caracterizaÇÃo do genoma de uma ameba de vida …

125
ANITA MARZZOCO CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA LIVRE (Acanthamoeba castellanii) 1974 Tese de Doutoramento Univetsidade de São Paulo Instituto de Química Departamento de Bioquímica

Upload: others

Post on 13-Nov-2021

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

ANITA MARZZOCO

CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA LIVRE (Acanthamoeba castellanii)

1974

Tese de Doutoramento

Univetsidade de São Paulo

Instituto de Química

Departamento de Bioquímica

Page 2: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

Para Cristina de paiva Mendonça Pereira Antonio Lemos Pereira José Gaspar Marzzoco

Page 3: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

fndic.e

P ' . , aglna

I ,

l?T' (.~ .f" F1 (~. j_ o • • • • • • • • . • • • • • • • • • • • • • • • " " " " " " " " • • • • • 1

II • Al) .p ~ v i a t llr [{ s • • " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " ~ • 3

]IT f(( .~8. p;ertte s " " " " " " " " " " " • " " " . " " " " " " " " " " . . " " " " " " .. '-I·

IV • lntroduç ~o

1. Acanthanweb8 casteLLanii .................. 5 2 . Organi zação do r-;enonw PI1I e ll Cêll' i c:tos ....... q

? Caractel'i 7.,ação elo genoma ele A. caste lJ;.8J:!.ii 24

V • Métodos

1. Crescimento ele A. castellanii ••.•.•••••••• 30

2 " En. cis1.~amento""""""" .. """"""""""""" .. """".".. 32 3. Germinação (Excistamcinto) .•..•..•••••••.•• 33 4. I so lamento ele n~cleo s de trofozoito ••••••• 33 5. Controle da pureza das preparaç5es de

, nu-

cleos" •• " ••• " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " • " • " " .35 6 ..

f nosagem ele RNA, DNA e pro!:;e1.na em n~cleos

e homogenata".""""""""""""""""""""""" •• "". 36 7. Ensaio da atividade de RNA . polimerase

(E e C .2.7.7.6) • " " " " • " " " " " " " .#" . " " " " " " " " . " . . . 3 7 8 . Purificação de mi tocônelrias. • • • . . . • . . . . . . • 38

~ ( ~ . Extraçao de DNA........................... 3 J

100 Centrifugação em gradientes de CsCl ••••••• 40

11. Fragmentação de DNA....................... 41

1 2 . Avaliaç ão de peso molecular •.•.••••.•••••• 41

1 3 . Renaturação de DNA........................ 42 lA. Curvas de desnaturação térmica (Determina-

çao de T ) ••• .••.•••.•........••....•..•.•• 14-3 m

VI . Resultados

1. Curva de crescimento...................... 44

2 . Encistamen to induzido .......•...•......•• o

) . I solamento de l1úcleo s ••••••..........•••••

! ~. Composição quími c a de núcleos i so lados ••••

L') . Atividade de RNA polimerase (E . C. 2 07.7.6)

e m n6cle os i so lados .............. . ....•..•

4-6

L{-7

51

51

Page 4: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

P; . agU1R

6. Extração de DNÃ ••••••••••.••... ., •••. o........ 53 7. CentrifUgação em gradientes de Cs C1......... 55 8 . Perfil de fus ão do s componentes ' do DNA de

trofozoitos ••.•.................•..... • •• li. 66

9. Rena turação de DNA.............. . ........... 70

VII • Discus são

1. I s olamento de núcleos......... . ........••••

2. Extraç ão de DNA •..•....•......•...•...••••••

3. Caracterização do DNA de trofozoitos

a) DNA total ................... ti ••••••••••••

b) TINA nuclear e c omponente maior •••••••••••

c) mA mitocon dria1 e comp onente menor .•••••

4. Análi s e das condi ç õe s de r enaturação ..••••••

86

87

88

90 91 96

VI I I. Res1lIllo........................................ 99

IX Bi l)] iografia. • . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • • • 100

Page 5: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

1

I. Prefácio

Este trabalho foi realizado sob a orientação

segura e eficiente do Prof. DI'. Walter Colli e contou

com a colaboração de várias pessoas as quais agradeço

imensamente :

Dro Antonio Sesso - microscopia eletrônica

Aparecido M. 'Pinto - assist~ncia t~cnica

DI'. Bayardo B. Torres - leitura do manuscrito

Carmen M. Pinto - assist~ncia t~cnica

Dra. GláHcia M. Santelli - microscopia de fase

Dra. Godeleine Fonty (Laboratório do DI'. G. Bernadi ,Ins'

titut de Biologie Mol~culaire, Fac. des Science:

de Paris) - ultracentrifugação analítica

Dra. Helena Li Chum - análise da cin~tica de rena turaç ão

Dra. Janne Balsamo - análise da cinética de renatlU'ação

João . Luiz Musa - fotografias

Prof. Dro Jos~ Ferreira Fernandes adaptação

regime de pós-graduação.

Dra. Lor Cury - microscopi"a eletrôni c a

t '. Lucy Bouque ' - graflcos

Dr • . Luiz Longhi - microscopia eletrônica

ao novo

Dra. Marilda Guedes - análise estatistica dos dados

Masuko Yokoyama - particip ação na fase inicial do traba

lho

DI'. Roberto V. Santelli - ensaio de RNA polimerase

Agrade ç o, aino a , ao pessoal do Bloco 10 (t~r­

reo e su perior), e spe cialmente aos co legas do nosso la­

boratório, sempr e disposto s a prestar qualql1er h .po de àu­

x ilio :

Page 6: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

2

Bianca Zingales

Clara Carnio l

Júlia M. Alves

Marinei. F. Gonçalves

M1llla C. Andery

Neemias de Castro

Shigueko 8omohara

Os bacteriófagos T7

e fd; foram gentilmente

cedidos pelos Drso M. Oishi e Lo Day, respectivamente.O

inóculo inicial de Acanthamoeba caste llanii, linhagem

Neff, foi uma doação do Dr. M. Rabinovitch.

Este trabalho foi re a lizado com o apolo fi­

nanceiro da F~mdação de Amparo à Pesquisa do Estado de

são Paulo e Conselho Nacional de Pesquisas.

Page 7: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

.3

11. Abreviaturas

DMA = ácido desoxirribonucleico

GC fração molar de guanina e citosina do ácido nucleic

AT fração molar de adenina e timina do ácido nucleico

T = temperatura de fusão do DNA m

Cot = produto da concentração de DNA (moles de nucleotí

dios.l-l ) pelo tempo (segundos) de incubação

RNA = ácido ribonucleico

rRNA = RNA ribossômico

mRNA RNA mensageiro

rDNA = cistrons complementares a RNA ribossômico

RNase = ribonuclease

DNase = desoxirribonuclease

Tris = tris(hidroximetil) aminometano

EDTA = ácido etileno diamino tetracético

SDS

TCA

PCA =

SSC = ppo =

dodecil sulfato de sódio

ácido tricloroacético

ácido perclórico

NaCl 0,15 M; citrato de sódio 0,015 M, pH 7 2 ,5-difeniloxazol

popop = 1,4-bis-2-(5-feniloxazolil)-benzeno

Pvp' = polivinil pirrolidona

Page 8: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

4

111. Re a gentes

Além das drogas relacionadas abaixo, utiliza -

vam-se sempre reagentes de grau analfticoo

DROGA

Proteose-pept ona

Extrato de levedo

Citrato férrico

Silicone

Triton X-lOO

PVP

RNas e

a-amilas e

Ditiotreitol

Actinornicina D

Rifampicina

PPO

POPOP Nonidet P-40

Hidr5xido de hiamina

Tween 80

Fenol

3H- UTP

CsCl (l1 grade Ali)

Pronase

2-desoxi-D-ribose

D-ribose

Albumina sérica bovina

PROCEDÊNCIA

Ox oid Ltd.

Difco Lab.

BDH Chem. Ltd.

CJay-Adams, Inc.

Ga lbiochem

Calbiochem

Sigma Chemo Comp.

Sigma Chem. Comp.

Sigma Chem. Comp.

Calbiochem

Ciba-Geigy

Galbiochem

Ca lbiochem

Shell do Brasil S .A.

Packard Inst. Co., Inc.

BDH Chem. Ltd.

Mallinckrodt Chem. Works

New England Nuclear Co.

Calbiochem

Calbiochem

E. Merck A.G. Darmstadt

E. Merck A.G. Darmstadt

Sigma Chem. Comp.

Page 9: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

5

!V li Intl'bduçao

1. Acanthamoeba castellanii

o protozoário em estudo denomina-se Ácantha­

moeba castellanii (Douglas; 1930), linhagem Neff e per­

tence à família das Hartmannelid~e, que compreende cerca

de trinta espécies provenientes do desmembramento de um

grupo de amebas denominadas anteriormente "limax"(Vicker­

man ; 1962). À taxonomia das amebas apresenta inúmeras

dificuldades e a ameba em questão, durante algum tempo;

foi referida ha literatura como Acanthamoeba ~. Segundo

Volkonsky (1931), Adam (1964) e page (1967), várias deno­

minações referem-se à mesma espécie: Acanthamoeba caste-

11anii, Àcanthamoeba ~., Hart~annella rhysodes, Hartma­

nnella culbertsoni e Hartmannella castellaniio

A. castellanii foi descoberta por Castella­

ni (1930), como contaminante de culturas de Cryptococcus

pararoseus e foi assim denominada por Douglas (1930). Po~ teriormente, a ameba foi isolada de diferentes fontes:so­

los úmidos (Singh, 1949; Neff, 1957), -água doce (Page,

1967) e culturas de tecidos (Jahnes et aI., 1957; Moore e Hlinka, 1968). Demonstrou-se claramente sua patogenici­

dade em macacos e camundongos (Dunnebacke e Williams

1967; Culbertson et aI., 1958, 1,959). Vários autores su­gerem que a ameba seja o agente etiológico de várias do­

enças respiratórias do homem, além de meningoencef81ites

(Wang e Feldman, 1961; Patras e Anduj ar , 1966; Armstrong

e Pereira, . 1967; Carter, 1968; Cerva e Novak, 1968).

A divisão celular da ameba segue o curso

de uma mitose típica, evidenciando-se a existência de 40

cromossomos (Volkonsky, 1931; Singh., 1952). Todavia, po­

de-se induzir experimentalmente a divisão celular sem mi­

t ose nuclear (amito s e): o núcleo único interfásico é par~

Page 10: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

6

tilhado entre as células filhas que sobrevivem por ape ­

nas 48 horag (Band et aI., 1970). A ameba é tipicamente

uninucleada (Bowers e Korn, 1968), mas indivíduos mul­

tinucleados podem aparecer sob determinadas condições

de cultura (~ames e Byers, 1967; Band et aI., 1970;Band

e Ma chemer, 1963~. Portanto, a divisão citoplasmática

pode ser separada da di visão nuclear mitótica, fazendo

com que a ameba se torne um sistema útil para o estudo

de problemas de divisão celular (Band e MOhrlok,1973 a;

1973 b). Band e Mohrlok (1973 b) demonstraram que as

fases de mitose e síntese de DNA, duravam, respectiva -

mente, 24 e 20 minutos. Resultados semelhantes foram

obtidos em Physarum (Nygaard et aI., 1960) e ouriço do

mar (Hinegardner et aI., 1964).

!. castel1anii pode ser cultivada, sob

condições axênicas, em vários meios líquidos (Neff et

aI., 1958; Band, 1959, 1962), com temperatura ótima o ~ -entre 25 e 30 C. Nessas condiçoes, o tempo de geraçao

varia de 12 a 18 horas (Neff et aI., 1964 b). O cresci~ mente pode ser obtido em meio basal mínimo (Adam, 1959;

Stark, 1966). Cresce também em placas sobre culturas de

bactérias ou fungos, permitindo a obtenção de clones e

reconhecimento de mutantes pela morfologia da colônia

(Jensen e Duhes, 1962; Upadhyay, 1968).

Culturas agitadas ou estacionárias em meio

líquido apresentam curvas de crescimento onde não se

verifica uma fase de "lag". As fases (exponencial e es­

tacionária) da curva de crescimento são determinadas

principalmente, pelo nível de oxigênio dissolvido no

meio (Neff et aI., 1958; Band, 1959; Byers etal •• 1969) • . Sob determinadas condições ambientais, a

ameba sofre um processo de diferenciação que cuimina

com a forma ç ão de um novo tipo celular, o cisto. O en­

cistamento pode ser espontâneo ou induzido. O encista -

menta espontâneo oCorre em culturas agitadas ou estaci~

nárias, em condições de alta densidade de células. A

indução do encistamento é obtida através do emprego de

t écnic as de substituiç ão de meios, ou seja, as amebas

s ão t rans fe rida s d e um me io nut riente rico par a lOO meio

Page 11: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

7

salino, deficiente em font e s de carbono ou nitrog~nio

(Griffiths e Hughes, 1969). O encistamento também po­

de ser obtido em placas de agar não nutriente, conten­

do taUl' ina e cloreto de magnésio (Raizada e Krishna

Murti, 1971). Encistamento adequado requer oxig~nio ,

presença de {ons cálcio e magnésio e baixa concentra­

ção de células (Band, 1963; Griffiths e Hughes, 1968).

As fases do encistamento espontâneo ~ in­

duzido são praticamente as mesmas, mas a indução pro­

porciona encistamento em massa (ac ima de 95%, após 20.

horas de indução) e sincronizado (Neff et al.,1964 b).

O trofozoito, envolto por uma membrana plasmática(Korn

e Wright, 1973), diferencia-se em uma célula viável e

extremamente resistente (Adam, 1964; Neff et al.,1964

b), protegida por uma parede celular química e

turalmente complexa. A parede, cuja composição

estru-t •

qUllll1:,

ca ainda não foi totalmente e1ucidada, contém, como

elemento predominante, celulose (Tom1inson e Jones,

1962; Neff e Benton, 1962; page, 1967; Tomlinson,1967;

Neff e Neff, 1969), além de proteína (Neff et aI.,

1964 a; Bowers e Korn, 1969) e mucopoliss ,acarídios

(KriShna Murti, 1973).

O eno istamento ocorre em condições onde

a célula não dispõe de qualquer suprimento exogeno e

os componentes da parede não estão presentes no trofo­

zoito. Evidências citológicas (Bowers e Korn, 1969) e

bioqu{micas (Neff e Neff,1969;Griffiths e Hughes,1969;

Weisman et alo, 1970) indicam que a celulose é sinteti

zada "de novo", às expensas de glicogênio que consti­

tui o material de reserva do trofozoito (Stark, 1966).

A atividade de 8-glicana sin~etase não é detectável

no trofozoito (Potter e Weisman, 1971).

A produção de moléculas exóticas no en-.' - , clstamento e acompanhada pon outras alteraçoes metabo-

licas (Weisman e MooTe,1969; Krishna Murti, 1973) e

morfológicas (Vickerman; 1962; Bowers e Korn, 1969;

Pasternak et al., . 1970); além do término do crescimen­

to celular (Neff et aI., 1964 b; Stevens e Pachl.er,

1973 b).

Page 12: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

8

As a lte r a ç ões n o n í ve l de macromoléculas

que o c orrem no f im da f a s e logar í t mic a , ant e s do au­

me n t o da p rop orç ão de cisto s , p ode m ser c orre l a ciona­

d as com evento s ligado s ao enc i stamento. Células em

fa s e e s tacion ária po s suem metade d a quan t idade de DNA

ve r i f icada durant e a f ase logarítmica (Byers et aI.,

1969 ), fenômeno e s se qu e coinc ide' com a diminuição da

v e locidade de síntese de DNA (Rudick , 1971). A que da

de 50% no conteúdo de DNA por célul a p oder ia s er ex- '

plicada; admitindo-s e que a maioria das amebas ,em f a ­

se logarítmica contive sse a quant idade de DNA d a fas e

G2 e q u e o cic lo de dupli c a ç ão celular f osse inibido . '. . ~

durante a fa s e estaclon a r la, no per lodo G1 , ou na

transiç ão entre o s pe r íOdO S G1 e S . Es s a h i p ótese foi

reforçada pelos tr ab a lhos de ,Neff e Ne f f (1969 ), Ru­

dick (1971) e Band e Mohrlok (1973 b), que demonstram

que o períOdO 'G2 cons titui cerca de 80% do ciclo de

divisão celular. Situa ção semelhante foi verificada em

Amoeba proteus .. (Goldstein e Prescott, 1967). A conclu ....

são adicional desses trabalhos é que a indu ção do en­

cistamento dependeria da reduç ão da quantidad'e de DNA

por célula e que inibidore s de sínte se de DNA induzi­

riam o encistamento. Por outro lado, outros autore s

(Griffiths e HUghes, 1969 ; Rai z ada e Krishna Murti,

1971), verificam inibi ç ão do encistamen t o por e s s es

me smo s agentes . Expe rimen to s recentes (Roti Roti e

Steven s , 1973), demons tram também que , durante o en­

cistamento, ocorre degradaç,ão de DNA s i nte ti z ado du­

rante a f ase de cre s cimento exponenc ial.

Os dado s r e ferente s à s íntese de RNA du­

rante o encistamento são igualme~t e c ontrad itórios.Pa-

ra: algmls autores, o apa recimento de compostos pecu-

liares ao cisto, seria uma indicação da nece s sidade de , c , c slntese de novas mole cuIas de RNA e protelna. Realmen-

te, Rudi'ck e Weisman (1973 a), verificam um aCÚmulo

de RNA durante as primeiras 12 horas após indução.pos­

terior mente, a síntese de RNA é interromp i da e 95% do

RNA sintetizado inicialmente é degrad ado . Stevens e

Pachler (1973 a; b) apresentam resultado s opos tos, de­

monstrando que um acúmulo de RNA não é i l"1 d i spe.ns ável

Page 13: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

9

para a indução e que o RNA d€ gradado é constituído por

espécies sintetizadas ante s do encistamento. Segundo

esses autores, a induç ão da diferenciação estaria inti­

mamente relacionada com os eventos moleculares que regu­

lam a divisão celular, já que o encistamento (espontâneo

ou indu,zido) ocorre sempre em condições que determinam

a inibição do crescimento.

Finalmente, o AMP cíclico parece estar re-

lacionado com a indução do encistamento (Raizada e

Krishna Murti, 1972 a)~ O AMP mimetiza a ação de tauri­

na e cloreto de magnésio (Raizada e Krishna Murti, 1972

b), que ativariam lma adenil ciclase ligada à ~embrrula. O aumento resultante da concentração intracelular de

AMP cíclico, causaria a ativação das enzimas de síntese

de celulose e mucopolissacarídios da parede do cisto

(Krishna Murti, 1973).

Os cistos, quando transferidos para meio

de crescimento, podem germinar (Griffiths e Hughes,1968)

A ameba sai por um dos ostíolos presentes na parede do

cisto e, a não ser pela formação desse pequeno orifício,

a superfície do cisto permanece inalterada após o excis­

tamento (page, 1967; Chambers e Thompson, 1972). O ex-

cistamento parecle não ser sincrônico e a extrusão da

ameba é inibida por actinomicina D e cicloheximida, en-

quanto que inibidores de síntese de DNA não afetam O'

processo (Mattar e Byers, 1971)0

2. Orgamização do genoma .em eucariotos

DNA, cuidadosamente isolado de células ou.

tecidos, é constituído por moléculas bicat~nárias, deno­

minadas "nativas". A dupla hélice da molécula nativa po­

de dar origem a fitap separadas, com estrutura desordena

da, através da ação de agentes químicos ou físicos que

determinam o rompimento das forças que mantêm a dupla

hélice. Esse proces'so de dissociaç~o (ou desnaturação)é

acompanhado por mudanças nas propriedades físicas do

DNA: viscosidade, hipocromicidade, rotação óptica, den-

Page 14: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

10

sidade etc. A transição entre o estado nativo e desna­

turado é abrupta, semelhante à fusão de um cristal,. o

que det erminou a caracterização do processo pela tem ....

perat1..1ra média da transição (Tm). A largura da transi­

ção depende da origem do DNA, ou seja, DNA de vírus,

bactérias e vertebrados, apresentam intervalos de tran

sição crescentes . Sob condi ç ões adequadas·, as fi tas

complementares dissociadas podem formar moléculas es­

táveis com e s trutura helicoidal semelhante à nativa

por um processo denominado renaturação àu reàssociação

(Marmur e Doty, 1961). t pos s ível também verificar in­

teração entre fitas de RNA e DNA, desde que existam

sequências de bases complementares nos dois ácidos nu­

cleicos, permitindo a formação de híbridos RNA-DNA.

A velocidade de renaturação depende da

colisão de sequências de nucleotídios complementares e

a r eação obedece cinética de segunda ordem em concen­

tr aç ão de DNA (Marmur et aI., 1963; Britten e Kohne,

1967; Thrower e Peacocke, 1968; Wetmur e Davidson,

1968). O processo de renaturação pode ser acompanhado

de diversas mane~ras, sempre dependendo de alguma di­

ferença físicE\. fiÍ cilmente detectável entre o DNA des­

naturado e renaturado. Assim, é possível acompanhar a

reassociação de DNA pela determinação da queda de ab­

sorbância a 260 nm durante a reação (Wetmur e David-

son, · 1968), pela recombinação de fragmentos de DNA

desnaturado com DNA de alto peso molecular fisicamente

imobilizado em agar (Bolton, 1966) ou pela fração de

DNA reassociado que se liga a colunas de fosfato de

cálcio (hidroxiapatita) em diferentes tempos de rea­

ção (Britten e Kohne, 1967).

A velocidade da , reação ' de renaturação

determinada pe la concentração das sequências de

, e ,

nu-

cleotídios presentes . Cons iderando-se diversos orga­

nismos, o DNA daquele com genoma maior, certamente

conterá um número maior de sequências de nucleotídios

diferentes. Assim sendo, a velocidade de reassocia­

ção fornece uma medida do tamanho do genoma de um or­

ganismo, desde que se jam mantidos constantes todos os

demais fatores que inf luem na reação (temperatura , for-

Page 15: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

11

ça iônica, pH, viscosidade do solvente, tamanho dos frag­

mentos e teor de GC do DNA). -Realmente, o tempo necessá­rio para a obtenção de 50% de renaturação é inversamente proporcional ao tamanho do genoma (conteúdo haplóide de

, f i) " . ( DNA por celula ou partlculade Vlrus de bacterlas e V1-

rus (Britten e Kohne, 1967)0 No caso dos organismos supe­riores, imaginou-se, inicialmente, que o tamanho do _ geno~

ma levaria a uma grande diluição das sequências indivi­duais de nuc1eotídios e haveria, portanto, grande redu­ção na velocidade de reassociação, quando comparada com a velocidade característica de DNA de bactérias. De fato,

experiencias iniciais não conseguiram evidenciar renatu­ração de DNA de timo de boi (Marmur ' 'e Doty, 1961). Poste­riormente, através do ,emprego da técnica DNA-agar, veri­ficou-se que DNA de organismos superioresreassociava ef~ tivamente, formando moléculas duplas específicas ( Hoyer et a1., 1964). A explicação mais plausível para esse fa­to, até então inesperado, deveria se relacionar com a concentração de sequências capazes de, renaturar, ou se­ja., o genoma de organismos superiores conteria popula­c:;ões desequências de n'ucleotídios semelhantes ou idênti­eas (sequências repetidas ou reiteradas). Todos os orga­nismos superiores analisados até hoje, contêm DNA -repe,ti­

do em proporções que variam, por exemplo, de 20% em ouri­

çO ' do mar a 80% em salmão e trigo (cf. Britten, 1970). A­lista de organismos que possuem DNA reiterado aumenta mui to'; se forem considerados os trabalhos realizados inici -almente, que utilizavam condições de ,reassociação ( tempo de incubação e concentração -de DNA) que permitiam somen­

te a renaturação de DNA repetido. A renaturação do -DNA de organismos mais sim­

ple's como por exemplo Eseherichia 'coli, segue cinética ideal de , se'gunda ordem, obtendo-se -uma curva hiperbólica

com o decurso do tempo. A renaturação ,de DNA de organis -mos superiores apresenta ,uma -curva muito alargada, indi­cando a existência de componentes com velocidades de re­nat'ur,ação diferentes o Uma fração do DNA de organismos su­periores (DNA "Único"), renatura com a velocidade previs- '

~ ta segundo o tamanho do genoma, por exemplo, em mam1feros, cerca de 600 vezes menor que a do DNA de E. coli. Assim'

Page 16: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

12

sendo, para DNA de bactérias e vírus e a fração de DNA

"Único " de organismos superiores , a complexidade cinéti­

ca é igual i complexidade de sequ~ncia, ou seja , a quan­

tidade de sequências diferentes em uma determinada amos~ tra de. DN,A. • . É geralmente expressa em nv.mero de pares de

nucleot1dios ou nÚmero de daltons e corre sponde ao ter­

mo li complexidade " , definido p or We tmur e Davidson (1968). A complexidade cinética traduz, portanto , o tamanho do

genoma de um organismo e mostra uma -relação linear com

a velocidade de reassociação (Britten -e Kohne, 1967; Wetmur e Davidson, 1968). A determinação da complexidade

cinética do DNA Único é prejudicada pela delimitação in­

certa da fração Única e repetida de um DNA, que depende

do critério de prAcisão de pareamento estabelecido du­

rante a medida da velocirtade de reassociação (Britten,

1971). Apesar da maior parte do genoma bacteriano

ser cons tit u:tda por se quenc ias que não se repetem (se­

quências "únicas "), foi demonstrada a exis tência de uma

pequena fraç ão de DNA com baixa frequência de reiteração,

responsável pela síntese de rRNA (Kohne, 1969), além de

cópias múltiplas de DNÁ epissômico (Chiscon e Kohne,

1970) . A definição de eucariotos e procariotos,ba­

seada principalmente na existência ou não de um núcleo

verdadeiro; delimitado por uma membrana nuclear, p ode

a partir do estudo da- reassoc iação de ácidos nucleicos,

ser formulada em outrôs termos: o DNA de procariotos é

do tipo não repetit,:i!vo (exceto por peguenasquantidades

de DNA ribossômico e epissômico), enquanto que o DNA de

eucariotos é constituído por sequências repetidas e se­

quencias "Únicas".

Uma famflia de DNA reiterado pode ser ca­

racte rizada pelo nÚmero de membros (frequência de rei­

teração), grau -de semelhança entre os elementos compo

nentes e pe la complexidade cinética.

A v e locidade de reassociação das famílias

de sequências repetidas e s tudadas varia de 30 (DNA de

ouriço do mar, Britten et a I., 1972 ) a 107 vezes (DNA

de cobaia , Southern, 1970) maior que a ve lo c idade de

Page 17: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

13

reassociação de um DNA único. Esses da.dos ilustram a di .... versidade de frequências de reiteração encontradas hos organismos áuperiores.

A precisão do pareamento entre sequências repetidas reflete o grl;lu de homologia existente entre as sequências e pode ser medida pela estabilidade t~rmi­ca do par reassociado. Verifica-se um largo espectro de estabiiidades t~rmicas, incluindo valores de T de 1

· m a400 C abaixo do T~ de um DNA perfeitamente pareado. O grau 'de -precisão de pareamento ·das sequências ' reitera­das -é fundamentalmente determinado pelas condições de incubação: temperatura mais alta e força iônica mais baixa requerem .maior 'precisão no pareamento, que re .... sulta na formação de uma molécula dupla mais estável (Britten e Kohne; 1968; Rice e paul; _ 1972). Nas reações

entre TINAs de espécies diferentes, qu~do se pret~nde e~ tudar homologias .entre fami1ias de mA reiterado, há maior discriminação _em températuras mais elevadas ( Mar­tin e Hoyer, 1966).

