revista tela viva 135 - janeiro/fevereiro 2004
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Revista Tela Viva 135 - janeiro/fevereiro 2004TRANSCRIPT
ano13nº135janfev2004
BANCOS DE
IMAGEM �������������������������������������20as opções disponíveis em
arquivo para a produção
TELEVISÃO �����������������������26johnny Saad revela a
nova estratégia da Band
Sempre na Tela
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Figuras����������������������������������������������� �10
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Making�of����������������������������������������� �24
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Agenda���������������������������������������������� �30
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Não�disponivel
editorialNo�dia�17�de�dezembro�aconteceu�na�sede�da�Unesco�a�primeira�reunião�do�grupo�de�espe-
cialistas�que�vai�elaborar�um�anteprojeto�de�convenção�internacional�de�proteção�à�diversi-
dade�dos�conteúdos�culturais�e�expressões�artísticas�nacionais��O�debate�é�fruto�da�Declara-
ção�Universal�sobre�a�Diversidade�Cultural,�elaborada�pelo�organismo�da�ONU��
em�2001,�que�prega�a�preservação�das�culturas�nacionais,�em�tese�ameaçadas�pela�globaliza-
ção�dos�investimentos�em�mídia�e�comunicação��A�idéia�é�que�se�apresente,�até�a�Conferência�
da�Unesco�de�2005,�um�instrumento�normativo�global�que�assegure�a�competitividade�dos�
veículos�e�criadores�de�conteúdo�nos�diferentes�países�
Longe�de�ser�um�debate�puramente�especulativo�ou�acadêmico,�a�questão�da�diversidade�cultural�
mexe�diretamente�com�as�estruturas�da�comunicação�social�nos�países�envolvidos,�em�especial�
daqueles�em�desenvolvimento,�como�o�Brasil��Já�acontecem,�por�exemplo,�no�âmbito�das�negociações�bilaterais�
ou�na�própria�OMC,�exigências�comerciais�que�afetam�diretamente�a�indústria�cultural�e�as�comunicações�(por�
exemplo,�um�país�hegemônico�exigir�que�outro�país�liberalize�seu�mercado�editorial�ou�de�comunicação�de�
massa�em�contrapartida�a�uma�abertura�comercial�na�área�agrícola�ou�industrial)�
O�debate�ganha�especial�importância�no�cenário�que�se�desenha�para�a�mídia�no�Brasil��Por�um�lado,�os�
grupos�de�mídia,�com�poucas�exceções,�enfrentam�sabidamente�enormes�dificuldades�financeiras��O�ambi-
ente�regulatório,�com�a�abertura�dos�30%�ao�capital�estrangeiro,�é�favorável�a�uma�intervenção�externa��
Por�outro�lado,�vemos�os�grupos�internacionais�se�consolidarem�em�grandes�companhias,�cada�vez�mais�
vorazes�na�expansão�de�seus�negócios��É�o�caso�da�recente�aquisição�da�Hughes,�dona�da�DirecTV,�pela�
News�Corp�,�dona�da�Sky�e�da�Fox�(TV�aberta,�TV�por�assinatura�e�cinema),�entre�outros�veículos��Para�dar�
a�cobertura�a�esse�bolo,�as�novas�tecnologias�de�comunicação,�como�a�Internet�em�banda�larga�e�o�tele-
fone�celular�multimídia,�passam�ao�largo�de�qualquer�controle�social�sobre�o�conteúdo,�como�se�percebe�
na�matéria�de�capa�desta�edição��Não�há,�por�exemplo,�como�no�caso�da�TV�aberta�e�dos�jornais,�uma�
obrigação�da�responsabilidade�editorial�estar�nas�mãos�de�brasileiros�
Por�outro�lado,�a�concentração�dos�meios�de�comunicação�dentro�do�próprio�país�não�é�garantia�de�preserva-
ção�dos�interesses�culturais�nacionais��Em�comunicação,�pluralidade,�diversidade�e�democratização��
de�acesso�são�fundamentais��E�isso,�infelizmente,�não�depende�apenas�de�vontade�ou�de�talento��Depende�de�
incentivos,�de�políticas�públicas,�de�regras�modernas�e�claras,�o�que�definitivamente�ainda�não�existe�no�Brasil�
Não�se�trata�enfim�de�xenofobia��O�Brasil�quer�e�precisa�se�abrir�ao�mundo,�e�conteúdos�“importados”�
são�muito�bem-vindos��O�que�não�se�pode�permitir�é�que�isto�aconteça�em�detrimento�de�uma�indús-
tria�audiovisual�forte�no�País,�seja�do�ponto�de�vista�econômico,�seja�do�social�e�cultural��A�iniciativa�da�
Unesco�será�fundamental�para�isto�
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Editor Fernando LauterjungWebmaster Marcelo Pressi Webdesign Claudia G.I.P.
Arte Claudia G.I.P. (Edição de arte, Projeto Gráfico e Ilustração de Capa), Rubens jardim (Produção Gráfica) e Geraldo josé nogueira (Editoração Eletrônica), Depar ta men to Comercial almir Lopes (Gerente), alexandre Gerdelmann e Marcelo Kiyoshi ochi (Contatos), Ivaneti Longo (assistente)
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Sucessão na Anatel
A�solenidade�de�posse�do�novo�presidente�da�Anatel,�Pedro�Jaime�Ziller,�dia�7�de�janei-ro,�em�Brasília,�foi�marcada�por�uma�mani-festação�explícita�do�governo�em�relação�à�manutenção�da�estabilidade�regulatória�do� setor� de� telecomunicações�� A� maior�prova�foi�a�presença�do�ministro-chefe�da�Casa�Civil,�José�Dirceu,�que,�representan-do�o�presidente�Lula,�reafirmou�a�preocu-pação�do�governo�para�que�contratos,�leis�e�regulamentos�sejam�sempre�cumpridos��O� mesmo� cuidado� foi� manifestado,� com�muita�ênfase,�no�próprio�discurso�de�Zil-ler,�e�também�pelo�ex-ministro�das�Comu-nicações�Miro�Teixeira�Mas� um� outro� fato� importante� também�marcou�a�solenidade:�a�referência�e�agrade-cimento�de�Ziller�e�Miro�ao�movimento�sin-dical��O�nome�do�presidente�da�Fittel,�José�Zunga,�foi�mencionado�por�Ziller�juntamen-te�com�os�das�demais�autoridades�presen-tes�à�cerimônia��O�novo�presidente�da�Anatel�disse,�após�a�sua�posse,�que�terá�como�principal�preocu-pação�na�agência�a�viabilização�do�novo�Serviço�de�Comunicação�Digital�(SCD)�Ainda�na�posse�de�Ziller,�José�Dirceu�afir-mou�que�o�governo�já�finalizou�a�proposta�de� alterações� na� estrutura� das� agências�reguladoras,�colocado�em�consulta�públi-ca�no�final�do�ano�passado,�e�que�aguarda�somente� o� final� do� recesso� parlamentar�para�encaminhar�o�projeto�ao�Congresso��“A�questão�é�muito�importante�e�não�pode�ser�discutida�na�convocação�extraordiná-ria”,�disse�José�Dirceu�
Reforma ministerial
Eunício�Oliveira�foi�designado�no�dia�23�de�janeiro�o�novo�ministro�das�Comunicações��O� anúncio� feito� pelo� presidente� Luiz� Iná-cio�Lula�da�Silva�veio�em�conjunto�com�os�
�demais�nomes�da� reforma�ministerial��Miro�Teixeira�assume,�por�indicação�do�presiden-te,� a� liderança�do�governo�na�Câmara�dos�Deputados�Oliveira�ressaltou�que�a�política�do�ministé-rio�será�determinada�pelo�presidente�Lula,�mesmo�sendo�ele�um�integrante�do�PMDB��Em�relação�aos�temas�da�pauta�do�minis-tério�que�está�assumindo,�Eunício�Oliveira�não�entrou�em�detalhes��O�novo�ministro�discorreu�um�pouco�mais�sobre�a�questão�da�TV�digital��Disse�que�é�possível�sim�to-car�as�pesquisas�no�Brasil�por�um�padrão�nacional� e� que� continuará� incentivando�os� trabalhos� nesse� sentido�� Afirmou� que�será� importante� fazer� a� integração� entre�Índia,�China�e�países�da�América�do�Sul,�que�somados�têm�uma�população�de�dois��bilhões�de�pessoas��Para�ele,�a�TV�digital�não�está�consolidada�em�nenhum�país�do�mundo�e,�portanto,�os�dois�bilhões�de�habi-tantes�dos�países�citados�têm�todo�o�direi-to�de�fazer�pesquisas�para�eventualmente�chegarem�a�um�padrão�próprio�Sobre� o� fato� de� ser� radiodifusor,� Eunício�Oliveira�não�vê�impedimentos�ou�conflitos�com� a� pasta� que� assume�� Ele� ressaltou�que�tem�três�rádios�no�interior�de�Goiás�e�do�Ceará,�e�que�essas�emissoras�não�es-tão�participando�de�processos�de�licitação�por�novas�outorgas�No�dia�4�de� fevereiro�saiu�a�nomeação�do�ex-deputado� federal� e� ex-ministro�da�Des-burocratização� do� governo� Sarney,� Paulo�de�Tarso�Lustosa�da�Costa,�para�exercer�o�cargo�de�secretário�executivo�no�Ministério�das�Comunicações��
R$ 65 milhões para o Sistema Brasileiro
Com� o� argumento� de� que� o� CPqD� tem�mais�agilidade�para�contratar,�o�Ministério�das�Comunicações�decidiu�que�caberá�ao�instituto�a�distribuição�da�verba�de�R$�65��milhões�do�Funttel� (Fundo�de�Desenvolvi-mento�Tecnológico�de�Telecomunicações)�
designada�para�o�financiamento�da�ativi-dade� de� pesquisa� do� Sistema� Brasileiro�de�TV�Digital� (SBTVD)�pelas�universida-des��Esta�verba�é�a�primeira�leva�aprova-da� pelo� conselho� do� Funttel,� mas� pode�haver� novos� aportes,� de� acordo� com� as�necessidades� das� pesquisas�� Caberá� ao�CPqD�também�cobrar�e�organizar�o�cum-primento�de�prazos�pelas�universidades��A� fase�mais�esperada�é�o�momento�em�que�os�diferentes�níveis�do�sistema�brasi-leiro�comecem�a�ser�testados,�o�que�pre-cisa�acontecer�até�o�meio�do�ano��Uma�das� principais� preocupações� do� gover-no,�por�outro�lado,�é�que�o�assédio�dos��padrões�estrangeiros�sobre�os�pesquisa-dores�brasileiros�gere�atrasos�e�tumultue�o�processo�de�pesquisas�por�aqui�Serão� oito� projetos� correndo� paralela-mente,� com�atribuições�diferentes�para�cada�uma�das�mais�de�20�universidades�envolvidas�� A� coordenação� do� trabalho�das� universidades� ficará� a� cargo� do�CPqD,�que�criou�uma�diretoria�específi-ca� para� TV� digital,� a� cargo� de� Ricardo�Benetton�Martins,�segundo�o�presidente�do�instituto,�Hélio�Graciosa�Ao� mesmo� tempo,� com� a� nomeação� de�Pedro�Jaime�Ziller,�ex-secretário�de�teleco-municações�do�Minicom,�para�a�presidên-cia�da�Anatel,�a�agência�deve�assumir�um�papel�de�relevância�nos�trabalhos��É�certo,�por�exemplo,�que�o�acervo�de�informações�sobre�os�três�padrões�estrangeiros�existen-te�na�agência�será�agregado�ao�conjunto�de�informações�sobre�o�sistema�nacional��Com�base�nas�informações�sobre�os�qua-tro�padrões,�o�Comitê�de�Desenvolvimento�fará� a� indicação� sobre� qual� sistema� será�adotado�no�Brasil,�no�final�de�2004��
Cota de tela
Nas�últimas�semanas�de�2003,�o�Diário�Oficial� da� União� trouxe� a� aguardada� e�polêmica�definição�da�cota�de�tela�para�filmes�nacionais��No�dia�31�de�dezembro�
Acompanhe aqui as notícias que foram destaque no último mês no noticiário online Tela Viva News.
