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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
PEDAGOGIA EMPRESARIAL:
PROCESSOS GRUPAIS: A IMPORTÂNCIA DOS
PROCESSOS GRUPAIS PARA AS EQUIPES E GRUPOS
NAS RELAÇÕES DE TRABALHO DAS ORGANIZAÇÕES
Por: Bruna Casal Viana
Orientador
Profº. Jorge Vieira
Rio de Janeiro
2010
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
PEDAGOGIA EMPRESARIAL:
PROCESSOS GRUPAIS: A IMPORTÂNCIA DOS
PROCESSOS GRUPAIS PARA AS EQUIPES E GRUPOS
NAS RELAÇÕES DE TRABALHO DAS ORGANIZAÇÕES
Monografia apresentada como pré-requisito para
conclusão do curso de Pós-Graduação “Latu-Sensu”
em Pedagogia Empresarial, da Universidade
Cândido Mendes, sob orientação do professor Jorge
Vieira, por Bruna Casal Viana.
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a meu amado Deus po r ma is essa Conqu is ta , a m inha famí l ia e am igos .
4
DEDICATÓRIA
A todas as pessoas que contribuíram para a execução desse trabalho monográfico: Deus, família, professores, amigos e ao professor Jorge Vieira pela orientação.
5
RESUMO
O tema da presente monografia são os processos grupais, a
diferenciação entre grupos e equipes e como as equipes são imprescindíveis
para a obtenção de melhores resultados nas organizações.
Pois em função das profundas transformações sociais, as empresas
precisam adaptar-se rapidamente a novas situações, sendo o trabalho em
equipe uma das configurações permissíveis a isto.
Como objetivo geral foi analisado a importância da organização possuir
equipes, e não apenas grupos, para melhor qualidade na produção de
resultados.
Como objetivo específico foi apresentado uma breve reflexão sobre
processos grupais. A visão de grupos e equipes. E uma reflexão de como é
imprescindível para as organizações a visão de Equipes para obtenção de
melhores resultados.
6
METODOLOGIA
O presente estudo baseia-se em pesquisa bibliográfica nos seguintes autores:
AMARU (1993), CHIAVENATO (2005), PICHON-RIVIÈRE (1991), entre outros.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------------- 08
CAPÍTULO I
BREVE DESCRIÇÃO SOBRE PROCESSOS GRUPAIS -------------------------- 10
CAPÍTULO II
A DIFERENCIAÇÃO ENTRE GRUPOS E EQUIPES ------------------------------- 20
CAPÍTULO III
COMO É RELEVANTE E IMPRESCÍNDIVEL PARA AS ORGANIZAÇÕES, A
VISÃO DE EQUIPE PARA OBTENÇÃO DE MELHORES RESULTADOS ---- 32
CONSIDERAÇÕES FINAIS ---------------------------------------------------------------- 37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ------------------------------------------------------ 38
ÍNDICE-------------------------------------------------------------------------------------------- 39
8
Introdução
O tema a ser estudado neste estudo é Processos Grupais. A Importância
dos Processos Grupais para as Equipes e Grupos nas Relações de Trabalho
das Organizações.
A questão central deste trabalho será: Preocupar – se com a qualidade
do trabalho em Equipe é uma questão crucial para o sucesso das
organizações?
Portanto, o presente trabalho objetiva mostrar que Dentro das
organizações está cada vez mais perceptível a formação de Grupos. O
desenvolvimento de capacidade coletiva não faz parte da visão de Grupos,
mas sim de Equipes.
Sabemos da importância que o trabalho cooperativista possui, pois ele é
muito mais eficiente que o trabalho competitivo, principalmente dentro das
organizações empresariais. Para que isso seja possível são imprescindíveis os
trabalhos com a visão de Equipe. Algumas regras devem ser observadas para
que o trabalho em conjunto torne-se produtivo e contribua para o
desenvolvimento da capacidade da empresa. Departamentos, Áreas ou mesmo
dentro das próprias Equipes, sempre que as pessoas se referem ao seu Grupo
de trabalho, mesmo os próprios Gerentes, utiliza o termo "Minha Equipe".
Baseados na afirmação que toda Equipe é um Grupo, porém, nem todo Grupo
é uma Equipe, há uma pergunta que precisa ser respondida: Como está a sua
empresa, vocês trabalham em Grupo ou Equipes?
É necessário compreender que Grupo é um conjunto de pessoas com
objetivos comuns, em geral se reúnem por afinidades. O respeito e os
benefícios psicológicos que os membros encontram, em geral, produzem
resultados de aceitáveis a bons. No entanto este Grupo não é uma Equipe. É
um conjunto de pessoas objetivando, atuando no cumprimento de metas
9específicas. A formação da Equipe deve considerar as competências
individuais necessárias para o desenvolvimento das atividades e atingir metas.
O respeito aos princípios da Equipe, a interação entre seus membros e
especialmente o reconhecimento da interdependência entre seus membros nas
produções dos resultados da Equipe, deve favorecer ainda os resultados das
outras Equipes e da organização como um todo. Por isso a importância no
âmbito empresarial de se trabalhar com a visão de equipes e não de grupos.
Esse é o diferencial do trabalho em Equipe e isso que torna o trabalho
desse Grupo um verdadeiro trabalho em Equipe.
O objetivo desta pesquisa é analisar a importância da organização
possuir equipes, e não apenas grupos, para melhor qualidade na produção de
resultados. Apresentando uma breve reflexão sobre processos grupais.
Para o desenvolvimento deste estudo serão analisados os seguintes
temas, assim organizados no capítulo I: A Breve descrição de Processos
Grupais. Já no segundo capítulo: A Diferenciação de Grupos e Equipes. No
terceiro e último capítulo, haverá a definição de como é imprescindível para as
organizações a visão de Equipes para obtenção de melhores resultados. Já
que para o sucesso nas organizações é crucial preocupa – se com a qualidade
do trabalho em Equipe. Onde há o desenvolvimento de práticas de diálogo e
discussão, de visão compartilhada, objetivando resultado produtivo e
consequentemente positivo.
Os procedimentos metodológicos nesta pesquisa serão teóricos, através
de pesquisa bibliográfica em livros da área: AMARU (1993), CHIAVENATO
(2005), PICHON-RIVIÈRE (1991), entre outros. Pesquisa iniciada em Março de
2010 com término em Julho de 2010.
