revista arc design edição 76

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CALIGRAFIA DE MANA BERNARDES Um livro que também é uma joia RIO: A CIDADE E O DESIGN Preparações para os eventos esportivos CULTURA POPULAR, ARTESANATO, INDÚSTRIA O que acontece no Brasil e no mundo Lojas Conceito O olhar de Sonia Diniz design | arquitetura | inovação | comportamento | Nº 76 |2012 | R$ 21,50 | CALIGRAFIA DE MANA BERNARDES Um livro que também é uma joia RIO: A CIDADE E O DESIGN Preparações para os eventos esportivos CULTURA POPULAR, ARTESANATO, INDÚSTRIA O que acontece no Brasil e no mundo SALÃO DO MÓVEL: NOVAS REALIDADES Não produziremos mais como antigamente Lojas Conceito O olhar de Sonia Diniz SALÃO DO MÓVEL: NOVAS REALIDADES Não produziremos mais como antigamente

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Revista ARC DESIGN Edição 76

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CALIGRAFIA DE MANA BERNARDESUm livro que também é uma joia

RIO: A CIDADE E O DESIGN

Preparações para os eventos esportivos

CULTURA POPULAR, ARTESANATO, INDÚSTRIAO que acontece no Brasil e no mundo

Lojas ConceitoO olhar de Sonia Diniz

design | arquitetura | inovação | comportamento

| Nº 76 |2012 | R$ 21,50 |

CALIGRAFIA DE MANA BERNARDESUm livro que também é uma joia

RIO: A CIDADE E O DESIGN

Preparações para os eventos esportivos

CULTURA POPULAR, ARTESANATO, INDÚSTRIAO que acontece no Brasil e no mundo

SALÃO DO MÓVEL: NOVAS REALIDADESNão produziremos mais como antigamente

Lojas ConceitoO olhar de Sonia Diniz

SALÃO DO MÓVEL: NOVAS REALIDADESNão produziremos mais como antigamente

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ARC DESIGN passou por uma breve pausa. Muitas vezes é saudável e necessário, na atual velocidade do mundo, parar, entender o que se passa em volta e perceber para onde estamos caminhando – com tanta pressa.

Por exemplo, no último Salão do Móvel de Milão, se olharmos apenas para o que está à nossa frente, para o óbvio, veremos os mesmos e já conhecidos produtos – muito bem “envelopados” e apresentados, é verdade. Mas se desviarmos um pouco o olhar, veremos novas realidades. Talvez aquelas que serão as diretrizes de nosso futuro? Vejam e leiam sobre o que ele nos reserva.

E o Brasil apostou na Itália, com maior ou menor competência, mas decidido a ganhar o mercado internacional, sempre presente na Design Week. Foi possível verificar, como aconteceu na mostra Apex, o resultado de um esforço e de uma diretriz que, quando unidos, definirão o novo potencial brasileiro para a exportação. Empresas e associações de diversos setores industriais se preparam para igualar os bons exemplos de qualidade e originalidade, exigidos pelo mercado internacional. O mundo olha, com desejo, para o Brasil.

“De fio a pavio” é a intenção editorial de ARC DESIGN, ao mostrarmos nesta edição a linguagem universal de Mana Bernardes; um conceito eclético orientando as escolhas do design brasileiro e internacional nas lojas de Sonia Diniz; os novos produtos da Guardian; os exemplos da cultura popular brasileira. O “fio” se percebe no que está antes e por trás da criação de um produto, como no aceno às novas realidades produtivas, vistas em Milão, durante o Salão do Móvel. Vale a pena penetrar neste admirável mundo novo.

E o design, mais uma vez, fala alto. É a IV Bienal Brasileira de Design que se aproxima. O melhor do Brasil em grandes mostras, além dos seminários brasileiros e internacionais. Os temas fundamentais do novo design, os projetos e o momento atual da produção brasileira.

Muitos temas para a reflexão, fatos excitantes e inéditos, o que “rola” por aqui e pelo mundo. Informação que fala de produtos e conceitos. Esta é ARC DESIGN, sempre voltada para o presente e para o futuro.

Maria Helena EstradaEditora

ArcDesigN

Na capa, detalhe da instalação de Ross Lovegrove com o vidro líquido da em-presa tcheca Lasvit. Projeções multico-loridas e mutantes “habitavam” o projeto apresentado na Trie-nal de Milão, durante o Salão do Móvel

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ÍNDice jun | jul | 2012 | Nº 76

42. DESAFIANDO A MATÉRIA Camila MarquesA Guardian, líder mundial em fabricação de vidros planos, conquistou um mercado promissor no Brasil e parte agora para uma nova experiência: o Desafio Guardian, convidando seis profissionais para criar uma coleção de produtos em três dimensões. O resultado foi visto no espaço Brazil S/A, durante o Salão do Móvel de Milão

46. NOVAS REALIDADES: UMA TRADUÇÃOMaria Helena EstradaDuas demonstrações de caráter oposto, mostrando os inúmeros caminhos do design e do mercado de móveis brasileiros: em Bento Gonçalves, RS, a Movelsul e, em Berlim, na Alemanha, a Brazilian Furniture Design

50. TEIMOSIA DA IMAGINAÇÃOCamila MarquesUma exposição com peças que mostram a riqueza da cultura popular brasileira. A partir de materiais pobres ou encontrados na natureza. Vemos dez expressões e o imaginário de várias regiões do país por meio de esculturas, pinturas e cerâmicas

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NOVAS POSSIBILIDADES... E O DESIGN SEGUE SEU RUMO E VOCAÇÕESMaria Helena EstradaLuiz PedrazziAusência de grandes novidades e reafirmação da qualidade de produção italiana marcaram os projetos da antiga e da nova geração nas mostras “in & out” Salão na Semana de Design de Milão. Destaque para os produtos e instalações de Ross Lovegrove, Ingo Maurer e Tom Dixon, para o experimentalismo em Ventura Lambrate, para as mostras brasileiras, e os acenos ao futuro, com as novas tecnologias de autoprodução

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06. News 80. Endereços 82. Última página

72. UM SONHO GUIADO PELA INTUIÇÃONádia FischerEntrevista com Sonia Diniz, idealizadora de duas das mais importantes lojas de design e decoração de São Paulo: a Firma Casa e a Conceito Firma Casa.Uma loja-conceito e o conceito de outra, expresso pelo design arte e peças de pequena tiragem, brasileiras e internacionais

66. IGNORANDO FRONTEIRASMaria Helena EstradaMana Bernardes apresenta seu livro “Mana e Manuscritos”, com textos e poemas escritos à mão em sua peculiar caligrafia. Introduções de Arnaldo Antunes e Heloisa Buarque de Holanda. Rara joia para ver e ler

56. LÃ EM CASACamila MarquesA CASA Museu do Objeto Brasileiro traz a mostra Lã em Casa, uma coleção resultante dos trabalhos orientados pelas designers gaúchas Tina e Lui junto à comunidade de artesãs da Ladrilã. São tapetes, mantas, brinquedos, cestos, colares, enfeites de mesa e até sabonetes divertidos com a aplicação da lã

76. O RIO DE JANEIRO CADA VEZ MAIS LINDO...Daniel KraicheteCom o pensamento voltado para a lógica da economia criativa aliada ao design, a Prefeitura do Rio de Janeiro prepara a cidade para os grandes eventos esportivos. A cidade, cada vez mais voltada para o desenvolvimento do design, merece nosso aplauso

60. FÓRUM DE INSPIRAÇÕES: PROJETOS PARA UM FUTURO PRÓXIMO Camila Marques A Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) realiza projetos de pesquisa de inspirações voltadas à produção do setor, propiciando o desenvolvimento de novos produtos que serão expostos no Salão INSPIRAMAIS. Conheça a pesquisa do Inverno 2013 e acompanhe como está a produção dos novos protótipos

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Soda em casaA Soda Stream é a máquina de bebida gaseificada da M.Cassab que pode ser utilizada em casa. Para preparar a bebida, basta encher a garrafa com água gelada, gaseificar na própria máquina e depois adicionar sabor à bebida com o xarope da preferência.

Tel: (11) 2162-7788 www.mcassab.com.br

Cabeça nas nuvensOs modelos da Ciao Mao foram inspirados na “gueta” (tamanco japonês). Como a maioria dos produtos da marca, podem ser customizados com palas e lenços de materiais diversos. Possuem cabedal e tiras sobrepostas em couro, com cepa de madeira de reflorestamento.

Para mais informações: (11) 3819-1768 www.ciaomao.com

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Design italiano em exposiçãoEm um tempo no qual não se pensava em notebooks ou tablets, a máquina de escrever portátil Valentine revolucionava o mercado. O mesmo aconteceu com a estante Carlton e a luminária Atollo. Estas e outras peças clássicas que marcaram o design italiano compõem a exposição “Zoom. Design Italiano e a Fotografia de Aldo e Marirosa Ballo”.