A complexidade das familias de DNA reitera­do pode -ser avaliada a partir da sua velocidade de reas-

; so ciação. -A complexidade cin~tica é -uma medida operacio~ nal -que pode ser -obtida por comparação com a renaturação de :-um DNA. -padrão" como 0 de ·E. coli, com tamanho de ge­no ma -bem estabt-lecido ' (Cairns, 1963) e fornece uma medi-... da- do comprimento da sequencia que foi originàlmente re-pliéada para -for~ar ' a familia deDNA ·reiterado. Entretan to, há uma certa imprecisãe na interpretação da complexi dade cinética de -uma famllia de DNA reiterado, em vir­~ude - do_ efeito do graU de semelhança entre os . membros componentes, sobre a velocidade de reassocl.ação.Britten. e Bonner (1971-) verificaram que o pareamento imperfeito, devido a presença de bases não complementares, reduz. a velocidade de reassociação, pode:q.do afetar significativa mente a int-erpretação de medidas de frequência de . repe­tição ou grau de homologia entre espécies. Estudos para­lelos -de· Southern (1970) e Sutton e McCallum (, 1971 ) ) demonstrar-am -igualmente, guea velocidade de reassocia­pão ' de sequências -Se'IDelhantes - mas· não idênticas forn:e-y . , ,

ce uma medida superestimada do comprimento r eal da uni~

Page 18: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

14

dade de repetição. Na maioria dos eucariotos estudados, pode-se

distinguir duas classes de DNA reiterado (Britten e Kohne, 1968): DNA altamente repetido ou de "seqúência-simples " (Walker, - 1971) e DNA de repetição "média" ou "intermediá ... -ria" •

Os TINAs satéli tes são, provávelmente, ~s me­lhores exemplos de famílias de sequências de nucleotídios altamente repetidos. O satélite de camumdongo foi descri -to em 1961 por Kit (1961) e Szybalski (citado em Walker, 1971); independentemente; como um componente menor, que se separa da banda principal do DNA em gradientes de clo-reto de césio; em virtude de diferenças no conteúdo de GC. ~ encontrado em todos os tecidos,inclusivé em célu­las em -cultura de tecido de várias linhagens de camundongo (Kit, 1961); representando 10% do genoma. Renatura com ve­locidade muito grande (Waring e Britten, 1966) e a CUTva de - renaturação se superpõe -à uma curva ideal de segunda ordem, com uma inclinação qUe indica ausência de heteroge­neidade interna. O DNA satélite nativo apresenta uma ban­da _unimodal e estreita em gradientes de CsCl, indicando que ocorre em longos segmentos de DNA, cada um contendo um gr~de número de ele~entos repetidos semelhantes (Walker, 1971). Baseados na relação linear entre o inverso do ta­manho do genoma e a velocidade de reassociação, Waring e Britten (1966), propuseram que o saté1it-e -deveria ser oons

f 6,. t 1 t -ti tUldo por cerca de 10 coplas extremamen e - seme han es de um segmento de aproximadamente--300 nucleotídios de com­primento. Por -outro lado, Southern (citado em Br itten; 1971), através da análise parcial -da sequ~ncia de bases, sugeriu que osatél-±te de -oamundongo poderia ser _ formado por uma unidade - de repetição- muito pequena, da ordem de

10 a -12 -nucl-ebtídios, extremamente modificada ao longo da evoluçã~. Britten -(197l), analisando os -dados obtidos por Southern, concluiu que se a -repetição interna de um frag -mento - curto .realmente eJÇis tiu, -ela não -é mais detectável cineticamente, podendo evidenciar-se- apenas a repetição principal do DNA satélite. Todavia, a i.nt-erpretação desses result ados torna-se cada -vez mais difícil, levando-se em cons ideração a de-scoberta de- outros satélites em mamíferos

Page 19: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

15

(Southern, . 1970) e Drosophila (Peacock et al.~ 19 73

Gall et aI.; . 1973) que, segundo a análise da estrutura

primária e ação de enzimas de restrição (Southern e

Roizes, 1973), parecem ser constituídos pela repetição . t t

de .segmentos contendo 5 a 7 nucleotldlOS. Portanto, a

sequência original dos DNAs satélites parece ser muito

pequena, -mas a introdução de mutações ne s.sa sequencia,

faz com que ela se comporte,durante a reassociação,co­

mo se f6sse muito mais lon~a.

O DNA satélite de vários eucariotos parece

estar sempre associado ~ fração heterocromática (Yasmi­

neh e Yunes, 1970). O emprego da técnica de hibridiza -

ç ão de -ácidosnucleicos "in situ" (Jone s , 1970;Pardue

e Gall, L969), permitiu demonstrar DNA altamente repe­

tido associado aos centrômeros de cromossomos metafási­

cos, nucléolos e grânulos de cromatina de núcleos in­

terfásicos. As sequências satélites são geralmente en-. ~ , .

contradas nas regloes heterocromatlcas dos cromos somos,

com exce ç ã o do cromossomo Y de camunciongo (Pardue e

G~11, . 1970) e de algumas esp~cies de Drosophila (Hennig,

1972). Rudkin (1969) demonstrou que, durante a forma­

ção de núcleos poli tênicos, há uma sub-replicação da he­

terocromatina 'em relação ~ replicação de regiões eucro­

máticas . ConBequentemente, o DNA satélite não é replic~

do durante a formação dos cromossomos pOlitênicos, ou,

pelo menos, não ~ r eplicado proporcionalmente ao res­

to dO ' genoma (Gall et aI., 1973). Em células de camun­

dongo, com divisão sincronizadaj o satélite é sintetiz~

do na fase S tardia, enquanto que as frações do genoma

ricas em GC, são repli c adas logo no início. Esses da­

dos concordam com a localização heterocromática das se­

quências satélites, já que a heterocromatina é . replica­

da t ardiamente durante a fase S (Walker, 1971)0

A simplicidade de sequência dos DNAs saté­

lites., sugere que elE;:s não possam funcionar como genes

estruturais, apesar de Skinner e Kerr (1971) terem pro­

p osto que o satélite AT de caranguejo · fôsse . o responsá­

vel pela s íntese de uma proteína específica. O satélite

de c amundongo não"é transcrito (Flamm et aI., 1969) e

a anál i se da sequencia de bases do satélite a de co-

Page 20: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

l6

baia ( Southern, 1 970), mostra que vários dos possíveis

co dons são "non-s ense " , tornando pouco provável que

es sas sequêll'cias se j am traduzidas em proteína.

Em vários organismos s uperiore s', exis te uma

fração do DNA altamente reiterado que mimetiza o compor-

tamento de moléculas bicatenárias, a p ós incubação em

condiçõe s que não permitem reassoçiação por colisão bi­

molecular (Davidson et al., 1973). Es se tipo de DNA com

renaturaç ão "instantânea" (ou "espontânea"), possui me­

tade de s uas -bases pareadas e encontra-se - dis tribuido

ao longo do genoma, mostrando 11ma certa dependência na

composição de bases das regiões adjacentes (Bonner,1973).

Ex i stem evidências de que se relacionem topogràficamente

com DNA reiterado, pois ocorre m com alta frequência no

satélite de camundongo (Flamm et al., 1969 ). A- renatura­

Çãb espontânea poderia resultar da exis t ência de "cross-

1inking" (A1berts e Doty, 1968 ; Mulder e Doty, 1968) ou

de sequências parcialmente complementares ao longo da

mesma fita de DNA (Flamm et al., 1969 ; Britten e Smith,

1970; Bonner, 1973).

O segundo tipo de DNA reiterado encontrado

nos eucariotos; é definido por critérios cinéticos e,ex­

'ceto alglIDs caso B especiais (Corneo et aI., 1970), só

pode ser isolado como Uma fração de DNA reassociado.Essa

fração renatura mais lentamente que as sequências sat~...,..

lites, mas mai s depres s a que s equências que ocorrem uma

ou poucas vezes no genoma. O DNA de "repetição interme -

diár'ia" ( ou DNA Uin termediário "), contém as sequencias

que hibridizam com RNA em experimentos que empr8gam bai­

xa concentração de ácido s nucleicos. De fato, as expe­

riência s de hibridização r e alizadas inicialmente, devi­

do - às condições de incubação empregadas, mediam somen­

te à homologi-a entre sequências de RNA e s equências de

DNA repetido (Me11i e Bishop, 1969; Britten, 1970 ).

As s equências com reiteração intermediária, . '. "".' . ao con trarlo das sequencJ_a.s satell tes, parecem estar

dispersas ao longo do ~enoma ( Britten e Smith, 1 970),em

regiões de eucromati na e he_terocromatina (Pardue e Gall,

1969; John et al., 1969 , Jones e Robertson,1970; Hennig

Page 21: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

17

et aI., 1970 ), sendo representadas em t e cido s . polit~ni­

cos (Gall et aI.; 1971). Os c~strons para rRNA e tRNA

pertencem à fração de DNA "intermediário".

O número de cistrons ribo.ssômicos aumenta

ao longo da escala evolutiva, paralelamente ao aumento

do genoma dos organismos. Valores máximos de multiplici

dade são encontrados em ovócitos de insetos e anfí­

bios, como consequ~ncia de processos de amplificação gi

nica (Birnstiel et al.,197l). Os trabalhos iniciais co~

Xenopus (Brown e Gurdon; 1964) e Drosophila (Ritossa e

8piegelman, 1965), serviram de suporte para a identifi­

cação do organizador do nucléolo como o locus para os

cistrons ribossômicos redundantes (Gambarini, 1972),

posteriormente confirmada por hibridização "in situ"

(Pardue et aI., 1970). Como os cistrons de rRNA em eu­

caridtos são intensamente agrupados e, geralmente, pos­

suem alto teor de GC, podem aparecer como satélites em

gradientes de CsCl, facilitando o seu isolamento. Em

bactérias', a obtenção de rDNA é dificultada pela pre­

sença de sequ~ncias espaç adoras c om compo s i ç a o de ba­

ses median a. Entretanto , Kohne (1969) e Col1i e Oishi

(1970), conseguilram o isolamento de rDNA de ~. coli e

Bacillus subtil~s re s pectivamenteo

Na maioria dos eucariotos e s tudados, os

cistrons para rRNA 188 e 288, são intercalados por se~

qu~ncias reiteradas com alto teor de GC, denominadas se

quências espaç adoras (Birnstiel et aI., 1968; BroWn e

Weber, 1 968). O rDNA contém, adicionalmente, uma fra­

ção que é transcrita e posteriormente perdida, duran­

te o processamento do rRNA (Loening et aI., 1969). As

sequ~nci?-s espaçadoras não são transcritas (Hallberg e

Brown, 1969) e sua função é desconhecida. ~ ' A

OS genes que codificam para RNA ribossdmi-

e

et

co 58 e RNA de transferência tambem sao relterados

intercalados por sequências espaçadoras (Birnstiel

aI., 1971). Ao contrário dos cistrons de rRNA 188 e

do nucléolo

Wimber, 1971 ;

288, não estão confinados ao organizador

(Wimber e Steffensen, 1970; Steffe:nsen e

Pardue et aI., 1973).

Page 22: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

18

A transcriçao de DNA reiterado foi demons­

trada em outros casos, onde as sequências repetidas es­

tavam r8presentadas em RNA estritamente nuclear (Melli

e Bishop, 1969, 1970; Melli et aI., 1971; Balsamo et

aI., 1973) e em RNA mensageiro de histonas (Kedes e

Birnstiel, 1971). A cinética de renatu:cação em diferent·es

eucariotos demonstra que, em todas as espécies estuda­

das, há uma fração considerável de DNA "Único" que con­

tém, provàvelmente, a maior parte dos genes estruturais.

Modificaçóes da técnica de hibridização RNA-DNA, per­

mitem estudar a expressa0 de sequências"únicas" de DNA

(Melli et aI., 1971; Gelderman et aI., 1972; Firtel et

aI., 1972). Estudos recentes de Paul et aI. (1973), Bi~ shop e Freeman (1973) e Crippa et alo (1973), indicam

que os loci responsáveis pela transcrição de rnRNAs bem

caracterizados (rnRNA de hemoglobina de pato e camundon­

go e mRNA de polissomos de nêurula de Xenopus), perten­

cem à fração de DNA "único". Além disso, os resultados

sugerem que esses RNAs mensageiros possuem, na extremi­

dade 5', sequências rei'te:çadas, transcritas do .DNA in­

termediário, al~m do segmento de poli-A na extremidade

3' . Ás experiências de renaturação de DNA de

organismos superiores, empregando fragmentos de dife~·

rentes tamanhos, indicam conclusões gerais sobre o

arranjo das sequências: ao longo da maior parte dd ge-

noma, as sequências únicas se alternam com as

cias repetidas (Davidson et aI., 1973; Graham

1973) .

A

sequen-

et aI.,

Atualmente, a hipótese mais aceita sobre a

organização do DNA cromossômico de eucariotos, propõe

que cada cromossomo contenha uma Única molécula bicate

nária de DNA (cfo Swift, 1973). Os cromômeros, identifi

cados com as bandas dos cromossomos pOlítênicos, ~

sao

considerados como as menores unidades estruturais. vá­rias evidências sugerem que sàmente uma função genéti­

ca seja associada a cada bandã que, porém, contém mui­

to mais DNA que o necessário para codificar umamolécu-

Page 23: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

19

la de prote{na de tamanho médio. Realmente, d núcleo de

muitos organismos superiores parece conter DNA que, apa­

rentemente, não é funcional. Em Drosophila, uma fração

razo~vel do crom8mero pa~ece não ser essencial para o

desenvolvimento de um caráter fenotlpico (Sorsa et aI.,

1973). 'l'homas (1970) sugere que a estrutura do

cromômero e o ' problema do excesso de DNA poderiam ser

explicados se se postulasse que os crom8meros f8ssem

constituidos por famllias de repetiç5es ' id~nticas enfi­

leiradas, conforme originalmente proposto por Callan

(1967). O suporte experimental para essa hipótese, ori­

ginou-se de trabalhos de 'l'homas et aI. (1970), que ob­

servaram ao microscópio eletrônico, a formação de cir­

culos estáveis após tratamento de DNA nativo com exonu­

cle~se, ou depois da renaturação de DNA desnaturado. ( A ,.... ~ • A. ." . '

fOrJ rlaçao de clrculos serla consequencla da eXlstenc19 de

sequências idênticas ao longo da molécula de DNA~ Po s te­

riormente, 'l'homas et ~l. (1973), confirmaram a homolo­

p.;ia exist ente entre essas sequências , através da verifi­

ca ç ã o da grande estabilidade térmica da r egião dupla

que determina a formação do círculo • . Portanto, segundo

eSBa hipótese, cada locus gênico dos eucariotos o ciorre -

rta como uma série linear de sequências id~nticas. Essa

teoria contraria a exist~ncia, cada vez mais comprovada,

de sequ~ncias "únicas" no DNA de eucarioto s . Provàvelmen - ~ ' . '\. , .. te, a formaçao -de clrculos e devlda as sequencias com

repeti çao grande ou intermediária, intercaladas entre

as sequ~ncias únicas • .A produção de circulos não deve

ser considerada como evid~ncia para a exist~ncia de

uma estrutura básica de repetições em todos ' os cromôme -

ros de um cromossomo. Em alguns casos especiais, como

os loci que codificam para histona, podem ocorrer re-

giões de genes e s truturais repetidos, conforme proposto

por 'l'homas (1970). Apesar da quant idade de informações acumu­

ladas s obre a e strutura e distribuição das sequências

re i tA r adas , nada se sabe s obre o mecanismo molecular

que .poderia Griar esse tip o de sequ~ncj a, nem s obre s ua

Page 24: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

20

possível função biológica. Segundo Walker (1971), a pre­

sença de sequências repetidas proporcionaria uma certa

vantagem sel,eti va aos cromossomos, porque há evidências

que, durante a meiose, o comportamentó dos cromoSSomos

seja a.:(etado p e la natureza e quantidade da heterocromati

na adjacente aos centrômeros. Todavia, atualmente, pro­

cura-se atribuir um papel de regulação ao DNA reiterado.

A maioria dos modelos propostos para a or­

ganização dos cromossomos de eucariotos enfatiza a ne­

cessidade de sítios de contrple adjacentes aos genes es­

truturais , tendo em vista a "i~terdispersão" de DNA "úni

co" e J'epetido. Os sítios de controle seriam constituI-­

dos por sequências reiteradas o

··Trabalhos de difração de raios X demons-

tram que a estrutura se cundária do DNA varia com a com­

posiçao de bases: DNA muito rico em AT parece não ado­

tar a configuração B característica para DNA com teor

baixo ou moderado de AT (Bram, 1971). Em Drosophila, sa­

téli tes com razões de bases diferentes, são sub-replica­

dos diferencialmente durant e a politenizaçao. Gomo a es-

trutura secundária do DNA é uma função da sua composi-

ção de bases, postula-se que os satélites e outras se­

quênc ias repetidas apresentariam conformações diferentes

que permitiriam g reconhecimento por proteInas regulado­

ras e a não replicação de segmentos específicos do genq­

ma (Blumenfeld e Forrest, 1972)0

Britten e Davidson (1969 ) e Georgiev (1969)

s u gerem Que o DNA intermediário seja re s ponsável pela

regulação da dif erenciação. Os primeiTos supõem Que mo­

léculas de RNA exclusivamente nuclear seriam o produto

de genes reguládore's que nfão seriam traduzidos. No mode­

lo de Georgiev, o RNA nuclear de alto peso molecular cog

teria a informação para a síntese de proteínas regulado­

ras, semelhantes aos repressores . bacterianos. A demons­

tração da transcriç~iO de sequências intermediárias em

moléculas de RNA exclusivamente nuclear e o comprimento

das se Quências únicas e repetidas intercaladas, sao con­

sistentes com o modelo de Britten e Davidson(1969).Crick

(1971), base ado na hipótese formulada por esses autores,

Page 25: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

21

elabora um modelo que distingue duas classes de DNA:

DNA globular, com função de controle e uma fração me­

nor de DNA ~ibroso, que codificaria a síntese de pro­

teínas. Os sítios de controle conteriam regiões não pa­

readas, provàvelmente de poli A, que poderiam reagir

com outras regiões semelhantes pertencentes a uma ban­

da da mesma cromátide. Essa situação deveria ser encon­

trada nas sequências satélites altamente repetidas da

heterocromatina próxima aos centrômeros. Esses sítios

seriam os mediadores do alinhamento das bandas dos cro­

mossomos politênicos. Segundo Paul (1972), regiões de

nucleoprotetna --densamente enovelada (correspondentes ao

DNA "globular" de Crick, 1971) se alternariam com re­

giões de nucleoproteína menos compacta. Proteínas não

histônicas se ligariam a sitios múltiplos no DNA("adress

sites") e causariam um desdobramento parcial da nucleo­

proteína, possibilitando a ligação de RNA polimerase a

sítios promotores adjacentes. Os "adress sites" seriam

formados pelas sequências repetidas.

A análise da reassociação das sequências

de nucleotídios encontradas nos roedores (Flamm et aI., 1969; Hennig e Walker, 1970; Rice, 1971a,b; - Rice e

Straus, 1972) e em outros grupos de animais (Britten e

Kohne, 1967; Brttten e Smith, 1971) e plantas superio -

res (Bolton; 19b6) permite definir afinidades taxonômi­

cas através da homologia genética ao nível molecular e

estabelecer possíveis relações evolutivas o Uma fração

do DNA intermediário dos eucariotos é comum a espécies

relacionadas e produz moléculas duplas homólogas ou he­

terólogas com baixa estabilidade térmica, sugerindo um

certo grau de divergência entre as sequências repetidas.

O rDNA constitui um grupo muito especi~l

de sequências com repetição intermediária. Ao cont;,rá-

rio do resto do genüma, os cistrons ribossômicos de

bactérias e eucariotos hibridizam com DNA heterólogo

formando m01éculas duplas perfeitamente pareadas(Birns­

tiel et al~, 1971). Enquanto essas sequências foram

extremamente conservadas ao longo da evolução, o DNA

e s paç ador, não trans crito, mostra grande divergencia

me s mo em espécies do mesmo gênero, como no caso de Xe­

nopus laevis e mulleri -( Brown et aI., 1972).

Page 26: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

22

A constância das sequências ribossômicas

contrasta com a granel e variabilidade do s satélites ,

que parecem ser especificos para cada espécie ( Flamm

et aI ., 1969 ; Rerulig ' e Wa lker, 1970; Britten e Smith ,

1 971; Ri c$ e Straus , 1972 ). Saté lites do grupo de

Drosophila virilis (Gall et aI., 1973), ao contrário

do satélite de camundongo e do satélite ;:1 de co-

baia, são muito homogêneos. Os satélites mais recen­

tes originaram- se por 'uma única substituição de base

em cada sequência repetida. No , caso dos saté lites, a ~ -. , N

seleçao nao poderla ser r esponsavel pela conservaÇao; .' A. _ ....

Ja que essas sequenclas nao sao, aparentemente, trans-

critas ou traduzidas. Atualmente , propõem-se mecanis­

mos para a manutenção da homogene idade dessas sequên-­

cias, os quais impediriam o aCÚmulo de mutações e tam­

bém explicariam a introdução de mudanças regulares de

bases, conforme verificado nos satélites de algumas es

p~cies de Drosophila (Gal1 et aI., 1 973) .

A formação das famílias de DNA reiterado

é explicada por dois mecanismos. Southern (1970), su­

gere que a estrutura atu.al do satélite (l de cobaia po

deria ser resultante ds duplicações sucessivas , de uma

sequência ancestral , e introduç~o posterior de muta­

ções. Os satélites do grupo virilis exemplificam o ti­

po de sequência postulada como precursora dos satéli

tes de camundongo e de cobaia.

A ocorrência escassa de DNA com baixa

frequência de reiteraç~o sugeriu a Britten e Kohne

(1968 ) que a duplicação ao acaso não poderia produ­

zir o padrão de frequê,ncias de repetição encontrado

nos eucariotos. Aparentemente, certas sequências se­

riam favorecidas pela duplicação que ocorreria atra­

vés de "replicação saltatória". Segundo esse mecanis­

mo, uma - sequência original de DNA seria, subitamente,

ao longo da evolução , replicada muitas veze s , forman­

do uma famí~ia de sequências idênticas. Os membros '

dessa família sofreriam mutações e translocações para

outros segmentos do cromossomo ou para outros cromos­

somos, originando uma família de sequências semelhan­

tes, mas não idênticas. Posterior divergência faria

com que n ão fôsse mais. possív.el detectar homologia eg

t r e es sas se'quências que se riam indistinguíveis da

Page 27: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

23

sequência original de DNA. O pro cesso de formação de

uma família seria muito rápido em relação à velocida de

de mutação. A idade de uma família pode ser estimada

através da div ergência entre seus membros. Segwldo o

modelo da repli c a ç ão s al t atória, novas famílias esta­

riam constantemente s urgindo ao longo da evolução. Fa­

mílias originadas recentemente, como os s a t élites, se­

riam limitadas sàmente a , uma e s pécie e seus membros se­

riam pràticamente iguais. Uma família formada há mui­

to tempo; seria encontrada atualmente em e s pécies dis­

tàntes e haveria grande divergência entre seus membros.

A razão entre a quantidade d e DNA não homólogo entre

duas e s pé cies e o tempo desde a diver gê nc ia de s s as es­

pécies, fo r nece uma medi da da velo ci d ade de introduç ão

de n ov as famílias de DNA repe tido no genoma. Es s a velo-

cidade s e r e fer e s àmente à s famílias que foram fixa-'. '" . das no genoma da especle e nao deve ser lnterpretada cb

mo a velocidade de crescimento do genoma, porque mui- '

tas famílias podem não ter sido fixadas e nada se sabe

sobre a v e locida d e de perda de DNA durante a evoluç ão

d e uma espé c ie • . Outros mecanismos para cres'cimento do

genoma como poliploidia ou politenia, tenderiam a au-

mentar ' a co n tribUição devida a eventos saltatórios

(Kohne, 1971). A reassociaç ão de DNA pode, port,anto, ser

utilizada para e s tudar o grau de ' divergência evolutiva

entre vár ios si s temas biológicos, permitindo e stabele -

cer uma correlação com os dados paleontológicos. Os re­

sultado s su~erem que, durante o processo de replicação,

ocorrem alteraç ões gen,éticas (II rep licação saltatória ll)

com v e locida de sufici e n temente g rande par a serem de t e c­

tadas contra Um IIbackground" contínuo de mudanç as qu e

envolvem um único p ar de bases (Kohne et aI., 1971)!" ,A análise da sequência de aminoácidos de

p rot e{ n as h omólogas de e s pécie s diferente s , permite a­

valiar a ve J...ocidade de s ub s tituiç ão de .aminoácidos. A

comparaç ão .entre a ,velo cida de de evolução de proteínas

e DNA ( La ird et aI.; 1969 ) fo r n e c e : re s ulta do s de di­

f í c il i nte r pretaç ã o, p orqu e não s e c OILhe ce a fraç ão do

DNA de orga n i smo s s uperi or e s que codifica para proteí-

Page 28: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

24

na. Grande parte do DNA analisado p ode não ter expres s a0

genética e, consequentemente, não ter s ido conservado.

Po r , outro l ado , as proteínas estudadas geralmente têm

funções ce lulares e specíficas, ou seja , são genet icamen­

te . importante s e aptas a serem cons ervadas (Kohne et

al., 1971 ).

3 . Caracterizaç ao do genoma de A. castellanii

o princípio biológico da continuidade ger­

minal exclui a po ss i bilidade de que a diferenciação en­

volva distr ibuição diferencial de DNA entre tecidos ou

células em diferentes estágio s de diferenciação. Aplica­

ções de té cnicas de hibridização RNA-DNA, . permitem iso­

lar as sequências de DNA expressas em RNA. O conhecimen-

to da fração de DNA expresso tem s i el.o utilizado para

detectar amplificação gênica em tecidos adultos ou fe­

tai s (Kohne e Byers , 1971 ) e os resultados obtidos ex­

cluem a existêncla de amplificação, pelo ménos , em lar­

ga escala . Além disso, a análise da atividade gênica ao

l ongo da ontogênese demonstra que todas a s sequências de

DNA estão igualmente representadas em todos tecidos adul

tos, embrionários e transformad os de mamíferos (Bolton,

1966 ). Por outro lado , a população de moléculas de RNA

de diferenT.e s órgãos adultos e fetai s diferem na quali­

dade e na quantidade. A medida que ocorre a diferencia -

ção de larvas de Xenopus , verifica- se que o RNA produzi­

do cada vez mais S6 assemelha ao RNA da larva totalmente

desenvolvida (Bo l ton , 1965) . Esses resultados corrobo­

ram a idéia fundamental de que a diferenciação i mplica

na atividade diferenc ial do genoma , através da produç ão

de populaç õe s di st intas de moléculas de RNA (Jacob e

Monod , 1963) . Todavia, em certos organismos como ~-cosciara e S~iara , há evidências de rep licação

cial do genoma (Breuer ' e Pavan , 1955 ; Crouse

1968 ; Meneghini et a l., 1971) . A partir dessas

:iiferen -

e Keyl,

evidên-

~ ia8 , formulou- se a h ipótese de que a a l teraç ã o do po­

tencj.a l genético d os seres v i vos , f~cilment e dete c t ada

Page 29: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

25

em alguns organismos, poderia constituir um mecanismo

genérico de citodiferenciação (Pavan, 1965)0 Entretan­

to, a amplificação gênica, como mecanismo do desenvol­

vimento, talvez seja restrita a situações onde grande

quantidade de um produto gênico específico seja neces­

sária, como" na ovog~nese de anfíbios (Birnstiel et

aI., 1971) e insetos (Gall et aI., 1969;Lima-de-Faria,

1973), oU ' na "magnificação" de rDNA em mutantes "bo­

bbed" de Drosophila (Ritossa, 1972)0 Entretanto, a

descrição de mecanismos sofisticados de citodiferencia

ção mostra que as generalizações devem ser analisadas

criticamente. Em certos organismos, verifica-se elimi­

nação seletiva de cromatina (cfo Balsamo, 1972) ou de

DNA altamente repetido, como acontece am Ascaris (Mb­dak, 1973)0 Durante a formação do macronúcleo de ci­

liados (Prescott e Krishna Murti, 1973), há destrui-

ção de 80% do DNA e as novas moléculas são sintetiza

das a partir de pequenos fragmentos restantes de DNA,

que cont~m todas as informações necess~rias para a ma­

nutenção, crescimento e divisão das c~lulas. Trabalhos antigos sobre a diferenciação

de Ao castellanit (Volkonsky, 1931),mostraram que, lo­

go no início do encistamento, havia uma expulsão par -

cial de cromatina .periférica para o citopla~ma adjaceg

te ao núcleoo O material foi caracterizado como DNA,de . -

vido à reaçi!o de Feulgen positiva. Em vistos mais ve-

lhos, ' essa zona desaparecia, devido à migração do áci­

do nucleico para a membrana externa do cisto o Observa­

va-se, também, a saída de grânUlOS basófilos do nucléo .-lo, que se acumulavam inicialmente no nucleoplasma prQ

ximo à membrana nuclear e depois migravam para o cito­

plasma, onde desapareciam gradativamente.Posteriormen­

te, através de micros copia eletrônica, Bowers e Korn

(1969) verificaram que o volume nuclear diminuia 40%

durante o encistamento: no início do processo, o

cleo tornava-se lobado, formando pequenos botões

, nu-

que

pareciam não conter material nucleolar. Grande parte

dos botões era inco~porada em autolisossomos, caracte­

rísticos de células yncistautes. Além disso, parte

do material densamente corado do nue1.éolo, parecia se

d i spersar no nucleoplasm a e seu de stino posterior era

Page 30: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

26

difícil de ser -dete rminado morfológicamente • . O decr~s -

cimo nucleolar; igual a 75% durante o encistamento (Ray

e Hayes, 1954), era paralelo à expulsão de cromatina.

