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Page 1: Bollywood brasil ed 4
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Bollywood Brasil

Expediente:Editor-chefe: André Ricardo

Redação: André Ricardo, Claudia Rabelo Lopes, Feliz Luz, Fernanda Beltrand, Juily Manghirmalani, Rosely Toledo e Tiago Ursulino

Edição e revisão: Tiago UrsulinoDiagramação: Aline Moreira, Dayna Disha Malani e Juily Manghirmalani

Publicidade: Themis NascimentoDivulgação: Shadia Fernanda

Contato:Redação: [email protected]

Divulgação: [email protected]

Anúncios/patrocínio: [email protected]

E aqui estamos com mais uma edição da Bollywood Brasil. E esta é uma edição especial, comemorando os 40 anos de carreira de Aamir Khan. Como a edição é especial, trazemos uma entrevista exclusiva do astro, com um link para o vídeo de Aamir respondendo às nossas perguntas. Temos ainda uma matéria especial contando um pouco da carreira do ator e a crítica de um dos mais importantes filmes da história do cinema indiano, 3 Idiotas.Claro que temos muito mais! Continuamos a cobrir Bollywood em Cannes, trazemos uma matéria contando mais um pouco sobre a ioga, a agenda de estreias dos principais filmes indianos e as notícias do mês. Tudo isso com muito carinho e dedicação de nossa equipe.

Esperamos que gostem!

Equipe da Bollywood Filmes

Page 3: Bollywood brasil ed 4

pág. 3 - 4 Entrevista com: Aamir Khan

pág. 5Enquete!

pág. 5 - 7Matéria da Capa: 40 anos de carreira de Aamir Khan

pág. 8 - 9Cultura Indiana:

Ioga

pág. 9 - 10A Índia vai a Cannes - parte 2!

pág. 11Notícias do Mês

pág. 12 - 13Crítica: 3 Idiotas

pág. 14 - 15Agenda de Estreias

Page 4: Bollywood brasil ed 4

ENTREVISTAcom Aamir Khan

Aamir Khan , o senhor perfeccionista, está completan-

do 40 anos de carreira. Durante este período, ele já foi galã,

vilão, se transvestiu e até foi um idiota. Ele é considerado um

dos mais ecléticos atores de Bollywood e também está bas-

tante envolvido com causas sociais. Mesmo com uma agenda

cheia, entre as gravações da superprodução Dhoom 3, ele en-

controu tempo para uma entrevista rápida. Ele fala de sua car-

reira, do novo filme, revela que não se dava muito bem com a

atriz Kajol e finaliza falando sobre sua vontade de conhecer o

Brasil e que um dos seus filmes favoritos é brasileiro. Confira

a entrevista.

por André Ricardo

Page 5: Bollywood brasil ed 4

...Como foi trabalhar com Kajol em Fanaa (2006). Você já havia trabalhado com ela antes?

Foi muito divertido trabalhar com Kajol. Antes de Fanaa, nós já havíamos trabalhados juntos, no filme

Ishq (1997), mas naquela ocasião eu não gostei nem um pouco de trabalhar com ela. Essa é a mais pura ver-

dade. Então eu estava apreensivo em trabalhar com Kajol novamente.

Eu acho que ela é um atriz fantástica e muito bonita, mas de alguma forma, nós nunca nos demos muito bem,

mas aí veio Fanaa. Eu lembro-me de dizer aos produtores “Eu acho que ela é a atriz perfeita para esta person-

agem, mas se ela atuar no filme, eu não participarei!” Teriam que escolher entre um de nós dois. Mas depois

eu entendi que realmente ela era a pessoa correta para este filme. Então eu disse ao diretor, aos produtores e

a mim mesmo. “Ok, eu vou tolerá-la porque eu acho que ela é essencial para o filme”. Foi assim que iniciei os

trabalhos neste projeto.

Mas eu tive de admitir que eu gostei muito de trabalhar com ela. Foi muito divertido atuarmos juntos.