10
CAPÍTULO I
BREVE DESCRIÇÃO SOBRE PROCESSOS
GRUPAIS
Processos Grupais são as caracterizações e as implicações de uma
rede de relações equilibrante de poder, entre as pessoas que participam, ou
pelo um líder, ou por uma hierarquia de liderança detentora do poder e
determinante nas obrigações e normas que rege a vida grupal.
O que influência o grau participativo dos integrantes no processo
comunicativo interno, na sistematização de normas, nas aplicações, punições e
decisões, são as relações de poder grupal.
Há uma historicidade em todo grupo e através desta história, pode se
verificado as mudanças. O normativo existente altera – se quando há a criação
de novas normas ou quando há revisão das já existentes.
“O grupo é visto como a-histórico numa sociedade também a-histórica.
A única perspectiva histórica se refere, no máximo, à história da
aprendizagem de cada indivíduo com os outros que constituem o grupo.”
(LANE, 2001, p. 2)
A sistematização do sistema de punição dada aos infratores pode vir a
ser conseguentemente rigoroso ou não, dependente das intenções grupais no
controle que o grupo objetiva manter na questão comportamental de seus
membros.
Um fundamental fator no conjunto de revisões e operações de normas,
ou seja, de manutenção grupal é o sentimento de solidariedade. Podendo
haver o surgimento de conflitos relacionados a valores na questão de cumprir
ou não a tarefa imposta, o conflito normativo, que é o juízo sobre quem não
cumpre a tarefa dada deve receber uma punição. E outros conflitos derivados
11da vida grupal. Conflitos estes, originados dos confrontos que permeiam entre
a diversidade nas percepções presentes no grupo. O conflito pode ser
considerado um estágio do crescimento do grupo, por isso não leva
necessariamente a sua dissolução.
O processo de desenvolvimento grupal proporciona e assim, condiciona
a seus integrantes a evolução e crescimento pessoal. Estar num grupo é
compartilhar crenças, emoções, informações, representações e ponto de vista.
Segundo Pichon-Rivière, citado no artigo de Silvia Lane (2001), “grupo é um
conjunto restrito de pessoas ligadas entre si por constantes de tempo e espaço,
articuladas por sua mútua representação interna, que se propõe de forma explícita
ou implícita uma tarefa a qual constitui sua finalidade, interatuando através de
complexos mecanismos de atribuição e assunção de papéis.”
1.1- Alguns Processos Grupais
Coesão
Pode ser considerada como a quantidade de pressão efetuada ou
praticada sobre os integrantes de um grupo, com o fim de que continuem nele.
É a concordância resultante das forças exercidas sobre um membro para sua
permanência no grupo.
As razões que levam as pessoas a fazerem parte de um grupo são
inúmeras. Podendo ser a atração por alguns integrantes do grupo ou pelo
grupo. Outra seria por meio de algum interesse através do ingresso ao grupo.
Para alguns estudiosos, quanto maior for à coesão do grupo, maior será
o prazer experimentado por seus membros; maior será o quantitativo de
influência exercida pelo grupo e seus membros; maior será a quantidade
12comunicativa entre os integrantes e maior será a produtividade grupal. Um
grupo com a percepção de coesão é acabado, um grupo ideal.
Não são apenas vantagens que gera a coesão grupal, já que os grupos
altamente coesos podem estar sujeitos ao pensamento grupal, o que gera o
probabilismo de fazer com que o grupo tenha a atitude de tomar decisões
desastrosas. Pois, quando a união entre os membros são de grande proporção,
eles se tornam menos críticos, consequentemente podendo haver distorção da
realidade social vivida pelos participantes.
Cooperação
Associação de pessoas trabalhando juntas em prol de um ou mais
objetivos. É a ação em conjunto de alguns indivíduos objetivando influenciar
nos resultados de determinadas pessoas.
Certos indivíduos de um grupo formam coalizões quando isto lhes
parece oportuno, quando há resultados que o compensa. É uma estratégia
permissível que diferenças iniciais de poder entre os membros de um grupo
venham a ser anuladas.
Cooperação pressupõe também que os individuos se preocupem com os
outros, que pense no grupo. Por algumas vezes o indivíduo tem que se
sacrificar pelo grupo proporcionando, assim um maior desenvolvimento e
progressão grupal e por consequência do individual também.
Inserir a cultura de cooperação para os meios organizacionais pode
significar a ideia de aumento de produtividade, redução conflituais e melhor
comunicação para o aumento dos lucros. Mas para que tudo isso aconteça e
haja a transformação nas empresas, os indivíduos que compõem as
organizações precisam passar pelo processo de transformação primeiramente.
13Inserida esta visão, tanto a empresa quanto a sociedade estarão caminhando
rumo a coperação e a consciência grupal.
Formação de Normas
Podemos conceituar normas sociais como padrões, expectativas
comportamentais partilhadas pelos indivíduos de um grupo, que utilizam estes
padrões como forma de julgar a propriedade ou adaptação de seus
comportamentos, sentimentos e reflexões. É imprescindível para o grupo
estabelecer normas para o seu funcionamento adequado. Pois o grande
objetivo é evitar conflitos e atritos para assim, existir uma convivência
harmoniosa.
Os grupos de menos coesão há probabilidades de se ter dificuldade em
instituir normas, por causa dos múltiplos interesses.
As normas grupais são imprescindíveis substitutos para a utilização do
poder que por vezes é um gerador de tensão nos membros do grupo. Já que
alguns líderes trabalham com a sua capacidade de influenciar seus liderados
para a demonstração e o exercício de poder. Com a utilização das normas
grupais, o líder terá um facilitador no seu trabalho com seu grupo.
As normas sociais são grandes facilitadoras a vida dos integrantes de
um grupo. Pois elas não precisam ser explicitadas, mas inseridas,
compartilhadas, conhecidas e seguidas pelos membros do grupo.
Os grupos que há existência de integrante que não partilha, que não
aceita as normas sociais, este integrante é isolado pelos demais do grupo. Os
convívios no meio social, as relações sociais, necessitam de normas sociais.
