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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Campus de Presidente Prudente Faculdade de Ciências e Tecnologia
____________________________________________________________ Restituição Fotogramétrica Analítica: Fotogrametria - II
Júlio Kiyoshi Hasegawa
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FOTOGRAMETRIA II
(notas de aulas)
TEORIA DAS ORIENTAÇÕES (ANALÍTICA/DIGITAL):
Orientação Relativa e Absoluta.
Júlio Kiyoshi Hasegawa
Presidente Prudente
2014
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Campus de Presidente Prudente Faculdade de Ciências e Tecnologia
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Restituição Fotogramétrica – Analítica
SUMÁRIO
1. Orientação Analítica Sequencial ...................................................................................... 1
2. Etapas da Orientação Analítica Sequencial ..................................................................... 1
2.1. Orientação relativa ........................................................................................................... 3
2.2. Orientação relativa com equação de coplanaridade ......................................................... 5
2.3. Orientação relativa com as equações de colinearidade .................................................... 8
2.4. Determinação das coordenadas dos pontos do modelo ................................................. 10
2.5. Fluxograma de operações para a orientação relativa ..................................................... 11
3. Orientação Absoluta ...................................................................................................... 13
4. Fluxograma de operações para a restituição ................................................................. 16
1. Orientação Analítica Sequencial
A restituição é um processo de transformação do sistema de projeção central
(cônica) para ortogonal (mapa). Assim, para elaborar um mapa (digital), ou ainda,
determinar as coordenadas dos pontos fotogrametricamente, deve-se formar um modelo
tridimensional da cena imageada, gerando um estereomodelo, na qual medidas
tridimensionais podem ser realizadas.
No modo analítico ou digital, a orientação do modelo consiste em determinar os
elementos de orientação exterior das duas fotos para depois determinar as coordenadas
dos pontos no espaço objeto por interseção dos raios homólogos.
No entanto, devido a versatilidade do modo analítico, a orientação pode ser
conduzida de forma semelhante ao do analógico, ou seja, o processo pode ser realizado
por duas orientação (que concretiza a orientação exterior): relativa e absoluta. Esse
procedimento é chamado, neste texto, de orientação seqüencial.
2. Etapas da Orientação Analítica Sequencial
Este procedimento simula analiticamente as mesmas etapas do analógico, ou seja,
executa a orientação relativa e a absoluta analiticamente. Para tanto, as seguintes etapas
devem ser realizadas:
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Orientação relativa, que podem ser solucionadas utilizando-se das equações
de colinearidade ou coplanaridade;
Determinação das coordenadas 3D do modelo, no processo de orientação
relativa os elementos de orientação das duas fotos são determinadas, (7
elementos são fixados e 5 são determinados) e
Orientação absoluta, nessa etapa o relacionamento entre o modelo
estereoscópico e o terreno é realizado, utilizando-se geralmente, o modelo
matemático de transformação isogonal ou afim no espaço 3D.
A Figura 01 apresenta as etapas das orientações que são realizadas para habilitar
o modelo estereoscópio para a restituição.
Figura 1: Sequencias de operações para orientar um modelo.
A Figura 1 ilustra a sequencia operacional na orientação exterior (relativa e
absoluta) de um modelo e a determinação das coordenadas 3D dos pontos no sistema de
coordenadas geodésicas.
A orientação relativa é realizada medindo-se apenas os pontos de orientação
(Pontos de Gruber), no mínimo 6 para se aplicar o MMQ no processo de solução
(ajustamento).
A orientação interior deve ser realizada nos pontos de orientação, gerando as
fotocoordenadas para a determinação dos elementos de orientação relativa. Nessa etapa,
dos 12 elementos de orientação, 7 deles devem ser injuncionados (conforme os critérios
efeitos dos movimentos, de forma semelhante ao da definição das rotinas no modo
analógico) e 5 são determinados no processamento.
FLUXOGRAMA – ORIENTAÇÃO DO MODELO (SEQUENCIAL)
Orientação Interior:
Transformação
Correção dos erros
sistemáticos.
Orientação Relativa:
Determinação dos
elementos de
Orientação Relativa.
Orientação Absoluta:
Determinação dos
elementos de Orientação
Absoluta.
Orientação Exterior
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As coordenadas tridimensionais dos pontos de apoio, no sistema de coordenadas
definidos na formação do modelo (cartesiano 3D – arbitrário) devem ser calculadas, para
possibilitar a transformação para o sistema de coordenadas do espaço objeto.