Na verdade, eu tenho saudades de atuar com ela, pois após Fanaa não tive a oportunidade de trabalhar com

Kajol novamente. Ela é uma atriz maravilhosa. É muito bom fazer uma cena com ela, pois ela é muito instintiva.

Eu não gosto de atuar sozinho, gosto de atuar com outros atores. Muito de minha própria performance depende

dos atores que estão atuando comigo.

...Como é ser uma das maiores estrelas de Bolly-

wood? Como você lida com a adoração do público?

Bem, normalmente eu sou bastante enver-

gonhado em público. Então não acho que eu lido

muito bem com o sucesso. Estou muito feliz porque

as pessoas gostaram tanto dos meus trabalhos. Es-

... Filmes indianos normalmente tem muitas canções.

Além de atuar, você também gosta de cantar?

Eu gosto de cantar, mas eu acho que eu não can-

to muito bem. Nos filmes há cantores de playback que

cantam pelos atores. Em toda minha carreira de mais de

duas décadas, eu mesmo cantei em somente uma música em um filme (Ghulam, de 1998). Tenho de admitir

que foi um grande sucesso. O público amou essa música. O público indiano achou que eu também canto bem,

mas eu não canto! (pausa)

Eu só cantei uma música e felizmente ela ficou muito boa. Mas sim eu adoro cantar, mas eu gostaria

de poder cantar melhor (risos).

tou muito agradecido pelo sucesso que eu consegui e estou muito feliz que meu trabalho tenha sido tão apre-

ciado pelo público, que gostaram de meus filmes. Isso me dá uma imensa alegria.

Também tive muita sorte de trabalhar com pessoas tão talentosas. Esses filmes acabaram por se tornar

um sucesso devido ao trabalho de equipe. Para produzir um filme, o trabalho em equipe é essencial. Tive muita

sorte de trabalhar com diretores muito talentosos. Eu agradeço bastante pelo sucesso que alcancei até agora.

Estou bastante feliz mesmo, por ter tido a possibilidade de trabalhar com algo que eu gosto de fazer.

“Muito de minha própria performance depende dos atores que estão atuando

comigo.”

“Para produzir um filme, o trabalho em equipe é

essencial.”

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Page 6: Bollywood brasil ed 4

... Sabemos que você fará um vilão em Dhoom 3. Você

pode contar ao público brasileiro sobre seu novo person-

agem?

Nós estamos filmando para Dhoom 3 neste exato mo-

mento. Eu estou com a roupa de meu personagem em Dhoom

3. Estamos filmando em Chicago (EUA) e eu estou dando

esta entrevista em minha van, enquanto a equipe está fil-

mando perseguições nas ruas. Dhoom 3 é um filme de ação

e aventura. Eu amei o roteiro, que é maravilhoso. Está sendo

muito divertido trabalhar com o diretor. O filme é sobre uma

grande história de ação e drama, bastante divertido e com

grandes cenas de ação. Ele está sendo bastante bem produ-

zido. Eu estou adorando fazê-lo e eu aguado ansiosamente

trabalhar com Katrina [Kaif] e Abishek [Bachchan]. Eu nunca

havia atuado com eles antes. Dhoom 3 é um filme que eu

realmente aguardo o final com bastante interesse.

... Você já esteve no Brasil?

Bem, eu nunca estive no Brasil, mas eu gostaria muito de visitá-lo. Já ouvi muito sobre o Brasil.

Tenho amigos que já foram lá e me falaram tanto e tão bem sobre seu país... As mulheres são muito bo-

nitas, tem ótima culinária e música formidável. Eu gostaria muito de ir ao Brasil. Eu espero que o público

brasileiro tenha gostado de Fanaa. Não sei se o grande público teve acesso a outros de meus filmes mais

antigos, como 3 Idiotas (2009) ou outros filmes, mas espero que tenham gostado de Fanaa. Também estou

curioso para saber o que o público brasileiro pensa do cinema indiano.

... Já viu algum filme brasileiro?

Sim. Eu vi Cidade de Deus (2002). Achei o filme fantástico e muito bem produzido. Na verdade é um

dos meus filmes favoritos.

Clique aqui para ver o vídeo com o Aamir Khan respondendo às perguntas.

