sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

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1 MARIA APARECIDA BERNARDO CAVALCANTI COELHO SINAIS PSICOFISIOLÓGICOS E VOCAIS DE ATIVAÇÃO POR STRESS NO TELEJORNALISMO AO VIVO UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 2002 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE PSICOLOGIA DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA SOCIAL E DO TRABALHO

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MARIA APARECIDA BERNARDO CAVALCANTI COELHO

SINAIS PSICOFISIOLÓGICOS E VOCAIS DE ATIVAÇÃO POR STRESS NO TELEJORNALISMO AO

VIVO

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 2002

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE PSICOLOGIA

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA SOCIAL E DO TRABALHO

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SINAIS PSICOFISIOLÓGICOS E VOCAIS DE ATIVAÇÃO POR STRESS NO TELEJORNALISMO AO

VIVO

Candidata: Maria Aparecida Bernardo Cavalcanti Coelho Orientador: Prof Dr. Esdras Guerreiro Vasconcellos

Tese apresentada à Comissão de Pós Graduação do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo

como parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Psicologia – Área de

concentração Psicologia Social e do Trabalho

COMISSÃO JULGADORA

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

______________________________________________________________

Defesa - 2002 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE PSICOLOGIA

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA SOCIAL E DO TRABALHO

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SINAIS PSICOFISIOLÓGICOS E VOCAIS DE ATIVAÇÃO POR STRESS NO TELEJORNALISMO AO

VIVO

Orientador: Profº Dr. Esdras Guerreiro Vasconcellos

Orientanda: Maria Aparecida Bernardo Cavalcanti Coelho

Tese apresentada à Comissão de Pós Graduação do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo

como parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Psicologia – Área de

concentração Psicologia Social e do Trabalho

São Paulo 2002

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Aos meus pais, Hércules e Cacilda

À Jonas

À Thales e Thomas

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AGRADECIMENTOS

AGRADEÇO

Ao prof° dr Esdras Guerreiro Vasconcelos, por me receber, mais uma vez, como sua orientanda e por seu carinho, confiança e incentivo sem limites durante todo o percurso do trabalho. À profª dra Mara Behlau, pelas sugestões durante o Exame de Qualificação e por sua disponibilidade, presteza e carinho no auxílio, sempre que solicitei. À profª dra Leny Kyrillos, pelas sugestões durante o Exame de Qualificação e por me receber tão carinhosamente na Central Globo de Jornalismo. Às fonoaudiólogas Débora Feijó, Ana Cristina Gama, Mara Bonora e Maria Lucia Torres, pela gentil participação como juízes na avaliação perceptivo-auditiva das vozes. Às fonoaudiólogas Gisele Gasparini e Samira Schneider Matheus, pela colaboração na etapa de análise acústica da voz. Ao jornalista Ivan Renato Rodrigues, editor regional da TV Tribuna Santos pela consultoria na área de telejornalismo, e por facilitar o meu acesso aos sujeitos, tanto na TV Tribuna, quanto na TV Globo. À jornalista Carmem, Chefe de Reportagem na TV Globo SP por sua alma amiga e generosa, e por ter facilitado enormemente o meu trabalho no período de coleta de dados. Ao prof° Luis Heraldo Braga de Oliveira, pela consultoria na área de estatística. À profª Kátia Patela, pela consultoria na área de Língua Portuguesa. À Jean e Cláudio, pelo apoio técnico no estúdio de áudo da TV Tribuna, onde foram realizadas as edições das vozes em minidisks. À CRIESP, pelas análises bioquímicas de cortisol. Às fonoaudiólogas Luciana Azevedo Rajabaly e Mônica Faim, pela amizade, carinho e sugestões À Kate, pelo auxílio na área de informática A todos os jornalistas que gentilmente participaram como sujeitos da pesquisa. A todos os jornalistas que não participaram como sujeitos, assim como cinegrafistas e outros técnicos dos quais recebi inúmeras sugestões e depoimentos que me ajudaram a encaminhar o experimento e compreender seus resultados e implicações. À FAPESP cujo apoio foi fundamental para o desenvolvimento desta pesquisa.

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COELHO, Maria Aparecida B.C. – Sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no telejornalismo ao vivo. São Paulo, 2002, 247p. Tese (Doutorado) Instituto de Psicologia da USP

RESUMO

O objetivo da presente pesquisa foi investigar a influência da tarefa de falar ao vivo

sobre a freqüência cardíaca, os níveis de cortisol, e a voz de jornalistas que trabalham em televisão.

Pretendeu-se, paralelamente, traçar um perfil de avaliação subjetiva do stress que tal tarefa representava

para os sujeitos. Para tanto, foram obtidas medidas objetivas de freqüência cardíaca, de cortisol e de voz

durante uma situação real de atividade ocupacional, através do monitoramento do período em que

repórteres e apresentadores se utilizavam da fala ao vivo e também o momento que antecedeu e

sucedeu tal período. Os resultados revelaram que há mobilização fisiológica, indicativa de ativação por

stress, a partir da tarefa de falar ao vivo, a qual é expressa pela alteração significante dos valores dos

parâmetros investigados. Os resultados também indicaram que essas alterações acontecem de forma

diferente , de acordo com a situação de trabalho dos sujeitos, isto é, a atividade cardíaca e vocal de

repórteres no link é mais intensa do que a de apresentadores. Esta mobilização, comparável à

mobilização existente em algumas atividades físicas, é um retrato de como se processa fisiologicamente

o enfrentamento de uma tarefa comunicativa profissional habitual. Acreditamos poder fornecer alguns

subsídios para compreensão dos custos somáticos de uma atividade profissional, cuja categoria tem um

índice de morbi-mortalidade alto relacionado a problemas cardiovasculares.

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SUMÁRIO

I. Introdução.......................................................................................

II. Revisão de literatura..................................................................

a. Stress...............................................................................................

b. Dimensão fisiológica......................................................................................

1. mecanismo neuroendocrinológico do stress......................................................

2. função da medula da supra-renal ......................................................................

3. função do córtex da supra-renal.........................................................................

4. cortisol ................................................................................................................

5. cortisol e saliva .................................................................................................

6. vantagens e desvantagens da utilização da saliva para dosagens de cortisol...

b. Dimensão psicológica.....................................................................................................

c. Dimensão social................................................................................................ d. Fases do stress...............................................................................................................

III. Voz...................................................................................................

a. Considerações básicas...............................................................................................

b. Processo de produção da voz ...................................................................................

c. Anatomia e fisiologia laríngea ....................................................................................

d. Psicodinâmica Vocal ..................................................................................................

e. Considerações sobre a avaliação da voz...................................................................

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V. Telejornalismo.....................................................................................

a. Breve história do telejornalismo......................................................................................

b. Características do trabalho no jornalismo televisivo.......................................................

c. Funções básicas e requisitos do repórter de televisão...................................................

d. Stress no telejornalismo .................................................................................................

e. Tarefa diária do jornalista que está no vídeo .................................................................

f. Características das emissoras que participaram da pesquisa........................................

VI. Objetivo...................................................................................

VII. Metodologia.............................................................................

a) Amostra ..............................................................................................................................

b) Materiais e instrumentos.....................................................................................................

c) Procedimento da coleta de dados.......................................................................................

d) Abordagem detalhada.........................................................................................................

e) Escolha das provas estatísticas..........................................................................................

VIII. Resultados............................................................................... a. Parte 1.................................................................................

1) Variáveis demográficas......................................................................................... • Idade................................................................................................ • Sexo.........................................................................................................

.. • Tempo de

profissão.................................................................................... • Tempo na

função........................................................................................ • Experiência prévia

.................................................................................... 3) Apresentação em nível geral – amostra

total....................................................... • Variáveis fisiológicas ....................................................................................

o Freqüência cardíaca.......................................................

o Cortisol............................................................................

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o Voz masculina.................................................................

o Voz feminina...................................................................

o Presença de maior pico de valor no momento ao vivo...

• Variáveis psicológicas....................................................................................

o Situacionais.....................................................................

o Estruturais .......................................................................

c. Parte 2 ................................................................................

1. Apresentação em nível específico .......................................................................

i. Variáveis fisiológicas...............................................................................

1. Freqüência cardíaca.................................................................

2. Cortisol...................................................................................

3. voz............................................................................................

2. variáveis psicológicas.............................................................................

1. nível situacional .................................................................

1. ansiedade-estado.................................................

3. nível de stress geral..............................................

5. nível de stress antes............................................

7. nível de stress depois...........................................

9. nível de satisfação com a performance................

2. nível estrutural............................................................................... a. sintomas de stress........................................................ c. comportamento Tipo A .................................................

IX. Discussão.............................................................................

X. Conclusão............................................................................ XI.

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XII. Referências Bibliográficas................................................. XIII.

XIV. Anexos................................................................................. XV.1. Protocolo de caracterização da amostra.......................................................... 3. Protocolo de Avaliação da Emissão Profissional............................................. 5. Protocolo de Avaliação da Presença/Ausência de alterações nos 3 parâmetros em relação ao tempo..................................................................................................... 7. Avaliação Perceptivo auditiva da emissão ao vivo em telejornalismo 9. Protocolo STAI – State-Trait Anxiety Inventory………………………………… 11. Protocolo NSA – Nível de Stress Atribuído ................................................... 13. Protocolo NSP – Nível de Satisfação com a peformance ............................... 15. Protocolo LSS – Lista de Sintomas de Stress................................................. 17. Protocolo BEPATYA – Behavior Patterns Type A…….................................... 19. Termo de Consentimento ............................................................................... 21. Resultado análise estatística (Freqüência Máxima, Mínima e Extensão Melódica em Semitons)................................................................................................................

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PREFÁCIO

O presente trabalho contempla prioritariamente o tema psicofisiologia do stress1, focado sob o prisma da

psicologia do trabalho. Ao investigar os efeitos do stress sobre a voz, estabelece uma interface entre a

psicologia e a fonoaudiologia. E ao tomar como sujeitos de pesquisa, profissionais da área de jornalismo,

aborda também o tema saúde ocupacional Dessa forma sua temática bem como seu modelo

experimental tem uma característica multidisciplinar. Aliás, multidisciplinaridade e transdisciplinaridade

representam uma preocupação conceitual da psiconeuroimunologia, conforme ela vem sendo

desenvolvida no Brasil (VASCONCELLOS, 2000)

A apresentação do trabalho obedece à ordem tradicional, ou seja, os capítulos iniciais se prestam a

fundamentação teórica, os seguintes à apresentação dos objetivos gerais e específicos deste estudo e à

descrição do modelo experimental. Finalmente, os últimos capítulos apresentam os resultados obtidos,

seguidos de discussão e conclusão.

Entretanto, para facilitar o entendimento de temas específicos das três áreas (psicologia, fonoaudiologia

e telejornalismo), , foram elaborados três capítulos complementares. São eles: STRESS, VOZ E

PSICODINÂMICA VOCAL e TELEJORNALISMO. Pretendemos, assim, propiciar uma compreensão mais

abrangente do significado e das implicações da presente pesquisa.

1 Optou-se, no presente trabalho pela utilização da nomenclatura internacional para a grafia das palavras stress e coping, As palavras delas derivadas serão apresentadas em sua forma aportuguesada (estressor, estressasnte, etc)

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INTRODUÇÃO

O processo psicofisiológico de stress é complexo e envolve ações neuroendócrinas e

psicológicas. O senso comum acostumou-se a associá-lo apenas a eventos de vida negativos e

desgastantes. Entretanto, eventos positivos (nascimento de filhos, promoção no emprego, casamento,

férias, etc) são também geradores do mesmo processo. Dessa forma, o mecanismo psico-neuro-

endocrinológico gerado pelo stress não aparece somente em situações ruins, mas, pelo contrário, está

presente e pode até contribuir para que muitas de nossas ações sejam bem-sucedidas.

Seja por sua capacidade de impulsionar algumas de nossas ações, seja por seu custo somático,

esse mecanismo psiconeuroendocrinológico tem despertado o interesse de inúmeros pesquisadores em

diversas áreas do conhecimento . Por ser um tema bastante abrangente, tem permitido o

desenvolvimento de diferentes formas de investigação. Uma delas é a que analisa os efeitos de situações

de stress sobre o sistema neuroendócrino e imunológico e ainda sobre o sistema cardiovascular

LARSON, ADER & MOYNHAN (2001).

Para investigar os efeitos do stress sobre tais sistemas, inúmeras pesquisas têm sido

desenvolvidas. A finalidade principal de grande parte delas é avaliar o impacto fisiológico que alguns

estímulos psicológicos podem desencadear no organismo. Por influência do paradigma das ciências

biológicas, as pesquisas sobre stress e seu impacto psicofisiológico têm se caracterizado, na esmagadora

maioria dos casos, por pesquisas que induzem stress em laboratório. BORKOVEC; WALL & STONE

(1974) GIESEN & MCGLYNN (1977KNIGHT & BORDEN (1979) DIMSDALE & MOSS (1980a).

DIMSDALE & MOSS (1980bANDERSON & BORKOVEC (1980), THOMAS; LYNCH; FRIEDMANN;

SUGINOHARA; HALL & PETERSON (1984), MATTHEWS, MANUCK & SAAB (1986) BASSET;

MARSHALL & SPILLANE (1987), BOLM-AUDORFF; SCHWAMMLE; EHLENZ & KAFFARNIK (1989)

BORKOVEC & SENQI (1990) KIRSCHBAUM, WÜST & HELLHAMMER (1992). Tais pesquisas

conseguem isolar as variáveis experimentais de maneira bastante satisfatória e ainda ter um controle

metodológico exemplar, o que facilita a generalização de seus achados. Não obstante a inegável

contribuição desse modelo de pesquisa, alguns autores têm apontado para as limitações impostas por

ele, as quais inviabilizam uma avaliação que considere os aspectos psicológico e social (HOLROYD &

LAZARUS, 1982; ABSI et al 1997). Dessa forma, apesar de confiáveis, os resultados obtidos

apresentam validade dentro do contexto experimental, mas não permitem uma aproximação com o

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contexto de vida real e, portanto, impõem sérias limitações à discussão do tema saúde x doença nas

pesquisas de stress.

Nos últimos anos, tem crescido o número de pesquisadores interessados em aproximar os

estudos de psiconeuroendocrinologia das situações onde elas de fato acontecem (HOLROYD &

LAZARUS, 1982; ABSI et al, 1997). Evidentemente, as dificuldades metodológicas são maiores, porém

a riqueza dos achados parece compensá-las.

Há inúmeros locais onde as situações de stress acontecem. O ambiente de trabalho na

sociedade ocidental, por exemplo, aparece citado por vários autores como um ambiente propício ao

desenvolvimento de algumas doenças relacionadas ao stress, na medida em que disponibiliza ao

indivíduo um contato próximo e diário com a necessidade de empenho constante, com a urgência de

atingir metas cada vez mais altas em períodos de tempo cada vez mais curtos, com o desafio

permanente. Esses são ingredientes essenciais ao desenvolvimento, sobretudo de doenças

cardiovasculares (ROSENMAN & CHESNEY, 1982; KRANTZ & RAISEN, 1988; CARRUTHERS, 1982) .

O mundo moderno favorece o surgimento, cada vez mais de segmentos profissionais com esse

perfil. A categoria profissional dos jornalistas, por exemplo, reúne estas e outras características bastante

peculiares relacionadas ao stress, tanto do ponto de vista negativo quanto do positivo.

Do ponto de vista positivo, verifica-se que há um perfil de personalidade (idealizado ou real) que

acompanha o jornalista típico: é arrojado, determinado, capaz de desenvolver múltiplos projetos e, em

alguns casos, há um carisma evidente que realça suas produções jornalísticas. Podemos supor que tal

realce seja resultante de uma ativação positiva de stress, ou eustress.

Do ponto de vista negativo do stress, ou distress, observa-se que a adesão irrestrita a esse

perfil ideal implica uma intensa dedicação, com clara repercussão na vida pessoal do repórter. É

considerada básica, por exemplo, a disponibilidade integral ao jornalismo. O jornalista “deve estar

disponível 24 horas por dia, sempre atento a um fato que pode se tornar notícia. Esta é uma atitude

considerada profissional, no meio jornalístico” (PRADO, 1996). Algumas das conseqüências, a médio e

longo prazo, desse tipo de comportamento são descritas em pesquisas recentes as quais apontam um

alto índice de doenças relacionadas ao stress e à morte precoce entre jornalistas, considerados

independentemente do veículo para o qual trabalham (AGUIAR, 1996; TRAVANCAS,1993). Entre as

características inerentes ao próprio trabalho, destaca-se a pressão de tempo como a mais perversa para

o jornalismo diário. Adicionam-se a tais características a competitividade e a insegurança no emprego, o

que leva esses profissionais a uma convivência diária com stressores bastante nocivos, como a

irregularidade nos horários de trabalho (alternância nas escalas de trabalho), que implicam

irregularidades na alimentação e no sono, e a necessidade de executar o trabalho com o máximo de

precisão e acerto no menor tempo possível.

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Essa é a realidade também do jornalista que trabalha numa emissora de televisão, mas, nesse

caso, a pressão do tempo é ainda maior, na medida em que o imediatismo obriga-a a procurar ser

sempre o primeiro veículo a transmitir uma notícia importante. O jornalista que exerce a função de

repórter televisivo, portanto, está sujeito a todos os stressores relacionados anteriormente e a alguns

outros adicionais, sobretudo se tem a tarefa de falar ao vivo durante uma entrada (link) ou apresentar um

telejornal. Nesse caso, ele sabe que precisa ser claro e objetivo na elaboração de sua comunicação,

criativo na organização das idéias, correto e fidedigno com os fatos e que deve errar o mínimo possível,

uma vez que sua performance final é de sua responsabilidade e risco .Assim, falar ao vivo torna-se, na

maioria das vezes, uma tarefa que requer algum treinamento prévio. Ou seja, jornalistas iniciantes

dificilmente são expostos a responsabilidade de falar ao vivo, sendo esta uma tarefa, preferencialmente,

restrita a profissionais com algum treinamento.

Por outro lado, além dessas fontes internas geradoras de stress, na situação ao vivo o jornalista

é submetido a inúmeras outras pressões que fogem ao seu controle (cobranças de sua chefia,

adversidades técnicas relacionadas ao ambiente do link ou aos entrevistados e, sobretudo, à contínua

pressão de tempo – dead-line) . Essas pressões externas configuram o que se denomina fontes externas

geradoras de stress.

Como se vê, o dia-a-dia de um repórter que tem atuações ao vivo no vídeo, não obstante pareça tão

glamourosa ao telespectador, reserva inúmeros confrontos com situações bastante adversas. Nos dias

atuais, estes confrontos tendem a aumentar, na medida em que no telejornalismo moderno não há

espaço para telejornais pré-gravados. A tendência hoje, é colocar o jornal no ar da forma mais palpitante

possível , refletindo, com a maior veracidade, o “calor” dos fatos. E isso só é possível apresentando-se o

telejornal ao vivo e com um grande número de entradas também ao vivo. No entender dos editores-

chefes, o jornal fica mais atraente, mais emocionante. Mas a emoção que toca o telespectador carrega

consigo parte da emoção de quem está inevitavelmente refletindo o seu próprio envolvimento a cada

palavra articulada: o jornalista que empresta sua imagem e sua voz ao vídeo. . Isso fica bastante

evidente, quando observamos na prática clínica que, apesar de ser uma tarefa tão corriqueira, a

comunicação oral de um jornalista demanda uma preparação e ativação que extrapola os limites dos

órgãos fonoarticulatórios. Acreditamos, por um lado, que tal envolvimento seja positivo tanto para o

jornalista quanto para sua chefia e ainda para o telespectador. Por outro lado, cremos também que esse

envolvimento, se intenso ou prolongado, possa ter um custo somático alto ao jornalista. As pesquisas

relatadas anteriormente apontam para isso.

Procurando acompanhar a tendência atual de aproximar as investigações sobre

psiconeuroendocrinologia do contexto psico-social onde os fatos ocorrem, e ao mesmo tempo buscando

contemplar o ambiente de trabalho como potencial gerador de doenças, pretendemos na presente

pesquisa, monitorar o funcionamento psicofisiológico ao longo de um período de tempo de uma atividade

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profisssional. Encontramos nos jornalistas que se expõem através do vídeo um perfil que julgamos

fecundo a esse tipo de investigação.

Pesquisas que relacionam a teoria de stress aos distúrbios da voz revelam que grande parte

destes se devem a dificuldades dos indivíduos em relação à forma de lidar com situações de stress.

(COELHO, BEHLAU & VASCONCELLOS, 1996). No entanto, existem poucas pesquisas investigando as

variações da voz numa situação real de fala profissional, durante as quais, como vimos há uma

deliberada ou inconsciente intenção de acertar e/ou preocupação com conseqüências negativas.

Dessa forma, objetivo principal da presente pesquisa consiste em investigar, entre jornalistas, a

influência da tarefa de falar ao vivo em televisão sobre a freqüência cardíaca, os níveis de cortisol, e

sobre a voz, numa situação profissional real. Busca-se também, correlacionar tais achados

psicofisiológicos e vocais a testes subjetivos de stress.

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REVISÃO DE LITERATURA

BORKOVEC; WALL & STONE (1974) avaliaram os efeitos do feedback fisiológico durante uma

situação de medo, em pessoas com ansiedade de fala. Utilizaram-se cinco falsos feedbacks: (1)

batimento cardíaco diminuído; (2) nenhuma alteração no batimento cardíaco; (3) batimento cardíaco

aumentado; (4) controle do feedback e (5) sem controle do feedback. Previamente, foram selecionados

sessenta sujeitos através da escala GEER-1965 (foram escolhidos os sujeitos que assinalaram os

escores 5, 6 ou 7 no item “Falar diante de um grupo”). Os resultados levaram os autores a suporem que

o “comportamento de medo pode ser mantido não obstante as repetidas apresentações à situação de

medo e na ausência de qualquer estimulação aversiva externa, se o feedback atual é elicitado e se outras

pistas da situação(ex. falso feedback, ou atribuição errônea da fonte de feedback atual) não conflitam

com a interpretação do sujeito do feedback atual. “(p.168). Em outras palavras, as pistas fisiológicas têm

a função de “evitar a extinção do medo humano”(p.168).

GIESEN & MCGLYNN (1977) selecionaram sujeitos com e sem medo de falar em público, auto-

declarados a partir da escala de GEER(1965) . Nesse experimento, analisaram as respostas de ambos

os grupos a partir do monitoramento dos batimentos cardíacos e da condutância de pele numa situação

de fala em público simulada. Os resultados apontaram maior responsividade fisiológica entre os sujeitos

auto-declarados com alta ansiedade diante da situação de fala em público.

WALKER; RIAD-FAMY & READ (1978) referem em seu estudo que as alterações na

concentração de cortisol plasmático são imediatamente refletidas na concentração do cortisol salivar, o

que, segundo os autores, facilita sensivelmente as investigações clínicas.

KNIGHT & BORDEN (1979), num estudo comparativo entre as reações psicofisiológicas frente a

um perigo físico ou originado por ansiedade social, monitoraram 16 sujeitos durante período

antecipatório a uma situação de fala em público (período instrucional, período antecipatório e período de

performance e pós performance). Os autores encontraram respostas similares quanto aos batimentos

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cardíacos e condutância de pele, tanto para sujeitos com alta quanto com baixa ansiedade de fala

durante o período antecipatório. As respostas só diferiram no momento em que a performance se tornou

iminente, ocasião durante a qual os sujeitos com alta ansiedade social evidenciaram vasoconstrição

aumentada e reportaram um nervosismo maior que os sujeitos com baixa ansiedade social. De modo

geral, os autores concluíram que independente do grau de ansiedade avaliado ou do tipo de estímulo

perigoso (físico ou social), os padrões autonômicos de respostas apresentam-se significantemente

acelerados.

JAREMKO (1980) submeteu 62 sujeitos, os quais apresentaram escores altos para ansiedade

de fala no MAACL (Multiple Affect Adjetive Checklist – ZUCKERMAN & LUBIN, 1965), a um programa de

controle de ansiedade e compararam tais sujeitos a um grupo controle, o qual também apresentou

escores altos, mas não participou do programa de controle de ansiedade. O autor encontrou redução da

ansiedade para fala e aumento do encorajamento para o enfrentamento das situações de fala no grupo

que foi submetido ao programa de redução de ansiedade.

O estudo das respostas fisiológicas ao stress psicológico atual foi tema, também, da pesquisa de

DIMSDALE & MOSS (1980a). Segundo os pesquisadores, os avanços nas técnicas radioenzimáticas

para avaliação de catecolaminas no plasma permitiram que se pudesse monitorar as alterações

fisiológicas ocorridas durante stress agudo, o que não era possível anteriormente, devido à curta vida das

catecolaminas, (epinefrina e norepinefrina). Os autores escolheram a fala em público como situação de

stress, por ser uma experiência genuinamente estressante para a maioria das pessoas, e enfatizaram

que, quando se trata de um stressor de curto prazo (como o stressor “fala em público”), é de extrema

importância o momento exato da coleta de amostras, o que não é necessário com um stressor crônico.

Os pesquisadores obtiveram amostras de sangue em vários momentos diferentes: numa situação

baseline, e mais duas durante a situação de fala: durante os 3 primeiros minutos de fala e 15 minutos

após o início da fala. Em suas conclusões, sugerem que a epinefrina é mais sensível ao stress emocional

do que a norepinefrina, embora haja um aumento nos níveis de ambas, quando se compara esses

valores com a medida baseline e os momentos iniciais de fala e um decréscimo no nível de ambas

quando se relaciona os momentos iniciais e os momentos do meio da fala.

Em um outro estudo, DIMSDALE & MOSS (1980b) compararam as respostas de catecolaminas

no plasma obtidas em duas diferentes situações de stress: stress físico, provocado por exercícios, e

stress psicológico, provocado por uma situação ansiógena (fala em público). Os autores verificaram

que, durante a situação de fala em público, os níveis de epinefrina duplicam, ao passo que durante

exercício físico, os níveis de norepinefrina triplicam (comparados a uma medida baseline). Dessa forma,

concluíram que o stress físico é caracterizado por uma resposta do sistema nervoso simpático, enquanto

o stress psicológico induz uma resposta adrenal.

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ANDERSON & BORKOVEC (1980), num estudo sobre redução do medo e processamento

imagético, também utilizaram em sua metodologia o monitoramento dos batimentos cardíacos numa

situação de fala em público (laboratório).

Partindo da premissa segundo a qual o medo de falar em público está associado ao traço de

personalidade e que o traço de personalidade está, por sua vez, associado a crenças irracionais, LOHR &

REA (1981) investigaram a correlação entre medo de falar em público e crenças irracionais. Os autores

concluíram que medo de falar em público não é função de crenças irracionais. Dentre 10 possíveis

crenças irracionais, apenas uma delas (Demanda por Aprovação) apresentou correlação positiva com o

medo de falar em público.

GUECHOT; FIET; PASSA; VILLETTE; GURMEL; TABUTEAU; CATHELINEAU & DREUX

(1982) determinaram os valores normais do cortisol salivar e os compararam com o cortisol plasmático

sob várias condições fisiológicas e patológicas. Homens adultos apresentaram uma concentração de

cortisol salivar média às 8h de 14.50 (SD=7.10) e à meia noite de 1.40 (SD=1.21).

PETERS; WALKERS; RIAD-FAHMY & HALL (1982) encontraram um ritmo circadiano no

cortisol salivar semelhante ao do plasma, não obstante os valores absolutos do cortisol na saliva tenham

se apresentado menores. A média de concentração do cortisol na saliva em sujeitos normais foi de 11

nmol/l contra 28 nmol/l no plasma.

LANG, LEVIN ,MILLER, & KOZAK (1983), em seu estudo intitulado “Comportamento de medo,

imagem de medo e psicofisiologia da emoção: o problema da integração da resposta”, buscaram

examinar a consistência dos padrões de resposta frente a diferentes estímulos (medo real e imaginação

da situação fóbica), diferente população de sujeitos, tipo de medo e contexto da tarefa. Os autores

basearam a pesquisa na teoria da emoção e da imaginação de LANG (1977,1979,1983). Segundo essa

teoria apesar do estímulo (externo – exposição a agente fóbico -, ou interno - imaginação), a mesma

estrutura de informação fóbica é acessada e o mesmo padrão de resposta é observado. O estudo

busca comprovar os efeitos do treinamento do controle de medo.

Numa pesquisa cujo foco principal foi o estudo da hipertensão arterial, THOMAS; LYNCH;

FRIEDMANN; SUGINOHARA; HALL & PETERSON (1984) estudaram as alterações de pressão

sangüínea e ritmo cardíaco entre crianças de 5ª série numa situação de leitura em voz alta na sala de

aula. Os autores encontraram significante aumento na pressão sangüínea e batimentos cardíacos e

apontaram para os efeitos cardiovasculares que tal situação, tão corriqueira na vida escolar, pode gerar

na vida adulta.

GRAEFF; ZUARDI; GIGLIO; LIMA FILHO & KARNIOL (1985) se valeram da situação de fala

em público simulada como uma situação geradora de ansiedade, a fim de avaliar os efeitos da

Metergolina. Os autores utilizaram o STAI (State-Trait Anxiety Inventory – Spielberg – 1970) para medir

ansiedade como estado e como traço. Usaram, ainda, uma escala para medir sintomas corporais, a fim

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de detectar possíveis efeitos somáticos das drogas. Como medidas fisiológicas, foram usadas a

condutância de pele e a velocidade cardíaca. Os autores utilizaram, em condições duplo-cega,

metergolina, diazepan ou placebo e verificaram que a metergolina tem um efeito inibidor sobre a

ansiedade subjetiva.

MATTHEWS, MANUCK & SAAB (1986) examinaram as características psicofisiológicas

(pressão sanguínea e velocidade cardíaca) e comportamentais (comportamento Tipo A; hostilidade e

raiva; traço de ansiedade e história familiar de hipertensão) de 23 adolescentes pré e pós-ocorrência de

stressor natural – solicitação de 5 minutos de fala numa aula de inglês no ensino médio. Os resultados

indicaram que adolescentes ansiosos atingiram níveis elevados de pressão sangüínea sistólica e

aceleração cardíaca, enquanto adolescentes com características de raiva atingiram níveis elevados de

pressão diastólica. Esses resultados sugerem que as respostas de adolescentes ansiosos são

caracterizadas por resposta cardíaca elevada, enquanto as de adolescentes com raiva caracterizam-se

por resistência periférica durante stress de fala em público. Em linhas gerais, tal estudo enfatiza que as

respostas fisiológicas ao stress estão fortemente relacionadas às diferentes características psicológicas

dos sujeitos.

BASSET; MARSHALL & SPILLANE (1987) monitoraram algumas medidas fisiológicas de

bancários em treinamento numa situação de stress de fala em público. Os parâmetros fisiológicos

medidos foram índices de adrenalina, noradrenalina, dopamina e cortisol urinário, proporção

noradrenalina-adrenalina, níveis de cortisol salivar, além de pressão sangüínea e velocidade cardíaca. Os

autores destacam, entre os resultados, que “considerando que a resposta do cortisol salivar é mais

imediata e considerando a maior facilidade para coletar a saliva, o cortisol salivar, mais do que o cortisol

urinário e que o cortisol serum, parece ser a medida de escolha em estudos de stress humano”(p.270).

Especificamente, quanto aos níveis de cortisol salivar, os autores constataram que houve um aumento

significantemente maior no período do teste do que no dia-controle.

MELENBERG, ROSS, SWINKENLS & BENRAAD (1987) investigaram os efeitos dos

contraceptivos orais sobre o cortisol e cortisona tanto no plasma livre quanto no salivar. Uma de suas

principais conclusões foi que, em ambos os grupos (experimental e controle), o cortisol salivar foi

equivalente ao cortisol no plasma livre, sendo que no grupo experimental os níveis de cortisol e de

plasma apresentam-se consideravelmente aumentados .

LAUDAT; CERDAS; FOURNIER; GUIBAN & LUTON (1988) investigaram o ciclo circadiano do

cortisol salivar entre sujeitos normais e encontraram valores elevados pela manhã e valores baixos à

noite. A média de cortisol salivar, às 8h, é 15.0-+0.8 nmol/l e, às 20h, 3.9-+0.2 nmol/l . Além das medidas

padrão para normalidade, os autores investigaram, também, sujeitos com a síndrome de Cushing e

pacientes com insuficiência adrenal. Eles concluíram que as medidas de cortisol salivar são um excelente

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índice da concentração do cortisol livre plasmático, sendo uma técnica muito prática para avaliar a função

pituitária-adrenal.

BOLM-AUDORFF; SCHWAMMLE; EHLENZ & KAFFARNIK (1989) obtiveram medidas de

adrenalina e noradrenalina, assim como de colesterol total, HDL, LDL e triglicérides de sujeitos num dia

em que teriam a tarefa de fala em público e num outro dia controle. Todas essas variáveis foram obtidas a

partir de amostra de sangue dos sujeitos. Os autores encontraram um aumento de adrenalina e

noradrenalina durante a tarefa e também um aumento no colesterol total em comparação ao dia controle.

Não houve aumento significativo nos valores de triglicérides. Tais resultados, segundo os estudiosos,

estão compatíveis com a hipótese de aumento do nível de lipídios após stress emocional agudo.

BORKOVEC & SENQI (1990) monitoraram as respostas cardiovasculares de 45

estudantes de psicologia frente ao stress psicológico de fala em público e investigaram os efeitos

fisiológicos da imagética na redução da ansiedade para falar em público.

BLUMENTHAL; FREDIKZSON; MATTHEWS; KUHN; SCHNIEBOLK; GERMAN; RIFAI;

STEEGE & RODIN (1991) examinaram a influência da função ovariana sobre as respostas

psicofisiológicas de stress e verificaram se exercícios aeróbicos reduziriam a reatividade do stress. Para

tanto, os autores separaram grupos de mulheres no período pré e pós-menopausa, e, ainda separaram

as que tinham treinamento aeróbico das que não tinham, submetendo-as a duas situações de stress: (1)

fala em público e (2) gelo na testa. Durante o teste a pressão sangüínea e os batimentos cardíacos

foram monitorados e amostras de sangue foram obtidas. Os autores observaram que as mulheres pós-

menopausa exibiram menor nível de epinefrina em repouso, porém maior reatividade da epinefrina para a

tarefa de fala , quando comparado as mulheres em pré- menopausa. Não encontraram diferenças entre

as mulheres pré e pós-menopausa no que diz respeito às respostas cardiovasculares e catecolaminas

durante a tarefa do gelo.

KIRSCHBAUM, WÜST & HELLHAMMER (1992), apresentam quatro estudos nos quais

investigam a presença de diferenças sexuais na resposta de cortisol sob stress psicológico. Os autores

verificaram que há diferenças entre as respostas de cortisol de homens e mulheres e atribuíram tal

diferença mais a fatores psicológicos do que a biológicos. Em outras palavras, considerando que a

simples antecipação de um evento stressante pode elevar os níveis de cortisol, pode-se dizer que o

processamento cognitivo emocional do estímulo, que parece ser diferente entre os sexos, pode alterar

diferentemente a atividade do eixo hipotálamo-hipófise-suprarenais.

KIRSHBAUM; BARTUSSEK & STRASSBURGER (1992) monitoraram as respostas ao stress

psicológico de uma situação de fala em público (laboratório) através das medidas de cortisol salivar e as

compararam com medidas de personalidade. Os autores não encontraram qualquer correlação

significante entre as variáveis de personalidade e medidas de cortisol salivar, mas atribuem este fato a

uma possível inadequação dos instrumentos de avaliação de personalidade. Eles acreditam que somente

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um instrumento que considerasse elementos psicoendócrinos e psicoimunológicos estaria mais

apropriado à avaliação da personalidade.

