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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde Vinicius Martins Dias Batista Avaliação do conhecimento e atitudes dos profissionais de saúde de um hospital de ensino sobre proteção radiológica. MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DA SAÚDE SOROCABA/SP 2016

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde

Vinicius Martins Dias Batista

Avaliação do conhecimento e atitudes dos profissionais de saúde de um

hospital de ensino sobre proteção radiológica.

MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DA SAÚDE

SOROCABA/SP 2016

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde

Vinicius Martins Dias Batista

Avaliação do conhecimento e atitudes dos profissionais de saúde de um

hospital de ensino sobre proteção radiológica.

MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DA SAÚDE

Trabalho final apresentado à Banca

Examinadora da Pontifícia Universidade

Católica de São Paulo, Faculdade de

Ciências Médicas e da Saúde, como

exigência parcial para obtenção do título de

MESTRE PROFISSIONAL em Educação

nas Profissões da Saúde, sob a orientação do

Prof. Dr. Fernando Antônio de Almeida.

SOROCABA/SP 2016

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Elaborado pela Biblioteca Prof. Dr. Luiz Ferraz de Sampaio Júnior.

Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – PUC-SP

Batista, Vinicius Martins Dias

B333 Avaliação do conhecimento e atitudes dos profissionais de saúde

de um hospital de ensino sobre proteção radiológica / Vinicius

Martins Dias Batista. -- Sorocaba, SP, 2016.

Orientador: Fernando Antônio de Almeida.

Trabalho Final (Mestrado Profissional) -- Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo, Faculdade de Ciências

Médicas e da Saúde.

1. Conhecimentos, Atitudes e Prática em Saúde. 2. Proteção

Radiológica. 3. Educação em Saúde. I. Almeida, Fernando Antonio

de. II. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Faculdade de

Ciências Médicas e da Saúde. III. Título.

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BANCA EXAMINADORA:

_________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais que foram os meus primeiros professores na vida.

A minha esposa e amiga Kelly Araújo que sempre me deu apoio e entendeu as minhas

ausências.

Aos meus filhos João Pedro e Gustavo que me enchem de energia diariamente com

demonstrações de amor genuíno.

Aos meus irmãos Guilherme e Paula que tiveram participação importante nessa

trajetória.

Ao meu orientador, exemplo de ser humano, Prof. Dr. Fernando Antônio de Almeida,

que me conduziu com paciência e carinho demonstrando através de simples atitudes o

verdadeiro significado da palavra professor.

Ao meu ex-aluno e amigo Oberdan, que esteve ao meu lado me apoiando até o final

deste trabalho.

Aos amigos que fiz durante o mestrado, funcionários, alunos e professores pelo convívio

e aprendizado adquirido.

Aos voluntários desta pesquisa, sem eles, ela não seria possível.

Ao professor e amigo Clayton Marques que me auxiliou incansavelmente na produção

dos personagens utilizados no material educativo.

Ao Hospital Santa Lucinda por ter permitido que esse trabalho fosse realizado em suas

dependências, contribuindo com a promoção da educação em saúde, meu muito obrigado a

todos.

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RESUMO

Martins, V.M.D. Avaliação do conhecimento e atitudes dos profissionais de saúde de um

hospital de ensino sobre proteção radiológica.

Introdução: O conceito de radioproteção é habitualmente reconhecido como importante entre

os profissionais de saúde de nível técnico e superior, porém, são escassas as informações sobre

o conhecimento formal e sua aplicação na prática. Percebendo a defasagem no processo de

proteção radiológica nos setores que utilizam radiação ionizante, resolvi pesquisar o

conhecimento que os profissionais da saúde têm sobre proteção radiológica e a necessidade de

intervenção educativa para que os profissionais trabalhem de forma consciente e com proteção

adequada. Objetivos: Avaliar o conhecimento que os profissionais de saúde de um hospital de

ensino (HE) têm sobre radioproteção; conscientizar as equipes sobre os efeitos danosos das

radiações ionizantes e aplicação do princípio ALARA (As Low As Reasonably Achievable) na

rotina de trabalho e implementar o conhecimento sobre radioproteção através do ensino lúdico

utilizando material didático e de fácil compreensão. Métodos: Trata-se de um estudo transversal

exploratório com análise qualitativa das questões abertas e quantitativa das questões dirigidas.

Foi aplicado um questionário semiestruturado a 59 funcionários dos diferentes setores do HE

para avaliar o grau de conhecimento existente. A partir dos achados foi elaborada uma cartilha

com imagens lúdicas para ser distribuída a todos os funcionários do HE. Na semana interna de

prevenção de acidentes de trabalho do HE foi feita pelos funcionários teatralização sobre a

radioproteção. Resultados: Na opinião dos participantes o curso técnico ou superior que

fizeram não forneceu formação sobre radioproteção ou esta foi insuficiente para a prática. O

ambiente de trabalho, mesmo em um HE, disponibiliza poucas informações sobre radioproteção

e as normas que a regem. Boa parte dos entrevistados (25%) mesmo tendo conhecimento não

observam as medidas de radioproteção. Na aferição do conhecimento formal sobre o conceito

e as medidas habituais de radioproteção observamos que 1/3 dos participantes tem bom

conhecimento teórico, 1/3 tem conhecimento incompleto e 1/3 desconhece completamente o

conceito e as ações de radioproteção. Conclusão: Os funcionários de um HE, mesmo os de nível

superior, têm necessidade de capacitação sobre radioproteção, pois o curso de formação falhou

neste aspecto. Acreditamos que o mesmo deve acontecer em outras instituições de saúde. As

ações objetivando a capacitação em radioproteção foram muito bem aceitas pelos funcionários

e sua tradução efetiva em maior proteção individual e coletiva está sendo avaliada.

Palavras-Chave: Radiação ionizante, proteção radiológica, equipamentos de proteção, educação

em saúde, educação.

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ABSTRACT

Martins, V.M.D. Assessment of knowledge and attitudes of health professionals from a

university hospital about radiation protection

Background: The concept of radioprotection is usually recognized as important among the

technical level of health professionals and higher. However, the information on the formal

knowledge and its application in practice are scarce. Noticing the discrepancy in radiation

protection process in sectors using ionizing radiation, decided to search the knowledge that

health professionals have on radiation protection and the need for educational intervention for

professionals to work consciously and with adequate protection. Objectives: To assess the

knowledge that the health professionals of a university hospital (UH) have about

radioprotection, educate staff about the harmful effects of ionizing radiation and application of

the ALARA (As Low As Reasonably Achievable) principle in routine work and implement the

knowledge of radioprotection through playful learning using teaching materials and easy to

understand. Methods: This is an exploratory cross-sectional study with a qualitative analysis

of the open questions and the quantitative issues addressed by a semi-structured questionnaire

was applied to 59 employees from different sectors of UH to assess the degree of knowledge.

From the findings it was prepared a booklet with playful images to be distributed to all

employees of the UH. In the internal prevention week of work accidents at the UH it was made

by the employees a performance about radioprotection. Results: According to the participants

with technical or graduated degree, they did not have training on radiation protection as students

or it was insufficient to practice. The work environment, even in a UH, provides little

information about radiation protection and the rules which govern it. Much of the respondents

(25%) even knowing not observe the radiation protection procedures. In the assessment of

formal knowledge on the concept and the usual measures of radioprotection we observed that

1/3 of the participants have good theoretical knowledge, 1/3 have incomplete knowledge and

1/3 is completely unaware of the concept and radioprotection actions. Conclusion: The

employees of a UH, even at graduated level, need training on radiation protection, because the

training course failed in this respect. We believe the same should happen in other health

institutions. The actions aimed at training in radiation protection were very well accepted by

employees and their effective translation greater individual and collective protection is being

evaluated.

Keywords: Ionizing radiation, radiation protection, protective devices, health education,

education.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1

Porcentagem sobre o significado do termo proteção radiológica ou

radioproteção

27

Gráfico 2

Porcentagem sobre a eficiência da formação técnica ou superior em

proteção radiológica individual ou coletiva

27

Gráfico 2a

Porcentagem dos participantes que responderam sim, e se consideram

a formação acadêmica suficiente para a proteção individual e coletiva

28

Gráfico 3

Porcentagem de capacitação em proteção radiológica no ambiente de

trabalho

29

Gráfico 4

Porcentagem sobre o conhecimento de alguma norma regulatória ou

portaria de proteção radiológica adotada pelo hospital

29

Gráfico 4a

Porcentagem dos participantes que responderam sim, sobre a

disponibilidade do documento para consulta

30

Gráfico 5

Porcentagem do conhecimento de como se proteger dos raios-x

quando o exame é realizado no ambiente de trabalho

31

Gráfico 5a

Porcentagem dos participantes que responderam sim, sobre as

medidas que devem ser adotadas na proteção radiológica

32

Gráfico 6

Porcentagem da frequência que o profissional toma as atitudes de

proteção radiológica

32

Gráfico 7 Porcentagem do interesse dos participantes da pesquisa em receberem

educação permanente em proteção radiológica

33

Gráfico 8 Porcentagem sobre a existência de um protocolo escrito a ser

observado de proteção radiológica no ambiente de trabalho

34

Gráfico 9 Porcentagem sobre a existência de um supervisor técnico de proteção

radiológica

35

Gráfico 10 Porcentagem sobre a existência da portaria 453/98 disponível no setor

35

Gráfico 11 Porcentagem sobre a disponibilidade de dosímetros individuais nos

setores de radiodiagnóstico

36

Gráfico 12 Porcentagem sobre a existência da monitoração escrita e periódica da

dose de radiação dos profissionais expostos

37

Gráfico 13 Porcentagem sobre o recebimento dos resultados das leituras dos

dosímetros

38

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Gráfico 14 Porcentagem sobre a existência de treinamento registrado com

informações básicas sobre riscos ocupacionais

38

Gráfico 15 Porcentagem sobre a existência de documentação escrita dos

procedimentos de rotina de trabalho, incluindo plano de proteção

radiológica

39

Gráfico 16 Porcentagem das áreas que fazem uso de radiação ionizante, se estão

bem sinalizadas

40

Gráfico 17 Porcentagem sobre as portas quando fechadas, se permitem o perfeito

isolamento das salas

40

Gráfico 18 Porcentagem sobre a localização da cabine de comando, se permitem

a observação da porta de acesso da sala

41

Gráfico 19 Porcentagem sobre a existência de programa de qualidade e

manutenção preventiva regular para assegurar que os equipamentos

estejam de acordo com as especificações de desempenho

42

Gráfico 20 Porcentagem sobre a existência de sinalização de advertência quando

a radiação ionizante está ativa dentro da sala

42

Gráfico 21 Porcentagem sobre a adequação de carga de radiação realizadas pelos

técnicos

43

Gráfico 22 Porcentagem sobre a existência de informativo em local visível

solicitando às mulheres grávidas que informem ao médico ou ao

técnico antes da realização do exame

44

Gráfico 23 Porcentagem sobre o conhecimento da existência de um representante

do serviço de imagem na CIPA

44

Gráfico 24 Porcentagem sobre a existência de equipamento de proteção

individual no serviço de radiologia

45

Gráfico 25 Porcentagem sobre a existência de aventais de chumbo em número

suficiente para disponibilizar durante o exame

45

Gráfico 26 Porcentagem sobre a existência de um fluxograma para procedimento

em casos de acidentes e emergência

46

Gráfico 27 Porcentagem sobre a existência de protetores genitais e de tireoide

disponíveis para pacientes e acompanhantes

47

Gráfico 28

Porcentagem sobre a existência de orientações escritas sobre o

descarte dos resíduos gerados pelo serviço de radiologia

48

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Caracterização da amostra segundo o gênero e idade ............................................. 27

Tabela 2 - Caracterização da amostra segundo a formação profissional ................................. 28

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

AIEA Agência Internacional de Energia Atômica

ALARA As Low As Reasonably Achievable

CA Certificado de Aprovação

CNEN Comissão Nacional de Energia Nuclear

DSC Discurso do Sujeito Coletivo

EPIs Equipamentos de Proteção Individual

FCMS Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde

Gy Gray

HSL Hospital Santa Lucinda

HE Hospital de Ensino

ICRP Comissão Internacional de Proteção Radiológica

ICRU Comissão Internacional de Unidades e Medidas das Radiações

IOE Indivíduo Ocupacionalmente Exposto

IPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

IXRPC Comitê Internacional de Proteção aos Raios-X e Radioproteção

MOI Modelo Operário Italiano

MS Ministério da Saúde

mSv miliSievert

NBPR Normas Básicas de Proteção Radiológica

NN Norma Nacional

NR Norma Reguladora

PUC-SP Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

SIPAT Semana de Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho

SUS Sistema Único de Saúde

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNSCEAR Comitê Científico sobre os Efeitos da Radiação Atômica da Organização

das Nações Unidas

UTI Unidade de Terapia Intensiva

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13

1.1 AS RADIAÇÕES IONIZANTES E SEUS TIPOS ...................................................................... 13

1.2 SOBRE UM “NOVO” TIPO DE RAIOS (RAIOS X) ................................................................ 14

1.3 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES IONIZANTES. ......................................................... 15

