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A edição 48 da Revista Hebron celebrou os 20 anos da empresa em 52 páginas.

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Page 1: Revista Hebron Atualidades 48
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A Hebron® Farmacêutica completou 20 anos. É pela sua saúde, bem-estar e pelo seu sorriso que pesquisamos, desenvolvemos e produzimos medi-camentos, cosméticos e alimentos funcionais, uti-lizando a matéria-prima da nossa biodiversidade aliada ao conhecimento científico de universidades e institutos de pesquisa nacionais e internacionais. Somos gratos aos médicos, profissionais de saúde, pesquisadores, gestores públicos e consumidores por depositarem em nós, nestes 20 anos, a confi-ança que nos fez chegar até aqui com muita saúde e energia para crescer mais e mais.

20 anos de saúde

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Pesquisar é a nossa natureza.

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4 // Hebron Atualidades

CARTA DO PRESIDENTE //

Josimar Henrique da Silva

Vinte anos de Brasil e de Hebron®

// Josimar Henrique da Silva é presidente da Hebron®.

Vinte anos atrás, aquele que fosse capaz de tentar antever qual seria o futuro do Brasil, não diria mais que um punhado de frases descone-xas, otimistas ou pessimistas. Sob todos os as-pectos, nenhum profeta acertou em cheio. Nem mesmo se pode dizer que a maioria conseguiu chegar perto do cenário que hoje é vivido. Para quem era criança ou nem mesmo nascera é di-fícil contar sobre aqueles dias de desesperança. Se alguém disser que os preços nos supermer-cados aumentavam todo dia, os pagamentos eram dolarizados, o Estado brasileiro mandava imprimir dinheiro além da conta, vivia as custas de empréstimos internacionais, posicionava-se como um Estado capitalista, produtor em qua-se todos os setores e a inflação estava fora de controle, mas mesmo assim, não se sabe como, havia uma ordem de prosperidade e empreen-dedorismo, é fácil acreditar que a história, no mínimo, está mal contada.

Era assim. O processo foi lento e doloroso. Primeiro o país teve reveses políticos no percur-so da redemocratização. Mas se manteve um equilíbrio movido por um progressivo contrato social. Pode ser que ele não fosse a menina dos olhos daqueles que veem a política com pres-sa, mas seguiu. Com alguma ordem política, pôde-se fazer uma reforma econômica. E re-forma econômica, no Brasil, foi fazer o Estado diminuir seu modelo de gastar e depois cobrir os buracos com empréstimos e emissão extra de dinheiro. Foi fazer o Estado demover-se do lugar de capitalista e de produtor em dezenas de setores econômicos. Foi preciso acreditar que era necessário o Estado sair de setores de alto investimento, como siderurgia e telefonia, para poder ajudar na diversificação e expansão extensiva e intensiva que viria com a mobilida-de e interatividade da Internet. Pelos padrões do antigo Estado brasileiro, a economia estaria morta. Não teria o país perdido apenas o bonde da História, mas estava fora de qualquer parada.

Agora, imagine você que, vinte anos atrás, diante desse cenário pouco estimulante e nada

animador, um homem comum, com um tempo de atuação na indústria farmacêutica nacional, determinação e vontade de trabalhar, resolveu abrir uma indústria farmacêutica. Não uma pa-daria, para fazer ótimos pães. Nem uma con-fecção, aproveitando a onda brasileira de criar roupas inovadoras. Quis construir ali não ape-nas, não simplesmente, não por construir ou por acaso uma indústria farmacêutica, não para ser mais uma indústria farmacêutica nacional.

A Hebron® é exemplo de indústria que tem a inovação na base de seus alicerces. Das pa-redes que se ergueram do chão de pedras do agreste pernambucano já vieram com inovação e originalidade acrescidas na argamassa e no ci-mento que modelaram o resultado final. Fábri-ca erguida, foi correr o Brasil atrás de parceiros para compartilhar estudos, pesquisas, medica-mentos. Chegar aos médicos, todo dia, para mostrar que havia uma indústria farmacêutica nacional comprometida com o Brasil, com as pesquisas brasileiras. Tudo era uma questão de tempo e de espera. E para tudo, está escrito, foi dito, é sabido, para tudo há um tempo. Hoje, há um Brasil com mais oportunidades. Hoje, a Hebron® é uma empresa com mais oportunida-des. Não dava para adivinhar o que aconteceria com o Brasil. Mas, sejamos sinceros: quem não imaginaria que, ao final, em algum momento, as coisas seriam melhores? Da mesma forma, seguiu a Hebron®. Ciente de que para tudo há um tempo, foi construindo, ao longo de cada ano, um tempo melhor. Eis que agora se vive novo desafio: criar mais vinte anos. Como an-tes, não haverá fantasia ou profecia. Nossa massa de modelagem é mais simples e bem co-mum: usar a cabeça para pensar, as mãos para executar as tarefas e as pernas para continuar levando a Hebron® a todo o Brasil e mundo. Ah, sem esquecer o coração que, apesar da contro-vérsia, sempre move os entusiastas que fazem coisas boas com paixão.

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Hebron Atualidades // 5

SEÇÕES //

CONTEÚDO //

Nossa revista está em festa, co-memora os 20 anos da He-

bron® Farmacêutica. Fundada em 1990, fruto da determinação e co-ragem de seu presidente, Josimar Henrique da Silva, a Hebron® é uma empresa 100% brasileira, focada na pesquisa, desenvolvimento e produ-ção de medicamentos, cosméticos e alimentos funcionais. Nesta edição, além de contar um pouco da traje-tória de conquistas e realizações do laboratório, falamos sobre os pro-jetos sociais e ambientais mantidos pela empresa, esclarecemos quais as diferenças entre medicamentos fito-terápicos, fitofármacos, alopáticos, homeopatia e fitoterapia popular e qual o caminho percorrido por um medicamento desde sua pesquisa até a chegada nas prateleiras das farmácias.

Contamos, também, o que mudou no Brasil e no mundo, ao longo des-ses 20 anos, na medicina, na comu-nicação, na política, na economia e na tecnologia. Na seção Boa Via-gem, falamos sobre alguns lugares no Brasil que despontaram como destinos turísticos nas últimas duas décadas, como Fortaleza, Costa do Sauípe, Porto de Galinhas, Fernan-do de Noronha e Palmas. Na seção Ping-pong, a psicóloga Lucia Novaes Malagris, presidente da Associação Brasileira de Stress e professora da Universidade Federal do Rio de Ja-neiro, fala sobre o estresse, mal que se intensificou nos últimos anos.

A Hebron® Atualidades convida o leitor a comemorar conosco estes 20 anos de sucesso. O sucesso de um laboratório que se orgulha de ter como princípio o desenvolvimento da ciência e da tecnologia médico-farmacêutica do Brasil. Parabéns, Hebron®, e boa leitura!

EDITORIAL //

6 MATÉRIA // Fitoterápicos, medicamentos eficazesDiante da biodiversidade do Brasil, em conjunto com a necessidade da população por medicamentos com menos efeitos colaterais, fica evidente que o país deve investir na área de fitoterápicos

// MATÉRIA 10 Da fábrica à farmácia

Entenda como é o processo de fabricação de um medicamento e qual o seu caminho

até as prateleiras das farmácias.

// PING PONG 16Estresse ajuda na

superação de desafios, mas cronicamente pode

causar danos à saúdeEm entrevista exclusiva à Hebron®

Atualidades, a psicóloga Lucia Novaes Malagris, falou sobre o assunto.

// CAPA 22Ao 20 anos,

a Hebron® se reinventaCom um trabalho focado na pesquisa, desenvolvimento e produção de medicamentos,

cosméticos e alimentos funcionais, a Hebron® Farmacêutica

comemora duas décadas de vida

13 QUALIDADE DE VIDA //Vinte anos de avanços na medicinaNos últimos vinte anos, muitas descobertas foram feitas pela medicina. O Brasil também conseguiu obter grandes avanços na área. Porém, existem ainda desafios a serem vencidos.

19 BOA VIAGEM // O Brasil se redescobre Nos últimos 20 anos, o brasileiro buscou descobrir novos encantos em seu país: Fortaleza, Costa do Sauípe, Bonito, Porto de Galinhas e Fernando de Noronha foram alguns “achados”.

30 MATÉRIA // Duas décadas de inovaçõesAs grandes transformações, marcadas pelo desenvolvimento tecnológico e pela inovação, ocorridas nas duas últimas décadas, vêm produzindo fenômenos importantes nas mais variadas áreas

33 MATÉRIA // Compromisso social e como meio ambienteAo longo de sua existência, a Hebron® tem promovido ações pautadas na ética e no compromisso com o bem-estar da sociedade e com a sustentabilidade do meio ambiente.

44 HOMENAGEM // 20 ANOS

49 EVENTOS //

// TRABALHO CIENTÍFICO 38

ACONTECE // INSTITUCIONAL 43

// NOTAS 48

TUDO A VER // CLUBE GINO 50

// MATÉRIA 28Santuário ecológico para a

caatinga e o semiáridoHorto Florestal inaugurado pela Hebron® será dedicado ao plantio de 70 espécies

ameaçadas de extinção

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6 // Hebron Atualidades

MATÉRIA // FITOTERÁPICOS

Diante da biodiversidade do Brasil, em conjunto com a necessidade da população por medicamentos com menos efeitos colaterais, fica evidente que o país deve investir na área de fitoterápicos

Fitoterápicos, medicamentos eficazes

// Por Fernanda Araruna

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Hebron Atualidades // 7

MATÉRIA // FITOTERÁPICOS

Os benefícios do uso de plantas medicinais são conhecidos, e comprovados, desde a antiguidade. Para se ter uma ideia, os nativos da Ilha Fiji, no Pacífico Sul, há mais de três mil anos, utilizam a planta kava kava (Piper methysticum) como calmante. A técnica do uso de plantas para tratar doenças e recuperar a saúde é conhecida como fitoterapia – termo de origem grega no qual fito (phyto) significa “vegetal” e terapia (the-rapeia) “tratamento”. Desde 1992, a fitoterapia pas-sou a ser reconhecida como método terapêutico pelo Conselho Federal de Medicina, sendo tratada na área da medicina alopática, ao contrário da homeopatia, considerada terapia alternativa.

Fitoterapia popular e fitoterápicos

Todo mundo já deve ter escutado de uma tia, avó ou mãe frases do tipo: “tome esse chazinho de camo-mila que vai lhe deixar calmo”, “a melhor coisa pra curar dor no estômago é um chá de erva doce”, ou “tome chá de eucalipto que vai curar essa tosse”. Misturas feitas em casa, sem indicação médica, são comuns não só entre pessoas leigas, mas também entre a camada mais esclarecida da população. Não devemos confundir esta forma popular de tratar ma-les, conhecida como fitoterapia popular, com os fi-toterápicos.

A fitoterapia popular, feita de forma caseira, é asso-ciada a chás e garrafadas. Nela é utilizado o extrato homogêneo da planta, por isso não é isento de riscos. E, como não possui estudos científicos, sua eficácia e segurança não são comprovadas. Já os fitoterápi-cos, segundo a RDC n°48, de 16 de março de 2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), são medicamentos obtidos empregando-se exclusiva-mente matérias-primas ativas vegetais. Sua eficácia e segurança são comprovadas da mesma forma que os medicamentos alopáticos, através de ensaios clínicos com animais, humanos saudáveis e doentes.

Os fitoterápicos nunca devem ser encarados como um complemento aos medicamentos alopáticos, ou mesmo complementos alimentares, pois passam pelo mesmo crivo de um medicamento. Eduardo de Jesus Oliveira, pesquisador na área de controle de qualida-de de produtos fitoterápicos, explica que a legislação Brasileira para registro de medicamentos fitoterápicos

da Anvisa é uma das mais avançadas e rigorosas do mundo, tendo, inclusive, servido de modelo para ou-tros países estruturarem suas leis. “A legislação atual para registro de medicamentos fitoterápicos é a RDC 14/2010, da Anvisa, que revogou a norma anterior-mente vigente de 2004. A Anvisa nunca considerou os medicamentos fitoterápicos como complemento alimentar. Os medicamentos fitoterápicos registra-dos na Anvisa merecem a mesma credibilidade e as mesmas precauções de uso que qualquer outro me-dicamento registrado pela agência”.

Fátima Maria Motter, professora pesquisadora de Fitoterápicos da Universidade Mackenzie, também confirma a seriedade dos estudos com os fitoterá-picos. “Os fitoterápicos, elaborados a partir de plan-tas medicinais por métodos extrativos que variam de planta para planta, só podem ser produzidos a partir da comprovação de sua ação farmacológica e au-sência de toxicidade nas doses indicadas, as mesmas exigências dos medicamentos sintéticos. Portanto, todos eles têm trabalhos científicos que comprovam sua eficácia e segurança”.

Fitomedicamentos e fitofármacosOutros dois termos podem causar confusão: “fito-medicamentos” e “fitofármacos”. Fitomedicamento

“Os fitoterápicos, elaborados a partir de plantas medicinais

por métodos extrativos que variam de planta para planta,

só podem ser produzidos a partir da comprovação de sua

ação farmacológica e ausência de toxicidade nas doses indica-das, as mesmas exigências dos medicamentos sintéticos. Por-

tanto, todos eles têm trabalhos científicos que comprovam sua

eficácia e segurança”.

Fátima Maria Motter, professora pesquisadora de fitoterápicos

da Universidade Mackenzie.

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8 // Hebron Atualidades

é a mesma coisa que fitoterápicos. O primeiro é um termo criado pela indústria farmacêutica e o segun-do é o termo autorizado pela Anvisa para um tipo de medicamento. Já fitofármacos são medicamentos à base de plantas, ou seja, que contêm uma substância medicamentosa isolada a partir de extratos de plan-tas - nos fitoterápicos (fitomedicamentos) os extratos das plantas é que são isolados.

A aceitação por tratamento com fitoterápicos é alta, por sua menor incidência de contra-indicações e efeitos colaterais. Porém, como todo medicamento, o conhecimento das indicações e contra-indicações de um fitoterápico deve ser respeitado. O médico poderá informar qual a terapia mais indicada para cada caso e que pessoa pode fazer uso, naquele mo-mento, de determinado medicamento. Os fitoterá-picos também podem apresentar efeitos colaterais, contudo, isto ocorre, comprovadamente, com me-nor intensidade e frequência.

O importante é seu uso ocorrer com acompanha-mento médico. “A utilização de plantas medicinais e de medicamentos fitoterápicos deve ser feita sem-pre dentro das indicações a que se prestam, com a posologia, modo de uso e duração de tratamento adequados”, explica Eduardo de Jesus Oliveira.

Alopatia

A alopatia consiste em utilizar medicamentos que vão produzir no organismo do doente reação oposta aos sintomas, a fim de neutralizá-los. Refere-se à medici-na atual, convencional, de bases científicas sólidas, e tem sua origem em Galeno (131-200), famoso mé-dico particular do imperador romano Marco Aurélio (século II). Galeno desenvolveu um sistema médico que combatia as doenças por meio de substâncias ou compostos que se opunham diretamente aos sinais e sintomas das enfermidades. No caso de uma febre, por exemplo, utilizava-se um antitérmico; para dor, um analgésico; na diarreia, um antidiarréico. Os prin-cípios ativos da alopatia possuem estudos científicos, eficácia e segurança comprovadas.

Homeopatia

A palavra homeopatia deriva do grego Homoispathos (Homóis significa “semelhante” e pathos “sofrimen-to”). É uma terapia baseada na cura pelos semelhan-

“A legislação brasileira para registro de medicamentos fi-toterápicos da Anvisa é uma

das mais avançadas e rigorosas do mundo, tendo, inclusive,

servido de modelo para outros países estruturarem suas leis. A legislação atual para registro de medicamentos fitoterápicos é a

RDC 14/2010, da Anvisa, que revogou a norma anteriormente

vigente de 2004. A Anvisa nunca considerou os medicamentos

fitoterápicos como complemento alimentar. Os medicamentos fi-

toterápicos registrados na Anvisa merecem a mesma credibilidade e as mesmas precauções de uso que qualquer outro medicamen-

to registrado pela agência”.

Eduardo de Jesus Oliveira, Professor da Universidade Federal da Paraíba

e pesquisador na área de controle de qualidade de produtos fitoterápicos.

MATÉRIA // FITOTERÁPICOS

tes. O que significa dizer que uma mesma substância capaz de produzir determinado sintoma numa pessoa sã teria a capacidade de curar este mesmo sintoma em uma pessoa doente, quando dada em doses míni-mas. Por exemplo, tratar uma pessoa com conjuntivite dando-lhe essência de cebola (que irrita o olho).

Os medicamentos homeopáticos são preparados a partir de substâncias extraídas da natureza. Segundo os homeopatas, quanto mais os efeitos de uma subs-tância se aproximam dos sintomas do paciente, mais suas virtudes terapêuticas são importantes na cura (lei da semelhança). Contudo, não há estudos científicos, logo sua eficácia e segurança não são comprovadas.

Fitoterápico nacionalEm seu primeiro ano de existência, a Hebron® foi o primeiro laboratório nacional a colocar à disposição do mercado e da classe médica brasileira um fitome-dicamento à base de matéria–prima nacional. Único giardicida e amebicida de origem fitoterápica, foi pro-

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// Eduardo de Jesus OliveiraE-mail: [email protected] na área de controle de qualidade de produtos fitoterápicos. Atualmente é professor Adjunto III da Universidade Federal da Paraíba.

// Fátima Maria MotterE-mail: [email protected] pesquisadora de fitoterápicos da Universidade Mackenzie.

Fitoterápicos e Termos Semelhantes

MATÉRIA // FITOTERÁPICOS

duzido a base de Mentha crispa. O farmacêutico Ed-valdo Santos, que junto com Clécio Santana, pesqui-sador da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e o professor Cesário de Melo, criou a fórmula original do medicamento, explica que o fitoterápico foi criado a partir da crença de que se usava mel de abelha e hortelã para combater a ameba e a giárdia.

Nos cinco anos de estudo para a produção do medi-camento, foi feita uma plantação de Mentha crispa, a hortelã-de-folha-miúda, para fornecer a matéria-pri-ma. A eficácia do extrato de Mentha crispa foi com-provada pelos estudos realizados no Departamento de Antibióticos da Universidade Federal de Pernam-buco. Também foram estudados pacientes porta-dores de Etamoeba histolytica e de Giardia lamblia. Todos foram submetidos a exame coproscópico pelo método de Hoffman. Além de exames hematológicos e bioquímicos realizados no sangue dos pacientes.

Diante da biodiversidade do Brasil (das 250 mil plantas catalogadas no mundo, 55 mil estão aqui), em conjunto com a necessidade da população por medicamentos com menos efeitos colaterais, fica evidente que o país deve investir na área de fito-terápicos. É importante haver maior investimento tanto em pesquisas quanto no controle de uso dos medicamentos.

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10 // Hebron Atualidades

// Por Vivianne Santos

sejam em cápsulas, conta-gotas, xaropes ou inje-ções, os medicamentos convivem conosco diariamen-te. Estamos acostumados a, apenas, comprá-los nas farmácias e utilizá-los de acordo com a prescrição do médico. O que boa parte das pessoas desconhece é o longo caminho que estes remédios percorrem desde sua criação até a chegada às prateleiras das farmácias e drogarias. Um novo fármaco demora anos para che-gar às mãos do consumidor. Isto ocorre porque seu desenvolvimento implica uma série de etapas que de-vem garantir sua segurança e eficácia.

