apostila

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NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal 1 CURSO COMPLETO DE PEÇAS E QUESTÕES 2ª FASE PRÁTICA PENAL Prezado Aluno, Este material tem como objetivo complementar o conteúdo das aulas que serão ministradas ao longo do curso. Mais especificamente, você contará com: 1. Modelos das peças processuais que trazem explicações detalhadas de como elaborar as principais peças processuais (Parte I Peça passo a passo). Para facilitar o manuseio do conteúdo, também há de maneira resumida e objetiva o esqueleto das principais peças (Parte II Peça Fácil). 2. Dicas de Estudos dicas de como estudar e racionalizar o seu estudo (Parte III 1. Dicas de Estudo). 3. Bibliografia trata-se da bibliografia indicada para a correta preparação para a 2ª fase de Direito Penal da prova de Exame de Ordem (Parte III 2. Indicação Bibliográfica). 4. Material de apoio material que será utilizado no decorrer das aulas ministradas pelo Professor Rodrigo Damasceno.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

1

CURSO COMPLETO DE PEÇAS E QUESTÕES

2ª FASE

PRÁTICA PENAL

Prezado Aluno,

Este material tem como objetivo complementar o conteúdo das aulas que serão ministradas ao

longo do curso. Mais especificamente, você contará com:

1. Modelos das peças processuais – que trazem explicações detalhadas de como elaborar as

principais peças processuais (Parte I – Peça passo a passo). Para facilitar o manuseio do

conteúdo, também há de maneira resumida e objetiva o esqueleto das principais peças (Parte II –

Peça Fácil).

2. Dicas de Estudos – dicas de como estudar e racionalizar o seu estudo (Parte III – 1. Dicas de

Estudo).

3. Bibliografia – trata-se da bibliografia indicada para a correta preparação para a 2ª fase de

Direito Penal da prova de Exame de Ordem (Parte III – 2. Indicação Bibliográfica).

4. Material de apoio – material que será utilizado no decorrer das aulas ministradas pelo

Professor Rodrigo Damasceno.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

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ÍNDICE

Parte I

PEÇA PASSO A PASSO

Explicação detalhada de como elaborar as principais peças processuais.

1. Notitia Criminis ....................................................................................................................... 5

2. Relaxamento de Prisão em Flagrante, Temporária e Preventiva ........................................... 9

3. Pedido de Liberdade Provisória com ou sem fiança ............................................................. 16

4. Revogação de Prisão Preventiva ......................................................................................... 22

5. Queixa-Crime ....................................................................................................................... 26

6. Defesa Preliminar ................................................................................................................ 31

7. Resposta à acusação........................................................................................................... 35

8. Alegações Finais por Memoriais .......................................................................................... 41

9. Apelação .............................................................................................................................. 47

10. Recurso em Sentido Estrito ................................................................................................ 58

11. Embargos Infringentes e de Nulidade ................................................................................ 66

12. Revisão Criminal ................................................................................................................ 72

13. Habeas Corpus .................................................................................................................. 78

14. Mandado de Segurança Criminal ....................................................................................... 83

15. Carta Testemunhável ......................................................................................................... 87

16. Recurso Ordinário, Especial e Extraordinário ..................................................................... 93

17. Agravo em Execução ........................................................................................................101

Parte II

PEÇA FÁCIL

Esqueleto das principais peças, de forma rápida e precisa.

1. Notitia Criminis ....................................................................................................................106

2. Relaxamento de Prisão em Flagrante/Prisão Temporária ...................................................107

3. Pedido de Liberdade Provisória ..........................................................................................108

4. Revogação de Prisão Preventiva ........................................................................................109

5. Queixa-Crime ......................................................................................................................110

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

3

6. Defesa Preliminar ...............................................................................................................112

7. Resposta à Acusação .........................................................................................................113

8. Alegações Finais por Memoriais .........................................................................................115

9. Apelação .............................................................................................................................116

10. Recurso em Sentido Estrito ...............................................................................................118

11. Embargos Infringentes e de Nulidade ...............................................................................120

12. Revisão Criminal ...............................................................................................................123

13. Habeas Corpus .................................................................................................................124

14. Mandado de Segurança Criminal ......................................................................................125

15. Carta Testemunhável ........................................................................................................126

16. Recurso Especial e Extraordinário ....................................................................................128

17. Agravo em execução ........................................................................................................130

Parte III

DICAS DE ESTUDOS

A bibliografia básica e técnicas para otimizar o estudo

1. Dicas de Estudo ..................................................................................................................132

2. Indicação Bibliográfica ........................................................................................................135

Parte IV

MATERIAL DE APOIO

Material que servirá de apoio para as aulas ministradas pelo Prof. Rodrigo Damasceno

MATERIAL DE APOIO...................................................................................................................134

PARTE I – Ação penal................................................................................................................135

PARTE II – Procedimento...........................................................................................................136

PARTE III – Método de Teses.....................................................................................................139

PARTE IV – Prisão .....................................................................................................................141

PARTE V – Competência............................................................................................................143

PARTE VI – Recursos A.............................................................................................................145

PARTE VII – Recursos B............................................................................................................147

PARTE VIII – Recursos C...........................................................................................................149

PARTE IX – Ações de impugnação autônomas..........................................................................151

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

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PARTE X – Princípios.................................................................................................................153

PARTE XI – Teoria do Crime A...................................................................................................154

PARTE XII – Teoria do Crime B..................................................................................................159

PARTE XIII – Prescrição.............................................................................................................162

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

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Parte I

PEÇA PASSO A PASSO

1. Notitia Criminis

É através da notitia criminis que se comunica à autoridade policial a ocorrência de uma conduta

delituosa, para que seja instaurado o inquérito policial.

1. Endereçamento: Deve ser endereçada para a autoridade policial que tem atribuição para a

investigação. Na ausência de indicação, faça o endereçamento genérico.

a) Polícia Civil:

ILUSTRÍSSIMO SENHOR DOUTOR DELEGADO DE POLÍCIA DO... DISTRITO

POLICIAL DE CURITIBA – PARANÁ.

ILUSTRÍSSIMO SENHOR DOUTOR DELEGADO DE POLÍCIA DO... DISTRITO

POLICIAL DE...

b) Polícia Federal:

ILUSTRÍSSIMO SENHOR DOUTOR DELEGADO FEDERAL DA

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA POLÍCIA FEDERAL NO ESTADO DO

PARANÁ.

2. Qualificação resumida: são as informações básicas da peça (nome do noticiante e do

noticiado). Devem ser mencionadas logo abaixo do endereçamento, à esquerda:

(01 linha)

Noticiante:

Noticiado:

(01 linha)

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

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3. Qualificação do noticiante e de seu advogado: este é o momento adequado para se

qualificar o noticiante e seu advogado.

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de

identidade..., inscrição no CPF..., filiação..., residência..., vem perante Vossa

Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, com procuração em

anexo, OAB nº..., e escritório profissional na rua..., onde recebe intimações para foro

em geral,

Obs. 1: Mencionar a juntada de procuração, “procuração em anexo”.

Obs. 2: Qualifique apenas com os dados fornecidos pela prova. A invenção de novos dados

pode caracterizar identificação da prova.

Obs. 3: Jamais abreviar nomes e dados.

4. Peça e fundamento jurídico: Para a identificação da peça, lance mão da linha processual do

tempo ministrada em sala de aula. Coloque o nome da peça processual em caixa alta e

fundamente-a com o artigo correspondente.

(...) apresentar, nos termos do art. 5º, inciso II, do Código de Processo Penal1,

NOTITIA CRIMINIS, em face de (...).

5. Qualificação do noticiado e tipificação do delito:

(...) em face de BELTRANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão...,

cédula de identidade..., inscrição no CPF..., filiação..., residência..., pela prática da

conduta delituosa prevista no art. (...), como se passa a demonstrar:

6. Síntese fática: Em todas as peças da OAB, é necessário relatar, sinteticamente, os fatos. Não

se trata de mera transcrição do problema, mas de verdadeiro resumo do acontecido. Deve-se

narrar os fatos de maneira clara, lógica e concisa, seguindo a ordem lógica de introdução,

desenvolvimento e conclusão.

No dia..., o noticiado subtraiu a bolsa (...).

Obs. 1: Aqui não se fala em síntese fático-processual, pois ainda não há processo.

1Art. 5

o, CPP - Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: I - de ofício; II - mediante requisição da

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

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Obs. 2: Ao redigir a peça, faça remissão aos documentos necessários que comprovem os fatos

alegados, desde que haja menção, no enunciado, da existência destes documentos.

Ex: nota fiscal. Caso o enunciado não faça referência a nenhum documento, a invenção da

existência destes pode culminar em anulação da prova.

7. Conduta Punível: este é o momento para se demonstrar que a conduta do noticiado é típica,

antijurídica e culpável.

8. Requerimentos: os pedidos a serem feitos são a instauração de inquérito policial ou termo

circunstanciado (no caso de crimes de menor potencial ofensivo), e a oitiva de testemunhas

arroladas.

Diante do exposto, respeitosamente requer-se:

1. A instauração de inquérito policial/ termo circunstanciado, em face

de..., haja vista a prática da conduta delituosa prevista no art. (...);

2. Outrossim, requer-se a oitiva das testemunhas abaixo arroladas.

Obs. 1: Em suma, o modo como deve ser feita a notitia criminis está disciplinado no artigo 5˚,

inciso II, §1˚, do Código de Processo Penal, caso a peça seja elaborada em favor do ofendido

(verificar nota de rodapé n° 1 – p. 05).

Obs. 2: É preciso, além disso, que, no momento de elaborar a peça, seja dada especial

atenção sobre o crime em questão. O delito poderá ser processado mediante ação penal pública

condicionada ou ação penal privada. No caso de ação penal pública condicionada, é importante

que conste na notitia criminis que a vítima tem o interesse de representar contra o autor do fato

punível, nos termos do artigo 5˚, §4˚, do Código de Processo Penal. Na hipótese de ação penal

privada, não é demais lembrar que o inquérito policial só terá início caso ocorra o requerimento da

vítima ou de quem tenha qualidade para intentá-la, conforme dispõe o artigo 5˚, §5˚, do Código de

Processo Penal (verificar nota de rodapé nº 1, p. 05).

Obs. 3: Não faça pedido genérico - para cada tese trazida na peça processual, você deve abrir

um tópico específico.

9. Rol de testemunha: Identifique na proposta da peça as eventuais testemunhas dos

acontecimentos e qualifique-as no rol de testemunhas. Caso não haja testemunhas, apenas

mencione a existência do rol de testemunha:

Rol de testemunhas:

Testemunha...

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

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9. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e

data iii- nome do advogado e inscrição na OAB.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

Obs. 1: Caso inexista indicação, no enunciado, da cidade, o candidato não deve inventar este

dado ou colocar a cidade onde está prestando o Exame de Ordem. Nesta hipótese, deve ser

colocada apenas a palavra “CIDADE” seguida de reticências. Ex. Cidade...

Obs. 2: Não há prazo para apresentar notitia criminis. Assim, caso inexista qualquer indicação

de prazo, o candidato deve datar da seguinte forma: dia..., mês..., ano... Em hipótese alguma o

candidato deve inventar uma data ou colocar a data da realização da prova.

Obs. 3: Não assine a prova, sob pena de identificá-la. Coloque apenas a expressão

“ADVOGADO OAB Nº...”.

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X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

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2. Relaxamento de Prisão em Flagrante, Temporária e Preventiva

O relaxamento de prisão tem base constitucional no art. 5˚, inciso LXV, da Constituição da

República, e presta-se ao controle da legalidade das prisões processuais (prisão em flagrante,

prisão temporária e prisão preventiva). São exemplos de prisões processuais ilegais: a) a prisão

em flagrante delito fora das situações de flagrância do art.302, do CPP; a existência de vício

formal na lavratura do auto de prisão em flagrante; b) a prisão temporária decretada quando o

delito investigado não está dentre os crimes previstos no rol do inciso III do art.1º da lei nº

7.960/89; c) a prisão preventiva decretada sem que esteja concretamente configurada qualquer

uma das situações previstas no artigo 312 do Código de Processo Penal, como por exemplo, a

ausência de indício de que a autoria recaia sobre a pessoa que foi desfavorecida pelo decreto

prisional.

Obs.: Eventual vedação legal à liberdade provisória não impede o relaxamento da prisão ilegal.

Isto porque, como se verá adiante, enquanto o relaxamento de prisão busca apontar a ilegalidade

da prisão; a liberdade provisória é a medida cabível quando a prisão em flagrante é legal, mas

estão ausentes os requisitos para a prisão preventiva.

1. Endereçamento: deve ser motivo de atenção, pois é ele que indicará para qual vara será

endereçado o pedido:

a) Algumas comarcas possuem Varas Especializadas em Inquéritos Policiais. Por isso, caso o

enunciado da peça ou questão indique a existência desta vara especializada é para esta que o

pedido deve ser endereçado.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE

INQUÉRITOS POLICIAIS DA COMARCA DE SÃO PAULO – ESTADO DE SÃO

PAULO.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE

INQUÉRITOS POLICIAIS DA COMARCA DE X – ESTADO Y.

b) Na hipótese de não haver nenhuma indicação sobre a existência de vara especializada, o

candidato deve endereçar seu pedido para a vara apontada no enunciado como a vara criminal

preventa, ou seja, aquela onde o flagrante foi homologado, ou onde a preventiva ou a temporária

foram decretadas:

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA

COMARCA DE PORTO ALEGRE – ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA CRIMINAL

FEDERAL DE CURITIBA – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ.

c) O candidato deve ficar atento, também, para o recebimento da denúncia. Isto porque pode

ocorrer da vara em que a prisão em flagrante foi homologada ou onde a prisão

temporária/preventiva foram decretadas serem distintas da vara onde a denúncia foi recebida.

Neste caso, a peça processual deve ser endereçada para o juízo que recebeu a denúncia, por ser

o competente para a análise da matéria.

Ex. a Vara de Inquéritos Policiais de São Paulo homologou a prisão em flagrante, porém a

denúncia foi recebida pelo magistrado da 5ª Vara Criminal desta mesma comarca. Portanto, o

juízo competente para analisar o pedido será o juiz da 5ª Vara Criminal:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CRIMINAL

DA COMARCA DE SÃO PAULO – ESTADO DE SÃO PAULO.

d) Por último, devemos lembrar que o EOAB é nacional. Portanto, há possibilidade de ser exigido

o endereçamento em qualquer cidade de qualquer Estado da federação. É possível, também, a

exigência de que a peça seja endereçada ao juiz da comarca denominada com as letras X, Y e Z,

ou ainda, inexistir qualquer indicação da comarca e do estado.

Nestas hipóteses o candidato deverá endereçar das seguintes formas.

Comarca e Estado venham designadas por letras:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA

COMARCA X – ESTADO Y.

Endereçamento genérico:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA

COMARCA... – ESTADO...

2. Qualificação resumida: logo abaixo do endereçamento, à esquerda, mencione as informações

básicas do processo (número dos autos, acusação e acusado):

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

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(01 linha)

Autos nº

Acusação:

Acusado:

(01 linha)

3. Qualificação detalhada: é a qualificação completa do preso e de seu advogado.

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de

identidade..., inscrição no CPF..., filiação..., residência..., vem perante Vossa

Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, procuração em anexo,

OAB nº..., com escritório profissional na rua..., onde recebe intimações para foro em

geral,

Obs. 1: Mencionar a juntada de procuração utilizando a expressão “procuração em anexo”.

Obs. 2: Qualifique apenas com os dados fornecidos pela prova. A invenção de novos dados

pode caracterizar identificação da prova.

Obs. 3: Jamais abreviar nomes e dados.

4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do

tempo ministrada em sala de aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta e

fundamente-a com o artigo correspondente – o relaxamento de prisão ilegal terá sempre o

fundamento no art. 5o, LXV da Constituição da República.

(...) requerer, com fulcro no art. 5o, LXV da Constituição Federal2 c/c art. 310, I, do

Código de Processo Penal3, RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE, pelas

razões de fato e de direito que passa a expor:

5. Síntese fática: Em todas as peças da OAB, é necessário relatar, sinteticamente, os fatos. Não

se trata de mera transcrição do problema, mas verdadeiro resumo do acontecido. Deve-se

2 Art. 5º, CF – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos

estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,

nos termos seguintes: (...) LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária. 3 Art. 310, CPP – Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: I - relaxar a prisão

ilegal.

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X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

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narrar os fatos de maneira clara, lógica e concisa, seguindo a ordem lógica de introdução,

desenvolvimento e conclusão.

No dia..., o réu foi preso sob a alegação de ter infringido o art. (...) do

Código Penal (...).

Obs. 1: Caso já haja processo penal (recebimento da denúncia), dizer síntese fático-

processual e não apenas síntese fática.

Obs. 2: Na prova da OAB não devem ser inventados fatos, sob pena de anulação da prova

decorrente de identificação.

Obs. 3: Ao redigir a peça, fazer remissão aos documentos mencionados na proposta que

comprovem os fatos alegados. Ex: nota fiscal.

6. Do direito: No pedido de relaxamento de qualquer uma das prisões processuais (flagrante,

temporária e preventiva) não se analisa o mérito do crime (reservado esta discussão para a

ação penal), mas sim a legalidade da prisão. Por exemplo:

1) na prisão em flagrante: verifica-se a existência de vícios formais (requisitos do art. 304 e

seguintes do Código de Processo Penal), a ausência de flagrante delito (art.302 do Código de

Processo Penal), etc.;

2) na prisão temporária, verifica-se se estão preenchidos os requisitos do artigo 1º da lei nº

7.960/89;

3) na prisão preventiva, verifica-se se a prisão apresenta conformidade com as disposições

previstas nos artigos 313 e 314 do CPP, se não couber nenhuma outra medida cautelar prevista

no artigo 319 do CPP e, finalmente, se estiverem concretamente presentes os requisitos previstos

no artigo 312 do CPP.

Como a Constituição da República determina que qualquer prisão ilegal deve ser

imediatamente relaxada, ainda que o preso não tenha bons antecedentes, emprego e residência

fixa, o pedido de relaxamento deve ser deferido. Por outro lado, na hipótese do caso analisado

indicar que o investigado ou acusado não tenha antecedentes criminais, possua residência fixa e

emprego, tais pontos devem ser destacados na peça processual elaborada. Por mais que seja

pacífico nos Tribunais que os bons antecedentes, a residência fixa e o emprego não obstem a

prisão preventiva, a presença de tais aspectos no caso concreto é um indicativo indireto da

ausência concreta dos requisitos da prisão preventiva, previstos no artigo 312 do CPP.

O relaxamento da prisão não impede que outras medidas cautelares distintas da prisão

preventiva (art. 319 do CPP) sejam aplicadas ao caso. No entanto, neste ponto, é importante

ressaltar que, conforme dispõe o artigo 282, §2˚, do CPP, durante a fase de investigação,

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

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nenhuma medida cautelar pode ser decretada de ofício pelo magistrado (dentre elas as

medidas cautelares do artigo 319 do CPP).

A fundamentação judicial utilizada para a prisão temporária e a prisão preventiva deve

sempre ser objeto de atenção. Isto porque a prisão preventiva e a prisão temporária devem

estar lastreadas, sempre, em elementos concretos que indicam a necessidade extrema da

medida. Neste contexto, não basta ao magistrado se ater a mera reprodução do texto legal, mas

sim mostrar as provas apresentadas que evidenciam concretamente a necessidade da prisão

temporária ou preventiva. Exemplo: na prisão temporária e na prisão preventiva, deve haver

indício concreto de que o preso possa ser o autor do crime. Se inexistir tal indício e, ainda assim,

for decretada a prisão, esta deve ser imediatamente relaxada.

7. Requerimentos: O requerimento não pode ser genérico. Isto é, para cada um dos vícios da

prisão deve haver um pedido em separado específico:

Diante do exposto, respeitosamente requer o relaxamento da prisão em

flagrante, haja vista:

1. Ter a prisão acontecido fora das hipóteses de flagrante delito (...);

2. A ausência da oitiva do condutor, contrariando o disposto no art.304,

caput, do Código de Processo Penal;

Requer, ainda, a expedição de alvará de soltura em nome de FULANO DE

TAL, para que possa ele, em liberdade, defender-se de eventual ação penal.

8. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e

data iii- nome do advogado, inscrição na OAB.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

Obs.1: O candidato deve sempre prestar atenção se o enunciado está indicando qual cidade e

unidade da federação em que a decisão foi proferida. Se houver a indicação, não haverá

problemas, pois é só endereçar para o juiz da comarca indicada. No entanto, caso inexista a

indicação, o endereçamento deve ser feito ao magistrado de forma genérica, pois os dados nunca

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

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devem ser inventados. O candidato, nesta hipótese, deve apenas colocar as palavras Vara,

Comarca... e Estado... (Ex: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da

Comarca... – Estado...).

Obs. 2: Não há prazo para requerer o relaxamento de prisão em flagrante ou de prisão

temporária. Mas nem por isto você deve colocar a data do dia da prova ou a data da prisão, salvo

se o enunciado expressamente determine que você apresente a peça processual nestas datas.

No caso de não existir exigência da data da propositura da peça, o candidato deve colocar de

forma genérica: Cidade..., dia..., mês..., ano...

Obs. 3: Não assine a prova, sob pena de identificá-la. Indique somente as palavras

“ADVOGADO OAB Nº...”.

No pedido de relaxamento de prisão, busca-se demonstrar a ilegalidade de qualquer prisão

processual. Assim, na hipótese de ser reconhecida a ilegalidade, a prisão é imediatamente

relaxada e o preso, por consequência, tem sua liberdade restituída.

Antes da entrada em vigor da Lei 12.403/2011, o reconhecimento da ilegalidade da prisão de

caráter processual culminava na restituição integral da liberdade do réu, independente desta

prisão ter ocorrido na fase de inquérito policial ou durante a ação penal. Ou seja, antes da entrada

em vigor da nova disciplina da prisão e medidas cautelares, era impossível impor qualquer

limitação ou vinculação ao processo do acusado que teve a prisão processual reconhecida como

ilegal.

Neste tocante, a Lei 12.403/2011, no entanto, trouxe inovações substanciais. A prisão

preventiva deixou de ser a única medida cautelar que busca assegurar o andamento normal

do inquérito policial ou da ação penal. A nova lógica trazida por esta inovação legislativa

prevê diversas medidas cautelares distintas da prisão, as quais estão previstas no artigo 319

do CPP, e também buscam proteger o andamento do inquérito policial e do processo penal para

que ocorram sem conturbações. E mais: conforme prevê o artigo 282, §6˚, do CPP, a prisão

preventiva somente poderá ser aplicada quando não for possível a sua substituição por

uma destas medidas cautelares diversas da prisão que estão previstas no artigo 319 do

Código de Processo Penal. Como se vê, a prisão preventiva, com a entrada em vigor da Lei

12.403/2011, passou a ser medida extrema que só pode ser aplicada quando nenhuma outra

medida cautelar puder ser aplicada com eficácia para garantir o normal andamento do

processo.

Outro ponto importante é que, de acordo com o artigo 282, §2˚, do CPP, as medidas cautelares,

dentre as quais se inclui a prisão preventiva, não podem ser decretadas de ofício pelo

magistrado no curso de inquérito policial. Neste caso, qualquer medida cautelar somente

poderá ser decretada a pedido da autoridade policial ou do representante do Ministério Público.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

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Por outro lado, durante o processo penal, é possibilitado ao magistrado decretar qualquer medida

cautelar de ofício ou a pedido das partes.

Assim, caso reconheça a ilegalidade da prisão, ao contrário do que ocorria antes da entrada em

vigor da Lei 12.403/2011, é possível a aplicação de medida cautelar diversa da prisão preventiva.

Em outras palavras, isto significa que o acusado pode ser posto em liberdade e, ao mesmo tempo,

ser submetido a qualquer das medidas cautelares previstas no artigo 319 do CPP. Contudo, é

importante destacar, mais uma vez, que se este relaxamento ocorrer durante o inquérito policial,

as medidas cautelares do artigo 319 do CPP não podem ser aplicadas de ofício pelo magistrado,

mas somente a pedido da autoridade policial ou do representante do Ministério Público. Porém, se

o relaxamento ocorrer durante o andamento da ação penal, o juiz pode decretar de ofício ou a

pedido das partes as medidas cautelares.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

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3. Pedido de Liberdade Provisória com ou sem fiança

A liberdade provisória é uma medida substitutiva da prisão em flagrante legal que é aplicada

quando não estão presentes os requisitos para a prisão preventiva (art. 321 do CPP). Ao invés de

ter a prisão em flagrante legal convertida em prisão preventiva, a liberdade provisória é concedida.

A liberdade provisória, com as alterações trazidas pela Lei 12.403/2011, pode ser concedida: a)

com fiança; b) com fiança cumulada com outra(as) medida(as) cautelar(es) diversa previstas no

artigo 319 do CPP, conforme dispõe o parágrafo 4º do artigo 319, CPP; c) sem fiança, mas com a

submissão à uma ou mais medidas cautelares previstas no artigo 319 do CPP; d) sem fiança, mas

com a obrigação de comparecer a todos os atos previstos no processo, desde que o agente tenha

praticado o fato sob o abrigo de qualquer das causas de exclusão da ilicitude (art. 310, parágrafo

único, do Código de Processo Penal).

A Lei 12.403/2011 trouxe um novo delineamento para a fiança. A fiança é uma garantia

patrimonial dada ao investigado ou ao denunciado com uma dupla função: a) De um lado, serve

como garantia de pagamento das despesas processuais, multa e indenização, em caso de

condenação (art. 336 do CPP); b) De outro lado, serve como fator que inibe a fuga ou a prática de

qualquer outro ato que busque conturbar o andamento da ação penal, na medida em que a sua

quebra acarreta na perda de metade do valor, conforme dispõe o artigo 343 do CPP. Na hipótese

do acusado ser absolvido ou ser declarada extinta a ação penal, o valor atualizado da fiança será

restituído (art. 337 do CPP).

O valor da fiança é fixado em salários mínimos e deve observar a gravidade do delito imputado e

a possibilidade econômica do agente, conforme dispõem os artigos 325 e 326 do CPP. De acordo

com a redação do artigo 343 do CPP, quando a fiança é quebrada injustificadamente, ou seja,

quando o acusado praticar qualquer das ações previstas no artigo 341 do CPP, haverá perda de

metade do valor apresentado, podendo o magistrado, também, impor outras medidas cautelares

(art. 319 do CPP) ou decretar a prisão preventiva.

Caso a infração penal imputada tenha pena privativa máxima culminada não superior a 04

(quatro) anos, ela pode ser concedida pela autoridade policial, nos termos do artigo 322, caput, do

CPP. Se neste caso, a autoridade policial retardar ou se recusar a prestar a fiança, o preso ou

algum representante poderá solicitá-la ao juiz, nos termos do artigo 335 do CPP. Já nos casos de

infração penal cuja pena máxima ultrapasse 04 (quatro) anos, a fiança deve ser fixada pelo juiz

(art. 322, parágrafo único, do Código de Processo Penal).

Na hipótese do réu não ter condições de arcar com o pagamento de fiança, poderá o magistrado,

nos termos do artigo 350 do CPP, conceder a liberdade provisória sem fiança. Porém, neste caso,

o acusado ficará subordinado às condições previstas no artigo 327 e 328 do CPP.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

17

Ainda, há a possibilidade da fiança ser reforçada, conforme prevê o artigo 340 do CPP. Este

reforço sempre será determinado quando ocorrer qualquer das hipóteses previstas nos incisos do

artigo mencionado.

Cumpre destacar que a inafiançabilidade dos delitos previstos no rol do art. 323 e das hipóteses

elencadas no art. 324, ambos do CPP, não impedem a concessão da liberdade provisória. A

lógica trazida pelo artigo 310 do CPP veda que a prisão em flagrante se estenda pelo tempo. A

manutenção do acusado na prisão só é possível quando presentes os requisitos para a prisão

preventiva e, além disso, quando as medidas cautelares previstas no artigo 319 do CPP se

mostrem insuficientes. Isto é, o fato de o crime ser inafiançável, por si só, não impede a

concessão da liberdade provisória. Ao contrário, a liberdade provisória deve ser concedida sem

fiança, podendo tal concessão ser acompanhada de uma ou mais medidas cautelares previstas no

artigo 319 do CPP.

Por último, nos termos do artigo 310, parágrafo único, do CPP, quando o agente pratica a ação

sob o manto de qualquer das causas excludentes da ilicitude previstas no artigo 23 do CP, a

liberdade provisória é concedida sem fiança. Mas, neste caso, o acusado deve assinar termo em

que se compromete a comparecer a todos os atos do processo.

1. Endereçamento: O pedido de liberdade provisória deve ser endereçado à autoridade judicial

competente para julgar as questões referentes ao inquérito policial ou para julgar a ação penal.

Porém, nem sempre o pedido será endereçado para o juiz que homologou a prisão em flagrante.

Ex: suponha-se que a prisão em flagrante tenha sido homologada pelo juiz da Vara de Inquéritos

Policiais. Neste mesmo ato de homologação, não houve manifestação sobre prisão preventiva ou

temporária. Passado o prazo legal para encerramento do inquérito, a denúncia é oferecida pelo

Ministério Público e recebida pelo juiz da 7ª Vara Criminal do Foro Central da Comarca da Região

Metropolitana de Curitiba. Neste contexto, o juízo competente para apreciar o pedido de liberdade

provisória passa a ser o juiz que recebeu a denúncia e não mais o juiz que homologou a prisão

preventiva. Mesmo que a comarca não possua uma vara especializada em inquéritos, esta

situação pode ocorrer. A mesma forma de raciocínio deve ocorrer nas hipóteses em que há duas

varas na comarca, e que as duas são competentes para julgamento de questões criminais, sendo

que uma delas homologa a prisão em flagrante e a outra recebe a denúncia.

Assim, diante das peculiaridades apontadas, o endereçamento deve ser feito da seguinte

maneira:

a) Para a Vara de Inquéritos Policiais, quando não foi proposta a ação penal e a comarca possuir

esta vara especializada:

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

18

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE

INQUÉRITOS POLICIAIS DA COMARCA DE SÃO PAULO – ESTADO DE SÃO

PAULO.

b) Nos casos da vara criminal preventa (aquela que, embora não seja especializada em inquéritos

policiais, homologou a prisão em flagrante); ausência de vara de inquéritos; ou a vara que

homologou a prisão ser distinta daquela que recebeu a denúncia:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 7ª VARA CRIMINAL

DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA -

PR.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1˚ VARA CRIMINAL DE

SANTA MARIA – ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA

COMARCA DE X – ESTADO Y.

c) No caso de ausência de indicação, endereçar de forma genérica:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA FEDERAL

CRIMINAL DE ..... – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ....

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA

COMARCA... – ESTADO...

2. Qualificação resumida: são as informações básicas (número dos autos, se houver processo,

acusação e acusado) e deve ser mencionadas logo abaixo do endereçamento, à esquerda:

(01 linha)

Autos nº

Acusação:

Acusado:

(01 linha)

3. Qualificação detalhada: a qualificação completa do preso e de seu advogado.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

19

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de

identidade..., inscrição no CPF..., filiação..., residência..., vem perante Vossa

Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, procuração em anexo,

OAB nº..., com escritório profissional na rua..., onde recebe intimações para foro em

geral,

Obs. 1: Mencionar a juntada de procuração. Para tanto, utilize a expressão “procuração em

anexo”.

Obs. 2: Qualifique com apenas os dados fornecidos pela prova. A invenção de novos dados

pode caracterizar identificação da prova.

Obs. 3: Jamais abreviar nomes e dados.