A orientação absoluta consiste em calcular os parâmetros de transformação, que
pode ser determinado relacionando-se as coordenadas dos pontos de apoio no modelo
com o terreno.
2.1. Orientação relativa
No processo de orientação relativa, fixam-se 7 elementos de orientação e
determinam os outros 5 (2 elementos do grupo 1 e 2 e um dos ômegas), desta forma a
orientação é feita de forma relativa aos elementos fixados e no sistema de coordenadas
cartesianas tridimensional adotada arbitrariamente.
Na prática, existem 50 possíveis combinações para realização da orientação
relativa, na qual serão relacionados apenas 2 delas:
Caso 1: Sistema de coordenadas do modelo coincidente com o sistema da foto da
esquerda (Figura 3).
Figura 2: Sistema de coordenadas do modelo solidário ao sistema da foto da esquerda.
y´
x´
bz
by
Y
z´ x"
y" z"
C1
C2
f
f
bx = cte
P(X Y Z)
X
Z
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Essa condição, Figura 2, é materializada fixando-se o Centro Perspectivo (CP) ao
sistema de coordenadas da foto da esquerda (3 elementos são fixados – X, Y e Z do CP
da esquerda).
No entanto, o modelo não tem uma escala definida, para tanto, deve-se fixar a
componente bx (base) do modelo, que na prática resume-se em fixar a coordenada X do
centro perspectivo da foto da direita.
Desta forma, os valores fixados são: ωe, ϕ e, κ e, X ec, Y ec, e Z
ec para a foto da
esquerda e: Xd c, da foto da direita.
A solução da orientação relativa consiste em determinar os 5 parâmetros de
orientação da foto da direita (Ydc, Zdc, ω
d, ϕd e κd).
Caso 2: Fazendo a coincidência do eixo x do sistema de coordenadas do modelo
coincide com a base, resultando em by = bz = 0;
Neste caso os elementos de orientação incógnitos são apenas os de rotação, três
(03) para cada uma das fotos. No entanto, como os elementos de rotação ômega
produzem os mesmos efeitos nas paralaxes, deve-se escolher apenas um deles. A Figura
3 ilustra o modelo fixando-se os elementos de translação das duas fotos e ômega da foto
da esquerda.
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Figura 3: Sistema de coordenadas com a base coincidente com o eixo X.
Nesse procedimento os valores considerados conhecidos, arbitrados, são: Xec, Yec,
Zec e ωe para a foto da esquerda e Xdc, Y
dc, Z
dc da foto da direita.
Na solução da orientação relativa e, conseqüentemente, obtenção de todos os
parâmetros de orientação, resume-se na determinação dos elementos angulares, dois da
foto da esquerda (κe e ϕe) e os três da foto da direita (ωd, ϕd e κd).
O processo de orientação relativa de modo analítico, tanto no caso 1 como no caso
2, pode ser realizado a partir das duas equações, de coplanaridade ou de colinearidade.
2.2. Orientação relativa com equação de coplanaridade
Na equação de coplanaridade (equação 1), verifica-se que existem doze (12)
parâmetros à determinar: κ ϕ ω κ ϕ ωe e e
c
e
c
e
c
e d d d
c
d
c
d
c
dX Y Z X Y Z, , , , , , , , , , , .
0)vuvu)(ZZ(
)wuwu)(YY()wvwv)(XX(
eddeec
dc
deedec
dcedde
ec
dc
=−−
+−−+−− (1)
O problema de orientação relativa requer somente a solução de cinco parâmetros
relativos: )(),(),(),(),(dc
ec
dc
ec
dededeZZYY −−−−− ωωϕϕκκ , ou seja, fica a
X
Y
Z
C2 X
y
´
x"
y"
C1
f f
bx = cte
P(X Y Z)
x
´
z
´
z"
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necessidade de resolver somente as incógnitas: ∂ κ ∂ ϕ ∂ ω ∂ ∂, , , ,Y Z (caso 01). Na
prática define-se valores arbitrários para todos os parâmetros da foto da esquerda e de
um parâmetro da foto da direita :κ ϕ ωe e e
c
e
c
e
c
e
c
dX Y Z cte X base= = = = = = =0 0 0 0 0, , , , , , ,
assim restam somente cinco (5) parâmetros para ser resolvido na orientação relativa.
