monografia economia 2012

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FACULDADES INTEGRADAS SANTA CRUZ DE CURITIBA CUSTOS DE PRODUÇÃO: ANÁLISE DOS CUSTOS SOBRE A FALTA DE MANUTENÇÃO DOS EQUIPAMENTOS PARA A PRODUÇÃO DE PAINÉIS DE VEÍCULOS Curitiba 2012

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Page 1: Monografia Economia 2012

FACULDADES INTEGRADAS SANTA CRUZ DE CURITIBA

CUSTOS DE PRODUÇÃO: ANÁLISE DOS CUSTOS SOBRE A FALTA DE

MANUTENÇÃO DOS EQUIPAMENTOS PARA A PRODUÇÃO DE PAINÉIS

DE VEÍCULOS

Curitiba

2012

Page 2: Monografia Economia 2012

EDSON VANDER DO NASCIMENTO

CUSTO DE PRODUÇÃO: ANÁLISE DOS CUSTOS SOBRE A FALTA DE

MANUTENÇÃO DOS EQUIPAMENTOS PARA A PRODUÇÃO DE PAINÉIS DE

VEÍCULOS

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Econômica com ênfase em Custos de Produção das Faculdades Integradas Santa Cruz de Curitiba

Orientador: Prof. Me Artur Coelho

Curitiba

2012

Page 3: Monografia Economia 2012

FACULDADES INTEGRADAS SANTA CRUZ DE CURITIBA - FARESC

CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

Termo de Aprovação

EDSON VANDER DO NASCIMENTO

CUSTO DE PRODUÇÃO: ANÁLISE DOS CUSTOS SOBRE A FALTA DE

MANUTENÇÃO DOS EQUIPAMENTOS PARA A PRODUÇÃO DE PAINÉIS DE

VEÍCULOS

Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de

Bacharel em Ciências Econômicas no Curso de Ciências Econômicas das

Faculdades Integradas Santa Cruz, pela comissão examinadora formada pelos

professores:

Orientador: ..................................................................................................

Prof. Me. Artur Coelho

Curso de Ciências Econômicas,

.................................................................................................

Prof. Me. José da Silveira Filho

Curso de Ciências Econômicas,

................................................................................................

Prof. Dr. José Guilherme Vieira

Curso de Ciências Econômicas,

Curitiba, 19 de junho de 2012.

Page 4: Monografia Economia 2012

AGRADECIMENTOS

A Deus, que sempre esteve ao nosso lado iluminando nossos caminhos,

proporcionando assim, alcançar nossos objetivos, com muita saúde, perseverança,

persistência e muita felicidade.

Aos meus pais, que foram os pilares da nossa vida estudantil, pessoal e

profissional, sendo exemplos de dignidade e honestidade, dos quais sempre foram

os alicerces da nossa formação.

A minha mulher e minha filha, que são os motivos dos meus esforços e meus

maiores incentivadores.

A todos os professores, que ao longo destes anos, sempre procuraram

transpor e transferir seus conhecimentos da forma mais simplificada e dinâmica,

colaborando assim fundamentalmente para a nossa formação.

Por último, um muito obrigado a todos os amigos e colegas que me

acompanharam ao longo da realização deste trabalho, pelas suas palavras de apoio

e motivação, que de uma ou outra forma permitiram que concluísse este trabalho.

Page 5: Monografia Economia 2012

“Queira... Basta ser sincero e desejar profundo, você será

capaz de sacudir o mundo... Tente outra vez...

Tente... E não diga que a vitória está perdida, se é de

batalhas que se vive a vida... Tente outra vez...”

Raul Seixas

Page 6: Monografia Economia 2012

RESUMO

Este trabalho relata os impactos causados pelos custos gerados pela falta de manutenção na produção de painéis de veículos. O método utilizado foi o estudo de dois casos. A questão principal a discutir é a maneira como os custos são analisados. Somente quando os custos de um programa de manutenção são comparados com os custos gerais originados pela falta de manutenção é que se consegue convencer os gerentes das empresas a implantá-los. Cabe mostrar que o dinheiro aplicado em programas de manutenção é um investimento, que proporciona redução não somente nos custos de reparo de máquinas, mas também nos de parada de máquinas. Iniciaremos com a revisão bibliográfica dos conceitos e estruturas de custos de manutenção de equipamentos e em seguida apresentaremos os dois estudos de caso seguido das suas conclusões.

Palavra chave: custos de manutenção, custos de produção, Faurecia.

Page 7: Monografia Economia 2012

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

GRAFICO 01 – CURVA DE CUSTO DA EMPRESA.........................................12

GRAFICO 02 – CICLO DE VIDA DE UM COMPONENTE................................20

GRAFICO 03 - CUSTO DE MANUTENÇÃO PARA CADA FASE DE VIDA.....21

GRAFICO 04 - LUCRO OPERACIONAL..........................................................29

GRAFICO 05 - LUCRO LÍQUIDO.....................................................................30

GRAFICO 06 – PESQUISA E DESENVOLVIMENTO.......................................31

GRAFICO 07 – DIVIDA LIQUIDA INANCEIRA..................................................32

GRAFICO 08 – EMPREGADOS........................................................................33

GRAFICO 09 – DESEMPENHO DA H3150 EM 2007.......................................34

GRAFICO 10 – DESEMPENHO DA H3150 EM 2008.......................................35

GRAFICO 11 – DESEMPENHO DA H3150 EM 2009.......................................35

GRAFICO 12 – DESEMPENHO DA H3150 EM 2010.......................................37

GRAFICO 13 – DESEMPENHO DA H3150 EM 2011.......................................37

GRAFICO 14 – DESEMPENHO DA CABINE DE PINTURA EM 2010.............43

GRAFICO 15 – DESEMPENHO DA CABINE DE PINTURA EM 2011.............43

TABELA 01 – RESULTADOS DE 2011..........................................................28

TABELA 02 – TAXAS HORÁRIAS DAS INJETORAS DE PLÁSTICOS.........38

Page 8: Monografia Economia 2012

LISTAS DE SIGLAS

ABNT – Associação brasileira de normas técnicas

CEFET – Centro Federal de Educação Tecnológica

CF – Custo Fixo

CFMe – Custo Fixo Médio

CMe – Custo Médio

CMeLP – Custo Médio de Longo Prazo

CMg – Custo marginal

CMp – Custo de Máquina Parada

Cpa – Custo de Parada Anual

Cpm – Custo de Parada Mensal

CT – custo total

CTa – Custo Total de Avaria

CTMe – Custo Total Médio

F – Frequencia

HE – Hora Extra

HM – Hora Máquina

HP – Hora de Máquina Parada

MCC – Manutenção Centrada na Confiabilidade

PC – Preço de Custo

PMgl - Produto Marginal do Trabalho

RCM – Reability Centered Maintenance

TP – Total Produzido

TR – Tempo de Reparo

TPM – Total Produtive Maintenance

W – Custo Unitário por Trabalho Extra

Page 9: Monografia Economia 2012

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..............................................................................................10

2 CUSTOS DE MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS E HISTÓRICO

DA MANUTENÇÃO......................................................................................12

2.1 CUSTO DE PRODUÇÃO..............................................................................12

2.1.1 Custo Fixo e Custo Variável..........................................................................13

2.1.2 Custos Econômicos versus Custos Contábeis..............................................13

2.1.3 Custo de Oportunidade..................................................................................14

2.1.4 Custos Irreversíveis.......................................................................................14

2.1.5 Custo Marginal...............................................................................................14

2.1.6 Custo Médio...................................................................................................15

2.1.7 Custos no Curto Prazo..................................................................................15

2.1.8 Custos do Longo Prazo.................................................................................17

2.2 HISTÓRICO DA MANUTENÇÃO..................................................................17

2.2.1 Conceitos de Manutenção.............................................................................19

2.2.2 Recursos Necessários para Manutenção......................................................21

2.2.3 Tipos de Manutenção....................................................................................21

2.2.3.1 Manutenção corretiva....................................................................................22

2.2.3.2 Manutenção preventiva.................................................................................23

2.2.3.3 Manutenção preditiva....................................................................................24

2.2.3.4 Manutenção Centrada na Confiabilidade......................................................25

3 GRUPO FAURECIA NA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA..................................26

3.1 SISTEMAS DE INTERIORES (FAURECIA INTERIOR SISTEMS)...............27

Page 10: Monografia Economia 2012

3.2 BANCOS AUTOMOTIVOS (FAURECIA AUTOMOTIVE SEATING).............27

3.3 TECNOLOGIA DE CONTROLE DE EMISSÃO (FAURECIA EMISSIONS

CONTROL TCHNOLOGIES).........................................................................28

3.4 RESULTADOS FINANCEIRO DE 2011........................................................28

3.4.1 Números chave.............................................................................................28

3.4.2 O Lucro Operacional......................................................................................29

3.4.3 O Lucro Líquido.............................................................................................30

3.4.4 Pesquisa e Desenvolvimento........................................................................31

3.4.5 Dívida Líquida Financeira..............................................................................32

3.4.6 Empregados..................................................................................................33

4 ESTUDO DE CASO 01.................................................................................33

5 CONCLUSÃO 01...........................................................................................40

6 ESTUDO DE CASO 02.................................................................................41

7 CONCLUSÃO 02...........................................................................................44

8 CONCLUSÃO................................................................................................45

9 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................46

ANEXOS – RESULTADO EXERCICIO 2011

Page 11: Monografia Economia 2012

10

1.1.1 INTRODUÇÃO

Este trabalho delimita-se em estudar os impactos causados pelos custos

de manutenção e da falta de manutenção nos custos total de produção de painéis de

veículos que são essenciais para garantir o sucesso e a qualidade do processo de

produção quando abrange ações preventivas, preditivas e também corretivas.