Chang e Hume s (1962) isolaram um fator

·transferI vel para células humanas em cultura de tecido,

denominado "lipovl~us". Trabalho s posteriores (Chang

let al., 1966), 'sugeriram que O"lipov:trus': era transpor­

tado por uma célula amebóide, capaz de transferI-lo pa­

ra célUlas humanas crescendo "in vitro", por um meca­

nismo desconhecido que exigia o contato entre as célu­

las. O fator trans ferIvel sofria replicação na célula

hospedeira, caus~ndo alterações nucleares ' (degradação

de DNA), produção de antIgenos especificos e lise celu­

lar. A injeção intracerebral das células amebóides com

seu fator transferIvel, em macacos, causava encefalite.

As células amebóides foram, então, identificadas como

Hartmannella rhysodes (Acanthamoeba ~.). A observação

direta do efeito patológico ' dessas amebas e a demonstr~ ção, por imunofluorescência, de antIgenos das amebas

~as células hospedeiraé (Liu e Rodina, 1966),sugeriram

que Acanthamoeb~ transportava ·um fator transferivel,de

riatu:r'eza desconJb.ecida. · lto e colaboradores (1969) pos­

tularam que o fator trB.nsferIvel poderia ser o respon­

s~vel por parte da incorporação citoplasm~tica de timi­

dina tritiada verificada ánteriormente (Chang et aI.,

1966). An~lise estrutural fina, através de autoradiog;~ fia em trofozoitos de Acanthamoeba (Ito et alo, 1969)

demonstrou incorporação ativa de .timidina tritiada no

ci toplasma, enquant.ó que a marcação nuclear era relati­

vamente limitada: cerca de 32% -da radioatividade era

encontrada no citoplasma é o número de grãos contados

sobre o plasmalema ·era três vezes maior do que sobre

as mitocôndrias. A linhagem de Acanthamoeba utilizada

por Ito et ül. (1969), foi propagada durante anos em

culturas axênicas, tornando, portanto, pouco prov~vel

que os corpúscu.los citoplasm~ticos resultassem da in­

trodução de microrganismos exógenos. Em duas linhagens

de Naegleria gruberi, ameba de -solo relacionada taxo­

nômicamente 'com A. easte'llanii, foi demonstrada a exis­

tência de partícula.s seme lhantes a vIrus ao microscópio-

Page 31: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

27

eletrônico~, capazes de infectar células de embrião de

galinha; ocasionando lise e liberação de maior quanti- ' dade de mate'rial ,infectante (Dtumebacke e Schuster, 1971). Em Acanthamoeba, os corpúsculos citoplasmáticos contendo DNA poderiam ser elementos genéticos normais do ·genoma da ameba, endosimbiontes facultativos ou pa­rasita~ intra-celulares como v::trus defec~ivos ou epis-­somos (Ito et aI., 1969). A existência provável dess'es elementos serelaclona com a verificação anterior de um fator transfer::tvel .nessa li:nhag·em.

A descrição da expulsão de cromatina e a presença de endósimbiontes citoplasmáticos podem, de alguma maneira, estar relacionadas. Nos estágios ini­ciais do encistamento, verifica~se o aparecimento de autolisossomos no c'i toplasma, contendo mitocôndrias, grâ

nulos de glicogênio etc. (Bowers e Korn, 1969). Os cistos apresentam agregados de restos citoplasm~ticos

aderidos à camada externa da parede do cisto, sugerin­do que o conteúdo dos .autolisossomos seja des.earregado na paredeem .formação (cf. Bowers e Korn, 1969)-. Autó ... lisee . excreção de componentesci toplasmátic.os e nu­cleares são consistentes com o apar~cimento de prote!­nas, ·aminoácidos e ribónucleot::tdeos no meio de cultura

de células encistantes (Griffiths e Hughes, 1968). O material excretado contém; ao microscópio eletrônico , , . partículas semelhantes a vírus (Bowers e Korn, 1969).

Fenômeno semelhante à liberação de CToma­tina ·em A. castellanii, foi verificado durante a ovo-

A • A

gene'se de lnsetos do genero Acheta, conforme . trabalhos recentes de Lima-de-Faria e colaboradores (cf. Lima-de­Faria·, 1973). Durante a meiose, nesses organismos, há

amplificação ' de certos cromômeros . que liberam as ,

co-pias amplificadas no nucleoplasma. Subsequentemente , esse DNA se dirige para as proximidades do envelope nuclear e força sua passagem para o citoplasma, fican­do envolvido .poruma ·parte da membrana nuclear.Através de hibridização "in. situ" , demonstra-se que a maior parte do' material amplific?-do é formado po·r cistrons

ribossômicos. O DNA migra para o citoplasma acompanha -

do por , grande quantidade de RNA. Os dois tipos de áci-

Page 32: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

dos nucleicos

mando grandes

transferência

28

permanecem associados no citoplasma, for­

particulas de fUnção desconhecida. Essa

de complexos DNA-RNA também foi verifica-

da em outras espécies de insetos (Jaworska, citado em

Lima-de-Far ia, 1973) e rato (Izquierdo e Vial, 1962; Szollo s i, 1965, citados em Lima-de-Faria, 1973).

O encistamento em amebas pode ser consi,de­

rado como um processo de diferenciação celular típica,

não complicado por processos sexuais (Neff et aI.,

1964 a). Muitos sistemas biológicos têm sido explorado~, na tentativa de elucidar os eventos metabólicos que

determinam a regulação do crescimento e diferenciação c~

lular. O encistamento pode constituir um sistema útil

para o estudo da morfogênese celular, já que os tipos

celulares envolvidos são distintos estrutural e quimica­

mente e o processo pode ser . acompanhado sob condições

experimentais bem definidas. Apesar de representar um exemplo de diferenciação de protozoários, pode servir

como um modelo simples para a compree~são do desenvolvi-

mento de sistemas evolutivos mais complexos, com os

quais compartilha caracteristicas comuns (Krishna Murti,

1971; Stevens e fachler, 1973 a).

Ass~m, .a simplicidade relativa do sistema

de A. castellanii, a facilidade de ser cultivada axêni­

camente em larga escala e a possibilidade de ser encis~

tada sincronicamente, motivaram o estudo da diferencia -

ção dessa a meba. Tendo em vista as mudanças nucleares

paralelas ao encistamento, a idéia inicial deste traba­

lho era analisar o padrão de sequências de DNA nas duas

fases do ciclo de vida do protozoário. O objetivo era

explorar as interaçbes 'entre os ácidos nucleicos do cis­

to e trofozoito, atra~és da homologia entre seus DNAs.

E$peculações como essas poderiam fornecer resultades in­

teressantes sobre o papel biológico das diferentes fami­

lias de DNA-presentep nos organismos superiores; já que

a diferenciação da ameba envolve, provavelmente, perda

de parte do material genético o A carac~erização do DNA

de trofozoito sugeriu :vários problemas que ' passaram, en­

tão, a , ser estudados. PadronizO,u",-'se um método de iso­

lamento de núcleos dessa ameba (Marzzocoe Oolli, 1974)

Page 33: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

29

e de extração de TINA de trofozoitos e cistos. A análise

do DNA de trofozoitos quanto ao comportamento em gra­

diente s de densidade, perfil de desnaturaç ão e renatur~

ção, forneceu resultados que podem se relacionar com

a descrição citológica de dorpúsculos citoplasmáticos

contendo DNA CIto et al.,1969) e com a extrusão de DNA

para o citoplasma CBowers e Korn, 1969). Deste modo,

o trabalho a ser descrito representa a caracterização

parcial do DNA de trofozoito e uma análise preliminar

do DNA de cisto. Os resultados obtidos poderão, futura­

mente; servir para o estudo da homologia existente en­

tre esses ácidos nucleicos, o que poderia ser útil pa­

ra uma melhor compreensão da diversificação gênica du­

rante o ciclo de vida de um organismo superior relati­

vamente simples.

Page 34: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

v. Métodos

1. Cresci~ento de A. caste11anii

a) Meios de crescimento

° crescimento da ameba foi testado em dois

meios de cultura, resultantes de modifica~ões dos meios

descritos por Neff (1957) e Band (19 ~-)9)e A composição

dos meios empregados, denominado s A e B era a seguinte:

Meio A Meio B

proteose-peptona - 0,75% p r ot e oBe-peptona - 1,5%

extrato de levedo - 0,7S% glicose - 1,0%

glicose - 1,5% NaC1 - 2mM

MgS04 - lmM " MgC12 - 0,015mM

CaCl'2 - 0,05mM CaC12 - 0,02mM .\

KH2P04 - 2mM . FeS04 - O,OlmM

citrato férric.o - O,lmM Na2HP04 . - lmM

KH2P04 - lmM

Os dois meios continham ainda, as seguin-

tes vitaminas: tiamina (lmg/l), biotina (0,2mg/l) e vi­

tamina B12 (1 )1g/1) •

A preparação dos meios de cultura seguia o

procedimento descrito abaixo, necessário para evitar a

formação de resIduos i~solúveis, ricos em nitrogênio, a­

pós a autoclavagem. ·

. 0 meio, com pH igual a 7,0, não contendo gli

cose e vitaminas, era fervido durante 20 minutos. Após

resfriamento, as vitaminas eram adicionadas e o meio

filtrado através de papel de filtro fino. ° lIquido tran§.

parente resultante era distribuído em frascos de cultura

e autoclavado a 1200 C, "lkg/cm2 , durarite 30 minutos. An-

tes do inóculo, glicose 50%, autoclavada à parte, era

Page 35: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

31

adicionada assepticamente, no volume adequado~ Em al­

guns casos , adi cionava-se 100pg/ml de penicilina e es-

treptomicina, previamente esterilizadas por

em filtros Millipore GS autoclav~dos.

passªgem

b) Tratamento dos frascos de cultura

As amebas aderem firmemente a superf!cies,

o que dificulta a obtenção de dados quantitativos so­

bre o crescimento. O uso de vidraria tratada com sili­

cone evita esse problema, sem causar nenhum dano às cé­

lulas (Neff et aI., 1958). Os frascos de cultura, lim­

pos e secos, eram siliconizados com uma solução 5% de

silicone e secos a 2200 C por cerca de 16 horas o

c) MétOdos de cultura

A cultura era sempre feita a 2800, de di~ Versas maneiras:

Culturas estacionárias: as amebas eram

crescidas em cu~turas rasàs, obtidas com erlenmeyers

contendo um v?lUille de mpio igual a 1/5 da capacidade

do frascoo Esse tipó de cultivo era utilizado para ma­

nutenção de cul t .uras-estoque.

Culturas agitadas: amebas cultivadas em

erlenrneyers, mantendo a mesma relação de volume (5:1),

eram incubadas em agitadores New Brunswick, com veloci­

dade em torno de 100 rpm. O crescimento em pequena es­

cala, podia ser obtido por incubação de pequeno volume

de meio (cerca de 2 m1), em tubos inclinados sob agita­

çao o

Cultura em larga escala: para a obtenção

de grandes quantidades de ' células, adotaram-se difer.en-

tes processos de cultivo: crescimento em frascos de

12 1, contendo 1 1 de meio, incubados estaticamente

crescimento .3egundo Adam et al~(1969), onde a aeração

era obtida colocando-se frascos ' de 3 a 6 1, contendo

imã, sobre agitadores magnéticos e' cul ti vo em fe rmenta-

Page 36: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

32

dor (New Brunswick Sci. Co. Inc.), com uma dorna de

8 1, contendo 5 1 de meio, aeração d~ 2 1 de ar por mi­

nuto e agitação de 80 rpm.

d) Determinação da velocidade de crescimen

to '

° crescimento era medido pelo nÚmero de

células por ml de meio, por tempo de cultivo o ° número .

de células era determinado por contagem de amostras tri

plicatas em câmara tipo Neubauer (Resistance, Germ).Al­

ternativamente, o crescimento era determinado pela ab­

sorbância a 600 nrn, em um espectrofotômetro Coleman Jr.

11, utilizando-se . frascos de cultura com um tubo de en­

saio adaptado lateralmente.

e) Manipulaç ão de culturas

As operações, após autoclavagem dos fras­

cos, eram realizadas em câmara assepticao ° controle de

contaminação das culturas era realizado por pré-incuba­

ção dos frascos estéreis a 37°C, 16 horas; verificação

de crescimento bacteriano por adição' de alíquotas do

meio de crescimento em caldo glicosado, incubado a 0-. . 37 C por 16 horas e coloraçao do melO de creSClmento

estéril pelo método de Gramo

20 Encistamento

° enc~stamento era induzido por remoça0

das células do meio de crescimento, lavagem e transfe­

rência para um meio de encistamento semelhante ao des­

crito por Neff et aI. ( 1964 b) , com a seguinte

composiç ão: KCI 100 mM; MgS04 8mM; CaC12 0,4mM; NaHC03

ImM e tampão Tris-HCI 20 mM, pH 9,0. ° meio de encista-

mento era autoc]avado nas mesmas condições que o

de cresc imento e todás operaç ões eram realizadas

ticamente o Células de culturas agitadas em f as e

rítmica tardia, eram coletadas por centrifugaç ão

meio ,

assep-

loga­

( 800xg,

Page 37: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

·~3

10 m1.n.) e lavadas três vezes com meio de encistarnento. ~ ~eguida, as c~lulas eram suspenAas em meio de êhci8~ tt\m~nto. ao nível de 105 cé1ulas/ml e :i.ncubadas â

28°0 ~ob agitação, durante 20 horas. A ~~lgção entre dá pa.oidáde dd frasco e volume de tneio era igual à 5t1, O~ cistos, suspensos em me i o de enc istamento, eram 9S-· tCCe.d09 g 4°0.

1!:ncistamento espontâneo podie ser obtiao êtil culturatl agitadas que, após âtingirem Uma densidade de aproxim~damente lxl06 células/rol, começavam a encis­tar ilssincrônicamente.

3. Germinação (Excistamento)

Os cistos eram centrifUgados e três vezes com meio de crescimento (lOOOxg, 10

lavados

tnin.·) i sob condiçbes assépticas. Os cistos lavados , eram, en-tão; inocu1aaos ao nível de 5x103 organismos/rol, em me·io de crescimento f e cultivados sob agitação a. 28°C • Â germinação era acompanhada durante 8 horas~ retiran­do-se a1íquotas (intervalos de 30 min), que erâm obser­vadas ao microscópio de fase pâra verificàção do apa~

redimentb de amebas livrES nO meio.

4. I,sólB:IApnto de p:~.cleos de trofozoi "bOIS

.. nu-1'0-

Vários métodos para purificaç~o de c1eos, utilizando meios aquosos de homogenização, raro testados. Segue-se uma descrição sucinta de m~todo:

oS.da

a) Método de Chauvea~ et aI. (1956): o procedime~ to adotado era semelhante ao descrito originalmente pa­r~ f!gado de rato.

b) Método que emprega o detergente Nonidet P-40: as células eram sedimentadas e lavadas com sacarose

0,25M; GaC12 3 mM e Tris-HCl 0?05 M, pH 7,4. Em segui­da, as células eram suspensas na mesma solução conten­ao detergente e agitadas em agitador magn~tico por 10 a 30 t11H ILl.to8 e. 4°00 Foram testadas várias CQncentra-

Page 38: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

31+

ç~es do detergente, variando de 0,5 a 5 ,0%.

c) Método de Stevenson (1967), modificado: a 1i-

se celular era obtida por suspensão das

méios hipotônicos (NaCl 0 ,05 M, CaC12 1

0,1% (v/v) de Tween 80.

células em

mM) , contendo

d) Homogenização de células em um aparelho Vir­

tis, modelo 45: Foram testados diferentes meiQs de' ho~

mo genização, cont~ndo oU não d~tergehtes e v~ride ' ~em~

pos e velocidades de agitação.

, e) Rompimento de células' por ultra-som: ,

celulas

lavadas e suspensa's em sacarose 0,25 M" contendo CaC12

3 mM' e Tris-HCl 0,05 M, ,pH 7,4, eram submetidas a di­

ferentes tempos e intensidades de sonicação em um apa~

relho modelo Wl85D da Heat-Systems Ultrasonics, Inc.

f) Método de Schneider e Hogeboom (1950), modi­

ficado: cet'r.a de 3xl08 células eram centrifugadas (800

xg , 10 min.) e lavadas com sacaro s e 0, 25 M; MgC12 lmM ~

suspensas em 0,5 ml de pacarose 0,88 M; Mg012 lmM e

for çadas através de uma agulha hipodérmica 25-8, por

20 vezes. ° precipitado obtido por centrifugação do

homogenato a 800xg, durante 10 minutos, era lavado

duas vezes com a. sacaros e mais concehtrada e suspenso

em 1 rol da ínesma. saluç.ão. A 'fração nuclear impura era

colocada sobre 10 ml de sacarose 2,4 M, contendo

MgC1 2 lmM e centrifugada a 28000 rpm no rotor 50 Ti da

ultracentrífuga Spinoo, durante 1 hora.

g) Método de' Hymer e Kuff (1966), modificado: a

modificação introduzida refere-sé à homogenizaçãc que

era obtida por passagem em agulha hi podérmica 25-8, em

vez de empregar um homogenizador tipo Potter-Elvejenem.

h) Método de Blobel e Potter (1966), modificado:

o precipitado de núcleos impuros era obtido pelo méto -

do (f). A purificaçáo posterior dos núcleos era feita

conforme descrito por Blobel e Potter (1966).

i) Método de Rozijn e Tonino (1964): o método foi

testado sem nenhuma modificação considerável.

j) Método adotado rotineiramente (Marzzoco e

Colli, 1974):

Os núcleos eram sempre isolados de célu­

las em crescimento exponenc ial. Todas as etapas do iso-

Page 39: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

')/

l a mento eram r eali z adas entre O P. h OO .

Cer c a de 3xl 08 c élul as e ram coletadas por

(~e ntri fuga r; ã o (nOOxg , 10 mi n.) e l av ad.as com NaCl

0i14 M~ Em .geguida, d e t e rminava-se o pe s o úmido de cé­lulas . Às c élulas eram s u spensas e m 1 ml de uma solu­

Ça0 (me i o PVP), com á seguin te compo s ição: polivinil­

p -irrol idona 8% ; MgC1 2 lmMi CaC12 2mM; KCl 2 mM e Tris­

RCl 0, 05 M, pH ~,4. As c~lul as e r a m rompidas por passagem em

seringa com agulh a hip o d érmica nº 25-8, por 15 a 20 ve-

ze s . O hOTtlo genato era diluído c om meio PVP contendo

sacarO ~3 e 0 , 6 M, até concentração :final ele 25% (peso ú­mido ini c i a l / v o lume). O h omo gen 3.to diluído era centrifu­

g ado a 700x g por 10 min uto s . O pre c ipitado obtido er~

sus penso em um volume conh ecido de meio PVP-sacarose

0, 6 Mo

A purificação dos núcleos era obtida

c entri fugação em gr adiente s descontínuos de tneio

por

1?VP~

conten do diferentes concentrações de .sacarose. Os gra­

dient e s tinham a seguinte composição do topo ao ftlndo:

0,3 ml de sacarose 1,2 M; 0,7 fil de sacarose 1,5M; 0,7 ml

de sac arose 1,8 M ~ 2,] ml de sacarose 2 i O M. A amostra

(0,7 ml). contendo os núcleos era cuidadosamente coloca

da no topo do gradiente e centrifugada no rotor SW 65-Ti

da ultracentrífuga Spinco L3, a 50000xg, por 1 hora 'l.

4°C. Para volumes maiores, utilizava-se o rotor SW 25.1,

mantendo as mesmas proporções relativas de soluções de

sacarose. Depois da centrifuga~ão, o material se distri-'" . , buia em tres bandas · sobrenadantes constlt1udas por frag-

mentos de membranas de tamanho variado e um precipitado

que continha os núcleos.

Os núcleos eram suspensos em meio PVP-saca­

rose 0,6 M, eentrifugados a 700xg por 10 minutos c fi­

nalme nte ressuspensos na mesma solução o

50 Controle da pureza das preparações de

núcleos

a) Microscopia de f ase : o s núcleos isolados

e ram roti ne i r ame nte anal i sados, a o ~lcroscópio de fase ,

Page 40: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

6

qu.ant~o 8 sua i ntegr i rlane morfológica e aus ência de célu­

las int e iras ou fragmentos de membranas contaminantes .O , d; , 1 . · numero .e nUtCleos e celu as J_nte1ras era det e:rminado

por cont ~gem em eâmara d'e NeubRuer . Para isso 4 as prepa­

raç5eA erR~ ~oranas com lmR soluç~o n8 Giemsa JO% em sa­

carOS8 0; 25 M; MgC12 1 ruM. b) Micr oscopia eletrônica: 0 ,8 precipitados

de núcleos ~l'al11 fixldo s , durante '+8 horas , em glutaral -

detdo 1 , 5% ; em tampão fosfato de sódio 0, 22 M~ pH '7 ; 2 •

Os fragmentos eram, então, transferidot3 para uma sol u­

ç~o de Os 04 1% e, em següida para uma solução de acet ffi­

to de nranila 0,5%, onde permaneciam por 3 e. 12 horas re s pec f:i vRmenb'l. A de s i fl rataqão ArR COJl(tuzida atrflv~s

de uma série p;radativa oe soluções de etanol. Os nú-cleos fi xaoos e de s irlratadoE~ erRm embe"b i.doR em Ara.ldite

e cortedos em um ultra-illiGrótomo Porter-Blrun MT-l. As

secçõe s ohtiàas , com cerca tie 90 nm de espe ssUra, eram

coradas em acetato de uTé3nila ~% e citrato de

2 , 6% e eXRminact8s em um mi croscópio e letrônico

EM9 S-2.

chumbo

Zeiss

6. :posagem de RNA; UNA e pl'otelna em

~leo~ e homogenato.

; nu-

A composi ção qUlmlca de núcleos e homogena~

tos, e ra analisada através do método de Schmidt~Thannhau

ser; conforme . descrito por Munro e Fleck (1966 ). Segue -se uma de scrição sucihta do procedimento adotado para o fracionamento das ~reparações de núcleos e homogena­

tos. 1mostrRstriplicatas eram precipitadas no

gelo, durante , 20 min~, com concentração final de paA igUal· a 0,4 No O' preeipitado obtido por centrifuga.ção a .

10000xg , 10 mini, era lavado duas 'vezes com PCA 0,4 N • O material áci'do-insolúvel era suspenso em NaOH 0,33 N

e · incubado durante 1 hora a 37<:'C. ° digesto alcalino era acidifi cado com PCA (concentração final de 0,4 N) e man-

tido no gel o por 20 ·min . O prec i pi tado obtido por cen.,.

t ri f u ga ção ( l OOOOxg , 10 min o), era lavado com PCA 0,4 N.

Page 41: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

37

RNA era dosado no s obrenadante e DNA no precipitado.

O precipitado obtido por acidificaç;o do

dige s to alca'lino . era dis s olvido em NaOH 0, 33 N, a 37°C, por 20 mine e dosado quanto . ao teor de DNA~ se~ gundo o método de Ceriotti (1952). O padr;o utilizado

era 2-desox i-D-ribo s e.

RNA era dosado no digesto alcalino com

o reagente de orcinol (bische , 1955), empregando DNri­

b ose COIDO padr;o. . t A dosagem de protelna e r a feita nas pre~ - . ; -paraçoes de nucleos e homogenatos nao fracionados~ de

acordo com o procedimento de Lowry et aI. (1951). Al­

bumina sérica bovina 'era empregada como padrão nas de­

terminações.

7. Ensaio da atividade de RNA

se (E.C.2.7.7.6)

polimera-

Os núcleos utilizados para a determinaç;o

da atividade de RNA polimerase, foram lavados por cen­

trifugação (800xg, 10 rrdin.) e suspensos em sacarose

0;25 M; MgC12 ·1 mM e Tris-HCl 10mM, pH 7,4.

A mástura de incubação 'para o ensaio en-

zimático tinha· p- segulnte composiç;o~ 10 )lei/ml de

3H- UTP ( 11,7 Ci/mM); ATP 1 mM; GTP 0,4 mM;CTP 0;4 mM;

DTT 4 ' mM; KCl . 20 mM; MgC12 4 mM; NaF 4 mM e Tris-HCl

0,1 M, pH 7,6 0

A reaç;'o era iniciada pela adição de uma

al!quota da suspensão de núcleos contendo l5pg de DNA.

A incubação era ~eita a 30o C, sob agitação o A reação

era paralizada por adição de 10 volumes de pirofosfa-­

to de s ódio em TCA 20% e 200)1g de a lbumina para fac i­

li..tar a precipitação, obtida por manutenção dos ,tubos

durante 45 mino no gelo • . Os ·precipitadosrecolhidos

por centrifugação a 10000x g, por 15 mino, eram lava~

dos com pirofosfato de sódio 0,05 M em TCA 10% e de­

pois com etano l 95%, contendo acetato de ' sódio 1%. Os

precipitados eram hidrolizados com KOH 0,3 N por 1 ho­

ra a 37°C . O h idrolizado era acidificado com TCA até

Page 42: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

38

concentração final de 10% e centrifugado (lOOOOxg, 10 mina)~ A radioatividade incorporada em RNA era deter­

minada no sobrenadante, constituído pelo material áci­do-insõlúvel; . e sensível à hidrólise alcalina. O prow

cedimento . adotado reduz a radioatividade 'Ibackground" & cerca de 4,5% da radioatividade incorporad~ · em RNA, após 30 minutos de incubação. Alíquotas (50 )11) do $0-

brenadante eram colocadas sobre filtros Whatman GF/A. que eram secos e contados em frascos cqntendo 10 ml de líquido de cinti1ação; contendo: hidroxi1-hiamina 0,5%

(v/v); 4 g/l de PPO; 100 mg/l de POPOP e tolueno q.s.p. À radioatividade era determinada em um cintilador Beck man LS-250, com eficiência de contagem de aproxlmada -mente 37%.

Farale1amente, a atividade de .RNA polime­rase dos núcleos isoladps, foi analisada em presença de actinomicina D e rifàmpicina, ao nível de 8}lg por.

ml da mistura de incubação.

8. Purifipação de mitocôndrias

Todas as opera.çoes eram realizadas entre

O e 4 0 0. Células em fas:e exponencial de crescimento ,

eram sedimentadas e lavadas com 'sacarose 0,24 M;MgC12 10 mM; KC1 10 mM e Tris-HCl 10 mM, pH 7,4 por centri­fugação a 1000xg durante 10 mine As células, suspen­sas em três volumes da mesma sacarose, contendo EDTA

5 mM em vez de MgC12 10 mM, ,eram homogenizadas em um homogenizador tipo Dounce (10 movimentos)o A extensão

do rompimento celular era acompanhada · ao · microscópio de · fase. O homogenato era centrifugado 10 minutos a

900xg' e o sobrenadante obtido era centrifugado a 10000xg por '20 ·min. Os precipitados compactos obtidos eram submet~dos a dois ciclos adicionais de centrifuga çãe diferencial. A suspensão final ' de' mitocôndrias ,ao

. '. - , , IDlcroscoplO defase, nao apresentava nucleos ou celu-las inteiras. A mesma ·contatação era feita ao microsc2 pio eletrônico onde, tOdavi·a, era possível verificar a presença de fragmentos de membranas contaminantes.

Page 43: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

39

9. Extração de DNA

° método descrito a seguir era utilizado, com as ,devidas adaptações,para extrair DNA celular to­tal, nuclear e mitocondrial de trofozoitos e DNA to­tal de cistos.

