universidade federal de santa catarina centro … · as protozooses intestinais mais frequentes...

62
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA Jéssica Daiane Rosa PREVALÊNCIA DE ENTEROPARASITOSES E AÇÕES EDUCATIVAS EM ESCOLARES DO MUNICÍPIO DE SANTO AMARO DA IMPERATRIZ – SC, BRASIL Florianópolis, 2015

Upload: haquynh

Post on 06-Dec-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIEcircNCIAS DA SAUacuteDE

CURSO DE GRADUACcedilAtildeO EM FARMAacuteCIA

Jeacutessica Daiane Rosa

PREVALEcircNCIA DE ENTEROPARASITOSES E ACcedilOtildeES EDUCATIVAS EM

ESCOLARES DO MUNICIacutePIO DE SANTO AMARO DA IMPERATRIZ ndash SC

BRASIL

Florianoacutepolis

2015

Jeacutessica Daiane Rosa

PREVALEcircNCIA DE ENTEROPARASITOSES E ACcedilOtildeES EDUCATIVAS EM

ESCOLARES DO MUNICIacutePIO DE SANTO AMARO DA IMPERATRIZ ndash SC

BRASIL

Trabalho de conclusatildeo de curso de Graduaccedilatildeo em

Farmaacutecia apresentado ao Departamento de Anaacutelises

Cliacutenicas da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a conclusatildeo da disciplina de

Trabalho de Conclusatildeo de Curso II

Orientador Profordf Ms Lenilza Mattos Lima

Florianoacutepolis

2015

1

AGRADECIMENTOS

Primeiramente aos meus pais pelo apoio incondicional pela paciecircncia e pelo incentivo

Vocecircs sempre seratildeo minha maior fonte de inspiraccedilatildeo independente do que aconteccedila pois satildeo

meus maiores exemplos de forccedila coragem e perseveranccedila

Agradeccedilo a minha querida orientadora professora Lenilza pela dedicaccedilatildeo e empenho

prestados Obrigada por todos os ensinamentos pelo carinho pela atenccedilatildeo e pela magniacutefica

oportunidade de participar deste projeto pois ele foi a melhor coisa que eu fiz desde que entrei

na faculdade

Ao meu melhor amigo Guilherme minha eterna gratidatildeo por sempre acreditar no meu

potencial e pelo apoio nos momentos mais difiacuteceis e desesperadores da minha vida Obrigada

por estar sempre presente

Agradeccedilo minhas queridas colegas de faculdade Camila e Flaacutevia Obrigada pelos anos

de companheirismo de cumplicidade de paciecircncia e de oacutetimas risadas Esse tempo ao lado de

vocecircs me mostrou que nada na vida eacute totalmente ruim pois se fosse eu natildeo teria encontrado

vocecircs

Ao Professor Ronaldo Salum que idealizou e possibilitou o desenvolvimento desse

maravilhoso projeto em Santo Amaro da Imperatriz

A secretaria de Sauacutede e Educaccedilatildeo do municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz por toda

pelo apoio e colaboraccedilatildeo

A todos os alunos professores diretores e funcionaacuterios das escolas participantes muito

obrigada pelo carinho apoio disponibilidade e interesse na contribuiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo desse

trabalho Foi um imenso prazer conhece-los estar com vocecircs e ter a oportunidade de trocar

experiecircncias e conhecimentos com todos vocecircs

Agradeccedilo as minhas colegas Emiacutelia Natalia e Bruna que trabalharam junto comigo

como bolsistas na execuccedilatildeo deste projeto Foi oacutetimo compartilhar com vocecircs momentos

maravilhosos sempre repletos de muita troca de vivecircncias e conhecimentos

Ao bioquiacutemico Marcellus do setor de parasitologia do Hospital Universitaacuterio e aos

colegas estagiaacuterios que passaram por laacute pelo apoio e colaboraccedilatildeo na pesquisa

Aproveito para agradecer ao querido professor Marcos pelo auxilio prestado em relaccedilatildeo

aos dados estatiacutesticos pela paciecircncia e pela atenccedilatildeo O senhor aleacutem de ser um grande professor

eacute uma pessoa maravilhosa

A todos aqueles que de alguma maneira contribuiacuteram para que este trabalho fosse

realizado gratidatildeo

2

RESUMO

Atualmente no Brasil as enteroparasitoses ainda satildeo muito frequentes em diversas regiotildees Esse

fato estaacute relacionado com a ausecircncia de saneamento baacutesico e a inadequada higiene pessoal e

coletiva da populaccedilatildeo Este trabalho teve como objetivo diagnosticar as enteroparasitoses em

escolares de seis Instituiccedilotildees Educacionais do municiacutepio de Santo Amaro da ImperatrizSC

com idades entre 0 a 17 anos e promover a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre sauacutede e

parasitoses atraveacutes de accedilotildees educativas Foram analisadas 357 amostras de fezes conservadas

em soluccedilatildeo SAF atraveacutes do meacutetodo de Lutz e de Faust e cols Em amostras diarreicas tambeacutem

foram realizadas as coloraccedilotildees tricrocircmica e pelo Kinyoun As accedilotildees educativas sobre

parasitoses e suas formas de prevenccedilatildeo foram desenvolvidas atraveacutes de teatro de fantoches para

as crianccedilas de 5 a 9 e palestra interativa para alunos de 10 a 17 anos Para analisar a eficiecircncia

das accedilotildees educativas os alunos receberam uma tarefa de acordo com sua faixa etaacuteria

(construccedilatildeo de um texto eou desenhos sobre o tema) Na anaacutelise das amostras fecais observou-

se que 21 foram positivas para enteroparasitas encontrando-se uma maior prevalecircncia na

faixa de etaacuteria de 6 a 9 anos (573) Das amostras positivas 80 estavam monoparasitadas

13 estavam biparasitadas e 7 encontravam-se poliparasitadas Os parasitas encontrados

foram Blastocystis hominis (56) Endolimax nana (14) Entamoeba coli (13) Giardia

lamblia (11) Ascaris lumbricoides (2) Entamoeba histolyticaE dispar (2) Iodameba

butschlii (1) e Trichuris trichiura (1) Os resultados dos exames foram encaminhados aos

pais dos alunos para tratamento dos casos positivos Pelas accedilotildees educativas notou-se que houve

uma compreensatildeo acerca do tema Os resultados mostraram uma prevalecircncia de

enteroparasitoses relevante sendo assim esses dados reforccedilam a importacircncia e a necessidade

de implantar as accedilotildees educativas pois atraveacutes delas eacute possiacutevel fornecer noccedilotildees baacutesicas de

promoccedilatildeo a sauacutede para prevenccedilatildeo das enteroparasitoses Dessa forma pode-se interferir no

mecanismo de transmissatildeo dos parasitos proporcionando a populaccedilatildeo uma melhoria de sua

qualidade de vida

Palavras-chave Enteroparasitoses Accedilotildees educativas Escolares

3

ABSTRACT

Currently in Brazil the intestinal parasites are still very common in many regions This fact is

related to the lack of sanitation and collective and personal hygiene inadequate of population

This study aimed to diagnose intestinal parasites in schoolchildren of six educational

institutions in the city of Santo Amaro da Imperatriz SC with ages between 0 to 17 years and

promote the expansion of knowledge about health and parasitic diseases through educational

activities Were analyzed 357 fecal samples preserved in SAF solution by Lutz method and

Faust et al In diarrheal samples were carried out trichrome and Kinyoun colorations

Educational activities on parasitic diseases and its prevention were developed through puppet

shows for children 5-9 and interactive talk for students 10-17 years To analyze the efficiency

of educational activities students were given a task according to their age group (construction

of a text and or drawings on the subject)

In the analysis of fecal samples it was observed that 2210 were positive for intestinal

parasites finding a higher prevalence in the age range 6-9 years (573) Of the positive

samples 80 were monoparasitism 13 were biparasitism and 7 were polyparasitism The

parasites were Blastocystis hominis (571) Endolimax nana (133) Entamoeba coli

(124) Giardia lamblia (114) Ascaris lumbricoides (19) Entamoeba histolytica E

dispar (19) Iodameba butschlii (1) and Trichuris trichiura (1) The results of

examinations were sent to parents of students for the treatment of positive cases During the

analysis of texts and childrens drawings it was noted that there was an understanding on the

theme The results showed a prevalence relevant of intestinal parasites therefore these data

increase the importance and necessity to implement educational activities because through

them its possible provide basic notions promotion of health and prevention of enteroparasitosis

Thus its possible interrupt in the mechanism of transmission of parasites providing the public

an improvement in their quality of life

Keywords Enteroparasitosis Educational activities Schoolchildren

4

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 5

2 OBJETIVOS 17

21 Objetivo Geral 17

22 Objetivos Especiacuteficos 17

3 METODOLOGIA 18

31 Locais e sujeitos do estudo 18

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos 18

321 Colheita das amostras fecais 18

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais 19

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes 20

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer 20

332 Meacutetodo de Faust e cols 20

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico 21

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun 21

34 Anaacutelise dos resultados 22

35 Accedilotildees educativas 22

4 RESULTADOS 24

41 Exames parasitoloacutegicos 24

42 Accedilotildees educativas 30

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de

Santo Amaro da Imperatriz 31

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos 33

5 DISCUSSAtildeO 35

6 CONCLUSOtildeES 44

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

8 ANEXOS 52

5

1 INTRODUCcedilAtildeO

Segundo Neves (2011) o parasitismo consiste em uma associaccedilatildeo entre os seres vivos

onde haacute uma unilateralidade de benefiacutecios O parasita como agente agressor se beneficia

utilizando o hospedeiro como abrigo e fonte alimentar podendo causar prejuiacutezos

Historicamente esse tipo de associaccedilatildeo ocorre a milhares de anos Alguns estudos da

aacuterea de paleoparasitologia com material encontrado em siacutetios arqueoloacutegicos tecircm evidenciado a

existecircncia de enteroparasitas em vaacuterios continentes Estudos realizados com fezes ressecadas

ou mineralizados e outros materiais orgacircnicos nas Ameacutericas identificaram a presenccedila de

Ancilostomiacutedeos Ascaris lumbricoides Hymenolepis nana Trichuris trichiura Enterobius

vermicularis Entamoeba spp Giardia lamblia (DAMAZIO 2013)

Ainda hoje as parasitoses intestinais representam um seacuterio problema de sauacutede puacuteblica

no Brasil e em outros paiacuteses em desenvolvimento Nessas regiotildees o parasitismo pode ocorrer

com grande intensidade e diversidade pois o clima quente e uacutemido das regiotildees tropicais e

subtropicais favorece o ciclo de vida parasitaria e aleacutem disso a disseminaccedilatildeo dos parasitos eacute

facilitada devido agrave ausecircncia ou precariedade de saneamento baacutesico baixo niacutevel soacutecio

econocircmico alguns haacutebitos culturais carecircncia de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva (BIASI

et al 2010 LEITE LAUGART et al 2012 TOMA ADAMIL 2014)

Indiviacuteduos de todas as faixas etaacuterias estatildeo sujeitos a infecccedilotildees parasitarias poreacutem as

crianccedilas em idade escolar estatildeo entre os mais acometidos Elas estatildeo expostas constantemente

a condiccedilotildees de infecccedilatildeo e reinfecccedilatildeo por terem um contato maior com o ambiente natildeo

possuiacuterem haacutebitos de higiene pessoais bem consolidados e por sustentarem haacutebitos alimentares

que as torna mais propicias a contaminaccedilatildeo (BELLOTO et al 2011 SANTOS et al 2014)

No Brasil as enteroparasitoses estatildeo distribuiacutedas de forma ampla em diversas regiotildees

do paiacutes Elas podem ser encontradas tanto nas zonas rurais quanto em zonas urbanas atingindo

indiviacuteduos de todas as idades mas com o predomiacutenio em crianccedilas em idade escolar (SILVA et

al 2011 BELO et al2012)

As parasitoses intestinais satildeo doenccedilas endecircmicas de populaccedilotildees de baixa renda e satildeo

consideradas doenccedilas negligenciadas por apresentam investimentos reduzidos no seu controle

e na pesquisa e produccedilatildeo de medicamentos Sendo assim a elevada prevalecircncia das parasitoses

intestinais nos paiacuteses em desenvolvimento eacute considerada responsaacutevel por causar altos iacutendices

de morbidade da populaccedilatildeo infantil devido aos efeitos debilitantes que podem ocasionar sobre

6

o estado nutricional e no desenvolvimento fiacutesico e cognitivo (UCHOA 2009 MACCHIONI

et al 2015)

A desnutriccedilatildeo nas fases iniciais da vida eacute capaz de promover a reduccedilatildeo da capacidade

de realizar atividades fiacutesicas aumenta a vulnerabilidade agraves infecccedilotildees diminui a capacidade

cognitiva e leva agrave maacute-absorccedilatildeo intestinal de nutrientes (BISCEGLI et al 2009)

Para entender o desenvolvimento das enteroparasitoses fatores relacionados aos

parasitos e ao hospedeiro devem ser levados em conta como por exemplo o nuacutemero de

exemplares de parasitos e sua virulecircncia a idade do hospedeiro a imunidade os haacutebitos

alimentares e o uso de medicamentos Esses fatores podem determinar o iniacutecio ou natildeo de uma

infecccedilatildeo parasitaacuteria (REY 2010) As parasitoses intestinais podem ser causadas por

protozoaacuterios eou helmintos e sua transmissatildeo ocorre principalmente por via fecal-oral

podendo ocorrer tambeacutem por via cutacircnea no caso de algumas espeacutecies de helmintos Os

veiacuteculos de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria satildeo variados podendo ocorrer atraveacutes da aacutegua do solo de

alimentos matildeos e material subungueal vetores como artroacutepodes e moluscos e por objetos

contaminados (NEVES et al 2011)

As protozooses intestinais mais frequentes mundo satildeo a giardiacutease a amebiacutease e a

criptosporidiacutease (CDC [a] 2015) Essas doenccedilas podem causar diarreia intensa maacute absorccedilatildeo de

nutrientes dores abdominais naacuteuseas e vocircmitos que implicam em graves consequecircncias

principalmente durante a infacircncia (CDC [a] 2015) Esses protozoaacuterios contaminam a aacutegua e os

alimentos ressaltando-se que todos os cistos de protozoaacuterios e oocistos de Cryptosporidium

spp satildeo infectantes quando eliminados nas fezes (NEVES et al 2011)

A giardiacutease eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado denominado G lamblia que possui

duas formas evolutivas o trofozoiacuteto e o cisto O trofozoiacuteto localiza-se geralmente no duodeno

onde se fixa na mucosa e se multiplica Esta forma eacute responsaacutevel por espoliar o hospedeiro A

via normal de infecccedilatildeo no homem eacute a ingestatildeo de cistos maduros Os seres humanos atuam

como reservatoacuterio da doenccedila sendo que os animais selvagens e domeacutesticos podem atuar da

mesma forma (NEVES et al 2011 SANTANA et al 2014)

A giardiacutease eacute responsaacutevel por aproximadamente 280 milhotildees de casos de infecccedilotildees por

ano em acircmbito mundial (BERNE et al 2014) Estima-se uma prevalecircncia de 2 a 7 nos

paiacuteses desenvolvidos e de 20 a 30 nos paiacuteses em desenvolvimento (KAMEL et al 2013)

Esta parasitose foi incluiacuteda na Iniciativa para as Doenccedilas Negligenciadas da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede em 2004 devido ao seu potencial altamente debilitante (BERNE et al

2014) Na Ameacuterica Latina a giardiacutease eacute uma das trecircs principais causas de morbidade em

crianccedilas de 0 a 5 anos de idade pois seu quadro cliacutenico varia desde infecccedilotildees assintomaacuteticas

7

ateacute episoacutedios de diarreia persistente e intensa com siacutendrome de maacute absorccedilatildeo intestinal de

nutrientes e de gorduras que pode acarretar em desnutriccedilatildeo desidrataccedilatildeo e comprometimento

no desenvolvimento e crescimento da populaccedilatildeo infantil (BERNE et al 2014)

A amebiacutease eacute causada pela ameba patogecircnica conhecida como Entamoeba histolytica

Esse protozoaacuterio ocupa o terceiro lugar dentre as doenccedilas parasitarias responsaacutevel pelos

maiores iacutendices de mortalidade no mundo ficando atraacutes apenas da malaacuteria e da esquistossomose

(OUATTARA et al 2010) Estima-se que por ano cerca de 40 a 50 milhotildees de pessoas no

mundo satildeo acometidas pela amebiacutease e aproximadamente 40 mil evoluem a oacutebito (NAGATA

et al 2012)

No Brasil haacute uma ampla distribuiccedilatildeo da amebiacutease Alguns trabalhos mostram que a E

histolytica costuma ser mais comum nas regiotildees norte e nordeste do paiacutes com prevalecircncias que

variam entre 68 a 2935 (SANTOS et al 2013)

Haacute duas espeacutecies distintas poreacutem morfologicamente idecircnticas capazes de contaminar

o ser humano a espeacutecie patogecircnica e invasiva a E histolytica e outra de baixa virulecircncia e natildeo

invasiva a Entamoeba dispar Esse fato deu origem ao complexo E histolytica E dispar

(NEVES et al 2011)

Indiviacuteduos com amebiacutease podem apresentar quadros assintomaacuteticos ou com

sintomaacuteticos Nas formas sintomaacuteticas o indiviacuteduo infectado apresenta coacutelicas abdominais com

diarreia aquosa que podem ser sanguinolentas acompanhadas de perda de peso A E histolytica

possui um caraacuteter invasivo podendo levar ao desenvolvimento de ulceraccedilotildees intestinais

Atraveacutes destas ulceraccedilotildees os trofozoiacutetos podem invadir outros tecidos do corpo O fiacutegado

costuma ser o mais frequente dando origem aos abcessos hepaacuteticos A forma hepaacutetica costuma

causar um nuacutemero maior de mortes em relaccedilatildeo as outras Geralmente apoacutes a ruptura do abcesso

hepaacutetico outros tecidos costumam ser invadidos como eacute o caso do trato respiratoacuterio enceacutefalo

sistema geniturinaacuterio regiatildeo perianal pele e ateacute ossos sendo os trecircs uacuteltimos raramente

observados (CORDEIRO MACEDO 2007)

Nos uacuteltimos anos tem sido demonstrada a importacircncia da investigaccedilatildeo de cocciacutedios

oportunistas como Cryptosporidium spp Cystoisospora belli e Cyclospora cayetanensis A

aacutegua eacute o principal veiacuteculo de disseminaccedilatildeo seja ela teoricamente potaacutevel ou de recreaccedilatildeo

podendo tambeacutem ocorrer a transmissatildeo por alimentos contaminados (CARVALHO 2009

MARIANO 2014) Esses protozoaacuterios infectam pacientes imunodeprimidos e indiviacuteduos

imunocompetentes A doenccedila pode ser assintomaacutetica ou sintomaacutetica As manifestaccedilotildees cliacutenicas

na criptosporidiacutease na ciclosporiacutease e na cistoisosporiacutease satildeo semelhantes e caracterizada por

surtos de diarreia aquosa intermitente acompanhada de dor abdominal naacuteuseas vocircmitos e

8

consequente perda de peso A maioria dos indiviacuteduos sem patologias que afetem o sistema

imunoloacutegico poderatildeo se recuperar desta parasitose sendo a doenccedila autolimitada em 10 a 14

dias (PAINTER et al 2015 CDC [b] [c] [d] 2015)

A criptosporidiacutease eacute considerada uma doenccedila emergente e estima-se que por ano ocorram

748000 casos de infecccedilatildeo por Cryptosporidium spp e que apenas 2 desses casos sejam

reportados (PAINTER et al 2015) Satildeo vaacuterias as espeacutecies que parasitam o homem sendo

algumas com potencial zoonoacutetico O Cryptosporidium spp tem sido encontrado em crianccedilas

com idade entre 1 e 5 anos e com diarreia (MARIANO 2014)

O B hominis eacute o parasita mais frequentemente encontrado em levantamentos

epidemioloacutegicos muitas vezes sendo o mais prevalente nos paiacuteses em desenvolvimento

atingindo uma prevalecircncia de 30 a 50 (BEYHAN et al 2015)

A patogenicidade do B hominis em humanos ainda natildeo foi completamente definida e

envolve vaacuterias controveacutersias Enquanto os indiviacuteduos acometidos por este parasito podem ser

assintomaacuteticos ou sintomaacuteticos Em casos sintomaacuteticos o quadro clinico eacute composto por dores

abdominais prurido anal flatulecircncia meteorismo naacuteusea vocircmito e diarreia Natildeo eacute evidenciada

a presenccedila de leucoacutecitos nas fezes Pode haver a remissatildeo dos sintomas sem que tenha ocorrido

tratamento especiacutefico (MACEDO et al 2010 COYLE et al 2012)

Aleacutem dos protozoaacuterios intestinais patogecircnicos o exame parasitoloacutegico de fezes pode

detectar protozoaacuterios comensais natildeo patogecircnicos como Entamoeba coli Endolimax nana e

Iodamoeba butschlii A presenccedila deles reflete o contato do indiviacuteduo com material fecal em

aacutegua eou alimentos ingeridos pelo homem e indica tambeacutem haacutebitos de higiene precaacuterios Satildeo

encontrados em praticamente todos os paiacuteses do mundo mais frequentemente em regiotildees

tropicais e subtropicais (BELLOTO et al 2011 NEVES 2011)

As helmintoses podem ser assintomaacuteticas em caso de infecccedilotildees leves e sintomaacuteticas

As infecccedilotildees sintomaacuteticas satildeo caracterizadas por desencadear uma seacuterie de alteraccedilotildees orgacircnicas

pois a localizaccedilatildeo no intestino eacute favoraacutevel a nutriccedilatildeo do helminto devido ao faacutecil acesso aos

nutrientes dissolvidos Os helmintos competem com o hospedeiro pelos micronutrientes

presentes na dieta e aleacutem disso modificam o epiteacutelio intestinal diminuindo a accedilatildeo de enzimas

e a absorccedilatildeo de nutrientes Isto afeta o estado nutricional do indiviacuteduo e como consequecircncia

pode ocasionar dores abdominais fraqueza e mal estar diarreia obstruccedilatildeo intestinal prolapso

retal sangramento desnutriccedilatildeo anemia baixo rendimento escolar e atraso no desenvolvimento

corporal das crianccedilas infectadas (SEIXAS et al 2011)

Os ovos e as larvas de helmintos eliminados recentemente nas fezes natildeo satildeo diretamente

infectantes ao homem pois precisam de um periacuteodo de amadurecimento no solo exceto o E

9

vermicularis e o H nana que satildeo diretamente transmissiacuteveis ao homem pois natildeo necessitarem

de um hospedeiro intermediaacuterio ou de um periacuteodo de amadurecimento no solo (NEVES et al

2011)

De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2015) mais de 15 bilhatildeo de pessoas

ou 24 da populaccedilatildeo mundial estatildeo infectadas por helmintos onde o A lumbricoides T

trichiura e ancilostomiacutedeos (Necator americanus e Ancylostoma duodenale) satildeo os mais

prevalentes Mais de 270 milhotildees de crianccedilas preacute-escolares e mais de 600 milhotildees de crianccedilas

em idade escolar vivem em aacutereas onde estes parasitas satildeo intensamente transmitidos

destacando a importacircncia da implementaccedilatildeo de medidas preventivas e poliacuteticas sanitaacuterias

No Brasil os helmintos mais comuns satildeo A lumbricoides e T trichiura sendo o

primeiro o mais frequente (ARAUJO FILHO et al 2011 SEIXAS et al 2011) A distribuiccedilatildeo

eacute ampla e varia de acordo com as regiotildees do paiacutes podendo ocorrer tanto em zonas urbanizadas

como rurais predominando nas aacutereas mais carentes cujo solo eacute contaminado e onde natildeo haacute

disponibilidade de aacutegua tratada e saneamento baacutesico (ANDRADE et al 2010)

A ascaridiacutease eacute a doenccedila causada pelo A lumbricoides conhecido popularmente como

lombriga Estima-se que cerca de 807000 a 1221 milhotildees de pessoas no mundo estatildeo

infectados por este nematelminto que eacute responsaacutevel por altos iacutendices de morbidade e

mortalidade nos paiacuteses em desenvolvimento (CDC [e] 2015) O A lumbricoides eacute um geo-

helminto pois possui fases de seu desenvolvimento no solo A casca espessa de seus ovos os

torna impermeaacuteveis e favorece sua viabilidade no ambiente ainda que estejam em areia seca

por exemplo (CHEN MUCCI 2012) A transmissatildeo ocorre pela ingestatildeo dos ovos larvados

que podem ser encontrados contaminando alimentos e aacutegua pela geofagia pelo ato de levar as

matildeos sujas a boca e por objetos contaminados (OMS 2015 NEVES 2011)

As infestaccedilotildees por A lumbricoides podem ser de baixa intensidade (3 a 4 vermes) meacutedia

intensidade (30 a 40 vermes) ou maciccedilas (100 ou mais vermes) No primeiro caso natildeo ocorrem

sintomas Jaacute nos dois uacuteltimos casos os vermes adultos podem causar accedilatildeo espoliadora toacutexica

ou mecacircnica Isso pode resultar num grande consumo de nutrientes e resultar em desnutriccedilatildeo

principalmente em crianccedilas Aleacutem disso reaccedilatildeo aleacutergica aos antiacutegenos do parasito pode causar

edema ou urticaacuteria lesotildees pulmonares devido ao ciclo bioloacutegico do parasito podendo resultar

na Siacutendrome de Loeffler (resultante de um edema pulmonar com infiltrado eosinofiacutelico e

manifestaccedilotildees aleacutergicas com sintomatologia semelhante a pneumonia) A complicaccedilatildeo mais

comum eacute o quadro de obstruccedilatildeo intestinal que pode levar crianccedilas a oacutebito nestes casos eacute

indicado tratamento ciruacutergico (ANDRADE et al 2010)

10

O T trichiura eacute o agente causador da tricuriacutease Estima-se que aproximadamente 1 bilhatildeo

de pessoas estejam infectadas com esse helminto A transmissatildeo ocorre pela ingestatildeo de ovos

larvados em alimentos contaminados e pela geofagia Aleacutem disso sua disseminaccedilatildeo pode ser

facilitada pelo vento pela aacutegua ou por vetores (nas patas das moscas domeacutesticas por exemplo)

(NEVES et al 2011 CDC 2015) As infecccedilotildees costumam ser assintomaacuteticas Os casos graves

costumam ocorrer em indiviacuteduos desnutridos nesses casos haacute o comprometimento do intestino

grosso do ceco ao reto podendo levar ao prolapso retal (MENEZES 2013)

Como a maioria das doenccedilas parasitaacuterias natildeo pode ser diagnosticada apenas pela cliacutenica

exibida pelo paciente o exame parasitoloacutegico de fezes torna-se necessaacuterio para a confirmaccedilatildeo

ou natildeo da presenccedila de parasitos O exame parasitoloacutegico compreende duas principais etapas o

exame macroscoacutepico onde se procura por formas macroscoacutepicas dos helmintos que possam ter

sido eliminadas pelo hospedeiro e o exame microscoacutepico realizado a partir do processamento

das amostras fecais por meio de diferentes meacutetodos que visam concentrar as formas parasitarias

a fim de evidencia-las e identifica-las Os meacutetodos utilizados satildeo meacutetodo de sedimentaccedilatildeo

espontacircnea de Hoffman Pons e Janner ou Lutz baseado na sedimentaccedilatildeo espontacircnea das formas

parasitarias em aacutegua meacutetodo de Ritchie baseado na centrifugo-sedimentaccedilatildeo utilizando

formalina a 10 e eacuteter meacutetodo de Faust e cols baseado na centrifugo-flutuaccedilatildeo utilizando uma

soluccedilatildeo de sulfato de zinco com densidade 118gml meacutetodo de Baermann-Moraes ou de

Rugai Mattos e Brisola baseado no termohidrotropismo das larvas e o meacutetodo direto indicado

para pesquisa de trofozoiacutetos em fezes frescas e emitidas em no maacuteximo 30 minutos Satildeo

recomendadas coloraccedilotildees como a soluccedilatildeo de Lugol e as coloraccedilotildees permanentes como a

hematoxilina feacuterrica ou o tricrocircmico As coloraccedilotildees permanentes permitem a melhor

visualizaccedilatildeo dos protozoaacuterios e facilitam a identificaccedilatildeo dos trofozoiacutetos encontrados em fezes

diarreicas e pastosas A coloraccedilatildeo pelo Kinyoun derivada da fucsina fenicada eacute utilizada para

o diagnoacutestico de oocistos de cocciacutedios intestinais (DE CARLI 2011)

Atualmente jaacute existem meacutetodos imunoenzimaacuteticos e imunocromatograacuteficos para

detecccedilatildeo de antiacutegenos parasitaacuterios nas fezes Aleacutem disso a biologia molecular tambeacutem pode

ser utilizada como ferramenta para a diferenciaccedilatildeo e determinaccedilatildeo das espeacutecies de

enteroparasitas Comparados com os meacutetodos tradicionais esses satildeo meacutetodos possuem um

custo mais alto poreacutem satildeo muito mais sensiacuteveis e especiacuteficos (DE CARLI 2011)

Inuacutemeros autores ao redor do mundo principalmente em paiacuteses em desenvolvimento

como no continente africano e na Ameacuterica latina tecircm realizado pesquisas e constatado a

prevalecircncia das parasitoses Na proviacutencia de Santiago em Cuba Saacutenchez et al (2012)

analisaram 1253 amostras fecais de crianccedilas e constataram uma prevalecircncia de 378 de

11

enteroparasitas Observou-se G lamblia (156) B hominis (23) E histolytica E dispar

(48) T trichiura (48) Alumbricoides (48) E vermiculares (25) ancilostomideos

(29) Fasciola hepatica (01)

Na Venezuela Laugart et al (2012) analisaram 262 amostras fecais de crianccedilas com

idades entre 1 a 14 anos e revelaram uma prevalecircncia de 897 de enteroparasitoses Foram

encontrados E nana (389) B hominis (366) G lamblia (321) E coli (321) E

histolyticaE dispar (61) Chilomastix mesnili (23) I butschlii (23) ancilostomideos

(23) e A lumbricoides (19)

Um estudo envolvendo 50 crianccedilas com idades entre 7 e 12 anos realizado por Carrero

(2013) na Colocircmbia revelou uma prevalecircncia de 96 de parasitas intestinais Das amostras

positivas encontrou-se B hominis (88) E coli (56) Giardia intestinalis (34) e E

histolytica E dispar (24) C mesnili (24) I butschilii (2) e E nana (2)

No Egito 300 amostras fecais provenientes de crianccedilas com idades de 1 a 6 anos que

frequentavam o ambulatoacuterio do Assiut University Childrem Hospital foram analisadas Foi

encontrado um percentual de 557 de positividade para parasitos intestinais As espeacutecies de

enteroparasitas detectadas foram G lamblia (157) Cryptosporidium spp (117) B

hominis (93) E coli (33) H nana (23) e I belli (1) (YONES et al 2015)

Em 2015 no Peru um estudo realizado por Cabada et al teve o objetivo de revelar a

prevalecircncia das geohelmintoses anemia e desnutriccedilatildeo em 240 crianccedilas com idades entre 3 a 12

anos em seis comunidades Neste estudo verificou-se que 488 das crianccedilas estavam com

anemia 10 abaixo do peso e 47 das crianccedilas encontravam-se parasitadas Os parasitos

detectados nos exames parasitoloacutegicos foram E coli (23) E nana (19) G intestinalis

(9) E histolyticadispar (3) Entamoeba hartmanni (3) A lumbricoides (2)

Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

No Brasil vaacuterios estudos feitos em diferentes regiotildees do paiacutes demonstram que as

parasitoses se distribuem de forma heterogecircnea pois as condiccedilotildees socioeconocircmicas e de

saneamento baacutesico tendem a variar entre as regiotildees do paiacutes (LEITE TOMA ADAMIL 2014

MACCHIONI et al 2015)

Em 2010 um estudo foi realizado por Santos e Merlini no municiacutepio de Maria

HelenaPR com 413 indiviacuteduos com idade entre 0 a 89 anos Os autores obtiveram uma

prevalecircncia de 16 de positividade Os parasitos mais prevalentes foram Enana (65) G

intestinalis (63) E coli (35) A lumbricoides (14) Strongyloides stercoralis (07)

E vermicularis (07) Ancilostomiacutedeo (02) E hystolitica E diacutespar (02) e Taenia sp

(02)

12

A populaccedilatildeo atendida pelo Laboratoacuterio Central do municiacutepio de ChapadinhaMA foi

alvo do estudo de Silva et al no ano de 2010 Em um total de 3933 amostras analisadas

observou-se uma positividade de 331 E histolytica E dispar E coli G intestinalis e A

lumbricoides foram as espeacutecies mais prevalentes

Lander et al (2010) estudaram a prevalecircncia das parasitoses intestinais em escolares de

creches em Salvador BA com idades entre 3 a 5 anos Das 325 amostras fecais analisadas 95

foram positivas para parasitas intestinais (292) Dos helmintos o T trichiura (12) e A

lumbricoides (105) foram os mais prevalentes Jaacute os protozoaacuterios mais encontrados foram

G duodenalis (129) e E histolytica Edispar (37) Um percentual de 246 das amostras

positivas era de protozoaacuterios comensais

Em duas creches de UberlacircndiaMG um trabalho foi desenvolvido por Gonccedilalves et al

(2011) com 133 crianccedilas de 6 meses a 6 anos de idade Foi encontrada uma prevalecircncia de

293 de enteroparasitos sendo a G lamblia (192) o protozoaacuterio mais frequente seguido

por E histolytica (38) Os helmintos detectados nas creches foram o H nana (23) o E

vermicularis (15) e o ancilostomiacutedeo (08)

Belloto et al (2011) no Municiacutepio de MirassolSP analisaram 310 amostras fecais de

crianccedilas de 2 a 15 anos A prevalecircncia de enteroparasitas foi de 3032 Dentre os protozoaacuterios

detectados a G lamblia foi o mais frequente (1516) seguido da E histolytica E

dispar (064) A lumbricoides (355) S stercoralis (032) e Taenia sp (032) foram

os helmintos mais prevalentes A faixa etaacuteria de 8 a 10 anos apresentou a maior positividade

(4737) seguida de indiviacuteduos da faixa etaacuteria de 2 a 4 anos (3846) 5 a 7 anos (3622) e

11 a 15 anos (300)

Seixas et al (2011) realizaram um estudo com 200 escolares em Salvador e obtiveram

uma prevalecircncia de 94 de positividade para enteroparasitos Detectou-se entre os helmintos

A lumbricoides (25) T trichiura (105) E vermicularis (3) S stercoralis (25)

Ancilostomiacutedeos (15) e S mansoni (1) Dentre os protozoaacuterios os mais frequentes foram

E nana (535) E coli (435) E hystoliticaEdispar (215) G lamblia (12) e

Ibutschlii (3)

Em 2012 no municiacutepio de CoariAM Silva Silva e Freitas analisaram as fezes de 65

crianccedilas na faixa etaacuteria de 1 a 12 anos Os exames demonstraram uma positividade de 831

para parasitos sendo encontrados A lumbricoides (537) T trichiura (166)

ancilostomideos (15) E coli (92) e G lamblia (55)

Belo et al (2012) desenvolveram uma pesquisa no municiacutepio de Satildeo Joatildeo Del ReiMG

em 21 escolas sendo 6 escolas da zona urbana e 15 escolas da zona rural Analisaram um total

13

de 1172 amostras (711 escolares da zona urbana e 461 da zona rural) Nas escolas localizadas

na zona rural obtiveram uma positividade de 364 enquanto que as escolas da zona urbanas

apresentaram uma positividade de 235 Os estudantes da zona rural possuiacuteam maior nuacutemero

de fatores de risco associados a ocorrecircncia de parasitoses intestinais que variava desde a

condiccedilatildeo sanitaacuteria ateacute a condiccedilatildeo socioeconocircmica das famiacutelias desta regiatildeo Do total das

amostras positivas das duas escolas 22 apresentavam-se biparasitados ou poliparasitados Os

protozoaacuterios mais frequentes foram E histolyticaEdispar (143) E coli (95) e G

lamblia (55) Quanto aos helmintos o Ancylostoma spp (21) Ascaris

lumbricoides (19) E vermicularis (15) e T trichiura (11) foram os mais prevalentes

No municiacutepio de GurupiTO os autores realizaram um estudo com crianccedilas de 5 a 12

anos de idade em 6 escolas puacuteblicas da regiatildeo Das 205 amostras fecais analisadas houve uma

positividade de 4243 Foi observado maior prevalecircncia em crianccedilas na faixa etaacuteria de 7 a 9

anos Os protozoaacuterios mais encontrados foram G lamblia (1854) E coli (1610) E

histolytica (780) Jaacute os helmintos mais comuns foram H nana (780) E vermicularis e A

lumbricoides (39) ancilostomiacutedeos (195) (SILVA TEIXEIRA GONTIJO 2012)

No Rio Grande do Sul Berne et al (2012) avaliaram uma populaccedilatildeo de 165 crianccedilas

buscando determinar a prevalecircncia de parasitos intestinais nas mesmas Eles encontraram uma

prevalecircncia de 642 de positividade No estudo os seguintes parasitos foram identificados

G lamblia (303) T trichiura (242) A lumbricoides (224) E coli (152)

Enteromonas hominis (48) E nana (36) Cryptosporidium sp (24) C belli (02) e

E vermicularis (02)

Em um assentamento de trabalhadores rurais sem-terra em Satildeo Paulo uma pesquisa foi

realizada durante dois anos a fim de avaliar a prevalecircncia das parasitoses intestinais No

primeiro ano foram analisadas 29 amostras de crianccedilas com idades entre 4 e 15 anos e a

prevalecircncia encontrada foi de 966 de positividade Das espeacutecies observadas G

intestinalis foi a mais frequente (966) seguido de E coli (276) E nana (138) Entre os

helmintos o mais prevalente foi o ancilostomideo (69) seguido por H nana (34) T

trichiura (34) A lumbricoides (34) e S stercoralis (34) O monoparasitismo aconteceu

em 357 das amostras analisadas enquanto que as infecccedilotildees por mais de uma espeacutecie de

parasita ocorreram em 643 No segundo ano de estudo foram analisadas 14 amostras fecais

e obteve-se uma prevalecircncia de 857 para enteroparasitas Das amostras positivas 75

apresentaram um uacutenico parasita enquanto 25 apresentaram mais de uma espeacutecie de

parasita A G intestinalis estava presente em 643 E nana em 215 e A lumbricoides em

14

71 A positividade natildeo variou muito entre as diferentes faixas etaacuterias nos dois periacuteodos de

estudo LIMA JUNIOR KAISER CATISTI 2013)

No ano de 2014 Santos et al desenvolveram um estudo em uma creche comunitaacuteria de

FlorianoacutepolisSC afim de verificar a prevalecircncia de parasitoses intestinais Foram analisadas

57 amostras fecais e uma prevalecircncia de 614 foi detectada Os principais parasitos

encontrados foram B hominis (404) G lamblia (246) E coli (228) E nana (123)

E histolyticaE dispar (71) E hartmanni (18) E vermicularis (18) e I buumltschli

(18)

Santos Gurgel-Gonccedilalves e Machado publicaram um trabalho no ano de 2014 onde

avaliaram a ocorrecircncia de parasitos intestinais em crianccedilas moradoras das cidades de Riacho

Fundo II e Ceilacircndia localizadas no Distrito Federal 193 crianccedilas com idades entre 4 a 14 anos

participaram do estudo Um total de 637 das crianccedilas estavam contaminadas Em Riacho

Fundo II os parasitos mais prevalentes foram H nana (44) A lumbricoides (30) E coli

27 G intestinalis (15) Ancilostomideos (5) E histolyticadiacutespar (7) T trichiura

(4) E nana (3) e I butschlii (1) Jaacute na Ceilacircndia os parasitos mais frequentes foram E

coli (23) E nana (19) G intestinalis (9) E histolyticadispar (3) E hartmanni (3)

Ascaris lumbricoides (2) Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

Em uma instituiccedilatildeo localizada em NiteroacuteiRJ um estudo foi feito com 43 crianccedilas de 0

a 12 anos de idade e 25 adultos a fim de estabelecer a prevalecircncia das parasitoses intestinais

70 das crianccedilas e 44 dos adultos estavam contaminados por parasitas intestinais e no total

houve uma prevalecircncia de 60 de enteroparasitoses na instituiccedilatildeo estudada Os protozoaacuterios

encontrados foram B hominis (44) E nana (15) G lamblia (12) E histolyticaE

dispar (10) e E coli (7) Os helmintos foram H nana (3) E vermicularis (3) T

trichiura (15) e A lumbricoides (15) A maior prevalecircncia foi em crianccedilas de 6 a 8 (857)

(LEITE TOMA ADAMIL 2014)

Para diminuir a contaminaccedilatildeo eacute necessaacuterio aplicar medidas de controle capazes de

interromper os mecanismos de transmissatildeo Isto reforccedila a importacircncia de fornecer subsidio

imediato para a conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo sobre higiene prevenccedilatildeo das parasitoses e

educaccedilatildeo sanitaacuteria

A educaccedilatildeo em sauacutede visa a promoccedilatildeo da sauacutede e funciona como um processo de

ensinoaprendizagem que busca empoderar os indiviacuteduos de forma que estes possuam

autonomia necessaacuteria para escolher as melhores alternativas afim de transformar sua qualidade

de vida e o meio onde vivem Para que essa pratica seja possiacutevel o educador deve atuar como

15

um facilitador no processo de reflexatildeo sobre a realidade em que essa comunidade estaacute

inserida Essas atividades auxiliam a populaccedilatildeo a evitar doenccedilas de impacto social como as

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 VICENTE et al 2012)

As accedilotildees educativas realizadas em comunidades escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede

prevenccedilatildeo contra as enteroparasitoses e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente possui um

papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores do

conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo das

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009) Aleacutem disso por meio da educaccedilatildeo em sauacutede

constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

Silva Neto et al (2013) realizaram um trabalho na Escola Estadual Francisco Nunes da

cidade de Pau dos Ferros-RN com 42 crianccedilas na faixa etaacuteria de 5 a 11 anos Verificaram que

6428 dos escolares apresentaram algum tipo de enteroparasitos sendo que 2142 dos

escolares estavam poliparasitados A partir de tais indicadores e conhecendo a realidade a ser

trabalhada planejaram estrateacutegias de accedilotildees educativas com objetivo de repassar informaccedilotildees

que ajudassem na mudanccedila de haacutebitos higiecircnicos e consequentemente na diminuiccedilatildeo da

incidecircncia de casos de enteroparasitoses Foram realizadas oficinas peccedilas teatrais dinacircmicas

produccedilatildeo textual curso para boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos e cursos sobre as

parasitoses com os professores As crianccedilas trabalharam na confecccedilatildeo de cartazes com ecircnfase

nas parasitoses Os autores relataram a importacircncia da continuidade das accedilotildees educativas pelos

professores da escola

As accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais foram realizadas

por Da Cruz et al (2014) em 29 estudantes de 12 a 16 anos de idade do ensino fundamental de

uma localidade rural do municiacutepio de UberlacircndiaMG Os autores tambeacutem verificaram a

ocorrecircncia de parasitoses intestinais constatando-se 21 de escolares parasitados e 3 de

poliparasitismo B hominis foi o parasito mais frequente (5715) seguido de E coli e G

lamblia com uma frequecircncia de 1428 cada um As accedilotildees educativas em sauacutede incluiacuteram a

aplicaccedilatildeo de jogo didaacutetico palestras microscoacutepio para visualizaccedilatildeo de estruturas dos parasitos

e mostra de exemplares macroscoacutepicos dos parasitos sendo avaliadas mediante a aplicaccedilatildeo de

questionaacuterios O jogo didaacutetico ldquotabuleiro da sauacutederdquo abordou as principais parasitoses de

importacircncia meacutedica aleacutem de temas relativos agrave higiene pessoal Os resultados dos questionaacuterios

aplicados apoacutes a realizaccedilatildeo das accedilotildees educativas apontaram uma notaacutevel melhora quanto agrave

assimilaccedilatildeo de conhecimentos por parte dos estudantes

O presente estudo foi desenvolvido no Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz que

compreende a Regiatildeo da Grande Florianoacutepolis situado ao lado da BR 282 e integra a Bacia do

16

Rio Cubatatildeo Sul O municiacutepio eacute caracterizado por pequenas propriedades rurais com lavouras

temporaacuterias e permanentes (IBGE 2014) Segundo o censo do IBG a populaccedilatildeo de 2014 era

de 21572 habitantes

Na aacuterea rural em relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua nas residecircncias 6625 eacute abastecido

pela rede puacuteblica 3338 de poccedilo ou nascente e 03 de outros Jaacute na aacuterea urbana 8264

tem abastecimento de aacutegua pela rede puacuteblica 1717 de poccedilo ou nascente e 09 de outros

Quanto ao destino de esgoto na aacuterea rural 188 das residecircncias tem sistema de esgoto 9109

possuem fossa seacuteptica e 703 o esgoto eacute a ceacuteu aberto Na aacuterea urbana 722 das residecircncias

tem sistema de esgoto 8595 possuem fossa seacuteptica e 683 o esgoto eacute a ceacuteu aberto

O presente trabalho permitiu avaliar a presenccedila de enteroparasitoses que afetam os

escolares e o desenvolvimento de accedilotildees educativas que visam agrave promoccedilatildeo da sauacutede

contribuindo para a melhora da qualidade de vida

17

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

O presente estudo visou determinar a prevalecircncia de parasitoses intestinais em alunos

de seis Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz e promover a

ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre sauacutede e parasitoses

22 Objetivos Especiacuteficos

- Verificar a ocorrecircncia de parasitas intestinais em crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0

a 17 anos do municiacutepio de Santo Amaro da ImperatrizSC

- Relacionar os resultados do levantamento parasitoloacutegico com as condiccedilotildees de saneamento

local

- Analisar as noccedilotildees de higiene e quais as nomenclaturas populares sobre as parasitoses

intestinais conhecidas na comunidade

- Proporcionar educaccedilatildeo em sauacutede e medidas preventivas no combate as doenccedilas parasitaacuterias

humanas promovendo um processo de aprendizado

- Incentivar a mudanccedila de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva para a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

18

3 METODOLOGIA

31 Locais e sujeitos do estudo

O presente estudo teve iniacutecio em agosto de 2014 e finalizou-se em setembro de 2015

Esse estudo envolveu 357 crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0 a 17 anos de idade

matriculados nas seguintes Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da

ImperatrizSC Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff Escola Municipal Braccedilo Satildeo

Joatildeo Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio e Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

O trabalho foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105) (Anexo A)

As accedilotildees educativas foram realizadas em 2014 com escolares na faixa etaacuteria de 6 a 17

anos de idade e teve a participaccedilatildeo dos professores das referidas escolas

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos

Foi realizado uma reuniatildeo com professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos e os

seguintes temas foram abordados os objetivos e metodologia da pesquisa a importacircncia e

benefiacutecios de se fazer o exame de fezes as orientaccedilotildees sobre a coleta das fezes apresentaccedilatildeo

do ldquoTermo de Consentimento Livre e Esclarecidordquo (Anexo B) e ldquoTermo de Assentimentordquo

(Anexo C) Os pais ou responsaacuteveis foram informados sobre o encaminhamento dos resultados

(positivos ou negativos) dos exames parasitoloacutegicos e aconselhados a levar as crianccedilas ao

Centro de Sauacutede do Municiacutepio no contato preacutevio com a Secretaacuteria de Sauacutede para atendimento

com o meacutedico e adequado tratamento da parasitose O projeto teve o apoio dos professores das

escolas para a divulgaccedilatildeo do trabalho aos pais ou responsaacuteveis pelos alunos

321 Colheita das amostras fecais

Para a coleta das fezes foram entregues para os pais ou responsaacuteveis nas escolas as

orientaccedilotildees impressas para a coleta de fezes (abaixo descrito) e os frascos coletores contendo

soluccedilatildeo conservante SAF (acetato de soacutedio aacutecido aceacutetico e formol) Os frascos estavam

devidamente etiquetados com o nome sexo e idade da crianccedila Apoacutes a coleta que foi realizado

em casa o frasco contendo as fezes foi entregue na escola juntamente com o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento assinados pelos pais eou

responsaacuteveis Um prazo para a entrega e recolhimento das amostras era combinado com a

direccedilatildeo da escola

19

Foi coletada uma amostra fecal de cada crianccedila participante do estudo As amostras

preservadas em soluccedilatildeo conservadora SAF foram encaminhadas ao Laboratoacuterio Didaacutetico de

Parasitologia Clinica do Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas do Centro de Ciecircncias da

SauacutedeUFSC e para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do Hospital Universitaacuterio Polydoro

Ernani de Satildeo Thiago (HUUFSC) onde foram processadas e analisadas

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais

- Natildeo jogar o liacutequido conservante fora natildeo beber e natildeo deixar ao alcance de crianccedilas

pois o liacutequido conservante eacute toacutexico

- A crianccedila natildeo deve estar utilizando remeacutedio para vermes no periacuteodo que vai colher as

fezes Se estiver tomando remeacutedio tem que esperar de 7 a 10 dias para depois colher as fezes

para fazer o exame

- Antes da evacuaccedilatildeo a crianccedila deve urinar ou no vaso sanitaacuterio ou na privada Isso eacute

para natildeo contaminar as fezes com urina e aacutegua

- Apoacutes a crianccedila deve evacuar diretamente em penico limpo e seco ou sobre uma folha

de papel ou jornal limpo Quando as fezes forem diarreicas ou moles as mesmas devem ser

evacuadas em penico ou em um recipiente bem limpo e seco

- Com o auxiacutelio de espaacutetula de madeira ou uma colher de plaacutestico colher uma porccedilatildeo

de fezes do tamanho de uma noz e colocar imediatamente no frasco contendo o liacutequido

conservante A porccedilatildeo de fezes deveraacute ficar totalmente coberta pelo liacutequido conservante Natildeo

se deve encher o frasco com fezes

- Em caso de crianccedilas menores de 2 anos e que usam fraldas colher as fezes da fralda

com uma espaacutetula logo apoacutes a evacuaccedilatildeo

- Apoacutes colocar as fezes no frasco o mesmo deve ser bem fechado

- Escrever no roacutetulo do frasco o nome completo o sexo e a idade da crianccedila e data da

colheita das fezes

- Conservar os frascos em temperatura ambiente ateacute a entrega Natildeo precisa ser

refrigerado

IMPORTANTE

- Natildeo colher as fezes contidas no vaso sanitaacuterio

- Natildeo devem ser usadas as fezes evacuadas no solo

- As fezes natildeo devem estar misturadas com urina aacutegua e terra

20

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) Este meacutetodo tem como

fundamento a sedimentaccedilatildeo espontacircnea em aacutegua de ovos e larvas de helmintos cistos e oocistos

de protozoaacuterio e a vantagem na recuperaccedilatildeo de ovos considerados pesados O uso de grande

quantidade de material fecal nesse processo favorece um diagnoacutestico satisfatoacuterio e seguro

Em um frasco contendo 10 mL de aacutegua corrente adicionou-se cerca de 4g de fezes

retiradas de vaacuterios pontos da amostra fecal Homogeneizou-se as fezes com bastatildeo de vidro e

acrescentou-se mais 60 mL de aacutegua corrente ao frasco Em alguns casos misturou-se o material

fecal fixado pela soluccedilatildeo conservante Em seguida a suspensatildeo foi filtrada atraveacutes de filtro

descartaacutevel (Parasitofiltro) para um caacutelice cocircnico de sedimentaccedilatildeo com capacidade de 200ml

Adicionou-se aacutegua corrente ateacute completar aproximadamente frac34 do volume do caacutelice A

suspensatildeo foi deixada em repouso durante duas horas Apoacutes esse periacuteodo com pipeta de

Pasteur retirou-se uma pequena porccedilatildeo do sedimento formado no fundo do caacutelice depositando-

o sobre uma lacircmina onde adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol e cobriu-se com

lamiacutenula A preparaccedilatildeo foi examinada ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

332 Meacutetodo de Faust e cols

A teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) foi utilizada com algumas modificaccedilotildees Este

meacutetodo fundamenta-se na centriacutefugo-flutuaccedilatildeo de ovos larvas cistos e oocistos separando-os

do excesso de detritos fecais mediante o uso de soluccedilatildeo de densidade elevada Tem a vantagem

de concentrar os cistos de protozoaacuterios

Inicialmente foi colocado cerca de 12 mL do filtrado do meacutetodo de Hoffman Pons e

Janer em um tubo de centriacutefuga com capacidade de 15ml Centrifuga-se por 1 a 2 minutos a

650 x g Decantou-se o sobrenadante e o sedimento foi ressuspendido em aacutegua corrente

completando o volume de 12 ml com aacutegua e novamente centrifugou-se por 1 a 2 minutos a 650

x g Repete-se a lavagem do sedimento ateacute que o sobrenadante se apresentasse relativamente

claro Apoacutes a uacuteltima lavagem decantou-se o sobrenadante ressuspendeu-se o sedimento e

adicionou-se a soluccedilatildeo de sulfato de zinco (densidade 118gml) ateacute 05cm da borda do tubo de

centriacutefuga Centrifugou-se por 1 minuto a 650 x g Com uma alccedila de arame (diacircmetro de 5 a

7mm) retirou-se a peliacutecula sobrenadante transferindo 3 a 4 alccediladas do material para uma

lacircmina de microscopia Adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol cobrindo o

preparado com lamiacutenula e observou-se ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

21

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes que se

apresentaram pastosas e diarreicas Essa coloraccedilatildeo permanente permite um minucioso estudo

da morfologia dos trofozoiacutetos corados ocasionalmente dos cistos e para a confirmaccedilatildeo das

espeacutecies

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro

e em seguida filtrou-se a suspensatildeo atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de centriacutefuga com

capacidade de 15 ml Centrifugou-se a 650 x g por 1 a 2 minutos decantou-se o liacutequido

sobrenadante e preparar o esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado Depois de seco

colocou-se o esfregaccedilo diretamente no aacutelcool etiacutelico a 70 durante 5 minutos em cubas

adequadas para a coloraccedilatildeo Apoacutes isso procedeu-se com a continuaccedilatildeo da coloraccedilatildeo do

esfregaccedilo nas seguintes etapas

1 Aacutelcool etiacutelico a 70 5 minutos

2 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

3 Corante tricrocircmico 10 minutos

4 Soluccedilatildeo de aacutelcool etiacutelico a 90 acidificado com soluccedilatildeo de 1 de aacutecido aceacutetico 3 segundos

5 Aacutelcool etiacutelico absoluto para lavar

6 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

7 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

8 Xilol 10 minutos

Deixou-se o esfregaccedilo secar e a leitura foi feita com objetiva de 100x e com o auxiacutelio da ocular

micromeacutetrica para a morfometria das estruturas parasitaacuterias

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun

Utilizou-se a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes diarreicas

Esta coloraccedilatildeo permite diagnosticar os cocciacutedios intestinais

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro e em

seguida cerca de 3 ml da suspensatildeo foram filtrados atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de

centriacutefuga com capacidade de 15 ml Adicionou-se cerca de 3 ml de eacuteter e agitou-se

vigorosamente por 30 segundos Centrifugou-se a 500 x g por 10 minutos e o liacutequido

sobrenadante foi decantado Preparou-se um esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado

Deixou-se secar a temperatura ambiente e fixou-se o esfregaccedilo com aacutelcool metiacutelico por 30

22

segundos Corou-se com o corante de Kinyoun por 5 minutos Lavou-se com aacutegua destilada A

soluccedilatildeo aacutelcool-aacutecido sulfuacuterico foi usada por 2 minutos para diferenciar Lavou-se com aacutegua

destilada Corou-se o fundo da preparaccedilatildeo com soluccedilatildeo alcooacutelica de azul de metileno a 03

por um minuto Lavou-se com aacutegua e deixou-se secar A leitura foi realizada com objetiva de

100x e com auxiacutelio da ocular micromeacutetrica para a morfometria dos oocistos

34 Anaacutelise dos resultados

A anaacutelise dos resultados dos exames parasitoloacutegicos de fezes foi realizada atraveacutes de

estudos observacionais e os dados obtidos foram analisados pelo programa estatiacutestico MedCalc

e o teste aplicado foi o Qui Quadrado para comparaccedilatildeo de meacutedias ao niacutevel de 01 de

probabilidade

35 Accedilotildees educativas

A realizaccedilatildeo das atividades educativas teve a participaccedilatildeo de alunas bolsistas e

professoras do projeto de extensatildeoPROEXUFSC Foram elaborados e utilizados recursos

pedagoacutegicos baseando-se nas diferenccedilas cognitivas presentes entre alunos das diversas seacuteries

escolares Durante as accedilotildees educativas foi possiacutevel descobrir qual era o conhecimento que os

escolares possuiacuteam sobre verminoses e quais as nomenclaturas populares conhecidas na

comunidade Por meio de perguntas e diaacutelogo e tambeacutem na anaacutelise observacional do

comportamento na escola pode se analisar as noccedilotildees de higiene das crianccedilas As perguntas

foram Jaacute ouviram falar de vermes O que satildeo O que fazer para natildeo pegar vermes

Para as crianccedilas de 5 a 9 anos foi apresentado um teatro de fantoches encenando a peccedila

infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo (Anexo B) uma adaptaccedilatildeo da obra original escrita por Cardoso em

1998 Com uma linguagem simples e divertida a accedilatildeo luacutedica abordava as parasitoses e

prevenccedilatildeo

Para os alunos de 10 a 17 anos de idade as accedilotildees educativas foram oficinas com uso de

data show e tinha como objetivo apresentar a parasitologia para alunos maiores envolvendo

conceitos mais especiacuteficos de helmintos e protozoaacuterios A palestra consistiu em uma

apresentaccedilatildeo de slides contendo imagens e baseado nelas uma linha de raciociacutenio era

desenvolvida para fluir na forma de diaacutelogo onde os alunos eram questionados sobre as

mesmas

Apoacutes o teatro de fantoches e da palestra interativa foram mostrados exemplares de

vermes adultos de A lumbricoides (cerca de 30 cm) Taenia spp (cerca de 8 m) e de E

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

Jeacutessica Daiane Rosa

PREVALEcircNCIA DE ENTEROPARASITOSES E ACcedilOtildeES EDUCATIVAS EM

ESCOLARES DO MUNICIacutePIO DE SANTO AMARO DA IMPERATRIZ ndash SC

BRASIL

Trabalho de conclusatildeo de curso de Graduaccedilatildeo em

Farmaacutecia apresentado ao Departamento de Anaacutelises

Cliacutenicas da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a conclusatildeo da disciplina de

Trabalho de Conclusatildeo de Curso II

Orientador Profordf Ms Lenilza Mattos Lima

Florianoacutepolis

2015

1

AGRADECIMENTOS

Primeiramente aos meus pais pelo apoio incondicional pela paciecircncia e pelo incentivo

Vocecircs sempre seratildeo minha maior fonte de inspiraccedilatildeo independente do que aconteccedila pois satildeo

meus maiores exemplos de forccedila coragem e perseveranccedila

Agradeccedilo a minha querida orientadora professora Lenilza pela dedicaccedilatildeo e empenho

prestados Obrigada por todos os ensinamentos pelo carinho pela atenccedilatildeo e pela magniacutefica

oportunidade de participar deste projeto pois ele foi a melhor coisa que eu fiz desde que entrei

na faculdade

Ao meu melhor amigo Guilherme minha eterna gratidatildeo por sempre acreditar no meu

potencial e pelo apoio nos momentos mais difiacuteceis e desesperadores da minha vida Obrigada

por estar sempre presente

Agradeccedilo minhas queridas colegas de faculdade Camila e Flaacutevia Obrigada pelos anos

de companheirismo de cumplicidade de paciecircncia e de oacutetimas risadas Esse tempo ao lado de

vocecircs me mostrou que nada na vida eacute totalmente ruim pois se fosse eu natildeo teria encontrado

vocecircs

Ao Professor Ronaldo Salum que idealizou e possibilitou o desenvolvimento desse

maravilhoso projeto em Santo Amaro da Imperatriz

A secretaria de Sauacutede e Educaccedilatildeo do municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz por toda

pelo apoio e colaboraccedilatildeo

A todos os alunos professores diretores e funcionaacuterios das escolas participantes muito

obrigada pelo carinho apoio disponibilidade e interesse na contribuiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo desse

trabalho Foi um imenso prazer conhece-los estar com vocecircs e ter a oportunidade de trocar

experiecircncias e conhecimentos com todos vocecircs

Agradeccedilo as minhas colegas Emiacutelia Natalia e Bruna que trabalharam junto comigo

como bolsistas na execuccedilatildeo deste projeto Foi oacutetimo compartilhar com vocecircs momentos

maravilhosos sempre repletos de muita troca de vivecircncias e conhecimentos

Ao bioquiacutemico Marcellus do setor de parasitologia do Hospital Universitaacuterio e aos

colegas estagiaacuterios que passaram por laacute pelo apoio e colaboraccedilatildeo na pesquisa

Aproveito para agradecer ao querido professor Marcos pelo auxilio prestado em relaccedilatildeo

aos dados estatiacutesticos pela paciecircncia e pela atenccedilatildeo O senhor aleacutem de ser um grande professor

eacute uma pessoa maravilhosa

A todos aqueles que de alguma maneira contribuiacuteram para que este trabalho fosse

realizado gratidatildeo

2

RESUMO

Atualmente no Brasil as enteroparasitoses ainda satildeo muito frequentes em diversas regiotildees Esse

fato estaacute relacionado com a ausecircncia de saneamento baacutesico e a inadequada higiene pessoal e

coletiva da populaccedilatildeo Este trabalho teve como objetivo diagnosticar as enteroparasitoses em

escolares de seis Instituiccedilotildees Educacionais do municiacutepio de Santo Amaro da ImperatrizSC

com idades entre 0 a 17 anos e promover a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre sauacutede e

parasitoses atraveacutes de accedilotildees educativas Foram analisadas 357 amostras de fezes conservadas

em soluccedilatildeo SAF atraveacutes do meacutetodo de Lutz e de Faust e cols Em amostras diarreicas tambeacutem

foram realizadas as coloraccedilotildees tricrocircmica e pelo Kinyoun As accedilotildees educativas sobre

parasitoses e suas formas de prevenccedilatildeo foram desenvolvidas atraveacutes de teatro de fantoches para

as crianccedilas de 5 a 9 e palestra interativa para alunos de 10 a 17 anos Para analisar a eficiecircncia

das accedilotildees educativas os alunos receberam uma tarefa de acordo com sua faixa etaacuteria

(construccedilatildeo de um texto eou desenhos sobre o tema) Na anaacutelise das amostras fecais observou-

se que 21 foram positivas para enteroparasitas encontrando-se uma maior prevalecircncia na

faixa de etaacuteria de 6 a 9 anos (573) Das amostras positivas 80 estavam monoparasitadas

13 estavam biparasitadas e 7 encontravam-se poliparasitadas Os parasitas encontrados

foram Blastocystis hominis (56) Endolimax nana (14) Entamoeba coli (13) Giardia

lamblia (11) Ascaris lumbricoides (2) Entamoeba histolyticaE dispar (2) Iodameba

butschlii (1) e Trichuris trichiura (1) Os resultados dos exames foram encaminhados aos

pais dos alunos para tratamento dos casos positivos Pelas accedilotildees educativas notou-se que houve

uma compreensatildeo acerca do tema Os resultados mostraram uma prevalecircncia de

enteroparasitoses relevante sendo assim esses dados reforccedilam a importacircncia e a necessidade

de implantar as accedilotildees educativas pois atraveacutes delas eacute possiacutevel fornecer noccedilotildees baacutesicas de

promoccedilatildeo a sauacutede para prevenccedilatildeo das enteroparasitoses Dessa forma pode-se interferir no

mecanismo de transmissatildeo dos parasitos proporcionando a populaccedilatildeo uma melhoria de sua

qualidade de vida

Palavras-chave Enteroparasitoses Accedilotildees educativas Escolares

3

ABSTRACT

Currently in Brazil the intestinal parasites are still very common in many regions This fact is

related to the lack of sanitation and collective and personal hygiene inadequate of population

This study aimed to diagnose intestinal parasites in schoolchildren of six educational

institutions in the city of Santo Amaro da Imperatriz SC with ages between 0 to 17 years and

promote the expansion of knowledge about health and parasitic diseases through educational

activities Were analyzed 357 fecal samples preserved in SAF solution by Lutz method and

Faust et al In diarrheal samples were carried out trichrome and Kinyoun colorations

Educational activities on parasitic diseases and its prevention were developed through puppet

shows for children 5-9 and interactive talk for students 10-17 years To analyze the efficiency

of educational activities students were given a task according to their age group (construction

of a text and or drawings on the subject)

In the analysis of fecal samples it was observed that 2210 were positive for intestinal

parasites finding a higher prevalence in the age range 6-9 years (573) Of the positive

samples 80 were monoparasitism 13 were biparasitism and 7 were polyparasitism The

parasites were Blastocystis hominis (571) Endolimax nana (133) Entamoeba coli

(124) Giardia lamblia (114) Ascaris lumbricoides (19) Entamoeba histolytica E

dispar (19) Iodameba butschlii (1) and Trichuris trichiura (1) The results of

examinations were sent to parents of students for the treatment of positive cases During the

analysis of texts and childrens drawings it was noted that there was an understanding on the

theme The results showed a prevalence relevant of intestinal parasites therefore these data

increase the importance and necessity to implement educational activities because through

them its possible provide basic notions promotion of health and prevention of enteroparasitosis

Thus its possible interrupt in the mechanism of transmission of parasites providing the public

an improvement in their quality of life

Keywords Enteroparasitosis Educational activities Schoolchildren

4

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 5

2 OBJETIVOS 17

21 Objetivo Geral 17

22 Objetivos Especiacuteficos 17

3 METODOLOGIA 18

31 Locais e sujeitos do estudo 18

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos 18

321 Colheita das amostras fecais 18

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais 19

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes 20

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer 20

332 Meacutetodo de Faust e cols 20

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico 21

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun 21

34 Anaacutelise dos resultados 22

35 Accedilotildees educativas 22

4 RESULTADOS 24

41 Exames parasitoloacutegicos 24

42 Accedilotildees educativas 30

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de

Santo Amaro da Imperatriz 31

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos 33

5 DISCUSSAtildeO 35

6 CONCLUSOtildeES 44

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

8 ANEXOS 52

5

1 INTRODUCcedilAtildeO

Segundo Neves (2011) o parasitismo consiste em uma associaccedilatildeo entre os seres vivos

onde haacute uma unilateralidade de benefiacutecios O parasita como agente agressor se beneficia

utilizando o hospedeiro como abrigo e fonte alimentar podendo causar prejuiacutezos

Historicamente esse tipo de associaccedilatildeo ocorre a milhares de anos Alguns estudos da

aacuterea de paleoparasitologia com material encontrado em siacutetios arqueoloacutegicos tecircm evidenciado a

existecircncia de enteroparasitas em vaacuterios continentes Estudos realizados com fezes ressecadas

ou mineralizados e outros materiais orgacircnicos nas Ameacutericas identificaram a presenccedila de

Ancilostomiacutedeos Ascaris lumbricoides Hymenolepis nana Trichuris trichiura Enterobius

vermicularis Entamoeba spp Giardia lamblia (DAMAZIO 2013)

Ainda hoje as parasitoses intestinais representam um seacuterio problema de sauacutede puacuteblica

no Brasil e em outros paiacuteses em desenvolvimento Nessas regiotildees o parasitismo pode ocorrer

com grande intensidade e diversidade pois o clima quente e uacutemido das regiotildees tropicais e

subtropicais favorece o ciclo de vida parasitaria e aleacutem disso a disseminaccedilatildeo dos parasitos eacute

facilitada devido agrave ausecircncia ou precariedade de saneamento baacutesico baixo niacutevel soacutecio

econocircmico alguns haacutebitos culturais carecircncia de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva (BIASI

et al 2010 LEITE LAUGART et al 2012 TOMA ADAMIL 2014)

Indiviacuteduos de todas as faixas etaacuterias estatildeo sujeitos a infecccedilotildees parasitarias poreacutem as

crianccedilas em idade escolar estatildeo entre os mais acometidos Elas estatildeo expostas constantemente

a condiccedilotildees de infecccedilatildeo e reinfecccedilatildeo por terem um contato maior com o ambiente natildeo

possuiacuterem haacutebitos de higiene pessoais bem consolidados e por sustentarem haacutebitos alimentares

que as torna mais propicias a contaminaccedilatildeo (BELLOTO et al 2011 SANTOS et al 2014)

No Brasil as enteroparasitoses estatildeo distribuiacutedas de forma ampla em diversas regiotildees

do paiacutes Elas podem ser encontradas tanto nas zonas rurais quanto em zonas urbanas atingindo

indiviacuteduos de todas as idades mas com o predomiacutenio em crianccedilas em idade escolar (SILVA et

al 2011 BELO et al2012)

As parasitoses intestinais satildeo doenccedilas endecircmicas de populaccedilotildees de baixa renda e satildeo

consideradas doenccedilas negligenciadas por apresentam investimentos reduzidos no seu controle

e na pesquisa e produccedilatildeo de medicamentos Sendo assim a elevada prevalecircncia das parasitoses

intestinais nos paiacuteses em desenvolvimento eacute considerada responsaacutevel por causar altos iacutendices

de morbidade da populaccedilatildeo infantil devido aos efeitos debilitantes que podem ocasionar sobre

6

o estado nutricional e no desenvolvimento fiacutesico e cognitivo (UCHOA 2009 MACCHIONI

et al 2015)

A desnutriccedilatildeo nas fases iniciais da vida eacute capaz de promover a reduccedilatildeo da capacidade

de realizar atividades fiacutesicas aumenta a vulnerabilidade agraves infecccedilotildees diminui a capacidade

cognitiva e leva agrave maacute-absorccedilatildeo intestinal de nutrientes (BISCEGLI et al 2009)

Para entender o desenvolvimento das enteroparasitoses fatores relacionados aos

parasitos e ao hospedeiro devem ser levados em conta como por exemplo o nuacutemero de

exemplares de parasitos e sua virulecircncia a idade do hospedeiro a imunidade os haacutebitos

alimentares e o uso de medicamentos Esses fatores podem determinar o iniacutecio ou natildeo de uma

infecccedilatildeo parasitaacuteria (REY 2010) As parasitoses intestinais podem ser causadas por

protozoaacuterios eou helmintos e sua transmissatildeo ocorre principalmente por via fecal-oral

podendo ocorrer tambeacutem por via cutacircnea no caso de algumas espeacutecies de helmintos Os

veiacuteculos de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria satildeo variados podendo ocorrer atraveacutes da aacutegua do solo de

alimentos matildeos e material subungueal vetores como artroacutepodes e moluscos e por objetos

contaminados (NEVES et al 2011)

As protozooses intestinais mais frequentes mundo satildeo a giardiacutease a amebiacutease e a

criptosporidiacutease (CDC [a] 2015) Essas doenccedilas podem causar diarreia intensa maacute absorccedilatildeo de

nutrientes dores abdominais naacuteuseas e vocircmitos que implicam em graves consequecircncias

principalmente durante a infacircncia (CDC [a] 2015) Esses protozoaacuterios contaminam a aacutegua e os

alimentos ressaltando-se que todos os cistos de protozoaacuterios e oocistos de Cryptosporidium

spp satildeo infectantes quando eliminados nas fezes (NEVES et al 2011)

A giardiacutease eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado denominado G lamblia que possui

duas formas evolutivas o trofozoiacuteto e o cisto O trofozoiacuteto localiza-se geralmente no duodeno

onde se fixa na mucosa e se multiplica Esta forma eacute responsaacutevel por espoliar o hospedeiro A

via normal de infecccedilatildeo no homem eacute a ingestatildeo de cistos maduros Os seres humanos atuam

como reservatoacuterio da doenccedila sendo que os animais selvagens e domeacutesticos podem atuar da

mesma forma (NEVES et al 2011 SANTANA et al 2014)

A giardiacutease eacute responsaacutevel por aproximadamente 280 milhotildees de casos de infecccedilotildees por

ano em acircmbito mundial (BERNE et al 2014) Estima-se uma prevalecircncia de 2 a 7 nos

paiacuteses desenvolvidos e de 20 a 30 nos paiacuteses em desenvolvimento (KAMEL et al 2013)

Esta parasitose foi incluiacuteda na Iniciativa para as Doenccedilas Negligenciadas da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede em 2004 devido ao seu potencial altamente debilitante (BERNE et al

2014) Na Ameacuterica Latina a giardiacutease eacute uma das trecircs principais causas de morbidade em

crianccedilas de 0 a 5 anos de idade pois seu quadro cliacutenico varia desde infecccedilotildees assintomaacuteticas

7

ateacute episoacutedios de diarreia persistente e intensa com siacutendrome de maacute absorccedilatildeo intestinal de

nutrientes e de gorduras que pode acarretar em desnutriccedilatildeo desidrataccedilatildeo e comprometimento

no desenvolvimento e crescimento da populaccedilatildeo infantil (BERNE et al 2014)

A amebiacutease eacute causada pela ameba patogecircnica conhecida como Entamoeba histolytica

Esse protozoaacuterio ocupa o terceiro lugar dentre as doenccedilas parasitarias responsaacutevel pelos

maiores iacutendices de mortalidade no mundo ficando atraacutes apenas da malaacuteria e da esquistossomose

(OUATTARA et al 2010) Estima-se que por ano cerca de 40 a 50 milhotildees de pessoas no

mundo satildeo acometidas pela amebiacutease e aproximadamente 40 mil evoluem a oacutebito (NAGATA

et al 2012)

No Brasil haacute uma ampla distribuiccedilatildeo da amebiacutease Alguns trabalhos mostram que a E

histolytica costuma ser mais comum nas regiotildees norte e nordeste do paiacutes com prevalecircncias que

variam entre 68 a 2935 (SANTOS et al 2013)

Haacute duas espeacutecies distintas poreacutem morfologicamente idecircnticas capazes de contaminar

o ser humano a espeacutecie patogecircnica e invasiva a E histolytica e outra de baixa virulecircncia e natildeo

invasiva a Entamoeba dispar Esse fato deu origem ao complexo E histolytica E dispar

(NEVES et al 2011)

Indiviacuteduos com amebiacutease podem apresentar quadros assintomaacuteticos ou com

sintomaacuteticos Nas formas sintomaacuteticas o indiviacuteduo infectado apresenta coacutelicas abdominais com

diarreia aquosa que podem ser sanguinolentas acompanhadas de perda de peso A E histolytica

possui um caraacuteter invasivo podendo levar ao desenvolvimento de ulceraccedilotildees intestinais

Atraveacutes destas ulceraccedilotildees os trofozoiacutetos podem invadir outros tecidos do corpo O fiacutegado

costuma ser o mais frequente dando origem aos abcessos hepaacuteticos A forma hepaacutetica costuma

causar um nuacutemero maior de mortes em relaccedilatildeo as outras Geralmente apoacutes a ruptura do abcesso

hepaacutetico outros tecidos costumam ser invadidos como eacute o caso do trato respiratoacuterio enceacutefalo

sistema geniturinaacuterio regiatildeo perianal pele e ateacute ossos sendo os trecircs uacuteltimos raramente

observados (CORDEIRO MACEDO 2007)

Nos uacuteltimos anos tem sido demonstrada a importacircncia da investigaccedilatildeo de cocciacutedios

oportunistas como Cryptosporidium spp Cystoisospora belli e Cyclospora cayetanensis A

aacutegua eacute o principal veiacuteculo de disseminaccedilatildeo seja ela teoricamente potaacutevel ou de recreaccedilatildeo

podendo tambeacutem ocorrer a transmissatildeo por alimentos contaminados (CARVALHO 2009

MARIANO 2014) Esses protozoaacuterios infectam pacientes imunodeprimidos e indiviacuteduos

imunocompetentes A doenccedila pode ser assintomaacutetica ou sintomaacutetica As manifestaccedilotildees cliacutenicas

na criptosporidiacutease na ciclosporiacutease e na cistoisosporiacutease satildeo semelhantes e caracterizada por

surtos de diarreia aquosa intermitente acompanhada de dor abdominal naacuteuseas vocircmitos e

8

consequente perda de peso A maioria dos indiviacuteduos sem patologias que afetem o sistema

imunoloacutegico poderatildeo se recuperar desta parasitose sendo a doenccedila autolimitada em 10 a 14

dias (PAINTER et al 2015 CDC [b] [c] [d] 2015)

A criptosporidiacutease eacute considerada uma doenccedila emergente e estima-se que por ano ocorram

748000 casos de infecccedilatildeo por Cryptosporidium spp e que apenas 2 desses casos sejam

reportados (PAINTER et al 2015) Satildeo vaacuterias as espeacutecies que parasitam o homem sendo

algumas com potencial zoonoacutetico O Cryptosporidium spp tem sido encontrado em crianccedilas

com idade entre 1 e 5 anos e com diarreia (MARIANO 2014)

O B hominis eacute o parasita mais frequentemente encontrado em levantamentos

epidemioloacutegicos muitas vezes sendo o mais prevalente nos paiacuteses em desenvolvimento

atingindo uma prevalecircncia de 30 a 50 (BEYHAN et al 2015)

A patogenicidade do B hominis em humanos ainda natildeo foi completamente definida e

envolve vaacuterias controveacutersias Enquanto os indiviacuteduos acometidos por este parasito podem ser

assintomaacuteticos ou sintomaacuteticos Em casos sintomaacuteticos o quadro clinico eacute composto por dores

abdominais prurido anal flatulecircncia meteorismo naacuteusea vocircmito e diarreia Natildeo eacute evidenciada

a presenccedila de leucoacutecitos nas fezes Pode haver a remissatildeo dos sintomas sem que tenha ocorrido

tratamento especiacutefico (MACEDO et al 2010 COYLE et al 2012)

Aleacutem dos protozoaacuterios intestinais patogecircnicos o exame parasitoloacutegico de fezes pode

detectar protozoaacuterios comensais natildeo patogecircnicos como Entamoeba coli Endolimax nana e

Iodamoeba butschlii A presenccedila deles reflete o contato do indiviacuteduo com material fecal em

aacutegua eou alimentos ingeridos pelo homem e indica tambeacutem haacutebitos de higiene precaacuterios Satildeo

encontrados em praticamente todos os paiacuteses do mundo mais frequentemente em regiotildees

tropicais e subtropicais (BELLOTO et al 2011 NEVES 2011)

As helmintoses podem ser assintomaacuteticas em caso de infecccedilotildees leves e sintomaacuteticas

As infecccedilotildees sintomaacuteticas satildeo caracterizadas por desencadear uma seacuterie de alteraccedilotildees orgacircnicas

pois a localizaccedilatildeo no intestino eacute favoraacutevel a nutriccedilatildeo do helminto devido ao faacutecil acesso aos

nutrientes dissolvidos Os helmintos competem com o hospedeiro pelos micronutrientes

presentes na dieta e aleacutem disso modificam o epiteacutelio intestinal diminuindo a accedilatildeo de enzimas

e a absorccedilatildeo de nutrientes Isto afeta o estado nutricional do indiviacuteduo e como consequecircncia

pode ocasionar dores abdominais fraqueza e mal estar diarreia obstruccedilatildeo intestinal prolapso

retal sangramento desnutriccedilatildeo anemia baixo rendimento escolar e atraso no desenvolvimento

corporal das crianccedilas infectadas (SEIXAS et al 2011)

Os ovos e as larvas de helmintos eliminados recentemente nas fezes natildeo satildeo diretamente

infectantes ao homem pois precisam de um periacuteodo de amadurecimento no solo exceto o E

9

vermicularis e o H nana que satildeo diretamente transmissiacuteveis ao homem pois natildeo necessitarem

de um hospedeiro intermediaacuterio ou de um periacuteodo de amadurecimento no solo (NEVES et al

2011)

De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2015) mais de 15 bilhatildeo de pessoas

ou 24 da populaccedilatildeo mundial estatildeo infectadas por helmintos onde o A lumbricoides T

trichiura e ancilostomiacutedeos (Necator americanus e Ancylostoma duodenale) satildeo os mais

prevalentes Mais de 270 milhotildees de crianccedilas preacute-escolares e mais de 600 milhotildees de crianccedilas

em idade escolar vivem em aacutereas onde estes parasitas satildeo intensamente transmitidos

destacando a importacircncia da implementaccedilatildeo de medidas preventivas e poliacuteticas sanitaacuterias

No Brasil os helmintos mais comuns satildeo A lumbricoides e T trichiura sendo o

primeiro o mais frequente (ARAUJO FILHO et al 2011 SEIXAS et al 2011) A distribuiccedilatildeo

eacute ampla e varia de acordo com as regiotildees do paiacutes podendo ocorrer tanto em zonas urbanizadas

como rurais predominando nas aacutereas mais carentes cujo solo eacute contaminado e onde natildeo haacute

disponibilidade de aacutegua tratada e saneamento baacutesico (ANDRADE et al 2010)

A ascaridiacutease eacute a doenccedila causada pelo A lumbricoides conhecido popularmente como

lombriga Estima-se que cerca de 807000 a 1221 milhotildees de pessoas no mundo estatildeo

infectados por este nematelminto que eacute responsaacutevel por altos iacutendices de morbidade e

mortalidade nos paiacuteses em desenvolvimento (CDC [e] 2015) O A lumbricoides eacute um geo-

helminto pois possui fases de seu desenvolvimento no solo A casca espessa de seus ovos os

torna impermeaacuteveis e favorece sua viabilidade no ambiente ainda que estejam em areia seca

por exemplo (CHEN MUCCI 2012) A transmissatildeo ocorre pela ingestatildeo dos ovos larvados

que podem ser encontrados contaminando alimentos e aacutegua pela geofagia pelo ato de levar as

matildeos sujas a boca e por objetos contaminados (OMS 2015 NEVES 2011)

As infestaccedilotildees por A lumbricoides podem ser de baixa intensidade (3 a 4 vermes) meacutedia

intensidade (30 a 40 vermes) ou maciccedilas (100 ou mais vermes) No primeiro caso natildeo ocorrem

sintomas Jaacute nos dois uacuteltimos casos os vermes adultos podem causar accedilatildeo espoliadora toacutexica

ou mecacircnica Isso pode resultar num grande consumo de nutrientes e resultar em desnutriccedilatildeo

principalmente em crianccedilas Aleacutem disso reaccedilatildeo aleacutergica aos antiacutegenos do parasito pode causar

edema ou urticaacuteria lesotildees pulmonares devido ao ciclo bioloacutegico do parasito podendo resultar

na Siacutendrome de Loeffler (resultante de um edema pulmonar com infiltrado eosinofiacutelico e

manifestaccedilotildees aleacutergicas com sintomatologia semelhante a pneumonia) A complicaccedilatildeo mais

comum eacute o quadro de obstruccedilatildeo intestinal que pode levar crianccedilas a oacutebito nestes casos eacute

indicado tratamento ciruacutergico (ANDRADE et al 2010)

10

O T trichiura eacute o agente causador da tricuriacutease Estima-se que aproximadamente 1 bilhatildeo

de pessoas estejam infectadas com esse helminto A transmissatildeo ocorre pela ingestatildeo de ovos

larvados em alimentos contaminados e pela geofagia Aleacutem disso sua disseminaccedilatildeo pode ser

facilitada pelo vento pela aacutegua ou por vetores (nas patas das moscas domeacutesticas por exemplo)

(NEVES et al 2011 CDC 2015) As infecccedilotildees costumam ser assintomaacuteticas Os casos graves

costumam ocorrer em indiviacuteduos desnutridos nesses casos haacute o comprometimento do intestino

grosso do ceco ao reto podendo levar ao prolapso retal (MENEZES 2013)

Como a maioria das doenccedilas parasitaacuterias natildeo pode ser diagnosticada apenas pela cliacutenica

exibida pelo paciente o exame parasitoloacutegico de fezes torna-se necessaacuterio para a confirmaccedilatildeo

ou natildeo da presenccedila de parasitos O exame parasitoloacutegico compreende duas principais etapas o

exame macroscoacutepico onde se procura por formas macroscoacutepicas dos helmintos que possam ter

sido eliminadas pelo hospedeiro e o exame microscoacutepico realizado a partir do processamento

das amostras fecais por meio de diferentes meacutetodos que visam concentrar as formas parasitarias

a fim de evidencia-las e identifica-las Os meacutetodos utilizados satildeo meacutetodo de sedimentaccedilatildeo

espontacircnea de Hoffman Pons e Janner ou Lutz baseado na sedimentaccedilatildeo espontacircnea das formas

parasitarias em aacutegua meacutetodo de Ritchie baseado na centrifugo-sedimentaccedilatildeo utilizando

formalina a 10 e eacuteter meacutetodo de Faust e cols baseado na centrifugo-flutuaccedilatildeo utilizando uma

soluccedilatildeo de sulfato de zinco com densidade 118gml meacutetodo de Baermann-Moraes ou de

Rugai Mattos e Brisola baseado no termohidrotropismo das larvas e o meacutetodo direto indicado

para pesquisa de trofozoiacutetos em fezes frescas e emitidas em no maacuteximo 30 minutos Satildeo

recomendadas coloraccedilotildees como a soluccedilatildeo de Lugol e as coloraccedilotildees permanentes como a

hematoxilina feacuterrica ou o tricrocircmico As coloraccedilotildees permanentes permitem a melhor

visualizaccedilatildeo dos protozoaacuterios e facilitam a identificaccedilatildeo dos trofozoiacutetos encontrados em fezes

diarreicas e pastosas A coloraccedilatildeo pelo Kinyoun derivada da fucsina fenicada eacute utilizada para

o diagnoacutestico de oocistos de cocciacutedios intestinais (DE CARLI 2011)

Atualmente jaacute existem meacutetodos imunoenzimaacuteticos e imunocromatograacuteficos para

detecccedilatildeo de antiacutegenos parasitaacuterios nas fezes Aleacutem disso a biologia molecular tambeacutem pode

ser utilizada como ferramenta para a diferenciaccedilatildeo e determinaccedilatildeo das espeacutecies de

enteroparasitas Comparados com os meacutetodos tradicionais esses satildeo meacutetodos possuem um

custo mais alto poreacutem satildeo muito mais sensiacuteveis e especiacuteficos (DE CARLI 2011)

Inuacutemeros autores ao redor do mundo principalmente em paiacuteses em desenvolvimento

como no continente africano e na Ameacuterica latina tecircm realizado pesquisas e constatado a

prevalecircncia das parasitoses Na proviacutencia de Santiago em Cuba Saacutenchez et al (2012)

analisaram 1253 amostras fecais de crianccedilas e constataram uma prevalecircncia de 378 de

11

enteroparasitas Observou-se G lamblia (156) B hominis (23) E histolytica E dispar

(48) T trichiura (48) Alumbricoides (48) E vermiculares (25) ancilostomideos

(29) Fasciola hepatica (01)

Na Venezuela Laugart et al (2012) analisaram 262 amostras fecais de crianccedilas com

idades entre 1 a 14 anos e revelaram uma prevalecircncia de 897 de enteroparasitoses Foram

encontrados E nana (389) B hominis (366) G lamblia (321) E coli (321) E

histolyticaE dispar (61) Chilomastix mesnili (23) I butschlii (23) ancilostomideos

(23) e A lumbricoides (19)

Um estudo envolvendo 50 crianccedilas com idades entre 7 e 12 anos realizado por Carrero

(2013) na Colocircmbia revelou uma prevalecircncia de 96 de parasitas intestinais Das amostras

positivas encontrou-se B hominis (88) E coli (56) Giardia intestinalis (34) e E

histolytica E dispar (24) C mesnili (24) I butschilii (2) e E nana (2)

No Egito 300 amostras fecais provenientes de crianccedilas com idades de 1 a 6 anos que

frequentavam o ambulatoacuterio do Assiut University Childrem Hospital foram analisadas Foi

encontrado um percentual de 557 de positividade para parasitos intestinais As espeacutecies de

enteroparasitas detectadas foram G lamblia (157) Cryptosporidium spp (117) B

hominis (93) E coli (33) H nana (23) e I belli (1) (YONES et al 2015)

Em 2015 no Peru um estudo realizado por Cabada et al teve o objetivo de revelar a

prevalecircncia das geohelmintoses anemia e desnutriccedilatildeo em 240 crianccedilas com idades entre 3 a 12

anos em seis comunidades Neste estudo verificou-se que 488 das crianccedilas estavam com

anemia 10 abaixo do peso e 47 das crianccedilas encontravam-se parasitadas Os parasitos

detectados nos exames parasitoloacutegicos foram E coli (23) E nana (19) G intestinalis

(9) E histolyticadispar (3) Entamoeba hartmanni (3) A lumbricoides (2)

Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

No Brasil vaacuterios estudos feitos em diferentes regiotildees do paiacutes demonstram que as

parasitoses se distribuem de forma heterogecircnea pois as condiccedilotildees socioeconocircmicas e de

saneamento baacutesico tendem a variar entre as regiotildees do paiacutes (LEITE TOMA ADAMIL 2014

MACCHIONI et al 2015)

Em 2010 um estudo foi realizado por Santos e Merlini no municiacutepio de Maria

HelenaPR com 413 indiviacuteduos com idade entre 0 a 89 anos Os autores obtiveram uma

prevalecircncia de 16 de positividade Os parasitos mais prevalentes foram Enana (65) G

intestinalis (63) E coli (35) A lumbricoides (14) Strongyloides stercoralis (07)

E vermicularis (07) Ancilostomiacutedeo (02) E hystolitica E diacutespar (02) e Taenia sp

(02)

12

A populaccedilatildeo atendida pelo Laboratoacuterio Central do municiacutepio de ChapadinhaMA foi

alvo do estudo de Silva et al no ano de 2010 Em um total de 3933 amostras analisadas

observou-se uma positividade de 331 E histolytica E dispar E coli G intestinalis e A

lumbricoides foram as espeacutecies mais prevalentes

Lander et al (2010) estudaram a prevalecircncia das parasitoses intestinais em escolares de

creches em Salvador BA com idades entre 3 a 5 anos Das 325 amostras fecais analisadas 95

foram positivas para parasitas intestinais (292) Dos helmintos o T trichiura (12) e A

lumbricoides (105) foram os mais prevalentes Jaacute os protozoaacuterios mais encontrados foram

G duodenalis (129) e E histolytica Edispar (37) Um percentual de 246 das amostras

positivas era de protozoaacuterios comensais

Em duas creches de UberlacircndiaMG um trabalho foi desenvolvido por Gonccedilalves et al

(2011) com 133 crianccedilas de 6 meses a 6 anos de idade Foi encontrada uma prevalecircncia de

293 de enteroparasitos sendo a G lamblia (192) o protozoaacuterio mais frequente seguido

por E histolytica (38) Os helmintos detectados nas creches foram o H nana (23) o E

vermicularis (15) e o ancilostomiacutedeo (08)

Belloto et al (2011) no Municiacutepio de MirassolSP analisaram 310 amostras fecais de

crianccedilas de 2 a 15 anos A prevalecircncia de enteroparasitas foi de 3032 Dentre os protozoaacuterios

detectados a G lamblia foi o mais frequente (1516) seguido da E histolytica E

dispar (064) A lumbricoides (355) S stercoralis (032) e Taenia sp (032) foram

os helmintos mais prevalentes A faixa etaacuteria de 8 a 10 anos apresentou a maior positividade

(4737) seguida de indiviacuteduos da faixa etaacuteria de 2 a 4 anos (3846) 5 a 7 anos (3622) e

11 a 15 anos (300)

Seixas et al (2011) realizaram um estudo com 200 escolares em Salvador e obtiveram

uma prevalecircncia de 94 de positividade para enteroparasitos Detectou-se entre os helmintos

A lumbricoides (25) T trichiura (105) E vermicularis (3) S stercoralis (25)

Ancilostomiacutedeos (15) e S mansoni (1) Dentre os protozoaacuterios os mais frequentes foram

E nana (535) E coli (435) E hystoliticaEdispar (215) G lamblia (12) e

Ibutschlii (3)

Em 2012 no municiacutepio de CoariAM Silva Silva e Freitas analisaram as fezes de 65

crianccedilas na faixa etaacuteria de 1 a 12 anos Os exames demonstraram uma positividade de 831

para parasitos sendo encontrados A lumbricoides (537) T trichiura (166)

ancilostomideos (15) E coli (92) e G lamblia (55)

Belo et al (2012) desenvolveram uma pesquisa no municiacutepio de Satildeo Joatildeo Del ReiMG

em 21 escolas sendo 6 escolas da zona urbana e 15 escolas da zona rural Analisaram um total

13

de 1172 amostras (711 escolares da zona urbana e 461 da zona rural) Nas escolas localizadas

na zona rural obtiveram uma positividade de 364 enquanto que as escolas da zona urbanas

apresentaram uma positividade de 235 Os estudantes da zona rural possuiacuteam maior nuacutemero

de fatores de risco associados a ocorrecircncia de parasitoses intestinais que variava desde a

condiccedilatildeo sanitaacuteria ateacute a condiccedilatildeo socioeconocircmica das famiacutelias desta regiatildeo Do total das

amostras positivas das duas escolas 22 apresentavam-se biparasitados ou poliparasitados Os

protozoaacuterios mais frequentes foram E histolyticaEdispar (143) E coli (95) e G

lamblia (55) Quanto aos helmintos o Ancylostoma spp (21) Ascaris

lumbricoides (19) E vermicularis (15) e T trichiura (11) foram os mais prevalentes

No municiacutepio de GurupiTO os autores realizaram um estudo com crianccedilas de 5 a 12

anos de idade em 6 escolas puacuteblicas da regiatildeo Das 205 amostras fecais analisadas houve uma

positividade de 4243 Foi observado maior prevalecircncia em crianccedilas na faixa etaacuteria de 7 a 9

anos Os protozoaacuterios mais encontrados foram G lamblia (1854) E coli (1610) E

histolytica (780) Jaacute os helmintos mais comuns foram H nana (780) E vermicularis e A

lumbricoides (39) ancilostomiacutedeos (195) (SILVA TEIXEIRA GONTIJO 2012)

No Rio Grande do Sul Berne et al (2012) avaliaram uma populaccedilatildeo de 165 crianccedilas

buscando determinar a prevalecircncia de parasitos intestinais nas mesmas Eles encontraram uma

prevalecircncia de 642 de positividade No estudo os seguintes parasitos foram identificados

G lamblia (303) T trichiura (242) A lumbricoides (224) E coli (152)

Enteromonas hominis (48) E nana (36) Cryptosporidium sp (24) C belli (02) e

E vermicularis (02)

Em um assentamento de trabalhadores rurais sem-terra em Satildeo Paulo uma pesquisa foi

realizada durante dois anos a fim de avaliar a prevalecircncia das parasitoses intestinais No

primeiro ano foram analisadas 29 amostras de crianccedilas com idades entre 4 e 15 anos e a

prevalecircncia encontrada foi de 966 de positividade Das espeacutecies observadas G

intestinalis foi a mais frequente (966) seguido de E coli (276) E nana (138) Entre os

helmintos o mais prevalente foi o ancilostomideo (69) seguido por H nana (34) T

trichiura (34) A lumbricoides (34) e S stercoralis (34) O monoparasitismo aconteceu

em 357 das amostras analisadas enquanto que as infecccedilotildees por mais de uma espeacutecie de

parasita ocorreram em 643 No segundo ano de estudo foram analisadas 14 amostras fecais

e obteve-se uma prevalecircncia de 857 para enteroparasitas Das amostras positivas 75

apresentaram um uacutenico parasita enquanto 25 apresentaram mais de uma espeacutecie de

parasita A G intestinalis estava presente em 643 E nana em 215 e A lumbricoides em

14

71 A positividade natildeo variou muito entre as diferentes faixas etaacuterias nos dois periacuteodos de

estudo LIMA JUNIOR KAISER CATISTI 2013)

No ano de 2014 Santos et al desenvolveram um estudo em uma creche comunitaacuteria de

FlorianoacutepolisSC afim de verificar a prevalecircncia de parasitoses intestinais Foram analisadas

57 amostras fecais e uma prevalecircncia de 614 foi detectada Os principais parasitos

encontrados foram B hominis (404) G lamblia (246) E coli (228) E nana (123)

E histolyticaE dispar (71) E hartmanni (18) E vermicularis (18) e I buumltschli

(18)

Santos Gurgel-Gonccedilalves e Machado publicaram um trabalho no ano de 2014 onde

avaliaram a ocorrecircncia de parasitos intestinais em crianccedilas moradoras das cidades de Riacho

Fundo II e Ceilacircndia localizadas no Distrito Federal 193 crianccedilas com idades entre 4 a 14 anos

participaram do estudo Um total de 637 das crianccedilas estavam contaminadas Em Riacho

Fundo II os parasitos mais prevalentes foram H nana (44) A lumbricoides (30) E coli

27 G intestinalis (15) Ancilostomideos (5) E histolyticadiacutespar (7) T trichiura

(4) E nana (3) e I butschlii (1) Jaacute na Ceilacircndia os parasitos mais frequentes foram E

coli (23) E nana (19) G intestinalis (9) E histolyticadispar (3) E hartmanni (3)

Ascaris lumbricoides (2) Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

Em uma instituiccedilatildeo localizada em NiteroacuteiRJ um estudo foi feito com 43 crianccedilas de 0

a 12 anos de idade e 25 adultos a fim de estabelecer a prevalecircncia das parasitoses intestinais

70 das crianccedilas e 44 dos adultos estavam contaminados por parasitas intestinais e no total

houve uma prevalecircncia de 60 de enteroparasitoses na instituiccedilatildeo estudada Os protozoaacuterios

encontrados foram B hominis (44) E nana (15) G lamblia (12) E histolyticaE

dispar (10) e E coli (7) Os helmintos foram H nana (3) E vermicularis (3) T

trichiura (15) e A lumbricoides (15) A maior prevalecircncia foi em crianccedilas de 6 a 8 (857)

(LEITE TOMA ADAMIL 2014)

Para diminuir a contaminaccedilatildeo eacute necessaacuterio aplicar medidas de controle capazes de

interromper os mecanismos de transmissatildeo Isto reforccedila a importacircncia de fornecer subsidio

imediato para a conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo sobre higiene prevenccedilatildeo das parasitoses e

educaccedilatildeo sanitaacuteria

A educaccedilatildeo em sauacutede visa a promoccedilatildeo da sauacutede e funciona como um processo de

ensinoaprendizagem que busca empoderar os indiviacuteduos de forma que estes possuam

autonomia necessaacuteria para escolher as melhores alternativas afim de transformar sua qualidade

de vida e o meio onde vivem Para que essa pratica seja possiacutevel o educador deve atuar como

15

um facilitador no processo de reflexatildeo sobre a realidade em que essa comunidade estaacute

inserida Essas atividades auxiliam a populaccedilatildeo a evitar doenccedilas de impacto social como as

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 VICENTE et al 2012)

As accedilotildees educativas realizadas em comunidades escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede

prevenccedilatildeo contra as enteroparasitoses e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente possui um

papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores do

conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo das

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009) Aleacutem disso por meio da educaccedilatildeo em sauacutede

constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

Silva Neto et al (2013) realizaram um trabalho na Escola Estadual Francisco Nunes da

cidade de Pau dos Ferros-RN com 42 crianccedilas na faixa etaacuteria de 5 a 11 anos Verificaram que

6428 dos escolares apresentaram algum tipo de enteroparasitos sendo que 2142 dos

escolares estavam poliparasitados A partir de tais indicadores e conhecendo a realidade a ser

trabalhada planejaram estrateacutegias de accedilotildees educativas com objetivo de repassar informaccedilotildees

que ajudassem na mudanccedila de haacutebitos higiecircnicos e consequentemente na diminuiccedilatildeo da

incidecircncia de casos de enteroparasitoses Foram realizadas oficinas peccedilas teatrais dinacircmicas

produccedilatildeo textual curso para boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos e cursos sobre as

parasitoses com os professores As crianccedilas trabalharam na confecccedilatildeo de cartazes com ecircnfase

nas parasitoses Os autores relataram a importacircncia da continuidade das accedilotildees educativas pelos

professores da escola

As accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais foram realizadas

por Da Cruz et al (2014) em 29 estudantes de 12 a 16 anos de idade do ensino fundamental de

uma localidade rural do municiacutepio de UberlacircndiaMG Os autores tambeacutem verificaram a

ocorrecircncia de parasitoses intestinais constatando-se 21 de escolares parasitados e 3 de

poliparasitismo B hominis foi o parasito mais frequente (5715) seguido de E coli e G

lamblia com uma frequecircncia de 1428 cada um As accedilotildees educativas em sauacutede incluiacuteram a

aplicaccedilatildeo de jogo didaacutetico palestras microscoacutepio para visualizaccedilatildeo de estruturas dos parasitos

e mostra de exemplares macroscoacutepicos dos parasitos sendo avaliadas mediante a aplicaccedilatildeo de

questionaacuterios O jogo didaacutetico ldquotabuleiro da sauacutederdquo abordou as principais parasitoses de

importacircncia meacutedica aleacutem de temas relativos agrave higiene pessoal Os resultados dos questionaacuterios

aplicados apoacutes a realizaccedilatildeo das accedilotildees educativas apontaram uma notaacutevel melhora quanto agrave

assimilaccedilatildeo de conhecimentos por parte dos estudantes

O presente estudo foi desenvolvido no Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz que

compreende a Regiatildeo da Grande Florianoacutepolis situado ao lado da BR 282 e integra a Bacia do

16

Rio Cubatatildeo Sul O municiacutepio eacute caracterizado por pequenas propriedades rurais com lavouras

temporaacuterias e permanentes (IBGE 2014) Segundo o censo do IBG a populaccedilatildeo de 2014 era

de 21572 habitantes

Na aacuterea rural em relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua nas residecircncias 6625 eacute abastecido

pela rede puacuteblica 3338 de poccedilo ou nascente e 03 de outros Jaacute na aacuterea urbana 8264

tem abastecimento de aacutegua pela rede puacuteblica 1717 de poccedilo ou nascente e 09 de outros

