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    CONTABILIDADE

    AVANADA

    AFRFe

    AFPSELABORAO : FRANCISCO VELTER

    &LUIZ ROBERTO MISSAGIA

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    CONTABILIDADE AVANADA AFRF Elaborao: Francisco Velter e Luiz Roberto Missagia

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    S U M R I O

    C AP TULO 1 AVALIA O DE INVESTIMENTOS.........................................................71. Aspectos Iniciais..................................................................................................72. Aplica es financeiras de liquidez imediata.......................................................73. Defini es b sicas................................................................................................84. Investimentos tempor rios..................................................................................9

    4.1. Conceito........................................ ........................... ........................... ...... ...94.2. Classifica o e crit rios de avalia o.........................................................94.3. Aspectos cont beis....................................................................................134.4. Aspectos legais..................................... ........................... ............. ...... ...... .14

    5. Investimentos permanentes..............................................................................165.1. Conceito........................................ ........................... ......................... ...... ...185.2. Crit rios legais..........................................................................................185.3. M todos de avalia o................................................................................19

    6. M todo do custo de aquisi o............................................................................196.1. Custo de aquisi o...................................................................................206.2. Provis o para perdas...............................................................................216.3. Dividendos recebidos ou declarados................................................ .........226.4. Aspectos fiscais............................... ........................... .......... ...... ...... ...... ..246.5. Aspectos legais e cont beis......................................................................24

    7. M todo da equival ncia patrimonial.................................................................267.1. Defini es fundamentais.........................................................................27

    7.1.1. Controlada e controladora..............................................................287.1.2. Coligada..........................................................................................317.1.3. Equipara a coligada........................................................................317.1.4. Investimento relevante..................................................................327.1.5. Investimento influente...................................................................37

    7.2. Obrigatoriedade de avaliar pelo MEP.................................... ........ ...... ...397.3. Aspectos legais.........................................................................................407.4. Tratamento dos itens n o realizados.......................................................43

    7.4.1. Elimina o de resultados n o realizados......................................447.4.2. Identifica o de resultados n o realizados....................................457.4.3. Apura o dos resultados n o realizados.......................................46

    7.5. Aspectos t cnicos e legais das altera es do patrim niolquido das investidas e os reflexos na avalia o...................................46

    7.5.1. Das perdas permanentes em investimentos no MEP...................467.5.2. Da reserva de lucros a realizar, dos dividendos e

    bonifica es em a es recebidas pela investidora.........................477.5.3. Outros fatos que alteram o investimento......................................497.5.3.1. Ajustes de exerc cios anteriores........................................497.5.3.2. Reavalia o de bens na investida.....................................497.5.3.3. Doa es e subven es para investimento.........................50

    7.5.4. Varia o na porcentagem de participa o.....................................507.5.4.1. Registro do aumento da participa o...............................537.5.4.2. Ajuste pela varia o percentual.......................................53

    7.6. Perda, inten o de aliena o e redu o do valor cont bil......................557.7. Dos procedimentos de avalia o pelo MEP.............................................56

    7.7.1. Momento do levantamento das demonstra es............................567.8. Tratamento cont bil e legal do gio e des gio........................................57

    7.8.1. Raz es do gio e do des gio...........................................................587.8.2. Amortiza o do gio e do des gio..................................................59

    7.9. Da diferen a resultante da avalia o pelo MEP.....................................61

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    7.10. Participa o rec proca..............................................................................637.11. Das notas explicativas.............................................. ......... ...... ...... ...... ....647.12. Contabiliza o do dividendo....................................................................657.13. Aspectos fiscais da ado o do MEP.........................................................66

    7.13.1. Resultado da equival ncia patrimonial.......................................667.13.2. Amortiza o de gio ou des gio...................................................667.13.3. Ganho e perda de capital em EP.................................................677.13.4. Recebimento de dividendos..........................................................677.13.5. Provis es para perdas..................................................................677.13.6. Resultado da aliena o do investimento.....................................67

    7.14. Investimentos em companhias no exterior...................... ...... ...... ...... .....677.14.1. Considera es iniciais..................................................................677.14.2.............................................................. Tratamento cont bil e legal 687.14.3. Aplicabilidade...............................................................................697.14.4. Contabiliza o de investimento no exterior................................707.14.5. Ajuste ao valor da EP...................................................................72

    7.14.6. Uniformidade de crit rios cont beis............................................737.14.7. Convers o para moeda nacional..................................................737.14.8. Considera es finais.....................................................................75

    C AP TULO 2 REAVALIA O DE ATIVOS...................................................................761. Introdu o..........................................................................................................762. Conceito de reavalia o de ativos......................................................................793. Finalidade da reavalia o.................................................................................804. Tratamento cont bil e legal...............................................................................81

    4.1. Reavalia o e os princ pios cont beis......................................................814.2. Aspectos fiscais.........................................................................................814.3 Esp cies de reavalia o............................................................................83

    5. Reavalia o volunt ria de ativos pr prios........................................................835.1. Ativos pass veis de reavalia o...............................................................835.2. Periodicidade e abrang ncia....................................................................83

    5.2.1. Periodicidade..................................................................................835.2.2. Abrang ncia....................................................................................84

    5.3. Ajustes em fun o da reavalia o negativa............................................855.4. Processo de reavalia o e laudo de avalia o.........................................865.5. A reavalia o e individualiza o dos bens..............................................865.6. Tributos incidentes sobre a reserva de reavalia o................................89

    5.6.1. Diferimento da tributa o..............................................................895.6.2. Tributa o na realiza o................................................................905.6.3. Forma de contabiliza o................................................................91

    5.6.3.1. Constitui o.......................................................................915.6.3.2. Realiza o da reserva de reavalia o...............................91

    6. Reavalia o de ativos por controladas e coligadas...........................................946.1. Introdu o.................................................................................................946.2. Contabiliza o na constitui o.................................................................956.3. Amortiza o de gio e des gio com reavalia o......................................956.4. Realiza o da reserva de reavalia o......................................................96

    7. Subscri o de capital com bens reavaliados.....................................................967.1. Contabiliza o...........................................................................................977.2. Realiza o da reserva de reavalia o......................................................97

    8. Reavalia o na organiza o societ ria.............................................................989. Distribui o de dividendo sobre reserva de reavalia o..................................99

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    10. Notas explicativas............................................... ........................... .............. ....100

    C AP TULO 3 REORGANIZA O DE SOCIEDADES................................................1011. Introdu o........................................................................................................1012. Formas de concentra o..................................................................................1013. Transforma o.................................................................................................1024. Aspectos legais na incorpora o, cis o e fus o...............................................103

    4.1. Protocolo....................................... ........................... ....................... ....... ..1044.2. Justifica o.............................................................................................1054.3. Forma o do capital...............................................................................1064.4. Direito de retirada no processo de reorganiza o.................................1064.5. Direito dos debenturistas na reorganiza o..........................................1084.6. Direito dos credores na incorpora o e fus o........................................1084.7. Direito dos credores na cis o.................................................................109

    4.8. Averba o da sucess o...........................................................................1095. O processo de incorpora o..............................................................................1095.1. Conceito........................................ ........................... ....................... ....... ..1095.2. Aspectos cont beis e legais praticados no Brasil..................................110

    5.3. Incorpora o de sociedade sob controle comum e avaliadopelo valor cont bil...................................................................................1115.4. Incorpora o com participa o societ ria subsidi ria integral.............................................................................113

    5.5. Incorpora o a valores de mercado........................................................1156. Processo de fus o de sociedades......................................................................121

    6.1. Conceito........................................ ........................... ....................... ....... ..1216.2. Aspectos cont beis e legais praticados no Brasil..................................1226.3. Fus o a valores de mercado...................................................................123

    7. O processo de cis o de sociedades..........................................................1257.1. Conceito..................................................................................................1257.2. Responsabilidade dos sucessores.................................... ................. ......1267.3. Cis o parcial...........................................................................................1277.4. Cis o total...............................................................................................1287.5. Substitui o e atribui o das a es.......................................................1287.6. Aspectos cont beis e legais....................................................................1287.7. Aspectos cont beis comuns aos processos de incorpora o,

    fus o e cis o de sociedades.....................................................................1307.7.1. Tratamento do gio/des gio.........................................................1307.7.2. Roteiro de contabiliza o.............................................................131

    8. Aspectos fiscais e tribut rios das opera es de reorganiza o......................1328.1. Responsabilidade tribut ria dos sucessores.........................................1328.2. Declara o de rendimentos e pagamento do imposto...........................1338.3. Reserva de reavalia o...........................................................................1338.4. Compensa o de preju zos fiscais..........................................................133

    9. Formas de extin o..........................................................................................1349.1. Dissolu o...............................................................................................1349.2. Liquida o..............................................................................................1349.3. Extin o..................................................................................................137

    10. Cons rcio..........................................................................................................13711. Resumo dos principais prazos na reorganiza o societ ria...........................138

    C AP TULO 4 FLUXO DOS CAIXAS................................................................................139

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    5.1. Fundamento......................... ........................... ........................... ...... .......1825.2. Tratamento legal e apresenta o no balan o........................................1825.3. Apura o da participa o minorit ria...................................................183

    5.3.1. No balan o consolidado...............................................................183

    5.3.2. Na demonstra o do resultado do exerc cio...............................1856. Tratamento de impostos no processo de consolida o....................................1856.1. Imposto de renda na transa o com ativos............................................1856.2. ICMS e IPI................................ ........................... ............ ...... ...... ...... .....187

    7. Tratamento dos itens n o realizados em opera es intercompanhias..........1887.1. Lucros nos estoques......................................... ........................... .......... .188

    7.1.1. Exemplos.....................................................................................1887.1.2. Fundamento......................... .......................... ........... ...... ...... ......188

    7.2. Lucros nos ativos permanentes........................ ........................... ....... ....1897.2.1. Introdu o....................................................................................1897.2.2. Lucro ou preju zo em investimentos............................................1897.2.3. Lucro ou preju zo em ativo imobilizado......................................190

    7.3. gio ......................................................................................................1918. Legisla o aplic vel.........................................................................................191

    C AP TULO 7 REGULAMENTA O E DIPLOMAS LEGAIS ..................................2011. Disposi es na Lei n 6.404/76.........................................................................2012. Atos da CVM....................................................................................................228

    2.1. Instru o CVM n 247/96........................................................................2282.2. Delibera o CVM n 183/95....................................................................2352.3. Instru o CVM n 319/99........................................................................243

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    no final do exerccio, existirem saldos em aplicaes dessa natureza, em observnciado regime de competncia, devemos contabilizar os rendimentos j ganhos at aqueladata e som-los ao investimento, isto , a conta investimentos de liquidez imediataser debitada e creditamos uma conta de resultado (rendimentos em aplicaes

    financeiras, por exemplo). Em procedendo desta forma teremos, no balano final doexerccio, valor atualizado do investimento.