Liderança
14A construção, o estereótipo de um líder durante décadas, era de
características nas quais apresentavam auto confiança, criatividade,
inteligência, persistência e sociabilidade. Estas são características que ajudam
no processo de desenvolvimento no potencial de liderança. Mas para ser um
líder é necessário mais do que tais características.
Liderança é um fenômeno relacionado à estrutura e às formas de
organização de papéis e funções do grupo.
Ser chefe não significa ser líder. Como um líder nem sempre é um chefe.
Pois a chefia está relacionada à função de comando organizacional com
atribuição sempre de fora para dentro do grupo.
Um chefe que leva consigo o autoritarismo, paternalismo, permissivo
não é um líder e só prejudica o crescimento do grupo. A liderança nasce no
grupo conforme as circunstâncias, situações, objetivos e atribuição de tarefas
no grupo. Assim, a essência da democracia precisa está presente no espírito
de um líder, para o favorecimento de planejamento e decisões de um grupo.
“O líder ‘centrado no grupo’ só pode sê-lo completamente no seu
papel de formador. Nesse papel, em compensação, toda outra
atitude está condenada ao insucesso.”
(MUCCHIELLI, 1980, p.126)
Para a existência da motivação grupal, ela precisa ser compartilhada
para que todos do grupo possam trabalhar o exercício em função de comandar,
coordenar e monitorar o grupo, objetivando a autonomia e auto gestão grupal.
Esta liderança “compartilhada” possui consistência na co-
responsabilidade de todos os integrantes do grupo, as tarefas, por exemplo, de
animação, coordenação, moderação serão rotativas. Os membros do grupo
irão exercer funções diferentes, favorecendo a participação de todos os papéis
no grupo.
15Atualmente a posição de liderança como fenômeno que decorre da
interação entre participantes com ressaltante dependência dos objetivos e
expectativas do grupo são mais aceita.
Segundo os estudos de Kurt Lewin, citados por Minicucci (1991),
“liderança é a capacidade de um indivíduo para controlar ou dirigir a questão
comportamental de um grupo." Parte do pressuposto a relação entre pessoas
em que é legitimada a influência e o poder de maneira desigual, porém,
legítima.O líder é percebido, sobretudo pela sua visão, pela sua confiança que
é essencial para todas as organizações e tem como determinante principal a
constância, já que as pessoas possuem uma tendência em seguir indivíduos
em que elas confiam mais, mesmo discordando de seus pontos de vista. E
autoconfiança, que é perceptível ao grupo, e pela adesão e colaboração que
consegue obter de todos os integrantes.
São identificados três tipos de lideranças na visão de Kurt Lewin:
Autocrítica
Na liderança autocrítica ocorre a centralização do poder, exercido
através da coerção, somente o líder toma decisões.
Democrática
A democracia impera no grupo, pois as decisões são tomadas pelos
seus integrantes e o líder é um representante procurando atender as
necessidades e decisões grupais.
Permissiva
16 É permissivo que cada pessoa dentro do grupo é quem decida o que
deve ser feito perante as situações, não havendo efetivamente uma ação da
liderança.
Levando em consideração os estudos realizados pelo psicólogo a
respeito dos três tipos de classificação de liderança, podemos chegar à
conclusão de que:
A democrática desenvolve mais autonomia e sucessivamente menos
dependência do líder.
A classificação autocrítica gera dependência total do líder. Não há
produtividade no grupo se o líder não estiver presente.
A liderança Permissiva é geradora de um líder passivo, que não critica,
nem elogia os membros do grupo dando – lhes autonomia no poder de
decisões. Por conseqüência a produtividade é menor e a insatisfação é maior
já que gera uma problemática que são as discussões freqüentes no centro do
grupo durante as realizações de tarefas.
Concluindo o sentido de liderança, ela é um processo interacional que
possui características próprias, o líder nasce durante o processo de interação
entre os participantes. As probabilidades são praticamente inexistentes quando
se refere em estabelecer com total certeza qual é a pessoa mais preparada
para ser líder de um determinado grupo. Liderança é um fenômeno social
necessário para os grupos, sendo assim, a relação existente entre as pessoas
dentro da estrutura social e não por traços característicos e ações individuais.
“A liderança é encarada por um fenômeno social
e que ocorre exclusivamente por grupos sociais”.
(CHIAVENATO, 1983, p. 125)
Status
17É um termo psicológico que descreve a posição relativa de um indivíduo
dentro de um grupo específico. Podendo ser dividido em dois tipos, o subjetivo
e o social.
O chamado status subjetivo é a posição ocupada por um indivíduo no
grupo; é o prestígio desfrutado por ele. É como o indivíduo é percebido.
O status social é a percepção que todos os membros do grupo têm do
indivíduo.
O primeiro status pode ou não ser correspondente ao segundo. Caso
haja comparações referentes ao resultado obtidos pelos outros membros do
grupo.
Temos o status subjetivo elevado que significa como um dos membros
considera–se recebedor de resultados mais gratificantes. Pois o indivíduo se
destaca dos outros membros referentes à sua gratificação recebida que é a
melhor do grupo.
Caso os outros membros do grupo consideram esse indivíduo como
alguém fundamental, um gerador de benefícios, que possui a aprovação da
maioria, este indivíduo terá o status social elevado dentro do seu grupo. O bom
desempenho do status social poderá ou não ser significativo, isto dependerá de
alguns atributos pessoais e da natureza do grupo.
Pode haver a falta de equilíbrio entre os status, isso poderá ocasionar na
causa de problemas de adaptação do participante no grupo. Caso seu status
seja subjetivo elevado e o status social seja baixo, o participante se sentirá
desconfortável no grupo, havendo probabilidade de ocasionar um
desligamento.
18 Já se o caso for contrário, o status subjetivo for baixo e o social for alto,
o participante poderá permanecer no grupo, por causa do tratamento amigável
por parte dos membros, mas isto poderá ocasionar no grupo dificuldades no
seu funcionamento. No status subjetivo a pessoa espera ser recompensada
pelo grupo. Não sendo atendidas as suas expectativas surgem os problemas
de adaptação do membro ao grupo.
Papel Social
A maioria dos membros de um grupo social possui um status, um papel
que lhe cabe desempenhar. Tal papel seria a soma total de modos de sua
conduta num determinado posicionamento dentro do grupo.
