revista arc design edição 27
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Revista ARC DESIGN Edição 27TRANSCRIPT
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REVISTA BIMES TRAL DE DESIGN ARQUITETURA INTERIORES COMPORTAMENTO
RAÍZES BRASILEIRAS NO DESIGN:
DESIGN BRA SIL 20 0 0+2
DESIGN YE ARBOOK POR ROSS LOVEGROVE
DE SIGN GRÁFICO: A RE VISTA
BORDADOS E RENDAS
MATERIAIS DA AMAZÔNIA
ARTESANATO NO RECIFE
REVISTA BIMES TRAL DE DESIGN ARQUITETURA INTERIORES COMPORTAMENTO
“Onde tem rede, tem renda”, diz o ditado popular. É verdade.
A renda da rede de pescar é o filé, também chamado “rede de
nó”, trabalho característico das mulheres rendeiras nas comu-
nidades de pescadores.
Não se sabe muito bem como uma técnica milenar, difundida
entre os egípcios e os persas, disseminada na Península Ibérica,
tenha chegado ao Brasil. De acordo com Alessandra Vieira, em
“A Arte e o Filé do Pontal da Barra”, “em 1816, mulheres de
pescadores de um vilarejo alagoano observaram que as imi-
grantes holandesas traziam em suas vestes uma renda muito
parecida com a rede de pescar de seus maridos. Inspiradas
nessa semelhança, começaram a tecer e bordar, adaptando a
renda européia à vida simples da população praieira”.
Rendas e bordados, que podem ser vistos apenas como fricotes
medievais, são hoje a forma de artesanato de melhor qualidade
dentre as praticadas no Brasil. O trabalho com o barro, com a
madeira, com o couro, com a palha, não conseguiu atravessar o
tempo do abandono, e apenas agora, um ou outro projeto nessas
áreas procura resgatar nosso antigo fazer.
Abaixo, pescadores tecem as redes de pesca, em frente à igreja deEntremontes. À esquerda, no centro, detalhe de um dos diversos pontosdo filé, que remete à idéia de rede; embaixo, o bastidor utilizado para aconfecção da renda
Acima, toalha com barrado em renda filé simples e bor-dada, de Vera Lúcia e Cynthia dos Santos Miranda. Naimagem da capa, detalhe deste trabalho fotografado porFernando Perelmutter
O design brasileiro, consciente de sua importância, se encontra em um novo
momento: o da necessidade de criar com o olhar voltado para as próprias raízes
e peculiaridades, o de tornar possível a expansão de um mercado interno e,
sobretudo, de exportação. Ou então continuar fazendo sua pequena (ou não)
aventura pessoal, com produtos que podem se assemelhar a quaisquer outros
produzidos no mundo.
Exportação é a nova palavra de ordem – com o design fortemente agregado a essa
nossa emergência. Na verdade, deixando de lado as commodities, não há possibili -
dade de exportação sem recurso ao design, industrial ou não.
Se para o desenho industrial temos necessidade, principalmente, de maior desenvolvi-
mento tecnológico, não há possibilidade de um design com características diferenciadas,
brasileiras, sem a utilização de materiais nacionais ou de um novo e original olhar.
ARC DESIGN encampou esta bandeira – para estar mais perto de nossa realidade,
de nossos sonhos e desejos. Para ser útil.
O que iniciamos na edição anterior com o título “A inversão do olhar” terá segui-
mento, mostrando o que existe e o que poderia existir no design brasi leiro, proje-
tos que tanto podem utilizar nossas maté rias-primas quanto nosso específico fazer.
Vamos continuar publicando tudo o que de importante acontece fora de nossas
fronteiras, vamos continuar centrando nossa atenção no que o mercado oferece,
nas empresas que produzem e/ou comercializam, no Brasil, produtos de design
brasileiro ou internacional. Mas nosso olhar e atenção também estarão voltados
para fazeres ainda pouco conhecidos, traçando um panorama do Brasil que possa
falar a linguagem do design.
Um panorama sem metodologias de abordagem predeterminadas, que apenas
segue o fluxo de novas descobertas.
Boa viagem!
Maria Helena EstradaEditora A
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EXPEDIENTE 70
REVISTA BIMES TRAL DE DESIGN ARQUITETURA INTERIORES COMPORTAMENTO
n º 27 , s e t embro/ou tubro 2002
ARC DE SIGN vi si tou as co mu -ni da des da re gião do Xin gó,em Ala go as, e do bair ro doPon tal, em Ma ceió, pes qui -san do bor da dos e ren das,uma tra di ção re vi go ra da
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A fi bra de coco im preg na da comlá tex foi o ma te ri al ex plo ra do emum works hop de Fer nan do eHum ber to Cam pa na em Be lém doPará. Con fi ra os re sul ta dos
A Fei ra Na ci o nal de Ar te sa na to,orga ni za da pelo go ver no de Per -nam bu co, re fle te al guns bons re -sul ta dos da in ter fe rên cia dodesig ner na cri a ção ar te sa nal
O design brasileiro está empleno desenvolvimento; a quali-dade dos produtos tem melhora-do visivelmente. Quando sere-mos competitivos no mercadointernacional?
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32322020 2828 3030
Continuando na trilha de “DesignBrasil 2000+2”, abrimos umcapítulo à parte para o desen-volvimento do design no Paraná
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Edi tor con vi da do para o De signYear bo ok de 2002, o de sig nergalês é res pon sá vel por umamudan ça pro fun da nes ta pu bli ca -ção, que pas sa a fa lar a lin gua gemdos ma te ri ais
Ob je tos do dia-a-dia ga nham nova– e di ver ti da – co no ta ção com opro je to cri a do por dois de sig nersale mães, em con jun to com o Ins ti -tu to dos Ce gos de Ber lim
To das as pro e zas pos sí veisnas ar tes grá fi cas é o de se jode A Re vis ta, que ARC DE SIGNre ve la em en tre vis ta comseus cri a do res
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Giroflex anuncia o surgimento do grupo Aurus 52
Lançamentos Firma Casa: poltrona Sushi e sofá Boa 54
3838 4848
Flexiv apresenta a Linha Leve 56
4444 5858
Forma: sistema Resolve, design Ayse Birsel
4ARC DESIGN
DESIGNED IN BRAZILSe por aqui ob ser va mos aten tos e en tu si as ma dos o de sen -
vol vi men to do de sign e da ar qui te tu ra bra si lei ros, fa tos sig ni fi -
ca tivos mos tram que lá fora a aten ção à nos sa pro du ção não é
me nor. A re vis ta In ter ni, umas das mais im por tan tes pu bli ca -
ções ita li a nas da área de de sign e ar qui te tu ra, de di cou sua
edição de nú me ro 523 ao “made in Bra zil”. Um acon te ci men to
notá vel, já que esta é ape nas a se gun da vez, em 48 anos de
existência, que esta re vis ta de di ca uma edi ção in tei ra a ou tro país.
En tre os bra si lei ros des ta ca dos es tão os ar qui te tos Os car
Ni eme yer, Isay Wein feld, Mar cio Ko gan e Clau dio Ber nar des, o
pai sa gis ta Ro ber to Bur le Marx e os de sig ners Fer nan do e
Hum ber to Cam pa na, Guto Índio da Cos ta, Pe dro Use che e os
jo vens do No Tech. Além dis so, a pu bli ca ção de di ca 19 pá gi nas
aos en de re ços mais re pre sen ta ti vos da ci da de de São Paulo
na área da de co ra ção, in clu in do Fir ma Casa, Atri um, Domi ni ci,
Hou se Gar den e La Lam pe.
O re co nhe ci men to do de sign bra si lei ro por uma pu bli ca ção como
a In ter ni é mais uma evi dên cia do gran de in te res se pela cri a ti vi -
da de e ori gi na li da de da pro du ção bra si lei ra no ce ná rio mun di al.
www.in ter ni ma ga zi ne.it
CASA COR CARIOCAUma chan ce im per dí vel de co nhe cer de per to uma casa
pro je ta da por Os car Ni e me yer: tra ta-se da 12ª edi ção da
Casa Cor Rio, que abriu suas por tas no dia 18 de se tem bro.
O cená rio será uma re si dên cia no Le blon, com 2 mil m2 de
área cons tru í da, pro je ta da por Ni e me yer em 1952. O even to
reú ne 70 pro fis si o nais – 59 ar qui te tos de co ra do res e 11
pai sa gis tas – e se es ten de até o dia 27 de ou tu bro.
“O gran de de sa fio da Casa Cor des te ano será a ade qua ção
do es ti lo de cada pro fis si o nal às ca rac te rís ti cas da ar qui te -
tu ra mo der na bra si lei ra que al can çou re per cus são in ter -
na ci o nal”, ex pli ca Pa trí cia Ma yer, uma das só ci as da 3Plus.
Casa Cor Rio 2002: Av. Vis con de de Al bu quer que, 1.225, Rio
de Ja nei ro, RJ. Tel.: (21) 2259-7585.
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den ti al Award da Good De sign Awards 2002 – re a li za do
pelo Ko rea Ins ti tu te of De sign Pro mo ti on – pelo de sign
ino va dor do apa re lho de te le fo ne ce lu lar LG KH 5000. O
apa re lho apre sen ta, além dos re cur sos de um ce lu lar
co mum, uma câ me ra fo to grá fi ca di gi tal aco pla da, e
tem como prin ci pal di fe ren ci al a tela LCD (li quid crys-
tal dis play) que pode gi rar a um ân gu lo de 270 graus,
per mi tin do que o usu á rio vi su a li ze me lhor a ima gem e
o en qua dra men to es co lhi do. Além dis so, as ima gens
cap ta das po dem ser en vi a das por e-mail ou di re ta men te
para ou tro apa re lho ce lu lar.
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dor: 0800 707-5454.
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5ARC DESIGN
DIVERSÃO... E UTILIDADE!Para ale gria de pais e fi lhos, a Su vi nil aca ba de lan çar a li nha
Su vi nil Ma gic, um sis te ma de pin tu ra de pa re des mag ne ti -
za do (com o uso de uma tin ta base) que per mi te que
mag ne tos se jam ade ri dos às pa re des, subs ti tu in do o ve lho
pa pel de co ra ti vo e os qua dros me tá li cos. Ide al para quar -
tos, es co las e buf fets in fan tis (na con cep ção de mar ke ting
da em pre sa, que pro du ziu uma sé rie de mag ne tos Dis ney e
com nú me ro e le tras) ou es cri tó ri os e es tú di os, para
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LIGHT PERFORMANCEA Arno aca ba de lan çar o grill Per for mio, que, por dis pen sar
o uso de gor du ra, é ide al para o pre pa ro de ali men tos e
recei tas light. A gre lha re ves ti da de ma te ri al an ti a de ren te e
com sis te ma Con tact System (a re sis tên cia se ajus ta per -
fei ta men te à gra de), além de ga ran tir a dis tri bu i ção ho mo -
gê nea do ca lor, im pe de que os res pin gos de gor du ra pro vo -
quem fu ma ça. Um ter mos ta to re gu lá vel ofe re ce con tro le
de tem pe ra tu ra, en quan to as pa re des ex ter nas e as al ças
de trans por te per ma ne cem fri as mes mo quan do o apa -
relho estiver em fun ci o na men to, po den do ser le -
va do di re ta men te à mesa.
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CONFIANDO NO PRÓPRIO JOGOTro car de nome du ran te qua tro me ses e ain da as sim con ti -
nu ar a ter seu pro du to re co nhe ci do – e com pra do – pelo
pú bli co con su mi dor. Esta é a úl ti ma ou sa dia da gri fe pau -
lis ta na A Mu lher do Pa dre, que ago ra pas sa a se cha mar A
Mu lher do Par que. O nome al ter na ti vo per ma ne ce rá até o
lan ça men to de sua nova co le ção, no iní cio de 2003.
“A mu dan ça de nome, mu i tas ve zes im per cep tí vel, tira a im por tân -
cia da mar ca e ten ta pro var que é pos sí vel so bre vi ver sem lo go ti po,
lo go mar ca e sem nome, man ten do a iden ti da de por meio da co mu -
ni ca ção”, ex pli cam os res pon sá veis por A Mu lher do Pa dre.
Ir re ve rên cia ou jo ga da de mar ke ting? Pro va vel men te os dois.
A Mu lher do Pa dre: Ga le ria Ouro Fino , Rua Au gus ta, 2.690,
ljs. 3, 4, 9 e 11, São Pau lo, SP. Tel.: (11) 3088-2153.
amu lher do pa [email protected]
6ARC DESIGN
PRÊMIO MAX FEFFER DE DESIGN GRÁFICOAten ção, de sig ners grá fi cos! A Cia. Su za no de Pa pel e Ce lu lo se
está lan çan do um prê mio de de sign grá fi co de gran des pro -
por çõ es. Tra ta-se do Prê mio Max Fef fer, que con tem pla rá tra -
ba lhos de sen vol vi dos em pa pel Re ci cla to e pa pel-car tão Su -
pre mo Duo De sign. O prê mio é aber to a di re to res de arte, de
cri a ção, de sig ners, pro du to res de agên ci as e da in dús tria grá -
fi ca, e ou tros pro fis si o nais que te nham de sen vol vi do pe ças
grá fi cas im pres sas em um des ses dois pa péis.
Se rão pre mi a dos o pri mei ro e o se gun do co lo ca dos (12 mil
reais e 5 mil reais, respectivamente) em cada uma das ca -
te go ri as do Su pre mo Duo De sign (Edi to ri al, Em ba la gem,
Pro mo ci o nal e Mis ce lâ nea) e do Re ci cla to (Cor po ra ti vo,
Edi to ri al, Pro mo ci o nal e Mis ce lâ nea).
O prê mio tem cu ra do ria de Ethel Leon e o júri será com -
pos to por no mes con cei tu a dos no uni ver so do de sign grá -
fi co: Gil ber to Strunck, Hel ga Mi et ke, Ri car do Oh ta ke, Rico
Lins e Ro nald Ka paz.
As ins cri çõ es po dem ser fei tas até 8 de no vem bro de 2002.