1.3.1 Efeitos à curto prazo ou agudos ............................................................................... 16

1.3.2 Efeitos à longo prazo ou tardios. ............................................................................. 16

1.3.2.1 Efeitos genéticos (ou hereditários). .................................................................. 16

1.3.2.2 Efeitos somáticos. ............................................................................................. 16

1.4 O HISTÓRICO DAS NORMAS DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA ................................................. 17

1.5 O SISTEMA DE RADIOPROTEÇÃO OCUPACIONAL. ............................................................ 19

1.6 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL. .................................................................... 20

1.7 CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E EDUCAÇÃO PERMANENTE ........................................ 20

2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 23

3 MÉTODOS ........................................................................................................................... 24

3.3 LOCAL DA PESQUISA ........................................................................................................ 24

3.1 PARTICIPANTES DA PESQUISA .......................................................................................... 25

3.2 AVALIAÇÃO DO QUESTIONÁRIO ....................................................................................... 25

3.4 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS. ................................................................................................. 26

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 27

4.1 PARTICIPANTES DO ESTUDO ............................................................................................. 27

4.2 NÍVEL DE FORMAÇÃO DOS PARTICIPANTES ...................................................................... 27

4.2 RESPOSTAS AO QUESTIONÁRIO ........................................................................................ 29

4.2.1 Conceituação de proteção radiológica (ou radioproteção) pelos participantes ....... 29

4.2.2. Os cursos técnicos e de graduação oferecem a formação adequada em

radioproteção? .................................................................................................................. 30

4.2.3 Capacitação no ambiente de trabalho sobre radioproteção ..................................... 31

4.2.4 Conhecimento de normas regulatórias de proteção radiológica adotadas pelo

hospital. ............................................................................................................................ 32

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4.2.5 Proteção dos raios-x durante a realização de exames radiológicos no ambiente de

trabalho............................................................................................................................. 34

4.2.6 Adoção regular às medidas de proteção radiológica ............................................... 36

4.2.6 Interesse em processo de educação permanente em radioproteção ........................ 37

4.2.7 Protocolos de proteção radiológica ......................................................................... 38

4.2.8 Supervisor de proteção radiológica ......................................................................... 39

4.2.9 Disponibilidade da Portaria SMS/MS no 453/1998 ................................................ 40

4.2.10 Disponibilização e monitoração dos dosímetros ................................................... 41

4.2.11 Controle clínico e laboratorial do profissional exposto à radiação. ...................... 43

4.2.12 Treinamento regular sobre os riscos ocupacionais ............................................... 44

4.2.13 Sinalização das áreas de risco ............................................................................... 46

4.2.14 Isolamento dos ambientes expostos à radiação ..................................................... 47

4.2.15 Controle do acesso ................................................................................................ 48

4.2.16 Programa de controle de qualidade e manutenção preventiva dos equipamentos 49

4.2.17 Sinalização de advertência de radiação ionizante ativa ........................................ 50

4.2.18 Adequação das cargas a protocolos pré-estabelecidos .......................................... 51

4.2.19 Informação às mulheres potencialmente grávidas ................................................ 52

4.2.20 Representante dos profissionais dos setores de imagem na Comissão Interna de

Prevenção de Acidentes (CIPA). ..................................................................................... 53

4.2.21 Disponibilidade de equipamentos de proteção individual .................................... 54

4.2.22 Protocolos para situações de emergência ou acidentes ......................................... 56

4.2.23 Equipamentos de proteção para pacientes e acompanhantes ................................ 57

4.2.24 Descarte de material resíduos ............................................................................... 58

4.3 RESULTADOS DAS QUESTÕES ABERTAS (QUALITATIVAS) ................................................ 59

4.3.1 Proteção dos profissionais de saúde contra radiação (25 participantes) ................. 59

4.3.2 Atitude da empresa para proteger o funcionário (1 participante) ........................... 60

4.3.3 Uso de equipamento de proteção individual (15 participantes) .............................. 60

4.3.4 Proteção pessoal e coletiva (6 participantes) .......................................................... 60

4.3.5 Capacitação de pessoal e monitoramento (1 participante) ...................................... 60

4.3.6 Documentos/normas (2 participantes) .................................................................... 60

4.3.7. Não exceder a jornada diária de trabalho (1 participante) ..................................... 60

4.3.8. Manter distância da fonte de radiação (20 participantes) ...................................... 60

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 62

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REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 63

APÊNDICE A - RESPOSTAS AO QUESTIONÁRIO APLICADO ................................ 65

APÊNDICE B - NÚMERO DE RESPOSTAS CORRETAS*, PARCIALMENTE

CORRETAS E INCORRETAS À QUESTÃO1 “O QUE SIGNIFICA PARA VOCÊ O

TERMO PROTEÇÃO RADIOLÓGICA OU RADIOPROTEÇÃO”? ............................. 67

APÊNDICE C - NÚMERO DE RESPOSTAS CORRETAS*, PARCIALMENTE

CORRETAS E INCORRETAS À QUESTÃO 5A “SE RESPONDEU SIM, QUAIS

MEDIDAS DEVEM SER ADOTADAS”? ........................................................................... 68

APÊNDICE D - RESPOSTA À PERGUNTA 6 SOBRE A FREQUÊNCIA COM QUE OS

PARTICIPANTES TOMAM MEDIDAS DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA. ............... 69

APÊNDICE E - QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO ....................................................... 70

APÊNDICE F - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ............ 72

APÊNDICE G - MATERIAL EDUCATIVO COM O TEMA PROTEÇÃO

RADIOLÓGICA E OS RISCOS QUE AS RADIAÇÕES PODEM CAUSAR. ............... 73

ANEXO 1: NORMATIZAÇÃO BRASILEIRA DE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL .... 75

ANEXO 2: CARTA DE AUTORIZAÇÃO .......................................................................... 80

ANEXO 3: APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ........................... 81

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13

1 INTRODUÇÃO

Sou Vinicius Martins, tecnólogo em radiologia, formado na Universidade Paulista,

campus Sorocaba em 2010 e, atualmente, trabalho com tomografia computadorizada na Santa

Casa de Misericórdia de Sorocaba e no setor de radiologia intervencionista no Hospital Santa

Lucinda também de Sorocaba. Atuo como docente no curso superior de Radiologia na

Universidade Paulista campus Sorocaba e no Serviço Nacional da Indústria (Senai) – São Paulo

como instrutor de imagens médicas. Percebendo a defasagem no processo de proteção

radiológica nos setores que utilizam radiação ionizante, resolvi pesquisar o conhecimento que

os profissionais da saúde têm sobre proteção radiológica e a necessidade de intervenção

educativa para que os profissionais trabalhem de forma consciente e com proteção adequada.

Tendo como foco a formação e a capacitação de profissionais da área da saúde para que

estes possam modificar positivamente o ambiente de trabalho no qual estão inseridos, o

mestrado profissional teve para mim, através desta pesquisa e da relação com outros

profissionais de saúde, um papel fundamental na construção, fundamentação e consolidação de

conceitos educativos críticos e reflexivos.

1.1 As radiações ionizantes e seus tipos

Radiação ionizante é o termo usado para descrever o transporte de energia, tanto na

forma de ondas eletromagnéticas como na forma de partículas subatômicas, capazes de causar

ionização na matéria. Quando a radiação ionizante passa pela matéria, confere energia por

excitação ou ionização. Os efeitos da radiação dependem, sobretudo, da quantidade, da

qualidade da radiação incidente e da natureza do material com o qual está interagindo. 1

As radiações são classificadas em: i) emissão de nêutrons; ii) radiações gama, ou seja,

radiação eletromagnética, da mesma natureza que a luz visível, as micro-ondas ou os raios X,

porém mais energética; iii) radiação alfa (núcleos de hélio, formados por dois prótons e dois

nêutrons); iv) radiação beta (elétrons ou suas antipartículas, os pósitrons, cuja carga elétrica é

positiva).(2) Dessa forma, para melhor compreensão, as radiações se apresentam de duas formas.

Como partículas atômicas ou subatômicas energéticas, tais como partícula alfa, elétrons,

pósitrons, prótons, nêutrons, que podem ser produzidos em aceleradores de partículas ou em

reatores ou emitidos espontaneamente de núcleos dos átomos radioativos e a radiação pode

apresentar-se também em forma de onda eletromagnética, constituída de campo elétrico e

campo magnético oscilantes, perpendiculares entre si e que se propagam no vácuo com a

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14

velocidade da luz (3x108 m/s). Uma onda eletromagnética é caracterizada pelo comprimento de

onda ou pela frequência da onda e as várias faixas constituem o espectro eletromagnético, indo

de ondas de frequência extremamente baixa, passando por ondas de rádio, de TV, micro ondas,

radiação infravermelha, luz visível, radiação ultravioleta até chegar aos raios x e gama.3

Em alinhamento com o objetivo desse estudo, vamos ater-nos às radiações

eletromagnéticas do tipo X que são as mais utilizadas na prática médica. Os profissionais que

trabalham diretamente expostos à radiação ionizante são denominados pela Comissão Nacional

de Energia Nuclear, na Norma NN 3.01 de março de 2014 (parágrafo 48), como indivíduo

Ocupacionalmente Exposto (IOE), ou seja, individuo sujeito à exposição ocupacional às

radiações ionizantes de qualquer gênero.

1.2 Sobre um “novo” tipo de raios (Raios X)

Wilhelm Conrad Roentgen nasceu em 27 de março de 1845, na cidade alemã de Lennep

(atual Remscheid), onde atualmente se encontra o museu de Roentgen. Faleceu em Munich

(Alemanha) em 10 de fevereiro de 1923, tendo sido enterrado na cidade alemã de Giessen. Em

8 de novembro de 1895, o professor de física teórica, Doutor Wilhelm Conrad Roentgen,

descobriu os raios-x, em Wurzburg (Alemanha), fato ocorrido a partir das experiências com as

ampolas de Hittorf (Johann Wilhelm Hittorf - físico alemão) e Crookes (William Crookes –

físico e químico inglês). Em 22 de novembro de 1895, Roentgen fez a primeira radiografia da

história, da mão esquerda de Anna Berhta Ludwig Roentgen, sua mulher, e seis dias após

publicou na revista Sitzungs Berichte, da sociedade Física Médica de Wurzburg, o célebre artigo

“Sobre um novo tipo de raio – Comunicação prévia”. Posteriormente, outros dois trabalhos

referentes aos raios-x foram publicados por ele: um ainda em 1896, conhecido como “2ª

Comunicação” e outro em 1897, conhecido como a “3ª Comunicação”.4

Durante vários séculos houve muita polêmica quanto à natureza da luz, se ela era uma

onda ou se era constituída de partículas. A teoria mais moderna, a da dualidade onda partícula,

desenvolvida por Max Planck e por Albert Einstein a partir de 1901 e posteriormente por Louis

de Broglie, correlaciona partícula com onda. Segundo esta concepção, uma onda

eletromagnética é emitida e propaga-se em forma de pequenos pacotes de energia chamado

fótons. Qualquer tipo de radiação interage com corpos, inclusive o humano, depositando neles

energia. A forma de interação depende do tipo e da energia da radiação e do meio absorvedor.3

Os raios-x, radiações ionizantes consideradas nesse estudo, são um tipo de radiação

semelhante à luz, mas invisíveis e com energia suficiente para atravessar corpos opacos. São

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15

produzidos pelos elétrons que se movem do catodo para o anodo dentro do tubo de raios-x,

acelerados por uma alta tensão e com produção de fótons (na ordem de 1%) e aumento da

temperatura do anodo (99%). Esses fótons constituem a radiação que será utilizada para

produzir a imagem radiográfica. A radiação é produzida no anodo para todas as direções. Por

isso, o tubo é colocado dentro de uma calota protetora revestida de chumbo. Essa radiação que

sai do tubo é denominada de radiação primária. Quando o feixe primário atravessa os corpos,

ele é atenuado na medida em que os fótons vão interagindo com as estruturas internas do corpo,

resultando em diferentes intensidades devido à absorção do feixe de raios-x. Qualquer objeto

(pessoa, cadeira, parede) atingido por essa radiação atua como um emissor de radiação,

chamada de radiação secundária e espalhada.1

1.3 Efeitos biológicos das radiações ionizantes.

As moléculas biológicas são constituídas principalmente por átomos de carbono,

hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Elétrons provavelmente serão arrancados destes elementos

no caso de irradiação. Para que ocorra a ionização do material biológico, a energia liberada pela

radiação deve ser superior à energia de ligação dos elétrons aos átomos destes elementos. A

energia liberada pela radiação pode produzir também excitação dos átomos e quebra de

moléculas e, como consequência, formação de íons e radicais livres altamente reativos, que

podem atacar moléculas de grande importância (como o DNA) do núcleo da célula, causando-

lhes danos. Por ser responsável pela codificação da estrutura molecular de todas as enzimas da

célula, o DNA passa a ser molécula chave no processo de estabelecimento de danos biológicos.

