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1 INTRODUÇÃO A fisioterapia é a ciência que tem como objetivo a reabilitação dos indivíduos no que se refere a sua atividade funcional, visando o equilíbrio da saúde e a qualidade de vida. Uma vez que os tratamentos estéticos eram tratados como empíricos, devido à falta de comprovação científica, surge a fisioterapia dermato-funcional, que consiste na aplicação de recursos fisioterapêuticos com a finalidade de obter benefícios na prevenção e tratamento dos distúrbios estéticos, já que não se resumem apenas na beleza física, mental e psicossocial. Dentre os distúrbios estéticos mais relevantes, podemos destacar o fibro-edema gelóide (FEG), popularmente conhecido como celulite, observado principalmente no sexo feminino. Este distúrbio é caracterizado por um edema não inflamatório do tecido conjuntivo subcutâneo, que se inicia com um mau funcionamento do sistema circulatório e das consecutivas transformações dos tecidos, acometendo principalmente a região glútea e os membros inferiores. O FEG manifesta-se por nódulos ou placas de variadas extensões, deixando assim a pele com aparência esteticamente desagradável, além de ser responsável por problemas álgicos nas zonas acometidas. Este distúrbio também pode gerar alterações na drenagem fisiológica dos tecidos acometidos, causando alteração da atividade funcional e conseqüente diminuição da auto-estima.

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1 INTRODUÇÃO

A fisioterapia é a ciência que tem como objetivo a reabilitação dos indivíduos no

que se refere a sua atividade funcional, visando o equilíbrio da saúde e a qualidade de vida.

Uma vez que os tratamentos estéticos eram tratados como empíricos, devido à falta

de comprovação científica, surge a fisioterapia dermato-funcional, que consiste na aplicação

de recursos fisioterapêuticos com a finalidade de obter benefícios na prevenção e tratamento

dos distúrbios estéticos, já que não se resumem apenas na beleza física, mental e psicossocial.

Dentre os distúrbios estéticos mais relevantes, podemos destacar o fibro-edema

gelóide (FEG), popularmente conhecido como celulite, observado principalmente no sexo

feminino. Este distúrbio é caracterizado por um edema não inflamatório do tecido conjuntivo

subcutâneo, que se inicia com um mau funcionamento do sistema circulatório e das

consecutivas transformações dos tecidos, acometendo principalmente a região glútea e os

membros inferiores. O FEG manifesta-se por nódulos ou placas de variadas extensões,

deixando assim a pele com aparência esteticamente desagradável, além de ser responsável por

problemas álgicos nas zonas acometidas. Este distúrbio também pode gerar alterações na

drenagem fisiológica dos tecidos acometidos, causando alteração da atividade funcional e

conseqüente diminuição da auto-estima.

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Com a grande procura por tratamentos que minimizem o FEG, surgem propostas

falsas e inviáveis de cura, realizadas por pessoas desqualificadas. O fisioterapeuta é um

profissional capacitado para atuar neste distúrbio estético, pois dispõe de meios físicos e

técnicas terapêuticas específicas, além de conhecimentos necessários sobre o corpo e sua

fisiopatologia, assegurando assim resultados efetivos, sem causar riscos à saúde.

Dentre os recursos terapêuticos, destacam-se o ultra-som que age no tratamento do

FEG pelos seus efeitos biofísicos e a drenagem linfática manual (DLM), uma massagem

especializada que atua sobre o sistema linfático, promovendo a ativação da drenagem do

líquido intersticial.

Diante do exposto, esta pesquisa teve como objetivo geral, verificar os efeitos do

ultra-som associado à drenagem linfática manual sobre o FEG.

Para tal, foram desenvolvidos objetivos específicos como identificar os graus do

FEG presentes na paciente em estudo; verificar as alterações estéticas e físicas na região

tratada após a utilização do ultra-som associado a DLM; avaliar a eficácia desse tratamento

nos diferentes graus do FEG e verificar o nível de satisfação da paciente após o tratamento

realizado.

Neste capítulo foi efetuada uma introdução geral para um melhor entendimento do

mesmo. No segundo capítulo, foram abordados assuntos pertinentes à pesquisa em questão,

no terceiro capítulo foi exposto o delineamento da pesquisa e, por fim, no quarto capítulo a

apresentação da análise e discussão de resultados, seguido do quinto capítulo com as

considerações finais.

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2 FIBRO EDEMA GELÓIDE (FEG)

Para verificarmos os resultados obtidos com a aplicação do ultra-som associado à

drenagem linfática manual no tratamento do fibro edema gelóide (FEG), é importante

conhecermos a região onde este se desenvolve, sua fisiopatologia e os benefícios que essas

técnicas podem apresentar de acordo com seus efeitos biológicos.

2.1 Tecido epitelial

Segundo E. Guirro e R. Guirro (2002), sabe-se que as células agrupadas que são

similares quanto à estrutura, função e origem embrionária, e que são unidas por quantidades

variadas de material intercelular, são chamadas de tecido.

Conforme Kerr (2000), o epitélio é um dos quatro tipos de tecidos básicos que

forram as cavidades e recobrem as superfícies do organismo, servindo como limite entre o

meio externo e os tecidos situados mais profundamente.

Os epitélios são constituídos por células geralmente poliédricas, justapostas, entre as quais se encontra pouca substância extracelular. Geralmente, as células epiteliais aderem firmemente uma às outras, formando camadas celulares contínuas que revestem a superfície externa e as cavidades do corpo. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1995, p. 46).

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Para Thomsom, Skinner e Piercy (1994), este tipo de tecido é capaz de secretar e

absorver várias substâncias e tem a característica de ser desprovido de vasos sangüíneos.

Felizmente, o tecido epitelial tem alta capacidade de regeneração.

Kerr (2000), cita que os tecidos epiteliais apóiam-se numa matriz extracelular de

tecido conjuntivo, organizada como lâmina basal. Os vasos sangüíneos mais profundos no

tecido de suporte oferecem suprimento de nutrientes e fatores humorais ao epitélio; por

difusão através da lâmina basal, uma vez que os tecidos epiteliais são avasculares.

E. Guirro e R. Guirro (2002), Junqueira e Carneiro (1995), afirmam que os

epitélios são classificados tendo em vista o número de camadas constituintes e a forma das

células na camada mais superficial. Quanto ao número de camadas, dividem os epitélios em

epitélio simples (escamoso), onde a membrana epitelial é formada por uma única camada de

células; epitélio estratificado (pavimentoso ou cilíndrico), formado por duas ou mais camadas

de células e epitélio pseudo-estratificado.

2.2 Tecido conjuntivo

O tecido conjuntivo (também conhecido como “células de sustentação”) é o tipo

de tecido mais abundante no corpo. Ele serve como um cimento que sustenta e conecta os

outros tipos de tecidos, além de fornecer resistência, apoio, nutrição e defesa para os outros

tecidos (THOMSON; SKINNER; PIERCY, 1994).

Segundo Junqueira e Carneiro (1995), o tecido conjuntivo apresenta diversos tipos

de células e separadas por abundante material extracelular sintetizados por elas. Este material

é representado por uma parte com estrutura microscópica definida, as fibras do conjuntivo, e

pela matriz extracelular ou substância fundamental amorfa.

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Para E. Guirro e R. Guirro (2002), banhando este material e também as células há

uma pequena quantidade de fluído, o líquido intersticial.

Os mesmos autores afirmam que o material intercelular do tecido conjuntivo é

formado por substâncias fundamentais e fibras.

Os três tipos principais de fibras são as colágenas, reticulares e elásticas, que se

distribuem desigualmente entre as variedades do tecido conjuntivo. Muitas vezes as fibras

predominantes são as responsáveis por certas propriedades.

E. Guirro e R. Guirro (2002), citam que as fibras colágenas são as mais freqüentes

do tecido conjuntivo, sendo constituídas por uma escleroproteína denominada colágeno.

Segundo Junqueira e Carneiro (1995), o colágeno é a proteína mais abundante no

corpo humano, representando 30% do total das proteínas do organismo. Essa família de

proteínas é produzida por diversos tipos celulares sendo os fibroblastos os principais

responsáveis por sua produção e se distingue pela composição bioquímica, características

morfológicas, distribuição, funções e patologia. Os tipos mais freqüentes de colágeno são os

tipos I, V e XI.

As fibras reticulares são muito delicadas e formam uma rede extensa em certos

órgãos, geralmente apoiando as células. Essas fibras são curtas, finas e inelásticas,

constituídas principalmente de um tipo de colágeno denominado reticulina. São

particularmente abundantes (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002; JUNQUEIRA; CARNEIRO,

1995).

Conforme Junqueira e Carneiro (1995), as fibras elásticas distinguem-se

facilmente das colágenas por serem mais delgadas e não apresentarem estriação longitudinal.

Ramificam-se e ligam-se umas às outras, formando uma trama de malhas muito irregulares e

cedem facilmente mesmo a trações mínimas, porém, retomam sua forma inicial tão logo

cessem as forças deformantes.

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As fibras elásticas, segundo E. Guirro e R. Guirro (2002), têm como componente

principal a elastina, uma escleroproteína muito mais resistente do que o colágeno e a

microfibrila elástica, formada por uma glicoproteína especializada.

E. Guirro e R. Guirro (2002), ainda citam que as células do tecido conjuntivo,

com suas características e funções próprias, determinam o aparecimento de vários tipos de

tecidos. São eles: fibroblastos, macrófagos, mastócitos, plasmócitos, células adiposas e

leucócitos.

Os fibroblastos são os principais representantes das células nas variedades de

tecido conjuntivo. Possuem função de secretar componentes da matriz extracelular (KERR,

2000; THOMSON; SKINNER; PIERCY, 1994).

Segundo E. Guirro e R. Guirro (2002), os macrófagos atuam como elementos de

defesa fagocitando restos de células, bactérias e partículas inertes que penetram no organismo.