Fabricação de um medicamento “O primeiro passo para se desenvolver um medica-mento é a definição do seu princípio ativo e de sua finalidade”, afirma Avaniel Marinho, diretor de Pesqui-

sa, Desenvolvimento e Inovação Tecnológica da He-bron® Farmacêutica. Passada esta etapa, a substância escolhida passará por testes pré-clínicos, ou seja, será aplicada em animais de laboratório. Normalmente, são escolhidas três espécies (roedores, caninos e primatas) para a realização de análises de toxicidade. Estes estu-dos avaliam o quão tóxica é a droga em curto e longo prazo e medem, ainda, o tipo de toxicidade, seja ele agudo ou crônico. Nesta etapa, ainda são realizados estudos de carcinogenicidade, que consiste na avalia-ção do potencial que esta nova molécula possui ou não de induzir o desenvolvimento de um câncer. Além disso, são feitos estudos de teratogenicidade, que im-plica saber o quanto e de que maneira a droga afeta a prole do animal. Com estes testes em mãos, o pesqui-sador parte para os testes clínicos, que são os estudos em seres humanos.

10 // Hebron Atualidades

MATÉRIA // COMO SE FAZ UM MEDICAMENTO

Da fábrica à farmáciaEntenda como é o processo de fabricação de um medicamento e qual o seu caminho até as prateleiras das farmácias

Processo de blistagem de medicamento

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Hebron Atualidades // 11

MATÉRIA // COMO SE FAZ UM MEDICAMENTO

Os estudos em seres humanos estão divididos em qua-tro fases. A fase 1 consiste na escolha de voluntários adultos sadios para realização do perfil farmacocinético (a maneira como o organismo lida com o medicamen-to) e farmacodinâmico (ação e efeito) da droga. Esta fase é realizada com um número restrito de voluntá-rios, em média, 30 pessoas.

Tendo estipuladas a dosagem e a forma de adminis-tração (oral, venosa e outras) da droga na fase 1, o pesquisador terá suporte necessário para passar para os estudos da fase 2, cujos testes são realizados com um pequeno grupo de voluntários portadores da pa-tologia à qual a droga será destinada, em média, 50 pessoas. O objetivo da fase 2 é verificar a eficácia nes-te perfil de pacientes.

Na fase 3 é selecionado um número maior de pacientes (centenas/milhares) com a patologia a fim de realizar estudos controlados, como o simples-cego, quando o paciente não sabe o que está tomando, e o duplo-cego, aquele em que nem o paciente e nem o investigador sabem o que está sendo administrado. Neste caso, eles não sabem se estão tomando o medicamento, place-bo, ou medicamento concorrente. Esta fase é utilizada para corroborar a eficácia comprovada na etapa an-terior, como, ainda, verificar a segurança da droga. A partir destes testes é que será feita a coleta dos eventos adversos que irão compor a bula do remédio.

Ainda na fase 3, estes estudos clínicos são submetidos para registro, de acordo com a Resolução-RDC nº 136, de 29 de maio de 2003. Quando o fármaco vai ser re-gistrado, avalia-se a parte química da molécula em si, características físico-químicas, como dissolução, tem-

peratura para armazenamento e testes de estabilidade. Tudo isso é parte dos estudos clínicos. Feita a análise e atestada a eficácia e segurança, o registro é concedido.

Legislação Farmacêutica

A base da Legislação Farmacêutica á a Lei 6.360 de 23/09/1976 e o Decreto 79.094 de 05/01/77. São ob-jeto de regulamentação destas legislações os medica-mentos, insumos farmacêuticos, drogas, correlatos, cosméticos, produtos de higiene, perfumes e similares, saneantes domissanitários, produtos destinados à cor-reção estética e outros. Para que possam exercer as atividades de fabricar, produzir, transformar, sintetizar, purificar ou expedir um medicamento, as empresas de-verão se adequar às legislações e dependerão de licen-ça dos órgãos das Secretarias de Saúde dos Estados, Distrito Federal e Territórios e de Autorização de Fun-cionamento do Ministério da Saúde, expedida através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A lei é incisiva e não permite o trânsito de produtos sem a formalização do registro na Anvisa.

“O primeiro passo para se desenvolver um medica-mento é a definição do

seu princípio ativo e de sua finalidade”.

Avaniel Marinho, diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Tecnológica da Hebron®.

Processo de envase do Saccharomyces cerevisiae

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12 // Hebron Atualidades

Após a etapa de pesquisa, a produção de um medi-camento passa pelo Controle de Qualidade. De acor-do com Rosa Lúcia Carneiro da Silva, diretora Técnica da Hebron® Farmacêutica, o Controle de Qualidade é a parte das Boas Práticas de Fabricação referente à amostragem, especificações, ensaios (testes), proce-dimentos de organização, documentação e procedi-mentos de liberação que asseguram que os ensaios necessários e relevantes sejam executados e que os materiais não sejam liberados para uso, nem os pro-dutos liberados para venda ou fornecimento, até que a qualidade dos mesmos seja julgada satisfatória.

Após o controle de qualidade, o medicamento segue para a linha de produção do laboratório, onde será produzido em larga escala, embalado e distribuído para os diversos pontos de venda.

MarketingPara realizar a divulgação dos produtos, a área de marketing entra em cena. De acordo com Wedja Hen-rique Pires, diretora de Marketing da Hebron®, esta etapa está presente antes mesmo do surgimento do medicamento, identificando a necessidade de novas apresentações e, até mesmo, novos produtos. Esta identificação se dá através do estreito contato com os médicos e a equipe de vendas e conhecimento do consumidor e do mercado. “Participando de reuni-ões com propagandistas, gerentes, diretores e visi-tando médicos, antecipamos algumas necessidades. Acompanhamos o desenvolvimento dos produtos participando das reuniões, juntamente com os depar-tamentos médico e de pesquisa e desenvolvimento. Os departamentos trabalham bem coesos neste perí-odo de criação, sugerindo e opinando. Sugerimos cor, textura, embalagem, nome e posicionamento. Desta forma, vemos surgir o medicamento, suas principais características e os benefícios que ele trará para nos-sos clientes”, afirma.

DistribuiçãoA etapa final percorrida por um medicamento é a dis-tribuição. Após a produção, e de acordo com a ne-cessidade de vendas, os produtos são comercializados com a distribuidora.

É dessa forma que o medicamento chega até as far-mácias e, consequentemente, até o consumidor. Cumpridas todas as etapas, você pode desfrutar de toda a tecnologia e pesquisa desenvolvidas pelos la-boratórios farmacêuticos, que visam sempre a melho-ria da saúde e da qualidade de vida da população.

12 // Hebron Atualidades

MATÉRIA // COMO SE FAZ UM MEDICAMENTO

O registro de um produto é um procedimento legal e obrigatório. Necessitando, portanto, que a empresa obtenha Licença de Funcionamento Estadual, Autori-zação de Funcionamento Federal e seja regularmente inspecionada pelas autoridades competentes, segundo orientação do Regulamento Técnico de Boas Práticas de Fabricação, que institui o roteiro de referência para inspeção das Boas Práticas de Fabricação na produção e industrialização de medicamentos. No caso das In-dústrias Farmacêuticas, a legislação de referência para as Boas Práticas é a Resolução - RDC nº 210, de 04 de agosto de 2003. Nenhum produto submetido ao regime de vigilância sanitária poderá ser industrializa-do, exposto à venda ou entregue ao consumo antes de registrado e/ou comunicado à Anvisa. O registro de um medicamento terá validade de cinco anos.

Fase 4Com o registro, o fármaco passa para a fase 4, quan-do é possível impor critérios que fecham a visão do pesquisador sobre a droga. Quando esta é posta no mercado, pode haver outros efeitos adversos e dados de efetividade para aquela patologia. Há casos, po-rém, em que o medicamento se mostra até mesmo eficaz para outra patologia. Estudos da fase 4 podem dar ideia de uma nova indicação terapêutica. No Controle de Qualidade da Hebron®, todas as matérias-primas, material de embalagem, produto em processo e produto terminado (medicamento) são submetidos a uma série de testes físicos, físico-químicos e microbiológicos, antes de serem liberados para o uso e para a venda, de acordo com rigorosas especificações.

Setor de probióticos, onde são produzidos medicamentos como o Florax®

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Hebron Atualidades // 13

Nos últimos vinte anos, muitas descobertas foram feitas na medicina. Terapia gênica, clonagem de células e órgãos, descobertas sobre o câncer e o vírus da Aids, vacinas para a maioria das doenças infectocontagiosas etc. O Brasil também conseguiu obter grandes avanços na área. Porém, existem muitos desafios a serem vencidos. Doenças que foram erradi-cadas em países desenvolvidos, como malária, dengue e doen-ças parasitárias, ainda predominam na América Latina.

Mapeamento do genoma humanoA medicina passou por muitas descobertas e novas técnicas foram implantadas. Uma das mais importantes e interessantes foi sobre o mapeamento do genoma humano.

O Projeto Genoma Humano surgiu de um consórcio formado pelos Estados Unidos, Japão e Europa. Em 1986, foi sugerido que a realização de um sequenciamento do genoma huma-no e a identificação dos genes estruturais poderiam acelerar a compreensão sobre os mecanismos responsáveis pelo câncer. Posteriormente, surgiu o conceito de um programa para estu-dar o genoma humano por meio de sequenciamento e cons-trução de um mapa genético, dando a localização dos genes associados ou não a doenças hereditárias.

Nos últimos anos, o Brasil investiu na área da genética mo-lecular. Hoje, o País ocupa lugar de destaque ao lado dos Estados Unidos, França e Japão no trabalho de análise de mapeamento genético.

QUALIDADE DE VIDA // VINTE ANOS DE AVANÇOS NA MEDICINA

Nos últimos vinte anos, muitas descobertas foram feitas pela medicina. O Brasil também conseguiu obter grandes avanços na área. Porém, existem ainda desafios a serem vencidos

Vinte anos de avanços na medicina// Por Vivianne Santos

Page 14: Revista Hebron Atualidades 48

14 // Hebron Atualidades

Clonagem A última década do milênio foi marcada pela clonagem da ovelha Dolly e a pri-meira tentativa de clonagem com embri-ões humanos. Em 2004, pesquisadores da Universidade Nacional de Seul, Coreia do Sul, anunciaram que tinham clonado com sucesso 30 embriões humanos. A primeira clonagem de material genético de nossa espécie teve fins terapêuticos. O objetivo foi gerar embriões que servi-ram de matéria-prima para a obtenção de células-tronco, um tipo de célula pri-mordial que, se devidamente cultivada, pode, teoricamente, transformar-se em qualquer forma de tecido humano. São uma esperança para a medicina na busca de novos tratamentos para o câncer, por exemplo. Em relação à possibilidade de clones humanos, a equipe do veterinário Woo Suk Hwang garantiu não ter im-plantado nenhum dos embriões nas 16 mulheres que doaram óvulos para o experimento.

Os cientistas têm muitas esperanças com relação à clonagem na cura de doenças, porém esbarram em parâmetros éticos. Mas acreditam que no futuro a clonagem possa produzir célu-las de órgãos ou até órgãos inteiros, salvando a vida de muitas pessoas e diminuindo a fila dos transplantes.

Aids Ainda não se descobriu a cura da Aids, mas as pesquisas con-tinuam intensas e até é possível falar em vacinas.

No início da década de 1980, o conhecimento internacional sobre a infecção era muito incipiente e os estudos limitavam-se a abordagens epidemiológicas e imunológicas. Quando franceses e norte-americanos isolaram o HIV-1, pela primeira vez no mundo, em 1983 e 1984, informações, como a alta variabilidade genética do vírus, foram reveladas e incitaram pesquisadores brasileiros a isolar o vírus circulante no país. A conclusão da tarefa era imprescindível à ampliação da pes-quisa em Aids no Brasil: devido ao desconhecimento sobre o HIV-1 até o isolamento do vírus, os estudos sobre a infecção versavam, exclusivamente, sobre as alterações imunológicas que a síndrome provoca no organismo humano. A partir de 1987, o acesso de pesquisadores ao vírus isolado permitiu a geração de conhecimentos sobre as cepas circulantes no Bra-sil, o que deu início a uma série de estudos moleculares, bio-químicos, antigênicos e filogenéticos do patógeno.

O isolamento do HIV-1 no Brasil ratificou a necessi-dade de estudar os vírus circulantes no país e impul-sionou a pesquisa científica na área, promovendo os primeiros estudos de epidemiologia molecular do patógeno. Conhecer o perfil genético das dife-rentes cepas do HIV-1 encontradas no país é impor-tante porque permite, por exemplo, relacionar estas informações às manifestações clínicas dos pacientes e identificar as formas mais agressivas do vírus.

A primeira experiência bem-sucedida do país foi com o estudo da Xylella, que causa uma doença chamada “amarelinho” na plantação de cítricos. Este foi o primeiro sequenciamento de genoma concluído por cientistas brasileiros. O trabalho teve início em 1988 e foi realizado pela rede ONSA (sigla em inglês para Organização para Sequenciamento e Análise de Nucleo-tídeos). Depois desse trabalho, a pesquisa científica consolidou uma etapa importante e abriu caminho para novos projetos.

Outro grande avanço no Brasil diz respeito ao câncer. Esta evolução se deu, também, a partir do estudo do genoma humano. O Projeto Genoma Câncer pretende identificar e sequenciar os genes responsáveis pelos tipos de câncer mais comuns no Brasil.

Terapia gênicaNa década de 1980, avanços na biologia molecular já permi-tiam que os genes humanos fossem sequenciados e clonados. Cientistas que procuravam por um método para facilitar a produção de proteínas — tais como insulina — pesquisaram a introdução de genes humanos no DNA de bactérias. As bacté-rias geneticamente modificadas passaram, então, a produzir a proteína correspondente, que podia ser recolhida e injetada em pessoas que não a podiam produzir naturalmente.

A biologia da terapia genética em humanos é muito com-plexa e há, ainda, muitas técnicas que precisam ser desen-volvidas e doenças que precisam ser entendidas de maneira mais completa antes que a terapia genética possa ser usada apropriadamente.

Vacinas gênicasA vacina gênica - ou vacina de DNA -, ainda em fase de expe-rimentação e padronização, pode tornar-se a maior promessa de combate a doenças infecciosas para as quais, até hoje, não existe prevenção segura, como herpes, Aids, malária, tubercu-lose, hepatite, esquistossomose e dengue.

Para a produção da vacina gênica, os cientistas retiram do agente causador da doença, que pode ser um vírus, bacté-ria, fungo ou parasita, um fragmento da molécula de DNA. Quando inoculado nos animais ou em humanos, este frag-mento de DNA codifica uma proteína imunogênica ou um fa-tor de virulência que tem a potencialidade de induzir o sistema imunológico a produzir anticorpos ou estimular a imunidade mediada por células, principalmente linfócitos T auxiliares ou citotóxicos (uma das principais células de defesa de nosso or-ganismo), protegendo contra a infecção causada pelo agente patogênico de onde se originou o DNA.

O método é considerado mais eficaz e seguro do que o de determinadas vacinas convencionais, que inoculam vírus ou bactérias vivas, atenuadas na pessoa, para obrigar o sistema imunológico a produzir anticorpos ou imunidade celular. Es-sas vacinas de organismos vivos e atenuados, embora funcio-nem muito bem, oferecem uma certa margem de risco de que a pessoa acabe contaminada pela doença que se pretende prevenir. Com a vacina de DNA isso não acontece.

QUALIDADE DE VIDA // VINTE ANOS DE AVANÇOS NA MEDICINA

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mas informações do Censo, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira pas-sa por um processo de envelhecimento que deverá durar 30 anos, levando à expectativa de que o país deixe de ser majo-ritariamente jovem, como hoje, e se torne um país maduro em 2040.

Futuro A visão do futuro, entretanto, ainda traz preocupações. Tem sido observado que a doença cardíaca ainda é a principal cau-sa de morte no Brasil, em parte, devido ao aumento da população de idosos e, em parte, a complica-ções da própria doença, como a insu-ficiência cardíaca e as arritmias.

Observa-se o aumento do tabagismo, do sedentarismo e da obesidade en-tre jovens. O número de diabéticos também está aumentando. As pes-soas ainda não têm conhecimento suficiente sobre as doenças, haven-do necessidade de se aprimorar a política de informação médica para leigos.

Entre outros importantes proble-mas previstos, destaca-se a resis-tência dos micro-organismos aos antibióticos, como demons-tra a expansão da tuberculose pulmonar.

A medicina molecular, baseada na biologia, deverá orientar os avanços médicos, pois permitirá o conhecimento aprofunda-do das doenças. O melhor conhecimento do funcionamento das células permitirá combate eficaz à arteriosclerose e às cé-lulas cancerígenas.

O estudo da genética individual, através do genoma, dará a base para a grande revolução que deverá ocorrer neste sécu-lo. A genética permitirá o conhecimento detalhado das altera-ções que ocorrem nas doenças. Desta maneira não se tratará, por exemplo, a hipertensão arterial, e sim um tipo específico de hipertensão, como aquele que se deve mais à retenção de sódio, quando então deve utilizar-se somente diurético.

As doenças poderão ser alteradas através da transferência de genes. Será possível, brevemente, traçar com detalhes o perfil genético de cada um de nós ainda na vida intrauterina, per-mitindo um planejamento terapêutico com resultados muito mais eficientes.

A população brasileira está recebendo os benefícios dos avan-ços da medicina, mas ainda convive com doenças comuns ao início do século passado, como as infecções e a diarreia.

Todos os esforços feitos para que a medicina evolua só é vá-lido desde que cheguem às mãos dos médicos e possam ser viabilizados por eles. É preciso, para isto, a disponibilização de recursos para que a humanidade, como um todo, venha a se beneficiar dessas descobertas.

O isolamento do HIV-1 no Brasil foi o primeiro passo para que pudéssemos conhecer mais profundamente o vírus cir-culante no país, através de análises bioquímicas, moleculares, antigênicas e filogenéticas. Estas informações permitiram a realização de estudos de diversidade genética, epidemiologia molecular e comportamento biológico do HIV-1 circulante no Brasil, que forneceram as bases para a comparação com isola-dos virais de outros países. Avaliações como estas são funda-mentais para o desenvolvimento de vacinas e medicamentos, pois permitem analisar, por exemplo, se um produto desen-volvido com sucesso em outro continente será igualmente eficaz no Brasil.

Células-tronco Diabetes, paraplegia, infarto, mal de Parkinson, câncer e até estética. Os benefícios projetados para a terapia com células-tronco são tantos, que fizeram as pesquisas ganharem fôlego nos quatro cantos do País.

Os estudos brasileiros começaram há 10 anos e a avaliação dos especialistas é de que chegou a hora de rever os limites éticos dos ensaios e traçar novas estratégias para que a medi-cina regenerativa saia do papel e vire realidade.

Por enquanto, toda e qualquer utilização das células-tronco é experimental, não tem validade científica comprovada e não pode ser oferecida como primeira opção de tratamento.

Pesquisas com células-tronco são apoiadas por vários países e o Brasil ratifica sua participação na pesquisa, autorizando estudos em embriões inviáveis ou congelados há mais de três anos.

As células-tronco são consideradas a grande esperança da medicina terapêutica. Evidências científicas mostram que este tipo de célula tem a capacidade de regenerar órgãos vitais. A esperança é de que um dia seja possível usá-las com am-plo sucesso em órgãos danificados, evitando a necessidade de transplante, e também para recuperar peles e tecidos de pessoas acidentadas ou com câncer, por exemplo.