A alteração de uma molécula de DNA resulta numa célula capaz de continuar vivendo, mas

incapaz de se dividir. Assim, a célula acaba morrendo e não renovada. Se isso ocorre em um

número muito grande de células, sobrevém o mau funcionamento do tecido constituído por

essas células e, por fim, a sua morte. O efeito das radiações ionizantes em um indivíduo depende

basicamente da dose absorvida (alta/baixa), da taxa de exposição (crônica/aguda) e da forma

da exposição (corpo inteiro/localizada). Existem efeitos biológicos da radiação que se

manifestam a curto e em longo prazo. 5

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16

1.3.1 Efeitos à curto prazo ou agudos

São efeitos observáveis em apenas horas, dias ou semanas após a exposição do individuo à

radiação. Esses efeitos são geralmente associados a altas doses de radiação acima de 1Gy

(Gray), recebidas por grandes áreas do corpo, num curto período de tempo. 6

Dependendo da dose, pode ser provocada a síndrome aguda de radiação, em que podem ocorrer

náuseas, vômitos, prostração, perda de apetite e de peso, febre, hemorragias dispersas, queda

de cabelo e forte diarreia.6

Os três sistemas que sofrem as consequências na síndrome aguda de radiação são o sistema

hematopoiético (para doses equivalentes abaixo de 5Gy); sistema gastrintestinal (para doses

equivalentes entre 5 e 20 Gy) e o sistema nervoso central (para doses equivalentes acima de 50

Gy). 6

1.3.2 Efeitos à longo prazo ou tardios.

São efeitos que podem surgir de altas doses de radiação recebidas num curto intervalo

de tempo. Por exemplo, há os casos de animais adultos que receberam dose de radiação não

letal, e que apresentam recuperação aparente, podendo, no entanto, vir a apresentar efeitos

muitos anos mais tarde. E há os casos que recebem pequenas doses, mas crônicas, em um longo

intervalo de tempo; são os casos de pessoas ocupacionalmente expostas, como radiologistas e

pesquisadores que lidam com radiação. Os efeitos tardios podem ser genéticos e somáticos.6

1.3.2.1 Efeitos genéticos (ou hereditários).

Consistem em mutações nas células reprodutoras que afetam gerações futuras. Esse

efeito pode surgir quando os órgãos reprodutores são expostos à radiação e, aparentemente, sem

afetar o indivíduo que sofreu exposição, mas afetando seus descendentes. Há indicações de que

quanto maior a dose acumulada maior será o número de mutações ocorridas.6

1.3.2.2 Efeitos somáticos.

Afetam diretamente o indivíduo exposto à radiação e não são transmitidos às gerações

futuras e podem ser imediatos ou tardios. Os efeitos imediatos são aqueles que ocorrem num

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17

período de horas até algumas semanas após a irradiação. Os efeitos tardios resultam de

pequenas doses continuadas num longo intervalo de tempo como são os casos que ocorrem em

pessoas ocupacionalmente expostas, como técnicos em radiologia por exemplo. A gravidade

desses efeitos dependerá basicamente da dose recebida e da região atingida. Isso se deve ao fato

de que as diversas regiões do corpo reagem de formas diferentes ao estímulo da radiação. 5

1.4 O histórico das normas de proteção radiológica

Diversos efeitos biológicos foram reportados logo após a descoberta dos raios X.

Naquela época era prática comum verificar a intensidade dos raios X expondo trabalhadores à

radiação emitida e medindo o tempo transcorrido até que a região exposta apresentasse alguma

patologia. Durante as décadas seguintes, foi acumulado um grande número de informações

sobre os efeitos maléficos da radiação ionizante e, consequentemente, sobre a necessidade de

regulamentar a exposição de indivíduos a essa radiação bem como aprimorar as técnicas

empregadas pelo uso de colimadores, filtros, blindagens para a atenuação.7

Criada em 1928 a Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP) no

Congresso Internacional de Radiologia, com o nome de Comitê Internacional de Proteção aos

Raios-X e Radioproteção (IXRPC). Em 1950, ambos os nomes e a estrutura foram mudados

através das recomendações do Segundo Comitê Internacional de Proteção aos Raios-X e

Radioproteção. A ICRP tem trabalhado juntamente com outras organizações como a Comissão

Internacional de Unidades e Medidas das Radiações (ICRU), o Comitê Científico sobre os

Efeitos da Radiação Atômica da Organização das Nações Unidas (UNSCEAR) e a Agência

Internacional de Energia Atômica (AIEA) que organiza as recomendações da ICRP em

normas.8

Criada em 1977 a publicação 26 da ICRP estabeleceu a filosofia de radioproteção que,

atualmente, é a mais aceitável. Quantifica-se então, pela primeira vez, o risco dos efeitos

estocásticos das radiações e propõe um sistema de limitação de dose, sendo compreendido por

três princípios básicos de radioproteção.8

No Brasil as Normas Básicas de Proteção Radiológica (NBPR), aprovadas pela

Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), em 1973, fixaram os princípios básicos de

proteção contra danos oriundos do uso de radiações e estabeleceram, para vigorar no país, entre

outros, os limites de dose que vinham sendo recomendados internacionalmente.

Em agosto de 1988, a CNEN aprovou a norma “Diretrizes Básicas de Radioproteção”,

em substituição às NBPR de 1973. Esta norma fundamenta-se no conceito de detrimento

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18

introduzido pela ICRP-26, ou seja, no fato de qualquer dose, por menor que seja, está associada

à ocorrência de danos (efeitos estocásticos), e adotam os três princípios básicos: justificação,

otimização e limitação de dose. 9

Princípio da Justificação: Qualquer atividade envolvendo radiação ou exposição deve

ser justificada em relação a outras alternativas e produzir um benefício líquido para a sociedade;

9

Princípio da Otimização: As exposições devem ser tão reduzidas quanto razoavelmente

exequível (ALARA - As Low As Reasonably Achievable), levando-se em consideração fatores

sociais e econômicos; 9

Princípio da Limitação da Dose Individual: As doses individuais de trabalhadores e

indivíduos do público não devem exceder os limites anuais de dose estabelecidos pela ICRP de

1990 e adotadas no Brasil pela Portaria 453, de 01/06/1998 do Ministério da Saúde onde a dose

média anual não deve exceder 20 miliSievert (mSv) em qualquer período de 5 anos

consecutivos, não podendo exceder 50 mSv em nenhum ano para trabalhadores das áreas de

radiodiagnóstico médico e odontológico. Um Sievert carrega com ele uma chance de 5,5% de

eventualmente desenvolver câncer.8

Os riscos ocupacionais dos trabalhadores expostos a radiações ionizantes têm sido

estudados por autores como Gomes (2002), que abordou as condições de trabalho e riscos de

exposição em serviços de radiodiagnóstico em hospital público. Estudo esse realizado em 176

hospitais da rede pública do Estado de são Paulo onde foram constatadas condições precárias

de trabalho nos serviços de radiologia. Fernandes et al (2005) observaram e entrevistaram

técnicos e enfermeiros nos locais de trabalho onde constataram os riscos ocupacionais que esses

indivíduos estavam expostos, elaborando mapas de risco para os locais de trabalho. Entre outros

aspectos relatados por Fernandes et al (2005), os equipamentos de proteção individual

constituem o principal aspecto de biossegurança negligenciado. Autores como Luiz et al (2011)

estudaram uma maneira de aplicar o ensino lúdico para a construção de conceitos e propostas

de ensino para os profissionais diretamente expostos através de treinamentos e divulgação de

material de fácil interpretação, obtendo resultados satisfatórios quanto ao conhecimento dos

profissionais após a divulgação do material e melhorando a capacidade de interpretação dos

fenômenos radiológicos. Brand et al (2011) realizaram um estudo com oito técnicos em

radiologia acerca de seus conhecimentos sobre radioproteção e legislação, onde observaram

deficiência nos saberes sobre esses conceitos. Bernardo (2013) estudou a dose de radiação em

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19

exames de crânio de crianças realizando um treinamento para a equipe de técnicos em

radiologia em conjunto com o serviço de engenharia hospitalar um projeto para gerar relatórios

e controles de dose absorvida pelos pacientes. Com a ajuda de protocolos criados

especificamente para esse tipo de exame os técnicos ampliaram seus conhecimentos sobre

radioproteção do paciente e para o profissional exposto.10,11,12,13,14

De acordo com Poletto (2007), em muitas situações, o técnico de radiologia tem contato

mais próximo e prolongado com pacientes, muitas vezes portadores de doenças contagiosas, e

não faz uso dos EPIs devido o seu estado de desgaste ou ausência dos mesmos.15

Outro aspecto diz respeito à monitoração individual de dose que, de acordo com a

Portaria nº 453, é de uso obrigatório “durante a sua jornada de trabalho e enquanto permanecer

na área controlada”. 16

Programas computacionais de monitorização ocupacional em radiologia foram

desenvolvidos para o monitoramento dos riscos ocupacionais, de acordo com as diretrizes de

proteção radiológica.17,18

1.5 O Sistema de Radioproteção Ocupacional.

A proteção radiológica tem por objetivo proteger adequadamente os profissionais

expostos à radiação sem limitar desnecessariamente as práticas benéficas obtidas pela radiação

ionizante. O sistema de radioproteção é fundamentado em princípios básicos, que visam

garantir que a dose equivalente recebida por alguma pessoa seja tão baixa quanto razoavelmente

exequível (princípio as low as reasonably achievable, ALARA); que nenhum emprego de

radiação seja injustificado em relação a seus benefícios e que a dose equivalente não exceda os

limites anuais de dose para os profissionais. Dessa forma, em um programa de monitoração

ocupacional, os pontos de maior preocupação com os indivíduos expostos são: a jornada de

trabalho, a formação dos profissionais, treinamento periódico, a dosimetria pessoal e os exames

médicos e laboratoriais de rotina. 16

Ainda conforme a regulamentação da Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT), todo profissional que trabalha com radiodiagnóstico deve usar um dosímetro sempre

e somente quando estiver na área de risco e ainda submetê-lo mensalmente à leitura dos dados

nele contido, a fim de monitorizar a radiação individual acumulada. 19

Com isto obtêm-se informações acerca da exposição à radiação ionizante. Atualmente,

a maioria dos serviços fornece monitores ou dosímetros individuais para os profissionais. No

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20

entanto, verifica-se que em alguns casos os profissionais desconhecem a importância do uso

dos dosímetros individuais e os limites de doses mensais recomendados. É um hábito comum

o armazenamento de forma coletiva e não individual dos dosímetros junto ao monitor padrão

ao final do expediente, e a não utilização correta contínua dos mesmos, conforme se

recomenda.16,20,7

1.6 Equipamentos de proteção individual.

Segundo a norma reguladora NR 6 (2010), criada pelo Ministério do Trabalho e

Emprego a fim de promover a saúde e a segurança do trabalhador, equipamento de proteção

individual (EPI) é todo dispositivo que o trabalhador deve usar para protegê-lo dos perigos que

podem ameaçar sua segurança e sua saúde. Deve, ainda, ter o Certificado de Aprovação (CA)

concedido pelo Ministério do Trabalho e Emprego a quem cabe fiscalizar a qualidade dos

EPIs.21

Os EPIs para proteção radiológica são os seguintes: a) aventais plumbíferos com 0,5

mm equivalentes de chumbo; b) protetores de tireoide plumbíferos com 0,5 mm equivalentes

de chumbo; c) luvas plumbíferas com dedos de 0,25mm equivalentes de chumbo; d) óculos

com vidro plumbífero anterior e lateral de 0,5mm equivalentes de chumbo. 20,7

Além dos equipamentos listados acima, todo equipamento de fluoroscopia deve possuir

cortina ou saiote plumbífero, inferior e lateral, assim como biombos ou anteparos móveis de

chumbo, com espessura não inferior a 0,5 mm equivalentes de chumbo para a proteção do

operador contra a radiação que atinge o paciente e é propagada em várias direções. Estudos

feitos com procedimentos de cateterismo cardíaco relatam que há uma redução das doses

absorvidas pelos médicos operador/es em 50% quando o anteparo de chumbo lateral está bem

localizado entre o médico e o paciente durante o exame. Os biombos móveis, quando bem

utilizados, reduzem a exposição dos profissionais que operam o aparelho de hemodinâmica em

até 85% da radiação; quando os biombos não são utilizados, a simples atitude de dar alguns

passos distanciando-se da mesa de exame pode reduzir pela metade a radiação secundária.