Quanto ao destino de esgoto na aacuterea rural 188 das residecircncias tem sistema de esgoto 9109

possuem fossa seacuteptica e 703 o esgoto eacute a ceacuteu aberto Na aacuterea urbana 722 das residecircncias

tem sistema de esgoto 8595 possuem fossa seacuteptica e 683 o esgoto eacute a ceacuteu aberto

O presente trabalho permitiu avaliar a presenccedila de enteroparasitoses que afetam os

escolares e o desenvolvimento de accedilotildees educativas que visam agrave promoccedilatildeo da sauacutede

contribuindo para a melhora da qualidade de vida

17

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

O presente estudo visou determinar a prevalecircncia de parasitoses intestinais em alunos

de seis Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz e promover a

ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre sauacutede e parasitoses

22 Objetivos Especiacuteficos

- Verificar a ocorrecircncia de parasitas intestinais em crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0

a 17 anos do municiacutepio de Santo Amaro da ImperatrizSC

- Relacionar os resultados do levantamento parasitoloacutegico com as condiccedilotildees de saneamento

local

- Analisar as noccedilotildees de higiene e quais as nomenclaturas populares sobre as parasitoses

intestinais conhecidas na comunidade

- Proporcionar educaccedilatildeo em sauacutede e medidas preventivas no combate as doenccedilas parasitaacuterias

humanas promovendo um processo de aprendizado

- Incentivar a mudanccedila de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva para a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

18

3 METODOLOGIA

31 Locais e sujeitos do estudo

O presente estudo teve iniacutecio em agosto de 2014 e finalizou-se em setembro de 2015

Esse estudo envolveu 357 crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0 a 17 anos de idade

matriculados nas seguintes Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da

ImperatrizSC Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff Escola Municipal Braccedilo Satildeo

Joatildeo Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio e Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

O trabalho foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105) (Anexo A)

As accedilotildees educativas foram realizadas em 2014 com escolares na faixa etaacuteria de 6 a 17

anos de idade e teve a participaccedilatildeo dos professores das referidas escolas

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos

Foi realizado uma reuniatildeo com professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos e os

seguintes temas foram abordados os objetivos e metodologia da pesquisa a importacircncia e

benefiacutecios de se fazer o exame de fezes as orientaccedilotildees sobre a coleta das fezes apresentaccedilatildeo

do ldquoTermo de Consentimento Livre e Esclarecidordquo (Anexo B) e ldquoTermo de Assentimentordquo

(Anexo C) Os pais ou responsaacuteveis foram informados sobre o encaminhamento dos resultados

(positivos ou negativos) dos exames parasitoloacutegicos e aconselhados a levar as crianccedilas ao

Centro de Sauacutede do Municiacutepio no contato preacutevio com a Secretaacuteria de Sauacutede para atendimento

com o meacutedico e adequado tratamento da parasitose O projeto teve o apoio dos professores das

escolas para a divulgaccedilatildeo do trabalho aos pais ou responsaacuteveis pelos alunos

321 Colheita das amostras fecais

Para a coleta das fezes foram entregues para os pais ou responsaacuteveis nas escolas as

orientaccedilotildees impressas para a coleta de fezes (abaixo descrito) e os frascos coletores contendo

soluccedilatildeo conservante SAF (acetato de soacutedio aacutecido aceacutetico e formol) Os frascos estavam

devidamente etiquetados com o nome sexo e idade da crianccedila Apoacutes a coleta que foi realizado

em casa o frasco contendo as fezes foi entregue na escola juntamente com o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento assinados pelos pais eou

responsaacuteveis Um prazo para a entrega e recolhimento das amostras era combinado com a

direccedilatildeo da escola

19

Foi coletada uma amostra fecal de cada crianccedila participante do estudo As amostras

preservadas em soluccedilatildeo conservadora SAF foram encaminhadas ao Laboratoacuterio Didaacutetico de

Parasitologia Clinica do Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas do Centro de Ciecircncias da

SauacutedeUFSC e para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do Hospital Universitaacuterio Polydoro

Ernani de Satildeo Thiago (HUUFSC) onde foram processadas e analisadas

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais

- Natildeo jogar o liacutequido conservante fora natildeo beber e natildeo deixar ao alcance de crianccedilas

pois o liacutequido conservante eacute toacutexico

- A crianccedila natildeo deve estar utilizando remeacutedio para vermes no periacuteodo que vai colher as

fezes Se estiver tomando remeacutedio tem que esperar de 7 a 10 dias para depois colher as fezes

para fazer o exame

- Antes da evacuaccedilatildeo a crianccedila deve urinar ou no vaso sanitaacuterio ou na privada Isso eacute

para natildeo contaminar as fezes com urina e aacutegua

- Apoacutes a crianccedila deve evacuar diretamente em penico limpo e seco ou sobre uma folha

de papel ou jornal limpo Quando as fezes forem diarreicas ou moles as mesmas devem ser

evacuadas em penico ou em um recipiente bem limpo e seco

- Com o auxiacutelio de espaacutetula de madeira ou uma colher de plaacutestico colher uma porccedilatildeo

de fezes do tamanho de uma noz e colocar imediatamente no frasco contendo o liacutequido

conservante A porccedilatildeo de fezes deveraacute ficar totalmente coberta pelo liacutequido conservante Natildeo

se deve encher o frasco com fezes

- Em caso de crianccedilas menores de 2 anos e que usam fraldas colher as fezes da fralda

com uma espaacutetula logo apoacutes a evacuaccedilatildeo

- Apoacutes colocar as fezes no frasco o mesmo deve ser bem fechado

- Escrever no roacutetulo do frasco o nome completo o sexo e a idade da crianccedila e data da

colheita das fezes

- Conservar os frascos em temperatura ambiente ateacute a entrega Natildeo precisa ser

refrigerado

IMPORTANTE

- Natildeo colher as fezes contidas no vaso sanitaacuterio

- Natildeo devem ser usadas as fezes evacuadas no solo

- As fezes natildeo devem estar misturadas com urina aacutegua e terra

20

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) Este meacutetodo tem como

fundamento a sedimentaccedilatildeo espontacircnea em aacutegua de ovos e larvas de helmintos cistos e oocistos

de protozoaacuterio e a vantagem na recuperaccedilatildeo de ovos considerados pesados O uso de grande

quantidade de material fecal nesse processo favorece um diagnoacutestico satisfatoacuterio e seguro

Em um frasco contendo 10 mL de aacutegua corrente adicionou-se cerca de 4g de fezes

retiradas de vaacuterios pontos da amostra fecal Homogeneizou-se as fezes com bastatildeo de vidro e

acrescentou-se mais 60 mL de aacutegua corrente ao frasco Em alguns casos misturou-se o material

fecal fixado pela soluccedilatildeo conservante Em seguida a suspensatildeo foi filtrada atraveacutes de filtro

descartaacutevel (Parasitofiltro) para um caacutelice cocircnico de sedimentaccedilatildeo com capacidade de 200ml

Adicionou-se aacutegua corrente ateacute completar aproximadamente frac34 do volume do caacutelice A

suspensatildeo foi deixada em repouso durante duas horas Apoacutes esse periacuteodo com pipeta de

Pasteur retirou-se uma pequena porccedilatildeo do sedimento formado no fundo do caacutelice depositando-

o sobre uma lacircmina onde adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol e cobriu-se com

lamiacutenula A preparaccedilatildeo foi examinada ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

332 Meacutetodo de Faust e cols

A teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) foi utilizada com algumas modificaccedilotildees Este

meacutetodo fundamenta-se na centriacutefugo-flutuaccedilatildeo de ovos larvas cistos e oocistos separando-os

do excesso de detritos fecais mediante o uso de soluccedilatildeo de densidade elevada Tem a vantagem

de concentrar os cistos de protozoaacuterios

Inicialmente foi colocado cerca de 12 mL do filtrado do meacutetodo de Hoffman Pons e

Janer em um tubo de centriacutefuga com capacidade de 15ml Centrifuga-se por 1 a 2 minutos a

650 x g Decantou-se o sobrenadante e o sedimento foi ressuspendido em aacutegua corrente

completando o volume de 12 ml com aacutegua e novamente centrifugou-se por 1 a 2 minutos a 650

x g Repete-se a lavagem do sedimento ateacute que o sobrenadante se apresentasse relativamente

claro Apoacutes a uacuteltima lavagem decantou-se o sobrenadante ressuspendeu-se o sedimento e

adicionou-se a soluccedilatildeo de sulfato de zinco (densidade 118gml) ateacute 05cm da borda do tubo de

centriacutefuga Centrifugou-se por 1 minuto a 650 x g Com uma alccedila de arame (diacircmetro de 5 a

7mm) retirou-se a peliacutecula sobrenadante transferindo 3 a 4 alccediladas do material para uma

lacircmina de microscopia Adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol cobrindo o

preparado com lamiacutenula e observou-se ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

21

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes que se

apresentaram pastosas e diarreicas Essa coloraccedilatildeo permanente permite um minucioso estudo

da morfologia dos trofozoiacutetos corados ocasionalmente dos cistos e para a confirmaccedilatildeo das

espeacutecies

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro

e em seguida filtrou-se a suspensatildeo atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de centriacutefuga com

capacidade de 15 ml Centrifugou-se a 650 x g por 1 a 2 minutos decantou-se o liacutequido

sobrenadante e preparar o esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado Depois de seco

colocou-se o esfregaccedilo diretamente no aacutelcool etiacutelico a 70 durante 5 minutos em cubas

adequadas para a coloraccedilatildeo Apoacutes isso procedeu-se com a continuaccedilatildeo da coloraccedilatildeo do

esfregaccedilo nas seguintes etapas

1 Aacutelcool etiacutelico a 70 5 minutos

2 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

3 Corante tricrocircmico 10 minutos

4 Soluccedilatildeo de aacutelcool etiacutelico a 90 acidificado com soluccedilatildeo de 1 de aacutecido aceacutetico 3 segundos

5 Aacutelcool etiacutelico absoluto para lavar

6 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

7 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

8 Xilol 10 minutos

Deixou-se o esfregaccedilo secar e a leitura foi feita com objetiva de 100x e com o auxiacutelio da ocular

micromeacutetrica para a morfometria das estruturas parasitaacuterias

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun

Utilizou-se a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes diarreicas

Esta coloraccedilatildeo permite diagnosticar os cocciacutedios intestinais

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro e em

seguida cerca de 3 ml da suspensatildeo foram filtrados atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de

centriacutefuga com capacidade de 15 ml Adicionou-se cerca de 3 ml de eacuteter e agitou-se

vigorosamente por 30 segundos Centrifugou-se a 500 x g por 10 minutos e o liacutequido

sobrenadante foi decantado Preparou-se um esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado

Deixou-se secar a temperatura ambiente e fixou-se o esfregaccedilo com aacutelcool metiacutelico por 30

22

segundos Corou-se com o corante de Kinyoun por 5 minutos Lavou-se com aacutegua destilada A

soluccedilatildeo aacutelcool-aacutecido sulfuacuterico foi usada por 2 minutos para diferenciar Lavou-se com aacutegua

destilada Corou-se o fundo da preparaccedilatildeo com soluccedilatildeo alcooacutelica de azul de metileno a 03

por um minuto Lavou-se com aacutegua e deixou-se secar A leitura foi realizada com objetiva de

100x e com auxiacutelio da ocular micromeacutetrica para a morfometria dos oocistos

34 Anaacutelise dos resultados

A anaacutelise dos resultados dos exames parasitoloacutegicos de fezes foi realizada atraveacutes de

estudos observacionais e os dados obtidos foram analisados pelo programa estatiacutestico MedCalc

e o teste aplicado foi o Qui Quadrado para comparaccedilatildeo de meacutedias ao niacutevel de 01 de

probabilidade

35 Accedilotildees educativas

A realizaccedilatildeo das atividades educativas teve a participaccedilatildeo de alunas bolsistas e

professoras do projeto de extensatildeoPROEXUFSC Foram elaborados e utilizados recursos

pedagoacutegicos baseando-se nas diferenccedilas cognitivas presentes entre alunos das diversas seacuteries

escolares Durante as accedilotildees educativas foi possiacutevel descobrir qual era o conhecimento que os

escolares possuiacuteam sobre verminoses e quais as nomenclaturas populares conhecidas na

comunidade Por meio de perguntas e diaacutelogo e tambeacutem na anaacutelise observacional do

comportamento na escola pode se analisar as noccedilotildees de higiene das crianccedilas As perguntas

foram Jaacute ouviram falar de vermes O que satildeo O que fazer para natildeo pegar vermes

Para as crianccedilas de 5 a 9 anos foi apresentado um teatro de fantoches encenando a peccedila

infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo (Anexo B) uma adaptaccedilatildeo da obra original escrita por Cardoso em

1998 Com uma linguagem simples e divertida a accedilatildeo luacutedica abordava as parasitoses e

prevenccedilatildeo

Para os alunos de 10 a 17 anos de idade as accedilotildees educativas foram oficinas com uso de

data show e tinha como objetivo apresentar a parasitologia para alunos maiores envolvendo

conceitos mais especiacuteficos de helmintos e protozoaacuterios A palestra consistiu em uma

apresentaccedilatildeo de slides contendo imagens e baseado nelas uma linha de raciociacutenio era

desenvolvida para fluir na forma de diaacutelogo onde os alunos eram questionados sobre as

mesmas

Apoacutes o teatro de fantoches e da palestra interativa foram mostrados exemplares de

vermes adultos de A lumbricoides (cerca de 30 cm) Taenia spp (cerca de 8 m) e de E

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

1

AGRADECIMENTOS

Primeiramente aos meus pais pelo apoio incondicional pela paciecircncia e pelo incentivo

Vocecircs sempre seratildeo minha maior fonte de inspiraccedilatildeo independente do que aconteccedila pois satildeo

meus maiores exemplos de forccedila coragem e perseveranccedila

Agradeccedilo a minha querida orientadora professora Lenilza pela dedicaccedilatildeo e empenho

prestados Obrigada por todos os ensinamentos pelo carinho pela atenccedilatildeo e pela magniacutefica

oportunidade de participar deste projeto pois ele foi a melhor coisa que eu fiz desde que entrei

na faculdade

Ao meu melhor amigo Guilherme minha eterna gratidatildeo por sempre acreditar no meu

potencial e pelo apoio nos momentos mais difiacuteceis e desesperadores da minha vida Obrigada

por estar sempre presente

Agradeccedilo minhas queridas colegas de faculdade Camila e Flaacutevia Obrigada pelos anos

de companheirismo de cumplicidade de paciecircncia e de oacutetimas risadas Esse tempo ao lado de

vocecircs me mostrou que nada na vida eacute totalmente ruim pois se fosse eu natildeo teria encontrado

vocecircs

Ao Professor Ronaldo Salum que idealizou e possibilitou o desenvolvimento desse

maravilhoso projeto em Santo Amaro da Imperatriz

A secretaria de Sauacutede e Educaccedilatildeo do municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz por toda

pelo apoio e colaboraccedilatildeo

A todos os alunos professores diretores e funcionaacuterios das escolas participantes muito

obrigada pelo carinho apoio disponibilidade e interesse na contribuiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo desse

trabalho Foi um imenso prazer conhece-los estar com vocecircs e ter a oportunidade de trocar

experiecircncias e conhecimentos com todos vocecircs

Agradeccedilo as minhas colegas Emiacutelia Natalia e Bruna que trabalharam junto comigo

como bolsistas na execuccedilatildeo deste projeto Foi oacutetimo compartilhar com vocecircs momentos

maravilhosos sempre repletos de muita troca de vivecircncias e conhecimentos

Ao bioquiacutemico Marcellus do setor de parasitologia do Hospital Universitaacuterio e aos

colegas estagiaacuterios que passaram por laacute pelo apoio e colaboraccedilatildeo na pesquisa

Aproveito para agradecer ao querido professor Marcos pelo auxilio prestado em relaccedilatildeo

aos dados estatiacutesticos pela paciecircncia e pela atenccedilatildeo O senhor aleacutem de ser um grande professor

eacute uma pessoa maravilhosa

A todos aqueles que de alguma maneira contribuiacuteram para que este trabalho fosse

realizado gratidatildeo

2

RESUMO

Atualmente no Brasil as enteroparasitoses ainda satildeo muito frequentes em diversas regiotildees Esse

fato estaacute relacionado com a ausecircncia de saneamento baacutesico e a inadequada higiene pessoal e

coletiva da populaccedilatildeo Este trabalho teve como objetivo diagnosticar as enteroparasitoses em

escolares de seis Instituiccedilotildees Educacionais do municiacutepio de Santo Amaro da ImperatrizSC

com idades entre 0 a 17 anos e promover a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre sauacutede e

parasitoses atraveacutes de accedilotildees educativas Foram analisadas 357 amostras de fezes conservadas

em soluccedilatildeo SAF atraveacutes do meacutetodo de Lutz e de Faust e cols Em amostras diarreicas tambeacutem

foram realizadas as coloraccedilotildees tricrocircmica e pelo Kinyoun As accedilotildees educativas sobre

parasitoses e suas formas de prevenccedilatildeo foram desenvolvidas atraveacutes de teatro de fantoches para

as crianccedilas de 5 a 9 e palestra interativa para alunos de 10 a 17 anos Para analisar a eficiecircncia

das accedilotildees educativas os alunos receberam uma tarefa de acordo com sua faixa etaacuteria

(construccedilatildeo de um texto eou desenhos sobre o tema) Na anaacutelise das amostras fecais observou-

se que 21 foram positivas para enteroparasitas encontrando-se uma maior prevalecircncia na

faixa de etaacuteria de 6 a 9 anos (573) Das amostras positivas 80 estavam monoparasitadas

13 estavam biparasitadas e 7 encontravam-se poliparasitadas Os parasitas encontrados

foram Blastocystis hominis (56) Endolimax nana (14) Entamoeba coli (13) Giardia

lamblia (11) Ascaris lumbricoides (2) Entamoeba histolyticaE dispar (2) Iodameba

butschlii (1) e Trichuris trichiura (1) Os resultados dos exames foram encaminhados aos

pais dos alunos para tratamento dos casos positivos Pelas accedilotildees educativas notou-se que houve

uma compreensatildeo acerca do tema Os resultados mostraram uma prevalecircncia de

enteroparasitoses relevante sendo assim esses dados reforccedilam a importacircncia e a necessidade

de implantar as accedilotildees educativas pois atraveacutes delas eacute possiacutevel fornecer noccedilotildees baacutesicas de

promoccedilatildeo a sauacutede para prevenccedilatildeo das enteroparasitoses Dessa forma pode-se interferir no

mecanismo de transmissatildeo dos parasitos proporcionando a populaccedilatildeo uma melhoria de sua

qualidade de vida

Palavras-chave Enteroparasitoses Accedilotildees educativas Escolares

3

ABSTRACT

Currently in Brazil the intestinal parasites are still very common in many regions This fact is

related to the lack of sanitation and collective and personal hygiene inadequate of population

This study aimed to diagnose intestinal parasites in schoolchildren of six educational

institutions in the city of Santo Amaro da Imperatriz SC with ages between 0 to 17 years and

promote the expansion of knowledge about health and parasitic diseases through educational

activities Were analyzed 357 fecal samples preserved in SAF solution by Lutz method and

Faust et al In diarrheal samples were carried out trichrome and Kinyoun colorations

Educational activities on parasitic diseases and its prevention were developed through puppet

shows for children 5-9 and interactive talk for students 10-17 years To analyze the efficiency

of educational activities students were given a task according to their age group (construction

of a text and or drawings on the subject)

In the analysis of fecal samples it was observed that 2210 were positive for intestinal

parasites finding a higher prevalence in the age range 6-9 years (573) Of the positive

samples 80 were monoparasitism 13 were biparasitism and 7 were polyparasitism The

parasites were Blastocystis hominis (571) Endolimax nana (133) Entamoeba coli

(124) Giardia lamblia (114) Ascaris lumbricoides (19) Entamoeba histolytica E

dispar (19) Iodameba butschlii (1) and Trichuris trichiura (1) The results of

examinations were sent to parents of students for the treatment of positive cases During the

analysis of texts and childrens drawings it was noted that there was an understanding on the

theme The results showed a prevalence relevant of intestinal parasites therefore these data

increase the importance and necessity to implement educational activities because through

them its possible provide basic notions promotion of health and prevention of enteroparasitosis

Thus its possible interrupt in the mechanism of transmission of parasites providing the public

an improvement in their quality of life

Keywords Enteroparasitosis Educational activities Schoolchildren

4

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 5

2 OBJETIVOS 17

21 Objetivo Geral 17

22 Objetivos Especiacuteficos 17

3 METODOLOGIA 18

31 Locais e sujeitos do estudo 18

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos 18

321 Colheita das amostras fecais 18

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais 19

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes 20

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer 20

332 Meacutetodo de Faust e cols 20

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico 21

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun 21

34 Anaacutelise dos resultados 22

35 Accedilotildees educativas 22

4 RESULTADOS 24

41 Exames parasitoloacutegicos 24

42 Accedilotildees educativas 30

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de

Santo Amaro da Imperatriz 31

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos 33

5 DISCUSSAtildeO 35

6 CONCLUSOtildeES 44

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

8 ANEXOS 52

5

1 INTRODUCcedilAtildeO

Segundo Neves (2011) o parasitismo consiste em uma associaccedilatildeo entre os seres vivos

onde haacute uma unilateralidade de benefiacutecios O parasita como agente agressor se beneficia

utilizando o hospedeiro como abrigo e fonte alimentar podendo causar prejuiacutezos

Historicamente esse tipo de associaccedilatildeo ocorre a milhares de anos Alguns estudos da

aacuterea de paleoparasitologia com material encontrado em siacutetios arqueoloacutegicos tecircm evidenciado a

existecircncia de enteroparasitas em vaacuterios continentes Estudos realizados com fezes ressecadas

ou mineralizados e outros materiais orgacircnicos nas Ameacutericas identificaram a presenccedila de

Ancilostomiacutedeos Ascaris lumbricoides Hymenolepis nana Trichuris trichiura Enterobius

vermicularis Entamoeba spp Giardia lamblia (DAMAZIO 2013)

Ainda hoje as parasitoses intestinais representam um seacuterio problema de sauacutede puacuteblica

no Brasil e em outros paiacuteses em desenvolvimento Nessas regiotildees o parasitismo pode ocorrer

com grande intensidade e diversidade pois o clima quente e uacutemido das regiotildees tropicais e

subtropicais favorece o ciclo de vida parasitaria e aleacutem disso a disseminaccedilatildeo dos parasitos eacute

facilitada devido agrave ausecircncia ou precariedade de saneamento baacutesico baixo niacutevel soacutecio

econocircmico alguns haacutebitos culturais carecircncia de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva (BIASI

et al 2010 LEITE LAUGART et al 2012 TOMA ADAMIL 2014)

Indiviacuteduos de todas as faixas etaacuterias estatildeo sujeitos a infecccedilotildees parasitarias poreacutem as

crianccedilas em idade escolar estatildeo entre os mais acometidos Elas estatildeo expostas constantemente

a condiccedilotildees de infecccedilatildeo e reinfecccedilatildeo por terem um contato maior com o ambiente natildeo

possuiacuterem haacutebitos de higiene pessoais bem consolidados e por sustentarem haacutebitos alimentares

que as torna mais propicias a contaminaccedilatildeo (BELLOTO et al 2011 SANTOS et al 2014)

No Brasil as enteroparasitoses estatildeo distribuiacutedas de forma ampla em diversas regiotildees

do paiacutes Elas podem ser encontradas tanto nas zonas rurais quanto em zonas urbanas atingindo

indiviacuteduos de todas as idades mas com o predomiacutenio em crianccedilas em idade escolar (SILVA et

al 2011 BELO et al2012)

As parasitoses intestinais satildeo doenccedilas endecircmicas de populaccedilotildees de baixa renda e satildeo

consideradas doenccedilas negligenciadas por apresentam investimentos reduzidos no seu controle

e na pesquisa e produccedilatildeo de medicamentos Sendo assim a elevada prevalecircncia das parasitoses

intestinais nos paiacuteses em desenvolvimento eacute considerada responsaacutevel por causar altos iacutendices

de morbidade da populaccedilatildeo infantil devido aos efeitos debilitantes que podem ocasionar sobre

6

o estado nutricional e no desenvolvimento fiacutesico e cognitivo (UCHOA 2009 MACCHIONI

et al 2015)

A desnutriccedilatildeo nas fases iniciais da vida eacute capaz de promover a reduccedilatildeo da capacidade

de realizar atividades fiacutesicas aumenta a vulnerabilidade agraves infecccedilotildees diminui a capacidade

cognitiva e leva agrave maacute-absorccedilatildeo intestinal de nutrientes (BISCEGLI et al 2009)

Para entender o desenvolvimento das enteroparasitoses fatores relacionados aos

parasitos e ao hospedeiro devem ser levados em conta como por exemplo o nuacutemero de

exemplares de parasitos e sua virulecircncia a idade do hospedeiro a imunidade os haacutebitos

alimentares e o uso de medicamentos Esses fatores podem determinar o iniacutecio ou natildeo de uma

infecccedilatildeo parasitaacuteria (REY 2010) As parasitoses intestinais podem ser causadas por

protozoaacuterios eou helmintos e sua transmissatildeo ocorre principalmente por via fecal-oral

podendo ocorrer tambeacutem por via cutacircnea no caso de algumas espeacutecies de helmintos Os

veiacuteculos de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria satildeo variados podendo ocorrer atraveacutes da aacutegua do solo de

alimentos matildeos e material subungueal vetores como artroacutepodes e moluscos e por objetos

contaminados (NEVES et al 2011)

As protozooses intestinais mais frequentes mundo satildeo a giardiacutease a amebiacutease e a

criptosporidiacutease (CDC [a] 2015) Essas doenccedilas podem causar diarreia intensa maacute absorccedilatildeo de

nutrientes dores abdominais naacuteuseas e vocircmitos que implicam em graves consequecircncias

principalmente durante a infacircncia (CDC [a] 2015) Esses protozoaacuterios contaminam a aacutegua e os

alimentos ressaltando-se que todos os cistos de protozoaacuterios e oocistos de Cryptosporidium

spp satildeo infectantes quando eliminados nas fezes (NEVES et al 2011)

A giardiacutease eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado denominado G lamblia que possui

duas formas evolutivas o trofozoiacuteto e o cisto O trofozoiacuteto localiza-se geralmente no duodeno

onde se fixa na mucosa e se multiplica Esta forma eacute responsaacutevel por espoliar o hospedeiro A

via normal de infecccedilatildeo no homem eacute a ingestatildeo de cistos maduros Os seres humanos atuam

como reservatoacuterio da doenccedila sendo que os animais selvagens e domeacutesticos podem atuar da

mesma forma (NEVES et al 2011 SANTANA et al 2014)

A giardiacutease eacute responsaacutevel por aproximadamente 280 milhotildees de casos de infecccedilotildees por

ano em acircmbito mundial (BERNE et al 2014) Estima-se uma prevalecircncia de 2 a 7 nos

paiacuteses desenvolvidos e de 20 a 30 nos paiacuteses em desenvolvimento (KAMEL et al 2013)

Esta parasitose foi incluiacuteda na Iniciativa para as Doenccedilas Negligenciadas da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede em 2004 devido ao seu potencial altamente debilitante (BERNE et al

2014) Na Ameacuterica Latina a giardiacutease eacute uma das trecircs principais causas de morbidade em

crianccedilas de 0 a 5 anos de idade pois seu quadro cliacutenico varia desde infecccedilotildees assintomaacuteticas

7

ateacute episoacutedios de diarreia persistente e intensa com siacutendrome de maacute absorccedilatildeo intestinal de

nutrientes e de gorduras que pode acarretar em desnutriccedilatildeo desidrataccedilatildeo e comprometimento

no desenvolvimento e crescimento da populaccedilatildeo infantil (BERNE et al 2014)

A amebiacutease eacute causada pela ameba patogecircnica conhecida como Entamoeba histolytica

Esse protozoaacuterio ocupa o terceiro lugar dentre as doenccedilas parasitarias responsaacutevel pelos

maiores iacutendices de mortalidade no mundo ficando atraacutes apenas da malaacuteria e da esquistossomose

(OUATTARA et al 2010) Estima-se que por ano cerca de 40 a 50 milhotildees de pessoas no

mundo satildeo acometidas pela amebiacutease e aproximadamente 40 mil evoluem a oacutebito (NAGATA

et al 2012)

No Brasil haacute uma ampla distribuiccedilatildeo da amebiacutease Alguns trabalhos mostram que a E

histolytica costuma ser mais comum nas regiotildees norte e nordeste do paiacutes com prevalecircncias que

variam entre 68 a 2935 (SANTOS et al 2013)

Haacute duas espeacutecies distintas poreacutem morfologicamente idecircnticas capazes de contaminar

o ser humano a espeacutecie patogecircnica e invasiva a E histolytica e outra de baixa virulecircncia e natildeo

invasiva a Entamoeba dispar Esse fato deu origem ao complexo E histolytica E dispar

(NEVES et al 2011)

Indiviacuteduos com amebiacutease podem apresentar quadros assintomaacuteticos ou com

sintomaacuteticos Nas formas sintomaacuteticas o indiviacuteduo infectado apresenta coacutelicas abdominais com

diarreia aquosa que podem ser sanguinolentas acompanhadas de perda de peso A E histolytica

possui um caraacuteter invasivo podendo levar ao desenvolvimento de ulceraccedilotildees intestinais

Atraveacutes destas ulceraccedilotildees os trofozoiacutetos podem invadir outros tecidos do corpo O fiacutegado

costuma ser o mais frequente dando origem aos abcessos hepaacuteticos A forma hepaacutetica costuma

causar um nuacutemero maior de mortes em relaccedilatildeo as outras Geralmente apoacutes a ruptura do abcesso

hepaacutetico outros tecidos costumam ser invadidos como eacute o caso do trato respiratoacuterio enceacutefalo

sistema geniturinaacuterio regiatildeo perianal pele e ateacute ossos sendo os trecircs uacuteltimos raramente

observados (CORDEIRO MACEDO 2007)

Nos uacuteltimos anos tem sido demonstrada a importacircncia da investigaccedilatildeo de cocciacutedios

oportunistas como Cryptosporidium spp Cystoisospora belli e Cyclospora cayetanensis A

aacutegua eacute o principal veiacuteculo de disseminaccedilatildeo seja ela teoricamente potaacutevel ou de recreaccedilatildeo

podendo tambeacutem ocorrer a transmissatildeo por alimentos contaminados (CARVALHO 2009

MARIANO 2014) Esses protozoaacuterios infectam pacientes imunodeprimidos e indiviacuteduos

imunocompetentes A doenccedila pode ser assintomaacutetica ou sintomaacutetica As manifestaccedilotildees cliacutenicas

na criptosporidiacutease na ciclosporiacutease e na cistoisosporiacutease satildeo semelhantes e caracterizada por

surtos de diarreia aquosa intermitente acompanhada de dor abdominal naacuteuseas vocircmitos e

8

consequente perda de peso A maioria dos indiviacuteduos sem patologias que afetem o sistema

imunoloacutegico poderatildeo se recuperar desta parasitose sendo a doenccedila autolimitada em 10 a 14

dias (PAINTER et al 2015 CDC [b] [c] [d] 2015)

A criptosporidiacutease eacute considerada uma doenccedila emergente e estima-se que por ano ocorram

748000 casos de infecccedilatildeo por Cryptosporidium spp e que apenas 2 desses casos sejam

reportados (PAINTER et al 2015) Satildeo vaacuterias as espeacutecies que parasitam o homem sendo

algumas com potencial zoonoacutetico O Cryptosporidium spp tem sido encontrado em crianccedilas

com idade entre 1 e 5 anos e com diarreia (MARIANO 2014)

O B hominis eacute o parasita mais frequentemente encontrado em levantamentos

epidemioloacutegicos muitas vezes sendo o mais prevalente nos paiacuteses em desenvolvimento

atingindo uma prevalecircncia de 30 a 50 (BEYHAN et al 2015)

A patogenicidade do B hominis em humanos ainda natildeo foi completamente definida e

envolve vaacuterias controveacutersias Enquanto os indiviacuteduos acometidos por este parasito podem ser

assintomaacuteticos ou sintomaacuteticos Em casos sintomaacuteticos o quadro clinico eacute composto por dores

abdominais prurido anal flatulecircncia meteorismo naacuteusea vocircmito e diarreia Natildeo eacute evidenciada

a presenccedila de leucoacutecitos nas fezes Pode haver a remissatildeo dos sintomas sem que tenha ocorrido

tratamento especiacutefico (MACEDO et al 2010 COYLE et al 2012)

Aleacutem dos protozoaacuterios intestinais patogecircnicos o exame parasitoloacutegico de fezes pode

detectar protozoaacuterios comensais natildeo patogecircnicos como Entamoeba coli Endolimax nana e

Iodamoeba butschlii A presenccedila deles reflete o contato do indiviacuteduo com material fecal em

aacutegua eou alimentos ingeridos pelo homem e indica tambeacutem haacutebitos de higiene precaacuterios Satildeo

encontrados em praticamente todos os paiacuteses do mundo mais frequentemente em regiotildees

tropicais e subtropicais (BELLOTO et al 2011 NEVES 2011)

As helmintoses podem ser assintomaacuteticas em caso de infecccedilotildees leves e sintomaacuteticas

As infecccedilotildees sintomaacuteticas satildeo caracterizadas por desencadear uma seacuterie de alteraccedilotildees orgacircnicas

pois a localizaccedilatildeo no intestino eacute favoraacutevel a nutriccedilatildeo do helminto devido ao faacutecil acesso aos

nutrientes dissolvidos Os helmintos competem com o hospedeiro pelos micronutrientes

presentes na dieta e aleacutem disso modificam o epiteacutelio intestinal diminuindo a accedilatildeo de enzimas

e a absorccedilatildeo de nutrientes Isto afeta o estado nutricional do indiviacuteduo e como consequecircncia

pode ocasionar dores abdominais fraqueza e mal estar diarreia obstruccedilatildeo intestinal prolapso

retal sangramento desnutriccedilatildeo anemia baixo rendimento escolar e atraso no desenvolvimento

corporal das crianccedilas infectadas (SEIXAS et al 2011)

Os ovos e as larvas de helmintos eliminados recentemente nas fezes natildeo satildeo diretamente

infectantes ao homem pois precisam de um periacuteodo de amadurecimento no solo exceto o E

9

vermicularis e o H nana que satildeo diretamente transmissiacuteveis ao homem pois natildeo necessitarem

de um hospedeiro intermediaacuterio ou de um periacuteodo de amadurecimento no solo (NEVES et al

2011)

De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2015) mais de 15 bilhatildeo de pessoas

ou 24 da populaccedilatildeo mundial estatildeo infectadas por helmintos onde o A lumbricoides T

trichiura e ancilostomiacutedeos (Necator americanus e Ancylostoma duodenale) satildeo os mais

prevalentes Mais de 270 milhotildees de crianccedilas preacute-escolares e mais de 600 milhotildees de crianccedilas

em idade escolar vivem em aacutereas onde estes parasitas satildeo intensamente transmitidos

destacando a importacircncia da implementaccedilatildeo de medidas preventivas e poliacuteticas sanitaacuterias

No Brasil os helmintos mais comuns satildeo A lumbricoides e T trichiura sendo o

primeiro o mais frequente (ARAUJO FILHO et al 2011 SEIXAS et al 2011) A distribuiccedilatildeo

eacute ampla e varia de acordo com as regiotildees do paiacutes podendo ocorrer tanto em zonas urbanizadas

como rurais predominando nas aacutereas mais carentes cujo solo eacute contaminado e onde natildeo haacute

disponibilidade de aacutegua tratada e saneamento baacutesico (ANDRADE et al 2010)

A ascaridiacutease eacute a doenccedila causada pelo A lumbricoides conhecido popularmente como

lombriga Estima-se que cerca de 807000 a 1221 milhotildees de pessoas no mundo estatildeo

infectados por este nematelminto que eacute responsaacutevel por altos iacutendices de morbidade e

mortalidade nos paiacuteses em desenvolvimento (CDC [e] 2015) O A lumbricoides eacute um geo-

helminto pois possui fases de seu desenvolvimento no solo A casca espessa de seus ovos os

torna impermeaacuteveis e favorece sua viabilidade no ambiente ainda que estejam em areia seca

por exemplo (CHEN MUCCI 2012) A transmissatildeo ocorre pela ingestatildeo dos ovos larvados

que podem ser encontrados contaminando alimentos e aacutegua pela geofagia pelo ato de levar as

matildeos sujas a boca e por objetos contaminados (OMS 2015 NEVES 2011)

As infestaccedilotildees por A lumbricoides podem ser de baixa intensidade (3 a 4 vermes) meacutedia

intensidade (30 a 40 vermes) ou maciccedilas (100 ou mais vermes) No primeiro caso natildeo ocorrem

sintomas Jaacute nos dois uacuteltimos casos os vermes adultos podem causar accedilatildeo espoliadora toacutexica

ou mecacircnica Isso pode resultar num grande consumo de nutrientes e resultar em desnutriccedilatildeo

principalmente em crianccedilas Aleacutem disso reaccedilatildeo aleacutergica aos antiacutegenos do parasito pode causar

edema ou urticaacuteria lesotildees pulmonares devido ao ciclo bioloacutegico do parasito podendo resultar

na Siacutendrome de Loeffler (resultante de um edema pulmonar com infiltrado eosinofiacutelico e

manifestaccedilotildees aleacutergicas com sintomatologia semelhante a pneumonia) A complicaccedilatildeo mais

comum eacute o quadro de obstruccedilatildeo intestinal que pode levar crianccedilas a oacutebito nestes casos eacute

indicado tratamento ciruacutergico (ANDRADE et al 2010)

10

O T trichiura eacute o agente causador da tricuriacutease Estima-se que aproximadamente 1 bilhatildeo

de pessoas estejam infectadas com esse helminto A transmissatildeo ocorre pela ingestatildeo de ovos

larvados em alimentos contaminados e pela geofagia Aleacutem disso sua disseminaccedilatildeo pode ser

facilitada pelo vento pela aacutegua ou por vetores (nas patas das moscas domeacutesticas por exemplo)

(NEVES et al 2011 CDC 2015) As infecccedilotildees costumam ser assintomaacuteticas Os casos graves

costumam ocorrer em indiviacuteduos desnutridos nesses casos haacute o comprometimento do intestino

grosso do ceco ao reto podendo levar ao prolapso retal (MENEZES 2013)

Como a maioria das doenccedilas parasitaacuterias natildeo pode ser diagnosticada apenas pela cliacutenica

exibida pelo paciente o exame parasitoloacutegico de fezes torna-se necessaacuterio para a confirmaccedilatildeo

ou natildeo da presenccedila de parasitos O exame parasitoloacutegico compreende duas principais etapas o

exame macroscoacutepico onde se procura por formas macroscoacutepicas dos helmintos que possam ter

sido eliminadas pelo hospedeiro e o exame microscoacutepico realizado a partir do processamento

das amostras fecais por meio de diferentes meacutetodos que visam concentrar as formas parasitarias

a fim de evidencia-las e identifica-las Os meacutetodos utilizados satildeo meacutetodo de sedimentaccedilatildeo

espontacircnea de Hoffman Pons e Janner ou Lutz baseado na sedimentaccedilatildeo espontacircnea das formas

parasitarias em aacutegua meacutetodo de Ritchie baseado na centrifugo-sedimentaccedilatildeo utilizando

formalina a 10 e eacuteter meacutetodo de Faust e cols baseado na centrifugo-flutuaccedilatildeo utilizando uma

soluccedilatildeo de sulfato de zinco com densidade 118gml meacutetodo de Baermann-Moraes ou de

Rugai Mattos e Brisola baseado no termohidrotropismo das larvas e o meacutetodo direto indicado

para pesquisa de trofozoiacutetos em fezes frescas e emitidas em no maacuteximo 30 minutos Satildeo

recomendadas coloraccedilotildees como a soluccedilatildeo de Lugol e as coloraccedilotildees permanentes como a

hematoxilina feacuterrica ou o tricrocircmico As coloraccedilotildees permanentes permitem a melhor

visualizaccedilatildeo dos protozoaacuterios e facilitam a identificaccedilatildeo dos trofozoiacutetos encontrados em fezes

diarreicas e pastosas A coloraccedilatildeo pelo Kinyoun derivada da fucsina fenicada eacute utilizada para

o diagnoacutestico de oocistos de cocciacutedios intestinais (DE CARLI 2011)

Atualmente jaacute existem meacutetodos imunoenzimaacuteticos e imunocromatograacuteficos para

detecccedilatildeo de antiacutegenos parasitaacuterios nas fezes Aleacutem disso a biologia molecular tambeacutem pode

ser utilizada como ferramenta para a diferenciaccedilatildeo e determinaccedilatildeo das espeacutecies de

enteroparasitas Comparados com os meacutetodos tradicionais esses satildeo meacutetodos possuem um

custo mais alto poreacutem satildeo muito mais sensiacuteveis e especiacuteficos (DE CARLI 2011)

Inuacutemeros autores ao redor do mundo principalmente em paiacuteses em desenvolvimento

como no continente africano e na Ameacuterica latina tecircm realizado pesquisas e constatado a

prevalecircncia das parasitoses Na proviacutencia de Santiago em Cuba Saacutenchez et al (2012)

analisaram 1253 amostras fecais de crianccedilas e constataram uma prevalecircncia de 378 de

11

enteroparasitas Observou-se G lamblia (156) B hominis (23) E histolytica E dispar

(48) T trichiura (48) Alumbricoides (48) E vermiculares (25) ancilostomideos

(29) Fasciola hepatica (01)

Na Venezuela Laugart et al (2012) analisaram 262 amostras fecais de crianccedilas com

idades entre 1 a 14 anos e revelaram uma prevalecircncia de 897 de enteroparasitoses Foram

encontrados E nana (389) B hominis (366) G lamblia (321) E coli (321) E

histolyticaE dispar (61) Chilomastix mesnili (23) I butschlii (23) ancilostomideos

(23) e A lumbricoides (19)

Um estudo envolvendo 50 crianccedilas com idades entre 7 e 12 anos realizado por Carrero

(2013) na Colocircmbia revelou uma prevalecircncia de 96 de parasitas intestinais Das amostras

positivas encontrou-se B hominis (88) E coli (56) Giardia intestinalis (34) e E

histolytica E dispar (24) C mesnili (24) I butschilii (2) e E nana (2)

No Egito 300 amostras fecais provenientes de crianccedilas com idades de 1 a 6 anos que

frequentavam o ambulatoacuterio do Assiut University Childrem Hospital foram analisadas Foi

encontrado um percentual de 557 de positividade para parasitos intestinais As espeacutecies de

enteroparasitas detectadas foram G lamblia (157) Cryptosporidium spp (117) B

hominis (93) E coli (33) H nana (23) e I belli (1) (YONES et al 2015)

Em 2015 no Peru um estudo realizado por Cabada et al teve o objetivo de revelar a

prevalecircncia das geohelmintoses anemia e desnutriccedilatildeo em 240 crianccedilas com idades entre 3 a 12

anos em seis comunidades Neste estudo verificou-se que 488 das crianccedilas estavam com

anemia 10 abaixo do peso e 47 das crianccedilas encontravam-se parasitadas Os parasitos

detectados nos exames parasitoloacutegicos foram E coli (23) E nana (19) G intestinalis

(9) E histolyticadispar (3) Entamoeba hartmanni (3) A lumbricoides (2)

Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

No Brasil vaacuterios estudos feitos em diferentes regiotildees do paiacutes demonstram que as

parasitoses se distribuem de forma heterogecircnea pois as condiccedilotildees socioeconocircmicas e de

saneamento baacutesico tendem a variar entre as regiotildees do paiacutes (LEITE TOMA ADAMIL 2014

MACCHIONI et al 2015)

Em 2010 um estudo foi realizado por Santos e Merlini no municiacutepio de Maria

HelenaPR com 413 indiviacuteduos com idade entre 0 a 89 anos Os autores obtiveram uma

prevalecircncia de 16 de positividade Os parasitos mais prevalentes foram Enana (65) G

intestinalis (63) E coli (35) A lumbricoides (14) Strongyloides stercoralis (07)

E vermicularis (07) Ancilostomiacutedeo (02) E hystolitica E diacutespar (02) e Taenia sp

(02)

12

A populaccedilatildeo atendida pelo Laboratoacuterio Central do municiacutepio de ChapadinhaMA foi

alvo do estudo de Silva et al no ano de 2010 Em um total de 3933 amostras analisadas

observou-se uma positividade de 331 E histolytica E dispar E coli G intestinalis e A

lumbricoides foram as espeacutecies mais prevalentes

Lander et al (2010) estudaram a prevalecircncia das parasitoses intestinais em escolares de

creches em Salvador BA com idades entre 3 a 5 anos Das 325 amostras fecais analisadas 95

foram positivas para parasitas intestinais (292) Dos helmintos o T trichiura (12) e A

lumbricoides (105) foram os mais prevalentes Jaacute os protozoaacuterios mais encontrados foram

G duodenalis (129) e E histolytica Edispar (37) Um percentual de 246 das amostras

positivas era de protozoaacuterios comensais

Em duas creches de UberlacircndiaMG um trabalho foi desenvolvido por Gonccedilalves et al

(2011) com 133 crianccedilas de 6 meses a 6 anos de idade Foi encontrada uma prevalecircncia de

293 de enteroparasitos sendo a G lamblia (192) o protozoaacuterio mais frequente seguido

por E histolytica (38) Os helmintos detectados nas creches foram o H nana (23) o E

vermicularis (15) e o ancilostomiacutedeo (08)

Belloto et al (2011) no Municiacutepio de MirassolSP analisaram 310 amostras fecais de

crianccedilas de 2 a 15 anos A prevalecircncia de enteroparasitas foi de 3032 Dentre os protozoaacuterios

detectados a G lamblia foi o mais frequente (1516) seguido da E histolytica E

dispar (064) A lumbricoides (355) S stercoralis (032) e Taenia sp (032) foram

os helmintos mais prevalentes A faixa etaacuteria de 8 a 10 anos apresentou a maior positividade

(4737) seguida de indiviacuteduos da faixa etaacuteria de 2 a 4 anos (3846) 5 a 7 anos (3622) e

11 a 15 anos (300)

Seixas et al (2011) realizaram um estudo com 200 escolares em Salvador e obtiveram

uma prevalecircncia de 94 de positividade para enteroparasitos Detectou-se entre os helmintos

A lumbricoides (25) T trichiura (105) E vermicularis (3) S stercoralis (25)

Ancilostomiacutedeos (15) e S mansoni (1) Dentre os protozoaacuterios os mais frequentes foram

E nana (535) E coli (435) E hystoliticaEdispar (215) G lamblia (12) e

Ibutschlii (3)

Em 2012 no municiacutepio de CoariAM Silva Silva e Freitas analisaram as fezes de 65

crianccedilas na faixa etaacuteria de 1 a 12 anos Os exames demonstraram uma positividade de 831

para parasitos sendo encontrados A lumbricoides (537) T trichiura (166)

ancilostomideos (15) E coli (92) e G lamblia (55)

Belo et al (2012) desenvolveram uma pesquisa no municiacutepio de Satildeo Joatildeo Del ReiMG

em 21 escolas sendo 6 escolas da zona urbana e 15 escolas da zona rural Analisaram um total

13

de 1172 amostras (711 escolares da zona urbana e 461 da zona rural) Nas escolas localizadas

na zona rural obtiveram uma positividade de 364 enquanto que as escolas da zona urbanas

apresentaram uma positividade de 235 Os estudantes da zona rural possuiacuteam maior nuacutemero

de fatores de risco associados a ocorrecircncia de parasitoses intestinais que variava desde a

condiccedilatildeo sanitaacuteria ateacute a condiccedilatildeo socioeconocircmica das famiacutelias desta regiatildeo Do total das

amostras positivas das duas escolas 22 apresentavam-se biparasitados ou poliparasitados Os

protozoaacuterios mais frequentes foram E histolyticaEdispar (143) E coli (95) e G

lamblia (55) Quanto aos helmintos o Ancylostoma spp (21) Ascaris

lumbricoides (19) E vermicularis (15) e T trichiura (11) foram os mais prevalentes

No municiacutepio de GurupiTO os autores realizaram um estudo com crianccedilas de 5 a 12

anos de idade em 6 escolas puacuteblicas da regiatildeo Das 205 amostras fecais analisadas houve uma

positividade de 4243 Foi observado maior prevalecircncia em crianccedilas na faixa etaacuteria de 7 a 9

anos Os protozoaacuterios mais encontrados foram G lamblia (1854) E coli (1610) E

histolytica (780) Jaacute os helmintos mais comuns foram H nana (780) E vermicularis e A

lumbricoides (39) ancilostomiacutedeos (195) (SILVA TEIXEIRA GONTIJO 2012)

No Rio Grande do Sul Berne et al (2012) avaliaram uma populaccedilatildeo de 165 crianccedilas

buscando determinar a prevalecircncia de parasitos intestinais nas mesmas Eles encontraram uma

prevalecircncia de 642 de positividade No estudo os seguintes parasitos foram identificados

G lamblia (303) T trichiura (242) A lumbricoides (224) E coli (152)

Enteromonas hominis (48) E nana (36) Cryptosporidium sp (24) C belli (02) e

E vermicularis (02)

Em um assentamento de trabalhadores rurais sem-terra em Satildeo Paulo uma pesquisa foi

realizada durante dois anos a fim de avaliar a prevalecircncia das parasitoses intestinais No

primeiro ano foram analisadas 29 amostras de crianccedilas com idades entre 4 e 15 anos e a

prevalecircncia encontrada foi de 966 de positividade Das espeacutecies observadas G

intestinalis foi a mais frequente (966) seguido de E coli (276) E nana (138) Entre os

helmintos o mais prevalente foi o ancilostomideo (69) seguido por H nana (34) T

trichiura (34) A lumbricoides (34) e S stercoralis (34) O monoparasitismo aconteceu

em 357 das amostras analisadas enquanto que as infecccedilotildees por mais de uma espeacutecie de

parasita ocorreram em 643 No segundo ano de estudo foram analisadas 14 amostras fecais

e obteve-se uma prevalecircncia de 857 para enteroparasitas Das amostras positivas 75

apresentaram um uacutenico parasita enquanto 25 apresentaram mais de uma espeacutecie de

parasita A G intestinalis estava presente em 643 E nana em 215 e A lumbricoides em

14

71 A positividade natildeo variou muito entre as diferentes faixas etaacuterias nos dois periacuteodos de

estudo LIMA JUNIOR KAISER CATISTI 2013)

No ano de 2014 Santos et al desenvolveram um estudo em uma creche comunitaacuteria de

FlorianoacutepolisSC afim de verificar a prevalecircncia de parasitoses intestinais Foram analisadas

57 amostras fecais e uma prevalecircncia de 614 foi detectada Os principais parasitos

encontrados foram B hominis (404) G lamblia (246) E coli (228) E nana (123)

E histolyticaE dispar (71) E hartmanni (18) E vermicularis (18) e I buumltschli

(18)

Santos Gurgel-Gonccedilalves e Machado publicaram um trabalho no ano de 2014 onde

avaliaram a ocorrecircncia de parasitos intestinais em crianccedilas moradoras das cidades de Riacho

Fundo II e Ceilacircndia localizadas no Distrito Federal 193 crianccedilas com idades entre 4 a 14 anos

participaram do estudo Um total de 637 das crianccedilas estavam contaminadas Em Riacho

Fundo II os parasitos mais prevalentes foram H nana (44) A lumbricoides (30) E coli

27 G intestinalis (15) Ancilostomideos (5) E histolyticadiacutespar (7) T trichiura

(4) E nana (3) e I butschlii (1) Jaacute na Ceilacircndia os parasitos mais frequentes foram E

coli (23) E nana (19) G intestinalis (9) E histolyticadispar (3) E hartmanni (3)

Ascaris lumbricoides (2) Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

Em uma instituiccedilatildeo localizada em NiteroacuteiRJ um estudo foi feito com 43 crianccedilas de 0

a 12 anos de idade e 25 adultos a fim de estabelecer a prevalecircncia das parasitoses intestinais

70 das crianccedilas e 44 dos adultos estavam contaminados por parasitas intestinais e no total

houve uma prevalecircncia de 60 de enteroparasitoses na instituiccedilatildeo estudada Os protozoaacuterios

encontrados foram B hominis (44) E nana (15) G lamblia (12) E histolyticaE

dispar (10) e E coli (7) Os helmintos foram H nana (3) E vermicularis (3) T

trichiura (15) e A lumbricoides (15) A maior prevalecircncia foi em crianccedilas de 6 a 8 (857)

(LEITE TOMA ADAMIL 2014)

Para diminuir a contaminaccedilatildeo eacute necessaacuterio aplicar medidas de controle capazes de

interromper os mecanismos de transmissatildeo Isto reforccedila a importacircncia de fornecer subsidio

imediato para a conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo sobre higiene prevenccedilatildeo das parasitoses e

educaccedilatildeo sanitaacuteria

A educaccedilatildeo em sauacutede visa a promoccedilatildeo da sauacutede e funciona como um processo de

ensinoaprendizagem que busca empoderar os indiviacuteduos de forma que estes possuam

autonomia necessaacuteria para escolher as melhores alternativas afim de transformar sua qualidade

de vida e o meio onde vivem Para que essa pratica seja possiacutevel o educador deve atuar como

15

um facilitador no processo de reflexatildeo sobre a realidade em que essa comunidade estaacute

inserida Essas atividades auxiliam a populaccedilatildeo a evitar doenccedilas de impacto social como as

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 VICENTE et al 2012)

As accedilotildees educativas realizadas em comunidades escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede

prevenccedilatildeo contra as enteroparasitoses e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente possui um

papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores do

conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo das

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009) Aleacutem disso por meio da educaccedilatildeo em sauacutede

constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

Silva Neto et al (2013) realizaram um trabalho na Escola Estadual Francisco Nunes da

cidade de Pau dos Ferros-RN com 42 crianccedilas na faixa etaacuteria de 5 a 11 anos Verificaram que

6428 dos escolares apresentaram algum tipo de enteroparasitos sendo que 2142 dos

escolares estavam poliparasitados A partir de tais indicadores e conhecendo a realidade a ser

trabalhada planejaram estrateacutegias de accedilotildees educativas com objetivo de repassar informaccedilotildees

que ajudassem na mudanccedila de haacutebitos higiecircnicos e consequentemente na diminuiccedilatildeo da

incidecircncia de casos de enteroparasitoses Foram realizadas oficinas peccedilas teatrais dinacircmicas

produccedilatildeo textual curso para boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos e cursos sobre as

parasitoses com os professores As crianccedilas trabalharam na confecccedilatildeo de cartazes com ecircnfase

nas parasitoses Os autores relataram a importacircncia da continuidade das accedilotildees educativas pelos

professores da escola

As accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais foram realizadas

por Da Cruz et al (2014) em 29 estudantes de 12 a 16 anos de idade do ensino fundamental de

uma localidade rural do municiacutepio de UberlacircndiaMG Os autores tambeacutem verificaram a

ocorrecircncia de parasitoses intestinais constatando-se 21 de escolares parasitados e 3 de

poliparasitismo B hominis foi o parasito mais frequente (5715) seguido de E coli e G

lamblia com uma frequecircncia de 1428 cada um As accedilotildees educativas em sauacutede incluiacuteram a

aplicaccedilatildeo de jogo didaacutetico palestras microscoacutepio para visualizaccedilatildeo de estruturas dos parasitos

e mostra de exemplares macroscoacutepicos dos parasitos sendo avaliadas mediante a aplicaccedilatildeo de

questionaacuterios O jogo didaacutetico ldquotabuleiro da sauacutederdquo abordou as principais parasitoses de

importacircncia meacutedica aleacutem de temas relativos agrave higiene pessoal Os resultados dos questionaacuterios

aplicados apoacutes a realizaccedilatildeo das accedilotildees educativas apontaram uma notaacutevel melhora quanto agrave

assimilaccedilatildeo de conhecimentos por parte dos estudantes

O presente estudo foi desenvolvido no Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz que

compreende a Regiatildeo da Grande Florianoacutepolis situado ao lado da BR 282 e integra a Bacia do

16

Rio Cubatatildeo Sul O municiacutepio eacute caracterizado por pequenas propriedades rurais com lavouras

temporaacuterias e permanentes (IBGE 2014) Segundo o censo do IBG a populaccedilatildeo de 2014 era

de 21572 habitantes

Na aacuterea rural em relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua nas residecircncias 6625 eacute abastecido

pela rede puacuteblica 3338 de poccedilo ou nascente e 03 de outros Jaacute na aacuterea urbana 8264

tem abastecimento de aacutegua pela rede puacuteblica 1717 de poccedilo ou nascente e 09 de outros

Quanto ao destino de esgoto na aacuterea rural 188 das residecircncias tem sistema de esgoto 9109

possuem fossa seacuteptica e 703 o esgoto eacute a ceacuteu aberto Na aacuterea urbana 722 das residecircncias

tem sistema de esgoto 8595 possuem fossa seacuteptica e 683 o esgoto eacute a ceacuteu aberto

O presente trabalho permitiu avaliar a presenccedila de enteroparasitoses que afetam os

escolares e o desenvolvimento de accedilotildees educativas que visam agrave promoccedilatildeo da sauacutede

contribuindo para a melhora da qualidade de vida

17

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

O presente estudo visou determinar a prevalecircncia de parasitoses intestinais em alunos

de seis Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz e promover a

ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre sauacutede e parasitoses

22 Objetivos Especiacuteficos

- Verificar a ocorrecircncia de parasitas intestinais em crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0

a 17 anos do municiacutepio de Santo Amaro da ImperatrizSC

- Relacionar os resultados do levantamento parasitoloacutegico com as condiccedilotildees de saneamento

local

- Analisar as noccedilotildees de higiene e quais as nomenclaturas populares sobre as parasitoses

intestinais conhecidas na comunidade

- Proporcionar educaccedilatildeo em sauacutede e medidas preventivas no combate as doenccedilas parasitaacuterias

humanas promovendo um processo de aprendizado

- Incentivar a mudanccedila de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva para a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

18

3 METODOLOGIA

31 Locais e sujeitos do estudo

O presente estudo teve iniacutecio em agosto de 2014 e finalizou-se em setembro de 2015

Esse estudo envolveu 357 crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0 a 17 anos de idade

matriculados nas seguintes Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da

ImperatrizSC Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff Escola Municipal Braccedilo Satildeo

Joatildeo Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio e Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

O trabalho foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105) (Anexo A)

As accedilotildees educativas foram realizadas em 2014 com escolares na faixa etaacuteria de 6 a 17

anos de idade e teve a participaccedilatildeo dos professores das referidas escolas

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos

Foi realizado uma reuniatildeo com professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos e os

seguintes temas foram abordados os objetivos e metodologia da pesquisa a importacircncia e

benefiacutecios de se fazer o exame de fezes as orientaccedilotildees sobre a coleta das fezes apresentaccedilatildeo

do ldquoTermo de Consentimento Livre e Esclarecidordquo (Anexo B) e ldquoTermo de Assentimentordquo

(Anexo C) Os pais ou responsaacuteveis foram informados sobre o encaminhamento dos resultados

(positivos ou negativos) dos exames parasitoloacutegicos e aconselhados a levar as crianccedilas ao

Centro de Sauacutede do Municiacutepio no contato preacutevio com a Secretaacuteria de Sauacutede para atendimento

com o meacutedico e adequado tratamento da parasitose O projeto teve o apoio dos professores das

escolas para a divulgaccedilatildeo do trabalho aos pais ou responsaacuteveis pelos alunos

321 Colheita das amostras fecais

Para a coleta das fezes foram entregues para os pais ou responsaacuteveis nas escolas as

orientaccedilotildees impressas para a coleta de fezes (abaixo descrito) e os frascos coletores contendo

soluccedilatildeo conservante SAF (acetato de soacutedio aacutecido aceacutetico e formol) Os frascos estavam

devidamente etiquetados com o nome sexo e idade da crianccedila Apoacutes a coleta que foi realizado

em casa o frasco contendo as fezes foi entregue na escola juntamente com o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento assinados pelos pais eou

responsaacuteveis Um prazo para a entrega e recolhimento das amostras era combinado com a

direccedilatildeo da escola

19

Foi coletada uma amostra fecal de cada crianccedila participante do estudo As amostras

preservadas em soluccedilatildeo conservadora SAF foram encaminhadas ao Laboratoacuterio Didaacutetico de

Parasitologia Clinica do Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas do Centro de Ciecircncias da

SauacutedeUFSC e para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do Hospital Universitaacuterio Polydoro

Ernani de Satildeo Thiago (HUUFSC) onde foram processadas e analisadas

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais

- Natildeo jogar o liacutequido conservante fora natildeo beber e natildeo deixar ao alcance de crianccedilas

pois o liacutequido conservante eacute toacutexico

- A crianccedila natildeo deve estar utilizando remeacutedio para vermes no periacuteodo que vai colher as

fezes Se estiver tomando remeacutedio tem que esperar de 7 a 10 dias para depois colher as fezes

para fazer o exame

- Antes da evacuaccedilatildeo a crianccedila deve urinar ou no vaso sanitaacuterio ou na privada Isso eacute

para natildeo contaminar as fezes com urina e aacutegua

- Apoacutes a crianccedila deve evacuar diretamente em penico limpo e seco ou sobre uma folha

de papel ou jornal limpo Quando as fezes forem diarreicas ou moles as mesmas devem ser

evacuadas em penico ou em um recipiente bem limpo e seco

- Com o auxiacutelio de espaacutetula de madeira ou uma colher de plaacutestico colher uma porccedilatildeo

de fezes do tamanho de uma noz e colocar imediatamente no frasco contendo o liacutequido

conservante A porccedilatildeo de fezes deveraacute ficar totalmente coberta pelo liacutequido conservante Natildeo

se deve encher o frasco com fezes

- Em caso de crianccedilas menores de 2 anos e que usam fraldas colher as fezes da fralda

com uma espaacutetula logo apoacutes a evacuaccedilatildeo

- Apoacutes colocar as fezes no frasco o mesmo deve ser bem fechado

- Escrever no roacutetulo do frasco o nome completo o sexo e a idade da crianccedila e data da

colheita das fezes

- Conservar os frascos em temperatura ambiente ateacute a entrega Natildeo precisa ser

refrigerado

IMPORTANTE

- Natildeo colher as fezes contidas no vaso sanitaacuterio

- Natildeo devem ser usadas as fezes evacuadas no solo

- As fezes natildeo devem estar misturadas com urina aacutegua e terra

20

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) Este meacutetodo tem como

fundamento a sedimentaccedilatildeo espontacircnea em aacutegua de ovos e larvas de helmintos cistos e oocistos

de protozoaacuterio e a vantagem na recuperaccedilatildeo de ovos considerados pesados O uso de grande

quantidade de material fecal nesse processo favorece um diagnoacutestico satisfatoacuterio e seguro

Em um frasco contendo 10 mL de aacutegua corrente adicionou-se cerca de 4g de fezes

retiradas de vaacuterios pontos da amostra fecal Homogeneizou-se as fezes com bastatildeo de vidro e

acrescentou-se mais 60 mL de aacutegua corrente ao frasco Em alguns casos misturou-se o material

fecal fixado pela soluccedilatildeo conservante Em seguida a suspensatildeo foi filtrada atraveacutes de filtro

descartaacutevel (Parasitofiltro) para um caacutelice cocircnico de sedimentaccedilatildeo com capacidade de 200ml

Adicionou-se aacutegua corrente ateacute completar aproximadamente frac34 do volume do caacutelice A

suspensatildeo foi deixada em repouso durante duas horas Apoacutes esse periacuteodo com pipeta de

Pasteur retirou-se uma pequena porccedilatildeo do sedimento formado no fundo do caacutelice depositando-

o sobre uma lacircmina onde adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol e cobriu-se com

lamiacutenula A preparaccedilatildeo foi examinada ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

332 Meacutetodo de Faust e cols

A teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) foi utilizada com algumas modificaccedilotildees Este

meacutetodo fundamenta-se na centriacutefugo-flutuaccedilatildeo de ovos larvas cistos e oocistos separando-os

do excesso de detritos fecais mediante o uso de soluccedilatildeo de densidade elevada Tem a vantagem

de concentrar os cistos de protozoaacuterios

Inicialmente foi colocado cerca de 12 mL do filtrado do meacutetodo de Hoffman Pons e

Janer em um tubo de centriacutefuga com capacidade de 15ml Centrifuga-se por 1 a 2 minutos a

650 x g Decantou-se o sobrenadante e o sedimento foi ressuspendido em aacutegua corrente

completando o volume de 12 ml com aacutegua e novamente centrifugou-se por 1 a 2 minutos a 650

x g Repete-se a lavagem do sedimento ateacute que o sobrenadante se apresentasse relativamente

claro Apoacutes a uacuteltima lavagem decantou-se o sobrenadante ressuspendeu-se o sedimento e

adicionou-se a soluccedilatildeo de sulfato de zinco (densidade 118gml) ateacute 05cm da borda do tubo de

centriacutefuga Centrifugou-se por 1 minuto a 650 x g Com uma alccedila de arame (diacircmetro de 5 a

7mm) retirou-se a peliacutecula sobrenadante transferindo 3 a 4 alccediladas do material para uma

lacircmina de microscopia Adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol cobrindo o

preparado com lamiacutenula e observou-se ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

21

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes que se

apresentaram pastosas e diarreicas Essa coloraccedilatildeo permanente permite um minucioso estudo

da morfologia dos trofozoiacutetos corados ocasionalmente dos cistos e para a confirmaccedilatildeo das

espeacutecies

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro

e em seguida filtrou-se a suspensatildeo atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de centriacutefuga com

capacidade de 15 ml Centrifugou-se a 650 x g por 1 a 2 minutos decantou-se o liacutequido

sobrenadante e preparar o esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado Depois de seco

colocou-se o esfregaccedilo diretamente no aacutelcool etiacutelico a 70 durante 5 minutos em cubas

adequadas para a coloraccedilatildeo Apoacutes isso procedeu-se com a continuaccedilatildeo da coloraccedilatildeo do

esfregaccedilo nas seguintes etapas

1 Aacutelcool etiacutelico a 70 5 minutos

2 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

3 Corante tricrocircmico 10 minutos

4 Soluccedilatildeo de aacutelcool etiacutelico a 90 acidificado com soluccedilatildeo de 1 de aacutecido aceacutetico 3 segundos

5 Aacutelcool etiacutelico absoluto para lavar

6 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

7 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

8 Xilol 10 minutos

Deixou-se o esfregaccedilo secar e a leitura foi feita com objetiva de 100x e com o auxiacutelio da ocular

micromeacutetrica para a morfometria das estruturas parasitaacuterias

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun

Utilizou-se a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes diarreicas

Esta coloraccedilatildeo permite diagnosticar os cocciacutedios intestinais

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro e em

seguida cerca de 3 ml da suspensatildeo foram filtrados atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de

centriacutefuga com capacidade de 15 ml Adicionou-se cerca de 3 ml de eacuteter e agitou-se

vigorosamente por 30 segundos Centrifugou-se a 500 x g por 10 minutos e o liacutequido

sobrenadante foi decantado Preparou-se um esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado

Deixou-se secar a temperatura ambiente e fixou-se o esfregaccedilo com aacutelcool metiacutelico por 30

22

segundos Corou-se com o corante de Kinyoun por 5 minutos Lavou-se com aacutegua destilada A

soluccedilatildeo aacutelcool-aacutecido sulfuacuterico foi usada por 2 minutos para diferenciar Lavou-se com aacutegua

destilada Corou-se o fundo da preparaccedilatildeo com soluccedilatildeo alcooacutelica de azul de metileno a 03

por um minuto Lavou-se com aacutegua e deixou-se secar A leitura foi realizada com objetiva de

100x e com auxiacutelio da ocular micromeacutetrica para a morfometria dos oocistos

34 Anaacutelise dos resultados

A anaacutelise dos resultados dos exames parasitoloacutegicos de fezes foi realizada atraveacutes de

estudos observacionais e os dados obtidos foram analisados pelo programa estatiacutestico MedCalc

e o teste aplicado foi o Qui Quadrado para comparaccedilatildeo de meacutedias ao niacutevel de 01 de

probabilidade

35 Accedilotildees educativas

A realizaccedilatildeo das atividades educativas teve a participaccedilatildeo de alunas bolsistas e

professoras do projeto de extensatildeoPROEXUFSC Foram elaborados e utilizados recursos

pedagoacutegicos baseando-se nas diferenccedilas cognitivas presentes entre alunos das diversas seacuteries

escolares Durante as accedilotildees educativas foi possiacutevel descobrir qual era o conhecimento que os

escolares possuiacuteam sobre verminoses e quais as nomenclaturas populares conhecidas na

comunidade Por meio de perguntas e diaacutelogo e tambeacutem na anaacutelise observacional do

comportamento na escola pode se analisar as noccedilotildees de higiene das crianccedilas As perguntas

foram Jaacute ouviram falar de vermes O que satildeo O que fazer para natildeo pegar vermes

Para as crianccedilas de 5 a 9 anos foi apresentado um teatro de fantoches encenando a peccedila

infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo (Anexo B) uma adaptaccedilatildeo da obra original escrita por Cardoso em

1998 Com uma linguagem simples e divertida a accedilatildeo luacutedica abordava as parasitoses e

prevenccedilatildeo

Para os alunos de 10 a 17 anos de idade as accedilotildees educativas foram oficinas com uso de

data show e tinha como objetivo apresentar a parasitologia para alunos maiores envolvendo

conceitos mais especiacuteficos de helmintos e protozoaacuterios A palestra consistiu em uma

apresentaccedilatildeo de slides contendo imagens e baseado nelas uma linha de raciociacutenio era

desenvolvida para fluir na forma de diaacutelogo onde os alunos eram questionados sobre as

mesmas

Apoacutes o teatro de fantoches e da palestra interativa foram mostrados exemplares de

vermes adultos de A lumbricoides (cerca de 30 cm) Taenia spp (cerca de 8 m) e de E

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

2

RESUMO

Atualmente no Brasil as enteroparasitoses ainda satildeo muito frequentes em diversas regiotildees Esse

fato estaacute relacionado com a ausecircncia de saneamento baacutesico e a inadequada higiene pessoal e

coletiva da populaccedilatildeo Este trabalho teve como objetivo diagnosticar as enteroparasitoses em

escolares de seis Instituiccedilotildees Educacionais do municiacutepio de Santo Amaro da ImperatrizSC

com idades entre 0 a 17 anos e promover a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre sauacutede e

parasitoses atraveacutes de accedilotildees educativas Foram analisadas 357 amostras de fezes conservadas

em soluccedilatildeo SAF atraveacutes do meacutetodo de Lutz e de Faust e cols Em amostras diarreicas tambeacutem

foram realizadas as coloraccedilotildees tricrocircmica e pelo Kinyoun As accedilotildees educativas sobre

parasitoses e suas formas de prevenccedilatildeo foram desenvolvidas atraveacutes de teatro de fantoches para

as crianccedilas de 5 a 9 e palestra interativa para alunos de 10 a 17 anos Para analisar a eficiecircncia

das accedilotildees educativas os alunos receberam uma tarefa de acordo com sua faixa etaacuteria

(construccedilatildeo de um texto eou desenhos sobre o tema) Na anaacutelise das amostras fecais observou-

se que 21 foram positivas para enteroparasitas encontrando-se uma maior prevalecircncia na

faixa de etaacuteria de 6 a 9 anos (573) Das amostras positivas 80 estavam monoparasitadas

13 estavam biparasitadas e 7 encontravam-se poliparasitadas Os parasitas encontrados

foram Blastocystis hominis (56) Endolimax nana (14) Entamoeba coli (13) Giardia

lamblia (11) Ascaris lumbricoides (2) Entamoeba histolyticaE dispar (2) Iodameba

butschlii (1) e Trichuris trichiura (1) Os resultados dos exames foram encaminhados aos

pais dos alunos para tratamento dos casos positivos Pelas accedilotildees educativas notou-se que houve

uma compreensatildeo acerca do tema Os resultados mostraram uma prevalecircncia de

enteroparasitoses relevante sendo assim esses dados reforccedilam a importacircncia e a necessidade

de implantar as accedilotildees educativas pois atraveacutes delas eacute possiacutevel fornecer noccedilotildees baacutesicas de

promoccedilatildeo a sauacutede para prevenccedilatildeo das enteroparasitoses Dessa forma pode-se interferir no

mecanismo de transmissatildeo dos parasitos proporcionando a populaccedilatildeo uma melhoria de sua

qualidade de vida

Palavras-chave Enteroparasitoses Accedilotildees educativas Escolares

3

ABSTRACT

Currently in Brazil the intestinal parasites are still very common in many regions This fact is

related to the lack of sanitation and collective and personal hygiene inadequate of population

This study aimed to diagnose intestinal parasites in schoolchildren of six educational

institutions in the city of Santo Amaro da Imperatriz SC with ages between 0 to 17 years and

promote the expansion of knowledge about health and parasitic diseases through educational

activities Were analyzed 357 fecal samples preserved in SAF solution by Lutz method and

Faust et al In diarrheal samples were carried out trichrome and Kinyoun colorations

Educational activities on parasitic diseases and its prevention were developed through puppet

shows for children 5-9 and interactive talk for students 10-17 years To analyze the efficiency

of educational activities students were given a task according to their age group (construction

of a text and or drawings on the subject)

In the analysis of fecal samples it was observed that 2210 were positive for intestinal

parasites finding a higher prevalence in the age range 6-9 years (573) Of the positive

samples 80 were monoparasitism 13 were biparasitism and 7 were polyparasitism The

parasites were Blastocystis hominis (571) Endolimax nana (133) Entamoeba coli

(124) Giardia lamblia (114) Ascaris lumbricoides (19) Entamoeba histolytica E

dispar (19) Iodameba butschlii (1) and Trichuris trichiura (1) The results of

examinations were sent to parents of students for the treatment of positive cases During the

analysis of texts and childrens drawings it was noted that there was an understanding on the

theme The results showed a prevalence relevant of intestinal parasites therefore these data

increase the importance and necessity to implement educational activities because through

them its possible provide basic notions promotion of health and prevention of enteroparasitosis

Thus its possible interrupt in the mechanism of transmission of parasites providing the public

an improvement in their quality of life

Keywords Enteroparasitosis Educational activities Schoolchildren

4

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 5

2 OBJETIVOS 17

21 Objetivo Geral 17

22 Objetivos Especiacuteficos 17

3 METODOLOGIA 18

31 Locais e sujeitos do estudo 18

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos 18

321 Colheita das amostras fecais 18

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais 19

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes 20

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer 20

332 Meacutetodo de Faust e cols 20

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico 21

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun 21

34 Anaacutelise dos resultados 22

35 Accedilotildees educativas 22

4 RESULTADOS 24

41 Exames parasitoloacutegicos 24

42 Accedilotildees educativas 30

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de

Santo Amaro da Imperatriz 31

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos 33

5 DISCUSSAtildeO 35

6 CONCLUSOtildeES 44

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

8 ANEXOS 52

5

1 INTRODUCcedilAtildeO

Segundo Neves (2011) o parasitismo consiste em uma associaccedilatildeo entre os seres vivos

onde haacute uma unilateralidade de benefiacutecios O parasita como agente agressor se beneficia

utilizando o hospedeiro como abrigo e fonte alimentar podendo causar prejuiacutezos

Historicamente esse tipo de associaccedilatildeo ocorre a milhares de anos Alguns estudos da

aacuterea de paleoparasitologia com material encontrado em siacutetios arqueoloacutegicos tecircm evidenciado a

existecircncia de enteroparasitas em vaacuterios continentes Estudos realizados com fezes ressecadas

ou mineralizados e outros materiais orgacircnicos nas Ameacutericas identificaram a presenccedila de

Ancilostomiacutedeos Ascaris lumbricoides Hymenolepis nana Trichuris trichiura Enterobius

vermicularis Entamoeba spp Giardia lamblia (DAMAZIO 2013)

Ainda hoje as parasitoses intestinais representam um seacuterio problema de sauacutede puacuteblica

no Brasil e em outros paiacuteses em desenvolvimento Nessas regiotildees o parasitismo pode ocorrer

com grande intensidade e diversidade pois o clima quente e uacutemido das regiotildees tropicais e

subtropicais favorece o ciclo de vida parasitaria e aleacutem disso a disseminaccedilatildeo dos parasitos eacute

facilitada devido agrave ausecircncia ou precariedade de saneamento baacutesico baixo niacutevel soacutecio

econocircmico alguns haacutebitos culturais carecircncia de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva (BIASI

et al 2010 LEITE LAUGART et al 2012 TOMA ADAMIL 2014)

Indiviacuteduos de todas as faixas etaacuterias estatildeo sujeitos a infecccedilotildees parasitarias poreacutem as

crianccedilas em idade escolar estatildeo entre os mais acometidos Elas estatildeo expostas constantemente

a condiccedilotildees de infecccedilatildeo e reinfecccedilatildeo por terem um contato maior com o ambiente natildeo

possuiacuterem haacutebitos de higiene pessoais bem consolidados e por sustentarem haacutebitos alimentares

que as torna mais propicias a contaminaccedilatildeo (BELLOTO et al 2011 SANTOS et al 2014)

No Brasil as enteroparasitoses estatildeo distribuiacutedas de forma ampla em diversas regiotildees

do paiacutes Elas podem ser encontradas tanto nas zonas rurais quanto em zonas urbanas atingindo

indiviacuteduos de todas as idades mas com o predomiacutenio em crianccedilas em idade escolar (SILVA et

al 2011 BELO et al2012)

As parasitoses intestinais satildeo doenccedilas endecircmicas de populaccedilotildees de baixa renda e satildeo

consideradas doenccedilas negligenciadas por apresentam investimentos reduzidos no seu controle

e na pesquisa e produccedilatildeo de medicamentos Sendo assim a elevada prevalecircncia das parasitoses

intestinais nos paiacuteses em desenvolvimento eacute considerada responsaacutevel por causar altos iacutendices

de morbidade da populaccedilatildeo infantil devido aos efeitos debilitantes que podem ocasionar sobre

6

o estado nutricional e no desenvolvimento fiacutesico e cognitivo (UCHOA 2009 MACCHIONI

et al 2015)

A desnutriccedilatildeo nas fases iniciais da vida eacute capaz de promover a reduccedilatildeo da capacidade

de realizar atividades fiacutesicas aumenta a vulnerabilidade agraves infecccedilotildees diminui a capacidade

cognitiva e leva agrave maacute-absorccedilatildeo intestinal de nutrientes (BISCEGLI et al 2009)

Para entender o desenvolvimento das enteroparasitoses fatores relacionados aos

parasitos e ao hospedeiro devem ser levados em conta como por exemplo o nuacutemero de

exemplares de parasitos e sua virulecircncia a idade do hospedeiro a imunidade os haacutebitos

alimentares e o uso de medicamentos Esses fatores podem determinar o iniacutecio ou natildeo de uma

infecccedilatildeo parasitaacuteria (REY 2010) As parasitoses intestinais podem ser causadas por

protozoaacuterios eou helmintos e sua transmissatildeo ocorre principalmente por via fecal-oral

podendo ocorrer tambeacutem por via cutacircnea no caso de algumas espeacutecies de helmintos Os

veiacuteculos de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria satildeo variados podendo ocorrer atraveacutes da aacutegua do solo de

alimentos matildeos e material subungueal vetores como artroacutepodes e moluscos e por objetos

contaminados (NEVES et al 2011)

As protozooses intestinais mais frequentes mundo satildeo a giardiacutease a amebiacutease e a

criptosporidiacutease (CDC [a] 2015) Essas doenccedilas podem causar diarreia intensa maacute absorccedilatildeo de

nutrientes dores abdominais naacuteuseas e vocircmitos que implicam em graves consequecircncias

principalmente durante a infacircncia (CDC [a] 2015) Esses protozoaacuterios contaminam a aacutegua e os

alimentos ressaltando-se que todos os cistos de protozoaacuterios e oocistos de Cryptosporidium

spp satildeo infectantes quando eliminados nas fezes (NEVES et al 2011)

A giardiacutease eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado denominado G lamblia que possui

duas formas evolutivas o trofozoiacuteto e o cisto O trofozoiacuteto localiza-se geralmente no duodeno

onde se fixa na mucosa e se multiplica Esta forma eacute responsaacutevel por espoliar o hospedeiro A

via normal de infecccedilatildeo no homem eacute a ingestatildeo de cistos maduros Os seres humanos atuam

como reservatoacuterio da doenccedila sendo que os animais selvagens e domeacutesticos podem atuar da

mesma forma (NEVES et al 2011 SANTANA et al 2014)

A giardiacutease eacute responsaacutevel por aproximadamente 280 milhotildees de casos de infecccedilotildees por

ano em acircmbito mundial (BERNE et al 2014) Estima-se uma prevalecircncia de 2 a 7 nos

paiacuteses desenvolvidos e de 20 a 30 nos paiacuteses em desenvolvimento (KAMEL et al 2013)

Esta parasitose foi incluiacuteda na Iniciativa para as Doenccedilas Negligenciadas da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede em 2004 devido ao seu potencial altamente debilitante (BERNE et al

2014) Na Ameacuterica Latina a giardiacutease eacute uma das trecircs principais causas de morbidade em

crianccedilas de 0 a 5 anos de idade pois seu quadro cliacutenico varia desde infecccedilotildees assintomaacuteticas

7

ateacute episoacutedios de diarreia persistente e intensa com siacutendrome de maacute absorccedilatildeo intestinal de

nutrientes e de gorduras que pode acarretar em desnutriccedilatildeo desidrataccedilatildeo e comprometimento

no desenvolvimento e crescimento da populaccedilatildeo infantil (BERNE et al 2014)

A amebiacutease eacute causada pela ameba patogecircnica conhecida como Entamoeba histolytica

Esse protozoaacuterio ocupa o terceiro lugar dentre as doenccedilas parasitarias responsaacutevel pelos

maiores iacutendices de mortalidade no mundo ficando atraacutes apenas da malaacuteria e da esquistossomose

(OUATTARA et al 2010) Estima-se que por ano cerca de 40 a 50 milhotildees de pessoas no

mundo satildeo acometidas pela amebiacutease e aproximadamente 40 mil evoluem a oacutebito (NAGATA

et al 2012)

No Brasil haacute uma ampla distribuiccedilatildeo da amebiacutease Alguns trabalhos mostram que a E

histolytica costuma ser mais comum nas regiotildees norte e nordeste do paiacutes com prevalecircncias que

variam entre 68 a 2935 (SANTOS et al 2013)

Haacute duas espeacutecies distintas poreacutem morfologicamente idecircnticas capazes de contaminar

o ser humano a espeacutecie patogecircnica e invasiva a E histolytica e outra de baixa virulecircncia e natildeo

invasiva a Entamoeba dispar Esse fato deu origem ao complexo E histolytica E dispar

(NEVES et al 2011)

Indiviacuteduos com amebiacutease podem apresentar quadros assintomaacuteticos ou com

sintomaacuteticos Nas formas sintomaacuteticas o indiviacuteduo infectado apresenta coacutelicas abdominais com

diarreia aquosa que podem ser sanguinolentas acompanhadas de perda de peso A E histolytica

possui um caraacuteter invasivo podendo levar ao desenvolvimento de ulceraccedilotildees intestinais

Atraveacutes destas ulceraccedilotildees os trofozoiacutetos podem invadir outros tecidos do corpo O fiacutegado

costuma ser o mais frequente dando origem aos abcessos hepaacuteticos A forma hepaacutetica costuma

causar um nuacutemero maior de mortes em relaccedilatildeo as outras Geralmente apoacutes a ruptura do abcesso

hepaacutetico outros tecidos costumam ser invadidos como eacute o caso do trato respiratoacuterio enceacutefalo

sistema geniturinaacuterio regiatildeo perianal pele e ateacute ossos sendo os trecircs uacuteltimos raramente

observados (CORDEIRO MACEDO 2007)

Nos uacuteltimos anos tem sido demonstrada a importacircncia da investigaccedilatildeo de cocciacutedios

oportunistas como Cryptosporidium spp Cystoisospora belli e Cyclospora cayetanensis A

aacutegua eacute o principal veiacuteculo de disseminaccedilatildeo seja ela teoricamente potaacutevel ou de recreaccedilatildeo

podendo tambeacutem ocorrer a transmissatildeo por alimentos contaminados (CARVALHO 2009

MARIANO 2014) Esses protozoaacuterios infectam pacientes imunodeprimidos e indiviacuteduos

imunocompetentes A doenccedila pode ser assintomaacutetica ou sintomaacutetica As manifestaccedilotildees cliacutenicas

na criptosporidiacutease na ciclosporiacutease e na cistoisosporiacutease satildeo semelhantes e caracterizada por

surtos de diarreia aquosa intermitente acompanhada de dor abdominal naacuteuseas vocircmitos e

8

consequente perda de peso A maioria dos indiviacuteduos sem patologias que afetem o sistema

imunoloacutegico poderatildeo se recuperar desta parasitose sendo a doenccedila autolimitada em 10 a 14

dias (PAINTER et al 2015 CDC [b] [c] [d] 2015)

A criptosporidiacutease eacute considerada uma doenccedila emergente e estima-se que por ano ocorram

748000 casos de infecccedilatildeo por Cryptosporidium spp e que apenas 2 desses casos sejam

reportados (PAINTER et al 2015) Satildeo vaacuterias as espeacutecies que parasitam o homem sendo

algumas com potencial zoonoacutetico O Cryptosporidium spp tem sido encontrado em crianccedilas

com idade entre 1 e 5 anos e com diarreia (MARIANO 2014)

O B hominis eacute o parasita mais frequentemente encontrado em levantamentos

epidemioloacutegicos muitas vezes sendo o mais prevalente nos paiacuteses em desenvolvimento

atingindo uma prevalecircncia de 30 a 50 (BEYHAN et al 2015)

A patogenicidade do B hominis em humanos ainda natildeo foi completamente definida e

envolve vaacuterias controveacutersias Enquanto os indiviacuteduos acometidos por este parasito podem ser

assintomaacuteticos ou sintomaacuteticos Em casos sintomaacuteticos o quadro clinico eacute composto por dores

abdominais prurido anal flatulecircncia meteorismo naacuteusea vocircmito e diarreia Natildeo eacute evidenciada

a presenccedila de leucoacutecitos nas fezes Pode haver a remissatildeo dos sintomas sem que tenha ocorrido

tratamento especiacutefico (MACEDO et al 2010 COYLE et al 2012)

Aleacutem dos protozoaacuterios intestinais patogecircnicos o exame parasitoloacutegico de fezes pode

detectar protozoaacuterios comensais natildeo patogecircnicos como Entamoeba coli Endolimax nana e

Iodamoeba butschlii A presenccedila deles reflete o contato do indiviacuteduo com material fecal em

aacutegua eou alimentos ingeridos pelo homem e indica tambeacutem haacutebitos de higiene precaacuterios Satildeo

encontrados em praticamente todos os paiacuteses do mundo mais frequentemente em regiotildees

tropicais e subtropicais (BELLOTO et al 2011 NEVES 2011)

As helmintoses podem ser assintomaacuteticas em caso de infecccedilotildees leves e sintomaacuteticas

As infecccedilotildees sintomaacuteticas satildeo caracterizadas por desencadear uma seacuterie de alteraccedilotildees orgacircnicas

pois a localizaccedilatildeo no intestino eacute favoraacutevel a nutriccedilatildeo do helminto devido ao faacutecil acesso aos

nutrientes dissolvidos Os helmintos competem com o hospedeiro pelos micronutrientes

presentes na dieta e aleacutem disso modificam o epiteacutelio intestinal diminuindo a accedilatildeo de enzimas

e a absorccedilatildeo de nutrientes Isto afeta o estado nutricional do indiviacuteduo e como consequecircncia

pode ocasionar dores abdominais fraqueza e mal estar diarreia obstruccedilatildeo intestinal prolapso

retal sangramento desnutriccedilatildeo anemia baixo rendimento escolar e atraso no desenvolvimento

corporal das crianccedilas infectadas (SEIXAS et al 2011)

Os ovos e as larvas de helmintos eliminados recentemente nas fezes natildeo satildeo diretamente

infectantes ao homem pois precisam de um periacuteodo de amadurecimento no solo exceto o E

9

vermicularis e o H nana que satildeo diretamente transmissiacuteveis ao homem pois natildeo necessitarem

de um hospedeiro intermediaacuterio ou de um periacuteodo de amadurecimento no solo (NEVES et al

2011)

De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2015) mais de 15 bilhatildeo de pessoas

ou 24 da populaccedilatildeo mundial estatildeo infectadas por helmintos onde o A lumbricoides T

trichiura e ancilostomiacutedeos (Necator americanus e Ancylostoma duodenale) satildeo os mais

prevalentes Mais de 270 milhotildees de crianccedilas preacute-escolares e mais de 600 milhotildees de crianccedilas

em idade escolar vivem em aacutereas onde estes parasitas satildeo intensamente transmitidos

destacando a importacircncia da implementaccedilatildeo de medidas preventivas e poliacuteticas sanitaacuterias

No Brasil os helmintos mais comuns satildeo A lumbricoides e T trichiura sendo o

primeiro o mais frequente (ARAUJO FILHO et al 2011 SEIXAS et al 2011) A distribuiccedilatildeo

eacute ampla e varia de acordo com as regiotildees do paiacutes podendo ocorrer tanto em zonas urbanizadas

como rurais predominando nas aacutereas mais carentes cujo solo eacute contaminado e onde natildeo haacute

disponibilidade de aacutegua tratada e saneamento baacutesico (ANDRADE et al 2010)

A ascaridiacutease eacute a doenccedila causada pelo A lumbricoides conhecido popularmente como

lombriga Estima-se que cerca de 807000 a 1221 milhotildees de pessoas no mundo estatildeo

infectados por este nematelminto que eacute responsaacutevel por altos iacutendices de morbidade e

mortalidade nos paiacuteses em desenvolvimento (CDC [e] 2015) O A lumbricoides eacute um geo-

helminto pois possui fases de seu desenvolvimento no solo A casca espessa de seus ovos os

torna impermeaacuteveis e favorece sua viabilidade no ambiente ainda que estejam em areia seca

por exemplo (CHEN MUCCI 2012) A transmissatildeo ocorre pela ingestatildeo dos ovos larvados

que podem ser encontrados contaminando alimentos e aacutegua pela geofagia pelo ato de levar as

matildeos sujas a boca e por objetos contaminados (OMS 2015 NEVES 2011)

As infestaccedilotildees por A lumbricoides podem ser de baixa intensidade (3 a 4 vermes) meacutedia

intensidade (30 a 40 vermes) ou maciccedilas (100 ou mais vermes) No primeiro caso natildeo ocorrem

sintomas Jaacute nos dois uacuteltimos casos os vermes adultos podem causar accedilatildeo espoliadora toacutexica

ou mecacircnica Isso pode resultar num grande consumo de nutrientes e resultar em desnutriccedilatildeo

principalmente em crianccedilas Aleacutem disso reaccedilatildeo aleacutergica aos antiacutegenos do parasito pode causar

edema ou urticaacuteria lesotildees pulmonares devido ao ciclo bioloacutegico do parasito podendo resultar

na Siacutendrome de Loeffler (resultante de um edema pulmonar com infiltrado eosinofiacutelico e

manifestaccedilotildees aleacutergicas com sintomatologia semelhante a pneumonia) A complicaccedilatildeo mais

comum eacute o quadro de obstruccedilatildeo intestinal que pode levar crianccedilas a oacutebito nestes casos eacute

indicado tratamento ciruacutergico (ANDRADE et al 2010)

10

O T trichiura eacute o agente causador da tricuriacutease Estima-se que aproximadamente 1 bilhatildeo

de pessoas estejam infectadas com esse helminto A transmissatildeo ocorre pela ingestatildeo de ovos

larvados em alimentos contaminados e pela geofagia Aleacutem disso sua disseminaccedilatildeo pode ser

facilitada pelo vento pela aacutegua ou por vetores (nas patas das moscas domeacutesticas por exemplo)

(NEVES et al 2011 CDC 2015) As infecccedilotildees costumam ser assintomaacuteticas Os casos graves

costumam ocorrer em indiviacuteduos desnutridos nesses casos haacute o comprometimento do intestino

grosso do ceco ao reto podendo levar ao prolapso retal (MENEZES 2013)

Como a maioria das doenccedilas parasitaacuterias natildeo pode ser diagnosticada apenas pela cliacutenica

exibida pelo paciente o exame parasitoloacutegico de fezes torna-se necessaacuterio para a confirmaccedilatildeo

ou natildeo da presenccedila de parasitos O exame parasitoloacutegico compreende duas principais etapas o

exame macroscoacutepico onde se procura por formas macroscoacutepicas dos helmintos que possam ter

sido eliminadas pelo hospedeiro e o exame microscoacutepico realizado a partir do processamento

das amostras fecais por meio de diferentes meacutetodos que visam concentrar as formas parasitarias

a fim de evidencia-las e identifica-las Os meacutetodos utilizados satildeo meacutetodo de sedimentaccedilatildeo

espontacircnea de Hoffman Pons e Janner ou Lutz baseado na sedimentaccedilatildeo espontacircnea das formas

parasitarias em aacutegua meacutetodo de Ritchie baseado na centrifugo-sedimentaccedilatildeo utilizando

formalina a 10 e eacuteter meacutetodo de Faust e cols baseado na centrifugo-flutuaccedilatildeo utilizando uma

soluccedilatildeo de sulfato de zinco com densidade 118gml meacutetodo de Baermann-Moraes ou de

Rugai Mattos e Brisola baseado no termohidrotropismo das larvas e o meacutetodo direto indicado

para pesquisa de trofozoiacutetos em fezes frescas e emitidas em no maacuteximo 30 minutos Satildeo

recomendadas coloraccedilotildees como a soluccedilatildeo de Lugol e as coloraccedilotildees permanentes como a

hematoxilina feacuterrica ou o tricrocircmico As coloraccedilotildees permanentes permitem a melhor

visualizaccedilatildeo dos protozoaacuterios e facilitam a identificaccedilatildeo dos trofozoiacutetos encontrados em fezes

diarreicas e pastosas A coloraccedilatildeo pelo Kinyoun derivada da fucsina fenicada eacute utilizada para

o diagnoacutestico de oocistos de cocciacutedios intestinais (DE CARLI 2011)

Atualmente jaacute existem meacutetodos imunoenzimaacuteticos e imunocromatograacuteficos para

detecccedilatildeo de antiacutegenos parasitaacuterios nas fezes Aleacutem disso a biologia molecular tambeacutem pode

ser utilizada como ferramenta para a diferenciaccedilatildeo e determinaccedilatildeo das espeacutecies de

enteroparasitas Comparados com os meacutetodos tradicionais esses satildeo meacutetodos possuem um

custo mais alto poreacutem satildeo muito mais sensiacuteveis e especiacuteficos (DE CARLI 2011)

Inuacutemeros autores ao redor do mundo principalmente em paiacuteses em desenvolvimento

como no continente africano e na Ameacuterica latina tecircm realizado pesquisas e constatado a

prevalecircncia das parasitoses Na proviacutencia de Santiago em Cuba Saacutenchez et al (2012)

analisaram 1253 amostras fecais de crianccedilas e constataram uma prevalecircncia de 378 de

11

enteroparasitas Observou-se G lamblia (156) B hominis (23) E histolytica E dispar

(48) T trichiura (48) Alumbricoides (48) E vermiculares (25) ancilostomideos

(29) Fasciola hepatica (01)

Na Venezuela Laugart et al (2012) analisaram 262 amostras fecais de crianccedilas com

idades entre 1 a 14 anos e revelaram uma prevalecircncia de 897 de enteroparasitoses Foram

encontrados E nana (389) B hominis (366) G lamblia (321) E coli (321) E

histolyticaE dispar (61) Chilomastix mesnili (23) I butschlii (23) ancilostomideos

(23) e A lumbricoides (19)

Um estudo envolvendo 50 crianccedilas com idades entre 7 e 12 anos realizado por Carrero

(2013) na Colocircmbia revelou uma prevalecircncia de 96 de parasitas intestinais Das amostras

positivas encontrou-se B hominis (88) E coli (56) Giardia intestinalis (34) e E

histolytica E dispar (24) C mesnili (24) I butschilii (2) e E nana (2)

No Egito 300 amostras fecais provenientes de crianccedilas com idades de 1 a 6 anos que

frequentavam o ambulatoacuterio do Assiut University Childrem Hospital foram analisadas Foi

encontrado um percentual de 557 de positividade para parasitos intestinais As espeacutecies de

enteroparasitas detectadas foram G lamblia (157) Cryptosporidium spp (117) B

hominis (93) E coli (33) H nana (23) e I belli (1) (YONES et al 2015)

Em 2015 no Peru um estudo realizado por Cabada et al teve o objetivo de revelar a

prevalecircncia das geohelmintoses anemia e desnutriccedilatildeo em 240 crianccedilas com idades entre 3 a 12

anos em seis comunidades Neste estudo verificou-se que 488 das crianccedilas estavam com

anemia 10 abaixo do peso e 47 das crianccedilas encontravam-se parasitadas Os parasitos

detectados nos exames parasitoloacutegicos foram E coli (23) E nana (19) G intestinalis

(9) E histolyticadispar (3) Entamoeba hartmanni (3) A lumbricoides (2)

Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

No Brasil vaacuterios estudos feitos em diferentes regiotildees do paiacutes demonstram que as

parasitoses se distribuem de forma heterogecircnea pois as condiccedilotildees socioeconocircmicas e de

saneamento baacutesico tendem a variar entre as regiotildees do paiacutes (LEITE TOMA ADAMIL 2014

MACCHIONI et al 2015)

Em 2010 um estudo foi realizado por Santos e Merlini no municiacutepio de Maria

HelenaPR com 413 indiviacuteduos com idade entre 0 a 89 anos Os autores obtiveram uma

prevalecircncia de 16 de positividade Os parasitos mais prevalentes foram Enana (65) G

intestinalis (63) E coli (35) A lumbricoides (14) Strongyloides stercoralis (07)

E vermicularis (07) Ancilostomiacutedeo (02) E hystolitica E diacutespar (02) e Taenia sp

(02)

12

A populaccedilatildeo atendida pelo Laboratoacuterio Central do municiacutepio de ChapadinhaMA foi

alvo do estudo de Silva et al no ano de 2010 Em um total de 3933 amostras analisadas

observou-se uma positividade de 331 E histolytica E dispar E coli G intestinalis e A

lumbricoides foram as espeacutecies mais prevalentes

Lander et al (2010) estudaram a prevalecircncia das parasitoses intestinais em escolares de

creches em Salvador BA com idades entre 3 a 5 anos Das 325 amostras fecais analisadas 95

foram positivas para parasitas intestinais (292) Dos helmintos o T trichiura (12) e A

lumbricoides (105) foram os mais prevalentes Jaacute os protozoaacuterios mais encontrados foram

G duodenalis (129) e E histolytica Edispar (37) Um percentual de 246 das amostras

positivas era de protozoaacuterios comensais

Em duas creches de UberlacircndiaMG um trabalho foi desenvolvido por Gonccedilalves et al

(2011) com 133 crianccedilas de 6 meses a 6 anos de idade Foi encontrada uma prevalecircncia de

293 de enteroparasitos sendo a G lamblia (192) o protozoaacuterio mais frequente seguido

por E histolytica (38) Os helmintos detectados nas creches foram o H nana (23) o E

vermicularis (15) e o ancilostomiacutedeo (08)

Belloto et al (2011) no Municiacutepio de MirassolSP analisaram 310 amostras fecais de

crianccedilas de 2 a 15 anos A prevalecircncia de enteroparasitas foi de 3032 Dentre os protozoaacuterios

detectados a G lamblia foi o mais frequente (1516) seguido da E histolytica E

dispar (064) A lumbricoides (355) S stercoralis (032) e Taenia sp (032) foram

os helmintos mais prevalentes A faixa etaacuteria de 8 a 10 anos apresentou a maior positividade

(4737) seguida de indiviacuteduos da faixa etaacuteria de 2 a 4 anos (3846) 5 a 7 anos (3622) e

11 a 15 anos (300)

Seixas et al (2011) realizaram um estudo com 200 escolares em Salvador e obtiveram

uma prevalecircncia de 94 de positividade para enteroparasitos Detectou-se entre os helmintos

A lumbricoides (25) T trichiura (105) E vermicularis (3) S stercoralis (25)

Ancilostomiacutedeos (15) e S mansoni (1) Dentre os protozoaacuterios os mais frequentes foram

E nana (535) E coli (435) E hystoliticaEdispar (215) G lamblia (12) e

Ibutschlii (3)

Em 2012 no municiacutepio de CoariAM Silva Silva e Freitas analisaram as fezes de 65

crianccedilas na faixa etaacuteria de 1 a 12 anos Os exames demonstraram uma positividade de 831

para parasitos sendo encontrados A lumbricoides (537) T trichiura (166)

ancilostomideos (15) E coli (92) e G lamblia (55)

Belo et al (2012) desenvolveram uma pesquisa no municiacutepio de Satildeo Joatildeo Del ReiMG

em 21 escolas sendo 6 escolas da zona urbana e 15 escolas da zona rural Analisaram um total

13

de 1172 amostras (711 escolares da zona urbana e 461 da zona rural) Nas escolas localizadas

na zona rural obtiveram uma positividade de 364 enquanto que as escolas da zona urbanas

apresentaram uma positividade de 235 Os estudantes da zona rural possuiacuteam maior nuacutemero

de fatores de risco associados a ocorrecircncia de parasitoses intestinais que variava desde a

condiccedilatildeo sanitaacuteria ateacute a condiccedilatildeo socioeconocircmica das famiacutelias desta regiatildeo Do total das

amostras positivas das duas escolas 22 apresentavam-se biparasitados ou poliparasitados Os

protozoaacuterios mais frequentes foram E histolyticaEdispar (143) E coli (95) e G

lamblia (55) Quanto aos helmintos o Ancylostoma spp (21) Ascaris

lumbricoides (19) E vermicularis (15) e T trichiura (11) foram os mais prevalentes