Epidemias Duas epidemias ressurgiram nos últimos 20 anos. A primeira foi a tuberculose, que parecia erradicada nos países desenvol-vidos e que reapareceu associada a debilidades decorrentes de outras doenças, como Aids, e da falta de higiene. A segun-da foi ainda mais grave: o câncer do colo do útero, causado pelo vírus HPV. Estima-se que a maioria das mulheres do mun-do, se não tem, terá HPV. O Brasil tem programa-referência no tratamento de tuberculose e o exporta para países mais pobres, até mesmo para os Estados Unidos. Também há, no país, pesquisas para solucionar a epidemia de HPV.

Envelhecimento O Brasil passou por mudanças acentuadas no padrão demo-gráfico nestas duas últimas décadas. De acordo com as últi-

QUALIDADE DE VIDA // VINTE ANOS DE AVANÇOS NA MEDICINA

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Estresse ajuda na superação de desafios, mas cronicamente pode causar danos à saúde

PING PONG // LUCIA NOVAES MALAGRIS

O ser humano, cada vez mais, se vê diante de si-tuações as quais precisa se adaptar, como exigências de atualização, lidar com novas informações, confli-tos internos, trânsito, sobrecarga de trabalho e pres-sões da família, do meio social ou da escola. Estas são algumas causas da tensão nervosa e da ansiedade, fatores que podem desencadear o estresse. Mas não são apenas situações ruins que levam ao problema. Todas as grandes mudanças que o ser humano passa na vida são situações estressantes, mesmo se forem boas. A palavra “Estresse” vem do inglês “Stress”. O conceito não é novo: foi usado inicialmente na física para traduzir o grau de deformidade sofrido por um material quando submetido a um esforço ou tensão. Mas, só no início do século XX, as ciências biológicas e sociais iniciaram a investigação de seus efeitos na saúde física e mental das pessoas. Em nossos ances-trais, o mecanismo da ansiedade foi ligado à sobrevi-vência diante da luta pela vida, como, por exemplo, das ameaças de animais ferozes, das guerras tribais, da busca pelo alimento, pelo espaço geográfico etc. No ser humano moderno, as causas da “luta pela so-brevivência” mudaram, mas permaneceu a capacida-de de reagir ansiosamente diante das ameaças e/ou adaptações. Vale ressaltar que o estresse é um aliado na superação de desafios, mas cronicamente pode causar danos à saúde física e mental. Em entrevista exclusiva à Hebron Atualidades, a psicóloga Lucia No-vaes Malagris, presidente da Associação Brasileira de Stress e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, falou sobre o problema. Lucia, que é coauto-ra de alguns livros sobre o assunto, explicou as cau-sas, os sintomas, as consequências para o indivíduo e deu dicas de como evitar ou conviver melhor com as doses de estresse que recebemos diariamente.

Hebron Atualidades – O que caracteriza o es-tresse??

Lucia Novaes Malagris – O estresse é uma reação do organismo que envolve componentes físicos e emocionais e que ocorre frente a estímulos que sig-nifiquem um desafio ou uma ameaça para a pessoa. Trata-se de uma reação que tem como objetivo uma adaptação do organismo após o equilíbrio quebrado pelo contato com o estímulo. Logo, a princípio é uma reação saudável e necessária, tornando-se, no entan-to, prejudicial quando se torna crônico. O processo do estresse ocorre em quatro fases: alerta, resistência, quase-exaustão e exaustão. A fase de alerta é o mo-mento em que a pessoa se depara com o estressor e o organismo se mobiliza para lidar com ele. Nesse mo-mento, a pessoa produz adrenalina, que a deixa ener-gizada para lidar com o estressor. Se o estressor deixa de estar presente, o organismo volta ao seu equilíbrio. No entanto, se o estressor se mantém, a pessoa pas-sa para a segunda fase, que é a resistência. Como o nome já diz, esta se constitui em um momento em que o organismo está buscando resistir, recuperar o equilíbrio quebrado. Caso não consiga se recuperar em função do estressor se manter, ela passa para a quase-exaustão e, finalmente, para a exaustão, fases comprometedoras. Nas duas últimas fases, a pessoa pode apresentar doenças (físicas ou emocionais) para as quais possui predisposição.

H.A. – Qual a diferença entre o estresse crônico e o agudo?

Lucia Novaes Malagris – O estresse crônico ocorre quando o(s) estímulo(s) estressor(es) se mantém por muito tempo. Na busca de adaptação e de lidar com o estressor, o organismo vai produzindo substâncias, visando a luta pela adaptação, e, com isso, vai se de-pauperando. O estresse agudo é decorrente de um evento de alto impacto que, devido a sua magnitude, causa uma reação aguda do organismo que traz uma

// Por Dênia Sales

Lucia Novaes Malagris, psicóloga, presidente da Associação Brasileira de Stress e professora da Universidade Federal doRio de Janeiro.

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PING PONG // LUCIA NOVAES MALAGRIS

série de alterações fisiológicas e emocionais. Logo, a diferença é que o estresse crônico vai aos poucos mi-nando o organismo e o agudo é uma reação intensa, que gera reações exacerbadas imediatas frente a um estímulo com potente ação estressora.

H.A. – Quais os fatores que desencadeiam o pro-blema?

Lucia Novaes Malagris – O estresse pode ser de-sencadeado por estímulos externos ou internos. São as chamadas fontes de estresse. As fontes externas se referem aos eventos, pessoas, conflitos sociais ou familiares e problemas no ambiente ocupacional, por exemplo. Já as fontes internas se referem a caracte-rísticas do próprio indivíduo, ou seja, a própria pessoa produz seu estresse com seu modo de ver e lidar com o mundo.

H.A. – Que principais sintomas levam ao diag-nóstico do estresse?

Lucia Novaes Malagris – Os sintomas de estresse variam de acordo com a fase em que se encontra. Na fase inicial, alerta, os sintomas mais comuns são: hi-peratividade, taquicardia, sudorese, picos de pressão arterial e aumento súbito de motivação, por exemplo. Na segunda fase, resistência, os principais sintomas são cansaço excessivo, problemas de memória, dimi-nuição da libido e sensibilidade emotiva. Na terceira, quase-exaustão, o cansaço aumenta ainda mais, a sensibilidade emotiva também, a pessoa pode come-çar a apresentar problemas de saúde, como gastrite ou aumento de pressão arterial continuada. Na quarta e última fase, exaustão, a pessoa pode ter pesadelos, dificuldade de trabalhar, ansiedade, angústia, depres-são, além das doenças físicas que, agora, podem se estabelecer. Logo, o diagnóstico do estresse depende do tipo de sintoma e da intensidade dos mesmos.

H.A. – Diagnosticado o problema, quais os trata-mentos indicados?

Lucia Novaes Malagris – O tratamento para o es-tresse excessivo envolve mudança no estilo de vida, pois, em geral, é o estilo de vida deficitário que favo-rece o estresse. É importante que a pessoa faça ativi-dade física regular, tenha uma alimentação balance-ada, pratique técnicas de relaxamento regularmente e preste atenção em suas características pessoais que podem estar contribuindo para o estresse excessivo, procurando manejá-las. A pessoa precisa estabelecer prioridades, refletir sobre seus objetivos de vida, pro-curando ser coerente com eles.

H.A. – Se não tratado, quais as consequências e os impactos negativos para o indivíduo, tanto em nível físico como mental?

Lucia Novaes Malagris – O estresse excessivo não controlado pode contribuir para doenças físicas e emocionais. Dentre as doenças físicas são comuns hipertensão, gastrite e problemas dermatológicos. Quanto aos emocionais, a pessoa pode ter depres-são e transtornos de ansiedade, como transtorno do pânico, por exemplo. Além disso, temos que pensar nos problemas de relacionamento interpessoal e pro-blemas ocupacionais. Logo, o estresse excessivo pode comprometer toda a qualidade de vida da pessoa.

“É preciso ter um estilo de vida saudável, praticando atividade física regularmente,

tendo uma alimentação saudável, utilizan-do técnicas de relaxamento e prestando

atenção em suas fontes internas de estres-se, de modo que possa controlá-las e não produzir estresse para si mesmo. Também é importante pensar em seus objetivos de vida, estabelecer prioridades e aprender a dizer não, deixar um tempo para o lazer, dentre outras atitudes que podem melho-

rar sua qualidade de vida”.

H.A. – O estresse pode acometer qualquer pes-soa, em diferentes idades. Há estatísticas no Bra-sil e no mundo sobre o perfil que lidera?

Lucia Novaes Malagris – Sim, qualquer pessoa pode ter estresse, até porque o estresse é um processo que, a princípio, é útil e necessário, apenas sendo um pro-blema quando atinge fases avançadas. De fato, al-gumas pessoas são mais vulneráveis em decorrência de suas características de personalidade, que podem atuar como fontes internas de estresse. Além disso, aspectos comportamentais, como pressa, afobação, sobrecarga de trabalho, agressividade, dificuldade de delegar, também podem favorecer o aparecimento do estresse excessivo.

H.A. – Criança também se estressa, e o diagnós-tico do estresse e da depressão infantil são cada vez mais comuns. Contudo, em alguns casos, é confundido com birra. Como saber se a criança realmente está sofrendo de estresse ou depres-são?

Lucia Novaes Malagris – O estresse pode afetar sim as crianças, o que não era reconhecido até bem pou-

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// Lucia Novaes Malagris Email: [email protected] Novaes Malagris é psicóloga, presidente da Associação Brasileira de Stress e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem mestrado, doutorado e pós-doutorado na área do stress e da saúde. Coautora dos livros “Mitos e Verdades sobre o Stress”, “Stress ao longo da vida” e “O Treino Cognitivo de Controle da Raiva”. Autora de capítulos incluídos nos livros “Pesquisas sobre o Stress no Brasil”, “Relaxamento para Todos”, “O Stress está dentro de Você”, “Crian-ças Estressadas”, “O Stress do Professor”, “O Stress no Brasil: Pesqui-sas Avançadas”, “Sentimentos que causam stress” e “A Síndrome de Burnout em Professores do Ensino Regular”.

PING PONG // LUCIA NOVAES MALAGRIS

co tempo. Sabe-se, atualmente, que, como o adulto ou adolescente, a criança também pode ser vítima do estresse excessivo. Os sintomas na criança costumam ser terror noturno, pesadelos, dificuldade de relacio-namento interpessoal, introversão súbita, apatia, cho-ro em demasia, birra, medo excessivo, dentre outros. A depressão pode ser um dos sintomas do estresse, mas também pode se tratar de um transtorno em si, independente do estresse. Os sintomas de depressão variam de acordo com a idade. Na criança antes de fa-lar, pode se observar distúrbios na expressão facial, in-quietação, retraimento, recusa da alimentação e cho-ro frequente, por exemplo. A criança que já sabe falar até os três anos, aproximadamente, pode manifestar através de hiperatividade, dificuldade de sono, dor de barriga, agressividade, movimentos repetitivos e re-gressão, podendo voltar a urinar na cama. Entre três e cinco anos, a criança pode apresentar dependência excessiva, ansiedade. Dos seis aos 12 anos, é comum manifestar a depressão através da tristeza, choro fá-cil, apatia, movimentos lentos, tom de voz monótono, desinteresse, queda no rendimento escolar, baixa au-toestima e, até mesmo, pensamentos suicidas. Para um diagnóstico seguro e, consequentemente, um tra-tamento adequado é necessário que um profissional avalie o caso específico, considerando a criança e o contexto em que ela vive.

H.A. – O estresse é estudado desde o início do século XX pelas ciências biológicas e sociais, sig-nificando esforço de adaptação do organismo para enfrentar situações ameaçadoras ao equilí-brio interno. Neste caso, por que é considerado “o mal da vida moderna”?

Lucia Novaes Malagris – O estresse sempre existiu, desde os homens das cavernas. A adrenalina produ-zida na situação de estresse era utilizada para lutar e fugir. No entanto, os estressores atuais são outros e exigem novas formas de reação. Nem sempre é possí-vel lutar ou fugir, como no caso de um assalto, onde o melhor é ficar parado. Os estressores do mundo atual são a velocidade da informação, a violência urbana, a globalização, a competitividade, as demandas de cada vez se absorver mais informações e buscar sucesso. O estresse não é exatamente o mal da vida moderna, pois como citei acima, o estresse sempre existiu, o que mudou foram os estressores, o que demanda estraté-gias diferentes para o manejo do estresse.

H.A. – Existe alguma relação entre estresse e de-pressão, ou seja, um pode desencadear o outro?

Lucia Novaes Malagris – Sim, a depressão pode ser um sintoma de estresse. No entanto, às vezes, a de-pressão é um transtorno independente do estresse,

um transtorno do humor que demanda tratamento especializado com psicólogo e psiquiatra.

H.A. – Muitas vezes, o estresse é um aliado na superação de desafios. Você pode comentar a respeito?

Lucia Novaes Malagris – O estresse na fase de alerta, a primeira fase, é muito útil para lidar com desafios. Nesta fase, a pessoa fica mais produtiva, mais ativa, vigilante, bastante entusiasmada, logo pode enfrentar com sucesso situações desafiadoras. O problema é se, após esse momento, a pessoa não consegue voltar ao seu equilíbrio e passa para fases mais avançadas.

H.A. – Quais as dicas para evitar ou conviver me-lhor com as doses de estresse que recebemos dia-riamente?

Lucia Novaes Malagris – É preciso ter um estilo de vida saudável, praticando atividade física regularmen-te, tendo uma alimentação saudável, utilizando téc-nicas de relaxamento e prestando atenção em suas fontes internas de estresse, de modo que possa con-trolá-las e não produzir estresse para si mesmo. Tam-bém é importante pensar em seus objetivos de vida, estabelecer prioridades e aprender a dizer não, deixar um tempo para o lazer, dentre outras atitudes que podem melhorar sua qualidade de vida.

H.A. – E quando o estresse ou a depressão acon-tece com um parente ou com alguém próximo, qual a melhor forma de lidar com o problema?

Lucia Novaes Malagris – É importante que a família ou os amigos apoiem a pessoa com estresse ou de-pressão. Em geral, é a família que percebe primeiro que a pessoa está sofrendo. Muitas vezes, o desabafo, ter alguém para contar sobre seu sofrimento, já ajuda. No entanto, isso nem sempre é suficiente, sendo ne-cessária uma ajuda especializada que pode ser sugeri-da pelo familiar ou amigos.

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Independente de idade, sexo, condição financeira ou reli-gião, todo mundo gosta de viajar. O brasileiro trabalha o ano inteiro sonhando com os merecidos dias de descanso, quan-do, enfim, poderá “pegar a estrada” (ou o avião) e fugir, pelo menos por alguns dias, da rotina. O problema aparece na hora de escolher o destino. Com tantos lugares interessantes, fica difícil chegar a um consenso com a família ou o grupo de ami-gos. Durante muitos anos, as principais opções estavam fora do país, como Paris, EUA ou Londres, ou eram aquelas cidades mais comuns: Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, por exem-plo. Mas nos últimos 20 anos, o brasileiro está mais ousado, ele quer fugir dos lugares comuns e descobrir novos encantos em seu país. Desta busca, despontam destinos como Fortaleza (CE), Costa do Sauípe (BA), Bonito (MS) e Porto de Galinhas e Fernando de Noronha (PE). Verdadeiros paraísos que valem a pena investir as tão sonhadas férias.

Terra da luz

Belíssimas praias, o famoso Beach Park, animadas micaretas e um povo simpático e receptivo fazem com que Fortaleza re-ceba, todos os anos, cerca de dois milhões de turistas. O sol, que parece brilhar o ano inteiro, é o maior trunfo turístico da cidade. A rede hoteleira se concentra nos bairros à beira-mar, a exemplo de Iracema, Meireles e Mucuripe. A oito quilôme-tros do centro, está localizada a melhor praia da cidade, a Praia do Futuro, com suas águas limpas e sequência infindável de barracas, onde se pode apreciar outra delícia de Fortaleza: a culinária. O caranguejo é o prato mais famoso. Nas falésias da praia do Morro Branco, distante 77 km de Fortaleza, são retiradas areias coloridas que, quando colocadas em garrafas e modeladas, formam paisagens encantadoras.

// Por Fernanda Araruna

O Brasil se redescobre

Nos últimos 20 anos, o brasileiro buscou descobrir novos encantos em seu país: Fortaleza, Costa do Sauípe, Bonito, Porto de Galinhas e Fernando de Noronha foram alguns “achados”

BOA VIAGEM // VIAGENS PELO BRASIL

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Pôr do sol em Porto de Galinhas - PE

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Para a criançada, a principal diversão fica em Porto das Du-nas, descendo pelo litoral cerca de 15 quilômetros. É lá que está o Beach Park, complexo turístico com resort e o maior parque aquático da América Latina.

Quando o sol se põe, a festa fica por conta das várias ca-sas noturnas. A mais célebre delas é o Pirata Bar, onde até a segunda-feira é agitada. Outro programa clássico na cidade é assistir a um dos diversos shows de humor em cartaz, não é a toa que estes espetáculos garantem à cidade o merecido título de Capital do Riso. O Ceará é conhecido pela sua longa linhagem de humoristas, como Chico Anysio, Renato Aragão e Tom Cavalcante.

Costa da diversãoImagine conforto, relax e lazer numa localização privilegia-da, com muito verde e belas praias. Tudo isso aliado ao clima quente da Bahia e à sua rica cultura. A Costa do Sauípe, um dos mais bem estruturados complexos turísticos privados do Brasil, oferece a seus visitantes isso e muito mais. Conhecida pela natureza exuberante, localiza-se em Área de Proteção Ambiental (APA), a beira-mar, e conta com cinco grandes hotéis, de alto padrão, e seis agradáveis pousadas. Dispõe de estrutura para a prática de diversas atividades esportivas, como quadras de tênis profissional, campo de golfe e centro

náutico. Para que os turistas conheçam as belezas naturais, são organizados passeios ecológicos na mata, nos rios e nas praias.

A área onde fica a Costa do Sauípe é uma das mais belas do litoral baiano. Sua fauna abriga tartarugas-marinhas, baleias e pássaros raros. Na Praia da Barra do Rio Sauípe, as pisci-nas naturais fazem a alegria dos banhistas. A praia também é ótima para a pesca e possui uma grande faixa de areia com barracas.

Para quem gosta de voltar para casa com lembranças da via-gem, a Vila Nova da Praia é o local onde é possível encontrar produtos para todos os gostos: artesanatos, joias, camisetas, quitutes etc. Sua arquitetura reproduz os típicos vilarejos baia-nos nas fachadas das casas, lojas e restaurantes. Lá também acontecem, todos os dias, shows musicais, danças, mostras de artistas plásticos e oficinas. Um ótimo local para se conhe-cer mais sobre o folclore e as artes baianas.

Bonito por naturezaQuem chega em Bonito (MS) tem que concordar com uma coisa: bonito é pouco para adjetivar as tantas maravilhas cria-das pela natureza na região. Esta cidade do interior do Mato Grosso do Sul surpreende por seus rios de águas cristalinas repletos de peixes, suas grutas e cachoeiras.

Esse pequeno pedacinho do paraíso é considerado uma das maiores áreas de lazer aquático do mundo, atraindo turistas dos mais diversos pontos do Brasil e do mundo. Lugares como as Grutas do Lago Azul e do Mimoso, o Aquário Natural, os rios Sucuri, do Peixe, Formoso e da Prata, enchem de tranqui-lidade aqueles que procuram paz e proporcionam emoções inesquecíveis para quem está em busca de aventuras.

