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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE
I
ÁGUA: FONTE DE VIDA, UM BEM ESCASSO: contribuições noensino fundamental da rede pública estadual
Andréa Luiza Gontarz1
Wanda Terezinha Pacheco dos Santos2
RESUMO
O presente artigo intenciona socializar os resultados obtidos na implementação de uma proposta detrabalho desenvolvida durante o Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE- 2014/2015),promovido pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná. O estudo teve por objetivo contribuirpara a formação dos alunos do Ensino Fundamental, evidenciando o quadro trágico do cenário daescassez da água. A proposta foi idealizada a partir da constatação da necessidade dos cuidadoscom a água, a irregularidade de sua distribuição e o aumento do uso indiscriminado. A proposta foidesenvolvida com 35 alunos do 9º Ano do Colégio São Vicente de Paulo - Ensino Fundamental eMédio do NRE de Irati – PR por meio de atividades práticas, visando sensibilizar e conscientizar osalunos sobre a conservação e preservação da água.
PALAVRAS-CHAVE: Água, Escassez, Conscientização e Sensibilização.
INTRODUÇÃO
O presente artigo pretende divulgar e integrar os resultados obtidos na
implementação de uma proposta de trabalho durante o Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE).
Essa implementação foi desenvolvida com os alunos do 9º ano do Ensino
Fundamental do Colégio Estadual São Vicente de Paulo, localizado no município de
Irati - Paraná.
Esse trabalho proporcionou aos alunos noções básicas, teóricas, práticas de
orientações e sensibilização, permitindo que o ser humano compreenda, valorize e
respeite a maior fonte de vida: a água. Outro foco foi a motivação para o uso correto,
1 Professora da Rede Pública do Estado do Paraná, Licenciada em Geografia e Especialista emEducação Ambiental pela Faculdade de Administração, Ciências, Educação e Letras – FACEL. E-mail: [email protected]
2 Orientadora do Programa de Desenvolvimento Educacional- PDE/ Geografia. Professora doDepartamento de Geografia da Universidade Estadual do Centro – Oeste – UNICENTRO, Campus deIrati – PR e Doutora em Educação. E-mail: [email protected]
através da realização de atividades, interagindo os conhecimentos teóricos com
atividades práticas.
A proposta foi idealizada com a participação ativa dos alunos que através de
pesquisas em sites e obras proporcionaram a base para o desenvolvimento das
demais atividades realizadas, seguindo uma ordem para que o objetivo fosse
alcançado.
Nesse contexto, após a conclusão das pesquisas realizadas pelos alunos foi
proposta a elaboração de uma Cartilha de Orientações que se efetivou como
material de apoio para a produção de seminários, confecção de histórias em
quadrinhos, cartazes com a exposição em murais encerrando as atividades com
uma peça teatral da “Carta de 2070”.3
Para a concretização deste trabalho foi proposta a utilização de diversos
recursos didático-tecnológicos como, laboratório de informática, internet, softwares
educativos, entre outros.
Essa produção baseia-se no estudo da escassez da água em nosso planeta,
objetivando a sensibilização e conscientização do aluno quanto à sua importância.
É de suma importância salientar que nenhuma questão hoje é mais
importante do que a da água e que dela depende a sobrevivência de toda a cadeia
da vida e, conseqüentemente, de nosso próprio futuro podendo ser motivo de
guerra, como de solidariedade social e cooperação entre os povos.
Deste modo o presente trabalho busca a conscientização e a formação de
alunos críticos que atuem em seu meio natural e cultural e, portanto, se tornem
capazes de aceitar, rejeitar ou mesmo transformar este meio.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Feltre (2004, p.43-44) aborda que:
A água própria para se beber é denominada água potável. Não precisa serpura, na conceituação química, isto é, conter somente moléculas de H2O,mas é necessário que ela esteja límpida; não pode conter terra nem outrosmateriais em suspensão; pode conter somente vestígios de sais emsolução, que lhe conferem algum sabor (diferente da água destilada);precisa estar aerada, ou seja, conter um pouco de ar dissolvido, dando aopaladar uma sensação de “água leve”; não deve conter microorganismosque possam causar doenças.
