jornal ao pé da letra

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AO DA LETRA Laboratório Internacional de Mídias Livres Jornal Laboratório da Disciplina Jornalismo Impresso do Curso de Comunicação Social da UFMA ANO 2009 - N.º 01 O primeiro Laboratório Internacional de Mídias Livres que acontece de 22 a 24 de janeiro, em São Luís, capital do Maranhão, pretende articular os midialivristas, a nível local, regional e nacional, para troca de experiências, produção de diversos matérias relacionados a mídia livre, bem como almeja se tornar em espaço permanente para o desenvolvimento de pesquisas nesta área. Pág. 03 Conflitos Mundiais, ética e responsabilidade no Jornalismo Pág. 05 Um Quilombo de todas as cores Pág. 07 Streaming para TV-WEB Pág. 04 Pontos de cultura e Pontos de mídias livres Págs. 11

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Jornal Laboratório de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão - UFMA

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Page 1: Jornal Ao pé da letra

AO PÉDALETRA

Laboratório Internacional

de Mídias Livres

Jornal Laboratório da Disciplina Jornalismo Impresso do Curso de

Comunicação Social da UFMA

Ano 2009 - n.º 01

O primeiro Laboratório Internacional de Mídias Livres que acontece de 22 a 24 de janeiro, em São Luís, capital do Maranhão, pretende articular os midialivristas, a nível local, regional e nacional, para troca de experiências, produção de diversos

matérias relacionados a mídia livre, bem como almeja se tornar em espaço permanente para o desenvolvimento de pesquisas nesta área.

Pág. 03

Conflitos Mundiais, ética e responsabilidade no Jornalismo

Pág. 05

Um Quilombo de todas as cores

Pág. 07

Streaming para TV-WEB

Pág. 04

Pontos de cultura e Pontos de mídias livresPágs. 11

Page 2: Jornal Ao pé da letra

EditorialDesconstruir alguns parâmetros

que norteiam os jornalistas responsáveis pela mídia comercial criando novos formatos e diferentes linguagens é a proposta deste jornal- laboratório, uma tentativa de produzir um instrumento que atenda aos objetivos do Laboratório Internacional de Mídias Livres, e, ao mesmo tempo, contribua para a troca de experiências no campo da comunicação.No mundo contemporâneo a comunicação compartilhada pela internet vem adquirindo outras maneiras de expressão que influem sobretudo no jornalismo impresso. As fronteiras entre os paises se expandem e aumentam também as possibilidades de comunicação entre nações de diferentes culturas.Os alunos do 7º período de jornalismo que estão deixando a academia, cidadãos de um mundo informatizado, não estão imunes a estas constantes mudanças e como futuros formadores de opinião precisam exercitar uma outra forma de fazer jornalismo.Que este jornal represente um primeiro passo na construção de novas mídias!

Profa. Dra. Vera Lúcia Rolim SallesResponsável pela disciplina Laboratório de

Jornalismo Impresso

PoLÍTICAS PÚBLICASDE CoMUnICAÇÃo

_____________________________________Izabella Lima Pinheiro ([email protected])

É de notória percepção a importância da mídia para o desenvolvimento de uma sociedade democrática, legitimando-a e permitindo que ela aconteça em sua forma plena; o “quarto poder” tem a prerrogativa de agendar a sociedade, angulando os acontecimentos como bem desejar; pode omitir ou mascarar os fatos que lhe convém e construir e destruir imagens com igual facilidade e rapidez. E este poder nunca passou despercebido – as políticas públicas para este importante ator social permeiam a história da própria sociedade. O que pode – e deve – ser questionado é se essas políticas são as mais adequadas ao modelo de democracia que se verifica na sociedade atual; se “informação é poder”, qual é o preço a pagar pela real apuração dos fatos e pela liberdade de expressão, e como podemos mudar o que precisa ser modificado?

As comunicações sempre foram um tema central para os Estados Nacionais, as-sumindo, inevitavelmente, o papel de uma das principais protagonistas do sistema democrático dado o grau e a complexidade do impacto que exerce sob a socieda-de. Quanto maior o poder de um sistema, maior será a necessidade de controle; tão logo nasceu a mídia surgiram leis que regulamen- tavam os meios de c o m u n i c a ç ã o vigentes. Estas regulamenta- ções, em tese, devem adap- tar-se à reali-dade experi- mentada pela sociedade em questão.

O regime democrático brasileiro im- p o s s i b i l i t a que atitudes extremamente repressoras acon- teçam. Mas, como em qualquer regime democrático (ainda mais o regime democrático de um país em desenvolvimento político, econômico e social) há imperfeições, como a concessão pública de emissoras usada como moeda de troca entre governo e correligionários, em um sinal claro de clientelismo.

A verdade é que a construção do modelo regulatório da mídia brasileira foi baseada em uma legislação extremamente defasada; são inúmeras leis que já nasceram velhas, construídas em cima de uma legislação que precisa urgen-temente ser revisitada. Existe ainda o fato de que os meios de comunicação, majoritariamente, são de propriedade de políticos com mandatos; estes fatos acabam limitando o poder de ação da mídia em questionar a validade das políticas públicas destinadas a si própria.

O jornalismo de qualidade não pode curvar-se perante disputas de poder que em nada acrescentam à democracia; nem ao menos pode omitir-se em expor à sociedade problemas inerentes às suas necessidades internas. Como veículo democrático deve fazer valer sua importância para assistir mudanças essenciais para sua evolução. O primeiro passo, como em toda relação de fidelidade, é discutir o problema, nem que para isso sejam derrubadas práticas escusas que nada condizem com a liberdade e a responsabilidade.