    3 ALGUMAS DEFINIES BSICAS, PORM FUNDAMENTAISTtulos de Crdito Quando falamos de ttulos de crdito vm tona aqueles

    papis emitidos por entidades financeiras como: Letras de Cmbio, Certificado deDepsito Bancrio e outros. Porm, o conceito de ttulos de crdito maisabrangente, envolvendo, tambm, os ttulos emitidos por entidades no financeirascomo: Debntures, Notas Promissrias e as Duplicatas. Todos so emitidos comfinalidade de captar recursos no mercado financeiro ou de financiar as atividades daentidade.

    Todos esses papis possuem prazo de vencimento e, explicitamente ouimplicitamente, rendem juros que podem ser pr-fixados ou ps-fixados.

    Valores Mobilirios Representam os ttulos e papis emitidos por entidadesfinanceiras e outras entidades comerciais. Constituem-se de fraes de um patrimniocomo as aes e quotas ou de direitos sobre a participao patrimonial de umaentidade como, por exemplo, o bnus de subscrio ou as partes beneficirias.

    Aplicaes financeiras As aplicaes financeiras se caracterizam pela

    alocao de recursos em ttulos e papis de natureza monetria, constituindo-se emdireito ou ttulos de crdito. Esses direitos ou ttulos de crdito se apresentam comprazo de vencimento e taxas de rentabilidade pr ou ps-fixados.

    So exemplos representativos de direitos ou ttulos dessa natureza:Certificados de Depsito BancriosCaderneta de PoupanaDebntures conversveis ou no em aesDepsitos a prazo fixo

    Investimentos Diferentemente das aplicaes financeiras, os investimentos

    se caracterizam mais por alocaes de recursos em bens de natureza no monetria.So as aplicaes em valores mobilirios que no possuem prazo de vencimento etampouco taxa de rendimento predeterminados.

    Entretanto, tambm so considerados investimentos as alocaes de recursosem papis de natureza monetria representados por direitos ou ttulos de crdito.

    Os exemplos mais clssicos de alocaes dessa natureza so:Aes adquiridas ou cotadas em bolsa de valoresAes adquiridas no mercado de balcoQuotas de capital

    Investimentos em ouroFundo de aes

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    4 INVESTIMENTOS TEMPORRIOS

    4.1 - CONCEITO

    Em economia de preos crescentes e taxas de juros atrativas, os investimentosem ttulos e valores mobilirios a curto e mdio prazo se constituem em boasalternativas para alocar as disponibilidades que no sero necessrias durante operodo de aplicao. As principais opes no mercado financeiro e no de capitais paraaplicao dos excessos de recursos so:

    Letras Financeiras do Tesouro - LFTCertificado de Depsito Bancrio (RDB/CDB)Aplicaes Temporrias em OuroBnus do Tesouro Nacional - BTNDepsitos a Prazo FixoFundo de Investimentos de Renda Fixa ou VarivelFundo de Curto PrazoCommoditiesLetras de CmbioFundo de Aplicao Financeira - FAFAplicaes Temporrias em Aes

    Desta forma, pode-se conceituar investimento temporrio como sendo aalocao de recursos ou disponibilidades temporrias em aplicaes de carter nopermanentes.

    4.2 CLASSIFICAO E CRITRIOS DE AVALIAOO art. 179, inciso III, da Lei n 6.404/1976 determina que as participaes

    permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, noclassificveis no ativo circulante, e que no se destinem manuteno da atividade dacompanhia ou da empresa, devem ser classificadas no grupo do Ativo Permanente nosubgrupo Investimento.

    Desta forma, a lei aventa a hiptese de haver investimentos classificveis noAtivo Circulante. H, porm, a possibilidade de classificao de investimentos no Ativo

    Realizvel a Longo Prazo, quando o prazo de resgate assim o requerer.Neste momento cabe uma ressalva no concernente classificao das contas,visto que h certa confuso em torno da correta classificao do investimento emouro.

    Com pertinncia ao assunto, pronunciou-se a Comisso de Valores Mobilirios(CVM), por meio do item 4 do Parecer de Orientao n 18, de 18 de janeiro de 1990(PO n 18/90), dizendo que:

    4. APLICAES EM OUROClassificveis, junto s empresas que no tenham por objeto social asua comercializao ou industrializao, como Ativo Circulante ouRealizvel a Longo Prazo. Tal tipo de aplicao dever ser avaliada

    pelo custo de aquisio atualizado monetariamente pelo BTN fiscal definal do perodo ou pelo valor de mercado, dos dois o menor, devendo,

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    quando for o caso, ser constituda proviso para ajuste ao valor demercado.Entende-se por:

    - custo de aquisio: o preo pago na compra do ouro e constante dodocumento representativo da transao em bolsa ou emitido por empresa habilitada ao comrcio do metal, acrescido da corretagem,emolumentos e taxas efetivamente devidos pelo comprador;- valor de mercado: a mdia aritmtica ponderada das cotaesdirias, ocorridas durante o prego da bolsa do pas em que severificar o maior volume de negociaes, no dia do encerramento doexerccio social ou, se nesse dia no houver prego, no dia do ltimo

    prego anterior. Portanto, resta claro que os investimentos em ouro devem ser classificados ou

    no ativo circulante ou no ativo realizvel a longo prazo.J nas empresas que possuem como objeto social a sua comercializao ou

    industrializao a classificao do ouro ser, sempre , no ativo circulante, emestoques de mercadorias ou matrias-primas.

    Superada a classificao do ouro, cabe acrescentar que a avaliao dos demaisinvestimentos temporrios deve seguir a orientao contida no art. 183, inciso I da leisocietria, isto , os investimentos em Valores Mobilirios no permanentes devemser avaliados pelo custo de aquisio ou valor de mercado, dos dois o menor. deressaltar ainda que o ajuste ao valor de mercado efetuado por meio de provisopara ajuste ao valor de mercado.

    Para dar maior clareza ao assunto, transcreve-se a seguir a ntegra do art. 183da Lei n 6.404, de 30 de outubro de 1976. Art. 183. No balano, os elementos do ativo sero avaliadossegundo os seguintes critrios:I - os direitos e ttulos de crdito, e quaisquer valores mobiliriosno classificados como investimentos, pelo custo de aquisio ou

    pelo valor do mercado, se este for menor; sero excludos os j prescritos e feitas as provises adequadas para ajust-lo ao valor provvel de realizao, e ser admitido o aumento do custo deaquisio, at o limite do valor do mercado, para registro decorreo monetria, variao cambial ou juros acrescidos;II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos docomrcio da companhia, assim como matrias-primas, produtosem fabricao e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisioou produo, deduzido de proviso para ajust-lo ao valor demercado, quando este for inferior;III - os investimentos em participao no capital social de outrassociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelocusto de aquisio, deduzido de proviso para perdas provveisna realizao do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente, e que no ser modificado emrazo do recebimento, sem custo para a companhia, de aes ouquotas bonificadas;

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    IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisio, deduzidode proviso para atender s perdas provveis na realizao doseu valor, ou para reduo do custo de aquisio ao valor demercado, quando este for inferior;

    V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo deaquisio, deduzido do saldo da respectiva conta de depreciao,amortizao ou exausto;VI - o ativo diferido, pelo valor do capital aplicado, deduzido dosaldo das contas que registrem a sua amortizao. 1 Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor demercado:a) das matrias-primas e dos bens em almoxarifado, o preo peloqual possam ser repostos, mediante compra no mercado;b) dos bens ou direitos destinados venda, o preo lquido de

    realizao mediante venda no mercado, deduzidos os impostos edemais despesas necessrias para a venda, e a margem de lucro;c) dos investimentos, o valor lquido pelo qual possam ser alienados a terceiros. 2 A diminuio de valor dos elementos do ativo imobilizadoser registrada periodicamente nas contas de:a) depreciao, quando corresponder perda do valor dosdireitos que tm por objeto bens fsicos sujeitos a desgaste ou

    perda de utilidade por uso, ao da natureza ou obsolescncia;b) amortizao, quando corresponder perda do valor do capital

    aplicado na aquisio de direitos da propriedade industrial oucomercial e quaisquer outros com existncia ou exerccio dedurao limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilizao por

    prazo legal ou contratualmente limitado;c) exausto, quando corresponder perda do valor, decorrenteda sua explorao, de direitos cujo objeto sejam recursosminerais ou florestais, ou bens aplicados nessa explorao. 3 Os recursos aplicados no ativo diferido sero amortizados

    periodicamente, em prazo no superior a 10 (dez) anos, a partir do incio da operao normal ou do exerccio em que passem aser usufrudos os benefcios deles decorrentes, devendo ser

    registrada a perda do capital aplicado quando abandonados osempreendimentos ou atividades a que se destinavam, oucomprovado que essas atividades no podero produzir resultados suficientes para amortiz-los. 4 Os estoques de mercadorias fungveis destinadas venda

    podero ser avaliados pelo valor de mercado, quando esse for ocostume mercantil aceito pela tcnica contbil .