3 http://www.youtube.com/watch?V=VTa9UPTW2ts
Estima-se que a distribuição da água na Terra é de aproximadamente: 97,2%
nos mares e nos oceanos; 2,15% nas geleiras e nas calotas polares; 0,62% nas
águas subterrâneas; 0,0091% nos lagos e nos rios; e 0,001% na umidade
atmosférica. No entanto, apesar de sua aparente abundância, a água de boa
qualidade começa a escassear em vários lugares da Terra, devido ao grande
aumento do consumo.
A escassez de água potável já afeta o Brasil, mesmo quando este detém 8%
de toda a água disponível no mundo para consumo, porém 80% dessa água se
encontra na Bacia Amazônica, onde vivem apenas 7% dos brasileiros. Assim sendo,
para abastecer os outros 93% da população, somente 20% da água disponível no
Brasil pode ser utilizada. (FELTRE, 2004).
O problema de escassez de água decorre do aumento da população mundial,
do desperdício e da poluição das águas. (FELTRE, 2004).
Para Christófidis (2003), a falta de acesso à água potável de parte da
população e às redes de coleta e tratamento dos esgotos sanitários em nível
compatível com a capacidade de assimilação e depuração dos corpos hídricos
receptores tem levado a cerca de dois terços das internações hospitalares, seja por
motivos associados à falta de água ou contatos desta com padrões inadequados.
Dados das principais entidades vinculadas ao setor de saúde indicam que os custos
de prevenção e de ofertas de sistemas seguros de saneamento básico são de longo
alcance e custam cerca de um quarto das medidas de remediação com os
atendimentos médicos hospitalares.
Outro aspecto importante que deve ser resolvido no país são as ocupações
territoriais irregulares e desordenadas pela inexistência de planos diretores de
cumprimento de legislações que comprometem áreas de recarga de berçários
aquáticos. Apesar de tratado nas esferas do governo: federal, estadual e municipal o
tema não deixa de ter sua base na iniciativa privada que insiste em gerar
loteamentos inviáveis do ponto de vista da sustentabilidade. O imediatismo dos
“empreendedores” com olhar viciado e interesseiro cria uma situação de difícil
solução tanto para a atual como para as futuras gerações. (CHRITÓFIDIS, 2003).
Em 1940, 30% dos brasileiros moravam nas cidades, hoje 81% vivem nosgrandes centros urbanos, grande parte estão em áreas de mananciais,geralmente favelas, ou seja, áreas ocupadas clandestinamente chegam e
vão destruindo florestas e amontoando-se nas nascentes dos rios e jogandoos seus lixos e esgotos sem qualquer cuidado. Com isso, a água fica cadavez mais poluída comprometendo o aproveitamento da mesma para oconsumo.4
Segundo a UNICEF, menos da metade da população tem acesso à águapotável, ou seja 43% da população mundial não tem serviço desaneamento básico. A irrigação corresponde a 73% do consumo de água,21% para uso das indústrias e apenas 6% destina-se ao consumodoméstico, desta forma a degradação ambiental decorre do descontroladocrescimento populacional e da super exploração dos recursos naturais.5
O aumento das atividades de pesquisa no Brasil para ampliar o conhecimento
científico sobre rios, lagos, represas, estuários e áreas alagadas tem sido constante
e persistente.
O reuso ou reaproveitamento da água também é uma forma de evitar a
escassez, pois consiste na sua reutilização tratada ou não, dependendo de qual foi à
utilização. A água poderá ser reutilizada direta ou indiretamente, decorrendo de
ações planejadas, para o mesmo ou outro fim, tais como: utilização em alguma
atividade humana descarregada de forma planejada nos corpos das águas
superficiais ou subterrâneas usadas nas indústrias ou irrigação, lavagens de ruas,
em processos industriais como resfriamento de máquinas e lavagens de peças,
conscientizando assim as pessoas quanto a esse fato real.6
A atual situação de grave escassez de água potável, afetando boa parte do
Sudeste brasileiro onde se situam as grandes cidades como São Paulo, Rio de
Janeiro e Belo Horizonte, nos obriga como nunca antes, a repensar a questão da
água e a desenvolver uma cultura do cuidado, acolitado por seus famosos erres (r):
reduzir, reusar, reciclar, respeitar e reflorestar.