Todo grupo social para seu bom funcionamento precisa estabelecer
papéis para os seus participantes. Quando há diversidade de papéis a serem
cumpridos pelo membro de um grupo, frequentemente ocorrerá tensão e
conflitos entre os indivíduos. Ocasionando o abandono ou a expulsão do
membro do grupo.
As normas sociais, o status subjetivo e social influi no papel que os
membros de um grupo venham a desempenhar. Quando o mesmo conjunto de
normas é dirigente no comportamento de um indivíduo, ele desempenha o
mesmo papel.
Para a obtenção de um processo harmônico no grupo é fundamental que
o papel subjetivo do indivíduo seja coerente com o que os outros membros do
grupo esperam dele.
Os aspectos influentes no estabelecimento de papéis são entre outros,
cultural, nível educacional, status, idade, sexo e outros.
19 As expectativas dos papéis em desenvolvimento dos participantes são
geradas a partir do desenvolvimento do grupo. Sendo assim, os integrantes
desempenham os papéis de acordo com suas peculiaridades grupais.
Esta breve reflexão contribui sutilmente para a compreensão de alguns
processos grupais, objetivando perceber alguns fenômenos fundamentais no
funcionamento dos grupos, onde a questão comportamental é referente em
como o comportamento de um indivíduo dentro de um grupo influência
interagindo nos demais e a recíproca é a mesma. Pois cada grupo que
pertencemos ou que viemos a pertencer existe normas e padrões. E é
perceptível que para adotarmos novas normas, especialmente se elas forem
radicalmente diferentes, são despertados dentro de nós certos grau de
incômodo. Podemos perceber também que o que guia o comportamento dentro
dos grupos na maior parte do tempo é o processo de coesão, cooperação,
liderança, status e papel social.
No próximo capítulo veremos a diferenciação entre Grupos e Equipes,
como tais influenciam nos resultados de produção das empresas.
20
CAPÍTULO II
A DIFERENCIAÇÃO ENTRE GRUPOS E EQUIPES
O Homem possui a necessidade histórica de somar esforços para a
obtenção de seus objetivos nos quais, isoladamente poderiam não obter, ou
até obteriam, mas ainda assim, seria um processo relativamente mais árduo.
Pois podemos perceber que com o desenvolvimento e a complexidade do
mundo moderno, são geradas relações de complementaridade de
conhecimento e habilidades para a conquista dos objetivos almejados ou a
dependência entre os indivíduos nas produções organizacionais. Sendo assim,
é necessária a reflexão sobre a diferenciação entre Grupos e Equipes. E este é
o objetivo deste capítulo.
2.1– Reflexões sobre grupo
Podemos definir Grupo como um conjunto de pessoas que interagem
entre si com afinidades, necessidades, com objetivos comuns. A função do
grupo é na definição de papéis e, consequentemente, a identidade social de
cada indivíduo, garantindo a sua produtividade social.
“Cada grupo desenvolve um processo próprio, em função das suas
condições reais de vida e das características peculiares dos indivíduos
envolvidos.”
(LANE, 1981, p. 70)
No Grupo todos trabalham objetivando as mesmas metas e possuem
seus papéis e funções bem definidas. Possuindo um trabalho isolado. Sendo
mensuráveis o respeito e os benefícios psicológicos que os indivíduos
encontram no geral, são produzidos resultados consideráveis no meio de
produção.
Uma das principais vantagens de utilizar grupos é a oportunidade de
obter um tipo de sinergia.
21As pessoas que trabalham em grupo são capazes de produzir mais
resultados, ou de melhor qualidade, do que teriam produzido caso cada um
trabalhasse de maneira individual.
No trabalho em grupo não há a escuta sensível, consequentemente, as
pessoas não sabem exatamente ao certo o que o outro pensa. Já que não
há uma comunicação construtiva para ser expresso o que os indivíduos
pensam.
“Grupos... as pessoas conseguem trabalhar umas com as outras, mas é só
isso. Essa ênfase produz um clima de solidariedade mecânica, que agrega
as pessoas essencialmente em torno de temas de trabalho.”
(AMARU, 1993, p. 44)
Às vezes alguns se expressam, porém de maneira desordenada. A visão
é mais individualista, geralmente os membros não pensam muito em ajudar os
outros, gerando o individualismo e o egocentrismo. Pois há muitas divergências
atribuídas a problemas relacionados ao trabalho e diferenças de valores
culturais. Tais razões, por vezes são manifestadas por outras, sendo
mascaradas por razões políticas.
“Nos grupos... o resultado é um ambiente de tensão e frustração, no
qual as pessoas sacrificam muitos aspectos de suas vidas pessoais
em nome da eficiência, da empresa e da lealdade ao chefe.”
(AMARU, 1993, p. 44)
A liderança dentro de um Grupo para se afirmar e até mesmo se
diferenciar, mantêm uma relação distinta com os membros, comparecendo na
maioria das vezes só para dar ordens.
Os indivíduos do Grupo geralmente não possuem liberdade para
expressarem suas opiniões relativas aos seus colegas e nem muito menos
22relativa aos seus chefes, que na maioria do tempo se comportam de maneira
objetiva e rude.
“O chefe autoritário e diretivo fica não só desadaptado, mas ainda
descontrolado e inquieto quando a tarefa exige que o grupo esteja
descontraído e não mais sob tensão, criativo e não mais executante
e à procura de um acordo grupal sobre a própria tarefa, que no início
era imprecisa e não mais urgente.”
(MUCCHIELLI, 1980, p. 98)
Ninguém neste ambiente toma a iniciativa para perceber – se como é
visto. A atitude é contraria, pois todos ficam no posicionamento defensivo e
possuindo tendência a sentir o chamado Feedback como uma ataque, ou seja,
fornecer opinião para ajudar na melhoria e assim, no desempenho do Grupo ou
de uma pessoa no sentido de ajudá–la atingir seus objetivos, geralmente é um
posicionamento negativo quando deveria ser positivo.
O desenvolvimento de um trabalho em Grupo é um processo
individualista. A ênfase é nas habilidades técnicas. As tarefas são estritamente
definidas como já citado anteriormente.