Todas as operações eram realizadas entre ° - - . ° e 4 O~ A preparaçao em questao era lavada com NaOl

0,14 M, 'por centrifugação. () material centrifugado era, pesado e · suspenso em um meio de extração contendo die­

tilditiocarbamato de sódio 0;3 M e fenolftale!na di­fosfato 0,015 M, pH 7,5, na proporção de 811 (v/w). A­dicionava-se SDS até concentração final de 2,5% (w/v) e a suspensão era homogenizada manualmente em genizador tipo Potter-Elvejehem. ° lisado era do com i~al volume de uma mistura contendo 3 de fenol e 1 parte de meio de extração (v/v) 30 min o à temperatura ambiente. As soluções de

um homo­extra!­partes

durante fenol

e meio de extração eram preparadas imediatamente an­tes de usar. Após a extração fenólica, a emulsão , era centrifUgada (lOOOOxg, 15 min.) e a fase aquosa, ex­tremamente viscosa, era removida e precipitada COm 2 volumes de etanol. ° precipitado fibroso, contendo os ácidos nucleicos era cole.tado com a ajuda de um bas­tão de vidro em rotação. Os ácidos nucleicos eram dis­solvidos . em sse, num volume igual ao da fase aquosa da extração com fenol e incubados a 37°0 com RNase P8.E; creática (150 pg/ml, 1 hora) e pronase (500 pg/ml, 3

horas). ambas previamente aquecidas a 80°0 por 15 mi­nutos. Adicio~almente, o DNA · era tratado com a-amil~

se (200 pg/ml , 2 h. a 37°e), previamente analisada quanto à cont aminação por DNase. Seguia-se nova des­proteínização, agora com fenol 88% (v/v),colltendo 0,1% de hidroxi-quinolina. A fase aquosa era precipitada

com 2 volumes de ·etanol. ° DNA obtido ·era dissolvido em 0,1 sse e precipitado com isopropanol, conforme descrito por Marmur (1961), Finalmente, . o DNA er~ sub­metido a extensa diálise contra 0,1 8S0.

Page 44: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

40

10. Centrifugação em gradientes de CsCl

~) Centrifugação preparativa

As preparações de DNA e r am adic ion almen­

te purificadas ou fracionadas em diferen tes c omponen­

tes, por centrifugação em gradientes de Cs Cl. O pro­

cedimento adotado era o seguinte: CsCl sóli 'io era a­

dicionado a 3,5 ml de solução de DNA cont endo 1 a 20

unidades de absorbância ( 260 nm) em 0,1 SSC ou Tris ­

HOl 0,01 M, , até ser obtida uma densidade inicial de

11725 g/cm3. A densidade d a soluç ão era determin ad a a

partir do índice de refraç ão (Ifft et aI., 1961). A

solução era distribuída em tubos de nitrocelulose,

preenchidos com óleo mineral (Sigma). A centrifugaçã0

era feita no rotor SW 50.1 da ultracentrífuga Spinco

t o --3, a 38000 rpm e 25 C. Cerca de 40 fraçoes com 8

gotas cada uma, eram recolhidas por punção no fundo

do tubo, convenientemente diluídas com tampão e ana­

lisadas quanto à absorbância a 260nm. A linearidade

do gradiente era verificada através do índice ' de re­

fração das fraç6es não diluídas o As frações com ~l­

ta absorbância eram reunidas e dializadas contra o

mesmo tampão. O DNA era coletado por centrifugação n o

rotor 50 Ti da Spinco L-3, a 40000 rpm, 4 0 C, durante

cerca de 20 horas.

Em alguns experimentos, as frações d,os

gradientes eram analisadas quru1to ao teor de hexoses

e desoxirribose, determinado segundo os mé todos des­

critos por Mockrash (1954) e Giles e Myers (1965),

respectivamente o Os padrões utilizados nas do s agens

eram D-glicose e 2-desoxi-D-ribose.

b) Centrifugaç ão analítica (de termin a ç'ão

da densidade de flutuaç ão)

As s oluç6es de DNA e r am previa mente dia­

lizad as c ontra NaCl 0,01 M e centrifugadas a 8000xg

durante 45 mi n u to s .

Amostra s de DNA contendo cerca de 3 pg,

Page 45: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

41

eram centrifugadas a 44000 rpm, durante 21 horas a 25°C, em gradiente de CsCl ( p inicial = 1~700 g/cm3), con-

·tendo DNA do fago 2C de Bacilus . subtilis ( p = 1,742 g/cm3) como padrão de densidade. As análises -eram rea­-lizadas em uma ultracentrífuga Spinco, modelo E, equi­pada com um sistema padronizado para a medida da absor­

ção no ultravioleta, um monocromador e um. "scannér lí ·ele trônico. A densidade de flutuação era calculada segun-

_do Vinograd e;Hearst (1962), a partir da densidade de referência -(1,742 g/cm3 ) e expressa em termos da den­sidade inicial da solução, à pressão atmosférica.

11. Fragmentação de DNA

Para a obtenção de fragmentos de DNA de

baixo peso - molecu~ar, utilizava-se um Omni-Mixer da· Sorvall Inc. t equipado cóm um "micro-attachment" , ope-

o -rando a O-C. Cerca de 3 ml de ·soluçao contendo 100 pg de DNAJml, eram agitados durante 30 minutos, com o dial na posição 8.

12. Avaliação de peso moleeular

a) DNA nativo

O peso molecular (PM) era avaliado a par­tir da velocidade de sedimentação, determinada por cen­trifugação zonal em gradientes lineares de sacarose. O padrão de PM utilizado era o TINA do fago T

7, marcado

com 32p.

As amostras -de DNA eram , cuidadosamente co­

locadas sobre 25 ml de um gradiente de sacarose 5 a 20%, contendo NaCl 1 M; EDTA 1 mM· e Tris-HC1 lOmM, pH 7,.8 (gr~diente neutrd) ou -NaGl 0,9 -M;EDTA 1 mM e NaOHO,l M (gradiente alGalino) e centrifugadas a l8000 . rpm no rotor SW 25.1 (Spinco L-3), por 16 horas a 40 C. Frações de aproximadamente 1 ml eram coletadas

a partir do fundo do tubo e analisadas quanto à absor­bância· a 260nm· e radioatividade. A radioatbri dade era determinada por cintilação líquida na s olu~~o descrita

Page 46: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

4 2

por Bray \1960), em um cintilador Beckman LS-250o

O PM do DNA nativo (gradientes meutro s )

era det erminado con~orme sugerido por Burgi e Hershey

(1963) e o PM do TINA mon ocatenário (gradiente s alca-

linos), através da equação proposta por

(1965).

b) DNA fragmentado

Studier

o peso molecular de DNA fragmentado con­f orme descrito no item 11, era avaliado a partir da

velo c idade de sedimentação em gradientes lineares de

sacarose 5 a 20% em SSC. O DNA era desnaturado com ál-

50.1 cali, neutralizado e centrifugado no rotor SW

(Spinco), a 45000 rpm, durante 4 horas a 4 0 C.

° DNA utilizado como referência era o

DNA do fago ' fd (circular, monocatenário), que, nas

condições utilizadas, ' comporta-se corno uma molécula

linear com S20

0 = 24,48 (Colli et al., 1971). As ,w . constantes de sedimentação obtidas eram relacionadas

ao s pesos moleculares dos DNAs, através da equação

proposta por Eigner e Doty (1965).

O procedimento empregado para a fragmen­

tação de TINA · prolduz:la sempre uma população homogênea

de moléculas, c?nforme sugerido pelos perfis de ab­

sorbância dos gra.dientes de sacarose, caracterizados

por uma distribuição unimodal e gaussiana.

1 3 ) Renaturaç ão de DNA

A renaturação de DNA era medida pela

queda de ab sorbância a 260nm (Wetmur e Davidson,1968),

determinada em um e s pectrofotômetro Zeiss PMQ 11. A

temperatura das soluções de DNA, contidas em cubetas

de quartzo com tampa 1e t~flon, era mantida constan­

te por circulaç ão de água proveniente de uni banho Co­

lora (NB-36252 , Germany), termostatizado a 600 C. As

amo stras ' de TINA em NaCl 1 M, eram desnaturadas por ad,!

ç ão de 0 , 05 par t es de NaOH 1 N e, depois de 15 min.

neutrali z a i a s com igual volume de NaH2P04 2M. As so-

Page 47: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

43

luções utilizadas para a désnaturação e neutrali~ação eram mantidas a 600 0 e adicionadas ao DNA contido na cubeta do espectrofotômetro com o auxilio de uma seri~ gá térmostatizadá.

As experiências de renaturação empregavam sempre, preparações d~ TINA fragmentado conforme descri to no f tem 11. A tabelá 6 (ResUltados) mostra os ~alo~ res de PM de algumas preparações de DNA.

14. Curvas de desnaturação térmica (Determinação de T

tri).

A determinação de T. foi realizada de a-m

cardo com o método de MandeI e Marmur (1968), utiliz~ do o mesmo equipámento descrito para as experiências de renaturação. A temperatura era medida através de um termômetro especialmente adaptado para ficàr imerso e~ uma solução de referência. Os diferentes TINAs es­tavam dissolvidos em 0,1 -SSG e todos os dados eram caÍ' rigidos para expansão térmica.

Page 48: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

VI. Resultados

1. Curvas de Crescimento

o crescimento foi testado em dois

d.e cultura (A e B), sob diferente,s condições de

méios

aera-

ção (culturas agitadas e e s tacionárias). A figura 1 mos

tra os resultados obtidos. O crescimento em meio A é ligeiramente mais acentuado, tanto em culturas estacio­

nárias, como àgitadas. Culturas estacionárias caracte­

rizam-se por crescimento máximo de cerca de 4xl05 cé­

lulas/ml, atingido em torno do l8º dia de cultivo , Nes­

sa oca sião, a maioria dos organismos apresenta

esférica e há baixa porcentagem de cistos. Nas

ras agitadas, a fase logarftmica é mais longa,

ro máximo de células/ml é maior (2-7xl06 ) e,

o

a

forma

cultu-,

nume-

par-

tir do 8º dia de cultivo, inicia-se o encistamento em f ,

massa das amebas. O nlvel de celulas presentes na fase

estacionária é maior em culturas ag~tadas crescendo em

tubos inclinad0s (maior aeração), do que em erlen-

meyers. Conforme verificado por outros autores ( Byers

et aI., 1969), o crescimento parece ser determinado pe­

la quantidade de oxigênio dissolvido no meio.

As curvas de crescimento determinadas por " . contagem do numero de celulas por ml de melO de cultu-

ra (Figura la) apresentam uma fase de crescimento expo-

nencial e uma fase estacionária. A aparente fase de

"lag"verificada quando o c rescimento é medido por absor­

bância da cultura a 690nm (Figura IA), pode ser expli­

cada pela r e lação nao linear existente entre absorbân -

cia e nº de células/ml (rabela 1).

Para a obtenção de grandes quantidades de

células, adotou-se, rotineiramente, a utiliz ação de

fermentador. Nessas eondi ç ões, as curvas de ,crescimento

obtidas são semelhantes às curvas de culturas agitadas

em erlenmey e r s, mostradas na Figura la.

Page 49: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

107,. 45

E "-

106

tn lOS j 3 'w u

w c

~

li

/-/~ " . --. ,'~ ,/'-

103, , , , 100 200 300

HORA 5 DE CUL T I 'VO

0,6' A

E c 0,5

o o lO

0,4 <t:

u

.~ 0,3 (TI

ex: ~ 0,2 m I -~

<t:

0.1

100 200 300 HORA S DE CULT IV O

Figura 1 - Crescimento . de A. castellanii em diferentes condições de cultura. O crescimento foi medido por contagem do número de células por ml em câ­mara de Neubauer (gráfico a) ou por determinação da absorbância a 600 nm (gráfico A). Os resultados são a média de duas experiências. No gráfico a, os círculos e triângulos indicam, respectivamente, o crescimento de culturas agitadas e estacionárias em erlenmeyers.O crescimento foi determinado em meio A (símbolos va-zios) e t;ni meio B (símbolos c heios). Os círculos cheios interrompidos re:j2resentam tuna Cl..1.I'va de crescimento em tubos SO'O agitaçao, contendo meio Bo O gráfico A mos­tra o crescimento de culturas agitadas em meio A.

Page 50: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

46

Tabelg 1 - Relação entre absorbância a

600nm e número de organismos por ml em culturas de trofozoitos de A. castellanii

nº de células/ml .1600

1, 2xl06 0,245

4;6xl05 0,155

2,3xl05 0,125

1,4xl05 0,120

5,4xlO 4 0;115

3,OxlO 4 0,115

2,lxl04 0,115

3,2xl03 0,115

Os dados foram 0btidos com suspensões de cé l ulas de uma ' culturR. em fase logarítmica, diluídas com meio de crescimento estéril (média de três determinações). O número de organismos/ml foi , medido por contagem em câmara de Neubauer; a absorbância foi determinada em um espectrofotômetro Coleman Jr. 11.

2 0 Encistamento induzido

Obtinha-se, em média, 96% de encis tamen -" 1\.. . to, des d.e que o numero de celulas por ml fosse l.gual

ou inferior a 105 • Densidade maior de células impedia o encistamento o Os cistos ob t idos eram viáveis , con­forme demonstrado pela germinação observada depois de 5 horas de incubação em meio de crescimento. O, excis­tamento foi acompanhado ao microscópio de fase, tendo sido pos s íve l constatar a s afda da ameba por um dos os tíolos da par e de do cis t o que permanebe i ntacta no final do proce sso.

Page 51: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

47

3. Isolamento de núcleos

A I , N

malor parte . dos .metodos testados nao produz.1.a lise celular adequada. O método de Blobe1 e

Potter (1967) modificado, proporcionava Um homogenaio contendo baixa porcentagem de células inteirlis e p-ú­eleos aparentemente integros. Todavia, não foi possí­ve1 . obter purificação dos núcleos por ultracentrifuga~ ção. A adoção do método descrito por Rozijn e Tonino

(1964), sem modificações, produzia homogenato com grande número de células intactas. O procedimento ado­tado rotineiramente (Marzzoco e Col1i, 1974) é uma modificação desse método e permite obter isolamento e purificação de núcleos em espaço de tempo relativa -mente curto (90 minutos após homogenização). A homoge-. - , , . . nlzaçao das celulas por passagem em serlnga com a~~-

lha hipOdérmica, constitui um método eficiente, já que a porcentagem de células intactas na fração nu-ctear era em torno de ~%. A fração nuclear impura, re­sultante da cehtrifugação em baixa velocidade do homo­genato. é altamente pUTificada por .ultracentrifugação em gradientes desco.nt1nuos de soluções -concentradas de

sacarose. A pureza das preparações de núcleos era ver! ficada por microscopia óptica e eletrônica. A figura 2 mostra o aspecto da suspensão final de núcleos iso-

. " A. ·' ladOs, onde e posslvel observar a ausenCla de celulas inteiras e fragmentos de membranas o Micrografias- ele­trônicas (Figura 3), mostram núcleos intactos, envol­vidos por um ·envelope duplo, . com ribossomos -aderidos à membrana externa .• Nucléolos grandes e densos, que são

característicos dessa espécie, também podem ser vis­

tos. O grau de pr e s ervação estrutural mantido pelos

núele-osisolados é constatado por comparação com mi­crografia de núcleos "in situ", conforme ilustrado na figura 3. Os meios de extração utilizados contêm 8% de -polivinil-pirrolidona, necessária para manter a in­tegridade dos núcleos durante o isolamento (Rozijn e Tonino, 1964). O meio de homogenização conté~, adicio­

nalmente, baixa concentraç ão (0,02%) do detergente Tri

Page 52: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

4(3

ton X-IOO, que acelera a lise celular e propicia me­

lhor dispersão dos componentes celulares liberados,

além de ser um inibidor de DNase (Hymer e KUff,1966) .

O rendimento de núcleos é de aproximadamente 80% con ­

forme avaliado pela recuperação de DNA (Tabela 2).

Figura 2 - Aspecto de uma preparaçao de

núcleos de trofozoitos de ~. castellanii, suspensos

em meio PVP-sacarose 0,6 M ao microscópio de fase. , _ • H ,

Os nucleos es tao lntactos e nao se observam celu -

las inteiras ou fragmentos de membrana. Aumento

2560 vezes.

Page 53: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

49

(a)

(b)

Figura 3 - Micrografias de núcleos de A. castellanii. A vreparação do material para microsco pia eletronica esta descrita em Métodos. A foto (a)­m9stra o grau de ~re servação estrutural mantido pelos nucle o s i s olados, como pode ser observado por compara­ç ã o c om a ap a rência dos núcleos "in situ", mostrada na foto (b). Os aumentos das fotos (a) e (b) são respecti vamente i guai s a 14000 e 10000 vezes. -

Page 54: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

Núcleos

Homogenato

Tabela 2 - Composição química -de núcleos isolados de trofozoitos

de Â. castellanii

TINA RNA p.roteína RNA

mg % mg % mg % TINA

0,1151:0,032 20,5 0, 0232:0,005 4,1 0,422±0,029 75,4- 0,2

0,1431:0,015 0,64 , 2 ,18±O, 26 9,8 20,0:!:1,1 89,6 15 ,3

Proteína

DNA

3 , 7

140,3

Os nÚmeros se referem a núcleos isolados de 1 ml de homogenato 25% (w/v). Os resultado s para

1 ml de homogenato são incluídos para comparação. Valores médios de triplicatas de 4 experimeg

t os independen tes são dados ± o desvio padrão.

Page 55: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

51

L~. Composição química de núcleos isolados

A tabela 2 mostra os resultados relativos

ao tecr de DNA, RNA e proteína, no homogenato e nú-

cleos purificados. Os resultados mostram que 80% do

DNA do homogenato foi recuperado no precipitado de nú­

cleos. As preparações de núcleos utilizadas para o es­

tudo da composição química também foram analisadas qu~ " , to ao numero de nucleos por ml, Rtraves de contagem em

A • '. camara de Neubauer ao mlcroscoplO de fase. Com esses

resultados e os dado s da tabela 2, foi possível ava-. . - '. , . .

llar a compOSlçao medla por nucleo, que era 19ual a

38;8; . 2,1 e 10,6 pg de proteína, RNA e DNA, respectiva

mente.

5. Atividade de RNA polimerase(E.C.2.7.7.62,

em núcleos isolados

A figura ~ mostra os resultados da

tica da reação catalisôda pela RNA polimerase da

. , Clne-

fra-

ção nuclear. Nas condj)ções de incubação adotadas, a v~

locidade da reação diminui logo ap6s os primeiros 5 mi

nutos de incubqção.A velocidade inicial de síntese de

RNA nos núcleos isolados, conforme avaliada pela incor­

poração de UMP em RNA, era igual a 83 picomoles de UMP/

min/mg de TINA a 300 C. Essa velocidade, todavia, pode

estar um pouco subestimada; já que nãe foi considerada

a possibilidade da existência d.e um II poo lll endógeno de

UMP,que poderia influenciar os Eesu1tados nas condições

de ensaio empregadas. Conforme esperado para uma

reação TINA-dependente, a adição de actinomicina D, ao

nfvel de 8 )1g/ml, reduza incorporação de radioativida­

de em ·RNA de cerca de 80%. Por outro lado, rifampicina,

conhecido inibidor Je síntese de IDJA bacteriano ( di

Mauro et aI., 1969) e mitocondrial (Mukerjee e Goldfe -

der, ' 1973), não teve nenhum efeito na enzima nuclear

da ameba. Os resultados estão resumidos na tabela 3.

Page 56: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

lOO

" " 200 rb .-

IC

~ a.. u

52

10 20 30

Tr:MPO (min)

Fi€~a 4 - Cinética de incorporação de

UMP~3H em núcleos isolados de trofozoitos de A. cas­

tellanii. A radioatividade TCA precipitável e sens:t­

vel à hidrólise alcalina foi determinada conforme des­

crito em M~todos. O nº de cpm/ml da mistura de incu­

baçã o é registrado em função do tempo de reação a

300 C.

Page 57: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

53

Tabela 3 - Efeito de antibióticos na rea­

ção catalizada pela RNA polimerase de núcleos isolados

de A. castellanii.

Adições

actinomicina D

rifampicina

cprn/mg de DNA

(xlO-6 )

5,32 0,96

5,72

% de inibição

82

zero

Condições de ensaio descritas em Métodos. Resultados

obtidos por incubação durante 10 minutos a 30o C. A con­

centração de antibióticos testada foi de 8pg/ml.

6. Extração de DNA

° DNA total ~e trofozoitos, obtido pelo

procedimento descrito em Métodos (Marzzoco e COlli,

1974), apresenta espectro de absorção característico

ilustrado na figura 5. Inicialmente, o DNA não era tra­

tado com a-amilase (Adam et aI., 1969), fornecendo

um espectro de absorção atípico; provàvelmente devido à

contaminação por glicog~nio, conforme sugerido pela

comparação entre o espectro de absorção de DNA não tra­

tado com a-amilase e glicog~nio comercial, no ultra

violeta (Figura 5). O glicog~nio utilizado (Sigma), f'oi

analisado quanto ao teor de hexoses (reação de antro­

ma), DNA (Reação de difenilamina), RNA (reação de orci­

nol) e proteína (reação de Folin-Ciocalteau). Os resul­

tador obtidos mo s tram que a preparação de glicog~nio

é realmente pura, contendo baixa porcentagem de protef

na (0,3%) e ácidos nucleicos (cerca de 0,1%) contaminan­

tese

Page 58: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

54

0,6.

- , <[ • • Z

,

Jf\ • e DA , • , ,

<[ fi -~D,3

.c:{

Dl o:: 00,2 1Il m <[

200 250 300 ONDA (nm) COMPRIMENTO DE

.- » Dl Vl

1.0~ m 1>-

o,s?5 l>

o o

Q4 ~ z o

Q,2-

Figura 5 - Espectro de absorção de DNA to­tal de trofozoitos tratado ou não c om a-amilase e de glicogênio comercial ( Si gma). A c oncentração de DNA tratado com a - ami lase (círculos ch e i os ) e DNA não t ratado (círculos v azios, linha ponti l hada ), conforme avaliado pe l ~ absorb~nci~ ~ 260~, era igu~l a 22pg/ ml . A concentraçao de gJ l cogenl o (clrcul os vaZl OS , linha cheia), determinada p or reação com antrona, era i gual a 3 mg/ml. As soluções eram feitas em 0, 188C e a ab­sorbância no ultra-vio l eta medida em um espectrofotôme­tro Zeiss PMQ 11.

Page 59: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

'55

o DNA nuclear também apresentava razões

de absorbância típicas: 230/260 nm = 0,435 e 280/260

nm = 0,534.

o peso molecular do DNA nativo, uti1izag

do-se DNA radioativo do fago T7

como padrão, variava

de 8 a 12 xl06 daltons (gradientes de sacarose neu­

tros). Em gradientes alcalinos, obtinha-se um valor

de peso molecular próximo à metade do peso molecular

do DNA nativo.

7. Centrifugação em gradientes de CsCI

a) TINA total de trofozoitos

À análise do perfil do DNA total de tro­

fozoitos em gradientes de densidade preparativos, su­

geria, inicialfuente, a presença de dois satélites com

densidade menor que o componente principal, conforme

evidenciado na figura 6B. O satélite menos denso, si­

tuava-se na mesma região de densidade que glicogênio

comercial (Sigma) (Figü.:ra 6A). As frações ip.dicadas

pela barra presente na figura 6B, foram reunidas e

submetidas à centrifugação analltica em gradientes de

CsCl. O 'perfil obtido (Figura 6b), confirma a exis-

tência de dois satélites: um com densidade igual a

1,692 g/cm3 e outro com densidade igual a 1,670 g/cm3 •

Esta última banda tem um comportamento anômalo, já

que absorve radiaçãO' de ' 320nm (Figura 6a). Na tentati­

va de elucidar a natureza dessa banda, foi feita a do­

sagem de desoxirribose (reação de difenilamina) e he­

xoses (reação de antrona), em cada fração de gradien­

tes preparativos de DNA total tratado ou não com a­

amilase. A figura 7 mostra os resultados obtidos. A

banda anômala (componente menos denso), não contém

DNA ( Fi gura 7A), mas contém grande quantidade de hexo­

ses , de acordo com a reação fortemente positiva com

o reagente de antrona. Essa banda é composta provàvel-. "". , ( " ....

mente por glicogenlo, porque e sens lvel a açao de

amilase , que el imina o material antrona-positivo (Fi-

Page 60: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

0,1

E c o oD

'" <{

u z

.<{ (lJ

:3 0,5 V1 I (lJ <{

a

E

I ~~ I b <t u Z

<<t m o:: o lfl m E <t c

C)

lO N

W70

A

8

"

1,8

56

DE NSIDADE (q /cm 3 )

1,7

I ~~

1,6

~ 10 20 30 40

~ da FRACÃO

1,692 1,717

DENSIDADE (g / cm3 )

1,742

Figura 6 - Perfil de absorbância de DNA to

tal de trofozoitos de A. caste llanii e glicogênio comeE

c ial, ap ós centrifugação em gradientes de CsCl. As fi-

guras A e B mostram os resultados obtidos com gradiente s

prep~rativos contendo 2 mg de gl icogênio (Sigma) e

146 p g de DNA to t a l respect i vamente . As fi guras a e b

mostram o perfil a 320 e 260nm,obtido por cent~ifugaç~o

analí tica das fraç õe s do gradientes·o indicados pela bar

ra hori zontal que foram reunidas e dializadas contra

NaCl 0 , 01 M. Condi ç õe s de centrifugaç ~o descritas em

Métodoso Na f igura b, o pico com dens i dade igual a

1, 742g/cm3 , re f ere - se ao DNA do fago 2C , u~ilizado co­

mo mar cador o

Page 61: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

57

0,2 A

A 1\ I 0,1

0,5 ~ ••••• ••••••••••••••••••• 4 R i'i-············ 1,0+0,0 fij lrl

}> o rD

;;u lJ1 m o }>. ;u z

I • \ CU'o

(JJ n <t }>- }> 2 Z O

' ,,, ~ O -....... OO~~, . 1> 0,0

I~ ~I ' 10 20 30 40

Li: Nº da FRAÇÃO fT1 ;;u

rn >< -o:: o tD o B lrl o Vl rn 0,1 lJ1 rn lJ'l fT1 « 'O,S --

••••••••••••••••••• • •••••••• 1,0 + 0,0

CXJO 000 0Cb0

Dt:ro 0,5

(~:pocJ!lxtl:txfJX'ocxf~Jbo~ 00" ' , ' I , , 0,0 I 10 20 30 ~O

NQ da FRAÇÃO

Fi gura 7 - Centrifugaç ão de DNA total Je trofozoitos de Ao castellanii em gradientes de CsCl . As figuras A e TI mostram os resu ltados da medi da de absorbância a 260nrn (círculo s cheios ) , dosagem com di-fenilamina (círcul os vazios) e d osagem com antrona (círculos vazios pontilhados) , nas fraç õe s de gradien­tes contendo DNA total tratado ou não com a- amilase re specti y amente o Condiç õe s de centrifugar; ão d e:'3 cri-tas e m Metodos o

Page 62: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

,59

gura 7B) e As outras d uus bandas ob se rvadas s ão reaJ_men­

te constituídas por DNA, conforme evidenciado pela su­

perpo s i ~ ão do perfil de absorbância a 2GOnrn e abs fl !'ba.n­

cia de desoxirribose, medida pela reaç ão c om dife rü lami

na (Figura 7A e B). Além disso, o tubo do gradiente de

CsCl contendo DNA não tratado com u-amilas e, apre s en -

ta uma banda opalescente que é eliminada por tratamento

com u .... amilase (Figura 8).

Figura 8 - 'F ')t :ogra fi a de g~ adientes

DNA total de trofozoitos, centrifug ad os conforme

cr i to e m Métodos. O tubo da direi ta c on tém ~l\! A

d e

des---nao

t ratado com a-amilase '3 apre s ent; a uma b anda cl a:t:'a

que de s aparece após t ra tamento c om u-ami lase ( t ubo

d a e squerda).

Page 63: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

r-

Portanto, o DNA total de trofozoitos apre­senta um componente maior (84% do DNA celular total) e

um componen t e menor (16%), com densidades respectivamen te iguais a 1,717 e 1,692 g/cm3 • Os perfis do DNA to: tal em gradiente preparativo e analítico de CsCl podem ser vistos nas figuras 9b e 9B, respectivamente.

b) DNA nuclear de trofozoitos

O perfil do DNA nuclear, fragmentado até peso molecular igual a 6xl05 daltons, tem uma distribu,! ção unimo daI em gradientes de CsCl (Figura 9a), carac­terizado por densidade igual a 1,717 g/cm3 (Figura 9A). Esses resultados indicam claramente a origem nuclear do componente maior do DNA total (Figura 9B).

c) DNA mitocondrial de trofozoitos

O DNA de mitocôndrias isoladas conforme descrito em MétOdOS, foi purificado por fracionamento

em gradientes de CsCl (Figura lOA). O perfil de sedimeg tação obtido em gradientes analíticos (Figura 10B),mos­

tra a existência de uma Única banda, com densidade de flutuação igual a 1,692 g/cm3 •

d) DNA total de cistos

o perfil do DNA de cistos em gradientes de CsCl (Figura lIA), mostra a presença de dois componen­

tes com densidades · idênticas a dos componentes do DNA to­

tal de t rofozoitos: 1,717 e 1,692 g/cm3 (Figura llB). O componente maior representa aproximadament e 93% do DNA celular t ot al e o componente menor 7%.