AO PÉDALETRA

Expediente

AO PÉDALETRA

02

UnIVErSIDADE FEDErAL Do MArAnhÃo

reitorNatalino Salgado

Vice-reitorAntonio Oliveira

Coordenador do CursoSílvio Rogério

Chefe de DepartamentoFrancisco Gonçalves

Coordenação EditorialProfa. Dra. Vera Lúcia Salles

Uma publicação do Departamento de Comunicação

Social da UFMACampus Universitário do

BacangaAv. dos Portugueses, s/n

Cep. 65085-580São Luís - Maranhão

Projeto GráficoLideney Ribeiro

IlustraçõesFelipe Santos Magalhães

EdiçãoProfa. Dra. Vera Lúcia Salles

Anderson Roberto Danielle MoraisLorena RibeiroNatália Raposo

redaçãoAlunos do 7º período de JornalismoLaboratório de Jornalismo Impresso

ApoioASCOM UFMA

Assessora: Giselle Carvalho Marques Gonçalves

ImpressãoUnigraf

Tiragem2 mil exemplares

Page 3: Jornal Ao pé da letra

AO PÉDA

LETRA

03

SA

IB

AM A I S S O B

RE

L B R T R OA O A Ó I

OO

1ºDE

M D A Í I S

L V E I R S

O Laboratório Internacional de Mídias Livres é a primeira experiência do gênero a nível mundial e vai ser criado para fortalecer a diversidade de informações, além de propor novas mídias, práticas, discursos, conceitos e políticas. É claro, isso só será viável com a participação do maior número de pessoas que acreditam que outra comunicação é possível. Para isso, foi iniciada uma mobilização nacional para levantamento de produções de todos os atores sociais responsáveis pelas mídias livres.

Novos modelos de comunicação compartilhada, horizontal e participativa estão surgindo em substituição à comunicação de massa. No Maranhão e no Brasil floreiam rádios comunitárias, sites alternativos, blogs e espaços plurais de publicação de vídeos, fotos e áudios como o YouTube, Flickr, Picasa, Orkut e outros.

O Laboratório Internacional de Mídias Livres atuará de maneira descentralizada e horizontal, procurando especialmente oferecer suporte conceitual, técnico e tecnológico a todos os coletivos e indivíduos que buscam produzir formas autônomas de enxergar as realidades e transformá-las. Ele atuará especialmente em sintonia com os Pontos de Cultura e os Pontos de Mídia Livre já existentes e a serem criados.

O PROJETO PERMANENTE

“Eu não identificaria o laboratório apenas como um evento. O termo laboratório é ambíguo: tanto pode significar algo instantâneo como permanente. Neste caso, o evento de janeiro pode ser considerado como o lançamento do Laboratório Mundial de Mídia Livre - capítulo Maranhão” comenta Antônio Martins, jornalista e editor do portal Le Monde Diplomatique Brasil.

O laboratório, muito além de um evento pontual, quer tornar-se um espaço concreto de estudo e incentivo às múltiplas possibilidades de experimentação e descobertas no campo das mídias livres. Para enfrentar esse desafio foram identificados mídia-ativistas e jornalistas reunidos por meio de diversas organizações não-governamentais espalhados pelo Brasil.

A proposta do Laboratório pretende fortalecer a luta democrática aglutinando todos os cidadãos e cidadãs que defendem a liberdade no acesso e na construção da informação. O projeto está em fase de elaboração e sua estrutura deverá ser apresentada durante o encontro pretendendo ser modelo para outras experiências similares.

Uma experiência pioneira...Amanda Dutra ([email protected])

Page 4: Jornal Ao pé da letra

OFICINAS

Pontos de mídia livre e de cultura, streaming, metareciclagem e software livre. Se você desconhece todos esses termos, poderá se interar desses e de tantos outros nas oficinas oferecidas no 1º Laboratório Internacional de Mídias Livres, o LabMídia. Serão dezenas de oficinas que irão servir como espaço para discussão de conceitos e teorias, assim como aprendizado de técnicas e práticas para o desenvolvimento da mídia livre.As oficinas serão ofertadas pela organização do evento e pelos participantes que se propuserem a dividir os seus conhecimentos com os demais. Dessa forma, serão divididas em dois grandes grupos: as oficinas de idéias e as oficinas auto-gestionadas. O primeiro grupo vai discutir os temas que norteiam a mídia livre. Já as do segundo grupo, que serão propostas e ministradas pelos participantes, irão servir para a troca de experiências e tecnologias nas diversas áreas em que

PARA TODOS OS GOSTOS

Lorena Ribeiro ([email protected])

estão inseridos os midialivristas.As oficinas serão realizadas no Projeto Reviver, no bairro da Praia Grande, nos espaços cedidos pela prefeitura e governo do estado como, por exemplo, a Escola de Música, a Faculdade de Arquitetura, o Circo da Cidade e as praças do Centro Histórico.Celso Serrão, que faz parte da comissão executiva do evento, acredita que as oficinas mais esperadas serão as autogestionadas, pelo fato de que nem todas foram confirmadas previamente por serem caracteristicamente mais livres e funcionais. Ele informa que o laboratório tem essa característica de interação com os participantes, e lhes dá a liberdade para ministrarem as oficinas, iniciar discussões sobre o tema do evento e, assim, se tornarem figuras ativas e participativas.As oficinas têm, em média, a duração de duas horas diárias e devido ao grande número vão acontecer simultaneamente.

Streaming para tV-WeBO Laboratório Internacional de Mídias Livres de São

Luís promove a oficina “Streaming para TV-WEB” para discutir a produção e divulgação desse tipo de mídia em nossa região. O objetivo é fazer com que seus participantes tenham a oportunidade de produzir pequenos vídeos para serem veiculados tanto ao longo do evento como em outros meios de comunicação. A oficina será ministrada pelo Bovorick, midialivrista da Rádio Xiado, de São Paulo.