Re gu la men to, fi cha de ins cri ção e mais de ta lhes do con -
cur so po dem ser en con tra dos no site www.su za no.com.br
PRATA DA CASAInau gu ra da em Cu ri ti ba a Lin Bra sil, loja que con ta com uma
co le ção ex clu si va e di ver si fi ca da de mó veis, lu mi ná ri as e
ob je tos de im por tan tes de sig ners bra si lei ros. En tre os no -
mes re pre sen ta dos es tão Pe dro Use che, Jac que li ne Ter -
pins, Mar cus Fer rei ra, José An tô nio Mar ton, Lu ci a na Mar tins
e Ger son de Oli vei ra, além do mo bi li á rio de Sér gio Ro dri -
gues, com pe ças dos anos de 1950 e 1960 que vol tam a ser
pro du zi das, e são co mer ci a li za das com ex clu si vi da de em
Cu ri ti ba pela Lin Bra sil.
Lin Brasil: Al. Dr. Car los de Car va lho, 2.053, Cu ri ti ba, PR.
Tel.: (41) 342-1850
RECORTESChe ga ao mer ca do a Te sou ra Mul ti u so, de sign Se ra gi ni
Far né para Me rhe je. Seus ca bos são con fec ci o na -
dos em san to pre ne e nái lon com fi bra de vi dro,
ga ran tin do me lhor ade rên cia e con for to às
mãos; a for ma com cur va tu ra em onda
induz a em pu nha du ra ade qua da para o
ma nu seio. Dis po ní vel em qua tro
cores di fe ren tes.
Me rhe je: (11) 4195-4499.
www.me rhe je.com.br
MÍNIMO MÚLTIPLOAca ba de che gar ao Bra sil a mul ti -
fer ra men ta Vic to ri nox Vo ya ger, o
tra di ci o nal ca ni ve te su í ço, que
ago ra con ta tam bém com as fun -
çõ es de re ló gio, des per ta dor e
timer, além de ou tras 18 fer ra -
men tas, in clu in do lâ mi na, saca-
ro lhas, abri dor de la tas e tesou ra. Ide al para vi a jan tes e
nô ma des aven tu rei ros. O Victo ri nox Vo ya ger pode ser en -
con tra do em ta ba ca ri as, lo jas de ar ti gos es por ti vos e de
pre sen tes, em todo o Bra sil.
Aten di men to ao con su mi dor: (11) 5584-8188.
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7ARC DESIGN
ALTA-FIDELIDADEA Sam sung aca ba de lan çar o mo ni tor cris tal lí qui do de 15
po le ga das, mo de lo 152T, que além de pro por ci o nar ima gens
de alta-de fi ni ção pos sui o sis te ma flic ker-free, para eli mi -
nar os ci la çõ es de ima gem, e en tra da para si nais de ví deo
ana ló gi co ou di gi tal. A base bi-ar ti cu la da pos si bi li ta o po si -
ci o na men to da tela em di fe ren tes al tu ras e an gu la çõ es.
Aten di men to ao con su mi dor: 0800-124-421.
www.sam sung.com.br
TRANSPARÊNCIASVi dro e alu mí nio, ma té ri as-pri mas de alta qua li da de e
que até pou co tem po eram uti li za das ape nas em cons -
tru çõ es e na in dús tria, hoje mar cam pre sen ça tam bém
no de sign de in te ri o res, em por tas, di vi só ri as e ar má ri os.
En quan to o vi dro con fe re o equi li bra do li mi te en tre o
inte ri or e o ex te ri or que se pa ra, o alu mí nio ga ran te sus -
ten ta ção, des li za men to su a ve dos gran des pai néis e
aca ba men to re fi na do.
A Ci nex, em pre sa com sede em Ben to Gon çal ves, RS,
pro duz des de 1998 por tas de alu mí nio e vi dro para mó -
veis e di vi só ri as de am bi en te, além de ser li cen ci a da ex -
clu si va para a Amé ri ca La ti na da em pre sa ita li a na Ri ma -
de sio. As por tas das li nhas Ghost (acima) e Si pa ri um
(abaixo) são alguns lan ça men tos da em pre sa.
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n o papel.
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Júri: Gilberto Strunck, Helga Miethke, Ricardo Ohtake,Rico Lins e Ronald Kapaz.
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keti
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Apoio:
T948875 PAG_08_09_16_17 9/17/02 4:30 PM Page 4
Re den dê, Boa Noi te, Bil ro, Filé, La bi rin to.
Você co nhe ce es sas pa la vras? Vi e ram de
Por tu gal, da Es pa nha, da Ho lan da, da Ir -
lan da. As pa la vras fo ram se trans for -
man do com o tem po, mas não a tra di ção
que de sig nam
RESGATANDO A QUALIDADE
20ARC DESIGN
A Re gião do Rio São Fran cis co, no tre cho que di vi de os Es ta dos de Ala go as e Ser gi -
pe, pró xi mo à Hi dre lé tri ca de Pau lo Afon so, tem um nome aco lhe dor – Xin gó. E nes -
ta re gião o rio pre gui ço so vai plan tan do po vo a dos de um lado e ou tro de sua mar -
gem. Mas é do lado de Ala go as que se en con tram as bor da dei ras e ren dei ras, que
con ser vam in tac ta uma tra di ção vin da com a co lo ni za ção, ou me lhor, com os co lé -
gios de frei ras que edu ca vam mo ças da so ci e da de para as pren das do més ti cas – en -
tre elas, o bor da do.
Esta, de acor do com Lia Mô ni ca Ros si, de sig ner e en ge nhei ra de pro du ção de di ca da
à pes qui sa da tra di ção do bor da do no Bra sil, é a ori gem das co mu ni da des de bor da -
dei ras e ren dei ras do Nor te e Nor des te bra si lei ros, que não é tão an ti ga quan to se
po de ria pen sar. “As co mu ni da des de di ca das ao bor da do e à ren da não têm mais do
que meio sé cu lo”, afir ma a de sig ner, em bo ra na ver da de não se sai ba
com cer te za quan do as po pu la çõ es ri bei ri nhas e do li to -
ral nor des ti no co me ça ram a exer cer essa ati -
vi da de de for ma con ti nu a da.
“As nos sas ren das vi e ram de Por tu -
gal, que as re ce be ra de Flan -
dres, da Fran ça e da Itá lia,
cen tros já no tá veis des de
me a dos e fins do sé cu lo XV.
Maria Helena Estrada
Na pá gi na ao lado, bor da dei ra de En tre -
mon tes com bas ti dor.
No alto, da esquerda para a direita: a Casa
do Bor da do de En tre mon tes; vis ta da ci da de
com a igre ja e, ao fun do, o Rio São Fran cis -
co. Aci ma, Ca be ça de Fra de, cac tus da re -
gião, do qual se faz o fa mo so doce de Pi ra -
nhas. À di rei ta, de ta lhe de to a lha com pon -
tos tí pi cos do re den dê, cor rup te la de ren da
de dedo, pon to nór di co com mais de 500
anos, de no mi na do ori gi nal men te har dan ger
(...) Ve mos, nas gra vu ras do Bra sil ho lan dês, o gos to
pe las ren das nos tra jes fe mi ni nos e mas cu li nos”,
es cre ve o an tro pó lo go Luis da Câ ma ra Cas cu do em
seu “Di ci o ná rio do Fol clo re Bra si lei ro”.
Vi si tan do dois pe que nos po vo a dos ala go a nos, En -
tre mon tes e Ilha do Fer ro, ven do como vi vem as
bor da dei ras, iso la das em suas co mu ni da des, ofí cio
pas san do de ge ra ção em ge ra ção, pode-se per ce ber a
ri que za re sul tan te des se vi ver pa ra do no tem po.
Sen ta das na por ta das ca sas – até há bem pou co tem po –,
de mãe para fi lha elas apren dem e bor dam o mes mo pon to,
cri an do os pa nos de mesa, as to a lhas, os len çóis em li nho ou pa na -
má, ou fa zen do a renda de al mo fa da, que é como cha mam a ren da de bil ro. Até
há bem pou co tem po, tam bém, um fo ras tei ro po dia le var por “um me nos que
nada” o re sul ta do de dias e se ma nas de tra ba lho.
Hoje essa re a li da de mu dou. Como em cada can to do Bra sil, o Pro gra ma Ar te sa -
na to So li dá rio (mu i tas ve zes em par ce ria com o Se brae) e o pró prio Se brae vêm
res ga tan do nos so fa zer ar cai co, nos brin que dos do agres te pa rai ba no, nos san -
tei ros de Ibi mi rim (PE), na ce râ mi ca de Rio Real (BA), en tre ou tros.
Por que, em uma re vis ta de de sign, fa lar em “bor da dos do Bra sil”?
Na ver da de, esse bor da do pode ter uma du pla fun ção, ou sen ti do: o bor da do ca -
rac te rís ti co do li to ral nor te e nor des te de se nha um fu tu ro para as po pu la çõ es
ca ren tes e, ao mes mo tem po, o re sul ta do des se tra ba lho abre mais uma via bra -
si lei ra de aces so à ex por ta ção.
Em En tre mon tes, vi la re jo onde
vi vem cer ca de 200 fa mí li as, o
Pro gra ma Ar te sa na to So li dá rio
tra çou, há três anos, um pro je to
que in clu iu, sob a co or de na ção
de Ve rô ni ca Pai va, a com pra de
uma casa, a vi si ta de um es pe ci a -
lis ta em as so ci a ti vis mo e tam bém
Ao lado, bor da dei ra da Casa com mos -
tru á rio de to a lhas na sala onde fa zem as
ven das. No alto da página, de ta lhe de
can to em re den dê: como sem pre, uma
gran de di ver si da de de pon tos ca rac te ri -
za as pe ças bor da das em En tre mon te
23ARC DESIGN
a as sis tên cia de uma de sig ner, Lia Mô ni ca Ros si, que sis te -
ma ti zou a pro du ção aju dan do a or ga ni zar os mo de los de
bor da dos e de pro du tos.
Os pon tos do bor da do re tra tam, de for ma in gê nua e po é ti ca, a
re a li da de lo cal: olho de pom bo, ca ro ci nho de ar roz, tes ta de tou -
ro, es tre la, bo la chi nha, ca si nha de ara nha, rosa de um, rosa de cin -
co, es tre la. Em pe que nos de ta lhes, a co lo ri da e de li ca da
pre sen ça do pon to de cruz, o bor da do mais po pu lar
em todo o Bra sil.
“Onde há rede há ren da”, diz o di ta do po pu -
lar. En quan to os ma ri dos pes cam, as mu -
lhe res bor dam, au men tam a ren da fa mi li -
ar sem fe rir a tra di ção, sem sair de casa.
Mas hoje as bor da dei ras saem de casa
para tra ba lhar, ape sar dos ve e men tes pro -
tes tos ini ci ais dos ma ri dos. A Casa do Bor -
da do de En tre mon tes é a sede onde pro du -
zem e co mer ci a li zam seus tra ba lhos. Ses sen -
ta mu lhe res, em uma co mu ni da de com
pou co me nos de 500 ha bi tan tes, que
ven dem para o Nor des te, para lo jas ele gan tes de São Pau lo (a
Bi an co su Bi an co, por exem plo, na Al. Ga bri el Mon tei ro da
Sil va), para a Ale ma nha e a Itá lia. Os 600 jo gos ame ri ca -
nos para o res tau ran te Ru ba yat, de São Pau lo, fo ram
pro du zi dos pe las 60 bor da dei ras da Casa em me -
nos de um mês!
En tre mon tes sem pre vi veu do bor da do e da
cos tu ra. Si tu a da na re gião do can ga ço, as
mu lhe res cos tu ra vam para Lam pi ão, “ca -
bra” vai do so.
Mas como se deu a re va lo ri za ção des -
se tra ba lho que já es ta va ame a ça do
No alto da página, flor em pon to
de cruz no cen tro do re den dê. No
centro, de ta lhe da casa de abe lha,
um dos pon tos do re den dê. Ao
lado, bor da do no bas ti dor e de ta -
lhe da es tre la de quatro pon tas
de ex tin ção? “Tudo co me çou com a vi si ta do pre -
si den te do Se brae, Sér gio Mo rei ra, que é ala go a -
no”, con ta uma das bor da dei ras. Hoje elas se va -
lem da co la bo ra ção ex ter na ape nas na hora de
en co men dar o te ci do e as li nhas, que vêm de São
Pau lo, mas são pa gos pela co mu ni da de.
Nes ta re gião a ren da de bil ro está de sa pa re cen do.
Uma tra di ção aço ri a na, em En tre mon tes ape nas duas
se nho ras, já ido sas, ma ne jam os bil ros (bas tõ es de ma dei -
ra pre sos em pe que nos co cos de ou ri cu ri), dois em cada mão, e
so bre uma al mo fa da vão tra çan do os de se nhos do pi que, pe da ço de pa pe lão
com fu ri nhos que com põ em os me an dros da ren da, e é pre so ao te ci do com es -
pi nhos de man da ca ru. Es ses pa péis en ve lhe ci dos são guar da dos como te sou -
ros por cada fa mí lia de ren dei ra.
“A ren da tem a ver não só com mu lhe res, mas sem pre com mu lhe res apai xo na -
das, so fren tes de amor”, como le mos em “Ní sia Flo res ta: A Arte de Ren dar”, pre -
ci o so tra ba lho pu bli ca do pelo Mu seu do Fol clo re Edi son Car nei ro, RJ, so bre a
ren da no Rio Gran de do Nor te.
Tal vez não haja mais mu lhe res apai xo na das, ou so fren tes, o fato é que as ren -
dei ras es tão de sa pa re cen do, como na La goa da Con cei ção, em Flo ri a nó po lis, e
ape nas no Ce a rá, Rio Gran de do Nor te e em al gu mas lo ca li da des de Ala go as
ain da é pos sí vel en con trar a ren da de bil ro.
Pró xi mo a En tre mon tes, 15 mi nu tos em um bar qui nho a mo tor,
está a Ilha do Fer ro, que na ver da de não é uma ilha. Uma
for ma ção ro cho sa no meio das águas do Rio
São Fran cis co dá seu nome à vila.
Na Ilha do Fer ro o bor da do é o
boa noi te – flor tí pi ca da re gião –,
uma va ri an te do re den dê cri a da
na pró pria lo ca li da de. E o mo ti vo
dos bor da dos é sem pre a mes -
ma flor ama re la.