Para Junqueira e Carneiro (1995), os mastócitos são relativamente numerosos em

diversas variedades de conjuntivo. Participam da inflamação e tem um papel central na

alergia.

Os plasmócitos sintetizam os anticorpos circulantes encontrados no sangue e são

pouco numerosos no tecido conjuntivo normal, aparecendo em grande quantidade nas áreas

onde existe inflamação crônica (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002).

Os mesmos autores afirmam que as células adiposas ou adipócitos ocorrem

isoladamente ou em grupos nas malhas de muitos tecidos conjuntivos, sendo especialmente

numerosas no tecido adiposo. A troca gasosa entre as células adiposas e a corrente sangüínea

é intensa, contribuindo para isso a rica vascularização do tecido conjuntivo.

De acordo com Junqueira e Carneiro (2004), os leucócitos ou glóbulos brancos são

constituintes normais dos tecidos conjuntivos, vindos do sangue por migração (diapedese)

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através das paredes dos capilares e vênulas. São células especializadas na defesa contra

microorganismos agressores.

2.3 Sistema tegumentar

Segundo Dângelo e Fattini (2000), o sistema tegumentar trata-se de um sistema

que inclui pele e seus anexos (pêlo, unhas e mamas), proporcionando ao corpo um

revestimento protetor, que contém terminações nervosas sensitivas e participa da regulação da

temperatura corporal, além de cumprir outras funções.

E. Guirro e R. Guirro (2002), afirmam que o tegumento recobre toda a superfície

do corpo e é constituído por uma porção epitelial, a epiderme, e uma porção conjuntiva, a

derme.

De acordo com os mesmos autores, em continuidade com a derme está a

hipoderme, tela subcutânea, que embora tenha a mesma origem e morfologia da derme não

faz parte da pele, a qual é formada apenas por duas camadas.

Dângelo e Fattini (2000), Junqueira e Carneiro (1995), citam que a pele é um dos

maiores órgãos, atingindo 16% do peso corporal. No adulto a área total da pele corresponde a

aproximadamente 2m2, apresentando espessura variável (1 a 4mm) conforme a região. As

camadas reconhecidas na pele são duas: a epiderme, mais superficial e a derme, subjacente a

ela, sendo que as células da epiderme estão continuamente sendo substituídas.

A pele para E. Guirro e R. Guirro (2002), apresenta múltiplas funções entre as

quais proteção contra agentes físicos, químicos e biológicos do ambiente, e ser relativamente

impermeável, graças à camada de queratina (córnea que recobre a epiderme).

O limite entre a epiderme e a derme não é regular, apresentando saliências e

reentrâncias das duas camadas, que se ajustam entre si, aumentando a coesão entre a epiderme

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e a derme (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1995).

A epiderme, segundo Junqueira e Carneiro (1995), é constituída por epitélio

estratificado pavimentoso queratinizado, de origem ectodérmica. É responsável pela

impermeabilidade da pele, o que dificulta a evaporação da água pela superfície corporal.

Segundo E. Guirro e R. Guirro (2002), Junqueira e Carneiro (1995), a epiderme é

em geral descrita como constituída de quatro ou cinco camadas ou estratos:

a) camada germinativa ou basal: é constituída por células prismáticas ou cubóides

repousando sobre a membrana basal que separa a epiderme da derme. Apresenta atividade

mitótica, sendo responsável pela constante renovação da epiderme;

b) camada espinhosa: as células dessa camada possuem aspecto espinhoso, responsável pela

denominação dessa camada. Suas células têm importante função na coesão das células da

epiderme e, conseqüentemente, na resistência ao atrito;

c) camada granulosa: o citoplasma das células desta camada caracteriza-se por conter

grânulos de querato-hialina que parecem estar associados com o fenômeno de queratinização

dos epitélios;

d) camada lúcida – constituída por uma delgada camada de células achatadas, eosinófilas,

hialinas, cujos núcleos e organelas citoplasmáticas foram digeridos por enzimas dos

lisossomos e desapareceram.

e) Camada córnea – a camada córnea, que tem espessura muito variável, é constituída por

células achatadas, mortas e sem núcleo. O citoplasma dessas células apresenta-se repleto de

uma escleroproteína, a queratina.

De acordo com Dângelo e Fattini (2000), a derme é rica em fibras colágenas e

elásticas que conferem à pele sua capacidade de distender-se quando tracionada, voltando ao

estado original desde que cesse a tração.

Os mesmo autores ainda citam que se encontram na derme duas camadas, de

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limites pouco distintos, que são a papilar, superficial, e a reticular, mais profunda.

A camada papilar, para E. Guirro e R. Guirro (2002), é delgada, constituída por

tecido conjuntivo frouxo, e assim denominada porque as papilas dérmicas constituem sua

parte mais importante (saliências que acompanham as reentrâncias correspondentes da

epiderme).

A camada reticular é mais espessa, constituída por tecido conjuntivo denso e

ambas as camadas contêm muitas fibras elásticas, responsáveis em parte, pela elasticidade da

pele (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1995).

Segundo Dângelo e Fattini (2000), a cor da pele depende da quantidade de

pigmentos, da vascularização e da espessura dos estratos mais superfícies da epiderme. Entre

os pigmentos, a melanina é o mais importante e sua quantidade na pele varia com a raça.

A hipoderme, conforme Junqueira e Carneiro (1995), é formada por tecido

conjuntivo frouxo, que une de maneira pouco firme a derme aos órgãos subjacentes. É a

camada responsável pelo deslizamento da pele sobre as estruturas na qual se apóia.

Os mesmos autores relatam que dependendo da região em estudo e do grau de

nutrição do organismo, a hipoderme poderá ter uma camada variável de tecido adiposo que,

quando desenvolvida, constitui o panículo adiposo. Como a gordura é bom isolante térmico, o

panículo adiposo proporciona proteção contra o frio.

2.4 Sistema linfático

O sistema linfático (figura 1), assemelha-se ao sistema sanguíneo, que está

intimamente relacionado anatômica e funcionalmente ao sistema linfático (GUIRRO, E.;

GUIRRO, R., 2002).

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J. Godoy e M. Godoy (1999), descrevem que o sistema linfático é uma porção do

sistema circulatório e é constituído por uma extensa rede de capilares, vasos, troncos, ductos,

além de outras estruturas agregadas como linfonodos, baço e timo.

A B

Figura 1- Representação esquemática do sistema linfático do corpo (A- vista anterior; B- vista posterior). Fonte: Giardini ( 2002, p.23).

Para J. Godoy e M. Godoy (1999), o sistema linfático é um sistema de drenagem

de baixa pressão, semelhante ao venoso, que possui importantes funções.

Segundo Moore e Dalley (2001), as funções dos linfáticos incluem a drenagem do

líquido tecidual, coleta do plasma linfático dos espaços teciduais e transporte da linfa para o

sistema venoso; absorção e transporte de gordura, no qual capilares linfáticos especiais

(lácteos) recebem toda gordura absorvida do intestino e conduzem o quilo através do ducto

torácico para o sistema venoso; formação de um mecanismo de defesa para o corpo, pois

quando uma proteína estranha é drenada de uma área infectada, anticorpos específicos para

esta proteína são produzidos por células imunologicamente competentes e/ou linfócitos e

despachados para a área infectada.

Quando o sangue venoso passa pelos capilares (das arteríolas para as vênulas),

uma fração líquida aquosa de seus componentes é filtrada por suas paredes porosas, formando

a substância fundamental ou líquido intersticial, que está presente em todo organismo,

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circundando todas as células. Aí então, dá-se a troca metabólica, pois ao mesmo tempo que

cede substâncias, ela recolhe resíduos do metabolismo celular. Caso a substância

fundamental, ou líquido intersticial, ou líquido intercelular ficasse estagnado, o sistema

vascular entraria em colapso, mas é justamente quando entra o sistema linfático, com sua

constante drenagem, através dos capilares linfáticos (MEDICINA E SAÚDE apud LOPES,

2002).

Conforme Viscardi (2001), a circulação linfática é uma circulação lenta. Perde

velocidade com qualquer alteração nos tecidos que esmaguem os delicados vasos, como

edemas, hematomas, contrações musculares, baixa pressão sanguínea e outras alterações.

Segundo E. Guirro e R. Guirro (2002), o sistema linfático consiste de um conjunto

particular de capilares linfáticos, vasos coletores e troncos linfáticos.

2.4.1 Vasos linfáticos

De acordo com Costa et al (1996), os capilares linfáticos constituem o início do

sistema vascular. Têm forma de dedo de luva e estão intercomunicados formando uma espécie

de rede tubular.

Os vasos linfáticos distinguem-se segundo seu calibre. Os capilares linfáticos estão representados no organismo em número superior àqueles dos capilares sanguíneos. São constituídos de um único extrato de células endoteliais muito sutis, que se apóiam sobre uma membrana basal interupta ou aberta, todavia descontínua. (GIARDINI, 2002, p.15).

Os capilares são uma rede de vasos finos que drenam a linfa dos tecidos. Estão em

contato com as células e apresentam redes muito permeáveis, por esse motivo, permitem a

entrada de líquido excedente, de macromoléculas (como proteínas) e minerais que não

poderiam ser absorvidos pelo sistema venoso (BARROS, 2001; SNEL, 1999).

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Vinãs (1991), cita que quando o líquido intersticial passa por efeito da pressão

osmótica, para dentro dos capilares linfáticos, recebe o nome de linfa.

Para Barros (2001), a composição da linfa muito se assemelha a do plasma,

contendo proteínas, hidratos de carbono, leucócitos entre outras substâncias.

O fluxo da linfa é relativamente lento; aproximadamente três litros de linfa penetram no sistema cardiovascular em 24 horas. Esse fluxo é lento porque, ao contrário do sistema cardiovascular, o sistema linfático para fluir depende de forças externas e internas ao organismo, tais como: a gravidade, os movimentos passivos, a massagem ou a contração muscular, a pulsação das artérias próximas aos vasos, o peristaltismo visceral e os movimentos respiratórios. (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002, p. 28).