A metodologia utilizada para este trabalho foi através do estudo de dois

casos distintos, na empresa de autopeças Faurecia Automotive do Brasil Ltda.,

sendo que o primeiro estudo trata-se de um equipamento injetora de plásticos de

3150 toneladas de força de fechamento que vem sendo deteriorado com o passar do

tempo. Este equipamento apresenta sinais de desgaste natural, o que ocorre com

qualquer equipamento e também desgaste pela intensidade de produção e a falta de

manutenção que é o foco deste estudo. O segundo estudo de caso trata-se da

aquisição de um equipamento para pintura de peças plásticas chamado de Cabine

de Pintura, onde o referido equipamento foi adquirido sobre a forte politica de

redução de custos que acaba impactando para um mau funcionamento do processo

gerando prejuízos consideráveis a empresa.

A Manutenção deve ser analisada de forma estratégica na obtenção dos

resultados da empresa e deve estar direcionada ao gerenciamento da empresa e a

solução de problemas apresentados na produção, proporcionando o lançamento da

empresa a patamares competitivos de qualidade e produtividade. Até algum tempo

atrás, para os empresários, o serviço que representava maior custo era a

manutenção industrial, que era utilizada apenas na quebra de um equipamento ou

que apresentasse alguma falha que reduzisse consideravelmente o seu

desempenho. Com o passar dos anos, esse tipo de pensamento referente a gestão

nas indústrias e empresas mudou bastante e muitas delas investem pesado no setor

de manutenção como uma forma de diminuir custos com trocas de peças, manter o

setor produtivo sempre com a máxima eficácia e assegurar a competitividade

industrial entre tantos concorrentes no mercado.

Na empresa em questão não está acontecendo dessa forma, os gestores

estão pensando na redução drástica dos custos para a obtenção do lucro

incessantemente e estão negligenciando os investimentos necessários para a

Page 12: Monografia Economia 2012

11

manutenção dos ativos da empresa principalmente os equipamentos produtivos. Os

equipamentos estão se deteriorando e as peças necessárias para o bom

funcionamento não estão sendo adquiridas por se tratar de itens caros e a cada dia

que passa ocorre mais avarias nos equipamentos ocasionando paradas continuas

de produção.

Qual o impacto causado pela falta de investimento no setor de manutenção

sobre os custos de produção?

Manter um nível mínimo de estoque de peças críticas de máquinas e

equipamentos, visando a redução de custos do setor de manutenção, que

comprometem ao processo de produção se faz necessário, mesmo com valor

agregado alto, para um bom desempenho da manutenção industrial e

consequentemente da qualidade e produtividade.

O objetivo desse estudo é fazer uma análise de como a politica de redução

de custos da empresa em questão influencia em decisões equivocadas dos gestores

no que diz respeito ao investimento no setor de manutenção.

No primeiro capitulo deste trabalho veremos uma revisão bibliográfica dos

conceitos e estruturas dos custos e também uma breve explanação da origem e dos

conceitos de manutenção e suas técnicas para resolução de problemas. No segundo

capitulo veremos o primeiro estudo de caso de um problema ocorrido com o

equipamento injetora de plásticos H3150. Problema este que mostra a atuação

errônea dos gestores da empresa referente ao investimento no setor de

manutenção. Será apresentado o histórico do desempenho do equipamento durante

os últimos cinco anos. O segundo estudo de caso será apresentado também no

segundo capitulo deste trabalho e trata-se do equipamento Cabine de Pintura. Será

apresentada a evolução do desempenho deste equipamento no seu primeiro ano de

funcionamento. E para finalizar, teremos as devidas conclusões sobre os estudos e

a apresentação da maneira mais adequada para reverter o quadro de avarias do

setor de manutenção.

Page 13: Monografia Economia 2012

12

1.1.2 CUSTOS DE MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS

2.1 CUSTOS DE PRODUÇÃO

Os custos de produção são os gastos realizados pela empresa na aquisição

dos fatores fixos e variáveis que foram utilizados no processo produtivo; É o gasto

total aplicado na produção de um bem ou produto. São considerados gastos de

produção tudo aquilo adquirido para a elaboração do referido bem, como os salários

e encargos sociais do pessoal aplicado na produção, matéria-prima e insumos,

energia, água, impostos, material de embalagem entre outros.

O custo total (CT) é a quantia que a empresa gasta pagando os insumos de

produção. A relação entre a quantidade que a empresa pode produzir e os seus

custos determinam os preços a serem cobrados por seus produtos.

O gráfico 01 abaixo explana melhor este conceito:

Gráfico 01 – Curva de custo da empresa Fonte: Pindick (2009)

Logo podemos concluir que:

O custo total (CT) é a soma vertical do custo fixo (CF) e do custo variável

(CV).

Page 14: Monografia Economia 2012

13

1.1.2.1.1 Custos Fixos e Custos Variáveis

De acordo com Pindick (2009), alguns custos das empresas variam com o

nível de produção, enquanto outros permanecem sem modificação mesmo que elas

não estejam produzindo nada. O Custo Total (CT) da produção é a somatória dos

custos fixos (CF) mais os custos variáveis (CV), onde: CT=CF+CV.

Os custos fixos (CF) são aqueles que não variam com o nível da produção e

só podem ser eliminados se a empresa deixa de operar. Por exemplo, os aluguéis e

depreciação. Os custos variáveis (CV) são aqueles que variam quando o nível de

produção varia. Por exemplo, matéria-prima e insumos de produção.

Dependendo das circunstâncias, os custos fixos podem incluir gastos com

manutenção da fabrica, seguro e talvez um numero mínimo de funcionários, são

custos que permanecem inalterados independentemente do volume de produção da

empresa. Os custos variáveis incluem gastos com salários e matérias-primas , são

custos que aumentam quando o volume de produzido cresce.

Os custos fixos não variam com o nível de produção, devem ser pagos

mesmo que não haja produção. A única maneira de a empresa eliminar totalmente

os custos fixos é deixando de operar. Saber quais são os custos variáveis e quais

são fixos depende do prazo com qual estamos lidando. No curto prazo, digamos um

ou dois meses, a maioria dos custos é fixa. Isso ocorre porque, em tal prazo, uma

empresa é obrigada a receber e a pagar pela entrega de matérias-primas e não

pode dispensar temporariamente seus trabalhadores. Por outro lado no longo prazo,

digamos dois ou três anos, a maioria dos custos é variável. Nesse intervalo de

tempo, se a empresa deseja reduzir sua produção pode reduzir sua força de

trabalho, comprar menos matérias-primas e talvez vender parte de seu capital.

1.1.2.1.2 Custos Econômicos versus Custos Contábeis

Segundo Pindick (2009), os economistas tratam os custos de forma diferente

dos contadores, os quais estão preocupados em acompanhar os ativos e os

passivos, bem como em retratar o desempenho passado para o uso externo, como

ocorre nos demonstrativos anuais. Os contadores tendem a ter uma visão

Page 15: Monografia Economia 2012

14

retrospectiva das finanças da empresa. Em consequência disso, os custos contábeis

que os contadores calculam podem incluir itens que um economista não incluiria,

assim como podem excluir itens que os economistas não deixariam de considerar.

A visão dos economistas é voltada para o futuro. Eles se preocupam com a

alocação de recursos escassos. Assim, preocupam-se com os custos que poderão

ocorrer no futuro e com os critérios que serão utilizados pela empresa para reduzir

seus custos e melhorar sua lucratividade. Os economistas sempre têm em mente os

custos econômicos, ou seja, os custos de utilização de recursos na produção.

2.1.3 Custo de Oportunidade

De acordo com Pindick (2009), os custos de oportunidades são aqueles

associados ás oportunidades que serão deixadas de lado, caso a empresa não

empregue seus recursos da melhor maneira possível. Os economistas, investidores

e administradores devem levar em consideração os custos de oportunidade

associados ao emprego dos recursos da empresa.

2.1.4 Custos Irreversíveis

Embora os custos de oportunidade estejam frequentemente ocultos, eles

deveriam ser sempre levados em consideração quando se tomam decisões

econômicas. Exatamente o oposto ocorre em relação aos custos irreversíveis: um

gasto que foi feito e que não pode ser diretamente recuperado. Os custos

irreversíveis geralmente são visíveis, mas deveriam ser sempre ignorados quando

se tomam decisões econômicas. (Pindick, 2009).

1.1.3 Custo Marginal

O Custo Marginal (CMg), ás vezes definido como custo incremental, é o

aumento de custo ocasionado pela produção de uma unidade adicional de produto.

