revista a ed. 5

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ANO I - Nº 05 - OESTE DA BAHIA - SET-OUT/2011 R$ 9,99 REVISTA OUZA EDITORA Emerson Cardoso, COORDENADOR REGIONAL DO SEBRAE “A inovação é a chave do empreendedorismo” cult AS DUNAS DO GELEIA LAVADEIRAS DE SANTA MARIA DA VITÓRIA CAMANDAROBA LANÇA 5º LIVRO BISCOITOS CENTENÁRIOS DO ARRAIAL DA PENHA DOM LUIZ CAPPIO A vocação, a relação com São Francisco de Assis, a polêmica em torno da transposição e o posicionamento político sobre a criação do Estado do Rio São Francisco do bispo de Barra, Dom Luiz Cappio, que desabafa: “Nossas regiões precisam aparecer no mapa do Brasil”. NÓS NÃO EXISTIMOS um lugar

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A revista de maior circulação do Oeste da Bahia

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R E V I S T AO U Z AE D I T O R A

Emerson Cardoso, COORDENADOR REGIONAL DO SEBRAE

“A inovação é a chave do empreendedorismo”

cult

AS DUNAS DO GELEIA LAVADEIRAS DE SANTA MARIA DA VITÓRIA

cult CAMANDAROBA LANÇA 5º LIVRO BISCOITOS CENTENÁRIOS DO ARRAIAL DA PENHA

DOMLUIZ CAPPIO

A vocação, a relação com São Francisco de Assis, a polêmica em torno da transposição e o posicionamento político sobre a criação do Estado do Rio São Francisco do bispo de Barra, Dom Luiz Cappio, que desabafa: “Nossas regiões precisam aparecer no mapa do Brasil”.

NÓS NÃOA vocação, a relação com São Francisco de Assis, a polêmica em A vocação, a relação com São Francisco de Assis, a polêmica em

NÓS NÃOEXISTIMOS

um lugar

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Ao leitor

EDITORIAL

A distância das cidades do Oeste e Médio São Francisco da capital baiana é em média 650km. Se considerarmos apenas a distância física, não parece tão longe. Mas, se levarmos em conta as necessidades da região e as prio-

ridades do centro de decisão do poder, estamos muito - mas muito, mesmo! - distantes de uma realidade, no mínimo, satisfatória. A reportagem de capa, com o bispo de Barra, Dom Luiz Cappio, trata do assunto.

A falta de um projeto para a região é uma de suas queixas “Existe uma faixa mediana na estrada que vem da Chapa-da Diamantina/Rio São Francisco que não existe. Nós não existimos! Nós não temos uma economia sólida que garanta infraestrutura, mas já carecemos de um projeto de desen-volvimento”. reivindica o homem de voz mansa e confortá-vel, cujos posicionamentos, às vezes, causam polêmicas, a exemplo do que aconteceu sobre a Transposição.

O religioso acredita que a criação do Estado do Rio São Francisco é uma alternativa ideal para que os investimentos socioeconômico aconteçam, desde que o objetivo seja real-mente integrar os municípios, os povos. “Se for para bene-fi ciar grupos partidários políticos, não estamos de acordo”, declara.

Outras matérias desta edição também têm relação com o desenvolvimento local. Em entrevista, o coordenador do Se-brae, Emerson Cardoso, destaca a “inovação” como a chave para o empreendedorismo. Para ele, os empresários precisam estar atentos ao nível de exigência do consumidor e à com-petitividade do mercado. As matérias da série “Jovens Em-preendedores” revelam que soluções inteligentes e criativas fortalecem os negócios.

O 5º livro da nonagenária Joana Camandaroba é destaque na A Cult, que ainda traz a centenária arte de fazer biscoitos no forno à lenha das mulheres do Arraial da Penha.

Para encerrar, as belezas intrigantes das Dunas do Geleia clicadas pelo fotógrafo Cláudio Foleto, a 60km de Barra, e as lavadeiras e os paredões do Rio Corrente, em Santa Maria da Vitória. Boa leitura!

Cícero Félix, editor e diretor de redação

EDITOR/DIRETOR DE REDAÇÃO Cícero Félix (DRT-PB 2725/99)

(77) 9131.2243 e [email protected]

DIRETORA COMERCIALAnne Stella(77) 9123.3307

[email protected]

DIRETORIA DE MARKETING Jakeline Bergamo

(77) 8802.0721 e 8111.4019

REDAÇÃO Gabriela Flores, Thiara Reges e Claudio Foleto

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Leilson Castro

EDIÇÃO DE ARTE Klécio Chaves

CONSULTORIA DE MODA Karine Magalhães

REVISÃO Aderlan Messias e Rônei Rocha

IMPRESSÃO Coronário Editora e Gráfi ca

TIRAGEM 4 mil exemplares

R E V I S T A

[email protected]

Ouza Editora Ltda.Av. Clériston Andrade, 1.111 - Sala 16

Tel.: (77) 3612.4074 - Centro - Barreiras (BA)

ANO I - Nº 05 SET-OUT/2011

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SET-OUT/2011 7

11 . EXCLAMAÇÃO Por Karine Magalhães

15 . MISCELLANEAAluna da Uneb é premiada em Portugal Festivais de música e poesia Os reis dos sertões Máquinas do desejo Que ar é esse? Barreiras na vertical Nova loja de sapatos A comunicação empresarial trends and news: Andoleta, Pezinho e Cia, Pés & Cia e Santa Lolla

34 . ENTREVISTAEmerson CardosoInovação: a chave do empreendedorismo

40 . JOVEM EMPREENDEDORRicardo CamposSede de desafio

Augusto FiorioDe instalador a administrador

44. CAPADom Luiz CappioCarecemos de um projeto de desenvolvimento

52 . MÓVEIS PLANEJADOSSandrin

54 . MODA MULHERMaisonDream

63 . SAÚDEDr. Cristiano Gonçalves Implante: uma alternativa de sucesso

Dr. Gustavo Fonseca Enxaqueca?

66 . A CULTFesta da Paz Joana Camandaroba Biscoitos centenários

72 . A UM LUGARDunas do Geleia Lavadeiras

79. SOCIALMaison Society A Society

ÍNDICE

FOTO DE CAPA: C.FÉLIX

Ao lado da estátua de São Francisco de Assis, em Barra, o bispo Dom Luiz Cappio, que vive na região há quase quatro décadas

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10 SET-OUT/2011

[email protected] / confira também no facebook

issuu.com/cicero_felix

VERSÃO DIGITALE EDIÇÕES ANTERIORES

@leitor

ERRATAA sigla correta do Conselho Regional de Medicina da Bahia é Cremeb, e não Cremed como foi grafado na edição anterior.

A cada nova edição a r.A surpreende pela qualidade do material, parabéns a redação e sucesso.@antonroos79

Parabéns a todos os envolvidos no trabalho da r.A, belíssima a nova edição.@JackelineBispo

Parabéns pela revista.. cada vez melhor.. Sucesso.. abraço!!! @vargas_emerson

Parabéns, a revista está espetacular!!!@dyeggosowza

“Texto primoroso e fotografias de qualidade impar” Parabéns, para quem faz acontecer a r.A”Luciana Chaves (Bom Jesus da Lapa-BA)

“A entrevista com dr. Paulo retrata com fidedignidade o que vivemos em relação à saúde do Oeste da Bahia. Cabe a nós, da sociedade civil organizada, nos mobilizarmos para mudarmos este cenário”Marcos Sousa (Barreiras-BA)

“Em pensar que o Oeste tem tanta riqueza cultural escondida. Parabéns a r.A por desvela-los para deleite dos seus leitores”Cláudia Mariana (Feira de Santana-BA)

“A r.A tem mostrado que não só de religião vive Bom Jesus da Lapa!”Maurício Xavier (Bom Jesus da Lapa-BA)

“Impressionante a qualidade de texto que a r. A consegue imprimir!”.Maristela Flaming (Salvador-BA)

“Quando vamos ver Formosa do Rio Preto estampando as páginas da r. A?”Matheus Silva (Formosa do Rio Preto-BA)

“As belezas naturais e riquezas culturais do cerrado baiano cada vez mais se engrandecem nas páginas da r.A”Milene Lima (Brasília-DF)

“Cadê notícias sobre a cidade mais musical do Oeste da Bahia: Angical?”Simone Volpato (Goiânia-GO)

“Arte, cultura, entretenimento! A cada edição me surpreendo com a qualidade dos textos, fotografias que saltam aos olhos. Parabenizo e congratulo pelas nuances desveladas pela r.A em destaque, na última edição, sobre as carrancas de Francisco Guarany! Impressionante!”Júlia Velmont (Brasília-DF)

“A paixão da Franciela pelo cinema demonstra que há opções de lazer e diversão em nossa cidade! Obrigado, a r.A por nos fazer saber que temos a sétima arte bem perto de nós”Luísa Vitória (Barreiras-BA)

“A r.A tem mostrado toda pujança econômica que o Oeste da Bahia possui. Impressiono-me com a quantidade de empresas que se instalam aqui! É de tirar o fôlego e, vamos as compras!”Paulo Caldas (Barreiras-BA)

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SET-OUT/2011 11

exclamação@Barreirasemfoco

por Karine Magalhãesbarreirasemfoco.com

Flora MendesHi-lo mistura o luxooso. O caro com o simples e barato. Excesso apenas nos acabamentos, pontos e pespontos, costuras e bordados. Avesso à ostentação!

Vanessa Horita

Setentista - Jeans pantalona na versão

light denim, t-shirt de algodão e acessóriosglam transitam o dia

e noite com muitafacilidade. É

audiência nesseverão, aqui muito

bem representado.

LucyMacacão day by night, na versão leve e fl uído, garante a suavidade e

romantismo. Usadocom fl at de maneira

prática, confortável e repleta de estilo.

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Viagem ao Essencial!A designer Camila Klein, trouxe o universo da ciência para suas criações. Inspirada pela teoria do fi lósofo Ernst Haeckel que popularizou o trabalho de Charles Darwin. Foram criadas cinco linhas, destaco aqui a Schwamm.

De Barreiraspara o mundo!O famoso concurso Elite Model Look, edição 2011, teve entre suas fi nalistas nacionais, três barreirenses: Camila, Kelly e Herica. Realizado pela Adoro Produtora de Moda e Cultura em Barreiras, no dia 22 de julho.

StreetFashionIt

teve entre suas fi nalistas nacionais, três barreirenses: Camila, Kelly e Herica. Realizado pela Adoro Produtora de Moda e Cultura em Barreiras, no dia 22 de julho.

Caveira luxodo verão!Nesse verão use e abuse dos chinelos de dedo. Os de caveira da Santa Lolla é uma das opções que mais gostei. Literalmente, para mulher moderna, elegante e que não abre mão do conforto.

FOTOS: G.FLORES

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12 SET-OUT/2011

A presentes Capanga em couro Raphael SteffensCARMEN STEFFENS

Cintos em lonaEllus /ZhagaiaZHAGAIA

Tênis cano alto Raphael SteffensCARMEN STEFFENS

Camisa ofi cial Paris Dakar e Botina mitsubishiPARAÍSO MOTORS

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SET-OUT/2011 13SET-OUT/

Bijoux de luxo da linha Auster Camila KleinMAISON CAROLINE

Scarpin e Flat de GlitterSANTA LOLLA

Chinelo personalizado Dona SinháFÁTIMA LUZ

Clutch animal printSANTA LOLLA

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14 SET-OUT/2011

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SET-OUT/2011 15

miscellanea> COMUNICAÇÃO, CURIOSIDADES, DESIGN, EVENTOS, NEGÓCIO, POSTCARD, TECNOLOGIA, TENDÊNCIA, ETC... <

premiadaINSPIRAÇÃO

A cake designer e caloura de Letras da Uneb, Andréa Duarte descobriu sua inclinação para literatura ainda menina. Sua avó, Zizi Araújo, adorava poesia: “Em todas as festas de família tinha que ter um sarau. Ela fazia questão que todos participassem”, conta. Resultado: recentemente Andréa participou do concurso “III Bolsa Internacional de Poesia e Prosa” da Fundação Rotária de Portugal e fi cou em segundo lugar com o poema “Cinza”. Embora tenha participado na categoria poesia, ela tem outras aptidões literárias... e artísticas. Nem só de verso se faz uma beldade, mas de prosa, teatro, cinema, etc.»

CONCURSOS

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16 SET-OUT/2011

miscellanea

Conheça, abaixo, o poema “Cinza”, de Andréa Duarte:

Invadiu minha vida sem pedir licença,Já encontro você na aurora, no frescor da manhãEnquanto pássaros cantam alheiosAo seu poder de encantamento sobre mimA cor cinza te acompanha, deixando-me confusaPerdida entre tantas palavras repetidasEntre tantas que ainda querem ser ditas

Mas que se recolhemPorque sabem que são apenas promes-sasSabem que o tempo é inconstantePois há furacões e terremotosAcompanhando nossas vozesQue atravessam quilômetrosComo raio de ternura e ironiaO cinza com suas nuancesEmbriaga meu corpoE já não vejo mais o carmim nos meus lábiosNem o verde nos campos primaveris

E quanto mais fujo do cinzaMais ele persiste em mimSeu tom mais sombrio deixa minhas faces molhadasSeu sorriso dissipa as nuvensMas o céu nunca mais foi azulE quando você desapareceO silêncio invade meus olhos e minha alma fica secaO cinza nunca foi tão opacoE tudo em mim vira saudadeSaudade do que não vivi, do que não sentiQuando você ainda era Sol.

