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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ CAMPUS DE CORNÉLIO PROCÓPIO

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO CURSO DE GEOGRAFIA

ARTIGO/PDE

TÍTULO: A TRANSFORMAÇÃO DA PAISAGEM NO ESPAÇO EM QUE VIVO

AUTORA: Profª. Valéria Aparecida Rolam

ORIENTADOR: Prof. Ddo. Ricardo Aparecido Campos

NRE: Cornélio Procópio

ESCOLA: Colégio Estadual Rubens Lucas Filgueiras – Ensino Fundamental e

Médio

DISCIPLINA: Geografia

Cornélio Procópio

2014

1

A Transformação da Paisagem no Espaço em que Vivo

ROLAM1, Valéria Aparecida; CAMPOS2,Ricardo Aparecido. A Transformação da Paisagem no Espaço em que Vivo. 19 p. Artigo (Trabalho de Conclusão de Curso) Programa de Desenvolvimento da Educacional: UENP/SEED, 2014.

RESUMO

Este artigo apresenta resultados de pesquisas bibliográficas e intervenção pedagógica no desenvolvimento do Projeto intitulado: “A transformação da paisagem no espaço em que vivo”, trabalhado no contexto do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, ofertado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná, e implementado no Colégio Estadual Rubens Lucas Filgueiras – Ensino Fundamental e Médio, município de Uraí, Distrito de Cruzeiro do Norte. Sua finalidade é dar subsídio para que alunos e alunas compreendam o conhecimento geográfico mediante a análise da realidade vivida, tendo a oportunidade de um olhar diferenciado, reflexivo sobre as transformações ocorridas na paisagem, levando-os a perceber que essas estão associadas a fatores econômicos, sociais, políticos, culturais e ambientais, e que também eles, alunas e alunos, são sujeito desse processo, originado por necessidades básicas, de acordo com seus interesses. A Proposta de Produção Didático-pedagógica foi direcionada aos alunos e alunas do Ensino Médio, dando oportunidade para que os mesmos possam adquirir ou ampliar o conhecimento a respeito da evolução histórica, social e geográfica do município. Estudando a paisagem local, a partir das atividades propostas, eles poderão atuar de forma ativa e investigativa, tendo a possibilidade de correlacionar conceitos por meio de estudos mais aprofundados e interativos, que os conduzem a uma nova perspectiva de observar e detectar as mudanças ocorridas na realidade social, em vários aspectos, considerando o contexto social ao longo do tempo.

Palavras-chave: Transformação, paisagem, lugar, conhecimento, realidade.

aula, com a finalidade de criar possibilidades para professores e alunos/alunas, isto

é, para os sujeitos do processo pedagógico, de ampliação para alcançarem novos

horizontes, e produzir novos conhecimentos.

1 Professora PDE; Pós Graduada em Administração, Supervisão e Orientação Escolar, pela União das Escolas Superiores do Vale do Ivaí e em Educação Inclusiva pela Universidade de São Paulo. Graduada em Geografia pela Universidade Estadual de Londrina. E-mail: [email protected] 2 Docente do Curso de Geografia da Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP, Campus de Cornélio Procópio, Doutorando em Geografia: Dinâmica Espaço Ambiental e Mestre em Geografia, Meio Ambiente e Desenvolvimento pela UEL. E-mail: [email protected]

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A Transformação da Paisagem no Espaço em que Vivo

1 INTRODUÇÃO

O Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) é uma política

pública do Estado do Paraná, que estabelece diálogo entre professores do ensino

superior e os da educação básica (Paraná, 2013), que tem por objetivo fornecer

subsídios teórico-metodológicos para serem sistematizados e aplicados em sala de

aula.

A Geografia como ciência está presente em nosso cotidiano, engloba

todas as atividades que realizamos diariamente, portanto, fazemos parte dela. Cabe

à escola refletir sobre o conhecimento geográfico em diversas escalas de forma

empírica, aprofundando-o em um conhecimento científico mais elaborado.

Considerando as inter-relações que os seres humanos estabelecem com

o meio em que vivem, buscamos observar com alunos e alunas como interpretam

seu espaço de vivência, em especial, o município onde vivem.

Para Pontuschka (1999, p.133):

As condições de existência dos próprios alunos e seus familiares são pontos de partida e de sustentação que podem garantir a compreensão do espaço geográfico dentro de um processo que vai do particular ao geral e retorna enriquecido ao particular.