A Figura 4 ilustra o plano coplanar, definido pelos vetores B, Ai e Aj que define a
linha epipolar, cuja característica é muito utilizada nas técnicas automáticas de
determinação dos pontos homólogos. As linhas epipolares reduzem o espaço de busca
dos pontos homólogos, pois ao longo dela encontram-se os dois pontos.
Figura 4 - Modelo com os vetores que definem o plano coplanar (Wolf-1988)
No caso 02, fica a necessidade de resolver somente as incógnitas: ∂ϕ1, ∂κ1,.∂ϕ2,
∂ω2,.∂κ2. Os outros parâmetros são arbitrados, geralmente:
ecX = 0;
ecY = 0;
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ecZ = f;
dcX = base fotográfica;
dcY = 0;
dcZ = f.
Desta forma, para cada par de raios na qual as coordenadas xep, yep, x
dp e y
dp
foram observados, uma equação de coplanaridade pode ser escrita.
[ ][ ][ ][ ]
[ ][ ][ ][ ]
[ ][ ][ ][ ] 0)zmymxmzmymxm
zmymxmzmymxm)(ZZ(
)zmymxmzmymxm
zmymxmzmymxm)(YY(
)zmymxmzmymxm
zmymxmzmymxm)(XX(
ep
e32
ep
e22
ep
e12
dp
d31
dp
d21
dp
d11
dp
d32
dp
d22
dp
d12
ep
e31
ep
e21
ep
e11
ec
dc
dp
d33
dp
d23
dp
d13
ep
e31
ep
e21
ep
e11
ep
e33
ep
e23
ep
e13
dp
d31
dp
d21
dp
d11
ec
dc
ep
e33
ep
e23
ep
e13
dp
d32
dp
d22
dp
d12
dp
d33
dp
d23
dp
d13
ep
e32
ep
e22
ep
e12
ec
dc
=++++
−++++−
+++++
−++++−
+++++
−++++−
(2)
Assim, para um mínimo de cinco (pontos) pares de raios há uma solução única, na
prática e para aplicar o MMQ adota-se observar mais do que cinco pares de raio a fim de
eliminar erros grosseiros que eventualmente possa ter ocorrido no processo de medição.
Na solução da equação 2 deve-se aplicar o método combinado para o ajustamento das
equações normais, pois a função não está escrita na forma explícita.
Na equação 2, o zep e zdp é a distância principal da câmara, que no caso aéreo é
associado ao valor de f (distância focal). Geralmente, os ec
dc ZeZ são fixados com o valor
da distância focal, desta forma a relação fec
dc bXX =− deve ser mantida para garantir a
proporcionalidade. Nesse caso o modelo formado estará na mesma escala da fotografia
utilizada.
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2.3. Orientação relativa com as equações de colinearidade
A equação de colinearidade representa matematicamente um raio do feixe de raios
que compõe a imagem. Desta forma, aplicando a equação de colinearidade nas duas
imagens adjacentes pode-se reproduzir o modelo analiticamente, por meio de interseções
dos raios homólogos.
Desta forma, o modelo estereoscópico (formado matematicamente) produzido deve
ser referenciado ao sistema de coordenadas cartesianas (3D) arbitrária, impondo as
injunções nos parâmetros.
A realização da orientação relativa faz-se determinando somente cinco parâmetros,
de forma semelhante ao procedimento analógico. Nesse caso, a interseção de no mínimo
cinco pares de raios para se realizar a orientação relativa se faz necessária.
Utilizando dois pares de equações de colinearidade (equação 3) verifica-se a
existência de doze (12) parâmetros de orientação à determinar:
κ ϕ ω κ ϕ ωe e e
c
e
c
e
c
e d d d
c
d
c
d
c
dX Y Z X Y Z, , , , , , , , , , , e três coordenadas (X, Y e Z) do ponto.