Os capilares linfáticos confluem formando vasos maiores denominados de

coletores e que apresentam inicialmente paredes mais estruturadas, membrana basal mais

desenvolvida e valvas intralinfáticas bicúspedes de formato semilunar, sendo mais numerosas

quando próximas aos linfonodos (GODOY, J.; GODOY, M., 1999).

De acordo com Barros (2001), Costa (1996), os condutores linfáticos conduzem a

linfa até os vasos de calibre maior e, são denominados pré-coletores linfáticos. Os pré-

coletores linfáticos são os vasos intermediários entre os capilares e os coletores linfáticos.

Conforme Spence (1991), os vasos coletores atravessam um ou mais nodos

linfáticos antes de desembocarem no ducto torácico ou no ducto linfático direito, que irão

retornar a linfa à corrente circulatória.

Cada unidade estrutural vaso linfático vem a ser chamada de linfangione (figura

2), que é identificado como o espaço compreendido entre duas inserções valvulares contíguas

(GIARDINI, 2002).

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Figura 2- Vaso linfático com delimitação dos linfangiones e detalhe interno das válvulas. Fonte: Lopes (2002, p. 36).

Segundo A. Leduc e O. Leduc (2000), o linfangione ou linfângio, é a parte de um

pré-coletor ou coletor linfático situada entre duas válvulas. As válvulas estanques tornam a

corrente linfática unidirecional.

O linfangione é o verdadeiro coração do sistema linfático e impulsiona a linfa por contração da musculatura lisa das paredes dos vasos e estiramento reflexo dos vasos, ou seja, quando o linfangione está cheio de linfa a distenção provocada causa uma contração reflexa (reflexo de estiramento). ( KURS apud GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002, p. 26).

2.4.2 Troncos linfáticos

Conforme Lopes (2002, p.38), troncos linfáticos são “[...] grandes vasos linfáticos

que recolhem toda a linfa proveniente de diferentes regiões, cuja estrutura é igual aos dos

coletores, mas com paredes mais espessas.”

O mesmo autor ainda descreve que esses troncos vão drenar para vasos de maior

diâmetro, que são denominados de ducto direito e ducto torácico.

Para J. Godoy e M. Godoy (1999), são em número de onze e cada tronco drena

uma região correspondente do organismo. Nós temos os troncos lombares, troncos

broncomediastinais, troncos subclávios, troncos jugulares, e troncos descendentes intercostais.

Válvula

Linfangione

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2.4.3 Ductos linfáticos

Os ductos linfáticos (figura 3), são em número de dois: ducto linfático direito que

drena parte do lado direito do corpo e ducto torácico que drena o lado esquerdo e o restante do

lado direito do corpo (GODOY, J.; GODOY, M., 1999).

De acordo com E. Guirro e R. Guirro (2002), ducto torácico recebe a linfa

proveniente dos membros inferiores, do hemicorpo esquerdo, do pescoço e da cabeça, além de

membro superior esquerdo. Ele se origina na cisterna do quilo, uma dilatação situada

anteriormente à segunda vértebra lombar, onde desembocam os vasos que recebem o quilo

intestinal.

Levi e Panattoni (apud LOPES, 2002), cita que é o ducto linfático direito, é menor

que o ducto torácico e situa-se na região supra-clavicular no ângulo de confluência entre a

veia jugular interna e subclávia direita. Forma-se pela junção dos troncos jugular direito,

subclávio direito e broncomediastino direito. Recolhe a linfa proveniente do braço direito, do

hemi-tórax direito, da metade da cabeça e do pescoço.

Figura 3- (A) O ducto linfático direito e o ducto torácico e seus principias tributários. (B) As áreas drenadas para o ducto torácico (área branca) e para o ducto linfático direito (área preta). Fonte: Snel (1999, p. 21).

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Resumindo, os dois ductos recolhem a linfa coletada e filtrada pelo sistema

linfático lançando-a na corrente sanguínea, onde ela recomeçará o seu circuito com o plasma

sanguíneo (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002).

2.4.4 Linfonodos

Também chamados de nós, nodos ou nodos linfáticos, são órgãos encapsulados

constituídos de tecido linfóide, que se encontram ao longo dos vasos linfáticos do sistema

linfático (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1995).

Giardini (apud LOPES, 2002), afirma que são estações de filtragem, situados sobre

os planos superficial, tecido subcutâneo e profundo, sub-facial e visceral, encontrados na

região axilar, inguinal, cervical, torácica, abdominal e mesentérica.

Segundo Barros (2001), os linfonodos estão dispostos no trajeto dos vasos

linfáticos normalmente em grupos ou em séries, raramente isolados. Possuem duas principais

funções: produzir linfócitos e filtrar a linfa.

Snel (1999, p. 19), cita que “[...] antes que a linfa retorne à corrente sanguínea, ela

passa através de pelo menos um linfonodo e freqüentemente através de diversos.”

Levi e Panattoni (apud LOPES, 2002), descrevem que os linfonodos (figura 4),

existem de diversas formas, apresentando-se arredondados, ovóides, fusiformes, com

superfícies lisas e algumas rugosas. Na parte côncava, encontra-se o hilo, depressão por onde

entram e saem os vasos sanguíneos, os nervos e os coletores eferentes. E na parte convexa,

estão os coletores aferentes, que em geral são em maior número que os coletores eferentes, é

por onde entra a linfa para ser filtrada.

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Figura 4- Aspecto externo de um linfonodo. Fonte: Lopes (2002, p. 42).

Spence (1991), cita que os vasos coletores eferentes dos linfonodos convergem

para vasos ainda maiores denominados troncos linfáticos.

2.4.5 Órgãos linfóides

De acordo com J. Godoy e M. Godoy (1999), além dos linfonodos existem outros

órgãos linfóides, são eles: baço, timo e tonsilas. Apesar desses órgãos não possuírem

associação direta com os vasos do sistema linfático ou com a linfa, são parte fundamental do

sistema imune do corpo.

a) Baço: está essencialmente relacionado com a fagocitose, com a resposta imune (produção

de anticorpos) e com o armazenamento de eritrócitos. No feto, ele também é importante local

e hemopoese. Entretanto, embora de grande importância para a defesa do corpo, ele não é

absolutamente essencial, visto que muitas de suas funções podem ser assumidas pelo fígado e

por outros tecidos linfáticos se o baço for removido (WILLIAMS et al, 1995).

b) Timo: Williams et al (1995), descreve que as principais funções do timo são realizar a

diferenciação dos linfócitos em diferentes classes de células T (timócitos) e manter

Vasos linfáticos aferentes

Hilo

Vasos linfáticos eferentes

Linfonodo

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suprimento suficiente delas na circulação geral e nos órgãos linfáticos periféricos para reagir a

quaisquer estímulos antigênicos que possam ser apresentados no corpo.

c) Tonsilas: proporcionam defesa contra partículas estranhas bem como bactérias. São elas:

palatina, faríngea e lingual (SPENCE, 1991).

2.5 Conceito

Conhecido popularmente como “celulite”, o fibro edema gelóide, de acordo com

diversos autores, recebe outras denominações como: lipodistrofia localizada,

hidrolipodistrofia ginóide, paniculopatia edemato-fibroesclerótica e paniculose, lipoesclerose

nodular, lipodistrofia ginóide.

De acordo com Ciporkin e Paschoal (1992), FEG é uma infiltração edematosa do

tecido conjuntivo subcutâneo, não inflamatório, seguido de polimerização da substância

fundamental, que, infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica consecutiva, ou seja,

os mucopolissacarídeos que a integram sofrem um processo de gelificação.

Para Barros (2001), é uma alteração crônica no tecido adiposo, que provoca uma

modificação de sua textura, retenção hídrica, um maior teor de lipídeos, distrofia local,

formação de tecido fibrótico e um aspecto gelatinoso.

O FEG é uma coleção de bolsas fibrosas feitas de fibras colágenas, que se formam ao redor das células adiposas e aprisionam, em si, líquidos e toxinas. Quando isso acontece a um grande número de células adiposas, o efeito final é o espessamento e o endurecimento dos tecidos, deixando a pele com textura “esburacada”. (CASSAR, 2001, p. 15).

E. Guirro e R. Guirro (2002), descrevem que os tecidos cutâneo e adiposo são

afetados em diversos graus, ocorrendo diversas alterações estruturais na derme (pele), na

microcirculação e nos adipócitos, sendo estas alterações morfológicas, histoquímicas,

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bioquímicas e ultra-estruturais.

Clinicamente, os mesmos autores definem como um espessamento não

inflamatório das capas subdérmicas, às vezes doloroso, que se manifesta em forma de nódulos

ou placas de variada extensão e localização.

2.5.1 Etiopatogenia

Segundo E. Guirro e R. Guirro (2002), são várias as hipóteses que orientam a

história do fibro edema gelóide até nossos dias. Cada uma guarda propriedades que justificam

seu grau de aceitação e se complementam entre si. Dentre as várias teorias propostas,

destacam-se a teoria alérgica, teoria tóxica, teoria circulatória, teoria metabólica, teoria

hormonal e teoria bioquímica.

Os mesmos autores, referem que o FEG apresenta problemas patogênicos

complexos e dúvidas quanto à sua etiologia, sendo dividido em três classes: fatores

predisponentes, fatores determinantes e fatores condicionantes.

2.5.1.1 Fatores predisponentes

a) Genéticos: Ciporkin e Paschoal (1992), citam que a herança genética está presente nas

diferentes formas de obesidade quanto nas do FEG e que esta característica herdada

determinaria a estrutura corporal do tecido adiposo. Os autores associam ainda os fatores

étnicos com as características hereditárias.

b) Idade: Para Campos (1992), quanto mais avançada a idade, maior poderá ser o

agravamento das condições do FEG.