O tema estudado refere-se à transformação da paisagem local, isto é, às

transformações ocorridas com o passar dos anos em consequência das ações

socioeconômicas impostas pela sociedade. O trabalho partiu de elementos próprios

da vivência de nossos educandos e educandas, além de discutir alguns conceitos

fundamentais da Geografia. Isso por meio de pesquisa e observação direta, e

registro dos fatos.

De acordo com Santos (1988, p.88), a reorganização do espaço pelo

trabalho do homem, bem como suas formas de comunicação com o meio, exige uma

relação de aprendizagem e vivência. A forma como é interpretada essa

reorganização envolve uma relação de aprendizagem.

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A Transformação da Paisagem no Espaço em que Vivo

As atividades proposta foram direcionadas e desenvolvidas aos/com

alunos e alunas do Ensino Médio, do Colégio Estadual Rubens Lucas Filgueiras –

Ensino Fundamental e Médio, município de Uraí, Distrito de Cruzeiro do norte.

As atividades propostas vão ao encontro dos preceitos defendidos pelas

Diretrizes Curriculares Estaduais (2008) e dos Parâmetros Curriculares Nacionais de

Geografia (2007). O tema se encontra elencado nos blocos dos conteúdos

curriculares propostos. Sua implementação almeja que o material possa trazer

contribuições significativas não só para a comunidade escolar local, mas que

também sirva de fonte de pesquisa àqueles que fazem parte da área, ou aos

interessados no tema.

Portanto, as atividades propostas foram ordenadas de acordo com a

orientação, localização e interpretação de dados, relacionando o espaço de vivência

com o espaço distante de forma contínua e permanente, procurando sempre

estabelecer relações entre os mesmos.

Conhecer, explorar e representar o espaço de vivência, é possibilitar a

identificação das relações que se estabelecem e interagem na ocupação e

organização.

Dessa forma, a implementação pedagógica teve um caráter: dialógico,

pois, ao analisar a atuação do sujeito em sociedade, percebemos os problemas e os

desafios que a comunidade enfrenta; investigativo, propiciou a busca de novos

conhecimentos e informações, tanto por parte de alunos e alunas, quanto pela

professora, pois fomos parceiros na busca e verificação do conhecimento;

interdisciplinar, contou com a participação de outras disciplinas como história, arte e

português, disciplinas que interagem no contexto, propiciando uma melhor

compreensão do tema estudado.

Para que os objetivos almejados fossem alcançados foi necessário que,

além de analisar o conceito de paisagem e lugar, alunos e alunas pudessem

identificar os elementos naturais, sociais, e econômicos presentes no lugar onde

vivem para serem capazes de investigar as conseqüências das modificações na

organização do espaço local.

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A Transformação da Paisagem no Espaço em que Vivo

Para que o desfecho apresentasse resultados satisfatórios, foram

utilizados recursos didático-metodológicos, em aulas dialogadas e atividades

diversificadas que aconteceram em sala de aula, e também a campo para coleta de

dados, visando a produção do conhecimento, com observação, investigação e

análise, a fim de que alunos e alunas se sentissem parte da paisagem, membros de

uma realidade histórica, isto é, sujeitos da construção do espaço em que atuam e

vivem.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 ESTUDO DA GEOGRAFIA

Na atualidade, a educação brasileira, mesmo enfrentando diversos

problemas sociais, tem procurado assumir uma nova postura trabalhando de forma

contextualizada, para contribuir na construção do conhecimento, e na reflexão do

cotidiano de alunos e alunas, com consideração e respeito pela história vivida,

possibilitando dessa forma, a compreensão do papel de cada um em sociedade,

quer dizer, no lugar em que vivem.

Diariamente uma série de informações são veiculadas, e exercem papel

fundamental na construção de conhecimentos pelas pessoas de forma científica ou

empírica, servindo de base de conhecimentos para um trabalho mais sistematizado

no ambiente escolar. E isso é o que ocorre com a Geografia, que é uma ciência

muito presente no dia-a-dia de nossos alunos e alunas, não somente em sala de

aula, e sim em todas as atividades que se desenvolvem em seu cotidiano. Kaercher

(2003, p.11) resume que “a Geografia existe desde sempre, e nós a fazemos

diariamente”. Assim é fundamental que em sala de aula o conhecimento geográfico

possa ser refletido sobre a realidade vivida dos alunos e alunas, respeitando e

considerando valores. Portanto, os conceitos geográficos que são trabalhados de

forma empírica, que são fruto de sua relação com seu espaço de vivência, na escola

devem ser sistematizados por meio de um aprofundamento científico.

