revista defesa vegetal junho 2011

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JUNHO-JULHO | 2011 EDIçãO ESPECIAL 10 anos de ENFISA Andef e associadas em ação: Mais e melhores alimentos O Encontro Nacional de Fiscalização e Seminário sobre Agrotóxicos completa dez anos de eventos. Fiscais agropecuários de todo o país vêm se reunindo para harmonizar procedimentos de cadastro de produtos. E reafirmam: da descoberta da molécula ao alimento seguro, o compromisso assumido com o desenvolvimento sustentável Destaque na Agrishow Prêmio Andef Projeto Hortaliças: prêmio internacional

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Edição Especial ENFISA

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Page 1: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O | 2011

Edição EspEcial

10 anos de ENFISA

andef e associadas em ação:

Mais e melhores alimentosO Encontro Nacional de Fiscalização e Seminário sobre Agrotóxicos

completa dez anos de eventos. Fiscais agropecuários de todo o país vêm se reunindo para harmonizar procedimentos de cadastro de produtos.

E reafirmam: da descoberta da molécula ao alimento seguro, o compromisso assumido com o desenvolvimento sustentável

Destaque na AgrishowPrêmio Andef

Projeto Hortaliças: prêmio internacional

Page 2: Revista Defesa Vegetal junho 2011

Com esse time, nãovai ter pra ninguém

NÓS, DA ANDEF, ESTAMOS

EMPENHADOS EM INCENTIVAR A

EDUCAÇÃO, A RESPONSABILIDADE

SOCIOAMBIENTAL E A SUSTENTABILIDADE

NA AGRICULTURA BRASILEIRA.

AGORA O TIME DA ANDEF,

CONTA TAMBÉM COM O ANDEFINO,

PARCEIRO DO AGRICULTOR E

MENSAGEIRO DA PRODUÇÃO

SUSTENTÁVEL.

FAÇA PARTE DESSE TIMEVOCÊ TAMBÉM.

ANUNCIO_ANDEFINO_205x275.pdf 1 18/05/11 07:42

Page 3: Revista Defesa Vegetal junho 2011

Sumário

Associação Nacional de Defesa Vegetal - ANDEF

CONSELHO DIRETORJoão Sereno Lammel (Dupont)Presidente do Conselho

Laércio Giampani (Syngenta)1º Vice-Presidente

Eduardo Leduc – (BASF)2º Vice-Presidente

Eduardo DaherDiretor-Executivo

Publicação da Associação Nacionalde Defesa Vegetal - ANDEF

Editor Responsável:Antonio Carlos Moreira MTb 14825

Coordenação de edição: Renata Eschiletti MTb 145/MS

Textos e fotos – Especial 10 Enfisa: Regina Sugayama e Natália Nogueira

Revisão: Franthiesco Ballerini

Fotos: Adair Sobczak (capa), Alf Ribeiro, Pepê Santos, Otávio Valle, Alexandre Catarino, João Correia e arquivos das Agências de Defesa Agropecuária nos estados da federação

Arte e Editoração: Dingo AdvertisingImpressão: Pigma

Associação Nacional de Defesa VegetalR. Capitão Antonio Rosa, 376 - 13º andarCEP 01443-010 - São Paulo, SP [email protected]

A Andef é membro da

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

04 Apresentação AmaioridadedoENFISA

05 Retrospectiva: atrajetóriadoENFISA NatanielNogueira,IMA-MG

LuísEduardoPacificiRangel,MAPA MárcioFreitas,IBAMA

25 Entendimentopara umaagendaconstrutiva Avisãodaindústriadedefensivosagrícolas

Diálogocomdiversoselosprodutivosdosetor Aatuaçãodosprofissionaisnosestados

41 Panoramanacional dafiscalização Odiagnósticoeosnúmerosdafiscalização deagrotóxicosnoBrasil

49 Memóriarecente:ENFISA2011 BalançodosEncontrosRegionaisdeFiscalização eSeminárioNacional

82 Afiscalizaçãode agrotóxicosnosestados Relatosdeexperiênciaseanálises, porprofissionaisemtodoopaís130 Andefeempresas associadasemação DestaquenaAgrishow PrêmioAndef2011 ProjetoHortaliçasconquistaprêmio CongressoInternacionalCIPIAGRI

Page 4: Revista Defesa Vegetal junho 2011

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

É com grande satisfação que apresentamos este trabalho. Além do histórico e da cronologia de

como surgiu o Encontro de Fiscalização e Seminário Nacional sobre Agrotóxicos, mostra também como

o evento foi se desenvolvendo em organização, programação e debates técnicos, gerando propostas

estruturadas e sustentáveis e harmonizações de procedimentos com trocas de experiências.

Hoje, o Enfisa atinge sua maturidade, envolvendo todos os órgãos participantes e incluindo o setor

regulado, mostrando um trabalho sério, com excelente ética profissional.

Sabemos que há propostas para o futuro, como o envolvimento de outros órgãos federais que

começam a participar mais intensamente agora em 2011. Outras propostas que se destacam são: en-

fatizar e resgatar a Produção Integrada e certificações de culturas, que vinham sendo excelentemente

desenvolvidas pelo MAPA; maior divulgação e treinamento sobre Manejo Integrado de Pragas; trabalhar

com os assuntos ligados às barreiras não tarifárias; desenvolver com os estados estratégias de ações

para as ameaças fitossanitárias que estão prestes a entrar no Brasil, cujo setor regulado pode contribuir

com a área técnica; desenvolvimento de sistema único de informações com um banco de dados para

consulta sobre cadastros de produtos, registros de empresas, entre outras informações que favoreçam

a fiscalização entre os 27 estados da federação; desenvolver estratégias para valorizar mais a Defesa

Vegetal Brasileira quando comparada com a animal; promover uma maior harmonização de procedi-

mentos de cadastro entre os estados; evitar sobreposições de trabalhos entre os diferentes órgãos num

mesmo estado; capacitação contínua dos profissionais envolvidos na fiscalização de agrotóxicos; buscar

um maior envolvimento dos sistemas de extensão rural estaduais como ferramenta para a Boa Prática

Agrícola; por fim, institucionalizar o ENFISA como um evento nacional, com publicação em Diário Oficial

da União, valorizando o trabalho realizado pelos profissionais de fiscalização do setor Vegetal.

A excelência do modelo - como os seminários (regionais e nacionais) são programados e desen-

volvidos - serve como um exemplo de sucesso utilizado por órgãos federais e estaduais, assim como

a iniciativa privada.

Agradecemos a colaboração e participação de todos os envolvidos que tornaram realidade este so-

nho de nove anos atrás. Esses profissionais estão contemplados em cada fala constante deste trabalho.

Tenham todos uma boa leitura! E aproveitem bem esse impresso, que ficará guardado como mais

uma publicação histórica relatando um excelente trabalho voltado para Defesa da Agricultura Nacional.

Luis Carlos Ribeiro

Gerente Técnico e de Regulamentação Estadual da andef, associação nacional de Defesa Vegetal

APRESENTAÇÃO

Excelência Profissional

Page 5: Revista Defesa Vegetal junho 2011

N O V - D E Z 2 0 1 0 • E s p e c i a l E D U C A Ç Ã O 5

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Armazenamento de produtos, concessão de registro para estabelecimentos comerciais, processos administrativos, rastreabilidade, monitoramento nas análises de resíduos e fiscalização. A seguir, relatos e análises sobre o comércio e uso de defensivos agrícolas nos estados

Cenário do setor de agrotóxicos nos ESTADOS

Page 6: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L6

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Como o rio São Francisco que nasce na Serra

da Canastra, em Minas Gerais, e de lá se expan-

de para o Nordeste, transformando-se no rio

da Integração Nacional, assim podemos definir

o ENFISA (Encontro Nacional de Fiscalização e

Seminário sobre Agrotóxicos).

O Velho Chico, no seu itinerário, atravessa

vários Estados brasileiros, interfere de forma po-

sitiva por onde passa para, finalmente, desaguar

no Oceano Atlântico e fazer a diferença naquele

mundão de águas. Recebe contribuições de 168

afluentes, constituindo-se em um rio de grande

importância econômica, social e cultural para os

estados que atravessa. Os trechos navegáveis es-

tão entre Pirapora (MG), Juazeiro (PE) e Petrolina

Dez Anos de ENFISANataniel Diniz Nogueira*

Como nasceu um dos eventos mais importantes do setor fitossanitário no país

(BA). Cachoeiras e quedas d’água transformam-

se em hidrelétricas e outras formas de geração

de riquezas para as diversas populações.

As dificuldades existem para serem supe-

radas e assim se alicerça o entendimento com

negociações que tenham por finalidade ganhos

mútuos, desenvolvimento sustentável e troca

de experiências. Nessa linha de raciocínio, o

ENFISA promoveu diversas possibilidades para

se contornar obstáculos, permitindo aos atores

do processo agir de forma madura, responsável

e profissional. Isso contribuiu para que o evento

seja atualmente o principal fórum brasileiro de

discussão sobre assuntos relacionados com o

controle de agrotóxicos, tanto do setor regulado

Encontros regionais: debates técnicos e espaço para tradições culturais dos estados

Page 7: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 7

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

como dos órgãos responsáveis pela fiscalização

e controle, um exemplo de parceria bem suce-

dida entre o Poder Público e a iniciativa privada.

O Enfisa nasceu em Minas Gerais (Belo Ho-

rizonte) em 1995, durante o I Encontro Interes-

tadual para Harmonização de Procedimentos de

Cadastro de Agrotóxicos, uma ação conjunta da

Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e

Abastecimento de Minas Gerais e do Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O

evento contou com a participação de 17 unida-

des da Federação e do setor produtivo.

Interrompido durante sete anos, o Enfisa foi

retomado em outubro de 2002 e junho de 2003,

quando Minas Gerais novamente organizou e

coordenou, em Belo Horizonte, o Seminário Na-

cional sobre Agrotóxico e o Encontro Nacional

de Fiscalização e Cadastro de Agrotóxicos.

A movimentação ocorreu de Sudeste (MG)

para Nordeste (BA) e, em significativa integra-

ção nacional, rumou para o Centro-Oeste (MT),

para o Sul (RS) e, de lá, para o Norte (PA). A

cada edição, tornou-se mais forte, consistente

e sedimentado.

Nesse período, diversas inovações foram

feitas, entre as quais podemos destacar os en-

contros regionais, cujas realizações contribuíram

fortemente para melhor discutir os problemas

de cada local. Ao mesmo tempo, eram levanta-

dos argumentos e temas relevantes para serem

debatidos no evento nacional.

Em 2005, foram realizados os primeiros

encontros regionais em Belém/Pará (Norte), São

Luís/Maranhão (Nordeste) e Campinas/São Paulo

(Sul, Sudeste e Centro-Oeste). Esse modelo vem

sendo praticado até hoje e os resultados são

notados e destacados a cada ano. E, até abril de

2010, já foram 15 encontros regionais, sendo

cinco na Região Norte (Acre, Amapá, Pará,

Rondônia e Tocantins), cinco na Região Nordes-

te (Alagoas, Ceará, Maranhão, Rio Grande do

Norte e Sergipe,) e cinco nas Regiões Centro-

Oeste, Sudeste e Sul (Espírito Santo, Goiás, Mato

Grosso do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo). Em

breve, todas as unidades da Federação deverão

sediar eventos regionais.

Até junho de 2010, foram realizados oito

eventos nacionais: Minas Gerais, 2002 e 2003;

Bahia, 2004; Mato Grosso, 2005; Rio Grande do

Sul, 2006; Pará, 2008; Espírito Santo, 2009; e

Maranhão, 2010.

A aprovação e acatamento das diretrizes do

Enfis, que estabelecem de forma sistemática

como o evento deve ser organizado e realizado,

permitem que as decisões sejam tomadas de

maneira ordenada e representa outro marco

significativo na construção do evento.

E novamente a metáfora do rio...Como afluentes de um grande rio, que con-

tribuem para a formação de uma grande bacia

hidrográfica, as ideias, experiências e o desejo

de conhecer mais, construir, modernizar e in-

troduzir inovações, convergem para o grande

fórum de discussões no qual se transformou o

Enfisa. Um local para debate sobre procedi-

mentos e legislações na busca da harmonização

positiva, construtiva e sustentável para edificar

um país melhor de se viver, em sintonia com as

leis humanas e da Natureza.

A produção agrícola sustentável foi, e sempre

será, o foco norteador de todos os eventos por-

que acreditamos que essa discussão é um dever

ético que todos nós temos que abraçar, divulgar

e cumprir. E, nesta nona edição, em Campo

Grande/MS, constata-se que o evento nacional

encontra-se consolidado e bem sucedido, e mui-

to tem contribuído para a agricultura brasileira.

*Nataniel Diniz Nogueira é gerente de Defesa

Vegetal, Instituto Mineiro de Agropecuária

E-mail: [email protected]

Page 8: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L8

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

O Brasil é o país mais desenvolvido em

termos de regulação na América Latina,

de acordo com Luís Eduardo Pacifici Rangel,

coordenador Geral de Agrotóxicos e Afins

do Ministério da Agricultura, Pecuária e do

Abastecimento, MAPA. “Este fato traz uma

série de responsabilidades; a importância dos

encontros de fiscalização é apontar os rumos

mais adequados ao agronegócio do país.”

Defesa Vegetal: Quais são as competências

na fiscalização de agrotóxicos? Quem faz o

quê? Como acontece a comunicação desses

agentes?

Luís Rangel: A Lei de Agrotóxicos é uma lei

muito alinhada à Constituição Federal de

1988, que estabelece a divisão de poderes e

de competências entre os entes da União,

dos Estados e dos Municípios. Ela estabelece

que a União seja responsável pelo registro de

produtos agrotóxicos e as empresas que os

industrializam, importam ou exportam. Da

mesma forma, como a Constituição Federal

delega ao poder estadual a questão ambiental,

a Lei de Agrotóxicos atribui as atividades de

cadastro e fiscalização de comércio, transporte

estadual, armazenamento e uso aos Estados,

pois são mais relacionados a fatores regionais.

O que precisa ficar claro é que não existe uma

relação hierárquica e sim uma relação de in-

terdependência das atividades. As legislações

são independentes, mas tudo deve funcionar

dentro de uma visão sistêmica, com a União

apoiando os Estados no que for necessário

para a execução das atividades; e os Estados

retroalimentando a União com necessidades

relativas a regulamentações mais específicas

para melhorar a eficácia do sistema.

Cenário sobre a fisCalização do comércio e o uso de agrotóxiCos no BrasilLuís Rangel, do MAPA, avalia, com exclusividade à revista Defesa Vegetal, os avanços, desafios da atividade no país

Regina Sugayama

ENTREVISTA | LuíS EduARdo PAcIfIcI RANgEL

Page 9: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 9

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

No cenário mundial, como você avalia

a legislação e normatização de agrotó-

xicos no Brasil? Onde e como podemos

melhorar?

Luís Rangel: Existem, no mundo, as legisla-

ções do conceito anglo-saxão e o conceito

mais latino. O modelo anglo-saxão é seguido

basicamente pelo Canadá, Estados Unidos,

Austrália, Inglaterra e a parte norte da

Europa. Por outro lado, o cenário latino é

adotado na América Latina, países asiáticos

e países mais setentrionais da Europa, como

Espanha e Itália. O Brasil, pela diversidade

de influências culturais, absorve um pouco

das duas visões que, em muitos pontos,

são conflitivas. Por um lado, temos a visão

desenvolvimentista americana, pois precisa

concorrer num cenário internacional e, por

outro, a visão conservadora europeia no que

tange à questão da segurança do produto

agropecuário. A legislação brasileira de agro-

tóxicos transmite mais do conceito europeu

quando inclui uma série de questões ligadas

à segurança que devem ser observadas

antes do produto ser colocado no mercado.

Do ponto de vista técnico, isso não difere

do que é praticado em outras partes do

mundo - países de dimensões continentais

como o Brasil têm modelos parecidos com o

nosso. Por exemplo, os EUA têm um modelo

que aprova os registros em nível federal. A

diferença é que no Brasil há três ministérios

envolvidos no processo, cujos pareceres têm

o mesmo peso no processo de decisão. Nos

EUA, há apenas um órgão responsável pelo

registro, que é o EPA - Environmental Protec-

tion Agency - e foi exercitada a relação com

os outros poderes. Tanto os órgãos ligados

à saúde quanto os ligados à agricultura se

relacionam com o EPA para apresentar suas

aspirações, expectativas e demandas com

relação ao uso de pesticidas. Fazendo aqui

um parêntese, o Brasil é o único país no mun-

do em que os pesticidas são chamados de

agrotóxicos. Em outros países, utilizam-se as

expressões produtos fitossanitários, praguici-

das ou pesticidas. Nos países anglo-saxões,

a denominação é pesticida, pois se entende

que são ferramentas para controle de pragas

agrícolas. No Brasil, como se busca comu-

nicar o risco associado a essas substâncias,

optou-se por denominá-las de agrotóxicos na

década de 1980. É uma questão de nomen-

clatura para comunicação de risco. Do ponto

de vista técnico, não tem muita diferença

entre o Brasil e os outros países, no que se

refere ao registro de agrotóxicos. Falando

regionalmente, o Brasil sem dúvida alguma

é o país mais desenvolvido na América Latina

em termos de regulação. Nossa legislação

Luís Rangel, do MAPA: “Estamos alcançando nossos objetivos”

PEPE

U SA

NTO

S

Page 10: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L10

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

se compara à americana e à europeia. O

número de ensaios e sua complexidade para

registro ou reavaliação são os mesmos dos

EUA e de países europeus. Todo esse avanço

traz consigo uma série de responsabilidades.

Necessitamos capacitar nossas equipes para

lidar com o imenso volume de informações

disponíveis e apresentadas pelos registrantes.

Estamos tentando nos aproximar mais de

outros órgãos responsáveis pela regulação

de agrotóxicos por meio da participação

em fóruns internacionais. E o interessante

é que os outros países esperam que o Brasil

participe mais ativamente, pelo papel que

ele desempenha na produção mundial de ali-

mentos e por ser o maior mercado potencial

de insumos. Temos participado das reuniões

da OECD - Organization for Economic Coo-

peration and Development - na área de pesti-

cidas e os países querem saber o que o Brasil

pensa sobre o manejo de pesticidas e como

está lidando com este assunto. E o país tem

se saído bem. Sabemos que há muito a ser

feito e que há uma barreira importante que é

o idioma, mas temos conseguido representar

o país de maneira bastante construtiva.

Um dos gargalos apontados pelos estados

no diagnóstico da fiscalização de comércio

e uso de agrotóxicos em 2010 foi o número

reduzido de profissionais. São cerca de 2.500

profissionais de nível médio ou superior (na

proporção de 1:1, aproximadamente) para

fiscalizar um universo de mais de 5.000.000

de propriedades rurais e quase 10.000 canais

de distribuição. De que forma a tecnologia

pode contribuir para minimizar os efeitos

do pequeno número de profissionais?

Luís Rangel: Antes de entrar no assunto tec-

nologia, penso que seja necessário esclarecer

que é errôneo pensar que deve existir um fiscal

para cada tipo de atividade a ser fiscalizada.

Isso não é verdade. Em segundo lugar, deve-se

ter em mente que a fiscalização é sempre feita

por amostragem, então será que os números

absolutos são realmente tão pequenos quanto

parecem? O que é necessário é qualificar a

fiscalização, ou seja, tratar os dados coletados

de maneira ágil para que possam ser transfor-

mados em informação para avaliação de riscos

inerentes a cada atividade e, assim, aumentar

a eficácia da fiscalização. Estamos tentando

desenvolver esse trabalho por meio da manua-

lização de procedimentos na área federal, que

é um exemplo: são apenas 25 fiscais federais

agropecuários dedicados à área de agrotóxicos

e cerca de 200 empresas fazendo parte do

nosso universo de fiscalização. É possível fazer

uma fiscalização efetiva com esse número de

fiscais que, por razões óbvias, concentram-se

na região sudeste do Brasil. Então, na área

federal, é necessário qualificar o fiscal: fazer

com que a área de agrotóxicos seja a missão

dele e que ele tenha sempre à mão informa-

ções sobre o estado onde ele atua para cumprir

sua tarefa de maneira correta e efetiva. Como?

Em primeiro lugar, contando com informações

adequadas. O problema é que essas informa-

ções são feitas em nível declaratório e, muitas

vezes, não consegue sistematizá-las. Torna-se

necessário dar o tratamento adequado aos

dados coletados, mapeá-los e categorizá-los

quanto à sua importância. O uso de tecnologias

pode auxiliar, desde que os fiscais estejam ca-

pacitados a trabalhar com elas e respeitando-se

a heterogeneidade de nível tecnológico entre

os agricultores.

Além do número reduzido, a distribuição

desses 2.500 profissionais nas unidades

da federação não é proporcional ao

número de propriedades rurais nem ao

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J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 11

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

número de canais de distribuição, por

motivos diversos. Assim, os profissionais

de nível superior em alguns estados che-

gam a realizar 80 ações fiscais em pro-

priedades rurais por ano, enquanto em

outros estados este indicador fica abaixo

de 10. Como é que podemos reduzir essas

desigualdades?

Luís Rangel: Penso a fiscalização como uma

ação de mitigação de risco e, dada sua natu-

reza coercitiva, ela precisa ser mensurada em

função da percentagem de comercialização

de produtos, tamanho de mercado, número

de propriedades rurais, etc. Então, parece

simplista dizer que o estado com maior nú-

mero de profissionais de fiscalização vai ser

aquele que deve empreender mais ações fis-

cais. A realidade do número de profissionais

deve ser administrada pelo próprio estado. O

que se percebe é que alguns estados estão

sobrecarregados com poucos profissionais e

demanda muito elevada e a nós poderíamos

apoiar a alertar as autoridades do estado

para a necessidade de direcionar mais pes-

soal para esta atividade que faz com que a

agricultura seja considerada uma atividade

de risco. A fiscalização de agrotóxicos é um

aspecto crucial e isso precisa ser entendido

pelos governos estaduais. Podemos também

discutir aspectos relacionados à carreira de

fiscal estadual, que é algo menos comum do

que gostaríamos que fosse. A área federal

pode oferecer as ferramentas para a implan-

tação de uma estrutura e uma discussão da

missão das secretarias de agricultura e agên-

cias de defesa agropecuária para que, então,

os gestores possam dar o encaminhamento

necessário. Devemos mencionar também

a questão política. O MAPA poderia fazer

um acompanhamento mais próximo junto

aos secretários de agricultura e dirigentes

de OEDSVs para mostrar que existe um

plano nacional de aumento e qualificação

da fiscalização de agrotóxicos e que, para

tanto, faz-se necessária uma parceria com

os estados, com possibilidade de repasse de

recursos financeiros da União aos estados,

se necessário. O diagnóstico da fiscalização

de comércio e uso que vem sendo realizado

desde o ano passado pode e deve ser usado

para mostrar as similaridades e divergências

existentes no Brasil. E esse seria o primeiro

ponto para sensibilizar os gestores, lembran-

do sempre que o número reduzido de pro-

fissionais de fiscalização não se correlaciona

com a efetividade da fiscalização. Então ficam

duas recomendações: o apoio do MAPA ao

estabelecimento da carreira de fiscal estadual

e a sensibilização política para a importância

da fiscalização de agrotóxicos.

Em 2001, foi realizado o primeiro Semi-

nário Nacional de Agrotóxicos, em Belo

Horizonte, e por iniciativa dos órgãos

estaduais de fiscalização de comércio e

uso de agrotóxicos. Gostaria que fizesse

um balanço desses 10 anos.

Luís Rangel: O primeiro evento foi funda-

mental. Ele quebrou um paradigma vigente

de que cada um ficava na sua área. Isso

a fiscalização de agrotóxicos é um aspecto crucial e isso precisa ser

entendido pelos governos estaduais

Page 12: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L12

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

consta na Lei, na Constituição Federal e

cada um se limitava a fazer o seu trabalho

da melhor forma possível, sob pena de res-

ponder administrativamente aos Ministérios

Públicos e órgãos de controle. Aos poucos, os

próprios estados começaram a perceber que

eles precisavam de uma liderança nacional

para puxar esse processo. Espontaneamente,

eles realizaram o primeiro seminário em Belo

Horizonte, para discutir esses assuntos e se

deram conta que havia muito a ser harmoni-

zado. Desde então, o evento vem evoluindo

de um fórum de discussão para identificação

de similaridades, mas sem foco na resolução

de problemas. Em um dado momento, o

MAPA resolveu adotar esses eventos como

um fórum diferenciado, ou seja, de estímulo

à fiscalização e ao final do qual se assina um

protocolo de entendimentos no qual ficam

estabelecidas as prioridades para fiscalização

de agrotóxicos. No início, o foco da discus-

são era colocado sobre a indústria. Indústria

e MAPA eram os entes mais demandados

pelas Cartas resultantes dos eventos. O que

aconteceu? A indústria sempre foi muito ágil

na resolução dos gargalos apontados pela fis-

calização e o MAPA também vem mitigando

os gargalos identificados. Hoje, a maior parte

dos compromissos pactuados nas cartas diz

respeito aos estados, por exemplo: qualificar a

fiscalização, aumentar a efetividade, fiscalizar

o comércio interestadual e o receituário agro-

nômico. Este é um tema recorrente, pois há

divergências de entendimento. Num primeiro

momento, predominava a percepção de que

a fiscalização do receituário agronômico era

uma competência do CREA, mas, aos poucos,

concluiu-se, por meio de debates, que havia

uma competência de fiscalização dos estados

e houve um avanço significativo. É preciso

entender que alguns temas são permanentes

e a gente tem que dividir em longo, médio e

curto prazo. Os temas de resolução a longo-

médio prazo requerem uma atuação mais

política, como a questão das relações com

os estados, dos bancos de dados. Reconheço

que houve um amadurecimento significativo

do modelo que culminou com um sentimento

por parte dos estados deles fazerem parte de

situações de tomada de decisão que podem

influenciar todo o país.

Como vem evoluindo o relacionamento

entre órgãos regulatórios federais e

estaduais e o setor privado, dentro do

contexto dos ENFISAs?

Luís Rangel: Estamos alcançando nosso ob-

jetivo. Como a legislação não estabelece uma

hierarquia, o MAPA teve que conquistar a li-

derança no processo de agrotóxicos no Brasil,

consolidada em 2010, e nosso desafio agora

é manter essa liderança na próxima década.

A relação que se estabeleceu é de coopera-

ção e não de subordinação dos estudos ao

MAPA. As discussões são democratizadas e

busca-se identificar as pessoas que, dentro

do grupo detêm a competência para resolver

os problemas. E isso tem funcionado muito

bem. Estamos também tentando viabilizar

meios para que o MAPA apoie financeira-

o problema dos agrotóxicos está no mau uso e não na fabricação. 99% dos produtos são conformes; então, aumentar a fiscalização

na fabricação terá uma repercussão pequena no processo como um todo

Page 13: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 13

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

mente os estados quando solicitado. Então,

minha visão é de que o MAPA se transforme

num fomentador do ponto de vista econô-

mico. O desafio é: fazer com que o MAPA

seja, mais do que uma liderança burocrática

ou virtual do processo, um colaborador para

que os estados cumpram a função que lhes

foi delegada por lei. Em suma: queremos que

os estados se sintam parte de uma grande

equipe nacional de fiscalização.

Quais os benefícios, do ponto de vista do

MAPA, da realização dos ENFISAs?

Luís Rangel: São gigantescos. O Enfisa

trouxe capilaridade que possibilita resolver

assuntos de qualquer envergadura, pois ele se

transformou num sistema de fiscalização de

agrotóxicos no Brasil. E é um sistema legítimo,

pois não nasceu a partir de um decreto. Nós

sabemos que sistemas instituídos por decretos

não são eficazes. O SUASA, por exemplo.

Idealiza-se um modelo e baixa-se um decreto.

Isso não funciona. E o Enfisa foi o contrário.

Ele foi criado pela própria base, ou seja, por

meio de discussões, ele se consolidou e, hoje,

se fosse necessário baixar um decreto para

um sistema de fiscalização de agrotóxicos,

ele teria que seguir o modelo Enfisa. Então,

o avanço foi gigantesco, o MAPA ganhou

de fato uma ampliação de suas fronteiras

de ação. Nós sabemos hoje que o problema

real de agrotóxicos está no mau uso e não na

fabricação. 99% dos produtos são conformes,

então aumentar a fiscalização na fabricação

terá uma repercussão pequena no processo

como um todo. Da mesma forma, intensificar

a fiscalização dos canais de distribuição pode

induzir uma melhoria, mas pequena. O que

de fato aumentaria a eficácia do sistema seria

fiscalizar o uso na propriedade rural. Então, o

Enfisa possibilitou ampliar a equipe do MAPA,

que passou de 25 fiscais federais agropecuá-

rios para cerca de 3.000 em todo o Brasil. Para

mim, são todos parte de um mesmo time.

Para manter-se ‘vivo’, um evento deve

ser inovador e atingir níveis mais ele-

vados de qualidade técnica. Ao mesmo

tempo, deve manter o foco, a identidade.

Que mudanças você vislumbra no prazo

de cinco anos para o ENFISA? E qual é, na

sua opinião, a essência do evento, o que

o torna único e eficaz?

Luís Rangel: Primeiro penso que o MAPA se

conscientize de que esta é uma missão per-

manente. Para a CGAA e os OEDSVs isso está

bem consolidado, mas é preciso fortalecer o

modelo nas secretarias de agricultura, para

que seus gestores compreendam que o que

se está discutindo é o gerenciamento do risco

do agrotóxico. Não se trata simplesmente de

um evento de apresentação de palestras.

Não. Para isso, existe uma série de congres-

sos e fóruns no Brasil. Quando falamos em

Enfisa, pensamos em uma discussão técnica

ao final da qual são definidas propostas es-

truturadoras e sustentáveis para a fiscalização

de agrotóxicos. E daí deriva a necessidade

de transmitir à sociedade o que está sendo

feito para que esta tenha confiança de que

o Estado está com mão firme no controle

dessa substância. É preciso fazer com que a

sociedade civil tome conhecimento sobre o

Enfisa - um fórum para esclarecer o que são

agrotóxicos e a função do Estado. Espero,

para os próximos anos, que os órgãos fede-

rais e estaduais de saúde e meio-ambiente se

aproximem mais do Enfisa para que as diver-

gências existentes na esfera federal possam

ser minimizadas na base. Assim, em vez de

haver um hiato, a gente faz com que a base

clame por uma maior harmonização.

Page 14: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L14

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Nesta entrevista exclusiva à Revista Defesa

Vegetal, o coordenador geral de Avalia-

ção e Controle de Substâncias Químicas do

IBAMA comenta sobre as competências dos

órgãos federais que atuam no setor agrícola,

os benefícios da participação do Instituto no

encontro e os possíveis avanços na fiscalização

de agrotóxicos no país.

Revista Defesa Vegetal: Com relação à fisca-

lização de agrotóxicos no Brasil, quais são as

competências dos órgãos federais que fis-

calizam desde a fabricação até a destinação

de embalagens no país. Quem faz o quê e

como ocorre a comunicação entre as partes

envolvidas?

Márcio Freitas: O Brasil tem um sistema bas-

tante complexo tanto no que diz respeito ao

registro quanto à fiscalização de uso. Ele funcio-

na, basicamente, da seguinte forma: primeiro é

exigido o registro do produto e, só depois, ele

pode ser utilizado. A fiscalização de uso é uma

competência dos estados, que podem ser mais

restritivos que a própria União na concessão de

cadastro. Em nível federal, são três órgãos envol-

vidos, relacionados à agricultura, meio-ambiente

e saúde, cada qual atuando dentro de sua área

de competência. A ANVISA, preocupada com

aspectos relacionados à saúde do trabalhador e

da população e à segurança do produto agro-

pecuário; o MAPA, com a eficácia dos produtos

e a sanidade dos alimentos e o IBAMA, com as

questões ambientais. A comunicação entre esses

três órgãos é um ponto crítico, pois ela é pouco

ágil e inexiste uma matriz de responsabilidades

que defina claramente os papeis dos três órgãos

e entre as diferentes esferas administrativas.

O MAPA vem realizando os Encontros de

Fiscalização de Agrotóxicos desde a sua

primeira edição, realizada em 2001, em Belo

Horizonte/MG. Como vem se dando a parti-

cipação do IBAMA?

Márcio Freitas: O IBAMA vem sendo convidado a

participar do Enfisa por meio da Andef e a nossa área

de fiscalização vem participando dos encontros. A

IBAMA vê no Enfisa oportunidade de aproximação com o sEtor rurAl“Aproximarmo-nos dos agentes que atuam na área de fiscalização pode trazer benefícios para o nosso processo de registro”, afirma dirigente do IBAMA

Regina Sugayama

ENTREVISTA | MÁRCIO FREITAS

Page 15: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 15

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

partir deste ano, entendemos que é importante

que a área de registro também se aproxime do

Enfisa porque, além das questões de fiscalização,

existe a necessidade de nos conhecermos melhor e

nos aproximarmos dos agentes que atuam na área

de fiscalização. Isso pode trazer benefícios para o

nosso processo de registro. Como a fiscalização do

Ibama atua basicamente por demanda da área de

substâncias químicas, é muito importante que nós

conheçamos o cenário em que a fiscalização atua

para que não haja sobreposições e nem lacunas e

para que tudo ocorra de maneira coordenada e

alinhada com os outros órgãos.

Que benefícios você vislumbra quanto à

participação do IBAMA no Enfisa?

Márcio Freitas: Vemos no Enfisa uma possibili-

dade de nos aproximarmos dos outros agentes,

conhecermos melhor o setor e com isso melho-

rarmos a nossa atuação. Queremos reduzir a

distância entre a ação administrativa de registro

e a visão de quem está no campo aplicando o

produto ou acompanhando as questões de fis-

calização e os problemas associados ao armaze-

namento ou recolhimento de embalagens. Para

exemplificar, nós definimos durante o processo

de registro o tipo de embalagem autorizado

para cada produto. Então, é fundamental que

saibamos se os envases definidos facilitam ou

dificultam seu manuseio, transporte, armazena-

gem e aplicação. Queremos conhecer melhor o

setor, nos aproximar mais e vemos no Enfisa um

ambiente favorável para isso.

A mídia noticia informações como “o Brasil é

o segundo maior consumidor de agrotóxico

no mundo”. Isso é verdade, mas se pondera-

mos o volume consumido pela área plantada

ou pelo volume colhido, fica evidente que

não estamos usando tanto agrotóxico assim.

De que forma que você acha que a imprensa

deveria atuar para transmitir este tipo de

informação de maneira mais imparcial e

menos alarmante para a população?

O agricultor sabe quanto custa, por isso não abusa do uso da tecnologia

ALEX

ANDR

E CA

TARI

NO

Page 16: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L16

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Márcio Freitas: Para mim, está claro que o fato

de o Brasil ser o maior consumidor de agrotóxico

está relacionado com o fato de sermos um dos

maiores produtores de alimento do mundo.

Afinal, a produção de alimentos em grande

escala está associada a um maior consumo de

defensivos pelo tipo de cultura extensiva que se

usa. Nós sofremos em todas as áreas problemas

em relação à nossa comunicação. A imprensa

no Brasil está muito pobre, nós temos levado a

comunicação social a um nível de pasteurização

da informação em que o conhecimento especia-

lizado é pouco valorizado dentro dos meios de

comunicação e isso leva a perda na qualidade da

informação. Acredito que a solução seria haver

uma aproximação maior com os veículos de

comunicação, mas, para isso, é preciso que os

meios de comunicação vejam essa aproximação

como algo necessário, porque o problema não

está no profissional e sim no patrão. Fico, muitas

vezes, escandalizado com a baixa qualidade da

informação que vai para a rua. É importante

que se tenha em mente que o agrotóxico é

uma tecnologia cara para o produtor. Ele não

vai, em princípio, abusar do uso. E aí se torna

crucial que os órgãos técnicos, de fiscalização e

regulamentação contribuam no sentido de con-

trolar e educar. A própria indústria tem interesse

nisso, pois é responsabilizada pelo mau uso. Este

é um problema sério - a qualificação da nossa

mão-de-obra em geral é baixa. E a situação é

ainda mais crítica no meio rural. Para mim, este

é o grande desafio para o país dar o salto de

grande produtor para uma nação desenvolvida,

ou seja, com desenvolvimento social, econômico

e preservação ambiental.