22,23,19

1.7 Construção do conhecimento e educação permanente

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21

Segundo Luizet al (2011), o conceito de física das radiações é um tema pouco abordado

no ensino médio bem como a má formação de alguns discentes de cursos especializados em

radiologia representa um fator preocupante para a exposição ocupacional e para o público geral.

O ensino da física nuclear básica nas escolas e nos cursos especializados poderia reduzir

exposições desnecessárias à radiação. Dessa forma, um grande desafio se apresenta como sendo

a transformação do conhecimento científico em conteúdo didático sem perder as suas

características e complexidades. 12

Segundo Morin (2006), os métodos de ensino atuais simplificam demais o

conhecimento de modo a mutilar a realidade ou fenômenos de que tratam, sugerindo dessa

forma outro problema: como elucidar a complexidade de modo não simplificador?24

Uma das “chaves” para elucidar o conceito de proteção radiológica de forma simples,

porém, sem desprezar a sua complexidade, é através do conceito de ludicidade. A palavra lúdico

vem do latim ludus que significa divertimento, em se tratando de uma função educativa pode

ser usado para o conhecimento e compreensão de temas complexos.12

Segundo Santos (2010), o ensino através do lúdico proporciona uma condição de

vivenciar situações-problemas no que se refere às atividades que estimulam a lógica e o

raciocínio favorecendo a combinação de ideias levando a retenção do conhecimento estudado.6

Para reforçar a importância da atualização no setor de radiologia o Ministério da Saúde,

a partir da Portaria 453, de 1998, estabelece o dever das instituições prestadoras do serviço de

operacionalizar programas de educação em saúde, pelo menos anualmente. Esta mesma

resolução define alguns assuntos que devem ser socializados, tais como procedimentos de

operações de equipamentos, uso adequado dos dosímetros individuais, uso de EPI tanto para os

trabalhadores, como para pacientes e acompanhantes, entre outros relacionados à segurança do

setor.16

Por meio da educação permanente abre-se a possibilidade de uma nova ação, de um

novo espaço de ação e reação, e, portanto, possível, neste contexto, de trilhar-se um caminho

mais seguro.1

A educação permanente em saúde precisa ser entendida, ao mesmo tempo, como uma

prática de ensino-aprendizagem e como uma política de educação na saúde. Ela se parece com

muitas vertentes brasileiras da educação popular em saúde e compartilha muitos de seus

conceitos, mas enquanto a educação popular tem em vista a cidadania, a educação permanente

tem em vista o trabalho.

A educação permanente em saúde se apoia no conceito de ensino problematizador

(inserido de maneira crítica na realidade e com igualdade do educador em relação ao educando)

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22

e de aprendizagem significativa (interessada nas experiências anteriores e nas vivências

pessoais dos alunos, desejosos em aprender mais), ou seja, ensino-aprendizagem embasado na

produção de conhecimentos que respondam a perguntas que pertencem ao universo de

experiências e vivências de quem aprende e que gerem novas perguntas sobre o ser e o atuar no

mundo.28 É contrária ao ensino-aprendizagem mecânico, quando os conhecimentos são

considerados em si, sem a necessária conexão com o cotidiano, e os alunos se tornam meros

escutadores e absorvedores do conhecimento do outro. Portanto, apesar de parecer, em uma

compreensão mais apressada, apenas um nome diferente ou uma designação da moda para

justificar a formação contínua e o desenvolvimento continuado dos trabalhadores, é um

conceito forte e desafiante para pensar as ligações entre a educação e o trabalho em saúde, para

colocar em questão a relevância social do ensino e as articulações da formação com a mudança

no conhecimento e no exercício profissional, trazendo, junto dos saberes técnicos e científicos,

as dimensões éticas da vida, do trabalho, do homem, da saúde, da educação e das relações. 28

A educação permanente em saúde não expressa, portanto, uma opção didático-

pedagógica, expressa sim uma opção político-pedagógica. A partir desse desafio político-

pedagógico, a ‘educação permanente em saúde’ foi amplamente debatida pela sociedade

brasileira organizada em torno da temática da saúde, tendo sido aprovada na XII Conferência

Nacional de Saúde e no Conselho Nacional de Saúde (CNS) como política específica no

interesse do sistema de saúde nacional, o que se pode constatar por meio da Resolução CNS n.

353/2003 e da Portaria MS/GM n. 198/2004. 28 A educação permanente em saúde tornou-se,

dessa forma, a estratégia preferencial para a formação e o desenvolvimento de trabalhadores

para a saúde.

Uma condição indispensável para um aluno, trabalhador de saúde, gestor ou usuário do

sistema de saúde mudar ou incorporar novos elementos à sua prática e aos seus conceitos é o

desconforto com a realidade naquilo que ela deixa a desejar de integralidade e de implicação

com os usuários. A necessidade de mudança, transformação ou crescimento vem da percepção

de que a maneira vigente de fazer ou de pensar alguma coisa está insatisfatória ou insuficiente

em dar conta dos desafios do trabalho em saúde. Esse desconforto funciona como um

estranhamento da realidade, sentindo que algo está em desacordo com as necessidades vividas

ou percebidas pessoalmente, coletivamente ou institucionalmente. 28

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23

2 OBJETIVOS

Avaliar o conhecimento que os profissionais de saúde de um hospital de ensino têm

sobre radioproteção.

Provocar nos profissionais de saúde de um hospital de ensino a reflexão sobre práticas

relacionadas à exposição e proteção radiológica em seu cotidiano.

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24

3 MÉTODOS

Trata-se de um estudo transversal exploratório com análise qualitativa e quantitativa.

Como referencial teórico será utilizado o Modelo Operário Italiano (MOI), método

formulado em seus elementos fundamentais pelos operários italianos, com assessoria técnica

de médicos, engenheiros e outros profissionais.25

O modelo possibilita aos trabalhadores, com auxílio de técnicos, a reconstrução de seus

processos de trabalho, com a identificação dos riscos e dos danos a que estão expostos. O MOI

foi desenvolvido com um método de geração do conhecimento para a ação. Seu princípio

fundamental é o da transformação das condições de trabalho, com vistas ao bem-estar e a

proteção da saúde dos trabalhadores. Para isso, baseia-se no conhecimento detalhado do

processo de trabalho. A inovação introduzida pelo MOI, em relação às práticas tradicionais de

investigação da saúde dos trabalhadores, está sintetizada em sua operacionalização. Os

conceitos básicos que sustentam o MOI são a valorização da experiência ou subjetividade do

profissional, não delegação da produção do conhecimento, levantamento das informações por

grupos homogêneos de trabalhadores e a validação consensual das informações.25

3.3 Local da pesquisa

Hospital Santa Lucinda (HSL) em Sorocaba, SP, um hospital de ensino próprio da

Fundação São Paulo, mantenedora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).

É certificado como Hospital de Ensino desde 2004, sob a coordenação do Ministério da Saúde

(MS) e do Ministério da Educação (MEC). Os Hospitais de Ensino desenvolvem, além das

tradicionais atividades de atenção à saúde, a formação de recursos humanos na área da saúde e

pesquisa e desenvolvimento tecnológico para o SUS. Os Hospitais de Ensino pertencem ou são

conveniados a uma Instituição de Ensino Superior, pública ou privada, que sirva de campo para

a prática de atividades de ensino na área da saúde e certificada conforme estabelecido na

Portaria Interministerial MEC/MS nº 285, de 25 de março de 2015. Atualmente o HSL possui

uma parceria com a Prefeitura de Sorocaba, atendendo também usuários do SUS, sendo que

70% dos atendimentos no HSL são correspondentes ao SUS com usuários vindos de quase 50

cidades da região. Por ser um hospital próprio da Fundação São Paulo/PUC-SP o HSL atua

como campo de estágio nas áreas de biologia, medicina e enfermagem, não só da PUC-SP, mas

também de outras instituições de ensino superior e técnico. O HSL possui as áreas nas

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25

especialidades de cardiologia, otorrinolaringologia, cirurgia geral, pediatria, urologia,

ortopedia, maternidade, ambulatório médico de especialidades, centro de cardiologia e

radiologia intervencionista, cirurgia cardíaca, centro de diálise e transplante renal, litotripsia,

unidade de terapia intensiva (UTI) adultos e UTI neonatal.

O HSL tem 132 leitos disponíveis nas diferentes áreas de internação. O hospital tem

ainda o ambulatório de especialidades com atendimento ao SUS e a convênios. O corpo de

funcionários conta com 240 funcionários administrativos, 238 profissionais de enfermagem, 10

técnicos de radiologia e um corpo clínico com mais de 200 médicos.

O serviço de diagnóstico por imagem no HSL é composto por salas de raios-x, setor de

densitometria óssea, mamografia, hemodinâmica, centro cirúrgico, equipamentos portáteis e

tomografia computadorizada.

3.1 Participantes da Pesquisa

Foram convidados todos os funcionários dos setores considerados “áreas controladas”

do Hospital Santa Lucinda, especificamente setor de hemodinâmica e setor de imagem.

Foram convidados todos os funcionários profissionais de saúde de setor clínico e centro

cirúrgico do HSL expostos, mesmo que eventualmente, à radiação ionizante.

Os participantes receberam todas as informações a respeito do projeto, leram e

assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e só depois responderam a

o questionário construído pelo autor para avaliar o conhecimento prévio sobre proteção

radiológica. O questionário foi dividido em 2 partes, a primeira (geral) respondida por todos os

participantes e a 2ª parte específica para profissionais que trabalham em “áreas controladas”.

O questionário foi apresentado e distribuído pelo pesquisador responsável aos

participantes da pesquisa. Cada participante recebeu um questionário e depois de uma semana

foi feito o recolhimento. O período de coleta de dados foi de julho a novembro de 2014. Houve

baixa adesão de profissionais médicos no centro cirúrgico e alguns profissionais não

devolveram o questionário alegando ter perdido.

3.2 Avaliação do questionário

A análise dos dados qualitativos foi realizada pelo método do discurso do sujeito

coletivo. 26

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26

Na análise das respostas dirigidas foi aplicada a estatística descritiva.

Foram elaboradas tabelas para a demonstração dos dados coletados.

O método do Discurso do Sujeito Coletivo consiste em uma técnica de tabulação e

organização de dados qualitativos, desenvolvido por Lefevre e Lefevre no fim da década de 90,

e tem como fundamento a teoria da Representação Social. O DSC é um discurso-síntese

elaborado com partes de discursos de sentido semelhante, por meio de procedimentos

sistemáticos e padronizados. Ele representa uma mudança nas pesquisas qualitativas porque

permitem que se conheça os pensamentos, representações, crenças e valores de uma

coletividade sobre um determinado tema utilizando-se de métodos científicos. A aplicação da

técnica do DSC a um grande número de pesquisas no campo da saúde e também em outras

áreas do conhecimento, tem demonstrado sua eficácia para o processamento e expressão das

opiniões coletivas.

Tendo como fundamento a teoria da Representação Social e seus pressupostos

sociológicos, a proposta consiste basicamente em analisar o material verbal coletado, extraído

de cada um dos depoimentos. O DSC é uma modalidade de apresentação de resultados de

pesquisas qualitativas, apresentado na primeira pessoa do singular, expediente que visa

expressar o pensamento de uma coletividade, como se esta coletividade fosse o emissor de um

discurso. Esta técnica consiste em selecionar, de cada resposta individual a uma questão, as

expressões chaves, que são trechos mais significativos destas respostas. A essas expressões

chaves correspondem ideias centrais que são a síntese do conteúdo discursivo manifestado e o

pensamento de um grupo ou coletividade aparece como se fosse um discurso individual.27

3.4 Considerações éticas.

O projeto de pesquisa e o TCLE (Apêndice 2) foram submetidos ao Comitê de Ética em

Pesquisa da FCMS/PUC-SP e o projeto só teve início após a sua aprovação.

Ao final do estudo os resultados e análise técnica foram comunicados ao CEP-FCMS-

PUC/SP, aos responsáveis pela radioproteção no HSL e foi solicitado um momento para

comunicação dos resultados a toda a comunidade envolvida, durante a Semana de Interna de

Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT).