Tam bém na Ilha do Fer ro
en con tra mos uma co mu ni da de
No alto, o boa noi te da Ilha do Fer ro, ca rac te ri za do
pela bar ra re cor ta da e o mo ti vo da flor que dá nome
ao bor da do. À es quer da, o boa noi te co lo ri do, mais
raro de ser en con tra do. Aci ma, ban qui nho de mes tre
Fer nan do fei to com res tos de ma dei ra cai bre ra ou
im bu ra na de chei ro, com os pés, sem pre, em pe rei ra
se me lhan te à de En tre mon tes, com 40 bor da dei ras que mal le van tam o olhar
do bas ti dor quan do che ga um vi si tan te. De vem pre pa rar en co men das de len -
çóis para a Ale ma nha, en go mar uma to a lha de mesa para ban que tes, bor da da
a qua tro mãos, em dois me ses. Tra ba lhos como es ses cus tam 90 re ais o me -
tro qua dra do.
Na Ilha do Fer ro há ain da al guns per so na gens fa mo sos, como o Fer nan do e o
Abe ral do, que tra ba lham com o que en con tram na na tu re za, e o Nan, que cons -
trói vi o lõ es e ra be cas. Na casa-ofi ci na de Fer nan do des co bri mos um uni ver so oní -
ri co, bi chos ima gi ná ri os fei tos de ga lhos e res tos de ár vo res en con tra dos ao aca -
so, com os quais ele, sem gran des re to ques, faz nas cer uma ca be ça de ca chor ro
com rabo de ja ca ré, ou bi chos que o seu olhar é que dirá “que bi cho é esse”.
Mas não se pode fa lar des sas co mu ni da des à bei ra do São Fran cis co sem tra zer
No alto da página, na Ilha do Fer ro, a mar gem do
São Fran cis co, a bor da dei ra e o boa noi te. À
esquerda, o boa noi te no bas ti dor, com a bar ra
que no fi nal será re cor ta da25
ARC DESIGN
26ARC DESIGN
Pi ra nhas para a con ver sa. Ar rai al fun da do no sé cu lo XVI II,
hoje é uma ci da de com vo ca ção para o tu ris mo, lim pís si ma
(como tudo, em toda a re gião), pre ser va da, po é ti ca, são ape -
nas oito ruas, com a an ti ga es ta ção de trens trans for ma da no
Mu seu do Ser tão, que tem pe ças de can ga cei ros, e o Pa lá cio
D. Pe dro II, onde dor miu o im pe ra dor. Pi ra nhas tem prai as e
tem o câ ni on, tem pitu, tem uma pou sa da, e de lá par tem os
bar cos para se che gar a En tre mon tes ou à Ilha do Fer ro.
Vol tan do para Ma ceió en con tra mos mais um pólo de ar te -
sa na to, o Pon tal, que se de di ca à ren da de filé, cons tru í da
em gran des bas ti do res qua dra dos, fa zen do sur gir em
pon tos lar gos uma co lo ri da va ri e da de de sai as e pa nos.
Ca sas de bor da dei ras, uma atrás da ou tra, lo ji nhas onde
se ven de a ca dei ra de co quei ro e mó veis de cipó, ob je tos
fei tos da cas ca do coco e to a lhas bor da das, co lo ri das, em
te ci do fei to da fi bra do coco. Al gu mas coi sas ain da com
ares de um an ti go kitsch, como as ro sas bor da das no te -
ci do de fi bra de coco, ou tras, so bre tu do aque las por onde
já pas sou o olhar do de sig ner, pron tas para con cor rer
com o me lhor ar te sa na to em todo o mun do. Um an ti go fa -
zer, de ori gem eu ro péia, o se cu lar tra ba lho de ren dei ras e
bor da dei ras, con ser va do por mãos que to cam a pró pria
ter ra, e que o mun do in dus tri a li za do vem ago ra bus car. �
Acima, colcha de filé mostrando a diversidade de motivos e cores; abai -
xo, bor da do de filé no bas ti dor, am bas no Pon tal, Ma ceió, Ala go as.
Na pá gi na ao lado, vira de bil ro e, no de ta lhe, al mo fa da com os bil ros e
uma das úl ti mas ren dei ras de En tre mon tes
BIBLIOGRAFIA
CASCUDO, Luis da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. Belo Horizonte:Itatiaia, 5a edição, 1984.Entremontes: um Olhar sobre o Patrimônio, o Artesanato, a Escola.Programa Artesanato Solidário, Conselho da Comunidade Solidária, 2001GAMA, Márcia Silveira; TORRES, Maria Helena. Nísia Floresta: A Arte doRendar. Rio de Janeiro: Funarte, 2001.HARARI, Caroline. O Barro e a Renda. São Paulo: Secretaria de Estado daCultura, 2002PAIVA, Verônica; LODY, Raul. Vivendo o São Francisco: Bordados deEntremontes. Rio de Janeiro: Funarte, 2001.
Aci ma, o Bon go cô, qual quer bi cho, fi gu ra em
mu lun gu, ma dei ra leve en con tra da na bei ra do
rio, obra de mes tre Fer nan do, da Ilha do Fer ro
ARC DE SIGN vi si tou o pólo de ar te sa na to do Pon tal, em Ma -ceió, a ci da de de En tre mon tes e a Ilha do Fer ro, am bas emAla go as, com o apoio do Se brae Ala go as e do Pro gra ma Ar -te sa na to Solidário do Con se lho da Co mu ni da de So li dá ria
28ARC DESIGN
DA AMAZÔNIASURGE UM NOVO MATERIAL
“Ama zô nia br De sign”, ex po si ção e pai nel de dis cus -
sõ es re a li za dos no SESC Pom péia, São Pau lo, de 15
de ju lho a 18 de agos to, com o apoio do PPD,
PO E MA, FI E PA E PO E MA TEC. Coor de na ção ge ral de
De bo ra La ruc cia, Ta nia de Pau la e Chris ti an Ull mann
À es quer da, va sos em fi bra de coco
im preg na da com lá tex, que subs ti -
tui o xa xim, já em ex tin ção. À di rei -
ta, chi ne los, um dos pro du tos re sul -
tan tes do works hop com os ir mãos
Cam pa na. Aci ma, a trans lu ci dez de
uma fina amos tra do ma te ri al
Foto
Gab
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Foto G
abi B
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Se rão os ca mi nhos da eco lo gia e dos ma te ri ais na tu rais
que irão guiar o novo de sign bra si lei ro?
Ex por tar para so bre vi ver é uma afir ma ti va co mum a
po lí ti cos e em pre sá ri os e nós, na ARC DE SIGN, pro cu -
ra mos mi ni ma men te co lo car, sem pre, no vas se men -
tinhas no pro ces so que une os ca mi nhos do de sign
bra si lei ro aos da ex por ta ção. Ga rim pa mos, bis bi lho -
tamos, va mos atrás de in dí ci os, che ca mos sua va li da de
e im por tân cia e di vul ga mos toda nova des co ber ta, toda
pos si bi li da de de um novo fa zer.
Che ga mos as sim a essa fi bra de coco im preg na da com
lá tex na tu ral, já co nhe ci da e usa da pela Mer ce des-
Benz, por exem plo, que mol da nes se ma te ri al os as sen -
tos do car ro Clas se A, e que é tam bém usa da para
subs ti tu ir va sos de xa xim, já em ex tin ção.
A ex po si ção “Ama zô nia br” trou xe para o pú bli co de
São Pau lo o co nhe ci men to des se es tra nho ma te ri al,
bru ta lis ta, que
no en tan to é
ca paz de ser -
vir a ob je tos
ex tre ma men te de li ca dos. Trou xe
tam bém o re sul ta do do works hop re a li za do du ran te
três dias, em Be lém do Pará, por Fer nan do e Hum ber to
Cam pa na, com es tu dan tes e pro fis si o nais lo cais.
“Nossa mo ti va ção mai or foi a de nos apro xi mar de
cultu ras ma nu ais, com as quais nos iden ti fi ca mos.
Além dis so, po der tra ba lhar com ma te ri ais de ex tra ção
na tu ral é ex tre ma men te es ti mu lan te”, co men tam os
irmãos Cam pa na, que já pen sam em cri ar pro du tos a
par tir do aglo me ra do de coco e lá tex, ma te ri al de apa -
rên cia rude e ás pe ra, mas de to que ma cio, ca paz de
supor tar o peso do cor po sem se de for mar, ou de atingir
es pes su ras mí ni mas, trans lú ci das. �
Aci ma, alu nos do works hop na ten ta ti va de mo de lar uma pol tro na. À direita, bol sa com alça fei ta
com peça plás ti ca exis ten te no mer ca do
Ao lado e aci ma, fase de pro du ção
e o as sen to mol da do do mo de lo
do au to mó vel Clas se A
Da Redação
Foto
Gab
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VALOR, PRESTÍGIO E FUTURO
Esse pen sa men to do de sig ner ita li a no Mi che le De Luc chi, um dos fun da do res
do gru po Mem phis, nos ser ve de pon to de par ti da para al gu mas con si de ra -
çõ es so bre a ati vi da de ar te sa nal no Bra sil, sem pre li ga -
da às raí zes da cul tu ra po pu lar. Uma cul tu ra que já
foi, e em al guns lu ga res ain da o é, mu i to bela e rica.
Hoje, no en tan to, vi si tar uma fei ra de ar te sa na to
no Bra sil ou em qual quer par te do mun do é um exer cí cio de ár duo
ga rim po. Em meio a pe ças hí bri das, sem ori gem ou his tó ria,
sem qua li da de, des pon tam aqui e ali, em meio a tudo, as
ma ra vi lhas do fa zer ma nu al.
Na Fei ra Na ci o nal de Ar te sa na to or ga ni za da pelo go ver no de
Per nam bu co em ju lho úl ti mo não foi di ver sa a ex pe ri ên cia,
mas já se po dia sen tir a mão do de sig ner, in ter fe rin do
sem anu lar ou des ca rac te ri zar a cri a ção do ar te são.
Uma fi gu ra im por tan te no uni ver so da arte po pu -
lar e do ar te sa na to do Nor des te bra si lei ro é a ar -
qui te ta Ja ne te Cos ta. En car re ga da de mon -
tar um es tan de ins ti tu ci o nal na fei ra, seu
ob je ti vo foi o de in cen ti var de co ra do res e
ar qui te tos a in tro du zir pe ças da cul tu ra
po pu lar nos am bi en tes por eles de co -
ra dos. Mas sua atu a ção se de sen -
vol ve, tam bém, jun to às co mu ni -
da des de bor da dei ras, ori en tan do-
as no sen ti do de tor nar seu tra ba lho
mais pró xi mo às de man das do mer ca do.
Go ver nos es ta du ais e mu ni ci pais, Se -
brae, Co mu ni da de So li dá ria, de pois de
pas sa da uma pri mei ra fase, na qual o
de se jo era ape nas o de pro por ci o nar
uma me lho ria da qua li da de de vida às
co mu ni da des mais po bres pelo in te ri or
Maria Helena Estrada
Foto
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“Meu ob je ti vo, no iní cio, que hoje se tor nou ver da dei ra am bi ção, é o de dar va lor, pres tí gio e fu tu ro ao mun -
do do ar te sa na to. Um mun do que de ve mos cu i dar para que ele con ti nue a exis tir; um mun do que é pre ci so
usar e es ti mu lar para que ele pro lon gue suas ex pe ri ên ci as.” Michele De Lucchi
do Bra sil – o que vem acon te cen do –, hoje sa bem que essa am bi ção é pe que na e sem fu tu ro.
Qua li da de é a pa la vra de or dem, além de uma dis cre ta in ter fe rên cia em di re ção ao mer ca do e,
mu i to im por tan te, a vi a bi li za ção de ca nais de dis tri bu i ção ca pa zes de man ter viva essa se men te.
Na área de ex po si ção do Se brae, a Em bra pa mos tra va o al go dão que já nas ce co lo ri do: do cru ao
mar rom, o fio não ne ces si ta tin gi men to. No vi da de? Não. An tes da che ga da dos por tu gue ses ao Bra sil,
já ha via em nos so país – de acor do com a de sig ner e en ge nhei ra de pro du ção da Pa raí ba, Lia Mô ni ca Ros -
si – esta es pé cie de al go dão; por mu ta çõ es ge né ti cas, de sa pa re ceu, e ago ra foi re cu pe ra do pela Em bra pa.
Li Edel ko ort, de sig ner ho lan de sa, con sul to ra de ten dên ci as, além de edi to ra da re vis ta View on Co -
lour, afir ma, quan do se re fe re à pro du ção, seja ela ou não in dus tri al: “For ma e fun ção são atri bu tos
im plí ci tos; o que não está im plí ci to, por que muda cons tan te men te, é a car ga afe ti va e se mân ti ca do
ob je to. E, na pa ra le la, al gu ma coi sa de qua se eter no”.
For ma, fun ção e po e sia. É a ló gi ca do sen sí vel, da di men são afe ti va, cu -
jas qua li da des são ín ti mas e pro fun das. Cal ma, pre gui ça, tem po cor -
ren do sol to, uma cer ta re li gio si da de são va lo res que es tão ga nhan do
im por tân cia em nos so pen sa men to, em nos sos ges tos, e que nos le vam
de vol ta ao tran qui lo fa zer ar te sa nal e à sua va lo ri za ção.
No mun do do de sign, há a ne ces si da de de uma nova se mân ti ca,
um vo ca bu lá rio re no va do. Se por mu i to tem po “east me ets
west” era o char me ex plí ci to de de co ra do res em todo o mun do oci den tal,
o mote está se des lo can do para “o nor te en con tra o sul”, en con tra o exó ti co (para
eles) mun do do de sign e da cul tu ra po pu lar. Esse di fe ren ci al Bra sil, que tem
sua raiz fin ca da no ar te sa na to, é se quio sa men te pro cu ra do por pro fis si o nais
do de sign e da de co ra ção, prin ci pal men te vin dos da Eu ro pa. O Bra sil está
na moda e, com ele, nos so ve lho e cai pi ra fa zer. �
Aci ma, mala em te ci do bor da do e pin ta do, apre sen ta da na ex po si ção de ar tis tas na Fei ra de Ar te -
sa na to. Ao lado, pra to em ce râ mi ca pin ta da com mo ti vos ca rac te rís ti cos da Ser ra da Ca pi va ra, Pi auí.