4. Peça e fundamento jurídico: Para a identificação da peça, lance mão da linha processual do

tempo ministrada em sala de aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta e

fundamente-a com o artigo correspondente:

(...) requerer, com fulcro no art. 3214 e seguintes do Código de Processo Penal,

LIBERDADE PROVISÓRIA, pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

5. Síntese fática: Em todas as peças da OAB, é necessário relatar, sinteticamente, os fatos. Não

se trata de mera transcrição do problema, mas verdadeiro resumo do acontecido. Deve-se

narrar os fatos de maneira clara, lógica e concisa, seguindo a ordem lógica de introdução,

desenvolvimento e conclusão:

No dia..., o réu foi preso sob a alegação de ter infringido o art. (...) do

Código Penal (...).

Obs. 1: Caso já haja processo penal (recebimento da denúncia), dizer síntese fático-

processual.

Obs. 2: Na prova da OAB não devem ser inventados fatos, sob pena de anulação da prova

decorrente de identificação.

4 Art. 321, CPP - Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder

liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os

critérios constantes do art. 282 deste Código.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

20

Obs. 3: Ao redigir a peça, fazer remissão aos documentos mencionados na proposta que

comprovem os fatos alegados. Ex: laudo pericial.

6. Do direito: No pedido de liberdade provisória, o mérito cinge-se a analisar a presença ou não

dos requisitos constantes no art. 321 do Código de Processo Penal, devendo ser ressaltado que o

requerente tem bons antecedentes, emprego e residência fixa (com a menção dos respectivos

documentos comprobatórios, caso mencionado no enunciado).

7. Dos requerimentos: O requerimento não pode ser genérico, devendo ser separado em forma

de itens:

Diante do exposto, respeitosamente requer:

a- A concessão de liberdade provisória, nos termos dos art.321 e

seguintes do Código de Processo Penal;

b- A expedição de alvará de soltura em nome de FULANO DE TAL, para

que, após assinado termo de comparecimento a todos os atos processuais, possa ele,

em liberdade, defender-se de eventual ação penal;

8. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e

data iii- nome do advogado, inscrição na OAB.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

Obs.1: O candidato deve sempre prestar atenção se o enunciado está indicando em qual

cidade e unidade da federação foi homologado o flagrante. Se houver a indicação, não haverá

problemas, pois é só endereçar para o juiz da comarca indicada. No entanto, caso inexista a

indicação, o endereçamento deve ser feito de forma genérica ao magistrado da comarca. Os

dados nunca devem ser inventados. O candidato, nesta hipótese, deve apenas colocar as

palavras Vara..., Comarca... e Estado... (Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ...Vara

Criminal da Comarca... – Estado ...).

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

21

Obs. 2: Não há prazo para requerer a liberdade provisória. Mas nem por isto você deve colocar

a data da prova ou a data da prisão, salvo se o enunciado expressamente determine que você

apresente a peça processual nestas datas. No caso de não existir exigência da data da

propositura da peça, o candidato deve colocar: Cidade..., dia..., mês..., ano...

Obs. 3: Não assine a prova, sob pena de identificá-la. Coloque somente a expressão

“ADVOGADO OAB Nº...”.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

22

4. Revogação de Prisão Preventiva

A revogação de prisão preventiva está prevista no artigo 316 do Código de Processo Penal. Diz

respeito aos casos em que a prisão preventiva foi legalmente decretada, mas durante o processo

verificou-se que o motivo que levou a adoção da medida extrema deixou de existir, tornando-se

desnecessária. Por exemplo: o indiciado ou acusado é preso preventivamente por conveniência

da instrução criminal, pois em liberdade estava, ameaçando as testemunhas que o acusavam da

prática de um fato punível. Porém, todas as testemunhas que o imputavam a prática delitiva são

ouvidas, sendo designada, para a oitiva do acusado, data posterior. Deste modo, como não há

mais produção probatória, inexiste o motivo que ensejou a prisão processual. Por isso, ela deve

ser revogada.

Não se pode confundir a revogação de prisão preventiva com o relaxamento de prisão preventiva.

O relaxamento de prisão preventiva ocorre quando a prisão é decretada de forma contrária à

lei, enquanto que a revogação se dá no caso de prisão preventiva decretada dentro dos moldes

legais, mas cujo motivo que ensejou a medida deixou de existir. Não se confunda, ainda, com

a liberdade provisória, pois esta medida é restrita à hipótese de legalidade da prisão em

flagrante.

1. Endereçamento: A revogação da prisão preventiva deve ser endereçada à autoridade que

esteja processando o caso penal. Nem sempre será a mesma que decretou a prisão preventiva.

Suponhamos que a prisão preventiva tenha sido decretada pelo juiz da vara de inquéritos

policiais, e a denúncia foi recebida pelo juiz da 5ª Vara Criminal do Foro Central da Comarca da

Região Metropolitana de Curitiba. O juiz que será o competente para apreciar o pedido de

revogação da prisão será o da 5ª Vara Criminal. Assim, diante das peculiaridades de cada caso, o

endereçamento deve ser feito da seguinte maneira:

a) No caso da comarca possuir vara especializada em inquéritos policiais, e ainda não tiver se

iniciado a ação penal, o juiz desta vara será o competente para apreciar o pedido de revogação:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE

INQUÉRITOS POLICIAIS DA COMARCA DE SÃO PAULO – ESTADO DE SÃO

PAULO.

b) Se o caso penal já está sendo processado por uma das Varas criminais da Comarca:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 6ª VARA CRIMINAL

DA COMARCA DE CURITIBA – ESTADO DE PARANÁ.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

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23

c) Na ausência de indicação, faça o endereçamento genérico:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA

COMARCA... – ESTADO...

2. Qualificação resumida: são as informações básicas do processo (número dos autos,

acusação e acusado), e devem ser mencionadas logo abaixo do endereçamento, à esquerda:

(01 linha)

Autos nº

Acusação:

Acusado:

(01 linha)

3. Qualificação detalhada: a identificação completa do preso e de seu advogado.

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de

identidade..., inscrição no CPF..., filiação..., residência..., vem perante Vossa

Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, procuração em anexo,

OAB nº..., com escritório profissional na rua..., onde recebe intimações para foro em

geral,

Obs. 1: Mencionar a juntada de procuração. Para tanto, mencione a expressão “procuração

em anexo”.

Obs. 2: Qualifique apenas com os dados fornecidos pela prova. A invenção de novos dados

pode caracterizar identificação da prova.

Obs. 3: Jamais abreviar nomes e dados.

4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do

tempo ministrada em sala de aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta e

fundamente-a com o artigo correspondente.

(...) requerer, com fulcro no art. 3165 do Código de Processo Penal, REVOGAÇÃO DE

PRISÃO PREVENTIVA, pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

5 Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que

subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

24

5. Síntese fática: Em todas as peças da OAB, é necessário relatar, sinteticamente, os fatos. Não

se trata de mera transcrição do problema, mas verdadeiro resumo do acontecido. Deve-se

narrar os fatos de maneira clara, lógica e concisa, seguindo a ordem lógica de introdução,

desenvolvimento e conclusão.

No dia..., o réu foi preso sob a alegação de ter infringido o art. (...) do

Código Penal (...).

Obs. 1: Caso já haja processo penal (recebimento da denúncia), dizer síntese fático-

processual.

Obs. 2: Na prova da OAB não devem ser inventados fatos, sob pena de anulação da prova

decorrente de identificação.

Obs. 3: Ao redigir a peça, fazer remissão aos documentos mencionados na proposta que

comprovem os fatos alegados. Ex: nota fiscal.

6. Do direito: No pedido de revogação de prisão preventiva, o mérito se restringe a

demonstração de que, durante o andamento do processo, os motivos que levaram à

decretação da prisão preventiva deixaram de existir. Deve-se ressaltar, sempre, que o

requerente tem bons antecedentes, emprego e residência fixa (com a menção dos respectivos

documentos comprobatórios, caso mencionado no enunciado).

7. Dos requerimentos: O requerimento não pode ser genérico, isto é, deve ser dividido por itens.

Diante do exposto, requer-se a revogação da prisão preventiva, haja vista:

a- que a instrução processual está encerrada, de modo que não há

mais necessidade da prisão para a sua conveniência;

b- (...)

Requer, ainda, a expedição de alvará de soltura em nome de FULANO DE

TAL, para que possa ele, em liberdade, defender-se de eventual ação penal.

8. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e

data iii- nome do advogado, inscrição na OAB.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

25

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

Obs.1: O candidato deve sempre prestar atenção se o enunciado está indicando em qual

cidade e unidade da federação a decisão foi proferida. Se houver a indicação, não haverá

problemas, pois é só endereçar para o juiz da comarca indicada. No entanto, caso inexista a

indicação, o endereçamento deve ser feito ao (à) magistrado (a) da comarca. Os dados nunca

devem ser inventados. O candidato, nesta hipótese, deve apenas colocar as palavras Vara,

Comarca... e Estado... (Ex: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara Criminal da

Comarca... – Estado ...)

Obs. 2: Não há prazo para requerer a revogação da prisão preventiva. Mas nem por isto você

deve colocar a data da prova ou a data da prisão, salvo determinação expressa do enunciado

de que a peça seja apresentada nestas datas. No caso de não existir exigência da data da

propositura da peça, o candidato deve colocar: Cidade..., dia..., mês..., ano...

Obs. 3: Não assine a prova, sob pena de identificá-la. Indique somente com a expressão

“ADVOGADO OAB Nº...”.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

26

5. Queixa-Crime

A regra é que a ação penal seja pública incondicionada, sendo exceções a ação penal pública

condicionada à representação e a ação penal privada. Neste contexto, caso o tipo penal não faça

expressa menção à ação penal, ela será pública incondicionada.

A ação penal será pública condicionada à representação quando o próprio tipo penal fizer menção

à necessidade de representação da vítima ou requisição do Ministro da Justiça (ex: Art. 145,

parágrafo único, do Código Penal).

A ação penal privada (art. 30, CPP), ocorre naqueles casos em que o tipo expressamente dispõe

que a persecução penal só se dará mediante o oferecimento da queixa crime. Ex: artigo 167 do

Código Penal. Tem-se, portanto, que a ação penal privada trata das hipóteses em que o ofendido

tem o poder de decidir se inicia ou não a ação penal em face do autor da conduta punível.

1. Endereçamento: A queixa-crime deve ser endereçada à autoridade judicial competente para

processar o caso penal, segundo as regras de competência trazidas no Código de Processo

Penal. Na ausência de indicação, faça o endereçamento genérico.

a) Justiça Comum:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA

COMARCA DE CHOPINZINHO – ESTADO DO PARANÁ

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA. 1ª VARA CRIMINAL

DA COMARCA X – ESTADO Y

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA

COMARCA... – ESTADO...

b) Juizado Especial:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... SECRETARIA DO

JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA X DO ESTADO Y.

c) Justiça Federal:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA FEDERAL

CRIMINAL DE CURITIBA– SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO PARANÁ

2. Qualificação resumida: informações básicas da ação penal (nome do querelante e querelado),

que devem ser mencionadas logo abaixo do endereçamento, à esquerda:

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

27

(01 linha)

Querelante:

Querelado:

(01 linha)

Obs.: Na queixa-crime, o querelante é a pessoa que propõe a ação penal. O querelado, por

sua vez, é o autor da conduta delituosa, ou seja, o acusado.

3. Qualificação do querelante: qualificar de forma completa o querelante e seu advogado:

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de

identidade..., inscrição no CPF..., filiação..., residência..., vem perante Vossa

Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, procuração em com

poderes especiais em anexo (art. 44, do CPP), OAB nº..., com escritório profissional na

rua..., onde recebe intimações para foro em geral,

Obs. 1: Mencionar a juntada de procuração com poderes especiais – art. 44 CPP, “procuração

com poderes especiais em anexo”.

Obs. 2: Qualifique apenas com os dados fornecidos pela prova. A invenção de novos dados

pode caracterizar identificação da prova.

Obs. 3: Jamais abrevie nomes e dados.

4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do

tempo ministrada em sala de aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta e

fundamente-a com o artigo correspondente.

(...) oferecer, com fulcro no art. 100, §2º, do Código Penal6, e art. 41, Código de

Processo Penal7, ação penal na forma de QUEIXA-CRIME, em face de (...).

5. Qualificação do querelado: qualificar de forma completa o querelado.

6 Art. 100, CP - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. (...) § 2º - A

ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo. 7 Art. 41. CPP - A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a

qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando

necessário, o rol das testemunhas.

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X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

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(...) em face de CICLANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula

de identidade..., inscrição no CPF..., filiação..., residência..., pelas razões fáticas e

jurídicas a seguir expostas:

6. Síntese fática: Em todas as peças da OAB, é necessário relatar, sinteticamente, os fatos. Não

se trata de mera transcrição do problema, mas verdadeiro resumo do acontecido. Deve-se

narrar os fatos de maneira clara, lógica e concisa, seguindo a ordem lógica de introdução,

desenvolvimento e conclusão.

No dia..., o querelante fora agredido verbalmente pelo querelado (...)

dentre as várias ofensas verbais (...).

Obs. 1: Aqui não se fala em síntese fático-processual, pois ainda não há processo.

Obs. 2: Na prova da OAB não devem ser inventados fatos, sob pena de anulação da prova

decorrente de identificação. Por isso, deve ficar-se restrito aos fatos trazidos no enunciado da

questão.

Obs. 3: Ao redigir a peça, fazer remissão aos documentos mencionados na proposta que

comprovam os fatos alegados. Ex: boletim de ocorrência, nota fiscal, etc.

7. Conduta Punível: Deve-se demonstrar que a conduta narrada se amolda em um dos tipos cuja

aplicação da pena só será possível, se for intentada ação penal privada. Nos crimes contra a

honra, por exemplo, é preciso fundamentar o enquadramento da conduta do querelado em um dos

seguintes tipos penais: calúnia, difamação ou injúria (respectivamente arts. 138, 139 e 140, todos

do CP). No caso de crime de calúnia, deve ser apontado qual crime que fora falsamente imputado,

justificando sempre as suas respostas.

8. Requerimentos: O requerimento não pode ser genérico, isto é, para cada tese deve haver um

pedido específico em separado.

Diante do exposto, requer:

a) seja a presente queixa-crime recebida e autuada;

b) seja colhido parecer do Ministério Público, o qual deverá ser

chamado a se manifestar em todas as fases do processo (CPP, art. 45);

c) seja o Querelado citado para se defender;

d) seja permitida a produção de todas as provas em direito admitidas,

em especial a documental e testemunhal, cujo rol segue abaixo;

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

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29

e) seja, ao final, julgada procedente a presente queixa-crime, a fim de

condenar o querelado nas penas dos artigos (...)

f) seja fixado valor mínimo de reparação dos danos causados pela

infração penal, nos moldes do art. 387, IV, CPP.

9. Rol de testemunha: O rol de testemunha deve ser apresentado junto com a queixa-crime.

Assim, identifique na proposta de peça as eventuais testemunhas dos acontecimentos e

qualifique-as no rol de testemunhas. Caso não haja testemunhas, apenas mencione a existência

do rol de testemunhas:

Rol de testemunhas:

Testemunha...

10. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local

e data iii- nome do advogado, inscrição na OAB .

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

Obs.1: O candidato deve sempre prestar atenção se o enunciado está indicando em qual

cidade e unidade da federação a decisão foi proferida. Se houver a indicação, não haverá

problemas, pois é só endereçar para o juiz da comarca indicada. No entanto, caso inexista a

indicação, o endereçamento deve ser feito ao magistrado da comarca. Os dados NUNCA devem

ser inventados. O candidato, nesta hipótese, deve apenas colocar as palavras Vara, Comarca... e

Estado... (Ex: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca... –

Estado ...)

Obs. 2: O enunciado deve trazer a exigência para que se apresente a queixa crime no último

dia do prazo decadencial. No entanto, caso não haja esta determinação, o candidato deve colocar

a data genérica, ou seja, não especificar data alguma (Ex. Cidade..., dia..., mês..., ano...).

Obs. 3: No caso da queixa-crime, o prazo é decadencial de 06 (seis) meses a partir do dia

que o querelante tomar conhecimento de quem é o autor do crime ou do dia em que se

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

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esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia (queixa-crime subsidiária da denúncia, nos

termos do Art.38 CPP).

Obs. 4: Além do pedido de condenação do querelado, a queixa crime deve conter, também, o

pedido de fixação, pelo magistrado, de valor mínimo para reparação dos danos causados pela

infração penal, nos termos do artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal.

Obs. 5: Não assine a prova, sob pena de identificá-la. Indique apenas as palavras

“ADVOGADO OAB Nº...”

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31

6. Defesa Preliminar

Em algumas hipóteses (art. 55 da Lei 11.343/2006 e art. 514 do CPP – ressalvada, nesta última

hipótese, a questão tratada pela Súmula 330 do STJ), é dada a oportunidade da defesa se

manifestar antes do recebimento da denúncia. A peça apresentada nestes casos é a chamada

“defesa preliminar” e o seu objetivo principal é evitar o recebimento da denúncia ou queixa,

através da demonstração da inexistência de condições que justifiquem o início do processo (falta

das condições de ação, por exemplo).

1. Endereçamento: Verifique na proposta de peça para qual juízo foi distribuída a ação penal,

pois isto determinará a competência para a apreciação da defesa preliminar. Na ausência de

indicação, o endereçamento deve ser feito de maneira genérica.

a) Justiça Estadual:

EXCELENTENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA

CRIMINAL DA COMARCA DE CAMPO GRANDE – ESTADO DO MATO GROSSO DO

SUL.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA

COMARCA... – ESTADO...

b) Justiça Federal:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 1ª VARA FEDERAL

CRIMINAL DE CURITIBA – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO PARANÁ.

2. Qualificação resumida: logo abaixo do endereçamento, à esquerda, mencione as informações

básicas do processo (número dos autos, denunciante e denunciado).

(01 linha)

Autos nº

Denunciante:

Denunciado:

(01 linha)

3. Qualificação do acusado: qualificar de forma completa o denunciado e seu advogado.

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FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de

identidade..., inscrição no CPF..., filiação..., residência..., vem perante Vossa

Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, procuração em anexo,

OAB nº..., com escritório profissional na rua..., onde recebe intimações para foro em

geral,

Obs. 1: Verificar se já houve informação sobre juntada de procuração nos autos ou

constituição de advogado no interrogatório. Caso contrário, deve-se fazer menção à “procuração

em anexo”.

Obs. 2: Na ausência de dados na prova da OAB, estes não devem ser inventados sob pena de

identificação da prova.

Obs. 3: Jamais abreviar nomes e dados

4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do

tempo ministrada em sala de aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta e

fundamente-a com o artigo correspondente: art. 514 do Código de Processo Penal, quando o

crime for de responsabilidade dos funcionários públicos; e art. 55 da Lei n.º 11.343/20068, quando

o rito for o de tóxicos.

(...) apresentar, com fulcro no art. 5149 do Código de Processo Penal, DEFESA

PRELIMINAR, pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

Obs.: importante observar o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (súmula 330), no

sentido de que “é desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo 514 do código de

processo penal, na ação penal instruída por inquérito policial”. Assim, se o enunciado trouxer

nos dados que determinado servidor público foi investigado em inquérito, não caberá defesa

preliminar.

5. Síntese fática: Em todas as peças da OAB, é necessário relatar, sinteticamente, os fatos. Não

se trata de mera transcrição do problema, mas verdadeiro resumo do acontecido. Deve-se

narrar os fatos de maneira clara, lógica e concisa, seguindo a ordem lógica de introdução,

desenvolvimento e conclusão.

8 Art. 55, Lei 11.343/06 - Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa prévia,

por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 9 Art. 514, CPP - Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e

ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

33

O Ministério Público do Estado do Paraná ofereceu denúncia (...).

Obs. 1: Na prova da OAB não devem ser inventados fatos, sob pena de anulação da prova

decorrente de identificação.

Obs. 2: Ao redigir a peça, fazer remissão aos documentos mencionados na proposta que

comprovem os fatos alegados. Ex: laudo pericial.

Obs. 3: Na defesa preliminar, não se fala em síntese fático-processual, já que ainda não

existe processo penal em curso, em razão de não ter ocorrido recebimento da denúncia.

6. Do direito: A Defesa Preliminar é o momento adequado para requerer o não recebimento da

ação penal. Para tanto, deve-se atacar a denúncia de forma a demonstrar ausência das

condições de ação e de processo.

7. Dos requerimentos: O requerimento não pode ser genérico. Isto é, deve ser dividido por itens.

Na Defesa Preliminar, o pedido é de não recebimento da denúncia e não o de absolvição.

Diante do exposto, requer a rejeição da denúncia, haja vista (...).

8. Rol de testemunha: A defesa preliminar, quando no rito de tóxicos, é o momento oportuno

para especificar as provas que pretende produzir e arrolar as testemunhas - até o número de 05

(cinco) - (§1º do art.55 da Lei n.º 11.343/2006). Desta forma, identifique na proposta de peça as

eventuais testemunhas dos acontecimentos e qualifique-as no rol de testemunhas. Caso não haja

testemunhas, apenas mencione a existência do rol de testemunha:

Rol de testemunhas:

Testemunha...

9. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e

data iii- nome do advogado, inscrição na OAB .

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

34

Obs.1: O candidato deve sempre prestar atenção se o enunciado está indicando em qual

cidade e unidade da federação a decisão foi proferida. Se houver a indicação, não haverá

problemas, pois é só endereçar para o juiz da comarca indicada. No entanto, caso inexista a

indicação, o endereçamento deve ser feito ao magistrado da comarca. Os dados NUNCA devem

ser inventados. O candidato, nesta hipótese, deve apenas colocar as palavras Vara, Comarca... e

Estado... (Ex: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca... –

Estado ...).

Obs. 2: O enunciado deve trazer a data da notificação ao acusado para a apresentação da

defesa preliminar e exigir que esta peça seja apresentada no último dia do prazo. O prazo da

Defesa Preliminar no rito de tóxicos é de 10 dias, nos termos do art. 55, da Lei 11.343/06. No

rito para funcionários públicos o prazo é de 15 dias (art.514 do CPP). No entanto, caso não

exista esta determinação, o candidato deve colocar a data de forma genérica, isto é, não

especificar data alguma (Ex: Cidade..., dia..., mês, ano...).

Obs. 3: Não assine a prova, sob pena de identificá-la. Indique apenas as palavras

“ADVOGADO OAB Nº...”.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

35

7. Resposta à acusação

Após o oferecimento da denúncia, o magistrado poderá rejeitá-la liminarmente, quando:

1- for ela manifestamente inepta;

2- faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou

3- faltar justa causa para o exercício da ação penal.

Estando presentes as condições da ação, previstas no artigo 395 do CPP, o magistrado

receberá a denúncia e ordenará a citação do acusado para apresentação da Resposta à

acusação, em 10 (dez) dias, nos termos do art.396 do CPP. O mesmo ocorrerá quando o

processo tratar de crime doloso contra a vida (procedimento relativo aos processos de

competência do Tribunal do Júri). Porém, nesta hipótese, o fundamento é distinto: artigo 406,

caput, do Código de Processo Penal.

A resposta à acusação será fundamentada no artigo 396-A do CPP, quando processo tramitar sob

o rito ordinário ou sumário. No caso do rito do júri, o fundamento para a resposta à acusação será

o artigo 406, §3˚, do Código de Processo Penal.

Na resposta à acusação poderá ser alegado tudo o que interessar à defesa do acusado. Assim,

pode-se alegar, novamente, a ausência de qualquer das condições da ação previstas no artigo

395 do CPP. Neste caso, contudo, o pedido deve ser para que o magistrado anule o

recebimento e, diante dos fundamentos apresentados, rejeite a denúncia.

Deve-se pleitear, sobretudo, a absolvição sumária do acusado nos termos do art.397 do CPP,

quando fizer prova:

1 - da existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;

2 - da existência manifesta de causa excludente da culpabilidade, salvo a imputabilidade;

3 - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou

4 - da extinção da punibilidade do agente.

É na resposta à acusação, também, que as provas que a defesa deseja produzir devem ser

requeridas.

Obs. 1: As exceções de competência e de suspeição devem ser apresentadas nos termos do

artigo 95 a 111 do Código de Processo Penal.

Obs. 2: A Resposta à Acusação deve ser apresentada em todos os procedimentos especiais,

nos termos do art.394, §4º do CPP.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

36

1. Endereçamento: Verifique na proposta de peça processual qual juízo que recebeu a denúncia

e ordenou a citação do acusado, pois será ele o competente para a apreciação da Resposta à

Acusação. Na ausência de indicação, utilize o endereçamento genérico.

a) Justiça Estadual:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 15ª VARA CRIMINAL

DA COMARCA DE PORTO ALEGRE – ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA

COMARCA... – ESTADO...

a) Justiça Federal:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA FEDERAL

CRIMINAL DE CURITIBA – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO PARANÁ

2. Qualificação resumida: logo abaixo do endereçamento, à esquerda, mencione as informações

básicas do processo (número dos autos, denunciante e denunciado).

(01 linha)

Autos nº

Acusação:

Acusado:

(01 linha)

3. Qualificação do acusado: qualificar de forma completa o denunciado e seu advogado.

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de

identidade..., inscrição no CPF..., filiação..., residência..., vem perante Vossa

Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, procuração em anexo,

OAB nº..., com escritório profissional na rua..., onde recebe intimações para foro em

geral,

Obs. 1: Verificar se já houve informação sobre juntada de procuração nos autos ou

constituição de advogado no interrogatório. Caso contrário, deve-se fazer menção à “procuração

em anexo”.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

37

Obs. 2: Na ausência de dados na prova da OAB, estes não devem ser inventados sob pena de

identificação da prova.

Obs. 3: Jamais abrevie nomes e dados.

4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do

tempo ministrada em sala de aula. Coloque o nome da peça processual em caixa alta e

fundamente-a com o artigo correspondente (art.396-A do CPP ou 406, §3˚, do CPP – no caso do

rito dos crimes dolosos contra a vida).

(...) apresentar, com fulcro no art. 396-A do Código de Processo Penal10, RESPOSTA

À ACUSAÇÃO, pelas razões de fato e de direito que passa a expor.

(...) apresentar, com fulcro no artigo 406, §3˚, do Código de Processo Penal11,

RESPOSTA À ACUSAÇÃO, pelas razões de fato e de direito que passa a expor.

5. Síntese fática processual: é o relato sintético dos fatos. Não se trata de mera transcrição do

problema, mas verdadeiro resumo do acontecido. Deve-se narrar os fatos de maneira clara,

lógica e concisa, seguindo a ordem lógica de introdução, desenvolvimento e conclusão.

O Ministério Público do Estado do Paraná ofereceu denúncia (...)

Obs. 1: Na prova da OAB não devem ser inventados fatos, sob pena de anulação da prova

decorrente de identificação.

Obs. 2: Ao redigir a peça, fazer remissão aos documentos mencionados na proposta que

comprovem os fatos alegados. Ex: laudo pericial.

As teses de defesa devem ser divididas em preliminares e mérito.

10

Art. 396-A, CPP - Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa,

oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e

requerendo sua intimação, quando necessário. § 1o A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a

112 deste Código. § 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o

juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. 11

Art. 406, CPP - O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação do acusado para responder a acusação,

por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. § 1o O prazo previsto no caput deste artigo será contado a partir do efetivo

cumprimento do mandado ou do comparecimento, em juízo, do acusado ou de defensor constituído, no caso de citação

inválida ou por edital. § 2o A acusação deverá arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), na denúncia ou na queixa.

§ 3o Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo que interesse a sua defesa, oferecer documentos e

justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), qualificando-as e

requerendo sua intimação, quando necessário.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

38

6. Preliminares: são divididas em prejudiciais de mérito e de nulidades. Ler atentamente a

proposta de peça em busca de:

A- Prejudiciais de Mérito- as mais comuns são prescrição e decadência.

B- Nulidades- são divididas em absolutas e relativas.

- Nulidades Absolutas- afronta direta à Constituição da República – independe de prova da

ocorrência de prejuízo, pois este é presumido.

- Nulidades Relativas- há necessidade de demonstrar o prejuízo (art. 563, do CPP).

***As nulidades absolutas devem ser expostas antes das nulidades relativas.

***Todas as nulidades observadas até a fase processual da apresentação da resposta à acusação

devem ser arguidas. Assim, deve-se arguir, quando presente, desde as nulidades das provas

produzidas durante o inquérito policial, até a ausência das condições da ação previstas no artigo

395 do Código de Processo Penal. Por isso, é importante ter em mente as limitações

constitucionais ao poder de investigação (inviolabilidade de domicílio, proibição da tortura, sigilo

das comunicações, etc.), bem como lembrar que a violação de qualquer das condições de ação

previstas no artigo 395, CPP, deve ser arguida em sede de preliminar.

Obs.: Terminada a discussão das preliminares, fazer ligação com o mérito. Ex.:

“Caso não seja este o entendimento de Vossa Excelência, e em sendo superadas as prejudiciais

de mérito e/ou nulidades, em homenagem ao princípio da eventualidade, passa-se a demonstrar

que, no mérito, a absolvição sumária é medida que se impõe:”

7. Mérito: Busque na proposta da peça dados que indiquem, sobretudo, a existência de:

1- causa excludente da ilicitude do fato;

2- causa excludente da culpabilidade, salvo a imputabilidade;

3- que o fato narrado evidentemente não constitui crime;

4- extinção de punibilidade do agente.

Ou seja, sempre procure achar no enunciado elementos que se encaixem nos termos do

artigo 397 do Código de Processo Penal, a fim de se alcançar a absolvição sumária do acusado.

8. Dos requerimentos: O requerimento não pode ser genérico, isto é, para cada tese de defesa

deve haver um pedido específico em separado.

Diante do exposto, requer que:

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

39

a. Seja reconhecida a prescrição quanto ao crime de... e, assim,

declarada extinta a punibilidade, nos termos (...);

b. Seja reconhecida a nulidade do processo...

c) Seja anulado o recebimento da denúncia, para que, diante da

demonstração da ausência de justa causa, seja rejeitada a denúncia.

Não sendo este o entendimento de Vossas Excelências, no mérito, requer

a absolvição sumária, nos termos do artigo 397, I, do CPP, tendo em vista a

comprovação de que o denunciado agiu em legítima defesa, o que exclui a ilicitude do

fato.

9. Provas: A Resposta à acusação é o momento oportuno para especificar as provas que

pretende-se produzir e arrolar as testemunhas. Identifique na proposta de peça as eventuais

testemunhas dos acontecimentos e qualifique-as no rol de testemunhas. Caso não haja

testemunhas, apenas mencione a existência do rol de testemunha:

Finalmente, no caso de nenhum dos fundamentos indicados acima ser acatado por

Vossa Excelência, requer-se a produção de todas as provas admitidas, em especial...

Rol de testemunhas:

Testemunha...

10. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local

e data iii- nome do advogado, inscrição na OAB .

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

Obs.1: O candidato deve sempre prestar atenção se o enunciado está indicando em qual

cidade e unidade da federação a decisão foi proferida. Se houver a indicação, não haverá

problemas, pois é só endereçar para o juiz da comarca indicada. No entanto, caso inexista a

indicação, o endereçamento deve ser feito ao magistrado da comarca. Os dados nunca devem

ser inventados. O candidato, nesta hipótese, deve apenas colocar as palavras Vara,Comarca... e

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

40

Estado... (Ex: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca... –

Estado ...).

Obs. 2: O enunciado deve trazer a data da citação do acusado para a apresentação da

Resposta à Acusação e exigir que esta peça seja apresentada no último dia do prazo. No entanto,

caso não exista esta determinação, o candidato deve colocar a data genérica, isto é, não

especificar data alguma (Ex: Cidade..., dia..., mês..., ano...).