“As mulheres são muito bonitas, tem ótima culinária e música formidável. Eu

gostaria muito de ir ao Brasil”

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Page 7: Bollywood brasil ed 4
Page 8: Bollywood brasil ed 4

ANUNCIE AQUIcontato: [email protected]

Enquete!

A Bollywood Brasil, na edição de maio, publicou uma matéria especial sobre grandes clássicos do

cinema indiano. Da lista de 9 filmes, perguntamos aos nossos leitores qual era o favorito e vamos

então aos resultados:

3º lugar – Empatados com 17% cada, 3 Idiots e Sholay

2º lugar – Dil Se, com 25% de votos

E em primeiro lugar o clássico de 1957 que mostra um país recém-independente, na busca de sua

própria identidade como nação: MOTHER INDIA, com 31% de preferência.

Agradecemos a todos que participaram e aguardem novas enquetes.

Equipe da Bollywood Filmes

Fatima Rashid, mais conhecida como Nargis, a estrela de

Mother India.

Page 9: Bollywood brasil ed 4

por Claudia Rabelo Lopes e Juily Manghirmalani

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40 anos de carreira de Aamir Khan

Page 10: Bollywood brasil ed 4

Não basta fazer sucesso, é preciso fazer a diferença

A câmera gosta de Aamir Khan e é sua melhor parceira, seja quando ele está em sua frente, atuando, ou

atrás dela, produzindo ou dirigindo. Como ator, ele domina todos os gêneros, da comédia ao drama, da ação

ao romance, mesmo que tudo se misture no mesmo filme, como costuma acontecer no cinema indiano. E pa-

rece não haver papel impossível para Aamir. Personagens multifacetados, como o Rehan de Fanaa (lançado no

Brasil em 2012), são um prato cheio para ele. Aos 48 anos, AK se destaca no triunvirato dos Khan, completado

por seus colegas Shahrukh e Salman, que brilha sobre Bollywood há mais de uma década. Para Aamir, porém,

alcançar o estrelato está longe de ser o suficiente. Há outros papéis a desempenhar.

“Pode um ator mudar uma nação?” – com essa manchete a edição

asiática da revista Time de 10 de setembro de 2012 apresentava sua ma-

téria de capa, dedicada a Aamir Khan. Nela o jornalista Bobby Ghosh fala

do enorme impacto da então mais recente realização de AK – a produção

televisiva Satyamev Jayate, que pôs o dedo na ferida de alguns dos maio-

res problemas da sociedade indiana, sendo visto por mais de 1,5 bilhão

de pessoas dentro e fora da Índia. O aborto de fetos do sexo feminino,

prática comum no país, os preconceitos de casta e os assassinatos em

nome da honra são exemplos de temas abordados pelo talk show/docu-

mentário.

A Time também elencou o ator como uma das 100 pessoas mais

influentes do mundo em 2013. Para quem acompanha a carreira de

Aamir, isso não é uma surpresa. O fato é que, desde que ganhou maior

autonomia ao se tornar também produtor, em 2001, ficou evidente que

ele queria mais do que ser um astro de Bollywood. Aamir é alguém real-

mente disposto a fazer diferença na vida de seu país.

Felizmente para os fãs, AK garante que não tem a intenção de entrar para

a política tradicional. Sua área de atuação é e continuará sendo o mundo

do cinema e do audiovisual, do qual faz parte desde criança. A diferença

é o engajamento e o senso de responsabilidade de que está imbuído em

seu trabalho. E o que o torna notável é uma habilidade rara de unir en-

tretenimento no mais alto grau à reflexão necessária para mudar a socie-

dade. Aamir seduz, diverte, emociona e faz pensar.

O senso de responsabilidade, tanto no que diz respeito ao seu tra-

balho quanto às questões da sociedade em que vive, foi desenvolvido pelo

ator em seus anos de formação. É resultado do modo como ele elaborou

sua experiência familiar e cinematográfica – duas facetas que não podem

ser separadas em sua história de vida.