Organizada pelo Vitra Design Museum, a mostra reúne também uma seleção de 75 objetos pertencentes à coleção do museu e cerca de 300 fotografias selecionadas entre as mais de 145 mil do acervo de Aldo Ballo e Marirosa Toscani Ballo.

A entrada é gratuita e a exposição ficará em cartaz até o dia 15 de julho no Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado (MAB-FAAP).

(11) 3662-7198

www.faap.br/museu/

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Renascimento A Herman Miller Collection, criada em 1948 pelo visionário George Nelson, está de volta. A coleção engloba peças conhecidas e fruto de colaborações iniciais da empresa com os gigantes do design do século 20, muitas reintroduzidas depois de décadas ou recém-reinterpretadas com novos materiais e tecnologias de fabricação. Nomes como Eames, Nelson, Noguchi, Girard, Bennett e Burdick são alguns deles.

A coleção pode ser encontrada nos distribuidores da Herman Miller e varejistas norte-americanos, e também na loja on-line da empresa.

Para saber mais (11) 3729-9555 www.issoehermanmiller.com.br

Design e reedição A mesa Curinga (1993) e a poltrona Gio (1958) de Sergio Rodrigues acabam de ser reeditadas pela marcenaria de luxo de Fernando Mendes. A ideia é relançar tanto as peças famosas quanto aquelas criadas como protótipo e também as exclusivas, ainda não comercializadas. Com produção limitada, as criações estarão disponíveis no mercado no segundo semestre de 2012.

Ateliê Fernando Mendes(21) 3474-0884

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Casa de 2050 Já estão abertas as inscrições para o concurso de Design Masisa para Estudantes. Em sua sexta edição, este ano o enfoque será sobre as condições de moradia no ano 2050. O Concurso é aberto a profissionais recém-formados e estudantes de terceiro grau dos cursos de arquitetura, design e áreas afins. Para participar, os jovens profissionais devem desenvolver projetos inéditos de móveis modulares, adaptáveis a diferentes espaços e prontos para montar (RTA – Ready to Assemble). Além disso, será necessário considerar aspectos de estética e funcionalidade, sustentabilidade, inovação e possibilidade de produção em escala. Todas as peças deverão utilizar como matéria-prima um painel dos materiais produzidos pela Masisa, Masisa MDF ou Masisa MDP, com ou sem revestimento melamínico.

O prazo para o envio de projetos para a fase nacional do concurso é até 29 de junho de 2012.

As inscrições podem ser feitas por e-mail, a partir das orientações disponíveis no site da Masisa, www.masisa.com/bra/produto/concurso

Plataforma preguiça A plataforma portátil foi criada por Danilo da Silva Barbosa e equipe, estudantes de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita (Unesp) para o 10º Prêmio Alcoa Inovação em Alumínio, modalidade estudante. O equipamento desmontável e portátil, que conquistou o segundo lugar na premiação, serve como plataforma de observação para estudos científicos da fauna e/ou flora. Segundo os criadores, a diferença é que oferece maior conforto e segurança aos pesquisadores que passam horas no alto de árvores. O prêmio é um concurso científico e cultural que visa incentivar a pesquisa e a difusão da aplicação do alumínio.

Mais informações no site www.alcoa.com.br

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newsCores e efeitos A linha Magis da Think Surface é especializada em revestimentos com impressão digital – papel de parede, tecido e fórmica em grandes formatos. Criadas a partir de elementos coloridos e formas diferenciadas, as estampas podem ser aplicadas em diferentes superfícies. Toda a linha está disponível no show-room e também no e-commerce da marca.

(11) 3585-0523www.thinksurface.com.br

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newsBy Jader AlmeidaAs mesas laterais Jardim fazem parte da coleção composta por 26 peças assinadas pelo designer Jader Almeida, disponíveis na Arquivo Contemporâneo de Ipanema. Podem ser encontradas com 45, 50, 55 e 60 cm de altura, em aço carbono com pintura em laca, haste em aço maciço e tampo em MDF com lâminas especiais.

(21) 2227-9120 www.arquivocontemporaneo.com.br

Cadeira SeaX Assinada por Jean-Marie Massaud para a alemã Dedon, o modelo faz parte da coleção de cadeiras, poltronas e banquetas para outdoor, pois são revestidas com fibra sintética 100% reciclável e estrutura em alumínio, materiais resistentes às intempéries.

(11) 3085-2229 www.collectania.com.br

O Grande Prêmio Brasileiro de Design

www.arcdesign.com.br/_top21

4ª edição

Envie suas indicações para as diferentes categorias de premiação pelo site:

ExPOsiçÃO DOs finalistas DE 20 a 25 DE nOvEmBrO

Participe

Patrocínio:Realização:

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O Grande Prêmio Brasileiro de Design

www.arcdesign.com.br/_top21

4ª edição

Envie suas indicações para as diferentes categorias de premiação pelo site:

ExPOsiçÃO DOs finalistas DE 20 a 25 DE nOvEmBrO

Participe

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NOVAS POSSIBILIDADES... E O DESIGN SEGUE SEU RUMO E VOCAÇÕESQuestão atual, muito mais interessante e complexa do que saber e opinar sobre a estética ou a pequena inovação acrescentada a um móvel e, em relação ao Salão do Móvel deste ano, se havia ou não novidades, é perceber que o design está rapidamente mudando seu foco e suas novas possibilidades produtivas. E não podemos esquecer sua influência em todas as áreas do conhecimento e da gestão planetária. Bom, mas estes são assuntos para uma bienal... Vamos tentar agora nos ater apenas ao Salão e ao não banal.

Maria Helena Estrada

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design internacional

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Luminária da coleção Booo, Holanda, projeto Front Design. Há também criações de Nacho Carbonel e Formafantasma. Mostra na Galeria Rossana Orlandi

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A crise econômica não permite investir em grandes inovações? Então, vamos usar nossa história e, com uma certa fan-

tasia, mostrar o que temos de melhor. Foi como traduzí a presença italiana neste Salão.

Qualidade percebida é o que salta aos olhos no design italiano. Incrível o espetáculo oferecido pelas grandes empresas, a começar pelo grupo que reúne Cassina, Poltrona Frau e Cappellini. Demonstração de força e poder no enorme espaço da Fundação Pomodoro. Um show de competência, onde também compareciam de Charlotte Perriand a Zanini de Zanine, o passado eternamente repetido e um futuro do qual fazemos parte.

Abaixo, estande Zanotta, com reedições que incluem a cadeira conceitual Singer, típica do espírito dos anos 1980; design Bruno Munari

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Peças no espaço Fundação Pomodoro. Na página ao lado, à esquerda, cadeira de Zanini de Zanine para a Cappellini; nesta página, à direita, reprodução do “refúgio” de Charlotte Perriand (1936); abaixo, a eterna LC, ambos no espaço Cassina; no pé da pági-na, a poltrona Juliet, de Benjamin Hubert, na coleção Poltrona Frau

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Ross Lovegrovee a empresa tcheca Lasvit

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Outro espetáculo, ou outros, de beleza e maduro profissionalismo: as mostras sediadas na Trienal de Milão. Destaque para Ross Lovegrove e a empresa tcheca Lasvit em uma grande apoteose visual e tecnológica. Eram inúmeras as mostras, ocupando todos os espaços do Palácio da Trie-nal, do design de produtos ao design gráfico, além de um espetáculo no teatro anexo, que contava a história do design na Itália por meio de música, dançarinos, malabaristas e cenários com móveis que interferiam no espetáculo.

Girando de um polo a outro, encontramos o singelo minimalismo e o humor de Ron Gilad, israelense que vive em N. York e que desponta com força no cenário internacional. Vimos uma poética mostra na Galeria Dil-mos e uma bem-humorada coleção na empresa Adele C.

Ross Lovegrovee a empresa tcheca Lasvit

À esquerda, cristal com formas e cores, da empresa tcheca Lasvit, na instalação criada por Ross Lovegrove na Trienal de Milão. Acima, o designer e sua instalação

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Objet Preféré e Objet Coloré, instalações da Fabrica, escola da Benetton, na Trienal de Milão

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Ron Gilad, designer americano em forte ascensão, em dois momentos: produtos para a empresa Adele C (atenção à base dos móveis) e, no pé da página, instalação na Galeria Dilmos

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À direita, parecem mas não são... reais; desenhos de

Andrea Mancuso e emilia Serra em um dos pavilhões

de ventura Lambrate, que se dividiam entre

ótimos designers, novas experiências e um humor

discutível. Abaixo, sofá em feltro e bambu, criação da

estudante holandesa Remi Gerritsen no projeto Slow Design. Superconfortável, estava exposta ao ar livre,

em ventura Lambrate

Devemos privilegiar os objetos sedutores, capazes de se colocarem no centro das atenções, porque o design, mais que ciência, é fantaciência.