CHEN; CINTRON & WHITSON (1992) referem-se ao cortisol salivar como um excelente

indicador da concentração de cortisol no plasma. Neste estudo, investigaram formas de armazenar

amostras de saliva à temperatura ambiente, considerando que nem sempre é possível a armazenagem

sob refrigeração, sobretudo em vôos espaciais, onde o espaço é bastante reduzido. Testaram, então,

vários tipos de ácidos (cítrico, ascórbico, bórico e cítrico) como agentes preservadores e concluíram que o

“cortisol salivar foi estável na presença de ácido cítrico, 10g/l ou preservado num rolete de algodão

tratado com ácido cítrico pelo tempo de 6 semanas em temperatura ambiente.”(p.304)

KIRSCHBAUM; WÜST; FAIG & HELLHAMMER (1992) investigaram o papel da

hereditariedade nas respostas de cortisol ao stress físico (ergometria) e stress psicológico (fala em

público e tarefa aritmética) e à injeção de hCRH. Tiveram como sujeitos 13 pares de gêmeos

monozigóticos e 11 dizigóticos. Os autores encontraram que há uma influência decisiva de fatores

genéticos para os três níveis de cortisol baseline. Contudo, os fatores genéticos desempenharam papel

menor quando se tratou de estimulação pelo stress psicológico do que pela injeção de hCRH.

KIRSCHBAUM; PIRKE & HELLHAMMER (1993) apresentaram um protocolo para indução de

stress em laboratório, o TSST – Trier Social Stress Test. Nesse trabalho tiveram como objetivo avaliar a

confiabilidade das alterações no cortisol salivar induzidas pelo TSST e discutir as variáveis responsáveis

pela variação interindividual nas respostas adrenocorticais de stress. Os sujeitos do presente estudo

foram submetidos a breve avaliação médica, visando descartar doenças crônicas ou agudas. Todos os

sujeitos deveriam estar sem medicação e abster-se de fumo, exercício físico, refeições, bebidas

alcoólicas por pelo menos uma hora antes do teste. O protocolo do TSST inclui um período de 30 minutos

de repouso (após a inserção de um cateter intravenoso) ou 10 minutos (sem amostra de sangue) numa

sala reservada. Após esse período, os sujeitos mudam para outra sala na qual há quatro pessoas já

sentadas numa mesa e uma vídeo câmera e um gravador já instalados. É solicitado, então, ao sujeito que

assuma o papel de um candidato a um emprego que foi convidado para um entrevista de seleção, e que

deve se apresentar e convencer os gerentes de que é o candidato perfeito para a vaga, durante uma fala

livre de 5 minutos. Após estas orientações, os sujeitos tinham 10 minutos para preparar sua fala e 5

minutos para falar. Terminada a fala, o comitê solicita ao sujeito que subtraia serialmente o número 13 de

1.022 tão rápida e acertadamente quanto possível. A cada erro o sujeito deveria recomeçar do nº 1.022.

Só então os pesquisadores revelavam ao sujeito o objetivo da pesquisa e solicitavam o repouso do

sujeito por mais algum tempo. Foram monitorados os ACTH, o GH , a prolactina e o cortisol (serum e

salivar) , assim como a velocidade cardíaca. Foi utilizado, também, um procedimento controle no qual os

sujeitos foram submetidos à injeção de solução salina no tempo zero e não foram submetidos a nenhum

teste subseqüente. Foi observado que todos os hormônios sofreram elevação em diferentes magnitudes

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e em diferentes momentos, com a utilização do TSST e que este oferece a possibilidade de promover a

antecipação de conseqüências negativas e envolvimento do ego, fundamentais para as respostas de

cortisol ao stress psicológico.

A fala em público foi também utilizada por HETEM; SOUZA; GUIMARÃES; ZUARDI & GRAEFF

(1993) como ferramenta para induzir ansiedade. Os autores, no referido estudo, pretenderam investigar a

função da d-fenfluramina na redução da ansiedade e concluíram que a droga é eficaz e não altera de

maneira significativa os parâmetros fisiológicos , nem causa sedação física ou mental.

MILLER; LIGHT; BRAGDON; BALLENGER; HERBST; MAIXNER; HINDERLITER;

ATKINSON; KOCH & SHEPS (1993) submeteram pacientes com doença cardíaca a stress físico e

psicológico (fala em público) e, entre suas conclusões, há a constatação de que a resposta de beta

endorfina ao stressor de fala (psicológico) é maior do que para o stressor de exercício físico .

KIRSCHBAUM; STRASBURGER & LANGKRÄR ( 1993) investigaram as respostas de cortisol

salivar a stress psicológico, à injeção de hCRH e à bicicleta ergométrica de fumantes e as compararam a

de não fumantes. Concluíram que, após stress psicológico, os níveis de cortisol dos fumantes foram mais

baixos de que os de não-fumantes. Tal fato indica menor responsividade do córtex adrenal de fumantes.

Os autores apontam para a importância de se considerar este fato como uma variável importante a ser

controlada .

A fala em público foi utilizada, também, por KAPEZINSKI; CURRAN; GRAY & LADER (1994)

para teste da droga flumazenil, sobre o controle da ansiedade nesta situação de stress. Os autores

concluíram que o flumazenil antagonizou o efeito ansiolítico da situação de fala em público,

particularmente nas medidas de ansiedade antecipatória.

HENNIG, LASCHEFSKI & OPPER (1994) monitoraram as funções fisiológicas e emocionais de

sujeitos, antes , durante e depois de salto em bungee jump. Os autores verificaram que a ansiedade

apresenta-se aumentada antes do salto e decresce após, assim como os níveis de cortisol salivar. A

euforia aumenta após o salto e permanece alta durante os 30 minutos seguintes, assim como os níveis

de beta-endorfina que têm um aumento de mais de 200% .

KIRSCHBAUM; KLAUER; FILIPP & HELLHAMMER (1995) investigaram respostas subjetivas e

de cortisol a uma situação de stress psicológico agudo (fala em público) e os efeitos do suporte social

nesta condição . Os níveis de cortisol foram medidos através da saliva, e a avaliação subjetiva , através

de questionários próprios para este fim. Em seu texto, os autores falam da concordância na literatura de

que sujeitos que contam com suporte material e psicológico da família e amigos, por exemplo, parecem

gozar de melhor saúde que aqueles que não contam com tal suporte (p.23). Na presente pesquisa, foi

utilizado o suporte do parceiro (namorado/a) ou de um estranho. A hipótese inicial era a de que haveria

uma relação inversa entre as respostas de cortisol e a condição de suporte, ou seja: maiores níveis de

cortisol respectivamente para as seguintes condições: sem suporte > suporte de estranho > (suporte do

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parceiro). Sessenta e seis sujeitos saudáveis com idade média de 23.6 aos foram divididos em 2 grupos

experimentais (suporte de estranho e suporte de parceiro) e um grupo controle ( sem suporte) . Os

sujeitos foram submetidos ao TSST (Trier Social Stress Test). Por causa da variação circadiana do

cortisol, os experimentos foram realizados sempre entre 4:00 e 7:30 p.m. A avaliação subjetiva foi

realizada através da versão adaptada de um protocolo alemão da Crowne- Marlowe Social Desirability

Scale. Foram utilizados ainda dois protocolos de bem-estar (Bf-S e Bf-S’ - Die Befindlichkeits – Skala

von Zersen D. – Weinhein, Beltz,1946) , um protocolo de stress percebido ( PS – Lakey and Heller) e

ainda um protocolo de avaliação do suporte social (efetividade percebida do suporte). A avaliação

objetiva foi realizada através da medição dos níveis de cortisol salivar , uma vez que o cortisol salivar

reflete adequadamente os níveis de cortisol no sangue. Foram obtidas seis amostras de saliva durante o

experimento (TSST), nos seguintes momentos: -3min, +10min,+20min, +30min, +40min e +50min.

“Estudos prévios em laboratório mostraram que os níveis de pico de cortisol aconteceram 10 a 20 minutos

após a conclusão do TSST e retorna aos níveis de concentração da pré-estimulação, aproximadamente

60 a 70 minutos após a cessação do stress (p.26). As amostras foram coletadas com o Salivette e

congeladas até a análise.Os resultados indicaram menor responsividade de cortisol entre os homens ,

independente do tipo de suporte que recebiam (estranho ou parceiro) e maior responsividade entre as

mulheres. Não houve correspondência entre esses achados e a avaliação subjetiva: o stress percebido

não foi diretamente proporcional aos níveis de cortisol ( mulheres referiam stress percebido baixo, embora

estivessem apresentando níveis altos de cortisol ), bem como a avaliação da efetividade do suporte foi

mencionada como favorável, a despeito dos níveis de cortisol.

HÖLD, BOER, ZUDEIMA & MAES (1995) avaliaram a eficácia do Salivette como dispositivo de

coleta para monitorar drogas bloqueadoras de beta – adrenoceptor na saliva. Inicialmente os autores se

referem às vantagens da saliva sobre os outros fluidos e da larga utilização do Salivette para coleta de

saliva para posterior análise do cortisol. Enfatizam, no entanto, a ausência de estudos sobre a utilização

do Salivette para monitorar drogas bloqueadoras de beta adrenoceptor. Os autores concluíram que o uso

do Salivette mostra-se uma técnica não invasiva , capaz de coletar um fluido prontamente acessível e

livre dos riscos de infecção e que o mesmo é eficaz para quantificar drogas beta-bloqueadoras.

CACIOPPO et al (1995) investigaram o efeito de stressores breves sobre a atividade adrenal

medular (respostas cardiovasculares) e cortical (respostas neuroendócrinas – cortisol). Em sua introdução

afirmam que vários autores têm encontrado pouca alteração no cortisol para estressores breves, o que,

segundo eles está de acordo com a hipótese segundo a qual as respostas de norepinefrina estão

relacionadas à quantidade de esforço requerido na tarefa, enquanto as respostas de cortisol estão

relacionadas à quantidade de perigo ou distress produzido pela tarefa. Seu objetivo principal na presente

pesquisa é determinar se a variabilidade individual na atividade cardíaca poderia predizer diferenças nas

respostas imunológicas e neuroendócrinas. Utilizaram como stressores breves uma tarefa de fala e outra

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tarefa matemática e como sujeitos, mulheres idosas. Em seus resultados, encontraram correspondência

entre as respostas de reatividade cardíaca e de cortisol apenas para sujeitos caracterizados como de

alta responsividade cardíaca, ou seja, alta responsividade cardíaca é acompanhada de alta

responsividade de cortisol. Os autores encontraram ainda elevação no ACTH maior que no cortisol,

provavelmente porque o cortisol só sofre elevação cerca de 10 minutos após o início da secreção de

ACTH. Os autores concluem, afirmando que a natureza, intensidade e duração dos stressores são fatores

de extrema importância, à luz dos quais os resultados devem ser analisados.

ABSI; BONGARD; BUCHANAN; PINCOMB; LICINIO & LOVALLO ( 1997) monitoraram

respostas cardiovasculares e neuroendócrinas aos stressores de fala em público e aritmética mental. Em

sua introdução, os autores enfatizam os riscos de doenças em casos de stress exagerado e duradouro e

a importância de se investigarem stressores mais próximos do stress da vida diária, acreditando que a

fala em público se presta bem a isto. Os pesquisadores avaliaram a pressão sangüínea e os níveis de

cortisol e ACTH no sangue. Utilizaram também um questionário de perfil do estado de humor (POMS –

Profile of mood state questionaire). Em suas conclusões, os autores destacam que as respostas

hemodinâmicas aos dois stressores foram caracterizadas principalmente pelo aumento do ritmo cardíaco

e da contratilidade (maior para o stressor de fala em público e menor para a aritmética). Encontraram,

ainda, alta correlação entre os dados: quanto maior os níveis de ACTH e cortisol, maior as respostas

cardiovasculares e o humor negativo. Quanto á função do cortisol, destacam que “o cortisol aumenta a

atividade do sistema nervoso simpático na preparação do coração e vasos sangüíneos para responder ao

stress ...“(p.274)

WOOD; WESSELY; PAPADOULOS; POON & CHECKLEY (1998) monitoraram o cortisol

salivar de pacientes com a Síndrome da Fadiga Crônica e compararam os valores a sujeitos normais. Os

autores enfatizaram as vantagens do cortisol salivar , destacando a possibilidade de coleta em condições

naturais, sem stress e sem alterar a rotina de atividades diárias. Seus achados apontam para uma

concentração de cortisol levemente superior nos pacientes do que nos controles, o que vai contra os

achados de pesquisas prévias, as quais apontam um estado hipocortisolêmico na Síndrome da fadiga

crônica. Esse estudo sugere, dessa forma, que os sintomas típicos da síndrome não são causados pela

hipocortisolamia.

SCHMID-OTT et al (1998) analisaram a pressão sanguínea e os batimentos cardíacos assim

como a presença de cortisol , catecolaminas ,concentração de plasma DHEA e distribuição de linfócitos

T e NK, antes, durante e após situação de stress em sujeitos com psoríase e compararam-nos como

sujeitos saudáveis. Esses autores encontraram um aumento da resposta autonômica induzida por stress

e uma diminuição da atividade pituitária-adrenal em pacientes com psoríase.

SUAREZ, KUHN; SCHANBERG; WILLIAMNS & ZIEMERMMAN (1998) realizaram estudo

utilizando tarefas de laboratório para induzir stress com objetivo de verificar os efeitos da hostilidade

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sobre as respostas neuroendócrinas (níveis plasmáticos de epinefrina, norepinefrina e cortisol) sobre as

respostas cardiovasculares (pressão arterial e batimentos cardíacos) e ainda sobre as respostas

emocionais. Dentre suas conclusões destacam-se a confirmação da hipótese de que a hostilidade está

positivamente relacionada com hiper-responsividade fisiológica prolongada e excessiva e, ainda, que em

homens apresentando o comportamento do tipo A , os níveis elevados de norepinefrina estão associados

a sentimentos de irritação.

MENDONZA & CARBALLO (1999) investigaram os efeitos do stress induzido em laboratório

sobre alguns parâmetros vocais. Utilizaram-se de três tarefas diferentes de fala (trava-línguas, trava-

línguas com retorno retardado e alfabeto em ordem reversa), em dois experimentos. No primeiro, os

sujeitos foram convidados a participar, sem conhecer o verdadeiro objetivo do mesmo. No segundo, eles

participaram, tendo praticado antes, as tarefas. Os autores concluíram que, nessas tarefas, ocorrem

microtremores durante a fala, os quais se manifestam no sinal acústico e são induzidos ou modificados

pelo stress psicológico.

KIRSCHBAUM; KUDIELKA; GAAB; SCHOMMER & HELLHAMMER (1999) investigaram a

atividade da hipófise e das supra-renais ao stress provocado em laboratório (TSST – Trier Social Stress

Test), em diferentes fases do ciclo menstrual . Os autores utilizaram como parâmetros o cortisol

plasmático e salivar, o ritmo cardíaco (avaliação contínua durante todo o experimento , através do

freqüencímetro POLAR e avaliação subjetiva (depressão, queixas físicas, alterações de humor e stress

percebido). Os resultados apontaram , para o grupo total, um aumento de 60% a 100% nos níveis de

cortisol salivar e plasmático,e ACTH, em relação aos valores basais. A resposta cardíaca máxima foi

obtida entre 6 a 13 minutos após o início do experimento). Os autores concluíram que mulheres usando

contraceptivos orais podem produzir e secretar quantidades similares de ACTH e de cortisol plasmático

ao stress psicossocial e à injeção de ACTH, mas apresentam níveis mais baixos de cortisol salivar em

ambas as condições.

OHIRA, WATANABE, KOBAYASHI & KAWAI (1999) investigaram os efeitos de um stressor

breve (tarefa de matemática associada a ruído aversivo) entre sujeitos pré-classificados como Tipo A e

Tipo B sobre as respostas de imunoglobina A secretada na saliva e medidas autonômicas (ritmo cardíaco

e piscar de olhos). Em seus resultados encontraram que os sujeitos do Tipo A apresentam níveis de

imunoglobina mais altos já no momento pré-teste, o que poderia indicar atividade crônica do sistema

imune, provavelmente por seu estilo de vida. O grupo Tipo A também apresentou maior tensão e maior

motivação para a tarefa. A atividade autonômica (ritmo cardíaco) é maior entro o tipo ª

MEYER ET AL (2000) monitoraram jogadores de cassino em diversos estágios de severidade

patológica. O objetivo dos autores foi examinar os efeitos do jogo sobre a atividade cardiovascular (ritmo

cardíaco) e neuroendócrina (cortisol salivar) numa situação real de jogo. Eles utilizaram o freqüencímetro

Polar para registro da freqüência cardíaca antes, durante e depois do jogo e ainda o Salivete (Sarstedt)

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para coleta de saliva. Os sujeitos foram monitorados em uma sessão experimental ( na qual utilizaram o

próprio dinheiro) e em outra controle ( na qual nenhum dinheiro estava em jogo, apenas pontos) .Os

resultados apontaram maior reatividade na situação experimental do que na situação controle e ainda

que os níveis de cortisol salivar acompanham a elevação do ritmo cardíaco.

ROY; KIRSCHBAUM & STEPTOE (2001) afirmam que os glicocorticoides desempenham um

papel central nas respostas de stress e que a possibilidade de avaliar o cortisol a partir da saliva facilitou

a pesquisa em psicobiologia humana. Segundo os autores, “a concentração de cortisol livre na saliva

aumenta tipicamente em resposta a estressores psicológicos agudos, tais como tarefas de resolução de

problemas e fala em público, com a elevação sendo retardado por alguns minutos em comparação com

as respostas eletrodérmicas ou cardiovasculares. A magnitude das respostas de cortisol é influenciada

por características situacionais, tais como dificuldade da tarefa, perda de controle , suporte social durante

o stress e incômodo durante o desafio comportamental. Fatores individuais também afetam as respostas

de cortisol, incluindo sexo e idade”. (p.376). Com relação às diferenças individuais, há bastantes

controvérsias, segundo os autores. Não há associação significativa entre nível de cortisol e depressão,

nem com depressão, stress percebido ou fatores de personalidade.Sobre a relação entre a reatividade do

cortisol e as respostas cardiovasculares, os autores afirmam o seguinte: “A ativação cardiovascular e a

descarga de cortisol são ambas parte da resposta ao stress agudo e há uma inter-relação funcional

substancial entre o eixo hipotálamo-hipóficse-supra-renais e as respostas simpático-adrenais. “ ( p.376)

Entretanto, vários estudos realizados no período de 1990 a 1995 não encontraram associação positiva

entre cortisol e reatividade cardíaca. No presente estudo, o qual tinha como propósito compreender as

diferenças individuais na responsividade do cortisol ao stress agudo, os autores também não encontraram

associação positiva entre respostas cardiovasculares e o nível de cortisol para um momento de

restabelecimento de stress (pós-tarefa) . Em sua opinião, isso se deve ao fato de as respostas

cardiovasculares ao stress serem muito mais rápidas que as de cortisol e que, portanto, não são

dependentes delas. Dessa forma, comprovaram a hipótese, segundo a qual os níveis de glicocorticóides

(entre eles o cortisol) exercem uma ação permissiva sobre a reatividade cardiovascular.

LARSON; ADER & MOYNHAN (2001) também utilizaram um modelo de monitoramento

fisiológico a partir de um estímulo estressante de laboratórios (tarefa de fala) para identificar os correlatos

neuroendócrinos e imunológicos da reatividade cardiovascular. Os autores concluíram que as respostas

cardiovasculares ao stress de curto prazo podem estar diretamente relacionadas às modulações

neuroendócrinas de longo prazo.

PALMERO; DÍEZ & ASENSIO (2001) investigaram a correlação entre ativação cardíaca e

padrões de comportamento (Tipo A e Tipo B). Segundo os autores, tradicionalmente, o comportamento

do Tipo A tem sido associado ao risco de doenças cardíacas, uma vez que a ativação simpática desse

grupo, enquanto trabalha ou executa tarefas desafiantes é maior do que a dos indivíduos do Tipo B.

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Entretanto, os autores criticam a generalização dessa afirmação, sobretudo porque há controvérsias

relativas à diversidade de instrumentos para se caracterizar um indivíduo como Tipo A ou Tipo B. Em sua

opinião, só deveriam ser caracterizados como Tipo A, aqueles indivíduos que apresentam risco de

desenvolver problemas cardíacos. Seu objetivo no trabalho foi determinar a ativação cardíaca em dois

grupos pré-classificados, como Tipo A ou Tipo B, durante uma tarefa de stress. Essa tarefa consistia em

10 estímulos na forma de perguntas de múltipla escolha apresentados em projetor de slides para os quais

a resposta deveria ser oral. Em seus resultados, encontraram valores superiores de ritmo cardíaco

(bpm) entre os sujeitos considerados como “alto escore” nos três momentos experimentais ( antes da

tarefa – adaptação; durante – tarefa; e depois - recuperação). Seu achado mais relevante, entretanto, diz

respeito à diferença de resposta cardíaca na fase de recuperação. Tanto o grupo Tipo A quanto o Tipo B

apresentaram valores similares na fase de adaptação e tarefa. Entretanto, o grupo Tipo A foi mais lento

na fase de recuperação do que o Tipo B. Em outras palavras, quando o grupo Tipo B já havia retornado

aos valores basais, o grupo Tipo A ainda apresentava valores aumentados. Os autores concluem que

este é um diferencial importante para caracterizar o Tipo A: ele tem rápida ativação e lenta recuperação

enquanto o Tipo B tem rápida ativação e rápido retorno. A lenta recuperação dos valores basais entre os

Tipos A os tornaria mais propensos a problemas cardíacos do que os Tipos B.

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STRESS

O termo stress foi primeiramente utilizado por Selye (1936), para se referir a questões de saúde.

Na ocasião, o vocábulo apresentava uma conotação genérica e correspondia a uma série de alterações

específicas observáveis, provenientes de agentes não específicos.

VASCONCELLOS (1992) caracteriza o stress de uma forma mais precisa, considerando-o “uma

alteração fisiológica que se processa no organismo quando este se encontra em uma situação que

requeira dele uma reação mais forte que aquela que corresponde à sua atividade orgânica normal”.

(p.28). Didaticamente, é possível dividir o conceito de stress em três dimensões independentes: a

fisiológica, a psicológica e a social.

DIMENSÃO FISIOLÓGICA:

VASCONCELLOS (1992) apresenta um modelo psico-neuro-imunológico de stress. Segundo o

autor, o stress pode ser desencadeado por inúmeros fatores (stressores) tanto positivos (paixão, férias,

promoção no trabalho) quanto negativos (morte, separação, desemprego). Assim que chega ao tálamo a

informação de que estamos diante de um stressor, é disparado o processo de stress, o qual ocorrerá,

inexoravelmente, através do eixo hipotálamo-hipófise-supra-renais (HHSR). Tal processo é disparado

independentemente de nossa vontade, mas pode ser intensificado ou interrompido pela ação do aparelho

psíquico, após avaliação cognitiva.

A presença do stressor é informada aos núcleos hipotalâmicos pelo tálamo através de

neurônios monoaminérgicos e neurotransmissores. Um dos núcleos hipotalâmicos mais importantes

nesse processo é a eminentia-medialis, responsável pela liberação do ACTH (Adrenocorticotropic

Hormon) e de uma série de outros hormônios trópicos, os quais tornarão efetiva a reação de stress,

através da ativação da glândula supra-renal. Esta resposta adrenal é diferente conforme a região

ativada, ou seja, o córtex ou a medula.

Mecanismo neuro-endocrinológico do stress:

As glândulas supra-renais têm importante papel na reação de stress. São bilaterais e localizam-se na

parte superior dos rins. Cada uma possui um córtex e uma medula, os quais se diferenciam embriológica

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e funcionalmente. Embriologicamente, “o córtex deriva de células mesodérmicas esplâncnicas e está

capacitado para a esteroidogêncese na 10ª semana de gestação...a medula da supra renal provém de

células da crista neural que podem se diferenciar em células nervosas pós-ganglionares ou tecido

cromafim.” (GREKIN, 1988;p.198). Segundo VALDEZ & FLORES (1985), há algumas diferenças

cronológicas na ativação neuroendócrina, o que torna possível a identificação de três sistemas

seqüenciais de reações: o sistema de reação rápida, representado pelas catecolaminas (adrenalina e

noradrenalina), a prolactina, o hormônio do crescimento (GH), o sistema de reação semi-rápida,

constituído pelo ACTH-cortisol; e o sistema de reação lenta, representado pelo hormônio da glândula

tireóidea (p.80)

Função da medula da supra-renal

A estimulação da medula supra-renal acontece através da estimulação dos nervos simpáticos. Essa

estimulação provoca a liberação de grande quantidade de catecolaminas, entre elas a adrenalina e a

noradrenalina, neurotransmissores importantes na mediação entre as funções do Sistema Nervoso

Central e dos nervos autônomos, e importantes reguladores do sistema cardiovascular (GREKIN, 1988;

p. 231). A adrenalina, em especial, tem sido considerada como indicador bioquímico da atividade

emocional do sujeito (VALDEZ & FLORES,1985). As catecolaminas são liberadas continuamente em

pequenas quantidade na circulação, mas aumentam consideravelmente, em resposta aos estímulos

adrenérgicos, entre eles, o stress, os exercícios , a insulina e a hipotensão (GREKIN, 1988). Esse

aumento reflete uma tentativa do organismo de se adaptar a um evento novo e tende a retornar

rapidamente a seus valores basais em indivíduos psicologicamente mais equilibrados e mais eficazes. Tal

situação é correlata a um bem-estar físico e psicológico. (VALDEZ & FLORES, 1985), PALMERO et al (

2001) afirmam que indivíduos que têm rápida ativação adrenérgica e lento retorno aos valores basais,

são mais propensos a desordens cardiovasculares. Considerando os efeitos desta estimulação para a

atividade cardíaca, que é nosso interesse no presente trabalho, a adrenalina tem maior efeito sobre a

estimulação cardíaca, acelerando os batimentos cardíacos. Já a noradrenalina causa constrição de

praticamente todos os vasos sanguíneos, provocando aumento da pressão arterial.(GUYTON,1993). Há

algumas diferenças nas respostas relacionadas ao sexo: Segundo VALDEZ & FLORES, 1985 “as

mulheres são menos propensas que os homens a responder com altas excreções de catecolaminas

frente a estímulos emotivos e as demandas do ambiente,” (p.61). Há também indicações de que os

sujeitos com comportamento do TIPO A apresentam excreção de catecolaminas mais intensas do que os

do TIPO B (p.113)

Função do córtex da supra-renal

O ACTH ativará, imediatamente, o córtex da glândula supra-renal, a qual, por sua vez, será

responsável pela liberação de uma série de hormônios importantes na reação de stress

(VASCONCELLOS, 1992) .

Page 30: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

30

Esses hormônios podem ser divididos em dois grandes grupos: os mineralocorticóides e os

glicocorticóides. O primeiro grupo é representado, principalmente, pela Aldosterona e tem como função

principal “alterar o metabolismo dos órgãos (rins, baço, glândulas sudoríparas e salivar, etc.),

reorganizando todo o organismo no objetivo de concentrar suas funções na reação ao stressor “.

(VASCONCELLOS , 1992 p. 29). O segundo grupo, representado pela Cortisona e o Cortisol , mobilizará

as energias de que o organismo dispõe, elevando a concentração de glicose no sangue, e as colocará a

serviço dos músculos, coração, cérebro, estômago, pulmões e demais órgãos vitais, para que esses se

organizem e estejam aptos para agir em combate ao stressor.

Cortisol

O cortisol é o principal glicocorticóide, sendo produzido pelo córtex adrenal e liberado de várias

formas diferentes: espontaneamente, estimulado por agentes bioquímicos ou por estimulação

psicossocial. Sua principal função é aumentar a atividade do Sistema Nervoso Simpático na preparação

do coração e vasos sangüíneos para responder ao stress. ABSI; BONGARD; BUCHANAN; PINCOMB;

LICINIO & LOVALLO (1997). O cortisol, ainda, exerce efeitos sobre várias funções metabólicas do corpo,

sobretudo o metabolismo protéico: ele reduz a quantidade de proteína na maioria dos tecidos, liberando

aminoácidos para o sangue circulante, que podem ser utilizados em outras partes do corpo, quando

necessários para reparar tecidos lesados. “Por essa razão, e também por outras, o cortisol é um

hormônio muito útil para ajudar o corpo a reparar a destruição tecidual durante o stress” (GUYTON, 1991

p.328). Por esse motivo, são considerados hormônios com valor adaptativo e restaurador (VALDEZ &

FLORES, 1985). Em condições normais, o cortisol é secretado em episódios pulsáteis ao longo do dia,

em sistema on-off (mais ou menos 15 pulsos diferentes ao longo do dia). A maioria desses pulsos ocorre

nas primeiras horas da manhã, sendo quase inexistentes à noite (GREKIN, 1988). Os valores da manhã

são mais estáveis; e os da tarde e da noite fortemente influenciados por estimulação externa. Ao se

referirem às condições nas quais é possível identificar-se as respostas de stress pelo córtex adrenal,

KIRSCHBAUM & HELLHAMMER (1989) destacam que é necessária a presença de duas variáveis

principais: (a) envolvimento emocional do ego e (b) antecipação de evento nocivo, associado à

imprevisibilidade, à incontrolabilidade e à novidade. Para pesquisa científica em laboratório, esses

autores ressaltam que convém se obter uma medida baseline de 1 a 3 semanas antes ou após o período

de stress, respeitando o mesmo horário de coleta. A situação de fala em público é destacada como

paradigma de pesquisa com stress psicológico. Segundo os pesquisadores, essa situação pode

desencadear stress agudo e promover o envolvimento do sujeito e/ou antecipação de potencial

conseqüência negativa da situação, condições essenciais para a resposta do cortisol como indicador de

stress. (KIRSCHBAUM & HELLHAMMER (1989).

Cortisol e saliva

Page 31: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

31

A presença de hormônios na corrente sangüínea é facilmente detectada e mensurada, tendo

sido o sangue, até recentemente, o fluido de escolha quando se tratava de dosagem hormonal para fins

clínicos ou de pesquisa. Entretanto, avanços tecnológicos recentes permitiram o desenvolvimento de

técnicas mais sensíveis, o que permitiu a dosagem de alguns hormônios em amostras de saliva. VINING

& MC GINLEY (1986) acreditam que a avaliação de hormônios da tireóide, proteínas e esteroides

conjugados, por exemplo, não tem valor clínico ou de pesquisa. Porém, a avaliação de esteróides não

conjugados, como, por exemplo, o cortisol, através da saliva, é útil tanto para propósitos clínicos quanto

de pesquisa. Os primeiros estudos de avaliação do cortisol salivar utilizavam métodos pouco sensíveis e

requeriam grande quantidade de saliva. Graças aos avanços das técnicas de radioimunoensaio (RIA), o

cortisol pôde, posteriormente, ser, de maneira confiável, medido com um volume menor do fluido da

parótida ou da saliva total. Atualmente, o cortisol permite avaliação de várias formas: alguns

pesquisadores têm obtido resultados satisfatórios, adaptando kits comerciais originalmente dirigidos para

avaliação do sangue. Outros se utilizam de métodos de radioimunoensaio ou polarização

fluorimunoensaio. Segundo VINING & MC GINLEY (1986), em condições normais, os níveis de cortisol

salivar apresentam-se cerca de 10 a 35% mais baixos do que o cortisol do plasma livre. Já

KIRSCHBAUM & HELLYHAMMER (1989), afirmam que o cortisol salivar é 50% menor do que o

encontrado na molécula ativa no sangue, sendo que a taxa de salivação tem pouco ou nenhum efeito

sobre a concentração de cortisol salivar, ou seja, nem a máxima fluidez, causada pela estimulação com

ácido cítrico, nem a mínima fluidez, causada por drogas anticolinérgicas, alteram os níveis de cortisol.

Os valores de cortisol na saliva são observados 1 –2 minutos após concentração máxima no plasma.

Convém destacar, ainda, que, em se tratando de estimulação por stress psicológico, o cortisol salivar

aparece com pico de concentração 20 a 30 minutos após a estimulação. (KIRSCHBAUM &

HELLYHAMMER ,1989)

A velocidade de entrada do cortisol na saliva é muito rápida, quase imediata, e em testes pós-

estimulação com ACTH, os níveis de cortisol salivar têm se mostrado mais pronunciados nos níveis

salivares que nos plasmáticos. Os níveis de cortisol exibem, ainda, um ritmo circadiano bem marcado, no

qual a concentração média é bem maior pela manhã e vai diminuindo ao longo do dia, semelhantemente

ao ritmo plasmático.

Vantagens e desvantagens da utilização da saliva para dosagens de cortisol:

Segundo VINING & MC GINLEY (1986), há algumas vantagens e desvantagens na utilização da

saliva para dosagens de cortisol. Como desvantagens, destacam a barreira emocional decorrente da

necessidade de cuspir, a avaliação sensível requerida para análise (avaliação da saliva requer mais

volume de amostra ou avaliação mais sensível) e, ainda, a possível interferência da velocidade do fluxo

salivar para alguns hormônios (os autores reforçam que o cortisol, a testosterona, o estriol e a

progesterona têm concentrações salivares que não são afetadas pela velocidade do fluxo da saliva).

Page 32: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

32

Como vantagens, apontam que (1) a coleta de saliva evita o stress da perfuração por agulha, (o qual

pode causar elevação de muitos hormônios, particularmente, do cortisol), (2) que os níveis salivares

refletem uma fração do plasma livre, e (3) que pode ser coletado facilmente em crianças, permitindo

estudos sobre o desenvolvimento puberal e sobre o eixo hipotálamo – hipófise –supra-renais em crianças,

os quais de outra forma ficariam limitados por fatores éticos. Há, ainda, outras vantagens práticas, como a

facilidade na coleta de amostra. A esse respeito, KIRSCHBAUM & HELLYHAMMER (1989) destacam as

vantagens do SALIVETTE (SARSTEDT), um rolete de algodão para ser mascado durante 30-60

segundos, a fim de coletar, de forma fácil, rápida e higiênica, a saliva para análise. A possibilidade de

obtenção de múltiplas amostras e o baixo custo também facilitam os estudos da fisiologia normal.

(VINING & GINLEY (1986).

VALDEZ & FLORES (1985) afirmam que o cortisol livre tem maior importância para a pesquisa em

psiconeuroendocrinologia do que o cortisol plasmático total, na medida em que o sistema nervoso central

regula mais diretamente o cortisol livre. Segundo os autores essa forma de cortisol estaria mais presente

na saliva, o que a torna o fluido mais indicado para pesquisa. As vantagens citadas acima, “têm levado

muitos grupos a propor que a avaliação do cortisol salivar deveria tornar-se o método de escolha para a

avaliação da função cortical adrenal e há poucas dúvidas de que a avaliação do cortisol salivar se tornará

aceita globalmente como uma ferramenta clínica e de pesquisa valiosa.”(p.110). (VINING & MC GINLEY

(1986).

DIMENSÃO PSICOLÓGICA DO STRESS

HOLROYD & LAZARUS(1982) defendem a idéia de que a reação de stress está diretamente

ligada à avaliação e ao julgamento que fazemos dos stressores. É essa dimensão que merece

aprofundamento, e não a dimensão da causa ou da conseqüência.

Na verdade, o stress deveria ser considerado mais à luz da demanda colocada sobre o organismo

para responder adaptativamente ao estímulo do que à natureza objetiva do estímulo em si.

ZEGANS(1982)

MAGNUSSON (1982) usa uma nomenclatura diferente para tratar do mesmo tema. Ele faz uma

distinção entre ambiente atual e ambiente percebido, quando se refere à avaliação cognitiva. O ambiente

atual é o ambiente no sentido físico e sócio-cultural, antes de ser interpretado pelo indivíduo, e o

ambiente percebido é o ambiente que já passou pelo processo de significação do sujeito e, portanto,

inclui sua percepção, interpretação e representação cognitiva.