Há mais de 30 anos música e poesia atraem pessoas de todas as partes do país para comemorar a emancipação política de Ibotirama. Este ano, a Praça de Eventos ficou pequena para a multidão que presti-giou o “XXV Festival de Poesia” e o “XXXV Festival de Música” nos dias 11, 12 e 13 de agosto. A melhor música do festival (“Flo-respinho”, de Edílson Dhio), foi interpretada por Mariana Macêdo, que faturou o prêmio de melhor intérprete de música. Crisna Imhof levou o prêmio de melhor poesia e a melhor interpretação foi para Fonzim de Anagé, sudoeste da Bahia.

FESTIVAL DE MÚSICA E POESIA DE IBOT IRAMA

Evento promovido pelo Espaço Cultural Trapiche embalou o público no Centro His-tórico de Barreiras por mais de oito horas seguidas de música com artistas do Oeste, Chapada Diamantina e Salvador. Apresen-taram-se Rodrigo V8 e Banda, Júlio Caldas, Emílio Cunha, Quase Urbanos, Fi di Lunga, Bosco Fernandes e Samba Ponto Com e um grupo de choro. “Nossa proposta é entrar no calendário cultural de Barreiras”, explicou Genivaldo Santos, proprietário do espaço e idealizador do evento.

TRAPICHE REÚNE AS NOVAS TENDÊNCIAS MUSICAIS

No FEMPI, Mariana Macêdo, de Barra do Choça, ficou com o 1º lugar, com a música “Florespinho”, de composição de Edílson Dhio e o prêmio de melhor intérpetre. No FEPI, Crisna Imhof (em cima à esquerda), venceu com o poema “Rio de Sonetos”

FESTIVAIS

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Rua Professora Guiomar Porto, 159 - Sala 02 Centro - Barreiras (BA)

Tel.: (77) 3021.3975 / 9104.1428E-mail: [email protected]

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miscellanea

RADICAIS

OS REIS DOSsertões

Youssef Haddad e Guilherme Spinelli (com o fi lho no colo) conquistam o bicampeonato. É a 4ª vitória do carioca Spinelli, considerado um dos melhores pilotos de rally de todos os tempos

Compeditores do Oeste: Rafael Capoani (navegador) e Antonio Franciosi (piloto) fi caram em 2º lugar na categoria Carro-Protótipo T1 e em 6º na geral; Marcão Macedo (navegador) e Ubiratan Franciosi (piloto) não pontuaram nas cinco últimas etapas. Ao lado, outras duplas da região: Valdir Porto e Emerson Toshio Arakaki e Fábio Ruediger e Felipe Davi Schwengber, que competiram na categoria Carros-Super Production

Ralizeiros da Cupins do Cerrado se prepa-ram para mais uma corrida de solidarieda-de. Em outubro, os competidores distribui-rão brinquedos às crianças da zona rural. “Se usamos o quintal dessas famílias para nossa diversão, nada mais justo que dar um pouco de carinho”, destaca o piloto Binho.

ESPORTE SOLIDÁRIO

Capa na última edição da r.A, o dele-gado do Conselho Regional de Medici-na da região Oeste, dr. Paulo Henrique sagrou-se vice-campeão brasileiro na categoria graduado do Campeonato Brasileiro de Rally de Regularidade para Quadriciclos. O empresário de Barreiras, Igor Dantas, foi o vice-cam-peão na categoria novato

DA CAPAPARA O PÓDIO

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O maior rally off road do mundo dentro de um único país, consagrou Guilherme Spinelli tetracampeão do Rally dos Sertões ( 2003/2004/2010/2011). O piloto carioca que faz dupla com Youssef Haddad na Equipe Mitsubishi Brasil, correu a bordo do Mitsubishi Lancer Racing (primeira vez na competição) e conquistou o segundo título seguido na geral da categoria.“É uma sensação maravilhosa”, contou o piloto carioca que, além dos quatro títulos na geral, tem dois vice-campeonatos. Entre os pilotos do Oeste que participaram da competição, a dupla Rafael Capoani e Antonio Franciosi, fi caram em 2º lugar na categoria Carro Protótipo T1 e em 6º na geral. Ao todo, 221 competidores

e 60 carros enfrentaram pedras, serras, rios e as areias do Jalapão (TO). Para 2012, aniversário de 20 anos do rally, a organização promete também uma aventura nas terras de Goiás e do Ceará.

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CARROS

Empresas investem em tecnologia, segurança, sofi sticação, conforto e responsabilidade social e lançam veículos cada vez arrojados. Nesta edição, destacamos três “brinquedos” que atiçam o desejo de consumo de qualquer marmanjo. Até a vontade de consumo desenfreada da mulher, como classifi cam alguns, fi cam no chinelo quandos os homens olham para essas máquinas. Confi ram o que a Land Rover, Mitsubishi e Honda produziram para você:

MÁQUINAS DOdesejoTransalp XL700 XA versatilidade e força desta moto encara qualquer aventura. Com sistema de freios C-ABS, evita-se o travamento das rodas e distribui a força de frenagem. Com disco duplo na dianteira e disco simples na traseira, garantem frenagens potentes e precisas. O motor OHC bicilíndrico em “V” mantém potência em baixas rotações e acelerações mais vigorosas com menor consumo de combustível. Integrado a carenagem, o farol alto e baixo independentes proporcionam excelente iluminação e ótima visibilidade.Onde comprar: Luz Motos

Discovery 4 SEste carro tem uma presença altamente refi nada e contemporânea na estrada. O veículo tem um exterior renovado e os melhores níveis de arte no interior. Este veículo todo terreno é a perfeita combinação entre estilo, capacidade. O botão Start dispensa o uso de chave. O Discovery 4 tem até oito airbags estrategicamente posicionados à volta do veículo para proteger completamente os ocupantes durante um acidente. Os bancos da frente têm ambos airbags frontais e laterais e cada fi leira tem a sua própria cortina de airbags.Onde comprar: LandRover

Mitsubishi ASXEle recebeu a mais alta classifi cação do Programa Europeu de Avaliação de Veículos (Euro NCAP), pelos quesitos de segurança empregados no veículo. O ASX recebeu cinco estrelas em todos os critérios de proteção: ocupantes adultos (frente, lateral e impactos traseiros), ocupantes crianças, proteção para pedestres e quesitos de segurança.O Mitsubishi ASX está equipado com diversos itens de segurança, entre eles corpo reforçado para absolvição de impacto, cintos de segurança com limitador de força e sistemas pré-tensionados, além do sistema Full Airbags (motorista e passageiro, dois nas laterais, quatro de cortina e joelho).Onde comprar: Paraíso Motors

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A Organização Mundial de Saúde considera ideal respirar um ar cuja umidade gire em torno de 60%. Este ano, a agência Clima Tempo já registrou índice abaixo de 18% em Barreiras, colocando a população e órgãos de saúde da região em estado de alerta. O clima seco e a falta de chuvas, principalmente entre agosto e início de novembro, favorecem as queimadas, pioram a qualidade do ar e agravam os problemas respiratórios. Crianças, idosos e alérgicos são os que mais sofrem.“Devemos beber muita água, umedecer olhos e nariz com soro fi siológico, quando for dormir colocar uma bacia com água ao lado da cama”, aconselha o otorrinolaringologista dr. Ricardo Araújo. Os sintomas, invariavelmente, são os mesmos: olhos, garganta e pele secos e tosse. Veja algumas dicas:

MEIO AMBIENTE

QUEARé esse?

1 Evite o acúmulo de poeira. A falta de higiente doméstica pode desencadear diversos problemas alérgicos; 4 Evite a exposição ao sol no

período das 10h às 17h.

2 Utilize umidificador de ar, toalhas molhadas ou reservatórios (copo, bacia) de água nos quartos, à noite;

5 Só pratique atividades físicas até às 10h ou no fim da tarde, depois das 17h;

3 Tome bastante água. É recomendável ingerir pelos menos três litros de água por dia; 6 Não use roupas pesadas.

As roupas leves são ideais, principalmente porque a temperatura vai estar alta;

“A desidratação é comum nesse período e fácil de ser identifi cada: se a urina estiver amarela escura é melhor começar a beber bastante água”, diz dr. Ricardo AraújoG

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7 Evite tomar banho com água quente. A pele fica ressecada;

8 Use soro fisiológico nos olhos e narinas se estiverem irritados;

9 Evite exposição prolongada a ambientes com ar condicionado;

10 Paciente com doenças alérgicas respiratórias que entrar em crise deve procurar orientação médica.

Registro do fi m da tarde de agosto em Barreiras: queimadas nas serras e ar denso. O que parece neblina,

ao fundo, é a mistura de fumaça e poeira

Meta inicial do programa é restaurar 2 mil hectares de vegetação às margens de rios e nascentes

O QUE É UMIDADE DO ARA expressão “umidade de ar” se refere a quantidade de vapor d’água presente no ar atmosférico. Dizer que a umidade relativa do ar é 60%, signifi ca que faltam 40% para o ar reter todo o vapor da água e começar a chover. Neblinas e nevoeiros são indicações de alta umidade do ar.

Agora é pra valer! Foi assinado no dia 29 de agosto, em Luis Eduardo Magalhães, um pacto entre o Instituto Lina Galvani, a Conservação Internacional e a prefeitura da cidade, em parceria com a Monsanto. Intitulado “LEM APP 100% legal”, o pacto prevê a restauração de áreas de vegetação nativa. Para o primeiro ano, a meta é apoiar produtores rurais para restaurar 2 mil hectares de vegetação às margens de rios e nascentes, caracterizadas pela legislação brasileira como Áreas de Preservação Permanente (APPs).“É uma iniciativa inovadora na região porque congrega o poder público, ONGs, produtores e comunidades em torno de um objetivo comum. Acredito que as soluções para a tentativa de mudança do modelo insustentável que vivenciamos passa por um processo de construção coletiva, no qual as pessoas e instituições se co-responsabilizam e se solidarizam no enfrentamento das mazelas que nos cerceiam”, avalia Luciana Moraes, educadora e consultora ambiental.O pacto prevê ainda a produção e o plantio de mudas, a formação de uma rede de coletores de sementes e uma iniciativa de educação ambiental, o Festival das Sementes.

DO BOM SENSOPactoMEIO AMBIENTE

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24 SET-OUT/2011

miscellanea

Barreiras, cidade polo do Oeste da Bahia, passa nos últimos meses por um momento decisivo na construção civil. Novas obras são iniciadas diariamente e é fundamental tomar algumas precauções antes de comprar o tão sonhado imóvel. Rodiney Martini, empresário da construção civil há vinte anos, diretor da Construvale, conversou com a Revista A sobre o potencial da cidade e dá dicas de como escolher um imóvel com qualidade.

Barreiras começa a perder a característica de cidade do in-terior e agora vemos a cidade crescer para o alto. Quais os fatores que estão determinando esta mudança no perfil das construções residenciais?A verticalização me parece uma realidade que veio para ficar. Penso que um conjunto de fatores colabora para essa tendência, sendo que poderíamos destacar entre eles: a pouca oferta de bons terrenos em ruas urbanizadas e com localização próxima ao trabalho das pessoas, escolas e comércio; a valorização expressiva que ocorreu com o metro quadrado desses terrenos nos últimos anos, fazendo com que seja mais atrativo adquirir um apartamento em que esse custo está diluído em muitas unidades; as condições de financiamento atual para imóveis novos pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), com prestações decrescentes em até 30 anos para pagar, estabilidade contratual e taxas de juros atrativas; e a segurança que um edifício oferece diante dos índices alarmantes

VERTICALBarreirasEMPREENDIMENTOS

da criminalidade em Barreiras. Podemos considerar, ainda, as dificuldades de expansão horizontal de uma cidade com 120 anos, encravada entre o rio e a serra, com inúmeras Áreas de Proteção Permanentes (APP`s) e que cresceu sem planejamento.

Quais os cuidados que o comprador deve ter quando deci-de adquirir um imóvel?É uma decisão que deve ser tomada com calma e após uma análise cuidadosa, pois envolve, em muitos casos, o sonho da família e economias de uma vida toda. O aquecimento do mercado imobiliário em Barreiras trouxe muita especulação ao setor e há os que se arriscam a empreender sem experiência para aproveitar o momento. Na hora que o setor desaquecer essas pessoas saem do mercado e o problema fica com quem comprou. Existe uma grande carência de mão de obra qualificada, e são comuns construções irregulares, de péssima qualidade e, pior, comprometidas na questão segurança, com vícios ocultos que só vão aparecer depois.

O comprador deve se preocupar com a construtora respon-sável por um empreendimento? Com certeza! Quem vai comprar um imóvel deve verificar o histórico do construtor, visitar obras já executadas, conversar com clientes que adquiriram imóveis para se informar sobre qualidade, entrega no prazo e atendimento das garantias, exigir certidões negativas, verificar se a obra está regular com os diversos órgãos envolvidos e, principalmente, pesquisar junto ao cartório de registro de imóveis se possui o registro de incorporação, em que deve constar toda a documentação referente a regularidade do incorporador e as informações sobre a obra, sem o qual nenhum imóvel pode ser, sequer, anunciado à venda.

Como pensar em moradia de qualidade em meio ao caos urbano?Assunto difícil. Poderíamos passar dias debatendo os problemas urbanos de Barreiras, que são imensos. Mas para resumir, podemos desmembrar a questão em 3 partes. Em primeiro lugar, nós construímos pensando em entregar o melhor produto, com a melhor qualidade possível para nosso cliente. Na realidade sempre digo que construímos com carinho, planejando a distribuição de espaços como se lá fossemos morar e isso inclui, quando possível, urbanizar o seu entorno, como acabamos de fazer no Residencial Érico Veríssimo. Segundo ponto, que diz respeito ao poder público e os problemas locais, que são, obviamente, resultado de inúmeros erros do passado e também do presente, a solução passa por uma mudança de comportamento de todos nós: cobrar, fiscalizar e exigir planejamento. Por fim, cabe a cada cidadão o dever de tratar sua cidade com carinho. Murar e manter limpos os terrenos baldios, atender aos requisitos do código de postura e fazer ou refazer as calçadas que garantam a acessibilidade. Enfim, despertar o espírito colaborativo.