�tela viva
janeiro | fevereiro de 2004
foi� publicado� o� Decreto� 4�945,� de� 30� de�dezembro� de� 2003,� que� estabelece� que�cada�sala�de�exibição�e/ou�complexo�de�exibição� deverá� ter� pelo� menos� 63� dias�por� ano� dedicados� a� filmes� brasileiros��Essa� cota� deverá� ser� cumprida� ao� longo�do�ano,�não�podendo�ser�concentrada�ape-nas�no�segundo�semestre��O�decreto�esta-belece�também�que�caberá�à�Ancine�criar��regras�que�disponham�sobre�o�número�de�títulos�e�o�período�de�sua�permanência�O�Diário�Oficial�do�dia�31�de�dezembro�de�2003�trouxe�ainda�duas�instruções�norma-tivas�da�Ancine��A�IN�número�21�estabe-lece�os�procedimentos�para�a�apresenta-ção�de�contas�pertinentes�à�aplicação�dos�recursos� incentivados� em� projetos�� Cada�proponente�terá�120�dias�para�apresentar�as�contas�ao�término�de�seu�projeto��Out-ra� instrução� normativa,� a� de� número� 22,�regulamenta� a� elaboração,� a� apresenta-ção�e�o�acompanhamento�de�projetos�de�obras�audiovisuais��Esta�instrução�normati-va�substitui�outras�que�foram�editadas�em�novembro��Condecine e 3%
A�Ancine�anunciou�no�dia�12�de�janeiro�a�arrecadação�de�2003�da�Condecine�(Contri-buição�para�o�Desenvolvimento�do�Cinema�Nacional)��A�Condecine�é�recolhida�antes�da�exibição�ou�veiculação�comercial�de�ob-ras� cinematográficas� e� videofonográficas�nacionais�e�estrangeiras�em�cinemas,�TVs�aberta�e�por�assinatura�e�vídeo,�em�territó-rio�brasileiro��Ao�todo�foram�recolhidos�ao�Tesouro�Nacional�R$�19�524�576,88�no�ano�passado��É�a�maior�arrecadação�da�agên-cia�desde�sua�criação�Já�o�valor�dos�3%�depositados�pelas�pro-gramadoras� de� TV� por� assinatura� para�co-produção� nacional� como� alternativa�ao�pagamento�da�Condecine�em�2003�foi�de�R$�14�228�656,00�Segundo�a�Ancine,�R$�9�064�284,00�reco-lhidos� pela� regra� dos� 3%� já� têm� desti-no� aprovado�� Destes,� R$� 8�684�895,00� já�foram� repassados� para� co-produções�entre�os�canais�internacionais�e�produto-ras�locais�Os�três�maiores�projetos�aprovados�até�o�momento� pela� agência� são� “Mandrake”,�
co-produção� da� Conspiração� e� da� HBO,�com�R$�5�588�163,00�aprovados;�“Animais�do� Brasil”,� da� Filmart� e� da� Fox,� com� R$�911�272,00� aprovados;� e� “Boa� Notícia”,�da�MV�Vídeo�e�da�Turner,�com�R$�525�mil�aprovados�Segundo�a�Ancine,� foram�recolhidos�até�hoje�pela�regra�dos�3%�R$�18�025�829,00�
Ancine determina classificação de produtoras
A�Ancine�publicou�no�Diário�Oficial�da�União�de�30�de� janeiro,�a� Instrução�Normativa�nº�23/2004,� que� regulamenta� a� classificação�das�empresas�produtoras�brasileiras�que�se�habilitam�aos�mecanismos�de�fomento�das�leis�de�incentivo�cultural��A�classificação�das�empresas�obedecerá�ao�seguinte�critério:•� Nível� 1:� empresa� estreante� na� produção�audiovisual�ou�cuja�produção,�em�conjunto,�seja�inferior�a�70�minutos;•�Nível�2:�empresa�cuja�produção�audiovi-sual,�em�conjunto,�seja�igual�a�70�minutos;•� Nível� 3:� empresa� cuja� produção� audiovi-sual,�em�conjunto,�seja�superior�a�cem�minu-tos,�com�no�mínimo�uma�obra�com�duração�igual�ou�superior�a�50�minutos;•� Nível� 4:� empresa� cuja� produção� audiovi-sual,�em�conjunto,�seja�superior�a�210�minu-tos,�com�no�mínimo�uma�obra�com�duração�superior�a�70�minutos;•� Nível� 5:� empresa� cuja� produção� audiovi-sual,�em�conjunto,�seja�superior�a�280�minu-tos,�com�no�mínimo�duas�obras�com�dura-ção�superior�a�70�minutos�cada�
De�acordo�com�a�Instrução�Normativa�da�Ancine,�cada�empresa�de�produção�pode-rá�utilizar�mecanismos�de�incentivo�obede-cendo� limites� estabelecidos� conforme� o�seu�nível��Os� limites�para�cada�nível� são�os�seguintes:•��Proponente�nível�1:�até�o�montante�de�
R$�300�mil;•��Proponente�nível�2:�até�o�montante�de�
R$�2,5�milhões;•��Proponente�nível�3:�até�o�montante�de�
R$�5�milhões;•��Proponente�nível�4:�até�o�montante�de�
R$�10�milhões;•��Proponente�nível�5:�até�o�montante�de�
R$�20�milhões�
Copa é fundamental para Globopar
Um� dos� grandes� desafios� do� grupo�Globo� no� processo� de� renegociação�de� suas� dívidas� é� a� Copa� do� Mundo�de� 2006,� garantem� fontes� que� acom-panham�o�processo�de�discussão�com�os�credores��O�grupo�teria�que�desem-bolsar,� pelo� contrato� celebrado� antes�da� Copa� de� 2002,� cerca� de� US$� 240��milhões��Já�deixou�de�pagar�a�primeira�parcela� desse� montante� (que� venceu�em�meados�de�2003)�e�renegocia�o�to-tal��Jorge�Nóbrega,�membro�do�conse-lho�de�administração�do�grupo,�diz�que�esse� assunto� é� um� dos� vários� pontos�que�estão�sob�severas�cláusulas�de�con-fidencialidade�no�processo�de�renego-ciação�e�que,�portanto,�não�são�comen-tadas�pela�Globo�Segundo� informações� apuradas� junto�a� fontes� de� mercado,� a� Globo� estaria�buscando,� como� parte� do� acerto� com�os�credores,�valores�bem�mais�modes-tos� para� os� direitos� da� Copa� de� 2006��Algo�em� linha�com�o�que�as� redes�de�TV� no� México� pagaram� pela� Copa� de�2002� (cerca� de� US$� 18� milhões),� oca-sião�em�que�a�Globo,�pagando�US$�210��milhões,� cobriu� 25%�de� toda� a� receita�da�Fifa�com�o�Mundial��Os�números�da�negociação�atual�não�são�comentados�pela� Globo�� Outras� informações� dão�conta�de�que�a�Globo�teria�pedido�aos�credores� liberdade� de� negociar� até� o�montante�de�US$�50�milhões�pelos�direi-tos� da� Copa,� teto� negado� pelo� comitê�de�negociação�Outro�tema�na�ordem�do�dia�das�nego-ciações� da� Globo� é� a� participação� do�grupo� na� operadora� Sky�� Segundo�Jorge� Nóbrega,� essas� conversas� tam-bém�não�estão�concluídas��Em�2002,�o�grupo� reduziu� a� sua� participação� em�favor�da�News�Corp��para�evitar�compro-metimento� com� aportes� de� capital�� O�mesmo�deve�acontecer�agora,�com�dilui-ção�da�posição�da�Globo�na�operadora�de�DTH��Ao�mesmo�tempo,�a�Globo,�que�não�deve�sair�totalmente�da�sociedade,�negocia� garantias� de� distribuição� de�seu�conteúdo�pela�operadora�
�tela viva
janeiro | fevereiro de 2004
Criação coletiva
O filme de final de ano produzido pela made para o Bradesco teve uma inovação. No comercial, vários “anos”, representados por atores, estão reunidos fazendo previsões sobre a carreira do novo ano (2004). A criação foi de Gustavo Soares e Jose Delboux, da Publicis Salles Norton. A novidade está no método adotado pela produtora. Foi formado um núcleo criativo, que se reúne semanalmente para troca de idéias e experiências e que opina sobre tudo o que é produzido. Em algumas produções são formadas duplas ou times que se complementam. Para o comercial do Bradesco, por exemplo, se juntaram Willy Biondani, que atuou na direção de arte e fotografia, e luiz villaça, que se concentrou na direção dos atores. O núcleo criativo da Made é composto ainda por Geórgia GuerraPeixe, Maurício Lanzara, Ricardo Pichi Martirani e Paulo Gama.
Outdoors vivos
A campanha de Smirnoff Ice que estourou em outdoors de todo o Brasil ganhou sua versão televisiva com vinhetas contendo frases tão bemhumoradas quanto as impressas. A princípio, as vinhetas reproduziriam exclusivamente o visual dos outdoors, incorporando, inclusive, o formato wide screen. Mas depois a equipe da produtora arte animada sugeriu agregar alguns elementos novos.Os filmes foram feitos a partir das artes dos outdoors, rasgadas a mão e escaneadas para reproduzir o efeito desejado. A animação foi feita com a técnica de stop motion, e o computador foi usado para trabalhar as texturas do papel. A direção do filme é de Fernando Coster, Celso Soldi e Caio Zilli, e a criação, da J. W. Thompson, é assinada por Kiko César e Luiz Risi, com direção de criação de André Pinho.