“”Bruce Sperling, em “A Forma do Futuro”,

citação do catálogo Skitsch

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Acima, Pulseira de Mana Bernardes na mostra Rio + Design; abaixo, lâmpadas de mesa portáteis Forever Lamp, design Frederic Gooris para Alessi. Na página ao lado, cadeira Tarrafa, em vidro e “rede”, design Ilse Lang, na mostra Desafio Guar-dian, um dos espaços do Brazil S/A

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Renda-se ao Brasil

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Mais uma girada de ponteiros e chegamos ao BRAZIL, que deixa de ser S/A, uma sociedade anônima, desconhecida, e se torna foco da atenção internacional. Ocupa todo um portentoso palácio e apresenta exposições que mostram o país, do Acre ao extremo sul, da cultura indígena ao desenho industrial. O mérito? Dos dirigentes do Brazil S/A, de empresas como a Guardian e do governo brasileiro, com agências como a Apex, que já entenderam a importância do design e colaboram

À direita, colar produzido com trançado de algodão e pequenos discos de resina, na coleção Rio Nilo da carioca Lanno (mostra Apex /Abest); abaixo, à esquerda, cadeira e pufe de eulália Anselmo (mostra Metro Cúbico, realizada pela CASA BRASiL), e, à direita, luminárias em renda com banho de porcelana, criação Tina e Lui (mostra Renda-se ao Brasil)

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para valorizá-lo. O “mote” deste ano deveria ser a renda, e a mostra geral teria, por nome, Renda-se ao Brasil, mas na verdade, era o Brasil e seus fazeres que estavam presentes. Para mostrar a renda, como curadoria, convidamos designers ligados ao artesanato, que deveriam customizar produtos com o uso da renda cedida pelo governo do Ceará. A Guardian, empresa multinacional produtora de vidros planos, trouxe uma ideia e ambição que rendeu bons resultados: a decisão de formar uma coleção de móveis e objetos, ou seja, usar o vidro em forma tridimensional. Para

Acima, detalhe da mostra de produtos do Acre, organizada pela arquiteta Marlúcia Cândida; abaixo, vista geral da sala Apex com cenografia de Marko Brajovic, tendo em primeiro plano o Banco People, da Quadrante Design

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À esquerda, detalhe da mostra Apex, destacando o triciclo Steppi, criação e produção Ber-tussi Design industrial; abaixo, flagrante da mostra Fronteiras/Casa Cláudia, com cestos em palha e terço de “contas” de borracha, desenvolvidos durante o trabalho de Marcelo Rosenbaum junto à comunidade várzea Queimada, Piauí

este projeto escolhemos designers familiarizados com a produção industrial, entre eles Sergio Rodrigues, que saiu do universo da madeira. O sucesso foi total e a Guardian apre-sentará toda a coleção em seu novo show-room a ser inaugurado em São Paulo. A Apex selecionou 11 entida-des setoriais, de complementos para calçados a revestimentos cerâmicos, as quais, graças ao talento do arqui-teto Marko Brajovic, responsável pela cenografia, conversaram lindamente. A mostra foi um dos pontos altos do evento. Destaque também para a sala dedicada ao Acre e para a mostra de artesanato criada por Pedro Ariel, com peças de Renato Imbroisi, e Marcelo Rosenbaum, este com um belíssimo e gigantesco terço, preto, em borracha. Bastante representativa da produção brasileira foram as mostras M3, com destaque para uma seleção de produtos do Salão Design, premiação do Sindmóveis de Bento Gonçalves, RS, e um “um olhar sobre a Bienal Brasileira de Design 2010”, mostra organizada pelo Centro de Design Paraná.

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O extravagante perde espaço... Mas alguns resistem

Pavão Misterioso de Fabio Novembre para a Dríade

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UM GRANDE ESPETÁCULO as mostras da produção recente de Tom Dixon

Detalhes da luminária etch Web Copper, formada por máscaras vazadas de alumínio anodizado de cobre e uma lâmpada pendente central, que projeta as sombras na parede, apresentadas por Tom Dixon na mostra Luminosity, no Museu Nacional da Ciência e da Tecnologia

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À esquerda, luminárias pendentes da série etch Shade Copper, produzidas em latão ou aço inoxidável; nesta página, a coleção etch Web Copper e outros modelos desenvolvidos em metal cortado

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LUZ: TECNOLOGIA E MAGIA

Candles, mais uma das maravilhas de ingo Maurer, no Spazio Krizia

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Luminárias da coleção Booo: foto maior e acima, Light Species, criação Studio Formafantasma; abaixo, da Front Design, a Surface Tension Lamp, que, como uma bolha, se rompe quando é tocada. As luminárias são tão in-críveis que aconselhamos uma olhada na internet:www.booo.nl

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Retornando aos brasileiros, vimos a mostra do design carioca, organizada e cenografada por Guto Indio da Costa, que, embora pequena, esbanjava rigor e competência. Vimos também Brasil.it com Rodrigo Almei-da, Mana Bernardes e Tetê Knecht. Bons designers, necessitando de uma leitura mais acurada e informativa para o mercado internacional.

No alto da página, mostra Rio + Design, pequena, mas capaz de mostrar a qualidade do novo design carioca. Acima, à esquerda, armário José, design Rodrigo Almeida; à direita, luminária Mobiluz, design Mana Bernardes; ao lado, luminária Aracê, design Tetê Knecht

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MENSAGENS QUE VÊM DE LONGE,

Abaixo, mobiliário comestível da dupla luso-japonesa Rui Pereira e Ryosuke Fukusada; acima, cadeiras produzidas a partir de folhas de estanho e pequenos explosivos que, ao serem acionados, per-mitem mudar a forma dos objetos. Algumas das brincadeiras em ventura Lambrate

Se é que o longe ainda existe, Israel nos surpreende. A habilidade artesanal da Tailândia na coleção Slow Hand Design nos causa inveja; Mumbai mostra a que veio em uma coleção orientada por Aldo Cibic; a galeria Han nos traz os designers de Taiwan, um trabalho sob a direção de arte do holandês Gjis Bakker. E mesmo Portugal, tão próxima, nos alegra com as ideias dos designers Rui Pereira e Ryosuke Fukusada em sua coleção Sapore dei Mobili, móveis moldados em um aparelho de waffle! Quase todos em Ventura Lambrate, onde se encontra o que de melhor ainda está por acontecer.

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Ao lado, Bubble Chair, produzida a partir de bolas de bambu tecidas à mão no estúdio de Kevin yu-Chou Jui, exposta na Han Gallery com outras produções do design asiático, sob direção de arte de Gijs Baker; abaixo, sapatos em galhos secos de pinheiro, criação de Hadas ilani na mostra Design Bonanza, da Bezalel Academy of Arts and Design, Jerusalém

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Na mostra The Future in the Making, no Palazzo Clerici, cadeira em processo de produção por uma das técnicas de prototipagem rápida

O FUTURO DO FAZERLuiz Pedrazzi

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Tom Dixon, em um antigo galpão anexo ao Museu de Ciência e Tecnologia de Milão, revela o sistema de produção de sua cadeira Prototype, que utiliza folhas de 1 mm de metal galvanizado e máqui-nas da gigante alemã Trumpf, capazes de gravar, perfurar e dobrar, controladas por programas de computador e a assistência de apenas duas pessoas que se revezam entre o computador e a ban-cada de montagem, sistema totalmente limpo, rápido e eficiente.

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O Futuro do Fazer era muito mais que o nome de uma das exposições em Milão. A mostra anunciava uma revolução na maneira de pensar, pro-duzir e comercializar o design e ou-tros projetos criativos: novas direções, plataformas e sistemas de produção com experimentos de sucesso. Uma revolução do pensar e do fazer foi anunciada neste Salão do Móvel.

A ROBOTIZAÇÃO E O SISTEMA DE PRODUÇÃO MINIMALISTA de Dirk van der Kooij, designer holandês, criou uma microindústria usando um endless robot que derrete o plástico obtido de sobras industriais. Cria-se um novo modelo de produção que redefine o papel do designer, e desafia o futuro do fazer: uma pequena sala com apenas um robô é capaz de produzir 400 peças por ano! O endless robot recebe as informações

do designer e, usando tecnologia de moldagem 3D, derrete e extruda o plástico reciclado enquanto cria o objeto, camada a camada.

ThE BEST Of ARDUINO se refere a uma plataforma aberta de prototi-pagem eletrônica baseada na flexi-bilidade, com hardware e software fáceis de usar. É destinada a artistas, designers, hobbyists, e qualquer pessoa interessada em criar objetos ou ambientes interativos. Arduino pode sentir o ambiente por meio da recep-ção de uma variedade de sensores e pode afetar os seus arredores por luzes, controladores, motores e outros instrumentos atuantes. Arduino pode também interagir com o ambiente, controlando luzes, motores e outras atividades, interconectando-as. O download da plataforma é gratuito, www.arduino.cc, e os criadores

um dos inúmeros exemplos de máquinas de prototipagem que permitem ao designer a autoprodução em pequenas séries

podem usá-la para o livre desenvol-vimento de seus projetos. O design de referência do hardware (arquivos CAD) está disponível sob uma licença aberta, e todos são livres para adaptá-los às suas necessidades.