Para a felicidade dos aventureiros, Bonito oferece a possibili-dade de interação com as belezas naturais. Por esse motivo, Bonito faz parte da lista dos “dez mais” de qualquer aven-tureiro. Há de tudo um pouco: trilhas, balneários, estâncias, fazendas, entre outros atrativos. São centenas de cachoeiras, lagos e rios de águas cristalinas, mais de 80 cavernas - secas e inundadas -, grutas, paredões rochosos e uma infinidade de peixes e outros animais selvagens.

O Beach Park é a grande sensação de Fortaleza - CE

Costa do Sauípe - BA

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As cavernas de águas claras são as principais atrações de Bonito - MS

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Os interessados em conhecer um pouco da história de ilha têm como boa opção percorrer suas trilhas e estradas. Fortes, ruínas e antigas construções fazem o visitante viajar no tem-po, até a época das grandes descobertas. O Forte e a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios e o Palácio de São Miguel são bons locais para serem visitados. Em 2001, a Unesco conside-rou o arquipélago Sítio do Patrimônio Mundial Natural, o que possibilita preservar a natureza intocada e única.

Não é a toa que o povo brasileiro não precisa ir muito longe para ter suas almejadas férias dos sonhos. Em sua própria terra, encontrará lugares encantadores e ainda contará com a alegria e a receptividade dos seus conterrâneos. Com tantos lugares bonitos, o Brasil se redescobre a cada dia.

águas que chegam a 50 metros de visibilidade e são um convi-te para o mergulho, um dos principais atrativos da ilha. Não é a toa que abaixo de suas águas estão seus maiores encantos: pelo menos 15 das 18 espécies de corais existentes e cerca de 230 espécies de peixes. Há tubarões, esponjas, tartarugas marinhas, lagostas, os famosos golfinhos rotadores etc.

Para os praticantes do mergulho, do surf ou para aqueles que desejam apenas apreciar um maravilhoso visual, Fernando de Noronha oferece uma programação variada. A Baía do San-cho, para o mergulho livre, e Pedras Secas, para o autônomo, são os pontos preferidos dos mergulhadores. As altas ondas de algumas praias, como Boldró, Cacimba do Padre e Abras – principais praias para a prática do surf na ilha (apontada por muitos como o Havaí brasileiro) –, atraem surfistas e campe-onatos internacionais.

BOA VIAGEM // VIAGENS PELO BRASIL

Vida simplesCartão postal dos pernambucanos, a praia de Porto de Gali-nhas encanta nativos, moradores e turistas. Localizada a 60 km do Recife, é parte do município de Ipojuca e possui como “vizinhas” outras praias encantadoras, como Muro Alto, Cupe, Maracaípe, Enseadinha, Serrambi e Toquinho. Tanto pelas belezas naturais, entre elas suas famosas piscinas na-turais, quanto pelos atrativos da vila, o balneário recebe um público bem diversificado, que vai de famílias com crianças, que buscam tranquilidade e descanso, a grupos de jovens, interessados em curtir as festas, durante o dia nas praias e a noite nos bares.

O artesanato local é um dos mais famosos do Nordeste. Es-palhadas pela vila, há charmosas galinhas esculpidas em tron-cos de coqueiros, fruto do trabalho do artista pernambucano Carcará. Não há turista que resista fazer uma foto ao lado delas. Há, também, um leque de opções para que o visitante não volte para casa de “mãos abanando”: bijouterias, redes, quadros e porcelana fina pintada à mão são objetos que po-dem ser encontrados nas várias galerias e lojas.

Embora repleta de pousadas charmosas, hotéis de luxo e alta gastronomia, o que encanta mesmo em Porto de Galinhas é sua vida simples. Andar descalço na areia, caminhar pela vila olhando vitrines, comer tapioca feita na hora, apreciar o trabalho dos artistas hippies ou observar as rodas de capoeira que se formam na praça é o que realmente chama a atenção dos turistas. Tudo isso somado ao astral do seu povo e o ca-rinho com que o turista é recebido faz do balneário um lugar simplesmente irresistível.

Paraíso ecológicoIsolado no Oceano Atlântico, o Parque Nacional de Fernando de Noronha guarda uma riqueza natural e histórica que o transforma num verdadeiro paraíso ecológico. Anexado ao Estado de Pernambuco, o arquipélago é composto por 21 ilhas, rochedos e ilhotas. A principal ilha recebe o nome de Fernando de Noronha e tem 17 km². Suas 16 praias possuem

Praia de Porto de Galinhas - PE

Morro Dois Irmãos em Fernando de Noronha - PE

Golfinhos de de Fernando de Noronha - PELu

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Com um trabalho focado na pesquisa, desenvolvimento e produção de medicamentos, cosméticos e alimentos funcionais a Hebron® Farmacêutica comemora duas décadas de vida

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// CAPA

Aos 20 anos, a Hebron® se reinventa

// Por Fernanda Araruna

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// CAPA

Fundada em 1990, a Hebron® Farmacêutica é uma empresa 100% brasileira, focada na pesquisa, desen-volvimento e produção de medicamentos, cosméticos e alimentos funcionais. Através do aproveitamento da matéria-prima proveniente da biodiversidade do País, possui medicamentos inovadores nas áreas de ginecolo-gia e obstetrícia, pediatria, clínica médica, otorrinolarin-gologia e gastroenterologia. Atua no mercado nacional e internacional com responsabilidade e transparência. Esta síntese traduz o que a Hebron® se tornou após 20 anos de trabalho. Fruto da determinação e coragem de seu fundador e presidente, Josimar Henrique da Silva, o laboratório faz parte de um seleto grupo que mantém uma frente constante de pesquisas no País.

Josimar Henrique começou na indústria farmacêutica como propagandista do laboratório Aché, onde che-gou a diretor. Saiu da empresa para montar seu próprio negócio, uma distribuidora de medicamentos no Nor-deste. O lucro da pequena distribuidora foi usado para viabilizar a construção do laboratório Hebron®, que ocorreu entre os anos 1985 e 1989 e foi concretizado em 1990. Dois anos após seu surgimento, o laborató-rio desenvolveu o primeiro medicamento fitoterápico 100% brasileiro, a partir de uma planta nativa do país.

Outros desafios precisam ser enfrentados, mas a He-bron® prova, com suas ações diárias, que entrou no mercado para ter destaque. Esta postura se confirma através das seguintes iniciativas:

ValoresInovar, melhorando a qualidade de vida de seus colabo-radores, é uma preocupação constante da Hebron®. Pen-sando neles, a empresa busca participar de programas ou aderir a iniciativas que possam motivar sua equipe. Uma delas foi a implementação da licença-maternidade de seis meses. A Hebron® se antecipou à Lei 11.770, de 09 de setembro de 2008, que prevê a licença maternidade pelo período de 180 dias e, desde 2008, concede às suas colaboradoras o período de seis meses para que se dedi-quem exclusivamente a seu filho.

Outra inovação foi a criação do “fim de semana de 60 horas”. Todos os funcionários da empresa têm uma car-ga horária de 38 horas semanais, saindo do trabalho às 14 horas da sexta-feira. “É uma mensagem para nossos colaboradores de que gostaríamos que tivessem, neste

Com o programa 60 horas, os colaboradores têm mais tempo para se dedicar aquilo que gostam durante os finais de semana

“Outra inovação foi a criação do “fim de semana de 60 horas”. Todos os funcionários da empresa têm uma carga horária de 38 horas semanais, saindo do trabalho às 14 horas da sexta-feira.“

Wedja Pires, Diretora de Marketing da Hebron®.

Como todo grande projeto, para conseguir ser consoli-dado, grandes dificuldades tiveram de ser enfrentadas. O principal, segundo Josimar Henrique, se referiu à bus-ca de capital para pesquisa. “A indústria farmacêutica que se dedica à pesquisa, como é o nosso caso, carece de capital intensivo para pesquisa. Nesses vinte anos de atividade, somente agora, nos últimos dois, três anos, o crédito começou a fluir no País. Mesmo assim, a pesquisa farmacêutica é investimento de risco, haja vista que nem sempre aquilo que se está pesquisando transforma-se em produto”. As colaboradoras da Hebron® contam com 6 meses de licença maternidade

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período livre, a oportunidade de se dedicarem a coisas que acham importante. Que possam passar com a famí-lia, fazerem uma atividade de lazer, alguma coisa benéfi-ca para eles”, explica Wedja Pires, diretora de Marketing do laboratório.

Preocupados com a saúde de seus funcionários, a He-bron® fechou uma parceria com o SESI – Serviço Social da Indústria. Através desta parceria, a saúde dos profissio-nais é incrementada com a prática de ginástica laboral, e é avaliada periodicamente através do programa Indústria Saudável. A empresa também promove a SIPAT – Sema-na de Prevenção de Acidentes de Trabalho, um programa de atividade física preventivo, sócioeducativo e lúdico, desenvolvido no tempo e local de trabalho, contribuindo para a mudança de comportamento, potencializando a adoção de estilo de vida ativo e saudável.

Modernização do parque fabril Devido ao grande aumento na produção, o parque fabril da Hebron®, em Caruaru, foi modernizado. De acordo com Bruno Henrique, Diretor Industrial, a planta estava começando a ter dificuldades de atender a demanda do mercado. Por conta deste quadro e da previsão de au-mento da demanda, foi necessária a aquisição de novos equipamentos, modernos e rápidos.

Praticamente todos os equipamentos da fábrica foram substituídos. O controle de qualidade Hebron® conta hoje com o que existe de mais avançado em equipamen-tos para a indústria farmacêutica. “Adquirimos mais um HPLC (High Performance Liquid Chromatography), além de dissolutor e outros equipamentos. Também foi feita uma reforma na área física do controle de qualidade, adequando-se às exigentes normas internacionais de qua-lidade”, explica Bruno Henrique. E complementa: “em outros setores de nossa planta, como o de sólidos, semi-sólidos e probióticos, foram também adquiridos novos equipamentos. A máquina de envase de probióticos, por exemplo, recebeu investimentos para atender à crescente demanda do mercado. A aquisição de encartuchadeiras aumentou a produtividade e qualidade da embalagem de nossos produtos”. Também foram feitos incrementos de reatores, misturadores, granuladores, dentre outros equipamentos, todos com especificações de qualidade internacional, o que ajudou a certificar a produção de medicamentos e cosméticos com a ISO 9001.

UNIBIOEste ano, a Hebron® deu um importante passo no cami-nho do desenvolvimento. Inaugurou uma nova unidade dentro do seu complexo industrial, a UNIBIO – Unida-de de Produção de Insumos Biotecnológicos. De acor-

do com Joás Henrique da Silva, diretor Superintendente da Hebron®, a construção da nova unidade decorreu da “necessidade da empresa produzir a matéria-prima de seus produtos da linha de probióticos e imunomodula-dores”. Com modernas técnicas de fermentação, a UNI-BIO produz insumos farmacêuticos de origem biológica, além do isolamento de metabólitos resultantes da pro-dução de fermentados, como as B-glucanas, usadas em produtos do laboratório.

A UNIBIO trouxe segurança para atender à crescente demanda da Hebron®

“Este ano, a Hebron® deu um importante passo no caminho do desenvolvi-mento. Inaugurou uma

nova unidade dentro do seu complexo industrial, a UNIBIO – Unidade de Pro-dução de Insumos Biotec-

nológicos. A construção da nova unidade decorreu

da necessidade da em-presa produzir a matéria-

prima de seus produtos da linha de probióticos e

imunomoduladores”.Joás Henrique da Silva, Diretor Superintendente da Hebron®.

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Foram desenvolvidos es-tudos clínicos do Pros-tokos® em semicampo – UNICAMP.

Com a função de res-taurar a microbiota intestinal, a Hebron® criou o Florax®, desen-volvido a partir da apli-cação medicamentosa do Saccharomyces cerevisiae. O Florax® oferece maior rapi-dez nos tratamentos de distúrbios intestinais, sejam eles causados por patógenos ou desequilíbrios provenientes do uso de antibióticos.

A partir de uma série de pesquisas relacionadas à Gluca-na, foi desenvolvido o Imunoglucan®. O medicamento é indicado como imunomodulador nas infecções pelo vírus HPV. Estudos clínicos do imunoglucan® foram desenvol-vidos na UNIFESP.

Outros produtos desenvolvidos pelo laboratório são: Ga-max®, para tratar os sintomas somáticos e psíquicos da Tensão Pré-Menstrual (TPM) e os sintomas das Altera-ções Funcionais Benignas da Mama (AFBM) e mastalgias; Kronel Gel®, antimicrobiano com ação cicatrizante e an-ti-inflamatória; Boldine®, indicado para o tratamento das dispepsias funcionais; Bromelin®, com ação mucolítica e anti-inflamatória, indicado como tratamento coadjuvan-te nas traqueobronquites e suas manifestações; Hinox®, com a função de retardar o envelhecimento celular; Hi-zofito®, que alivia os sintomas do climatério; Endorus®, que busca aliviar as cólicas e flatulências; Ginoflorax®, que combate a vaginose bacteriana, restaurando a mi-crobiota vaginal; e Ginconazol®, para o tratamento da candidíase vulvovaginal.

A inauguração da UNIBIO é uma grande conquista dos quadros internos da empresa, formados por técnicos, engenheiros, farmacêuticos, químicos, biólogos, pesqui-sadores e todos os que compõem a Hebron®. Além de ser uma grande contribuição para o país. “Ter o domínio completo da tecnologia do ciclo de produção dos produ-tos é um sonho de qualquer empresa. É algo estratégi-co que a Hebron® conquista e que nos dará segurança para atender à crescente demanda de nossos produtos”, complementa Bruno Henrique.

Divisão de Reprodução Humana

Este ano, a Hebron® Farmacêutica criou a Divisão de Re-produção Humana. De acordo com Israel Vasconcellos, Gerente Nacional da Divisão, “a finalidade é atender toda necessidade da Obstetrícia no que tange ao uso do Prostokos®, bem como apoiar o médico obstetra no segmento da Humanização do Parto e nos Programas do Ministério da Saúde direcionados à Saúde da Mulher. O Prostokos® (Misoprostol) é o agente maturador do colo uterino e indutor do trabalho de parto da Hebron®”.

Também foi lançado, no início deste ano, o Informativo Hebron® de Reprodução Humana, distribuído bimestral-mente com exclusividade à classe médica, com a finali-dade de levar ao médico artigos, matérias e entrevistas com especialistas em reprodução humana, dando um panorama do que está acontecendo de novo e de im-portante no setor.

Medicamentos

Entre os produtos pesquisados e desenvolvidos pela He-bron®, destacamos o Prostokos®, Florax® e Imunoglu-can®. O Prostokos® surgiu a partir de pesquisas com a utilização do Misoprostol. É aplicado para indução de partos normais, nos casos em que seja necessária a inter-rupção da gravidez em gestação a termo ou próxima ao

termo, ou na indução de parto com feto morto, antes das 30 semanas, ou em ca-sos de aborto legal. O produto tem se destacado perante a classe médica, fazen-do parte da lista de medicamentos essen-ciais da Organização Mundial de Saúde (OMS) e constando no manual de con-duta obstétrica do Ministério da Saúde.

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“A Hebron® Farmacêutica criou a Divisão de Reprodução Humana. A

finalidade é atender toda necessidade da Obstetrícia no que tange ao uso do

Prostokos®, bem como apoiar o mé-dico obstetra no segmento da Huma-nização do Parto e nos Programas do

Ministério da Saúde direcionados à Saúde da Mulher.

Israel Vasconcelos, Gerente nacional da Divisão de

Reprodução Humana da Hebron®.

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A Hebron® possui certificados que valorizam seus pro-cessos e garantem a qualidade dos seus produtos, como o ISO 9001:2008, que certifica a obediência aos padrões internacionais, e pelo GMP (Good Manufacture Practices – Boas Práticas de Fabricação).

Hebron® em São Paulo

Desde 2006, a Hebron® atua no interior de São Paulo, quando começou a comercializar seus produtos farma-cêuticos na região de São José do Rio Preto. Contudo, só em outubro de 2008, teve início a entrada do laboratório no Estado, no formato atual, de acordo com o plane-jamento estratégico elaborado pela presidência e dire-toria. A equipe, então, foi implementada em São José do Rio Preto e Ribeirão Preto. Em dezembro de 2009, passou a atuar em Campinas e Guarulhos e, em maio de 2010, em São Bernardo do Campo e Osasco. Agora chegou a vez de conquistar a capital. E a expectativa é grande. Em três anos, Josimar Henrique, presidente da companhia, espera obter uma receita anual no estado de R$ 35 milhões.

E, para cumprir esta expectativa, muito trabalho está sendo desenvolvido. A empresa está atuando no Estado com força de vendas própria, onde todos os propagan-distas e gerentes são registrados através de CLT, com todos os direitos trabalhistas preservados. “Trabalhamos com uma estrutura moderna, flexível, onde não necessi-tamos de escritórios. Os gerentes realizam o seu trabalho no campo, acompanhando, treinando e motivando os propagandistas no momento da ação, exercitando um coaching personalizado. Os controles e mensuração são realizados em home office, utilizando modernas ferra-mentas de gestão através do Hebronline e Universidade

Hebron”, explica Antônio José Galli, Gerente Regional da Hebron® Farmacêutica em São Paulo.

De acordo com Galli, as classes médica e farmacêutica estão recebendo muito bem a empresa, valorizando seus diferencias, que é a pesquisa e a inovação. Os produtos trabalhados em São Paulo foram definidos pelo marke-ting da empresa, baseando-se em informações relativas ao mercado farmacêutico brasileiro e paulista. “O foco principal são os produtos de pesquisa: Prostokos®, Flo-rax®, Boldine®, Bromelin®, Endorus®, Ginoflorax®, Imu-noglucan® e Gamax®. Além destes, promoveremos, tam-bém, os lançamentos que estamos realizando em 2010, como Nasolac® e Energiclin®”.

“Entrar no Estado de São Paulo com sucesso é funda-mental para que a empresa atinja a meta de faturar, a partir de 2012, R$ 200 milhões e investir 10% deste va-lor em pesquisa”, conclui Galli.

Mercado internacionalDesde 2004, a Hebron® atua na exportação de medica-mentos. A empresa possui filial no Peru e tem entre seus alvos, para os próximos dois anos, México e Colômbia. Desde 2009, o laboratório mantém um escritório nos Estados Unidos, para prospectar um parceiro local. “O mercado americano de compras em farmácias é de US$

“Ter o domínio completo da tecnologia do ciclo de produção dos produtos é um sonho de qualquer empresa. É algo estra-tégico que a Hebron® conquista e que nos dará segurança para atender à crescente demanda de nossos produtos”.

Bruno Henrique, Diretor Industrial da Hebron®.

“A indústria farmacêutica que se dedica à pesqui-

sa, como é o nosso caso, carece de capital intensivo

para pesquisa. Nesses vinte anos de atividade,

somente agora, nos últimos dois, três anos, o

crédito começou a fluir no País. Mesmo assim,

a pesquisa farmacêutica é investimento de risco,

haja vista que nem sempre aquilo que se está pesqui-

sando transforma-se em produto”.

Josimar Henrique,Presidente da Hebron®.

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250 bilhões. O brasileiro é de US$ 15 bilhões. Teremos um potencial gigantesco de crescimento se formos bem sucedidos em nossa estratégia naquele país”, diz Josimar Henrique.