Segundo Cadu X, da Casa Brasil em São Luís, “streaming de vídeos é justamente a relação entre vídeo caseiro e internet através de uma transmissão simultânea, desde o momento da captura das imagens até sua exibição na internet”. Os vídeos podem ser hospedados em servidores da web onde ficam à disposição para serem acessados e baixados a qualquer momento.

O interessante de uma produção desse gênero é a possibilidade de um único vídeo atingir uma grande parcela da sociedade, já que o meio de divulgação é facilitado e muito mais abrangente. Um vídeo, por exemplo, pode ser comprimido e exibido em aparelhos de nova tecnologia (nTIC’s), como celulares, ipods, mp4. “Para nós midialivristas, a execução é feita em formato free3gp”, explica Cadu X.

Os streaming para TV-WEB não têm pretensões mercadológicas. A idéia principal, como propõe o Coletivo Normermo Pruduzz é interagir com a população desprovida de conhecimento e mecanismo para a visualização destes vídeos.

Anderson Roberto ([email protected])

O quE é uM VÍDEO

cASEIRO?

Vídeo caseiro é todo e qualquer vídeo produzido de forma independente, alternativa,

sem a necessidade de uma grande ilha de edição. Eles podem ser capturados através de uma mini-hand (câmera de mão), um celular ou qualquer

outro tipo de mídia que possa registrar imagens. Essas imagens serão editadas em um simples

editor de vídeo, como por exemplo, o Cinelerra (editor do Linux), bastante

utilizado pelos midialivristas.

AO PÉDALETRA

04

Page 5: Jornal Ao pé da letra

Um dado preocupante é que nem sempre as conseqüências negativas da violência são retratadas na programação: em 73% dos atos violentos exibidos pela mídia, os personagens saem impunes e só 4% dos programas violentos enfatizam um tema anti-violento. Os dados são da UCLA Television Violence Monitoring Report. Outro dado alarmante é que para cada hora de programação infantil, uma criança verá, em média, 20 cenas violentas. O que anda se traduzindo em comportamentos agressivos, ausência de valores humanos e até histerismo. Tanta curiosidade sobre o assunto poderia estar relacionada a sentimentos de vingança. Quando um criminoso é morto, a impressão que tem o receptor é de que existe um delinqüente a menos para lhe fazer mal. Outro motivo para explicar o facínio por assuntos violentos está relacionado a possibilidade de extravasar, de forma inconsciente, em frente a televisão, o instinto selvagem de violência contido dentro de cada um de nós. Quando o interesse pela violência começa a ser regular, e a fazer parte do dia-a-dia do indivíduo, a situação fica preocupante. Ele começa a achar que todos aqueles atos são normais, o que pode trazer mudanças de valores e levar à banalização da violência na sociedade.

AO PÉDA

LETRA

05 e tortura na mídiaLorena Ribeiro ([email protected])

O aumento da criminalidade nos últimos anos trouxe para

o centro das discussões o papel da mídia na sociedade. Nunca antes se viu tantos atos violentos saindo

das nossas salas. São programas voltados para a violência urbana cotidiana, desenhos caracterizados pela brutalidade, novelas onde se mata a sangue frio e filmes que retratam o círculo da criminalidade. Uma das tendências contemporâneas parece ser a

tomada da barbárie como arte. É consenso entre alguns pesquisadores que esse tipo

de exposição aumenta a propensão dos telespectadores a desenvolverem algum tipo de agressividade na vida real.

As discussões, agora, rondam mensurações de impactos e o quanto de participação teria a mídia nesse quadro de violência.

IOLÊ

NCIA

V

Guerras civis em Angola e Moçambique, conflitos no Oriente Médio e resistência ao apartheid na África do Sul Estes são apenas alguns exemplos de questões que costumavam ser abordadas pela revista “Cadernos do Terceiro Mundo”, que nasceu, em 1974 na Argentina. Movida por um espírito de resistência e luta ideológica, a publicação de cunho político e social foi fundada por Beatriz Bissio, jornalista uruguaia radicada no Brasil desde a década de 80, juntamente com o jornalista brasileiro Neiva Moreira e mais dois jornalistas argentinos.

A revista possuía uma linha editorial bem definida e seu intuito era fazer com que os conflitos do chamado terceiro mundo, que não tinham espaço na mídia convencional, (ou até tinham, mas muitas vezes de forma distorcida) fossem levados ao conhecimento do público com uma visão jornalística mais humanitária e socialmente responsável, sendo que uma das suas características era a visita “in loco” dos seus repórteres, para que estes tivessem a sensibilidade de escrever as dificuldades enfrentadas por aqueles povos.

Por meio dessa política de ir ao encontro do conflito, ao invés de apenas esperar boletins de agências de notícias, Beatriz Bissio teve a oportunidade de entrevistar líderes como Yasser Arafat e Sadam Hussein, além de presenciar

MUNDIAIS, ÉTICA E RESPONSABILIDADE NO

JORNALISMOJobert de Jesus Costa da Silva ([email protected])

Natália Raposo ([email protected])

(e fotografar) diversos bombardeios, como, por exemplo, durante um conflito no Líbano, quando as rádios da BBC justificavam os bombardeios a um estádio que, supostamente, abrigava munições palestinas. No entanto, Bissio, que testemunhou o local ser bombardeado, sabia que ali estavam mantimentos enviados pela Cruz Vermelha aos refugiados, o que fez toda a diferença para uma cobertura fidedigna do conflito pelos Cadernos do Terceiro Mundo.