DESIgN cOLABORATIvO OU OS PrOject (Open Structures Project) explora a possibilidade de um modelo de construção modular onde todos, de artesãos a multinacionais, desenham para todos, na base de uma grade geométrica compartilhada, resultando em um ambiente construído mais flexível, adaptável e proporcional. É um desenvolvimento colaborativo, onde é possível participar com partes, componentes ou estruturas, permitindo a criação das mais diversas tipologias, desde uma ferramenta para bicicletas até um sistema de mobiliário, ou outros.

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DESAFIANDO A MATÉRIA

design brasileiro

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O 1º Desafio Guardian de De-sign é uma iniciativa da em-presa, produtora de chapas de vidro de alta qualidade, com

o objetivo de chamar a atenção para as possibilidades de uso do material na produção de peças que agreguem valor à matéria-prima. Uma iniciati-va da Guardian nacional, a coleção foi lançada na mostra Brazil S/A, durante o Salão do Móvel de Milão, e poderá ser vista, em breve, no novo show-room da empresa.

A curadora Maria Helena Estrada selecionou alguns dos melhores profissionais brasileiros, designers já familiarizados com a produção industrial, para criar os produtos da nova coleção. Guinter Parschalk, Guto Requena, Ilse Lang, Jum Nakao, Sergio Rodrigues e Studio MK27 foram convidados a criar móveis, objetos ou luminárias para serem desenvolvidos pela Guardian a partir dos diversos vidros e espelhos da marca, já conhecidos no Brasil por sua qualidade e versatilidade de acabamento, transparências e resistência. A equipe técnica da Guardian, que ofereceu assessoria constante aos designers, permitiu a exploração de novos conceitos por meio dos produtos.

A equipe do Studio MK27, de Marcio Kogan, criou sua proposta baseada em uma tipologia tra-dicional, utilizando moldura em madeira para proteger os vidros e espelhos em objetos aparentemente

Na página ao lado, em destaque, a luminária modular Caleidoscópio Geodésico, produzida com Espelho Guardian e lâmpadas LED, tem possibilidades de configuração em luz branca, colorida ou RGB. Disponível como plafond, pendente, arandela ou abajur, design Guinter Parschalk. Nesta página, abaixo, luminária Estella, com base em Ebony Diamond Guard e Espelho Guardian, estrutura em aço e acrílico e lâmpadas LED, design Sergio Rodrigues

A Guardian do Brasil realiza projeto de parcerias criativas e desenvolve produtos com time de peso do design nacional

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tradicionais. A inovação ficou por conta da sobreposição do vidro no espelho, criando um efeito de ilusão de óptica, que foi, na verdade, o nome dado ao produto.

Além de um belíssimo espelho com sobreposições de vidros, Guinter Parschalk também desenvolveu a luminária Caleidoscópio Geodésico, com faces internas espelhadas, refle-tindo e compondo imagens conforme o ângulo de observação, e também com o uso de LEDs.

Guto Requena trouxe uma ideia totalmente inusitada e, para muitos, impossível, para expressar sua inter-pretação estética do vidro. Utilizar novas tecnologias de codificação de áudios para programar a modelagem de produtos. Serviu-se da memória afetiva, as histórias contadas pela avó

em sua infância, para determinar a forma e o tamanho de uma coleção de vasos, produzidos a partir de resí-duos de vidro da fábrica da Guardian. O processo de moldagem, no entanto, foi obtido pela técnica do sopro.

Ilse Lang apresentou uma mesa de jantar e uma bela poltrona usando a tecnologia do vidro curvado, o que a Guardian executou com maestria. Sergio Rodrigues, mestre da madeira, incursionando por novos materiais, enriqueceu a coleção com uma lumi-nária em vidro e metal, em um jogo de reflexos e transparências.

Jum Nakao projetou uma exten-são de suas ideologias estéticas como estilista, que passam pelo sonho e a realidade vista de outros ângulos. Ele criou painéis/telas com temáticas diferentes e conhecidas, em que

acima, tela awake – Mona Lisa, produzida a partir da fragmentação

do vidro Guardian sobre a imagem impressa

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estilhaços de vidro flutuam sobre a imagem impressa, fazendo um convite à reflexão sobre a perenidade do presente.

Para o Gerente de Marketing da Guardian, Fernando Laydner, o resultado foi bastante satisfatório e revelou novos projetos inspirados na versatilidade do vidro como matéria--prima. “Cada peça é fruto de uma reflexão estética sobre esta milenar fonte de inspiração”, afirma no texto do catálogo sobre o projeto. Além disto, observa a curadora, “a adesão de designers e arquitetos de renome demonstra que se trata de um projeto com impacto positivo no presente e que se repetirá no futuro”.

Outro resultado importante desse desafio foi, certamente, o de estreitar os laços entre a indústria e os designers.

acima, à esquerda, com design Ilse Lang, a cadeira tarrafa, que utiliza como estrutura o ultra Clear – vidro mais transparente da Guardian – curvado e

forrado com uma rede; à direita, coleção de vasos Era uma Vez, produzida com sobras de vidro encontrados

na fábrica da Guardian e trabalhados com a técnica da moldagem a sopro e também a partir da tecnolo-gias de modelagem por meio de códigos sonoros. À direita, o espelho Ilusão de Ótica, com moldura em

madeira e vidro Clima Guard Light sobrepondo o Espelho Guardian, design Estúdio MK27

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design brasileiro

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NOVAS REALIDADES:

No início deste ano, foi possível ver – em Bento Gonçalves, RS, e em Berlim, na Alemanha – duas demonstrações dos inúmeros caminhos do design e do mercado de móveis brasileiros. Caminhos antagônicos. Um deles mais centrado no volume de vendas e tentando adivinhar o que deseja o “novo consumidor”. O outro apontando para a inovação e o design. Terão de “coabitar”. Mas qual destes caminhos será mais importante para o Brasil?

Maria Helena Estrada

UMA TRADUÇÃO

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Crescemos. Muito. Nos espraia-mos, diversificamos. O móvel brasileiro abrange e inova (às vezes) desde a oferta para

o novo mercado em expansão até o móvel design que, projetado por um bom profissional, frequenta os museus do Brasil e da Europa.

A indústria moveleira que produz em larga escala centra seus ponteiros em uma realidade surpreendente: a força e o poder aquisitivo da “nova classe média”. Uma expressão que de tão repetida já nos dá ânsia de mudá-la. Principalmente porque estigmatiza esta parte da população que emergiu do anonimato. Vamos chamar este fenômeno, simplesmente, de “novo mercado”?

Visitamos a Movelsul, feira realizada a cada dois anos pelo Sindmóveis de Bento Gonçalves, RS. Clima de otimismo generalizado. Os móveis? Vimos que ainda falta, à maioria dos industriais, acreditar que o projeto de um profissional da área, o designer, traz um forte valor agregado ao produto. O que se traduz em maior lucro. Havia, como sempre, raras e sempre presentes exceções, com empresas que miram o futuro e investem em tecnologia e qualidade, é claro.

Olhando para aquela enorme fei-ra, pensamos: será que o público des-te “novo mercado” não teria vontade, assim como os consumidores das classes mais abastadas, de adquirir algo original, minimamente exclusivo? Considera-se ponto pacífico que esta faixa de público não tem aspirações ao móvel contemporâneo, da mesma forma como escolhe o carro, o aparelho de som, o liquidificador ou

Na página ao lado, em destaque, luminárias da coleção Batucada, design Brunno Jahara; nesta página, acima, corredor expositivo dos produtos premiados e ganhadores de menções honrosas no Salão Design Movelsul Brasil 2012

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No alto da página, o banco Peixe, em chapa de aço dobrado, design fernando e Humberto Campana; na sequência, um dos seis exem-plares da série limitada da Poltrona trez, design Zanini de Zanine, produzida em alumínio; à esquerda, cadeira de balanço astúrias, em madeira maciça recuperada e estofamento em diversos tecidos, design Carlos Motta. Produtos expostos na Brazilian furniture, em Berlim

a geladeira? Todos do último tipo! Só o móvel deve se apegar a esta fixação inexplicável ao passado?

E aqui devo dizer que uma feira que se preze não pode ser apenas um desfilar de produtos. Sua função é educativa, como bem percebeu o Sindmóveis. Nesta edição da Movel-sul, além dos produtos premiados no Concurso Salão Design, tivemos a Casa do Consumidor do Novo Brasil, que já indica um caminho possível para as classes emergentes e para a indústria que as serve.

Na Movelsul, “a Casa” mostra novas soluções, como a cozinha em aço, os estofados de linhas sóbrias e tamanhos reduzidos... e a enorme televisão, objeto de desejo de ricos e pobres, que nesta casa pode ser colocada na frente, e não ao lado, de quem está acomodado no sofá e poltronas. Apresenta também novas soluções econômicas no Salão Design, às quais esperamos que as indústrias fiquem atentas.

Enquanto isso, do outro lado do mundo, em Berlim, a mostra “Bra-zilian Furniture Design”, organizada entre outros pelo designer Zanini de Zanine, mostra o que se faz de novo e original no Brasil, e também o que já foi feito por nossos mestres, nos anos 1950. Mostra a brasilidade. Sabemos que este é um exemplo

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radical, que uma exposição não tem os mesmos objetivos de uma feira etc. Mas, fiquem atentos, é este o merca-do, dentro e fora de nossas fronteiras, que o país está conquistando!

