mini exame de estado mental - simulação
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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Glaucia Lima de Magalhães Theophilo
Jussara de Oliveira Betta
RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA
- MINI EXAME DO ESTADO MENTAL -
NOVA IGUAÇU - RJ
2012
Glaucia Lima de Magalhães Theophilo
Jussara de Oliveira Betta
RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA
- MINI EXAME DO ESTADO MENTAL -
Relatório de Observação Sistemática
da disciplina de Métodos de
Observação em Psicologia pela Prof.
Sandra Hott para obtenção de nota
parcial de AV2.
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
NOVA IGUAÇU - RJ
2012
INTRODUÇÃO
O presente relatório pretende, através da observação sistemática realizada
em entrevista psicológica e aplicação de um teste de rastreamento e avaliação
rápida da função cognitiva - Mini Exame do Estado Mental, descrever o estado em
que se encontra um determinado paciente.
Um dos principais objetivos da entrevista é o estabelecimento do
diagnóstico (ou de hipóteses diagnósticas) do paciente, passo essencial para o
planejamento da terapia. Para tal fim são realizados a anamnese (histórico dos
antecedentes da doença do paciente) e o exame do estado mental, aos quais
posteriormente são acrescidos os resultados do exame físico e neurológico, dos
exames complementares, exames de imagens, da avaliação psicológica mediante
testagens, aplicação de escalas ou instrumentos diagnósticos estruturados e
outros que se fizerem necessários.
OBJETIVOS
A entrevista tem como principal objetivo a avaliação psicológica do
paciente mediante:
- a realização da anamnese (histórico dos antecedentes da doença
do paciente);
- a realização do exame do estado mental;
- o estabelecimento do diagnóstico ou de hipóteses diagnósticas;
- indicação ou não de tratamento.
DESENVOLVIMENTO
Local: Laboratório de Métodos de Observação da
Universidade Estácio de Sá - Campus Nova Iguaçu
Observador/ Psicólogo: Jussara de Oliveira Betta
Observado/ Paciente: Glaucia Lima de Magalhaes Thephilo
Metodologia:
Observação Sistemática
A observação sistemática que têm como objetivo a descrição precisa dos
fenômenos ou o teste de hipóteses, podendo ocorrer tanto em situações de
campo ou de laboratório. Antes da coleta de dados, é elaborado um plano
específico para a organização e registro das informações. Isto implica em
estabelecer, antecipadamente, as categorias necessárias à análise da situação.
Para que as categorias sejam estabelecidas adequadamente, é conveniente que
se realize um estudo exploratório, ou mesmo estudos dirigidos à construção dos
instrumentos para registro dos dados. A forma de registro estará diretamente
relacionada com o papel do psicólogo em relação observado, sendo possível a
utilização de vários meios de registro. Na elaboração do relatório, quanto mais
próximo do momento da observação maior será sua acuidade, sendo também
importante deixar bem visível as diferentes informações: as falas, as citações e as
observações pessoais. Toda observação deve conter uma parte descritiva e uma
parte reflexiva.
Entrevista
Apesar de terem ocorrido muitas mudanças nos sistemas classificatórios e
avanços nos métodos diagnósticos, a entrevista continua sendo o principal
recurso de que se dispõe para a obtenção de dados e avaliação do paciente na
área de psicologia. É através dela que o psicólogo observa o funcionamento
mental do indivíduo e obtém os dados que lhe permitem concluir se este é ou não
portador de algum transtorno, além de avaliar o grau de comprometimento que
este acarreta, bem como os aspectos sadios da sua personalidade. A entrevista é
um instrumento essencial para a realização dos tratamentos psicológicos,
particularmente as psicoterapias. Por meio da entrevista se estabelece uma
relação profissional com o paciente, criando o necessário clima para que possa
haver um sentimento de confiança, expectativas positivas de ajuda, e se
estabeleça um vínculo afetivo que dissipem os medos, e se criem as condições
para que o tratamento tenha sucesso.
Mini-Exame do Estado Mental (MEEM)
É o teste mais utilizado para avaliar a função cognitiva por ser rápido (em
torno de 10 minutos), de fácil aplicação, não requerendo material específico. Deve
ser utilizado como instrumento de rastreamento não substituindo uma avaliação
mais detalhada, pois, apesar de avaliar vários domínios (orientação espacial,
temporal, memória imediata e de evocação, cálculo, linguagem-nomeação,
repetição, compreensão, escrita e cópia de desenho), não serve como teste
diagnóstico, mas sim pra indicar funções que precisam ser investigadas. É um
dos poucos testes validados e adaptados para a população brasileira. O Mini-
Mental, como é conhecido, é uma escala de rastreamento cognitivo, chamado
screening (o mais popular entre médicos geriatras e neurologistas) com boa
correlação com a evolução do processo demencial, desde que levado em conta o
nível educacional do indivíduo para o ajuste dos pontos de corte.
Instruções: Deixe o paciente confortável e estabeleça um bom
relacionamento com ele. Faça as perguntas na ordem listada. Pergunte pela data.
Se alguma parte for omitida, faça a pergunta específica (p. ex., “Qual é o dia da
semana?, Qual o mês, estação do ano?” etc.). Em seguida, pergunte: “Qual o
nome deste hospital (clínica)?”