Há 20 anos no mercado da construção civil, Rodiney Martini, aponta a expansão vertical como saída para o crescimento urbano da cidade

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Há 15 anos no ramo de calçados, a empresária Carla Cavalcante não para de se lançar aos desafios dos negócios e mostra que coragem e dinamismo não lhe faltam quando o assunto é empreender.Recentemente ela inaugurou em Barreiras o seu mais novo empreendimento, a loja Santa Lolla. A renomada franquia tem como principal fundamento traduzir as tendências mundiais de bolsas, calçados e acessórios femininos para mulheres que estão sempre antenadas. A nova loja é uma interessante opção para quem sabe que bons produtos, e principalmente com preços acessíveis, fazem a diferença.

Nova lojaNEGÓCIOS

SÓ PARA ELAS

A empresária Carla Cavalcante e a fachada da loja, na Guiomar Porto, em Barreiras

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A famosa frase de Chacrinha ganha paródias, e “quem não se comunica perde cliente”. É o que afirma o publicitário e mestre em Marketing, Rônei Rocha (foto). Em entrevista a r.A, o também professor de publicidade explica alguns mitos em torno da propaganda e fala da importância de anunciar. Acompanhe:

Qual a importância de uma empresa anunciar?A comunicação, seja ela interna ou externa, deve ser entendida como elemento essencial nas empresas. Vivemos na era da informação. Quem não é lembrado, não é consumido. Cada vez mais as empresas buscam novas formas de divulgar seus produtos e serviços. Quem não anuncia está fadado ao fracasso.

Muitos empresários ainda afirmam que publicidade é custo, não investimento. Qual a sua opinião sobre esta questão?Sempre há solução de comunicação para qualquer empresa. Vou ser prático: quando vamos ao médico este passa um receituário. Quando se pensa em uma ação de publicidade, o publicitário deve ter em mente como levar o produto até o público-alvo da empresa, organizando o recurso disponível pelo cliente e apontando os possíveis retornos. Isto é investimento.

Existe o veículo de comunicação perfeito para se anunciar?Já teve um tempo, em que bastava colocar na TV, que é o veículo com maior número de audiência, nos horários do Jornal e da Novela, que tudo estava resolvido. Com o advento da tecnologia, o surgimento de veículos mais segmentados, a escolha da melhor estratégia depende dos objetivos e do investimento que o cliente fará para atingir seu público da maneira mais eficaz e eficiente possíveis.

É comum vermos empresas que anunciam apenas uma vez no ano. Isso está correto?Sendo bem categórico: NÃO! É importante criar um elo de comunicação com seu público o tempo inteiro. Agora surge uma lacuna, pois algumas empresas não sabem o motivo delas existirem, não tem a missão da empresa definida. Aí, fica difícil para o empresário manter um elo com o público. Nestes casos, é essencial que se faça o material institucional: criar uma imagem positiva frente aos públicos de interesses em junção com uma ideia inovadora e criativa.

Algumas empresas costumam dizer que o boca a boca é efi-ciente ou que “minha empresa tem um produto específico que não precisa anunciar”. Como o senhor analisa isso?É para rir? Isso é bem sério! A nossa região, cada vez mais está

atraindo empresas que possuem estratégias de marketing (não apenas em comunicação) muito bem definidas e dispostas a conquistar o mercado. Quem pensa que a região ainda não despertou para a concorrência está muito enganado. Outra questão é que todas as empresas precisam e devem anunciar. Reforço que: quem não é visto, não é lembrado, não é consumido!

Apenas uma ideia criativa é suficiente para se ter bons re-sultados em publicidade?Além de se ter uma ideia que se destaque ressalto mais uma vez que a escolha do veículo de comunicação é fundamental. Aqui, a empresa precisa estar bem atenta no que o seu público consome em termos de comunicação. O que lê, o que ouve, o que assiste, qual site acessa. Hoje, a comunicação está cada vez mais segmentada para que não haja dispersão de verba publicitária. Então, se eu tenho um público bem específico, nada melhor do que anunciar onde este público está. A fórmula é bem simples!

Por falar em bons resultados em publicidade, como a em-presa pode verificar essa questão?Primeiro só é possível pensar em resultados se a empresa estiver anunciando com frequência. Depois é preciso ter um pouco de calma. Nem sempre o aumento nas vendas é sentido nos primeiros meses. Por isso um planejamento é necessário: o quê, quando e onde anunciar o produto, em períodos de seis meses ou um ano. No balanço anual é recomendo analisar os índices de vendas no ano, comparando com a plano de marketing e as particularidades do mercado.

Muitos empresários afirmam que não há verba para anun-ciar sempre. Como resolver esse dilema?Vou voltar com o exemplo do médico. Somos receitados e o remédio a ser tomado não cabe em nosso orçamento. Ou a gente divide o valor ou consome o genérico/similar mais em conta, não é? Contanto que os efeitos curativos não se percam. Na comunicação é a mesma coisa. Sempre haverá solução de comunicação para qualquer empresa, seja ela pequena, média ou de grande porte. Cabe a agência de publicidade indicar as melhores maneiras de atender as necessidades de comunicação de seus clientes.

SE COMUNICA...Quem nãoMARKETING

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Glamour MirrorA vaidade e mundo da fan-tasia. Através de um toque na varinha mágica a pen-teadeira se abre ao som de uma música. Atrás, entrada para pendrive com MP3. Vá-rios utensílios acompanham o brinquedo, como secador de cabelo, bantons, anéis, pente, esmalte...

Mesa Maxi Em tons rosa e azul,o brinquedo estimula apercepção da luz e som,das formas, dos movimentos e a coordenação motora.

Torre de HanoiO objetivo deste jogo é empi-

lhar os discos em um outro mastro na mesma ordem

apresentada. O menor deverá vir sempre acima do maior.

Parece simples? Tente!

Mobility ChefPermite que a criança explore os utensílios do dia a dia, vivenciando o mundo adulto. Auxilia na coordenação motora e estimula a percepção de espaço.

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Pula corda, pega-pega e amarelinha há tempos não fazem mais parte das brincadeiras de criança. O século XXI é da geração hi-tec e toda criança, dos menores aos grandinhos, inclusive os adultos, quer aquele brinquedo que se mexa sozinho, produza sons e até voe. O que os pais por vezes se esquecem é que os jogos que estimulam o raciocínio das crianças, também são recheados de tecnologia.“Muitas vezes eu sentia falta de opções de brinquedos que trabalhassem o faz de conta e ajudassem no desenvolvimento da criança”. Esse foi um dos fatores que motivou a pedagoga Ayala Maria Pereira Figueiredo a se tornar uma empresária. Ela inaugurou no dia 16 de julho a Andoleta, a única loja exclusiva de brinquedos em Barreiras, e dispõe de uma variedade de produtos que atendem as necessidades educativas, além de proporcionar satisfação à criançada. A Andoleta preparou uma lista com sugestões de presentes de acordo com a idade da criança para os pais não errarem na hora de levar o brinquedo.

É brincando

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SET-OUT/2011 29SET-OUT/2011 29

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SET-OUT/2011 31

Anabela. Must do verão, também conhecidos como plataformas, bastante prático e confortável para ser usados no dia a dia da mulher moderna.

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Flat. Vão enfeitar os pés da mulherada durante o verão esão muito práticas. Quem preferir pode escolher modelos mais chamativos com aplicações em caveiras, pedra ou strass.

Oxfordestilizado.Permaneceentre as mulheres,ameaçados apenas pelosmocassins, que estão chegando com tudoe rometem virar hit, mantendo a linha retrô.

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Os pés serão democráticos noPrimavera/Verão 2012. Dos saltões aos fl ats, o importante é ser confortável, sem perder o estilo. Prometem deixar os pés femininos mais bonitos e livre do calor do verão.

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32 SET-OUT/2011

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SANTA!Soltaos bichos,

Para as amantes do animal print, tem novidades chegando! Após algum tempo soltando as feras com as estampas de onças, leopardo e outros felinos, agora a vez é da cobra! Isso mesmo! As padronagens de pele de cobra ou python seja nas plataformas, sandálias, scarpin, bolsas ou clutch na Santa Lolla prometem ser o must have do verão 2012, que tem tudo para ser selvagem.

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SET-OUT/2011 33SET-OUT/2011 33

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Onde e quando usar seu pytton no verão? Texturizado ou liso usado com look de renda natural ao tecido fl uido em tom neutro, branco total, joia glamourosa ou bijoux de luxo. Funciona bem no dia a dia

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34 SET-OUT/2011

EMERSON CARDOSO

Inovação,A CHAVE PARA

EMPREENDERO nível de exigência do consumidor está fi cando cada vez mais agudo e o mercado mais competitivo.

Para um empreendedor manter um negócio nessas condições é preciso mais que capital. Identifi car

e compreender as necessidades do consumidor e transformá-las em oportunidade inovadora de

investimento é fundamental para o sucesso do empreendimento. O coordenador regional do Sebrae

no Médio São Francisco e Oeste da Bahia, Emerson Cardoso, explica que sem a capacidade constante

de inovação difi cilmente a empresa sobreviverá no mercado. Em pesquisa realizada pela GEM (Global

Entrepreneurship Monitor) com a participação de 59 países em 2010, apenas 16% dos novos negócios

empreendidos no Brasil são considerados inovadores, nos EUA esse número chega a 40%. “O

empreendedor brasileiro arrisca muito pouco. Normalmente ele investe em negócios já testados e com

baixo nível de inovação tecnológica”, revela Cardoso, que é formado em Ciências Contábeis, pós-graduado

em Administração de Empresas e Desenvolvimento de Recursos Humanos, professor universitário e

presidente de honra da AJEB (Associação dos Jovens Empreendedores de Barreiras). Para ele, o Oeste é um

excelente espaço para investimento em serviços. Confi ra a entrevista ao lado.

texto/foto C.FÉLIX

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SET-OUT/2011 35

O que é ser empreendedor?Ser empreendedor hoje é se desafiar a todo o momento. É con-

seguir identificar oportunidades de negócios onde a maioria das pessoas não percebem. É ser totalmente orientado para resulta-dos, altamente motivado e assumir riscos calculados para atin-gir os seus objetivos. Usando as palavras do economista Joseph Schumpeter,“pessoa com criatividade é capaz de fazer sucesso com inovações”. Tem dois pontos fundamentais que considero impor-tantes quando você fala em empreendedorismo: comportamento do empreendedor e estratégia definida. Na primeira, ressalto a de-terminação, atitude, disposição ao risco, criatividade... São carac-terísticas que têm haver com o comportamento pessoal. A parte estratégica, envolve planejamento, definição da oportunidade e monitoramento do negócio, inovação, controles, estabelecimento de metas. O desafio é associar a parte comportamental com uma estratégia coerente para alcançar sucesso no mundo dos negócios.

Os mercados estão estagnados ou falta visão empreendedo-ra?

Vamos partir do princípio que o Brasil é considerado a bola da vez em termos de investimento mundial. Estamos caminhando para sermos a 5ª maior economia do mundo. O Brasil apresenta hoje um grande mercado de consumo. Por exemplo, o Programa social Luz Para Todos atendeu 2,3 milhões de famílias nos últi-mos sete anos e estes compraram 1,7 milhão de geladeiras, 1,9 milhões de TVs e centenas de eletrodomésticos. Avalie o quanto que só essa iniciativa impactou na economia local! É preciso sa-ber, pesquisar onde estão as oportunidades e depois apresentar diferenciais competitivos para se destacar no mercado. Agora, o que acontece que nos deixa com esse entrave? Será que os mer-cados estão estagnados? O empreendedor brasileiro arrisca muito pouco. Normalmente ele investe em um tipo de negócio já testado e faz pouquíssimas inovações. Para termos um parâmetro estatís-tico, apenas 16% dos novos negócios empreendidos no Brasil são considerados inovadores e nos EUA esse número chega a 40%. Aí está a chave do negócio de sucesso. Será que o mercado está estagnado ou será que eu estou fazendo exatamente igual como os demais fazem? Sempre digo nas minhas palestras, “se queremos chegar a um lugar onde a maioria não chega, precisamos fazer algo que a maioria não faz”. Aquela empresa que está se colocando de maneira diferenciada, inovando nos seus negócios, inovando em seus conceitos - o cliente reconhece, privilegia e compra seus produtos/serviços. Um desafio que nós temos: 99% das empresas existentes são de micro e pequeno porte e paradoxalmente só con-seguem contribuir com 20% do PIB brasileiro (Produto Interno Bruto – soma das riquezas de um país). É muito pouco. O que está faltando aí? Está faltando inovação, agregar valor a micro e pe-quena empresa para que fuja da competição predatória do preço. Essa questão de mercados estagnados ou não, depende muito da capacidade do negócio ser inovador e diferenciado. O interessante é que quem faz esse juízo de valor não é a empresa, é o cliente.

O que fazer para estimular essa percepção para os negócios inovadores?