Na pá gi na ao lado, o bum ba-meu-boi e jo gos ame ri ca nos em fi bra de ca roá com tin gi men to na tu ral,
tra ba lha dos pela co mu ni da de remanescente de quilombo, Con cei ção das Cri ou las, ser tão de Per nam -
bu co, com a co la bo ra ção da Uni ver si da de Fe de ral de Per nam bu co
Foto
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À di rei ta, es pa ço ins ti tu ci o nal cri a do por Ja ne te Cos ta
para a Fei ra de Ar te sa na to ven do-se, em fo tos, am bi -
en tes pro je ta dos por de co ra do res e va lo ri za dos pela
uti li za ção de pe ças de ar te sa na to e, à di rei ta, cor ti na
de bo li nhas de ce râ mi ca de Tra cu nhaém (PE), com um
leve to que de mo der ni da de su ge ri do pela ar qui te ta.
No des ta que, ca dei ra fei ta em ma dei ra de co quei ro,
ca rac te rís ti ca do li to ral de Ala go as
31ARC DESIGN
ARC DESIGN visitou a Feira Nacional de Artesanato de Pernambuco a convite daAgência de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco
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adurecer, mas o design brasile
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33ARC DESIGN
Abaixo, fruteira Disco
, em alumínio polido co
m verniz co
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eletrostático, des
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res: amarela, azu
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a. Des
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a Galli e Dino Galli
O de sign bra si lei ro vai bem, obri ga do. Esta é
a im pres são ge ral que nós, de ARC DE SIGN,
ti ve mos após a se le ção das pe ças pu bli ca das
nes ta ma té ria.
Este cli ma de oti mis mo se deve, em gran de
parte, à me lho ra vi sí vel na qua li da de – pro je tu al e
prin ci pal men te fí si ca – dos pro du tos. Se an tes a pres-
sa de co lo car o pro du to no mer ca do e a fal ta de condi -
çõ es eco nô mi cas para de sen vol ver su ces si vos pro tó -
ti pos pre ju di ca vam o re sul ta do fi nal, hoje os de sig ners
pa re cem ter per ce bi do que exis te um
tem po ne ces sá rio para se che gar a
um bom pro du to, que seja fun ci o nal,
eco lo gi ca men te cor re to, com pe ti ti vo e
te nha tam bém ape lo for mal. A cons ci -
ên cia de que en tre o pri mei ro pro tó ti po e
o pro du to fi nal há um lon go ca mi nho a ser per corri -
do pa re ce co me çar a se tor nar pre sen te.
No ta mos tam bém, com ale gria, a cres cen te bus ca por
no vos ma te ri ais (ou ma te ri ais já co nhe ci dos, tra ba -
lha dos com mai or pe rí cia): co ri an, PVC fle xí vel,
alumí nio, acrí li co, la mi na dos plás ti cos, en tre ou tros,
pas sam a di vi dir es pa ço com a ma dei ra, nos sa ve lha
e dis cu tí vel co nhe ci da. E mes mo quan do a ma dei ra é
34ARC DESIGN
Nesta página, banquinhos Bate-Papo, design Flavia
Pagotti Silva. Competente releitura do banquinho
caipira, possui estrutura metálica tubular, à qual
se articulam quatro discos de compensado, ligados
por uma manta de borracha, que garante o movi-
mento independente mas coordenado dos discos,
que assim se adaptam aos contornos do usuário
35ARC DESIGN
À direita, b
andeja Ibi
za, em poliu
retano inje
tado
com apoio em alum
ínio croma
do, design
Camila Fi
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Acima
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ço e fibr
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tecido
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ida.
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erda, b
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termo
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do, de
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drazzi
Acima, coletor de poeira Dust-It (protótipo),
design Fernando R
ibeiro.
Antes de furar a parede, basta destacar
a proteção do adesivo no verso
do produto e colar o coletor posicionando-o
conforme o local a ser furado.
Invenção barata, ecológica, simples e eficiente
Foto
Gab
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o ma te ri al elei to, já po -
de mos – fe liz men te – cons ta -
tar que está sen do uti li za da de
modo mais ra ci o nal: as es tru tu ras
es tão mais le ves e já não pre do mi na a
“es té ti ca do des per dí cio”.
A essa evo lu ção po si ti va, po rém, con tra põe-se ou tra,
in ver sa. Gran de par te do de sign fei to no Bra sil – es pe -
ci al men te quan do fa la mos do de sign de ob je tos para
a casa – está se tor nan do cada vez mais co mer ci al. Uma
faca de duas pon tas: pro du tos com qua li da de físi ca e
for mal, mas, ao mes mo tem po, sem qual quer ino va ção.
Por quan to tem po essa “fór mu la” fun ci o na rá?
Enquan to con ti nu ar mos vin cu la dos às re fe rên ci as que
vêm de fora, es ta re mos des ti na dos à con fi na ção ao
mer ca do in ter no; o su ces so da ex por ta ção do
de sign bra si lei ro de pen de não só da qua -
li da de, mas da ori gi na li da de dos pro -
du tos pro pos tos... e de seu pre ço.
Ou tro pon to fun da men tal para o
de sen vol vi men to do de sign na -
ci o nal é, a nos so ver, a pes qui sa.
Em bo ra os de sig ners afir mem que
ela faz par te de seu pro ces so de cri a ção,
essa pes qui sa nor mal men te se li mi ta ao que já
exis te dis po ní vel no mer ca do. Ino va ção sig ni fi ca a
Nes
ta pág
ina, vas
os em acrílico
Leg
o: seu
form
ato, com
enc
aixe
s ge
ométrico
s,
perm
ite a co
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disp
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cores
vermelha
, preta e branc
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ign Lu
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36ARC DESIGN
37ARC DESIGN
in tro du ção de no vos ma te ri ais, no vas tec no lo gias,
no vas pro pos tas for mais ou, ain da, pro du tos que
indu zam a no vas for mas de vi ver.
Tra ta-se de todo um sis te ma que pre ci sa ser de sen -
vol vi do, no qual uma com po nen te fun da men tal é a
am pli a ção do mer ca do con su mi dor. O ca mi nho é
expor tar e a fer ra men ta, o de sign. Esta é uma lon ga
ques tão, mas já po de mos ver o re sul ta do das pri -
meiras açõ es con jun tas en tre ór gãos go ver na men tais
e en ti da des pri va das.
En quan to a pro du ção in dus tri al não de co la, o de sig ner
bra si lei ro par te para o pro ces so semi-in dus tri al
(quan do não ar te sa nal) e as su me du plo pa pel: o de
cri a dor e o de em pre sá rio. Cri an do, pro mo ven do,
distri bu in do e até ven den do di re ta men te o pró prio
pro du to, per cor re so zi nho qua se todo o “sis te ma
design”. Nes se con tex to, a cor re ta vi são de mer ca do
é es sen ci al: há de sig ners, por exem plo, que am pli am
sua área de atu a ção com a di ver si fi ca ção de mar cas,
aten den do a ni chos de mer ca do di ver sos.
Não nos ar ris ca mos a pre ver o fu tu ro, mas ve mos, de
to dos os la dos, sur gi rem ini ci a ti vas, como as do
Sebrae, con cur sos – Mu seu da Casa Bra si lei ra,
Masisa, Mo vel sul – e par ce ri as de es co las com in dús -
tri as. Acho que já po de mos fi car oti mis tas!Acim
a, o sistema integrad
o Morch
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(protótipo) reú
ne ócu
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P3 playe
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Étienne
Acima, caixa de luz Amapá, em MDF,
madeira amapá e papel artesanal
com raspas de madeira. Design
Lígia de Medeiros
Abaixo, luminária Luneta, em PVC
flexível e película de policarbonato.
Design Tereza Sandes
Foto
Gab
i Ber
nd
Nas próximas páginas, ARC DESIGN traz uma
amostra do design paranaense. Ao contrário
do design semi-industrial ou artesanal
mostrado nas páginas anteriores –
predomi nante no cenário brasileiro –, vemos
aqui o design intimamente ligado à indústriaAcima, HitcHicker, fi chá rio em po li pro pi le no com es tojo em bu -
tido na lom ba da, cri a ção de Cas si a no Za net ti para a Za net ti
Design. Abai xo, sis te ma Link: di vi só ri as mó veis para es cri tório,
com es tru tu ra em aço e pa re des em po li pro pi le no tex tu ri za do;
uma das di vi só ri as pos sui es pa ço in ter no para guar dar objetos
pes so ais. De sign Adri a no Moro para a Fun ci o nal Mó veis
DESIGN BRASIL 2000+2
PROJETO CRIAÇÃO PARANÁ
39ARC DESIGN
Abai xo, lu mi ná ria pú bli ca Lu mi nova,
em ter mo plás ti co in je ta do, de sign
Alceu Mu niz (Mor pho Design) para o
Ins ti tu to de Tec no lo gia para o De sen -
vol vi men to – LAC TEC
À di rei ta, res pi ra dor ci rúr gi co Pe li ca -
no: uma atu a li za ção for mal e tec no ló -
gi ca do res pi ra dor mo de lo E-250, traz
ino va çõ es nos pro ces sos ele trô ni cos e
me câ ni cos e tam bém nos ma te ri ais.
De sign Car los Au gus to Du ar te (ASA
Design) para a En gesp In dús tria de
Equi pa men tos Hos pi ta la res.
Na se quên cia, Ro des, ca dei ra de ro -
das em aço car bo no e te ci do de
náilon/po li és ter: um sis te ma de acu -
mu la ção de for ça per mi te ao usu á rio
ficar em pé sem es for ço me câ ni co
pró prio. Cri a ção Ino ve Design para a
em pre sa Or to me tal
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Ini ci a ti va exem plar que pro mo ve
o en con tro do de sig ner com a in -
dús tria – prin ci pal men te pe que na
e mé dia – e for ne ce apoio du ran te
todo o pro ces so de de sen vol vi men to
do pro du to. Tra ta-se do Pro gra ma Cri a ção
Pa ra ná, de sen vol vi do pelo Cen tro de De -
sign do Pa ra ná, sob a di re ção de Ge ral do
Pougy, a par tir de uma par ce ria en tre o Go ver no do Es ta do do
Pa ra ná e qua tro ins ti tu i çõ es: o Ban co Re gio nal de De sen vol vi men -
to do Ex tre mo Sul (BRDE), o Se brae-PR, a Fe de ra ção das In dús tri -
as do Es ta do do Pa ra ná (FIEP) e o Ins ti tu to de Tec no lo gia do Pa ra -
ná (TEC PAR). O ob je ti vo ini ci al do pro gra ma era es ti mu lar e apoi -
ar a in dús tria a de sen vol ver 20 pro du tos de bom de sign até o es -
tá gio de pro tó ti po. Fo ram de sen vol vi dos 42 pro tó ti pos, su pe ran do
em 110% a meta es ta be le ci da.
O tra ba lho con tou com a con sul to ria do designer Bru ce Wood,
diretor do programa escocês Glas gow Col lec ti on.
Em 2001, o pro je to teve iní cio com vi si tas da equi pe do Cen tro de
De sign do Pa ra ná a in dús tri as que po de ri am ter in te res se em par -
ti ci par do pro gra ma. Das 270 vi si tas re a li za das em todo o Esta do
do Pa ra ná, 100 em pre sas se in te res sa ram em co nhe cer me lhor o
pro gra ma; 43 as si na ram um ter mo de ade são. Em se gui da, a equi -
pe do Cen tro de De sign acom pa nhou todo o proces so, au xi li an do
as em pre sas na de fi ni ção do bri e fing, na apre sen ta ção de de sig ners
ade qua dos ao pro je to, na su ges tão de lo cais qua li fi ca dos para a
cons tru ção dos pro tó ti pos, na so lu ção de pro ble mas de en ge nha ria.
O re sul ta do des te pro je to es ta rá ex pos to no Moi nho Pa ra naen se,
em Cu ri ti ba, até o dia 13 de ou tu bro (mais in for ma çõ es no site
www.cen tro de de sign.org.br/cri a cao pa ra na.html).
40ARC DESIGN
O go ver no do Es ta do do Pa ra ná, con si de ran do todo o Brasil,
tal vez seja o que mais se em pe nha a fa vor do de sign. O Fun -
do Pa ra ná de di ca 2% da re cei ta do Esta do a pro je tos e pro -
gra mas de de sen vol vi men to ci en tí fico e tec no ló gi co. “O
design pas sou a fa zer par te da vida em Cu ri ti ba”, afir mou
o go ver na dor Jaime Ler ner (recém-eleito presidente da UIA
- União Internacional de Arquitetos), du ran te a inau gu ra ção
da mos tra do Cen tro de Design. “Em 21 de no vem bro será
inau gu rado o Mu seu de Arte e Ar qui te tu ra (uma obra de
Oscar Ni e me yer), de di can do um gran de es pa ço ao design.
Além do mais, es ta mos cri an do um fun do de fi nan ci a men to
para o jo vem desig ner, es cri tor ou ar tis ta, para o desen vol -
vi men to da ‘1ª Cri a ção’, nome pro vá vel do pro je to.”
À direita, Módulo de Parto Claudio Paciornik, uma atualização do Módulo de Parto Vertical
desenvolvido por este médico em 1976 e distribuído no Brasil e no exterior a partir de 1980.
O módulo atual, em plástico e aço carbono, possui formas limpas, é ergonômico, asséptico e amigável.
Seu maior diferencial é possibilitar diversas posições, se adequando às múltiplas situações que podem ocorrer no processo de parto.
No momento do nascimento, o bebê é acolhido em berço aquecido integrado ao conjunto.
Criação Tec Design para a RCP Produtos Médicos
Acima, Relógio Ponto, para pequenas e médias empresas, com
funções simplificadas. A parte eletroeletrônica já estava sendo
desenvolvida, mas a Pró-Digital, empresa responsável pelo pro-
duto, queria um gabinete diferente e inovador, criado pela
Morpho Design. O uso do plástico injetado – no lugar da chapa
metálica, pensada no início – gerou vantagens de custo e
melhoria na forma e no acabamento
41ARC DESIGN
Acima, cadeira Diz, design Sérgio Rodrigues para a LinBrasil: valorizado pelo design e pelo uso de matérias-primas alternativas (no caso, eucalipto maciço
e compensado moldado de eucalipto). Na sequência, maleta para transporte de órgãos Vitalle: um sistema de refrige ração elimina a necessidade do gelo;
a caixa é lacrada e a tempe ratura é constante durante todo o período do transporte, reduzindo a possibilidade de infecção e rejeição para o transplantado.