Para ajudar no trabalho de documentação, Beatriz tinha sempre em mãos duas câmeras fotográficas, uma com chapas em cor e outra P&B. Com anos de experiência e um vasto acervo de fotos, ela conseguiu reunir em imagens importantes histórias da política mundial.

O que começou como desejo de um grupo de jovens jornalistas lutando exaustivamente contra os regimes ditatoriais, continua sendo a paixão de Beatriz Bissio. Mesmo longe das grandes viagens internacionais, ela continua sempre engajada nas questões sociais e acredita que, em eventos como o Fórum Social Mundial, podem ser encontradas boas oportunidades de tratar de temáticas sólidas de cunho social e político. No Laboratório Internacional de Mídias Livres, ela está à frente da oficina “Conflitos do terceiro mundo, ética e responsabilidade no jornalismo”.

no Laboratório Internacional de Mídias Livres,

a oficina terá um espaço dedicado para aprofundar a discussão do tema. A

oficina de “Violência e tortura na mídia” será ministrada pela Sociedade Maranhense de

Direitos Humanos, baseado em dados e pesquisas sobre este tema.

Page 6: Jornal Ao pé da letra

A oficina Intervenção Urbana surge a partir de um contexto de duas iniciativas. Uma delas é o Núcleo de Pesquisa e Produção de Imagem

Olho de Peixe (NUPPI), que visa agregar estudantes, professores e profissionais com interesse na área da imagem, objetivando a pesquisa aplicada em imagem, mais especificamente nas áreas da fotografia, audiovisual (documentário) e artes plásticas. A outra é o Laboratório Internacional das Mídias Livres, que reunirá midialivristas para discutir as mídias livres no contexto da Democratização da Comunicação.

A oficina terá turma com 15 participantes, sendo ministrada por Jane Maciel, Ramúsyo Brasil, Almir Valente e Carolina Libério. A proposta surgiu a partir da necessidade de se travar um diálogo com a comunidade transformando-a em uma atividade de extensão do NUPPI.

O Núcleo de Extensão da Vila Embratel (NEVE), ligado à Universidade Federal do Maranhão, foi escolhido para realização da oficina irá utilizar como recurso técnico as câmeras fotográfica do Departamento de Comunicação Social da UFMA.

Como terá duração de dois dias, a oficina de Intervenção Urbana vai ser dividida da seguinte forma: no primeiro dia será feita a oficina teórica de fotografia retratando a realidade social, visando ao debate com os participantes (jovens da Vila Embratel), seguida pela oficina prática de fotografia, onde será mostrada a realidade do bairro da Vila Embratel; no dia seguinte, haverá a oficina teórica sobre intervenção urbana, na qual será debatida a questão da sustentabilidade ambiental.

A intervenção urbana será realizada no Núcleo de Extensão da Vila Embratel (NEVE), que oferece diversos cursos e oficinas para a comunidade com a participação de pessoas de todas as idades.

AO PÉDALETRA

06

O Núcleo de Pesquisa e Produção de Imagem (NUPPI), também denominado Olho de Peixe, é formado por um grupo de professores e alunos do Departamento de Comunicação Social da UFMA interessados em pesquisar e produzir a imagem fotográfica, audiovisual e plástica. O Núcleo também busca desenvolver produtos que atendam demandas de formação profissional e acadêmica além da produção de conhecimentos.

De caráter interdisciplinar, o NUPPI tem como objetivo possibilitar a interatividade entre professores e alunos da UFMA e outras instituições universitárias, tais como profissionais e pesquisadores da área de imagem, contemplando três linhas de pesquisa: Estudos da produção e recepção fotográfica; Documentário e mediações sociais e Estudos da estética da imagem e produções de poéticas contemporâneas.

Em suas ações o núcleo pretende desenvolver projetos de pesquisa e estimular a produção teórica; incentivar a pesquisa aplicada e a produção técnica; para a reflexão do projeto da TV universitária, e, posteriormente, organizar acervo bibliográfico e audiovisual sobre o tema; buscar parceria e apoio técnico e teórico de profissionais da área de imagem; promover eventos para debater a fotografia, o audiovisual e a imagem de forma geral.

Oficina Intervenção UrbanaNathália Isabella ([email protected])

núcleo de Pesquisa e Produção de Imagem - nUPPI

Foto: Jane Maciel

Núcleo de Extensão da UFMA na Vila Embratel (NEVE)

Page 7: Jornal Ao pé da letra

AO PÉDA

LETRA

07

Um dos momentos que prometem marcar a realização do 1º Laboratório Internacional de Mídias Livres em São Luís é a Intervenção Urbana. Em vários pontos da Praia Grande, diversos grupos urbanos terão a oportunidade de manifestar suas performances culturais. São homens, mulheres e crianças que encontraram na música, na dança e na literatura uma forma de “gritar” aos poderes públicos que estão vivos, são humanos e, portanto, merecem

dignidade e respeito.O Movimento de Hip-Hop organizado pelo “Maranhão Quilombo Urbano” é presença

garantida nessa primeira edição do Laboratório. O grupo surgiu em 1989, resultado da difusão internacional do estilo musical a partir dos anos 60, nos Estados Unidos.

