetrante à decretação, pelo chefe do Poder Executivo da União, de intervenção federal, não se pode inferir, da abstenção presidencial quanto à concretização dessa medida, qualquer situação de lesão jurídica passível de correção pela via do mandado de segurança.” (MS 21.041, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 12-6-1991, Plenário, DJ de 13-3-1992.)

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33“Intervenção federal. Inexistência de atuação dolosa por parte do Estado. Indeferimento. Precedentes. Decisão agravada que se encontra em consonância com a orientação desta Corte, no sentido de que o descumprimento voluntário e intencional de decisão judicial transitada em julgado é pressuposto indispensável ao acolhimento do pedido de intervenção federal.” (IF 5.050-AgR, Rel. Min. Presidente Ellen Gracie, julgamento em 6-3-2008, Plenário, DJE de 25-4-2008.) No mesmo sentido: IF 4.979-AgR, Rel. Min. Presidente Ellen Gracie, julgamento em 6-3-2008, Plenário, DJE de 25-4-2008.)

“Constitucional. ICMS. Repartição de rendas tributárias. PRODEC. Programa de Incentivo Fiscal de Santa Catarina. Retenção, pelo Estado, de parte da parcela pertencente aos Municípios. Inconstitucionalidade. RE desprovido. A parcela do imposto estadual sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, a que se refere o art. 158, IV, da Carta Magna pertence de pleno direito aos Municípios. O repasse da quota constitucionalmente devida aos Municípios não pode sujeitar-se à condição prevista em programa de benefício fiscal de âmbito estadual. Limitação que configura indevida interferência do Estado no sistema constitucional de repartição de receitas tributárias. ” (RE 572.762, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 18-6-2008, Plenário, DJE de 5-9-2008.) No mesmo sentido: RE 531.566-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 9-6-2009, Segunda Turma, DJE de 1º-7-2009; RE 477.854, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 28-4-2009, Segunda Turma, DJE de 22-5-2009; RE 459.486-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 11-11-2008, Segunda Turma, DJE de 6-2-2009.

“O procedimento destinado a viabilizar, nas hipóteses de descumprimento de ordem ou de sentença judiciais (CF, art. 34, VI, e art. 35, IV), a efetivação do ato de intervenção – trate-se de intervenção federal nos Estados-membros, cuide-se de intervenção estadual nos Municípios – reveste-se de caráter político-administrativo, muito embora instaurado perante órgão competente do Poder Judiciário (CF, art. 36, II, e art. 35, IV), circunstância que inviabiliza , ante a ausência de causa, a utilização do recurso extraordinário.” (AI 343.461-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 18-6-2002, Segunda Turma, DJ de 29-11-2002.) No mesmo sentido: AI 666.833-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 18-12-2007, Segunda Turma, DJE de 14-03-2008.

"O descumprimento voluntário e intencional de decisão transitada em julgado configura pressuposto indispensável ao acolhimento do pedido de intervenção federal. A ausência de voluntariedade em não pagar precatórios, consubstanciada na insuficiência de recursos para satisfazer os créditos contra a Fazenda Estadual no prazo previsto no § 1º do art. 100 da Constituição da República, não legitima a subtração temporária da autonomia estatal, mormente quando o ente público, apesar da exaustão do erário, vem sendo zeloso, na medida do possível, com suas obrigações derivadas de provimentos judiciais. Precedentes." (IF 1.917-AgR, Rel. Min. Presidente Maurício Corrêa, julgamento em 17-3-2004, Plenário, DJ de 3-8-2007.)

“Precatórios judiciais. Não configuração de atuação dolosa e deliberada do Estado de São Paulo com finalidade de não pagamento. Estado sujeito a quadro de múltiplas obrigações de idêntica hierarquia. Necessidade de garantir eficácia a outras normas constitucionais, como, por exemplo, a continuidade de prestação de serviços públicos. A intervenção, como medida extrema, deve atender à máxima da proporcionalidade. Adoção da chamada relação de precedência condicionada entre princípios constitucionais concorrentes.” (IF 298, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 3-2-2003, Plenário, DJ de 27-2-2004.)