Mas voltemos ao dilema, à per-gunta que muitos já estão colocando. Mas quem, qual das duas posturas “sustenta” a indústria moveleira?

A outra pergunta seria: como tornar o produto brasileiro cobiçado, desejado em todo o mundo? A resposta é clara, e já foi testada por inúmeros mercados produtores – da Escandinávia à Itália.

A resposta às duas perguntas, por mais óbvia que seja, é política. O que desejamos? Colher os frutos imediatamente, com o risco de comprometer o futuro, ou apostar no futuro – que já bate à nossa porta, com pressa de entrar?

acima, a estante modular Newvintage, vencedora na categoria Móveis Desmontáveis para o Mercado internacional do Concurso Salão Design Movelsul 2012, criação Studio B Design. abaixo, produtos selecionados na primeira fase do concurso. Em primeiro plano, o aparador fusion, design vinícius lopes leite; na sequência, as Mesas Natur, criação regis Padilha Designer, e a Mesa Bossa, da girona Design

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Teimosia da ImaginaçãoA arte popular brasileira é diversificada, assim como é diverso o país, e traz impressa a origem e as peculiaridades da vida de seus autores. A mostra Teimosia da Imaginação, realizada pela Galeria Estação, de Vilma Eid, com curadoria de Germana Monte-Mór e curadoria- -adjunta de Rodrigo Naves, encerra o ciclo proposto pelo Instituto do Imaginário do Povo Brasileiro. São esculturas, pinturas, cerâmicas, obras de dez artistas brasileiros na mostra do Instituto Tomie Ohtake, que reuniu também uma série de documentários e publicou um belo e importante livro, com o acervo de peças já sediadas em diversos museus do mundo

Camila Marques

Provenientes de pequenas cidades do Sudeste, Norte e Nordeste, os artistas das obras do Imaginário buscam inspi-

ração no ambiente em que vivem, na cultura local, e, às vezes, no que está fora desta realidade. Por vezes, suas criações envolvem a paisagem natural do seu habitat e figuras do universo sertanejo, como nas obras do escultor sergipano Cícero Alves dos Santos, conhecido como Veio; do pernam-bucano José Bezerra e do pintor e escultor Francisco Graciano Cardoso, o “Mozinho dos Bonecos”, natural de Juazeiro do Norte, CE.

A diferença entre eles é que Francisco, filho do também artista Manuel Graciano Cardoso, trabalha mais o material, no caso, a madeira bruta, na forma como foi encontrada, dando-lhe contornos mais definidos e criando desenhos em sua superfície. José Bezerra e o Veio, este talvez o mais famoso e talentoso do grupo, aproveitam as formas originais e puras do tronco ou galho encontrado na natureza, sendo pontual e plena de significado poético sua interferência, seja com o formão, o serrote ou mesmo a tinta, mas sem desvirtuá-las.

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acima, a figura de São Jorge, criação de antônio de Dedé em madeira pintada com tinta acrílica

cultura popular

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Antônio de Dedé, artista de Arapira-ca, AL, também esculpe personagens criados por sua mente e outros, obti-dos da observação do mundo que o cerca, e seu processo criativo abrange desde as técnicas de marcenaria até a carpintaria e a pintura.

O barro é um dos materiais de eleição dos artistas populares brasilei-ros. Na obra dos mestres ceramistas Izabel Mendes da Cunha, do Vale do Jequitinhonha, MG, e Manoel Gal-dino Freitas (falecido há 15 anos), de São Caetano do Norte, PE, ele ganha formas sinuosas e riquíssimas de detalhes, revelando o domínio técnico e a habilidade na modelagem.

A inspiração, no entanto, vem de outra fonte. Enquanto a artista mineira cria bonecas que representam figuras maternas, o mestre singular da escola de Caruaru misturava formas animalescas, humanas e personagens sertanejos, em represália ao descaso com a classe artesã nor-destina de sua época.

A pintura é representada no projeto Teimosia da Imaginação por

À esquerda, escultura criada pelo Veio com aplicação de tinta acrílica sobre a madeira; abaixo, à esquerda, escultura em madeira da década de 1970, produzida pelo artista mineiro Jadir João egídio, e, à direita, uma das criaturas fantásticas criadas por manoel Galdino de Freitas, mestre ceramista de Caruaru, Pe

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dois artistas vindos da Bahia, porém com histórias de vida e inspirações totalmente diversas. Nilson Pimenta, pintor de 56 anos, natural de Carave-las, esboça em suas telas a alegria e o misticismo por trás das lendas rurais e da vida pantaneira, por meio de traços característicos do “naïf”, usando diferentes materiais, como giz de cera, tinta acrílica e óleo.

Aurelino dos Santos, artista de Salvador, com 70 anos, deixa ver em seus trabalhos a luta pelo equilíbrio emocional e superação da melancolia – em razão de sua sofrida trajetória – em formas geométricas e linhas minimamente calculadas, nas repre-sentações arquitetônicas e referências à cultura de massa, que faz como forma particular de crítica social.

no alto da página, pintura de aurelino dos Santos em acrílico sobre tela, mostra a melancolia da vida urbana por meio de uma geometria rígida. À direita, uma das delicadas e maternais bonecas de barro da ceramista Izabel mendes da Cunha traduz a ligação da artista com a figura feminina

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nesta imagem e abaixo, óleo sobre tela do baiano nilson Pimenta retrata cenas comuns da vida sertaneja. na obra “Se Deus Quiser Vou Fazer os treze Pontos da esportiva” (abaixo), o artista interpreta uma espécie de lenda local, fruto de sua própria imaginação

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O artista é sempre um inventor, e também inventa a própria maneira de criar. O mineiro Getúlio Damado, que tem seu “ateliê” em um velho bonde abandonado em Santa Tereza, RJ, constrói carrinhos e bonecos como para um parque de diversões. A partir de materiais de reciclo, como papelão, lâminas de metal, molas, arames e tampas plásticas, que os moradores do bairro lhe trazem, ele cria seu mundo onírico.

Outro exemplo de artista/inven-tor, também mineiro, é João Egídio, escultor natural de Divinópolis, que entalha figuras humanas em série, na madeira, em um trabalho contínuo e que requer força. Utilizando somente formões, ele materializa imagens pro-venientes de seu imaginário e suas concepções de família, aconchego da casa, vida e traba-lho. O efeito é semelhante ao dos trabalhos realizados nas obras da arquitetura sacra romana, como atesta a historiadora Maria Lúcia Montes, no livro do projeto.

A série, que fará parte da programação da TV Cultura, retrata em dez episódios, sob a direção de Malu Viana Batista, a vida e a obra desses artistas.

À direita, a “Árvore ecológica” do mineiro Getúlio Damado, mistu-rando diversas técnicas e materiais de descarte. abaixo, escultura em madeira, pintada à mão, e acrílica sobre tela do multidisciplinar Francis-co Graciano Cardoso

acima, escultura produzida por Getúlio Damado a partir de materiais de descarte, utilizando técnicas artísticas mistas. no pé da página, escultura em madeira “Perna de Pau”, do pernambucano José Bezerra

*Para conferir na íntegra o con-teúdo da exposição “Teimosia da Imaginação”, acesse o portal da TV Cultura, www.tvcultura.cmais.com.br/teimosia

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mostras

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Lã Em CasaQuem visitar São Paulo neste inverno poderá se deleitar em uma exposição exclusiva das designers gaúchas Tina e Lui, que têm realizado diversos projetos de criação e produção artesanal em diferentes regiões brasileiras e também em

Moçambique e São Tomé e Príncipe, na África

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Lã em Casa, esta exposição, especificamente, traz objetos artesanais desenvolvidos em parceria com a comunidade

Ladrilã, localizada nas cidades de Pelotas, Jaguarão e Pedras Altas, no Rio Grande do Sul.

São cerca de 60 peças, entre utilitários, objetos para casa e aces-sórios pessoais, que utilizam a lã fora de seu contexto usual, normalmente ligado à produção de roupas e itens típicos regionais, como ponchos, cobertores, gorros.

Assim, é possível encontrar brin-quedos, cestos, enfeites de mesa e até sabonetes divertidos, que utilizam a lã como adorno ou material principal.

Nas peças tradicionais, como tapetes e mantas de pura lã, são aplicadas tramas e detalhes, de maneira a torná-las inovadoras e divertidas. Como a manta Pé Quente, que vem acompanhada de dois pares de chinelos, na série de luminárias em que o calor da luz se une ao da

Na página ao lado, acima, bolinhas decorativas em lã fazem alusão a novelos em diferentes cores e tamanhos; no pé da página, os vasos em vidro recebem uma capa formada por pequenas bolinhas de lã. Nesta página, as luminárias anêmonas, vencedoras na categoria Protótipo têxtil no Prêmio Design McB 2011, repro-duzem a estrutura do corpo desse animal marinho

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O evento vai até 2 de agosto em A CASA Museu do Objeto Brasileiro. Para mais infor-mações, acesse www.acasa.org.br

lã, proporcionando uma sensação de maior aquecimento. “Queremos trazer a lã também para a casa, sendo utilizada o ano todo, não apenas como abrigo, mas em objeto de de-coração”, revela Lui. Entre os diversos produtos, será exposta a luminária Anêmona, vencedora em 2011 no 25º Prêmio Design MCB.