Em julho deste ano, a Hebron® firmou parceria com a As-pen Pharma, maior indústria farmacêutica da África do Sul, com operação em mais de 100 países. A interação entre as empresas ocorre em via de mão dupla. A He-bron® trará para o Brasil alguns produtos desenvolvidos pela Aspen, ao mesmo tempo que exportará para o con-tinente africano suas pesquisas. Nessa parceria, a Hebron® repassou para a Aspen quatro produtos de sua linha.

Acordo firmado com um distribuidor na Colômbia, que também representará os produtos brasileiros em países da América Central, deve dar impulso às exportações. No momento, os medicamentos da Hebron® estão em fase de aprovação junto às autoridades sanitárias co-lombianas. “Nossa expectativa é que os países latinos respondam por 3% de nosso faturamento até 2014”, afirma o presidente da companhia.

O olhar do PresidenteApós duas décadas atuando no setor farmacêutico, a Hebron® prova que é possível pesquisar no país. “Nosso embate, nesses vinte anos, em todos os foros, fez ver, de forma consistente, que a biodiversidade nacional pode ser aproveitada de forma inteligente e com produto de valor agregado significativo. Nosso discurso despertou o próprio Ministério da Saúde, que incorporou aos seus programas de assistência farmacêutica vários produtos oriundos de nossa biodiversidade. Nesses vinte anos, conseguimos consolidar o conceito elevado de nossa empresa junto ao mercado, ao setor farmacêutico e aos gestores públicos”, comemora Josimar Henrique.Com relação aos futuros produtos, o presidente da Hebron® revela que há diversas frentes em atividades. “Deveremos ser a primeira indústria nacional a trazer ao

mercado o primeiro antibiótico ‘verde e amarelo’ de via biotecnológica. Nos planos de curto prazo ainda estão produtos na área de neurologia e oncologia. Estamos no contexto de pesquisar produtos para doenças negligen-ciadas, aquelas que as grandes indústrias farmacêuticas não investem na pesquisa. Atualmente, pesquisamos uma droga para tratar o calazar, ou Leishmaniose, e há um programa sendo montado para outra enfermidade negligenciada”.

“Entrar no Estado de São Paulo com sucesso é fundamental para que a empresa atinja a meta de faturar, a partir de 2012, R$ 200 milhões”.

Antônio José Galli, Gerente regional da Hebron®

em São Paulo.

Em relação à infraestrutura de produção, a meta é tripli-car a área industrial nos próximos seis meses. Será con-cluído, até o final de 2010, um novo e moderno Centro de Controle de Qualidade, além de uma área de arma-zenagem de insumos com os padrões Anvisa/FDA. Para 2011, está previsto o início da construção do Centro de Medicina Experimental, que será pioneiro entre as em-presas farmacêuticas no país. “Nossa unidade de Bio-tecnologia estará sendo triplicada até março de 2011, incluindo, agora, a produção de quatro matérias primas de origem biotecnológica e produção de produtos inje-táveis. Até maio de 2011, será concluída a mais moderna unidade industrial de processo de matéria vegetal, den-tro do padrão Anvisa/Insumos Farmacêuticos”.

Ao longo de suas duas décadas de vida, a Hebron® co-leciona vitórias. Além dos medicamentos inovadores, vê sua fábrica, em Caruaru (PE), ser modernizada e ganhar novas unidades; sua equipe de pesquisas fechar parce-rias com renomadas universidades e hospitais do mun-do; seus produtos conquistarem não só o Brasil, mas o mercado internacional. Tudo isso com a perspectiva de crescimento continuado. A Hebron® hoje é uma empresa jovem, no auge dos seus 20 anos, mas promete chegar à maturidade e viver por muitos e muitos anos.

Fachada da fábrica da Hebron® em Caruaru - PE

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O Dia da Árvore, comemorado no dia 21 de se-tembro, teve um gostinho especial para a Hebron® Far-macêutica, em 2010. Nesta data, o laboratório inaugu-rou um horto florestal na sua unidade de Caruaru, no Agreste de Pernambuco. O espaço tem uma área de 30 hectares e será ocupado com o plantio de 70 espécies nativas da caatinga e do semiárido. O horto será aber-to a visitas de universidades, escolas e pesquisadores, e tem como objetivos a preservação das espécies nativas e o desenvolvimento de pesquisas científicas.

Segundo dados do Centro de Referência para Recupera-ção de Áreas Degradadas (Crad), da Universidade Fede-ral do Vale do São Francisco (Univasf), em Petrolina, nos últimos cinco anos, cerca de 40% da cobertura vegetal do bioma desapareceram. O Horto Florestal, implantado no quilômetro 136 da BR-232, vai servir de abrigo para espécies ameaçadas de extinção. O local também servi-

rá para a realização de pesquisas de material genético visando o combate à desertificação. “Somos pioneiros na produção de medicamentos fitoterápicos. Temos um bioma único no mundo em vias de sumir. Vamos preser-var e também pesquisar essas espécies”, salienta o dire-tor presidente da Hebron®, Josimar Henrique da Silva.

Além de servir para a realização de pesquisas científicas, o espaço servirá para a troca de material genético com países africanos, para o aprimoramento dos estudos com as espécies do semiárido.

ParceriasA iniciativa foi uma parceria entre o Instituto Agronô-mico de Pernambuco (Ipa) e a Univasf. As 70 espécies foram selecionadas pelo Ipa, obedecendo critérios de importância no combate à degradação do solo e do uso

Horto Florestal inaugurado pela Hebron® será dedicado ao plantio de 70 espécies ameaçadas de extinção

Santuário ecológico para a caatinga e o semiárido

MATÉRIA // HORTO FLORESTAL HEBRON®

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MATÉRIA // HORTO FLORESTAL HEBRON®

medicinal. “O Ipa tem o maior herbário da América Latina. Todas as espécies selecionadas para o horto serão alvos de preservação e estudo. Estamos inaugurando um centro de referência”, afirma o gerente de planejamento do Ipa, Hildeberto Rodrigues da Silva. A Univasf foi a responsável pelo desenvolvimento das mudas que serão plantadas.

Universitários e pesquisadores de todo o mundo po-derão utilizar o cinturão verde para estudos do código genético de espécies, como a baraúna, o umbuzeiro, a catingueira e a aroeira. “Vamos utilizar o material gené-tico para desenvolver pesquisas clínicas e pré-clínicas. Já trabalhamos na produção de medicamentos e queremos continuar com o trabalho, aproveitando a diversidade oferecida na região”, comenta Josimar Henrique.

Josimar Henrique, presidente da Hebron® e Júlio Zoé, presidente do IPA

Placa de inauguração do Horto

No Ano Internacional da Biodiversidade, a preservação é objetivo maior dos pesquisadores. “As estatísticas relacionadas à caatinga são alarmantes. Estamos de-senvolvendo tecnologia para a produção das sementes. Vamos transformar uma área completamente degrada-da em área verde”, diz o professor doutor José Alves de Siqueira, diretor do Crad. O vice-coordenador do Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga, Guaraci Cardoso, acredita que iniciativas como esta são essenciais para a manutenção da vida, para o de-senvolvimento sustentável e para o combate ao aque-cimento global.

Dos 30 hectares, quatro foram plantados na inaugura-ção. O restante será assentado ao longo de dois anos. Estudos também estão sendo realizados para a criação de um zoológico da caatinga no horto.

Josimar Henrique da Silva, presidente da Hebron®, plantando a primeira muda do Horto

Hildeberto Rodrigues, Pr. Eufrázio, Josimar Henrique, Prefeito José Queiroz e Júlio Zoé

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A sociedade vive em constante transformação. No pas-sado, os períodos de transformações mais marcantes estavam relacionados com as grandes descobertas ou com as revolu-ções nos paradigmas vigentes. Hoje, as mudanças ocorrem mais rapidamente, marcadas, além das descobertas, pelo de-senvolvimento tecnológico e pela inovação. Tudo muda ou se reinventa a uma velocidade inimaginável há 20 anos.

Nas últimas duas décadas, a sociedade, que se transformou na sociedade do conhecimento, onde a informação é o prin-cipal ativo, foi “bombardeada” por novos equipamentos tecnológicos. A lista desses instrumentos modernos vai dos clássicos aparelhos de televisão ao contemporâneo celular, que fica menor e com maior funcionalidade a cada lança-mento. Nos anos 1990, o computador pessoal e a internet aumentaram a produtividade econômica, o que se acelerou nos últimos 10 anos com a popularização destes instrumen-tos. Politicamente, houve o advento do terrorismo. No ramo da economia, nações com menor representatividade tiveram aperfeiçoamentos significativos, com a criação de alguns grupos econômicos, como o Bric (grupo de países emergen-tes formado por Brasil, Rússia, Índia e China).

Apesar da prosperidade em algumas áreas, outras não conta-bilizaram um saldo positivo nos últimos 20 anos. Na África, o aumento nos casos de Aids e inúmeras guerras levaram à di-

minuição da expectativa de vida e a pouco crescimento eco-nômico. Crises financeiras nos países em desenvolvimento foram comuns depois de 1994, apoiadas pela globalização. E eventos trágicos, como as guerras nos Balcãs, a primeira Guerra do Golfo e o acirramento do conflito entre Israel e Palestina levaram à idealização do choque de civilizações. E é dentro deste contexto que a revista Hebron Atualidades traz as principais tranformações ocorridas em diversas áreas nos últimos 20 anos.

Política

A década de 1990 começou com o colapso da União So-viética e o fim da Guerra Fria, sendo estes seguidos pela consolidação da democracia, globalização e capitalismo global. Em 1990, numa tentativa de controlar o petróleo do Kuwait, o Iraque invadiu o país e foi rechaçado por várias nações do mundo inteiro, o que ficou conhecido como a Guerra do Golfo. No Brasil, os anos 1990 começaram com instabilidade, com o confisco de poupanças pelo presiden-te Fernando Collor. Outras atitudes impopulares do então presidente, mais tarde, levaram milhares de jovens, mobili-zados por uma forte campanha de mídia, a criarem o mo-vimento “Caras Pintadas” e pedirem seu impeachment. No governo seguinte, de Itamar Franco, o país experimentou

// Por Dênia Sales

MATÉRIA // INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

Duas décadas de inovaçõesAs grandes transformações, marcadas pelo desenvolvimento tecnológico e pela inovação, ocorridas nas duas últimas décadas, vêm produzindo fenômenos importantes nas mais variadas áreas

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Já o sistema de bandas cambiais mostrou fragilidades ao fim da década, tendo impacto no aumento da pobreza. Países subdesenvolvidos, como o Brasil, sentiram mais fortemente os reflexos, devido à volatilidade de suas economias, cujos fluxos cambiais eram mantidos artificialmente através da en-trada de capitais de curto prazo, atraídos pelas altas taxas de juros. Com as reservas cambiais comprometidas, a moeda tornou-se flutuante em janeiro de 1999, após não suportar as pressões especulativas junto à crise russa de 1998.

Passada a fase de turbulências, já nos anos 2000, a econo-mia mundial inicia uma fase de crescimento acelerado, com foco principal nos chamados “países emergentes”. Alguns deles, como Brasil, China, Índia e Rússia ganharam proje-ção mundial. A citação frequente dos quatro países entre os grandes investidores logo levou ao surgimento da sigla Bric. Esta formação ajudou a quebrar o monopólio das decisões da economia mundial, antes concentradas no G7 (Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido). Vale lem-brar que o G7 foi extinto em 2009, em virtude da ascensão do G20, cujos países-membros representam 85% da eco-nomia mundial. Nesta década, também ocorreu a retomada das estatais nos setores estratégicos de infraestrutura.

A fase de rápido crescimento, a partir de 2003, foi interrom-pida no final de 2008, com a crise financeira originada nos Estados Unidos, considerada a maior turbulência dos últimos 80 anos. Desta vez, o Brasil não sentiu tanto como em crises das décadas de 1980 e 1990, apesar de, em 2009, o Produto Interno Bruto (PIB) ter registrado queda de 0,2%, o primeiro recuo desde 1992. A baixa foi bem menor que a observada em outros países: nos Estados Unidos, a queda foi de 2,4%, a maior desde 1946, e a União Europeia teve baixa de 4,1%. Mas, com a crise do subprime, a economia brasileira ganhou holofotes pela rápida recuperação.

Meio ambienteNos últimos 20 anos, no que se refere ao meio ambiente, surgiu a cultura ambientalista e a re-ciclagem. Os materiais biodegradáveis se tor-naram populares e a preocupação por parte das autoridades aumentou. Desde o início do século XX, dedica-se certa preocupa-ção com o meio ambiente. Mas, nas duas últimas décadas, os cuidados foram mais intensos, com divulgação de estudos e alertas sobre aqueci-mento global. O destaque da década de 1990 foi a Cúpula da Terra, também conhecida como ECO 92, organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e realizada no Rio de Janeiro, que contou com a participação de inúmeros países. Durante a conferência, foi proposta a Agenda 21, que tem como base um novo padrão de desenvolvimento ambiental-mente racional.

Vale observar que as décadas de 1970, 1980 e 1990 foram o despertar das nações para a preocupação com o meio am-biente. No entanto, a problemática com os recursos naturais, nestes períodos, foi caracterizada pela participação quase que somente de países ricos. A participação dos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos aconteceu no século

MATÉRIA // INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

estabilidade econômica e crescimento com o Plano Real (1994), que igualava a moeda brasileira ao dólar por meio de uma banda cambial. O então ministro da Fazenda, Fer-nando Henrique Cardoso, que implementou o Real, se ele-geria presidente por duas vezes seguidas naquela década, sendo reeleito após mudar a Constituição.

Já nos anos 2000, a política e a economia mundial foram abaladas após os ataques terroristas ao World Trade Center, nos Estados Unidos (2001), chegando alguns a afirmar que se tratava de um choque entre as civilizações ocidentais e orientais. Este período é marcado, especificamente, pelos conflitos militares entre os Estados Unidos e o Oriente Mé-dio, a chamada Guerra ao Terrorismo, representados pela Guerra do Afeganistão e Guerra do Iraque e pelo apoio dos Estados Unidos a Israel, na Segunda Guerra do Líbano e no conflito israelo-palestino. Chegaram ao fim as ditaduras de Saddam Hussein, no Iraque, e dos Talibans, no Afeganistão. A região também foi marcada por conflitos internos, como a disputa entre Hamas e Fatah, na Palestina, sunitas e xiitas, no Iraque, e Taliban e líderes tribais, no Afeganistão.

Ainda neste período, a União Europeia adotou o Euro como moeda comum entre os países membros do bloco. Fato também marcante foi o abalo sofrido pelo regime socialista de Cuba, devido à misteriosa doença de Fidel Castro. Na América Latina, iniciou-se uma onda de esquerda e antia-mericanismo, representadas, especialmente, pelo presiden-te venezuelano Hugo Chávez. E mais políticos de esquerda, como Lula, no Brasil, Evo Morales, na Bolívia, e Michelle Ba-chelet, no Chile, chegaram ao poder. Dentre as autoridades políticas, ganham destaque Lula, o brasileiro que mais vezes se candidatou à presidência da República do Brasil, e Barack Obama, o primeiro negro a governar os Estados Unidos.

EconomiaA década de 1990 foi marcada pelo início do processo de globalização e pelas privatizações. As grandes economias mundiais entraram em um processo de desaceleração de crescimento devido ao excesso de produção em descompas-so com o crescimento do seu mercado consumidor. A partir dos sinais de estagnação, o foco dos investimentos das mul-tinacionais foi deslocado para os países em desenvolvimento.

O atentado terrorista ao World Trade Center, em 2001, foi o acontecimento internacional mais marcante desta década

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e Lu

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32 // Hebron Atualidades

XXI, momento em que já não se pode ignorar a conservação do meio ambiente para o desenvolvimento e a sobrevivência das futuras gerações. Com isso, nos anos 2000, perecebe-se maior envolvimento da mídia, da população e dos governos, bem como o aumento do número de eventos voltados para a temática.

TecnologiaOs anos 1990 trouxeram o desenvolvimento tecnológico mais rápido da história, tornando popular e aperfeiçoando tecnologias inventadas na década de 1980, como o proces-sador Pentium, da Intel, a popularização do Microsoft Win-dows, o crescimento da internet, a explosão do comércio eletrônico, a popularidade do telefone celular, o surgimento do DVD, o desenvolvimento do sistema Linux, a tecnologia do CD aperfeiçoada no DVD e a dimunuição no preço dos computadores, que, aliás, se tornaram necessidade na edu-cação. Nos anos 2000, os avanços ficaram por conta das ino-vações nos aparelhos e nas tecnologias. Um fato marcante, nesta área, é a convergência tecnológica, tendência de unifi-car vários produtos/serviços de tecnologia numa só platafor-ma ou produto de modo a simplificar a vida do usuário.

/ / Eduardo MorgadoE-mail: [email protected] do Departamento de Computação da Unesp-Bauru e Coordenador do LTIA (Laboratório de Tecnologia da Informação Aplicada da Unesp). Atu-almente, é professor visitante no INSEAD/França, uma das principais escolas de negócios da Europa.

comunicação por voz; e o desenvolvimento das redes sociais, também baseadas na telefonia móvel. As tecnologias direta-mente dependentes da internet caminham um pouco mais lentamente, devido ao elevado investimento necessário para a montagem de uma rede nacional de banda larga, questão que o Brasil tenta resolver através do Prograna Nacional de Banda Larga, por exemplo”, diz Morgado.

Os holofotes, no entanto, estão voltados para a “febre do século XXI”, como é chamado por psicólogos e pedagogos o telefone celular. O aparelho fica menor a cada lançamen-to, enquanto suas funções aumentam, como internet, rádio, máquina fotográfica, filmadora, televisão e mensagens de texto SMS e multimídias MMS. Para Eduardo Morgado, o celular é o protagonista da área de tecnologia nestes últimos 20 anos. “O fato dos celulares, ou dispositivos móveis, terem acesso a redes sem fio, com possibilidade de transmissão de dados, como a 3G e 4G (na Europa), aliado ao seu baixo custo de entrada, fizeram com que eles fossem o equipamento bási-co de iniciação no mundo da convergência e da internet”.

Morgado ressalta, também, que o advento dos dispositivos mó-veis pré-pagos permitiu o uso desses equipamentos por uma faixa da população, de renda mais baixa, que pode administrar seu uso, em termos financeiros, com investimentos prévios.

ComunicaçãoO processo de comunicação conheceu sucessivas transfor-mações decorrentes do aparecimento de novos aparelhos tecnológicos que, por sua vez, possibilitou o surgimento dos meios de comunicação de massa, como a televisão, o rádio, o jornal, revistas e, mais recentemente, a internet e o e-mail. Os dois últimos, popularizados nas décadas de 1990 e 2000, criaram os processos de colaboração, conhecidos como re-des sociais. Orkut, Twitter, Facebook, Myspace, MSN, Skype e blogs são alguns exemplos.

O sucesso é tanto que, atualmente, já se fala em “overdose de redes sociais”, isso porque, cada vez mais, despertam a curiosidade e o interesse de agências e investidores.