Aamir Hussain Khan nasceu em Mumbai (antes Bombaim), berço

de Bollywood, em 14 de março de 1965, em uma família muçulmana com

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Page 11: Bollywood brasil ed 4

tradição no meio cinematográfico. Seu pai, Tahir Hussain, era um

produtor de cinema, bem como seu tio, Nasir Hussain. A situação fi-

nanceira da família era instável, flutuando ao sabor dos sucessos e

fracassos nas bilheterias. Entrevistado por Tarun J. Tejpal no programa

THINK 2011, Aamir contou que seu pai vivia endividado e tendo que

contrair empréstimos.

“Vi muita gente na indústria cinematográfica passar por isso,

produtores, distribuidores, subdistribuidores, exibidores. Quando um

filme fracassa, há um efeito cascata. Cresci vendo isso e me dei conta

de que, se quero fazer o cinema que quero fazer, tenho que garantir

que os outros não percam dinheiro comigo”, afirma o ator.

Assim, mesmo com o nome e o sucesso que alcançou, Aamir

não cobra preços exorbitantes por seus filmes, como fazem outros as-

tros de seu quilate. Em vez disso, ele faz uma espécie de arrendamento,

ou seja, seu cachê depende dos resultados. “É como o artista de rua

que faz o show e depois passa o chapéu. Se as pessoas gostarem do

filme, então vou ganhar dinheiro”, explica.

E Aamir ganha muito, muito dinheiro. É um dos atores mais

bem pagos de Bollywood. Em 2008 e 2009, bateu todos os recordes

de arrecadação na história do cinema indiano, primeiro com Ghajini e

depois com 3 Idiots. O modo como escolhe os filmes em que vai atuar e

aqueles que deseja produzir mostra um equilíbrio inteligente, em que o

sucesso comercial de um lado lhe garante a liberdade para experimen-

tar em outras direções.

Não é de estranhar, portanto, que a filmografia de AK inclua

tanto blockbusters como o esperado Dhoom 3, a ser lançado em breve,

quanto o delicado Dhobi Ghat (2011), dirigido por sua mulher Kiran Rao

e que foge completamente aos padrões bollywoodianos. Porém, seja

qual for o tamanho da produção, a preocupação de tocar em questões

sensíveis para a sociedade indiana está sempre presente.

A Aamir Khan Productions tem tido um importante papel no

lançamento de novos diretores e roteiristas, contribuindo para oxigenar

a indústria de cinema em Mumbai. Dois exemplos interessantes são

Peepli Live (2010), dos diretores estreantes Anusha Rizvi e Mahmood Farooqui, e Delhi Belly (2011), de Abhinay

Deo e Akshat Verma em sua segunda experiência cinematográfica. O primeiro filme é um misto de comédia e

drama sobre a situação precária dos camponeses no interior do país. O segundo é uma comédia tresloucada e

recheada de palavrões, que o público conservador rejeitou, mas os jovens adoraram.

Nos negócios de AK, os riscos são calculados. Para ele, o segredo para poder fazer o que deseja é ser

prático a respeito do potencial de um filme, isto é, conseguir dimensionar corretamente o público que deter-

minada produção pode atingir e limitar o orçamento ao retorno esperado. Se o filme não for um sucesso, pelo

menos não dará prejuízo. No entanto, ele admite que é a intuição o que fala mais alto na hora de escolher seus

projetos.

Deve ter sido por intuição, portanto, que Aamir arriscou tudo em sua primeira produção. Lagaan (2001)

é um épico sobre uma vila cuja sobrevivência depende de um jogo de críquete contra os colonizadores britâni-

cos. Épico também foi o esforço para transformar aquela história em um filme pronto – ele custou U$ 4,3

milhões, um dos orçamentos mais caros do cinema indiano até então.