4 http://coladaweb.com/biologia/ecologia/tudosobreagua
5 www.andi.org.br/inclusao-e-sustentabilidade/destaque-inclo-sustent/unicy-anuncia-que-o-numero-depessoas-semacessoaaguapotavelcaiu
6 http://www.hidro.ufcg.edu.br/twiki/pub/CADayse.poluicaodasaguas
Nenhuma questão hoje é mais importante do que a da água. Dela depende a
sobrevivência de toda a cadeia da vida e, conseqüentemente, de nosso próprio
futuro. Ela pode ser motivo de guerra como de solidariedade social e cooperação
entre os povos.
Independentemente das discussões que cercam o tema da água, podemos
fazer uma afirmação segura e indiscutível: a água é um bem natural, vital,
insubstituível e comum. Nenhum ser vivo, humano ou não humano, pode viver sem
a água. A ONU no dia 21 de julho de 2010, aprovou esta resolução: “a água potável
e segura e o saneamento básico constituem um direito humano essencial”.
O processo institucional que se desenvolveu no Brasil nos últimos dez
anos( Braga et al.,2006, cap. 20) dá destaque à gestão dos recursos hídricos e à
gestão descentralizada consubstanciada no SINGREH (Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos). A Política Nacional de Recursos Hídricos
estabelecida pela Lei nº 9.433/97- Lei das Águas – foi um avanço conceitual
importante na implementação de instrumentos de gestão- planos de recursos
hídricos, enquadramento dos corpos de água, outorga do direito de uso dos recursos
hídricos, cobrança pelo uso das águas e sistema de informações sobre recursos
hídricos.
Consideremos rapidamente os dados básicos sobre a água no planeta Terra:
ela já existe há 500 milhões de anos; 97,5% das águas dos mares e dos oceanos
são salgadas. Somente 2,5% são doces. Mais de 2/3 dessas águas doces
encontram-se nas calotas polares e geleiras e no cume das montanhas (68,9%);
quase todo o restante (29,9%) são águas subterrâneas. Sobram 0,9% nos pântanos
e apenas 0,3% nos rios e lagos. Destes 0,3%, 70% se destina à irrigação na
agricultura, 20% à indústria e restam apenas 10% destes 0,3% para uso humano e
dessedentação dos animais.
Existe no planeta cerca de um bilhão e 360 milhões de km cúbicos de
água. Se tomarmos toda a água dos oceanos, lagos, rios, aquíferos e calotas
polares e a distribuíssemos equitativamente sobre a superfície terrestre, a Terra
ficaria mergulhada debaixo da água a três km de profundidade.
A renovação das águas é da ordem de 43 mil km cúbicos por ano, enquanto o
consumo total é estimado em 6 mil km cúbicos por ano. Portanto, não há falta de
água.
O problema é que se encontra desigualmente distribuída: 60% em apenas
nove países, enquanto 80 outros enfrentam escassez. Pouco menos de um bilhão
de pessoas consome 86% da água existente enquanto para 1,4 bilhões é
insuficiente (em 2020 serão três bilhões) e para dois bilhões, não é tratada, o que
gera 85% das doenças segundo OMS. Presume-se que em 2032 cerca de 5 bilhões
de pessoas serão afetadas pela escassez de água.
O Brasil é a potência natural das águas, com 12% de toda água doce do
planeta perfazendo 5,4 trilhões de metros cúbicos. Mas é desigualmente distribuída:
72% na região amazônica, 16% no Centro-Oeste, 8% no Sul e no Sudeste e 4% no
Nordeste. Apesar da abundância, não sabemos usar a água, pois 37% da tratada é
desperdiçada, o que daria para abastecer toda a França, a Bélgica, a Suíça e norte
da Itália. É urgente, portanto, um novo padrão cultural em relação a esse bem tão
essencial. (cf.o estudo mais minucioso organizado pelo saudoso Aldo
Rebouças, Águas doces no Brasil: Escrituras, SP, 2002).