Uma vez que o custo fixo não apresenta variação quando ocorrem alterações no

nível de produção da empresa, o custo marginal é apenas o aumento no custo

Page 16: Monografia Economia 2012

15

variável ou o aumento no custo total ocasionado por uma unidade extra de produto.

Podemos, portanto, expressar o custo marginal da seguinte forma:

CMg = ΔCV/Δq = ΔCT/Δq

O custo marginal informa-nos quanto custará aumentar a produção em uma

unidade. (Pindick, pg 185, Ed 2009)

1.1.4 Custo Total Médio

O custo total médio, ou simplesmente custo médio (CMe), é o custo por

unidade de produto. O custo total médio (CTMe) é o custo total dividido pelo nível de

produção CT/q. Portanto, o custo total médio para um nível de produção 5 unidades

é de $ 36, ou seja, $180/5. Basicamente, o custo total médio informa-nos o custo

unitário de produção (ver tabela 01).

O custo total médio possui dois componentes: o custo fixo médio (CFMe),

que é o custo fixo dividido pelo nível de produção, CF/q. Em virtude de o custo fixo

ser constante, o custo fixo médio apresenta declínio à medida que o nível de

produção aumenta. O custo variável médio (CVMe) é o custo variável dividido pelo

nível de produção CV/q. (Pindick, 2009)

1.1.5 Custos no Curto Prazo

Segundo Pindick (2009), no curto prazo os custos variáveis e totais

aumentam com a produção. A taxa de elevação de tais custos depende da natureza

do processo produtivo e, em particular, da extensão em que tal produção envolve

rendimentos decrescentes para os insumos variáveis.

Como sabemos, os rendimentos marginais são decrescentes quando o

acréscimo de insumos resulta em acréscimos decrescentes de produtos. Se o

trabalho fosse o único insumo variável, o que ocorreria se aumentássemos o nível

de produção da empresa? Para poder elevar seu nível de produção, a empresa terá

que contratar mais mão-de-obra. Então, se o produto marginal do trabalho diminui

rapidamente á medida que a quantidade de trabalho contratado é aumentada

(devido aos rendimentos decrescentes), isso significa que as despesas com mão-de-

Page 17: Monografia Economia 2012

16

obra devem ser cada vez maiores para que se possam obter níveis mais elevados

de produção. Consequentemente o custo variável e o custo total aumentam á

medida que o nível de produção aumenta. Por outro lado, se o produto marginal do

trabalho diminuir apenas ligeiramente á medida que a quantidade de mão-de-obra

aumentar, os custos não subirão com tanta rapidez quando o nível de produção se

elevar.

Vejamos, agora, a relação entre produção e custo com mais detalhes,

examinando os custos de uma empresa que tem possibilidade de contratar o

trabalho que desejar por uma remuneração fixa w. Lembre-se de que o custo

marginal CMg é a mudança do custo variável ocasionada por uma variação de uma

unidade no nível de produção (ou seja, ΔCV/Δq). No entanto, a mudança do custo

variável é o custo unitário do trabalho extra, w, multiplicado pela quantidade extra de

mão-de-obra ΔL. Como ΔCV = wΔL, segue-se:

CMg = ΔCV/Δq = wΔL/Δq

O produto marginal do trabalho, PMgl, é a variação no nível de produção

ocasionada pela variação de uma unidade do insumo trabalho, ou seja, Δq/ΔL.

Portanto, o trabalho extra necessário para a obtenção de uma unidade extra na

produção é:

ΔL/Δq=1/PMgl

Consequentemente temos:

CMg = w/PMgl

Esta equação informa que, quando há apenas um insumo variável, o custo

marginal é igual ao preço desse insumo dividido por seu produto marginal. Um baixo

produto marginal do trabalho significa que uma grande quantidade de trabalho

adicional seria necessária para o aumento do nível de produção, o que resulta em

um alto custo marginal. Um produto marginal elevado significa que a necessidade de

trabalho é pequena, da mesma forma que seu custo marginal. De maneira geral

sempre que o produto marginal do trabalho diminui, o custo marginal da produção

Page 18: Monografia Economia 2012

17

aumenta, e vice versa. Com dois ou mais insumos variáveis, a relação torna-se mais

completa. No entanto, o principio básico se mantém: quanto maior for a

produtividade dos fatores, menores serão os custos variáveis da empresa para obter

qualquer nível específico de produção.

2.1.8 Custos no Longo Prazo

No longo prazo, segundo KUPFER (2002), a empresa pode escolher a

quantidade de todos os fatores que são utilizados. A curva de custo de longo prazo

pode ser considerada como uma curva de planejamento, na medida em que ela é

um guia para o empreendedor planejar as decisões de expansão de produção no

futuro.

Os custos de longo prazo refletem as escolhas de empresa quando as

quantidades de todos os fatores podem variar. Neste sentido, no longo prazo, o que

importa é o exame do comportamento global do custo frente á possibilidade de

variação dos fatores de produção e, portanto em relação á variação do nível de

produto. Logo, é importante analisar o comportamento do custo médio de longo

prazo (CMeLP). À medida que o nível de produção aumenta, os CMePL de uma

empresa podem permanecer constantes, aumentar ou diminuir. Se o CMeLP da

empresa é reduzido quando á produção é elevada, a empresa tem então retornos

constantes de escala. Se o CMeLp da empresa cresce quando a produção é

elevada, a empresa possui deseconomias de escala.

2.2 HISTÓRICOS DA MANUTENÇÃO

Segundo o CEDTEC Escola Técnica (2003), a manutenção embora

despercebida, sempre existiu, mesmo nas épocas mais remotas. Começou a ser

conhecida com o nome de manutenção por volta do século XVI na Europa Central,

juntamente com o surgimento do relógio mecânico, quando surgiram os primeiros

técnicos em montagem e assistência. Uma das primeiras ações que poderíamos

chamar de “manutenção organizada” foi desenvolvida pelos Vikings, que dependiam

Page 19: Monografia Economia 2012

18

do estado operacional de seus barcos para obterem sucesso em suas incursões

marítimas. Para tanto, possuíam em suas aldeias, na Escandinávia, uma série de

diques, onde os barcos (de até 15 toneladas) eram postos a seco e reparados com

ferramentas especiais ao retorno da viagem.

Com a mecanização da indústria, que marcou a 1ª revolução industrial, a

manutenção foi intensificada, porém, não passando ainda, de meros consertos. A

manutenção teve outro incremento com a 2ª revolução industrial, marcada pela linha

de montagem, onde a produção programada impedia as paradas frequentes para

reparos.

Novos métodos foram introduzidos. Até esse momento, considerando a

primeira geração da manutenção tivemos:

- Equipamentos simples, superdimensionados, confiáveis e de fácil reparação.

Manutenção executada somente após a quebra – (corretiva). Tomou corpo

ao longo da Revolução Industrial e firmou-se como necessidade absoluta, na

Segunda Guerra Mundial. No princípio da reconstrução pós-guerra, Inglaterra,

Alemanha, Itália e principalmente o Japão alicerçaram seu desempenho industrial

nas bases da engenharia e manutenção.

O grande impulso da manutenção organizada e científica deu-se,

principalmente, com a 2ª guerra mundial, que culminou com o desenvolvimento

tecnológico acelerado e a necessidade de se manter tudo funcionando

perfeitamente, onde a quantidade e a qualidade dos equipamentos bélicos eram

fundamentais para a vitória desejada.

Os efeitos da guerra puderam ser sentidos muitos anos depois com uma

nova ordem mundial que pode ser caracterizada por:

- Elevado consumo / aumento da produção.

- Máquinas mais complexas.

- Custos elevados.

Tais características geraram consequências como:

- Maior preocupação com as falhas e paradas de produção. (preventiva);

- Evolução dos procedimentos administrativos – sistemas de planejamento,

organização e controle geral da manutenção.

Essa fase ficou denominada como 2ª geração da manutenção e vigorou até

início dos anos 70.

Page 20: Monografia Economia 2012

19

A partir de meados dos anos 70, novas pesquisas, novas técnicas e

expectativas criaram a 3ª geração da manutenção. Exigências como: produtividade,

qualidade, segurança, redução de cursos e meio ambiente, intensa concorrência, os

prazos de entrega dos produtos passaram a ser relevantes para todas as empresas,

tornando a manutenção inerente ao processo produtivo. Novas técnicas de

manutenção e gerenciamento da manutenção foram introduzidas para que se

obtenha maior disponibilidade e confiabilidade dos equipamentos.

2.2.1 Conceitos de Manutenção

Segundo Moro (2007), existem vários conceitos de manutenção, sendo

mencionados dois principais: Pode ser considerada como a engenharia do

componente uma vez que estuda e controla o desempenho de cada parte que

compõem um determinado sistema; Pode ser considerados como o conjunto de

cuidados técnicos indispensáveis ao funcionamento regular e permanente de

máquinas, equipamentos, ferramentas e instalações. Esses cuidados envolvem a

conservação, a adequação, a restauração, a substituição e a prevenção. Por

exemplo:

- Lubrificação de engrenagens = conservação

- Retificação de uma mesa de desempeno = restauração.