As grandes transformações, ocorridas nas duas últimas dé-cadas, vêm produzindo fenômenos importantes nas mais variadas dimensões - econômica, política, ambiental e tec-nológica. Alguns desses fenômenos consistem em transfor-mações ainda em curso, que não produziram todos os seus efeitos potenciais, com destaque para as novas formas de comunicação, desencadeadas pelo desenvolvimento tec-nológico, e para o estabelecimento de um novo processo decisório mundial, desencadeado pela ascensão dos países emergentes (formação do G20). A partir de agora, isso indi-ca que crises globais (econômicas, ambientais, políticas etc.), por exemplo, demandarão soluções globais, onde as deci-sões estarão calcadas em um sistema descentralizado.

“O fato dos celulares, ou dispo-sitivos móveis, terem acesso a redes sem fio, com possibilidade de transmissão de dados, como a 3G e 4G (na Europa), aliado ao seu baixo custo de entrada, fizeram com que eles fossem o equipamento básico de iniciação no mundo da convergência e da internet”.Eduardo Morgado, Professor do Departamento de Computação da Unesp-Bauru.

MATÉRIA // INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

De acordo com Eduardo Morgado, professor visitante no INSEAD/França, uma das principais escolas de negócios da Europa, as grandes transformações ocorridas no campo da tecnologia, nos últimos 20 anos, foram o desenvolvimento das tecnologias convergentes, que fizeram estagnar o dese-nolvimento das tradicionais, como as linhas telefônicas fixas, e provocaram um aumento no número de assinantes da te-lefonia movel. “Somente o Brasil passou de 35.7 assinantes por grupo de 100 habitantes, em 2004, para 89.8/100hab, em 2009, um aumento de 151,5%. Os dados são baseados no relatório ‘Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da Info-mação e Comunicação no Brasil - 2009’, do Comitê Gestor da Informática - CETIC.Br. Aumento semelhante foi detecta-do em países como Rússia, Índia e China”.

“Outras tecnologias poderiam ser citadas, como o aumento do número de transações e-Gov e financeiras, muitas de-las já adaptadas para acesso via telefones móveis; o enorme avanço da comunicação via SMS, que substituiu, em parte, a

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// Por Vivianne Santos

Compromisso social e com o meio ambienteAo longo de sua existência, a Hebron® tem promovido ações pautadas na ética e no compromisso com o bem-estar da sociedade e com a sustentabilidade do meio ambiente.

A responsabilidade social e ambiental se apresenta como um tema cada vez mais importante no comportamento das organizações, exercendo impactos nos objetivos, estratégias e no próprio significado da empresa.

Atualmente, a intervenção dos diversos atores sociais exige das organizações uma nova postura, calcada em valores éti-cos que promovam o desenvolvimento sustentado da socie-dade como um todo. A questão da responsabilidade social e ambiental vai além da postura legal da empresa, da prática filantrópica ou do apoio à comunidade. Significa mudança de atitude, numa perspectiva de gestão empresarial com foco na

qualidade das relações e na geração de valor para todos.

Ao longo de sua existência, a Hebron® tem promovido ações pautadas na ética e no compromisso com o bem-estar da so-ciedade e com a sustentabilidade do meio ambiente. Um dos pilares estratégicos de suas ações é o investimento humano e financeiro em iniciativas que promovam mudanças e melho-rias na qualidade de vida de comunidades e grupos sociais.

Veja a seguir as ações e instituições que a Hebron® contribui e apoia. Todas elas estão alinhadas com os princípios huma-nitários que norteiam a cultura da empresa.

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No Projeto Ramá, crianças e famílias em situação de alta vulnerabilidade social recebem apoio para reestruturar seu ambiente familiar. Com base nos princípios cristãos, jovens e mulheres recebem qualificação profissional, tornando-se capacitados para desenvolver atividades econômicas. Tais ações têm resultado na melhoria da autoestima e na recupe-ração da qualidade de vida dessas pessoas.

Dignidart

A ASEEC® - Assistência Social, Educacional, Evangélica e Científica é uma empresa do grupo Hebron®, fundada em 20 de julho de 1999, com o objetivo de ajudar instituições não governamentais que desenvolvem projetos sociais e educacionais, destinando parte do faturamento do grupo para doação de recursos.

Projeto Amanajé

serviço. A entidade trabalha, também, no desenvolvimento de programas de valorização da cultura indígena com fo-mentação de artesanato e outras atividades.

Projeto Ramá

ASEEC®

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A Hebron® é uma das mantenedoras do Projeto Amanajé, que presta auxílio aos índios da Amazônia, atuando em pro-jetos de educação na língua materna em várias etnias. Um barco hospitalar e odontológico disponibiliza atendimento médico à população local que não tem acesso a este tipo de

A Hebron® está diretamente envolvida na coordenação e ma-nutenção da Dignidart, projeto que capacita mulheres egres-sas do sistema penal para melhor se reintegrarem à socieda-de, através de qualificação profissional, educação, noções de higiene e valorização da autoestima. As integrantes do projeto participam de cursos de artesanato e, no decorrer do aprendizado, produzem mercadorias que são posteriormente vendidas, e o lucro é reinvestido no projeto e repartido entre as participantes. A iniciativa estimula atitudes positivas diante da vida, refletindo ações favoráveis de sociabilidade.

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A Hebron® mantém um programa de doação de produtos para instituições parceiras que possuem ambulatório e para pessoas físicas, com prescrição médica, como forma de me-lhorar a saúde e o bem-estar da população em geral.

Missão Vida

Projeto Lóide

O Projeto Lóide atua na perspectiva de amparar pessoas que não possuem capacidade de se susten-tar economicamente. Sua principal disposição é con-tribuir com recursos finan-ceiros para ajudar no sus-tento de órfãos, viúvas e pessoas carentes que não têm recursos para suprir suas necessidades.

Doação de Medicamentos

RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL //

Projeto Reação em Cadeia

O Projeto Reação em Cadeia trabalha para a transformação pessoal e o desenvolvimento das potencialidades positivas de presidiárias. Através de visitas semanais a presídios femi-ninos, a ação visa ressocializar, através da elevação da au-toestima das mulheres, utilizando-se da educação musical, palestras educativas, noções de higiene e entrega de kits de higiene pessoal. A reintegração social é trabalhada, princi-palmente, através do fortalecimento da noção comunitária, que se estabelece com a formação de um grupo musical.

Certo

Missão Vida é uma organização que objetiva ajudar institui-ções que desenvolvam trabalhos de assistência emocional, psicológica e espiritual, captando e distribuindo recursos para suas parceiras.

A Hebron® é uma das mantenedoras do centro educacional Certo. A instituição direciona seus esforços para o auxílio de pessoas com deficiência física congênita ou decorrente de acidentes, para que possam levar uma vida normal na sociedade, com autonomia e dignidade.

Junior Achievement

A Hebron® contribui com o trabalho voluntário de seus funcionários através da apresentação de cursos a jovens de escolas públicas. A iniciativa visa despertar o espírito empre-endedor, promovendo o desenvolvimento e o crescimento pessoal dos estudantes, trazendo oportunidades para novos

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aprendizados e informações que servirão como base para sua futura vida profissional.

Bolsas de Estudo

Tem como principal objetivo contribuir para a humanização do parto. As ações incluem a doação de medicamentos que favorecem a indução do parto normal e medicamentos que suprem as carências vitamínicas e minerais em gestantes, contribuindo para a diminuição de partos cesáreos nos hos-pitais, favorecendo a melhoria da saúde da gestante. Tam-bém realiza a doação de enxoval para mulheres carentes grávidas.

Projeto Odessac

Entre os valores da Hebron® destaca-se a “Valorização do Colaborador” e o “Profissionalismo”. Baseado nesses valo-res, a empresa mantém um programa de bolsas de estudos para funcionários. O projeto incentiva cursos curriculares, além de incluir os de língua estrangeira, graduação e pós-graduação, investindo na qualificação e melhoria da capaci-tação do colaborador.

Projeto Luz da Vida

Ação da ASEEC® de captação de recursos destinados ao au-xílio financeiro de diferentes instituições do Terceiro Setor. Trabalha ativamente através de instrumentos administrativos para suprir as necessidades ou investir em projetos de ONGs que precisam de apoio.

Projeto Interação

Através de trabalho voluntário, a Hebron® promove a inser-ção de 60 alunos da Escola Pública São Francisco de Assis em práticas esportivas, no espaço da escola, transformando o caráter dos alunos através do esporte, com carinho e de-dicação.

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Projeto Tratamento de Afluentes

AACD - Associação de Assistência à Criança Deficiente

A parceria com esta instituição inclui desde contribuições em medicamentos para auxiliar no bem-estar até a participação na Corrente do Bem, para colaborar para a felicidade de mi-lhares de crianças deficientes atendidas pela AACD.

A Hebron® apoia o NACC através de doações de produtos (alimentos, medicamentos e cosméticos), ações especiais com a participação dos seus funcionários e aquisição de pro-dutos e tickets em eventos desta instituição.

Promover, através de seu processo fabril, a devolução de água limpa ao meio ambiente sem causar qualquer dano aos rios e lençóis freáticos. As Estações de Tratamento recebem o material no estado líquido e realizam processo químico, que tem como objetivo retirar as impurezas da água através do sistema de floculação e, posteriormente, decantação do material indesejado. Depois que a impureza é separada, o material passa por um filtro de areia, onde fica retido todo e qualquer material que não seja água. Após esse processo, a água está pronta para ser devolvida ao meio ambiente.

NACC – Núcleo de Apoio à Criança com Câncer

A Sidon é uma empresa jovem e preocupada com o bem-estar e a melhoria da qualidade d vida. Seu foco está na produção agrícolo-científica, sem agrotóxicos, de insumos qualificados para indústrias químicas, farmacêuticas e cos-méticas, tais como:- Mentha piperita, utilizada como princípio ativo de um impor-tante medicamento fitoterápico, carminativo e antiflatulento.- Borago officinalis, utilizado como princípio ativo de um me-dicamento fitoterápico, indicado nos casos de tensão pré-menstrual, nas mastalgias e alterações funcionais benignas da mama.

Sidon Agropecuária

Ao longo de sua existência, a Hebron® tem promovido ações pautadas na ética e no compromisso com o bem-estar da sociedade e com a sustentabilidade do meio ambiente.

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Único produto de uso intravaginal disponível no Brasil contendo a prostaglandina sintética misoprostol, para maturação do colo e indução do trabalho de parto

Introdução

O parto no Brasil ocorre, em todos os casos de modo natural, apenas nas comunidades isoladas e sem condi-ções de acesso a centros com estrutura de saúde adequa-da. Nessas comunidades as complicações periparto podem trazer danos, sequelas e mesmo morte para a parturiente ou o concepto. Já na outra ponta do sistema, nos cen-tros mais avançados, os índices de cesárias são alarmantes chegando a atingir 80% em hospitais privados. Segundo dados do Ministério da Saúde do Brasil o percentual global de cesárias varia de 32 a 36%.

A volta ao parto normal tem sido gradativa e estimula-da pelos resultados científicos mostrando ao meio médico e às pacientes os benefícios deste tipo de parto para a mu-lher e o concepto. Assim, tem-se procurado utilizar drogas que ajam na mulher de modo mais próximo à normali-dade. A ocitocina vem sendo usada com esta finalidade, porém a paciente necessita de internamento, venóclise, acompanhamento constante de enfermagem, médico e de apresentar certo grau de maturidade do colo.

A busca por um indutor do trabalho de parto, mes-mo com colo desfavorável, que apresentasse praticidade, eficácia, redução dos cuidados hospitalares e baixo cus-to chamou a atenção dos pesquisadores médicos para as prostaglandinas. Destas o misoprostol, derivado sintético da PGE1 (Hofmeyer e cols., 1999), apresenta as caracterís-ticas que se buscava.

Histórico

Desde a década de 1960, sabe-se da participação das prosta-glandinas (PG) (figura 1) no fenômeno de apaga-mento e maturação do colo. Diversas prostaglandinas sintéticas têm sido usadas no mundo para a interrupção da gravidez. Sua disponibilidade tem permitido melhorar sobremedida a taxa de sucesso da indução do parto com colo imaturo, pela sua capacidade de provocar o apaga-mento e maturação da cérvice uterina.

A partir de 1987, foi introduzido e comercializado no país o misoprostol, derivado da prostaglandina E1, apro-vado pelo Ministério da Saúde para tratamento da úlcera péptica. Até recentemente não existia no Brasil a dispo-nibilidade de qualquer prostaglandina sintética para uso específico na maturação do colo. A literatura mundial e brasileira tem demonstrado, entretanto, que o misopros-tol, é muito eficiente na maturação do colo e indução do parto (Macedo RM e cols., 1998; Mariani-Neto e cols., 1987; 1988; Hofmeyer e cols., 1999).

Estudos comparativos com prostaglandinas eviden-ciam que o misoprostol tem-se mostrado tanto ou mais eficaz que outras prostaglandinas (largamente utilizadas em países do hemisfério norte) e que a ocitocina na indu-ção do parto com colo imaturo (Danielian e cols., 1999; Buser e cols., 1997; Kolderup e cols., 1999; Nunes e cols., 1999). Além do que, apresenta facilidade de uso (aplicação no fórnice vaginal posterior), é estável à temperatura am-biente e de custo excepcionalmente baixo, enquanto que a dinoprostona (aplicação intra-cervical) tem custo 200 ve-zes maior que o misoprostol (Belfagre e cols, 2000).

O Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (American College of Obstetricians and Gynecologists: ACOG) recomenda o uso do misoprostol para a indução do parto, particularmente nas pacientes com colo imaturo (ACOG, 2000).

Os primeiros estudos de indução do parto com mi-soprostol foram realizados em pacientes com óbito fetal intra-uterino, em qualquer idade gestacional (Mariani Neto e cols., 1987; Bugalho e cols., 1994), obtendo-se até 100% de sucesso na evacuação do útero sem necessidade de ci-rurgias e sem surgimento de complicações significativas para as mulheres. Desde então, inúmeros estudos têm sido publicados na literatura mundial e nacional, o que tem permitido entender melhor como utilizar este método com maior segurança para o feto e para a mãe, manten-do, ao mesmo tempo, sua alta eficácia como método de maturação do colo e de indução do parto.

Seguindo a experiência mundial, foi lançado no merca-do nacional o novo produto Prostokos®, aprovado pelo Mi-nistério da Saúde do Brasil sob número 1.1557.0044 MS, o qual está regido pela portaria 344 de12/05/98 da ANVISA para maturação do colo e indução do trabalho de parto, contendo 25 microgramas de misoprostol (figura 1).

.Química

As prostaglandinas são produzidas por quase todas as células do organismo humano, com exceção das hemá-cias. Portanto, não têm sítio específico de produção nem tampouco são armazenadas, ao contrário, são produzidas e liberadas. Derivam dos ácidos graxos poliinsaturados contendo 20 átomos de carbono e de 3 a 5 duplas liga-ções em sua cadeia sendo o ácido di-homo-g-linolênico (3 duplas ligações) o precursor da prostaglandina E1. (figura 1) (Glew RH, 1998).

O análogo sintético da prostaglandina E1, misoprostol (C22H38O5), é o [éster do ácido metil (11a, 13E)-11,16-dihidroxi-16-metil-9-oxo-13-en-1-oic] (figura1) (Budavari S e cols., 1996).

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Mecanismo de ação

As prostaglandinas sintetizadas localmente, asim como seu derivado sintético o misoprostol, agem a nível do colágeno cervical provocando alterações na sua es-trutura físico-química promovendo, como consequência, amolecimento, apagamento e maturação do colo, mudan-ças essas que precedem o parto (Faúndes A e cols, 2001). Estimulam ademais, a contração uterina suave como efeito direto sobre os receptores miometriais (Santos LC e cols., 1998) (figura 2).

Farmacodinâmica

Farmacocinética

Estudos farmacocinéticos têm demonstrado que a ab-sorção e eliminação do misoprostol pelo organismo difere muito quando a droga é administrada por via oral ou vagi-nal (Zieman e cols.,1997).

Observam-se níveis séricos máximos 20 a 30 minutos, após a adminis-tração oral de misoprostol , descendo ra-pidamente a cerca de 20% desse valor aos 80 minutos, restando níveis apenas detectáveis até 4 horas da ingestão (Wing DA e cols., 1999).

Seguindo-se a administração vaginal, com a mesma dosagem desta prostaglandina, o pico máximo no soro detecta-se 40 a 60 minutos mais tarde, mantendo-se es-tável, com pequeno declínio até 2 horas da aplicação (Zie-man e cols., 1997). A diminuição dos níveis séricos é lenta, pelo menos até 4 horas após a administração, quando se detectam níveis em torno de 60 a 70% do pico máximo. Desta forma, a área abaixo da curva dos níveis séricos de prostaglandina é cerca de 3 vezes maior quando a droga é administrada por via oral que por via vaginal, o que jus-tifica a observação clínica de que são necessárias doses 2 a 4 vezes maiores, por via oral que por via vaginal, para se conseguir o mesmo efeito (Toppozada e cols., 1997, Wing e cols., 1999, 2000).

Além disso, este estudo farmacocinético demonstra que os níveis obtidos após administração vaginal são mais estáveis, enquanto a administração da prostaglandina por via oral exige doses repetidas a intervalos mais curtos, le-vando a grandes variações entre os níveis, apresentando picos máximos de curta duração e níveis com baixa con-centração nos intervalos.

Devido a estudo como este, a maioria dos autores dá preferência à via vaginal, que é justamente a adotada para uso com o Prostokos®.

(figura 1)

(figura 2)

TRABALHO CIENTÍFICO //

Bioequivalência

Antes de aprovar o Prostokos®, foi demonstrada sua bioequivalência junto ao Ministério da Saúde do Brasil. Vis-to que a grande maioria dos estudos internacionais sobre esta prostaglandina tinham sido realizados com o produto comercializado para tratamento de úlcera gástrica ou duo-denal, com um estudo realizado no Departamento de To-coginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da UNI-CAMP, em colaboração com o CEMICAMP, que comparou ambos os produtos (Prostokos® e o misoprostol importado para tratamento da úlcera péptica).

Foram incluídas mulheres com indicação de indução de parto, com membranas íntegras, colo imaturo (Bishop < 6), com feto vivo e idade gestacional de 32 semanas ou mais, pela amenorréia, que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa.

Os resultados dessa pesquisa demostram que o Pros-tokos® é tão eficaz quanto o misoprostol importado na

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maturação do colo e indução do parto, e não leva a uma maior proporção de complicações ou efeitos secundários maternos, fetais ou neonatais (Faúndes e cols., 2001). (gráfico 1)

para a indução do parto com feto morto (Santos Lc e cols., 1998; Mariani-neto e cols., 1987), e doses de 200 mcg no caso de aborto retido do segundo trimestre (Herabutya Y e cols., 1997).

Intervalo de doses

De acordo com o estudo farmacocinético descrito aci-ma, quando o misoprostol é administrado por via vaginal os níveis sanguíneos mantém-se elevados até pelo menos 4 horas após a aplicação do medicamento. Assim sendo, ao administrar-se uma nova dose dentro desse prazo, ha-verá necessariamente uma superposição de doses e acu-mulação da medicação, fazendo com que os níveis alcan-çados possam ser perigosamente elevados e equivalentes a ter-se administrado de uma só vez, uma dose quase duas vezes maior. Desta forma, para não haver risco de hiperes-timulação, é necessário que o intervalo entre as doses não seja inferior a 6 horas.