O empresário precisa participar mais de treinamentos, palestras e eventos empresariais. Existem programas para investimento nas áreas de qualidade, tecnologia, inovação, que a maioria das em-

presas desconhecem, não têm acesso a essa informação ou quando sabem demonstram pouco interesse de participar. Esse é um desa-fio para todas as instituições e órgãos de fomento. Precisamos des-mistificar o que é tecnologia para micro e pequena empresa. O Se-brae, por exemplo, tem um programa que se chama Sebraetec. Na verdade, é uma solução tecnológica cujas horas de consultoria e capacitação têm até 90% dos seus custos subsidiados pelo Sebrae. O empreendedor participa com uma contrapartida financeira de 10% para que ele tenha uma consultoria dentro da sua empresa focada em inovação. Seja uma padaria, uma indústria de confec-ção, uma indústria de alimentos, etc, é possível ter acesso a esse recurso para melhorar os processos produtivos, reduzir os custos e aumentar a produtividade. Há também os programas de pesquisa que são financiados pelo governo para estimular o surgimento de novos negócios e produtos. No entanto, é necessário que o país invista em centros de pesquisas em parceria com as universida-des, centros tecnológicos e se aproxime cada vez mais do tecido empresarial. As incubadoras de empresas são um bom exemplo, mas precisam ser estimuladas e ampliadas para todos os centros econômicos do país. Para facilitar o acesso e redução dos custos destes programas, as pequenas empresas precisam estar unidas. A micro empresa só vai se tornar grande quando estiver unida. So-mos um dos realizados de um projeto que se chama Empreender e tem por objetivo fortalecer e unir empresas do mesmo segmento a fim de resolver problemas comuns, buscando soluções conver-gentes. Quando a gente consegue reunir empresários do mesmo segmento (farmácias, oficinas mecânicas, mercadinhos, etc), é possível levar programas diferenciados e customizados para cada público. Infelizmente existe um modelo cultural que empresa do mesmo segmento que o meu, é concorrente. Não existe uma visão de que ele pode ser meu parceiro, que podemos lutar juntos para ter preço competitivo, realizar compra conjunta, fazer consórcio ou linha de financiamento em condições diferenciada.

Como o empreendedor local deve se comportar quando está acontecendo o que estamos vendo no mercado mundial?

É interessante avaliar o seguinte: as pesquisas têm demonstrado que o empreendedor em estágio inicial tem buscado mais infor-mação antes de montar um negócio. Nós chegamos hoje a um perfil de empreendedor que está investindo mais por “oportunida-de” do que por “necessidade”. A razão é de dois empreendedores por oportunidade para cada empreendedor por necessidade. Esse tipo de pesquisa demonstra que o empreendedor brasileiro está buscando mais informação, ele está mais atento. A pesquisa GEM 2010 confirmou que a faixa etária com mais empreendedores é de 25 a 32 anos. O jovem está empreendendo mais no nosso país. Eles estão buscando as universidades, faculdades e percebendo no empreendedorismo uma oportunidade real de sustento econômi-co. É claro que para qualquer empreendedor, independente da fai-xa etária, há um receio de sofrer com as turbulências econômicas que margeiam a economia americana e parte da Europa. Sentimos recentemente os reflexos do que aconteceu com a bolsa dos EUA. Mas eu acredito, pelas características do mercado brasileiro, pela economia estável que nós temos hoje, pela inflação, de certa forma controlada, que com os novos investimentos que estão sendo fei-tos, as pessoas estão começando a entender o empreendedorismo como uma oportunidade real de mercado. É claro que precisamos »

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acelerar as reformas estruturais (previdenciária, tributária e traba-lhista), diminuir ainda mais as taxas, os juros para investimentos e democratizar o acesso ao crédito. Importante melhorar a infra-estrutura, logística e modernizar nossos portos para não perdemos mais competitividade no cenário global. Mas têm dois fatores que me preocupam mais: a baixa qualidade da nossa mão de obra e nosso baixo investimento em ciência e tecnologia. No entanto, com todas as adversidades, o Brasil é um país pujante, com gran-des oportunidades e não é por menos que temos a maior taxa de empreendedorismo entre os países do G20 (grupo que integra as maiores economias do mundo) e do Bric (Grupo que reúne as economias emergentes – Brasil, Rússia, Índia e China).

Como você vê a relação entre cursos universitários e tec-nólogos?

Vejo como complementares. Os cursos tecnológicos são uma necessidade para esse país que está crescendo e são realizados nor-malmente em carga horária menor do que os universitários. Uma formação acadêmica, universitária, por sua vez, é imprescindível. Agora, a convergência é fundamental se a gente tiver uma espinha dorsal nessas duas escolas. Essa espinha dorsal é o que eu chamo de empreendedorismo. Tanto a atividade acadêmica como a téc-nica precisam incentivar cada vez mais uma interdisciplina que é o empreendedorismo, para que os nossos jovens percebam isso não só como a última alternativa, mas como a principal alternativa no mercado profi ssional. Hoje, nos EUA, o jovem estuda para ser dono do seu negócio e nós temos uma cultura (que vem diminuin-do, é verdade) de que você estuda para trabalhar em uma grande empresa. É um paradoxo, porque a maioria dos empreendimentos que a gente tem no nosso país é de micro e pequeno porte. E como é que vencemos isso? Através do empreendedorismo. Penso que esse jovem não vai precisar prestar serviço necessariamente para uma grande empresa, ele pode prestar serviço para várias peque-nas empresas, através do seu próprio empreendimento. Sabemos que um dos maiores entraves pra contratar um funcionário é a excessiva carga trabalhista. Os empresários pagam quase 100% a mais do salário para cumprir os encargos trabalhistas. Portanto, se o universitário começar a ser um provedor de soluções para determinados empreendimentos, ele deixa de ser visto como um custo para o empresário e se torna um parceiro, consultor daquela empresa. As faculdades têm um grande desafi o de mostrar esse outro cenário de negócio. Essa capacidade empreendedora precisa ser incentivada para que os nossos jovens deixem de ser meros expectadores e passem a ser os verdadeiros protagonistas desse grande mercado chamado Brasil.

A grade curricular do ensino médio poderia ser incrementa-da com uma disciplina voltada para isso?

Não só como atividade, mas como matéria escolar e ofi cinas de empreendedorismo - que é fundamental. Alguns países conse-guem desde cedo imprimir o empreendedorismo na criança, que não começa necessariamente na escola. Vejamos: nós estimulamos uma “remuneração fi xa” com os nossos fi lhos, chamada “mesa-da”. Mesada é um contrassenso do empreendedorismo, porque o adolescente, independente do que ele fi zer ou não, vai receber

uma mesada todo mês. Isso é uma afronta a linha empreendedora. O ideal é o seguinte: estipular, desde criança, um valor de acordo com a atividade que ela prestar dentro de casa. Ou seja, lavar o car-ro do pai no fi nal de semana, cuidar do jardim da casa, ajudar nas atividades domésticas; outro critério pode ser o desempenho esco-lar. Aí, a depender da qualidade da prestação de serviço dentro de casa, vai ter “x” valor naquele mês. Veja como muda a visão. Assim, o jovem, desde cedo, vai percebendo o seguinte: se eu quero re-ceber mais dinheiro do meu pai ou da minha mãe, preciso prestar um serviço de melhor qualidade na minha casa. A “mesada” não impulsiona os desafi os. Depois, a gente reclama que o jovem está acomodado. Mas será que ele está acomodado ou a gente que não ensinou a tarefa correta?

Isso não seria um estímulo ao capitalismo exacerbado? Eu vejo como uma roda propulsora que move a economia. A

gente vence os desafi os a partir do momento que nos posicio-namos de forma diferente no mercado. Tem que fazer melhor. Quando você estimula comportamento empreendedor no seu fi -lho dentro de casa, você estimula seu fi lho a ser competitivo. Isso não é incentivá-lo a ser ganancioso. Porque ganancioso é você tirar algo que é de alguém. Você estimula na verdade a ser ambicioso: que é você vencer seus próprios limites. Eu venho de uma cultura que dizer que “fulano de tal era muito ambicioso” era algo pejora-tivo, negativo. Hoje, quem não for ambicioso não cresce. O que a gente precisa é saber diferenciar essas duas coisas: o que é ganância do que é ambição. Precisamos trabalhar nos profi ssionais de hoje a necessidade de vencer na vida. Vencer seus próprios desafi os, ser ambicioso para alcançar seus objetivos e sempre respeitar os princípios éticos.

Como empreender em uma região que tem por vocação o agronegócio?

É ótimo. O primeiro setor está absolutamente desenvolvido e trazendo divisas, que é fundamental. Eu acho que a nossa região tem grandes perspectivas, principalmente na área de serviços. Este setor traz grandes oportunidades para o empreendedor que está chegando ou para o empreendedor que está aqui estabelecido. Na região é perceptível que há uma grande circulação de dinheiro e novos negócios estão surgindo a cada dia. Percebemos, também, a vinda para nossa região de muitas empresas que atuavam nos grandes centros do país. A região nordeste deve crescer 5% este ano, portanto, mais do que o Brasil. Isso abre uma janela de muitas oportunidades e as empresas que não inovarem ou mudarem seus conceitos irão perder espaço. Antigamente, a gente ouvia “minha empresa tem 20 anos no mercado” e isso parecia garantir estabili-dade, longevidade e não precisava mudar. Hoje, a todo momento aparecem novos jogares, novos concorrentes que vêm buscando essa mesma fatia de mercado. Lembro que quando cheguei em

EMERSON CARDOSO

OS EMPREENDIMENTOS LOCAIS PRECISAM ESTAR ATENTOS A FIM DE CONTINUAR NA CRISTA DESTE DESENVOLVIMENTO REGIONAL. PRECISAMOS ENTENDER E ACOMPANHAR OS MOVIMENTOS DOS MERCADOS”

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38 SET-OUT/2011

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SET-OUT/2011 39

Barreiras, acompanhei o estabelecimento de uma grande empresa de fast-food que mudou o conceito de lanchonete, o padrão do uniforme, a qualidade do atendimento e do lanche na cidade. O concorrente que não se adaptou a este novo conceito, fechou. As franquias, por sua vez, inauguraram um novo modelo de negócio na nossa região. Estão crescendo e exigindo uma mudança de postura dos empresários mais tradicionais. Não tenho dúvidas que a região oeste da Bahia impulsiona o crescimento do país, mas os empreendimentos locais precisam estar atentos a fi m de continuar na crista deste desenvolvimento regional. Precisamos enten-der e acompanhar os movimentos dos mercados. Como diz Chico Buarque: “O tempo passou na janela, só Carolina não viu”.

É mais fácil apostar em uma franquia ou empreender em um novo negócio? Franquia tem demonstrado estatisticamente que é um negócio mais seguro. Seu ponto fun-

damental é que analisa primeiro as características do mercado antes de se estabelecer em determinada cidade. Assim traz mais segurança ao empreendedor. Não é que franquia não tem risco, mas os riscos são menores porque ele avalia o perfi l do empreendedor que pretende ser o fraqueado. Avalia o mercado, oferece o padrão de layout, da estrutura física da loja, da comunicação visual... Resumindo, a franquia disponibiliza um plano de negócio, confeccio-nado e customizado com dados locais. A maioria dos nossos empreendedores não faz um plano de negócio antes de abrir ou ampliar sua empresa, daí o risco. Uma pesquisa do Sebrae aponta que aproximadamente 40% das micro e pequenas empresas fecham antes mesmo de completar dois anos de existência. No entanto, quando se trata de uma franquia, esta taxa de mortalidade cai para apenas 6%. Por isso, cada vez mais os empreendedores optam por este modelo de negócio, cujo foco é a transferência de know-how e o respaldo de uma marca forte, já reconhecida no mercado.

O que o jovem precisa fazer para ser empreendedor?A primeira coisa é ter vocação para o mundo dos negócios. O fato de você ser fi lho de

um empresário não quer dizer necessariamente que você tem vocação para administrar uma empresa. A segunda é a aprendizagem. Tem que gostar de aprender, tem que ouvir mais do que falar. A terceira é se sujeitar a viver várias experiências diferenciadas. É fundamental que o jovem hoje faça um estágio dentro da empresa. Que ele ouça, que participe desse mundo cada vez mais competitivo e dentro dessa aprendizagem, comece a observar as pessoas, avaliar o comportamento do mercado, estudar sobre tendências porque o mundo dos negócios é mui-to imprevisível. Não necessariamente ser dono de um negócio, mas ser um empreendedor. Tanto para montar uma empresa, como para poder ser um profi ssional diferenciado naquilo que ele faz – que é o intraempreendedor. O jovem precisa ser obcecado por oportunidade de negócio e não por emprego. Sempre questionar: “O que é que aquela empresa faz bem feito que eu possa melhorar?”, “Como o cliente vai perceber que faço melhor que os outros?”. O jovem precisa estudar muito. No mundo de hoje não é mais a faculdade que avalia, é o mer-cado. As empresas não querem diplomas de conclusão de curso superior, querem respostas.

Aqui na região existe o empreendedorismo social? Percebo este movimento crescente através das Organizações não Governamentais. O Sebrae

apoia esta iniciativa através da AJEB (Associação de Jovens Empreendedores de Barreiras), da qual faço parte e sou um dos idealizadores. Temos o Projeto Estudante do Futuro, em que se-lecionamos alunos de colégios públicos e durante oito meses acompanhamos 80 jovens com atividades relacionadas ao empreendedorismo. Já são 10 anos de história e aprendizagem. São mais de 100 voluntários em cada edição. É um exercício pleno de cidadania e amor ao próximo. O interessante é que em uma das atividades, eles têm oportunidade de montar um negócio e testar sua aceitação no mercado. No fi nal do programa, eles conseguem perceber que há dois caminhos: montar seu próprio negócio ou ser funcionário de alguma empresa. Assim, o participante abstrai sua própria conclusão, mas sempre deixamos claro que o seu futuro depende das suas escolhas no presente.

EMERSON CARDOSO

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a empresa criada pela sua avó, Maria da Mata Campos, em 1940, na loja líder no mercado da construção civil na região, conforme ranking da Anamaco (Associação Nacional dos Co-merciantes de Material de Construção).