Ao mesmo tempo em que os núcleos hipotalâmicos são informados pelo tálamo, os centros

cognitivos do córtex cerebral são também informados da presença do stressor. Dessa forma, tem início a

avaliação psicológica do stressor, momento em que será decidido se o processo orgânico deverá ser

intensificado ou interrompido.

Page 33: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

33

LAZARUS & FOLKMAN (1984) dividem a avaliação cognitiva em três momentos: (a) avaliação

primária;(b) avaliação secundária; e (c) reavaliação.

A avaliação primária, menos cortical e mais límbica, grosseiramente classifica o evento stressor como

irrelevante, bom ou mau. Quando o stressor é classificado como irrelevante ou bom, o processo de

stress é interrompido, pois não existe perigo iminente e, portanto, não há necessidade de se recrutarem

forças adaptativas. Por outro lado, se o evento é classificado como mau, ele deve incluir (1) situações de

perda ou dano, quando o evento negativo já ocorreu; (2) situações de perigo, quando perdas iminentes

são antecipadas pelo indivíduo; e (3) situações de desafio, quando envolvem prejuízo e lucro potenciais

e o resultado final pode ser influenciado pelo indivíduo. Nesse último caso, ou seja, quando o evento é

classificado como mau, o processo de stress é intensificado e a avaliação cognitiva tem prosseguimento

com a avaliação secundária. Esta avaliação é predominantemente cortical e analisará a situação,

levando em conta os recursos disponíveis pelo indivíduo para controle e domínio frente à situação

stressora. Importante destacar que desafio ou perigo implicam respostas fisiológicas distintas e,

conseqüentemente, desencadeiam o que chamamos stress construtivo (eustress) ou destrutivo (

distress). Em tese, o desafio seria menos danoso ao organismo do que o perigo, na medida em que a

mobilização necessária é menor. Entretanto, se o desafio for intenso ou constante em demasia poderá

também desencadear alguns tipos de distúrbios:

“O senso comum sugere que o individuo desafiado pode lidar mais persistentememte ou efetivamente e desse modo experimenta menos stress do que o que se sente ameaçado. Estados psicológicos como desafio podem também estar associados com padrões de respostas hormonais que são mais adaptativas ou tem custo somático menor do que aqueles associados com o perigo. Considerando esta última possibilidade, pesquisas recentes sugerem que perigo está associado com elevações nos níveis de catecolaminas e cortisol, enquanto desafio está associado somente com elevações nos níveis de catecolaminas, com os níveis de cortisol permanecendo normais ou mesmo diminuindo. Contudo o individuo que é constantemente desafiado por uma demanda social ou ocupacional mesmo relativamente inócua , e o qual está conseqüentemente mobilizado constantemente para empenho ou esforço, pode estar particularmente vulnerável a certos distúrbios.” (HOLROYD & LAZARUS, P.24)

Para ilustrar esta situação, apresentaremos, a seguir, um caso de um indivíduo do sexo feminino,

apresentadora de um telejornal, que teve seus níveis de cortisol monitorados no dia de sua estréia (dia

experimental) e comparados a um dia de folga (dia controle). Foram considerados três momentos: 1 hora

Page 34: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

34

antes da entrada ao vivo (pré), imediatamente após o término do telejornal (ao vivo) e uma hora após

(pós), expressos em ug/100ml:

Comparação dos valores de cortisol obtidos em três momentos: 1 hora antes da entrada ao vivo (pré), imediatamente após o término do telejornal (ao vivo) e uma hora após (pós), expressos em ug/100ml: pre Ao vivo pos

Dia experimental 0,3 0,9 1,0

Dia controle 0,3 0,3 0,4

Podemos observar que apenas no período pré os valores são iguais. No momento ao vivo e no momento pós os valores apresentam-se bastante superiores no dia experimental quando comparados ao dia controle. O gráfico abaixo ilustra esta distribuição de dados:

comparação dos valores de cortisol dia experimental x dia controle

0,3

0,91

0,3 0,30,4

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

pre Ao vivo pos

Ug/100ml

Dia experimental

Dia controle

Comparação dos valores de cortisol obtidos em três momentos: 1 hora antes da entrada ao vivo (pré), imediatamente após o término do telejornal (ao vivo) e uma hora após (pós), expressos em ug/100ml:

A avaliação cognitiva, portanto, é fundamental e levará em conta, quanto risco envolve uma determinada

situação e quantas fontes e opções internas dispomos para lidar com o stressor. A partir daí, terá início o

desenvolvimento de um “plano de ação” para administração do stressor, denominado COPING. Ele pode

estar focado no problema em si (coping racional ) ou na emoção que o problema nos causou (coping

emocional). Ambos são formas de abordar um mesmo problema, mas a opção por um deles terá efeitos

bastante diferentes, na medida em que uma é mais cortical e a outra mais límbica.

O coping é tão importante que, segundo HOLROYD & LAZARUS(1982), nossa saúde depende

mais de um coping bem sucedido do que da presença/ausência de stress. Para que um coping alcance o

objetivo desejado, entretanto, é fundamental que tenha sido feita uma correta avaliação do estímulo

Page 35: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

35

(riscos implícitos) de modo que seja possível um balanceamento entre o que a situação demanda e o

repertório do indivíduo, pois mesmo uma situação perigosa em si pode não gerar stress se for

considerada controlável pelo sujeito, sobretudo se sua experiência prévia incluir êxitos em situações

semelhantes.

“...Um estímulo nocivo percebido como perigoso que pode ser manipulado por uma estratégia de coping disponível e pouco dispendiosa não criaria o mesmo stress para um indivíduo submetido ao um estímulo similar para o qual a pessoa não tenha adequada resposta de coping”( HOLROYD & LAZARUS,1982 - p.140)

Além da avaliação correta e da experiência prévia, concorre também para a efetividade do coping, o

suporte ambiental que pode ser social (família, amigos, etc) ou psicológico ( características de

personalidade) . Quando não há uma combinação desses fatores, teremos reações de stress

prolongadas e/ou inadequadas, as quais serão inefetivas no combate do stressor e que, portanto, não

serão capazes de minimizar ou interromper a mobilização. Mantida a mobilização por tempo

prolongado, teremos um terreno fértil para que se instalem doenças relacionadas ao stress.

ZEGANS(1982)

Finalmente, após ter escolhido a melhor forma de lidar com a situação stressora, o indivíduo

verifica a eficácia ou não das estratégias por ele utilizadas, podendo reformulá-las ou intensificá-las

(reavaliação).

DIMENSÃO SOCIAL

KRANTZ & RAISEN (1988) apontam o nível sócio econômico como um fator importante para doenças

coronarianas relacionadas ao stress, as quais estão inversamente relacionadas ao nível sócio econômico.

Os autores falam ainda da importância do suporte social que o indivíduo apresenta. Eles consideram

como suporte social as possibilidades de apoio emocional, instrumental e informacional obtidas através

de seus laços sociais. Dessa forma, pessoas com laços sociais fortes (como, por exemplo, grandes

grupos religiosos), teriam menor tendência a doenças relacionadas ao stress. Os autores falam também

da importância positiva para a saúde, do suporte social entre casais e das conseqüências negativas da

falta desse suporte. O trabalho também é citado pelos autores como um fator de grande influência sobre

as condições de saúde. Segundo os autores, os principais fatores relacionados ao trabalho seriam a

demanda, a autonomia e a satisfação como o trabalho. A combinação mais nociva, segundo os

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36

pesquisadores é a combinação de baixos níveis de controle sobre o trabalho e a excessiva carga de

trabalho

FASES DO STRESS

Como já vimos anteriormente, a primeira reação do organismo, quando confrontado a uma situação de

stress, é a preparação para ataque ou fuga através de uma intensa descarga de hormônios. Essa reação

inicial configura a reação de alarme, composta por uma fase de alerta, outra de reação e outra refratária,

durante a qual ocorre intensa mobilização de todo o organismo - “Síndrome de Adaptação Geral” –

(SAG), e podem aparecer sintomas de natureza predominantemente física, como taquicardia, sudorese,

dor de cabeça e pressão alta. Essa reação é considerada uma reação adaptativa do organismo,

portanto uma reação saudável, podendo ser denominada EUSTRESS, sempre que o organismo puder

retornar a sua condição de homeostase em seguida.

Quando este retorno à homeostase não é possível, pois o confronto com uma situação de stress

permanece, e/ou as estratégias de combate a ela não estão sendo eficazes, o organismo passa a buscar

uma maneira com a qual possa lidar melhor com tal situação. É a chamada fase de resistência. Nesse

caso, ao invés de uma mobilização geral do organismo, teremos uma mobilização corporal localizada, ou

Síndrome de Adaptação Local – (SAL) - e conseqüentemente a centralização de toda a reação interna de

stress em um único órgão do corpo humano, geralmente o mais vulnerável. Durante esta fase há uma

pseudo-sensação de bem estar, uma vez que há uma elevação do nível regular de ativação do

organismo. Desaparecem os sintomas físicos, os quais dão lugar a sintomas de natureza psicossociais,

como irritabilidade, incapacidade de desligar-se, isolamento, entre outras. Uma vez perdurando essa

situação, passamos à fase de exaustão, durante a qual o órgão vulnerável que até então estava

mobilizado em combate ao stressor, entra em colapso e surgem os sintomas específicos de uma

patologia vinculada a este órgão . Tanto a fase de resistência quanto a fase de exaustão são

consideradas DISTRESS, ou mau stress, uma vez que as estratégias utilizadas para lidar com o stressor

serão danosas ao organismo(SELYE, 1976).

Page 37: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

37

VOZ

Mesmo em tempos de profundos avanços tecnológicos, a voz humana mantém um lugar de

destaque como instrumento através do qual a maioria de nós projeta sua personalidade e influencia seus

semelhantes. Por esse motivo, é crescente o número de pesquisadores interessados em compreender a

função e a disfunção da voz humana (SATALOFF, 1998)

A voz humana manifesta-se na vida do indivíduo desde o momento do nascimento, através do

choro. Durante o primeiro ano de vida, quando não há ainda a palavra articulada, a voz tem importância

comunicativa fundamental. Nesse período é possível perceber-se diferenças entre os choros de bebês,

os quais expressam diferentes estados emocionais e fisiológicos, os quais são facilmente percebidos e

identificados pelo cuidador (BOONE & Mc FARLANE, 1994).

Ao longo do segundo ano de vida a comunicação verbal vai se sobrepondo à voz, que perde

parte de seu status. A partir da instalação da linguagem falada, a palavra, que carrega o conteúdo

intencional, passa a figurar em primeiro plano. No entanto, em qualquer idade, “a voz é responsável por

grande parte das informações contidas numa mensagem, revelando muita coisa de nós mesmos “

(BEHLAU & PONTES, 1999).

A voz é produzida graças à interação de órgãos de diferentes sistemas os quais devem trabalhar

de maneira harmoniosa, para que haja eficiência. Ela se desenvolve ao longo de toda vida, sendo, em

parte determinada pelas características anatomo-funcionais do indivíduo e, em parte, pelos aspectos

emocionais de sua história pessoal (BEHLAU, 2001).

A voz que ouvimos é o resultado do som que é produzido pela laringe (fonação), acrescido da

modificação que recebe das cavidades de ressonância, situadas acima e abaixo delas.

A fonação, processo que se caracteriza pela geração de um som vocal, é realizada pela laringe,

a qual está ligada ao topo da traquéia. É o caminho pelo qual o fluxo respiratório passa rumo às vias

aéreas superiores (PERKINS & KENT, 1987)

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Entretanto, vale destacar que o ato de fonação nos seres humanos é uma aquisição recente do

ponto de vista filogenético. Para que essa função fonatória se estabelecesse, foi necessário o

desenvolvimento de complicados controles neurais (BOONE, 1983). A produção do som pela laringe

envolve a participação do sistema respiratório, do órgão laríngeo e das estruturas que compõem a

cavidade oral (língua, dentes, palato, etc)

Além da função de fonação, a laringe tem também outras funções, consideradas como funções

primárias, por estarem relacionadas a mecanismos vitais. São elas: (a) proteção das vias aéreas

inferiores, uma vez que a glote se fecha durante a deglutição, impedindo a passagem de substâncias

estranhas e (b) esfincteriana, auxiliando esforços físicos dos membros superiores e atividades fisiológicas

como defecar, dar à luz, etc.

ANATOMIA E FISIOLOGIA LARÍNGEA

A estrutura da laringe é composta por nove cartilagens, sendo três ímpares (tireóidea, cricóidea

e epiglote) e três pares ( aritenóideas, corniculadas e cuneiformes). Tais cartilagens estão interligadas

entre si através de membranas. Fazem parte da estrutura laríngea, ainda, cerca de seis pares de

músculos que movem essas cartilagens em diferentes posições.

Das cartilagens, a cricóidea é a que forma a base da laringe, à qual outras cartilagens laríngeas

se ligarão. A tireóidea é a maior e a mais proeminente delas, conhecida popularmente como “Pomo de

Adão”. As aritenóideas são duas pequenas cartilagens pares em formato de pirâmides e possuem a

habilidade de realizar dois movimentos principais: rotação e deslizamento, os quais acontecem

concomitantemente. Com esses dois movimentos, elas possibilitam o afastamento das pregas vocais

durante a respiração ou na realização dos fonemas surdos, e ainda a aproximação das pregas vocais

durante a fonação. Já a epiglote é a cartilagem laríngea menos importante para a fonação.

Quanto à musculatura intrínseca da laringe, PERKINS & KENT (1987) salientam a sua

importância para a fonação. Com exceção de um músculo (aritenóideo transverso), todos os outros são

pares e têm como principal papel o de tensionar, aproximar ou afastar as pregas vocais. Esses autores

admitem a importância da musculatura laríngea extrínseca, sobretudo na movimentação vertical da

laringe, mas limitam-se descrever a ação dos intrínsecos. A seguir, veremos a descrição de cada um

deles, agrupados por esses autores, conforme sua função durante a fonação.

Dos músculos vibradores, o tiroaritenóideo, composto por uma porção interna e outra externa, é

seu principal representante. A porção interna, também denominada “Vocalis”, tem papel fundamental na

vibração das pregas vocais. Insere-se no processo vocal das cartilagens aritenóideas. A porção externa

insere-se no processo muscular, sendo seu papel mais secundário e indireto. Os músculos

cricotireóideos são considerados alongadores das pregas vocais. Originam-se na porção anterior da

cartilagem cricóidea e se inserem na borda inferior da cartilagem tireóidea.

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Os músculos cricoaritenóideos posteriores originam-se na parede posterior da cartilagem

cricóidea e inserem-se no processo muscular das cartilagens aritenóideas. São responsáveis pelos

movimentos de rotação e deslizamento das cartilagens aritenóideas, afastando as pregas vocais, sendo,

portanto, abdutores. Os músculos cricoariteonóideos laterais originam-se nas bordas laterais das

cartilagens cricóidea, inserindo-se, também, no processo muscular das cartilagens aritenóideas. Tem

ação e efeito opostos ao cricoaritenóideo posterior e, portanto, aproximam as pregas vocais, sendo, por

isso, adutores. Já os interaritenóideos são compostos por dois músculos: o aritenóideo transverso, o

único músculo impar do conjunto de músculos intrínsecos da laringe, que se estendem horizontalmente

entre as aritenóides e os aritenóideos oblíquos, os quais se estendem do processo muscular de uma

aritenóide ao ápice da outra.

As principais membranas laríngeas são as pregas ventriculares, o ventrículo laríngeo e o cone

elástico. As pregas ventriculares, também denominadas falsas pregas vocais, consistem de pregas de

membrana mucosa que se projetam na passagem aérea. Em condições de normalidade, essas estruturas

são passivas, não devendo entrar em vibração. O ventrículo laríngeo é o espaço localizado entre as

falsas e as verdadeiras pregas vocais. Nesse ventrículo, existe um generoso suprimento de glândulas

mucosas que provê a lubrificação das pregas vocais verdadeiras. O cone elástico é a parte inferior da

membrana que reveste a parede interna da laringe. Estende-se da borda glotal até a cartilagem cricoidea.

HIRANO (1990) compara a mucosa que reveste o músculo vocal a um vibrador multilaminado,

uma vez que nesta mucosa podem distinguir-se quatro camadas distintas: a primeira camada e a mais

superficial é o epitélio. Depois, inicia-se a lâmina própria, composta pelas três camadas seguintes: a

camada superficial, quase gelatinosa, a camada intermediária, que contém fibras elásticas e a camada

profunda, que contém fibras colágenas. Essas duas últimas formam o ligamento vocal. A organização

desta membrana mucosa é que permite o movimento vibratório das pregas vocais e a produção do som

vocal.

Observada com a vista desarmada, a vibração glótica parece ser realizada com a adução

completa e permanente das pregas vocais. Entretanto, se verificarmos essa mesma vibração com

recursos tecnológicos, como a laringoestroboscopia ou a eletromiografia, veremos que as pregas vocais

vibram centenas de vezes por segundo a cada produção sonora. Por isso, para compreendermos como

se processa a produção da voz é necessário desmembrarmos o movimento completo e entendermos uma

única vibração – o ciclo glotal. Cada ciclo glotal é composto por uma fase de abertura e outra de

fechamento que traduz um jogo de forças entre a pressão muscular oferecida pelas pregas vocais e outro

impelido pela pressão aérea subglótica. Esta interação entre forças aerodinâmicas e forças musculares é

a essência da teoria aerodinâmica-mioelástica, que é a que mais se aproxima de uma explicação

completa e satisfatória da produção do som vocal (PERKINS & KENT, 1987)

Page 40: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

40

PSICODINÂMICA VOCAL

Habitualmente, avaliamos e somos avaliados pela nossa voz nas mais diferentes situações do

dia-a-dia. Esta “análise” é inconsciente, mas acontece inexoravelmente, sobretudo quando a voz é a

única pista disponível para o ouvinte, como quando falamos ao telefone.

O precursor dos estudos sobre este tema foi MOSES (1948), que deu o nome de audição

criativa a esta habilidade natural do ser humano de fazer correlações entre os parâmetros vocais e

elementos psicogênicos. Posteriormente, o mesmo autor estabeleceu os padrões básicos da chamada

psicodinâmica vocal e enfatizou o papel da voz enquanto elemento da comunicação e do seu papel

fundamental no restabelecimento da homeostase do organismo.(MOSES,1954)

Inúmeros outros autores vêm tratando da correlação entre voz, emoção e personalidade

(SEARGENT,1962; ARONSON, PETERSON & LITTIN, 1964; E WOLSKI & WILLEY, 1965; ARONSON

PETERSON & LITTIN, 1966; ARONSON, BROWN, LITTIN & PEARSON, 1968; ARONSON,1969,

BLOCH & GOODSTEIN, 1971; BRODNITZ, 1981; MONDAY, 1983; MORRISON;RAMAGE;BELISLE;

PULLAN & NICHOL,1983; MORRISON & RAMAGE, 1986; SCHERER, 1986 ; FREEMAN, 1986;

ARONSON, 1990; BEHLAU & PONTES, 1988,1992,1995.)

Os marcadores vocais de estados psicológicos foram extensamente estudados por SCHERER,

(1979 a, 1979 b, 1981 a, 1981 b). Suas pesquisas apontam a freqüência fundamental como o maior

indicador vocal de estados psicológicos e como o mais poderosos indicador de stress. O autor propõe

algumas correlações que estão sujeitas a variações culturais: vozes tensas estão relacionadas a

indivíduos mais ativos e vozes menos tensas estão relacionadas a indivíduos mais passivos. Freqüências

fundamentais mais altas (sons mais agudos ) estão relacionados a situações de desprazer e freqüências

fundamentais mais baixas (sons mais graves) estão relacionados a situações de prazer. Situações de

poder e controle estão também relacionadas a freqüências fundamentais mais baixas. A intensidade

vocal (vozes mais fortes ou mais fracas ) está relacionada ao grau de extroversão.

As alterações vocais produzidas por stress foram estudadas por SCHERER (1981c) em

situações de laboratório (estudos de vozes de sujeitos expostos a situações extremamente

desagradáveis ou aversivas) e em situações reais ( estudos de vozes de pilotos de aviões acidentados,

diante do perigo iminente, através das caixas pretas das aeronaves). Dentre as diversas alterações

observadas sob stress, o autor enfatiza as alterações respiratórias e o aumento do tônus muscular, os

quais são responsáveis pelo aumento da intensidade e da freqüência fundamental da voz.

WILLIANS & STEVENS (1981) investigaram os correlatos vocais de estados emocionais e

concluíram que a ativação do sistema nervoso simpático que ocorre durante a emoção de raiva e medo

provoca um aumento do ritmo cardíaco e da pressão sangüínea. Eles verificaram que esse aumento na

Page 41: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

41

atividade provoca alterações na velocidade, na profundidade e no padrão dos movimentos respiratórios,

o que pode afetar a pressão subglótica e modificar o contorno da freqüência fundamental. Observa-se,

também, uma diminuição na secreção de glândulas salivares, levando a um aumento na viscosidade da

saliva e secura na boca, o que pode modificar as características da fonte de excitação acústica do trato

vocal.

SPENCE ( 1982) tece algumas reflexões relacionadas à fragilidade da fala e à sua

vulnerabilidade ao stress. Afirma que isso se deve ao fato de ser um comportamento altamente

organizado, sujeito às mais diferentes adversidades. O autor fala, ainda em quatro tipos de marcadores

de stress na fala : (1) marcadores visíveis, representados pela quantidade e velocidade de fala; (2)

marcadores quase visíveis, relacionados à função motora, representados pela troca de sentenças,

repetição, gagueira, omissão, não completação de sentenças, contaminações ou deslizes (tongueslip) e

introdução de sons incoerentes; (3) os marcadores menos visíveis , que seriam as pausas preenchidas e

pausas não preenchidas e (4) os marcadores invisíveis: vazamento de léxico.

SIEGMAN (1982 ), aborda a relação existente entre personalidades do tipo A e algumas

características de fala bem específicas, como tempo de latência para resposta mais curto, velocidade de

articulação mais rápida e loudness aumentada. Tais características parecem estar de acordo sobretudo

com a característica de urgência de tempo , típica do comportamento do tipo A . O autor fala ainda sobre

os correlatos vocais do stress, destacando a tendência ao aumento de intensidade e freqüência

fundamental sob stress, que se devem ao aumento no tônus muscular geral que ocorre sob stress, assim

como alterações na respiração. Segundo o autor, os principais estudos relacionando stress e alterações

no sinal vocal aconteceram graças aos estudos que utilizaram a análise da comunicação entre aeronaves

e a base em terra em vôos em circunstâncias perigosas. Embora os autores reconheçam a tendência

para o aumento da freqüência fundamental e da intensidade, eles ponderam que pode haver diferenças

individuais nesse tipo de resposta, porque tanto a avaliação cognitiva do estímulo quanto as estratégias

de coping são absolutamente individuais e podem levar a correlatos vocais diversos.

FREEMAN, 1986 refere que é crescente o interesse dos pesquisadores sobre a influência do

estilo de vida e da personalidade sobre as doenças em geral. Refere ainda, que o stress está presente na

maioria das doenças, e cita como sintomas principais o cansaço constante, alterações no apetite ou

problemas gástricos relacionados, tensão muscular, dores de cabeça, pressão alta, além e irritabilidade.

Segundo a autora, raramente há uma causa única quando se trata de doenças.

ROSEN & SATALLOF, 1997 referem que o stress tem numerosas conseqüências físicas. O

sistema nervoso autônomo pode alterar as secreções orais e das pregas vocais, o ritmo cardíaco e a

produção de acido gástrico, sob circunstâncias de stress. Segundo os autores o stress prolongado ou

severo está comumente associado com o aumento da tensão corporal e, sobretudo de cabeça e pescoço.

A fadiga crônica é um sintoma comum. Essas alterações fisiológicas podem levar, não somente a uma

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42

qualidade vocal alterada mas também a patologias físicas. A secreção de acido gástrico aumentada está

associada com úlceras assim como com laringite de refluxo e irritação de aritenóide. O stress também

está relacionado com enfarte do miocárdio, asma e depressão do sistema imunológico. Os autores

alertam para o fato de que, quando a exposição aos estressores é constante e inevitável, deve-se

procurar implantar algumas modificações para que não haja o desgaste que gerará doenças. Os

estressores podem ser físicos ou psicológicos, porém na maioria das vezes há uma combinação de

ambos. Em casos onde há períodos de sobrecarga de trabalho e pressão de tempo, os autores

recomendam que se procure obter repouso e nutrição apropriados, assim como a hidratação. Segundo

eles, quando o corpo é privado desses itens essenciais, torna-se mais fácil a instalação de doenças entre

elas infecções de vias respiratórias , fadiga vocal, rouquidão e outras disfunções vocais.

ROSEN & SATALLOF,1998 afirmam que são bastante comuns, entre os mais diferentes

profissionais da voz, problemas relacionados ao stress. Denominam como nível de stress, o grau de

stress experenciado, resposta de stress a reação fisiológica do organismo e estresssor o estímulo

externo ou interno , percepção imagem ou emoção que gera o stress. Falam também do conceito de

coping (processo de administrar as demandas externa ou internas , as quais são avaliadas de acordo

com as fontes internas do indivíduo.

Page 43: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

43

CONSIDERAÇOES SOBRE A AVALIAÇÃO DA VOZ

Uma avaliação completa da voz inclui vários procedimentos entre os quais estão: a anamnese completa,

a análise perceptivo auditiva da qualidade vocal, medidas fonatórias temporais, avaliação corporal básica,

análise acústica da onda sonora e avaliação in loco nas vozes ocupacionais e profissionais. Na prática

fonoaudiológica, a avaliação tem por objetivo conhecer o comportamento vocal de um indivíduo (BEHLAU

2001).

No presente trabalho avaliamos as vozes profissionais de jornalistas televisivos em situação real de fala

ao vivo e as comparamos com a reprodução dessas mesmas emissões nos momentos pré e pós (veja

metodologia).

AVALIAÇAO PERCEPTIVO-AUDITIVA

Em nossa avaliação utilizamos a análise perceptivo–auditiva de parâmetros selecionados, buscando

uma descrição dos padrões predominantemente utilizados pelos sujeitos, baseados no julgamento

subjetivo de quatro juizes treinados. Denominamos esses parâmetros de convencionais (qualidade

vocal, ressonância, pitch, loudness, articulação, coordenação pneumo-fono-articulatória) interpretativos

(velocidade, modulação , pausas e ênfases) e psicodinâmicos (agradabilidade, confiabilidade,

naturalidade e segurança). Esse tipo de análise, que utiliza como instrumento fundamental a audição,

“baseia-se no julgamento pessoal de determinadas vozes, o que é feito através da comparação de tais

vozes a um sistema de referências pessoais do avaliador”. BEHLAU, 2001.(p99)

A seguir apresentamos uma breve conceituação desses parâmetros:

Qualidade vocal: refere-se ao conjunto de características que identificam uma voz, estando relacionada

à impressão total criada por uma voz. Pode ser avaliada em deferentes dimensões: a biológica, que diz

respeito às características anatômicas e fisiológicas do indivíduo (sexo, idade, saúde geral, estrutura e

sincronia de funcionamento entre os componentes da laringe), a psicológica, que se refere às

características de personalidade e estados emocionais e a dimensão sócio-educacional, que está

relacionada à aceitação e incorporação de determinados parâmetros de atuação.

Page 44: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

44

Ressonância: O som que é produzido pelas pregas vocais é reforçado ou atenuado pelas cavidades de

ressonância situadas acima e abaixo delas: pulmões, faringe, laringe, boca, cavidade nasal, (seios

paranasais). Em condições normais, não deve haver concentração de energia em nenhuma dessas

cavidades, havendo, portanto, equilíbrio ressonantal. Quando existe um predomínio em uma delas, diz-se

que a ressonância tem um foco específico, relacionado a cavidade em questão.

Pitch: é a sensação psicofísica da freqüência fundamental, de maneira que em geral, o pitch aumenta

conforme o aumento da freqüência. Entretanto, esta elevação não é linear, uma vez que o ouvido

humano é mais sensível a umas freqüências do que a outras Assim, diferenças de freqüências mais

baixas são mais facilmente percebidas que as de freqüências mais altas. As variações de pitch refletem a

intenção do discurso. Tons mais agudos, maior gama tonal, ênfase marcada e maior velocidade de fala

associam-se a um clima alegre de discurso. Já um clima triste, associa-se a tons mais graves gama tonal

restrita, intensidade reduzida e menor velocidade de fala. Vozes mais graves relacionam-se a autoridade,

à dominância a poder. Vozes mais agudas, por sua vez, estão relacionadas a submissão, a dependência

e a fragilidade. O pitch é o parâmetro vocal que mais se altera sob stress emocional.

GAMA TONAL: Refere-se ao número de notas acima e abaixo da freqüência fundamental ( cerca de 3

a 5 semitons) que são utilizados na fala encadeada. Está fortemente relacionado à intenção e ao contexto

do discurso.

LOUDNESS: é o correlato psicoacustico da intensidade vocal, podendo ser considerado forte, fraco ou

adequada ao ambiente ou o contexto em questão. Do ponto de vista psicodinâmico a loudness está

relacionada a noção de limite próprio e do outro, podendo transmitir a idéia de franqueza, vitalidade e

energia. A Ênfase no discurso, em geral é conseguida através do aumento da loudness.

ARTICULAÇÃO: Refere-se produção de formação dos sons da fala através dos órgãos

fonoarticulatórios. Deve-se apresentar clara e definida para uma boa inteligibilidade. Quando isso

acontece, passa-se ao ouvinte a sensação de franqueza e clareza de idéias. Quando não acontece,

transmite-se a idéia de que há falta de organização mental ou uma não preocupação ou desejo de ser

compreendido.

COORDENAÇÃO PNEUMOFONOARTICULATÓRIA: Refere-se a inter-relação entre a respiração , às

forças mioelasticas da laringe e musculares da articulação. É preciso que haja harmonia e sincronia

temporal na combinação da passagem do ar pela laringe que opõe resistência e coloca o ar em vibração,

transformando-o em som e finalmente que esse som se transforme em palavras através da ação dos

órgãos fonoarticulatórios.

Quando esse processo é harmonioso, transmite-se a sensação de estabilidade. Como está fortemente

relacionada à respiração, a qual, por sua vez, é afetada por alguns estados emocionais, a coordenação

pneumofonoarticulatória é facilmente afetada quando se fala sob stress emocional.

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VELOCIDADE: Refere-se ao número de palavras que são emitidas por minuto. Quando a velocidade de

fala está abaixo do padrão, transmite a impressão de falta de organização das idéias, desânimo e

lentidão. Quando está rápido demais, transmite ansiedade, tensão, além de limitar o espaço de fala do

interlocutor.

MODULAÇÃO , PAUSAS E ENFASES: Essas três variáveis estão relacionadas com a intenção do

discurso, podendo ser usadas a critério do falante voluntariamente para se obter o brilho desejado em

sua fala. A modulação e as ênfases já foram mencionadas anteriormente. As pausas podem ser

voluntárias, com finalidade interpretativa, ou involuntárias, indicando hesitação ou necessidade de

reorganizar o pensamento. È referida por vários autores como sensível a alguns estados emocionais,

aumentando a quantidade de pausas quanto maior a ativação emocional.

AGRADABILIDADE, CONFIABILIDADE, NATURALIDADE E SEGURANÇA: Essas quatro variáveis

representam requisitos desejáveis à fala profissional de jornalistas que trabalham em televisão. Elas

resultam da combinação da presença harmoniosa das variáveis citadas anteriormente, com um estado

emocional e físico equilibrados. Para que se obtenha êxito na no resultado final da comunicação o

jornalista deveria ter sido capaz de transmitir essas sensações subjetivas ao ouvinte.

AVALIAÇAO ACUSTICA

Em nossa análise utilizamos também a avaliação acústica da voz. Através dela é possível realizar-se

mensurações a partir do sinal sonoro e obter-se diversas medidas. Uma das mais importantes medidas

na avaliação acústica vocal é a medida de Freqüência Fundamental expressa em Hertz (Hz) ou ciclos por

segundo. BEHLAU (2001), refere-se a ela como “ a velocidade na qual uma forma de onda se repete por

unidade de tempo”(p139). Essa medida reflete as condições estruturais e dinâmicas das pregas vocais,

e varia conforme o comprimento das pregas vocais. Ela sofre modificações conforme a massa

comprimento e tensão à vibração. Dessa forma, há claras diferenças entre seus valores relacionadas ao

sexo: homens possuem uma faixa de distribuição que vai de 80 a 150 Hz, sendo a média 113Hz e

mulheres apresentam suas vozes na faixa que vai de 250 a 250 Hz, com média em 205 Hz).

Conforme já mencionado, a freqüência fundamental é considerada o parâmetro acústico que mais se

altera sob stress emocional, sendo também o mais resistente aos diferentes sistemas de análise acústica

e aos sistemas de gravação de voz.

A avaliação da Freqüência Fundamental da fala possui duas propriedades fundamentais: media de

freqüência e variabilidade. Isso porque a fala não acontece numa só freqüência, não sendo, portanto,

monótona. Espera-se que o falante se utilize uma extensão variada de freqüências fundamentais, a fim

de obter o efeito comunicativo desejado, através da ênfase em palavras ou sentenças. (BAKEN &

ORLIKOFF, 2000)

A MÉDIA DE FREQUENCIA FUNDAMENTAL representa, portanto, a soma das medidas de freqüências

obtidas divididas pelo número de ondas, num dado trecho de fala. É possível também se obter a

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46

Freqüência Fundamental mediana e a moda, sendo essa última a que melhor reflete a freqüência

fundamental habitual, na medida em que indicará o valor de freqüência que mais aparece. De maneira

geral, a média é uma boa medida quando se trabalha com uma distribuição mais ou menos simétrica.

(BAKEN & ORLIKOFF, 2000)

É esperado que haja variabilidade na Freqüência Fundamental da fala. Entretanto quando há excesso ou

falta de variabilidade, torna-se inadequado. Para expressar a variabilidade da freqüência fundamental, é

registrada a mais alta (freqüência fundamental máxima) e a mais baixa (mínima) freqüência obtida no

trecho em análise. Esse valor pode ser expresso em Hertz ou ainda em semitons. . (BAKEN &

ORLIKOFF, 2000)

A comparabilidade dos estudos é bastante problemática na medida que, o material de fala utilizado, o

método de captação da voz, o método de análise utilizado, entre outros interferem no resultado final.

Assim é extremamente importante o cuidado quando ao se tirar conclusões nesses casos.

Alem dessas medidas de Freqüência Fundamental é possível obter-se ainda, numa avaliação acústica

completa, índices de perturbação da freqüência fundamental (jitter) e da amplitude (shimmer), medidas de

ruído, perfil da extensão vocal e a espectografia acústica.

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TELEJORNALISMO

Breve história do telejornalismo As primeiras incursões na busca de se criar o que hoje chamamos de televisão aconteceram ainda no

início século XIX na Suécia (1817), Inglaterra (1873) e nos Estados Unidos (1875). Já no final do

século, os alemães incrementam um pouco mais a evolução das experiências (PRADO, 1996). Já por

volta de 1925, Baird, um inglês, conseguiu algumas façanhas no que diz respeito à projeção de

imagens.

No Brasil, a televisão foi introduzida por Assis Chateaubriand, em fevereiro de 1949. A primeira

transmissão aconteceu em São Paulo, no dia 18 de setembro de 1950 e, a partir de então, outras

transmissões continuaram acontecendo, sempre no período da noite e ao vivo, de forma bastante

artesanal e incipiente. Como não havia especialistas, profissionais de varias áreas afins, como teatro,

cinema, radio e jornal, vieram trabalhar no veículo. Com o tempo, foi possível a habilitação de vários

profissionais através de intercâmbio com os Estados Unidos, o que foi, cada vez mais, melhorando a

então TV TUPI, que se transformou na grande escola da televisão brasileira (PRADO,1996).