Segundo Callai (2004, p.129), “a Geografia na escola deve estar voltada

para o estudo de conhecimentos cotidianos trazidos pelos alunos para seu confronto

com o saber sistematizado que estrutura o raciocínio geográfico”.

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A Transformação da Paisagem no Espaço em que Vivo

Dentro dessa perspectiva, a Geografia, como ciência social e como

disciplina escolar, tem como objetivo compreender o espaço geográfico em todas as

suas esferas (local, regional, global), buscando analisar o que é produzido e

reproduzido na sociedade.

Assim Cavalcanti (2003, p. 80) entende o Ensino de Geografia, como

uma:

[...] contribuição para a formação da cidadania por meio da prática de construção e reconstrução de conhecimentos, habilidades, valores que ampliam a capacidade de crianças e jovens compreenderem o mundo em que vivem e atuam, numa escola organizada com um espaço aberto.

Nas Diretrizes Curriculares, o objetivo de estudo da Geografia é o espaço

geográfico, entendido como o espaço produzido pela sociedade (Paraná, 2008, p.

51):

Conhecer a configuração do espaço geográfico é compreender o papel da sociedade na construção e na produção do lugar e da paisagem. Portanto, ao produzirem o conceito deste, alunos e alunas irão perceber a interação entre natureza e sociedade, as relações de sobrevivência dos grupos humanos, que o modificam.

Devido à falta de discussão mais aprofundada de muitos conceitos

geográficos em sala de aula, e principalmente sobre o conceito de paisagem,

percebe-se que muitos alunos e alunas apresentam um conhecimento distorcido de

paisagem, pois a maioria a insere, e a considera somente como o que é natural.

Infelizmente, isso acontece porque tal conceito, até pouco tempo, era trabalhado de

forma individual, trazendo como consequência um saber geográfico incompleto e

desconectado da realidade de educandos e educandas.

Com base na falta de conhecimento que muitos deles apresentam sobre o

município de Uraí-Paraná com relação ao espaço, este documento visa atender

alunos e alunas do Colégio Estadual Rubens Lucas Filgueiras – Ensino

Fundamental e Médio, especificamente do Ensino Médio, no Distrito de Cruzeiro do

Norte, pertencente a este município, para terem a oportunidade de adquirir

conhecimentos a respeito da evolução histórica, social e geográfica local, e com

isso, poderem compreender e saber identificar mudanças na paisagem, ocorridas

nas primeiras décadas de colonização, e no início do século atual, principalmente na

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A Transformação da Paisagem no Espaço em que Vivo

área urbana, reconhecendo isso como a principal barreira para a efetivação dos

processos ensino e aprendizagem centrados na escala local, imprescindível para se

estabelecer o diálogo com escalas regionais.

Nesse foco, para desmistificar esta realidade, este material, ou seja, esta

unidade didática, conduzirá/orientará os alunos/as à análise da paisagem local, visto

que é a primeira apreensão que se tem do espaço vivido. E é através de todo o

trabalho que poderão conhecer, identificar e analisar os diferentes tipos de

paisagens, as modificações que vem sofrendo ao longo do tempo em muitos lugares

e principalmente no lugar em que vivem, além de ter a oportunidade de vivenciar

situações que os conduzam a um novo olhar, para perceberem as modificações

sofridas, valorizando-as e apreciando-as.

Para perceberem melhor essa transformação, os alunos/as precisarão

sentir que fazem parte do lugar em que vivem, e que ao mesmo tempo são

responsáveis pelas mudanças, reconhecendo seu papel como cidadão em

sociedade.

Ainda vale ressaltar, que ao estudar a paisagem local, deve-se levar em

conta as relações existentes com outras paisagens, outros locais e outras

características – econômica, social, econômica, política e cultural, para se conseguir

compreender sua configuração atual.

2.2 A GEOGRAFIA E A IMPORTÂNCIA DOS CONCEITOS GEOGRÁFICOS

A Geografia é uma ciência que tem como principal objeto de estudo o

espaço geográfico. Espaço este que é transformado, construído e reconstruído pelas

sociedades de acordo com as suas necessidades históricas, políticas, sociais,

culturais e econômicas.

Para Rego (2007, p. 43), o espaço geográfico é concebido como:

(...) produto histórico é, por consequência, também deve ser um conteúdo histórico. Deve ser entendido como um conjunto indissociável de sistemas de objetos e de ações, que mostra as práticas sociais dos diferentes grupos que nele interagem, produzem, sonham, lutam, desejam, vivem e (re) constroem.