    Assim, para enfatizar o que se disse at o momento, os investimentos em ourodevem ser classificados no ativo circulante ou no ativo realizvel a longo prazo esero avaliados pelo custo de aquisio ou valor de mercado, dos dois o menor, sendo

    que o ajuste ao valor de mercado feito por meio de proviso prpria. Outrosinvestimentos temporrios devem seguir a sorte do investimento em ouro, tanto noconcernente classificao quanto no de sua avaliao.

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    Tendo em vista a relevncia que possui a correta classificao dos ativos,vejamos a ntegra do art. 179 da Lei n 6.404/76, que dispe sobre a classificao doativo, a includos os investimentos:

    Art. 179. As contas sero classificadas do seguinte modo:I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizveisno curso do exerccio social subseqente e as aplicaes derecursos em despesas do exerccio seguinte;II - no ativo realizvel a longo prazo: os direitos realizveis apso trmino do exerccio seguinte, assim como os derivados devendas, adiantamentos ou emprstimos a sociedades coligadasou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantesno lucro da companhia, que no constiturem negcios usuais naexplorao do objeto da companhia;III - em investimentos: as participaes permanentes em outras

    sociedades e os direitos de qualquer natureza, no classificveisno ativo circulante, e que no se destinem manuteno daatividade da companhia ou da empresa;IV - no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bensdestinados manuteno das atividades da companhia e daempresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de

    propriedade industrial ou comercial;V - no ativo diferido: as aplicaes de recursos em despesas quecontribuiro para a formao do resultado de mais de umexerccio social, inclusive os juros pagos ou creditados aosacionistas durante o perodo que anteceder o incio das operaessociais.Pargrafo nico. Na companhia em que o ciclo operacional daempresa tiver durao maior que o exerccio social, aclassificao no circulante ou longo prazo ter por base o prazodesse ciclo.

    Dessa forma, considerando o art. 179 e o art. 183, ambos da Lei n 6.404/76,teremos as seguintes classificaes e modos de avaliao para investimentos:

    1 Aplicaes financeiras de liquidez imediata, como os Fundos de Renda Fixa,devem ser classificados no Ativo Circulante Disponvel e avaliados pelo custo deaquisio mais rendimentos ganhos at a data do encerramento do exerccio.Ressalte-se que os rendimentos ganhos sero computados consoante o regime decompetncia;

    2 Aplicaes financeiras com liquidez at o final do exerccio seguinte, como osCertificados de Depsito Bancrios e as Debntures, devem ser classificados no AtivoCirculante, em Aplicaes Temporrias e devem ser avaliados pelo custo de aquisiomais rendimentos auferidos no perodo considerado;

    3 Aplicaes financeiras com liquidez aps o final do exerccio seguinte, comoos Certificados de Depsito Bancrios e as Debntures, devem ser classificados noAtivo Realizvel a Longo Prazo, em Aplicaes Temporrias e devem ser avaliadospelo custo de aquisio mais rendimentos ganhos no exerccio.

    Atente ao fato que na avaliao desses ativos, at este momento, no foiinvocada a necessidade de se constituir de proviso para ajuste ao valor de mercadoquando este seja menor, isto , estes investimentos (itens 1 a 3) so avaliados pelocusto de aquisio mais rendimentos, se houver;

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    4 O Estoque em Ouro com liquidez imediata ou no, como, por exemplo, asoperaes de compra e venda de ouro, devem ser classificadas no ativo circulante ouativo realizvel a longo prazo, conforme previso de realizao e devem ser avaliadospelo custo de aquisio e ajustados por proviso para desvalorizao quando o valor

    de mercado for menor;5 Participaes Societrias com inteno de realizao at o final do exerccio

    social subseqente, como as aes e quotas de outras sociedades comerciais, devemser classificados como Ativo Circulante em subgrupo de Investimentos Temporrios,cuja avaliao deve ser pelo custo de aquisio ajustado por proviso para valor demercado quando este for menor;

    6 Participaes Societrias com inteno de realizao aps o final do exercciosocial subseqente, como aes e quotas de outras sociedades, devem serclassificadas no Ativo Realizvel a Longo Prazo e avaliadas pelo custo de aquisio eajustados ao valor de mercado quando este for menor;

    7 Participaes societrias em empresas no controladas e cujo investimentono seja relevante, mas com inteno de permanncia, como aes ou quotas deoutras empresas, devem ser classificadas no Ativo Permanente Investimentos eavaliados pelo Custo de Aquisio ajustado por proviso para perdas quandocomprovadas como permanentes;

    8 Participaes Societrias em empresas controladas ou em sociedadescoligadas e equiparadas a coligadas quando o investimento relevante e seexera influncia na administrao ou cujo investimento representa 20% ou mais docapital social da investida, com inteno de permanncia, como aes e quotas desociedades controladas e coligadas ou equiparadas a coligadas, devem serclassificadas no Ativo Permanente Investimento e avaliados pelo Mtodo daEquivalncia Patrimonial (MEP);

    9 Outros ativos com inteno de permanncia, como obras de arte, terrenos,edifcios no de uso, devem ser classificados no Ativo Permanente Investimento eavaliados pelo custo de aquisio e ajustados por proviso para perdas provveis ouajuste a valor de mercado (art. 183, IV).

    V-se que cada aplicao possui caractersticas prprias em relao ao prazopara resgate, taxa de rendimento, forma de rentabilidade, liquidez, inteno daempresa na sua aquisio etc. Entretanto, na sua classificao nos interessa, to-somente, quando podemos dispor desses valores. Por isso, os ttulos resgatveis depronto devem ser classificados como disponibilidade e, quando no possuem essacaracterstica, devemos classific-los como investimento temporrio. Se, porm, h ainteno de permanncia, devero ser classificados no grupo do ativo permanenteem subgrupo investimentos, onde sero separados pela sua forma de avaliao, isto, mtodo do custo ou mtodo da equivalncia patrimonial.

    4.3 ASPECTOS CONTBEISOs investimentos temporrios, no Balano Patrimonial, compem um subgrupo

    prprio apresentado da seguinte forma:Ativo Circulante

    - INVESTIMENTOS TEMPORRIOS- TTULOS E VALORES MOBILIRIOS- APLICAES EM CERTIFICADOS DE DEPSITO BANCRIO

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    - INVESTIMENTOS EM OURO ATIVO FINANCEIRO(-) PROVISO para AJUSTE ao VALOR de MERCADO

    Ativo Realizvel a Longo Prazo- INVESTIMENTOS TEMPORRIOS- TTULOS E VALORES MOBILIRIOS- APLICAES EM CERTIFICADOS DE DEPSITO BANCRIO- INVESTIMENTOS EM OURO ATIVO FINANCEIRO

    (-) PROVISO para AJUSTE ao VALOR de MERCADOEstas contas possuem a funo de registrar as alocaes dos investimentos

    temporrios no mercado financeiro ou de capitais, os rendimentos ganhos at oencerramento do exerccio social e a proviso para ajust-los ao valor de mercado,quando este for menor, segundo disposio do art. 183 da Lei 6.404/76.

    Cabe ressaltar que a contrapartida da proviso para ajuste ao valor de mercadono dedutvel pela legislao do Imposto de Renda, devendo, pois, ser adicionadaao Lucro Lquido do Exerccio na determinao do Lucro Real para apurar a base declculo do IRPJ e da CSLL.

    Por outro lado, o funcionamento das contas representativas de investimentostemporrios o seguinte: os seus saldos aumentam por meio de dbitos e diminuemmediante crditos.

    J as contas de proviso, que so contas retificadoras de ativo, possuemfuncionamento inverso ao das contas do seu grupo, isto , aumentam seus saldosmediante crditos e diminuem seus saldos mediante dbitos.

    Portanto, para a correta avaliao dos investimentos pendentes de resgate,segundo os princpios fundamentais de contabilidade, por ocasio do encerramento doexerccio social, devemos calcular a rentabilidade alcanada no perodo e registr-lacomo receita financeira em contrapartida da conta do investimento temporrio, bemcomo verificar se o valor de mercado corresponde ao valor de aquisio doinvestimento. Caso o valor de mercado seja menor, deve-se fazer o provisionamentoda diferena em contrapartida de despesas com proviso.

    4.4 ASPECTOS LEGAISA Lei das sociedades por aes (Lei n 6.404/1976), em seu art. 175, dispe

    que o exerccio social ter a durao de 01 (um) ano, cuja data do trmino ser fixadano estatuto. O art. 179, por sua vez, estabelece os critrios de classificao dosativos. No pargrafo nico do mencionado artigo, a lei vincula a classificao dosincisos I e II ao ciclo operacional da empresa, para o caso de ele ser superior a umano.

    Art. 175. O exerccio social ter durao de 1 (um) ano e a datado trmino ser fixada no estatuto.Pargrafo nico. Na constituio da companhia e nos casos dealterao estatutria o exerccio social poder ter duraodiversa....

    Art. 179. As contas sero classificadas do seguinte modo:...

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    Pargrafo nico. Na companhia em que o ciclo operacional daempresa tiver durao maior que o exerccio social, aclassificao no circulante ou longo prazo ter por base o prazodesse ciclo.