A década de 50 foi marcada pela expansão da televisão para outros estados brasileiros. Já no

início dos anos 60, o videoteipe veio revolucionar a qualidade da programação, possibilitando a gravação

prévia dos programas. Porém, como se tratava de equipamentos ainda muito rudimentares e pesados, a

televisão não tinha grande mobilidade, o que fazia com que sua programação parecesse muito com a

programação de rádio.

Somente no final da década de 60, foi possível se verificar um verdadeiro avanço, o qual foi

proporcionado, entre outras coisas, pelo interesse político dos governos militares pós 1964. Foi nessa

época que surgiu a TV Globo (1965), e com ela um novo conceito empresarial, que alavancou o

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48

desenvolvimento da televisão no Brasil. Nesse cenário de crescimento da TV Globo, começa a queda de

prestígio e de força das outras emissoras. A TV Excelsior teve sua concessão cassada por divergências

com o regime militar em 1969; a TV Tupi perdeu bastante força com a morte de Assis Chateuaubrian em

1968, e as TVs Record e Bandeirantes tiveram prejuízos irreparáveis, devido a incêndios sofridos

(PRADO,1996).

A TV Globo continuava crescendo e foi a primeira a incorporar o sentido de Rede no Brasil.

Ainda no final da década de 1960, expandiu-se para diversas regiões do Brasil, criando uma linguagem

única e despontando no mercado com uma tecnologia de ponta.

Todo esse crescimento só foi possível graças a facilidades permitidas pelo governo militar,

tolerante com ações consideradas inconstitucionais. A Constituição brasileira, por exemplo, não permitia a

participação de capital estrangeiro em empresas nacionais de comunicação, mas o governo foi

permissivo, pois tinha, em troca, forte apoio da emissora, “que com essa injeção de recursos

internacionais ia se transformando na voz mais forte do país”.(PRADO, 1996, p.16)

Além do capital, a rede Globo se beneficiou também da tecnologia e do senso de

profissionalismo americanos, e com isso crescia ainda mais, criando o Padrão Globo de Qualidade,

baseado na força das imagens, o que ainda não acontecia no telejornalismo nessa época (PRADO,

1996).

Nessa época, os telejornais tinham como seu principal representante o Repórter Esso, no qual

um locutor narrava as notícias. Com a chegada das câmeras portáteis e da conseqüente facilidade de se

ter mais imagens, passou-se a investir na participação dos envolvidos na notícia, e na fusão imagem-

texto. Esse novo modelo não foi facilmente absorvido pelos telespectadores, que preferiam ainda o

modelo do tipo Repórter Esso, com o qual estavam mais acostumados. Passaram-se cerca de dois anos

até que o novo modelo começasse a agradar e conseguisse seu espaço. Após esse período, já no início

da década de 70, o telejornalismo da Rede Globo passou a servir de modelo para as outras emissoras,

sendo um importante responsável para o desenvolvimento do telejornalismo no Brasil (PRADO,1996) .

Características do trabalho no jornalismo televisivo

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O jornalismo em televisão, desde então, não pára de crescer. Hoje possui características

próprias bastante específicas, relacionadas ao aparato tecnológico que envolve, à sua abrangência, à

sua característica imediata e envolvente, de modo que impõe características bastante peculiares ao

trabalho das pessoas que se dedicam ao telejornalismo diário. Isso inclui uma série de profissionais, entre

eles jornalistas, cinegrafistas, técnicos e outros.

Uma das características que distingue o jornalismo televisivo do jornalismo impresso, por

exemplo, é a sua capacidade de levar ao telespectador a notícia ainda acontecendo ou acabando de

acontecer:

“ A televisão é contemporânea ao fato. Pelas suas próprias características técnicas, ela proporciona possibilidades de mostrá-lo logo depois de ele ter acontecido, quase instantaneamente. Em vez de relatar o fato, ela o mostra em toda a sua dimensão. Ela pode assim, atingir quantidade muito maior de sentidos humanos, já que se utiliza do movimento, da cor, do som e de toda a dramaticidade do acontecimento quase ao mesmo tempo em que ele se deu. Por isso , pode-se dizer que a televisão é cômoda já que ela não exige esforço por parte do telespectador” (SQUIRRA, 1990 p.51)

Esta distinção é, e deve ser sempre, uma de suas marcas principais. Por esse motivo, toda a

equipe envolvida na tarefa de levar um telejornal ao ar num determinado horário, tem, no tempo, o seu

maior algoz. O tempo, em verdade, é responsável por uma boa parte do stress do repórter, na medida em

que é esperado da televisão, que informe antes um fato do que o jornal , o qual só chegará às bancas na

manhã seguinte. Portanto, cada reportagem deve ser feita com os fatos ainda bastante recentes. Isso faz

com que todos da equipe de telejornalismo trabalhem de forma diferenciada dos colegas de outros

veículos e impõe ao repórter de TV de um ritmo de trabalho que é, em si mesmo, uma das primeiras e

principais fontes de stress. CUNHA, 1990, refere que o repórter tem que estar preparado para tudo,

afirmando que sua vida profissional é e será sempre marcada por correria, tensão, angústia, sendo a

pressão uma constante em sua vida.

Outra característica importante é a comodidade e facilidade com que a informação pela televisão

é absorvida pelo telespectador. O único pré-requisito para se desfrutar do que é produzido para a

televisão é a integridade sensorial auditiva e visual, não sendo necessário nenhum conhecimento prévio.

Já no caso do jornalismo impresso, requer-se minimamente a alfabetização e algum domínio da língua

escrita, alem de esforço para a compreensão, e da possibilidade de ser manipulado por apenas uma

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50

pessoa de cada vez (SQUIRRA,1990). Além disso, “a imagem não tem fronteiras. Apesar de algumas

diferenciações regionais, ela pode ser decodificada por qualquer cidadão, de qualquer parte do planeta

sem muitas dificuldades”(SQUIRRA,1990, p53).

Outra característica marcante, e considerada por muitos autores como a mais importante, é a

imagem. A imagem tem tamanho poder de expressão e capacidade de convencimento que ocupa lugar

fundamental na comunicação eletrônica, sendo, por muitos autores, considerada como o principal

elemento no telejornalismo (SQUIRRA,1990., BADARÓ, 1987). Não obstante a importância cabal

delegada à imagem, ela, em geral, deve vir acompanhada sincronicamente da palavra. Se elas tiverem

em desacordo, podem se converter em desinformação “(KLOSS, 1985, p.26). Temos aqui mais uma

responsabilidade e preocupação do repórter que deverá sempre estar trabalhando de forma bastante

sincronizada com o cinegrafista, responsável pela imagem. Tudo o que ele disse, além de estar correto, e

ser fruto de um trabalho minucioso de apuração, deve estar de acordo com a imagem que está sendo

veiculada. Isto se torna ainda mais difícil quando não é possível a edição, como no caso das

transmissões ao vivo. Apesar de todo trabalho final de reportagem, que levou várias horas para ser

produzida e executada, ter sido fruto do trabalho de uma equipe que envolve várias pessoas (pauteiro,

produtor, chefe de reportagem, editores, etc) quem assina essa reportagem é o repórter. Ele empresta

sua imagem e sua voz para veiculá-la e está indissociavelmente ligado a ela. A fala do repórter, portanto,

é de inteira responsabilidade dele mesmo ( CUNHA, 1990, p.23;CASTRO, 1986). Tudo o que o repórter

disser está , em tese, colocando-o em risco. Mais uma vez aqui, outra característica importante do

trabalho do repórter, que se configura em fonte geradora de stress.

Mesmo com todas essas características, que em tese tornariam a tarefa do repórter tão penosa,

o telejornalismo atrai cada vez mais adeptos. BADARÓ (1987) tenta explicar esta atração um tanto

contraditória pela tensão:

“ Vale perguntar, porque o jornalismo eletrônico, fábrica de constantes tensões é tão atraente. Onde mora essa magia que faz os jornalistas abrirem mão da também fascinante tarefa que é escrever e descrever os fatos com palavras, títulos e entretítulos? Talvez essa magia esteja no imediatismo da TV , que mesmo perdendo para o rádio, reproduz a maior das ameaças ao nosso sagrado texto: a imagem. A verdade é que a imagem , desde que bem tratada, transforma-se na grande aliada do verbo.” (BADARÓ, 1987,p.15)

Funções básicas e requisitos do repórter de televisão

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Como já dissemos, o produto final de uma reportagem é fruto do trabalho integrado de uma equipe

que envolve inúmeras pessoas. Ainda assim, considera-se o repórter como a “célula básica de todos os

veículos de comunicação” (PRADO, 1996, p.25). É o repórter que se confronta com o fato, que o

transforma em notícia e que, finalmente a conta para o telespectador. Como já mostramos também, a

responsabilidade final do produto é atribuída a ele. Isso impõe a seu trabalho um desgaste adicional, pois

um erro de interpretação pode provocar distorções e colocá-lo em situação bastante desconfortável. Por

esse motivo, sua preparação cultural e informativa é preconizada por vários autores (PRADO,1996,

SQUIRRA, 1990)

Além da preparação cultural e da manutenção da informação atualizada diuturnamente, os

requisitos de um repórter de telejornal são, no geral, semelhantes ao do jornal impresso: garra,

informação,bom texto, boa apuração, boas fontes de informação. Agregam-se a tais características,

comuns aos vários veículos de informação, outras específicas do repórter de telejornal. É desejável, por

exemplo, que ele próprio tenha uma boa imagem, considerando-se o papel que a imagem ocupa para o

telejornalismo. Em outras palavras, a própria imagem do repórter, faz parte do produto que “vende”

(PRADO, 1996, SQUIRRA, 1990.; CUNHA,1990). Dessa forma o cuidado com a aparência saudável,

com a higiene pessoal impecável, com um vestuário adequado , devem ser também uma preocupação

desse profissional. “É importante, também, que ele não pareça inibido, indeciso ou inseguro” (SQUIRRA,

1990 p.82). É recomendável que seja humilde, simples, tenha equilíbrio plástico e qualidade de

comunicação verbal. Deve ainda ser hábil em suas relações interpessoais e usar, com sabedoria, de

certa dose de psicologia para poder ser um agente facilitador da entrevista, visto que muitos

entrevistados se sentem inseguros diante das câmeras. (SQUIRRA, 1990, p.86)

Como vemos, não são poucos os atributos pessoais que concorrem para o bom desempenho do

repórter. Algumas dessas características fazem parte da sua própria personalidade e outras vão sendo

assimiladas ou cultivadas ao longo do tempo. Mas parece certo que a adesão ao perfil ideal de repórter

implica uma intensa dedicação, com clara repercussão na vida pessoal do repórter. É considerada

básica, por exemplo, a disponibilidade integral ao jornalismo. O jornalista “deve estar disponível 24 horas

por dia, sempre atento a um fato que pode se tornar notícia. Esta é uma atitude considerada profissional,

no meio jornalístico” (PRADO, 1996). Ele deve ter boas fontes e cultivar sua credibilidade: mesmo com

fontes seguras, é preciso sempre checar as informações, para não colocar em risco sua credibilidade.

Deve ser sempre imparcial e emocionalmente controlado, mesmo diante das situações mais inusitadas ou

estressantes.(PRADO,1996, p.26)

A comunicação verbal é adicionada aqui como compondo o conjunto da imagem do repórter. A

clareza verbal, por exemplo, é considerada fundamental , pois dado o imediatismo do veículo, não é

possível para o telespectador “reler” o texto para compreender algo que não tenha ficado claro. KLOSS,

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52

1985, afirma que a palavra na televisão é tão importante como no jornal impresso, existindo uma

diferença que está na elaboração do texto. No jornal, ele é para ser lido. E lido a qualquer hora do dia ou

da noite. Na televisão, porém, ele é escrito para ser ouvido. Ouvido uma só vez e entendido em

segundos.

CUNHA, 1990, refere que não há padrão de locução nas televisões do Brasil, devido ao

tamanho de nosso país, mas considera que seja básico para o repórter saber falar corretamente e sem

inibição. Segundo o autor, a expressão verbal do repórter deve ser determinante, firme e envolvente, não

devendo a voz contradizer jamais o conteúdo; ao contrario, deve caminhar a seu serviço. Na verdade,

para o autor, mais importante que a voz está a fala, que deve ser clara e definida, com uma articulação

precisa. Ele enfatiza, ainda, o poder da comunicação implícita ou não-verbal, através da qual

informamos uma série de dados de forma paralela ao conteúdo desejado. A mensagem pode ter

diferentes significados, dependendo da entonação, modulação e volume de voz.“O sexo, a idade, o nível

cultural, status, emoções, traços de personalidade e outras variações particulares de cada indivíduo

descobrimos e julgamos intuitivamente e com muito acerto por intermédio da voz”.(p.47)

Dessa forma, espera-se que o jornalista televisivo construa um texto objetivo e fácil de ser

entendido e que ele tenha a preocupação de transmitir essa clareza e toda a sua intenção pessoal

quando fala, pois ”os olhos têm mais paciência que os ouvidos. Os ouvidos ficam desorientados quando

nós os enchemos de detalhes ou lhes contamos uma história de forma monótona” (SQUIRRA,1990,

p.54). Portanto, fazer-se entender deve ser um dos principais objetivos de quem fala para TV

(PATERNOSTRO, 1989 p.21), pois o erro pode ser “cruel e fatal”. A importância atribuída à palavra fica

evidente, também, quando se diz que o repórter deve ser capaz de, com ela, despertar o público da

poltrona “, o que o torna quase um ator “cujo texto, quase sempre escrito por ele mesmo, tem que ser

bem dito, não importa onde se instale o palco (BADARO, 1987).

Os cuidados com a comunicação verbal, portanto, implicam um cuidado com o quê dizer, com o

como dizer e com o quando dizer. Associa-se a esses cuidados implícitos uma das mais importantes

características peculiares ao próprio veiculo, que é a urgência de tempo. Temos, assim, como resultado,

um aumento da responsabilidade do repórter e, conseqüentemente, do stress. Todos esses poontos

devem estar presentes no comportamento diário do repórter, mas não devem jamais transparecer para o

telespectador como uma preocupação, e sim como um elemento a mais que participou do sucesso de

uma reportagem. Caso contrário, quando tal preocupação é excessiva ou transparece para o

telespectador, pode reverter contra o próprio repórter.

“A força, a emoção, o conteúdo, a hesitação, o nervosismo, a verdade e a mentira se ampliam e

repercutem de forma dinâmica e excepcional. (PATERNOSTRO, 1989)

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53

STRESS NO JORNALISMO

Recentemente, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) publicou uma coletânea de pesquisas

e estudos elaborados por sindicatos de jornalistas do país e pela Federação Internacional dos Jornalistas

e algumas universidades brasileiras denominado STRESS E VIOLÊNCIA NO LEAD DA NOTÍCIA,

organizada por AGUIAR,1996. Em seu prefácio, traz algumas afirmações bastante contundentes, no que

diz respeito ao grau de insalubridade relacionado à profissão de jornalista, que divergem bastante da

imagem glamourosa comumente atribuída a ela. Segundo o autor, o jornalismo é uma profissão de morte

precoce, com elevado índice de morte súbita ainda no exercício da profissão, sobretudo por doenças

cardiovasculares. Dentre os vários resultados das pesquisas, destacamos:

• A prevalência de hipertensão entre jornalista é muito superior à de outras profissões

pesquisadas (40,8% contra 25,7%) - estudo apresentado no IV Congresso Brasileiro de Hipertensão -

Recife (PE) - agosto 1995.

• As doenças mais freqüentemente encontradas entre os jornalistas são as cardiovasculares,

neuroses e doenças do aparelho digestivo e, mais recentemente, a LER (lesões por esforços repetitivos),

a qual tem relação direta com a pressão do tempo (Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas

Gerais – 1995).

• Os stressores típicos da profissão são: horários irregulares de trabalho, o que implica horários

irregulares para o sono e alimentação, descanso semanal reduzido e plantões para feriados e fins de

semana, ansiedade constante, prazo de fechamento dos jornais – dead-line - , competição e frustrações.

A característica do próprio trabalho leva à manutenção de tal situação, na medida em que é esperado do

jornalista que esteja na vanguarda da informação, que realize seu trabalho no menor tempo e com o

maior grau de acerto possível (pesquisa realizada pela organização Internacional do trabalho - OIT –

1984) .

• A presença do stress foi verificada em 44,12% de 136 jornalistas e a da insatisfação no

trabalho em 66,91% dos entrevistados (pesquisa realizada pelo Sindicato dos Jornalistas do Ceará, em

outubro 1992).

• 79,5% dos 200 jornalistas entrevistados consideram que o jornalismo favorece o stress

(pesquisa encomendada pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais).

• Dentre os riscos ocupacionais do jornalismo, destacam-se o stress e a sobrecarga psíquica,

inerentes à atividade profissional, o ritmo acelerado e prolongado da jornada de trabalho, a sujeição a

uma divisão hierárquica das tarefas, cujo conteúdo é fiscalizado e conduzido, e o controle das relações

humanas. Acrescentam-se, ainda, a exposição ao ruído e a radiações, os riscos ergométricos e a

exposição a situações periculosas em suas atividades de rua (COUTO 1996) .

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• No perfil de morbi-mortalidade da categoria dos jornalistas, o stress figura como fator

etiológico preponderante e incluem-se os distúrbios comportamentais (vícios, angústias, neuroses), a

hipertensão arterial e as doenças cardiovasculares, além de úlcera péptica, asma e tenossinuvites

(COUTO 1996).

TAREFA DIÁRIA DO JORNALISTA QUE ESTÁ NO VÍDEO

TAREFA PRÉ-GRAVADA

REPORTAGEM

SQUIRRA, (1990), define reportagem como o “conjunto de providencias necessárias à elaboração de

uma matéria. É composta de pesquisa, trabalho de checagem dos dados, entrevista externa e edição das

informações essenciais do fato ocorrido”(p.170}

Os riscos de que acontecimentos que fogem ao seu controle aconteçam e entrem no ar, são menores

quando o repórter sai para fazer uma reportagem de rua. Há um relativo controle por parte do repórter.

O sincronismo entre repórter e cinegrafista está mais garantido e a possibilidade de editar imagem e som

traz mais segurança ao repórter. Entretanto, a pressão de tempo é praticamente a mesma observada em

outras funções. Quando o repórter sai, há um agendamento previamente estabelecido entre a produção

e os entrevistados, que ele deve respeitar. São as chamadas “marcações”. Dessa forma, numa mesma

manhã, por exemplo, ele pode ter 3 ou 4 marcações. Problemas com a primeira marcação podem

comprometer as demais e por em risco a finalização do trabalho no prazo estabelecido. Este prazo

recebe, no meio jornalístico, a denominação “dead-line” que significa corresponde ao prazo final,

necessário para que a matéria esteja pronta de modo a ser aproveitada na próxima edição.

TAREFAS AO VIVO

APRESENTAÇÃO

A atividade do jornalista que apresenta um telejornal é, sempre, acumulada a pelo menos mais uma

função. Em geral, o apresentador também tem a função de editor, durante o período em que não está

apresentando. Isso fornece a ele maior intimidade e comprometimento com a notícia que veiculará, o que

é uma tendência do jornalismo moderno.

A apresentação de um telejornal é realizada dentro de um estúdio próprio para tal fim e envolve um

aparato técnico e de serviços especializados bastante grande. A tarefa do apresentador é anunciar ou

comentar as notícias que fazem parte daquela edição. Para essa atividade, há uma preparação prévia de

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55

texto, ao qual o apresentador tem acesso com antecedência. Ele pode ler e até “ensaiar”. No momento do

“ao vivo” ele terá este mesmo texto para ler da forma mais natural possível, através do tele-prompter, ou

seja, uma tela onde é projetado o texto para que seja lido pelo apresentador.

LINK

A palavra “link”, em tradução direta para o português, significa ligação, conexão. É usada no

telejornalismo, sem tradução, para definir tecnicamente a comunicação existente entre o estúdio e o

transmissor e entre dois transmissores. Trata-se de serviço técnico que permite o envio de sinal de

televisão para transmissão. É também a ligação da emissora com uma unidade geradora de sinal

(imagens ao vivo de uma transmissão de futebol, por ex). (SQUIRRA, 1990, p. 167). Para que seja

possível essa transmissão, é necessária uma Unidade Externa, uma “viatura do gênero furgão, ônibus ou

microônibus, onde é montada uma espécie de miniestação de TV. Tem antena de microondas para

enviar à emissora, ao vivo, imagens captadas pelas câmeras.”(SQUIRRA, 1990, p.172)

As transmissões ao vivo impõem um aumento na responsabilidade do repórter já que não há como voltar

e repetir se algo der errado, como se faz quando uma matéria é gravada. De modo geral, o repórter deve

ser claro, objetivo e correto em curto tempo, sem cometer enganos gramaticais ou perder a fluência. Para

tanto, ele se prepara previamente e procura livrar-se o mais rápido possível daquela situação.

(CUNHA,1990) . Além da preocupação com sua própria performance, o repórter é também responsável

por todo o resto, na medida em que é diretamente atingido se algo não der certo. Todo o aparato técnico

que envolve uma transmissão ao vivo relacionado à imagem e ao som deve funcionar sem

intercorrências. O espaço onde se dará a entrada ao vivo deve ser o mais adequado possível, do ponto

de vista operacional e estético. As incertezas quanto à performance do entrevistado, as mudanças de

última hora, comunicadas pela redação ao repórter, as adversidades climáticas, as adversidades

técnicas, as possíveis falhas humanas de um dos técnicos envolvidos, tudo isso, em última análise, põe

em risco o sucesso da performance.

CARACTERISTICAS DAS EMISSORAS QUE PARTICIPARAM DA PRESENTE PESQUISA2

TV GLOBO SÃO PAULO

A área de cobertura da TV Globo São Paulo vai além da região metropolitana. Seu sinal alcança 61

municípios, atingindo quase 17 milhões de pessoas. Atualmente localizada na zona oeste da capital em

modernas instalações, sua sede espelha a grandeza do município que a abriga. São Paulo, hoje, não

2 As informações aqui apresentadas foram obtidas a partir de material de circulação interna da Central Globo de Jornalismo e da consultoria do jornalista Ivan Renato Rodrigues (editor regional Tv Tribuna - Santos)

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pode ser considerada apenas como uma cidade, mas como uma metrópole que comporta outras

pequenas metrópoles, com características e problemas peculiares. Conta com cerca de 54 jornalistas

trabalhando internamente, na redação, e mais 39 repórteres na rua, para produzir vários jornais. Alguns

desses jornais tem transmissão local, como o Bom dia São Paulo e SPTV1 e 2, alguns tem

transmissão estadual (Globo Esporte e Antena Paulista) e outros tem transmissão nacional (Jornal Hoje

e Jornal da Globo)

TV TRIBUNA SANTOS

Fundada em 01/02/92, a Tv Tribuna Santos cobre 26 municípios da baixada santista, vale do ribeira e

litoral sul, contando, hoje, com uma sucursal em Registro. Essa área de cobertura permite que sua

transmissão atinja perto de 2 milhões de pessoas. Possui uma Unidade Móvel de Jornalismo para

transmissões ao vivo e mais três pontos fixos também para transmissões ao vivo. Um deles, está

instalado em uma das praias da cidade de Santos , outros dois, localizados no campo de futebol da Vila

Belmiro (Santos Futebol Clube) e mais um localizado na Ilha Porchat, em São Vicente. O departamento

de jornalismo da TV Tribuna produz duas edições diárias do Jornal da Tribuna, previsão do tempo e uma

edição diária do Tribuna Esporte. Além disso, produz, em média, 2 boletins diários e um resumo das

notícias do dia, e, ainda, mais dois programas semanais: o Corpo em Ação (esporte) e o Rota do sol

(meio ambiente).

Orientações editoriais dos telejornais locais 1ª edição - SPTV1 e JT1

O telejornal do meio dia recebe, em São Paulo, o nome de SPTV 1ª edição e, em Santos, JORNAL DA

TRIBUNA 1ª edição. Ambos tem, basicamente, a mesma orientação editorial e o mesmo perfil, na

medida em que ambos enquadram-se no conceito denominado JORNALISMO COMUNITÁRIO. Esse

conceito é definido como o canal de comunicação entre cidadãos e autoridades, consistindo em uma

prática democrática e saudável na busca da solução dos problemas e na consolidação da cidadania,

sendo o jornalismo específico da cidade. Pretende dar voz ao cidadão na luta pela garantia de direitos

elementares dos moradores. Esse conceito foi criado e implantado pelo jornalista Amauri Soares, em São

Paulo, em 1997, ocasião em que importantes mudanças aconteceram na Central Globo de Jornalismo

(CGJ). Cada uma das nove emissoras afiliadas existentes até então (Campinas, São Carlos, Ribeirão

Preto, Bauru, Sorocaba, São Jose do Rio Preto, São Jose dos Campos, Presidente Prudente e Santos)

foram reformuladas e reequipadas, com um alto investimento financeiro, para que pudessem ter a

autonomia de produzirem seus próprios jornais locais. Até então o jornal que ia ao ar ao meio dia na

cidade de São Paulo, era produzido com a contribuição das cidades do interior e deveria , portanto,

Page 57: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

57

contemplá-las em sua pauta. Com a autonomia das afiliadas, tanto a capital paulista quanto as emissoras

afiliadas foram beneficiadas. São Paulo pôde produzir um jornal dirigido especificamente à realidade de

uma grande metrópole e as afiliadas puderam produzir, nos mesmos moldes um jornal que melhor

espelhasse a realidade de suas respectivas comunidades. O SPTV 1ª edição estreou em 30/03/98 em

São Paulo, e o JORNAL DA TRIBUNA 1ª edição estreou em 1999. Ambos têm, em média, 45 minutos de

duração e privilegiam informações locais, a prestação de serviços e a defesa do consumidor. São

contemplados, também, temas como cultura, comportamento, profissão/pequenos negócios, economia,

política e turismo, sempre com o foco no interesse da comunidade.

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OBJETIVO

OBJETIVO GERAL

O objetivo principal da presente pesquisa é investigar a influência da tarefa de falar ao

vivo sobre a freqüência cardíaca, os níveis de cortisol, e sobre a voz. Pretende-se, paralelamente,

traçar um perfil de avaliação subjetiva do stress que tal tarefa representa para os sujeitos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Considerando toda a amostra:

1. Comparar a variação fisiológica ocorrida no momento ao vivo com os parâmetros de

normalidade para situação análoga.

Considerando os grupos experimentais:

2. Investigar a variação fisiológica ocorrida nos três tempos experimentais (pré – ao vivo- pós}

3. Investigar a variação fisiológica e psicológica de acordo com a procedência geográfica dos

sujeitos

4. Investigar a variação fisiológica e psicológica de acordo com a situação de trabalho dos sujeitos

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5. Investigar a variação fisiológica e psicológica de acordo com o gênero (quando houver

diferenças significantes entre os grupos de acordo com a procedência geográfica ou situação de

trabalho).

METODOLOGIA

AMOSTRA

Participaram desta pesquisa, 32 jornalistas3 (8 apresentadores e 24 repórteres) funcionários de duas

empresas de telecomunicações, uma localizada na cidade de São Paulo e outra localizada na cidade de

Santos, interligadas pelo sistema de rede. Buscando obter uma maior uniformidade na amostra,

decidimos investigar uma única Rede de Televisão, considerando que garantiríamos, assim, o mesmo

padrão de qualidade técnica, o mesmo padrão de cobrança por qualidade de serviços e, ainda, a mesma

direção editorial. Optamos, por facilidade de acesso, pela REDE GLOBO DE TELEVISÃO, através da

CENTRAL GLOBO DE JORNALISMO (CGJ), sediada na cidade de São Paulo (TV GLOBO - SÂO

PAULO). Os sujeitos provenientes desta empresa compuseram o que denominamos GRUPO SÃO

PAULO. Para verificarmos os efeitos de uma possível sobrecarga de stress, típica das grandes

metrópoles, entre sujeitos da capital paulista, incluímos em nossa amostra também um grupo oriundo de

uma cidade de médio porte, pertencente a uma emissora afiliada da mesma rede e que cobre o litoral

paulista (TV TRIBUNA - SANTOS) . Os sujeitos que compuseram esse grupo foram denominados

3 Como utilizamos variáveis fisiológicas que apresentam variações circadianas ao longo do dia, como o cortisol e a freqüência cardíaca (GUECHOT et al, 1982; PETERS et al, 1982; LAUDAT et al, 1988), a quantidade total de sujeitos na presente amostra ficou limitada ao número de sujeitos disponíveis dentro da situação experimental proposta. Em outras palavras, podemos dizer que nossa amostra é composta pela quase totalidade de sujeitos disponíveis que se enquadraram nos critérios amostrais.

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GRUPO SANTOS. Dessa forma, mantivemos padronizados os critérios amostrais que dizem respeito à

qualidade técnica, profissional e editorial.

Além da divisão por procedência geográfica, pudemos dividir os sujeitos em mais dois grupos,

considerando a situação de trabalho na qual se encontravam . O primeiro grupo, denominado GRUPO

APRESENTAÇÃO, incluiu os sujeitos que tinham a função de apresentar o jornal a partir do estúdio

localizado na própria emissora. O segundo, chamado GRUPO LINK contemplou a situação de link, na

qual o sujeito tem a função de atuar como repórter numa situação ao vivo, fazendo entrevistas ou

transmitindo uma notícia importante, diretamente do local onde ela está acontecendo ou acabando de

acontecer. Dessa forma, esses sujeitos atuaram sempre fora da emissora. A proporcionalidade da

composição desses dois grupos reflete o universo do qual foram extraídos os sujeitos , no qual há

sempre mais repórteres do que apresentadores.

Foram considerados critérios de inclusão para participação neste experimento:

(a) gozarem de boa saúde física e mental,

(b) serem funcionários da REDE GLOBO DE TELEVISÃO (São Paulo) ou da TV TRIBUNA (Santos)

(c) trabalharem como repórteres para o telejornal local no horário de 12h, e

(d) terem sido escalados para tarefa de fala ao vivo no dia do experimento.

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MATERIAIS e INSTRUMENTOS:

Para a coleta de dados, foram utilizados alguns materiais , (como frequencímetro, coletor de saliva,

gravador de voz em MD, entre outros) , e alguns instrumentos (como o protocolo de Ansiedade-Estado,

a Lista de Sintomas de Stress, o Bepatya, entre outros) , os quais serão descritos a seguir:

1) PARA CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

QUESTIONÁRIO DE CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA (ANEXO 1) Trata-se de um protocolo que

se presta a identificar os sujeitos e verificar os critérios amostrais, através de questões preenchidas

pela própria examinadora. Permite levantar dados sobre idade, sexo, tempo de profissão, tempo na

função e experiência previa com função similar (rádio)

2) PARA AVALIAÇÃO DAS VARIÁVEIS FISIOLÓGICAS

Foram consideradas variáveis fisiológicas a Freqüência Cardíaca, o Cortisol e a Voz

2.1) FREQÜÊNCIA CARDÍACA: Para a avaliação da freqüência cardíaca durante todo o período

(antes, durante e depois da situação ao vivo) foi utilizado o Freqüencímetro POLAR modelo

S410, o qual captou o ritmo de batimentos por minuto (bpm) e os registrou a cada 2 minutos. Ele

é composto por um transmissor instalado em uma tira de material emborrachado dotada de

eletrodos que é colocada diretamente sobre a pele do tórax do sujeito e fixada por uma tira

elástica. Além desse “cinturão” transmissor, o equipamento também é composto por um

receptor, uma espécie de relógio o qual, além de registrar os batimentos por minuto, armazena

os dados. Esse receptor foi instalado no pulso esquerdo do sujeito no momento pré (11h) e

desligado e retirado no momento pós (14h). Esse equipamento vem acompanhado de um CD

que contém um programa (SONIK LINK) que permite que os dados registrados durante todo o

período, sejam descarregados posteriormente em um micro-computador, e organizados na

forma de um gráfico que correlaciona o número de batimentos por minuto ao tempo de registro.

Dessa forma, nos foi possível obter valores a cada 2 minutos, a partir do momento da instalação

(momento pré) até o momento da desativação (pós). Assim, nos ficaram disponíveis as

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62

medidas numéricas de um período aproximado de 3 horas (figura 1). Esses registros foram

posteriormente organizados e considerados os momentos correspondentes ao período

antecipatório, experimental e de recuperação. Inúmeros autores, KNIGHT & BORDEN, 1979;

KIRSCHBAUM, PIRKE & HELLHAMMER, 1993, HENNIG, LASCHEFSKI & OPPER, 1994,

SHIMIDT OTT et al (1988) ROY, KIRSCHBAUM & STEPTOE (2001); PALMERO et al (2001) ,

organizam assim sua coleta e avaliação de dados. No nosso modele, consideramos:

2.1.1 FREQUENCIA CARDÍACA NO MOMENTO PRÉ: consideramos a primeira medida

obtida a partir da ativação do frequencímetro . O momento pré corresponde ao que a

literatura chama de período preparatório , (análogo ao “estado de alerta” na teoria de

stress), e ocorreu sempre em torno de 11h da manhã, o que equivale a aproximadamente

1 hora antes da performance ao vivo.

2.1.2 FREQUENCIA CARDÍACA NO MOMENTO AO VIVO: consideramos a maior

medida obtida no período em que o sujeito se encontrava falando ao vivo , e a

denominamos “medida de pico”. O momento ao vivo corresponde ao que a literatura chama

de período experimental, (ou “estado de reação” na teoria de stress), e ocorreu sempre em

algum momento entre 12h e 12h 45m, dependendo da ordem de entrada ao vivo do

sujeito, no telejornal.

2.1.3 FREQUENCIA CARDÍACA NO MOMENTO PÓS: consideramos a última

medida obtida antes da desativação do frequencímetro. O momento pós corresponde ao

que a literatura chama de período de recuperação (também denominada “fase refratária” na

teoria de stress), e aconteceu, sempre, pouco mais de 1 hora após o término do jornal, ou

seja, às 14h).

2.1.5 PRESENÇA DE MAIOR PICO DE FREQUENCIA CARDÍACA NO MOMENTO

“AO VIVO”: : nessa variável procuramos verificar se o maior pico de freqüência cardíaca

acontecia exatamente no momento da fala ao vivo ou não.

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FIGURA 1: Gráfico obtido pelo oprograma PC COACH SONIK LINK com registros de freqeuncia cardíaca de um repórter a cada 2 minutos. É possível observar um pico de maior valor , aproximadamente no tempo 1h30m. Esse tempo corresponde ao exato momento de entrada ao vivo do repórter.

2.2 CORTISOL:Para a obtenção das amostras de cortisol, foi utilizado um dispositivo apropriado para

coleta denominado SALIVETTE - Sarstedt®. Este dispositivo é composto por um rolete de algodão

esterilizado, o qual fica contido em um tubo plástico. O sujeito foi instruído a mastigar o rolete de algodão

por um minuto, período após o qual o rolete foi recolocado no tubo plástico e congelado a –20°C.

Posteriormente, estas amostras foram enviadas a um laboratório especializado em dosagens hormonais

(CRIESP – Central de Radioimunoensaio de São Paulo ) onde foram descongeladas, centrifugadas e

dosadas quanto ao nível de cortisol salivar , através do método radioimunoensaio “like” – agente

marcador: “Európio”. Foram coletadas amostras de saliva em três momentos diferentes

2.2.1 CORTISOL NO MOMENTO PRÉ: esta amostra foi obtida às 11h,

concomitantemente à ativação do frequencímetro

2.2.2 CORTISOL NO MOMENTO AO VIVO: Apesar de ter sido obtida imediatamente

após (às 12h45, horário em que o telejornal era finalizado), e não durante o ao vivo , essa

amostra foi considerada e denominada por nós como CORTISOL NO MOMENTO AO VIVO

.Esta foi a única medida fisiológica que não permitiu a coleta no exato momento ao vivo. As

outras duas medidas (freqüência cardíaca e voz) permitiram.