Na área de agrotóxicos, temos um exemplo

muito bom que é o caso das embalagens

vazias. O Brasil é referência mundial e isso

tem vem ficado mais em evidência com a

nova lei de resíduos sólidos. Hoje recolhe-

mos mais de 90% das embalagens. Como

dar o salto de 90 para 100%?

Márcio Freitas: 100% é uma meta ousada e não

conheço nenhum processo de logística reversa

de resíduos que a atinja. No entanto, no caso

específico de agrotóxicos, devemos persegui-la,

porque estamos lidando com embalagens que,

por ignorância, podem vir a ser reutilizadas in-

devidamente, com consequências muito sérias à

saúde da população. Lembro sempre o exemplo

do Césio de Goiânia, ocorrido numa época em

que o Brasil não tinha uma legislação para resídu-

os sólidos - o uso indevido de produto altamente

perigoso que ficou exposto em um depósito de

resíduos normal. Esse é o grande problema dos

resíduos perigosos: produtos perigosos geram

resíduos perigosos e, portanto, deve-se redobrar

o cuidado nesse aspecto. O sucesso do progra-

ma de recolhimento de embalagens de agrotó-

xicos serviu como modelo para a Lei de Resíduos

Órgãos de regulamentação e fiscalização devem contribuir para educar o agricultor

ALEX

ANDR

E CA

TARI

NO

Page 17: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 17

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Sólidos - elas foram seguidas por pneus, pilhas e

baterias e agora por toda a indústria. Então, eu

vejo isso com muito bons olhos, mas é preciso

sempre aperfeiçoar o sistema. O IBAMA tem a

intenção de acompanhar melhor o desempenho

do recolhimento de embalagens vazias de agro-

tóxicos e contribuir para que se atinja a meta de

100% - sabemos que é um esforço que deve

contar com todos os agentes, não pode ser uma

iniciativa só da indústria.

No Estado de São Paulo chegou a tramitar,

mas foi rejeitado pelo governo estadual,

um projeto de lei que pretendia retirar do

mercado produto de classe toxicológica

ou ambiental I ou II. Isso ocorre em algum

país? Como funciona?

Márcio Freitas: Desconheço o projeto que tra-

mitou em São Paulo e nem tenho conhecimento

de que isso ocorra em algum país dessa forma.

Quem faz a classificação de periculosidade

ambiental é o IBAMA e nós não preconizamos

que essa classificação seja um elemento de

referência para tirar um produto no mercado.

Nós trabalhamos com quatro classes de pericu-

losidade e uma quinta que nunca aparece que

é a impeditiva de registro. Portanto, quando

entendemos que um determinado produto

apresenta um grau de perigo ambiental ina-

ceitável, nós não o indicamos para registro,

ele sequer recebe uma classificação. Assim,

produtos categorizados como classes I, II, III ou

IV são aptos a ir para o mercado. Lembro tam-

bém que a legislação brasileira prevê casos de

reavaliação de produto. Quando entendemos

que é necessário, o produto é colocado em

reavaliação que poderá levar a uma restrição

de uso, de cultura, de dose ou até mesmo ao

banimento ou restrição de uso no país. Essas

restrições podem ser temporárias ou não. O

que precisa ficar claro é que, segundo a nossa

a legislação, a retirada de um produto não é

um processo sumário e nem extemporâneo.

Ele tem todo um procedimento científico e

metodológico previsto, que prevê, inclusive,

audiência pública, contraponto da empresa, da

indústria, consulta ao MAPA e a outros órgãos.

Até porque não faz sentido retirarmos um pro-

duto do mercado se o substituto desse produto

é um produto mais tóxico mais perigoso ou

tão perigoso quanto o que estamos retirando.

Precisaria conhecer melhor esse projeto que

tramitou para me posicionar, mas adianto que

o IBAMA não trabalha com essa hipótese.

Quais as tendências que você enxerga no

médio/longo prazo para a fiscalização de

agrotóxicos, considerando os aspectos

ambientais?

Márcio Freitas: Temos intensificado nosso con-

trole na parte de avaliação e controle de subs-

tâncias químicas, componentes e impurezas.

São áreas para as quais a legislação prevê um

controle rígido, mas que não temos atuado com

efetividade. Além disso, existe a questão dos re-

latórios de comercialização que as empresas nos

entregam semestralmente. Um fato relevante é

que o IBAMA vem ganhando mais foco na sua

área de atuação, em virtude de uma tendência

no Governo Federal em especializar os órgãos.

Assim que foi criado o instituto Chico Mendes,

que passou a cuidar das áreas de preservação,

e do Ministério da Pesca e Aquicultura, que

cuida de boa parte do que nós cuidávamos aqui

no IBAMA. Essa especificidade dos órgãos tem

levado o IBAMA a se especializar nas áreas de

fiscalização e qualidade/licenciamento ambien-

tal. Portanto, naturalmente, teremos a fiscali-

zação do IBAMA com foco maior na qualidade

ambiental. Podemos antever essa tendência e

isso vai se refletir na dedicação da fiscalização

do IBAMA a esse tema.

Page 18: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L18

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Em entrevista à revista Defesa Vegetal, ele

comenta a relação dos órgãos estaduais com

o MAPA, os desafios da fiscalização de agrotóxi-

cos no futuro, educação sanitária e mais.

Revista Defesa Vegetal: Em primeiro lugar,

registramos nosso agradecimento pelo

texto que você escreveu sobre a história do

Enfisa. Agora, gostaríamos que detalhasse

a evolução da relação dos órgãos estaduais

com o MAPA e o setor de insumos agrícolas.

Nataniel Nogueira: Essa interação evoluiu len-

tamente. Nos dois primeiros eventos, em Belo

Horizonte, foi muito difícil pela desconfiança que

havia entre as partes. O que é compreensível,

pois, afinal, vínhamos de um processo político

e cultural de autoritarismo, em que o Estado

só mandava. A abertura política iniciada em

1986 era muito recente. Ninguém se conhecia.

Aos poucos, à medida que em passamos a nos

conhecer e a fazer propostas mais exequíveis, a

relação foi melhorando. Foi-se tomando cons-

ciência de que não faz sentido, por exemplo,

aplicar uma multa de um milhão de reais a um

produtor que não tem condição de pagar esse

valor. Esse tipo de medida complica a vida do

produtor, coloca seu nome na dívida ativa e o

agronegócio é que sai perdendo. Então, a evo-

lução que se observa é essa: órgãos regulatórios

e setor privado sentados na mesma mesa para

discutirem as diretrizes, respeitando-se os espa-

ços e competências de cada um. Esse é um en-

tendimento maduro. Para você ter uma idéia, no

Integração e aprImoramentomarcam a história do enfIsaO gerente de Defesa Vegetal do Instituto Mineiro de Agropecuária, IMA, comenta a relação com os órgãos estaduais com o MAPA, os desafios da fiscalização de agrotóxicos e da educação sanitáriaRegina Sugayama

ENTREVISTA | NATANIEL DINIZ NOGUEIRA

Nataniel Nogueira, do IMA: “evento regional é o caminho do sucesso”

PEPE

U SA

NTO

S

Page 19: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 19

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

passado, era praticamente proibido a um fiscal

almoçar ou jantar com alguém do setor privado.

Hoje, isso faz parte do relacionamento. Em mi-

nha opinião, esse é o grande ganho do Enfisa:

o entendimento, o respeito mútuo. Minha dica

para melhorar ainda mais o Enfisa é a seguinte:

as propostas precisam de tempo para ser estu-

dadas e encaminhadas e, hoje, não temos tido

tempo para propor. Durante os dois ou três dias

de evento, formam-se os grupos de trabalho,

mas, depois, eles não avançam por falta de uma

liderança que encaminhe as demandas. Entendo

que o coordenador do Enfisa seja o MAPA e a

ele cabe um trabalho mais forte de acompanha-

mento e controle. Quando a coordenação fica a

cargo de um Estado, não existe o mesmo tipo

de relação e, como o tempo entre um evento

e outro é curto, não conseguimos fazer uma

discussão mais aprofundada. Pensemos nos

procedimentos de uma Comissão Parlamentar

de Inquérito ou um Projeto de Lei: primeiro

existe a figura do relator, depois forma-se

uma comissão e, só então, vai ao plenário. No

Enfisa, poderíamos passar adotar esta mesma

sistemática, pois num grupo pequeno é mais

fácil discutir e convencer. Penso que o grupo de

trabalho funcionaria melhor assim: discutindo

o assunto com o grupo de trabalho para buscar

uma coesão e chegar a uma conclusão. Esse

amadurecimento demanda tempo, e o tempo

viria com o aumento da periodicidade dos

eventos. Poderíamos ter o Enfisa Nacional em

um ano e os regionais em outros, de forma

alternada. Teríamos, assim, conclusões dos

regionais para levar ao nacional. O Enfisa é

muito produtivo devido ao seu formato em que

todos vão para trabalhar - e não só para assistir

a palestras. Outra vantagem: quem é o grupo

do Enfisa hoje? São cerca de 200 pessoas, tal-

vez até menos. Esse é o grupo constante, que

propõe, sugere, acata e se compromete com

o sucesso do evento. Tem todo esse aparato

de um evento responsável e orientado para

resultado. E isso dá a ele um status diferente:

as pessoas se sentem participantes e não

simplesmente espectadores passivos. O grupo

é pequeno e especializado. E não há porque

ser diferente. Esse formato serve até de modelo

para outros eventos mais antigos e que não

atingem o mesmo tipo de resultado. Somos

exigentes com os resultados porque eles dizem

respeito às nossas atividades cotidianas. Quan-

do vamos a um congresso de Toxicologia ou

Entomologia, por exemplo, a gente vai ouvir as

novidades; no Enfisa, nós geramos as novida-

des. O evento regional é, para mim, o caminho

do sucesso porque ele oferece oportunidade

e contribui para que os estados, de forma

regional, solucionem conflitos semelhantes.

Fica fácil organizar e sistematizar os problemas

e dá a ele um maior referencial no próximo na-

cional. Eu só acho que os eventos estão muito

próximos, é preciso mais tempo para que os

grupos produzam mais. Outro fato importante

dos regionais é que, cada estado que o sedia,

se transforma para receber bem os convidados

e oferecer o melhor possível. E o esforço é sem-

pre recompensado. Mas, o mais importante é

o que acontece depois, porque aquele estado

vai querer organizar sua legislação e seus

procedimentos, o que impulsiona o trabalho de

fiscalização estadual. Isso aconteceu em todos

os locais que sediaram o evento porque há um

envolvimento do dirigente do órgão estadual.

É claro que alguns se envolvem mais e outros

menos, mas o resultado final é que o estado

ganha e o OEDSV ganha mais ainda. A gente

percebe também que a diferença entre as

regiões vai diminuindo, porque os estados se

valorizaram. Não existe mais o abismo que exis-

tia anteriormente entre as regiões. Todos têm

o mesmo peso nas discussões e nas decisões.

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D E F E S A V E G E TA L20

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Que desafios você vê pela frente? Comércio

eletrônico, desvio de uso, receita agronô-

mica, responsabilidade técnica, educação

sanitária...

Nataniel Nogueira: Vamos por partes.

O comércio eletrônico é uma modalidade de

comércio. Não podemos ficar alheios a essas

inovações, temos é que controlar a origem do

produto. Ou seja, o comércio eletrônico deve

ser tratado como um comerciante conven-

cional, em que o órgão de controle conhece

todas as informações sobre ele: endereço,

CNPJ, telefone, site, responsável técnico, en-

tre outros dados de controle. Tudo o que tem

no convencional, deve ter no eletrônico para

que ele também seja alvo da fiscalização. É

necessário ainda ser registrado nos órgãos es-

taduais, porque a lei assim o exige. Temos que

conhecer onde funciona esse comércio, seu

controle de estoque, para qual Estado e para

quem ele vendeu; entre outros. Existem mais

de 15 projetos de lei querendo regulamentar

essa matéria e projetos de lei só encontram

fundamento na questão da origem, para po-

der controlar o comerciante. Dessa maneira,

estaremos praticando o princípio constitucio-

nal da razoabilidade: temos que ser razoáveis,

precisamos normatizar e fiscalizar, porque se

formos proibir, vamos proibir o quê? Como

proibiremos se não sabemos a quem? Então, é

melhor ter esse trabalho organizado e norma-

tizado, as empresas sob controle, fiscalizadas.

Para mim, é só um item a mais. Temos que

avançar com relação a isso. Isso vem comple-

mentar a ideia do comércio interestadual que

o MAPA está regulamentando desde 2006 e

que até hoje não obteve sucesso. Se uma loja

sediada em São Paulo está vendendo para Mi-

nas Gerais, o IMA deve confiar que a CDA está

fazendo o seu trabalho e nós agregaremos

Capacitação é fundamental para o uso correto dos agrotóxicos

Page 21: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 21

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

aquela loja ao nosso cadastro de estabeleci-

mentos, preservando o princípio do registro

na origem (na unidade da Federação na qual

ela está sediada). Os clandestinos não são área

nossa. Quem procura bandido? É a polícia. Por

exemplo, se vamos a uma propriedade rural

e encontramos agrotóxicos com origem não

informada ou ilegal, mandamos o caso para

a Polícia Federal, para Polícia Civil ou para um

órgão de investigação, porque não temos jeito

de trabalhar com isso. Temos dois pontos:

origem e destino. Acredito que, normatizan-

do, conhecendo quem vende, faremos um

controle bem eficiente. Proibir ou não proibir

aquilo não faz muita diferença porque não

teremos como saber quem é a pessoa que

está praticando a infração. No entanto, se

soubermos quem comprou um produto ilegal,

poderemos fiscalizar o produtor e chegar ao

vendedor. Isso é apenas uma ponta, um galho

da árvore, porque nós nunca conseguiremos

fazer o 100%. No convencional, não conse-

guimos, imagine nesse que tem mais abertura.

É um assunto muito novo que precisa ser mais

discutido, com maturidade, racionalidade

e sem medo de encarar a questão. Outro

problema que gera preocupação é o fato de

não poder ter propaganda. Mas, para propa-

ganda existe uma lei federal (Lei nº 9.294 de

15/07/1996) que dispõe sobre as restrições ao

uso e à propaganda de produtos fumígeros,

bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e

defensivos agrícolas; então, a solução é seguir

o que estabelece essa lei. A área de trans-

porte, quem regula é a ANTT/Ministério dos

Transportes por meio da Resolução nº 420, de

12 de fevereiro de 2004, que aprova as Ins-

truções Complementares ao Regulamento do

Transporte Terrestre de Produtos Perigosos.

A classificação de produto perigoso contida

nessa norma é de difícil interpretação e ade-

quação para o transporte interno e, assim, não

conseguimos normatizar como um agrotóxico

pode ser fiscalizado no trânsito sem invadir as

competências do outro órgão. Com relação

ao armazenamento, devemos optar por um

modo simplificado, seguindo parcialmente

normas da ABNT. A localização do estabeleci-

mento armazenador é competência do órgão

ambiental da prefeitura local. O IMA exige

um alvará de localização e funcionamento

expedido pela prefeitura, autorizando ou não

o exercício de suas atividades naquele local.

Se a prefeitura autoriza, quem é o IMA para

ir contra essa decisão? Assim, conseguimos

diminuir vários ‘gargalos’, distribuindo os

problemas a cada órgão de acordo com sua

competência legal.

Sobre o desvio de uso, só é possível traba-

lhar essa questão fiscalizando o uso mesmo.

Se é um produto que está registrado para

uma cultura e o produtor está usando em

outra, é um problema dele e do responsável

técnico que receitou o produto. Deve haver

um trabalho educativo e acho que a Instrução

Normativa de “minor crops” permitirá aos

agricultores usarem produtos legalmente,

com maior abrangência. Isso vai diminuir

substancialmente o desvio de uso e colocar

a maioria dos pequenos produtores rurais na

legalidade em relação ao uso de agrotóxicos.

Para mim, desvio de uso é usar um produto

que não é indicado para aquela cultura. Exis-

tem muitas situações que precisam ser muito

bem discutidas, pois nosso produtor rural tem

pouco acesso às informações. Nesse sentido,

capacitação passa a ser fundamental, tanto na

questão de desvio de uso como na escolha de

revendas autorizadas. Nosso pensamento de

que a simples publicação de uma lei a torna

efetiva precisa ser mudado, porque muitas

vezes ela é publicada, mas não é compreen-

Page 22: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L22

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

dida por aqueles a quem ela se destina. Nesse

processo de acesso à informação, o estabe-

lecimento comercial exerce um papel funda-

mental, porque é lá que muitos produtores

vão buscar assistência e orientação técnica.

Responsabilidade Técnica e Receituário Agronômico

Quem cobra a responsabilidade técnica?

Essa é uma competência do CREA, mas muitos

órgãos estaduais de fiscalização estão querendo

ampliar sua competência legal, ou seja, assumir

o papel que não é nosso. Quem fiscaliza o

Responsável Técnico é o Conselho Regional. Se

um Engenheiro Agrônomo emite uma receita

com dosagem diferente daquela estabelecida

no registro do produto, ou deixa receitas assi-

nadas em branco, quem deve agir para autuar

ou responsabilizar esse profissional é a Câmara

Especializada de Agronomia do Conselho. Mui-

tas vezes, a receita está prescrita corretamente,

mas o usuário aplicou errado. Com o monitora-

mento de resíduos de agrotóxicos em produtos

agrícolas que o IMA faz em Minas Gerais desde

2000, percebemos que o respeito ao período de

carência não é um problema importante, pois

representa menos de 1% das infrações na área

rural. Já o uso de produto não autorizado para

a cultura é um grande problema que espero ser

solucionado se, ou quando, a IN Conjunta sobre

pequenas culturas for acessível ou colocada em

prática. Aí os problemas diminuirão, porque

a atual situação esbarra em um problema

meramente legal: falta de aplicação da norma,

uma vez que a ciência já a referendou, com a

concordância de aplicação das modalidades de

uso como previsto na IN das “minor crops”. É

necessário aplicarmos a legalidade, a eficiência,

e a moralidade com razoabilidade. No Enfisa

aprendemos muito sobre isso.

Onde entra razoabilidade no caso das “mi-

nor crops”? Acho que estudando as situações

de maneira menos cega. Como os CREAs

são pouco conhecedores dessa parte, nossa

participação seria uma parceria orientando o

Conselho no estabelecimento de uma norma.

Precisamos fazer juntos, e não um assumindo

a competência do outro. De acordo com a Lei

7.802/89, os agrotóxicos só podem ser comer-

cializados para usuário mediante apresentação

de receita agronômica prescrita por profissional

habilitado. No Decreto Federal 4.074/2002,

artigos 64 a 67, estão listadas as informações

que devem constar em uma receita, o tempo

que deve permanecer na loja, mas não informa

por quanto tempo ela deve ficar com o usuário.

Na minha opinião, deve ficar com o usuário o

tempo suficiente para ele fazer as aplicações

de acordo com as orientações técnicas. Estabe-

lecer um prazo não é razoável, portanto, não é

necessário. O parágrafo único do artigo 66 tem

que ser revisto e modernizado a fim de permitir

ao profissional o espaço para ele, de fato,

prescrever a receita. Hoje o que ele faz é sim-

plesmente copiar as bulas, um procedimento

operacional que qualquer pessoa alfabetizada

pode fazer. Falta espaço legal para propor o

manejo integrado de pragas porque, no MIP,

o profissional pode propor dosagens menores.

O Artigo 67 estabelece que os órgãos respon-

a educação sanitária tem que estar em todas as atividades porque proporciona o despertar das pessoas

e o compromisso com o meio em que vivem

Page 23: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 23

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

sáveis pelos setores de agricultura, saúde e

meio ambiente poderão dispensar a exigência

do receituário para produtos agrotóxicos e

afins, considerados de baixa periculosidade,

conforme critérios a serem estabelecidos em

regulamento. Só que isso nunca foi colocado

em prática; continuamos agindo como em

1990, mesmo com um decreto de 2002 com

normas mais modernas. Existem mais de 1.400

produtos formulados. Devemos realizar um

evento que discuta receituário agronômico e

ver se esse instrumento de valorização profis-

sional tem mesmo serventia, ou sela, se é usado

para a finalidade para a qual foi concebido ou

criado. Hoje, a receita agronômica é somente

um documento para autorizar a venda. Trouxe

algum benefício como a diminuição do número

de intoxicação de trabalhadores, por exemplo?

Contribuiu para reduzir os níveis de resíduos

nos produtos agrícolas? Contribuiu para o

uso racional dos agrotóxicos e com a proteção

ambiental? Não sabemos. São vários os diag-

nósticos que precisamos fazer. A receita agro-

nômica foi fundamentada em quê, em quais

princípios? É necessário resgatar o receituário

como instrumento de valorização profissional

que gera benefício para o consumidor. Para

isso, é preciso estabelecer uma norma comple-

mentar para termos o profissional habilitado

ou capacitado para emitir receita agronômica.

O Ministério do Trabalho e do Emprego, por

meio da NR 31, estabelece que todo aplicador

de agrotóxico deva ser capacitado. O sistema

CONFEA/CREA, juntamente com a CONFAEAB,

deve fazer um movimento para mudar esse atu-

al cenário. Precisamos proporcionar aos profis-

sionais das ciências agrárias maior qualificação,

melhor exercício de suas atividades. Temos que

propor ao Comitê Técnico de Assessoramento

para Agrotóxicos (CTA) uma alteração na lei

que exija a comprovação da capacitação para,

só então, autorizar sua emissão de receituário

agronômico. Outro caso é o apoio financeiro

da União às Unidades da Federação que não

pode estabelecer convênios para fiscalizar

agrotóxicos. Durante o Enfisa 2010, o grupo de

trabalho elaborou um documento propondo a

inclusão, no próximo Plano Plurianual do Go-

verno Federal, de uma atividade sobre controle

de agrotóxicos – já que na lei de agrotóxicos

está previsto que União poderá prestar apoio

aos órgãos estaduais, mas não especifica se é

técnico ou financeiro. Então, é preciso fazer

um documento apontando o que a União faz,

a estrutura dos estados e a necessidade desse

apoio federal para otimizar os resultados, com

ganhos para a saúde das pessoas, dos animais

e do meio ambiente.

Quanto à educação sanitária, a própria lei

de agrotóxicos estabelece que o Poder Público

deve desenvolver atividades de orientação e

instrução para haver o uso de maneira segura.

A educação sanitária é tratada de maneira

bem específica no decreto do SUASA, o qual

estabelece um conjunto de ações que precisa

ser implementado. O usuário que aplica precisa

ter consciência de que ele pode estar aplicando

um produto sem orientações técnicas e pode

causar problemas para um consumidor, o meio

ambiente ou para ele próprio. Nesse aspecto, a

educação sanitária é a base de tudo, tem que

estar em todas as atividades e nós temos que

nos agregar a ela, pois proporciona o despertar

das pessoas e o compromisso delas com o meio

em que vivem.

No cenário nacional, Minas Gerais é um

benchmark na fiscalização de comércio e

uso de agrotóxicos. Quais os fatores cha-

ves para este sucesso?

Nataniel Nogueira: Acho que o segredo é o

próprio jeito mineiro de ser. Apesar de termos

Page 24: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L24

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

aprendido com outros estados, hoje nós criamos

nossas pernas e começamos a trabalhar com a

realidade local. Você sabe que Minas Gerais

parece ser um país, com realidades regionais

muito diversas, e isso exige a viabilização de um

equilíbrio. O trabalho foi sério desde o começo,

em 1992. O IMA foi um dos primeiros órgãos de

defesa a se estruturar no Brasil. Com o advento

da Lei 7.802/89, Minas Gerais também criou

sua lei estadual, em 1991, chamando todos

os setores, inclusive a Andef - representando a

indústria fabricante, além dos representantes do

setor produtivo para dialogarem com o Poder

Público estadual. Um ano após sua criação, o

IMA começou a estruturar as áreas, com um se-

tor chamado serviço de fiscalização de insumos

agrícolas. O trabalho foi árduo, muitas visitas

a campo, muito debate entre o nosso pessoal

e, como foi um dos primeiros, serviu de base

para os outros estados. Nosso primeiro manual

saiu em 1997, com todos os procedimentos

organizados de forma bem transparente. O IMA

já colaborou com vários estados, promovendo

a capacitação de servidores e organizando

legislações estaduais. Já avançamos bastante

nessa área, mas temos sempre o cuidado de

agir com bom senso para não repetirmos erros

e viabilizando o exercício do princípio da razoa-

bilidade. Temos que praticar nossas atividades

tendo por base os princípios da administração

pública. Muitas das nossas normas não atendem

ao setor que as vai cumprir; e como vamos fazer

uma norma que não atende ao setor ao qual se

destina? Por isso, o grande mérito do Enfisa é a

participação do setor regulamentado no evento.

Olhando para esse histórico todo, você se

sente feliz por ter sido o iniciador deste

processo?

Nataniel Nogueira: Sim, me sinto muito feliz,

mas quem começou não fui eu. Sou apenas

um discípulo aplicado. Quem iniciou foi a

Adriana Cardoso Veiga, minha chefe na época.

Em 1995, sediamos aqui em Belo Horizonte a

primeira reunião estadual com esse objetivo.

Vieram 16 estados, ela era a chefe do Serviço

de Fiscalização de Insumos Agrícolas e eu era

do cadastro. Além dos estados, participaram o

MAPA, o Ministério da Saúde, a Andef, entre

outros. Mas o evento sofreu uma interrupção

até 2002, quando então eu passei a liderá-lo.

Aquele primeiro evento durou três dias e foi

denominado de Encontro Estadual de Harmo-

nização de Procedimentos. O Girabis Ramos

(MAPA) veio e colaborou muito. O Ferreira

Lima, da Andef, também estava presente e

começamos a exercitar o bom relacionamento

entre o setor regulado e o regulador. O João

Nelson Gonçalves Rios também participou e

apoiou ativamente esse trabalho. Em 2002

e 2003, tivemos um grande apoio do setor

regulamentado, apoio que ainda acontece atu-

almente, e houve um amadurecimento bilateral

que, em vez de ficarmos separados, resolvemos

unir forças em nome do bem comum. Pretendí-

amos fazer a terceira edição também em Minas

Gerais, em Uberlândia, mas decidimos levá-lo

para a Bahia, que demonstrou interesse. E foi

bom rodar porque todos perceberam a necessi-

dade da continuidade e assim não parou mais.

Depois o encontro foi para Cuiabá/MT, para

Bento Gonçalves/RS, Belém/PA, Vitória/ES, São

Luís/MA e, agora em 2011, Campo Grande/

MS. Hoje, todo mundo quer sediar porque é

um evento respeitado e que coloca o estado

em evidência. E nessa troca de experiências,

um estado vai, leva, traz, recebe, contribui e

mostra as muitas riquezas que tem o nosso Bra-

sil. Organizar o evento é muito trabalhoso sim,

mas se não for assim, não tem graça. Depois

vem o resultado e todos ficamos satisfeitos e

felizes com a obra realizada.

Page 25: Revista Defesa Vegetal junho 2011

N O V - D E Z 2 0 1 0 • E s p e c i a l E D U C A Ç Ã O 25

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Ao longo dos seus dez anos de encontros, o ENFISA cresceu e envolveu mais profissionais e setores nas discussões sobre os caminhos da fiscalização agropecuária no Brasil. A seguir, a visão da Andef, Associação Nacional de Defesa Vegetal, e de outras entidades do agronegócio

A importância da integração para os bons resultAdos

Page 26: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L26

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

O ENFISA teve participação da Andef,

Associação Nacional de Defesa Vegetal,

desde o primeiro momento, com a participação

de Cristiano Simon, então Presidente da entidade,

e Marcos Caleiro, na época Gerente de Regula-

mentação Estadual. “Quando fomos convidados a

participar do primeiro evento, em Belo Horizonte,

percebemos que aquilo realmente merecia uma

participação forte da indústria. Os fiscais estavam

buscando harmonizar os procedimentos de cadas-

A visão da indústria de defesA vegetAl

Regina Sugayama

“O ENFISA somente terá razão de existir se considerar o produtor rural como o centro do universo”, afirma Eduardo Daher

tro e sabíamos que isso ia nos afetar diretamente.

Nós queríamos, desde o início, fazer parte desse

processo, para que tudo fosse feito ouvindo as

duas partes – regulador o e regulado. Começamos

a discutir isso com as autoridades de Minas Gerais

e fomos muito bem recebidos”, lembra Simon.

No entanto, nas duas primeiras edições, apesar de

representadas, a Andef e outras associações não

foram autorizadas a participar das discussões. “Fe-

lizmente, a relação com os Estados amadureceu e,

Eduardo Daher (em pé), diretor executivo da Andef: “Diálogo com a administração pública”

Page 27: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 27

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

nesse momento, a liderança exercida por Nataniel

Diniz Nogueira (Instituto Mineiro de Agropecuária)

foi fundamental.”

A Andef passou a ser admitida como ouvinte

nas discussões, com o direito a se manifestar

quando solicitado pelos coordenadores da reu-

nião. Aos poucos, estabeleceu-se uma relação

de confiança e os estados passaram a estruturar

melhor seus serviços de cadastro e fiscalização

de comércio e uso de agrotóxicos. Luís Ribeiro,

gerente de Regulamentação Estadual da Andef,

assinala também que participar dos encontros

de fiscalização induziu melhorias também nas

indústrias, pois estas passaram a receber feed-

back sobre a forma de apresentação da docu-

mentação, erros mais comuns, entre outros.

Quando começaram a surgir os primeiros

resultados, os estados passaram a se voluntariar

para sediar o evento e decidiu-se torná-lo um

evento anual. Posteriormente, foram implemen-

tados os eventos regionais, com um escalona-

mento muito claro de local de realização para que

nenhum estado se sentisse preterido. Essa divisão

do país permitiu focar a discussão em assuntos

de relevância regional, aumentando a eficácia

das reuniões, pois vivemos num país continental

e muito heterogêneo sob todos os aspectos.

O ano de 2010 foi um momento importante.

Primeiro, porque o evento passou a ter nome:

ENFISA, isso deu a ele uma identidade, uma

personalidade. Segundo, porque se modificou

a forma de condução dos trabalhos tanto

nos eventos regionais quanto no nacional. A

realização de grupos de trabalho regionais deu

mais foco à discussão e também possibilitou a

cobrança do encaminhamento das ações priori-

zadas no ano anterior. E a realização do evento

nacional na forma de delegações induziu a uma

mudança de postura e comportamento.

Segundo Eduardo Daher, diretor executivo

da Andef, o que mais surpreende no ENFISA

é a coalizão. “Num determinado momento, a

administração pública e a administração privada

conseguem sentar juntas. Talvez esta seja a úni-

ca coalizão na qual o órgão fiscalizador senta,

discute e equaliza com os fiscalizados o que

deve ser feito. Esse aspecto, por si só, mostra a

importância do evento.” Segundo ele, esse tipo

de interação é raríssima e explica: “Como o setor

de defensivos agrícolas foi e continua sendo sa-

tanizado pela sociedade e pela opinião pública,

tanto a indústria quanto o setor regulatório se

sentem obrigados a fazer esse trabalho”.

O evento atingiu um nível de maturidade tal

que é possível que ocorra um diálogo franco

entre a indústria e os órgãos regulatórios. Ficou

claro que a indústria, enquanto setor regulado,

precisa se adequar, mas que ela também pode

contribuir para que as regulamentações tenham

a medida exata do que é exequível. Cristiano

Simon considera que isso é fundamental para

que as novas regulamentações mantenham-se

no nível do bom senso e que sejam alinhadas às

tendências internacionais. Guilherme Guimarães, gerente de Regulamentação Federal

da Andef: “Enfatizar o Manejo Integrado da Produção, MIP”

Page 28: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L28

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Chegar à nona edição é uma conquista a ser

comemorada. O ENFISA é um evento com uma

história pregressa já consolidada, mas que, ano

a ano, vem se reinventando. O setor de insumos

agrícolas considera o evento tão importante

que, diante da ameaça de corte de recursos

financeiros para realizar o evento regional de

Porto Alegre, rapidamente se organizou para

pedir ao Secretário Executivo do MAPA que o

evento acontecesse.

A coordenação excelente dos trabalhos pelo

MAPA, nas pessoas do Luís Rangel, Girabis

Ramos, Alfredo Takehana e Alfredo Antônio

Miyasaka, faz a diferença. O espírito agregador

dessa equipe possibilitou que a relação com o

IBAMA tenha tido avanços importantes nos últi-

mos anos e espera-se que, num futuro próximo,

seja possível discutir os aspectos ambientais do

uso de agrotóxicos de maneira técnica.

Em entrevistas aos executivos da Andef, foi

identificada uma série de pontos de melhoria no

ENFISA e no sistema de fiscalização de agrotóxicos:

• É necessário um maior envolvimento da

ANVISA no evento, para que ela se posicione

tecnicamente com relação a uma série de assun-

tos. Segundo Guilherme Guimarães, o registro

federal de agrotóxicos, hoje, esbarra principal-

mente nas áreas regulatórias ligadas à Saúde

e ao Meio Ambiente. É necessário que estas

instituições deem maior clareza aos critérios de

avaliação utilizados.

• O MAPA precisa voltar a enfatizar a Produ-

ção Integrada (PI), que é um sistema que induz à

melhoria das práticas agropecuárias, entre elas,

o uso correto e seguro de agrotóxicos.

• Os resultados do Programa Nacional de

Controle de Resíduos e Contaminantes (PN-

CRC-Vegetal) precisam ser mais amplamente

comunicados e de maneira mais efetivas – com

embasamento técnico, mas utilizando uma

linguagem decodificada. Segundo Guilherme

Guimarães, esta ação poderia envolver tanto

o setor público quanto o privado.

• Cristiano Simon lembrou que o Brasil

Luís Carlos Ribeiro (à esq.), gerente de Regulamentação Estadual da Andef: “Melhorias na apresentação da documentação aos estados”

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J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 29

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

precisa estar preparado para responder rapida-

mente a barreiras não tarifárias impostas pelos

nossos parceiros comerciais e para se adequar

às exigências crescentes de certificações como

Produção Integrada e outras normas ligadas às

Boas Práticas Agrícolas.

• Luís Ribeiro alertou para a importância

de se identificar ameaças fitossanitárias que

estejam presentes nos países da América do

Sul e que podem vir a prejudicar o agronegócio

brasileiro. Esses novos alvos biológicos, uma

vez estabelecidos, exigirão o desenvolvimento

de novos produtos e mudanças em sistemas

vigentes de Manejo Integrado de Pragas. Além

disso, poderão comprometer cadeias produti-

vas devido à imposição de medidas fitossani-

tárias por parte de nossos parceiros comerciais

internacionais.

• O uso de tecnologia da informação para

mitigar os efeitos negativos do número reduzido

de profissionais de fiscalização. Por exemplo,

seria interessante desenvolver sistemas de infor-

mação unificados que permitissem o acompa-

nhamento de processos de cadastro e a situação

dos produtos nas 27 Unidades da Federação.

• Uma maior valorização da Defesa Vegetal

quando comparada à Defesa Animal, com inves-

timentos equiparáveis, considerando o peso que

a Agricultura tem no PIB brasileiro.

• A institucionalização do ENFISA como um

evento nacional, com publicação em Diário

Oficial da União. Esta seria uma forma de valo-

rizar o trabalho realizado pelos profissionais de

fiscalização de agrotóxicos.

• Maior harmonização de procedimentos,

principalmente em UFs que têm mais de um

órgão envolvido;

• Estabelecimento de uma matriz de compe-

tências de fiscalização, para evitar sobreposições

de esforços ou lacunas.

• Capacitação continuada dos profissionais

envolvidos na fiscalização de comércio e uso de

agrotóxicos. Por acreditar na capacitação como

um indutor de mudanças positivas, a ANDEF

está apoiando a iniciativa da Rede de Inovação

Tecnológica para Defesa Agropecuária (www.

inovadefesa.ning.com) de disponibilizar 15 aulas

online gratuitas sobre agrotóxicos.

• A reorganização dos serviços de Extensão

Rural, como ferramenta para promoção do uso

correto e seguro de agrotóxicos.

Para o futuro, a Andef vislumbra que o Enfisa

assuma o papel efetivo de uma coalizão integral,

funcionando como um centro de troca de ideias

com o objetivo de congregar esforços com toda a

isonomia entre os três vértices: Agricultura, Saúde

e Meio-Ambiente. O setor de insumos agrícolas

reconhece o valor extraordinário do ENFISA e

o seu papel como fórum para apresentação de

propostas e soluções que garantam o uso respon-

sável de agrotóxicos e a segurança alimentar.