Page 64: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

a f-

q5

-E c o ..o N -c::(

u z

cc::(

CD a:: \5 o U)

CD c::(

1,01-

0,5

I.~

fJl

OENSIDA DE (g/cm3 ) W 1,7 1,& r----- --T

n

~._. ..........

~

J'ft l l ..... ~

10 20 · 30 40

~ da fRAÇÁO

A

I cCle u Z ~ tIl a:: o U)

a:J c::(

1,692 1,7171,742 DENS I OADE (gA:m3 )

Figura 9 - Centrifugação em gradientes de

CsCl de DNA total e nuclear de trofozoitos. As figuras

a e b mostram os resultados de gradientes preparativos

contendo , respectivamente, 157)1g de DNA nuclear frag -

mentado (PM = 6xl05) e 109 pg de DNA total nativo. O

perfil de A260 após centrifugação isopícnica e as den­

sidades obt i das são apresentadas na figura A ( DNA nu-

clear) e figura B (DNA total). DNA marcador de fago 7-

2 C tem densidade igual a 1,7Lj2 g/cm./ o

Page 65: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

1 ~ «(

~ c~

~ ú"I CD C[

119 -U Z

t«:(

m o:: o li') Dl C[

A 0.2

0.1

\5~2

62

DENSIDADE (Q/cm3)

1,'õ 1,7 1,5 i

10 20 ~ ~

Nº ~ F"RACAO

\142 1,111 tJt NSIOADt (q/c,"~)

Figura 10 - Centrifugação de DNA mitocon­

drial em gradientes de CsCl. A figura A mostra o per-

fil de abs orbância de 60)1g de DNA, fracionado por

centrifugação em gradiente preparativo. A barra indi­

ca as frações que f oram reunidas, dializadas contra

NaCl 0,01 M e submetidas à centrifugação anal:ttica,cu­

j o traçado fotoelétrico póde ser visto na figura B. A

contaminação por material com densidade igual a

1,717 g/cm3 é muito baixa. ° marcador de densidade é o DNA do fago 2C ( p = 1,742 g/cm3 ) o Condições de cen­

trifugação descritas em Métodos.

Page 66: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

, é Ü z:

fllt m a: ~ UJ ~

0,4

1 ~ o,~

'-"

c ~ 0,2

'i ~ ~

"-1 0.1

B

A

1,"92

63

tJt NSI[)AtJt (Q' Gm3) ~ 1J 1!

~ .1J 40

~ttJ "RAÇ~O

\711 OE:NSIOADE (g/cm3 )

1,7~ 2

Figura II - Gentrifugação de DNA total

de cistos de A. castellanii em gradientes de CsCl.Os

picos obtidos por centrifugação preparativa de 34,~g

de DNA (Figura A), são caracterizados pelos valores de

densidade de flutuaqão mostrados no perfil fotoelétri­

co obtido na centrífuga analíti~a (Figura B). DNA de

fago 2C (p = 1,742 g/cm3 ) é o marcador utilizado

Maiores detalhes em Métodos o

Page 67: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

64

e) DNA total de trofozoitos em diferentes

estágios de crescimento.

A figura 1 2 mo s tra o perfil, em gradien­

tes de CsCl analíticos do DNA de c élulas em fase l oga­

rítmica precoce (12A), mediana (12B) e tardia ( 12C ).

Aparentemente, há urna variação da fração do DNA celu­

lar representada pelo componente menor. A tabela 4 re­

sume as características de cada fase da cultura quan-·

to à densidade de células, número de cistos e porcen­

tagem do componente menor.

Tabela 4 - Variaç ão da porcentagem do

componente menor do DNA total de trofozoitos em dife­

rentes fa s e s de crescimento.

Etapas da Nº de células % de c i s - % do compo-

fase log por ml tos nente menor

Preco ce 4xl04 zero 4

Mediana 5xl05 1 16

Tardia lxl06 11 6

o nº de cél/ml e a % de cistos foram determinados por

contagem em câmara de Neubauer . As etapas da fase lo­

garítmica foram delimitadas de acordo com as cUrvas

de crescimento de culturas agitadas em erlenmeyers

(Figura l)e As porcentagens do componente menor, em

relaç ão ao DNA total, foram obtidas a partir da área

dos p i cos obtidos por centrifugação em CsCl ( Figura

1 2 ). Os resultados representam a média de dois expe­

rimento s isolados.

Page 68: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

c{

u z

<c:t co a: o V)

co c:t

65

A

8

c

1,692 1/17 1,742 DE NSIDA D E (g/cm~

Figura 12 - Traçado do registro fotográ­

fico obtido após centrifugação analftica em gradien­

tes de CsCl de DNA t 'otal de trofozoi tos em diferentes

fases de crescimento. As figuras A, B e C, represen­

tam, respectivamente, os resultados obtidos com DNA

de células em fase logarítmica precoce, mediana e

tardia o DNA de fago 2C ( p = 1,742 g/cm3) é o mar­

cador de densidade utilizadoo Condições de centrifug~

ção descritas em MétodoBo

Page 69: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

66

8. Perfil de fusão dos componentes do DNA

de trofozoito

à) DNA tota.l

A figura 13 mo s tra a desnaturação do DNA

total, onde a transição ocorre ao longo de um grande

intervalo de temperaturas. A primeira derivada do per-

fil de fusão (Figura l3A), confirma a e xistência de

dois componentes, caracterizados por valores de T - m iguais a 75,5°C ' (componente maior) e 63 0 C (componente

menor). A determinação do Tm foi feita para os dois

componentes, após fracionamento por centrifugação em

gradientes de CsCl.

b) Componente maior do DNA total e DNA

nuclear

A transição em torno do T é abrupta (Fi~ m -ra l4a) e a curva derivada (Figura l4A) mostra um pico

gaussiano. O valor médio de T é igual a 75,5°C. O DNA m -nuclear apresenta comportamento idêntico ao componente

maior (ver figura 14).

c) Componente menor e DNA mitocondrial

O componente menor (Figura 15 A e B), -nao

apre s enta uma curva derivada simétrica,distinguindo-se

três componentes com Tm em torno de 6 2 ; 65 e 75°C. A fi­

gura 15 A mostra, ainda, a curva derivada do perfil de

fusão do TINA mitocondrial, também plurimodal, mas que

não se superpõe à curva derivada do componente menor.

Page 70: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

67

1,3-

E a r:: co ~

~

<t > i= 1.2 <t ...J Ui o::

<t u z

.<{ 11 ID' a: o til (Jl <{

1,_ 50 60 70 80 90

TEMPE.RA1'LJRA (OCI

I f A

A I

0,10

Y

0,05

50 50 70 80 90 TEMPERATURA (OC)

Fi gura 13 - Curvas de desnaturação termi0a

do DNA tot .::ü de trofozoitos, em 0,188C ( 24 pg/ml). A

fi gu r a ~ mo s tra a variação de absorbância relativa

( corrigida para expans ão térmica), em função da tempe­

ratu r a d a s olução. A figura! mostra a curva diferen -

cial de fusão, onde a ordenada (Y) indica a variaç ão da

% de hipercromicidade por grau:

(Atl - At2 )/(AIOO - A25

)

Y (tI - t 2 )

onde Atl , At2 , AIOO e A25 são as absorbâncias medidas

nas temperaturas tI' t 2 , 100 e 25° C, respectivamente.Os

valore s na abc i ss a são i guai:3 a t~ +t2/2. As absorbâncias

f or8JTl det e r minadas em um e s p e c.trofotôme tro Zeiss PMQII,

c(1 JJfo rme descrit:J em Méto doso

Page 71: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

Gn

R I

',3 E t: o lO N

4 > ;:: t? ~ . IX

<t w z '4 fi Cl: ',1 o V1 m <t

'04. • n - t::= '5(} 60 70 80 90

TEM PE R A T U R 1\ (0 C )

0,15.' ------------

II

0,10

y o

lI,fI ~)

50 60 70 80 90 TEMPE RA TURA (OC)

Figura 14 - Perfil de fusão do DNA nuc l e a r e componente maior do DNA to~al de trofozoito s , em °11 SSC. Os valore s de absorbanc~a relativa . das s olu­çoes de DNA nuclear (18 pg/ml, c l rculos che lo s ) e com­ponente maiS?r (?O p g/ml, ~ círcu~os vazi oR), eOErigidos para expansao terml ca , sao reglstrados em fun ç ao da temperatur a da s oluç ão (Figura a). A figura A mostra a curva der ivada da desnaturaçao , onde a ordenada ( Y) re­pre sent a o incremento em absorbância rel a tiva por grau . No eixo das abcissas estão i ndicadas as temperaturas m~dias do s i n t e r val os . Para maiore s detalhes , ver le­genda ela fi e;ur8. 13 .

Page 72: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

a 1,3

~

E c

CJ <D N

<t 1,2 ::>

t-<t ~ w o::

<t 1,1 u z «[ (]) o:: o lfl (]) <{

1,0 50

O/lOr A

y UOS

69

60 70 80

TEMPERATURA (Oel

90 TEMPERATURA (OCl

Figura 15 - Perfil de desnaturação térmi­ca do componente menor do DNA total de trofozoitos (14 pg/ml) , em 0,1 SSC. A figura a representa a varia­ção de absorbância relativa, corrigida para expansão de volume, em função da temperatura. Na curva diferen­cial de fusão (Figura A), as ordenadas indicam a va­riação da % de hipercromicidade por grau. Os valores em abcissas referem-se à temperatura média dos inter -valos considerados. A figura A mostra, ainda, os re­sultados obtidos com uma preparação de DNA mitocondxial (13pg/~1 , circulos vazios), que exibe comportamento heterogeneo, como o componente menor (circulos cheios). Maiores detalhes na legenda da Figura 13.

Page 73: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

'70

A tabela 5 resume algumas característi -

cas do DNA de trofozoitos.

Tabela 5 - Propr i edades físicas dos c ompo­

nentes do DNA de trofozoitos de A. castellani~.

DNA Densidade T % GC m (g/cm3 ) (oC) (densidade ) (T ) m

Total

componente maior 1,717 75,5 58,2 52 ,7

componente menor 1,692 63,0 32, 7 22,2

Nu clear 1 ,717 75,5 58,2 52 , 7

A determinação de densidade e T est~ descrita em M~­m todos . A % de GC ( fraçáo molar) foi calculada a par-

tir da densidade ou T (em 0, 1 SSC) de cada DNA, se­m gundo as equ ações empíricas de MandeI et aI. ( 1 968 ) e

MandeI e Marmur ( 1968 ) .

90 Renaturação de DNA

Os resultados obtidos através da análise

espectrofotométrica da cinética de renaturação, p odem

ser analisados segundo a equação proposta por Wetmur

e Davidson (1968 ) :

1 -4 1

A - A 2,04 x 10 k 2 t +

0,36A 00 00

Aro = absorbânc i a do DNA nativo (260nm)

A = absorbânci a em tempo t (segundos)

k 2 = constante de segunda ordem

Nessa equação, o fator de hipercromici dade

(aumento de absorbância devido à desnatur~ção), conside-

Page 74: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

'71

rando- se um erro experimental de 5%, é dado por:

A o Aoo 0,36 Aoo

Ao = absorbâncj a do DNA desnaturado

Portanto, colocando- se em um gráfico, os

valores dos inverso s da hipercromi c idade re s idual

(l/A-Aoo ), em função do tempo de reação, obtem-se uma

linha reta. O coeficiente angular da reta, dividido por

( 2 ,04xlO- 4 ), forne ce o valur da constante de segunda

ordem (k2 ).

A raúí.o entre as velocidades de renatura­

ção de dois DNAs com o mesmo peso molecular, ob­

tido por métodos de fragmentação semelhantes , é inver­

samente proporcional à r~z ão entre o peso molecular das

mo léculas de DNA não fragmentado (complexidade). Assim,

a comple x idade de um DNA pode ser obtida a partir da

determinação experimental da constante de velocidade de

renaturação desse DNA e de outro DNA com complexidade

conhecida , nas me s mas condições de i~cubaç ão (Britten

e Kohne, 1967; Wetmur e Davidson, 1968)0 DNAs de bac-

tér ias ou viru8 são cineticamente homogêneos, ou seja,

sua renaturação é r epresent:{da por uma única reta. A

renaturação de DNAs het e ro gêneos, · como ocorre nos or­

ganismos superiores, fornece uma curva de renatur~ção

complexa que pode ser sub dividida em retas que represeg

tam a renaturação de diferentes familias de DNA.

Neste trabalho, a reação de renaturação

foi acompanhada pela queda da absorbância a 260nfi. As

cons tantes de velocidade de renatur ação dos diferentes ·

componentes do DNA da ameba, foram calculadas a par­

tir do coeficiente angular das r e tas obtidas em gráfi­

cos do tipo sugeriHo por Wetmur e Davidson (1968), mos­

trados nas figuras 16-19. As retas apresentadas repre­

sentam as retas médias obtidas por um conjunto de pon­

to s experimentais submetidos à análise de regressão li­near, em um calculador Hewlett-Packard, modelo 9820A.

O programa de r egressão linear foi gentilmente cedido

pela Dra . Helena Li Chum. O coeficiente de variância

eLo des vio padrão da inclinação e d.o intercepto das re-

Page 75: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

72

tas era , em média, 5% e 0,4%, respectivamente. O coefi­

ciente de correlação médio era igual .a 0,98. Os valo­

res de coeficiente angular e linear das retas médias

for am submetidos ao teste t de Student, mono caudal , e

foram con!3iderados significativos . .... .

nas 23 exper1enC1as

de renaturação consideradas o

O padrão utilizado nas medidas de rena tu-

ração foi o DNA de E. coli, que é um DNA - -- homogêneo , constituído predominantemente por sequências únicas e

com comple~idade bem estabelecida (Cairns, 1963). A

figura 16 mostra a renaturação do DNA de E'. coli, re­

presentada, conforme e sperado , por uma única reta. A

mesma figura mostra a renatur~ção do DNA celular total

de trofozoitos de A. castellanii , que exibe comporta-

mento h e terogêneo. A curva de rena turrtção desse DNA po­

de ser dividida em 4 secções, indicando a presença de

4 familias de DNA com diferentes velocidades de renatu­

ração. A contribuição de cada fração pode ser calculada

por extrapolaç ão da reta que repre s enta a fraç ão de re­

naturaç ão mais lenta, ao valor de l/A-A"" em tempo ze­

ro de reação (Wells e Birnstiel, 1969). O inverso des se

valor fornece a hipercromicidade devida à fração len-

ta. O mesmo procedimento é adotado para as outras · fra-

çoes. Comparando-se o valor obtido para cada fr~ão

com o valor de hipercromicidade total (A -A = 100%) ., o ""

é possivel calcular a porcentagem do genoma correspon -

dente a cada família de DNA. Por analogia com as famí -

lias do DNA de outros organismos superiores (Britten et

aI., 1972), as famílias de DNA da ameba foram denomina­

das de "rápida", "inte.rmediária", "lenta" e "única",ad­

mitindo~se que a fração que renatura mais lentamente

seja constituída por DNA "único". Os valores médios

de p orcentagem obtidos para as famílias do DNA total

for am respectivamente de: 86; 7,5; 4 e 2,5%0 Após longos pe r íOdOS de incubação, quan-

do a maior parte das sequên oias com renaturação r~pi­

da já reagiu, a inclinação d a ·c urva de r enaturação re­

presenta , efetivamente , a fr ayã o de DNA com renaturação

mais lenta (DNA "único")o Go mo e s sa fração representa a

Page 76: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

4,0

8 l5 <t

~II

<t

3,0

2,9

I~ 2,8 .-, <t

2,7

2p ro

73

25

20

• 15 ti l>~

B

10

5

5 10 15

TEMPO (segundos" 10-3 )

2 ~

TEMPO (seg4nQos x lri3 )

Figura 16 - Renaturação do DNA total de

trofozoitos de !. castellanii (~9jlg/ml) e DNA de ~. ~­li (32jlg/ml), em NaCl 1 M a 600 C. Os valores do in­verso da hipercromicidade residual são medidos em fun­ção do tempo de reação Q Aw e A representam, respecti­vamente, a absorbância a 260nm, das soluções de DNA na­tivo e DNA parcialmente renaturada em diferentes tem­

pos de reação. DNA de ~. coli (círculOS cheios,ordenada do lado direito), mostra a relação linear esperada e

DNA total da ameba (círCUlOS vazios,ordenada do lado esquerdo) comporta-se heterogênearnente. Porcentagens do genoma da ameba são obtidas a partir dos interceptas das diferentes secções da curva de reassociação,obtidos por regressão linear. A metade inferior da figura represen­ta, em escala aumentada, os dados relativos à parte i­nicial (tempo de incubação de zero a 3x10-3 seg.)da rea ção de renatul' llç ão do DNA total da ameba.

Page 77: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

7Lj-

maior parte do genoma (86%) , pode-se assumir que o k 2 aparente , c alculado a partir da inclinação final da

curva de r en'aturação (Figura 16, 4~ reta do DNA total;

Tabela 6), aproxima- se muito da constante verdadeira

de segunda ordem para. o DNA de renaturação mais lenta

(DNA "úni c o ") .

Tabe l a 6 - Cin~tica de renaturaç~o de di-

ferentes frações do DNA total de trofozoitos de !. castel l anii .

DNA Pe so Mol ecular x 105 k2 (daI tons)

componente menor 5,4- 23 ,5 6 ,7 0, 68

rrii t ocondri a l 4, 9 5,2 0, 69

componente maior 15 , 4 0,109

n u clear 6 , 2 0,118

total (4ª reta) 10,7 0,09

E. coli 9,5 5,74

Os DNAs foram dissolvidos em NaCl 1M e incubado s a

60 oC. A cinética de renaturaç~o foi analisada pelo m~­todo ó ptico e as constantes aparentes de ve l ocidade

cal culadas segundo Wetmur e Davi dson (1968). Os valo­

res de k 2 (média de 3 determinações), fora-m normali za­

dos p a ra PM = 9 , ) x 105 daI tons (Wetmur e Davids on ,

1968 ). ° pe s o molecular foi determinado conforme des -'t M't· - 1 ) crl o em e odo s o Unl dades de k 2 = moI. seg. l •

Page 78: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

75

o cálculo das constantes de velocidade

das famíliap de renaturação mais rápida, é prejudica­

do pelo nÚmero relativamente grande de componentes ,

de modo que a renatur :-tção de cada família é afetada

pela renaturA.(;.ão da outra o Além disso, quando se ana­

lisa a renaturaç ão das famílias que reagem inicialmen

te, a contribuição de hipercromicidade de cada fra­

ção está sendo constantemente alterad~ pela fração

lenta, presente em todas as , fases da renaturação.Quag

do apenas dois componentes estão presentes, pode-se

cons eguir uma aproximação do valor de k 2 verdadeiro

para a fração "rápida", através do método de corre­

ção sugerirro por Wetmur (1967) e Wells e Birnstiel

(1969)0 Balsamo (1972 ) sugeriu um método de correção

adequado para a de t erminação do k2 verdadeiro quan­

do exi s tem tres famílias com velocidades de renatura­

ção diferentes. A superposição das retas na renatura-

ção do DNA total da ameba dificulta o cálculo das ,

cons tantes aparentes e b numero de componentes observa

do impede a aplicação dos métodos de correção cita-

dos.

Uma melhor resolução entre as retas po­

de ser obtida at'ravés éla renaturação dos dois compo -nentes do DNA total da ameba, isolados em gradientes

de CsCl.

A figura 17 mostra o perfil de renatura

ção do componente menor do DNA total de trofozoitos

que apresenta um comportamento cinético heterogêneo ,

com tres velocidades de renaturação diferentes, ca­

racterizadas pelos val.ores de k 2 aparentes citados na

tabela 6. O componente maior (Figura l8)comporta-se

como um DNA muito homogêneo, não apresentando sequên­

cias com renaturação rápida. O valor médio da cons­

tante de segunda ordem para a reação observada, en­

contra-se na tabela 6.

DNA de núcleos isolados apresenta carac­

terísticas derenaturação pràticamente iguais às do

componente maior (Figura 18 é Tabela 6). A comparação

entre a porcentagem do genoma, perfil de renaturação

e valores de k 2 do componente maior, DNA nuclear e

Page 79: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

76

10,0

9,oL ~

IJ 8,0 -, <1

7,0

6,0 500 1000 1500 2000

TEMPO (segundos)

12

11 ~~

_11'~t 0 -----0 ~ ~ o

/ÕO

<{ 8

7 6

5 10 15 20 TEMPO (segundos}(1Õ3 )

1:i'igura 17 - Renaturação do componente me-

nor d o DNA t o tal de trofozo i tos de A. castellanii.

O compone n t e menor f o i i s olado por centri fugação em

gradientes de CsCl, d i ssolv ido em NaCl 1 M e incubado

a 6 0 0 C. A me tade i nferi or da figura repre senta a rea­

ção em tempos mai ores de i ncubação , mostrando apenas

as retas da fi gura superior que mostra , em escal a au­

mentada , os d a dos para, os primei ros 2000 seg o de rena­

tur~ç ão . As constru1tes aparentes (k2 ) s ão calcul adas a

parti r do coefic i en te angular das tres retas obtidas

por regressão linear • As abrevic-l. '.; õe s empregadas são

as mesmas da Fi gura 1 6 0

Page 80: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

~,6

~,5

4,4

J ~,3 _I, <t 4,2

4)

77

0..//1 o ----..-..--­............... •

~-1'

4.0 r J I

3,9 10 20

TEMPO (segundos x lÕ3) 30

Figura 18 - Renaturação do DNA "Único" de

trofozoitos de A. castellanii. O componente maior

(54 pg/ml), purificado em gradient{~ s de CsCl e o DNA

nuclear (53jUg/ml) foram dissolvidos em NaCl 1 M e in­

cubados a 600 C. Os círculos vazios e cheios representam

a renaturação do componente maior e DNA nuclear respec­

tivamenteo A construlte de segunda ordem (k2 ) foi calcu­

lada s e gundo Wetmur e Davidson (1968), a ·partir da in-. - , .. - . . c llnaç ao da reta medla obtlda por regressao llnear. Pa-

ra maiores detalhes , v e r legenda da Figura 160

Page 81: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

78

~ reta do DNA total, indica qUê em~eB componentes se

referem à fração do DNA da ameba que apresenta renatura . -ção mai8 lenta (fração "única"). A partir do valor da

const~nte de renaturação do DNA d.e ~. coli, renaturado nas mesmas condições, é posslvel estimar a complexida-­de do DNA nuclear (fração "única"), por comparação ~om o genoma de ~. cOli, igual a 2,7xl09 daltons (Cairns,

foram 1963). Para isso, os valores de k 2 observados normalizados para o mesmo peso molecular, através equação proposta por Wetmur e Davidson (1968), que

da

de-monstra a proporção existente entre a raiz quadrada do peso molecular e a constante de segunda ordem. Â par­tir do valor médio de k2 ,determinado para a fração "ú­nica" (0,106), a complexidade do DNA nuclear de A. cas­tellanii pode ser estimada em 1,46xlOll daltons~

À renaturação do DNA de mitocôndrias tam-, ' . A • A • bem e heterogenea t mostrando a eXlstencla de duas fra-

ções (Figura 19), com velocidades de renaturação defi­nidas por constantes aparentes, cujos valores estão na Tabela 6. Esses resultados indicam que o componente me­nor do DNA total não é exatamente idêntico ao DNA de mitocôndria que não contém as sequências de renaturação ffrápida'~ mas contém as sequências ,de renaturação "inter­

mediária" e "lénta". As constantes verdadeiras para as diferen­

tes famllias presentes no TINA mitocondrial e componente menor poderiam ser obtidas através' da aplicação dos métodos de correção mencionados anteriormente ( Wetmur,

1967; Wells e Birnstiel, 1969; Balsamo, 1972), desde que a fração "lenta" apresentasse características ciné­ticas de DNA uúuico lJ

• Entretanto, os resultados obti­dos (localização mitocondrial, valor de k2 apareniie e porcentagem do genoma), podem ser interpretados supon­do-se que essa fração do DNA f6sse constituída por se­quências com baixa frequência 'de repetição. Esse resul­tado torna muito difícil o cálculo do k2 verdadeiro e, consequentemente, da complexidad.e cinética das famílias do componente menor e DNA mitocondrial, a partir de gráficos do tipo sugerido por Wetmur e Davidson (1968). ,

Page 82: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

13 <l

17

16

-11 <t 15

14

79

'3~r~ __________ L-__________ ~ __________ ~ ____________ ~ __________ ~

'5 10 15 20 25 TEMPO (5II!gUIldos II 1(P)

Figura 19 - Renaturaç§o do DNA mitocon­

drial de trofozoitos de A. castellanii. TINA -de mitu­côndrias isoladas conforme descrito em Métodos, foi dissol'vido em NaCl 1 M (18 pg/ml) e reassociado a 60°C. O k 2 aparente das duas retas componentes foi de terminado a partir do coeficiente angular obtido por regressão linear. As abreviações empregadas são as

mesmas da Figura 16.

Page 83: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

80

Todavia, os resultados de cin~tica de re­

naturação J\odem ser apresentados de maneira mais con­

veniente, cvnforme sugerido por Britten e Kolme (1967), o que cons titui um método alternativo para a determi -

nação da complexidade cinética e tem a vantagem de

permitir a comparação entre reaçÕes com concentraç~es

diferentes de DNA, al~m de mostrar claramente se o # '" - • " • DNA em estudo e homogeneo ou nao. Neste tlpo de grafl-

co (Figuras 20 e 21), a fração de DNA reassociado

(A ~A/A -Aoo ) é colocada em função do logaritmo do o o produto da concentração inicial de DNA pelo tempo de

reação (log Cot). Os valores de "Cot" são expressos em

moles de nucleotidios por litro por segundos (mol.seg.

1-1). Cot igual a 1 resulta da incubação por 1 hora de

DNA em uma concentração de 100 pg/ml. Nesse tipo de

gráfico, uma reação ideal de segunda ordem fornece umq

curva sim~trica, cuja parte central se ajusta a uma re

ta. A inclinação dessa reta é estimada pela razão en­

tre os valores de Cot que a linha intercepta no iní­

cio e fim da reação e serve como diagnóstico na deter­

minação do grau de homogeneidade do DNA. Para uma rea­

ção ideal. a razão é próxima de 100 (2 unidades de

log de Cot); se a razão for maior do que 100, a reação

é heterogênea, isto é, espécies com velocidades de

renaturação diferentes estão presenteso

Britten e Kolme (1967) desenvolveram e­

quações que permitem analisar a cin~tica de renatura -

ção, cons iderando Cot como o parâmetro que controla a

velocidade da reação. No caso de DNA único, o Cot ne­

ce ssário para 50% de reassociação (Cot l / 2 ), é propor­

cion al ao tamanho do genoma (G):

G (1) Cotl / 2 ::::

K

A constante de proporcionalidade (K) "­e

avaliada pela medida, em condiç~es id~nticas, da velo­

cidade de reassociaç ão do DNA de um organismo com ge­

n oma con hecido, s em rep ~ tição significativa.

QMando um~ f amília de DNA formada por

uma sequência de nucl€ot~.d i o s repetida x. vezes esti-1

Page 84: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

ao

00.1 o c:{

o e lrl 1I1

~Q2 a::

c:{

z­o

~Q,3

o I c:{

<.> c:{

a:: I.L- 0,4

104

81

fIC • • • ............... ....-...-...- .... ...ct ~

(j\,~

103 102.