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c) Sexo: De acordo com Barros (2001), E. Guirro e R. Guirro (2002), o FEG é mais comum

em mulheres por apresentarem um número duas vezes maior de adipócitos em relação aos

homens. A celulite nos homens também não é comum, por não apresentarem doses suficientes

de certos hormônios femininos que são os maiores desencadeadores do FEG. Por outro lado,

quando surge, é principalmente pela adrenalina e aldosterona.

d) Desequilíbrio hormonal: Barros (2001), cita que uma das principais causas que favorecem

o surgimento do FEG, é o fator hormonal, sendo o estrogênio o hormônio mais importante,

por provocar uma hipersensibilização das células adiposas e favorecer a retenção hídrica no

local.

2.5.1.2 Fatores determinantes

Segundo E. Guirro e R. Guirro (2002), estes fatores estabelecem que uma pessoa

do sexo feminino, fumante, com maus hábitos alimentares e ainda com um desequilíbrio

hormonal, será alvo de fácil acesso para as infiltrações teciduais. Neste contexto cita:

a) estresse, fumo, sedentarismo;

b) desequilíbrios glandulares;

c) perturbações metabólicas do organismo em geral (diabetes);

d) maus hábitos alimentares;

e) disfunção hepática.

A vida sem excesso, com moderação, é uma grande arma para a conservação da saúde e da beleza, sem fumo, álcool ou alimentação rica em gordura e glicose (açúcar). O bom funcionamento dos órgãos, intestinos e glândulas também são indispensáveis. (KAMEL, D.; KAMEL, J., 1991, p. 53).

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2.5.1.3 Fatores condicionantes

De acordo com E. Guirro e R. Guirro (2002), a partir dos fatores anteriormente

citados, criam-se perturbações hemodinâmicas locais que podem:

a) aumentar a pressão capilar;

b) dificultar a reabsorção linfática;

c) favorecer a transudação linfática nos espaços intersticiais.

Estes promovem alterações no tecido conjuntivo, e fazem com que este se torne mais hidrófilo, ou seja, mais ávido por água. Assim sendo o tecido passa a reter maior quantidade de água , ocasionando um trânsito mais lento de líquidos na região, que associado a outros fatores, principalmente hormonais, criam condições propícias `a maior deposição de gordura. (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002, p. 354).

2.5.2 Localização do FEG

Segundo E. Guirro e R. Guirro (2002), o FEG pode atingir qualquer parte do

corpo, exceto as palmas das mãos, as plantas dos pés e o couro cabeludo.

De acordo com D. Kamel e J. Kamel (1991), o FEG surge principalmente nas

coxas, na região glútea e abdome, pois nesses lugares, o sangue de retorno ao coração, é mais

lento nas veias dificultando a circulação local.

Para Scattone (apud MAMBER, 1999, p. 92), “[...] a região dos glúteos possui

uma irrigação ruim por natureza, pois neste lugar a camada gordurosa é mais espessa.”

2.5.3 Clínica e diagnose

O FEG, quando atinge certo grau de magnitude, com repercussão circulatória

periférica, apresenta sintomas gerais como fadiga, astenia, sensação de peso nas pernas,

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tensão e às vezes dores espontâneas difusas que aumentam a intensidade com o repouso,

podendo chegar a câimbras noturnas (CIPORKIN; PASCHOAL, 1992).

De acordo com Magalhães (2000), a análise de um paciente com FEG deverá ser

minuciosa, tendo em vista a importância de sua origem e evolução de ordem local e geral.

De acordo com E. Guirro e R. Guirro (2002), os sinais patológicos do FEG, são

facilmente verificáveis por testes simples e seguros. No exame físico, é importante a

propedêutica de inspeção e palpação.

Conforme Barros (2001), a avaliação física inicia-se com a inspeção, procurando-

se por atrofias, presença de nódulos ou placas hipertróficas, localização de gordura localizada,

estrias, varizes, varicoses, verificar se possui aspecto de “casca de laranja”, ver se a coloração

da pele está acetinada.

A inspeção deve ser efetuada com a paciente na posição ortostática. A posição de

decúbito não é adequada, uma vez que a acomodação dos tecidos, decorrente da ação da

gravidade, pode mascarar o grau de acometimento dos tecidos. (GUIRRO, E.; GUIRRO, R.,

2002).

Figura 5- Imagem do FEG em diferentes posições. Fonte: E. Guirro e R. Guirro (2002, p. 359).

A B

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E. Guirro e R. Guirro (2002), descrevem que na palpação do FEG há quatro

evidências clínicas encontradas classicamente conhecidas como “tétrade de Ricoux”, são elas:

aumento da espessura do tecido celular subcutâneo; maior consistência tecidual; maior

sensibilidade a dor; diminuição da mobilidade por aderência aos planos mais profundos.

Para o reconhecimento do FEG, diversos autores concordam em utilizar o “teste da

casca de laranja” (também conhecido como pinçamento) e o “teste da preensão”.

De acordo com E. Guirro e R. Guirro (2002), no “teste de casca de laranja” (figura

6) preciona-se o tecido adiposo entre os dedos polegar o indicador ou entre as palmas das

mãos, e a pele se parecerá com uma casca de laranja, com aparência rugosa.

Figura 6- Teste da casca de laranja. Fonte: E. Guirro e R. Guirro (2002, p. 360).

No “teste de preensão” (figura 7), os mesmos autores relatam que após a preensão

da pele juntamente com a tela subcutânea entre os dedos, promove-se um movimento de

tração. Se a sensação dolorosa for mais incômoda do que a normal, este também é um sinal do

FEG, onde já encontra sensação de sensibilidade.

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Figura 7- Teste de preensão Fonte: E. Guirro e R. Guirro (2002, p. 360).

2.5.3.1 Fases do FEG

E. Guirro e R. Guirro (1996), citam que conforme as alterações que ocorrem a

nível tecidual, o FEG é dividido em quatro fases:

a) Primeira fase: não é percebida pelos pacientes, é uma fase breve, puramente circulatória e

de estase linfática. Há uma hipertrofia das células adiposas devido ao acúmulo de lipídios.

Ocorre a diminuição na drenagem do líquido intercelular ocasionando o inundamento do

tecido. Esta é a fase congestiva simples. A continuidade desta congestão, leva a uma

compressão dos vasos mais importantes, que não desempenhando o seu papel normal, são

obrigados a se dilatar perante a dificuldade. A dilatação e a distensão das paredes da rede

venosa aumentam a sua permeabilidade, o que resulta no escape para o tecido conjuntivo do

líquido seroso, aumentando assim a pressão, a congestão e os fenômenos de bloqueio. Entra-

se num círculo vicioso (GUIIRRO; GUIRRO, 1996).

b) Segunda fase: Ciporkin e Paschoal (1992), relatam que nesta fase surgem queixas

puramente estéticas, sem sinais praticamente à inspeção; salvo em alguns casos. O

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diagnóstico é feito quase exclusivamente pela palpação, que mostra irregularidade do celular

subcutâneo, sem aderência aos planos profundos.

Para E. Guirro e R. Guirro (1996), é considerada a fase exsudativa. O líquido seroso

lançado no tecido conjuntivo contém todos os resíduos das diferentes células das regiões

vizinhas. Esses resíduos provocam reações de defesa no tecido ocasionando o espessamento

dos septos interlobulares, proliferação das fibras colágenas, fazendo com que o tecido tome

uma consistência gelatinosa, cada vez mais densa. É o processo de floculação e de

precipitação de substância amorfa do tecido conjuntivo.

Ciporkin e Paschoal (1992, p. 144), afirmam “[...] é o estágio em que se deve

iniciar o tratamento, por motivos fundamentais, a resposta total ao mesmo e prevenir que

transceda para a próxima etapa evolutiva.”

c) Terceira fase: considerada fase nodular. A densificação do meio conjuntivo irrita as fibras

do tecido, dissocia-se em fibrilas, provocando sua rápida mutilação. Origina-se um verdadeiro

tecido fibroso, de malhas muito cerradas, muito densas, comprimindo todos os elementos do

tecido conjuntivo, artérias, veias e nervos. Pode ser considerada a etapa mais importante da

evolução do FEG, pois ela ainda é passível de tratamento e portanto reversível em parte

(CIPORKIN; PASCHOAL, 1992; GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 1996).

e) Quarta fase: Última fase. Há uma continuidade do processo e ocorre um espessamento do

tecido conjuntivo interadipocitário. O tecido adiposo torna-se mais cerrado, endurece

continuamente e com o tempo torna-se esclerosado, isto é, um tecido duro, firme, estanque,

aprisionado nas suas malhas, sem qualquer chance de libertação, ou seja, irreversível. Com o

tecido muito denso é produzida uma irritação contínua nas terminações nervosas resultando

em dores a palpação (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 1996).

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2.5.3.2 Formas clínicas do FEG

Conforme E. Guirro e R. Guirro (2002), entende-se por formas clínicas do FEG o

aspecto aparente, as manifestações visíveis, condicionadas pela textura das próprias lesões.

Vários autores diferenciam as formas clínicas do FEG em: compacto duro, flácido,

edematoso e misto.

2.5.3.2.1 FEG compacto ou duro:

Para Bartoletti et al (apud CONTI; PEREIRA, 2003), acomete mulheres jovens

que praticam atividade física regularmente, tem aspecto compacto, firme, não se modifica

com a posição (em pé ou deitado).

A dureza provoca irritações e compressões futuras sobre os elementos próximos, o

que poderá trazer a aparição de varizes, edemas infiltrativos e microvaricosos, equimosos,

estrias ou linhas albicantes. É reconhecido ao tato pois os músculos acham-se recobertos por

uma capa dura e compacta que aparece aderida a estes (CIPORKIN; PASCHOAL,1992).