O objetos da mostra Lã em Casa foram desenvolvidos em parceria com aproximadamente 30 artesãos, aos quais Tina e Lui atendem desde 2010.

acima, manta/tapete Pé Quente com chinelos incorpo-rados; à esquerda, banquinhos de madeira forrados com crochê de lã; abaixo, vista da exposição, com mantas em tramados de tricô em primeiro plano, e toalhas de mesa, com divertidos desenhos bordados, no fundo, à esquerda

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Fórum de Inspirações: projetos para um futuro próximo

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Fórum de Inspirações:

Iniciativa da Assintecal fornece pesquisa para indústrias associadas, gera novos produtos e ainda promove o encontro de fabricantes e fornecedores em evento de referência no setor

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O Fórum de Inspirações é um projeto da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro,

Calçados e Artefatos (Assintecal), que viabiliza o embasamento teórico e experimental para as empresas que desejam desenvolver novas ideias e novos produtos no campo da moda.

Para tanto, a equipe do Núcleo de Design da Assintecal, coordenada pelo estilista Walter Rodrigues, faz um estudo de cores, texturas e temas para servir de inspiração e referência aos associados no desenvolvimento dos próximos lançamentos. Ao mesmo tempo, a pesquisa é divulgada em 17 polos calçadistas nacionais por meio de palestras, a fim de que esse merca-do e também o da moda apliquem o conteúdo em criações inéditas.

O preview da pesquisa de inspirações para o Inverno 2013, apresentado por Walter Rodrigues em São Paulo, em 19 de abril, enfrentou o desafio de criar roupas e acessórios de inverno para o Brasil e para outros países latino-americanos,

Na página ao lado, a inspiração é a cor do caju, que se presta também a inúmeras associações, do perfume ao sabor, exótico e tropical, típico do Norte e Nordeste do Brasil

projetos para um futuro próximo

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caracterizados por bruscas variações climáticas ao longo de seu território. O estilista também alertou sobre a necessidade de novas ideias para cativar os turistas durante os dois eventos esportivos que o país vai sediar: Copa do Mundo (2014) e Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (2016). “É hora de começar a pensar e descobrir o que as pessoas podem levar de lembrança para suas casas.”

Para elaborar o material completo da pesquisa, que inclui o Fanzine, a Cartilha, o Guia de Inspirações e a Cartela de Cores, Walter Rodrigues e a equipe do Núcleo de Design partiram de três conceitos distintos.

O primeiro está ligado à interpre-tação original do país por meio dos

contrastes presentes em seu ecos-sistema. A inspiração está nas frutas de cores quentes e sabores exóticos, utilizadas no inverno, como o caju; na “feiúra” estética da geometria urbanística do Sudeste; que também se encontra na arquitetura das casas nordestinas e no chão craquelado da seca.

No segundo conceito, o foco está na utilização da tecnologia para superar as intempéries climáticas enfrentadas pelas populações das grandes cidades, associadas aos problemas de infraestrutura urbana e geral, e, a partir disso, criar um marketing positivo para estes pro-blemas. Dessa forma, as referências estão em aspectos como as formas

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A geometria e rigidez da arquitetura urbana (página ao lado) também podem revelar elementos inspiradores, como as luzes noturnas da cidade e as poças d’água, que expressam diversas tonalidades, texturas e outros recursos visuais úteis à estamparia. Nesta página, o abrigo do pássaro na árvore, que defende-o das intempéries climáticas,representa o conceito de sobre-posição de camadas protetoras – o terceiro item da pesquisa

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geométricas da arquitetura e das placas de sinalização, as cores rígidas, as luzes da cidade à noite e as poças d’água, esteticamente caóticas e incômodas, mas que sugerem infinitas possibilida-des de estamparia.

O terceiro baseia-se na ideia da construção de camadas protetoras con-tra as variações climáticas, principal-mente nos ambientes urbanos. Assim, os pesquisadores buscaram inspiração em detalhes do cenário natural, como as estruturas que envolvem alguns seres vivos (casulos, teias, líquens), e no contexto social da moda, como as roupas utilizadas pelos boias-frias, por exemplo, que atuam como um meca-nismo de proteção na profissão e não, necessariamente, como resultado de um processo de moda.

Seguindo a mesma linha de raciocínio da imagem da página anterior, as vestimen-tas dos trabalhadores rurais protegem-nos de alterações climá-ticas e de situações adversas no ambiente de trabalho

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As ideias contidas no material dessa pesquisa geraram cerca de 500 projetos, provenientes de diversas regiões do país, que estão descritos no catálogo oficial do Fórum de Inspirações. Os protótipos estão em desenvolvimento no parque fabril das empresas participantes, que vão apresentá-los em uma exposição exclusiva no INSPIRAMAIS, Salão de Design e Inovação de Compo-nentes, que será realizado de 24 a 26 de julho no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo.

Os componentes utilizados na produção desses novos produtos foram selecionados no concurso TOP 20, realizado pela Assintecal, também com o objetivo de premiar os mate-riais de maior destaque nas áreas do design e da inovação.

Como a exposição dos novos protótipos criados pelas empresas associadas do setor calçadista, todas as atividades do Fórum de Inspirações serão reveladas no Salão INSPIRAMAIS, que constitui a fase final do projeto. *Para acompanhar as etapas de

realização do Fórum de Inspirações e acessar o material do Preview do Inverno 2013, entre na página do Salão INSPIRAMAIS na internet. www.inspiramais.com.br

Nesta imagem, a pele branca é retratada como algo delicado, que requer mais cuidados durante o inverno

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Transformar. Sinônimo de não se conformar? De transmutar, recriar a realidade e as formas de expressão? Esta é Mana Bernardes, que agora apresenta seu livro, “Mana e Manuscritos”. “A caligrafia é a partitura da emoção”, poderia defini-lo.

Maria Helena Estrada

design sem fronteiras

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MANA BERNARDES:IGNORANDO FRONTEIRAS

Esta carioca, neta do grande arquiteto Sergio Bernardes e filha do artista e cineasta de mesmo nome, tinha por obri-

gação ser uma grande criadora, é o que lhe digo sempre. Começou muito cedo. Aos 11 anos, criava peças para lojas de grife; aos 14, foi convidada a dar aulas na ONG Ser Cidadão, o que fez até os 22 anos, formando 300 adolescentes no projeto D+ da Conta.

Embalagem para joias, criação Mana Bernardes

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Arnaldo Antunes, que assina em seu livro recém-lançado a apresenta-ção do capítulo “Manuscritos”, declara que “com delicadeza ou voracidade, Mana instaura uma dimensão de afeto à linguagem verbal” e consegue, “no ápice de um vocabulário, encon-trar as palavras e trazê-las num berço para aconchegar os signos – que nos reeduca a ler, para reaprendermos a ver”. São 200 poemas caligráficos que, para Heloisa Buarque de Holanda, extrapolam a literatura. “Essa poesia não se esgota no texto. Há um quê de plasticidade que invade e domina tanto as imagens dos poemas quanto sua realização caligráfica.”

O livro “Mana e Manuscritos”, bilíngue, é dividido em quatro partes. A primeira, “Manuscritos”, é impressa em folhas de papel transparente, que se sobrepõe. “Joias Cotidianas” tem introdução de Antonio Bernardo e mostra suas peças, nas quais o valor

Nesta página, pulseira e colar em material reci-clado, do PET a qualquer outro elemento inusitado. Na página ao lado, a caligrafia de Mana, traço inconfundível e base do livro “Mana e Manuscri-tos”, lançado este ano

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Mana Bernardes durante performance que une gestual à voz, na fala de seus poemas

não é o da matéria-prima, mas da criatividade de suas ousadias. O ter-ceiro capítulo, “Experimentos Visuais”, com introdução de Adélia Borges, apresenta suas instalações e peças artísticas. O último capítulo, “Ambien-tes Pedagógicos”, apresenta projetos educacionais e sociais.

“Hoje, posso fazer uma joia como faço outra coisa, porque estou interessada no pensamento. Acho que por isso minhas joias estão se transformando em outras coisas: esculturas, instalações, trabalhos de educação, sempre a partir de um pensamento poético.”

E como em Mana Bernardes tudo é poesia, lemos em seu livro: “agra-deço aos detalhes por se prenderem ao meu olhar”... “como pedra olhei fixo, mas as borboletas passaram”... “perder o oco e achar a linha”... “no papel caberia o que no corpo já não caberia”... “escrevo cada letra com medo e quando a palavra acaba me encorajo e outra vem”. Sempre com sua estranha e original caligrafia que, como observa Arnaldo Antunes, com as palavras apenas reproduzidas, “separam o corpo da alma”.