- Troca do plugue de um cabo elétrico = substituição.

- Substituir o óleo lubrificante no período recomendado pelo fabricante = prevenção.

Segundo a ABNT- (Associação Brasileira de Normas Técnicas), norma NBR

5462, manutenção é a combinação de todas as ações técnicas e administrativas,

incluindo as de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado

no qual possa desempenhar uma função requerida. A manutenção pode incluir uma

modificação de um item.

Em suma, manutenção é atuar no sistema (de uma forma geral) com o

objetivo de evitar quebras e/ou paradas na produção, bem como garantir a qualidade

planejada dos produtos.

De uma maneira geral, a manutenção em uma empresa tem como objetivos:

1. Manter equipamentos e máquinas em condições de pleno funcionamento para

garantir a produção normal e a qualidade dos produtos;

Page 21: Monografia Economia 2012

20

2. Prevenir prováveis falhas ou quebras dos elementos das máquinas.

Outros conceitos:

a) Manutenção ideal - é a que permite alta disponibilidade para a produção durante

todo o tempo em que ela estiver em serviço e a um custo adequado.

b) Vida útil de um componente - é o espaço de tempo que este componente

desempenha suas funções com rendimento e disponibilidade máximas. A medida

que a vida útil se desenvolve, desenvolve-se também um desgaste natural

(crescente), que após certo tempo inviabilizará seu desempenho, determinando

assim o seu fim.

c) Ciclo de vida de um componente – veja no gráfico 02 a seguir:

Gráfico 02 – Ciclo de vida de um Componente Fonte: www.norbertocefetsc.pro.br

De acordo com o gráfico podemos analisar:

1) Fase de amaciamento - os defeitos internos do equipamento se manifestam pelo

uso normal e pelo auto ajuste do sistema. Normalmente estes defeitos estão

cobertos pela garantia de fábrica.

2) Vida útil do componente - esta é a fase de pouquíssimas quebras e/ou paradas e

é a fase de maior rendimento do equipamento;

3) Envelhecimento - os vários componentes vão atingindo o fim da vida útil e

passam a apresentar quebras e/ou paradas mais frequentes. É a hora de decidir

pela reforma total ou sucateamento

Veja no gráfico da bacia a seguir o custo da manutenção para cada fase:

Page 22: Monografia Economia 2012

21

Gráfico 03 Custo de Manutenção para cada fase de vida

Fonte: www.norbertocefetsc.pro.br

2.2.2 Recursos Necessários para Manutenção

Para que possa ocorrer manutenção, há necessidade que existam à

disposição desta os seguintes recursos:

a) Recursos materiais - equipamentos de teste e de medição, ferramentas

adequadas, espaço físico satisfatório, ente outros;

b) Recursos de mão-de-obra - dependendo do tamanho da empresa e da

complexidade da manutenção aplicada, há a necessidade de uma equipe formada

por profissionais qualificados em todos os níveis;

c) Recursos financeiros - necessários para uma maior autonomia dos trabalhos;

d) Recursos de informação - responsável pela capacidade de obter e armazenar

dados que serão a base dos planos de manutenção.

2.2.3 Tipos de Manutenção

Existem dois tipos básicos de manutenção: a planejada e a não planejada.

Manutenção não planejada: Ocorre quando não há uma programação de data e

hora; pode ocorrer a qualquer momento. Por isso é conhecida como corretiva, já

que visa corrigir problemas. Divide-se em:

Page 23: Monografia Economia 2012

22

Inesperada: Tem o objetivo de localizar e reparar defeitos repentinos em

equipamentos que operam em regime de trabalho contínuo.

Ocasional: Consiste em fazer consertos de falhas que não param a máquina.

Ocorrem quando há parada de máquina, por outro motivo que não defeito, como por

exemplo, no caso de atraso na entrega de matéria-prima.

Manutenção planejada: Ocorre com um planejamento e programação prévios.

Classifica-se em três categorias:

Preventiva: Consiste no conjunto de procedimentos e ações antecipadas que visam

manter a máquina em funcionamento;

Preditiva: É um tipo de ação preventiva baseada no conhecimento das condições

de cada um dos componentes das máquinas e equipamentos;

Detectiva: É a manutenção preditiva dos sistemas de proteção dos equipamentos,

como painéis de controle por exemplo. Busca falhas ocultas destes sistemas,

evitando que os mesmos não operem quando necessário, como um sistema de

desligamento automático em caso de superaquecimento.

Engenharia de Manutenção: É o nível mais elevado de investimento em

manutenção. Consiste em buscar as causas da manutenção já no projeto do

equipamento, modificando situações permanentes de mau desempenho, problemas

crônicos, e desenvolvendo a manutenibilidade.

É importante citar aqui a Manutenção Produtiva Total (TPM), que não é um

tipo de manutenção, mas um sistema de gerenciamento completo, envolvendo todos

os tipos de manutenção. Foi desenvolvido no Japão e tem uma visão holística, isto

é, o operador de uma máquina é responsável mais do que por sua simples

operação. Esse modelo de gestão de manutenção é interessante utilizar quando há

confiabilidade dos equipamentos, ou seja, serve para manter o sistema em ordem.

No caso da Faurecia haveria necessidade de utilizar primeiro a metodologia da

MCC, pois os equipamentos não estão confiáveis a ponto de o operador fazer os

reparos porque o índice de quebra é intenso requerendo mão de obra especializada

para a reparação.

Page 24: Monografia Economia 2012

23

2.2.3.1 Manutenção Corretiva

É a atuação para correção da falha ou do desempenho menor que o esperado

do equipamento, afirma Pinto e Xavier (2001). Caracteriza-se pela ação, sempre

após a ocorrência da falha, que é aleatória, e sua adoção leva em conta fatores

técnicos e econômicos. Do ponto de vista do custo de manutenção, a manutenção

corretiva é mais barata do que prevenir falhas nos equipamentos, porém pode

causar grandes perdas por interrupção da produção, afirma Xenos (1998). É comum

a adoção da manutenção corretiva para algumas partes menos críticas dos

equipamentos, porém é preciso dispor dos recursos necessários – peças de

reposição, mão-de-obra e ferramental – para agir rapidamente.

2.2.3.2 Manutenção preventiva

É a atuação realizada de forma a reduzir ou evitar a falha ou queda no

desempenho, obedecendo a um plano previamente elaborado, baseado em

intervalos definidos de tempo, segundo Pinto e Xavier (2001). Caracteriza-se pela

busca sistemática e obstinada para evitar a ocorrência de falhas procurando

prevenir, mantendo um controle contínuo sobre os equipamentos, efetuando

operações julgadas convenientes.

A manutenção preventiva, considerada o coração das atividades de

manutenção, envolve algumas tarefas sistemáticas tais como as inspeções,

reformas e principalmente troca de peças, afirma Xenos (1998). O custo da

manutenção preventiva é elevado, tendo em vista que peças e componentes dos

equipamentos podem ser substituídos antes de atingirem seus limites de vida útil.

Conforme Pinto e Xavier (2001), para adoção de uma política de manutenção

preventiva devemos considerar fatores tais como: impossibilidade da adoção de

manutenção preditiva, aspectos de segurança pessoal ou da instalação,

equipamentos críticos de difícil liberação operacional, riscos de agressão ao meio

ambiente, sistemas complexos ou de operação contínua.

As manutenções preventivas podem ser divididas em Programada ou

Sistemática e de Rotina. A manutenção Programada ou sistemática acontece

quando os serviços de Manutenção são efetuados de forma periódica, isto é, em

Page 25: Monografia Economia 2012

24

intervalos pré-estabelecidos, dias de calendários, ciclos de operações, horas de

operações e outros desprezando as condições dos componentes envolvidos. Já a

Manutenção de Rotina são as manutenções preventivas feitas com intervalos pré-

determinados e de tempos reduzidos, com prioridades claramente definidas e curtas

duração de execução, na maioria das vezes apoiada apenas nos sentidos humanos,

sem causar a indisponibilidade da instalação ou equipamento. Geralmente são

conhecidas com inspeções e verificações sistemáticas apoiadas pelo uso de check

list e programação desenvolvida pela própria equipe de Manutenção ou inspetores.

2.2.3.3 Manutenção Preditiva

É também conhecida como Manutenção Sob Condição ou Manutenção com

Base no Estado do Equipamento, segundo Pinto e Xavier (2001), pode ser definida

como a atuação realizada com base em modificações de parâmetros de condição ou

desempenho do equipamento, cujo acompanhamento obedece a uma sistemática.

Caracteriza-se pela previsibilidade da deterioração do equipamento, prevenindo

falhas por meio do monitoramento dos parâmetros diversos, com o equipamento

funcionando.

Conforme Nepomuceno (1989), Manutenção Preditiva é a execução da

manutenção preventiva no momento adequado, antes que o equipamento quebre.