E. Guirro e R. Guirro (2002), relatam que executando o teste de preensão, nota-se

o aspecto de acolchoamento e a manipulação dessas superfícies dá a sensação de manipular

“grãos de chumbo”.

2.5.3.2.2 FEG flácido, brando ou difuso

Segundo Ciporkin e Paschoal (1992), este tipo, apresenta com muita freqüência

formações de grande volume e, contrariamente ao FEG duro, que trás consigo numerosas

complicações localizadas, afeta o corpo em geral.

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Bartoletti et al (apud CONTI; PEREIRA, 2003), citam que acomete mulheres com

vida sedentária, tem aspecto acolchoado evidente, a pele é trêmula aos movimentos e o relevo

da superfície se altera com a posição.

Para E. Guirro e R. Guirro (2002, p. 365) “[...] é a forma mais importante, tanto

em número quanto nas manifestações aparentes.”

Apesar da pressão mínima sobre os vasos sanguíneos, existe um acúmulo de sangue entre a pele e os músculos. A circulação faz-se mais lenta, as veias se dilatam, provocando o aparecimento de varizes, veias varicosas, ramificações de microvasos e com maior freqüência, manifestações de equimoses regionais nos lugares de mais atrito. (CIPORKIN; PASCHOAL, 1992, p. 142).

Os autores supracitados, relatam que a palpação, além de confirmar-se a brandura

do tecido, nota-se abaixo dos dedos a presença de pequenos nódulos duros, que as vezes são

observados a olho nu.

2.5.3.2.3 FEG edematoso

Segundo E. Guirro e R. Guirro (2002), o FEG edematoso, apresenta um aspecto

exterior de um edema tecidual puro e simples. Apresenta consistência variável, podendo ser

encontrado em qualquer faixa de idade ou de peso.

Bartoletti et al (apud CONTI; PEREIRA, 2003, p.11), cita que “[...] ocorre

aumento do volume dos membros inferiores como um todo.”

O FEG edematoso é o mais grave, porém menos freqüente. O edema patológico é

próprio desta parte do tecido e constitui um sinal de falência dos sistemas de retorno

circulatório caracterizado por um infiltrado mais duro (CIPORKIN; PASCHOAL, 1992).

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2.5.3.2.4 FEG misto

Bartoletti et al (apud CONTI; PEREIRA, 2003), afirmam que, em um grande

número de casos, observa-se mais de um tipo de FEG em diferentes locais, na mesma

paciente.

2.5.3.3 Estágios do FEG

Fundamentado na avaliação clínica do FEG, Ulrich (apud GUIRRO, E.; GUIRRO,

R., 2002), subdivide as lesões teciduais em três estágios, segundo a gravidade de cada um em

FEG brando (grau 1); FEG moderado (grau 2) e FEG grave (grau 3).

a) FEG brando (grau1): é aquele que somente é percebido pela compressão do tecido entre os

dedos ou da contração muscular voluntária (figura 8). Nesta fase não há presença de fibrose,

o FEG não é visível à inspeção e não há alteração da sensibilidade à dor (ULRICH apud

GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002).

Figura 8- FEG grau 1. Fonte: E. Guirro e R. Guirro (2002, p. 364).

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b) FEG moderado (grau 2): Ocorre uma hipertrofia moderada, com nódulos visíveis à

inspeção e a palpação, podendo apresentar dor local ao pressionar os tecidos (BARROS,

2001).

c) FEG grave (grau 3): Conforme Barros (2001), é classificada como crítica, ocorre uma

grande hipertrofia do tecido, fazendo aparecer placas hipertróficas (pela união de vários

nódulos), visíveis à inspeção e à palpação. A pele está com aspecto de “casca de laranja”,

aparecem micro-varizes e equimoses. Normalmente é relatado dor à palpação (figura 9).

Figura 9- FEG grau 3. Fonte: E. Guirro e R. Guirro (2002, p. 348).

De acordo com Ulrich (apud GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002), o FEG brando é

curável, o moderado é freqüentemente curável e o grave é considerado como incurável, ainda

que passível de melhora.

2.6 Ultra-som

2.6.1 Geração do ultra-som

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O ultra-som (U.S.) refere-se as vibrações mecânicas que são essencialmente as

mesmas das ondas sonoras, mas com freqüência mais alta. Essas ondas se situam fora do

alcance da audição humana e portanto podem ser também chamadas de ultra-sonoras (LOW;

RED, 2001).

Conforme Rodrigues e Guimarães (1998), ondas sonoras são ondas longitudinais

de pressão, que se propagam no ar ou em outros meios. Têm origem mecânica, pois são

produzidas por deformações em um meio elástico, não se propagando no vácuo.

Starkey (2001), afirma que o ultra-som terapêutico é produzido por uma corrente

alternada que flui através de um cristal pizoelétrico, alojado em um transdutor.

A alta freqüência é imposta a um cristal com qualidades pizoelétricas. A pizoeletricidade é um fenômeno natural encontrado em certos cristais minerais, que transformam energia mecânica em energia elétrica e seu reverso, elétrica em mecânica. (KAHN, 2001, p. 49).

2.6.2 Efeitos Físicos

De acordo com Young (1998), quando o ultra-som penetra no corpo, pode exercer

um efeito sobre as células e tecidos mediante dois mecanismos físicos: térmico e atérmico.

2.6.2.1 Efeito térmico

O grau de aumento da temperatura durante um tratamento com ultra-som depende

do modo de aplicação (contínuo ou em pulso), da intensidade e da freqüência de saída, da

vascularização e do tipo de tecido e da velocidade na qual a fonte sonora é movimentada

sobre os tecidos. As alterações fisiológicas dentro dos tecidos dependem do aumento aplicado

de modo contínuo (STARKEY, 2001).

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Segundo Young (1998), quando o ultra-som desloca-se através dos tecidos, uma

parte dele é absorvida, e isto conduz à geração de calor dentro do tecido.

Dyson (apud GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002), afirma que para se obter efeitos

terapêuticos do ultra-som pelo aquecimento sem lesão, a temperatura do tecido tem que se

manter entre 40 e 45 graus Celsius (°C) por aproximadamente cinco minutos.

Para Greve e Amatuzzi (1999), dentre os efeitos do U.S. relacionados ao

aquecimento, pode-se citar:

a) Redução da percepção da dor;

b) Aumento da distensibilidade do colágeno e tendões;

c) Aceleração do processo de cicatrização, com resolução de infiltrados inflamatórios

subagudos e crônicos;

d) Aumento da mobilidade articular;

e) Redução de espasmos e contraturas musculares.

2.6.2.2 Efeito atérmico

Diversos autores citam que dentre os efeitos não-térmicos mais conhecidos,

reconhece-se a cavitação, mobilidade do meio (micromassagem), correntes acústicas e ondas

estacionárias.

A cavitação, para Low e Red (2001), é a formação de pequenas bolhas gasosas nos

tecidos, como resultado do ultra-som.

Segundo Greve e Amatuzzi (1999), mobilidade do meio é o movimento do

material, que se deve à assimetria de pressões produzidas pelo som, à medida em que este se

aprofunda. Dentre os efeitos celulares atribuídos a estes processos, incluem-se a aceleração da

difusão através das membranas plasmáticas e da remodelação do tecido conjuntivo e ósseo.

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Correntes acústicas referem-se ao movimento unidirecional de um líquido num

campo de ultra-som. Este fenômeno pode resultar em alterações terapeuticamente vantajosas,

como aumento da síntese protéica e da secreção de mastócitos, alterações na mobilidade de

fibroblastos, aumento da produção dos fatores de crescimento pelos macrófagos (YOUNG,

1998).

Low e Red (2001), afirmam que ondas estacionárias ocorrem como resultado da

sobreposição das ondas refletidas sobre as ondas incidentes. O endotélio dos vasos sanguíneos

expostos as ondas estacionárias pode ser lesado levando à formação de trombos. Se o

transdutor for movido durante o tratamento há pouca possibilidade de formação dessas ondas.

2.6.3 Aplicações clínicas

As ondas ultra-sônicas que atingirão uma determinada região dependerão de uma

série de fatores a serem considerados, tais como: intensidade, freqüência, regime de pulso,

tempo de aplicação, técnica de aplicação e agente de acoplamento (GUIRRO, E.; GUIRRO,

R., 2002).

2.6.3.1 Intensidade

Starkey (2001, p. 285), afirma que “[...] a intensidade representa a força das ondas

sonoras, em uma dada área, dentro dos tecidos.”

Conforme Rodrigues e Guimarães (1998), para que seja determinada a intensidade,

deve-se avaliar qual o seu nível no local afetado. Deve-se ter em mente que o U.S. sofre uma

perda no seu trajeto e, portanto, a intensidade requerida deve, às vezes, ser maior nas

superfícies dos tecidos, especialmente pele, conjuntos subcutâneos e camadas musculares

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superficiais.

Para Young (1998), efeitos térmicos significativos podem ser obtidos usando

intensidades entre 0,5 e 1 W/ cm2.

O aumento da intensidade não pode compensar a diminuição do tempo de tratamento, porque os efeitos produzidos pelas duas variedades são diferentes. Aumentar a intensidade pode elevar excessivamente a temperatura do tecido e, conseqüentemente, pode ser indesejável. (PAULA, 1994, p. 10).

2.6.3.2 Freqüência

A freqüência de saída de um gerador de ultra-som é medida em megahertz (MHz)

e descrita como o número de ondas que ocorrem em 1 segundo (STARKEY, 2001).

Segundo Skinner e Piercy (1994, p. 460), “[...] as freqüências usadas em

fisioterapia variam de 0,75 a 3 MHz.”

Conforme Young (1998), o controle da freqüência de saída do ultra-som

proporciona ao terapeuta o controle da profundidade a ser atingida pela energia, e também do

mecanismo físico em ação.