Idéias no espaço
Walter de Assis, da Satmeeting, foi o vencedor do segundo prêmio Star One, na categoria Profissionais. O prêmio é uma iniciativa da operadora de satélites (subsidiária da Embratel) para fomentar e divulgar o uso da tecnologia satelital. Foram préselecionados 40 trabalhos, dos mais de 200 recebidos, que foram submetidos a um júri que considerou os aspectos de inovação e os resultados de cada projeto. O trabalho vencedor, coordenado por Assis, foi um treinamento realizado na rede varejista de todo o País para a promoção dos cigarros Kent, da Souza Cruz, realizado exclusivamente via satélite.Na categoria Acadêmico, o prêmio foi para Fernando Stancato, da Universidade do Norte do Paraná, pelo projeto Unosat, que consistiu na construção, teste e operação de um nanosatélite de 8 kg por alunos de graduação.
Fotos: Divulgação
ppv nacional nos eUa
A estudiosmega, através de seus produtores associados Rosaldo Cavalcanti e Jorge Guimarães, está vendendo no mercado norteamericano um evento de surfe para o payperview, através da In Demand, que tem acesso a 60 milhões de domicílios. Tratase da competição Tow in World Cup, de ondas gigantes — são pelo menos 12 metros de altura —, que acontece no Havaí, na praia de Jaws. A dupla vencedora (surfista e rebocador) leva um prêmio de US$ 100 mil, patrocinado pela produtora. De acordo com os organizadores, é a primeira vez que um evento dessa modalidade esportiva é oferecido no sistema de payperview. No caso de usuários com HDTV, a transmissão é gratuita.
Toró e falta d’águaDe um lado, a falta de água que sempre paira como uma ameaça sobre São Paulo. De outro, os temporais que efetivamente castigam a cidade. Mesmo com chuvaradas durante
todo o verão, a Sabesp está veiculando uma campanha de conscientização para evitar o desperdício de água. É a primeira campanha criada pela Giovanni, FCB para a compa
nhia, com criação de Aaron Sutton, Bob Kincey, David Romanetto, Murilo Lico e Renato Lopes e direção de criação de Aaron Sutton. A produção é da GW, com direção de Caio Abreia.
procura documentada
“33”, longametragem no qual o diretor Kiko Goifman procura sua mãe biológica a partir de dicas de detetives de São Paulo e Belo Horizonte, entra em circuito comercial paulistano em 12 de março. Para realizar o documentário, o diretor entrevistou as pessoas envolvidas no caso, sua mãe adotiva, irmã, babá e o médico que intermediou a adoção. Durante a busca foi realizado um diário online, através do qual o diretor relatou sua aventura, recebendo de seus leitores pistas fundamentais. O título do filme referese ao número de dias que o diretor se impôs para a investigação e, ao mesmo tempo, à sua idade então (33 anos). “33” foi selecionado para o Festival de Locarno (Suíça) em 2003, mesmo ano em que foi eleito um dos favoritos do público da Mostra BR de Cinema — Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
especial na mTv
A MTV Brasil está exibindo o especial feito pela fuzo produções que documenta a gravação do último CD do Rappa, “O Silêncio que Precede o Esporro”. Durante três meses, a equipe da Fuzo acompanhou a rotina de gravação do novo trabalho do Rappa. Cenas com ensaios, gravações em
estúdio e entrevistas com os integrantes da banda compõem o programa dirigido por Bernardo Palmeiro. A parceria da Fuzo com O Rappa também gerou “Reza Vela”,
videoclipe da primeira música de trabalho do novo CD. Além desse, a Fuzo também já produziu os videoclipes “Ninguém Regula a América” (O Rappa e Sepultura) e “Tumulto ao Vivo”. Para completar, a equipe está produzindo o primeiro DVD do grupo, que deve ser comercializado a partir de abril de 2004.
Investimentos
A Sony anunciou uma venda de US$ 1,5 milhão em equipamentos para a redeTv!. A emissora comprou um switcher DVS9000 e 11 câmeras DXCD50, além de acessórios para áudio e vídeo. Em outro negócio de peso, a fabricante japonesa anunciou a venda de equipamentos da família HD para a Casablanca. A produtora comprou câmeras HDWF900 (foto) e VTRs HDWF500, que deverão ser usados na novela “Metamorphoses”, que tem estréia prevista para março na Record.
União de forças
A AD Line e a Crosspoint passaram em janeiro a atuar conjuntamente na venda, integração, treinamento e suporte de equipamentos de vídeo e mídia digital. Com a parceria, o gerente de negócios da Crosspoint, Celso Penteado, passa a atender no escritório da AD Line, em São Paulo. O escritório carioca da Crosspoint também passa a atender em nome da nova empresa, bem como as outras representações locais. A AD Line/Crosspoint comercializa sistemas da Apple, Avid, Curious Software, Digidesign, Leitch, Medea, Newtek, Pinnacle Professional e Broadcast, Sony, Telestream, vi[z]rt, Wohler.
recursos para 21 longas paulistas
parada 450 anos
Na categoria produção, foram selecionados os seguintes filmes, que receberam R$ 500 mil cada:• “Alice”, de Chico Teixeira;• “Bodas de Papel”, de André Sturm;• “Boleiros 2”, de Ugo Giorgetti;• “Encarnação do Demônio”, de José
Mojica Marins;• “Minha Vida de Goleiro”, de Cao
Hamburger;• “Não Por Acaso”, de Philippe Barcins
ki;• “O Homem Que Inventou Uma His
tória de Cinema”, de Luiz Alberto Pereira;
• “Onde Andará Dulce Veiga?”, de Guilherme de Almeida Prado;
• “Uma ou Duas Coisas Sobre Ela”, de Beto Brant.
Na categoria finalização, foram escolhidos:• “Contra Todos”, de Roberto Morei
ra, com R$ 195 mil;• “Estórias de Trancoso”, de Mário
Sérgio Loschiavo, com R$ 195 mil;• “Família Alcântara Um Encontro
com a Tradição Cultural AfroBrasileira”, de Daniel Sola Santiago, com R$ 78.628;
• “Jogo Subterrâneo”, de Roberto Gervitz, com R$ 22.264;
• “Nina”, de Heitor Dhalia, com R$ 109.422,06;
• “Person”, de Marina Person, com R$ 109.422,06;
• “Vale a Pena Sonhar”, de Stela Grisotti e Rudi Bohm, com R$ 70.263,88.
Na categoria Comercialização, os longas apoiados foram:• “1,99 — Um Supermercado que Ven
de Idéias”, de Marcelo Masagão, com R$ 110 mil;
• “Aurélia Schwarzenega”, de Carlos Reichenbach, com R$ 60 mil;
• “Como Fazer um Filme de Amor”, de José Roberto Torero, com R$ 110 mil;
• “De Passagem”, de Ricardo Elias, com R$ 100 mil;
• “O Prisioneiro da Grade de Ferro (autoretratos)”, de Paulo Sacramento, com R$ 120 mil.
O Programa Extraordinário de Fomento ao Cinema Paulista selecionou 21 longas que foram contemplados com R$ 5,78 milhões nas modalidades produção, finalização e comercialização. Promovido pelo Governo do Estado de São Paulo e coordenado pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, o programa conta com recursos oriundos de empresas estatais do Governo do Estado de São Paulo e do banco Santander/Banespa, e aplicados através da Lei do Audiovisual.
A Parada 450 Anos, festa em comemoração ao aniversário de São Paulo, em janeiro, foi patrocinada pela operadora de telefonia celular Vivo e produzida pela Tv1 eventos. A estrutura contou com 12 espaços reservados para oficinas de arte, prática de esportes urbanos, gastronomia, salão de beleza ao ar livre,
apresentação de teatro, sessões de massagem, alongamento e yoga, exposição de fotos, recreação infantil entre outros. Na organização, trabalharam 1,5 mil pessoas, além de 1,6 mil seguranças e 125 bombeiros. Um show com vários artistas no Vale do Anhangabaú finalizou a comemoração.
� tela viva janeiro | fevereiro de 2004
Cinema regional
A recémcriada Associação de Produtores e Cineastas do Norte e Nordeste começa o ano “se mobilizando em torno da cinematografia regional”, diz o presidente da associação, rosemberg Cariry. Segundo o cineasta, a associação está se articulando para fazer um levantamento da produção cinematográfica nos estados das regiões Norte e Nordeste. Este material renderá uma mostra iti
nerante, que deverá passar por todos os estados da região, e ainda um catálogo com as produções.Buscando a regionalização da produção, a associação vem dialogando com instituições regionais, governos estaduais e com o Ministério da Cultura. “Queremos diversidade e reciprocidade”, diz Cariry. “É importante manter a região aberta para todos os cineastas que queiram produzir com a temática nordestina, mas queremos que as verbas sejam distribuídas de maneira mais justa”, explica o presidente da associação.
Superprodução nas dunas
Não é sempre que um comercial brasileiro ganha status de superprodução. Mas a nova campanha da linha de produtos para o cabelo Elsève Solar, da L’Oreal, exigiu recursos acima da média. Para começar, as locações eram nos Lençóis Maranhenses e o prazo — para variar — apertadíssimo. Os números falam por si: foram cinco toneladas de equipamentos (boa parte vinda de São Paulo), 41 latas de negativos, 15 carros tração 4 x 4 e 40 operários contratados na cidade de Lençóis só para o transporte do material.A produção foi feita em parceria entre uma produtora francesa, encarregada da direção, e a Academia de Filmes, que deslocou pessoas de São Paulo e Rio de Janeiro para o projeto. Todo o cenário teve de ser construído, e incluía cortina d’água e uma plataforma para acomodar a modelo Ana Beatriz Barros. A criação é da McCannErickson Rio.