O ENFISA só terá razão de existir se conside-

rar o produtor rural como o centro do universo,

pois ele é o veículo da segurança alimentar,

independente do porte de sua propriedade.

Então, nós, da Andef, temos um compromisso

muito sério, pois nós vendemos insumos a um

produtor que tem expectativa de produtivida-

de. Esse é o nosso negócio – tecnologias que

aumentem a produtividade.

É importante identificar ameaças fitossanitárias presentes nos países da américa do sul e que podem vir a

prejudicar o agronegócio brasileiro

Page 30: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L30

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

O ENFISA iniciou suas atividades em 2002, ano

em que o INPEV começou a operar. Nesse

mesmo ano, foi realizado o 1º Seminário Nacional

de Agrotóxicos e o INPEV, desde então, vem par-

ticipando de todos os seminários. Quem recorda é

João César Rando, presidente do Instituto Nacio-

nal de Destinação de Embalagens Vazias, InpEV.

Entendimento em favor da agropEcuária

Regina Sugayama

A visão de cinco associações que representam o setor de insumos agrícolas sobre o papel do ENFISA

“Na questão específica do INPEV, que é a das

embalagens vazias de agrotóxicos, víamos uma di-

ficuldade muito grande no entendimento porque

o primeiro seminário coincidiu justamente com o

ano de publicação do Decreto que regulamentou

a Lei Nº 9.974. Então, aquele primeiro encontro foi

muito importante no sentido de já se constituir em

Alf

RIBE

IRODiálogo: no lugar

da postura punitiva, preocupação em orientar o agricultor

Page 31: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 31

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

um fórum com participação de praticamente todas

as unidades da Federação para discutir, entender e

definir de que forma se daria o processo de re-

gulamentação e fiscalização estadual com relação

à questão das embalagens. Dessa reunião, resul-

taram algumas indicações de ações importantes.

Por exemplo, ficou estabelecido que, ao cadastrar

agentes de comercialização, os órgãos estaduais

deveriam exigir comprovante de credenciamento

em algum sistema de destinação de embalagens

vazias. Naquela época, estávamos começando

- eram cerca de 30 centrais ou postos. Hoje, o

sistema INPEV é composto por 115 centrais e cerca

de 300 postos de recebimento, administrados por

265 associações que congregam aproximadamen-

te 3.000 revendedores e distribuidores. Destaco

outro benefício: a harmonização do entendimento

sobre o sistema e sobre como fiscalizar. No início,

havia uma preocupação muito grande em se

orientar o produtor em vez de se adotar uma

postura punitiva. Finalmente, outro avanço muito

grande foi a integração entre a entidade privada

com os órgãos públicos na busca de soluções para

tudo aquilo que diz respeito ao uso adequado de

produtos fitossanitários. A forma como o Enfisa

vem se desenvolvendo sempre foi muito boa e par-

ticipativa. Para nós da iniciativa privada, é natural

que o Enfisa tenha um momento interno no qual o

MAPA e os órgãos estaduais discutam as políticas

e formas de implementá-las, mas a abertura de

participação e discussão entre a iniciativa privada e

os órgãos públicos foi fundamental e é um sinal de

maturidade do grupo. Esse espírito não pode ser

perdido para que o Enfisa continue tendo sucesso.

Outro desafio é encontrar uma maneira de agilizar

as decisões que são tomadas: desses eventos sai

uma carta com recomendações de ações pra que

isso efetivamente continue alcançando resultados,

a implementação dessas ações deve ser rápida.

A Carta é um documento que tem que ser vivo,

ele não pode ser um documento que se é revisto

só nos regionais ou na reunião nacional. Esse é

um ponto fundamental: que essa Carta seja viva,

tenha uma dinâmica e as ações sejam implemen-

tadas. Caberia também uma interação maior com

o IBAMA e Anvisa, pois são órgãos que têm uma

interface muito forte com as questões fitossanitá-

rias. Então, é importante também que haja uma

harmonização, um entendimento entre eles e o

MAPA quanto à maneira de atuar e interagindo

com o setor privado. Isso aumentaria muito a

probabilidade de bons resultados e sucesso.”

PEPÊ

SAN

TOS

É muito importante poder conversar com cada estado para discutir as demandas e as soluções. o Enfisa é um facilitador

desse processo. para nós, é um orgulho ser um dos participantes ativos dessa iniciativa”.

Juliana Hosken, inpEV

João Rando, presidente do InpEV, e Vera Lúcia Amaral, do IAGRO, MS: harmonizar o entendimento

Page 32: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L32

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Identificar prioridades e planejar as ações

Túlio Oliveira, presidente da Associação das

Empresas Nacional de Defensivos Agrícolas, AEN-

DA, divide a história do ENFISA em dois momen-

tos: o primeiro, muito mais fechado à presença da

sociedade civil pública e marcado pela dificuldade

das associações em discutirem propostas com os

órgãos regulatórios. Com o amadurecimento do

grupo, ocorreu uma mudança de formato do

ENFISA, argumenta ele.

“Estamos tendo a oportunidade de construir

uma fiscalização mais justa, mais confiável e até

maior do que hoje existe. Num contexto de busca

de boas práticas regulatórias, é fundamental que

nós do setor regulado participemos das discussões.

O que mais me chama a atenção neste formato

novo do ENFISA é que existe uma reunião de fiscais

aberta à participação de associações e sindicatos

do setor, após a qual existe um seminário aberto

ao público em geral. Observa-se que, nos últimos

dois anos, houve um avanço no conhecimento dos

fiscais de todo o país e que as diferenças regionais

diminuíram. Isso nos deixa muito exultantes. À

medida que evolui a relação de confiança com

os fiscais, nós, como associação de empresas,

nos sentimos muito satisfeitos, porque até pouco

tempo éramos vistos pelos fiscais como bandidos

que vendem agrotóxicos. Hoje, eles sabem que as

fábricas registrantes estão no mercado explorando

um negócio que é vital para a agricultura. “

O Governo Federal e os governos estaduais

precisam dar mais ouvidos aos fiscais agropecuá-

rios e dar a eles melhores condições de trabalho.

Estou falando aqui de infraestrutura e também de

capacitação e remuneração. Algumas profissões

foram estigmatizadas como profissões de baixa

remuneração. Professor, por exemplo. A imensa

Alf

RIBE

IRO

Revendas têm papel importante na orientação dos agricultores

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J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 33

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

contribuição do professor para a sociedade é

inquestionável, mas, na hora da remuneração, ele

é esquecido. O fiscal agropecuário está mais ou

menos nesse estigma. Temos que quebrar isso. Os

auditores fiscais são bem pagos e eu pergunto -

qual a diferença entre eles e o fiscal agropecuário?

Os fiscais agropecuários não são, afinal de contas,

auditores de nossas propriedades produtivas? São.

Então tem que pagar bem para eles também.

Sobre a capacitação dos fiscais, o próprio

Enfisa vem ajudando a balizar o conhecimento.

As palestras proferidas nos seminários estão num

grau cada vez mais elevado ano após ano. Isso

demonstra que o processo está avançando. Vejo o

Enfisa, hoje, com um evento bem estruturado: fi-

cou mais organizado e agora só tende a melhorar.

Não é um encontro para trocarmos ideias e sim

para planejamento governamental, para identifi-

cação de prioridades e, aos poucos, vai-se criando

a cultura de uma planificação maior das ações.

Entender os processos para colaborarHenrique Mazotini, presidente da ANDAV,

Associação Nacional dos Distribuidores de Insumo

Agrícolas e Veterinários, conta que a entidade

prestou todo o apoio necessário desde o primeiro

evento. No ano seguinte, os representantes da

indústria não foram aceitos no evento. “Mas nós

entendemos que isso faz parte de um processo de

evolução de um processo. Essa visão de que a in-

dústria não pode participar da discussão é arcaica

e, felizmente, foi superada”, afirma Mazotini.

“Nosso objetivo não é influenciar decisão

nenhuma e, sim, colaborar com a fiscalização e

entender todos os processos de fiscalização para

que possamos orientar melhor o nosso associado.

A Andav é uma associação que representa o siste-

ma de distribuição que são os canais de revenda,

revendas de grande porte, de pequeno porte e ela

é, por obrigação, absolutamente legalista. Nós não

queremos nem estar acima de lei e nem abaixo

- queremos praticar a legislação na extensão que

somos obrigados a cumprir. O nosso negócio é

diferente de qualquer outro negócio - temos uma

extensa legislação a cumprir e a obrigação da An-

dav é orientar os seus associados ao cumprimento

dessa legislação. Os três primeiros foram em

Belo Horizonte, é nós entendemos que era uma

oportunidade de estarmos nos relacionando com

os órgãos de fiscalização e fazendo um trabalho

em parceria. Afinal, se os fiscais comunicarem as

regras claramente, nós poderemos fazer melhor

o nosso trabalho de orientar a revenda e cobrar

dela o cumprimento da legislação. Esse é o nosso

compromisso. Estamos implantando um sistema

de certificação dos nossos associados, ou seja,

estabelecendo um padrão mínimo de qualidade,

pois eles estão sujeitos a risco de toda natureza:

financeiro, ambiental, risco de eficácia-eficiência,

risco de uma aplicação inadequada, risco para o

aplicador, para o ser humano em si. Quem orienta

o agricultor para adquirir um EPI, quem está em

contato diário com o agricultor somos nós, os

revendedores. Nós é que temos milhares de veí-

culos, milhares de profissionais, que diariamente

visitam o agricultor, então nós somos responsáveis

pela transferência de tecnologia e conhecimento

para o agricultor. Estimamos que o Brasil tenha,

hoje, em torno de 25 mil profissionais no sistema

de distribuição de produtos fitossanitários, entre

técnicos agrícolas, engenheiros agrônomos,

engenheiros florestais e veterinários. Estimamos

também que haja cerca de sete mil canais de

distribuição de produtos fitossanitários, então o

atendimento ao agricultor é feito pela revenda

que está lá e, nesse sentido, é fundamental que a

fiscalização nos comunique claramente quais são

as regras para que nós possamos repassá-la aos

nossos associados. A Andav entende que o Enfisa

é um marco na história da agricultura brasileira. O

que nós precisamos é equilibrar os objetivos e ga-

rantir que o Enfisa continue sendo absolutamente

Page 34: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L34

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

técnico, longe de ideologias do que deve e o que

não deve e sim do que é permitido e do que não

é permitido pela legislação. Quando se trabalha

tecnicamente, torna-se possível estabelecer e

quantificar parâmetros para avaliar a efetividade

das ações, lembrando sempre que nosso país é

composto de muitas realidades diferentes.

Integração entre quem regula e quem produz

O SINDAG sempre encarou o Enfisa como

o principal evento do segmento de defensivos

agrícolas, pois ele reúne as áreas de fiscalização

dos órgãos públicos e o setor de insumos agrícolas

- há uma integração da parte que regula com a

indústria. Esse é o principal benefício - a aproxi-

mação do setor público com o setor privado. No

Enfisa, podemos discutir as questões e problemas

da área e antecipar a possíveis problemas. Vou

dar três exemplos. O primeiro: embalagens vazias

de agrotóxicos. Questiona-se sempre o papel das

centrais de recebimento, então a gente sempre

vai tentar trabalhar onde tem demanda maior

para melhorar a destinação de embalagens vazias.

Segundo exemplo: a questão de cadastro estadual

- é imprescindível discutir os procedimentos e as

limitações impostas a determinadas culturas ou

produtos para que a indústria saiba como é feita

a fiscalização, que critérios são levados em conta.

E finalmente, os canais de distribuição, pois estes

também recebem a fiscalização e precisam ser

claramente comunicados sobre os critérios.

Houve uma série de avanços recentes, como

o acompanhamento, o ‘follow-up’ das propostas

nas Cartas, para que o que foi decidido pelo grupo

seja cumprido. Isso dá credibilidade. Avançamos

também ao conseguir um maior envolvimento do

IBAMA no Enfisa. Um desafio que eu vejo para

o Enfisa é a necessidade de se buscar sempre

novos assuntos, que tragam um progresso maior

para o setor e induzam melhorias nas secretarias

e ministérios. Por exemplo, urge que os sistemas

de registro e cadastro sejam informatizados, para

dar maior celeridade aos processos e às consultas.

Esse é um assunto que poderia ser mais discutido

nos encontros de fiscalização. Gostaria de pontuar

alguns desafios para o curto prazo: (1) o receituário

agronômico, envolvendo os CREAs na discussão;

(2) culturas de suporte fitossanitário insuficiente; (3)

a comunicação dos resultados dos programas de

monitoramento de resíduos; (4) a questão do uso

de domissanitários como agrotóxicos. Encerrando,

o Enfisa é um evento importante, pois permite que

o estado apresente a sua realidade e mobilize os

atores envolvidos em torno da resolução de garga-

los existentes. Acho que, realmente, o Enfisa é uma

Parceria Público-Privada não oficializada e informal,

mas que vem apresentando resultados concretos.

“O seminário é muito importante, é interes-

sante você ter todos os estados juntos para se

harmonizar a fiscalização, porque seria muito

difícil atender a 27 legislações diferentes sobre o

uso de agrotóxicos. O encontro é um facilitador do

diálogo e troca de experiências entre os estados”,

afirma José Roberto Da Ros, diretor do SINDAG.

Democratizar o conhecimento sobre defensivos agrícolas

A ABIFINA tem 25 anos de existência e abrange

todo o complexo de química fina, ou seja, nossa

atuação não se limita ao campo de defensivos. Nós

temos uma atuação mais focada em função da im-

portância de algumas associadas que atuam nesse

segmento há 4-5 anos. Começamos a participar do

ENFISA no evento nacional de Belém e, desde então,

temos participado assiduamente. Entendemos que

o ENFISA é o principal fórum para nivelamento de

conhecimento dos estados em relação a defensivos

agrícolas e percebe-se uma clara evolução entre

Belém/2008 e São Luís/2010. Percebemos também

o empenho do Ministério da Agricultura em tentar

harmonizar esses conceitos, o que se torna ainda

Page 35: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 35

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

mais desafiador num país de tanta diversidade

quanto o Brasil. Então, o Enfisa consegue justamen-

te isso - a troca de experiência, a atualização e uma

maior robustez dos processos. Percebemos uma

preocupação dos órgãos estaduais em interagir com

seus pares e isso é muito positivo. Para a indústria,

o Enfisa é importante, pois é o momento que ela

tem para mostrar sua disposição em ser parceira do

Governo, tanto em nível federal quanto estadual.

As associações funcionam como o canal direto

entre a indústria e os entes reguladores para buscar

soluções, apresentar propostas e induzir parcerias

para que o setor tenha respostas positivas. Em

resumo, o Enfisa é extremamente importante, as

associadas da Abifina consideram que é importante

a nossa participação e elas procuram participar do

evento nacional. Ao participarem, elas passam a

ter a dimensão do quanto temos avançado. É in-

teressante mencionar também que este modelo de

reunião, baseado em transparência, não ocorre em

outros setores nos quais a Abifina atua. Houve uma

iniciativa no setor Farmoquímico recentemente,

mas que não prosperou. Então o Enfisa tem que

ser valorizado, é um evento de grande importância

que o MAPA realiza. Lamento que outros órgãos

envolvidos no registro não se engajem tanto, apesar

de termos tentado isso repetidas vezes. Vale a pena

destacar a atuação do Luís Rangel (MAPA) na lide-

rança do processo, com comprometimento, clareza

e sabendo sempre tirar de cada um coisas positivas.

Ele recebe muito bem a participação da indústria

e isso oportuniza que a gente mostre aos estados

qual o nosso papel, como podemos contribuir e até

onde vai nossa responsabilidade.

Cadastro: discutir os procedimentos para cada culturaAl

f RI

BEIR

O

Page 36: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L36

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

De 1995 a 2010 foram nove ventos e 15 re-

gionais sempre focados na harmonização de

procedimentos. A Revista Defesa Vegetal ouviu os

coordenadores de diversos eventos, que dividiram

um pouco da experiência que vivenciaram.

Realizar um ENFISA coloca o Estado em posição

de destaque nacional ou regional e cria oportuni-

dades de troca de experiências e estreitamento de

relações com o Ministério da Agricultura, Pecuária

e Abastecimento, outras OEDSVs, associações

que representam o setor de insumos agrícolas e

outros agentes envolvidos no processo. Possibilita

também um nivelamento do conhecimento e um

aumento na qualificação da equipe de fiscalização

do órgão que sedia o evento.

A visão dos EstAdos

Regina Sugayama

Desde 2002, o ENFISA já passou por 22 unidades da Federação, induzindo mudanças positivas nos serviços de cadastro e fiscalização de comércio e uso de agrotóxicos

Maria Aparecida Andrade Nascimento (EMDA-

GRO), coordenadora do Regional Nordeste 2006:

“Organizar o evento em 2006 trouxe benefícios

ao estado de Sergipe, pelo nivelamento de co-

nhecimento sobre procedimentos corretos para o

comércio e uso de agrotóxicos, sobre o qual todos

os envolvidos no setor foram alertados da necessi-

dade de se adequarem às exigências legais, como

também contribuiu para intercambiar informações

entre os estados. Outro fato bastante relevante foi

a participação marcante da Procuradora Federal da

República, Drª Gicelma Nascimento, que até hoje

(2011) acompanha todo o trabalho desenvolvido

pelas instituições em Sergipe, por meio da Comis-

são Estadual de Agrotóxicos”.

Page 37: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 37

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Integração entre os profissionaisLayse Goretti Bastos, Heloísa Baptista Figuei-

redo e Luiz Guamá (ADEPARÁ), do 6º Enfisa

Nacional: “O Seminário Nacional ajudou a divulgar

as ações da Adepará referentes ao Programa de

Agrotóxicos. Possibilitou também a integração

entre os fiscais da Adepará, pessoas ligadas à

indústria, fiscais estaduais e federais. Os temas

discutidos acrescentaram em conhecimento e

ajudou a aperfeiçoar o programa estadual de

agrotóxicos”.

Oder Gurgel (IDAF), coordenador do Regional

Norte 2008: “Organizar o 3º Encontro Regional

de Fiscalização foi uma responsabilidade muito

grande. No entanto, foi também muito enriquece-

dora, principalmente pela troca de conhecimento

e experiências vivenciadas. Foi trabalhoso, porém

gratificante. É um estágio para a realização de um

evento nacional”.

José de Souza Reis Filho (AGRODEFESA), co-

ordenador do Regional Sul/Sudeste/Centro Oeste

2009: “A realização do Encontro de Fiscalização

e Seminário Regional Sul, Sudeste e Centro Oeste

de Agrotóxicos trouxe grandes dividendos para a

Coordenação de Agrotóxicos da AGRODEFESA.

Conseguimos uma boa integração com os fiscais

que executam o serviço nos outros estados da

região centro-sul, discutimos ações que estavam

sendo feitas, assistimos palestras com conteúdos

fundamentais para a consecução dos nossos ob-

jetivos e, acima de tudo, conseguimos provar para

nós mesmos a capacidade de realizar um evento

envolvendo pessoas que têm a responsabilidade

de zelar pelo uso correto e consciente desta fer-

ramenta de trabalho na agricultura, que são os

agrotóxicos”.

Dificuldades superadasCertamente, quem participa do evento não tem

a dimensão do trabalho que é realizado para que o

PEPÊ

SAN

TOS

Organizar um ENFISA é um desafio, mas o saldo tem sido muito positivo

Page 38: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L38

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

evento aconteça. São muitos entraves burocráticos

e orçamentários que exigem que a pessoa que

está na liderança do processo exercite diariamente

sua perseverança e sua determinação em fazer um

bom evento. Isso sem falar em contratempos de

ordem política que, muitas vezes, representam um

fator a mais de stress para o coordenador.

Filomena Antônia de Carvalho (AGED), Coor-

denadora do 8º Enfisa Nacional: “O processo orga-

nizacional desse evento me impôs determinação e

me obrigou a renovação diária de ânimo. Tive que

exercitar minha capacidade de tolerância e muita

paciência para dissipar os inevitáveis entraves buro-

cráticos, sem nunca me esquecer do nobre objetivo:

realizar o ENFISA com sucesso. Superadas as dificul-

dades e com o apoio de uma equipe incansável, foi

possível oferecer aos participantes um ENFISA com

padrões de eficiência, especialmente, pelas novas

abordagens apresentadas e com a excelência dos

palestrantes que abrilhantaram o evento”.

Vera Lúcia Amaral de Oliveira Pereira (IAGRO),

Coordenadora do 2º Encontro Regional de Fis-

calização: “Organizar um ENFISA, com todos os

entraves que surgem nas unidades da Federação,

vem a ser um desafio inicialmente muito estressan-

te, mas visto da ótica da credibilidade e confiança

que são depositados em nós, o saldo positivo é

muito grande e considerável”.

Novo formatoO evento vem crescendo em importância e

visibilidade, e evoluindo no sentido de tornar suas

reuniões mais eficazes. Em 2010, o formato dos En-

contros Regionais foi revisto e o Seminário Regional

foi suprimido. Os eventos passaram a ser compostos

unicamente por uma reunião de trabalho dos repre-

sentantes dos órgãos estaduais de cadastro e fiscali-

zação de comércio e uso de agrotóxicos. O evento

nacional também passou por mudanças significati-

vas, com a inclusão de um curso de atualização sobre

agrotóxicos, concomitante ao Encontro de Fiscais e a

nova configuração da sala no formato de delegações

com cada Unidade da Federação sendo representada

por dois profissionais da OEDSV e um fiscal federal

agropecuário. “O novo formato mesclou desafios e

oportunidades e facilitou que cada participante ma-

nifestasse o seu pensamento no momento preciso de

sua verbalização. Isso disciplinou o uso da fala, evitou

conversas simultâneas e impôs respeito à pessoa que

estava falando”, diz Filomena Antônia de Carvalho,

coordenadora do ENFISA 2010.

Os coordenadores que participaram desta edição

são unânimes quanto à importância da interação en-

tre os órgãos regulatórios e o setor privado. Segundo

eles, essa aproximação potencializa os resultados.

PEPÊ

SAN

TOS

PEPÊ

SAN

TOS

Consolidado, o evento ganha importância e visibilidade

Troca de conhecimentos e experiências

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J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 39

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Harmonização de procedimentos de fiscalização e legislação

Cumprindo seu objetivo principal, a cada

ano o ENFISA colabora para que as legislações

e os procedimentos de fiscalização estejam cada

vez mais semelhantes. Isso é beneficio para os

estados, que vão aos poucos se igualando, e

para as empresas, que não precisam se adequar

a 27 procedimentos e legislações diferentes.

Evolução dos estados O envolvimento no evento fez com que os

estados evoluíssem também individualmente. Em

2002, alguns sequer pensavam em ter legislações

10 benefícios do ENFISAA revista Defesa Vegetal ouviu representantes dos órgãos regulatórios e do setor privado e sumarizou os benefícios oriundos deste evento que, ao longo dos últimos 10 anos, vem mudando a forma de se fiscalizar agrotóxicos no Brasil:

sobre agrotóxicos e hoje se vêem trabalhando para

aprimorá-las ou finalizá-las. O mais interessante é

que a colaboração é constante. Passado o evento,

ocorrem reuniões e encontros para a construção

compartilhada de documentos e tomada de decisão

Melhoria do sistema agropecuário no país

Consequentemente à evolução dos estados e

à harmonização de procedimentos e legislações,

temos uma melhoria do sistema brasileiro de

fiscalização e organização, no que se refere aos

agrotóxicos. O nível das discussões e das ações

está cada vez mais elevado.

Profissionais do agronegócio no ENFISA:

troca de experiências

PEPÊ

SAN

TOS

Page 40: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L40

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Aproximação entre Governo e empresas

É cada vez maior a integração entre as

empresas do setor de agrotóxicos, o Ministério

da Agricultura e os órgãos estaduais de defesa

agropecuária. Todos podem expor seus motivos

e demandas e tentar chegar num resultado que

não prejudique nenhum dos elos. O MAPA pode

compreender a situação das indústrias no que se

refere a registro, por exemplo, e priorizar alguns

processos. Na mesma medida, a indústria passa

a entender os procedimentos de fiscalização do

governo. Essa aproximação é benéfica para todos.

Parcerias entre diferentes órgãosCom o ENFISA, os procedimentos de fiscali-

zação têm se aprimorado e são melhor compre-

endidos pelos diversos segmentos. Assim, tem

sido possível estabelecer parcerias entre órgãos

públicos e a iniciativa privada, em que se unem

pelo mesmo objetivo, Secretarias de Agricultura,

Meio Ambiente, Polícia Federal, SINDAG, cada

um dentro das suas atribuições e competências,

mas juntos para coibir comércio e uso de agro-

tóxicos ilegais (contrabandeados, roubados ou

falsificados).

Sensibilização da sociedade e atenção à saúde pública

A realização do evento é sempre noticiada nas

mídias regionais e por vezes, nacionais. Isso gera

uma aproximação com a sociedade em geral, que

ainda precisa aprender muito sobre o tema, mas já

ouve falar que algo está sendo feito. Constata-se

que todas as discussões influenciam diretamente

os consumidores e a saúde pública, principalmente

no que diz respeito à qualidade dos alimentos.

Valorização profissionalDesde a primeira edição do evento, a

preocupação com os profissionais vem sendo

abordada. O objetivo maior é a valorização e a

consolidação da carreira de Fiscal Estadual Agro-

pecuário. Os encontros propiciam espaço para

discussão e também propostas de ações para

alcançar essa meta. Aos poucos, os profissionais

vão se organizando para que seu trabalho seja

cada vez mais valorizado e reconhecido como

essencial para a segurança alimentar.

Crescimento profissionalÉ cada vez maior o envolvimento nos debates

e a evolução mais perceptível está na forma como

os assuntos são tratados: com mais profissio-

nalismo. Os temas têm sido discutidos de forma

técnica, objetivando aprimorar a fiscalização no

uso e comércio de agrotóxicos. Essa evolução nas

discussões é consequência do crescimento que

o evento tem proporcionado, individualmente, a

cada profissional. Isso vai desde o conhecimento

ampliado à mudança de comportamento e nova

postura de ação.

CompromissoCom o passar das edições, é crescente a pre-

ocupação com os compromissos assumidos. As

Cartas apresentam ações e estas são cumpridas

ou, pelo menos, tem havido esforço em cumpri-

las. Isso representa um maior envolvimento dos

participantes, que estão dando a devida importân-

cia aos encontros.

Integração profissionalO ENFISA tem permitido que os diferentes

profissionais ligados aos agrotóxicos, seja do

MAPA, dos órgãos estaduais ou das empresas, se

conheçam e estreitem suas relações. Isso é positivo

na medida em que possibilita conhecimento direto

do trabalho do outro. O bom relacionamento

facilita a troca de experiências e a tomada de de-

cisão, promovendo a abertura para que cada um

manifeste seu ponto de vista e necessidade.

Page 41: Revista Defesa Vegetal junho 2011

N O V - D E Z 2 0 1 0 • E s p e c i a l E D U C A Ç Ã O 41

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Todo ano, o ENFISA realiza uma pesquisa entre os Órgãos Estaduais de Defesa Sanitária Vegetal sobre a Fiscalização de Comércio e Uso de Agrotóxicos no Brasil. Em 2010, o MAPA fez outro levantamento: os planos estratégicos de 18 setores da área vegetal. Conheça os resultados desses dois estudos

Raio-X do coméRcio e uso de agrotóxicos no país

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D E F E S A V E G E TA L42

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Anualmente, o ENFISA realiza um diagnóstico

do cadastro e fiscalização de comércio e uso

de agrotóxicos no Brasil. A pesquisa é realizada

através de sistemas eletrônicos on-line e conta

com a participação de representantes de todos os

Órgãos Estaduais de Defesa Sanitária Vegetal (OE-

DSVs). O objetivo é identificar os pontos fortes e os

gargalos existentes para propor ações de melhoria

no sistema de fiscalização de agrotóxicos no Brasil.

Confira alguns dados:

Diagnóstico da fiscalização

Regina Sugayama

Situação atual da fiscalização de comércio e uso de agrotóxicos no Brasil

Recursos HumanosOs 27 OEDSVs empregam, juntos, 2.566 pro-

fissionais de nível médio ou superior em atividades

de cadastro e fiscalização de comércio e uso de

agrotóxicos. GO, PI, MG, MA e SP são os que

apresentam maiores números:

CadastroConsiderando as Unidades da Federação que

têm Lei Estadual de Agrotóxicos na qual está

prevista a atividade de cadastro, em média, cada

OEDSV autoriza o uso de 1.046 produtos. SP é a

UF com maior número de produtos cadastrados

(1.472), seguido por TO (1.395), Goiás (1.331),

BA (1.320) e Alagoas (1.261). Em 2010, foram

concedidos, em média, 114 cadastros por OEDSV.

A UF com maior atividade de cadastro em 2010 foi

o ES, com 353, seguido pelo PE (158), GO (149),

SE (125) e PA (124).

Número de revendasOs OEDSVs informaram haver, no total, 8.322

revendas de agrotóxicos no Brasil e que estão

registradas em suas respectivas UFs de origem. As

UFs com maior número de empresas que vendem

agrotóxicos diretamente ao consumidor são o RS

(1.292 revendas), PR (1.265), SP (1.120), MG (933)

e SC (802). Estas cinco UFs representam 65% do

total de revendas registradas no Brasil.

Fiscalização e orientação para o uso correto nas propriedades rurais: em

2010, aumento de 37%

ARQ

UIVO

ADE

AL/A

L

Page 43: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 43

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Número de empresas de aplicação de agrotóxicos

Há 1.297 empresas que realizam a apli-

cação de agrotóxicos no Brasil e registradas

pelos OEDSVs, sendo 1.180 de aplicação

terrestre e 117 de aplicação aérea. As UFs

com maior número de empresas de aplicação

terrestre são PR (435), SP (287), RS (145), MG

(117), MA (42) e BA (42). As empresas de

aplicação aérea concentram-se em MT (26),

SP (24) e PR (22).

Fiscalização do ComércioEm 2010, foram realizadas 17.927 ações

fiscais em estabelecimentos que revendem

agrotóxicos, um aumento de 8,1% com rela-

ção ao que foi realizado em 2009.

UFs com maior número de ações de fisca-

lização: MG (5.075), PR (1.815), RS (1.301),

MT (1.233) e SC (1.230).

UFs com maior número de ações fiscais

por revenda: PI (17,9), DF (16,5), ES (11,3),

MG (5,4) e TO (4,6).

UFs com maior crescimento percentual

2010/2009 na fiscalização do comércio: DF

(702%), PA (83%), SP (80%), RO (50%) e

BA (29%).

O número de receitas agronômicas fisca-

lizadas nos canais de distribuição subiu de

125.383 em 2009 para 134.787 em 2010,

um incremento da ordem de 7,5%.

Em 2009, foram lavrados 1.513 autos

de infração em canais de distribuição. Esse

número aumentou cerca de 10% em 2010.

A infração mais comum foi o comércio

de agrotóxicos por estabelecimentos não

registrados. O número de autos lavrados em

2009 foi de 330 e, em 2010, 521. Os estados

do RS e RJ foram os que apresentaram maior

número de infrações desta natureza, 176 e

128, respectivamente.

Outra infração bastante comum foi a

venda de agrotóxicos sem apresentação da

receita agronômica. O número de autos la-

vrados dobrou de 2009 para 2010, passando

de 166 para 336. Os estados do PI e RS foram

os com maiores autos de infração por este

motivo, com 98 casos cada um em 2010.

2009:

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D E F E S A V E G E TA L44

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

O número de autos de apreensão ou suspensão em 2010 foi cerca de 20% menor do que em

2009 e o número de notificações passou de 3.162 em 2009 para 4.996 em 2010, um incremento

de quase 40%.

Fiscalização do UsoA fiscalização do receituário agronômico nas propriedades rurais passou de 12.366 em 2009

para 16.969 em 2010, um incremento de 37%.

MG e MT foram os estados com mais intensa atividade de fiscalização do receituário agronô-

mico em propriedades rurais: 6.962 e 5.100, respectivamente no ano de 2010.

O Estado do PA triplicou a fiscalização do receituário agronômico em propriedades rurais em

2010:

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EspEcial – 10 anos DE Enfisa

2010, na comparação com 2009. MT, ES, RJ e BA também mostraram incremento superior a 50%

na fiscalização do receituário agronômico nas propriedades rurais nesse período.

Em seis estados foram realizadas ações integradas com o CREA para fiscalização da receita

agronômica em 2010: PR, CE, PA, PB, PE e BA. Destacamos a atuação do PR, onde foram realiza-

das 150 ações integradas com o CREA.

Monitoramento de resíduos de agrotóxicosEm 2009 e 2010, nove UFs coletaram amostras de produtos vegetais para análise de resíduos

de agrotóxicos.

CapacitaçãoEm 2010, os OEDSVs realizaram uma série de ações educativas para promover o uso correto

e seguro de agrotóxicos. Os Estados com atividade mais abrangente na capacitação de agentes

envolvidos no comércio ou uso de agrotóxicos em 2010 foram PR, RO, CE, MT e RJ.

Disque DenúnciaDoze UFs declararam possuir Disque Denúncia: DF, RJ, MG, RO, GO, TO, BA, MS, PA, MA, AL e

AP. O número total de atendimentos realizados no Disque Denúncia subiu de 31, em 2009, para

50, em 2010, destacando-se os estados de RO, com 17 denúncias em 2010, RJ e MA, com 12

denúncias cada.

Assunto PR RO CE MT RJ

Agrotóxicos ilegais Sim Sim Não Sim Sim

Uso correto Sim Sim Sim Sim Sim

NR-31 Sim Sim Sim Não Sim

Receituário agronômico Sim Sim Sim Sim Não

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D E F E S A V E G E TA L46

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Ao longo do ano de 2010, a Coordenação

Geral de Apoio às Câmaras Setoriais e

Temáticas do MAPA realizou o mapeamento de

demandas estratégicas de 24 setores do agro-

negócio brasileiro, sendo 18 da área vegetal.

Os resultados foram consolidados em Agendas

Estratégicas 2010-2015, que sumarizam a

visão, demandas e gargalos identificados por

lideranças do nosso setor privado e regulatório.

A estrutura de uma Agenda de trabalho da Ca-

deia Produtiva proporciona condições de am-

pliar as discussões além das questões pontuais

do dia a dia da Cadeia, as chamadas questões

conjunturais. Permite pensar no futuro, cons-

Agenda estrAtégicA Aguinaldo Lima e Paulo Márcio Mendonça*

O cenário atual de 18 cadeias produtivas para o setor de agrotóxicos no Brasil

truir planos e projetos de médio e longo prazo

que desenvolvam a Cadeia como um todo, com

competitividade e sustentabilidade, ou seja,

abrange as questões estruturais.

As informações e demandas aqui demons-

tradas poderão auxiliar na composição do

planejamento estratégico da Secretaria de

Defesa Agropecuária e outros órgãos. Assim,

espera-se induzir trabalhos em cooperação e

o alinhamento de ações de políticas públicas

e privadas de desenvolvimento, fomento e

sustentabilidade das Cadeias que compõem o

Agronegócio Nacional, traduzindo-se em uma

grande parceria focada em resultados.

Onze cadeias manifestaram a importância

de se implementar o SUASA e de estimular a

adesão de estados e municípios ao sistema, e

14 identificaram a necessidade de se promo-

verem ações para uma maior capacitação dos

profissionais de fiscalização.

No que se refere à área de agrotóxicos,

foram identificadas 22 diretrizes:

*Aguinaldo Lima e Paulo Márcio Mendonça são membros da Coordenação

Geral de Apoio às Câmaras Setoriais e Temáticas – CGAC/SE/MAPA.