    No art. 183 da mesma lei encontramos os critrios da avaliao do ativo e no seupargrafo 1 est definida a expresso valor de mercado para os investimentos.

    Art. 183....1 Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor demercado:...b) dos bens ou direitos destinados venda, o preo lquido derealizao mediante venda no mercado, deduzidos os impostos edemais despesas necessrias para a venda, e a margem delucro;c) dos investimentos, o valor lquido pelo qual possam ser alienados a terceiros.

    Por seu turno, os ganhos decorrentes dos investimentos temporrios, mesmo osno realizados, em face da aplicao do princpio contbil da competncia, serolevados Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE), conforme 1 do art. 187da lei societria.

    Art. 187. ...1 Na determinao do resultado do exerccio serocomputados:

    a) as receitas e os rendimentos ganhos no perodo,independentemente da sua realizao em moeda; eb) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos,correspondentes a essas receitas e rendimentos.

    No concernente s notas explicativas, o art. 176, em seu pargrafo 5, da Lei n6.404/1976, estabelece que devero ser indicados os principais critrios de avaliaodos elementos patrimoniais, os ajustes e as provises para atender a perdasprovveis. Vejamos o dispositivo:

    Art. 176. ...

    5 As notas devero indicar:a) os principais critrios de avaliao dos elementos patrimoniais,especialmente estoques, dos clculos de depreciao,amortizao e exausto, de constituio de provises paraencargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas

    provveis na realizao de elementos do ativo;b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes(art. 247, pargrafo nico);

    O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) se pronunciou por meio da NBC T 4,estabelecendo as seguintes regras de avaliao:

    a) Os componentes do patrimnio com clusula de atualizaomonetria ps-fixada so atualizados at a data da avaliao;

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    b) As aplicaes em ouro, como ativo financeiro, so avaliadas pelovalor de mercado;

    c) Os investimentos temporrios so avaliados ao custo de aquisioe, quando aplicvel, acrescidos de atualizao monetria, dos

    juros e outros rendimentos auferidos;d) Os direitos, ttulos de crdito e quaisquer outros crditos

    mercantis, financeiros e outros prefixados, so ajustados emvalor presente.

    A Comisso de Valores Mobilirios (CVM), por meio do Parecer de Orientao n17 de 1989 (PO-17/89), se pronunciou da seguinte forma a respeito da proviso paraajuste ao valor de mercado:

    PROVISO PARA AJUSTE A VALOR DE MERCADO. (PO-17/89)

    Para efeito da constituio das provises previstas nos incisos I eIII, do artigo 183, da Lei n 6.404/76, o valor de mercado, queservir de parmetro para a avaliao de ttulos e valoresmobilirios, dever considerar a mdia aritmtica ponderada daltima cotao diria ocorrida no exerccio, na Bolsa de maior volume de negociao, desprezando-se, se existentes, cotaesderivadas de negociaes atpicas.

    5 INVESTIMENTOS PERMANENTESConforme visto no art. 179 da Lei n 6.404/1976, as participaes permanentes

    em outras sociedades e os bens e direitos de qualquer natureza, no classificveis noativo circulante e longo prazo, e que no se destinem manuteno da atividade dacompanhia ou da empresa, so classificados no Ativo Permanente no subgrupoINVESTIMENTOS.

    Observa-se que os bens e direitos a serem classificados nesse subgrupo nopodem ser classificveis no ativo circulante ou realizvel a longo prazo e no devemse constituir em meios a consecuo da atividade econmica da empresa, pois, nesteltimo caso, devero ser classificados no Ativo Permanente - Imobilizado.

    Da inteligncia do dispositivo societrio se infere que se trata de dois tipos deInvestimentos classificveis nesse subgrupo: as participaes permanentes em

    outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, no classificveis noativo circulante ou longo prazo .As participaes permanentes em outras sociedades so os investimentos

    efetuados pala aquisio de aes ou quotas do capital social de outras empresas,com inteno de permanncia . Essas participaes societrias tm tratamento legalprprio definido nos arts. 248 a 250 da lei das sociedades por aes e regulamentadopela Instruo CVM n 247/96. Ser objeto de estudo detalhado nos tpicosseguintes.

    Os bens e direitos de qualquer natureza, no classificveis no ativo circulante ourealizvel a longo prazo, e que no se destinem manuteno da atividade da

    companhia ou da empresa compreendem os Investimentos que no se constituem emmeios necessrios consecuo da finalidade da entidade. So exemplos deinvestimentos dessa natureza os direitos de propriedade sobre obras de artes, as

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    antigidades e os imveis no de uso, os quais, geralmente, apresentam umaexpectativa de realizao em valores que ultrapassam o custo de aquisio.

    Para satisfazer uma das finalidades da contabilidade, que a evidenciao detodos os fatos contbeis, e para possibilitar interpretao exata das demonstraesfinanceiras, os bens e direitos de qualquer natureza, no classificveis no ativocirculante e realizvel a longo prazo, e que no se destinem manuteno daatividade da companhia ou da empresa devem ser agrupadas em subcontas prprias.Adotando essa prtica se obtm a identificao de cada bem ou direito de imediato,mesmo por ocasio da baixa ou sada destes do Ativo Permanente.

    Vejamos como os investimentos permanentes podem ser apresentados noBalano Patrimonial:

    - ATIVO PERMANENTE- INVESTIMENTOS

    - PARTICIPAES PERMANENTES EM OUTRAS SOCIEDADESAVALIADAS PELO MTODO DO CUSTO DE AQUISIO

    - Participaes permanentes em outras empresasAes da Cia. SEMPREBEMAes da Cia. BELOMONTEQuotas de Capital da Empresa PAMONHA Ltda.

    - Investimentos IncentivadosEMBRAER

    FINAMFINORFISET

    - (-) Proviso para Perdas Provveis na Realizao

    AVALIADAS PELO MTODO DA EQUIVALNCIA PATRIMONIAL- Em sociedades controladas

    Cia. QUEBRA-GALHO S.A.GIO NA AQUISIO DO INVESTIMENTOCia. BOMNEGCIO S.A.( - ) DESGIO NA AQUISIO DO INVESTIMENTOEMPRESA COQUEIROS Ltda.( - ) PROVISO PARA PERDAS PROVVEIS

    INVESTIMENTOS RELEVANTES E INFLUENTES EMSOCIEDADES COLIGADAS

    TAMBO BOM LEITE S.A.

    OUTROS INVESTIMENTOS PERMANENTESObras de Artes e Antigidades(-) Proviso para perdas provveis na realizao

    Imveis de renda no destinado ao uso(-) Depreciao acumulada

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    5.3 MTODOS DE AVALIAOO art. 183, inciso III, da Lei n 6.404/76, estabelece a forma de avaliao dos

    investimentos permanentes no capital de outras sociedades. Como este o tipo de

    investimento que interessa ao nosso estudo no momento e porque ele quem traz asmaiores dificuldades aos estudantes, em particular aos concursandos, vejamos,novamente, a letra do texto legal:

    Art. 183. No balano, os elementos do ativo sero avaliadossegundo os seguintes critrios:...III - os investimentos em participao no capital social de outrassociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelocusto de aquisio, deduzido de proviso para perdas provveisna realizao do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente, e que no ser modificado emrazo do recebimento, sem custo para a companhia, de aes ouquotas bonificadas;

    Da leitura do texto legal, depreende-se que so duas as formas de avaliaodas Participaes Permanentes em outras Sociedades. Uma delas, sendo inclusive aregra geral, a avaliao dos investimentos pelo custo de aquisio, ajustado porproviso para perdas quando esta estiver comprovada como permanente . Aoutra forma de avaliao das participaes societrias a encontrada no art. 248 dalei societria. O dispositivo trata da avaliao dos investimentos pelo Mtodo daEquivalncia Patrimonial (MEP).

    O uso de uma ou de outra forma de avaliao das Participaes Societrias noCapital de outras Empresas no constitui liberalidade da sociedade avaliadora ouinvestidora. O MEP s pode ser utilizado nos casos expressamente determinados pelae, subsidiariamente, pela Comisso de Valores Mobilirios (CVM). Nos demais casos,isto , quando no cabvel a aplicao do MEP, os investimentos devem,obrigatoriamente, ser avaliados pelo Mtodo do Custo.

    O MEP, conforme disposto no art. 248 da lei societria e regulamentado pelaInstruo CVM n 247/96, usado para avaliao dos investimentos em sociedadescontroladas e dos investimentos relevantes , sobre cuja administrao se exerainfluncia ou que represente mais de 20% do capital social de sociedades coligadas eequiparadas a coligadas.

    O Mtodo do Custo usado para avaliao dos investimentos em outrassociedades, ou seja, sociedades que no so coligadas nem controladas ou que,mesmo sendo sociedades coligadas, o investimento no relevante para a investidoraou esta no exerce influncia na administrao da sociedade investida ou nas quais ovalor do investimento seja menor do que 20% do capital social da investida.

    6 MTODO DO CUSTO DE AQUISIOUtiliza-se este mtodo de avaliao de participao societria na forma de aes

    ou quotas em sociedades que no sejam coligadas ou controladas, bem como osinvestimentos em sociedades coligadas, desde que no sejam relevantes,individualmente ou no seu conjunto, e sobre cuja administrao no se exerainfluncia.