Abaixo, Smart Ice, dispositivo para manter bebidas geladas mesmo fora da geladeira. Todas as peças, em plástico injetado, agregam um compo-
nente colorido, transmissor do frio. Desenvolvido por Patrick Speck e Luís Fernando Zeni para Electrolux, que ainda decidirá se o produto entrará
ou não em produção. Deve-se ressaltar que este produto explorou uma aplicação nova para uma tecnologia que a empresa já dominava
No alto da página, Co bag, bol sa
para car tei ros. Em lona en ce ra da e
im per me a bi li za da com para f i na,
tem fe chos em nái lon e fi tas em
poliés ter, per mi tin do que o car -
teiro pos sa en fren tar a chu va sem
molhar as cor res pon dênci as. A
divi são bi la te ral do peso (su por ta
até 10 kg em cada lado) re duz o
im pac to na colu na do usu á rio.
Design Re gi na Lú cia Bren ner Bar re to
A com po nen te in dus tri al é evi den te nos produ tos ex -
pos tos nes tas duas pá gi nas. Es ses pro dutos – pro tó -
ti pos, na ver da de –, pen sa dos para a pro du ção em lar -
ga es ca la, evi den ci am a exis tên cia de uma for ma ção
di re ci o na da para o de se nho in dus tri al. De sen vol vi dos
pe los alu nos de gra du a ção da Uni ver si da de Tui u ti do
Pa ra ná, Cu ri ti ba, ino vam com so lu çõ es ori gi nais, re -
sul tan tes de pes qui sa au tên ti ca e do co nhe ci men to
dos pro ces sos pro du ti vos dis po ní veis.
Pes qui sa e ex pe ri men ta ção em ba sa ram gran de par te
dos tra ba lhos, mas cha ma ram es pe ci al aten ção na
chur ras quei ra de pa pe lão (isso mes mo!) Fire Box,
pro je ta da por Ales san dro Na kas hi ma. Um tra ta -
mento es pe ci al com re si na – cuja fór mu la é se gre do
in dus tri al –, so ma do à ver mi cu li ta, mi ne ral com
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
DESIGN BRASIL 2000+2
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43ARC DESIGN
À esquerda, Bri que ta gem, má qui na para com pac ta ção de
re sí du os de madei ra, para uso em mi cro e pe que nas empre-
sas. Uma ati tu de eco ló gi ca e ren tá vel: os re sí du os, que
nor mal men te são um pro ble ma para as em pre sas, pas sam
a ser uma fon te de ren da alter na ti va. De sign Car los Co e lho
pro pri e da des iso lan tes, tor na a chur ras quei ra
de pa pe lão re sis ten te ao fogo. Ape nas uma re -
gra deve ser ob ser va da: o chur ras co deve ter
du ra ção má xi ma de duas ho ras.
A li ber da de de cri a ção de que dis pu -
nham os es tu dan tes, que não pre ci sa ram
se sub me ter a im po si çõ es mer ca do ló gi cas,
cer ta men te con tri bu iu para o bom
resul ta do dos tra ba lhos. Mas é
im por tan te res sal tar que a ino -
va ção que tan to per se gui mos
po de ria ser ob ti da tam bém em
pro du tos co mer ci ais. Se ria ne -
ces sá rio ape nas de fi nir a ambi -
ção de cada pro je to. �
Acima e abaixo, bar ra ca Cor vet ta para mon ta nhas tro pi cais, em nái lon 100% po li a mi da e es tru tu ra de alu mí nio. Seu di fe ren ci al é o piso,
que não en cos ta no chão (a úni ca par te de con ta to com o solo é o cor po do usu á rio), evi tan do a en tra da de água pe los can tos.
Além dis so, a es tru tu ra em ar cos que se cru zam em cin co pon tos e o sis te ma de an co ra gem in ter na
fa zem com que re sis ta a ven tos su pe ri o res a 100 Km/h. De sign Jack son Ro cha
À direita, chur ras quei ra des car tá vel Fire Box. Em pape -
lão com tra ta men to antifogo, é por tá til e de fácil mon -
tagem (en cai xe). A ban de ja onde é co lo ca do o car vão é
tra ta da com ver mi cu li ta e re si na antifogo; ori fí ci os
frontais e la te rais fa ci li tam a cir cu la ção do ar quen te,
em “efei to cha mi né”. O “kit”, pro pos to para ven da em lo -
jas de con ve ni ên ci as e su per mer cados, é com pos to por
uma cai xa que se trans for ma em chur ras quei ra (e de pois
em li xei ra), uma gre lha me tá li ca, es pe tos de ma dei ra,
car vão, ál co ol em gel, fós fo ros, saco de lixo e um pa co -
te de ma te ri al antifogo. Design Alessandro Nakashima
Os contatos dos designers publicados nesta matéria estãodisponíveis no site www.arcdesign.com.br
44ARC DESIGN
44ARC DESIGN
Ross L
ovegrove:
ética e
esté
tica
Uma se le ção de pe ças tão
acu ra da e rica quan to ne nhu ma
ex po si ção ou fei ra in ter na -
ci o nal é ca paz de mos trar, além
de um singular con cei to de
vida e de mun do. Esta é a edi -
ção do De sign Ye ar bo ok 2002,
as si na da por Ross Lo ve gro ve
Ao lado, Blushing (ruborizando), o primeiro
vaso de Ingo Maurer, em vidro perfurado; pro-
dução Salviati, Itália, 2002. No alto da página,
cadeira Non, design Komplot, 2000, em bor-
racha PUR rubber; produção Kallemo AB, Suécia
45ARC DESIGN
45ARC DESIGN
Acima, luminária suspensa Light Club, projeto de Nexus Design e Stiletto
Design, com led vermelho, tira expansível de borracha e bateria de 6V,
produzida pela Stilleto Design Vertreib, Alemanha. Abaixo, de Ann
Pamintuan, broche Eyelet Leaf (folha natural revestida em ouro ou
prata) e poltrona Cocoon, em fios de ferro martelados e soldados à mão,
ambos produzidos nas Filipinas
Maria Helena Estrada
Um In ter na ti o nal De sign Ye ar bo ok te má ti co. Edi tor? Ross
Lo ve gro ve. Tema es co lhi do? Cla ro, os ma te ri ais, uma vez
que o res pon sá vel pela se le ção está en tre os mais sé ri os e
com pe ten tes de sig ners em todo o mun do.
Já te mos en fa ti za do, em ARC DE SIGN, que o pro je tis ta,
hoje, pri mei ro de se nha a ma té ria, ou pro cu ra co nhe cer a
fun do o ma te ri al es co lhi do, ve ri fi ca suas po ten ci a li da des,
para en tão par tir para o pro je to e a pro du ção. Nas pá gi nas
des se Ye ar bo ok, de sign, tec no lo gia e pro du ção ar te sa nal
fa lam a mes ma lín gua: a do res pei to aos ma te ri ais.
Edi çõ es an te ri o res do Ye ar bo ok, mes mo se as si na das
por de sig ners fa mo sos, não nos dei xa vam per ce ber uma
li nha con du to ra na se le ção. Ross Lo ve gro ve, ao con trá -
rio, nos apon ta al guns dos ca mi nhos pos sí veis para o
design con tem po râ neo.
Re su min do as idéi as de Lo ve gro ve no edi to ri al, des ta ca mos
sua con cep ção da in te li gên cia ur ba na, tra çan do um pa ra le -
lo en tre a lin gua gem da ar qui te tu ra e a da in dús tria au to -
mo ti va: am bas uti li zam os mes mos ma te ri ais, am bas são
res pon sá veis pela nos sa pai sa gem ur ba na. Já há algum
tem po é cons tan te a pre o cu pa ção de Lo ve gro ve com o
futuro do car ro que, se gun do ele, de ve ria ser pen sa do
como uma fer ra men ta prá ti ca para a vida ur ba na e, as sim,
pro du zi do em plás ti co, qua se se me lhan te a uma va li se,
sem o bri lho dos me tais, e por ta dor de “very cool sta tus
symbol” – e, de pre fe rên cia, “que pos sa ser es ta ci o na do na
po si ção ver ti cal”, con for me co men tá rio du ran te uma de
suas con fe rên ci as. “Mo ni to rar a evo lu ção dos car ros nos dará
uma for te in di ca ção do es ta do da hu ma ni da de como um todo,
de uma pers pec ti va so ci al, tec no ló gi ca e éti ca”, es cre ve.
A im por tân cia fun da men tal dos ma te ri ais é cla ra na di vi -
são dos ca pí tu los – me tais, vi dro, te ci dos, ma dei ra,
plás ti cos – e nos exem plos es co lhi dos.
A va lo ri za ção da com po nen te ar te sa nal é o ter -
cei ro ele men to de des ta que na se le ção, já vi sí -
vel nas fo tos de aber tu ra: a nova ca dei ra de
Mar cel Wan ders, Flo wer Chair, e o bro che Eyelet
Leaf, da de sig ner fi li pi na Ann Pa min tu an, que
des cre ve suas obras como “a ex pres são da rude
ele gân cia da vida”. No ou tro ex tre mo da meta lur -
gia, mas de igual be le za, a tec no lo gia no mol de
de ca dei ra para a BMW, de To ku jin Yos hio ka,
autor da ca dei ra Ho ney Pop (veja ARC DE SIGN 25).
46ARC DESIGN
Acima, a partir da esquerda: da coleção Aura, exemplo de tecnologia indossável, com objetos de
moda, em polipropileno, incorporando chips para funções diversas; Flower Chair, de Marcel
Wanders, em aço cromado, na coleção Mooi, Holanda; vaso Ovalinder2, em prata, design David
Huycke, série limitada. Abaixo, Sedia 2001, de Michele De Lucchi, em madeira e couro, da
Produzione Privata, Itália
O se gun do ca pí tu lo, de di ca do ao vi dro, fala des se ma te ri al não ape nas em
seus as pec tos de co ra ti vos, mas em todo o seu de sem pe nho na tec no lo gia de
pre ci são. Um dos ma te ri ais vi tais no mun do, afir ma Lo ve gro ve, pos sui pro -
pri e da des má gi cas, cu jas apli ca çõ es e po ten ci a li da des cres cem a cada dia,
como o vi dro au to lim pan te da Pil king ton, sem fa lar da im por tân cia des se ma -
te ri al na ar qui te tu ra, que per mi ti rá ci da des in te gra das, me nos den sas, mais
le ves e mais ho lís ti cas. Os exem plos vão da lú di ca bola de gude no ban co
Come a Lit tle Bit Clo ser, de Nina Far ka che, apre sen ta do pela Dro og De -
sign no Sa lão do Mó vel de 2001, aos no vos va sos de Mar cel Wan ders e de
Jo han na Gra wun der à bela sur pre sa, o vaso Blus hing, de Ingo Mau rer. Há
ain da o Mind Room, de Yves Be har, cri a do com um pai nel de vi dro e um
dis play de cris tal lí qui do.
“A te ce la gem co me çou, cla ro, com os ma te ri ais or gâ ni -
cos, mas hoje há um uso cres cen te de ma te ri ais
não-or gâ ni cos, ar ti fi ci ais ou suas com bi na çõ es – de
car bo nos com pos tos a po li a mi das –, que au men ta ram subs tan ci al -
men te nos so po ten ci al cri a ti vo”, es cre ve Lo ve gro ve na aber tu ra do
ca pí tu lo “Te ci dos”. Aqui ele nos ex põe mais uma vez, sua ób via,
inte li gen te, utó pi ca(?) vi são de mun do:
“... se hou ves se uma pers pec ti va mais am pla quan to ao va lor
de se cul ti var gramados ou plan tas uti li zan do a en ge nha ria
ge né ti ca em com bi na ção com po lí me ros e re si nas, visan-
do cri ar ca rac te rís ti cas fí si cas, esta se ria uma área
capaz de se ex pan dir em vá ri as di re çõ es. Tal vez,
tam bém, os ob je tos in dus tri ais, que cres ce mos
ven do-os per fei tos e po li dos, po de ri am se tor nar
47ARC DESIGN
Acima, a partir da esquerda: decanter Mickey em boro-silicato soprado, design Takahide Sano, pro-
dução Massimo Lunardon, Itália; Fil de Fer, luminária em alumínio pré-moldado com lâmpada halóge-
na de 12 volts, design e produção de Cattelan & Smith, Itália; tênis Air Woven, da Nike, em trama
estática e elástica feita à mão, com sola em phylon, edição limitada da Nike, EUA. Abaixo, da Yamaha
Product Design Laboratory, baixo em maple, abeto, mogno, faia, ébano e alumínio. Produção japonesa
mais ter re nos e tác teis e, as sim, pro du zir uma mu dan ça ra di cal em nos so
sis te ma de va lo res.”
Tam bém nes se ca pí tu lo Lo ve gro ve nos apre sen ta a Yos hi ki His hi nu ma, um
dos mais im por tan tes de sig ners de te ci dos, des cre ven do al guns de seus pro -
ces sos cri a ti vos, sem pre re no va dos, e ci tan do um de seus tex tos. “É im por -
tan te que o pri mei ro con cei to cres ça e se mo di fi que li vre men te; eu não sou
um ar tis ta con cei tu al, o con cei to é só o pon to de par ti da.”
Fil mes e tu bos plás ti cos com ple tam o pa no ra ma dos têx teis e es tão re pre sen -
ta dos pe las ca dei ras de Fla via Al ves de Sou za e dos ir mãos Cam pa na (veja
ARC DE SIGN 19).
Mas como será a ma dei ra vis ta pe los olhos de um ga lês, com o pen sa men to
sem pre no fu tu ro? Nos pa re ce que, para ele, é um ma te ri al es tra nho, as sim
como o pa pel, a cor ti ça e, mes mo, a bor ra cha, in clu í dos no ca pí tu lo “Ma dei ra”.