Segundo Maude Barlow,uma grande especialista em água que trabalha nos
organismos da ONU sobre o tema, a canadense “A população global triplicou no
século XX, mas o consumo da água aumentou sete vezes. Em 2050 quando
teremos 3 bilhões de pessoas a mais, necessitaremos de 80% a mais de água
somente para o uso humano; e não sabemos de onde ela virá”. Esse cenário é
dramático, pois coloca claramente em xeque a sobrevivência da espécie humana e
de grande parte dos seres vivos.
Há uma corrida mundial para privatização da água. Surgem grandes
empresas multinacionais como as francesas Vivendi e Suez-Lyonnaise, a alemã
RWE, a inglesa Thames Water e a americana Bechtel. Criou-se um mercado das
águas que envolvem mais de 100 bilhões de dólares. Estão fortemente presentes na
comercialização de água mineral a Nestlé e a Coca-Cola que buscam comprar
fontes de água por toda a parte no mundo, inclusive no Brasil.
Mas há também fortes reações das populações como ocorreu no ano 2000,
em Cochabamba na Bolívia. A empresa America Bechtel comprou as águas e elevou
os preços a 35%. A reação organizada da população botou a empresa para correr do
país.
O grande debate hoje se trava nestes termos: A água é fonte de vida ou
fonte de lucro? A água é um bem natural, vital, comum e insubstituível ou um
bem econômico a ser tratado como recurso hídrico e posto à venda no
mercado?
Ambas as dimensões não se excluem, mas devem ser retamente
relacionadas. Fundamentalmente a água pertence ao direito à vida, como insiste o
grande especialista em águas Ricardo Petrella. (PETRELLA, 2002).
Nesse sentido, a água de beber, para uso na alimentação e para higiene
pessoal e dessedentarão dos animais deve ser gratuita.
Como, porém ela é escassa e demanda uma complexa estrutura de captação,
conservação, tratamento e distribuição, implica uma inegável dimensão econômica.
Esta, entretanto, não deve prevalecer sobre a outra; ao contrário, deve torná-la
acessível a todos e os ganhos devem respeitar a natureza comum, vital e
insubstituível da água. Mesmo os altos custos econômicos devem ser cobertos pelo
Poder Publico.
Segundo Nobre, “parar de desmatar é fundamental, mais não resolve mais.
Temos que conter os danos ao máximo. Parar de desmatar é para ontem. A única
reação adequada neste momento é fazer um esforço de guerra. A evidência
científica diz que a única chance de recuperarmos o estrago que fizemos é zerar o
desmatamento. Mas isso será insuficiente, temos que replantar florestas, refazer
ecossistemas. É a nossa grande oportunidade”.
Uma fome zero mundial, prevista pelas Metas do Milênio, deve incluir a sede
zero, pois não há alimento que possa existir e ser consumido sem a água.
De acordo com estudos anteriores, o objetivo central da Política Nacional é
assegurar à atual e as futuras gerações a necessária disponibilidade de água em
padrões de qualidade adequados aos respectivos usos”. ( ANA, 2009, p. 28).
A água é vida, geradora de vida e um dos símbolos mais poderosos da
natureza da Última Realidade. Sem a água não viveríamos.
Um dos maiores desafios planetários no século 21 é assegurar a
sustentabilidade do uso dos recursos hídricos, como condição essencial para a
cidadania plena, a qualidade de vida, a redução da pobreza e um modelo de
desenvolvimento que considere os direitos das atuais e futuras gerações a um
ambiente limpo e saudável.
País com uma das maiores reservas de água doce do mundo, o Brasil tem
procurado fazer a sua parte por meio da implantação de um sistema integrado de
gestão dos recursos hídricos. É um sistema fundamentado em legislações estaduais
e na Lei das Águas, como ficou conhecida a Lei Federal nº 9.433/97, que definiu a
Política Nacional de Recursos Hídricos.