Pontuação: Marque um ponto para cada resposta correta. O máximo é de
30 pontos. Adota-se no Brasil (de acordo com Bertolucci e cols., 1994) a seguinte
pontuação de corte: • Analfabetos: 13 pontos; • Escolaridade de 1 a 8 anos
incompletos: 18 pontos; • 8 anos ou mais: 26 pontos. A pontuação máxima é de
30. Há muitas controvérsias em relação à pontuação de corte, principalmente em
população do interior do Brasil.
(VIDE ANEXO)
RELATÓRIO DESCRITIVO
Descrição dos sujeitos:
- Equipe de Enfermagem: Sandra Gesteira e Taiana Lima
- Psicólogo Responsável: Jussara de Oliveira Betta
- Paciente: Glaucia Lima de Magalhaes Theophilo
Descrição da Situação:
O paciente entrou em surto enquanto estava em seu ambiente de trabalho
(funcionário da Petrobrás), demonstrando comportamento agressivo e violento
com as demais pessoas presentes e provocando destruição do patrimônio da
instituição. Foi chamada a equipe de socorristas de emergência que, após alguma
relutância do mesmo, conseguiu encaminhá-lo ao centro de atendimento para
avaliação inicial. O paciente já chegou mais tranquilo e aceitou conversar com o
psicólogo de plantão.
Descrição do local:
O primeiro atendimento se deu na sala de observação da universidade,
composto de mesa retangular com 03 cadeiras e espelho de uma via. Estavam
presentes: o paciente, o psicólogo responsável e 02 auxiliares do corpo de
enfermagem.
Principais categorias avaliadas:
Aparência - A paciente regula em torno de 40 anos, alta, corpulenta, bem
vestida (estilo clássico) e asseada. Demonstrou como atitude dominante a calma
e recepção, aceitando responder as perguntas tranquilamente, apesar de
acompanhada de ironia e cinismo.
Comportamento - A paciente se locomove devagar, sem agitação
psicomotora ou qualquer demonstração de movimentos anormais (ausência de
tiques e tremores). Senta-se ereta mantendo certo distanciamento das demais
pessoas.
Discurso - Fala baixa e calma em todas as respostas que dizem respeito a
realidade, no entanto, demonstra um discurso, empolgado e excitado quando
relata suas viagens interplanetárias.
Humor e Afeto - Quando responde as perguntas sobre sua vida real ou
relata qualquer fato presentes na realidade, demonstra uma restrição de seus
afetos, podendo ser descrito como aplainado ou embotado, o que se contradiz a
descrição detalhada e entusiasmada de sua vida em outro planeta, demonstrando
uma expansão do seu afeto. Apesar do dualismo, não apresenta incongruência
emocional entre a demonstração do sentimento e a emoção interna.
Percepção - Vive num processo alucinatório dividido, onde se encontra
plenamente consciente da realidade, no entanto, prefere ficar em seu mundo
imaginário interplanetário. Este mundo ilusório é totalmente eficiente e coerente,
enquanto a realidade é dita como ilógica e opressora. Relata com precisão suas
viagens para este outro planeta, dando detalhes sobre a nave, local e seres
presentes em suas alucinações, descrevendo minuciosamente até mesmo os
diálogos que ocorreram. Apresenta certeza absoluta e inquestionável sobre esta
sua ilusão e demonstra agitação e fúria quando confrontado com a possibilidade
de irrealidade. Fato que ocorreu em seu ambiente de trabalho e deu origem ao
surto agressivo. Sente-se feliz e demonstra prazer ente mundo alucinatório.
Pensamento (Processo e forma)- O pensamento está focado em suas
ilusões e alucinações, mas apresenta coerência, inteligência, raciocínio rápido e
lógico. Não demonstrou fuga de ideias, bloqueio ou desconexão.
Orientação - O paciente é consciente de onde se encontra (apresenta
orientação espacial exata), em que momento está (demonstra orientação
temporal precisa) e também qual sua situação (orientação autopsíquica).
Reconstrução de diálogos:
Paciente:
Quando perguntado sobre o local e data em que se encontrava:
“Você quer o local, dia e hora daqui ou do meu outro planeta?”
Quando questionado sobre o valor das somas matemáticas:
“Eu sou muito boa em matemática porque tenho que fazer os cálculos
exatos a fim de realizar minhas viagens interplanetárias com precisão (...) Porque
você fica me perguntando sobre a mesma soma de diferentes formas, não sabe
fazer conta sozinha?”
“Eu sei tudo deste planeta, pois leio muito jornal para ficar atualizada,
porém eu gosto mesmo é do outro planeta para onde viajo. Lá tudo é limpo,
coerente e preciso. Aqui tudo é descontrolado e desconexo.”
REFLEXÃO
A paciente é extremamente inteligente e articulada e apresenta um quadro
alucinatório, podendo alcançar a violência e agressão se confrontada diretamente.
É necessária investigação profunda para determinar a causa desta dissociação da
realidade. Apesar de apresentar um resultado alto no MEEM (escore de 30
pontos), é preciso terapia e tratamento psicológico a fim de se estabelecer um
diagnóstico fechado. Após ingestão, via oral, de medicamento anti-ansiolítico, a
paciente acalmou-se totalmente e aceitou prosseguir com o tratamento.
Recomenda-se acompanhamento intensivo.