“De sig ners e pro du to res con ti nu am a ver uma gran de re le vân cia cul tu ral na
ten ta ti va de alar gar os li mi tes po é ti cos e es tru tu rais des ses ma te ri ais hu -
ma nis tas.” Essa é a se ção na qual há a mai or con cen tra ção de ob je tos ex -
pe ri men tais nes se Ye ar bo ok”, co men ta Lo ve gro ve. E ob ser va mos que
não há ne nhum exem plo de uti li za ção da ma dei ra ma ci ça!
Fi nal men te os plás ti cos. “Há cem anos, car ros, ae ro pla nos e má qui nas
fo to grá fi cas eram fei tos de ma dei ra. Há 50 anos eram pre do mi nan te -
men te de me tal. Atualmente são fei tos de al gum tipo de plás ti co (...) Hoje
se ria im pos sí vel re mo ver o plás ti co de nos so en tor no e ain da res tar al gu -
ma es pé cie de exis tên cia ci vi li za da”, es cre ve Lo ve gro ve. “Ques tõ es eco ló gi cas
per ma ne ce rão ape nas se en co ra jar mos a pro li fe ra ção de ob je tos de bai xa qua -
li da de e des ne ces sá ri os – dos brin que dos aos bens de con su mo –, que de
for ma in cons ci en te ex plo ram nos sas pre ci o sas fon tes de re cur sos”, con clui. �
48ARC DESIGN
Ve lhos uten sí li os ga nham for mas inu si ta das; ob je tos ino va do res re fle -
tem for mas ar cai cas. Essa apa ren te con tra di ção é a es sên cia do pro -
je to “Die Ima gi nä re Ma nu afk tur – DIM” (Ma nu fa tu ra Ima gi ná ria), cri a do
pe los de sig ners Oli ver Vogt e Her mann Wei ze neg ger e re a li za do em
par ce ria com o Ins ti tu to de Ce gos de Ber lim.
O ins ti tu to tem en si na do aos de fi ci en tes vi su ais o ofí cio da fa bri ca -
ção de es co vas e vas sou ras há mais de 120 anos. As mãos há beis
dos ce gos e da que les que vêem mu i to pou co trans for mam a ma dei ra,
o ara me, as fi bras ve ge tais, o pêlo e a cri na ani mal em es co vas e vas sou -
ras re co nhe ci das por sua qua li da de.
Um bre ve pa rên te sis: até al guns anos atrás, ins ti tu i çõ es de apoio a de -
fi ci en tes vi su ais em São Pau lo e no Rio de Ja nei ro ven di am nas
ruas vas sou ras fei tas por eles. Hoje esse tra ba lho de sa pa re ceu:
o ma nu seio da pi a ça va – ex pli cam ins ti tu i çõ es con ta ta das por
ARC DE SIGN – di mi nui a sen si bi li da de dos de dos, di fi cul tan do
a lei tu ra em brai le. Os ma te ri ais usa dos pela DIM – cri na de ca -
va lo, cer das de po li pro pi le no, PVC e nái lon, pêlo de ca bra –
são ino fen si vos e nos mos tram que a re to ma da des se tra ba -
lho é pos sí vel, bas tan do uti li zar ma té ri as-pri mas ade qua das.
A pro pos ta dos cri a do res da DIM foi em pre gar o pro ces so da con fec ção de
vas sou ras e es co vas para ma te ri a li zar no vas idéi as. As sim, os ob je tos são cons tru í dos a par tir
Uma bela ini ci a ti va de dois de sig ners ale mães, em con jun to com o Ins ti tu to para Ce -
gos de Ber lim, traz um novo olhar a ob je tos ba na li za dos pelo uso co ti di a no. A
co le ção fa bri ca da na DIM é ins ti gan te e bem-hu mo ra da: per fei ta uni ão en tre
de sign, re le vân cia so ci al e efi ci ên cia eco nô mi ca
No alto da pá gi na, à es quer da, Mrs. Brus hshoe, es co va para sa pa tos em faia la quea da e cri na de ca va lo; de sign
Mats The se li us. No cen tro, mini-es co va Poc ket-Brush, em aço e cri na de ca va lo; de sign Mar ti Gui xé. Aci ma, por ta-
jói as Be box, em faia, nái lon e cri na de ca va lo; de sign Ma ta li Cras set
Winnie Bastian
MANUFATURA IMAGINÁRIA
Ao lado, por ta-CDs em faia e cer das cur vas
de po li pro pi le no; de sign Mi chael Mar ri ott
das téc ni cas tra di ci o nais e dos ma te ri ais com os quais os
deficientes visuais apren de ram a tra ba lhar, mas são, ao
mes mo tem po, re ti ra dos de seu con tex to co ti di a no.
Vogt e Wei ze neg ger con vi da ram de sig ners jo vens e re no ma -
dos para ir a Ber lim cri ar ob je tos de con su mo inu si ta dos,
mas ba se a dos nas pos si bi li da des de fa bri ca ção da ofi ci na.
Como eta pa pre li mi nar, a du pla ins pe ci o nou cada ateliê do
ins ti tu to, ve ri fi can do os mé to dos de pro ces sa men to dos
ma te ri ais. “Le va mos seis me ses para co nhe cer to das as ofi -
ci nas e as pes so as que ne las tra ba lha vam; todo o po ten ci al
e to das as li mi ta çõ es”, ex pli ca um dos de sig ners, em en tre -
vis ta à re vis ta Do mus Nº 819.
O re sul ta do é uma co le ção de es co vas e aces só ri os do més -
ti cos “sui ge ne ris”, que ago ra são pro du zi dos pa ra le la men -
te aos mo de los tra di ci o nais. Al guns ob je tos são ape nas es -
co vas com for mas di fe ren tes, en quan to ou tros têm tam -
bém a sua fun ção mo di fi ca da, como o aces só rio de mesa
Bu tler, de sign Wolf gang Schur mann, no qual as cer das ser -
vem como su por te para lá pis e ca ne tas.
Mas os pro du tos fa bri ca dos na DIM são mais do que ob je tos de
con su mo. O re co nhe ci men to que ti ve ram em todo o mun do
trans for mou-os em “trans mis so res de ima gem”, mos tran do
que uma ofi ci na para de fi ci en tes pode as su mir um lu gar de
des ta que na so ci e da de, gra ças à qua li da de dos pro du tos.
Além do in dis cu tí vel pa pel so ci al, essa ini ci a ti va tam bém
pos sui im por tan te fun ção eco nô mi ca para o Ins ti tu to para
Ce gos de Ber lim. Por te rem gran de acei ta ção da mí dia, dos
pro fis si o nais da área e do pú bli co em ge ral, os pro du tos são
pro cu ra dos não ape nas pe los con su mi do res lo cais, mas por
com pra do res de to das as par tes do mun do. “Eles vêm com
um pe da ço de jor nal nas mãos ou por que vi ram uma re co -
men da ção em al gum guia de vi a gem ou no web si te do ins ti -
tu to (www.blin de nans talt.de). Fi cam ad mi ra dos com o que
en con tram e, nor mal men te, com pram mu i tos pro du tos da
DIM”, diz Ros wi tha Hen sel, atu al di re to ra do ins ti tu to. Hen -
sel com ple men ta: “o pro je to exis te há cin co anos e su pe rou
seu ca rá ter ex pe ri men tal; é ago ra uma par te in dis pen sá vel
da nos sa pro du ção”.
Os ar te fa tos pro du zi dos pela DIM não têm um pre ço ex -
ces si vo: a gran de mai o ria dos 45
pro du tos cus ta en tre 5,95 e
132,4 eu ros. �
À extrema esquerda, porta-trecos B-board, em compensa-
do de bétula e crina de cavalo; design Judith Seng. Na
sequência, cabide Brush Hanger, em pinho e pêlo de
cabra; design Tim Parsons. Abaixo, Butler, acessório para
mesa (porta-papéis, cartões e canetas) em compensado
de bétula e crina de cavalo; design Wolfgang Schurmann
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Que o tra ba lho ul tra pas sou as fron tei ras fi xas
dos es cri tó ri os já sa be mos, mas como in te grar
suas di fe ren tes ma ni fes ta çõ es numa so lu ção
que seja ao mes mo tem po úni ca e ver sá til?
Para res pon der a essa ques tão, a de sig ner
Ayse Bir sel cri ou o sis te ma Re sol ve, da
Herman Mil ler, importado e distribuído no
Brasil pela Forma, que agora inicia – sob
licença da em pre sa nor te-ame ri ca na – a pro-
dução de algumas partes do Resolve no país.
O con cei to do sis te ma par te de mo vi men tos e
há bi tos hu ma nos, e sua for ma é ins pi ra da
nos en ge nho sos fa vos das col méi as, mo du la -
çõ es sim ples com aber tu ra de 120 graus (e
não mais o con fi na do ân gu lo reto!), que per -
mi tem a li vre cir cu la ção de pes so as e idéi as e
o me lhor apro vei ta men to do es pa ço.
As pos si bi li da des de con fi gu ra ção con tem -
plam tan to o tra ba lho in di vi du al quan to o
Nas duas páginas, imagens do sistema Resolve, design Ayse Birsel para a Herman Miller. Acima, em primeiro plano, detalhe dos tubos estruturais,
por onde passam os fios e cabos; ao fundo, destaque para o tecido impresso personalizado, utilizado nas coberturas
FORMAAv. Cidade Jardim, 924
São Paulo, SP - Tel.: (11) 3816-7233
Rua Farme de Amoedo, 82ARio de Janeiro, RJ - Tel.: (21) 2523-2949
www.forma.com.br
Nas fotos inferiores, duas das inúmeras possibilidades de disposição do Resolve. Na página ao lado, espaços lineares, resultantes da configuração
Zig Zag, são separados por telas móveis, permitindo maior flexibilidade de uso. Nesta página, três ambientes independentes – com abertura de 120
graus cada – são concentrados na disposição Delta, uma espécie de “ilha”
traba lho em gru po, e vão das es ta çõ es
aber tas às mais pri va ti vas. Essas con fi -
gu ra çõ es po dem ser al te ra das de acor-
do com o rit mo e as ne ces si da des do
usu á rio, pois o sis te ma é es tru tu ra do
em tor res cen trais, nas quais ou tros
compo nen tes são fa cil men te en cai xa dos.
Aces só ri os como ga bi ne tes apre sen tam
nú me ro va ri á vel de pra te lei ras ou ga -
vetas, ar qui vos têm aber tu ra pelo topo
para o rá pi do aces so ao ma te ri al guar -
da do, en quan to fios e ca bos “escon dem-
se” de ma nei ra or ga ni za da na par te
supe ri or das tor res, lon ge dos olhos
mas ao al can ce prá ti co das mãos.
Ou tro des ta que de Re sol ve são as te las
di vi só ri as, fei tas em te ci do trans lú ci do
que pode ser per so na li za do com o
exclu si vo pro gra ma DOT, De sign On
Tex ti le. O pro gra ma per mi te ao usu á rio
es co lher en tre inú me ras op çõ es ou
mes mo cri ar uma es tam pa para ser
impres sa so bre a di vi só ria, per so na li -
zando o am bi en te do tra ba lha dor in de -
pen den te ou con so li dando a iden ti da de
cor po ra ti va da em pre sa.
Além de toda a fun ci o na li da de, Re sol ve
foi de sen vol vi do de modo sus ten tá vel,
uti li zan do o equi va len te a um ter ço do
ma te ri al de uma es ta ção de tra ba lho
comum, com boa par te dos com po -
nentes ori gi nais fei ta de ma te ri ais re ci -
clados e... re ci clá veis!
Por sua ino va ção con cei tu al, o sis -
tema Re sol ve re ce beu os mais im por -
tan tes prê mi os do de sign in ter na ci o -
nal e in te gra a co le ção per ma nen te do
MoMA, N. York.
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Nes ta pá gi na, Sis te ma K de es ta çõ es de tra ba lho, um best-sel ler da Gi ro flex:
suas uni da des in de pen den tes per mi tem di ver sas pos si bi li da des para a
con fi gu ra ção do es cri tó rio; de sign To mas Ber lan ga
A Gi ro flex aca ba de dar um im por tan te pas so para seu
cres ci men to e sua con so li da ção no mer ca do in ter na -
cio nal. A re cen te fu são com o Gru po Ace co – ex po en te
no se tor de ar qui va men to e pi sos ele va dos – fez sur gir
a Au rus par ti ci pa çõ es, for ma da pe las em pre sas
Giroflex, For ma, Ace co e Tate.
Com a fu são, as com pa nhias es pe ram cres cer no mer -
cado de so lu çõ es para es cri tó ri os, além de am pli ar a
soma das ex por ta çõ es iso la das de cada em pre sa.
Se gun do o pre si den te da Au rus, Tho mas Lanz, en tre as
ra zõ es que le va ram à fu são dos dois gru pos es tão a
com ple men ta ção dos par ques fa bris (a Gi ro flex des ta ca-
se na in je ção de plás ti co, en quan to a Ace co pos sui ex ce -
len te ma qui ná rio de es tam pa ria); a oti mi za ção da rede
de ven das (a da Gi ro flex abran ge todo o Bra sil, en quanto
a da Ace co é pul ve ri za da por toda a Amé ri ca La ti na); a
mai or ca pa ci da de de pes qui sa e de sen vol vi men to das
em pre sas. Jun tas, essas com pa nhias te rão me lho res
con di çõ es de aten der os mer ca dos bra si lei ro e in ter na -
ci o nal, além de mai or com pe ti ti vi da de di an te das em -
pre sas es tran gei ras pre sen tes no Bra sil.
A Au rus fará, em 2002 e 2003, in ves ti men tos pe sa dos
em no vos pro du tos, em pon tos de dis tri bu i ção, em trei -
na men to e em ex por ta çõ es, prin ci pal men te para os paí -
ses que fa zem par te do Mer co sul.
As qua tro mar cas de pro pri e da de da nova hol ding –
Gi ro flex, For ma, Ace co e Tate – con ti nu a rão a exis tir
como com pa nhias in de pen den tes, até mes mo no que
diz res pei to à co mer ci a li za ção. Em bo ra as em pre sas
pos sam com par ti lhar um mes mo pon to-de-ven da,
cada uma de las con ti nu a rá a ter ven de do res ex clu -
sivos, para que, no mo men to da com pra, o con su mi -
dor pos sa con tar com o au xí lio de es pe ci a lis tas em
cada uma das mar cas.