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Entrevistamos Sônia Diniz, a idealizadora de duas das mais importantes lojas de design e decoração de São Paulo. Uma em frente à outra, resumem os conceitos que o design abriga

Nádia Fischer

Ao lado, a poltrona Luiz XV foi forrada com seda que reproduz a fotografia de um mármore. Designers Maurizio Galante e Tal Lan-cman. Abaixo, cadeira Linha Softwood, confeccionada em madeira ipê, designer Veronika Wildgruber

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UM SONHO GUIADO PELA

INTUIÇÃOARC DESIGN – Como surgiram as lojas? Baseadas em algum modelo? Em sua experiência prévia?Sônia Diniz – Fui uma das primeiras a trazer o design italiano para o Brasil, entre eles a Edra e a Zanotta. A loja Firma Casa surgiu em 1994, com uma proposta pequena, montada em uma antiga casa. Na verdade, a intenção era de firmar o show-room como um espaço conceitual, uma vez que comercializávamos peças clássicas do design contemporâneo, de alto valor. O espaço era voltado para quem conhecia e apreciava o design. AD – E como evoluiu esta primeira ideia?SD – Depois de alguns anos, notei que o design mudava seu rumo, e que era o momento de inovar, de expandir, apesar de continuarmos a ter fiéis apreciadores. Sou apaixonada pelos clássicos contemporâneos do design, mas senti que passávamos por um outro momento, o mundo estava mudando, por isso era necessário criar uma nova realidade.AD – E o que direcionou suas novas escolhas? Sempre seu sexto sentido, sua intuição?SD – A intenção era a de criar uma nova marca, mais jovem e que tivesse preços mais acessíveis. Eu já vinha sentindo essa “nova onda” nos anseios do público fiel à Firma Casa. Além disso, eu não queria oferecer somente “o clássico, o eterno”, mas um contemporâneo, podere-mos dizer, até fugaz. Nossa loja deveria atender pessoas ecléticas e, sobretudo, aquelas que adoram inovar sempre. Foi quando inauguramos a Conceito Firma Casa.

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AD – Você foi também pioneira no nome dado à loja. Hoje, vemos a palavra conceito replicada em vários show-rooms... embora nem sempre se perceba a ideia ou conceito que os orienta. Então, qual o conceito da Conceito?SD – Acho que a palavra que melhor define esta nova ideia é a de “mix”, de misturar o design internacional junto ao nacional, os móveis com espírito jovem e descontraído aos objetos, muitas vezes exóticos. A ideia foi mostrar ao cliente uma vasta opção de produtos desde objetos para casa, passando por caixas funcionais até camisetas, bolsas, livros e joias. Até mesmo produtos vindos da China, mas que passaram por um crivo de qualidade. Não tenho preconceito, desde que haja um efetivo controle na procedência. AD – E a resposta do público, foi imediata ou houve um período de adaptação ao novo modelo de loja?SD – A proposta deu certo. O público gostou. Ainda assim, notei que era hora de novamente mudar. Noto que o consumidor brasileiro é carente de coisas novas, e como sou meio irrequieta, comecei a pensar em mudar a Firma Casa que, depois de 14 anos, já precisava ser repaginada. Tinha a mesma cara, os mesmos fornecedores.AD – Pelo que vemos esta também é uma ideia vitorio-sa. Conte-nos um pouco sobre este novíssimo conceito.SD – Sou amante de arte e do design, e resolvi imprimir minhas preferências pessoais na Firma Casa. A dúvida era quanto aos limites entre uma galeria de arte e um espaço de design. Fechamos a loja por dois anos para reformulação, reestruturação total do espaço arquitetônico e também dos conceitos. Hoje, o espaço está dividido em duas partes: a galeria de arte e design fica em um espaço com luz natural na en-trada do show-room, enquanto o espaço restante abriga a coleção de peças de série. A união entre arte e design foi criada para agradar aos exigentes consumidores que buscam produtos tão duráveis e exclusivos quanto uma obra de arte.

Peças importadas da África do Sul que acabam de chegar ao show-room da marca: centro de mesa e potiches fabricados com fios de telefone e papel reciclado

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AD – Como se deu este “casamento”?SD – A ideia me ocorreu ao pensar que gostaria de algo dinâmico e uma galeria é assim. Aquele cliente que simplesmente compra um móvel porque ele é bonito ou necessário é diferente do novo consumidor que preten-demos agradar. Este novo cliente se assemelha a um co-lecionador, pois tem consciência do que está comprando. Se estiver gastando, que seja com algo com muito valor agregado – aquele da peça única ou de pequena série – e que se perpetue, nunca perca seu valor. AD – E como funciona a duplicidade em um mesmo espaço?SD – No show-room, as peças multimarcas são escolhidas por mim e trazidas ao Brasil. A Galeria, espaço exclusivo de exposição, terá mostras temporárias, que não ficam necessariamente no Brasil, mas percorrem o mundo. Na verdade, quis fazer da nova Firma Casa uma loja exclu-siva, porém com características de mobilidade, uma vez que as peças poderão ser vendidas em qualquer lugar do mundo. Nesta edição, a designer alemã Veronika Wildgruber apresenta cadeiras com revestimentos e texturas confortáveis talhadas na madeira, numa ilusão de óptica perfeita e inspiradora. As cadeirinhas têm edição limitada, e o banquinho será comercializado somente na Firma Casa. Estou bastante satisfeita, pois criamos um modelo de negócio há menos de um ano e já fizemos parcerias com diversas galerias de fora do Brasil. AD – Pelo que vejo, mais do que uma atividade puramente comercial, seus espaços e os objetos que oferecem são a realização de um sonho muito pessoal.SD – Sou apaixonada por casa e design. Estou sempre me reavaliando. Não gosto de nada mecânico. Minha busca é constante, tenho necessidade da investigação. Aprecio, respeito e acredito nos clássicos, que devemos conhecer muito bem até chegar à diversidade e à vanguarda.

A Conceito Firma Casa apresenta algumas peças assinadas por Marcelo Rosenbaum, como a pol-trona Monaliza, produzida com cordas de garrafa PET

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Tudo teve início em 2008, quando a deputada federal Jandira Feghali convidou o arquiteto e urbanista

Washington Fajardo para assumir a Subsecretaria do Patrimônio Histórico e Cultural. O profissional apresentou um projeto para que a cidade fosse pensada de maneira integrada e utilizasse o patrimônio numa perspectiva mais ampla, e não somente a da preservação. A ideia era agregar a arquitetura e o design à pauta da Subsecretaria e utilizar o potencial destas disciplinas em ações que pudessem melhorar a qualidade de vida na cidade ao requalificar os espaços urbanos.

Com a aprovação do projeto, o próximo passo foi convocar um grupo de designers que falasse sobre suas expectativas e demandas quanto à atuação do poder público em relação ao design. Desta reunião, saíram não apenas boas ideias, mas ainda uma surpresa. Um sobrado restaurado do século XIX (Casa de Bidu Sayão), na Praça Tiradentes,

Com o pensamento voltado para a lógica da economia criativa aliada ao design, o Rio investe na requalificação dos espaços urbanos e na vocação como polo de criatividade

Daniel Kraichete

RIO DE JANEIRO

foi cedido à Subsecretaria - agora denominada Subsecretaria de Patrimônio Histórico, Intervenção Urbana, Arquitetura e Design – que ali criou o Centro Carioca de Design (CCD), como um núcleo de discussão, exibição e pensamento do design carioca. O local dispõe de galeria de exposições e espaços integrados multiuso para conferências, reuniões, oficinas e atividades diversas.

A própria localização, no Centro Histórico da cidade, segundo Paula Camargo, gerente de design da nova Subsecretaria, é mais um elemento importante para a proposta de valo-rizar e integrar o Patrimônio Histórico e Cultural por meio de iniciativas ligadas à economia criativa. “Nós percebemos que uma atuação espa-lhada pela cidade não seria muito eficaz e optamos por tornar a Praça Tiradentes o núcleo das ações de requalificação”, diz Paula.

As ações incluíam a restauração da própria praça e retirada das grades que afastavam os visitantes e mora-dores. A região da Praça Tiradentes

era uma área muito degradada do centro da cidade, com imóveis em péssimo estado de conservação, ruas esburacadas e caos urbano. Com a chegada do CCD, a reforma da praça, a instalação de um Centro de Referência de Artesanato do Sebrae e a inauguração de hotéis para execu-tivos, a praça parece ter renascido e a região ganha novos ares, com bares e restaurantes apostando no local, o Teatro João Caetano ampliando sua programação e, o mais interessante, designers e outros criativos procu-rando espaços para instalar seus escritórios e oficinas.