No municiacutepio de GurupiTO os autores realizaram um estudo com crianccedilas de 5 a 12

anos de idade em 6 escolas puacuteblicas da regiatildeo Das 205 amostras fecais analisadas houve uma

positividade de 4243 Foi observado maior prevalecircncia em crianccedilas na faixa etaacuteria de 7 a 9

anos Os protozoaacuterios mais encontrados foram G lamblia (1854) E coli (1610) E

histolytica (780) Jaacute os helmintos mais comuns foram H nana (780) E vermicularis e A

lumbricoides (39) ancilostomiacutedeos (195) (SILVA TEIXEIRA GONTIJO 2012)

No Rio Grande do Sul Berne et al (2012) avaliaram uma populaccedilatildeo de 165 crianccedilas

buscando determinar a prevalecircncia de parasitos intestinais nas mesmas Eles encontraram uma

prevalecircncia de 642 de positividade No estudo os seguintes parasitos foram identificados

G lamblia (303) T trichiura (242) A lumbricoides (224) E coli (152)

Enteromonas hominis (48) E nana (36) Cryptosporidium sp (24) C belli (02) e

E vermicularis (02)

Em um assentamento de trabalhadores rurais sem-terra em Satildeo Paulo uma pesquisa foi

realizada durante dois anos a fim de avaliar a prevalecircncia das parasitoses intestinais No

primeiro ano foram analisadas 29 amostras de crianccedilas com idades entre 4 e 15 anos e a

prevalecircncia encontrada foi de 966 de positividade Das espeacutecies observadas G

intestinalis foi a mais frequente (966) seguido de E coli (276) E nana (138) Entre os

helmintos o mais prevalente foi o ancilostomideo (69) seguido por H nana (34) T

trichiura (34) A lumbricoides (34) e S stercoralis (34) O monoparasitismo aconteceu

em 357 das amostras analisadas enquanto que as infecccedilotildees por mais de uma espeacutecie de

parasita ocorreram em 643 No segundo ano de estudo foram analisadas 14 amostras fecais

e obteve-se uma prevalecircncia de 857 para enteroparasitas Das amostras positivas 75

apresentaram um uacutenico parasita enquanto 25 apresentaram mais de uma espeacutecie de

parasita A G intestinalis estava presente em 643 E nana em 215 e A lumbricoides em

14

71 A positividade natildeo variou muito entre as diferentes faixas etaacuterias nos dois periacuteodos de

estudo LIMA JUNIOR KAISER CATISTI 2013)

No ano de 2014 Santos et al desenvolveram um estudo em uma creche comunitaacuteria de

FlorianoacutepolisSC afim de verificar a prevalecircncia de parasitoses intestinais Foram analisadas

57 amostras fecais e uma prevalecircncia de 614 foi detectada Os principais parasitos

encontrados foram B hominis (404) G lamblia (246) E coli (228) E nana (123)

E histolyticaE dispar (71) E hartmanni (18) E vermicularis (18) e I buumltschli

(18)

Santos Gurgel-Gonccedilalves e Machado publicaram um trabalho no ano de 2014 onde

avaliaram a ocorrecircncia de parasitos intestinais em crianccedilas moradoras das cidades de Riacho

Fundo II e Ceilacircndia localizadas no Distrito Federal 193 crianccedilas com idades entre 4 a 14 anos

participaram do estudo Um total de 637 das crianccedilas estavam contaminadas Em Riacho

Fundo II os parasitos mais prevalentes foram H nana (44) A lumbricoides (30) E coli

27 G intestinalis (15) Ancilostomideos (5) E histolyticadiacutespar (7) T trichiura

(4) E nana (3) e I butschlii (1) Jaacute na Ceilacircndia os parasitos mais frequentes foram E

coli (23) E nana (19) G intestinalis (9) E histolyticadispar (3) E hartmanni (3)

Ascaris lumbricoides (2) Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

Em uma instituiccedilatildeo localizada em NiteroacuteiRJ um estudo foi feito com 43 crianccedilas de 0

a 12 anos de idade e 25 adultos a fim de estabelecer a prevalecircncia das parasitoses intestinais

70 das crianccedilas e 44 dos adultos estavam contaminados por parasitas intestinais e no total

houve uma prevalecircncia de 60 de enteroparasitoses na instituiccedilatildeo estudada Os protozoaacuterios

encontrados foram B hominis (44) E nana (15) G lamblia (12) E histolyticaE

dispar (10) e E coli (7) Os helmintos foram H nana (3) E vermicularis (3) T

trichiura (15) e A lumbricoides (15) A maior prevalecircncia foi em crianccedilas de 6 a 8 (857)

(LEITE TOMA ADAMIL 2014)

Para diminuir a contaminaccedilatildeo eacute necessaacuterio aplicar medidas de controle capazes de

interromper os mecanismos de transmissatildeo Isto reforccedila a importacircncia de fornecer subsidio

imediato para a conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo sobre higiene prevenccedilatildeo das parasitoses e

educaccedilatildeo sanitaacuteria

A educaccedilatildeo em sauacutede visa a promoccedilatildeo da sauacutede e funciona como um processo de

ensinoaprendizagem que busca empoderar os indiviacuteduos de forma que estes possuam

autonomia necessaacuteria para escolher as melhores alternativas afim de transformar sua qualidade

de vida e o meio onde vivem Para que essa pratica seja possiacutevel o educador deve atuar como

15

um facilitador no processo de reflexatildeo sobre a realidade em que essa comunidade estaacute

inserida Essas atividades auxiliam a populaccedilatildeo a evitar doenccedilas de impacto social como as

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 VICENTE et al 2012)

As accedilotildees educativas realizadas em comunidades escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede

prevenccedilatildeo contra as enteroparasitoses e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente possui um

papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores do

conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo das

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009) Aleacutem disso por meio da educaccedilatildeo em sauacutede

constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

Silva Neto et al (2013) realizaram um trabalho na Escola Estadual Francisco Nunes da

cidade de Pau dos Ferros-RN com 42 crianccedilas na faixa etaacuteria de 5 a 11 anos Verificaram que

6428 dos escolares apresentaram algum tipo de enteroparasitos sendo que 2142 dos

escolares estavam poliparasitados A partir de tais indicadores e conhecendo a realidade a ser

trabalhada planejaram estrateacutegias de accedilotildees educativas com objetivo de repassar informaccedilotildees

que ajudassem na mudanccedila de haacutebitos higiecircnicos e consequentemente na diminuiccedilatildeo da

incidecircncia de casos de enteroparasitoses Foram realizadas oficinas peccedilas teatrais dinacircmicas

produccedilatildeo textual curso para boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos e cursos sobre as

parasitoses com os professores As crianccedilas trabalharam na confecccedilatildeo de cartazes com ecircnfase

nas parasitoses Os autores relataram a importacircncia da continuidade das accedilotildees educativas pelos

professores da escola

As accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais foram realizadas

por Da Cruz et al (2014) em 29 estudantes de 12 a 16 anos de idade do ensino fundamental de

uma localidade rural do municiacutepio de UberlacircndiaMG Os autores tambeacutem verificaram a

ocorrecircncia de parasitoses intestinais constatando-se 21 de escolares parasitados e 3 de

poliparasitismo B hominis foi o parasito mais frequente (5715) seguido de E coli e G

lamblia com uma frequecircncia de 1428 cada um As accedilotildees educativas em sauacutede incluiacuteram a

aplicaccedilatildeo de jogo didaacutetico palestras microscoacutepio para visualizaccedilatildeo de estruturas dos parasitos

e mostra de exemplares macroscoacutepicos dos parasitos sendo avaliadas mediante a aplicaccedilatildeo de

questionaacuterios O jogo didaacutetico ldquotabuleiro da sauacutederdquo abordou as principais parasitoses de

importacircncia meacutedica aleacutem de temas relativos agrave higiene pessoal Os resultados dos questionaacuterios

aplicados apoacutes a realizaccedilatildeo das accedilotildees educativas apontaram uma notaacutevel melhora quanto agrave

assimilaccedilatildeo de conhecimentos por parte dos estudantes

O presente estudo foi desenvolvido no Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz que

compreende a Regiatildeo da Grande Florianoacutepolis situado ao lado da BR 282 e integra a Bacia do

16

Rio Cubatatildeo Sul O municiacutepio eacute caracterizado por pequenas propriedades rurais com lavouras

temporaacuterias e permanentes (IBGE 2014) Segundo o censo do IBG a populaccedilatildeo de 2014 era

de 21572 habitantes

Na aacuterea rural em relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua nas residecircncias 6625 eacute abastecido

pela rede puacuteblica 3338 de poccedilo ou nascente e 03 de outros Jaacute na aacuterea urbana 8264

tem abastecimento de aacutegua pela rede puacuteblica 1717 de poccedilo ou nascente e 09 de outros

Quanto ao destino de esgoto na aacuterea rural 188 das residecircncias tem sistema de esgoto 9109

possuem fossa seacuteptica e 703 o esgoto eacute a ceacuteu aberto Na aacuterea urbana 722 das residecircncias

tem sistema de esgoto 8595 possuem fossa seacuteptica e 683 o esgoto eacute a ceacuteu aberto

O presente trabalho permitiu avaliar a presenccedila de enteroparasitoses que afetam os

escolares e o desenvolvimento de accedilotildees educativas que visam agrave promoccedilatildeo da sauacutede

contribuindo para a melhora da qualidade de vida

17

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

O presente estudo visou determinar a prevalecircncia de parasitoses intestinais em alunos

de seis Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz e promover a

ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre sauacutede e parasitoses

22 Objetivos Especiacuteficos

- Verificar a ocorrecircncia de parasitas intestinais em crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0

a 17 anos do municiacutepio de Santo Amaro da ImperatrizSC

- Relacionar os resultados do levantamento parasitoloacutegico com as condiccedilotildees de saneamento

local

- Analisar as noccedilotildees de higiene e quais as nomenclaturas populares sobre as parasitoses

intestinais conhecidas na comunidade

- Proporcionar educaccedilatildeo em sauacutede e medidas preventivas no combate as doenccedilas parasitaacuterias

humanas promovendo um processo de aprendizado

- Incentivar a mudanccedila de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva para a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

18

3 METODOLOGIA

31 Locais e sujeitos do estudo

O presente estudo teve iniacutecio em agosto de 2014 e finalizou-se em setembro de 2015

Esse estudo envolveu 357 crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0 a 17 anos de idade

matriculados nas seguintes Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da

ImperatrizSC Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff Escola Municipal Braccedilo Satildeo

Joatildeo Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio e Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

O trabalho foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105) (Anexo A)

As accedilotildees educativas foram realizadas em 2014 com escolares na faixa etaacuteria de 6 a 17

anos de idade e teve a participaccedilatildeo dos professores das referidas escolas

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos

Foi realizado uma reuniatildeo com professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos e os

seguintes temas foram abordados os objetivos e metodologia da pesquisa a importacircncia e

benefiacutecios de se fazer o exame de fezes as orientaccedilotildees sobre a coleta das fezes apresentaccedilatildeo

do ldquoTermo de Consentimento Livre e Esclarecidordquo (Anexo B) e ldquoTermo de Assentimentordquo

(Anexo C) Os pais ou responsaacuteveis foram informados sobre o encaminhamento dos resultados

(positivos ou negativos) dos exames parasitoloacutegicos e aconselhados a levar as crianccedilas ao

Centro de Sauacutede do Municiacutepio no contato preacutevio com a Secretaacuteria de Sauacutede para atendimento

com o meacutedico e adequado tratamento da parasitose O projeto teve o apoio dos professores das

escolas para a divulgaccedilatildeo do trabalho aos pais ou responsaacuteveis pelos alunos

321 Colheita das amostras fecais

Para a coleta das fezes foram entregues para os pais ou responsaacuteveis nas escolas as

orientaccedilotildees impressas para a coleta de fezes (abaixo descrito) e os frascos coletores contendo

soluccedilatildeo conservante SAF (acetato de soacutedio aacutecido aceacutetico e formol) Os frascos estavam

devidamente etiquetados com o nome sexo e idade da crianccedila Apoacutes a coleta que foi realizado

em casa o frasco contendo as fezes foi entregue na escola juntamente com o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento assinados pelos pais eou

responsaacuteveis Um prazo para a entrega e recolhimento das amostras era combinado com a

direccedilatildeo da escola

19

Foi coletada uma amostra fecal de cada crianccedila participante do estudo As amostras

preservadas em soluccedilatildeo conservadora SAF foram encaminhadas ao Laboratoacuterio Didaacutetico de

Parasitologia Clinica do Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas do Centro de Ciecircncias da

SauacutedeUFSC e para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do Hospital Universitaacuterio Polydoro

Ernani de Satildeo Thiago (HUUFSC) onde foram processadas e analisadas

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais

- Natildeo jogar o liacutequido conservante fora natildeo beber e natildeo deixar ao alcance de crianccedilas

pois o liacutequido conservante eacute toacutexico

- A crianccedila natildeo deve estar utilizando remeacutedio para vermes no periacuteodo que vai colher as

fezes Se estiver tomando remeacutedio tem que esperar de 7 a 10 dias para depois colher as fezes

para fazer o exame

- Antes da evacuaccedilatildeo a crianccedila deve urinar ou no vaso sanitaacuterio ou na privada Isso eacute

para natildeo contaminar as fezes com urina e aacutegua

- Apoacutes a crianccedila deve evacuar diretamente em penico limpo e seco ou sobre uma folha

de papel ou jornal limpo Quando as fezes forem diarreicas ou moles as mesmas devem ser

evacuadas em penico ou em um recipiente bem limpo e seco

- Com o auxiacutelio de espaacutetula de madeira ou uma colher de plaacutestico colher uma porccedilatildeo

de fezes do tamanho de uma noz e colocar imediatamente no frasco contendo o liacutequido

conservante A porccedilatildeo de fezes deveraacute ficar totalmente coberta pelo liacutequido conservante Natildeo

se deve encher o frasco com fezes

- Em caso de crianccedilas menores de 2 anos e que usam fraldas colher as fezes da fralda

com uma espaacutetula logo apoacutes a evacuaccedilatildeo

- Apoacutes colocar as fezes no frasco o mesmo deve ser bem fechado

- Escrever no roacutetulo do frasco o nome completo o sexo e a idade da crianccedila e data da

colheita das fezes

- Conservar os frascos em temperatura ambiente ateacute a entrega Natildeo precisa ser

refrigerado

IMPORTANTE

- Natildeo colher as fezes contidas no vaso sanitaacuterio

- Natildeo devem ser usadas as fezes evacuadas no solo

- As fezes natildeo devem estar misturadas com urina aacutegua e terra

20

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) Este meacutetodo tem como

fundamento a sedimentaccedilatildeo espontacircnea em aacutegua de ovos e larvas de helmintos cistos e oocistos

de protozoaacuterio e a vantagem na recuperaccedilatildeo de ovos considerados pesados O uso de grande

quantidade de material fecal nesse processo favorece um diagnoacutestico satisfatoacuterio e seguro

Em um frasco contendo 10 mL de aacutegua corrente adicionou-se cerca de 4g de fezes

retiradas de vaacuterios pontos da amostra fecal Homogeneizou-se as fezes com bastatildeo de vidro e

acrescentou-se mais 60 mL de aacutegua corrente ao frasco Em alguns casos misturou-se o material

fecal fixado pela soluccedilatildeo conservante Em seguida a suspensatildeo foi filtrada atraveacutes de filtro

descartaacutevel (Parasitofiltro) para um caacutelice cocircnico de sedimentaccedilatildeo com capacidade de 200ml

Adicionou-se aacutegua corrente ateacute completar aproximadamente frac34 do volume do caacutelice A

suspensatildeo foi deixada em repouso durante duas horas Apoacutes esse periacuteodo com pipeta de

Pasteur retirou-se uma pequena porccedilatildeo do sedimento formado no fundo do caacutelice depositando-

o sobre uma lacircmina onde adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol e cobriu-se com

lamiacutenula A preparaccedilatildeo foi examinada ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

332 Meacutetodo de Faust e cols

A teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) foi utilizada com algumas modificaccedilotildees Este

meacutetodo fundamenta-se na centriacutefugo-flutuaccedilatildeo de ovos larvas cistos e oocistos separando-os

do excesso de detritos fecais mediante o uso de soluccedilatildeo de densidade elevada Tem a vantagem

de concentrar os cistos de protozoaacuterios

Inicialmente foi colocado cerca de 12 mL do filtrado do meacutetodo de Hoffman Pons e

Janer em um tubo de centriacutefuga com capacidade de 15ml Centrifuga-se por 1 a 2 minutos a

650 x g Decantou-se o sobrenadante e o sedimento foi ressuspendido em aacutegua corrente

completando o volume de 12 ml com aacutegua e novamente centrifugou-se por 1 a 2 minutos a 650

x g Repete-se a lavagem do sedimento ateacute que o sobrenadante se apresentasse relativamente

claro Apoacutes a uacuteltima lavagem decantou-se o sobrenadante ressuspendeu-se o sedimento e

adicionou-se a soluccedilatildeo de sulfato de zinco (densidade 118gml) ateacute 05cm da borda do tubo de

centriacutefuga Centrifugou-se por 1 minuto a 650 x g Com uma alccedila de arame (diacircmetro de 5 a

7mm) retirou-se a peliacutecula sobrenadante transferindo 3 a 4 alccediladas do material para uma

lacircmina de microscopia Adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol cobrindo o

preparado com lamiacutenula e observou-se ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

21

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes que se

apresentaram pastosas e diarreicas Essa coloraccedilatildeo permanente permite um minucioso estudo

da morfologia dos trofozoiacutetos corados ocasionalmente dos cistos e para a confirmaccedilatildeo das

espeacutecies

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro

e em seguida filtrou-se a suspensatildeo atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de centriacutefuga com

capacidade de 15 ml Centrifugou-se a 650 x g por 1 a 2 minutos decantou-se o liacutequido

sobrenadante e preparar o esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado Depois de seco

colocou-se o esfregaccedilo diretamente no aacutelcool etiacutelico a 70 durante 5 minutos em cubas

adequadas para a coloraccedilatildeo Apoacutes isso procedeu-se com a continuaccedilatildeo da coloraccedilatildeo do

esfregaccedilo nas seguintes etapas

1 Aacutelcool etiacutelico a 70 5 minutos

2 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

3 Corante tricrocircmico 10 minutos

4 Soluccedilatildeo de aacutelcool etiacutelico a 90 acidificado com soluccedilatildeo de 1 de aacutecido aceacutetico 3 segundos

5 Aacutelcool etiacutelico absoluto para lavar

6 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

7 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

8 Xilol 10 minutos

Deixou-se o esfregaccedilo secar e a leitura foi feita com objetiva de 100x e com o auxiacutelio da ocular

micromeacutetrica para a morfometria das estruturas parasitaacuterias

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun

Utilizou-se a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes diarreicas

Esta coloraccedilatildeo permite diagnosticar os cocciacutedios intestinais

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro e em

seguida cerca de 3 ml da suspensatildeo foram filtrados atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de

centriacutefuga com capacidade de 15 ml Adicionou-se cerca de 3 ml de eacuteter e agitou-se

vigorosamente por 30 segundos Centrifugou-se a 500 x g por 10 minutos e o liacutequido

sobrenadante foi decantado Preparou-se um esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado

Deixou-se secar a temperatura ambiente e fixou-se o esfregaccedilo com aacutelcool metiacutelico por 30

22

segundos Corou-se com o corante de Kinyoun por 5 minutos Lavou-se com aacutegua destilada A

soluccedilatildeo aacutelcool-aacutecido sulfuacuterico foi usada por 2 minutos para diferenciar Lavou-se com aacutegua

destilada Corou-se o fundo da preparaccedilatildeo com soluccedilatildeo alcooacutelica de azul de metileno a 03

por um minuto Lavou-se com aacutegua e deixou-se secar A leitura foi realizada com objetiva de

100x e com auxiacutelio da ocular micromeacutetrica para a morfometria dos oocistos

34 Anaacutelise dos resultados

A anaacutelise dos resultados dos exames parasitoloacutegicos de fezes foi realizada atraveacutes de

estudos observacionais e os dados obtidos foram analisados pelo programa estatiacutestico MedCalc

e o teste aplicado foi o Qui Quadrado para comparaccedilatildeo de meacutedias ao niacutevel de 01 de

probabilidade

35 Accedilotildees educativas

A realizaccedilatildeo das atividades educativas teve a participaccedilatildeo de alunas bolsistas e

professoras do projeto de extensatildeoPROEXUFSC Foram elaborados e utilizados recursos

pedagoacutegicos baseando-se nas diferenccedilas cognitivas presentes entre alunos das diversas seacuteries

escolares Durante as accedilotildees educativas foi possiacutevel descobrir qual era o conhecimento que os

escolares possuiacuteam sobre verminoses e quais as nomenclaturas populares conhecidas na

comunidade Por meio de perguntas e diaacutelogo e tambeacutem na anaacutelise observacional do

comportamento na escola pode se analisar as noccedilotildees de higiene das crianccedilas As perguntas

foram Jaacute ouviram falar de vermes O que satildeo O que fazer para natildeo pegar vermes

Para as crianccedilas de 5 a 9 anos foi apresentado um teatro de fantoches encenando a peccedila

infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo (Anexo B) uma adaptaccedilatildeo da obra original escrita por Cardoso em

1998 Com uma linguagem simples e divertida a accedilatildeo luacutedica abordava as parasitoses e

prevenccedilatildeo

Para os alunos de 10 a 17 anos de idade as accedilotildees educativas foram oficinas com uso de

data show e tinha como objetivo apresentar a parasitologia para alunos maiores envolvendo

conceitos mais especiacuteficos de helmintos e protozoaacuterios A palestra consistiu em uma

apresentaccedilatildeo de slides contendo imagens e baseado nelas uma linha de raciociacutenio era

desenvolvida para fluir na forma de diaacutelogo onde os alunos eram questionados sobre as

mesmas

Apoacutes o teatro de fantoches e da palestra interativa foram mostrados exemplares de

vermes adultos de A lumbricoides (cerca de 30 cm) Taenia spp (cerca de 8 m) e de E

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

3

ABSTRACT

Currently in Brazil the intestinal parasites are still very common in many regions This fact is

related to the lack of sanitation and collective and personal hygiene inadequate of population

This study aimed to diagnose intestinal parasites in schoolchildren of six educational

institutions in the city of Santo Amaro da Imperatriz SC with ages between 0 to 17 years and

promote the expansion of knowledge about health and parasitic diseases through educational

activities Were analyzed 357 fecal samples preserved in SAF solution by Lutz method and

Faust et al In diarrheal samples were carried out trichrome and Kinyoun colorations

Educational activities on parasitic diseases and its prevention were developed through puppet

shows for children 5-9 and interactive talk for students 10-17 years To analyze the efficiency

of educational activities students were given a task according to their age group (construction

of a text and or drawings on the subject)

In the analysis of fecal samples it was observed that 2210 were positive for intestinal

parasites finding a higher prevalence in the age range 6-9 years (573) Of the positive

samples 80 were monoparasitism 13 were biparasitism and 7 were polyparasitism The

parasites were Blastocystis hominis (571) Endolimax nana (133) Entamoeba coli

(124) Giardia lamblia (114) Ascaris lumbricoides (19) Entamoeba histolytica E

dispar (19) Iodameba butschlii (1) and Trichuris trichiura (1) The results of

examinations were sent to parents of students for the treatment of positive cases During the

analysis of texts and childrens drawings it was noted that there was an understanding on the

theme The results showed a prevalence relevant of intestinal parasites therefore these data

increase the importance and necessity to implement educational activities because through

them its possible provide basic notions promotion of health and prevention of enteroparasitosis

Thus its possible interrupt in the mechanism of transmission of parasites providing the public

an improvement in their quality of life

Keywords Enteroparasitosis Educational activities Schoolchildren

4

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 5

2 OBJETIVOS 17

21 Objetivo Geral 17

22 Objetivos Especiacuteficos 17

3 METODOLOGIA 18

31 Locais e sujeitos do estudo 18

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos 18

321 Colheita das amostras fecais 18

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais 19

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes 20

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer 20

332 Meacutetodo de Faust e cols 20

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico 21

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun 21

34 Anaacutelise dos resultados 22

35 Accedilotildees educativas 22

4 RESULTADOS 24

41 Exames parasitoloacutegicos 24

42 Accedilotildees educativas 30

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de

Santo Amaro da Imperatriz 31

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos 33

5 DISCUSSAtildeO 35

6 CONCLUSOtildeES 44

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

8 ANEXOS 52

5

1 INTRODUCcedilAtildeO

Segundo Neves (2011) o parasitismo consiste em uma associaccedilatildeo entre os seres vivos

onde haacute uma unilateralidade de benefiacutecios O parasita como agente agressor se beneficia

utilizando o hospedeiro como abrigo e fonte alimentar podendo causar prejuiacutezos

Historicamente esse tipo de associaccedilatildeo ocorre a milhares de anos Alguns estudos da

aacuterea de paleoparasitologia com material encontrado em siacutetios arqueoloacutegicos tecircm evidenciado a

existecircncia de enteroparasitas em vaacuterios continentes Estudos realizados com fezes ressecadas

ou mineralizados e outros materiais orgacircnicos nas Ameacutericas identificaram a presenccedila de

Ancilostomiacutedeos Ascaris lumbricoides Hymenolepis nana Trichuris trichiura Enterobius

vermicularis Entamoeba spp Giardia lamblia (DAMAZIO 2013)

Ainda hoje as parasitoses intestinais representam um seacuterio problema de sauacutede puacuteblica

no Brasil e em outros paiacuteses em desenvolvimento Nessas regiotildees o parasitismo pode ocorrer

com grande intensidade e diversidade pois o clima quente e uacutemido das regiotildees tropicais e

subtropicais favorece o ciclo de vida parasitaria e aleacutem disso a disseminaccedilatildeo dos parasitos eacute

facilitada devido agrave ausecircncia ou precariedade de saneamento baacutesico baixo niacutevel soacutecio

econocircmico alguns haacutebitos culturais carecircncia de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva (BIASI

et al 2010 LEITE LAUGART et al 2012 TOMA ADAMIL 2014)

Indiviacuteduos de todas as faixas etaacuterias estatildeo sujeitos a infecccedilotildees parasitarias poreacutem as

crianccedilas em idade escolar estatildeo entre os mais acometidos Elas estatildeo expostas constantemente

a condiccedilotildees de infecccedilatildeo e reinfecccedilatildeo por terem um contato maior com o ambiente natildeo

possuiacuterem haacutebitos de higiene pessoais bem consolidados e por sustentarem haacutebitos alimentares

que as torna mais propicias a contaminaccedilatildeo (BELLOTO et al 2011 SANTOS et al 2014)

No Brasil as enteroparasitoses estatildeo distribuiacutedas de forma ampla em diversas regiotildees

do paiacutes Elas podem ser encontradas tanto nas zonas rurais quanto em zonas urbanas atingindo

indiviacuteduos de todas as idades mas com o predomiacutenio em crianccedilas em idade escolar (SILVA et

al 2011 BELO et al2012)

As parasitoses intestinais satildeo doenccedilas endecircmicas de populaccedilotildees de baixa renda e satildeo

consideradas doenccedilas negligenciadas por apresentam investimentos reduzidos no seu controle

e na pesquisa e produccedilatildeo de medicamentos Sendo assim a elevada prevalecircncia das parasitoses

intestinais nos paiacuteses em desenvolvimento eacute considerada responsaacutevel por causar altos iacutendices

de morbidade da populaccedilatildeo infantil devido aos efeitos debilitantes que podem ocasionar sobre

6

o estado nutricional e no desenvolvimento fiacutesico e cognitivo (UCHOA 2009 MACCHIONI

et al 2015)

A desnutriccedilatildeo nas fases iniciais da vida eacute capaz de promover a reduccedilatildeo da capacidade

de realizar atividades fiacutesicas aumenta a vulnerabilidade agraves infecccedilotildees diminui a capacidade

cognitiva e leva agrave maacute-absorccedilatildeo intestinal de nutrientes (BISCEGLI et al 2009)

Para entender o desenvolvimento das enteroparasitoses fatores relacionados aos

parasitos e ao hospedeiro devem ser levados em conta como por exemplo o nuacutemero de

exemplares de parasitos e sua virulecircncia a idade do hospedeiro a imunidade os haacutebitos

alimentares e o uso de medicamentos Esses fatores podem determinar o iniacutecio ou natildeo de uma

infecccedilatildeo parasitaacuteria (REY 2010) As parasitoses intestinais podem ser causadas por

protozoaacuterios eou helmintos e sua transmissatildeo ocorre principalmente por via fecal-oral

podendo ocorrer tambeacutem por via cutacircnea no caso de algumas espeacutecies de helmintos Os

veiacuteculos de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria satildeo variados podendo ocorrer atraveacutes da aacutegua do solo de

alimentos matildeos e material subungueal vetores como artroacutepodes e moluscos e por objetos

contaminados (NEVES et al 2011)

As protozooses intestinais mais frequentes mundo satildeo a giardiacutease a amebiacutease e a

criptosporidiacutease (CDC [a] 2015) Essas doenccedilas podem causar diarreia intensa maacute absorccedilatildeo de

nutrientes dores abdominais naacuteuseas e vocircmitos que implicam em graves consequecircncias

principalmente durante a infacircncia (CDC [a] 2015) Esses protozoaacuterios contaminam a aacutegua e os

alimentos ressaltando-se que todos os cistos de protozoaacuterios e oocistos de Cryptosporidium

spp satildeo infectantes quando eliminados nas fezes (NEVES et al 2011)

A giardiacutease eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado denominado G lamblia que possui

duas formas evolutivas o trofozoiacuteto e o cisto O trofozoiacuteto localiza-se geralmente no duodeno

onde se fixa na mucosa e se multiplica Esta forma eacute responsaacutevel por espoliar o hospedeiro A

via normal de infecccedilatildeo no homem eacute a ingestatildeo de cistos maduros Os seres humanos atuam

como reservatoacuterio da doenccedila sendo que os animais selvagens e domeacutesticos podem atuar da

mesma forma (NEVES et al 2011 SANTANA et al 2014)

A giardiacutease eacute responsaacutevel por aproximadamente 280 milhotildees de casos de infecccedilotildees por

ano em acircmbito mundial (BERNE et al 2014) Estima-se uma prevalecircncia de 2 a 7 nos

paiacuteses desenvolvidos e de 20 a 30 nos paiacuteses em desenvolvimento (KAMEL et al 2013)

Esta parasitose foi incluiacuteda na Iniciativa para as Doenccedilas Negligenciadas da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede em 2004 devido ao seu potencial altamente debilitante (BERNE et al

2014) Na Ameacuterica Latina a giardiacutease eacute uma das trecircs principais causas de morbidade em

crianccedilas de 0 a 5 anos de idade pois seu quadro cliacutenico varia desde infecccedilotildees assintomaacuteticas

7

ateacute episoacutedios de diarreia persistente e intensa com siacutendrome de maacute absorccedilatildeo intestinal de

nutrientes e de gorduras que pode acarretar em desnutriccedilatildeo desidrataccedilatildeo e comprometimento

no desenvolvimento e crescimento da populaccedilatildeo infantil (BERNE et al 2014)

A amebiacutease eacute causada pela ameba patogecircnica conhecida como Entamoeba histolytica

Esse protozoaacuterio ocupa o terceiro lugar dentre as doenccedilas parasitarias responsaacutevel pelos

maiores iacutendices de mortalidade no mundo ficando atraacutes apenas da malaacuteria e da esquistossomose

(OUATTARA et al 2010) Estima-se que por ano cerca de 40 a 50 milhotildees de pessoas no

mundo satildeo acometidas pela amebiacutease e aproximadamente 40 mil evoluem a oacutebito (NAGATA

et al 2012)

No Brasil haacute uma ampla distribuiccedilatildeo da amebiacutease Alguns trabalhos mostram que a E

histolytica costuma ser mais comum nas regiotildees norte e nordeste do paiacutes com prevalecircncias que

variam entre 68 a 2935 (SANTOS et al 2013)

Haacute duas espeacutecies distintas poreacutem morfologicamente idecircnticas capazes de contaminar

o ser humano a espeacutecie patogecircnica e invasiva a E histolytica e outra de baixa virulecircncia e natildeo

invasiva a Entamoeba dispar Esse fato deu origem ao complexo E histolytica E dispar

(NEVES et al 2011)

Indiviacuteduos com amebiacutease podem apresentar quadros assintomaacuteticos ou com

sintomaacuteticos Nas formas sintomaacuteticas o indiviacuteduo infectado apresenta coacutelicas abdominais com

diarreia aquosa que podem ser sanguinolentas acompanhadas de perda de peso A E histolytica

possui um caraacuteter invasivo podendo levar ao desenvolvimento de ulceraccedilotildees intestinais

Atraveacutes destas ulceraccedilotildees os trofozoiacutetos podem invadir outros tecidos do corpo O fiacutegado

costuma ser o mais frequente dando origem aos abcessos hepaacuteticos A forma hepaacutetica costuma

causar um nuacutemero maior de mortes em relaccedilatildeo as outras Geralmente apoacutes a ruptura do abcesso

hepaacutetico outros tecidos costumam ser invadidos como eacute o caso do trato respiratoacuterio enceacutefalo

sistema geniturinaacuterio regiatildeo perianal pele e ateacute ossos sendo os trecircs uacuteltimos raramente

observados (CORDEIRO MACEDO 2007)

Nos uacuteltimos anos tem sido demonstrada a importacircncia da investigaccedilatildeo de cocciacutedios

oportunistas como Cryptosporidium spp Cystoisospora belli e Cyclospora cayetanensis A

aacutegua eacute o principal veiacuteculo de disseminaccedilatildeo seja ela teoricamente potaacutevel ou de recreaccedilatildeo

podendo tambeacutem ocorrer a transmissatildeo por alimentos contaminados (CARVALHO 2009

MARIANO 2014) Esses protozoaacuterios infectam pacientes imunodeprimidos e indiviacuteduos

imunocompetentes A doenccedila pode ser assintomaacutetica ou sintomaacutetica As manifestaccedilotildees cliacutenicas

na criptosporidiacutease na ciclosporiacutease e na cistoisosporiacutease satildeo semelhantes e caracterizada por

surtos de diarreia aquosa intermitente acompanhada de dor abdominal naacuteuseas vocircmitos e

8

consequente perda de peso A maioria dos indiviacuteduos sem patologias que afetem o sistema

imunoloacutegico poderatildeo se recuperar desta parasitose sendo a doenccedila autolimitada em 10 a 14

dias (PAINTER et al 2015 CDC [b] [c] [d] 2015)

A criptosporidiacutease eacute considerada uma doenccedila emergente e estima-se que por ano ocorram

748000 casos de infecccedilatildeo por Cryptosporidium spp e que apenas 2 desses casos sejam

reportados (PAINTER et al 2015) Satildeo vaacuterias as espeacutecies que parasitam o homem sendo

algumas com potencial zoonoacutetico O Cryptosporidium spp tem sido encontrado em crianccedilas

com idade entre 1 e 5 anos e com diarreia (MARIANO 2014)

O B hominis eacute o parasita mais frequentemente encontrado em levantamentos

epidemioloacutegicos muitas vezes sendo o mais prevalente nos paiacuteses em desenvolvimento

atingindo uma prevalecircncia de 30 a 50 (BEYHAN et al 2015)

A patogenicidade do B hominis em humanos ainda natildeo foi completamente definida e

envolve vaacuterias controveacutersias Enquanto os indiviacuteduos acometidos por este parasito podem ser

assintomaacuteticos ou sintomaacuteticos Em casos sintomaacuteticos o quadro clinico eacute composto por dores

abdominais prurido anal flatulecircncia meteorismo naacuteusea vocircmito e diarreia Natildeo eacute evidenciada

a presenccedila de leucoacutecitos nas fezes Pode haver a remissatildeo dos sintomas sem que tenha ocorrido

tratamento especiacutefico (MACEDO et al 2010 COYLE et al 2012)

Aleacutem dos protozoaacuterios intestinais patogecircnicos o exame parasitoloacutegico de fezes pode

detectar protozoaacuterios comensais natildeo patogecircnicos como Entamoeba coli Endolimax nana e

Iodamoeba butschlii A presenccedila deles reflete o contato do indiviacuteduo com material fecal em

aacutegua eou alimentos ingeridos pelo homem e indica tambeacutem haacutebitos de higiene precaacuterios Satildeo

encontrados em praticamente todos os paiacuteses do mundo mais frequentemente em regiotildees

tropicais e subtropicais (BELLOTO et al 2011 NEVES 2011)

As helmintoses podem ser assintomaacuteticas em caso de infecccedilotildees leves e sintomaacuteticas

As infecccedilotildees sintomaacuteticas satildeo caracterizadas por desencadear uma seacuterie de alteraccedilotildees orgacircnicas

pois a localizaccedilatildeo no intestino eacute favoraacutevel a nutriccedilatildeo do helminto devido ao faacutecil acesso aos

nutrientes dissolvidos Os helmintos competem com o hospedeiro pelos micronutrientes

presentes na dieta e aleacutem disso modificam o epiteacutelio intestinal diminuindo a accedilatildeo de enzimas

e a absorccedilatildeo de nutrientes Isto afeta o estado nutricional do indiviacuteduo e como consequecircncia

pode ocasionar dores abdominais fraqueza e mal estar diarreia obstruccedilatildeo intestinal prolapso

retal sangramento desnutriccedilatildeo anemia baixo rendimento escolar e atraso no desenvolvimento

corporal das crianccedilas infectadas (SEIXAS et al 2011)

Os ovos e as larvas de helmintos eliminados recentemente nas fezes natildeo satildeo diretamente

infectantes ao homem pois precisam de um periacuteodo de amadurecimento no solo exceto o E

9

vermicularis e o H nana que satildeo diretamente transmissiacuteveis ao homem pois natildeo necessitarem

de um hospedeiro intermediaacuterio ou de um periacuteodo de amadurecimento no solo (NEVES et al

2011)

De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2015) mais de 15 bilhatildeo de pessoas

ou 24 da populaccedilatildeo mundial estatildeo infectadas por helmintos onde o A lumbricoides T

trichiura e ancilostomiacutedeos (Necator americanus e Ancylostoma duodenale) satildeo os mais

prevalentes Mais de 270 milhotildees de crianccedilas preacute-escolares e mais de 600 milhotildees de crianccedilas

em idade escolar vivem em aacutereas onde estes parasitas satildeo intensamente transmitidos

destacando a importacircncia da implementaccedilatildeo de medidas preventivas e poliacuteticas sanitaacuterias

No Brasil os helmintos mais comuns satildeo A lumbricoides e T trichiura sendo o

primeiro o mais frequente (ARAUJO FILHO et al 2011 SEIXAS et al 2011) A distribuiccedilatildeo

eacute ampla e varia de acordo com as regiotildees do paiacutes podendo ocorrer tanto em zonas urbanizadas

como rurais predominando nas aacutereas mais carentes cujo solo eacute contaminado e onde natildeo haacute

disponibilidade de aacutegua tratada e saneamento baacutesico (ANDRADE et al 2010)

A ascaridiacutease eacute a doenccedila causada pelo A lumbricoides conhecido popularmente como

lombriga Estima-se que cerca de 807000 a 1221 milhotildees de pessoas no mundo estatildeo

infectados por este nematelminto que eacute responsaacutevel por altos iacutendices de morbidade e

mortalidade nos paiacuteses em desenvolvimento (CDC [e] 2015) O A lumbricoides eacute um geo-

helminto pois possui fases de seu desenvolvimento no solo A casca espessa de seus ovos os

torna impermeaacuteveis e favorece sua viabilidade no ambiente ainda que estejam em areia seca

por exemplo (CHEN MUCCI 2012) A transmissatildeo ocorre pela ingestatildeo dos ovos larvados

que podem ser encontrados contaminando alimentos e aacutegua pela geofagia pelo ato de levar as

matildeos sujas a boca e por objetos contaminados (OMS 2015 NEVES 2011)

As infestaccedilotildees por A lumbricoides podem ser de baixa intensidade (3 a 4 vermes) meacutedia

intensidade (30 a 40 vermes) ou maciccedilas (100 ou mais vermes) No primeiro caso natildeo ocorrem

sintomas Jaacute nos dois uacuteltimos casos os vermes adultos podem causar accedilatildeo espoliadora toacutexica

ou mecacircnica Isso pode resultar num grande consumo de nutrientes e resultar em desnutriccedilatildeo

principalmente em crianccedilas Aleacutem disso reaccedilatildeo aleacutergica aos antiacutegenos do parasito pode causar

edema ou urticaacuteria lesotildees pulmonares devido ao ciclo bioloacutegico do parasito podendo resultar

na Siacutendrome de Loeffler (resultante de um edema pulmonar com infiltrado eosinofiacutelico e

manifestaccedilotildees aleacutergicas com sintomatologia semelhante a pneumonia) A complicaccedilatildeo mais

comum eacute o quadro de obstruccedilatildeo intestinal que pode levar crianccedilas a oacutebito nestes casos eacute

indicado tratamento ciruacutergico (ANDRADE et al 2010)

10

O T trichiura eacute o agente causador da tricuriacutease Estima-se que aproximadamente 1 bilhatildeo

de pessoas estejam infectadas com esse helminto A transmissatildeo ocorre pela ingestatildeo de ovos

larvados em alimentos contaminados e pela geofagia Aleacutem disso sua disseminaccedilatildeo pode ser

facilitada pelo vento pela aacutegua ou por vetores (nas patas das moscas domeacutesticas por exemplo)

(NEVES et al 2011 CDC 2015) As infecccedilotildees costumam ser assintomaacuteticas Os casos graves

costumam ocorrer em indiviacuteduos desnutridos nesses casos haacute o comprometimento do intestino

grosso do ceco ao reto podendo levar ao prolapso retal (MENEZES 2013)

Como a maioria das doenccedilas parasitaacuterias natildeo pode ser diagnosticada apenas pela cliacutenica

exibida pelo paciente o exame parasitoloacutegico de fezes torna-se necessaacuterio para a confirmaccedilatildeo

ou natildeo da presenccedila de parasitos O exame parasitoloacutegico compreende duas principais etapas o

exame macroscoacutepico onde se procura por formas macroscoacutepicas dos helmintos que possam ter

sido eliminadas pelo hospedeiro e o exame microscoacutepico realizado a partir do processamento

das amostras fecais por meio de diferentes meacutetodos que visam concentrar as formas parasitarias

a fim de evidencia-las e identifica-las Os meacutetodos utilizados satildeo meacutetodo de sedimentaccedilatildeo

espontacircnea de Hoffman Pons e Janner ou Lutz baseado na sedimentaccedilatildeo espontacircnea das formas

parasitarias em aacutegua meacutetodo de Ritchie baseado na centrifugo-sedimentaccedilatildeo utilizando

formalina a 10 e eacuteter meacutetodo de Faust e cols baseado na centrifugo-flutuaccedilatildeo utilizando uma

soluccedilatildeo de sulfato de zinco com densidade 118gml meacutetodo de Baermann-Moraes ou de

Rugai Mattos e Brisola baseado no termohidrotropismo das larvas e o meacutetodo direto indicado

para pesquisa de trofozoiacutetos em fezes frescas e emitidas em no maacuteximo 30 minutos Satildeo

recomendadas coloraccedilotildees como a soluccedilatildeo de Lugol e as coloraccedilotildees permanentes como a

hematoxilina feacuterrica ou o tricrocircmico As coloraccedilotildees permanentes permitem a melhor

visualizaccedilatildeo dos protozoaacuterios e facilitam a identificaccedilatildeo dos trofozoiacutetos encontrados em fezes

diarreicas e pastosas A coloraccedilatildeo pelo Kinyoun derivada da fucsina fenicada eacute utilizada para

o diagnoacutestico de oocistos de cocciacutedios intestinais (DE CARLI 2011)

Atualmente jaacute existem meacutetodos imunoenzimaacuteticos e imunocromatograacuteficos para

detecccedilatildeo de antiacutegenos parasitaacuterios nas fezes Aleacutem disso a biologia molecular tambeacutem pode

ser utilizada como ferramenta para a diferenciaccedilatildeo e determinaccedilatildeo das espeacutecies de

enteroparasitas Comparados com os meacutetodos tradicionais esses satildeo meacutetodos possuem um

custo mais alto poreacutem satildeo muito mais sensiacuteveis e especiacuteficos (DE CARLI 2011)

Inuacutemeros autores ao redor do mundo principalmente em paiacuteses em desenvolvimento

como no continente africano e na Ameacuterica latina tecircm realizado pesquisas e constatado a

prevalecircncia das parasitoses Na proviacutencia de Santiago em Cuba Saacutenchez et al (2012)

analisaram 1253 amostras fecais de crianccedilas e constataram uma prevalecircncia de 378 de

11

enteroparasitas Observou-se G lamblia (156) B hominis (23) E histolytica E dispar

(48) T trichiura (48) Alumbricoides (48) E vermiculares (25) ancilostomideos

(29) Fasciola hepatica (01)

Na Venezuela Laugart et al (2012) analisaram 262 amostras fecais de crianccedilas com

idades entre 1 a 14 anos e revelaram uma prevalecircncia de 897 de enteroparasitoses Foram

encontrados E nana (389) B hominis (366) G lamblia (321) E coli (321) E

histolyticaE dispar (61) Chilomastix mesnili (23) I butschlii (23) ancilostomideos

(23) e A lumbricoides (19)

Um estudo envolvendo 50 crianccedilas com idades entre 7 e 12 anos realizado por Carrero

(2013) na Colocircmbia revelou uma prevalecircncia de 96 de parasitas intestinais Das amostras

positivas encontrou-se B hominis (88) E coli (56) Giardia intestinalis (34) e E

histolytica E dispar (24) C mesnili (24) I butschilii (2) e E nana (2)

No Egito 300 amostras fecais provenientes de crianccedilas com idades de 1 a 6 anos que

frequentavam o ambulatoacuterio do Assiut University Childrem Hospital foram analisadas Foi

encontrado um percentual de 557 de positividade para parasitos intestinais As espeacutecies de

enteroparasitas detectadas foram G lamblia (157) Cryptosporidium spp (117) B

hominis (93) E coli (33) H nana (23) e I belli (1) (YONES et al 2015)

Em 2015 no Peru um estudo realizado por Cabada et al teve o objetivo de revelar a

prevalecircncia das geohelmintoses anemia e desnutriccedilatildeo em 240 crianccedilas com idades entre 3 a 12

anos em seis comunidades Neste estudo verificou-se que 488 das crianccedilas estavam com

anemia 10 abaixo do peso e 47 das crianccedilas encontravam-se parasitadas Os parasitos

detectados nos exames parasitoloacutegicos foram E coli (23) E nana (19) G intestinalis

(9) E histolyticadispar (3) Entamoeba hartmanni (3) A lumbricoides (2)

Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

No Brasil vaacuterios estudos feitos em diferentes regiotildees do paiacutes demonstram que as

parasitoses se distribuem de forma heterogecircnea pois as condiccedilotildees socioeconocircmicas e de

saneamento baacutesico tendem a variar entre as regiotildees do paiacutes (LEITE TOMA ADAMIL 2014

MACCHIONI et al 2015)

Em 2010 um estudo foi realizado por Santos e Merlini no municiacutepio de Maria

HelenaPR com 413 indiviacuteduos com idade entre 0 a 89 anos Os autores obtiveram uma

prevalecircncia de 16 de positividade Os parasitos mais prevalentes foram Enana (65) G

intestinalis (63) E coli (35) A lumbricoides (14) Strongyloides stercoralis (07)

E vermicularis (07) Ancilostomiacutedeo (02) E hystolitica E diacutespar (02) e Taenia sp

(02)

12

A populaccedilatildeo atendida pelo Laboratoacuterio Central do municiacutepio de ChapadinhaMA foi

alvo do estudo de Silva et al no ano de 2010 Em um total de 3933 amostras analisadas

observou-se uma positividade de 331 E histolytica E dispar E coli G intestinalis e A

lumbricoides foram as espeacutecies mais prevalentes

Lander et al (2010) estudaram a prevalecircncia das parasitoses intestinais em escolares de

creches em Salvador BA com idades entre 3 a 5 anos Das 325 amostras fecais analisadas 95

foram positivas para parasitas intestinais (292) Dos helmintos o T trichiura (12) e A

lumbricoides (105) foram os mais prevalentes Jaacute os protozoaacuterios mais encontrados foram

G duodenalis (129) e E histolytica Edispar (37) Um percentual de 246 das amostras

positivas era de protozoaacuterios comensais

Em duas creches de UberlacircndiaMG um trabalho foi desenvolvido por Gonccedilalves et al

(2011) com 133 crianccedilas de 6 meses a 6 anos de idade Foi encontrada uma prevalecircncia de

293 de enteroparasitos sendo a G lamblia (192) o protozoaacuterio mais frequente seguido

por E histolytica (38) Os helmintos detectados nas creches foram o H nana (23) o E

vermicularis (15) e o ancilostomiacutedeo (08)

Belloto et al (2011) no Municiacutepio de MirassolSP analisaram 310 amostras fecais de

crianccedilas de 2 a 15 anos A prevalecircncia de enteroparasitas foi de 3032 Dentre os protozoaacuterios

detectados a G lamblia foi o mais frequente (1516) seguido da E histolytica E

dispar (064) A lumbricoides (355) S stercoralis (032) e Taenia sp (032) foram

os helmintos mais prevalentes A faixa etaacuteria de 8 a 10 anos apresentou a maior positividade

(4737) seguida de indiviacuteduos da faixa etaacuteria de 2 a 4 anos (3846) 5 a 7 anos (3622) e

11 a 15 anos (300)

Seixas et al (2011) realizaram um estudo com 200 escolares em Salvador e obtiveram

uma prevalecircncia de 94 de positividade para enteroparasitos Detectou-se entre os helmintos

A lumbricoides (25) T trichiura (105) E vermicularis (3) S stercoralis (25)

Ancilostomiacutedeos (15) e S mansoni (1) Dentre os protozoaacuterios os mais frequentes foram

E nana (535) E coli (435) E hystoliticaEdispar (215) G lamblia (12) e

Ibutschlii (3)

Em 2012 no municiacutepio de CoariAM Silva Silva e Freitas analisaram as fezes de 65

crianccedilas na faixa etaacuteria de 1 a 12 anos Os exames demonstraram uma positividade de 831

para parasitos sendo encontrados A lumbricoides (537) T trichiura (166)

ancilostomideos (15) E coli (92) e G lamblia (55)

Belo et al (2012) desenvolveram uma pesquisa no municiacutepio de Satildeo Joatildeo Del ReiMG

em 21 escolas sendo 6 escolas da zona urbana e 15 escolas da zona rural Analisaram um total

13

de 1172 amostras (711 escolares da zona urbana e 461 da zona rural) Nas escolas localizadas

na zona rural obtiveram uma positividade de 364 enquanto que as escolas da zona urbanas

apresentaram uma positividade de 235 Os estudantes da zona rural possuiacuteam maior nuacutemero

de fatores de risco associados a ocorrecircncia de parasitoses intestinais que variava desde a

condiccedilatildeo sanitaacuteria ateacute a condiccedilatildeo socioeconocircmica das famiacutelias desta regiatildeo Do total das

amostras positivas das duas escolas 22 apresentavam-se biparasitados ou poliparasitados Os

protozoaacuterios mais frequentes foram E histolyticaEdispar (143) E coli (95) e G

lamblia (55) Quanto aos helmintos o Ancylostoma spp (21) Ascaris

lumbricoides (19) E vermicularis (15) e T trichiura (11) foram os mais prevalentes

No municiacutepio de GurupiTO os autores realizaram um estudo com crianccedilas de 5 a 12

anos de idade em 6 escolas puacuteblicas da regiatildeo Das 205 amostras fecais analisadas houve uma

positividade de 4243 Foi observado maior prevalecircncia em crianccedilas na faixa etaacuteria de 7 a 9

anos Os protozoaacuterios mais encontrados foram G lamblia (1854) E coli (1610) E

histolytica (780) Jaacute os helmintos mais comuns foram H nana (780) E vermicularis e A

lumbricoides (39) ancilostomiacutedeos (195) (SILVA TEIXEIRA GONTIJO 2012)

No Rio Grande do Sul Berne et al (2012) avaliaram uma populaccedilatildeo de 165 crianccedilas

buscando determinar a prevalecircncia de parasitos intestinais nas mesmas Eles encontraram uma

prevalecircncia de 642 de positividade No estudo os seguintes parasitos foram identificados

G lamblia (303) T trichiura (242) A lumbricoides (224) E coli (152)

Enteromonas hominis (48) E nana (36) Cryptosporidium sp (24) C belli (02) e

E vermicularis (02)

Em um assentamento de trabalhadores rurais sem-terra em Satildeo Paulo uma pesquisa foi

realizada durante dois anos a fim de avaliar a prevalecircncia das parasitoses intestinais No

primeiro ano foram analisadas 29 amostras de crianccedilas com idades entre 4 e 15 anos e a

prevalecircncia encontrada foi de 966 de positividade Das espeacutecies observadas G

intestinalis foi a mais frequente (966) seguido de E coli (276) E nana (138) Entre os

helmintos o mais prevalente foi o ancilostomideo (69) seguido por H nana (34) T

trichiura (34) A lumbricoides (34) e S stercoralis (34) O monoparasitismo aconteceu

em 357 das amostras analisadas enquanto que as infecccedilotildees por mais de uma espeacutecie de

parasita ocorreram em 643 No segundo ano de estudo foram analisadas 14 amostras fecais

e obteve-se uma prevalecircncia de 857 para enteroparasitas Das amostras positivas 75

apresentaram um uacutenico parasita enquanto 25 apresentaram mais de uma espeacutecie de

parasita A G intestinalis estava presente em 643 E nana em 215 e A lumbricoides em

14

71 A positividade natildeo variou muito entre as diferentes faixas etaacuterias nos dois periacuteodos de

estudo LIMA JUNIOR KAISER CATISTI 2013)

No ano de 2014 Santos et al desenvolveram um estudo em uma creche comunitaacuteria de

FlorianoacutepolisSC afim de verificar a prevalecircncia de parasitoses intestinais Foram analisadas

57 amostras fecais e uma prevalecircncia de 614 foi detectada Os principais parasitos

encontrados foram B hominis (404) G lamblia (246) E coli (228) E nana (123)

E histolyticaE dispar (71) E hartmanni (18) E vermicularis (18) e I buumltschli

(18)

Santos Gurgel-Gonccedilalves e Machado publicaram um trabalho no ano de 2014 onde

avaliaram a ocorrecircncia de parasitos intestinais em crianccedilas moradoras das cidades de Riacho

Fundo II e Ceilacircndia localizadas no Distrito Federal 193 crianccedilas com idades entre 4 a 14 anos

participaram do estudo Um total de 637 das crianccedilas estavam contaminadas Em Riacho

Fundo II os parasitos mais prevalentes foram H nana (44) A lumbricoides (30) E coli

27 G intestinalis (15) Ancilostomideos (5) E histolyticadiacutespar (7) T trichiura

(4) E nana (3) e I butschlii (1) Jaacute na Ceilacircndia os parasitos mais frequentes foram E

coli (23) E nana (19) G intestinalis (9) E histolyticadispar (3) E hartmanni (3)

Ascaris lumbricoides (2) Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

Em uma instituiccedilatildeo localizada em NiteroacuteiRJ um estudo foi feito com 43 crianccedilas de 0

a 12 anos de idade e 25 adultos a fim de estabelecer a prevalecircncia das parasitoses intestinais

70 das crianccedilas e 44 dos adultos estavam contaminados por parasitas intestinais e no total

houve uma prevalecircncia de 60 de enteroparasitoses na instituiccedilatildeo estudada Os protozoaacuterios

encontrados foram B hominis (44) E nana (15) G lamblia (12) E histolyticaE

dispar (10) e E coli (7) Os helmintos foram H nana (3) E vermicularis (3) T

trichiura (15) e A lumbricoides (15) A maior prevalecircncia foi em crianccedilas de 6 a 8 (857)

(LEITE TOMA ADAMIL 2014)

Para diminuir a contaminaccedilatildeo eacute necessaacuterio aplicar medidas de controle capazes de

interromper os mecanismos de transmissatildeo Isto reforccedila a importacircncia de fornecer subsidio

imediato para a conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo sobre higiene prevenccedilatildeo das parasitoses e

educaccedilatildeo sanitaacuteria

A educaccedilatildeo em sauacutede visa a promoccedilatildeo da sauacutede e funciona como um processo de

ensinoaprendizagem que busca empoderar os indiviacuteduos de forma que estes possuam

autonomia necessaacuteria para escolher as melhores alternativas afim de transformar sua qualidade

de vida e o meio onde vivem Para que essa pratica seja possiacutevel o educador deve atuar como

15

um facilitador no processo de reflexatildeo sobre a realidade em que essa comunidade estaacute

inserida Essas atividades auxiliam a populaccedilatildeo a evitar doenccedilas de impacto social como as

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 VICENTE et al 2012)

As accedilotildees educativas realizadas em comunidades escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede

prevenccedilatildeo contra as enteroparasitoses e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente possui um

papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores do

conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo das

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009) Aleacutem disso por meio da educaccedilatildeo em sauacutede

constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

Silva Neto et al (2013) realizaram um trabalho na Escola Estadual Francisco Nunes da

cidade de Pau dos Ferros-RN com 42 crianccedilas na faixa etaacuteria de 5 a 11 anos Verificaram que

6428 dos escolares apresentaram algum tipo de enteroparasitos sendo que 2142 dos

escolares estavam poliparasitados A partir de tais indicadores e conhecendo a realidade a ser

trabalhada planejaram estrateacutegias de accedilotildees educativas com objetivo de repassar informaccedilotildees

que ajudassem na mudanccedila de haacutebitos higiecircnicos e consequentemente na diminuiccedilatildeo da

incidecircncia de casos de enteroparasitoses Foram realizadas oficinas peccedilas teatrais dinacircmicas

produccedilatildeo textual curso para boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos e cursos sobre as

parasitoses com os professores As crianccedilas trabalharam na confecccedilatildeo de cartazes com ecircnfase

nas parasitoses Os autores relataram a importacircncia da continuidade das accedilotildees educativas pelos

professores da escola

As accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais foram realizadas

por Da Cruz et al (2014) em 29 estudantes de 12 a 16 anos de idade do ensino fundamental de

uma localidade rural do municiacutepio de UberlacircndiaMG Os autores tambeacutem verificaram a

ocorrecircncia de parasitoses intestinais constatando-se 21 de escolares parasitados e 3 de

poliparasitismo B hominis foi o parasito mais frequente (5715) seguido de E coli e G

lamblia com uma frequecircncia de 1428 cada um As accedilotildees educativas em sauacutede incluiacuteram a

aplicaccedilatildeo de jogo didaacutetico palestras microscoacutepio para visualizaccedilatildeo de estruturas dos parasitos

e mostra de exemplares macroscoacutepicos dos parasitos sendo avaliadas mediante a aplicaccedilatildeo de

questionaacuterios O jogo didaacutetico ldquotabuleiro da sauacutederdquo abordou as principais parasitoses de

importacircncia meacutedica aleacutem de temas relativos agrave higiene pessoal Os resultados dos questionaacuterios

aplicados apoacutes a realizaccedilatildeo das accedilotildees educativas apontaram uma notaacutevel melhora quanto agrave

assimilaccedilatildeo de conhecimentos por parte dos estudantes

O presente estudo foi desenvolvido no Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz que

compreende a Regiatildeo da Grande Florianoacutepolis situado ao lado da BR 282 e integra a Bacia do

16

Rio Cubatatildeo Sul O municiacutepio eacute caracterizado por pequenas propriedades rurais com lavouras

temporaacuterias e permanentes (IBGE 2014) Segundo o censo do IBG a populaccedilatildeo de 2014 era

de 21572 habitantes

Na aacuterea rural em relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua nas residecircncias 6625 eacute abastecido

pela rede puacuteblica 3338 de poccedilo ou nascente e 03 de outros Jaacute na aacuterea urbana 8264

tem abastecimento de aacutegua pela rede puacuteblica 1717 de poccedilo ou nascente e 09 de outros

Quanto ao destino de esgoto na aacuterea rural 188 das residecircncias tem sistema de esgoto 9109

possuem fossa seacuteptica e 703 o esgoto eacute a ceacuteu aberto Na aacuterea urbana 722 das residecircncias

tem sistema de esgoto 8595 possuem fossa seacuteptica e 683 o esgoto eacute a ceacuteu aberto

O presente trabalho permitiu avaliar a presenccedila de enteroparasitoses que afetam os

escolares e o desenvolvimento de accedilotildees educativas que visam agrave promoccedilatildeo da sauacutede

contribuindo para a melhora da qualidade de vida

17

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

O presente estudo visou determinar a prevalecircncia de parasitoses intestinais em alunos

de seis Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz e promover a

ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre sauacutede e parasitoses

22 Objetivos Especiacuteficos

- Verificar a ocorrecircncia de parasitas intestinais em crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0

a 17 anos do municiacutepio de Santo Amaro da ImperatrizSC

- Relacionar os resultados do levantamento parasitoloacutegico com as condiccedilotildees de saneamento

local

- Analisar as noccedilotildees de higiene e quais as nomenclaturas populares sobre as parasitoses

intestinais conhecidas na comunidade

- Proporcionar educaccedilatildeo em sauacutede e medidas preventivas no combate as doenccedilas parasitaacuterias

humanas promovendo um processo de aprendizado

- Incentivar a mudanccedila de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva para a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

18

3 METODOLOGIA

31 Locais e sujeitos do estudo

O presente estudo teve iniacutecio em agosto de 2014 e finalizou-se em setembro de 2015

Esse estudo envolveu 357 crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0 a 17 anos de idade

matriculados nas seguintes Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da

ImperatrizSC Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff Escola Municipal Braccedilo Satildeo

Joatildeo Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio e Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

O trabalho foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105) (Anexo A)

As accedilotildees educativas foram realizadas em 2014 com escolares na faixa etaacuteria de 6 a 17

anos de idade e teve a participaccedilatildeo dos professores das referidas escolas

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos

Foi realizado uma reuniatildeo com professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos e os

seguintes temas foram abordados os objetivos e metodologia da pesquisa a importacircncia e

benefiacutecios de se fazer o exame de fezes as orientaccedilotildees sobre a coleta das fezes apresentaccedilatildeo

do ldquoTermo de Consentimento Livre e Esclarecidordquo (Anexo B) e ldquoTermo de Assentimentordquo

(Anexo C) Os pais ou responsaacuteveis foram informados sobre o encaminhamento dos resultados

(positivos ou negativos) dos exames parasitoloacutegicos e aconselhados a levar as crianccedilas ao

Centro de Sauacutede do Municiacutepio no contato preacutevio com a Secretaacuteria de Sauacutede para atendimento

com o meacutedico e adequado tratamento da parasitose O projeto teve o apoio dos professores das

escolas para a divulgaccedilatildeo do trabalho aos pais ou responsaacuteveis pelos alunos

321 Colheita das amostras fecais

Para a coleta das fezes foram entregues para os pais ou responsaacuteveis nas escolas as

orientaccedilotildees impressas para a coleta de fezes (abaixo descrito) e os frascos coletores contendo

soluccedilatildeo conservante SAF (acetato de soacutedio aacutecido aceacutetico e formol) Os frascos estavam

devidamente etiquetados com o nome sexo e idade da crianccedila Apoacutes a coleta que foi realizado

em casa o frasco contendo as fezes foi entregue na escola juntamente com o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento assinados pelos pais eou

responsaacuteveis Um prazo para a entrega e recolhimento das amostras era combinado com a

direccedilatildeo da escola

19

Foi coletada uma amostra fecal de cada crianccedila participante do estudo As amostras

preservadas em soluccedilatildeo conservadora SAF foram encaminhadas ao Laboratoacuterio Didaacutetico de

Parasitologia Clinica do Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas do Centro de Ciecircncias da

SauacutedeUFSC e para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do Hospital Universitaacuterio Polydoro

Ernani de Satildeo Thiago (HUUFSC) onde foram processadas e analisadas

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais

- Natildeo jogar o liacutequido conservante fora natildeo beber e natildeo deixar ao alcance de crianccedilas

pois o liacutequido conservante eacute toacutexico

- A crianccedila natildeo deve estar utilizando remeacutedio para vermes no periacuteodo que vai colher as

fezes Se estiver tomando remeacutedio tem que esperar de 7 a 10 dias para depois colher as fezes

para fazer o exame

- Antes da evacuaccedilatildeo a crianccedila deve urinar ou no vaso sanitaacuterio ou na privada Isso eacute

para natildeo contaminar as fezes com urina e aacutegua

- Apoacutes a crianccedila deve evacuar diretamente em penico limpo e seco ou sobre uma folha

de papel ou jornal limpo Quando as fezes forem diarreicas ou moles as mesmas devem ser

evacuadas em penico ou em um recipiente bem limpo e seco

- Com o auxiacutelio de espaacutetula de madeira ou uma colher de plaacutestico colher uma porccedilatildeo

de fezes do tamanho de uma noz e colocar imediatamente no frasco contendo o liacutequido

conservante A porccedilatildeo de fezes deveraacute ficar totalmente coberta pelo liacutequido conservante Natildeo

se deve encher o frasco com fezes

- Em caso de crianccedilas menores de 2 anos e que usam fraldas colher as fezes da fralda

com uma espaacutetula logo apoacutes a evacuaccedilatildeo

- Apoacutes colocar as fezes no frasco o mesmo deve ser bem fechado

- Escrever no roacutetulo do frasco o nome completo o sexo e a idade da crianccedila e data da

colheita das fezes

- Conservar os frascos em temperatura ambiente ateacute a entrega Natildeo precisa ser

refrigerado

IMPORTANTE

- Natildeo colher as fezes contidas no vaso sanitaacuterio

- Natildeo devem ser usadas as fezes evacuadas no solo

- As fezes natildeo devem estar misturadas com urina aacutegua e terra

20

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) Este meacutetodo tem como

fundamento a sedimentaccedilatildeo espontacircnea em aacutegua de ovos e larvas de helmintos cistos e oocistos

de protozoaacuterio e a vantagem na recuperaccedilatildeo de ovos considerados pesados O uso de grande

quantidade de material fecal nesse processo favorece um diagnoacutestico satisfatoacuterio e seguro

Em um frasco contendo 10 mL de aacutegua corrente adicionou-se cerca de 4g de fezes

retiradas de vaacuterios pontos da amostra fecal Homogeneizou-se as fezes com bastatildeo de vidro e

acrescentou-se mais 60 mL de aacutegua corrente ao frasco Em alguns casos misturou-se o material

fecal fixado pela soluccedilatildeo conservante Em seguida a suspensatildeo foi filtrada atraveacutes de filtro

descartaacutevel (Parasitofiltro) para um caacutelice cocircnico de sedimentaccedilatildeo com capacidade de 200ml

Adicionou-se aacutegua corrente ateacute completar aproximadamente frac34 do volume do caacutelice A

suspensatildeo foi deixada em repouso durante duas horas Apoacutes esse periacuteodo com pipeta de

Pasteur retirou-se uma pequena porccedilatildeo do sedimento formado no fundo do caacutelice depositando-

o sobre uma lacircmina onde adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol e cobriu-se com

lamiacutenula A preparaccedilatildeo foi examinada ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

332 Meacutetodo de Faust e cols

A teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) foi utilizada com algumas modificaccedilotildees Este

meacutetodo fundamenta-se na centriacutefugo-flutuaccedilatildeo de ovos larvas cistos e oocistos separando-os

do excesso de detritos fecais mediante o uso de soluccedilatildeo de densidade elevada Tem a vantagem

de concentrar os cistos de protozoaacuterios

Inicialmente foi colocado cerca de 12 mL do filtrado do meacutetodo de Hoffman Pons e

Janer em um tubo de centriacutefuga com capacidade de 15ml Centrifuga-se por 1 a 2 minutos a

650 x g Decantou-se o sobrenadante e o sedimento foi ressuspendido em aacutegua corrente

completando o volume de 12 ml com aacutegua e novamente centrifugou-se por 1 a 2 minutos a 650

x g Repete-se a lavagem do sedimento ateacute que o sobrenadante se apresentasse relativamente

claro Apoacutes a uacuteltima lavagem decantou-se o sobrenadante ressuspendeu-se o sedimento e

adicionou-se a soluccedilatildeo de sulfato de zinco (densidade 118gml) ateacute 05cm da borda do tubo de

centriacutefuga Centrifugou-se por 1 minuto a 650 x g Com uma alccedila de arame (diacircmetro de 5 a

7mm) retirou-se a peliacutecula sobrenadante transferindo 3 a 4 alccediladas do material para uma

lacircmina de microscopia Adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol cobrindo o

preparado com lamiacutenula e observou-se ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

21

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes que se

apresentaram pastosas e diarreicas Essa coloraccedilatildeo permanente permite um minucioso estudo

da morfologia dos trofozoiacutetos corados ocasionalmente dos cistos e para a confirmaccedilatildeo das

espeacutecies

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro

e em seguida filtrou-se a suspensatildeo atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de centriacutefuga com

capacidade de 15 ml Centrifugou-se a 650 x g por 1 a 2 minutos decantou-se o liacutequido

sobrenadante e preparar o esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado Depois de seco

colocou-se o esfregaccedilo diretamente no aacutelcool etiacutelico a 70 durante 5 minutos em cubas

adequadas para a coloraccedilatildeo Apoacutes isso procedeu-se com a continuaccedilatildeo da coloraccedilatildeo do

esfregaccedilo nas seguintes etapas

1 Aacutelcool etiacutelico a 70 5 minutos

2 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

3 Corante tricrocircmico 10 minutos

4 Soluccedilatildeo de aacutelcool etiacutelico a 90 acidificado com soluccedilatildeo de 1 de aacutecido aceacutetico 3 segundos

5 Aacutelcool etiacutelico absoluto para lavar

6 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

7 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

8 Xilol 10 minutos

Deixou-se o esfregaccedilo secar e a leitura foi feita com objetiva de 100x e com o auxiacutelio da ocular

micromeacutetrica para a morfometria das estruturas parasitaacuterias

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun

Utilizou-se a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes diarreicas

Esta coloraccedilatildeo permite diagnosticar os cocciacutedios intestinais

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro e em

seguida cerca de 3 ml da suspensatildeo foram filtrados atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de

centriacutefuga com capacidade de 15 ml Adicionou-se cerca de 3 ml de eacuteter e agitou-se

vigorosamente por 30 segundos Centrifugou-se a 500 x g por 10 minutos e o liacutequido

sobrenadante foi decantado Preparou-se um esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado

Deixou-se secar a temperatura ambiente e fixou-se o esfregaccedilo com aacutelcool metiacutelico por 30

22

segundos Corou-se com o corante de Kinyoun por 5 minutos Lavou-se com aacutegua destilada A

soluccedilatildeo aacutelcool-aacutecido sulfuacuterico foi usada por 2 minutos para diferenciar Lavou-se com aacutegua

destilada Corou-se o fundo da preparaccedilatildeo com soluccedilatildeo alcooacutelica de azul de metileno a 03

por um minuto Lavou-se com aacutegua e deixou-se secar A leitura foi realizada com objetiva de

100x e com auxiacutelio da ocular micromeacutetrica para a morfometria dos oocistos

34 Anaacutelise dos resultados

A anaacutelise dos resultados dos exames parasitoloacutegicos de fezes foi realizada atraveacutes de

estudos observacionais e os dados obtidos foram analisados pelo programa estatiacutestico MedCalc

e o teste aplicado foi o Qui Quadrado para comparaccedilatildeo de meacutedias ao niacutevel de 01 de

probabilidade

35 Accedilotildees educativas

A realizaccedilatildeo das atividades educativas teve a participaccedilatildeo de alunas bolsistas e

professoras do projeto de extensatildeoPROEXUFSC Foram elaborados e utilizados recursos

pedagoacutegicos baseando-se nas diferenccedilas cognitivas presentes entre alunos das diversas seacuteries

escolares Durante as accedilotildees educativas foi possiacutevel descobrir qual era o conhecimento que os

escolares possuiacuteam sobre verminoses e quais as nomenclaturas populares conhecidas na

comunidade Por meio de perguntas e diaacutelogo e tambeacutem na anaacutelise observacional do

comportamento na escola pode se analisar as noccedilotildees de higiene das crianccedilas As perguntas

foram Jaacute ouviram falar de vermes O que satildeo O que fazer para natildeo pegar vermes

Para as crianccedilas de 5 a 9 anos foi apresentado um teatro de fantoches encenando a peccedila

infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo (Anexo B) uma adaptaccedilatildeo da obra original escrita por Cardoso em

1998 Com uma linguagem simples e divertida a accedilatildeo luacutedica abordava as parasitoses e

prevenccedilatildeo

Para os alunos de 10 a 17 anos de idade as accedilotildees educativas foram oficinas com uso de

data show e tinha como objetivo apresentar a parasitologia para alunos maiores envolvendo

conceitos mais especiacuteficos de helmintos e protozoaacuterios A palestra consistiu em uma

apresentaccedilatildeo de slides contendo imagens e baseado nelas uma linha de raciociacutenio era

desenvolvida para fluir na forma de diaacutelogo onde os alunos eram questionados sobre as

mesmas

Apoacutes o teatro de fantoches e da palestra interativa foram mostrados exemplares de

vermes adultos de A lumbricoides (cerca de 30 cm) Taenia spp (cerca de 8 m) e de E

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

4

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 5

2 OBJETIVOS 17

21 Objetivo Geral 17

22 Objetivos Especiacuteficos 17

3 METODOLOGIA 18

31 Locais e sujeitos do estudo 18

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos 18

321 Colheita das amostras fecais 18

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais 19

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes 20

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer 20

332 Meacutetodo de Faust e cols 20

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico 21

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun 21

34 Anaacutelise dos resultados 22

35 Accedilotildees educativas 22

4 RESULTADOS 24

41 Exames parasitoloacutegicos 24

42 Accedilotildees educativas 30

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de

Santo Amaro da Imperatriz 31

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos 33

5 DISCUSSAtildeO 35

6 CONCLUSOtildeES 44

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 45

8 ANEXOS 52

5

1 INTRODUCcedilAtildeO

Segundo Neves (2011) o parasitismo consiste em uma associaccedilatildeo entre os seres vivos

onde haacute uma unilateralidade de benefiacutecios O parasita como agente agressor se beneficia

utilizando o hospedeiro como abrigo e fonte alimentar podendo causar prejuiacutezos

Historicamente esse tipo de associaccedilatildeo ocorre a milhares de anos Alguns estudos da

aacuterea de paleoparasitologia com material encontrado em siacutetios arqueoloacutegicos tecircm evidenciado a

existecircncia de enteroparasitas em vaacuterios continentes Estudos realizados com fezes ressecadas

ou mineralizados e outros materiais orgacircnicos nas Ameacutericas identificaram a presenccedila de

Ancilostomiacutedeos Ascaris lumbricoides Hymenolepis nana Trichuris trichiura Enterobius

vermicularis Entamoeba spp Giardia lamblia (DAMAZIO 2013)

Ainda hoje as parasitoses intestinais representam um seacuterio problema de sauacutede puacuteblica

no Brasil e em outros paiacuteses em desenvolvimento Nessas regiotildees o parasitismo pode ocorrer

com grande intensidade e diversidade pois o clima quente e uacutemido das regiotildees tropicais e

subtropicais favorece o ciclo de vida parasitaria e aleacutem disso a disseminaccedilatildeo dos parasitos eacute

facilitada devido agrave ausecircncia ou precariedade de saneamento baacutesico baixo niacutevel soacutecio

econocircmico alguns haacutebitos culturais carecircncia de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva (BIASI

et al 2010 LEITE LAUGART et al 2012 TOMA ADAMIL 2014)

Indiviacuteduos de todas as faixas etaacuterias estatildeo sujeitos a infecccedilotildees parasitarias poreacutem as

crianccedilas em idade escolar estatildeo entre os mais acometidos Elas estatildeo expostas constantemente

a condiccedilotildees de infecccedilatildeo e reinfecccedilatildeo por terem um contato maior com o ambiente natildeo

possuiacuterem haacutebitos de higiene pessoais bem consolidados e por sustentarem haacutebitos alimentares

que as torna mais propicias a contaminaccedilatildeo (BELLOTO et al 2011 SANTOS et al 2014)

No Brasil as enteroparasitoses estatildeo distribuiacutedas de forma ampla em diversas regiotildees

do paiacutes Elas podem ser encontradas tanto nas zonas rurais quanto em zonas urbanas atingindo

indiviacuteduos de todas as idades mas com o predomiacutenio em crianccedilas em idade escolar (SILVA et

al 2011 BELO et al2012)

As parasitoses intestinais satildeo doenccedilas endecircmicas de populaccedilotildees de baixa renda e satildeo

consideradas doenccedilas negligenciadas por apresentam investimentos reduzidos no seu controle

e na pesquisa e produccedilatildeo de medicamentos Sendo assim a elevada prevalecircncia das parasitoses

intestinais nos paiacuteses em desenvolvimento eacute considerada responsaacutevel por causar altos iacutendices

de morbidade da populaccedilatildeo infantil devido aos efeitos debilitantes que podem ocasionar sobre

6

o estado nutricional e no desenvolvimento fiacutesico e cognitivo (UCHOA 2009 MACCHIONI

et al 2015)

A desnutriccedilatildeo nas fases iniciais da vida eacute capaz de promover a reduccedilatildeo da capacidade

de realizar atividades fiacutesicas aumenta a vulnerabilidade agraves infecccedilotildees diminui a capacidade

cognitiva e leva agrave maacute-absorccedilatildeo intestinal de nutrientes (BISCEGLI et al 2009)

Para entender o desenvolvimento das enteroparasitoses fatores relacionados aos

parasitos e ao hospedeiro devem ser levados em conta como por exemplo o nuacutemero de

exemplares de parasitos e sua virulecircncia a idade do hospedeiro a imunidade os haacutebitos

alimentares e o uso de medicamentos Esses fatores podem determinar o iniacutecio ou natildeo de uma

infecccedilatildeo parasitaacuteria (REY 2010) As parasitoses intestinais podem ser causadas por

protozoaacuterios eou helmintos e sua transmissatildeo ocorre principalmente por via fecal-oral

podendo ocorrer tambeacutem por via cutacircnea no caso de algumas espeacutecies de helmintos Os

veiacuteculos de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria satildeo variados podendo ocorrer atraveacutes da aacutegua do solo de

alimentos matildeos e material subungueal vetores como artroacutepodes e moluscos e por objetos

contaminados (NEVES et al 2011)

As protozooses intestinais mais frequentes mundo satildeo a giardiacutease a amebiacutease e a

criptosporidiacutease (CDC [a] 2015) Essas doenccedilas podem causar diarreia intensa maacute absorccedilatildeo de

nutrientes dores abdominais naacuteuseas e vocircmitos que implicam em graves consequecircncias

principalmente durante a infacircncia (CDC [a] 2015) Esses protozoaacuterios contaminam a aacutegua e os

alimentos ressaltando-se que todos os cistos de protozoaacuterios e oocistos de Cryptosporidium

spp satildeo infectantes quando eliminados nas fezes (NEVES et al 2011)

A giardiacutease eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado denominado G lamblia que possui

duas formas evolutivas o trofozoiacuteto e o cisto O trofozoiacuteto localiza-se geralmente no duodeno

onde se fixa na mucosa e se multiplica Esta forma eacute responsaacutevel por espoliar o hospedeiro A

via normal de infecccedilatildeo no homem eacute a ingestatildeo de cistos maduros Os seres humanos atuam

como reservatoacuterio da doenccedila sendo que os animais selvagens e domeacutesticos podem atuar da

mesma forma (NEVES et al 2011 SANTANA et al 2014)

A giardiacutease eacute responsaacutevel por aproximadamente 280 milhotildees de casos de infecccedilotildees por

ano em acircmbito mundial (BERNE et al 2014) Estima-se uma prevalecircncia de 2 a 7 nos

paiacuteses desenvolvidos e de 20 a 30 nos paiacuteses em desenvolvimento (KAMEL et al 2013)

Esta parasitose foi incluiacuteda na Iniciativa para as Doenccedilas Negligenciadas da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede em 2004 devido ao seu potencial altamente debilitante (BERNE et al

2014) Na Ameacuterica Latina a giardiacutease eacute uma das trecircs principais causas de morbidade em

crianccedilas de 0 a 5 anos de idade pois seu quadro cliacutenico varia desde infecccedilotildees assintomaacuteticas

7

ateacute episoacutedios de diarreia persistente e intensa com siacutendrome de maacute absorccedilatildeo intestinal de

nutrientes e de gorduras que pode acarretar em desnutriccedilatildeo desidrataccedilatildeo e comprometimento

no desenvolvimento e crescimento da populaccedilatildeo infantil (BERNE et al 2014)

A amebiacutease eacute causada pela ameba patogecircnica conhecida como Entamoeba histolytica

Esse protozoaacuterio ocupa o terceiro lugar dentre as doenccedilas parasitarias responsaacutevel pelos

maiores iacutendices de mortalidade no mundo ficando atraacutes apenas da malaacuteria e da esquistossomose

(OUATTARA et al 2010) Estima-se que por ano cerca de 40 a 50 milhotildees de pessoas no

mundo satildeo acometidas pela amebiacutease e aproximadamente 40 mil evoluem a oacutebito (NAGATA

et al 2012)

No Brasil haacute uma ampla distribuiccedilatildeo da amebiacutease Alguns trabalhos mostram que a E

histolytica costuma ser mais comum nas regiotildees norte e nordeste do paiacutes com prevalecircncias que

variam entre 68 a 2935 (SANTOS et al 2013)

Haacute duas espeacutecies distintas poreacutem morfologicamente idecircnticas capazes de contaminar

o ser humano a espeacutecie patogecircnica e invasiva a E histolytica e outra de baixa virulecircncia e natildeo

invasiva a Entamoeba dispar Esse fato deu origem ao complexo E histolytica E dispar

(NEVES et al 2011)

Indiviacuteduos com amebiacutease podem apresentar quadros assintomaacuteticos ou com

sintomaacuteticos Nas formas sintomaacuteticas o indiviacuteduo infectado apresenta coacutelicas abdominais com

diarreia aquosa que podem ser sanguinolentas acompanhadas de perda de peso A E histolytica

possui um caraacuteter invasivo podendo levar ao desenvolvimento de ulceraccedilotildees intestinais

Atraveacutes destas ulceraccedilotildees os trofozoiacutetos podem invadir outros tecidos do corpo O fiacutegado

costuma ser o mais frequente dando origem aos abcessos hepaacuteticos A forma hepaacutetica costuma

causar um nuacutemero maior de mortes em relaccedilatildeo as outras Geralmente apoacutes a ruptura do abcesso

hepaacutetico outros tecidos costumam ser invadidos como eacute o caso do trato respiratoacuterio enceacutefalo

sistema geniturinaacuterio regiatildeo perianal pele e ateacute ossos sendo os trecircs uacuteltimos raramente

observados (CORDEIRO MACEDO 2007)

Nos uacuteltimos anos tem sido demonstrada a importacircncia da investigaccedilatildeo de cocciacutedios

oportunistas como Cryptosporidium spp Cystoisospora belli e Cyclospora cayetanensis A

aacutegua eacute o principal veiacuteculo de disseminaccedilatildeo seja ela teoricamente potaacutevel ou de recreaccedilatildeo

podendo tambeacutem ocorrer a transmissatildeo por alimentos contaminados (CARVALHO 2009

MARIANO 2014) Esses protozoaacuterios infectam pacientes imunodeprimidos e indiviacuteduos

imunocompetentes A doenccedila pode ser assintomaacutetica ou sintomaacutetica As manifestaccedilotildees cliacutenicas

na criptosporidiacutease na ciclosporiacutease e na cistoisosporiacutease satildeo semelhantes e caracterizada por

surtos de diarreia aquosa intermitente acompanhada de dor abdominal naacuteuseas vocircmitos e

8

consequente perda de peso A maioria dos indiviacuteduos sem patologias que afetem o sistema

imunoloacutegico poderatildeo se recuperar desta parasitose sendo a doenccedila autolimitada em 10 a 14

dias (PAINTER et al 2015 CDC [b] [c] [d] 2015)

A criptosporidiacutease eacute considerada uma doenccedila emergente e estima-se que por ano ocorram

748000 casos de infecccedilatildeo por Cryptosporidium spp e que apenas 2 desses casos sejam

reportados (PAINTER et al 2015) Satildeo vaacuterias as espeacutecies que parasitam o homem sendo

algumas com potencial zoonoacutetico O Cryptosporidium spp tem sido encontrado em crianccedilas

com idade entre 1 e 5 anos e com diarreia (MARIANO 2014)

O B hominis eacute o parasita mais frequentemente encontrado em levantamentos

epidemioloacutegicos muitas vezes sendo o mais prevalente nos paiacuteses em desenvolvimento

atingindo uma prevalecircncia de 30 a 50 (BEYHAN et al 2015)

A patogenicidade do B hominis em humanos ainda natildeo foi completamente definida e

envolve vaacuterias controveacutersias Enquanto os indiviacuteduos acometidos por este parasito podem ser

assintomaacuteticos ou sintomaacuteticos Em casos sintomaacuteticos o quadro clinico eacute composto por dores

abdominais prurido anal flatulecircncia meteorismo naacuteusea vocircmito e diarreia Natildeo eacute evidenciada

a presenccedila de leucoacutecitos nas fezes Pode haver a remissatildeo dos sintomas sem que tenha ocorrido

tratamento especiacutefico (MACEDO et al 2010 COYLE et al 2012)

Aleacutem dos protozoaacuterios intestinais patogecircnicos o exame parasitoloacutegico de fezes pode

detectar protozoaacuterios comensais natildeo patogecircnicos como Entamoeba coli Endolimax nana e

Iodamoeba butschlii A presenccedila deles reflete o contato do indiviacuteduo com material fecal em

aacutegua eou alimentos ingeridos pelo homem e indica tambeacutem haacutebitos de higiene precaacuterios Satildeo

encontrados em praticamente todos os paiacuteses do mundo mais frequentemente em regiotildees

tropicais e subtropicais (BELLOTO et al 2011 NEVES 2011)

As helmintoses podem ser assintomaacuteticas em caso de infecccedilotildees leves e sintomaacuteticas

As infecccedilotildees sintomaacuteticas satildeo caracterizadas por desencadear uma seacuterie de alteraccedilotildees orgacircnicas

pois a localizaccedilatildeo no intestino eacute favoraacutevel a nutriccedilatildeo do helminto devido ao faacutecil acesso aos

nutrientes dissolvidos Os helmintos competem com o hospedeiro pelos micronutrientes

presentes na dieta e aleacutem disso modificam o epiteacutelio intestinal diminuindo a accedilatildeo de enzimas

e a absorccedilatildeo de nutrientes Isto afeta o estado nutricional do indiviacuteduo e como consequecircncia

pode ocasionar dores abdominais fraqueza e mal estar diarreia obstruccedilatildeo intestinal prolapso

retal sangramento desnutriccedilatildeo anemia baixo rendimento escolar e atraso no desenvolvimento

corporal das crianccedilas infectadas (SEIXAS et al 2011)

Os ovos e as larvas de helmintos eliminados recentemente nas fezes natildeo satildeo diretamente

infectantes ao homem pois precisam de um periacuteodo de amadurecimento no solo exceto o E

9

vermicularis e o H nana que satildeo diretamente transmissiacuteveis ao homem pois natildeo necessitarem

de um hospedeiro intermediaacuterio ou de um periacuteodo de amadurecimento no solo (NEVES et al

2011)

De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2015) mais de 15 bilhatildeo de pessoas

ou 24 da populaccedilatildeo mundial estatildeo infectadas por helmintos onde o A lumbricoides T

trichiura e ancilostomiacutedeos (Necator americanus e Ancylostoma duodenale) satildeo os mais

prevalentes Mais de 270 milhotildees de crianccedilas preacute-escolares e mais de 600 milhotildees de crianccedilas

em idade escolar vivem em aacutereas onde estes parasitas satildeo intensamente transmitidos

destacando a importacircncia da implementaccedilatildeo de medidas preventivas e poliacuteticas sanitaacuterias

No Brasil os helmintos mais comuns satildeo A lumbricoides e T trichiura sendo o

primeiro o mais frequente (ARAUJO FILHO et al 2011 SEIXAS et al 2011) A distribuiccedilatildeo

eacute ampla e varia de acordo com as regiotildees do paiacutes podendo ocorrer tanto em zonas urbanizadas

como rurais predominando nas aacutereas mais carentes cujo solo eacute contaminado e onde natildeo haacute

disponibilidade de aacutegua tratada e saneamento baacutesico (ANDRADE et al 2010)

A ascaridiacutease eacute a doenccedila causada pelo A lumbricoides conhecido popularmente como

lombriga Estima-se que cerca de 807000 a 1221 milhotildees de pessoas no mundo estatildeo

infectados por este nematelminto que eacute responsaacutevel por altos iacutendices de morbidade e

mortalidade nos paiacuteses em desenvolvimento (CDC [e] 2015) O A lumbricoides eacute um geo-

helminto pois possui fases de seu desenvolvimento no solo A casca espessa de seus ovos os

torna impermeaacuteveis e favorece sua viabilidade no ambiente ainda que estejam em areia seca

por exemplo (CHEN MUCCI 2012) A transmissatildeo ocorre pela ingestatildeo dos ovos larvados

que podem ser encontrados contaminando alimentos e aacutegua pela geofagia pelo ato de levar as

matildeos sujas a boca e por objetos contaminados (OMS 2015 NEVES 2011)

As infestaccedilotildees por A lumbricoides podem ser de baixa intensidade (3 a 4 vermes) meacutedia

intensidade (30 a 40 vermes) ou maciccedilas (100 ou mais vermes) No primeiro caso natildeo ocorrem

sintomas Jaacute nos dois uacuteltimos casos os vermes adultos podem causar accedilatildeo espoliadora toacutexica

ou mecacircnica Isso pode resultar num grande consumo de nutrientes e resultar em desnutriccedilatildeo

principalmente em crianccedilas Aleacutem disso reaccedilatildeo aleacutergica aos antiacutegenos do parasito pode causar

edema ou urticaacuteria lesotildees pulmonares devido ao ciclo bioloacutegico do parasito podendo resultar

na Siacutendrome de Loeffler (resultante de um edema pulmonar com infiltrado eosinofiacutelico e

manifestaccedilotildees aleacutergicas com sintomatologia semelhante a pneumonia) A complicaccedilatildeo mais

comum eacute o quadro de obstruccedilatildeo intestinal que pode levar crianccedilas a oacutebito nestes casos eacute

indicado tratamento ciruacutergico (ANDRADE et al 2010)

10

O T trichiura eacute o agente causador da tricuriacutease Estima-se que aproximadamente 1 bilhatildeo

de pessoas estejam infectadas com esse helminto A transmissatildeo ocorre pela ingestatildeo de ovos

larvados em alimentos contaminados e pela geofagia Aleacutem disso sua disseminaccedilatildeo pode ser

facilitada pelo vento pela aacutegua ou por vetores (nas patas das moscas domeacutesticas por exemplo)

(NEVES et al 2011 CDC 2015) As infecccedilotildees costumam ser assintomaacuteticas Os casos graves

costumam ocorrer em indiviacuteduos desnutridos nesses casos haacute o comprometimento do intestino

grosso do ceco ao reto podendo levar ao prolapso retal (MENEZES 2013)

Como a maioria das doenccedilas parasitaacuterias natildeo pode ser diagnosticada apenas pela cliacutenica

exibida pelo paciente o exame parasitoloacutegico de fezes torna-se necessaacuterio para a confirmaccedilatildeo

ou natildeo da presenccedila de parasitos O exame parasitoloacutegico compreende duas principais etapas o

exame macroscoacutepico onde se procura por formas macroscoacutepicas dos helmintos que possam ter

sido eliminadas pelo hospedeiro e o exame microscoacutepico realizado a partir do processamento

das amostras fecais por meio de diferentes meacutetodos que visam concentrar as formas parasitarias

a fim de evidencia-las e identifica-las Os meacutetodos utilizados satildeo meacutetodo de sedimentaccedilatildeo

espontacircnea de Hoffman Pons e Janner ou Lutz baseado na sedimentaccedilatildeo espontacircnea das formas

parasitarias em aacutegua meacutetodo de Ritchie baseado na centrifugo-sedimentaccedilatildeo utilizando

formalina a 10 e eacuteter meacutetodo de Faust e cols baseado na centrifugo-flutuaccedilatildeo utilizando uma

soluccedilatildeo de sulfato de zinco com densidade 118gml meacutetodo de Baermann-Moraes ou de

Rugai Mattos e Brisola baseado no termohidrotropismo das larvas e o meacutetodo direto indicado

para pesquisa de trofozoiacutetos em fezes frescas e emitidas em no maacuteximo 30 minutos Satildeo

recomendadas coloraccedilotildees como a soluccedilatildeo de Lugol e as coloraccedilotildees permanentes como a

hematoxilina feacuterrica ou o tricrocircmico As coloraccedilotildees permanentes permitem a melhor

visualizaccedilatildeo dos protozoaacuterios e facilitam a identificaccedilatildeo dos trofozoiacutetos encontrados em fezes

diarreicas e pastosas A coloraccedilatildeo pelo Kinyoun derivada da fucsina fenicada eacute utilizada para

o diagnoacutestico de oocistos de cocciacutedios intestinais (DE CARLI 2011)

Atualmente jaacute existem meacutetodos imunoenzimaacuteticos e imunocromatograacuteficos para

detecccedilatildeo de antiacutegenos parasitaacuterios nas fezes Aleacutem disso a biologia molecular tambeacutem pode

ser utilizada como ferramenta para a diferenciaccedilatildeo e determinaccedilatildeo das espeacutecies de

enteroparasitas Comparados com os meacutetodos tradicionais esses satildeo meacutetodos possuem um

custo mais alto poreacutem satildeo muito mais sensiacuteveis e especiacuteficos (DE CARLI 2011)

Inuacutemeros autores ao redor do mundo principalmente em paiacuteses em desenvolvimento

como no continente africano e na Ameacuterica latina tecircm realizado pesquisas e constatado a

prevalecircncia das parasitoses Na proviacutencia de Santiago em Cuba Saacutenchez et al (2012)

analisaram 1253 amostras fecais de crianccedilas e constataram uma prevalecircncia de 378 de

11

enteroparasitas Observou-se G lamblia (156) B hominis (23) E histolytica E dispar

(48) T trichiura (48) Alumbricoides (48) E vermiculares (25) ancilostomideos

(29) Fasciola hepatica (01)

Na Venezuela Laugart et al (2012) analisaram 262 amostras fecais de crianccedilas com

idades entre 1 a 14 anos e revelaram uma prevalecircncia de 897 de enteroparasitoses Foram

encontrados E nana (389) B hominis (366) G lamblia (321) E coli (321) E

histolyticaE dispar (61) Chilomastix mesnili (23) I butschlii (23) ancilostomideos

(23) e A lumbricoides (19)

Um estudo envolvendo 50 crianccedilas com idades entre 7 e 12 anos realizado por Carrero

(2013) na Colocircmbia revelou uma prevalecircncia de 96 de parasitas intestinais Das amostras

positivas encontrou-se B hominis (88) E coli (56) Giardia intestinalis (34) e E

histolytica E dispar (24) C mesnili (24) I butschilii (2) e E nana (2)

No Egito 300 amostras fecais provenientes de crianccedilas com idades de 1 a 6 anos que

frequentavam o ambulatoacuterio do Assiut University Childrem Hospital foram analisadas Foi

encontrado um percentual de 557 de positividade para parasitos intestinais As espeacutecies de

enteroparasitas detectadas foram G lamblia (157) Cryptosporidium spp (117) B

hominis (93) E coli (33) H nana (23) e I belli (1) (YONES et al 2015)

Em 2015 no Peru um estudo realizado por Cabada et al teve o objetivo de revelar a

prevalecircncia das geohelmintoses anemia e desnutriccedilatildeo em 240 crianccedilas com idades entre 3 a 12

anos em seis comunidades Neste estudo verificou-se que 488 das crianccedilas estavam com

anemia 10 abaixo do peso e 47 das crianccedilas encontravam-se parasitadas Os parasitos

detectados nos exames parasitoloacutegicos foram E coli (23) E nana (19) G intestinalis

(9) E histolyticadispar (3) Entamoeba hartmanni (3) A lumbricoides (2)

Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

No Brasil vaacuterios estudos feitos em diferentes regiotildees do paiacutes demonstram que as

parasitoses se distribuem de forma heterogecircnea pois as condiccedilotildees socioeconocircmicas e de

saneamento baacutesico tendem a variar entre as regiotildees do paiacutes (LEITE TOMA ADAMIL 2014

MACCHIONI et al 2015)

Em 2010 um estudo foi realizado por Santos e Merlini no municiacutepio de Maria

HelenaPR com 413 indiviacuteduos com idade entre 0 a 89 anos Os autores obtiveram uma

prevalecircncia de 16 de positividade Os parasitos mais prevalentes foram Enana (65) G

intestinalis (63) E coli (35) A lumbricoides (14) Strongyloides stercoralis (07)

E vermicularis (07) Ancilostomiacutedeo (02) E hystolitica E diacutespar (02) e Taenia sp

(02)

12

A populaccedilatildeo atendida pelo Laboratoacuterio Central do municiacutepio de ChapadinhaMA foi

alvo do estudo de Silva et al no ano de 2010 Em um total de 3933 amostras analisadas

observou-se uma positividade de 331 E histolytica E dispar E coli G intestinalis e A

lumbricoides foram as espeacutecies mais prevalentes

Lander et al (2010) estudaram a prevalecircncia das parasitoses intestinais em escolares de

creches em Salvador BA com idades entre 3 a 5 anos Das 325 amostras fecais analisadas 95

foram positivas para parasitas intestinais (292) Dos helmintos o T trichiura (12) e A

lumbricoides (105) foram os mais prevalentes Jaacute os protozoaacuterios mais encontrados foram

G duodenalis (129) e E histolytica Edispar (37) Um percentual de 246 das amostras

positivas era de protozoaacuterios comensais

Em duas creches de UberlacircndiaMG um trabalho foi desenvolvido por Gonccedilalves et al

(2011) com 133 crianccedilas de 6 meses a 6 anos de idade Foi encontrada uma prevalecircncia de

293 de enteroparasitos sendo a G lamblia (192) o protozoaacuterio mais frequente seguido

por E histolytica (38) Os helmintos detectados nas creches foram o H nana (23) o E

vermicularis (15) e o ancilostomiacutedeo (08)

Belloto et al (2011) no Municiacutepio de MirassolSP analisaram 310 amostras fecais de

crianccedilas de 2 a 15 anos A prevalecircncia de enteroparasitas foi de 3032 Dentre os protozoaacuterios

detectados a G lamblia foi o mais frequente (1516) seguido da E histolytica E

dispar (064) A lumbricoides (355) S stercoralis (032) e Taenia sp (032) foram

os helmintos mais prevalentes A faixa etaacuteria de 8 a 10 anos apresentou a maior positividade

(4737) seguida de indiviacuteduos da faixa etaacuteria de 2 a 4 anos (3846) 5 a 7 anos (3622) e

11 a 15 anos (300)

Seixas et al (2011) realizaram um estudo com 200 escolares em Salvador e obtiveram

uma prevalecircncia de 94 de positividade para enteroparasitos Detectou-se entre os helmintos

A lumbricoides (25) T trichiura (105) E vermicularis (3) S stercoralis (25)

Ancilostomiacutedeos (15) e S mansoni (1) Dentre os protozoaacuterios os mais frequentes foram

E nana (535) E coli (435) E hystoliticaEdispar (215) G lamblia (12) e

Ibutschlii (3)

Em 2012 no municiacutepio de CoariAM Silva Silva e Freitas analisaram as fezes de 65

crianccedilas na faixa etaacuteria de 1 a 12 anos Os exames demonstraram uma positividade de 831

para parasitos sendo encontrados A lumbricoides (537) T trichiura (166)

ancilostomideos (15) E coli (92) e G lamblia (55)

Belo et al (2012) desenvolveram uma pesquisa no municiacutepio de Satildeo Joatildeo Del ReiMG

em 21 escolas sendo 6 escolas da zona urbana e 15 escolas da zona rural Analisaram um total

13

de 1172 amostras (711 escolares da zona urbana e 461 da zona rural) Nas escolas localizadas

na zona rural obtiveram uma positividade de 364 enquanto que as escolas da zona urbanas

apresentaram uma positividade de 235 Os estudantes da zona rural possuiacuteam maior nuacutemero

de fatores de risco associados a ocorrecircncia de parasitoses intestinais que variava desde a

condiccedilatildeo sanitaacuteria ateacute a condiccedilatildeo socioeconocircmica das famiacutelias desta regiatildeo Do total das

amostras positivas das duas escolas 22 apresentavam-se biparasitados ou poliparasitados Os

protozoaacuterios mais frequentes foram E histolyticaEdispar (143) E coli (95) e G

lamblia (55) Quanto aos helmintos o Ancylostoma spp (21) Ascaris

lumbricoides (19) E vermicularis (15) e T trichiura (11) foram os mais prevalentes

No municiacutepio de GurupiTO os autores realizaram um estudo com crianccedilas de 5 a 12

anos de idade em 6 escolas puacuteblicas da regiatildeo Das 205 amostras fecais analisadas houve uma

positividade de 4243 Foi observado maior prevalecircncia em crianccedilas na faixa etaacuteria de 7 a 9

anos Os protozoaacuterios mais encontrados foram G lamblia (1854) E coli (1610) E

histolytica (780) Jaacute os helmintos mais comuns foram H nana (780) E vermicularis e A

lumbricoides (39) ancilostomiacutedeos (195) (SILVA TEIXEIRA GONTIJO 2012)

No Rio Grande do Sul Berne et al (2012) avaliaram uma populaccedilatildeo de 165 crianccedilas

buscando determinar a prevalecircncia de parasitos intestinais nas mesmas Eles encontraram uma

prevalecircncia de 642 de positividade No estudo os seguintes parasitos foram identificados