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34“Dado o caráter nacional de que se reveste, em nosso regime político, o Poder Judiciário, não se dá por meio de intervenção federal, tal como prevista no art. 34 da Constituição, a interferência do Supremo Tribunal, para restabelecer a ordem em Tribunal de Justiça estadual, como, no caso, pretendem os requerentes. Conversão do pedido em reclamação a exemplo do resolvido, por esta corte, no pedido de Intervenção Federal 14.” (Rcl 496-AgR, Rel. Min. Octavio Gallotti, julgamento em 23-6-1994, Plenário,DJ de 24-8-2001.)

“Intervenção – Precatório – Inobservância – Dificuldades financeiras. Possíveis dificuldades financeiras não são de molde a afastar a intervenção decorrente do descumprimento de ordem judicial." (AI 246.272-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 11-4-2000, Segunda Turma, DJ de 4-8-2000.)

“A exigência de respeito incondicional às decisões judiciais transitadas em julgado traduz imposição constitucional, justificada pelo princípio da separação de poderes e fundada nos postulados que informam, em nosso sistema jurídico, a própria concepção de Estado Democrático de Direito. O dever de cumprir as decisões emanadas do Poder Judiciário, notadamente nos casos em que a condenação judicial tem por destinatário o próprio poder público, muito mais do que simples incumbência de ordem processual, representa uma incontornável obrigação institucional a que não se pode subtrair o aparelho de Estado, sob pena de grave comprometimento dos princípios consagrados no texto da Constituição da República. A desobediência a ordem ou a decisão judicial pode gerar, em nosso sistema jurídico, gravíssimas consequências, quer no plano penal, quer no âmbito político-administrativo (possibilidade de impeachment), quer, ainda, na esfera institucional (decretabilidade de intervenção federal nos Estados-membros ou em Municípios situados em Território Federal, ou de intervenção estadual nos Municípios).” (IF 590-QO, Rel. Min. Presidente Celso de Mello, julgamento em 17-9-1998, Plenário, DJ de 9-10-1998.)

“Por não se tratar de causa, em sentido próprio, mas de providência administrativa, da privativa iniciativa do Tribunal de Justiça, não cabe recurso extraordinário contra a decisão daquela corte, que indeferiu o encaminhamento do pedido de intervenção federal, por suposto descumprimento de decisão judicial (art. 34, IV, da Constituição).” (RE 149.986, Rel. Min. Octavio Gallotti, julgamento em 9-3-1993, Primeira Turma, DJ de 7-5-1993.)

“Não se caracteriza hipótese de intervenção federal, por descumprimento de decisão judicial (art. 34, VI, da CF), se, com base no art. 33 do ADCT da CF e em Decreto baixado pelo Poder Executivo estadual, o precatório judicial, em ação de indenização, por desapropriação indireta, vem sendo pago em moeda corrente, com atualização legal, em prestações anuais, iguais e sucessivas, no prazo de oito anos a partir de 1º-7-1989. Sendo o credor eventualmente preterido, em seu direito de precedência, o que pode pleitear é o sequestro da quantia necessária à satisfação do débito (parágrafo 2º do art. 100 da Constituição). E não, desde logo, a intervenção federal, por descumprimento de decisão judicial, a que se refere o art. 34, VI, da Constituição.” (IF 120, Rel. Min. Presidente Sydney Sanches, julgamento em 10-2-1993, Plenário, DJ de 5-3-1993.)

“Se, embora tardiamente, a decisão judicial veio a ser cumprida, com a desocupação do imóvel, pelos esbulhadores, os autos da intervenção federal devem ser arquivados. Se se noticia que, posteriormente, nova invasão do imóvel, já pertencente a outros proprietários, aconteceu, sem que haja, entretanto, sequer prova de outra ação de reintegração de posse, com deferimento de liminar, esse fato subsequente, mesmo se verdadeiro, não pode ser considerado nos autos da

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35intervenção federal, motivada pela decisão anterior, que acabou por ser executada.” (IF 103, Rel. Min. Presidente Néri da Silveira, julgamento em 13-3-1991, Plenário, DJ de 5-12-1997.)