Obs. 3: Não assine a prova, sob pena de identificá-la. Indique somente com a palavra

ADVOGADO OAB Nº...

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

41

8. Alegações Finais por Memoriais

A Lei 11.719/2008 alterou a forma como as alegações finais devem ser apresentadas. Assim, no

procedimento comum, as alegações finais passaram a ser orais (art.403 caput do CPP). As

alegações finais escritas, no entanto, não foram, simplesmente, extirpadas do Código de Processo

Penal Pátrio. O artigo 403, § 3˚, CPP, prevê que as alegações finais podem ser apresentadas por

memoriais. Deste modo, feito o interrogatório do acusado, o magistrado pode optar pela

apresentação das alegações finais orais ou por memorial. E é justamente esta segunda hipótese

(alegações finais por memorial) que pode ser exigido no Exame de Ordem, pois, obviamente, não

é possível exigir que o candidato apresente alegações orais.

Nos procedimentos que envolvem a acusação de crimes dolosos contra a vida, não há

previsão legal para apresentação de alegações finais por memoriais escritos. Não obstante,

admite-se a apresentação dos memoriais escritos nestes procedimentos. Isto porque não é

justificável que os demais crimes processados pelo rito comum ordinário admitam memoriais

escritos, enquanto que os processos que versam sobre crimes dolosos contra a vida não

admitam.

1. Endereçamento: Verifique na proposta de peça perante qual juízo ocorreu o andamento da

ação penal, uma vez que ele será o competente para apreciar as alegações finais. Na ausência de

indicação, faça o endereçamento genérico.

a) Justiça Estadual:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 15ª VARA CRIMINAL

DA COMARCA DE PORTO ALEGRE – ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA

COMARCA... – ESTADO...

b) Justiça Federal:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA FEDERAL

CRIMINAL DE CURITIBA – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ.

2. Qualificação resumida: logo abaixo do endereçamento, à esquerda, mencione as informações

básicas do processo (número dos autos, acusação e acusado).

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

42

(01 linha)

Autos nº

Acusação:

Acusado:

(01 linha)

3. Qualificação do acusado: como o acusado já foi qualificado no processo, mencionar apenas

seu nome completo:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu

advogado que ao final assina, vem perante Vossa Excelência (...).

Obs. 1: Verificar se já houve informação sobre juntada de procuração nos autos ou

constituição de advogado. Caso contrário, deve-se fazer menção à “procuração em anexo” e

qualificar o advogado.

Obs. 2: Na ausência de dados na prova da OAB, estes não devem ser inventados sob pena de

identificação da prova.

Obs. 3: Jamais abreviar nomes e dados.

4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do

tempo ministrada em sala de aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta e

fundamente-a com o artigo correspondente:

(...) apresentar, com fulcro no art.403,§3º do CPP12, alegações finais por MEMORIAIS,

pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

5. Síntese fático-processual: Em todas as peças da OAB, é necessário relatar, sinteticamente,

os fatos. Não se trata de mera transcrição do problema, mas verdadeiro resumo do acontecido.

Deve-se narrar os fatos de maneira clara, lógica e concisa, seguindo a ordem lógica de

introdução, desenvolvimento e conclusão.

12

Art. 403. CPP - Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais

orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o

juiz, a seguir, sentença. § 1o Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual. §

2o Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se

por igual período o tempo de manifestação da defesa. § 3o O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o

número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais.

Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

43

O Ministério Público ofereceu denúncia em face de Tício, pela prática do

crime previsto no artigo 121, caput, do Código Penal. Segundo narra a denúncia, no

dia..., o denunciado atirou contra seu vizinho, após longa discussão envolvendo seu

cão e por ter sido ameaçado pela vítima.

Obs. 1: Na prova da OAB não devem ser inventados fatos, sob pena de anulação da prova

decorrente de identificação.

Obs. 2: Ao redigir a peça, fazer remissão aos documentos mencionados na proposta que

comprovem os fatos alegados. Ex: nota fiscal, laudo, etc.

As teses de defesa devem ser divididas em preliminares e mérito.

6. Preliminares: são divididas em prejudiciais e nulidades. Ler atentamente a proposta de peça

em busca de:

A- Prejudiciais de Mérito- as mais comuns são prescrição e decadência.

B- Nulidades- são divididas em absolutas e relativas:

- Nulidades Absolutas- afronta direta à Constituição da República – independe de prova da

ocorrência de prejuízo, pois este é presumido.

- Nulidades Relativas- há necessidade de demonstrar o prejuízo (art. 563, do CPP).

***As nulidades absolutas devem ser expostas antes das nulidades relativas.

***Nesta fase processual, devem ser alegadas todas as nulidades ocorridas. Assim, desde a

nulidade ocorrida, por exemplo, na colheita da prova no inquérito policial, até alguma nulidade

ocorrida na audiência de instrução e julgamento devem ser alegadas (em sede de preliminares).

Obs.: Terminada a discussão das preliminares, fazer ligação com o mérito. Ex.:

“Caso não seja este o entendimento de Vossa Excelência, e em sendo superadas as prejudiciais

de mérito e/ou nulidades, em homenagem ao princípio da eventualidade, passa-se a demonstrar

que, no mérito, a absolvição é medida que se impõe:”

7. Mérito: consiste na análise das provas produzidas ao longo do processo e a aplicação da

teoria do crime para cada um dos crimes imputados na denúncia. Portanto, é no mérito das

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

44

alegações finais por memoriais que vai se discutir questões referentes à ausência de provas de

autoria e materialidade, bem como a questões que excluem a conduta, tipicidade, antijuridicidade

e culpabilidade do fato narrado na inicial acusatória. Por exemplo, é aqui que você vai alegar:

a) falta de provas que comprovem que o denunciado é o autor do crime;

b) falta de provas que demonstrem, por exemplo, que o que causou a morte da vítima foi o

disparo efetuado pelo acusado;

c) a exclusão da antijuridicidade da conduta decorrente da legítima defesa.

É importante ter em mente, além disso, que as questões referentes ao mérito nunca

podem anteceder as preliminares arguidas.

8. Dosimetria da pena: O advogado deve sempre trazer todas as teses de defesa possíveis, mas

nunca deve esquecer que elas podem ser vencidas e o seu cliente condenado. Assim, deve ser

requerido que, em havendo condenação, a pena seja fixada no mínimo legal, fazendo uma

breve análise sobre as três fases de aplicação da pena (pena base – análise dos elementos do

artigo 59 do CP; agravantes e atenuantes – artigos 61 a 65 do CP; e, finalmente, causas especiais

de aumento ou diminuição de pena). Deve, ainda, ser feita uma consideração sobre o regime

prisional adequado à pena aplicada e o cabimento de algum substitutivo penal (sursis, por

exemplo).

É importante destacar que as considerações sobre a pena NÃO devem ser feitas nos

memoriais apresentados no rito de crimes dolosos contra a vida. Neste rito, os memoriais

servem, apenas, para que o magistrado decida se pronuncia, impronuncia, absolve sumariamente

ou desclassifica o crime imputado ao denunciado.

9. Dos requerimentos: para cada tese de defesa deve haver um pedido específico em separado.

Aqui, o aluno deve ter em mente que o fundamento para os pedidos feitos no rito comum

(ordinário e sumário) e no rito do júri têm fundamentos distintos.

O pedido de absolvição no rito comum (ordinário e sumário) deve sempre ser feito com

base no artigo 386, CPP. Assim, o aluno deve buscar dentre seus incisos aquele que melhor se

adéqua ao pedido que está sendo formulado.

No rito do júri, os memoriais podem abranger três pedidos: impronúncia, absolvição

sumária e desclassificação.

O pedido de impronúncia, com fundamento no artigo 414 do Código de Processo Penal,

vai ser feito quando a tese for a de não existência de provas suficientes de autoria e materialidade

para a pronúncia. Assim, por exemplo, quando o laudo de necropsia não chegar a conclusão

alguma quanto à causa da morte da vítima, o pedido a ser feito é o de impronúncia.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

45

O pedido de absolvição sumária, por sua vez, absolverá sumariamente o denunciado

quando ocorrer qualquer das hipóteses descritas nos incisos do artigo 415 do Código de Processo

Penal. Por exemplo, o juiz deve absolver sumariamente o acusado, nos termos do artigo 415,

inciso III, se ficar provado que quando ele atirou da vítima, esta já estava morta em virtude de um

colapso cardíaco, não constituindo o fato infração penal.

Já a desclassificação do fato narrado na denúncia tem fundamento no artigo 419 do CPP.

Nele será alegado que não se trata, por exemplo, do crime de homicídio, mas sim do crime de

lesão corporal seguida de morte. Nesta hipótese, os autos serão enviados ao magistrado

competente.

Diante do exposto, requer que:

a. Seja reconhecida a prescrição quanto ao crime de... e, assim,

declarada extinta a punibilidade, nos termos (...);

b. Seja reconhecida a nulidade do processo...

Não sendo este o entendimento de Vossa Excelência, no mérito, requer

que o denunciado seja absolvido:

9. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e

data iii- nome do advogado, inscrição na OAB.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

Obs.1: O candidato deve sempre prestar atenção se o enunciado está indicando em qual

cidade e unidade da federação o processo tramitou. Se houver a indicação, não haverá

problemas, pois é só endereçar para o juiz da comarca indicada. No entanto, caso inexista a

indicação, o endereçamento deve ser feito ao magistrado da comarca. Os dados nunca devem ser

inventados. O candidato, nesta hipótese, deve apenas colocar as palavras Vara, Comarca... e

Estado... (Ex: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca... –

Estado ...).

Obs. 2. O enunciado deve trazer a data da intimação para a apresentação das alegações finais

por memoriais e exigir que esta peça seja apresentada no último dia do prazo. No entanto, caso

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

46

não exista esta determinação, o candidato deve colocar a data genérica, isto é, não especificar

data alguma (Ex: Cidade..., dia..., mês..., ano...).

Obs. 3: Não assine a prova, sob pena de identificá-la. Indique somente com a palavra

ADVOGADO OAB Nº.

***Lembrete: Para cada tese de defesa – seja nas preliminares, no mérito ou na dosimetria da

pena- abrir um tópico próprio, titulando-o, se possível, com a tese e a sua conclusão. Ex: Do

Latrocínio: atipicidade da conduta.

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X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

47

9. Apelação

Das sentenças definitivas ou das decisões com força de definitivas, em regra, cabe recurso de

apelação, disciplinado pelo Código de Processo Penal nos arts. 593 e seguintes. O recurso de

apelação é um instrumento recursal residual. Isso significa que só caberá o recurso de apelação,

quando o ato judicial atacado não esteja no rol das situações para as quais cabe recurso em

sentido estrito (art. 581, CPP).

São efeitos do recurso de apelação: devolutivo e suspensivo.

O efeito devolutivo é inerente ao recurso, já que devolve à instância superior a análise da ação

penal. A regra é que a revisão da sentença ou da decisão com força de definitiva se dê na exata

medida do que está se questionando no recurso (tantum devolutum quatum apellatum). Ou seja, a

instância superior analisa exatamente o que foi impugnado no recurso. O candidato deve, no

momento de elaborar a apelação, impugnar todas as questões possíveis, pois assim estará

manifestando o desejo de ampla revisão do julgado que, teoricamente, prejudica seu cliente.

O efeito suspensivo tem como base o princípio da afirmação da inocência (art. 5º, inciso LVII, da

Constituição da República). Quando a sentença for absolutória, o próprio Código de Processo

Penal, em seu artigo 596, dispõe que o réu deve ser posto imediatamente em liberdade, caso ele

estivesse aguardando preso o julgamento. Deste modo, ainda que o Ministério Público ou o

querelante apelem da sentença absolutória, requerendo, por consequência, a reforma da decisão

de modo a condenar o réu, este não pode ser preso.

Finalmente, o candidato deve atentar que os artigos 594 e 595 do Código de Processo Penal,

foram revogados pelas Leis nº 11.719/2008 e nº 12.403/2011, respectivamente. O artigo 594, do

CPP, nos ensinava que: “o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, ou prestar fiança,

salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória, ou

condenado por crime que se livre solto”. Assim, em homenagem ao princípio da presunção do

estado de inocência, a regra é de que o réu possa apelar em liberdade, devendo sua prisão ser

decretada quando existir razões cautelares. Ou seja, a prisão em decorrência de sentença

condenatória, para a qual cabe ainda recurso de apelação, deve apresentar os fundamentos

presentes no artigo 312 do Código de Processo Penal, conforme dispõe o art. 387, parágrafo

único do CPP.

Da mesma forma, com a revogação do artigo 595 do CPP determinado pela Lei 12.403/11, não é

mais necessário o recolhimento do réu para que o seu recurso de apelação seja conhecido.

Esta regra era um verdadeiro fato impeditivo da admissibilidade e de conhecimento do recurso.

Porém, antes mesmo da revogação deste dispositivo pela Lei 12.403/11, já havia o entendimento

de que o conhecimento de recurso de apelação do réu

independe de sua prisão, conforme previsão da Súmula de número 347 do STJ. Assim, agora

não há mais dúvidas quanto à desnecessidade de recolhimento do réu para apelar da decisão.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

48

Por último, destaque-se, ainda, que caberá apelação das decisões de impronúncia e absolvição

sumária, conforme dispõe o artigo 416 do Código de Processo Penal.

Obs.1: O enunciado trará expressamente ou por indícios se o recurso já foi interposto ou não.

Caso não tenha sido interposto, o candidato deverá elaborar a peça de interposição e as razões

recursais. Na hipótese da apelação já ter sido interposta, bastará elaborar as razões recursais.

Obs.2: Quando necessária a interposição da apelação, o prazo será de 05 dias (art.593 do

CPP). O prazo para oferecimento das razões do recurso é de 08 dias (art. 600, caput, do CPP).

Embora os prazos para interposição e apresentação das razões do recurso sejam distintos, no

Exame de Ordem a interposição e as razões devem ser apresentadas na mesma data. Se as

razões forem apresentadas separadamente, o prazo será de 08 dias (art.600, caput, do CPP),

contados da intimação para apresentação das razões recursais.

Petição de interposição

1. Endereçamento: Verifique na proposta de peça qual autoridade judicial proferiu a sentença,

ou, na a ausência de indicação, faça o endereçamento genérico para a autoridade judiciária a quo.

a) Justiça Estadual:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 15ª VARA CRIMINAL

DA COMARCA DE PORTO ALEGRE – ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA

COMARCA... – ESTADO...

b) Justiça Federal:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA FEDERAL

CRIMINAL DE CURITIBA – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO PARANÁ

2. Qualificação resumida: logo abaixo do endereçamento, à esquerda, mencione as informações

básicas do processo (número dos autos, acusação e acusado).

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

49

(01 linha)

Autos nº

Acusação:

Acusado:

(01 linha)

3. Qualificação do acusado: Como o acusado já foi qualificado no processo, mencione apenas

seu nome completo:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu

advogado que ao final assina, vem perante Vossa Excelência (...).

Obs. 1: Verifique se já houve informação sobre juntada de procuração nos autos ou

constituição de advogado. Caso contrário, deve-se fazer menção à “procuração em anexo” e

qualificar o advogado.

Obs. 2: Na ausência de dados na prova da OAB, estes não devem ser inventados, sob pena

de identificação da prova.

Obs. 3: Jamais abreviar nomes e dados.

4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do

tempo ministrada em sala de aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta e

fundamente-a com o artigo correspondente - art. 593 (I, II ou III) do Código de Processo Penal:

(...) não se conformando, data venia, com a sentença de fls., interpor, com fulcro no art.

593, I do Código de Processo Penal13, RECURSO DE APELAÇÃO, requerendo que

seja a mesma recebida e encaminhada à superior instância, para processamento e

julgamento.

9. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e

data iii- nome do advogado, inscrição na OAB.

13

Art. 593. CPP - Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: I - das sentenças definitivas de condenação ou

absolvição proferidas por juiz singular; II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz

singular nos casos não previstos no Capítulo anterior; III - das decisões do Tribunal do Júri, quando: a) ocorrer

nulidade posterior à pronúncia; b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; c)

houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; d) for a decisão dos jurados

manifestamente contrária à prova dos autos. (...)

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

50

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

Obs.1: O candidato deve sempre prestar atenção se o enunciado está indicando em qual

cidade e unidade da federação a sentença foi proferida. Se houver a indicação, não haverá

problemas, pois é só endereçar para o juiz da comarca indicada. No entanto, caso inexista a

indicação, o endereçamento deve ser feito a magistrado da comarca ou ao Tribunal ad quem. Os

dados nunca devem ser inventados. O candidato, nesta hipótese, deve apenas colocar as

palavras Vara, Comarca... e Estado... (Ex de interposição: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de

Direito da ...Vara Criminal da Comarca... – Estado ...)

Obs. 2: O enunciado deve trazer a data da intimação do acusado para a interposição do

recurso de Apelação e exigir que esta peça seja apresentada no último dia do prazo (05 dias – art.

593, caput, do CPP). No entanto, caso não exista esta determinação, o candidato deve colocar a

data genérica, isto é, não especificar data alguma (Ex: Cidade..., dia..., mês..., ano...).

Obs. 3: Não assine a prova, sob pena de identificá-la. Indique somente com as palavras

“ADVOGADO OAB Nº...”.

Razões de Apelação

1. Endereçamento: De início, é necessária a identificação da autoridade judicial que proferiu a

sentença ou a decisão com força de definitiva. Para isto, deve-se sempre ter em mente as regras

gerais de competência do Código de Processo Penal. A partir do momento que se identificou o

juiz que proferiu a sentença ou a decisão com força de definitiva, ter-se-á o tribunal competente

para o julgamento da apelação. Na ausência de indicação, faça o endereçamento genérico, sem

as especificações.

a) Justiça Estadual:

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ

COLENDA CÂMARA CRIMINAL

EMINENTES DESEMBARGADORES

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

51

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...

COCOLENDA CÂMARA CRIMINAL

EMINENTES DESEMBARGADORES

b) Justiça Federal:

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

COLENDA TURMA

EMINENTES DESEMBARGADORES FEDERAIS

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA... REGIÃO

COLENDA TURMA

EMINENTES DESEMBARGADORES FEDERAIS

2. Qualificação resumida: logo abaixo do endereçamento, à esquerda, mencione as informações

básicas do processo (número dos autos, apelante e apelado).

(01 linha)

Autos de origem nº

Apelante:

Apelado:

(01 linha)

3. Qualificação do acusado: Como o acusado já foi qualificado no processo, mencione apenas

seu nome completo e a qualificação do advogado:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos supra mencionados, vem

perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, (...).

Obs. 1: Na hipótese do primeiro ato do advogado ser o oferecimento das razões em prol do

acusado, ele deve ser qualificado.

Obs. 2: Verificar se já houve informação sobre juntada de procuração nos autos ou

constituição de advogado no interrogatório. Caso contrário, deve-se fazer menção à “procuração

em anexo” e qualificar o advogado.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

52

Obs. 3: Na ausência de dados na prova da OAB, estes não devem ser inventados sob pena de

identificação da prova.

Obs. 4: Jamais abreviar nomes e dados.

4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do

tempo ministrada em sala de aula. Coloque o nome da peça processual em caixa alta e

fundamente-a com o artigo correspondente:

(...) apresentar, com fulcro no art. 600, caput, do Código de Processo Penal14,

RAZÕES DE APELAÇÃO, pelos motivos de fato e de direito adiante expostos:

5. Síntese fático-processual: Em todas as peças da OAB, é necessário relatar, sinteticamente,

os fatos. Não se trata de mera transcrição do problema, mas verdadeiro resumo do acontecido.

Deve-se narrar os fatos de maneira clara, lógica e concisa, seguindo a ordem lógica de

introdução, desenvolvimento e conclusão.

O Ministério Público denunciou Tício pela prática do delido de... A

denúncia foi recebida em... Foram ouvidas... testemunhas. Em suas alegações finais,

o Ministério Público... Na sentença, o juiz a quo entendeu que (...).

Obs. 1: Na prova da OAB não devem ser inventados fatos, sob pena de anulação da prova

decorrente de identificação.

Obs. 2: Ao redigir a peça, fazer remissão aos documentos mencionados na proposta que

comprovem os fatos alegados. Ex: nota fiscal.

As teses de defesa devem ser divididas em preliminares e mérito.

6. Preliminares: são divididas em prejudiciais e nulidades. Ler atentamente a proposta de peça

em busca de:

A- Prejudiciais de Mérito- as mais comuns são prescrição e decadência.

14

Art. 600, CPP - Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o apelado terão o prazo de oito dias cada um

para oferecer razões, salvo nos processos de contravenção, em que o prazo será de três dias. § 1o Se houver assistente,

este arrazoará, no prazo de três dias, após o Ministério Público. § 2o Se a ação penal for movida pela parte ofendida, o

Ministério Público terá vista dos autos, no prazo do parágrafo anterior. § 3o Quando forem dois ou mais os apelantes ou

apelados, os prazos serão comuns. § 4o Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor a apelação, que

deseja arrazoar na superior instância serão os autos remetidos ao tribunal ad quem onde será aberta vista às partes,

observados os prazos legais, notificadas as partes pela publicação oficial.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

53

B- Nulidades- são divididas em absolutas e relativas:

- Nulidades Absolutas- afronta direta à Constituição da República – independe de prova da

ocorrência de prejuízo, pois este é presumido.

- Nulidades Relativas- há necessidade de demonstrar o prejuízo (art. 563, do CPP).

***Devem ser arguidas todas as nulidades ocorridas até o momento em que a sentença foi

proferida. Portanto, todas as nulidades ocorridas desde o inquérito policial até a sentença devem

ser apontadas na apelação.

Obs.: Terminada a discussão das preliminares, deve ser feita uma ligação entre o tópico das

preliminares e o tópico do mérito. Ex.: “Caso não seja este o entendimento de Vossas

Excelências, e em sendo superadas as prejudiciais de mérito e/ou Nulidades, em homenagem ao

princípio da eventualidade, passa-se a demonstrar que, no mérito, a absolvição é medida que se

impõe:”.

7. Mérito: O mérito consiste na análise das provas produzidas ao longo do processo e a aplicação

da teoria do crime para cada um dos crimes imputados na denúncia. Aqui o candidato deve

discorrer sobre:

a) provas de autoria do crime;

b) provas da materialidade do crime;

c) ausência de conduta (ex.: denunciado foi jogado por terceiro em cima da vítima, a qual

quebrou o pescoço e morreu em virtude do impacto);

d) ausência de tipicidade (falta de nexo de causalidade, insignificância, erro de tipo, etc.);

e) presença de causa excludente da antijuridicidade (art. 23 do Código Penal);

f) presença de causas excludentes da culpabilidade (sujeito agiu, por exemplo, sob erro de

proibição).

***A apelação no rito do tribunal do júri tem suas especificidades. Vejamos:

A apelação interposta em face de decisão que impronunciou ou absolveu

sumariamente o acusado (art. 416, CPP) tem análise restrita. Isto porque, no primeiro caso, a

discussão vai ficar limitada à existência ou não de provas suficientes que respaldem a

convicção de que a acusação não deve ser julgada pelo Tribunal do Júri. Já no segundo

caso, a discussão será restrita à presença ou não das situações que autorizam a absolvição

sumária, previstas no artigo 415 do CPP. Como a impronúncia e a absolvição sumária são

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

54

decisões que beneficiam a defesa, o candidato, provavelmente, terá que apresentar as contra

razões do recurso interposto pelo Ministério Público.

Por outro lado, a apelação interposta em face de decisão dos jurados que condenou o

denunciado tem fundamento no artigo 593, III, do Código de Processo Penal. Importante

destacar que, aqui, a apelação pode ter consequências distintas daquelas que ocorrem quando o

recurso foi interposto de decisão em processo que tramitou sob o rito sumário ou ordinário.

No caso do rito sumário e ordinário, o tribunal ad quem, além do reconhecimento das

nulidades, pode reformar integralmente a decisão. Assim, por exemplo, é possível uma nova

análise das provas para absolver o acusado condenado em primeira instância, com base no

entendimento de que a conduta praticada por ele não deu causa ao resultado.

No rito do júri é diferente. Isto porque a competência dos jurados para julgarem crimes

contra a vida decorre da Constituição, de modo que o poder da segunda instância para modificar a

matéria, assim que devolvida para nova apreciação, é limitado. Com relação às nulidades, nada

impede o reconhecimento destas, quando ocorridas após a pronúncia, conforme preceitua o

artigo 593, inciso III, alínea a, do CPP. Presume-se, aqui, que as nulidades ocorridas antes da

pronúncia já foram resolvidas. No entanto, nada impede que sejam alegadas nulidades

anteriores à pronúncia, desde que tratem de nulidades absolutas, na medida em que estas

nulidades podem ser arguidas a qualquer tempo, porque tratam de violações de direitos

constitucionais do denunciado.

É possível, em segunda instância, a reforma da decisão do juiz presidente, quando

esta é contrária à decisão dos jurados ou ao texto de lei (art. 593, inciso III, alínea b, CPP).

Nesta hipótese, o juiz presidente do tribunal do júri, por exemplo, deixa de aplicar a causa especial

de diminuição de pena prevista no artigo 121, §1˚, do CPP, não obstante os jurados tenham

reconhecido que o homicídio foi praticado por relevante valor moral. Assim, o tribunal ad quem

não vai devolver a matéria para apreciação dos jurados, mas, simplesmente, corrigir a decisão do

juiz presidente, colocando-a de acordo com a decisão do conselho de sentença. Da mesma forma,

o tribunal ad quem poderá reformar integralmente a pena ou medida de segurança,

conforme permissão contida no artigo 593, inciso III, alínea c, do CPP. A explicação para estas

duas possibilidades é a de que em ambos os aspectos as decisões foram exclusivas do

magistrado togado, de modo que a reforma pelo tribunal ad quem não é uma interferência na

competência constitucional dos jurados.

A questão muda quando se trata de nova discussão das provas no rito de crimes

dolosos contra a vida. Se na apelação do rito sumário ou ordinário o tribunal ad quem tem poder

de modificar completamente a decisão, no rito do júri o tribunal, entendendo que a decisão dos

jurados foi contrária à prova dos autos, deve determinar a realização de novo julgamento pelo

conselho de sentença. Assim, por exemplo, se houver provas cabais de que o homicídio foi

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

55

praticado em legítima defesa, mas o entendimento dos jurados foi o de que não houve a referida

causa excludente da ilicitude, o tribunal ad quem não poderá, em seu julgamento, reformar a

decisão dos jurados. O máximo que pode ocorrer, neste caso, é a determinação da realização de

novo julgamento, por ter sido a decisão do conselho de sentença contrária à prova dos autos.

Por último, no caso da apelação com base no artigo 593, inciso III, d, o candidato deve

demonstrar porque a decisão dos jurados contrariou a prova dos autos, indicando os

elementos probatórios para isto. O pedido a ser feito é de que o acusado seja submetido a

novo julgamento, e não que a decisão de primeira instância seja reformada, para que o acusado

seja absolvido pelo tribunal ad quem.

8. Dosimetria da pena: Na apelação é o momento oportuno para questionar a fixação

da pena. Isto porque este recurso é interposto, de modo geral, após a prolação de sentença que,

caso seja condenatória, necessariamente vai trazer os elementos que o magistrado levou em

consideração para fixação da pena. Assim, deve ser requerido para que, em sendo mantida a

condenação, a pena seja fixada no mínimo legal. Mas é importante lembrar que este pedido deve

ser fundamentado. Não basta que o candidato apenas requeira que a pena seja aplicada no

mínimo legal, sem analisar os motivos que levaram à fixação da punição acima do patamar

mínimo previsto na legislação penal. Por isso, é importante fazer uma análise dos motivos

utilizados pelo magistrado na fixação da pena, demonstrando, por exemplo, a inocorrência de

uma circunstância judicial prevista no artigo 59 do Código Penal ou de uma circunstância

agravante.

Além disso, deve ser mencionada a presença de atenuantes ou causas especiais de

diminuição de pena, no caso da apelação ter sido interposta em face de sentença

condenatória que não reconheceram estes aspectos legais que favorecem o acusado. No

caso do recurso de apelação ter sido interposto na qualidade de assistente de acusação,

deve ser feita uma análise sobre a configuração de circunstâncias judiciais desfavoráveis

ao réu, circunstâncias agravantes e causas especiais de aumento de pena.

No caso de se tratar de apelação interposta em face da pena no rito de crimes dolosos

contra a vida, é importante lembrar que o tribunal de segunda instância tem autonomia para

modificá-la, tendo em vista que a dosimetria da pena é feita pelo magistrado togado, e não

pelos jurados.

Já no caso de apelação que trata de impronúncia e absolvição sumária, as

considerações sobre a pena são incabíveis. Afinal, não houve nenhuma consideração sobre a

pena a ser aplicada ao acusado, mesmo porque a aplicação da pena só poderia vir após decisão

dos jurados pela condenação.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

56

9. Dos requerimentos: O requerimento não pode ser genérico, isto é, para cada tese de defesa

deve haver um pedido específico em separado.

Diante do exposto, requer:

1. O Conhecimento do presente recurso haja vista estarem presentes os

pressupostos objetivos e subjetivos;

2. O seu provimento a fim de que:

a. Seja reconhecida a prescrição quanto ao crime de... e, assim,

declarada extinta a punibilidade, nos termos do inciso IV, art.107;

b. Reconhecer a nulidade do processo...

Não sendo este o entendimento de Vossas Excelências, no mérito, requer

que seja dado provimento ao recurso para reformar a decisão de folhas (...), para o fim

de:

a) (...).

9. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e

data iii- nome do advogado, inscrição na OAB.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

Obs.1: O candidato deve sempre prestar atenção se o enunciado está indicando em qual

cidade e unidade da federação a decisão apelada foi proferida. Se houver a indicação, não haverá

problemas, pois é só endereçar as razões ao tribunal ad quem competente. No entanto, caso

inexista a indicação, o endereçamento deve ser feito, de maneira genérica, ao Tribunal de Justiça

ou ao Tribunal Regional Federal. Os dados nunca devem ser inventados. O candidato, nesta

hipótese, deve apenas colocar as palavras Tribunal de Justiça do Estado..., ou Tribunal Regional

Federal da Região (Ex: Egrégio Tribunal Regional Federal da... Região; Egrégio Tribunal de

Justiça do Estado...)

Obs. 2: O enunciado deve trazer a data da intimação do acusado para a apresentação das

razões do recurso de Apelação e exigir que esta peça seja apresentada no último dia do prazo (05

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

57

dias se apresentadas junto com a petição de interposição - art. 593, caput, CPP; ou 08 dias se

apresentadas posteriormente à interposição – art. 600, caput, do CPP). No entanto, caso não

exista esta determinação, o candidato deve colocar a data genérica, isto é, não especificar data

alguma (Ex: Cidade..., dia..., mês..., ano...).

Obs. 3: Não assine a prova, sob pena de identificá-la. Indique somente com a palavra

ADVOGADO OAB Nº...

***Lembrete: Para cada tese de defesa – seja nas preliminares, no mérito ou na dosimetria da

pena- abrir um tópico próprio, titulando-o, se possível, com a tese e a sua conclusão. Ex: Do

Furto: atipicidade da conduta.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

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10. Recurso em Sentido Estrito

O recurso em sentido estrito é o recurso cabível das decisões interlocutórias expressamente

previstas em lei (rol taxativo do art. 581 do CPP). Como o próprio nome do recurso diz, as

hipóteses para sua interposição são restritas àquelas previstas na lei.

A regra é que o recurso em sentido estrito tenha efeito devolutivo em relação à matéria objeto

do recurso.