De lei
O advogado marcos alberto Sant’anna Bitelli, um dos mais conhecidos especialistas em questões de comunicação, lançou pela Editora Revista dos Tribunais o livro “Direito da Comunicação e da Comunicação Social”, em que aborda toda a regulamentação brasileira sobre cinema, vídeo, televisão, TV a cabo, TV digital e Internet. Com informações de quase 20 anos de estudos sobre mídia, o livro é dirigido ao público em geral, estudantes, advogados e profissionais de mídia. O advogado aborda a história de cada veículo, seus problemas durante os diversos governos no Bra
sil, as interferências sofridas, bem como a criação da Agência Nacional do Cinema (Ancine). Ao mesmo tempo, o livro menciona uma série de projetos de leis que ameaçam atingir estes setores e faz ainda uma análise do fenômeno da convergência tecnológica dos meios de propagação dos conteúdos.Bitelli destaca diversos limitadores da comunicação, desde os problemas de direitos autorais até a censura, passando por direito dos consumidores, dos menores e adolescentes, e
principalmente o tema da “dignidade da pessoa humana”. Além disso, constam do trabalho todas as alterações feitas na Constituição Federal no capítulo da Comunicação Social, bem como as propostas de regulamentação da “ética” nas televisões.A TV digital e seu papel na inclusão digital das populações menos favorecidas também são analisados no livro. Como não poderia deixar de ser, o trabalho se encerra com uma análise da Internet e seus problemas. Informações na Editora RT, pelo telefone 08007022433.
academia de clipes
A produtora academia de filmes começou o ano estreando dois clipes de estrelas nacionais. Para produzir o clipe “Sorte Grande”, a cantora baiana Ivete Sangalo foi filmada numa casa de espetáculos de Salvador, com direção de Hugo Prata e fotografia de Adriano Goldman. A produtora aposta em “Enquanto Houver Sol”, dos Titãs, para o próximo Video Music Brasil (VMB), prêmio oferecido pela MTV aos melhores clipes do ano. Assinam a direção Oscar Rodrigues Alves e o designer Luciano Cury, que responde pela direção de arte.
Fotos: Divulgação
fanático por filmes de terror e ação, andré Kapel experimentou um pouco de cada função quando cursou cinema na faap.
nos curtas que fizemos tentei de tudo. não podia ser diretor de fotografia, porque sou estrábico. Tentei ser gaffer, mas não deu certo. Direção de arte e cenografia ainda faço um pouco, mas é muito real para mim. Como nunca tinha ninguém que fizesse efeitos especiais, acabava fazendo em todos os filmes. e percebi que queria continuar fazendo isso. meu pai é artista plástico, então sempre tive facilidade de lidar com os materiais.
Hoje ainda se divide entre os efeitos especiais, a produção de documentários e a direção de seus próprios filmes, em parceria com um grupo de amigos com quem fundou o movimento Cinema de Trincheira. A intenção do grupo é contar histórias de ação, explorando novas linguagens e trabalhando com orçamentos sob medida para cada projeto, sem “viagens” — exceto no roteiro. Um dos pontos do manifesto do grupo, não por acaso, é “o que não está na cena, não está no set”.
Depois dos projetos desenvolvidos na faculdade, André começou sua carreira em longas e curtasmetragens, em atividades como maquiagem de efeitos, assistência de direção de arte e efeitos especiais. Participou das produções, entre outros filmes, de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de André Klotzel; “Bellini e a Esfinge”, de Roberto Santucci Filho; e “Sonhos Tropicais”, de André Sturm, onde trabalhou pela primeira vez com Arnaldo Zidan, responsável pelos efeitos como um todo. A parceria se repetiu em “Amarelo Manga”, no qual André fez maquiagem de efeitos.
O gosto pelo gore (efeito típico de filmes de terror) aproximouo do diretor Dennison Ramalho, que dirigiu o curta “Amor só de Mãe”. O filme se baseia na música “Coração Materno”, sucesso de Vicente Celestino que conta a história de um homem apaixonado, desafiado pela mulher a arrancar o coração da mãe como prova de amor. É nesse filme que André demonstra sua habilidade para criar efeitos sangrentos impressionantes. Favorecidos
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KAPEL
pela direção e pela fotografia afinadíssimas, o filme convence em cada cena — principalmente no momento crucial, em que o coração da mãe é arrancado.
O segredo dos filmes de ação e de terror é que sejam bem decupados. O diretor precisa saber bem o que quer e ensaiar os atores de acordo com a necessidade dos efeitos. muitas cenas de luta não dão certo, porque o diretor resolve mudar tudo na última hora, ou o ator decide improvisar. Isso é muito comum no Brasil, mas é fundamental seguir um plano. filme que depende de efeito especial precisa ser coreografado.
Nem sempre o trabalho depende de um grande orçamento. Com materiais simples, criatividade e planejamento, é possível conseguir ótimos resultados. para o efeito funcionar, é preciso criar o clima, não deixar que seja muito explícito. O cérebro tende a pegar o que viu e juntar com o que já conhece, por isso não é preciso mostrar tudo. mas a marcação tem que ser seguida à risca, senão fica falso. O material que mais uso para criar órgãos internos é goiabada. O sangue é feito de glucose de milho com corante alimentício, que sempre é mais seguro contra alergias. Intestinos a gente faz com tripas de boi e doce de leite. e para mostrar vermes se mexendo usamos arroz com cola de sapateiro, e esquentamos por baixo.
É fundamental também que o efeitista tenha bons conhecimentos de fotografia. pre ci sa mos saber que cores vão ser usadas, porque disso depende o resultado do efeito. num curta, fiz a maquiagem de uma mulher espancada, cheia de hematomas. na hora da filmagem, o diretor pediu uma gelatina vermelha. Toda a maquiagem sumiu, era como se a mulher estivesse limpa. Como era um curta, conversamos e mudamos a luz, senão não ia aparecer nada.
Hoje André é responsável pelos efeitos do seriado “Turma do Gueto”, da Rede Record. Lá ajuda a coreografar as lutas e a preparar os tiroteios, que são uma constante em todos os episódios. Gosto de tiros, mas gosto mesmo é de efeitos gore.
� Sophia Capua,� que� morou�por�mais�de�12�anos�fora�do�Brasil�(Nova� York,� Inglaterra,� Austrália� e�Itália),�é�o�novo�reforço�da�Acade-mia�de�Filmes�Internacional��No�Bra-sil�há�um�ano,�Sophia�passou�pela�agência�Contemporânea�e�pela�pro-dutora�Proview�
�Gus ta vo Brandau�é�o�novo�diretor�de�cena�da� Casanova� Filmes,� de� Porto� Alegre�� Ex-TGD,�Brandau�vem�atuando�no�mercado�publicitário�há�três�anos�e�tem�em�seu�portifólio�trabalhos�para�clientes� como� Unimed,� Universitário,� Zero� Hora,�Angeloni�(SC),�Lojas�Colombo�e�Lojas�Arno�
�O�departamento�de�planejamento�da�agência�QG�será�rees-truturado��Debo ra nitta�assume�como�diretora�de�pla-nejamento,�trazendo�mudanças�e�autonomia�maior�à�área��Debora,�que�trabalhou�nos�últimos�três�anos�na�Lew,Lara�e�anteriormente�na�Talent�e�na�Salles,�será�responsável�pelo�planejamento�da�QG�São�Paulo,�QG�Rio�e�QG�Sul�
O� diretor� andrés Bukowinsky,� da� ABA�Filmes,�emplacou�duas�indicações�para�o�Festival�Internacional�do�Novo�Cinema�Latino-americano,�que�aconteceu�em�dezembro�de�2003�em�Havana�(Cuba)��Estreante�na�direção�de�ficção,�o�veterano�publicitário�exibiu�os�curtas-metragens�“Helena”�e�“Habeas�Corpus”,�ambos�feitos�em�vídeo�
� As� emissoras� ligadas� ao� grupo� da� Igreja� Universal� do�Reino�de�Deus�estão� trocando�alguns�de� seus�executi-vos�� viní cius de Carvalho� deixou� a� presidência�da�Record�no�Rio�de�Janeiro�para�ser�o�superintendente�da�Rede�Mulher��Em�seu�lugar�no�Rio,�assume�ale xandre raposo,�até�então�diretor�da�TV�Itapoan,�filiada�da�Record�em�Salvador��Júlio César ribeiro,�que�era� o� superintendente� da� Rede� Mulher,� passa� a� ser� o�novo�diretor�da�TV�Itapoan�
�Dois�programas�dedicados�a� infor-mar� sobre� o� cinema� estrearam� em�fevereiro�na�rede�SescSenac�de�Tele-visão�(STV)��“Curta�STV”�tem�roteiro�e�direção�do�cineasta�luís Carlos Soares�e�apresentação�de�Juliana Garavatti��O�programa�tem�como� cenário� o� bar� do� CineSesc,�
sala�de�cinema�instalada�na�Rua�Augusta,�em�São�Paulo,�de�cujo�bar�é�possí-vel�assistir�aos�filmes��A�cada�semana,�apresenta�um�curta�e�uma�entrevista�com�seu�diretor��“Janela� Eletrônica”� é� apresentado� e� dirigido� por� francisco César filho, o Chiquinho (foto)�e�aborda�as�diversas�formas�de�arte�eletrôni-ca,�percorrendo�os�principais�eventos�da�área�no�País��Você�confere�o�“Curta�STV”�às�sextas-feiras,�às�23h,�e�o�“Janela�Eletrônica”�às�segundas,�às�20h30�
� A� produtora� paulista�Open� Films� acaba� de�contratar� vivian amodio� (4)� e�Carol pessini (5)���Vivian�vem�da�O2�e,�na�Open,�cuidará�da�parte�de�atendimento��Carol,�que�trabalhava�na�Produtora�Associados,�assume�o�posto�de�coordenadora�de�produção�da�Open�
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Fotos: Divulgação
Combustion no mac
A Discreet já começou a distribuição do Combustion 3 para o Apple Macintosh. Apresentado no início de janeiro, o Combustion 3 é a mais recente versão do software de animação, pintura vetorial, efeitos visuais e composição 3D para desktops. Com um ambiente de trabalho intuitivo, o aplicativo de efeitos visuais já vem com edição integrada, o que permite aos usuários serem mais produtivos ao realizarem os tipos de tarefas de edição mais costumeiramente necessários para os artistas de efeitos, diretamente dentro da aplicação. Usando expressões baseadas em JavaScript, é possível criar facilmente animações complexas, ao eliminar o trabalho repetitivo.Ainda, as ferramentas de pintura vetorial e de interface de animação do software permitem criar e dar saída a animações no formato Macromedia Flash. Com o uso do plugin RE:Flex, da RE:Vision Effects, que acompanha o produto, distorções e fusões são dirigidas através das ferramentas de rotoscopia do Combustion 3, em vez de uma grade de pontos de trama. Outros novos recursos e melhorias no software incluem: pincéis personalizáveis, conjuntos de configurações que podem ser salvos, marcadores de linha de tempo e outros.
www.discreet.com
Transição para HD
A Grass Valley/Thomson anunciou em evento voltado a jornalistas no mês de janeiro, em Nova York, o novo switcher Kayak HD. Desenvolvido para uso em broadcast, programação ao vivo e em estúdio, o novo produto completa a linha de switchers compactos 1 M/E Kayak, que já conta com 175 unidades instaladas no mundo.Segundo o gerente de negócios da Grass Valley no Brasil, Jaime Fernando Ferreira, o novo equipamento chega ao mercado para as produtoras e emissoras que ainda produzem em SD e estão iniciando ou se preparando para a produção em alta definição. “É uma alternativa para novos caminhões (unidade móvel) e estúdios, que já ficam equipados para trabalhar por muitos anos”, explica.O Kayak HD suporta os formatos HD 1080i e 720p, podendo trabalhar também nos formatos SD de 525 linhas (NTSC) e 625 linhas (PAL). O equipamento pode trabalhar em rede, permitindo ainda combinar vários switchers, controlados
por um único painel. A interface do aparelho é intuitiva e conta com um monitor touchscreen, facilitando sua operação.Totalmente digital, o Kayak HD conta com 16 entradas, quatro saídas e processamento de vídeo de 10 bits, 4:2:2. Além disso, vem como padrão com um canal de efeitos digitais, podendo ser expandido para até quatro canais.