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27

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Participantes do estudo

Durante a pesquisa 59 colaboradores se propuseram a participar e responder ao

questionário. Desse total, 14 homens e 45 mulheres dos setores de hemodinâmica, imagem,

UTI adulto e neonatal, pediatria, centro cirúrgico, limpeza e engenharia clínica.

Tabela 1: Caracterização da amostra segundo o gênero e idade

Gênero N (%) Idade

Média (DP)

Homens 14 (24) 32 (7,5)

Mulheres 45 (76) 34 (7,3)

Total 59 (100) 33 (7,25)

Fonte: tabela elaborada pelo autor.

4.2 Nível de formação dos participantes

Profissionais da saúde de várias áreas dentro do hospital participaram da pesquisa sendo

na sua maioria profissionais da equipe de enfermagem (44) o que é justificado pela maior

quantidade dessa categoria representada no hospital pesquisado.

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28

Tabela 2 - Caracterização da amostra segundo a formação profissional

Grau de Instrução

Formação N(%) Superior

N(%)

Técnico

N(%)

Enfermagem 44 (75) 13 (30) 31 (70)

Médico 4 (7) 4 (100) -

Radiologia 2 (3) 1 (50) 1 (50)

Outros 8 (14) 6 (75) 2 (25)

Não respondeu 1(1) - -

Total 59 (100) 24 (41) 33 (59)

Fonte: tabela elaborada pelo autor.

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29

4.2 Respostas ao questionário

4.2.1 Conceituação de proteção radiológica (ou radioproteção) pelos participantes

O gráfico 1 corresponde à primeira pergunta do questionário. Tratava-se de uma questão

aberta onde solicitávamos para o participante dizer o que entendia por "proteção radiológica ou

radioproteção". Por se tratar de uma questão técnica a correção foi feita pelo pesquisador

responsável e por um segundo professor independente que classificaram por consenso as

respostas em "correta" quando o participante soube expressar o conceito de proteção

radiológica; "parcialmente correta" quando havia elementos conceituais presentes, mas não

completamente corretos, "incorreta" quando não existia qualquer elemento conceitual presente

na resposta. Houve 17% dos participantes que não responderam, o que deve ser considerado

como se eles não tivessem sequer ideia do que se estava perguntando.

Exemplos de resposta considerada correta:

"Acredito que deve ser referente ao uso de roupa de proteção ao se expor ao raio; e o

uso de dosímetro para medição da radiação mensal."

Exemplo de resposta parcialmente correta:

Penso que proteção radiológica é nos afastarmos do local onde está sendo realizado o

raio-x.

Exemplo de resposta incorreta:

Todo método de proteção contra as radiações, provenientes de aparelhos, raios UVA,

UVB.

Como se depreende, dois terços dos participantes (39/59) não têm uma compreensão

correta do conceito de radioproteção.

A análise qualitativa das respostas à questão 1 serão apresentadas posteriormente e

baseada no DSC.

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30

Gráfico 1 - O que significa para você o termo “proteção radiológica” ou ”radioproteção”?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

4.2.2. Os cursos técnicos e de graduação oferecem a formação adequada em

radioproteção?

Em relação à questão 2, na visão da maioria dos participantes (61%) o curso técnico

ou de graduação não ofereceu a formação sobre proteção radiológica individual e coletiva.

Gráfico 2 - Seu curso técnico ou de graduação ofereceu formação em proteção radiológica

individual e coletiva?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

34%

34%

15%

17%

1. O que significa para você o termo “proteção radiológica” ou

”radioproteção”?

Correta

Parcialmente correta

Incorreta

Não respondeu

37%

61%

2%

2. Seu curso técnico ou de graduação ofereceu formação em proteção

radiológica individual e coletiva?

Sim

Não

Não respondeu

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31

Mesmo aqueles que receberam formação em seus cursos regulares técnicos ou de

graduação, grande parte (59%), não consideram que tenha sido adequada e suficiente para a

prática profissional. (Gráfico 2a)

Gráfico 2a - Se respondeu sim, você considera está formação suficiente para sua proteção na

vida profissional?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

4.2.3 Capacitação no ambiente de trabalho sobre radioproteção

Considerando que a equipe multiprofissional precisa estar sempre atualizada nas

questões de trabalho e de segurança, tanto do paciente como do profissional, e, como antevimos

e foi confirmado nas questões anteriores (gráficos 2 e 2a), os cursos atualmente não oferecem

a formação necessária, a questão de capacitação em proteção radiológica no ambiente de

trabalho foi inserida no questionário. Dos entrevistados 74% dizem não ter recebido qualquer

capacitação em proteção radiológica no ambiente de trabalho. (Gráfico 3)

41%

59%

2.a Se respondeu sim, você considera está formação suficiente para

sua proteção na vida profissional?

Sim

Não

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32

Gráfico 3 - No seu ambiente de trabalho foi-lhe oferecida alguma capacitação no sentido de

proteção radiológica?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

4.2.4 Conhecimento de normas regulatórias de proteção radiológica adotadas pelo

hospital.

De acordo com o gráfico 4, 68% dos entrevistados afirmam não se lembrar de alguma

norma de proteção radiológica adota pelo hospital. (Gráfico 4)

24%

74%

2%

3. No seu ambiente de trabalho foi-lhe oferecida alguma capacitação no sentido de proteção radiológica?

Sim

Não

Não respondeu

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33

Gráfico 4 - Você tem conhecimento de alguma norma regulatória ou portaria de proteção

radiológica adotada pelo hospital?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

Dos que responderam que há normas regulatórias sobre proteção radiológica no hospital

pesquisado, 71% afirmam que as normas estão disponíveis para consulta. (Gráfico 4a)

29%

68%

3%

4. Você tem conhecimento de alguma norma regulatória ou portaria

de proteção radiológica adotada pelo hospital?

Sim

Não

Não respondeu

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34

Gráfico 4a – Se respondeu sim, ela está disponível para consulta no ambiente de

trabalho?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

4.2.5 Proteção dos raios-x durante a realização de exames radiológicos no ambiente de

trabalho.

Apesar de a maioria dos entrevistados não se lembrar de nenhuma norma de proteção

radiológica, em detrimento do conhecimento formal sobre radioproteção, 85% afirmam saber

como se proteger dos raios-x quando os exames radiológicos são realizados no setor onde

trabalham. (Gráfico 5)

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35

Gráfico 5 - Você sabe como se proteger dos raios-x quando o exame é realizado em

pacientes no seu ambiente de trabalho?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

Quando o entrevistado referiu saber se proteger, foi pedido que explicasse as medidas

adotadas por ele próprio de modo a se proteger da exposição à radiação. Por se tratar de uma

questão técnica e aberta a correção foi feita pelo pesquisador, da mesma forma que foi feito na

questão 1. Uma parte dos participantes (24%) soube responder corretamente as medidas

necessárias para se proteção da exposição aos raios-x em seu ambiente de trabalho e 46%

mostram ter um conhecimento parcial das medidas necessárias para se proteger das radiações.

Trinta por cento dos participantes não responderam ou o fizeram de maneira equivocada.

(Gráfico 5a)

Exemplos de resposta correta:

O uso do colete quando é necessário a presença da enfermagem ao lado do paciente no

momento do RX, porém quando possível devemos nos distanciar do paciente.

Exemplo de resposta parcialmente correta:

Usar colete de chumbo e protetor de tireoide.

Exemplo de resposta incorreta:

Afastar a 1metro de distância.

85%

12%

3%

5. Você sabe como se proteger dos raios-x quando o exame é realizado

em pacientes no seu ambiente de trabalho?

Sim

Não

Não Respondeu

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36

Gráfico 5a - Se respondeu sim, quais medidas devem ser adotadas?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

4.2.6 Adoção regular às medidas de proteção radiológica

Considerando que as medidas de proteção radiológica devem ser sempre adotadas

independentes das situações, apenas 60% dos entrevistados dizem adotar regularmente as

medidas de proteção de que têm conhecimento e 14% nunca adotam as medidas de

radioproteção na realização do exame. (Gráfico 6)

24%

46%

15%

15%

5.a Se respondeu sim, quais medidas devem ser adotadas?

Correta

Parcialmente correta

Incorreta

Não Respondeu

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37

Gráfico 6 - Com que frequência você toma estas atitudes de proteção radiológica?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

4.2.6 Interesse em processo de educação permanente em radioproteção

O intuito dessa pesquisa, além de mostrar os resultados sobre o conhecimento que os

funcionários têm sobre radioproteção, também é oferecer valor tangível para que os

funcionários possam adotar medidas corretas de radioproteção com embasamento no

conhecimento prático estabelecido pela portaria 453 do Ministério da Saúde. Assim, os

participantes da pesquisa foram questionados quanto ao interesse em participar de um processo

de educação permanente sobre radioproteção no hospital. A grande maioria (87% dos

participantes) tem interesse em participar de um treinamento sobre radioproteção. (Gráfico 7)

60%16%

14%

10%

6. Com que frequência você toma estas atitudes de proteção

radiológica?

Sempre

Quase sempre

Nunca

Não respondeu

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38

Gráfico 7 - Você teria interesse em participar de um processo de educação permanente sobre

radioproteção no hospital?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

4.2.7 Protocolos de proteção radiológica

A questão seguinte se refere aos protocolos adotados pelo hospital pesquisado sobre

proteção radiológica, onde apenas 14% dos entrevistados afirmam haver um protocolo a ser

seguido nas realizações de exames por imagem que utilizam radiação ionizante. (Gráfico 8)

87%

13%

7. Você teria interesse em participar de um processo de educação

permanente sobre radioproteção no hospital?

Sim

Não

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39

Gráfico 8 - Há um protocolo escrito a ser observado de proteção radiológica no seu ambiente

de trabalho?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

4.2.8 Supervisor de proteção radiológica

De acordo com a norma NN 3.01 da CNEN de 2004, supervisor de proteção radiológica

ou supervisor de radioproteção é o indivíduo com habilitação de qualificação emitida pela

CNEN, no âmbito de sua atuação, formalmente designado pelo titular da instalação para

assumira condução das tarefas relativas às ações de proteção radiológica na instalação

relacionada àquela prática. Dessa forma, o gráfico 9 nos mostra que essa função não está bem

determinada, de modo que apenas 14% afirmam haver um supervisor de radioproteção.

(Gráfico 9)

14%

74%

12%

8. Há um protocolo escrito a ser observado de proteção radiológica no

seu ambiente de trabalho?

Sim

Não

Não respondeu

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40

Gráfico 9 –Há um supervisor técnico de proteção radiológica?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

4.2.9 Disponibilidade da Portaria SMS/MS no 453/1998

A Portaria 453 estabelece as diretrizes básicas de proteção radiológica em

radiodiagnóstico de modo que é preciso manter um exemplar na instituição em caso de dúvidas

sobre as normas. O gráfico seguinte representa uma divergência dos participantes em relação a

essa questão (Gráfico 10). Na realidade, nenhuma das instalações do hospital visitadas tem esta

portaria disponível para consulta.

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41

Gráfico 10 - Existe um exemplar da Portaria SMS/MS nº453/1998 disponível no setor?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

4.2.10 Disponibilização e monitoração dos dosímetros

A portaria 453 do Ministério da Saúde estabelece que o dosímetro deve ser usado por

todo indivíduo que trabalha com raios-x diagnósticos, deve usar, durante toda sua jornada de

trabalho e enquanto permanecer em área controlada. Dosímetro individual de leitura indireta

deve ter sua leitura realizada e trocado mensalmente. Há uma divergência entre os entrevistados

onde 42% diz haver dosímetros para os IOEs e 42% diz não haver. (Gráfico 11)

44%

31%

25%

10. Existe um exemplar da Portaria SMS/MS nº453/1998 disponível no

setor?

Sim

Não

Não respondeu

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42

Gráfico 11 - Há dosímetros individuais disponibilizados para os profissionais de saúde que

atuam nos setores de radiodiagnóstico?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

A monitoração só pode ser descrita se houver a apresentação adequada do dosímetro.

Como na questão 11 a divergência ainda persiste na questão 12, de forma que 42% dizem não

haver uma monitorização mensal. (Gráfico 12)

42%

42%

16%

11. Há dosímetros individuais disponibilizados para os profissionais de

saúde que atuam nos setores de radiodiagnóstico?

Sim

Não

Não respondeu

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43

Gráfico 12 – Há monitoração escrita e periódica da dose de radiação nos profissionais

expostos?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

4.2.11 Controle clínico e laboratorial do profissional exposto à radiação.

A Portaria 453 do Ministério da Saúde estabelece que todo indivíduo ocupacionalmente

exposto deve ser submetido a um programa de controle de saúde baseado nos princípios gerais

de saúde ocupacional. Sendo que, dos entrevistados, apenas 39% afirmam que recebem

resultados de monitorização de dosímetros e exames clínicos. (Gráfico 13)

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44

Gráfico 13 - Os profissionais recebem os resultados das leituras dos dosímetros e dos exames

clínicos realizados?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

4.2.12 Treinamento regular sobre os riscos ocupacionais

Segundo 64% dos entrevistados não há registros de treinamentos e informações sobre

riscos ocupacionais. (Gráfico 14)

39%

46%

15%

13. Os profissionais recebem os resultados das leituras dos dosímetros e

dos exames clínicos realizados?