Pós-graduado em em Administração de Marketing e Recur-sos Humanos, Ricardo assim que entrou no negócio fez um es-tudo de mercado na região e compreendeu qual era a principal carência de Barreiras. “A cidade precisava de mão de obra que entendesse mais de produtos de acabamento”, relata. Hoje a em-presa procura qualifi car seus funcionários para atender melhor o cliente. O empresário fala que “nosso maior foco é trabalhar com a informação”. Quando ele e o irmão (Rodrigo) assumiram o comando da Casa Campos, mudaram o modo de atendimento. “Transformamos a ideia de vendedores de materiais de constru-ção para consultores de vendas. O funcionário tem que saber um pouco de tudo. Tem que saber o que está vendendo”, explica.

Para ensinar a usar corretamente os produtos e não prejudicar o andamento da obra, Ricardo criou o projeto “Parceiros da Cons-trução”. “Então, os clientes traziam seus profi ssionais aqui e era passado pra eles a forma de usar o material. Não tem como entre-gar um produto de alta qualidade para um profi ssional que não

desafi oSEDE DE

Esta seção foi criada pela r.A para mostrar um pouco do perfi l dos jovens empreendedores que mudaram a cara e o estilo dos negócios no Oeste da Bahia.

JOVEMEMPREENDEDOR

Buscar o novo, fortalecer a qualidade de atendi-mento, oferecer variedades de produtos e garantir conforto para os clientes sempre foram desafi os

que o jovem empresário Ricardo Campos, de 29 anos, fez questão de encarar. Há sete anos na diretoria da Casa Campos, Ricardo integrou-se ao grupo de colaboradores e, juntamente com sua família – os pais e o seu irmão mais novo também dirigem a loja – implementaram mudanças e transformaram

NOME RicardoBarbosa CamposIDADE29 anos

FORMAÇÃO ACADÊMICAComunicação Social e pós-graduação em Administração de Marketing e Recursos Humanos

EMPRESACasa Campos

TEMPO DE EMPRESA7 anos

CARGODiretor

l

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sabe trabalhar com ele”, declara. A iniciativa foi destaque nacional da revista da Anamac (Associação dos Comerciantes de Material de Construção).

Respeitando a tradição das outras duas gerações, Ricardo diz que as transformações na empresa foram aos poucos. Em 2000 uma nova loja foi construída no centro de Barreiras, a maior já vista no setor de construção na época. Em 2007 o empresário colocou mais um de seus projetos em prática e abriu a loja Exclu-sive, especializada em peças de alto padrão. No ano seguinte, a Casa Campos abriu uma filial em Luís Eduardo Magalhães.

Com perfil de administrador moderno, Ricardo diz que coloca mesmo a mão na massa. “Comigo não tem essas coisas. Se for preciso eu mesmo coloco um saco de cimento nas costas e vou levar até o carro do cliente. E com relação ao pessoal que trabalha com a gente, minha mãe costuma dizer - e eu concordo -, que os funcionários não são uma extensão da nossa família. Eles são da família”.

Com o crescimento da região, Ricardo sabe que não demorará muito para que grandes empresas de materiais de construção ve-nham para cá. “Hoje, vendemos o dobro se comparada à época em que começamos”, diz Ricardo referindo-se a ele e ao irmão. “A preocupação maior é deixar a nossa loja sempre atualizada de for-ma geral a se manter firme no mercado. Só vai ficar em pé aqueles que estiverem preparados para enfrentar a grande concorrência”, finaliza.

TRANSFORMAMOS A IDEIA DE VENDEDORES

DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO PARA

CONSULTORES DE VENDAS. O FUNCIONÁRIO

TEM QUE SABER UM POUCO DE TUDO. TEM QUE

SABER O QUE ESTÁ VENDENDO”

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42 SET-OUT/2011

intensifi car as vendas”, diz Fiorio, que passou então a administrar uma equipe de instalações, compras e vendas dos produtos.

Pronto! Estava ali mesmo, dentro da família, o empreende-dor cheio de ideias inovadoras para melhorar a empresa. Nestes anos de trabalho à frente da empresa Augusto colocou a Fiorio Tecidos em destaque entre as lojas do segmento na região Oeste. Ampliou o leque de produtos com a aquisição de novas mar-cas e capacitou os colaboradores. “Antes era apenas uma marca. Hoje, já trabalhamos com quatro marcas de papel de parede, seis de persianas. Como comecei como instalador, isso me deu segurança pra saber em que melhorar e como colocar tal peça”, declara, ciente de que conhecimento nunca é demais.

No último ano, após alguns experimentos, a loja inovou e lançou um novo produto para decoração de ambientes: o tecido de parede. “Fizemos vários testes até descobrir o melhor mate-rial. Até então só se colocava papel de parede. Daí começamos a testar os tecidos e a cola. Deu certo e ainda tem certas vantagens em relação ao papel. Se se cansar, o cliente pode arrancar o te-cido da parede e aproveitá-lo em outro ambiente ou usá-lo para cobrir um estofado, almofada. A Fiorio Tecidos foi a primeira empresa na região a utilizar a técnica de aplicação do tecido na parede”, conta Augusto.

Como um bom empreendedor, Augusto já começou a am-pliar a loja, e ele não para de pensar no futuro. “Temos algumas ideias, e tudo está sendo bem estudado para em breve disponi-bilizarmos ao comércio da região”, declara.

Vocação. Está aí uma palavra que muita gente já ouviu, sabe o que é, mas poucos conseguem reco-nhecê-la. A vocação profi ssional pode despertar a

qualquer momento e com o administrador de vendas, Augusto Fiorio, aconteceu bem cedo, em 2004. Com apenas 16 anos Au-gusto começou a trabalhar na Fiorio Tecidos, empresa da família e até então administrada por sua mãe, na função de instalador de persianas. “O objetivo inicial era juntar dinheiro para uma viagem. Minha mãe fez a proposta de eu ir trabalhar pra ela e acabei gostando”, destaca.

Aos poucos Augusto foi conhecendo melhor a empresa e com dois anos de trabalho, além de instalar as persianas começou a vendê-las. Para cada venda feita, o jovem recebia uma comissão. “Apesar de pouca idade, eu comecei a gostar de vender. Percebi que poderia treinar uma pessoa para fi car no meu lugar na instalação e

l

JOVEMEMPREENDEDOR

a administradorDE INSTALADOR

NOME AugustoFiorio da SilvaIDADE23 anos

FORMAÇÃO ACADÊMICAAdministração e curso NBA em gestão de consultoria

EMPRESAFiorio Tecidos

TEMPO DE EMPRESA7 anos

CARGOAdministrador de vendas

FIZEMOS VÁRIOS TESTES ATÉ DESCOBRIR O

MELHOR MATERIAL. A FIORIO FOI A PRIMEIRA

EMPRESA DA REGIÃO A UTILIZAR A TÉCNICA DE

APLICAÇÃO DO TECIDO NA PAREDE

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44 SET-OUT/2011

capa

DESENVO

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SET-OUT/2011 45

LVIMENTOCARECEMOS

DE UM PROJETO DE

Dom Luiz Flávio Cappio. Aos 64 anos, o homem por trás da voz calma e gestos comedidos não tem o mesmo vigor

físico que tinha quando chegou na região, mas não para de lutar. Bispo de Barra, o religioso reacende a polêmica em torno da

transposição das águas do Rio São Francisco e diz que não falta água no Nordeste, mas sua democratização. A falta de projetos

do poder público do Estado e da União também é alvo das críticas de Dom Luiz, que declara que essas regiões da Bahia

“não aparecem” no mapa do Brasil.texto C.FÉLIX fotos CLAUDIO FOLETO

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São Paulo. O governo de Médici, ter-ceiro general a ocupar a Presidência da República depois do Golpe de 1964, intensifica a propaganda insti-tucional de um Brasil em crescimento econômico para conquistar simpatia e fortalecer o moral da população. Paralelamente, a repressão aos mo-vimentos de esquerda e o sistema de vigilância dos aparelhos de estado

funcionam a toda força. Em São Paulo, capital, até os franciscanos são perseguidos. O trabalho nas periferias e meios penais era difícil. A sensação dos religiosos era a de que tudo e todos estavam sendo observados, tal qual no livro de George Orwell: the Big Brother is watching you. O Estado estava de olhos abertos. E bem abertos! As reuniões eram codificadas. Vez por outra faltava alguém do grupo. Quando essa falta persistia, já sabiam o que tinha acontecido, mas ninguém comentava. O silêncio era uma es-pécie de respeito àquele que partia. Tudo aquilo era terrível: a truculência da ditadura e a condição de vida sub-humana daquelas pessoas que, em sua maioria nordestino, migravam de todo o Brasil para São Paulo. Nas reuniões, os franciscanos indagavam:

- Por que vocês vieram pra cá?- Melhorar a vida?Impressionado com a resposta, um jovem franciscano pensou: “Meu Deus! Eles dizem que isso é

melhorar a vida?” As condições econômicas eram deploráveis, a pressão social os isolava. Era uma frágil massa excluída; e, para piorar, em um sistema político impiedoso, em um país em guerra ideológica. “Meu Deus! Isso é melhorar a vida?”, se perguntava de novo o jovem recém-ordenado. Aquilo o afligia, o inquietava. De repente, uma voz vinda de dentro lhe dizia: “É de lá de onde esse povo vem que você precisa ir”. “Ora”, refletia o rapaz nascido em 1946, em Guaratinguetá, São Paulo, “São Francisco foi aon-de os leprosos viviam. Se esse povo aqui veio de suas terras pra melhorar a vida aqui, então é pra lá que tenho que ir”. Assim, frei Luiz Flávio Cappio, descendente de uma família relativamente abastada com raízes italianas, veio para Bahia, para Barra, para o Rio São Francisco. Na época, tinha apenas 27 anos.

....O mais novo dos quatro irmãos nasceu em uma família bastante religiosa. Não perdiam a missa do

domingo. Dona Letizia Cappio, sua mãe, era uma mulher generosa, solidária. Tinha respeito e amor pelos pobres. Isso, certamente, foi transferido ao garoto. Em um Natal, ela deu dinheiro a Luiz Flávio para com-prar uma roupa que ele vira numa loja. Passou o Natal, Ano Novo e nada de Luiz Flávio com roupa nova.

- Eu lhe dei dinheiro para você comprar um presente e você não comprou. Tenho direito de saber o que você fez com o dinheiro?

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- Mamãe, eu convidei todo aquele pessoal onde vou rezar o terço para ir à Missa do Galo. Eles dis-seram que não iriam porque não tinham sapatos. Então eu comprei uma alpargata pra cada um – respondeu.

O sonho de Luiz Flávio era ser engenheiro arquiteto, cursar a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Brasília. Mas a Providência lhe reservou outro destino.

...- Uma desgraça! – disse Luiz Cappio à filha

Rosa MariaO pai estava desesperado. O filho decidira ser

frade. Rosa Maria ponderou que não havia mo-tivo para desespero: “era um chamado de Deus”. Para acalmá-lo, a filha mais velha, Rita, lê o poema “Dos filhos”, do escritor libanês Kahlil Gibran:

“(...)Vossos filhos não são vossos filhos. São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma. Vêm através de vós, mas não de vós. E embora vivam convosco, não vos pertencem. Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos, Porque eles têm seus próprios pensamentos. Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas; Pois suas almas moram na mansão do amanhã, Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho. Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós, Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados. Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas. O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe. Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria: Pois assim como ele ama a flecha que voa, Ama também o arco que permanece estável.”

Aos poucos, Luiz Cappio relaxou, compreendeu, aceitou a decisão do filho e pediu desculpas a todos, principalmente a Dona Letizia, a quem acusava de ser responsável por aquela ideia do menino.

Em 1970, já perto de concluir sua profissão solene, Luiz Flávio es-creve de Petrópolis, Rio de Janeiro:

“Como que através de um processo lento de maturação e auto ques-tionamento chega-se a um determinado momento em que colocamos em xeque tudo aquilo que se nos transparece seguro, inabalável”.

“O vazio causado pela dúvida foi dando lugar a um sentimento completamente diferente da vida, do mundo, dos homens. Tudo num processo lento e calmo de maturação. No final do ano havia toma-do uma decisão sofrida, conquistada a preço de suor e sangue, mas recebida com toda alegria da alma de um jovem, tal qual a mãe se comove ao ver o filho nascer, após tão duros dias de gestação. Uma vez definida, minha opção abriu-me as janelas para novos horizontes – horizontes infinitos, como infinito é o próprio Deus, a quem sirvo com toda alegria e liberdade, com toda obediência e humildade, com toda reverência e amor”.

A decisão pela vida franciscana não foi algo repentino. São Francis-co vivia profundamente os ensinamentos de Cristo, tinha um grande amor pelos pobres e pela a natureza. Tudo isso teve um peso enorme na decisão de Luiz Flávio. E pra completar, ele nascera exatamente no Dia de São Francisco, 4 de outubro.

...- São Francisco via na natureza membros

da sua família. A família de Francisco não era apenas de humanos. Tinham os irmãos animais, os irmãos flor. Não eram objetos, não eram coisas, eram entes próximos que faziam da natureza sua família porque to-dos eram filhos de Deus. O cachorrinho é filho de Deus, o passarinho, a água é filha de Deus – explica Dom Luiz, que se tor-nou bispo de Barra em 1997, revelando um pouco de sua inclinação religiosa e apego pelo Rio São Francisco, que conheceu há 37 anos...