Algodão Feijão Citricultura

Soja Arroz Fruticultura

Milho e sorgo Borracha natural Hortaliças

Culturas de inverno Mandioca Flores e Plantas Ornamentais

Tabaco Cacau Vinhos e Viticultura

Cachaça Florestas Plantadas Oleaginosas & Biodiesel

Câmaras Setoriais incluídas neste estudo:

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J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 47

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Diretriz Setores

Acompanhar e atuar junto a ANVISA nos processos de registro, reclassificação Tabaco

e banimento de produtos utilizados no agronegócio

Discutir e participar ativamente do processo de reavaliação dos agrotóxicos Soja

junto à coordenação de agrotóxicos do MAPA

Acompanhar a reavaliação dos defensivos Algodão

Cancelar o registro de produtos não mais utilizados e verificar a existência Feijão

de produtos condenados em outros países

Combater o uso de defensivos não registrados com ações na cadeia Viticultura, vitivinicultura

de distribuição e derivados

Estabelecer legislação para pré-registro e registro emergencial de defensivos Fruticultura

para pragas quarentenárias

Agilizar e ampliar oferta de genéricos Arroz

Combater o contrabando de defensivos Viticultura, vitivinicultura

e derivados

Discutir a importação de insumos por princípio ativo e não por marca comercial Arroz, Milho e sorgo

Culturas de inverno

Agilizar o registro de novos defensivos, contemplando novas moléculas Citricultura

e a extensão de uso de defensivos já utilizados em outras culturas

Fomentar a agilização do processo de Registro de Defensivos, dando vantagens Soja

a produtos de melhor custo-benefício e melhor perfil toxicológico, menos

impactante ao ambiente e artrópodes benéficos

Identificar a necessidade de registro de defensivos (Minor crops) Borracha natural, Viticultura,

vitivinicultura e derivados

Agilizar o processo de registro do Tricovab Cacauicultura

Agilizar os processos de aprovação de novos produtos Algodão

Feijão, Arroz

Flexibilizar o registro de defensivos genéricos Algodão

Intensificar o estudo de novos métodos fitossanitários e uso de agroquímicos Cacauicultura

com vistas a atender a restrições do mercado internacional

Levantar e identificar as classes de defensivos com poucos produtos registrados Feijão

Promover o registro de produtos adequados ao arroz de terras altas e irrigado Arroz

Promover o registro de produtos específicos Soja

Revisar a legislação de Agrotóxicos, priorizando novos ativos e simplificando Milho e sorgo

a extensão de uso de defensivos para sorgo e milheto (Decreto 4074/2002)

Trabalhar a assimetria de agroquímicos do Mercosul com o Brasil todo o Bloco Arroz

utilizar os mesmos produtos

Adequar os regulamentos de minor crops Arroz, Fruticultura

Hortaliças, Flores e

plantas ornamentais

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D E F E S A V E G E TA L48

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

As Câmara Setoriais e Temáticas são o

principal instrumento de interlocução do

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-

mento com o Setor Produtivo. Compostas por

representantes de mais de 400 órgãos públicos

e entidades privadas ligados os diversos segmen-

tos de cada cadeia produtiva, as Câmaras atuam

como foros consultivos na identificação de

oportunidades ao desenvolvimento das cadeias

produtivas, articulando agentes públicos e pri-

vados, definindo ações prioritárias de interesse

comum, visando à atuação sistêmica e integrada

dos diferentes segmentos produtivos. As Câ-

maras têm papel determinante na construção,

implementação e avaliação das Políticas Públicas

para o Agronegócio.

O Ministério da Agricultura conta com 27 Câ-

maras Setoriais, correspondentes às principais Ca-

deias Produtivas do Agronegócio Brasileiro - desde

as grandes culturas como Soja, Algodão, Arroz e

Feijão até aquelas de menor expressão econômica,

mas elevando potencial de crescimento, como Mel

e Produtos Apícolas, Cachaça e Caprinos e Ovinos.

Conta, ainda, com 7 Câmaras Temáticas, que

tratam de assuntos transversais, que impactam as

diversas cadeias produtivas: Agricultura Orgânica,

Insumos Agropecuários, Agricultura Sustentável

e Irrigação, Seguros do Agronegócio, Crédito e

Comercialização, Relações Internacionais e Infra-

estrutura e Logística.

Ao longo de 2010, foram realizadas 108

reuniões de Câmaras, com a participação de cerca

de 3 mil pessoas. O principal resultado dessas

reuniões foi a construção da Agendas Estratégicas

2010-2015, que estabeleceu, para cada Cadeia

Produtiva, a pauta dos principais desafios a serem

enfrentados nos próximos anos, tendo em vista o

fortalecimento do Agronegócio Brasileiro.

Mais informações sobre as Câmaras, bem

como os documentos das Agendas Estratégi-

cas das Câmaras, poderão ser acessados em:

www.agricultura.gov.br/camaras-setoriais-e-tematicas.

integração dos elos produtivos

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N O V - D E Z 2 0 1 0 • E s p e c i a l E D U C A Ç Ã O 49

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Em 2011, foi mantido o formato estabelecido pelas Diretrizes do ENFISA, com três grupos de trabalho regionais compostos por representantes dos órgãos estaduais de cadastro e fiscalização de comércio e uso de agrotóxicos e uma grande reunião anual. Leia, a seguir, os resultados das reuniões realizadas este ano em Boa Vista,RR, Porto Alegre, RS, e João Pessoa, PB

Memória recente: Enfisa 2011

Page 50: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L50

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Encontro de Fiscalização e Seminário Nacional sobre Agrotóxicos no Centro de Convenções em São Luís do Maranhão, entre os dias 14 a 17 de junho de 2010

Os representantes dos Órgãos Estaduais

de Defesa Agropecuária e do Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,

reunidos em plenária no Centro de Con-

venções do Estado do Maranhão, durante

o 8º Encontro de Fiscalização e Seminário

Nacional sobre Agrotóxicos, considerando a

necessidade da implementação de técnicas

de manejo integrado de pragas e do uso

seguro de agrotóxicos, redução de casos de

intoxicação de aplicadores, de contaminação

do ambiente e de resíduos em alimentos e

ainda a necessidade de fortalecimento das

ações de fiscalização de agrotóxicos e, depois

de ouvidas e aprovadas as sugestões apresen-

tadas durante o encontro para conhecimento

e providências, que couberem, de todos os

organismos nacionais e à sociedade organiza-

da, interessada no desenvolvimento de uma

agricultura sustentável na defesa da saúde

humana, animal e vegetal e na preservação do

meio-ambiente, aprovam, acatam e deliberam

a presente Carta de São Luís, conforme segue.

O item relacionado aos aspectos da NIMF

15, constante na Carta de Vitória 2009, foi

cumprido e, portanto, não consta na Carta

de São Luís. O 9º Encontro de Fiscalização e

Seminário Nacional sobre Agrotóxicos será

realizado em Campo Grande, no mês de

junho de 2011.

Para o 9º Encontro de Fiscalização e

Seminário Nacional sobre Agrotóxicos, a

Coordenação Geral de Agrotóxicos e Afins

disponibilizará pelo menos duas vagas para

representantes de cada órgão estadual de

defesa sanitária vegetal e pelo menos uma

vaga para cada Superintendência Federal da

Agricultura. A Coordenação Geral de Agrotó-

xicos e Afins disponibilizará recursos (fomen-

tará a inscrição, diárias e deslocamento) para

viabilizar a participação de um profissional

de cada órgão estadual de defesa sanitária

vegetal e de um Fiscal Federal Agropecuário

de cada SFA.

Assinam a carta de São Luís os represen-

tantes dos órgãos estaduais e do Ministério

da Agricultura.

São Luís, 15 de junho de 2010.

Carta de São LuíS

Page 51: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 51

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Oder José Da Costa Gurgel IDAF/AC AC

Manoel Das Dores Mendes SFA-AC AC

Eduardo Lino Moreira ADEAL AL

Francisco Barros SFA-AL AL

Aloysio Maia Malveira Júnior CODESAV AM

Márcio Martins Pereira SFA-AM AM

Raimundo Ribeiro Dos Santos ADAB BA

Jorge Carlos Novaes De Souza SFA-BA BA

Elenimar Bezerra De Castro ADAGRI CE

Janaina Magalhães SFA-CE CE

Luís Eduardo Pacifici Rangel CGAA/DFIA/SDA/MAPA DF

Ezron Leite Thompson IDAF/ES ES

José De Souza Reis Filho AGRODEFESA GO

Carlos Wellington F. Dos Santos SFA-GO GO

Filomena Antonia De Carvalho Matos AGED MA

George Serra SFA-MA MA

Nataniel Diniz Nogueira IMA MG

Aníbal Figueiredo SFA-MG MG

Vera Lúcia Amaral De Oliveira Pereira IAGRO MS

Jair Balleroni SFA-MS Ms

Sandra Regina Pinheiro Vieira INDEA MT

Júlio Lima SFA-MT MT

Luiz Carlos Cordeiro De Guamá ADEPARá PA

Luiz Carlos De Sá Barros SEDAP PB

João Batista De Morais Sobrinho SFA-PB PB

Vladimir O. Da Silva Guimaães SFA-PE PE

Sílvio Valença Varejão ADAGRO PE

Karlyson Sousa Carvalho ADAPI PI

Diolino Henriques Neto SFA-PI PI

Adriano Luiz Ceni Riesemberg SEAB PR

Marcelo Bressan SFA-PR PR

Leonardo Vicente Da Silva SEAPPA RJ

Luiz Paulo Falcão SFA-RJ RJ

Magnos Luiz Bezerra Lacerda IDIARN RN

João Batista SFA-RN RN

Carlos Alberto Terossi Filho ADERR RR

Sebastião Apolinário Santana SFA-RR RR

Rita De Cássia A. Grasselli SEAPPA RS RS

Luciana Gusmão SFA-RS RS

Milton Luiz Breda CIDASC SC

Francisco Rzatki SFA-SP SC

Ismar Francisco Ramos EMDAGRO SE

Antonio Fraga SFA-SE SE

Dilson Perdigão Zamariolli CDA SP

Estela Bonilha SFA-SP SP

Carlos César Barbosa Lima ADAPEC TO

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D E F E S A V E G E TA L52

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

ApoioàfiscalizaçãodosEstados

Registrodeprodutosparadestruiçãoderestosculturais

Harmonizaçãodasaçõesdeagrotóxicos

Misturaemtanque

CarreirasdeFiscalização

Destinaçãodeembalagens

Armazenamentodeagrotóxicosemcanaisdedistribuiçãoepropriedadesrurais

DetalharomelhorformatodaparceriadoMAPAcomosOEDSVsnaáreadeagrotóxicos.

Registroouinclusãodeusodeagrotóxicosparaadestruiçãoderestosculturais(algodão,soja,banana,tomateemilho).

Promovermaiorintegraçãoentreosórgãosdeagricultura,meioambienteesaúde.

SituaçãodoprocessosobremisturaemtanquejuntoaoCTA.

Promoveracria-çãodascarreirasdefiscalizaçãoestadual.

Apresentarumposicionamentoparaadestinaçãodeprodutosapreendidosemcanaisdedistribuiçãoemfunçãodedesviodeusoeprodutosobsoletos.

Estabelecerrequisitosparaarmazenamentodeagrotóxicos,considerandope-quenasegrandespropriedadeseasparticularidadesregionais.

Outubrode2010

Imediato

Junhode2011

Junhode2011

Junhode2011

Dezembrode2010

Outubrode2010

Grupodetrabalho:levantamentodasalternativasdisponíveiseviabilidadedosdiferentesformatosdeparceriaentreauniãoeosestados.SC(coordenador),PR,ES.

OMAPAfaráodisciplinamentoparaqueasempresasincluamessasindicaçõesnarotulagem.Posteriormente,aCGAA/DFIAautorizaráainclusãodeusopormeiodeatonormativo.

OMAPAiniciaráoprocessonosórgãosfederais,quedeveráseracompanhadodasaçõesdosOEDSVs.

OMAPAencomendaráàABNTumanormaquetratedecompa-tibilidades/incompatibilidadesentreagrotóxicoseapartirdabasetécnicareiniciaráadiscussãoarespeitodosaspectostoxicoló-gicos.

MAPAdevepromoveradiscussãocomoSindicatodosFiscaisFederaisAgropecuáriosnoENFISA.

GrupodeTrabalho:Coletarinformaçõesnacionaisdosdiferen-tesEstados,comsuasrespectivasespecificaçõesedisponibilizá-lasnapáginadoMAPA.MT(Coorde-nador),SC,MGeMS.

MAPAeÓrgãosEstaduaisdeFiscalização

MAPA

MAPAeÓrgãosEstaduaisdeFiscalização

MAPA

MAPAeÓrgãosEstaduaisdeFiscalização

SINDAG

ÓrgãosEstaduaisdeFiscalização

Page 53: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 53

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

ComércioInterestadual

Comércioeletrônicodeagrotóxicos

Culturasdebaixosuportefitossanitário

Desviodeusodedomissanitáriosesaneantesemáreasagrícolas.(abordadoemtodasCartasRegionais)

Fiscalizaçãodousodeagrotó-xicoemaviaçãoagrícola

EducaçãoSanitária

Situaçãodains-truçãonormativasobrecomérciointerestadualdeagrotóxicos.

Desenvolverumprojetoderegulamentaçãodocomércioeletrônicodeagrotóxicos.

CapacitaçãodasOEDSVsparaapli-caçãoedivulgaçãodanormadepequenasculturas.

Fiscalizaçãododesviodeusodedomissanitáriosedesaneantescomoagrotóxicos–esclarecimentossobreabaselegaldafiscalizaçãododesviodeusonoscanaisdedistribuiçãoenaspropriedadesrurais.

ConsultaraDivisãodeMecanizaçãoeAviaçãoAgrícolasobrelegislaçãoespecíficadeaviaçãoagrícolaedeagrotóxicos.

Elaborarcartilhasimpressas,“ban-ners”emateriaismultimídia(CDs,vídeos)parapropagandas

Contínuo

Junhode2011

Dezembrode2010

Outubrode2010

24meses

OMAPAcolocaráaINdeComércioInterestadualemconsultapúblicapor120dias.AconsolidaçãofinaldeveráserfeitanoENFISA.

GrupodeTrabalho:Coletarinformaçõesedesenvolverprojetoparanormatizaçãodotema.GO(coordenador)SP,MG,PRedoSINDAG.

ApresentaçãoeesclarecimentosporpartedoMAPAdecomofuncionaráadinâmicadaIN.Elaboraçãodeumacartilhaexplicativaparaaplicaçãoedivulgação.

LevantamentodeinformaçõeseconcentraçãodospareceresjurídicosemBrasília.ElaboraçãodeNotaTécnicabaseadaempareceresjurídicosquetratarádosrumosdafiscalizaçãodedomissanitáriosnocomércio.

AcrescentarnomanualdefiscalizaçãodaaviaçãoagrícolaaformadaparticipaçãodosOEDSVsnoprocesso.ADivisãodeMecanizaçãoeAviaçãoAgrícolavisitaráosEstadosquedemanda-remesclarecimentos.

PropostadeconcursoparacriaçãodematerialmultimídiaparaprogramasdeEducaçãoSanitária,nostemas:“Usocorretoesegurodeagrotóxicos”e“transportedeagrotóxicos”

MAPAeÓrgãosEstaduaisdeFiscalização

MAPAeÓrgãosEstaduaisdeFiscalização

ÓrgãosEstaduaisdeFiscalização

MAPA

MAPA

MAPA

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D E F E S A V E G E TA L54

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

Monitoramentoderesíduosdeagrotóxicos

FiscalizaçãodeagrotóxicosautorizadosparausonaAgriculturaOrgânica

Fiscalizaçãodocomércio

Fiscalizaçãodocomércioedouso

Fiscalizaçãodocomércioedouso

Estudaraviabilidadeparaseestabelecerumprogramaestadualparaanálisederesíduosdeagrotóxicos.

Realizar,duranteoencontronacionaldefiscalização,umareuniãocomrepresentantesdaComissãodeAgroecologiadoMAPA,dosOEDSVseoGTdeFiscalizaçãodaCGAAsobreagrotóxicoseafinsnascategorias:semioquímicos,agentesmicrobia-nosdecontrole,agentesdecontrolebiológico,produtosbioquí-micoseprodutosfitossanitáriosautorizadosparausonaagriculturaorgânica.

Manternapauta,amplodebatesobrereceituárioagronômico,comparticipaçãodetodosossegmen-tosenvolvidos.

Desenvolveraintegraçãoeletrônicaentreosbancosdedadosdisponíveiseentreossistemasdaáreafederaleestadual.

Incrementarafiscalizaçãodecomércioeusotendoporbaseasreceitasagronômi-cas

Dezembrode2010

Próximoeventonacional

Contínuo

Contínuo

Contínuo

ConsolidaçãodoplanonacionaldemonitoramentoderesíduosecontaminantesdoMAPAcomainserçãodosplanosEstaduaisedosOEDSVs.

Encaminharsugestõestecnica-mentefundamentadassobreoconteúdodapropostadaInstruçãoNormativaConjuntaquetratadosprocedimentosderegistrodeprodutosfitossanitárioscomusoaprovadoparaaagriculturaorgâ-nicaparaoIBAMA,destacandoaimportânciaeobrigatoriedadedareceitaagronômica.

ConvidaroscoordenadoresdascâmarasdeagronomiadosCREAs.

Fiscalizaroconteúdodasreceitasagronômicas

ÓrgãosEstaduaisdeFiscalização

OrganizaçãodoEventoNacional

OrganizaçãodoEventoNacional

MAPAeÓrgãosEstaduaisdeFiscalização

ÓrgãosEstaduaisdeFiscalização

Page 55: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 55

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Os representantes dos Órgãos Estaduais

de Defesa Agropecuária e do Ministé-

rio da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-

to, reunidos no Hotel Aipana Palace, em Boa

Vista, RR como parte das atividades do 9º En-

contro de Fiscalização e Seminário Nacional

sobre Agrotóxicos – ENFISA, considerando

a necessidade da implementação de técni-

cas de manejo integrado de pragas e do uso

seguro de agrotóxicos, redução de casos de

intoxicação de aplicadores, de contamina-

ção do ambiente e de resíduos em alimen-

tos e ainda a necessidade de fortalecimento

das ações de fiscalização de agrotóxicos e,

depois de ouvidas e aprovadas as sugestões

apresentadas durante o encontro para co-

nhecimento e providências que couberem, de

todos os organismos nacionais e à sociedade

organizada, interessada no desenvolvimento

de uma agricultura sustentável na defesa da

saúde humana, animal e vegetal e na preser-

vação do meio-ambiente, aprovam, acatam

e deliberam a presente Carta de Boa Vista,

conforme segue.

Foi solicitado que se estabeleça um siste-

ma de monitoramento trimestral das ações

contínuas de fiscalização. O coordenador do

evento Regional Norte, Carlos Terossi, criará

e moderará um grupo de discussão fechado

Encontro de Fiscalização sobre Agrotóxicos Boa Vista, RR, 15 a 17 de março de 2011

dentro da Rede de Inovação Tecnológica para

Defesa Agropecuária (www.inovadefesa.

ning.com) para intercâmbio permanente de

experiências e informações.

O 10º Encontro de Fiscalização sobre

Agrotóxicos – Regional Norte será realizado

em Manaus, AM, durante os meses de março

ou abril de 2012.

Participaram também desta reunião, como

ouvintes: Alexandre Moraes (CREA-RR), Dul-

cinete de Santana Quaresma (VISA RR), Luís

Carlos Ribeiro (Andef), Roberto Sant’Anna

(Andef), Fábio Kagi (Aenda), Ana Telma Soa-

res (InPEV) e Diogo Mazotini (Andav).

Assinam a carta de São Luís os represen-

tantes dos órgãos estaduais e do Ministério

da Agricultura

Boa Vista, 17 de março de 2011.

Antônio Shinji Miyasaka (CGAA)

Alfredo Takehana (CGAA)

Carlos Alberto Terossi Filho (ADERR)

Ivênio Roque Hartmann Neto (Diagro)

Rachel Barbosa da Silva (IDARON)

Oder José da Costa Gurgel (IDAF)

Gleicilene Brasil de Almeida (ADEPARÁ)

Ingergleice Machado de Oliveira Abreu (ADAPEC)

Carlos César Barbosa Lima (ADAPEC)

Alessandra Fabíola Siqueira D’ Castro (CODESAV)

Carta de BOA VISTA

Page 56: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L56

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

Arcabouçolegal

Cadastrodeagrotóxicos

Fiscalizaçãodareceitaagronô-mica

Fiscalizaçãodareceitaagronô-mica

Fiscalizaçãodareceitaagronô-mica

Fiscalizaçãointegrada

Promoveradiscussãoemnívelestadualenvol-vendooMinistérioPúblico,comoob-jetivodeacelerararegulamentaçãodasleisestaduaisdeagrotóxicos

Estabelecerprocedimentoparapré-cadastronosestadosondenãoháLeiEstadualdeAgrotóxicos

Apresentarresultadosdafiscalizaçãodareceitaagronô-micaemcanaisdedistribuiçãoeempropriedadesrurais

Comunicarreven-dasqueosestadosintensificarãofiscalizaçãodare-ceitaagronômicaContatarCREAsparaconvidarparaencontrodeCREAsnoeventonacionalElaborarcartilhasobreesclare-cimentossobreregistrodesane-antesnaANVISAeenviarparaosOEDSVs

Junho2011

Junho2011

PróximoeventoregionalNorte

Junho2011

Abril2011

Junho2011

Criaroufortalecerosfóruns,comitêsoucâmarasestaduaisdeagrotóxicos

AsOEDSVsdeverãoenviarparaaANDAVarelaçãodecanaisdedistribuiçãoregistradosoupré-registradosnoEstado

OEDSVsdosestadosquenãotêmleiestadualdeagrotóxicos

OEDSVs

OEDSVs

ANDAVs

OEDSVs

AENDA

Page 57: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 57

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

Fiscalizaçãointegrada

Fiscalizaçãointegrada

Recolhimentodeprodutosobsoletoseimpróprios

Recolhimentodeprodutosobsoletoseimpróprios

Recolhimentodeprodutosobsoletoseimpróprios

Recolhimentodeprodutosobsoletoseimpróprios

Aoidentificaravendadesanean-tescomoagrotó-xicos,interditarprodutoseacionaraVigilânciaSa-nitárialocalparafiscalizar

Elaborarumama-trizdecompetên-ciasdefiscalizaçãodeagrotóxicosRealizarinventá-riodeprodutosobsoletos(=semidentificaçãodofabricante)eimpróprios(=épossívelidentificarfabricante)Comunicarindús-triasquantoaosvolumeslevanta-dosdeprodutosimprópriosComunicarInPEVquantoaosvolu-mesdeprodutosobsoletosEnviarmodelodoinventáriodepro-dutosobsoletoseimpróprios

ImediatoeContínuo

Setembro2011

Contínuo

Contínuo

Contínuo

Imediato

OEDSV

OEDSV

OEDSV

OEDSVs

OEDSVs

Inpev

Page 58: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L58

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

Recolhimentodeprodutosobsoletoseimpróprios

Registrodees-tabelecimentos

Registrodees-tabelecimentos

Registrodees-tabelecimentos

SistemasdeTI

Assuntosgerais

SolicitaraosOEDSVsqueoprazoderecolhi-mentodeprodutosimprópriospelaindústriasejadeaté120dias

Disponibilizarlaudodevistoriadeestabelecimen-tosparaosdemaisOEDSVs

Harmonizarrelaçãodedocu-mentosexigidospelosOEDSVspararegistrodeestabelecimentosEstabelecerprocedimentoparapré-registrodeestabelecimentosDisponibilizarsenhadeacessorestritoparaquerepresentantesdeoutrosOEDSVspossamconhecerosistema

EnviarparaSFAsplanodetrabalhoparaviabilizaçãodediáriasetrans-porteparaaçõesdefiscalizaçãoconjunta(OESDA+SFA/MAPA)

Junho2011

Imediato

Imediato

Junho2011

Imediato

Mediantedemanda

LevaresteassuntoparaoEncontroNacionaldeFiscalização

IDARONficaráresponsávelpelacoordenaçãodestaação

Asolicitaçãodeveserenviadacomantecedênciamínimade20diascomrelaçãoàdatadeiníciodaação.AaprovaçãoestácondicionadaàdisponibilidadederecursosdaCGAA.

Setordeinsumosagrícolas

Adepará

OEDSVs

OEDSVsdosestadosquenãotêmLeiEstadualdeAgrotóxicos

ADAPEC

OEDSVs

Page 59: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 59

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

Armazenamentodeagrotóxicos

Capacitação

Fiscalizaçãodocomércio

EducaçãoSanitária

Cadaestadode-veráestabelecerecomunicarexigên-ciasmínimasparaarmazenamentodeagrotóxicosnaspropriedades:localisolado,comsis-temaparaevitaroacessodepessoasnãoautorizadas,paredesepisosimpermeáveis,comespaçoparacirculação.Realizar,duranteoeventoregional,treinamentosobretransportedeprodutosperigo-sosvoltadoparaprofissionaisdosórgãosestaduaisdedefesavegetalIncentivaraexposiçãodeEPI’semcanaisdedistribuiçãodeagrotóxicos,comoformadeconscien-tizaroprodutordaimportânciadesuautilização

Estabelecerpar-ceriascomórgãospúblicosepriva-dosparaformaçãodemultiplicadoresemEducaçãoSanitária

Contínuo

Contínuo

OEDSVs

Organizaçãodopróximoeventoregional

OEDSVs

OEDSVs

Page 60: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L60

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

Armazenamentodeagrotóxicosemcanaisdedistribuição

Receitaagronômica

Assuntosgerais

Cadaestadodeveráadotarprocedimentosistematizadocomlistadeverificação(‘checklist’)parafiscalizaçãodoarmazenamentodeagrotóxicosemcanaisdedistribuição,observando-sealegislaçãofederalealegislaçãoestadual.

Osestadosdevemestabele-cereconsolidarprocedimentosparafiscalizaçãodoreceituárioagronômiconaspropriedadesruraisecanaisdedistribuição.

Implantarodisquedenúnciaououvidoriaparaagrotóxicosedivulgaronúmero

Eventonacional2011

Eventoregional2012

Setembro2011

Aslistasdeverificaçãoouroteirosdeverãoserapresentadasnopró-ximoeventoregional

Apresentarresultadosnoregional2012

OEDSVs

OEDSVs

OEDSVsdoAM,RReAC

Page 61: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 61

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

Fiscalizaçãodocomércio

Combateaagrotóxicosilegais

Registrodees-tabelecimentos

OsEstadosdeve-rãoenviarparaaCGAA/MAPAalistadasdistribui-doraserevende-dorasdeagrotó-xicosregistradasoupré-registradasemcadaEstado,mantendoessecadastrosempreatualizado

Osórgãosesta-duaisdeverãointensificarafisca-lizaçãodousodeagrotóxicosilegais(contrabandeados,falsificados,fracio-nados)nocampoenoscanaisdedistribuição

Empresasdeaviaçãoagrí-coladevemserregistradasnaSFAenoOEDSVnoseuestadodesuasedejurídicaeempresasoriundasdeoutrasUFsdevemsercadas-tradasnoOEDSVnoestadoondeprestamserviços,emobservânciaaoArtigo10daLei7802/89.

Contínuo

Contínuo

Contínuo

[email protected]@agricultura.gov.br

OEDSVs

OEDSVs

OEDSVs

Page 62: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L62

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

Educaçãosanitária

Implementarefetivamenteaeducaçãosanitáriacomapoiotécnicoefinanceirodosfabricanteserevendedoresdeagrotóxicos.Difun-dirpermanente-mentenosmeiosdecomunicação,escolas,associa-ções,sindicatos,campanhaseduca-tivasvisandoentreoutrostemas;-Obrigatoriedadedoreceituárioagronômiconaaquisiçãoeusodeagrotóxicos;-UsocorretodeagrotóxicoseEPI’s;-Devoluçãodeembalagensvazias;-MIP(Visandoareduçãodouso)

Cobrardasassociaçõesderevendedoresdeagrotóxicosaampliaçãoemanutençãodepostosecentraisderecebimentodeembalagensvaziaseimplementaracoletaitinerante,ondeforneces-sário

Contínuo OEDSVs

Page 63: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 63

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

Fiscalizaçãodouso

Comérciointerestadual

Comérciointerestadual

Intensificarafiscalizaçãodousodeagrotóxicosedadevoluçãodasembalagensvaziasnaspropriedadesrurais

Comunicarosprocedimentosadotadosparafiscalizaçãodecomérciointeres-tadualaoscanaisdedistribuição

Quandoumarevendanãoregis-tradanoEstadodeorigemvenderpararevendaregistradanoEstadodedestino,estecomunicaoEstadodeorigem,anexandocópiadanotafiscalquecomprovaaoperaçãoesolicitaaoórgãofiscaliza-dorestadualparaautuararevendaquefezavendadeformairregular.

IntensificarafiscalizaçãodousodeagrotóxicosedadevoluçãodasembalagensvaziasnaspropriedadesruraisJunho2011

Contínuo

AçãocondicionadaaoenviodarelaçãodecanaisdedistribuiçãopelosOEDSVs

Nestecaso,háumainfraçãoqueprejudicaosEstadosdedestinoedeorigem

OEDSVs

ANDAV

OEDSVs

Page 64: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L64

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

Comérciointerestadual

Comérciointerestadual

Quandoumarevendanãoregis-tradanoEstadodeorigemvenderpararevendanãoregistradanoEstadodedestino,estedeve:-Autuararevendaqueefetuouacompradoagrotó-xicoeafim.-ComunicaraoEstadodeorigem,anexandocópiadanotafiscalquecomprovaaoperaçãoesolicitaaoórgãofiscaliza-dorparaautuararevenda.

Quandoumarevendaregis-tradanoEstadodeorigemouumfabricantevenderparausuárioemoutroEstadodaFederação,oEsta-dodedestinodeveverificarsetemre-ceitaagronômica.Emcasopositivoavendaestácor-reta,massenãohouverreceita,oEstadodedestinocomunicaaoEstadodeorigemavendasemre-ceitaagronômica,anexandocópiadanotafiscalnaqualdeveconstaronomedoprodutorrural,autuaousuárioporutilizaragrotóxicoseafinssemreceitaagronômica;-OEstadodeorigemautuaarevendaporcomer-cializaragrotóxi-cossemreceitaagronômica.

Contínuo NestecasoháumainfraçãoqueprejudicaosEstadosdedestinoedeorigem

OEDSVs

OEDSVs

Page 65: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 65

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

Comérciointerestadual

Comérciointerestadual

Assuntosgerais

Assuntosgerais

QuandoqualquerEstadoencontraragrotóxiconãoca-dastradonaUF,oórgãofiscalizadordeve,emprimeiramão,autuarofabricantedesteproduto.

Quandoaindús-triafizervendadiretaparausuá-rio,deveráindicarnanotafiscalqualopostooucentralreceberáasemba-lagensvazias

Providenciaracriaçãoefortaleci-mentodascomis-sõesestaduaisdeagrotóxicos

Criar,emtodososEstados,acarreiradeFiscalEstadualAgropecuárionosórgãosexecutoresdadefesaagrope-cuária

Contínuo

Contínuo

Junho2011

Próximoeventoregional

Deveserpriorizadoopostoouacentralmaispróximodousuárioqueestáadquirindooprodu-to

OEDSVs

OEDSVs

OEDSVs

OEDSVsdosestadosondenãohácarreiradeFiscalEstadualAgropecuário

Page 66: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L66

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Os representantes dos Órgãos Estaduais

de Defesa Agropecuária e do Ministé-

rio da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-

to, reunidos em plenária no Master Perime-

tral Hotel na cidade de Porto Alegre, de 5 a

7 abril de 2011, durante o 9º ENFISA - En-

contro de Fiscalização e Seminário Nacional

sobre Agrotóxicos – Regional Sul/ Sudeste/

Centro-Oeste, considerando a necessidade

do uso correto e seguro de agrotóxicos, redu-

ção de casos de intoxicação de aplicadores,

de contaminação do ambiente e de resíduos

em alimentos e ainda a necessidade de forta-

lecimento das ações de fiscalização de agro-

tóxicos e, depois de ouvidas e aprovadas as

sugestões apresentadas durante o encontro

para conhecimento e providências, que cou-

berem, de todos os organismos nacionais e à

sociedade organizada, interessada no desen-

volvimento de uma agricultura sustentável na

defesa da saúde humana, animal e vegetal e

na preservação do meio-ambiente, aprovam,

Encontro de Fiscalização e Seminário Nacional sobre Agrotóxicos emPorto Alegre, RS, 7 de abril de 2011.

acatam e deliberam a presente Carta de Por-

to Alegre, conforme segue.

O 10º Encontro de Fiscalização e Seminário

Nacional sobre Agrotóxicos – Regional Sul/Sudes-

te/Centro-Oeste será realizado no Distrito Federal

durante os meses de março ou abril de 2012.

Para o 10º Encontro de Fiscalização e Semi-

nário Nacional sobre Agrotóxicos – Regional

Sul/Sudeste/Centro-Oeste, a organização dis-

ponibilizará duas vagas para representantes

de cada órgão estadual de fiscalização, sen-

do um custeado pelo MAPA e o outro pelo

próprio órgão estadual. Em estados onde o

cadastro é feito por outra instituição, será dis-

ponibilizada uma vaga adicional.

Participaram também, como ouvintes:

Fábio Kagi (Aenda), Luís Carlos Ribeiro (An-

def), Roberto Sant’Anna (Andef), Diva Arrepia

(Abifina), Fernando Henrique Marini (Sindag),

Marcelo Lerina (Inpev), Henrique Mazotini

(Andav), Diogo Mazotini (Andav) e Rodrigo

Gonçalves (BABM).

Carta de PORTO ALEGRE

Page 67: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 67

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Luís Eduardo Pacifici Rangel (CGAA/DFIA/SDA/MAPA)

Rita de Cássia Antochevis Grasselli (SEAPA-RS)

Fátima Miranda Pereira (SEAPA-RS)

Fernando Christian Thiesen Turna (SEAPA-RS)

Marta Elisabeth Valim Labres (FEPAM-RS)

Leonardo Vicente da Silva (SEAPEC-RJ)

Jussara Ribeiro Nogueira (INEA-RJ)

José de Souza Reis Filho (AGRODEFESA-GO)

Vera Lúcia Amaral de Oliveira Pereira (IAGRO-MS)

Sandra Regina Pinheiro Vieira (INDEA-MT)

Luzanil Correa de Souza Martins (INDEA-MT)

Ivo Antônio Vieira (SES-MT)

Nataniel Diniz Nogueira (IMA-MG)

Milton Luiz Breda (CIDASC-SC)

Dilson Perdigão Zamariolli (CDA-SP)

Marcelo Jorge Chaim (CDA-SP)

Diogo Ricardo Mrozinski (SEAPA-DF)

Carina Miwako Ichida (SEAPA-DF)

Ezron Leite Thompson (IDAF-ES)

João Miguel Toledo Tosato (SEAB-PR)

Allan Gabriel Pimentel (SEAB-PR)

Marli Salete Zandoná (SESA-PR)

Porto Alegre, RS, 7 de abril de 2011.

Assinam a Carta de Porto Alegre os re-

presentantes dos órgãos estaduais de cadas-

tro e de fiscalização de comércio e uso de

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

CGAA

CGAA

DistribuiràsOE-DSVsomanualdefiscalizaçãofede-raldeagrotóxicosemmeiodigital

DisponibilizarosserviçosgráficosdoMAPAparadiagramaçãoereproduçãodosmanuaisdefiscali-zaçãoestadualdeagrotóxicos

EventoNacional

Mediantedemanda

OEDSVsdevemenviaroarquivoeditávelparadiagramação

Assuntosgerais

Assuntosgerais

agrotóxicos e do Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento:

Page 68: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L68

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

ComissãodoENFISA2012

OrganizaçãodoENFISA

CGAA

Incluirtemametodologiasparaoplanejamentodefiscalizaçãonopróximoeventoregional

UtilizarositedoENFISAcomopor-taldeinformaçõessobreafiscaliza-çãodeagrotóxicos

ConsolidarinformaçõesparaapresentarnaconsultapúblicadaNBRsobrearmazenamentodeagrotóxicos:revendas,grandespropriedadesrurais,pequenaspropriedadesruraisequanti-dadespequenasdeagrotóxicosempropriedadesrurais

2012

Permanente

30dejunhode2011

CompossibilidadedequerepresentantesdosOEDSVssejamco-responsáveispelamanutençãodosite

Consultadeveserabertanopróximomês.DiogoMazotini(ANDAV)comunicaráaberturadaconsultapública.LeonardoVicentedaSilva,DilsonZamariollieDiogoMrzoinskideverãocontribuirdiscutindorequisitosparapequenaspropriedadesruraisepequenasquantidadesdeagrotóxicosnaspropriedadesrurais.