2.2.3 CORTISOL NO MOMENTO PÓS: essa amostra foi obtida às 14h,

concomitantemente à desativação do freqüencímetro (ver procedimento detalhado, a

2.2.3 PRESENÇA DE MAIOR PICO DE CORTISOL NO MOMENTO “AO VIVO”: : nessa

variável procuramos verificar se o maior pico de CORTISOL acontecia exatamente no

momento da fala ao vivo ou não.

2.3 VOZ:

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64

Devido a problemas técnicos, não pudemos contar com as vozes de 6 (seis) de nossos sujeitos que haviam participado do experimento. Portanto, ao contrario da outras análises que tiveram 32 sujeitos, a análise de voz é baseada no total de 26 sujeitos.

Instrumentos para a coleta : Foram utilizados como instrumentos para a coleta das amostras

de voz :

a) gravador profissional em MINI-DISK marca SONY modelo MZ-R37

b) “minidisks” regraváveis marca SONY

c) microfone LE SON Condenser MP68 o qual foi mantido suspenso na altura da boca do

sujeito pela examinadora, a uma distância de 10 cm, num ângulo de 45º para a coleta.

Procedimento da coleta:

Às 11h - momento pré - foi solicitado aos sujeitos que emitissem um pequeno trecho de fala

(cerca de 20 seg) o qual seria utilizado por eles durante a entrada ao vivo , e que procurassem

falar da mesma maneira que pretendiam falar no momento ao vivo, ou seja, como se estivessem

na situação ao vivo. O mesmo procedimento foi repetido após o período de repouso (14h –

momento pós), Posteriormente, obtivemos o trecho de fala “ao vivo” (momento ao vivo) , através

da cópia para o minidisk, da parte de áudio da fita em BETACAM utilizada para os registros da

emissora. Finalmente, os três momentos foram editados na ordem temporal ( momento pré - ao

vivo - pós) no minidisk para que pudessem ser utilizados para a análise acústica e perceptivo-

auditiva .

Análise acústica

Instrumentos para análise

A análise acústica foi realizada pelo software DR SPEECH SCIENCE versão 4.0 a partir das

amostras de vozes coletadas durante o experimento. Essas amostras, originalmente, contavam

com cerca de 20 segundos, em média, cada uma. Para a avaliação acústica, consideramos

apenas parte deste material, tendo como critério a escolha de trechos que cujo conteúdo se

repetisse exatamente da mesma forma nos três tempos. Dessa forma, contamos no final com

trechos de cerca de 5 segundos em cada amostra, com o mesmo conteúdo de fala nos

momentos pré, ao vivo e pós. Esses trechos foram analisados pelo módulo REAL ANALYSIS, a

partir do qual obtivemos quatro medidas: Freqüência Fundamental Média, Freqüência

Fundamental Mínima e Freqüência Fundamental Máxima, alem da Extensão Melódica em

Semitons. Essas medidas foram posteriormente subdivididas por sexo, uma vez que as vozes

femininas e masculinas apresentam faixas de distribuição bem específicas, [devido a diferenças

estruturais anatômicas entre os gêneros. Para o propósito da presente pesquisa, optamos por

privilegiar a apresentação dos resultados obtidos pela FFREQUENCIA FUNDAMENTAL MÉDIA ,

no capítulo RESULTADOS. As demais subvariávies (freqüência fundamental máxima, mínima e

semitos) são apresentadas no ANEXO 12.

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A fim de obtermos dados mais descritivos relacionados à utilização da voz e da fala na situação “ao vivo”,

foi realizada também, paralelamente à avaliação acústica, uma análise perceptivo auditiva a partir das

amostras originais de voz ( com cerca de 20 segundos cada). Esta avaliação foi realizada por um grupo

de 4 juízes treinados com formação em fonoaudiologia, e responsáveis pelo serviço de fonoaudiologia

das emissoras da Rede Globo de Televisão nos estados de Pernambuco, Minas Gerais, Brasília e Rio de

Janeiro. Todas possuíam experiência profissional média de 15 anos, com tempo de trabalho médio na

área de voz de 13 anos e na área de voz profissional, de 7 anos. Os juízes receberam dois protocolos

desenvolvidos para esse fim e os preencheram individualmente após ouvirem cada voz separadamente.

Primeiramente, ouviram o momento ao vivo e preencheram o primeiro protocolo “AVALIAÇÃO DA

EMISSÃO PROFISSIONAL” (ANEXO 2), o que nos permitiu traçar um perfil da emissão ao vivo do

grupo. Esta avaliação contemplou três parâmetros principais: Os parâmetros convencionais (qualidade

vocal, ressonância pitch, loudness, articulação, coordenação pneumo-fono-articulatória e fluência) , os

parâmetros interpretativos ( velocidade, pausas, ênfases e curva melódica) e os parâmetros

psicodinâmicos ( agradabilidade, confiabilidade, naturalidade e segurança) . Após o preenchimento do

primeiro protocolo , passou-se ao segundo, denominado “PRESENÇA/AUSÊNCIA DE ALTERAÇÕES

NOS PARÂMETROS ANTERIORMENTE AVALIADOS, EM RELAÇÃO AO TEMPO (PRÉ – PÓS)

“(ANEXO 3) . Os juizes deveriam avaliar se a voz do momento pré e do momento pós apresentavam

alterações em algum parâmetro em relação ao momento ao vivo. Por se tratar de avaliação subjetiva e

por apresentar um conteúdo técnico bastante específico da fonoaudiologia, ,os resultados da análise

percetivo-auditiva, não serão apresentados no capítulo RESULTADOS. Neste capítulo, apresentaremos

apenas os resultados da avaliação acústica, uma vez que se utiliza de medição objetiva e, portanto,

apresenta valores comparáveis aos obtidos pelas medições de freqüência cardíaca e de cortisol. Os

resultados e discussão comentada da avaliação perceptivo auditiva encontram-se no ANEXO 4.

2.3.1 PRESENÇA DE MAIOR PICO DE FREQUENCIA FUNDMENTAL MÉDIA NO MOMENTO

“AO VIVO”: : nessa variável procuramos verificar se o maior pico de FREQUENCIA

FUNDAMENTAL MÉDIA acontecia exatamente no momento da fala ao vivo ou não.

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66

3) PARA AVALIAÇÃO DAS VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS

A avaliação cognitiva foi realizada, considerando-se dois níveis: o nível situacional, (o qual

buscou quantificar o nível de ansiedade e o de stress subjetivos, relacionados à situação

experimental, portanto considerando prioritariamente o momento presente) e o nível estrutural (o

qual buscou levantar um perfil psicológico com informações sobre os estilos característicos de

comportamento perante determinadas situações de vida.

• 3.1 NÍVEL SITUACIONAL:

3.1.1. STAI- State-Trait Anxiety Inventory (ANEXO 5) Esse instrumento compõe-se de uma

escala de auto-relatório elaborada para medir traço ou estado de ansiedade. No presente

estudo, utilizamos o inventário de ansiedade-estado (STAI-STATE), composto de 20

afirmações que requerem dos sujeitos a descrição de como se sentem no momento atual,

concordando ou não com as afirmações, da seguinte forma: 1=não , 2=um pouco, 3= bastante,

4=totalmente. A amplitude de escores possíveis para esse formulário varia de um mínimo de

20 até o máximo de 80 pontos, sendo que os escores altos indicam alta ansiedade e os

escores baixos, baixa ansiedade. SPIELBERG; GORSUCH & LUSHENE (1979)

3.1.2 NSA - Nível de Stress Atribuído (ANEXO 6) Trata-se de pequeno questionário

elaborado exclusivamente com a finalidade de levantar dados sobre o nível de stress

atribuído pelo sujeito à tarefa de falar ao vivo. É composto por 3 questões que solicitam do

sujeito a quantificação subjetiva do stress que sente, considerando três situações distintas: :

1 – NÍVEL DE STRESS GERAL:: (os sujeitos deveriam considerar quanto stress a situação de

falar ao vivo lhes causava, de uma maneira geral, considerando a média de stress vivenciado

em situações similares em sua carreira. Esse protocolo foi aplicado no momento pré , ou seja

às 11h - 2 – NÍVEL DE STRESS ANTES : os sujeitos deveriam considerar quanto stress

estavam sentindo no presente momento, ou seja, uma hora antes de sua entrada ao vivo,

baseados na percepção de si mesmos e na pauta dos assuntos a serem tratados no ao vivo.

Esse protocolo foi aplicado no momento pré; 3 – NÍVEL DE STRESS DEPOIS : deveriam

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avaliar quão stressante foi, de fato, a situação de fala ao vivo que acabou de acontecer,

baseados na percepção de si mesmos e nas adversidades ocorridas. Tal protocolo foi aplicado

no momento imediatamente após o encerramento do telejornal e concomitantemente à coleta

da segunda amostra de saliva. Esse instrumento oferece cinco possibilidades de respostas:

nenhum pouco, razoável, muito e extremo stress.

3.1.3 NSP - Nível de Satisfação com a Performance (ANEXO 7) – Com apenas uma única

questão, solicita-se ao sujeito que atribua o nível de satisfação com sua própria performance. Tal

questão foi respondida pelos sujeitos no momento imediatamente após o ao vivo, e concomitante a

coleta da segunda amostra de saliva. Da mesma maneira que o anterior, oferece cinco possibilidades

de respostas: nenhuma satisfação, pouca satisfação, razoável, muita ou extrema satisfação.

3.2 NÍVEL ESTRUTURAL

3.2.1 LSS - Lista de sintomas de stress –LSS / VAS (ANEXO 8): Trata-se de uma lista contendo

59 itens referentes a possíveis sintomas de stress. Ela abrange sintomas fisiológicos, emocionais,

cognitivos e sociais. O sujeito deverá indicar a freqüência com que ocorrem os sintomas que

sentem, utilizando a escala de (0) nunca, (1) raramente (2) freqüentemente e (3) sempre. Após

indicar a freqüência, o sujeito deverá indicar também a intensidade desses sintomas marcando um

“x” numa escala digital medindo 10 centímetros. Os dois pólos dessa reta devem ser entendidos

como a mínima e a máxima possibilidade, ou seja, o pólo da esquerda indica a mínima intensidade e

o pólo da direita, a máxima intensidade. O valor numérico em centímetros é obtido posteriormente,

com auxilio de uma régua. Esse instrumento nos fornece dados sobre a presença de sintomas ( até

10 sintomas assinalados = baixo; 11 a 20 sintomas assinalados = médio e mais que 20 sintomas

assinalados = alto); a freqüência de sintomas ( 0 a 12 pontos = inválido; 13 a 59 pontos = baixa; 60

a 118 = média e mais que 118 pontos = alta ) e finalmente a intensidade dos sintomas (0 a 3,33 =

baixa; 3,34 a 6,66 = média e mais que 6,66 = alta). O nível geral de stress é obtido a partir de uma

tabela com as combinações possíveis de presença , freqüência e intensidade. Esse instrumento foi

desenvolvido por VASCONCELLOS (1982) a partir de uma lista elaborada e validada no Max Planck

Institut da Alemanha e, posteriormente acrescida de alguns itens do “QUESTIONÁRIO DE STRESS

DO PSICÓLOGO NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL” de COVOLAN (1989). Sua mais recente

atualização foi feita por VASCONCELLOS (2001).

Ø 3.2.2 BEPATYA - Behavior Patterns Type A (ANEXO 9): Trata-se de um instrumento

desenvolvido pelo Projeto Stress do Instituto Alemão para o avanço da Ciência (Max Planck) –(

Page 68: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

68

VASCONCELLOS & BRENGELMANN, 1985), traduzido e adaptado para o português e validado

para a população brasileira por VASCONCELLOS (1991). Tal questionário, que investiga

padrões de comportamento frente a situações gerais da vida teve por base as pesquisas de

ROSEMAN e col (1975) sobre o comportamento Tipo A e as doenças cardiovasculares. É

composto por uma lista de 21 afirmações com as quais os sujeitos podem ou não concordar,

assinalando seu grau de concordância da seguinte maneira : 0=nunca, 1= bem pouco, 2= pouco,

3 = médio, 4 = bastante e 5 = totalmente.

PROCEDIMENTO DA COLETA DE DADOS

SITUAÇÃO DE APRESENTAÇÃO

Para monitorar o processo psico-fisiológico de stress entre jornalistas numa situação de apresentação

não foi necessária a saída da redação, uma vez que a apresentação do jornal é emitida ao vivo a partir do

estúdio localizado na própria emissora. A abordagem e todo o procedimento, entretanto, foram

exatamente os mesmos executados com os repórteres no link, conforme descrição, a seguir:

SITUAÇÃO DE LINK

Para que fosse possível monitorar o processo psico-fisiológico de stress entre jornalistas numa situação

de fala ao vivo eminentemente real, foi preciso que a pesquisadora acompanhasse cada um dos sujeito

em sua atividade profissional de rotina, ou seja, durante todo o processo que antecede e sucede o link.

Dessa forma, chegávamos à redação por volta de 9h , saíamos com a equipe de reportagem às 10h ,

dirigíamo-nos ao local previamente designado pela produção e retornávamos por volta de 15h. Todas as

atividades desenvolvidas pelo sujeito, durante o período em que estava monitorado, foram anotadas pela

examinadora de modo a identificar possíveis variações devido a fatores externos (como esforços físicos

ou reações emocionais decorrentes de problemas alheios ao contexto experimental).

Page 69: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

69

ABORDAGEM DETALHADA

A coleta de dados deu-se no período de agosto de 2001 a fevereiro de 2002. A participação dos sujeitos

foi voluntária , expressa verbalmente e por escrito através da assinatura do Termo de Consentimento (

ANEXO 10) após convite da pesquisadora. O contato era feito algumas horas antes de sua saída para

sua tarefa de fala ao vivo (no caso do link) ou logo após sua chegada na redação (no caso dos

apresentadores). A seleção do sujeito baseou-se apenas na disponibilidade da escala preparada pela

produção no dia anterior, de modo que nem o jornalista nem a pesquisadora sabiam quem seria sujeito

naquele dia. Vale salientar que, além de não ter havido escolha prévia de sujeitos, também não houve

seleção de pautas, uma vez que nosso interesse era retratar o cotidiano da atividade jornalística. Dessa

forma, não foram previamente escolhidos as pautas mais interessantes ou mais “emocionantes” nem

tampouco os repórteres tidos como mais reativos psicologicamente. Todo o procedimento aconteceu no

curso da jornada de um dia de trabalho do jornalista.

A abordagem dos sujeitos foi realizada em QUATRO momentos distintos, em um modelo adaptado,

nesta pesquisa, a partir do protocolo TSST (Trier social stress test) de KIRSCHBAUM; PIRKE &

HELLHAMMER, (1993) :

1º momento: (1 hora anterior à situação de fala) 11h - momento pré

Ø Colocação do medidor de freqüência cardíaca Freqüencímetro POLAR.

Ø Coleta de amostras de voz a partir de pequeno trecho de elocução profissional, o qual seria usado

posteriormente na situação real para posterior análise acústica. O sujeito foi solicitado a emitir o

trecho conforme o faria na situação real.

Ø Coleta de amostra de saliva.

Ø Aplicação do instrumento para caracterização da amostra

Ø Aplicação do instrumento que avalia o grau de stress atribuído na presente situação (NSA – GERAL

e NSA - ANTES)

Ø Aplicação dos instrumentos que avaliam a ansiedade- estado (Stai-STATE)

2º momento (durante o discurso) – entre 12h e 12:45 - momento do ao vivo

Ø Registro do jornal em fita BETACAM

3º momento (imediatamente após o discurso) 12h45 - momento imediatamente após

Ø Coleta de amostra de saliva.

Page 70: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

70

Ø Aplicação do instrumento de avaliação subjetiva da performance: (NSA – DEPOIS e NSP)

4º momento ( 1 hora após a situação experimental) 14h - momento pós

Ø Coleta de amostras de voz a partir de pequeno trecho de elocução profissional o qual foi usado na

situação real para posterior análise acústica e perceptivo-auditiva . Da mesma forma que a primeira

amostra, o sujeito foi instruído a emitir o trecho como na situação real.

Ø Coleta de amostra de saliva.

Ø Aplicação dos instrumentos LSS e BEPATYA

Page 71: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

71

ESCOLHA DAS PROVAS ESTATÍSTICAS

Como nossas variáveis experimentais foram genuinamente intervalares (freqüência cardíaca,

cortisol e freqüência fundamental da voz) ou possuíam um correspondente intervalar numérico (STAI,

NSA, NSP, LSS e BEPATYA), optamos pela utilização do teste t de Student . Por se tratar de um teste

paramétrico, e, portanto um teste mais poderoso no que diz respeito à verificação das hipóteses,

julgamos acertada sua utilização para verificação das diferenças de Médias ou de Porcentagens.

Considerando que o modelo experimental da presente pesquisa não utilizou métodos invasivos

nem dolorosos, nem tem poder decisório foi utilizado o nível de significância alfa = 0,05 nos testes de

hipóteses.

Embora eleito o nível alfa = 0,05, para a decisão dos Testes de Hipótese, ao se fornecer os

resultados dos mesmos, sempre será apresentada a probabilidade a eles associadas, de modo que se

permita a aceitação ou rejeição da hipótese nula ,conforme seu próprio julgamento .

Para a comparação dos grupos formulamos a seguinte hipótese:

HIPÓTESE NULA: A hipótese nula procurou verificar se as amostras pertenciam à mesma população ,

propondo que não houvessem diferenças significantes entre elas em relação aos tempos experimentais

(pré – ao vivo – pós), nem por procedência geográfica (GRUPO CAPITAL X GRUPO INTERIOR) e nem

por situação de trabalho (GRUPO APRESENTAÇÃO X GRUPO LINK).

Os índices gerais da AMOSTRA TOTAL, e as variáveis demográficas, assim como a listagem de itens

mais ou menos prevalentes em alguns instrumentos (STAY, LSS e BEPATYA), compõe uma dimensão

especificamente descritiva.

Page 72: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

72

RESULTADOS

A seguir, apresentamos os resultados obtidos durante o experimento. Para melhor organização dos

dados, dividimos a apresentação em duas partes. Na PARTE 1, que busca dar uma visão panorâmica do

grupo e do experimento, apresentamos os dados demográficos e os resultados das variáveis

experimentais obtidos quando consideramos a AMOSTRA TOTAL, comparados aos parâmetros de

normalidade, citados pela literatura para fins exclusivamente descritivos e ilustrativos. Dessas forma,

esses dados não são acompanhados de análise estatística. A PARTE 2 é mais específica e minuciosa.

Nela são apresentados os resultados das variáveis experimentais. Considerou-se, nessa parte, a relação

entre os tempos experimentais (análise intragrupos), buscando a verificação da influência da tarefa.

Também considerou-se a divisão de grupos por PROCEDENCIA GEOGRÁFICA e por SITUAÇÃO DE

TRABALHO (análise intergrupos) , buscando diferenças específicas entre os grupos. Todos os resultados

da Parte 2 são acompanhados de análise estatística.

Page 73: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

73

RESULTADOS

PARTE 1

Apresentamos a seguir os resultados obtidos para as VARIÁVEIS DEMOGRÁFICAS, os quais serviram

para caracterizar a amostra, seguido dos resultados em NÍVEL GERAL (considerando-se toda a amostra,

ou seja, considerando-se todos os sujeitos procedentes de São Paulo e de Santos, independente da

situação de trabalho em que se encontravam), obtidos em cada uma das variáveis experimentais. Para

análise dos resultados em Nível Geral, consideramos os resultados obtidos no momento tarefa, ou seja,

no momento ao vivo, ocasião na qual os sujeitos se encontravam na posição em pé (grupo Link) ou

sentados (grupo Apresentação), porém de forma estática, sem movimento. A única tarefa, no momento

experimental, era “falar”, não havendo qualquer interferência de estimulação física ou bioquímica.

Dessa forma, selecionamos os resultados obtidos nessas condições e os comparamos ao que é

esperado em situação análoga (ou seja, em situação corporal estática, porém sem tarefa de fala) .

Page 74: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

74

RESULTADOS PARTE 1

VARIÁVEIS DEMOGRÁFICAS

Para caracterização da amostra, foram consideradas na presente pesquisa as variáveis, idade, sexo,

tempo de profissão e tempo na função e, ainda, experiência prévia em função similar. Passaremos, a

seguir, a descrição de cada uma dessas variáveis, considerando sempre, primeiramente, a procedência

geográfica dos sujeitos (os sujeitos provenientes da capital paulista constituíram o que denominamos

grupo São Paulo e os sujeitos provenientes da cidade de Santos, constituíram o grupo Santos) e,

posteriormente, a situação de trabalho em que se encontravam os sujeitos quando participaram do

experimento (os sujeitos que apresentavam o telejornal constituíram o grupo Apresentação e os que

estavam no “link” constituíram o grupo Link). As tabelas apresentadas, aqui, obedecem, portanto, a esta

ordem de apresentação e todas são identificadas por uma letra que antecede o número da mesma. Tal

letra corresponde à variável a que diz respeito, no caso , letra A de Amostra:

Page 75: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

75

1) IDADE

As idades dos sujeitos variaram de 24 a 55 anos. Apresentamos, na tabela A1, as médias e desvios

padrão das IDADES, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos:

Tabela A1: Média e desvio padrão das IDADES, considerando-se a procedência geográfica dos

sujeitos:

SÃO PAULO

(em anos)

SANTOS

(em anos)

TODA A AMOSTRA

(em anos)

M 35,4 31,2 33,7

DP 8,89 5,56 7,53

N 19 13 32

Observa-se que as médias de idades dos sujeitos do grupo São Paulo e do grupo Santos são bastante

parecidas, estando o grupo São Paulo com valores um pouco superiores . A seguir, apresentamos na

tabela A2 a comparação estatística desses valores.

Tabela A2: Análise estatística das médias e desvios padrão das idades, considerando-se a procedência

geográfica dos sujeitos:

G.L> /t/ P conclusão

30 1,643 P>0,10 n.s4.

Conforme observamos na tabela A2, as diferenças de idade entre os grupo não são significantes.

Quando se analisa a distribuição da média das idades, considerando-se a situação de trabalho dos

sujeitos (grupo Apresentação x grupo Link), encontramos a seguinte distribuição dos dados, conforme a

tabela A3:

4 Será utilizada a sigla n.s. sempre que os resultados obtidos foram considerados estatisticamente não significantes

Page 76: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

76

TABELA A3: Média e desvio padrão para a variável IDADE, considerando-se a situação de trabalho

dos sujeitos:

APRESENTAÇÃO

(em anos)

LINK

(em anos)

M 33,3 33,9

DP 8,38 7,90

N 8 24

Observa-se que as médias das idades verificadas para o grupo Apresentação e para o grupo Link são

bastante parecidas, estando ambas na faixa de 33 anos. A seguir, apresentamos a comparação

estatística desses dados.

TABELA A4: Análise estatística das médias e desvios padrão para a variável IDADE, considerando-se a

situação de trabalho dos sujeitos:

G.L. /t/ P Conclusão

30 0,178 P>0,10 n.s.

Conforme podemos observar na tabela acima , a diferença de médias das idades dos grupos

Apresentação e Link, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos, não é estatisticamente

significante.

2) SEXO

Page 77: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

77

Apresentamos, na tabela A5, a distribuição dos sujeitos por SEXO , considerando-se a procedência

geográfica dos sujeitos:

TABELA A5: Distribuição dos sujeitos por SEXO, considerando a procedência geográfica:

SEXO SÃO PAULO

%

SANTOS

%

TODA A AMOSTRA

%

Feminino 21,1 53,8 34,4

Masculino 78,9 46,2 65,6

N 19 13 32

Observa-se que a participação dos sexos no grupo Santos é equilibrada (53% feminino e 46,2%

masculino) . Já no grupo São Paulo a participação masculina é bem maior do que a feminina (78,9%e

21,1%, respectivamente). A figura A1 ilustra a distribuição dos sexos entre os grupos:

21,1

78,9

53,846,2

01020304050607080

%

São Paulo Santos

Sexo procedência geográfica

FemininoMasculino

Figura A1: Distribuição do sujeitos para a variável SEXO, conforme a procedência geográfica

A seguir, apresentamos, na tabela A6, os resultados da comparação estatística desses valores:

Page 78: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

78

Tabela A6: Análise estatística da distribuição dos sujeitos por SEXO, considerando a procedência

geográfica.

G.L. /t/ P conclusão

30 1,909 P>0,005 n.s.

Conforme observamos na tabela A6, a diferença de distribuição dos sujeitos por sexo, considerando-se a

procedência geográfica dos sujeitos, não é estatisticamente significante.

Quando se analisa a distribuição dos sexos, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos (grupo

Apresentação x grupo Link), encontramos a seguinte distribuição dos dados, conforme a tabela A7:

TABELA A7: Distribuição dos sujeitos por SEXO, considerando a situação de trabalho:

SEXO APRESENTAÇÃO

%

LINK

%

Feminino 50,0 29,2

Masculino 50,0 70,8

N 8 24

Conforme podemos observar na tabela anterior, o grupo Apresentação tem uma distribuição equilibrada

entre os sexos (50% de cada sexo). Já o grupo Link tem a maioria dos seus sujeitos pertencentes ao

sexo masculino (70,8%) e apenas 29,2% ao sexo feminino. A figura A2 ilustra esta distribuição:

Page 79: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

79

50,0 50,0

29,2

70,8

01020304050607080

%

Apresentação Link

Sexo situação de trabalho

FemininoMasculino

Figura A2: Distribuição dos sujeitos para a variável SEXO, conforme a situação de trabalho.

A seguir, apresentamos, na tabela A8, os resultados da comparação estatística desses dados:

TABELA A8: Análise estatística da distribuição dos sujeitos por SEXO, considerando-se a situação de

trabalho:

G.L> /t/ P conclusão

30 1,042 P>0,10 n.s.

Como podemos observar na tabela acima, a diferença de distribuição por sexos, considerando-se a

situação de trabalho dos sujeitos, não é estatisticamente significante.

Page 80: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

80

3) TEMPO DE PROFISSÃO

Os sujeitos pesquisados estavam formados em jornalismo há um período de tempo que variou entre 3 e

35 anos. A seguir, apresentamos, na tabela A9, as médias e desvios padrão obtidos para a variável

TEMPO DE PROFISSÃO, conforme a procedência geográfica dos sujeitos:

Tabela A9: Média e desvio padrão obtidos para a variável TEMPO DE PROFISSÃO, considerando-se a

procedência geográfica dos sujeitos:

SÃO PAULO

(em anos)

SANTOS

(em anos)

TODA A AMOSTRA

(em anos)

M 14,8 7,8 11,9

DP 8,99 5,00 7,36

N 19 13 32

Observam-se valores maiores para o grupo São Paulo do que para o grupo Santos , os quais estão

ilustrados na figura A3:

14,8

7,8

0

5

10

15

anos

São Paulo Santos

Tempo de Profissãoem anos

Figura A3: Médias obtidas para a variável TEMPO DE PROFISSÃO, conforme a procedência geográfica

Page 81: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

81

Apresentamos, na tabela A10, o resultado do estudo estatístico das diferenças de Tempo de Profissão

apresentadas anteriormente:

Tabela A10: Análise estatística das médias e desvios padrão obtidos para a variável TEMPO DE

PROFISSÃO, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos:

G.L. /t/ P conclusão

30 2,817 0,01>p>0,002 significante

Conforme os dados apresentados na tabela anterior, podemos observar que a diferença de tempo de

profissão verificada entre os grupos São Paulo e Santos são significantes.

Quando se analisa a distribuição da média do TEMPO DE PROFISSÃO, considerando-se a situação de

trabalho dos sujeitos (grupo Apresentação x grupo Link), encontramos as seguinte distribuição dos

dados, conforme a tabela A11:

Tabela A11 : Médias e desvios padrão obtidos para a variável TEMPO DE PROFISSÃO , considerando-

se a situação de trabalho dos sujeitos:

APRESENTAÇÃO

(em anos)

LINK

(em anos)

M 9,6 12,8

DP 9,69 7,83

N 8 24

Observa-se que a média de TEMPO DE PROFISSÃO verificada para o grupo Apresentação é menor que

para o grupo Link. A seguir, apresentamos, na tabela A12, a comparação estatística desses dados.

Tabela A12 : Análise estatística das médias e desvios padrão obtidos para a variável TEMPO DE

PROFISSÃO , considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos:

G.L. /t/ P conclusão

30 0,846 P>0,10 n.s.

Page 82: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

82

Conforme a tabela anterior, verificamos que as diferenças de TEMPO DE PROFISSÃO entre os grupos

Apresentação e Link não são estatisticamente significantes.

4) TEMPO NA FUNÇÃO

Os sujeitos pesquisados estavam atuando na função de apresentadores (grupo Apresentação) ou de

repórteres de link (grupo Link) há um período de tempo que variou entre 5 dias e 35 anos. A seguir,

apresentamos as médias e os desvios padrão obtidos pelos dois grupos para a variável TEMPO NA

FUNÇÃO:

Tabela A13: Média e desvio padrão obtidos para a variável TEMPO NA FUNÇÃO, considerando-se

procedência geográfica dos sujeitos::

SÃO PAULO

(em anos)

SANTOS

(em anos)

TODA A AMOSTRA

(em anos)

M 12,2 5,0 9,3

DP 8,41 4,55 6,84

N 19 13 32

Podemos observar, na tabela A13, que o grupo São Paulo apresenta valores de TEMPO NA FUNÇÃO

bastante superiores ao grupo Santos, conforme está ilustrado da figura A4:

12,2

5

0

5

10

15

anos

São Paulo Santos

Tempo na funçãoem anos

Figura A4: Médias obtidas para a variável TEMPO NA FUNÇÃO, conforme procedência geográfica dos

sujeitos

Page 83: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

83

A seguir, na tabela A14, apresentamos o resultado da análise estatística que comparou esses valores.

Tabela A14: Análise estatística das médias e desvios padrão obtidos para a variável TEMPO NA

FUNÇÃO:

G.L. /t/ P conclusão

30 3,123 0,01>p>0,002 Significante

Podemos observar na tabela acima que a diferença de valores entre o grupo São Paulo e o grupo Santos

para a variável TEMPO NA FUNÇÃO, é estatisticamente significante.

Quando se analisa a distribuição da média do TEMPO NA FUNÇÃO, considerando-se a situação de

trabalho dos sujeitos (grupo Apresentação x grupo Link), encontramos as seguinte distribuição dos

dados, conforme a tabela A15:

Tabela A15 : Médias e desvios padrão obtidos para a variável TEMPO NA FUNÇÃO , considerando-se a

situação de trabalho dos sujeitos:

APRESENTAÇÃO

(em anos)

LINK

(em anos)

M 5,6 10,5

DP 5,95 8,15

N 8 24

Observa-se que o grupo Apresentação possui valores inferiores aos do grupo Link para a variável tempo

na função, conforme ilustra a figura A5:

Page 84: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

84

5,6

10,5

0

5

10

15

anos

Apresentação Link

Tempo na funçãoem anos

Figura A5: Médias obtidas para a variável TEMPO NA FUNÇÃO, conforme situação de trabalho dos

sujeitos

A seguir, apresentamos a comparação estatística desses dados, na tabela A16:

Tabela A16: Análise estatística das médias e desvios padrão obtidos para a variável TEMPO NA

FUNÇÃO, conforme situação de trabalho dos sujeitos.

GL /t/ P Conclusão

30 1,827 P > 0,05 n.s.

Conforme podemos observar na tabela anterior, a diferença de médias observadas entre os grupos de

Apresentação e Link para a variável TEMPO NA FUNÇAO não é estatisticamente significante.

Page 85: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

85

5) EXPERIÊNCIA PRÉVIA:

A Tabela A17 apresenta a distribuição dos sujeitos conforme a existência ou não de EXPERIÊNCIA

PRÉVIA (tarefa similar em rádio):

TABELA A17: Distribuição dos sujeitos para a variável EXPERIÊNCIA PRÉVIA, considerando-se a

procedência geográfica dos sujeitos:

SÃO PAULO

%

SANTOS

%

TODA A AMOSTRA

%

Não 52,7 53,7 53,1

Sim 47,3 46,3 46,9

N 19 13 32

Conforme observamos na tabela A17, quase a metade de ambos os grupos já havia tido alguma

experiência prévia com tarefa similar em rádio. Apresentamos, na tabela A18, a comparação estatística

desses dados:

TABELA A18: Análise estatística da distribuição dos sujeitos para a variável EXPERIÊNCIA PRÉVIA,

considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos:

G.L. /t/ P conclusão

30 0,056 P>0,10 n.s.

Observa-se na tabela acima que a diferença de participação nas categorias sim e não da variável

EXPERIÊNCIA PRÉVIA, entre os grupos São Paulo e Santos, não é .estatisticamente significante.

Quando se analisa a participação na variável EXPERIÊNCIA PRÉVIA considerando-se a situação de

trabalho dos sujeitos (grupo Apresentação x grupo Link) , encontramos a seguinte distribuição dos

dados, conforme a tabela A19:

Page 86: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

86

Tabela A19 : Distribuição dos sujeitos conforme sua participação na variável EXPERIÊNCIA PRÉVIA,

considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos:

Apresentação

%

Link

%

Não 50,0 54,2

Sim 50,0 45,8

N 8 24

Aqui também podemos observar que cerca da metade dos sujeitos de ambos os grupos já havia tido

alguma experiência prévia com tarefa similar em rádio. A seguir, apresentamos na tabela A20 a

comparação estatística desses valores:

Tabela A20 :Análise estatística da distribuição dos sujeitos, conforme sua participação na variável

EXPERIÊNCIA PRÉVIA, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos:

G.L. /t/ P conclusão

30 0,206 P>0,10 n.s.

Observa-se que a diferença de participação dos sujeitos dos grupos Apresentação e Link nas categorias

sim e não da variável EXPERÊNCIA PREVIA, não é estatisticamente significante.

Page 87: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

87

RESULTADOS PARTE 1

NÍVEL GERAL – AMOSTRA TOTAL

A seguir, apresentamos os resultados obtidos considerando-se Toda a Amostra. Serão comparados os

valores encontrados para o momento ao vivo (tarefa), a média dos valores obtidos nos momentos pré e

pós e os valores esperados em situação análoga (ou seja, em situação corporal estática porém sem

tarefa de fala) , para simples descrição e ilustração :

FREQÜÊNCIA CARDÍACA

A tabela G1 apresenta os resultados obtidos para a variável FREQÜÊNCIA CARDÍACA, considerando-se

toda a amostra:

TABELA G1: Média obtida para a variável FREQÜÊNCIA CARDÍACA, considerando-se toda a amostra: Média momento

ao vivo

(bpm)

Média nos momentos

pré e pós

(bpm)

Média citada pela

literatura5

(bpm)

Freqüência cardíaca 123,2

88,2 70

5 Valor obtido em Barros Neto,1999

Page 88: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

88

Podemos observar que o valor médio obtido por toda a amostra no momento ao vivo é 26% superior à

média dos momentos pré e pós e 76% superior ao valor citado pela literatura em situação análoga (ou

seja, em situação corporal estática porém sem tarefa de fala). A figura G1 ilustra esses dados:

123,2

88,270

0

20

406080100

120

140

bpm

Média momento aovivo

Média nos momentospré e pós

Média citada pelaliteratura

FREQÜÊNCIA CARDÍACAcomparação dos níveis obtidos

Figura G1: Comparação dos valores de freqüência cardíaca encontrados para toda a amostra no momento ao vivo, nos momentos pré e pós com os parâmetros esperados em situação análoga

A seguir, apresentamos na figura G2 uma ilustração dos valores obtidos, individualmente, por cada um

dos sujeitos para a variável Freqüência Cardíaca, comparados à média citada pela literatura:

Page 89: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

89

FREQÜÊNCIA CARDÍACAevolução para cada sujeito

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

pré ao vivo pós

Figura G2: Valores obtidos pelos sujeitos para a variável Freqüência Cardíaca, comparados à média citada pela literatura

Page 90: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

90

CORTISOL

A seguir, apresentamos, na tabela G2, os resultados obtidos para a variável CORTISOL:

TABELA G2: Média obtida para a variável CORTISOL considerando-se toda a amostra: Média momento

ao vivo

Ug/100ml

Média nos momentos

pré e pós

Ug/100ml

Média obtida em

situação controle6

Ug/100ml

Cortisol

0,39

0,34

0,55

Observa-se, na tabela G2, que os valores de cortisol obtidos, tanto na situação ao vivo, quanto nos

momentos pré e pós, estão abaixo do esperado em situação análoga. O valor ao vivo está 14,7% acima

dos momentos pré e pós e 41% abaixo da média obtida em situação controle. Apresentamos a seguir na

figura G3, uma ilustração destes dados:

0,39 0,34

0,55

0

0,2

0,4

0,6

Ug/100ml

momento ao vivo momento pré - pós controle

CORTISOLcomparação dos níveis obtidos

Figura G3: Comparação dos valores de cortisol encontrados para toda a amostra, no momento ao vivo e nos momentos pré e pós com os parâmetros esperados em situação análoga

6 Como as referências a valores de normalidade para cortisol na literatura são escassas (a maioria refere-se aos valores plasmáticos) e como os poucos valores encontrados utilizam-se de diferentes unidades de medida, obtivemos o valor apresentado, após análise de cortisol salivar de um grupo de 18 sujeitos, com características demográficas análogas ao grupo experimental, no mesmo horário do experimento (12h50).