Como opcionais estão o Chromatte, para chroma key, e o corretor de cores RGB. O equipamento ocupa um espaço de três RU (unidades de rack).A Grass Valley/Thomson anunciou ainda dois pacotes de equipamentos para a transição à TV digital adequados principalmente a emissoras de pequeno e médio porte. O Grass Valley HD Production Kit Package, voltado à produção, vem com duas câmeras LDK 6000, o novo Kayak HD e mais roteadores e sistemas modulares. Já o Grass Valley Playtoair Package, voltado à exibição, vem
com o master control Maestro e um servidor Profile PVS 3000, com 730 Gb.
www.thomsongrassvalley.com
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novo media 100
A Media 100 anunciou em janeiro a nova versão da solução de edição e efeitos 844/X. A versão 3.0 conta agora com novos efeitos em tempo real e multistream. Entre as novidades está o Advanced 10Bit Keying, que permite trabalhar com um bilhão de cores e traz novos controles, incluindo RGB, luma e transparência. Ainda, o novo 844/X suporta metadados baseados em XML, permitindo importar metadados do Media 100i e do iFinish.O 844/X ganhou um novo processamento para 3D DVE (edição de vídeo digital), além de novas configurações. Com isso, é possível processar até oito canais simultâneos de efeitos 3D, além de um número ilimitado de layers de efeitos visuais.Além disso, o produto ganhou uma série de ferramentas que melhoram o fluxo de trabalho. Entre elas estão o Color Change Filter, que permite selecionar um ou vários pixels da tela e alterar os ajustes de cor, saturação e contraste somente da área selecionada ou da área nãoselecionada; Direct Manipulation, para manipular a posição, o ponto âncora e a escala de uma imagem de vídeo diretamente da janela de visualização, entre outros.www.media100.com.
Todos os ambientes
A Pinnacle lança a versão 5.6 de toda a família de produtos Liquid (Chrome, para correções em temporeal; Blue, para ambientes broadcast multiformato; e Silver, para edição em MPEG2). Entre os melhoramentos estão novas ferramentas para autoração de DVDs e suporte para trabalho em rede. Agora é possível criar e editar títulos de DVD, VCD e SVCD com menus e botões animados e links automáticos diretamente do timeline de edição. Além disso, o encoder MPEG está mais rápido e gera imagens com melhor qualidade. Graças ao suporte ao padrão MXF, é possível realizar o tráfego de arquivos MPEG entre os editores e os servidores da Pinnacle MediaStream.Outra novidade é que, quando usados em rede, os produtos Liquid podem editar o material enquanto o mesmo é capturado. Com o comando Mark used clips todos os clipes já utilizados na edição são marcados e identificados automaticamente quando o editor tentar reutilizálos na mesma edição, evitando assim repetições indesejadas.Com o lançamento do Liquid 5.6, toda a família Pinnacle Liquid agora roda em plataformas Windows XP. O Liquid Chrome 5.6 conta ainda com a capacidade de capturar e executar vídeo DV 1394. www.pinnaclesys.com.
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C
Celulares ganham recursos multimídia e atraem os olhares dos grupos de mídia.
Convergência, interatividade. Estas palavras foram repetidas à exaustão nos anos do boom da Internet, quando se pensou que aconteceria uma revolução nas mídias convencionais. Não foi bem o que aconteceu. A Internet acabou por complementar os conteúdos da TV, jornais, cinema e rádios e foi aos poucos sendo acomodada dentro do guardachuva maior dos grandes grupos de mídia. E as palavrinhas mágicas foram perdendo o impacto e acabaram quase desaparecendo do vocabulário dos analistas e estudiosos do setor.
O que ninguém podia prever é que tão pouco tempo depois elas retornariam com força, mas dessa vez não no computador ou no settop box da TV a cabo, mas no telefone celular, que em poucos anos tomou conta do seu mercado principal, o de transmissão de voz, e agora se sofistica e passa a ser visto como um novo veículo de comunicação multimídia.
Alguns números para se entender o tamanho da coisa: os celulares passaram de 7,25 milhões de aparelhos em 1998, ano da privatização das telecomunicações no Brasil, para mais de 40 milhões no final de 2003. Em setembro passado, aliás, os aparelhinhos móveis ultrapassaram o número de telefones fixos instalados no País. Ao mesmo tempo, o padrão analógico AMPS foi sendo gradualmente substituído pelas tecnologias digitais TDMA, CDMA e GSM, presentes hoje em 98,5% dos apare
lhos (veja gráfico na pág. 18).Tem mais: enquanto não chega a famosa tercei
ra geração (3G), com altíssima capacidade de banda e serviços avançados, que está dando só agora seus primeiros passos na Europa, as redes brasileiras acrescentaram funcionalidades da chamada 2,5G, ou segunda geração e meia, que inclui transmissão de dados a velocidades relativamente altas, e surgiram no mercado aparelhos altamente sofisticados, equipados com telas coloridas, tons polifônicos, câmeras fotográficas e processadores capazes de rodar aplicativos desenvolvidos em Java ou Brew, as duas principais plataformas do mercado.
Alguns serviços já são sucesso de público, como os ringtones (toques de campainha). Operadoras como Vivo e Tim comercializavam em dezembro de 2003 mais de um milhão de downloads por mês cada uma, e o número vinha aumentando. Outro sucesso é o SMS, ou short message. São as mensagens curtas de texto que o usuário pode enviar para outro aparelho ou para um provedor de serviço. Só a Vivo registrava no fim de 2003 cerca de 100 milhões de mensagens/mês.Os serviços adicionais do celular já são uma febre
A nova convergência
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entre os jovens (e nem tão jovens) em países orientais como a Coréia (onde 30% da população é cadastrada em algum site de jogos online) e na Europa. Começam a pegar fogo também nos EUA, através de operadoras como a Verizon e AT&T Wireless. No Brasil não será diferente, e logicamente os principais grupos de mídia nacionais, em especial as televisões, estão de olho grande em cima deste novo veículo, seja para despejar nele seu conteúdo, seja para impedir a competição de uma nova mídia.
TchanDentro da Globo, o celular é visto como uma nova mídia, e um grupo de trabalho envolvendo as empresas do grupo (jornais, rádios, TV e Internet) estuda os formatos e serviços que serão oferecidos. O grupo é liderado pelo portal Globo.com, que é o braço de “novas mídias” da Globo. Ainda para 2004, o grupo da família Marinho pretende lançar um pacote de serviços para telefones móveis concentrando os conteúdos de todos os seus veículos. “Os conteúdos já são desenvolvidos pelas diferentes empresas do grupo, como os jornais, rádios e TV. Chegamos à conclusão de que era melhor organizar isso tudo e lançar uma coisa só, de grande porte. O formato disso, se vai ser um portal ou outra coisa, está sendo definido”, conta o diretor de marketing do Globo.com, Frederico Monteiro. Mas ele não deixa margem para dúvidas: “As Organizações Globo estão no mercado de telefonia móvel, e queremos uma posição de destaque. Já fizemos muita coisa, mas vamos fazer dez vezes mais do que hoje”.
Como exemplo maior do que já está “no ar”, ele cita o Big Brother Brasil, cujo formato é apropriado para a interação com o público. “O espectador pode votar pelo celular,
andrémer mels [email protected]
“a Globo está no mercado de (conteúdo para) telefonia celular e queremos uma posição de destaque.”
Frederico Monteiro, da Globo.com
A nova convergência
temos jogo de perguntas (quiz), pode baixar arquivos de áudio e até ouvir o que está acontecendo na casa ao vivo, pelo serviço Spyline”, conta. Este serviço, aliás, havia gerado até o final de janeiro cerca de um milhão de minutos de tráfego, quando a expectativa inicial era de 200 mil.
Os números são mesmo de espantar. E vêm aumentando. “O número de votos por celular para o BBB4 está sendo muito maior que no BBB3. Calculo que sejam mais ou menos um terço dos 17 milhões de votos que recebemos até agora, o que dá quase seis milhões”, conta Monteiro. Isso só confirma a força que um grupo de mídia tem quando põe seu conteúdo na rede celular. Quando foi feito o BBB1, os votos por SMS foram em número maior que todas as mensagens de SMS geradas até aquele momento no Brasil por todas as operadoras.
A presença da Globo no celular não se restringe às fofocas e intrigas do BBB. Conteúdos como notícias, esporte ou piadas do Casseta e Planeta já estão há cerca de dois anos nas redes móveis, através de uma parceria com o portal Blah (ligado originalmente à Tim). Em um campeonato de surf de Santa Catarina transmitido pelo SporTV (da Globosat), toda a votação dos melhores atletas foi feita por SMS.
Não�disponivel
Não�disponivel
O SBT fez uma parceria com a operadora Tim e o fabricante de aparelhos Nokia para comercializar o “Celular do Milhão”. O assinante do serviço recebe perguntas por SMS e responde no próprio aparelho. É um exemplo de interatividade que não depende nem mesmo de o usuário estar assistindo ao programa. Mas o foco atual das emissoras está em aplicações que permitem ao espectador participar da atração.
“Estamos hoje muito focados na interatividade”, conta Roberto Franco, diretor de tecnologia do SBT. A emissora fez recentemente a votação da nova loira do grupo “É o Tchan”. “O número de votos foi bastante expressivo”, relata.
Segundo Carla Affonso, diretora geral da Endemol Globo, jointventure do grupo holandês, criador de programas como “Big Brother” e “Fama”, com a emissora brasileira, um contrato de licenciamento de um formato de programa já contempla todas as possibilidades de veiculação, inclusive os serviços via celular. No caso do BBB, maior sucesso da empresa no Brasil, pela primeira vez, nesta quarta edição, estão sendo usados recursos além da votação por SMS. “Ainda usamos um pouco menos de recursos aqui que na Europa, onde estes serviços são mais disseminados,
mas já tem muita coisa nova vindo e para esse ano teremos ainda mais ofertas disponíveis”, conta Carla.
A vantagem deste recurso para os programas não é só a audiência que ele gera, mas também seu benefício para o próprio conteúdo. “O programa fica mais interessante”, diz a executiva, “em outros países, por exemplo, temos programas de games que são inteiramente baseados na interatividade. Na Europa o SMS é uma febre, e a participação do público com esse recurso é maior que quando usamos só a resposta por voz ou por Internet”, conclui.