Ela tem a finalidade de estabelecer quais são os parâmetros que devem ser

escolhidos em cada tipo de máquina ou equipamento, em função das informações

que as alterações de tais parâmetros sobre o estado mecânico de um determinado

componente. Para adoção da política de manutenção preditiva, devemos levar em

consideração fatores, tais como: segurança, custos e disponibilidade dos

equipamentos. Os custos de instrumentação e aparelhos de medições, bem como

os de mão-de-obra envolvidos nesta política, não são significativos, se comparados

aos resultados, tanto sob o aspecto técnico, quanto econômico. No tocante à

produção, a manutenção preditiva é a que oferece melhores resultados, pois

intervém o mínimo possível na planta, de acordo com Pinto e Xavier (2001).

Page 26: Monografia Economia 2012

25

2.2.3.4 Manutenção Centrada na Confiabilidade (MCC)

Dentre outras práticas adotadas pelas empresas de classe mundial, como

forma de garantir a sua competitividade e a consequente permanência no mercado,

está a prática da metodologia do RCM (Reliability Centered Maintenance) – MCC –

(Manutenção Centrada em Confiabilidade). A metodologia RCM, como é mais

usualmente referenciada, é usada para determinar os requisitos de manutenção de

qualquer item físico no seu contexto operacional. Para isso, a metodologia analisa

as funções e padrões de desempenho: de que forma ocorre a falha, o que causa

cada falha, o que acontece quando ocorre a falha e o que deve ser feito para

preveni-la. Como resultado, obtém-se um aumento da disponibilidade, o que permite

um aumento de produção (NASCIF, 2000). A metodologia RCM teve sua origem na

década de 60, na indústria aeronáutica americana. Desde então, vem sendo

aplicada com sucesso por muitos anos, primeiramente na indústria aeronáutica e,

mais tarde, nas usinas nucleares, refinarias de petróleo e muitas outras indústrias.

A metodologia RCM ou Manutenção Centrada em Confiabilidade é um

processo usado para determinar o que deve ser feito para assegurar que qualquer

ativo físico continue a fazer o que seus usuários querem que ele faça, no seu

contexto operacional presente. Para ser desenvolvida, a metodologia utiliza sete

perguntas sobre cada item em revisão ou sob análise crítica, para que seja

preservada a função do sistema produtivo, a saber, (MOUBRAY, 2000):

1- Quais são as funções e padrões de desempenho do ativo no seu contexto atual

de operação?

2- De que forma ele falha em cumprir sua função?

3- O que causa cada falha funcional?

4- O que acontece quando ocorre cada falha?

5- De que modo cada falha importa?

6- O que pode ser feito para predizer ou prevenir cada falha?

7- O que deve ser feito se não for encontrada uma tarefa proativa apropriada?

Dependendo das respostas dadas às perguntas acima, a RCM vai sugerir e

direcionar o replanejamento do programa de manutenção, de modo a se estabelecer

o nível de desempenho aceitável por quem aplica esta metodologia. As respostas

Page 27: Monografia Economia 2012

26

para as perguntas básicas da metodologia RCM podem ser desenvolvidas em sete

passos, como definido a seguir (KRONER, 1999):

Passo 1: Selecionar a área do processo produtivo adequado para a aplicação do

RCM

Passo 2: Definir as funções e parâmetros de desempenho desejados

Passo 3: Determinar as falhas funcionais

Passo 4: Determinar o modo de falha, seus efeitos e consequências

Passo 5: Selecionar o tipo de manutenção

Passo 6: Formular e implementar o plano de manutenção

Passo 7: Melhoria contínua

3 GRUPO FAURECIA NA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA

Fundada em 11 de outubro de 1997, o Grupo Faurecia, que é a fusão da

Bertrand Faure Group com a Ecia (Equipamentos e Componentes para a Indústria

Automobilistica) e controlada pelo Grupo PSA (Peugeot Citroën) que detém 71,5%

do negócio, se tornou especialista em engenharia e produção de soluções

automotivas, e atualmente, tem status de liderança global em cada um de seus

principais negócios: Automotive Seating (bancos automotivos), Emissions Control

Technologies (Tecnologias de Controle de Emissões), Interior Sistems (Sistemas de

interiores) e Automotive Exteriors (exteriores automotivos). Sua carteira de clientes

inclui praticamente todos os automóveis em todo o mundo, incluindo fabricantes de

economias emergentes, como os indianos, os mercados chinês e coreano.

O Grupo Faurecia também é conhecido pela sua alta eficiência em programa

de gerenciamento de sistemas de manufatura, e fornece aos clientes serviços

através de sua rede de 270 unidades de produção em 33 países. O Grupo possui

uma equipe mundo afora com pouco mais 84.000 empregados que adotaram a

cultura de negócios do grupo, com base em tais valores compartilhados como o

comprometimento, transparência, melhoria contínua, trabalho em equipe e

empreendedorismo. O grupo oferece apoio a clientes da indústria automotiva

através de um ativo de desenvolvimento conjunto da política de definição de

requisitos para pré-comercialização de cada produto. Esta sinergia tira a sua força a

partir da Faurecia Programa de Gestão do Sistema (PMS) e as inovações pioneiras

Page 28: Monografia Economia 2012

27

pelos 5.000 engenheiros e técnicos em todos os 40 R & D centers. Eles projetam

produtos inovadores e soluções tecnológicas de ultima geração e alta qualidade,

vantagem competitiva e valor acrescentado.

A Faurecia oferece o que se espera de um verdadeiro parceiro industrial,

ajudando as montadoras atender o mercado de duas exigências para a alta

qualidade e desempenho ambiental, ao mesmo tempo mantendo os custos sob

controle.

A Faurecia é o sexto maior do mundo e o terceiro maior da Europa no

fornecimento de autopeças.

3.1 SISTEMAS DE INTERIORES (FAURECIA INTERIOR SISTEMS)

A Faurecia é a número um em fornecimento de sistemas de interiores. Além

dos projetos, a Faurecia fabrica painéis de instrumentos, consoles centrais, painéis

das portas (dianteiro e traseiro) e módulos de porta, e módulos acústicos. Como

parte do seu objetivo em alcançar a melhoria contínua, a Faurecia Interior Systems

oferece as montadoras uma série de soluções em uma ampla gama de áreas-chave,

incluindo a redução de peso, controle de custos, decoração, qualidade e conforto

(visual, térmico e acústico).

A planta pelo qual foi coletado os dados para a execução do desse trabalho

é justamente a de sistemas de interiores, onde o foco da nossa produção é para as

montadoras brasileiras e da América Latina, sendo seus principais clientes: Renault,

Volkswagen, Peugeot e Citroën, Nissan e General Motors. Atualmente o faturamento

mensal da planta é cerca de R$ 10.000,00 e seu lucro líquido gira em torno de 2%.

3.2 BANCOS AUTOMOTIVOS (FAURECIA AUTOMOTIVE SEATING)

A Faurecia, no mundo, é a número três no fornecimento de assento

automotivo, desenvolve e produz todos os componentes do assento: quadros,

mecanismos de ajuste, os corredores, espuma e coberturas, bem como conforto e

segurança os acessórios (incluindo encostos de cabeça). A Faurecia cria os projetos

de assento e oferece soluções que combinam conforto, segurança e redução de

peso.

Page 29: Monografia Economia 2012

28

3.3 TÉCNOLOGIA DE CONTROLE DE EMISSÕES (FAURECIA EMISSIONS

CONTROL TECHNOLOGIES)

Um em cada quatro veículos em todo o mundo está equipado com um

sistema de escapamento Faurecia. As soluções técnicas comandadas pela Faurecia

desempenham um papel fundamental no desempenho dos veículos no contexto

ambiental e da legislação que cada vez está mais rigorosa. O Grupo também

oferece serviços de redução da poluição e de peso nos projetos de veículos.

3.4 RESULTADOS 2011

3.4.1 Números – chave

> Em milhões de euros 2009 2010 2011

> Receitas9,292.2 13,795.

916,190.2

Mudança de ano-sobre-ano (excluindo monólitos de vendas, com taxas de câmbio constantes e numa base like-for-like)

-19,3% 16,4% +15%

> EBITDA 395,3 941,2 1,104.5% Das vendas 4,3% 6,8% 6,8%> A margem operacional -91,7 455,6 650,9% Das vendas -1,0% 3,3% 4,0%> Lucro Líquido -433,6 201,7 371,3(Parte do Grupo)

> Gross despesas de I & D 493,2 689,1 759,6% Das vendas 5,3% 5,0% 4,7%> As despesas de capital 169,1 304,3 451,4% Das vendas 1,8% 2,2% 2,8%

> A dívida líquida financeira 1 401.2 1 196.8 1,224.1> * Fluxo de Caixa Livre -81,7 222,0 -26,0* Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais – CapexEquidade> Acionistas 302,7 898,2 1,267.4> Orientar 4,6 1,3 1,0

> Headcount 58.414 75.676 84.179

Tabela 01 – Resultados 2011 Fonte: www.faurecia.com

3.4.2 O Lucro operacional

Page 30: Monografia Economia 2012

29

O lucro operacional é o desempenho financeiro das operações antes de

juros e outras finanças, impostos, e incomum, não recorrente de renda

significativa e despesas.

Gráfico 04 – Lucro Operacional Fonte: www.faurecia.com

Page 31: Monografia Economia 2012

30

3.4.3 O Lucro Líquido

O lucro líquido indica a quantidade atribuível aos acionistas após o

lucro do ano e as despesas foram tidas em conta.