Page 91: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

91

A seguir, apresentamos, na figura G4, uma ilustração dos valores obtidos, individualmente, pelos sujeitos

experimentais para a variável Cortisol, comparados à média obtida pelo grupo controle:

CORTISOLevolução para cada sujeito

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

pré ao vivo pós

ug/100ml

estréia em

Figura G4: Valores obtidos pelos sujeitos para a variável Cortisol, comparados à média obtida pelo grupo-controle

Page 92: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

92

VOZ MASCULINA

A tabela G3 apresenta os resultados obtidos para a variável VOZ - FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL

MÉDIA MASCULINA:

TABELA G3: Média obtida para a variável VOZ - FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÉDIA MASCULINA considerando-se toda a amostra: Média momento

ao vivo

Hz

Média nos momentos

pré e pós

Hz

Média citada pela

literatura 7

Hz

VOZ - FREQÜÊNCIA

FUNDAMENTAL MÉDIA

MASCULINA

180,5

165,4

113

Podemos observar que o valor médio obtido por toda a amostra no momento ao vivo é 9,2% superior à

média dos valores obtidos nos momentos pré e pós e 59,7% superiores aos valores citados na literatura.

A figura G5 ilustra esses dados:

7 Valor obtido em BEHLAU,2001 (p.139). Apesar de não ter valor estatístico, uma vez que os valores controle e experimental foram obtidos em circunstancias diferentes e com material de fala diferentes, apresentamos este valor como referência, já que representa a média para o português brasileiro falado em São Paulo para ilustrar a tendência da amostra experimental.

Page 93: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

93

180,5165,4

113

0

50

100

150

200

Hz

Média momento a vivo Média nos momentospré e pós

Média citada pelaliteratura

VOZ MASCULINA comparação dos níveis obtidos com valor controle

Figura G5: Comparação dos valores FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÉDIA MASCULINA

encontrados para toda a amostra com os parâmetros médios de normalidade.

A seguir, apresentamos, na figura G6, uma ilustração dos valores obtidos, individualmente, pelos

sujeitos para a variável Freqüência Fundamental Média Masculina, comparados à média citada pela

literatura:

Page 94: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

94

VOZ MASCUNINA procedência geográfica

0

50

100

150

200

250

300

pré ao vivo pós

Figura G6: Valores obtidos pelos sujeitos para a variável Freqüência Fundamental Média Masculina, comparados à média citada pela literatura

Page 95: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

95

VOZ FEMININA

A tabela G4 apresenta os resultados obtidos para a variável VOZ - FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL

MÉDIA FEMININA:

TABELA G4: Média obtida para a variável VOZ - FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÉDIA FEMININA, considerando-se toda a amostra: Média momento

ao vivo

Hz

Média nos momentos

pré e pós

Hz

Média citada pela

literatura8

Hz

VOZ - FREQÜÊNCIA

FUNDAMENTAL MÉDIA

FEMININA

236,4

220,9

205

Podemos observar que o valor médio obtido por toda a amostra no momento ao vivo, é 7% superior à

média dos valores obtidos nos momentos pré e pós e 15,3% superiores aos valores citados pela

literatura. A figura G7 ilustra esses dados:

236,4220,9

205

0

50

100

150

200

250

Hz

Média momento aovivo

Média nosmomentos pré e

pós

Média citada pelaliteratura

VOZ FEMININAcomparação dos níveis obtidos com valor controle

Figura G7: Comparação dos valores FREQUENCIA FUNDAMENTAL MÉDIA FEMININA encontrados para toda a amostra com os parâmetros médios de normalidade.

8 Valor obtido em BEHLAU,2001 (p.139). Apesar de não ter valor estatístico, uma vez que os valores controle e experimental foram obtidos em circunstancias diferentes e com material de fala diferentes, apresentamos este valor como referência apenas para ilustrar a tendência da amostra experimental, já que representa a média para o português brasileiro falado em São Paulo.

Page 96: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

96

A seguir apresentamos na figura G8 uma ilustração dos valores obtidos, individualmente, pelos sujeitos

para a variável Freqüência Fundamental Média Feminina, comparados à média citada pela literatura:

VOZ FEMININAevolução para cada sujeitos

0

50

100

150

200

250

300

pré ao vivo pós

Hz

Figura G8: Valores obtidos pelos sujeitos para a variável Freqüência Fundamental Feminina, comparados à média citada pela literatura

Page 97: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

97

PRESENÇA DE MAIOR PICO DE VALORES NO MOMENTO AO VIVO

A seguir, apresentamos os valores obtidos quando investigamos se o maior valor apareceu no momento

ao vivo ou não:

Tabela G5: Distribuição da presença de maior pico no momento ao vivo entre as variáveis fisiológicas PRESENÇA DE MAIOR PICO NO MOMENTO

AO VIVO

%

Freqüência cardíaca 83,9

Cortisol 25,0

Voz 64,0

Observamos, aqui, que 83,9% dos sujeitos teve seu maior valor de freqüência cardíaca registrado

exatamente no momento ao vivo . Para os níveis de cortisol, o pico ocorreu no momento ao vivo, apenas

entre 25% dos sujeitos. Para a variável voz, 64% dos sujeitos apresentou seu maior valor no momento ao

vivo. A figura G9 ilustra esses dados:

Page 98: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

98

83,9

25

64

0

20

40

60

80

100

%

Freqüênciacardíaca

Cortisol Voz

Pico no momento ao vivo

Freqüência cardíacaCortisolVoz

Figura G9: Distribuição da presença de maior pico de valores no momento ao vivo, nos diferentes variáveis fisiológicas

Page 99: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

99

VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS

SITUACIONAIS

A seguir, apresentamos os resultados obtidos para as variáveis ANSIEDADE-ESTADO e STRESS

ATRIBUÍDO, considerando-se toda a amostra:

TABELA G6: Média obtida para as variáveis ANSIEDADE-ESTADO e STRESS ATRIBUÍDO, considerando-se toda a amostra: Variáveis Classificação geral Valor - Controle

Ansiedade-estado Baixa Baixa

Stress atribuído Pouco>razoável Pouco

Podemos observar que a avaliação subjetiva dos sujeitos, considerando-se toda a amostra para as

variáveis ansiedade-estado e stress atribuído é baixa ou pouco-razoável, semelhante ao que é esperado

em situação análoga.

.

Page 100: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

100

ESTRUTURAIS

A seguir, apresentamos os resultados obtidos para as variáveis SINTOMAS DE STRESS e

COMPORTAMENTO TIPO A, considerando-se toda a amostra: :

TABELA G7: Média obtida para as variáveis SINTOMAS DE STRESS e COMPORTAMENTO TIPO A, considerando-se toda a amostra: : VARIÁVEIS CLASSIFICAÇÃO GERAL VALOR - CONTROLE

Sintomas de stress Médio Baixo

Tipo A Alto Baixo

Podemos observar que, considerando-se toda a amostra, a maioria dos sujeitos do grupo experimental

foi classificada como tendo nível alto para o COMPORTAMENTO TIPO A e médio para sintomas de

stress, ambos acima do que é esperado, considerando-se parâmetros de saúde.

Page 101: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

101

RESULTADOS

PARTE 2

A seguir, apresentamos os resultados obtidos em cada uma das variáveis experimentais, considerando-

se a divisão por grupos (procedência geográfica e situação de trabalho). Como se trata de análise mais

minuciosa e detalhada, denominamos este subcapítulo NÍVEL ESPECÍFICO. Nele serão

apresentados, inicialmente os resultados obtidos para as VARIÁVEIS FISIOLÓGICAS (freqüência

cardíaca, cortisol e voz), e, na seqüência, os obtidos para as VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS (situacionais

e estruturais ).

Page 102: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

102

RESULTADOS - PARTE 2

NÍVEL ESPECÍFICO

VARIÁVEIS FISIOLÓGICAS

A seguir, apresentamos as médias e os desvios padrão obtidos para as três variáveis fisiológicas

experimentais (freqüência cardíaca, cortisol e voz), considerando-se sempre a procedência geográfica

dos sujeitos (grupo São Paulo X grupo Santos) e a situação de trabalho dos sujeitos (grupo

Apresentação x grupo Link). Todas as tabelas são identificadas por uma letra que antecede o número da

mesma. Esta letra corresponde à variável a que diz respeito, conforme descrito a seguir:

F = Freqüência cardíaca

C = Cortisol

V = Voz

A análise estatística foi realizada, considerando-se as diferenças intergrupos em cada um dos

momentos e intragrupos, considerando-se as diferenças existentes em cada um dos grupos

separadamente em relação ao tempo experimental (pré x ao vivo, ao vivo x pós, e pré x pós). A

apresentação das tabelas obedece a uma organização regular, na qual os dados referentes a cada uma

das variáveis aparecerão sempre primeiramente, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos

seguida da análise estatística intergrupos e depois da intragrupo. Posteriormente, os dados são

apresentados, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos, também seguidos da análise

estatística intergrupos e intragrupos. Apresentamos, a seguir, um diagrama ilustrativo da organização de

apresentação dos resultados:

Page 103: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

103

DIAGRAMA ILUSTRATIVO DA ORGANIZAÇÃO DE APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

FREQÜÊNCIA

CARDIACA

SÃO PAULO X

SANTOS

APRESENTAÇÃO X

LINK

intra

inter

intra

inter

CORTISOL

SÃO PAULO X

SANTOS

APRESENTA

ÇÃO

intra

inter

intra

inte

VOZ SÃO PAULO

X SANTOS

APRESENTAÇÃO

X LINK

intra

inter

intra

inter

VARIÁVEIS

FISIOLÓGICAS

Page 104: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

104

RESULTADOS - PARTE 2

NÍVEL ESPECÍFICO

VARIÁVEIS FISIOLÓGICAS

FREQÜÊNCIA CARDÍACA

Evolução nos 3 momentos experimentais

A freqüência cardíaca dos sujeitos no momento pré (1 hora antes da entrada ao vivo) variou de 65 até

116 batimentos por minuto (bpm). No momento ao vivo, variou de 88 até 185 batimentos por minuto

(bpm) e no momento pós variou de 60 até 108 batimentos por minuto (bpm). A tabela F1 apresenta as

médias e desvios padrão obtidos (apresentados com as siglas M e DP, respectivamente), para a variável

FREQÜÊNCIA CARDÍACA nos 3 momentos experimentais, considerando-se a procedência geográfica

dos sujeitos:

TABELA F1: Média e desvio padrão da FREQÜÊNCIA CARDÍACA nos 3 momentos, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos PRÉ AO VIVO PÓS N São Paulo

M

86,8

123,5

87,1

19

DP 14,19 23,16 12,24

Santos M 89,1 122,6 89,9 12

DP 11,65 28,00 9,91

Observa-se que os valores do grupo São Paulo e do grupo Santos são similares nos 3 tempos

experimentais, iniciando-se na faixa de 87 bpm no momento pré , subindo para a faixa de 120 bpm ao

vivo e retornando para a média de 87 bpm no momento pós. A figura F1 ilustra esta distribuição.

Page 105: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

105

EVOLUÇÃO DA FREQÜÊNCIA CARDÍACAprocedencia geográfica

87,186,8

123,5

89,9122,6

89,1

0

20

40

60

80

100

120

140

Pré Ao vivo Pós

TEMPO

BPM

São Paulo

Santos

Figura F1: Evolução da freqüência cardíaca dos grupos São Paulo e Santos nos 3 momentos experimentais.

A seguir, apresentamos, na tabela F2 a análise estatística intergrupos dos dados, considerando-se a

procedência geográfica dos sujeitos.

TABELA F2 – Análise estatística intergrupos da FREQÜÊNCIA CARDÍACA nos 3 momentos considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos acompanhada dos resultados dos Testes de Hipótese: Procedência Geográfica G.L. /t/ P Conclusão

SP pré x SANTOS pré

M 86,8 89,1 29 0,491 p>0,10 n.s.

DP 14,19 11,65

N 19 12*

SP ao vivo x SANTOS ao

vivo

M 123,5 122,6 29 0,093 p>0,10 n.s.

DP 23,16 28,00

N 19 12

SP pós x SANTOS pós

M 87,1 89,9 29 0,698 p>0,10 n.s.

DP 12,24 9,91

N 19 12*

Page 106: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

106

Observa-se que, em nenhum dos 3 momentos experimentais, a diferença de valores entre os grupos São

Paulo e Santos é estatisticamente significante. Na tabela F3, apresentamos os resultados da análise

intragrupos, na qual se considerou cada um dos grupos separadamente e se comparou seus valores em

relação ao tempo (pré x ao vivo , ao vivo x pós e pré x pós).

TABELA F3 – Análise estatística intragrupos da FREQÜÊNCIA CARDÍACA nos 3 momentos considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos acompanhada dos resultados dos Testes de Hipótese:

Procedência Geográfica G.L. /t/ P Conclusão

SP pré x SP ao vivo

M 86,8 123,5 36 5,890 P<0,001 Significante

DP 14,19 23,16

N 19 19

SP ao vivo x SP pós

M 123,5 87,1 36 6,057 P<0,001 Significante

DP 26,16 12,24

N 19 19

SP pré x SP pós

M 86,8 87,1 36 0,070 P>0,10 n.s.

DP 14,19 12,24

N 19 19

SANTOS pré x SANTOS ao vivo

M 89,1 122,6 22 3,827 P<0,001 Significante

DP 11,65 28,00

N 12 12

SANTOS ao vivo x SANTOS pós

M 122,6 89,9 22 3,814 P<0,001 Significante

DP 28,00 9,91

N 12 12

SANTOS pré x SANTOS pós

M 89,1 89,9 22 0,181 P>0,10 n.s.

DP 11,65 9,91

N 12 12

Page 107: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

107

Observa-se que, quando se compara a evolução de cada um dos grupos separadamente, considerando-

se os momentos experimentais, as diferenças são significantes em todos os casos, ou seja , são

significantes as diferenças entre o momento pré (menor valor) e o momento ao vivo (maior valor), assim

como a diferença entre o momento ao vivo (maior valor ) e o momento pós (menor valor). Quando a

divisão dos grupos é feita considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos, ou seja, considerando-se

se no momento do experimento eles se encontravam na situação de apresentação ou na situação de link,

as médias dos batimentos cardíacos encontradas e seus respectivos desvios padrão se distribuem

conforme apresentamos na tabela F4 :

TABELA F4: Média e desvio padrão da FREQÜÊNCIA CARDÍACA nos 3 momentos, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos: PRÉ AO VIVO PÓS N Apresentação

M

DP

84,9

6,34

101,3

14,91

86,3

6,70

7

Link

M

DP

88,5

14,50

129,5

23,43

88,8

12,39

24

Observam-se, aqui também, valores menores nos momentos pré e pós, e um pico de aumento no

momento ao vivo para ambos os grupos. Entretanto, observa-se que, no momento ao vivo, o valor

encontrado para o grupo Link é bastante superior ao encontrado para o grupo Apresentação. A figura F2

ilustra esta distribuição:

Page 108: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

108

apre

EVOLUÇÃO DA FREQÜÊNCIA CARDÍACAsituação de trabalho

86,3

101,3

84,9

88,8

129,5

88,5

0

20

40

60

80

100

120

140

Pré Ao vivo Pós

Apresentação

Link

Figura F2 : Evolução da freqüência cardíaca dos grupos apresentação e link nos 3 momentos

experimentais.

Apresentamos, a seguir, na tabela F5, o resultado da análise estatística das diferenças intergrupos

observadas na tabela anterior, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos.

Page 109: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

109

TABELA F5 – Análise estatística intergrupos da FREQÜÊNCIA CARDÍACA nos 3 momentos considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos acompanhada dos resultados dos Testes de Hipótese:

Situação de trabalho G.L. /t/ P Conclusão

APRES pré x LINK pré

M 84,9 88,5 29 0,945 P>0,10 n.s.

DP 6,34 14,50

N 7 24

APRES ao vivo x LINK

ao vivo

M 101,3 129,5 29 3,815 P< 0,001 Significante

DP 14,91 23,43

N 7 24

APRES pós x LINK pós

M 86,3 88,8 29 0,699 p>0,10 n.s.

DP 6,70 12,39

N 7 24

Podemos observar que a diferença verificada no momento 2 entre os grupos Apresentação (menor valor)

e Link ( maior valor) é estatisticamente significante. Na tabela F6 apresentamos os resultados do teste

estatístico para a análise das diferenças observadas em cada um dos grupos separadamente,

considerando-se os 3 momentos experimentais (análise intragrupos).

Page 110: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

110

TABELA F6 – Análise estatística intragrupos da FREQÜÊNCIA CARDÍACA nos 3 momentos, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos acompanhada dos resultados dos Testes de Hipótese: Situação de trabalho G.L. /t/ P Conclusão

LINK pré x LINK ao vivo

M 88,5 129,5 46 7,290 P< 0,001 Significante

DP 14,50 23,43

N 24 24

LINK ao vivo x LINK

pós

M 129,5 88,8 46 7,523 P<0,001 Significante

DP 23,43 14,50

N 24 24

LINK pré x Link pós

M 88,5 88,8 46 0,077 P>0,10 n.s.

DP 14,50 12,39

N 24 24

APR pré x APR ao vivo

M 84,9 101,3 12 2,678 P<0,04 Significante

DP 6,34 14,91

N 7 7

APR ao vivo x APR pós

M 101,3 86,3 12 2,428 P<0,04 Significante

DP 14,91 6,70

N 7 7

APR pré x APR pós

M 84,9 86,3 12 0,402 P>0,10 n.s.

DP 6,34 6,70

N 7 7

Observa-se que as diferenças de valores verificadas no momento pré em relação ao momento ao vivo e

no momento ao vivo em relação ao momento pós são estatisticamente significantes para ambos os

grupos

Page 111: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

111

PRESENÇA DE MAIOR PICO DE FREQÜÊNCIA CARDÍACA NO MOMENTO AO VIVO

Apresentamos na tabela F7 a distribuição dos sujeitos (em porcentagem), considerando-se se o maior

pico de freqüência cardíaca aconteceu exatamente no momento ao vivo, ou não, variável que foi

denominada PRESENÇA DE MAIOR PICO DE FREQÜÊNCIA CARDÍACA NO MOMENTO AO VIVO,

considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos:

TABELA F7 - Distribuição dos sujeitos para a variável PRESENÇA DE MAIOR PICO DE FREQUENCIA

CARDÍACA NO MOMENTO AO VIVO, considerando-se a procedência geográfica :

SÃO PAULO

%

SANTOS

%

TODA A AMOSTRA

%

Sim 84,2 83,3 83,9

Não 15,8 16,7 16,1

N 19 12 31

Observamos que para a maioria dos sujeitos , seja para o grupo São Paulo seja para o grupo Santos, o

maior pico de freqüência cardíaca aconteceu exatamente no momento de entrada ao vivo. Na tabela F8,

apresentamos os resultados da análise estatística:

Tabela F8: Resultados da análise estatística da distribuição percentual da variável PRESENÇA DE MAIOR PICO DE FREQÜÊNCIA CARDÍACA NO MOMENTO AO VIVO, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos:

G.L. /t/ P Conclusão

29 0,066 p>0,10 n.s.

Observa-se que a diferença de valores, quando se considera a procedência geográfica dos sujeitos, não

é estatisticamente significante.Apresentamos na tabela F9 a distribuição dos sujeitos (em porcentagem)

Page 112: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

112

para a variável PRESENÇA DE MAIOR PICO DE FREQÜÊNCIA CARDÍACA NO MOMENTO AO VIVO,

considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos:

TABELA F9 - Distribuição dos sujeitos para a variável PRESENÇA DE MAIOR PICO NO MOMENTO AO VIVO, considerando a situação de trabalho dos sujeitos:

Apresentação (%)

Link (%)

Toda a amostra (%)

Sim 57,1 91,7 83,9 Não

42,9

8,3

16,1

N

7

24

31

Observa-se que a maioria absoluta dos sujeitos que se encontravam na situação de Link apresentaram o

seu maior pico de freqüência cardíaca na situação ao vivo. Já entre os sujeitos do grupo Apresentação,

apenas pouco mais da metade teve seu maior pico na situação de entrada ao vivo. O restante teve o

maior pico em outra situação. A figura F3 ilustra esta distribuição:

57,1

91,7

0102030405060708090

100

%

Apresentação Link

Presença de maior pico no momento ao vivo

Figura F3 : Quantidade de sujeitos (em porcentagem) que apresentaram seu maior pico de freqüência

cardíaca no momento ao vivo

Page 113: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

113

A tabela F10 mostra os resultados da análise estatística dos dados da tabela anterior. TABELA F10- Resultados da análise estatística para a distribuição dos sujeitos para a variável PRESENÇA DE MAIOR PICO DE FREQÜÊNCIA CARDÍACA NO MOMENTO AO VIVO, considerando a situação de trabalho dos sujeitos:

G.L. /t/ P Conclusão

41 2,066 P<0,05 Significante

Podemos observar na tabela anterior que as diferenças entre os grupos Link e Apresentação para a

variável PRESENÇA DE MAIOR PICO DE FREQÜÊNCIA CARDÍACA NO MOMENTO AO VIVO são

estatisticamente significantes.

Page 114: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

114

RESULTADOS - PARTE 2

NÍVEL ESPECÍFICO VARIÁVEIS FISIOLÓGICAS

CORTISOL

Evolução nos 3 momentos experimentais

Os níveis de cortisol dos sujeitos no momento pré (1 hora antes da entrada ao vivo) variou de 0,2 a 0,7

ug/100ml . No momento ao vivo, variou de 0,2 a 0,9 ug/100ml e no momento pós, variou de 0,1 a 1,0

ug/100ml. A tabela C1 apresenta as médias e desvios padrão (apresentados com as siglas M e DP,

respectivamente) obtidos para a variável CORTISOL nos 3 momentos experimentais, considerando-se a

procedência geográfica dos sujeitos.

TABELA C1: Média e desvio padrão do CORTISOL nos 3 momentos, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos PRÉ AO VIVO PÓS N

São Paulo M

DP

0,42

0,146

0,39

0,120

0,33

0,067

19

Santos M

DP

0,28

0,080

0,38

0,182

0,35

0,218

13

Observam-se valores similares para ambos os grupos, porém com tendências de evolução diferentes. O

grupo São Paulo começa com valores mais altos no momento pré, diminui no momento ao vivo e termina

com menor valor no momento pós. Já o grupo Santos inicia no momento pré com valor menor, tem um

Page 115: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

115

pico de aumento no momento ao vivo e cai um pouco para um valor menor no momento pós. A figura C1

ilustra esta distribuição:

EVOLUÇÃO DOS N ÍVE IS DE CORT ISOLprocedência geog ráfica

0,42

0,28

0,35

0 ,33

0,39

0,38

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0,35

0,4

0,45

P ré Ao v iv o Pós

São PauloSantos

Figura C1 Evolução das médias do CORTISOL nos três momentos experimentais, considerando-se a

procedência geográfica dos sujeitos. A seguir, apresentamos, na tabela C2, os resultados da análise intergrupos dos dados, considerando-se

a procedência geográfica e o sexo dos sujeitos.

TABELA C2 – Análise estatística intergrupos do CORTISOL nos 3 momentos considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos acompanhada dos resultados dos Testes de Hipótese: Procedência geográfica G.L. /t/ P Conclusão

SP pré x SANTOS pré

M 0,42 0,28 30 3,485 0,002>p>0,001 significante

DP 0,146 0,080

N 19 13

SP ao vivo x SANTOS ao

vivo

M 0,39 0,38 30 0,174 p>0,10 n.s.

DP 0,120 0,182

N 19 13

SP pós x SANTOS pós

M 0,33 0,35 30 0,321 p>0,10 n.s.

DP 0,067 0,218

N 19 13

Page 116: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

116

Observa-se que a diferença entre os valores do grupo São Paulo e do grupo Santos no momento pré

são estatisticamente significantes. Após a verificação desta significância, buscamos informações mais

específicas com relação aos grupos, sobretudo com relação ao comportamento das respostas quando se

considera o sexo dos sujeitos. Buscamos, então, diferenças por sexo dentro de cada uma das

localizações geográficas. Encontramos diferenças significantes relacionadas ao comportamento do

cortisol para o sexo masculino entre as localizações geográficas. A tabela C3 apresenta as médias e

desvios padrão obtidos nessa comparação no momento pré:

Tabela C3: Média e desvio padrão dos sujeitos do grupo Santos e do grupo São Paulo , quando se consideram apenas os sujeitos do sexo masculino para a variável CORTISOL no momento pré: MASCULINO – SP pré MASCULINO – SANTOS pré M 0,41 0,28

DP 0,144 0,041

N 15 6

Observa-se que os valores de cortisol do grupo São Paulo são superiores aos valores encontrados para o

grupo Santos, quando se considera apenas o sexo masculino, no momento pré. Na tabela C4

apresentamos o resultado do estudo estatístico dessa diferença entre os dois grupos:

Tabela C4: Análise estatística das médias e desvios padrão dos sujeitos do grupo Santos e do grupo São Paulo , quando se considera apenas os sujeitos do sexo masculino para a variável CORTISOL no momento pré:

G.L. /t/ P conclusão

19 3,188 0,01>p>0,002 significante

Conforme verificamos na tabela C4, as diferenças entre o grupo São Paulo e o grupo Santos para o sexo

masculino na variável cortisol no momento pré são significantes. A tabela C5 apresenta as médias e

desvios padrão encontradas para a mesma variável no momento ao vivo:

Page 117: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

117

Tabela C5: Média e desvio padrão dos sujeitos do grupo Santos e do grupo São Paulo , quando se consideram apenas os sujeitos do sexo masculino para a variável CORTISOL no momento ao vivo: MASCULINO – SP ao vivo MASCULINO – SANTOS ao vivo M 0,39 0,30

DP 0,133 0,063

N 15 6

Podemos observar que os valores obtidos pelo grupo masculino de São Paulo são superiores ao grupo

masculino de Santos. A tabela C6 apresenta os resultados da análise estatística para a comparação

dessas diferenças de valores:

Tabela C6: Análise estatística das médias e desvios padrão dos sujeitos do grupo Santos e do grupo São Paulo , quando se considera apenas os sujeitos do sexo masculino para a variável CORTISOL no momento ao vivo:

G.L. /t/ P Conclusão

19 2,098 0,05>p>0,04 significante

Conforme os dados apresentados na tabela C6, as diferenças entre os grupos São Paulo e Santos,

quando se consideram apenas os sujeitos do sexo masculino, para a variável CORTISOL no momento ao

vivo são significantes. A figura C2 ilustra a evolução dos níveis de cortisol nos 3 momentos ,

considerando apenas os sujeitos do sexo masculino, do grupo São Paulo e do grupo Santos.

Page 118: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

118

EVOLUÇÃO DOS NÍVEIS DE CORTISOL MASCULINOprocedencia geográfica

0,33

0,27

0,410,39

0,30,28

00,050,1

0,150,2

0,250,3

0,350,4

0,45

Pré Ao vivo Pós

São PauloSantos

Figura C2 : Evolução dos níveis de cortisol , considerando-se apenas os sujeitos do sexo masculino, para os grupos São Paulo e Santos.

Apresentamos, na tabela C7, os resultados da análise estatística intragrupos, considerando-se a

procedência geográfica dos sujeitos.

Page 119: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

119

TABELA C7: Análise estatística das diferenças intragrupos de CORTISOL nos 3 tempos, considerando-

se a procedência geográfica dos sujeitos , acompanhada dos resultados dos Testes de Hipótese:

Procedência geográfica G.L. /t/ P Conclusão

SP pré x SP ao vivo

M 0,42 0,39 36 0,706 P>0,10 n.s.

DP 0,141 0,120

N 19 19

SP ao vivo x SP pós

M 0,29 0,33 36 1,269 p>0,10 n.s.

DP 0,120 0,067

N 19 19

SP pré x SP pós

M 0,42 0,33 36 2,442 P<0,02 significante

DP 0,146 0,067

N 19 19

SANTOS pré x SANTOS ao

vivo

M 0,28 0,38 24 1,814 P > 0,05 n.s.

DP 0,080 0,182

N 13 13

SANTOS ao vivo x SANTOS

pós

M 0,38 0,35 24 0,381 P > 0,10 n.s.

DP 0,182 0,218

N 13 13

Santos pré x Santos pós

M 0,28 0,35 24 1,087 P>0,10 n.s.

DP 0,080 0,218

N 13 13

Observa-se que, quando se compara a evolução de cada um dos grupos separadamente, considerando-

se os momentos experimentais (pré x ao vivo , ao vivo x pós e pré x pós), as diferenças encontradas são

significantes apenas quando se comparam os valores pré e pós do grupo São Paulo. Quando a divisão

Page 120: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

120

dos grupos é feita considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos, ou seja , considerando-se se, no

momento do experimento, eles se encontravam na situação de Apresentação ou na situação de Link, as

médias do nível de cortisol encontradas e seus respectivos desvios padrões se distribuem, conforme

apresentamos na tabela C8: .

Tabela C8: Média e desvio padrão da variável CORTISOL nos 3 momentos, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos: PRÉ AO VIVO PÓS N Apresentação

M

DP

0,30

0,093

0,36

0,239

0,35

0,273

8

Link

M

DP

0,38

0,146

0,40

0,104

0,33

0,076

24

Observamos que, em ambos os grupos, os valores de cortisol no momento ao vivo apresentam-se um

pouco superiores aos verificados nos momentos pré e pós . Observa-se, também, que os valores do

grupo Link estão quase sempre um pouco acima dos valores do grupo Apresentação (exceto no momento

pós). A figura C3 ilustra esta distribuição:

Page 121: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

121

EVOLUÇÃO DOS NÍVEIS DE CORTISOL situação de trabalho

0,3

0,36 0,350,38

0,4

0,33

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0,35

0,4

0,45

Pré Ao v ivo Pós

Ug/100ml

ApresentaçãoLink

Figura C3: Evolução dos níveis de CORTISOL nos 3 momentos experimentais, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos

Apresentamos na tabela C9 a análise estatística intergrupos dos dados, considerando-se a situação de

trabalho dos sujeitos:

Page 122: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

122

TABELA C9 – Análise estatística intergrupos do CORTISOL nos 3 momentos, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos acompanhada dos resultados dos Testes de Hipótese Situação de trabalho G.L. /t/ P Conclusão

APRES pré x LINK

pré

M 0,30 0,38 30 1,803 0,10>P>0,05 n.s.

DP 0,093 0,146

N 8 24

APRES ao vivo x

LINK ao vivo

M 0,36 0,40 30 0,459 P > 0,10 n.s.

DP 0,239 0,104

N 8 24

APRES pós x LINK

pós

M 0,35 0,33 30 0,205 P > 010 n.s.

DP 0,273 0,076

N 8 24

Observa-se que as diferenças verificadas para os níveis de cortisol entre os grupos Apresentação e Link

não são estatisticamente significantes em nenhum dos 3 momentos. A seguir, apresentamos, na tabela

C10, a análise estatística intragrupos, considerando-se a situação experimental dos sujeitos:

Page 123: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

123

TABELA C10: Analise estatística das diferenças intragrupos para a variável CORTISOL nos 3 tempos, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos , acompanhada dos resultados dos Testes de Hipótese: Situação de trabalho G.L. /t/ P Conclusão

APRES pré x APRES ao

vivo

M 0,30 0,36 14 0,662 P > 0,10 n.s.

DP 0,093 0,239

N 8 8

APRES ao vivo x APRES

pós

M 0,36 0,35 14 0,078 P > 0,10 n.s.

DP 0,239 0,273

N 8 8

APRES pré x APRES pós

M 0,30 0,35 14 0,490 P>0,10 n.s.

DP 0,093 0,273

N 8 8

LINK pré x LINK ao vivo

M 0,38 0,40 46 0,547 P > 0,10 n.s.

DP 0,146 0,104

N 24 24

LINK ao vivo x LINK pós

M 0,40 0,33 46 3,662 P < 0,02 significante

DP 0,104 0,076

N 24 24

LINK pré x LINK pós

M 0,38 0,33 46 1,488 P>0,10 n.s.

DP 0,146 0,076

N 24 24

A tabela C10 revela que, das diferenças verificadas entre os momentos pré x ao vivo , ao vivo x pós e

pré x pós em cada um dos grupos separadamente (análise intragrupo), apenas é significante a

comparação dos valores dos momentos ao vivo x pós para o grupo Link.

Page 124: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

124

PRESENÇA DE MAIOR PICO DE CORTISOL NO MOMENTO AO VIVO

Apresentamos na tabela C11 a distribuição dos sujeitos (em porcentagem), considerando-se se o maior

pico de cortisol aconteceu no momento ao vivo ou não, variável denominada PRESENÇA DE MAIOR

PICO DE CORTISOL NO MOMENTO AO VIVO, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos:

TABELA C11: Distribuição dos sujeitos para a variável PRESENÇA DE MAIOR PICO DE CORTISOL

NO MOMENTO AO VIVO, considerando-se a procedência geográfica:

SÃO PAULO

%

SANTOS

%

TODA A AMOSTRA

%

Sim

21,1 30,7 25,0

Não 78,9 69,2 75,0

N 19 13

32

Observamos que, para a maioria dos sujeitos, seja para o grupo São Paulo seja para o grupo Santos, o

maior pico de cortisol não aconteceu no momento ao vivo. Na tabela C12, apresentamos os resultados da

análise estatística que comparou as respostas da categoria sim:

Tabela C12 : Resultados da análise estatística das médias e desvio padrão obtidas para a variável PRESENÇA DE MAIOR PICO DE CORTISOL NO MOMENTO AO VIV,O considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos:

G.L. /t/ P Conclusão

30 0,606 p>0,10 n.s.

Page 125: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

125

Apresentamos, na tabela C13, a distribuição dos sujeitos (em porcentagem) para a variável PRESENÇA

DE MAIOR PICO DE CORTISOL NO MOMENTO AO VIVO, considerando-se a situação de trabalho dos

sujeitos:

TABELA C13: Distribuição dos sujeitos levando em conta a PRESENÇA DE MAIOR PICO DE CORTISOL NO MOMENTO AO VIVO, considerando a situação de trabalho dos sujeitos:

APRESENTAÇÃO (%)

LINK (%)

TODA A AMOSTRA (%)

Sim 25,0 25,0 25,0 Não

75,0

75,0

75,0

N

8

24

32

Observa-se que a maioria dos sujeitos, independente da situação de trabalho em que se encontravam,

não apresentaram o seu maior pico de CORTISOL na situação ao vivo. A tabela C14 mostra os

resultados da análise estatística dos dados da tabela anterior.