Assuntosgerais

Assuntosgerais

Armazenamentodeagrotóxicos

Page 69: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 69

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

CGAA

CGAAeIAGRO

CGAA

OEDSVs

AgrodefesaeCGAA

Estabelecerumarelaçãoderequisitosmínimosparacadastrodeagrotóxicos

Descrevercritériosmínimospararegistrodeexpor-tadores,importa-dores,fabricantes,comerciantes,armazenadores,estabelecimentosmanipuladores,prestadoresdeserviçoouformuladoresdeagrotóxicos

Realizarworkshopsobreeficáciaagronômica,envolvendoosOEDSVsqueincluemaobrigatoriedadedeensaiodeeficáciaagronômicaparacadastroeosetordeinsumosagrícolas

Manterositeatualizadoquantoaosrequisitosparacadastrodeagrotóxicos

PostarminutadeInstruçãoNormativasobreComércioEletrôniconaRITDAparaampladiscussão

EventoNacional

EventoNacional

Segundosemestrede2012

Permanente

Imediato

IMAauxiliaráCGAAaelaborarumofíciocircularderecomendaçãoaosOEDSVs.EsteofícioserádivulgadonositedoENFISAedoMAPA

DeveráincluirtambémumglossáriodostermosadotadospelasOEDSVs

Condicionadoàdisponibilidadederecursos

Aconsultapermaneceráabertapor30dias,apósoqualoassuntoserálevadoaoCTA

Cadastrodeagrotóxicos

Registrodeestabelecimento

Cadastrodeagrotóxicos

Cadastrodeagrotóxicos

Comércioeletrônico

Page 70: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L70

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

ComissãodoENFISA2012

OrganizaçãodoENFISA2012

OrganizaçãodoENFISA2012

OrganizaçãodoENFISA2011

CGAA

Revisarasquestõesdodiagnóstico

IncluirotemanoENFISA2012

IncluirotemanoENFISA2012

Solicitarinclusãodeumaapresenta-çãodoDiagnósti-codeFiscalizaçãodeComércioeUsodeAgrotóxicosemreuniãodedirigentesdoFONESAeCONSEAGRI

DisponibilizarosserviçosgráficosdoMAPAparareproduçãodemateriaisdeEducaçãoSanitária

2012

Enfisa2012

Enfisa2012

Permanente

Mediantedemanda

(1)graduarapercentagemdetempodedicadopelosservido-resdosOEDSVsàfiscalizaçãodeagrotóxicos;(2)númerodeestabelecimentosfiscalizadosXnúmerodeaçõesfiscaisemestabelecimentos.Dividirnúmerodeestabelecimentosfiscalizados/númerodeestabelecimentosexis-tentes.(3)Fiscalizaçãodereceitanosestabelecimentos;(4)índicedeconformidade=númerodeau-tosdeinfração/númerodetermosdefiscalização;(5)incluirquestãosobreobsoletos

Estadosdevemenviarconteúdoprontoearte

Diagnóstico

Desviodeuso

Desviodeuso

Diagnóstico

EducaçãoSanitária

Page 71: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 71

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

CGAA

GrupodeTrabalhosobreEducaçãoSanitária

CGAA

CGAA

OEDSVs

CriarumgrupodetrabalhosobreEducaçãoSanitária

FazerumlevantamentodasiniciativasexistentesemEducaçãoSanitária

ConcluirostrabalhosparaviabilizarconvêniosentreOEDSVseDSVprevendorecursosparaaçõesdefiscalizaçãodeusodeagrotóxicosnaspropriedadesruraisDisponibilizartécnicosespecializadosparacontribuircomoprojetopilotodaCIDASCparadiagnósticodeusodeagrotóxicosempropriedadesrurais

Realizarpelomenosduasaçõesfiscaisporanoporestabelecimentoregistrado

EventoNacional

EventoNacional2012

2011

2011

2011

IdentificarliderançasnoassuntoquepossamconduziraçõesmaiseficazesemaximizaresforçosemaçõesdeEducaçãoSanitáriaeestreitarrelacionamentocomoCONESCO

Sugestãodeespecialista:CarlosAlbuquerque(SFA-GO)

EducaçãoSanitária

EducaçãoSanitária

Fiscalizaçãodeuso

Fiscalizaçãodeuso

Fiscalizaçãodocomércio

Page 72: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L72

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

OEDSVs

CGAA

Indústria

CGAA

ANDAV

CGAA

Estabelecerem95%oíndicedeconformidadedafiscalizaçãoemestabelecimentoscomerciais

PromoveraaproximaçãoeaparticipaçãoderepresentantesdeOEDSVsquetenhamprogra-masativosdemonitoramentoderesíduosdeagrotóxicosemfórumenvolven-doaCCRCeoDIPOV,comvistasadiscutirearti-cularaçõesparamonitoramentoderesíduosemnívelnacional

Darmaiorvisibili-dadeaosresulta-dosdosprogramasdemonitoramentoderesíduosdeagrotóxicos

PromovertreinamentoemrelatoriapararepresentantesdasOEDSVs

Elaborarumcódigodecondutaaosassociados,comrelaçãoaboaspráticascomerciais

Criaçãodeumgrupodetrabalhosobrerecolhimen-todeprodutosobsoletoseimpróprios

2012

2011

2012

2011

2011

EventoNacional

IC=1-(autosdeinfraçãolavrados/açõesfiscais).Ointuitoémensurar,historicamente,aevoluçãodafiscalizaçãodocomércio

Articularumprogramaúniconacional,paramaximizarousoderecursos,pessoaleinfraestrutura.EsseprogramadeveráenvolvertodasasUFs.

SugestãoderealizarumaediçãoespecialdarevistaDefesaVegetalsobreotema

Condicionadoàdisponibilidadederecursosfinanceiros.Idealmente,deveráserrealizadonamesmasemanaemesmolocaldoworkshopsobreeficáciaagronômica

Coordenadordogrupo:JoãoMiguelTosato(SEAB),comparticipaçãodosetorprivado

Fiscalizaçãodocomércio

Monitoramentoderesíduos

Monitoramentoderesíduos

Processoadministrativo

Comércio

Recolhimentodeobsoletoseimpróprios

Page 73: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 73

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

Setordeinsumosagrícolas

CGAA

OEDSV

ProporaosOEDSVsqueoprazoderecolhimentodeprodutosimprópriospelaindústriasejanegociadoemfunçãodograuderiscoqueelesrepresentam

Constituirumgrupopermanentedeintegraçãoeletrônica,comvistasaotimizarodesenvolvimentodesistemasdeTIpelosestados

EnviarparaaANDAVarelaçãodecanaisdedistribuiçãoregistradosnoEstado

Permanente

EventoNacional

Junho2011

Prazorazoável=120dias

Ogrupoficaria,também,responsávelpor:(1)AvaliaraviabilidadedeintegrarbancosdedadosestaduaisdecadastrodeagrotóxicosaosistemadoMAPA;(2)LevantamentodossistemasexistentesnoBrasil.Coordenação:AllanPimentel(SEAB)

AANDAVdeveráretornardadosatualizadosaosOEDSVs

Recolhimentodeprodutosimpróprios

SistemasdeTI

Fiscalizaçãodecomércio

Page 74: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L74

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Os representantes dos Órgãos Estaduais

de Defesa Agropecuária e do Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,

reunidos em plenária no Hotel VerdeGreen na

cidade de João Pessoa, PB, de 26 a 28 abril

Encontro de Fiscalização sobre Agrotóxicos João Pessoa, PB, 28 de abril de 2011

de 2011, durante o 9º ENFISA - Encontro de

Fiscalização e Seminário Nacional sobre Agro-

tóxicos – Regional Nordeste, considerando a

necessidade do uso correto e seguro de agro-

tóxicos, redução de casos de intoxicação de

Carta de JOÃO PESSOA

Participantes do Encontro Regional Nordeste, em João Pessoal, PB

ARQ

UIVO

EN

FISA

Page 75: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 75

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

aplicadores, de contaminação do ambiente e

de resíduos em alimentos e ainda a necessida-

de de fortalecimento das ações de fiscalização

de agrotóxicos e, depois de ouvidas e aprova-

das as sugestões apresentadas durante o en-

contro para conhecimento e providências, que

couberem, de todos os organismos nacionais

e à sociedade organizada, interessada no de-

senvolvimento de uma agricultura sustentável

na defesa da saúde humana, animal e vegetal

e na preservação do meio-ambiente, aprovam,

acatam e deliberam a presente Carta de João

Pessoa, conforme segue. O 10º Encontro de

Fiscalização e Seminário Nacional sobre Agro-

tóxicos – Regional Nordeste será realizado no

estado do Piauí durante os meses de março ou

abril de 2012.

Para o 10º Encontro de Fiscalização e Semi-

nário Nacional sobre Agrotóxicos – Regional

Nordeste, a organização disponibilizará duas

vagas para representantes de cada órgão es-

tadual de fiscalização. Para o 10º Encontro de

Fiscalização e Seminário Nacional sobre Agro-

tóxicos – Regional Nordeste, a CGAA custeará

passagens e diárias para um profissional por

OEDSV da região nordeste. Em estados em

que mais de uma instituição esteja envolvida

no cadastro e fiscalização, será disponibilizada

uma vaga adicional.

Participaram também, como ouvintes: Fá-

bio Kagi (Aenda), Luís Carlos Ribeiro (Andef),

Roberto Sant’Anna (Andef), Diva Arrepia (Abi-

fina), Fábio Macul (Inpev) e Diogo Mazotini

(Andav).

Assinam a Carta de João Pessoa os repre-

sentantes dos órgãos estaduais de cadastro e

de fiscalização de comércio e uso de agrotóxi-

cos e do Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento.

João Pessoa, PB, 28 de abril de 2011.

Luís Eduardo Pacifici Rangel

(CGAA/DFIA/SDA/MAPA)

Luiz Carlos de Sá Barros (SEDAP)

Messias Caetano Bezerra (SEDAP)

Eduardo Lino Moreira (ADEAL)

Filomena Antônia de Carvalho (AGED)

Flávio Antônio Oliveira Rêgo (SEMACE)

Francisco de Assis Filho (ADAPI)

Francisco Saraiva da Silva Jr. (AGED)

Gilson Marconi Gondim D’Oliveira (IDIARN)

João Batista Salmito Alves de Almeida (ADAGRI)

José Tito Carneiro Silva (ADAGRI)

Magnos Luiz Bezerra de Lacerda (IDIARN)

Marcos Antônio Duarte (ADAGRO)

Paulo César da Fonseca Ferreira (ADAPI)

Raimundo Ribeiro dos Santos (ADAB)

Ricardo Romero dos Santos Viana (EMDAGRO)

Rubens Tadeu (SEDAP)

Sílvio Valença Varejão (ADAGRO)

Viviane Gomes Monte (CONPAM)

JOÃO

CO

RREI

A

Propostas reforçam a agricultura sustentável

Page 76: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L76

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

Assuntos gerais

Assuntos gerais

Assuntos gerais

Assuntos gerais

Assuntos gerais

Assuntos gerais

Assuntos gerais

Assuntos Gerais

Elaborar um léxico de termos ligados a fiscalização de comércio e uso de agrotóxicos

Oferecer curso sobre Relatoria de Processo

Disponibilizar senha do Agrofit para os represen-tantes dos OEDSVs

Disponibilizar às OEDSVs a listagem de empresas de aviação agrícola registradas no MAPA

Consultar a Assessoria Jurídica do MAPA sobre a obrigatorie-dade do termo ‘agrotóxicos’ em todas as peças de Comunicação e Educação Sanitária

Convidar Diretor do Departamento de Sanidade Vegetal para o evento nacional

Envolver o Ministério Público e/ou outras instituições nas ações definidas em Cartas Regionais, quando for necessário

Realizar tele-conferência com coordenadores de grupos de trabalho para atualização de informações

Próximo evento regional

Segundo semestre de 2011

Evento nacional 2011

Evento nacional 2011

Evento nacional 2011

Evento nacional 2011

Permanente

Segundo semestre de 2011

O objetivo é harmonizar o uso de termos como cadastro, registro, revenda, distribuidor etc.

ADAPI

CGAA

CGAA

CGAA

CGAA

CGAA

Outras instituições: Polícia Rodo-viária, Polícia Ambiental etc. Organização dos eventos regionais

CGAA

Page 77: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 77

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

Aviação agrícola

Cadastro de agrotóxicos

Cadastro de agrotóxicos

Destinação de embalagens vazias

Destinação de embalagens vazias

Desvios de uso

Criar um Grupo de Trabalho sobre Fiscalização de Uso em Aviação Agrícola

Estabelecer uma relação de requisitos mínimos para cadastro de agrotóxicos

Enviar à organização do evento a relação dos produtos agrotóxicos com cadastro válido no estado, para publicação no site do evento

Realizar trabalho de conscientização junto às empresas associadas no Nordeste sobre a obrigatoriedade de se associarem a uma central de recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos

Discutir com INPEV a realização de um projeto para inclusão de revendas no modelo de destinação de embalagens

Criar um Grupo de Trabalho sobre Desvios de Uso

Evento nacional 2011

Evento nacional 2011

Evento nacional 2011

Permanente

Evento nacional 2011

Evento nacional

Envolver OEDSVs, MAPA e Sindicato da Aviação Agrícola. Este Grupo de Trabalho terá por finalidade estabelecer procedi-mentos para fiscalização integrada da aviação agrícola.

Manter a listagem de produtos cadastrados atualizada. Enviar para [email protected]

Produtos veterinários, domissanitários, fertilizantes foliares e outros

CGAA

CGAA

OEDSVs

ANDAV e INPEV

CGAA

CGAA

Page 78: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L78

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

Diagnóstico

Diagnóstico

Diagnóstico

Educação Sanitária

Educação Sanitária

Fiscalização de uso

Estipular como meta a realização de três ações fiscais por estabelecimento registrado por ano Enviar sugestões para aprimorar a pesquisa de diagnóstico

Aprimorar o questionário com base nas suges-tões recebidas

Articular a criação de um projeto nacional de Educação Sanitária para agrotóxicos, em consonância com o Colégio Nacional de Educação Sanitária e Comunicação (Conesco) e com parceria do setor de insumos agrícolas

Fortalecer as atividades estaduais de Educação Sanitária

Concluir os trabalhos para viabilizar convênios entre OEDSVs e MAPA prevendo recursos para ações de fiscalização de uso de agrotóxicos nas propriedades rurais

Permanente

Evento nacional 2011

2012

Permanente

Permanente

2011

Enviar para [email protected]

Dar mais clareza às seguintes questões: o que são empresas armazenadoras? Usar número de ações de fiscalização em vez do número de estabelecimentos ou número de propriedades fiscalizadas

Envolver COMUSAs, SENAR, Confederações de Agricultura e outros

OEDSVs

OEDSVs

Organização do próximo evento regional

MAPA

OEDSVs

CGAA

Page 79: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 79

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

Fiscalização do uso e comércio

Fiscalização Integrada

Culturas de suporte fitossanitário insuficiente

Culturas de suporte fitossanitário insuficiente

Monitoramento de resíduos

Elaborar um manual de fiscalização de uso e comércio que envolva a integração de ins-tituições e etapas, consultando os procedimentos de outros estados e consolidar em manual para a região Nordeste

Exercitar ferramentas de co-operação técnica para fiscalização integrada

Identificar culturas com casos relatados de uso inadequado de agrotóxicos, com vistas a induzir o registro de produtos

Articular com associações de produtores e serviços de extensão o envio e ofícios ao MAPA solicitando registro de produ-tos para culturas de baixo suporte fitossanitário

Criar um Grupo de Trabalho sobre Monitoramento de Resíduos, com o objetivo de propor a participação dos órgãos estaduais num projeto nacional de monitoramento de resíduos

Evento regional 2012

Permanente

Permanente

Permanente

Evento nacional 2011

Material deverá contemplar cenários de grandes e pequenos produtores. Trabalho será realizado com colaboração da AGED, IDIARN, SEDAP E SEMACE.

Elaborar projetos, termos de cooperação técnica e outros

Seguir a Instruções Normativas Conjuntas Nº 01/2010 e 036/2009

Seguir a Instruções Normativas Conjuntas Nº 01/2010 e 036/2009

O estudo poderá subsidiar a articulação de ações para implantar uma coordenação nacional de programas de análise de resíduos. Poderá também, feito o diagnóstico de situação dos programas existentes, desenvolver uma visão de futuro e propor mecanismos para aumentar a eficácia da rastreabilidade de amostras não conformes

Este Grupo de Trabalho deverá contemplar também questões relacionadas à Comunicação do Risco dos resultados de análises de resíduos

ADAGRI

OEDSVs e CGAA e CREA

OEDSVs

OEDSVs

CGAA

Page 80: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L80

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

Monitoramento de resíduos

Receita Agronômica

Receita Agronômica

Recolhimento de produtos impróprios

Registro de estabelecimentos

Promover a aproximação e a participação de representantes de OEDSVs que tenham programas ativos de monitoramento de resíduos de agrotóxicos em fórum envolvendo a CCRC e o DIPOV, com vistas a discutir e articular ações para monitoramento de resíduos em nível nacional

Solicitar ao MAPA treinamento sobre fiscalização da receita agronômica Discutir junto às áreas competentes do estado a necessidade do fortalecimento de assistência técnica para emissão de receituário agronômico Propor aos OEDSVs que o prazo de recolhimento de produtos impróprios pela indústria seja negociado em função do grau de risco que eles representam

Contatar revendas registradas nas OEDSVs que ainda não estejam associadas à ANDAV para orientá-las quanto ao ingresso nesse sistema

2011

Mediante demanda

Permanente

Permanente

2012

Prazo razoável de até 120 dias

OEDSVs deverão enviar listagens para que a ANDAV possa contatar os que ainda não são associadas

CGAA

OEDSVs

OEDSVs

Setor de insumos agrícolas

ANDAV

Page 81: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 81

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

TEMA AÇÃO PRAZO DETALHAMENTO RESPONSÁVEL

Registro de estabelecimentos

Registro de estabelecimentos

Trânsito de agrotóxicos

Fiscalização de uso de desin-festantes como agrotóxicos

Fiscalização de uso de agrotóxicos em aviação agrícola

Incluir como requisito para registro de empre-sa revendedora de agrotóxicos a comprovação de vinculação a um sistema de destinação final de embalagens

Enviar à organização o link para página com a listagem de estabelecimentos registrados pelo Estado com a finalidade de atualizar os dados

Circular lista de verificação desenvolvida pela ADAPI para os outros estados da região Nordeste, com vistas a gerar uma recomenda-ção padrão para a fiscalização do transporte de agrotóxicos

Levantar junto à assessoria jurídica do MAPA qual a base legal para autuar canais de distribuição que estejam vendendo desinfestantes fora da especificação da ANVISA

Fiscalizar de forma integrada as atividades de aviação agrícola

Permanente

Permanente Listagem de

Imediato

Encontro Nacional de Fiscalização 2011

Permanente

Seguir Decreto 4.074 e legislações específicas

estabelecimentos registrados deve ser mantida atualizada pelos OEDSVs. Enviar para [email protected]

Resultado desta ação será apresentado no próximo evento regional

Integrar as ações das SFAs e OEDSVs visando à execução da ação proposta

OEDSVs

OEDSVs

ADAPI

MAPA SFA, MAPA e Órgãos estadu-ais de fiscalização (agências, institutos, secretarias da região nordeste)

Page 82: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L82

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Em 1995, foi realizada a primeira edição do que hoje é um dos mais importantes eventos do setor fitossanitário no Brasil: o ENFISA, Encontro Nacional de Fiscalização e Seminário sobre Agrotóxicos. Nas próximas páginas, análises e depoimentos de quem participa desde a sua fundação, sobre a trajetória do Encontro

Consolidação de um GRANDE ENCONTRO

Page 83: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 83

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

A cana-de-açúcar é a principal cultura do

estado de Alagoas, responsável por 15%

do PIB do estado. A atividade ocorre em 54

dos 102 municípios alagoanos. São 27 usinas

ALAGOAS

Fiscalização de uso de agrotóxicos e afins em usinas de cana-de-açúcar

de produção de açúcar e álcool, das quais 24

estão ativas. Na safra 2010/2011 (setembro/

abril), a produção chegou a 28 milhões de to-

neladas, perfazendo um aumento de 18% em

relação à safra passada. Estima-se que o setor

gere 90 mil empregos no período da safra.

Trata-se de um setor muito organizado,

congregado em seu ponto máximo, por meio

do Conselho dos Produtores de Cana-de-

açúcar, Açúcar e Álcool - CONSECANA-AL.

Esta reúne representantes de fornecedores e

industriais, com objetivo de zelar pelo rela-

cionamento da cadeia produtiva da agroin-

dústria canavieira e pelo aprimoramento do

sistema de avaliação da qualidade da cana-

de-açúcar.

Neste cenário, 90% dos agrotóxicos con-

sumidos em Alagoas são aplicados na pro-

dução de cana-de-açúcar. A fiscalização

realizada pela ADEAL ocorre no âmbito do

Page 84: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L84

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Departamento Técnico, consistindo na fisca-

lização do Responsável Técnico, do Receitu-

ário Agronômico e na Compra Documenta-

da; do Uso correto de Agrotóxicos, por meio

de atenção ao Armazenamento, Transporte,

Aplicação, Aviação Aérea, Devolução das Em-

balagens Vazias.

O transporte de agrotóxicos, seus compo-

nentes e afins está sujeito às regras e aos proce-

dimentos estabelecidos na legislação específica,

sendo o Decreto Federal 4.074, de 04/01/2002

e nas Resoluções ANTT E CONTRAN.

No caso da aplicação, o trabalho se reserva

à fiscalização dos produtos cadastrados e sua

legalidade em Alagoas, sendo que no estado

os mais aplicados são: Inseticidas (químicos e

biológicos), Maturadores e Herbicidas.

Para a Aviação Agrícola, existem três em-

presas registradas em Alagoas e quatro usi-

nas com aeronaves próprias, totalizando 16

aeronaves. O controle desta atividade por

parte da ADEAL é feito quanto à regulação

do produto, no momento em que o mesmo

será aplicado. O coordenador da CGA/MAPA,

Luís Rangel, lembra que a aviação é apenas

uma tecnologia de aplicação e que o papel

do estado nessa aplicação é a mesma, ou

seja, de uso e controle de cadastro. Rangel

afirma que o tema precisa ser desmistifica-

do, inclusive para o público especialista em

agrotóxicos.

Quanto à Destinação Correta das Embala-

gens Vazias de Agrotóxicos, o estado conta

com uma Central de Recebimento localiza-

da no município de Marechal Deodoro, em

espaço cedido pela Usina Utinga. E, ainda,

um Posto de Recebimento em Porto Real do

Colégio, construído pela Codevasf. Segundo

dados do Inpev, em 2006 foram recolhidos

35 toneladas de embalagens, sendo que o

número chegou a 108 toneladas em 2010.

Agência de Defesa do Estado de Alagoas (ADEAL)

Endereço sede:Av. Comendador Leão, 720 - Jaraguá - Maceió-Alagoaswww.defesaagropecuaria.al.gov.brPonto focal: Eduardo Lino (ADEAL)Fone(s): 82 3315 2780, 82 8874 3177E-mail: [email protected]

Criada em 2006, a ADEAL tem como

missão estar em permanente alerta,

visando impedir e/ou retardar ao máximo

a disseminação de doenças e pragas que

possam constituir ameaças à agropecuá-

ria, garantindo a qualidade dos animais

e vegetais, produtos e subprodutos que

entram e saem de Alagoas.

Quanto às ações de capacitação, a ADEAL

conta com o apoio do SENAR-AL para traba-

lhar junto aos aplicadores. Por ano, cerca de

700 pessoas que lidam com agrotóxicos são

capacitadas no estado, com foco no uso cor-

reto do EPI.

Também são realizadas Campanhas Edu-

cativas em escolas municipais, com orienta-

ções sobre o Uso Correto dos Agrotóxicos e

a Destinação das Embalagens Vazias. A par-

ceria forte entre o Inpev e a Associação dos

Distribuidores e Revendedores de Agroquími-

cos de Alagoas (ADRAAL) tem possibilitado a

participação efetiva do estado nas comemo-

rações do Dia Nacional do Campo Limpo.

*Engenheiro Agrônomo pela Universida-de Federal de Alagoas, em 1982. Especiali-

zação em Cana-de-Açúcar (PLANALSUCAR). Está na ADEAL desde 2006.

Page 85: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 85

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Ações do estAdo para educação

sanitária focada em uso correto e seguro

de agrotóxicos

As ações de Educação Sanitária são reali-

zadas pela ADAB, por meio da Coorde-

nação Central de Educação Sanitária e das

Coordenadorias Regionais. A equipe central

é composta por quatro médicos veterinários,

um engenheiro agrônomo, uma pedagoga

e um assistente administrativo. A estrutura

regional conta com 14 médicos veterinários,

14 engenheiros agrônomos e uma pedagoga.

São dois programas educativos específicos

para o uso correto e seguro de agrotóxicos:

“ADAB na Escola” e “ADAB nas Exposi-

ções”. As ações são baseadas em Diagnós-

ticos Educativos com o objetivo de conhecer

o comportamento, as atitudes e o grau de

conhecimento da população em relação ao

uso correto e seguro de agrotóxicos, em

cinco pólos produtores.

O primeiro programa contempla atividades

ligadas à realização de palestras e Dia de Cam-

po para produtores, agricultores familiares e

trabalhadores rurais. Nessas oportunidades,

são transmitidos conhecimentos sobre uso

correto de agrotóxicos, EPI, Receituário Agro-

BAHIA

nômico e tecnologia de aplicação. O “ADAB

nas Exposições” consiste nas visitas de alunos

às exposições agropecuárias em todo o estado

da Bahia. E, ainda, a apresentação de peças

teatrais sobre o tema.

Page 86: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L86

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

A ADAB conta com o apoio do INPEV,

Secretaria do Meio ambiente, Prefeituras e se-

cretarias municipais de saúde, meio ambiente

e educação, sindicatos rurais, associações de

produtores, cooperativas e igrejas. No total,

20 municípios estão envolvidos nos projetos.

Uma parceria com o Inpev permite, ainda,

a execução do Projeto de Educação Ambien-

tal no Extremo Sul e Litoral Sul, quando são

realizadas palestras para produtores e o Dia

Nacional do Campo Limpo. E, ainda, sensibi-

lização de estudantes por meio de palestras,

concursos e outras atividades.

Dada a relevância do tema e a necessidade

de aprimoramento e discussão das ações em

todo o país, o ENFISA, por meio do MAPA,

buscará parcerias com o Colégio Nacional de

Educação Sanitária e Comunicação para o

desenvolvimento de trabalhos conjuntos.

*Graduado em 1979 pela Escola de Agronomia da Universidade Federal da Bahia.

Especialização em Epidemiologia com ênfase em Defesa Vegetal (UNIME). Atua há 16 anos na defesa vegetal.

Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB)

Endereço:Avenida Adhemar de Barros, 967, Ondina. Salvador. BA. Cep: 40170-110http://www.adab.ba.gov.brPonto focal: Raimundo Santos (ADAB)Fone(s): 71 3116 8466, 71 3116 8473E-mail: [email protected]

A ADAB foi criada em 1999, tendo a

missão de garantir a segurança sani-

tária no Estado da Bahia, assegurando o

desenvolvimento sustentável de um agro-

negócio competitivo e contribuindo para

a melhoria da saúde pública. Objetiva ser

um referencial de excelência na área de

defesa agropecuária.

Page 87: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 87

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

A ADAGRI tem grande preocupação com

o tema. Trata-se uma ação complexa,

dada a transversalidade dos questionamentos

Fiscalização do uso de agrotóxicos em propriedades rurais

encontrados em campo, como saúde humana

e animal, assistência técnica, receituário agro-

nômico, meio ambiente.

Em abril de 2011, o estado do Ceará

enfrentou uma exposição negativa na mídia

devido as noticias de índices de consumo de

agrotóxicos. Jornais estamparam a notícia

de que o Ceará é o maior consumidor de

agrotóxicos do Nordeste. E, ainda, de que

os alimentos estavam com índices de resíduo

acima do permitido. A situação, originada de

uma região específica do estado, mas dado o

interesse da sociedade civil organizada, este

assunto vem dispensando atenção especial

do poder público. Assim, a ADAGRI, além

de intensificar ações de fiscalização do uso

e educação sanitária, vem participando sis-

tematicamente de audiências públicas com

o Ministério Público, Assembleia Legislativa e

Câmara de Vereadores para debater e escla-

recer os papéis dos entes públicos, privados e

a sociedade diante do tema.

A integração de atividades, com partici-

pação da Superintendência Estadual do Meio

Ambiente (SEMACE), Ministério da Agricultu-

ra, Pecuária e Abastecimento (MAPA), SENAR,

CEARÁ

Page 88: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L88

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

CREA, Instituto Nacional de Processamento

de Embalagens Vazias (INPEV) e Associação

Nacional de Defesa Vegetal (ANDEF), vem se

convertendo em ações positivas no estado e

sendo sistematicamente colocada em prática

para minimizar e reverter os impactos negati-

vos advindos do mau uso de agrotóxicos.

Para melhorar a postura do trabalhador quan-

to ao uso de agrotóxicos, a saída é a capacitação

por meio de ações de Educação Sanitária. Com

as ações integradas, foi possível treinar mais de

550 pessoas sobre aplicação de agrotóxicos e

133 sobre Receituário Agronômico.

No que se refere à fiscalização de proprie-

dades rurais, as ações integradas possibilita-

ram um aumento de 85 visitas em 2009, para

415 em 2010. As principais irregularidades

encontradas estão ligadas à aplicação sem

receita, armazenamento inadequado de

agrotóxicos, o mau uso do EPI e embalagens

descartadas de forma irregular. Foram emi-

tidos 17 Autos de Infração e apreendidos e

interditados 2.874 quilos de agrotóxicos.

Fechando o ciclo, em 2010 foram realizadas

cinco ações de recebimento itinerante, tota-

lizando 6.679 quilos recebidos. Em 2011, já

ocorreram duas ações com a mesma finalidade.

Para executar as ações de forma mais

organizada, em 2011 o Ceará irá desenvolver

o Projeto de Monitoramento do Uso de Agro-

tóxicos no Estado do Ceará. A expectativa é

contribuir para a melhoria da qualidade dos

produtos, por meio da redução dos resíduos

de agrotóxicos para níveis estabelecidos pela

legislação vigente no país; promover a capaci-

tação de técnicos e trabalhadores rurais para

o uso correto e seguro de agrotóxicos, dando

cumprimento às legislações estadual e fede-

ral, estimular o uso da Receita Agronômica e

devolução de embalagens vazias de agrotóxi-

cos. Serão intensificadas as fiscalizações con-

juntas do uso e do comércio de agrotóxicos e

coletadas amostras para análises de resíduos

nos produtos comercializados na CEASA, com

a devida correção das distorções detectadas

na origem da atividade produtiva. E, ainda,

promoção de ações educativas junto às donas

de casas, associações, escolas e lideranças

comunitárias sobre os perigos do mau uso

dos agrotóxicos.

O projeto tem a participação da ADAGRI,

do MAPA, da Secretaria de Desenvolvimento

Agrário, Secretaria de Saúde, CEASA/CE,

SEMACE, CREA/CE, EMATER/CE, Instituto

Agropolos do Ceará, INPEV, ANDEF, ANDAV,

Núcleo de Tecnologia do Estado do Ceará, do

SENAR/CE e do Centro de Ensino Tecnológico/

CENTEC, Associação dos Engenheiros Agrô-

nomos, Prefeituras Municipais entre outras.

*Graduação em Engenharia Agronômica pela Escola Superior de Agricultura de Mossoró/ ESAM (1981).Servidor Público da Secretaria de

Desenvolvimento Agrário desde 1981

Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (ADAGRI)

Endereço:Av. Bezerra de Menezes, 1820 - São Gerardo, Fortaleza/CE - CEP: 60.325-002.Ponto focal: Tito Carneiro (ADAGRI)Fone(s): 85 3101 2500, 85 8878 8718Email: [email protected]

Criada em 2004 com a finalidade de

promover a segurança e qualidade

alimentar, a saúde dos animais e dos

vegetais e a conformidade dos produtos,

dos insumos e dos serviços agropecuários.

Page 89: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 89

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

A AGED-MA é responsável pela fiscaliza-

ção da comercialização, armazenamen-

to, uso, transporte interno e destinação final

das embalagens vazias de agrotóxicos no

estado do Maranhão. O embasamento jurídi-

co está nas Leis Federais nº 7.802/1989 e nº

9.974/2000 e no Decreto nº 4.074/2002. E,

ainda, a Lei Estadual nº 8.521/2006 e o De-

creto nº 23.118/2007. A Agência conta com

18 unidades regionais, um corpo técnico de

183 médicos veterinários e 49 engenheiros

agrônomos.

A fiscalização da devolução de embala-

gens vazias de agrotóxicos é realizada por

meio das fiscalizações de propriedades rurais.

Em 2010 foram executadas 524 fiscalizações.

O número é crescente em relação a 2009,

que teve um total de 406 fiscalizações.

A estrutura de recebimento consiste em

duas Centrais (Balsas e Imperatriz) um Posto

Fiscalização da devolução de embalagens vazias de agrotóxicos

MARANHÃO

Page 90: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L90

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

(Anapurus), e dois postos em fase de implan-

tação (Bacabal, Presidente Dutra). E, ainda,

está em andamento o Recebimento Itinerante

junto à Unidade Regional de São Luís, envol-

vendo os municípios de São Luís, São José de

Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa.

O Recebimento Itinerante envolve também

ações de Educação Sanitária em 20 comunida-

des dos municípios que compõem a Unidade

Regional de São Luís, onde foram realizadas

palestras para 194 participantes, reuniões en-

volvendo mais de 50 pessoas e inclusão de

361 participantes no projeto Fazendo Educa-

ção. Está sendo implementado o Recebimen-

to Itinerante também na Unidade Regional de

Bacabal e no município de São Domingos do

Maranhão, atendendo a demandas de reven-

dedores e agricultores.

No acumulado de janeiro a dezembro de

2010, o estado recolheu 581.182 quilos de

embalagens vazias de agrotóxicos. Já em

Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (AGED)

Endereço:Av. Castelo Branco, 13, São Franscisco. São Luís – MA. CEP 65076-091.Ponto focal: Filomena Antonia de Carvalho (AGED)Fone(s): 98 3218 8434, 98 8716 2537E-mail: [email protected]

Criada em 2002, a AGED tem a mis-

são de exercer a defesa sanitária ani-

mal e vegetal, assegurando a oferta de

produtos de qualidade e contribuir para

a preservação da saúde pública e do meio

ambiente, melhorando a qualidade de

vida da população.

2011, nos meses de janeiro e fevereiro, o nú-

mero chegou a 110.174 quilos.

Algumas dificuldades são encontradas no

estado, como a falta de estrutura para o re-

cebimento, as distâncias entres as unidades

existentes, a falta de programa de educação

voltado para o pequeno agricultor, falta de

contribuição da indústria para implantação de

unidades em regiões de pouco uso e de um

convênio com o MAPA na área de agrotóxico.

Para 2011, a AGED estabeleceu um Acordo

de Cooperação Técnica com o MAPA para fis-

calização do uso de agrotóxicos em proprieda-

des rurais em cinco Unidades Regionais.

*Graduada em Agronomia pela Univer-sidade Estadual do Maranhão, em 1980.

Especialização em Fitossanidade pela Univer-sidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Está

na AGED desde a sua criação, há nove anos.

Page 91: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 91

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

O estado da Paraíba vem desenvolvendo

ações integradas com diversas entidades.

A parceria mais forte está estabelecida com o

CREA-PB. O trabalho teve origem nas dificul-

dades encontradas para disponibilização de

veículos para ações na área vegetal.

A participação do CREA está relacionada à

disponibilização de veículos e também de técnicos

para apoio nas fiscalizações. A parceria foi estabe-

lecida por meio do Termo de Cooperação Técnica.

Fiscalização integrada

As ações são planejadas mensalmente e

executadas sempre de forma conjunta, mas res-

peitadas as devidas atribuições. Ou seja, o CREA

com foco na atividade profissional e a SEDAP

nas condições das propriedades quanto ao uso

seguro de agrotóxicos.

A SEDAP tem, ainda, livre acesso às regionais

do CREA, que funcionam como apoio. O traba-

lho da parceria tem sido bem visto por ambas as

partes. Já houve três trocas de presidentes no

CREA e houve continuidade da ação.

Outras instituições apoiam as ações da

SEDAP, como os órgãos do Meio Ambiente, da

Saúde, Agência de Águas e a Superintendência

Federal de Agricultura da Paraíba. A união resul-

ta em um trabalho mais eficiente e produtivo.

*Engenheiro Agrônomo, formado pela Universidade Federal Rural de Pernambuco,

em 1981. Especialização em Agronegócio com ênfase em Administração Rural.