No Maranhão, a chegada do ritmo se deu de uma maneira espontânea; o hip-hop maranhense encontrou na periferia da capital um habitat que permitiu a ele se expandir. O hip-hop carrega o estigma de ser a voz da favela e, geralmente, está relacionado à atuação de gangues que, assim como ele, está presente em todas as cidades médias e grandes. É desse estereótipo que o Hip-Hop pretende livrar-se.Há anos o “Quilombo Urbano” faz suas intervenções na sociedade. Na música ele realiza anualmente o Festival de Hip-Hop de São Luís, que traz à capital jovens de todo o estado ansiosos por ouvir e ver os rappers mais consagrados do país, personagens de suas infâncias, ídolos que os fizeram acreditar que

há solução para a desigualdade social. Na poesia e na internet, através do blog quilombourbano.blogspot.com.br, o grupo evidencia seu envolvimento com os movimentos sociais de todo o país. Neste ano será realizada a 4ª Marcha da Periferia, caminhada organizada pelo Quilombo e que reivindica igualdade racial e o fim da criminalização dos movimentos sociais.Para “Magrão”, militante do Quilombo Urbano desde 1998, a realização do Laboratório de Mídias Livres é a oportunidade de dar voz aos diversos atores da sociedade, excluídos pelo monopólio dos meios de comunicação, algo que há muito tempo deveria ter acontecido. Ele enfatiza que hoje são incalculáveis os

“midialivristas” que procuram criar suas próprias soluções para a cegueira que a imprensa criou em nosso país. “São incontáveis os festivais que o Quilombo promove nas periferias, festivais que não ensinam apenas a dançar, a rimar, a grafitar, mas que levam a milhares de jovens (negros ou brancos) à consciência política de que são filhos deste país”, finaliza.

Nosso modelo atual de comunicação exige mudanças significativas nas políticas governamentais para o setor, bem como a criação de mecanismos de controle público dos veículos de comunicação. A década de 90 pode ser caracterizada pelas lutas, sem sucesso, de superação do atraso tecnológico. Uma visão mais ampla mostra o grande esforço de setores organizados da sociedade brasileira pela democratização dos meios de comunicação de massa no Brasil.

Infelizmente, a dificuldade de democratização do acesso às telecomunicações (situação também observada em outros países da América Latina) contribue para a segregação: de um lado estão os que têm acesso às mídias, e de outro estão os “excluídos digitais”, o que exige dos poderes públicos o compromisso com políticas de universalização e redução dessas desigualdades.

No Brasil, existe ainda a renovação de concessões de radiodifusão sem critérios, ponderação ou transparência. Indo de encontro à legislação vigente, o que se vê atualmente é a mesma empresa de comunicação ser proprietária de jornais, canais de TV, emissoras de rádio,

UM QUILOMBO DE TODAS AS CORES

Rosélia Falcão ([email protected])

S GOVERNAMENTAIS PARA A COMUNICAÇÃOportais na internet. Essa concentração de poderes acaba por facilitar a criação e consolidação de grandes conglomerados de comunicação, fazendo com que as referências locais do leitor,

telespectador, ouvinte e/ou internauta se percam.Na história do país os veículos de comunicação

tiveram influência cultural no entretenimento e também na política. Muitas concessões foram oferecidas nos tempos da ditadura militar, e desse tempo para cá, o que se observa é que as maiores empresas da área são comandadas, ainda hoje, por poucas famílias, ligadas ao coronelismo espalhado pelo interior do país.

Observou-se, nos últimos tempos, a manutenção das políticas de concessão, a

repressão às rádios comunitárias e a falta de regulamentação dos meios privados. Surgiram

novidades como a criação do Fórum das TVs Públicas pelo Ministério da Cultura e Radiobrás,

a criação da TV Brasil e recentemente os sinais da TV digital, ainda que a entrada do sinal digital seja

lenta. Infelizmente, só em 2013 todos os municípios receberão o

sinal, mas o alto preço dos conversores, torna este tipo de TV inacessível à maioria da população.

Gregório Dantas ([email protected])

Page 8: Jornal Ao pé da letra

AO PÉDALETRA

08 JOVENS

DOCUMENTARISTAS

Com o objetivo de fomentar a produção e circulação do

audiovisual, a CUFA Maranhão (Central Única das Favelas), juntamente com a ONG Formação, está à frente da oficina “Jovens Documentaristas”, no Laboratório Internacional de Mídias Livres.

Segundo Alexandre Bruno Gouveia, assessor de comunicação da CUFA e coordenador do audiovisual, a oficina é voltada especialmente para jovens, previamente indicados por ambas as ONG´s responsáveis pela oficina, de modo que se alcance um objetivo importante: a profissionalização de jovens capacitados para reproduzir seus conhecimentos em audiovisual nas comunidades onde vivem. A realização de um plano, tanto da CUFA quanto da ONG Formação, é o de formar um grupo permanente de jovens documentaristas.

Como os alunos que vão participar da oficina já tiveram algum contato com o audiovisual, e levando-se em consideração a curta duração da oficina,

será adotada como prioridade a prática da produção de documentários, o que não exclui a participação de quem não possuir conhecimento prévio.

Durante o evento, a CUFA também realizará outras atividades. “Estaremos dando uma assessoria ao Carlão, um dos nossos ‘cufianos’, que ganhou o projeto do DOCTV-MA que estará sendo rodado até o final do 1º semestre deste ano”, diz Alexandre Gouveia.

O assessor disse ainda que a organização dá todo apoio ao movimento “midialivrista”, além de levar os princípios que norteiam o “Laboratório” às áreas de atuação da CUFA. “O que se espera de um movimento como esse que cumpra um papel de mudança positiva e que abra um campo amplo e constante de possibilidades para se pensar criticamente a comunicação e seus efeitos culturais nas atividades diárias”, finaliza.

“CENTRAL”

A CUFA denomina de “ações” as atividades que realiza junto às comunidades. Essas “ações” são, quase sempre, fruto de parcerias com escolas, bairros e instituições socialmente responsáveis.

Atualmente, a ONG desenvolve trabalhos de levar a cultura hip hop, a grafitagem e o audiovisual, além de atividades de lazer e cultura para uma média de 49 internos da Fundação da Criança e do Adolescente (Funac).