TABELA C14: - Resultados da análise estatística para a distribuição dos sujeitos para a variável PRESENÇA DE MAIOR PICO DE CORTISOL NO MOMENTO AO VIVO, considerando a situação de trabalho dos sujeitos:

G.L. /t/ P Conclusão

30 0,000 P>0,10 n.s.

Conforme a tabela anterior, não há diferenças significantes entre os valores apresentados na tabela C13.

Page 126: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

126

VOZ

A seguir, apresentamos os resultados obtidos para a variável VOZ. Devido a problemas técnicos, não

pudemos contar com as vozes de 7 (sete) de nossos sujeitos que haviam participado do experimento.

Portanto, ao contrario da outras análises que tiveram 32 sujeitos, a análise de voz é baseada no total de

25 sujeitos. Através de análise acústica, foram obtidas as subvariáveis FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL

MÉDIA, FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÍNIMA, FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÁXIMA e extensão

melódica em SEMITONS. Como nas variáveis anteriores, os resultados serão apresentados,

considerando-se sempre a procedência geográfica dos sujeitos (grupo São Paulo X grupo Santos) e a

situação de trabalho dos sujeitos (grupo Apresentação x grupo Link) . A análise estatística comparou as

diferenças intergrupos em cada um dos momentos e intragrupos, considerando-se as diferenças

existentes em cada um dos grupos separadamente em relação ao tempo experimental (pré x ao vivo, ao

vivo x pós, e pré x pós). Como as vozes masculinas e femininas apresentam faixas de distribuição de

Freqüência Fundamental bem específicas, devido a diferenças estruturais orgânicas entre os gêneros,

elas serão consideradas separadamente para cada uma das subvariáveis. No presente capítulo,

apresentaremos os resultados obtidos para cada uma das subvariáveis, apontando as diferenças de

valores consideradas estatisticamente significantes, porém apresentando nas tabelas apenas os

resultados da análise estatística obtidos para a freqüência fundamental média. Os resultados detalhados

da análise estatística das demais subvariáveis são apresentados no anexo 11.

Page 127: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

127

RESULTADOS - PARTE 2

NÍVEL ESPECÍFICO

VARIÁVEIS FISIOLÓGICAS

VOZ

FREQUENCIA FUNDAMENTAL MASCULINA

A seguir, apresentamos, na tabela V1, a evolução nos tempos experimentais (pré – ao vivo – pós) das

médias e desvios padrão obtidos para a variável FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MASCULINA,

considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos. Além da freqüência fundamental média (méd),

são apresentados também os valores obtidos para a freqüência fundamental mínima (min) e máxima

(max), todos expressas em Hz. A extensão melódica em semitons (ST) é expressa pela quantidade de

semitons.

Tabela V1: Evolução da média da FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MASCULINA (mínima, média,máxima e extensão em semitons) nos três tempos experimentais, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos : PRÉ AO

VIVO

PÓS N

Min Méd Máx ST Min Méd Máx ST Min Méd Máx ST

SP M 117,1

178,0

233,8

12,3 122,9 183,5 242,0 12,3 112,7 160,4 207,0 10,6 9

DP 30,81

34,59

36,40

4,09 40,64 26,20 36,25 5,48 22,27 24,10 39,89 3,68

SANTOS M

107,8 164,0 216,3 12,5 97,68 176,0 263,9 15,2 105,5 163,6 229,3 13,5 6

DP 28,46 38,94 51,79 4,23 15,27 32,93 46,67 3,82 21,00 33,09 46,39 3,89

Page 128: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

128

Observam-se valores de freqüência fundamental MÉDIA masculina (assim como os de mínima e máxima)

ligeiramente superiores para o grupo São Paulo, exceto para o momento pós. Observa-se, ainda, que o

valor da freqüência fundamental MÉDIA masculina obtido no momento ao vivo é superior aos obtidos nos

momentos pré e pós, para ambos os grupos, conforme ilustra a figura V1:

FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÉDIA MASCULINAprocedência geográfica

178 183,5

160,4163,6

176164

0

50

100

150

200

250

Pré Ao vivo Pós

Hz SÃO PAULO

SANTOS

Figura V1: Evolução da freqüência fundamental média masculina nos 3 tempos experimentais,

considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos. A seguir, apresentamos os resultados da análise estatística dos valores obtidos para a freqüência

fundamental MÉDIA masculina.

Page 129: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

129

TABELA V2: Análise estatística intergrupos das médias e desvios padrão obtidos para a variável FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÉDIA MASCULINA nos 3 momentos considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos Procedência geográfica G.L. /t/ P Conclusão

SP pré x SANTOS pré

M 178,0 164,0 13 0,722 P > 0,10 n.s.

DP 34,59 38,94

N 9 6

SP ao vivo x SANTOS ao

vivo

M 183,5 176,0 13 0,467 P > 0,10 n.s.

DP 26,20 32,93

N 9 6

SP pós x SANTOS pós

M 160,4 163,6 13 0,210 P > 0,10 n.s.

DP 24,10 33,09

N 9 6

Observa-se que em nenhum dos 3 momentos as diferenças verificadas entre o grupo São Paulo e o

grupo Santos são estatisticamente significantes. A seguir, apresentamos, na tabela V3, os resultados da

análise estatística intragrupos, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos:

Page 130: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

130

TABELA V3: Análise estatística intragrupos das médias e desvios padrão obtidos para a variável FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÉDIA MASCULINA nos 3 momentos, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos Procedência Geográfica G.L. /t/ P Conclusão

SP pré x SP ao vivo

M 178,0 183,5 16 0,371 P > 0,10 n.s.

DP 34,59 26,20

N 9 9

SP ao vivo x SP pós

M 183,5 160,3 16 1,917 0,10>P> 0,05 n.s.

DP 26,20 24,10

N 9 9

SP pré x SP pós

M 178,0 160,4 16 1,262 P>0,10 n.s.

DP 34,59 24,10

N 9 9

SANTOS pré x SANTOS ao

vivo

M 164,0 176,0 10 0,579 P > 0,10 n.s.

DP 38,94 32,93

N 6 6

SANTOS ao vivo x SANTOS

pós

M 176,0 163,6 10 0,647 P > 0,10 n.s.

DP 32,93 33,09

N 6 6

SANTOS pré x SANTOS pós

M 164,0 163,6 10 0,013 P>0,10 n.s.

DP 38,94 33,09

N 6 6

Observa-se que nem para o grupo São Paulo nem para o grupo Santos, as diferenças de valores entre os

momentos pré x ao vivo, ao vivo x pós e pré x pós são estatisticamente significantes. Quando a divisão

dos grupos é feita considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos, ou seja, considerando-se se, no

momento do experimento, eles se encontravam na situação de Apresentação ou na situação de Link, as

Page 131: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

131

médias obtidas para a variável FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÉDIA MASCULINA se distribuem

conforme apresentamos na tabela V4:

TABELA V 4: Evolução da média da FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MASCULINA (mínima, média,máxima e extensão em semitons) nos três tempos experimentais, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos PRÉ AO

VIVO

PÓS N

Min Méd Máx ST Min Méd Máx ST Min Méd Máx ST

APRES. M 86,1* 134,5* 203,2 15,0 84,7* 135,6* 196,4* 14,7 87,4* 128,3* 205,9 14,7* 9

DP 11,74 8,01 36,26 3,61 2,64 5,65 14,36 1,53 6,53 5,85 36,67 2,08

LINK M

120,3* 181,9* 232,2 11,8 119,9* 191,7** 250,8** 13,3 115,4* 170,0** 218,4*** 11,0* 6

DP 28,43 33,53 43,05 3,96 35,26 17,81 35,63 5,53 19,97 23,20 4,93 3,98

* diferença intergrupo (Apresentação x Link) é estatisticamente significante – veja coluna

**diferenças intergrupo e intragrupo (pré x ao vivo x pós) são estatisticamente significantes – (veja coluna

e veja linha)

***diferença intragrupo é estatisticamente significante (veja linha)

Observam-se valores sempre maiores para o grupo Link e ainda um valor sempre maior no momento ao

vivo para ambos os grupos. A figura V2 apresenta uma ilustração da distribuição dos dados:

Page 132: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

132

FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÉDIA MASCULINA situação de trabalho

134,5 135,5 128,3

181,8 191,6169,9

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

220

Pré Ao vivo Pós

tempo

Hz Apresentação

Link

Figura V2: Evolução da freqüência fundamental média masculina nos 3 tempos experimentais,

considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos.

A seguir, apresentamos na tabela V5 os resultados do teste estatístico para a comparação intergrupos

dos dados, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos:

TABELA V5: Análise estatística intergrupos da média e desvio padrão dos valores de FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÉDIA MASCULINA, obtidos nos 3 momentos experimentais, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos: Situação de trabalho G.L. /t/ P Conclusão

APRES pré x LINK pré

M 134,5 181,9 13 4,410 P<0,002 Significante

DP 8,01 33,53

N 3 12

APRES ao vivo x LINK ao

vivo

M 135,6 191,7 13 9,214 P<0,001 Significante

DP 5,65 17,81

N 3 12

APRES pós x LINK pós

M 128,3 170,0 13 5,555 P< 0,001 Significante

DP 5,85 23,20

N 3 12

Page 133: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

133

Observa-se que as diferenças de valores intergrupos para a variável FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL

MÉDIA MASCULINA são estatisticamente significantes nos 3 momentos experimentais. A seguir,

apresentamos os resultados da análise intragrupos, considerando a situação de trabalho dos sujeitos:

TABELA V6: Análise estatística intragrupos da média e desvio padrão dos valores de FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÉDIA MASCULINA,, obtidos nos 3 momentos experimentais, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos: Situação de trabalho G.L. /t/ P Conclusão

APRES 1 x APRES 2

M 134,5 135,5 4 0,177 P > 0,10 n.s.

DP 8,01 5,65

N 3 3

APRES 2 x APRES 3

M 135,6 128,3 4 1,541 P > 0,10 n.s.

DP 5,65 5,85

N 3 3

APRES pré x APRES

pós

M 134,5 128,3 4 1,089 P>0,10 n.s.

DP 8,01 5,85

N 3 3

LINK 1 x LINK 2

M 181,9 191,7 22 0,854 P > 0,10 n.s.

DP 33,53 17,81

N 12 12

LINK 2 x LINK 3

M 191,7 170,0 22 2,568 0,02>P>0,01 Significante

DP 17,81 23,20

N 12 12

LINK pré x LINK pós

M 181,9 1700 22 0,885 P>0,10 n.s.

DP 33,53 23,20

N 12 12

Page 134: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

134

VOZ FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL FEMININA

A seguir, apresentamos, na tabela V7, a evolução nos tempos experimentais (pré – ao vivo – pós) das

médias e desvios padrão obtidos para a variável FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL FEMININA,

considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos. Além da freqüência fundamental média (méd),

são apresentados também os valores obtidos para a freqüência fundamental mínima (min) e máxima

(max), todos expressos em Hz. A extensão melódica em semitons (ST) é expressa pela quantidade de

semitons.

TABELA V7: Evolução da média da FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL FEMININA (mínima, média,máxima e extensão em semitons) nos três tempos experimentais, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos PRÉ AO

VIVO

PÓS N

Min Méd Máx ST Min Méd Máx ST Min Méd Máx ST

SP M 145,8 235,8 341,9 14,3 168,5* 257,5 355,8* 13,7 99,4 221,7 303,6 20,0 3

DP 17,56 36,12 48,36 2,52 37,41 24,03 44,90 5,69 41,27 11,05 9,83 6,93

SANTOS M 150,3 229,8 291,8 12,1 107,8* 215,3 280,0* 17,1 134,4 220,2 277,3 12,9 7

DP 40,50 21,00 13,23 4,74 35,55 35,4 26,23 5,05 5,05 17,03 28,08 4,41

* diferença intergrupo (São Paulo x Santos) é estatisticamente significante – veja coluna

Observa-se que os valores de Freqüência Fundamental média do grupo São Paulo estão sempre um

pouco acima dos valores do grupo Santos, e ainda que o valor do momento ao vivo para o grupo São

Paulo apresenta-se acima dos valores do momento pré e do momento pós. Já para o grupo Santos o

valor do momento ao vivo apresenta-se inferior aos demais. A figura V3 ilustra esta distribuição dos

dados:

Page 135: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

135

FR E Q UENC IA F UNDAM E NT AL M É D IA F EM IN INAp ro c e d ê n c ia g e o g rá fic a

235 ,8 1

257 ,55

221 ,7 3

220 ,2215 ,3 1229 ,8

0

5 0

1 0 0

1 5 0

2 0 0

2 5 0

3 0 0

P ré A o v iv o P ó s

tem p o

Hz sã o p a u lo

sa n to s

Figura V3 : Evolução da freqüência fundamental média feminina nos 3 tempos experimentais, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos.

A seguir, apresentamos, na tabela V8, os resultados da análise estatística intergrupos, considerando-se a

procedência geográfica dos sujeitos:

Page 136: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

136

TABELA V8: Análise estatística intergrupos das médias e desvio padrão obtidos para a variável FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÉDIA FEMININA nos 3 momentos, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos.

procedência geográfica G.L. /t/ P Conclusão

SP pré x SANTOS

pré

M 235,81 229,80 8 0,270 P> 0,10 n.s.

DP 36,12 21,00

N 3 7

SP ao vivo x

SANTOS ao vivo

M 257,55 215,31 8 2,189 P> 0,05 n.s.

DP 24,03 35,46

N 3 7

SP pós x SANTOS

pós

M 221,73 220,20 8 0,168 P >0,10 n.s.

DP 11,05 17,03

N 3 7

Observa-se que as diferenças verificadas entre o grupo São Paulo e o grupo Santos não são

estatisticamente significantes em nenhum dos 3 momentos. A seguir, apresentamos, na tabela V9, os

resultados da analise estatística intragrupos, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos:

Page 137: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

137

TABELA V9 : Análise estatística intragrupos das médias e desvio padrão obtidos para a variável FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÉDIA FEMININA nos 3 momentos, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos

Procedência Geográfica G.L. /t/ P Conclusão

SP pré x SP ao vivo

M 235,81 257,55 4 0,860 P> 0,10 n.s.

DP 36,12 24,03

N 3 3

SP ao vivo x SP pós

M 257,55 221,73 4 2,345 0,10>P>0,05 n.s.

DP 24,03 11,05

N 3 3

SP pré x SP pós

M 235,81 221,73 4 0,646 P>0,10 n.s.

DP 36,12 11,05

N 3 3

SANTOS pré x SANTOS

pós

M 229,80 215,31 12 0,930 p>0,10 n.s.

DP 21,00 35,46

N 7 7

SANTOS ao vivo x

SANTOS pós

M 215,31 220,20 12 0,329 p>0,10 n.s.

DP 35,46 17,03

N 7 7

Santos pré x Santos pós

M 229,80 220,20 12 0,938 P>0,10 n.s.

DP 21,00 17,03

N 7 7

Observa-se que também não são significantes as diferenças de valores em cada um dos grupos

separadamente, em relação ao momento experimental (análise intragrupos). Quando a divisão dos

grupos é feita considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos, ou seja, considerando-se se, no

momento do experimento, eles se encontravam na situação de Apresentação ou na situação de Link,as

Page 138: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

138

médias da FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÉDIA FEMININA encontradas se distribuem conforme

apresentamos na tabela V10:

TABELA V 10: Evolução da média da FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL FEMININA (mínima, média,máxima e extensão em semitons) nos três tempos experimentais, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos PRÉ AO

VIVO

PÓS N

Min Méd Máx ST Min Méd Máx ST Min Méd Máx ST

APRESENTAÇÃO M 142,5 226,6 289,0 12,5 108,6 202,1 277,1 16,8 144,8 225,2 290,7 12,0 4

DP 23,25 25,12 17,69 2,89 42,59 34,75 32,40 5,97 14,41 14,37 14,53 2,16

LINK M 153,2 234,6 318,6 13,0 137,6 244,7 320,0 15,2 109,8 217,6 281,6 17,0 6

DP 41,49 25,1 39,94 5,14 46,19 30,50 43,30 5,16 43,1 15,70 33,30 7,01

Observa-se que os valores do grupo Link estão sempre superiores aos do grupo Apresentação, exceto no

momento pós, quando se tornam menores. Observa-se, ainda, um pico de aumento no momento ao vivo

em relação aos momentos pré e pós para o grupo Link e um valor menor que os demais para o grupo

Apresentação. Tais diferenças não se mostram estatisticamente significantes. A figura V4 ilustra esta

distribuição:

Page 139: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

139

FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÉDIA FEMININAsituação de trabalho

226,59202,96

225,21244,67234,61

217,64

0

50

100

150

200

250

300

Pré Ao vivo Pós

tempo

Hz Apresentação

Link

Figura V4 : Evolução da freqüência fundamental média feminina nos 3 tempos experimentais, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos.

A seguir, apresentamos, na tabela V11, os resultados da análise estatística intergrupos, considerando-se

a situação de trabalho dos sujeitos para a variável FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÉDIA FEMININA:

Page 140: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

140

TABELA V11: Análise estatística intergrupos das médias e desvio padrão obtidos para a variável FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÉDIA FEMININA nos 3 momentos, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos.

Situação de trabalho G.L. /t/ P Conclusão

APRES 1 x LINK 1

M 226,59 234,61 8 0,494 P> 0,10 n.s.

DP 25,12 25,14

N 4 6

APRES 2 x LINK 2 1,951 P>0,05 n.s.

M 202,96 244,67 8

DP 34,75 30,50

N 4 6

APRES 3 x LINK 3 0,785 P>010 n.s.

M 225,21 217,64 8

DP 14,37 15,70

N 4 6

Observa-se que as diferenças verificadas entre os grupos Apresentação e Link para a variável

FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÉDIA FEMININA não são significantes em nenhum dos 3 momentos. A

seguir, apresentamos, na tabela V12, os resultados da análise estatística intragrupo, considerando-se a

situação de trabalho dos sujeitos:

Page 141: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

141

TABELA V12: : Análise estatística intragrupos das médias e desvio padrão obtidos para a variável FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÉDIA FEMININA nos 3 momentos, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos:

Situação de trabalho G.L. /t/ P Conclusão

APRES pré x APRES ao

vivo

M 226,59 202,96 6 1,102 P>0,10 n.s.

DP 25,12 34,75

N 4 4

APRES ao vivo x APRES

pós

M 202,96 225,21 6 1,183 P> 0,10 n.s.

DP 34,75 14,37

N 4 4

APRES pré x APRES pós

M 226,59 225,21 6 0,095 P>0,10 n.s.

DP 25,12 14,37

N 4 4

LINK pré x LINK ao vivo

M 234,61 244,67 10 0,623 P>0,10 n.s.

DP 25,14 30,50

N 6 6

LINK ao vivo x LINK pós3

M 244,67 217,64 10 1,930 0,10<P>

0,05

n.s.

DP 30,50 15,70

N 6 6

LINK pré x LINK pós

M 234,61 217,64 10 1,402 P>0,10 n.s.

DP 25,14 15,70

N 6 6

Observa-se que também quando se analisa a diferença de valores existentes em cada um dos grupos

separadamente, em relação ao tempo (análise intragrupos), ele não é estatisticamente significante.

Page 142: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

142

PRESENÇA DE MAIOR PICO DE FREQUENCIA FUNDAMENTAL MÉDIA NO MOMENTO AO VIVO

Apresentamos na tabela V13 a distribuição dos sujeitos (em porcentagem), considerando-se se o maior

pico de freqüência fundamental média aconteceu exatamente no momento ao vivo, ou não, variável que

foi denominada PRESENÇA DE MAIOR PICO DE FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL NO MOMENTO AO

VIVO, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos:

TABELA V13 Distribuição dos sujeitos para a variável PRESENÇA DE MAIOR PICO DE FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÉDIA NO MOMENTO AO VIVO, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos:

SÃO PAULO

%

SANTOS

%

TODA A AMOSTRA

%

Sim

66,8 61,5 64,0

Não 33,2 38,5 36,0

N 12 13 25

Observamos que, para a maioria dos sujeitos , seja para o grupo São Paulo seja para o grupo Santos, o

maior pico de freqüência fundamental média aconteceu no momento de entrada ao vivo. Na tabela V14,

apresentamos os resultados da análise estatística:

Page 143: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

143

Tabela V14 : Resultados da análise estatística das médias e desvio padrão obtidas para a variável PRESENÇA DE MAIOR PICO DE FREQÜÊNCIA CARDÍACA NO MOMENTO AO VIVO, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos:

G.L. /t/ P conclusão

23 0,752 p>0,10 n.s.

Apresentamos, na tabela V15, a distribuição dos sujeitos (em porcentagem) para a variável PRESENÇA

DE MAIOR PICO DE FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÉDIA NO MOMENTO AO VIVO, considerando-

se a situação de trabalho dos sujeitos:

TABELA V15: Distribuição dos sujeitos para a variável PRESENÇA DE MAIOR PICO DE FREQÜÊCIA FUNDAMENTAL NO MOMENTO AO VIVO, considerando a situação de trabalho dos sujeitos:

Apresentação (%)

Link (%)

Toda a amostra (%)

Sim

42,8

72,3

64,0

Não

57,2

27,7

36,0

N

7

18

25

Observa-se que a maioria dos sujeitos que se encontrava na situação de Link apresentou o seu maior

pico de freqüência fundamental média no momento ao vivo. Já entre os sujeitos do grupo Apresentação,

pouco menos da metade teve seu maior pico na situação de entrada ao vivo. O restante teve o maior pico

em outra situação.

A tabela V16 mostra os resultados da análise estatística dos dados da tabela anterior. TABELA V 16: - Resultados da análise estatística para a distribuição dos sujeitos para a variável PRESENÇA DE MAIOR PICO DE FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÉDIA NO MOMENTO AO VIVO, considerando a situação de trabalho dos sujeitos:

G.L. /t/ P conclusão

23 1,374 P>0,10 n.s.

Page 144: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

144

Podemos observar na tabela acima que as diferenças entre os grupos Link e Apresentação para a

variável PRESENÇA DE MAIOR PICO DE FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL DA VOZ NO MOMENTO AO

VIVO, não são estatisticamente significantes.

]

Page 145: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

145

RESULTADOS – PARTE 2

NÍVEL ESPECÍFICO

VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS

A seguir, apresentamos as médias e desvios padrão obtidos para as variáveis psicológicas,

considerando o NÍVEL SITUACIONAL (que contemplou as percepções da situação presente) e o NÍVEL

ESTRUTURAL ( que contemplou percepções num nível geral). Também aqui, a apresentação das

tabelas obedece a uma organização regular, na qual os dados referentes a cada uma das variáveis

aparecerão sempre primeiramente considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos seguida da

análise estatística intergrupos. Posteriormente, os dados são apresentados, considerando-se a situação

de trabalho dos sujeitos, seguidos, também, da análise estatística intergrupos. (ver diagrama a seguir)

Não haverá análise intragrupos, visto que não houve investigação dessas variáveis em três tempos, como

no caso das variáveis fisiológicas. As tabelas referentes ao NÍVEL SITUACIONAL recebem a letra “S”

antes do número, e as referentes ao NÍVEL ESTRUTURAL recebem a letra “E”.

Page 146: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

146

DIAGRAMA ILUSTRATIVO DA ORGANIZAÇÃO DE APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

SITUACIONAIS

ANSIEDADE - ESTADO

NÍVEL DE

STRESS

SP X STOS

AP X LINK

GERAL

NÍVEL DE SATISFAÇÃO COM A PERFORMANCE

ESTRUTURAIS

SINTOMAS DE STRESS

COMPORTAMENTO

TIPO A

SP X STOS

AP X LINK

SP X STOS

APX LINK

ANTES

DEPOIS

SP X STOS

SP X STOS

SP X STOS

SP X STOS

AP X LINK

AP X LINK

AP X LINK

AP X LINK

VARIÁVEIS

PSICOLÓGICAS

Page 147: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

147

RESULTADOS – PARTE 2

NÍVEL ESPECÍFICO

VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS

NÍVEL SITUACIONAL

ANSIEDADE-ESTADO

A tabela S1 apresenta as médias e desvios padrão obtidos para a variável ANSIEDADE-ESTADO,

considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos.

TABELA S1: Média e desvio padrão obtidos para a variável ANSIEDADE-ESTADO, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos

SÃO PAULO SANTOS M 35,3 41,2 DP 9,07 8,85 N 18 13

Observa-se que os valores médios obtidos para o grupo Santos (classificados como média ansiedade-

estado) são superiores aos obtidos para o grupo São Paulo (classificados como baixa ansiedade-estado).

A seguir, apresentamos os resultados da análise estatística para a comparação dos dados destes dois

grupos:

Tabela S2: Análise estatística das médias e desvio padrão obtidos para a variável ANSIEDADE-ESTADO, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos:

G. L. /t/ P Conclusão

29 1,813 P > 0,05 n.s.

Page 148: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

148

Como se pode observar na tabela acima, as diferenças de valores verificados entre os grupos São Paulo

e Santos não são estatisticamente significantes. A seguir, apresentamos, na tabela S3, as médias e

desvios padrão obtidos para a variável ANSIEDADE-ESTADO, considerando-se a divisão de grupos

orientada pela situação de trabalho dos sujeitos:

Tabela S3 : Média e desvio padrão obtidos para a variável ANSIEDADE-ESTADO, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos:

APRESENTAÇÃO LINK M 38,6 37,5 DP 10,31 9,24 N 7 24

Observa-se que, quando se analisa a variável ANSIEDADE-ESTADO, considerando-se a situação de

trabalho dos sujeitos, o grupo Apresentação aparece com valores apenas discretamente superiores aos

apresentados pelo grupo Link (ambos se enquadram na categoria baixa ansiedade-estado). A tabela S4

apresenta o resultado da comparação estatística desses valores.

Tabela S4: Análise estatística da média e desvio padrão obtidos para a variável ANSIEDADE-ESTADO, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos:

G. L. /t/ P Conclusão

30 0,413 P > 0,10 n.s.

Observa-se que a diferença de valores verificada entre os grupos Apresentação e Link não são

estatisticamente significantes.

Apresentamos, a seguir, uma tabela com o ranking dos itens mais pontuados para a variável Ansiedade-

estado:

TABELA S5 : Ranking dos itens mais pontuados para a variável Ansiedade-estado:

COLOCAÇÃO ÍTEM AFIRMAÇÃO

1° 8 Sinto-me descansado

2° 10 Sinto-me em casa

3° 19 Sinto-me alegre

4° 15 Estou descontraído

5° 1 Sinto-me calmo

Page 149: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

149

A figura S1 ilustra esta distribuição:

72

73

75

78

87

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

sinto-me calmo

estou descontraido

sinto-me alegre

sinto-me em casa

sinto-me descansado

Ranking dos ítens mais pontuados Ansiedade - Estado -STAI

Figura S1: Ranking dos itens mais pontuados para a variável Ansiedade-estado

Page 150: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

150

RESULTADOS – PARTE 2

NÍVEL ESPECÍFICO VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS

NÍVEL SITUACIONAL

NÍVEL DE STRESS GERAL

A seguir, apresentamos, na tabela S6, as médias e desvios padrão obtidos para a variável NÍVEL DE

STRESS GERAL, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos:

Tabela S6: Média e desvio padrão obtidos para a variável NIVEL DE STRESS GERAL, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos: SÃO PAULO SANTOS M 1,37 1,69 DP 0,831 0,947 N 19 13

Observa-se que ambos os grupos apresentam valores que os incluem na categoria pouco-razoável

stress, sendo que os valores do grupo Santos são discretamente superiores aos apresentados pelo grupo

São Paulo. A seguir, apresentamos o resultado da análise estatística intergrupos dos dados:

Tabela S7: Análise estatística da média e desvios padrão obtidos para a variável NÍVEL DE STRESS GERAL, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos:

GL /t/ P Conclusão

30 0,986 p>0,10 n.s.

Pode-se observar que as diferenças de médias obtidas para a variável NÍVEL DE STRESS GERAL,

considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos, não são estatisticamente significantes. Quando a

divisão dos grupos é feita considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos, ou seja, considerando-se

se, no momento do experimento eles se encontravam na situação de Apresentação ou na situação de

Page 151: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

151

Link, as médias para a variável NÍVEL DE STRESS GERAL encontradas se distribuem conforme

apresentamos na tabela S8 :

TABELA S8: Média e desvio padrão obtidos para a variável NÍVEL DE STRESS GERAL, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos: APRESENTAÇÃO LINK M 1,63 1,46 DP 1,061 0,833 N 8 24

Observa-se que ambos os grupos se inlcuem na categoria pouco-razoavel stress geral. Observam-se,

também, valores discretamente superiores para o grupo Apresentação. Na tabela S9, apresentamos a

análise estatística desses dados.

TABELA S9: Análise estatística das médias e desvio padrão obtidos para a variável NÍVEL DE STRESS GERAL, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos:

GL /t/ p Conclusão

30 0,413 P>0,10 n.s.

Observa-se que as diferenças entre os valores apresentados pelos grupos Apresentação e Link não são

estatisticamente significantes.

Page 152: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

152

RESULTADOS – PARTE 2

NÍVEL ESPECÍFICO VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS

NÍVEL SITUACIONAL

NÍVEL DE STRESS ANTES

A tabela S10 apresenta as médias e desvios padrão obtidos para a variável NÍVEL DE STRESS ANTES,

considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos.

TABELA S10: Média e desvio padrão obtidos para a variável NÍVEL DE STRESS ANTES, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos SÃO PAULO SANTOS M 0,89 1,23 DP 0,875 1,092 N 19 13

Observa-se que o grupo São Paulo apresenta valores que o incluem na categoria nenhum-pouco stress

enquanto o grupo Santos apresenta valores um pouco superiores, que o incluem na categoria pouco-

razoavel stress. A seguir, apresentamos, na tabela S11, o resultado da análise estatística da comparação

desses dados:

TABELA S11: Análise estatística das médias e desvios padrão obtidos para a variável NÍVEL DE STRESS ANTES, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos

GL /t/ P Conclusão

30 0,936 P>0,10 n.s.

Observa-se que as diferenças verificadas para a variável NÍVEL DE STRESS ANTES, entre os grupos

São Paulo e Santos, não são estatisticamente significantes. Quando a divisão dos grupos é feita

considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos, ou seja, considerando-se se no momento do

Page 153: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

153

experimento eles se encontravam na situação de Apresentação ou na situação de Link, as médias para a

variável NÍVEL DE STRESS ANTES encontradas se distribuem conforme apresentamos na tabela S12:

TABELA S12: Média e desvio padrão obtidos para a variável NÍVEL DE STRESS ANTES, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos: APRESENTAÇÃO LINK M 1,13 1,00 DP 0,641 1,063 N 8 24 Observa-se que ambos os grupos apresentam valores que os incluem na categoria pouco-razoável

NÍVEL DE STRESS ANTES, havendo pouca diferença entre os valores do grupo Apresentação quando

comparado ao grupo Link. A seguir, apresentamos, na tabela S13, o resultado da análise estatística

desses dados:

TABELA S13: Estatística das médias e desvio padrão obtidos para a variável NÍVEL DE STRESS ANTES, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos:

GL /t/ P Conclusão

30 0,414 p>0,10 n.s.

Podemos verificar que as diferenças observadas entre os grupos Apresentação e Link para a variável

NÍVEL DE STRESS ANTES, não são significantes.

Page 154: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

154

RESULTADOS – PARTE 2

NÍVEL ESPECÍFICO VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS

NÍVEL SITUACIONAL NÍVEL DE STRESS DEPOIS

A tabela S14 apresenta as médias e desvio padrão obtidos para a variável NÍVEL DE STRESS DEPOIS,

considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos.

TABELA S14: Médias e desvios padrão obtidos para a variável NIVEL DE STRESS DEPOIS, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos SÃO PAULO SANTOS M 1,16 2,08 DP 0,898 1,115 N 19 13 Observa-se que os valores encontrados para o grupo São Paulo ( classificados como pouco-razoável

NÍVEL DE STRESS DEPOIS) são inferiores aos encontrados para o grupo Santos (classificados como

razoável-muito NÍVEL DE STRESS DEPOIS). A seguir, na tabela S15, apresentamos os resultados da

análise estatística para a comparação desses dois valores:

TABELA S15: Análise estatística das médias e desvio padrão obtidos para a variável NÍVEL DE STRESS DEPOIS, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos

GL /t/ p Conclusão

30 2,476 0,02>P>0,01 significante

Observa-se que as diferenças verificadas entre o grupo São Paulo e o grupo Santos para a variável

NÍVEL DE STRESS DEPOIS são estatisticamente significantes. Apresentamos, na figura S2, uma

ilustração da evolução dos NÍVEIS DE STRESS ANTES E DEPOIS, considerando-se a procedência

geográfica dos sujeitos:

Page 155: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

155

EVOLUÇÃO DOS NÍVEIS DE STRESS AUTO-ATRIBUIDOSprocedencia geográfica

0,891,161,23

2,08

0

0,5

1

1,5

2

2,5

antes depoistempo

med

ia dos pon

tos

São PauloSantos

Figura S2: Evolução dos NIVEIS DE STRESS auto-atribuídos, no momento antes e no momento depois,

considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos.

A seguir, apresentamos, na tabela S16, a média e o desvio padrão para a variável NÍVEL DE STRESS

DEPOIS, considerando-se a divisão dos grupos por situação de trabalho:

Tabela S16: Médias e desvio padrão para a variável NÍVEL DE STRESS DEPOIS, considerando-se a

situação de trabalho dos sujeitos

APRESENTAÇÃO LINK M 1,38 1,58 DP 1,302 1,018 N 8 24 Observa-se que ambos os grupos apresentam valores similares (estas médias os incluem na categoria

pouco-razoável stress), sendo que o grupo Link apresenta valores discretamente superiores para a

variável NÍVEL DE STRESS DEPOIS, comparados ao grupo Apresentação. Na tabela S17,,

apresentamos o resultado da análise estatística para a comparação desses valores.

Tabela S17: Análise estatística das médias e desvio padrão para a variável NÍVEL DE STRESS DEPOIS, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos

GL /t/ p Conclusão

30 0,396 P>0,10 n.s.

Page 156: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

156

Os dados apresentados pela tabela S17 mostram que as diferenças observadas entre os grupos de

Apresentação e Link para a variável NÍVEL DE STRESS DEPOIS não são estatisticamente significantes.

Page 157: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

157

RESULTADOS – PARTE 2

NÍVEL ESPECÍFICO VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS

NÍVEL SITUACIONAL NÍVEL DE SATISFAÇÃO COM A PERFORMANCE

Apresentamos, a seguir, na tabela S18, as médias e desvio padrão obtidas para a variável NIVEL DE

SATISFAÇÃO COM A PERFORMANCE, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos;

TABELA S18: Médias e desvio padrão obtidos para a variável NÍVEL DE SATISFAÇÃO COM A PERFORMANCE, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos SÃO PAULO SANTOS M 2,63 2,15 DP 0,761 0,555 N 19 13 Podemos observar que os valores do grupo São Paulo são superiores aos do grupo Santos. Este valor

inclui o grupo na categoria razoável–muita satisfação. A tabela S19 apresenta o resultado da análise

estatística para a comparação desses valores intergrupos.