“A equipe não é uma família, nem mesmo um grupo de amigos, nem
um bando; o trabalho a ser cumprido, a missão a ser executada, a
obra a ser realizada em conjunto, dá à unidade sócio-afetiva uma
comunidade de orientação e de horizontes que reflete por sua vez
sobre a unidade moral.”
(MUCCHIELLI, 1980, p. 16)
Os coordenadores que determinam o trabalho e as informações são
restritos a eles.
A recompensa é no desempenho individual. E quando um membro do
Grupo resolve assumir riscos é desencorajado e punido.
23Nos Grupos de trabalhos a maioria das pessoas não sabe ao certo o que
elas ou o que outros fazem. Os objetivos frequentemente não são claros. Há
uma competitividade dentro e fora do Grupo.
Os problemas frequentes dentro de um Grupo são:
Reuniões
• As pessoas geralmente se atrasam;
• As reuniões na maioria das vezes acabam passando do tempo
estabelecido;
• Não há contribuições para as discussões;
• As probabilidades de uma ou no máximo duas pessoas dominarem a
reunião o tempo todo são maiores;
Então, como tentar reverter este quadro?
• Nas reuniões as pautas devem ser circuladas com antecedência;
• Deve haver um tempo preestabelecido para as reuniões;
• É necessário algum indivíduo presidir na reunião com eficiência;
• Ocorrer uma avaliação conjunta no encerramento, para a avaliação
da eficiência de quem liderou a reunião.
“Uma reunião é a oportunidade para observar o relacionamento entre
os membros do grupo, seu estilo de trabalho e muitos outros
aspectos de seu comportamento.”(AMARU, 1993, p. 82)
24
Conflitos
• O conflito faz parte da vida grupal, ou seja, é repetitivo;
• As pessoas não refletem e não respeitam a opinião do outro, por isso
se magoam;
• O modo de comunicação é num tom mais amargo;
• E justamente por causa deste tom mais pessoal e amargo muitos
abandonam o grupo.
E como podemos modificar tais atitudes?
• Deixando bem definido os papéis e as responsabilidades de cada
um;
• O estabelecimento de limites e de tarefas entre os indivíduos são
fundamentais;
• A liderança precisa tomar a atitude de dar um feedback as pessoas
do grupo, com o trabalho de orientação para aqueles que traduzem
comportamento inadequado.
Comunicação destrutiva
• Quando um membro do grupo tenta humilhar o outro;
• Tende a incitar, ou seja, aumentar a ansiedade de um indivíduo no
grupo;
25
• E quando tenta fugir das suas tarefas, de suas responsabilidades
grupais.
Alguns são os fatores que fazem um grupo torna-se uma equipe. Pois
sabemos muito bem que nem todo grupo é uma equipe.
No ambiente de trabalho são as imagem externas, estilos gerenciais e a
administração. No fator indivíduo o que influência são os seus valores,
interesse, formação, aptidões, experiências, atitudes, percepções e
comportamentos. No grupo é idade, historicidade, tamanho, compreensão dos
objetivos e todos os indivíduos engajados em alcançá-los de maneira
compartilhada, percepções mútuas, comunicação verdadeira, onde as opiniões
divergentes são estimuladas, confiança, habilidades complementares, respeito
para haver cooperação, contínuo processo de avaliação e conflitos resolvidos
objetivando crescimento.
2.2- Dialogando sobre os conceitos de equipe
Segundo Mucchielli (1980), “equipe viria do francês antigo, que
designava originariamente uma fila de barcos amarrado uns aos outros e
puxados por homens... há nesta palavra, portanto, um vínculo, um objetivo
comum, uma organização, um duplo dinamismo que vem tanto da ‘cabeça’
como do conjunto; uma vitória a ser alcançada em conjunto.”
Em uma equipe o indivíduo tem em comum os mesmos objetivos, com
papéis e funções bem definidas, possuindo vários fatores positivos que o
diferencia de um grupo.
“A estrutura da equipe é variável conforme o tipo de ação e o contexto de
seus objetivos, mas é necessária uma organização dos papéis assim como
uma distribuição do trabalho.” (MUCCHIELLI, 1980, p. 14)
26No trabalho em equipe existe uma clareza, unidade entre todas as
pessoas. Todos compartilham o que sentem o que percebem o que almejam
quando o assunto é relacionado ao trabalho. Há um trabalho com uma
formação construtiva. O nível de colaboração é mútuo. Os membros sabem
que um pode contar com a ajuda do outro. O apoio é espontâneo e verdadeiro.
Dentro desse âmbito não significa que não há desentendimentos, até
porque os conflitos fazem parte das relações humanas e de seu crescimento,
se os membros da equipe trabalhar de maneira em que transformem os
conflitos em um diálogo produtivo.
O conflito interpessoal no grupo é gerado pela falta de recursos que
satisfaça as necessidades e desejos individuais. As necessidades de poder e
afetividade geram conflitos grupais maiores.
Os conflitos grupais são muitas vezes percebidos como negativo, por
está relacionado a brigas e tensões, porém o conflito em si não é ocasionado
com tais objetivos, mas para gerar o crescimento, desenvolvimento e
mudanças no grupo.
O conflito faz parte da dinâmica interpessoal. Seus pontos positivos são:
romper o equilíbrio da rotina, revelar o nível de energia do sistema, acaba com
as acomodações de posicionamento referente à ideia, revela problemas ocultos
no grupo, as pessoas possuem percepções e raciocínio mais aguçado. Exercita
o lúdico, ou seja, a imaginação e a criatividade.
“Em qualquer lugar existe um conflito potencial entre os indivíduos e
em qualquer organização existe um conflito potencial entre grupos,
se houver uma competição – interesses disputando um mesmo
objetivo ou os mesmos recursos.”
(AMARU, 1993, p. 26)
27Existem dois conjuntos de táticas como modalidade para o
enfrentamento de conflitos. São eles, luta/fuga e tática de diálogo.
As táticas de luta/fuga são as mais utilizadas mesmo sendo um tanto
ineficaz. Dentro da tática de luta temos a competição que é o reconhecimento
dos conflitos e engajamento na luta aberta contra o adversário, tendo uma
postura de competição honesta e ética.
A tática de fuga abrange a repressão e a evasão. Na repressão é
utilizado o uso da força como forma de aniquilamento do conflito, mas apenas
os sintomas do conflito desaparecem e o conflito continua.