Page 12: Bollywood brasil ed 4

O argumento e o roteiro de Lagaan eram de

um velho amigo de A.K., Ashutosh Gowariker, que

também assumiu a direção. A trilha sonora ficou a

cargo do compositor A.R. Rahman (que em 2010

ganharia dois Oscars por “Quem quer ser um mil-

ionário?”). Após o primeiro corte, a película tinha

sete horas de duração. Para chegar aos 224 minu-

tos no corte final, o produtor estreante trabalhou

com os editores durante seis meses. O resultado

foi um filme aclamado pelo público e pela crítica,

ganhador de diversos prêmios nacionais e inter-

nacionais e indicado ao Oscar de melhor filme es-

trangeiro. Mesmo sem levar a estatueta, Lagaan fez

os olhos ocidentais se voltarem para Bollywood e

para Aamir, o ator no papel principal.

Uma boa história é sempre o começo de

tudo para A.K. A casa de seus pais era frequentada

por roteiristas e diretores que vinham em busca de

Tahir ou Nasir Hussein para produzirem seus filmes

e Aamir gostava de ficar em um canto ouvindo as

histórias que eles contavam, os roteiros mirabolan-

tes que traziam para oferecer. Atores, compositores

e todo tipo de gente de cinema também apareciam

para discutir detalhes dos projetos em andamento.

Foi assim que o pequeno aprendeu o métier, quase

sem se dar conta disso.

Sua primeira aparição na tela aconteceu

quando ele tinha oito anos, no filme Yaadon Ki

Baaraat (1973), produzido por seu tio. Era uma pon-

ta numa cena de música. No ano seguinte, Aamir

fez outra pequena aparição em Madosh. Porém a

família não tinha intenção de fazer dele um artista

mirim. Tahir e sua mulher, Zeenat, queriam que os

filhos estudassem.

Na adolescência, Aamir queria se tornar

um esportista. Ele chegou a ser campeão de tênis

pelo estado de Maharashtra. Quando os pais per-

ceberam que ele dava mais atenção ao esporte do

que aos estudos, colocaram-no em uma escola de

tempo integral, o que não lhe permitia treinar todos

os dias. Frustrado por já não conseguir jogar tão

bem quanto achava que era capaz, ele abandonou

o sonho de se tornar tenista profissional. Mas ao

começar sua carreira adulta no cinema, a lembran-

ça daquela frustração o impeliu a ser mais focado

e a não deixar que coisa alguma o impedisse de

alcançar seus objetivos.

Page 13: Bollywood brasil ed 4

O jornalista Bobby Ghosh relembra o momento preciso em que Aamir Khan se tornou um astro em seu

país. Foi no filme Qayamat Se Qayamat Tak, de 1988, quando seu personagem, Raj, pegou uma guitarra e cantou

“Papa kehte hain bada naam karegaa” (“Meu pai diz que vou fazer meu nome sozinho, mas ninguém sabe para

onde vou”). Ao incorporar os anseios e o modo de ser da juventude, o ator se tornou imediatamente um favorito

de milhões de pessoas.

A história de amor proibido mostrada no filme, uma espécie de Romeu e Julieta, era bem parecida com

a que o ator de 23 anos viveu na realidade. Filho de uma família muçulmana conservadora, Aamir se apaixonou

por uma jovem vizinha, de religião hindu. Em 1986, os dois se casaram contra a vontade dos pais, em segredo,

e voltaram para suas famílias. Só mais tarde puderam assumir a união.

O casamento com Reema Dutta durou até 2002 e deu a Aamir um filho e uma filha, Junaid e Ira. Em

2005, ele se casou com Kiran Rao, também uma hindu. Como ela não pode engravidar, o casal decidiu recorrer

a uma “barriga de aluguel”, e assim nasceu Azad Rao, agora com um ano e meio.

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por Rosely Toledo

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POR QUE PRATICAR IOGA?

Melhora a qualidade de vida, promovendo bemestar,

serenidade e paz interior

Proporciona equilíbrio emocional

Melhora problemas de insônia e depressão

Estimula a circulação sanguínea

Diminui dores nas costas

Melhora a postura e o fortalecimento muscular

Energiza corpo e mente

Fortalece o organismo, tendo a saúde como foco principal

Não tem contra-indicações

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9Lovestory

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Page 20: Bollywood brasil ed 4

A investigação sobre o acidente com o navio Costa Concórdia

continua e agora o empresário indiano Sri Mishriesta anun-

ciou a produção de um filme ainda sem nome sobre o cruzei-

ro. Ele não deverá ser um documentário, mas provavelmente

um musical, ao longo das linhas do Titanic (1997). O aciden-

te deve ser apenas o ponto de partida para a história. Se-

gundo o La Toscana Film Commission, o filme será “apenas

distantemente relacionado com o acidente do Costa Concor-

dia, com base em turistas que sobrevivem a um naufrágio.”