Para este ano, a organização já tem novos projetos. Será criada uma biblioteca na Escolinha Comunitária José Marques de Lima, na comunidade Recanto Fialho, beneficiando não só os 200 alunos, mas toda a comunidade que terá acesso ao acervo de livros, computadores e atividades desenvolvidas no percurso do projeto.

Natalia Raposo ([email protected])

Incubadora de ArteA ONG Formação vai promover durante o primeiro

Laboratório Internacional de Mídias Livres, a oficina “Incubadora de artes, mídias e tecnologias - democratizando projetos de comunicação e cultura”.

Os participantes vão acompanhar as experiências desenvolvidas na incubadora de artes, mídias e tecnologias, que é um programa desenvolvido pela “Formação”. Esse programa visa apoiar projetos que democratizem a comunicação, a produção cultural e o acesso a esses bens culturais em todo o estado do Maranhão.

Desde 2003, a ONG promove ações nas áreas das artes e da comunicação que ajudam a construir políticas para democratizar os bens culturais. Na área das artes desenvolve oficinas de teatro, dança e música. Já foram realizadas 12 feiras de arte e cultura nos municípios, 4 mostras de música da juventude, 2 festivais de teatro e dança, entre outros projetos. Na área das mídias e tecnologias foram implantados 13 telecentros em 11 cidades maranhenses, instalados cineclubes e já foram produzidos vídeos, documentários e animações.

ONG FORMAçãO

Em 1999 um grupo formado por professores e militantes na área da Educação Básica e popular teve a idéia de formar uma ONG que contribuísse para a adoção de políticas públicas

voltadas para o desenvolvimento local, a fim de ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas. Desse ideal surgiu a Formação, ONG sem fins lucrativos que, segundo Fabio Cabral, coordenador da organização, “visa atuar na sociedade brasileira, especialmente na maranhense, na luta pela definição e execução de políticas públicas de qualidade para a população. A missão desta ONG é promover justiça social com a participação efetiva de jovens e adultos na construção de novas perspectivas para as cidades maranhenses”.

A ONG Formação vem desenvolvendo desde sua fundação trabalhos que beneficiam crianças, adolescentes, jovens, principalmente com grupos de educadores, agricultores e dirigentes municipais. Dentre os principais trabalhos realizados destacam-se: a elaboração e execução dos projetos: “Jovens Caseiros”, “Construindo arte na zona rural de Vargem grande”, “Ensino Médio e Profissionalizante no Maranhão: Delineando Perfil e Ressignificando os Cursos com a Participação de Adolescentes”. A partir de 2002, a organização começou a produzir em parceria com a editora Central dos Livros material didático para educação de jovens e adultos. A ONG possui ainda projetos de inclusão digital e softwares livres, organiza cursos e oficinas para professores, faz assessoria para a implantação de sistemas municipais de educação, assessora projetos educativos de escolas, gestão escolar e trabalha com propostas curriculares para diversas secretárias de educação municipais.

Polyanna Bittencourt ([email protected])

Page 9: Jornal Ao pé da letra

A literatura de cordel tem origem na península Ibérica. Chegou ao Brasil no coração dos

nossos colonizadores, instalando-se na Bahia, mais precisamente em Salvador. A pergunta que não quer calar e intriga pesquisadores e admiradores desta arte é “Por que o nordeste?” Como sabemos, a primeira capital do país foi Salvador (permanecendo assim até 1763). A partir da capital, esta forma de cultura popular se expandiu para os outros estados do nordeste.

No Brasil, a literatura de cordel é produção típica dos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Bahia. Os cordéis costumavam ser vendidos em mercados e feiras pelos próprios autores. Hoje, são vendidos em feiras culturais, casas de cultura, livrarias e nas apresentações dos próprios cordelistas.

Os temas são muitos, desde fatos do cotidiano, episódios históricos, lendas e até temas religiosos. As façanhas do cangaceiro Lampião (Virgulino Ferreira da Silva, 1900 -1938) e o suicídio do presidente Getúlio Vargas (1883 -1954) são alguns dos assuntos de cordéis que tiveram maior tiragem no passado.

Esse tipo de literatura apresenta vários aspectos interessantes que merecem destaque: as gravuras, denominadas de xilogravuras representam um importante espólio do imaginário popular. Como funcionam de divulgadoras da arte do cotidiano das tradições populares e dos autores locais (lembre-se a vitalidade deste gênero ainda no nordeste do Brasil),

a literatura de cordel é de inestimável importância para a manutenção das identidades locais e das tradições literárias regionais, contribuindo para a manter vivo o folclore nacional. Os cordéis podem ser lidos em sessões públicas e, quase sempre, atigem boas tiragens, o que ajuda na disseminação de hábitos de leitura e na luta contra o analfabetismo.

A oficina sobre Cordel será ministrada pelo facilitador Moisés Nobre, repentista e ator de teatro de rua há 28 anos. Durante 13 anos foi parceiro de Gerô.

Leia abaixo um trecho de uma poesia escrita por Patativa de Assaré (05/03/1909 - 08/07/2002), um dos maiores representantes da literatura de cordel:

A triste partida

Setembro passou, com oitubro e novembro,Já tamo em dezembro,Meu Deus que é de nós?Assim fala o pobre seco do Nordeste,Com medo da peste,Da fome feroz.

A treze do mês ele fez a esperiença,Perdeu sua crençaNas pedras de sá.Mas noutra esperiença com gosto se agarraPensando na barraDo alegre Natá....

Sem chuva na terra descamba janêro,Depois feverêro,E o mermo verão.Entonce o rocêro, pensando consigo,Diz: é castigo!Não chove mais não!...