G lamblia (303) T trichiura (242) A lumbricoides (224) E coli (152)

Enteromonas hominis (48) E nana (36) Cryptosporidium sp (24) C belli (02) e

E vermicularis (02)

Em um assentamento de trabalhadores rurais sem-terra em Satildeo Paulo uma pesquisa foi

realizada durante dois anos a fim de avaliar a prevalecircncia das parasitoses intestinais No

primeiro ano foram analisadas 29 amostras de crianccedilas com idades entre 4 e 15 anos e a

prevalecircncia encontrada foi de 966 de positividade Das espeacutecies observadas G

intestinalis foi a mais frequente (966) seguido de E coli (276) E nana (138) Entre os

helmintos o mais prevalente foi o ancilostomideo (69) seguido por H nana (34) T

trichiura (34) A lumbricoides (34) e S stercoralis (34) O monoparasitismo aconteceu

em 357 das amostras analisadas enquanto que as infecccedilotildees por mais de uma espeacutecie de

parasita ocorreram em 643 No segundo ano de estudo foram analisadas 14 amostras fecais

e obteve-se uma prevalecircncia de 857 para enteroparasitas Das amostras positivas 75

apresentaram um uacutenico parasita enquanto 25 apresentaram mais de uma espeacutecie de

parasita A G intestinalis estava presente em 643 E nana em 215 e A lumbricoides em

14

71 A positividade natildeo variou muito entre as diferentes faixas etaacuterias nos dois periacuteodos de

estudo LIMA JUNIOR KAISER CATISTI 2013)

No ano de 2014 Santos et al desenvolveram um estudo em uma creche comunitaacuteria de

FlorianoacutepolisSC afim de verificar a prevalecircncia de parasitoses intestinais Foram analisadas

57 amostras fecais e uma prevalecircncia de 614 foi detectada Os principais parasitos

encontrados foram B hominis (404) G lamblia (246) E coli (228) E nana (123)

E histolyticaE dispar (71) E hartmanni (18) E vermicularis (18) e I buumltschli

(18)

Santos Gurgel-Gonccedilalves e Machado publicaram um trabalho no ano de 2014 onde

avaliaram a ocorrecircncia de parasitos intestinais em crianccedilas moradoras das cidades de Riacho

Fundo II e Ceilacircndia localizadas no Distrito Federal 193 crianccedilas com idades entre 4 a 14 anos

participaram do estudo Um total de 637 das crianccedilas estavam contaminadas Em Riacho

Fundo II os parasitos mais prevalentes foram H nana (44) A lumbricoides (30) E coli

27 G intestinalis (15) Ancilostomideos (5) E histolyticadiacutespar (7) T trichiura

(4) E nana (3) e I butschlii (1) Jaacute na Ceilacircndia os parasitos mais frequentes foram E

coli (23) E nana (19) G intestinalis (9) E histolyticadispar (3) E hartmanni (3)

Ascaris lumbricoides (2) Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

Em uma instituiccedilatildeo localizada em NiteroacuteiRJ um estudo foi feito com 43 crianccedilas de 0

a 12 anos de idade e 25 adultos a fim de estabelecer a prevalecircncia das parasitoses intestinais

70 das crianccedilas e 44 dos adultos estavam contaminados por parasitas intestinais e no total

houve uma prevalecircncia de 60 de enteroparasitoses na instituiccedilatildeo estudada Os protozoaacuterios

encontrados foram B hominis (44) E nana (15) G lamblia (12) E histolyticaE

dispar (10) e E coli (7) Os helmintos foram H nana (3) E vermicularis (3) T

trichiura (15) e A lumbricoides (15) A maior prevalecircncia foi em crianccedilas de 6 a 8 (857)

(LEITE TOMA ADAMIL 2014)

Para diminuir a contaminaccedilatildeo eacute necessaacuterio aplicar medidas de controle capazes de

interromper os mecanismos de transmissatildeo Isto reforccedila a importacircncia de fornecer subsidio

imediato para a conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo sobre higiene prevenccedilatildeo das parasitoses e

educaccedilatildeo sanitaacuteria

A educaccedilatildeo em sauacutede visa a promoccedilatildeo da sauacutede e funciona como um processo de

ensinoaprendizagem que busca empoderar os indiviacuteduos de forma que estes possuam

autonomia necessaacuteria para escolher as melhores alternativas afim de transformar sua qualidade

de vida e o meio onde vivem Para que essa pratica seja possiacutevel o educador deve atuar como

15

um facilitador no processo de reflexatildeo sobre a realidade em que essa comunidade estaacute

inserida Essas atividades auxiliam a populaccedilatildeo a evitar doenccedilas de impacto social como as

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 VICENTE et al 2012)

As accedilotildees educativas realizadas em comunidades escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede

prevenccedilatildeo contra as enteroparasitoses e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente possui um

papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores do

conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo das

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009) Aleacutem disso por meio da educaccedilatildeo em sauacutede

constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

Silva Neto et al (2013) realizaram um trabalho na Escola Estadual Francisco Nunes da

cidade de Pau dos Ferros-RN com 42 crianccedilas na faixa etaacuteria de 5 a 11 anos Verificaram que

6428 dos escolares apresentaram algum tipo de enteroparasitos sendo que 2142 dos

escolares estavam poliparasitados A partir de tais indicadores e conhecendo a realidade a ser

trabalhada planejaram estrateacutegias de accedilotildees educativas com objetivo de repassar informaccedilotildees

que ajudassem na mudanccedila de haacutebitos higiecircnicos e consequentemente na diminuiccedilatildeo da

incidecircncia de casos de enteroparasitoses Foram realizadas oficinas peccedilas teatrais dinacircmicas

produccedilatildeo textual curso para boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos e cursos sobre as

parasitoses com os professores As crianccedilas trabalharam na confecccedilatildeo de cartazes com ecircnfase

nas parasitoses Os autores relataram a importacircncia da continuidade das accedilotildees educativas pelos

professores da escola

As accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais foram realizadas

por Da Cruz et al (2014) em 29 estudantes de 12 a 16 anos de idade do ensino fundamental de

uma localidade rural do municiacutepio de UberlacircndiaMG Os autores tambeacutem verificaram a

ocorrecircncia de parasitoses intestinais constatando-se 21 de escolares parasitados e 3 de

poliparasitismo B hominis foi o parasito mais frequente (5715) seguido de E coli e G

lamblia com uma frequecircncia de 1428 cada um As accedilotildees educativas em sauacutede incluiacuteram a

aplicaccedilatildeo de jogo didaacutetico palestras microscoacutepio para visualizaccedilatildeo de estruturas dos parasitos

e mostra de exemplares macroscoacutepicos dos parasitos sendo avaliadas mediante a aplicaccedilatildeo de

questionaacuterios O jogo didaacutetico ldquotabuleiro da sauacutederdquo abordou as principais parasitoses de

importacircncia meacutedica aleacutem de temas relativos agrave higiene pessoal Os resultados dos questionaacuterios

aplicados apoacutes a realizaccedilatildeo das accedilotildees educativas apontaram uma notaacutevel melhora quanto agrave

assimilaccedilatildeo de conhecimentos por parte dos estudantes

O presente estudo foi desenvolvido no Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz que

compreende a Regiatildeo da Grande Florianoacutepolis situado ao lado da BR 282 e integra a Bacia do

16

Rio Cubatatildeo Sul O municiacutepio eacute caracterizado por pequenas propriedades rurais com lavouras

temporaacuterias e permanentes (IBGE 2014) Segundo o censo do IBG a populaccedilatildeo de 2014 era

de 21572 habitantes

Na aacuterea rural em relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua nas residecircncias 6625 eacute abastecido

pela rede puacuteblica 3338 de poccedilo ou nascente e 03 de outros Jaacute na aacuterea urbana 8264

tem abastecimento de aacutegua pela rede puacuteblica 1717 de poccedilo ou nascente e 09 de outros

Quanto ao destino de esgoto na aacuterea rural 188 das residecircncias tem sistema de esgoto 9109

possuem fossa seacuteptica e 703 o esgoto eacute a ceacuteu aberto Na aacuterea urbana 722 das residecircncias

tem sistema de esgoto 8595 possuem fossa seacuteptica e 683 o esgoto eacute a ceacuteu aberto

O presente trabalho permitiu avaliar a presenccedila de enteroparasitoses que afetam os

escolares e o desenvolvimento de accedilotildees educativas que visam agrave promoccedilatildeo da sauacutede

contribuindo para a melhora da qualidade de vida

17

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

O presente estudo visou determinar a prevalecircncia de parasitoses intestinais em alunos

de seis Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz e promover a

ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre sauacutede e parasitoses

22 Objetivos Especiacuteficos

- Verificar a ocorrecircncia de parasitas intestinais em crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0

a 17 anos do municiacutepio de Santo Amaro da ImperatrizSC

- Relacionar os resultados do levantamento parasitoloacutegico com as condiccedilotildees de saneamento

local

- Analisar as noccedilotildees de higiene e quais as nomenclaturas populares sobre as parasitoses

intestinais conhecidas na comunidade

- Proporcionar educaccedilatildeo em sauacutede e medidas preventivas no combate as doenccedilas parasitaacuterias

humanas promovendo um processo de aprendizado

- Incentivar a mudanccedila de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva para a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

18

3 METODOLOGIA

31 Locais e sujeitos do estudo

O presente estudo teve iniacutecio em agosto de 2014 e finalizou-se em setembro de 2015

Esse estudo envolveu 357 crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0 a 17 anos de idade

matriculados nas seguintes Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da

ImperatrizSC Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff Escola Municipal Braccedilo Satildeo

Joatildeo Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio e Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

O trabalho foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105) (Anexo A)

As accedilotildees educativas foram realizadas em 2014 com escolares na faixa etaacuteria de 6 a 17

anos de idade e teve a participaccedilatildeo dos professores das referidas escolas

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos

Foi realizado uma reuniatildeo com professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos e os

seguintes temas foram abordados os objetivos e metodologia da pesquisa a importacircncia e

benefiacutecios de se fazer o exame de fezes as orientaccedilotildees sobre a coleta das fezes apresentaccedilatildeo

do ldquoTermo de Consentimento Livre e Esclarecidordquo (Anexo B) e ldquoTermo de Assentimentordquo

(Anexo C) Os pais ou responsaacuteveis foram informados sobre o encaminhamento dos resultados

(positivos ou negativos) dos exames parasitoloacutegicos e aconselhados a levar as crianccedilas ao

Centro de Sauacutede do Municiacutepio no contato preacutevio com a Secretaacuteria de Sauacutede para atendimento

com o meacutedico e adequado tratamento da parasitose O projeto teve o apoio dos professores das

escolas para a divulgaccedilatildeo do trabalho aos pais ou responsaacuteveis pelos alunos

321 Colheita das amostras fecais

Para a coleta das fezes foram entregues para os pais ou responsaacuteveis nas escolas as

orientaccedilotildees impressas para a coleta de fezes (abaixo descrito) e os frascos coletores contendo

soluccedilatildeo conservante SAF (acetato de soacutedio aacutecido aceacutetico e formol) Os frascos estavam

devidamente etiquetados com o nome sexo e idade da crianccedila Apoacutes a coleta que foi realizado

em casa o frasco contendo as fezes foi entregue na escola juntamente com o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento assinados pelos pais eou

responsaacuteveis Um prazo para a entrega e recolhimento das amostras era combinado com a

direccedilatildeo da escola

19

Foi coletada uma amostra fecal de cada crianccedila participante do estudo As amostras

preservadas em soluccedilatildeo conservadora SAF foram encaminhadas ao Laboratoacuterio Didaacutetico de

Parasitologia Clinica do Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas do Centro de Ciecircncias da

SauacutedeUFSC e para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do Hospital Universitaacuterio Polydoro

Ernani de Satildeo Thiago (HUUFSC) onde foram processadas e analisadas

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais

- Natildeo jogar o liacutequido conservante fora natildeo beber e natildeo deixar ao alcance de crianccedilas

pois o liacutequido conservante eacute toacutexico

- A crianccedila natildeo deve estar utilizando remeacutedio para vermes no periacuteodo que vai colher as

fezes Se estiver tomando remeacutedio tem que esperar de 7 a 10 dias para depois colher as fezes

para fazer o exame

- Antes da evacuaccedilatildeo a crianccedila deve urinar ou no vaso sanitaacuterio ou na privada Isso eacute

para natildeo contaminar as fezes com urina e aacutegua

- Apoacutes a crianccedila deve evacuar diretamente em penico limpo e seco ou sobre uma folha

de papel ou jornal limpo Quando as fezes forem diarreicas ou moles as mesmas devem ser

evacuadas em penico ou em um recipiente bem limpo e seco

- Com o auxiacutelio de espaacutetula de madeira ou uma colher de plaacutestico colher uma porccedilatildeo

de fezes do tamanho de uma noz e colocar imediatamente no frasco contendo o liacutequido

conservante A porccedilatildeo de fezes deveraacute ficar totalmente coberta pelo liacutequido conservante Natildeo

se deve encher o frasco com fezes

- Em caso de crianccedilas menores de 2 anos e que usam fraldas colher as fezes da fralda

com uma espaacutetula logo apoacutes a evacuaccedilatildeo

- Apoacutes colocar as fezes no frasco o mesmo deve ser bem fechado

- Escrever no roacutetulo do frasco o nome completo o sexo e a idade da crianccedila e data da

colheita das fezes

- Conservar os frascos em temperatura ambiente ateacute a entrega Natildeo precisa ser

refrigerado

IMPORTANTE

- Natildeo colher as fezes contidas no vaso sanitaacuterio

- Natildeo devem ser usadas as fezes evacuadas no solo

- As fezes natildeo devem estar misturadas com urina aacutegua e terra

20

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) Este meacutetodo tem como

fundamento a sedimentaccedilatildeo espontacircnea em aacutegua de ovos e larvas de helmintos cistos e oocistos

de protozoaacuterio e a vantagem na recuperaccedilatildeo de ovos considerados pesados O uso de grande

quantidade de material fecal nesse processo favorece um diagnoacutestico satisfatoacuterio e seguro

Em um frasco contendo 10 mL de aacutegua corrente adicionou-se cerca de 4g de fezes

retiradas de vaacuterios pontos da amostra fecal Homogeneizou-se as fezes com bastatildeo de vidro e

acrescentou-se mais 60 mL de aacutegua corrente ao frasco Em alguns casos misturou-se o material

fecal fixado pela soluccedilatildeo conservante Em seguida a suspensatildeo foi filtrada atraveacutes de filtro

descartaacutevel (Parasitofiltro) para um caacutelice cocircnico de sedimentaccedilatildeo com capacidade de 200ml

Adicionou-se aacutegua corrente ateacute completar aproximadamente frac34 do volume do caacutelice A

suspensatildeo foi deixada em repouso durante duas horas Apoacutes esse periacuteodo com pipeta de

Pasteur retirou-se uma pequena porccedilatildeo do sedimento formado no fundo do caacutelice depositando-

o sobre uma lacircmina onde adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol e cobriu-se com

lamiacutenula A preparaccedilatildeo foi examinada ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

332 Meacutetodo de Faust e cols

A teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) foi utilizada com algumas modificaccedilotildees Este

meacutetodo fundamenta-se na centriacutefugo-flutuaccedilatildeo de ovos larvas cistos e oocistos separando-os

do excesso de detritos fecais mediante o uso de soluccedilatildeo de densidade elevada Tem a vantagem

de concentrar os cistos de protozoaacuterios

Inicialmente foi colocado cerca de 12 mL do filtrado do meacutetodo de Hoffman Pons e

Janer em um tubo de centriacutefuga com capacidade de 15ml Centrifuga-se por 1 a 2 minutos a

650 x g Decantou-se o sobrenadante e o sedimento foi ressuspendido em aacutegua corrente

completando o volume de 12 ml com aacutegua e novamente centrifugou-se por 1 a 2 minutos a 650

x g Repete-se a lavagem do sedimento ateacute que o sobrenadante se apresentasse relativamente

claro Apoacutes a uacuteltima lavagem decantou-se o sobrenadante ressuspendeu-se o sedimento e

adicionou-se a soluccedilatildeo de sulfato de zinco (densidade 118gml) ateacute 05cm da borda do tubo de

centriacutefuga Centrifugou-se por 1 minuto a 650 x g Com uma alccedila de arame (diacircmetro de 5 a

7mm) retirou-se a peliacutecula sobrenadante transferindo 3 a 4 alccediladas do material para uma

lacircmina de microscopia Adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol cobrindo o

preparado com lamiacutenula e observou-se ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

21

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes que se

apresentaram pastosas e diarreicas Essa coloraccedilatildeo permanente permite um minucioso estudo

da morfologia dos trofozoiacutetos corados ocasionalmente dos cistos e para a confirmaccedilatildeo das

espeacutecies

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro

e em seguida filtrou-se a suspensatildeo atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de centriacutefuga com

capacidade de 15 ml Centrifugou-se a 650 x g por 1 a 2 minutos decantou-se o liacutequido

sobrenadante e preparar o esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado Depois de seco

colocou-se o esfregaccedilo diretamente no aacutelcool etiacutelico a 70 durante 5 minutos em cubas

adequadas para a coloraccedilatildeo Apoacutes isso procedeu-se com a continuaccedilatildeo da coloraccedilatildeo do

esfregaccedilo nas seguintes etapas

1 Aacutelcool etiacutelico a 70 5 minutos

2 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

3 Corante tricrocircmico 10 minutos

4 Soluccedilatildeo de aacutelcool etiacutelico a 90 acidificado com soluccedilatildeo de 1 de aacutecido aceacutetico 3 segundos

5 Aacutelcool etiacutelico absoluto para lavar

6 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

7 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

8 Xilol 10 minutos

Deixou-se o esfregaccedilo secar e a leitura foi feita com objetiva de 100x e com o auxiacutelio da ocular

micromeacutetrica para a morfometria das estruturas parasitaacuterias

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun

Utilizou-se a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes diarreicas

Esta coloraccedilatildeo permite diagnosticar os cocciacutedios intestinais

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro e em

seguida cerca de 3 ml da suspensatildeo foram filtrados atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de

centriacutefuga com capacidade de 15 ml Adicionou-se cerca de 3 ml de eacuteter e agitou-se

vigorosamente por 30 segundos Centrifugou-se a 500 x g por 10 minutos e o liacutequido

sobrenadante foi decantado Preparou-se um esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado

Deixou-se secar a temperatura ambiente e fixou-se o esfregaccedilo com aacutelcool metiacutelico por 30

22

segundos Corou-se com o corante de Kinyoun por 5 minutos Lavou-se com aacutegua destilada A

soluccedilatildeo aacutelcool-aacutecido sulfuacuterico foi usada por 2 minutos para diferenciar Lavou-se com aacutegua

destilada Corou-se o fundo da preparaccedilatildeo com soluccedilatildeo alcooacutelica de azul de metileno a 03

por um minuto Lavou-se com aacutegua e deixou-se secar A leitura foi realizada com objetiva de

100x e com auxiacutelio da ocular micromeacutetrica para a morfometria dos oocistos

34 Anaacutelise dos resultados

A anaacutelise dos resultados dos exames parasitoloacutegicos de fezes foi realizada atraveacutes de

estudos observacionais e os dados obtidos foram analisados pelo programa estatiacutestico MedCalc

e o teste aplicado foi o Qui Quadrado para comparaccedilatildeo de meacutedias ao niacutevel de 01 de

probabilidade

35 Accedilotildees educativas

A realizaccedilatildeo das atividades educativas teve a participaccedilatildeo de alunas bolsistas e

professoras do projeto de extensatildeoPROEXUFSC Foram elaborados e utilizados recursos

pedagoacutegicos baseando-se nas diferenccedilas cognitivas presentes entre alunos das diversas seacuteries

escolares Durante as accedilotildees educativas foi possiacutevel descobrir qual era o conhecimento que os

escolares possuiacuteam sobre verminoses e quais as nomenclaturas populares conhecidas na

comunidade Por meio de perguntas e diaacutelogo e tambeacutem na anaacutelise observacional do

comportamento na escola pode se analisar as noccedilotildees de higiene das crianccedilas As perguntas

foram Jaacute ouviram falar de vermes O que satildeo O que fazer para natildeo pegar vermes

Para as crianccedilas de 5 a 9 anos foi apresentado um teatro de fantoches encenando a peccedila

infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo (Anexo B) uma adaptaccedilatildeo da obra original escrita por Cardoso em

1998 Com uma linguagem simples e divertida a accedilatildeo luacutedica abordava as parasitoses e

prevenccedilatildeo

Para os alunos de 10 a 17 anos de idade as accedilotildees educativas foram oficinas com uso de

data show e tinha como objetivo apresentar a parasitologia para alunos maiores envolvendo

conceitos mais especiacuteficos de helmintos e protozoaacuterios A palestra consistiu em uma

apresentaccedilatildeo de slides contendo imagens e baseado nelas uma linha de raciociacutenio era

desenvolvida para fluir na forma de diaacutelogo onde os alunos eram questionados sobre as

mesmas

Apoacutes o teatro de fantoches e da palestra interativa foram mostrados exemplares de

vermes adultos de A lumbricoides (cerca de 30 cm) Taenia spp (cerca de 8 m) e de E

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

5

1 INTRODUCcedilAtildeO

Segundo Neves (2011) o parasitismo consiste em uma associaccedilatildeo entre os seres vivos

onde haacute uma unilateralidade de benefiacutecios O parasita como agente agressor se beneficia

utilizando o hospedeiro como abrigo e fonte alimentar podendo causar prejuiacutezos

Historicamente esse tipo de associaccedilatildeo ocorre a milhares de anos Alguns estudos da

aacuterea de paleoparasitologia com material encontrado em siacutetios arqueoloacutegicos tecircm evidenciado a

existecircncia de enteroparasitas em vaacuterios continentes Estudos realizados com fezes ressecadas

ou mineralizados e outros materiais orgacircnicos nas Ameacutericas identificaram a presenccedila de

Ancilostomiacutedeos Ascaris lumbricoides Hymenolepis nana Trichuris trichiura Enterobius

vermicularis Entamoeba spp Giardia lamblia (DAMAZIO 2013)

Ainda hoje as parasitoses intestinais representam um seacuterio problema de sauacutede puacuteblica

no Brasil e em outros paiacuteses em desenvolvimento Nessas regiotildees o parasitismo pode ocorrer

com grande intensidade e diversidade pois o clima quente e uacutemido das regiotildees tropicais e

subtropicais favorece o ciclo de vida parasitaria e aleacutem disso a disseminaccedilatildeo dos parasitos eacute

facilitada devido agrave ausecircncia ou precariedade de saneamento baacutesico baixo niacutevel soacutecio

econocircmico alguns haacutebitos culturais carecircncia de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva (BIASI

et al 2010 LEITE LAUGART et al 2012 TOMA ADAMIL 2014)

Indiviacuteduos de todas as faixas etaacuterias estatildeo sujeitos a infecccedilotildees parasitarias poreacutem as

crianccedilas em idade escolar estatildeo entre os mais acometidos Elas estatildeo expostas constantemente

a condiccedilotildees de infecccedilatildeo e reinfecccedilatildeo por terem um contato maior com o ambiente natildeo

possuiacuterem haacutebitos de higiene pessoais bem consolidados e por sustentarem haacutebitos alimentares

que as torna mais propicias a contaminaccedilatildeo (BELLOTO et al 2011 SANTOS et al 2014)

No Brasil as enteroparasitoses estatildeo distribuiacutedas de forma ampla em diversas regiotildees

do paiacutes Elas podem ser encontradas tanto nas zonas rurais quanto em zonas urbanas atingindo

indiviacuteduos de todas as idades mas com o predomiacutenio em crianccedilas em idade escolar (SILVA et

al 2011 BELO et al2012)

As parasitoses intestinais satildeo doenccedilas endecircmicas de populaccedilotildees de baixa renda e satildeo

consideradas doenccedilas negligenciadas por apresentam investimentos reduzidos no seu controle

e na pesquisa e produccedilatildeo de medicamentos Sendo assim a elevada prevalecircncia das parasitoses

intestinais nos paiacuteses em desenvolvimento eacute considerada responsaacutevel por causar altos iacutendices

de morbidade da populaccedilatildeo infantil devido aos efeitos debilitantes que podem ocasionar sobre

6

o estado nutricional e no desenvolvimento fiacutesico e cognitivo (UCHOA 2009 MACCHIONI

et al 2015)

A desnutriccedilatildeo nas fases iniciais da vida eacute capaz de promover a reduccedilatildeo da capacidade

de realizar atividades fiacutesicas aumenta a vulnerabilidade agraves infecccedilotildees diminui a capacidade

cognitiva e leva agrave maacute-absorccedilatildeo intestinal de nutrientes (BISCEGLI et al 2009)

Para entender o desenvolvimento das enteroparasitoses fatores relacionados aos

parasitos e ao hospedeiro devem ser levados em conta como por exemplo o nuacutemero de

exemplares de parasitos e sua virulecircncia a idade do hospedeiro a imunidade os haacutebitos

alimentares e o uso de medicamentos Esses fatores podem determinar o iniacutecio ou natildeo de uma

infecccedilatildeo parasitaacuteria (REY 2010) As parasitoses intestinais podem ser causadas por

protozoaacuterios eou helmintos e sua transmissatildeo ocorre principalmente por via fecal-oral

podendo ocorrer tambeacutem por via cutacircnea no caso de algumas espeacutecies de helmintos Os

veiacuteculos de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria satildeo variados podendo ocorrer atraveacutes da aacutegua do solo de

alimentos matildeos e material subungueal vetores como artroacutepodes e moluscos e por objetos

contaminados (NEVES et al 2011)

As protozooses intestinais mais frequentes mundo satildeo a giardiacutease a amebiacutease e a

criptosporidiacutease (CDC [a] 2015) Essas doenccedilas podem causar diarreia intensa maacute absorccedilatildeo de

nutrientes dores abdominais naacuteuseas e vocircmitos que implicam em graves consequecircncias

principalmente durante a infacircncia (CDC [a] 2015) Esses protozoaacuterios contaminam a aacutegua e os

alimentos ressaltando-se que todos os cistos de protozoaacuterios e oocistos de Cryptosporidium

spp satildeo infectantes quando eliminados nas fezes (NEVES et al 2011)

A giardiacutease eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado denominado G lamblia que possui

duas formas evolutivas o trofozoiacuteto e o cisto O trofozoiacuteto localiza-se geralmente no duodeno

onde se fixa na mucosa e se multiplica Esta forma eacute responsaacutevel por espoliar o hospedeiro A

via normal de infecccedilatildeo no homem eacute a ingestatildeo de cistos maduros Os seres humanos atuam

como reservatoacuterio da doenccedila sendo que os animais selvagens e domeacutesticos podem atuar da

mesma forma (NEVES et al 2011 SANTANA et al 2014)

A giardiacutease eacute responsaacutevel por aproximadamente 280 milhotildees de casos de infecccedilotildees por

ano em acircmbito mundial (BERNE et al 2014) Estima-se uma prevalecircncia de 2 a 7 nos

paiacuteses desenvolvidos e de 20 a 30 nos paiacuteses em desenvolvimento (KAMEL et al 2013)

Esta parasitose foi incluiacuteda na Iniciativa para as Doenccedilas Negligenciadas da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede em 2004 devido ao seu potencial altamente debilitante (BERNE et al

2014) Na Ameacuterica Latina a giardiacutease eacute uma das trecircs principais causas de morbidade em

crianccedilas de 0 a 5 anos de idade pois seu quadro cliacutenico varia desde infecccedilotildees assintomaacuteticas

7

ateacute episoacutedios de diarreia persistente e intensa com siacutendrome de maacute absorccedilatildeo intestinal de

nutrientes e de gorduras que pode acarretar em desnutriccedilatildeo desidrataccedilatildeo e comprometimento

no desenvolvimento e crescimento da populaccedilatildeo infantil (BERNE et al 2014)

A amebiacutease eacute causada pela ameba patogecircnica conhecida como Entamoeba histolytica

Esse protozoaacuterio ocupa o terceiro lugar dentre as doenccedilas parasitarias responsaacutevel pelos

maiores iacutendices de mortalidade no mundo ficando atraacutes apenas da malaacuteria e da esquistossomose

(OUATTARA et al 2010) Estima-se que por ano cerca de 40 a 50 milhotildees de pessoas no

mundo satildeo acometidas pela amebiacutease e aproximadamente 40 mil evoluem a oacutebito (NAGATA

et al 2012)

No Brasil haacute uma ampla distribuiccedilatildeo da amebiacutease Alguns trabalhos mostram que a E

histolytica costuma ser mais comum nas regiotildees norte e nordeste do paiacutes com prevalecircncias que

variam entre 68 a 2935 (SANTOS et al 2013)

Haacute duas espeacutecies distintas poreacutem morfologicamente idecircnticas capazes de contaminar

o ser humano a espeacutecie patogecircnica e invasiva a E histolytica e outra de baixa virulecircncia e natildeo

invasiva a Entamoeba dispar Esse fato deu origem ao complexo E histolytica E dispar

(NEVES et al 2011)

Indiviacuteduos com amebiacutease podem apresentar quadros assintomaacuteticos ou com

sintomaacuteticos Nas formas sintomaacuteticas o indiviacuteduo infectado apresenta coacutelicas abdominais com

diarreia aquosa que podem ser sanguinolentas acompanhadas de perda de peso A E histolytica

possui um caraacuteter invasivo podendo levar ao desenvolvimento de ulceraccedilotildees intestinais

Atraveacutes destas ulceraccedilotildees os trofozoiacutetos podem invadir outros tecidos do corpo O fiacutegado

costuma ser o mais frequente dando origem aos abcessos hepaacuteticos A forma hepaacutetica costuma

causar um nuacutemero maior de mortes em relaccedilatildeo as outras Geralmente apoacutes a ruptura do abcesso

hepaacutetico outros tecidos costumam ser invadidos como eacute o caso do trato respiratoacuterio enceacutefalo

sistema geniturinaacuterio regiatildeo perianal pele e ateacute ossos sendo os trecircs uacuteltimos raramente

observados (CORDEIRO MACEDO 2007)

Nos uacuteltimos anos tem sido demonstrada a importacircncia da investigaccedilatildeo de cocciacutedios

oportunistas como Cryptosporidium spp Cystoisospora belli e Cyclospora cayetanensis A

aacutegua eacute o principal veiacuteculo de disseminaccedilatildeo seja ela teoricamente potaacutevel ou de recreaccedilatildeo

podendo tambeacutem ocorrer a transmissatildeo por alimentos contaminados (CARVALHO 2009

MARIANO 2014) Esses protozoaacuterios infectam pacientes imunodeprimidos e indiviacuteduos

imunocompetentes A doenccedila pode ser assintomaacutetica ou sintomaacutetica As manifestaccedilotildees cliacutenicas

na criptosporidiacutease na ciclosporiacutease e na cistoisosporiacutease satildeo semelhantes e caracterizada por

surtos de diarreia aquosa intermitente acompanhada de dor abdominal naacuteuseas vocircmitos e

8

consequente perda de peso A maioria dos indiviacuteduos sem patologias que afetem o sistema

imunoloacutegico poderatildeo se recuperar desta parasitose sendo a doenccedila autolimitada em 10 a 14

dias (PAINTER et al 2015 CDC [b] [c] [d] 2015)

A criptosporidiacutease eacute considerada uma doenccedila emergente e estima-se que por ano ocorram

748000 casos de infecccedilatildeo por Cryptosporidium spp e que apenas 2 desses casos sejam

reportados (PAINTER et al 2015) Satildeo vaacuterias as espeacutecies que parasitam o homem sendo

algumas com potencial zoonoacutetico O Cryptosporidium spp tem sido encontrado em crianccedilas

com idade entre 1 e 5 anos e com diarreia (MARIANO 2014)

O B hominis eacute o parasita mais frequentemente encontrado em levantamentos

epidemioloacutegicos muitas vezes sendo o mais prevalente nos paiacuteses em desenvolvimento

atingindo uma prevalecircncia de 30 a 50 (BEYHAN et al 2015)

A patogenicidade do B hominis em humanos ainda natildeo foi completamente definida e

envolve vaacuterias controveacutersias Enquanto os indiviacuteduos acometidos por este parasito podem ser

assintomaacuteticos ou sintomaacuteticos Em casos sintomaacuteticos o quadro clinico eacute composto por dores

abdominais prurido anal flatulecircncia meteorismo naacuteusea vocircmito e diarreia Natildeo eacute evidenciada

a presenccedila de leucoacutecitos nas fezes Pode haver a remissatildeo dos sintomas sem que tenha ocorrido

tratamento especiacutefico (MACEDO et al 2010 COYLE et al 2012)

Aleacutem dos protozoaacuterios intestinais patogecircnicos o exame parasitoloacutegico de fezes pode

detectar protozoaacuterios comensais natildeo patogecircnicos como Entamoeba coli Endolimax nana e

Iodamoeba butschlii A presenccedila deles reflete o contato do indiviacuteduo com material fecal em

aacutegua eou alimentos ingeridos pelo homem e indica tambeacutem haacutebitos de higiene precaacuterios Satildeo

encontrados em praticamente todos os paiacuteses do mundo mais frequentemente em regiotildees

tropicais e subtropicais (BELLOTO et al 2011 NEVES 2011)

As helmintoses podem ser assintomaacuteticas em caso de infecccedilotildees leves e sintomaacuteticas

As infecccedilotildees sintomaacuteticas satildeo caracterizadas por desencadear uma seacuterie de alteraccedilotildees orgacircnicas

pois a localizaccedilatildeo no intestino eacute favoraacutevel a nutriccedilatildeo do helminto devido ao faacutecil acesso aos

nutrientes dissolvidos Os helmintos competem com o hospedeiro pelos micronutrientes

presentes na dieta e aleacutem disso modificam o epiteacutelio intestinal diminuindo a accedilatildeo de enzimas

e a absorccedilatildeo de nutrientes Isto afeta o estado nutricional do indiviacuteduo e como consequecircncia

pode ocasionar dores abdominais fraqueza e mal estar diarreia obstruccedilatildeo intestinal prolapso

retal sangramento desnutriccedilatildeo anemia baixo rendimento escolar e atraso no desenvolvimento

corporal das crianccedilas infectadas (SEIXAS et al 2011)

Os ovos e as larvas de helmintos eliminados recentemente nas fezes natildeo satildeo diretamente

infectantes ao homem pois precisam de um periacuteodo de amadurecimento no solo exceto o E

9

vermicularis e o H nana que satildeo diretamente transmissiacuteveis ao homem pois natildeo necessitarem

de um hospedeiro intermediaacuterio ou de um periacuteodo de amadurecimento no solo (NEVES et al

2011)

De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2015) mais de 15 bilhatildeo de pessoas

ou 24 da populaccedilatildeo mundial estatildeo infectadas por helmintos onde o A lumbricoides T

trichiura e ancilostomiacutedeos (Necator americanus e Ancylostoma duodenale) satildeo os mais

prevalentes Mais de 270 milhotildees de crianccedilas preacute-escolares e mais de 600 milhotildees de crianccedilas

em idade escolar vivem em aacutereas onde estes parasitas satildeo intensamente transmitidos

destacando a importacircncia da implementaccedilatildeo de medidas preventivas e poliacuteticas sanitaacuterias

No Brasil os helmintos mais comuns satildeo A lumbricoides e T trichiura sendo o

primeiro o mais frequente (ARAUJO FILHO et al 2011 SEIXAS et al 2011) A distribuiccedilatildeo

eacute ampla e varia de acordo com as regiotildees do paiacutes podendo ocorrer tanto em zonas urbanizadas

como rurais predominando nas aacutereas mais carentes cujo solo eacute contaminado e onde natildeo haacute

disponibilidade de aacutegua tratada e saneamento baacutesico (ANDRADE et al 2010)

A ascaridiacutease eacute a doenccedila causada pelo A lumbricoides conhecido popularmente como

lombriga Estima-se que cerca de 807000 a 1221 milhotildees de pessoas no mundo estatildeo

infectados por este nematelminto que eacute responsaacutevel por altos iacutendices de morbidade e

mortalidade nos paiacuteses em desenvolvimento (CDC [e] 2015) O A lumbricoides eacute um geo-

helminto pois possui fases de seu desenvolvimento no solo A casca espessa de seus ovos os

torna impermeaacuteveis e favorece sua viabilidade no ambiente ainda que estejam em areia seca

por exemplo (CHEN MUCCI 2012) A transmissatildeo ocorre pela ingestatildeo dos ovos larvados

que podem ser encontrados contaminando alimentos e aacutegua pela geofagia pelo ato de levar as

matildeos sujas a boca e por objetos contaminados (OMS 2015 NEVES 2011)

As infestaccedilotildees por A lumbricoides podem ser de baixa intensidade (3 a 4 vermes) meacutedia

intensidade (30 a 40 vermes) ou maciccedilas (100 ou mais vermes) No primeiro caso natildeo ocorrem

sintomas Jaacute nos dois uacuteltimos casos os vermes adultos podem causar accedilatildeo espoliadora toacutexica

ou mecacircnica Isso pode resultar num grande consumo de nutrientes e resultar em desnutriccedilatildeo

principalmente em crianccedilas Aleacutem disso reaccedilatildeo aleacutergica aos antiacutegenos do parasito pode causar

edema ou urticaacuteria lesotildees pulmonares devido ao ciclo bioloacutegico do parasito podendo resultar

na Siacutendrome de Loeffler (resultante de um edema pulmonar com infiltrado eosinofiacutelico e

manifestaccedilotildees aleacutergicas com sintomatologia semelhante a pneumonia) A complicaccedilatildeo mais

comum eacute o quadro de obstruccedilatildeo intestinal que pode levar crianccedilas a oacutebito nestes casos eacute

indicado tratamento ciruacutergico (ANDRADE et al 2010)

10

O T trichiura eacute o agente causador da tricuriacutease Estima-se que aproximadamente 1 bilhatildeo

de pessoas estejam infectadas com esse helminto A transmissatildeo ocorre pela ingestatildeo de ovos

larvados em alimentos contaminados e pela geofagia Aleacutem disso sua disseminaccedilatildeo pode ser

facilitada pelo vento pela aacutegua ou por vetores (nas patas das moscas domeacutesticas por exemplo)

(NEVES et al 2011 CDC 2015) As infecccedilotildees costumam ser assintomaacuteticas Os casos graves

costumam ocorrer em indiviacuteduos desnutridos nesses casos haacute o comprometimento do intestino

grosso do ceco ao reto podendo levar ao prolapso retal (MENEZES 2013)

Como a maioria das doenccedilas parasitaacuterias natildeo pode ser diagnosticada apenas pela cliacutenica

exibida pelo paciente o exame parasitoloacutegico de fezes torna-se necessaacuterio para a confirmaccedilatildeo

ou natildeo da presenccedila de parasitos O exame parasitoloacutegico compreende duas principais etapas o

exame macroscoacutepico onde se procura por formas macroscoacutepicas dos helmintos que possam ter

sido eliminadas pelo hospedeiro e o exame microscoacutepico realizado a partir do processamento

das amostras fecais por meio de diferentes meacutetodos que visam concentrar as formas parasitarias

a fim de evidencia-las e identifica-las Os meacutetodos utilizados satildeo meacutetodo de sedimentaccedilatildeo

espontacircnea de Hoffman Pons e Janner ou Lutz baseado na sedimentaccedilatildeo espontacircnea das formas

parasitarias em aacutegua meacutetodo de Ritchie baseado na centrifugo-sedimentaccedilatildeo utilizando

formalina a 10 e eacuteter meacutetodo de Faust e cols baseado na centrifugo-flutuaccedilatildeo utilizando uma

soluccedilatildeo de sulfato de zinco com densidade 118gml meacutetodo de Baermann-Moraes ou de

Rugai Mattos e Brisola baseado no termohidrotropismo das larvas e o meacutetodo direto indicado

para pesquisa de trofozoiacutetos em fezes frescas e emitidas em no maacuteximo 30 minutos Satildeo

recomendadas coloraccedilotildees como a soluccedilatildeo de Lugol e as coloraccedilotildees permanentes como a

hematoxilina feacuterrica ou o tricrocircmico As coloraccedilotildees permanentes permitem a melhor

visualizaccedilatildeo dos protozoaacuterios e facilitam a identificaccedilatildeo dos trofozoiacutetos encontrados em fezes

diarreicas e pastosas A coloraccedilatildeo pelo Kinyoun derivada da fucsina fenicada eacute utilizada para

o diagnoacutestico de oocistos de cocciacutedios intestinais (DE CARLI 2011)

Atualmente jaacute existem meacutetodos imunoenzimaacuteticos e imunocromatograacuteficos para

detecccedilatildeo de antiacutegenos parasitaacuterios nas fezes Aleacutem disso a biologia molecular tambeacutem pode

ser utilizada como ferramenta para a diferenciaccedilatildeo e determinaccedilatildeo das espeacutecies de

enteroparasitas Comparados com os meacutetodos tradicionais esses satildeo meacutetodos possuem um

custo mais alto poreacutem satildeo muito mais sensiacuteveis e especiacuteficos (DE CARLI 2011)

Inuacutemeros autores ao redor do mundo principalmente em paiacuteses em desenvolvimento

como no continente africano e na Ameacuterica latina tecircm realizado pesquisas e constatado a

prevalecircncia das parasitoses Na proviacutencia de Santiago em Cuba Saacutenchez et al (2012)

analisaram 1253 amostras fecais de crianccedilas e constataram uma prevalecircncia de 378 de

11

enteroparasitas Observou-se G lamblia (156) B hominis (23) E histolytica E dispar

(48) T trichiura (48) Alumbricoides (48) E vermiculares (25) ancilostomideos

(29) Fasciola hepatica (01)

Na Venezuela Laugart et al (2012) analisaram 262 amostras fecais de crianccedilas com

idades entre 1 a 14 anos e revelaram uma prevalecircncia de 897 de enteroparasitoses Foram

encontrados E nana (389) B hominis (366) G lamblia (321) E coli (321) E

histolyticaE dispar (61) Chilomastix mesnili (23) I butschlii (23) ancilostomideos

(23) e A lumbricoides (19)

Um estudo envolvendo 50 crianccedilas com idades entre 7 e 12 anos realizado por Carrero

(2013) na Colocircmbia revelou uma prevalecircncia de 96 de parasitas intestinais Das amostras

positivas encontrou-se B hominis (88) E coli (56) Giardia intestinalis (34) e E

histolytica E dispar (24) C mesnili (24) I butschilii (2) e E nana (2)

No Egito 300 amostras fecais provenientes de crianccedilas com idades de 1 a 6 anos que

frequentavam o ambulatoacuterio do Assiut University Childrem Hospital foram analisadas Foi

encontrado um percentual de 557 de positividade para parasitos intestinais As espeacutecies de

enteroparasitas detectadas foram G lamblia (157) Cryptosporidium spp (117) B

hominis (93) E coli (33) H nana (23) e I belli (1) (YONES et al 2015)

Em 2015 no Peru um estudo realizado por Cabada et al teve o objetivo de revelar a

prevalecircncia das geohelmintoses anemia e desnutriccedilatildeo em 240 crianccedilas com idades entre 3 a 12

anos em seis comunidades Neste estudo verificou-se que 488 das crianccedilas estavam com

anemia 10 abaixo do peso e 47 das crianccedilas encontravam-se parasitadas Os parasitos

detectados nos exames parasitoloacutegicos foram E coli (23) E nana (19) G intestinalis

(9) E histolyticadispar (3) Entamoeba hartmanni (3) A lumbricoides (2)

Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

No Brasil vaacuterios estudos feitos em diferentes regiotildees do paiacutes demonstram que as

parasitoses se distribuem de forma heterogecircnea pois as condiccedilotildees socioeconocircmicas e de

saneamento baacutesico tendem a variar entre as regiotildees do paiacutes (LEITE TOMA ADAMIL 2014

MACCHIONI et al 2015)

Em 2010 um estudo foi realizado por Santos e Merlini no municiacutepio de Maria

HelenaPR com 413 indiviacuteduos com idade entre 0 a 89 anos Os autores obtiveram uma

prevalecircncia de 16 de positividade Os parasitos mais prevalentes foram Enana (65) G

intestinalis (63) E coli (35) A lumbricoides (14) Strongyloides stercoralis (07)

E vermicularis (07) Ancilostomiacutedeo (02) E hystolitica E diacutespar (02) e Taenia sp

(02)

12

A populaccedilatildeo atendida pelo Laboratoacuterio Central do municiacutepio de ChapadinhaMA foi

alvo do estudo de Silva et al no ano de 2010 Em um total de 3933 amostras analisadas

observou-se uma positividade de 331 E histolytica E dispar E coli G intestinalis e A

lumbricoides foram as espeacutecies mais prevalentes

Lander et al (2010) estudaram a prevalecircncia das parasitoses intestinais em escolares de

creches em Salvador BA com idades entre 3 a 5 anos Das 325 amostras fecais analisadas 95

foram positivas para parasitas intestinais (292) Dos helmintos o T trichiura (12) e A

lumbricoides (105) foram os mais prevalentes Jaacute os protozoaacuterios mais encontrados foram

G duodenalis (129) e E histolytica Edispar (37) Um percentual de 246 das amostras

positivas era de protozoaacuterios comensais

Em duas creches de UberlacircndiaMG um trabalho foi desenvolvido por Gonccedilalves et al

(2011) com 133 crianccedilas de 6 meses a 6 anos de idade Foi encontrada uma prevalecircncia de

293 de enteroparasitos sendo a G lamblia (192) o protozoaacuterio mais frequente seguido

por E histolytica (38) Os helmintos detectados nas creches foram o H nana (23) o E

vermicularis (15) e o ancilostomiacutedeo (08)

Belloto et al (2011) no Municiacutepio de MirassolSP analisaram 310 amostras fecais de

crianccedilas de 2 a 15 anos A prevalecircncia de enteroparasitas foi de 3032 Dentre os protozoaacuterios

detectados a G lamblia foi o mais frequente (1516) seguido da E histolytica E

dispar (064) A lumbricoides (355) S stercoralis (032) e Taenia sp (032) foram

os helmintos mais prevalentes A faixa etaacuteria de 8 a 10 anos apresentou a maior positividade

(4737) seguida de indiviacuteduos da faixa etaacuteria de 2 a 4 anos (3846) 5 a 7 anos (3622) e

11 a 15 anos (300)

Seixas et al (2011) realizaram um estudo com 200 escolares em Salvador e obtiveram

uma prevalecircncia de 94 de positividade para enteroparasitos Detectou-se entre os helmintos

A lumbricoides (25) T trichiura (105) E vermicularis (3) S stercoralis (25)

Ancilostomiacutedeos (15) e S mansoni (1) Dentre os protozoaacuterios os mais frequentes foram

E nana (535) E coli (435) E hystoliticaEdispar (215) G lamblia (12) e

Ibutschlii (3)

Em 2012 no municiacutepio de CoariAM Silva Silva e Freitas analisaram as fezes de 65

crianccedilas na faixa etaacuteria de 1 a 12 anos Os exames demonstraram uma positividade de 831

para parasitos sendo encontrados A lumbricoides (537) T trichiura (166)

ancilostomideos (15) E coli (92) e G lamblia (55)

Belo et al (2012) desenvolveram uma pesquisa no municiacutepio de Satildeo Joatildeo Del ReiMG

em 21 escolas sendo 6 escolas da zona urbana e 15 escolas da zona rural Analisaram um total

13

de 1172 amostras (711 escolares da zona urbana e 461 da zona rural) Nas escolas localizadas

na zona rural obtiveram uma positividade de 364 enquanto que as escolas da zona urbanas

apresentaram uma positividade de 235 Os estudantes da zona rural possuiacuteam maior nuacutemero

de fatores de risco associados a ocorrecircncia de parasitoses intestinais que variava desde a

condiccedilatildeo sanitaacuteria ateacute a condiccedilatildeo socioeconocircmica das famiacutelias desta regiatildeo Do total das

amostras positivas das duas escolas 22 apresentavam-se biparasitados ou poliparasitados Os

protozoaacuterios mais frequentes foram E histolyticaEdispar (143) E coli (95) e G

lamblia (55) Quanto aos helmintos o Ancylostoma spp (21) Ascaris

lumbricoides (19) E vermicularis (15) e T trichiura (11) foram os mais prevalentes

No municiacutepio de GurupiTO os autores realizaram um estudo com crianccedilas de 5 a 12

anos de idade em 6 escolas puacuteblicas da regiatildeo Das 205 amostras fecais analisadas houve uma

positividade de 4243 Foi observado maior prevalecircncia em crianccedilas na faixa etaacuteria de 7 a 9

anos Os protozoaacuterios mais encontrados foram G lamblia (1854) E coli (1610) E

histolytica (780) Jaacute os helmintos mais comuns foram H nana (780) E vermicularis e A

lumbricoides (39) ancilostomiacutedeos (195) (SILVA TEIXEIRA GONTIJO 2012)

No Rio Grande do Sul Berne et al (2012) avaliaram uma populaccedilatildeo de 165 crianccedilas

buscando determinar a prevalecircncia de parasitos intestinais nas mesmas Eles encontraram uma

prevalecircncia de 642 de positividade No estudo os seguintes parasitos foram identificados

G lamblia (303) T trichiura (242) A lumbricoides (224) E coli (152)

Enteromonas hominis (48) E nana (36) Cryptosporidium sp (24) C belli (02) e

E vermicularis (02)

Em um assentamento de trabalhadores rurais sem-terra em Satildeo Paulo uma pesquisa foi

realizada durante dois anos a fim de avaliar a prevalecircncia das parasitoses intestinais No

primeiro ano foram analisadas 29 amostras de crianccedilas com idades entre 4 e 15 anos e a

prevalecircncia encontrada foi de 966 de positividade Das espeacutecies observadas G

intestinalis foi a mais frequente (966) seguido de E coli (276) E nana (138) Entre os

helmintos o mais prevalente foi o ancilostomideo (69) seguido por H nana (34) T

trichiura (34) A lumbricoides (34) e S stercoralis (34) O monoparasitismo aconteceu

em 357 das amostras analisadas enquanto que as infecccedilotildees por mais de uma espeacutecie de

parasita ocorreram em 643 No segundo ano de estudo foram analisadas 14 amostras fecais

e obteve-se uma prevalecircncia de 857 para enteroparasitas Das amostras positivas 75

apresentaram um uacutenico parasita enquanto 25 apresentaram mais de uma espeacutecie de

parasita A G intestinalis estava presente em 643 E nana em 215 e A lumbricoides em

14

71 A positividade natildeo variou muito entre as diferentes faixas etaacuterias nos dois periacuteodos de

estudo LIMA JUNIOR KAISER CATISTI 2013)

No ano de 2014 Santos et al desenvolveram um estudo em uma creche comunitaacuteria de

FlorianoacutepolisSC afim de verificar a prevalecircncia de parasitoses intestinais Foram analisadas

57 amostras fecais e uma prevalecircncia de 614 foi detectada Os principais parasitos

encontrados foram B hominis (404) G lamblia (246) E coli (228) E nana (123)

E histolyticaE dispar (71) E hartmanni (18) E vermicularis (18) e I buumltschli

(18)

Santos Gurgel-Gonccedilalves e Machado publicaram um trabalho no ano de 2014 onde

avaliaram a ocorrecircncia de parasitos intestinais em crianccedilas moradoras das cidades de Riacho

Fundo II e Ceilacircndia localizadas no Distrito Federal 193 crianccedilas com idades entre 4 a 14 anos

participaram do estudo Um total de 637 das crianccedilas estavam contaminadas Em Riacho

Fundo II os parasitos mais prevalentes foram H nana (44) A lumbricoides (30) E coli

27 G intestinalis (15) Ancilostomideos (5) E histolyticadiacutespar (7) T trichiura

(4) E nana (3) e I butschlii (1) Jaacute na Ceilacircndia os parasitos mais frequentes foram E

coli (23) E nana (19) G intestinalis (9) E histolyticadispar (3) E hartmanni (3)

Ascaris lumbricoides (2) Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

Em uma instituiccedilatildeo localizada em NiteroacuteiRJ um estudo foi feito com 43 crianccedilas de 0

a 12 anos de idade e 25 adultos a fim de estabelecer a prevalecircncia das parasitoses intestinais

70 das crianccedilas e 44 dos adultos estavam contaminados por parasitas intestinais e no total

houve uma prevalecircncia de 60 de enteroparasitoses na instituiccedilatildeo estudada Os protozoaacuterios

encontrados foram B hominis (44) E nana (15) G lamblia (12) E histolyticaE

dispar (10) e E coli (7) Os helmintos foram H nana (3) E vermicularis (3) T

trichiura (15) e A lumbricoides (15) A maior prevalecircncia foi em crianccedilas de 6 a 8 (857)

(LEITE TOMA ADAMIL 2014)

Para diminuir a contaminaccedilatildeo eacute necessaacuterio aplicar medidas de controle capazes de

interromper os mecanismos de transmissatildeo Isto reforccedila a importacircncia de fornecer subsidio

imediato para a conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo sobre higiene prevenccedilatildeo das parasitoses e

educaccedilatildeo sanitaacuteria

A educaccedilatildeo em sauacutede visa a promoccedilatildeo da sauacutede e funciona como um processo de

ensinoaprendizagem que busca empoderar os indiviacuteduos de forma que estes possuam

autonomia necessaacuteria para escolher as melhores alternativas afim de transformar sua qualidade

de vida e o meio onde vivem Para que essa pratica seja possiacutevel o educador deve atuar como

15

um facilitador no processo de reflexatildeo sobre a realidade em que essa comunidade estaacute

inserida Essas atividades auxiliam a populaccedilatildeo a evitar doenccedilas de impacto social como as

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 VICENTE et al 2012)

As accedilotildees educativas realizadas em comunidades escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede

prevenccedilatildeo contra as enteroparasitoses e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente possui um

papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores do

conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo das

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009) Aleacutem disso por meio da educaccedilatildeo em sauacutede

constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

Silva Neto et al (2013) realizaram um trabalho na Escola Estadual Francisco Nunes da

cidade de Pau dos Ferros-RN com 42 crianccedilas na faixa etaacuteria de 5 a 11 anos Verificaram que

6428 dos escolares apresentaram algum tipo de enteroparasitos sendo que 2142 dos

escolares estavam poliparasitados A partir de tais indicadores e conhecendo a realidade a ser

trabalhada planejaram estrateacutegias de accedilotildees educativas com objetivo de repassar informaccedilotildees

que ajudassem na mudanccedila de haacutebitos higiecircnicos e consequentemente na diminuiccedilatildeo da

incidecircncia de casos de enteroparasitoses Foram realizadas oficinas peccedilas teatrais dinacircmicas

produccedilatildeo textual curso para boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos e cursos sobre as

parasitoses com os professores As crianccedilas trabalharam na confecccedilatildeo de cartazes com ecircnfase

nas parasitoses Os autores relataram a importacircncia da continuidade das accedilotildees educativas pelos

professores da escola

As accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais foram realizadas

por Da Cruz et al (2014) em 29 estudantes de 12 a 16 anos de idade do ensino fundamental de

uma localidade rural do municiacutepio de UberlacircndiaMG Os autores tambeacutem verificaram a

ocorrecircncia de parasitoses intestinais constatando-se 21 de escolares parasitados e 3 de

poliparasitismo B hominis foi o parasito mais frequente (5715) seguido de E coli e G

lamblia com uma frequecircncia de 1428 cada um As accedilotildees educativas em sauacutede incluiacuteram a

aplicaccedilatildeo de jogo didaacutetico palestras microscoacutepio para visualizaccedilatildeo de estruturas dos parasitos

e mostra de exemplares macroscoacutepicos dos parasitos sendo avaliadas mediante a aplicaccedilatildeo de

questionaacuterios O jogo didaacutetico ldquotabuleiro da sauacutederdquo abordou as principais parasitoses de

importacircncia meacutedica aleacutem de temas relativos agrave higiene pessoal Os resultados dos questionaacuterios

aplicados apoacutes a realizaccedilatildeo das accedilotildees educativas apontaram uma notaacutevel melhora quanto agrave

assimilaccedilatildeo de conhecimentos por parte dos estudantes

O presente estudo foi desenvolvido no Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz que

compreende a Regiatildeo da Grande Florianoacutepolis situado ao lado da BR 282 e integra a Bacia do

16

Rio Cubatatildeo Sul O municiacutepio eacute caracterizado por pequenas propriedades rurais com lavouras

temporaacuterias e permanentes (IBGE 2014) Segundo o censo do IBG a populaccedilatildeo de 2014 era

de 21572 habitantes

Na aacuterea rural em relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua nas residecircncias 6625 eacute abastecido

pela rede puacuteblica 3338 de poccedilo ou nascente e 03 de outros Jaacute na aacuterea urbana 8264

tem abastecimento de aacutegua pela rede puacuteblica 1717 de poccedilo ou nascente e 09 de outros

Quanto ao destino de esgoto na aacuterea rural 188 das residecircncias tem sistema de esgoto 9109

possuem fossa seacuteptica e 703 o esgoto eacute a ceacuteu aberto Na aacuterea urbana 722 das residecircncias

tem sistema de esgoto 8595 possuem fossa seacuteptica e 683 o esgoto eacute a ceacuteu aberto

O presente trabalho permitiu avaliar a presenccedila de enteroparasitoses que afetam os

escolares e o desenvolvimento de accedilotildees educativas que visam agrave promoccedilatildeo da sauacutede

contribuindo para a melhora da qualidade de vida

17

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

O presente estudo visou determinar a prevalecircncia de parasitoses intestinais em alunos

de seis Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz e promover a

ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre sauacutede e parasitoses

22 Objetivos Especiacuteficos

- Verificar a ocorrecircncia de parasitas intestinais em crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0

a 17 anos do municiacutepio de Santo Amaro da ImperatrizSC

- Relacionar os resultados do levantamento parasitoloacutegico com as condiccedilotildees de saneamento

local

- Analisar as noccedilotildees de higiene e quais as nomenclaturas populares sobre as parasitoses

intestinais conhecidas na comunidade

- Proporcionar educaccedilatildeo em sauacutede e medidas preventivas no combate as doenccedilas parasitaacuterias

humanas promovendo um processo de aprendizado

- Incentivar a mudanccedila de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva para a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

18

3 METODOLOGIA

31 Locais e sujeitos do estudo

O presente estudo teve iniacutecio em agosto de 2014 e finalizou-se em setembro de 2015

Esse estudo envolveu 357 crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0 a 17 anos de idade

matriculados nas seguintes Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da

ImperatrizSC Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff Escola Municipal Braccedilo Satildeo

Joatildeo Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio e Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

O trabalho foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105) (Anexo A)

As accedilotildees educativas foram realizadas em 2014 com escolares na faixa etaacuteria de 6 a 17

anos de idade e teve a participaccedilatildeo dos professores das referidas escolas

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos

Foi realizado uma reuniatildeo com professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos e os

seguintes temas foram abordados os objetivos e metodologia da pesquisa a importacircncia e

benefiacutecios de se fazer o exame de fezes as orientaccedilotildees sobre a coleta das fezes apresentaccedilatildeo

do ldquoTermo de Consentimento Livre e Esclarecidordquo (Anexo B) e ldquoTermo de Assentimentordquo

(Anexo C) Os pais ou responsaacuteveis foram informados sobre o encaminhamento dos resultados

(positivos ou negativos) dos exames parasitoloacutegicos e aconselhados a levar as crianccedilas ao

Centro de Sauacutede do Municiacutepio no contato preacutevio com a Secretaacuteria de Sauacutede para atendimento

com o meacutedico e adequado tratamento da parasitose O projeto teve o apoio dos professores das

escolas para a divulgaccedilatildeo do trabalho aos pais ou responsaacuteveis pelos alunos

321 Colheita das amostras fecais

Para a coleta das fezes foram entregues para os pais ou responsaacuteveis nas escolas as

orientaccedilotildees impressas para a coleta de fezes (abaixo descrito) e os frascos coletores contendo

soluccedilatildeo conservante SAF (acetato de soacutedio aacutecido aceacutetico e formol) Os frascos estavam

devidamente etiquetados com o nome sexo e idade da crianccedila Apoacutes a coleta que foi realizado

em casa o frasco contendo as fezes foi entregue na escola juntamente com o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento assinados pelos pais eou

responsaacuteveis Um prazo para a entrega e recolhimento das amostras era combinado com a

direccedilatildeo da escola

19

Foi coletada uma amostra fecal de cada crianccedila participante do estudo As amostras

preservadas em soluccedilatildeo conservadora SAF foram encaminhadas ao Laboratoacuterio Didaacutetico de

Parasitologia Clinica do Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas do Centro de Ciecircncias da

SauacutedeUFSC e para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do Hospital Universitaacuterio Polydoro

Ernani de Satildeo Thiago (HUUFSC) onde foram processadas e analisadas

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais

- Natildeo jogar o liacutequido conservante fora natildeo beber e natildeo deixar ao alcance de crianccedilas

pois o liacutequido conservante eacute toacutexico

- A crianccedila natildeo deve estar utilizando remeacutedio para vermes no periacuteodo que vai colher as

fezes Se estiver tomando remeacutedio tem que esperar de 7 a 10 dias para depois colher as fezes

para fazer o exame

- Antes da evacuaccedilatildeo a crianccedila deve urinar ou no vaso sanitaacuterio ou na privada Isso eacute

para natildeo contaminar as fezes com urina e aacutegua

- Apoacutes a crianccedila deve evacuar diretamente em penico limpo e seco ou sobre uma folha

de papel ou jornal limpo Quando as fezes forem diarreicas ou moles as mesmas devem ser

evacuadas em penico ou em um recipiente bem limpo e seco

- Com o auxiacutelio de espaacutetula de madeira ou uma colher de plaacutestico colher uma porccedilatildeo

de fezes do tamanho de uma noz e colocar imediatamente no frasco contendo o liacutequido

conservante A porccedilatildeo de fezes deveraacute ficar totalmente coberta pelo liacutequido conservante Natildeo

se deve encher o frasco com fezes

- Em caso de crianccedilas menores de 2 anos e que usam fraldas colher as fezes da fralda

com uma espaacutetula logo apoacutes a evacuaccedilatildeo

- Apoacutes colocar as fezes no frasco o mesmo deve ser bem fechado

- Escrever no roacutetulo do frasco o nome completo o sexo e a idade da crianccedila e data da

colheita das fezes

- Conservar os frascos em temperatura ambiente ateacute a entrega Natildeo precisa ser

refrigerado

IMPORTANTE

- Natildeo colher as fezes contidas no vaso sanitaacuterio

- Natildeo devem ser usadas as fezes evacuadas no solo

- As fezes natildeo devem estar misturadas com urina aacutegua e terra

20

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) Este meacutetodo tem como

fundamento a sedimentaccedilatildeo espontacircnea em aacutegua de ovos e larvas de helmintos cistos e oocistos

de protozoaacuterio e a vantagem na recuperaccedilatildeo de ovos considerados pesados O uso de grande

quantidade de material fecal nesse processo favorece um diagnoacutestico satisfatoacuterio e seguro

Em um frasco contendo 10 mL de aacutegua corrente adicionou-se cerca de 4g de fezes

retiradas de vaacuterios pontos da amostra fecal Homogeneizou-se as fezes com bastatildeo de vidro e

acrescentou-se mais 60 mL de aacutegua corrente ao frasco Em alguns casos misturou-se o material

fecal fixado pela soluccedilatildeo conservante Em seguida a suspensatildeo foi filtrada atraveacutes de filtro

descartaacutevel (Parasitofiltro) para um caacutelice cocircnico de sedimentaccedilatildeo com capacidade de 200ml

Adicionou-se aacutegua corrente ateacute completar aproximadamente frac34 do volume do caacutelice A

suspensatildeo foi deixada em repouso durante duas horas Apoacutes esse periacuteodo com pipeta de

Pasteur retirou-se uma pequena porccedilatildeo do sedimento formado no fundo do caacutelice depositando-

o sobre uma lacircmina onde adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol e cobriu-se com

lamiacutenula A preparaccedilatildeo foi examinada ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

332 Meacutetodo de Faust e cols

A teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) foi utilizada com algumas modificaccedilotildees Este

meacutetodo fundamenta-se na centriacutefugo-flutuaccedilatildeo de ovos larvas cistos e oocistos separando-os

do excesso de detritos fecais mediante o uso de soluccedilatildeo de densidade elevada Tem a vantagem

de concentrar os cistos de protozoaacuterios

Inicialmente foi colocado cerca de 12 mL do filtrado do meacutetodo de Hoffman Pons e

Janer em um tubo de centriacutefuga com capacidade de 15ml Centrifuga-se por 1 a 2 minutos a

650 x g Decantou-se o sobrenadante e o sedimento foi ressuspendido em aacutegua corrente

completando o volume de 12 ml com aacutegua e novamente centrifugou-se por 1 a 2 minutos a 650

x g Repete-se a lavagem do sedimento ateacute que o sobrenadante se apresentasse relativamente

claro Apoacutes a uacuteltima lavagem decantou-se o sobrenadante ressuspendeu-se o sedimento e

adicionou-se a soluccedilatildeo de sulfato de zinco (densidade 118gml) ateacute 05cm da borda do tubo de

centriacutefuga Centrifugou-se por 1 minuto a 650 x g Com uma alccedila de arame (diacircmetro de 5 a

7mm) retirou-se a peliacutecula sobrenadante transferindo 3 a 4 alccediladas do material para uma

lacircmina de microscopia Adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol cobrindo o

preparado com lamiacutenula e observou-se ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

21

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes que se

apresentaram pastosas e diarreicas Essa coloraccedilatildeo permanente permite um minucioso estudo

da morfologia dos trofozoiacutetos corados ocasionalmente dos cistos e para a confirmaccedilatildeo das

espeacutecies

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro

e em seguida filtrou-se a suspensatildeo atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de centriacutefuga com

capacidade de 15 ml Centrifugou-se a 650 x g por 1 a 2 minutos decantou-se o liacutequido

sobrenadante e preparar o esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado Depois de seco

colocou-se o esfregaccedilo diretamente no aacutelcool etiacutelico a 70 durante 5 minutos em cubas

adequadas para a coloraccedilatildeo Apoacutes isso procedeu-se com a continuaccedilatildeo da coloraccedilatildeo do

esfregaccedilo nas seguintes etapas

1 Aacutelcool etiacutelico a 70 5 minutos

2 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

3 Corante tricrocircmico 10 minutos

4 Soluccedilatildeo de aacutelcool etiacutelico a 90 acidificado com soluccedilatildeo de 1 de aacutecido aceacutetico 3 segundos

5 Aacutelcool etiacutelico absoluto para lavar

6 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

7 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

8 Xilol 10 minutos

Deixou-se o esfregaccedilo secar e a leitura foi feita com objetiva de 100x e com o auxiacutelio da ocular

micromeacutetrica para a morfometria das estruturas parasitaacuterias

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun

Utilizou-se a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes diarreicas

Esta coloraccedilatildeo permite diagnosticar os cocciacutedios intestinais

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro e em

seguida cerca de 3 ml da suspensatildeo foram filtrados atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de

centriacutefuga com capacidade de 15 ml Adicionou-se cerca de 3 ml de eacuteter e agitou-se

vigorosamente por 30 segundos Centrifugou-se a 500 x g por 10 minutos e o liacutequido

sobrenadante foi decantado Preparou-se um esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado

Deixou-se secar a temperatura ambiente e fixou-se o esfregaccedilo com aacutelcool metiacutelico por 30

22

segundos Corou-se com o corante de Kinyoun por 5 minutos Lavou-se com aacutegua destilada A

soluccedilatildeo aacutelcool-aacutecido sulfuacuterico foi usada por 2 minutos para diferenciar Lavou-se com aacutegua

destilada Corou-se o fundo da preparaccedilatildeo com soluccedilatildeo alcooacutelica de azul de metileno a 03

por um minuto Lavou-se com aacutegua e deixou-se secar A leitura foi realizada com objetiva de

100x e com auxiacutelio da ocular micromeacutetrica para a morfometria dos oocistos

34 Anaacutelise dos resultados

A anaacutelise dos resultados dos exames parasitoloacutegicos de fezes foi realizada atraveacutes de

estudos observacionais e os dados obtidos foram analisados pelo programa estatiacutestico MedCalc

e o teste aplicado foi o Qui Quadrado para comparaccedilatildeo de meacutedias ao niacutevel de 01 de

probabilidade

35 Accedilotildees educativas

A realizaccedilatildeo das atividades educativas teve a participaccedilatildeo de alunas bolsistas e

professoras do projeto de extensatildeoPROEXUFSC Foram elaborados e utilizados recursos

pedagoacutegicos baseando-se nas diferenccedilas cognitivas presentes entre alunos das diversas seacuteries

escolares Durante as accedilotildees educativas foi possiacutevel descobrir qual era o conhecimento que os

escolares possuiacuteam sobre verminoses e quais as nomenclaturas populares conhecidas na

comunidade Por meio de perguntas e diaacutelogo e tambeacutem na anaacutelise observacional do

comportamento na escola pode se analisar as noccedilotildees de higiene das crianccedilas As perguntas

foram Jaacute ouviram falar de vermes O que satildeo O que fazer para natildeo pegar vermes

Para as crianccedilas de 5 a 9 anos foi apresentado um teatro de fantoches encenando a peccedila

infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo (Anexo B) uma adaptaccedilatildeo da obra original escrita por Cardoso em

1998 Com uma linguagem simples e divertida a accedilatildeo luacutedica abordava as parasitoses e

prevenccedilatildeo

Para os alunos de 10 a 17 anos de idade as accedilotildees educativas foram oficinas com uso de

data show e tinha como objetivo apresentar a parasitologia para alunos maiores envolvendo

conceitos mais especiacuteficos de helmintos e protozoaacuterios A palestra consistiu em uma

apresentaccedilatildeo de slides contendo imagens e baseado nelas uma linha de raciociacutenio era

desenvolvida para fluir na forma de diaacutelogo onde os alunos eram questionados sobre as

mesmas

Apoacutes o teatro de fantoches e da palestra interativa foram mostrados exemplares de

vermes adultos de A lumbricoides (cerca de 30 cm) Taenia spp (cerca de 8 m) e de E

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

6

o estado nutricional e no desenvolvimento fiacutesico e cognitivo (UCHOA 2009 MACCHIONI

et al 2015)

A desnutriccedilatildeo nas fases iniciais da vida eacute capaz de promover a reduccedilatildeo da capacidade

de realizar atividades fiacutesicas aumenta a vulnerabilidade agraves infecccedilotildees diminui a capacidade

cognitiva e leva agrave maacute-absorccedilatildeo intestinal de nutrientes (BISCEGLI et al 2009)

Para entender o desenvolvimento das enteroparasitoses fatores relacionados aos

parasitos e ao hospedeiro devem ser levados em conta como por exemplo o nuacutemero de

exemplares de parasitos e sua virulecircncia a idade do hospedeiro a imunidade os haacutebitos

alimentares e o uso de medicamentos Esses fatores podem determinar o iniacutecio ou natildeo de uma

infecccedilatildeo parasitaacuteria (REY 2010) As parasitoses intestinais podem ser causadas por

protozoaacuterios eou helmintos e sua transmissatildeo ocorre principalmente por via fecal-oral

podendo ocorrer tambeacutem por via cutacircnea no caso de algumas espeacutecies de helmintos Os

veiacuteculos de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria satildeo variados podendo ocorrer atraveacutes da aacutegua do solo de

alimentos matildeos e material subungueal vetores como artroacutepodes e moluscos e por objetos

contaminados (NEVES et al 2011)

As protozooses intestinais mais frequentes mundo satildeo a giardiacutease a amebiacutease e a

criptosporidiacutease (CDC [a] 2015) Essas doenccedilas podem causar diarreia intensa maacute absorccedilatildeo de

nutrientes dores abdominais naacuteuseas e vocircmitos que implicam em graves consequecircncias

principalmente durante a infacircncia (CDC [a] 2015) Esses protozoaacuterios contaminam a aacutegua e os

alimentos ressaltando-se que todos os cistos de protozoaacuterios e oocistos de Cryptosporidium

spp satildeo infectantes quando eliminados nas fezes (NEVES et al 2011)

A giardiacutease eacute causada pelo protozoaacuterio flagelado denominado G lamblia que possui

duas formas evolutivas o trofozoiacuteto e o cisto O trofozoiacuteto localiza-se geralmente no duodeno

onde se fixa na mucosa e se multiplica Esta forma eacute responsaacutevel por espoliar o hospedeiro A

via normal de infecccedilatildeo no homem eacute a ingestatildeo de cistos maduros Os seres humanos atuam

como reservatoacuterio da doenccedila sendo que os animais selvagens e domeacutesticos podem atuar da

mesma forma (NEVES et al 2011 SANTANA et al 2014)

A giardiacutease eacute responsaacutevel por aproximadamente 280 milhotildees de casos de infecccedilotildees por

ano em acircmbito mundial (BERNE et al 2014) Estima-se uma prevalecircncia de 2 a 7 nos

paiacuteses desenvolvidos e de 20 a 30 nos paiacuteses em desenvolvimento (KAMEL et al 2013)

Esta parasitose foi incluiacuteda na Iniciativa para as Doenccedilas Negligenciadas da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede em 2004 devido ao seu potencial altamente debilitante (BERNE et al

2014) Na Ameacuterica Latina a giardiacutease eacute uma das trecircs principais causas de morbidade em

crianccedilas de 0 a 5 anos de idade pois seu quadro cliacutenico varia desde infecccedilotildees assintomaacuteticas

7

ateacute episoacutedios de diarreia persistente e intensa com siacutendrome de maacute absorccedilatildeo intestinal de

nutrientes e de gorduras que pode acarretar em desnutriccedilatildeo desidrataccedilatildeo e comprometimento

no desenvolvimento e crescimento da populaccedilatildeo infantil (BERNE et al 2014)

A amebiacutease eacute causada pela ameba patogecircnica conhecida como Entamoeba histolytica

Esse protozoaacuterio ocupa o terceiro lugar dentre as doenccedilas parasitarias responsaacutevel pelos

maiores iacutendices de mortalidade no mundo ficando atraacutes apenas da malaacuteria e da esquistossomose

(OUATTARA et al 2010) Estima-se que por ano cerca de 40 a 50 milhotildees de pessoas no

mundo satildeo acometidas pela amebiacutease e aproximadamente 40 mil evoluem a oacutebito (NAGATA

et al 2012)

No Brasil haacute uma ampla distribuiccedilatildeo da amebiacutease Alguns trabalhos mostram que a E

histolytica costuma ser mais comum nas regiotildees norte e nordeste do paiacutes com prevalecircncias que

variam entre 68 a 2935 (SANTOS et al 2013)

Haacute duas espeacutecies distintas poreacutem morfologicamente idecircnticas capazes de contaminar

o ser humano a espeacutecie patogecircnica e invasiva a E histolytica e outra de baixa virulecircncia e natildeo

invasiva a Entamoeba dispar Esse fato deu origem ao complexo E histolytica E dispar

(NEVES et al 2011)

Indiviacuteduos com amebiacutease podem apresentar quadros assintomaacuteticos ou com

sintomaacuteticos Nas formas sintomaacuteticas o indiviacuteduo infectado apresenta coacutelicas abdominais com

diarreia aquosa que podem ser sanguinolentas acompanhadas de perda de peso A E histolytica

possui um caraacuteter invasivo podendo levar ao desenvolvimento de ulceraccedilotildees intestinais

Atraveacutes destas ulceraccedilotildees os trofozoiacutetos podem invadir outros tecidos do corpo O fiacutegado

costuma ser o mais frequente dando origem aos abcessos hepaacuteticos A forma hepaacutetica costuma

causar um nuacutemero maior de mortes em relaccedilatildeo as outras Geralmente apoacutes a ruptura do abcesso

hepaacutetico outros tecidos costumam ser invadidos como eacute o caso do trato respiratoacuterio enceacutefalo

sistema geniturinaacuterio regiatildeo perianal pele e ateacute ossos sendo os trecircs uacuteltimos raramente

observados (CORDEIRO MACEDO 2007)

Nos uacuteltimos anos tem sido demonstrada a importacircncia da investigaccedilatildeo de cocciacutedios

oportunistas como Cryptosporidium spp Cystoisospora belli e Cyclospora cayetanensis A

aacutegua eacute o principal veiacuteculo de disseminaccedilatildeo seja ela teoricamente potaacutevel ou de recreaccedilatildeo

podendo tambeacutem ocorrer a transmissatildeo por alimentos contaminados (CARVALHO 2009

MARIANO 2014) Esses protozoaacuterios infectam pacientes imunodeprimidos e indiviacuteduos

imunocompetentes A doenccedila pode ser assintomaacutetica ou sintomaacutetica As manifestaccedilotildees cliacutenicas

na criptosporidiacutease na ciclosporiacutease e na cistoisosporiacutease satildeo semelhantes e caracterizada por

surtos de diarreia aquosa intermitente acompanhada de dor abdominal naacuteuseas vocircmitos e

8

consequente perda de peso A maioria dos indiviacuteduos sem patologias que afetem o sistema

imunoloacutegico poderatildeo se recuperar desta parasitose sendo a doenccedila autolimitada em 10 a 14

dias (PAINTER et al 2015 CDC [b] [c] [d] 2015)

A criptosporidiacutease eacute considerada uma doenccedila emergente e estima-se que por ano ocorram

748000 casos de infecccedilatildeo por Cryptosporidium spp e que apenas 2 desses casos sejam

reportados (PAINTER et al 2015) Satildeo vaacuterias as espeacutecies que parasitam o homem sendo

algumas com potencial zoonoacutetico O Cryptosporidium spp tem sido encontrado em crianccedilas

com idade entre 1 e 5 anos e com diarreia (MARIANO 2014)

O B hominis eacute o parasita mais frequentemente encontrado em levantamentos

epidemioloacutegicos muitas vezes sendo o mais prevalente nos paiacuteses em desenvolvimento

atingindo uma prevalecircncia de 30 a 50 (BEYHAN et al 2015)

A patogenicidade do B hominis em humanos ainda natildeo foi completamente definida e

envolve vaacuterias controveacutersias Enquanto os indiviacuteduos acometidos por este parasito podem ser

assintomaacuteticos ou sintomaacuteticos Em casos sintomaacuteticos o quadro clinico eacute composto por dores

abdominais prurido anal flatulecircncia meteorismo naacuteusea vocircmito e diarreia Natildeo eacute evidenciada

a presenccedila de leucoacutecitos nas fezes Pode haver a remissatildeo dos sintomas sem que tenha ocorrido

tratamento especiacutefico (MACEDO et al 2010 COYLE et al 2012)

Aleacutem dos protozoaacuterios intestinais patogecircnicos o exame parasitoloacutegico de fezes pode

detectar protozoaacuterios comensais natildeo patogecircnicos como Entamoeba coli Endolimax nana e

Iodamoeba butschlii A presenccedila deles reflete o contato do indiviacuteduo com material fecal em

aacutegua eou alimentos ingeridos pelo homem e indica tambeacutem haacutebitos de higiene precaacuterios Satildeo

encontrados em praticamente todos os paiacuteses do mundo mais frequentemente em regiotildees

tropicais e subtropicais (BELLOTO et al 2011 NEVES 2011)

As helmintoses podem ser assintomaacuteticas em caso de infecccedilotildees leves e sintomaacuteticas

As infecccedilotildees sintomaacuteticas satildeo caracterizadas por desencadear uma seacuterie de alteraccedilotildees orgacircnicas

pois a localizaccedilatildeo no intestino eacute favoraacutevel a nutriccedilatildeo do helminto devido ao faacutecil acesso aos

nutrientes dissolvidos Os helmintos competem com o hospedeiro pelos micronutrientes

presentes na dieta e aleacutem disso modificam o epiteacutelio intestinal diminuindo a accedilatildeo de enzimas

e a absorccedilatildeo de nutrientes Isto afeta o estado nutricional do indiviacuteduo e como consequecircncia

pode ocasionar dores abdominais fraqueza e mal estar diarreia obstruccedilatildeo intestinal prolapso

retal sangramento desnutriccedilatildeo anemia baixo rendimento escolar e atraso no desenvolvimento

corporal das crianccedilas infectadas (SEIXAS et al 2011)

Os ovos e as larvas de helmintos eliminados recentemente nas fezes natildeo satildeo diretamente

infectantes ao homem pois precisam de um periacuteodo de amadurecimento no solo exceto o E

9

vermicularis e o H nana que satildeo diretamente transmissiacuteveis ao homem pois natildeo necessitarem

de um hospedeiro intermediaacuterio ou de um periacuteodo de amadurecimento no solo (NEVES et al

2011)

De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2015) mais de 15 bilhatildeo de pessoas

ou 24 da populaccedilatildeo mundial estatildeo infectadas por helmintos onde o A lumbricoides T

trichiura e ancilostomiacutedeos (Necator americanus e Ancylostoma duodenale) satildeo os mais

prevalentes Mais de 270 milhotildees de crianccedilas preacute-escolares e mais de 600 milhotildees de crianccedilas

em idade escolar vivem em aacutereas onde estes parasitas satildeo intensamente transmitidos

destacando a importacircncia da implementaccedilatildeo de medidas preventivas e poliacuteticas sanitaacuterias

No Brasil os helmintos mais comuns satildeo A lumbricoides e T trichiura sendo o

primeiro o mais frequente (ARAUJO FILHO et al 2011 SEIXAS et al 2011) A distribuiccedilatildeo

eacute ampla e varia de acordo com as regiotildees do paiacutes podendo ocorrer tanto em zonas urbanizadas

como rurais predominando nas aacutereas mais carentes cujo solo eacute contaminado e onde natildeo haacute

disponibilidade de aacutegua tratada e saneamento baacutesico (ANDRADE et al 2010)

A ascaridiacutease eacute a doenccedila causada pelo A lumbricoides conhecido popularmente como

lombriga Estima-se que cerca de 807000 a 1221 milhotildees de pessoas no mundo estatildeo

infectados por este nematelminto que eacute responsaacutevel por altos iacutendices de morbidade e

mortalidade nos paiacuteses em desenvolvimento (CDC [e] 2015) O A lumbricoides eacute um geo-

helminto pois possui fases de seu desenvolvimento no solo A casca espessa de seus ovos os

torna impermeaacuteveis e favorece sua viabilidade no ambiente ainda que estejam em areia seca

por exemplo (CHEN MUCCI 2012) A transmissatildeo ocorre pela ingestatildeo dos ovos larvados

que podem ser encontrados contaminando alimentos e aacutegua pela geofagia pelo ato de levar as

matildeos sujas a boca e por objetos contaminados (OMS 2015 NEVES 2011)

As infestaccedilotildees por A lumbricoides podem ser de baixa intensidade (3 a 4 vermes) meacutedia

intensidade (30 a 40 vermes) ou maciccedilas (100 ou mais vermes) No primeiro caso natildeo ocorrem

sintomas Jaacute nos dois uacuteltimos casos os vermes adultos podem causar accedilatildeo espoliadora toacutexica

ou mecacircnica Isso pode resultar num grande consumo de nutrientes e resultar em desnutriccedilatildeo

principalmente em crianccedilas Aleacutem disso reaccedilatildeo aleacutergica aos antiacutegenos do parasito pode causar

edema ou urticaacuteria lesotildees pulmonares devido ao ciclo bioloacutegico do parasito podendo resultar

na Siacutendrome de Loeffler (resultante de um edema pulmonar com infiltrado eosinofiacutelico e

manifestaccedilotildees aleacutergicas com sintomatologia semelhante a pneumonia) A complicaccedilatildeo mais

comum eacute o quadro de obstruccedilatildeo intestinal que pode levar crianccedilas a oacutebito nestes casos eacute

indicado tratamento ciruacutergico (ANDRADE et al 2010)

10

O T trichiura eacute o agente causador da tricuriacutease Estima-se que aproximadamente 1 bilhatildeo

de pessoas estejam infectadas com esse helminto A transmissatildeo ocorre pela ingestatildeo de ovos

larvados em alimentos contaminados e pela geofagia Aleacutem disso sua disseminaccedilatildeo pode ser

facilitada pelo vento pela aacutegua ou por vetores (nas patas das moscas domeacutesticas por exemplo)

(NEVES et al 2011 CDC 2015) As infecccedilotildees costumam ser assintomaacuteticas Os casos graves

costumam ocorrer em indiviacuteduos desnutridos nesses casos haacute o comprometimento do intestino

grosso do ceco ao reto podendo levar ao prolapso retal (MENEZES 2013)

Como a maioria das doenccedilas parasitaacuterias natildeo pode ser diagnosticada apenas pela cliacutenica

exibida pelo paciente o exame parasitoloacutegico de fezes torna-se necessaacuterio para a confirmaccedilatildeo

ou natildeo da presenccedila de parasitos O exame parasitoloacutegico compreende duas principais etapas o

exame macroscoacutepico onde se procura por formas macroscoacutepicas dos helmintos que possam ter

sido eliminadas pelo hospedeiro e o exame microscoacutepico realizado a partir do processamento

das amostras fecais por meio de diferentes meacutetodos que visam concentrar as formas parasitarias

a fim de evidencia-las e identifica-las Os meacutetodos utilizados satildeo meacutetodo de sedimentaccedilatildeo

espontacircnea de Hoffman Pons e Janner ou Lutz baseado na sedimentaccedilatildeo espontacircnea das formas

parasitarias em aacutegua meacutetodo de Ritchie baseado na centrifugo-sedimentaccedilatildeo utilizando

formalina a 10 e eacuteter meacutetodo de Faust e cols baseado na centrifugo-flutuaccedilatildeo utilizando uma

soluccedilatildeo de sulfato de zinco com densidade 118gml meacutetodo de Baermann-Moraes ou de

Rugai Mattos e Brisola baseado no termohidrotropismo das larvas e o meacutetodo direto indicado

para pesquisa de trofozoiacutetos em fezes frescas e emitidas em no maacuteximo 30 minutos Satildeo

recomendadas coloraccedilotildees como a soluccedilatildeo de Lugol e as coloraccedilotildees permanentes como a

hematoxilina feacuterrica ou o tricrocircmico As coloraccedilotildees permanentes permitem a melhor

visualizaccedilatildeo dos protozoaacuterios e facilitam a identificaccedilatildeo dos trofozoiacutetos encontrados em fezes

diarreicas e pastosas A coloraccedilatildeo pelo Kinyoun derivada da fucsina fenicada eacute utilizada para

o diagnoacutestico de oocistos de cocciacutedios intestinais (DE CARLI 2011)

Atualmente jaacute existem meacutetodos imunoenzimaacuteticos e imunocromatograacuteficos para

detecccedilatildeo de antiacutegenos parasitaacuterios nas fezes Aleacutem disso a biologia molecular tambeacutem pode

ser utilizada como ferramenta para a diferenciaccedilatildeo e determinaccedilatildeo das espeacutecies de

enteroparasitas Comparados com os meacutetodos tradicionais esses satildeo meacutetodos possuem um

custo mais alto poreacutem satildeo muito mais sensiacuteveis e especiacuteficos (DE CARLI 2011)

Inuacutemeros autores ao redor do mundo principalmente em paiacuteses em desenvolvimento

como no continente africano e na Ameacuterica latina tecircm realizado pesquisas e constatado a

prevalecircncia das parasitoses Na proviacutencia de Santiago em Cuba Saacutenchez et al (2012)

analisaram 1253 amostras fecais de crianccedilas e constataram uma prevalecircncia de 378 de

11

enteroparasitas Observou-se G lamblia (156) B hominis (23) E histolytica E dispar

(48) T trichiura (48) Alumbricoides (48) E vermiculares (25) ancilostomideos

(29) Fasciola hepatica (01)

Na Venezuela Laugart et al (2012) analisaram 262 amostras fecais de crianccedilas com

idades entre 1 a 14 anos e revelaram uma prevalecircncia de 897 de enteroparasitoses Foram

encontrados E nana (389) B hominis (366) G lamblia (321) E coli (321) E

histolyticaE dispar (61) Chilomastix mesnili (23) I butschlii (23) ancilostomideos

(23) e A lumbricoides (19)

Um estudo envolvendo 50 crianccedilas com idades entre 7 e 12 anos realizado por Carrero

(2013) na Colocircmbia revelou uma prevalecircncia de 96 de parasitas intestinais Das amostras

positivas encontrou-se B hominis (88) E coli (56) Giardia intestinalis (34) e E

histolytica E dispar (24) C mesnili (24) I butschilii (2) e E nana (2)

No Egito 300 amostras fecais provenientes de crianccedilas com idades de 1 a 6 anos que

frequentavam o ambulatoacuterio do Assiut University Childrem Hospital foram analisadas Foi

encontrado um percentual de 557 de positividade para parasitos intestinais As espeacutecies de

enteroparasitas detectadas foram G lamblia (157) Cryptosporidium spp (117) B

hominis (93) E coli (33) H nana (23) e I belli (1) (YONES et al 2015)

Em 2015 no Peru um estudo realizado por Cabada et al teve o objetivo de revelar a

prevalecircncia das geohelmintoses anemia e desnutriccedilatildeo em 240 crianccedilas com idades entre 3 a 12

anos em seis comunidades Neste estudo verificou-se que 488 das crianccedilas estavam com

anemia 10 abaixo do peso e 47 das crianccedilas encontravam-se parasitadas Os parasitos

detectados nos exames parasitoloacutegicos foram E coli (23) E nana (19) G intestinalis

(9) E histolyticadispar (3) Entamoeba hartmanni (3) A lumbricoides (2)

Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

No Brasil vaacuterios estudos feitos em diferentes regiotildees do paiacutes demonstram que as

parasitoses se distribuem de forma heterogecircnea pois as condiccedilotildees socioeconocircmicas e de

saneamento baacutesico tendem a variar entre as regiotildees do paiacutes (LEITE TOMA ADAMIL 2014

MACCHIONI et al 2015)

Em 2010 um estudo foi realizado por Santos e Merlini no municiacutepio de Maria

HelenaPR com 413 indiviacuteduos com idade entre 0 a 89 anos Os autores obtiveram uma

prevalecircncia de 16 de positividade Os parasitos mais prevalentes foram Enana (65) G

intestinalis (63) E coli (35) A lumbricoides (14) Strongyloides stercoralis (07)

E vermicularis (07) Ancilostomiacutedeo (02) E hystolitica E diacutespar (02) e Taenia sp

(02)

12

A populaccedilatildeo atendida pelo Laboratoacuterio Central do municiacutepio de ChapadinhaMA foi

alvo do estudo de Silva et al no ano de 2010 Em um total de 3933 amostras analisadas

observou-se uma positividade de 331 E histolytica E dispar E coli G intestinalis e A

lumbricoides foram as espeacutecies mais prevalentes

Lander et al (2010) estudaram a prevalecircncia das parasitoses intestinais em escolares de

creches em Salvador BA com idades entre 3 a 5 anos Das 325 amostras fecais analisadas 95

foram positivas para parasitas intestinais (292) Dos helmintos o T trichiura (12) e A

lumbricoides (105) foram os mais prevalentes Jaacute os protozoaacuterios mais encontrados foram

G duodenalis (129) e E histolytica Edispar (37) Um percentual de 246 das amostras

positivas era de protozoaacuterios comensais

Em duas creches de UberlacircndiaMG um trabalho foi desenvolvido por Gonccedilalves et al

(2011) com 133 crianccedilas de 6 meses a 6 anos de idade Foi encontrada uma prevalecircncia de

293 de enteroparasitos sendo a G lamblia (192) o protozoaacuterio mais frequente seguido

por E histolytica (38) Os helmintos detectados nas creches foram o H nana (23) o E

vermicularis (15) e o ancilostomiacutedeo (08)

Belloto et al (2011) no Municiacutepio de MirassolSP analisaram 310 amostras fecais de

crianccedilas de 2 a 15 anos A prevalecircncia de enteroparasitas foi de 3032 Dentre os protozoaacuterios

detectados a G lamblia foi o mais frequente (1516) seguido da E histolytica E

dispar (064) A lumbricoides (355) S stercoralis (032) e Taenia sp (032) foram

os helmintos mais prevalentes A faixa etaacuteria de 8 a 10 anos apresentou a maior positividade

(4737) seguida de indiviacuteduos da faixa etaacuteria de 2 a 4 anos (3846) 5 a 7 anos (3622) e

11 a 15 anos (300)

Seixas et al (2011) realizaram um estudo com 200 escolares em Salvador e obtiveram

uma prevalecircncia de 94 de positividade para enteroparasitos Detectou-se entre os helmintos

A lumbricoides (25) T trichiura (105) E vermicularis (3) S stercoralis (25)

Ancilostomiacutedeos (15) e S mansoni (1) Dentre os protozoaacuterios os mais frequentes foram

E nana (535) E coli (435) E hystoliticaEdispar (215) G lamblia (12) e

Ibutschlii (3)

Em 2012 no municiacutepio de CoariAM Silva Silva e Freitas analisaram as fezes de 65

crianccedilas na faixa etaacuteria de 1 a 12 anos Os exames demonstraram uma positividade de 831

para parasitos sendo encontrados A lumbricoides (537) T trichiura (166)

ancilostomideos (15) E coli (92) e G lamblia (55)

Belo et al (2012) desenvolveram uma pesquisa no municiacutepio de Satildeo Joatildeo Del ReiMG

em 21 escolas sendo 6 escolas da zona urbana e 15 escolas da zona rural Analisaram um total

13

de 1172 amostras (711 escolares da zona urbana e 461 da zona rural) Nas escolas localizadas

na zona rural obtiveram uma positividade de 364 enquanto que as escolas da zona urbanas

apresentaram uma positividade de 235 Os estudantes da zona rural possuiacuteam maior nuacutemero

de fatores de risco associados a ocorrecircncia de parasitoses intestinais que variava desde a

condiccedilatildeo sanitaacuteria ateacute a condiccedilatildeo socioeconocircmica das famiacutelias desta regiatildeo Do total das

amostras positivas das duas escolas 22 apresentavam-se biparasitados ou poliparasitados Os

protozoaacuterios mais frequentes foram E histolyticaEdispar (143) E coli (95) e G

lamblia (55) Quanto aos helmintos o Ancylostoma spp (21) Ascaris

lumbricoides (19) E vermicularis (15) e T trichiura (11) foram os mais prevalentes

No municiacutepio de GurupiTO os autores realizaram um estudo com crianccedilas de 5 a 12

anos de idade em 6 escolas puacuteblicas da regiatildeo Das 205 amostras fecais analisadas houve uma

positividade de 4243 Foi observado maior prevalecircncia em crianccedilas na faixa etaacuteria de 7 a 9

anos Os protozoaacuterios mais encontrados foram G lamblia (1854) E coli (1610) E

histolytica (780) Jaacute os helmintos mais comuns foram H nana (780) E vermicularis e A

lumbricoides (39) ancilostomiacutedeos (195) (SILVA TEIXEIRA GONTIJO 2012)

No Rio Grande do Sul Berne et al (2012) avaliaram uma populaccedilatildeo de 165 crianccedilas

buscando determinar a prevalecircncia de parasitos intestinais nas mesmas Eles encontraram uma

prevalecircncia de 642 de positividade No estudo os seguintes parasitos foram identificados

G lamblia (303) T trichiura (242) A lumbricoides (224) E coli (152)

Enteromonas hominis (48) E nana (36) Cryptosporidium sp (24) C belli (02) e

E vermicularis (02)

Em um assentamento de trabalhadores rurais sem-terra em Satildeo Paulo uma pesquisa foi

realizada durante dois anos a fim de avaliar a prevalecircncia das parasitoses intestinais No

primeiro ano foram analisadas 29 amostras de crianccedilas com idades entre 4 e 15 anos e a

prevalecircncia encontrada foi de 966 de positividade Das espeacutecies observadas G

intestinalis foi a mais frequente (966) seguido de E coli (276) E nana (138) Entre os

helmintos o mais prevalente foi o ancilostomideo (69) seguido por H nana (34) T

trichiura (34) A lumbricoides (34) e S stercoralis (34) O monoparasitismo aconteceu

em 357 das amostras analisadas enquanto que as infecccedilotildees por mais de uma espeacutecie de

parasita ocorreram em 643 No segundo ano de estudo foram analisadas 14 amostras fecais

e obteve-se uma prevalecircncia de 857 para enteroparasitas Das amostras positivas 75

apresentaram um uacutenico parasita enquanto 25 apresentaram mais de uma espeacutecie de

parasita A G intestinalis estava presente em 643 E nana em 215 e A lumbricoides em

14

71 A positividade natildeo variou muito entre as diferentes faixas etaacuterias nos dois periacuteodos de

estudo LIMA JUNIOR KAISER CATISTI 2013)

No ano de 2014 Santos et al desenvolveram um estudo em uma creche comunitaacuteria de

FlorianoacutepolisSC afim de verificar a prevalecircncia de parasitoses intestinais Foram analisadas

57 amostras fecais e uma prevalecircncia de 614 foi detectada Os principais parasitos

encontrados foram B hominis (404) G lamblia (246) E coli (228) E nana (123)

E histolyticaE dispar (71) E hartmanni (18) E vermicularis (18) e I buumltschli

(18)

Santos Gurgel-Gonccedilalves e Machado publicaram um trabalho no ano de 2014 onde

avaliaram a ocorrecircncia de parasitos intestinais em crianccedilas moradoras das cidades de Riacho

Fundo II e Ceilacircndia localizadas no Distrito Federal 193 crianccedilas com idades entre 4 a 14 anos

participaram do estudo Um total de 637 das crianccedilas estavam contaminadas Em Riacho

Fundo II os parasitos mais prevalentes foram H nana (44) A lumbricoides (30) E coli

27 G intestinalis (15) Ancilostomideos (5) E histolyticadiacutespar (7) T trichiura

(4) E nana (3) e I butschlii (1) Jaacute na Ceilacircndia os parasitos mais frequentes foram E

coli (23) E nana (19) G intestinalis (9) E histolyticadispar (3) E hartmanni (3)

Ascaris lumbricoides (2) Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

Em uma instituiccedilatildeo localizada em NiteroacuteiRJ um estudo foi feito com 43 crianccedilas de 0

a 12 anos de idade e 25 adultos a fim de estabelecer a prevalecircncia das parasitoses intestinais

70 das crianccedilas e 44 dos adultos estavam contaminados por parasitas intestinais e no total

houve uma prevalecircncia de 60 de enteroparasitoses na instituiccedilatildeo estudada Os protozoaacuterios

encontrados foram B hominis (44) E nana (15) G lamblia (12) E histolyticaE

dispar (10) e E coli (7) Os helmintos foram H nana (3) E vermicularis (3) T

trichiura (15) e A lumbricoides (15) A maior prevalecircncia foi em crianccedilas de 6 a 8 (857)

(LEITE TOMA ADAMIL 2014)

Para diminuir a contaminaccedilatildeo eacute necessaacuterio aplicar medidas de controle capazes de

interromper os mecanismos de transmissatildeo Isto reforccedila a importacircncia de fornecer subsidio

imediato para a conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo sobre higiene prevenccedilatildeo das parasitoses e

educaccedilatildeo sanitaacuteria

A educaccedilatildeo em sauacutede visa a promoccedilatildeo da sauacutede e funciona como um processo de

ensinoaprendizagem que busca empoderar os indiviacuteduos de forma que estes possuam

autonomia necessaacuteria para escolher as melhores alternativas afim de transformar sua qualidade

de vida e o meio onde vivem Para que essa pratica seja possiacutevel o educador deve atuar como

15

um facilitador no processo de reflexatildeo sobre a realidade em que essa comunidade estaacute

inserida Essas atividades auxiliam a populaccedilatildeo a evitar doenccedilas de impacto social como as

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 VICENTE et al 2012)

As accedilotildees educativas realizadas em comunidades escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede

prevenccedilatildeo contra as enteroparasitoses e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente possui um

papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores do

conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo das

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009) Aleacutem disso por meio da educaccedilatildeo em sauacutede

constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

Silva Neto et al (2013) realizaram um trabalho na Escola Estadual Francisco Nunes da

cidade de Pau dos Ferros-RN com 42 crianccedilas na faixa etaacuteria de 5 a 11 anos Verificaram que

6428 dos escolares apresentaram algum tipo de enteroparasitos sendo que 2142 dos

escolares estavam poliparasitados A partir de tais indicadores e conhecendo a realidade a ser

trabalhada planejaram estrateacutegias de accedilotildees educativas com objetivo de repassar informaccedilotildees

que ajudassem na mudanccedila de haacutebitos higiecircnicos e consequentemente na diminuiccedilatildeo da

incidecircncia de casos de enteroparasitoses Foram realizadas oficinas peccedilas teatrais dinacircmicas

produccedilatildeo textual curso para boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos e cursos sobre as

parasitoses com os professores As crianccedilas trabalharam na confecccedilatildeo de cartazes com ecircnfase

nas parasitoses Os autores relataram a importacircncia da continuidade das accedilotildees educativas pelos

professores da escola

As accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais foram realizadas

por Da Cruz et al (2014) em 29 estudantes de 12 a 16 anos de idade do ensino fundamental de

uma localidade rural do municiacutepio de UberlacircndiaMG Os autores tambeacutem verificaram a

ocorrecircncia de parasitoses intestinais constatando-se 21 de escolares parasitados e 3 de

poliparasitismo B hominis foi o parasito mais frequente (5715) seguido de E coli e G

lamblia com uma frequecircncia de 1428 cada um As accedilotildees educativas em sauacutede incluiacuteram a

aplicaccedilatildeo de jogo didaacutetico palestras microscoacutepio para visualizaccedilatildeo de estruturas dos parasitos

e mostra de exemplares macroscoacutepicos dos parasitos sendo avaliadas mediante a aplicaccedilatildeo de

questionaacuterios O jogo didaacutetico ldquotabuleiro da sauacutederdquo abordou as principais parasitoses de

importacircncia meacutedica aleacutem de temas relativos agrave higiene pessoal Os resultados dos questionaacuterios

aplicados apoacutes a realizaccedilatildeo das accedilotildees educativas apontaram uma notaacutevel melhora quanto agrave

assimilaccedilatildeo de conhecimentos por parte dos estudantes

O presente estudo foi desenvolvido no Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz que

compreende a Regiatildeo da Grande Florianoacutepolis situado ao lado da BR 282 e integra a Bacia do