No caso do uso de Prostokos® para a maturação do colo em gestante com colo francamente imaturo, em que não há uma urgência imediata para a terminação do par-to, o melhor esquema de tratamento é a administração de uma primeira dose pela manhã (8 horas, por exemplo), seguida de uma segunda dose seis horas mais tarde (14 horas) e uma terceira dose após 12 horas do inicio (20 ho-ras). Caso a mulher não tenha iniciado o trabalho de parto, o melhor é interromper a administração do Prostokos® até às 8 horas da manhã seguinte, se a mulher não tiver ainda uma contractilidade de parto. As doses seguintes, nesse segundo dia, devem ser administradas novamente a cada 6 horas. No caso raro, em que completadas 48 horas des-de o início do tratamento, não se tenha iniciado o trabalho de parto, a paciente deve ser reavaliada. O mais frequente é que tenha havido uma mudança de colo que torna-se fa-vorável à indução do parto com ocitocina (Aquino e Cols., 2000; Birlan M, 2001; Ngai sw e cols., 2000).

Limite de Dosagem

Uma precaução importante para evitar a hiper contrac-tilidade e possível sofrimento fetal é a de não administrar Prostokos® se a paciente já estiver em trabalho de parto, isto é, apresente 2 ou mais contrações uterinas num perí-odo de 10 minutos . Nesta s circunstâncias, o Prostokos® não deve ser utilizado para aceleração do parto devendo-se recorrer à infusão contínua de ocitocina.

Posologia

FETO VIVO - Rotura prematura de membranas

1 comprimido vaginal (25 mcg) - Colo Imaturo

1 comprimido vaginal (25 mcg) - Antes das 36 semanas

Até 2 comprimidos (50 mcg)

Intervalo entre doses: 6 horas

- Prostokos® mesma eficácia do misoprostol importado

- Na maturação do colo- Na indução do parto

Terapêutica

Posologia

Alguns dos primeiros estudos foram realizados utilizan-do doses de 50 a 100 mcg (Bugalho et cols., 1995; Adair e cols., 1998; Danielian e cols, 1999 ; Fletcherecols , 1993; Toppozada e cols., 1997; Rodrigues e cols, 1998; Nunes e cols., 1999). Entretanto, a possibilidade de taquissistolia, hi-pertonia uterina e a síndrome de hiperestimulação uterina com sofrimento fetal, são claramente maiores com doses mais elevadas, enquanto são mínimas com a dosagem de 25mcg. (Araújo CAC e Cols, 1999; Farah LA e cols., 1997; Hofmeyer e cols., 1999; Wing e cols.,1999). Isto motivou que a ACOG recomendasse a dose de 25 microgramas para indução do parto com feto vivo (ACOG, 2000).

O uso do misoprostol, por via vaginal para interrupção da gravidez em distintas idades gestacionais, tem mostra-do que a sensibilidade do útero a essa droga aumenta pro-gressivamente à medida que progride a idade da gestação. Portanto, no caso de indução do parto antes das 36 sema-nas, caso não se tenha obtido uma boa resposta com uma dose inicial de Prostokos® d e 2 5 m c g , é recomendável utilizar 50 mcg (ou seja, dois comprimidos vaginais de 25 mcg) em cada aplicação. Em caso de rotura prematura de membranas, após as 36 semanas de gestação, o misopros-tol pode ser empregado para indução do trabalho de parto na dose de 25 mcg (Wing DA; Paul HR, 1998). Por outro lado, doses ainda maiores, de 100 mcg devem ser utilizadas

Tempo desde início da indução até o parto segundo a via de administração do misoprostol - somente partos vaginais.

(gráfico 1)

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// Bibliografia

1 - ACOG - Committee on Obstetrics Practice. In-duction of labor with misoprostol. Int J Gynecol Obstet 2000; 69: 77-78.2 - Adair CD, Weeks JW, Barrilleaux S, Edwards M, Burlison K, Lewis DF. Oral or vaginal misoprostol administration for induction of labour: a rando-mized, double-blind trial. Obstet Gynecol 1998; 92(5):810-813.3 - Aquino MMA, Cecatti JG. Misoprostol versus oxytocin for labour induction randomized control-led trial. World Congress. Int J Obstet Gynecol, 2000; 70 (suppl 1-4): 28.4 - Araújo DAC, Oliveira LCN, Navarro de Oliveira IC et al. Indução do parto com misoprostol: com-paração entre duas doses. RBGO, 1999; 21(9)527-531.5 - Belfagre P, Smedvig E, Gjessing L, EgebbF TM, Fkland I. A randomized prospective study of mi-soprostol and dinoproston for induction of labor. Acta Obstet Gynecol Scand 2000; 79:1065-1068. 6 - Birlam M. Comparison of low doses of misopros-tol with the traditional use of ocytocin for effective cervical ripening and labor induction. Obstet Gyne-col, 2001; 97 (4 Suppl 1): 567.7 - Budavari S et al. Misoprostol. In: Budavari S (Ed.), The Merck Index. New Jersey: Merck & CO Inc., 1996; 1062 (6297).8 - Bugalho A, Bique C, Machungo F, Faúndes A. Induction of labor with intravaginal misoprostol in intrauterine fetal death. Am J Obstet Gynecol 1994; 171(2):538-541.9 - Bugalho A, Bique C, Machungo F, Faúndes A. Low-dose vaginal misoprostol for induction of la-bor with a live fetus. Int J Gynecol Obstet 1995; 49:149 - 155.10 - Buser D, Mora G, Arias F. A randomized com-parison between misoprostol and dinoprostone for cervical ripening and labor induction in patients with unfavorable cervices. Obstet Gynecol 1997; 89(4):581-585.

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FETO MORTO4 comprimidos (100 mcg)

ABORTO RETIDO8 comprimidos (200 mcg)

Contraindicações

A principal contraindicação formal do Prostokos® é a presença de cicatriz de cesariana. Apesar de alguns au-tores não concordarem (Sanchez-Ramos e Kaunitz, 2000; Choy-Hee e cols., 2001), existem fortes suspeitas de que a administração de misoprostol em mulheres com cicatriz de cesariana anterior, tem um risco elevado de rotura ute-rina, atribuída a um efeito direto da prostaglandina sobre o tecido fibroso da cicatriz (Wing e cols., 1998; Plaut e cols., 1999). Para a ACOG, a presença de cicatriz uterina é contraindicação formal ao uso do misoprostol, o que, associado às evidências existentes, faz com que o PROS-TOKOS® NÃO SEJA UTILIZADO QUANDO DA EXISTÊNCIA DE CICATRIZ NO ÚTERO GRAVÍDICO.

O Prostokos® também não deve ser usado em caso de sofrimento fetal que contra-indique o trabalho de parto, assim como, em outras condições nas quais a indução do parto não é recomendada.

Além das contraindicações obstétricas, o Prostokos® não deve ser usado em casos de alergia reconhecida à prostaglandina, nem em mulheres com doença vas cular cerebral ou coronariopatia grave.

Contraindicações:

Cicatriz uterinaSofrimento fetal graveGestante com doença vascular cerebralGestante com doença coronariana grave

Efeitos Colaterais

Prostokos®, como todas as outras prostaglandinas, pode causar, náuseas, vômitos, diarreia, febre, calafrios e cefaleia. Entretanto, na dose de 25 microgramas e admi-nistrado por via vaginal, estes efeitos indesejáveis são raros (Bugalho A, e cols., 1995).

Conclusão

A disponibilidade de uma prostaglandina para favore-cer a indução do trabalho de parto em gestantes com colo imaturo (índice de Bishop <6) é uma necessidade sentida nas últimas décadas no Brasil. A falta de uma prostaglan-dina no mercado nacional, colocava em desvantagem a Obstetrícia Brasileira e de outros países Latino Americanos, Asiáticos e Africanos, frente aos países mais avançados que dispõem deste tipo de formulação desde a década de 70.

A fabricação do Prostokos® pelo laboratório Hebron® e sua comercialização no Brasil, na dosagem recomendada (25 mcg) para a indução do parto com feto vivo, aumen-tará grandemente as possibilidades de sucesso em casos com colo imaturo. Sua disponibilidade traz o grande bene-fício de conter a dosagem exata recomendada para a in-dução do parto, num produto preparado especifi-camente para uso por via vaginal.

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11 - Choy-Hee L & Raynor B.D. Misoprostol in-duction of labor among women with a history of cesarean delivery. Am J Obstet Gynecol 2001; 184(6):1115-1117.12 - Danielian P, Porter B, Ferri N, Summers J, Templeton A. Misoprostol for induction of labor at term: a more effective agent than dinoprostone vaginal gel. Br J Obstet Gynaecol 999; 106:793 - 797.13 - Farah LA, et al. Randomized trial of two do-ses of the prostaglandine E1 analog misoprostol for labor induction. Am J Obstet Gynecol 1997; 177:364-371.14 - Faúndes A, Cecatti JG, Bestetti H. Resultado da indução do parto com colo imaturo, usando 2 produtos contendo misoprostol. Reprod climatério 2001; 16 (SUPL I): 65.15 - Fletcher HM, Mitchel S, Simeon D; Frederick J; Brown D. Intravaginal misoprostol as a cervical ripening agent. Br J Obstet Gynaecol 1993; 100(7): 641-644.16 - Glew RH. Metabolismo de lipídeos II: Vias do metabolismo de lipídeos especiais. In Devlin TM (Ed.), Manual de Bioquímica com Correlações Clí-nicas. São Paulo: Editora Edgard Blücher LTDA, 1998; 357-361.17 - Herabutya Y, O-Prasertsawat P. Misoprostol in the management of missed abortion. Int J Gyna-ecol Obstet 1997; 56(3): 263-26618 - Hofmeyer GH; Gulmezoglu AM, Alirevic Z. Misoprostol for induction of labour: a systemic re-view. Br J Obstet Gynaecol 1999; 106:798-803.19 - Kolderup L, McLean L, Grullon K, Safford K, Kilpatrick SJ. Misoprostol is more efficacious or la-bor induction than prostaglandin E2 but is it asso-ciated with more risk? Am J Obstet Gynecol 1999; 180(6):1543-1550. 20 - Macedo RM, Ávila I, Gonçalves MM. Estudo comparativo entre Misoprostol e placebo para o amadurecimento cervical e indução do parto. RBGO, 20(8), 457-462, 1998.21 - Mariani-Neto C, Leão EJ, Barreto EMCP, Kenj G, Aquino MMA, Tuffi VHB. Uso de misoprostol para indução do parto com feto morto. Rev Paul Med 1987; 105(6):321 - 324.22 - Mariani-Neto C, Delbin AL, Val-Júnior R. Pa-drão tocográfico desencadeado pelo miso-prostol.Rev Paul Med 1988; 106(4):205-208.23 - Ngai SW, Chan YM, Lam SW, Lao TT. Labor charecteristcs and uterine activity: misoprostol compared with oxytocin in women at term with prelabor rupture of the membrans. BJOG, 2000;

107(2): 222-227.24 -Nunes F, Rodrigues R, Meirinho M. Randomized comparison between intravaginal misoprostol and dinoprostone for cervical ripening and induction of labor. Am J Obstet Gynecol 1999; 181(3):626-629.25 - Plaut MM, Schwartz MI, Lubarsky SL. Uterine rupture associated with the use of misoprostol in the gravid patient with a previous cesarean section. Am J Obstet Gynecol 1999; 180:1535-1542.26 - Rodrigues R, Nunes F, Tiago D, Avillez T, Vieira A, Meirinho M. Induction of labor with intravaginal administration of misoprostol. Int J Gynecol Obstet 1998; 60(3):233-237.27 - Sanchez-Ramos L & Kaunitz AM. Uterine rup-ture associated with the use of prostaglandin E1 in patients with previous cesarean delivery. Am J Obstet Gynecol 2000; 182(4):990-991.28 - Santos LC, Porto AMF, Carvalho MA, Guima-rães V. - Pré-Natal de Alto Risco. In:Santos LC, et al. IMIP. Obstetrícia Diagnóstico e Tratamento. 1a ed. Rio de Janeiro, MEDSI. 1998, 63-68.29 - Santos LC, Porto AMF, Carvalho MA, Guima-rães V. - Óbito intra-uterino. In: Santos LC, et al. IMIP. Obstetrícia Diagnóstico e Tratamento. 1a ed. Rio de Janeiro, MEDSI. 1998, 557.30 - Toppozada MK, Anwar MYM, Hassan HÁ, El-Gazaerly WS. Oral or vaginal misoprostol for induc-tion of labor. Int J Gynecol Obstet 1997; 56:135-139.31 - Wing DA, Ham D, Paul RH. A comparison of orally administered misoprostol with vaginally admi-nistered misoprostol for cervical ripening and labor induction. Am J Obstet Gynecol 1999; 180:1155-1160.32 - Wing DA, Park M, Paul RH. A randomized comparison of oral and intravaginal misoprostol for labor induction. Obstet Gynecol 2000; 95(6):905-908.33 - Wing DA, Park M, Paul RH. Induction of labor with misoprostol for premature rupture of mem-branes beyond thirty-six weks’ gestation. Am J Obstet Gynecol 1998; 179(1): 94-99.34 - Wing DA, Lovett K, Paul RH. Disruption of prior uterine incision following misoprostol for labor in induction in women with previous cesarean deli-very. Obstet Gynecol 1998; 91(5):828-830.35 - Zieman M, Fong SK, Benowitz NL, Banskter D, Darney PD. Absorption kinectics of misoprostol with oral or vaginal administration. Obstet Gynecol 1997; 90(1):88- 92.

TRABALHO CIENTÍFICO //

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Hebron Atualidades // 43

ACONTECE // INSTITUCIONAL

Encontro na Embaixada Brasileira em Washington (EUA)

Da esquerda para a direita: Carlos Ga-delha, Diretor de Inovação da Fiocruz; José Gomes Temporão, Ministro da Saúde; Josimar Henrique, Diretor Presi-dente da Hebron® Farmacêutica; e José Tadeu Alves, Presidente da Merck Sharp & Dohme.

Hebron® protocola consulta prévia no FUMDEC e INVESTE RIO para implantação de uma planta industrial na cidade de Macaé (RJ)

Daniel Setani, Chefe do Departamento de Enquadramento do IN-VESTE RIO; Edmilson dos Santos, Subsecretário de Indústria e Co-mércio/Prefeitura Municipal de Macaé; Jorge Freitas, Consultor Hebron® para novos negócios Industriais; Maria Martha Gameiro, Chefe do Departamento de Operações IV do INVESTE RIO; e Antô-nio Ferreira, Analista da Área de Crédito e Risco/Departamento de Enquadramento do INVESTE RIO.

Negócios em Bogotá (COL)

Guillermo Lopez, Presidente do Laboratório Metlen Pharma, Josimar Henrique, Presidente da Hebron® Farmacêutica, Filipe Guerra, Negócios Internacio-nais Hebron®, em Bogotá, Co-lômbia.

Em Washington (EUA)

Viúva do cientista Albert Sabin ao lado de Josimar Henrique, Di-retor Presidente da Hebron® Far-macêutica, em recente encontro na Embaixada dos EUA, em Wa-shington.

Negócios na Argentina (ARG)

Josias Henrique, Diretor Comercial, Filipe Guerra, Negócios Internacio-nais Hebron®, René Velasquez e Roberto Coppolla, Executivos da Resco da Guatemala, em Buenos Aires, Argentina.

Cleveland, Ohio (EUA)

Filipe Guerra, Negócios Internacio-nais Hebron®, Victor Peroni e Jose-ph Gallucci, executivos americanos, Josimar Henrique, Presidente da Hebron® Farmacêutica, Josimar Hen-rique Júnior, Diretor Financeiro da Hebron®.

Hebron® na Feira Farmacêutica em Buenos Aires (ARG)

Enrique Insausti, Gerente de Marketing da Gramón Bagó de Uruguay, Filipe Guerra, Negócios Internacionais He-bron®, e Pedro Natero, Presidente da Gramón Bagó de Uruguay, no stand da Hebron® na Feira Farmacêutica CPhI South America.

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“Neste 20º aniversário do laborató-rio Hebron®, foi-me solicitado algu-mas palavras sobre meu caro amigo Josimar, fundador, presidente e ins-pirador da empresa. Penso que não expresso só minha opinião, mas de todos aqueles que o conhecem. Ba-talhador, como bom nordestino que é, somado à perseverança, obstina-ção focada, competência, sensibili-

dade comercial e política, honestidade e visão do futuro, não poderia ser outro o resultado obtido após estes anos de trabalho incessante: sucesso. É o que todos lhe desejamos. Vida longa a Hebron®”.

Dante Alario Junior, presidente da Biolab Sanus Farmacêutica

“No início do funcionamento do Labora-tório Hebron®, começamos uma parceria com o Departamento de Antibióticos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Tínhamos uma equipe que traba-lhava com produtos naturais e concluímos um trabalho com a Menta crispa. Como a Hebron®, empresa nacional e de nossa região, acabava de surgir, entramos em contato com seu diretor presidente e nos-so amigo, Josimar Henrique. Começamos uma parceria, surgindo o primeiro fito-medicamento no Brasil à base de Menta crispa, sucesso no tratamento de giardia e ameba. Daí por diante, vieram outros trabalhos, como o Florax, utilizado no tra-tamento de combate ao agente agressor da diarreia, comprovando a parceria He-bron®/UFPE. O Laboratório Hebron® sempre foi uma empresa séria, respeitada e volta-da para os interesses da nossa população. Sempre preocupado com a saúde das pes-soas, é merecedor destas conquistas que vem realizando pelo Brasil e pelo mundo, investindo em pesquisas e cuidando do meio ambiente, contribuindo assim com o crescimento da Região Nordeste. Parabéns a toda família Hebron®, que continue sem-pre preocupada com nossa população. Com Fé em Deus vamos comemorar não só 20, mas 50, 100 anos de existência!”

Edvaldo Santos, professor-pesquisador do Departamento de Antibióticos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

“No momento em que Pernambuco recebe um dos maiores investimen-tos do setor farmoquímico do país, com a instalação da Hemobras e de outras empresas da área de medica-mentos, cumpre celebrar, por dever de justiça, o pioneirismo e a impor-tância do Laboratório Hebron® para o fortalecimento desse importante segmento econômico do Estado. Visão empresarial, arrojo comercial, busca constante de inovação na

gestão, nos processos e nos produtos. Tudo isso justifica o sucesso dessa marcante trajetória. É por isso que, em nome do presidente Jo-simar Henrique, quero parabenizar a todos os que tornam a Hebron® um dos símbolos do Pernambuco que queremos”.

Armando Monteiro, senador eleito de Pernambuco

HOMENAGEM //

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Avaniel Marinho, diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Tecnológica da Hebron® Farmacêutica

“À medida que o projeto Hebron® vai se confirman-do no tempo, observamos a força de um ideal vol-tado para o bem comum. Dentro desse contexto, o exercício empresarial do grupo Hebron®, fundamen-tado na pesquisa, no desenvolvimento e na inovação dá demonstrações inequívocas de que nosso povo e nosso país podem realizar coisas grandes. Vinte anos se passaram rapidamente. Ao analisarmos nossa história, permanece latente o desejo de produzir e de enfrentar outros desafios, como substrato para um crescimento sustentável. Vamos adiante, portanto”.

“Ao longo de seus 20 anos, a Hebron levou à classe médica novos produtos e conceitos, abalizando seu pioneirismo como empresa de pesquisa nas áreas de fitomedicamentos, biotecnológicos e químicos. Parabenizo toda a equipe que hoje dá continuidade ao sonho realizado de ser uma empresa de pesquisa promovendo saúde com saúde”.