Nes ta pá gi na, ar qui vos des li zan tes 3000 Me ca tron, que pro por ci o nam
até 70% de eco no mia de es pa ço. Pro du zi dos pela Ace co, em pre sa lí der no
se tor de ar qui va men to, que aca ba de se unir ao Gru po Gi ro flex
GIROFLEXRua Dr. Rubens Gomes Bueno, 691 Santo Amaro – São Paulo, SP Tel.: 0800-112580www.giroflex.com.br
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Or ga nics. Eis o nome da nova ou sa dia da em pre sa
italia na Edra, lan ça da no úl ti mo Sa lão do Mó vel de
Milão, em abril. O des ta que que essa co le ção ob te ve
na mí dia deve-se, além da par ce ria com de sig ners
in ter na ci o nal men te re co nhe ci dos, ao ine di tis mo da
pro pos ta: abo lir as es tru tu ras rí gi das dos es to fa dos.
Sin to ni za dos com esse es pí ri to, os de sig ners
Fernan do e Hum ber to Cam pa na apre sen ta ram duas
pro pos tas nas quais re ves ti men to e es tru tu ra fun-
dem-se na concep ção dos es to fa dos: a pol tro na
Sushi e o sofá Boa.
Na Sus hi, te ci dos de na tu re za di ver sa, na tu rais e
arti fi ci ais, lã, fel tro, car pe te, bor ra cha, são en ro -
lados to dos jun tos e en vol tos por um ci lin dro de
teci do elás ti co. A par te dei xa da li vre se abre em co -
roa, for man do o assen to. Não há es tru tu ra e o ob je to
ganha for ma pela ma ni pu la ção da ma té ria têx til.
Boa, por sua vez, sur ge a par tir do en tre la ça men to
de 90 me tros de tu bos em ve lu do re che a dos com
po li u re ta no. Sofá sem es tru tu ra, nas ce da ló gi ca do
fa zer, sem um de se nho pre de ter mi na do. Essa
espon ta nei da de pro je tu al e cons tru ti va apro xi ma o
Boa do gran de íco ne da obra de Fer nan do e Hum -
ber to Cam pa na: a ca dei ra Ver me lha. Os pró pri os
de sig ners des cre vem-no como “uma Ver me lha vis ta
com len te de au men to”.
Boa, Sus hi e ou tros pro du tos que in te gram a li nha
Orga nics já es tão dis po ní veis nos show-ro oms Firma
Casa, em São Pau lo e no Rio de Ja nei ro.
Nas duas pá gi nas, pe ças cri a das por
Fer nan do e Hum ber to Cam pana para
a em pre sa ita li a na Edra, lan ça das
no úl ti mo Sa lão do Mó vel de Milão.
No alto, sofá Boa: 90m de tu bos en -
tre la ça dos abri gam – com mu i to
con for to – até seis pes so as
FIRMA CASAAl. Gabriel Monteiro da Silva, 1.487
São Paulo, SP – Tel.: (11) 3068-0377
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Abaixo, Fer nan do e Hum ber to Cam pa na e a
Sus hi. A au sên cia de es tru tu ra rí gi da tam bém é
o pon to de par ti da des sa pol tro na, que sur ge
do “en ro la men to” de ti ras de di ver sos ma te ri -
ais. Os de sig ners se ins pi ra ram em uma “tra di -
ção pobre”, co mum nas fa ve las bra si leiras: o
apro vei ta men to de to dos os ma te ri ais dis po ní -
veis para a cons tru ção de ob je tos do dia-a-dia
O tem po pas sa, o tra ba lho mo di fi ca-se e com
ele nos sos há bi tos e nos so com por ta men to se
trans for mam. Aten ta a to das as ques tõ es rela-
cionadas ao am bi en te de tra ba lho e ao que ele
repre sen ta, a Fle xiv aca ba de lan çar a Li nha
Leve de me sas, ar má ri os e ga ve tei ros: módulos
que com põ em um ver da dei ro sis te ma in te -
grado e têm na er go no mia e na fun ci o nali -
dade seus prin ci pais des ta ques.
Com de sign de Ro nal do Dus che nes, a Li nha
Leve é a so lu ção para quem pro cu ra fle xi bi li -
da de e, ló gi co, le ve za; pes so as que, sem pen -
sar duas ve zes, de ram um adeus à ri gi dez nas
re la çõ es de tra ba lho.
Os mó veis que in te gram a Li nha Leve apre -
sentam op çõ es de aca ba men to em cin za,
argila ou pre to, nos pa drõ es ma dei ra dos haya,
no gal, arce e wen gê e vi dro, e já es tão dis po ní -
veis nos show-ro oms Fle xiv Of fi ce Sto re, em
São Pau lo e Cu ri ti ba.
Há 16 anos a Fle xiv de sen vol ve mó veis para
es cri tó ri os e am bi en tes pro fis si o nais, apoi a da
em con cei tos fun da men tais como de sign,
tecno lo gia e qua li da de. Uma em pre sa bra si -
lei ra, fun da da pelo ar qui te to e de sig ner
Ronal do Dus che nes, ins ta la da no mu ni cí pio
de Pi nhais, no Pa ra ná.
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FLEXIV OFFICE STOREAl. Gabriel Monteiro da Silva, 1.984São Paulo, SP – Tel.: (11) 3086-0068
Rua Nilo Peçanha, 420 Curitiba, PR – Tel.: (41) 322-9006www.flexiv.com.br
Acima, mobiliário da Li nha Leve, lan ça men to da Fle xiv. Es ta çõ es de traba lho em BP
ma dei ra do com aca ba men to em pa drão haya, su por ta das por le vís si mas es tru -
turas me tá li cas com pin tu ra epó xi
Ao lado, ou tra pos si bi li da de da Li nha Leve: tam po
em vi dro ja te a do e pés me tá li cos cro ma dos.
Abaixo, uma foto que ilus tra bem os con cei tos
que em ba sam a pro du ção da Fle xiv: es cri tó ri os
ágeis e di nâ mi cos, to tal men te in te gra dos,
respon den do às ne ces si da des do tra ba lho con -
tem po râ neo; ao fun do, mesa exe cu ti va Luc ca e,
em pri mei ro pla no, mó du los da li nha Open Of fi ce
58ARC DESIGN
Um ca nal de co mu ni ca ção en tre a em pre sa e seu pú bli co:
esse foi o in tu i to de Mar cos Weins tock, di re tor exe cu ti vo
do Ins ti tu to Ta ka no, ao ide a li zar A Re vis ta, o mais re cen -
te – e já pre mi a do – pro je to do gru po. A pu bli ca ção é di ri -
gi da aos cri a do res grá fi cos e po ten ci ais cli en tes da Grá fi -
ca Ta ka no e re ve la as
pro e zas de que a em -
pre sa é ca paz, ao mes -
mo tem po que res ga ta
o pa tri mô nio ima te ri al
bra si lei ro: pes so as, fa -
tos, épo cas. Ou seja, a
me mó ria.
Mar ca da por seu ca rá -
ter ex pe ri men tal, A Re -
vis ta traz uma pro pos -
ta ino va do ra: um pro -
je to grá fi co bem-de fi ni -
do, mas que apre sen ta
va ri a çõ es inu si ta das.
Nes te nú me ro, ARC DE SIGN en tre vis ta os cri a do -
res de A Re vis ta, pu bli ca ção bra si lei ra que aca -
ba de re ce ber a mais im por tan te pre mi a ção in -
ter na ci o nal na área grá fi ca: o prê mio Best of Ca -
te gory (tam bém co nhe ci do como Benny), cuja ce -
ri mô nia de en tre ga acon te ce rá em ou tu bro, na
ci da de de Chi ca go, EUA
Aci ma, capa da edi ção 5, com foto de Lei la Di niz. Pu bli ca da no
ve rão, ex plo ra o con cei to de im per me a bi li da de: as pá gi nas
são re ves ti das com ver niz UV bri lho e a so bre ca pa se trans for -
ma em sa co li nha para trans por te. À di rei ta, capa da edi ção 1,
com ima gem de Tom Jo bim.
Na pá gi na ao lado, capa da edi ção 6, em ho me na gem aos anos
de 1950: de se nho apli ca do em Hot Stam ping pre to so bre car -
tão Orly cin za, lem bran do a cor do con cre to. A capa é re cor ta -
da se guin do a si lhue ta fe mi ni na, de se nha da por Ni e me yer
Da Redação
A REVISTA:AUDACIOSA E EXPERIMENTAL
Ne nhu ma edi ção é igual à ou tra, em bo ra a iden ti da de da
pu bli ca ção es te ja cla ra men te es ta be le ci da.
Fer nan da Sar men to, au to ra do pro je to grá fi co e res pon -
sá vel pela con cep ção vi su al de cada nú me ro, es cla re ce:
“Cada edi ção é com ple ta men te di fe ren te da anterior,
mas o pro je to grá fi co foi pen sa do com uma sé rie de
ele men tos fi xos ca pa zes de cri ar uma iden ti da de. Por
exem plo, o grid e as se çõ es fi xas apre sen tam sem pre
a mes ma es tru tu ra”. O mes mo ocor re com a en ca der -
na ção, que não obe de ce a um úni co pa drão. Se gun do
Aci ma, uma das duas ver sõ es fei tas para a capa da edi ção 2, com ima gem de Nel son Ro dri gues quan do jo vem e, na ore lha da capa, foto mais re cen te.
Esta edi ção foi toda im pres sa com tin tas da es ca la lu mi set (po pu lar men te co nhe ci das como fos fo re cen tes). No alto, per fil de Was hing ton Oli vet to, pu -
bli ca do no nú me ro 2; o lo go ti po des sa edi ção e os tí tu los da ma té ria são tra ba lha dos com a fon te OCR-A e B
60ARC DESIGN
Fer nan da, “des de que a so lu ção em pre ga da na lom ba da
per mi ta a con ser va ção da pu bli ca ção sem di fi cul tar o
ma nu seio, todo aca ba men to é vá li do”.
Além do Benny, A Re vis ta tam bém re ce beu dois prê mi os na
úl ti ma Bi e nal da ADG, nas ca te go ri as pe ri ó di co e di re ção de
arte (ver ARC DE SIGN n. 25). Fer nan da Sar men to cre di ta
esse re co nhe ci men to ao ine di tis mo da pro pos ta, tan to do
pon to de vis ta grá fi co quan to con cei tu al. E re lem bra a fa mo -
sa fra se de Car los Scli ar: “Não exis te pla ne ja men to grá fi co
ca paz de tor nar in te res san te uma pu bli ca ção sem con teú do”.
Se gun do Re gi na Eche ver ria, di re to ra de re da ção, o con teú -
do de A Re vis ta não guar da qual quer se me lhan ça com as
re vis tas ins ti tu ci o nais de grá fi ca. Ape nas um ar ti go em
cada edi ção é de di ca do a ma té ri as téc ni cas, re la ci o na das à
tec no lo gia grá fi ca. Todo o res tan te da pu bli ca ção tra ta de
as sun tos va ri a dos, con du zi dos por uma li nha te má ti ca –
os nú me ros 6 e 7, por exem plo, re lem bram pe rí o dos da
his tó ria do Bra sil. O au men to do nú me ro de pá gi nas (28,
no pri mei ro nú me ro; 84, no nú me ro 7) re ve la como a par -
te edi to ri al de A Re vis ta vem ga nhan do for ça.
No pé da pá gi na ao lado, à ex tre ma es quer da, capa
da edi ção 3, traz Glau ber Ro cha quan do me ni no:
im pres são em fle xo gra fia so bre fil me BOPP cris tal
com la mi na ção me ta li za da. Na se quên cia, aber tu -
ra de ma té ria so bre José Min dlin, tam bém pu bli ca -
da no nú me ro 3: a fon te Di dot, uti li za da no lo go ti -
po, é apre sen ta da como uma es pé cie de ca tá lo go
nas ma té ri as prin ci pais des sa edi ção.
Nes ta pá gi na, ma té ri as pu bli ca das na edi ção 6; no
alto, ma té ria so bre Jus ce li no Ku bits chek ex plo ra
im pres são em qua tro co res das fo tos pre to e bran co
61ARC DESIGN
À es quer da, no alto, se ção de Bra sí lia de Ar ru da Bo te lho, mos tra a so -
ci e da de bra si lei ra nos anos de 1950. Pu bli ca da na edi ção 6, tra ba lha
com a apli ca ção de co res so bre as fo tos, pa ro di an do tra ba lhos de pop
art. No cen tro, ma ni fes to gas tro nô mi co de Ma no el Be a to, edi ção 5. Na se -
quên cia, pá gi nas da se ção Es ti lo, ide a li za da por Glo ria Ka lil, na edi ção 3.
Abai xo, capa e con tra ca pa da edi ção 4: as três ima gens mos tram mo -
men tos di fe ren tes de Elis Re gi na. O lo go ti po des sa edi ção uti li za fon te
Fu tu ra Bold Obli que
ENTREVISTA REALIZADA EM AGOSTO DE 2002:ARC DESIGN – Como surgiu A Revista?
MARCOS WEINSTOCK – Per ce bi que a em pre sa ne ces si ta va de
um ca nal de co mu ni ca ção ins ti tu ci o nal com a sua ca deia de pú -
bli co. O Ins ti tu to Ta ka no é uma uni da de li ga da à in dús tria grá fi -
ca, com uma ação de fi ni da na área cul tu ral, na de pro je tos so -
ci ais e edu ca ci o nais. As sim, pro pus uma pu bli ca ção de ca rá ter
ex pe ri men tal, uma re vis ta com a fi na li da de de se co mu ni car com
seu pú bli co-alvo. Uma grá fi ca não bus ca tra ba lho di re ta men te
com o cli en te, mas com a agên cia de pu bli ci da de, o di re tor de
arte, o pro du tor grá fi co. Ao edi tar mos uma pu bli ca ção como A
Re vis ta, es ta mos exer cen do uma in flu ên cia su til so bre o cli en te.
AD - O que significa “ser experimental”?