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A Transformação da Paisagem no Espaço em que Vivo

O estudo do espaço geográfico, que está organizado em diversas formas,

tanto natural como cultural, é onde se estabelece a base das relações entre

sociedade e natureza, isto é, da geografia humana e da geografia física.

O conhecimento geográfico pronto e fragmentado, onde predominava a

memorização e a imaginação no hábito de “decorar” nome de rios, regiões, países,

etc...,ficou no passado. Para Rego (2007, p.42),“atualmente, o Ensino de Geografia

parte do estudo da superfície da Terra, dando enfoque aos seres humanos como o

centro das preocupações em todas suas dimensões”, que deve estar de acordo com

o nível local, em um processo contínuo entre que envolve o global e o local, isto é, o

lugar de convivência, auxiliando na construção do saber.

Rego (2007, p. 104), ainda afirma que:

Ao estudar o espaço geográfico, o aluno refletirá sobre a análise da dinâmica social, da dinâmica da natureza e da inter-relação delas. É importante destacar que, no ensino, professores e alunos deverão procurar entender que ambas, sociedade e natureza, constituem a base objetiva sobre a qual o espaço é construído.

Para simplificar a transmissão do conhecimento geográfico, o Ensino de

Geografia trabalha com alguns conceitos básicos sobre paisagem, região, lugar e

território.

Segundo Paraná (2008, p. 53) os conceitos geográficos se constituíram e

reconstituíram em diferentes momentos históricos, em função das transformações

sociais, políticas e econômicas que definem e redefinem maneiras e ritmos de

produzir o espaço e elaborar o pensamento.

Cada conceito geográfico apresenta características próprias como:

a) Paisagem: é considerada a representação visível, construída através do

acúmulo de acontecimentos ou eventos passados, passando por

mudanças constantes. A paisagem é composta por elementos naturais,

humanos, sociais, culturais ou econômicos que se articulam uns com os

outros.

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A Transformação da Paisagem no Espaço em que Vivo

b) Região: termo utilizado em várias circunstâncias, pois mostra suas

particularidades, e é resultado da estruturação da organização

socioeconômica ao longo da história.

c) Lugar: uma parte do espaço geográfico, onde nós nos relacionamos

socialmente, o espaço em que trabalhamos, produzimos e modificamos,

isto é, onde a sociedade desenvolve suas atividades diárias.

d) Território: base física em que o Estado exerce a sua soberania. Delimitado

por fronteiras políticas em que sofre o domínio de poder e/ou influência

política, econômica e social.

Tais conceitos geográficos estão em constante evolução, inter-relacionam

e devem ser articulados ao longo do processo ensino e aprendizagem, permitindo

aos alunos e alunas uma formação integral e crítica que auxilie na construção de um

saber geográfico, portanto, cabe ao professor explorá-los em sala de aula.

2.3 O ESTUDO DA PAISAGEM

A geografia é uma ciência que está em constante mudança, assim não

devemos trabalhar um ensino de Geografia estático, como acontecia há alguns anos

atrás. Por exemplo, o conceito de paisagem era trabalhado de forma individual,

demonstrando somente a paisagem natural, trazendo como consequência um saber

geográfico incompleto e desconectado da realidade dos alunos e alunas.

Sabemos que a paisagem faz parte da construção do espaço geográfico,

deixando claro que ela é muito mais do que se observa, e se constitui através da

interação de diversos elementos: naturais, culturais, visíveis e invisíveis, isto é, dos

elementos que compõe o espaço.

Santos (1998, p. 40) conceitua paisagem como:

Tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança. Ela pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada apenas de volumes, nuas além de cores, movimentos, odores, sons, etc. (...) a paisagem é um conjunto de formas heterogêneas de igualdades diferentes, pedaços de tempos históricos, representativos das diversas maneiras de produzir coisas, e de construir o espaço.

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A Transformação da Paisagem no Espaço em que Vivo

Ao analisar a paisagem, é possível entender o presente, através da

interpretação das heranças passadas, e propor medidas com vistas para melhorar o

futuro, assim, Santos (2006, p.66) afirma que a paisagem exprime as heranças que

representam as sucessivas relações entre homem e natureza.