- O rio era muito mais do que eu sabia. É aquele que gera vida. E quando eu falo do Rio São Francisco eu não me atenho ape-nas à calha principal. Quando eu falo Rio São Francisco eu olho para todo o vale: Rio Grande, Rio Preto, Rio Corrente, a grande bacia do São Francisco. É aqui que jaz todo esse povo, a água que você bebe e que eu bebo. É o peixe que nós comemos, é a água que molha o chão das plantas. É a condição de vida que eu fui descobrindo. Percebendo

O RIO É A VIDA. NAS NOSSAS VEIAS CORREM AS ÁGUAS DO RIO SÃO FRANCISCO. ONDE EXISTE UM SER VIVO É PORQUE O RIO SÃO FRANCISCO ESTÁ DENTRO DELE. ESSA É A NOSSA REALIDADE AQUI NO SERTÃO”

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que o rio é a vida. Nas nossas veias correm as águas do Rio São Francisco. Onde existe um canto de água corre o Rio São Francisco e onde existe um ser vivo é porque o Rio São Francisco está dentro dele. Essa é a nossa rea-lidade aqui no sertão. Então eu fui entenden-do que o Rio São Francisco é a vida do povo. E que pelo fato de o rio está em processo terrível de morte isso coloca em risco o povo. Porque descobrimos também que se o rio estiver vivo, tiver saúde, o povo terá saúde. Se o rio estiver doente, o povo adoece. E se o rio morrer? O povo morre com ele. Porque se não fosse pelo Rio São Francisco essa região seria um imenso deserto. Como o deserto do Saara que é corta-do pelo Rio Nilo. É o rio que possibilita vida. Lutar pela sobrevivência do rio é o que poucos vêm buscar – desabafa.

Preocupado com o que vinha acontecendo com o São Francisco, Dom Luiz resolve fazer uma peregrinação por toda extensão do rio - da Serra da Canastra, Minas Gerais, até a foz em Piaçabuçu, Alagoas. A caminhada durou um ano (de 4 de outubro de 1993 a 4 de outu-bro de 1994) e gerou um livro: “Rio São Fran-cisco: uma caminhada de vida e morte”. Mais de trezentas comunidades foram visitadas. A caminhada, chamada também de “Missão re-ligiosa e ecológica”, tinha três objetivos: con-versar com a população sobre a importância do rio, fazer um diagnóstico dos fatores que estavam causando a morte do rio e chamar o povo para lutar.

- O povo tem que ser aquele que tem que tomar conta do rio. Não vamos esperar solu-ções vindas de cima, porque soluções vindas de cima não resolvem. Só soluções que nas-cem do povo. Então o povo tem que ser o protagonista dessa luta pela vida. Ele bebe da água do rio, vive da água do rio, é ele que tem que preservar. Ele tem que assumir em pri-meiro lugar a luta, não esperar que se façam leis para serem obedecidas, mas que seja fruto de uma consciência e de trabalho.

Na época, ainda não se falava em transpo-sição, mas quando Dom Luiz ouviu aquela palavra pela primeira vez, exclamou: “Que

maravilha! Levar água para o povo é o que nós queremos!”. Qual não foi a surpresa do bispo ao examinar o projeto: “O objetivo não era distribuir água para o povo; o objetivo era a segurança hídrica para os grandes projetos industriais. Está na Constituição: os investimentos em recursos hídricos devem ter como prioridade o uso humano. Se o povo não tem água para beber, ela não pode servir para o poder econô-mico”. Daí, veio a primeira greve de fome, “o grito de desespero” que teve início no dia 26 de setembro de 2005, na fazenda Bela Vista, em Cabrobó, Pernambuco. No dia 5 de outubro o jejum foi interrompido, após negociação com o então ministro Jacques Wagner. Em dezem-bro, o bispo é recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem conversou horas expondo porque era contrário ao Projeto de Transposição e a necessidade da revitalização do rio.

- Mas Dom Luiz, por que o senhor não veio conversar com a gente? – indagou o presidente.

- O senhor pode ler todos esses processos. Todos, todos têm a nossa assinatura. A gente fez todos os meios, todas as formas, mas o governo não quis dialogar com a sociedade civil brasileira – disse, apontando uma pilha de documentos.

Dois anos depois o governo federal decide iniciar a obras de trans-posição sem considerar as observações feitas pelo bispo, que tinha conquistado vários adeptos, a exemplo do teólogo Leonardo Boff, Elba Ramalho, Letícia Sabatella, além de várias entidades sociais.

Desta vez o jejum durou 24 dias e o bispo foi parar na UTI de um hospital em Petrolina, Pernambuco. De lá, escreveu uma carta dizendo que decidira interromper o jejum depois de ouvir amigos, familiares e companheiros de luta. Todos queriam vê-lo lutando, mas vivo.

- É por vocês que lutaram comigo e trilharam o mesmo caminho que encerro o meu jejum. Depois desses 24 dias, encerro o meu jejum, mas não a minha luta – dizia o texto.

...- Quero deixar bem claro que no Nordeste não falta água, não. Nós

temos 70 mil açudes, sendo o maior, o Castanhão, no Ceará, é maior do que a Baia de Guanabara 13 vezes. Água não falta. Águas concen-tradas no Rio São Francisco e nos outros rios. O que é preciso? Demo-cratizar essa água concentrada. E a ANA (Agência Nacional de Água), através do Atlas do Nordeste, teria esse projeto elaborado. Eu diria que é o de melhor em projetos hídricos no Brasil. E é do próprio governo. Então Lula teve de escolher uma entre as duas propostas. A primeira, da ANA, seria levar água a quem realmente precisa, aproveitando as águas concentradas dos açudes e do Rio São Francisco. E o segundo projeto era o da transposição, que garantia a segurança hídrica para os grandes agrícolas. O projeto da ANA foi rejeitado. Lá no Senado eles diziam: “São obras complementares”. Nós dissemos: “Esse deve ser a prioridade”. Iniciaram a transposição. E o que aconteceu? Parou. A gente previa que ia parar. Custou somente um bilhão, parou. Mas a gente já previa que ia parar. Porque o grande objetivo da transposi-

INICIARAM A TRANSPOSIÇÃO. E O QUE ACONTECEU? PAROU. A GENTE PREVIA. PORQUE O GRANDE OBJETIVO DA TRANSPOSIÇÃO, EM PRIMEIRO LUGAR, ERA GARANTIR DINHEIRO PARA AS ELEIÇÕES”

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50 SET-OUT/2011

ção, além do uso econômico da água, em primeiro lugar era garantir dinheiro para as eleições seguintes. Ganharam muito dinheiro, ganharam as eleições. E a transposição? Vai ou não vai? Não sei mais. E o preço dessa água? Se você estudar o projeto você vai ver que eles têm um me-canismo que se chama subsídio cruzado. A água vai ficar muito cara. Tem que subir e descer terra. Uma vez que a água chegar ao seu destino, se é que isso vá acontecer um dia, como é que o projeto prevê o pagamento? Através do subsídio cruzado. Na nossa conta de energia vem um “X” a mais, uma alíquota a mais. E esse “X” a mais que vem em cada conta de energia será para pagar o alto custo da água da transposição. Então, é o povo que paga a água, todos nós pagaremos pelo uso econômico da água que vai beneficiar grandes empresas nacionais e transnacionais. É aquilo que a gente diz, a história se repete. É o pobre colo-cando a mesa do rico e vivendo de migalhas que caem da mesa. Então esse malfadado projeto não tem futuro. Outra coisa também: para poder bombear essa água vai precisar de energia. Toda a energia das usinas está comprometida. Então, para garantir todo esse bombeamento de água são previstas várias usinas hidrelétricas e inclusive de energia nuclear. Enquanto o mundo inteiro está suspendendo seus projetos nucleares, no Brasil está pensando no uso desse tipo de energia. Inclusive eu vi esses dias que já têm até um lugar previsto. Então é isso aí. Nossa luta continua, nosso trabalho continua. Nós não acreditamos que esse projeto vá à frente porque não tem base econômica, não tem base ecológica, não tem base ética, não tem base social. Está fa-dado a autodestruir.

...Aos 64 anos, o homem por trás da voz calma e gestos co-

medidos não tem o mesmo vigor físico que tinha quando chegou na região. Os sulcos espalhados pelo rosto revelam o movimento implacável do tempo, que prateou o cabelo cada vez mais ralo. Mas não se cansa de reivindicar melho-ras para o povo, para a região. Desde que ouviu a proposta da criação do Estado do Rio São Francisco, Dom Luiz, bem como Dom Ricardo (Barreiras, in memorian) e Dom Batis-tella (Bom Jesus da Lapa, in memorian) apoiaram o projeto.

- Nós elaboramos um documento dando o nosso apoio e fazendo algumas ressalvas. Desde que a criação do estado vi-sasse realmente um grande objetivo social de integrar todos esses municípios, todas essas comunidades, todo o povo; nós estaríamos totalmente de acordo. Não estaríamos de acordo se fosse criado um estado para beneficiar grupos partidários políticos ou empresas interessadas. Se esse for o objetivo, nós

SE A CRIAÇÃO DO ESTADO DO RIO SÃO FRANCISCO VISASSE UM GRANDE OBJETIVO SOCIAL DE INTEGRAR TODOS OS MUNICÍPIOS, TODO O POVO; NÓS ESTARÍAMOS TOTALMENTE DE ACORDO”

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não estamos em acordo. Agora, se realmente o primeiro obje-tivo for o povo - se essa for a intenção -, nós estamos a favor e queremos. Um exemplo concreto: o que é a Barra pra Bahia? Tem gente que nem sabe que Barra existe. Barreiras, não. Mas, Barra? Quem é que sabe que Barra existe? E se vier a ser criado o novo Estado, Barra será a terceira cidade do estado. Então Barra terá uma representatividade no novo Estado. Enquanto que em termos de Bahia, ninguém nem sabe que existe. Em termos de integração, de Estado, é lógico que há benefícios de ordem educacional, saúde, infraestrutura, evidentemente isso será prioridade. Vamos esperar para que isso aconteça. É o que eu disse para o governador: O que existe de projeto de desenvolvimento para a Bahia? O litoral, pelos polos in-dustriais, para o turismo, recôncavos e oeste. Existe uma fai-xa mediana na estrada que vem da Chapada Diamantina/Rio São Francisco que não existe. Nós não existimos! Uma parte que não existe. Barra, uma cidade bonita... no passado. Agora, no presente, devagarzinho está dando seus passos. Mas qual investimento sólido? Qual projeto de desenvolvimento que existe para essa faixa mediana do Estado da Bahia? Nenhum. Existe o agronegócio no oeste que todos os polos industriais e políticos apostam. Essa faixa mediana não existe. O gover-nador prometeu que iria solucionar esse problema, mas que até agora não solucionou e não estamos vendo caminhos para a solução. Nós não temos uma economia sólida que garanta infraestrutura, mas já carecemos de um projeto de desenvol-vimento. Agora, pela iniciativa privada está surgindo uma luz no fim do túnel, que é a energia eólica. Está pra ser inaugu-rada o primeiro parque eólico na região de Brotas de Macaú-bas. São setenta e tantas torres de um projeto magnífico. Está previsto também para a localidade de Caetité o maior parque eólico do mundo, com quase 300 torres. Então tem esse in-vestimento que não vem do governo, vem da iniciativa priva-da. Acho que a criação do Estado do São Francisco garante uma preocupação maior, uma proximidade maior do centro de decisão, do centro do poder, de olhar com mais proximi-dade as nossas realidades. Esperamos que haja uma divisão mais equitativas dos recursos para que todos possam usufruir disso. E que essas regiões apareçam no mapa do Brasil. Chego lá em Salvador e dizem assim: “De onde você é?”, “Eu sou da Barra”, “Ah, muito bem! A Barra é muito bonita, tem um farol bonito. Tem um shopping maravilho”. O povo pensa que é a Barra de lá, em Salvador. Não é essa Barra não, moço! É a Barra do São Francisco.

COM INFORMAÇÕES DO LIVRO “O CAMINHO DO CRISTIANISMO”, DE JOANA CAMANDAROBA.

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52 SET-OUT/2011

móveis planejados

SUS

BILIDADETENTADENTRO DE CASA

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SET-OUT/2011 53

O Brasil se destaca em 2011 como o mercado emer-gente mais promissor no setor imobiliário. É o que revela a pesquisa da As-

sociação de Investidores Estrangeiros em Mercado Imobiliário (Afire, na sigla em inglês). E depois de comprar a casa dos so-nhos é hora de personalizar cada cantinho com objetivos de decoração, cores e mó-veis feitos sob medida para cada ambiente.

E quem pensa que essa é uma opção para poucos, está enganado. Inaugurada em 28 de julho em Barreiras, a Móveis San-drin, que há 40 anos se destaca no cenário nacional com móveis personalizados para cozinha, sala de jantar e estar, dormitórios e escritórios, vem para provar que é pos-sível garantir preço, qualidade e principal-mente, preservação ambiental. A empresa

Sandrin. Franquia recém-inaugurada em Barreiras planeja ambientes feitos com requinte e sofisticação, e transforma sonhos mobiliários em realidade

investe continuamente em áreas de reflo-restamento estimulando o uso sustentável de florestas nativas. Além disso, toda ma-téria-prima não utilizada é encaminhada para a reciclagem.

Para garantir a qualidade dos móveis, a empresa investe também na capacitação dos profissionais, através do programa de gestão empresarial. Os colaboradores são estimulados a conhecer sua comunidade, fazer novos cursos, como forma de poder oferecer o que cada público precisa.