Na evasão não há o enfrentamento do conflito, só o abrandamento dos
sentimentos. Nela é sugerido o controle unilateral da situação, ocorrendo o
afastamento de maneira voluntária de um contendor. Ou seja, não há o
enfrentamento da discórdia. É como fugir dos problemas.
É a tática mais usada nas empresas, porém a mais ineficiente, já que
não podemos fugir das problemáticas. E é a que menos promove progresso
nos relacionamentos grupais e nos resultados das empresas.
Na tática de diálogo há uma modalidade de administrar os conflitos e
nela temos o apaziguamento, negociação, confrontação e resolução dos
problemas.
Na tática de apaziguamento há a ajuda de alguém para administrar o
conflito interpessoal e é uma tática que propicia a resolução dos conflitos pelo
encaminhamento da situação para ser negociado entre os envolvidos.
A tática de negociação é adequada perante a recuperação das emoções
fortes. Já que para se negociar é necessário não haver desavenças, brigas,
28revoltas, enfim, é preciso o equilíbrio emocional para iniciar o diálogo que
servirá como forma de negociação do conflito.
É necessário também na tática de negociação há existência de mútua
motivação positiva, pois ambas as partes precisam está disponíveis para a
resolução dos conflitos. E a comunicação clara e objetiva também precisa está
presente nesse âmbito por cada participante, pois a compreensão dos valores
e do ponto de vista do outro é imprescindível.
Essa é uma fase chamada de diferenciação do diálogo onde são
expressas as diferenças perceptivas, emocionais, direcionadas a preconceitos,
ideias e sentimentos. Só assim, ocasionará a compreensão compartilhada da
situação e alternativas constituídas de ação para a solução do problema para a
convivência grupal.
Na tática de confrontação há um elemento neutro no grupo de confiança
que se propõe a acompanhar, ouvir, apoiar os esforços dos indivíduos do grupo
em que se encontram na situação de desacordo, mas sem interferir no
merecimento da briga.
A tática de resolução dos problemas possui dois tipos de diálogo: a
diferenciação e a integração. Na diferenciação exploram-se profundamente as
percepções e emoções de ambas as partes. É o alivio da tensão acumulada e
o caminho para a comunicação positiva. Na integração se reformula as
problemáticas existentes como forma participativa ao estabelecer prioridades e
a elaboração de opções para a resolução.
A solução dos conflitos está numa visão onde há busca de alternativas
que controlem os problemas. O grupo percebe, expõem, ouve e produz
caminhos direcionados a resolução positiva e produtiva das questões
problemáticas.
29E esta é a postura de uma equipe. E por isso a importância de haver
uma liderança participativa com a visão de equipe. Uma liderança que atua em
conjunto com toda a equipe. Ocorrendo interação para o favorecimento da
criatividade e maior comprometimento mútuo.
O líder dentro de uma equipe precisa ser seguro para não se sentir
ameaçado pelas ideias dos membros que compõe a equipe.
“Os participantes e o líder têm um elevado grau de confiança em
cada um dos demais.”
(AMARU, 1993, p. 50)
É importante que não haja a pretensão de ninguém querer se sobressair
isoladamente. Destaque só para os resultados, pois numa equipe quando um
indivíduo consegue obter resultados positivos, toda a equipe vibra, já que todos
saem ganhando.
O feedback é uma prática constante neste momento. É dado de maneira
clara, construtiva e com receptividade de todos. O feedback é dado pelos
líderes e liderados.
A liderança numa equipe é exercida com a visão de pessoas que
realmente acreditam que um precisa do outro para obtenção de êxito na
missão comum e há o ato de contribuir por inteiro com a sua parte nas tarefas.
Os membros auto-suficientes, por mais que sejam competentes na
execução de tarefas as probabilidades de exercer liderança autêntica na
equipe são mínimas.
Uma questão básica dentro das equipes é a comunicação. Há o aumento
da compreensão mútua, empatia, todos ouvem um ao outro, evitando
manifestação de preconceito, julgamento impróprio, ficando na evidência a
ótima relação de interação.
30“As pessoas que se orienta para a comunicação – o comunicador –
enfatizam os processos e não o conteúdo dentro de um grupo de
trabalho. Ela é capaz de ouvir bem e de facilitar a participação
alheia, a resolução de conflitos, o consenso e o surgimento de um
clima amigável e descontraído.”
(AMARU, 1993, p. 80)
A criatividade, a qualidade e a produtividade são em maiores proporções
e assim, todos saem no lucro, pois a empresa tem resultados produtivos, as
pessoas ficam mais satisfeitas, havendo melhor qualidade de vida no trabalho.
O trabalho em equipe é satisfatório tanto para a empresa quanto para seus
funcionários.
Numa equipe há compreensão dos objetivos grupais e todos lutam para
alcançá-los de maneira compartilhada. A comunicação grupal é verdadeira,
transparente e as opiniões divergentes são estimuladas.
Na equipe assumem-se riscos, há investimento no crescimento. Para um
grupo torna-se uma equipe ele precisa ter mais atenção na sua forma de
operar, procurando a resolução dos problemas que prejudicam o seu
funcionamento quanto grupo.
O trabalho em equipe pode ser compreendido como forma estratégica
percebida pelo homem para o desenvolvimento da melhor efetividade no
trabalho, elevando o grau satisfatório do trabalhador.
A união das equipes é em prol de objetivos em comum, ocorrendo um
acordo dos membros a uma meta e a disponibilidade de reconhecimento que o
desempenho individual não pode garantir o resultado almejado.
“Um grupo, na verdade, somente é um grupo quando seus
integrantes se percebem como tal, como partes da mesma
identidade coletiva.”
(AMARU, 1993, p. 43)
31O nível de comprometimento com o trabalho nas equipes é maior. Pois
há mais oportunidades para os seus membros nas decisões de trabalho e nas
responsabilidades de execução de tarefas. Sucessivamente o grau de
comprometimento do empregado aumenta e consequentemente este resultado
é positivo para as empresas.