PARAíBA

Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca da Paraíba (SEDAP)

Endereço: Av. João da Mata, s/n - Bloco II6º Andar, Jaguaribe - João Pessoa/PB CEP 58015-0www.paraiba.pb.gov.br/agropecuaria-e-pesca/a-secretariaPonto focal: Luiz Carlos de Sá BarrosFone(s): 83 9942 6863, 83 3214 5498E-mail: [email protected]

A SEDAP tem a como missão planejar,

articular e promover as políticas de

desenvolvimento rural no Estado, por meio

da pesquisa, assistência técnica, extensão

rural, defesa sanitária animal e vegetal,

regularização fundiária, reforma agrária,

organização das comunidades rurais, pro-

teção alimentar, coordenação das cadeias

produtivas e arranjos produtivos locais.

Page 92: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L92

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

A atuação da ADAGRO é amparada pela Lei

Estadual n°12.753, de janeiro de 2005,

e seu Decreto Regulamentador n° 31.246,

de dezembro de 2007. As obrigações prin-

cipais da Agência quanto à Rastreabilidade

foram geradas pelo Termo de Ajustamento

de Conduta Conjunto (TACC), em 2008. O

termo tem validade até abril de 2011, sendo

renovado por meio de aditivos anuais.

Cabe à ADAGRO coletar amostras de pro-

dutos hortifrutigranjeiros comercializados no

CEASA (PE), com identificação do responsá-

vel, para a realização de análises de resíduos.

As amostras são encaminhadas ao Instituto

de Tecnologia de Pernambuco (ITEP). No

caso de laudo laboratorial insatisfatório, a

Agência fiscaliza o local da produção, se a

propriedade for localizada em Pernambuco,

e encaminha ao Ministério Público do Estado

o relatório da inspeção realizada.

Ainda quanto aos resultados insatisfató-

rios, a ADAGRO precisa comunicar ao Institu-

to de Pesquisa Agropecuária de Pernambuco

a situação, para o conhecimento e adoção

RastReabilidade nas análises de resíduos de agrotóxicos

das medidas de assistência técnica necessá-

rias. Uma cópia desta comunicação é enviada

à Promotoria de Justiça da Cidadania do

PERNAMBUCO

Page 93: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 93

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Ministério Público do Estado de Pernambuco.

De acordo com o TACC, a ADAGRO é

também responsável pela coleta de amostras

dos produtos hortifrutigranjeiros que apre-

sentaram irregularidades, para a realização

das análises necessárias à reinclusão desses

produtos no CEASA (PE).

Desde abril de 2008, a rastreabilidade é

seguida para alface, couve-flor, cenoura,

mamão, morango, pimentão, tomate, aba-

caxi, repolho, cebola, uva e banana. Sendo

realizadas 12 amostras fixas por mês, totali-

zando 144 ao ano. A amostragem é aleatória

e os parâmetros utilizados são “Resíduos

de Agrotóxicos acima do Limite Máximo

Permitido (LMR)” e “Resíduos de Agrotóxicos

não Autorizados para as Culturas (NA)”. As

amostras com LMR acima do permitido são

proibidas quando repetidos os resultados

insatisfatórios nas análises por duas vezes

consecutivas. Já os produtores que tiverem

seus produtos com resultados de resíduos

de agrotóxicos não autorizados (NA) para as

culturas ficam impedidos de comercializar no

CEASA (PE) até que novas análises de resí-

duos de agrotóxicos comprovem resultados

satisfatórios.

Para produtos vindos de outros estados,

cujas análises de resíduos de agrotóxicos

tenham resultados insatisfatórios, a ADAGRO

expede ofício para notificar os órgãos oficiais

de Defesa Agropecuária e Fiscalização da

origem, para que sejam adotadas as devidas

medidas quanto à rastreabilidade e orienta-

ções técnicas dos produtores infratores. Até

que novas análises comprovem resultados

satisfatórios, os produtos ficam proibidos de

entrar no estado de Pernambuco.

A ADAGRO tem atuado também junto às

feiras orgânicas para o monitoramento de

resíduos agrotóxicos. É feito o cadastro dos

comerciantes, coleta de amostras e rastrea-

bilidade nas propriedades. Em caso de serem

encontradas irregularidades, são emitidos

autos (intimação, infração, interdição), soli-

citadas providencias junto aos organizadores

das feiras de orgânicos e enviada comunica-

ção ao Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento e ao Ministério Público.

Em toda a atividade, os maiores gargalos

estão relacionados ao fato de os produtores

entregarem seus produtos aos transportado-

res sem identificação da origem, bem como

os produtos oriundos de outros Estados,

principalmente Espírito Santo e Minas Gerais.

*Engenheiro Agrônomo formado na Universidade Federal Rural

de Pernambuco, em 1992.Especialização em Engenharia de Segu-

rança do Trabalho. Atua na ADAGRO desde sua criação em 2003.

Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (ADAGRO)

Endereço: Av. Caxangá, nº 2200Bairro Cordeiro Recife/PE CEP: 50711-000www2.adagro.pe.gov.brPonto focal: Sílvio Varejão (ADAGRO)Fone(s): 81 3181 4526, 81 3446 1317E-mail: [email protected]

Criada em 2003, a ADAGRO tem

por missão integrar ações do Go-

verno Federal, Estadual e Municipal que

contribuam para promover e executar

a Defesa Sanitária Animal e Vegetal, o

controle e a inspeção de produtos de

origem agropecuária.

Page 94: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L94

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

O trabalho desenvolvido pelo o estado

do Piauí na fiscalização do transporte

de agrotóxicos está diretamente ligado às

parcerias entre a ADAPI, a Policia Rodoviária

Federal, a Secretária da Fazenda, a Secretá-

ria de Segurança Pública e a Policia Militar,

Fiscalização do transporte de agrotóxicos

firmadas por intermédio de Termos de Coo-

peração Técnica.

Do corpo profissional da ADAPI, 26 fiscais

de nível superior e 90 de nível médio atuam

diretamente nesta ação por meio de 15 Pos-

tos de Vigilância Agropecuária situados em

PIAuí

Page 95: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 95

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

divisas interestaduais, outros 28 fiscais tam-

bém de nível superior aguardam convocação

decorrente do último concurso realizado

pela ADAPI para iniciar seus trabalhos. A ação

envolve atualmente 21 escritórios regionais,

com previsão de ampliação para 27 até o

final deste semestre.

Nas estradas e Postos de Vigilância

Agropecuária, todo material transportado

de ônibus, caminhões, vans e camionetes

é vistoriado, tendo como um dos alvos os

agrotóxicos clandestinos. As ações estão

sendo intensificadas nas rodovias federais

e estaduais, nas proximidades dos maiores

centros distribuidores do estado.

A atuação também permite um diagnós-

tico da situação do transporte de agrotóxicos

no Piauí, sendo possível identificar as princi-

pais irregularidades e tentar combatê-las com

ações direcionadas.

As principais infrações observadas estão

ligadas a agrotóxicos não cadastrados na

ADAPI, venda para o usuário sem Receita

Agrônomica, transporte de agrotóxico reali-

zado por empresa não registrada para esse

fim, falta do número de registro da revenda

na nota fiscal quando da aquisição do fabri-

cante ou distribuidor, transporte de agrotóxi-

cos em veículo coletivo de passageiros e falta

de identificação do veículo para transporte

de produtos perigosos.

Para sanar as referidas irregularidades,

são adotadas providências específicas, como

interdição de partida no destino dos agrotó-

xicos não cadastrados na ADAPI, exigência de

regularização cadastral junto ao fabricante e,

quando necessário e exeqüível, a apreensão

de agrotóxicos irregulares.

A fiscalização intensa tem gerado resul-

tados positivos. Não se vê reincidência de

infrações nas últimas abordagens realizadas

em veículo de transporte coletivo de pas-

sageiros, por exemplo. Mais uma vez fica a

comprovação da eficiência e do benefício das

atividades realizadas de forma integrada.

*Engenheiro Agrônomo, formado pela

universidade Federal do Piauí, em 1986. Especialização em Proteção de Plantas pela

(uFV) e Manejo Sustentável de Recursos Naturais Renováveis (uFPI). Há 16 anos

atua na defesa sanitária vegetal.

Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Piauí (ADAPI)

Endereço:Ponto focal: Francisco de Assis Filho (ADAPI)Fone(s): 86 3216 4414, 86 3221 8751Email: [email protected]

Criada em 2005, com a finalidade

de elaborar, coordenar e executar

a Política de Defesa Agropecuária no

Estado do Piauí.

Page 96: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L96

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Os critérios utilizados pelos estados na con-

cessão de registro de estabelecimentos

para comercialização de agrotóxicos passam

pelos requisitos específicos e ao mesmo tem-

po variáveis, de estado para estado. Envolve

o tipo de atividade cadastrada ou registrada

(revendas, aplicador, prestadores de serviço

e fabricantes), o fundamento jurídico, a exi-

gência do Termo de Responsabilidade Técnica,

Anotação de Responsabilidade Técnica, con-

Critérios utilizados pelos estados na concessão de registro de estabeleCimentosque comercializam agrotóxicos

trato social, credenciamento junto à central ou

posto de recebimento de embalagens vazias,

memorial descritivo, a validade do registro ou

cadastro e, ainda, a cobrança de taxas.

Os estados do Maranhão, Ceará, Rio Gran-

de do Norte, Paraíba, Pernambuco e Sergipe

registram os estabelecimentos, os produtos

e, ainda, os prestadores de serviço. Sobre o

fundamento jurídico, apenas a Paraíba não

possui Lei Estadual para aplicar.

O credenciamento junto às Centrais de

Recebimento de Embalagens Vazias só não é

exigência nos estados de Alagoas e Paraíba.

O Termo de Responsabilidade Técnica, a

Anotação de Responsabilidade Técnica e o

Contrato Social são requisitos exigidos por to-

dos os estados da região Nordeste. A validade

do cadastro ou registro é basicamente de um

ano nesses estados.

O valor das taxas cobradas varia de R$

70,00 a R$ 704,00, dependendo estado.

Apenas o Rio Grande do Norte não realiza

cobrança de taxas.

No Rio Grande do Norte, existem 20 re-

vendas registradas. A fiscalização de revendas

RiO GRANdE dO NORTE

Page 97: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 97

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

consiste na vistoria de documentação, por

meio da apresentação do pré-requerimento

de registro, da ART específica do profissional,

relação do produto armazenado ou comercia-

lizado, alvará de localização e funcionamento,

licença ambiental do estabelecimento, cre-

denciamento em posto ou central de recebi-

mento de embalagens vazias de agrotóxicos.

O idiARN verifica, ainda, as condições de

armazenamento, a começar pela compatibi-

lidade da área com o volume dos produtos

estocados. Atualmente, tem sido encontrado

grande número de irregularidades nesses

estabelecimentos.

Sistemas eletrônicos utilizados pelos esta-

dos para gerenciamento de dados de fiscaliza-

ção de agrotóxicos - levantamento do estado

da arte na região Nordeste

Magnos Bezerra de Lacerda (idiARN)*

Atualmente, o Rio Grande Norte realiza, de

forma eletrônica, o gerenciamento de dados

para o controle de agrotóxicos no estado.

Por meio do Registro de Comercialização de

Agrotóxicos, uma planilha em formato Excel

é enviada semestralmente para o idiARN. A

resistência dos comerciantes em preencher os

dados vem sendo superada

A planilha é subdividida em oito, o que permi-

te a inserção de informações segmentadas, sen-

do: dados da Empresa, Cadastrar Agrotóxicos,

Entrada, Saída, Consulta de Estoque, Relatório de

Vendas, Clientes e Produtos Cadastrados.

Na seção Cadastro de Agrotóxicos, são soli-

citados os dados dos produtos comercializados

no estabelecimento: nome da empresa forne-

cedora, CNPJ, município, nome comercial do

produto, formulação, concentração, ingrediente

ativo, unidade de comercialização. O controle de

Entrada pede informações semelhantes, voltada

para entrada de produto em estoque.

O registro de Saídas permite a inserção do

código do produto, classificação, formulação,

quantidade de embalagem e estoque. E, ain-

da, indicação da Receita Agronômica, número

do registro no idARN e data da venda.

No ambiente eletrônico, estão disponíveis

também relatórios de estoque e vendas, que

podem ser utilizados para consulta e controle.

E, ainda, podem ser localizadas rapidamente

listas de clientes e produtos.

A ferramenta será transformada em siste-

ma online com acesso restrito, com a colabo-

ração da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte. É tendência é uma aproximação do

AGROFiT para o alinhamento com o banco de

dados nacional.

*Engenheiro Agrônom pela Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM). Especializa-

ção em Proteção de Plantas (2002), pela UFV.

Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do Rio Grande do Norte (IDIARN)

Endereço:Ponto focal: Magnos Bezerra de Lacerda (IDIARN)Fone(s): 84 3232 8032 / 84 3232 4546E-mail: [email protected]

Criado em 2006, o idiARN exerce a

defesa e inspeção agropecuária, as-

segurando a oferta de produtos de qua-

lidade, contribuindo para a preservação

da saúde pública, do meio ambiente e

o aumento da competitividade do estado

do Rio Grande do Norte.

Page 98: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L98

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Os critérios utilizados pelo Sergipe na con-

cessão de cadastro de agrotóxicos têm

embasamento legal no Decreto Estadual nº

22.762, de 2004, pelo qual ficou estabelecido

que os produtos, para serem manipulados,

produzidos, armazenados, comercializados e

utilizados no estado, têm de ser previamente

registrados no órgão Federal competente e

posteriormente cadastrados na EMDAGRO.

Os documentos necessários para obtenção

do cadastro são semelhantes aos solicitados

na maioria dos estados, a saber: requerimento

dirigido a EMDAGRO; cópia do certificado de

registro do órgão Federal competente; modelo

de bula e rótulo aprovado pelo órgão Federal

competente e comprovante de recolhimento

da taxa de cadastro.

A venda de agrotóxicos interditados ou

sem registro no órgão competente são consi-

deradas infrações gravíssimas, gerando multas

de até 3.125 UFP’s (unidade fiscal padrão

de Sergipe), o equivalente a R$ 80.625,00.

Atualmente existem 76 fabricantes e 1221

produtos cadastrados no estado.

Para aplicação das leis, o estado conta

com uma equipe treinada e atuante no que se

refere à Educação Sanitária, sendo estas ações

prioritárias para a EMDAGRO. A Agência

conta com o auxílio de uma equipe da área

social que ajuda a elaborar cartilhas, faixas,

banners e recursos audiovisuais. O material

Critérios utilizados pelos estados na concessão de Cadastro de agrotóxiCos

é utilizado nas atividades com as crianças da

rede municipal e estadual de ensino na zona

rural dos municípios sergipanos.

O trabalho alcança também os trabalha-

dores rurais, que são treinados nas próprias

fazendas sobre o uso correto do EPI e o uso

seguro de agrotóxicos.

*Graduado em 1993, pela Universidade Federal da Paraíba. Especialização em Fruticultura

Tropical. Atua na EMDAGRO há sete anos.

SERGIPE

Empresa de Desenvolvi-mento Agropecuário de Sergipe (EMDAGRO)

Endereço: Av. Carlos Rodrigues da Cruz, s/n Bairro Capucho - Aracaju/SE - CEP: 49.080-190www.emdagro.se.gov.brPonto focal: Maria Aparecida NascimentoFone(s): 79 3234 2600 / 79 3234 2693E-mail: [email protected]

Criada no ano de 1962, tem a missão

de contribuir para o fortalecimento da

agricultura familiar e expansão do agrone-

gócio do Estado de Sergipe, atuando nas

áreas de Assistência Técnica e Extensão Ru-

ral, Pesquisa, Defesa Agropecuária e Ações

Fundiárias, para assegurar o desenvolvimen-

to sustentável e o bem-estar da sociedade.

Page 99: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 99

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Um dos problemas enfrentados pelo

Instituto está relacionado à assistência

técnica deficitária, uma vez que a falta de atu-

ação mais efetiva da Emater-AC leva o órgão

de defesa a prestar o serviço de extensão em

algumas propriedades.

Há também as questões ligadas aos re-

cursos humanos e financeiros, que na maior

Fiscalização do armazenamento de pequenas quantidades de agrotóxicos em propriedades rurais no acre

ACRE

parte das vezes são escassos. A legislação

ultrapassada e o cenário político também são

fatores que interferem nas atividades do IDAF.

A fiscalização do comércio ainda é inci-

piente em decorrência de falhas na legislação

estadual e a falta de colaboração por parte

dos comerciantes locais.

Sobre as embalagens vazias de agro-

Page 100: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L100

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

tóxicos, será necessária uma intervenção

do Instituto Nacional de Processamento de

Embalagens Vazias (INPEV) para que seja

realizada a coleta itinerante, considerando

o difícil acesso dos produtores às poucas

centrais de recebimento.

A atuação dos fiscais consiste em ins-

truções para correções de armazenamento

improvisado ou indevido, concedendo prazos

para adequação. Também há orientações

sobre a tríplice lavagem e a inutilização das

embalagens vazias. O baixo nível de cons-

cientização dos produtores dificulta a ação

do IDAF/AC.

Em 2009, a Carta de Macapá estabeleceu

os requisitos para o armazenamento de pe-

quenas quantidades de agrotóxico, dentre

os quais:

• 1. Local isolado,

• 2. Cadeado para restringir o acesso de

pessoas não autorizadas e animais,

• 3. Paredes e pisos impermeáveis,

• 4. Espaço para circulação e ventilação

Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (IDAF/AC)

Endereço: Rodovia AC-40 - Km 05, n° 1054 - Vila AcreRio Branco - AC - CEP 69.901-365Fone: 68 3221 7773 ou 68 3221 1890Fax: 68 3221-0655Ponto focal: Oder José da Costa GurgelE-mail: [email protected]

O IDAF/AC foi criado em 15 de janeiro

de 2003, com a missão de promover

a saúde animal e vegetal e a qualidade

de seus produtos e subprodutos, assim

como a fiscalização e inspeção destes,

controlar e erradicar as pragas e doenças

de animais e vegetais como também a

fiscalização do comércio e uso de agro-

tóxicos e afins. A expectativa do Instituto

é que todos os produtos e estabeleci-

mentos que comercializem agrotóxicos

estejam cadastrados até o ano de 2012.

Destes relacionados, apenas os dois últi-

mos não estão sendo observados e não há

condições de exigi-los atualmente, conside-

rando a realidade dos produtores rurais do

estado do Acre.

Na Carta de Boa Vista, foi acordado que

os requisitos citados deverão ser observados

por todos os OEDSVs da região Norte, em

ações de fiscalização do armazenamento de

pequenas quantidades de agrotóxicos em

propriedades rurais.

* Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal de Acre em 1989 e

mestrando em Agronomia (Produção Vege-tal). Trabalha no IDAF-AC há oito anos.

Page 101: Revista Defesa Vegetal junho 2011

N O V - D E Z 2 0 1 0 • E s p e c i a l E D U C A Ç Ã O 101

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Dificuldades enfrentadas pelosestados da região Norte na fiscalização do comércio e uso de agrotóxicos

Muitas dificuldades são encontradas pela

agência. Uma das principais está ligada

ao quadro humano deficitário, são menos de

10 fiscais para cerca de 3.500 propriedades.

Outro ponto é a estrutura física: falta local

adequado para armazenamento de produtos

apreendidos, os veículos são impróprios para

o transporte de agrotóxicos, faltam Equipa-

mentos de Proteção Individual (EPI) para os

fiscais e material para fiscalização.

A falta de capacitação mostra-se um gar-

galo importante. O fiscal despreparado não

identifica situações irregulares e pode ter suas

ações e multas contestadas na justiça.

AMAPÁ

Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária (DIAGRO)

Endereço: Av. José Tupinambás, 196Macapá - AP - CEP 69.800-000Fone: 96 3312 1200Ponto focal: Ivênio Roque Hartmann NetoE-mail: [email protected]

O DIAGRO é uma agência nova, está

em fase de consolidação, contando

apenas com nove engenheiros agrôno-

mos em seu corpo técnico. Suas ativida-

des são bastante focadas no programa

da mosca-da-carambola,o que limita a

atuação na área de agrotóxicos.

Outro ponto é o comércio de quantidades inex-

pressivas de agrotóxicos, o que tem ocasionado a

desistência de alguns estabelecimentos dado o

nível de exigências documentais para a atividade,

o que dificulta ainda mais o estabelecimento de

um posto de recebimento de embalagens vazias.

O complicado acesso às propriedades rurais

e a falta de uma legislação estadual dificultam

o exercício do trabalho do fiscal.

A Lei Federal nº 7.802 prevê a emissão

de Receituário Agronômico desde 1989. No

entanto, o primeiro receituário do estado do

Amapá foi emitido em 2011 em resposta a um

estabelecimento comercial que passou a exigir

o documento. Uma parceria com o CREA con-

tribuirá para avançar nesta questão.

Por fim, a legislação também precisa de

atenção. Atualmente, é seguida a lei federal,

mas a Lei de Agrotóxicos do estado do Amapá

e seu Decreto Regulamentador se encontram

na Assembléia Legislativa para apreciação e

aprovação desde julho de 2010.

Tendo em vista as dificuldades enfrenta-

das, o trabalho se restringe à orientação aos

produtores quanto à importância de não reu-

tilizarem as embalagens vazias de agrotóxicos.

*Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal do Piauí em 2010 e

especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho. Está no DIAGRO há um ano, onde

é responsável pelo programa de agrotóxicos.

Page 102: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L102

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

A Agência de Defesa Agropecuária do Estado de

Tocantins trabalha tanto com o registro de es-

tabelecimentos quanto com o cadastro de produtos.

Atualmente, para o cadastro de empresas

registrantes de agrotóxicos, é necessário o envio

de requerimento constando o nome fantasia,

razão social, endereço, CNPJ, inscrição estadual,

nome do responsável técnico e administrativo,

número dos documentos de identificação e as-

sinatura do requerente. Junto ao requerimento,

devem ser enviados: cópia do contrato social ou

declaração de firma individual, cópia CNPJ e da

Inscrição Estadual, cópia dos documentos pes-

soais do responsável Administrativo (RG e CPF);

cópia do documento pessoal do responsável

Técnico (cópia do registro no CREA); e compro-

vante de pagamento da taxa de cadastro. A taxa

para cadastro é de R$ 600,00 e R$ 300,00 para

cada alteração feita posteriormente.

Para o cadastro de produtos agrotóxicos,

são necessários: requerimento; cópia do

Certificado de Registro do fabricante; cópia

de rótulo e bula aprovados pelo MAPA, pela

ANVISA e pelo IBAMA; cópia da Avaliação

Ambiental – Potencial Periculosidade Am-

biental - PPA emitida pelo IBAMA; cópia da

Avaliação Toxicológica emitida pela ANVISA;

comprovante de pagamento; Ficha de Emer-

gência do produto e Ficha de segurança.

As fichas de emergência do produto e de

segurança foram incluídas como requisitos após

participações em edições anteriores do ENFISA,

ocasiões em que se percebeu a importância des-

se tipo de informações para o caso de ocorrên-

cias problemáticas para o controle do produto.

Não há restrição por cultura, mas é preciso que

a empresa registrante esteja cadastrada no estado.

A lei utilizada para reger o setor é a Lei

Federal e os valores das taxas são estabelecidos

com base na Lei Estadual Nº 1.844/07.

A discussão sobre este assunto levou à re-

comendação de que os estados que não têm lei

estadual de agrotóxicos deverão estabelecer,

ao longo do ano de 2011, um procedimento

de pré-cadastro de agrotóxicos, como forma

de se iniciar a atividade de cadastro.

*Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade do Tocantins em 1998 e especialista em Agronegócio. Está na ADAPEC há onze anos.

TOCANTINS

Critérios utilizados pelo Estado do Tocantins na concessão de CadasTro de agroTóxiCos

Page 103: Revista Defesa Vegetal junho 2011

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1 103

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Sistemas eletrônicos utilizados pelos estados

para gerenciamento de dados de fiscalização

de agrotóxicos – levantamento do estado da

arte na região Norte.

Carlos César Barbosa Lima

(ADAPEC)*

Ingergleice Machado de Oliveira Abreu

(ADAPEC)**

Atualmente, a ADAPEC trabalha com o

Sistema Informatizado de Cadastro de Fabri-

cantes e Produtos Agrotóxicos. Desenvolvido

pelo departamento de Informática da Agên-

cia, é vinculado à intranet e vem passando

por constantes adequações. A exemplo da

própria plataforma, não amigável com o

sistema Agrofit.

No ambiente virtual são disponibilizadas

informações sobre os produtos, seus ingre-

dientes ativos, classificação, pragas e culturas

indicadas, além do espaço para realização do

cadastro e busca por produto. Há também

informações sobre os registrantes, com opção

cadastro e listagem completa. Dados como

CNPJ, responsável legal, município e situação

(ativo ou inativo) estão disponíveis.

O sistema traz, também, a possibilidade

de geração de relatórios seja por produto,

registrante ou principio ativo.

Além do programa de agrotóxicos, a

ADAPEC vem trabalhando com o “GTA on-

line 2011 - Sistema Informatizado de Defesa

Sanitária Animal”. A implantação do sistema

se deu pela necessidade de operacionalizar

a emissão e controle de Guias de Trânsito

Animal. Dentro da plataforma, foi inserido o

programa de Registro de Estabelecimentos

Agropecuários, devido à demanda pela uni-

ficação de cobrança de taxas para concessão

do Registro na área de sementes, mudas,

agrotóxicos, produtos veterinários e vacinas.

A alimentação desse sistema se dá pela

ADAPEC, por meio de informações fornecidas

pelos proprietários dos estabelecimentos e

inspetores agropecuários. A previsão é ampliar

o uso da plataforma para atender à demanda

da fiscalização de agrotóxicos.

A questão do acesso é importante e, neste

caso, todos os profissionais envolvidos nas

atividades têm acesso através de login e senha

cadastrados na sede do órgão.

*Engenheiro Agrônomo formado pela

Universidade do Tocantins em 1998 e especialista em Agronegócio. Está na ADAPEC há onze anos.

**Engenheira Agrônoma formada

pela UPIS, em 2004. Está na ADAPEC há quatro anos, onde atua na

Coordenação de Inspeção Vegetal.

Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Tocantins (ADAPEC)

Endereço: 104 Sul, Rua SE 01, Lote 42Palmas - TO - CEP 77.020-014Página na internet: www.adapec.to.gov.brPonto focal: Carlos César Barbosa Lima (ADAPEC)E-mail: [email protected]: 63 3218 2176Fax: 63 3218 2176

Criada em 1998, tem a função de

planejar, coordenar e executar a

Política Estadual de Defesa Agropecuá-

ria com a finalidade de promover a vigi-

lância, a normatização, a fiscalização, a

inspeção e a execução das atividades de

defesa animal e vegetal.

Page 104: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L104

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

A CODESAV realiza o cadastramento de

estabelecimentos comerciais e proprieda-

des rurais. São cerca de 40 casas agropecuárias

cadastradas em seu serviço.

O procedimento para o cadastro de proprie-

dades rurais se inicia com o georeferenciamento

das mesmas, seguido do preenchimento da Ficha

de Atendimento Individual e Ficha de Cadastro,

além de orientação técnica sobre armazenamento,

uso correto e devolução de embalagens vazias de

agrotóxicos e distribuição do material educativo da

Associação Nacional de Defesa Vegetal (ANDEF).

As fichas são espelhos das propriedades. Com

o levantamento abrangente, é possível identificar

a realidade e fazer um trabalho de orientação.

O objetivo da CODESAV é dar continuidade

às visitas educativas e cadastramentos das pro-

priedades. E dar início às campanhas educativas

sobre o uso correto de agrotóxicos e descarte

adequado das embalagens vazias, a ser realizado

junto a comunidades e escolas. As atividades

serão realizadas após treinamento em Educação

Sanitária e curso sobre agrotóxicos que serão rea-

lizados com o apoio do MAPA, ainda no primeiro

semestre de 2011.

*Engenheira Agrônoma formada pela Universidade Federal do Paraná, em 2000.

Está na CODESAV há dez anos, onde trabalha atualmente com na área de Agrotóxicos.

Cadastro de propriedades rurais

AMAZONAS

Comissão Executiva Permanente de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (CODESAV)

Endereço:Av.Buriti, 1850 - Distrito Industrial. Manaus. Amazonas. CEP: 69075-000Fone: 92 3237 7978 Fax: 92 3237 7751www.sepror.am.gov.brPonto focal: Alessandra Fabíola Siqueira D’ Castro (CODESAV)Email: [email protected]

A CODESAV é vinculada ao sistema

Sepror, criado em 2003 e composto

por todos os órgãos e ações essenciais ao

desenvolvimento da produção rural. A Se-

cretaria realiza ações de planejamento da

produção rural para fomento das cadeias

produtivas em todas as suas dimensões. O

embasamento legal para atuação da CODE-

SAV hoje é a Lei Federal 7802/89. Isso por

que a Legislação Estadual de Agrotóxicos

passa por reestruturação, com documen-

tação em trâmite na Assessoria Jurídica da

Secretaria de Estado de Produção Rural.

Page 105: Revista Defesa Vegetal junho 2011

N O V - D E Z 2 0 1 0 • E s p e c i a l E D U C A Ç Ã O 105

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Os 52 municípios do estado são atendidos

por meio de sete regionais do IDARON

e por 52 fiscais agrônomos. São realizadas

atividades ligadas ao cadastro de produtos,

registro de estabelecimentos (revendas e pres-

tadores de serviços fitossanitários); tabulação

e fiscalização de receituários; devolução de

embalagens vazias; educação sanitária e fisca-

lizações em revendas e propriedades.

Os estabelecimentos comerciais são fiscali-

zados a cada 15 dias, com o objetivo de veri-

ficação dos receituários agronômicos emitidos

no período, validade de produtos e cadastro

da revenda. As principais situações encon-

tradas nestas fiscalizações são: prescrição da

receita agronômica para cultura ou produtor

inexistente; receituário emitido de forma inde-

vida; prescrição de produto não cadastrado ou

de uso não autorizado no Estado; receita não

preenchida e já assinada pelo responsável téc-

nico; receituário sem assinatura do produtor

Procedimentos para fiscalização de receituário agronômico nas ProPriedades rurais e canais de distribuição

e falta de entrega do receituário até o quinto

dia útil do mês subsequente.

Nas fiscalizações em propriedades rurais,

é verificado se o receituário agronômico foi

emitido para o produtor e cultura certos,

se está havendo o uso de Equipamento de

Proteção Individual (EPI) e se a aplicação

está de acordo com as recomendações feitas

pelo responsável técnico. As infrações mais

comuns estão ligadas à ocorrência de deriva;

à emissão de Receituário Agronômico emitido

para cultura inexistente na propriedade e a

não utilização do EPI.

O IDARON vem trabalhando em um pro-

grama que visa alimentar sua base de dados

com as receitas emitidas e produtos comercia-

lizados. O programa será instalado na revenda

de agrotóxicos, que enviará mensalmente

as informações via internet. A implantação

resolverá a problemática de tabulação de re-

ceituário, proporcionará o controle de receitas

RONDONIA

Page 106: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L106

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

e embalagens para futura devolução, além de

controle estatístico. O plano de ação prevê

que o programa esteja disponível para down-

load no site da IDARON, tenha uso simples e

instalação fácil. E, ainda, ampla divulgação da

ferramenta.

Outra novidade do Instituto é Termo de

Ajuste de Conduta (TAC). Com o objetivo de

fortalecer a emissão de receituário no estado

e conscientizar os profissionais, o TAC envolve

o Ministério Público, IDARON, Secretaria de

Estado de Desenvolvimento Ambiental, CREA/

RO, EMATER e Comissão Executiva do Plano

da Lavoura Cacaueira (Ceplac). Estão previstas

ações até agosto de 2011, abrangendo o

Seminário Estadual de Agrotóxicos, reunião

com revendas, levantamento de profissionais

e capacitação dos técnicos.

A Carta de Boa Vista estabelece que

os órgãos estaduais deverão intensificar a

fiscalização da receita agronômica e que à

Associação Nacional dos Distribuidores de

Insumos Agrícolas e Veterinários (ANDAV)

caberá informar suas associadas nos estados

da região norte.

* Engenheira Agrônoma formada pela Escola Superior de Agronomia em1997.

Está no IDARON há sete anos, onde atualmente é gerente do Programa

de Defesa Sanitária Vegetal.

Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do estado de Rondônia (IDARON)

Endereço: Av. Presidente Dutra, 2068 - Baixa UniãoPorto Velho - RO - CEP 76.805-859www.idaron.ro.gov.brFone: 69 3216 5223 ou 69 3216 5222Fax: 69 3216 5237Ponto focal: Rachel Barbosa da Silva (IDARON)

Email: idaron.vegetal@ hotmail.com

Criada em 1999, a Agência realiza

controle sanitário do rebanho

bovino, inspeção sanitária de produtos

e subprodutos de origem animal, fisca-

lização da movimentação de animais,

fiscalização e controle de trânsito de

material vegetal, fiscalização do produ-

to, comercialização e uso de agrotóxicos,

inspeção e classificação de produtos de

origem vegetal. O IDARON é responsável

pela fiscalização de agrotóxicos, exerce

essa função com base na Lei 1841/2007

e no Decreto 13563/2008. A regulação

de taxas é atualizada pela UPF do estado,

uma vez que a UFIR foi extinta.

Page 107: Revista Defesa Vegetal junho 2011

N O V - D E Z 2 0 1 0 • E s p e c i a l E D U C A Ç Ã O 107

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Critérios utilizados pelo estado do Pará na concessão de registro de estabelecimento que comercializam agrotóxicos e de empresas prestadoras de serviço (aplicação)

Com base na Lei Estadual 6.119/1998 e no

Decreto Estadual 4.856/2001, a Adepará

registra pessoas físicas e jurídicas que comer-

cializam ou prestam serviços na aplicação de

agrotóxicos e afins.

Para o registro são necessários: requeri-

mento padrão; memorial descritivo; cópia

do cartões do CNPJ e Inscrição Estadual; có-

pia do Alvará de Licença da Prefeitura; cópia

do Contrato Social e da última alteração (se

houver); ART de Armazenamento (comércio);

certidão de quitação do CREA (prestadora de

serviço); modelo da Guia de Aplicação (pres-

tadora); comprovante de credenciamento a

Central ou Posto de devolução e Laudo de

Vistoria da Adepará.

O Laudo de Vistoria de Empresa Prestadora

de Serviço traz informações sobre depósito,

equipamentos de aplicação, equipamento de

proteção individual e condições de armazena-

mento de embalagens vazias. Já o Laudo de

PARÁ

Page 108: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L108

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Vistoria de Revendas traz informações sobre

o salão de vendas, depósito de embalagens

cheias e vazias. Em ambos os casos, as ade-

quações devem ser observadas para efetiva-

ção do registro.

Uma particularidade é que, dada a exten-

são territorial, as revendas têm depósitos pró-

prios para armazenar as embalagens vazias

devolvidas pelos produtores rurais.

Para o Instituto Nacional de Processamen-

to de Embalagens Vazias (Inpev), a questão

das embalagens vazias armazenadas em de-

pósitos, autorizada pela Instrução Normativa

nº 05/2006, deve ser revista, pois, por não se

tratar de uma prática controlada, está sujeita

a falhas de segurança.

Atualmente, há dois pontos prontos (posto

de Marabá e central de Paragominas). E ou-

tros quatro em construção, com obras a serem

concluídas em 2011 e 2012 (Santarém, Casta-

nhal, Altamira e Redenção).

A Adepará tem 13 prestadoras de serviço

registradas; 541 revendas de produtos agro-

pecuários e 103 revendas de agrotóxicos.

São relatadas dificuldades relacionadas ao

contrato social e devolução de embalagem.

No caso do contrato social, é importante que

se especifique que insumos agropecuários se-

rão comercializados. Outro ponto de melhoria

é o estímulo à formação de associações para

implementação de mais postos de recebimen-

to de embalagens.

A Carta de Boa Vista prevê ações para uma

maior harmonização quanto aos procedi-

mentos de registro de estabelecimentos que

comercializam agrotóxicos na região Norte.

No caso de estados que não tenham lei es-

tadual de agrotóxicos regulamentada, ficou

estabelecido o procedimento de pré-registro

usando os mesmos critérios para registro de

estabelecimento.

*Engenheira Agrônoma formada pela Uni-versidade Federal Rural da Amazônia

em 2002 e mestre em Agronomia. Está há três anos na ADEPARÁ.

Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ)

Endereço:Travessa Piedade, 651, Reduto, Belém-PA CEP 66053-210.http://www.adepara.pa.gov.brFone: 91 3210 1171Fax: 91 3210 1104Página na internet: www.adepara.pa.gov.brPonto focal: Luiz Carlos Cordeiro de GuamáE-mail: [email protected]

Criada em 2002, tem como missão

ser referência nacional em defesa

agropecuária, garantido a segurança do

consumo de produtos agropecuários e

contribuindo para a competitividade do

agronegócio paraense e para a preserva-

ção do meio ambiente.

Page 109: Revista Defesa Vegetal junho 2011

109J U N H O - J U L H O 2 0 1 1

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

As ações integradas de fiscalização propiciam

a realização de ações de fiscalização que,

muitas vezes, não seriam realizadas por falta

de infra-estrutura ou de pessoal. Além disso,

diminuem os gargalos e ajudam na execução

do trabalho. O trabalho conjunto melhora a

atuação e a visão da fiscalização.

A integração pode ser estabelecida por meio

de ofícios, convênios ou parcerias. São parceiros

interessantes o CREA-RR, Ministério Público,

Vigilância Sanitária e Delegacia do Consumidor,

Instituto Nacional de Processamento de Emba-

lagens Vazias (Inpev) e Associação Nacional de

Defesa Vegetal (Andef).

O estado de Roraima tem uma parceria forte

com o CREA-RR para realizar as fiscalizações de

estabelecimentos comerciais. Nas atuações, é

utilizado um veículo do CREA, além da partici-

pação de três técnicos do Conselho. Isso otimiza

o serviço e traz bons resultados.

Outra ação integrada refere-se às fiscaliza-

ções em feiras livres. Com iniciativa do Ministé-

rio Público, uniram-se ADERR, CREA-RR, Polícia

Militar, Exército, Vigilância Sanitária Estadual e

Municipal, Delegacia do Consumidor e Guarda

Municipal para busca e apreensão de produtos

e alimentos. São atividades concentradas em

finais de semana e que resultam em apreensões

de grandes volumes de insumos agrícolas, como

mudas não fiscalizadas, agrotóxicos fracionados

e agrotóxicos ilegais. Ambos os trabalhos foram

iniciados em 2011.

A Carta de Boa Vista estabeleceu duas

prioridades com relação à fiscalização

Fiscalização integradaintegrada: (1) a comunicação imediata à

vigilância sanitária em situações de venda

de saneantes como agrotóxicos e (2) a

elaboração pelos órgãos estaduais de uma

matriz de competências para a fiscalização

de agrotóxicos.

*Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal de Roraima em

2003, especialista em Agroambiente e mestrando em Agronomia.

Está na ADERR há três anos, onde é responsável pelo Programa de Agrotóxicos.

RORAIMA

Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Roraima (ADERR)

Endereço: R. General Penha Brasil, 1123 Bairro São FranciscoBoa Vista - RR - CEP 69.305-130 Fone: 95 2121 8685Página na internet: www.aderr.rr.gov.brPonto focal: Carlos Alberto Terossi FilhoE-mail: [email protected]

A ADERR foi criada em 2008, no intui-

to de planejar, coordenar, fiscalizar

e executar a Política de Saúde Animal,

Vegetal e de Defesa Sanitária, proceder

ao controle de qualidade, classificação,

inspeção, padronização e armazenamen-

to de produtos e subprodutos de origem

animal e vegetal, prestar serviços labora-

toriais, entre outros.

Page 110: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L110

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

O Distrito Federal vem trabalhando no desen-

volvimento de ações de Educação Sanitária

voltadas para o uso correto e seguro de agro-

tóxicos. Os objetivos são: promover a saúde do

trabalhador rural, produzir alimentos seguros,

proteger o meio ambiente e esclarecer as pena-

lidades legais do uso incorreto de agrotóxicos.

Para atingir esses objetivos, em 2010 foram

realizadas palestras junto aos Conselhos Regio-

nais de Desenvolvimento Rural Sustentável e

em escolas rurais direcionadas aos professores

e pais de alunos da região de Brazlândia; curso

do método SOMA para os fiscais agropecuários;

treinamentos para aplicadores de agrotóxicos;

confecção de folder educativo e, ainda, organi-

zação do Dia Nacional do Campo Limpo, inédito

em 2010 no DF.

Para 2011, a equipe do DF pretende intensifi-

car as ações de Educação Sanitária. A expectativa

é expandir as palestras em escolas rurais para mais

três Regiões Administrativas do Distrito Federal,

efetivar a proposta de curso de capacitação de

professores junto à Escola de Aperfeiçoamento

dos Profissionais da Educação e, também, dar

maior ênfase ao Dia Nacional do Campo Limpo

para que o mesmo aconteça de forma mais ex-

pressiva e com maior adesão no DF.

Ações do estAdo para educação sanitária focada em uso correto e seguro de agrotóxicos

**Formada pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, em

Engenharia Agronômica, no ano de 2009.

DiStRitO FEDERAL

Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Distrito Federal - Gerência de Defesa Sanitária Vegetal (SEAPA/DF - GDSV)

Endereço: SAIN Parque Rural - Edifício Sede - Brasília - DF - CEP 70.620-000Fone: 61 3447 8820Site: http://www.sa.df.gov.brPonto focal: Diogo Ricardo MrozinskiE-mail: [email protected]

tem a missão de coordenar e promover

o desenvolvimento rural, econômico

e ambientalmente sustentável, adminis-

trar as terras públicas rurais e zelar pela

segurança alimentar da população por

meio de ações de fiscalização e inspeção

animal e vegetal. Visa ser reconhecida

como agente inovador e de excelência no

desenvolvimento sustentável da atividade

agropecuária.

* Chefe do Núcleo de Agrotóxicos da SEAPA-DF. Graduado em Engenharia Agronômica

pela Universidade de Brasília, em 2010.

Diogo Mrozinski (SEAPA-DF)*Carina Ichida (SEAPA-DF)**

Page 111: Revista Defesa Vegetal junho 2011

111J U N H O - J U L H O 2 0 1 1

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

A comercialização e a prestação de servi-

ços relacionados a produtos agrotóxicos

precisam de registro para estar regularizadas.

As atividades envolvem aplicação terrestre e

aérea, tratamento fitossanitário, armazena-

mento e transporte.

Em geral, a documentação exigida para o

registro engloba: Requerimento, CNPJ, Inscri-

ção Estadual, Alvará de Funcionamento, Li-

cenciamento Ambiental, Contrato Social, ART

– Responsabilidade Técnica, Credenciamento

Central de Recolhimento de Embalagens, Re-

colhimento de Taxa e Memorial Descritivo.

No ENFISA Regional Sul, Sudeste e Centro-

oeste foi apresentado um comparativo das

exigências dos estados dessas regiões. Devi-

do à ampla legislação regida por leis, normas,

edital e portarias, estes procedimentos ainda

não estão harmonizados.

No que diz respeito às atividades que

exigem registro e cadastro, os 11 estados

exigem para Comércio e Prestação de Ser-

viços. Sobre o amparo legal, Minas Gerais,

Rio de Janeiro, Espirito Santo, Santa Cata-

rina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e

Critérios utilizados pelos estados na concessão de registro

de estabeleCimentos que comercializam agrotóxicos

Goiás possuem legislação estadual. Os ou-

tros utilizam o Decreto Federal como fun-

damento jurídico.

O termo de responsabilidade técnica é so-

licitado por SP, PR, SC, MT e MS. Nem todos

também exigem o memorial descritivo, ART

ou cobram taxas. A validade varia de um,

dois, três e quatro anos ou tempo indeter-

minado. A unanimidade fica para o contrato

social, exigido por todos.

A harmonização desses procedimentos

vem sendo discutida há muitos anos, mas

ainda não se concretizou. Para avançar nesta

questão, será elaborado um documento re-

comendatório para alinhar as informações.

Além disso, o MAPA vem trabalhando para

implantar o Sistema Eletrônico de Registro de

Estabelecimento, que deverá estar disponível

em 2012, tratando-se de um banco de dados

único, com acesso livre, que trará os requisi-

tos básicos para o Registro.

O IAGRO e a Coordenação Geral de Agro-

tóxicos e Afins foram incumbidos de estabe-

lecer uma relação de critérios mínimos para o

registro de estabelecimentos: exportadores,

MATO GROSSO DO SuL

Page 112: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L112

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

importadores, fabricantes, comerciantes, ar-

mazenadores, manipuladores, prestadores de

serviço ou formuladores.

*Engenheira Agrônoma formada pela

Faculdade de Agronomia e Zootecnia “Ma-noel Carlos Gonçalves” (SP), em 1982.

Advogada pela Faculdades unidas Católicas de Mato Grosso (FuCMT), em 1990. Mestre em Produção e Gestão Agroindustrial, área de concentração em Produção Vegetal pela

universidade para o Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal (uNIDERP), em 2007. Acadêmica do curso superior em Tec-

nologia de Alimentos na universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Atua desde 1984 na Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal

e Vegetal (IAGRO), estando desde 2001 no setor de Agrotóxicos.

Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO)

Endereço: Av. Senador Filinto Müller, 1146Campo Grande - MS - CEP 79074-902Fone: 67 3901 2712Fax: 67 3346 0284Página na internet: www.iagro.ms.gov.brPonto focal: Vera Lúcia Amaral de Oliveira PereiraE-mail:[email protected]

A Agência foi criada em 1979. Tem

por finalidade promover, manter e

recuperar a saúde animal e vegetal, a

qualidade de seus produtos e subprodu-

tos por meio da defesa sanitária animal

e vegetal, o controle, a fiscalização e a

inspeção dos produtos e subprodutos de

origem agropecuária, a fiscalização de

insumos agropecuários e das atividades

de biossegurança, para assegurar a saú-

de humana.

Page 113: Revista Defesa Vegetal junho 2011

113J U N H O - J U L H O 2 0 1 1

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

O comércio eletrônico de produtos, assun-

to recorrente em discussões de vários

setores, atinge também o mercado de agro-

tóxicos. Para fazer um levantamento desta

questão no cenário atual, foi constituído em

2010 um grupo de trabalho pelos estados de

Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná e

São Paulo. Os avanços foram apresentados

em 2011, passando por discussões e pontos

de vista diferentes que levaram à elaboração

de uma minuta de instrução normativa que

regulamente este assunto.

Na discussão, levantou-se a ideia de proibir

o comércio por meio remoto. Os defensores

desta ideia alegaram a dificuldade para a

fiscalização deste tipo de comércio, uma vez

que a sua abrangência seria muito maior e a

localização dos vendedores seria dificultada

pela virtualidade. Além do mais, não existiria a

garantia do cumprimento da legislação no que

se refere à obrigatoriedade da apresentação

da receita agronômica original. Existe ainda

a maior possibilidade de ação de vendedores

clandestinos e facilidade para a venda de

agrotóxicos falsificados ou roubados, uma vez

que o controle seria mais difícil.

Outra ideia surgida a partir das conclusões

do grupo de trabalho foi a normatização do

comércio eletrônico. Os defensores da ideia

Comércio de agrotóxicos pela internet: avanços em 2010

alegaram que o comércio na internet é uma

tendência e que é necessário que os órgãos de

regulamentação se antecipem. É providencial

que se criem regras claras, que orientem e

permitam a fiscalização, assegure os direitos

do consumidor e o cumprimento da legislação

de agrotóxicos.

Atualmente, não há nenhuma empresa

oficialmente registrada para venda de agrotó-

xicos e afins na internet. O que existe são sites

que disponibilizam os produtos para comer-

cialização sem, no entanto, dar rastreabilidade

de quem está por trás da venda.

Não existe, também, legislação para este

comércio. O que mais se aproxima é uma

resolução da Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (ANVISA) sobre o comércio de

GOIÁS

Page 114: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L114

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

remédios por meio remoto. Os órgãos fazendá-

rios se preocupam mais em controlar o comér-

cio quando do seu transporte, cobrando a nota

fiscal. Na compreensão atual, a internet seria

apenas uma extensão do estabelecimento.

A proposta apresentada denomina o comér-

cio como Solicitação Remota, visando utilizar a

normatização também para vendas por fax e

telefone. Somente empresas abertas ao público,

registradas como comercializadoras de agrotó-

xicos, seus componentes e afins no órgão de

defesa vegetal do estado em que está sediada,

com responsável técnico legalmente habilitado,

podem realizar o comércio de agrotóxicos solici-

tados por meio remoto. Continua imprescindível

a apresentação da receita agronômica e o local

de estoque deverá ser uma empresa aberta ao

público nos termos da legislação vigente.

O pedido pela internet deve ser feito por

meio do sítio eletrônico do estabelecimento.

Este deve conter razão social e nome fantasia

da empresa responsável pela dispensação,

CNPJ, endereço geográfico completo, horário

de funcionamento e telefone. Também nome

e número de inscrição no Conselho do Respon-

sável Técnico. Além do número de registro no

órgão de defesa vegetal do estado onde está

sediada, como comercializadora de agrotóxico.

Segue proibida a publicidade e promoção

de agrotóxicos em qualquer parte do sítio

eletrônico. Destaca-se que os dados dos usu-

ários não podem ser utilizados para qualquer

forma de promoção, publicidade, propaganda

ou outra forma de indução de consumo de

agrotóxicos.

Já a divulgação dos preços deve ser feita

por meio de listas nas quais devem constar

somente: nome comercial do produto, ingre-

dientes ativo, número de registro no MAPA e

o preço do agrotóxico.

O transporte será responsabilidade do esta-

belecimento comercial e deve assegurar condi-

ções que preservem a integridade e qualidade

do produto e a segurança da operação. E os

procedimentos de devolução e recolhimento

das embalagens vazias de agrotóxicos e afins

deverão obedecer às legislações específicas.

Os estados se dividem no tema, que é

complexo, especialmente considerando-se o

difícil controle e fiscalização. Para o Sindicato

Nacional da Indústria de Produtos para Defesa

Agrícola (Sindag) poderia haver regulamenta-

ção, uma vez que hoje já existem empresas do

setor que se relacionam com os clientes pela

internet (extranet).

A minuta da instrução normativa elaborada

pelo grupo de trabalho foi postada na Rede de

Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuá-

ria para amplo debate. Acesse:

http://inovadefesa.ning.com/forum/topics/

instrucao-normativa-sobre E dê sua opinião

sobre o assunto.

* Graduado em Agronomia, pela Escola de Agronomia da Universidade Federal

de Goiás. Mestre em Agronomia - Produ-ção Vegetal pela Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás e Especiali-

zação em Sensoriamento Remoto Aplicado à Agropecuária, pelo IESA/UFG.

Agência Goiana de Defesa Agropecuária (AGRODEFESA)

Criada em 2003, tem a missão e pro-

mover a sanidade animal e vegetal

no estado, objetivando a proteção da

saúde da população, a preservação do

meio ambiente, e o acesso dos produtos

agropecuários de Goiás aos mercados

consumidores.

Page 115: Revista Defesa Vegetal junho 2011

115

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

J U N H O - J U L H O 2 0 1 1

Em 2010, foi constituído um Grupo de

Trabalho, com representantes dos Esta-

dos de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e

Santa Catarina, sob a coordenação do Estado

do Mato Grosso, para a elaboração de uma

minuta sobre os requisitos básicos para arma-

zenamento de agrotóxicos e afins.

Com abordagem sobre armazenamento

tanto para empresas prestadoras de serviço

em armazenamento quanto para as comercia-

lizadoras, a minuta de instrução normativa foi

apresentada durante o Encontro Regional Sul/

Sudeste/Centro-oeste, em abril deste ano.

De acordo com a minuta, cabem às empre-

sas comercializadoras e prestadoras de serviços

o atendimento aos requisitos de licenciamento

ambiental, registro no órgão de defesa do Esta-

do e localização de estabelecimento, bem como

o envolvimento de um responsável técnico

legalmente habilitado. O responsável técnico é

competente para o controle de entrada e saída

de agrotóxicos e afins e para fazer cumprir as

normas técnicas de armazenamento, depósito,

estoque e dispensação dos produtos.

Requisitos simplificados para armazenamento de agrotóxicos e situação da revisão da NBR 9843/2004

Ficam proibidos o armazenamento e a

movimentação de agrotóxicos em locais onde

se manipulam produtos destinados à alimen-

tação humana ou animal, nas dependências

de residências, de empresas de transportes

não autorizadas, de rodoviárias, escolas, cre-

ches, postos de saúde, hospitais e similares.

Os estabelecimentos comerciais devem,

obrigatoriamente, possuir armazéns com

vias de acesso separadas para agrotóxicos e

afins. Devem ser fornecidos aos empregados,

gratuitamente, Equipamentos de Proteção

Individual (EPI). A utilização de EPI é obriga-

tória para os trabalhadores que manusearem

agrotóxicos e afins em suas atividades.

Em caso de acidentes, é preciso comuni-

car à Defesa Civil e ao Corpo de Bombeiros

para a adoção de medidas pertinentes e o

envolvimento de outros órgãos públicos ou

privados.

O armazém deve ser construído em alve-

naria, com pé direito mínimo de 4 metros,

com telhado que impeça infiltração, paredes

internas não vazadas e piso impermeável.

MATO GROSSO

Page 116: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L116

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Instalado somente em área não residencial,

em local plano, não propício a inundações

ou enxurradas, com sistema de controle de

águas pluviais e de erosão do solo. Deve ser

obedecida a distância mínima de 10 metros

entre edificações para facilitar a movimen-

tação de veículos e, ainda, manter distância

adequada de residências, escolas, hospitais,

creches, criações de animais e depósitos de

alimentos, além de outros requisitos que

possam garantir o armazenamento seguro.

O estabelecimento deve, ainda, atender a

outras medidas de segurança, como adequa-

da sinalização interna, saídas de emergência,

pára raios, ambiente limpo, arejado e ilumi-

nado, utilização de pallets ou prateleiras para

produtos com separação destes por classes

(inseticidas, fungicidas ou herbicidas) e manu-

tenção dos rótulos das embalagens voltados

para o lado de fora da pilha.

O responsável técnico das empresas pres-

tadoras de serviços em armazenamento ou

comercializadoras de agrotóxicos e afins, que

possuam depósito para armazenamento de

seus produtos, tem como dever, entre outros,

manter em seu poder cópia das fichas de

emergência com as informações sobre os pro-

dutos armazenados, conscientizar os envolvi-

dos quanto aos riscos dos produtos, treinar os

trabalhadores sobre o uso adequado do EPI,

tornando obrigatório seu uso.

Nas propriedades rurais cujos depósitos

tenham mais de 200 m², as exigências são as

mesmas das empresas prestadoras de serviços

e comercializadoras. Para os de menor exten-

são, devem ser atendidas exigências mínimas,

como o não armazenamento dos produtos

agrotóxicos juntamente com alimentos de

consumo humano, ração ou medicamentos.

Deve, ainda, haver um compartimento isolado

para o armazenamento dos agrotóxicos, em

local plano e distante de mananciais, atenden-

do aos requisitos mínimos de adequação.

A minuta elaborada considerou a maioria

das categorias de depósitos, mas existe um

universo que precisa ser ainda considerado: as

pequenas propriedades. Além disso, a norma

apresenta exigências que não condizem com

a realidade da maioria dos estados, ou seja,

precisa ser flexibilizada para sua aplicação

efetiva nas diversas regiões brasileiras. Dessa

forma, sugestões serão encaminhadas e as

contribuições complementadas junto à ABNT.

*Engenheira Agrônoma, graduada em Agronomia pela Universidade Federal

do Mato Grosso (UFMT), em 1986. Especialização mm Armazenamento de

Grãos pela UFMT e em Proteção De Plantas pela Universidade Federal de Viçosa.

Mestre em Saúde e Ambiente, área de concentração “Química Ambiental” pela UFMT.

Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (INDEA)

Endereço: Av. B., Edifício Ceres, s/n, 1º Andar, Centro Político-AdministrativoCuiabá - MT - CEP 78.049-910Fone: 65 3313 6040 ou o65 3313 6053Fax: 65 3313 6017Página na internet: www.indea.mt.gov.br Ponto focal: Sandra Regina Pinheiro VieiraEmail: [email protected]

Criado em 1979, tem a missão de pro-

mover na agropecuária matogrossen-

se a certificação sanitária de origem dos

produtos vegetais e animais, garantindo a

competitividade para o setor, protegendo

a saúde dos produtores, dos consumidores

e preservando o meio ambiente.

Page 117: Revista Defesa Vegetal junho 2011

117J U N H O - J U L H O 2 0 1 1

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

É de responsabilidade dos órgãos estaduais de

defesa agropecuária, monitorar ou realizar

coleta fiscal nos produtos de origem vegetal para

avaliar os níveis de resíduos de produtos agrotó-

xicos. O IDAF realiza esta atividade com base no

Decreto nº024-R, de 23 de março de 2000.

O trabalho tem como objetivo o controle do

uso de produtos agrotóxicos, o monitoramento

desses resíduos nos alimentos, verificação da

aplicação das Boas Práticas de Aplicação e dimi-

nuição dos riscos de contaminação, manutenção

da agricultura familiar, produção de alimentos

com qualidade e, principalmente, segurança

alimentar. O controle funciona, ainda, como

ferramenta de fiscalização.

O histórico do trabalho desenvolvido no Espí-

rito Santo traz uma crise relacionada à produção

de morango. Em 2003, o estado teve exposta uma

MonitoraMento de resíduos de agrotóxicos: levantamento da situação nos estados

ESPíRItO SAntO

117J U N H O - J U L H O 2 0 1 1

Page 118: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L118

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

fragilidade em relação aos resíduos de agrotóxicos

em alimentos. Com grande apelo da imprensa, o

assunto ganhou as capas dos jornais e a descon-

fiança se estendeu para outras frutas e verduras.

Para gerir a crise, a Secretaria de Agricultura

do ES montou uma operação composta por

ações de monitoramento de qualidade dos

alimentos, comercialização, aplicação e descarte

de agrotóxicos. Com vistorias permanentes em

todas as lojas revendedoras de agrotóxicos (150)

e a contratação de um laboratório de análise

química. A atividade envolveu o monitoramento

da produção e análise das culturas de alface,

coco, couve, goiaba, laranja, mamão, maracujá,

morango e pimentão. As amostras são coletadas

nas propriedades rurais, quando estão no ponto

de saída para o mercado.

Com custo anual de R$ 400.000,00, o pro-

grama possibilita a realização de 500 análises por

ano, com resultados em 15 dias. O laboratório da

rede privada foi selecionado por meio de licita-

ção, atendendo às condições de ser credenciado

no MAPA, retirar as amostras em até 48 horas e

entregar os resultados em até 15 dias. E, ainda,

poder realizar até 100 análises/ano de resíduos de

agrotóxicos por um princípio ativo em produtos

hortigranjeiros, frutas, parte de vegetais, solo e

água; e até 500 amostras/ano de análise multire-

sidual em produtos hortigranjeiros e frutas.

Os números solicitados pelo IDAF e a pro-

gramação anual se baseiam nos produtos de

importância econômica e social para o Estado;

nas culturas com uso expressivo de agrotóxi-

cos; levando-se em conta os resultados dos

anos anteriores, totalizando aproximadamen-

te 10% das propriedades por município.

As ações estratégicas, focadas em soluções

e com o estreitamento das relações com os

produtores rurais, já apresentam resultados

positivos, inclusive na mídia. Em junho de

2010, a imprensa divulgou o fato de o moran-

Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (IDAF/ES)

Endereço: Rua Raimundo Nonato, 135Vitória - ES - CEP 29.017-160Fone: 27 3636 3792Fax: 27 3636 3762Página na internet: www.idaf.es.gov.brPonto focal: Ezeron Thompson (IDAF)E-mail: [email protected]

O IDAF/ES foi criado em fevereiro de 1996. tem a missão de Contribuir para

a sustentabilidade da sociedade capixaba, nos aspectos referentes ao meio rural, pro-tegendo e favorecendo a qualidade de vida e distribuindo riqueza e renda no campo. Sua sede está localizada em Vitória (ES) e o Instituto conta com quatro Escritórios Regionais, 29 Escritórios Locais, 48 Postos de Atendimento, quatro Postos de Fiscaliza-ção, um Laboratório de Diagnóstico e cinco Unidades Volantes. O desafio é conquistar, até 2015, o reconhecimento da sociedade capixaba como o guardião da sustentabili-dade, nos aspectos referentes ao meio rural.

go e outras culturas do estado estarem livres

de agrotóxicos.

A Coordenação Geral de Agrotóxicos e

Afins articulará, com a Coordenação Geral

de Resíduos e Contaminantes do MAPA,

um programa nacional para monitoramento

de resíduos de agrotóxicos. num primeiro

momento, serão chamados a participar os es-

tados que já tenham programas estabelecidos

de monitoramento de resíduos.

*Engenheiro Agrônomo, formado pela Universidade Federal do Espírito Santo, em

1982. Especialista em Engenharia de Seguran-ça do trabalho e em Defensivos Agrícolas, sua Utilização, toxicologia e Legislação Específica.

Page 119: Revista Defesa Vegetal junho 2011

119J U N H O - J U L H O 2 0 1 1

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Todas as Unidades da Federação das regiões

Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com exceção

do Distrito Federal, fazem o cadastro estadu-

al de agrotóxicos, cujo objetivo é autorizar a

comercialização e o uso desse insumo agríco-

la, além de manter um banco de dados sobre

cada produto para otimizar o seu controle.

No estado do Paraná, a análise dos docu-

mentos é feita por três órgãos (Agricultura,

Meio Ambiente e Saúde), mas o cadastro final

é feito pela Secretaria de Estado de Agricultu-

ra e Abastecimento (SEAB). No Rio Grande do

Sul, o cadastro é feito pela Fundação Estadual

de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler

(FEPAM), órgão estadual do Meio Ambiente, e

em Santa Catarina é a Companhia Integrada

de Desenvolvimento Agrícola de Santa Cata-

rina (CIDASC) a responsável por realizar todas

as etapas do cadastro estadual de agrotóxicos.

Em Minas Gerais, o Instituto Mineiro de Agro-

pecuária (IMA) realiza a atividade desde 1993,

logo após a criação do órgão; no Espírito Santo é

o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do

Espírito Santo (IDAF) o responsável pelo cadastro

estadual de agrotóxicos enquanto que em São

Paulo cabe à Coordenadoria de Defesa Agrope-

Critérios utilizados pelos estados na concessão de Cadastro de agrotóxiCos

cuária (CDA) essa responsabilidade. Todos esses

são órgãos da agricultura e de defesa agropecu-

ária. Já no Rio de Janeiro, o cadastro é feito pelo

INEA, órgão estadual do meio ambiente.

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária

(AGRODEFESA) é o órgão responsável pelo ca-

dastro estadual de agrotóxicos em Goiás, no

estado do Mato Grosso é o Instituto de De-

fesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso

(INDEA) o órgão competente para realizar o

cadastro dos produtos fitossanitários, mesma

competência que detém a Agência Estadual

de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Esta-

do do Mato Grosso do Sul – IAGRO.

Em todas as Unidades da Federação nas

quais é feito o cadastro de agrotóxicos, é co-

brada uma taxa de cadastro, exceto São Pau-

lo. Os valores são variáveis e foram estabeleci-

dos em lei na maioria dos estados, ressalvados

Goiás e Rio Grande do Sul.

Espírito Santo e Paraná exigem laudos de

eficiência agronômica para ensaios realiza-

dos nos estados. Uma outra particularidade é

a exigência da FEPAM (RS) de que o produto

esteja registrado em seu país de origem para

que se conceda cadastro estadual.

MINAS GERAIS

Page 120: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L120

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

O Paraná é a Unidade da Federação que

exige a maior quantidade de documentos para

cadastro, enquanto São Paulo apresenta a me-

nor quantidade de exigências.

Em Minas Gerais e Rio Grande do Sul, os

documentos são entregues pelas empresas in-

teressadas em formato digital, enquanto que

nos demais Estados toda a tramitação é feita

em papel.

Falta harmonização também quanto à va-

lidade do cadastro. Em alguns estados, o ca-

dastro tem validade indeterminada e condicio-

nada a alterações no registro federal. Esta é a

situação dos quatro estados do sudeste bra-

sileiro. Outros estados estabelecem validades

de 1, 2 ou 5 anos.

No circuito sul, sudeste e centro-oeste todos

possuem legislação estadual de agrotóxicos e os

órgãos que fazem o cadastro publicam no seu

site a relação dos produtos aptos para comer-

cialização e uso, atualizando constantemente as

informações sobre os produtos autorizados.

Há cinco estados que apresentam restri-

ções para o cadastro de maneira geral, mas

Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro se destacam

porque suas restrições abrangem: ausência

de registro no país de origem; características

teratogênicas, carcinogênicas ou mutagêni-

cas; perigo para o ser humano e causem dano

ao meio ambiente.

Os servidores públicos responsáveis pelo

cadastro são, em sua maioria, profissionais de

nível superior. A quantidade de produtos ca-

dastrados varia entre 1.472 marcas comerciais

em São Paulo e 900 no Espírito Santo, com

maior e menor quantidade respectivamente.

De acordo com Nataniel Diniz Nogueira,

Secretário Executivo do ENFISA e representan-

te do IMA, “apesar do tempo de exercício, de

troca de experiências entre os Estados, ainda

falta muito para se estabelecer os procedi-

mentos mínimos de cadastro estadual, nota-

damente com relação aos documentos, uma

vez que tais exigências encontram-se em le-

gislação estadual de difícil alteração, mas o

otimismo é grande uma vez que, a cada ENFI-

SA, buscamos a inovação e modernização dos

nossos procedimentos e já ganhamos muito”.

O IMA e a Coordenação Geral de Agro-

tóxicos elaborarão uma relação de requisitos

mínimos a serem atendidos para obtenção de

cadastro de agrotóxicos, com a finalidade de

harmonizar este procedimento.

*Engenheiro Agrônomo, formado pela Universidade Estadual do Maranhão em

1981, especialista em Administração Pública pela Fundação João Pinheiro do Estado de Minas Gerais, em Proteção de Plantas pela

Universidade Federal de Viçosa e em Gestão Pública pela Fundação Dom Cabral de Minas

Gerais. Desde 1993, integra o quadro de servidores do Instituto Mineiro de Agropecu-

ária (IMA), onde atualmente é o gerente de Defesa Sanitária Vegetal.

Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA)

Endereço: Cidade Administrativa Prefeito Américo Gianetti - Edifício Gerais - 10º AndarBelo Horizonte - MG - CEP 31.630-901Fone: 31 3915 8711Fax: 31 3915 8734Site: http://www.ima.mg.gov.brPonto focal: Nataniel Diniz NogueiraEmail: [email protected]

Criado em 1992, o IMA tem a missão

de exercer a defesa sanitária animal e

vegetal, a inspeção e fiscalização de pro-

dutos, contribuindo para a preservação da

saúde pública e do meio ambiente.

Page 121: Revista Defesa Vegetal junho 2011

121J U N H O - J U L H O 2 0 1 1

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

As exigências mínimas para o armazena-

mento de produtos agrotóxicos e afins

em pequenas propriedades rurais foram apre-

sentadas pelo estado de São Paulo, com base

na Lei Federal nº 7.802/89, no Decreto Federal

nº 4.074/02, na NBR 9843 e NR 31.

De acordo com a legalidade, a equipe de

fiscalização deve ser composta por, no míni-

mo, um engenheiro agrônomo e um técnico

de apoio. Sendo que em todas as fiscalizações,

os agentes deverão trajar camiseta ou colete

com a identificação da instituição de defesa

agropecuária, portar credencial e carteira de

fiscalização.

Para uma fiscalização eficiente, o fiscal

deve estar equipado com notebook, modem

3G, GPS, máquina fotográfica, carimbos,

pranchetas, caneta, fita adesiva, lacres, luvas

descartáveis e máscaras com filtro. E, ainda,

pasta contendo Termo de Inspeção, Auto de

Infração, Termo de Interdição, Termo de Apre-

ensão e Termo de Atividade Externa.

Na visita à propriedade, deverá ser preen-

chido um check list que congregará informa-

ções acerca das instalações de armazenamento

de agrotóxicos e embalagens vazias. Os fiscais

devem atentar para as condições de depósitos

e o atendimento às exigências previstas, com

foco no armazenamento. Caso sejam encon-

tradas irregularidades na propriedade, estas

serão relatadas em “Termo” próprio.

Estabelecimento de Exigências mínimas para armazenamento em pequenas propriedades rurais

Durante o Regional 2011, foi sugerido que

o check list seja traduzido para uma linguagem

semelhante à NBR, como proposta de comple-

mentação à mesma e buscando originar uma

legislação que permita a contemplação de

outras realidades.

O ENFISA disponibilizará uma versão do

documento para consulta pública. O traba-

lho será feito para contemplar revendas e

propriedades grandes, médias, pequenas e

micro. Caso o produtor rural siga as exigências

mínimas, já será grande avanço para o setor.

* Formação em Engenharia Agronômica pela UNIPINHAL, em 1979.

SÃO PAULO

Coordenadoria de Defesa Agropecuária de São Paulo (CDA)

Endereço: Av. Brasil, 2.340. Campinas, SP – Brasil. CEP 13073-001. Ponto focal Dilson Zamariolli (CDA)Fone(s): 19 3241 4700 Ramal 2253, E-mail: [email protected]

A CDA foi criada em 1998, consti-

tuindo o sistema público executivo

de defesa agropecuária em São Paulo.

Atua por meio de 40 unidades regionais

espalhadas por todo o estado.

Page 122: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L122

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Os produtos agrotóxicos produzem

impactos diretos nas vias ambiental,

ocupacional e alimentar. Alguns fatores são

determinantes para ampliação ou redução

desses impactos, como socioeconômicos,

percepção do risco, comunicação e aplicação

da legislação.

A Lei n° 7.802/89 regulamenta o uso, a

comercialização, o armazenamento, o trans-

porte dos agrotóxicos e, ainda, a destinação

de suas embalagens. Além disso, a Lei permite

que os Estados e ao Distrito Federal legislem

sobre o assunto e fiscalizem o setor.

Fiscalização do uso de agrotóxicos, da devolução de embalagens vazias e dos canais de distribuição com vista ao licenciamento ambiental

Dessa forma, a atenção deve estar voltada

para a data de fabricação e vencimento do

produto, o intervalo de segurança, o modo

de utilização e aplicação, os equipamentos

utilizados e procedimentos para a devolução.

Aquele que descumprir as exigências estabe-

lecidas estará sujeito a penalidades e multas.

A realidade do estado do Rio de Janeiro

apresenta 45 mil estabelecimentos rurais e

80 mil produtores rurais em pequenas pro-

priedades, com perfil de agricultura familiar.

Além disso, o nível de instrução é baixo, com

83% dos produtores apenas com formação

no Primeiro Grau e 0% com nível superior.

Esse ambiente dificulta a aplicação da

legislação. De acordo com pesquisa realizada

pela SEAPPA, 72% dos produtores tomam

decisões por iniciativa própria, sem embasa-

mento legal ou técnico.

Outra questão diz respeito à percepção do

risco, variável entre homens e mulheres. Estas

não utilizam EPI, não consideram os produtos

perigosos e, ainda, não fazem separação das

roupas contaminadas para a lavagem. Os

homens, por sua vez, desafiam o perigo e

insistem em suportar o trabalho insalubre. Há

variação entre trabalhadores mais antigos e

RIO DE JANEIRO

Page 123: Revista Defesa Vegetal junho 2011

123J U N H O - J U L H O 2 0 1 1

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária do Rio de Janeiro (SEAPPA)

Endereço: Alameda São Boaventura, 770 - Fonseca - Niterói.www.rj.gov.br/web/seapec/principalPonto focal: Leonardo Vicente da Silva (SEAPA)Fone(s): 21 3607 6035, 21 9925 5237Email: [email protected]

A SEAPPA é responsável pelo desenvol-

vimento e implemento de políticas

públicas para fomento da agricultura fa-

miliar e de todo o agronegócio no estado.

mais jovens. Os antigos reforçam estratégias

defensivas quanto às normas entre os mais

jovens, usam a percepção relacionada à vi-

vência de casos de intoxicação e desprezam a

aplicação da legislação. Quanto aos trabalha-

dores mais jovens, também negam o risco, no

entanto, têm uma aproximação maior com a

aprendizagem técnica.

O uso constante e prolongado de agrotó-

xicos criou uma condição de familiaridade do

agricultor com esses produtos. Como os sin-

tomas de intoxicação nem sempre são claros

ou imediatos, o trabalhador acostumou-se a

vê-los apenas como consequências normais

da aplicação. A familiaridade faz com que o

trabalhador não se previna nem se proteja

adequadamente.