16

Rio Cubatatildeo Sul O municiacutepio eacute caracterizado por pequenas propriedades rurais com lavouras

temporaacuterias e permanentes (IBGE 2014) Segundo o censo do IBG a populaccedilatildeo de 2014 era

de 21572 habitantes

Na aacuterea rural em relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua nas residecircncias 6625 eacute abastecido

pela rede puacuteblica 3338 de poccedilo ou nascente e 03 de outros Jaacute na aacuterea urbana 8264

tem abastecimento de aacutegua pela rede puacuteblica 1717 de poccedilo ou nascente e 09 de outros

Quanto ao destino de esgoto na aacuterea rural 188 das residecircncias tem sistema de esgoto 9109

possuem fossa seacuteptica e 703 o esgoto eacute a ceacuteu aberto Na aacuterea urbana 722 das residecircncias

tem sistema de esgoto 8595 possuem fossa seacuteptica e 683 o esgoto eacute a ceacuteu aberto

O presente trabalho permitiu avaliar a presenccedila de enteroparasitoses que afetam os

escolares e o desenvolvimento de accedilotildees educativas que visam agrave promoccedilatildeo da sauacutede

contribuindo para a melhora da qualidade de vida

17

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

O presente estudo visou determinar a prevalecircncia de parasitoses intestinais em alunos

de seis Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz e promover a

ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre sauacutede e parasitoses

22 Objetivos Especiacuteficos

- Verificar a ocorrecircncia de parasitas intestinais em crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0

a 17 anos do municiacutepio de Santo Amaro da ImperatrizSC

- Relacionar os resultados do levantamento parasitoloacutegico com as condiccedilotildees de saneamento

local

- Analisar as noccedilotildees de higiene e quais as nomenclaturas populares sobre as parasitoses

intestinais conhecidas na comunidade

- Proporcionar educaccedilatildeo em sauacutede e medidas preventivas no combate as doenccedilas parasitaacuterias

humanas promovendo um processo de aprendizado

- Incentivar a mudanccedila de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva para a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

18

3 METODOLOGIA

31 Locais e sujeitos do estudo

O presente estudo teve iniacutecio em agosto de 2014 e finalizou-se em setembro de 2015

Esse estudo envolveu 357 crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0 a 17 anos de idade

matriculados nas seguintes Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da

ImperatrizSC Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff Escola Municipal Braccedilo Satildeo

Joatildeo Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio e Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

O trabalho foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105) (Anexo A)

As accedilotildees educativas foram realizadas em 2014 com escolares na faixa etaacuteria de 6 a 17

anos de idade e teve a participaccedilatildeo dos professores das referidas escolas

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos

Foi realizado uma reuniatildeo com professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos e os

seguintes temas foram abordados os objetivos e metodologia da pesquisa a importacircncia e

benefiacutecios de se fazer o exame de fezes as orientaccedilotildees sobre a coleta das fezes apresentaccedilatildeo

do ldquoTermo de Consentimento Livre e Esclarecidordquo (Anexo B) e ldquoTermo de Assentimentordquo

(Anexo C) Os pais ou responsaacuteveis foram informados sobre o encaminhamento dos resultados

(positivos ou negativos) dos exames parasitoloacutegicos e aconselhados a levar as crianccedilas ao

Centro de Sauacutede do Municiacutepio no contato preacutevio com a Secretaacuteria de Sauacutede para atendimento

com o meacutedico e adequado tratamento da parasitose O projeto teve o apoio dos professores das

escolas para a divulgaccedilatildeo do trabalho aos pais ou responsaacuteveis pelos alunos

321 Colheita das amostras fecais

Para a coleta das fezes foram entregues para os pais ou responsaacuteveis nas escolas as

orientaccedilotildees impressas para a coleta de fezes (abaixo descrito) e os frascos coletores contendo

soluccedilatildeo conservante SAF (acetato de soacutedio aacutecido aceacutetico e formol) Os frascos estavam

devidamente etiquetados com o nome sexo e idade da crianccedila Apoacutes a coleta que foi realizado

em casa o frasco contendo as fezes foi entregue na escola juntamente com o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento assinados pelos pais eou

responsaacuteveis Um prazo para a entrega e recolhimento das amostras era combinado com a

direccedilatildeo da escola

19

Foi coletada uma amostra fecal de cada crianccedila participante do estudo As amostras

preservadas em soluccedilatildeo conservadora SAF foram encaminhadas ao Laboratoacuterio Didaacutetico de

Parasitologia Clinica do Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas do Centro de Ciecircncias da

SauacutedeUFSC e para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do Hospital Universitaacuterio Polydoro

Ernani de Satildeo Thiago (HUUFSC) onde foram processadas e analisadas

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais

- Natildeo jogar o liacutequido conservante fora natildeo beber e natildeo deixar ao alcance de crianccedilas

pois o liacutequido conservante eacute toacutexico

- A crianccedila natildeo deve estar utilizando remeacutedio para vermes no periacuteodo que vai colher as

fezes Se estiver tomando remeacutedio tem que esperar de 7 a 10 dias para depois colher as fezes

para fazer o exame

- Antes da evacuaccedilatildeo a crianccedila deve urinar ou no vaso sanitaacuterio ou na privada Isso eacute

para natildeo contaminar as fezes com urina e aacutegua

- Apoacutes a crianccedila deve evacuar diretamente em penico limpo e seco ou sobre uma folha

de papel ou jornal limpo Quando as fezes forem diarreicas ou moles as mesmas devem ser

evacuadas em penico ou em um recipiente bem limpo e seco

- Com o auxiacutelio de espaacutetula de madeira ou uma colher de plaacutestico colher uma porccedilatildeo

de fezes do tamanho de uma noz e colocar imediatamente no frasco contendo o liacutequido

conservante A porccedilatildeo de fezes deveraacute ficar totalmente coberta pelo liacutequido conservante Natildeo

se deve encher o frasco com fezes

- Em caso de crianccedilas menores de 2 anos e que usam fraldas colher as fezes da fralda

com uma espaacutetula logo apoacutes a evacuaccedilatildeo

- Apoacutes colocar as fezes no frasco o mesmo deve ser bem fechado

- Escrever no roacutetulo do frasco o nome completo o sexo e a idade da crianccedila e data da

colheita das fezes

- Conservar os frascos em temperatura ambiente ateacute a entrega Natildeo precisa ser

refrigerado

IMPORTANTE

- Natildeo colher as fezes contidas no vaso sanitaacuterio

- Natildeo devem ser usadas as fezes evacuadas no solo

- As fezes natildeo devem estar misturadas com urina aacutegua e terra

20

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) Este meacutetodo tem como

fundamento a sedimentaccedilatildeo espontacircnea em aacutegua de ovos e larvas de helmintos cistos e oocistos

de protozoaacuterio e a vantagem na recuperaccedilatildeo de ovos considerados pesados O uso de grande

quantidade de material fecal nesse processo favorece um diagnoacutestico satisfatoacuterio e seguro

Em um frasco contendo 10 mL de aacutegua corrente adicionou-se cerca de 4g de fezes

retiradas de vaacuterios pontos da amostra fecal Homogeneizou-se as fezes com bastatildeo de vidro e

acrescentou-se mais 60 mL de aacutegua corrente ao frasco Em alguns casos misturou-se o material

fecal fixado pela soluccedilatildeo conservante Em seguida a suspensatildeo foi filtrada atraveacutes de filtro

descartaacutevel (Parasitofiltro) para um caacutelice cocircnico de sedimentaccedilatildeo com capacidade de 200ml

Adicionou-se aacutegua corrente ateacute completar aproximadamente frac34 do volume do caacutelice A

suspensatildeo foi deixada em repouso durante duas horas Apoacutes esse periacuteodo com pipeta de

Pasteur retirou-se uma pequena porccedilatildeo do sedimento formado no fundo do caacutelice depositando-

o sobre uma lacircmina onde adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol e cobriu-se com

lamiacutenula A preparaccedilatildeo foi examinada ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

332 Meacutetodo de Faust e cols

A teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) foi utilizada com algumas modificaccedilotildees Este

meacutetodo fundamenta-se na centriacutefugo-flutuaccedilatildeo de ovos larvas cistos e oocistos separando-os

do excesso de detritos fecais mediante o uso de soluccedilatildeo de densidade elevada Tem a vantagem

de concentrar os cistos de protozoaacuterios

Inicialmente foi colocado cerca de 12 mL do filtrado do meacutetodo de Hoffman Pons e

Janer em um tubo de centriacutefuga com capacidade de 15ml Centrifuga-se por 1 a 2 minutos a

650 x g Decantou-se o sobrenadante e o sedimento foi ressuspendido em aacutegua corrente

completando o volume de 12 ml com aacutegua e novamente centrifugou-se por 1 a 2 minutos a 650

x g Repete-se a lavagem do sedimento ateacute que o sobrenadante se apresentasse relativamente

claro Apoacutes a uacuteltima lavagem decantou-se o sobrenadante ressuspendeu-se o sedimento e

adicionou-se a soluccedilatildeo de sulfato de zinco (densidade 118gml) ateacute 05cm da borda do tubo de

centriacutefuga Centrifugou-se por 1 minuto a 650 x g Com uma alccedila de arame (diacircmetro de 5 a

7mm) retirou-se a peliacutecula sobrenadante transferindo 3 a 4 alccediladas do material para uma

lacircmina de microscopia Adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol cobrindo o

preparado com lamiacutenula e observou-se ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

21

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes que se

apresentaram pastosas e diarreicas Essa coloraccedilatildeo permanente permite um minucioso estudo

da morfologia dos trofozoiacutetos corados ocasionalmente dos cistos e para a confirmaccedilatildeo das

espeacutecies

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro

e em seguida filtrou-se a suspensatildeo atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de centriacutefuga com

capacidade de 15 ml Centrifugou-se a 650 x g por 1 a 2 minutos decantou-se o liacutequido

sobrenadante e preparar o esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado Depois de seco

colocou-se o esfregaccedilo diretamente no aacutelcool etiacutelico a 70 durante 5 minutos em cubas

adequadas para a coloraccedilatildeo Apoacutes isso procedeu-se com a continuaccedilatildeo da coloraccedilatildeo do

esfregaccedilo nas seguintes etapas

1 Aacutelcool etiacutelico a 70 5 minutos

2 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

3 Corante tricrocircmico 10 minutos

4 Soluccedilatildeo de aacutelcool etiacutelico a 90 acidificado com soluccedilatildeo de 1 de aacutecido aceacutetico 3 segundos

5 Aacutelcool etiacutelico absoluto para lavar

6 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

7 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

8 Xilol 10 minutos

Deixou-se o esfregaccedilo secar e a leitura foi feita com objetiva de 100x e com o auxiacutelio da ocular

micromeacutetrica para a morfometria das estruturas parasitaacuterias

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun

Utilizou-se a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes diarreicas

Esta coloraccedilatildeo permite diagnosticar os cocciacutedios intestinais

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro e em

seguida cerca de 3 ml da suspensatildeo foram filtrados atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de

centriacutefuga com capacidade de 15 ml Adicionou-se cerca de 3 ml de eacuteter e agitou-se

vigorosamente por 30 segundos Centrifugou-se a 500 x g por 10 minutos e o liacutequido

sobrenadante foi decantado Preparou-se um esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado

Deixou-se secar a temperatura ambiente e fixou-se o esfregaccedilo com aacutelcool metiacutelico por 30

22

segundos Corou-se com o corante de Kinyoun por 5 minutos Lavou-se com aacutegua destilada A

soluccedilatildeo aacutelcool-aacutecido sulfuacuterico foi usada por 2 minutos para diferenciar Lavou-se com aacutegua

destilada Corou-se o fundo da preparaccedilatildeo com soluccedilatildeo alcooacutelica de azul de metileno a 03

por um minuto Lavou-se com aacutegua e deixou-se secar A leitura foi realizada com objetiva de

100x e com auxiacutelio da ocular micromeacutetrica para a morfometria dos oocistos

34 Anaacutelise dos resultados

A anaacutelise dos resultados dos exames parasitoloacutegicos de fezes foi realizada atraveacutes de

estudos observacionais e os dados obtidos foram analisados pelo programa estatiacutestico MedCalc

e o teste aplicado foi o Qui Quadrado para comparaccedilatildeo de meacutedias ao niacutevel de 01 de

probabilidade

35 Accedilotildees educativas

A realizaccedilatildeo das atividades educativas teve a participaccedilatildeo de alunas bolsistas e

professoras do projeto de extensatildeoPROEXUFSC Foram elaborados e utilizados recursos

pedagoacutegicos baseando-se nas diferenccedilas cognitivas presentes entre alunos das diversas seacuteries

escolares Durante as accedilotildees educativas foi possiacutevel descobrir qual era o conhecimento que os

escolares possuiacuteam sobre verminoses e quais as nomenclaturas populares conhecidas na

comunidade Por meio de perguntas e diaacutelogo e tambeacutem na anaacutelise observacional do

comportamento na escola pode se analisar as noccedilotildees de higiene das crianccedilas As perguntas

foram Jaacute ouviram falar de vermes O que satildeo O que fazer para natildeo pegar vermes

Para as crianccedilas de 5 a 9 anos foi apresentado um teatro de fantoches encenando a peccedila

infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo (Anexo B) uma adaptaccedilatildeo da obra original escrita por Cardoso em

1998 Com uma linguagem simples e divertida a accedilatildeo luacutedica abordava as parasitoses e

prevenccedilatildeo

Para os alunos de 10 a 17 anos de idade as accedilotildees educativas foram oficinas com uso de

data show e tinha como objetivo apresentar a parasitologia para alunos maiores envolvendo

conceitos mais especiacuteficos de helmintos e protozoaacuterios A palestra consistiu em uma

apresentaccedilatildeo de slides contendo imagens e baseado nelas uma linha de raciociacutenio era

desenvolvida para fluir na forma de diaacutelogo onde os alunos eram questionados sobre as

mesmas

Apoacutes o teatro de fantoches e da palestra interativa foram mostrados exemplares de

vermes adultos de A lumbricoides (cerca de 30 cm) Taenia spp (cerca de 8 m) e de E

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

7

ateacute episoacutedios de diarreia persistente e intensa com siacutendrome de maacute absorccedilatildeo intestinal de

nutrientes e de gorduras que pode acarretar em desnutriccedilatildeo desidrataccedilatildeo e comprometimento

no desenvolvimento e crescimento da populaccedilatildeo infantil (BERNE et al 2014)

A amebiacutease eacute causada pela ameba patogecircnica conhecida como Entamoeba histolytica

Esse protozoaacuterio ocupa o terceiro lugar dentre as doenccedilas parasitarias responsaacutevel pelos

maiores iacutendices de mortalidade no mundo ficando atraacutes apenas da malaacuteria e da esquistossomose

(OUATTARA et al 2010) Estima-se que por ano cerca de 40 a 50 milhotildees de pessoas no

mundo satildeo acometidas pela amebiacutease e aproximadamente 40 mil evoluem a oacutebito (NAGATA

et al 2012)

No Brasil haacute uma ampla distribuiccedilatildeo da amebiacutease Alguns trabalhos mostram que a E

histolytica costuma ser mais comum nas regiotildees norte e nordeste do paiacutes com prevalecircncias que

variam entre 68 a 2935 (SANTOS et al 2013)

Haacute duas espeacutecies distintas poreacutem morfologicamente idecircnticas capazes de contaminar

o ser humano a espeacutecie patogecircnica e invasiva a E histolytica e outra de baixa virulecircncia e natildeo

invasiva a Entamoeba dispar Esse fato deu origem ao complexo E histolytica E dispar

(NEVES et al 2011)

Indiviacuteduos com amebiacutease podem apresentar quadros assintomaacuteticos ou com

sintomaacuteticos Nas formas sintomaacuteticas o indiviacuteduo infectado apresenta coacutelicas abdominais com

diarreia aquosa que podem ser sanguinolentas acompanhadas de perda de peso A E histolytica

possui um caraacuteter invasivo podendo levar ao desenvolvimento de ulceraccedilotildees intestinais

Atraveacutes destas ulceraccedilotildees os trofozoiacutetos podem invadir outros tecidos do corpo O fiacutegado

costuma ser o mais frequente dando origem aos abcessos hepaacuteticos A forma hepaacutetica costuma

causar um nuacutemero maior de mortes em relaccedilatildeo as outras Geralmente apoacutes a ruptura do abcesso

hepaacutetico outros tecidos costumam ser invadidos como eacute o caso do trato respiratoacuterio enceacutefalo

sistema geniturinaacuterio regiatildeo perianal pele e ateacute ossos sendo os trecircs uacuteltimos raramente

observados (CORDEIRO MACEDO 2007)

Nos uacuteltimos anos tem sido demonstrada a importacircncia da investigaccedilatildeo de cocciacutedios

oportunistas como Cryptosporidium spp Cystoisospora belli e Cyclospora cayetanensis A

aacutegua eacute o principal veiacuteculo de disseminaccedilatildeo seja ela teoricamente potaacutevel ou de recreaccedilatildeo

podendo tambeacutem ocorrer a transmissatildeo por alimentos contaminados (CARVALHO 2009

MARIANO 2014) Esses protozoaacuterios infectam pacientes imunodeprimidos e indiviacuteduos

imunocompetentes A doenccedila pode ser assintomaacutetica ou sintomaacutetica As manifestaccedilotildees cliacutenicas

na criptosporidiacutease na ciclosporiacutease e na cistoisosporiacutease satildeo semelhantes e caracterizada por

surtos de diarreia aquosa intermitente acompanhada de dor abdominal naacuteuseas vocircmitos e

8

consequente perda de peso A maioria dos indiviacuteduos sem patologias que afetem o sistema

imunoloacutegico poderatildeo se recuperar desta parasitose sendo a doenccedila autolimitada em 10 a 14

dias (PAINTER et al 2015 CDC [b] [c] [d] 2015)

A criptosporidiacutease eacute considerada uma doenccedila emergente e estima-se que por ano ocorram

748000 casos de infecccedilatildeo por Cryptosporidium spp e que apenas 2 desses casos sejam

reportados (PAINTER et al 2015) Satildeo vaacuterias as espeacutecies que parasitam o homem sendo

algumas com potencial zoonoacutetico O Cryptosporidium spp tem sido encontrado em crianccedilas

com idade entre 1 e 5 anos e com diarreia (MARIANO 2014)

O B hominis eacute o parasita mais frequentemente encontrado em levantamentos

epidemioloacutegicos muitas vezes sendo o mais prevalente nos paiacuteses em desenvolvimento

atingindo uma prevalecircncia de 30 a 50 (BEYHAN et al 2015)

A patogenicidade do B hominis em humanos ainda natildeo foi completamente definida e

envolve vaacuterias controveacutersias Enquanto os indiviacuteduos acometidos por este parasito podem ser

assintomaacuteticos ou sintomaacuteticos Em casos sintomaacuteticos o quadro clinico eacute composto por dores

abdominais prurido anal flatulecircncia meteorismo naacuteusea vocircmito e diarreia Natildeo eacute evidenciada

a presenccedila de leucoacutecitos nas fezes Pode haver a remissatildeo dos sintomas sem que tenha ocorrido

tratamento especiacutefico (MACEDO et al 2010 COYLE et al 2012)

Aleacutem dos protozoaacuterios intestinais patogecircnicos o exame parasitoloacutegico de fezes pode

detectar protozoaacuterios comensais natildeo patogecircnicos como Entamoeba coli Endolimax nana e

Iodamoeba butschlii A presenccedila deles reflete o contato do indiviacuteduo com material fecal em

aacutegua eou alimentos ingeridos pelo homem e indica tambeacutem haacutebitos de higiene precaacuterios Satildeo

encontrados em praticamente todos os paiacuteses do mundo mais frequentemente em regiotildees

tropicais e subtropicais (BELLOTO et al 2011 NEVES 2011)

As helmintoses podem ser assintomaacuteticas em caso de infecccedilotildees leves e sintomaacuteticas

As infecccedilotildees sintomaacuteticas satildeo caracterizadas por desencadear uma seacuterie de alteraccedilotildees orgacircnicas

pois a localizaccedilatildeo no intestino eacute favoraacutevel a nutriccedilatildeo do helminto devido ao faacutecil acesso aos

nutrientes dissolvidos Os helmintos competem com o hospedeiro pelos micronutrientes

presentes na dieta e aleacutem disso modificam o epiteacutelio intestinal diminuindo a accedilatildeo de enzimas

e a absorccedilatildeo de nutrientes Isto afeta o estado nutricional do indiviacuteduo e como consequecircncia

pode ocasionar dores abdominais fraqueza e mal estar diarreia obstruccedilatildeo intestinal prolapso

retal sangramento desnutriccedilatildeo anemia baixo rendimento escolar e atraso no desenvolvimento

corporal das crianccedilas infectadas (SEIXAS et al 2011)

Os ovos e as larvas de helmintos eliminados recentemente nas fezes natildeo satildeo diretamente

infectantes ao homem pois precisam de um periacuteodo de amadurecimento no solo exceto o E

9

vermicularis e o H nana que satildeo diretamente transmissiacuteveis ao homem pois natildeo necessitarem

de um hospedeiro intermediaacuterio ou de um periacuteodo de amadurecimento no solo (NEVES et al

2011)

De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2015) mais de 15 bilhatildeo de pessoas

ou 24 da populaccedilatildeo mundial estatildeo infectadas por helmintos onde o A lumbricoides T

trichiura e ancilostomiacutedeos (Necator americanus e Ancylostoma duodenale) satildeo os mais

prevalentes Mais de 270 milhotildees de crianccedilas preacute-escolares e mais de 600 milhotildees de crianccedilas

em idade escolar vivem em aacutereas onde estes parasitas satildeo intensamente transmitidos

destacando a importacircncia da implementaccedilatildeo de medidas preventivas e poliacuteticas sanitaacuterias

No Brasil os helmintos mais comuns satildeo A lumbricoides e T trichiura sendo o

primeiro o mais frequente (ARAUJO FILHO et al 2011 SEIXAS et al 2011) A distribuiccedilatildeo

eacute ampla e varia de acordo com as regiotildees do paiacutes podendo ocorrer tanto em zonas urbanizadas

como rurais predominando nas aacutereas mais carentes cujo solo eacute contaminado e onde natildeo haacute

disponibilidade de aacutegua tratada e saneamento baacutesico (ANDRADE et al 2010)

A ascaridiacutease eacute a doenccedila causada pelo A lumbricoides conhecido popularmente como

lombriga Estima-se que cerca de 807000 a 1221 milhotildees de pessoas no mundo estatildeo

infectados por este nematelminto que eacute responsaacutevel por altos iacutendices de morbidade e

mortalidade nos paiacuteses em desenvolvimento (CDC [e] 2015) O A lumbricoides eacute um geo-

helminto pois possui fases de seu desenvolvimento no solo A casca espessa de seus ovos os

torna impermeaacuteveis e favorece sua viabilidade no ambiente ainda que estejam em areia seca

por exemplo (CHEN MUCCI 2012) A transmissatildeo ocorre pela ingestatildeo dos ovos larvados

que podem ser encontrados contaminando alimentos e aacutegua pela geofagia pelo ato de levar as

matildeos sujas a boca e por objetos contaminados (OMS 2015 NEVES 2011)

As infestaccedilotildees por A lumbricoides podem ser de baixa intensidade (3 a 4 vermes) meacutedia

intensidade (30 a 40 vermes) ou maciccedilas (100 ou mais vermes) No primeiro caso natildeo ocorrem

sintomas Jaacute nos dois uacuteltimos casos os vermes adultos podem causar accedilatildeo espoliadora toacutexica

ou mecacircnica Isso pode resultar num grande consumo de nutrientes e resultar em desnutriccedilatildeo

principalmente em crianccedilas Aleacutem disso reaccedilatildeo aleacutergica aos antiacutegenos do parasito pode causar

edema ou urticaacuteria lesotildees pulmonares devido ao ciclo bioloacutegico do parasito podendo resultar

na Siacutendrome de Loeffler (resultante de um edema pulmonar com infiltrado eosinofiacutelico e

manifestaccedilotildees aleacutergicas com sintomatologia semelhante a pneumonia) A complicaccedilatildeo mais

comum eacute o quadro de obstruccedilatildeo intestinal que pode levar crianccedilas a oacutebito nestes casos eacute

indicado tratamento ciruacutergico (ANDRADE et al 2010)

10

O T trichiura eacute o agente causador da tricuriacutease Estima-se que aproximadamente 1 bilhatildeo

de pessoas estejam infectadas com esse helminto A transmissatildeo ocorre pela ingestatildeo de ovos

larvados em alimentos contaminados e pela geofagia Aleacutem disso sua disseminaccedilatildeo pode ser

facilitada pelo vento pela aacutegua ou por vetores (nas patas das moscas domeacutesticas por exemplo)

(NEVES et al 2011 CDC 2015) As infecccedilotildees costumam ser assintomaacuteticas Os casos graves

costumam ocorrer em indiviacuteduos desnutridos nesses casos haacute o comprometimento do intestino

grosso do ceco ao reto podendo levar ao prolapso retal (MENEZES 2013)

Como a maioria das doenccedilas parasitaacuterias natildeo pode ser diagnosticada apenas pela cliacutenica

exibida pelo paciente o exame parasitoloacutegico de fezes torna-se necessaacuterio para a confirmaccedilatildeo

ou natildeo da presenccedila de parasitos O exame parasitoloacutegico compreende duas principais etapas o

exame macroscoacutepico onde se procura por formas macroscoacutepicas dos helmintos que possam ter

sido eliminadas pelo hospedeiro e o exame microscoacutepico realizado a partir do processamento

das amostras fecais por meio de diferentes meacutetodos que visam concentrar as formas parasitarias

a fim de evidencia-las e identifica-las Os meacutetodos utilizados satildeo meacutetodo de sedimentaccedilatildeo

espontacircnea de Hoffman Pons e Janner ou Lutz baseado na sedimentaccedilatildeo espontacircnea das formas

parasitarias em aacutegua meacutetodo de Ritchie baseado na centrifugo-sedimentaccedilatildeo utilizando

formalina a 10 e eacuteter meacutetodo de Faust e cols baseado na centrifugo-flutuaccedilatildeo utilizando uma

soluccedilatildeo de sulfato de zinco com densidade 118gml meacutetodo de Baermann-Moraes ou de

Rugai Mattos e Brisola baseado no termohidrotropismo das larvas e o meacutetodo direto indicado

para pesquisa de trofozoiacutetos em fezes frescas e emitidas em no maacuteximo 30 minutos Satildeo

recomendadas coloraccedilotildees como a soluccedilatildeo de Lugol e as coloraccedilotildees permanentes como a

hematoxilina feacuterrica ou o tricrocircmico As coloraccedilotildees permanentes permitem a melhor

visualizaccedilatildeo dos protozoaacuterios e facilitam a identificaccedilatildeo dos trofozoiacutetos encontrados em fezes

diarreicas e pastosas A coloraccedilatildeo pelo Kinyoun derivada da fucsina fenicada eacute utilizada para

o diagnoacutestico de oocistos de cocciacutedios intestinais (DE CARLI 2011)

Atualmente jaacute existem meacutetodos imunoenzimaacuteticos e imunocromatograacuteficos para

detecccedilatildeo de antiacutegenos parasitaacuterios nas fezes Aleacutem disso a biologia molecular tambeacutem pode

ser utilizada como ferramenta para a diferenciaccedilatildeo e determinaccedilatildeo das espeacutecies de

enteroparasitas Comparados com os meacutetodos tradicionais esses satildeo meacutetodos possuem um

custo mais alto poreacutem satildeo muito mais sensiacuteveis e especiacuteficos (DE CARLI 2011)

Inuacutemeros autores ao redor do mundo principalmente em paiacuteses em desenvolvimento

como no continente africano e na Ameacuterica latina tecircm realizado pesquisas e constatado a

prevalecircncia das parasitoses Na proviacutencia de Santiago em Cuba Saacutenchez et al (2012)

analisaram 1253 amostras fecais de crianccedilas e constataram uma prevalecircncia de 378 de

11

enteroparasitas Observou-se G lamblia (156) B hominis (23) E histolytica E dispar

(48) T trichiura (48) Alumbricoides (48) E vermiculares (25) ancilostomideos

(29) Fasciola hepatica (01)

Na Venezuela Laugart et al (2012) analisaram 262 amostras fecais de crianccedilas com

idades entre 1 a 14 anos e revelaram uma prevalecircncia de 897 de enteroparasitoses Foram

encontrados E nana (389) B hominis (366) G lamblia (321) E coli (321) E

histolyticaE dispar (61) Chilomastix mesnili (23) I butschlii (23) ancilostomideos

(23) e A lumbricoides (19)

Um estudo envolvendo 50 crianccedilas com idades entre 7 e 12 anos realizado por Carrero

(2013) na Colocircmbia revelou uma prevalecircncia de 96 de parasitas intestinais Das amostras

positivas encontrou-se B hominis (88) E coli (56) Giardia intestinalis (34) e E

histolytica E dispar (24) C mesnili (24) I butschilii (2) e E nana (2)

No Egito 300 amostras fecais provenientes de crianccedilas com idades de 1 a 6 anos que

frequentavam o ambulatoacuterio do Assiut University Childrem Hospital foram analisadas Foi

encontrado um percentual de 557 de positividade para parasitos intestinais As espeacutecies de

enteroparasitas detectadas foram G lamblia (157) Cryptosporidium spp (117) B

hominis (93) E coli (33) H nana (23) e I belli (1) (YONES et al 2015)

Em 2015 no Peru um estudo realizado por Cabada et al teve o objetivo de revelar a

prevalecircncia das geohelmintoses anemia e desnutriccedilatildeo em 240 crianccedilas com idades entre 3 a 12

anos em seis comunidades Neste estudo verificou-se que 488 das crianccedilas estavam com

anemia 10 abaixo do peso e 47 das crianccedilas encontravam-se parasitadas Os parasitos

detectados nos exames parasitoloacutegicos foram E coli (23) E nana (19) G intestinalis

(9) E histolyticadispar (3) Entamoeba hartmanni (3) A lumbricoides (2)

Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

No Brasil vaacuterios estudos feitos em diferentes regiotildees do paiacutes demonstram que as

parasitoses se distribuem de forma heterogecircnea pois as condiccedilotildees socioeconocircmicas e de

saneamento baacutesico tendem a variar entre as regiotildees do paiacutes (LEITE TOMA ADAMIL 2014

MACCHIONI et al 2015)

Em 2010 um estudo foi realizado por Santos e Merlini no municiacutepio de Maria

HelenaPR com 413 indiviacuteduos com idade entre 0 a 89 anos Os autores obtiveram uma

prevalecircncia de 16 de positividade Os parasitos mais prevalentes foram Enana (65) G

intestinalis (63) E coli (35) A lumbricoides (14) Strongyloides stercoralis (07)

E vermicularis (07) Ancilostomiacutedeo (02) E hystolitica E diacutespar (02) e Taenia sp

(02)

12

A populaccedilatildeo atendida pelo Laboratoacuterio Central do municiacutepio de ChapadinhaMA foi

alvo do estudo de Silva et al no ano de 2010 Em um total de 3933 amostras analisadas

observou-se uma positividade de 331 E histolytica E dispar E coli G intestinalis e A

lumbricoides foram as espeacutecies mais prevalentes

Lander et al (2010) estudaram a prevalecircncia das parasitoses intestinais em escolares de

creches em Salvador BA com idades entre 3 a 5 anos Das 325 amostras fecais analisadas 95

foram positivas para parasitas intestinais (292) Dos helmintos o T trichiura (12) e A

lumbricoides (105) foram os mais prevalentes Jaacute os protozoaacuterios mais encontrados foram

G duodenalis (129) e E histolytica Edispar (37) Um percentual de 246 das amostras

positivas era de protozoaacuterios comensais

Em duas creches de UberlacircndiaMG um trabalho foi desenvolvido por Gonccedilalves et al

(2011) com 133 crianccedilas de 6 meses a 6 anos de idade Foi encontrada uma prevalecircncia de

293 de enteroparasitos sendo a G lamblia (192) o protozoaacuterio mais frequente seguido

por E histolytica (38) Os helmintos detectados nas creches foram o H nana (23) o E

vermicularis (15) e o ancilostomiacutedeo (08)

Belloto et al (2011) no Municiacutepio de MirassolSP analisaram 310 amostras fecais de

crianccedilas de 2 a 15 anos A prevalecircncia de enteroparasitas foi de 3032 Dentre os protozoaacuterios

detectados a G lamblia foi o mais frequente (1516) seguido da E histolytica E

dispar (064) A lumbricoides (355) S stercoralis (032) e Taenia sp (032) foram

os helmintos mais prevalentes A faixa etaacuteria de 8 a 10 anos apresentou a maior positividade

(4737) seguida de indiviacuteduos da faixa etaacuteria de 2 a 4 anos (3846) 5 a 7 anos (3622) e

11 a 15 anos (300)

Seixas et al (2011) realizaram um estudo com 200 escolares em Salvador e obtiveram

uma prevalecircncia de 94 de positividade para enteroparasitos Detectou-se entre os helmintos

A lumbricoides (25) T trichiura (105) E vermicularis (3) S stercoralis (25)

Ancilostomiacutedeos (15) e S mansoni (1) Dentre os protozoaacuterios os mais frequentes foram

E nana (535) E coli (435) E hystoliticaEdispar (215) G lamblia (12) e

Ibutschlii (3)

Em 2012 no municiacutepio de CoariAM Silva Silva e Freitas analisaram as fezes de 65

crianccedilas na faixa etaacuteria de 1 a 12 anos Os exames demonstraram uma positividade de 831

para parasitos sendo encontrados A lumbricoides (537) T trichiura (166)

ancilostomideos (15) E coli (92) e G lamblia (55)

Belo et al (2012) desenvolveram uma pesquisa no municiacutepio de Satildeo Joatildeo Del ReiMG

em 21 escolas sendo 6 escolas da zona urbana e 15 escolas da zona rural Analisaram um total

13

de 1172 amostras (711 escolares da zona urbana e 461 da zona rural) Nas escolas localizadas

na zona rural obtiveram uma positividade de 364 enquanto que as escolas da zona urbanas

apresentaram uma positividade de 235 Os estudantes da zona rural possuiacuteam maior nuacutemero

de fatores de risco associados a ocorrecircncia de parasitoses intestinais que variava desde a

condiccedilatildeo sanitaacuteria ateacute a condiccedilatildeo socioeconocircmica das famiacutelias desta regiatildeo Do total das

amostras positivas das duas escolas 22 apresentavam-se biparasitados ou poliparasitados Os

protozoaacuterios mais frequentes foram E histolyticaEdispar (143) E coli (95) e G

lamblia (55) Quanto aos helmintos o Ancylostoma spp (21) Ascaris

lumbricoides (19) E vermicularis (15) e T trichiura (11) foram os mais prevalentes

No municiacutepio de GurupiTO os autores realizaram um estudo com crianccedilas de 5 a 12

anos de idade em 6 escolas puacuteblicas da regiatildeo Das 205 amostras fecais analisadas houve uma

positividade de 4243 Foi observado maior prevalecircncia em crianccedilas na faixa etaacuteria de 7 a 9

anos Os protozoaacuterios mais encontrados foram G lamblia (1854) E coli (1610) E

histolytica (780) Jaacute os helmintos mais comuns foram H nana (780) E vermicularis e A

lumbricoides (39) ancilostomiacutedeos (195) (SILVA TEIXEIRA GONTIJO 2012)

No Rio Grande do Sul Berne et al (2012) avaliaram uma populaccedilatildeo de 165 crianccedilas

buscando determinar a prevalecircncia de parasitos intestinais nas mesmas Eles encontraram uma

prevalecircncia de 642 de positividade No estudo os seguintes parasitos foram identificados

G lamblia (303) T trichiura (242) A lumbricoides (224) E coli (152)

Enteromonas hominis (48) E nana (36) Cryptosporidium sp (24) C belli (02) e

E vermicularis (02)

Em um assentamento de trabalhadores rurais sem-terra em Satildeo Paulo uma pesquisa foi

realizada durante dois anos a fim de avaliar a prevalecircncia das parasitoses intestinais No

primeiro ano foram analisadas 29 amostras de crianccedilas com idades entre 4 e 15 anos e a

prevalecircncia encontrada foi de 966 de positividade Das espeacutecies observadas G

intestinalis foi a mais frequente (966) seguido de E coli (276) E nana (138) Entre os

helmintos o mais prevalente foi o ancilostomideo (69) seguido por H nana (34) T

trichiura (34) A lumbricoides (34) e S stercoralis (34) O monoparasitismo aconteceu

em 357 das amostras analisadas enquanto que as infecccedilotildees por mais de uma espeacutecie de

parasita ocorreram em 643 No segundo ano de estudo foram analisadas 14 amostras fecais

e obteve-se uma prevalecircncia de 857 para enteroparasitas Das amostras positivas 75

apresentaram um uacutenico parasita enquanto 25 apresentaram mais de uma espeacutecie de

parasita A G intestinalis estava presente em 643 E nana em 215 e A lumbricoides em

14

71 A positividade natildeo variou muito entre as diferentes faixas etaacuterias nos dois periacuteodos de

estudo LIMA JUNIOR KAISER CATISTI 2013)

No ano de 2014 Santos et al desenvolveram um estudo em uma creche comunitaacuteria de

FlorianoacutepolisSC afim de verificar a prevalecircncia de parasitoses intestinais Foram analisadas

57 amostras fecais e uma prevalecircncia de 614 foi detectada Os principais parasitos

encontrados foram B hominis (404) G lamblia (246) E coli (228) E nana (123)

E histolyticaE dispar (71) E hartmanni (18) E vermicularis (18) e I buumltschli

(18)

Santos Gurgel-Gonccedilalves e Machado publicaram um trabalho no ano de 2014 onde

avaliaram a ocorrecircncia de parasitos intestinais em crianccedilas moradoras das cidades de Riacho

Fundo II e Ceilacircndia localizadas no Distrito Federal 193 crianccedilas com idades entre 4 a 14 anos

participaram do estudo Um total de 637 das crianccedilas estavam contaminadas Em Riacho

Fundo II os parasitos mais prevalentes foram H nana (44) A lumbricoides (30) E coli

27 G intestinalis (15) Ancilostomideos (5) E histolyticadiacutespar (7) T trichiura

(4) E nana (3) e I butschlii (1) Jaacute na Ceilacircndia os parasitos mais frequentes foram E

coli (23) E nana (19) G intestinalis (9) E histolyticadispar (3) E hartmanni (3)

Ascaris lumbricoides (2) Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

Em uma instituiccedilatildeo localizada em NiteroacuteiRJ um estudo foi feito com 43 crianccedilas de 0

a 12 anos de idade e 25 adultos a fim de estabelecer a prevalecircncia das parasitoses intestinais

70 das crianccedilas e 44 dos adultos estavam contaminados por parasitas intestinais e no total

houve uma prevalecircncia de 60 de enteroparasitoses na instituiccedilatildeo estudada Os protozoaacuterios

encontrados foram B hominis (44) E nana (15) G lamblia (12) E histolyticaE

dispar (10) e E coli (7) Os helmintos foram H nana (3) E vermicularis (3) T

trichiura (15) e A lumbricoides (15) A maior prevalecircncia foi em crianccedilas de 6 a 8 (857)

(LEITE TOMA ADAMIL 2014)

Para diminuir a contaminaccedilatildeo eacute necessaacuterio aplicar medidas de controle capazes de

interromper os mecanismos de transmissatildeo Isto reforccedila a importacircncia de fornecer subsidio

imediato para a conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo sobre higiene prevenccedilatildeo das parasitoses e

educaccedilatildeo sanitaacuteria

A educaccedilatildeo em sauacutede visa a promoccedilatildeo da sauacutede e funciona como um processo de

ensinoaprendizagem que busca empoderar os indiviacuteduos de forma que estes possuam

autonomia necessaacuteria para escolher as melhores alternativas afim de transformar sua qualidade

de vida e o meio onde vivem Para que essa pratica seja possiacutevel o educador deve atuar como

15

um facilitador no processo de reflexatildeo sobre a realidade em que essa comunidade estaacute

inserida Essas atividades auxiliam a populaccedilatildeo a evitar doenccedilas de impacto social como as

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 VICENTE et al 2012)

As accedilotildees educativas realizadas em comunidades escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede

prevenccedilatildeo contra as enteroparasitoses e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente possui um

papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores do

conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo das

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009) Aleacutem disso por meio da educaccedilatildeo em sauacutede

constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

Silva Neto et al (2013) realizaram um trabalho na Escola Estadual Francisco Nunes da

cidade de Pau dos Ferros-RN com 42 crianccedilas na faixa etaacuteria de 5 a 11 anos Verificaram que

6428 dos escolares apresentaram algum tipo de enteroparasitos sendo que 2142 dos

escolares estavam poliparasitados A partir de tais indicadores e conhecendo a realidade a ser

trabalhada planejaram estrateacutegias de accedilotildees educativas com objetivo de repassar informaccedilotildees

que ajudassem na mudanccedila de haacutebitos higiecircnicos e consequentemente na diminuiccedilatildeo da

incidecircncia de casos de enteroparasitoses Foram realizadas oficinas peccedilas teatrais dinacircmicas

produccedilatildeo textual curso para boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos e cursos sobre as

parasitoses com os professores As crianccedilas trabalharam na confecccedilatildeo de cartazes com ecircnfase

nas parasitoses Os autores relataram a importacircncia da continuidade das accedilotildees educativas pelos

professores da escola

As accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais foram realizadas

por Da Cruz et al (2014) em 29 estudantes de 12 a 16 anos de idade do ensino fundamental de

uma localidade rural do municiacutepio de UberlacircndiaMG Os autores tambeacutem verificaram a

ocorrecircncia de parasitoses intestinais constatando-se 21 de escolares parasitados e 3 de

poliparasitismo B hominis foi o parasito mais frequente (5715) seguido de E coli e G

lamblia com uma frequecircncia de 1428 cada um As accedilotildees educativas em sauacutede incluiacuteram a

aplicaccedilatildeo de jogo didaacutetico palestras microscoacutepio para visualizaccedilatildeo de estruturas dos parasitos

e mostra de exemplares macroscoacutepicos dos parasitos sendo avaliadas mediante a aplicaccedilatildeo de

questionaacuterios O jogo didaacutetico ldquotabuleiro da sauacutederdquo abordou as principais parasitoses de

importacircncia meacutedica aleacutem de temas relativos agrave higiene pessoal Os resultados dos questionaacuterios

aplicados apoacutes a realizaccedilatildeo das accedilotildees educativas apontaram uma notaacutevel melhora quanto agrave

assimilaccedilatildeo de conhecimentos por parte dos estudantes

O presente estudo foi desenvolvido no Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz que

compreende a Regiatildeo da Grande Florianoacutepolis situado ao lado da BR 282 e integra a Bacia do

16

Rio Cubatatildeo Sul O municiacutepio eacute caracterizado por pequenas propriedades rurais com lavouras

temporaacuterias e permanentes (IBGE 2014) Segundo o censo do IBG a populaccedilatildeo de 2014 era

de 21572 habitantes

Na aacuterea rural em relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua nas residecircncias 6625 eacute abastecido

pela rede puacuteblica 3338 de poccedilo ou nascente e 03 de outros Jaacute na aacuterea urbana 8264

tem abastecimento de aacutegua pela rede puacuteblica 1717 de poccedilo ou nascente e 09 de outros

Quanto ao destino de esgoto na aacuterea rural 188 das residecircncias tem sistema de esgoto 9109

possuem fossa seacuteptica e 703 o esgoto eacute a ceacuteu aberto Na aacuterea urbana 722 das residecircncias

tem sistema de esgoto 8595 possuem fossa seacuteptica e 683 o esgoto eacute a ceacuteu aberto

O presente trabalho permitiu avaliar a presenccedila de enteroparasitoses que afetam os

escolares e o desenvolvimento de accedilotildees educativas que visam agrave promoccedilatildeo da sauacutede

contribuindo para a melhora da qualidade de vida

17

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

O presente estudo visou determinar a prevalecircncia de parasitoses intestinais em alunos

de seis Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz e promover a

ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre sauacutede e parasitoses

22 Objetivos Especiacuteficos

- Verificar a ocorrecircncia de parasitas intestinais em crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0

a 17 anos do municiacutepio de Santo Amaro da ImperatrizSC

- Relacionar os resultados do levantamento parasitoloacutegico com as condiccedilotildees de saneamento

local

- Analisar as noccedilotildees de higiene e quais as nomenclaturas populares sobre as parasitoses

intestinais conhecidas na comunidade

- Proporcionar educaccedilatildeo em sauacutede e medidas preventivas no combate as doenccedilas parasitaacuterias

humanas promovendo um processo de aprendizado

- Incentivar a mudanccedila de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva para a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

18

3 METODOLOGIA

31 Locais e sujeitos do estudo

O presente estudo teve iniacutecio em agosto de 2014 e finalizou-se em setembro de 2015

Esse estudo envolveu 357 crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0 a 17 anos de idade

matriculados nas seguintes Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da

ImperatrizSC Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff Escola Municipal Braccedilo Satildeo

Joatildeo Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio e Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

O trabalho foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105) (Anexo A)

As accedilotildees educativas foram realizadas em 2014 com escolares na faixa etaacuteria de 6 a 17

anos de idade e teve a participaccedilatildeo dos professores das referidas escolas

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos

Foi realizado uma reuniatildeo com professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos e os

seguintes temas foram abordados os objetivos e metodologia da pesquisa a importacircncia e

benefiacutecios de se fazer o exame de fezes as orientaccedilotildees sobre a coleta das fezes apresentaccedilatildeo

do ldquoTermo de Consentimento Livre e Esclarecidordquo (Anexo B) e ldquoTermo de Assentimentordquo

(Anexo C) Os pais ou responsaacuteveis foram informados sobre o encaminhamento dos resultados

(positivos ou negativos) dos exames parasitoloacutegicos e aconselhados a levar as crianccedilas ao

Centro de Sauacutede do Municiacutepio no contato preacutevio com a Secretaacuteria de Sauacutede para atendimento

com o meacutedico e adequado tratamento da parasitose O projeto teve o apoio dos professores das

escolas para a divulgaccedilatildeo do trabalho aos pais ou responsaacuteveis pelos alunos

321 Colheita das amostras fecais

Para a coleta das fezes foram entregues para os pais ou responsaacuteveis nas escolas as

orientaccedilotildees impressas para a coleta de fezes (abaixo descrito) e os frascos coletores contendo

soluccedilatildeo conservante SAF (acetato de soacutedio aacutecido aceacutetico e formol) Os frascos estavam

devidamente etiquetados com o nome sexo e idade da crianccedila Apoacutes a coleta que foi realizado

em casa o frasco contendo as fezes foi entregue na escola juntamente com o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento assinados pelos pais eou

responsaacuteveis Um prazo para a entrega e recolhimento das amostras era combinado com a

direccedilatildeo da escola

19

Foi coletada uma amostra fecal de cada crianccedila participante do estudo As amostras

preservadas em soluccedilatildeo conservadora SAF foram encaminhadas ao Laboratoacuterio Didaacutetico de

Parasitologia Clinica do Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas do Centro de Ciecircncias da

SauacutedeUFSC e para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do Hospital Universitaacuterio Polydoro

Ernani de Satildeo Thiago (HUUFSC) onde foram processadas e analisadas

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais

- Natildeo jogar o liacutequido conservante fora natildeo beber e natildeo deixar ao alcance de crianccedilas

pois o liacutequido conservante eacute toacutexico

- A crianccedila natildeo deve estar utilizando remeacutedio para vermes no periacuteodo que vai colher as

fezes Se estiver tomando remeacutedio tem que esperar de 7 a 10 dias para depois colher as fezes

para fazer o exame

- Antes da evacuaccedilatildeo a crianccedila deve urinar ou no vaso sanitaacuterio ou na privada Isso eacute

para natildeo contaminar as fezes com urina e aacutegua

- Apoacutes a crianccedila deve evacuar diretamente em penico limpo e seco ou sobre uma folha

de papel ou jornal limpo Quando as fezes forem diarreicas ou moles as mesmas devem ser

evacuadas em penico ou em um recipiente bem limpo e seco

- Com o auxiacutelio de espaacutetula de madeira ou uma colher de plaacutestico colher uma porccedilatildeo

de fezes do tamanho de uma noz e colocar imediatamente no frasco contendo o liacutequido

conservante A porccedilatildeo de fezes deveraacute ficar totalmente coberta pelo liacutequido conservante Natildeo

se deve encher o frasco com fezes

- Em caso de crianccedilas menores de 2 anos e que usam fraldas colher as fezes da fralda

com uma espaacutetula logo apoacutes a evacuaccedilatildeo

- Apoacutes colocar as fezes no frasco o mesmo deve ser bem fechado

- Escrever no roacutetulo do frasco o nome completo o sexo e a idade da crianccedila e data da

colheita das fezes

- Conservar os frascos em temperatura ambiente ateacute a entrega Natildeo precisa ser

refrigerado

IMPORTANTE

- Natildeo colher as fezes contidas no vaso sanitaacuterio

- Natildeo devem ser usadas as fezes evacuadas no solo

- As fezes natildeo devem estar misturadas com urina aacutegua e terra

20

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) Este meacutetodo tem como

fundamento a sedimentaccedilatildeo espontacircnea em aacutegua de ovos e larvas de helmintos cistos e oocistos

de protozoaacuterio e a vantagem na recuperaccedilatildeo de ovos considerados pesados O uso de grande

quantidade de material fecal nesse processo favorece um diagnoacutestico satisfatoacuterio e seguro

Em um frasco contendo 10 mL de aacutegua corrente adicionou-se cerca de 4g de fezes

retiradas de vaacuterios pontos da amostra fecal Homogeneizou-se as fezes com bastatildeo de vidro e

acrescentou-se mais 60 mL de aacutegua corrente ao frasco Em alguns casos misturou-se o material

fecal fixado pela soluccedilatildeo conservante Em seguida a suspensatildeo foi filtrada atraveacutes de filtro

descartaacutevel (Parasitofiltro) para um caacutelice cocircnico de sedimentaccedilatildeo com capacidade de 200ml

Adicionou-se aacutegua corrente ateacute completar aproximadamente frac34 do volume do caacutelice A

suspensatildeo foi deixada em repouso durante duas horas Apoacutes esse periacuteodo com pipeta de

Pasteur retirou-se uma pequena porccedilatildeo do sedimento formado no fundo do caacutelice depositando-

o sobre uma lacircmina onde adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol e cobriu-se com

lamiacutenula A preparaccedilatildeo foi examinada ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

332 Meacutetodo de Faust e cols

A teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) foi utilizada com algumas modificaccedilotildees Este

meacutetodo fundamenta-se na centriacutefugo-flutuaccedilatildeo de ovos larvas cistos e oocistos separando-os

do excesso de detritos fecais mediante o uso de soluccedilatildeo de densidade elevada Tem a vantagem

de concentrar os cistos de protozoaacuterios

Inicialmente foi colocado cerca de 12 mL do filtrado do meacutetodo de Hoffman Pons e

Janer em um tubo de centriacutefuga com capacidade de 15ml Centrifuga-se por 1 a 2 minutos a

650 x g Decantou-se o sobrenadante e o sedimento foi ressuspendido em aacutegua corrente

completando o volume de 12 ml com aacutegua e novamente centrifugou-se por 1 a 2 minutos a 650

x g Repete-se a lavagem do sedimento ateacute que o sobrenadante se apresentasse relativamente

claro Apoacutes a uacuteltima lavagem decantou-se o sobrenadante ressuspendeu-se o sedimento e

adicionou-se a soluccedilatildeo de sulfato de zinco (densidade 118gml) ateacute 05cm da borda do tubo de

centriacutefuga Centrifugou-se por 1 minuto a 650 x g Com uma alccedila de arame (diacircmetro de 5 a

7mm) retirou-se a peliacutecula sobrenadante transferindo 3 a 4 alccediladas do material para uma

lacircmina de microscopia Adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol cobrindo o

preparado com lamiacutenula e observou-se ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

21

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes que se

apresentaram pastosas e diarreicas Essa coloraccedilatildeo permanente permite um minucioso estudo

da morfologia dos trofozoiacutetos corados ocasionalmente dos cistos e para a confirmaccedilatildeo das

espeacutecies

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro

e em seguida filtrou-se a suspensatildeo atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de centriacutefuga com

capacidade de 15 ml Centrifugou-se a 650 x g por 1 a 2 minutos decantou-se o liacutequido

sobrenadante e preparar o esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado Depois de seco

colocou-se o esfregaccedilo diretamente no aacutelcool etiacutelico a 70 durante 5 minutos em cubas

adequadas para a coloraccedilatildeo Apoacutes isso procedeu-se com a continuaccedilatildeo da coloraccedilatildeo do

esfregaccedilo nas seguintes etapas

1 Aacutelcool etiacutelico a 70 5 minutos

2 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

3 Corante tricrocircmico 10 minutos

4 Soluccedilatildeo de aacutelcool etiacutelico a 90 acidificado com soluccedilatildeo de 1 de aacutecido aceacutetico 3 segundos

5 Aacutelcool etiacutelico absoluto para lavar

6 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

7 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

8 Xilol 10 minutos

Deixou-se o esfregaccedilo secar e a leitura foi feita com objetiva de 100x e com o auxiacutelio da ocular

micromeacutetrica para a morfometria das estruturas parasitaacuterias

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun

Utilizou-se a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes diarreicas

Esta coloraccedilatildeo permite diagnosticar os cocciacutedios intestinais

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro e em

seguida cerca de 3 ml da suspensatildeo foram filtrados atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de

centriacutefuga com capacidade de 15 ml Adicionou-se cerca de 3 ml de eacuteter e agitou-se

vigorosamente por 30 segundos Centrifugou-se a 500 x g por 10 minutos e o liacutequido

sobrenadante foi decantado Preparou-se um esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado

Deixou-se secar a temperatura ambiente e fixou-se o esfregaccedilo com aacutelcool metiacutelico por 30

22

segundos Corou-se com o corante de Kinyoun por 5 minutos Lavou-se com aacutegua destilada A

soluccedilatildeo aacutelcool-aacutecido sulfuacuterico foi usada por 2 minutos para diferenciar Lavou-se com aacutegua

destilada Corou-se o fundo da preparaccedilatildeo com soluccedilatildeo alcooacutelica de azul de metileno a 03

por um minuto Lavou-se com aacutegua e deixou-se secar A leitura foi realizada com objetiva de

100x e com auxiacutelio da ocular micromeacutetrica para a morfometria dos oocistos

34 Anaacutelise dos resultados

A anaacutelise dos resultados dos exames parasitoloacutegicos de fezes foi realizada atraveacutes de

estudos observacionais e os dados obtidos foram analisados pelo programa estatiacutestico MedCalc

e o teste aplicado foi o Qui Quadrado para comparaccedilatildeo de meacutedias ao niacutevel de 01 de

probabilidade

35 Accedilotildees educativas

A realizaccedilatildeo das atividades educativas teve a participaccedilatildeo de alunas bolsistas e

professoras do projeto de extensatildeoPROEXUFSC Foram elaborados e utilizados recursos

pedagoacutegicos baseando-se nas diferenccedilas cognitivas presentes entre alunos das diversas seacuteries

escolares Durante as accedilotildees educativas foi possiacutevel descobrir qual era o conhecimento que os

escolares possuiacuteam sobre verminoses e quais as nomenclaturas populares conhecidas na

comunidade Por meio de perguntas e diaacutelogo e tambeacutem na anaacutelise observacional do

comportamento na escola pode se analisar as noccedilotildees de higiene das crianccedilas As perguntas

foram Jaacute ouviram falar de vermes O que satildeo O que fazer para natildeo pegar vermes

Para as crianccedilas de 5 a 9 anos foi apresentado um teatro de fantoches encenando a peccedila

infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo (Anexo B) uma adaptaccedilatildeo da obra original escrita por Cardoso em

1998 Com uma linguagem simples e divertida a accedilatildeo luacutedica abordava as parasitoses e

prevenccedilatildeo

Para os alunos de 10 a 17 anos de idade as accedilotildees educativas foram oficinas com uso de

data show e tinha como objetivo apresentar a parasitologia para alunos maiores envolvendo

conceitos mais especiacuteficos de helmintos e protozoaacuterios A palestra consistiu em uma

apresentaccedilatildeo de slides contendo imagens e baseado nelas uma linha de raciociacutenio era

desenvolvida para fluir na forma de diaacutelogo onde os alunos eram questionados sobre as

mesmas

Apoacutes o teatro de fantoches e da palestra interativa foram mostrados exemplares de

vermes adultos de A lumbricoides (cerca de 30 cm) Taenia spp (cerca de 8 m) e de E

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

8

consequente perda de peso A maioria dos indiviacuteduos sem patologias que afetem o sistema

imunoloacutegico poderatildeo se recuperar desta parasitose sendo a doenccedila autolimitada em 10 a 14

dias (PAINTER et al 2015 CDC [b] [c] [d] 2015)

A criptosporidiacutease eacute considerada uma doenccedila emergente e estima-se que por ano ocorram

748000 casos de infecccedilatildeo por Cryptosporidium spp e que apenas 2 desses casos sejam

reportados (PAINTER et al 2015) Satildeo vaacuterias as espeacutecies que parasitam o homem sendo

algumas com potencial zoonoacutetico O Cryptosporidium spp tem sido encontrado em crianccedilas

com idade entre 1 e 5 anos e com diarreia (MARIANO 2014)

O B hominis eacute o parasita mais frequentemente encontrado em levantamentos

epidemioloacutegicos muitas vezes sendo o mais prevalente nos paiacuteses em desenvolvimento

atingindo uma prevalecircncia de 30 a 50 (BEYHAN et al 2015)

A patogenicidade do B hominis em humanos ainda natildeo foi completamente definida e

envolve vaacuterias controveacutersias Enquanto os indiviacuteduos acometidos por este parasito podem ser

assintomaacuteticos ou sintomaacuteticos Em casos sintomaacuteticos o quadro clinico eacute composto por dores

abdominais prurido anal flatulecircncia meteorismo naacuteusea vocircmito e diarreia Natildeo eacute evidenciada

a presenccedila de leucoacutecitos nas fezes Pode haver a remissatildeo dos sintomas sem que tenha ocorrido

tratamento especiacutefico (MACEDO et al 2010 COYLE et al 2012)

Aleacutem dos protozoaacuterios intestinais patogecircnicos o exame parasitoloacutegico de fezes pode

detectar protozoaacuterios comensais natildeo patogecircnicos como Entamoeba coli Endolimax nana e

Iodamoeba butschlii A presenccedila deles reflete o contato do indiviacuteduo com material fecal em

aacutegua eou alimentos ingeridos pelo homem e indica tambeacutem haacutebitos de higiene precaacuterios Satildeo

encontrados em praticamente todos os paiacuteses do mundo mais frequentemente em regiotildees

tropicais e subtropicais (BELLOTO et al 2011 NEVES 2011)

As helmintoses podem ser assintomaacuteticas em caso de infecccedilotildees leves e sintomaacuteticas

As infecccedilotildees sintomaacuteticas satildeo caracterizadas por desencadear uma seacuterie de alteraccedilotildees orgacircnicas

pois a localizaccedilatildeo no intestino eacute favoraacutevel a nutriccedilatildeo do helminto devido ao faacutecil acesso aos

nutrientes dissolvidos Os helmintos competem com o hospedeiro pelos micronutrientes

presentes na dieta e aleacutem disso modificam o epiteacutelio intestinal diminuindo a accedilatildeo de enzimas

e a absorccedilatildeo de nutrientes Isto afeta o estado nutricional do indiviacuteduo e como consequecircncia

pode ocasionar dores abdominais fraqueza e mal estar diarreia obstruccedilatildeo intestinal prolapso

retal sangramento desnutriccedilatildeo anemia baixo rendimento escolar e atraso no desenvolvimento

corporal das crianccedilas infectadas (SEIXAS et al 2011)

Os ovos e as larvas de helmintos eliminados recentemente nas fezes natildeo satildeo diretamente

infectantes ao homem pois precisam de um periacuteodo de amadurecimento no solo exceto o E

9

vermicularis e o H nana que satildeo diretamente transmissiacuteveis ao homem pois natildeo necessitarem

de um hospedeiro intermediaacuterio ou de um periacuteodo de amadurecimento no solo (NEVES et al

2011)

De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2015) mais de 15 bilhatildeo de pessoas

ou 24 da populaccedilatildeo mundial estatildeo infectadas por helmintos onde o A lumbricoides T

trichiura e ancilostomiacutedeos (Necator americanus e Ancylostoma duodenale) satildeo os mais

prevalentes Mais de 270 milhotildees de crianccedilas preacute-escolares e mais de 600 milhotildees de crianccedilas

em idade escolar vivem em aacutereas onde estes parasitas satildeo intensamente transmitidos

destacando a importacircncia da implementaccedilatildeo de medidas preventivas e poliacuteticas sanitaacuterias

No Brasil os helmintos mais comuns satildeo A lumbricoides e T trichiura sendo o

primeiro o mais frequente (ARAUJO FILHO et al 2011 SEIXAS et al 2011) A distribuiccedilatildeo

eacute ampla e varia de acordo com as regiotildees do paiacutes podendo ocorrer tanto em zonas urbanizadas

como rurais predominando nas aacutereas mais carentes cujo solo eacute contaminado e onde natildeo haacute

disponibilidade de aacutegua tratada e saneamento baacutesico (ANDRADE et al 2010)

A ascaridiacutease eacute a doenccedila causada pelo A lumbricoides conhecido popularmente como

lombriga Estima-se que cerca de 807000 a 1221 milhotildees de pessoas no mundo estatildeo

infectados por este nematelminto que eacute responsaacutevel por altos iacutendices de morbidade e

mortalidade nos paiacuteses em desenvolvimento (CDC [e] 2015) O A lumbricoides eacute um geo-

helminto pois possui fases de seu desenvolvimento no solo A casca espessa de seus ovos os

torna impermeaacuteveis e favorece sua viabilidade no ambiente ainda que estejam em areia seca

por exemplo (CHEN MUCCI 2012) A transmissatildeo ocorre pela ingestatildeo dos ovos larvados

que podem ser encontrados contaminando alimentos e aacutegua pela geofagia pelo ato de levar as

matildeos sujas a boca e por objetos contaminados (OMS 2015 NEVES 2011)

As infestaccedilotildees por A lumbricoides podem ser de baixa intensidade (3 a 4 vermes) meacutedia

intensidade (30 a 40 vermes) ou maciccedilas (100 ou mais vermes) No primeiro caso natildeo ocorrem

sintomas Jaacute nos dois uacuteltimos casos os vermes adultos podem causar accedilatildeo espoliadora toacutexica

ou mecacircnica Isso pode resultar num grande consumo de nutrientes e resultar em desnutriccedilatildeo

principalmente em crianccedilas Aleacutem disso reaccedilatildeo aleacutergica aos antiacutegenos do parasito pode causar

edema ou urticaacuteria lesotildees pulmonares devido ao ciclo bioloacutegico do parasito podendo resultar

na Siacutendrome de Loeffler (resultante de um edema pulmonar com infiltrado eosinofiacutelico e

manifestaccedilotildees aleacutergicas com sintomatologia semelhante a pneumonia) A complicaccedilatildeo mais

comum eacute o quadro de obstruccedilatildeo intestinal que pode levar crianccedilas a oacutebito nestes casos eacute

indicado tratamento ciruacutergico (ANDRADE et al 2010)

10

O T trichiura eacute o agente causador da tricuriacutease Estima-se que aproximadamente 1 bilhatildeo

de pessoas estejam infectadas com esse helminto A transmissatildeo ocorre pela ingestatildeo de ovos

larvados em alimentos contaminados e pela geofagia Aleacutem disso sua disseminaccedilatildeo pode ser

facilitada pelo vento pela aacutegua ou por vetores (nas patas das moscas domeacutesticas por exemplo)

(NEVES et al 2011 CDC 2015) As infecccedilotildees costumam ser assintomaacuteticas Os casos graves

costumam ocorrer em indiviacuteduos desnutridos nesses casos haacute o comprometimento do intestino

grosso do ceco ao reto podendo levar ao prolapso retal (MENEZES 2013)

Como a maioria das doenccedilas parasitaacuterias natildeo pode ser diagnosticada apenas pela cliacutenica

exibida pelo paciente o exame parasitoloacutegico de fezes torna-se necessaacuterio para a confirmaccedilatildeo

ou natildeo da presenccedila de parasitos O exame parasitoloacutegico compreende duas principais etapas o

exame macroscoacutepico onde se procura por formas macroscoacutepicas dos helmintos que possam ter

sido eliminadas pelo hospedeiro e o exame microscoacutepico realizado a partir do processamento

das amostras fecais por meio de diferentes meacutetodos que visam concentrar as formas parasitarias

a fim de evidencia-las e identifica-las Os meacutetodos utilizados satildeo meacutetodo de sedimentaccedilatildeo

espontacircnea de Hoffman Pons e Janner ou Lutz baseado na sedimentaccedilatildeo espontacircnea das formas

parasitarias em aacutegua meacutetodo de Ritchie baseado na centrifugo-sedimentaccedilatildeo utilizando

formalina a 10 e eacuteter meacutetodo de Faust e cols baseado na centrifugo-flutuaccedilatildeo utilizando uma

soluccedilatildeo de sulfato de zinco com densidade 118gml meacutetodo de Baermann-Moraes ou de

Rugai Mattos e Brisola baseado no termohidrotropismo das larvas e o meacutetodo direto indicado

para pesquisa de trofozoiacutetos em fezes frescas e emitidas em no maacuteximo 30 minutos Satildeo

recomendadas coloraccedilotildees como a soluccedilatildeo de Lugol e as coloraccedilotildees permanentes como a

hematoxilina feacuterrica ou o tricrocircmico As coloraccedilotildees permanentes permitem a melhor

visualizaccedilatildeo dos protozoaacuterios e facilitam a identificaccedilatildeo dos trofozoiacutetos encontrados em fezes

diarreicas e pastosas A coloraccedilatildeo pelo Kinyoun derivada da fucsina fenicada eacute utilizada para

o diagnoacutestico de oocistos de cocciacutedios intestinais (DE CARLI 2011)

Atualmente jaacute existem meacutetodos imunoenzimaacuteticos e imunocromatograacuteficos para

detecccedilatildeo de antiacutegenos parasitaacuterios nas fezes Aleacutem disso a biologia molecular tambeacutem pode

ser utilizada como ferramenta para a diferenciaccedilatildeo e determinaccedilatildeo das espeacutecies de

enteroparasitas Comparados com os meacutetodos tradicionais esses satildeo meacutetodos possuem um

custo mais alto poreacutem satildeo muito mais sensiacuteveis e especiacuteficos (DE CARLI 2011)

Inuacutemeros autores ao redor do mundo principalmente em paiacuteses em desenvolvimento

como no continente africano e na Ameacuterica latina tecircm realizado pesquisas e constatado a

prevalecircncia das parasitoses Na proviacutencia de Santiago em Cuba Saacutenchez et al (2012)

analisaram 1253 amostras fecais de crianccedilas e constataram uma prevalecircncia de 378 de

11

enteroparasitas Observou-se G lamblia (156) B hominis (23) E histolytica E dispar

(48) T trichiura (48) Alumbricoides (48) E vermiculares (25) ancilostomideos

(29) Fasciola hepatica (01)

Na Venezuela Laugart et al (2012) analisaram 262 amostras fecais de crianccedilas com

idades entre 1 a 14 anos e revelaram uma prevalecircncia de 897 de enteroparasitoses Foram

encontrados E nana (389) B hominis (366) G lamblia (321) E coli (321) E

histolyticaE dispar (61) Chilomastix mesnili (23) I butschlii (23) ancilostomideos

(23) e A lumbricoides (19)

Um estudo envolvendo 50 crianccedilas com idades entre 7 e 12 anos realizado por Carrero

(2013) na Colocircmbia revelou uma prevalecircncia de 96 de parasitas intestinais Das amostras

positivas encontrou-se B hominis (88) E coli (56) Giardia intestinalis (34) e E

histolytica E dispar (24) C mesnili (24) I butschilii (2) e E nana (2)

No Egito 300 amostras fecais provenientes de crianccedilas com idades de 1 a 6 anos que

frequentavam o ambulatoacuterio do Assiut University Childrem Hospital foram analisadas Foi

encontrado um percentual de 557 de positividade para parasitos intestinais As espeacutecies de

enteroparasitas detectadas foram G lamblia (157) Cryptosporidium spp (117) B

hominis (93) E coli (33) H nana (23) e I belli (1) (YONES et al 2015)

Em 2015 no Peru um estudo realizado por Cabada et al teve o objetivo de revelar a

prevalecircncia das geohelmintoses anemia e desnutriccedilatildeo em 240 crianccedilas com idades entre 3 a 12

anos em seis comunidades Neste estudo verificou-se que 488 das crianccedilas estavam com

anemia 10 abaixo do peso e 47 das crianccedilas encontravam-se parasitadas Os parasitos

detectados nos exames parasitoloacutegicos foram E coli (23) E nana (19) G intestinalis

(9) E histolyticadispar (3) Entamoeba hartmanni (3) A lumbricoides (2)

Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

No Brasil vaacuterios estudos feitos em diferentes regiotildees do paiacutes demonstram que as

parasitoses se distribuem de forma heterogecircnea pois as condiccedilotildees socioeconocircmicas e de

saneamento baacutesico tendem a variar entre as regiotildees do paiacutes (LEITE TOMA ADAMIL 2014

MACCHIONI et al 2015)

Em 2010 um estudo foi realizado por Santos e Merlini no municiacutepio de Maria

HelenaPR com 413 indiviacuteduos com idade entre 0 a 89 anos Os autores obtiveram uma

prevalecircncia de 16 de positividade Os parasitos mais prevalentes foram Enana (65) G

intestinalis (63) E coli (35) A lumbricoides (14) Strongyloides stercoralis (07)

E vermicularis (07) Ancilostomiacutedeo (02) E hystolitica E diacutespar (02) e Taenia sp

(02)

12

A populaccedilatildeo atendida pelo Laboratoacuterio Central do municiacutepio de ChapadinhaMA foi

alvo do estudo de Silva et al no ano de 2010 Em um total de 3933 amostras analisadas

observou-se uma positividade de 331 E histolytica E dispar E coli G intestinalis e A

lumbricoides foram as espeacutecies mais prevalentes

Lander et al (2010) estudaram a prevalecircncia das parasitoses intestinais em escolares de

creches em Salvador BA com idades entre 3 a 5 anos Das 325 amostras fecais analisadas 95

foram positivas para parasitas intestinais (292) Dos helmintos o T trichiura (12) e A

lumbricoides (105) foram os mais prevalentes Jaacute os protozoaacuterios mais encontrados foram

G duodenalis (129) e E histolytica Edispar (37) Um percentual de 246 das amostras

positivas era de protozoaacuterios comensais

Em duas creches de UberlacircndiaMG um trabalho foi desenvolvido por Gonccedilalves et al

(2011) com 133 crianccedilas de 6 meses a 6 anos de idade Foi encontrada uma prevalecircncia de

293 de enteroparasitos sendo a G lamblia (192) o protozoaacuterio mais frequente seguido

por E histolytica (38) Os helmintos detectados nas creches foram o H nana (23) o E

vermicularis (15) e o ancilostomiacutedeo (08)

Belloto et al (2011) no Municiacutepio de MirassolSP analisaram 310 amostras fecais de

crianccedilas de 2 a 15 anos A prevalecircncia de enteroparasitas foi de 3032 Dentre os protozoaacuterios

detectados a G lamblia foi o mais frequente (1516) seguido da E histolytica E

dispar (064) A lumbricoides (355) S stercoralis (032) e Taenia sp (032) foram

os helmintos mais prevalentes A faixa etaacuteria de 8 a 10 anos apresentou a maior positividade

(4737) seguida de indiviacuteduos da faixa etaacuteria de 2 a 4 anos (3846) 5 a 7 anos (3622) e

11 a 15 anos (300)

Seixas et al (2011) realizaram um estudo com 200 escolares em Salvador e obtiveram

uma prevalecircncia de 94 de positividade para enteroparasitos Detectou-se entre os helmintos

A lumbricoides (25) T trichiura (105) E vermicularis (3) S stercoralis (25)

Ancilostomiacutedeos (15) e S mansoni (1) Dentre os protozoaacuterios os mais frequentes foram

E nana (535) E coli (435) E hystoliticaEdispar (215) G lamblia (12) e

Ibutschlii (3)

Em 2012 no municiacutepio de CoariAM Silva Silva e Freitas analisaram as fezes de 65

crianccedilas na faixa etaacuteria de 1 a 12 anos Os exames demonstraram uma positividade de 831

para parasitos sendo encontrados A lumbricoides (537) T trichiura (166)

ancilostomideos (15) E coli (92) e G lamblia (55)

Belo et al (2012) desenvolveram uma pesquisa no municiacutepio de Satildeo Joatildeo Del ReiMG

em 21 escolas sendo 6 escolas da zona urbana e 15 escolas da zona rural Analisaram um total

13

de 1172 amostras (711 escolares da zona urbana e 461 da zona rural) Nas escolas localizadas

na zona rural obtiveram uma positividade de 364 enquanto que as escolas da zona urbanas

apresentaram uma positividade de 235 Os estudantes da zona rural possuiacuteam maior nuacutemero

de fatores de risco associados a ocorrecircncia de parasitoses intestinais que variava desde a

condiccedilatildeo sanitaacuteria ateacute a condiccedilatildeo socioeconocircmica das famiacutelias desta regiatildeo Do total das

amostras positivas das duas escolas 22 apresentavam-se biparasitados ou poliparasitados Os

protozoaacuterios mais frequentes foram E histolyticaEdispar (143) E coli (95) e G

lamblia (55) Quanto aos helmintos o Ancylostoma spp (21) Ascaris

lumbricoides (19) E vermicularis (15) e T trichiura (11) foram os mais prevalentes

No municiacutepio de GurupiTO os autores realizaram um estudo com crianccedilas de 5 a 12

anos de idade em 6 escolas puacuteblicas da regiatildeo Das 205 amostras fecais analisadas houve uma

positividade de 4243 Foi observado maior prevalecircncia em crianccedilas na faixa etaacuteria de 7 a 9

anos Os protozoaacuterios mais encontrados foram G lamblia (1854) E coli (1610) E

histolytica (780) Jaacute os helmintos mais comuns foram H nana (780) E vermicularis e A

lumbricoides (39) ancilostomiacutedeos (195) (SILVA TEIXEIRA GONTIJO 2012)

No Rio Grande do Sul Berne et al (2012) avaliaram uma populaccedilatildeo de 165 crianccedilas

buscando determinar a prevalecircncia de parasitos intestinais nas mesmas Eles encontraram uma

prevalecircncia de 642 de positividade No estudo os seguintes parasitos foram identificados

G lamblia (303) T trichiura (242) A lumbricoides (224) E coli (152)

Enteromonas hominis (48) E nana (36) Cryptosporidium sp (24) C belli (02) e

E vermicularis (02)

Em um assentamento de trabalhadores rurais sem-terra em Satildeo Paulo uma pesquisa foi

realizada durante dois anos a fim de avaliar a prevalecircncia das parasitoses intestinais No

primeiro ano foram analisadas 29 amostras de crianccedilas com idades entre 4 e 15 anos e a

prevalecircncia encontrada foi de 966 de positividade Das espeacutecies observadas G

intestinalis foi a mais frequente (966) seguido de E coli (276) E nana (138) Entre os

helmintos o mais prevalente foi o ancilostomideo (69) seguido por H nana (34) T

trichiura (34) A lumbricoides (34) e S stercoralis (34) O monoparasitismo aconteceu

em 357 das amostras analisadas enquanto que as infecccedilotildees por mais de uma espeacutecie de

parasita ocorreram em 643 No segundo ano de estudo foram analisadas 14 amostras fecais

e obteve-se uma prevalecircncia de 857 para enteroparasitas Das amostras positivas 75

apresentaram um uacutenico parasita enquanto 25 apresentaram mais de uma espeacutecie de

parasita A G intestinalis estava presente em 643 E nana em 215 e A lumbricoides em

14

71 A positividade natildeo variou muito entre as diferentes faixas etaacuterias nos dois periacuteodos de

estudo LIMA JUNIOR KAISER CATISTI 2013)

No ano de 2014 Santos et al desenvolveram um estudo em uma creche comunitaacuteria de

FlorianoacutepolisSC afim de verificar a prevalecircncia de parasitoses intestinais Foram analisadas

57 amostras fecais e uma prevalecircncia de 614 foi detectada Os principais parasitos

encontrados foram B hominis (404) G lamblia (246) E coli (228) E nana (123)

E histolyticaE dispar (71) E hartmanni (18) E vermicularis (18) e I buumltschli

(18)

Santos Gurgel-Gonccedilalves e Machado publicaram um trabalho no ano de 2014 onde

avaliaram a ocorrecircncia de parasitos intestinais em crianccedilas moradoras das cidades de Riacho

Fundo II e Ceilacircndia localizadas no Distrito Federal 193 crianccedilas com idades entre 4 a 14 anos

participaram do estudo Um total de 637 das crianccedilas estavam contaminadas Em Riacho

Fundo II os parasitos mais prevalentes foram H nana (44) A lumbricoides (30) E coli

27 G intestinalis (15) Ancilostomideos (5) E histolyticadiacutespar (7) T trichiura

(4) E nana (3) e I butschlii (1) Jaacute na Ceilacircndia os parasitos mais frequentes foram E

coli (23) E nana (19) G intestinalis (9) E histolyticadispar (3) E hartmanni (3)

Ascaris lumbricoides (2) Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

Em uma instituiccedilatildeo localizada em NiteroacuteiRJ um estudo foi feito com 43 crianccedilas de 0

a 12 anos de idade e 25 adultos a fim de estabelecer a prevalecircncia das parasitoses intestinais

70 das crianccedilas e 44 dos adultos estavam contaminados por parasitas intestinais e no total

houve uma prevalecircncia de 60 de enteroparasitoses na instituiccedilatildeo estudada Os protozoaacuterios

encontrados foram B hominis (44) E nana (15) G lamblia (12) E histolyticaE

dispar (10) e E coli (7) Os helmintos foram H nana (3) E vermicularis (3) T

trichiura (15) e A lumbricoides (15) A maior prevalecircncia foi em crianccedilas de 6 a 8 (857)

(LEITE TOMA ADAMIL 2014)

Para diminuir a contaminaccedilatildeo eacute necessaacuterio aplicar medidas de controle capazes de

interromper os mecanismos de transmissatildeo Isto reforccedila a importacircncia de fornecer subsidio

imediato para a conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo sobre higiene prevenccedilatildeo das parasitoses e

educaccedilatildeo sanitaacuteria

A educaccedilatildeo em sauacutede visa a promoccedilatildeo da sauacutede e funciona como um processo de

ensinoaprendizagem que busca empoderar os indiviacuteduos de forma que estes possuam

autonomia necessaacuteria para escolher as melhores alternativas afim de transformar sua qualidade

de vida e o meio onde vivem Para que essa pratica seja possiacutevel o educador deve atuar como

15

um facilitador no processo de reflexatildeo sobre a realidade em que essa comunidade estaacute

inserida Essas atividades auxiliam a populaccedilatildeo a evitar doenccedilas de impacto social como as

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 VICENTE et al 2012)

As accedilotildees educativas realizadas em comunidades escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede

prevenccedilatildeo contra as enteroparasitoses e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente possui um

papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores do

conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo das

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009) Aleacutem disso por meio da educaccedilatildeo em sauacutede

constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

Silva Neto et al (2013) realizaram um trabalho na Escola Estadual Francisco Nunes da

cidade de Pau dos Ferros-RN com 42 crianccedilas na faixa etaacuteria de 5 a 11 anos Verificaram que

6428 dos escolares apresentaram algum tipo de enteroparasitos sendo que 2142 dos

escolares estavam poliparasitados A partir de tais indicadores e conhecendo a realidade a ser

trabalhada planejaram estrateacutegias de accedilotildees educativas com objetivo de repassar informaccedilotildees

que ajudassem na mudanccedila de haacutebitos higiecircnicos e consequentemente na diminuiccedilatildeo da

incidecircncia de casos de enteroparasitoses Foram realizadas oficinas peccedilas teatrais dinacircmicas

produccedilatildeo textual curso para boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos e cursos sobre as

parasitoses com os professores As crianccedilas trabalharam na confecccedilatildeo de cartazes com ecircnfase

nas parasitoses Os autores relataram a importacircncia da continuidade das accedilotildees educativas pelos

professores da escola

As accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais foram realizadas

por Da Cruz et al (2014) em 29 estudantes de 12 a 16 anos de idade do ensino fundamental de

uma localidade rural do municiacutepio de UberlacircndiaMG Os autores tambeacutem verificaram a

ocorrecircncia de parasitoses intestinais constatando-se 21 de escolares parasitados e 3 de

poliparasitismo B hominis foi o parasito mais frequente (5715) seguido de E coli e G

lamblia com uma frequecircncia de 1428 cada um As accedilotildees educativas em sauacutede incluiacuteram a

aplicaccedilatildeo de jogo didaacutetico palestras microscoacutepio para visualizaccedilatildeo de estruturas dos parasitos

e mostra de exemplares macroscoacutepicos dos parasitos sendo avaliadas mediante a aplicaccedilatildeo de

questionaacuterios O jogo didaacutetico ldquotabuleiro da sauacutederdquo abordou as principais parasitoses de

importacircncia meacutedica aleacutem de temas relativos agrave higiene pessoal Os resultados dos questionaacuterios

aplicados apoacutes a realizaccedilatildeo das accedilotildees educativas apontaram uma notaacutevel melhora quanto agrave

assimilaccedilatildeo de conhecimentos por parte dos estudantes

O presente estudo foi desenvolvido no Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz que

compreende a Regiatildeo da Grande Florianoacutepolis situado ao lado da BR 282 e integra a Bacia do

16

Rio Cubatatildeo Sul O municiacutepio eacute caracterizado por pequenas propriedades rurais com lavouras

temporaacuterias e permanentes (IBGE 2014) Segundo o censo do IBG a populaccedilatildeo de 2014 era

de 21572 habitantes

Na aacuterea rural em relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua nas residecircncias 6625 eacute abastecido

pela rede puacuteblica 3338 de poccedilo ou nascente e 03 de outros Jaacute na aacuterea urbana 8264

tem abastecimento de aacutegua pela rede puacuteblica 1717 de poccedilo ou nascente e 09 de outros

Quanto ao destino de esgoto na aacuterea rural 188 das residecircncias tem sistema de esgoto 9109

possuem fossa seacuteptica e 703 o esgoto eacute a ceacuteu aberto Na aacuterea urbana 722 das residecircncias

tem sistema de esgoto 8595 possuem fossa seacuteptica e 683 o esgoto eacute a ceacuteu aberto

O presente trabalho permitiu avaliar a presenccedila de enteroparasitoses que afetam os

escolares e o desenvolvimento de accedilotildees educativas que visam agrave promoccedilatildeo da sauacutede

contribuindo para a melhora da qualidade de vida

17

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

O presente estudo visou determinar a prevalecircncia de parasitoses intestinais em alunos

de seis Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz e promover a

ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre sauacutede e parasitoses

22 Objetivos Especiacuteficos

- Verificar a ocorrecircncia de parasitas intestinais em crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0

a 17 anos do municiacutepio de Santo Amaro da ImperatrizSC

- Relacionar os resultados do levantamento parasitoloacutegico com as condiccedilotildees de saneamento

local

- Analisar as noccedilotildees de higiene e quais as nomenclaturas populares sobre as parasitoses

intestinais conhecidas na comunidade

- Proporcionar educaccedilatildeo em sauacutede e medidas preventivas no combate as doenccedilas parasitaacuterias

humanas promovendo um processo de aprendizado

- Incentivar a mudanccedila de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva para a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

18

3 METODOLOGIA

31 Locais e sujeitos do estudo

O presente estudo teve iniacutecio em agosto de 2014 e finalizou-se em setembro de 2015

Esse estudo envolveu 357 crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0 a 17 anos de idade

matriculados nas seguintes Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da

ImperatrizSC Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff Escola Municipal Braccedilo Satildeo

Joatildeo Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio e Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

O trabalho foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105) (Anexo A)

As accedilotildees educativas foram realizadas em 2014 com escolares na faixa etaacuteria de 6 a 17

anos de idade e teve a participaccedilatildeo dos professores das referidas escolas

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos

Foi realizado uma reuniatildeo com professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos e os

seguintes temas foram abordados os objetivos e metodologia da pesquisa a importacircncia e

benefiacutecios de se fazer o exame de fezes as orientaccedilotildees sobre a coleta das fezes apresentaccedilatildeo

do ldquoTermo de Consentimento Livre e Esclarecidordquo (Anexo B) e ldquoTermo de Assentimentordquo

(Anexo C) Os pais ou responsaacuteveis foram informados sobre o encaminhamento dos resultados

(positivos ou negativos) dos exames parasitoloacutegicos e aconselhados a levar as crianccedilas ao

Centro de Sauacutede do Municiacutepio no contato preacutevio com a Secretaacuteria de Sauacutede para atendimento

com o meacutedico e adequado tratamento da parasitose O projeto teve o apoio dos professores das

escolas para a divulgaccedilatildeo do trabalho aos pais ou responsaacuteveis pelos alunos

321 Colheita das amostras fecais

Para a coleta das fezes foram entregues para os pais ou responsaacuteveis nas escolas as

orientaccedilotildees impressas para a coleta de fezes (abaixo descrito) e os frascos coletores contendo

soluccedilatildeo conservante SAF (acetato de soacutedio aacutecido aceacutetico e formol) Os frascos estavam

devidamente etiquetados com o nome sexo e idade da crianccedila Apoacutes a coleta que foi realizado

em casa o frasco contendo as fezes foi entregue na escola juntamente com o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento assinados pelos pais eou

responsaacuteveis Um prazo para a entrega e recolhimento das amostras era combinado com a

direccedilatildeo da escola

19

Foi coletada uma amostra fecal de cada crianccedila participante do estudo As amostras

preservadas em soluccedilatildeo conservadora SAF foram encaminhadas ao Laboratoacuterio Didaacutetico de

Parasitologia Clinica do Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas do Centro de Ciecircncias da

SauacutedeUFSC e para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do Hospital Universitaacuterio Polydoro

Ernani de Satildeo Thiago (HUUFSC) onde foram processadas e analisadas

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais

- Natildeo jogar o liacutequido conservante fora natildeo beber e natildeo deixar ao alcance de crianccedilas

pois o liacutequido conservante eacute toacutexico

- A crianccedila natildeo deve estar utilizando remeacutedio para vermes no periacuteodo que vai colher as

fezes Se estiver tomando remeacutedio tem que esperar de 7 a 10 dias para depois colher as fezes

para fazer o exame

- Antes da evacuaccedilatildeo a crianccedila deve urinar ou no vaso sanitaacuterio ou na privada Isso eacute

para natildeo contaminar as fezes com urina e aacutegua

- Apoacutes a crianccedila deve evacuar diretamente em penico limpo e seco ou sobre uma folha

de papel ou jornal limpo Quando as fezes forem diarreicas ou moles as mesmas devem ser

evacuadas em penico ou em um recipiente bem limpo e seco

- Com o auxiacutelio de espaacutetula de madeira ou uma colher de plaacutestico colher uma porccedilatildeo

de fezes do tamanho de uma noz e colocar imediatamente no frasco contendo o liacutequido

conservante A porccedilatildeo de fezes deveraacute ficar totalmente coberta pelo liacutequido conservante Natildeo

se deve encher o frasco com fezes

- Em caso de crianccedilas menores de 2 anos e que usam fraldas colher as fezes da fralda

com uma espaacutetula logo apoacutes a evacuaccedilatildeo

- Apoacutes colocar as fezes no frasco o mesmo deve ser bem fechado

- Escrever no roacutetulo do frasco o nome completo o sexo e a idade da crianccedila e data da

colheita das fezes

- Conservar os frascos em temperatura ambiente ateacute a entrega Natildeo precisa ser

refrigerado

IMPORTANTE

- Natildeo colher as fezes contidas no vaso sanitaacuterio

- Natildeo devem ser usadas as fezes evacuadas no solo

- As fezes natildeo devem estar misturadas com urina aacutegua e terra

20

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) Este meacutetodo tem como

fundamento a sedimentaccedilatildeo espontacircnea em aacutegua de ovos e larvas de helmintos cistos e oocistos

de protozoaacuterio e a vantagem na recuperaccedilatildeo de ovos considerados pesados O uso de grande

quantidade de material fecal nesse processo favorece um diagnoacutestico satisfatoacuterio e seguro

Em um frasco contendo 10 mL de aacutegua corrente adicionou-se cerca de 4g de fezes

retiradas de vaacuterios pontos da amostra fecal Homogeneizou-se as fezes com bastatildeo de vidro e

acrescentou-se mais 60 mL de aacutegua corrente ao frasco Em alguns casos misturou-se o material

fecal fixado pela soluccedilatildeo conservante Em seguida a suspensatildeo foi filtrada atraveacutes de filtro

descartaacutevel (Parasitofiltro) para um caacutelice cocircnico de sedimentaccedilatildeo com capacidade de 200ml

Adicionou-se aacutegua corrente ateacute completar aproximadamente frac34 do volume do caacutelice A

suspensatildeo foi deixada em repouso durante duas horas Apoacutes esse periacuteodo com pipeta de

Pasteur retirou-se uma pequena porccedilatildeo do sedimento formado no fundo do caacutelice depositando-

o sobre uma lacircmina onde adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol e cobriu-se com

lamiacutenula A preparaccedilatildeo foi examinada ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

332 Meacutetodo de Faust e cols

A teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) foi utilizada com algumas modificaccedilotildees Este

meacutetodo fundamenta-se na centriacutefugo-flutuaccedilatildeo de ovos larvas cistos e oocistos separando-os

do excesso de detritos fecais mediante o uso de soluccedilatildeo de densidade elevada Tem a vantagem

de concentrar os cistos de protozoaacuterios

Inicialmente foi colocado cerca de 12 mL do filtrado do meacutetodo de Hoffman Pons e

Janer em um tubo de centriacutefuga com capacidade de 15ml Centrifuga-se por 1 a 2 minutos a

650 x g Decantou-se o sobrenadante e o sedimento foi ressuspendido em aacutegua corrente

completando o volume de 12 ml com aacutegua e novamente centrifugou-se por 1 a 2 minutos a 650

x g Repete-se a lavagem do sedimento ateacute que o sobrenadante se apresentasse relativamente

claro Apoacutes a uacuteltima lavagem decantou-se o sobrenadante ressuspendeu-se o sedimento e

adicionou-se a soluccedilatildeo de sulfato de zinco (densidade 118gml) ateacute 05cm da borda do tubo de

centriacutefuga Centrifugou-se por 1 minuto a 650 x g Com uma alccedila de arame (diacircmetro de 5 a

7mm) retirou-se a peliacutecula sobrenadante transferindo 3 a 4 alccediladas do material para uma

lacircmina de microscopia Adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol cobrindo o

preparado com lamiacutenula e observou-se ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

21

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes que se

apresentaram pastosas e diarreicas Essa coloraccedilatildeo permanente permite um minucioso estudo

da morfologia dos trofozoiacutetos corados ocasionalmente dos cistos e para a confirmaccedilatildeo das

espeacutecies

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro

e em seguida filtrou-se a suspensatildeo atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de centriacutefuga com

capacidade de 15 ml Centrifugou-se a 650 x g por 1 a 2 minutos decantou-se o liacutequido

sobrenadante e preparar o esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado Depois de seco

colocou-se o esfregaccedilo diretamente no aacutelcool etiacutelico a 70 durante 5 minutos em cubas

adequadas para a coloraccedilatildeo Apoacutes isso procedeu-se com a continuaccedilatildeo da coloraccedilatildeo do

esfregaccedilo nas seguintes etapas

1 Aacutelcool etiacutelico a 70 5 minutos

2 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

3 Corante tricrocircmico 10 minutos

4 Soluccedilatildeo de aacutelcool etiacutelico a 90 acidificado com soluccedilatildeo de 1 de aacutecido aceacutetico 3 segundos

5 Aacutelcool etiacutelico absoluto para lavar

6 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

7 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

8 Xilol 10 minutos

Deixou-se o esfregaccedilo secar e a leitura foi feita com objetiva de 100x e com o auxiacutelio da ocular

micromeacutetrica para a morfometria das estruturas parasitaacuterias

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun

Utilizou-se a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes diarreicas

Esta coloraccedilatildeo permite diagnosticar os cocciacutedios intestinais

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro e em

seguida cerca de 3 ml da suspensatildeo foram filtrados atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de

centriacutefuga com capacidade de 15 ml Adicionou-se cerca de 3 ml de eacuteter e agitou-se

vigorosamente por 30 segundos Centrifugou-se a 500 x g por 10 minutos e o liacutequido

sobrenadante foi decantado Preparou-se um esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado

Deixou-se secar a temperatura ambiente e fixou-se o esfregaccedilo com aacutelcool metiacutelico por 30

22

segundos Corou-se com o corante de Kinyoun por 5 minutos Lavou-se com aacutegua destilada A

soluccedilatildeo aacutelcool-aacutecido sulfuacuterico foi usada por 2 minutos para diferenciar Lavou-se com aacutegua

destilada Corou-se o fundo da preparaccedilatildeo com soluccedilatildeo alcooacutelica de azul de metileno a 03

por um minuto Lavou-se com aacutegua e deixou-se secar A leitura foi realizada com objetiva de

100x e com auxiacutelio da ocular micromeacutetrica para a morfometria dos oocistos

34 Anaacutelise dos resultados

A anaacutelise dos resultados dos exames parasitoloacutegicos de fezes foi realizada atraveacutes de

estudos observacionais e os dados obtidos foram analisados pelo programa estatiacutestico MedCalc

e o teste aplicado foi o Qui Quadrado para comparaccedilatildeo de meacutedias ao niacutevel de 01 de

probabilidade

35 Accedilotildees educativas

A realizaccedilatildeo das atividades educativas teve a participaccedilatildeo de alunas bolsistas e

professoras do projeto de extensatildeoPROEXUFSC Foram elaborados e utilizados recursos

pedagoacutegicos baseando-se nas diferenccedilas cognitivas presentes entre alunos das diversas seacuteries

escolares Durante as accedilotildees educativas foi possiacutevel descobrir qual era o conhecimento que os

escolares possuiacuteam sobre verminoses e quais as nomenclaturas populares conhecidas na

comunidade Por meio de perguntas e diaacutelogo e tambeacutem na anaacutelise observacional do

comportamento na escola pode se analisar as noccedilotildees de higiene das crianccedilas As perguntas

foram Jaacute ouviram falar de vermes O que satildeo O que fazer para natildeo pegar vermes

Para as crianccedilas de 5 a 9 anos foi apresentado um teatro de fantoches encenando a peccedila

infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo (Anexo B) uma adaptaccedilatildeo da obra original escrita por Cardoso em

1998 Com uma linguagem simples e divertida a accedilatildeo luacutedica abordava as parasitoses e

prevenccedilatildeo

Para os alunos de 10 a 17 anos de idade as accedilotildees educativas foram oficinas com uso de

data show e tinha como objetivo apresentar a parasitologia para alunos maiores envolvendo

conceitos mais especiacuteficos de helmintos e protozoaacuterios A palestra consistiu em uma

apresentaccedilatildeo de slides contendo imagens e baseado nelas uma linha de raciociacutenio era

desenvolvida para fluir na forma de diaacutelogo onde os alunos eram questionados sobre as

mesmas

Apoacutes o teatro de fantoches e da palestra interativa foram mostrados exemplares de

vermes adultos de A lumbricoides (cerca de 30 cm) Taenia spp (cerca de 8 m) e de E

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

9

vermicularis e o H nana que satildeo diretamente transmissiacuteveis ao homem pois natildeo necessitarem

de um hospedeiro intermediaacuterio ou de um periacuteodo de amadurecimento no solo (NEVES et al

2011)

De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (2015) mais de 15 bilhatildeo de pessoas

ou 24 da populaccedilatildeo mundial estatildeo infectadas por helmintos onde o A lumbricoides T

trichiura e ancilostomiacutedeos (Necator americanus e Ancylostoma duodenale) satildeo os mais

prevalentes Mais de 270 milhotildees de crianccedilas preacute-escolares e mais de 600 milhotildees de crianccedilas

em idade escolar vivem em aacutereas onde estes parasitas satildeo intensamente transmitidos

destacando a importacircncia da implementaccedilatildeo de medidas preventivas e poliacuteticas sanitaacuterias

No Brasil os helmintos mais comuns satildeo A lumbricoides e T trichiura sendo o

primeiro o mais frequente (ARAUJO FILHO et al 2011 SEIXAS et al 2011) A distribuiccedilatildeo

eacute ampla e varia de acordo com as regiotildees do paiacutes podendo ocorrer tanto em zonas urbanizadas

como rurais predominando nas aacutereas mais carentes cujo solo eacute contaminado e onde natildeo haacute

disponibilidade de aacutegua tratada e saneamento baacutesico (ANDRADE et al 2010)

A ascaridiacutease eacute a doenccedila causada pelo A lumbricoides conhecido popularmente como

lombriga Estima-se que cerca de 807000 a 1221 milhotildees de pessoas no mundo estatildeo

infectados por este nematelminto que eacute responsaacutevel por altos iacutendices de morbidade e

mortalidade nos paiacuteses em desenvolvimento (CDC [e] 2015) O A lumbricoides eacute um geo-

helminto pois possui fases de seu desenvolvimento no solo A casca espessa de seus ovos os

torna impermeaacuteveis e favorece sua viabilidade no ambiente ainda que estejam em areia seca

por exemplo (CHEN MUCCI 2012) A transmissatildeo ocorre pela ingestatildeo dos ovos larvados

que podem ser encontrados contaminando alimentos e aacutegua pela geofagia pelo ato de levar as

matildeos sujas a boca e por objetos contaminados (OMS 2015 NEVES 2011)

As infestaccedilotildees por A lumbricoides podem ser de baixa intensidade (3 a 4 vermes) meacutedia

intensidade (30 a 40 vermes) ou maciccedilas (100 ou mais vermes) No primeiro caso natildeo ocorrem

sintomas Jaacute nos dois uacuteltimos casos os vermes adultos podem causar accedilatildeo espoliadora toacutexica

ou mecacircnica Isso pode resultar num grande consumo de nutrientes e resultar em desnutriccedilatildeo

principalmente em crianccedilas Aleacutem disso reaccedilatildeo aleacutergica aos antiacutegenos do parasito pode causar

edema ou urticaacuteria lesotildees pulmonares devido ao ciclo bioloacutegico do parasito podendo resultar

na Siacutendrome de Loeffler (resultante de um edema pulmonar com infiltrado eosinofiacutelico e

manifestaccedilotildees aleacutergicas com sintomatologia semelhante a pneumonia) A complicaccedilatildeo mais

comum eacute o quadro de obstruccedilatildeo intestinal que pode levar crianccedilas a oacutebito nestes casos eacute

indicado tratamento ciruacutergico (ANDRADE et al 2010)

10

O T trichiura eacute o agente causador da tricuriacutease Estima-se que aproximadamente 1 bilhatildeo

de pessoas estejam infectadas com esse helminto A transmissatildeo ocorre pela ingestatildeo de ovos

larvados em alimentos contaminados e pela geofagia Aleacutem disso sua disseminaccedilatildeo pode ser

facilitada pelo vento pela aacutegua ou por vetores (nas patas das moscas domeacutesticas por exemplo)

(NEVES et al 2011 CDC 2015) As infecccedilotildees costumam ser assintomaacuteticas Os casos graves

costumam ocorrer em indiviacuteduos desnutridos nesses casos haacute o comprometimento do intestino

grosso do ceco ao reto podendo levar ao prolapso retal (MENEZES 2013)

Como a maioria das doenccedilas parasitaacuterias natildeo pode ser diagnosticada apenas pela cliacutenica

exibida pelo paciente o exame parasitoloacutegico de fezes torna-se necessaacuterio para a confirmaccedilatildeo

ou natildeo da presenccedila de parasitos O exame parasitoloacutegico compreende duas principais etapas o

exame macroscoacutepico onde se procura por formas macroscoacutepicas dos helmintos que possam ter

sido eliminadas pelo hospedeiro e o exame microscoacutepico realizado a partir do processamento

das amostras fecais por meio de diferentes meacutetodos que visam concentrar as formas parasitarias

a fim de evidencia-las e identifica-las Os meacutetodos utilizados satildeo meacutetodo de sedimentaccedilatildeo

espontacircnea de Hoffman Pons e Janner ou Lutz baseado na sedimentaccedilatildeo espontacircnea das formas

parasitarias em aacutegua meacutetodo de Ritchie baseado na centrifugo-sedimentaccedilatildeo utilizando

formalina a 10 e eacuteter meacutetodo de Faust e cols baseado na centrifugo-flutuaccedilatildeo utilizando uma

soluccedilatildeo de sulfato de zinco com densidade 118gml meacutetodo de Baermann-Moraes ou de

Rugai Mattos e Brisola baseado no termohidrotropismo das larvas e o meacutetodo direto indicado

para pesquisa de trofozoiacutetos em fezes frescas e emitidas em no maacuteximo 30 minutos Satildeo

recomendadas coloraccedilotildees como a soluccedilatildeo de Lugol e as coloraccedilotildees permanentes como a

hematoxilina feacuterrica ou o tricrocircmico As coloraccedilotildees permanentes permitem a melhor

visualizaccedilatildeo dos protozoaacuterios e facilitam a identificaccedilatildeo dos trofozoiacutetos encontrados em fezes

diarreicas e pastosas A coloraccedilatildeo pelo Kinyoun derivada da fucsina fenicada eacute utilizada para

o diagnoacutestico de oocistos de cocciacutedios intestinais (DE CARLI 2011)