2.3- A diferença entre as mentalidades de Grupo e Equipe
Nos grupos o trabalho é individual; Ênfase nas habilidades técnicas; As
atividades e tarefas são estritamente definidas; Coordenadores determinam o
trabalho; Informações restritas ao coordenador; Recompensa no desempenho
individual; O individuo no grupo que assumir riscos é desencorajado e punido;
As metas são compartilhar informações; A sinergia é neutra; A
responsabilidade é individual; As habilidades são casuais e variadas.
Nas equipes o trabalho é junto; Ênfase nas habilidades interpessoal;
Tarefas nas habilidades e conhecimento amplo; Coordenadores e equipe
determinam e planejam juntos; As informações são compartilhadas entre todos;
A recompensa é individual e para a equipe; A equipe é encorajada a assumir
riscos; As metas vêm do desempenho coletivo; A sinergia é positiva; A
responsabilidade é individual e mútua; As habilidades são complementares.
Concluindo o capítulo, podemos perceber que grupo é um conjunto de
pessoas almejando os mesmos objetivos e se reúnem por afinidades.
Enquanto equipes são pessoas com objetivos comuns que atuam no
cumprimento de metas específicas. Então, podemos concluir que as empresas
precisam de equipes no seu âmbito, para melhor produtividade na obtenção de
seus resultados organizacionais.
32
CAPÍTULO III
COMO É IMPRESCÍNDIVEL PARA AS ORGANIZAÇÕES,
A VISÃO DE EQUIPE PARA OBTENÇÃO DE MELHORES
RESULTADOS.
“As organizações representam um dos meios pelos quais a
sociedade se estrutura para prestar serviços a seus integrantes; ao
mesmo tempo, é a ferramenta que possibilitam aos indivíduos juntar
esforços para atingir objetivo.”
(AMARU, 1993, pág. 3)
As empresas e a sociedade estão vivenciando um momento histórico de
transformações. As organizações precisam urgentemente adaptar - se as
novas mudanças, sendo o trabalho com a visão de equipe uma das formas que
permite isso. Para acompanhar essas transformações e preservar sua
permanência e participação no mercado, está ocorrendo algumas modificações
nas estruturas organizacionais, são elas: informação, carreira e incentivos de
desempenho que anteriormente eram verticais, funcionais e hierárquicos e que
atualmente passam a possuir uma hierarquia menos conservadora, de maneira
horizontal, possuindo menos níveis, com um trabalho caracterizado por uma
visão compartilhada, com equipes dedicadas a produtos, projetos e clientes.
Em decorrência dessas transformações as empresas passa ir à busca de
profissionais onde existam características pessoais que inclua a integração
social como facilitador, que esteja disponível e apta a cultura de exercer
atividades em grupo e a atuação em equipe.
De acordo com Galbraith et al. (1995), “em função da intensificação das
pressões competitivas, passa-se a exigir das organizações flexibilidade,
velocidade, qualidade e eficiência, fazendo com que acelerem e ampliem a
implementação de equipes. Essas equipes são a forma da organização fazer
33com o que o trabalho seja feito. São as unidades básicas de desempenho para
resultados específicos.”
As empresas atualmente não estão mais enfatizando a competição
individual. E sim o trabalho que visa à cooperação, a comunicação intergrupal.
Pois, quanto mais for à comunicação entre as pessoas, melhor será para a
produtividade e lucratividade da organização.
Essas mudanças pelas quais as organizações estão passando,
apresentam o trabalho com a visão de equipe como uma das possíveis
soluções para que as empresas possam conseguir manter – se em um
mercado de extrema competição.
Os novos modelos estruturais e o surgimento de novas formas de
produção vêm fazendo com que as empresas transformem seu trabalho. Pois
elas estão passando pelo processo de modernização pela busca de maior
competitividade.
Segundo MONTANA & CHARNOV (1980), “a organização é definida
como sendo um grupo de pessoas unidas por objetivos comuns, e, em uma
visão microscopia, como sendo uma coleção de grupos inter-relacionados,
sendo que todo o comportamento dos funcionários ocorre dentro e entre esses
grupos.”
No âmbito das organizações nem sempre um grupo possui
características de equipe. Para que um grupo venha ser uma equipe é
necessário que exista coesão, participação e o primordial que é a cooperação
entre seus membros. E é disso que as empresas precisam em suas relações
de trabalho para gerar produtividade.
34Uma das maiores contribuições que equipe pode prestar as empresas é
no setor do trabalho intelectual, pois ela é planejada como complemento da
organização funcional.
A equipe dentro das organizações é um complemento de extrema
necessidade à concepção funcional. Ela pode vir a se tornar um princípio
funcional extremamente eficaz e a realizar ideais organizacionais.
De acordo com MAXIMIANO (1995), “a equipe é um grupo de pessoas
com um objetivo comum, que pode decidir como fazer para alcançá-lo, e que
trabalha dentro de uma área de autonomia definida de comum acordo com a
administração.”
Dentro das empresas a equipe é percebida como um natural e melhor
princípio de planejamento para as tarefas permanentes, como serviço de alta
direção e como uma organização geradora de trabalho inovador.
Nas atividades de produção de massa ou no trabalho administrativo e
principalmente no intelectual, a equipe é um complemento importante e
imprescindível à estrutura funcional.
O processo de transição da concepção dentro da organização como
uma estrutura de relações individuais para a concepção de uma estrutura de
relações grupais, não é um processo fácil. Porém esse processo é inevitável.
Já que dirigir uma empresa complexa, interdependente e cooperativista,
baseando-se nas premissas de total ilusão de que ela é composta de relações
individuais não é viável para a organização.
No âmbito empresarial um novo perfil profissional está fazendo-se
fundamental e cada vez mais contemporâneo. Pois a estrutura nas
organizações e seu modelo de gestão estão em transformações.
35Como relembra GALBRAITH ET AL (1995), “é importante contar com um
bom quadro de pessoal. Porém, isso não é mais suficiente, uma vez que
apenas um bom quadro de pessoal não vai trazer avanços extraordinários para
a empresa, o que exige formação e incentivo a equipes de trabalho”.
Podemos perceber que a visão do profissional com traços de
competitividade individual e com formação individualista e empreendedora não
é mais o privilegiado.
Segundo CHIAVENATO (1996), “até algum tempo atrás, os profissionais
considerados excelentes eram aqueles que apresentavam sinais de forte
competitividade individual e espírito individualista e empreendedor.”