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    A lei das Sociedades Annimas conceitua investimentos relevantes, sociedadescoligadas e controladas, cujo estudo faremos no tpico em que trataremos daavaliao de investimentos pelo Mtodo da Equivalncia Patrimonial. Porm, pode-sedizer, por hora, que so avaliados pelo mtodo do custo de aquisio quase todos os

    investimentos em que a participao da sociedade investidora for inferior a 20% docapital social realizado na sociedade investida.Na adoo deste mtodo, a entidade investidora registra e avalia os

    investimentos pelo custo de aquisio, deduzidos de proviso para perdas, conformedispe o art. 183, III, da Lei, ressalvando que essa proviso necessria para seobter o valor de mercado, visto que o critrio custo de aquisio ou valor demercado, dos dois o menor. Ressalte-se que a proviso para perdas somente poderser constituda quando a perda estiver comprovada como permanente. Entende-seque a perda permanente quando a sociedade investida pedir concordata ou quandofor declarada a sua falncia. Tambm pode haver a constituio dessa proviso emcasos de a sociedade investida apresentar, em perodos consecutivos, prejuzosacumulados.

    Os lucros ou dividendos que cabem investidora, por este mtodo, devem serregistrados como receita operacional no momento em que a empresa investida osdistribuir ou provisionar, no se fazendo, na empresa investidora, qualquer alteraono valor do investimento efetuado com base no custo de aquisio.

    ATENO!!!Desta forma, por este mtodo de avaliao de investimentos, o aumentodo Patrimnio Lquido na investida, pela gerao de lucros ou reservas,mesmo a reserva por reavaliao de ativos, no deve se traduzir emalterao na participao societria da investidora. Porm, a reduo doPL da investida h de ser registrado pela sociedade investidora sob aforma de proviso para perdas, quando esta reduo ou perda estivercomprovada como permanente.

    6.1 - CUSTO DE AQUISIOPor tudo o que j se viu, podemos definir que custo de aquisio representa o

    valor lquido e efetivo despendido na operao de participao societria.

    Assim, o custo de aquisio engloba os valores relativos a:Valor aplicado na formao de capital para constituio de nova sociedade;

    Valor despendido na aquisio ou subscrio de novas aes ou quotas poraumento de capital, inclusive gio;Montante pago pela compra de aes de terceiros, inclusive gio ou desgio;Valor pago a ttulo de corretagem.

    Para consolidar o estudo, buscamos o auxlio de exemplos prticos a fim deregistrarmos a operao de aquisio:

    EXEMPLO 1:A Companhia Tambaqui, com boa situao financeira, resolveu aplicar parcela deseus recursos, de forma permanente, na empresa Tucunar Ltda., cujo capital social

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    de R$ 20.000,00, representado por 20.000 quotas. A aquisio, vista, da CiaTambaqui se limitou a 1.500 quotas ao custo unitrio de R$ 1,10, isto , com gio deR$ 0,10 por quota e mais uma taxa de corretagem de R$ 50,00.

    Assim, os valores despendidos pela Cia Tambaqui foram:1.500 quotas x R$ 1,00 = R$ 1.500,00gio de R$ 0,10 por quota = R$ 150,00Corretagem = R$ 50,00Total = R$ 1.700,00Esse fato dever ser lanado pela Cia Tambaqui da seguinte forma:

    Investimento na empresa Tucunar Ltda.a Caixa/Bancos R$ 1.700,00

    Veja que o valor despendido a ttulo de gio foi integrado ao valor doinvestimento, bem como o foi o valor da corretagem.

    EXEMPLO 2:A Cia Salmo adquiriu da Cia Trutas 500 aes, pagando, vista, o montante

    de R$ 5.000,00. O capital da Cia Trutas composto por 6.000 aes, com valorindividual de R$ 10,00. Desta forma, o lanamento contbil da operao, na CiaSalmo, ser:

    Investimento na Cia Trutasa Caixa/Bancos R$ 5.000,00

    EXEMPLO 3:A Cia Pica Pau adquiriu da Cia Colibri a quantia de 9.000 aes pelo preo de R$

    8.000,00. O capital da Cia Colibri de R$ 100.000,00, representado por 100.000aes. Houve, portanto, um desgio na operao de R$ 1.000,00.

    O lanamento contbil na Cia Pica Pau ser:Investimentos na Cia Colibri

    a Caixa/Bancos R$ 8.000,00Perceba que o valor do desgio foi considerado como diminuio de custo de

    aquisio, sendo registrado apenas o valor lquido do investimento adquirido.

    Portanto, para investimentos que sero avaliados pelo mtodo do custo, todosos gastos realizados para sua aquisio o integraro, no se fazendo o destaque dogio ou do desgio quando existirem, isto , o investimento ser registrado pelo valorefetivamente gasto na sua aquisio, a includo o valor da corretagem e do gio. J ovalor do desgio ser deduzido, registrando-se o investimento pelo valor lquido datransao.

    6.2 - PROVISO PARA PERDASConforme disposio da lei societria, os investimentos avaliados pelo Mtodo

    do Custo de Aquisio, devem ser registrados pelo custo, deduzidos de proviso para

    perdas e corrigidos monetariamente. Corroboram com esse dispositivo os PrincpiosContbeis da Prudncia, Registro pelo Valor Original, Oportunidade, AtualizaoMonetria e Competncia.

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    Por pertinente, cabe ressaltar que esta proviso indedutvel para fins deImposto de Renda a partir de 01 de janeiro de 1996, por fora do disposto na lei n9.249/1995. Entretanto, como o objetivo da contabilidade mais amplo, no serestringindo aos preceitos da legislao fiscal, essa proviso h de ser constituda

    quando houver perdas provveis na realizao do valor do investimento, desde queessas perdas sejam comprovadas como permanentes consoante previso na leisocietria. Para os fins fiscais, quando da apurao do Lucro Real, os valores dasdespesas com proviso dessa natureza sero adicionados ao Lucro Lquido doExerccio.

    Dessa forma, quando houver reduo no Patrimnio Lquido da sociedadeinvestida, decorrente de resultados negativos , isto , prejuzos acumulados pordiversos exerccios o valor patrimonial das aes sofrer reduo e esta dever serregistrada na sociedade investidora.

    Supondo que a Cia Investemal seja detentora de aes da Cia Falidos, adquiridas

    e registradas em seu patrimnio pelo custo de R$ 10.000,00 e que as aes da CiaFalidos esto desvalorizadas em funo de sucessivos resultados negativos e que istotraga um reflexo para a investidora no valor de R$ 800,00, o lanamento contbilpertinente ser o seguinte:

    Perdas na participao societriaa Proviso para Perdas em Participao Societria R$ 800,00

    Por se caracterizar em perda de capital, o valor da perda na participaosocietria uma despesa no operacional e a proviso conta retificadora de AtivoPermanente Investimento. Portanto, no Balano Patrimonial o fato ficar registradono Ativo Permanente Investimento, do seguinte modo:

    Ativo PermanenteInvestimentos

    Aes na Cia Falidos 10.000,00(-) Proviso para perdas (800,00)

    6.3 - DIVIDENDOS RECEBIDOS OU DECLARADOSNo Balano Patrimonial de qualquer empresa deve estar designada a destinao

    do lucro do exerccio, quer no Patrimnio Lquido, sob a forma de Lucros ou Prejuzos

    Acumulados ou Reservas, quer no Passivo, sob a forma de Dividendos a Pagar ouDividendos Propostos. de salientar, ainda, que consoante o disposto no art. 186 da lei societria, os

    dividendos sero declarados a partir da conta Lucros Acumulados, com base em umLucro Ajustado nos termos do art. 202 da mesma lei.

    A sociedade investidora deve providenciar a obteno dessa informao junto asociedade investida, isto , deve procurar saber se houve a declarao de dividendoou a proposio de dividendo, a fim de efetuar o devido lanamento desse dividendo,se for o caso.

    Em se tratando de distribuio de lucro pela investida, mediante registro no

    passivo (dividendos a pagar ou propostos), a investidora dever reconhecer essedireito com o correspondente registro no ativo circulante ou realizvel a longo prazo

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    em conta prpria de " Dividendos a Receber " com contrapartida em conta dereceita operacional , "Receita de Dividendos ".

    Os registros contbeis sero os seguintes:

    1 - Pelo reconhecimento do direito ao dividendo:Dividendos a Recebera Receita de Dividendos R$ 2.000,00

    2 Pelo efetivo recebimento do dividendo:Caixa/Bancos

    a Dividendos a Receber R$ 2.000,00Perceba que a sociedade investida deve comunicar sociedade investidora

    desse seu direito ao dividendo. Caso a sociedade investidora no seja informadadesse direito, ela somente o reconhecer quando do efetivo recebimento,dispensando-se, assim, o primeiro lanamento por desconhecimento do fato e odividendo ser contabilizado pelo seu recebimento conforme o regime de caixa daseguinte forma.

    Caixa/Bancosa Receita de Dividendos R$ 2.000,00

    Nota-se, assim, que, nas sociedades que avaliam seus investimentos peloMtodo do Custo de Aquisio, os dividendos so sempre considerados receitaoperacional na empresa investidora, ao passo que as perdas so consideradasdespesa no operacional .

    bom frisar que nas sociedades que avaliam seus investimentos pelo Mtodo da

    Equivalncia Patrimonial o dividendo declarado pela sociedade investida reduz o valordo investimento, no havendo o porqu se falar em receita quando do recebimento dedividendo, pois a receita ser reconhecida na avaliao do investimento pelaEquivalncia Patrimonial.

    Ateno!Outro aspecto a analisar o caso em que a investidora recebedividendo quando a aquisio do investimento conta com menos de06 (seis) meses .

    Entende-se, pela anlise da legislao fiscal (art. 380 do RIR/99, transcrito aseguir), que nessa hiptese a investidora adquiriu, alm da participao, o direito aodividendo, ou seja, o dividendo j era devido ao tempo da transao ou aquisio doinvestimento. Assim, por ocasio do recebimento do dividendo, nessas condies, eleno ser considerado receita operacional, mas uma reduo do prprio investimento.