Cozinhas, dormitórios, ambientes corporativos, home theaters e home offices, loft, banheiros, áreas de serviços; a Sandrin desenvolve projetos para os mais variados

ambientes com a qualidade e reponsabilidade de quem está há 40 anos no mercado

texto REDAÇÃO fotos PÉRICLES MONTEIRO

SANDRIN Av. Clériston Andrade, 1073 - Centro - Barreiras (BA) (077) 3613.2304

INFORMAÇÕES

Page 54: Revista A ed. 5

54 SET-OUT/2011

dreamMaison Caroline

Editorial inspirado no lifestyle dos pescadores do Rio Grande braço do Rio São Francisco, destaca o branco, off white e o laranja que dominaram as passarelas nacionais e internacionais do Verão 2011/12. Apostas repletas de rendas, paêtes, detalhes em laise, bordados vasados, visual delicado, romântico e from Índia fazem toda

diferença em qualquer evento da estação e me-recem assessórios poderosos da Camila Klein. Sugestões que seguem em sintonia com as temáticas minimalistas. No look total, atenção: texturas diferenciadas com pontos de luz em ouro ou prata são importantes para não deixar o visual tedioso.

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Vestido e vaso from Índia Le Lis Blanc, bijoux de luxo

Camila Klein

consultoria de moda KARINE MAGALHÃES fotos C.FÉLIX

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SET-OUT/2011 55

Camisa laranja Shoulder, calça laranja MOB, xale e chapéu Le Lis Blanc e bijoux de luxo

Camila Klein, lingerie renda de seda Nu.Lux

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56 SET-OUT/2011

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No varal: shorts color MOB, regatas xales Le Lis Blanc. Modelo: regata branca paetê usada como vestido, camisa branca, regata flores. Ao lado, looks Le Lis Blanc e Bjoux Camila Klein

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Cardiga e saia Le Lis Blanc, bijoux de luxo Camila Klein. Sapatos e clutch burana para Fátima Luz

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58 SET-OUT/2011

Ficha técnicaLOJA: MAISON CAROLINE e PÉS & CIAMODELO: DIANE QUEIROZDIREÇÃO e FOTOGRAFIA: C.FÉLIXLOOKS/PRODUÇÃO: KARINE MAGALHÃESMAKE & HAIR: YOSHIOAGRADECIMENTOS: AGRADECIMENTOS FÁTIMA LUZ, Dª IRENE E TODOS OS MORADORES DAS PROXIMIDADES DA RUA HUMAITÁ, NO CENTRO ANTIGO DE BARREIRAS

Vestido e xale Le Lis Blanc, Bijoux de luxo Camila Klein. Clutch para Fátima Luz

MAISON CAROLINE Rua Dr. Abílio Farias, 136 - Centro - Barreiras (BA) (077) 3611.8279

Blog: maisoncaroline.blogspot.com

INFORMAÇÕES

moda mulher

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SET-OUT/2011 59

Page 60: Revista A ed. 5

60 SET-OUT/2011

Aberto diariamente para o café, almoço e jantar, o restaurante

Saint Louis se tornou uma das opções mais deliciosas e

refinadas da gastronomia da região. Com uma culinária rica e

diversificada, a cozinha agrada os paladares mais exigentes

e conta com experientes profissionais do setor, a exemplo

do chef Sidnei Andrade, que há 11 anos se dedica a arte de

criar, preparar pratos e fortalecer sabores nos principais hotéis

de Brasília -DF. No cardápio, saladas, massas, aves, carnes,

peixes e frutos do mar que podem ser combinados a vinhos

nacionais e importados, além de aperitivos, licores e outros

acompanhamentos. Aos sábados, o restaurante oferece uma

tradicional feijoada e caipirinha em dobro, ou seja, pedindo a

primeira, a segunda é grátis. O cardápio ainda oferece pizzas

e lanches. No entanto, apesar de alguns pratos tradicionais, o

restaurante do Saint Louis dispõe de outros mais sofisticados,

adotados após várias pesquisas com os clientes. São eles

o “Galeto ao curry”, “Filé mignon à moda do chef”, “Filé ao

molho poivre vert”, “Surubim ao molho de tangerina” e a já

famosa “Costela suína ao molho barbecue” (ao lado), que

é acompanhada de arroz com castanha de caju e abacaxi

flambado. Uma delícia de encher os olhos e atiçar o apetite. É

importante lembrar que o restaurante não é de uso exclusivo

dos hóspedes do hotel, é aberto ao público em geral.

11

FOTO

S: J

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GE

BA

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HOTELARIA EHOTELARIA E

GASTRONOMIA

GASTRONOMIA

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HOTEL REFERÊNCIA NO OESTE BAIANO CONQUISTA O PALADAR DA REGIÃO COM UM REQUINTADO RESTAURANTE QUE ALIA PRATOS TRADICIONAIS BRASILEIROS À COZINHA INTERNACIONAL

HOTEL SAINT LOUIS - Rua JK, 1000, Jardim Paraíso - Luís Eduardo Magalhães (BA)Tel.: (77) 3628.7777 // www.hotelsaintlouis.com.br

Em um prédio de sete andares, o Saint Louis possui a capacidade de receber até 304 hóspedes. São 76 flats e suítes luxuosas, além de internet wireless, uma sala de eventos, três salas de reuniões, dois

elevadores panorâmicos e um amplo e estruturado auditório. Tudo isso com uma equipe composta por 46 profissionais qualificados.

Temos orgulho de ser o maior hotel da região Oeste, com a melhor estrutura e com

capacidade de oferecer serviços diversos, sempre seguindo as mais importantes

exigências do segmento de hotelaria. Prezamos, em primeiro lugar,

pela satisfação do nosso hóspede ou dos nossos clientes que buscam os demais serviços,

como o nosso restaurante

DIEGO LAUCK MARIANO, gerente do Saint Louis

Page 62: Revista A ed. 5

62 SET-OUT/2011

Page 63: Revista A ed. 5

SET-OUT/2011 63

saúde

UMA ALTERNATIVADE SUCESSO

IMPLANTE,

A odontologia evoluiu ao ponto de termos uma modalidade de tratamento bastante eficiente quando pensamos como subs-tituir um dente perdido ou até mesmo todos os dentes. O implante dental se

tornou uma opção terapêutica valiosa e com uma altís-sima taxa de sucesso!

Devolver autoestima, conforto, segurança e consequen-temente saúde é uma tarefa que hoje a Implantodontia tem a oferecer ao paciente e a faz com toda qualidade.

O profissional que está atualizado deve informar ao seu paciente as modalidades de tratamento e incluir o implante dental como opção. Não se pode mais falar em substituir um dente perdido sem pensar no implante, pois para o organismo é o melhor tipo de tratamento quando bem in-dicado.

Na busca pela melhoria da saúde, até mesmo quem per-deu os dentes há muito tempo pode usufruir da colocação do implante. Nesses casos, quando o osso não é suficiente para se colocar o parafuso de titâneo (implante) lançamos mão de técnicas de enxerto ósseo; desta forma reconstruí-mos a estrutura óssea do paciente o que possibilita a colo-cação dos implantes.

É possível reproduzir um sorriso esteticamente bonito e saudável! Com ética, respeito, compromisso, profissio-nalismo, criamos uma relação mútua de confiança, o que resulta no sucesso do tratamento.

CLÍNICA ORTHOS – ORTODONTIA E ORTOPEDIA FUNCIONAL DOS MAXILARES/IMPLANTODONTIADr. Cristiano Gonçalves (CRO-BA 6571), Espec. em ImplantodontiaDr. Luiz Augusto Maia (CRO-BA 6601), Espec. em Ortodontia

Av. Benedita Silveira, 118, 1º andar, S. 7 Ed. Portinari – Centro (Barreiras – BA) (77) 9941.2315 / 3612.6079

Praça Dr. Altino Lemos Santiago, 126, - Centro (Formosa do Rio Preto – BA) (77) 9941.2315 / 3616.2893

INFORMAÇÕES

Dr Cristiano Gonçalves. Opção terapêutica recupera autoestima, conforto, segurança e qualidade de vida para o pacientetexto REDAÇÃO foto C.FÉLIX

“Quando a espessura do osso não é suficiente

para o implante usa-se a técnica do enxerto”,

explica dr. Cristiano Gonçalves

SX

C

.

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64 SET-OUT/2011

Page 65: Revista A ed. 5

SET-OUT/2011 65

saúde

Perfi l - Odontologia Ortodôntica. Mestre em ortodontia explica que as causas deste mal do século XXI podem estar na sua bocatexto REDAÇÃO foto C.FÉLIX

Corre-corre! Sai daqui vai pra lá, faz aquilo, faz aquilo outro, olha a hora... Ufa! O crescimento e desen-volvimento das cidades infelizmen-te vem acompanhado por queixas

em relação à saúde. Stress, sedentarismo e dores de cabeça são alguns dos problemas desta lista. Se-gundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a enxaqueca é a vilã de cerca de 75% dos adultos do mundo.

O que muitos não sabem é que dores de cabeça e en-xaquecas podem estar relacionadas também ao desali-nhamento dentário. “A partir do momento que os den-tes não estão engrenados começa a ter um desarranjo. Os músculos da face fi cam tensionados e as dores de cabeça começam a aparecer”, explica o Dr. Gustavo Fonseca de Oliveira, ortodontista.

O diagnóstico é feito em cima de uma avaliação mi-nuciosa dos sintomas do paciente. Um exame clínico detalhado da cabeça, pescoço até a coluna cervical, são realizados para poder delimitar as possíveis causas da doença. “Normalmente quando as dores estão relacio-nadas à parte frontal da cabeça, a provável causa é o desalinhamento dental”, informa.

A resolução desse mal é mais simples no início da doença. Quando a dor torna-se crônica, o tratamento fi ca mais difícil já que atinge as articulações, e a solução é um procedimento cirúrgico e invasivo. O Botox, hoje muito utilizado em tratamentos estéticos, é utilizado como alternativa de tratamento contra a enxaqueca, porém não garante 100% de cura.

Dr. Gustavo recomenda que seja feito anualmente um check-up preventivo. Quando detectada no início, o tratamento para corrigir o desalinhamento dentário dura cerca de um ano e meio. “Ao fi nal do tratamento, as dores de cabeça diminuem 60% a 70%”, afi rma.

ENXA

QUECA?

QUANDO AS DORES ESTÃO RELACIONADAS À PARTE FRONTAL DA CABEÇA, A PROVÁVEL CAUSA É O DESALINHAMENTO DENTALDR. GUSTAVO FONSECA

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INFORMAÇÕES

Page 66: Revista A ed. 5

66 SET-OUT/2011

Em sua 15ª edição, a Festa da Paz, que acontece entre os dias 15 e 18 de setembro em São Desidério, já entrou para o calendário de eventos do Estado como uma das maiores festas do interior e a maior do Oeste. texto REDAÇÃO fotos DIVULGAÇÃO

Só falta você

cult música, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

NA FESTA DA PAZ

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SET-OUT/2011 67

Sabe com surge uma tradição?! Con-tinuidade, investimento e apoio popular. Foi assim com a Festa da Paz, em São Desidério, que hoje se destaca como o maior evento mu-

sical do Oeste da Bahia. Sua origem está relacio-nada aos festejos religiosos da cidade e o nome do evento carrega a garantia de mais um ano de sucesso.

No início do século XX apenas um padre atendia às diversas localidades da região. Para contornar as distâncias e chegar aos vilarejos ele andava meses à pé ou montado no lombo de ani-mais. As missas eram realizadas apenas uma vez por ano, em cada localidade. Em São Desidério, cujo povoado viria a se emancipar em fevereiro de 1962, as celebrações aconteciam nos dias 19 e 20 de setembro, em homenagem a padroeira Nossa Senhora Aparecida, e em saudação ao Di-vino Espírito Santo, respectivamente. Na época, após as missas, a população iniciava as festas para comemorar os batizados, casamentos e saudar os santos. Sanfonas, triângulos e zabumbas anima-vam os fi éis.

Com o passar do tempo e a confi rmação de São Desidério como município, a tradição se tornou parte do calendário da cidade. A festa cresceu, ga-nhou formato de ‘micaretas’. Em 2003, é inaugu-rado com a banda Chiclete com Banana o Coliseu da Paz, maior ambiente público para realização

Pe. Antonio Maria (foto) e Jerry Adriani

Rio Negro e Solimõese Biquini Cavadão (foto)

Raça Negra eChiclete com Banana (foto)

Patati e Patatá (foto)e Teodoro e Sampaio

SERVIÇO

São Desidério fica a 874 km de Salvador, via BR 242.

Nos dias do evento, a Empresa de Transporte Rodoviário Intermunicipal (Emtram) vai disponibilizar linhas extras entre Barreiras e São Desidério, a partir das 21h e de meia em meia hora. O retorno acontece durante toda a noite.

Na BR-135, as polícias rodoviárias Federal e Estadual orientaram os motoristas.

de shows do Oeste, com capacidade para 40 mil pessoas. A partir daí, o evento, nomeado “Festa da Paz”, começou a atrair turistas de várias cidades e de Estados vizinhos.

Hoje, indo para a sua 15ª edição, a Festa da Paz, que é gratuita, já entrou para o calendário do Estado como uma das maiores festas do interior da Bahia. “Além dos investimentos feitos na in-fraestrutura do evento, para garantir conforto aos participantes, a grade de atrações é eclética, pen-samos em todos os públicos”, explicou o prefeito Zito Barbosa.

Realizada desde 2003 no Coliseu da Paz, espaço que vem se

modernizando a cada ano e tem capacidade para reunir até 40 mil pessoas, a festa oferece atrações

que agrada os mais diversos gostos e todas as idades. O que

não falta é alegria e muita música

PRINCIPAIS ATRAÇÕES

15/09QUINTA

16/09SEXTA

17/09SÁBADO

18/09DOMINGO

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cultmúsica, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

“Povo sem história não é povo, é apenas um amontoado de gente”. Esta frase, presente no prefácio do livro “Elementos Humanos que fizeram a Barra

no passado”, deixa clara a intensidade biográfica contida na obra. Este é o quinto livro escrito por Joana Camandaroba, que ainda não foi lançado oficialmente (mas já está disponível para down-load para usuários de iPhone, iPod e Pad), e que fala sobre João Antônio dos Santos, o homem que construiu a cidade de Barra.