Nesse raciocínio entra uma constatação interessante. O celular parece ser bem mais adequado à interatividade com a TV que a Internet. Afinal, muitas vezes a TV e o computador estão em cômodos diferentes, e na prática o espectador, para interagir com o programa, tem que sair da TV e ir ao PC, ligar o micro, conectarse... Enquanto o celular se parece mais com o controle remoto. Sem sair da TV, o usuário pode se manifestar com poucos toques do teclado.
A Endemol, aliás, tanto acredita no celular como dispositivo de entretenimento que tem uma empresa que desenvolve aplicativos apenas para os aparelhos móveis, a Overloaded (www.overloaded.com), e no final de janeiro anunciou uma jointventure com a italiana GSMBox, com 50% de participação cada uma, para desenvolver aplicativos para celulares. Com sede em Milão, a EndemolGsmbox S.p.A. começará atuando na Inglaterra e irá explorar os formatos da Endemol para dispositivos móveis.
e as teles?Um pontochave para entender a equação dos serviços móveis é o papel das operadoras celulares na cadeia de valor do negócio. São elas, afinal, que detém a ponta final do
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“Os contratos de licenciamento hoje contemplam todas as possibilidades de veiculação.”
Carla affonso, da Endemol Globo
CElulARES no BRASIl (em�milhões�de�assinantes)
Fonte:�Anatel
Analógico
Digital
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serviço, o assinante. Como o serviço é relativamente novo, não há ainda um modelo único de negociação definido para a distribuição do conteúdo. No caso dos joguinhos e downloads de ringtones e imagens, o modelo mais aceito é o de “revenue sharing”, ou seja, a receita do serviço é compartilhada entre a operadora, o broker (agregador e distribuidor dos aplicativos) e o desenvolvedor. No caso dos conteúdos de mídia, no entanto, a equação pode se complicar. Afinal, fica difícil definir quem está agregando valor a quem. Em alguns casos, a operadora não cobra nada do provedor do conteúdo, entendendo que será remunerada pelo tráfego de minutos que serão gerados pela aplicação. Em outros, pode haver um revenue sharing. Há casos em que a operadora é quem paga para ter determinado conteúdo.
“As negociações (com as teles) têm sido muito duras”, conta Carla. “Ninguém quer pagar por conteúdo, querem revenue sharing. Mas com conteúdos como o BBB elas têm visto que há uma grande sinergia entre nós”, resume.
Segundo Roberto Franco, do SBT, os acordos operacionais vêm ganhando maturidade, e os preços cobrados do assinante pelo SMS estão mais
adequados. “Começaram cobrando o valor do 0300 (serviço via voz), mas estão vendo que isso tem que aumentar, para remunerar toda a cadeia”, diz Franco.
Outro nó é a possibilidade de transmissão de conteúdos de vídeo pelo celular, já possível em alguns modelos e que tende a se disseminar rapidamente. No entendimento de executivos de radiodifusão, isso traz novos componentes ao debate.
“Quando você transmite vídeo, há problemas de direito, tem que se tomar muito cuidado”, diz Franco. O problema, segundo ele, é similar ao que ocorre com a Internet. “A TV tem responsabilidades enormes, cláusulas constitucionais a cumprir, tem que respeitar direitos dos autores, tem artistas contratados. A Internet ou o celular, só porque são tecnologias diferentes, não têm nada disso, não têm obrigações sociais. Isso deveria entrar na discussão da TV digital, porque o que eles fazem também é TV, só que em outro aparelho, então tem que haver o controle social do conteúdo, tem que ser regulado, saber quem é responsável. Não dá mais para se regular só pela tec
nologia. Podemos perder o controle social destes meios”, completa.
Segundo o advogado especialista em comunicação Marcos Bitelli, o celular traz problemas semelhantes aos da Internet no que se refere às questões de direito da comunicação. E muitas destas questões ainda não estão resolvidas nem para a Internet, que já existe há alguns anos, ressalva.
Um dos problemas é como enquadrar este veículo. É uma mídia? Está sujeito ao mesmo controle que os veículos tradicionais?
“O que acontece se você usa o celular para publicar um noticiário? Você vira um publisher? Pode ser enquadrado nos Artigos 221 e 222 da Constituição, que trazem uma série de exigências (finalidades educativas e culturais, promoção da cultura nacional, propriedade de brasileiros etc.)?”, pergunta o advogado.
Segundo ele, estas questões ainda não ganharam vulto porque estas mídias não são vistas como veículos capazes de produzir comunicação de forma consistente, então o mundo jurídico não está atento a elas. Mas na Internet isso já preocupa, principalmente por causa dos “telejornais” online. “Como fica isto? Só porque não estão na TV eles não têm que ter as responsabilidades de um jornal convencional, como jornalista responsável, propriedade de brasileiros, registro?”, explica. Em resumo, há um vácuo regulamentar para estes meios, que são posteriores à Constituição de 1988. Ela cita apenas a figura dos serviços de “comunicação social eletrônica de massa”, mas não define o que sejam.
Já na questão dos direitos individuais, seja direito de autor, marca ou imagem, o advogado deixa claro que o meio “não faz a menor diferença. Quem publica tem que ter autorização”.
“Quem transmite vídeo tem que ter as mesmas responsabilidades sociais que as empresas de comunicação.”
Roberto Franco, do SBT
Encontro
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AA busca cada vez mais constante por otimizar os investimentos de produção está colocando em alta os bancos de imagens. Muitas vezes uma produção audiovisual precisa de uma cena praticamente inviável de ser captada, mas que é facilmente encontrada para ser adquirida. Por exemplo: até que ponto é vantagem captar uma cena aérea sobre a avenida Paulista, ou uma cena submarina de um peixe raro, ou de um pingüim em seu habitat natural? Se essa cena não tiver nenhuma especificidade, pode muito bem ser comprada de uma empresa que a contenha em seu acervo. É mais fácil e mais barato.
Atualmente, existem muitas empresas atuando nesse nicho de mercado. Algumas são grandes, com origem no exterior, como a Getty Images/Image Bank Film; outras são brasileiras que representam companhias internacionais, como a Stock Photos e a Telenews. E, enquanto algumas empresas se dedicam exclusivamente a fornecer imagens para os interessados, há as produtoras e emissoras de televisão que decidiram disponibilizar seus arquivos como forma de ter mais uma fonte de receita, como por exemplo as produtoras Grifa e Canal Azul e a TV Cultura.
Outra característica que pode ser observada diz respeito aos acervos: várias empresas têm se focado em assuntos específicos, facilitando a busca de produtoras e agências de publicidade. Ou seja, há acervo especializado em cenas aéreas, cenas submarinas, agricultura, pecuária, meioambiente, assuntos ligados à cultura alemã, natureza e cultura da região Norte e Nordeste do Brasil, Carnaval baiano, assuntos relativos ao Estado de Pernambuco etc.
Uma das grandes empresas do setor é a Getty Images, fundada na Inglaterra em 1995 por Mark Getty e Jonathan Klein. Ela começou com a comercialização de fotos e algumas imagens de vídeo no sistema royalty free (todos os royalties dos cineastas são pagos na aquisição das imagens). A alavancagem no nicho de imagens em movimento aconteceu em 1999 ao adquirir as empresas norteamericanas The Image Bank (fotos) e Image Bank Film, então da Kodak. Apenas
em 2001, porém, é que essas coleções chegaram aos escritórios no Brasil, segundo Silvia Ferreira, assistente de marketing da Getty do Brasil.
Atualmente, a Getty Images dispõe de imagens de cinco empresas pelo sistema royalty free e todo o acervo do Image Bank Films — esta última trabalha com direitos gerenciados, ou seja, o pagamento é feito por período e por peça determinados. Ivelise Vaicekauswkis, atendimento do Setor de Filmes da companhia, explica que as imagens royalty free são mais dirigidas ao uso corporativo e exigem investimento menor, enquanto que as do Image Bank são de qualidade superior e têm custo maior. “A coleção do Image Bank Film é toda captada em 35 mm, e no Brasil temos tudo telecinado em Beta digital”, afirma Ivelise, completando que o acervo é composto atualmente por 730 fitas. “Se o cliente precisar podemos fornecer também o interpositivo dos Estados Unidos”, diz ela.
A Getty mundial já forneceu cenas para filmes como “Matrix 2”, “Homem Aranha” e “Deus é Brasileiro”,
além de séries como “Sex in the City”, entre muitos
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bancos de imagem
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Fotos: Divulgação / Getty Images
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outros. Atualmente com sede em Seattle (EUA), ela realiza com freqüência pesquisas criativas para os anos seguintes e avisa cineastas sobre os temas de interesse. Os melhores materiais são englobados ao banco de imagens da companhia. De acordo com Silvia, há muito pouco material de produtores brasileiros, mas ela acredita que o “aumento da qualidade da produção audiovisual nacional de filmes e fotos pode alavancar negócios daqui para frente”.
A Stock Photos, que tem banco de imagens de vídeo desde 1995, é uma empresa brasileira que representa com exclusividade no Brasil a norteamericana Corbis Motion (cujo proprietário é Bill Gates), a inglesa OmniMovie e a canadense Bigshot, além de várias outras, segundo Rita Perran Augusto, da Stock. Ela foi fundada em 1989 por Marcelo Brodsky, atual sócio da empresa, com um grupo de fotógrafos da agência Angular (que em 1994 vendeu sua participação para Marcos Scheliga, hoje sócio e diretor da empresa). Brodsky também abriu empresas com o mesmo perfil em oito países latinos, entre eles Chile, México e Espanha, criando assim a rede Latin Stock, da qual a Stock Photos faz parte. Ao todo, são cerca de
cinco mil horas de cenas de filmes para comerciais, em 35 mm.
Agora é a vez da Telenews Service entrar numa nova fase. A produtora de documentários e de programas de TV, com que atua desde 1989, e mais recentemente atuando com filmes de ficção, decidiu criar seu banco de imagens há cerca de cinco anos, baseado em seu acervo próprio de produção. No final do ano passado, Leonardo Dourado, da Telenews, foi procurado pela British Movietonews Limited, de Londres, empresa com cerca de duas mil horas de imagens de arquivo em movimento e algo como 120 itens referentes a temas brasileiros, a maioria temas antigos, em película. Desse contato saiu uma parceria de representação na América do Sul, incluindo Brasil, através da qual haverá a partir de março um link do site da Movietonews para o da Telenews. “Em breve estaremos recebendo e armazenando em nosso escritório no Rio de Janeiro perto de 60 horas de material em Beta para consulta e venda a clientes locais”, revela Dourado, que detalha como principais vantagens ter acesso a um arquivo profissional, que vai completar um dos focos da Telenews, pois “arquivo de imagem é uma parte da nossa produtora”, e ainda permitir mais
uma fonte de receita. Em dezembro último, Barry Florin,
managing director da Movietonews, esteve no Brasil para acertar os detalhes com Dourado. O executivo britânico disse que a Movietonews identificou uma demanda crescente no Brasil para produções publicitárias, de documentários e de programas de TV e, por isso, buscava a parceria com uma empresa brasileira para oferecer velocidade e facilidade de atendimento, além de conhecer melhor o cliente local.