BOLLYWOOD FARÁ FILME SOBRE O ACIDENTE DO COSTA CONCORDIA

por André Ricardo

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Page 22: Bollywood brasil ed 4

Nesta edição, como a Bollywood Brasil está co-

memorando os 40 anos de carreira do ator

Aamir Khan, escolhemos um dos filmes mais

importante de sua carreira: 3 Idiots. Isso mesmo, “3

idiotas”. Mas não se enganem, de idiota ele só tem o

nome. Esse filme teve a maior bilheteria na história

do cinema indiano, e, apesar de ser de 2009, nenhum

filme outro conseguiu vencê-lo até agora.

3 Idiotas se adequa ao termo “marco do cinema”

e tem tudo para ajudar Bollywood a dar um passo gi-

gante no mundo da sétima arte com muito orgulho e

propriedade. 3 Idiotas é um exemplo brilhante de cria-

tividade, simplicidade, humildade e principalmente de

amizade que deverá haver em todo relacionamento

saudável entre amigos. 3 Idiotas nos diverte, nos ilumi-

na, nos faz ver a vida de outra maneira.

Ele nos mostra a visão do futuro, mas também nos

faz lembrar das nossas raízes, nos faz dar muitas ri-

sadas, mas também nos faz chorar tremendamente.

Existem vários filmes emocionantes, mas poucos per-

manecem gravados na nossa memória como este.

Bem, então, vamos verificar o motivo desse estron-

doso sucesso?

O longa começa com dois idiotas, Farhan (Madha-

van) e Raju (Sharman Joshi), partindo em uma jornada

para encontrar o seu amigo perdido e o terceiro idiota

do filme, chamado Rancho (Aamir Khan). A viagem co-

meça, e velhas lembranças do inicio das suas amiza-

des são reveladas através de flashbacks dos tempos

da faculdade, mostrando como Rancho os inspirou e

mudou suas vidas para sempre.

O filme dá tantas voltas, que simplesmente não

podemos adivinhar o que se desenrolará a seguir. É

tanta coisa acontecendo em cada cena, e o roteiro é

tão emocionante que você toma o máximo de cuidado

para não piscar e perder algo importante...

Crítica: 3 IDIOTAS por Feliz Luz

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Page 23: Bollywood brasil ed 4

Farhan, Raju e Ranchoddas são três estudantes

que dividem um quarto na residência do Imperial

College ficcional de Engenharia. Farhan está estu-

dando engenharia para realizar o sonho de seu pai,

mas a sua paixão é a fotografia. Raju está estudan-

do, para ter um bom emprego e tirar sua família da

pobreza. Por outro lado, a paixão do criativo e co-

rajoso Rancho é pela invenção de novas máquinas.

Rancho acredita que se você buscar a excelência, o

sucesso correrá atrás de você.

No entanto, esse pensamento de Rancho é bastan-

te diferente do diretor da faculdade, Dr. Viru (Boman

Irani). O aluno favorito de Viru, Chatur Ramalingam

(Omi Vaidya), acredita que na memorização sem sen-

tido sobre a compreensão das coisas, é o ideal para

alcançar seus objetivos de status corporativo. Raju e

Viru, vivem diversos conflitos com Rancho, por causa

dos seus métodos de aprendizado nada convencionais

que ele aplica no seu dia a dia.

O que torna esse filme tão especial e único, são

as mensagens deixadas pelo personagem Rancho que

pega os métodos de ensinos aplicados por professo-

res (que vomitam as informações em cima dos seus

alunos e querem que eles por sua vez vomitem as in-

formações recebidas por eles, sem ter mastigado o

alimento antes) e os joga no lixo. Numa cena do filme,

o professor faz uma pergunta para Rancho e ele res-

ponde corretamente, mas do jeito dele. O professor

diz que ele está errado, pelo fato daquela resposta

não estar padronizada no livro. Tudo na vida é padro-

nizado, tem regras. Para Rancho, não existe isso.