“O Tribunal, por maioria, julgou improcedente pedido de intervenção federal no Distrito Federal, formulado pelo Procurador-Geral da República, por alegada violação aos princípios republicano e democrático, bem como ao sistema representativo (CF, art. 34, VII, a). Na espécie, o pedido de intervenção federal teria como causa petendi, em suma, a alegação da existência de esquema de corrupção que envolveria o ex-Governador do DF, alguns Deputados Distritais e suplentes, investigados pelo STJ, e cujo concerto estaria promovendo a desmoralização das instituições públicas e comprometendo a higidez do Estado Federal. Tais fatos revelariam conspícua crise institucional hábil a colocar em risco as atribuições político-constitucionais dos Poderes Executivo e Legislativo e provocar instabilidade da ordem constitucional brasileira. Preliminarmente, a Corte, por maioria, rejeitou requerimento do Procurador-Geral da República no sentido de adiar o julgamento da causa para a primeira data do mês de agosto em que a Corte estivesse com sua composição plena. Ao salientar a ansiedade da população por uma resposta pronta da Corte quanto ao pedido de intervenção e a proximidade do início formal do período eleitoral, reputou-se estar-se diante de questão importante que demandaria decisão o mais célere possível. (...) No mérito, entendeu-se que o perfil do momento político-administrativo do Distrito Federal já não autorizaria a decretação de intervenção federal, a qual se revelaria, agora, inadmissível perante a dissolução do quadro que se preordenaria a remediar. Asseverou-se que, desde a revelação dos fatos, os diversos Poderes e instituições públicas competentes teriam desencadeado, no desempenho de suas atribuições constitucionais, ações adequadas para por fim à crise decorrente de um esquema sorrateiro de corrupção no Distrito Federal. Observou-se, assim, que os fatos recentes não deixariam dúvida de que a metástase da corrupção anunciada na representação interventiva teria sido controlada por outros mecanismos institucionais, menos agressivos ao organismo distrital, revelando a desnecessidade de se recorrer, neste momento, ao antídoto extremo da intervenção, debaixo do pretexto de salvar o ente público.” (IF 5.179, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 30-6-2010, Plenário, Informativo 593.)

“Representação do Procurador-Geral da República pleiteando intervenção federal no Estado de Mato Grosso, para assegurar a observância dos 'direitos da pessoa humana', em face de fato criminoso praticado com extrema crueldade a indicar a inexistência de 'condição mínima', no Estado, 'para assegurar o respeito ao primordial direito da pessoa humana, que é o direito à vida'. (...) Representação que merece conhecida, por seu fundamento: alegação de inobservância pelo Estado-membro do princípio constitucional sensível previsto no art. 34, VII, alínea b, da Constituição de 1988, quanto aos 'direitos da pessoa humana'. (...) Hipótese em que estão em causa 'direitos da pessoa humana', em sua compreensão mais ampla, revelando-se impotentes as autoridades policiais locais para manter a segurança de três presos que acabaram subtraídos de sua proteção, por populares revoltados pelo crime que lhes era imputado, sendo mortos com requintes de crueldade. Intervenção federal e restrição à autonomia do Estado-membro. Princípio federativo. Excepcionalidade da medida interventiva. No caso concreto, o Estado de Mato Grosso, segundo as informações, está procedendo à apuração do crime. Instaurou-se, de imediato, inquérito policial, cujos autos foram encaminhados à autoridade judiciária estadual competente que os devolveu, a pedido do Delegado de Polícia, para o prosseguimento das diligências e averiguações. Embora a extrema gravidade dos fatos e o repúdio que sempre merecem atos de violência e crueldade, não se trata, porém, de situação concreta que, por si só, possa

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36configurar causa bastante a decretar-se intervenção federal no Estado, tendo em conta, também, as providências já adotadas pelas autoridades locais para a apuração do ilícito. Hipótese em que não é, por igual, de determinar-se intervenha a Polícia Federal, na apuração dos fatos, em substituição à Polícia Civil de Mato Grosso. Autonomia do Estado-membro na organização dos serviços de Justiça e segurança, de sua competência (Constituição, arts. 25, § 1º; 125 e 144, § 4º).” (IF 114, Rel. Min. Presidente Néri da Silveira, julgamento em 13-3-1991, Plenário, DJ de 27-9-1996.)