Gráfico 05 – Lucro Líquido Fonte: www.faurecia.com

Page 32: Monografia Economia 2012

31

3.4.4 Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)

Quase 5,0% das vendas em 2011 foram investidos na inovação de

produtos. Como uma alavanca importante do crescimento orgânico da

Faurecia, A Pesquisa e Desenvolvimento são realizados em 40 centros

dedicados por uma equipe de 5.000 engenheiros e técnicos.

Gráfico 06 – Pesquisa e Desenvolvimento Fonte: www.faurecia.com

Page 33: Monografia Economia 2012

32

3.4.5 Dívida Liquida Financeira

O controle e a redução da dívida financeira é uma das principais prioridades

da Faurecia.

Gráfico 07 Divida Liquida Financeira Fonte: www.faurecia.com

Page 34: Monografia Economia 2012

33

3.4.6 Empregados

Os funcionários da Faurecia trabalham em 270 locais em 33 países.

Gráfico 08 – Colaboradores Fonte: www.faurecia.com

4 ESTUDO DE CASO 01

Na Faurecia Automotive do Brasil é trabalhado uma política drástica de

redução de custos em geral, e o setor de manutenção vem sofrendo as

consequências com o passar dos anos no que diz respeito ao índice de avarias em

máquinas e equipamentos em consequência dessa redução. Para o nosso estudo

de caso, pegamos como referencia o equipamento injetora de plásticos de código

H3150T responsável pela fabricação dos componentes do painel do Renault

Sandero e Logan e do Volkswagen Golf. Este equipamento apresenta um histórico

Page 35: Monografia Economia 2012

34

desfavorável no que diz respeito ao seu desempenho produtivo nos últimos cinco

anos.

Em 2007, como mostra o gráfico 09 abaixo, as taxas de avaria ficaram

acima das metas estipuladas pela politica da empresa. Isso indica que existe falta de

manutenção preventiva ocasionando a quebra constante do equipamento

acarretando perda de produção.

Gráfico 09 – Desempenho da H3150/2007

Fonte: Manutenção Faurecia/ 2007

Em 2008, em função do desempenho negativo de 2007 e tendo em vista o

desgaste natural do equipamento, foi alterada a meta da taxa de avaria de 1,50%

em 2007 para 3,50% em 2008 conforme gráfico10 abaixo. Podemos observar que

em apenas dois meses ficou um pouco abaixo da meta o restante do ano ficou

acima da meta. Até o mês de outubro de 2008 a empresa estava com sua produção

em alto nível, ou seja, trabalhando 24 horas para atender a demanda por painéis de

veículos devido ao forte desempenho das montadoras. Não podemos esquecer que

a partir de outubro de 2008 houve uma redução drástica na produtividade devido a

crise nos Estados Unidos que abalou fortemente o mercado mundial. No mês de

dezembro a fabrica não produziu por falta de demanda, os empregados foram

dispensados em regime de férias coletiva, por esse motivo os índices de dezembro

não aparecem nos gráfico.

Page 36: Monografia Economia 2012

35

Gráfico 10 – Desempenho da H3150/2008

Fonte: Manutenção Faurecia/ 2008.

Em 2009, mantendo o índice de meta em 3,50%, podemos observar no

gráfico 11 abaixo que em nenhum mês conseguimos atingir o objetivo, mesmo com

a produtividade em baixa devido a crise mundial. Nesse período, os índices também

ficaram acima da meta, os gestores da empresa tiveram que reduzir ao mínimo

possível os custos, pois a receita estava comprometida e um gasto com manutenção

de equipamento naquele momento seria irresponsável. Este evento prova que a falta

de prevenção provoca perdas irreparáveis.

Gráfico 11- Desempenho da H3150/2009

Page 37: Monografia Economia 2012

36

Fonte: Manutenção Faurecia/2009

Com a retomada da demanda por peças nas montadoras e o reaquecimento

da economia, em 2010, este equipamento apresentou um melhor desempenho em

relação ao ano anterior. A equipe de manutenção atuou fortemente no equipamento

no intuito de reparar os componentes com alto grau de criticidade e sempre com o

pensamento voltado na redução dos gastos. Conforme a análise do gráfico 12

abaixo pode dizer que ainda faltam investimentos no setor de manutenção.

Gráfico 12 – desempenho da H3150/2010

Fonte: Manutenção Faurecia/2010

O gráfico 13 abaixo demonstra as avarias durante o ano de 2011, e devido

ao bom desempenho de 2010, foi diminuída de 3,50% para 2,50% a meta referente

à avaria do equipamento. Podemos observar que o mês de outubro teve um índice

Page 38: Monografia Economia 2012

37

muito alto de avaria (13,10%) e aponta justamente na ocasião em que ocorreu a

avaria que será relatada na sequencia.

Gráfico 13 – Desempenho da H3150/2011

Fonte: Manutenção Faurecia/2011

Durante a inspeção de manutenção preventiva na semana 28 (14/07/2011),

este equipamento apresentou sinais de desgaste, um pequeno vazamento de óleo

hidráulico no cilindro de injeção. No mesmo instante, através do manual técnico do

equipamento foram levantados os códigos das peças necessárias para fazer a

manutenção preventiva no cilindro de injeção e solicitado ao setor de suprimentos a

compra das peças originais, peças estas importadas. No dia 18/07/2011 foi lançado

no sistema de gerenciamento da fábrica a requisição para as devidas aprovações

dos gerentes e diretores.

Page 39: Monografia Economia 2012

38

Após 30 dias, 18/08, o gerente de manutenção acionou a equipe

responsável para justificar a compra das peças e perguntou se não havia outra

maneira de resolver o problema, pois se tratava de um investimento de

aproximadamente R$ 8.000,00 e nesse momento, devido a outros problemas

ocorridos na fábrica, o bud get estava praticamente comprometido. Por se tratar de

um problema de alto risco de parar por completo a produtividade deste equipamento,

foi relatado ao gestor de manutenção que o problema não poderia esperar. Então foi

sugerido uma parada de 3 dias (final de semana) para desmontar o equipamento e,

através de técnicas específicas de medição do setor de manutenção, das peças

desgastadas confeccionar os reparos por uma empresa brasileira, dado que se

encontram aqui empresas capazes de produzir reparos hidráulicos de qualidade

igual ou superior ao importado e com preço mais acessível. Mas, naquele momento,

com a produção em alta, ou seja, como a capacidade de produção da máquina

estava no limite, seria mais prudente e barato comprar as peças originais.

Infelizmente o gestor do processo não foi eficaz no que diz respeito a aprovação do

pedido de compra e deixou para depois para evitar gastos, pois o bud get do setor

de manutenção é de R$ 150.000,00 mensais e que nesse momento já estaria

comprometido. A consequência do “depois” foi que no dia 13/10/2011 às 16h00min

horas, o previsto pela analise dos técnicos aconteceu. Rompeu definitivamente o

reparo do cilindro de injeção ocasionando a parada do equipamento.

A solução para resolver o problema partiu da desmontagem do cilindro de

injeção e a retirada com cuidado do reparo danificado que através de técnicas

específicas foram feitas as medições para a confecção de uma genérica. Contratou-

se uma empresa com experiência na confecção destes reparos e para a nossa já

esperada resposta: “24 horas para confeccionar o reparo por se tratar de uma peça

de dimensão grande complexa”.

Este ocorrência gerou um custo considerado para a empresa. A tabela 03

apresenta as taxas horarias de cada equipamento do setor de injeção.

Tabela 02 – Taxas Horárias das Injetoras

Máquina Tipo de Máquina Taxas Horárias

Husky 3150

Injetora 376,87

KM 2300 Injetora 290,47

Page 40: Monografia Economia 2012

39

Husky 1650

Injetora 226,12

Husky 1350

Injetora 198,99

Husky 900

Injetora 146,36

Husky 750

Injetora 130,43

FCS 600 Injetora 115,78FCS 520 Injetora 104,09FCS 320 Injetora 69,28

Fonte: PCP Faurecia (valores atualizados em novembro de 2011)

Abaixo segue os cálculos das perdas pela negligencia da gerência em relação a

compra dos reparos em tempo hábil.

Hora/máquina (HM) = R$ 376,87

Horas de máquina parada (HP) = 48 horas

Custo da Máquina Parada (CMp) =?

CMp = HM x HP

CMp = 376,87 x 48

CMp = 18.089,76

Total, e reais do Custo de Máquina Parada = R$ 18.089,76

Hora extra para a equipe de manutenção (HE): R$ 1260,00

Kit de reparo confeccionado no Brasil (I) = R$ 3.820,00

Custo total da avaria (CTa) = ?

CTa = HE + I + MP

CTa = 1.260,00 + 3.820,00 + 18.089,76

CTa = 23.169,76

Total em R$ do custo total de avaria R$ 23.169,76.