~ ct.. ,

10

q

''q\

b

0,0

." ::o 1> D 1>. a C­ID

a z 1>

::o 0,5 m

1> lJ"I lJ1 o n 1> a o

O,s ' . ' 'la -3 -2. -1 o 1 '

loq cot

Figura 20 - Renaturação de diferentes pre­parações de DNA. A reassociação (NaCl 1 M; 60QO), foi medida espectrofotometricamente, pela hipocromicidade de senvolvida a 260nm. A fração de DNA reassociado-(Ao-A/Ao-A <lO ) é colocada em função do logaritmo do produto da concentração de DNA (00) expressa em . moles de nucleot:f.dios/l, pelo tempo de incubação (segtmdos) (Britten e Kohne, 1~68). A ordenada no lado direito do gráfico, refere-se a renaturação do DNA de E. coli (li-

t ) -, ----nha cheia, clrculoa vazios e a da esquerda a renatura-ção do DNA total (linha cheia, circulos cheios) e nu­clear (linha pontilhada, círculos cheios e vazios) de trofozoitos -de A. c a stellaniL A curva de reassociaç ão do DNA nuclear {linha pontilhada), ilustra o efeito da conc entração de DNA na velocidade da reação: circulos vazios, 53 J-lg/ml e círculos cheios, 39 "ug/ml. As setas no eixo das abcissas indicam os valores de Cot onde me­tade do DNA deveria reassociar de acordo com vários graus de r epetição. Concentração de DNA de E. coli e DNA total == 33 pg/ml.