“O Tribunal julgou parcialmente procedente pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pelo Governador do Estado de Sergipe contra diversos dispositivos da Constituição estadual. (...). (...) declarou a inconstitucionalidade dos incisos V e VI do art. 23, que preveem a possibilidade de intervenção no Município em caso de corrupção na administração municipal ou de não se recolherem à Previdência Social, por seis meses consecutivos ou alternados, valores descontados em folha de pagamento de seus servidores e parcelas devidas pela Prefeitura. Considerou-se que referidos incisos estariam a ampliar o rol taxativo dos casos de intervenção do Estado em seus Municípios apresentado pelo art. 35 da CF, também de observância obrigatória pelos Estados-membros.” (ADI 336, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 10-2-2010, Plenário, Informativo 574.)

“Intervenção estadual em Município. Súmula 637 do STF. De acordo com a jurisprudência deste Tribunal, a decisão de Tribunal de Justiça que determina a intervenção estadual em Município tem natureza político-administrativa, não ensejando, assim, o cabimento do recurso extraordinário.” (AI 597.466-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 27-11-2007, Segunda Turma, DJE de 1º-2-2008.)

"Constitucional. Administrativo. Mandado de segurança. Município do Rio de Janeiro. União Federal. Decretação de estado de calamidade pública no sistema único de saúde no Município do Rio de Janeiro. Requisição de bens e serviços municipais. Decreto 5.392/2005 do Presidente da República. Mandado de segurança deferido. Mandado de segurança, impetrado pelo Município, em que se impugna o art. 2º, V e VI (requisição dos hospitais municipais Souza Aguiar e Miguel Couto) e § 1º e § 2º (delegação ao Ministro de Estado da Saúde da competência para requisição de outros serviços de saúde e recursos financeiros afetos à gestão de serviços e ações relacionados aos hospitais requisitados) do Decreto 5.392/2005, do Presidente da República. Ordem deferida, por unanimidade. Fundamentos predominantes: (...) (ii) nesse sentido, as determinações impugnadas do decreto presidencial configuram-se efetiva intervenção da União no Município, vedada pela Constituição; (iii) inadmissibilidade da requisição de bens municipais pela União em situação de normalidade institucional, sem a decretação de Estado de Defesa ou Estado de Sítio. Suscitada também a ofensa à autonomia municipal e ao pacto federativo. Ressalva do Ministro Presidente e do Relator quanto à admissibilidade, em tese, da requisição, pela União, de bens e serviços municipais para o atendimento a situações de comprovada calamidade e perigo públicos." (MS 25.295, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 20-4-2005, Plenário, DJ de 5-10-2007.)

“Intervenção estadual em Município: intervenção já determinada. Recurso extraordinário: efeito suspensivo. Caso em que se impõe o efeito suspensivo ao RE, dado que se tem questão constitucional da maior relevância, desta podendo decorrer intervenção estadual no Município, intervenção cuja requisição já foi determinada. Efetivada esta, restará sem objeto o RE.” (AC 64-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 23-9-2003, Segunda Turma, DJ de 10-10-2003.)

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“É inconstitucional a atribuição conferida, pela Constituição do Pará, art. 85, I, ao Tribunal de Contas dos Municípios, para requerer ao Governador do Estado a intervenção em Município. Caso em que o Tribunal de Contas age como auxiliar do Legislativo Municipal, a este cabendo formular a representação, se não rejeitar, por decisão de dois terços dos seus membros, o parecer prévio emitido pelo Tribunal (CF, art. 31, § 2º).” (ADI 2.631, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 29-8-2002, Plenário, DJ de 8-8-2003.)

“Efeito suspensivo. Intervenção. Descumprimento de decisão judicial. Precatório. Complementação de depósito. Medida liminar deferida. Referendo denegado. Cautelar indeferida. Aplicável ao caso dos autos o entendimento firmado pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, que, em situação rigorosamente idêntica à presente, negou referendo à medida liminar que conferiu efeito suspensivo ao recurso extraordinário (Pet 1.256, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, sessão do dia 4-11-1998).” (Pet 1.270-MC, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 14-12-1998, Primeira Turma, DJ de 26-3-1999.)

“Intervenção estadual no Município. Pagamento efetuado pela municipalidade. Recurso sem objeto. Tendo o Município de São Paulo efetuado o depósito judicial da importância reclamada, inocorrem, mais, os motivos que ensejariam a intervenção estadual requerida.” (RE 219.856-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 3-11-1998, Segunda Turma, DJ de 18-12-1998.)