A Agência Nacional de Águas (ANA) também vem buscando desempenhar o
seu papel legal, no sentido de ser o organismo regulador do uso das águas de
domínio da União. Para cumprir o seu mandato, a ANA procura estabelecer um
amplo diálogo com os Comitês de Bacias e demais órgãos representativos das
bacias hidrográficas, em coerência com o modelo de gestão integrada. Ações
estruturais para conservação e recuperação de bacias hidrográficas, mananciais,
águas superficiais e águas subterrâneas devem ser acompanhadas pela
implementação de ações não-estruturais que consistem na participação da
comunidade e dos usuários e na articulação da sociedade na gestão dos recursos
hídricos, na otimização dos usos múltiplos e na gestão dos conflitos. Os bancos de
dados locais, regionais e nacionais devem ser integrados para possibilitar a
elaboração de cenários qualitativos e quantitativos, baseados em um monitoramento
permanente com tecnologias avançadas. A integração de águas atmosféricas, águas
superficiais e águas subterrâneas na gestão é outro processo fundamental que pode
avançar e promover mecanismos de gestão inovadores e consolidados. Igualmente
importante é a gestão da qualidade e quantidade de águas.
A elaboração de cenários para avaliar impactos de mudanças globais nos
recursos hídricos deve fazer parte de estratégias nacionais, regionais e locais.
Planejamento local e regional e avaliação da disponibilidade e demanda das águas
devem ser componentes fundamentais do processo.
METODOLOGIA
A implementação do presente trabalho ocorreu no período de junho a
novembro de 2015, no Colégio Estadual São Vicente de Paulo – Ensino
Fundamental e Médio, sendo público - alvo uma turma de 9º ano do Ensino
Fundamental.
As atividades foram subsidiadas pelo material didático de apoio - Cartilha de
Orientações, elaborada no segundo semestre de 2014. O ponto de partida para a
implementação do trabalho foi um levantamento do conhecimento prévio do público
envolvido sobre a abordagem da escassez da água. Após a explanação do assunto,
“Água: fonte de vida um bem escasso”, foram aplicados questionários aos alunos,
objetivando sensibilizá-los e conscientizá-los quanto a utilização da água em seu
cotidiano obtendo elementos e informações que permitiram o desenvolvimento da
pesquisa.
As questões propostas estão no quadro a seguir:
Quanto tempo você demora quando toma seu banho?( ) 5 minutos ( ) 10 minutos ( ) 15 minutos ( ) mais de 15 minutos
Como é utilizada a água em sua residência na lavagem de roupas?( ) Utiliza máquina de lavar?( ) Reaproveita a água após a lavagem de roupas?( ) Nenhuma das alternativas.
Em sua casa existe algum vazamento, alguma torneira pingando?( ) Sim ( ) Não
Se a resposta da pergunta acima for sim, como você e sua família vêem esteproblema?
Você sabe de onde vem a água que você consome? ( ) Sim ( ) Não
Conhece os nomes dos afluentes que abastecem a sua cidade?
( ) Sim ( ) Não
Se a resposta da pergunta acima for afirmativa, cite os nomes.
Existe o problema da escassez da água em seu município? Em caso afirmativo, quaisas causas e onde ocorre.
Quantas vezes no mês falta água em sua residência?( ) Uma vez na semana. ( ) Duas vezes na semana. ( ) Três ou mais vezes na semana.
Por que apesar de abundante a água é escassa?( ) Consumo exagerado. ( ) aumento da população.
( ) Poluição de água dos afluentes.
Se a água é um recurso abundante em nosso planeta, por que em determinadoslocais e regiões ela é escassa? Justifique:
Pesquise com seus familiares e responda: Na sua residência existe a consciência daimportância da escassez da água? Se existe o uso está sendo racional? Justifique:
Comente o que você sabe sobre a falta de água em São Paulo e Minas Gerais.
FONTE: Gontarz, 2015.
A metodologia adotada para realização deste estudo pode ser sintetizada em:
apresentação de slides sobre a escassez da água, reflexões a respeito dessa
problemática e discussões sobre as possibilidades metodológicas do tema
abordado.
Os últimos encontros foram destinados para a construção de charges,
histórias em quadrinhos e a encenação do teatro com a carta de 2070, realizado
com o objetivo de proporcionar as futuras gerações a sensibilização e
conscientização da problemática que hoje enfrentamos.
No período de setembro a dezembro, o Projeto de Intervenção e a Produção
Didático-Pedagógica, elaborados durante os dois primeiros semestre do PDE, bem
como questões específicas sobre a Implementação Pedagógica na escola foram
socializados com a comunidade escolar. Essa socialização deu viabilidade para um
espaço de discussões e reflexões e gerou uma troca ímpar de experiências, no
Grupo de Trabalho em Rede (GTR), trazendo contribuições significativas para a
implantação do projeto na escola e contribuiu para o aperfeiçoamento dos
professores da rede estadual de ensino.