Wedja Pires, diretora de Marketing da Hebron® Farmacêutica

“A Hebron® nasceu quebrando paradig-mas: - De ser uma empresa vocacionada à pes-quisa- De estar fora do eixo Rio-São Paulo, sen-do a primeira indústria farmacêutica ética e com tecnologia de ponta a se instalar no Nordeste do Brasil.A Hebron®, hoje, tem a importância e a cara do Brasil futuro”.

Josias Henrique da Silva, diretor Comercial da Hebron® Farmacêutica

“A Hebron® é uma história de coragem, ousadia, persis-tência e determinação”.

Joás Henrique da Silva, diretor Superintendente

da Hebron® Farmacêutica

HOMENAGEM //

“Empreendedorismo, visão e determinação se mantêm nestes 20 anos na conquista de espaço no mundo da tecnologia farmacêutica, usando a diversidade, advinda dos nossos biomas, no bem servir a pacientes no Brasil e no exterior. A credibilidade dos medicamentos, referendada pela expansão da pesquisa científica perante a classe médica e consumidores, é fator preponderante na ampliação do portfólio. Parabéns, Hebron®! O voo será mais longo com o olhar no infinito. Continue ousando”.

Márcio Gueiros, diretor Médico/Científico da Hebron® Farmacêutica

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46 // Hebron Atualidades

HOMENAGEM //

“Trabalho na Hebron® desde outubro de 1996. Sou testemunha do crescimento da empresa, baseado na seriedade, trabalho e inovação. Desde o início da Hebron®, a empresa sempre esteve preocupada em pesquisar e inovar. Enquanto muitas empresas estavam focadas em similares e genéricos, nossa empresa fazia parcerias com univer-sidades brasileiras e estrangeiras e investia pesado em pesquisa. O resultado é visível, mais de 80% de nossa receita vêm de produtos de pesquisa, produtos inovadores, que contribuíram e contribuem com a melhora da saúde da população brasileira. A Hebron® completa 20 anos com uma estrutura invejável. Seus colaboradores são altamente qualificados e trabalham com dedicação e satisfação. São pessoas que cresceram junto com a Hebron® no mercado brasileiro, e trazem orgulho à Hebron® no mercado de trabalho. Sua planta industrial, que passa por uma reforma e amplia-ção, será uma planta moderna, de padrões internacionais. Seu portfólio de pesquisa cresce a cada momento e, com a equipe de pesquisadores e parcerias com centros de pesquisa, promete um grande avanço científico nos próximos anos.

Parabéns Hebron® pelos seus 20 anos. Com esse mesmo espírito e valores cristãos, nos próximos 10, 20 anos, seremos uma grande empresa farmacêutica, não só no Brasil, mas em toda América Latina”.

Josimar Henrique Jr., diretor Financeiro da Hebron® Farmacêutica

“A Hebron®, em seus 20 anos, viveu na prática os valores que pregou. Respeito ao ser humano e valorização do colaborador tornaram-se realidade através de ações, como fim de semana de 60 horas, licença maternidade de 6 meses, entre outras. Prezamos pela qualidade de vida de nossos colaboradores e desenvolvimento contínuo. Acredita-mos que o investimento no ser humano é a base sustentável para o crescimento da empresa”.

Guilherme Pires, diretor de Recursos Humanos e Treinamento da Hebron® Farmacêutica

“Hebron® 20 anos é um marco. Acompanhei de perto a empresa desde sua construção, nos anos 80. Apesar de muito novo, ficava impressionado com a magnitude do empreendi-mento, no meio do agreste pernambucano. Em toda trajetória, vi meu pai, o diretor presidente Josimar, trabalhar duro e com paixão, apesar de todas as dificuldades. Ele acreditava que a ideia Hebron® era inovadora, e ele estava certo. Hoje, 20 anos depois, a Hebron® é realidade. Estamos reinventando a empresa, atuando em todo o Brasil e também em outros países. Está em cons-trução o mais moderno almoxarifado farmacêutico do país. Também está em construção a 2ª etapa da unidade de biológicos, além de uma planta de trata-mento de fitomedicamento. Toda a fábrica passa por reforma. Nos 20 anos da Hebron® ela se reinventa, eu também me reinvento, e você?”.

Bruno de Matos Henrique, diretor Industrial da Hebron® Farmacêutica

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Luís Siqueira (em memória), então presiden-te da AD/Diper, que nos primeiros passos dados pela Hebron® Farmacêutica foi um grande incen-tivador. Vislumbrando o futuro do Nordeste em 30 anos, deu forças para Josimar Henrique não desistir de seu sonho.

HOMENAGEM //

Moisés Kerstman (em memória), proprietário do jornal INFORME, distribuído para todos os exe-cutivos de Pernambuco. Sempre citava a Hebron® Farmacêutica em suas edições, seja com uma ma-téria ou nota.

“Quando penso nos 20 anos da Hebron®, uma palavra vem a minha mente: intrepidez. Intrepidez é ter coragem, é ser arrojado, ousado, atrevido e até afoi-to! A história da Hebron® se mistura com a figura de seu fundador, Josimar Henrique, e com o trabalho de centenas de pessoas que contribuíram para que este espírito aguerrido nunca tivesse fim. De auxiliares de produção a médicos parceiros, de propagandistas a pesquisadores, passando por todos os demais ‘ousados’ que deixaram sua marca nesta empresa. Parabéns Hebron® e todos os que fazem parte desta história! Uma his-tória de compromisso com a pesquisa, de ética, de respeito ao ser humano e de tantos outros valores que, certamente, levarão esta empresa intrépida a com-pletar muitos outros anos de existência!”

Fernanda Monteiro Henrique, diretora Administrativa da Hebron® Farmacêutica

Homenagem da Hebron® aos sempre presentes

“Parabenizo a Hebron pelos seus 20 anos. Certamente é uma data muito importante para todos os que partici-pam direta ou indiretamente. Tivemos muitas dificulda-des e muitas vitórias também. Mas sentimos como Deus nos sustentou e orientou até aqui. Parabéns a toda a diretoria e a todos os funcionários que estiveram conos-co durante esse período. Que Deus possa abençoar e dar, cada vez mais, capacidade a cada um que pertence à Hebron®”.

Giseli Henrique, esposa de Josimar Henrique, presidente da Hebron® Farmacêutica

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NOTAS //

Pesquisadores do Instituto Butantã desenvolveram uma técnica para recuperar a visão de pacientes com lesão na córnea utilizando células-tronco extraídas da polpa do dente de leite. Os testes em seres humanos devem começar em breve, em parceria com a Uni-versidade Federal de São Paulo (Unifesp). “O tecido da córnea precisa ser constantemente renovado, pois as células se desgastam como as da pele”, explica a biomédica Babyla Monteiro, responsável pela pesqui-sa. Essa manutenção, diz ela, é feita por uma região do olho chamada limbo, que fica em volta da córnea. “Mas quando a região límbica é afetada por um trau-ma ou uma doença, a córnea perde a capacidade de regeneração e se torna opaca, comprometendo a vi-são”. Quando o problema afeta apenas um dos olhos, é possível retirar células límbicas do olho saudável do próprio paciente para transplante, explica o oftalmo-logista da Unifesp José Álvaro Pereira Gomes, coautor do estudo. “Mas quando os dois olhos são afetados, a opção hoje é recorrer a um doador. Contudo sempre há risco de rejeição. Com as células-tronco do den-te de leite, esse risco é muito menor.” As células da polpa do dente são incorporadas ao tecido ocular do paciente e recobertas por uma espécie de membrana feita de material semelhante à placenta. Elas, então, se adaptam ao tecido ocular e passam a atuar como células límbicas, reconstruindo a córnea degradada. A técnica vem sendo testada em animais desde 2006. Em março, os resultados foram publicados na revista Investigative Ophthalmology & Visual Science. “Agora vamos testá-la em voluntários que foram submetidos à cirurgia convencional, com células de um doador, mas não obtiveram sucesso, seja por rejeição ou por outro problema”, diz Gomes.

Células de gordura regeneram músculo

Um grupo de pesquisadores brasileiros conseguiu obter células musculares a partir de células-tronco adultas retiradas do tecido adiposo (gordura), num avanço que pode levar à criação de tra-tamentos contra distúrbios, como a distrofia muscular, doença genética que causa fraqueza progressiva e de-generação dos músculos. Em conferência no XXIV Congresso Brasileiro de Neurologia, que aconteceu entre os dias 24 e 27 de agosto, no Rio de Janeiro, Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos do Geno-ma Humano e do Instituto Nacional de Células-Tronco em Doenças Genéticas da USP, apresentou a desco-berta, que será publicada em breve na revista Stem Cell Reviews and Reports. Na pesquisa, Mayana colheu células-tronco adultas do tecido adiposo e de cordões umbilicais. Após serem cultivadas em laboratório, am-bas as linhagens aparentavam ser iguais. Mas, após injetadas em camundongos afetados pela doença, os resultados foram bem diferentes. Enquanto as células-tronco do tecido adiposo aderiram às áreas afetadas e se diferenciaram em células musculares humanas, melhorando as condições das cobaias, as vindas do cordão umbilical não conseguiram realizar a diferen-ciação, permanecendo inertes. “Mostramos que as cé-lulas-tronco adultas têm vocações diferentes para for-mar tecidos dependendo de onde elas foram colhidas. No caso da distrofia, as vindas do tecido adiposo se mostraram melhores”, explica. Por outro lado, ambas linhagens não foram rejeitadas, mesmo sem o uso de imunossupressão, o que as tornam uma alternativa vi-ável para futuros tratamentos. Nesse sentido, o estudo trouxe mais revelações. As células humanas continua-ram a ser encontradas nos ratos até seis meses depois das injeções, mas desapareceram após um ano. Além disso, a aplicação direta nas áreas mais afetadas não foi eficaz. “Isso quer dizer que eventuais tratamentos deverão demandar múltiplas injeções e ser sistêmicos, isto é, por via sanguínea, para chegar em todos os músculos”, diz Mayana. A pesquisadora lembra, no entanto, que os estudos ainda estão em estágio inicial e não há prazo para que um tratamento ou cura da doença chegue aos consultórios e hospitais.

Célula-tronco de dente repara córnea

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PERINATOLOGIA

XX Congresso Brasileiro de PerinatologiaData: 21 a 24 de Novembro de 2010Local: Windsor Barra Hotel

Rio de Janeiro - RJInformações: www.perinato2010.com.br

OTORRINOLARINGOLOGIA

40º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico FacialData: 22 a 26 de Novembro de 2010Local: Centro de Convenções de Natal

Natal - RNInformações: www.aborlccf.org.br/40cbo

CLÍNICA GERAL

International Symposium on Progress in Clinical PacingData: 30 de Novembro a 03 de Dezembro de 2010Local: Roma -ItáliaInformações: www.aimgroup.eu/2010/pacing/

ENDOCRINOLOGIA

14th Asia-Oceania Congress of EndocrinologyData: 02 a 05 de Dezembro de 2010Local: Kuala Lumpur - MalásiaInformações: www.aoce2010.com

EVENTOS // Cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Uni-camp) estão utilizando uma proteína encontrada no veneno da jararaca para colar nervos em reimplantes de raízes nervosas com a medula espinhal. Os pesqui-sadores usam células-tronco da medula óssea e um gel desenvolvido a partir do veneno da cobra para restabe-lecer a conexão entre o sistema nervoso periférico e o central e, assim, restabelecer o movimento em mem-bros afetados. O projeto é coordenado por Alexandre Leite Rodrigues de Oliveira, professor do Departamento de Anatomia, Biologia Celular e Fisiologia e Biofísica. Ele explica que a pesquisa é específica para um tipo de lesão que ocorre na interface do sistema nervoso, co-mum em quedas e acidentes de moto, quando o ombro é deslocado e os nervos se desprendem do pescoço. “A maioria dessas lesões não pode ser revertida e o pa-ciente fica com sequelas”, explica o biólogo. Isso ocorre porque muitos neurônios motores, responsáveis pelo movimento, não sobrevivem ao impacto da lesão, o que inviabiliza o reimplante. O objetivo da pesquisa da Uni-camp é criar mecanismos que viabilizem a sobrevivência dos neurônios motores. “Por isso, é muito importante entender a biologia da lesão. A sobrevivência neuronal melhora as chances de recuperação do paciente e do reimplante ser bem sucedido”, explica o cientista. Os neurônios motores são indispensáveis para o movimen-to dos membros. Nessa lesão específica, eles se ligam às raízes dos nervos, que se unem à medula espinhal. Num primeiro momento, eles apenas usaram as células-tron-co para impedir a morte neuronal. “Essas células não agem para se transformar em neurônios motores. Elas fornecem substâncias importantes para que o neurônio fique mais resistente e sobreviva”, explica o biólogo. Oliveira conta que, com o tempo, essas células-tronco são absorvidas pelo organismo. Resultados preliminares

da sua pesquisa já foram publicados na revista Neuro-biology of Disease. Usando células-tronco da medula de ratos, os cientistas conseguiram dobrar a sobrevida dos neurônios afetados pela lesão. Na segunda etapa da pesquisa, que ainda está em andamento, os cien-tistas fizeram o reimplante com a cola. “Nós coloca-mos células-tronco no gel e usamos para colar as raízes nervosas à medula”, explica o pesquisador. Nos testes feitos na Unicamp, os ratos que receberam o reimplan-te voltaram a andar depois de três meses. “É necessário um período longo para que ocorra a recuperação”, ex-plica Oliveira. A cola usada pelos cientistas da Unicamp é feita a partir da fibrina, que é uma proteína produzida a partir de uma fração do veneno de jararaca. O selante é feito pelo Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu. O próximo passo é aperfeiçoar a técnica.

Alexandre Leite Rodrigues de Oliveira, professor do Departamento de Anatomia, Biologia Celular e Fisiologia e Biofísica da Unicamp

Cola para os nervos

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Editores // Deborah Echeverria e Wedja Henrique Pires

Diretora Responsável // Vivianne Santos

Editora Executiva // Fernanda Araruna

Redação // Dênia Sales

Projeto Gráfico e Diagramação// Meios Comunicação

Editor de Arte // Fellipe Câmara

Revisão Técnica // Márcio Gueiros

Fotografia // Stock Exchange

Arquivos Fotográficos // Odisseu, Hebron

Impressão // Gráfica Santa Marta

Circulação // Quesalon

Tiragem // 42.000 exemplares

Cartas à Redação // [email protected]

Revisão Final // Manuela Freyre e Joana Simplício

A distribuição com exclusividade dos produtos Hebron®, assim como a sua divulgação e promoção em todo o território nacional estão sob a responsabilidade da: QUESALON - DISTRIBUIDORA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS LTDA Rua Manoel César de Melo, s/n, Galpão II, 5 - Distrito Industrial, Alhandra - PB CEP 58320-000 CNPJ/MF: 04.792.134/0001-43 INSCR. ESTADUAL: 16.133.690-6.

Rua das Pernambucanas, nº 282 Sala 601, Empresarial Pernambucanas Center Graças | Recife-PE | 52011-010 81 3224.7571www.odisseu.com.br [email protected]

Hebron Atualidades é uma revista bimestral da Hebron Farmacêutica em parceria com a Editora Odisseu com distribuição para médicos residentes no Brasil. Esta publicação não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressam apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da revista Hebron Atualidades, da Hebron Farmacêutica e da Editora Odisseu.

Presidente // Josimar Henrique da Silva

Diretor Superintendente // Joás Henrique da Silva

Diretora Administrativa // Fernanda Monteiro Henrique

Diretor Comercial // Josias Henrique da Silva

Diretor Financeiro // Josimar Henrique Júnior

Diretor Industrial // Bruno de Matos Henrique

Diretora de Marketing // Wedja Henrique Pires

Diretor Médico-Científico // Márcio Gueiros

Diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Tecnológica // Avaniel Marinho

Diretor de Recursos Humanos e Treinamento // Guilherme Pires

10 anos de Clube Gino// Por Avaniel Marinho

Avaniel Marinho é poeta, médico veterinário e diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Tecnológica da Hebron®.

Alguns especialistas da Administração moderna dizem que o relacionamento é a ferramenta de Marketing mais valiosa do mundo corporativo. Isto nos parece razo-ável, ao percebermos que, apesar de todo aparato tecnológico que dispomos, na atua-lidade, o ser humano continua sendo o fator preponderante nas tomadas de decisões, nas variadas escalas de nossa vida social e profissional.

Na Indústria Farmacêutica – é óbvio, e até numa proporção mais elevada, dado o tra-tamento direto com a saúde –, isso não po-deria ser diferente, posto que a relação com o médico deva ser a mais transparente pos-sível, observando-se os direitos da livre análi-se do conteúdo científico e de propaganda, na direção do receituário, numa relação de-senvolvida a partir do conhecimento mútuo, o que vai balizar, ao final, os resultados de uma parceria profícua e produtiva.

Foi pensando nesse cenário que criamos, há dez anos, o Clube Gino, que nasceu no Recife, da necessidade de termos um canal de relacionamento com os Ginecologistas e Obstetras; um fórum competente para discutirmos assuntos relacionados a essa atividade.

Mas o que é o Clube Gino, na sua essên-cia? Na realidade, trata-se de um grupo de Ginecologistas e Obstetras, como o próprio nome sugere (Gino), que se reúnem perio-dicamente para discutir assuntos da área médica e, não raro, temas multidisciplinares os mais diversos, o que tem sido muito bem recebido pelos membros do Clube. Assim, já tivemos, nesse tempo, palestras sobre Honorários Médicos, Processos Médicos, Marketing no Consultório, Gastronomia, Propriedade Intelectual, Oratória, Educação, Poesia/Literatura, Relação Médico-Paciente, entre outros tantos.

Depois do Recife, criamos outras células do

Clube Gino nas seguintes cidades: Maceió, Caruaru, João Pessoa, Aracaju, Natal, Belém do Pará, Rio de Janeiro e Brasília. Nossas reuniões são padronizadas e ocorrem com uma pauta descontraída e quase informal, com uma palestra, um debate, um momen-to cultural e um jantar de confraternização, oportunidade que temos para estreitar, ain-da mais, nossa amizade.

Temos conseguido, ao longo desse tempo, desenvolver um relacionamento primoro-so. Uma demonstração disto é o baixo turn over dos membros. No Clube Gino Recife, por exemplo, em dez anos de existência, só trocamos 5 componentes. Vale dizer que o Clube é formado por 25 membros em cada cidade. Também fazemos, de quando em vez, viagens do Clube, ora para participar de algum evento de reciclagem, ora para alguma reunião de fim de semana, de con-fraternização.

Enfim, o projeto Clube Gino nasceu e se consolida, no tempo, como um caso bem-sucedido de nosso marketing, o que nos aparece muito salutar e prazeroso. Es-tamos, todos, de parabéns. E fica, aqui, registrado o meu agradecimento a todos os componentes de cada grupo, represen-tados pelos médicos presidentes de cada Clube, a saber: Célia Parahyba – Clube Gino Recife, Kátia Laranjeira – Clube Gino Maceió, Wellington Florêncio – Clube Gino Caruaru, Ildete Caldas – Clube Gino Ara-caju, Wanicleide Leite – Clube Gino João Pessoa, Kleber Morais – Clube Gino Natal, Sílvia Lima – Clube Gino Belém, Cláudia Jacyntho – Clube Gino Rio de Janeiro e Cristina de Jesus – Clube Gino Brasília.

Vamos adiante, imbuídos do propósito de crescermos juntos.

O meu abraço, portanto.

Avaniel Marinho

TUDO A VER // CLUBE GINO

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