FERNANDA SARMENTO – Esse ex pe ri men ta lis mo ba seia-se no
uso de no vas tec no lo gias grá fi cas e em va ri a çõ es na ti po gra fia
e no tra ta men to das ima gens. A idéia era ex pe ri men tar ao má -
xi mo e, de ma nei ra cla ra, mos trar ao pú bli co, em cada pá gi na
da re vis ta, a tec no lo gia uti li za da na pu bli ca ção (a mai o ria das
pá gi nas apre sen ta a “bula” – in di ca ção das fon tes e dos re cur -
sos uti li za dos). Cada edi ção ex plo ra uma ver ten te, mos tran do
di ver sas so lu çõ es grá fi cas pos sí veis de se rem exe cu ta das.
Quan do re ce bi o bri e fing, me dis se ram para “pin tar e bor dar”.
62ARC DESIGN
Aci ma, de ta lhe da so bre ca pa uti li za da na edi ção de
ve rão (edi ção 5), que se trans for ma em sa co la im -
per me á vel. No mes mo es pí ri to, um par de san dá li as
ha vai a nas acom pa nha va a pu bli ca ção, fa zen do re fe -
rên cia, ao mes mo tem po, às co res da Man guei ra.
Em cada edi ção de A Re vis ta, ar tis tas e de sig ners são
con vi da dos para cri ar a ima gem da em ba la gem. Abai -
xo, en ve lo pes em BOPP me ta li za do que en vol vem as
edi çõ es 1 (es quer da) e 6 (di rei ta), cri a das por Luiz
Stein e Hé lio de Al mei da, res pec ti va men te.
No pé da pá gi na, à di rei ta, se ção Cul tu ra Ge ral, pu bli -
ca da na edi ção 4, que uti li zou uma faca es pe ci al que
acom pa nha a si lhue ta da mu lher na ba nhei ra
Aci ma, aber tu ra de ma té ria so bre a Man guei ra (edi ção 5), cu jos tex tos,
as sim como o lo go ti po des sa edi ção, uti li zam a fon te Ma trix Script. É in -
te res san te ob ser var, no lado di rei to da pá gi na, tex tu ra que si mu la con fe -
tes cain do, a qual é ob ti da va zan do a ca ma da de ver niz UV so bre o pa -
pel cou chê fos co. Abai xo, pos tais de se nha dos por Mar ce lo Ci pis, dis -
tri bu í dos com a re vis ta em cada edi ção.
No pé da pá gi na, aber tu ra do per fil so bre a fo tó gra fa Anna Ma ri a ni. No
de ta lhe, à di rei ta, que bra-ca be ças fei tos a par tir de fo tos ti ra das por Ma ri a ni
ARC DESIGN
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As sim, em cada edi ção usa mos uma fon te di ver sa nas ma té ri as
prin ci pais e o lo go ti po, em bo ra te nha uma es tru tu ra fixa, tam bém
acom pa nha essa va ri a ção. Ou tra no vi da de de A Re vis ta é in cor -
po rar no pró prio lo go ti po o cré di to para as fon tes e o cor po uti li -
za do no mes mo. E não ape nas for ne ce mos o nome da fon te, mas
tam bém seu au tor, a data de cri a ção e a his tó ria des sa fon te, jun -
ta men te com o su má rio da re vis ta.
AD – Qual a repercussão que A Revista está alcançando?
MW – Eu me cer quei de pes so as com pe ten tes, com uma nova
ma nei ra de pen sar a ques tão grá fi ca e editorial, que ti ves sem
in quie ta çõ es. De vi do a essa com pe tên cia da equi pe, A Re vis ta
está al can çan do uma re per cus são como eu nun ca ha via tido em
tra ba lhos an te ri o res. Di re to res de arte e pro fis si o nais da área são
en tu si as tas de A Re vis ta, mas a gran de vi bra ção está en tre os em -
pre sá ri os, que pela pri mei ra vez têm aces so a in for ma çõ es re la -
ci o na das ao uni ver so das ar tes grá fi cas.
AD – Qual é a equipe que realiza esse trabalho?
FS – A equi pe é com pos ta pela jor na lis ta Re gi na Eche ver ria, Gi se le Dias,
com quem di vi do a di re ção de arte – que tem gran de par ti ci pa ção na
qua li da de grá fi ca de A Re vis ta –, Ra quel Mar gi ni (pro du to ra), Me lis sa
Ro vi ri e go e Ro gé rio Al ves (de sig ners as sis ten tes) e Da ni e la Gui ma rães
(pro du to ra grá fi ca). Tam bém con ta mos com di ver sos co la bo ra do res –
tan to na área grá fi ca quan to na edi to ri al –, den tre os quais se des ta ca a
fo tó gra fa Nel lie So li tre nick, pre sen ça cons tan te em to das as edi çõ es. �
No alto, duas pá gi nas du plas do per fil so bre Mil lôr Fer nan des
(edi ção 5). Em cada du pla, a si lhue ta de uma le tra do nome
de Mil lôr (com fon te cri a da por ele) va za va no ver niz UV bri -
lho. Aci ma e ao lado, da edi ção 6, ma té ria de tec no lo gia grá fi -
ca com ima gens de fil mes BOPP da Vo to cel. Nes ta ma té ria,
tra ba lhou-se com tec no lo gia ain da iné di ta no Bra sil: im pri -
me-se em qua tro co res so bre su per fí cie na qual foi apli ca do
Hot-Stam ping me ta li za do64
ARC DESIGN
No alto, à es quer da, aber tu ra da ma té ria so bre a agên cia Ca ril -
lo Pas to re (edi ção 5). Na se quên cia, ma té ria de tec no lo gia grá -
fi ca, mos tran do a em pre sa Ta ka no em en saio fo to grá fi co de Gal
Op pi do (edi ção 1); apli ca ção de tin tas me ta li za das e lu mi set.
Aci ma e ao lado, pá gi nas da ma té ria so bre os anos de 1950, pu -
bli ca da na edi ção 6
RECURSOS GRÁFICOS UTILIZADOS EM CADA EDIÇÃO:
N. 1 (ju nho 2001). En saio com tons me ta li za dos que va ri am do pra taao ouro seco. Na capa, ver niz tex tu ri za do.
N. 2 (ju lho 2001). En saio com tin tas lu mi set, apli ca ção de ver niz demá qui na com re ser va nas pá gi nas in ter nas.
N. 3 (agos to 2001). Capa e pá gi nas in ter nas im pres sas so bre fil meBOPP – ma te ri al uti li za do em em ba la gens, e im pres so em fle xo gra fia.A téc ni ca e o ma te ri al ha vi am sido uti li za dos, até en tão, ape nas nain dús tria de em ba la gens. Usou-se BOPP pe ro li za do e cris tal no mi o loe com la mi na ção me ta li za da na capa.
N. 4 (no vem bro 2001). Esta edi ção foi toda tra ba lha da com fol ders efa cas es pe ci ais. Lom ba da com es pi ral wire-o.
N. 5 (ja nei ro 2002). Edi ção de ve rão. O tema es co lhi do foi o Rio de
Ja nei ro, com Lei la Di niz na capa. O con cei to de im per me a bi li da de é tra -ba lha do em toda a re vis ta. A so bre ca pa – fei ta com uma es pé cie deace ta to re a pro vei ta do dos res tos das pro vas match print – foi pen sa dacomo uma bol sa com du pla fun ção: ga ran tir o “trans por te” da re vis ta eser usa da na praia. O ver niz UV tam bém foi tra ba lha do de for ma di fe -ren ci a da: o usu al é apli cá-lo so bre a si lhue ta das ima gens; aqui o ver -niz foi apli ca do so bre toda a pá gi na, va zan do pe que nas áre as ou si lhue -tas que in te ra gem com o as sun to tra ta do. Lom ba da qua dra da fi xa da porpa ra fu sos plás ti cos.
N. 6 (abril 2002). Anos de 1950: fo ram usa das so lu çõ es grá fi cas an -ti gas com lei tu ra mo der na. As fo tos em bran co e pre to re ce be ramtra ta men to di fe ren ci a do, mo di fi can do suas to na li da des. No mi o lo, im -pres são em qua tro co res so bre hot stam ping me ta li za do. O brin dedes se nú me ro foi uma edi ção fac si mi lar, em ta ma nho re du zi do, da re -vis ta O Cru zei ro.
65ARC DESIGN
ÉCOLE DES BEAUX-ARTS DE SAINT-ÉTIENNE 15, RUE HENRI GONNARD 42000 ST-ÉTIENNE, FRANCETEL: +33(0)477 478 805, FAX: +33(0)477 478 801WWW.INSTITUTDESIGN.COM
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A Takano é a única gráfica brasileira que possui 4 Benny’s, 23
certificados de mérito e qualidade e 1 prêmio de reconhecimento.
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Telefone: 5694-9999 - Fax: 5694-9979 / 9892
TAKANO É A GRÁFICA BRASILEIRA COM MAIOR
RECONHECIMENTO INTERNACIONAL.
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• des ign bras i le i ro
• des ign in ternac iona l
• des ign gráf ico
• arqu i te tura e in ter iores
• eco log ia e des ign
• matér ias h is tór icas
• artesanato
• moda
• fe i ras e expos ições
. . . entre outros
matérias na íntegra
A cada ed ição, uma matér ia é
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NÚMEROS ANTERIORES: Faça o seu pedido. Basta indicar os números desejados (exceto os números 1,2,3,4,10 e 20que estão esgotados). Será cobrado o preço da última edição, acrescido das despesas postais (nacional - R$ 3,08; interna-
cional -R$ 14,30**). Este valor será somado ao da assinatura e pode ser parcelado em duas vezes.
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D e s i g n g r á f i c o
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E s c r i t ó r i o s
A r t e s a n a t o
C o n t a i n e r s
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REVISTA BIMESTRAL DE DESIGN ARQUITETURA INTERIORES CULTURA
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REVISTA BIMESTRAL DE DESIGN ARQUITETURA INTERIORES COMPORTAMENTO
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COPOS: DE SIGN PARA OS SENTIDOSINTERIORE S: SÃO PAULO E BERLIMMODA , QUAL MODA?
DE SENHO INDUSTRIAL NO BRA SIL
TIPOGRAFIA NA ARQUITE TURA
CC AA RRTT AAZZ EE SS DD OO CC OONN SS TT RR UUTT IIVV II SS MMOO RRUU SS SS OO
DD EE SS IIGGNN HHOO LL AANN DD ÊÊ SS ++ AARR TT EE SS AA NN AATT OO BBRR AA SS II LLEE IIRR OOBB AA NN HHEE IIRROO SS :: NNOO VV II DD AADDEE SS NN AA II TT ÁÁLL II AA EE NN OO BBRR AA SS IILLAA RRQQ .. DDEE IINN TT EE RR II OORR EE SS :: SS IIMM PPLL II CC II DD AADDEE == PPEE RR FFEE II ÇÇÃÃOO
MMOO SS CC HHII NN OO :: HH UUMMOORR EE IIRR OONN II AA NN AA MMOODD AA
DD EE SS IIGGNN BBRR AA SS IILL EE IIRR OO :: 55 00 AA NNOO SS EE MM RREE VV II SS TTAA
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REVISTA BIMESTRAL DE DESIGN ARQUITETURA INTERIORES COMPORTAMENTO
NOMADISMO NOS E SCRITÓRIOSCRIANÇ A S FAZEM DE SIGN
O NOVO DE SIGN GRÁFICO JAPONÊSPLÁSTICOS E SUA HISTÓRIA
ARC
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SIG
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Nº
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JU
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O/A
GOS
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Apoio:
Apoio Institucional:
Arc Design – endereço para correspondência:Rua Lisboa, 493 - CEP 05413-000São Paulo – SP
Telefones:Tronco-chave: (11) 3088-8011FAX: (11) 3898-2854
e-mails:Administração [email protected] [email protected] [email protected]ção de Arte [email protected] [email protected]ção [email protected]
Internet Site:
www.arc de sign.com.br
Uma Publicação Quadrifoglio EditoraARC DESIGN n° 27, setembro/outubro 2002
Diretora Editora – Maria Helena EstradaDiretor Comercial – Cristiano S. BarataDiretora de Arte – Fernanda Sarmento
Redação:Editora Geral – Maria Helena EstradaEditora de Design Gráfico – Fernanda SarmentoChefe de Redação – Winnie BastianRevisora – Jô A. SantucciProdução – Tatiana Palezi
Arte:Designers – Adriana Lago
Cibele CipolaEstagiária – Helena Salgado
Participaram desta edição:Angélica ValenteDenilson MachadoFernando PerelmutterGabi BerndLeonardo Costa
Departamento Administrativo:Cassio ToledoFabiana Ferreira da Costa
Departamento Comercial:Gerente Comercial – Flavia Jorge
Departamento de Circulação e Assinaturas:Denise Toth Gasparotti
Conselho Consultivo:Professor Jorge Cunha Lima, diretor da Fundação Padre Anchieta; arquitetoJulio Katinsky; Emanuel Araujo, diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo;Maureen Bisilliat, curadora do Pavilhão da Criatividade do Memorial daAmérica Latina; João Bezerra, designer, especialista em ergonomia; RodrigoRodriquez, especialista em cultura e design europeus, consultor de Arc Designpara assuntos internacionais
CTP: Takano Editora Gráfica Ltda.Impressão: Takano Editora Gráfica Ltda.
Os direitos das fotos e dos textos assinados pelos colaboradores da ARCDESIGN são de propriedade dos autores. As fotos de divulgação foram cedidaspelas empresas, instituições ou profissionais referidos nas matérias. A repro-dução de toda e qualquer parte da revista só é permitida com a autorizaçãoprévia dos editores, por escrito.
saida Elis 9/10/02 7:42 PM Page 1
F A Ç A D A F O R M A
O C O N T E Ú D O
D O S E U P R O D U T O.
D e s i g n . Fa z o s e u p ro d u t o f i c a r b e m m a i s a t r a e n t e
O Sebrae sabe como o design pode criar um diferencial tornando seu produtoainda mais atrativo. Por isso, desenvolveu o Programa Sebrae Design, que orientapequenas empresas a ganharem competitividade absorvendo conhecimento etécnicas de design gráfico, de produto, embalagem e de ambientes. Informaçõesprocure o Sebrae mais próx imo ou acesse www.sebrae.com.br
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