O estudo da paisagem demonstra as diferenças entre paisagem natural e

paisagem cultural. A primeira diz respeito a lugares em que não houve a intervenção

humana, onde predominam os elementos naturais. A segunda, sobre a construção

do espaço geográfico a partir da transformação da natureza pelo trabalho humano,

onde predomina os elementos culturais.

A observação e a interpretação da paisagem são pontos de partida

quedarão os subsídios para a análise das relações entre sociedade e natureza, e a

compreensão melhor sobre as transformações que a paisagem natural vem

sofrendo. Segundo Santos (2006, p.66) “a paisagem existe através das formas

criadas em momentos históricos diferentes, porém coexistindo com o atual, como

resposta às necessidades atuais da sociedade.”

Assim, a paisagem resulta de processos naturais decorrentes da

constante transformação da natureza, interagindo com processos sociais produzidos

pelo homem. O homem procura adequar a natureza a suas necessidades, e com

isso, promove alterações drásticas no meio em que vive sendo algumas são

irrecuperáveis. Conforme apresenta Bertrand (2007, p.251)

Todos sabem que a paisagem não é apenas a natureza. Ela é uma criação humana, a marca de uma sociedade sobre um território. Tivemos frequentemente a tendência de esquecer que a paisagem, antes de ser um objeto de cenário e de contemplação para populações essencialmente citadinhas por sua residência e sua cultura, é historicamente uma ferramenta, campo, cidade ou fábrica, destinada a produzir bens de consumo: colheitas animais e vegetais, habitat, meio de transporte etc. Ela não é um jardim submetido ao capricho de um jardineiro imanente. Nem natural, nem artificial, mas hídrica, a paisagem não é estática.

A compreensão da paisagem só tem sentido concreto para os alunos e

alunas, quando esses passam a vê-la dentro de um contexto social, histórico, e

cultural, compreendendo-se como parte desse espaço geográfico, e do processo de

transformação dele.

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A Transformação da Paisagem no Espaço em que Vivo

2.4 O ESTUDO DO LUGAR

Ao perceber a transformação da paisagem se tem, primeiramente, que

compreender o conceito de lugar, pois existe uma relação entre ambos, que é

resultado do processo de construção do espaço geográfico, onde se pode

considerar que somos agentes transformadores do lugar onde se vive.Para

Cavalcanti (2003, p.100) “é pela paisagem, vista em seus determinantes, e suas

dimensões, é que se vivencia empiricamente um primeiro nível de identificação do

lugar”.

Callai (2004, p. 22) conceitua lugar como:

[...] espaço construído como resultado da vida das pessoas dos grupos que nele vivem, das formas como trabalham, como produzem, como se alimentam e como fazem/usufruem do lazer.’ É a vida de determinados grupos sociais, ocupando um certo espaço num determinado tempo singularizado. (...) é um espaço vivido, de experiências sempre renovadas o que permite que se considere o passado e se vislumbre o futuro.

Assim fica claro que lugar é o espaço vivido, isto é, a primeira relação

com o mundo, onde se vive intensamente, se relaciona com as pessoas, e com o

próprio espaço geográfico, enfim, é a primeira forma de contato com o mundo.

Para Rego (2007, p. 145) é no lugar que são “construídas por meio de

materializações e de emoções, em que o objeto e o sujeito fazem parte do mesmo

processo. Sendo constantemente alterado em sua forma e conteúdo, por nós seres

humanos, em função do desenvolvimento econômico.”

Assim, estudando o lugar, se está considerando uma variedade de

vivências, experiências que alunos e alunas trazem à sala de aula, ou seja, as da

realidade vivida, que é uma forma imprescindível para ligar os fatos contextuais e

conhecimentos de mundo, às teorias trabalhadas.

Compreendendo esta relação, Santos (1988, p. 35) enfatiza que “lugar é

um ponto do mundo onde se realizam algumas das possibilidades. É parte do

mundo e se desempenha um papel na história”.

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A Transformação da Paisagem no Espaço em que Vivo

3 METODOLOGIA E RESULTADOS DA IMPLEMENTAÇÃO

Um dos graves problemas enfrentados hoje pela escola é desenvolver

caminhos que despertem e motivem alunos e alunas. Sendo assim, professores e

professoras devem buscar alternativas para melhorar a didática, a metodologia, e

com isso, o aprendizado, instigando alunos e alunas a apresentarem um olhar

observador, investigativo sobre as coisas, neste caso, em especial, sobre a

paisagem geográfica.