Atualmente, o privilégio é para os profissionais com a capacidade de
cooperação social, clareza na comunicação, facilidade do trabalho em conjunto
com outras pessoas e com espírito de equipe.
As organizações atualmente estão no processo de construção de uma
nova visão, uma construção de um contexto dinâmico e envolvente, onde os
funcionários estejam satisfeitos com o seu local de trabalho. A empresa é
percebida como um ambiente social, onde o homem é atuante como o centro
da organização.
Os antigos critérios de um profissional com experiência, conhecimentos
adquiridos e competência técnica continuam sendo importantes, mas é
imprescindível que a capacidade de trabalhar em equipe, com cooperação e
interação com outras pessoas.
Então, podemos concluir que as mudanças sociais na era da informação
geraram nas organizações uma nova visão na busca de seus processos e
tarefas, onde remetessem na busca das competências e conhecimentos.
36Surgi uma nova mentalidade onde a atividade humana está vivenciando
um processo menos braçal e de rotina para torna-se intelectual e criativo,
ocasionando o desenvolvimento e o nascimento de equipes de trabalho, que
tendem a contribuir para o trabalho organizacional e social.
Ainda que existam algumas mentalidades organizacionais que percebam
a equipe como desnecessária, é inevitável perceber que ela é geradora da
qualidade e produtividade, baixo custos e satisfação entre os indivíduos.
As equipes quando são reconhecidas, são acolhedoras e transformam
ambientes variados, que podem ser oriundos de conflitos, mas que são
percebidos como experiências multiformes para a aprendizagem,
desenvolvimento e produtividades dentro das organizações. O trabalho em
equipe é gerador de aprendizagem tanto para o âmbito das organizações,
quanto para seus funcionários.
Segundo Drucker (1998), “a implementação de equipes possui virtudes
óbvias. Cada um de seus membros sempre sabe qual é o trabalho a
desenvolver em conjunto, e se responsabiliza por ele. A equipe é bastante
receptiva às novas idéias e novas maneiras de fazer as coisas, e possui grande
capacidade de adaptar-se.”
As equipes são essenciais para as organizações, já que a visão de
equipe é perpetuar o respeito, a interação, a cooperação nas tarefas
desenvolvidas, concluindo a missão de forma produtiva, ocorrendo o
crescimento, maturidade e o descobrimento das necessidades individuais, para
que todos possam administrar as resistências que houver, para que os
resultados adquiridos não sejam temporários, mas sólidos, positivos e
produtivos para a empresa. Então, podemos afirmar que a visão do trabalho
em equipe é imprescindível para a obtenção de melhores resultados nas
organizações.
37
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com as pesquisas bibliográficas realizadas para a elaboração
do presente trabalho pode se considerar que é de suma importância a visão de
Equipe nas organizações. Onde há o desenvolvimento de práticas de diálogo e
discussão, de visão compartilhada, objetivando resultado produtivo e
consequentemente positivo.
O trabalho em equipe é uma das alternativas viáveis para que as
empresas possam adaptar-se às grandes mudanças do mercado. Um dos
requisitos mais exigidos pelo mercado de trabalho atualmente é profissionais
com a capacidade de trabalhar de maneira cooperativamente, com
responsabilidade, com a visão de equipe.
Então, podemos concluir que as organizações precisam pensar de
maneira reflexiva sobre os assuntos complexos do âmbito empresarial e para
as empresas serem bem sucedidas com a sua missão é necessário o trabalho
corporativista, da visão compartilhada, das relações interpessoais,
características de uma Equipe.
38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARU, Antonio Cesar. Gerência do trabalho em equipe. SP: Pioneira 1993.
CHIAVENATO, I. Como transformar RH (de um centro de despesa) em um
centro de lucro. SP: Makron Books, 1996.
DRUCKER, P. Introdução à Administração. Trad. por Carlos A. Malferrari. 3ª edição, SP: Pioneira, 1998.
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. SP: Mcgrawhill
do Brasil, 1983.
GALBRAITH, J.R.; LAWLER, E.E. Organizando para competir no futuro. SP:
Makron Books, 1995.
LANE, Silvia T.M. O processo grupal. In: LANE, Silvia T.M.; CODO, Wanderley
(orgs.). Psicologia Social: o homem em movimento. 13. Ed. SP: Brasiliense,
2001.
MINICUCCI, A. Dinâmica de grupo: teorias e sistemas. SP: Atlas, 1991
MUCCHIELLI, R. O trabalho em equipe. SP: Martins Fontes, 1980.
OLIVEIRA, M. Vygostsky. Aprendizagem e desenvolvimento, um processo
sócio – histórico. SP: Scipione, 1995
PICHON RIVIÈRE, O processo grupal: psicanálise e psicologia social. SP:
Martins Fontes, 1991.
39
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS------------------------------------------------------------------------- 03
DEDICATÓRIA--------------------------------------------------------------------------------- 04
RESUMO---------------------------------------------------------------------------------------- 05
METODOLOGIA------------------------------------------------------------------------------- 06
SUMÁRIO--------------------------------------------------------------------------------------- 07
INTRODUÇÃO--------------------------------------------------------------------------------- 08
CAPÍTULO I
BREVE DESCRIÇÃO SOBRE PROCESSOS GRUPAIS -------------------------- 10
1.1- ALGUNS PROCESSOIS GRUPAIS------------------------------------------------ 11
CAPÍTULO II
A DIFERENCIAÇÃO ENTRE GRUPOS E EQUIPES ------------------------------- 20
2.1- REFLEXÕES SOBRE GRUPOS---------------------------------------------------- 20
2.2- DIALOGANDO SOBRE OS CONCEITOS DE EQUIPE----------------------- 25
2.3- A DIFERENÇA ENTRE AS MENTALIDADES DE GRUPO E EQUIPE--- 31
CAPÍTULO III
COMO É RELEVANTE E IMPRESCÍNDIVEL PARA AS ORGANIZAÇÕES, A VISÃO
DE EQUIPE PARA OBTENÇÃO DE MELHORES RESULTADOS -------------- 32
CONSIDERAÇÕES FINAIS ---------------------------------------------------------------- 37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ------------------------------------------------------ 38
ÍNDICE-------------------------------------------------------------------------------------------- 39