Page 85: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

0,0

o O 01" « , CJ o Vl Vl

~ li:: 0,2 ct 2 O

~

.~ 0,3 o. <!f o:: LL

0,4'-

82

~~~. ,

104 103

k •• \ \

.~~ ~

~

102 10

!OP

11 l> -o »1 o

f;} d t ::ti rtl »

0,5 ~ a n l> d o

OS" ,to J -3 -2 -1 O 1

log coi

Figura 21 - Renaturação do DNA reiterado de A. castell~nii. As condições de incub ação e outros detãlhes sao os mesmos da Figura 20. O perfil dê reas­sociação do DNA de ~. coli (linha cheta, escala da di­reita), ilustra a heterogeneidadx cinetica dos outros dois DNAs. O Cot(1/2) para as tres secções distintas da curva de reassocieçf:io do componente menor (círculos cheios) e para as duas retas do DNA mitocondrial (cír­culos vazios), foi calculado segundo Britten e Kohne (1967 ), considerando como padrão o Cot(1/2) do DNA de E. coli renaturado nas mesmas condições. Os valores m~ dios obtidos estão resumidos na Tabela 70 A concentra= ção do DNA mitocondrial e componente menor são re spec-ti VameJlte iguais a 26 e 16 p g/mlo .

Page 86: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

83

ver pre s ente , o Cot necessário para 50% de renaturação da família é reduzido na proporção do grau de repeti -ção. Nessas condições, quando se e studa a reassociação de DNA não fracionado, a equação (1) deve ser modific.§! da e a frequência de repetição (x.) de um DNA rapida -

1

mente renaturado pode ser calculada a partir da se-guinte equação:

G (2) cotl / 2 K x.

1

Portanto, para calcular a frequência de repetição, deve-se conhecer o genoma do organismo em estudo.

A equação (2) · contém as relações necessá­rias para a interpretação de medidas de velocidade de reassociação de DNA repetido" Se uma fam!lia de se­quências repetidas está contida . em uma fração C;l do

DNA total, a concentração efetiva muda e a equação (1) não pode ser aplicada. Nesse caso, o Cotl / 2 pa­ra uma determinada famllia de DNA reiterado deve ser multiplicada pela fração que ela representa do DNA total ( a ). A complexidade cinética (N) da família é obtida pela equação:

N = Cotl / 2 a K (3)

Conllecendo.:..se a e N, pode-se calcular a frequência de repetição do DNA ràpidamente reassocia

do: a G (4) x. =

1 N

A reação de neassociação do DNA de E. ~­li (Figura 20) segue uma curva sigmóide com inclinação

característica para uma reação homogênea de segunda

ordemo A determinação do Cot l / 2 desse DNA fornece um ponto de calibração ladequado, conforme discutido aci­ma. Por outro lado, a heterogeneidade cinética do DNA total, verificada nos gráficos (Figura 16) segundo We1 mur e Davidson (1968), é claramente confirmada pela C1l.-rva de reassociação ilustrad,élflq figura 20.

O DNA nuclear H~r'8 .c:J enta uma cinética de

Page 87: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

SL~

l'enH:tul'a ç.ão (Figura 20) caracter1.stica para sequênciRs

que aparecem uma única vez no genoma, apresentando bai­

xa porcentagem de renat1JJ'açã.o J;10 intervalo de valores

de Cot empregado s (cerca de 10%). A reação de reassocia

ção obedece cinética de segunda ordem como pode ser ob­

servado .pelQs dois conjuntos de pontos mostrados na fi­

gura 20.

Tabela 7 - Propriedades cinéticas das fra­

çoes de DNA reiterado de trofozo itos de A. (,as te1lanii

DNA Cotl / 2 Complexidade A

Frequencia

observado cinética de reite-

(daltons) raçao

componente 0;011 1, 5xl06 2,Sx103

menor 0;11. 2·4x107 , 2 ,Sxl02

0,70 2 ,Sx108 45

mitocondrial O;OS 1;7xl07 3,4x102

0,60 2,4xlO 8 52

A renatuI'élção (NaCl 1 M, 60°C), foi anaJisada pela queda

de absorbâncie a 260nm. Os valores médios (3 determina . ­

ções ) de complexidade cinética e frequência de reitera -

ção foram calculados conforme sugerido por Britten e

Kolme (1967), por comparação com o cot l / 2 do DNA de

( ) 9 . . :§. coli 0,5, com genoma igual a 2,7xlO d lCalrns ,

1963 ). Cot l / 2 é o produto da concentração de DNA (moles

de nucleotidios/l), pelo tempo (seg1Jlldos) necessário pa­

ra 50% de reassociação.

A análise da curva de reassociação do com­

p one nte menor do DNA total (FigUJ'H 21) , . indica conside­

rável b ete ro geneidacleno gr au de repe t ição das sequên­

e i as de nucleot1.di os. Pode-s e distinguir três frações,

co m carac t er1. st; i cas mo stradas na Tabela 7. A comp1exida

Page 88: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

8S

de cinética e frequência de reiteração de cada fração

foram calculadas conforme descrito acima, por compara­

ção com os dados obtidos para o DNA de ~. coli, rena­

turado nas mesmas condições. A renat'IT~ção do DNA de

E. col~ e do componente menor resultam na recuperação

de aproximadamente 80 e 50% da hipocromicidade ini-

cial re s pectivamenteo

O perfil de renaturação do DNA mitocon --

drial (Figura 21), mostra a existência de duas .fra-

ções com complexidade cinética e frequência de reite­

ração semelhantes ~s frações do componente menor com

velocidade de renaturação "intermediária" e "lenta"

(Tabela 7). A porcentagem média de renaturação do DNA

mitocondrial é igual a 40%.

Page 89: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

VII .. Discussão

. , 1. Isolamento de nucleos

'. , ~,

Varlos metodos para extraçao de nucleos,

utilizando meios aquosos de homogenização (ver Méto­

dos)f foram testados, sem obtenção de resultados sa­

tisfatórios. O procedimento descvito (Métodos), permi

tiu o isolamento de núcleos com baixa contaminação por

material citoplasmático ou células intei~as (Figura

2). Os núcleos isolados eram, aparentemente, intactos

(Figura 3a), mantendo a subestrutura nuclear observa­

da "in vivo" (Figura 3b). O métodos empregado propor­

cionava resultados reprodutíveis, conforme pode ser

julgado pelos valores de desvio padrão obtidos na de­

terminação da composição química de diferentes prepa­

rações (Tabela 2).

A demons tnação da atividade de RNA poli­

merase (E.Co2.7.7.6), mostrou que os núcleos, além

d e estruturalmente intactos, eram fisiológicamente a­

tivos. A reação catalisada pela enzima nuclear .era

DNA-dependente, conforme demonstrado pelo efeito da

adição d~ actinomicina D (Tabela 3). Rudick e Weis­

man (1973a), demonstraram que trofozoitos de A. cas­

tellanii apresentam duas atividades distintas qe

RNA polimerase-DNA-dependente , fração I e 11, sAndo

que ambas requerem magnésio e manganês para atividade

máx ima o A fração I era inibida por cicloheximida e a

fraç ão 11 por rifampicina e a-amanitina. A inibição

da fraç ão 11 por ri f ampicina só era obtida com al­

tas concentrações da droga (200 pg/ml), ao contrário

do que acontece em Amoeba proteus, onde 70% da stn­

tese de RN.A é inibida por concentrações da ordem de

O,lpg/ml (Tautvydas, 1971). Os resultados aqui des­

critos (Tabela 3), indi c am que núcleos isolados de

!. castellanii, apresentam atividade de RNA polimera­

se-DNA-depen dente , que não é inibida por rifampicina

na conc entr a ç ão te s tada (8 pg/ml)o

Page 90: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

87

As micrografias eletrônicas (Figura 3)

mostra m que o proces s o de isolamento não remove a mem­

brana nuc lear externa com ribo s somos aderidos, que po­

deriam ser considerados como uma forma de contaminação

citoplasmáticao A membrana nuclear externa pode ser

removida opcionalmente (Blobel e Potter, 1966)0 Toda­

via, esse procedimento apresenta vantage~s e desvanta­

gens que devem ser consideradas em cada caso especifi­

co. Para os objetivos do trabalho aqui descrito, a re­

moção de traçqs do retículo endoplasmático das prepa­

rações de núcleos foi considerada irrelevante o

A análise de ácidosnucleicos em protozoá

rios é dificuldade pelo fato de que poucas espécies

são cultiváveis axênicamente (MandeI, 1967)0 ° número

de espécies examinadas é pequeno e pouco repre s entati­

vo, especialmente no caso das amebas. Os resultados de

composição qufmica de núc.leos isolados de A. castella­

nii (Tabela 2), mostram que as ' razões RNA/DNA e pro­

tefna/DNA são muito próximas das razões determinadas

para núcleos de fígado de rato (Blobel e Potter,1966)

e sig:p.ificantemente diflerentes das descritas para le­

vedo (Rozijn e Tonino, 1964) e !. proteus (Tautvydas,

1971). Em !. castellanii, o teor médio de DNA por nú­

cleo, foi avaliado em 10,6 pg (Resultados,item 4) •

Esse valor é intermediário entre os valores de 3,5 " e

13,6 pg, determinados, respectivamente, para Euglena

gracilis (MandeI, 1967) e Tetrahymena piriformis (Man­

deI, 1967), mas, sem dúvida muito menor que os dados

para as amebas gigantes, como A. proteus ( Tautvydas ,

1971) e Paramecium au.I:elia (Isaacks et alo, 1973),res­

pectivamente iguais a 34 e 51,2 pg por núcleo. Deve­

se levar em consideração que o conteúdo de DNA por nÜ­

cleo obtido pela análise química de núcleos isolados ,

repre senta um valor médio (Mirsky e Ris, 1951)0 A com-~ , .

paraçao des s es valores medlos demonstra o grau de he-

terogeneidade existente entre microrganismos eucario

tos, no que se refe re ao conteúdo de DNA por nttcleo.

20 Extração de DNA

Vários autore s (Kirtikar et aI., 1967 . ,

,

Page 91: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

88

MandeI, 1967; Adam et aI., 1969), encontraram dificuld~

des na extração de DNA de !. castellanii e de outras

amebas. O procedimento adotado (Métodos) é um~ combina­

ção dos métodos de Kirby (1962) e Adam et alo (1969)

descritos, respectivamente, para extração de DNA de

ovos de Drosophila e DNA celular total de trofozoito"S

de A. castellaniia Ao contrário do método de Adam et ..... .

alo (1969), o DNA é obtido a partir da fase aquosa da

extração com fenolo A metodologia adotada permite a re­

cuperação de grandes quantidades de DNA altamente poli­

merizado, com peso molecular uniforme, conforme avalia­

do pelas bandas estreitas obtidas em gradientes de den­

sidade. O DNA obtido era cons tituído por moléculas na­

tivas que, quando desnaturadas, apresentavam o efeito

hipercrômico esperado. Além disso,os valores de peso

molecular obtidos em gradientes de sacarose neutros e

alcalinos, indicavam ausência significativa de que-

bras em uma Única fita de DNA. O espectro de absorção

(Figura 5), apresentava razões de abs.orbância:! caracte -

rísticas de DNA puro (Marmur, 1961)0

3. Caracterização do DNA de trofozoitos

a) DNA total

O UNA celular total de trofozoitos é cons­

tituído por dois componentes com densidade de flutuação

igual a 1,717 g/cm3 (componente maior) e 1,692 g/cm3

(componente menor)o A contribuição de cada componente

é re s pectivamente igual a 84% e 16%, conforme avaliado

a partir do traç ado fotoelétrico de DNA total centrifu-

gado em gradient es de CsClo Um outro satélite menos

denso ( p = 1,670 g/cm3), foi observado em algumas pr~ paraç ões de DNA total que, quando centrifugadaa em gra­

dient e s preparativos de CsCl, apresentavam uma banda

muitb nítida e opalescente na região de equilíbrio do

DNA. Os re sultados obtidos quanto à caracterização des~

se material, indi cam que ele sejaéons tituído por gli­

cogênio, já que apre s enta te s te positiv o com o reagente

de antrona, sensibilidade à di~estão por a-amilase,

Page 92: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

89

densidade de flutuação- semelhante à de glicogênio comer

cial (cf. Mandel et ale, 1968), precipitação com eta­

nol e nature za não-dializável. Apesar de não apresentar

absorção máxima na região ultra-violeta do espectro, o

polissacarídeo causa disper s ãe de luz suficiente par~

afetar o espectro de absorção das preparações de DNA

(Figura 5). Conclusões semelhantes foram relatadas por

outros autores, que verificaram a presença de bandas

satélites de glicogênio (Brunk e Hanawalt, 1966) ou de

outros pOlissacarfdios (cf e Mandel et al., 1968), em

gradientes isopicnicos de CsCl. Portanto, componentes

desse tipo devem ser analisados com cuidado, para que

nao possam ser interpretados, errôneamente, como

lites de DNA ricos em AT (Rosenkranz e Carden,

1967).

saté-

111 ,

A análise da incorporação de timidina-3H em material ácido-insolúvel (não descrita neste traba­

lho), demonstra que a vAlocidade de síntese de DNA di­

minui muito durante a fase estacionária, conforme veri­

ficado anteriormente For Rudick (1971)0 Entretanto, a

síntese dos dois componentes parece ser afetada dife-

rencialmente. A proporção do componente menor varia

sensivelmente ao longo da curva de crescimento, apreseg

tando um valor máximo de 16% do DNA celular total na

fase log mediana (Tabela 4)0 Fenômeno semelhante foi

descrito para o DNA mitocondrial de levedo (Moustachi e

Williams~n, 1966), apesar de existirem controvérsias a

esse respeito (Fukuhara, 1969). A porcentagem do compo­

nente menor no DNA de cistos (7%) é semelhante ao va­

lor apresentado por cu.lturas em fim de fase log (6%), quando se inicia o encistamento em massa das células.A

redução da proporção do componente menor no DNA de cis­

to poderia, pelo menos em parte, ser atribuída à au~ó­lise de mitocôndrias, que são incorporadas em autoliS0-

ssomos durante o encistamento (Bowers e Korn, 1969). A

atribuição de um significado fun.cional à variação da

proporç ão do componente menor é dificultada pela exis­

tência de diferente s fraç ões de DNA com densidade mé­

dia i gual a 1, 692 g/cm3• Para efeito de padronização

todas as experiênci as aqui descritas, empregam DNA ex-

Page 93: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

90

traído de células em fase log mediRna.

A renatuTação do DNA total de troLozoitos

apresenta características cinéticas comuns à maioria

dos eucariotos estudados (Britten e Kohne, 1967). A

curva de reassociação se estende por várias unidades

de log de Cot, sugerindo a existência de vários com­

ponentp.s com diferentes velocidades de reassociaç ão

(Figura 20). A distinção entre as diferentes famílias

é dificultada pelos valores semelhantes das velocida

des de reassociaç ão. Foi possível obter urna aproxima -

ção através da aplicação da equação ( 2 ), (ítem 9, Re­

sultados), para calcular o valor de Cot l / 2 correspon -

dente a vários graus de re i teração o Quando uma escala

de sses valores é marcada no diagrama de log de Cot

(Figura 20), obtem-se a delimitação do intervalo de

frequências de repetição exi stentes . O perfil de reas­

sociação obtido nas condi ç ões de incubação adotadas

(NaCl 1M; 600 C), sugere que 14% do DNA seja constituí­

do por sequências com frequência média de reiteração

igual a 1000 Estudo da cinética de r eassociação das

frações isoladas fornece urna visão mai s detal~ada do

espectro de s equências repetidas do DNA total.

b) DNA nuclear e componente maior

A comparação entre os resultados obti-

dos com o componente maior do DNA total e DNA isolado

de núcleo s de trofozoito (Tabelas 5 e 6), demonstram

a identidade entre essas duas espécies de DNA o

O alto grau de homogeneidade das sequên

cias de bases do DNA nuclear é claramente evidenciado

pe lo comportame r'i to em gradientes de CsCl, desnatuI'ação

térmica e renaturação. O perfil de fusão é caracteriz~

do por uma transição abrupta, mostrando um pico gaus ­

siano nas curvas derivadas de desnaturação(Figura 14).

Não for am observados satélites em gradientes de CsCl

de DNA nuclear nativo ou fragmentado, obtendo-se

pre, apenas uma banda estreita (Figura 9A). O DNA

sem-, e

c inéticamenbe homog&neo , apresentando uma única reta

em gráficos do tipo ·· suger i do por Wetmur e Davidson

Page 94: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

91

(1968) (Figura 18). Assim sendo, a proporção de sequên­cias reiter~das no DNA nuclear é muito reduzida e a maior parte das sequências do DNA total com renatura­ção rápida deve ter localização citoplasmática. o DNA nuclear seria compos t o principalmente por sequências ~­nicas que renaturam com um k2 igual a 0,106 l.mol-l •

-1 d 1 'd d . ~t' seg ,que correspon e a uma comp eXl a e Clne lca de 1,46xlOlld. A complexidade analltica do DNA huclear , determinada por análise qulmica de núcleos isolados (10,6 pg de DNA/núcleo), apesar de ser um valor medio, aproxima-se da complexidade determinada por metodos cin~ticos (l,46xlOlld). A discrepância entre esses va­lores poderia indicar a presença de uma pequena quanti­dade de sequências reiteradas no genoma nuclear, n~o

detectadas pelas técnicas e condições de renaturação em pregadas. Realmente, uma certa porcentagem de

... sequen-

cias com repetição intermediária deve estar presente no

DNA nuclear, já que na maioria dos eucariotos estudados, sequências desse tipo parecem estar dispersas ao longo do genoma (Britten e Smith, 1970). Em protozoários, a infor,mação existente é muito escassa, ea ameba repre -sentaria um exemplo de eucarioto com proporção muito baixa de sequências reiteradas com localização nuclear.

A proporção de DNA nuclear (86%) obtida por extrapolação a tempo zero de reação (Wetmur, 1967 '; Wells e Birnstiel, 1969), em gráficos lineares de rena­turação (Figura 16), concorda estreitamente com o va­lor obtido a partir da área das curvas de sedimentação em gradientes analíticos de CsCl (84%, Figura 9B).

v . - ~ Os graflcos de rellaturaçao construl.dos se-gundo Britten e Kohne (1967), mostram que não há conta­minação de TINA nuclear com DNA repetido (Figura 20), confirmando o perfil unimo daI observado em gradientes de densidade (Figura 9A) .

c) DNA mitocondrial e componente menor

O DNA extraído da fração mitocondrial a­presenta dens i dade de flutuação idêntica à do componen­

te men or do DNA t otal (1, 692 g/cm3). As mitocôndrias

Page 95: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

92

nao foram tratadas com DNase e o DNA mitocondrial esta­

va consideràvAlmente contaminado por DNA nuclear (Figu­

ra 10A). Todavia, purificR.ção por centrifugação em gra­

dientes de CsCl, resultou em grande redução da conta­

minaçao por DNA nuclear (Figura lOB), representada por

moléculas altamente degradadas, conforme mostrado pelo

perfil largo e achatado na região de den.sidade igual a

1,717 g/cm3 • Bohnert (1973) obteve resultados seme-

lhantes, verificando um enriquecimento

menor em preparações II1itocondriais.

O componente menor do DNA

do componente

total apresenta

uma transição térmica complexa, que sugere uma análise

mais detalhR.da, através da primeira derivada das cur­

vas de fusão (Figura 15A)o A transição térmica é excep­

cionalmente larga e assimétrica. A característica mar­

cante é que essas curvas não apresentam uma distribui -

~ão gaussiana, ao contrário do DNA nuclear o A an~lise

d.e :3sas curvas mostra um componente principal com T m

Am torno de 620 C e dois componentes de menor importân -

cia com Tm de 65 e 750 C aproximadamente. A presença de

um componente com T semelhante a 75°C, poderia indi-m

car contaminação por DNA nuclear. Todavia, as prepara -

ções de componente menor, quando centrifugadas em · gra­

dientes de CsCl, apresentavam um único pico estreito ,

com densidade · itwal aI, 692 g/ cm3 o Adam e colaborm:lores

(1969) também observaram a presença, no componente me­

nor, de uma espécie de DNA com T semelhante ao do JNA m nuclear.

A curva de desnaturação do componente me­

nor reflete a presença de segmentos de DNA com composi­

ções médias de b a ses bastante diferent8s. ~ provável que

a heterogeneidade seja intramolecular e não intermolecu

lal:' l conforme sugerido pela banda Única e simétri0rt 1b­

servada em gradientes de CsCl. Essa interpretação (Ber­

nardi et alo, 1970), explica a diferença entre os valo­

res de porcentagem de GC calculados a partir do Te m densidade de flutuação do componente menor do DNA to-

tal (Tabela 5)0 Não foi feita uma análise exaustiva do

perfil de fusão do DNA mitocondrial que , todavia, tam­

bém apresenta caracteristicas compatíveis com uma com,-

Page 96: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

93

posiç;o heterog~nea. A heterogeneidade de composiç;o

de bases não é muito comum em organismos eucariotos do

tipo selvagem, apesar de ter sido descrita para DNA

de cloroplastos de Chlamydomonas (Wells e Sager,197l),

DNA de cinetoplastos de Trypanosoma cruz i (Riou e Pao­

letti, 1967) e DNA mitocondrial de algumas linhagens

"petite" de levedo ( Bernardi et aI., 1970). O arranjo

das frações com diferentes razões de bases no DNA mi­

tocondrial, pode ser extrapolado a partir das curvas

derivadas de desnaturaç;o e perfil de sedimentaç;o em

gradientes de CsCl. Se essas regiões fôssem muito dis­

tanciadas, o perfil obtido após centrifugaç;o isop!cni

ca seria constitu!do por várias bandas, ou, pelo me­

nos, por uma banda muito alargada. Todavia , obtinha­

se sempre, uma única banda, caracterizada pela largu­

ra esperada segundo o tamanho do DNA utilizado (Vino­

grad e Hearst, 1962). Os resultados, portanto, suge­

rem que essas regiões heterog~neas são pequenas e dis­

persas ao longo do genoma (Wells e Sager, 1971).

Conforme discutido anteriormente (ítem 9

de Resultados), é posslvel avaliar o conteúdo informa­

cional (complexidade de sequ~ncia. ) de um DNA, através .. , . -,

de estudos de clnet~ca de renaturaçao. Os calculos se-

rão simples sàmente se o DNA em questão apresentar com

portamento homogêneo como o DNA nuclear ou o DNA de

E. coli, que serviu de padr;o nas experi~ncias de

reassociaç;o. No caso do componente menor ou DNA ·de

mitocôndrias que se comportaram heterogêneamente, a

avaliação da complexidade a partir da determinação das

constantes de velocidade é prejudicada pela renatura­

ç;o precoce das famílias de DNA reiterado. Além dis so,

quando uma família de sequ~neias repetidas é isolada

do resto do DNA, ela reassocia mais rapidamente, em

virtude do aumento relativo na sua concentração.Nesse

caso, o Cot l / 2 obser~ado nos gráficos de log de Cot,

devem ser multiplicados pela fração do DNA original

representada pela famflia de sequências repetidas, ob­

tendo-se o valor de Cot l / 2 "puro" (Firtel e Bonner,

1972), ou seja, o Cot1 / 2 que seria obtido se o DNA

fôs se cons titufdo sàménte pela fração em estudo. As

tabelas 6 e 7 re s umém os resultados de cinética de

Page 97: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

94

reéiL-l f! oc iéi (; ão de várias frações de DNA, levando-se em

cons:Uleração as limitações discutidas. Os resultados

obtidos indicam que o DNA reiterado de trofozoitos a-

presenta três famílias distintas, definidas por fre-

quências médias de reiteração características para fa­

mílias com renaturrrção "rápida" (3xl03 ), "intermediá -

ria" (3xl02 ) e "lenta" (50). O ... lÚInero de famílias com

diferentes velocidades de renaturação encontradas no

DNA mitocondrial e componente menor, corroboram a

existência de três fa~ílias de sequências reiteradas

sugeridas pelo perfil de renaturação do DNA total (Fi­

gura 16). Além disso, os valores de frequência de rei­

teraçao das famílias pre s entes no DNA mitocondrial e

componente menor (Tabela 7), situam-se dentro do in­

tervalo de frequência das sequências reiteradas do

DNA total, calc·ulado a partir da complexidade do TINA

nuclear (ver escala de valores de Cot l / 2 calcu l ad.os

segundo diferentes graus de reiteração na Figu ra 20 ).

A compara <; ão entre os valores de cO lllplex~

dade cinética e frequência de reiteração (Tabela ·7) e

k2

aparente (Tabela 6) , sugere que o DNA mi tocondrial

contém as famílias com renaturação líintermediáriaít e

"lentat~ enquanto que a fração "rápida' deve ter origem

citoplasmática e xtramitocondrial.

Assim, o DNA mitocondrial seria constituí

do por um componente principal com velocidade de rena­

turação compatível com uma complexidade cinética de

2,6xl08d"(fração "lenta") e por outro componente com

genoma próximo de 2~lxl07 d (fração "intermediárial! ),

que representa 35% do genoma mitocondrial, conforme e~

timado a partir da hipocromicidade devida a cada fra-

ção (Wetmur, 1967). Bohnert (1973), demonstrou que

35% do DNA mitocondrial era formado por círculos aber­

tos, com um contorno médio de 12,8 um, que correspon -

dem a um PM de 2,77x107 d, valor esse comparável à complexidade cinética do componente mais rápido dO

DNA mitocondrial ( 2 ,lxl07 d). Portanto, é provável que

as moléculas anal is~das ao microsc6pio eletr&nico re­

presentem as s equências de bases detectadas nas expe­

riências de r en ât uraç ão aqui descritas o Adicionalmen -

Page 98: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

95

te, Bohnert (1973) descreveu a exis tência de molécul as circulares maibres, ~ol~culas lineares e mol~culas co­labadas cujo comprimento não pode ser medido, o que im­pede a comparação com os resultados cin~ticos.

A fração intermediária corresponde a 6xl09 d (4% do genoma da ameba), enquanto que a fra-ção lenta equivale a 1,3xlOlO d (7,5% do genoma). A, di­ferença entre a complexidade analítica e a complexida -de cin~tica indicaria, então, que os componentes do DNA mitocondrial estariam presentes, respectivamente; em cerca de 300 e 50 cópias por genoma nuclear.

O DNA mitocondrial de !. castellanii, co­mo acontece em outros microrganismos eucariotos estuda­dos, é constituído por mol~culas maiores que o DNA mi­tocondrial de c~lulas de animais vertebrados (Sager, 1972). Os dados obtidos são semelhantes aos valores de tamanho e conteúdo informacional determinados para TINA de cloropastos de algas e plantas superiores e DNA mi­tocondrial de plantas superiores (Sager, 1972). O com­portamento cin~tico heterogêneo mostrado pelo INA mito­condrial de !. castell~ii, foi igualmente verificado em DNAs citoplasmáticos de mitocôndrias (Wells e Birns­

tiel, 1969) e clorapastos (Wells e Birnstiel, 1969 Wells e Sager, 1971), que apresentavam um componente com renaturação rápida, presente em muitas cópias e um componente principal caracterizado por uma frequên -cia de reiteração menor.

A análise das tabelas 6 e 7, sugere que o componente menor do DNA total, de localização cito-plasmática, contem uma fração de DNA de origem extrami­tocondrial, presente em aproximadamente 3xl03 cópias. Esse DNA poderia ser análogo, em céLulas superiores,aos epissomos bacterianos, ou então, demonstraria a existêg cia de organismos simbiontes, sugerida anteriormente por Ito ~t aI. (1969). Esses autores postularam que os cor­púsculos citoplasmáticos contendo DNA, identificados por autoradiografia, seriam constituídos por vírus de­fectivos ou epissomos. A complexidade cin~tica determi­nada para a fração rápida do DNA da ameba -(1,5xl06 d) , exclui a possibilidade de que os simbiontes possam ser

Page 99: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

96

bactél'ias ou micoplasmas, concordando com as observações

citológicas anteriores CIto et aI., 1969). A natureza extracromosomal desse DNA sugere que uma pequena fra-ção do genoma (2,5%), não estaria submetida ao controle de replicação normal, formando múltiplas cópias, cada vez que o genoma da ameba sofresse duplicação. A autono­mia genética dessas partículas seria melhor evidenciada, através da determinação do grau de multiplicidade em di­

ferentes estágios de crescimento de culturas de amebas (Chiscon e Kohne, 1970). Qualquer que seja a origem fi­

logenética dessas partículas, elas poderiam representar A , •

outro exemplo de um fenomeno comum entre os protozoarlos; conforme discutido por Soldo e Godoy (1973), quesalien­tam a vantagem seletiva da existência de muitas cópias para a manutenção da continuidade genética em um ambien­

te intracelular. Por outro lado, a existência de um DNA ci­

toplasmático extramitocondrial ~oderia ser relacionada com a extrusão de DNA nuclear para o citoplasma, des-

crita anteriormente (Bovlers e Korn, 1969). A natureza e destino do DNA liberado são desconhecidos .• A caracteriza

ção desse DNA poderia f{)lrnecer resultados interessante s , já que fenômenos semelhantes foram verificados apenas durante a meiose, envolvendo sempre a amplificação de

cistrons ribossômicos (Lima-de-Faria, 1973). Se o DNA citoplasmático, detectado nas experiências de renatura­

ção fôsse de origem nuclear, dificilmente conteria in­formação ~ara a síntese de rRNA, já que os cistrons ri-bossômicos, na maioria dos eucariotos estudados, têm densidade de flutuação maior que a do DNA nuclear (Birn~

tiel et aI., 1971). Sem dúvida, a atribuição de uma fun­ção à fração rápida do DNA total de A. castellanii, re­

quer maior investigação.

4. Análi1se das condições de renaturação

o grau de precisão de pareamento quências de nucleotídios é determinado pelas de incubação, ou seja, o tamanho da fração de

das se-condições DNA que

reassocia, varia ·com o "critério" estabelecido durante a

Page 100: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

97

experiência realizada para estudar esse DNAs Como a re­

associaç~o ~ acelerada em soluç6es de alta força i3ni­

ca (Wetmur e Davidson, 1968), adotou-se, rotineiramen -

te, NaCl 1 M como meio de incubaç~o e temperatura i­gual a 600 C. Segundo Rice e Paul (1972), essas condi­

ç6es de incubaç~o evitam a formação de hfbridos instá­

veis e n~o especfficos, apesar de constitufrem um cri­

tério n~o muito rfgido de renaturaç~o. A adoç~o de tem­

peratura mais alta ou força i3nica mais baixa durante H •• . _ ,

a renaturaçao, determlnarlam a formaçao de moleculas d~

pIas, contendo menor proporção de bases mal pareadas •

Todavia, experiências de renaturaç~o empregando DNA

dissolvido em SSC, forneceram resultados idênticos aos

descritos neste trabalho, possibilitando a conclusão de

que as regi6es de homologia detectadas eram relativamen

' te extensas.

As condições de inc~baç~o adotadaspermi­

tiram evidenciar a heterogeneidade desequências de ba~

ses do DNA mitocondriaJ de A. castellanii, evidenciada

pelas caracterfsticas do perfil de renaturação e desna­

turaç~o térmíca. Estudos mais detalhados das curvas de

fusão, permitir~Q estabelecer uma posslvel correlação

entre as regiões de heterogeneidade local observadas na

desnatUl~aç~o e as fam!lias com diferentes velocidades

de , renaturaç~o.

Entretanto, a complexidade cinética , das

famllias de DNA reiterado deve ser interpretada critic~

mente, já que o "critério" adotado permite a reassocia­

ç~o de sequências semelhantes, mas n~o idênticas, que

poderiam reduzir a velocidade de reas'sociaç~o (Bri tten

e Bonner, 1971), fonnecendo uma medida aumentada do

comprimento das s'equências que se repetem (Southern,

1970). Deve-se" também, levar em consideração que as

moléculas de DNA reassociado poderiam conter regiões

não pareadas (Britten e Kohne, 1967), se as sequências

repetidas ocorressem em segmentos de DNA muito meno

res que os fragmentos de DNA utilizados nas experiên

cias (Tabela 6). O tamanHo dos fragmentos de DNA e os va­

lores relativamente baixos de Cot empregados, não per-

Page 101: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

98

mitem excluir a existência de uma pequena porcentagem

de DNA Úni c o no genoma mi tocondrial, nem a presença de

uma bai xa porcentagem de sequências reiteradas no DNA

nuclear.

As constantes de segunda ordem obtidas não

foram corriginas quanto ao teor de GC, porque bá evi­

dências c ontraditórias sobre o seu efei t .O (Wetmur e

Davidson, 1968; Gillis et aI., 1970). Além disso, no

caso do DNA mitocondrial 8 componente menor, a heteroge

neidade de composição de bases impos s ibilitaria essa ...

correçao.

Em resumo, as medidas de frequência e p~­

porção de DNA "Único" e reiterado de !. castellani:l,re­

presentam um número mínimo de componentes do genoma,já

que a família de reiteração intermediária poderia con-

ter outros componente s não individualizados

de estudos de cin~tica de reassociação.

, atraves

Page 102: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

VIII. Hesumo

o t rabalh o descreve um método para i s ola­

mento d e núcleos morfologi camente intactos e fisiologi

camente ativos, além da c ara cterizaç ão parcial do

DNA de Acanthamoeba cas tellanii (linhagem Neff).

o DNA celular total de trofo zoitos con-

tém quatro famílias com diferentes velocidades de re­

naturação. A fração com renatur ação mais lenta (DNA

"único"), corresponde ao DNA nuclear ·(86% do genoma)e

apresenta características cinéticas compatíveis com

uma complexidade de sequência i.gili.al a · l,46xlOll dal­

tons. O DNA reiterado (14% do genoma); . compreende três

fam1.lias de sequências de nucleotídios, denominadas

"rápida", "intermediária" e "lenta", com complexidade

cinética re s pectivanlente igual a 1,5xl06 ; 2,lxl07 e 8 . 3

2,6xlO daltons, pre s entes em aproximadamente 3xlO ,

3XI02 e 50 cópias. As famílias de DNA reiterado têm

localização predominantement.e citoplasmática, sendo

que as famílias "intermediárias" e "lenta" fazem par -

te do genoma mitocondri a l. O comp ortamento cin~tico he

terogêneo do DN.A mito c oYJdrial e sua complexidade asse­

melham-se aos d~do s existente u para outros microrgani,ê.

mos eucariotos. A constatação de uma espéCie de DNA

extramitocondrial pode ser relacionada com a descri­

ção ant erior de corpúsculos citoplasmáticos contendo

mA ou com a extrusão d.e cromatina para o citoplasma ,

verificada no início do encistamento.

O DNA de trofozoi tos também foi caracteri

zado quant o ao padrão de sedimentação em gradientes de

densidade, desnat~ação t~rmica e composição de ba­

ses. O DNA celular Gotal apresenta dois componente s .em

gradiente s de CsCl, caracterizados por densidade de fl~

tuaç ão iguais a 1,717 g/cm3 (comp onente maior) e

1,692 g/cm3 (componpute menor). O perfil de fusão do

DNA ini tO G.'.ondrial sugere heterogeneid ade de composição

de bases o

Page 103: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

IX. Bibliografia

1. Adam, K.M.G. (1959) - "The growth of Acanthamoeba

sp. in a chemically defined medium". - J. Gen.

Microbiol. 21, 519-529.

2. Adam, K.M.G. (1964) - "A comparative study of Hart­

mannellid arnoebae". - tI. Protozool. 11, 423-430.

3. Adam, K.M.G.; Blewett, D.A. e Flamm. W.G. (1969 ) -r"I'he DNA of Acanthamoeba sp.; a method for its

characterization". - J. Protozool. 16, 6-1-2.

4. Alberts, B.M. e Doty, P. (1968) - 1I0haracterization

of a naturally occuring cross-linked fraction of

DNA. I. Nature of ~ross-linkageflo - J. MoI. Biol.

32, 379-403.

5. Armstrong, J .A. e Pereira, M.S. (1967) - r'Identifi­

cation of Ryan virus as an amoeba of the genus

Hartmannella fl • - Brit. Med. J. 1:, 212-214~

6. Balsamo, J. (1972) - flOaracterísticas fisicas e

funcionais do DNA r eite rado de Rhynchosciara ~­

rican8 fi •• - Tese de Doutoramento, Instituto de ( . ~

QUlmlca, U.S.P., Sao Paulo.

7. Balsamo, J.; Hierro, J.M. e Lara, F.J.S. (1973)-"Transcription of repeti tive DNA s equences in

Rhynchosciara salivary glands fl • - Oell Different.

~, 119-130.

8. Band, R.No (1959) - flNutritional and related biolo­

gica l studies on the free-living soil amoeba

Hartmamlella rhysodes 11. - J. Gen. Microbiol. 21, 80-95.

9. Band, R.N. (1962) - flThe aminoacids requirements

of the soil amoeba Hartmannella rhysodes". - J.

Protozoolo 2, 377-379.

Page 104: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

]()l

10 0 BRJlcl, P . No (19G3 ) - IIE xtrinsj. c. r e quireTlJ eJ1t s for

eneys 1-; a tioI.l by tbe soil amoeha Har GW 8.nnel1a rhy­

s odes Ir . - J" Proto zoal. 10, 10J.-10 r;.

11" Band, R.N e e Macheme l' , O. (1 9G3 ) - "Environmentéll incluction of multinuc l e ate Hurtmannel1a rhys,o­

de s ". - Exp . Oel l Re s . 31, 31-38 .

1 2 . Band, R.N e e Mohrlok, SO (1973 a) - 1I0bservations

on indueed amitosis in Acanthamoeba"o - Exp. Oell Res. 12, 327-337.