Portanto, este trabalho de intervenção pedagógica, foi ofertado aos

alunos e alunas do Ensino Médio do Colégio Estadual Rubens Lucas Filgueiras –

Ensino Fundamental e Médio, município de Uraí, Distrito de Cruzeiro do Norte, e

teve como intuito possibilitar alternativas que contribuíssem para o ensino e

aprendizado de forma clara, objetiva, levando os alunos/as a compartilhar ideias,

expor opiniões, críticas, não como coadjuvantes do processo, mas como sujeitos

ativos. Dessa forma, puderam aprender a se localizar no lugar onde vivem, fazendo

uma co-relação em escala local, regional, nacional e global, além de compreender o

processo de colonização na organização do município por meio de observação,

investigação e análise da paisagem.

Para CALLAI (2000, p. 84) “estudar e compreender o lugar, em geografia,

significa entender o que acontece no espaço onde se vive para além das suas

condições naturais e humanas.” Compreender o lugar em que vive permitiu a alunos

e alunas a conhecerem a sua história e conseguirem entender as coisas que ali

acontecem e aconteceram.

Considerando o conhecimento, alguns conceitos geográficos e as

interações que foram sendo estabelecidas ao longo dos anos, a primeira atividade

proposta foi a realização de uma volta ao redor do Colégio para verificar pontos

positivos e negativos do espaço.

Em sala de aula, em mesa redonda, foram relatados os diversos

problemas que alunos e alunas constataram. Perceberam que convivem com eles

diariamente, e a partir disso, entenderam a gravidade dos mesmos, principalmente

para a saúde de todos. O Distrito de Cruzeiro do Norte, lugar onde está localizado o

Colégio e principalmente o lugar em que nossos alunos e alunas vivem, apresentam

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A Transformação da Paisagem no Espaço em que Vivo

ruas esburacadas, não há esgoto e nem tratamento de água, os moradores

possuem fossa séptica, mesmo assim, frequentemente despejam alguns dejetos que

são eliminados pelas casas em valetas próximas às ruas, além da presença de

excesso de lixo amontoado, pois a coleta só é feita uma vez na semana. Através da

constatação dos problemas, muitos alunos e alunas refletiram a respeito do que

observaram, indignaram-se com a situação, e decidiram voltar aos lugares e

registrar os problemas com fotografias.

Figura 1: Lixo amontoados próximo ao Colégio, 22/03/2014

Fonte: Arquivo dos alunos do Ensino Médio

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A Transformação da Paisagem no Espaço em que Vivo

Figura 2: Água que foi utilizada sendo lançando em uma valeta

Fonte: Arquivo alunos do Ensino Médio, 22/03/2014

Com isso, chegaram à conclusão que urge a necessidade de se cobrar do

poder municipal medidas para solucionar os problemas.

A leitura de imagens faz com que alunos e alunas interpretem, analisem e

relacionem o espaço local com o espaço distante, fazendo com que se possa expor

a visão de mundo de acordo com o conceito apreendido no âmbito escolar. Nesse

intuito, foram apresentadas aos alunos/as imagens de diversos lugares – Brasil,

Paraná, Uraí, Distrito de Cruzeiro do Norte, que oportunizou a eles a constatação de

que cada lugar apresenta especificidades em sua organização, e com isso, percebe-

se que há interação na dinâmica com os aspectos sociais, culturais, políticos e

econômicos. Também diagnosticaram a importância do local, regional e global, e

que os fatos e as coisas da vida se concretizam em lugares específicos. Para

finalizar essa análise, foi desenvolvida uma produção cartográfica com a confecção

de mapas: mundi, do continente americano, do Brasil, Paraná e Uraí, possibilitando

aos alunos/as conhecer, orientar-se e se localizar espacialmente no meio em que

vivem e também em outras localidades. Para Simielli (2003, p. 94), “os mapas nos

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A Transformação da Paisagem no Espaço em que Vivo

permitem ter o domínio espacial e fazer a síntese dos fenômenos que ocorrem num

determinado espaço”.

Para que pudessem entender a construção da sociedade em que vivem,

ou seja, a forma como o município está organizado, como as pessoas se

relacionam, foi proposto na implementação do projeto a realização de uma pesquisa

direcionada sobre o processo de colonização do município. Em relação às fontes

bibliográficas foram encontradas dificuldades, pois são poucos livros, artigos ou

textos escritos que relatam sobre o fato. Diante desse problema, muitos alunos e

alunas desenvolveram a pesquisa através de “conversas informais” com moradores

antigos, pois eles dispõem de um amplo conhecimento da história ao longo do

tempo.