“Impossibilidade de decretação de intervenção federal em Município localizado em Estado-membro. Os Municípios situados no âmbito dos Estados-membros não se expõem à possibilidade constitucional de sofrerem intervenção decretada pela União Federal, eis que, relativamente a esses entes municipais, a única pessoa política ativamente legitimada a neles intervir é o Estado-membro. Magistério da doutrina. Por isso mesmo, no sistema constitucional brasileiro, falece legitimidade ativa à União Federal para intervir em quaisquer Municípios, ressalvados, unicamente, os Municípios ‘localizados em Território Federal...’ (CF, art. 35, caput).” (IF 590-QO, Rel. Min. Presidente Celso de Mello, julgamento em 17-9-1998, Plenário, DJ de 9-10-1998.)

“Intervenção estadual em Município por falta de prestação de contas pelo prefeito: liminar a este deferida em mandado de segurança para assegurar-lhe o retorno ao exercício do mandato, porque, já efetivada a intervenção, protocolou no Tribunal de Contas o que seriam as contas não prestadas no tempo devido: suspensão de liminar confirmada.” (SS 840-AgR, Rel. Min. Presidente Sepúlveda Pertence, julgamento em 7-2-1996, Plenário, DJ de 22-3-1996.)

“Competência para propor a intervenção do Estado no Município. Pedido de liminar. Ocorrência do requisito da relevância jurídica com relação ao Conselho de Contas dos Municípios. O mesmo não sucede, porém, com referência à solicitação da Câmara Municipal. Precedente do STF: ADI 614. No tocante ao Conselho de Contas dos Municípios, configura-se, também, o requisito do periculum in mora. Liminar que se defere em parte, para suspender a eficácia, ex nunc e até o julgamento final da ação, das expressões 'encaminhado pelo conselho de contas dos Municípios ou' contidas no parágrafo 1º do art. 40 da Constituição do Estado do Ceará, promulgada em 5-10-1989.” (ADI 1.000-MC, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 10-2-1994, Plenário, DJ de 22-4-1994.)

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38“Constituição do Estado do Maranhão. (...). Decretação da intervenção do Estado em Município, proposta pelo Tribunal de Contas (...). A tomada de contas do Prefeito municipal, objeto principal do controle externo, é exercido pela Câmara Municipal com o auxílio do Tribunal de Contas, órgão a que cumpre emitir parecer prévio, no qual serão apontadas eventuais irregularidades encontradas e indicadas as providências de ordem corretiva consideradas aplicáveis ao caso pela referida casa legislativa, entre as quais a intervenção. Tratando-se, nessa última hipótese, de medida que implica séria interferência na autonomia municipal e grave restrição ao exercício do mandato do Prefeito, não pode ser aplicada sem rigorosa observância do princípio do due process of law, razão pela qual o parecer opinativo do Tribunal de Contas será precedido de interpelação do Prefeito, cabendo à Câmara de Vereadores apreciá-lo e, se for o caso, representar ao Governador do Estado pela efetivação da medida interventiva.” (ADI 614-MC, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 14-10-1992, Plenário, DJ de 18-5-2001.)

"Intervenção do Estado no Município. Não se trata de imposição de pena em sentido próprio ao Prefeito. Privado do exercício das funções o Prefeito, esse afastamento, embora provisório, há de ser precedido da garantia de defesa ao prefeito, acusado de irregularidades." (RE 106.293, Rel. Min. Néri da Silveira, julgamento em 6-3-1989, Primeira Turma, DJ de 28-2-1992.)

“Intervenção estadual no Município por suspensão da dívida fundada (CF, art. 35, I): impugnação a norma constitucional local, que exclui a intervenção, ‘quando o inadimplemento esteja vinculado a gestão anterior’ (c. Est. RJ, art. 352, § único): suspensão liminar concedida.” (ADI 558-MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 16-8-1991, Plenário, DJ de 26-3-1993.)