Atualmente jaacute existem meacutetodos imunoenzimaacuteticos e imunocromatograacuteficos para

detecccedilatildeo de antiacutegenos parasitaacuterios nas fezes Aleacutem disso a biologia molecular tambeacutem pode

ser utilizada como ferramenta para a diferenciaccedilatildeo e determinaccedilatildeo das espeacutecies de

enteroparasitas Comparados com os meacutetodos tradicionais esses satildeo meacutetodos possuem um

custo mais alto poreacutem satildeo muito mais sensiacuteveis e especiacuteficos (DE CARLI 2011)

Inuacutemeros autores ao redor do mundo principalmente em paiacuteses em desenvolvimento

como no continente africano e na Ameacuterica latina tecircm realizado pesquisas e constatado a

prevalecircncia das parasitoses Na proviacutencia de Santiago em Cuba Saacutenchez et al (2012)

analisaram 1253 amostras fecais de crianccedilas e constataram uma prevalecircncia de 378 de

11

enteroparasitas Observou-se G lamblia (156) B hominis (23) E histolytica E dispar

(48) T trichiura (48) Alumbricoides (48) E vermiculares (25) ancilostomideos

(29) Fasciola hepatica (01)

Na Venezuela Laugart et al (2012) analisaram 262 amostras fecais de crianccedilas com

idades entre 1 a 14 anos e revelaram uma prevalecircncia de 897 de enteroparasitoses Foram

encontrados E nana (389) B hominis (366) G lamblia (321) E coli (321) E

histolyticaE dispar (61) Chilomastix mesnili (23) I butschlii (23) ancilostomideos

(23) e A lumbricoides (19)

Um estudo envolvendo 50 crianccedilas com idades entre 7 e 12 anos realizado por Carrero

(2013) na Colocircmbia revelou uma prevalecircncia de 96 de parasitas intestinais Das amostras

positivas encontrou-se B hominis (88) E coli (56) Giardia intestinalis (34) e E

histolytica E dispar (24) C mesnili (24) I butschilii (2) e E nana (2)

No Egito 300 amostras fecais provenientes de crianccedilas com idades de 1 a 6 anos que

frequentavam o ambulatoacuterio do Assiut University Childrem Hospital foram analisadas Foi

encontrado um percentual de 557 de positividade para parasitos intestinais As espeacutecies de

enteroparasitas detectadas foram G lamblia (157) Cryptosporidium spp (117) B

hominis (93) E coli (33) H nana (23) e I belli (1) (YONES et al 2015)

Em 2015 no Peru um estudo realizado por Cabada et al teve o objetivo de revelar a

prevalecircncia das geohelmintoses anemia e desnutriccedilatildeo em 240 crianccedilas com idades entre 3 a 12

anos em seis comunidades Neste estudo verificou-se que 488 das crianccedilas estavam com

anemia 10 abaixo do peso e 47 das crianccedilas encontravam-se parasitadas Os parasitos

detectados nos exames parasitoloacutegicos foram E coli (23) E nana (19) G intestinalis

(9) E histolyticadispar (3) Entamoeba hartmanni (3) A lumbricoides (2)

Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

No Brasil vaacuterios estudos feitos em diferentes regiotildees do paiacutes demonstram que as

parasitoses se distribuem de forma heterogecircnea pois as condiccedilotildees socioeconocircmicas e de

saneamento baacutesico tendem a variar entre as regiotildees do paiacutes (LEITE TOMA ADAMIL 2014

MACCHIONI et al 2015)

Em 2010 um estudo foi realizado por Santos e Merlini no municiacutepio de Maria

HelenaPR com 413 indiviacuteduos com idade entre 0 a 89 anos Os autores obtiveram uma

prevalecircncia de 16 de positividade Os parasitos mais prevalentes foram Enana (65) G

intestinalis (63) E coli (35) A lumbricoides (14) Strongyloides stercoralis (07)

E vermicularis (07) Ancilostomiacutedeo (02) E hystolitica E diacutespar (02) e Taenia sp

(02)

12

A populaccedilatildeo atendida pelo Laboratoacuterio Central do municiacutepio de ChapadinhaMA foi

alvo do estudo de Silva et al no ano de 2010 Em um total de 3933 amostras analisadas

observou-se uma positividade de 331 E histolytica E dispar E coli G intestinalis e A

lumbricoides foram as espeacutecies mais prevalentes

Lander et al (2010) estudaram a prevalecircncia das parasitoses intestinais em escolares de

creches em Salvador BA com idades entre 3 a 5 anos Das 325 amostras fecais analisadas 95

foram positivas para parasitas intestinais (292) Dos helmintos o T trichiura (12) e A

lumbricoides (105) foram os mais prevalentes Jaacute os protozoaacuterios mais encontrados foram

G duodenalis (129) e E histolytica Edispar (37) Um percentual de 246 das amostras

positivas era de protozoaacuterios comensais

Em duas creches de UberlacircndiaMG um trabalho foi desenvolvido por Gonccedilalves et al

(2011) com 133 crianccedilas de 6 meses a 6 anos de idade Foi encontrada uma prevalecircncia de

293 de enteroparasitos sendo a G lamblia (192) o protozoaacuterio mais frequente seguido

por E histolytica (38) Os helmintos detectados nas creches foram o H nana (23) o E

vermicularis (15) e o ancilostomiacutedeo (08)

Belloto et al (2011) no Municiacutepio de MirassolSP analisaram 310 amostras fecais de

crianccedilas de 2 a 15 anos A prevalecircncia de enteroparasitas foi de 3032 Dentre os protozoaacuterios

detectados a G lamblia foi o mais frequente (1516) seguido da E histolytica E

dispar (064) A lumbricoides (355) S stercoralis (032) e Taenia sp (032) foram

os helmintos mais prevalentes A faixa etaacuteria de 8 a 10 anos apresentou a maior positividade

(4737) seguida de indiviacuteduos da faixa etaacuteria de 2 a 4 anos (3846) 5 a 7 anos (3622) e

11 a 15 anos (300)

Seixas et al (2011) realizaram um estudo com 200 escolares em Salvador e obtiveram

uma prevalecircncia de 94 de positividade para enteroparasitos Detectou-se entre os helmintos

A lumbricoides (25) T trichiura (105) E vermicularis (3) S stercoralis (25)

Ancilostomiacutedeos (15) e S mansoni (1) Dentre os protozoaacuterios os mais frequentes foram

E nana (535) E coli (435) E hystoliticaEdispar (215) G lamblia (12) e

Ibutschlii (3)

Em 2012 no municiacutepio de CoariAM Silva Silva e Freitas analisaram as fezes de 65

crianccedilas na faixa etaacuteria de 1 a 12 anos Os exames demonstraram uma positividade de 831

para parasitos sendo encontrados A lumbricoides (537) T trichiura (166)

ancilostomideos (15) E coli (92) e G lamblia (55)

Belo et al (2012) desenvolveram uma pesquisa no municiacutepio de Satildeo Joatildeo Del ReiMG

em 21 escolas sendo 6 escolas da zona urbana e 15 escolas da zona rural Analisaram um total

13

de 1172 amostras (711 escolares da zona urbana e 461 da zona rural) Nas escolas localizadas

na zona rural obtiveram uma positividade de 364 enquanto que as escolas da zona urbanas

apresentaram uma positividade de 235 Os estudantes da zona rural possuiacuteam maior nuacutemero

de fatores de risco associados a ocorrecircncia de parasitoses intestinais que variava desde a

condiccedilatildeo sanitaacuteria ateacute a condiccedilatildeo socioeconocircmica das famiacutelias desta regiatildeo Do total das

amostras positivas das duas escolas 22 apresentavam-se biparasitados ou poliparasitados Os

protozoaacuterios mais frequentes foram E histolyticaEdispar (143) E coli (95) e G

lamblia (55) Quanto aos helmintos o Ancylostoma spp (21) Ascaris

lumbricoides (19) E vermicularis (15) e T trichiura (11) foram os mais prevalentes

No municiacutepio de GurupiTO os autores realizaram um estudo com crianccedilas de 5 a 12

anos de idade em 6 escolas puacuteblicas da regiatildeo Das 205 amostras fecais analisadas houve uma

positividade de 4243 Foi observado maior prevalecircncia em crianccedilas na faixa etaacuteria de 7 a 9

anos Os protozoaacuterios mais encontrados foram G lamblia (1854) E coli (1610) E

histolytica (780) Jaacute os helmintos mais comuns foram H nana (780) E vermicularis e A

lumbricoides (39) ancilostomiacutedeos (195) (SILVA TEIXEIRA GONTIJO 2012)

No Rio Grande do Sul Berne et al (2012) avaliaram uma populaccedilatildeo de 165 crianccedilas

buscando determinar a prevalecircncia de parasitos intestinais nas mesmas Eles encontraram uma

prevalecircncia de 642 de positividade No estudo os seguintes parasitos foram identificados

G lamblia (303) T trichiura (242) A lumbricoides (224) E coli (152)

Enteromonas hominis (48) E nana (36) Cryptosporidium sp (24) C belli (02) e

E vermicularis (02)

Em um assentamento de trabalhadores rurais sem-terra em Satildeo Paulo uma pesquisa foi

realizada durante dois anos a fim de avaliar a prevalecircncia das parasitoses intestinais No

primeiro ano foram analisadas 29 amostras de crianccedilas com idades entre 4 e 15 anos e a

prevalecircncia encontrada foi de 966 de positividade Das espeacutecies observadas G

intestinalis foi a mais frequente (966) seguido de E coli (276) E nana (138) Entre os

helmintos o mais prevalente foi o ancilostomideo (69) seguido por H nana (34) T

trichiura (34) A lumbricoides (34) e S stercoralis (34) O monoparasitismo aconteceu

em 357 das amostras analisadas enquanto que as infecccedilotildees por mais de uma espeacutecie de

parasita ocorreram em 643 No segundo ano de estudo foram analisadas 14 amostras fecais

e obteve-se uma prevalecircncia de 857 para enteroparasitas Das amostras positivas 75

apresentaram um uacutenico parasita enquanto 25 apresentaram mais de uma espeacutecie de

parasita A G intestinalis estava presente em 643 E nana em 215 e A lumbricoides em

14

71 A positividade natildeo variou muito entre as diferentes faixas etaacuterias nos dois periacuteodos de

estudo LIMA JUNIOR KAISER CATISTI 2013)

No ano de 2014 Santos et al desenvolveram um estudo em uma creche comunitaacuteria de

FlorianoacutepolisSC afim de verificar a prevalecircncia de parasitoses intestinais Foram analisadas

57 amostras fecais e uma prevalecircncia de 614 foi detectada Os principais parasitos

encontrados foram B hominis (404) G lamblia (246) E coli (228) E nana (123)

E histolyticaE dispar (71) E hartmanni (18) E vermicularis (18) e I buumltschli

(18)

Santos Gurgel-Gonccedilalves e Machado publicaram um trabalho no ano de 2014 onde

avaliaram a ocorrecircncia de parasitos intestinais em crianccedilas moradoras das cidades de Riacho

Fundo II e Ceilacircndia localizadas no Distrito Federal 193 crianccedilas com idades entre 4 a 14 anos

participaram do estudo Um total de 637 das crianccedilas estavam contaminadas Em Riacho

Fundo II os parasitos mais prevalentes foram H nana (44) A lumbricoides (30) E coli

27 G intestinalis (15) Ancilostomideos (5) E histolyticadiacutespar (7) T trichiura

(4) E nana (3) e I butschlii (1) Jaacute na Ceilacircndia os parasitos mais frequentes foram E

coli (23) E nana (19) G intestinalis (9) E histolyticadispar (3) E hartmanni (3)

Ascaris lumbricoides (2) Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

Em uma instituiccedilatildeo localizada em NiteroacuteiRJ um estudo foi feito com 43 crianccedilas de 0

a 12 anos de idade e 25 adultos a fim de estabelecer a prevalecircncia das parasitoses intestinais

70 das crianccedilas e 44 dos adultos estavam contaminados por parasitas intestinais e no total

houve uma prevalecircncia de 60 de enteroparasitoses na instituiccedilatildeo estudada Os protozoaacuterios

encontrados foram B hominis (44) E nana (15) G lamblia (12) E histolyticaE

dispar (10) e E coli (7) Os helmintos foram H nana (3) E vermicularis (3) T

trichiura (15) e A lumbricoides (15) A maior prevalecircncia foi em crianccedilas de 6 a 8 (857)

(LEITE TOMA ADAMIL 2014)

Para diminuir a contaminaccedilatildeo eacute necessaacuterio aplicar medidas de controle capazes de

interromper os mecanismos de transmissatildeo Isto reforccedila a importacircncia de fornecer subsidio

imediato para a conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo sobre higiene prevenccedilatildeo das parasitoses e

educaccedilatildeo sanitaacuteria

A educaccedilatildeo em sauacutede visa a promoccedilatildeo da sauacutede e funciona como um processo de

ensinoaprendizagem que busca empoderar os indiviacuteduos de forma que estes possuam

autonomia necessaacuteria para escolher as melhores alternativas afim de transformar sua qualidade

de vida e o meio onde vivem Para que essa pratica seja possiacutevel o educador deve atuar como

15

um facilitador no processo de reflexatildeo sobre a realidade em que essa comunidade estaacute

inserida Essas atividades auxiliam a populaccedilatildeo a evitar doenccedilas de impacto social como as

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 VICENTE et al 2012)

As accedilotildees educativas realizadas em comunidades escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede

prevenccedilatildeo contra as enteroparasitoses e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente possui um

papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores do

conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo das

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009) Aleacutem disso por meio da educaccedilatildeo em sauacutede

constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

Silva Neto et al (2013) realizaram um trabalho na Escola Estadual Francisco Nunes da

cidade de Pau dos Ferros-RN com 42 crianccedilas na faixa etaacuteria de 5 a 11 anos Verificaram que

6428 dos escolares apresentaram algum tipo de enteroparasitos sendo que 2142 dos

escolares estavam poliparasitados A partir de tais indicadores e conhecendo a realidade a ser

trabalhada planejaram estrateacutegias de accedilotildees educativas com objetivo de repassar informaccedilotildees

que ajudassem na mudanccedila de haacutebitos higiecircnicos e consequentemente na diminuiccedilatildeo da

incidecircncia de casos de enteroparasitoses Foram realizadas oficinas peccedilas teatrais dinacircmicas

produccedilatildeo textual curso para boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos e cursos sobre as

parasitoses com os professores As crianccedilas trabalharam na confecccedilatildeo de cartazes com ecircnfase

nas parasitoses Os autores relataram a importacircncia da continuidade das accedilotildees educativas pelos

professores da escola

As accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais foram realizadas

por Da Cruz et al (2014) em 29 estudantes de 12 a 16 anos de idade do ensino fundamental de

uma localidade rural do municiacutepio de UberlacircndiaMG Os autores tambeacutem verificaram a

ocorrecircncia de parasitoses intestinais constatando-se 21 de escolares parasitados e 3 de

poliparasitismo B hominis foi o parasito mais frequente (5715) seguido de E coli e G

lamblia com uma frequecircncia de 1428 cada um As accedilotildees educativas em sauacutede incluiacuteram a

aplicaccedilatildeo de jogo didaacutetico palestras microscoacutepio para visualizaccedilatildeo de estruturas dos parasitos

e mostra de exemplares macroscoacutepicos dos parasitos sendo avaliadas mediante a aplicaccedilatildeo de

questionaacuterios O jogo didaacutetico ldquotabuleiro da sauacutederdquo abordou as principais parasitoses de

importacircncia meacutedica aleacutem de temas relativos agrave higiene pessoal Os resultados dos questionaacuterios

aplicados apoacutes a realizaccedilatildeo das accedilotildees educativas apontaram uma notaacutevel melhora quanto agrave

assimilaccedilatildeo de conhecimentos por parte dos estudantes

O presente estudo foi desenvolvido no Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz que

compreende a Regiatildeo da Grande Florianoacutepolis situado ao lado da BR 282 e integra a Bacia do

16

Rio Cubatatildeo Sul O municiacutepio eacute caracterizado por pequenas propriedades rurais com lavouras

temporaacuterias e permanentes (IBGE 2014) Segundo o censo do IBG a populaccedilatildeo de 2014 era

de 21572 habitantes

Na aacuterea rural em relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua nas residecircncias 6625 eacute abastecido

pela rede puacuteblica 3338 de poccedilo ou nascente e 03 de outros Jaacute na aacuterea urbana 8264

tem abastecimento de aacutegua pela rede puacuteblica 1717 de poccedilo ou nascente e 09 de outros

Quanto ao destino de esgoto na aacuterea rural 188 das residecircncias tem sistema de esgoto 9109

possuem fossa seacuteptica e 703 o esgoto eacute a ceacuteu aberto Na aacuterea urbana 722 das residecircncias

tem sistema de esgoto 8595 possuem fossa seacuteptica e 683 o esgoto eacute a ceacuteu aberto

O presente trabalho permitiu avaliar a presenccedila de enteroparasitoses que afetam os

escolares e o desenvolvimento de accedilotildees educativas que visam agrave promoccedilatildeo da sauacutede

contribuindo para a melhora da qualidade de vida

17

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

O presente estudo visou determinar a prevalecircncia de parasitoses intestinais em alunos

de seis Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz e promover a

ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre sauacutede e parasitoses

22 Objetivos Especiacuteficos

- Verificar a ocorrecircncia de parasitas intestinais em crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0

a 17 anos do municiacutepio de Santo Amaro da ImperatrizSC

- Relacionar os resultados do levantamento parasitoloacutegico com as condiccedilotildees de saneamento

local

- Analisar as noccedilotildees de higiene e quais as nomenclaturas populares sobre as parasitoses

intestinais conhecidas na comunidade

- Proporcionar educaccedilatildeo em sauacutede e medidas preventivas no combate as doenccedilas parasitaacuterias

humanas promovendo um processo de aprendizado

- Incentivar a mudanccedila de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva para a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

18

3 METODOLOGIA

31 Locais e sujeitos do estudo

O presente estudo teve iniacutecio em agosto de 2014 e finalizou-se em setembro de 2015

Esse estudo envolveu 357 crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0 a 17 anos de idade

matriculados nas seguintes Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da

ImperatrizSC Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff Escola Municipal Braccedilo Satildeo

Joatildeo Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio e Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

O trabalho foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105) (Anexo A)

As accedilotildees educativas foram realizadas em 2014 com escolares na faixa etaacuteria de 6 a 17

anos de idade e teve a participaccedilatildeo dos professores das referidas escolas

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos

Foi realizado uma reuniatildeo com professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos e os

seguintes temas foram abordados os objetivos e metodologia da pesquisa a importacircncia e

benefiacutecios de se fazer o exame de fezes as orientaccedilotildees sobre a coleta das fezes apresentaccedilatildeo

do ldquoTermo de Consentimento Livre e Esclarecidordquo (Anexo B) e ldquoTermo de Assentimentordquo

(Anexo C) Os pais ou responsaacuteveis foram informados sobre o encaminhamento dos resultados

(positivos ou negativos) dos exames parasitoloacutegicos e aconselhados a levar as crianccedilas ao

Centro de Sauacutede do Municiacutepio no contato preacutevio com a Secretaacuteria de Sauacutede para atendimento

com o meacutedico e adequado tratamento da parasitose O projeto teve o apoio dos professores das

escolas para a divulgaccedilatildeo do trabalho aos pais ou responsaacuteveis pelos alunos

321 Colheita das amostras fecais

Para a coleta das fezes foram entregues para os pais ou responsaacuteveis nas escolas as

orientaccedilotildees impressas para a coleta de fezes (abaixo descrito) e os frascos coletores contendo

soluccedilatildeo conservante SAF (acetato de soacutedio aacutecido aceacutetico e formol) Os frascos estavam

devidamente etiquetados com o nome sexo e idade da crianccedila Apoacutes a coleta que foi realizado

em casa o frasco contendo as fezes foi entregue na escola juntamente com o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento assinados pelos pais eou

responsaacuteveis Um prazo para a entrega e recolhimento das amostras era combinado com a

direccedilatildeo da escola

19

Foi coletada uma amostra fecal de cada crianccedila participante do estudo As amostras

preservadas em soluccedilatildeo conservadora SAF foram encaminhadas ao Laboratoacuterio Didaacutetico de

Parasitologia Clinica do Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas do Centro de Ciecircncias da

SauacutedeUFSC e para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do Hospital Universitaacuterio Polydoro

Ernani de Satildeo Thiago (HUUFSC) onde foram processadas e analisadas

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais

- Natildeo jogar o liacutequido conservante fora natildeo beber e natildeo deixar ao alcance de crianccedilas

pois o liacutequido conservante eacute toacutexico

- A crianccedila natildeo deve estar utilizando remeacutedio para vermes no periacuteodo que vai colher as

fezes Se estiver tomando remeacutedio tem que esperar de 7 a 10 dias para depois colher as fezes

para fazer o exame

- Antes da evacuaccedilatildeo a crianccedila deve urinar ou no vaso sanitaacuterio ou na privada Isso eacute

para natildeo contaminar as fezes com urina e aacutegua

- Apoacutes a crianccedila deve evacuar diretamente em penico limpo e seco ou sobre uma folha

de papel ou jornal limpo Quando as fezes forem diarreicas ou moles as mesmas devem ser

evacuadas em penico ou em um recipiente bem limpo e seco

- Com o auxiacutelio de espaacutetula de madeira ou uma colher de plaacutestico colher uma porccedilatildeo

de fezes do tamanho de uma noz e colocar imediatamente no frasco contendo o liacutequido

conservante A porccedilatildeo de fezes deveraacute ficar totalmente coberta pelo liacutequido conservante Natildeo

se deve encher o frasco com fezes

- Em caso de crianccedilas menores de 2 anos e que usam fraldas colher as fezes da fralda

com uma espaacutetula logo apoacutes a evacuaccedilatildeo

- Apoacutes colocar as fezes no frasco o mesmo deve ser bem fechado

- Escrever no roacutetulo do frasco o nome completo o sexo e a idade da crianccedila e data da

colheita das fezes

- Conservar os frascos em temperatura ambiente ateacute a entrega Natildeo precisa ser

refrigerado

IMPORTANTE

- Natildeo colher as fezes contidas no vaso sanitaacuterio

- Natildeo devem ser usadas as fezes evacuadas no solo

- As fezes natildeo devem estar misturadas com urina aacutegua e terra

20

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) Este meacutetodo tem como

fundamento a sedimentaccedilatildeo espontacircnea em aacutegua de ovos e larvas de helmintos cistos e oocistos

de protozoaacuterio e a vantagem na recuperaccedilatildeo de ovos considerados pesados O uso de grande

quantidade de material fecal nesse processo favorece um diagnoacutestico satisfatoacuterio e seguro

Em um frasco contendo 10 mL de aacutegua corrente adicionou-se cerca de 4g de fezes

retiradas de vaacuterios pontos da amostra fecal Homogeneizou-se as fezes com bastatildeo de vidro e

acrescentou-se mais 60 mL de aacutegua corrente ao frasco Em alguns casos misturou-se o material

fecal fixado pela soluccedilatildeo conservante Em seguida a suspensatildeo foi filtrada atraveacutes de filtro

descartaacutevel (Parasitofiltro) para um caacutelice cocircnico de sedimentaccedilatildeo com capacidade de 200ml

Adicionou-se aacutegua corrente ateacute completar aproximadamente frac34 do volume do caacutelice A

suspensatildeo foi deixada em repouso durante duas horas Apoacutes esse periacuteodo com pipeta de

Pasteur retirou-se uma pequena porccedilatildeo do sedimento formado no fundo do caacutelice depositando-

o sobre uma lacircmina onde adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol e cobriu-se com

lamiacutenula A preparaccedilatildeo foi examinada ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

332 Meacutetodo de Faust e cols

A teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) foi utilizada com algumas modificaccedilotildees Este

meacutetodo fundamenta-se na centriacutefugo-flutuaccedilatildeo de ovos larvas cistos e oocistos separando-os

do excesso de detritos fecais mediante o uso de soluccedilatildeo de densidade elevada Tem a vantagem

de concentrar os cistos de protozoaacuterios

Inicialmente foi colocado cerca de 12 mL do filtrado do meacutetodo de Hoffman Pons e

Janer em um tubo de centriacutefuga com capacidade de 15ml Centrifuga-se por 1 a 2 minutos a

650 x g Decantou-se o sobrenadante e o sedimento foi ressuspendido em aacutegua corrente

completando o volume de 12 ml com aacutegua e novamente centrifugou-se por 1 a 2 minutos a 650

x g Repete-se a lavagem do sedimento ateacute que o sobrenadante se apresentasse relativamente

claro Apoacutes a uacuteltima lavagem decantou-se o sobrenadante ressuspendeu-se o sedimento e

adicionou-se a soluccedilatildeo de sulfato de zinco (densidade 118gml) ateacute 05cm da borda do tubo de

centriacutefuga Centrifugou-se por 1 minuto a 650 x g Com uma alccedila de arame (diacircmetro de 5 a

7mm) retirou-se a peliacutecula sobrenadante transferindo 3 a 4 alccediladas do material para uma

lacircmina de microscopia Adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol cobrindo o

preparado com lamiacutenula e observou-se ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

21

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes que se

apresentaram pastosas e diarreicas Essa coloraccedilatildeo permanente permite um minucioso estudo

da morfologia dos trofozoiacutetos corados ocasionalmente dos cistos e para a confirmaccedilatildeo das

espeacutecies

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro

e em seguida filtrou-se a suspensatildeo atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de centriacutefuga com

capacidade de 15 ml Centrifugou-se a 650 x g por 1 a 2 minutos decantou-se o liacutequido

sobrenadante e preparar o esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado Depois de seco

colocou-se o esfregaccedilo diretamente no aacutelcool etiacutelico a 70 durante 5 minutos em cubas

adequadas para a coloraccedilatildeo Apoacutes isso procedeu-se com a continuaccedilatildeo da coloraccedilatildeo do

esfregaccedilo nas seguintes etapas

1 Aacutelcool etiacutelico a 70 5 minutos

2 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

3 Corante tricrocircmico 10 minutos

4 Soluccedilatildeo de aacutelcool etiacutelico a 90 acidificado com soluccedilatildeo de 1 de aacutecido aceacutetico 3 segundos

5 Aacutelcool etiacutelico absoluto para lavar

6 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

7 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

8 Xilol 10 minutos

Deixou-se o esfregaccedilo secar e a leitura foi feita com objetiva de 100x e com o auxiacutelio da ocular

micromeacutetrica para a morfometria das estruturas parasitaacuterias

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun

Utilizou-se a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes diarreicas

Esta coloraccedilatildeo permite diagnosticar os cocciacutedios intestinais

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro e em

seguida cerca de 3 ml da suspensatildeo foram filtrados atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de

centriacutefuga com capacidade de 15 ml Adicionou-se cerca de 3 ml de eacuteter e agitou-se

vigorosamente por 30 segundos Centrifugou-se a 500 x g por 10 minutos e o liacutequido

sobrenadante foi decantado Preparou-se um esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado

Deixou-se secar a temperatura ambiente e fixou-se o esfregaccedilo com aacutelcool metiacutelico por 30

22

segundos Corou-se com o corante de Kinyoun por 5 minutos Lavou-se com aacutegua destilada A

soluccedilatildeo aacutelcool-aacutecido sulfuacuterico foi usada por 2 minutos para diferenciar Lavou-se com aacutegua

destilada Corou-se o fundo da preparaccedilatildeo com soluccedilatildeo alcooacutelica de azul de metileno a 03

por um minuto Lavou-se com aacutegua e deixou-se secar A leitura foi realizada com objetiva de

100x e com auxiacutelio da ocular micromeacutetrica para a morfometria dos oocistos

34 Anaacutelise dos resultados

A anaacutelise dos resultados dos exames parasitoloacutegicos de fezes foi realizada atraveacutes de

estudos observacionais e os dados obtidos foram analisados pelo programa estatiacutestico MedCalc

e o teste aplicado foi o Qui Quadrado para comparaccedilatildeo de meacutedias ao niacutevel de 01 de

probabilidade

35 Accedilotildees educativas

A realizaccedilatildeo das atividades educativas teve a participaccedilatildeo de alunas bolsistas e

professoras do projeto de extensatildeoPROEXUFSC Foram elaborados e utilizados recursos

pedagoacutegicos baseando-se nas diferenccedilas cognitivas presentes entre alunos das diversas seacuteries

escolares Durante as accedilotildees educativas foi possiacutevel descobrir qual era o conhecimento que os

escolares possuiacuteam sobre verminoses e quais as nomenclaturas populares conhecidas na

comunidade Por meio de perguntas e diaacutelogo e tambeacutem na anaacutelise observacional do

comportamento na escola pode se analisar as noccedilotildees de higiene das crianccedilas As perguntas

foram Jaacute ouviram falar de vermes O que satildeo O que fazer para natildeo pegar vermes

Para as crianccedilas de 5 a 9 anos foi apresentado um teatro de fantoches encenando a peccedila

infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo (Anexo B) uma adaptaccedilatildeo da obra original escrita por Cardoso em

1998 Com uma linguagem simples e divertida a accedilatildeo luacutedica abordava as parasitoses e

prevenccedilatildeo

Para os alunos de 10 a 17 anos de idade as accedilotildees educativas foram oficinas com uso de

data show e tinha como objetivo apresentar a parasitologia para alunos maiores envolvendo

conceitos mais especiacuteficos de helmintos e protozoaacuterios A palestra consistiu em uma

apresentaccedilatildeo de slides contendo imagens e baseado nelas uma linha de raciociacutenio era

desenvolvida para fluir na forma de diaacutelogo onde os alunos eram questionados sobre as

mesmas

Apoacutes o teatro de fantoches e da palestra interativa foram mostrados exemplares de

vermes adultos de A lumbricoides (cerca de 30 cm) Taenia spp (cerca de 8 m) e de E

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

10

O T trichiura eacute o agente causador da tricuriacutease Estima-se que aproximadamente 1 bilhatildeo

de pessoas estejam infectadas com esse helminto A transmissatildeo ocorre pela ingestatildeo de ovos

larvados em alimentos contaminados e pela geofagia Aleacutem disso sua disseminaccedilatildeo pode ser

facilitada pelo vento pela aacutegua ou por vetores (nas patas das moscas domeacutesticas por exemplo)

(NEVES et al 2011 CDC 2015) As infecccedilotildees costumam ser assintomaacuteticas Os casos graves

costumam ocorrer em indiviacuteduos desnutridos nesses casos haacute o comprometimento do intestino

grosso do ceco ao reto podendo levar ao prolapso retal (MENEZES 2013)

Como a maioria das doenccedilas parasitaacuterias natildeo pode ser diagnosticada apenas pela cliacutenica

exibida pelo paciente o exame parasitoloacutegico de fezes torna-se necessaacuterio para a confirmaccedilatildeo

ou natildeo da presenccedila de parasitos O exame parasitoloacutegico compreende duas principais etapas o

exame macroscoacutepico onde se procura por formas macroscoacutepicas dos helmintos que possam ter

sido eliminadas pelo hospedeiro e o exame microscoacutepico realizado a partir do processamento

das amostras fecais por meio de diferentes meacutetodos que visam concentrar as formas parasitarias

a fim de evidencia-las e identifica-las Os meacutetodos utilizados satildeo meacutetodo de sedimentaccedilatildeo

espontacircnea de Hoffman Pons e Janner ou Lutz baseado na sedimentaccedilatildeo espontacircnea das formas

parasitarias em aacutegua meacutetodo de Ritchie baseado na centrifugo-sedimentaccedilatildeo utilizando

formalina a 10 e eacuteter meacutetodo de Faust e cols baseado na centrifugo-flutuaccedilatildeo utilizando uma

soluccedilatildeo de sulfato de zinco com densidade 118gml meacutetodo de Baermann-Moraes ou de

Rugai Mattos e Brisola baseado no termohidrotropismo das larvas e o meacutetodo direto indicado

para pesquisa de trofozoiacutetos em fezes frescas e emitidas em no maacuteximo 30 minutos Satildeo

recomendadas coloraccedilotildees como a soluccedilatildeo de Lugol e as coloraccedilotildees permanentes como a

hematoxilina feacuterrica ou o tricrocircmico As coloraccedilotildees permanentes permitem a melhor

visualizaccedilatildeo dos protozoaacuterios e facilitam a identificaccedilatildeo dos trofozoiacutetos encontrados em fezes

diarreicas e pastosas A coloraccedilatildeo pelo Kinyoun derivada da fucsina fenicada eacute utilizada para

o diagnoacutestico de oocistos de cocciacutedios intestinais (DE CARLI 2011)

Atualmente jaacute existem meacutetodos imunoenzimaacuteticos e imunocromatograacuteficos para

detecccedilatildeo de antiacutegenos parasitaacuterios nas fezes Aleacutem disso a biologia molecular tambeacutem pode

ser utilizada como ferramenta para a diferenciaccedilatildeo e determinaccedilatildeo das espeacutecies de

enteroparasitas Comparados com os meacutetodos tradicionais esses satildeo meacutetodos possuem um

custo mais alto poreacutem satildeo muito mais sensiacuteveis e especiacuteficos (DE CARLI 2011)

Inuacutemeros autores ao redor do mundo principalmente em paiacuteses em desenvolvimento

como no continente africano e na Ameacuterica latina tecircm realizado pesquisas e constatado a

prevalecircncia das parasitoses Na proviacutencia de Santiago em Cuba Saacutenchez et al (2012)

analisaram 1253 amostras fecais de crianccedilas e constataram uma prevalecircncia de 378 de

11

enteroparasitas Observou-se G lamblia (156) B hominis (23) E histolytica E dispar

(48) T trichiura (48) Alumbricoides (48) E vermiculares (25) ancilostomideos

(29) Fasciola hepatica (01)

Na Venezuela Laugart et al (2012) analisaram 262 amostras fecais de crianccedilas com

idades entre 1 a 14 anos e revelaram uma prevalecircncia de 897 de enteroparasitoses Foram

encontrados E nana (389) B hominis (366) G lamblia (321) E coli (321) E

histolyticaE dispar (61) Chilomastix mesnili (23) I butschlii (23) ancilostomideos

(23) e A lumbricoides (19)

Um estudo envolvendo 50 crianccedilas com idades entre 7 e 12 anos realizado por Carrero

(2013) na Colocircmbia revelou uma prevalecircncia de 96 de parasitas intestinais Das amostras

positivas encontrou-se B hominis (88) E coli (56) Giardia intestinalis (34) e E

histolytica E dispar (24) C mesnili (24) I butschilii (2) e E nana (2)

No Egito 300 amostras fecais provenientes de crianccedilas com idades de 1 a 6 anos que

frequentavam o ambulatoacuterio do Assiut University Childrem Hospital foram analisadas Foi

encontrado um percentual de 557 de positividade para parasitos intestinais As espeacutecies de

enteroparasitas detectadas foram G lamblia (157) Cryptosporidium spp (117) B

hominis (93) E coli (33) H nana (23) e I belli (1) (YONES et al 2015)

Em 2015 no Peru um estudo realizado por Cabada et al teve o objetivo de revelar a

prevalecircncia das geohelmintoses anemia e desnutriccedilatildeo em 240 crianccedilas com idades entre 3 a 12

anos em seis comunidades Neste estudo verificou-se que 488 das crianccedilas estavam com

anemia 10 abaixo do peso e 47 das crianccedilas encontravam-se parasitadas Os parasitos

detectados nos exames parasitoloacutegicos foram E coli (23) E nana (19) G intestinalis

(9) E histolyticadispar (3) Entamoeba hartmanni (3) A lumbricoides (2)

Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

No Brasil vaacuterios estudos feitos em diferentes regiotildees do paiacutes demonstram que as

parasitoses se distribuem de forma heterogecircnea pois as condiccedilotildees socioeconocircmicas e de

saneamento baacutesico tendem a variar entre as regiotildees do paiacutes (LEITE TOMA ADAMIL 2014

MACCHIONI et al 2015)

Em 2010 um estudo foi realizado por Santos e Merlini no municiacutepio de Maria

HelenaPR com 413 indiviacuteduos com idade entre 0 a 89 anos Os autores obtiveram uma

prevalecircncia de 16 de positividade Os parasitos mais prevalentes foram Enana (65) G

intestinalis (63) E coli (35) A lumbricoides (14) Strongyloides stercoralis (07)

E vermicularis (07) Ancilostomiacutedeo (02) E hystolitica E diacutespar (02) e Taenia sp

(02)

12

A populaccedilatildeo atendida pelo Laboratoacuterio Central do municiacutepio de ChapadinhaMA foi

alvo do estudo de Silva et al no ano de 2010 Em um total de 3933 amostras analisadas

observou-se uma positividade de 331 E histolytica E dispar E coli G intestinalis e A

lumbricoides foram as espeacutecies mais prevalentes

Lander et al (2010) estudaram a prevalecircncia das parasitoses intestinais em escolares de

creches em Salvador BA com idades entre 3 a 5 anos Das 325 amostras fecais analisadas 95

foram positivas para parasitas intestinais (292) Dos helmintos o T trichiura (12) e A

lumbricoides (105) foram os mais prevalentes Jaacute os protozoaacuterios mais encontrados foram

G duodenalis (129) e E histolytica Edispar (37) Um percentual de 246 das amostras

positivas era de protozoaacuterios comensais

Em duas creches de UberlacircndiaMG um trabalho foi desenvolvido por Gonccedilalves et al

(2011) com 133 crianccedilas de 6 meses a 6 anos de idade Foi encontrada uma prevalecircncia de

293 de enteroparasitos sendo a G lamblia (192) o protozoaacuterio mais frequente seguido

por E histolytica (38) Os helmintos detectados nas creches foram o H nana (23) o E

vermicularis (15) e o ancilostomiacutedeo (08)

Belloto et al (2011) no Municiacutepio de MirassolSP analisaram 310 amostras fecais de

crianccedilas de 2 a 15 anos A prevalecircncia de enteroparasitas foi de 3032 Dentre os protozoaacuterios

detectados a G lamblia foi o mais frequente (1516) seguido da E histolytica E

dispar (064) A lumbricoides (355) S stercoralis (032) e Taenia sp (032) foram

os helmintos mais prevalentes A faixa etaacuteria de 8 a 10 anos apresentou a maior positividade

(4737) seguida de indiviacuteduos da faixa etaacuteria de 2 a 4 anos (3846) 5 a 7 anos (3622) e

11 a 15 anos (300)

Seixas et al (2011) realizaram um estudo com 200 escolares em Salvador e obtiveram

uma prevalecircncia de 94 de positividade para enteroparasitos Detectou-se entre os helmintos

A lumbricoides (25) T trichiura (105) E vermicularis (3) S stercoralis (25)

Ancilostomiacutedeos (15) e S mansoni (1) Dentre os protozoaacuterios os mais frequentes foram

E nana (535) E coli (435) E hystoliticaEdispar (215) G lamblia (12) e

Ibutschlii (3)

Em 2012 no municiacutepio de CoariAM Silva Silva e Freitas analisaram as fezes de 65

crianccedilas na faixa etaacuteria de 1 a 12 anos Os exames demonstraram uma positividade de 831

para parasitos sendo encontrados A lumbricoides (537) T trichiura (166)

ancilostomideos (15) E coli (92) e G lamblia (55)

Belo et al (2012) desenvolveram uma pesquisa no municiacutepio de Satildeo Joatildeo Del ReiMG

em 21 escolas sendo 6 escolas da zona urbana e 15 escolas da zona rural Analisaram um total

13

de 1172 amostras (711 escolares da zona urbana e 461 da zona rural) Nas escolas localizadas

na zona rural obtiveram uma positividade de 364 enquanto que as escolas da zona urbanas

apresentaram uma positividade de 235 Os estudantes da zona rural possuiacuteam maior nuacutemero

de fatores de risco associados a ocorrecircncia de parasitoses intestinais que variava desde a

condiccedilatildeo sanitaacuteria ateacute a condiccedilatildeo socioeconocircmica das famiacutelias desta regiatildeo Do total das

amostras positivas das duas escolas 22 apresentavam-se biparasitados ou poliparasitados Os

protozoaacuterios mais frequentes foram E histolyticaEdispar (143) E coli (95) e G

lamblia (55) Quanto aos helmintos o Ancylostoma spp (21) Ascaris

lumbricoides (19) E vermicularis (15) e T trichiura (11) foram os mais prevalentes

No municiacutepio de GurupiTO os autores realizaram um estudo com crianccedilas de 5 a 12

anos de idade em 6 escolas puacuteblicas da regiatildeo Das 205 amostras fecais analisadas houve uma

positividade de 4243 Foi observado maior prevalecircncia em crianccedilas na faixa etaacuteria de 7 a 9

anos Os protozoaacuterios mais encontrados foram G lamblia (1854) E coli (1610) E

histolytica (780) Jaacute os helmintos mais comuns foram H nana (780) E vermicularis e A

lumbricoides (39) ancilostomiacutedeos (195) (SILVA TEIXEIRA GONTIJO 2012)

No Rio Grande do Sul Berne et al (2012) avaliaram uma populaccedilatildeo de 165 crianccedilas

buscando determinar a prevalecircncia de parasitos intestinais nas mesmas Eles encontraram uma

prevalecircncia de 642 de positividade No estudo os seguintes parasitos foram identificados

G lamblia (303) T trichiura (242) A lumbricoides (224) E coli (152)

Enteromonas hominis (48) E nana (36) Cryptosporidium sp (24) C belli (02) e

E vermicularis (02)

Em um assentamento de trabalhadores rurais sem-terra em Satildeo Paulo uma pesquisa foi

realizada durante dois anos a fim de avaliar a prevalecircncia das parasitoses intestinais No

primeiro ano foram analisadas 29 amostras de crianccedilas com idades entre 4 e 15 anos e a

prevalecircncia encontrada foi de 966 de positividade Das espeacutecies observadas G

intestinalis foi a mais frequente (966) seguido de E coli (276) E nana (138) Entre os

helmintos o mais prevalente foi o ancilostomideo (69) seguido por H nana (34) T

trichiura (34) A lumbricoides (34) e S stercoralis (34) O monoparasitismo aconteceu

em 357 das amostras analisadas enquanto que as infecccedilotildees por mais de uma espeacutecie de

parasita ocorreram em 643 No segundo ano de estudo foram analisadas 14 amostras fecais

e obteve-se uma prevalecircncia de 857 para enteroparasitas Das amostras positivas 75

apresentaram um uacutenico parasita enquanto 25 apresentaram mais de uma espeacutecie de

parasita A G intestinalis estava presente em 643 E nana em 215 e A lumbricoides em

14

71 A positividade natildeo variou muito entre as diferentes faixas etaacuterias nos dois periacuteodos de

estudo LIMA JUNIOR KAISER CATISTI 2013)

No ano de 2014 Santos et al desenvolveram um estudo em uma creche comunitaacuteria de

FlorianoacutepolisSC afim de verificar a prevalecircncia de parasitoses intestinais Foram analisadas

57 amostras fecais e uma prevalecircncia de 614 foi detectada Os principais parasitos

encontrados foram B hominis (404) G lamblia (246) E coli (228) E nana (123)

E histolyticaE dispar (71) E hartmanni (18) E vermicularis (18) e I buumltschli

(18)

Santos Gurgel-Gonccedilalves e Machado publicaram um trabalho no ano de 2014 onde

avaliaram a ocorrecircncia de parasitos intestinais em crianccedilas moradoras das cidades de Riacho

Fundo II e Ceilacircndia localizadas no Distrito Federal 193 crianccedilas com idades entre 4 a 14 anos

participaram do estudo Um total de 637 das crianccedilas estavam contaminadas Em Riacho

Fundo II os parasitos mais prevalentes foram H nana (44) A lumbricoides (30) E coli

27 G intestinalis (15) Ancilostomideos (5) E histolyticadiacutespar (7) T trichiura

(4) E nana (3) e I butschlii (1) Jaacute na Ceilacircndia os parasitos mais frequentes foram E

coli (23) E nana (19) G intestinalis (9) E histolyticadispar (3) E hartmanni (3)

Ascaris lumbricoides (2) Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

Em uma instituiccedilatildeo localizada em NiteroacuteiRJ um estudo foi feito com 43 crianccedilas de 0

a 12 anos de idade e 25 adultos a fim de estabelecer a prevalecircncia das parasitoses intestinais

70 das crianccedilas e 44 dos adultos estavam contaminados por parasitas intestinais e no total

houve uma prevalecircncia de 60 de enteroparasitoses na instituiccedilatildeo estudada Os protozoaacuterios

encontrados foram B hominis (44) E nana (15) G lamblia (12) E histolyticaE

dispar (10) e E coli (7) Os helmintos foram H nana (3) E vermicularis (3) T

trichiura (15) e A lumbricoides (15) A maior prevalecircncia foi em crianccedilas de 6 a 8 (857)

(LEITE TOMA ADAMIL 2014)

Para diminuir a contaminaccedilatildeo eacute necessaacuterio aplicar medidas de controle capazes de

interromper os mecanismos de transmissatildeo Isto reforccedila a importacircncia de fornecer subsidio

imediato para a conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo sobre higiene prevenccedilatildeo das parasitoses e

educaccedilatildeo sanitaacuteria

A educaccedilatildeo em sauacutede visa a promoccedilatildeo da sauacutede e funciona como um processo de

ensinoaprendizagem que busca empoderar os indiviacuteduos de forma que estes possuam

autonomia necessaacuteria para escolher as melhores alternativas afim de transformar sua qualidade

de vida e o meio onde vivem Para que essa pratica seja possiacutevel o educador deve atuar como

15

um facilitador no processo de reflexatildeo sobre a realidade em que essa comunidade estaacute

inserida Essas atividades auxiliam a populaccedilatildeo a evitar doenccedilas de impacto social como as

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 VICENTE et al 2012)

As accedilotildees educativas realizadas em comunidades escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede

prevenccedilatildeo contra as enteroparasitoses e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente possui um

papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores do

conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo das

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009) Aleacutem disso por meio da educaccedilatildeo em sauacutede

constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

Silva Neto et al (2013) realizaram um trabalho na Escola Estadual Francisco Nunes da

cidade de Pau dos Ferros-RN com 42 crianccedilas na faixa etaacuteria de 5 a 11 anos Verificaram que

6428 dos escolares apresentaram algum tipo de enteroparasitos sendo que 2142 dos

escolares estavam poliparasitados A partir de tais indicadores e conhecendo a realidade a ser

trabalhada planejaram estrateacutegias de accedilotildees educativas com objetivo de repassar informaccedilotildees

que ajudassem na mudanccedila de haacutebitos higiecircnicos e consequentemente na diminuiccedilatildeo da

incidecircncia de casos de enteroparasitoses Foram realizadas oficinas peccedilas teatrais dinacircmicas

produccedilatildeo textual curso para boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos e cursos sobre as

parasitoses com os professores As crianccedilas trabalharam na confecccedilatildeo de cartazes com ecircnfase

nas parasitoses Os autores relataram a importacircncia da continuidade das accedilotildees educativas pelos

professores da escola

As accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais foram realizadas

por Da Cruz et al (2014) em 29 estudantes de 12 a 16 anos de idade do ensino fundamental de

uma localidade rural do municiacutepio de UberlacircndiaMG Os autores tambeacutem verificaram a

ocorrecircncia de parasitoses intestinais constatando-se 21 de escolares parasitados e 3 de

poliparasitismo B hominis foi o parasito mais frequente (5715) seguido de E coli e G

lamblia com uma frequecircncia de 1428 cada um As accedilotildees educativas em sauacutede incluiacuteram a

aplicaccedilatildeo de jogo didaacutetico palestras microscoacutepio para visualizaccedilatildeo de estruturas dos parasitos

e mostra de exemplares macroscoacutepicos dos parasitos sendo avaliadas mediante a aplicaccedilatildeo de

questionaacuterios O jogo didaacutetico ldquotabuleiro da sauacutederdquo abordou as principais parasitoses de

importacircncia meacutedica aleacutem de temas relativos agrave higiene pessoal Os resultados dos questionaacuterios

aplicados apoacutes a realizaccedilatildeo das accedilotildees educativas apontaram uma notaacutevel melhora quanto agrave

assimilaccedilatildeo de conhecimentos por parte dos estudantes

O presente estudo foi desenvolvido no Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz que

compreende a Regiatildeo da Grande Florianoacutepolis situado ao lado da BR 282 e integra a Bacia do

16

Rio Cubatatildeo Sul O municiacutepio eacute caracterizado por pequenas propriedades rurais com lavouras

temporaacuterias e permanentes (IBGE 2014) Segundo o censo do IBG a populaccedilatildeo de 2014 era

de 21572 habitantes

Na aacuterea rural em relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua nas residecircncias 6625 eacute abastecido

pela rede puacuteblica 3338 de poccedilo ou nascente e 03 de outros Jaacute na aacuterea urbana 8264

tem abastecimento de aacutegua pela rede puacuteblica 1717 de poccedilo ou nascente e 09 de outros

Quanto ao destino de esgoto na aacuterea rural 188 das residecircncias tem sistema de esgoto 9109

possuem fossa seacuteptica e 703 o esgoto eacute a ceacuteu aberto Na aacuterea urbana 722 das residecircncias

tem sistema de esgoto 8595 possuem fossa seacuteptica e 683 o esgoto eacute a ceacuteu aberto

O presente trabalho permitiu avaliar a presenccedila de enteroparasitoses que afetam os

escolares e o desenvolvimento de accedilotildees educativas que visam agrave promoccedilatildeo da sauacutede

contribuindo para a melhora da qualidade de vida

17

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

O presente estudo visou determinar a prevalecircncia de parasitoses intestinais em alunos

de seis Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz e promover a

ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre sauacutede e parasitoses

22 Objetivos Especiacuteficos

- Verificar a ocorrecircncia de parasitas intestinais em crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0

a 17 anos do municiacutepio de Santo Amaro da ImperatrizSC

- Relacionar os resultados do levantamento parasitoloacutegico com as condiccedilotildees de saneamento

local

- Analisar as noccedilotildees de higiene e quais as nomenclaturas populares sobre as parasitoses

intestinais conhecidas na comunidade

- Proporcionar educaccedilatildeo em sauacutede e medidas preventivas no combate as doenccedilas parasitaacuterias

humanas promovendo um processo de aprendizado

- Incentivar a mudanccedila de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva para a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

18

3 METODOLOGIA

31 Locais e sujeitos do estudo

O presente estudo teve iniacutecio em agosto de 2014 e finalizou-se em setembro de 2015

Esse estudo envolveu 357 crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0 a 17 anos de idade

matriculados nas seguintes Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da

ImperatrizSC Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff Escola Municipal Braccedilo Satildeo

Joatildeo Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio e Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

O trabalho foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105) (Anexo A)

As accedilotildees educativas foram realizadas em 2014 com escolares na faixa etaacuteria de 6 a 17

anos de idade e teve a participaccedilatildeo dos professores das referidas escolas

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos

Foi realizado uma reuniatildeo com professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos e os

seguintes temas foram abordados os objetivos e metodologia da pesquisa a importacircncia e

benefiacutecios de se fazer o exame de fezes as orientaccedilotildees sobre a coleta das fezes apresentaccedilatildeo

do ldquoTermo de Consentimento Livre e Esclarecidordquo (Anexo B) e ldquoTermo de Assentimentordquo

(Anexo C) Os pais ou responsaacuteveis foram informados sobre o encaminhamento dos resultados

(positivos ou negativos) dos exames parasitoloacutegicos e aconselhados a levar as crianccedilas ao

Centro de Sauacutede do Municiacutepio no contato preacutevio com a Secretaacuteria de Sauacutede para atendimento

com o meacutedico e adequado tratamento da parasitose O projeto teve o apoio dos professores das

escolas para a divulgaccedilatildeo do trabalho aos pais ou responsaacuteveis pelos alunos

321 Colheita das amostras fecais

Para a coleta das fezes foram entregues para os pais ou responsaacuteveis nas escolas as

orientaccedilotildees impressas para a coleta de fezes (abaixo descrito) e os frascos coletores contendo

soluccedilatildeo conservante SAF (acetato de soacutedio aacutecido aceacutetico e formol) Os frascos estavam

devidamente etiquetados com o nome sexo e idade da crianccedila Apoacutes a coleta que foi realizado

em casa o frasco contendo as fezes foi entregue na escola juntamente com o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento assinados pelos pais eou

responsaacuteveis Um prazo para a entrega e recolhimento das amostras era combinado com a

direccedilatildeo da escola

19

Foi coletada uma amostra fecal de cada crianccedila participante do estudo As amostras

preservadas em soluccedilatildeo conservadora SAF foram encaminhadas ao Laboratoacuterio Didaacutetico de

Parasitologia Clinica do Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas do Centro de Ciecircncias da

SauacutedeUFSC e para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do Hospital Universitaacuterio Polydoro

Ernani de Satildeo Thiago (HUUFSC) onde foram processadas e analisadas

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais

- Natildeo jogar o liacutequido conservante fora natildeo beber e natildeo deixar ao alcance de crianccedilas

pois o liacutequido conservante eacute toacutexico

- A crianccedila natildeo deve estar utilizando remeacutedio para vermes no periacuteodo que vai colher as

fezes Se estiver tomando remeacutedio tem que esperar de 7 a 10 dias para depois colher as fezes

para fazer o exame

- Antes da evacuaccedilatildeo a crianccedila deve urinar ou no vaso sanitaacuterio ou na privada Isso eacute

para natildeo contaminar as fezes com urina e aacutegua

- Apoacutes a crianccedila deve evacuar diretamente em penico limpo e seco ou sobre uma folha

de papel ou jornal limpo Quando as fezes forem diarreicas ou moles as mesmas devem ser

evacuadas em penico ou em um recipiente bem limpo e seco

- Com o auxiacutelio de espaacutetula de madeira ou uma colher de plaacutestico colher uma porccedilatildeo

de fezes do tamanho de uma noz e colocar imediatamente no frasco contendo o liacutequido

conservante A porccedilatildeo de fezes deveraacute ficar totalmente coberta pelo liacutequido conservante Natildeo

se deve encher o frasco com fezes

- Em caso de crianccedilas menores de 2 anos e que usam fraldas colher as fezes da fralda

com uma espaacutetula logo apoacutes a evacuaccedilatildeo

- Apoacutes colocar as fezes no frasco o mesmo deve ser bem fechado

- Escrever no roacutetulo do frasco o nome completo o sexo e a idade da crianccedila e data da

colheita das fezes

- Conservar os frascos em temperatura ambiente ateacute a entrega Natildeo precisa ser

refrigerado

IMPORTANTE

- Natildeo colher as fezes contidas no vaso sanitaacuterio

- Natildeo devem ser usadas as fezes evacuadas no solo

- As fezes natildeo devem estar misturadas com urina aacutegua e terra

20

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) Este meacutetodo tem como

fundamento a sedimentaccedilatildeo espontacircnea em aacutegua de ovos e larvas de helmintos cistos e oocistos

de protozoaacuterio e a vantagem na recuperaccedilatildeo de ovos considerados pesados O uso de grande

quantidade de material fecal nesse processo favorece um diagnoacutestico satisfatoacuterio e seguro

Em um frasco contendo 10 mL de aacutegua corrente adicionou-se cerca de 4g de fezes

retiradas de vaacuterios pontos da amostra fecal Homogeneizou-se as fezes com bastatildeo de vidro e

acrescentou-se mais 60 mL de aacutegua corrente ao frasco Em alguns casos misturou-se o material

fecal fixado pela soluccedilatildeo conservante Em seguida a suspensatildeo foi filtrada atraveacutes de filtro

descartaacutevel (Parasitofiltro) para um caacutelice cocircnico de sedimentaccedilatildeo com capacidade de 200ml

Adicionou-se aacutegua corrente ateacute completar aproximadamente frac34 do volume do caacutelice A

suspensatildeo foi deixada em repouso durante duas horas Apoacutes esse periacuteodo com pipeta de

Pasteur retirou-se uma pequena porccedilatildeo do sedimento formado no fundo do caacutelice depositando-

o sobre uma lacircmina onde adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol e cobriu-se com

lamiacutenula A preparaccedilatildeo foi examinada ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

332 Meacutetodo de Faust e cols

A teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) foi utilizada com algumas modificaccedilotildees Este

meacutetodo fundamenta-se na centriacutefugo-flutuaccedilatildeo de ovos larvas cistos e oocistos separando-os

do excesso de detritos fecais mediante o uso de soluccedilatildeo de densidade elevada Tem a vantagem

de concentrar os cistos de protozoaacuterios

Inicialmente foi colocado cerca de 12 mL do filtrado do meacutetodo de Hoffman Pons e

Janer em um tubo de centriacutefuga com capacidade de 15ml Centrifuga-se por 1 a 2 minutos a

650 x g Decantou-se o sobrenadante e o sedimento foi ressuspendido em aacutegua corrente

completando o volume de 12 ml com aacutegua e novamente centrifugou-se por 1 a 2 minutos a 650

x g Repete-se a lavagem do sedimento ateacute que o sobrenadante se apresentasse relativamente

claro Apoacutes a uacuteltima lavagem decantou-se o sobrenadante ressuspendeu-se o sedimento e

adicionou-se a soluccedilatildeo de sulfato de zinco (densidade 118gml) ateacute 05cm da borda do tubo de

centriacutefuga Centrifugou-se por 1 minuto a 650 x g Com uma alccedila de arame (diacircmetro de 5 a

7mm) retirou-se a peliacutecula sobrenadante transferindo 3 a 4 alccediladas do material para uma

lacircmina de microscopia Adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol cobrindo o

preparado com lamiacutenula e observou-se ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

21

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes que se

apresentaram pastosas e diarreicas Essa coloraccedilatildeo permanente permite um minucioso estudo

da morfologia dos trofozoiacutetos corados ocasionalmente dos cistos e para a confirmaccedilatildeo das

espeacutecies

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro

e em seguida filtrou-se a suspensatildeo atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de centriacutefuga com

capacidade de 15 ml Centrifugou-se a 650 x g por 1 a 2 minutos decantou-se o liacutequido

sobrenadante e preparar o esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado Depois de seco

colocou-se o esfregaccedilo diretamente no aacutelcool etiacutelico a 70 durante 5 minutos em cubas

adequadas para a coloraccedilatildeo Apoacutes isso procedeu-se com a continuaccedilatildeo da coloraccedilatildeo do

esfregaccedilo nas seguintes etapas

1 Aacutelcool etiacutelico a 70 5 minutos

2 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

3 Corante tricrocircmico 10 minutos

4 Soluccedilatildeo de aacutelcool etiacutelico a 90 acidificado com soluccedilatildeo de 1 de aacutecido aceacutetico 3 segundos

5 Aacutelcool etiacutelico absoluto para lavar

6 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

7 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

8 Xilol 10 minutos

Deixou-se o esfregaccedilo secar e a leitura foi feita com objetiva de 100x e com o auxiacutelio da ocular

micromeacutetrica para a morfometria das estruturas parasitaacuterias

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun

Utilizou-se a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes diarreicas

Esta coloraccedilatildeo permite diagnosticar os cocciacutedios intestinais

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro e em

seguida cerca de 3 ml da suspensatildeo foram filtrados atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de

centriacutefuga com capacidade de 15 ml Adicionou-se cerca de 3 ml de eacuteter e agitou-se

vigorosamente por 30 segundos Centrifugou-se a 500 x g por 10 minutos e o liacutequido

sobrenadante foi decantado Preparou-se um esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado

Deixou-se secar a temperatura ambiente e fixou-se o esfregaccedilo com aacutelcool metiacutelico por 30

22

segundos Corou-se com o corante de Kinyoun por 5 minutos Lavou-se com aacutegua destilada A

soluccedilatildeo aacutelcool-aacutecido sulfuacuterico foi usada por 2 minutos para diferenciar Lavou-se com aacutegua

destilada Corou-se o fundo da preparaccedilatildeo com soluccedilatildeo alcooacutelica de azul de metileno a 03

por um minuto Lavou-se com aacutegua e deixou-se secar A leitura foi realizada com objetiva de

100x e com auxiacutelio da ocular micromeacutetrica para a morfometria dos oocistos

34 Anaacutelise dos resultados

A anaacutelise dos resultados dos exames parasitoloacutegicos de fezes foi realizada atraveacutes de

estudos observacionais e os dados obtidos foram analisados pelo programa estatiacutestico MedCalc

e o teste aplicado foi o Qui Quadrado para comparaccedilatildeo de meacutedias ao niacutevel de 01 de

probabilidade

35 Accedilotildees educativas

A realizaccedilatildeo das atividades educativas teve a participaccedilatildeo de alunas bolsistas e

professoras do projeto de extensatildeoPROEXUFSC Foram elaborados e utilizados recursos

pedagoacutegicos baseando-se nas diferenccedilas cognitivas presentes entre alunos das diversas seacuteries

escolares Durante as accedilotildees educativas foi possiacutevel descobrir qual era o conhecimento que os

escolares possuiacuteam sobre verminoses e quais as nomenclaturas populares conhecidas na

comunidade Por meio de perguntas e diaacutelogo e tambeacutem na anaacutelise observacional do

comportamento na escola pode se analisar as noccedilotildees de higiene das crianccedilas As perguntas

foram Jaacute ouviram falar de vermes O que satildeo O que fazer para natildeo pegar vermes

Para as crianccedilas de 5 a 9 anos foi apresentado um teatro de fantoches encenando a peccedila

infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo (Anexo B) uma adaptaccedilatildeo da obra original escrita por Cardoso em

1998 Com uma linguagem simples e divertida a accedilatildeo luacutedica abordava as parasitoses e

prevenccedilatildeo

Para os alunos de 10 a 17 anos de idade as accedilotildees educativas foram oficinas com uso de

data show e tinha como objetivo apresentar a parasitologia para alunos maiores envolvendo

conceitos mais especiacuteficos de helmintos e protozoaacuterios A palestra consistiu em uma

apresentaccedilatildeo de slides contendo imagens e baseado nelas uma linha de raciociacutenio era

desenvolvida para fluir na forma de diaacutelogo onde os alunos eram questionados sobre as

mesmas

Apoacutes o teatro de fantoches e da palestra interativa foram mostrados exemplares de

vermes adultos de A lumbricoides (cerca de 30 cm) Taenia spp (cerca de 8 m) e de E

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

11

enteroparasitas Observou-se G lamblia (156) B hominis (23) E histolytica E dispar

(48) T trichiura (48) Alumbricoides (48) E vermiculares (25) ancilostomideos

(29) Fasciola hepatica (01)

Na Venezuela Laugart et al (2012) analisaram 262 amostras fecais de crianccedilas com

idades entre 1 a 14 anos e revelaram uma prevalecircncia de 897 de enteroparasitoses Foram

encontrados E nana (389) B hominis (366) G lamblia (321) E coli (321) E

histolyticaE dispar (61) Chilomastix mesnili (23) I butschlii (23) ancilostomideos

(23) e A lumbricoides (19)

Um estudo envolvendo 50 crianccedilas com idades entre 7 e 12 anos realizado por Carrero

(2013) na Colocircmbia revelou uma prevalecircncia de 96 de parasitas intestinais Das amostras

positivas encontrou-se B hominis (88) E coli (56) Giardia intestinalis (34) e E

histolytica E dispar (24) C mesnili (24) I butschilii (2) e E nana (2)

No Egito 300 amostras fecais provenientes de crianccedilas com idades de 1 a 6 anos que

frequentavam o ambulatoacuterio do Assiut University Childrem Hospital foram analisadas Foi

encontrado um percentual de 557 de positividade para parasitos intestinais As espeacutecies de

enteroparasitas detectadas foram G lamblia (157) Cryptosporidium spp (117) B

hominis (93) E coli (33) H nana (23) e I belli (1) (YONES et al 2015)

Em 2015 no Peru um estudo realizado por Cabada et al teve o objetivo de revelar a

prevalecircncia das geohelmintoses anemia e desnutriccedilatildeo em 240 crianccedilas com idades entre 3 a 12

anos em seis comunidades Neste estudo verificou-se que 488 das crianccedilas estavam com

anemia 10 abaixo do peso e 47 das crianccedilas encontravam-se parasitadas Os parasitos

detectados nos exames parasitoloacutegicos foram E coli (23) E nana (19) G intestinalis

(9) E histolyticadispar (3) Entamoeba hartmanni (3) A lumbricoides (2)

Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

No Brasil vaacuterios estudos feitos em diferentes regiotildees do paiacutes demonstram que as

parasitoses se distribuem de forma heterogecircnea pois as condiccedilotildees socioeconocircmicas e de

saneamento baacutesico tendem a variar entre as regiotildees do paiacutes (LEITE TOMA ADAMIL 2014

MACCHIONI et al 2015)

Em 2010 um estudo foi realizado por Santos e Merlini no municiacutepio de Maria

HelenaPR com 413 indiviacuteduos com idade entre 0 a 89 anos Os autores obtiveram uma

prevalecircncia de 16 de positividade Os parasitos mais prevalentes foram Enana (65) G

intestinalis (63) E coli (35) A lumbricoides (14) Strongyloides stercoralis (07)

E vermicularis (07) Ancilostomiacutedeo (02) E hystolitica E diacutespar (02) e Taenia sp

(02)

12

A populaccedilatildeo atendida pelo Laboratoacuterio Central do municiacutepio de ChapadinhaMA foi

alvo do estudo de Silva et al no ano de 2010 Em um total de 3933 amostras analisadas

observou-se uma positividade de 331 E histolytica E dispar E coli G intestinalis e A

lumbricoides foram as espeacutecies mais prevalentes

Lander et al (2010) estudaram a prevalecircncia das parasitoses intestinais em escolares de

creches em Salvador BA com idades entre 3 a 5 anos Das 325 amostras fecais analisadas 95

foram positivas para parasitas intestinais (292) Dos helmintos o T trichiura (12) e A

lumbricoides (105) foram os mais prevalentes Jaacute os protozoaacuterios mais encontrados foram

G duodenalis (129) e E histolytica Edispar (37) Um percentual de 246 das amostras

positivas era de protozoaacuterios comensais

Em duas creches de UberlacircndiaMG um trabalho foi desenvolvido por Gonccedilalves et al

(2011) com 133 crianccedilas de 6 meses a 6 anos de idade Foi encontrada uma prevalecircncia de

293 de enteroparasitos sendo a G lamblia (192) o protozoaacuterio mais frequente seguido

por E histolytica (38) Os helmintos detectados nas creches foram o H nana (23) o E

vermicularis (15) e o ancilostomiacutedeo (08)

Belloto et al (2011) no Municiacutepio de MirassolSP analisaram 310 amostras fecais de

crianccedilas de 2 a 15 anos A prevalecircncia de enteroparasitas foi de 3032 Dentre os protozoaacuterios

detectados a G lamblia foi o mais frequente (1516) seguido da E histolytica E

dispar (064) A lumbricoides (355) S stercoralis (032) e Taenia sp (032) foram

os helmintos mais prevalentes A faixa etaacuteria de 8 a 10 anos apresentou a maior positividade

(4737) seguida de indiviacuteduos da faixa etaacuteria de 2 a 4 anos (3846) 5 a 7 anos (3622) e

11 a 15 anos (300)

Seixas et al (2011) realizaram um estudo com 200 escolares em Salvador e obtiveram

uma prevalecircncia de 94 de positividade para enteroparasitos Detectou-se entre os helmintos

A lumbricoides (25) T trichiura (105) E vermicularis (3) S stercoralis (25)

Ancilostomiacutedeos (15) e S mansoni (1) Dentre os protozoaacuterios os mais frequentes foram

E nana (535) E coli (435) E hystoliticaEdispar (215) G lamblia (12) e

Ibutschlii (3)

Em 2012 no municiacutepio de CoariAM Silva Silva e Freitas analisaram as fezes de 65

crianccedilas na faixa etaacuteria de 1 a 12 anos Os exames demonstraram uma positividade de 831

para parasitos sendo encontrados A lumbricoides (537) T trichiura (166)

ancilostomideos (15) E coli (92) e G lamblia (55)

Belo et al (2012) desenvolveram uma pesquisa no municiacutepio de Satildeo Joatildeo Del ReiMG

em 21 escolas sendo 6 escolas da zona urbana e 15 escolas da zona rural Analisaram um total

13

de 1172 amostras (711 escolares da zona urbana e 461 da zona rural) Nas escolas localizadas

na zona rural obtiveram uma positividade de 364 enquanto que as escolas da zona urbanas

apresentaram uma positividade de 235 Os estudantes da zona rural possuiacuteam maior nuacutemero

de fatores de risco associados a ocorrecircncia de parasitoses intestinais que variava desde a

condiccedilatildeo sanitaacuteria ateacute a condiccedilatildeo socioeconocircmica das famiacutelias desta regiatildeo Do total das

amostras positivas das duas escolas 22 apresentavam-se biparasitados ou poliparasitados Os

protozoaacuterios mais frequentes foram E histolyticaEdispar (143) E coli (95) e G

lamblia (55) Quanto aos helmintos o Ancylostoma spp (21) Ascaris

lumbricoides (19) E vermicularis (15) e T trichiura (11) foram os mais prevalentes

No municiacutepio de GurupiTO os autores realizaram um estudo com crianccedilas de 5 a 12

anos de idade em 6 escolas puacuteblicas da regiatildeo Das 205 amostras fecais analisadas houve uma

positividade de 4243 Foi observado maior prevalecircncia em crianccedilas na faixa etaacuteria de 7 a 9

anos Os protozoaacuterios mais encontrados foram G lamblia (1854) E coli (1610) E

histolytica (780) Jaacute os helmintos mais comuns foram H nana (780) E vermicularis e A

lumbricoides (39) ancilostomiacutedeos (195) (SILVA TEIXEIRA GONTIJO 2012)

No Rio Grande do Sul Berne et al (2012) avaliaram uma populaccedilatildeo de 165 crianccedilas

buscando determinar a prevalecircncia de parasitos intestinais nas mesmas Eles encontraram uma

prevalecircncia de 642 de positividade No estudo os seguintes parasitos foram identificados

G lamblia (303) T trichiura (242) A lumbricoides (224) E coli (152)

Enteromonas hominis (48) E nana (36) Cryptosporidium sp (24) C belli (02) e

E vermicularis (02)

Em um assentamento de trabalhadores rurais sem-terra em Satildeo Paulo uma pesquisa foi

realizada durante dois anos a fim de avaliar a prevalecircncia das parasitoses intestinais No

primeiro ano foram analisadas 29 amostras de crianccedilas com idades entre 4 e 15 anos e a

prevalecircncia encontrada foi de 966 de positividade Das espeacutecies observadas G

intestinalis foi a mais frequente (966) seguido de E coli (276) E nana (138) Entre os

helmintos o mais prevalente foi o ancilostomideo (69) seguido por H nana (34) T

trichiura (34) A lumbricoides (34) e S stercoralis (34) O monoparasitismo aconteceu

em 357 das amostras analisadas enquanto que as infecccedilotildees por mais de uma espeacutecie de

parasita ocorreram em 643 No segundo ano de estudo foram analisadas 14 amostras fecais

e obteve-se uma prevalecircncia de 857 para enteroparasitas Das amostras positivas 75

apresentaram um uacutenico parasita enquanto 25 apresentaram mais de uma espeacutecie de

parasita A G intestinalis estava presente em 643 E nana em 215 e A lumbricoides em

14

71 A positividade natildeo variou muito entre as diferentes faixas etaacuterias nos dois periacuteodos de

estudo LIMA JUNIOR KAISER CATISTI 2013)

No ano de 2014 Santos et al desenvolveram um estudo em uma creche comunitaacuteria de

FlorianoacutepolisSC afim de verificar a prevalecircncia de parasitoses intestinais Foram analisadas

57 amostras fecais e uma prevalecircncia de 614 foi detectada Os principais parasitos

encontrados foram B hominis (404) G lamblia (246) E coli (228) E nana (123)

E histolyticaE dispar (71) E hartmanni (18) E vermicularis (18) e I buumltschli

(18)

Santos Gurgel-Gonccedilalves e Machado publicaram um trabalho no ano de 2014 onde

avaliaram a ocorrecircncia de parasitos intestinais em crianccedilas moradoras das cidades de Riacho

Fundo II e Ceilacircndia localizadas no Distrito Federal 193 crianccedilas com idades entre 4 a 14 anos

participaram do estudo Um total de 637 das crianccedilas estavam contaminadas Em Riacho

Fundo II os parasitos mais prevalentes foram H nana (44) A lumbricoides (30) E coli

27 G intestinalis (15) Ancilostomideos (5) E histolyticadiacutespar (7) T trichiura

(4) E nana (3) e I butschlii (1) Jaacute na Ceilacircndia os parasitos mais frequentes foram E

coli (23) E nana (19) G intestinalis (9) E histolyticadispar (3) E hartmanni (3)

Ascaris lumbricoides (2) Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

Em uma instituiccedilatildeo localizada em NiteroacuteiRJ um estudo foi feito com 43 crianccedilas de 0

a 12 anos de idade e 25 adultos a fim de estabelecer a prevalecircncia das parasitoses intestinais

70 das crianccedilas e 44 dos adultos estavam contaminados por parasitas intestinais e no total

houve uma prevalecircncia de 60 de enteroparasitoses na instituiccedilatildeo estudada Os protozoaacuterios

encontrados foram B hominis (44) E nana (15) G lamblia (12) E histolyticaE

dispar (10) e E coli (7) Os helmintos foram H nana (3) E vermicularis (3) T

trichiura (15) e A lumbricoides (15) A maior prevalecircncia foi em crianccedilas de 6 a 8 (857)

(LEITE TOMA ADAMIL 2014)

Para diminuir a contaminaccedilatildeo eacute necessaacuterio aplicar medidas de controle capazes de

interromper os mecanismos de transmissatildeo Isto reforccedila a importacircncia de fornecer subsidio

imediato para a conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo sobre higiene prevenccedilatildeo das parasitoses e

educaccedilatildeo sanitaacuteria

A educaccedilatildeo em sauacutede visa a promoccedilatildeo da sauacutede e funciona como um processo de

ensinoaprendizagem que busca empoderar os indiviacuteduos de forma que estes possuam

autonomia necessaacuteria para escolher as melhores alternativas afim de transformar sua qualidade

de vida e o meio onde vivem Para que essa pratica seja possiacutevel o educador deve atuar como

15

um facilitador no processo de reflexatildeo sobre a realidade em que essa comunidade estaacute

inserida Essas atividades auxiliam a populaccedilatildeo a evitar doenccedilas de impacto social como as

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 VICENTE et al 2012)

As accedilotildees educativas realizadas em comunidades escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede

prevenccedilatildeo contra as enteroparasitoses e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente possui um

papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores do

conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo das

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009) Aleacutem disso por meio da educaccedilatildeo em sauacutede

constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

Silva Neto et al (2013) realizaram um trabalho na Escola Estadual Francisco Nunes da

cidade de Pau dos Ferros-RN com 42 crianccedilas na faixa etaacuteria de 5 a 11 anos Verificaram que

6428 dos escolares apresentaram algum tipo de enteroparasitos sendo que 2142 dos

escolares estavam poliparasitados A partir de tais indicadores e conhecendo a realidade a ser

trabalhada planejaram estrateacutegias de accedilotildees educativas com objetivo de repassar informaccedilotildees

que ajudassem na mudanccedila de haacutebitos higiecircnicos e consequentemente na diminuiccedilatildeo da

incidecircncia de casos de enteroparasitoses Foram realizadas oficinas peccedilas teatrais dinacircmicas

produccedilatildeo textual curso para boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos e cursos sobre as

parasitoses com os professores As crianccedilas trabalharam na confecccedilatildeo de cartazes com ecircnfase

nas parasitoses Os autores relataram a importacircncia da continuidade das accedilotildees educativas pelos

professores da escola

As accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais foram realizadas

por Da Cruz et al (2014) em 29 estudantes de 12 a 16 anos de idade do ensino fundamental de

uma localidade rural do municiacutepio de UberlacircndiaMG Os autores tambeacutem verificaram a

ocorrecircncia de parasitoses intestinais constatando-se 21 de escolares parasitados e 3 de

poliparasitismo B hominis foi o parasito mais frequente (5715) seguido de E coli e G

lamblia com uma frequecircncia de 1428 cada um As accedilotildees educativas em sauacutede incluiacuteram a

aplicaccedilatildeo de jogo didaacutetico palestras microscoacutepio para visualizaccedilatildeo de estruturas dos parasitos

e mostra de exemplares macroscoacutepicos dos parasitos sendo avaliadas mediante a aplicaccedilatildeo de

questionaacuterios O jogo didaacutetico ldquotabuleiro da sauacutederdquo abordou as principais parasitoses de

importacircncia meacutedica aleacutem de temas relativos agrave higiene pessoal Os resultados dos questionaacuterios

aplicados apoacutes a realizaccedilatildeo das accedilotildees educativas apontaram uma notaacutevel melhora quanto agrave

assimilaccedilatildeo de conhecimentos por parte dos estudantes

O presente estudo foi desenvolvido no Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz que

compreende a Regiatildeo da Grande Florianoacutepolis situado ao lado da BR 282 e integra a Bacia do

16

Rio Cubatatildeo Sul O municiacutepio eacute caracterizado por pequenas propriedades rurais com lavouras

temporaacuterias e permanentes (IBGE 2014) Segundo o censo do IBG a populaccedilatildeo de 2014 era

de 21572 habitantes

Na aacuterea rural em relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua nas residecircncias 6625 eacute abastecido

pela rede puacuteblica 3338 de poccedilo ou nascente e 03 de outros Jaacute na aacuterea urbana 8264

tem abastecimento de aacutegua pela rede puacuteblica 1717 de poccedilo ou nascente e 09 de outros

Quanto ao destino de esgoto na aacuterea rural 188 das residecircncias tem sistema de esgoto 9109

possuem fossa seacuteptica e 703 o esgoto eacute a ceacuteu aberto Na aacuterea urbana 722 das residecircncias

tem sistema de esgoto 8595 possuem fossa seacuteptica e 683 o esgoto eacute a ceacuteu aberto

O presente trabalho permitiu avaliar a presenccedila de enteroparasitoses que afetam os

escolares e o desenvolvimento de accedilotildees educativas que visam agrave promoccedilatildeo da sauacutede

contribuindo para a melhora da qualidade de vida

17

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

O presente estudo visou determinar a prevalecircncia de parasitoses intestinais em alunos

de seis Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz e promover a

ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre sauacutede e parasitoses

22 Objetivos Especiacuteficos

- Verificar a ocorrecircncia de parasitas intestinais em crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0

a 17 anos do municiacutepio de Santo Amaro da ImperatrizSC

- Relacionar os resultados do levantamento parasitoloacutegico com as condiccedilotildees de saneamento

local

- Analisar as noccedilotildees de higiene e quais as nomenclaturas populares sobre as parasitoses

intestinais conhecidas na comunidade

- Proporcionar educaccedilatildeo em sauacutede e medidas preventivas no combate as doenccedilas parasitaacuterias

humanas promovendo um processo de aprendizado

- Incentivar a mudanccedila de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva para a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

18

3 METODOLOGIA

31 Locais e sujeitos do estudo

O presente estudo teve iniacutecio em agosto de 2014 e finalizou-se em setembro de 2015

Esse estudo envolveu 357 crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0 a 17 anos de idade

matriculados nas seguintes Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da

ImperatrizSC Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff Escola Municipal Braccedilo Satildeo

Joatildeo Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio e Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

O trabalho foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105) (Anexo A)

As accedilotildees educativas foram realizadas em 2014 com escolares na faixa etaacuteria de 6 a 17

anos de idade e teve a participaccedilatildeo dos professores das referidas escolas

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos

Foi realizado uma reuniatildeo com professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos e os

seguintes temas foram abordados os objetivos e metodologia da pesquisa a importacircncia e

benefiacutecios de se fazer o exame de fezes as orientaccedilotildees sobre a coleta das fezes apresentaccedilatildeo

do ldquoTermo de Consentimento Livre e Esclarecidordquo (Anexo B) e ldquoTermo de Assentimentordquo

(Anexo C) Os pais ou responsaacuteveis foram informados sobre o encaminhamento dos resultados

(positivos ou negativos) dos exames parasitoloacutegicos e aconselhados a levar as crianccedilas ao

Centro de Sauacutede do Municiacutepio no contato preacutevio com a Secretaacuteria de Sauacutede para atendimento

com o meacutedico e adequado tratamento da parasitose O projeto teve o apoio dos professores das

escolas para a divulgaccedilatildeo do trabalho aos pais ou responsaacuteveis pelos alunos

321 Colheita das amostras fecais

Para a coleta das fezes foram entregues para os pais ou responsaacuteveis nas escolas as

orientaccedilotildees impressas para a coleta de fezes (abaixo descrito) e os frascos coletores contendo

soluccedilatildeo conservante SAF (acetato de soacutedio aacutecido aceacutetico e formol) Os frascos estavam

devidamente etiquetados com o nome sexo e idade da crianccedila Apoacutes a coleta que foi realizado

em casa o frasco contendo as fezes foi entregue na escola juntamente com o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento assinados pelos pais eou

responsaacuteveis Um prazo para a entrega e recolhimento das amostras era combinado com a

direccedilatildeo da escola

19

Foi coletada uma amostra fecal de cada crianccedila participante do estudo As amostras

preservadas em soluccedilatildeo conservadora SAF foram encaminhadas ao Laboratoacuterio Didaacutetico de

Parasitologia Clinica do Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas do Centro de Ciecircncias da

SauacutedeUFSC e para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do Hospital Universitaacuterio Polydoro

Ernani de Satildeo Thiago (HUUFSC) onde foram processadas e analisadas

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais

- Natildeo jogar o liacutequido conservante fora natildeo beber e natildeo deixar ao alcance de crianccedilas

pois o liacutequido conservante eacute toacutexico

- A crianccedila natildeo deve estar utilizando remeacutedio para vermes no periacuteodo que vai colher as

fezes Se estiver tomando remeacutedio tem que esperar de 7 a 10 dias para depois colher as fezes

para fazer o exame

- Antes da evacuaccedilatildeo a crianccedila deve urinar ou no vaso sanitaacuterio ou na privada Isso eacute

para natildeo contaminar as fezes com urina e aacutegua

- Apoacutes a crianccedila deve evacuar diretamente em penico limpo e seco ou sobre uma folha

de papel ou jornal limpo Quando as fezes forem diarreicas ou moles as mesmas devem ser

evacuadas em penico ou em um recipiente bem limpo e seco

- Com o auxiacutelio de espaacutetula de madeira ou uma colher de plaacutestico colher uma porccedilatildeo

de fezes do tamanho de uma noz e colocar imediatamente no frasco contendo o liacutequido

conservante A porccedilatildeo de fezes deveraacute ficar totalmente coberta pelo liacutequido conservante Natildeo

se deve encher o frasco com fezes

- Em caso de crianccedilas menores de 2 anos e que usam fraldas colher as fezes da fralda

com uma espaacutetula logo apoacutes a evacuaccedilatildeo

- Apoacutes colocar as fezes no frasco o mesmo deve ser bem fechado

- Escrever no roacutetulo do frasco o nome completo o sexo e a idade da crianccedila e data da

colheita das fezes

- Conservar os frascos em temperatura ambiente ateacute a entrega Natildeo precisa ser

refrigerado

IMPORTANTE

- Natildeo colher as fezes contidas no vaso sanitaacuterio

- Natildeo devem ser usadas as fezes evacuadas no solo

- As fezes natildeo devem estar misturadas com urina aacutegua e terra

20

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) Este meacutetodo tem como

fundamento a sedimentaccedilatildeo espontacircnea em aacutegua de ovos e larvas de helmintos cistos e oocistos

de protozoaacuterio e a vantagem na recuperaccedilatildeo de ovos considerados pesados O uso de grande

quantidade de material fecal nesse processo favorece um diagnoacutestico satisfatoacuterio e seguro

Em um frasco contendo 10 mL de aacutegua corrente adicionou-se cerca de 4g de fezes

retiradas de vaacuterios pontos da amostra fecal Homogeneizou-se as fezes com bastatildeo de vidro e

acrescentou-se mais 60 mL de aacutegua corrente ao frasco Em alguns casos misturou-se o material

fecal fixado pela soluccedilatildeo conservante Em seguida a suspensatildeo foi filtrada atraveacutes de filtro

descartaacutevel (Parasitofiltro) para um caacutelice cocircnico de sedimentaccedilatildeo com capacidade de 200ml

Adicionou-se aacutegua corrente ateacute completar aproximadamente frac34 do volume do caacutelice A

suspensatildeo foi deixada em repouso durante duas horas Apoacutes esse periacuteodo com pipeta de

Pasteur retirou-se uma pequena porccedilatildeo do sedimento formado no fundo do caacutelice depositando-

o sobre uma lacircmina onde adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol e cobriu-se com

lamiacutenula A preparaccedilatildeo foi examinada ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

332 Meacutetodo de Faust e cols

A teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) foi utilizada com algumas modificaccedilotildees Este

meacutetodo fundamenta-se na centriacutefugo-flutuaccedilatildeo de ovos larvas cistos e oocistos separando-os

do excesso de detritos fecais mediante o uso de soluccedilatildeo de densidade elevada Tem a vantagem

de concentrar os cistos de protozoaacuterios

Inicialmente foi colocado cerca de 12 mL do filtrado do meacutetodo de Hoffman Pons e

Janer em um tubo de centriacutefuga com capacidade de 15ml Centrifuga-se por 1 a 2 minutos a

650 x g Decantou-se o sobrenadante e o sedimento foi ressuspendido em aacutegua corrente

completando o volume de 12 ml com aacutegua e novamente centrifugou-se por 1 a 2 minutos a 650

x g Repete-se a lavagem do sedimento ateacute que o sobrenadante se apresentasse relativamente

claro Apoacutes a uacuteltima lavagem decantou-se o sobrenadante ressuspendeu-se o sedimento e

adicionou-se a soluccedilatildeo de sulfato de zinco (densidade 118gml) ateacute 05cm da borda do tubo de

centriacutefuga Centrifugou-se por 1 minuto a 650 x g Com uma alccedila de arame (diacircmetro de 5 a

7mm) retirou-se a peliacutecula sobrenadante transferindo 3 a 4 alccediladas do material para uma

lacircmina de microscopia Adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol cobrindo o

preparado com lamiacutenula e observou-se ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

21

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes que se

apresentaram pastosas e diarreicas Essa coloraccedilatildeo permanente permite um minucioso estudo

da morfologia dos trofozoiacutetos corados ocasionalmente dos cistos e para a confirmaccedilatildeo das

espeacutecies

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro

e em seguida filtrou-se a suspensatildeo atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de centriacutefuga com

capacidade de 15 ml Centrifugou-se a 650 x g por 1 a 2 minutos decantou-se o liacutequido

sobrenadante e preparar o esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado Depois de seco

colocou-se o esfregaccedilo diretamente no aacutelcool etiacutelico a 70 durante 5 minutos em cubas

adequadas para a coloraccedilatildeo Apoacutes isso procedeu-se com a continuaccedilatildeo da coloraccedilatildeo do

esfregaccedilo nas seguintes etapas

1 Aacutelcool etiacutelico a 70 5 minutos

2 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

3 Corante tricrocircmico 10 minutos

4 Soluccedilatildeo de aacutelcool etiacutelico a 90 acidificado com soluccedilatildeo de 1 de aacutecido aceacutetico 3 segundos

5 Aacutelcool etiacutelico absoluto para lavar

6 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

7 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

8 Xilol 10 minutos

Deixou-se o esfregaccedilo secar e a leitura foi feita com objetiva de 100x e com o auxiacutelio da ocular

micromeacutetrica para a morfometria das estruturas parasitaacuterias

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun

Utilizou-se a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes diarreicas

Esta coloraccedilatildeo permite diagnosticar os cocciacutedios intestinais

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro e em

seguida cerca de 3 ml da suspensatildeo foram filtrados atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de

centriacutefuga com capacidade de 15 ml Adicionou-se cerca de 3 ml de eacuteter e agitou-se

vigorosamente por 30 segundos Centrifugou-se a 500 x g por 10 minutos e o liacutequido

sobrenadante foi decantado Preparou-se um esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado

Deixou-se secar a temperatura ambiente e fixou-se o esfregaccedilo com aacutelcool metiacutelico por 30

22

segundos Corou-se com o corante de Kinyoun por 5 minutos Lavou-se com aacutegua destilada A

soluccedilatildeo aacutelcool-aacutecido sulfuacuterico foi usada por 2 minutos para diferenciar Lavou-se com aacutegua

destilada Corou-se o fundo da preparaccedilatildeo com soluccedilatildeo alcooacutelica de azul de metileno a 03

por um minuto Lavou-se com aacutegua e deixou-se secar A leitura foi realizada com objetiva de

100x e com auxiacutelio da ocular micromeacutetrica para a morfometria dos oocistos

34 Anaacutelise dos resultados

A anaacutelise dos resultados dos exames parasitoloacutegicos de fezes foi realizada atraveacutes de

estudos observacionais e os dados obtidos foram analisados pelo programa estatiacutestico MedCalc

e o teste aplicado foi o Qui Quadrado para comparaccedilatildeo de meacutedias ao niacutevel de 01 de

probabilidade

35 Accedilotildees educativas

A realizaccedilatildeo das atividades educativas teve a participaccedilatildeo de alunas bolsistas e

professoras do projeto de extensatildeoPROEXUFSC Foram elaborados e utilizados recursos

pedagoacutegicos baseando-se nas diferenccedilas cognitivas presentes entre alunos das diversas seacuteries

escolares Durante as accedilotildees educativas foi possiacutevel descobrir qual era o conhecimento que os

escolares possuiacuteam sobre verminoses e quais as nomenclaturas populares conhecidas na

comunidade Por meio de perguntas e diaacutelogo e tambeacutem na anaacutelise observacional do

comportamento na escola pode se analisar as noccedilotildees de higiene das crianccedilas As perguntas

foram Jaacute ouviram falar de vermes O que satildeo O que fazer para natildeo pegar vermes

Para as crianccedilas de 5 a 9 anos foi apresentado um teatro de fantoches encenando a peccedila

infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo (Anexo B) uma adaptaccedilatildeo da obra original escrita por Cardoso em

1998 Com uma linguagem simples e divertida a accedilatildeo luacutedica abordava as parasitoses e

prevenccedilatildeo

Para os alunos de 10 a 17 anos de idade as accedilotildees educativas foram oficinas com uso de

data show e tinha como objetivo apresentar a parasitologia para alunos maiores envolvendo

conceitos mais especiacuteficos de helmintos e protozoaacuterios A palestra consistiu em uma

apresentaccedilatildeo de slides contendo imagens e baseado nelas uma linha de raciociacutenio era

desenvolvida para fluir na forma de diaacutelogo onde os alunos eram questionados sobre as

mesmas

Apoacutes o teatro de fantoches e da palestra interativa foram mostrados exemplares de

vermes adultos de A lumbricoides (cerca de 30 cm) Taenia spp (cerca de 8 m) e de E

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

12

A populaccedilatildeo atendida pelo Laboratoacuterio Central do municiacutepio de ChapadinhaMA foi

alvo do estudo de Silva et al no ano de 2010 Em um total de 3933 amostras analisadas

observou-se uma positividade de 331 E histolytica E dispar E coli G intestinalis e A

lumbricoides foram as espeacutecies mais prevalentes

Lander et al (2010) estudaram a prevalecircncia das parasitoses intestinais em escolares de

creches em Salvador BA com idades entre 3 a 5 anos Das 325 amostras fecais analisadas 95

foram positivas para parasitas intestinais (292) Dos helmintos o T trichiura (12) e A

lumbricoides (105) foram os mais prevalentes Jaacute os protozoaacuterios mais encontrados foram

G duodenalis (129) e E histolytica Edispar (37) Um percentual de 246 das amostras

positivas era de protozoaacuterios comensais

Em duas creches de UberlacircndiaMG um trabalho foi desenvolvido por Gonccedilalves et al

(2011) com 133 crianccedilas de 6 meses a 6 anos de idade Foi encontrada uma prevalecircncia de

293 de enteroparasitos sendo a G lamblia (192) o protozoaacuterio mais frequente seguido

por E histolytica (38) Os helmintos detectados nas creches foram o H nana (23) o E

vermicularis (15) e o ancilostomiacutedeo (08)

Belloto et al (2011) no Municiacutepio de MirassolSP analisaram 310 amostras fecais de

crianccedilas de 2 a 15 anos A prevalecircncia de enteroparasitas foi de 3032 Dentre os protozoaacuterios

detectados a G lamblia foi o mais frequente (1516) seguido da E histolytica E

dispar (064) A lumbricoides (355) S stercoralis (032) e Taenia sp (032) foram

os helmintos mais prevalentes A faixa etaacuteria de 8 a 10 anos apresentou a maior positividade

(4737) seguida de indiviacuteduos da faixa etaacuteria de 2 a 4 anos (3846) 5 a 7 anos (3622) e

11 a 15 anos (300)

Seixas et al (2011) realizaram um estudo com 200 escolares em Salvador e obtiveram

uma prevalecircncia de 94 de positividade para enteroparasitos Detectou-se entre os helmintos

A lumbricoides (25) T trichiura (105) E vermicularis (3) S stercoralis (25)

Ancilostomiacutedeos (15) e S mansoni (1) Dentre os protozoaacuterios os mais frequentes foram

E nana (535) E coli (435) E hystoliticaEdispar (215) G lamblia (12) e

Ibutschlii (3)

Em 2012 no municiacutepio de CoariAM Silva Silva e Freitas analisaram as fezes de 65

crianccedilas na faixa etaacuteria de 1 a 12 anos Os exames demonstraram uma positividade de 831

para parasitos sendo encontrados A lumbricoides (537) T trichiura (166)

ancilostomideos (15) E coli (92) e G lamblia (55)

Belo et al (2012) desenvolveram uma pesquisa no municiacutepio de Satildeo Joatildeo Del ReiMG

em 21 escolas sendo 6 escolas da zona urbana e 15 escolas da zona rural Analisaram um total

13

de 1172 amostras (711 escolares da zona urbana e 461 da zona rural) Nas escolas localizadas

na zona rural obtiveram uma positividade de 364 enquanto que as escolas da zona urbanas

apresentaram uma positividade de 235 Os estudantes da zona rural possuiacuteam maior nuacutemero

de fatores de risco associados a ocorrecircncia de parasitoses intestinais que variava desde a

condiccedilatildeo sanitaacuteria ateacute a condiccedilatildeo socioeconocircmica das famiacutelias desta regiatildeo Do total das

amostras positivas das duas escolas 22 apresentavam-se biparasitados ou poliparasitados Os

protozoaacuterios mais frequentes foram E histolyticaEdispar (143) E coli (95) e G

lamblia (55) Quanto aos helmintos o Ancylostoma spp (21) Ascaris

lumbricoides (19) E vermicularis (15) e T trichiura (11) foram os mais prevalentes

No municiacutepio de GurupiTO os autores realizaram um estudo com crianccedilas de 5 a 12

anos de idade em 6 escolas puacuteblicas da regiatildeo Das 205 amostras fecais analisadas houve uma

positividade de 4243 Foi observado maior prevalecircncia em crianccedilas na faixa etaacuteria de 7 a 9

anos Os protozoaacuterios mais encontrados foram G lamblia (1854) E coli (1610) E

histolytica (780) Jaacute os helmintos mais comuns foram H nana (780) E vermicularis e A

lumbricoides (39) ancilostomiacutedeos (195) (SILVA TEIXEIRA GONTIJO 2012)

No Rio Grande do Sul Berne et al (2012) avaliaram uma populaccedilatildeo de 165 crianccedilas

buscando determinar a prevalecircncia de parasitos intestinais nas mesmas Eles encontraram uma

prevalecircncia de 642 de positividade No estudo os seguintes parasitos foram identificados

G lamblia (303) T trichiura (242) A lumbricoides (224) E coli (152)

Enteromonas hominis (48) E nana (36) Cryptosporidium sp (24) C belli (02) e

E vermicularis (02)

Em um assentamento de trabalhadores rurais sem-terra em Satildeo Paulo uma pesquisa foi

realizada durante dois anos a fim de avaliar a prevalecircncia das parasitoses intestinais No

primeiro ano foram analisadas 29 amostras de crianccedilas com idades entre 4 e 15 anos e a

prevalecircncia encontrada foi de 966 de positividade Das espeacutecies observadas G

intestinalis foi a mais frequente (966) seguido de E coli (276) E nana (138) Entre os

helmintos o mais prevalente foi o ancilostomideo (69) seguido por H nana (34) T

trichiura (34) A lumbricoides (34) e S stercoralis (34) O monoparasitismo aconteceu

em 357 das amostras analisadas enquanto que as infecccedilotildees por mais de uma espeacutecie de

parasita ocorreram em 643 No segundo ano de estudo foram analisadas 14 amostras fecais

e obteve-se uma prevalecircncia de 857 para enteroparasitas Das amostras positivas 75

apresentaram um uacutenico parasita enquanto 25 apresentaram mais de uma espeacutecie de

parasita A G intestinalis estava presente em 643 E nana em 215 e A lumbricoides em

14

71 A positividade natildeo variou muito entre as diferentes faixas etaacuterias nos dois periacuteodos de

estudo LIMA JUNIOR KAISER CATISTI 2013)

No ano de 2014 Santos et al desenvolveram um estudo em uma creche comunitaacuteria de

FlorianoacutepolisSC afim de verificar a prevalecircncia de parasitoses intestinais Foram analisadas

57 amostras fecais e uma prevalecircncia de 614 foi detectada Os principais parasitos

encontrados foram B hominis (404) G lamblia (246) E coli (228) E nana (123)

E histolyticaE dispar (71) E hartmanni (18) E vermicularis (18) e I buumltschli

(18)

Santos Gurgel-Gonccedilalves e Machado publicaram um trabalho no ano de 2014 onde

avaliaram a ocorrecircncia de parasitos intestinais em crianccedilas moradoras das cidades de Riacho

Fundo II e Ceilacircndia localizadas no Distrito Federal 193 crianccedilas com idades entre 4 a 14 anos

participaram do estudo Um total de 637 das crianccedilas estavam contaminadas Em Riacho

Fundo II os parasitos mais prevalentes foram H nana (44) A lumbricoides (30) E coli

27 G intestinalis (15) Ancilostomideos (5) E histolyticadiacutespar (7) T trichiura

(4) E nana (3) e I butschlii (1) Jaacute na Ceilacircndia os parasitos mais frequentes foram E

coli (23) E nana (19) G intestinalis (9) E histolyticadispar (3) E hartmanni (3)

Ascaris lumbricoides (2) Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

Em uma instituiccedilatildeo localizada em NiteroacuteiRJ um estudo foi feito com 43 crianccedilas de 0

a 12 anos de idade e 25 adultos a fim de estabelecer a prevalecircncia das parasitoses intestinais

70 das crianccedilas e 44 dos adultos estavam contaminados por parasitas intestinais e no total

houve uma prevalecircncia de 60 de enteroparasitoses na instituiccedilatildeo estudada Os protozoaacuterios

encontrados foram B hominis (44) E nana (15) G lamblia (12) E histolyticaE

dispar (10) e E coli (7) Os helmintos foram H nana (3) E vermicularis (3) T

trichiura (15) e A lumbricoides (15) A maior prevalecircncia foi em crianccedilas de 6 a 8 (857)

(LEITE TOMA ADAMIL 2014)

Para diminuir a contaminaccedilatildeo eacute necessaacuterio aplicar medidas de controle capazes de

interromper os mecanismos de transmissatildeo Isto reforccedila a importacircncia de fornecer subsidio

imediato para a conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo sobre higiene prevenccedilatildeo das parasitoses e

educaccedilatildeo sanitaacuteria

A educaccedilatildeo em sauacutede visa a promoccedilatildeo da sauacutede e funciona como um processo de

ensinoaprendizagem que busca empoderar os indiviacuteduos de forma que estes possuam

autonomia necessaacuteria para escolher as melhores alternativas afim de transformar sua qualidade

de vida e o meio onde vivem Para que essa pratica seja possiacutevel o educador deve atuar como

15

um facilitador no processo de reflexatildeo sobre a realidade em que essa comunidade estaacute

inserida Essas atividades auxiliam a populaccedilatildeo a evitar doenccedilas de impacto social como as

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 VICENTE et al 2012)

As accedilotildees educativas realizadas em comunidades escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede

prevenccedilatildeo contra as enteroparasitoses e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente possui um

papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores do

conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo das

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009) Aleacutem disso por meio da educaccedilatildeo em sauacutede

constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

Silva Neto et al (2013) realizaram um trabalho na Escola Estadual Francisco Nunes da

cidade de Pau dos Ferros-RN com 42 crianccedilas na faixa etaacuteria de 5 a 11 anos Verificaram que

6428 dos escolares apresentaram algum tipo de enteroparasitos sendo que 2142 dos

escolares estavam poliparasitados A partir de tais indicadores e conhecendo a realidade a ser

trabalhada planejaram estrateacutegias de accedilotildees educativas com objetivo de repassar informaccedilotildees

que ajudassem na mudanccedila de haacutebitos higiecircnicos e consequentemente na diminuiccedilatildeo da

incidecircncia de casos de enteroparasitoses Foram realizadas oficinas peccedilas teatrais dinacircmicas

produccedilatildeo textual curso para boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos e cursos sobre as

parasitoses com os professores As crianccedilas trabalharam na confecccedilatildeo de cartazes com ecircnfase

nas parasitoses Os autores relataram a importacircncia da continuidade das accedilotildees educativas pelos

professores da escola

As accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais foram realizadas

por Da Cruz et al (2014) em 29 estudantes de 12 a 16 anos de idade do ensino fundamental de

uma localidade rural do municiacutepio de UberlacircndiaMG Os autores tambeacutem verificaram a

ocorrecircncia de parasitoses intestinais constatando-se 21 de escolares parasitados e 3 de

poliparasitismo B hominis foi o parasito mais frequente (5715) seguido de E coli e G

lamblia com uma frequecircncia de 1428 cada um As accedilotildees educativas em sauacutede incluiacuteram a

aplicaccedilatildeo de jogo didaacutetico palestras microscoacutepio para visualizaccedilatildeo de estruturas dos parasitos

e mostra de exemplares macroscoacutepicos dos parasitos sendo avaliadas mediante a aplicaccedilatildeo de

questionaacuterios O jogo didaacutetico ldquotabuleiro da sauacutederdquo abordou as principais parasitoses de

importacircncia meacutedica aleacutem de temas relativos agrave higiene pessoal Os resultados dos questionaacuterios

aplicados apoacutes a realizaccedilatildeo das accedilotildees educativas apontaram uma notaacutevel melhora quanto agrave

assimilaccedilatildeo de conhecimentos por parte dos estudantes

O presente estudo foi desenvolvido no Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz que

compreende a Regiatildeo da Grande Florianoacutepolis situado ao lado da BR 282 e integra a Bacia do