A seguir são apresentados e discutidos os resultados do Projeto de
Intervenção Pedagógica do referencial teórico e as contribuições do GTR.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O objetivo do questionário foi coletar informações sobre como o aluno trata a
questão da escassez da água. A investigação buscou informações e registros sobre
a água, como fonte de vida um bem precioso e escasso.
Os dados da pesquisa realizada com 35 alunos tiveram os seguintes
resultados: 30% dos pesquisados acreditam que exista conscientização sobre a
escassez da água no mundo, 61% não tem conscientização sobre a problemática
abordada e 9% indica que exista pouca conscientização.
Para os que responderam sim ou não, apontando atitudes individuais ou de
sua família sobre a sensibilização e conscientização quanto a utilização da água em
seu cotidiano, 35% das respostas obtidas confirmam o exagero no tempo do banho,
20% continuam a lavar roupas na máquina, 16% deixam a torneira aberta ao lavar a
louça e ao escovar os dentes, 12% afirmou que em suas casas existem vazamentos
e torneiras pingando e 3% não souberam responder de onde vem a água que
consomem.
Questionados sobre quantas vezes ao mês falta água em suas residências
47% dizem faltar água em suas casas. Quanto a pergunta sobre a se existe
abundância de água no planeta, por que em determinados locais e regiões ela é
escassa, 23% responderam que a população é culpada, pois implica em mudanças
comportamentais, como o desperdício e o consumo exagerado da água; 30%
afirmou que em suas residências não existe a consciência da importância do
racionamento da água e nada sabem sobre a falta de água em São Paulo e Minas.
Quanto às músicas “Planeta Azul” de Chitãozinho e Xororó e “Planeta Água”
de Guilherme Arantes, 97% dos alunos não souberam fazer a análise crítica de
diferenças e semelhanças com enfoque na escassez da água e apenas 3% soube
fazer a análise crítica.
No que se refere a palestra com a técnica da Companhia de Saneamento do
Paraná - SANEPAR sobre o tema “escassez da água e outras questões
relacionadas”, como percentual de água consumido, saneamento básico,
degradação da qualidade da água: 41% dizem que se deve punir o consumidor que
tiver o percentual elevado de consumo de água, 23% devem punir os que não
tiverem saneamento básico em suas residências e 21% a punição proposta indica o
corte de água para aquele usuário que foi irresponsável com a degradação da água.
Os alunos fizeram uma exposição de charges criadas por eles explorando e
abordando o tema de forma crítica e consciente, 97% souberam expor de forma
crítica e consciente a escassez da água revelando um poderoso e riquíssimo
instrumento pedagógico numa linguagem de humor, surpresa e riso, e somente 3%
não soube expor suas idéias.
Os alunos de acordo com a proposta produziram uma história em quadrinhos
de acordo com o texto indicado. Foi contada uma história pela professora e com
base nos relatos, 95% concluíram a história de forma satisfatória e 5% não
souberam fazê-la.
Na continuidade do trabalho, realizaram uma encenação do teatro com a
“Carta de 2070”, e o objetivo foi conscientizar a comunidade escolar sobre o que
poderá ocorrer se não cuidarmos desse bem tão precioso que é a água. O resultado
foi surpreendente 100% ficaram chocados com o relato, o resultado do trabalho
promoveu a conscientização e sensibilização sobre o tema.
O projeto foi transformador, pois além de proporcionar momentos de reflexão,
despertou o interesse e desejo dos alunos de inovar e fazer a diferença nas futuras
gerações.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quanto aos resultados da pesquisa realizada com os 35 alunos do Ensino
Fundamental, acredita-se que tal proposta atingiu seu objetivo de conscientização e
sensibilização e deu oportunidade ao público envolvido, a reflexão sobre seu dia-a-
dia, seu cotidiano na escola e a motivação de consciência de propagar esta
experiência única que poderão levar para suas vidas, plantando uma sementinha
que dará muitos frutos para as futuras gerações.
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