Sim

Não

Não respondeu

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45

Gráfico 14 – Há treinamento registrado sobre informações básicas sobre riscos ocupacionais?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

Segundo a Norma Regulatória 32 todo o local de trabalho que faz uso de radiações

ionizantes deve manter a disposição dos trabalhadores o Plano de Proteção Radiológica.19

Quando os entrevistados foram questionados sobre esse plano de proteção radiológica 64%

dizem desconhecê-lo. (Gráfico 15)

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46

Gráfico 15 - Existe documentação escrita dos procedimentos de rotina de trabalho, incluindo

plano de proteção radiológica?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

4.2.13 Sinalização das áreas de risco

A Portaria 453 estabelece que é preciso manter a sinalização visível na face exterior das

portas de acesso, contendo o símbolo internacional da radiação ionizante acompanhado das

inscrições: "raios-x, entrada restrita "ou “raios-x, entrada proibida a pessoas não autorizadas”.

E ainda deve haver (entre outras) a sinalização luminosa vermelha acima da face externa da

porta de acesso, acompanhada do seguinte aviso de advertência: "Quando a luz vermelha estiver

acesa, a entrada é proibida". A sinalização luminosa deve ser acionada durante os

procedimentos radiológicos indicando que o gerador está ligado e que pode haver exposição.

Segundo 64% dos entrevistados as áreas estão bem sinalizadas. (Gráfico 16)

17%

64%

19%

15. Existe documentação escrita dos procedimentos de rotina de

trabalho, incluindo plano de proteção radiológica?

Sim

Não

Não respondeu

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47

Gráfico 16 – As instalações das áreas onde se faz uso de radiação ionizante estão bem

sinalizadas?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

4.2.14 Isolamento dos ambientes expostos à radiação

Ainda segundo a Portaria 453 as paredes, piso, teto e portas devem ter blindagem que

proporcionem proteção radiológica às áreas adjacentes. Dos entrevistados 62% afirmam que as

portas permitem o isolamento das áreas contíguas e 38% responderam negativamente ou não

responderam à questão. (Gráfico 17)

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48

Gráfico 17 – As portas, quando fechadas, permitem o perfeito isolamento das salas?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

Com exceção da última questão, deste ponto em diante o questionário foi respondido

apenas pelos participantes que trabalham em setores técnicos de radiologia (laboratório de

imagem e setor de hemodinâmica, 53 participantes)

4.2.15 Controle do acesso

Para que não haja exposição de modo acidental nos trabalhadores a cabine de comando

deve permitir a visualização da porta de acesso à sala de exames. Segundo 82% dos

entrevistados a porta de acesso é visível da cabine de comando. (Gráfico 18)

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49

Gráfico 18 – A localização da cabine de comando permite à observação da porta de acesso da

sala?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

4.2.16 Programa de controle de qualidade e manutenção preventiva dos equipamentos

A Portaria 453 estabelece ainda que tomar todas as medidas necessárias para evitar

falhas e erros, incluindo implementação de procedimentos adequados de calibração, controle

de qualidade e operação dos equipamentos de raios-x. Segundo 80% dos entrevistados a

manutenção preventiva é realizada regularmente. (Gráfico 19)

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50

Gráfico 19 – Existe programa de controle de qualidade e manutenção preventiva regular para

assegurar que os equipamentos estejam de acordo com as especificações de desempenho?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

4.2.17 Sinalização de advertência de radiação ionizante ativa

Sinalização luminosa vermelha acima da face externa da porta de acesso é o que

determina a Portaria 453. Segundo 100% dos entrevistados as salas contêm a luz de aviso

vermelha. (Gráfico 20)

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51

Gráfico 20 – Existe sinalização de advertência quando a radiação ionizante está ativa dentro

da sala?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

4.2.18 Adequação das cargas a protocolos pré-estabelecidos

De acordo com a Portaria 453 deve haver documentação fornecida pelo fabricante

relativa às características técnicas, especificações de desempenho, instruções de operação, de

manutenção e de proteção radiológica, com tradução para a língua portuguesa, quando se tratar

de equipamento importado. Essa questão foi direcionada para os colaboradores que trabalham

diretamente com o equipamento emissor de radiação. Segundo a pesquisa 73% dos

entrevistados fazem adequação da carga de radiação durante o exame. (Gráfico 21)

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52

Gráfico 21 - Os técnicos fazem adequação de carga a ser utilizada segundo os protocolos pré-

estabelecido no equipamento?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

4.2.19 Informação às mulheres potencialmente grávidas

Segundo a Portaria 453, o serviço de radiodiagnóstico deve implantar um sistema de

controle de exposição médica de modo a evitar exposição inadvertida de pacientes grávidas,

incluindo avisos de advertência como: "Mulheres grávidas ou com suspeita de gravidez: favor

informarem ao médico ou ao técnico antes do exame". Na pesquisa 65% dos entrevistados

afirmaram haver avisos em locais visíveis sobre possibilidade de gravidez. (Gráfico 22)

73%

27%

21. Os técnicos fazem adequação de carga a ser utilizada segundo os

protocolos pré-estabelecido no equipamento?

Sim

Não

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53

Gráfico 22 - Existe informativo em local visível solicitando às mulheres que informem ao

médico ou ao técnico antes da realização do exame, a existência ou suspeita de gravidez?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

4.2.20 Representante dos profissionais dos setores de imagem na Comissão Interna de

Prevenção de Acidentes (CIPA).

A maioria (56%) dos participantes refere haver representante dos funcionários dos

setores de imagem na CIPA. (Gráfico 23). Existe a CIPA, porém não temos representação de

profissionais de imagem na composição do grupo dentro do hospital pesquisado.

65%

35%

22. Existe informativo em local visível solicitando às mulheres que

informem ao médico ou ao técnico antes da realização do exame, a

existência ou suspeita de gravidez?

Sim

Não

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54

Gráfico 23 - Existe informativo em local visível solicitando às mulheres que informem ao

médico ou ao técnico antes da realização do exame, a existência ou suspeita de gravidez?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

4.2.21 Disponibilidade de equipamentos de proteção individual

Caracterizam-se nessa questão os equipamentos de proteção individual (EPI) como

coletes e saiotes plumbíferos, óculos plumbífero e protetores de tireoide. De acordo com 94%

dos entrevistados existe esse tipo de EPI disponível no setor. (Gráfico 24)

56%

44%

23. Existe representante do serviço de imagem na CIPA (Comissão

Interna de Prevenção de Acidentes)?

Sim

Não

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55

Gráfico 24 - Existe EPI (Equipamento de Proteção Individual) disponível no serviço?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

Em complementação à pergunta anterior, foi questionado aos participantes se há

aventais de chumbo para toda a equipe, e 94% responderam que sim. (Gráfico 25)

94%

6%

24. Existe EPI (Equipamento de Proteção Individual) disponível no

serviço?

Sim

Não

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56

Gráfico 25 - Existem aventais de chumbo em número suficiente para disponibilizar durante o

exame?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

4.2.22 Protocolos para situações de emergência ou acidentes

Protocolos de proteção radiológica devem ser implantados para organizar os planos de

proteção em caso de acidentes ou emergências. Dos entrevistados 70% dizem não haver um

protocolo de medidas a serem adotas em caso de acidentes. (Gráfico 26)

94%

6%

25. Existem aventais de chumbo em número suficiente para

disponibilizar durante o exame?

Sim

Não

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57

Gráfico 26 - Existem protocolos/fluxograma sobre procedimentos a serem adotados em caso

de acidentes ou emergências?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

4.2.23 Equipamentos de proteção para pacientes e acompanhantes

A Portaria 453 estabelece ainda que protetores de tireoide e de genitais estejam

disponíveis para pacientes (desde que não atrapalhe na visualização da imagem) e

acompanhantes se necessário. Dos entrevistados 50% afirmam não haver protetores para

pacientes e acompanhantes. (Gráfico 27)

30%

70%

26. Existem protocolos/fluxograma sobre procedimentos a serem

adotados em caso de acidentes ou emergências?

Sim

Não

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58

Gráfico 27 – Existem protetores para os genitais e para a tireoide disponíveis para paciente e

acompanhantes?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

4.2.24 Descarte de material resíduos

A NR-32 estabelece que cabe ao empregador capacitar os trabalhadores para o descarte

e transporte de resíduos radioativos. Nessa questão 81% dos entrevistados afirmam haver um

plano de descartes estabelecido pelo hospital nesse quesito. (Gráfico 28)

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59

Gráfico 28 - Existem orientações escritas sobre o descarte dos resíduos gerados pelo serviço

de radiologia?

Fonte: gráfico elaborado pelo autor.

4.3 Resultados das questões abertas (qualitativas)

Os resultados qualitativos se referem às respostas produzidas pelos participantes. As

categorias foram criadas em função do que sugerem as respostas às duas questões abertas e

visam os objetivos da pesquisa. São elas: proteção dos profissionais de saúde contra radiação;

atitude da empresa para proteger o funcionário; equipamentos de proteção individual; proteção

contra radiação, proteção individual e coletiva contra radiação; capacitação de pessoal e

monitoramento; documentação/normas; jornada de trabalho, distância da fonte de radiação.

São apresentados a seguir as categorias e o discurso do sujeito coletivo.

Questão 1 –Em relação à questão 1 "o que significa para você o termo 'proteção

radiológica' ou 'radioproteção'?"

4.3.1 Proteção dos profissionais de saúde contra radiação (25 participantes)

DSC: DSC: “Entendo que seja um conjunto de ações, atitudes e medidas, incluindo

o uso de equipamentos e sinalização, a serem utilizados durante a realização de

exames e procedimentos com raios-x, com o objetivo de atenuar os riscos das

81%

19%

28. Existem orientações escritas sobre o descarte dos resíduos gerados

pelo serviço de radiologia?

Sim

Não

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60

radiações que podem ser prejudiciais à saúde com efeito cancerígeno e causando

doenças degenerativas”.

4.3.2 Atitude da empresa para proteger o funcionário (1 participante)

DSC: “Proteção radiológica são medidas adotadas pela empresa (empregador) que

visam proteger o trabalhador exposto à radiação ionizante”.

4.3.3 Uso de equipamento de proteção individual (15 participantes)

DSC: “Entendo que proteção radiológica seja o uso de equipamentos de proteção

confeccionados em chumbo para proteger ou atenuar a exposição do profissional no

momento de realizar exames radiológicos”.

4.3.4 Proteção pessoal e coletiva (6 participantes)

DSC: “Entendo como sendo medidas, mecanismos, atitudes e todos os recursos que

possam ser utilizados para proteger profissionais, funcionários e pacientes expostos à

radiação ionizante direta ou indiretamente”.

4.3.5 Capacitação de pessoal e monitoramento (1 participante)

DSC: “Exerce um papel importante no planejamento das atividades, treinamento do

pessoal e monitorização da área”.

4.3.6 Documentos/normas (2 participantes)

DSC: “Entendo como sendo um documento que aponta áreas expostas à radiação

ionizante, fornecendo soluções para que o profissional permaneça em segurança e tem

como base a portaria 453 do Ministério da Saúde que estabelece limites de dose para

indivíduos ocupacionalmente expostos”.

Questão 5 –. Em relação à questão5 "você sabe como se proteger dos raios-x quando o

exame é realizado em pacientes no seu ambiente de trabalho?"

"Se respondeu sim, quais medidas devem ser adotadas?"

4.3.7. Não exceder a jornada diária de trabalho (1 participante)

DSC: “Não exceder a jornada diária de trabalho permitida por lei”.

4.3.8. Manter distância da fonte de radiação (20 participantes)

DSC: “Posso me proteger da radiação ionizante me afastando do tubo de raios-x,

seguindo orientação do técnico de radiologia bem como me deslocando para outro

setor no momento do disparo para realizar o exame”.

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61

Após a compreensão desse conceito, com o intuito de gerar valor inteligível para a equipe

multidisciplinar do hospital pesquisado, foi elaborado um material educativo com o tema

proteção radiológica e os riscos que as radiações podem causar.

O material educativo será distribuído no hospital como forma de intervenção educativa

com a intenção de otimizar a proteção radiológica nos setores de imagem e orientar os

profissionais de saúde a como se comportar de forma segura ao acompanhar os procedimentos.