Em sala de aula, a partir dos relatos, foi produzido, em conjunto, um texto,

onde alunos/as puderam colocar em prática a capacidade de observação, de

registro e análise da identidade do lugar em que vivem, fruto do decorrer do tempo.

Concluímos que eles não só realizaram um trabalho de pesquisa e

produção, mas principalmente de cidadania, compreendendo a construção e

organização espacial do município. Através do contato com outras pessoas puderam

entender as várias mudanças ocorridas desde o período de colonização, por

exemplo, as ruas empoeiradas ganharam pavimentação, e as edificações em

madeira foram substituídas pelas de alvenaria.

Após desenvolverem as atividades de orientação, localização e

conhecimento da história sobre o lugar onde vivem, foi trabalhado o conceito de

paisagem para que assimilassem primeiramente seu significado. Foram expostos

diversos cartazes sobre um mesmo local, em que a paisagem sofreu mudanças ao

longo do tempo. Após observação, alunos e alunas relataram sobre os tipos de

paisagens existentes, debateram sobre as modificações ocorridas ao longo do

tempo, e com isso, chegaram à conclusão que as paisagens são transformadas para

a construção e reconstrução do espaço geográfico, fruto do trabalho do ser humano,

para satisfazer suas necessidades, pelo progresso, ou simplesmente por vantagens

econômicas, e que podem acontecer no município, no Estado, no País, ou seja, em

qualquer lugar.

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A Transformação da Paisagem no Espaço em que Vivo

Depois de certificar que realmente os alunos e alunas assimilaram os

principais conceitos geográficos: lugar e paisagem, a interação e a importância disso

para o cotidiano, desenvolveram, em grupo, uma pesquisa junto à família, à

comunidade e na internet, buscando registros fotográficos antigos do município. Os

registros que conseguiram reunir foram levados para a sala de aula, onde cada um

foi analisado em separado. Muitos não sabiam onde ficavam os locais e muito

menos em que período foram coletadas as informações contidas. Essa atividade

despertou grande interesse em alunos e alunas, pois a paisagem foi estudada a

partir do seu espaço de vivência, e promoveu o desenvolvimento do senso crítico,

propiciando um ensino e aprendizado mais prazeroso e motivador. Além do mais,

constataram que o registro fotográfico é um recurso importante que possibilita

conhecermos “todos os lugares”, até mesmo nossa cidade, e em qual momento

histórico.

Assim, para concluir a prática pedagógica, foi realizada uma aula de

campo, que favoreceu aos alunos e alunas que entrassem em contato com os

lugares das fotos coletadas.

A aula de campo é um recurso didático que tem como principal objetivo

principal fornecer aos alunos/as a oportunidade de aprender, conhecer e investigar o

lugar onde vivem. De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do

Paraná (2008, p.80):

A aula de campo é um importante encaminhamento metodológico para analisar a área de estudo (urbana e rural), de modo que o aluno poderá diferenciar, por exemplo, paisagem de espaço geográfico. Parte de uma realidade local bem delimitada para investigar sua constituição histórica e realizar comparações com outros lugares, próximas ou distantes. Assim a aula de campo jamais será um passeio, porque terá importante papel pedagógico no ensino de Geografia.

A aula de campo favoreceu os alunos e alunas que entrassem em contato

com o meio em que estão inseridos, e os levaram a perceber a relação dos mesmos

com lugares distantes. Também foi uma forma de relacionar a teoria da sala de aula

com a investigação in loco, levando os alunos a procurar respostas, a observar, a

problematizar, a explorar mais detalhadamente o espaço e a perceber as constantes

transformações culturais na paisagem, refletindo assim, sobre as mudanças nos

hábitos e nos costumes das pessoas, e de seus próprios hábitos e costumes, e em

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A Transformação da Paisagem no Espaço em que Vivo

seus valores, que foram sendo incorporados, influenciando a vida de cada um,

especialmente no lugar onde cada um reside.

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A Transformação da Paisagem no Espaço em que Vivo

Figura 3: Algumas das imagens fotográficas coletadas em pesquisa e trabalho de campo, o antes e o depois

Fonte: Alunos do Ensino Médio

O ponto culminante do projeto aconteceu no dia 23/10/2014 com uma

“Mostra Pedagógica” para toda comunidade escolar interna e externa. Neste dia, os

trabalhos desenvolvidos pelos alunos/as foram expostos. Toda comunidade apreciou

e sensibilizou pela realização, destacando a importância da organização espacial,

entendendo a história do município através da transformação da paisagem que vem

ocorrendo ao longo dos anos em função do desenvolvimento econômico.