Um outro tipo de empresa que partiu para a comercialização de imagens pode ser exemplificado pela Sigma SAE. Ela nasceu, há cerca de dois anos, com o objetivo de oferecer serviço de captação de imagens aéreas sob encomenda e já atendeu clientes como Casablanca, Band e Record, entre outras. Recentemente, a empresa montou um banco de imagens analógicas e digitais, contendo exclusivamente tomadas aéreas. A Sigma, segundo Edson Junior, chefe de operações, tem uma frota de dois Robson Newscopter, helicóptero concebido para captação de imagens. “É o único helicóptero no Brasil equipado para captar imagens em Betacam digital”, garante ele.
A Kreaktiv Mídia também tem uma história interessante. Ela basicamente se especializou em temas de interesse internacional e vem fornecendo imagens para emissoras de TV da Alemanha (ARD e ZDF) e da Inglaterra (BBC). Pela sua especialização, acabou atraindo demanda corporativa, especialmente empresas da indústria alemã instadas no Brasil.
Algumas emissoras de TV também oferecem imagens de seu acervo para o mercado. A TV Cultura, por exemplo, atua com isso há décadas. “Sempre vendemos para produtoras e hoje há muita procura até mesmo de estudantes”, diz Mônica Ponce de Léon, chefe do Departamento de Documentação da TV Cultura, onde
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trabalha há 15 anos. De acordo com ela, os pedidos por pesquisas se intensificaram bastante nos últimos tempos. Romeu de Freitas, chefe da Divisão de Copiagem da emissora, confirma o aumento de procura por imagens, mas afirma que o processo de definição de cenas é muito demorado. “Os diretores de produções não deveriam enviar estagiário para escolher as cenas, porque somente eles sabem exatamente o que querem. Se eles viessem até aqui para escolher, agilizaria o trabalho”, diz ele.
De acordo com Freitas, muitas pesquisas no banco de imagens da TV Cultura acabam rendendo coproduções. Se o assunto for de interesse da emissora, ela entra como coprodutora e cede suas imagens de arquivo, ao invés de cobrálas do produtor, e ainda exibe o produto final.
DemandaA demanda por cenas em bancos de imagem está crescente de algum tempo para cá. A Getty Images vem registrando a maior procura pelo setor de publicidade, seguido por Internet, TV a cabo, longasmetragens e vídeo corporativo.
A Telenews também consi
dera que a procura por imagens que mais cresceu nos últimos anos foi das agências. “Usar mais arquivo significa que se produz menos e que os orçamentos estão menores”, analisa Leonardo Dourado. “Mas a boa notícia é que isso significa que há acervos mais profissionais disponíveis no mercado.” Ele completa ainda que devese considerar o aumento da veiculação paralela (em espaço gratuito das emissoras) de campanhas institucionais e sociais de entidades assistenciais e nãogovernamentais, e isto tem aumentando a demanda por imagens de arquivo.
A expectativa para 2004 é bastante animadora. “O ano já começou muito bem para o nosso mercado. Já deu para perceber que muitas produções estão em andamento”, comemora Rita, da Stock Photos.
Silvia, da Getty Images, acredita que “um mercado que desponta com um grande potencial de crescimento é o de produção de cinema que com o incentivo do governo aliado às técnicas digitais tendem a utilizar cada vez mais cenas já prontas de produção mais demorada ou de difícil acesso, com alta qualidade e a direção criativa dos mais famosos cineastas da atualidade”.
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makingofA refresCÂnCiA De HALLs nA mtvTrês filmes de 15 segundos foram criados pela agência J. W. Thompson para as pastilhas Halls, especialmente para serem veiculadas na MTV. “Fizemos uma minicampanha de verão, específica para a emissora. Nós, da agência, costumamos gostar muito de criar para a MTV, porque podemos fazer peças mais irreverentes. Mas, como optamos pela animação, fica muito difícil mostrar a idéia para o cliente. Por mais que se faça story board, só é possível visualizar o trabalho quando está pronto”, explica o diretor de
criação Marcelo Prista.Foi fundamental, portanto, contar com a confiança do cliente. “A princípio, fomos chamados para criar filmes que usassem grafismos, mas vimos a oportunidade de brincar com a ‘refrescância’ do produto de uma forma mais interessante. Mostramos várias referências e acabamos chegando a essa técnica que mistura imagens reais e animadas”, conta Prista. “Só que o cliente não conseguia visualizar muito bem qual seria o resultado final, e mesmo assim topou o projeto e apos
tou numa técnica nova”, relembra.Sempre num cenário de praia, os filmes usam o produto como metáfora de refrescância. No primeiro filme, que mostra uma festa rave, um DJ engraçado diverte os banhistas, que caem num mar de Halls. No segundo, a festa é regada a rock’n’roll e as pastilhas refrescam o pessoal caindo da mangueira de um caminhão de bombeiros. No terceiro, um casal andando de bicicleta vai para a festa que está rolando dentro de um iglu, construído com as pastilhas de Halls.
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A produção ficou a cargo da equipe da Arte Animada, resultando em três peças, sempre baseadas no tema “verão” e com muita música. A idéia era criar personagens de animação e cenários a partir de elementos reais, fotografados, e depois misturálos ao desenho e animados de maneira convencional. Para isso, foi definido o casting, e mais de 25 pessoas foram fotografadas. Além das pessoas, elementos como guardasol, bicicleta, cadeira de praia, tocadiscos e muitos outros também foram capturados. Isso resultou em mais de mil fotos, que foram trabalhadas primeiramente em um software de trata
mento de imagens. “Durante a sessão de fotos, dirigimos as pessoas para que mostrassem as expressões que queríamos. Depois começamos a recortar as imagens, picotando as figuras reais. Alguns pedaços foram usados em composições para criar novos personagens, e também acrescentamos desenhos por cima”, explica um dos diretores do filme, Celso Soldi.
Imagens recortadas
fichatécnicaTítulo Halls Verão • Anun cian te Cad bury Adams
• Agên cia J. W. Thompson • Dire ção de Cria
ção Mar ce lo Prista • Cria ção Vini cius Stanzione,
Endy Santana e Marcelo Prista • Pro du to ra Arte
Animada • Dire ção Fer nan do Coster, Celso Soldi
e Caio Zilli • Dire ção de Arte Rita Figueiredo •
Mon ta gem Celso Soldi • Fina li za ção Arte Animada
• Tri lha Sound Design
Depois de compostas as cenas, o material foi animado em After Effects, mas muito pouco foi criado em computação gráfica ou utilizou recursos de 3D. O projeto, desde o início, previa imagens bidimensionais.“Só utilizamos o software 3D para criar a pastilha em si. O mais complicado do trabalho foi criar o mar de Halls, que aparece no filme ‘Rave’. Tivemos que imaginar como criar uma onda de pastilhas, como simular o movimento do mar e ainda como esse mar de pastilhas — que são paralelepípedos — se comportaria com uma pessoa dentro. Tivemos de reproduzir a pastilha com uma mistura de sua cor original com uma cor que lembrasse o mar. Fizemos uma bala em 3D e depois animamos como se fosse ‘stop motion’, quadro
a quadro. Poderíamos ter usado o timing da animação 3D, mas preferimos manter a linguagem em todo o filme”, conta Celso.
Os personagens dos filmes foram compostos a partir das imagens captadas, e praticamente nada escapou ileso dos animadores. Olhos, narizes, bocas, mãos, pés são todos reais, mas foram modificados e misturados para criar os personagens dos filmes. “Fizemos uma grande pesquisa de técnicas e apresentamos várias possibilidades. Uma das referências mostrava imagens reais misturadas com desenho, mas o desafio era a quantidade de personagens. Um filme era uma festa de rock, outro uma rave, sempre na praia e sempre com muitas pessoas”, diz Celso.No início, a intenção era usar os corpos reais, mas depois
de alguns estudos decidiuse pelo desenho. Para costurar todas essas peças e dar uma cara ainda mais divertida, a trilha sonora composta pela Sound Design foi fundamental.
Na mão dos animadores
Em 3D, só as pastilhas
AA TV Bandeirantes preparase, em 2004, para brigar para valer por um lugar no pódio da audiência. Nem primeiro nem segundo lugar, é claro. Mas ambiciona o terceiro, que também tem como pleiteantes a Rede TV! e a Record. Não são poucas as ações da Band nesse sentido. Sua programação está sendo reformulada, uma importante parceria internacional com a produtora portuguesa NBP foi fechada, novas estrelas são contratadas, para frente e para trás das câmeras. Marlene Mattos e Carlos Nascimento são algumas das recentes aquisições. Talvez seja resultado de um ano bom.
Para João Carlos (Johnny) Saad, presidente do grupo, 2003 foi um dos melhores anos da história da Band. “Dobramos o resultado em relação a 2002. O faturamento está na casa dos R$ 300 milhões, com bons resultados em todas as operações, do cabo ao rádio”, diz. Só na TV, o crescimento de audiência foi de 45% e o faturamento cresceu 22%. Claro que a Band tem problemas, e grandes. Negocia, neste momento, a reestruturação de uma dívida de US$ 100 milhões “com poucos bancos como credores”. Segundo Saad, o lado positivo da renegociação é que os credores exigem uma gestão mais profissional. “Com a profissionalização dos grupos, ganhase uma visão mais empresarial, menos perdulária, menos arrogante.”
O primeiro desafio da Band é em relação à concorrência. Primeiro, com a divisão do mercado publicitário, que tem 75% da verba para TV já comprometida com a Globo, ou com o crescimento dos grupos religiosos, que não dependem só do mercado de comunicações para sobreviver. “Há ainda muitos problemas estruturais no mercado publicitário. Não é só um problema comercial. Muitos setores deixaram de existir. Outros foram proibidos, como cigarro, que é importante para o patrocínio de esportes. Bebidas virou um mercado monopolizado, assim como bancos. Essas
mudanças de estrutura é que geraram parte da crise dos últimos anos.”
Em relação aos seus concorrentes diretos, Johnny Saad critica a falta de comprometimento com o mercado de comunicações. Para ele, alguns grupos, por não precisarem do setor para se sustentar, acabam dificultando o surgimento de iniciativas. Ele considera Bandeirantes e Globo dois grupos verdadeiramente de comunicação, porque querem inovar na oferta de informação e entretenimento e fazem isso empresarialmente. Os grupos religiosos, na visão de Johnny Saad, não têm esse comprometimento: “É uma distorção. Você está usando um dinheiro de caridade em uma atividade comercial, sem pagar os tributos de origem. E ele não paga nada, é como competir com
um atleta dopado”. Curiosamente, a Band aluga seu espaço nobre para o pastor R.R. Soares fazer sua pregação religiosa. Johnny Saad não esconde o constrangimento dessa situação, e justifica lembrando que essa ainda é a melhor forma de fechar as contas da sua emissora.