130 Band, R.N. e Mohrlok, S. (1973 b) - "The cell cy­ele and indueed amitosis in Aeélnthamoeba". - J. Prot o zool o 20, 65Ll--G57.

14. Band, R.N.; Mohrlok, S. e Rubin, R.W o (1970) - "S~

parate induction of ami t otic and mitotie divi­

Aion in Acanthamoeba rhysodes". - Nature 227 ,

379-381.

15. Bernardi, G.; Faures, M.; Piperno, G. e Slonimski,

P.P. (1970) - "Mitochondrial DNA's from respira-

tcry-suffieient and eytoplasmic respiratory-

defficient mutan" yeast". - J o MoI. Biol o

23-420

48, -16. Birnstiel, M.L.; Ohipchase, Mo e Speirs, J. (1971)

"The ribosomal RNA eistrons"o - Progro Nueleic

Aci d Res o MoI. Biol. 11, 351-3890

17. Bi rns tie1, M.Lo; Speirs, J.; Purdom, lo; Jones, K. e Lo eni ng, E. (lC)68 ) - "Properties and composi­

tion s oi' t l1e isol a t ed ribo s omal DNA satel1i te

of Xenopus laevi s "o - Nature 219, 454-463.

18 . Bishop, J .00 e Freeman, K.B. (1973) - "DNA sequen­

ees neighboring the duek hemoglobin genes".

Oold Spring Harbor Symp. Quant. Biol. 38; 707-

716.

Page 105: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

102

19. Blobell, Ge e Potter, V.R" (1966) - "Nuclei from rat liver: iS01ation method. that combines puri­ty with high yleld" .. - Science 154, 1662-1665.

20. Blumenfeld, M. e Forrest, H.S. (1972) - "Differen­tial under-replication of satellite DNAs during Drosophila development". - Nature New Biol. 239,

170-172.

21. Bohnert, H.J. (1973) - i1 Circular mitochondrial DNA from Acanthamoeba castellanii (Neff strain)".-

Biochim. Biophys. Acta 324, 199-205.

22. Bolton, E.T. (1966) - "Nucleic acid interactions e

A molecular approach -to the study of genes and

their products". - Ca. Res. 26, 1964-1970.

23. Bonner, T.I. (1973) - "Instantaneous bindiro:g frac­tions of "mA". - Carnegie Inst. Wash .. Year Book 72, 204-207.

24. Bowers, B. e Korn,. E.D. (1968) - "The fine struc­ture of Acanthamoeba castel1anii. I. fue tropho­

zoite". - J. Cel1 Biol. 39, 95-111.

25. Bowers, B. e Korn, E.D. (1969) - "The fine struc­ture of ;Acanthamoeba castellanii (Neff strain ). 11. Encystment". - Jo Cel1' Biol. 41, 786-805.

26. Bram, S. (1971) - "Secondary structure of DNA depends on base composition". Nature New Biol.

232, 174-176.

27. Bray, G.A. (1960) - "A simple, efficient liquid scintilation for counting aqueous solutions in

a liquid scintilation counter"o - Annal.Biochem.

1, 279-285.

280 Breuer, M.E. e Pavan, C. (1955) - "Behaviour of polytene chromosomes of Rhynchoschiara angelae at different stages of larval development" •

Chromosoma Z, 371-386.

Page 106: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

103

290 Britten, R.J. (1970) - "Observed properties of re­

peateri DNA sequences (apri1 1969)"" - Carnegie

Inst. ,Wash. Year Book 68, 376-378"

30. Britten, R.J. (1971) - "Sequence comp1exity, ki­

netíc comp1exity and genetic comp1exity". - Car­

negie Inst. Wash. Year Book 69, 503-506.

31. Britten, R.J. e Bonner, T. (1971) - "The effect

of sequence divergence on the rate -of reassocia­

tion". - Carn eg=!-e Insto Washo Year Book .22., 373-374 • .

32. Britten, R.J. e Davidson, EoH. (1969 ) - "Gene re­gu1at ion for highel' ce11s: a theory". -'- Science

165, 349-357.

33. Britten, R.J. e Kohne, D.E o . (1967) - "Nuc1eotide sequence repeti tion in DNA". - Carnegie

Washo Year Book 65, 78-106õ

Inst.

34. Britten, R.J. e Kohne, D.E. (1968) - "Repeated nu­c1eotide ~equences". - Carnegie Inst. Wash. Year

Book 66, 73-88.

35. Britten, R.J. e Rake, A.Vo (1969) - "Search for sa1tatory rep1ication". - Carnegie Insto W~sh.

Year Book ~, 325-3270

36. Britten, RoJ o e Smith, Jo (1970) - "A bovine geno-me"n - Carne gi.e Insto 'Washo Year Book 68,

386. 378-

3'/ . Britten, R .. J.. e Smith, JoFo (1971) - "Catt1e,sheep, and sate11ites". - Carnegie Insto Washo

Book 62, 506-j070

Year

380 Britten, RoJ.; Graham, D.E o e Henerey, M. (1972)­"Se a-urchin repeated and sing1e-copie DNA". - Car

negie Inst. Wash. Year Book 1l, 270-2730

590 Brown, D.D o e GllI'don, J oBo (1964) - "Absence of ribos oma1 RNA synthesis in the anucleo1ate mu­

tant of Xenopus 1aevis"0 - Proco Natn A.cad. Sci.

Wash o 51, 139-146.

Page 107: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

104-

/~-o . Browtl . D.D. P. " Nplle r , CJi n (19G8 ) - Gene liriko r:t'

hy RNA-DNA hyhricli 7, ~lt -i oI1o 11 0 Arrangement ( , t.'

t rl.e r 8(b ln (1 ;~1l f; f';ene sequences for 288 and 18 ~ j

l' ih(wrnn;:1] _ Hl\l A"~ - .T. MoLo J ~ io l. 34, 681 -69'(.

LI-l . Brown , D.D~ ; Wen l::ink , PoCo e Jor(lé1 n, E. (19 '72 )

A compari s on 0f t h e ribosomal DNA ' s of Xenopus

1aevis e Xenopus mu11 eri: t h e e v olution of

tanrlem f2;8ne s ". - tI" MoI . Bio1. 63 , 5'7-73 0

4~ . Brun.k , C.F. e Hanawa1t , P . C. (1966 ) - "G1ycogen

satellite bands in isopynic CsCl gradients " ..

Exp o Cell Res . 42 , 4m)_L~08.

4 3 . Burgi , E. e Hershey , A.D. (1963 ) - "Sedimentation

rate as a me asuX' e (lf mole cul ar weight of DNA". -Biophys. J. 3 , 309 - 321.

L~4e Byers , T.J.; Rudick, Ve I •• e Ru d i ck , M.J. (1969)­

" Cell size , macromolecu1 ar compos ition, nuclear

numbe r , o:x:ygen consumption anel cyst f ormation dl.l

ring two growth phas e s in unagi tated ctll tures of

Acanthamoe b a c aste ll anii". - ... T o Protozoo1. l:§,

693 - 699

45. Ca11an, H~G. (1967) - "The organi zation of genetic

units in chromosomes "o - Jo Cell Seio g, 1-7 .

46 . Cairns, J. (1963 ) - " The chromosorne of E. coli".

Cold Sprine; Harbor Symp o QU.an t" Biol. 28 , 4 3-

LI-6 0

l17" Carter , R. F o (1968 ) - "Primary amoeoic rneningoenc~

pha litis: clinicaI, pathological and epidemiolo­

gical featur e!": of s i z cases ". - J. P a tho and

Bact o 96, 1-2 5 o

480 Castellani, A. (1930 ) "An amoeba growing in cul-

tUl'f!S of an yeas t" a - J" Tropa Medo Hygo 33 ,

160-1880

49 . (~! e rioti:;i, Go ( 1 'J 52 ) - "A lD icrochemi cal dete rm Ula -

tion of DNA". - Jo Biola Chem. 198 , 29'7- 30 3 ..

-

Page 108: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

105

50. Cerva, L. e Novak, K. (1968) - IIAmoebic meningoen­cepha1itis~ sixteen i'ata1ities ll

• - Science, 1§Q, 92.

51. Chambers, J .A. e ,Thompson, J .E. (1972) - A scanning e1ectron microscopic study oi' the excystment pr 2 cess of !. caste11anii". - Exp. Ce11 Res. , 22, 415-421.

52. Chang, RoS. e Humes, Mo (1962) - "The bio10gic immuno10gic and physicochemica1 characterization of a transmissib1e agent capab1e of inducing DNA and thymine degradation in cu1tured human ce11s~

J. Exp. Med. 115, 937-957.

53. Chang, R.S.; Pan, I. e Rosenau, B.J. (1966) - " On the nature of the 1ipovirus ll

• - J. Exp. Med. 124,

1153-1166.

54. Chauveau, J.; Mou1é, Y. e Roui11er, C. (1956) "Iso1ation of pure and una1 tered li ver nuc1ei. Morpho10gy and biochemica1 composition". - Exp. Ce11 Res. 11, 317-3210

55. Chiscon, J.A. e Kohne, D.E. (1970) - "DNA sequences present as multip1e copies in E;o co1i". - Carne­gie Inst. Wash. Year Book 68, 388-391.

56. Co11i, Wo e Oishi, M. (1970) - "A procedure for ge­ne purification: the purification of the riboso -mal RNA genes oi' Baci11us subti1is as DNA-RNA hy­

brids ll• - J. Mo1. Biol. 21, 657-669.

57. Colli, W.; Smith, I. e Oishi, M. (1971) - IIPhysical linkage between 5S, 16S and 23S ribosoma1 RNA genes in Bacil1us subti1is ll

• - J. MoI. Biol. .2§, 117-127.

58. Corneo, G.; Ginelli, E. e Po11i, E. (1970) - "Repe~

ted sequences in human DNA". - J. MoI. Biol. 48,

319-327.

59. Crick, F.H. (1971) - "General model for the chromo­somes of higher organiBms". - Nature 234-, 25-27.

Page 109: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

106

60 .. Crippa, Mo; Meza, I. e Dina, D. (1973) - "Sequen c e

arrangement in mRNA: presence of poly (A) and

i denti 'fication of a repetitive fragment at the

;; ' e n (l". - Cold Sprin g Harbor Symp . Quant. Biol.

38 , 933-942.

61. Crouse, H. e Keyl, H.G. (1968) - "Ex tra replications

in the "DNA puffs " of Sciara coprophila". - Chro­

mo s oma 25, 357-364 0

62 . Culbe rtson, C.G.; .Smith, J .. W .. e Minner, J.R. (1958 )

- "Acanthamoeba: observations on animal pathogeni

city". - Science 127, 1506.

63. Culbertson, C.G.; Smith, J.W.; Cohen, H.K. e Minner,

J .R. (1959) - "Experimental infectl0n of mice.

and monkeys wi th Acantl1amoeba". - Am. J. Path. 35,

187-1930

64. Davidson, E.H.; Hougb, B.R.; Ame DFw n, C.S. e Britten

R.J. (1973) - "Gen eral interdis p e rsinn of repe-

titive with non-repetitive sequence elements in

t he DN A o f Xenopu s " o - ,To Mo I . Bi o lo 77, 1-23.

65. di Mauro, E.; Sriyde r, Lo; Marino, P.; Lamberti, A.;

Coppo, A. e Tocchini-Valentini, G.Po (1969)

"Rifamp icin sensitivity of the components of DNA ....

dependent RNA polyrneras e". - Na ture 222, 533-5370

66 .. Dische, Z. (1955) - "Color re ac tions of nucleic a­

cids component s " ..... The Nucleic acids 1,285; Ed.;

Chargaff, E. e Davidson, J.N .. ; Academic Press ,

N. Y.

(~~ 7 . Do u g l élS , Mo (1930) - "Notes on the c las s ification

of the amoeba found -by Castel1an i in cu1 t ure s of

a y eas t-1ike fungu s ". - J. Trop. Me d . Hyg. 33, - --2 58- 259 0

6 8 . Dunnebacke , T.R. e Schuster, F.Lo (1971) - "lnfec -

ti ou s a gent from a free-living soil amoeba,Naegleria

gruberi". - S cience 174 , 516-518 .

Page 110: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

107

690 Dunnebacke, T.Ho e Wi11iams, R.C. (1967) - "A re -

interpretation of the nature of "lipovirus" cy­

topathogenicity". - Froc. Nat. Acad. Scio Wash.

57, 1363-1370 0

70. Eigner, J. e Doty, Po (1965 ) - "The native, dena­

tured and renatured states of deo:x:yribonuc1eic

acid". - Je MoI. Bio10 12, 549-5800

710 Firtel, R.A. e Bormer, Jo (1972) - "Characterizat­

ion of the genome of the ce11ular slime-mold

Dictyostelium discoideum". - Jo MoI. Bio1. 66,

339-361.

720 Firte1, R.A.; Jacobson, Ao e Lodish, H.F. (1972) -

"Isolation and hybridization kinetics of messen­

ger RNA from the cellu1ar slime-mold Dictyoste -

lium discoideum". - Nature New Biol. 239, 225-

228.

730 Flamm, W.G.; Walker, F.MoBo e McCallum, Mo (1969)­

"Some properties of the sing1e strands iso1ated

from the DNA of the nuclear sat e11ite of the

mouse (Mus muscu1us)1t o - J. MoI. Biol o 40, 423-

443.

74. Fukuhara, H. (1969) - "Relative proportions of mi~

tochondria1 and nuclear DNA in yeast under va­

rious conditions of growth". - Eur o J. Biochem •

11, 135-139.

75. Gall, J.G.; Cohen, E.H. e Atherton, D.D. (1973)­

"The sate11ite DNAs of Drosophila viri1is" •

Cold Spring Harbor Symp. Quant. Biol. 38, 417-

421.

760 Ga11, JoC.; Cohen, E.H. e Po1an, MoLo (1971) - lIR~

petitive DNA sequences in Dro sophi1a"0 - Chromo­

soma 33 , 319-344 ç

770 Gall. JoGo; MacGregor , HoCo e Kidston, M.E.(1969)­

"Gene amp1ification in the cocytes of Dytis cid

water beetles". - Chromosoma 26 , 169-187 .

Page 111: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

108

78 . Gambarini, AeG. (1972 ) - "Estudos sobre os genes

re s ponsáveis pela síntese de RNA ribossômico em

Rhynchosciara". - Tese de Doutoramento, Insti -

tuto de Qufrnica~ D.S.P., são Paulo.

79. Gelderman, A.H.; Rake, AoV. e Britten, Ro J.

(1972) - "Transcription of Ylonrepeated DNA in

neonatal and fetal mice"o - Proc. Nato

Sci . Wash . 68, 172-176 .

Acad.

n() , Ge or giev, G.P. (1969 ) - "On the structural organi­

zation of operon anr1 the regulation of RNA syn-

thesis in animal cells". - J o Theoret.

25 , 473-490 .

Biol.

81. Giles, K.W. e Myers , A. (1965 ) - "An improved

diphenylamine method for the estimation of deo­

xyribonucleic acid". - Nature 206, 93"

820 Goldstein, Lo e Pres cott, D.M. (1967) - "Nucleocy­

toplasmicinteractions in the control of .nuclear

reproduction and other cell cycle stages". - The

Control oE Nuclear Activity, 3-17; Edo: Goldstein

L., Prentice-Hall, Englewood Cliffso

83 . Graham, D.Eo; Neufeld, B.R. e Britten, R. J. (1973)

- "Interspers ion of sea-urchin repetitive and

nonrepetitive DNA sequences"o - Carnegie Inst.

Wash. Year Book 7 2 , 222-224~

84 . Griffiths, A.J. e Hughes, D.E. (1968 ) - "Starvation

anel encys tment of a soil amoeba Hartmanella cas­

tellanii" - J~ Protozool. l :z , 673 -6770

85 0 Griffiths, Ao <J. '3 Hughes, D.E o (1969) - "The phy-

siolo f5"".f 01' encYstment of Har tmanella castellan,;já".

J o Protozool . 16 , 93-99.

860 Hallberg , R.L. e Brown, DoD. (1969) - "Co-ordinated

synthesis of some ribosoma1 protej.ns -and riboso -

ma l RNA in embryos 01' Xenopus laevis". - J. MoI.

Bio lo 46, 393-411.

Page 112: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

.LU'j

87. Hennir';, W. (1972) - "Highly repetitive DNA sequen­

(~ P.f'l i LI j;] U ~ gp.n()Jr.I'~ o f Drn s ophila hydei o I. Prefe­

l 'l>.tlt i,é3l lo ca lizaLion in t h e X chromosomal hete­

ro ch I'omatin". - J. MoI. Biol. 71, 407-417.

88. Hermig , W. e Walker, P.MoB. (1970) - "Variations

in the DNA from two rodent families (Cricetidael.

and Muridae)". - Nature 225, 915-919.

89. Hennig, W.; Hennig, I.e Stein, H. (1970) -peated sequences in the DNA of Drosophila

"Re-and

their localization in giant chromosomes il• - Chro

mosoma 32, 31-630

90. Hinegardner, R.T o ; Rao, Bo e Feldman, DoEo (1964)­"The DNA synthetic period during early develop -

ment of the sea urchin egg". - Exp. Cell Res.

36, 53-61.

910 Hoyer, BoH o; McCarthy, B.J o e Bolton, E.T o (1964)-liA molecular approach in the systematics of

higher organisms". - Science ~, 959-967.

92. Hymer, W.C. e Kuff, EoLo (1966) - "Isolation of

nuclei from mamm.aliB.Il tissues through the use

of TritoTl X-I00". - J. Histocbem. Cytochem. l,g,

359-363.

93. Ifft, J.B.; Voet, D.H. e Vinograd, J. (1961) ilThe determination of density distributions and

dens ity gradients in binary solutions at equili­

briwn in tho lütracentrifuge". - J o Phys. Chem •

65, 113E3-1 145.

940 Isaaks, RoE.; Santos, B,Go e Musil, G. (1973) "Studies on nuclei of Paramecium aurelia. I. Iso

lation and pu:rification by continuous ar dis­

continuous sucrose gradient centrifugation and

bi ocbemi cBl composi tion 11 o - J. Protozool. 20, 4, 77-L~81 •

()~" T 1,0, Só j (~ll 8.ne; , H. S o e Pollard, ToD. (1969) - IICy_

[',() p l r\;-'. p ; i c ri i r; Lribut i on of DNA in a strain of

h él l' Lmanne llid amoeb a ll• - Jo Protozool o 16, 638-

64 5?

Page 113: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

110

96 0 Jacob, F. e Monod, J. (1963 ) - "Genetic repression,

a110 s t eric inhibition and cellular differentiat-

ion" 5 - Cytodifferent;intioYJ and Macromolecular

Synt"lles i s , 30-6L~ , Ed. Locke , M.; Academic Press,

N . Y .

97 . Jahnes, W.G.; Fullmer, HoW. e Li, C.P. (1957) "Free-living amoehae as contarninants on monkey

kidney tissue culture ". - Proc . Soc o Exp . Bio1.

Me <l. o 96 , 4-84-488 o

9~3 . ,James, r:I..'oE. e Byers , T. J o (1967) - "r:I..rhe induction

of multinuclearity in agitated and in aging cul­

turef, oI Acanthamo eba sp o Neff". - J. Ce11

PhYt"d "ol. 22, 53-62 .

99. Jensen, T. e Dubes , G.Ro (1962) - "Cloning, tri-tration and differentiation of Acanthamoeba sp.

by p1ating". - J~ Parasito 48, 280-2860

100. John, H.A.; BirnstieJ, M.L. e Jones, K.W o (1969) -"RNA-DNA hybridization at the cytologica1 "leve1".

"Nature 223, 582-587.

101. Jones, KoW. (1970) - "Chromosoma1 and nuclear loc~ tion of monse satellite DNA in didividua1 ce11s".

Nature 255, 912-91 50

102 . Jone s , K.W. e Robertson, F.V/. (1970) - "Localiza -tion of nucleotide se quences in Drosophila and

mouse by "in s:Ltu" hybridizatioYJ of complementa­

ry RNA" ...... Chromosoma 31, 331-3L~5 .

103, Kedes , L.H. ~ Birnstiel, M.L. (1971) - "Reiteration

and clustering of DNA sequences complementary to

histone messenger RNA" . - Nature New Bio1 . 230,

165-1690

104. Kirtikar, M.; Jensen, To e Meyers, Do (1967) - "Ex­traction of DNA from Acanthamoeba caste11aniil.l. -

J. Protozoo1. 14 (supp1o), 11.

Page 114: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

111

105. Kit, S. (1961) - "Equi1ibrium sedimentation in den­sity gradients of DNA preparations from animal

tissues". - J. MoL Biol. ,2, 711-716.

106. Kohne, D.E. (1969) - "Isolation and characterizat -ion of bacteria1 ribosomal RNA cistrons". - Oar­

negie Inst. Wash. Year Book §1, 310-320.

107. Kohne, D.E. (1971) - "Pattern of DNA acquisition during evolution" ..... Oarnegie Inst. Wash. Year

Book 69, 485-488;

108. Kohne, D.E. e Byers, M.J. (1971) - "Studies on the expression, evo1ution and amplification of DNA sequences". - Oarnegie Inst. Wash. Year Book lQ, 376-378.

109. Kohne, D.E.; Ohiscon, J.A.e Hoyer, B.H. (1971) "Nucleotide sequence change in nonrepeated DNA during evolution". - Oarnegie Inst. Wash.

Book 69, 488-501. Year

110. Korn, E.D.e Wright, P.L. (1973) - "Macromo1ecu1ar composition of an amoeba plasma membrana". - J.

Bio1o Ohem. 248, 439-447.

111. Krishna Murti, O.R o (1971) - "Encystment of amoe-bae: an example fO ' single call differentiation".­

Ourrent Sei. 40, 589-593.

112. Krishna Murti, O.R. (1973) - I!Biochemistry of amoebic encystment"o - Biochem. Soe. Transac. 1" 11040

113. Laird, O.D o ; McOonaughy, B.L. e McOarthy, B.J. (1969) - "Rate of fixation of nucleotideO ; ~ubstit:!:! tiOllS :1,1)., eyol-qtion ",. :- N..at;u:pe, .' ~ t- ~4;9~lti,Lf,i1 , ~

• ~ . , • • I ~ . t:', '! . ' (I 1 i 1 1140 Lima-de-Faria, A. (1973) - "The molecular organiza-

I . :

tion of the chromomeres of' Acheta ' involved in

ribol~~~~l pNA _ a~Ifl~~i,ca.t;~o~> ( li! qo~4, Sgt\:i,flg \ Har.,. bor Symp. Quant o Biol. 38, : 559-571. . f

• • " ;' , . \' · 'JI,: ,~j 'l~.~.(j l \l: i'~ , ·i( ) í~·

I - . :~.

Page 115: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

112

115 . Liu, C. e Rodina, P. (1966 ) - "Immunofluorescent studies of human ce11 cultures and chick em­bryos inoculated with the ameboi d cell "lipovi­

rus complex". - J. Exp. Med. 124, 1167-1178.

116. Loening, U.E.; Jones, KeW. e Birnstiel, M. (1969) - "Properties of the ribosomal RNA cursor in ' Xenopus 1aevis; comparison to precursor in ma.nuuals and plants". - J.

Biol. ~, 353-366.

L. pre­the

MoI.

117. Lowry, O.H.; Rosebrough, N.J.; Farr, A. L. e Randall, R.J. (1951) - "Protein me aSUI' ements with the Fo1in-Phenol reagent". - J.Biol.Chem.

193, 265-275.

118. MandeI, M. (1967) - "Nuc1eic acids of Protozoa". Chemical Zoolog:y .!; 541-5'72; Ed.: Kidder, G.W.;

Academic Press, N.Y.

119 . MandeI, M. e MarmUl', J. (1968) - "Use of ultravio le t absorbance-temperature profi1e for determi­ning the guanine p1us cytosine content of DNA". Methods in Enzymology XII B, 195-206; Ed,: Gro,ê. sman, ' L. H Mo1dave, K.;Academic Press. N.Y.

120e MandeI, M.; Schi1dkr aut, CoLo e Marmur,J. (1968)­"Use of CsC1 density gradient fo r determining the guanine p1us cyto s irle content of DNA". Methods in Enzymo10gy XII B, 184-195; Ed.: Grossmru1, L. e Mo1dave,K.; Academi c N.Y.

Press,

121. Marmur, J. (1961) - "A proc e dure for the i s ola -ti on of DNA f rom rni c. ro orgaIJ isms". - J.

Bio l . ~ , 208- 216 0 Mo I .

1 22 . Marmur J . e DotY '1 P. (1961) - "Therma1 renatura -tion of deoxyribonucleic acid". - tT. MoI. Biol.

2" 58'}- 594 •

Page 116: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

113

123 . Marmur , J.; Rownd, R. e Schi1dkraut, C.L. (1963) -"Denaturation and renaturation of deoxyribonuc1eic '=l.cid". - Pro gr. Nuc1eic Acid Res. MoI. Bio1. 1:. 231-300.

124. Martin , M.A. e Hoyer, B.H. (1966) - "Therma1 stabi lities and species specificities of reannea1ed

animal DNAs". - Biochemistry 2, 2706-2713.

125. Marzzoco, A. e Co11i, W. (1974) - "Iso1ation of nuc1ei and characterization of nuclear DNA of Acanthamoeba caste11anii". - Biochim. Biophys • Acta (aceito para publicação).

126. Mattar, F.E. e Byers;T.J. (1971) - "Morphologica1 changes and the requirements for macromo1ecu1ar synthesis during excystment of Acanthamoeba cas­

tel1anii". - J. Ce11 Biol. 49, 507-519.

127. Me11i, M. e Bishop. J.O. (1969) - "Hybridization b etween rat 1iver DNA and complementary RNA". J. Mo. Bio1. 40, 117~136.

128. Me11i, M. e Bishop, J.O. (1970) - "Molecular hy­bridization between rat ·1iver DNA and comp1emen­

tary RNA". - Biochem. J. 120, 225-2350

129 0 Me11i, Mo; Whitfie1d , Co; Rao, K.V.; Richar dson,M. e Bi shop, J.O. (1971) - "DNA-:-RNA hybridization

i :q. vas t DNA excess ". - Nature New Bio1. 231, 8-

120

130 . Meneghini, R.; Arme1in , H.Ao; Ba1samo, J. e Lara. F . J . S . (1971) - "Indicat i on of gene amp1ific8.tion

"in ·Rhyncosci ar a by RNA-DNA hybridi zation". - J.

Ce11 Bio1. 49 , 913- 916 .

131. Mir sky, A.E. e Ris , H. (1951) - "The deoxyribonu -c1ei c acid content · of animal ce11s and its 1ut i onary s i gnificance". - J. Gen. Phys io1.

451-Lj 62 .

evo-

34 -'

Page 117: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

114

132 0 Mockrash , Lo C. (1954) - "Ana1ysis of heXO~3e phos­

phates and s ugar mixtures wi th the anthrone 1'83 -

gent". - J. Biol. Che m. 208 , 55-590

1 33 . Modak ,. S . (19 73 ) - comunicação pessoal o

1 , 40 Moore, A.E. e Hlinka, J. (19b8 ) - "Hartmanhe 1 a sp .

(Acanthamo eba ) as a ti ssu e culture contaminant".­

J. Nat. Ca. Ins to 40, 569- 581.

1 35 0 Mous tachi, E. e Wi11iamson, DoH. (1966 ) - "Phys io-

10 g i ca1 v ari at i oyu.i in satelli te c omponents of

yeast DNA detected by densj ty gradient centrifu-

gation". - Biochem. Biophys . Res. Commun.

56- 61. ~ ,

1 36 0 Muker j ee , H. e Goldfeder , A. (19 73 ) - "Purification

and propertie s 01' ribonucleic acid p olyme rase

from rat 1iver mitochondr i a ". - Biochemistry 11., 5096-5101.

1 370 Mu1der, C. e Doty, P. (1968) - "Re s idual activity

of denatuI'~~d tr an :3forming DNA of Haemophi1us

influenzae,: natura11y o ccurin g cros s-linked

DNA" o - J. MoI. Bio1. 32 , 4 25-435 ..

138 0 Munro, HoN o e F1eck, A. (1966 ) - "The dete rmination

of nuc1 e i c ac ids ". - Methods of Biochemica1 Ana­

l ys i s 14, 113-176 .

1 39 . Neff, R.J. (1957) - "Pur i f i cation, axenic cu1tiva­

tion and des cription of a so il amoeba , Acantha ­

moe ba sp .. ". - J. Protozool. ~, 176-182 .

140. Neff, R.J. e Benton, W.F. (1962 ) - "Lo ca1ization

o f ce11u10se in the cysts of ACill1thamoeba sp. ' . ­

J. Protozoo1 • .2 (suppl .), 11.

141. Neff , R. J o e Nefi'. RoH . (1969 ) - '''l'he b i ochemistry

of a mo e b i c encys tm en t " o - Symp . Soc . Exp. Biol •

23, 51- 8 1 ..

Page 118: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

115

1~ 2 o Neff, R.J.; Benton, W.F. e Neff, R.R. (1964 a) "The (~omposition of the mature cyst wall of the

n oiJ aPlup-bR ACél.:nthamo eba Rp.". - J o Cell Biol • '-'7j ()h A ~, -." .

.LLJ:1j~ Nr:. ff, H.J.; NE~ff, H.H. e 'Paylor, R.Eo (1958)

"The II1l r.ril; :i on anc.l mp!:; aboli 8m of soil amoeba

ACéJ nthamo eba ~)p .". - Physiol. Zool. 31, 73-91 ~

l/J Ll. Neff, R.tT.; Ray, S.A.; BentcHl, WoF. e' Wilborn, M.

(1964 b) - "Ind,uction of synchronous encystment

(differentiation) in Acanthamoeba sp.". - Me­thorÍ!3 in Ce11 Physiology 1, 55-83; Ed.: Prescott, D.M.; Academic Press, N.Y.

145. Nygaard, O.F.; · GH.tte s , 8. e Rusch, R.P. (1960)­"Nucleic acid met;abolism in a slime mold with

synchrollous mitosis". - Biochim. Biophys. Acta

38 -) f r~ ~06 _, Co .• , _ .. -) •

146. page, P.C. (196?) - "Re-definition of the genus Ac anLI H{ul o é~ba wi th description of three species".­

J. Pro·tozool . l LJ:, 709-724.

147. Pardue, MoL. e 'Ga11, J.G. (1969) - "Molecular hy­

bridization of radioactive DNA to the DNA of cytological preparations". - Proc. Nat. Acad.

Scio Wash~ 64, 600-604.

148. Pardue, M.L. e Gall, J.G. (1970) - "Chromosomal locali~ationo.r' mouse satelli te DNA" o - 8cience

168, 1356-1378.

149. Pardue, MoLo; Brown, D.D. e Birnstiel, M.L o (1973)-"Localization of the genes for 58 ribosomal

RNA in Xenopus laevis". - Chromosoma 42,191-20}.

150. Pardue, M.L o ; GE~rbi, 8.8.; Eckhardt, R.A. e Gal1, J.G. (1970) - "Cytological 1ocalization of DNA

complementary to ribosomal RNA in polytene chro­

mo sorne s of Diptera". - Chromosoma 29, 268-290.

Page 119: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

116

151. PRsterIlak:, J.J.; Thompson, JaE.; Sc,huI t;z. , T.M.iC'i~l e

Zachariah, K. (1970) - "A scanning ele c. '(jron mi­

croscopic stud,y of t he encystment of A(~m lthamoeba

caste llanii". - Exp. Oe 11 Re s. 60 , 290- ~)()8 .

152. Patras, D. e Andujar, J.J o (1966) - "Meningoenc(-"l.Jh~

li t i s (htl" t o lIart rn annella (Acan t h a moeba)". - Am.

J. Clin. Path. 46, 226- 23) ..

153. Paul, J. (1972) - "General theory of Ghrnm n some

structure and gene a c ti vation in eukaT' 'y o t; P~J " •

Nature 238, 444-446.

154. Paul, J.; Gi1mour, R.S.; Affara, N.; Birnie , l~. ;

Harrison, P.; He11, A.; Humphries, S.; Windas s ,J.;

e Young, B. (1973) - "rp]H::J g lolJill gp-np: stl'uct ure

and expression tr• - r:o lrl i,i l 'i'inC l1 a rb oI' : ~ ,ymp. Quant.

Bio1. 38, 885-890.

155. Pavan, C. (1965) - "Nuc1eic aci d metabolism in po-

1ytene CfITOmOSOme a n d the problem of differentia­

tion". - Brook Haven Symp . OIl Biol o 18, 222-241.

156. Peacock, W.J.; Brutlag, D.; Gol flring , Eo; Appels,

R.; Hinton, C~W. e Linds1ey, D.L. (19 73) - "Th e

organization of highl:9" repeated sequences in

Drosophi1a mel~,oga.!i;, é.:r c.hromo s omes". - Co1 d

Spring Harbor Symp. Quant. Biol. 38 ; 405- L-I-16 .

157. Potte r, J.L. e Weisrnan, R.A. (1971) - "Differentia­

tion :ln Acantha.moeba: !3 -glucan synthesis d"t'ing

encystment". - Biochim. Biophys. Acta 237, 65-74.

1 58 . Prescott, D.M. e Krishna Murti, G. (1973) - "ChromQ

some structure in ciliated protozoans". - 001d

Spring Harbor Sympo Quant. Biol. 38, 609-618.

159. Raizada, M.K. e Krishna Murti, C.Ro (1971) - "Chan­

ges in activity of certain enzym.es of Hartmarmel­

la (Culbertson strain A-I) during encystment".

J. Protozool. 18, 115-119.

Page 120: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

117

1600 Rai zada , M. K. e Kr i shna Murti, C.R. ( 1972 a) "'llran~1for rn 8.ti on of trophic Hartmannella culbert­

sOlli i nto viabl p cysts by ~yc l ic 3 ' , 5' - ade­

n Of .. d .. Jl (~ rnonophO Sp!late ". - J-. Ce l l Bio l o 52, 743-

7/'8.

1.. 6 l. Rai zada , M. K. e Kr i s hna Mur ti, C.R, (1972 b)

"Synthe s i s of RN A, pro tein, ce11ulbse and muco­

polysaccharide and ch él.ngps i n the chemica1 com­

pos i I:; ion of RRr t marulel1a cu1bertsoni during en­

cystment undel' axenic conditions". - J o Protozoo1.

19 , 691-695.

162 0 Ray, D.L. e Haye s , R.E. (1954) - "Hartmanne11a ~­

tronyxi s : a new spec i es of f r ee-1iving ameba. Cy­

to10gy and 1ife cy cle ". - J. Morph010 95, 159 .

163 0 Rice , N. (1971 a) - "Di ffe r en ces i n tbe DNA of

c1os e 1y re1a t ed rodent s ". - Carnegie Ins t. Wash.

Ye a r Book 12, 3hh- 369 0

164 0 Rice, N. (1971 b) - "Thermal stabi1i ty of r e as s o

cia t e d r epeated DNA fr om r odent s ". - Carnegie

I ns t. Wash. Year Book 69 , 4-72-479 0

16 5 0 Ri ce , N. e Paul, P . (1 972 ) - "Re association of

s inf,1e-copy DNA s e quences ". - Car negi e I nst. Wash .

Ye a r Book 71, 262- 264 0

166 0 Ricp, N. e Straus , N. (1972 ) - "Evo1ution of re

pe ate d s e quences in t he genus -Mus". - Carnegie

Insto Wash. Ye ar Book 71, 265- 269 .

167 . Riou, G. e Pa ol etít i, C. ( 1967) - "Preparation and

prope r t i e s of nuc l f] a r ano.. sate1li t e deoxyribonu­

eleie aeid of Trypano s oma eru zi". - J. MoI. Blvl.

28 , 3T?- 382 o

168 0 Ri t os sa , Fo M. (1972 ) - "Proeedur e fo r magnifieation

o f l ethal de l eetions of genes f or ribos oma1 RNA".­

Nature New Biol. 240 , 109-1110

Page 121: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

118

1Gge Ritossa, F.M. e Spie ge lman, S . (1965) - "Lo ca1i 7,a­tion of DNA complementary to ribosoma1 RNA in

the nuc1eo1us orgRni7.,er region of Drosophi1a me-

1anogas ter ll .. - Proc. NA.t . Acad . Rei. Wash . .22.,

737-745 .

170. Rosenkranz, H.S. e Carden 111, G.A. (1967) - "A non-nuc1eotido p01ymer found in the DNA of the

sand-d011ar Echinarachnius parma. I. I s o1ation ll.­

Cana J. Bio chem.45 , 267-279 .

171. Roti Roti, L.W. e Stevens , A.H. (973) - 11 DNA

synthesis in growth and differentiation of Acall­thamoeba caste11anii : effects of f1uorodeox;vuri-dine 11. - Fed. Proc. 32 , 616 ( abst .).

172 . Rozijn, Th. H. e Tonino, G.J.M. (1964) - Study on the yeast nuc1eus. I. The is01ation of nuclei".­

Biochirn. Biophys~ Acta 91, 105-112 .

173. Hudick, V.L. (1971) - "Re1ationships between nu­c1eic acid synthetic patterns and encys tment in

aging unagitated cu1tlITeS of Acanthamoeba

te11anii". - J. Ce11 Bi01. L~9, 498-506 .

cas-

174. Rudick, V.I,. e Weisman, R.A. (1973 a) - IIDNA-depeg dent RNA p01ymerase from trophozoytes and cysts

of Acanthamo eba caste11anii". - Biochirn. Biophys.

Acta 299, 91-102.

175.Rudick, V.L. e Weismàn, R.A. (1973 b) - "Effect of cyc10heximide on RNA p01ymerase specific activi­

ty and encystment in Acanthamoeba caste11anii".­

Nature 244, 220-222.

176 0 Rudkin, G.T. (1969) - "Non-rep1icating DNA in Dro.­

sophi1a". - Genetics (Supp1.) 61, 227-238.

1770 Sager, R. (1972) - "Cytop1asmic genes and orga-1

ne11es".; Acadernic Press, N.Y.

178. Schneider, W.C. e Rogeboom, G.R. (1950) - "Intra -ce11u1ar distribution of enzymes. V. Further

studies on the distribution of cytochrorne C in

rat live r homogenate" . - J. Biol. Chemo 183,123-128 0

Page 122: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

11()

l '/'L : ;"i nl': , HoN. (l()LI()) - II/]'he efr'ect of ar t ificial fer­

(; j Ji. Z(~l'~,) A.llcl dUJlg OH t lte numbers of a moebae in

Ro t; h ({mf~ ted. soil s ". - ,J o Genn Mi crobiol" 3, 20't-

210 .

180 . Sing , B.N. (1952 ) - "Nuclear division in nine spe­

cies of small free~living amoebae and its bea­

ring on the classification of the order Âmoebi -

da". - Phil. Trans. Roy. Soe. Lond. B 236, 405-

461 0

181~ Skinner, D.M. e Kerr, M.S. (1971) - "Characteriza­

tion of mitochondrial and nuclear satellite deo­

xyribonucleic acid.s of five species of crustacea". Biochemistry 10, 1864-1872.

182. Soldo, A.T. e Godoy, G.A. (1973) " Molecular

complexity of Paramecium symbiont "Lambda DNA

evidence for the presence of a multiple copy ge­

nome". - J. MoI. Biol. 22, 93-108.

183. Sorsa, V.; Green, M.M. e Beerman, W. (1973) - "Cy­togenetic fine structure and chromosomal 10cali­

zation of the white gene in Drosophila melanogas­

ter". - Nature New Biol. 245; 34-37.

184. Southern, E.M. (1970) - "Base sequence and evolu .­

tion of guinea-pig Cl -satelli te DNA". - Nature

227, 794-798.

185. Southern, E.M. e Roizes, G. (1973) - "The action

of a re s triction endonuclease on higher organism

DNA". - Cold Spring Harbor Symp. Quant o Biol. 38,

4 29--433.

186 . Stark, JoRo (1966 ) - "Some aspect s of carbohydrate

metabolism in Hartmannella cas tellanii". - Biocherr

J. 100, 24-25 P.

1870 Steffen~, en, D.M. e Wimb er, D.Eo (1971) - "Localiza­t ion of tRNA genes in the salivary chromosome s of

Dros ophila by RNA-DNA hybrit'l.ization" o - Genetics

6 () , 163-178.

Page 123: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

120

188~ Stevens, A.R. e Pach1er, P.F. (19 73 a) - "RNA S;Y'11.­

thesie ând turnover durlng density-inhibited

growth and encystment of Acanthamoeba caste11a­

nii". - J. Ce]l Bio1. 57, 525-537.

189. Stevens, A,R. e Pach1er, P.F. (1973 b) - "RNA syn­

thesis in density-inhibited growth and differen­

tiàtion of Acanthamoeba". -. Fed. Proc. 32, 616

(abst.).

19O. Stevenson, I. (1967) - "A method for the iso1at i on

of ma<:ronuc1ei from Parame ci um a ur e Li a " J.

Proto zoo1. 14, 412-414.

191. Studier, F.W. (1965 ) - "Sedimentation s tudie s of

the size and shape of DNA". - J. Mol. BicH.

373-390.

11;

192 . Sutton. W.D. e McCa11um, M. (1971) ·- "Mismatching

anO. reassociation 1'ate of mous e sate11ite UNA". -

Nature New Bio1. ~~32, 83-85 o

193 0 Swift, H. (1973) - ('The organi zation of genetic

material in eucaryotes: .progress and prospects".­

Gold Spring Harbor Symp. Quant. Bio1o 38, 963-

979.

194 . Tautvydas, K •. tT. (1971) - "Masp isolated ameba nu­

c1ei. I. 1r:;olation proced.ur~~ and determi nation 01'

.macroITlo1 ecu1ar composition anO. RNA polymerase

activity". - Exp. Ce11. Res. 68, 299-308.

195. Thomas , C.A., Jr. (1970) - tl'I'he theory of the mas-

ter gene". - The Neurosciences: Second study

program, p. 973; ed.: Schmitt, F.O.; The Rocke­

fe11er Univ. Press, N.Y.

196 . Thomas, C.A., Jr.; Hamkalo, B.A.; Mi sra , D.N. e

Le e , o. s . (1970) - "Cyc1izat i Ol I of e ukariotic

ele oxyri bonucle i c acid fragrneni;~3 ". - tI. MoI . Eiol.

51, 621-632 .

Page 124: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

121

197. Thomas, C.A o , Jro; Pyeritz, R.E.; Wilson, D. A.;

Daneis, B.M.; Lee, C.S.; Bick,. M.Do; Huang,H.L.; e Zimm, B.H. (1973) -"Cyclodromes and palindro ... mes in chromosomes 11. - Cold Spring Harbor SymP.

Quant. Biol. 2§, 353-370.

198. Thrower, K.J. e Peacocke, A.R. (1968) - "Kinetic and spectrophotometric studies on the renatura­

rion of DNA". - Biochem. J. 10<), 543-557.

199. Tomlinson, G. (1967) - "The glyoxylate ·pathway in

Acanthamoeba Sp". - J. Protozool. 14, 114-116.

200. Tomlinson, G. ~ Jones. E.A. (1962) - IIIsolation of cellulose from the cyst walls af a soil

ameba". - Biochim. Biophys. Acta 63, 194-200.

201. Upadhyay, J.M. (1968) - I'Growth and bacteriolytic activity of a soil amoeba Hartmannella glebae".­

J. Bacteriol. 95, 771-774.

202. Vickerman, K. (1962) - "Patterns of cellular or­ganization in Limax amOebê:l.8. An electron micros

copie study". - Exp. Cell Res. 26, 497-519.

203. Vinograd, J. e Hearst, J.E. (1962) - "Equilibrium sedimentation of macromolecules and viruses in a density gradient". - Fortschr. Chem. Org. Natstoffe 20, 372-420.

204. Volkonsky, M. (1931) - "Hartmannella castellanii Douglas et classification des Hartmannelles". -

Arch. Zool. Exp. Gén. zg, 317-339.

205. Walker, P.M.B. (1971) - "Repetitive , DNA in hi-gher organi@ms". - Progr. Biophys. Mol. Biol.

23, 145-190.

206. Wang, S.S. e Feldman, HoA. (1961) - "0currence of Acanthamoeba in ti~sue cultures inoculated with human pharyngeal .swabs". - Antimicrob. Agents Chemother. 1, 50-53.

Page 125: CARACTERIZAÇÃO DO GENOMA DE UMA AMEBA DE VIDA …

1 ')" Lé.

207. Waring , M. e Britten, R.J. (lC)h6 ) - "Nuc leotide

8equel l(~ e repe ti tiOll. A rapidl;y reass oci ating

fract,ion of mouse DNA". - Scien08 1 54 , 791-

793.

208 . Wei smrul, R.A. e Moore, M.O. (1 ')6' )) - "Bead up­

take as a tool for studying diffe~entiation in

Acanthamoeba". - Exp. Oe1] Res. 54, 17-22.

209. Weisman, R.A.; Spiegel, R.S. e McOauley , J. G.

(1970) - "Differentiat ion in Acanthamoeba:gly­

cogen leveIs and glycogen s h;ynthe t8BP activity

during encystment"o - Bioehint. Biophys. Acta

201, 45-53.

210. Wells, R. e BirnstieJ, M.L. (1969) - "Kinetic cQlt1

plexity of chlorop1astal DNA and mitochondrial

DNA from higher plants"o - Bloehem. J. 11~ ,777-

786.

211. We11s. R. e 8ager, R. (1971) - II-Denaturation and

the renaturation kinetics of chloroplast DNA

from Chlamydomonas reinhardi". - J. MoI. Biol.

58, 611-622.

212. Wetmur, JoGo (1967) - "Studies on thekinetics of

renaturation of DNA". - Tese de Ph.Do , Califr

Inst. of Technology, California.

2130 Wetmur, J.G. e Davidson, N. (1968) "Kinetics

0:6 renaturation of DNA". - J. MoI. Biol. 31,

349-370.

214. Wimber, D.E. e Steffensen! DoM. (1970) - "Locali ­

zation of 58 RNA genes on Drosophila chromosomes

by RNA-DNA hybridization". - Science 170, 639-

6LJ 1.

21 7 . Yasmineh , W.G. e Yunis, <ToJ . (1970) - "Localiza ~

tion of mous e satellite DNA in constitutive he­

terocbromatin ". - Exp. Oell Re s . 59 , 69-75.