    Art. 380. Os lucros ou dividendos recebidos pela pessoa jurdica,em decorrncia de participao societria avaliada pelo custo deaquisio, adquirida at seis meses antes da data da respectiva

    percepo, sero registrados pelo contribuinte como diminuio dovalor do custo e no influenciaro as contas de resultado (Decreto-lei n 2.072, de 1983, art. 2).

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    O lanamento desse fato ser contabilizado da seguinte forma:Caixa/Bancos

    a Investimentos Permanentes

    a Investimentos na Cia ZETA R$ 1.000,00Perceba que houve um crdito em investimentos permanentes e dentro desse

    grupo foi creditada a conta especfica do investimento.Ressalte-se, entretanto, que se a empresa investidora adquiriu o investimento

    em janeiro de 20x3, e a empresa investida apurou lucro e a conseqente declaraode dividendo em 20x1, a empresa investidora no ter direito de receber essedividendo, pois ele pertence aos detentores ou titulares de aes no final do exercciode 20x1, quando o dividendo foi declarado.

    6.4 ASPECTOS FISCAISOs dividendos recebidos pela investidora so receitas operacionais e no so

    tributadas pelo imposto de renda, portanto podem ser excludos do lucro contbil naapurao do lucro real (lucro fiscal = base de clculo do imposto de renda).

    No so dedutveis para fins de apurao do lucro real as provises paraperdas provveis . Por isso, na apurao do Lucro Real, as contrapartidas dessasprovises devem ser adicionados ao resultado contbil.

    Os ganhos apurados na alienao da participao societria so tributveispelo imposto de renda ao passo que as perdas so passveis de deduo da base declculo do mesmo imposto. Vale frisar que tanto os ganhos quanto as perdas,decorrentes da alienao de participao societria, so receitas ou despesas nooperacionais .

    6.5 ASPECTOS LEGAIS E CONTBEISObservando o critrio de ordem decrescente do grau de liquidez estabelecido no

    art. 178, 1, a lei societria insere os Investimentos Permanentes no primeirosubgrupo do Ativo Permanente, ao passo que o art. 179, da mesma lei, determinaquais contas devem integrar este subgrupo investimentos.

    Art. 178. No balano, as contas sero classificadas segundo oselementos do patrimnio que registrem, e agrupadas de modo afacilitar o conhecimento e a anlise da situao financeira dacompanhia.1 No ativo, as contas sero dispostas em ordem decrescentede grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nosseguintes grupos:...c) ativo permanente, dividido em investimentos, ativo imobilizadoe ativo diferido.... Art. 179. As contas sero classificadas do seguinte modo:...

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    III em investimentos : as participaes permanentes emoutras sociedades e os direitos de qualquer natureza, noclassificveis no ativo circulante, e que no se destinem manuteno da atividade da companhia ou da empresa;

    No art. 188 da lei societria, que trata da elaborao da Demonstrao dasOrigens e Aplicaes de Recursos (DOAR), nos apresentada a seguinte norma:

    Art. 188. A demonstrao das origens e aplicaes de recursosindicar as modificaes na posio financeira da companhia,discriminando:I as origens dos recursos , agrupadas em:...c) recursos de terceiros, originrios do aumento do passivoexigvel a longo prazo, da reduo do ativo realizvel a longo

    prazo e da alienao de investimento s e direitos do ativo

    imobilizado;II as aplicaes de recursos , agrupadas em:a) dividendos distribudos ;...c) aumento do ativo realizvel a longo prazo, dosinvestimentos e do ativo diferido;

    No que for pertinente a avaliao desses investimentos, encontramos amparolegal no inciso III do art. 183. Este dispositivo estabelece que os investimentos devemser avaliados pelo custo de aquisio, corrigido monetariamente e ajustado porproviso para perdas comprovadas como permanentes:

    Art. 183. No balano, os elementos do ativo sero avaliadossegundo os seguintes critrios:...III os investimentos em participao no capital social de outrassociedades, ressalvado o disposto nos arts. 248 a 250, pelo custode aquisio, deduzido de proviso para perdas provveis narealizao do seu valor, quando essa perda estiver comprovadacomo permanente, e que no ser modificado em razo dorecebimento, sem custo para a companhia, de aes ou quotasbonificadas;

    Da anlise desse inciso III extramos as seguintes concluses:1 - Em relao s participaes societrias permanentes, a lei estabelece dois

    critrios de avaliao:

    Pelo custo de aquisio Mtodo de CustoPelo valor do patrimnio lquido Mtodo da Equivalncia Patrimonial

    O Mtodo do Custo o que estamos finalizando. O Mtodo da EquivalnciaPatrimonial ser visto no ponto seguinte.

    2 Os investimentos pelo Mtodo do Custo de Aquisio sero avaliados pelocusto de aquisio e deduzido de proviso para perdas provveis na realizao do seuvalor, quando essa perda estiver comprovada como permanente.

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    3 - A perda ser comprovada como permanente quando a sociedade investidaapresentar prejuzos acumulados, houver a declarao de concordata ou for decretadaa falncia. Veja que todas as hipteses acabam reduzindo o valor do patrimniolquido, sendo, em ltima anlise essa a causa que pode ensejar a constituio da

    proviso par perdas. Outro aspecto diz respeito ao princpio contbil da prudncia,pois este reclama a constituio de proviso quando existir incerteza de grau varivel.Desta forma, para constituirmos uma proviso, qualquer que seja, deve haver algumaincerteza, seja em relao ao valor, ao fato ou outro aspecto qualquer, pois se no hessa incerteza a perda de fato e nesse caso devemos baixar o investimento porperecimento, cuja baixa ter como contrapartida uma despesa no operacional e serdedutvel pela legislao fiscal.

    4 Na parte final do inciso sob anlise est grifado ... e que no sermodificado em razo do recebimento, sem custo para a companhia, de aes ouquotas bonificadas. Essas aes ou quotas bonificadas podem surgir pelo aumento docapital social com utilizao de reservas. Veja-se que nesse caso h aumento docapital social sem que os acionistas ou scios tivessem desembolsado recursofinanceiro. A sociedade investida pode emitir, neste caso, as chamadas aes ouquotas bonificadas, repassando-as, de forma proporcional, aos detentores de aes ouquotas. Pode, tambm, aumentar o valor nominal das aes j existentes. Em ambosos casos, no h custo para a sociedade investidora.

    Conforme disposto nos arts. 592 a 594 do Decreto n 3.000/1990 - Regulamentodo Imposto de Renda (RIR/99), as empresas tributadas com base no lucro realpodero optar por aplicaes em incentivos fiscais, com parte do Imposto de Rendadevido:

    Opo na Declarao

    Art. 592. A pessoa jurdica tributada com base no lucro real poder optar pela aplicao de parcelas do imposto de rendadevido, nos termos do disposto neste Captulo, em incentivosfiscais especificados nos arts. 609, 611 e 613 (Decreto-lei n1.376, de 12 de dezembro de 1974, art. 1).

    Art. 593. O valor do imposto recolhido na forma dos arts. 454 e455, mantidas as demais disposies sobre a matria, integrar oclculo dos incentivos fiscais destinados ao FINOR, FINAM eFUNRES (Lei n 8.541, de 1992, art. 11).

    Art. 594. Os incentivos a que se refere este Captulo no seaplicam aos impostos devidos por lanamento de ofcio ousuplementar, observado ainda o disposto no 11 do art. 394 (Lei n 4.239, de 1963, art. 18, 5, alnea "a", e Decreto-lei n 756,de 1969, art. 1, 6).

    7 MTODO DA EQUIVALNCIA PATRIMONIALEquivalncia Patrimonial significa que a sociedade investidora avaliar sua

    participao societria, na sociedade investida, utilizando como parmetro o percentual de

    sua participao no capital social daquela sociedade. Esse percentual ser aplicado sobre oPatrimnio Lquido desta Sociedade Investida, resultando no valor do investimento daSociedade Investidora.

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    Com a adoo desse mtodo de avaliao de Investimentos os resultados dascontroladas e coligadas sero reconhecidos no exerccio em que forem gerados. Alm dosresultados, tambm sero reconhecidos pela Sociedade Investidora quaisquer outrosefeitos no Patrimnio Lquido da Sociedade Investida como, por exemplo, o aumento ou

    reduo de Reservas de Reavaliao e de Reservas de Capital, as quais no transitam porresultado enquanto reservas.O fundamento ou a lgica do mtodo da equivalncia patrimonial consiste, pois,

    em se considerar que o Patrimnio Lquido Contbil representa o capital prprio ou ariqueza prpria de uma entidade. Assim, se determinada empresa possui participao nocapital social de outra, ento ela ter direito participao no Patrimnio Lquido dessaoutra sociedade na mesma proporo de sua participao no capital social. Desta forma,por exemplo, se a empresa A participa com 20% do capital social da empresa B, ela (aempresa A) ter direito de participar, tambm, de 20% no Patrimnio Lquido da empresaB, ou de outra forma, 20% do Patrimnio Lquido da empresa B pertencem empresa A.

    Para ilustrar o assunto, de forma preliminar, tomemos o seguinte exemplo: asociedade Deleitos S.A. adquire aes da Cia Soneca, que no conjunto representam 30%do Capital Social desta. A Deleitos S.A. avaliar, invariavelmente, essa participaoconsiderando aquele percentual sobre o Patrimnio Lquido da Cia Soneca. Desta forma, seno momento da aquisio o Patrimnio Lquido da Cia Soneca foi de R$ 100.000,00, aparticipao societria ser registrada, na Deleitos S.A., pelo valor de R$ 30.000,00.