Para a Bandeirantes, falta no Brasil visão estratégica em relação ao setor de comunicações. “O último ministro que tivemos com essa preocupação estratégica foi Euclides Quandt de Oliveira”, diz, referindose ao ministro das Comunicações do governo Geisel, de 1974 a 79. Johnny Saad elogia as iniciativas do governo Lula de, por exemplo, dividir as verbas publicitárias do governo em função da audiência de cada grupo. Para ele, é a primeira vez em que parece haver um projeto estratégico para o setor desde a época de Quandt.
Sobre um eventual pacote de ajuda do governo aos 2�tela viva
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televisão
Band entra na briga
ComemorAnDo bons resuLtADos em 2003,
o presiDente Do grupo, JoHnny sAAD, fALA
sobre A Ambição De oCupAr o terCeiro
LugAr, ALém De fAzer AnáLises Do merCADo.
Fotos: Gerson Gargalaka (joão Carlos Saad) e divulgação
João Carlos Saad: “a palavra ajuda me incomoda. não é preciso ajuda, é preciso financiamento.”
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grupos de comunicação, Johnny Saad tem uma posição polêmica: “A palavra ajuda me incomoda. Não é preciso ajuda, é preciso financiamento. É um setor estratégico como outros tantos, que tem que ter regras de financiamento como outros têm, não precisa ser discriminado. O problema é que estamos misturando nessa discussão dificuldades de gestão, crises de comando, crises de foco”. Sua posição alinhase plenamente com a do vicepresidente do BNDES, Darc
Costa, que na primeira chance que teve, no final de 2003, manifestou aos grupos de mídia justamente a preocupação de que um simples apoio financeiro não resolveria problemas internos de administração das empresas. “Acho que o Darc tinha toda a razão ao colocar isso, apesar de algumas pessoas terem ficado um pouco incomodadas. As empresas que estão com problemas não perderam no seu core business. Elas se enrolaram quando tentaram monopolizar
o mercado de comunicações todo, comprando outros setores.” Mas e a dívida da Band, vem de onde? O principal homem do grupo explica que foram gastos em expansão e em modernização, que nada tiveram a ver com os investimentos da Bandeirantes em TV a cabo ou programação. “Foram outros erros”, brinca.
fiscalização Johnny Saad lembra que, para que o governo empreste recursos e financie os grupos de comunicação, deve prestar atenção no cumprimento das regras existentes. Interessante é notar a referência às autoridades de defesa da concorrência, já que o setor de mídia nunca foi alvo desse tipo de autoridade. Para Saad, “é preciso saber como esses recursos vão ser distribuídos, é preciso saber se as empresas que estão pleiteando essa ajuda ou esse financiamento estão enquadradas no 236 (Decretolei 236/67, que regulamenta a propriedade cruzada de meios de radiodifusão), se estão dentro da lei, se a estrutura, a quantidade de empresas e ocupação de espaço no mercado estão corretas, se não há problemas com o Cade. Se estiverem dentro da normalidade, elas devem ter acesso a capital”.
A Bandeirantes é um dos poucos grupos de comunicação que se arrisca a propor uma mudança na legislação do setor de comunicações. “Hoje, tratamos as novas tecnologias, do ponto de vista legal, como se elas não existissem. E como não existem regras, o Ministério das Comunicações acaba sendo omisso em questões dessa natureza.” Saad diz que a principal ameaça hoje às empresas de radiodifusão são as empresas de telecomunicações, que têm uma outra dinâmica financeira e que poderiam facilmente acabar com os grupos de mídia. “Não temos nem regras muito claras que nos protejam”, afirma o executivo, citando ainda a falta de visão estratégica das
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de�Portugal,�que�exibe�a�maioria�dos�pro-dutos� da� NBP,� recentemente� tornou-se�sócia�de�Parente�na�produtora,�até�então�independente�Mesmo� diante� da� profissionalização� da�produção�independente�para�TV�no�Brasil,�a�Band�optou�por� fechar� a�parceria� com�a�NBP�pelo�“seu�expertise�em�produção”,�justificou� Marcelo� Parada�� “Além� da� sua�fórmula� de� fazer� novela� com� um� preço�bastante�competitivo,�produzir�com�a�NBP�nos�garante�o�mercado�português�de�exibi-ção”,�completou��Além�disso,�é�claro,�há�à�disposição�todo�o�acervo�da�produtora�por-tuguesa,�criada�em�1992�e�que�já�realizou�cerca� de� 50� títulos,� entre� filmes,� novelas�e�séries�Em�outra�frente�e�sem�dar�mais�detalhes,�o� executivo� da� Bandeirantes� informou�que�a�emissora�prevê�para�este�ano�inves-timentos� entre� US$� 6� milhões� e� US$� 7��milhões�em�quatro�projetos�tecnológicos,�sendo� um� deles� o� de� digitalização� do�jornalismo�
sandrare gi na silva
“Olhos D’Água”
“Olá pai!”
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próprias empresas de mídia em relação ao problema.
Conteúdo nacionalOutra ameaça que é sempre lembrada pela Band diz respeito ao risco de uma invasão estrangeira por grupo de mídia internacional. Saad faz o alerta colocando uma série de perguntas, motivado pela possibilidade de o grupo News Corporation, de Rupert Murdoch, concentrar a Sky e a DirecTV no País. “Como é isso, um cara só vai ser dono do DTH no Brasil? Que regras ele vai seguir? Que transparência vai ser dada? E se ele não quiser transportar o seu sinal, como faz, você fecha?” Sua proposta é que o governo exija garantias de acesso do conteúdo nacional aos meios de distribuição da News no exterior. “Acho que devíamos ter, se não escritas, pelo menos tácitas, regras de equilíbrio entre o que vem de lá e o que é produzido aqui.” Para Saad, uma falta de controle sobre esse processo pode levar o Brasil a uma concentração da opinião semelhante à que, no entendimento dele, acontece hoje nos EUA, onde há “duas fontes de informação apenas”.
O discurso da diversidade, entretanto, sofre algumas restrições quando o tema é regionalização. Para a Bandeirantes, o projeto de lei para fomentar a regionalização da deputada Jandira Feghali, por exemplo, tem problemas. “A palavra correta, que ela não usa, é ‘incentivar’. Se ela usasse, estaria de
acordo com o projeto dela. Em geral a óptica dos deputados é de obrigar, multar, punir a televisão, que é a única forma gratuita de informação e entretenimento do povo. Parece que os intelectuais têm raiva do povo.” Saad vai mais longe e lembra do problema de viabilização econômica dessa produção. “Não adianta querer fazer oito horas de produção em São Luís do Paraitinga”, diz.
Mudança de focoA Bandeirantes foi, no passado, uma rede que tinha boa parte de sua programação, inclusive o domingo inteiro, dedicada ao esporte. Isso mudou e é um dos fatores que aliviou o caixa da empresa. “Estamos comprando os direitos das Olimpíadas junto com a Globo, e estamos pagando um preço mais razoável pelo evento. Ele custa menos de US$ 10 milhões, para ser dividido entre nós duas. E acho que a Copa do Mundo também acontecerá em 2006 em outras condições. Mas se as condições forem as mesmas de 2002, não transmitimos, como aconteceu. Ninguém morreu por não pagar o que a Globo pagou. Aliás, muito pelo contrário”, diz, ao lembrar que a saída do negócio de esportes foi justamente uma forma de estancar a perda de receitas e o crescimento da dívida.
Até o ano passado, um dos engenheiros mais ativos e envolvidos com a questão da TV digital trabalhava diretamente na Bandeirantes. Era Miguel Cipola, que foi sempre um dos mais críticos analistas da realidade digital brasileira, e pelo visto essa visão ficou no grupo. Johnny Saad não
demonstra nenhuma pressa em relação a essa tecnologia. Aliás, é cético em relação à TV digital, assim como é cético em relação a muitas outras tecnologias ditas “convergentes”. “Nós não temos que correr. Só precisaríamos correr se outros países do mundo estivessem ganhando uma fortuna com TV digital. Mas não estão. É preciso ter em mente que o negócio de TV digital envolve bilhões de dólares, então não é algo para ser decidido em uma sala fechada. É uma decisão que tem que passar pela Presidência da República, porque é estratégica. Não quer dizer que não tenhamos que entrar, senão teremos problemas com as operadoras de telefonia”, diz, sem se entusiasmar com os potenciais da tecnologia.
Mas o projeto mais caro a Johnny Saad e à Band nesse momento é o de expansão internacional. A Bandeirantes quer um canal pago, feito em espanhol, para ser distribuído em outros países da América Latina e, se possível, nos EUA. “Não vamos fazer algo em português. Não vamos fazer o ridículo da CNN en Español, que passa aqui em castelhano.” Claro que, na visão de Saad, esse projeto deveria fazer parte de um plano estratégico, até com apoio do governo. “Nós brasileiros não temos nada nos EUA. Os mexicanos têm cinco canais lá dentro, estão cobrindo os EUA, acompanham o Congresso deles e têm condições de levar aos americanos uma visão diferente sobre o que é o México. Eles estão certíssimos. A Al Jazeera fez a mesma coisa em relação à comunidade árabe. Nós não temos isso, e os EUA são o nosso maior parceiro comercial”, pondera, lembrando que o presidente Lula conhece o seu ponto de vista. 2� televisão
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Não�disponivel
MARÇO
2 a 7 mostra do audiovisual paulista. São paulo,�SP��Internet:�www�mostraau-diovisual�com�br�
3�Curso “Criando o personagem”, com Suzana amaral.�Espaço�Rimbaud,�São�Paulo,�SP��Duração�de�dois�meses���Fones:�(11)�3081-1294�/�9857�6653���E-mail:�espacorimbaud@yahoo�com�br�
17 e 1��Tela viva móvel encontro dos Serviços e entretenimento Wireless, Amcham,�São�Paulo,�SP���Fone:�(11)�3120-2351��Fax:�(11)�3120-5485���E-mail:�info@convergeeventos�com�br��Internet:�www�convergeeventos�com�br
27 e 2���mipDOC 2004. Hotel�Martinez,�Cannes,�França���Fone:�(33-1)�4190-4456���Fax:�(33-1)�4190-4558���E-mail:�andre�vaillant@reedmidem�com��Internet:�www�mipdoc�com�29 a 2/���mipTv 2004.�Palais�des�Festivals,�Cannes,�França���
Fone:�(33-1)�4190-4456���Fax:�(33-1)�4190-4558���E-mail:�andre�vaillant@reedmidem�com��Internet:�www�miptv�com�
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