16

Rio Cubatatildeo Sul O municiacutepio eacute caracterizado por pequenas propriedades rurais com lavouras

temporaacuterias e permanentes (IBGE 2014) Segundo o censo do IBG a populaccedilatildeo de 2014 era

de 21572 habitantes

Na aacuterea rural em relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua nas residecircncias 6625 eacute abastecido

pela rede puacuteblica 3338 de poccedilo ou nascente e 03 de outros Jaacute na aacuterea urbana 8264

tem abastecimento de aacutegua pela rede puacuteblica 1717 de poccedilo ou nascente e 09 de outros

Quanto ao destino de esgoto na aacuterea rural 188 das residecircncias tem sistema de esgoto 9109

possuem fossa seacuteptica e 703 o esgoto eacute a ceacuteu aberto Na aacuterea urbana 722 das residecircncias

tem sistema de esgoto 8595 possuem fossa seacuteptica e 683 o esgoto eacute a ceacuteu aberto

O presente trabalho permitiu avaliar a presenccedila de enteroparasitoses que afetam os

escolares e o desenvolvimento de accedilotildees educativas que visam agrave promoccedilatildeo da sauacutede

contribuindo para a melhora da qualidade de vida

17

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

O presente estudo visou determinar a prevalecircncia de parasitoses intestinais em alunos

de seis Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz e promover a

ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre sauacutede e parasitoses

22 Objetivos Especiacuteficos

- Verificar a ocorrecircncia de parasitas intestinais em crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0

a 17 anos do municiacutepio de Santo Amaro da ImperatrizSC

- Relacionar os resultados do levantamento parasitoloacutegico com as condiccedilotildees de saneamento

local

- Analisar as noccedilotildees de higiene e quais as nomenclaturas populares sobre as parasitoses

intestinais conhecidas na comunidade

- Proporcionar educaccedilatildeo em sauacutede e medidas preventivas no combate as doenccedilas parasitaacuterias

humanas promovendo um processo de aprendizado

- Incentivar a mudanccedila de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva para a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

18

3 METODOLOGIA

31 Locais e sujeitos do estudo

O presente estudo teve iniacutecio em agosto de 2014 e finalizou-se em setembro de 2015

Esse estudo envolveu 357 crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0 a 17 anos de idade

matriculados nas seguintes Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da

ImperatrizSC Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff Escola Municipal Braccedilo Satildeo

Joatildeo Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio e Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

O trabalho foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105) (Anexo A)

As accedilotildees educativas foram realizadas em 2014 com escolares na faixa etaacuteria de 6 a 17

anos de idade e teve a participaccedilatildeo dos professores das referidas escolas

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos

Foi realizado uma reuniatildeo com professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos e os

seguintes temas foram abordados os objetivos e metodologia da pesquisa a importacircncia e

benefiacutecios de se fazer o exame de fezes as orientaccedilotildees sobre a coleta das fezes apresentaccedilatildeo

do ldquoTermo de Consentimento Livre e Esclarecidordquo (Anexo B) e ldquoTermo de Assentimentordquo

(Anexo C) Os pais ou responsaacuteveis foram informados sobre o encaminhamento dos resultados

(positivos ou negativos) dos exames parasitoloacutegicos e aconselhados a levar as crianccedilas ao

Centro de Sauacutede do Municiacutepio no contato preacutevio com a Secretaacuteria de Sauacutede para atendimento

com o meacutedico e adequado tratamento da parasitose O projeto teve o apoio dos professores das

escolas para a divulgaccedilatildeo do trabalho aos pais ou responsaacuteveis pelos alunos

321 Colheita das amostras fecais

Para a coleta das fezes foram entregues para os pais ou responsaacuteveis nas escolas as

orientaccedilotildees impressas para a coleta de fezes (abaixo descrito) e os frascos coletores contendo

soluccedilatildeo conservante SAF (acetato de soacutedio aacutecido aceacutetico e formol) Os frascos estavam

devidamente etiquetados com o nome sexo e idade da crianccedila Apoacutes a coleta que foi realizado

em casa o frasco contendo as fezes foi entregue na escola juntamente com o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento assinados pelos pais eou

responsaacuteveis Um prazo para a entrega e recolhimento das amostras era combinado com a

direccedilatildeo da escola

19

Foi coletada uma amostra fecal de cada crianccedila participante do estudo As amostras

preservadas em soluccedilatildeo conservadora SAF foram encaminhadas ao Laboratoacuterio Didaacutetico de

Parasitologia Clinica do Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas do Centro de Ciecircncias da

SauacutedeUFSC e para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do Hospital Universitaacuterio Polydoro

Ernani de Satildeo Thiago (HUUFSC) onde foram processadas e analisadas

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais

- Natildeo jogar o liacutequido conservante fora natildeo beber e natildeo deixar ao alcance de crianccedilas

pois o liacutequido conservante eacute toacutexico

- A crianccedila natildeo deve estar utilizando remeacutedio para vermes no periacuteodo que vai colher as

fezes Se estiver tomando remeacutedio tem que esperar de 7 a 10 dias para depois colher as fezes

para fazer o exame

- Antes da evacuaccedilatildeo a crianccedila deve urinar ou no vaso sanitaacuterio ou na privada Isso eacute

para natildeo contaminar as fezes com urina e aacutegua

- Apoacutes a crianccedila deve evacuar diretamente em penico limpo e seco ou sobre uma folha

de papel ou jornal limpo Quando as fezes forem diarreicas ou moles as mesmas devem ser

evacuadas em penico ou em um recipiente bem limpo e seco

- Com o auxiacutelio de espaacutetula de madeira ou uma colher de plaacutestico colher uma porccedilatildeo

de fezes do tamanho de uma noz e colocar imediatamente no frasco contendo o liacutequido

conservante A porccedilatildeo de fezes deveraacute ficar totalmente coberta pelo liacutequido conservante Natildeo

se deve encher o frasco com fezes

- Em caso de crianccedilas menores de 2 anos e que usam fraldas colher as fezes da fralda

com uma espaacutetula logo apoacutes a evacuaccedilatildeo

- Apoacutes colocar as fezes no frasco o mesmo deve ser bem fechado

- Escrever no roacutetulo do frasco o nome completo o sexo e a idade da crianccedila e data da

colheita das fezes

- Conservar os frascos em temperatura ambiente ateacute a entrega Natildeo precisa ser

refrigerado

IMPORTANTE

- Natildeo colher as fezes contidas no vaso sanitaacuterio

- Natildeo devem ser usadas as fezes evacuadas no solo

- As fezes natildeo devem estar misturadas com urina aacutegua e terra

20

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) Este meacutetodo tem como

fundamento a sedimentaccedilatildeo espontacircnea em aacutegua de ovos e larvas de helmintos cistos e oocistos

de protozoaacuterio e a vantagem na recuperaccedilatildeo de ovos considerados pesados O uso de grande

quantidade de material fecal nesse processo favorece um diagnoacutestico satisfatoacuterio e seguro

Em um frasco contendo 10 mL de aacutegua corrente adicionou-se cerca de 4g de fezes

retiradas de vaacuterios pontos da amostra fecal Homogeneizou-se as fezes com bastatildeo de vidro e

acrescentou-se mais 60 mL de aacutegua corrente ao frasco Em alguns casos misturou-se o material

fecal fixado pela soluccedilatildeo conservante Em seguida a suspensatildeo foi filtrada atraveacutes de filtro

descartaacutevel (Parasitofiltro) para um caacutelice cocircnico de sedimentaccedilatildeo com capacidade de 200ml

Adicionou-se aacutegua corrente ateacute completar aproximadamente frac34 do volume do caacutelice A

suspensatildeo foi deixada em repouso durante duas horas Apoacutes esse periacuteodo com pipeta de

Pasteur retirou-se uma pequena porccedilatildeo do sedimento formado no fundo do caacutelice depositando-

o sobre uma lacircmina onde adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol e cobriu-se com

lamiacutenula A preparaccedilatildeo foi examinada ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

332 Meacutetodo de Faust e cols

A teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) foi utilizada com algumas modificaccedilotildees Este

meacutetodo fundamenta-se na centriacutefugo-flutuaccedilatildeo de ovos larvas cistos e oocistos separando-os

do excesso de detritos fecais mediante o uso de soluccedilatildeo de densidade elevada Tem a vantagem

de concentrar os cistos de protozoaacuterios

Inicialmente foi colocado cerca de 12 mL do filtrado do meacutetodo de Hoffman Pons e

Janer em um tubo de centriacutefuga com capacidade de 15ml Centrifuga-se por 1 a 2 minutos a

650 x g Decantou-se o sobrenadante e o sedimento foi ressuspendido em aacutegua corrente

completando o volume de 12 ml com aacutegua e novamente centrifugou-se por 1 a 2 minutos a 650

x g Repete-se a lavagem do sedimento ateacute que o sobrenadante se apresentasse relativamente

claro Apoacutes a uacuteltima lavagem decantou-se o sobrenadante ressuspendeu-se o sedimento e

adicionou-se a soluccedilatildeo de sulfato de zinco (densidade 118gml) ateacute 05cm da borda do tubo de

centriacutefuga Centrifugou-se por 1 minuto a 650 x g Com uma alccedila de arame (diacircmetro de 5 a

7mm) retirou-se a peliacutecula sobrenadante transferindo 3 a 4 alccediladas do material para uma

lacircmina de microscopia Adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol cobrindo o

preparado com lamiacutenula e observou-se ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

21

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes que se

apresentaram pastosas e diarreicas Essa coloraccedilatildeo permanente permite um minucioso estudo

da morfologia dos trofozoiacutetos corados ocasionalmente dos cistos e para a confirmaccedilatildeo das

espeacutecies

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro

e em seguida filtrou-se a suspensatildeo atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de centriacutefuga com

capacidade de 15 ml Centrifugou-se a 650 x g por 1 a 2 minutos decantou-se o liacutequido

sobrenadante e preparar o esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado Depois de seco

colocou-se o esfregaccedilo diretamente no aacutelcool etiacutelico a 70 durante 5 minutos em cubas

adequadas para a coloraccedilatildeo Apoacutes isso procedeu-se com a continuaccedilatildeo da coloraccedilatildeo do

esfregaccedilo nas seguintes etapas

1 Aacutelcool etiacutelico a 70 5 minutos

2 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

3 Corante tricrocircmico 10 minutos

4 Soluccedilatildeo de aacutelcool etiacutelico a 90 acidificado com soluccedilatildeo de 1 de aacutecido aceacutetico 3 segundos

5 Aacutelcool etiacutelico absoluto para lavar

6 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

7 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

8 Xilol 10 minutos

Deixou-se o esfregaccedilo secar e a leitura foi feita com objetiva de 100x e com o auxiacutelio da ocular

micromeacutetrica para a morfometria das estruturas parasitaacuterias

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun

Utilizou-se a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes diarreicas

Esta coloraccedilatildeo permite diagnosticar os cocciacutedios intestinais

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro e em

seguida cerca de 3 ml da suspensatildeo foram filtrados atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de

centriacutefuga com capacidade de 15 ml Adicionou-se cerca de 3 ml de eacuteter e agitou-se

vigorosamente por 30 segundos Centrifugou-se a 500 x g por 10 minutos e o liacutequido

sobrenadante foi decantado Preparou-se um esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado

Deixou-se secar a temperatura ambiente e fixou-se o esfregaccedilo com aacutelcool metiacutelico por 30

22

segundos Corou-se com o corante de Kinyoun por 5 minutos Lavou-se com aacutegua destilada A

soluccedilatildeo aacutelcool-aacutecido sulfuacuterico foi usada por 2 minutos para diferenciar Lavou-se com aacutegua

destilada Corou-se o fundo da preparaccedilatildeo com soluccedilatildeo alcooacutelica de azul de metileno a 03

por um minuto Lavou-se com aacutegua e deixou-se secar A leitura foi realizada com objetiva de

100x e com auxiacutelio da ocular micromeacutetrica para a morfometria dos oocistos

34 Anaacutelise dos resultados

A anaacutelise dos resultados dos exames parasitoloacutegicos de fezes foi realizada atraveacutes de

estudos observacionais e os dados obtidos foram analisados pelo programa estatiacutestico MedCalc

e o teste aplicado foi o Qui Quadrado para comparaccedilatildeo de meacutedias ao niacutevel de 01 de

probabilidade

35 Accedilotildees educativas

A realizaccedilatildeo das atividades educativas teve a participaccedilatildeo de alunas bolsistas e

professoras do projeto de extensatildeoPROEXUFSC Foram elaborados e utilizados recursos

pedagoacutegicos baseando-se nas diferenccedilas cognitivas presentes entre alunos das diversas seacuteries

escolares Durante as accedilotildees educativas foi possiacutevel descobrir qual era o conhecimento que os

escolares possuiacuteam sobre verminoses e quais as nomenclaturas populares conhecidas na

comunidade Por meio de perguntas e diaacutelogo e tambeacutem na anaacutelise observacional do

comportamento na escola pode se analisar as noccedilotildees de higiene das crianccedilas As perguntas

foram Jaacute ouviram falar de vermes O que satildeo O que fazer para natildeo pegar vermes

Para as crianccedilas de 5 a 9 anos foi apresentado um teatro de fantoches encenando a peccedila

infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo (Anexo B) uma adaptaccedilatildeo da obra original escrita por Cardoso em

1998 Com uma linguagem simples e divertida a accedilatildeo luacutedica abordava as parasitoses e

prevenccedilatildeo

Para os alunos de 10 a 17 anos de idade as accedilotildees educativas foram oficinas com uso de

data show e tinha como objetivo apresentar a parasitologia para alunos maiores envolvendo

conceitos mais especiacuteficos de helmintos e protozoaacuterios A palestra consistiu em uma

apresentaccedilatildeo de slides contendo imagens e baseado nelas uma linha de raciociacutenio era

desenvolvida para fluir na forma de diaacutelogo onde os alunos eram questionados sobre as

mesmas

Apoacutes o teatro de fantoches e da palestra interativa foram mostrados exemplares de

vermes adultos de A lumbricoides (cerca de 30 cm) Taenia spp (cerca de 8 m) e de E

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

13

de 1172 amostras (711 escolares da zona urbana e 461 da zona rural) Nas escolas localizadas

na zona rural obtiveram uma positividade de 364 enquanto que as escolas da zona urbanas

apresentaram uma positividade de 235 Os estudantes da zona rural possuiacuteam maior nuacutemero

de fatores de risco associados a ocorrecircncia de parasitoses intestinais que variava desde a

condiccedilatildeo sanitaacuteria ateacute a condiccedilatildeo socioeconocircmica das famiacutelias desta regiatildeo Do total das

amostras positivas das duas escolas 22 apresentavam-se biparasitados ou poliparasitados Os

protozoaacuterios mais frequentes foram E histolyticaEdispar (143) E coli (95) e G

lamblia (55) Quanto aos helmintos o Ancylostoma spp (21) Ascaris

lumbricoides (19) E vermicularis (15) e T trichiura (11) foram os mais prevalentes

No municiacutepio de GurupiTO os autores realizaram um estudo com crianccedilas de 5 a 12

anos de idade em 6 escolas puacuteblicas da regiatildeo Das 205 amostras fecais analisadas houve uma

positividade de 4243 Foi observado maior prevalecircncia em crianccedilas na faixa etaacuteria de 7 a 9

anos Os protozoaacuterios mais encontrados foram G lamblia (1854) E coli (1610) E

histolytica (780) Jaacute os helmintos mais comuns foram H nana (780) E vermicularis e A

lumbricoides (39) ancilostomiacutedeos (195) (SILVA TEIXEIRA GONTIJO 2012)

No Rio Grande do Sul Berne et al (2012) avaliaram uma populaccedilatildeo de 165 crianccedilas

buscando determinar a prevalecircncia de parasitos intestinais nas mesmas Eles encontraram uma

prevalecircncia de 642 de positividade No estudo os seguintes parasitos foram identificados

G lamblia (303) T trichiura (242) A lumbricoides (224) E coli (152)

Enteromonas hominis (48) E nana (36) Cryptosporidium sp (24) C belli (02) e

E vermicularis (02)

Em um assentamento de trabalhadores rurais sem-terra em Satildeo Paulo uma pesquisa foi

realizada durante dois anos a fim de avaliar a prevalecircncia das parasitoses intestinais No

primeiro ano foram analisadas 29 amostras de crianccedilas com idades entre 4 e 15 anos e a

prevalecircncia encontrada foi de 966 de positividade Das espeacutecies observadas G

intestinalis foi a mais frequente (966) seguido de E coli (276) E nana (138) Entre os

helmintos o mais prevalente foi o ancilostomideo (69) seguido por H nana (34) T

trichiura (34) A lumbricoides (34) e S stercoralis (34) O monoparasitismo aconteceu

em 357 das amostras analisadas enquanto que as infecccedilotildees por mais de uma espeacutecie de

parasita ocorreram em 643 No segundo ano de estudo foram analisadas 14 amostras fecais

e obteve-se uma prevalecircncia de 857 para enteroparasitas Das amostras positivas 75

apresentaram um uacutenico parasita enquanto 25 apresentaram mais de uma espeacutecie de

parasita A G intestinalis estava presente em 643 E nana em 215 e A lumbricoides em

14

71 A positividade natildeo variou muito entre as diferentes faixas etaacuterias nos dois periacuteodos de

estudo LIMA JUNIOR KAISER CATISTI 2013)

No ano de 2014 Santos et al desenvolveram um estudo em uma creche comunitaacuteria de

FlorianoacutepolisSC afim de verificar a prevalecircncia de parasitoses intestinais Foram analisadas

57 amostras fecais e uma prevalecircncia de 614 foi detectada Os principais parasitos

encontrados foram B hominis (404) G lamblia (246) E coli (228) E nana (123)

E histolyticaE dispar (71) E hartmanni (18) E vermicularis (18) e I buumltschli

(18)

Santos Gurgel-Gonccedilalves e Machado publicaram um trabalho no ano de 2014 onde

avaliaram a ocorrecircncia de parasitos intestinais em crianccedilas moradoras das cidades de Riacho

Fundo II e Ceilacircndia localizadas no Distrito Federal 193 crianccedilas com idades entre 4 a 14 anos

participaram do estudo Um total de 637 das crianccedilas estavam contaminadas Em Riacho

Fundo II os parasitos mais prevalentes foram H nana (44) A lumbricoides (30) E coli

27 G intestinalis (15) Ancilostomideos (5) E histolyticadiacutespar (7) T trichiura

(4) E nana (3) e I butschlii (1) Jaacute na Ceilacircndia os parasitos mais frequentes foram E

coli (23) E nana (19) G intestinalis (9) E histolyticadispar (3) E hartmanni (3)

Ascaris lumbricoides (2) Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

Em uma instituiccedilatildeo localizada em NiteroacuteiRJ um estudo foi feito com 43 crianccedilas de 0

a 12 anos de idade e 25 adultos a fim de estabelecer a prevalecircncia das parasitoses intestinais

70 das crianccedilas e 44 dos adultos estavam contaminados por parasitas intestinais e no total

houve uma prevalecircncia de 60 de enteroparasitoses na instituiccedilatildeo estudada Os protozoaacuterios

encontrados foram B hominis (44) E nana (15) G lamblia (12) E histolyticaE

dispar (10) e E coli (7) Os helmintos foram H nana (3) E vermicularis (3) T

trichiura (15) e A lumbricoides (15) A maior prevalecircncia foi em crianccedilas de 6 a 8 (857)

(LEITE TOMA ADAMIL 2014)

Para diminuir a contaminaccedilatildeo eacute necessaacuterio aplicar medidas de controle capazes de

interromper os mecanismos de transmissatildeo Isto reforccedila a importacircncia de fornecer subsidio

imediato para a conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo sobre higiene prevenccedilatildeo das parasitoses e

educaccedilatildeo sanitaacuteria

A educaccedilatildeo em sauacutede visa a promoccedilatildeo da sauacutede e funciona como um processo de

ensinoaprendizagem que busca empoderar os indiviacuteduos de forma que estes possuam

autonomia necessaacuteria para escolher as melhores alternativas afim de transformar sua qualidade

de vida e o meio onde vivem Para que essa pratica seja possiacutevel o educador deve atuar como

15

um facilitador no processo de reflexatildeo sobre a realidade em que essa comunidade estaacute

inserida Essas atividades auxiliam a populaccedilatildeo a evitar doenccedilas de impacto social como as

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 VICENTE et al 2012)

As accedilotildees educativas realizadas em comunidades escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede

prevenccedilatildeo contra as enteroparasitoses e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente possui um

papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores do

conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo das

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009) Aleacutem disso por meio da educaccedilatildeo em sauacutede

constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

Silva Neto et al (2013) realizaram um trabalho na Escola Estadual Francisco Nunes da

cidade de Pau dos Ferros-RN com 42 crianccedilas na faixa etaacuteria de 5 a 11 anos Verificaram que

6428 dos escolares apresentaram algum tipo de enteroparasitos sendo que 2142 dos

escolares estavam poliparasitados A partir de tais indicadores e conhecendo a realidade a ser

trabalhada planejaram estrateacutegias de accedilotildees educativas com objetivo de repassar informaccedilotildees

que ajudassem na mudanccedila de haacutebitos higiecircnicos e consequentemente na diminuiccedilatildeo da

incidecircncia de casos de enteroparasitoses Foram realizadas oficinas peccedilas teatrais dinacircmicas

produccedilatildeo textual curso para boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos e cursos sobre as

parasitoses com os professores As crianccedilas trabalharam na confecccedilatildeo de cartazes com ecircnfase

nas parasitoses Os autores relataram a importacircncia da continuidade das accedilotildees educativas pelos

professores da escola

As accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais foram realizadas

por Da Cruz et al (2014) em 29 estudantes de 12 a 16 anos de idade do ensino fundamental de

uma localidade rural do municiacutepio de UberlacircndiaMG Os autores tambeacutem verificaram a

ocorrecircncia de parasitoses intestinais constatando-se 21 de escolares parasitados e 3 de

poliparasitismo B hominis foi o parasito mais frequente (5715) seguido de E coli e G

lamblia com uma frequecircncia de 1428 cada um As accedilotildees educativas em sauacutede incluiacuteram a

aplicaccedilatildeo de jogo didaacutetico palestras microscoacutepio para visualizaccedilatildeo de estruturas dos parasitos

e mostra de exemplares macroscoacutepicos dos parasitos sendo avaliadas mediante a aplicaccedilatildeo de

questionaacuterios O jogo didaacutetico ldquotabuleiro da sauacutederdquo abordou as principais parasitoses de

importacircncia meacutedica aleacutem de temas relativos agrave higiene pessoal Os resultados dos questionaacuterios

aplicados apoacutes a realizaccedilatildeo das accedilotildees educativas apontaram uma notaacutevel melhora quanto agrave

assimilaccedilatildeo de conhecimentos por parte dos estudantes

O presente estudo foi desenvolvido no Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz que

compreende a Regiatildeo da Grande Florianoacutepolis situado ao lado da BR 282 e integra a Bacia do

16

Rio Cubatatildeo Sul O municiacutepio eacute caracterizado por pequenas propriedades rurais com lavouras

temporaacuterias e permanentes (IBGE 2014) Segundo o censo do IBG a populaccedilatildeo de 2014 era

de 21572 habitantes

Na aacuterea rural em relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua nas residecircncias 6625 eacute abastecido

pela rede puacuteblica 3338 de poccedilo ou nascente e 03 de outros Jaacute na aacuterea urbana 8264

tem abastecimento de aacutegua pela rede puacuteblica 1717 de poccedilo ou nascente e 09 de outros

Quanto ao destino de esgoto na aacuterea rural 188 das residecircncias tem sistema de esgoto 9109

possuem fossa seacuteptica e 703 o esgoto eacute a ceacuteu aberto Na aacuterea urbana 722 das residecircncias

tem sistema de esgoto 8595 possuem fossa seacuteptica e 683 o esgoto eacute a ceacuteu aberto

O presente trabalho permitiu avaliar a presenccedila de enteroparasitoses que afetam os

escolares e o desenvolvimento de accedilotildees educativas que visam agrave promoccedilatildeo da sauacutede

contribuindo para a melhora da qualidade de vida

17

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

O presente estudo visou determinar a prevalecircncia de parasitoses intestinais em alunos

de seis Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz e promover a

ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre sauacutede e parasitoses

22 Objetivos Especiacuteficos

- Verificar a ocorrecircncia de parasitas intestinais em crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0

a 17 anos do municiacutepio de Santo Amaro da ImperatrizSC

- Relacionar os resultados do levantamento parasitoloacutegico com as condiccedilotildees de saneamento

local

- Analisar as noccedilotildees de higiene e quais as nomenclaturas populares sobre as parasitoses

intestinais conhecidas na comunidade

- Proporcionar educaccedilatildeo em sauacutede e medidas preventivas no combate as doenccedilas parasitaacuterias

humanas promovendo um processo de aprendizado

- Incentivar a mudanccedila de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva para a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

18

3 METODOLOGIA

31 Locais e sujeitos do estudo

O presente estudo teve iniacutecio em agosto de 2014 e finalizou-se em setembro de 2015

Esse estudo envolveu 357 crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0 a 17 anos de idade

matriculados nas seguintes Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da

ImperatrizSC Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff Escola Municipal Braccedilo Satildeo

Joatildeo Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio e Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

O trabalho foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105) (Anexo A)

As accedilotildees educativas foram realizadas em 2014 com escolares na faixa etaacuteria de 6 a 17

anos de idade e teve a participaccedilatildeo dos professores das referidas escolas

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos

Foi realizado uma reuniatildeo com professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos e os

seguintes temas foram abordados os objetivos e metodologia da pesquisa a importacircncia e

benefiacutecios de se fazer o exame de fezes as orientaccedilotildees sobre a coleta das fezes apresentaccedilatildeo

do ldquoTermo de Consentimento Livre e Esclarecidordquo (Anexo B) e ldquoTermo de Assentimentordquo

(Anexo C) Os pais ou responsaacuteveis foram informados sobre o encaminhamento dos resultados

(positivos ou negativos) dos exames parasitoloacutegicos e aconselhados a levar as crianccedilas ao

Centro de Sauacutede do Municiacutepio no contato preacutevio com a Secretaacuteria de Sauacutede para atendimento

com o meacutedico e adequado tratamento da parasitose O projeto teve o apoio dos professores das

escolas para a divulgaccedilatildeo do trabalho aos pais ou responsaacuteveis pelos alunos

321 Colheita das amostras fecais

Para a coleta das fezes foram entregues para os pais ou responsaacuteveis nas escolas as

orientaccedilotildees impressas para a coleta de fezes (abaixo descrito) e os frascos coletores contendo

soluccedilatildeo conservante SAF (acetato de soacutedio aacutecido aceacutetico e formol) Os frascos estavam

devidamente etiquetados com o nome sexo e idade da crianccedila Apoacutes a coleta que foi realizado

em casa o frasco contendo as fezes foi entregue na escola juntamente com o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento assinados pelos pais eou

responsaacuteveis Um prazo para a entrega e recolhimento das amostras era combinado com a

direccedilatildeo da escola

19

Foi coletada uma amostra fecal de cada crianccedila participante do estudo As amostras

preservadas em soluccedilatildeo conservadora SAF foram encaminhadas ao Laboratoacuterio Didaacutetico de

Parasitologia Clinica do Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas do Centro de Ciecircncias da

SauacutedeUFSC e para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do Hospital Universitaacuterio Polydoro

Ernani de Satildeo Thiago (HUUFSC) onde foram processadas e analisadas

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais

- Natildeo jogar o liacutequido conservante fora natildeo beber e natildeo deixar ao alcance de crianccedilas

pois o liacutequido conservante eacute toacutexico

- A crianccedila natildeo deve estar utilizando remeacutedio para vermes no periacuteodo que vai colher as

fezes Se estiver tomando remeacutedio tem que esperar de 7 a 10 dias para depois colher as fezes

para fazer o exame

- Antes da evacuaccedilatildeo a crianccedila deve urinar ou no vaso sanitaacuterio ou na privada Isso eacute

para natildeo contaminar as fezes com urina e aacutegua

- Apoacutes a crianccedila deve evacuar diretamente em penico limpo e seco ou sobre uma folha

de papel ou jornal limpo Quando as fezes forem diarreicas ou moles as mesmas devem ser

evacuadas em penico ou em um recipiente bem limpo e seco

- Com o auxiacutelio de espaacutetula de madeira ou uma colher de plaacutestico colher uma porccedilatildeo

de fezes do tamanho de uma noz e colocar imediatamente no frasco contendo o liacutequido

conservante A porccedilatildeo de fezes deveraacute ficar totalmente coberta pelo liacutequido conservante Natildeo

se deve encher o frasco com fezes

- Em caso de crianccedilas menores de 2 anos e que usam fraldas colher as fezes da fralda

com uma espaacutetula logo apoacutes a evacuaccedilatildeo

- Apoacutes colocar as fezes no frasco o mesmo deve ser bem fechado

- Escrever no roacutetulo do frasco o nome completo o sexo e a idade da crianccedila e data da

colheita das fezes

- Conservar os frascos em temperatura ambiente ateacute a entrega Natildeo precisa ser

refrigerado

IMPORTANTE

- Natildeo colher as fezes contidas no vaso sanitaacuterio

- Natildeo devem ser usadas as fezes evacuadas no solo

- As fezes natildeo devem estar misturadas com urina aacutegua e terra

20

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) Este meacutetodo tem como

fundamento a sedimentaccedilatildeo espontacircnea em aacutegua de ovos e larvas de helmintos cistos e oocistos

de protozoaacuterio e a vantagem na recuperaccedilatildeo de ovos considerados pesados O uso de grande

quantidade de material fecal nesse processo favorece um diagnoacutestico satisfatoacuterio e seguro

Em um frasco contendo 10 mL de aacutegua corrente adicionou-se cerca de 4g de fezes

retiradas de vaacuterios pontos da amostra fecal Homogeneizou-se as fezes com bastatildeo de vidro e

acrescentou-se mais 60 mL de aacutegua corrente ao frasco Em alguns casos misturou-se o material

fecal fixado pela soluccedilatildeo conservante Em seguida a suspensatildeo foi filtrada atraveacutes de filtro

descartaacutevel (Parasitofiltro) para um caacutelice cocircnico de sedimentaccedilatildeo com capacidade de 200ml

Adicionou-se aacutegua corrente ateacute completar aproximadamente frac34 do volume do caacutelice A

suspensatildeo foi deixada em repouso durante duas horas Apoacutes esse periacuteodo com pipeta de

Pasteur retirou-se uma pequena porccedilatildeo do sedimento formado no fundo do caacutelice depositando-

o sobre uma lacircmina onde adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol e cobriu-se com

lamiacutenula A preparaccedilatildeo foi examinada ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

332 Meacutetodo de Faust e cols

A teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) foi utilizada com algumas modificaccedilotildees Este

meacutetodo fundamenta-se na centriacutefugo-flutuaccedilatildeo de ovos larvas cistos e oocistos separando-os

do excesso de detritos fecais mediante o uso de soluccedilatildeo de densidade elevada Tem a vantagem

de concentrar os cistos de protozoaacuterios

Inicialmente foi colocado cerca de 12 mL do filtrado do meacutetodo de Hoffman Pons e

Janer em um tubo de centriacutefuga com capacidade de 15ml Centrifuga-se por 1 a 2 minutos a

650 x g Decantou-se o sobrenadante e o sedimento foi ressuspendido em aacutegua corrente

completando o volume de 12 ml com aacutegua e novamente centrifugou-se por 1 a 2 minutos a 650

x g Repete-se a lavagem do sedimento ateacute que o sobrenadante se apresentasse relativamente

claro Apoacutes a uacuteltima lavagem decantou-se o sobrenadante ressuspendeu-se o sedimento e

adicionou-se a soluccedilatildeo de sulfato de zinco (densidade 118gml) ateacute 05cm da borda do tubo de

centriacutefuga Centrifugou-se por 1 minuto a 650 x g Com uma alccedila de arame (diacircmetro de 5 a

7mm) retirou-se a peliacutecula sobrenadante transferindo 3 a 4 alccediladas do material para uma

lacircmina de microscopia Adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol cobrindo o

preparado com lamiacutenula e observou-se ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

21

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes que se

apresentaram pastosas e diarreicas Essa coloraccedilatildeo permanente permite um minucioso estudo

da morfologia dos trofozoiacutetos corados ocasionalmente dos cistos e para a confirmaccedilatildeo das

espeacutecies

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro

e em seguida filtrou-se a suspensatildeo atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de centriacutefuga com

capacidade de 15 ml Centrifugou-se a 650 x g por 1 a 2 minutos decantou-se o liacutequido

sobrenadante e preparar o esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado Depois de seco

colocou-se o esfregaccedilo diretamente no aacutelcool etiacutelico a 70 durante 5 minutos em cubas

adequadas para a coloraccedilatildeo Apoacutes isso procedeu-se com a continuaccedilatildeo da coloraccedilatildeo do

esfregaccedilo nas seguintes etapas

1 Aacutelcool etiacutelico a 70 5 minutos

2 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

3 Corante tricrocircmico 10 minutos

4 Soluccedilatildeo de aacutelcool etiacutelico a 90 acidificado com soluccedilatildeo de 1 de aacutecido aceacutetico 3 segundos

5 Aacutelcool etiacutelico absoluto para lavar

6 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

7 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

8 Xilol 10 minutos

Deixou-se o esfregaccedilo secar e a leitura foi feita com objetiva de 100x e com o auxiacutelio da ocular

micromeacutetrica para a morfometria das estruturas parasitaacuterias

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun

Utilizou-se a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes diarreicas

Esta coloraccedilatildeo permite diagnosticar os cocciacutedios intestinais

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro e em

seguida cerca de 3 ml da suspensatildeo foram filtrados atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de

centriacutefuga com capacidade de 15 ml Adicionou-se cerca de 3 ml de eacuteter e agitou-se

vigorosamente por 30 segundos Centrifugou-se a 500 x g por 10 minutos e o liacutequido

sobrenadante foi decantado Preparou-se um esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado

Deixou-se secar a temperatura ambiente e fixou-se o esfregaccedilo com aacutelcool metiacutelico por 30

22

segundos Corou-se com o corante de Kinyoun por 5 minutos Lavou-se com aacutegua destilada A

soluccedilatildeo aacutelcool-aacutecido sulfuacuterico foi usada por 2 minutos para diferenciar Lavou-se com aacutegua

destilada Corou-se o fundo da preparaccedilatildeo com soluccedilatildeo alcooacutelica de azul de metileno a 03

por um minuto Lavou-se com aacutegua e deixou-se secar A leitura foi realizada com objetiva de

100x e com auxiacutelio da ocular micromeacutetrica para a morfometria dos oocistos

34 Anaacutelise dos resultados

A anaacutelise dos resultados dos exames parasitoloacutegicos de fezes foi realizada atraveacutes de

estudos observacionais e os dados obtidos foram analisados pelo programa estatiacutestico MedCalc

e o teste aplicado foi o Qui Quadrado para comparaccedilatildeo de meacutedias ao niacutevel de 01 de

probabilidade

35 Accedilotildees educativas

A realizaccedilatildeo das atividades educativas teve a participaccedilatildeo de alunas bolsistas e

professoras do projeto de extensatildeoPROEXUFSC Foram elaborados e utilizados recursos

pedagoacutegicos baseando-se nas diferenccedilas cognitivas presentes entre alunos das diversas seacuteries

escolares Durante as accedilotildees educativas foi possiacutevel descobrir qual era o conhecimento que os

escolares possuiacuteam sobre verminoses e quais as nomenclaturas populares conhecidas na

comunidade Por meio de perguntas e diaacutelogo e tambeacutem na anaacutelise observacional do

comportamento na escola pode se analisar as noccedilotildees de higiene das crianccedilas As perguntas

foram Jaacute ouviram falar de vermes O que satildeo O que fazer para natildeo pegar vermes

Para as crianccedilas de 5 a 9 anos foi apresentado um teatro de fantoches encenando a peccedila

infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo (Anexo B) uma adaptaccedilatildeo da obra original escrita por Cardoso em

1998 Com uma linguagem simples e divertida a accedilatildeo luacutedica abordava as parasitoses e

prevenccedilatildeo

Para os alunos de 10 a 17 anos de idade as accedilotildees educativas foram oficinas com uso de

data show e tinha como objetivo apresentar a parasitologia para alunos maiores envolvendo

conceitos mais especiacuteficos de helmintos e protozoaacuterios A palestra consistiu em uma

apresentaccedilatildeo de slides contendo imagens e baseado nelas uma linha de raciociacutenio era

desenvolvida para fluir na forma de diaacutelogo onde os alunos eram questionados sobre as

mesmas

Apoacutes o teatro de fantoches e da palestra interativa foram mostrados exemplares de

vermes adultos de A lumbricoides (cerca de 30 cm) Taenia spp (cerca de 8 m) e de E

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

14

71 A positividade natildeo variou muito entre as diferentes faixas etaacuterias nos dois periacuteodos de

estudo LIMA JUNIOR KAISER CATISTI 2013)

No ano de 2014 Santos et al desenvolveram um estudo em uma creche comunitaacuteria de

FlorianoacutepolisSC afim de verificar a prevalecircncia de parasitoses intestinais Foram analisadas

57 amostras fecais e uma prevalecircncia de 614 foi detectada Os principais parasitos

encontrados foram B hominis (404) G lamblia (246) E coli (228) E nana (123)

E histolyticaE dispar (71) E hartmanni (18) E vermicularis (18) e I buumltschli

(18)

Santos Gurgel-Gonccedilalves e Machado publicaram um trabalho no ano de 2014 onde

avaliaram a ocorrecircncia de parasitos intestinais em crianccedilas moradoras das cidades de Riacho

Fundo II e Ceilacircndia localizadas no Distrito Federal 193 crianccedilas com idades entre 4 a 14 anos

participaram do estudo Um total de 637 das crianccedilas estavam contaminadas Em Riacho

Fundo II os parasitos mais prevalentes foram H nana (44) A lumbricoides (30) E coli

27 G intestinalis (15) Ancilostomideos (5) E histolyticadiacutespar (7) T trichiura

(4) E nana (3) e I butschlii (1) Jaacute na Ceilacircndia os parasitos mais frequentes foram E

coli (23) E nana (19) G intestinalis (9) E histolyticadispar (3) E hartmanni (3)

Ascaris lumbricoides (2) Ancilostomideos (2) E vermicularis (1) e Taenia spp (1)

Em uma instituiccedilatildeo localizada em NiteroacuteiRJ um estudo foi feito com 43 crianccedilas de 0

a 12 anos de idade e 25 adultos a fim de estabelecer a prevalecircncia das parasitoses intestinais

70 das crianccedilas e 44 dos adultos estavam contaminados por parasitas intestinais e no total

houve uma prevalecircncia de 60 de enteroparasitoses na instituiccedilatildeo estudada Os protozoaacuterios

encontrados foram B hominis (44) E nana (15) G lamblia (12) E histolyticaE

dispar (10) e E coli (7) Os helmintos foram H nana (3) E vermicularis (3) T

trichiura (15) e A lumbricoides (15) A maior prevalecircncia foi em crianccedilas de 6 a 8 (857)

(LEITE TOMA ADAMIL 2014)

Para diminuir a contaminaccedilatildeo eacute necessaacuterio aplicar medidas de controle capazes de

interromper os mecanismos de transmissatildeo Isto reforccedila a importacircncia de fornecer subsidio

imediato para a conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo sobre higiene prevenccedilatildeo das parasitoses e

educaccedilatildeo sanitaacuteria

A educaccedilatildeo em sauacutede visa a promoccedilatildeo da sauacutede e funciona como um processo de

ensinoaprendizagem que busca empoderar os indiviacuteduos de forma que estes possuam

autonomia necessaacuteria para escolher as melhores alternativas afim de transformar sua qualidade

de vida e o meio onde vivem Para que essa pratica seja possiacutevel o educador deve atuar como

15

um facilitador no processo de reflexatildeo sobre a realidade em que essa comunidade estaacute

inserida Essas atividades auxiliam a populaccedilatildeo a evitar doenccedilas de impacto social como as

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 VICENTE et al 2012)

As accedilotildees educativas realizadas em comunidades escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede

prevenccedilatildeo contra as enteroparasitoses e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente possui um

papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores do

conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo das

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009) Aleacutem disso por meio da educaccedilatildeo em sauacutede

constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

Silva Neto et al (2013) realizaram um trabalho na Escola Estadual Francisco Nunes da

cidade de Pau dos Ferros-RN com 42 crianccedilas na faixa etaacuteria de 5 a 11 anos Verificaram que

6428 dos escolares apresentaram algum tipo de enteroparasitos sendo que 2142 dos

escolares estavam poliparasitados A partir de tais indicadores e conhecendo a realidade a ser

trabalhada planejaram estrateacutegias de accedilotildees educativas com objetivo de repassar informaccedilotildees

que ajudassem na mudanccedila de haacutebitos higiecircnicos e consequentemente na diminuiccedilatildeo da

incidecircncia de casos de enteroparasitoses Foram realizadas oficinas peccedilas teatrais dinacircmicas

produccedilatildeo textual curso para boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos e cursos sobre as

parasitoses com os professores As crianccedilas trabalharam na confecccedilatildeo de cartazes com ecircnfase

nas parasitoses Os autores relataram a importacircncia da continuidade das accedilotildees educativas pelos

professores da escola

As accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais foram realizadas

por Da Cruz et al (2014) em 29 estudantes de 12 a 16 anos de idade do ensino fundamental de

uma localidade rural do municiacutepio de UberlacircndiaMG Os autores tambeacutem verificaram a

ocorrecircncia de parasitoses intestinais constatando-se 21 de escolares parasitados e 3 de

poliparasitismo B hominis foi o parasito mais frequente (5715) seguido de E coli e G

lamblia com uma frequecircncia de 1428 cada um As accedilotildees educativas em sauacutede incluiacuteram a

aplicaccedilatildeo de jogo didaacutetico palestras microscoacutepio para visualizaccedilatildeo de estruturas dos parasitos

e mostra de exemplares macroscoacutepicos dos parasitos sendo avaliadas mediante a aplicaccedilatildeo de

questionaacuterios O jogo didaacutetico ldquotabuleiro da sauacutederdquo abordou as principais parasitoses de

importacircncia meacutedica aleacutem de temas relativos agrave higiene pessoal Os resultados dos questionaacuterios

aplicados apoacutes a realizaccedilatildeo das accedilotildees educativas apontaram uma notaacutevel melhora quanto agrave

assimilaccedilatildeo de conhecimentos por parte dos estudantes

O presente estudo foi desenvolvido no Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz que

compreende a Regiatildeo da Grande Florianoacutepolis situado ao lado da BR 282 e integra a Bacia do

16

Rio Cubatatildeo Sul O municiacutepio eacute caracterizado por pequenas propriedades rurais com lavouras

temporaacuterias e permanentes (IBGE 2014) Segundo o censo do IBG a populaccedilatildeo de 2014 era

de 21572 habitantes

Na aacuterea rural em relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua nas residecircncias 6625 eacute abastecido

pela rede puacuteblica 3338 de poccedilo ou nascente e 03 de outros Jaacute na aacuterea urbana 8264

tem abastecimento de aacutegua pela rede puacuteblica 1717 de poccedilo ou nascente e 09 de outros

Quanto ao destino de esgoto na aacuterea rural 188 das residecircncias tem sistema de esgoto 9109

possuem fossa seacuteptica e 703 o esgoto eacute a ceacuteu aberto Na aacuterea urbana 722 das residecircncias

tem sistema de esgoto 8595 possuem fossa seacuteptica e 683 o esgoto eacute a ceacuteu aberto

O presente trabalho permitiu avaliar a presenccedila de enteroparasitoses que afetam os

escolares e o desenvolvimento de accedilotildees educativas que visam agrave promoccedilatildeo da sauacutede

contribuindo para a melhora da qualidade de vida

17

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

O presente estudo visou determinar a prevalecircncia de parasitoses intestinais em alunos

de seis Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz e promover a

ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre sauacutede e parasitoses

22 Objetivos Especiacuteficos

- Verificar a ocorrecircncia de parasitas intestinais em crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0

a 17 anos do municiacutepio de Santo Amaro da ImperatrizSC

- Relacionar os resultados do levantamento parasitoloacutegico com as condiccedilotildees de saneamento

local

- Analisar as noccedilotildees de higiene e quais as nomenclaturas populares sobre as parasitoses

intestinais conhecidas na comunidade

- Proporcionar educaccedilatildeo em sauacutede e medidas preventivas no combate as doenccedilas parasitaacuterias

humanas promovendo um processo de aprendizado

- Incentivar a mudanccedila de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva para a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

18

3 METODOLOGIA

31 Locais e sujeitos do estudo

O presente estudo teve iniacutecio em agosto de 2014 e finalizou-se em setembro de 2015

Esse estudo envolveu 357 crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0 a 17 anos de idade

matriculados nas seguintes Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da

ImperatrizSC Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff Escola Municipal Braccedilo Satildeo

Joatildeo Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio e Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

O trabalho foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105) (Anexo A)

As accedilotildees educativas foram realizadas em 2014 com escolares na faixa etaacuteria de 6 a 17

anos de idade e teve a participaccedilatildeo dos professores das referidas escolas

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos

Foi realizado uma reuniatildeo com professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos e os

seguintes temas foram abordados os objetivos e metodologia da pesquisa a importacircncia e

benefiacutecios de se fazer o exame de fezes as orientaccedilotildees sobre a coleta das fezes apresentaccedilatildeo

do ldquoTermo de Consentimento Livre e Esclarecidordquo (Anexo B) e ldquoTermo de Assentimentordquo

(Anexo C) Os pais ou responsaacuteveis foram informados sobre o encaminhamento dos resultados

(positivos ou negativos) dos exames parasitoloacutegicos e aconselhados a levar as crianccedilas ao

Centro de Sauacutede do Municiacutepio no contato preacutevio com a Secretaacuteria de Sauacutede para atendimento

com o meacutedico e adequado tratamento da parasitose O projeto teve o apoio dos professores das

escolas para a divulgaccedilatildeo do trabalho aos pais ou responsaacuteveis pelos alunos

321 Colheita das amostras fecais

Para a coleta das fezes foram entregues para os pais ou responsaacuteveis nas escolas as

orientaccedilotildees impressas para a coleta de fezes (abaixo descrito) e os frascos coletores contendo

soluccedilatildeo conservante SAF (acetato de soacutedio aacutecido aceacutetico e formol) Os frascos estavam

devidamente etiquetados com o nome sexo e idade da crianccedila Apoacutes a coleta que foi realizado

em casa o frasco contendo as fezes foi entregue na escola juntamente com o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento assinados pelos pais eou

responsaacuteveis Um prazo para a entrega e recolhimento das amostras era combinado com a

direccedilatildeo da escola

19

Foi coletada uma amostra fecal de cada crianccedila participante do estudo As amostras

preservadas em soluccedilatildeo conservadora SAF foram encaminhadas ao Laboratoacuterio Didaacutetico de

Parasitologia Clinica do Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas do Centro de Ciecircncias da

SauacutedeUFSC e para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do Hospital Universitaacuterio Polydoro

Ernani de Satildeo Thiago (HUUFSC) onde foram processadas e analisadas

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais

- Natildeo jogar o liacutequido conservante fora natildeo beber e natildeo deixar ao alcance de crianccedilas

pois o liacutequido conservante eacute toacutexico

- A crianccedila natildeo deve estar utilizando remeacutedio para vermes no periacuteodo que vai colher as

fezes Se estiver tomando remeacutedio tem que esperar de 7 a 10 dias para depois colher as fezes

para fazer o exame

- Antes da evacuaccedilatildeo a crianccedila deve urinar ou no vaso sanitaacuterio ou na privada Isso eacute

para natildeo contaminar as fezes com urina e aacutegua

- Apoacutes a crianccedila deve evacuar diretamente em penico limpo e seco ou sobre uma folha

de papel ou jornal limpo Quando as fezes forem diarreicas ou moles as mesmas devem ser

evacuadas em penico ou em um recipiente bem limpo e seco

- Com o auxiacutelio de espaacutetula de madeira ou uma colher de plaacutestico colher uma porccedilatildeo

de fezes do tamanho de uma noz e colocar imediatamente no frasco contendo o liacutequido

conservante A porccedilatildeo de fezes deveraacute ficar totalmente coberta pelo liacutequido conservante Natildeo

se deve encher o frasco com fezes

- Em caso de crianccedilas menores de 2 anos e que usam fraldas colher as fezes da fralda

com uma espaacutetula logo apoacutes a evacuaccedilatildeo

- Apoacutes colocar as fezes no frasco o mesmo deve ser bem fechado

- Escrever no roacutetulo do frasco o nome completo o sexo e a idade da crianccedila e data da

colheita das fezes

- Conservar os frascos em temperatura ambiente ateacute a entrega Natildeo precisa ser

refrigerado

IMPORTANTE

- Natildeo colher as fezes contidas no vaso sanitaacuterio

- Natildeo devem ser usadas as fezes evacuadas no solo

- As fezes natildeo devem estar misturadas com urina aacutegua e terra

20

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) Este meacutetodo tem como

fundamento a sedimentaccedilatildeo espontacircnea em aacutegua de ovos e larvas de helmintos cistos e oocistos

de protozoaacuterio e a vantagem na recuperaccedilatildeo de ovos considerados pesados O uso de grande

quantidade de material fecal nesse processo favorece um diagnoacutestico satisfatoacuterio e seguro

Em um frasco contendo 10 mL de aacutegua corrente adicionou-se cerca de 4g de fezes

retiradas de vaacuterios pontos da amostra fecal Homogeneizou-se as fezes com bastatildeo de vidro e

acrescentou-se mais 60 mL de aacutegua corrente ao frasco Em alguns casos misturou-se o material

fecal fixado pela soluccedilatildeo conservante Em seguida a suspensatildeo foi filtrada atraveacutes de filtro

descartaacutevel (Parasitofiltro) para um caacutelice cocircnico de sedimentaccedilatildeo com capacidade de 200ml

Adicionou-se aacutegua corrente ateacute completar aproximadamente frac34 do volume do caacutelice A

suspensatildeo foi deixada em repouso durante duas horas Apoacutes esse periacuteodo com pipeta de

Pasteur retirou-se uma pequena porccedilatildeo do sedimento formado no fundo do caacutelice depositando-

o sobre uma lacircmina onde adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol e cobriu-se com

lamiacutenula A preparaccedilatildeo foi examinada ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

332 Meacutetodo de Faust e cols

A teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) foi utilizada com algumas modificaccedilotildees Este

meacutetodo fundamenta-se na centriacutefugo-flutuaccedilatildeo de ovos larvas cistos e oocistos separando-os

do excesso de detritos fecais mediante o uso de soluccedilatildeo de densidade elevada Tem a vantagem

de concentrar os cistos de protozoaacuterios

Inicialmente foi colocado cerca de 12 mL do filtrado do meacutetodo de Hoffman Pons e

Janer em um tubo de centriacutefuga com capacidade de 15ml Centrifuga-se por 1 a 2 minutos a

650 x g Decantou-se o sobrenadante e o sedimento foi ressuspendido em aacutegua corrente

completando o volume de 12 ml com aacutegua e novamente centrifugou-se por 1 a 2 minutos a 650

x g Repete-se a lavagem do sedimento ateacute que o sobrenadante se apresentasse relativamente

claro Apoacutes a uacuteltima lavagem decantou-se o sobrenadante ressuspendeu-se o sedimento e

adicionou-se a soluccedilatildeo de sulfato de zinco (densidade 118gml) ateacute 05cm da borda do tubo de

centriacutefuga Centrifugou-se por 1 minuto a 650 x g Com uma alccedila de arame (diacircmetro de 5 a

7mm) retirou-se a peliacutecula sobrenadante transferindo 3 a 4 alccediladas do material para uma

lacircmina de microscopia Adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol cobrindo o

preparado com lamiacutenula e observou-se ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

21

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes que se

apresentaram pastosas e diarreicas Essa coloraccedilatildeo permanente permite um minucioso estudo

da morfologia dos trofozoiacutetos corados ocasionalmente dos cistos e para a confirmaccedilatildeo das

espeacutecies

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro

e em seguida filtrou-se a suspensatildeo atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de centriacutefuga com

capacidade de 15 ml Centrifugou-se a 650 x g por 1 a 2 minutos decantou-se o liacutequido

sobrenadante e preparar o esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado Depois de seco

colocou-se o esfregaccedilo diretamente no aacutelcool etiacutelico a 70 durante 5 minutos em cubas

adequadas para a coloraccedilatildeo Apoacutes isso procedeu-se com a continuaccedilatildeo da coloraccedilatildeo do

esfregaccedilo nas seguintes etapas

1 Aacutelcool etiacutelico a 70 5 minutos

2 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

3 Corante tricrocircmico 10 minutos

4 Soluccedilatildeo de aacutelcool etiacutelico a 90 acidificado com soluccedilatildeo de 1 de aacutecido aceacutetico 3 segundos

5 Aacutelcool etiacutelico absoluto para lavar

6 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

7 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

8 Xilol 10 minutos

Deixou-se o esfregaccedilo secar e a leitura foi feita com objetiva de 100x e com o auxiacutelio da ocular

micromeacutetrica para a morfometria das estruturas parasitaacuterias

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun

Utilizou-se a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes diarreicas

Esta coloraccedilatildeo permite diagnosticar os cocciacutedios intestinais

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro e em

seguida cerca de 3 ml da suspensatildeo foram filtrados atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de

centriacutefuga com capacidade de 15 ml Adicionou-se cerca de 3 ml de eacuteter e agitou-se

vigorosamente por 30 segundos Centrifugou-se a 500 x g por 10 minutos e o liacutequido

sobrenadante foi decantado Preparou-se um esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado

Deixou-se secar a temperatura ambiente e fixou-se o esfregaccedilo com aacutelcool metiacutelico por 30

22

segundos Corou-se com o corante de Kinyoun por 5 minutos Lavou-se com aacutegua destilada A

soluccedilatildeo aacutelcool-aacutecido sulfuacuterico foi usada por 2 minutos para diferenciar Lavou-se com aacutegua

destilada Corou-se o fundo da preparaccedilatildeo com soluccedilatildeo alcooacutelica de azul de metileno a 03

por um minuto Lavou-se com aacutegua e deixou-se secar A leitura foi realizada com objetiva de

100x e com auxiacutelio da ocular micromeacutetrica para a morfometria dos oocistos

34 Anaacutelise dos resultados

A anaacutelise dos resultados dos exames parasitoloacutegicos de fezes foi realizada atraveacutes de

estudos observacionais e os dados obtidos foram analisados pelo programa estatiacutestico MedCalc

e o teste aplicado foi o Qui Quadrado para comparaccedilatildeo de meacutedias ao niacutevel de 01 de

probabilidade

35 Accedilotildees educativas

A realizaccedilatildeo das atividades educativas teve a participaccedilatildeo de alunas bolsistas e

professoras do projeto de extensatildeoPROEXUFSC Foram elaborados e utilizados recursos

pedagoacutegicos baseando-se nas diferenccedilas cognitivas presentes entre alunos das diversas seacuteries

escolares Durante as accedilotildees educativas foi possiacutevel descobrir qual era o conhecimento que os

escolares possuiacuteam sobre verminoses e quais as nomenclaturas populares conhecidas na

comunidade Por meio de perguntas e diaacutelogo e tambeacutem na anaacutelise observacional do

comportamento na escola pode se analisar as noccedilotildees de higiene das crianccedilas As perguntas

foram Jaacute ouviram falar de vermes O que satildeo O que fazer para natildeo pegar vermes

Para as crianccedilas de 5 a 9 anos foi apresentado um teatro de fantoches encenando a peccedila

infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo (Anexo B) uma adaptaccedilatildeo da obra original escrita por Cardoso em

1998 Com uma linguagem simples e divertida a accedilatildeo luacutedica abordava as parasitoses e

prevenccedilatildeo

Para os alunos de 10 a 17 anos de idade as accedilotildees educativas foram oficinas com uso de

data show e tinha como objetivo apresentar a parasitologia para alunos maiores envolvendo

conceitos mais especiacuteficos de helmintos e protozoaacuterios A palestra consistiu em uma

apresentaccedilatildeo de slides contendo imagens e baseado nelas uma linha de raciociacutenio era

desenvolvida para fluir na forma de diaacutelogo onde os alunos eram questionados sobre as

mesmas

Apoacutes o teatro de fantoches e da palestra interativa foram mostrados exemplares de

vermes adultos de A lumbricoides (cerca de 30 cm) Taenia spp (cerca de 8 m) e de E

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

15

um facilitador no processo de reflexatildeo sobre a realidade em que essa comunidade estaacute

inserida Essas atividades auxiliam a populaccedilatildeo a evitar doenccedilas de impacto social como as

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 VICENTE et al 2012)

As accedilotildees educativas realizadas em comunidades escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede

prevenccedilatildeo contra as enteroparasitoses e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente possui um

papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores do

conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo das

parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009) Aleacutem disso por meio da educaccedilatildeo em sauacutede

constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

Silva Neto et al (2013) realizaram um trabalho na Escola Estadual Francisco Nunes da

cidade de Pau dos Ferros-RN com 42 crianccedilas na faixa etaacuteria de 5 a 11 anos Verificaram que

6428 dos escolares apresentaram algum tipo de enteroparasitos sendo que 2142 dos

escolares estavam poliparasitados A partir de tais indicadores e conhecendo a realidade a ser

trabalhada planejaram estrateacutegias de accedilotildees educativas com objetivo de repassar informaccedilotildees

que ajudassem na mudanccedila de haacutebitos higiecircnicos e consequentemente na diminuiccedilatildeo da

incidecircncia de casos de enteroparasitoses Foram realizadas oficinas peccedilas teatrais dinacircmicas

produccedilatildeo textual curso para boas praacuteticas de manipulaccedilatildeo de alimentos e cursos sobre as

parasitoses com os professores As crianccedilas trabalharam na confecccedilatildeo de cartazes com ecircnfase

nas parasitoses Os autores relataram a importacircncia da continuidade das accedilotildees educativas pelos

professores da escola

As accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais foram realizadas

por Da Cruz et al (2014) em 29 estudantes de 12 a 16 anos de idade do ensino fundamental de

uma localidade rural do municiacutepio de UberlacircndiaMG Os autores tambeacutem verificaram a

ocorrecircncia de parasitoses intestinais constatando-se 21 de escolares parasitados e 3 de

poliparasitismo B hominis foi o parasito mais frequente (5715) seguido de E coli e G

lamblia com uma frequecircncia de 1428 cada um As accedilotildees educativas em sauacutede incluiacuteram a

aplicaccedilatildeo de jogo didaacutetico palestras microscoacutepio para visualizaccedilatildeo de estruturas dos parasitos

e mostra de exemplares macroscoacutepicos dos parasitos sendo avaliadas mediante a aplicaccedilatildeo de

questionaacuterios O jogo didaacutetico ldquotabuleiro da sauacutederdquo abordou as principais parasitoses de

importacircncia meacutedica aleacutem de temas relativos agrave higiene pessoal Os resultados dos questionaacuterios

aplicados apoacutes a realizaccedilatildeo das accedilotildees educativas apontaram uma notaacutevel melhora quanto agrave

assimilaccedilatildeo de conhecimentos por parte dos estudantes

O presente estudo foi desenvolvido no Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz que

compreende a Regiatildeo da Grande Florianoacutepolis situado ao lado da BR 282 e integra a Bacia do

16

Rio Cubatatildeo Sul O municiacutepio eacute caracterizado por pequenas propriedades rurais com lavouras

temporaacuterias e permanentes (IBGE 2014) Segundo o censo do IBG a populaccedilatildeo de 2014 era

de 21572 habitantes

Na aacuterea rural em relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua nas residecircncias 6625 eacute abastecido

pela rede puacuteblica 3338 de poccedilo ou nascente e 03 de outros Jaacute na aacuterea urbana 8264

tem abastecimento de aacutegua pela rede puacuteblica 1717 de poccedilo ou nascente e 09 de outros

Quanto ao destino de esgoto na aacuterea rural 188 das residecircncias tem sistema de esgoto 9109

possuem fossa seacuteptica e 703 o esgoto eacute a ceacuteu aberto Na aacuterea urbana 722 das residecircncias

tem sistema de esgoto 8595 possuem fossa seacuteptica e 683 o esgoto eacute a ceacuteu aberto

O presente trabalho permitiu avaliar a presenccedila de enteroparasitoses que afetam os

escolares e o desenvolvimento de accedilotildees educativas que visam agrave promoccedilatildeo da sauacutede

contribuindo para a melhora da qualidade de vida

17

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

O presente estudo visou determinar a prevalecircncia de parasitoses intestinais em alunos

de seis Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz e promover a

ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre sauacutede e parasitoses

22 Objetivos Especiacuteficos

- Verificar a ocorrecircncia de parasitas intestinais em crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0

a 17 anos do municiacutepio de Santo Amaro da ImperatrizSC

- Relacionar os resultados do levantamento parasitoloacutegico com as condiccedilotildees de saneamento

local

- Analisar as noccedilotildees de higiene e quais as nomenclaturas populares sobre as parasitoses

intestinais conhecidas na comunidade

- Proporcionar educaccedilatildeo em sauacutede e medidas preventivas no combate as doenccedilas parasitaacuterias

humanas promovendo um processo de aprendizado

- Incentivar a mudanccedila de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva para a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

18

3 METODOLOGIA

31 Locais e sujeitos do estudo

O presente estudo teve iniacutecio em agosto de 2014 e finalizou-se em setembro de 2015

Esse estudo envolveu 357 crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0 a 17 anos de idade

matriculados nas seguintes Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da

ImperatrizSC Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff Escola Municipal Braccedilo Satildeo

Joatildeo Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio e Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

O trabalho foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105) (Anexo A)

As accedilotildees educativas foram realizadas em 2014 com escolares na faixa etaacuteria de 6 a 17

anos de idade e teve a participaccedilatildeo dos professores das referidas escolas

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos

Foi realizado uma reuniatildeo com professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos e os

seguintes temas foram abordados os objetivos e metodologia da pesquisa a importacircncia e

benefiacutecios de se fazer o exame de fezes as orientaccedilotildees sobre a coleta das fezes apresentaccedilatildeo

do ldquoTermo de Consentimento Livre e Esclarecidordquo (Anexo B) e ldquoTermo de Assentimentordquo

(Anexo C) Os pais ou responsaacuteveis foram informados sobre o encaminhamento dos resultados

(positivos ou negativos) dos exames parasitoloacutegicos e aconselhados a levar as crianccedilas ao

Centro de Sauacutede do Municiacutepio no contato preacutevio com a Secretaacuteria de Sauacutede para atendimento

com o meacutedico e adequado tratamento da parasitose O projeto teve o apoio dos professores das

escolas para a divulgaccedilatildeo do trabalho aos pais ou responsaacuteveis pelos alunos

321 Colheita das amostras fecais

Para a coleta das fezes foram entregues para os pais ou responsaacuteveis nas escolas as

orientaccedilotildees impressas para a coleta de fezes (abaixo descrito) e os frascos coletores contendo

soluccedilatildeo conservante SAF (acetato de soacutedio aacutecido aceacutetico e formol) Os frascos estavam

devidamente etiquetados com o nome sexo e idade da crianccedila Apoacutes a coleta que foi realizado

em casa o frasco contendo as fezes foi entregue na escola juntamente com o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento assinados pelos pais eou

responsaacuteveis Um prazo para a entrega e recolhimento das amostras era combinado com a

direccedilatildeo da escola

19

Foi coletada uma amostra fecal de cada crianccedila participante do estudo As amostras

preservadas em soluccedilatildeo conservadora SAF foram encaminhadas ao Laboratoacuterio Didaacutetico de

Parasitologia Clinica do Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas do Centro de Ciecircncias da

SauacutedeUFSC e para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do Hospital Universitaacuterio Polydoro

Ernani de Satildeo Thiago (HUUFSC) onde foram processadas e analisadas

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais

- Natildeo jogar o liacutequido conservante fora natildeo beber e natildeo deixar ao alcance de crianccedilas

pois o liacutequido conservante eacute toacutexico

- A crianccedila natildeo deve estar utilizando remeacutedio para vermes no periacuteodo que vai colher as

fezes Se estiver tomando remeacutedio tem que esperar de 7 a 10 dias para depois colher as fezes

para fazer o exame

- Antes da evacuaccedilatildeo a crianccedila deve urinar ou no vaso sanitaacuterio ou na privada Isso eacute

para natildeo contaminar as fezes com urina e aacutegua

- Apoacutes a crianccedila deve evacuar diretamente em penico limpo e seco ou sobre uma folha

de papel ou jornal limpo Quando as fezes forem diarreicas ou moles as mesmas devem ser

evacuadas em penico ou em um recipiente bem limpo e seco

- Com o auxiacutelio de espaacutetula de madeira ou uma colher de plaacutestico colher uma porccedilatildeo

de fezes do tamanho de uma noz e colocar imediatamente no frasco contendo o liacutequido

conservante A porccedilatildeo de fezes deveraacute ficar totalmente coberta pelo liacutequido conservante Natildeo

se deve encher o frasco com fezes

- Em caso de crianccedilas menores de 2 anos e que usam fraldas colher as fezes da fralda

com uma espaacutetula logo apoacutes a evacuaccedilatildeo

- Apoacutes colocar as fezes no frasco o mesmo deve ser bem fechado

- Escrever no roacutetulo do frasco o nome completo o sexo e a idade da crianccedila e data da

colheita das fezes

- Conservar os frascos em temperatura ambiente ateacute a entrega Natildeo precisa ser

refrigerado

IMPORTANTE

- Natildeo colher as fezes contidas no vaso sanitaacuterio

- Natildeo devem ser usadas as fezes evacuadas no solo

- As fezes natildeo devem estar misturadas com urina aacutegua e terra

20

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) Este meacutetodo tem como

fundamento a sedimentaccedilatildeo espontacircnea em aacutegua de ovos e larvas de helmintos cistos e oocistos

de protozoaacuterio e a vantagem na recuperaccedilatildeo de ovos considerados pesados O uso de grande

quantidade de material fecal nesse processo favorece um diagnoacutestico satisfatoacuterio e seguro

Em um frasco contendo 10 mL de aacutegua corrente adicionou-se cerca de 4g de fezes

retiradas de vaacuterios pontos da amostra fecal Homogeneizou-se as fezes com bastatildeo de vidro e

acrescentou-se mais 60 mL de aacutegua corrente ao frasco Em alguns casos misturou-se o material

fecal fixado pela soluccedilatildeo conservante Em seguida a suspensatildeo foi filtrada atraveacutes de filtro

descartaacutevel (Parasitofiltro) para um caacutelice cocircnico de sedimentaccedilatildeo com capacidade de 200ml

Adicionou-se aacutegua corrente ateacute completar aproximadamente frac34 do volume do caacutelice A

suspensatildeo foi deixada em repouso durante duas horas Apoacutes esse periacuteodo com pipeta de

Pasteur retirou-se uma pequena porccedilatildeo do sedimento formado no fundo do caacutelice depositando-

o sobre uma lacircmina onde adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol e cobriu-se com

lamiacutenula A preparaccedilatildeo foi examinada ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

332 Meacutetodo de Faust e cols

A teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) foi utilizada com algumas modificaccedilotildees Este

meacutetodo fundamenta-se na centriacutefugo-flutuaccedilatildeo de ovos larvas cistos e oocistos separando-os

do excesso de detritos fecais mediante o uso de soluccedilatildeo de densidade elevada Tem a vantagem

de concentrar os cistos de protozoaacuterios

Inicialmente foi colocado cerca de 12 mL do filtrado do meacutetodo de Hoffman Pons e

Janer em um tubo de centriacutefuga com capacidade de 15ml Centrifuga-se por 1 a 2 minutos a

650 x g Decantou-se o sobrenadante e o sedimento foi ressuspendido em aacutegua corrente

completando o volume de 12 ml com aacutegua e novamente centrifugou-se por 1 a 2 minutos a 650

x g Repete-se a lavagem do sedimento ateacute que o sobrenadante se apresentasse relativamente

claro Apoacutes a uacuteltima lavagem decantou-se o sobrenadante ressuspendeu-se o sedimento e

adicionou-se a soluccedilatildeo de sulfato de zinco (densidade 118gml) ateacute 05cm da borda do tubo de

centriacutefuga Centrifugou-se por 1 minuto a 650 x g Com uma alccedila de arame (diacircmetro de 5 a

7mm) retirou-se a peliacutecula sobrenadante transferindo 3 a 4 alccediladas do material para uma

lacircmina de microscopia Adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol cobrindo o

preparado com lamiacutenula e observou-se ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

21

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes que se

apresentaram pastosas e diarreicas Essa coloraccedilatildeo permanente permite um minucioso estudo

da morfologia dos trofozoiacutetos corados ocasionalmente dos cistos e para a confirmaccedilatildeo das

espeacutecies

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro

e em seguida filtrou-se a suspensatildeo atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de centriacutefuga com

capacidade de 15 ml Centrifugou-se a 650 x g por 1 a 2 minutos decantou-se o liacutequido

sobrenadante e preparar o esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado Depois de seco

colocou-se o esfregaccedilo diretamente no aacutelcool etiacutelico a 70 durante 5 minutos em cubas

adequadas para a coloraccedilatildeo Apoacutes isso procedeu-se com a continuaccedilatildeo da coloraccedilatildeo do

esfregaccedilo nas seguintes etapas

1 Aacutelcool etiacutelico a 70 5 minutos

2 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

3 Corante tricrocircmico 10 minutos

4 Soluccedilatildeo de aacutelcool etiacutelico a 90 acidificado com soluccedilatildeo de 1 de aacutecido aceacutetico 3 segundos

5 Aacutelcool etiacutelico absoluto para lavar

6 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

7 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

8 Xilol 10 minutos

Deixou-se o esfregaccedilo secar e a leitura foi feita com objetiva de 100x e com o auxiacutelio da ocular

micromeacutetrica para a morfometria das estruturas parasitaacuterias

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun

Utilizou-se a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes diarreicas

Esta coloraccedilatildeo permite diagnosticar os cocciacutedios intestinais

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro e em

seguida cerca de 3 ml da suspensatildeo foram filtrados atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de

centriacutefuga com capacidade de 15 ml Adicionou-se cerca de 3 ml de eacuteter e agitou-se

vigorosamente por 30 segundos Centrifugou-se a 500 x g por 10 minutos e o liacutequido

sobrenadante foi decantado Preparou-se um esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado

Deixou-se secar a temperatura ambiente e fixou-se o esfregaccedilo com aacutelcool metiacutelico por 30

22

segundos Corou-se com o corante de Kinyoun por 5 minutos Lavou-se com aacutegua destilada A

soluccedilatildeo aacutelcool-aacutecido sulfuacuterico foi usada por 2 minutos para diferenciar Lavou-se com aacutegua

destilada Corou-se o fundo da preparaccedilatildeo com soluccedilatildeo alcooacutelica de azul de metileno a 03

por um minuto Lavou-se com aacutegua e deixou-se secar A leitura foi realizada com objetiva de

100x e com auxiacutelio da ocular micromeacutetrica para a morfometria dos oocistos

34 Anaacutelise dos resultados

A anaacutelise dos resultados dos exames parasitoloacutegicos de fezes foi realizada atraveacutes de

estudos observacionais e os dados obtidos foram analisados pelo programa estatiacutestico MedCalc

e o teste aplicado foi o Qui Quadrado para comparaccedilatildeo de meacutedias ao niacutevel de 01 de

probabilidade

35 Accedilotildees educativas

A realizaccedilatildeo das atividades educativas teve a participaccedilatildeo de alunas bolsistas e

professoras do projeto de extensatildeoPROEXUFSC Foram elaborados e utilizados recursos

pedagoacutegicos baseando-se nas diferenccedilas cognitivas presentes entre alunos das diversas seacuteries

escolares Durante as accedilotildees educativas foi possiacutevel descobrir qual era o conhecimento que os

escolares possuiacuteam sobre verminoses e quais as nomenclaturas populares conhecidas na

comunidade Por meio de perguntas e diaacutelogo e tambeacutem na anaacutelise observacional do

comportamento na escola pode se analisar as noccedilotildees de higiene das crianccedilas As perguntas

foram Jaacute ouviram falar de vermes O que satildeo O que fazer para natildeo pegar vermes

Para as crianccedilas de 5 a 9 anos foi apresentado um teatro de fantoches encenando a peccedila

infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo (Anexo B) uma adaptaccedilatildeo da obra original escrita por Cardoso em

1998 Com uma linguagem simples e divertida a accedilatildeo luacutedica abordava as parasitoses e

prevenccedilatildeo

Para os alunos de 10 a 17 anos de idade as accedilotildees educativas foram oficinas com uso de

data show e tinha como objetivo apresentar a parasitologia para alunos maiores envolvendo

conceitos mais especiacuteficos de helmintos e protozoaacuterios A palestra consistiu em uma

apresentaccedilatildeo de slides contendo imagens e baseado nelas uma linha de raciociacutenio era

desenvolvida para fluir na forma de diaacutelogo onde os alunos eram questionados sobre as

mesmas

Apoacutes o teatro de fantoches e da palestra interativa foram mostrados exemplares de

vermes adultos de A lumbricoides (cerca de 30 cm) Taenia spp (cerca de 8 m) e de E

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

16

Rio Cubatatildeo Sul O municiacutepio eacute caracterizado por pequenas propriedades rurais com lavouras

temporaacuterias e permanentes (IBGE 2014) Segundo o censo do IBG a populaccedilatildeo de 2014 era

de 21572 habitantes

Na aacuterea rural em relaccedilatildeo ao abastecimento de aacutegua nas residecircncias 6625 eacute abastecido

pela rede puacuteblica 3338 de poccedilo ou nascente e 03 de outros Jaacute na aacuterea urbana 8264

tem abastecimento de aacutegua pela rede puacuteblica 1717 de poccedilo ou nascente e 09 de outros

Quanto ao destino de esgoto na aacuterea rural 188 das residecircncias tem sistema de esgoto 9109

possuem fossa seacuteptica e 703 o esgoto eacute a ceacuteu aberto Na aacuterea urbana 722 das residecircncias

tem sistema de esgoto 8595 possuem fossa seacuteptica e 683 o esgoto eacute a ceacuteu aberto

O presente trabalho permitiu avaliar a presenccedila de enteroparasitoses que afetam os

escolares e o desenvolvimento de accedilotildees educativas que visam agrave promoccedilatildeo da sauacutede

contribuindo para a melhora da qualidade de vida

17

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

O presente estudo visou determinar a prevalecircncia de parasitoses intestinais em alunos

de seis Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz e promover a

ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre sauacutede e parasitoses

22 Objetivos Especiacuteficos

- Verificar a ocorrecircncia de parasitas intestinais em crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0

a 17 anos do municiacutepio de Santo Amaro da ImperatrizSC

- Relacionar os resultados do levantamento parasitoloacutegico com as condiccedilotildees de saneamento

local

- Analisar as noccedilotildees de higiene e quais as nomenclaturas populares sobre as parasitoses

intestinais conhecidas na comunidade

- Proporcionar educaccedilatildeo em sauacutede e medidas preventivas no combate as doenccedilas parasitaacuterias

humanas promovendo um processo de aprendizado

- Incentivar a mudanccedila de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva para a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

18

3 METODOLOGIA

31 Locais e sujeitos do estudo

O presente estudo teve iniacutecio em agosto de 2014 e finalizou-se em setembro de 2015

Esse estudo envolveu 357 crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0 a 17 anos de idade

matriculados nas seguintes Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da

ImperatrizSC Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff Escola Municipal Braccedilo Satildeo

Joatildeo Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio e Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

O trabalho foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105) (Anexo A)

As accedilotildees educativas foram realizadas em 2014 com escolares na faixa etaacuteria de 6 a 17

anos de idade e teve a participaccedilatildeo dos professores das referidas escolas

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos

Foi realizado uma reuniatildeo com professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos e os

seguintes temas foram abordados os objetivos e metodologia da pesquisa a importacircncia e

benefiacutecios de se fazer o exame de fezes as orientaccedilotildees sobre a coleta das fezes apresentaccedilatildeo

do ldquoTermo de Consentimento Livre e Esclarecidordquo (Anexo B) e ldquoTermo de Assentimentordquo

(Anexo C) Os pais ou responsaacuteveis foram informados sobre o encaminhamento dos resultados

(positivos ou negativos) dos exames parasitoloacutegicos e aconselhados a levar as crianccedilas ao

Centro de Sauacutede do Municiacutepio no contato preacutevio com a Secretaacuteria de Sauacutede para atendimento

com o meacutedico e adequado tratamento da parasitose O projeto teve o apoio dos professores das

escolas para a divulgaccedilatildeo do trabalho aos pais ou responsaacuteveis pelos alunos

321 Colheita das amostras fecais

Para a coleta das fezes foram entregues para os pais ou responsaacuteveis nas escolas as

orientaccedilotildees impressas para a coleta de fezes (abaixo descrito) e os frascos coletores contendo

soluccedilatildeo conservante SAF (acetato de soacutedio aacutecido aceacutetico e formol) Os frascos estavam

devidamente etiquetados com o nome sexo e idade da crianccedila Apoacutes a coleta que foi realizado

em casa o frasco contendo as fezes foi entregue na escola juntamente com o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento assinados pelos pais eou

responsaacuteveis Um prazo para a entrega e recolhimento das amostras era combinado com a

direccedilatildeo da escola

19

Foi coletada uma amostra fecal de cada crianccedila participante do estudo As amostras

preservadas em soluccedilatildeo conservadora SAF foram encaminhadas ao Laboratoacuterio Didaacutetico de

Parasitologia Clinica do Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas do Centro de Ciecircncias da

SauacutedeUFSC e para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do Hospital Universitaacuterio Polydoro

Ernani de Satildeo Thiago (HUUFSC) onde foram processadas e analisadas

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais

- Natildeo jogar o liacutequido conservante fora natildeo beber e natildeo deixar ao alcance de crianccedilas

pois o liacutequido conservante eacute toacutexico

- A crianccedila natildeo deve estar utilizando remeacutedio para vermes no periacuteodo que vai colher as

fezes Se estiver tomando remeacutedio tem que esperar de 7 a 10 dias para depois colher as fezes

para fazer o exame

- Antes da evacuaccedilatildeo a crianccedila deve urinar ou no vaso sanitaacuterio ou na privada Isso eacute

para natildeo contaminar as fezes com urina e aacutegua

- Apoacutes a crianccedila deve evacuar diretamente em penico limpo e seco ou sobre uma folha

de papel ou jornal limpo Quando as fezes forem diarreicas ou moles as mesmas devem ser

evacuadas em penico ou em um recipiente bem limpo e seco

- Com o auxiacutelio de espaacutetula de madeira ou uma colher de plaacutestico colher uma porccedilatildeo

de fezes do tamanho de uma noz e colocar imediatamente no frasco contendo o liacutequido

conservante A porccedilatildeo de fezes deveraacute ficar totalmente coberta pelo liacutequido conservante Natildeo

se deve encher o frasco com fezes

- Em caso de crianccedilas menores de 2 anos e que usam fraldas colher as fezes da fralda

com uma espaacutetula logo apoacutes a evacuaccedilatildeo

- Apoacutes colocar as fezes no frasco o mesmo deve ser bem fechado

- Escrever no roacutetulo do frasco o nome completo o sexo e a idade da crianccedila e data da

colheita das fezes

- Conservar os frascos em temperatura ambiente ateacute a entrega Natildeo precisa ser

refrigerado

IMPORTANTE

- Natildeo colher as fezes contidas no vaso sanitaacuterio

- Natildeo devem ser usadas as fezes evacuadas no solo

- As fezes natildeo devem estar misturadas com urina aacutegua e terra

20

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) Este meacutetodo tem como

fundamento a sedimentaccedilatildeo espontacircnea em aacutegua de ovos e larvas de helmintos cistos e oocistos

de protozoaacuterio e a vantagem na recuperaccedilatildeo de ovos considerados pesados O uso de grande

quantidade de material fecal nesse processo favorece um diagnoacutestico satisfatoacuterio e seguro

Em um frasco contendo 10 mL de aacutegua corrente adicionou-se cerca de 4g de fezes

retiradas de vaacuterios pontos da amostra fecal Homogeneizou-se as fezes com bastatildeo de vidro e

acrescentou-se mais 60 mL de aacutegua corrente ao frasco Em alguns casos misturou-se o material

fecal fixado pela soluccedilatildeo conservante Em seguida a suspensatildeo foi filtrada atraveacutes de filtro

descartaacutevel (Parasitofiltro) para um caacutelice cocircnico de sedimentaccedilatildeo com capacidade de 200ml

Adicionou-se aacutegua corrente ateacute completar aproximadamente frac34 do volume do caacutelice A

suspensatildeo foi deixada em repouso durante duas horas Apoacutes esse periacuteodo com pipeta de

Pasteur retirou-se uma pequena porccedilatildeo do sedimento formado no fundo do caacutelice depositando-

o sobre uma lacircmina onde adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol e cobriu-se com

lamiacutenula A preparaccedilatildeo foi examinada ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

332 Meacutetodo de Faust e cols

A teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) foi utilizada com algumas modificaccedilotildees Este

meacutetodo fundamenta-se na centriacutefugo-flutuaccedilatildeo de ovos larvas cistos e oocistos separando-os

do excesso de detritos fecais mediante o uso de soluccedilatildeo de densidade elevada Tem a vantagem

de concentrar os cistos de protozoaacuterios

Inicialmente foi colocado cerca de 12 mL do filtrado do meacutetodo de Hoffman Pons e

Janer em um tubo de centriacutefuga com capacidade de 15ml Centrifuga-se por 1 a 2 minutos a

650 x g Decantou-se o sobrenadante e o sedimento foi ressuspendido em aacutegua corrente

completando o volume de 12 ml com aacutegua e novamente centrifugou-se por 1 a 2 minutos a 650

x g Repete-se a lavagem do sedimento ateacute que o sobrenadante se apresentasse relativamente

claro Apoacutes a uacuteltima lavagem decantou-se o sobrenadante ressuspendeu-se o sedimento e

adicionou-se a soluccedilatildeo de sulfato de zinco (densidade 118gml) ateacute 05cm da borda do tubo de

centriacutefuga Centrifugou-se por 1 minuto a 650 x g Com uma alccedila de arame (diacircmetro de 5 a

7mm) retirou-se a peliacutecula sobrenadante transferindo 3 a 4 alccediladas do material para uma

lacircmina de microscopia Adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol cobrindo o

preparado com lamiacutenula e observou-se ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

21

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes que se

apresentaram pastosas e diarreicas Essa coloraccedilatildeo permanente permite um minucioso estudo

da morfologia dos trofozoiacutetos corados ocasionalmente dos cistos e para a confirmaccedilatildeo das

espeacutecies

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro

e em seguida filtrou-se a suspensatildeo atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de centriacutefuga com

capacidade de 15 ml Centrifugou-se a 650 x g por 1 a 2 minutos decantou-se o liacutequido

sobrenadante e preparar o esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado Depois de seco

colocou-se o esfregaccedilo diretamente no aacutelcool etiacutelico a 70 durante 5 minutos em cubas

adequadas para a coloraccedilatildeo Apoacutes isso procedeu-se com a continuaccedilatildeo da coloraccedilatildeo do

esfregaccedilo nas seguintes etapas

1 Aacutelcool etiacutelico a 70 5 minutos

2 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

3 Corante tricrocircmico 10 minutos

4 Soluccedilatildeo de aacutelcool etiacutelico a 90 acidificado com soluccedilatildeo de 1 de aacutecido aceacutetico 3 segundos

5 Aacutelcool etiacutelico absoluto para lavar

6 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

7 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

8 Xilol 10 minutos

Deixou-se o esfregaccedilo secar e a leitura foi feita com objetiva de 100x e com o auxiacutelio da ocular

micromeacutetrica para a morfometria das estruturas parasitaacuterias

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun

Utilizou-se a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes diarreicas

Esta coloraccedilatildeo permite diagnosticar os cocciacutedios intestinais

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro e em

seguida cerca de 3 ml da suspensatildeo foram filtrados atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de

centriacutefuga com capacidade de 15 ml Adicionou-se cerca de 3 ml de eacuteter e agitou-se

vigorosamente por 30 segundos Centrifugou-se a 500 x g por 10 minutos e o liacutequido

sobrenadante foi decantado Preparou-se um esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado

Deixou-se secar a temperatura ambiente e fixou-se o esfregaccedilo com aacutelcool metiacutelico por 30

22

segundos Corou-se com o corante de Kinyoun por 5 minutos Lavou-se com aacutegua destilada A

soluccedilatildeo aacutelcool-aacutecido sulfuacuterico foi usada por 2 minutos para diferenciar Lavou-se com aacutegua

destilada Corou-se o fundo da preparaccedilatildeo com soluccedilatildeo alcooacutelica de azul de metileno a 03

por um minuto Lavou-se com aacutegua e deixou-se secar A leitura foi realizada com objetiva de

100x e com auxiacutelio da ocular micromeacutetrica para a morfometria dos oocistos

34 Anaacutelise dos resultados

A anaacutelise dos resultados dos exames parasitoloacutegicos de fezes foi realizada atraveacutes de

estudos observacionais e os dados obtidos foram analisados pelo programa estatiacutestico MedCalc

e o teste aplicado foi o Qui Quadrado para comparaccedilatildeo de meacutedias ao niacutevel de 01 de

probabilidade

35 Accedilotildees educativas

A realizaccedilatildeo das atividades educativas teve a participaccedilatildeo de alunas bolsistas e

professoras do projeto de extensatildeoPROEXUFSC Foram elaborados e utilizados recursos

pedagoacutegicos baseando-se nas diferenccedilas cognitivas presentes entre alunos das diversas seacuteries

escolares Durante as accedilotildees educativas foi possiacutevel descobrir qual era o conhecimento que os

escolares possuiacuteam sobre verminoses e quais as nomenclaturas populares conhecidas na

comunidade Por meio de perguntas e diaacutelogo e tambeacutem na anaacutelise observacional do

comportamento na escola pode se analisar as noccedilotildees de higiene das crianccedilas As perguntas

foram Jaacute ouviram falar de vermes O que satildeo O que fazer para natildeo pegar vermes

Para as crianccedilas de 5 a 9 anos foi apresentado um teatro de fantoches encenando a peccedila

infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo (Anexo B) uma adaptaccedilatildeo da obra original escrita por Cardoso em

1998 Com uma linguagem simples e divertida a accedilatildeo luacutedica abordava as parasitoses e

prevenccedilatildeo

Para os alunos de 10 a 17 anos de idade as accedilotildees educativas foram oficinas com uso de

data show e tinha como objetivo apresentar a parasitologia para alunos maiores envolvendo

conceitos mais especiacuteficos de helmintos e protozoaacuterios A palestra consistiu em uma

apresentaccedilatildeo de slides contendo imagens e baseado nelas uma linha de raciociacutenio era

desenvolvida para fluir na forma de diaacutelogo onde os alunos eram questionados sobre as

mesmas

Apoacutes o teatro de fantoches e da palestra interativa foram mostrados exemplares de

vermes adultos de A lumbricoides (cerca de 30 cm) Taenia spp (cerca de 8 m) e de E

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

17

2 OBJETIVOS

21 Objetivo Geral

O presente estudo visou determinar a prevalecircncia de parasitoses intestinais em alunos

de seis Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz e promover a

ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre sauacutede e parasitoses

22 Objetivos Especiacuteficos

- Verificar a ocorrecircncia de parasitas intestinais em crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0

a 17 anos do municiacutepio de Santo Amaro da ImperatrizSC

- Relacionar os resultados do levantamento parasitoloacutegico com as condiccedilotildees de saneamento

local

- Analisar as noccedilotildees de higiene e quais as nomenclaturas populares sobre as parasitoses

intestinais conhecidas na comunidade

- Proporcionar educaccedilatildeo em sauacutede e medidas preventivas no combate as doenccedilas parasitaacuterias

humanas promovendo um processo de aprendizado

- Incentivar a mudanccedila de haacutebitos de higiene pessoal e coletiva para a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

18

3 METODOLOGIA

31 Locais e sujeitos do estudo

O presente estudo teve iniacutecio em agosto de 2014 e finalizou-se em setembro de 2015

Esse estudo envolveu 357 crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0 a 17 anos de idade

matriculados nas seguintes Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da

ImperatrizSC Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff Escola Municipal Braccedilo Satildeo

Joatildeo Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio e Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

O trabalho foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105) (Anexo A)

As accedilotildees educativas foram realizadas em 2014 com escolares na faixa etaacuteria de 6 a 17

anos de idade e teve a participaccedilatildeo dos professores das referidas escolas

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos

Foi realizado uma reuniatildeo com professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos e os

seguintes temas foram abordados os objetivos e metodologia da pesquisa a importacircncia e

benefiacutecios de se fazer o exame de fezes as orientaccedilotildees sobre a coleta das fezes apresentaccedilatildeo

do ldquoTermo de Consentimento Livre e Esclarecidordquo (Anexo B) e ldquoTermo de Assentimentordquo

(Anexo C) Os pais ou responsaacuteveis foram informados sobre o encaminhamento dos resultados

(positivos ou negativos) dos exames parasitoloacutegicos e aconselhados a levar as crianccedilas ao

Centro de Sauacutede do Municiacutepio no contato preacutevio com a Secretaacuteria de Sauacutede para atendimento

com o meacutedico e adequado tratamento da parasitose O projeto teve o apoio dos professores das

escolas para a divulgaccedilatildeo do trabalho aos pais ou responsaacuteveis pelos alunos

321 Colheita das amostras fecais

Para a coleta das fezes foram entregues para os pais ou responsaacuteveis nas escolas as

orientaccedilotildees impressas para a coleta de fezes (abaixo descrito) e os frascos coletores contendo

soluccedilatildeo conservante SAF (acetato de soacutedio aacutecido aceacutetico e formol) Os frascos estavam

devidamente etiquetados com o nome sexo e idade da crianccedila Apoacutes a coleta que foi realizado

em casa o frasco contendo as fezes foi entregue na escola juntamente com o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento assinados pelos pais eou

responsaacuteveis Um prazo para a entrega e recolhimento das amostras era combinado com a

direccedilatildeo da escola

19

Foi coletada uma amostra fecal de cada crianccedila participante do estudo As amostras

preservadas em soluccedilatildeo conservadora SAF foram encaminhadas ao Laboratoacuterio Didaacutetico de

Parasitologia Clinica do Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas do Centro de Ciecircncias da

SauacutedeUFSC e para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do Hospital Universitaacuterio Polydoro

Ernani de Satildeo Thiago (HUUFSC) onde foram processadas e analisadas

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais

- Natildeo jogar o liacutequido conservante fora natildeo beber e natildeo deixar ao alcance de crianccedilas

pois o liacutequido conservante eacute toacutexico

- A crianccedila natildeo deve estar utilizando remeacutedio para vermes no periacuteodo que vai colher as

fezes Se estiver tomando remeacutedio tem que esperar de 7 a 10 dias para depois colher as fezes

para fazer o exame

- Antes da evacuaccedilatildeo a crianccedila deve urinar ou no vaso sanitaacuterio ou na privada Isso eacute

para natildeo contaminar as fezes com urina e aacutegua

- Apoacutes a crianccedila deve evacuar diretamente em penico limpo e seco ou sobre uma folha

de papel ou jornal limpo Quando as fezes forem diarreicas ou moles as mesmas devem ser

evacuadas em penico ou em um recipiente bem limpo e seco

- Com o auxiacutelio de espaacutetula de madeira ou uma colher de plaacutestico colher uma porccedilatildeo

de fezes do tamanho de uma noz e colocar imediatamente no frasco contendo o liacutequido

conservante A porccedilatildeo de fezes deveraacute ficar totalmente coberta pelo liacutequido conservante Natildeo

se deve encher o frasco com fezes

- Em caso de crianccedilas menores de 2 anos e que usam fraldas colher as fezes da fralda

com uma espaacutetula logo apoacutes a evacuaccedilatildeo

- Apoacutes colocar as fezes no frasco o mesmo deve ser bem fechado

- Escrever no roacutetulo do frasco o nome completo o sexo e a idade da crianccedila e data da

colheita das fezes

- Conservar os frascos em temperatura ambiente ateacute a entrega Natildeo precisa ser

refrigerado

IMPORTANTE

- Natildeo colher as fezes contidas no vaso sanitaacuterio

- Natildeo devem ser usadas as fezes evacuadas no solo

- As fezes natildeo devem estar misturadas com urina aacutegua e terra

20

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) Este meacutetodo tem como

fundamento a sedimentaccedilatildeo espontacircnea em aacutegua de ovos e larvas de helmintos cistos e oocistos

de protozoaacuterio e a vantagem na recuperaccedilatildeo de ovos considerados pesados O uso de grande

quantidade de material fecal nesse processo favorece um diagnoacutestico satisfatoacuterio e seguro

Em um frasco contendo 10 mL de aacutegua corrente adicionou-se cerca de 4g de fezes

retiradas de vaacuterios pontos da amostra fecal Homogeneizou-se as fezes com bastatildeo de vidro e

acrescentou-se mais 60 mL de aacutegua corrente ao frasco Em alguns casos misturou-se o material

fecal fixado pela soluccedilatildeo conservante Em seguida a suspensatildeo foi filtrada atraveacutes de filtro

descartaacutevel (Parasitofiltro) para um caacutelice cocircnico de sedimentaccedilatildeo com capacidade de 200ml

Adicionou-se aacutegua corrente ateacute completar aproximadamente frac34 do volume do caacutelice A

suspensatildeo foi deixada em repouso durante duas horas Apoacutes esse periacuteodo com pipeta de

Pasteur retirou-se uma pequena porccedilatildeo do sedimento formado no fundo do caacutelice depositando-

o sobre uma lacircmina onde adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol e cobriu-se com

lamiacutenula A preparaccedilatildeo foi examinada ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

332 Meacutetodo de Faust e cols

A teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) foi utilizada com algumas modificaccedilotildees Este

meacutetodo fundamenta-se na centriacutefugo-flutuaccedilatildeo de ovos larvas cistos e oocistos separando-os

do excesso de detritos fecais mediante o uso de soluccedilatildeo de densidade elevada Tem a vantagem

de concentrar os cistos de protozoaacuterios

Inicialmente foi colocado cerca de 12 mL do filtrado do meacutetodo de Hoffman Pons e

Janer em um tubo de centriacutefuga com capacidade de 15ml Centrifuga-se por 1 a 2 minutos a

650 x g Decantou-se o sobrenadante e o sedimento foi ressuspendido em aacutegua corrente

completando o volume de 12 ml com aacutegua e novamente centrifugou-se por 1 a 2 minutos a 650

x g Repete-se a lavagem do sedimento ateacute que o sobrenadante se apresentasse relativamente

claro Apoacutes a uacuteltima lavagem decantou-se o sobrenadante ressuspendeu-se o sedimento e

adicionou-se a soluccedilatildeo de sulfato de zinco (densidade 118gml) ateacute 05cm da borda do tubo de

centriacutefuga Centrifugou-se por 1 minuto a 650 x g Com uma alccedila de arame (diacircmetro de 5 a

7mm) retirou-se a peliacutecula sobrenadante transferindo 3 a 4 alccediladas do material para uma

lacircmina de microscopia Adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol cobrindo o

preparado com lamiacutenula e observou-se ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

21

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes que se

apresentaram pastosas e diarreicas Essa coloraccedilatildeo permanente permite um minucioso estudo

da morfologia dos trofozoiacutetos corados ocasionalmente dos cistos e para a confirmaccedilatildeo das

espeacutecies

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro

e em seguida filtrou-se a suspensatildeo atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de centriacutefuga com

capacidade de 15 ml Centrifugou-se a 650 x g por 1 a 2 minutos decantou-se o liacutequido

sobrenadante e preparar o esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado Depois de seco

colocou-se o esfregaccedilo diretamente no aacutelcool etiacutelico a 70 durante 5 minutos em cubas

adequadas para a coloraccedilatildeo Apoacutes isso procedeu-se com a continuaccedilatildeo da coloraccedilatildeo do

esfregaccedilo nas seguintes etapas

1 Aacutelcool etiacutelico a 70 5 minutos

2 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

3 Corante tricrocircmico 10 minutos

4 Soluccedilatildeo de aacutelcool etiacutelico a 90 acidificado com soluccedilatildeo de 1 de aacutecido aceacutetico 3 segundos

5 Aacutelcool etiacutelico absoluto para lavar

6 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

7 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

8 Xilol 10 minutos

Deixou-se o esfregaccedilo secar e a leitura foi feita com objetiva de 100x e com o auxiacutelio da ocular

micromeacutetrica para a morfometria das estruturas parasitaacuterias

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun

Utilizou-se a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes diarreicas

Esta coloraccedilatildeo permite diagnosticar os cocciacutedios intestinais

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro e em

seguida cerca de 3 ml da suspensatildeo foram filtrados atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de

centriacutefuga com capacidade de 15 ml Adicionou-se cerca de 3 ml de eacuteter e agitou-se

vigorosamente por 30 segundos Centrifugou-se a 500 x g por 10 minutos e o liacutequido

sobrenadante foi decantado Preparou-se um esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado

Deixou-se secar a temperatura ambiente e fixou-se o esfregaccedilo com aacutelcool metiacutelico por 30

22

segundos Corou-se com o corante de Kinyoun por 5 minutos Lavou-se com aacutegua destilada A

soluccedilatildeo aacutelcool-aacutecido sulfuacuterico foi usada por 2 minutos para diferenciar Lavou-se com aacutegua

destilada Corou-se o fundo da preparaccedilatildeo com soluccedilatildeo alcooacutelica de azul de metileno a 03

por um minuto Lavou-se com aacutegua e deixou-se secar A leitura foi realizada com objetiva de

100x e com auxiacutelio da ocular micromeacutetrica para a morfometria dos oocistos

34 Anaacutelise dos resultados

A anaacutelise dos resultados dos exames parasitoloacutegicos de fezes foi realizada atraveacutes de

estudos observacionais e os dados obtidos foram analisados pelo programa estatiacutestico MedCalc

e o teste aplicado foi o Qui Quadrado para comparaccedilatildeo de meacutedias ao niacutevel de 01 de

probabilidade

35 Accedilotildees educativas

A realizaccedilatildeo das atividades educativas teve a participaccedilatildeo de alunas bolsistas e

professoras do projeto de extensatildeoPROEXUFSC Foram elaborados e utilizados recursos

pedagoacutegicos baseando-se nas diferenccedilas cognitivas presentes entre alunos das diversas seacuteries

escolares Durante as accedilotildees educativas foi possiacutevel descobrir qual era o conhecimento que os

escolares possuiacuteam sobre verminoses e quais as nomenclaturas populares conhecidas na

comunidade Por meio de perguntas e diaacutelogo e tambeacutem na anaacutelise observacional do

comportamento na escola pode se analisar as noccedilotildees de higiene das crianccedilas As perguntas

foram Jaacute ouviram falar de vermes O que satildeo O que fazer para natildeo pegar vermes

Para as crianccedilas de 5 a 9 anos foi apresentado um teatro de fantoches encenando a peccedila

infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo (Anexo B) uma adaptaccedilatildeo da obra original escrita por Cardoso em

1998 Com uma linguagem simples e divertida a accedilatildeo luacutedica abordava as parasitoses e

prevenccedilatildeo

Para os alunos de 10 a 17 anos de idade as accedilotildees educativas foram oficinas com uso de

data show e tinha como objetivo apresentar a parasitologia para alunos maiores envolvendo

conceitos mais especiacuteficos de helmintos e protozoaacuterios A palestra consistiu em uma

apresentaccedilatildeo de slides contendo imagens e baseado nelas uma linha de raciociacutenio era

desenvolvida para fluir na forma de diaacutelogo onde os alunos eram questionados sobre as

mesmas

Apoacutes o teatro de fantoches e da palestra interativa foram mostrados exemplares de

vermes adultos de A lumbricoides (cerca de 30 cm) Taenia spp (cerca de 8 m) e de E

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

18

3 METODOLOGIA

31 Locais e sujeitos do estudo

O presente estudo teve iniacutecio em agosto de 2014 e finalizou-se em setembro de 2015

Esse estudo envolveu 357 crianccedilas e adolescentes na faixa etaacuteria de 0 a 17 anos de idade

matriculados nas seguintes Instituiccedilotildees Educacionais do Municiacutepio de Santo Amaro da

ImperatrizSC Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff Escola Municipal Braccedilo Satildeo

Joatildeo Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio e Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

O trabalho foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105) (Anexo A)

As accedilotildees educativas foram realizadas em 2014 com escolares na faixa etaacuteria de 6 a 17

anos de idade e teve a participaccedilatildeo dos professores das referidas escolas

32 Reuniatildeo com os professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos

Foi realizado uma reuniatildeo com professores pais eou responsaacuteveis pelos alunos e os

seguintes temas foram abordados os objetivos e metodologia da pesquisa a importacircncia e

benefiacutecios de se fazer o exame de fezes as orientaccedilotildees sobre a coleta das fezes apresentaccedilatildeo

do ldquoTermo de Consentimento Livre e Esclarecidordquo (Anexo B) e ldquoTermo de Assentimentordquo

(Anexo C) Os pais ou responsaacuteveis foram informados sobre o encaminhamento dos resultados

(positivos ou negativos) dos exames parasitoloacutegicos e aconselhados a levar as crianccedilas ao