O efeito suspensivo é exceção, ocorrendo apenas nas seguintes hipóteses:

a) do artigo 584, caput, do Código de Processo Penal;

b) da decisão que extinga a punibilidade, já que o réu deverá ser posto imediatamente em

liberdade nestes casos ou da sentença de impronúncia (art. 584, §1º, do CPP);

c) recurso que diga respeito à decisão de pronúncia (art. 584, §2º, do CPP) – lembrando

que, neste caso, embora o artigo fale em suspensão só do julgamento, o que se suspende, na

verdade, é o processo, pois a fase de preparação para o julgamento em plenário (artigos 422 e

423 do Código de Processo Penal) só será iniciada assim que transitar em julgado a sentença de

pronúncia. É importante lembrar que as decisões de absolvição sumária e impronúncia devem ser

combatidas através do recurso de apelação, conforme dispõe o artigo 416 do Código de Processo

Penal.

Como pode se notar pela redação do artigo 585 do CPP, em caso de pronúncia do réu que não é

primário e de bons antecedentes, por crime inafiançável, ou, na hipótese de afiançável, quando

não prestada esta, ele deve se recolher à prisão para recorrer. Aqui, remete-se a leitura aos

comentários feitos sobre os revogados artigos 594 e 595 do CPP. Isto porque, assim como ocorre

com a apelação, a prisão decorrente da sentença de pronúncia só ocorrerá quando estejam

presentes concretamente as hipóteses autorizadoras da prisão preventiva, previstas no

artigo 312 do CPP. Não se pode perder de vista, também, o princípio da afirmação da inocência

(art. 5º, LVII, da CR), pois este direito fundamental tem como consequência a inadmissibilidade de

prisão em decorrência de uma decisão desfavorável. Fala-se, aqui, em decisão desfavorável,

porque a decisão de pronúncia não passa de um juízo de admissibilidade da ocorrência de um

fato punível cuja competência para o julgamento é do Tribunal do Júri, sendo que o magistrado

tem opção de impronunciar o acusado.

Um terceiro efeito que é dado ao recurso em sentido estrito é o regressivo, iterativo ou diferido.

Esse efeito é apontado como característica do RSE, em razão da possibilidade de retratação

dada ao juízo a quo, após o oferecimento das razões (art. 589 do CPP). Caso não haja esta

retratação, o recurso é remetido ao juízo ad quem.

***É importante o aluno verificar se o Recurso em Sentido Estrito já foi, ou não, interposto. Caso

não tenha sido, o candidato deverá elaborar a peça de interposição e as razões recursais.

Na hipótese de já ter sido interposto, bastará elaborar as razões recursais.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

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Petição de Interposição

1. Endereçamento: Verifique na proposta de peça qual autoridade judicial proferiu a decisão. Na

ausência de indicação, faça o endereçamento genérico, sem as especificações.

a) Justiça Estadual:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 15ª VARA CRIMINAL

DA COMARCA DE PORTO ALEGRE – ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA

COMARCA... – ESTADO...

b) Justiça Federal:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA FEDERAL

CRIMINAL DE PELOTAS – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO GRANDE DO SUL.

2. Qualificação resumida: logo abaixo do endereçamento, à esquerda, mencione as informações

básicas do processo (número dos autos, acusação e acusado).

(01 linha)

Autos nº

Acusação:

Acusado:

(01 linha)

3. Qualificação do acusado: Como o acusado e o advogado já foram qualificados no processo,

mencione apenas o nome completo do acusado:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu

advogado que ao final assina, vem perante Vossa Excelência (...).

Obs. 1: Verificar se já houve informação sobre juntada de procuração nos autos ou

constituição de advogado. Caso contrário, deve-se fazer menção à “procuração em anexo” e

qualificar o advogado.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

60

Obs. 2: Na ausência de dados na prova da OAB, estes não devem ser inventados sob pena de

identificação da prova.

Obs. 3: Jamais abreviar nomes e dados.

4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual no

tempo ministrada em sala de aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta e

fundamente-a em um dos incisos do art. 581 do Código de Processo Penal:

(...) não se conformando com a decisão de fls., interpor, com fulcro no inciso IV do art.

58115 do Código de Processo Penal, RECURSO EM SENTIDO ESTRITO.

Requer a realização do juízo de retratação (do art. 589, Código de

Processo Penal16) e, em sendo mantida a decisão atacada, seja o presente recurso

encaminhado à Superior Instância, para processamento e julgamento.

5. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e

data iii- nome do advogado, inscrição na OAB.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

Obs.1: O candidato deve sempre prestar atenção se o enunciado está indicando em qual

cidade e unidade da federação a decisão atacada via Recurso em Sentido Estrito foi proferida. Se

15

Art. 581. CPP - Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: I - que não receber a denúncia

ou a queixa; II - que concluir pela incompetência do juízo; III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de

suspeição; IV – que pronunciar o réu; V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir

requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante; VII -

que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor; VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta

a punibilidade; IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade;

X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus; XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou

em parte; XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir; XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;

XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial; XVIII - que decidir o incidente de

falsidade. 16

Art. 589. CPP - Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que, dentro de dois dias,

reformará ou sustentará o seu despacho, mandando instruir o recurso com os traslados que Ihe parecerem necessários.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

61

houver a indicação, não haverá problemas, pois é só endereçar para o juiz da comarca indicada.

No entanto, caso inexista a indicação, o endereçamento deve ser feito ao magistrado da comarca.

Os dados nunca devem ser inventados. O candidato, nesta hipótese, deve apenas colocar as

palavras Vara, Comarca... e Estado... (Ex de interposição: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de

Direito da ...Vara Criminal da Comarca... – Estado ...)

Obs. 2: O enunciado deve trazer a data da intimação do acusado para a interposição do

Recurso em Sentido Estrito (05 dias – art. 586 do CPP). No entanto, caso não exista esta

determinação, o candidato deve colocar a data genérica, isto é, não especificar data alguma (Ex:

Cidade..., dia..., mês..., ano...).

Obs. 3: Não assine a prova, sob pena de identificá-la. Indique somente com as palavras

“ADVOGADO OAB Nº...”.

Razões de Recurso em Sentido Estrito

1. Endereçamento: Verifique na proposta de peça qual autoridade judicial proferiu a decisão. Na

ausência de indicação, faça o endereçamento genérico, sem as especificações.

a) Justiça Estadual:

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ

COLENDA CÂMARA CRIMINAL

EMINENTES DESEMBARGADORES

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...

COLENDA CÂMARA CRIMINAL

EMINENTES DESEMBARGADORES

b) Justiça Federal:

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA... REGIÃO

COLENDA TURMA

EMINENTES DESEMBARGADORES FEDERAIS

2. Qualificação resumida: logo abaixo do endereçamento, à esquerda, mencione as informações

básicas do processo (número dos autos, recorrente e recorrido).

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

62

(01 linha)

Autos de origem nº

Recorrente:

Recorrido:

(01 linha)

3. Qualificação do acusado: Como o acusado e o advogado já foram qualificados no processo,

mencione apenas o nome completo do acusado:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu

advogado que ao final assina, vem perante Vossa Excelência (...)

Obs. 1: Verificar se já houve informação sobre juntada de procuração nos autos ou

constituição de advogado. Caso contrário, deve-se fazer menção à “procuração em anexo” e

qualificar o advogado.

Obs. 2: Na ausência de dados na prova da OAB, estes não devem ser inventados sob pena de

identificação da prova.

Obs. 3: Jamais abreviar nomes e dados.

4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do

tempo ministrada em sala de aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta e

fundamente-a com o artigo correspondente:

(...) apresentar, com fulcro no art. 588 do Código de Processo Penal17, RAZÕES DE

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, pelos motivos de fato e de direito adiante

expostos:

5. Síntese fático-processual: Em todas as peças da OAB, é necessário relatar, sinteticamente,

os fatos. Não se trata de mera transcrição do problema, mas verdadeiro resumo do acontecido.

Deve-se narrar os fatos de maneira clara, lógica e concisa, seguindo a ordem lógica de

introdução, desenvolvimento e conclusão.

17

Art. 588. CPP - Dentro de dois dias, contados da interposição do recurso, ou do dia em que o escrivão, extraído o

traslado, o fizer com vista ao recorrente, este oferecerá as razões e, em seguida, será aberta vista ao recorrido por igual

prazo.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

63

No dia (...), o réu foi preso sob a alegação de ter infringido o Código Penal

no seu art. (...). O Ministério Público, em sua peça acusatória, sustenta que (...). A

denúncia foi recebida em (...). Foram ouvidas (...) testemunhas (...). Em suas

alegações finais, o Ministério Público (...) O juiz a quo entendeu que (...)

Obs. 1: Na prova da OAB não devem ser inventados fatos, sob pena de anulação da prova

decorrente de identificação.

Obs. 2: Ao redigir a peça, fazer remissão aos documentos mencionados na proposta que

comprovem os fatos alegados. Ex: nota fiscal.

As teses de defesa devem ser divididas em preliminares e mérito.

6. Preliminares: são divididas em prejudiciais de mérito e nulidades. Ler atentamente a proposta

de peça em busca de:

A- Prejudiciais de Mérito- sendo que as mais comuns são prescrição e decadência.

B- Nulidades- são divididas em absolutas e relativas:

- Nulidades Absolutas- afronta direta à Constituição da República – independe de prova da

ocorrência de prejuízo, pois este é presumido.

- Nulidades Relativas- há necessidade de demonstrar o prejuízo (art. 563, do CPP).

Obs.: Terminada a discussão das preliminares, fazer uma ligação com o mérito. Ex.: “Caso não

seja este o entendimento de Vossas Excelências, e em sendo superadas as prejudiciais de mérito

e/ou Nulidades, em homenagem ao princípio da eventualidade, passa-se a demonstrar que, no

mérito, a absolvição é medida que se impõe:”

7. Mérito: O mérito consiste na análise das provas produzidas ao longo do processo e a aplicação

da teoria do crime para cada um dos crimes imputados na denúncia.

8. Dos requerimentos: O requerimento não pode ser genérico, isto é, para cada tese de defesa

deve haver um pedido específico em separado.

Diante do exposto, requer:

1. O Conhecimento do presente recurso haja vista estarem presentes os

pressupostos recursais objetivos e subjetivos;

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

64

2. O seu provimento a fim de que:

a. Seja reconhecida a prescrição quanto ao crime de... e, assim,

declarada extinta a punibilidade, nos termos do inciso IV, art.107, CP;

b. Reconhecer a nulidade do processo...

Não sendo este o entendimento de Vossas Excelências, no mérito, requer

que seja dado provimento ao recurso para reformar a decisão de folhas..., para o fim

de:

a) (...)

9. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e

data iii- nome do advogado, inscrição na OAB.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

Obs.1: O candidato deve sempre prestar atenção se o enunciado está indicando em qual

unidade da federação está localizada a vara onde foi proferida a decisão objeto do recurso em

sentido estrito. É esta informação que vai determinar o tribunal ad quem que poderá julgar o

recurso. Se houver a indicação, não haverá problemas, pois é só endereçar para o juiz da

comarca indicada. No entanto, caso inexista a indicação, o endereçamento deve ser feito,

genericamente, ao tribunal ad quem. Os dados nunca devem ser inventados. O candidato, nesta

hipótese, deve apenas colocar as palavras Estado... ou Região. (Ex: Egrégio Tribunal de Justiça

do Estado...; Egrégio Tribunal Regional Federal da... Região).

Obs. 2. O enunciado deve trazer a data da intimação para a apresentação das razões do

recurso em sentido estrito. O prazo para a apresentação das razões é de dois dias, conforme

dispõe o artigo 589, caput, do CPP.No entanto, caso não exista esta determinação, o candidato

deve colocar a data genérica, isto é, não especificar data alguma (Ex: Cidade..., dia..., mês...,

ano...).

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

65

Obs. 3: Quando for necessário interpor o Recurso em Sentido Estrito e apresentar suas

razões, o prazo de cada uma das peças deverá ser o mesmo, qual seja, o da interposição (05

dias, nos termos do art.586 do CPP).

Obs. 4: Não assine a prova, sob pena de identificá-la. Indique com as palavras “ADVOGADO

OAB Nº...”.

***Lembrete: Para cada tese de defesa abrir um tópico próprio, titulando-o, se possível, com a

tese e a sua conclusão. Ex: Do Roubo: atipicidade da conduta.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

66

11. Embargos Infringentes e de Nulidade

De acordo com o artigo 609, parágrafo único, do Código de Processo Penal, os embargos

infringentes e de nulidade são cabíveis quando, por maioria, o Tribunal ad quem profere

decisão desfavorável ao réu em recurso de apelação ou em sentido estrito. Em outras

palavras, durante o julgamento pelo órgão colegiado, um dos magistrados vota de maneira

contrária aos demais. No caso de votação unânime, mas com fundamentos distintos, não cabe

este recurso. Quando a decisão for apenas em parte unânime, caberá embargos infringentes da

parte em que não houver unanimidade. Um exemplo é o julgamento de uma apelação, em que

todos os magistrados votam pela condenação do apelante, mas a maioria decide que o regime a

ser fixado é fechado, enquanto o voto vencido é no sentido do regime inicial ser semiaberto. Da

parte referente à condenação, cabe, eventualmente, recurso especial e extraordinário. Já da parte

em que não houve unanimidade, caberá embargos infringentes.

O nome pode ensejar a interpretação de são dois recursos distintos. Porém, na verdade, trata-se

apenas de um recurso. Quando a matéria está vinculada à matéria processual, os embargos

serão de nulidade; quando a matéria diz respeito à parte material, os embargos serão

infringentes.

Conforme já ressaltado anteriormente, a oposição de embargos infringentes ou de nulidade é

cabível, apenas, no recurso em sentido estrito e na apelação. As decisões não unânimes tomadas

nos demais recursos e nas ações autônomas (revisão criminal, habeas corpus, mandado de

segurança) não são passíveis da oposição desta modalidade de embargos.

O efeito devolutivo é inerente à matéria objeto da divergência, de modo que só será devolvida à

análise, a matéria que não foi decidia por unanimidade. Por outro lado, o efeito suspensivo

também só se limita à matéria objeto de divergência. Como pode se notar pela redação do artigo

609, parágrafo único, do CPP, os embargos infringentes ou de nulidade é um recurso exclusivo

da defesa, pois poderá ser oposto quando a decisão proferida pelo Tribunal ad quem, em recurso

de apelação ou em sentido estrito, for em prejuízo ao réu. Contudo, a doutrina processual penal

mais moderna aceita a oposição dos embargos pelo Ministério Público, desde que este atue na

condição de custos legis, ante a injustiça e contrariedade à lei que representa a decisão tomada.

Por outro lado, o réu que, eventualmente, se conforme com a sentença ou decisão interlocutória, e

dela não apresente recurso, não terá legitimidade para oposição dos embargos.

No processo penal militar, entretanto, é permitida a oposição de embargos infringentes ou de

nulidade por parte do Ministério Público. Ou seja, somente em caso de crime militar julgado pela

justiça militar é possível que o Ministério Público oponha embargos infringentes (art. 538 do CPPM

– no prazo de 05 dias, conforme dispõe o art. 540, do CPPM).

O prazo para a oposição dos embargos é de 10 dias, a contar da publicação do acórdão (Art. 609,

parágrafo único, do CPP).

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

67

Petição de Interposição

1. Endereçamento: Atente-se para o fato de que já houve decisão acerca da matéria em recurso

de apelação ou em sentido estrito. Desta forma, os embargos infringentes ou de nulidade devem

ser endereçados ao relator do acórdão embargado, que fará o juízo de admissibilidade do recurso.

Feito isto, os embargos serão encaminhados ao órgão julgador competente, dentro do mesmo

Tribunal que proferiu a decisão. Para saber qual é o órgão do Tribunal ad quem competente para

o julgamento deste recurso, deve-se consultar o seu Regimento Interno.

Caso o enunciado da questão não aponte em qual Tribunal foi proferido o acórdão, o

endereçamento deve ser feito de forma genérica. (Ex: Excelentíssimo Senhor Doutor

Desembargador Relator Da... Câmara do Tribunal de Justiça do Estado...; Excelentíssimo Senhor

Doutor Desembargador Relator Federal do Tribunal Regional Federal da... Região).

a) Justiça Estadual:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DA...

CÂMARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DA...

CÂMARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...

b) Justiça Federal:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL RELATOR

DA... TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA... REGIÃO

2. Qualificação resumida: logo abaixo do endereçamento, à esquerda, mencione as informações

básicas do processo (número dos autos, recorrente, recorrido, ou apelante, apelado).

(01 linha)

Autos nº

Recorrente:

Recorrido:

(01 linha)

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

68

3. Qualificação do acusado: Como o acusado e o advogado já foram qualificados no processo

mencione apenas o nome completo do acusado:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu

advogado que ao final assina, vem perante Vossa Excelência (...).

Obs. 1: Verificar se já houve informação sobre juntada de procuração nos autos ou

constituição de advogado. Caso contrário, deve-se fazer menção à “procuração em anexo” e

qualificar o advogado.

Obs. 2: Na ausência de dados na prova da OAB, estes não devem ser inventados sob pena de

identificação da prova.

Obs. 3: Jamais abreviar nomes e dados.

4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do

tempo ministrada em sala de aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta e

fundamente-a com o artigo correspondente:

(...) não se conformando, data venia, com o acórdão de fls., que, por maioria, deu

provimento ao recurso interposto pela acusação, opor, com fulcro no parágrafo único

do art. 609 do Código de Processo Penal18, EMBARGOS INFRINGENTES, requerendo

o seu recebimento e encaminhamento à Câmara criminal em composição integral para

julgamento e provimento.

5. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e

data iii- nome do advogado, inscrição na OAB.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

18

Art. 609. CPP - Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou turmas

criminais, de acordo com a competência estabelecida nas leis de organização judiciária. Parágrafo único. Quando não

for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que

poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for

parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

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Obs.1: O candidato deve sempre prestar atenção se o enunciado está indicando em qual

tribunal a decisão foi proferida. Se houver a indicação, não haverá problemas, pois é só endereçar

para o desembargador relator da decisão tomada por maioria. No entanto, caso inexista a

indicação, o endereçamento deve ser feito de forma genérica.

Obs. 2: O enunciado deve trazer a data da intimação acerca do conteúdo do acórdão. Daí

começa correr o prazo, que é de 10 dias, de acordo com o artigo 609, parágrafo único, do CPP.

No entanto, caso não exista esta determinação, o candidato deve colocar a data genérica, isto é,

não especificar data alguma (Ex: Cidade..., dia..., mês..., ano...).

Obs. 3: Não assine a prova, sob pena de identificá-la. Indique somente com as palavras

“ADVOGADO OAB Nº...”.

Razões

1. Endereçamento: O Regimento Interno de cada Tribunal traz diferentes regulamentações sobre

o processamento dos embargos infringentes. De uma forma geral, a competência é da câmara em

composição integral. Caso inexista a indicação do Tribunal em que a decisão foi proferida, o

endereçamento deve ser genérico, sem a especificação de dados.

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ

COLENDA CÂMARA CRIMINAL EM COMPOSIÇÃO INTEGRAL

EMINENTES DESEMBARGADORES

2. Qualificação resumida: Logo abaixo do endereçamento, à esquerda, com o número dos

autos, embargante e embargado:

(01 linha)

Autos nº

Embargante:

Embargado:

(01 linha)

3. Qualificação do acusado: Como o acusado e o advogado já foram qualificados no processo

mencione apenas o nome completo do acusado:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos supra mencionados, vem

perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina (...)

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

70

Obs. 1: Na ausência de dados na prova da OAB, estes não devem ser inventados sob pena de

identificação da prova.

Obs. 2: Jamais abreviar nomes e dados.

4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do

tempo ministrada em sala de aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta e

fundamente-a com o artigo correspondente:

(...) apresentar, com fulcro no parágrafo único do art. 609 do Código de Processo

Penal19, EMBARGOS INFRINGENTES, pelas razões de fato e de direito que passa a

expor:

5. Síntese fático-processual: Em todas as peças da OAB, é necessário relatar, sinteticamente,

os fatos. Não se trata de mera transcrição do problema, mas verdadeiro resumo do acontecido.

Deve-se narrar os fatos de maneira clara, lógica e concisa, seguindo a ordem lógica de

introdução, desenvolvimento e conclusão.

No dia (...), o réu foi preso sob a alegação de ter infringido o Código Penal

no seu art. (...) O Ministério Público, em sua peça acusatória, sustenta que... A

denúncia foi recebida em (...). O réu apelou tempestivamente, recurso este que, por

maioria, não foi provido (...).

Obs. 1: Na prova da OAB não devem ser inventados fatos, sob pena de anulação da prova

decorrente de identificação.

Obs. 2: Ao redigir a peça, fazer remissão aos documentos mencionados na proposta que

comprovem os fatos alegados.

Obs. 3: Ressaltar que a votação no Tribunal não foi unânime e quais foram os termos do voto

vencido.

6. Fundamentação: A fundamentação dos embargos infringentes e de nulidade deve, sempre, ter

como base o voto vencido. Não obstante, é aconselhável que a argumentação sobre a tese

vencida seja abordada em tópicos, seguindo, na medida do possível, esta ordem:

19

Art. 609. CPP - Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou turmas

criminais, de acordo com a competência estabelecida nas leis de organização judiciária. Parágrafo único. Quando não

for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que

poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for

parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

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A- Preliminares: Deve-se verificar, no voto vencido, a existência de prejudiciais e de

nulidades:

A.1- Prejudiciais de Mérito- As prejudiciais mais comuns são prescrição e decadência.

A.2- Nulidades

As nulidades são divididas em absolutas e relativas:

- Nulidades Absolutas- afronto direto à Constituição da República – independe de prova da

ocorrência de prejuízo, pois este é presumido.

- Nulidades Relativas- há necessidade de demonstrar o prejuízo (art. 563, do CPP).

Obs.: Para finalizar a abordagem e manter a coerência entre as ideias, deve ser feita uma

finalização para que seja possível ingressar na discussão do mérito, como por exemplo:

“Caso não seja este o entendimento de Vossas Excelências, e em sendo superadas as

prejudiciais de mérito e/ou nulidades, em homenagem ao princípio da eventualidade, o voto

vencido, igualmente quanto ao mérito, deve prevalecer”.

B- Mérito: Deve verificar, no voto vencido, as teses referentes à análise das provas e

teoria do crime.

C- Dosimetria da pena: Na hipótese do voto vencido tenha versado sobre a diminuição da

pena fixada na sentença.

8. Dos requerimentos: O requerimento não pode ser genérico, isto é, para cada tese de defesa

deve haver um pedido em separado.

Diante do exposto, requer:

1. O Conhecimento do presente recurso, haja vista estarem presentes os

pressupostos objetivos e subjetivos;

2. O seu provimento a fim de que seja reconhecida a razão do voto

vencido e, assim, seja:

a. Reconhecida a prescrição quanto ao crime de... e, assim, declarada

extinta a punibilidade, nos termos do inciso IV, art.107, CP;

b. Declarado nulo o processo, haja vista (...)

c. Reconhecida a inexistência de crime (...).

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

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9. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e

data iii- nome do advogado, inscrição na OAB.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

Obs.1: O candidato deve sempre prestar atenção se o enunciado está indicando em qual

Tribunal a decisão por maioria foi proferida. Se houver a indicação, não haverá problemas, pois é

só endereçar a interposição para o relator da decisão. No entanto, caso inexista a indicação, o

endereçamento deve ser feito ao desembargador relator, sem especificação. Os dados nunca

devem ser inventados. O candidato, nesta hipótese, deve apenas colocar as palavras

Desembargador Relator..., Tribunal de Justiça do Estado... (Ex de interposição: Excelentíssimo

Senhor Doutor Juiz Desembargador Relator do Tribunal de Justiça do Estado...).

Obs. 2: O enunciado deve trazer a data da intimação do acórdão originado da decisão por

maioria tomada pelo tribunal e a exigência de que a peça seja apresentada no último dia do prazo.

O prazo é de 10 dias, conforme dispõe o artigo 609, caput, do CPP. No entanto, caso não exista

esta determinação, o candidato deve colocar a data genérica, isto é, não especificar data alguma

(Ex: Cidade..., dia..., mês..., ano...).

Obs. 3: Não assine a prova, sob pena de identificá-la. Indique somente as palavras

“ADVOGADO OAB Nº...”.

***Lembrete: Para cada tese de defesa – seja nas preliminares no mérito ou na dosimetria da

pena- abrir um tópico próprio, titulando-o, se possível, com a tese e a sua conclusão. Ex: Do

Homicídio: atipicidade da conduta

12. Revisão Criminal

Embora esteja prevista no título do CPP destinado aos recursos, a revisão criminal, juntamente

com o mandado de segurança e o habeas corpus, é uma ação autônoma. A finalidade desta ação

é permitir que o réu, com condenação transitada em julgado, possa questionar a decisão que o

condenou, em virtude da ocorrência de uma ou mais hipóteses descritas nos incisos do artigo 621

do CPP.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

73

O art. 623 do CPP prevê que o próprio réu ou seu procurador podem propor revisão criminal. Na

hipótese, porém, do próprio réu ter proposto revisão criminal, inegavelmente deverá ser-lhe

nomeado defensor inscrito na OAB, para que se garanta a ampla defesa, no que tange o direito a

possuir uma defesa técnica perante o Poder Judiciário. Somente o réu (de próprio punho ou

através de seu advogado) poderá propor ação de revisão criminal. No ordenamento jurídico

nacional, é vedado ao Ministério Público propor revisão criminal para reverter decisão absolutória

transitada em julgado, bem como agravar a situação do réu já condenado definitivamente, em

razão do princípio da vedação da revisão pro societate.

Já não há mais dúvidas sobre a possibilidade de haver revisão criminal em processos julgados

pelo Tribunal do Júri. O argumento de que haveria, neste caso, afronta ao princípio da soberania

dos veredictos não se sustenta, porque este princípio foi instituído como uma garantia

fundamental que socorre o cidadão em face de arbitrariedades que possam ser cometidas pelo

Estado, no exercício do poder punitivo.

Os efeitos da revisão criminal estão previstos no artigo 626 do CPP, que nos ensina que

“Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o

réu, modificar a pena ou anular o processo”. Por sua vez, o seu parágrafo único prevê a proibição

da reformatio in pejus. Isso significa que nunca poderá se reformar para pior a situação do

condenado.

A revisão criminal deve ser instruída com certidão de trânsito em julgado da sentença

condenatória e com as peças necessárias para a comprovação dos fatos alegados (art. 625, §1º,

do CPP). Porém, o relator pode determinar que, antes do julgamento, sejam apensados à revisão

os autos originais da ação penal, desde que tal apensamento não acarrete em dificuldade à

normal execução da sentença (art. 625, §2º, do CPP).

Não há prazo para propor a ação de revisão criminal. Ela pode ser requerida “em qualquer tempo,

antes da extinção da pena ou após” (art. 622 do CPP).

1. Endereçamento: É imprescindível a identificação de qual autoridade judiciária proferiu a

decisão condenatória que transitou em julgado. Esta identificação é que vai determinar a

competência para o julgamento da ação de revisão criminal.

***Lembre-se: O Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça serão competentes

para o julgamento das revisões criminais, cuja condenação foi por eles proferida; os Tribunais de

Justiça e os Tribunais Regionais Federais serão competentes para os casos de decisões

condenatórias transitadas em julgado proferidas pelos juízos de primeira instância, bem como dos

proferidos por eles próprios.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

74

a) Justiça Estadual:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR-PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS.

b) Justiça Federal:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA... REGIÃO.

c) Superior Tribunal de Justiça:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA.

b) Supremo Tribunal Federal:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO

TRIBUNAL FEDERAL.

2. Qualificação resumida: logo abaixo do endereçamento, à esquerda, mencione as informações

básicas da peça (número dos autos de origem, nome do requerente e do requerido):

(01 linha)

Autos de origem nº

Requerente:

Requerido:

(01 linha)

3. Qualificação do requerente: qualificar de forma completa o requerente e seu advogado:

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de

identidade..., inscrição no CPF..., filiação..., residência..., vem perante Vossa

Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, procuração em anexo,

OAB nº..., com escritório profissional na rua..., onde recebe intimações para foro em

geral,

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X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

75

Obs. 1: Mencionar a juntada de procuração, “procuração em anexo”. Lembre-se que se trata

de uma nova ação.

Obs. 2: Qualifique com apenas os dados fornecidos pela prova. A invenção de novos dados

pode caracterizar identificação da prova

Obs. 3: Jamais abreviar nomes e dados.

4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do

tempo ministrada em sala de aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta e

fundamente-a com um dos incisos do art. 621 ou do Código de Processo Penal.

(...) requerer, com fulcro no inciso (...) do art. 621 do Código de Processo Penal20,

REVISÃO CRIMINAL, pelos motivos de fato e de direito adiante expostos.

5. Síntese fático-processual: Em todas as peças da OAB, é necessário relatar, sinteticamente,

os fatos. Não se trata de mera transcrição do problema, mas verdadeiro resumo do acontecido.

Deve-se narrar os fatos de maneira clara, lógica e concisa, seguindo a ordem lógica de

introdução, desenvolvimento e conclusão.

No dia (...), o réu foi preso sob a alegação de ter infringido o Código Penal

no seu art. (...) O Ministério Público, em sua peça acusatória, sustenta que... A

denúncia foi recebida em (...). O réu foi condenado à (...), decisão essa que transitou

em julgado (...).

Obs. 1: Na prova da OAB não devem ser inventados fatos, sob pena de anulação da prova

decorrente de identificação.

Obs. 2: Ao redigir a peça, fazer remissão aos documentos mencionados na proposta que

comprovem os fatos alegados. Ex: nota fiscal.

6. Do Direito: A situação fática trazida deve se enquadrar em uma ou mais das hipóteses

previstas no artigo 621 do CPP, ou em nulidade absoluta ocorrida durante o processo penal (art.

626 do CPP).

20

Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida: I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto

expresso da lei penal ou à evidência dos autos; II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames

ou documentos comprovadamente falsos; III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do

condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

76

Se houver a incidência de mais de um dos incisos daquele artigo, abrir um tópico próprio

para cada um, titulando-o, se possível, com a tese e a sua conclusão. Ex: Nulidade: ausência de

defesa técnica.

7. Dos requerimentos: O requerimento não pode ser genérico, isto é, para cada tese de defesa

deve haver um pedido em separado.

Diante do exposto, requer:

1. O recebimento do presente pedido revisional, haja vista estarem

presentes todos os seus pressupostos;

2. O seu provimento a fim de que seja reconhecida a nulidade do

processo e, assim, torne sem efeito a sentença condenatória, com a devolução da

primariedade do requerente, riscando-se o seu nome do rol dos culpados.

3. Por fim, que sejam reconhecidos os prejuízos causados pelo erro

judicial ao requerente e, por conseguinte, o direito a justa indenização que será, nos

termos do art.630 do Código de Processo Penal, oportunamente liquidada na esfera

cível.

9. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e

data iii- nome do advogado, inscrição na OAB.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

Obs.1: O candidato deve sempre prestar atenção se o enunciado está indicando em qual

comarca ou tribunal a decisão foi proferida. Se houver a indicação, não haverá problemas, pois é

só endereçar ao tribunal ou tribunal superior competente para julgamento. No entanto, caso

inexista a indicação, o endereçamento deve ser feito de forma genérica. Os dados nunca devem

ser inventados. O candidato, nesta hipótese, deve apenas colocar as palavras Desembargador

Presidente, Tribunal... e Estado... (Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do

Egrégio Tribunal ... do Estado...).

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

77

Obs. 2. A revisão criminal não tem prazo para ser apresentada. O examinador pode exigir que

você apresente a peça processual na data da prova, por exemplo. No entanto, caso não exista

esta determinação, o candidato deve colocar a data genérica, isto é, não especificar data alguma

(Ex: Cidade..., dia..., mês..., ano...).