)()()(
)()()(
333231
131211
e
cp
ee
cp
ee
cp
e
e
cp
ee
cp
ee
cp
e
e
pZZmYYmXXm
ZZmYYmXXmfx
−+−+−
−+−+−−=
)()()(
)()()(
333231
232221
e
cp
ee
cp
ee
cp
e
e
cp
ee
cp
ee
cp
e
e
pZZmYYmXXm
ZZmYYmXXmfy
−+−+−
−+−+−−= (3)
)()()(
)()()(
333231
131211
d
cp
dd
cp
dd
cp
d
d
cp
dd
cp
dd
cp
d
d
pZZmYYmXXm
ZZmYYmXXmfx
−+−+−
−+−+−−=
)()()(
)()()(
333231
232221
d
cp
dd
cp
dd
cp
d
d
cp
dd
cp
dd
cp
d
d
pZZmYYmXXm
ZZmYYmXXmfy
−+−+−
−+−+−−=
A solução da equação 3 pode ser obtida através de dois procedimentos básicos:
a) considerar como parâmetros incógnitos somente cinco elementos de orientação
das câmaras (como no caso da coplanaridade).
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- neste caso, cada ponto gera quatro equações nas quais estão inseridos os
cinco (05) elementos de orientação como incógnitas e três (03) coordenadas
dos pontos de orientação (medidos) no sistema de coordenadas do modelo.
Assim, de forma semelhante ao da equação de coplanaridade, verifica-se a
necessidade mínima de 5 pontos para proporcionar solução única e mais de
6 para ser aplicada o MMQ.
Para exemplificar, supondo um modelo com seis pontos observados,
tem-se (injunção absoluta – nos 7 elementos de orientação fixados):
- 05 incógnitas referentes aos parâmetros de orientação;
- 06 x 03 = 18 incógnitas referentes às coordenadas dos pontos no
sistema de coordenadas dos modelos;
- Resultando em 23 incógnitas; e
- Como cada ponto geram 4 observações, assim 24 observações
são geradas.
b) adotar um procedimento semelhante ao da orientação analítica simultânea, ou
seja, adotar o mesmo critério descrito anteriormente e considerar todos os pontos a
ser fototriangulado como incógnitas e ajustá-los simultaneamente, condição
possível somente à equação de colinearidade.
Para exemplificar, supondo um modelo com seis pontos observados,
tem-se:
- 30 incógnitas são geradas para esse modelo (com os seis
pontos), dos quais 12 referentes aos elementos de orientação e 18
referentes às coordenadas (XYZ) dos pontos; e
- com 24 observações e 7 injunções (mínimas) – resultando em um
grau de liberdade, a solução por MMQ é possível.
Este desenvolvimento é semelhante ao processo de Orientação exterior analítica
simultânea, diferenciando somente no uso do sistema de coordenadas do espaço objeto,
na relativa - um sistema cartesiano 3D arbitrário, na simultânea utiliza-se um sistema de
coordenadas cartesianas 3D geodésico.
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Esses desenvolvimentos mostrados (a e b) são válidos para os todos os possíveis
casos, diferenciando somente nos parâmetros incógnitos envolvidos no processo de
ajustamento. A Figura 5 ilustra os 6 pontos de orientação (conhecidos também como
pontos de Gruber) no modelo e os sistemas de coordenadas envolvidas.
Figura 5: Sistema de coordenadas e 6 pontos de orientação (Wolf-1988).
No caso b, além das incógnitas referentes aos elementos de orientação às
coordenadas (no sistema do modelo) dos pontos são determinados em um único
processamento. No caso a, após o cálculo dos elementos de orientação deve-se calcular
as coordenadas do modelo, pois somente os elementos de orientação (relativa) e dos
pontos de orientação utilizados são determinados.
2.4. Determinação das coordenadas dos pontos do modelo
Uma vez determinado os parâmetros de orientação (relativa) das fotos, faz-se
necessário à determinação das coordenadas dos pontos do modelo. Este cálculo pode
ser efetuado utilizando-se basicamente dos métodos de interseção fotogramétrica:
solução das equações de colinearidade pelo MMQ; ou por fator de escala. Nesse caso, os
elementos de orientação são os obtidos no ajustamento da orientação relativa.
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2.5. Fluxograma de operações para a orientação relativa
As etapas a serem realizadas na prática da orientação relativa estão apresentadas
na Figura 6.
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Figura 6: Fluxograma de operações da orientação relativa analítica.
MÓDULO ORIENTAÇÃO RELATIVA
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Gravar Elementos
Orientação Relativa
Leitura das coordenadas de tela:
(ie, je) e (id, jd)
Valores Iniciais –
Matriz de Rotação: Re = I, Rd = I
X’c = Y’c = 0, Z’c = f
X”c = Y”c = 0, Z”c = f
Equação de Colinearidade:
Montagem:
Matriz A – Vetor L0
Vetor L = L0 - Lb Matriz P N = (A
TPA) U = (A
TPL)
Solução de Sistema de equações:
X = N-1U X
a = X0 - X
Σ Resíduos < critério
IT < Max. Iter.