3 Idiotas mostra um sistema educacional decaden-

te e despreparado, que pressiona os seus alunos e não

os permite escolher os seus destinos por si mesmos.

Em paralelo a essas situações, há o lado romântico do

filme, entre Rancho e Pia (Kareena Kapoor).

A autuação dos atores também foi primorosa. Shar-

man e Madhavan trabalharam com tanto calor, humor

e amor, que não dá vontade de ver o filme terminar.

O papel de homem pobre, com a família simples e

humilde, foi feito para o Sharman. Ele realmente con-

vence!

Madhavan, como o rapaz que está perseguindo os

sonhos de seu pai, em vez de seu próprio, estava sim-

plesmente maravilhoso. O personagem aprende a rir

da vida e das ironias do destino, graças ao seu amigo

Rancho. Madhavan mostra seu lado bem-humorado

brilhantemente, saboreando cada cena e tornando-se

um prazer de assistir. Sua atuação no filme é muito

boa.

Boman Irani é um dos melhores atores da Índia. E

nesse filme ele deu um show a parte. Ele é tão brilhan-

te, que é difícil reconhecê-lo no início! Ele encarnou no

papel como louco, hiperativo, hipercompetitivo, quase

um ditador, dirigindo uma faculdade ditando regras

e ensinando os seus alunos a pensarem como ele – e

o fez tão bem, que está além das palavras. Ou você o

ama, ou o odeia!

Page 24: Bollywood brasil ed 4

O papel de Pia foi escolhida para a Kareena. Tinha

que ser ela mesmo. Bonita e ao mesmo tempo brilhante.

E por último e mais importante, temos a atua-

ção do melhor ator da Índia: Aamir Khan.

Sua atuação é fenomenal e sua caracterização

como Rancho neste filme é positivamente brilhante.

Os pequenos gestos, o jeito de andar, o sorriso, a

atitude, o brilho de um jovem que tem personalida-

de, que não aceita as diretrizes do sistema educa-

cional; sua atitude positiva em relação a todas as

coisas na vida, sua alegria de viver apesar de todas

as dificuldades que a vida nos proporciona, nunca

desistindo de nada: isso tudo é Rancho, não Aamir.

A capacidade que o ator tem de se transformar de

forma convincente é algo extraordinário. Ele saiu de

um papel, vivendo um personagem sombrio, triste e

com sede de vingança no filme Ghajini (2008) para

um estudante universitário maluco, que é super de

bem com a vida em 3 Idiotas. Isso só mostra seu ta-

lento como ator, provando que ele é capaz de fazer

qualquer personagem com perfeição. Aamir Khan é

nada menos que um evento.

A letra da música “Behti Hawa Sa Tha Woh”,

resume perfeitamente o espírito do personagem

Rancho e a amizade que une os três corações dos

personagens principais:

“Enquanto nosso futuro nos assombrava,

ele celebrava o presente,

e vivia cada momento despreocupadamente.

De onde ele veio?

Ele tocou em nossos corações.

Para onde ele foi?

Vamos procurá-lo

Enquanto nós fugíamos dos desafios,

ele flutuava pelos mares,

navegava contra as correntes.

Ele era como uma nuvem.

Ele era nosso companheiro.

Para onde ele foi?

Vamos procurá-lo.”

Resumindo a mensagem do filme, deixo aqui a

mensagem do personagem Rancho:

“Aal Izz Well (Está tudo bem)” e buscando a ex-

celência, o sucesso correrá atrás de você.

Page 25: Bollywood brasil ed 4

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Page 26: Bollywood brasil ed 4

12 de julho

Bhaag Milkha Bhaag

Direção: Rakeysh Omprakash Mehra

Direção musical: Shankar Mahadevan, Ehsaan Noorani, Loy Mendonsa

Elenco: Farhan Akhtar, Sonam Kapoor

Gênero: Drama, biópico

Filme conta a história do atleta indiano Milkha Singh, conhecido como o “sikh voador”, e que em

1958 ganhou medalha de ouro nos Jogos da Comunidade das Nações.