Para que os resultados na ação de radioproteção no hospital fossem satisfatórios,

poderíamos envolver os setores de Educação Continuada, CIPA e os funcionários que fazem

parte do processo de aquisição de imagens bem como os profissionais que auxiliam no setor e

estão expostos a radiação ionizante. Atualmente o HSL está estruturando uma comissão interna

de proteção radiológica que contribuirá para o desenvolvimento da educação permanente nessa

questão.

O modelo operário italiano (MOI) poderá servir de ponto de partida para reflexões sobre

as falhas no campo da proteção radiológica, as possibilidades de intervenção devem partir dos

envolvidos no problema identificado. A junção da educação permanente e o modelo operário

italiano são ferramentas essenciais que podem ser utilizadas na resolução de problemas

identificados no ambiente de trabalho.

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62

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste estudo, observamos que os profissionais de saúde, que trabalham em ambientes

que utilizam equipamentos emissores de radiação ionizante, possuem conhecimento abaixo do

esperado para que se possa trabalhar com segurança no sentido de radioproteção dos

profissionais e pacientes envolvidos nesse processo. Existem muitas dúvidas na forma de se

comportar no momento de realização dos exames radiológicos. As dúvidas são atitudinais e

conceituais gerando exposições desnecessárias ao longo do período de trabalho.

Na opinião dos participantes o curso técnico ou superior que fizeram não forneceu

formação sobre radioproteção ou esta foi insuficiente para a prática. O ambiente de trabalho,

mesmo em um HE, disponibiliza poucas informações sobre radioproteção e as normas que a

regem. Acreditamos que o mesmo deve acontecer em outras instituições de saúde.

Como intervenção e facilitação do processo de aprendizagem sobre os conceitos e

atitudes sobre proteção radiológica desenvolvemos um material educativo associado ao lúdico

que poderá contribuir para a compreensão dos profissionais em sua capacitação.

Os resultados serão comunicados a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

(CIPA), à comissão interna de proteção radiológica, que embora seja norma para hospitais de

ensino, só agora foi instituída no HSL. Os resultados poderão servir de subsídio para propor

ações educativas no ambiente de trabalho, melhorando o conhecimento, consequentemente

mudando a prática profissional de forma positiva.

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63

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APÊNDICE A - Respostas ao questionário aplicado

Perguntas S

N (%)

N

N (%)

NR

N (%)

2. Seu curso técnico ou de graduação ofereceu formação em proteção

radiológica individual e coletiva? 22 (37) 36 (61) 1 (2)

2.a. Se respondeu sim, você considera está formação suficiente para sua

proteção na vida profissional? 9 (41) 13 (59) 36

3. No seu ambiente de trabalho foi-lhe oferecida alguma capacitação no sentido

de proteção radiológica? 14 (24) 44 (74) 1 (2)

4. Você tem conhecimento de alguma norma regulatória ou portaria de proteção

radiológica adotada pelo hospital? 17 (29) 40 (68) 2 (3)

4.a. Se respondeu sim, ela está disponível para consulta no ambiente de

trabalho?

12 (20) 7 (12) 40 (68)

5. Você sabe como se proteger dos raios-x quando o exame é realizado em

pacientes no seu ambiente de trabalho?

50 (85) 7 (12) 2 (3)

7. Você teria interesse em participar de um processo de educação permanente

sobre radioproteção no hospital? 49 (83) 10 (17) -

8. Há um protocolo escrito a ser observado de proteção radiológica no seu

ambiente de trabalho?

8 (14) 44 (75) 7 (12)

9. Há um supervisor técnico de proteção radiológica?

8 (14) 43 (73) 8 (14)

10. Existe um exemplar da Portaria SMS/MS nº453/1998 disponível no setor? 26 (44) 18 (31) 15 (25)

11. Há dosímetros individuais disponibilizados para os profissionais de saúde

que atuam nos setores de radiodiagnóstico? 25 (42) 25 (42) 9 (16)

12. Há monitoração escrita e periódica da dose de radiação nos profissionais

expostos?

25 (42) 25 (42) 9 (16)

13. Os profissionais recebem os resultados das leituras dos dosímetros e dos

exames clínicos realizados? 23 (39) 27 (46) 9 (15)

14. Há treinamento registrado sobre informações básicas sobre riscos

ocupacionais?

14 (24) 38 (64) 7 (12)

15. Existe documentação escrita dos procedimentos de rotina de trabalho,

incluindo plano de proteção radiológica? 10 (17) 38 (64) 11 (19)

16. As instalações das áreas onde se faz uso de radiação ionizante estão bem

sinalizadas?

39 (66) 12 (20) 8 (14)

17. As portas, quando fechadas, permitem o perfeito isolamento das salas?

37 (62) 11 (19) 11 (19)

18. A localização da cabine de comando permite à observação da porta de

acesso da sala

18 (82) 4 (18) 37

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19. Existe programa de controle de qualidade e manutenção preventiva regular

para assegurar que os equipamentos estejam de acordo com as especificações

de desempenho?

12 (80) 3 (20) 44

20. Existe sinalização de advertência quando a radiação ionizante está ativa

dentro da sala?

17 (100) - 42

21. Os técnicos fazem adequação de carga a ser utilizada segundo os protocolos

pré-estabelecido no equipamento? 11 (73) 4 (27) 44

22. Existe informativo em local visível solicitando às mulheres que informem

ao médico ou ao técnico antes da realização do exame, a existência ou suspeita

de gravidez?

11 (65) 6 (35) 42

23. Existe representante do serviço de imagem na CIPA (Comissão Interna de

Prevenção de Acidentes)? 9 (56) 7 (44) 43

24. Existe EPI (Equipamento de Proteção Individual) disponível no serviço? 16 (94) 1 (6) 42

25. Existem aventais de chumbo em número suficiente para disponibilizar

durante o exame? 17 (94) 1 (6) 41

26. Existem protocolos/fluxograma sobre procedimentos a serem adotados em

caso de acidentes ou emergências? 3 (33) 12 (77) 44

27. Existem protetores para os genitais e para a tireoide disponíveis para

pacientes e acompanhantes

9 (50) 9 (50) 41

28. Existem orientações escritas sobre o descarte dos resíduos gerados pelo

serviço de radiologia? 3 (81) 13 (19) 43

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APÊNDICE B - Número de respostas corretas*, parcialmente corretas e

incorretas à questão1 “O que significa para você o termo proteção

radiológica ou radioproteção”?

Pergunta

Correta

N (%)

Parcialmente

correta

N (%)

Incorreta

N (%)

NR

N (%)

O que significa para você o termo

“proteção radiológica” ou

”radioproteção”?

20 (34) 20 (34) 9 (15) 10 (17)

*Foi utilizado como parâmetro de correção para as questões discursivas as normas da Portaria SVS/MS n° 453, de

1 de junho de 1998.(16)

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APÊNDICE C - Número de respostas corretas*, parcialmente corretas e

incorretas à questão 5a “Se respondeu sim, quais medidas devem ser

adotadas”?

Pergunta Correta

n (%)

Parcialmente

correta n (%)

Incorreta

n (%) NR n (%)

Se respondeu sim, quais

medidas devem ser

adotadas?

14 (24) 27 (46) 9 (15) 9 (15)

*Foi utilizado como parâmetro de correção para as questões discursivas as normas da Portaria SVS/MS n° 453, de

1 de junho de 1998.(16)

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APÊNDICE D - Resposta à pergunta 6 sobre a frequência com que os

participantes tomam medidas de proteção radiológica.

Pergunta

Sempre

N (%)

Quase

Sempre

N (%)

Nunca

N (%)

NR

N (%)

Com que frequência

você toma estas atitudes

de proteção radiológica?

35 (59) 9 (15) 8(14) 6 (10)

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APÊNDICE E - Questionário Estruturado

Questionário Iniciais: _______________________________________________________________

Setor de trabalho:

Imagem

Hemodinâmica

Centro Cirúrgico

UTI Adulto

UTI NEO

Enfermaria

Pediatria

Idade: _____ anos Sexo:(M) (F)

Tempo de admissão no Hospital Santa Lucinda_______________( ) anos ( ) meses

Formação: Curso Superior ( ) Curso Técnico ( )

Área: ( ) Enfermagem ( ) Médica ( ) Radiologia ( ) Outros Profissionais da Saúde

Por favor, responda as questões abaixo da forma mais verdadeira e sincera. Se não

souber ou não quiser responder qualquer das questões deixe em branco ou responda

"não sei". 1. O que significa para você o termo” proteção radiológica” ou” radioproteção”?

2. Seu curso técnico ou de graduação ofereceu formação em proteção radiológica individual

e coletiva? Se respondeu sim, você considera está formação suficiente para sua proteção na vida

profissional?

(S) (N) (S) (N)

3. No seu ambiente de trabalho foi-lhe oferecido alguma capacitação no sentido de proteção

radiológica? (S) (N)

4. Você tem conhecimento de alguma norma regulatória ou portaria de proteção radiológica

adotada pelo hospital? Se respondeu sim, ela está disponível para consulta no ambiente de trabalho?

(S) (N) (S) (N)

5. Você sabe como se proteger dos raios-x quando o exame é realizado em pacientes no seu

ambiente de trabalho? Se respondeu sim, quais medidas devem ser adotadas?

(S) (N)

6. Com que frequência você toma estas atitudes de proteção radiológica? ( ) sempre ( ). Quase sempre ( ). Às vezes ( ). Nunca

7. Você teria interesse em participar de um processo de educação permanente sobre

radioproteção no hospital? (S) (N)

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8. Há um protocolo escrito a ser observado de proteção radiológica no seu ambiente de

trabalho?

(S) (N)

9. Há um supervisor técnico de proteção radiológica?

(S) (N)

10. Existe um exemplar da Portaria SMS/MS nº453/1998 disponível no setor? (S) (N) 11. Há dosímetros individuais disponibilizados para os profissionais de saúde que atuam nos

setores de radiodiagnóstico? (S) (N)

12. Há monitoração escrita e periódica da dose de radiação nos profissionais expostos?

(S) (N)

13. Os profissionais recebem os resultados das leituras dos dosímetros e dos exames clínicos

realizados? (S) (N)

14. Há treinamento registrado sobre informações básicas sobre riscos ocupacionais?

(S) (N)

15. Existe documentação escrita dos procedimentos de rotina de trabalho, incluindo plano de

proteção radiológica? (S) (N)

16. As instalações das áreas onde se faz uso de radiação ionizante estão bem sinalizadas?

(S) (N)

17. As portas, quando fechadas, permitem o perfeito isolamento das salas?

(S) (N)

Se você é profissional de saúde que trabalha em área controlada por haver exposição à

radiação ionizante (setor de imagem e hemodinâmica), por favor, responda também as

questões abaixo. Caso contrário responda apenas a última questão (29).

18. A localização da cabine de comando permite à observação da porta de acesso da sala

(S) (N)

19. Existe programa de controle de qualidade e manutenção preventiva regular para assegurar

que os equipamentos estejam de acordo com as especificações de desempenho? Se respondeu sim, qual periodicidade? _____anos _____meses

(S) (N)

20. Existe sinalização de advertência quando a radiação ionizante está ativa dentro da sala?

(S) (N)

21. Os técnicos fazem adequação de carga a ser utilizada segundo os protocolos pré-

estabelecido no equipamento? (S) (N)

22. Existe informativo em local visível solicitando às mulheres que informem ao médico ou

ao técnico antes da realização do exame, a existência ou suspeita de gravidez? (S) (N)

23. Existe representante do serviço de imagem na CIPA (Comissão Interna de Prevenção de

Acidentes)? (S) (N)

24. Existe EPI (Equipamento de Proteção Individual) disponível no serviço?

(S) (N)

25. Existem aventais de chumbo em número suficiente para disponibilizar durante o exame? (S) (N) 26. Existem protocolos/fluxograma sobre procedimentos a serem adotados em caso de

acidentes ou emergências? (S) (N)

27. Existem protetores para os genitais e para a tireoide disponíveis para pacientes e

acompanhantes

(S) (N)

28. Existem orientações escritas sobre o descarte dos resíduos gerados pelo serviço de

radiologia? (S) (N)

29. Se você tiver comentário sobre está pesquisa ou sobre radioproteção, por favor, utilize o

espaço em branco.

Muito obrigado!

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APÊNDICE F - Termo de consentimento livre e esclarecido

Nome do Estudo: Avaliação do conhecimento que os profissionais de saúde expostos a

procedimentos radiológicos têm sobre proteção radiológica. Uma proposta de intervenção

educativa.

Você está sendo convidado a participar deste estudo, pois tem em seu ambiente de

trabalho uma fonte emissora de radiação ionizante.