Levando em consideração que a máquina produz as 24 horas diárias, a empresa

deixou de produzir aproximadamente 2880 paneis de veículos, sendo que o ciclo é

de 60 segundos. Um painel injetado sem acabamentos tem um preço de custo (PC)

de R$ 32,00. Então:

Page 41: Monografia Economia 2012

40

Peça/hora (PH) = 60 unidades TP = PH x 48

Horas de produção (Hp) = 48 horas TP = 60 x 48

Total Produzida (TP) = ? TP = 2880

O total de peças que a empresa deixou de produzir com essa avaria foi 2880

unidades. Multiplicando os R$ 32,00 pela quantidade de peças que deixaram de ser

produzidas (2880 un) a empresa deixou de faturar R$ 92.160,00.

Se as peças estivessem a disposição da manutenção em tempo hábil, 45 dias, os

trabalhos aconteceriam da seguinte forma:

- Programação de manutenção do cilindro de injeção = 12 horas de trabalho;

- R$ 1260,00 por dois técnicos em horário extraordinário no domingo;

- Custos com peças originais: R$ 8.000,00.

Sem perda considerável de produção, por se tratar de horário programado

em final de semana, a empresa teria um custo de aproximadamente R$ 9.260,00

para realizar a manutenção preventiva conforme a equipe havia diagnosticado

anteriormente.

5 CONCLUSÃO 1

Este estudo de caso mostra como a falta de investimento no setor de

manutenção impacta diretamente na produtividade ocasionando o aumento dos

custos de produção. A negligência dos gestores na questão da aquisição de

componentes de reposição acaba refletindo diretamente no funcionamento dos

equipamentos, ocasionado às perdas de produtividade. Para conseguir manter os

equipamentos em condições de produtividade dentro das metas de avarias

estipuladas pela gestão de manutenção há necessidade de investimentos pesados

em manutenção preventiva, pois na atual conjuntura os equipamentos estão

deteriorados e passivos de quebras. O valor previsto para os investimentos

corresponde a 72% do lucro líquido mensal desta planta. Com devida reparação

teremos um equipamento mais confiável e certamente a diminuição do ciclo de

produção, mais peças em menos tempo. Isto é ganho de produtividade. Os gestores

do processo sabem como resolver o problema, mais a pressão gerada pela politica

Page 42: Monografia Economia 2012

41

do grupo induzem ao erro. Para obter um bom resultado no funcionamento dos

equipamentos, nós sugerimos, por exemplo, a aplicação da metodologia da

Manutenção Centrada em Confiabilidade (MCC) que foi esplanada no referencial

teórico, mais a política do grupo trabalham em cima da redução de custo e não

percebe as perdas causadas. Então através deste estudo fica claro que a redução

de custos no setor de manutenção nem sempre é eficaz, pois a exclusão de gastos

com peças fundamentais para o funcionamento do equipamento se faz necessário

manter no estoque. A metodologia da Manutenção Centrada em Confiabilidade

depois de totalmente implantada começa automaticamente a apresentar redução

dos custos de manutenção com responsabilidade.

6 ESTUDO DE CASO 02

Em meados de 2010 a empresa em questão adquiriu um equipamento para

pintura de peças plásticas que são utilizadas no acabamento dos painéis de

veículos. Este equipamento é chamado de Cabine de Pintura Gottert que apresenta

tecnologia de ultima geração. A Faurecia pagou por esse equipamento cerca de R$

1.000.000,00 (um milhão de reais). Este preço ficou abaixo do projeto original do

fabricante porque a empresa para baratear o equipamento eliminou alguns

componentes que possivelmente não seriam utilizados. Esta redução foi de

aproximadamente R$ 100.000,00.

Para reduzir os custos dos equipamentos, entre tantos outros itens

eliminados, a equipe responsável optou por eliminar uma bomba, que é responsável

pela cortina d’água do equipamento. A cortina d’água serve para eliminar os

resíduos de tinta utilizados no ato da pintura, os sprays. Estes resíduos se

solidificam e são levados pela água para o reservatório principal, onde esta bomba

succiona novamente a agua e a joga na cortina. Este é um processo contínuo.

Todo projeto industrial onde a água, ou outro fluido é o componente vital

para o processo é comum ter uma bomba reserva com um sistema by-pass para

que, na eventualidade de falha ou entupimento do filtro, esta bomba seja utilizada

enquanto a equipe de manutenção faz o devido reparo na bomba avariada. Este

Page 43: Monografia Economia 2012

42

sistema by-pass, evita a parada do equipamento para essa reparação, garantindo no

mínimo 1 (uma) hora de produtividade no momento da avaria.

No caso do equipamento Cabine de Pintura Gottert da Faurecia, onde a

bomba reserva não existe, é comum a parada para a limpeza do filtro diariamente, e

por se tratar de partículas minúsculas, com o passar das horas trabalhadas, se

acumulam no rotor da bomba fazendo com que o equipamento trave parando

definitivamente o funcionamento da cabine. Essas paradas ocorrem frequentemente

gerando um custo considerável (custo fixo) para empresa conforme os cálculos

abaixo:

Hora/máquina (HM) = 370,00 Cpm = HM x Tr x f + (Hm x Tr x f)

Tempo para reparo (Tr) = 2 horas Cpm = 370,00 x 2 x 4 + (22,67 x 2 x 4)

Frequência (f) = 4 vezes/mês Cpm = 2.960,00 + 181,36

Hora/mecânico (Hm) = 22,67 Cpm = 3.141,36

Custo de Parada Mensal (Cpm) = ? Cpa = Cpm x 12

Custo de Parada Anual (Cpa) = ? Cpa = 3.141,36 x 12

Cpa = 37.696,32

Obs.: Estão sendo calculadas apenas as paradas quando ocorre o travamento da

bomba. As limpezas de filtro são feitas diariamente em horário de refeição da equipe

de produção, gerando apenas custo com equipe de manutenção.

Esta reparação ocorre toda semana no inicio da produção, tendo a perda de

no mínimo 2 horas de produtividade pela falta de uma bomba reserva instalada.

Conforme verificado com fornecedores de bombas, o custo para instalação de uma

bomba reserva é, em média, R$ 9.000,00 pronto para operação. Com os prejuízos

calculados anteriormente teríamos apenas 3 (três) meses para que o equipamento

se pague. Este investimento é o mínimo que o equipamento precisa para um bom

funcionamento, evitando as paradas diárias da produtividade. Durante o ano de

2011, os prejuízos somaram R$ 37.696,32 de máquina parada. A quantidade de

peças pintadas neste equipamento diariamente somam 6508 peças/dia. E de acordo

com o setor de PCP (Programação e Controle de Produção), são pintadas em média

271 peças, sendo que o valor médio dessas peças pintadas por hora é de R$

1676,27. Então a empresa deixou de faturar no ano de 2011, conforme apuração

dos dados, o equivalente a R$ 160.921,92.

Page 44: Monografia Economia 2012

43

Os gráficos a seguir mostram o desempenho da Cabine de Pintura Gottert

desde o inicio do seu funcionamento, em julho de 2010 até o final de 2011.

Gráfico 14 – Desempenho da Cabine de Pintura 2010

Fonte: Manutenção Faurecia/2010

Gráfico 15 – Desempenho da Cabine de Pintura 2011

Page 45: Monografia Economia 2012

44

Fonte: Manutenção Faurecia/2011

Esses gráficos mostram que o equipamento trabalha dentro das metas de

avaria, mais de acordo com os cálculos executados percebe-se que as perdas de

produção são expressivas.

7 CONCLUSÃO 2

Nesse estudo de caso podemos concluir, mais uma vez, que a redução de

custo quando é tratada de forma irresponsável ocasiona perdas irreparáveis de

produtividade. A eliminação dos componentes vitais ao processo no ato da aquisição

do equipamento ocasionaram varias paradas da produção. O erro causado pelos

engenheiros responsáveis na aquisição do equipamento, após a primeira fase de

vida da maquina, são passadas as responsabilidades para a equipe de manutenção.

Para fazer a instalação do equipamento reserva que colocará fim nesta parada de

produção há necessidade de investir com aquisição do sistema by-pass e como o

bud get da manutenção é enxuto, a diretoria indaga que os recursos estão escassos

e que não tem verba para a devida instalação, mesmo ciente dos prejuízos

causados.

Page 46: Monografia Economia 2012

45

8 CONCLUSÃO

Com este trabalho conclui-se que as politicas de gestão de determinadas

empresas na busca pelo lucro incessante, ás vezes, não é coerente com a

realidade. Nos resultados do Grupo Faurecia, a América do Sul é responsável por

apenas 2% do faturamento e que em 2011 teve perda de produtividade na ordem de

-2%. O faturamento da planta em questão, pelo valor agregado dos ativos, é baixo

aos olhos dos acionistas, mais para cumprir contratos com grandes montadoras

acabam mantendo a planta e reduzindo, o máximo possível, os custos de produção.