Pró-DesignRecentemente, a Subsecretaria promoveu dois concursos, um para escolher a logomarca do CCD e outro para criação de peças gráficas que simbolizassem a cidade, os quais resultaram em uma exposição e também na impressão de uma leva de cartazes distribuídos pelo Rio. Ao mesmo tempo, foi lançado o primeiro edital

E A ECONOMIA CRIATIVA

gestão do design

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À esquerda, nas duas pá-ginas, imagem utilizada no cartaz vencedor da primeira edição do Prêmio Rio em Cartaz, design Nady Lima. A referência a um dos ícones da cidade está na figura do Pão de Açúcar, aliada à expressão popular na “gema”, fazendo alusão ao termo “carioca da gema”. Abaixo, o projeto vencedor do concurso para a seleção da marca do CCD, design Fabio Lopez, apoiado nos pilares estratégia, persona-lidade e qualidade técnica, para representar a missão e o conceito da instituição

RIO DE JANEIRO

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O design está no foco de

atenção do Governo do Estado

do Rio de Janeiro. O programa

Rio + Design, conduzido pela

Secretaria de Desenvolvimento

Econômico, Energia, Indústria e

Serviços (SEDEIS), desenvolve

e apoia ações de fomento ao

design, estimulando sua ado-

ção pelas empresas do Estado.

O design é utilizado como

ferramenta para incrementar a

competitividade, a qualidade e

o valor agregado à produção.

A Secretaria formou um Grupo

Consultivo do qual fazem parte

Guto Indio da Costa, Angela

Carvalho, Ricardo Leite, Freddy

Van Camp e outros, para apoiar

as diretrizes traçadas e propor

ações que digam respeito à

valorização do design no Rio de

Janeiro. Entre as iniciativas, a

Semana Rio + Design, realizada

anualmente desde 2008, tem

realizado exposições e seminá-

rios, além da participação em

eventos internacionais como o

Salão do Móvel, em Milão.

De cima para baixo, o corredor da exposi-ção “Design Cidade: em Construção”, que abriu as atividades do CCD em maio de 2010, e o evento de lançamento do livro “Linha do Tempo do Design Gráfico no Brasil”, de Chico Homem de Mello e Elaine Ramos, realizado em abril deste ano

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do programa Pró-Design, que sele-cionou projetos em quatro categorias e distribuiu 750 mil reais para apoiar a realização de mais de dez projetos, entre exposições, seminários, oficinas e publicações, que acontecerão nos próximos meses. A ideia é que este programa se repita anualmente.

seDe Da criativiDaDe Mas, certamente, a iniciativa mais ousada foi a candidatura da cidade à Rede de Distritos de Criatividade (DC Networks), que contempla 14 regiões no mundo, a fim de promover a troca de experiências culturais, sociais e econômicas. E, também, a proposta de sediar o próximo Creativity World Fo-rum (Fórum Mundial de Criatividade).

Candidaturas aprovadas! O Rio receberá, em novembro deste ano, o Fórum e a Bienal Internacional de Criatividade, um dos maiores encontros mundiais da economia criativa. Em paralelo, acontecerá o Festival de Criatividade, evento que a

Secretaria projetou e deseja integrar ao calendário oficial da cidade, sendo realizado anualmente.

“A iniciativa foi muito sedutora ao Rio de Janeiro por se tratar de uma rede que reconhece as regiões criativas em diferentes áreas, e tam-bém suas potencialidades”, diz Paula Camargo. “Para se ter ideia, algumas regiões foram aceitas, por exemplo, pela atuação em pesquisa de TI,” acrescenta. Em sua opinião, apesar da cidade ter como foco o design, outras questões devem ser consideradas. “Hoje, também somos referência em música, atividades audiovisuais, moda e em artes plásticas.”

No final de 2011, o prefeito Eduardo Paes decidiu retirar a SubPC da estrutura da Secretaria de Cultura, transferindo-a para o seu próprio gabinete. A expectativa, com isto, é que novas e ainda melhores ações sejam realizadas, fazendo do Rio uma cidade cada vez mais linda, criativa e cheia de oportunidades.

Acima, a menção honrosa no  concurso para seleção da marca do CCD, design Lauro de Oliveira Machado Neto e  Jamil Antona Li Causi. Propõe uma nova imagem do Rio, estabelecendo o design como ícone da cidade, a partir da utilização do “D” maiúscu-lo no lugar das referência usuais, como calçadão, Pão de Açúcar, Cristo etc.

Ao lado, de cima para baixo, cartaz Penalty, criação oz Design, e cartaz Pimlico, design Fernando Mello e cartaz Articulada, design Thales Aquino, projetos inscritos na Bienal de Tipos Latinos, um programa de divulgação e desenvolvimento da Bienal de Tipografia Latinoamericana

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como encontrarA CASA Museu do Objeto Brasileiro(11) 3814-9711, São Paulo (SP)www.acasa.org.br

Adele Cwww.adele-c.it

Aldo Cibicwww.cibicpartners.com

Alessi www.alessi.com

Andrea Mancusowww.andreamancuso.com

Angela Carvalho(21) 2541-4083, Rio de Janeiro (RJ)www.acarvalho.net.br

Apex Brasil (61) 3426-0202, Brasília (DF)www.apexbrasil.com.br

Assintecal(51) 3584-5200, Novo Hamburgo (RS)ww3.assintecal.org.br

Bertussi Design Industrial (51) 3086-0026, Porto Alegre (RS)

Brazil S/Awww.brazilsa.com.br

Brazilian Furniture Designwww.brazilianfurnituredesign.com

Cappelliniwww.cappellini.it/

Centro Carioca de Design(21) 2976-6611, Rio de Janeiro (RJ)www.centrodesignrio.com.br

Centro de Design do Paraná(41) 3018-7332 , Curitiba (PR)www.centrodedesign.org.br

Conceito: Firma Casa(11) 3068-0380, São Paulo (SP)www.conceitofirmacasa.com.brDirk van der Kooijwww.dirkvanderkooij.nl

Driade www.driade.com

Emilia Serra www.emiliaserra.com

Firma Casa (11) 3385-9595, São Paulo (SP) www.firmacasa.com.br

Freddy Van [email protected]

Front Designwww.designfront.org

Fundação Arnaldo Pomodorowww.fondazionearnaldopomodoro.it

Galeria Dilmos+39-02-29002437, Milão (Itália)www.dilmos.it

Galeria Estação(11) 3813.7253, São Paulo (SP)www.galeriaestacao.com.br

Galeria Rossana Orlandi+39 02 467 4471 Milão- Itália

Gjis Bakkerwww.gijsbakker.com

Guardian do Brasil (15) 3205-6000, Tatuí (SP)www.guardianbrasil.com.br

Guinter Parschalk (11) 3872-9919, São Paulo (SP)www.studioix.com.br

Guto Indio da Costa(21) 2537-9790, Rio de Janeiro (RJ)www.indiodacosta.com

Guto Requena(11) 2528-1700, São Paulo (SP) www.gutorequena.com.br

Ilse Lang (51) 3333-1715, Porto Alegre (RS)www.farodesign.com.br

Ingo Maurer (11) 3062-0864, São Paulo (SP)www.ingo-maurer.com

INSPIRAMAISwww.inspiramais.com.br

Instituto do Imaginário do Povo Brasileiro(11) 3813-7253, São Paulo (SP)www.iipb.org

Jum Nakao [email protected]

Lasvitwww.lasvit.com

Luiz Pedrazzi(11) 3331-3185, São Paulo (SP)

Marcelo [email protected]

Mana Bernardes (21) 8181-5652, Rio de Janeiro (RJ)www.manabernardes.com

Marko Brajovicwww.markobrajovic.com

Quadrante Designwww.quadrantedesign.com.br

Renato Imbroisi (11) 8221-8992, São Paulo (SP)www.renatoimbroisi.com.br

Rodrigo Almeidawww.rodrigoalmeidadesign.com

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Rui Pereira e Ryosuke Fukusadawww.ryosukefukusada.com

Ross Lovegrovewww.rosslovegrove.com

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Sergio Rodrigues (21) 2539-0393, Rio de Janeiro (RJ)www.sergiorodrigues.com.br

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Tom Dixon www.tomdixon.net

Zanini de Zanine(21) 2233-5061, Rio de Janeiro (RJ)www.studiozanini.com.br

DiretoriaMaria Helena EstradaCristiano Barata

Diretora editoraMaria Helena Estrada

Redatoras Camila Marques Nádia Fischer

RevisoraDeborah Peleias

Projeto gráficoFogo Design

Edição de arte e Produção gráfica Cibele Cipola

DesignerEmílio Fim

Participaram desta ediçãoDaniel Kraichete e Luiz Pedrazzi

Comercial e MarketingCristiano Barata

Circulação e assinaturasRita Cuzzuol

Impressãowww.graficamundo.com.br

Distribuição nacionalFernando Chinaglia Distribuidora S/A

TelefonesTronco-chave: + 55 (11) 2808 6000Fax: + 55 (11) 2808 6026

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Cadeira de junco produzida por artesão francês com oficina no bairro Marais, Paris. Encontrada na Fabrica, escritório da empresa Saguez & Partners e, depois, na entrada do Museu do Quai Branly, projeto de Jean Nouvel

últiMA pÁgina

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