AGENDA DE ESTREIASpor Tiago Ursulino

28 de junho

Ghanchakkar

Direção: Rajkumar Gupta

Direção musical: Amit Trivedi

Elenco: Vidya Balan, Emraam Hashmi

Gênero: Romance, comédia

Sanju (Emraam Hashmi) decide se aposentar do mundo do crime. Seu último golpe é um assalto a

banco em que conta com a ajuda de dois comparsas. Dois meses depois, quando seus parceiros vem

buscar suas partes do dinheiro roubado, Sanju nem mesmo os reconhece! Filme reúne novamente o

“casal” de The Dirty Picture (2011).

Page 27: Bollywood brasil ed 4

12 de julho

Bhaag Milkha Bhaag

Direção: Rakeysh Omprakash Mehra

Direção musical: Shankar Mahadevan, Ehsaan Noorani, Loy Mendonsa

Elenco: Farhan Akhtar, Sonam Kapoor

Gênero: Drama, biópico

Filme conta a história do atleta indiano Milkha Singh, conhecido como o “sikh voador”, e que em

1958 ganhou medalha de ouro nos Jogos da Comunidade das Nações.

AGENDA DE ESTREIASpor Tiago Ursulino

28 de junho

Ghanchakkar

Direção: Rajkumar Gupta

Direção musical: Amit Trivedi

Elenco: Vidya Balan, Emraam Hashmi

Gênero: Romance, comédia

Sanju (Emraam Hashmi) decide se aposentar do mundo do crime. Seu último golpe é um assalto a

banco em que conta com a ajuda de dois comparsas. Dois meses depois, quando seus parceiros vem

buscar suas partes do dinheiro roubado, Sanju nem mesmo os reconhece! Filme reúne novamente o

“casal” de The Dirty Picture (2011).

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19 de julho

D-Day

Direção: Nikhil Advani

Direção musical: Shankar Mahadevan, Ehsaan Noorani, Loy Mendonsa

Elenco: Rishi Kapoor, Irrfan Khan, Arjun Rampal, Huma Qureshi e outros

Gênero: Thriller

Um grupo de agentes especiais indianos é enviado ao Paquistão para trazer de volta O Homem Mais

Procurado da Índia. Tudo parece correr como esperado, até que algo de muito errado acontece...

19 de julho

Ship of Theseus

Direção: Anand Gandhi

Direção musical: Gabor Eldelyi, Tamas Szekely

Gênero: Drama

Filme independente que, fazendo sucesso em festivas internacionais, chamou a atenção de Kiran

Rao (mulher de Aamir Khan), que decidiu lançar o filme comercialmente. Trata-se de uma história

incomum, acompanhando uma fotógrafa cega, um monge e um corretor de ações conforme eles se

deparam com complicadas perguntas morais e existenciais.

Page 29: Bollywood brasil ed 4

19 de julho

D-Day

Direção: Nikhil Advani

Direção musical: Shankar Mahadevan, Ehsaan Noorani, Loy Mendonsa

Elenco: Rishi Kapoor, Irrfan Khan, Arjun Rampal, Huma Qureshi e outros

Gênero: Thriller

Um grupo de agentes especiais indianos é enviado ao Paquistão para trazer de volta O Homem Mais

Procurado da Índia. Tudo parece correr como esperado, até que algo de muito errado acontece...

19 de julho

Ship of Theseus

Direção: Anand Gandhi

Direção musical: Gabor Eldelyi, Tamas Szekely

Gênero: Drama

Filme independente que, fazendo sucesso em festivas internacionais, chamou a atenção de Kiran

Rao (mulher de Aamir Khan), que decidiu lançar o filme comercialmente. Trata-se de uma história

incomum, acompanhando uma fotógrafa cega, um monge e um corretor de ações conforme eles se

deparam com complicadas perguntas morais e existenciais.

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