Gregório Dantas ([email protected])

Arte que vem dAs

ruAs

Uma das vertentes do movimento Hip Hop, o grafite é bastante

utilizado por diversas comunidades como expressão de sua cultura. Em nosso estado, o Movimento Hip Hop Organizado do Maranhão Favelafro tem sido um divulgador desta arte de rua

permitindo que muita pessoas conheçam um outro lado do grafite, que não o estigma de pichação ou depredação de patrimônios.

Com essa intenção, Aurélio Fernandes e Márcio Maciel ministrarão a oficina de grafite no Laboratório Internacional de Mídias Livres, a ser realizado na Praça Maria Aragão, com

duração de seis horas divididas entre manhã e tarde. Num primeiro momento a oficina terá um cunho mais teórico. “Como não sabemos o perfil do nosso público, faremos um

histórico do grafite no mundo, no Brasil e no Maranhão. Depois, um pequeno ‘teste’ para ver o conhecimento de cada um pelo menos com o desenho”, explicou o grafiteiro Aurélio

Fernandes. O grafiteiro disse ainda que, num segundo momento, os participantes terão

a oportunidade de mostrar um pouco de sua personalidade através do grafite seguindo três etapas: desenho, esboço e uso do spray. “A nossa

metodologia é deixar o grupo livre, assim cada um imprime no grafite o seu próprio estilo”, afirmou.

Anderson Roberto ([email protected]) / Natália Raposo ([email protected])

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10 CONTRAPROPAGANDAYuri Gonçalves ([email protected])

Um dos temas mais esperados do evento é a oficina de contra-propaganda, que será ministrada por Rafo Castro. Para quem não sabe, ela se caracteriza pelo emprego de técnicas que visam a amenizar o impacto das mensagens nas propagandas, ou seja, anula o efeito persuasivo. Ela também age de forma indireta, tentando desmoralizar as idéias.

A contra-propaganda tem uma missão importante: deixar dúvidas ou fazer com que o observador de determinada propaganda comece a refletir sobre a mensagem mostrada no produto. Ela também atua provocando o medo de que determinado comportamento possa causar graves prejuízos e malefícios às pessoas.

As propagandas de natureza política ou econômica se apresentam com um caráter maior de seriedade para despertar a atenção dos leitores sobre a importância do assunto. E por este motivo, a contra-propaganda mostra através do humor, da sátira ou da piada que “esnoba” as idéias sérias, importantes, da propaganda para gerar desinteresse ou desvalorizar o caráter importante.

Os veículos de comunicação, constantemente, difundem charges, sátiras que desmoralizam políticos e dirigentes tornando-os até certo ponto hilariantes. O objetivo é quebrar a imagem de respeito que estes possuem perante a sociedade.

A contra-propaganda deve ser analisada em dois aspectos. O primeiro é negativo, pois se esta for usada de forma demasiada, rompendo com o respeito, não pode ser considerada uma forma diferente de mídia. Já o segundo aspecto é positivo, pois representa mais uma forma de refletir e de criticar de uma maneira diferente. É um humor saudável e um protesto inteligente contra tal assunto, que faz as pessoas pensarem sobre o outro lado da propaganda, o que há por trás, ou seja, analisar com o senso crítico.

Considerada mais uma forma de mídia alternativa, a contra-propaganda gera sempre grande interesse no público. Daí a importância desta oficina para que o espectador conheça mais sobre esse assunto.

AMOR AO PRIMEIRO BLOG

Atire a primeira pedra quem nunca escreveu despretensiosamente sobre os fatos cotidianos, curiosidades ou poesias? Todos somos seres comunicadores e

sociais, e nada como o espaço da internet para a propagação de idéias e opiniões, especialmente pelos blogues e páginas do orkut.

Há quem use o seu “espaço blogal” para contar seu dia-a-dia, outros preferem os bastidores da política ou as novidades da tecnologia. É por toda essa diversidade e pela necessidade de um espaço para troca de experiências que acontecerá a oficina “Técnicas de jornalismo blogueiro: do ‘meu’ blogue a ‘nossa’ rede ”. A idéia é simples e ousada: reunir os midialivristas dispostos a manter uma rede de solidariedade entre si e lançar uma rede de blogueiros por uma mídia livre no Maranhão.

“O blog é uma coisa anárquica, que é feita do jeito que a pessoa quiser, transmitindo a opinião dela, é um retorno à filosofia pregada no início da Web de que o espaço virtual é um espaço livre e democrático”, afirma Leonardo Paiva, jornalista e blogueiro. A oficina vai ter 2 horas de duração e tem como objetivo atrair estudantes de comunicação e blogueiros inscritos no evento. “A programação inclui o compartilhamento das experiências dos próprios blogueiros que vão poder contar o histórico da sua página, o público e as ferramentas que utiliza”, afirma o facilitador da oficina, Franklin Douglas.

Amanda Dutra Ramos ([email protected])

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11 Pontos de CULTURA

de MÍDIAS LIVRES&

Pontos de Cultura são iniciativas organizadas pelas comunidades e estimuladas pelos governos no sentido de formular propostas voltadas, sobretudo, para a produção, formação cultural e geração de renda por meio da cultura. Os Pontos de Cultura não seguem um modelo único de instalações físicas, de programação ou atividades. Partem sempre de iniciativas que impulsionam a realização de ações envolvendo Arte, Educação, Cidadania, Cultura e Economia Solidária.

Para que determinado local se transforme em um Ponto de Cultura do bairro, da comunidade ou da cidade, é preciso que haja organização da sociedade civil no desenvolvimento de atividades culturais transversais, além de uma gestão compartilhada entre entidades, poder público e comunidade. Depois, é necessário ainda realizar inscrições a partir de edital público.