“Ação civil pública promovida pelo Ministério Público contra Município para o fim de compeli-lo a incluir, no orçamento seguinte, percentual que completaria o mínimo de 25% de aplicação no ensino. CF., art. 212. Legitimidade ativa do Ministério Público e adequação da ação civil pública, dado que esta tem por objeto interesse social indisponível (CF., art. 6º, arts. 205 e segs, art. 212), de relevância notável, pelo qual o Ministério Público pode pugnar (CF., art. 127, art. 129, III).” (RE 190.938, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 14-3-2006, Segunda Turma, DJE de 22-5-2009.)

“A Constituição da República não quer apenas que a entidade estatal pague os seus débitos judiciais. Mais do que isso, a Lei Fundamental exige que o Poder Público, ao solver a sua obrigação, respeite a ordem de precedência cronológica em que se situam os credores do Estado. A preterição da ordem de precedência cronológica – considerada a extrema gravidade desse gesto de insubmissão estatal às prescrições da Constituição – configura comportamento institucional que produz, no que concerne aos Prefeitos Municipais, (a) consequências de caráter processual (seqüestro da quantia necessária à satisfação do débito, ainda que esse ato extraordinário de constrição judicial incida sobre rendas públicas), (b) efeitos de natureza penal (crime de responsabilidade, punível com pena privativa de liberdade – DL 201/1967, art. 1º, XII) e (c) reflexos de índole político-administrativa (possibilidade de intervenção do Estado-membro no Município, sempre que essa medida extraordinária revelar-se essencial à execução de ordem ou decisão emanada do Poder Judiciário – CF, art. 35, IV, in fine)" (Rcl 2.143-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 12-3-2003, Plenário, DJ de 6-6-2003.)

O procedimento destinado a viabilizar, nas hipóteses de descumprimento de ordem ou de sentença judiciais (CF, art. 34, VI, e art. 35, IV), a efetivação do ato de intervenção – trate-se de intervenção federal nos Estados-membros, cuide-se de

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39intervenção estadual nos Municípios – reveste-se de caráter político-administrativo, muito embora instaurado perante órgão competente do Poder Judiciário (CF, art. 36, II, e art. 35, IV).” (AI 343.461-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 18-6-2002, Segunda Turma, DJ de 29-11-2002.) No mesmo sentido: AI 666.833-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 18-12-2007, Segunda Turma, DJE de 14-03-2008.

“Recurso extraordinário: descabimento: inexistência de causa no procedimento político-administrativo de requisição de intervenção estadual nos Municípios para prover a execução de ordem ou decisão judicial (CF, art. 35, IV), ainda quando requerida a providência pela parte interessada.” (Pet 1.256, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 4-11-1998, Plenário, DJ de 4-5-2001.)

“Intervenção federal, por suposto descumprimento de decisão de Tribunal de Justiça. Não se pode ter, como invasiva da competência do Supremo Tribunal, a decisão de Corte estadual, que, no exercício de sua exclusiva atribuição, indefere o encaminhamento do pedido de intervenção. " (Rcl 464, Rel. Min. Octavio Gallotti, julgamento em 14-12-1994, Plenário, DJ de 24-2-1995.)

“Art. 36, II, da CF. Define-se a competência pela matéria, cumprindo ao Supremo Tribunal Federal o julgamento quando o ato inobservado lastreia-se na CF; ao Superior Tribunal de Justiça quando envolvida matéria legal e ao Tribunal Superior Eleitoral em se tratando de matéria de índole eleitoral.” (IF 2.792 , Rel. Min. Presidente Marco Aurélio, julgamento em 4-6-2003, Plenário, DJ de 1º-8-2003.)

“Agravo de instrumento – Intervenção estadual em Município – Inexecução de ordem judicial (CF, art. 35, IV) – Requisição, ao Governador do Estado, da efetivação do ato interventivo – Natureza materialmente administrativa do procedimento de intervenção – Inviabilidade do recurso extraordinário – Diretriz jurisprudencial firmada pelo Supremo Tribunal Federal – Recurso improvido. O procedimento destinado a viabilizar, nas hipóteses de descumprimento de ordem ou de sentença judiciais (CF, art. 34, VI, e art. 35, IV), a efetivação do ato de intervenção – trate-se de intervenção federal nos Estados-membros, cuide-se de intervenção estadual nos Municípios – reveste-se de caráter político-administrativo, muito embora instaurado perante órgão competente do Poder Judiciário (CF, art. 36, II, e art. 35, IV), circunstância que inviabiliza, ante a ausência de causa, a utilização do recurso extraordinário. Precedentes." (AI 343.461-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 18-6-2002, Segunda Turma, DJ de 29-11-2002.) No mesmo sentido: AI 666.833-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 18-12-2007, Segunda Turma, DJE de 14-3-2008.