    Contudo, se a Cia Soneca auferir lucros, mesmo que no haja distribuio dedividendos, a participao da Deleitos S.A. aumentar. Por exemplo, o PL da Cia Sonecaaumentou em R$ 10.000,00 decorrente de resultados obtidos, passando o PL a ser R$110.000,00. Imediatamente a Deleitos S.A. reconhecer essa variao patrimonial nasociedade investida, aumentando o valor do seu investimento em R$ 3.000,00. A sua

    participao passar para R$ 33.000,00 (30% de R$ 100.000,00, valor original; mais 30%de R$ 10.000,00, valor do resultado gerado na sociedade investida). Perceba que opercentual de participao societria no foi alterado, pois no houve mudana naestrutura do Capital Social da sociedade investida.

    Tentamos, com esse exemplo, de forma bem resumida, demonstrar o princpio destemtodo de avaliao de investimentos. Entretanto, o mtodo da equivalncia patrimonialapresenta algumas particularidades prprias e se configura, no todo, em operaes maiscomplexas do que a acima apresentada. Nos tpicos seguintes procuraremos explicarsuficientemente estes aspectos especficos do mtodo de avaliao, de modo que vocpossa resolver quaisquer questes de provas envolvendo o assunto.

    A par dessa introduo simplria, podemos conceituar o mtodo da equivalncia patrimonial como sendo aquele em que os investimentos da sociedade investidora soavaliados tendo como referncia o percentual de participao no capital social da sociedadeinvestida aplicado sobre o Patrimnio Lquido desta mesma sociedade investida,consignando, com isso, os resultados e quaisquer variaes patrimoniais na sociedadeinvestida a partir do momento de sua gerao, independentemente de o resultado serpositivo ou negativo e de haver ou no distribuio de dividendos ou lucros.

    7.1 DEFINIES FUNDAMENTAIS

    Para que possamos entender o processo de avaliao de investimentos peloMtodo da Equivalncia Patrimonial MEP, necessrio que algumas definies, comosociedade controladora, sociedade coligada normal e por equiparao, relevncia etc.

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    sejam analisadas de forma pormenorizada. Para tanto, nos socorremos dosenunciados da Lei n 6.404/76 e os dizeres da Instruo CVM n 247/96, esta ltimacomplementada por nota explicativa emitida pela prpria CVM.

    7.1.1 CONTROLADA E CONTROLADORAO conceito oficial dessas duas figuras jurdicas encontrado no 2 do art. 243 da lei

    societria, que assim preceitua:

    Art. 243. O relatrio anual da administrao deve relacionar osinvestimentos da companhia em sociedades coligadas e controladase mencionar as modificaes ocorridas durante o exerccio.... 2 Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora,diretamente ou atravs de outras controladas, titular de direitos descio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderncia nasdeliberaes sociais e o poder de eleger a maioria dosadministradores.

    Do comando legal se extrai que sociedade controladora aquela que possui atitularidade de mais da metade (ou mais de 50%) das quotas ou aes com direito avoto de outra sociedade, que ser controlada. O controle no necessita ser direto,podendo ser por intermdio de outra controlada, isto , admite-se o controle indireto .

    Assim, por exemplo, se a sociedade Anchova S.A. participa com 51% do capitalvotante da sociedade Baleia S.A. e, esta, por sua vez, participa da com 60% do Capitalvotante da sociedade Car S.A., ento a sociedade Anchova S.A. controladora da

    sociedade Baleia S.A. de forma direta e da sociedade Car S.A. de forma indireta, que sosuas controladas.Isto assim porque, se a sociedade Anchova S.A. dita as regras que devem ser

    seguidas pela sociedade Baleia S.A., ela, de forma indireta estar ditando, tambm, aconduta da sociedade Car S.A., pois esta ltima controlada da sociedade Baleia S.A.,logo seguir as diretrizes por ela traada, mas a sociedade Baleia S.A. traar diretrizespara a sociedade Car S.A. conforme orientaes de sua controladora, a sociedadeAnchova S.A..

    de se salientar, ainda, que a titularidade do Capital Social h de ser permanente ,pois quando no possui esse carter, o investimento classificado no Ativo Circulante ou

    Realizvel a Longo Prazo, conforme j vimos no incio do nosso estudo e corroborado pororientao da prpria CVM.Outro aspecto interessante o que diz respeito preponderncia nas deliberaes

    sociais. De regra, tem-se preponderncia quando se possui a maioria do Capital Votante.Entretanto, na prtica, em situaes no raras, possvel que uma parcela do capitalvotante, menor que a maioria, defina os rumos de uma sociedade. o caso em que asaes da sociedade investida esto pulverizadas no mercado de forma que, nasassemblias deliberativas, grande parte dos acionistas minoritrios e os detentores deaes preferenciais sem direito a voto, no participam das deliberaes tomadas pelamaioria presente.

    Por oportuno, cabe mencionar que a lei das Sociedades Annimas, em seu art. 15, 2, preceitua que as aes sem direito a voto no podero exceder a 50% do total dasaes de uma companhia. Com isto, a lei admite a possibilidade de o Capital Votante estarrepresentado por apenas 50% do Capital Total.

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    Art. 15. As aes, conforme a natureza dos direitos ou vantagensque confiram a seus titulares, so ordinrias, preferenciais, ou defruio. 1 As aes ordinrias da companhia fechada e as aes

    preferenciais da companhia aberta e fechada podero ser de umaou mais classes. 2o O nmero de aes preferenciais sem direito a voto, ousujeitas a restrio no exerccio desse direito, no pode ultrapassar 50% (cinqenta por cento) do total das aes emitidas. (Redaodada pela Lei n 10.303, de 31.10.2001)

    Ora, ocorrendo essa hiptese, 25% do Capital Total mais uma ao poderepresentar a maioria do Capital Votante, isto , a deteno, de forma permanente, de25,01% do Capital Total pode representar a preponderncia nas deliberaes sociais e opoder de eleger a maioria dos administradores, desde que a companhia tenha 50% do seucapital representado por aes sem direito a voto e que o investidor ou investidora comparticipao de 25,01% possua somente aes ordinrias, isto , aes representativas docapital votante.

    No 3 do art. 243 da lei das sociedades annimas, observa-se a exigncia daintervenincia da CVM, desta feita com relao as informaes que devem ser divulgadasou veiculadas pelas companhias abertas:

    Art. 243. O relatrio anual da administrao deve relacionar osinvestimentos da companhia em sociedades coligadas e controladase mencionar as modificaes ocorridas durante o exerccio....

    3 A companhia aberta divulgar as informaes adicionais, sobrecoligadas e controladas, que forem exigidas pela Comisso deValores Mobilirios.

    Com respeito ao assunto e dentro de sua competncia, delegada pela lei, a CVM, por meio da Instruo247/96, assim se pronunciou:

    Art. 3 - Considera-se controlada, para os fins desta Instruo:I - Sociedade na qual a investidora, diretamente ouindiretamente, seja titular de direitos de scio que lheassegurem, de modo permanente:a) - preponderncia nas deliberaes sociais; e

    b) - o poder de eleger ou destituir a maioria dos administradores.II - Filial, agncia, sucursal, dependncia ou escritrio derepresentao no exterior, sempre que os respectivos ativos e

    passivos no estejam includos na contabilidade da investidora, por fora de normatizao especfica; eIII - Sociedade na qual os direitos permanentes de scio,

    previstos nas alneas "a" e "b" do inciso I deste artigo estejamsob controle comum ou sejam exercidos mediante a existncia deacordo de votos, independentemente do seu percentual de

    participao no capital votante.

    Pargrafo nico - Considera-se, ainda, controlada a subsidiriaintegral, tendo a investidora como nica acionista.

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    Percebe-se, portanto que, com relao a definio de sociedade controladora econtrolada, a CVM reproduziu, basicamente, o texto da lei. Entretanto, a autarquiaavanou no conceito inserindo no rol das sociedades controladas as filiais, agncias,sucursais, dependncias e escritrios de representao no exterior de sociedades

    brasileiras, quando estas extenses necessitam se constituir com personalidade jurdicaprpria em faca da legislao do pas aliengena. Importante frisar que nestas condies asfiliais, sucursais etc. sero subsidirias integrais da sociedade brasileira, isto , seroempresas de capital brasileiro com um nico scio ou acionista!

    Antes que haja interpretao equivocada sobre o que seja subsidiria integral,convm frisar que esta figura no ocorre somente quando uma empresa brasileira possuafiliais, sucursais etc. no exterior que necessitam se revestir de personalidade jurdicaprpria, em face da legislao daqueles pases, pois esta figura jurdica perfeitamentecompatvel com a legislao nacional. Assim, poderemos ter uma empresa nacionalconstituda com capital subscrito por uma nica e outra empresa nacional. Ento,subsidiria integral aquela empresa de capital nacional que possui como nica scia ouacionista outra empresa brasileira, seja por fora de legislao aliengena ou por atovoluntrio da empresa nacional!

    Por fim, cabe tecer um breve comentrio sobre outra forma de controle, o controlecomum. Esta forma de controle muito utilizada na prtica pelos grandes gruposempresariais onde diversas pessoas ou empresas so participantes do capital social deoutra ou outras, cuja participao individual no atinge percentual suficiente para garantira preponderncia nas deliberaes. Por questes de interesses e de administrabilidade,algumas pessoas ou empresas, leia-se scios ou acionistas, pactuam no sentido de unirseus capitais formando um grupo que, no conjunto, representa a maioria do capitalvotante. de salientar que, para esta figura jurdica, o percentual de participao nasociedade investida irrelevante.