Um complicador é o fato de os agricultores

não compreendem bem as instruções da bula

e as recomendações dos rótulos dos produ-

tos. Ou seja, interpretam os pictogramas de

forma equivocada. Onde está simbolizado

“Mantenha trancado e fora do alcance de

crianças”, o produtor lê “Não use o produto

sobre a cabeça”.

Dada esta situação, é necessário inserir

ações de comunicação e educação sanitária

para instrução das pessoas do campo, sejam

homens, mulheres ou crianças. As ações

estratégicas, para serem eficazes, precisam

estar adequadas às linguagens do público

alvo.

IniciativasUma parceria estabelecida entre o MAPA

e o SEAPEC originou uma operação integrada

para a fiscalização do armazenamento e uso

de agrotóxicos e afins, no Rio de Janeiro, em

2010. O resultado foi: 241 propriedades fisca-

lizadas, aumento da venda de EPI e acompa-

nhamento nas propriedades. Neste formato,

cada fiscalização teve um custo de R$ 74,00.

Outra iniciativa está ligada à realização

de seminários por meio de parceria entre a

Syngenta e SEAPPA/RJ, realizados no interior

do Rio de Janeiro, em 2010. O resultado foi a

capacitação de 750 produtores.

PropostasA SEAPPA apresentou a proposta de im-

plantação de uma linha de convênio entre o

MAPA e os estados para custeio e estrutura-

ção da área de controle de agrotóxicos.

E, ainda, a intenção de uma medida legis-

lativa dando responsabilidade para implanta-

ção de programas educativos no uso correto

e seguro de agrotóxicos para as empresas

produtoras, sob a coordenação dos estados.

*Graduado em Engenharia Agronômica em 1996, pela Universidade

Federal Rural do Rio de Janeiro.

Page 124: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L124

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

A iniciativa do Governo do Paraná, com

a participação da SEAB, contou com o

apoio de diversos órgãos, como o Instituto

das Águas, SEMA, IAP, EMATER, INPEV, FAEP,

OCEPAR e o Conselho Estadual do Meio Am-

biente. O objetivo foi retirar do ambiente os

agrotóxicos obsoletos e proibidos.

A criação da Lei Estadual 16.082, em abril de

2009, formalizou a intenção e instituiu o prazo

de seis meses para que os agricultores apresen-

tassem declaração junto aos escritórios da SEAB.

Nesta declaração, constam informações do

proprietário dos agrotóxicos, período e forma de

armazenamento, quantidade estimada e possí-

veis identificações no rótulo do produto. Este será

recolhido posteriormente, de forma organizada.

As coletas serão realizadas por meio do pro-

grama POEIRA (Produtos Obsoletos Eliminados

Integralmente com Responsabilidade Ambien-

tal). Participarão pessoas treinadas quanto ao

manuseio dos produtos e ao uso do EPI e os

locais de coleta foram registrados com fotos

antes e depois. Para o transporte, também será

necessário atenção em relação ao motorista, que

precisa de formação em curso de condução de

produtos perigosos, idade superior a 25 anos e

capacidade de leitura, visando evitar a alegação

de que desconhece a lei. O veículo, por sua vez,

precisa estar preparado para o transporte dos

resíduos, conter kit de emergência e politica de

Recolhimento de agRotóxicos obsoletos nas propriedades rurais

velocidade, entre outros. A etapa final está na

incineração segura do produto.

O programa está organizado devido ao apoio

recebido das instituições que colaboram de manei-

ra diversificada e importante. As ações envolvem:

divulgação, distribuição e recebimento da Decla-

ração, distribuição dos Kits (EPI e sacos resgate),

aluguel dos depósitos, licenciamento ambiental

para armazenamento provisório, contratação

de empresa para acondicionar e transportar os

produtos tóxicos e, também, custos do processo.

No total, 1962 agricultores declararam

possuir produtos obsoletos, em 230 municí-

pios do Paraná, atingindo 630 mil quilos. O

custo para o estado foi de R$ 2.134.000,00,

média de R$ 3,40 por quilo de produto. Além

dos custos com distribuição do kits e incine-

ração, a cargo do INPEV, entidade que tem

papel fundamental no POEIRA.

O projeto está em análise pelo comitê de

análises de custos do Estado do Paraná, com

execução prevista de abril a dezembro de 2011.

* Engenheiro Agrônomo, formado em 1987 pela Fundação Faculdade de Agronomia Luiz

Meneghel (PR). Especialista em Proteção de Plantas pela Universidade Federal de Viçosa, em 1997. Mestre em Agronomia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR), em 2006. Desde 2009, responde pela chefia da área de Fiscaliza-

ção de Agrotóxicos e Afins da SEAB, onde atua há 24 anos.

PARANÁ

Page 125: Revista Defesa Vegetal junho 2011

125J U N H O - J U L H O 2 0 1 1

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (SEAB)

Endereço: Rua dos Funcionários, 155. Curitiba - PR CEP 80.035-050.http://www.seab.pr.gov.br Ponto focal: João Miguel Tosato (SEAB)Fone(s): 41 3313 4109, 41 3333 6161E-mail: [email protected]

Criada em 1912, a SEAB é respon-

sável pela execução das políticas

públicas voltadas ao setor agropecuário,

pesqueiro e de abastecimento. Desenvol-

ve pesquisas e avaliações da produção

e do mercado agropecuário e atua na

fiscalização da produção agrícola e vege-

tal, garantindo a qualidade sanitária dos

produtos e a sustentabilidade ambiental

do processo de produção.

Sistemas eletrônicos utilizados pelos

estados para gerenciamento de dados de

fiscalização de agrotóxicos - levantamento

do estado da arte nas regiões Sul, Sudeste e

Centro-Oeste.

Allan G. C. Pimentel (SEAB)*

O SIAGRO entrou em funcionamento em ju-

nho de 2010. Trata-se de um banco de dados on-

line para emissão e armazenamento dos dados

das receitas e vendas de agrotóxicos. O sistema é

uma evolução de iniciativas do Paraná que, desde

1988, vem inovando no gerenciamento de seus

dados. O primeiro, em 1988, foi Banco de Dados

Cadastro (BASIC / CLIPPER), em 2000 evoluiu

para a versão online (ASP e Microsoft SQL). Em

2008, uma parceria entre CREA, SEAB e CELEPAR

permitiu o desenvolvimento do Software Livre –

Postgre SQL. E, enfim, o SIAGRO em 2010.

O programa objetiva facilitar a emissão de

receituários agronômicos, de forma mais se-

gura e prática; disponibilizar informações con-

tidas nos Receituários Agronômicos; auxiliar

no processo de fiscalização do comércio e uso

de Agrotóxicos e promover a rastreabilidade.

No contexto do produtor, espera-se ra-

cionalizar o uso de agrotóxicos, garantindo

a certificação e rastreabilidade, que permite

a diferenciação dos produtos. Em relação

ao profissional, busca-se facilitar a emissão

de receituários pelos habilitados; valorizar o

diagnóstico a campo; estimular a assistência

técnica, além da certificação. No âmbito do

consumidor final, o objetivo é promover a se-

gurança alimentar e a inocuidade. Este último

foi fator decisivo para a criação do SIAGRO.

Atualmente, é possível encontrar no SIAGRO

o cadastro de todos os Emissores de Receitas

(Profissionais habilitados CREA-PR), o Cadastro

dos Fabricantes, Comerciantes e Prestadores

de Serviços e o Cadastro dos Agrotóxicos

(Produtos cadastrados na SEAB/PR). A periodi-

cidade de envio dos dados é semanal, para os

comerciantes, e diária, para os profissionais de

Agronomia que emitem receitas.

Com o sistema, só será possível emissão de

receitas por profissionais habilitados pelo CREA/

PR, a comercialização se restringirá às empresas

cadastradas na SEAB e, ainda, só poderão ser

recomendados agrotóxicos liberados pela SEAB.

Segundo dados do ano de 2009, o estado

do Paraná emitiu 3 milhões de receitas, conta

com cerca de 30 fiscais; 850.000 produtores

cadastrados, 350.000 propriedades. A média

é de 100.000 receitas para cada fiscal / ano.

*Formado pela Universidade Federal do Paraná, em 2002, em Agronomia. Especiali-

zação em Automação de Processos Industriais pela Universidade Tecnológica Federal do

Paraná, em 2005.

Page 126: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L126

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

O processo administrativo, sob o ponto de

vista da Lei n. 9.784, de 29 de janeiro de

1999, visa à proteção dos direitos dos admi-

nistrados e o melhor cumprimento dos fins da

Administração Pública, baseado nos princípios

expressos da Legalidade, Finalidade, Motiva-

ção, Razoabilidade, Moralidade , Ampla Defe-

sa, Contraditório, Segurança jurídica, Interes-

se público e Eficiência. Além destes, existem

princípios implícitos também aplicáveis como

Igualdade, Informalidade, Boa-fé, Publicidade,

Oficialidade, Verdade material, Duplo grau de

jurisdição administrativa e Celeridade, sendo o

caso concreto o orientador da sua aplicação.

O Estado como Juiz e Jurisdição, orienta e

conduz o Processo Administrativo.

A aplicação da Lei n. 9.784/99 na orientação

dos processos administrativos resultantes das

infrações cometidas contra as disposições da

Lei dos Agrotóxicos e sua regulamentação esta

amparada Decreto Federal 4.074/02. Os Estados

que possuem legislação sobre agrotóxicos, mas

que não possuem Lei que regule o processo ad-

ministrativo no âmbito estadual, podem utilizar

a legislação federal, segundo entendimento do

Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em alguns estados o processo adminis-

trativo está amparado por legislação própria,

como é o caso do Paraná (Resolução n.

010/06), São Paulo (Lei n.10.177/98), Mato

Grosso (Lei n. 7.692/02), Minas Gerais (Lei n.

14.184/02), Pernambuco (Lei n. 11.781/00),

Rio de Janeiro (Decreto n. 31896/02), Goiás

(Lei n. 13.800/01) e Sergipe (Lei Complemen-

tar n. 33/96).

Um comparativo entre os estados do Rio de

Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul apresenta

o desenrolar dos processos administrativos

abertos em decorrência das infrações cometi-

das contra as disposições legais quanto ao uso

e ao comércio de agrotóxicos.

Tratando-se da fiscalização do uso, no Rio

de Janeiro o processo inicia-se com o Agente

Fiscal da Secretaria de Estado de Agricultura e

Pecuária (SEAPEC) lavrando o Auto (notifica-

ção, vistoria, advertência e infração) que será

anexado ao relatório de ocorrência e enviado à

Coordenadoria para triagem técnica. Quando

os motivos que geraram os autos são sana-

dos, sendo o acusado primário, as infrações

são arquivadas. Mas quando não sanados

os problemas ou quando se trata de infrator

reincidente ou quando é colocada em risco a

saúde das pessoas e do meio ambiente, inicia-

se o processo administrativo, o qual é enviado

junto com as evidências ao Coordenador

Estadual. A multa prevista em Lei é graduada

caso a caso e o infrator notificado no prazo

de 30 dias, quando terá a oportunidade de

apresentar fatos contrários. Extinto o prazo, é

emitida a multa que, não quitada em 30 dias,

leva à inscrição do infrator na Dívida Ativa do

RIO GRANDE DO SUL

Trâmites processuais na esfera adminisTraTiva

Page 127: Revista Defesa Vegetal junho 2011

127J U N H O - J U L H O 2 0 1 1

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Rio Grande do Sul (SEAPPA)

Endereço: Avenida Getúlio Vargas, 1384. Menino Deus, Porto Alegre - RS. CEP: 90150-900 Ponto focal: Rita Grasselli (SEAPPA)Fone(s): 51 3288 6200, 51 3288.6298Email: [email protected]

Criada em 1935, atualmente é res-

ponsável por políticas públicas de

auxílio institucional e técnico a produtores

rurais, além da certificação e fiscalização

de diversas atividades agropastoris.

Estado. A Fiscalização do Comércio é realizada

pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA).

No Estado do Paraná o processo adminis-

trativo inicia-se a campo, quando o fiscal lavra

a autuação e em seguida monta o processo

contendo documentos comprobatórios da

infração, a defesa do autuado (se tiver) e o

relatório do fiscal narrando os fatos. O Pro-

cesso é encaminhado à Divisão de Fiscalização

de Insumos para análise e emissão de parecer

técnico. Em seguida é avaliado pela Assesso-

ria Jurídica da SEAB, com vistas à legislação

dos agrotóxicos, enquadramento do fiscal

e fatos narrados. Após estas avaliações, o

processo pode ser cancelado, convertido em

advertência ou gerar multa. Caso a infração

gere multa, o processo é remetido à Divisão

de Apoio Estratégico a Defesa Agropecuária,

que dará ciência ao autuado, informando

sobre os prazos para a defesa. Ressalta-se que

o autuado poderá recorrer em 2ª instância.

Já no Rio Grande do Sul, os documentos

de fiscalização (auto de infração, termo

aditivo, auto de apreensão e depósito ou

auto de suspensão da comercialização) são

encaminhados à Divisão de Controle de In-

sumos da Secretaria de Agricultura, Pecuária

e Agronegócio (SEAPA) para abertura do

processo administrativo. O autuado recebe

oficio citação contendo informações sobre a

infração, valor da multa, prazo para pagamen-

to e prazo para defesa. Havendo defesa, esta

será anexada ao processo, juntamente com

o histórico e a situação atual do infrator em

relação as formalidades exigidas por lei. Toda

a documentação será analisada pela Comissão

de Análise de Processos (CAP), formada por

três engenheiros agrônomos pertencentes ao

quadro do Departamento de Defesa Agrope-

cuária da SEAPA.

A CAP produz o parecer do processo

administrativo, que subsidiará a tomada de

decisão em primeira instância. É considerado

o histórico do autuado, os argumentos da de-

fesa e as providências tomadas para sanar as

irregularidades. A CAP no intuito de sumular

os pareceres, leva em conta as peculiaridades

de cada caso, visando a uniformidade entre as

decisões. O parecer é remetido ao Gerente da

Área Vegetal para que seja tomada a decisão.

Novamente é dada ciência ao autuado através

de ofício o qual tem ainda o recurso como se-

gunda instância. Em 2010 foram abertos 378

processos junto ao DCI/SEAPA e 295 julgados.

O processo administrativo é uma sequência

de atos que visam produzir um resultado, para

o fim público a que se destina. Para tanto

precisa ser bem montado, conduzido

dentro dos princípios jurídicos, funda-

mentado em Lei e estruturado com relatórios

consistentes e provas.

* Graduado em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal de Santa Maria, em 1990

Page 128: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L128

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

Em novembro de 2009, uma reunião

extraordinária realizada entre os órgãos

estaduais responsáveis pela fiscalização das

regiões sul, sudeste e centro-oeste discutiu

possíveis mudanças em relação à fiscalização

de agrotóxicos. A intenção seria fiscalizar as

propriedades rurais por meio da amostragem

do Receituário Agronômico (RA).

O objetivo da iniciativa é melhorar a

eficiência da fiscalização, por meio da ação

junto ao profissional emitente e ao usuário,

mudando o foco da ação. Com a nova propos-

ta, o ciclo ficaria completo, atingindo fábricas,

distribuidores, usuários finais e aplicadores. A

meta seria fiscalizar 1000 propriedades rurais

por meio da amostragem do RA.

Dada à necessidade de adequar as múltiplas

atividades dos profissionais da CIDASC envolvi-

dos na defesa vegetal e o cumprimento das me-

tas de convênios, a proposta inicial foi revisada.

Assim, o objetivo passou a ser fiscalizar 1000

propriedades rurais utilizando-se dos roteiros

previstos para execução das metas dos convê-

nios e o número de propriedades foi dividido

entre os 20 Escritórios Regionais do CIDASC.

Os resultados apontam 937 propriedades

rurais fiscalizadas em 2010, ou seja, 93% da

meta prevista. Infelizmente, o dado positivo

se restringe aos números. A realidade do

campo mostrou-se pior do que o esperado,

com desconhecimento por parte do agricul-

tor das obrigações legais quanto ao uso de

agrotóxicos e os riscos do manejo inadequado

para a saúde e o meio ambiente. Além disso,

foi registrada pouca ou nenhuma assistência

Desafios da REALIDADEtécnica nas propriedades rurais e ausência do

profissional responsável pelo RA.

Para 2011, está prevista a realização pela

CIDASC do Diagnóstico de Uso de Agrotóxi-

cos em Santa Catarina, por meio da aplicação

de questionário em 1697 propriedades rurais.

O objetivo é caracterizar situações macro e

micro regionais, buscando maior aproximação

com a realidade, para que sejam propostas

ações diferenciadas. E, ainda, com base nos

resultados, estabelecer as ações de fiscalização

que serão estabelecidas nos próximos anos.

*Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal de Pelotas, em 1978.

Possui especialização em Proteção de Plantas. Atualmente é gerente de Fiscalização de

Insumos Agrícolas do CIDASC.

SANTA CATARINA

Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC)

Endereço: Rodovia Admar Gonzaga, 1588 Florianópolis - SC. CEP 88034-000http://www.cidasc.sc.gov.br Ponto focal: Milton Breda (CIDASC)Fone(s): 48 3239 6500, 48 3334 4332E-mail: [email protected]

A CIDASC foi fundada em 1979 e

transformada em empresa pública

em 2005. Sua missão é executar ações de

sanidade animal e vegetal, preservar a saúde

pública, promover o agronegócio e o desen-

volvimento sustentável de Santa Catarina.

Page 129: Revista Defesa Vegetal junho 2011

129J U N H O - J U L H O 2 0 1 1

EspEcial – 10 anos DE Enfisa

“A nossa atividade tem sido muito relevante e de

grande importância para a sociedade brasileira e temos um

grande avanço tanto na área de devolução de embalagens

quanto no uso correto de agrotóxicos no Brasil.”

Alfredo Takehana, MAPA/DF

“A gente vê nitidamente a evolução desses encontros,

principalmente a relação entre os estados, tendo em vista

a importância da harmonização das legislações.

A fiscalização está mais consistente e com um objetivo

só, que é levar produtos e utilização desses

agrotóxicos de modo correto.”

Antonio Miyasaka, MAPA/DF

“Ao fazer uma análise do primeiro até hoje, nós vemos

a diferença. A união com que os estados trabalham e a

experiência que é passada de um para o outro. Há um

aprimoramento, estamos refinando todos os trabalhos.

Enfim, nós crescemos muito.”

Delma Peixoto, ADAB/BA

“Desde o primeiro seminário, nota-se que é crescente

a melhoria dos estados. Hoje o assunto agrotóxico é de

grande relevância para a agricultura brasileira,

para a sociedade e consumidor.”

Girabis Evangelista Ramos, MAPA/DF

“O ENFISA tem como grande mérito a integração dos

órgãos federais e estaduais. É fundamental a continuidade

desse processo e os avanços são notórios.”

Francisco Ratzki, SFA/SC

“As discussões evoluíram, o evento está se tornando

mais focado, mais profissional, com assuntos pontuais.

Achei interessante a formatação do tipo delegação por

estado, evita interferências e desvios.”

Luciana Gusmão, SFA/RS

cumpridaMISSÃO

“a partir de 2002, nós vimos uma nova perspectiva,

um novo cenário para o setor, especialmente a união

desses segmentos, que buscam não só a harmonização,

mas a construção e a consolidação de um processo.”

Luís Henrique Michelin, ADAPEC/TO

“Está mais fácil discutir os problemas localizados, por

meio dos regionais, possibilitando novas formas de ação.

o foco é o bem comum da sociedade.”

Magnos Bezerra, IDIARN/RN

“Uma ideia pioneira, muito bem implementada e

executada e que até hoje se mostrou a melhor forma de

trocar de opinião e ganhar tempo nessa harmonização de

procedimentos.”

Marcos Caleiro, R&T Regulamentação e Treinamento

“Desde o começo, todos os estados cresceram e se

desenvolveram, tanto em ações quanto nas legislações.

por meio desses eventos, nós somos motivados a crescer.

sempre tentamos implementar nos estados as sugestões

que são extraídas dos encontros.”

Sandra Regina Pinheiro Vieira, INDEA/MT

“a cada ano, cada discussão, cada pessoa faz uma

palestra e nos apresenta novidades e a própria

fiscalização; tudo isso tem nos proporcionado amadu-

recimento. o interesse é que o Brasil chegue

a um senso comum, uma metodologia igual.”

Vera Lúcia Amaral de Oliveira Pereira,

IAGRO/MS

Page 130: Revista Defesa Vegetal junho 2011

D E F E S A V E G E TA L130

ANDEF NA AGRISHOW 2011

Andef é destaque na AgrishowAtividades educativas no estande da entidade chamam a atenção do público em Ribeirão Preto, SP, numa das maiores feiras agropecuárias do mundo. Cine 3D; palestras técnicas; autógrafos de livro e apresentações teatrais sobre as boas práticas agrícolas atraem os visitantes

Evento marcou o lançamento do Andefino:

mascote das boas práticas agrícolas

ALEX

ANDR

E CA

TARI

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Page 131: Revista Defesa Vegetal junho 2011

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ANDEF NA AGRISHOW 2011

O estande da Andef – Associação Nacional

de Defesa Vegetal – na 18ª Agrishow,

em Ribeirão Preto, atraiu centenas de

visitantes da feira e de outros estados do

Brasil. Entre os dias 2 e 6 de maio, diversas

atividades educativas foram realizadas no

espaço da entidade na segunda maior feira

de tecnologia agrícola do mundo.

Dividido em Espaço Ciência, Espaço

Educação e Espaço Sustentabilidade, o es-

tande da Andef foi palco de mini-palestras,

demonstrações técnicas e apresentações tea-

trais. As palestras foram ministradas por José

Maria Santos, pesquisador científico do Ins-

tituto Biológico, que falou sobre Tecnologia

de Aplicação de Defensivos Agrícolas; Ossir

Goreinstein, gerente técnico do Ceagesp,

sobre o SIRAH - Programa de Rastreamento

de Hortaliças da Ceagesp; e Fábio Silveira,

sócio-diretor e economista-chefe da RC

Consultores, que comentou o cenário macro-

econômico do agronegócio no Brasil.

Andefino, o mascote da AndefOutra grande atração da programação foi

a exibição do filme Sustentando o futuro: De-

fendendo a Agricultura – Imagens do campo

como nunca vistas antes, no Cine 3D Andef. O

auditório esteve lotado em todas as XX seções

apresentadas nos quatro dias de exibição. A

participação do Andefino, novo mascote da

Andef, também atraiu muita gente ao estande.

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Universitários de Agronomia da Faculdade Cantareira, de São Paulo

Na fila: visitantes aguardam para o autógrafo de livro e assistirem ao Cine 3D

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D E F E S A V E G E TA L132

ANDEF NA AGRISHOW 2011

O Instituto Agronômico,

IAC, de Campinas, SP, por

meio do Programa IAC de

Qualidade em Equipamentos

de Proteção Individual na

Agricultura (QUEPIA), assinou,

durante a Agrishow 2011,

protocolo de intenções com

a Andef, Associação Nacional

de Defesa Vegetal. Também

integram o projeto as entidades

Andav,Associação Nacional dos

Distribuidores de Insumos Agrí-

colas e Veterinários, e OCESP,

Organização das Cooperativas

do Estado de São Paulo.

O objetivo é ampliar a ação

do QUEPIA nas atividades de

controle de qualidade dos

equipamentos de proteção

IAC firma parceria com ANDEF e entidades parceiras para ampliar controle de qualidade em EPI agrícola

Um dos destaques da semana de ati-

vidades foi a presença de Helder Muteia,

representante da FAO - Organização Mun-

dial para Agricultura e Alimentação - no

Brasil. Na terça-feira, no Espaço Andef,

Muteia, ao lado de Eduardo Daher (diretor

executivo da Andef), conversou com cerca

de 50 jornalistas.

Parceria com o IACTambém importante foi a solenidade de

assinatura do protocolo de intenções da

ANDEF, ANDAV (Associação Nacional dos

Melhor proteção

Materiais didáticos da Andef despertam interesse do públicoAL

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Eduardo Daher, diretor executivo da Andef; Orlando Mello, diretor da APTA,

e Antonio Julio Junqueira Queiroz, secretário de Agricultura de São Paulo

individual na agricultura. No

primeiro momento, a expan-

são será focada no Estado de

São Paulo, para então alcançar

outras regiões do País.

De acordo com o pesquisa-

dor responsável pelo QUEPIA,

Hamilton Humberto Ramos,

que também é diretor-geral

do IAC, a parceria irá criar um

braço nacional para o Progra-

ma, que viabilizará o controle

de qualidade dos EPIs por

meio de amostras coletadas

nas revendas e cooperativas

do Estado de São Paulo.

A ideia é usar os pontos

de comercialização como

multiplicadores de informa-

ções sobre a importância das

boas práticas no uso de EPI e

a necessidade de produção

desses equipamentos dentro

dos padrões técnicos de qua-

lidade. Para isso, a parceria

irá viabilizar a capacitação

dos profissionais envolvidos

na atividade, para que eles

possam transferir informa-

ções corretas.

A parceria, intermediada

pela Fundação de Apoio à Pes-

quisa Agrícola (FUNDAG), prevê

o desenvolvimento de materiais

de divulgação, como cartilhas,

pôsteres e apresentações, e

transferência de informações

em diferentes níveis para pro-

fissionais do setor agrícola.

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ANDEF NA AGRISHOW 2011

Distribuidores de Insumos Agrícolas e

Veterinários) e OCESP (Organização das

Cooperativas do Estado de São Paulo) com

o Instituto Agronômico (IAC). O objetivo é

ampliar a ação do Programa IAC de Quali-

dade em Equipamentos de Proteção Indivi-

dual na Agricultura (QUEPIA) nas atividades

de controle dos EPI’s (ver Box na pag. 140).

Ainda durante a feira, Henrique José

da Costa Moreira e Horlandezan Belirdes

Nippes Bragança, autores do Manual de

Identificação de Plantas Infestantes –

Cultivos de Verão, realizaram sessões de

autógrafos para os visitantes do espaço

Andef na Agrishow.

Autógrafo de livroAlém das atividades previstas na progra-

mação, o estande da Andef teve a visita de

personalidades importantes no setor agríco-

la, pesquisadores, acadêmicos e estudantes

que foram conferir as atrações do espaço e

conhecer a mensagem da Associação e suas

filiadas sobre as boas práticas agrícolas.

À esq., José Maria e Luis Carlos Ferreira Lima, consultores técnicos da Andef, com o jornalista Richard Jakubaszko. Alunos de Agronomia (à direita) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro no estande da Andef

ALEX

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ALEX

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À esq., Hélder Muteia, representante da FAO no Brasil, e Rubens de Morais, presidente da Jumil Implementos Agrícolas. Educação (dir.): estudantes conhecem o manejo de pragas na agricultura

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PRÊMIO ANDEF

A décima quarta edição do Prêmio Andef

acontece dia 20 de junho em São Paulo.

Ao longo do ano, as indústrias mobilizaram

centenas de profissionais de stewardship e

técnicos em busca de um único objetivo: di-

fundir os princípios das Boas Práticas Agríco-

las. Nos projetos apresentados na edição 2010

do Prêmio, foram capacitados 1,4 milhão de

agricultores e trabalhadores do campo.

Em diversas regiões do país, estes profis-

sionais percorreram fazendas e pequenas pro-

priedades agrícolas. Nas universidades, salões

comunitários e escolas rurais, reuniram pes-

quisadores, professores, estudantes universi-

tários, agricultores e familiares. Em parceria

Lições de SUSTENTABILIDADEA décima quarta edição do Prêmio Andef, uma das mais destacadas homenagens em educação rural no país, acontece dia 20 de junho próximo, em São Paulo

com universidades, institutos de pesquisa, sin-

dicatos rurais e cooperativas, desenvolveram

cursos, seminários, dias de campo e palestras;

falaram sobre educação e saúde no campo e

sobre a importância da conscientização socio-

ambiental e sustentabilidade.

Avaliação dos projetos“Instituído há 14 anos, o Prêmio Andef,

anteriormente intitulado “Prêmio Mérito Fi-

tossanitário”, tem como finalidade valorizar os

envolvidos nestas ações”, explica João Sereno

Lammel, presidente do Conselho Diretor da

Andef. Também são prestigiadas as iniciativas

realizadas por parceiros vinculados ao inpEV,

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PID

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Boas práticas agrícolas e conscientização socio-ambiental: 1,4 milhão de pessoas do meio rural

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PRÊMIO ADNDEF

Instituto Nacional de Processamento de Emba-

lagens Vazias, à ANDAV - Associação Nacional

dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Ve-

terinários e associados à OCB - Organização

das Cooperativas Brasileiras.

A avaliação dos projetos é conduzida por

uma Comissão coordenada pela Fealq - Fun-

dação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz,

sendo a banca julgadora composta por pro-

fessores de Universidades, representantes do

IBAMA, ANVISA, Ministério da Agricultura,

Senar, Secretaria de Saúde e de órgãos esta-

duais de Defesa Agropecuária.

Retrospectiva: o Prêmio ANDEF em 2010

A 13ª edição do Prêmio Andef, em São

Paulo/SP, reuniu 420 pessoas, entre pesquisa-

dores, docentes, jornalistas, profissionais das

empresas participantes, parlamentares, repre-

sentantes de diversas entidades e órgãos do

governo.

Foram homenageados trabalhos desen-

volvidos por nove indústrias de defensivos

agrícolas, quatro centrais de recebimento de

embalagens, seis revendas de produtos e 6

cooperativas. No total, foram capacitadas 1,4

milhão de pessoas em 2009. No entanto, nos

últimos cinco anos as ações da indústria, ca-

nais de distribuição e inPEV já atingiram 4,5

milhões de pessoas ligadas ao campo.

Serviço Apresentação dos Projetos: Dias 31 e

maio e 01 de junho de 2011, na ESALQ/USP

de Piracicaba/SP.

Solenidade de Entrega Prêmio: Dia 20 de

junho de 2011, no Esporte Clube Sírio - Av.

Indianópolis, 1.192 - São Paulo/SP.

Realização: ANDEF - Associação Nacional

de Defesa Vegetal

Apoio: inpEV - Instituto Nacional de Pro-

cessamento de Embalagens Vazias, OCB - Or-

ganização das Cooperativas Brasileiras e AN-

DAV - Associação Nacional dos Distribuidores

de Insumos Agropecuários.

João Lammel, presidente do Conselho Diretor da Andef: esforço do setor

ORÍ

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Cartilhas Andef: educação e treinamento

chegam ao campo

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PROJETO HORTALIÇAS

O projeto “Hortaliças: alimento seguro e

saudável”, desenvolvido pela Andef, Asso-

ciação Nacional de Defesa Vegetal, juntamente

a empresas filiadas e entidades parceiras, aca-

ba de conquistar a premiação internacional. A

iniciativa concorreu com outros 21 trabalhos de

associações latino-americanas durante o VII Ver-

sión de Expo Posters Asociaciones, em Bogotá,

na Colômbia, nesta terça-feira, 27. O encontro

anual reúne associações filiadas à Croplife Latin

America em todo o continente, durante o qual

são escolhidos os dois projetos que melhor con-

tribuem para fortalecer a sustentabilidade na

Projeto Hortaliças conquista Prêmio internacional

Liderada pela Andef e empresas associadas, iniciativa resultou de ampla parceria com as cadeias produtivas e a extensão rural

agricultura. No ano passado, já havia conquista-

do o prêmio de melhor trabalho apresentado no

Congresso de Olericultura.

O projeto “Semeando o Futuro”, desenvolvi-

do em El Salvador, foi um dos vencedores, junta-

mente com o projeto brasileiro, apresentado pela

Andef aos jurados na convenção da Croplife.

Boas práticas “Hortaliças: alimento seguro e saudável”

foi criado em 2005 como programa de capa-

citação de pequenos produtores de hortaliças

no manuseio e aplicação de defensivos agrí-

Melhor manejo: parceria beneficia cerca de 900 agricultores, em 14 municípios paulistas

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137J U N H O - J U L H O 2 0 1 1

PROJETO HORTALIÇAS

colas, além do estímulo a outras boas práti-

cas agrícolas.

A ampla parceria para sua realização en-

volve, além da Andef, a Câmara Setorial de

Hortaliças do Estado de São Paulo, o inpEV,

Instituto Nacional de Processamento de Em-

balagens Vazias, SEBRAE, Serviço de Apoio às

Micro e Pequenas Empresas, sindicatos rurais

patronais e de trabalhadores, revendas, pre-

feituras, órgãos de assistência técnica, institui-

ções acadêmicas de ciências agrárias. O proje-

to contou ainda com o apoio das indústrias de

defensivos agrícolas Arysta, Basf, Dow AgroS-

ciences, FMC e Syngenta.

Pólos de horticultura paulistaA iniciativa foi realizada, em sua primeira

edição, em 2005/06, na região de Mogi das

Cruzes, tradicional cinturão de hortaliças no

estado. A edição seguinte, no período de

2007/2008, esteve na região de Sorocaba,

composta pelos municípios de Ibiúna, São Ro-

que, Piedade e Vargem Grande Paulista.

Em sua terceira edição, em 2009/2010, o

Projeto Hortaliças foi levado a agricultores do

Alto Vale do Ribeira, no sul do estado de São

Paulo, que inclui os municípios de Apiaí, Gua-

piara, Rio Branco e Barra do Chapéu, entre ou-

tros. Durante o ano de 2011 está sendo desen-

volvido na região de Registro.

Resultados alcançadosOs objetivos do projeto são: realizar ações

educativas no uso de defensivos agrícolas na

principal região produtora de hortaliças do Bra-

sil; demonstrar e introduzir novas tecnologias na

olericultura; erradicar as embalagens sem destino

final adequado; proteção do meio ambiente; pro-

mover agricultura sustentável, bem como uso de

outras práticas agrícolas nas propriedades rurais.

Para a comissão que avaliou os 21 trabalhos,

o Projeto Hortaliças mereceu destaque como um

dos vencedores devido ao impacto positivo dos

seus resultados. De fato, os números alcançados

ao longo dos cinco anos de trabalho são expressi-

vos: 14 municípios beneficiados; 687 aplicadores

certificados e 226 capacitados especificamente em

tecnologia de aplicação e segurança, entre outros.

ARQ

UIV

O A

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Técnicos e agricultores, em uma das edições do Projeto Hortaliças: reconhecimento internacional

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ConGRESSo InTERnACIonAL

A Andef realizará, nos dias 28 e 29 de ju-

nho deste ano, em São Paulo, o Congres-

so Internacional de Propriedade Intelectual na

Agricultura, CIPIAGRI. O evento, se constitui,

de forma pioneira, no primeiro encontro inter-

nacional, no Brasil, reunindo especialistas nos

temas de Propriedade Intelectual e Agronegó-

cio. O CIPIAGRI tem ainda os apoios institu-

cionais da Camara de Sanidad Agropecuaria

y Fertilizantes, CASAFE, da Argentina, e da

Croplife Latin America.

O Congresso Internacional será uma for-

ma objetiva de aproximar as duas realidades

– Propriedade Intelectual e o Agronegócio –,

essenciais para o desenvolvimento sustentá-

vel. Afinal, quando se referes à Propriedade

Intelectual está se tratando da inovação e de-

senvolvimento de novas tecnologias; por sua

vez, as cadeias produtivas agropecuárias sig-

nificam o prover os alimentos, fibras e ener-

gias renováveis para o Brasil e para o planeta.

O crescimento da população mundial exi-

ge um aumento constante de produção agrí-

cola. A escassez de terras agricultáveis e os

eventos climáticos exigem ganhos de produ-

tividade cada vez mais elevados, com o me-

nor uso de área. Isso é possível por meio de

novas tecnologias, que agregam tanto me-

lhores rendimentos como maior segurança à

saúde humana e ao meio ambiente. Porém,

esta equação somente se concretiza com a

proteção à Propriedade Intelectual, decisiva

para a promoção dos investimentos em pes-

quisa e desenvolvimento.

Mais informações sobre o evento, como

programação e palestrantes, estão disponíveis

no site www.cipiagri.com.br ou podem ser

obtidas pelo e-mail [email protected] e/

ou telefone (11) 3854-8060.

Andef realiza o CIPIAGRI, em junho, em São PauloCongresso Internacional analisará o papel da Propriedade Intelectual na Agricultura

Pesquisa e inovação: chaves para a sustentabilidade agrícola

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segunda-feira, 16 de maio de 2011 10:24:02

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