Conhecer o lugar onde se vive, notar as mudanças ocorridas, identificar

os acontecimentos do cotidiano em relação ao meio, contribui para que o aluno

sinta-se como parte integrante do espaço, onde se encontra, podendo assim, fazer a

diferença na comunidade local, adotando uma postura consciente, diante

das questões ambientais e das públicas que devem nortear e viabilizar uma vida

saudável, como um direito ao exercício da cidadania.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atendendo o objetivo do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, a

aplicação dos conteúdos e do material didático, este artigo apresentou os resultados

obtidos ao longo deste processo. Desta forma, propiciou a ampliação de

conhecimentos teóricos, articulados com a prática, através de trocas de

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A Transformação da Paisagem no Espaço em que Vivo

experiências, utilização de novas metodologias que auxiliaram na construção de um

ensino motivador, prazeroso e atrativo.

Durante o desenvolvimento do trabalho, percebi a importância de se estudar a

paisagem geográfica cultural, partindo do contexto em que aluno/as estão inseridos.

Muitos apresentaram dificuldades para interpretação do conceito de paisagem, pois

a própria ciência geográfica possuía em dados momentos históricos, ressaltava

somente aspectos naturais, formando uma dictomia entre o natural e humano, cabe

justamente reconstruir tais conceitos, valorizando a interpretação correlata entre o

que é natural e humano, tendo como foco a ação humana na construção daquilo que

chamamos de espaço geográfico.

A apropriação do conhecimento por aluno/as é relevante, quando este,

interage de maneira ativa no processo, tendo como base o conceito de espaço,

lugar e paisagem relacionados ao meio onde se encontram inserido. Estudar,

conhecer, analisar e refletir de maneira concreta sobre os elementos que compõem

o espaço, verificando as mudanças ocorridas, como está organizado, as relações de

poder, as manifestações expressas nas paisagens, como resultado dos interesses

sociais, contribui para que o ensino e o aprendizado seja enriquecedor. Entretanto, é

importante relacionar o contexto de hoje ao contexto do passado, do ponto de vista,

histórico, econômico e social para identificar os motivos que levaram às mudanças

no aspecto natural das paisagens e a influência na vida das pessoas que vivem no

lugar.

Conhecer o lugar onde se vive, notar as mudanças ocorridas, identificar os

acontecimentos do cotidiano em relação ao meio, contribui para que aluno e aluna

sinta-se como parte integrante do espaço, onde se encontra, podendo assim, fazer a

diferença na comunidade local, adotando uma postura consciente, diante das

questões ambientais e das públicas que devem nortear e viabilizar uma vida

saudável, como um direito ao exercício da cidadania, além de que o estudo da

paisagem faz com que o aluno identifique as transformações humanizadas ou seja

as transformações causadas no que tange a busca pelo desenvolvimento social ou

a urbanização de determinado local ou região em que se vive.

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A Transformação da Paisagem no Espaço em que Vivo

O desenvolvimento e participação de todos oportunizou uma “nova visão”,

levando-os a conhecer a história, a organização, dando subsídios para que os

mesmos se devemos construir e entender o espaço em que vive e as suas

modificações, procurando o porque dessas alterações e a influencia direta ou

indireta na sua vida.É difícil apontar caminhos, no entanto é necessário criar, inovar,

uma necessidade diária num mundo de velozes transformações nas paisagens que

nos rodeiam. É papel do educador promover a articulação de conceitos formados no

cotidiano interligando com o científico. A construção de saberes escolares , a

formação de raciocínios significativos se dá a partir da vivência do dia a dia, levando

o aluno a fazer as interligações do que conhece e o que é abstrato na sua

concepção de mundo.

Conhecendo e analisando a paisagem do passado e da atualidade, o

aluno adquire a capacidade de realizar a relação no que tange as transformações ao

seu redor, as mudanças de cunho natural, ou mesmo causadas pela interferência do

homem agem diretamente na vida dos alunos, porém estas transformações são

indispensáveis para o bom funcionamento da sociedade e do meio em que se está

inserido.

4 REFERÊNCIAS

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CALLAI, Helena Copetti. O estudo do lugar como possibilidade de construção da identidade e pertencimento. Set.2004. Disponível: [email protected]. Acesso em 02/06/2013;

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A Transformação da Paisagem no Espaço em que Vivo

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