Este setor, que é estratégico para o bom funcionamento dos equipamentos

produtivos, vem sendo ignorado e as consequências são impactadas diretamente na

produtividade com paradas dos equipamentos por quebra que poderiam ser evitadas

a um custo não muito alto em relação as perdas. Por se tratar de engenheiros, os

gestores do processo produtivo, eles sabem da necessidade dos investimentos no

setor de manutenção da fabrica, mais a pressão para a redução de custos é maior, e

acabam se equivocando e negligenciando gastos que se faz necessário para o bom

Page 47: Monografia Economia 2012

46

funcionamento do processo. A manutenção industrial engloba medidas de

reparação, readaptação, inspeção, lubrificação e troca de componentes, podendo

ser classifica em alguns tipos de manutenção elaborados dentro de toda e qualquer

empresa e fábrica: manutenção preventiva, manutenção corretiva planejada e não

planejada, manutenção preditiva, engenharia de manutenção e manutenção

detectiva, esta última é uma técnica de manutenção relativamente nova e ainda

pouco aplicada no Brasil.

A metodologia, por exemplo, da Manutenção Centrada na Confiabilidade

seria a ferramenta mais eficaz para solucionar o problema da manutenção da

Faurecia. Isso levaria determinado tempo para adaptação. Com investimentos na

aquisição de peças, contratação de especialistas e o gerenciamento responsável

dos recursos do setor de manutenção, o resultado é automático na redução dos

custos de manutenção e consequentemente a redução dos custos de produção.

Com esta metodologia os equipamentos se tornarão mais confiáveis, podendo

ganhar tempo com ciclos de produção mais rápidos e o reflexo é uma maior

produtividade com um alto nível de qualidade.

9 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT - NBR - 5462/1981

KRONER, W. Produtividade e Qualidade na Manutenção, Apostila apresentada no curso Técnico em Mecânica – Weiland Kroner, São Paulo, 1999.

KUPFER, David; HASENCLEVER, Lia. Economia Industrial. Ed. Campus. Rio de Janeiro, 2002.

MORO, N. Apostila de Gestão de Manutenção. Disponível em: <http://www.norbertocefetsc.pro.br/apostilas

MOUBRAY, J. Manutenção Centrada em Confiabilidade. Aladon Ltda. Lutterworth. 2002.

NASCIF, J. Manutenção de Classe Mundial, Revista Manutenção e Qualidade, n.29, p. 8. 2002

Page 48: Monografia Economia 2012

47

NEPOMUCENO, Lauro X. Técnicas de Manutenção Preditivas, São Paulo,Editora Edgar Blucher, 1989.

PINTO, Alan K., XAVIER, Júlio A. N. Manutenção Função Estratégica. Rio de Janeiro, Qualitymarck Ed., 2001.

PINDYCK, Robert S., RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia, São Paulo: Editora Person Prentice Hall, 2009

XENOS, Harilaus G. Gerenciando a Manutenção Produtiva, Belo Horizonte:Editora de Desenvolvimento Gerência, 1998.

Web Site www.faurecia.com

ANEXO 1

RESULTADOS 2011 DO GRUPO FAURECIA

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RESULTADOS DO EXERCICIO 2011

Page 50: Monografia Economia 2012

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Page 52: Monografia Economia 2012

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Product sales on a comparable basis:

2011 versus 2010:

• Automotive Exteriors grew by 10.9%

• Emissions Control Technologies expanded by 20.7%

• Automotive Seating increased by 8.3%

• Interior Systems developed by 14.1%

H2-2011 versus H2-2010:

• Automotive Exteriors grew by 12.5%

• Emissions Control Technologies expanded by 18.9%

• Automotive Seating increased by 6.1%

• Interior Systems developed by 14.5%

Page 53: Monografia Economia 2012

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Product sales on a comparable basis:

• Europe increased +6.2% for the full year and + 3.7% for the second half

− in H2 2011, German OEMs represented 50.4% of product sales

− in H2 2011, premium brands accounted for 40.2% of product sales

• North America grew 32.6 % for the full year and +35.0% for the second half

• Asia increased by 16.1% for the full year and +16.0% for the second half :

- China (€ 881m) expanded by 11.8% over the year and by 11.8% for the second

half

- Korea (€ 163m) grew 35.0% in 2011 and 40.0% in H2.

• Rest of the world

- South America (€ 639m) expanded by 17.2% for the full year and +11.9%

for the second half

- Other countries were up +34.8% for the full year and +44.5% for H2.

Page 54: Monografia Economia 2012

53

Europe:

• In Europe excluding Russia light vehicles production grew by +3%

• In Russia light vehicles production grew by +35%

• Faurecia’s product sales increased by 6% on a like-for-like basis

China:

• Light vehicles production grew +3%

• Faurecia’s product sales increased by 12% (like-for-like)

South Korea:

• Light vehicles production increased by +9%

• Faurecia’s product sales grew +35% (like-for-like)

Page 55: Monografia Economia 2012

54

Europe:

• In Europe excluding Russia light vehicles production was stable (-0.3%)

• In Russia light vehicles production grew by +15%

• Faurecia’s product sales increased by +4% on a like-for-like basis

China:

• Light vehicles production grew +2 %

• Faurecia’s product sales increased by 12% (like-for-like)

South Korea:

• Light vehicles production increased by +7%

• Faurecia’s product sales grew +40% (like-for-like)

Page 56: Monografia Economia 2012

55

Page 57: Monografia Economia 2012

56

2011 vs 2010:

• Raw Materials:

Net impact of raw materials is estimated at € -40m

• Other costs includes, foreign exchange effects, perimeter effects and all other

costs.

H2 2011 vs H2 2010:

• Raw Materials:

Net impact of raw materials is estimated at € -10m due to softening steel and plastic

prices

• Others costs are the result of a strong activity coming from many new launches

and new production sites leading to inefficiencies.

It was particularly the case in Emissions Control Technologies and in North America

where Faurecia experienced a sharp increase of 35% (like-for-like) of its product

sales after an already strong rebound in H2-2010.

Page 58: Monografia Economia 2012

57

• Interior Modules includes Faurecia Automotive Seating and Faurecia Interior

Systems

• Other modules includes Faurecia Automotive Exteriors and Faurecia Emissions

Control

Technologies

− Monoliths sales are 100% pass-through hence non added-value

Page 59: Monografia Economia 2012

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Restructuring costs:

Restructuring costs stood at € 56m of which:

• France € 21m

• Germany € 14m

• USA € 7m

Interest expense:

• Average financing cost was 4.42% versus 4.22% in 2010.

• The new credit facility of € 1.15bn is reflecting more expensive market conditions

Other interest expense (net):

Is mainly comprised of the change of discounting pension benefits for € -8.2m

and the depreciation of the credit facility fee for € -9.6m

Taxes:

• Tax rate of 20% is reflecting the use of tax loss carryforwards in the US, France,

Germany

and the UK.

• In 2011, € 12m tax assets were recognized and booked on the balance sheet.

Page 60: Monografia Economia 2012

59

• The group has still around € 800m of recoverable tax asset carryforwards not yet

recognized on the balance sheet.

• Faurecia’s tax rate (P&L and Cash) should stay at a level similar to 2011 in the

coming years.

Engineering activity is increasing in relation to new contracts in development

# of contracts in development

• 2009: 293

• 2010: 408

• 2011: 539

Net R&D is improving thanks to better invoicing to customers, positive impact of

French tax

incentive (€ 36m) and increased engineering in low cost countries.

Page 61: Monografia Economia 2012

60

Capex:

• 34 new projects in facilities out of which:

- 20 major expansions

- 14 new plants

Page 62: Monografia Economia 2012

61

• Capex allocation per region is in line with our 2015 expected regional sales split

(Europe 54%, Rest of the World 46%)

EBITDA is defined as Operating income + Depreciation & Amortization

• In 2011, EBITDA reached € 1,105m with an Operating income of € 651m

and with D&A accounting for € 454m

Capex:

• In 2011, Capex reached € 451m

• In H2 2011, Capex reached € 275m.

Capitalized Development costs:

• In 2011, capitalized Development costs amounted to € 179m

• In H2 2011, they reached € 85m

Change in working capital requirements for development, tooling and prototypes:

• It has been significantly negative due to the high level of development still to be

invoiced generated by the sharp increase of Faurecia’s backlog (+35%)

Page 63: Monografia Economia 2012

62

• In 2011: € -106m

• In H2 2011: € -51m

New Business Acquisitions are comprised of:

In H1-2011 in €m

• Seat plant in Madison (MS) 8

• Amminex a/s (20% stake) 20

• Angell-Demmel 29

• Chinese partnerships 7

(Geely-Volvo & Changchun Huaxiang)

In H2-2011 in €m

• Chinese partnerships 18

(Geely-Volvo)

Page 64: Monografia Economia 2012

63

Page 65: Monografia Economia 2012

64

Asset Turn: Total Sales / Capital Employed

With Capital Employed: Intangible + Tangible assets + Working Capital Requirement

+ Other assets – Current liabilities

ROCE (pre-tax): (Operating Income – Restructuring costs) / Capital Employed

Page 66: Monografia Economia 2012

65

€ 1 150m Syndicated facility

The corporate syndicated facility has been renewed in December

New syndicated credit facility of € 1,150 million,

composed of two tranches, € 690 million and € 460 million,

maturing respectively in Nov 2014 and Nov 2016

€ 350 high yield bond

Issuance in November of € 350 million notes

maturing in December 2016 bearing a 9.375% coupon

€ 58m German private placement

Issuance of a € 58m, 3- and 5-year German private placement

(Schuldschein) in October

Page 67: Monografia Economia 2012

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