Para Docker e Patrick (apud AGNE et al, 2003), quanto maior for a freqüência do

ultra-som, maior será sua absorção, sendo mais efetiva para o tratamento de tecidos

superficiais uma vez que seu poder de penetração diminui.

2.6.3.3 Regime do pulso

De acordo com diversos autores, há dois regimes de pulso comumente empregados

na prática clínica do ultra-som terapêutico, o contínuo e o pulsado.

Conforme Paula (1994), o ultra-som modelo contínuo eleva mais efetivamente a

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temperatura do tecido. Tem sido relatado para aumentar a extensibilidade nas estruturas

colágeno rico, diminuindo a inflexibilidade das articulações, diminuindo espasmos e dor,

aumentando o fluxo sangüíneo e a velocidade da condução venosa.

Low e Red (2001), citam que o modo contínuo produzirá algum aquecimento nos

tecidos se a intensidade for alta o suficiente, enquanto o ultra-som pulsado na mesma

intensidade instantânea terá uma média temporal de intensidade muito mais baixa, e assim um

aquecimento insignificante.

O modelo de impulso é benéfico em promoção do restabelecimento com efeitos

térmicos mínimos, enquanto o de modelo contínuo é usado por seus efeitos térmicos

(PAULA, 1994).

2.6.3.4 Tempo de aplicação

Kahn (2001), cita que a duração do tratamento nas dosagens recomendadas, varia

de 1 a 8 minutos, dependendo da condição a ser tratada, do local anatômico e a técnica a ser

usada.

Rocha et al (apud RODRIGUES; GUIMARÃES, p.103, 1998), ressaltam que “[...]

a duração máxima do tratamento não deve exceder 15 minutos por terapia. Tempos maiores

não aceleram nem fazem ocorrer efeitos específicos desejáveis.”

De acordo com Paula (1994), para induzir o efeito térmico, o tecido deve ser

tratado por, no mínimo, 5 minutos para encontrar uma temperatura adequada (40-45°C).

2.6.3.5 Técnica de aplicação

De acordo com Agne et al (2003); Haar (1998), o som com freqüência na faixa dos

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MHz não se desloca através do ar, sendo necessário a inexistência de ar entre o transdutor e a

pele. Os agentes de acoplamento são usados nas aplicações de ultra-som terapêutico em

virtude deste não se propagar no ar.

[...] um agente de acoplamento deve ser suficiente viscoso para agir como lubrificante entre o transdutor e a pele, estéril para evitar qualquer forma de contaminação e não apresentar bolhas de ar no seu interior, o que favorecia a atenuação do feixe. (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002, p. 182).

Segundo Campos (2000), atenuação é um decréscimo que ocorre da intensidade

com a distância. Acontece devido ao espalhamento da divergência e absorção da onda, sendo

diretamente proporcional à freqüência e depende dos tecidos que atravessa.

Lucena (apud OENNING, 2002), cita que entre as variadas técnicas de aplicação, a

mais utilizada no tratamento do FEG é o método por acoplamento direto ou de deslizamento.

Conforme Starkey (2001), no método de acoplamento direto, o transdutor é

colocado diretamente sobre a pele (figura 10), junto com um gel que serve para excluir o ar

entre a pele e a fonte sonora. Os géis acopladores consistem em água destilada e um material

inerte e não-refletor, que aumenta a viscosidade da mistura.

Figura 10- Técnica de aplicação do ultra-som. Fonte: TERAPIA, 2005.

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Independentemente da técnica de aplicação, o transdutor deve ser sempre

perpendicular à área a ser tratada, o que minimiza a energia refletida e refratada (GUIRRO,

E.; GUIRRO, R., 2002).

2.6.4 Ultra-som no FEG

Conforme Pereira (2004), o ultra-som é uma das principais técnicas de tratamento

terapêutico do FEG, pois emite vibrações sonoras de alta freqüência, que no tecido irá causar

um atrito nos complexos celulares, produzindo uma micro-massagem, tendo como

conseqüência, aumento do metabolismo celular e quebra do FEG.

Segundo E. Guirro e R. Guirro (2002), dentre os efeitos do ultra-som no FEG,

destacam-se a neovascularização com conseqüente aumento da circulação, rearranjo e

aumento da extensibilidade das fibras colágenas, melhora das propriedades mecânicas do

tecido e possível modificação do metabolismo tecidual.

Sendo um dos recursos fisioterapêuticos mais recentes da área de estética, a terapia

por ondas ultra-sônicas na freqüência de 3 MHz é indicada para o tratamento do FEG devido

a seus efeitos biofísicos onde são mais significativos a nível superficial e que produzem

alterações fisiológicas na fisiopatologia da afecção citada, são elas: redução ou eliminação de

processos fibróticos, melhora da circulação sangüínea a nível local e aumento da

permeabilidade das membranas celulares, analgesia e principalmente pelo favorecimento da

penetração de fármacos ativos (fonoforese) no tecido (TERAPIA, 2005).�

2.7 Drenagem linfática manual

Drenagem linfática manual é uma técnica massoterápica específica, cuja ação

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principal é sobre o sistema linfático e toda sua estrutura anatômica e fisiológica, que ao ser

executada deve-se observar alguns aspectos importantes, quanto ao ritmo, manobras, pressão

e harmonia de movimento (LOPES, 2002).

Conforme J. Godoy e M. Godoy (1999), a técnica de drenagem linfática manual

foi publicada em Paris em 1936 pelo Dr. Vodder. A partir de sua experiência em massagem,

observou a melhora técnica de linfonodos na região cervical, quando estimulados

manualmente. Esses achados representaram o início de um trabalho que levou a

sistematização dessa técnica.

Costa et al (1996), relata que esta denominação é dada a uma terapia manual que

atua sobre o sistema linfático ativando o automatismo dos seus vasos e melhorando a

eliminação do líquido intersticial e da linfa.

“Constitui-se de manipulações suaves, lentas e repetidas que podem exercer

também um apreciável efeito vagotômico.” (COSTA et al, 1996, p. 27).

2.7.1 Efeitos da drenagem linfática manual

Os efeitos da drenagem linfática estão baseados nos mecanismos fisiológicos de

pressões existentes entre os tecidos e os vasos sangüíneos e linfáticos. Sobre a membrana dos

capilares atuam forças de pressões contrárias para ocorrer à movimentação dos líquidos. Um

desequilíbrio nessas pressões provocará o edema (BARROS, 2001).

A drenagem linfática drena os líquidos excedentes que banham as células, mantendo desta forma, o equilíbrio hídrico dos espaços intersticiais. Ela é também responsável pela evacuação dos dejetos provenientes do metabolismo celular. (LEDUC, A.; LEDUC, O., 2000, p. 33).

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Conforme E. Guirro e R. Guirro (2002), a pressão mecânica da massagem de DLM

elimina o excesso de líquido e diminui a probabilidade de fibrose expulsando o líquido do

meio tissular para os vasos venosos e linfáticos.

Di Pietro (apud ZUCCO, 2002), cita influências positivas diretas e indiretas da

DLM sobre o organismo. São elas:

a) Influências positivas diretas:

- na capacidade dos capilares linfáticos;

- na velocidade da linfa transportada;

- na filtração e reabsorção dos capilares sangüíneos;

- na quantidade de linfa processada dentro dos gânglios linfáticos;

- sobre a musculatura esquelética;

- sobre a motricidade do intestino;

- sobre o sistema nervoso vegetativo;

- sobre a imunidade.

b) Influências positivas indiretas:

- na nutrição celular;

- na oxigenação dos tecidos;

- na desintoxicação da musculatura esquelética;

- na absorção de nutrientes pelo trato gastrointestinal;

- na distribuição de hormônios;

- no aumento na quantidade de líquidos excretados.

2.7.2 Modalidades de execução de manobras de DLM

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Conforme Barros (2001), as manobras devem ser rítmicas, ou seja, com

movimentos regulares. A velocidade deve ser lenta, já que o deslocamento da linfa se dá em

torno de 2,5 cm por segundo. A intensidade é suave, com pressões de 30 a 40 mmHg,

considerando que existe um amortecimento dessa pressão pelos próprios tecidos.

De acordo com J. Godoy e M. Godoy (1999), na drenagem linfática manual as

manobras são suaves e superficiais, não necessitando comprimir os músculos e sim mobilizar

uma corrente de líquidos que está dentro de um vaso linfático em nível superficial e acima da

aponeurose (GODOY, J.; GODOY, M., 1999).

Barros (2001, p. 98), cita que “[...] as manobras devem ser intermitentes, ou seja, a

uma fase de pressão segue uma fase de relaxamento, realizadas sem deslizamentos.”

2.7.3 Indicações e contra-indicações

Zucco (2002), entre outros autores, cita que as indicações da drenagem linfática

manual são: na diminuição do edema tecidual, sensação de cansaço nas pernas, hematomas e

equimoses, varizes, sistema nervoso abalado, olheiras, no tratamento de acne, rosácea,

rejuvenescimento, pré e pós-cirurgia plástica e FEG. Tem como contra indicações: na

presença de câncer, infecções cutâneas, tratamento pós-trombose e pós-trombofeblite,

hipertireoidismo, hipertensão arterial não-controlada e insuficiência cardíaca congestiva.

A DLM deve ser percebida pelo paciente como algo agradável e que cause grande bem-estar. A partir do momento que seja percebido qualquer sensação de mal-estar, desmaios, etc., imediatamente a DLM deverá ser interrompida. (WINTER, apud LOPES, p. 69, 2002).

2.7.4 Manobras de drenagem linfática manual

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Segundo E. Guirro e R. Guirro (2002), está representada principalmente por duas

técnicas: a de Leduc e a de Vodder. Ambas são baseadas nos trajetos dos coletores linfáticos e

linfonodos, associando basicamente três categorias de manobras: captação, reabsorção e

evacuação, estes se diferenciando somente no local de aplicação.