    Para dar maior clareza ao assunto, tomemos o seguinte exemplo:A empresa BOMCAIXA S/A possui o seu capital social, de R$ 6.780.000,00, formado

    por 2.712.000 aes preferencias e 4.068.000 aes ordinrias. O seu estatuto prev quesomente as aes ordinrias tm direito a voto nas deliberaes principais da companhia.Desta forma, o detentor ou detentores de 2.034.001 aes (mais de 50% do capitalvotante) tero assegurados a preponderncia nas deliberaes da companhia. Porm,nenhum acionista, de forma isolada, possui esta quantidade de aes. A empresaCAIXACURTO S/A possui 2.013.660 (49,5% do capital votante) o que no lhe assegura apreponderncia absoluta nas deliberaes da companhia. H a empresa GRANACURTALTDA que investiu apenas R$ 24.408,00, adquirindo 24.408 aes ordinrias (0,6% docapital votante) da empresa BOMCAIXA S/A. As duas sociedades investidoras acordaramno sentido de tomarem as deliberaes em conjunto. Como o somatrio de suas aesordinrias representa 50,1% do capital votante da companhia BOMCAIXA S/A, elaspassaram a ser as controladoras daquela empresa.

    O perfeito entendimento do exemplo acima ser muito til para dirimir certas dvidasque podero surgir ao longo do nosso estudo, principalmente no concernente a quem deveavaliar os seus investimentos pelo MEP. Perceba que, pelo exemplo, a empresaGRANACURTA LTDA, com apenas 0,6% do capital votante da empresa BOMCAIXA S/A, oque representa somente 0,36% do capital total, a sua controladora, juntamente com aempresa CAIXACURTO S/A!

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    7.1.2 COLIGADAO conceito legal de Sociedade Coligada nos fornecido pelo 1, do art. 243 da lei

    das sociedades annimas que assim dispe:

    Art. 243. O relatrio anual da administrao deve relacionar osinvestimentos da companhia em sociedades coligadas e controladase mencionar as modificaes ocorridas durante o exerccio. 1 So coligadas as sociedades quando uma participa, com 10%(dez por cento) ou mais, do capital da outra, sem control-la.

    Desta forma, a nica condio para que se considere uma sociedade coligada deoutra a sua participao com, no mnimo, 10% do Capital Social da outra sociedade(investida). No h previso de participao indireta e tampouco referncia espcie deaes ou do tipo societrio adotado na constituio da empresa. Portanto, pode havercoligao de Sociedade Annima em Limitada e vice-versa e, no caso de ser a investida

    uma Sociedade Annima, no importa se a participao constituda por aespreferenciais ou ordinrias. Para caracterizar a coligao importa apenas que as aespossudas pela sociedade investidora sejam em percentual igual ou superior a 10% doCapital Social da sociedade investida.

    Um exemplo hipottico nos ajudar a elucidar os conceitos antes desenvolvidos.Supondo que a CIA TUCUNAR tenha participao no Capital Social em diversas

    empresas, como segue:1 11% do Capital, sem direito a voto, da CIA CAR;2 6% do Capital com direito a voto e 7% do Capital sem direito a voto da

    CIA TAMBAQUI;3 4% do Capital com direito a voto e 5% do capital sem direito a voto da

    CIA TRUTA; e4 3% do Capital com direito a voto e 4% do Capital no votante da CIA

    SALMO.Considerando, to somente, essas participaes societrias da CIA TUCUNAR,

    conclui-se que:1 A CIA CAR e a CIA TAMBAQUI so suas coligadas;2 A CIA TRUTA e a CIA SALMO no so coligadas da CIA TUCUNAR.

    7.1.3 EQUIPARADA A COLIGADAPelo disposto nas alneas a e b do pargrafo nico do art. 2 da Instruo

    CVM n 247/96, percebe-se o surgimento da figura da sociedade equiparada coligada. Alm disto, salienta aquela autarquia, que a equiparao pode ser de formadireta ou indireta.

    Nesse conceito de sociedade equiparada coligada, no nos interessa opercentual de participao do capital social. Interessa-nos a participao no capitalvotante representado pelas aes ordinrias.

    Portanto, consoante o disposto no art. 15 da lei societria, que limita o

    percentual mximo de aes preferenciais em 50% e supondo que estamos diante deuma empresa que tenha seu capital social constitudo com aquele percentual de aes

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    preferenciais, uma sociedade que participa com apenas 5% do capital votante serconsiderada coligada por equiparao de forma direta.

    Outro aspecto a merecer nossa ateno diz respeito participao indireta,fazendo surgir, tambm, a figura da coligada por equiparao. Nesse particular,tomemos o seguinte exemplo:

    A empresa A detm 25% do capital do capital da empresa B, sem control-la. B coligada de A. A Empresa B participa do capital votante da empresa C com 40%,sem control-la. de salientar que o capital de C composto de aes ordinrias epreferenciais, logo a participao de B em C pode representar apenas em 20% docapital total. Mesmo assim, C coligada de B. A participao indireta de A no capitalvotante de C de 10% (25% de 40% ou 0,25 x 0,4 = 0,10, ou seja 10%), logo C coligada de A por equiparao indireta. interessante notar que a participaoindireta de A no capital total de C menor do que 10%, mas como j o dissemos, nonos interessa a participao no capital total. Interessa-nos, na anlise da equiparao,

    apenas, a participao direta ou indireta no capital votante .Para fechar o tpico, transcrevemos o art. 2 da Instruo CVM n 247/96: Art. 2 - Consideram-se coligadas as sociedades quando uma participa com 10% (dez por cento) ou mais do capital social daoutra, sem control-la.Pargrafo nico - Equiparam-se s coligadas, para os fins destaInstruo:a) - as sociedades quando uma participa indiretamente com 10%(dez por cento) ou mais do capital votante da outra, semcontrol-la;

    b) - as sociedades quando uma participa diretamente com 10%(dez por cento) ou mais do capital votante da outra, semcontrol-la, independentemente do percentual da participao nocapital total.

    7.1.4 INVESTIMENTO RELEVANTEO conceito de investimento relevante diz respeito, unicamente , sociedade

    investidora . A definio legal de investimento relevante nos fornecido pelopargrafo nico do art. 247 da lei societria que assim dispe:

    Art. 247. As notas explicativas dos investimentos relevantes devemconter informaes precisas sobre as sociedades coligadas econtroladas e suas relaes com a companhia, indicando:...Pargrafo nico. Considera-se relevante o investimento:a) em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contbil igual ou superior a 10% (dez por cento) do valor do patrimnio lquidoda companhia;b) no conjunto das sociedades coligadas e controladas, se o valor contbil igual ou superior a 15% (quinze por cento) do valor do

    patrimnio lquido da companhia.Constata-se que um investimento relevante se ele representa, no mnimo e

    isoladamente, 10% do Patrimnio Lquido da sociedade investidora e que seja em33

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    sociedade coligada, ou, se no conjunto das sociedades coligadas e controladas, o valorcontbil do investimento for equivalente a, no mnimo, 15% do Patrimnio Lquido dacompanhia investidora.

    A CVM, com fundamento na competncia que lhe foi delegada pela lei societria,se pronunciou, por meio da Instruo CVM n 247/96, do seguinte modo:

    Art. 4 - Considera-se relevante o investimento:I - Quando o valor contbil do investimento em cada coligada for igual ou superior a 10% (dez por cento) do patrimnio lquido dainvestidora; ouII - Quando o valor contbil dos investimentos em controladas ecoligadas, considerados em seu conjunto, for igual ou superior a 15%(quinze por cento) do patrimnio lquido da investidora. 1 - O valor contbil do investimento em coligada e controladaabrange o custo de aquisio mais a equivalncia patrimonial e o giono amortizado, deduzido do desgio no amortizado e da proviso

    para perdas. 2 - Para determinao dos percentuais referidos nos incisos I e II deste artigo, ao valor contbil do investimento dever ser adicionadoo montante dos crditos da investidora contra suas coligadas econtroladas.

    Percebe-se que, pelo inciso I deste ato normativo, a anlise a ser efetuada paradeterminar a relevncia de um investimento de forma isolada deve considerar,exclusivamente, os investimentos em sociedades coligadas. Assim, no se faz a anlise darelevncia dos investimentos em controladas, de forma isolada, pois entende aquela

    autarquia que os investimentos em sociedades controladas so sempre relevantes.J na anlise da relevncia dos investimentos, tomados em conjunto, devemos

    considerar tambm os investimentos que a sociedade investidora possua em controladas.Assim, na anlise conjunta somamos todos os investimentos em coligadas, coligadas porequiparao e controladas. Se o valor contbil alcanar 15% ou mais do Patrimnio Lquidoda sociedade investidora, ento os investimentos em sociedades coligadas e equiparadas acoligadas sero, tambm, relevantes, visto que os investimentos em controladas sosempre relevantes!

    Outro aspecto que merece relevo o pertinente ao disposto no 2 do ato normativoacima transcrito, pois, conforme nele consta, devem ser adicionados aos investimentos omontante dos crditos da investidora contra suas coligadas e controladas.

    Este dispositivo foi substancialmente alterado pela Instruo 247. O textoanterior, que normatizava o assunto, estava grafado com os seguintes dizeres: ...crditos de qualquer natureza.... Com a nova redao dada pela Instruo 247,entende-se que s devem ser includos neste clculo os crditos de natureza nooperacional , tais como os adiantamentos para futuro aumento de capital e osemprstimos. Isto se deve ao fato de que, com a adio desses crditos, se procuraalcanar os investimentos aplicados em aes ou que possuam essa finalidade. Logoos crditos operacionais normais, tais como contas a receber, no devem serconsiderados no clculo da relevncia. Pode-se dizer, assim, que os crditos contra associedades coligadas e controlados, classificados no circulante, no devem figurar no

    clculo, visto que l s devem ser registrados os crditos normais (operacionais)contra as sociedades coligadas e controladas. Mas, no podemos concluir que todos oscrditos contra as sociedades coligadas e controladas classificadas no Ativo Realizvel

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