“Cabe exclusivamente ao Supremo Tribunal Federal requisição de intervenção para assegurar a execução de decisões da Justiça do Trabalho ou da Justiça Militar, ainda quando fundadas em direito infraconstitucional: fundamentação. O pedido de requisição de intervenção dirigida pelo Presidente do Tribunal de execução ao STF há de ter motivação quanto à procedência e também com a necessidade de intervenção.” (IF 230, Rel. Min. Presidente Sepúlveda Pertence, julgamento em 24-4-1996, Plenário, DJ de 1º-7-1996.)

“Intervenção federal. Legitimidade ativa para o pedido. Interpretação do inciso II do art. 36 da CF de 1988, e do art. 19, II e III, da Lei 8.038, de 28-5-1990, e art. 350, II e III, do RISTF. A parte interessada na causa somente pode se dirigir ao Supremo Tribunal Federal, com pedido de intervenção federal, para prover a execução de decisão da própria corte. Quando se trate de decisão de Tribunal de Justiça, o requerimento de intervenção deve ser dirigido ao respectivo Presidente, a quem

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40incumbe, se for o caso, encaminhá-lo ao STF. Pedido não conhecido, por ilegitimidade ativa dos requerentes.” (IF 105-QO, Rel. Min. Presidente Sydney Sanches, julgamento em 3-8-1992, Plenário, DJ de 4-9-1992.)

"Constitucional. Administrativo. Mandado de segurança. Município do Rio de Janeiro. União Federal. Decretação de estado de calamidade pública no sistema único de saúde no município do Rio de Janeiro. Requisição de bens e serviços municipais. Decreto 5.392/2005 do presidente da República. Mandado de segurança deferido. Mandado de segurança, impetrado pelo município, em que se impugna o art. 2º, V e VI (requisição dos hospitais municipais Souza Aguiar e Miguel Couto) e § 1º e § 2º (delegação ao ministro de Estado da Saúde da competência para requisição de outros serviços de saúde e recursos financeiros afetos à gestão de serviços e ações relacionados aos hospitais requisitados) do Decreto 5.392/2005, do presidente da República. Ordem deferida, por unanimidade. Fundamentos predominantes: (i) a requisição de bens e serviços do município do Rio de Janeiro, já afetados à prestação de serviços de saúde, não tem amparo no inciso XIII do art. 15 da Lei 8.080/1990, a despeito da invocação desse dispositivo no ato atacado; (ii) nesse sentido, as determinações impugnadas do decreto presidencial configuram-se efetiva intervenção da União no município, vedada pela Constituição; (iii) inadmissibilidade da requisição de bens municipais pela União em situação de normalidade institucional, sem a decretação de Estado de Defesa ou Estado de Sítio. Suscitada também a ofensa à autonomia municipal e ao pacto federativo. Ressalva do ministro presidente e do relator quanto à admissibilidade, em tese, da requisição, pela União, de bens e serviços municipais para o atendimento a situações de comprovada calamidade e perigo públicos. Ressalvas do relator quanto ao fundamento do deferimento da ordem: (i) ato sem expressa motivação e fixação de prazo para as medidas adotadas pelo governo federal; (ii) reajuste, nesse último ponto, do voto do relator, que inicialmente indicava a possibilidade de saneamento excepcional do vício, em consideração à gravidade dos fatos demonstrados relativos ao estado da prestação de serviços de saúde no município do Rio de Janeiro e das controvérsias entre União e município sobre o cumprimento de convênios de municipalização de hospitais federais; (iii) nulidade do § 1º do art. 2º do decreto atacado, por inconstitucionalidade da delegação, pelo presidente da República ao ministro da Saúde, das atribuições ali fixadas; (iv) nulidade do § 2º do art. 2º do decreto impugnado, por ofensa à autonomia municipal e em virtude da impossibilidade de delegação." (MS 25.295, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 20-4-05, DJ de 5-10-07.