Obs. 3: Não assine a prova, sob pena de identificá-la. Indique somente as palavras

“ADVOGADO OAB Nº...”.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

78

13. Habeas Corpus

Apesar de estar previsto entre os recursos no Código de Processo Penal (arts. 647 a 667), o

habeas corpus é uma ação constitucional autônoma (art. 5º, LXVIII, da CR). Trata-se de

instrumento processual que visa socorrer pessoa que estiver sofrendo, ou se achar na iminência

de sofrer, por ato judicial ilegal, cerceamento de sua liberdade de locomoção. Isto é, o habeas

corpus serve para proteger o indivíduo, em face de qualquer ato que pode vir a atentar ou atente à

sua liberdade.

Por se tratar de ação que visa cessar constrangimento ilegal sofrido pelo indivíduo, o habeas

corpus tem seu rito célere e bastante simplificado. Neste contexto, qualquer pessoa pode

impetrar, em seu favor ou a favor de outrem, a ação constitucional. Deve-se sempre lembrar que o

habeas corpus não é peça que deve, necessariamente, ser subscrita por advogado inscrito na

OAB. Até mesmo o Ministério Público pode lançar mão do habeas corpus para buscar cessar o

constrangimento ilegal sofrido por alguém. Neste sentido é a redação do artigo 654, caput, do

Código de Processo Penal. A necessidade de resguardo da liberdade individual, em face de atos

ilegais que podem ser cometidos pelo poder público, é tão grande que o próprio Poder Judiciário

pode conceder, de ofício, a ordem (art. 654, §2º, do CPP).

Denomina-se autoridade coatora, é a autoridade que pratica o ato que coloca em perigo ou

restringe a liberdade do indivíduo; paciente, é o sujeito que sofre o constrangimento ou

ameaça; e impetrante, é aquele que impetra habeas corpus em favor de outrem.

A competência para o julgamento do habeas corpus vai depender da autoridade que praticar o ato

que coloque em risco ou viole a liberdade de locomoção do indivíduo. Nesta perspectiva, a ação

constitucional será sempre endereçada à autoridade superior àquela que praticou o ato.

A prova do habeas corpus deve ser pré-constituída. A petição, portanto, deve ser acompanhada

por documentos que comprovem o constrangimento ilegal ou o perigo do indivíduo vir a sofrer

restrição à sua liberdade.

O Código de Processo Penal não prevê a concessão de liminar em habeas corpus. A liminar em

Habeas Corpus é uma construção jurisprudencial feita com base no mandado de segurança.

1. Endereçamento: Verifique na proposta de peça qual é a autoridade que ameaça a liberdade do

paciente, ou cujo ato configura constrangimento ilegal. Assim:

a) caso seja autoridade policial, será competente o juiz singular. Lembrando que será juiz

estadual ou federal, de acordo com a atribuição da autoridade policial. Ou seja, o que vai

determinar a competência vai ser se a autoridade policial é estadual ou federal;

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

79

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DE INQUÉRITOS POLICIAIS

DA COMARCA DE SÃO PAULO – ESTADO DE SÃO PAULO.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE

SÃO PAULO – ESTADO DE SÃO PAULO.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA FEDERAL

CRIMINAL DE CURITIBA – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ.

b) sendo a autoridade judicial que ameaça a liberdade ou causa constrangimento ilegal ao

paciente, enderece o habeas corpus para o respectivo tribunal competente;

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA... REGIÃO.

c) se o ato ilegal que atinge o direito de ir e vir do paciente parte de Tribunal de Justiça ou

Tribunal Regional Federal, o habeas corpus deve ser endereçado ao Superior Tribunal de Justiça;

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

d) Se o STJ ameaça ou constrange ilegalmente o paciente, o habeas corpus deve ser

analisado pelo Supremo Tribunal Federal. Será, também, do STF a competência para julgar

habeas corpus, quando a autoridade coatora ou o paciente for autoridade cujos atos estejam

ligados à sua jurisdição. Na ausência de indicação, faça o endereçamento genérico, sem as

especificações.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO

TRIBUNAL FEDERAL

2. Qualificação resumida: Logo abaixo do endereçamento, à esquerda, mencione as

informações básicas da peça (nome do impetrante, da autoridade coatora e do paciente)

(01 linha)

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

80

Impetrante:

Paciente:

Autoridade coatora:

(01 linha)

3. Qualificações: Conforme já foi ressaltado, são três figuras que atuam como sujeitos no habeas

corpus: o paciente, o impetrante e a autoridade coatora. Todas devem ser qualificadas na peça.

4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do

tempo ministrada em sala de aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta e

fundamente-a com o artigo correspondente (art. 5o, LXVIII da Constituição da República e art. 647

e seguintes do Código de Processo Penal).

FULANO DE TAL, advogado..., inscrição na OAB nº..., com escritório

profissional na rua endereço completo..., onde recebe intimações para foro em geral

(procuração anexa), vem, respeitosamente, com fundamento no art. 5o, LXVIII21 da

Constituição da República e art. 64722 e seguintes do Código de Processo Penal,

impetrar HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR em favor de PACIENTE DE TAL,

nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de identidade..., inscrição no CPF...,

Filiação..., residência..., em razão de este estar sofrendo constrangimento ilegal por ato

ilegal e abusivo da AUTORIDADE COATORA, como se passará a demonstrar:

Obs. 1: Não há exigência de procuração para se impetrar o habeas corpus.

Obs. 2: Na ausência de dados na prova da OAB, estes não devem ser inventados sob pena de

identificação da prova.

Obs. 3: Jamais abreviar nomes e dados

5. Síntese fática: Em todas as peças da OAB, é necessário relatar, sinteticamente, os fatos. Não

se trata de mera transcrição do problema, mas verdadeiro resumo do acontecido. Deve-se

21

Art. 5º, CF - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos

estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,

nos termos seguintes: (...)LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de

sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; 22

Art. 647, CPP - Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou

coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

81

narrar os fatos de maneira clara, lógica e concisa, seguindo a ordem lógica de introdução,

desenvolvimento e conclusão.

No dia..., o réu foi preso sob a alegação de ter infringido o Código Penal

no seu art. (...).

Obs.1: Na prova da OAB não devem ser inventados fatos, sob pena de anulação da prova

decorrente de identificação.

Obs. 2: Ao redigir a peça, fazer remissão aos documentos mencionados na proposta que

comprovem os fatos alegados. Ex.: certidões, etc.

6. Direito: O objetivo da ação de habeas corpus é fazer cessar a ameaça ou o próprio

constrangimento ilegal do indivíduo. Desta forma, o candidato deve apresentar argumentos que

demonstrem a existência da ameaça ou do cerceamento ilegal da liberdade do paciente.

7. Pedido de liminar: Para que haja o pedido de liminar, deve-se apresentar argumentos

demonstrativos da plausibilidade das alegações e o perigo da demora.

8. Dos requerimentos: O requerimento não pode ser genérico. Isto é, para cada tese de defesa

deve haver um pedido específico em separado.

Diante do exposto, requer:

1. A concessão da medida liminar para que seja (...);

2. A notificação da autoridade coatora para que preste as informações;

3. Que seja julgado procedente a medida pleiteada, confirmando a (...).

9. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e

data iii- nome do advogado, inscrição na OAB.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

82

Obs.1: O candidato deve sempre prestar atenção se o enunciado está indicando quem é

autoridade coatora, pois é esta informação que vai determinar quem será a autoridade judicial que

julgará o habeas corpus. Se houver a indicação, não haverá problemas, pois é só endereçar ao

juiz, desembargador ou ministro competente. No entanto, caso inexista a indicação, o

endereçamento deve ser feito ao magistrado da comarca. Os dados nunca devem ser inventados.

Obs. 2. O habeas corpus não tem prazo para ser impetrado. O enunciado pode,

eventualmente, exigir que a medida seja impetrada na data da prova, por exemplo. No entanto,

caso não exista esta determinação, o candidato deve colocar a data genérica, isto é, não

especificar data alguma (Ex: Cidade..., dia..., mês..., ano...).

Obs. 3: Não assine a prova, sob pena de identificá-la. Indique somente as palavras

“ADVOGADO OAB Nº...”.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

83

14. Mandado de Segurança Criminal

Trata-se, também, de uma ação constitucional. É cabível para “proteger direito líquido e certo, não

amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de

poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder

Público” (art. 5º, LXIX, da CR). O direito líquido e certo ao qual faz menção o artigo, é aquele cuja

comprovação se dá prontamente, através de documentos, pois no mandado de segurança não há

possibilidade de instrução probatória. A prova do direito deve ser pré-constituída.

O procedimento dessa ação constitucional está previsto na Lei 12.016/09.

O sujeito processual ativo do mandado de segurança é qualquer indivíduo que esteja sofrendo

violação, ou “houver justo receio de sofrê-la” (art. 1º da Lei 12.016/09.). O sujeito processual

passivo pode ser qualquer agente do poder público.

Note-se, ainda, que, pela redação do artigo 1º da Lei 12.016/09, o mandado de segurança pode

ser impetrado quando o indivíduo esteja da iminência de ter um direito seu violado. Ou seja, é

possível a utilização dessa ação constitucional para fins preventivos.

O mandado de segurança deve ser impetrado em 120 dias, contados da ciência, pelo interessado,

do ato emanado de autoridade pública que está sendo impugnado (art. 23 da Lei 12.016/09).

Evidentemente, quando houver iminência da prática de ato que atingirá direito do impetrante, não

haverá tal prazo, já que o ato ainda não foi praticado.

As regras de competência são as mesmas que as do habeas corpus. Por isso, a identificação da

autoridade que praticou o ato é essencial para se auferir o juízo que irá julgar o mandado de

segurança.

É preciso, todavia, se fazer uma ressalva: ao contrário do habeas corpus, o mandado de

segurança só pode ser impetrado através de advogado inscrito na OAB.

A situação mais comum de utilização de mandado de segurança na esfera penal é na decisão que

indefere a habilitação de assistente de acusação na ação penal (art. 268 do CPP)

1. Endereçamento Verifique na proposta de peça qual é a autoridade coatora:

a) sendo ela autoridade judicial, enderece o Mandado de Segurança para o respectivo tribunal

competente;

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

84

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA... REGIÃO

b) na hipótese de ser autoridade policial, será competente o juiz singular. Na ausência de

indicação, faça o endereçamento genérico, sem as especificações.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE

SÃO PAULO – ESTADO DE SÃO PAULO.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA FEDERAL

CRIMINAL DE... – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO...

2. Qualificação resumida: Logo abaixo do endereçamento, à esquerda, mencione as

informações básicas da peça (nome do impetrante e da autoridade coatora)

(01 linha)

Impetrante:

Autoridade coatora:

(01 linha)

3. Qualificações: Três são as figuras que devem ser qualificadas: o impetrante (a parte atingida

pelo ato ilegal), o advogado e a autoridade coatora (de quem emana o ato ilegal).

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de

identidade..., inscrição no CPF..., filiação..., residência..., vem perante Vossa

Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, procuração em anexo,

OAB nº..., com escritório profissional na rua..., onde recebe intimações para foro em

geral,

Obs. 1: Mencionar a juntada de procuração, “procuração em anexo”.

Obs. 2: Qualifique com apenas os dados fornecidos pela prova. A invenção de novos dados

pode caracterizar identificação da prova

Obs. 3: Jamais abreviar nomes e dados

4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do

tempo ministrada em sala de aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta e

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

85

fundamente-a com o artigo correspondente (art. 5o, LXIX da Constituição da República e art.1º e

seguintes da Lei 12.016/09).

(...) Impetrar, com fulcro no art. 5o, LXIX23, da Constituição da República e

art.1º e seguintes da Lei 12.016/0924, MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO

LIMINAR em face da AUTORIDADE COATORA, nos termos que seguem:

4. Síntese fática: Em todas as peças da OAB, é necessário relatar, sinteticamente, os fatos e o

andamento do processo. Não se trata de mera transcrição do problema, mas verdadeiro resumo

do acontecido. Deve-se narrar os fatos de maneira clara, lógica e concisa, não esquecendo-se

de mencionar datas e locais, seguindo a ordem lógica de introdução, desenvolvimento e

conclusão.

O impetrante, no dia (...) teve seu pedido negado injustificadamente pela

autoridade coatora (...).

Obs. 1: Na prova da OAB não devem ser inventados fatos, sob pena de anulação da prova

decorrente de identificação.

Obs. 2: Ao redigir a peça, fazer remissão aos documentos mencionados na proposta que

comprovem os fatos alegados. Ex: certidões.

5. Direito: Explicar as razões da impetração de mandado de segurança, justificando em que

consiste o direito líquido e certo.

6. Pedido de liminar: Sempre que possível, e existindo fumus boni iuris e periculum in mora,

deve-se pedir a concessão liminar.

7. Dos requerimentos: O requerimento não pode ser genérico, isto é, deve ser dividido por itens.

Deve haver um pedido para cada argumento.

Diante do exposto, requer:

23

Art. 5º, CF - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos

estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,

nos termos seguintes: (...) LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não

amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for

autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; 24

Art. 1o, Lei 12.016/09 - Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado

por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica

sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem

as funções que exerça.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

86

1. A concessão da medida liminar para que seja (...);

2. A notificação da autoridade coatora para que preste as informações;

3. Que seja julgado procedente a medida pleiteada, confirmando a (...).

9. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e

data iii- nome do advogado, inscrição na OAB.

Nestes Termos

Pede Deferimento

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

Obs.1: O candidato deve sempre prestar atenção se o enunciado está indicando o local onde o

ato abusivo foi praticado. Se houver a indicação, não haverá problemas, pois é só endereçar para

a autoridade judicial competente. No entanto, caso inexista a indicação, o endereçamento deve

ser genérico. Os dados nunca devem ser inventados.

Obs. 2. O enunciado deve trazer a data da ciência do ato abusivo e exigir que o mandado de

segurança seja impetrado no último dia do prazo legal (120 dias da ciência do ato abusivo). No

entanto, caso não exista esta determinação, o candidato deve colocar a data genérica, isto é, não

especificar data alguma (Ex: Cidade..., dia..., mês..., ano...). Em caso da iminência de ser

praticado o ato, ou seja, quando se busca a prevenção das consequências de ato de autoridade

que está para ser praticado, não há prazo para a impetração da ação. Eventualmente, neste caso,

o examinador pode exigir que a peça seja apresentada no dia da prova, por exemplo.

Obs. 3: Nunca invente o nome do advogado, nem coloque seu nome como sendo o advogado

do denunciado e, muito menos, assine a peça. Na falta de qualquer dado indicando o nome do

advogado que será usado, utilize as palavras ADVOGADO OAB Nº.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

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15. Carta Testemunhável

A carta testemunhável é o recurso cabível contra decisão que denegar recurso interposto (art.

639, I, do CPP) ou que, “admitindo embora o recurso, obsta à sua expedição e seguimento para o

juízo ad quem” (art. 639, II, do CPP). Trata-se de um recurso residual, ou seja, só será cabível

quando não houver previsão de outro recurso.

Por exemplo, em caso de decisão que denega apelação, cabe recurso em sentido estrito,

conforme disposição expressa do artigo 581, inciso XV, do Código de Processo Penal, não sendo

cabível carta testemunhável, nesta hipótese.

O prazo para a interposição deste recurso é de 48 horas (art. 640 do CPP).

O requerente deve indicar as peças necessárias para a formação do instrumento (art. 640 do

CPP).

A carta testemunhável não terá efeito suspensivo (art. 646 do CPP).

Petição de Interposição

1. Endereçamento: A carta testemunhável deve ser endereçada ao escrivão da vara criminal em

que está sendo processado o caso penal (art. 640 CPP):

a) Justiça Estadual:

ILUSTRÍSSIMO SENHOR ESCRIVÃO DA 15 ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE

PORTO ALEGRE – ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ILUSTRÍSSIMO SENHOR ESCRIVÃO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA... –

ESTADO...

b) Justiça Federal:

ILUSTRÍSSIMO SENHOR ESCRIVÃO DA... VARA FEDERAL CRIMINAL DE

CURITIBA – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ.

2. Qualificação resumida: logo abaixo do endereçamento, à esquerda, mencione as informações

básicas do processo (número dos autos, acusação e acusado).

(01 linha)

Autos nº

Acusação:

Acusado:

(01 linha)

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

88

3. Qualificação do acusado: Como o acusado já foi qualificado no processo, mencione apenas

seu nome completo:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu

advogado que ao final assina, vem perante Vossa Excelência (...).

Obs. 1: Verificar se já houve informação sobre juntada de procuração nos autos ou

constituição de advogado. Caso contrário, deve-se fazer menção à “procuração em anexo” e

qualificar o advogado.

Obs. 2: Na ausência de dados na prova da OAB, estes não devem ser inventados sob pena de

identificação da prova.

Obs. 3: Jamais abreviar nomes e dados.

4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do

tempo ministrada em sala de aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta.

(...) com fulcro no art. 63925 do Código de Processo Penal, interpor

CARTA TESTEMUNHÁVEL, com o translado dos seguintes documentos:

a) Certidão que o Recurso em Sentido Estrito foi interposto

tempestivamente;

b) Certidão da r. sentença denegatória do Recurso em Sentido Estrito;(...).

5. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e

data iii- nome do advogado, inscrição na OAB.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

25

Art. 639, CPP - Dar-se-á carta testemunhável: I - da decisão que denegar o recurso; II - da que, admitindo embora o

recurso, obstar à sua expedição e seguimento para o juízo ad quem.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

89

Obs.1: O candidato deve sempre prestar atenção se o enunciado está indicando a vara e a

comarca onde o recebimento ou prosseguimento do recurso foi impedido. É esta dado que vai

indicar a qual escrivão a carta testemunhável deve ser endereçada. No entanto, caso inexista a

indicação, o endereçamento deve ser genérico. Os dados nunca devem ser inventados.

Obs. 2: O enunciado deve trazer a data da ciência do despacho que denegou o recurso e

exigir que o mandado de segurança seja impetrado no último dia do prazo legal (48 horas a partir

da ciência do despacho). No entanto, caso não exista esta determinação, o candidato deve

colocar a data genérica, isto é, não especificar data alguma (Ex: Cidade..., dia..., mês..., ano...).

Obs. 3: Nunca invente o nome do advogado, nem coloque seu nome como sendo o

advogado do denunciado e, muito menos, assine a peça. Na falta de qualquer dado indicando o

nome do advogado que será usado, utilize as palavras “ADVOGADO OAB Nº...”.

Obs. 4: Logo após o recebimento do traslado do Escrivão, o testemunhante será intimado para

em 02 dias apresentar as razões recursais (art. 643 e 588, CPP).

Razões de Carta Testemunhável

1. Endereçamento: Verifique na proposta de peça qual autoridade judicial obstou o trâmite do

recurso. Enderece as razões para respectivo tribunal competente. Caso o enunciado não traga

este dado, utilize o endereçamento genérico:

a) Justiça Estadual:

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ.

COLENDA CÂMARA CRIMINAL.

EMINENTES DESEMBARGADORES.

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...

COLENDA CÂMARA CRIMINAL

EMINENTES DESEMBARGADORES

b) Justiça Federal:

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA... REGIÃO

COLENDA TURMA

EMINENTES DESEMBARGADORES FEDERAIS

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

90

2. Qualificação resumida: logo abaixo do endereçamento, à esquerda, mencione as informações

básicas do processo (número dos autos, testemunhante e testemunhado).

(01 linha)

Autos de origem nº

Testemunhante:

Testemunhado:

(01 linha)

3. Qualificação do acusado: Como o acusado e o advogado já foram qualificados no processo

mencione apenas o nome completo do acusado:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu

advogado que ao final assina, vem perante Vossas Excelências (...).

Obs. 1: Na ausência de dados na prova da OAB, estes não devem ser inventados sob pena de

identificação da prova.

Obs. 2: Jamais abreviar nomes e dados.

4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do

tempo ministrada em sala de aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta e

fundamente-a com o artigo correspondente:

(...) apresentar, com fulcro nos arts. 64326 e 58827 do Código de Processo Penal,

RAZÕES DE CARTA TESTEMUNHÁVEL, pelos motivos de fato e de direito adiante

expostos:

5. Síntese fático-processual: Em todas as peças da OAB, é necessário relatar, sinteticamente,

os fatos. Não se trata de mera transcrição do problema, mas verdadeiro resumo do acontecido.

Deve-se narrar os fatos de maneira clara, lógica e concisa, seguindo a ordem lógica de

introdução, desenvolvimento e conclusão.

26

Art. 643. CPP - Extraído e autuado o instrumento, observar-se-á o disposto nos arts. 588 a 592, no caso de recurso em

sentido estrito, ou o processo estabelecido para o recurso extraordinário, se deste se tratar. 27

Art. 588. CPP - Dentro de dois dias, contados da interposição do recurso, ou do dia em que o escrivão, extraído o

traslado, o fizer com vista ao recorrente, este oferecerá as razões e, em seguida, será aberta vista ao recorrido por igual

prazo.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

91

No dia (...), o réu foi preso sob a alegação de ter infringido o Código Penal

no seu art. (...). O Ministério Público, em sua peça acusatória, sustenta que (...). A

denúncia foi recebida em (...). Após a pronúncia do réu, foi interposto Recurso em

Sentido Estrito, mas o juiz a quo, injustamente, obstou o seu prosseguimento.

Obs. 1: Na prova da OAB não devem ser inventados fatos, sob pena de anulação da prova

decorrente de identificação.

Obs. 2: Ao redigir a peça, fazer remissão aos documentos mencionados na proposta que

comprovem os fatos alegados. Ex: nota fiscal, certidões, etc.

6. Do direito: No direito, deve-se demonstrar a injustiça do ato do juiz a quo, quando obstou a

prosseguimento do recurso. Assim, é necessário demonstrar o preenchimento dos requisitos de

admissibilidade recursal.

7. Dos requerimentos: O requerimento não pode ser genérico, isto é, para cada tese de defesa

deve haver um pedido específico em separado.

Diante do exposto, requer:

1. O Conhecimento do presente recurso haja vista estarem presentes os

pressupostos recursais objetivos e subjetivos;

2. O seu provimento a fim de que, nos termos do art.644 do CPP, seja

determinado o processamento do Recurso em Sentido Estrito.

***Lembrete: Na hipótese da Carta Testemunhável estar suficientemente instruída, poderá ser

requerida a apreciação do mérito do recurso, cujo processamento foi obstado pelo magistrado a

quo (art.644 do CPP).

8. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e

data iii- nome do advogado, inscrição na OAB.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

92

Obs.1: O candidato deve sempre estar atento qual o magistrado de primeira instância obstou o

seguimento do recurso, pois é este dado que indicará qual o tribunal competente para apreciação

da matéria. No entanto, caso inexista a indicação, o endereçamento deve ser genérico. Os dados

nunca devem ser inventados.

Obs.2: O prazo para apresentação está determinado no artigo 643 c/c 588 do Código de

Processo Penal. Assim, o enunciado deve trazer a data da intimação para a apresentação das

razões do recurso e a determinação para que estas sejam apresentadas no último dia do prazo

(02 dias). No entanto, caso não exista esta determinação, o candidato deve colocar a data

genérica, isto é, não especificar data alguma (Ex: Cidade..., dia..., mês..., ano...). Em caso da

iminência de ser praticado o ato, ou seja, quando se busca a prevenção das consequências de ato

de autoridade que está para ser praticado, não há prazo para a impetração da ação.

Eventualmente, neste caso, o examinador pode exigir que a peça seja apresentada no dia da

prova, por exemplo.

Obs. 3: Nunca invente o nome do advogado, nem coloque seu nome como sendo o

advogado do denunciado e, muito menos, assine a peça. Na falta de qualquer dado indicando o

nome do advogado que será usado, utilize as palavras “ADVOGADO OAB Nº...”.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

93

16. Recurso Ordinário, Especial e Extraordinário

O recurso ordinário é, nos termos do artigo 102, inciso II, da CR, aquele que cabe ao Supremo

Tribunal Federal julgar quando o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o

mandado de injunção decididos em única instância pelos tribunais superiores, forem denegatórios;

ou em caso de crime político. Por outro lado, cabe ao Superior Tribunal de Justiça julgar recurso

ordinário, conforme dispõe o artigo 105, II, a, da CR, “dos habeas corpus decididos em única ou

última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais de Justiça dos Estados, do

Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória”. O efeito do recurso ordinário é

devolutivo. Isso significa que a interposição deste recurso obriga o STF ou o Tribunal Superior a

analisar amplamente a matéria discutida. É a regra do tantum devolutum quantum apelattum.

A disciplina deste recurso está prevista na Lei 8.038/1990 e nos regimentos internos do STF e dos

Tribunais Superiores. O prazo para sua interposição é de 05 dias, conforme dispõe o artigo 30 da

Lei 8.038/1990. Deve-se se atentar que tanto o recurso ordinário endereçado ao STF, quanto o

recurso ordinário endereçado aos Tribunais Superiores só serão cabíveis em caso de decisão

denegatória, e somente nas hipóteses previstas nos artigos 102, inciso II e 105, II, da Constituição

da República.

De modo geral, o recurso especial tem como função o controle da aplicação da legislação

infraconstitucional pelo Superior Tribunal de Justiça. As hipóteses para seu cabimento estão

previstas no artigo 105, III, da CR: decisões decididas em última ou única instância por Tribunais

Regionais Federais ou Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios que: a)

contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; b) julgar válido ato de governo local

contestado em face de lei federal; c) dar a lei federal interpretação diversa da que lhe haja

atribuído outro tribunal.

O procedimento do recurso especial está previsto no artigo 26 e seguintes da Lei 8.03890. Note-

se que o artigo 27, §2º, da Lei 8.038/1990, dispõe que o recurso especial só será admitido em seu

efeito devolutivo. No âmbito penal, isso significa que em caso de condenação, o recurso especial

não impede a execução provisória da pena. Todavia, o Supremo Tribunal Federal dá sinais

de que pode mudar este entendimento, aceitando as críticas feitas pela doutrina mais

democrática. Apesar da redação expressa da do artigo 27, §2º, da Lei 8.038/1990, só dar ao

recurso o efeito devolutivo, a ausência de efeito suspensivo fere o princípio da afirmação de

inocência. Neste sentido, confira-se o voto do Min. Eros Grau, no HC 84.078,no qual é feita uma

nova interpretação dos efeitos dos recursos especial e extraordinário, concedendo ao recurso

especial, com base no princípio da afirmação da inocência, o efeito suspensivo e, por

conseguinte, impedindo a execução provisória da pena. O seu prazo de interposição é de 15 dias.

Já o recurso extraordinário é a via recursal por meio da qual se busca demonstrar que a decisão

recorrida contraria o texto da Constituição da República. Suas hipóteses de interposição estão

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

94

previstas no artigo 102, inciso III, da CR. Desta forma, cabe ao STF julgar, mediante recurso

extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida que:

a) contrariar dispositivo da Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei

federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição; d) julgar

válida lei local contestada em face de lei federal.

Com a emenda 45/04 (reforma do judiciário), foi introduzido ao artigo 102 o parágrafo 3º, que nos

ensina que: “no recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das

questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a

admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus

membros”.

Como se vê, o §3º do artigo 102 da Constituição prevê, agora, mais um requisito de

admissibilidade do recurso extraordinário, qual seja, a relevância da questão constitucional

discutida no recurso. Nesta perspectiva, passada a análise da presença de alguma das hipóteses

previstas nas alíneas do inciso III, do artigo 102, da CR, deverá ser feita a análise de

admissibilidade a luz da relevância da questão constitucional. Porém, o não conhecimento do

recurso, com base no artigo 102, §3º, da Constituição, só poderá ocorrer se dois terços dos

membros da corte entenderem que a questão constitucional não é relevante.

O procedimento do recurso extraordinário está previsto, assim como no recurso especial, na Lei

8.038/1990 (art. 26 e seguintes). O prazo para a interposição deste recurso é de 15 dias (art. 26,

caput, da Lei 8.038/1990).

Quanto aos efeitos do recurso extraordinário, remete-se a leitura às considerações feitas acima,

sobre o recurso especial. Afinal, em ambos os recursos a Lei 8.038/90 prevê, somente, o efeito

devolutivo. Mas, em razão do novo posicionamento acenado pelo STF, evidentemente se

admitirá o efeito suspensivo, impeditivo da execução provisória da pena.

Petição de Interposição

1. Endereçamento: Os recursos constitucionais têm sua interposição endereçada ao Presidente

do Tribunal que preferiu o acórdão questionado. Se o enunciado da questão ou da peça trouxer o

Tribunal que proferiu a decisão, basta trazer a indicação no endereçamento. Porém, se não

houver tal indicação, faça o endereçamento genérico, não especificando dados.

a) Justiça Estadual:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

95

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...

b) Justiça Federal:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL

PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA... REGIÃO

2. Qualificação resumida: Logo abaixo do endereçamento, à esquerda, mencione as

informações básicas do processo (número dos autos, recorrente e recorrido).

(01 linha)

Autos nº

Recorrente:

Recorrido:

(01 linha)

3. Qualificação do acusado: Como o acusado já foi qualificado no processo, mencione apenas

seu nome completo:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu

advogado que ao final assina, vem perante Vossa Excelência (...).

Obs. 1: Verificar se já houve informação sobre juntada de procuração nos autos ou

constituição de advogado. Caso contrário, deve-se fazer menção à “procuração em anexo” e

qualificar o advogado.

Obs. 2: Na ausência de dados na prova da OAB, estes não devem ser inventados sob pena de

identificação da prova.

Obs. 3: Jamais abreviar nomes e dados.

4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do

tempo ministrada em sala de aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta.

O recurso ordinário28, independentemente de ser endereçado ao STF e a algum Tribunal

Superior, deve ter como fundamento os artigos 30 e seguintes da Lei 8.038/1990. Contudo, o

28

Art. 30, Lei 8.038/90 - O recurso ordinário para o Superior Tribunal de Justiça, das decisões denegatórias de Habeas

Corpus, proferidas pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal, será

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

96

fundamento na Constituição da República é diferente: a) quando endereçado ao STF, o recurso

ordinário tem fundamento no artigo 102, inciso II, da Constituição da República; b) quando

endereçado a algum Tribunal Superior, deve ter como fundamento o artigo 105, inciso II, da CR.

O recurso especial deve ser fundamentado em uma das alíneas do inciso III do art. 105

da Constituição da República29 e nos art. 26 e seguintes da Lei n.8.038 de 1990.

Já o recurso extraordinário nas hipóteses do inciso III do art. 102 da Carta Magna30 e

nos art. 2631 e seguintes da Lei n.8.038 de 1990.

(...) não se conformando, data venia, com o Acórdão de fls., interpor, com fulcro no art.

105, inciso III, (...), da Constituição da República, e nos art. 26 ss. da Lei n.8.038 de

1990, RECURSO DE ESPECIAL, requerendo seja a mesma recebida e encaminhada

à Superior Instância, para processamento e julgamento.

9. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e

data iii- nome do advogado, inscrição na OAB.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

interposto no prazo de cinco dias, com as razões do pedido de reforma. Art. 102. CF - Compete ao Supremo Tribunal

Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: (...) II - julgar, em recurso ordinário: a) o "habeas-

corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data" e o mandado de injunção decididos em única instância pelos

Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; b) o crime político; (...). Art. 105. CF - Compete ao Superior Tribunal

de Justiça: (...) II - julgar, em recurso ordinário: a) os "habeas-corpus" decididos em única ou última instância pelos

Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for

denegatória; b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos

tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; c) as causas em que forem partes

Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada

no País; 29

Art. 105. CF - Compete ao Superior Tribunal de Justiça: (...)III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em

única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e

Territórios, quando a decisão recorrida: 30

Art. 102. CF - Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: (...) III

- julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida

lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei

federal. 31

Art. 26 Lei 8.038/90- Os recursos extraordinário e especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão

interpostos no prazo comum de quinze dias, perante o Presidente do Tribunal recorrido, em petições distintas que

conterão: I - exposição do fato e do direito; II - a demonstração do cabimento do recurso interposto; III - as razões do

pedido de reforma da decisão recorrida. Parágrafo único - Quando o recurso se fundar em dissídio entre a interpretação

da lei federal adotada pelo julgado recorrido e a que lhe haja dado outro Tribunal, o recorrente fará a prova da

divergência mediante certidão, ou indicação do número e da página do jornal oficial, ou do repertório autorizado de

jurisprudência, que o houver publicado.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

97

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

Obs.1: O candidato deve sempre estar atento qual o tribunal que proferiu a decisão a ser

atacada pelos recursos aos tribunais superiores. Isto porque é para o presidente do tribunal que

proferiu a decisão que será endereçada a petição de interposição do recurso. Contudo, caso

inexista tal indicação, o endereçamento deve ser genérico.

Obs.2: O enunciado deve trazer a data da publicação do acórdão e a exigência de que os

recursos devem ser apresentados no último dia do prazo. No caso do recurso especial e

extraordinário, o prazo é de 15 dias (artigo 26, caput, da Lei 8.038/90). O prazo do recurso

ordinário, por sua vez, é de 5 dias (artigo 30 da Lei 8.038/90). Caso tal exigência não venha

noenunciado, o candidato deve colocar a data genérica, isto é, não especificar data alguma (Ex:

Cidade..., dia..., mês..., ano...).

Obs. 3: Nunca invente o nome do advogado, nem coloque seu nome como sendo o advogado

do denunciado e, muito menos, assine a peça. Na falta de qualquer dado indicando o nome do

advogado que será usado, utilize as palavras “ADVOGADO OAB Nº...”.

Razões

1. Endereçamento: As razões do Recurso Extraordinário e do Especial devem ser endereças aos

tribunais respectivos (Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça, respectivamente):

EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

COLENDA TURMA

INSÍGNES MINISTROS

EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

COLENDA TURMA

INSÍGNES MINISTROS

2. Qualificação resumida: logo abaixo do endereçamento, à esquerda, mencione as informações

básicas do processo (autos de origem, Comarca de origem, número do recurso originário,

recorrente e recorrido).

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

98

(01 linha)

Recorrente:

Recorrido:

(01 linha)

3. Qualificação do acusado: Como o acusado e o advogado já foram qualificados no processo

(ou na interposição), mencione apenas o nome completo do recorrente:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos supra mencionados, vem

perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina (...).

Obs. 1: Na ausência de dados na prova da OAB, estes não devem ser inventados sob pena de

identificação da prova.

Obs. 2: Jamais abreviar nomes e dados.

4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do

tempo ministrada em sala de aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta.

(...) apresentar, com fulcro no art. no art. 105, inciso III ..., da Constituição da

República, e nos art. 26 ss. da Lei n.8.038 de 199032, RAZÕES DE RECURSO

ESPECIAL, pelos motivos de fato e de direito adiante expostos:

5. Síntese fático-processual: Em todas as peças da OAB, é necessário relatar, sinteticamente,

os fatos. Não se trata de mera transcrição do problema, mas verdadeiro resumo do acontecido.

Deve-se narrar os fatos de maneira clara, lógica e concisa, seguindo a ordem lógica de

introdução, desenvolvimento e conclusão.

32

Art. 105. CF - Compete ao Superior Tribunal de Justiça: (...)III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em

única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e

Territórios, quando a decisão recorrida. Art. 26 Lei 8.038/90- Os recursos extraordinário e especial, nos casos previstos

na Constituição Federal, serão interpostos no prazo comum de quinze dias, perante o Presidente do Tribunal recorrido,

em petições distintas que conterão: I - exposição do fato e do direito; II - a demonstração do cabimento do recurso

interposto; III - as razões do pedido de reforma da decisão recorrida. Parágrafo único - Quando o recurso se fundar em

dissídio entre a interpretação da lei federal adotada pelo julgado recorrido e a que lhe haja dado outro Tribunal, o

recorrente fará a prova da divergência mediante certidão, ou indicação do número e da página do jornal oficial, ou do

repertório autorizado de jurisprudência, que o houver publicado.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

99

No dia..., o réu foi preso sob a alegação de ter infringido o Código Penal no seu art.

(...) O Ministério Público, em sua peça acusatória, sustenta que... A denúncia foi

recebida em... Foram ouvidas... testemunhas. Em suas alegações finais, o Ministério

Público... A sentença houve por bem (...). O réu apelou tempestivamente (...).

Obs. 1: Na prova da OAB não devem ser inventados fatos, sob pena de anulação da prova

decorrente de identificação.

Obs. 2: Ao redigir a peça, fazer remissão aos documentos mencionados na proposta que

comprovem os fatos alegados. Ex: nota fiscal, etc.

7. Do cabimento: deve-se demonstrar qual é a hipótese do cabimento do recurso e salientar que

os pontos recorridos já foram pré-questionados.

8. Do desrespeito a lei federal /ou preceito constitucional - Sempre que possível organizar

sua argumentação em tópicos, quais sejam:

A- Preliminares: Deve-se verificar a existência de prejudiciais e de nulidades:

A.1- Prejudiciais de Mérito- As prejudiciais mais comuns no são prescrição e decadência.

A.2- Nulidades - são divididas em absolutas e relativas:

- Nulidades Absolutas- afronto direto à Constituição da República – independe de prova da

ocorrência de prejuízo, pois este é presumido.

- Nulidades Relativas- há necessidade de demonstrar o prejuízo (art. 563, do CPP).

Obs.: Para finalizar a abordagem e manter a coerência entre as ideias, deve ser feita uma

finalização para que seja possível ingressar na discussão do mérito, como por exemplo:

“Caso não seja este o entendimento de Vossas Excelências, e em sendo superadas as

prejudiciais de mérito e/ou Nulidades, em homenagem ao princípio da eventualidade, igualmente

quanto ao mérito, há desrespeito a lei federal/ou a preceito constitucional:”

B- Mérito: Deve-se verificar se no mérito houve desrespeito à lei federal (recurso especial)

ou à preceito constitucional (recurso extraordinário).

C- Dosimetria da pena: Na hipótese do desrespeito tenha sido na fixação da pena.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

100

9. Dos requerimentos: O requerimento não pode ser genérico, isto é, cada pedido de peça a ser

extraída deve ser feito em separado:

Diante do exposto, requer:

1. Conhecimento do presente recurso haja vista estarem presentes os

pressupostos objetivos e subjetivos;

2. Provimento do recurso a fim de se reformar o v. Acórdão, determinando

que (...).

10. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local

e data iii- nome do advogado, inscrição na OAB e assinatura.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

Obs.1: O candidato deve sempre estar atento ao Tribunal de origem do recurso. Se não houver

tal indicação, faça o endereçamento genérico. As razões sempre serão endereçadas aos

Tribunais Superiores, com sede em Brasília. Os dados nunca devem ser inventados.

Obs.2: O prazo para a apresentação das razões de recurso ordinário é de 05 dias, conforme

dispõe o artigo 30 da Lei 8.038/1990. O prazo para a apresentação das razões de recurso

especial e extraordinário é de 15 dias, nos termos do artigo 26, caput, do da Lei 8.038/90. Neste

contexto, o enunciado deve trazer a data da intimação do acórdão e exigir que os recursos aos

tribunais superiores sejam apresentados no último dia de seus respectivos prazos. No entanto,

caso não exista esta determinação, o candidato deve colocar a data genérica, isto é, não

especificar data alguma (Ex: Cidade..., dia..., mês..., ano...).

Obs. 3: Nunca invente o nome do advogado, nem coloque seu nome como sendo o advogado

do denunciado e, muito menos, assine a peça. Na falta de qualquer dado indicando o nome do

advogado que será usado, utilize as palavras “ADVOGADO OAB Nº...”.

***Lembrete: Para cada tese de defesa – seja nas preliminares no mérito ou na dosimetria da

pena- abrir um tópico próprio, titulando-o, se possível, com a tese e a sua conclusão. Ex: Do

Latrocínio: atipicidade da conduta

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

101

17. Agravo em Execução

O agravo em execução é o recurso adequado pra impugnação de todas as decisões proferidas

pelo juízo da execução criminal (art.197 da LEP).

Não há previsão quanto ao procedimento do agravo em execução. Todavia, tem-se entendido que

o rito do Agravo em Execução é o do recurso em sentido estrito. Tanto que o Supremo Tribunal

Federal consolidou o entendimento, através da Súmula 700: “É de cinco dias o prazo para

interposição de agravo contra decisão do juiz da execução penal”. Assim, a forma de interposição

e o processamento do recurso devem dar-se nos mesmos termos do recurso em sentido estrito

(há inclusive a possibilidade do juízo de retratação).

Não há efeito suspensivo no recurso de agravo (art. 197 da LEP).

A legitimidade para o recurso de agravo em execução é bastante ampla. Podem interpor o

recurso, na forma do artigo 195 da LEP, o apenado ou seu representante, cônjuge, parente ou

descendente, o Ministério Público, proposta do Conselho Penitenciário, ou ainda da autoridade

administrativa.

1. Endereçamento:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DE

EXECUÇÕES PENAIS DA COMARCA DE PORTO ALEGRE – ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA DE

EXECUÇÕES PENAIS DA COMARCA... – ESTADO...

2. Qualificação resumida: Logo abaixo do endereçamento, à esquerda, mencione as

informações básicas do processo (número dos autos, agravante e agravado):

(01 linha)

Autos nº

Agravante:

Agravado:

(01 linha)

3. Qualificação detalhada: Como o acusado já foi qualificado no processo, mencione apenas seu

nome completo:

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

102

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu

advogado que ao final assina, vem perante Vossa Excelência (...).

Obs. 1: Verificar se já houve informação sobre juntada de procuração nos autos ou

constituição de advogado. Caso contrário, deve-se fazer menção à “procuração em anexo” e

qualificar o advogado.

Obs. 2: Na ausência de dados na prova da OAB, estes não devem ser inventados sob pena de

identificação da prova.

Obs. 3: Jamais abreviar nomes e dados.

4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do

tempo ministrada em sala de aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta e

fundamente-a com o artigo correspondente – o agravo em execução terá como o fundamento o

art. 197 da LEP

não se conformando, data venia, com a decisão de fls., opor, com fulcro no art. 19733

da Lei de Execução Penal, AGRAVO EM EXECUÇÃO. Caso Vossa Excelência

entenda em manter a decisão ora vergastada, requer o encaminhamento das razões

em anexo ao Egrégio Tribunal de Justiça do Distrito Federal, para apreciação e

julgamento.

9. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e

data iii- nome do advogado, inscrição na OAB.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

Obs.1: O candidato deve sempre estar atento a qual o magistrado e qual é a comarca de sua

jurisdição. São estes dados que vão determinar para quem o recurso deve ser endereçado. No

33

Art. 197. LEP - Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

103

entanto, caso inexista a indicação, o endereçamento deve ser genérico. Os dados nunca devem

ser inventados.

Obs.2: O prazo para a interposição do agravo em execução é, de acordo com a súmula 700 do

STF, de 05 (cinco) dias. Assim, o enunciado deve trazer qual a data em que se tomou ciência da

decisão, bem como exigir que o recurso seja apresentado no último dia do prazo. No caso de falta

de indicação, a data deve ser colocada de maneira genérica (ex. Cidade..., dia..., mês..., ano...).

Obs. 3: Nunca invente o nome do advogado, nem coloque seu nome como sendo o advogado

do denunciado e, muito menos, assine a peça. Na falta de qualquer dado indicando o nome do

advogado que será usado, utilize as palavras ADVOGADO OAB.

Razões de Agravo em Execução

1. Endereçamento: Verifique na proposta de peça qual autoridade judicial proferiu a decisão, pois

é este dado que vai determinar qual o tribunal competente para apreciação da matéria. Caso não

venha esta determinação, o endereçamento deve vir de maneira genérica.

a) Justiça Estadual:

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ

COLENDA CÂMARA CRIMINAL

EMINENTES DESEMBARGADORES

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...

COLENDA CÂMARA CRIMINAL

EMINENTES DESEMBARGADORES

b) Justiça Federal:

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA REGIÃO

COLENDA TURMA

EMINENTES DESEMBARGADORES FEDERAIS

2. Qualificação resumida: logo abaixo do endereçamento, à esquerda, mencione as informações

básicas do processo (número dos autos, agravante e agravado).

(01 linha)

Autos de origem nº

Agravante:

Agravado:

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

104

(01 linha)

3. Qualificação do acusado: Como o acusado já foi qualificado no processo, mencione apenas

seu nome completo:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu

advogado que ao final assina, vem perante Vossa Excelência (...).

Obs. 1: Verificar se já houve informação sobre juntada de procuração nos autos ou

constituição de advogado. Caso contrário, deve-se fazer menção à “procuração em anexo” e

qualificar o advogado.

Obs. 2: Na ausência de dados na prova da OAB, estes não devem ser inventados sob

pena de identificação da prova.

Obs. 3: Jamais abreviar nomes e dados.

4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do

tempo ministrada em sala de aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta e

fundamente-a com o artigo correspondente:

(...) apresentar, com fulcro no art. 197 da Lei de Execução Penal34 e art. 588 do CPP35,

suas RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO, pelos motivos de fato e de direito

adiante expostos:

5. Síntese fático-processual: Em todas as peças da OAB, é necessário relatar, sinteticamente,

os fatos. Não se trata de mera transcrição do problema, mas verdadeiro resumo do acontecido.

Deve-se narrar os fatos de maneira clara, lógica e concisa, seguindo a ordem lógica de

introdução, desenvolvimento e conclusão.

Fora requerida a progressão de regime (...) muito embora o preenchimento de todos os

requisitos legais, o ilustre magistrado negou (...).

Obs. 1: Na prova da OAB não devem ser inventados fatos, sob pena de anulação da prova

decorrente de identificação.

34

Art. 197. LEP - Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo. 35

Art. 588. CPP - Dentro de dois dias, contados da interposição do recurso, ou do dia em que o escrivão, extraído o

traslado, o fizer com vista ao recorrente, este oferecerá as razões e, em seguida, será aberta vista ao recorrido por igual

prazo.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

105

Obs. 2: Ao redigir a peça, fazer remissão aos documentos mencionados na proposta que

comprovem os fatos alegados. Ex: nota fiscal, certidões, etc.

6. Do direito: Trazer as teses de defesa, questionando a decisão judicial proferida pelo juízo da

Vara de Execução.

7. Dos requerimentos: O requerimento não pode ser genérico, isto é, para cada tese de defesa

deve haver um pedido em separado.

Diante do exposto, requer:

1. O Conhecimento do presente recurso haja vista estarem presentes os

pressupostos recursais objetivos e subjetivos;

2. O seu provimento a fim de que este Egrégio Tribunal reforme a decisão

de primeiro grau, concedendo o sursis pleiteado pelo agravante, como determina a lei,

por ser medida de inteira.

9. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e

data ii- nome do advogado, inscrição na OAB .

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

Obs.1: O candidato deve sempre estar atento a qual o magistrado e qual é a comarca de sua

jurisdição. São estes dados que vão determinar para quem o recurso deve ser endereçado. No

entanto, caso inexista a indicação, o endereçamento deve ser genérico. Os dados nunca devem

ser inventados.

Obs.2: O prazo para a interposição do agravo em execução é, de acordo com a súmula 700 do

STF, de 05 (cinco) dias. Assim, o enunciado deve trazer qual a data em que se tomou ciência da

decisão, bem como exigir que o recurso seja apresentado no último dia do prazo. No caso de falta

de indicação, a data deve ser colocada de maneira genérica (ex. Cidade..., dia..., mês..., ano...).

Obs. 3: Nunca invente o nome do advogado, nem coloque seu nome como sendo o advogado

do denunciado e, muito menos, assine a peça. Na falta de qualquer dado indicando o nome do

advogado que será usado, utilize as palavras “ADVOGADO OAB Nº...”.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

106

Parte II

PEÇA FÁCIL

1. Notitia Criminis

ILUSTRÍSSIMO SENHOR DOUTOR DELEGADO DE POLÍCIA DO... DISTRITO POLICIAL DE

CURITIBA

Noticiante:

Noticiado:

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de

identidade..., inscrição no CPF..., filiação..., residência..., vem perante Vossa Excelência, por

intermédio de seu advogado que ao final assina, procuração em anexo, OAB nº..., com escritório

profissional na rua..., onde recebe intimações para foro em geral, apresentar, nos termos do §3º

do art. 5 (e art. 5,II) do Código de Processo Penal, NOTITIA CRIMINIS, em face de BELTRANO

DE TAL, nacionalidade, estado civil, profissão, cédula de identidade, inscrição no CPF, filiação,

residência, pela prática da conduta delituosa prevista no art. , como se passa a demonstrar:

1. Síntese fática:

2. Conduta Punível:

3. Requerimentos:

Diante do exposto, respeitosamente requer a instauração de inquérito policial/

termo circunstanciado, em face de..., haja vista a prática da conduta delituosa prevista no art. (...);

Outrossim, requer-se a oitiva das testemunhas abaixo arroladas.

Rol de testemunhas:

Testemunha ...

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

107

2. Relaxamento de Prisão em Flagrante/Prisão Temporária

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DO FORO

REGIONAL DE ALMIRANTE TAMANDARÉ DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE

CURITIBA-PR.

Autos nº

Acusação:

Acusado:

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de

identidade..., inscrição no CPF..., filiação..., residência..., vem perante Vossa Excelência, por

intermédio de seu advogado que ao final assina, procuração em anexo, OAB nº..., com escritório

profissional na rua..., onde recebe intimações para foro em geral, requerer, com fulcro no art. 5o,

LXV da Constituição Federal c/c art. 310, I, CPP, RELAXAMENTO DE PRISÃO EM

FLAGRANTE, pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

1. Síntese fática:

2. Do direito:

3. Requerimentos:

Diante do exposto, respeitosamente requer o relaxamento da prisão em

flagrante, haja vista:

1. Ter a prisão acontecido fora das hipóteses de flagrante delito (...);

2. A ausência de testemunhas, contrariando o disposto no art.304 do

Código de Processo Penal;

Requer, ainda, a expedição de alvará de soltura em nome de FULANO DE

TAL, para que possa ele, em liberdade, defender-se de eventual ação penal.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

108

3. Pedido de Liberdade Provisória

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DO FORO

CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA

Autos nº

Acusação:

Acusado:

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de

identidade..., inscrição no CPF..., filiação..., residência..., vem perante Vossa Excelência, por

intermédio de seu advogado que ao final assina, procuração em anexo, OAB nº..., com escritório

profissional na rua..., onde recebe intimações para foro em geral, requerer, com fulcro no art. 321

e seguintes do Código de Processo Penal, LIBERDADE PROVISÓRIA, pelas razões de fato e de

direito que passa a expor:

1. Síntese fática:

2. Do direito:

3. Dos requerimentos:

Diante do exposto, respeitosamente requer:

a. A concessão de liberdade provisória, nos termos dos art. 321 e seguintes

do Código de Processo Penal;

b. A expedição de alvará de soltura em nome de FULANO DE TAL, para que,

após assinado termo de comparecimento a todos os atos processuais, possa ele, em liberdade,

defender-se de eventual ação penal;

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

109

4. Revogação de Prisão Preventiva

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE INQUÉRITOS

POLICIAIS DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA

Autos nº

Acusação:

Acusado:

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de

identidade..., inscrição no CPF..., filiação..., residência..., vem perante Vossa Excelência, por

intermédio de seu advogado que ao final assina, procuração em anexo, OAB nº..., com escritório

profissional na rua..., onde recebe intimações para foro em geral, requerer, com fulcro no art. 316

do Código de Processo Penal, REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA, pelas razões de fato e

de direito que passa a expor:

1. Síntese fática:

2. Do direito:

3. Requerimentos:

Diante do exposto, requer-se a revogação da prisão preventiva, haja vista:

a- O comparecimento espontâneo do acusado em juízo;

b- (...)

Requer, ainda, a expedição de alvará de soltura em nome de FULANO DE

TAL, para que possa ele, em liberdade, defender-se de eventual ação penal.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

110

5. Queixa-Crime

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DO FORO

CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA – PR.

Querelante:

Querelado:

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de

identidade..., inscrição no CPF..., filiação..., residência..., vem perante Vossa Excelência, por

intermédio de seu advogado que ao final assina, procuração com poderes especiais em anexo

(art.44 do CPP), OAB nº..., com escritório profissional na rua..., onde recebe intimações para foro

em geral, oferecer, com fulcro no art. 100, §2º, do Código Penal e art. 41, Código de Processo

Penal, ação penal na forma de QUEIXA-CRIME, em face de CICLANO DE TAL, (nacionalidade),

(estado civil), (profissão), (cédula de identidade), (inscrição no CPF), (Filiação),(residência), pelas

razões fáticas e jurídicas a seguir expostas:

1. Síntese fática:

2. Do direito: (conduta punível)

3. Requerimentos:

Diante do exposto, requer que:

a) seja a presente queixa-crime recebida e autuada;

b) seja colhido parecer do Ministério Público, o qual deverá ser

chamado a se manifestar em todas as fases do processo (CPP, art. 45);

c) seja o querelado citado para se defender;

d) seja permitida a produção de todas as provas em direito admitidas,

em especial a documental e testemunhal, cujo rol segue abaixo;

e) seja, ao final, julgada procedente a presente queixa, a fim de

condenar o querelado nas penas dos artigos (...).

f) seja fixado valor mínimo de reparação dos danos causados pela infração

penal, nos moldes do art. 387, IV, CPP.

Rol de testemunhas:

Testemunha ...

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

111

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

112

6. Defesa Preliminar

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DO FORO

CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA- PR.

Autos nº

Denunciante:

Denunciado:

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de

identidade..., inscrição no CPF..., filiação..., residência..., vem perante Vossa Excelência, por

intermédio de seu advogado que ao final assina, procuração em anexo, OAB nº..., com escritório

profissional na rua..., onde recebe intimações para foro em geral, apresentar, com fulcro no art.

514 do Código de Processo Penal, DEFESA PRELIMINAR, pelas razões de fato e de direito que

passa a expor:

1. Síntese fática:

2. Do direito:

3. Requerimentos:

Diante do exposto, requer a rejeição da denúncia, haja vista (...)

Rol de testemunhas:

Testemunha ...

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

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X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

113

7. Resposta à Acusação

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DO FORO

CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA – PR.

Autos nº

Acusação:

Acusado:

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de

identidade..., inscrição no CPF..., filiação..., residência..., vem perante Vossa Excelência, por

intermédio de seu advogado que ao final assina, procuração em anexo, OAB nº..., com escritório

profissional na rua..., onde recebe intimações para foro em geral, apresentar, com fulcro no art.

396-A do Código de Processo Penal, RESPOSTA À ACUSAÇÃO, pelas razões de fato e de

direito que passa a expor:

1. Síntese fático-processual:

2. Preliminares:

A- Prejudiciais de Mérito:

B- Nulidades:

3. Mérito:

4. Dos requerimentos:

Diante do exposto, requer que:

a. Seja reconhecida a prescrição quanto ao crime de... e, assim, declarada

extinta a punibilidade, nos termos do art. (...).

b. Seja reconhecida a nulidade do processo...

c) Seja anulado o recebimento da denúncia, para que, diante da

demonstração da ausência de justa causa, seja rejeitada a denúncia.

Não sendo este o entendimento de Vossas Excelências, no mérito, requer a

absolvição sumária, nos termos do artigo (...) haja vista (...).

Finalmente, no caso de nenhum dos fundamentos indicados acima ser

acatado por Vossa Excelência, requer-se a produção de todas as provas admitidas, em especial

testemunhal cujo o rol segue abaixo.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

114

Rol de testemunhas:

Testemunha...

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

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115

8. Alegações Finais por Memoriais

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DO FORO

CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA – PR.

Autos nº

Acusação:

Acusado:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos supra mencionados, vem perante

Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, apresentar, com fulcro no

art.403, §3º do CPP, alegações finais por MEMORIAIS, pelas razões de fato e de direito que

passa a expor:

1. Síntese fático processual:

2. Preliminares:

A- Prejudiciais de Mérito:

B- Nulidades:

3. Mérito:

4. Dosimetria da pena:

5. Dos requerimentos:

Diante do exposto, requer que:

a. Seja reconhecida a prescrição quanto ao crime de... e, assim, declarada

extinta a punibilidade, nos termos do art. (...).

b. Seja reconhecida a nulidade do processo...

Não sendo este o entendimento de Vossas Excelências, no mérito, requer

que o denunciado seja absolvido, nos termos do art. (...).

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

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116

9. Apelação

Petição de Interposição

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DO FORO

CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA – PR.

Autos nº

Acusação:

Acusado:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos supra mencionados, vem perante

Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina,não se conformando, data

venia, com a sentença de fls., interpor, com fulcro no art. 593, I do Código de Processo Penal,

RECURSO DE APELAÇÃO, requerendo seja a mesma recebida e encaminhada à superior

instância, para processamento e julgamento.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

117

Razões de Apelação

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ

COLENDA CÂMARA CRIMINAL

EMINENTES DESEMBARGADORES

Autos de origem nº

Apelante:

Apelado:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos supra mencionados, vem perante

Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, apresentar, com fulcro no

art. 600, caput, do Código de Processo Penal, RAZÕES DE APELAÇÃO, pelos motivos de fato e

de direito adiante expostos:

1. Síntese fática processual:

2. Preliminares:

A- Prejudiciais de Mérito:

B- Nulidades:

3. Mérito:

4. Dosimetria da pena:

5. Dos requerimentos:

Diante do exposto, requer:

1. O recebimento e conhecimento do presente recurso haja vista estarem

presentes os pressupostos objetivos e subjetivos;

2. O seu provimento a fim de que :

a. Seja reconhecida a prescrição quanto ao crime de... e, assim, declarada

extinta a punibilidade, nos termos do inciso IV, art.107;

b. Reconhecer a nulidade do processo...

Não sendo este o entendimento de Vossas Excelências, no mérito, requer

que seja dado provimento ao recurso para reformar a decisão de folhas (...), para o fim de:

a) (...)

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

118

10. Recurso em Sentido Estrito

Petição de Interposição

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DO FORO

CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA

Autos nº

Acusação:

Acusado:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos supra mencionados, vem perante

Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, interpor, com fulcro no

inciso IV do art. 581 do Código de Processo Penal, RECURSO EM SENTIDO ESTRITO.

Requer a realização do juízo de retratação (Código de Processo Penal, art.

589) e, em sendo mantida a decisão atacada, seja o presente recurso encaminhado à Superior

Instância, para processamento e julgamento.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

119

Razões de Recurso em Sentido Estrito

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ

COLENDA CÂMARA CRIMINAL

EMINENTES DESEMBARGADORES

Autos de origem nº

Recorrente:

Recorrido:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos supra mencionados, vem perante

Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, apresentar, com fulcro no

art. 588 do Código de Processo Penal, RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, pelos

motivos de fato e de direito adiante expostos:

1. Síntese fática:

2. Preliminares:

A- Prejudiciais de Mérito-

B- Nulidades

3. Mérito:

4. Dos requerimentos:

Diante do exposto, requer:

1. O recebimento e conhecimento do presente recurso haja vista estarem

presentes os pressupostos recursais objetivos e subjetivos;

2. O seu provimento a fim de que:

a. Seja reconhecida a prescrição quanto ao crime de... e, assim, declarada

extinta a punibilidade, nos termos do inciso IV, art.107;

b. Reconhecer a nulidade do processo...

Não sendo este o entendimento de Vossas Excelências, no mérito, requer

que seja dado provimento ao recurso para reformar a decisão de folhas (...), para o fim de:

a) (...).

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

120

11. Embargos Infringentes e de Nulidade

Petição de Interposição

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DA... CÂMARA

CRIMINAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ

Autos nº

Recorrente:

Recorrido:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos supra mencionados, vem perante

Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, não se conformando, data

venia, com o acórdão de fls., que, por maioria, deu provimento ao recurso interposto pela

acusação, opor, com fulcro no parágrafo único do art. 609 do Código de Processo Penal,

EMBARGOS INFRINGENTES, requerendo o seu recebimento e encaminhamento à Câmara

criminal em composição integral para julgamento e provimento.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

121

Razões

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ

COLENDA CÂMARA CRIMINAL EM COMPOSIÇÃO INTEGRAL

EMINENTES DESEMBARGADORES

Autos nº

Embargante:

Embargado:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos supra mencionados, vem perante

Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, apresentar, com fulcro no

parágrafo único do art. 609 do Código de Processo Penal, EMBARGOS INFRINGENTES, pelas

razões de fato e de direito que passa a expor:

1. Síntese fático-processual:

2. Preliminares:

A- Prejudiciais de Mérito-

B- Nulidades

3. Mérito

4. Dosimetria da pena

5. Dos requerimentos:

Diante do exposto, requer:

1. O recebimento e conhecimento do presente recurso, haja vista estarem

presentes os pressupostos objetivos e subjetivos;

2. O seu provimento a fim de que seja reconhecida a razão do voto vencido e,

assim, seja:

a. Reconhecida a prescrição quanto ao crime de... e, assim, declarada extinta

a punibilidade, nos termos do inciso IV, art.107;

b. Declarado nulo o processo, haja vista (...)

c. Reconhecida a inexistência de crime (...).

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

122

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

123

12. Revisão Criminal

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ.

Autos de origem nº

Requerente:

Requerido:

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de

identidade..., inscrição no CPF..., filiação..., residência..., vem perante Vossa Excelência, por

intermédio de seu advogado que ao final assina, procuração em anexo, OAB nº..., com escritório

profissional na rua..., onde recebe intimações para foro em geral, requerer, com fulcro no inciso

(...) do art. 621 do Código de Processo Penal, REVISÃO CRIMINAL, pelos motivos de fato e de

direito adiante expostos.

1. Síntese fática:

2. Do Direito:

3. Dos requerimentos:

Diante do exposto, requer:

1. O recebimento do presente pedido revisional, haja vista estarem presentes

todos os seus pressupostos;

2. O seu provimento a fim de que seja reconhecida a nulidade do processo e,

assim, torne sem efeito a sentença condenatória, com a devolução da primariedade do

requerente, riscando-se o seu nome do rol dos culpados.

3. Por fim, que sejam reconhecidos os prejuízos causados pelo erro judicial

ao requerente e, por conseguinte, o direito a justa indenização que será, nos termos do art.630 do

Código de Processo Penal, oportunamente liquidada na esfera cível.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

124

13. Habeas Corpus

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ.

Impetrante:

Paciente:

Autoridade coatora:

FULANO DE TAL, advogado..., inscrição na OAB nº..., com escritório

profissional na rua endereço completo..., onde recebe intimações para foro em geral (procuração

anexa), vem, respeitosamente, com fundamento no art. 5o, LXVIII da Constituição da República e

art. 647 e seguintes do Código de Processo Penal, impetrar HABEAS CORPUS COM PEDIDO

LIMINAR em favor de PACIENTE DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de

identidade..., inscrição no CPF..., filiação..., residência..., em razão de este estar sofrendo

constrangimento ilegal por ato ilegal e abusivo da AUTORIDADE COATORA, como se passará a

demonstrar:

1. Síntese fática:

2. Direito:

3. Pedido de liminar:

4. Dos requerimentos:

Diante do exposto, requer:

1. A concessão da medida liminar para que seja (...);

2. A notificação da autoridade coatora para que preste as informações;

3. Que seja julgado procedente a medida pleiteada, confirmando a (...)

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

125

14. Mandado de Segurança Criminal

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ.