Em pouco mais de 200 páginas a escrito-ra destaca os mais importantes momentos e personalidades que engrandecem a cidade de Barra, que fica a cerca de 350 km de Barreiras. Mais que uma forma de contar a história de seu povo, trata-se de uma obra que ressalta o imen-

so carinho que Joana, natural de Xique-Xique, porém, barrense com orgulho, carrega por fa-zer parte dessa história.

Hoje, com 90 anos, e professora aposentada há 17, Joana está na memória de muitas pes-soas da sociedade oestina, tendo lecionado nas cidades de Barra, Formosa, Santa Rita de Cás-sia, Pilão Arcado, Barreiras, entre outras. “Fui professora de todos os alunos e escolas da cida-de. Minha vida foi o ensino, tanto que não tive tempo para cultivar um amor, nem namorei para dar atenção só ao conhecimento”.

Durante o bate-papo com a historiadora, professora, escritora e política que também foi vereadora por oito mandatos, declara que Barra é a melhor cidade do mundo pra ela. Construiu uma história e leva para todos que queiram sa-ber sobre a cidade. Fica incomodada com os

Sua vida foi o ensino. O conhecimento lhe tomou toda atenção. Agora, com 90 anos, a incansável Joana

Camandaroba lança o seu 5º livro e recupera a memória de personagens barrenses já esquecidos

texto CLAUDIO FOLETO e THIARA REGES foto CLAUDIO FOLETO

Não tive tempo

para cultivar o amor

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barrenses que não conhecem a história do município. Ela acha que veio à terra para ser a representante cultural de Barra, brinca.

Conta que muitos políticos locais não sabem de fatos e acontecimentos que são básicos e todos deveriam saber. Uma vez um amigo ex-funcionário público da área da saúde lhe perguntou sobre as iniciais do mercado público J.A.S. “Eu respondi: meu irmão, esse é o mercado da Barra João Antonio dos Santos, um barqueiro amigo dos barões que ‘mandou todo dinheiro do mundo’ aqui para a Barra. Um homem analfabeto que através de políticos influentes consegui dinheiro da França, Alemanha, Inglaterra, Itália. Comprava e vendia maniçoba, construiu essas lindas ca-sas da orla do Rio São Francisco”. A idéia de escrever seu último livro vem deste episódio.

Como sempre, foi querida pelos seus alunos, era conhe-cida como “dinda” de madrinha, e logo o título do primei-ro livro foi “Memórias da Dinda”, que retratava todas suas viagens pelo mundo e suas experiências de vida na cidade de Barra. Em seguida lançou “Barra, um retrato do Brasil”, em parceria com um padre Italiano, Arlindo Itacir Batistel. A ideia surgiu pelo fato do padre não dominar a língua portuguesa, mas tinha vontade de publicar um livro sobre a cidade. Em parceria com dona Joana, ela escreveu o texto e o padre que já tinha muitas fotografias obtidas de vários moradores e artistas da região, construíram a obra.

“O Canto do Cisne”, terceira obra, que relata a importân-cia cultural, educacional das missões estratégicas da igreja católica. Em seguida veio a obra “Caminho do Cristianis-mo”, que fala do cristianismo em si, sobre os papas, o va-ticano e aborda muito sobre o bispo de Barra, Dom Luiz Cappio, sua chegada no município com mais três frades em 1974.

As obras literárias de Joana Camandaroba são referências no que diz respeito a cultura da cidade de Barra, informa-ções únicas que medram das barrancas do “Velho Chico”. Não são apenas informações mas também um exemplo de esforço e dedicação de uma guerreira das letras. Nunca se abalou por não ter conseguido um companheiro para dividir uma vida amorosa, e foi através do conhecimento e a educação que levou para a população seu amor, nas palavras, sobre a cidade de Barra e região.

Livro ainda não foi lançado oficialmente, mas já pode ser baixado da Web para usuários de iPhone, iPod e Pad

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Com o forno à lenha abrasado e uma mistu-ra de tapioca, queijo, margarina, ovos e leite, Mariluci Miranda da Silva, 52, inicia mais um dia de trabalho no povoado Arraial da Penha. A comunidade, que fica a 10 km de Barreiras,

foi construída ao redor da igreja de Nossa Senhora da Penha. Parece que o tempo por lá parou. Gente simples, casas com a porta aberta para receber os visitantes. A economia local gira em torno do plantio e da fabricação de biscoitos.

Lucinha, como é conhecida Mariluci, começou a ganhar dinheiro fazendo queijadas, petas e ginetes desde os 17 anos. “Eu aprendi sozinha e confesso que foi uma necessidade por não ter opções de trabalho aqui”, comenta. Durante todo o dia Lucinha fica em frente ao forno à lenha assando os bis-coitos. Um pequeno relógio lembra que às 11h30 da manhã

deve fazer uma pausa para preparar o almoço da família. O molde das queijadas, criatividade que vem de longa data, é uma atração a parte: uma simples tampa de bule com um furo faz as tiras na forma, à medida que Lucinha empurra a massa com os dedos. Apesar de todo esse processo rústico, clientes para os biscoitos não faltam. Um dia inteiro de traba-lho se reduz em 50 saquinhos de biscoitos – todos feitos por encomenda. Por R$ 2,50 cada saquinho. Lucinha diz que o trabalho “ajuda a sobreviver”.

A resistência dessa fabricação artesanal deve-se a falta de dinheiro para fazer o negócio crescer. “Para isso precisa de capital, e eu não tenho. Como eu trabalho sozinha não tenho lucro suficiente pra investir”, informou Lucinha. Os biscoi-tos são vendidos na feira-livre, supermercados e padarias de Barreiras.

À modaANTIGA

cultmúsica, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

Com uma tampa de bule e muita criatividade, mulheres do Arraial da Penha confeccionam

biscoitos seculares e continuam fazendo sucesso na mesa dos baianos

texto GABRIELA FLORES foto C.FÉLIX

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Lucinha começou a

fazer queijada (ao lado) e peta (detalhe acima)

quando tinha 17 anos. Hoje,

com 52, ela usa um relógio

verde para lembrar a hora de preparar o

almoço

SA

PATO

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ULI

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S &

CIA

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As intrigantes histórias das dunas às margens do Rio São Francisco que engoliram casas, postes e até um cemitériotexto CLAUDIO FOLETO e C.FÉLIX fotos CLAUDIO FOLETO e C.FÉLIX

DunasDO GELEIA

um lugar

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margem esquerda do Velho Chico, a 60km de Barra, a Comunidade do Geleia já se acostumou aos movimentos independentes do paradisíaco conjunto de dunas que “caminham”. A estrada que passa na comunidade ganhou novas curvas e aos poucos foi sendo afastada pra longe da

margem do rio. Com os postes “engolidos” pelas areias, a rede elétrica ganhou outro rumo. Em média, de quatro em quatro anos os moradores mudam de casa. A areia que vem do rio avança em direção a comunidade que, gradativamen-te, ganha nova geografia.

“O vento, em algumas épocas do ano, é muito forte, leva a areia pra tudo que é canto. A casa fica toda suja por dentro, temos que colocar um pano em baixo da porta. É tanta areia se mexendo que quando amanhece dá pra ver os montes de areia em frente da casa”, conta José Alves Moura, 49 anos, que mora na comunidade do Geleia há 20 anos e já mudou de casa quatro vezes.

José Alves já se conformou com a situação. Não tem outro lugar pra ir. O pescador gosta de morar na comunidade. Sua família toda mora no local. Com nove filhos, já é avô e pretende criar seus netos ali, perto das dunas.

um lugar

àOssos humanos e alças de caixões remexidos pelas águas e areia entre as dunas não assustam os moradores de Geleia, que são obrigados a mudar a casa para não ser soterrada pelas areias móveis

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Alves, assim como os outros moradores da comunidade, fazem compras e negociam as mercadorias oriundas do Rio São Francisco na cidade vizinha de Xique-Xique. A estrada é de péssima qualidade e quase ninguém possui transporte para locomoção terrestre. O barco é o veículo mais usado pela comunidade. As crianças vão para escola com uma camionete alugada pela prefeitura.

Tempos atrás, o município construiu um prédio para servir como escola para as crianças, mas a areia tomou conta. “Existia um campo de futebol perto dos postes, mas novamente as dunas o engoliram. Elas engolem tudo”, diz José com naturalidade.

Cova rasaEm um determinado local das dunas, numa baixa, ossos

humanos e restos fúnebres remexidos. Um cemitério que havia onde hoje é leito do rio foi arrastado para a margem e revirado pelas águas e areias.

Como em respeito aos mortos as areias escondem o “ce-mitério” em um vale das dunas. A curiosidade sobre aquele espaço é grande, mas ninguém demora muito. Pedaços de velas usadas, alças de caixões, crânios, ossadas, mortalhas e um monte de cacos de cerâmica e tijolos tornam a duna “áspera”. As crianças têm medo de ir na baixada, é cheio de osso de gente”, comenta José.

Assim, a Comunidade do Geleia vai sobrevivendo. As chicotadas de areia e a brisa fresca do rio remontam um quadro de deserto no meio da caatinga. A paisagem do Ve-lho Chico de cima das dunas que chegam a 50 metros de altura já não é mais novidade para Geleia, mas é impossível o visitante não tremer um pouco diante deste cenário. Não de medo dos mortos da “cova rasa”, mas espantado com tanta beleza que a natureza oferece no meio do Nordeste.

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um lugar

las dão outro ritmo à vida ribeirinha. Às vezes, protegi-das do sol escaldantes por um lenço fino e estampado. As gargalhadas, as batidas da roupa sobre as bancas de pedra improvisadas, a prosa, o banho, os gritos; tudo isso, misturado à música das águas do rio, ao som cortante dos barcos carregados de areia e de outros que

correm atrás de um compromisso qualquer, dá nova música ao Rio Corrente: uma música feminina, apaixonada, cheia de graça.

Maria, Nice, Vilma, Rosa, Emília, Francisca, Luzia... são tantos nomes que correm à margem do rio que ele próprio veio a se chamar Corrente, como se não tivesse nome algum e tivesse vários ao mesmo tempo.

e

Lavadeiras de Santa Maria da Vitória ignoram as modernas máquinas de lavar e mostram que tradição tem poesia

texto C.FÉLIX fotos CLAUDIO FOLETO

OS PAREDÕESpor testemunha

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Ali, com suas trouxas de roupas transportadas por carrinhos de mão ou sobre a cabeça, elas passam a vida... e lavam a vida. Lavam o suor, a mancha, o cansaço de dias impregnados em camisas, os delírios de amor presentes nos lençóis, as impressões de outros lugares... e o rio vai bebendo tudo. A roupa, à batidas, à esfregões, vai se despindo das marcas de seus donos. Lavada, parece outra roupa.

Vez por outra, olham os paredões, os vales abençoa-dos que acolhem o Corrente. E riem, porque a beleza pede alegria. Medo? De quê?

- Tem tempo que água fica escura. Uma cobra ou outra se esconde embaixo das bancas de pedras e às vezes bota a cabeça pra fora d’água. Dá um sustinho! Mas num faz nada não. Tem muita lontra, também. E a sucuri? Dizem que mora ali, mas num faz medo, não. Sucuri num pega outra não! Ahahahah! Faz mais medo sucuri de duas pernas! Ahahahahahah!

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society

Elite Model Lookna MaisonForam selecionadas para irem para Brasília: Janine Andressa, Tairine Peruffo, Thamires Faccio, Taynã Rayra, Lorena Laine, Ramila Sousa, Mariane Rafaela, Klícia Patel, Victoria Suarez, Victoria Zanetti, Gabriela de Oliveira, Lissandra Alves, Herica Verissima e Ana Luiza, Luana Amaro. Realização Carol da Adoro Produtora Cultura e Moda acompanhado de Sônia Andrade(scouter credenciada da Elite Model Look. Os critérios avaliados foram estética, medidas, personalidade, atitude, carisma e profi ssionalismo. No dia 26 julho a Maison Caroline disponibilizou suas peças para que as aspirantes de top expressassem suas diversas visões sobre tendênciada moda em um desfi le intimista.

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societysocietysociety

1 Simônica e Carla; 2 Carla, Beto, Beatriz e João Alberto; 3 Carmem e Erly; 4 Guilherme, Henrique, Luiz, Gustavo e Marcelo; 5 Dilma e Célia;6 Maria Rofrigues e Carla;7 Jô e Antônio Carlos; 8 Marcela, Serjane, Carla, Dryelle e Marcela; 9 Dulce Aguiar e Benê Campos; 10 Edinéia e Janine; 11 Elizangela e esposo; 12 Equipe Weder & Binho, em viagem para treinamento profi ssional na Europa; 13 Emerson Cardoso e Greice.

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1 Karine Pedrosa, Carla e Cida; 2 Ricardo, Henrique, Rodrigo e Marcelo; 3 Sônia Andrade e Karine Magalhães; 4 Laís e Manuela; 5 Marcelo, Cláudio e Charles; 6 Lena e Emília; 7 Sueli e Fátima Luz 8; Valéria e Elane; 9 Luciana e sua filha; 10 Magneide e Carla; 11 Luciene, Carla, Adilson e Olinda; 12 Luís Fernando e Mônique.

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societysocietyFOTOS CEDIDAS GENTILMENTE POR PÉRICLES MONTEIRO

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1 Francisco Hermeson; 2 Simone, Brisley, Nalwa, Mari e Silvana;3 Diciola, Marisa e Virgínia; 4 Ruth e Dulce Aguiar; 5 Deiva e Carol;6 Roberta e Nalrinha; 7 Priscilla Teixeira.

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