2.7.4.1 Captação

Nessa etapa, as manobras de drenagem linfática devem ser realizadas da região

distal de cada membro para a proximal, sempre no sentido da circulação de retorno. O

objetivo é absorver os líquidos excedentes da região com estase (com edema, celulite, etc) e

transportá-la através dos vasos linfáticos de volta para a circulação venosa (Barros, 2001).

2.7.4.2 Reabsorção

“As manobras se dão nos pré-coletores e coletores linfáticos, os quais

transportarão a linfa captada pelos linfocapilares.” (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002, p. 75).

2.7.4.3 Evacuação

Para Barros (2001), nessa etapa, as manobras de drenagem linfática devem ser

realizadas da região proximal para a distal. Seu objetivo é proporcionar um aumento do fluxo

linfático na região proximal, deixando essa descongestionada e preparada para receber a linfa

de outras regiões mais distais.

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3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Este capítulo descreve o delineamento da pesquisa que conforme Gil (1995, p. 70),

“[...] refere-se ao planejamento da pesquisa em sua dimensão mais ampla, envolvendo tanto a

diagramação quanto à previsão de análise e interpretação dos dados.”

3.1 Tipo de pesquisa

Segundo Rudio (2000), esta pesquisa é do tipo “quase experimental em

decorrência da variação do plano clássico”, sendo então definida como: grupo único

comparado “antes” e “depois”. Há, portanto, um pré-teste “antes” da aplicação do fator

experimental e um pós-teste “depois”. Onde este plano permite obter informação da influência

que o fator experimental exerce sobre os indivíduos e certas modificações que produz.

Demonstra-se ainda como um estudo de caso que conforme Gil (1995), é

caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que

permita o seu amplo e detalhado conhecimento.

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3.2 Caracterização do sujeito da pesquisa

O sujeito dessa pesquisa constitui-se de uma pessoa do sexo feminino,cor branca,

21 anos de idade, 57 quilos, com 1,57 metros de altura, apresentando FEG na região glútea e

parte superior da coxa.

A amostra foi escolhida como sendo intencional, por se tratar de um caso típico do

problema investigado.

3.3 Instrumentos utilizados para coleta de dados

Nesta etapa da pesquisa, utilizou-se os seguintes instrumentos:

a) Um termo de consentimento que a paciente assinou, atestando por livre e espontânea

vontade, concordar em participar da pesquisa (Anexo A).

b) Ficha de avaliação para o FEG, utilizada na Clínica Escola de Fisioterapia da Unisul,

Campus Tubarão, onde consta dados da paciente para melhor caracterização do quadro

(Anexo B).

c) Câmera fotográfica digital SONY, modelo Cybershot 3.2, para registro fotográfico antes e

após o tratamento para comparação dos resultados obtidos.

d) Fita métrica da marca Corrente para realizar a perimetria antes e após o tratamento com

finalidade comparativa.

e) Uma escala de opinião para avaliar o nível de satisfação da paciente após o tratamento

realizado (Anexo C).

d) Um aparelho de ultra-som da marca AVATAR, cabeçote de 3 MHz para realização do

tratamento, cedido pela Clínica Escola de Fisioterapia da Unisul.

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3.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados

Após a paciente assinar um termo de consentimento(Anexo A), iniciou-se esta

pesquisa, afim de verificar o grau de comprometimento do FEG e efeitos da aplicação das

duas técnicas associadas para seu tratamento.

Foi aplicada uma ficha de avaliação para o FEG (Anexo B), para a coleta de seus

dados seguida pelo registro fotográfico da região a ser tratada, sendo que a foto foi realizada

com a distância de dois metros da paciente, estando a máquina a uma altura de um metro e

meio. Foi realizada a perimetria na altura da espinha ilíaca ântero-superior, na altura do

trocânter , prega glútea e borda superior da patela (5 cm, 10 cm, 20 cm, 25 cm).

Os parâmetros utilizados no ultra-som foram de acordo com o protocolo proposto

por Oenning (2002), com freqüência 3 MHz, intensidade 0,6 W/cm², modo contínuo, com

tempo de aplicação de 5 minutos em cada hemicorpo, ou seja, em cada lado da região glútea e

parte superior da coxa, totalizando 10 minutos de aplicação, sendo esta realizada de forma

direta, utilizando gel comum.

A drenagem linfática manual foi baseada na técnica específica do método Vodder,

utilizando manobras de abertura, bombeamento, círculos fixos e effleurage.

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4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Depois de concluída a fundamentação teórica, foi realizado o experimento a partir

de doze atendimentos. Segue a análise e discussão dos resultados obtidos.

4.1 Dados da avaliação

Antes de iniciar o tratamento com o ultra-som associado à drenagem linfática

manual (DLM) nas regiões acometidas pelo FEG, foi realizada uma avaliação da paciente

com o objetivo de caracterizar o quadro.

Os dados obtidos através da avaliação da paciente serão expostos a seguir.

Paciente do sexo feminino, 21 anos de idade, cor branca, 57 quilos, 1,57 metros de

altura, menarca aos 12 anos, nuligesta, sedentária, fumante, alimentação regular e variada,

com aparecimento do FEG na adolescência (após a menarca), com maior comprometimento

na região glútea e na parte superior da coxa. Não realiza tratamentos específicos para o FEG e

atualmente não faz uso de anticoncepcional hormonal oral (parou há seis meses), mas já o fez,

por aproximadamente quatro anos e meio.

De acordo Pinto, Saenger e Govantes (1995), a celulite afeta mais de 95% das

mulheres, podendo se considerar quase como uma característica sexual secundária. Tanto a

aparição do FEG como seu grau de evolução, dependem de ciclos metabólicos exclusivos na

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mulher tal como a puberdade, menstruação, entre outros. Além disso, a mulher apresenta um

número duas vezes maior de adipócitos em relação ao homem, fator que a torna mais

suscetível.

Para Barros (2001), uma das principais causas que favorecem o surgimento do

FEG no sexo feminino é o fator hormonal, com o estrogênio sendo o hormônio mais

importante nesta relação, pois favorece a retenção hídrica no local. Da mesma forma a pílula

anticoncepcional pode provocar alterações hormonais, sendo vista como um fator

desencadeante do FEG.

Um outro fator não menos relevante para o desencadeamento do FEG é a falta de

exercício físico, que segundo Campos (1992), diminui a capacidade circulatória, prejudicando

a drenagem dos tecidos e acúmulo de metabólitos resultante da oxidação das toxinas.

Segundo Rossi e Vergnanini (apud PIERI, 2003), o uso isolado ou concomitante

de café, fumo e álcool favorecem em grande escala o aparecimento e o agravamento do FEG,

fator esses devidos, principalmente, a alterações na microcirculação e diminuição da

oxigenação tecidual.

Conforme Barros (2001), o cigarro contém várias substâncias tóxicas, dentre elas

o alcatrão, a nicotina e o monóxido de carbono. As conseqüências principais são a redução do

transporte de oxigênio pela hemoglobina aos tecidos do corpo e distúrbios circulatórios,

principalmente dos membros inferiores.

Na inspeção, a paciente apresentou microvarizes nos glúteos e parte superior das

coxas apresentando um acometimento maior no lado direito.

As insuficiências venosas, varizes, microvarizes e demais problemas circulatórios

locais, representam em parte um bloqueio a uma circulação correta, favorecendo o

extravasamento de líquido e os edemas, e de outro um problema de compressão da

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microcirculação, sendo, portanto, evidente e muito provável sua incidência no agravamento

da celulite (PINTO; SAENGER; GOVANTES, 1995).

Os graus do FEG da paciente em questão são 2 e 3, do tipo flácido, brando ou

difuso. O teste de casca de laranja e o teste de preensão tiveram resultado positivo na região

dos glúteos e parte superior das coxas.

No tipo flácido do FEG, Ciporkin e Paschoal (1992), citam que a circulação faz-se

mais lenta, as veias se dilatam provocando, conseqüentemente, o aparecimento de varizes,

veias varicosas e ramificações de microvasos.

Segundo Ulrich (apud GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002), no FEG grau 2 já existe

no local alteração de sensibilidade. As depressões são visíveis mesmo sem compressão dos

tecidos, tornando-se ainda mais aparente mediante a compressão dos mesmos, enquanto o

grau 3, a pele fica enrugada e flácida, com aparência de “saco de nozes”, por apresentar-se

cheia de relevos.

Ainda segundo o mesmo autor, pode haver sobreposição dos graus de FEG em

uma mesma área de uma mesma paciente, não sendo estes totalmente delimitados.

Na palpação, pôde verificar-se a diminuição da temperatura local. A paciente em

estudo relatou ainda a sensação de cansaço e peso nos MMII.

4.2 Alterações visuais

A seguir, estão demonstrados os registros fotográficos realizados sobre as regiões

acometidas e submetidas à aplicação do ultra-som associado à drenagem linfática manual.

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Figura 11- Aspecto da região glútea e superior da coxa, sem e com contração da musculatura envolvida, antes do tratamento. Fonte: dados obtidos pela autora (2005).

Figura 12- Aspecto da região glútea e superior da coxa, sem e com contração da musculatura envolvida, após o décimo segundo dia de atendimento. Fonte: dados obtidas pela autora (2005).

As duas primeiras fotos na horizontal foram realizadas antes da aplicação do

tratamento (pré-teste) e as duas últimas fotos foram realizadas depois do décimo segundo dia

de tratamento, ou seja, ao término do mesmo (pós-teste).

As fotos localizadas à esquerda referem-se à paciente na postura relaxada, sem

realizar contração da musculatura da região afetada, enquanto as fotos situadas à direita, a

paciente apresenta-se em contração de glúteos.