A finalidade deste estudo é avaliar o conhecimento que os profissionais de saúde

expostos a procedimentos radiológicos têm sobre proteção radiológica.

Você será entrevistado e irá responder sobre alguns pontos principais no que se refere

ao conhecimento de proteção radiológica, processo de trabalho e a conduta profissional no

ambiente onde há exposição à radiação ionizante.

Se você aceitar participar deste estudo você fornecerá informações que poderão

potencializar a proteção radiológica dos profissionais de saúde e dos pacientes. Sua participação

no estudo é voluntária e caso não queira participar, ou desista de participar a qualquer momento,

isto não acarretará qualquer consequência para o participante da pesquisa, que terá continuidade

normalmente. Você gastará apenas o seu tempo e paciência para responder às perguntas e não

terá qualquer despesa por participar do estudo. Ao final do estudo os pesquisadores se

comprometem a lhe comunicar os resultados e orientações que possam ser úteis para a

otimização da proteção radiológica no ambiente hospitalar.

Sua participação no estudo não traz riscos. O pesquisador responsável pelo estudo é o

Vinicius Martins Dias Batista que pode atendê-lo nos telefones 15-3346-6202 ou (celular) 15-

98816-7851. O Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da

PUC/SP aprovou este estudo e caso necessite outros esclarecimentos ou tenha algo a comunicar

ao comitê, o telefone é: 15-3212-9896.

Por estar de acordo com os termos deste documento assino-o (ou meu representante

legal assina em meu nome), em duas vias, uma das quais ficará em minha posse.

Nome (letra de forma): ________________________________ Data: __/___/____

Assinatura: _________________________________________________________

Pesquisador que aplicou TCLE___________________________ Data: __/___/____

Assinatura: _________________________________________________________

Testemunha (letra de forma) _____________________________Data: __/___/__ ou

responsável legal em caso de menores.

Assinatura: _________________________________________________________

OBS: A testemunha só será necessária se o sujeito da pesquisa for analfabeto ou tiver qualquer dificuldade para

assinar. Neste caso a testemunha deve assistir à aplicação do TCLE pelo pesquisador.

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APÊNDICE G - Material educativo com o tema proteção radiológica e os

riscos que as radiações podem causar.

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ANEXO 1: Normatização Brasileira de Exposição Ocupacional

As normas de exposição ocupacional são determinadas pela CNEN através da Norma CNEN

3.01 de março de 2014. Essa norma estabelece condições necessárias para que as atividades

operacionais que utilizam radiações ionizantes sejam adotadas em benefício da sociedade,

considerando-se a proteção dos trabalhadores, do público, do paciente e do meio ambiente.

Dessa forma, as especificações de exposição ocupacional seguem no paragrafo 5.7 ao 5.13.1.5

da norma:

5.7 EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL

5.7.1. Ostitulares e empregadores de IOE são responsáveis pela proteção desses indivíduos

em atividades que envolvam exposições ocupacionais.

5.7.2. Ostitulares e empregadores devem assegurar que os IOE ou indivíduos eventualmente

expostos à radiação cuja origem não esteja diretamente relacionada ao seu trabalho, sejam

tratados como os indivíduos do público e recebam o mesmo nível de proteção.

5.7.3 O titular, ao terceirizar serviços que envolvam ou possam envolver exposição de IOE

a uma fonte sob sua responsabilidade, deve:

a) assegurar que o empregador esteja ciente de suas responsabilidades, em relação a esses

IOE, conforme estabelecidas nesta Norma;

b) assegurar ao empregador desses IOE, ou responsável pelos mesmos, que a instalação

atende aos requisitos de proteção radiológica desta Norma; e

c) prestar toda informação disponível, com relação à conformidade a esta Norma, que o

empregador venha a requerer antes, durante ou após a contratação de tais serviços.

5.7.4. Ostitulares devem como condição prévia ao trabalho dos IOE terceirizados, obter, dos

empregadores, histórico de exposição ocupacional prévia e outras informações que possam

ser necessárias para fornecer proteção radiológica adequada, em conformidade com esta

Norma.

5.7.5. OsIOE devem:

a) seguir as regras e procedimentos aplicáveis à segurança e proteção radiológica

especificados pelos empregadores e titulares, incluindo participação em treinamentos

relativos à segurança e proteção radiológica que os capacite a conduzir seu trabalho de

acordo com os requisitos desta Norma;

b) fornecer ao empregador ou ao titular quaisquer informações sobre seu trabalho, passado

e atual, incluindo histórico de dose, que sejam pertinentes para assegurar tanto a sua proteção

radiológica como a de terceiros;

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c) fornecer ao empregador ou ao titular a informação de ter sido ou estar sendo submetido a

tratamento médico ou diagnóstico que utilize radiação ionizante;

d) abster-se de quaisquer ações intencionais que possam colocá-los, ou a terceiros, em

situações que contrariem os requisitos desta Norma.

5.7.6. OsIOE devem comunicar ao empregador ou ao titular, tão logo seja possível, qualquer

circunstância que não esteja, ou possa vir a não estar, em conformidade com esta Norma.

5.7.7. Ostitulares e empregadores devem registrar qualquer comunicado recebido de um IOE

identificando qualquer circunstância que não esteja, ou possa vir a não estar, em

conformidade com esta Norma, e tomar as ações requeridas.

5.7.8. Ostitulares devem relatar imediatamente à CNEN as situações em que os níveis de

dose especificados para fins de notificação forem atingidos.

5.7.9 Compensações ou privilégios especiais para IOE não devem, em hipótese alguma,

substituir os requisitos aplicáveis desta Norma.

5.7.10. Uma mulher ocupacionalmente exposta, ao tomar conhecimento da gravidez, deve

notificar imediatamente esse fato ao seu empregador.

5.7.11 A notificação da gravidez não deve ser considerada um motivo para excluir uma

mulher ocupacionalmente exposta do trabalho com radiação; porém o titular ou

empregador, nesse caso, deve tomar as medidas necessárias para assegurar a proteção do

embrião ou feto, conforme estabelecido na subseção 5.4.2.2 desta Norma.

5.8 CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS

5.8.1. Para fins de gerenciamento da proteção radiológica, os titulares devem classificar as

áreas de trabalho com radiação ou material radioativo em áreas controladas, áreas

supervisionadas ou áreas livres, conforme apropriado.

5.8.2. Uma área deve ser classificada como área controlada quando for necessária a adoção

de medidas específicas de proteção e segurança para garantir que as exposições ocupacionais

normais estejam em conformidade com os requisitos de otimização e limitação de dose, bem

como prevenir ou reduzir a magnitude das exposições potenciais.

5.8.3. Uma área deve ser classificada como área supervisionada quando, embora não

requeira a adoção de medidas específicas de proteção e segurança, devem ser feitas

reavaliações regulares das condições de exposições ocupacionais, com o objetivo de

determinar se a classificação continua adequada.

5.8.4. Asáreas controladas devem estar sinalizadas com o símbolo internacional de radiação

ionizante, acompanhando um texto descrevendo o tipo de material, equipamento ou uso

relacionado à radiação ionizante.

5.8.5. Asáreas supervisionadas devem ser indicadas como tal, em seus acessos.

5.9 MONITORAÇÃO INDIVIDUAL, MONITORAÇÃO DE ÁREA E AVALIAÇÃO DA

EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL

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5.9.1. Ostitulares, em cooperação com o empregador, devem estabelecer e implementar um

programa de monitoração individual e de área, conforme aplicável, levando-se em conta a

natureza e intensidade das exposições normais e potenciais previstas.

5.9.2. Ostitulares e empregadores são responsáveis pela avaliação da exposição ocupacional

dos IOE. Essa avaliação deve estar baseada na monitoração individual e de área, conforme

aplicável.

5.9.3. QualquerIOE que possa receber uma exposição ocupacional sujeita a controle deve ser

submetido à monitoração individual, sempre que adequada, apropriada e factível. Nos casos

em que a monitoração individual não for aplicável, a avaliação da exposição ocupacional do

IOE tomará como base os resultados da monitoração da área e as informações sobre as

atividades do IOE na área. 17

5.9.4. Ostitulares e empregadores devem solicitar aconselhamento médico adequado sempre

que qualquer IOE, em uma única exposição, vier a receber uma dose efetiva superior a 100

mSv ou dose absorvida superior ao limiar de efeitos determinísticos.

5.10 SAÚDE OCUPACIONAL

Os titulares e empregadores devem implantar um programa de saúde ocupacional, para

avaliação inicial e periódica da aptidão dos IOE, baseado nos princípios gerais de saúde

ocupacional, tendo como referência o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional.

5.11 REGISTROS OCUPACIONAIS

5.11.1. Ostitulares e empregadores devem manter registros de exposição para cada IOE,

incluindo informações sobre:

a) a natureza geral do trabalho;

b) as doses e as incorporações, quando iguais ou superiores aos níveis de registro pertinentes;

e

c) os dados e modelos que serviram de base para as avaliações de dose.

5.11.2. Se os IOE estiverem envolvidos em atividades que levem, ou possam levar, à

exposição a uma fonte que não esteja sob controle do seu empregador, o titular responsável

pela fonte deve fornecer ao IOE e ao seu empregador os registros de dose referentes ao

período de realização dessas atividades.

5.11.3 Empregadores e titulares devem dar acesso e informar aos IOE os dados dos seus

registros de dose, bem como fornecer cópia do histórico de dose quando solicitado pelo IOE.

5.11.4. Se o empregador ou o titular cessar a sua atividade envolvendo exposição dos IOE,

deve providenciar meios para a guarda dos registros de doses anuais dos IOE em um órgão

de registro oficial e comunicar esse fato à CNEN.

5.11.5. Os registros de dose para cada IOE devem ser preservados durante o período ativo do

indivíduo. Esses registros devem ser preservados até os IOE atingirem a idade de 75 anos e,

pelo menos, por 30 anos após o término de sua ocupação, mesmo que já falecido.

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5.13 EXPOSIÇÃO MÉDICA

5.13.1 RESPONSABILIDADES

5.13.1.1. Ostitulares devem assegurar que:

a) sejam tomadas as medidas administrativas necessárias para que exposições médicas com

fontes sob sua responsabilidade, para fins de diagnóstico ou terapia de pacientes, sejam

realizadas apenas sob prescrição médica;

b) estejam disponíveis, na instalação, equipe médica legalmente reconhecida e habilitada

para uso de fontes radioativas, além de IOE treinados e supervisionados por profissionais

habilitados pela CNEN;

c) seja implementado um programa de garantia da qualidade para exposições médicas;

d) sejam conduzidos ou supervisionados por especialistas, com qualificação reconhecida pela

CNEN, a calibração dos feixes e das fontes, a dosimetria clínica e os testes de controle da

qualidade;

e) esteja disponível, na instalação, médico especialista com qualificação legalmente

reconhecida para práticas médicas “in vivo”;

f) assegurar que a calibração de equipamentos usados para calibrar feixes e fontes

empregadas em exposição médica seja rastreada por um laboratório padrão de dosimetria,

reconhecido ou autorizado pela CNEN;

g) seja restrita, conforme especificada nesta Norma, a exposição de voluntários que assistam

pacientes submetidos a um procedimento diagnóstico ou terapêutico.

5.13.1.2. Os profissionais envolvidos com as exposições médicas devem informar

imediatamente ao titular qualquer deficiência ou necessidade, relativa ao cumprimento desta

Norma, no que se refere à proteção radiológica dos pacientes.

5.13.1.3. Ostitulares devem ainda:

a) identificar possíveis falhas de equipamento e erros humanos que possam resultar em

exposições médicas acidentais;

b) tomar todas as medidas necessárias para prevenir as falhas e os erros, ou minimizar as suas

consequências, incluindo a seleção de procedimentos adequados para a prática, considerando

os aspectos de segurança e proteção radiológica.

5.13.1.4. Com relação a acidentes que envolvam exposições médicas diferentes daquelas

pretendidas, conforme definido pela CNEN, os titulares devem:

a) investigar imediatamente o ocorrido;

b) calcular ou estimar as doses recebidas e sua distribuição no paciente;

c) indicar as medidas para prevenir a recorrência de tais acidentes e implementar aquelas sob

sua responsabilidade;

d) submeter à CNEN, logo após a investigação, um relatório escrito que esclareça as causas

do acidente, bem como as providências tomadas; e

e) informar por escrito ao paciente e ao médico solicitante sobre o acidente.

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5.13.1.5. No processo de otimização das exposições médicas para fins de diagnóstico, os

titulares devem considerar os níveis de referência de diagnóstico estabelecidos com base em

boas práticas médicas e de proteção radiológica.

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ANEXO 2: Carta de Autorização

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ANEXO 3: Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa

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