IT = 0
IT = IT + 1
Não
Não
Sim
Sim
Fim
Problemas
Orientação Relativa concluída.
Injunção: nos OE´s
Exemplos:
(1) foto esquerda (6 elementos) + coordenada X (foto direita)
(2) Injunção: 6 elementos de translação
+ ω (foto direita)
Elementos de Orientação Interior
Somente ponto de
orientação (Gruber)
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3. Orientação Absoluta
Terminada a orientação relativa, um modelo estereoscópico das imagens
processadas não geradas, entretanto, este modelo está num sistema de coordenadas
arbitrário sem definição de escala e o eixo z não está orientado em relação ao sistema de
coordenadas terrestre utilizado.
O modelo estereoscópico formado representa perfeitamente a morfologia do
terreno, desta maneira, para validar este modelo como uma representação
planoaltimétrico equivalente ao terreno fotografado faz-se necessário realizar uma
transformação geométrica (Isogonal ou Afim) que sintetiza a Orientação Absoluta.
Figura 7 - Modelo arbitrário em relação ao sistema de coordenadas do espaço objeto.
Na orientação relativa forma-se um modelo estereocópico num sistema cartesiano
tridimensional arbitrário, desta forma, as coordenadas fornecidas (pela equação de
colinearidade ou coplanaridade) do modelo devem ser transformadas para o sistema de
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coordenadas do espaço objeto. Essa transformação pode ser realizada pelo modelo
matemático Isogonal ou Afim.
3.1. Orientação Absoluta com transformação Isogonal
O modelo matemático 4 descreve matematicamente a relação entre o sistema do
modelo arbitrário e sistema de coordenadas retangular do espaço objeto:
X
Y
Z
M
X X
Y Y
Z Z
T
=
−
−
−
−λ 1
0
0
0
'
'
'
(4)
onde:
X, Y e Z são as coordenadas “observadas” do modelo estereoscópico;
X’, Y’ e Z’ são as coordenadas 3D dos pontos de apoio;
X0, Y0 e Z0 são os parâmetros de translação da transformação;
λ é o fator de escala da transformação; e
M é a matriz de rotação definida pelas rotações de Euler.
A solução da orientação absoluta passa, inicialmente, pela determinação dos
parâmetros (sete) de transformação, na qual está condicionada a um conhecimento nos
dois sistemas de no mínimo de 3 pontos para uma solução única e 4 ou mais para aplicar
o MMQ.
A Transformação inversa, necessária para a determinação das coordenadas dos
pontos, no sistema do espaço objeto, pode ser processada manipulando-se o modelo
matemático 4, resultando na equação 5.
X
Y
Z
M
X
Y
Z
X
Y
Z
'
'
'
'
'
'
=
+
λ0
0
0
(5)
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3.2. Orientação Absoluta com transformação Afim
Embora este procedimento não seja muito comum para esta aplicação, será
apresentado aqui devido a sua facilidade de solução, pois é um modelo linear.
Diferentemente do caso Isogonal, este modelo não necessita de valores aproximados aos
parâmetros incógnitos.
Modelo matemático (equação 6):
X
Y
Z
a b c
d e f
g h i
X
Y
Z
j
k
l
=
′
′
′
+
(6)
Transformação Inversa:
X
Y
Z
a b c
d e f
g h i
X j
Y k
Z l
′
′
′
=
′−
′−
′−
−1
(7)
Da mesma forma que no caso 3.1., deve-se determinar os parâmetros de
transformação (12) pela equação 6 e aplicar a transformação inversa (equação 7) para
determinar as coordenadas dos pontos no espaço objeto.
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4. Fluxograma de operações para a restituição
A Figura 2 ilustra as operações necessárias para efetuar a restituição de feições
sobre um modelo com orientação relativa e absoluta conhecidas.
Figura 8: Etapas de uma restituição analítica seqüencial.
Restituição Fotogramétrica
Sequencial
Leitura das
Coordenadas
Orientação Interior.
Correção dos Erros
Sistemáticos.
Dados Auxiliares
Orientação Relativa
Interseção Fotogramétrica
Orientação Absoluta
Transformação Inversa
Coordenadas
: X Y e Z