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Após os doze atendimentos (reavaliação), pode-se observar alterações nos graus

do FEG, apresentando uma redução no FEG grau 2 e uma melhora no FEG grau 3. Este efeito

pode ser atribuído principalmente aos efeitos do ultra-som na quebra de fibrose tecidual. De

acordo com Ulrich (apud GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002), o FEG grau 1 é sempre curável,

o grau 2 é freqüentemente curável e o grau 3 incurável, ainda que passível de melhora.

Houve melhora aparente no aspecto da pele na região afetada, redução das

microvarizes, além do aumento da temperatura local, indicando um aumento da perfusão

tecidual no local, provavelmente devido à drenagem linfática manual.

Já na segunda sessão de tratamento, a paciente relatou uma redução significativa

da sensação de cansaço e peso nos MMII, sendo progressivo até o 12º dia de atendimento.

De acordo com Jacquemay (apud ZUCCO, 2002), as sessões de drenagem

linfática vão a princípio relaxar, reoxigenar os tecidos, tratar a celulite com suavidade e

regenera as células, além de ser muito benéfica para a pele. Também melhora a distribuição

linfática hídrica e a circulação.

Algumas variáveis obtidas na avaliação, como hábitos alimentares, altura e

sedentarismo, foram mantidas pela paciente durante o período de aplicação do tratamento.

Convém ressaltar que no dia da reavaliação a paciente encontrava-se no seu

período menstrual, que segundo Polden e Mantle (apud OENING ,2002), é comum ocorrer

neste período, retenção de líquidos e ganho de peso, relacionados principalmente com as

alterações hormonais.

4.3 Alterações perimétricas

Serão expostos a seguir quadros demonstrativos das medidas antes e após a

utilização do ultra-som associado à drenagem linfática manual realizada no primeiro dia de

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avaliação e depois da 12ª sessão e suas respectivas diferenças. Foi realizada a perimetria do

quadril em três pontos: na altura das espinhas ilíacas ântero-superior, trocânter maior e prega

glútea e nos pontos 5, 10, 20, 25cm acima da borda superior da patela bilateralmente.

PRÉ-TESTE PÓS-TESTE

Espinha ilíaca ântero-superior 84 84

Trocânter maior 99,5 96

Prega glútea 110,5 105,5

Quadro 1- Perimetria em cm do quadril na altura das espinhas ilíacas ântero-superior, trocânter maior e prega glútea na 1ª (pré-teste) e 12ª (pós-teste) sessão da aplicação do US associado a DLM. Fonte: dados obtidos pela autora, 2005.

De acordo com o quadro 1, pôde-se observar uma redução das medidas da

perimetria, com diferença de 3,5 cm na altura do trocânter maior, e 5 cm na altura da prega

glútea.

MID MIE BORDA SUPERIOR

DA PATELA PRÉ-TESTE PÓS-TESTE PRÉ-TESTE PÓS-TESTE

5 cm 42 40 41 40,5

10 cm 46 45 44 43

20 cm 52 51,5 52 51

25 cm 57 56 56,5 55

Quadro 2 - Perimetria dos MMII em cm na 1ª (pré-teste) e 12ª (pós-teste) sessão da aplicação do US associado a DLM. Fonte: dados obtidos pela autora, 2005.

No quadro 2, na perimetria dos MMII com as medidas realizadas na região da

borda superior da patela, houveram reduções que variaram entre 0,5 e 2,0 cm após o

tratamento.

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Com os resultados obtidos nesta pesquisa, mesmo com um tempo considerado

curto de tratamento e a paciente estando no período menstrual, o uso de ultra-som associado

com a DLM mostrou-se um método eficaz no tratamento do FEG.

4.4 Nível de satisfação

Quanto aos resultados obtidos com a aplicação do ultra-som associado à drenagem

linfática manual sobre a região afetada pelo FEG, a paciente foi questionada no dia da

reavaliação do tratamento, relatando estar satisfeita com os resultados obtidos.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O FEG é um problema de grande relevância social, que pode causar sérios

acometimentos à saúde da mulher, tanto físico quanto mental.

Através do protocolo estabelecido pela pesquisa, ao finalizar o presente estudo

pôde-se observar melhora do quadro da paciente, como redução dos dados perimétricos e dos

graus do FEG, observados através das alterações visuais, aumento da temperatura local,

diminuição e melhora das microvarizes e das queixas apresentadas pela paciente

anteriormente como sensações de cansaço e peso nos MMII, além da melhora no aspecto

geral da pele.

Quanto ao nível de satisfação, a paciente relatou estar satisfeita com os dados

obtidos ao final das doze sessões. Deve-se levar em consideração que a reavalização foi

realizada no período menstrual, onde é comum ocorrer retenção de líquidos, o que leva a um

agravamento do quadro do FEG.

Mesmo com essas evidências e tempo reduzido de tratamento, houve melhora em

todos os aspectos da região tratada, demonstrando a eficácia da aplicação do tratamento do

uso do ultra-som associado à drenagem linfática manual.

Em relação ao embasamento teórico da pesquisa, convém salientar que houve

certa dificuldade no desenvolvimento do mesmo pela escassez de literatura e trabalhos

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científicos disponíveis por se tratar de uma patologia de abordagem literária e prática recente

entre fisioterapeutas.

A fisioterapia dermato-funcional é um campo de atuação onde o profissional visa

promover a melhora da saúde e auto-estima da mulher, facilitando a sua integração, ou

reintegração, no meio social, que se torna cada vez mais exigente aos fatores estéticos.

Contudo, é extremamente importante a realização de novas pesquisas,

proporcionando o enriquecimento literário sobre o tema, utilizando amostras mais

abrangentes, com maior tempo de tratamento e que a avaliação e reavaliação sejam realizadas

no mesmo período do ciclo menstrual.

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REFERÊNCIAS

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ANEXOS

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Anexo A

(Termo de consentimento)

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

COMISSÃO DE ÉTICA EM PESQUISA – CEP UNISUL

CONSENTIMENTO PARA FOTOGRAFIAS, VÍDEOS E GRAVAÇÕES.

Eu ________________________________________________________ permito que o grupo de pesquisadores relacionados abaixo obtenha fotografia, filmagem ou gravação de minha pessoa para fins de pesquisa científica, médica e/ou educacional. Eu concordo que o material e informações obtidas relacionadas à minha pessoa possam ser publicados em aulas, congressos, eventos científicos, palestras ou periódicos científicos. Porém, a minha pessoa não deve ser identificada, tanto quanto possível, por nome ou qualquer outra forma. As fotografias, vídeos e gravações ficarão sob a propriedade do grupo de pesquisadores pertinentes ao estudo e sob sua guarda. Nome do sujeito da pesquisa e/ou paciente: ________________________________________ RG: ________________________________________ Endereço: ________________________________________ Assinatura: ________________________________________ Se o indivíduo é menor de 18 anos de idade, ou é legalmente incapaz, o consentimento deve ser obtido e assinado por seu representante legal. Nome dos pais ou responsáveis: ________________________________________ RG: ________________________________________ Endereço: ________________________________________ Assinatura: ________________________________________ Equipe de pesquisadores: Karina Brongholi Acadêmica: Sheilla Pizzetti Freitas Data e Local onde será realizado o projeto: ________________________________________

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Anexo B

(Ficha de avaliação)

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Ficha de avaliação – FEG

Identificação:

Nome: _____________________________________________________________________

Data de nascimento: _____/_____/_____. Profissão: ________________________________

Nacionalidade: ______________________________________________________________

Endereço: _____________________________________________ Fone: ________________

Cidade: ________________________________ UF: ______________ CEP: _____________

Ficha Clínica:

� Cor da pele: ( ) branca ( ) parda ( ) negra

� Ano da menarca: __________________________________________________________

� Mudanças observadas: _____________________________________________________

� Número de gestações: ( ) nenhuma ( ) uma ( ) duas ( ) três ( ) mais de três

� Faz uso de medicamentos: ( ) a base de corticóides ( ) antihistamínicos

( ) esteróides ( ) antiinflamatórios ( ) anticoncepcionais

( ) Outros: ______________________________________________________________

� Apresenta algum tipo de disfunção hormonal e/ou hepática: ________________________

� Fumante: ( ) sim ( ) não

� Patologias dérmicas: _______________________________________________________

� Alergia a: ( ) corrente elétrica ( ) produtos: ______________________________

� Tratamentos anteriores: ____________________________________________________

� Resultados obtidos: ________________________________________________________

� Hábitos alimentares:

0 = não ingere 1 = ingere esporadicamente 2 = ingere freqüentemente

( ) doces ( ) frutas ( ) salgados ( ) frituras ( ) café

( ) água ( ) verduras ( ) refrigerantes ( ) bebida alcoólica ( ) chá preto

� Vestuário: _______________________________________________________________

� Atividade física: ( ) sim ( ) não Quantas vezes por semana? _________________

Qual? ___________________________________________________________________

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� Cirurgias recentes: ( ) sim ( ) não Qual? ________________________________

Caracterização do quadro

� Período de aparecimento das celulites:

( ) na adolescência ( ) durante a gravidez ( ) após a gravidez

( ) ao fazer uso de medicamentos ( ) ao ganhar peso ( ) após perder peso

( ) outros

� Localização:

( ) abdômen ( ) glúteos ( ) coxa ( ) outros

� Grau de celulite: __________________________________________________________

� Peso corporal: ____________________________________________________________

� Estatura: ________________________________________________________________

� Índice de massa corporal: ___________________________________________________

� Inspeção: ________________________________________________________________

� Desvios posturais: _________________________________________________________

� Testa da “casca de laranja”: _________________________________________________

� Teste da preensão: ________________________________________________________

� Palpação: _______________________________________________________________

Obs.: ______________________________________________________________________

Avaliador(a): _______________________________________________________________

Data: _____/_____/_____.

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Anexo C

(Escala de opinião)

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Escala de opinião

Como se sente em relação aos resultados do tratamento?

( ) plenamente satisfeita

( ) satisfeita

( ) parcialmente satisfeita

( ) insatisfeira.