Hoje, em todo o País, já são 650 Pontos de Cultura conveniados com o Governo Federal. O Maranhão já possui 18 pontos de cultura, sendo 6 na capital e 12 em municípios do estado, entre eles: Igarapé do Meio, Mirinzal, Poção de Pedras, Rosário, Porto Franco, Carolina e Imperatriz. Só este ano serão destinados 60 novas vagas para Pontos de Cultura no Estado.

Há dois anos, o Governo do Estado organizou o primeiro encontro de Pontos de Cultura do Maranhão. O encontro contou com a participação de vários representantes de movimentos ligados à cultura do estado. Mas, ainda não é muito divulgado entre o grande público, pois muita gente ainda desconhece o que são os Pontos de Cultura e como eles são organizados.

Uma oportunidade para difundir esse tipo de trabalho acaba sendo o Laboratório Internacional de Mídias Livres, realizado em São Luís que representa uma forma de levar cultura e informação para fora dos muros das universidades criando inúmeros centros culturais.

Oportunidade de levar cultura e informação para fora dos muros das universidades e

esquinas de centros culturais.

“A democracia brasileira precisa de maior diversidade informativa e de amplo direito à comunicação. Para que isso se torne realidade, é necessário modificar a lógica que impera no setor e que privilegia os interesses dos grandes grupos econômicos”. Esse é um trecho do manifesto de Mídia Livre elaborado em São Paulo, em março de 2008, que direciona o foco das discussões para a realização do I Fórum de Mídias Livres, que aconteceu no Rio de Janeiro entre os dias 14 e 15 de junho de 2008.

Esse Fórum teve como objetivo debater o papel desempenhado pelos meios de comunicação, as formas alternativas de financiamento da mídia, a importância de se conservar a descentralização das mídias livres, assim como serviu de palco para o lançamento dos Pontos de Mídia Livre.

Estes e outros tópicos estão representando o começo de uma grande caminhada na luta pela democratização da comunicação.

Segundo o editor da Revista Fórum, Renato Rovai, os Pontos de Mídia Livre vão ser como os Pontos de Cultura, funcionando de forma independente, mas serão conectados aos veículos de comunicação, como: blogs, revistas, jornais, rádios comunitárias, entre outros, desde que sejam midialivristas.

Renato Rovai destaca também que não existem grandes obstáculos para a execução dessa iniciativa, inclusive, é possível que os Pontos de Mídia Livre sejam lançados ainda no primeiro trimestre deste ano. Entretanto, quando se trata de democratização da informação, os grandes conglomerados midiáticos são sempre os adversários.

A criação dos Pontos de Mídia Livre é uma oportunidade de enriquecer a comunicação, criando linguagens, formatos e emissores diferenciados, para formar uma comunicação diferenciada.

Hugo Viégas ([email protected])

Danielle Morais ([email protected])

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22 DE JAnEIro - QUInTA-FEIrA

CredenciamentoHorário: 7hLocal: Odylo Costa Filho-Praia Grande

Mística de chegada Horário: 9hIntervenção do espaço urbano:• Boneco de fotografias (Nuppi)• Teatro do oprimido (pontos de cultura)• Grafite

Conferência de abertura – Comunicação, globalização e utopia Conferencista: Azril Bacal (Integrante do GT de Comunicação do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial; Colaborador das revistas Liberácion e raíces; Doutor em Sociologia da Comunicação-Faculdade de Santa Bárbara Califórnia-EUA)Horário: 20hLocal: Teatro João do Vale

Mesa Redonda 1 – Comunicação, democracia e colaboração na rede - Antônio Martins - Le Monde Diplomatique Brasil- Ísis de Palma - Aliança de Jornalistas-Magno Cruz - rádio Conquista FM- Beatriz Bissio - Cadernos do Terceiro Mundo- Célio Turino - MINC

PROGRAMAÇÃODATA: 23 DE JANEIRO - SExTA-FEIRA

Local: Teatro João do ValeHorário: 14h

Mesa Redonda 2 – Laboratórios de mídias livres- Dante Quintermo - TV rocinha- Ivana Bentes - Fórum de Mídias Livres- Laura Tresca - Casa Brasil- Francisco Gonçalves - UFMA- Mário Osava - Agência Interpress

DATA: 24 DE JANEIRO - SáBADO

Local: Teatro João do ValeHorário: 10h

Oficina de idéiasOficinas autogestionadasMutirãoEncontros

ATIVIDADES CULTURAIS

DIA 22/01/09Local: Praça Nauro Machado20h - Show de abertura- Banda Pedra Polida - Lena Machado e Choro Pungado - Banda Kazamata -Wado e Banda

DIA 23/01/09 Local: Praça Nauro Machado19h - Palco Livre, com apresentação de bandas alternativas20h - Festa “Mixando com o Mundo“, com o DJ Pedro Sobrinho tocando ritmos variados nacionais e internacionais.22h - Show - Banda de Erivaldo e Didã - César Teixeira - Banda Fino Coletivo

ATIVIDADES PArALELAS

Banca popular – relançamento e venda de publicações dos movimentos sociais (Casa do Maranhão)rádio livre - funcionará todos os dias do encontro.Curtas na Praça – Escadaria da Nauro Machado (Cine Estrada, Caravana de Cineclubes)

MESAS PArALELASSexta (dia 23)Horário: 16hLocal: Teatro João do Vale

AudiovisualLuciana Simão - produtora e empresáriaJoãozinho Ribeiro – Secretário de Estado da CulturaPaola Botelho - produtora independenteAntonio Carlos Pinheiro - produtor independente

Mídia e PolíticasOriana White - Ipaz (Agência de Comunicação pela Paz)Venceslau Alves de Sousa - sociólogo - PUC/SPVera Salles - Aliança Internacional de Jornalistas