Impetrante:

Autoridade coatora:

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de

identidade..., inscrição no CPF..., filiação..., residência..., vem perante Vossa Excelência, por

intermédio de seu advogado que ao final assina, procuração em anexo, OAB nº..., com escritório

profissional na rua..., onde recebe intimações para foro em geral, impetrar, com fulcro no art. 5o,

LXIX, da Constituição da República e art.1º e seguintes da Lei 12.016/09, MANDADO DE

SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR em face da AUTORIDADE COATORA,nos termos que

seguem:

1. Síntese fática:

2. Direito:

3. Pedido de liminar:

4. Dos requerimentos:

Diante do exposto, requer:

1. A concessão da medida liminar para que seja (...);

2. A notificação da autoridade coatora para que preste as informações;

3. Que seja julgado procedente a medida pleiteada, confirmando a (...).

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

126

15. Carta Testemunhável

Petição de Interposição

ILUSTRÍSSIMO SENHOR ESCRIVÃO DA... VARA CRIMINAL DO FORO CENTRAL DA

COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA – PR.

Autos nº

Recorrente:

Recorrido:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos supra mencionados, vem perante

Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, requerer, com fulcro no

art. 639 do Código de Processo Penal, a extração de CARTA TESTEMUNHÁVEL, conforme as

razões fáticas e jurídicas abaixo articuladas:

1. Síntese fática:

2. Do direito:

3. Dos requerimentos:

Ante o exposto e desejando que o recurso seja apreciado pela Superior

Instância, requer a Vossa Senhoria a extração de carta testemunhável, nos termos dos art.639 e

seguintes do CPP, indicando, abaixo, as peças a serem transladas:

a) Certidão que o Recurso em Sentido Estrito foi interposto tempestivamente;

b) Certidão da r. sentença denegatória do Recurso em Sentido Estrito;

C) Certidão (...).

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

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127

Razões

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ

COLENDA CÂMARA CRIMINAL

EMINENTES DESEMBARGADORES

Autos de origem nº

Testemunhante:

Testemunhado:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado que ao

final assina, vem perante Vossas Excelências apresentar, com fulcro nos art. 643 e 588 do Código

de Processo Penal, RAZÕES DE CARTA TESTEMUNHÁVEL, pelos motivos de fato e de direito

adiante expostos:

1. Síntese fática:

2. Do direito:

3. Dos requerimentos:

Diante do exposto, requer:

1. O Conhecimento do presente recurso haja vista estarem presentes os

pressupostos recursais objetivos e subjetivos;

2. O seu provimento a fim de que, nos termos do art.644 do CPP, seja determinado o

processamento do Recurso em Sentido Estrito.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

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X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

128

16. Recurso Especial e Extraordinário

Petição de Interposição

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ

Autos nº

Recorrente:

Recorrido:

FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de

identidade..., inscrição no CPF..., filiação..., residência..., vem perante Vossa Excelência, por

intermédio de seu advogado que ao final assina, procuração em anexo, OAB nº..., com escritório

profissional na rua..., onde recebe intimações para foro em geral, não se conformando, data venia,

com o Acórdão de fls., interpor, com fulcro no art. 105, inciso III, (...), da Constituição da

República, e nos art. 26 ss. da Lei n.8.038 de 1990, RECURSO DE ESPECIAL, requerendo seja

a mesma recebida e encaminhada à Superior Instância, para processamento e julgamento.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

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129

Razões

EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

COLENDA TURMA

INSÍGNES MINISTROS

Recorrente:

Recorrido:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos supra mencionados, vem perante

Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, apresentar, com fulcro no

art. no art. 105, inciso III (...), da Constituição da República, e nos art. 26 ss. da Lei n.8.038 de

1990, RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL, pelos motivos de fato e de direito adiante expostos:

1. Síntese fático-processual:

2. Do cabimento:

3. Do desrespeito à lei federal:

3.1. Preliminares:

A- Prejudiciais de Mérito:

B- Nulidades:

3.2. Mérito:

3.3. Dosimetria da pena:

4. Dos requerimentos:

Diante do exposto, requer:

1. Conhecimento do presente recurso haja vista que estão presentes os

pressupostos objetivos e subjetivos;

2. Provimento do recurso a fim de se reformar o v. Acórdão, determinando

que (...)

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

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X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

130

17. Agravo em execução

Petição de Interposição

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA DE EXECUÇÕES

PENAIS DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA.

Autos nº:

Agravante:

Agravado:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos supra mencionados, vem perante

Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, interpor, com fulcro no art.

197 da Lei de Execução Penal, AGRAVO EM EXECUÇÃO.

Requer a realização do juízo de retratação (Código de Processo Penal, art.

589) e, em sendo mantida a decisão atacada, seja o presente recurso encaminhado à Superior

Instância, para processamento e julgamento.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

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X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

131

Razões de Agravo em Execução

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ

COLENDA CÂMARA CRIMINAL

EMINENTES DESEMBARGADORES

Autos de origem nº

Agravante:

Agravado:

FULANO DE TAL, já qualificado nos autos supra mencionados, vem perante

Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, com fulcro no art. 197 da

Lei de Execução Penal e art. 588 do CPP, apresentar RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO,

pelos motivos de fato e de direito adiante expostos:

1. Síntese fática:

2. Do direito:

3. Dos requerimentos:

Diante do exposto, requer:

1. O Conhecimento do presente recurso haja vista estarem presentes os

pressupostos recursais objetivos e subjetivos;

2. O seu provimento a fim de que este Egrégio Tribunal reforme a decisão de

primeiro grau, concedendo a progressão de regime (...).

Nestes Termos

Pede Deferimento

Cidade..., dia..., mês..., ano...

ADVOGADO...

OAB nº...

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X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

132

Parte III

DICAS DE ESTUDOS

1. Dicas de Estudo

- Não menospreze as questões. Procure fazê-las da maneira mais completa possível, com

todos os fundamentos legais e súmulas pertinentes;

- A caligrafia, ortografia e clareza textual são aspectos importantíssimos na correção da prova

da OAB/FGV;

- Evite frases longas. A prolixidade é uma das grandes causas de reprovação na 2a fase de

Exame de Ordem. Frases curtas, objetivas e claras são essenciais;

- Organize sua peça processual o máximo possível, dividindo-a em tópicos;

- Se bem administrado, o tempo da prova é suficiente;

- Não deixe de resolver e protocolizar todas as peças e as questões, pois serão elas corrigidas

pelo Curso Jurídico e você poderá, assim, acompanhar a evolução na sua preparação;

- A realização dos simulados é fundamental, pois são neles que você poderá disciplinar a

divisão correta do tempo de prova.

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X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

133

2. Indicação Bibliográfica***

Leitura básica para estudo:

GRECO, Rogério. Código Penal Comentado. Rio de Janeiro: Impetus. 2013.

NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Comentado. São Paulo: Editora

Revista dos Tribunais. 2013.

NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais Comentadas. São Paulo:

Editora Revista dos Tribunais. 2013. Volumes 1 e 2.

***

No decorrer do curso, os professores indicarão outros títulos.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

134

PARTE V - MATERIAL DE APOIO

AULAS DO PROF. RODRIGO DAMASCENO

Com o intuito de otimizar a preparação para a prova prático profissional, é importante que

antes de ser abordado em sala cada um dos tópicos da matéria o aluno se antecipe e, na medida do

possível, tente resolver os casos de estudo aqui propostos. É previsível que, como a matéria ainda

não foi dada, o aluno sinta dificuldade na resolução dos problemas, mas esse esforço será de grande

valia para garantir a sua aprovação.

Para cada uma das principias partes da matéria, foram selecionadas peças e questões que, no

decorrer das aulas, serão corrigidas e explicadas pelo professor:

PARTE I – Ação penal................................................................................... 135

PARTE II – Procedimento.............................................................................. 136

PARTE III – Método de Teses...................................................................... 139

PARTE IV– Prisão......................................................................................... 141

PARTE V – Competência............................................................................... 143

PARTE VI – Recursos A................................................................................ 145

PARTE VII – Recursos B............................................................................... 147

PARTE VIII – Recursos C.............................................................................. 148

PARTE IX – Ações de impugnação autônomas................................................ 151

PARTE X – Princípios................................................................................... 153

PARTE XI – Teoria do Crime A..................................................................... 154

PARTE XII – Teoria do Crime B.................................................................... 159

PARTE XIII – Prescrição............................................................................... 162

Para garantir que o aluno chegue em cada aula com os respectivos casos estudados, as

resoluções das peças e questões deverão seguir o seguinte cronograma:

Parte I II III X XI IV V VI XII VII VIII IX XIII

Data limite 6/5 8/5 16/5 17/5 17/5 20/5 22/5 24/5 27/5 28/5 31/5 3/06 10/06

Por fim, nenhum dos casos aqui propostos deverão ser protocolizados no curso, já que o

cronograma de protocolos segue outro calendário e outras propostas.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

135

E S T U D O D E C A S O S

- PARTE I -

AÇÃO PENAL

Caso 1 - QUESTÃO - Narra a denúncia que “No dia 3/12/2011, JOÃO, PEDRO, MARCOS e

SABRINA, agindo em concurso, com vontade consciente subtraíram o relógio de CATARINA.

Violaram, assim, a norma penal prevista no art.155 do Código Penal. Requer-se o recebimento da

ação penal, para a instauração do processo penal”. Qual tese jurídica é cabível?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Caso 2 - QUESTÃO - No dia 17 de julho de 2012, CARLOS caluniou ROBERTO. Qual é o último

dia para oferecer a ação penal?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Caso 3 - PEÇA - Maria Portela, 31 anos, brasileira, portadora do RG nº 9.876.54302, inscrita no

CPF sob nº 098.765.432-0, alta executiva na empresa “ATR”, situada no centro de Londrina/PR, foi

chamada pelo proprietário daquela empresa, João, 42 anos, brasileiro, casado, empresário, portador

do RG n. 1.234.567-9 e inscrito no CPF sob nº 123.456.789-0, para esclarecer, perante os 5

diretores da empresa, os motivos da queda de vendas no primeiro semestre de 2012.

No dia 13 de novembro de 2013, após Maria ter apresentado os gráficos das vendas da

empresa, João, visivelmente insatisfeito com os resultados, proferiu, na frente de todos os presentes,

as seguintes palavras: “Maria, apenas mais um rostinho bonito... pena que sem cérebro”. No dia

seguinte, João pediu desculpas a Maria e disse que havia bebido demais antes da reunião e que tudo

não teria passado de um mal entendido.

Feito o termo circunstanciado, não houve acordo na audiência de conciliação e não foi

proposta a transação penal, já que João não preenchia os requisitos. Os autos estão em cartório,

aguardando o decurso do prazo.

Com base na situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de advogado de Maria, a

peça processual privativa de advogado pertinente à defesa dos interesses de sua cliente.

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136

- PARTE II –

PROCEDIMENTOS

Caso 4 - QUESTÃO - Denunciado em incurso no art. 155 do CP, a denúncia foi recebida e o réu foi

citado para apresentar PEÇA 1. O magistrado, não acatando as teses de absolvição sumária, designou

dia para oitiva das testemunhas. Na mesma data o réu negou todos os fatos a ele imputados. Haja

vista a complexidade do caso, o magistrado abriu vista para o Ministério Público que, no prazo

legal, se manifestou pela condenação nos termos da denúncia. Uma vez intimado, o advogado

apresentou na mesma data a PEÇA 2. Não obstante os argumentos apresentados pela defesa, o réu

foi condenado a um ano de pena de liberdade. A defesa, então, interpôs o recurso cabível – PEÇA3.

Identifique quais são as peças cabíveis.

PEÇA1:______________________________________FUNDAMENTO LEGAL:__________________.

PEÇA2:______________________________________FUNDAMENTO LEGAL:__________________.

PEÇA3:______________________________________FUNDAMENTO LEGAL:__________________.

Caso 5 - PEÇA - Em inquérito policial instaurando para investigar a autoria da distribuição de

diversos folhetos nos quais exaltava-se a qualidade e destreza nas práticas delituosas de uma famoso

traficante, foi decretada, de oficio, por despacho judicial devidamente fundamentado, após o

fracasso de inúmeras diligências policiais realizadas, a interceptação das comunicações telefônicas

de Pablo Pereira. Em uma das ligações feitas pelo indiciado, foi, pelo outro interlocutor, Cesar

Roberto, dito que estaria ele embarcando para a Cidade Y em posse de substância entorpecente.

Imediatamente foi realizada diligência policial na qual resultou na prisão em flagrante de César

Roberto.

Posteriormente, Cesar Roberto foi denunciado em incurso no art. 33, caput, da Lei N°

11.343/06, nos seguintes termos: "No dia 30 de março de 2013, por volta das 18h00, nas

proximidades ao terminal da Estação Rodoviária da Cidade X, o denunciado, César Roberto, com

vontade livre e consciente da ilicitude de sua conduta, trazia consigo, para fins de comercialização,

uma embalagem normalmente utilizada para acondicionar balas de chocolate da marca M & M,

contendo vinte pequenos invólucros de substância de forma endurecida, de coloração

esbranquiçada, vulgarmente conhecida como crack e um invólucro plástico, contendo substância

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

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137

vegetal, de coloração esverdeada, vulgarmente conhecida como ‘maconha', capazes de causar

dependência física e psíquica, sem autorização e em desacordo com determinação legal e

regulamentar".

Ao indagar o denunciado a respeito dos fatos, Cesar Roberto lhe esclareceu que a substância

que trazia consigo era para uso pessoal, separada para a viagem que seria realizada às 19h00 do dia

dos fatos, com destino à Cidade Y, conforme passagem de ônibus entregue pelo denunciado. Em

análise dos autos, na qualidade de procurador constituído, constatou-se a ausência do laudo de

constatação da natureza e quantidade da droga. O denunciado – que teve sua prisão relaxada pelo

Tribunal competente- foi devidamente notificado.

Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso

concreto acima, redija, no último dia do prazo, a peça cabível, invocando todos os argumentos em

favor de seu constituinte.

Caso 6 - PEÇA - Tício Torres estava na companhia de seu avô, Antunes, quando este, diabético,

passou mal e caiu ao chão. Tício, desesperado, entrou em um Hipermercado situado na mesma rua,

pegou da prateleira uma barra de chocolate (no valor R$ 1,50), sem efetuar qualquer pagamento, já

que havia uma fila enorme no caixa, e saiu correndo, pois a única maneira de recuperar o seu avô

era com o consumo imediato de glicose. Minutos após, uma ambulância encaminhou Tício e

Antunes ao hospital mais próximo. Tício, primário e com bons antecedentes, foi denunciado pela

prática da conduta tipificada no art. 155 do CP. Recebida a ação penal, o acusado foi citado pelo

juiz da vara criminal da comarca de Londrina/PR. Como advogado contratado pelo acusado, redija a

peça processual cabível.

Caso 7 - PEÇA - Liev Tostoi, brasileiro, 85 anos, construiu em um terreno de sua propriedade um

restaurante. Após obter autorização da vigilância sanitária, Liev se dirigiu à prefeitura do município,

apresentou os documentos necessários e pagou as taxas devidas para a expedição do alvará que

possibilitaria o início das atividades comerciais. Passado um mês da apresentação dos documentos e

do pagamento das taxas, Liev ficou apreensivo, pois precisava abrir seu restaurante e obter lucros.

Assim, Liev foi até a prefeitura e procurou Fiodor Dostoievski, funcionário responsável pela

expedição de alvarás, e lhe ofereceu a quantia de R$ 10.000,00 para conseguir imediatamente a

liberação. Fiodor, visivelmente constrangido, respondeu que já havia realizado todos os atos que a

lei determinava, tanto que o alvará já estava a sua disposição há 15 dias e que bastava Liev retirar o

documento e iniciar suas atividades empresariais. O Ministério Público ofereceu denúncia imputado

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

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138

a Liev Tolstoi a prática do delito previsto no artigo 333 do CP. Após as oitivas das testemunhas, o

interrogatório do réu não aconteceu, pois estava ele internado, por conta de cirurgia realizada.

Mesmo tendo o seu advogado requerido o adiamento do ato, pois o acusado (detentor de bons

antecedentes) queria trazer sua versão dos fatos, o magistrado, alegando a necessidade de uma

maior celeridade processual, negou o adiamento do ato e encerrou a audiência com a determinação

de diligências finais – juntada da carteira de identidade do réu. O Ministério Público, então,

requereu a condenação nos termo da denúncia. Como advogado de Liev, formule a peça cabível,

considerando que sua intimação aconteceu no dia 9/05/2013 (quinta-feira) e os autos foram

retirados em cartório no dia 10/05/2013.

Caso 8 - PEÇA - Romão, primário com bons antecedentes, foi denunciado, em 02/02/2012, em

incurso no art.121, §2º, I c/c14, II do CP, por ter, no dia 04/04/1992, agredido com socos o seu

grande amigo e cunhado, Manuel, policial federal, na festa de aniversário de Kátia, irmã do agressor

e esposa da vítima. Segundo o laudo de fls., Manuel perdeu, devido às lesões sofridas, a visão de

seu olho esquerdo. Recebida a denúncia em 07/10/2012, o réu foi citado e apresentou sua defesa

inicial. O magistrado federal da vara do Júri designou audiência de instrução e julgamento, na qual

as testemunhas de acusação e de defesa relataram que, no dia, Manuel estava muito bêbado e, de

maneira totalmente injustificada, começou a empurrar e desferir golpes de faca contra Romão.

Romão então golpeou Manoel até que ele soltasse a faca. Em seu interrogatório, Romão afirmou

que nunca quis ou assumiu o risco de matar seu amigo e que os socos desferidos foram apenas para

fazer com que o amigo largasse a arma. O Ministério Público se manifestou pela procedência da

denúncia. Como advogado do réu, elabore a peça processual cabível.

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

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139

- PARTE III-

MÉTODO DE IDENTIFICAÇÃO DE TESES

Caso 9 - PEÇA - No dia 10/05/2005, na cidade de Recife, Tulio, sabendo que Romero, nascido em

02/08/1940, praticava habitualmente crimes contra crianças e adolescentes, adentrou no local de

trabalho dele e dali subtraiu duas fotografias nas quais eram retratadas crianças nuas, mantendo

relações sexuais. As fotos foram encaminhadas à autoridade policial. O delegado responsável

requereu a intercepta o da linha de telefone m vel usado pelo indiciado, medida que foi decretada

pela autoridade judicial, nos seguintes termos: “Haja vista a gravidade do crime, defiro a

interceptação da linha de telefone móvel do indiciado”. Apos 20 dias sem qualquer diálogo

relevante, foi gravada conversa entre o indiciado e terceira pessoa não identificada, na qual ele

relatava que estava preocupado com o sumi o de “um envelope”. Autorizados por decis o judicial,

os policiais realizaram busca e apreensão na residência de Romero, mas nada encontraram. No

mesmo dia, foi colhido depoimento da Sra. Joaninha, no qual ela reconheceu que seu marido,

Romero, costumava a lidar com fotos infantis “obscenas”.

O Ministério Público denuncio, então, Romero em incurso no art.241-B do Lei nº 8.069/90

c/c art.61, II, h do Código Penal. Recebida a denúncia e 06/10/2010, o réu foi citado e apresentou

resposta à acusação. Ao longo da instrução processual, Tulio disse que entrou na sala de Romero

utilizando uma chave falsa e que as fotos estavam em um envelope lacrado, com o nome “Carlos

Brand o” escrito. Relatou, por fim, que nunca viu o réu praticar qualquer conduta suspeita, mas

apenas ouviu dizer que ele era um maníaco sexual. Carla Sertão, secretaria, disse que Romero, antes

de sair de férias, havia dito que ela deveria providenciar a postagem e envio de uma encomenda,

mas como não informou o destinatário e nem entregou a encomenda, nada foi feito. Joaninha, por

sua vez, negou o conteúdo do depoimento dado na fase inquisitiva e destacou que seu marido

jamais teve envolvimento com pornografia infantil. Disse, ainda, que foi coagida a dar o primeiro

depoimento pelo policial Kamel e que, inclusive, estava gravado no seu celular as ameaças

proferidas por ele naquele dia. Em seu interrogatório, Romero negou os fatos a ele imputados.

Disse, ainda, não saber qual era o conteúdo do envelope e que este fora deixado por engano em sua

mesa, pois sua sala teria, durante muito tempo, sido utilizada pelo funcionário Carlos Brandão. Haja

vista a complexidade do caso, o Ministério Público apresentou memoriais, no qual requereu a

condenação do réu, nos termos da denúncia.

Em face da situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de advogado(a) de Romero,

a peça processual, privativa de advogado, pertinente à defesa do acusado. Inclua, em seu texto, a

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

140

fundamentação legal e jurídica, explore as teses defensivas possíveis e date no último dia do prazo

para protocolo, considerando que a sua intimação tenha ocorrido no dia 25/05/2013 (sexta-feira).

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

141

- PARTE IV-

PRISÃO & LIBERDADE

Caso 10 - PEÇA - No dia 5 de maio de 2013, na cidade de Comodoro – Estado de Mato Grosso,

Tícia Hungria, disse ao seu namorado, Ricardo, que estava grávida de 07 semanas. Ricardo Marto,

brasileiro, agricultor, sugeriu que fosse praticado o aborto, pois o casal não teria condição financeira

para sustentar um filho – a sugestão foi aceita imediatamente por Tícia. Após procedimento

realizado por Ricardo, houve a interrupção da gravidez, com a morte do feto. Três dias depois,

Tícia, bastante traumatizada, foi até a delegacia mais próxima e confessou todos os fatos ocorridos.

O Delegado de plantão imediatamente se deslocou para casa de Ricardo, quando este empreendeu

fuga. Após 25 horas de ininterrupta perseguição, Ricardo foi preso em flagrante pela prática do

aborto. Como estava sozinho na delegacia, a autoridade policial lavrou o auto de prisão em

flagrante ouvindo apenas o preso. Dois dias depois da prisão, a nota de culpa foi entregue ao preso e

o auto de prisão em flagrante não foi enviado à autoridade judicial. No prazo legal, o inquérito foi

relatado e encaminhado ao Ministério Público que ainda não se manifestou. Na qualidade de

advogado de Ricardo redija a peça processual que, com exceção do habeas corpus, atenderá aos

interesses de seu cliente.

Caso 11 - PEÇA - Rodrigues Almeida Magalhães, colombiano, foi indicado com incurso no art.33

da Lei nº11.343/2006, pois vendia substância entorpecente na praça central da cidade XX. Antes de

analisar o requerimento de busca e apreensão formulado pelo delegado de polícia responsável, o

douto magistrado federal da 100a Vara Criminal da Subseção XX determinou, sem qualquer

requerimento do Ministério Público ou representação policial, a prisão do acusado, nos seguintes

termos: “Muito embora o perigo à aplicação da lei penal possa, no caso concreto, ser combatido

com o recolhimento do passaporte do denunciado, é inegável que o crime praticado traz para toda

a sociedade um mal imensurável, pois contribui para o vício de toda uma geração. Assim, para

resguardar a aplicação da lei penal e a ordem pública, faz-se necessária a decretação da prisão

preventiva do denunciado”. A ordem prisional foi devidamente cumprida.

Na qualidade de advogado de Rodrigues redija a peça processual que, com exceção do

habeas corpus, atenderá aos interesses de seu cliente.

Caso 12 - PEÇA - Lúcio, policial federal acusado de extorquir, no exercício de suas funções,

determinada quantia em dinheiro de servidor público federal, encontra-se temporariamente preso há

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

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142

15 dias, por decisão do juízo da 41.ª Vara Criminal da Comarca da Capital de Curitiba. A prisão foi

fundamentada, nos seguintes termos: “Os autos do inquérito policial autorizam a suspeita de

participação do indiciado Lúcio na prática do crime de extorsão (art. 158, caput, do CP). Dessa

forma, tendo em vista a grande comoção causada pelo crime na sociedade, assim como a

necessidade de salvaguarda da imagem do Poder Judiciário ante a opinião pública, como órgão

responsável pela política de segurança pública, fica justificada a prisão do indiciado pelo prazo

decretado de 30 dias”.

Como defensor de Lúcio redija a peça processual privativa de advogado adequada ao caso,

invocando todos os fundamentos jurídicos relevantes à situação apresentada.

Caso 13 - PEÇA - Caio, primário, servidor público estadual, residente e domiciliado na Rua Amaro,

1250, Cidade XX, foi preso em flagrante quando transportava 3kg de cocaína em seu veículo

MONZA, placa LLL-999. Após a realização do laudo de constatação da natureza e quantidade da

droga, foram colhidos os depoimentos do condutor e de duas testemunhas. Caio foi interrogado na

presença de seu pai, advogado regulamente inscrito na OAB. Foi, na mesma oportunidade, entregue

ao preso a nota de culpa. Os autos da prisão foram encaminhados no mesmo dia para o magistrado

de plantão. Como defensor de Caio redija a peça processual privativa de advogado adequada ao

caso, invocando todos os fundamentos jurídicos relevantes à situação apresentada.

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143

- PARTE V-

COMPETÊNCIA

Caso 14 - QUESTÃO - (FGV- Delegado-AP) Após surpreender Manoel Cunha mantendo relações

sexuais com sua esposa, o deputado federal Paulo Soares persegue Manoel até a cidade vizinha,

Maceió. Nessa cidade, dá três tiros em Manoel, que vem a falecer em decorrência das lesões

provocadas pela ação de Paulo. No curso do inquérito policial instaurado para apurar os fatos, o

mandato de Paulo chega ao fim e o mesmo não consegue se reeleger. Quem é competente para

julgar o caso?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Caso 15. - QUESTÃO - Ismael, servidor efetivo da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, foi

abordado, em Curitiba, durante o exercício de suas funções, por dois meliantes, que lhe subtraíram,

mediante violência, um malote contendo cartões de crédito e talonários de cheques, emitidos por

empresa financeira privada e destinados a vários clientes. Os meliantes foram presos em flagrante

em Castro. Quem é competente para julgar o caso?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Caso 16. - QUESTÃO - Carlos furtou, na cidade Curitiba , um veículo de propriedade de

Marquinhos, deputado federal. O veículo foi levado à cidade de Joinville, onde Roberto, juiz

estadual em São Paulo, sabendo que tratava-se de objeto furtado, adquiriu-o . Quem é competente

para julgar o caso?

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________________________________________________________________________________

Caso 17. - QUESTÃO - Caio e Tício, previamente ajustados, subtraem em Porto Alegre-RS três

veículos com os quais, na cidade gaúcha de Gauíba-RS, cometem um roubo a banco, atingido na

fuga um policial militar que reagiu, causando-lhe a morte. No outro dia, na cidade de São Lourenço,

abordaram um rapaz e, para subtrair o veículo que ele conduzia, mataram-no. Finalmente, semanas

após, em Camaquã, são presos em cumprimento de mandado de prisão preventiva decretada pelo

juiz estadual de São Lourenço-RS. No momento da prisão, também é lavrado o flagrante pelo porte

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

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144

de 800g de maconha, comprada com o dinheiro do roubo e destinada à venda. O flagrante é

homologado e, dez dias depois, o juiz de direito a comarca de Camaquã recebe a denúncia por

tráfico de substância entorpecente. Quem é competente para julgar o caso?

________________________________________________________________________________

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________________________________________________________________________________

Caso 18. - QUESTÃO - Marlon, prefeito da cidade de Ará, Estado Y, quebrou todas as janelas da

agência da Caixa Econômica Federal situada naquela cidade. No dia seguinte, soube que Marlene,

vereadora da oposição, havia testemunhado todo o corrido. Assim, solicitou a ajuda de Ramalho,

deputado federal da base aliada, que imediatamente aceitou ajudar o amigo, pois era importante que

Marlene ficasse calada. Ramalho, então, determinou que um dos seus capangas, Pedrão, executasse

a “surra”. Pedr o seguiu Marlene até a cidade vizinha, Lagoa, e golpeou várias vezes a vítima.

Marlene sofreu lesões que provocaram a perda da visão do seu olho esquerdo. Quem é competente

para julgar o caso?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Caso 19. - QUESTÃO - Previamente ajustados, João (policial federal) e Pedro (policial civil), em

serviço e com equipamento oficial, exigem para si determinada importância indevida de uma pessoa

que abordaram em São Paulo e, ato continuo, ameaçaram-na caso relate o ocorrido. Na continuação,

ao efetuarem outra prisão na cidade vizinha de Registro, cometem o delito de abuso de autoridade e

posteriormente matam outro detido, em Campinas, para assegurar a impunidade em relação aos

delitos anteriores.

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

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145

- PARTE VI-

RECURSOS A

Caso 20 - PEÇA- Micheli Knon foi condenada com incurso no art. 124 c/c 14, II do Código Penal a

uma pena de 8 meses de detenção, a ser cumprida, inicialmente no regime aberto. Consta nos autos,

que no dia 12 de março de 2010, foi Micheli foi internada no Hospital X, pois teria ela consumido

substancia abortiva que causou a expulsão do feto sem vida. No entanto, no dia 11 de março de

2010, Micheli havia sido submetida a uma ecografia, cujo laudo - juntado aos autos na fase do

art.422 do Código do Processo Penal - atestava que o feto estava, naquela data, morto. Publicada a

sentença, a Defesa manifestou vontade de recorrer. Como advogado de Micheli, elabore a peça

processual cabível, considerando que a intimação aconteceu 30 dias após o julgamento.

Caso 21. - PEÇA- Dioclesiano foi denunciado pela prática do crime de homicídio qualificado por

motivo fútil. O crime ocorreu no município de Palmas – PR, mas como a vítima, Aristênio, era

residente e domiciliado em Clevelândia - PR, o processo acabou tendo seu trâmite nesta comarca.

Após a pronúncia, Dioclesiano foi submetido à júri popular. No interrogatório feito durante o

julgamento, Dioclesiano ficou em silêncio. Durante os debates, o promotor de justiça disse que o

silêncio do réu nada mais era do que uma confissão, pois se ele nada devesse, ele teria contado aos

jurados a sua versão. A Defesa pediu para tal fato constar na ata. Após deliberação, os jurados

reconheceram que o crime praticado por Dioclesiano foi o de homicídio simples (art. 121, caput, do

CP). O magistrado, no entanto, considerou que o homicídio era qualificado pelo motivo fútil,

aplicando, assim, a pena de 12 anos. O réu e o seu defensor foram intimados da sentença. Como

advogado de Dioclesiano, elabore a peça processual cabível.

Caso 22. - PEÇA- João de Tal foi denunciado por latrocínio consumado, por ter, em tese, atirado em

José para subtrair-lhe R$ 200,00 (duzentos reais). Durante a instrução processual todas as

testemunhas ouvidas afirmaram que logo após o disparo (que atingiu a vítima no lado esquerdo da

face, conforme laudo de fls.), quando começou a mexer dos bolsos da vítima, João foi perseguido

pelos seguranças do Banco Caixa Forte, sendo preso em flagrante após alguns minutos. Na

sentença, o juiz entendeu por bem condenar José de Tal por tentativa de latrocínio, já que, muito

embora a vítima tenha morrido, a subtração não ocorreu no caso. Na dosimetria da pena o juiz

reconheceu a tentativa e a diminuiu a pena em 1/3, condenando João a uma pena total de 13 anos e

4 meses, e regime inicial semiaberto. Por entender que a pena de liberdade fora suficiente, não fixou

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X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

146

pena de multa. Tendo sido intimado o Ministério Público da decisão, em dia 20 de maio de 2013

(segunda-feira), o prazo recursal transcorreu in albis sem manifestação do Parquet.

Em relação ao caso narrado, você, na condição de advogado(a), é procurado pelo pai da

vítima, em 25 de maio de 2013, para habilitar‐se como assistente da acusação e impugnar a decisão.

Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso

concreto acima, redija a peça cabível, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes, datando

do último dia do prazo.

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147

- PARTE VII-

RECURSOS B

Caso 23. - PEÇA- Em festiva reunião realizada por empresários na Comarca de Irati, ULPIANO

DA SILVA PEREIRA JÚNIOR, com residência em de Curitiba, teria ofendido a dignidade e a

honra de MODESTINO MORAS CAVALCANTE, eis que relatava aos presentes, mesmo ciente da

falsidade das informações, que MODESTINO, além de ser um estelionatário, havia furtado seu

celular na semana passada. Por tais fatos, MODESTINO, por intermédio de advogado, ajuizou no

Foro Central de Curitiba-PR queixa-crime contra ULPIANO, por infração aos artigos 138, 140 e 69

do Código Penal. A ação foi distribuída e rejeitada pelo magistrado da 1ª Vara Criminal da Capital,

pois: 1. não era ele competente para processar e julgar fatos ocorridos na Comarca de Irati, nos

termos do art.70 caput do Código de Processo Penal. 2. havia carência de ação, pela impossibilidade

jurídica do pedido. As partes foram intimadas da decisão.

Caso 24. - PEÇA- Felício da Silva foi denunciado em incurso no art. 121, §2º, III (meio cruel) do

CP. No interrogatório, o denunciado afirmou que o único golpe com uma barra de ferro (laudo de

apreensão de fls) aplicado teria sido dirigido às costas da vitima, que, em razão desta ter se

movimentado, acabou sendo atingida na parte posterior da cabeça (nuca), sofrendo um traumatismo

craniano – causa da morte, conforme laudo de fls. O advogado apresentou resposta à acusação e

arrolou testemunhas, mas na oitiva de daquela que fora testemunha ocular dos fatos retratados na

inicial, este advogado faltou, não tendo o juiz nomeado um ad hoc para o acompanhamento do ato

processual. Não obstante os argumentos trazidos pela Defesa em seus memoriais, o juiz, acolhendo

o pedido do agente ministerial, pronunciou o acusado, dando-o como incurso no crime classificado

na denúncia.

Caso 25. - PEÇA- Armandinho, primário, foi preso em flagrante em Curitiba, pois transportava em

sua camionete Pônei Turbo 4.1 setenta quilos de maconha. Após 1 ano sem conseguir a liberdade,

Armandinho foi condenado por sentença transitada em julgado em incurso no art.33 da Lei

nº11.343/2006 a uma pena de 5 anos de reclusão a serem cumpridos em regime inicialmente

fechado. Após 1 ano e 2 meses do início da pena, o advogado de Armandinho requereu a progressão

para o regime semi-aberto, já que o apenado sempre ostentou bom comportamento carcerário. O

magistrado da 1a vara competente, negou o pedido nos seguintes termos: “Nego o pedido, já que o

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148

requerente não preenche todos os requisitos do benefício. Intime-se”. Como advogado constituído

de Armandinho elabore a peça processual cabível.

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149

- PARTE VIII-

RECURSOS C

Caso 26. - PEÇA- Carlos Oliveira foi denunciado e condenado em incurso no art.355 do Código

Penal a uma pena 1 ano e 2 meses de detenção, a ser cumprida em regime aberto. Intimado da

sentença, o réu recorreu da condenação, sob os fundamentos de que as provas colhidas na fase

inquisitiva eram todas nulas, já que obtidas por interceptação telefônica, e de que não houve dolo na

conduta. O recurso foi conhecido, mas julgado improcedente, por maioria dos votos. O voto

divergente foi no sentido de dar provimento à tese de nulidade do processo, já que todas as provas

derivaram da interceptação telefônica decretada pelo magistrado competente para apurar a prática

da conduta tipificada no art.355 do Código Penal. Negou, no entanto, provimento às demais teses da

defesa. Você, como advogado de Carlos, foi intimado do acórdão proferido pela 44a Câmara

Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Elabore a peça processual pertinente.

Caso 27. - PEÇA- Romero Alberto teve contra si decretada prisão preventiva pelo juiz da 41.ª Vara

Criminal da Comarca da Capital do Rio de Janeiro. Impetrado habeas corpus para o tribunal

competente, requerendo-se a concessão da ordem para que o paciente fosse libertado, foi a ordem

denegada por ac rd o assim ementado: “PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA.

GRAVIDADE ABSTRATA DO DELITO SUFICIENTE PARA ENSEJAR A MEDIDA CAUTELAR. PELA

DENEGAÇÃO.

1. A prisão preventiva é medida excepcional que, dentre outras funções, visa a preservação da

tranquilidade da sociedade. Assim, a prática de delito com pena tão elevada (art.157§3º do CP)

torna necessária a prisão cautelar do paciente. Pela denegação da ordem. Publique-se”. Na

qualidade do advogado, elabore a peça processual cabível, considerando que a intimação do

acórdão aconteceu no dia 03/06/2013 (segunda-feira).

Caso 28. - PEÇA- Carolina Halibin, foi denunciada em incurso no art.299, pois teria, ao concluir o

curso de Engenharia, inserido à caneta em seu diploma, mesmo ciente da não veracidade dos dados,

declaração de ter sido ela aprovada com a nota 1000 mil na disciplina de Cálculo Numérico. Ao

longo do processo, as testemunhas ouvidas afirmaram que tudo não passou de uma brincadeira.

Carolina, em seu interrogatório, disse que fez aquelas anota ões em seu diploma, para tirar “sarro”

de suas colegas. Manifestadas as partes, a denúncia foi julgada procedente e Carolina foi condenada

a uma pena de liberdade de 1 ano de reclusão a ser cumprida em regime aberto e multa fixada em

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

150

10 dias-multa, no valor de 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo cada. A pena privativa de

liberdade foi substituída por uma pena restritiva de direitos. A Defesa, então, recorreu da sentença,

alegando que a conduta era atípica, por falta de um dos elementos subjetivos do tipo. O recurso, por

sua vez, foi julgado nos seguintes termos: “DECISÃO: ACORDAM os integrantes da 44a Câmara

Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, à unanimidade de votos, em negar provimento

ao recurso interposto por Carolina Halibin. EMENTA: FALSIDADE IDEOLÓGICA. COMPROVAÇÃO DO

DOLO. TIPICIDADE CONFIGURADA. 1. Para configurar a tipicidade, é necessária a comprovação do

elemento subjetivo que, no tipo do art.299 do Código Penal Brasileiro, é composto apenas e tão

somente pelo dolo; 2. Consta nos autos que a recorrente confessou ter inserido declarações falsas

em seu diploma, ou seja, agiu com vontade consciente – configurando, assim, o necessário dolo e,

por conseguinte, a tipicidade da conduta praticada. Recurso conhecido e improvido. Publique-se”. A

defesa foi intimada da decisão. Como advogado da acusada elabore a peça processual pertinente.

Caso 29. - QUESTÃO - François Du Pont foi denunciado em incurso no art.121, §2º, II do Código

Penal. Ao longo do processo, todas as testemunhas afirmaram que ele apenas reagiu às agressões da

vitima, Sérgio Converd, que o atacou com um canivete automático (laudo da arma, fls). Foi dito

pelas testemunhas, ainda, que o réu aplicou um único golpe com um pedaço de pau na cabeça da

vítima e fugiu. Em audiência, as partes apresentaram suas alegações. O magistrado, então,

pronunciou o réu pelo art.121 do CP, pois entendeu que os motivos do crime não foram

irrelevantes. Publicada a decisão no dia 18/11/2011 (sexta-feira), a Defesa dela recorreu no dia

25/11/2011. A Defesa foi intimada da seguinte decis o: “Nego admissibilidade ao recuso interposto

pela defesa, pois: 1. é ele intempestivo, já que o último dia do prazo foi no dia 23/11/2011; 2. Não

há interesse recursal, na medida em que foi desclassificado o delito imputado na denúncia para um

de mais baixa lesividade e de pena menor; Intime-se”. Qual é a peça cabível? Quais são as teses

jurídicas defensáveis?

1. PEÇA:____________________________________________FUNDAMENTO LEGAL: ___________

2. TESES JURÍDICAS:

a.______________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

b.______________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

É preciso de peça de interposição? ( )SIM ( )NÃO É preciso de peça de interposição? ( )SIM ( )NÃO

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

151

- PARTE IX-

AÇÕES DE IMPUGNAÇÃO AUTÔNOMAS

Caso 30. - PEÇA- Robertinho, brasileiro, casado, nascido no dia 6 de julho de 1979, foi denunciado

com incurso nos artigos 121,§2º, inciso III, e 14, inciso II, do Código Penal, pois teria, no dia 5 de

julho de 2000, com a intenção de causar a morte da vítima, inserido substância tóxica na bebida de

Val. Os laudos periciais realizados na fase inquisitiva concluíram que Val não sofreu qualquer

consequência pela ingestão da substância, já que esta era totalmente inofensiva. Dias depois do

ocorrido, Val, antes mesmo de ter se manifestado nos autos, faleceu em um acidente de trânsito e

nenhum de seus parentes foi localizado. Recebida a denúncia no dia 16 de janeiro de 2012, o réu foi

citado e apresentou resposta à acusação. O magistrado da 1a Vara do Tribunal Júri da Comarca X,

fundamentadamente, não acatou nenhuma das teses de defesa e designou a audiência de instrução e

julgamento para o dia 12/10/2013. Como advogado do réu, elabore a peça processual cabível para a

defesa dos interesses de Robertinho.

Caso 31. - PEÇA- José Antunes, funcionário do Banco do Brasil, moveu ação contra o banco, em

razão de descontos ilegais efetuados pela instituição em sua folha de pagamento, no valor de R$

1.500,00 (mil e quinhentos reais). A ação foi julgada procedente. A sentença transitou em julgado

no dia 10 de março de 2009. Já na fase de execução, após dois meses, no dia 11 de maio do mesmo

ano, José, em virtude de sua atividade no Banco do Brasil, recebera a quantia de R$ 2.500,00 (dois

mil e quinhentos reais) para o pagamento de serviços de manutenção do prédio onde o banco estava

instalado. Em posse do numerário, resolveu ficar com parte do dinheiro, no valor exato de seu

crédito, R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais), utilizando o restante, R$ 1.000,00 (mil reais), para

parcial pagamento dos referidos serviços. Em 15 de junho de 2010, José foi denunciado como

incurso no artigo 312, “caput”, do C digo Penal. A denúncia, ap s resposta apresentada pela defesa,

foi recebida em 20 de julho de 2010. Na instrução criminal, foram ouvidos funcionários do banco

que confirmaram o fato. José também confirmou o fato, dizendo, contudo, que somente queria

receber seu crédito para cobrir despesas pessoais e familiares. Apresentadas as alegações finais, o

MM. Juiz Federal da 1a Vara Criminal da Subseção X condenou José pelo crime de peculato,

fixando a pena privativa de liberdade em 2 (dois) anos de reclusão, a ser cumprida em regime

aberto, e a de multa em 10 dias-multa, no valor de 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo cada. A

pena privativa de liberdade foi substituída por duas penas restritivas de direitos. Não houve

fundamentação na fixação da pena. As partes, Ministério Público e acusado, não apelaram. A

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

152

decisão transitou em julgado no dia 08 de fevereiro de 2013. Intimado para o cumprimento das

penas, José procurou um novo advogado para examinar sua situação e saber o que poderia ser feito.

Como advogado de José, redija a peça processual mais adequada à sua defesa

Caso 32. - QUESTÃO - Romão foi denunciado pela prática do art.33 da Lei nº11/343/2006. O

magistrado, então, determinou a notificação do denunciado para apresentar PEÇA 1. Após o devido

processamento do caso penal, foi Romão condenado, nos termos da denúncia.. Na sentença, no

entanto, o magistrado deixou de apreciar uma das teses da defesa. Após o julgamento da PEÇA2, foi

suprida a omissão, mas foi mantida a condenação. A defesa, então, interpôs PEÇA3, pleiteando a

nulidade da sentença por insuficiência de fundamentação e por não ter sido respeitado a necessária

correlação entre a denúncia e a sentença. Requereu, ainda, a absolvição, haja vista a insignificância

da conduta praticada, e, no caso de ser mantida a condenação, foi requerida a reforma da decisão

para a fixação da pena no mínimo legal. O juiz a quo negou admissibilidade do recurso interposto.

A Defesa, então, interpôs PEÇA4. Quando do julgamento do recurso, a 44a Câmara Criminal

manteve a condenação. O desembargador X, no entanto, votou no sentido de ser acatada a tese de

fixação da pena no mínimo legal, negando provimento às demais teses. Publicado o acórdão, a

Defesa interpôs o PEÇA5, recurso este julgado improcedente. Transitado em julgado a condenação,

e apos cumprir parte da pena, Romão requereu livramento condicional, requerimento este negado

pelo magistrado competente. A Defesa, então, interpôs PEÇA6. Diante do caso narrado, identifique

cada uma das peças abaixo relacionados:

PEÇA 1- ______________________________________________________Prazo _____________.

PEÇA 2- ______________________________________________________Prazo _____________.

PEÇA 3- ______________________________________________________Prazo _____________.

PEÇA 4- ______________________________________________________Prazo _____________.

PEÇA 5- ______________________________________________________Prazo _____________.

PEÇA 6- ______________________________________________________Prazo _____________.

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- PARTE X-

PRINCÍPIOS

Caso 33. - QUESTÃO - Pedro Almeida foi preso em flagrante no dia 03/03/04 com 4 KG de cocaína.

Foi condenado, após o devido processo legal, a 7 anos de reclusão em regime fechado. Terá ele

direito à progressão de regime?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Caso 34. - QUESTÃO - ROMEU, MARIA, KATIA e MARCOS associaram-se com o fim de

explorar em diversos municípios do Estado do Paraná jogo de azar. Eles poderão ser condenados

pelo art. 288 do CP?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Caso 35. - QUESTÃO - Patrícia foi denunciada em incurso no art.124 do CP, pois teria

voluntariamente provocado a morte do feto. Ao longo da instrução processual, foi juntado aos autos

filmagens que provaram que Patrícia, na verdade, matou seu filho logo após o parto. Após a

apresentação dos memoriais, o magistrado pronunciou Patrícia em incurso no art.123 (Infanticídio).

Como advogado de Patrícia, aponte qual é a peça e a tese jurídica para a defesa de seus interesses.

1. PEÇA: ___________________________________________ FUNDAMENTO LEGAL: ___________

2. TESES JURÍDICAS: _______________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

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- PARTE XI-

TEORIA DO CRIME A

Caso 36. - QUESTÃO - (OAB UN. 2.2010) Pedro, almejando a morte de José, contra ele efetua

disparo de arma de fogo, acertando-o na região toráxica. José vem a falecer, entretanto, não em

razão do disparo recebido, mas porque, com intenção suicida, havia ingerido dose letal de veneno

momentos antes de sofrer a agressão, o que foi comprovado durante instrução processual. Ainda

assim, Pedro foi pronunciado nos termos do previsto no artigo 121, caput, do Código Penal. Na

condição de Advogado de Pedro:

I. indique o recurso cabível;

II. o prazo de interposição;

III. a argumentação visando à melhoria da situação jurídica do defendido.

Indique, ainda, para todas as respostas, os respectivos dispositivos legais.

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Caso 37. - QUESTÃO - o o, com inten o de matar, efetua vários disparos de arma de fogo contra

Ant nio, seu desafeto. erido, Ant nio é internado em um hospital, no qual vem a falecer, n o em

raz o dos ferimentos, mas queimado em um inc ndio que destr i a enfermaria em que se

encontrava. João praticou algum crime? Qual?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Caso 38. - QUESTÃO - Tício, com a intenção de causar a morte de seu desafeto, coloca veneno da

comida de Mévio. Antes do veneno ter produzido qualquer efeito, o navio no qual estavam os dois

explodiu matando todos os passageiros. Tício foi o único sobrevivente. Ticio praticou algum

crime? Qual?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

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Caso 39. - QUESTÃO - (VII – EOAB/Unificado) Larissa, senhora aposentada de 60 anos, estava na

rodoviária de sua cidade quando foi abordada por um jovem simpático e bem vestido. O jovem

pediu-lhe que levasse para a cidade de destino uma caixa de medicamentos para um primo, que

padecia de grave enfermidade. Inocente, e seguindo seus preceitos religiosos, a Sra. Larissa atende

ao rapaz: pega a caixa, entra no ônibus e segue viagem. Chegando ao local da entrega, a senhora e

abordada por policiais que, ao abrirem a caixa de remédios, verificam a existência de 250 gramas de

cocaína em seu interior. Atualmente, Larissa esta sendo processada pelo crime de trafico de

entorpecente, previsto no art. 33 da lei n. 11.343, de 23 de agosto de 2006. Considerando a situação

descrita e empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente,

responda: qual a tese defensiva aplicável a Larissa?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Caso 40. - QUESTÃO - (FGV - VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO/3.2011) Carlos Alberto,

jovem recém-formado em Economia, foi contratado em janeiro de 2009 pela ABC Investimentos

S.A., pessoa jurídica de direito privado que tem como atividade principal a captação de recursos

financeiros de terceiros para aplicar no mercado de valores mobiliários, com a função de assistente

direto do presidente da companhia, Augusto César. No primeiro mês de trabalho, Carlos Alberto foi

informado de que sua função principal seria elaborar relatórios e portfólios da companhia a serem

endereçados aos acionistas com o fim de informá-los acerca da situação financeira da ABC. Para

tanto, Carlos Alberto baseava-se, exclusivamente, nos dados financeiros a ele fornecidos pelo

presidente Augusto César. Em agosto de 2010, foi apurado, em auditoria contábil realizada nas

finanças da ABC, que as informações mensalmente enviadas por Carlos Alberto aos acionistas da

companhia eram falsas, haja vista que os relatórios alteravam a realidade sobre as finanças da

companhia, sonegando informações capazes de revelar que a ABC estava em situação financeira

periclitante.

Considerando-se a situação acima descrita, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos

jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.

a) É possível identificar qualquer responsabilidade penal de Augusto César? Se sim, qual(is)

seria(m) a(s) conduta(s) típica(s) a ele atribuída(s)?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

NÚCLEO PREPARATÓRIO DE EXAME DE ORDEM

X Exame de Ordem Unificado - 2ª Fase Penal

156

b) Caso Carlos Alberto fosse denunciado por qualquer crime praticado no exercício das suas

funções enquanto assistente da presidência da ABC, que argumentos a defesa poderia apresentar

para o caso?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Caso 41. - QUESTÃO - Consta do incluso procedimento investigatório que JUCA PIRILO dirigiu-

se à humilde residência de A. B. C., menor com 13 anos de idade, e com ela praticou conjunção

carnal. Foi, então, surpreendido pelo irmão de A. B. C., que começou a gritar acordando a mãe que

dormia no quarto ao lado, acionando, imediatamente, a autoridade policial. Ali chegando os

policiais não lograram êxito em efetuar a prisão em flagrante-delito. Da análise dos autos pode-se

observar que no interrogatório inquisitorial e em juízo JUCA PIRILO afirma que A.B.C., moça alta,

bonita e de compleição física madura, havia lhe afirmado que estava fazendo cursinho preparatório

para o vestibular. Estas declarações são reforçadas por duas testemunhas que afirmaram que A. B.

C. tinha até uma carteirinha de estudante do cursinho. Praticou Juca algum crime?

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Caso 42. - QUESTÃO - TOBIAS aceitou entregar um pacote com 5kg de maconha. No meio do

trajeto foi ele parado em uma barreira policial e verificou-se que estava ele transportando, na

realidade, 5kg de cocaína. TOBIAS foi preso em flagrante. Praticou TOBIAS algum crime?

Qual?

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________________________________________________________________________________

Caso 43. - QUESTÃO - Themis, grávida de 8 meses, ingere substância abortiva, supondo que estava

tomando um calmante, o que causou a morte do feto. Praticou THEMIS algum crime? Qual?

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Caso 44. - QUESTÃO - Carla foi violentada por diversas vezes por Pedro. Breno, pai de Carla,

alguns dias após a identificação do criminoso e totalmente transtornado com o ocorrido, ficou

escondido em uma árvore, esperando Pedro passar. Quando esse chegou, Breno mirou na cabeça da

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vítima e efetuou um disparo certeiro. Para sua surpresa e tristeza, no entanto, a pessoa atingida não

era Pedro, mas sim Paulo, seu próprio pai. O Ministério Público, na fase dos memoriais, requereu a

condena o de Breno em incurso no art.121 §2º, IV, c/c 61, II, “e” do CP. Quais s o as teses

defensivas cabíveis?

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Caso 45. - QUESTÃO - Osvaldo, desejando matar, disparou seu rev lver contra Arnaldo, que, em

raz o do susto, desmaiou. Osvaldo, acreditando piamente que Arnaldo estava morto, colocou-o em

uma cova rasa que já havia cavado, enterrando-o, vindo a vítima a efetivamente morrer, em face da

asfixia. Osvaldo praticou algum crime? Fundamente sua resposta

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Caso 46. - QUESTÃO - João teve seu carro roubado em Curitiba. Dias depois, Antunes, policial

militar, entrou em contado e lhe comunicou que o carro havia sido apreendido em uma operação

realizada em Foz do Iguaçu. No mesmo dia João foi até Foz do Iguaçu para buscar o veículo. Em

posse do bem, João voltou para Curitiba, quando foi parado pela Polícia Rodoviária Federal, em

operação de rotina. Foi achado, então, 10 Kg de cocaína, dentro da lataria do veículo. João foi preso

em flagrante. Ao longo da investigação, concluiu-se que Antunes havia colocado a droga na lataria

para fazer com que João a transportasse para a cidade de Curitiba. Praticou JOÃO algum crime?

Qual?

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Caso 47. - QUESTÃO - (OAB UN. 2.2010) Aurélio, tentando defender-se da agressão a faca

perpetrada por Berilo, saca de seu revólver e efetua um disparo contra o agressor. Entretanto, o

disparo efetuado por Aurélio ao invés de acertar Berilo, atinge Cornélio, que se encontrava muito

próximo de Berilo. Em consequência do tiro, Cornélio vem a falecer. Aurélio é acusado de

homicídio. Na qualidade de advogado de Aurélio indique a tese de defesa que melhor se adequa

ao fato. Justifique sua resposta.

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Caso 48. - QUESTÃO - Pedro, pessoa de pouca cultura, supondo que a eutanásia é permitida, mata

Kátia, pessoa gravemente enferma, a seu pedido, para livrá-la de mal incurável.

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Caso 49. - QUESTÃO - (FGV- IX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/ADAPTADA) Jaime,

brasileiro, passou a morar em um país estrangeiro no ano de 1999. Assim como seu falecido pai,

Jaime tinha por hábito sempre levar consigo acessórios de arma de fogo, o que não era proibido,

levando-se em conta a legislação vigente à época, a saber, a Lei n. 9.437/97. Tal hábito foi mantido

no país estrangeiro que, em sua legislação, não vedava a conduta. Todavia, em 2012, Jaime resolve

vir de férias ao Brasil. Além de matar as saudades dos familiares, Jaime também queria apresentar o

país aos seus dois filhos, ambos nascidos no estrangeiro. Ocorre que, dois dias após sua chegada,

Jaime foi preso em flagrante por portar ilegalmente acessório de arma de fogo, conduta descrita no

Art. 14 da Lei n. 10.826/2003, verbis: “Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em dep sito,

transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou

ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com

determina o legal ou regulamentar”. Qual é a tese de defesa ?

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- PARTE XII-

TEORIA DO CRIME B

Caso 50. - QUESTÃO - (FGV- VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO/3.2011) Ao chegar a um bar,

Caio encontra Tício, um antigo desafeto que, certa vez, o havia ameaçado de morte. Após ingerir

meio litro de uísque para tentar criar coragem de abordar Tício, Caio partiu em sua direção com a

intenção de cumprimentá-lo. Ao aproximar-se de Tício, Caio observou que seu desafeto bruscamente

pôs a mão por debaixo da camisa, momento em que achou que Tício estava prestes a sacar uma arma

de fogo para vitimá-lo. Em razão disso, Caio imediatamente muniu-se de uma faca que estava sobre o

balcão do bar e desferiu um golpe no abdome de Tício, o qual veio a falecer. Após análise do local

por peritos do Instituto de Criminalística da Polícia Civil, descobriu-se que Tício estava tentando

apenas pegar o maço de cigarros que estava no cós de sua calça.

Considerando a situação acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos

apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.

a) Levando-se em conta apenas os dados do enunciado, Caio praticou crime? Em caso positivo,

qual? Em caso negativo, por que razão?

b) Supondo que, nesse caso, Caio tivesse desferido 35 golpes na barriga de Tício, como deveria ser

analisada a sua conduta sob a ótica do Direito Penal?

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Caso 51. - QUESTÃO - (FGV – IX EO Unificado) Wilson, extremamente embriagado, discute com

seu amigo Junior na calçada de um bar já vazio pelo avançado da hora. A discussão torna-se

acalorada e, com intenção de matar, Wilson desfere quinze facadas em Junior, todas na altura do

abdômen. Todavia, ao ver o amigo gritando de dor e esvaindo-se em sangue, Wilson, desesperado,

pega um taxi para levar Junior ao hospital. Lá chegando, o socorro é eficiente e Junior consegue

recuperar-se das graves lesões sofridas. Analise o caso narrado e, com base apenas nas informações

dadas, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir.

A) É cabível responsabilizar Wilson por tentativa de homicídio? (Valor: 0,65)

B) Caso Junior, mesmo tendo sido socorrido, não se recuperasse das lesões e viesse a falecer no dia

seguinte aos fatos, qual seria a responsabilidade jurídico-penal de Wilson? (Valor: 0,60)

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Caso 52. - QUESTÃO - (FGV - VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO/3.2011) Hugo é inimigo de

longa data de José e há muitos anos deseja matá-lo. Para conseguir seu intento, Hugo induz o

próprio José a matar Luiz, afirmando falsamente que Luiz estava se insinuando para a esposa de

José. Ocorre que Hugo sabia que Luiz é pessoa de pouca paciência e que sempre anda armado.

Cego de ódio, José espera Luiz sair do trabalho e, ao vê-lo, corre em direção dele com um facão em

punho, mirando na altura da cabeça. Luiz, assustado e sem saber o motivo daquela injusta agressão,

rapidamente saca sua arma e atira justamente no coração de José, que morre instantaneamente.

Instaurado inquérito policial para apurar as circunstâncias da morte de José, ao final das

investigações, o Ministério Público formou sua opinio no seguinte sentido: Luiz deve responder

pelo excesso doloso em sua conduta, ou seja, deve responder por homicídio doloso; Hugo por sua

vez, deve responder como partícipe de tal homicídio. A denúncia foi oferecida e recebida.

Considerando que você é o advogado de Hugo e Luiz, responda:

a) Qual peça deverá ser oferecida, em que prazo e endereçada a quem? (Valor: 0,3)

b) Qual a tese defensiva aplicável a Luiz? (Valor: 0,5)

c) Qual a tese defensiva aplicável a Hugo? (Valor: 0,2)

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Caso 53. - QUESTÃO - (FGV – IX EO Unificado) Raimundo, já de posse de veículo automotor

furtado de concessionária, percebe que não tem onde guardá-lo antes de vendê-lo para a pessoa que

o encomendara. Assim, resolve ligar para um grande amigo seu, Henrique, e após contar toda sua

empreitada, pede-lhe que ceda a garagem de sua casa para que possa guardar o veículo, ao menos

por aquela noite. Como Henrique aceita ajudá-lo, Raimundo estaciona o carro na casa do amigo. Ao

raiar do dia, Raimundo parte com o veículo, que seria levado para o comprador. Considerando as

informações contidas no texto responda, justificadamente, aos itens a seguir.

A) Raimundo e Henrique agiram em concurso de agentes? (Valor: 0,75)

B) Qual o delito praticado por Henrique? (Valor: 0,50)

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- PARTE XIII-

PRESCRIÇÃO

Caso 54. - QUESTÃO - Pereira, nascido em 02/02/1984, foi denunciado em incurso no art. 157 do

Código Penal, pois fora ele que, em tese, no dia 3/03/2004, subtraiu mediante grave ameaça o

veículo de Joaquim. Foi ele denunciado no dia 05/02/2012 e a acusação foi recebida pelo Juiz da 1ª

Vara Criminal em 17/03/2012. No dia 21/03/2012, ele foi citado. Qual é a tese de defesa?

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Caso 55. - QUESTÃO - Carlos foi denunciado em incurso no art.213 do Código Penal. A denúncia

foi recebida pelo Juiz da 2ª Vara Criminal em 20/08/1999. Após a instrução processual, Carlos foi,

em 01/02/2012, condenado a 6 anos de reclusão. A sentença transitou em julgado para acusação. No

dia 24/03/2012, ele foi intimado da sentença condenatória. Qual é a tese de defesa?

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Caso 56. - QUESTÃO - Katia foi denunciada em incurso no art. 155 do Código Penal, pois fora ela

que, no dia 20/08/1998, subtraiu celular de Rodolf. A denúncia foi recebida pelo Juiz da 1ª Vara

Criminal em 20/08/1999 Após a instrução processual, Katia foi, em 20/08/2000, condenada a 3

ANOS DE DETENÇÃO. A sentença transitou em julgado para acusação. A apelação interposta

pela defesa foi julgada improcedente. O acórdão foi publicado em 20/08/2009. Qual é a tese de

defesa?

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Caso 57. - QUESTÃO - Ramon, nascido no dia 25/03/1941, foi denunciado em incurso no art.155 c/c

art.71 do Código Penal. A denúncia foi recebida no 23/03/2010. No dia 27/04/2011, foi publicada

sentença que condenou Ramon a uma pena de 4 anos. Apenas a Defesa recorreu e no dia

10/12/2011, o Tribunal de Justiça anulou a r.sentença, haja vista a existência de diversos vícios

existentes no ato. Em 29/03/2012, foi proferira nova sentença que condenou Ramon a uma pena de

1 ANOS E 9 MESES, acrescido de 4 meses, pela continuidade delitiva, totalizando 2 ANOS 2

MESES DE DETENÇÃO. Apenas a Defesa recorreu da decisão. Qual é a tese de defesa?

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QUESTÃO - Kátia foi condenada a 7 anos de reclusão, pela prática da conduta descrita no art.158 do

CP. A sentença transitou em julgado em 18/07/1998. Depois de um ano, iniciou a execução da pena.

Após cumprir 4 anos de pena, Kátia, no dia 25/10/2003, fugiu do estabelecimento prisional e só foi

recapturada em 30/10/2011. Qual é a tese de defesa?

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Caso 59. - QUESTÃO - (FGV – VIII EO Unificado) João foi denunciado pela prática do delito

previsto no art. 299 caput e parágrafo único do Código Penal. A inicial acusatória foi recebida em

30/10/2000 e o processo teve seu curso normal. A sentença penal, publicada em 29/07/2005,

condenou o réu à pena de 01 (um) ano, 11 (onze) meses e 10 (dez) dias de reclusão, em regime

semi-aberto, mais pagamento de 16 (dezesseis) dias-multa. Irresignada, somente a defesa interpôs

apelação. Todavia, o Egrégio Tribunal de Justiça negou provimento ao apelo, ao argumento de que

não haveria que se falar em extinção da punibilidade pela prescrição, haja vista o fato de que o réu

era reincidente, circunstância devidamente comprovada mediante certidão cartorária juntada aos

autos. Nesse sentido, considerando apenas os dados narrados no enunciado, responda aos itens a

seguir.

A) Está extinta a punibilidade do réu pela prescrição? Em caso positivo, indique a espécie; em caso

negativo, indique o motivo. (Valor: 0,75)

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B) O disposto no art. 110 caput do CP é aplicável ao caso narrado? (Valor: 0,50)

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