Centro de Sauacutede do Municiacutepio no contato preacutevio com a Secretaacuteria de Sauacutede para atendimento

com o meacutedico e adequado tratamento da parasitose O projeto teve o apoio dos professores das

escolas para a divulgaccedilatildeo do trabalho aos pais ou responsaacuteveis pelos alunos

321 Colheita das amostras fecais

Para a coleta das fezes foram entregues para os pais ou responsaacuteveis nas escolas as

orientaccedilotildees impressas para a coleta de fezes (abaixo descrito) e os frascos coletores contendo

soluccedilatildeo conservante SAF (acetato de soacutedio aacutecido aceacutetico e formol) Os frascos estavam

devidamente etiquetados com o nome sexo e idade da crianccedila Apoacutes a coleta que foi realizado

em casa o frasco contendo as fezes foi entregue na escola juntamente com o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento assinados pelos pais eou

responsaacuteveis Um prazo para a entrega e recolhimento das amostras era combinado com a

direccedilatildeo da escola

19

Foi coletada uma amostra fecal de cada crianccedila participante do estudo As amostras

preservadas em soluccedilatildeo conservadora SAF foram encaminhadas ao Laboratoacuterio Didaacutetico de

Parasitologia Clinica do Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas do Centro de Ciecircncias da

SauacutedeUFSC e para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do Hospital Universitaacuterio Polydoro

Ernani de Satildeo Thiago (HUUFSC) onde foram processadas e analisadas

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais

- Natildeo jogar o liacutequido conservante fora natildeo beber e natildeo deixar ao alcance de crianccedilas

pois o liacutequido conservante eacute toacutexico

- A crianccedila natildeo deve estar utilizando remeacutedio para vermes no periacuteodo que vai colher as

fezes Se estiver tomando remeacutedio tem que esperar de 7 a 10 dias para depois colher as fezes

para fazer o exame

- Antes da evacuaccedilatildeo a crianccedila deve urinar ou no vaso sanitaacuterio ou na privada Isso eacute

para natildeo contaminar as fezes com urina e aacutegua

- Apoacutes a crianccedila deve evacuar diretamente em penico limpo e seco ou sobre uma folha

de papel ou jornal limpo Quando as fezes forem diarreicas ou moles as mesmas devem ser

evacuadas em penico ou em um recipiente bem limpo e seco

- Com o auxiacutelio de espaacutetula de madeira ou uma colher de plaacutestico colher uma porccedilatildeo

de fezes do tamanho de uma noz e colocar imediatamente no frasco contendo o liacutequido

conservante A porccedilatildeo de fezes deveraacute ficar totalmente coberta pelo liacutequido conservante Natildeo

se deve encher o frasco com fezes

- Em caso de crianccedilas menores de 2 anos e que usam fraldas colher as fezes da fralda

com uma espaacutetula logo apoacutes a evacuaccedilatildeo

- Apoacutes colocar as fezes no frasco o mesmo deve ser bem fechado

- Escrever no roacutetulo do frasco o nome completo o sexo e a idade da crianccedila e data da

colheita das fezes

- Conservar os frascos em temperatura ambiente ateacute a entrega Natildeo precisa ser

refrigerado

IMPORTANTE

- Natildeo colher as fezes contidas no vaso sanitaacuterio

- Natildeo devem ser usadas as fezes evacuadas no solo

- As fezes natildeo devem estar misturadas com urina aacutegua e terra

20

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) Este meacutetodo tem como

fundamento a sedimentaccedilatildeo espontacircnea em aacutegua de ovos e larvas de helmintos cistos e oocistos

de protozoaacuterio e a vantagem na recuperaccedilatildeo de ovos considerados pesados O uso de grande

quantidade de material fecal nesse processo favorece um diagnoacutestico satisfatoacuterio e seguro

Em um frasco contendo 10 mL de aacutegua corrente adicionou-se cerca de 4g de fezes

retiradas de vaacuterios pontos da amostra fecal Homogeneizou-se as fezes com bastatildeo de vidro e

acrescentou-se mais 60 mL de aacutegua corrente ao frasco Em alguns casos misturou-se o material

fecal fixado pela soluccedilatildeo conservante Em seguida a suspensatildeo foi filtrada atraveacutes de filtro

descartaacutevel (Parasitofiltro) para um caacutelice cocircnico de sedimentaccedilatildeo com capacidade de 200ml

Adicionou-se aacutegua corrente ateacute completar aproximadamente frac34 do volume do caacutelice A

suspensatildeo foi deixada em repouso durante duas horas Apoacutes esse periacuteodo com pipeta de

Pasteur retirou-se uma pequena porccedilatildeo do sedimento formado no fundo do caacutelice depositando-

o sobre uma lacircmina onde adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol e cobriu-se com

lamiacutenula A preparaccedilatildeo foi examinada ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

332 Meacutetodo de Faust e cols

A teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) foi utilizada com algumas modificaccedilotildees Este

meacutetodo fundamenta-se na centriacutefugo-flutuaccedilatildeo de ovos larvas cistos e oocistos separando-os

do excesso de detritos fecais mediante o uso de soluccedilatildeo de densidade elevada Tem a vantagem

de concentrar os cistos de protozoaacuterios

Inicialmente foi colocado cerca de 12 mL do filtrado do meacutetodo de Hoffman Pons e

Janer em um tubo de centriacutefuga com capacidade de 15ml Centrifuga-se por 1 a 2 minutos a

650 x g Decantou-se o sobrenadante e o sedimento foi ressuspendido em aacutegua corrente

completando o volume de 12 ml com aacutegua e novamente centrifugou-se por 1 a 2 minutos a 650

x g Repete-se a lavagem do sedimento ateacute que o sobrenadante se apresentasse relativamente

claro Apoacutes a uacuteltima lavagem decantou-se o sobrenadante ressuspendeu-se o sedimento e

adicionou-se a soluccedilatildeo de sulfato de zinco (densidade 118gml) ateacute 05cm da borda do tubo de

centriacutefuga Centrifugou-se por 1 minuto a 650 x g Com uma alccedila de arame (diacircmetro de 5 a

7mm) retirou-se a peliacutecula sobrenadante transferindo 3 a 4 alccediladas do material para uma

lacircmina de microscopia Adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol cobrindo o

preparado com lamiacutenula e observou-se ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

21

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes que se

apresentaram pastosas e diarreicas Essa coloraccedilatildeo permanente permite um minucioso estudo

da morfologia dos trofozoiacutetos corados ocasionalmente dos cistos e para a confirmaccedilatildeo das

espeacutecies

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro

e em seguida filtrou-se a suspensatildeo atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de centriacutefuga com

capacidade de 15 ml Centrifugou-se a 650 x g por 1 a 2 minutos decantou-se o liacutequido

sobrenadante e preparar o esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado Depois de seco

colocou-se o esfregaccedilo diretamente no aacutelcool etiacutelico a 70 durante 5 minutos em cubas

adequadas para a coloraccedilatildeo Apoacutes isso procedeu-se com a continuaccedilatildeo da coloraccedilatildeo do

esfregaccedilo nas seguintes etapas

1 Aacutelcool etiacutelico a 70 5 minutos

2 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

3 Corante tricrocircmico 10 minutos

4 Soluccedilatildeo de aacutelcool etiacutelico a 90 acidificado com soluccedilatildeo de 1 de aacutecido aceacutetico 3 segundos

5 Aacutelcool etiacutelico absoluto para lavar

6 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

7 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

8 Xilol 10 minutos

Deixou-se o esfregaccedilo secar e a leitura foi feita com objetiva de 100x e com o auxiacutelio da ocular

micromeacutetrica para a morfometria das estruturas parasitaacuterias

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun

Utilizou-se a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes diarreicas

Esta coloraccedilatildeo permite diagnosticar os cocciacutedios intestinais

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro e em

seguida cerca de 3 ml da suspensatildeo foram filtrados atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de

centriacutefuga com capacidade de 15 ml Adicionou-se cerca de 3 ml de eacuteter e agitou-se

vigorosamente por 30 segundos Centrifugou-se a 500 x g por 10 minutos e o liacutequido

sobrenadante foi decantado Preparou-se um esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado

Deixou-se secar a temperatura ambiente e fixou-se o esfregaccedilo com aacutelcool metiacutelico por 30

22

segundos Corou-se com o corante de Kinyoun por 5 minutos Lavou-se com aacutegua destilada A

soluccedilatildeo aacutelcool-aacutecido sulfuacuterico foi usada por 2 minutos para diferenciar Lavou-se com aacutegua

destilada Corou-se o fundo da preparaccedilatildeo com soluccedilatildeo alcooacutelica de azul de metileno a 03

por um minuto Lavou-se com aacutegua e deixou-se secar A leitura foi realizada com objetiva de

100x e com auxiacutelio da ocular micromeacutetrica para a morfometria dos oocistos

34 Anaacutelise dos resultados

A anaacutelise dos resultados dos exames parasitoloacutegicos de fezes foi realizada atraveacutes de

estudos observacionais e os dados obtidos foram analisados pelo programa estatiacutestico MedCalc

e o teste aplicado foi o Qui Quadrado para comparaccedilatildeo de meacutedias ao niacutevel de 01 de

probabilidade

35 Accedilotildees educativas

A realizaccedilatildeo das atividades educativas teve a participaccedilatildeo de alunas bolsistas e

professoras do projeto de extensatildeoPROEXUFSC Foram elaborados e utilizados recursos

pedagoacutegicos baseando-se nas diferenccedilas cognitivas presentes entre alunos das diversas seacuteries

escolares Durante as accedilotildees educativas foi possiacutevel descobrir qual era o conhecimento que os

escolares possuiacuteam sobre verminoses e quais as nomenclaturas populares conhecidas na

comunidade Por meio de perguntas e diaacutelogo e tambeacutem na anaacutelise observacional do

comportamento na escola pode se analisar as noccedilotildees de higiene das crianccedilas As perguntas

foram Jaacute ouviram falar de vermes O que satildeo O que fazer para natildeo pegar vermes

Para as crianccedilas de 5 a 9 anos foi apresentado um teatro de fantoches encenando a peccedila

infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo (Anexo B) uma adaptaccedilatildeo da obra original escrita por Cardoso em

1998 Com uma linguagem simples e divertida a accedilatildeo luacutedica abordava as parasitoses e

prevenccedilatildeo

Para os alunos de 10 a 17 anos de idade as accedilotildees educativas foram oficinas com uso de

data show e tinha como objetivo apresentar a parasitologia para alunos maiores envolvendo

conceitos mais especiacuteficos de helmintos e protozoaacuterios A palestra consistiu em uma

apresentaccedilatildeo de slides contendo imagens e baseado nelas uma linha de raciociacutenio era

desenvolvida para fluir na forma de diaacutelogo onde os alunos eram questionados sobre as

mesmas

Apoacutes o teatro de fantoches e da palestra interativa foram mostrados exemplares de

vermes adultos de A lumbricoides (cerca de 30 cm) Taenia spp (cerca de 8 m) e de E

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

19

Foi coletada uma amostra fecal de cada crianccedila participante do estudo As amostras

preservadas em soluccedilatildeo conservadora SAF foram encaminhadas ao Laboratoacuterio Didaacutetico de

Parasitologia Clinica do Departamento de Anaacutelises Cliacutenicas do Centro de Ciecircncias da

SauacutedeUFSC e para o Laboratoacuterio de Anaacutelises Clinicas do Hospital Universitaacuterio Polydoro

Ernani de Satildeo Thiago (HUUFSC) onde foram processadas e analisadas

322 Orientaccedilotildees da colheita das amostras fecais

- Natildeo jogar o liacutequido conservante fora natildeo beber e natildeo deixar ao alcance de crianccedilas

pois o liacutequido conservante eacute toacutexico

- A crianccedila natildeo deve estar utilizando remeacutedio para vermes no periacuteodo que vai colher as

fezes Se estiver tomando remeacutedio tem que esperar de 7 a 10 dias para depois colher as fezes

para fazer o exame

- Antes da evacuaccedilatildeo a crianccedila deve urinar ou no vaso sanitaacuterio ou na privada Isso eacute

para natildeo contaminar as fezes com urina e aacutegua

- Apoacutes a crianccedila deve evacuar diretamente em penico limpo e seco ou sobre uma folha

de papel ou jornal limpo Quando as fezes forem diarreicas ou moles as mesmas devem ser

evacuadas em penico ou em um recipiente bem limpo e seco

- Com o auxiacutelio de espaacutetula de madeira ou uma colher de plaacutestico colher uma porccedilatildeo

de fezes do tamanho de uma noz e colocar imediatamente no frasco contendo o liacutequido

conservante A porccedilatildeo de fezes deveraacute ficar totalmente coberta pelo liacutequido conservante Natildeo

se deve encher o frasco com fezes

- Em caso de crianccedilas menores de 2 anos e que usam fraldas colher as fezes da fralda

com uma espaacutetula logo apoacutes a evacuaccedilatildeo

- Apoacutes colocar as fezes no frasco o mesmo deve ser bem fechado

- Escrever no roacutetulo do frasco o nome completo o sexo e a idade da crianccedila e data da

colheita das fezes

- Conservar os frascos em temperatura ambiente ateacute a entrega Natildeo precisa ser

refrigerado

IMPORTANTE

- Natildeo colher as fezes contidas no vaso sanitaacuterio

- Natildeo devem ser usadas as fezes evacuadas no solo

- As fezes natildeo devem estar misturadas com urina aacutegua e terra

20

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) Este meacutetodo tem como

fundamento a sedimentaccedilatildeo espontacircnea em aacutegua de ovos e larvas de helmintos cistos e oocistos

de protozoaacuterio e a vantagem na recuperaccedilatildeo de ovos considerados pesados O uso de grande

quantidade de material fecal nesse processo favorece um diagnoacutestico satisfatoacuterio e seguro

Em um frasco contendo 10 mL de aacutegua corrente adicionou-se cerca de 4g de fezes

retiradas de vaacuterios pontos da amostra fecal Homogeneizou-se as fezes com bastatildeo de vidro e

acrescentou-se mais 60 mL de aacutegua corrente ao frasco Em alguns casos misturou-se o material

fecal fixado pela soluccedilatildeo conservante Em seguida a suspensatildeo foi filtrada atraveacutes de filtro

descartaacutevel (Parasitofiltro) para um caacutelice cocircnico de sedimentaccedilatildeo com capacidade de 200ml

Adicionou-se aacutegua corrente ateacute completar aproximadamente frac34 do volume do caacutelice A

suspensatildeo foi deixada em repouso durante duas horas Apoacutes esse periacuteodo com pipeta de

Pasteur retirou-se uma pequena porccedilatildeo do sedimento formado no fundo do caacutelice depositando-

o sobre uma lacircmina onde adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol e cobriu-se com

lamiacutenula A preparaccedilatildeo foi examinada ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

332 Meacutetodo de Faust e cols

A teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) foi utilizada com algumas modificaccedilotildees Este

meacutetodo fundamenta-se na centriacutefugo-flutuaccedilatildeo de ovos larvas cistos e oocistos separando-os

do excesso de detritos fecais mediante o uso de soluccedilatildeo de densidade elevada Tem a vantagem

de concentrar os cistos de protozoaacuterios

Inicialmente foi colocado cerca de 12 mL do filtrado do meacutetodo de Hoffman Pons e

Janer em um tubo de centriacutefuga com capacidade de 15ml Centrifuga-se por 1 a 2 minutos a

650 x g Decantou-se o sobrenadante e o sedimento foi ressuspendido em aacutegua corrente

completando o volume de 12 ml com aacutegua e novamente centrifugou-se por 1 a 2 minutos a 650

x g Repete-se a lavagem do sedimento ateacute que o sobrenadante se apresentasse relativamente

claro Apoacutes a uacuteltima lavagem decantou-se o sobrenadante ressuspendeu-se o sedimento e

adicionou-se a soluccedilatildeo de sulfato de zinco (densidade 118gml) ateacute 05cm da borda do tubo de

centriacutefuga Centrifugou-se por 1 minuto a 650 x g Com uma alccedila de arame (diacircmetro de 5 a

7mm) retirou-se a peliacutecula sobrenadante transferindo 3 a 4 alccediladas do material para uma

lacircmina de microscopia Adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol cobrindo o

preparado com lamiacutenula e observou-se ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

21

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes que se

apresentaram pastosas e diarreicas Essa coloraccedilatildeo permanente permite um minucioso estudo

da morfologia dos trofozoiacutetos corados ocasionalmente dos cistos e para a confirmaccedilatildeo das

espeacutecies

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro

e em seguida filtrou-se a suspensatildeo atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de centriacutefuga com

capacidade de 15 ml Centrifugou-se a 650 x g por 1 a 2 minutos decantou-se o liacutequido

sobrenadante e preparar o esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado Depois de seco

colocou-se o esfregaccedilo diretamente no aacutelcool etiacutelico a 70 durante 5 minutos em cubas

adequadas para a coloraccedilatildeo Apoacutes isso procedeu-se com a continuaccedilatildeo da coloraccedilatildeo do

esfregaccedilo nas seguintes etapas

1 Aacutelcool etiacutelico a 70 5 minutos

2 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

3 Corante tricrocircmico 10 minutos

4 Soluccedilatildeo de aacutelcool etiacutelico a 90 acidificado com soluccedilatildeo de 1 de aacutecido aceacutetico 3 segundos

5 Aacutelcool etiacutelico absoluto para lavar

6 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

7 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

8 Xilol 10 minutos

Deixou-se o esfregaccedilo secar e a leitura foi feita com objetiva de 100x e com o auxiacutelio da ocular

micromeacutetrica para a morfometria das estruturas parasitaacuterias

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun

Utilizou-se a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes diarreicas

Esta coloraccedilatildeo permite diagnosticar os cocciacutedios intestinais

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro e em

seguida cerca de 3 ml da suspensatildeo foram filtrados atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de

centriacutefuga com capacidade de 15 ml Adicionou-se cerca de 3 ml de eacuteter e agitou-se

vigorosamente por 30 segundos Centrifugou-se a 500 x g por 10 minutos e o liacutequido

sobrenadante foi decantado Preparou-se um esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado

Deixou-se secar a temperatura ambiente e fixou-se o esfregaccedilo com aacutelcool metiacutelico por 30

22

segundos Corou-se com o corante de Kinyoun por 5 minutos Lavou-se com aacutegua destilada A

soluccedilatildeo aacutelcool-aacutecido sulfuacuterico foi usada por 2 minutos para diferenciar Lavou-se com aacutegua

destilada Corou-se o fundo da preparaccedilatildeo com soluccedilatildeo alcooacutelica de azul de metileno a 03

por um minuto Lavou-se com aacutegua e deixou-se secar A leitura foi realizada com objetiva de

100x e com auxiacutelio da ocular micromeacutetrica para a morfometria dos oocistos

34 Anaacutelise dos resultados

A anaacutelise dos resultados dos exames parasitoloacutegicos de fezes foi realizada atraveacutes de

estudos observacionais e os dados obtidos foram analisados pelo programa estatiacutestico MedCalc

e o teste aplicado foi o Qui Quadrado para comparaccedilatildeo de meacutedias ao niacutevel de 01 de

probabilidade

35 Accedilotildees educativas

A realizaccedilatildeo das atividades educativas teve a participaccedilatildeo de alunas bolsistas e

professoras do projeto de extensatildeoPROEXUFSC Foram elaborados e utilizados recursos

pedagoacutegicos baseando-se nas diferenccedilas cognitivas presentes entre alunos das diversas seacuteries

escolares Durante as accedilotildees educativas foi possiacutevel descobrir qual era o conhecimento que os

escolares possuiacuteam sobre verminoses e quais as nomenclaturas populares conhecidas na

comunidade Por meio de perguntas e diaacutelogo e tambeacutem na anaacutelise observacional do

comportamento na escola pode se analisar as noccedilotildees de higiene das crianccedilas As perguntas

foram Jaacute ouviram falar de vermes O que satildeo O que fazer para natildeo pegar vermes

Para as crianccedilas de 5 a 9 anos foi apresentado um teatro de fantoches encenando a peccedila

infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo (Anexo B) uma adaptaccedilatildeo da obra original escrita por Cardoso em

1998 Com uma linguagem simples e divertida a accedilatildeo luacutedica abordava as parasitoses e

prevenccedilatildeo

Para os alunos de 10 a 17 anos de idade as accedilotildees educativas foram oficinas com uso de

data show e tinha como objetivo apresentar a parasitologia para alunos maiores envolvendo

conceitos mais especiacuteficos de helmintos e protozoaacuterios A palestra consistiu em uma

apresentaccedilatildeo de slides contendo imagens e baseado nelas uma linha de raciociacutenio era

desenvolvida para fluir na forma de diaacutelogo onde os alunos eram questionados sobre as

mesmas

Apoacutes o teatro de fantoches e da palestra interativa foram mostrados exemplares de

vermes adultos de A lumbricoides (cerca de 30 cm) Taenia spp (cerca de 8 m) e de E

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

20

33 Meacutetodos para o exame parasitoloacutegico das fezes

331 Meacutetodos de sedimentaccedilatildeo espontacircnea de Hoffman Pons e Janer

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) Este meacutetodo tem como

fundamento a sedimentaccedilatildeo espontacircnea em aacutegua de ovos e larvas de helmintos cistos e oocistos

de protozoaacuterio e a vantagem na recuperaccedilatildeo de ovos considerados pesados O uso de grande

quantidade de material fecal nesse processo favorece um diagnoacutestico satisfatoacuterio e seguro

Em um frasco contendo 10 mL de aacutegua corrente adicionou-se cerca de 4g de fezes

retiradas de vaacuterios pontos da amostra fecal Homogeneizou-se as fezes com bastatildeo de vidro e

acrescentou-se mais 60 mL de aacutegua corrente ao frasco Em alguns casos misturou-se o material

fecal fixado pela soluccedilatildeo conservante Em seguida a suspensatildeo foi filtrada atraveacutes de filtro

descartaacutevel (Parasitofiltro) para um caacutelice cocircnico de sedimentaccedilatildeo com capacidade de 200ml

Adicionou-se aacutegua corrente ateacute completar aproximadamente frac34 do volume do caacutelice A

suspensatildeo foi deixada em repouso durante duas horas Apoacutes esse periacuteodo com pipeta de

Pasteur retirou-se uma pequena porccedilatildeo do sedimento formado no fundo do caacutelice depositando-

o sobre uma lacircmina onde adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol e cobriu-se com

lamiacutenula A preparaccedilatildeo foi examinada ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

332 Meacutetodo de Faust e cols

A teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) foi utilizada com algumas modificaccedilotildees Este

meacutetodo fundamenta-se na centriacutefugo-flutuaccedilatildeo de ovos larvas cistos e oocistos separando-os

do excesso de detritos fecais mediante o uso de soluccedilatildeo de densidade elevada Tem a vantagem

de concentrar os cistos de protozoaacuterios

Inicialmente foi colocado cerca de 12 mL do filtrado do meacutetodo de Hoffman Pons e

Janer em um tubo de centriacutefuga com capacidade de 15ml Centrifuga-se por 1 a 2 minutos a

650 x g Decantou-se o sobrenadante e o sedimento foi ressuspendido em aacutegua corrente

completando o volume de 12 ml com aacutegua e novamente centrifugou-se por 1 a 2 minutos a 650

x g Repete-se a lavagem do sedimento ateacute que o sobrenadante se apresentasse relativamente

claro Apoacutes a uacuteltima lavagem decantou-se o sobrenadante ressuspendeu-se o sedimento e

adicionou-se a soluccedilatildeo de sulfato de zinco (densidade 118gml) ateacute 05cm da borda do tubo de

centriacutefuga Centrifugou-se por 1 minuto a 650 x g Com uma alccedila de arame (diacircmetro de 5 a

7mm) retirou-se a peliacutecula sobrenadante transferindo 3 a 4 alccediladas do material para uma

lacircmina de microscopia Adicionou-se uma gota da soluccedilatildeo corante de Lugol cobrindo o

preparado com lamiacutenula e observou-se ao microscoacutepio com objetivas de 10 x e 40 x

21

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes que se

apresentaram pastosas e diarreicas Essa coloraccedilatildeo permanente permite um minucioso estudo

da morfologia dos trofozoiacutetos corados ocasionalmente dos cistos e para a confirmaccedilatildeo das

espeacutecies

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro

e em seguida filtrou-se a suspensatildeo atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de centriacutefuga com

capacidade de 15 ml Centrifugou-se a 650 x g por 1 a 2 minutos decantou-se o liacutequido

sobrenadante e preparar o esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado Depois de seco

colocou-se o esfregaccedilo diretamente no aacutelcool etiacutelico a 70 durante 5 minutos em cubas

adequadas para a coloraccedilatildeo Apoacutes isso procedeu-se com a continuaccedilatildeo da coloraccedilatildeo do

esfregaccedilo nas seguintes etapas

1 Aacutelcool etiacutelico a 70 5 minutos

2 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

3 Corante tricrocircmico 10 minutos

4 Soluccedilatildeo de aacutelcool etiacutelico a 90 acidificado com soluccedilatildeo de 1 de aacutecido aceacutetico 3 segundos

5 Aacutelcool etiacutelico absoluto para lavar

6 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

7 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

8 Xilol 10 minutos

Deixou-se o esfregaccedilo secar e a leitura foi feita com objetiva de 100x e com o auxiacutelio da ocular

micromeacutetrica para a morfometria das estruturas parasitaacuterias

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun

Utilizou-se a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes diarreicas

Esta coloraccedilatildeo permite diagnosticar os cocciacutedios intestinais

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro e em

seguida cerca de 3 ml da suspensatildeo foram filtrados atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de

centriacutefuga com capacidade de 15 ml Adicionou-se cerca de 3 ml de eacuteter e agitou-se

vigorosamente por 30 segundos Centrifugou-se a 500 x g por 10 minutos e o liacutequido

sobrenadante foi decantado Preparou-se um esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado

Deixou-se secar a temperatura ambiente e fixou-se o esfregaccedilo com aacutelcool metiacutelico por 30

22

segundos Corou-se com o corante de Kinyoun por 5 minutos Lavou-se com aacutegua destilada A

soluccedilatildeo aacutelcool-aacutecido sulfuacuterico foi usada por 2 minutos para diferenciar Lavou-se com aacutegua

destilada Corou-se o fundo da preparaccedilatildeo com soluccedilatildeo alcooacutelica de azul de metileno a 03

por um minuto Lavou-se com aacutegua e deixou-se secar A leitura foi realizada com objetiva de

100x e com auxiacutelio da ocular micromeacutetrica para a morfometria dos oocistos

34 Anaacutelise dos resultados

A anaacutelise dos resultados dos exames parasitoloacutegicos de fezes foi realizada atraveacutes de

estudos observacionais e os dados obtidos foram analisados pelo programa estatiacutestico MedCalc

e o teste aplicado foi o Qui Quadrado para comparaccedilatildeo de meacutedias ao niacutevel de 01 de

probabilidade

35 Accedilotildees educativas

A realizaccedilatildeo das atividades educativas teve a participaccedilatildeo de alunas bolsistas e

professoras do projeto de extensatildeoPROEXUFSC Foram elaborados e utilizados recursos

pedagoacutegicos baseando-se nas diferenccedilas cognitivas presentes entre alunos das diversas seacuteries

escolares Durante as accedilotildees educativas foi possiacutevel descobrir qual era o conhecimento que os

escolares possuiacuteam sobre verminoses e quais as nomenclaturas populares conhecidas na

comunidade Por meio de perguntas e diaacutelogo e tambeacutem na anaacutelise observacional do

comportamento na escola pode se analisar as noccedilotildees de higiene das crianccedilas As perguntas

foram Jaacute ouviram falar de vermes O que satildeo O que fazer para natildeo pegar vermes

Para as crianccedilas de 5 a 9 anos foi apresentado um teatro de fantoches encenando a peccedila

infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo (Anexo B) uma adaptaccedilatildeo da obra original escrita por Cardoso em

1998 Com uma linguagem simples e divertida a accedilatildeo luacutedica abordava as parasitoses e

prevenccedilatildeo

Para os alunos de 10 a 17 anos de idade as accedilotildees educativas foram oficinas com uso de

data show e tinha como objetivo apresentar a parasitologia para alunos maiores envolvendo

conceitos mais especiacuteficos de helmintos e protozoaacuterios A palestra consistiu em uma

apresentaccedilatildeo de slides contendo imagens e baseado nelas uma linha de raciociacutenio era

desenvolvida para fluir na forma de diaacutelogo onde os alunos eram questionados sobre as

mesmas

Apoacutes o teatro de fantoches e da palestra interativa foram mostrados exemplares de

vermes adultos de A lumbricoides (cerca de 30 cm) Taenia spp (cerca de 8 m) e de E

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

21

333 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Tricrocircmico

Foi utilizada a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes que se

apresentaram pastosas e diarreicas Essa coloraccedilatildeo permanente permite um minucioso estudo

da morfologia dos trofozoiacutetos corados ocasionalmente dos cistos e para a confirmaccedilatildeo das

espeacutecies

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro

e em seguida filtrou-se a suspensatildeo atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de centriacutefuga com

capacidade de 15 ml Centrifugou-se a 650 x g por 1 a 2 minutos decantou-se o liacutequido

sobrenadante e preparar o esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado Depois de seco

colocou-se o esfregaccedilo diretamente no aacutelcool etiacutelico a 70 durante 5 minutos em cubas

adequadas para a coloraccedilatildeo Apoacutes isso procedeu-se com a continuaccedilatildeo da coloraccedilatildeo do

esfregaccedilo nas seguintes etapas

1 Aacutelcool etiacutelico a 70 5 minutos

2 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

3 Corante tricrocircmico 10 minutos

4 Soluccedilatildeo de aacutelcool etiacutelico a 90 acidificado com soluccedilatildeo de 1 de aacutecido aceacutetico 3 segundos

5 Aacutelcool etiacutelico absoluto para lavar

6 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

7 Aacutelcool etiacutelico a 70 2-5 minutos

8 Xilol 10 minutos

Deixou-se o esfregaccedilo secar e a leitura foi feita com objetiva de 100x e com o auxiacutelio da ocular

micromeacutetrica para a morfometria das estruturas parasitaacuterias

334 Meacutetodo de coloraccedilatildeo pelo Kinyoun

Utilizou-se a teacutecnica descrita por DE CARLI (2011) nas amostras de fezes diarreicas

Esta coloraccedilatildeo permite diagnosticar os cocciacutedios intestinais

Em um frasco adicionou-se a mistura SAF-fezes homogeneizou-se com bastatildeo de vidro e em

seguida cerca de 3 ml da suspensatildeo foram filtrados atraveacutes de filtro descartaacutevel para tubo de

centriacutefuga com capacidade de 15 ml Adicionou-se cerca de 3 ml de eacuteter e agitou-se

vigorosamente por 30 segundos Centrifugou-se a 500 x g por 10 minutos e o liacutequido

sobrenadante foi decantado Preparou-se um esfregaccedilo com o sedimento (05 a 10 ml) formado

Deixou-se secar a temperatura ambiente e fixou-se o esfregaccedilo com aacutelcool metiacutelico por 30

22

segundos Corou-se com o corante de Kinyoun por 5 minutos Lavou-se com aacutegua destilada A

soluccedilatildeo aacutelcool-aacutecido sulfuacuterico foi usada por 2 minutos para diferenciar Lavou-se com aacutegua

destilada Corou-se o fundo da preparaccedilatildeo com soluccedilatildeo alcooacutelica de azul de metileno a 03

por um minuto Lavou-se com aacutegua e deixou-se secar A leitura foi realizada com objetiva de

100x e com auxiacutelio da ocular micromeacutetrica para a morfometria dos oocistos

34 Anaacutelise dos resultados

A anaacutelise dos resultados dos exames parasitoloacutegicos de fezes foi realizada atraveacutes de

estudos observacionais e os dados obtidos foram analisados pelo programa estatiacutestico MedCalc

e o teste aplicado foi o Qui Quadrado para comparaccedilatildeo de meacutedias ao niacutevel de 01 de

probabilidade

35 Accedilotildees educativas

A realizaccedilatildeo das atividades educativas teve a participaccedilatildeo de alunas bolsistas e

professoras do projeto de extensatildeoPROEXUFSC Foram elaborados e utilizados recursos

pedagoacutegicos baseando-se nas diferenccedilas cognitivas presentes entre alunos das diversas seacuteries

escolares Durante as accedilotildees educativas foi possiacutevel descobrir qual era o conhecimento que os

escolares possuiacuteam sobre verminoses e quais as nomenclaturas populares conhecidas na

comunidade Por meio de perguntas e diaacutelogo e tambeacutem na anaacutelise observacional do

comportamento na escola pode se analisar as noccedilotildees de higiene das crianccedilas As perguntas

foram Jaacute ouviram falar de vermes O que satildeo O que fazer para natildeo pegar vermes

Para as crianccedilas de 5 a 9 anos foi apresentado um teatro de fantoches encenando a peccedila

infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo (Anexo B) uma adaptaccedilatildeo da obra original escrita por Cardoso em

1998 Com uma linguagem simples e divertida a accedilatildeo luacutedica abordava as parasitoses e

prevenccedilatildeo

Para os alunos de 10 a 17 anos de idade as accedilotildees educativas foram oficinas com uso de

data show e tinha como objetivo apresentar a parasitologia para alunos maiores envolvendo

conceitos mais especiacuteficos de helmintos e protozoaacuterios A palestra consistiu em uma

apresentaccedilatildeo de slides contendo imagens e baseado nelas uma linha de raciociacutenio era

desenvolvida para fluir na forma de diaacutelogo onde os alunos eram questionados sobre as

mesmas

Apoacutes o teatro de fantoches e da palestra interativa foram mostrados exemplares de

vermes adultos de A lumbricoides (cerca de 30 cm) Taenia spp (cerca de 8 m) e de E

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

22

segundos Corou-se com o corante de Kinyoun por 5 minutos Lavou-se com aacutegua destilada A

soluccedilatildeo aacutelcool-aacutecido sulfuacuterico foi usada por 2 minutos para diferenciar Lavou-se com aacutegua

destilada Corou-se o fundo da preparaccedilatildeo com soluccedilatildeo alcooacutelica de azul de metileno a 03

por um minuto Lavou-se com aacutegua e deixou-se secar A leitura foi realizada com objetiva de

100x e com auxiacutelio da ocular micromeacutetrica para a morfometria dos oocistos

34 Anaacutelise dos resultados

A anaacutelise dos resultados dos exames parasitoloacutegicos de fezes foi realizada atraveacutes de

estudos observacionais e os dados obtidos foram analisados pelo programa estatiacutestico MedCalc

e o teste aplicado foi o Qui Quadrado para comparaccedilatildeo de meacutedias ao niacutevel de 01 de

probabilidade

35 Accedilotildees educativas

A realizaccedilatildeo das atividades educativas teve a participaccedilatildeo de alunas bolsistas e

professoras do projeto de extensatildeoPROEXUFSC Foram elaborados e utilizados recursos

pedagoacutegicos baseando-se nas diferenccedilas cognitivas presentes entre alunos das diversas seacuteries

escolares Durante as accedilotildees educativas foi possiacutevel descobrir qual era o conhecimento que os

escolares possuiacuteam sobre verminoses e quais as nomenclaturas populares conhecidas na

comunidade Por meio de perguntas e diaacutelogo e tambeacutem na anaacutelise observacional do

comportamento na escola pode se analisar as noccedilotildees de higiene das crianccedilas As perguntas

foram Jaacute ouviram falar de vermes O que satildeo O que fazer para natildeo pegar vermes

Para as crianccedilas de 5 a 9 anos foi apresentado um teatro de fantoches encenando a peccedila

infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo (Anexo B) uma adaptaccedilatildeo da obra original escrita por Cardoso em

1998 Com uma linguagem simples e divertida a accedilatildeo luacutedica abordava as parasitoses e

prevenccedilatildeo

Para os alunos de 10 a 17 anos de idade as accedilotildees educativas foram oficinas com uso de

data show e tinha como objetivo apresentar a parasitologia para alunos maiores envolvendo

conceitos mais especiacuteficos de helmintos e protozoaacuterios A palestra consistiu em uma

apresentaccedilatildeo de slides contendo imagens e baseado nelas uma linha de raciociacutenio era

desenvolvida para fluir na forma de diaacutelogo onde os alunos eram questionados sobre as

mesmas

Apoacutes o teatro de fantoches e da palestra interativa foram mostrados exemplares de

vermes adultos de A lumbricoides (cerca de 30 cm) Taenia spp (cerca de 8 m) e de E

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

23

vermiculares (cerca de 1 cm) acondicionados em frascos contendo soluccedilatildeo conservante Aleacutem

disso foram mostrados larvas e ovos de vermes ao microscoacutepio por meio de lacircminas lacradas

com esmalte

Ao final das accedilotildees educativas os escolares receberam uma tarefa de acordo com sua faixa

etaacuteria para que pudessem demonstrar o seu aprendizado atraveacutes da construccedilatildeo de um texto eou

desenhos sobre as parasitoses transmissatildeo e principais formas de prevenccedilatildeo Os alunos de 5 a

9 anos receberam uma folha com duas questotildees - Como os vermes entram no corpo das

pessoas - Onde os vermes ficam

Para os alunos de 10 a 17 anos foi solicitado que escrevessem sobre o tema utilizando a

seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades

da sua comunidade e o que poderia ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

24

4 RESULTADOS

41 Exames parasitoloacutegicos

Do total de 613 crianccedilas matriculadas a adesatildeo ao exame de fezes foi de 357 onde 180

crianccedilas eram do sexo masculino e 177 do sexo feminino Foram analisadas 357 amostras fecais

de crianccedilas e adolescentes com idades entre 0 a 17 anos matriculados em seis escolas da rede

municipal de ensino de Santo Amaro da ImperatrizSC no periacuteodo de agosto de 2014 a

setembro de 2015

Do total de 357 amostras analisadas 75 (21) apresentaram positividade para um ou

mais parasitos intestinais e em 282 (79) nenhum parasito foi encontrado como pode ser

observado na Figura 1

Figura 1 Porcentagem total dos resultados positivos e negativos das 357 amostras fecais analisadas

A positividade tambeacutem foi avaliada entre as escolas participantes como pode ser

observado na Figura 2 No Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio um total de 94

crianccedilas participaram do estudo e 23 (245) delas apresentaram resultado positivo para algum

parasito intestinal Na Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff houve 113

participantes e 19 (168) apresentaram-se contaminados por enteroparasitos A Escola

Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo contou com 28 participantes sendo que 8 deles (286) estavam

contaminados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins 16 crianccedilas participaram e

3 delas (188) apresentaram resultado positivo para parasitas intestinais Dos 33 participantes

da Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 5 deles (152) estavam parasitados E por fim a

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana que contou com 73 participantes apresentou 7 alunos

79

21

Negativo Positivo

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

25

(233) contaminados De acordo com o teste do qui- quadrado natildeo houve diferenccedila

estatiacutestica

Figura 2 Porcentagem de positividade de acordo com o nuacutemero de alunos participantes por escola

Quanto ao gecircnero da populaccedilatildeo estudada entre as 75 amostras positivas 43 (573)

eram do sexo feminino e 32 (427) pertenciam ao sexo masculino Estatisticamente natildeo

houve diferenccedila significativa entre eles (Figura 3)

Figura 3 Frequecircncia por gecircnero das 75 amostras positivas

Em relaccedilatildeo a faixa etaacuteria dos participantes cujo resultado foi positivo para um ou mais

parasitos 1 (13) possuiacutea idade entre 0 a 1 ano 17 (227) entre 2 a 5 anos 43 (573) entre 6

a 9 anos e 14 (187) entre 10 a 14 anos (Figura 4) Na faixa etaacuteria de 15 a 17 anos nenhum

parasito foi encontrado

94

113

28

16

33

73

245

16

8

286

18

8

152

233

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal

Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute

Higino Martins

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Total de alunos participantes

(100)

Porcentagem de alunos

contaminados

5730

4270

Feminino Masculino

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

26

Figura 4 Frequecircncia das 75 amostras positivas de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

O histograma abaixo apresenta a frequecircncia relativa da positividade para enteroparasitos

em relaccedilatildeo as idades dos alunos Ele demonstra que a positividade variou entre as crianccedilas de

1 a 13 anos e que entre as idades de 5 a 11 anos a contaminaccedilatildeo ocorreu com maior frequecircncia

como se pode observar na Figura 5

Figura 5 Frequecircncia relativa de positividade de acordo com a faixa etaacuteria (p lt00001)

Das 75 amostras positivas 60 (80) apresentavam monoparasitismo 10 (13)

biparasitismo e 5 (7) poliparasitismo As associaccedilotildees com duas espeacutecies de parasitas foram

G lamblia + B hominis (2 casos) B hominis + E nana (5 casos) B hominis + E coli (2

casos) e Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli (1 caso) O poliparasitismo ocorreu com G

13

227

573

187

0 a 1 ano 2 a 5 anos 6 a 9 anos 10 a 14 anos

0

5

10

15

20

25

-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Idade (anos) Crianccedilas Parasitadas

Fre

qu

ecircn

cia

Re

lativ

a (

)

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

27

lamblia + E nana + B hominis (1 caso) E coli + E nana + B hominis (1 casos) I butschlii

+ B hominis + E nana (1 caso) Entamoeba histolyticaE diacutespar + E coli + B hominis (1 caso)

e G lamblia + E coli + E nana + B hominis + T trichuris (1 caso)

Figura 6 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo (plt 00001)

O grau de parasitismo tambeacutem foi avaliado por escola como pode ser observado na

Figura 7 Encontrou-se na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo 3 alunos (60)

monoparasitados e 2 alunos (40) biparasitados Jaacute a Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

apresentou 13 alunos (765) monoparasitados 1 aluno (59) biparasitado e 3 alunos (176)

poliparasitados Na Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins apenas 3 alunos estavam

contaminados e monoparasitados A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff contou

com 15 alunos (79) monoparasitados e 4 alunos (21) biparasitados O Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio apresentou 19 alunos (826) monoparasitados 3 alunos (131)

biparasitados e 1 aluno (43) poliparasitado Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo 7 alunos

(875) estavam monoparasitados e 1 aluno (125) poliparasitado

Negativos

79

8013

7

Positivos

21

Monoparasitado Biparasitado Poliparasitado

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

28

Figura 7 Frequecircncia de positividade segundo o grau de parasitismo por escola

Entre as 75 amostras positivas 72 delas (96) estavam contaminadas com protozoarios

enquanto que apenas 3 (4) continham helmintos (Figura 8) Pelo teste Qui Quadrado foi

encontrado significancia estatistica (p lt 00001)

Figura 8 Frequecircncia de helmintos e protozoaacuterios nas 75 amostras positivas (p lt 00001)

De acordo com a Figura 9 durante o estudo foram encontrados oito tipos de parasitos

diferentes nas amostras fecais analisadas sendo o B hominis o mais frequente abrangendo 56

amostras (56) Tambeacutem foram detectados E nana em 14 amostras (14) E coli em 13

875

826

79

100

765

60

131

21

59

40

125

43

176

Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo

Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio

Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto

Althoff

Escola Municipal Profordm Joseacute Higino Martins

Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

Poliparasitados Biparasitados Monoparasitados

96

4

Protozoaacuterios Helmintos

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

29

amostras (13) G lamblia em 12 amostras (12) A lumbricoides em 2 amostras (2) E

histolyticaE dispar em 2 amostras (2) I butschlii em 1 amostra (1) e T trichiura em 1

amostra (1) Natildeo foi encontrado parasitismo por cocciacutedios intestinais nas amostras analisadas

e coradas pelo Kinyoun

Figura 9 Frequecircncia de parasitos encontrados nas 75 amostras fecais positivas

Em relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo dos parasitos por escola (Figura 10) no Centro Educacional

Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio encontrou-se 19 (679) amostras positivas para B hominis 4

(143) para E coli 2 (71) para E nana 2 (71) para G lamblia e 1 (36) para E

histolyticaE dispar A Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff apresentou 10 (40)

amostras positivas para de B hominis 1 (33) para E coli 7 (233) para E nana 6 (24)

para G lamblia e 1 (33) para A lumbricoides Detectou-se na Escola Baacutesica Municipal Vila

Santana 15 (625 ) amostras positivas para B hominis 3 (125) para E coli 3 (125) para

E nana 2 (83 ) para G lamblia e 1 (42) para I butschlii Na Escola Municipal Braccedilo Satildeo

encontrou-se 7 (583) amostras positivas para de B hominis 1 (83 ) para E coli 1 (83

) para E nana 1 (83 ) para de G lamblia 1 (83 ) para A lumbricoides e 1 (83 ) para

T Trichiura A Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo apresentou 2 (25) amostras positivas

para B hominis 4 (50) para E coli 1 (125) para E nana e 1 (125) para E histolyticaE

dispar O B hominis apresentou-se nas 3 (100) amostras positivas dos alunos participantes

da Escola Municipal Professor Joseacute Higino Martins

G lamblia

11

B hominis

56

E nana

14

E coli

13

E

histolyticaE

dispar

2

A lumbricoides

2T trichiura

1

I butschlii

1

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

30

Figura 10 Frequecircncia de enteroparasitos encontrados nas amostras fecais positivas por escola

42 Accedilotildees educativas

Em relaccedilatildeo agraves nomenclaturas populares percebeu-se que ainda existem muitas duacutevidas na

diferenciaccedilatildeo de vermes para germes e bacteacuterias Algumas das crianccedilas conhecem os vermes

como lombrigas outras como bichos ou bichinhos

Na pergunta ldquoO que devemos fazer para natildeo pegar vermes rdquo as respostas da maioria

das crianccedilas foram lavar as matildeos todo dia lavar os alimentos antes de comer lavar as frutas e

saladas tomar banho cortar as unhas lavar embaixo da unha natildeo pegar aacutegua direto no rio

tomar ldquoremeacutedio de vermerdquo para ele sair limpar os animais domeacutesticos (resultados natildeo

tabulados) Nas escolas algumas crianccedilas lavavam as matildeos e outras natildeo antes da merenda Em

todos os coleacutegios a comida era preparada por cozinheiras da proacutepria escola que tinham um bom

controle higiecircnico da cozinha Aleacutem disso os banheiros estavam limpos e tinha sabonete para

lavar as matildeos

679

40

0

625

583

250

10

00

14

3

40

125

83

500

71

280

125

83

125

71

24

0

83

83

36

125

40

83

83

42

Centro

Educacional

Antocircnio Rodolfo

Fabriacutecio

Escola Baacutesica

Municipal Prefeito

Augusto Althoff

Escola Baacutesica

Municipal Vila

Santana

Escola Municipal

Braccedilo Satildeo Joatildeo

Escola Municipal

Sul do Rio

Cubatatildeo

Escola Municipal

Profordm Joseacute Higino

Martins

B hominis E coli E nana

G lamblia E histolyticaE dispar A lumbricoides

T trichiura I butschlii

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

31

421 Desenvolvimento das accedilotildees educativas em sauacutede nas escolas municipais de Santo

Amaro da Imperatriz

Figura 11 Apresentaccedilatildeo do teatro de fantoches com a peccedila ldquoZeacute Descalccedilordquo Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 12 Visualizaccedilatildeo de ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff 2014

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

32

Figura 13 Visualizaccedilatildeo de exemplares de vermes adultos pelas crianccedilas da Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

Figura 14 Palestra educativa sobre parasitas intestinais e pediculose na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana

2014

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

33

422 Avaliaccedilatildeo do processo de aprendizagem pelos alunos

Figura 15 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 16 Desenhos realizados por alunos de 5 a 9 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

34

Figura 17 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

Figura 18 Textos realizados por alunos de 10 a 17 anos da Escola Baacutesica Municipal Prefeito Augusto Althoff

2014

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

35

5 DISCUSSAtildeO

O municiacutepio de Santo Amaro da Imperatriz tem como base de sua economia a

agricultura e o turismo A regiatildeo eacute caracterizada por pequenas propriedades rurais e diversos

encantos naturais que nos uacuteltimos anos vem passando por um constante crescimento urbano e

demograacutefico Fatores como inadequadas praacuteticas de higiene pessoal e coletiva ingesta de aacutegua

e alimentos contaminados carecircncia de saneamento baacutesico podem estar presentes nessa

comunidade e aumentam a probabilidade de disseminaccedilatildeo parasitaacuteria

De acordo com a Figura 1 das 357 amostras fecais analisadas nesse estudo 21

encontravam-se parasitadas por pelo menos um parasito intestinal e em 79 nenhum parasito

foi encontrado Vaacuterios autores realizaram estudos semelhantes em diversas regiotildees do Brasil e

do mundo poreacutem a frequecircncia de positividade foi bastante heterogenia devido as diferentes

metodologias empregadas nuacutemero de amostras analisadas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas

socioeconocircmicas e culturais da regiatildeo estudada

Lander et al (2010) em SalvadorBA analisaram 325 amostras fecais e relataram uma

prevalecircncia de enteroparasitos em 292 delas Gonccedilalves et al (2011) em UberlacircndiaMG

detectaram uma prevalecircncia de 293 de parasitos intestinais em 133 amostras fecais

analisadas Comparando os resultados dos autores com o presente trabalho nota-se que os

valores de prevalecircncia foram aproximados nestes estudos

Alguns pesquisadores que encontraram resultados inferiores aos deste estudo foram

Santos e Merlini (2010) no municiacutepio de Maria HelenaPR que obtiveram 16 de

positividade apoacutes anaacutelise de amostras fecais de 413 indiviacuteduos Cavagnolli et al (2015) no

municiacutepio de CunhaRS que analisaram 341 amostras fecais e encontraram uma positividade

de 10 para parasitas intestinais

Os estudos com taxas de prevalecircncia superiores ao do presente trabalho foram Seixas

et al (2011) analisaram 200 amostras fecais de escolares em SalvadorBA e obtiveram uma

prevalecircncia de 94 de positividade Belloto et al (2011) realizaram uma pesquisa no Municiacutepio

de MirassolSP com 310 amostras fecais e verificaram uma prevalecircncia de 3032 Silva Silva

e Freitas (2012) em CoariAM obtiveram uma positividade de 831 para parasitos intestinais

em amostras fecais de 65 crianccedilas Silva Teixeira e Gontijo (2012) no municiacutepio de GurupiTO

realizaram um estudo com 205 crianccedilas e obtiveram uma positividade de 4243 Lima Junior

Kaiser e Catisti (2013) num estudo ao longo de dois anos em um assentamento de trabalhadores

rurais sem-terraSP encontraram no primeiro ano uma positividade de 966 para

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

36

enteroparasitos e no segundo ano a taxa de 857 de positividade Santos Gurgel-Gonccedilalves

e Machado (2014) realizaram um estudo com 193 crianccedilas de duas cidades do Distrito Federal

e encontraram uma positividade de 637 Santos et al (2014) analisaram 57 amostras fecais

de crianccedilas em FlorianoacutepolisSC e obtiveram uma positividade para parasitas intestinais de

614

A prevalecircncia das parasitoses intestinais de acordo com cada escola participante estaacute

demonstrada na Figura 2 O nuacutemero de participantes de cada escola mostra que a adesatildeo ao

exame parasitoloacutegico de fezes variou entre elas devido ao nuacutemero de alunos matriculados e o

interesse dos pais e alunos em participar Mesmo tendo nuacutemeros de participantes bem

heterogecircneos o percentual de positividade foi semelhante entre as seis escolas o que foi

comprovado pelo teste Qui Quadrado que natildeo acusou diferenccedila estatiacutestica quando foi aplicado

Considerando-se que os pais receberam um convite e que o exame de fezes foi oferecido

gratuitamente e de forma sigilosa percebeu-se a falta de interesse na participaccedilatildeo por parte de

alguns pais e tambeacutem de muitos adolescentes Em adiccedilatildeo algumas crianccedilas comentavam que

jaacute estavam tomando ldquoremeacutedio para vermesrdquo

Em paralelo ao presente estudo as representaccedilotildees sociais dos escolares sobre as

parasitoses eram realizadas pelas alunas bolsistas do projeto de extensatildeo fornecendo relevantes

informaccedilotildees para o estudo A diferente localizaccedilatildeo das escolas (ambiente urbano e maioria

rural) proporcionou diferentes debates onde as crianccedilas trouxeram questotildees de impacto social

relacionados agrave sua condiccedilatildeo de vida que pode influenciar diretamente na sauacutede Um fator

relevante foi a questatildeo sobre o abastecimento de aacutegua onde alguns estudantes da aacuterea rural

relataram que era inexistente Eles utilizavam aacutegua de poccedilos bicas e accediludes Sabe-se que esses

reservatoacuterios podem ser contaminados com resiacuteduos fecais dependendo da proximidade de

fossas seacutepticas e de esgotos sanitaacuterios inadequados Outra questatildeo levantada dessa vez por

grande parte de estudantes da regiatildeo urbana foi a poluiccedilatildeo dos rios e da cidade outro fator

ambiental que tem influecircncia direta sobre a sauacutede da comunidade

Um dos fatores considerados de grande importacircncia na veiculaccedilatildeo de cistos de

protozoaacuterios ovos e larvas de helmintos eacute a aacutegua Deve-se considerar ainda que algumas

espeacutecies de helmintos mesmo sendo veiculados pela aacutegua necessitam permanecer no solo por

um periacuteodo de tempo para tornarem-se infectantes

Em uma reuniatildeo com o Secretaacuterio de Sauacutede de Santo Amaro da Imperatriz foi

questionado sobre o saneamento baacutesico do municiacutepio Ele relatou que em muitas localidades jaacute

foi implantado o sistema de tratamento do esgoto poreacutem nem todas as residecircncias fizeram a

ligaccedilatildeo da rede de esgoto e de aacutegua tratada Como exemplo ele citou que no Centro

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

37

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio haacute saneamento baacutesico poreacutem no Morro do Fabriacutecio

local onde a maioria dos alunos reside natildeo haacute saneamento Esse fator pode explicar a

prevalecircncia de parasitoses nessa localidade

Em relaccedilatildeo ao gecircnero mais acometido pode-se observar na Figura 3 que 573 (43)

dos alunos infectados pertenciam ao sexo feminino e 427 (32) pertenciam ao sexo masculino

O teste do Qui Quadrado foi aplicado e natildeo houve diferenccedila significativa entre eles Esse

resultado se assemelha aos estudos de Santos et al (2010) que encontraram 566 para o sexo

feminino e 436 para o sexo masculino e de Cabral-Miranda Dattoli e Dias-Lima (2010) que

encontraram 506 de positividade no sexo feminino e 494 no sexo masculino Por outro

lado Belloto et al (2011) registraram 5851 de positividade no sexo masculino e 4149 no

feminino e Silva Silva e Freitas (2012) registraram frequecircncia de 574 para o sexo masculino

e 426 para o sexo feminino

A frequecircncia de positividade de acordo com a faixa etaacuteria esta apresentada na Figura 4

que mostra uma prevalecircncia maior para enteroparasitoses em crianccedilas de 6 a 9 anos (573) A

frequecircncia relativa de positividade neste estudo se estabeleceu em crianccedilas com idades entre 5

a 11 anos conforme histograma da Figura 5 Em diversos estudos mesmo que os autores

coloquem sua populaccedilatildeo estudada em diferentes faixas etaacuterias a maior prevalecircncia ocorre

naqueles que tem idades entre 5 a 11 anos Em FlorianoacutepolisSC Aguiar e Fachini (2010)

tambeacutem encontraram uma prevalecircncia de parasitoses em crianccedilas com idades entre 6 a 9 anos

(648) Belloto et al (2011) em MirassolSP verificaram maior prevalecircncia em crianccedilas de

8 a 10 anos (4737) e nos estudos de Santos et al (2014) em FlorianoacutepolisSC a faixa etaacuteria

mais acometida foi a de 5 a 6 anos (722)

Em relaccedilatildeo ao grau de parasitismo (Figura 6) 80 corresponde aos casos de

monoparasitismo 13 foram de biparasitismo e 7 dos casos foram de poliparasitismo o qual

compreendeu de 3 ateacute 5 parasitos Por meio do teste Qui Quadrado observou-se a diferenccedila

significativa (plt 00001) entre os resultados quando comparados ao monoparasitismo Muitos

autores encontraram em seus estudos o predomiacutenio do monoparasitismo Aguiar e Fachini

(2010) observaram monoparasitismo (39) biparasitismo (29) e poliparasitismo (32)

Seixas et al (2011) relataram monoparasitismo (39) biparasitismo (33) e poliparasitismo

(22) Silva Silva e Freitas (2012) encontraram monoparasitismo (55) biparasitismo (37)

e poliparasitismo (74)

O grau de parasitismo foi avaliado entre as escolas (Figura 7) observando-se o

predomiacutenio do monoparasitismo entre elas O teste do teste Qui Quadrado foi aplicado visando

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

38

comparar o monoparasitismo o biparasitismo e o poliparasitismo por escola e natildeo houve

diferenccedila significativa

O hospedeiro humano pode albergar diferentes espeacutecies de enteroparasitas e se o meio

ambiente apresentar graus elevados de contaminaccedilatildeo pode aumentar a probabilidade de

infecccedilotildees com poliparasitismo (NEVES et al 2011) O predomiacutenio do monoparasitismo

possivelmente pode estar relacionado a competiccedilatildeo dos parasitos pelo mesmo habitat baixa

frequecircncia com que o hospedeiro entra em contato com o meio ambiente contaminado por

diferentes espeacutecies limitaccedilotildees dos meacutetodos utilizados e nuacutemero de amostras analisadas

(ORLANDINI MATSUMOTO 2010)

De acordo com a Figura 8 houve um predomiacutenio de protozoaacuterios (96) em relaccedilatildeo aos

helmintos (4) o que acarretou em uma diferenccedila significativa no teste Qui Quadrado

(plt00001) O predomiacutenio de protozoaacuterios tambeacutem foi observado porAguiar e Fachini (2010)

que encontraram 587 para protozoaacuterios e 238 para helmintos Silva et al (2010) que

obtiveram um percentual de 801 para protozoaacuterios e 199 para helmintos Santos et al

(2014) que detectaram 614 de protozoaacuterios e 18 de helmintos Esses resultados podem

estar associados a contaminaccedilatildeo da aacutegua ou de alimentos sendo necessaacuterio uma maior

investigaccedilatildeo

Como pode ser observado na Figura 9 o B hominis foi o protozoaacuterio mais encontrado

com 56 de positividade Muitos autores no Brasil tambeacutem detectaram o B hominis como o

parasito mais frequente em seus estudos Silva-Neto et al (2010) encontraram nas duas etapas

de seu estudo uma porcentagem de 31 e 38 Pezzani et al (2012) obtiveram uma

porcentagem de 275 em crianccedilas da zona suburbana e 119 da zona rural Santos et al

(2014) encontraram um percentual de 404 Leite Toma e Adamil (2014) detectaram um

percentual de 44 para esse protozoaacuterio Na Venezuela Laugart et al (2012) detectaram B

hominis como o segundo parasito mais encontrado com percentual de 366 e na Colocircmbia

Carrero (2013) encontrou 88 de positividade para B hominis

O B hominis eacute um protozoaacuterio de natureza pleomoacuterfica cuja presenccedila eacute amplamente

variaacutevel no Brasil e no mundo Ele eacute facilmente encontrado em estudos epidemioloacutegicos

podendo ser o parasito mais prevalente em determinadas regiotildees principalmente em paiacuteses em

desenvolvimento Este protozoaacuterio causa infecccedilatildeo tanto em seres humanos como em animais

(COYLE et al 2012 BEYHAN et al 2015)

A elevada frequecircncia de B hominis tem sido associada com a carecircncia de higiene

ingestatildeo de consumo de aacutegua e alimentos contaminados e contato com animais (BEYHAN et

al 2015)

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

39

Na Figura 9 E nana (14) E coli (13) e G lamblia (11) estatildeo entre os

enteroparasitos mais frequentes encontrados nesse estudo Santos e Merlini (2010) e Gomes et

al (2010) encontraram esses trecircs protozoaacuterios como os mais prevalentes em seus estudos

ocorrendo divergecircncia apenas entre as porcentagens obtidas

No presente estudo a taxa de ocorrecircncia verificada para G lamblia foi semelhante aos

estudos de Aguiar e Fachini (2010) que encontraram 1264 de positividade para G lamblia

e de Barreto et al (2012) que verificaram 13 de positividade Santos et al (2014) e Machado

Campos e Nascimento (2014) encontraram resultados superiores para G lamblia 246 e 24

respectivamente Na Colocircmbia Carrero (2013) encontrou um resultado de 34 de positividade

e no Peru Cabada et al (2015) verificaram uma positividade de 275 Resultados inferiores

foram encontrados por Silva Silva e Freitas (2012) e por Belo et al (2012) que encontraram

cada um a frequecircncia de 55 para G lamblia

G lamblia eacute um protozoaacuterio patogecircnico que ocorre com grande frequecircncia no mundo

principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento sendo comumente encontrado infectando

crianccedilas (ANDRADE et al 2010) Neste estudo a ocorrecircncia de G lamblia pode estar

relacionada com a ingestatildeo de cistos pela aacutegua ou alimentos contaminados pela transmissatildeo

interpessoal entre as crianccedilas pois os cistos satildeo infectantes quando eliminados nas fezes ou

pela resistecircncia dos cistos ao tratamento da aacutegua com cloro (NEVES et al 2011 BORGES

MARCIANO OLIVEIRA 2011) A presenccedila de animais domeacutesticos como o catildeo e o gato nas

residecircncias dos escolares pode estar contribuindo para a ocorrecircncia de G lamblia (SANTANA

et al 2014)

E histolyticaE dispar foi encontrada em 2 das amostras fecais analisadas (Figura

9) Este resultado divergiu bastante quando comparado com os de outros autores sendo que foi

superior ao encontrado por Belloto et al (2011) que obtive um percentual de 064 Em 2010

Aguiar e Fachini verificaram um iacutendice de 804 de positividade sendo superior ao deste

trabalho A anaacutelise da amostra fecal detectou cistos e trofozoitos do referido protozoaacuterio sendo

que a coloraccedilatildeo tricrocircmica permitiu um estudo minucioso das caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos

trofozoiacutetos

E coli E nana e I butschlii embora natildeo sejam considerados patogecircnicos e sim

protozoaacuterios comensais sua presenccedila nos exames parasitoloacutegico de fezes eacute um forte indicativo

de que os indiviacuteduos estatildeo sendo expostos a contaminaccedilatildeo fecal do ambiente da aacutegua e de

alimentos compartilhando as mesmas vias de transmissatildeo dos parasitos patogecircnicos

(BORGES MARCIANO OLIVEIRA 2011)

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

40

Quanto aos helmintos foram encontrados neste trabalho A lumbricoides em 19 e T

trichiura em1 dos casos (Figura 9) Resultados semelhantes ao deste estudo foram

encontrados por Laugart et al (2012) que verificaram um percentual de 19 para A

lumbricoides e por Leite Toma e Adamil (2014) que encontraram para T trichiura (15) e

A lumbricoides (15) Os resultados superiores foram Belloto et al (2011) para A

lumbricoides (355) Silva Silva e Freitas (2012) para A lumbricoides (537) e T trichiura

(166) Lima Junior Kaiser e Catisti (2013) para A lumbricoides (34) e T trichiura

(34) No Peru Cabada et al (2011) registraram 142 de positividade para A lumbricoides

e 13 para T trichiura em Cuba Saacutenchez et al (2012) encontraram 48 para A

lumbricoides e T trichiura

O presente estudo chama atenccedilatildeo para a baixa prevalecircncia de helmintos nessa regiatildeo

fato que pode ser explicado pela crescente utilizaccedilatildeo da automedicaccedilatildeo Em adiccedilatildeo tambeacutem

justifica-se que os geohelmintos podem natildeo estar circulando em algumas das localidades

estudadas e ainda que o fato das crianccedilas usarem calccedilados podem estar tendo menor contato

com larvas de helmintos que infectam por via cutacircnea (Santos et al 2014)

O E vermicularis natildeo foi encontrado neste trabalho pois o exame parasitoloacutegico de

fezes natildeo eacute suficientemente sensiacutevel para a detecccedilatildeo desse helminto sendo o melhor meacutetodo o

do Graham ou fita adesiva (NEVES et al 2011)

A Figura 10 demonstra a frequecircncia dos enteroparasitos encontrados nas amostras fecais

positivas por escola O B hominis estava presente em todas as escolas e foi o mais prevalente

exceto na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo onde a E coli foi mais prevalente Em relaccedilatildeo

aos outros protozoaacuterios o complexo E histolyticaE dispar estava presente apenas no Centro

Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio (36) e na Escola Municipal Sul do Rio Cubatatildeo

(125) I butschlii presente apenas na Escola Baacutesica Municipal Vila Santana (42) G

lamblia e E nana natildeo estavam presentes na Escola Prof Joseacute Higino Martins Os helmintos

apareceram somente na Escola Municipal Braccedilo Satildeo Joatildeo (83) e na Escola Baacutesica Municipal

Prefeito Augusto Althoff (4)

Em relaccedilatildeo agrave aacutegua fornecida pela CASAN e sistema de esgoto nas referidas escolas

as informaccedilotildees fornecidas pelo Secretaacuterio de Sauacutede Sr Willian Westphal foram na Escola

Prefeito Augusto Althoff Escola Vila Santana Escola Braccedilo Satildeo Joatildeo Escola Sul do Rio

Cubatatildeo e Escola Professor Joseacute Higino Martins a aacutegua eacute fornecida pela CASAN e o esgoto eacute

com fossa individual Jaacute no Centro Educacional Antocircnio Rodolfo Fabriacutecio a aacutegua eacute fornecida

pela CASAN e existe rede de esgoto

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

41

No momento das accedilotildees educativas uma aluna da escola vila Santana ao observar o

exemplar do verme adulto de A lumbricoides relatou ldquoEntatildeo eacute isso que eu tenho na minha

barriga Eu fui ao meacutedico e fiz o exame e ele disse que eu tinha lombriga Agora minha matildee

estaacute me dando remeacutedio para matar a lombriga rdquo Esse relato mostra que existiu parasitismo por

A lumbricoides em crianccedila da escola Vila Santana mas devido o tratamento com anti-

helmiacutentico natildeo foi encontrada positividade na amostra fecal

Durante as accedilotildees educativas ao serem questionados sobre o uso de ldquoremeacutedio para

vermesrdquo a grande maioria dos alunos respondeu que fazia uso pelo menos uma vez por ano Eacute

importante ressaltar que o uso de medicamentos no ano favorece ocorrecircncia de um nuacutemero

maior de casos negativos (BARRETO et al 2012) Cavagnolli et al (2015) realizaram um

estudo no municiacutepio de CunhaRS onde 859 dos participantes confirmaram fazer uso de

algum antiparasitaacuterio sendo que 226 afirmaram ingerir Albendazol 103 Mebendazol e

38 Nitazoxanida Eles adquiriam esses medicamentos em farmaacutecias ou retirando na unidade

de sauacutede exclusivamente com prescriccedilatildeo meacutedica (559) O uso de antiparasitaacuterios sem a

realizaccedilatildeo do exame parasitoloacutegico de fezes eacute infundado pois sabe-se que em casos realmente

positivos de enteroparasitoses se o tratamento natildeo for realizado corretamente e natildeo houver

eliminaccedilatildeo da fonte de contaminaccedilatildeo poderaacute ocorrer reinfecccedilatildeo Aleacutem disso para o tratamento

dos diferentes parasitos eacute necessaacuterio utilizar diferentes antiparasitaacuterios em diferentes

concentraccedilotildees (CAVAGNOLLI et al 2015)

No ano de 2007 Silveira realizou um estudo em Santo Amaro da Imperatriz que deu

origem a sua dissertaccedilatildeo de mestrado No referido trabalho a autora visou relacionar a

prevalecircncia das enteroparasitoses com as condiccedilotildees de saneamento baacutesico Foi realizado um

levantamento de resultados de exames parasitoloacutegicos de 1433 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 0

a maiores de 18 anos nos anos de 2003 a 2005 Obteve-se uma prevalecircncia de 3308 para

enteroparasitas com predominacircncia de protozoaacuterios A faixa etaacuteria de 4 a 6 anos foi a mais

infectada Os parasitos encontrados foram G lamblia (3504) A lumbricoides (1741) E

vermiculares (1563) E coli (1228) E nana (96) T trichiura (357) E histolyticaE

dispar (357) Ancilostomideos (089) S stercoralis (134) e I butschilii (067)

Comparando os resultados de Silveira (2007) com a presente pesquisa nota-se que a

prevalecircncia para enteroparasitoses encontrada pela autora foi um pouco superior poreacutem a

prevalecircncia de protozoaacuterios sobre os helmintos tambeacutem foi detectada neste trabalho Em relaccedilatildeo

aos helmintos no atual estudo natildeo foram encontrados E vermicularis ancilostomideos e S

stercoralis Por outro lado Silveira (2007) natildeo encontrou B hominis em seu estudo Ao concluir

seu estudo a autora alegou que aleacutem do acesso ao saneamento baacutesico eacute necessaacuterio implementar

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

42

medidas complementares como as accedilotildees educativas ferramenta esta que foi proposta e utilizada

no presente trabalho afim de impactar de maneira positiva na qualidade de vida da populaccedilatildeo

As accedilotildees educativas realizadas com escolares para a promoccedilatildeo da sauacutede prevenccedilatildeo

contra as parasitoses intestinais e pediculose e tambeacutem na preservaccedilatildeo do meio ambiente

possui um papel extremamente importante pois transformam os escolares em disseminadores

do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade onde a aplicaccedilatildeo do mesmo gera a reduccedilatildeo

das parasitoses intestinais (BARBOSA et al 2009 Da Cruz et al 2014) Em adiccedilatildeo por meio

da educaccedilatildeo em sauacutede constroacutei-se o conhecimento que permite o exerciacutecio pleno da cidadania

As Figuras 11 12 13 e 14 representam as atividades realizadas nas seis escolas participates

deste trabalho Durante a encenaccedilatildeo do teatro de fantoches (Figura 11) foi possivel perceber

que as crianccedilas estavam envolvidas atentas e empolgadas com a atividade e manifestaram suas

duvidas seus conhecimentos e suas emoccedilotildees de forma espontacircnea As crianccedilas principalmente

as mais novas demonstraram grande afeto pelo personagem principal da peccedila ldquoZeacute descalccedilordquo

(CARDOSO1998) e muitas vezes o aconselhavam sobre a prevenccedilatildeo das parasitoses

demonstrando que tinham perfeita noccedilatildeo de aspectos errados como matildeos e unhas sujas peacutes

descalccedilos comer alimentos que caem no chatildeo por exemplo Em algumas escolas foi percebido

que os professores incentivavam a lavaccedilatildeo das matildeos com sabonete antes de comer pequenos

gestos que podem fazer grande diferenccedila na aprendizagem dessas crianccedilas

A visualizaccedilatildeo dos ovos e larvas de parasitos no microscoacutepio (Figura 12) e dos

exemplares de vermes adultos (Figura 13) foi uma atividade realizada com crianccedilas na faixa

etaacuteria de 6 a 17 anos Esse momento foi o mais esperado pelos alunos devido a oportunidade

de entrar em contato com coisas novas O objetivo era mostrar os vermes e esclarecer que eles

possuem formas e tamanhos diferentes e que os ovos e larvas soacute podem ser vistos com o auxiacutelio

de um microscoacutepio Aleacutem disso teve-se o intuito de promover o despertar cientifico nesses

escolares Todos demonstraram grande interesse em ver no microscoacutepio e saber mais sobre

formas parasitarias Durante essa atividade aproveitou-se para consolidar ainda mais os

conhecimentos acerca da educaccedilatildeo em sauacutede e para o esclarecimento de mais duacutevidas

A palestra educativa sobre parasitas intestinais (Figura 14) foi realizada para os alunos

com idade a partir de 10 anos Durante essa atividade houve um grande envolvimento e interesse

por parte dos alunos fato que surpreendeu a equipe As palestras seguiram sendo muito

interativas funcionando como uma conversa entre os alunos e o palestrante de forma que a

maioria demonstrou e manifestou suas duvidas e suas vivecircncias Houve tambeacutem a participaccedilatildeo

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

43

dos professores no debate e duacutevidas Foi possiacutevel perceber que o desenvolvimento das accedilotildees

educativas contribuiu para a ampliaccedilatildeo de conhecimentos sobre parasitoses

Ao final de cada atividade educativa os alunos receberam uma tarefa de acordo com

sua faixa etaacuteria para que esses pudessem demonstrar sua compreensatildeo do tema que lhes foi

apresentado Crianccedilas de 5 a 9 anos receberam uma folha com as seguintes questotildees ldquoComo

os vermes entram no corpo das pessoasrdquo e ldquoOnde os vermes ficamrdquo Foi solicitado que

respondessem essas questotildees atraveacutes de desenhos ou frases Para os alunos de 10 a 17 anos foi

solicitado que discorressem sobre o tema utilizando a seguinte questatildeo ldquoDe acordo com a

palestra dada pense e escreva sobre quais as necessidades da sua comunidade e o que poderia

ser feito para melhorar a condiccedilatildeo delardquo Com base nos desenhos entregues e na analise dos

textos (Figura 15 16 17 e 18) notou-se que houve uma compreensatildeo acerca do tema e que as

noccedilotildees basicas de higiene e cuidados que previnem a transmissatildeo de parasitoses intestinais

ficaram claras para os participantes Aleacutem disso os alunos conseguiram identificar os

problemas de sua comunidade e em alguns casos deram sugestotildees de como resolve-los

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

44

6 CONCLUSOtildeES

- O presente estudo mostrou que a taxa de prevalecircncia para enteroparasitoses nos escolares foi

relevante do ponto de vista epidemioloacutegico

- A automedicaccedilatildeo eacute um fator muito difundido na comunidade estudada O uso indiscriminado

de medicamentos antiparasitaacuterios pode ter contribuiacutedo para o maior nuacutemero de casos negativos

- Houve uma prevalecircncia significativa de protozoaacuterios sobre os helmintos

- O B hominis foi o parasito mais prevalente no estudo e o mais frequente na maioria das escolas

- A presenccedila de protozoaacuterios comensais que em algumas vezes foi encontrada em altas

porcentagens indica que a contaminaccedilatildeo fecal oral estaacute ocorrendo nesses indiviacuteduos Isso torna-

os propiacutecios a adquirir parasitos patogecircnicos pois estes possuem a mesma via de transmissatildeo

que os comensais

- A aacutegua eacute fornecida pela CASAN entretanto a carecircncia de aacutegua tratada e de rede de esgoto em

algumas localidades contribui para a disseminaccedilatildeo das parasitoses intestinais na populaccedilatildeo

- A maioria dos alunos participantes do estudo demonstrou possuir noccedilotildees baacutesicas de higiene

mas em contrapartida poucos tinham noccedilotildees baacutesicas acerca das enteroparasitoses

- A implementaccedilatildeo de programas de educaccedilatildeo em sauacutede eacute de grande importacircncia visto que

atraveacutes delas pode-se interferir no mecanismo de transmissatildeo de diversas moleacutestias que atingem

a populaccedilatildeo

- As accedilotildees educativas para a promoccedilatildeo da sauacutede devem ser contiacutenuas pois transformam as

crianccedilas em disseminadores do conhecimento para sua famiacutelia e comunidade atuando de forma

ativa na melhoria do meio em que vivem

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

45

7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AGUIAR M A FACHINI D Prevalecircncia de enteroparasitoses em escolares da comunidade

da Serrinha Florianoacutepolis SC Florianoacutepolis 2010 43 f Monografia (Trabalho de conclusatildeo

da Disciplina de Estaacutegio Supervisionado em Anaacutelises Cliacutenicas) - Curso de Farmaacutecia

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2010

ANDRADE E C et al Parasitoses intestinais uma revisatildeo sobre seus aspectos sociais

epidemioloacutegicos cliacutenicos e terapecircuticos Revista de APS v 13 n 2 p 231-240 2010

ARAUJO FILHO Humberto B et al Parasitoses intestinais se associam a menores iacutendices de

peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconocircmico Revista Paulista de Pediatria

v 29 n 4 p521-528 2011

BARBOSA L A et al A educaccedilatildeo em sauacutede como instrumento na prevenccedilatildeo de

parasitoses Revista Brasileira em Promoccedilatildeo da Sauacutede v 22 n 4 p272-278 2009

BARRETO TC et al Levantamento das principais parasitoses intestinais que acometem

crianccedilas da comunidade de Tamarindo em Campos dos Goyatazes RJ Perspectivas Online

Bioloacutegicas e Sauacutede v 7 n 2 p 53-61 2012

BELLOTO M V T et al Enteroparasitoses numa populaccedilatildeo de escolares da rede puacuteblica de

ensino do Municiacutepio de Mirassol Satildeo Paulo Brasil Revista Pan-amazocircnica de Sauacutede v 2

n 1 p37-43 2011

BELO V S et al Fatores associados agrave ocorrecircncia de parasitoses intestinais em uma populaccedilatildeo

de crianccedilas e adolescentes Revista Paulista de Pediatrria v 30 n 2 p195-201 2012

BERNE A C et al Giardia lamblia Diagnoacutestico com o emprego de meacutetodos microscoacutepicos

e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA) Revista de Patologia Tropical v43 n4

p 412-419 2014

BERNE AC et al A Presenccedila de cocciacutedios e outros enteroparasitos em uma populaccedilatildeo de

crianccedilas no municiacutepio de Rio Grande Rio Grande do Sul Brasil Revista de Patologia

Tropical v 41 n 1 p 93-96 2012

BEYHAN YE et al Clinical significance and prevalence of Blastocystis hominis in Van

Turkey Saudi Medical Journal v 36 n 9 p 1118- 1121 2015

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

46

BIASI L A et al Prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas de entidade assistencial de

Erechim ndash RS Revista Perspectiva Erechim v34 n125 p 173-179 2010

BISCEGLI T S et al Estado nutricional e prevalecircncia de enteroparasitoses em crianccedilas

matriculadas em creche Revista Paulista de Pediatria v 27 n 3 p 289-295 2009

BORGES W F MARCIANO F M OLIVEIRA H B Parasitos intestinais elevada

prevalecircncia de Giardia lamblia em pacientes atendidos pelo serviccedilo puacuteblico de sauacutede da regiatildeo

sudeste de Goiaacutes Brasil Revista de Patologia Tropical v 40 n 2 p149-157 2011

CABADA M M et al Prevalence of intestinal helminths anemia and malnutrition in

Paucartambo Peru Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v 37 n 2 p69-75 2015

CABRAL-MIRANDA G DATTOLI V C C DIAS-LIMA Artur Enteroparasitos e

condiccedilotildees socioeconocircmicas e sanitaacuterias de uma comunidade Quilombola do semi-aacuterido

Baiano Revista de Patologia Tropical v 39 n 1 p48-55 7 abr 2010

CARDOSO L M Zeacute descalccedilo Satildeo Paulo - SP Editora do Brasil1996

CARRERO S H S Prevalencia de paraacutesitos intestinales y factores de riesgo en escolares del

colegio Chicamocha Kennedy I del municipio de Tuta Boyacaacute ndashColombia Universidad y

Salud v 15 n 2 p218-224 2013

CARVALHO T T R Estado atual do conhecimento de Cryptosporidium e Giardia Revista

de Patologia Tropical Satildeo Paulo Brasil v 38 n 1 p1-16 2009

CAVAGNOLLI N I et al Prevalecircncia de Enteroparasitoses e Anaacutelise Socioeconocircmica de

Escolares em Flores da Cunha- RS Revista de Patologia Tropical v 44 n 3 p312-322

2015

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cryptosporidiosis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2022 [b]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cyclosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcryptosporidiosisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2017 [c]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Cystoisosporiasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovdpdxcystoisosporiasisindexhtmlgt acesso em 15112015 agraves 2024 [d]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Ascariasis Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasitesascariasisindexhtmlgt acesso 08092015 agraves 1430 [e]

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

47

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Trichuris trichiura (also

known as Whipworm Infection) Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswhipwormepihtmlgt acesso em 08092015 agraves 1604 [f]

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) Parasites ndash Water Disponiacutevel em

lthttpwwwcdcgovparasiteswaterhtmlgt acesso em 05092015 agraves 1930 [a]

CHEN A A MUCCI J L N Frequecircncia de Contaminaccedilatildeo por Helmintos em Aacuterea de

Recreaccedilatildeo Infantil de Creches no Municiacutepio de Vaacuterzea Satildeo Paulo BRASIL Revista de

Patologia Tropical v 41 n 2 p195-202 2012

CORDEIRO T G P MACEDO H W Amebiacutease Revista de Patologia Tropical Niteroacutei

Rio de Janeiro Brasil v 36 n 2 p119-128 2007

COYLE C M et al Blastocystis To Treat or Not to Treat Clinical Infectious Diseases v

54 n 1 p105-110 2012

DA CRUZ P F F et al Accedilotildees educativas com ecircnfase agrave prevenccedilatildeo de parasitoses intestinais

em uma localidade rural no municiacutepio de Uberlacircndia MG Revista Brasileira de Educaccedilatildeo e

Sauacutede v 4 n 2 p 8-15 2014

DAMAZIO S M et al Intestinal parasites in a quilombola community of the Northern State

of Espiacuterito Santo Brazil Revista de Patologia Tropical v55 n3 p 179-183 2013

DE CARLI GA de Parasitologia Cliacutenica 2ordf ed Satildeo Paulo Editora Atheneu 2011

GOMES P D M F et al Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do Miranda

municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Enteroparasitos em escolares do distrito Aacuteguas do

Miranda municiacutepio de Bonito Mato Grosso do Sul Revista de Patologia Tropical v 39 n

4 p299-307 2010

GONCcedilALVES A L R et al Prevalence of intestinal parasites in preschool children in the

region of Uberlacircndia State of Minas Gerais Brazil Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v 44 n 2 p191-193 2011

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA (IBGE) Cidades Santa

Catarina ndash Santo Amaro da Imperatriz Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=421570ampsearch=santa-

catarina|santo-amaro-da-imperatriz|infograficos-informacoes-completasgt Acesso em

20032015 agraves 2015

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

48

KAMEL D et al Diagnostic potential of target Giardia lamblia specific antigen for detection

of human giardiasis using coproantigen sandwich ELISA World Journal of Medical

Sciences v 9 n 2 p 113-122 2013

LANDER R L Factors influencing growth and intestinal parasitic infections in preschoolers

attending philanthropic daycare centers in Salvador Northeast Region of Brazil Caderno de

Sauacutede Puacuteblica v28 n 11 p 2177-2188 2012

LAUGART E L et al Aspectos epidemioloacutegicos de las parasitosis intestinales en nintildeos de

Vegoacuten de Nutrias Venezuela Revista Cubana de Higiene y Epidemiologiacutea vol50 n3 p

330-339 2012

LEITE R O TOMA H K ADAMIL Y L Diagnoacutestico parasitoloacutegico e molecular de

enteroparasitoses entre crianccedilas residentes e funcionaacuterios de uma instituiccedilatildeo beneficente para

menores no municiacutepio de Niteroacutei- RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n4 p 446-

458 2014

LIMA JUNIOR O A KAISER J CATISTI R High occurrence of giardiasis in children

living on a lsquolandless farm workersrsquo settlement in Araras Satildeo Paulo Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v 55 n 3 p185-188 jun 2013

MACCHIONI F et al Dramatic Decrease in Prevalence of Soil-Transmitted Helminths and

New Insights into Intestinal Protozoa in Children Living in the Chaco Region Bolivia Revisit

the American Journal of Tropical medicine and Hygiene v92 n4 p 794-796 2015

MACEDO H W et al Infecccedilatildeo por Blastocystis hominis e Entamoeba histolyticaEntamoeba

dispar em pacientes atendidos em um hospital localizado em Niteroacutei Rio de Janeiro Revista

de Patologia Tropical v 39 n 1 p56-62 2010

MACHADO R E CAMPOS R R NASCIMENTO V V Enteroparasitoses entre Escolares

da Cidade de Aacuteguas Lindas de Goiaacutes Ensaios e Ciecircncia Ciecircncias Bioloacutegicas Agraacuterias e da

Sauacutede v 17 n 5 p 19-32 2013

MARIANO Ana Paula Melo Prevalecircncia de Cryptosporidium spp e Giardia lamblia em

crianccedilas menores de 6 anos de crechespreacute-escolas de zona urbana em um municiacutepio do interior

da Bahia Brasil 2014 100 f Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem Universidade de

Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2014

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

49

MENEZES R A O Caracterizaccedilatildeo epidemioloacutegica das enteroparasitoses evidenciadas na

populaccedilatildeo atendida na unidade baacutesica de sauacutede de Congoacutes no municiacutepio de Macapaacute ndash Amapaacute

2013 158 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Universidade Federal do Amapaacute Amapaacute 2013

NAGATA N et al Risk factors for intestinal invasive amebiasis in Japan 2003ndash2009

Emerging Infectius Diseasesv18 n5 p 717-24 2012

NEVES et al Parasitologia humana 12ordf ed Rio de Janeiro Editora Atheneu 2011

ORLANDINI M R MATSUMOTO L S Prevalecircncia de parasitoses intestinais em escolares

Universidade Estadual do Norte do Paranaacute Campus Luiz Meneghel (UENPCLM) Disponiacutevel

em lthttpwwwdiaadiaeducacaoprgovbrportalspdearquivos1655-8pdfgt Acesso em

241015 agraves 1543

OUATTARA M et al Prevalence and spatial distribution of Entamoeba histolyticadispar and

Giardia lamblia among schoolchildren in Agboville Area (Coˆ te drsquoIvoire) PLoS Neglected

Tropical Diseases v4 n1 p 1-7 2010

PAINTER J E et al Cryptosporidiosis Surveillance - United States 2011ndash2012 Centers for

Disease Control and Prevention Morbidity And Mortality Weekly Report v 64 n 3 p1-

13 2015

PEZZANI B et al Prasitoses Intestinas em Crianccedilas em Idade Escolar de Zona Suburbana e

de Zona Rural na Argentina Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p63-73 2012

REY L Bases da Parasitologia Meacutedica 3ordf ed Rio de Janeiro Guanabara koogan 2010

SAacuteNCHEZ G P et al Prevalencia de parasitismo intestinal en escolares de 6-11 antildeo

Santiago Cuba MEDISAN vol16 n4 p 551-557 2012

SANTANA L A et al Atualidades sobre giardiacutease Jornal Brasileiro de Medicina Brasil

v 102 n 1 p7-10 2014

SANTOS A A GURGEL-GONCcedilALVES R MACHADO E R Factors Associated with

the Occurrence of Intestinal Parasites in Chilidren Living in the Federal District of

Brazil Revista de Patologia Tropical v 43 n 1 p89-97 2014

SANTOS J et al Parasitoses intestinais em crianccedilas de creche comunitaacuteria em Florianoacutepolis

ndash SC Brasil Revista de Patologia Tropical v43 n3 p 332-340 2014

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

50

SANTOS R V et al High occurrence of Entamoeba histolytica in the municipalities of

Ariquemes and Monte Negro State of Rondocircnia Western Amazonia Brazil Revista do

Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v55 n3 p 193-196 2013

SANTOS S A MERLINI L S Prevalecircncia de enteroparasitoses na populaccedilatildeo do municiacutepio

de Maria Helena Paranaacute Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v 15 n 3 p899-905 2010

SEIXAS M T L Avaliaccedilatildeo da frequecircncia de parasitos intestinais e do estado nutricional em

escolares de uma aacuterea periurbana de Salvador Bahia Brasil Revista de Patologia Tropical

v40 n4 p 304-314 2011

SILVA NETO A P et al Accedilatildeo e prevenccedilatildeo uma avaliaccedilatildeo parasitoloacutegica em manipuladores

de alimentos e escolares Revista Extendere v 1 n 2 2013

SILVA E F SILVA V B C FREITAS F L C Parasitoses Intestinais em Crianccedilas

Residentes na Comunidade Ribeirinha de Satildeo Francisco do Laranjal Municiacutepio de Coari

Estado do Amazonas Brasil Revista de Patologia Tropical v 41 n 1 p97-101 2012

SILVA F S et al Frequecircncia de Parasitos Intestinais no Municiacutepio de Chapadinha Maranhatildeo

Brasil Revista de Patologia Tropical vol 39 n1 p 63-68 2010

SILVA J C et al Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemioloacutegicos em

crianccedilas do Estado do Maranhatildeo Revista da Sociedade Brasileira de Medicina v 44 n 1

p 100-106 2011

SILVA M G TEIXEIRA D J GONTIJO Eacute E L Prevalecircncia de Parasitas Intestinais em

alunos de 5 a 12 anos da rede puacuteblica do municiacutepio de Gurupi-TO Revista Eletrocircnica de

Farmaacutecia [si] v 9 n 2 p13-24 abr 2012

SILVA-NETO L M et al Ocorrecircncia de Blastocystis hominis e outros parasitos Intestinas em

uma Comunidade de Paracambi- RJ no periacuteodo de Abril a Julho de 2005Revista de Patologia

Tropical v 39 n 2 p105-113 2010

SILVEIRA M D P Enteroparasitoses em Pacientes atendidos pelo SUS relaccedilatildeo entre as

condiccedilotildees de saneamento baacutesico e incidecircncia de parasitoses intestinais na populaccedilatildeo de Santo

Amaro da Imperatriz Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 94 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash

Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

51

UCHOA CM A et al Parasitismo intestinal em crianccedilas e funcionaacuterios de creches

comunitaacuterias na cidade de Niteroacutei ndash RJ Brasil Revista de Patologia Tropical v38 n4 p

267-278 2009

VICENTE V Aet al Estrateacutegia multidisciplinar na prevenccedilatildeo e controle de doenccedilas de

manifestaccedilatildeo cliacutenica na infacircncia Revista Gauacutecha de Odontologia v59 n4 p 591-597 2011

World Health Organization ndash WHO (Organizaccedilatildeo mundial da sauacutede - OMS) Soil-transmitted

helminth infections Disponiacutevel em lthttpwwwwhointmediacentrefactsheetsfs366engt

acesso em 11 de maio de 2015

YONES D A et al Effect of enteric parasitic infection on serum trace elements and nutritional

status in upper Egyptian children Tropical Parasitology v 5 n 1 p29-35 2015

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

52

8 ANEXOS

ANEXO A ndash Parecer do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Santa Catarina (No do Parecer 802105)

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

53

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

54

ANEXO B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

55

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

56

ANEXO C ndash Termo de Assentimento

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

57

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

58

ANEXO D ndash Adaptaccedilatildeo da peccedila teatral infantil ldquoZeacute Descalccedilordquo

Narrador Olaacute galerinha O meu nome eacute e hoje eu vim contar uma histoacuteria que aconteceu haacute algum tempo com um coleguinha que morava perto da minha casa O bairro onde eu moro eacute bem animado tem muitas arvores de frutas e dois riachos pertinho das casas onde a crianccedilada adorava se banhar Jaacute faz algum tempo que natildeo podem mais brincar nos riachos porque o meu bairro cresceu muito e as pessoas passaram a jogar lixo dentro deles Agora as crianccedilas soacute brincam nas calccediladas nos terrenos soltam pipa jogam bola Mas eu vim contar a vocecircs a histoacuteria de um menino que vivia laacute e que natildeo participava de nenhuma das nossas brincadeiras Ele se chamava Joseacute e como ele nunca usava nenhum tipo de calccedilado a turma passou a chama-lo de Zeacute descalccedilo Vamos ver como tudo aconteceu

Dona Neusa Zeacute levanta dessa cama meu filho Vai laacute fora dar uma volta tomar um ar brincar um pouco

Zeacute descalccedilo Levanta e vai ateacute a janela Fica espiando as crianccedilas e resmunga Natildeo sei o porquecirc acham tatildeo legal ficar correndo atraacutes de uma bola ou ficar soltando pipa Gosto mesmo eacute de ficar aqui na minha caminha deitadatildeo soacute descansando

Dona Neusa Falando sozinha enquanto enxugava uma panela Natildeo sei o que esse menino tem Soacute quer ficar deitado e sempre reclama de dor de barriga Parece ateacute que estaacute sempre doente

Zeacute descalccedilo Acho que vou dar uma volta no paacutetio (Sai com o dedo no nariz assoviando pela casa) Na porta da cozinha encontra sua irmatilde Oi Clara tudo bem contigo

Clara Tampando o nariz para se proteger do mau haacutelito do irmatildeo Credo Zeacute parece que vocecirc natildeo escova os dentes desde que nasceu Como eacute que vocecirc pretende conquistar a Mariana fedendo desse jeito moleque

Zeacute descalccedilo Deixa de ser enjoada mana Eu escovei os dentes a pouco tempo acho que na semana passada

Dona Neusa Em um tom mais severo retruca Deixa seu irmatildeo Clara Ele mal saiu da camaDepois ele escova os dentes

Clara Matildee E esses peacutes descalccedilos Vai colocar um chinelo Zeacute As crianccedilas do bairro colocaram um apelido nele por causa disso Agora todo mundo chama ele de Zeacute descalccedilo Clara sai rindo

Dona Neusa Filho sua irmatilde tem razatildeo Vai colocar um chinelo nos peacutes e escovar esses dentes Anda filho

Zeacute descalccedilo Da de ombros e sai andando de mansinho Natildeo sei porque o pessoal pega tanto no meu peacute Pra que toda essa frescura

Narrador FRESCURAAAAAAA O Zeacute pisava em cima de tudo poccedila de lama areia com cococirc de cachorro aacutegua parada Um verdadeiro desastre As unhas Ele natildeo cortava e natildeo deixava ningueacutem cortar Elas eram pretas cheias de sujeira embaixo Ele dizia que as unhas cumpridas o ajudavam a cortar folhas de papel e para se coccedilar

Zeacute descalccedilo Em seu passeio pelo paacutetio resmunga Que fome Vou voltar para casa e pegar alguma coisa para comer

Dona Neusa Jaacute voltou do passeio filho Zeacute natildeo mexe no patildeo com as matildeos sujas Olha a dor de barriga menino

Zeacute descalccedilo Com cara de espanto retruca Que eacute isso matildee minhas matildeos estatildeo bem limpinhas Eu lavei ontem a noite Que mania de implicar comigo Vou pegar o patildeo e nem vai acontecer nada

Dona Neusa Mas Zeacute vocecirc foi ao banheiro hoje de manhatilde Tem certeza que suas matildeos estatildeo limpinhas

Zeacute descalccedilo Responde com vontade Matildee eu vou sair Jaacute volto No caminho ele derruba o pedaccedilo de patildeo

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

59

Ops Caiu mas vou comer mesmo assim esse chatildeo nem taacute sujo Assim que saiu do portatildeo viu Mariana passando Oi Mariana tudo bom contigo

Mariana Sim Zeacute tudo bem Mas acho que com vocecirc as coisas natildeo vatildeo bem O cabelo ainda natildeo penteou Os dentes eu acho que natildeo escovou E o banho Tambeacutem natildeo rolou

Zeacute descalccedilo Que eacute iiiiiiiiiiiiiiisso Mariana Ateacute vocecirc pegando no meu peacute Assim natildeo tem como a gente ser amigo Mas (Zeacute tenta abraccedilar Mariana)

Mariana Natildeo Zeacute Natildeo vai dar mesmo Vocecirc precisa se cuidar melhor natildeo ta vendo que eacute por isso que todos estatildeo se afastando de vocecirc

Zeacute descalccedilo AAAA Mas vocecircs natildeo me entendem mesmo Olha Mariana se vocecirc pensa assim tambeacutem o problema eacute seu (Ele daacute meia volta e deixa Mariana sozinha)

Narrador O Zeacute voltou para casa e foi deitar em sua cama sem nem ao menos limpar os peacutes Lavar as matildeos e escovar os dentes Nem pensar Pentear o cabelo Nunca Natildeo demorou muito e ele gritou desesperado para sua matildee

Zeacute descalccedilo Matildeatildeatildeatildeeeeee a dor de barriga voltoooou Estaacute muito forte Acho que natildeo vou conseguir chegar ao banheiro

Dona Neusa Filho calma que a matildee jaacute vai Dona Neca (Grita para uma vizinha) O que eu faccedilo agora O chaacute que eu sempre dou para o Zeacute natildeo faz mais efeito A conta na farmaacutecia jaacute esta nas nuvens de tatildeo altaE ele esta gritando de dor na barriga

Dona Neca Leva ele para o Posto de Sauacutede fiquei sabendo que tem uma meacutedica pediatra nova por laacute muito boa Corre porque se eacute emergecircncia natildeo precisa ficar na fila

Dona Neusa Obrigada Dona Neca vou aceitar seu conselho

Narrador Enquanto isso Zeacute gemia de dor

Dona Neusa Filho vamos tomar um banho morno porque vou te levar no Posto de Sauacutede para uma consulta

Zeacute descalccedilo ldquoPRA QUErdquo MAtildeE Eu jaacute vou ficar bom

Dona Neusa Me obedeccedila menino Vamos logo antes que fique pior

Zeacute descalccedilo Taacute bom matildee

Narrador Chegando laacute Zeacute foi logo atendido e mandado para o consultoacuterio da meacutedica Ele foi cuidadosamente examinado A meacutedica ficou espantada com o estado do menino

Meacutedica Olha matildeezinha seu filho natildeo esta nada bem Ele estaacute muito paacutelido com a barriga enorme Deve estar cheio de vermes

Dona Neusa Natildeo doutora Toda vez que o Zeacute reclama de dor de barriga eu faccedilo um chaacute de ervas e depois preparo uma garrafada para ele tomar Quando natildeo adianta eu vou na farmaacutecia e compro um remeacutedio

Meacutedica Natildeo dona Neusa Soacute o meacutedico pode receitar remeacutedio de vermes e somente com o exame de fezes feito recentemente Dona Neusa o Zeacute costuma andar calccedilado Lava as matildeos depois de ir ao banheiro e antes das refeiccedilotildees Toma banho todos os dias Corta as unhas

Dona Neusa Ah doutora O danado natildeo para um minutinho calccedilado e vive sujo e tudo que vecirc no chatildeo coloca na boca Lavar as matildeos nem pensar Cortar as unhas eacute uma guerra Escovar os dentes de vez em quando (uma vez por semana) Acho que o meu filho natildeo tem jeito mesmo

Meacutedica Pois eacute matildeezinha Natildeo vai adiantar eu pedir o exame de fezes e receitar o remeacutedio de vermes correto se ele natildeo mudar esses haacutebitos feios que tem Veja vou lhe explicar algumas coisas (Neste momento fazer interaccedilatildeo com as crianccedilas)

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO … · As protozooses intestinais mais frequentes mundo são a giardíase, a amebíase e a criptosporidíase (CDC [a], 2015). Essas doenças

60

Podemos pegar vermes principalmente pela aacutegua alimentos e ateacute pela terra se estiverem contaminados E pela falta de higiene Isso porque geralmente os vermes entram no nosso corpo pela boca ou penetram pela pele Os vermes satildeo transmitidos pelos seus ovinhos e larvas que satildeo muito pequenos e natildeo conseguimos enxergar Esses vermes prejudicam muito o nosso corpo podendo causar diarreias vocircmitos anemias dores na barriga e fraqueza Devemos prevenir as infestaccedilotildees com cuidados de higiene que eacute a melhor maneira de lidar com esses vermes (Aqui fazer aparecer os vermes (lombrigas) que passam a acompanhar tudo que a meacutedica fala)

Dona Neusa Doutora o que eu devo fazer para ajudar meu filho a se livrar desses vermes (Perguntar para as crianccedilas)

Meacutedica Deve insistir para que o Zeacute ande sempre calccedilado para que ele corte e limpe as unhas para que ele lave as matildeos antes das refeiccedilotildees e apoacutes ir ao banheiro Lavar bem as frutas e verduras antes de comecirc-las e beber aacutegua tratada que pode ser filtrada ou fervida Se na sua casa tem poccedilo vocecirc deve ferver a aacutegua e depois colocaacute-la em um filtro para que ela possa ser consumida

Dona Neusa Olha doutora noacutes temos um poccedilo laacute em casa mas o pai do Zeacute cuidou para construir ele bem longe da fossa sanitaacuteria Perguntar para as crianccedilas De onde vem a aacutegua que chega agrave casa de vocecircs

Meacutedica Muito bem dona Neusa Agora soacute mais um detalhe O Zeacute tem algum animal de estimaccedilatildeo

Dona Neusa Tem sim doutora Um cachorrinho Perguntar para as crianccedilas Vocecircs tecircm algum bichinho de estimaccedilatildeo

Meacutedica Entatildeo dona Neusa natildeo eacute bom que as crianccedilas convivam muito perto dos animais por exemplo dormindo com eles ou ateacute abraccedilando beijando Catildees e gatos tambeacutem podem transmitir vermes por isso eles devem ter um local proacuteprio para fazer suas necessidades de preferecircncia uma caixa de areia Os porcos e os bois e vacas tambeacutem podem transmitir vermes atraveacutes da carne contaminada por isso eacute muito importante cozinhar bem a carne

Dona Neusa Puxa doutora quanta coisa eu aprendi hoje nessa consulta (As lombrigas olham e ficam assustadas)

Narrador Enquanto isso Zeacute que estava deitado na maca ouvia tudo e como natildeo era bobo nem nada prestou atenccedilatildeo na conversa toda e resmungando na maca disse

Zeacute descalccedilo De hoje em diante vou ser um novo menino Vou mudar essa minha vida Vou tomar banho pentear os cabelos cortar as unhas escovar os dentes fazer esforccedilo para andar calccedilado e vou lavar sempre as matildeos depois de ir ao banheiro e antes de comer Se eu fizer tudo certinho eu vou poder voltar a correr e brincar com o pessoal laacute do bairro e natildeo vou precisar tomar remeacutedios e Injeccedilotildees Vou me transformar no Zeacute o bonitatildeo E aiacute vou conquistar o coraccedilatildeo da Mariana hehehehe (As lombrigas saem com mochilinhas nas costas e bem tristes deixando o corpo do Zeacute)

Narrador E assim acontece Hoje Zeacute estaacute com 15 anos e eacute o craque da bola no bairro Todos na rua voltaram a serem seus amigos e pararam de chamaacute-lo de Zeacute descalccedilo

Zeacute descalccedilo (Aparece o boneco limpo - Zeacute o bonitatildeo) E vocecircs querem saber de uma coisa Agora a Mariana eacute minha namorada