TABELA S19: Análise estatística das médias e desvios padrão obtidos para a variável NÍVEL DE SATISFAÇÃO COM A PERFORMANCE, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos

GL /t/ p Conclusão 30 2,062 0,05>p>0,04 Significante

Page 158: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

158

Podemos observar que as diferenças verificadas entre os grupos São Paulo e Santos para a variável

NÍVEL DE SATISFAÇÃO COM A PERFORMANCE são estatisticamente significantes. Após esta

verificação, buscamos informações mais específicas com relação aos grupos, sobretudo com relação ao

comportamento das respostas, quando se considera o sexo dos sujeitos. Inicialmente, buscamos

diferenças dentro do grupo São Paulo, considerando-se o sexo. As médias e desvios padrão encontrados

para os sujeitos do sexo feminino e os do sexo masculino do grupo São Paulo, são apresentados na

tabela S20

Tabela S20: Média e desvio padrão dos sujeitos do sexo feminino e masculino, dentro do grupo São Paulo para a variável NÍVEL DE SATISFAÇÃO COM A PERFORMANCE: FEMININO - São Paulo MASCULINO - São Paulo M 3,25 2,47 DP 0,500 0,743 N 4 15 Podemos observar que os valores do sexo feminino são superiores aos do sexo masculino, incluindo-os

na categoria muita-extrema satisfação. Já os valores do sexo masculino encontram-se um pouco abaixo,

na categoria razoável-muita satisfação. A tabela S21 apresenta os resultados da análise estatística

destes dados:

Tabela S21: Análise estatística das médias e desvios padrão dos sujeitos do sexo feminino e masculino, dentro do grupo são Paulo, para a variável NÍVEL DE SATISFAÇÃO COM A PERFORMANCE:

G.L. /t/ P Conclusão

17 2,475 0,04>p>0,02 significante

Podemos observar que as diferenças verificadas entre o sexo feminino e os sexo masculino dentro do

grupo São Paulo para a variável NÍVEL DE SATISFAÇÃO COM A PERFORMANCE são significantes.

Considerando-se, finalmente, apenas o sexo feminino e comparando-se os sujeitos procedentes de São

Paulo e de Santos, obtiveram-se as seguintes médias e desvios padrão, apresentados na tabela S22:

Tabela S22: Média e desvio padrão obtidos apenas pelos sujeitos do sexo feminino, comparando-se sua procedência geográfica, para a variável NÍVEL DE SATISFAÇÃO COM A PERFORMANCE: SÃO PAULO - feminino SANTOS – feminino M 3,25 2,00 DP 0,500 0,577 N 4 7

Page 159: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

159

Observa-se que os sujeitos do grupo SÃO PAULO- feminino apresentam valores mais altos que os

encontrados para o grupo Santos. Dessa forma, temos o grupo São Paulo feminino incluído na categoria

muito-extremo stress e o grupo Santos, na categoria razoável. A tabela S23 apresenta os resultados da

análise estatística:

Tabela S23: Análise estatística das médias e desvio padrão obtidos apenas pelos sujeitos do sexo

feminino, comparando-se sua procedência geográfica, para a variável NÍVEL DE SATISFAÇÃO COM A

PERFORMANCE:

GL /t/ p Conclusão

9 3,768 0,01>p>0,002 Significante

Observa-se que a diferença entre os grupos Santos e São Paulo, considerando-se a penas o sexo

feminino para a variável NIVEL DE SATISFAÇÃO COM A PERFORMANCE é estatisticamente

significante. Apresentamos, a seguir, na tabela S24, as médias e desvios padrão obtidos para a variável

NIVEL DE SATISFAÇÃO COM A PERFORMANCE, quando se consideram os grupos pela situação de

trabalho dos sujeitos.

Tabela S24: Média e desvio padrão obtidos para a variável NÍVEL DE SATISFAÇÃO COM A PERFORMANCE, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos: APRESENTAÇÃO LINK M 2,25 2,50 DP 0,463 0,788 N 8 24 Observa-se que o grupo Link apresenta uma média discretamente superior à do grupo Apresentação.

Ambos incluem-se na categoria razoável-muita satisfação. Os resultados da analise estatística são

apresentados na tabela S25:

Tabela S25: Análise estatística das média e desvio padrão obtidos para a variável NÍVEL DE SATISFAÇÃO COM A PERFORMANCE , considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos

GL /t/ p Conclusão

30 1,089 P>0,10 n.s.

Observa-se que as diferenças verificadas para o grupo Apresentação e Link não são significantes.

Page 160: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

160

RESULTADOS – PARTE 2

NÍVEL ESPECÍFICO VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS

NÍVEL ESTRUTURAL

LSS – LISTA DE SINTOMAS DE STRESS

PRESENÇA DE SINTOMAS DE STRESS A seguir, apresentamos, na tabela E1, as médias e desvios padrão obtidos para a variável PRESENÇA

DE SINTOMAS DE STRESS, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos:

Tabela E1: Média e desvios padrão obtidos para a variável PRESENÇA DE SINTOMAS DE STRESS , considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos: SÃO PAULO SANTOS M 34,6 37,3 DP 8,56 10,83 N 18 13 Observa-se que os valores do grupo Santos são um pouco superiores aos encontrados para o grupo São

Paulo, estando ambos incluídos, com estes valores, na categoria alta presença de stress. A seguir, na

tabela E2, apresentamos os resultados da comparação estatística desses valores.

Tabela E2: Análise estatística das médias e desvios padrão obtidos para a variável PRESENÇA DE SINTOMAS DE STRESS, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos:

GL /t/ p Conclusão 29 0,746 P > 0,10 n. s.

Page 161: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

161

Conforme verificamos na tabela anterior, as diferenças observadas entre as médias dos grupos São

Paulo e do grupo Santos não são estatisticamente significantes. A seguir, apresentamos as médias e

desvios padrão para a mesma variável (PRESENÇA DE SINTOMAS DE STRESS), considerando-se a

situação de trabalho dos sujeitos.

Tabela E3: Média e desvio padrão obtidos para a variável PRESENÇA DE SINTOMAS DE STRESS, conforme a situação de trabalho dos sujeitos: APRESENTAÇÃO LINK M 32,9 36,5 DP 12,60 8,55 N 7 24 Observa-se que os valores do grupo Link são superiores aos valores apresentados pelo grupo

Apresentação, porém ambos se incluem, com esses valores, na categoria alta presença de stress. A

tabela E4 apresenta os resultados do estudo estatístico:

Tabela E4: Análise estatística das médias e desvio padrão obtidas para a variável PRESENÇA DE SINTOMAS DE STRESS, conforme a situação de trabalho dos sujeitos

GL /t/ p Conclusão

29 0,710 P > 0,10 n. s.

A análise estatística dos dados referentes à variável PRESENÇA DE SINTOMAS DE STRESS,

considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos, revelou que as diferenças entre o grupo

Apresentação e o grupo Link não são estatisticamente significantes.

FREQÜÊNCIA DE SINTOMAS DE STRESS A seguir, apresentamos, na tabela E5, as médias e desvio padrão obtidos para a variável FREQÜÊNCIA

DE SINTOMAS DE STRESS, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos:

Tabela E5: Média e desvio padrão obtidos para a variável FREQÜÊNCIA DE SINTOMAS DE STRESS, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos: SÃO PAULO SANTOS M 45,2 48,9 DP 14,50 21,24 N 18 13

Page 162: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

162

Observa-se que os valores do grupo Santos são um pouco superiores aos encontrados para o grupo São

Paulo, estando ambos incluídos, com estes valores, na categoria baixa freqüência de stress. A seguir,

apresentamos os resultados da comparação estatística desses valores.

Tabela E6: Análise estatística das médias e desvio padrão obtidos para a variável FREQÜÊNCIA DE SINTOMAS DE STRESS, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos:

GL /t/ p Conclusão 29 0,543 P > 0,10 n. s.

Conforme verificamos na tabela anterior, as diferenças observadas entre as médias dos grupos São

Paulo e do grupo Santos não são estatisticamente significantes. A seguir, apresentamos as médias e

desvios padrão para a mesma variável (FREQÜÊNCIA DE SINTOMAS DE STRESS ), considerando-se a

situação de trabalho dos sujeitos.

Tabela E7: Média e desvio padrão obtidas para a variável FREQÜÊNCIA DE SINTOMAS DE STRESS, conforme a situação de trabalho dos sujeitos: APRESENTAÇÃO LINK M 42,6 48,0 DP 27,78 13,67 N 7 24 Observa-se que os valores do grupo Link são superiores aos valores apresentados pelo grupo

Apresentação, porém ambos se incluem, com esses valores, na categoria baixa freqüência de stress. A

tabela E8 apresenta os resultados do estudo estatístico:

Tabela E8: Análise estatística das médias e desvio padrão obtidas para a variável FREQUENCIA DE SINTOMAS DE STRESS, conforme a situação de trabalho dos sujeitos

GL /t/ p Conclusão

29 0,497 P > 0,10 n. s.

A análise estatística dos dados referentes à variável FREQÜÊNCIA DE SINTOMAS DE STRESS,

considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos, revelou que as diferenças entre o grupo

Apresentação e o grupo Link, não são estatisticamente significantes:

Page 163: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

163

INTENSIDADE DE SINTOMAS DE STRESS A segui,r apresentamos, na tabela E9, as médias e desvio padrão obtidos para a variável INTENSIDADE

DE SINTOMAS DE STRESS, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos:

Tabela E9: Média e desvio padrão obtidos para a variável INTENSIDADE DE SINTOMAS DE STRESS, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos: SÃO PAULO SANTOS M 1,86 2,27 DP 1,204 1,480 N 18 13 Observa-se que os valores do grupo Santos são superiores aos encontrados para o grupo São Paulo,

estando ambos incluídos, com estes valores, na categoria baixa intensidade de stress. A seguir,

apresentamos os resultados da comparação estatística desses valores.

Tabela E10 Análise estatística das médias e desvio padrão obtidos para a variável INTENSIDADE DE SINTOMAS DE STRESS, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos:

GL /t/ p Conclusão 29 0,822 P > 0,10 n. s.

Conforme verificamos na tabela anterior, as diferenças observadas entre as médias dos grupos São

Paulo e do grupo Santos não são estatisticamente significantes. A seguir, apresentamos as médias e

desvio padrão para a mesma variável (INTENSIDADE DE SINTOMAS DE STRESS), considerando-se a

situação de trabalho dos sujeitos:

Tabela E11: Médias e desvio padrão obtidas para a variável INTENSIDADE DE SINTOMAS DE STRESS, conforme a situação de trabalho dos sujeitos: APRESENTAÇÃO LINK M 1,77 2,11 DP 1,863 1,156 N 7 24 Observa-se que os valores do grupo Link são superiores aos valores apresentados pelo grupo

Apresentação, porém ambos se incluem, com esses valores, na categoria baixa intensidade de stress. A

tabela E12 apresenta os resultados do estudo estatístico:

Page 164: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

164

Tabela E12 : Análise estatística das médias e desvio padrão obtidas para a variável INTENSIDADE DE SINTOMAS DE STRESS, conforme a situação de trabalho dos sujeitos

GL /t/ p Conclusão 29 0,583 P > 0,10 n. s.

A análise estatística dos dados referentes à variável INTENSIDADE DE SINTOMAS DE STRESS,

considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos, revelou que as diferenças entre o grupo

Apresentação e o grupo Link não são estatisticamente significantes.

CLASSIFICAÇÃO GERAL

A tabela E13 apresenta a CLASSIFICAÇÃO GERAL na lista de SINTOMAS DE STRESS, após análise

dos resultados obtidos nas subvariáveis PRESENÇA, FREQÜÊNCIA e INTENSIDADE dos sintomas de

stress, considerando-se a procedência geográfica :

TABELA E13: CLASSIFICAÇÃO GERAL dos sujeitos na variável SINTOMAS DE STRESS, conforme a procedência geográfica dos sujeitos, acompanhada do resultado do teste de hipótese: SÃO PAULO

%

SANTOS %

TODA A AMOSTRA %

/t/29 P Conclusão

Baixo>médio - 15,4 6,5 1,538 P>0,10 n.s.

Médio 94,5 76,9 87,1 1,368 P>0,10 n.s.

Médio>alto 5,5 7,7 6,5 0,241 P>0,10 n.s.

N 18 13 31 - - -

Observa-se que a maior concentração de sujeitos está na categoria médio da LISTA DE SINITOMAS DE

STRESS, tanto para o grupo São Paulo quanto para o grupo Santos. No grupo São Paulo, não há

nenhum sujeito classificado como baixo-médio nível de sintomas de stress e apenas 5,5% se

enquadram na categoria médio-alto. Já no grupo Santos, há uma pequena parcela de participação na

categoria médio–baixo (15,4%). Na categoria médio>alto, há 7,7%dos sujeitos do grupo Santos. As

diferenças intergrupos, porém, não são estatisticamente significantes.A figura E1 ilustra esta distribuição:

Page 165: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

165

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Baixo>médio Médio Médio>alto

SÂO PAULO %SANTOS

Figura E1: Distribuição dos sujeitos pela classificação geral no LSS , de acordo com sua procedência

geográfica

A seguir, na tabela E14, apresentamos a CLASSIFICAÇÃO GERAL na lista de SINTOMAS DE STRESS,

obtidas após análise dos resultados colhidos nas sub-variáveis PRESENÇA, FREQÜÊNCIA e

INTENSIDADE dos sintomas de stress, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos:

TABELA E14: CLASSIFICAÇÃO GERAL dos sujeitos na variável SINTOMAS DE STRESS, conforme a situação de trabalho dos sujeitos:, acompanhada do teste de hipóteses: APRESENTAÇ

ÃO

%

LINK

%

TODA A AMOSTRA

%

/t/29 P Conclusão

Baixo>médio 28,6 - 6,5 1,674 P>0,10 n.s

Médio 57,1 95,8 87,1 2,021 P>0,10 n.s.

Médio>alto 14,3 4,2 6,5 0,729 P>0,10 n.s.

N 7 24 31 - -

Page 166: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

166

Observa-se que a maior participação dos sujeitos está na categoria médio, sobretudo para o grupo Link,

que possui 95,8% dos sujeitos nesta categoria e apenas 4,2 na categoria médio-alto. Já o grupo

Apresentação possui 57,1% na categoria médio, 28,6% na baixo>médio e 14,3% na médio>alto.

Estudando-se a significância estatística das diferenças de participação entre as situações de trabalho

(apresentação ou link), dentro das categorias, verifica-se que as diferenças não são significantes.A figura

E2 ilustra esta distribuição:

0102030405060708090

100

% de sujeitos

Baixo>médio Médio Médio>alto

nível de sintomas de stress

Classificação geral do lss - situação de trabalho

APRESENTAÇÃO %

LINK %

Figura E2: Distribuição dos sujeitos pela classificação geral no LSS, de acordo com sua situação de trabalho

Apresentamos, a seguir, a título de ilustração, um ranking dos itens do protocolo de sintomas de stress

mais pontuados, considerando-se toda a amostra:

Page 167: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

167

TABELA E15: Ranking dos itens mais pontuados na Lista de Sintomas de Stress COLOCAÇÃO ÍTEM SINTOMA CATEGORIA

1° 5 No final de um dia de trabalho, estou desgastado. Fisiológico

2° 33 Sinto sobrecarga de trabalho. Emocional

3° 9 Tenho pensamentos que me deixam ansioso. Cognitivo

21 Tenho cansaço. Fisiológico

4° 7 Como demais. Fisiológico

35 Esqueço-me das coisas. Cognitivo

55 Meus músculos estão sempre tensos. Fisiológico

5° 16 Fico esgotado emocionalmente. Emocionais

6° 38 Sinto os olhos lacrimejantes e a visão embaçada. Fisiológico

7° 17 Sinto angústia. Emocional

8° 26 Qualquer coisa me irrita. Emocional

39 Tenho sono exagerado. Fisiológico

9° 59 Tenho vontade de ficar sozinho. Social

10° 13 Quando me levanto de manhã, já estou cansado. Fisiológico

A figura E3 ilustra essa distribuição:

Page 168: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

168

0 10 20 30 40 50 60

quando me levanto de manhã, já estou cansado

tenho vontade de ficar sozinho

tenho sono exagerado

qualquer coisa me irrita

sinto angústia

sinto os olhos lacrimejantes e a vsão embaçada

fico esgotado emocionalmente

como demais

esqueço-me das coisas

meus músculos estão sempre tensos

tenho pensamentos que me deixam ansioso

tenho cansaço

sinto sobrecarga de trabalho

no fim de um dia de trabalho, estou desgastado

RANKING DOS ÍTENS MAIS PONTUADOS LISTA DE SINTOMAS DE STRESS - LSS

Figura E3 : Ranking dos itens mais pontuados na Lista de Sintomas de Stress - LSS

Page 169: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

169

RESULTADOS – PARTE 2

NÍVEL ESPECÍFICO VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS

BEPATYA - Padrão de comportamento do Tipo A

A tabela E16 apresenta as médias e desvios padrão obtidos pelos sujeitos, considerando-se a sua

procedência geográfica, para a variável COMPORTAMENTO TIPO A:

TABELA E16: Média e desvio padrão para a variável COMPORTAMENTO TIPO A, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos: SÃO PAULO SANTOS M 70,1 71,5 DP 11,59 12,54 N 18 13

Observa-se que as médias encontradas são similares, com valores um pouco mais altos para o grupo

Santos, incluindo-se ambas na categoria alto nível de comportamento Tipo A . O gráfico E4 ilustra a

distribuição dos valores entre os grupos.

Page 170: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

170

70,1 71,5

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

pontos

São Paulo Santos

Como tipo A - São Paulo x Santos

Figura E4: Média dos pontos obtidos para a variável COMPORTAMENTO TIPO A, conforme procedência

geográfica dos sujeitos.

A seguir, apresentamos o resultado da análise estatística para esses dados:

TABELA E17: Análise estatística das médias e desvio padrão para a VARIÁVEL COMPORTAMENTO TIPO A, considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos:

GL /t/ p Conclusão

29 0,317 P>0,10 n.s.

De acordo com a tabela E17, as diferenças de médias encontradas para a variável COMPORTAMENTO

TIPO A , considerando-se a procedência geográfica dos sujeitos, não são estatisticamente significantes.

Quando a amostra é dividida considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos, encontramos as

seguintes médias e desvio padrão, os quais são apresentados na tabela E18:

Page 171: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

171

TABELA E18: Média e desvio padrão obtidos para a variável COMPORTAMENTO TIPO A, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos: APRESENTAÇÃO LINK M 68,0 71,5 DP 15,15 10,91 N 7 24

Observa-se que as médias permanecem na categoria alto nível de comportamento tipo A, com um valor

um pouco maior para os sujeitos pertencentes ao grupo Link. A figura E5 ilustra esta distribuição:

68 71,5

0102030405060708090

100

pontos

Apresentação Link

Como tipo A - apresentação x link

Figura E5: Média dos pontos obtidos para a variável COMPORTAMENTO TIPO A, conforme situação de

trabalho dos sujeitos. Na tabela E19, encontramos os resultados da análise estatística desses dados: TABELA E19: Análise estatística das médias e desvio padrão obtidos para a variável COMPORTAMENTO TIPO A, considerando-se a situação de trabalho dos sujeitos:

GL /t/ p Conclusão

29 0,540 p>0,10 n.s.

Observa-se, na tabela 80, que a diferença de valores verificada entre os grupos Apresentação e Link não

são estatisticamente significantes.

Page 172: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

172

A seguir, apresentamos um ranking dos itens mais pontuados no protocolo de avaliação do

Comportamento Tipo A, para ilustração:

TABELA E20 Ranking dos itens mais pontuados no protocolo BEPATYA COLOCAÇÃO ITEM AFIRMAÇÃO Categoria

1° 5 Eu levo muito a sério as minhas obrigações. Senso de competência

2° 21 Ainda tenho muitas coisas importantes a

realizar na vida.

Ambição

3° 4 Quando os outros são vagarosos, prefiro eu

mesmo fazer o trabalho.

Nervosismo

4° 11 Fico irritado quando pessoas preguiçosas

atrasam o trabalho.

Nervosismo

5 ° 16 Enquanto todas as tarefas não estiverem

cumpridas, não consigo relaxar

adequadamente.

Incapacidade de desligar-se

A seguir apresentamos na figura E6 uma ilustração desses dados:

0 20 40 60 80 100 120 140 160

enquanto todas astare fas não estiveremcumpridas, não consigorelaxar adequadamente

fico irritado quandopessoas pregu içosasatrasam o traba lho

quando os outros sãovagarosos pre firo eu

mesmo fazer o trabalho

a inda tenho muitasco isas importantes a

rea lizar na v ida

eu levo muito a sério asm inhas obrigações

RANK ING DOS ÍTENS MAIS PONTUADOS comportamento T ipo A - BEPATYA

Figura E6: Ranking dos itens mais pontuados no protocolo BEPATYA – Comportamento Tipo A

Page 173: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

173

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os resultados do presente estudo confirmaram a expectativa inicial de que há mobilização fisiológica,

indicativa de ativação por stress, a partir de uma situação específica de fala. Essa mobilização se

expressa na alteração dos valores das variáveis experimentais (freqüência cardíaca, cortisol e voz),

quando se consideram os tempos experimentais, ou seja, pré x ao vivo, ao vivo x pós e pré x pós (análise

intragrupos). Os resultados revelaram que o comportamento dessa alteração em cada variável se

processa por diferentes caminhos. Contudo, houve sempre pelo menos uma alteração entre os tempos

experimentais, sendo os valores do momento ao vivo, sempre superiores aos demais. Esta mobilização,

comparável à mobilização existente em algumas atividades físicas, é um retrato de como se processa

fisiologicamente o enfrentamento de uma tarefa comunicativa profissional, ainda que habitual. Vale

ressaltar, aqui, o fato de que nossos sujeitos eram, em sua maioria, pessoas experientes na profissão,

com mais de 5 anos na função, sendo que pelo menos a metade deles já havia tido experiência anterior

com comunicação em rádio. Ainda assim, os resultados confirmaram nossa expectativa de que haveriam

diferenças significativas originadas pela situação de trabalho. Com efeito, a mobilização fisiológica é

sempre maior para repórteres no link do que para apresentadores em todos os parâmetros avaliados. Os

resultados revelaram também, haver diferenças significantes por procedência geográfica, apenas para

a variável cortisol, no momento pré, o que indica que o comportamento fisiológico está mais fortemente

relacionado à situação de trabalho do que à procedência geográfica dos sujeitos. A seguir, discutiremos

os resultados obtidos para cada variável:

Page 174: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

174

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

FREQUENCIA CARDÍACA

HOUVE MOBILIZAÇÃO (amostra total): quando se comparam os valores obtidos durante o experimento e

o que é esperado em situação análoga sem tarefa, observa-se que, mesmo nos momentos pré e pós, os

valores de freqüência cardíaca já se encontram discretamente aumentados (26% acima) . No momento

ao vivo, há um aumento bem maior (cerca de 76%), o que indica que a tarefa gera mobilização fisiológica.

HOUVE INFLUÊNCIA DA TAREFA (análise intragrupo): quando se consideram os tempos experimentais,

os resultados revelaram que há um aumento estatisticamente significante da freqüência cardíaca no

momento de entrada ao vivo, em relação ao período pré e pós - ao vivo, tanto para apresentadores

quanto para repórteres em link (independente de suas procedências geográficas), o que confere à

situação de fala ao vivo o status de mobilizadora da fase de alarme de stress, em ambos os grupos, e

confirma nossas expectativas iniciais baseadas na literatura e na observação clínica.

HOUVE DIFERENÇAS ENTRE OS GRUPOS: Os resultados indicaram, também, que a magnitude desse

aumento de freqüência cardíaca é diferente quando se compara os grupos por situação de trabalho. Os

valores são significantemente maiores entre os repórteres que estão no link (em média 41 batimentos por

minuto - bpm – acima dos valores pré ou 46,3% de aumento no momento ao vivo) do que entre

apresentadores ( em média 16,8 bpm acima dos valores pré - ou 19,8%), o que parece indicar que a

tarefa de falar ao vivo tem uma repercussão maior sobre a atividade cardíaca dos repórteres do que dos

apresentadores. Quando se compara os sujeitos por procedência geográfica, verifica-se que não há

diferenças significantes entre São Paulo e Santos, mas para ambos os grupos a diferença de valores nos

tempos experimentais (pré – ao vivo – pós) é significante, sendo os valores do ao vivo cerca de 40%

superiores aos tempos pré e pós).

Page 175: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

175

PALMERO, DIEZ & ASENSIO (2001) , em modelo de pesquisa semelhante, porém com stressor de

laboratório (tarefa de fala e aritmética), encontraram aumento de 18,5% entre os sujeitos com alto escore

para o TIPO A e 8,5% para os baixo escore de Tipo A. . ROY, KIRSCHBAUM, STEPTOE, (2001)

também em modelo experimental semelhante , porem com stressor de laboratório (tarefa aritmética e de

fala) encontraram um valor de 11.4 bpm na primeira tarefa e de 16,2 bpm na tarefa de fala). Já MEYER

et al (2000) em experimento semelhante, em situação real com jogadores de cassino (porém sem tarefa

de fala) , encontraram aumento de cerca de 18 bpm na situação experimental).

Segundo GREKIN (1988), as catecolaminas (grupo ao qual pertence a adrenalina) são liberadas

continuamente em pequenas quantidades na circulação sanguínea, mas aumentam consideravelmente

em resposta a estímulos adrenérgicos, entre eles, os stress, os exercícios físicos e a insulina)

Considerando que em ambas as situações de trabalho (apresentação e link) os sujeitos encontravam-se

em posição estática, (sem atividade física, portanto) , e que não houve nenhum outro estímulo que

pudesse justificar o aumento da atividade cardíaca, podemos inferir que o aumento da freqüência

cardíaca no momento ao vivo verificado foi fruto da ativação por stress.

Considerando-se, também, que a descarga de adrenalina, considerada como indicador bioquímico da

atividade emocional (VALDEZ & FLORES, 1985), é responsável pela aceleração do ritmo cardíaco,

nossos resultados nos permitem inferir que ha atividade psico-emocional do jornalista atuando ao vivo em

televisão, e que essa atividade é significantemente diferente entre apresentadores e repórteres no link.

Entre os sujeitos que estavam no link, o aumento da freqüência cardíaca foi significantemente maior e o

maior valor obtido para a freqüência cardíaca (pico de freqüência) ocorreu, em mais de 80% dos casos,

exatamente no momento da entrada ao vivo, diferentemente do grupo apresentação. Apesar de ambos os

grupos (apresentação e link) terem a tarefa de falar ao vivo , existem algumas peculiaridades próprias da

tarefa de cada um deles: o repórter no link fala em cada entrada por cerca de 1 a 2 minutos, um

conteúdo que ele mesmo preparou e que é falado (pelo menos um trecho) sem ser lido. Já o

apresentador pode ou não ter escrito o texto que lerá, mas ele será quase sempre lido. Em outras

palavras o grupo apresentação tem maior apoio da leitura do que o grupo link. O pouco controle sobre as

situações que o repórter no link tem, também pode ser outro fator. O apresentador tem sempre um

roteiro, que pode ser mudado, mas ele tem uma visão mais panorâmica do que acontecerá no jornal. Já o

repórter que está na rua não. Mesmo depois de sua entrada ele deve de ficar de prontidão para uma

possível entrada adicional, a qual ele não sabe se, e quando acontecerá.

Page 176: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

176

Enfim, a mobilização fisiológica expressa pelo aumento significante da freqüência cardíaca nos permite

concluir que, se houve aumento da freqüência cardíaca houve também descarga de adrenalina pela

medula da glândula supra-renal. Se houve descarga é porque a tarefa foi classificada como “relevante”.

A categoria “relevante” inclui três possibilidades de avaliação do evento: perda, perigo ou desafio. O

aumento da freqüência cardíaca acompanha as três possibilidades, mas só é acompanhado do aumento

do cortisol na mesma medida, na avaliação de perigo. Como na presente pesquisa tivemos aumento

significante da freqüência cardíaca e aumento discreto de cortisol (veja a seguir) , podemos inferir que a

tarefa foi classificada como relevante, na sub-categoria “desafio”.

Page 177: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

177

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

CORTISOL

HOUVE MOBILIZAÇÃO (amostra total): Quando comparamos os valores obtidos para a variável cortisol

durante o experimento com os valores obtidos em um grupo controle, verificamos (com surpresa) que os

valores do grupo experimental encontram-se abaixo dos do controle. Acreditamos que os valores mais

baixos de cortisol do grupo experimental se devam ás características típicas do trabalho jornalístico, o

qual exige alta atividade cognitiva e de atenção . BOHUS & KOOLHASS, 1993, referem que nessas

circunstâncias o coping costuma se caracterizar por ser um coping ativo. Nesse caso, há um aumento da

freqüência cardíaca e da noradrenalina e uma baixa dos níveis de cortisol, o que facilita a manutenção da

atenção e sobretudo da atividade cognitiva.

HOUVE INFLUÊNCIA DA TAREFA (análise intragrupos): Quando se comparam os tempos experimentais

entre si, os resultados revelaram que houve diferença significante entre o momento ao vivo e o momento

pós para o grupo Link. O pico de cortisol no momento ao vivo só ocorreu para 25% do grupo. Isso

significa que, entre os repórteres que estavam no Link, os níveis de cortisol já estavam mais altos desde

o momento pré, permaneceram assim logo depois da atuação ao vivo, e baixaram significantemente uma

hora após, o que sugere a influência da tarefa

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178

HOUVE DIFERENÇAS ENTRE OS GRUPOS (análise intergrupos) : Quando se comparam os grupo

entre si, verifica-se que se, por um lado as diferenças de freqüência cardíaca entre os sujeitos de São

Paulo e de Santos não foram significantes, elas o foram quando se trata da variável CORTISOL. Os

resultados apontaram que os sujeitos de São Paulo apresentam níveis de cortisol significantemente

superiores aos de Santos, sobretudo no momento pré-tarefa e entre os homens (nesses o aumento de

valor acontece no momento ao vivo e no momento pré, quando comparados aos homens de Santos).

Ainda que os níveis se apresentem mais baixos do que os do grupo-controle para todos os sujeitos,

esses resultados parecem indicar que a tarefa de falar ao vivo afeta de forma mais expressiva os níveis

de cortisol dos sujeitos de São Paulo do que dos de Santos ( apesar dos sujeitos de São Paulo se

atribuírem, subjetivamente, menos stress). Pode-se explicar tal diferença, por exemplo, pelo fato dos

sujeitos de São Paulo estarem mais em contato com factuais de violência , miséria, e outras

adversidades típicas de uma metrópole com mais de 15 milhões de habitantes. A realidade vivida pelos

sujeitos de Santos, com relação a estes temas é mais branda, na medida em que a Baixada Santista

com cerca de 20 municípios não perfaz um milhão de habitantes.

Conforme descrito no capítulo sobre Stress, o cortisol é liberado espontaneamente ao longo do dia em

quantidades maiores pela manhã, diminuindo ao longo do dia, estando quase inexistente à noite. Além

dessa produção espontânea, pode haver liberação adicional por estimulação bioquímica ou psicossocial

(ABSI; BONGARD; BUCHANAN; PIINCOMB; LICINIO & LOVALO (1997). Dessa forma, supomos que ao

longo de um período de três horas os valores deveriam declinar. Como não houve estimulação

bioquímica, e como observamos picos de aumento do cortisol, acreditamos que este aumento seja

devido à tarefa experimental (falar ao vivo) , que aconteceu de uma forma semelhante para ambos os

grupos.

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179

Os resultados revelaram também que, quando se compara os sujeitos pela situação de trabalho, os

níveis de cortisol, tanto para apresentadores quanto para repórteres no link, estão maiores no momento

ao vivo para ambos, não havendo diferenças significantes entre os grupos. Observa-se em ambos, um

pico de aumento bem mais discreto (entre 5 e 20%de aumento em média, no momento ao vivo) que o

observado para a freqüência cardíaca (entre 20 e 40% em média), com traçado mais marcado, no

entanto, para o grupo link.

Essa diferença de magnitude entre as respostas de freqüência cardíaca e de cortisol, podem ser

explicadas por duas maneiras distintas. Uma que considera que os valores são de fato baixos e outra que

considera que possíveis valores mais altos não foram adequadamente captados. Em primeiro lugar

consideremos a primeira hipótese, ou seja que os valores de cortisol foram baixos. Pode-se explicar esse

fato considerando-se algumas características situacionais, como as citadas por ROY; KIRSCHBAUM &

STEPTOE (2001). Segundo os autores, dificuldade da tarefa, perda de controle, suporte social durante a

tarefa e incomodo durante o desafio comportamental, são fatores que aumentam a descarga de cortisol.

No entanto, como vimos anteriormente quando tratamos da freqüência cardíaca, a situação experimental

do presente trabalho parece configurar-se mais como uma situação de desafio de que como uma

situação de perigo. Nesse caso, a descarga maior é de catecolaminas e não de cortisol (HOLROYD &

LAZARUS,1982; CACCIOPO, 1995). , o que parece estar mais de acordo com o que encontramos em

nossa pesquisa. Além da principal característica da tarefa, que é configurar-se em desafio, há uma outra

característica que também pode explicar a magnitude da resposta: a brevidade . .. CACCIOPO (1995)

refere pouca alteração no cortisol para stressores breves, como a tarefa que investigamos. Em segundo

lugar devemos considerar a segunda hipótese para a resposta menos exacerbada do cortisol. Nesse

caso devemos considerar as diferenças cronológicas na ativação neuroendócrina. Segundo VALDEZ &

FLORES (1985), tanto o ACTH quanto o cortisol incluem-se no chamado sistema de resposta semi-

rápida, (ao contrário das catecolaminas, que se incluem no sistema de ação rápida), apresentando seu

pico de concentração cerca de 20 a 30 minutos após a estimulação (KIRSCHBAUM &

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180

HELLHAMMER(1989). Nesse caso, talvez nosso modelo de pesquisa, que contou com apenas 3

momentos de coleta de saliva, não tenha contemplado adequadamente o período onde o pico apareceria.

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181

CORRELAÇÃO ENTRE FREQUENCIA CARDÍACA E CORTISOL

Pudemos verificar que a magnitude das respostas de freqüência cardíaca e de cortisol não são

comparáveis. A freqüência cardíaca aumenta muito mais do que os níveis de cortisol. Ao nosso ver, essa

diferença de valores se justifica, principalmente, pela avaliação cognitiva da tarefa. Segundo HOLROYD

& LAZARUS (1982), a reação de stress está diretamente ligada a avaliação e julgamento que fazemos

dos stressores. Por exemplo, quando um stressor, ou uma tarefa, é considerada como um desafio, há

uma elevação apenas das catecolaminas, permanecendo o nível de cortisol igual ou menor ao momento

anterior a tarefa. a mobilização fisiológica, em tese é menor, sendo portanto menos danosa ao

organismo. Já quando o stressor ou a tarefa é considerada como um perigo há uma elevação tanto das

catecolaminas quanto do cortisol. VALDEZ & FLORES, 1985, encontraram resultados semelhantes em

pesquisa com paraquedistas. Segundo os autores, com o treinamento na prática de paraquedismo,

diminuem os níveis de cortisol mas não os de adrenalina, “sugerindo uma ativação que cabe supor,

necessária para enfrentar com êxito a situação (p.26)

Dessa forma, concluímos que a tarefa de falar ao vivo, por ser uma tarefa habitual, rotineira não é considerada pelos sujeitos como stressante na medida em que não se correlaciona a uma situação de perigo para ao sujeito. Porém a manifestação fisiológica dos sujeitos é compatível com a classificação da tarefa como desafiante. Assim, a tarefa de falar ao vivo embora não represente nenhum tipo de perigo ao sujeito, também não é considerada como irrelevante. Ela é considerada como um desafio com o qual se confronta diariamente, e o qual deve ser vencido, também diariamente. Por ser uma reação considerada adaptativa, a mobilização que existe num estado de desafio, em si, não traz danos para a saúde, sendo pelo contrario, considerada “stress construtivo” ou “eustress” . Isso porque o individuo desafiado enfrenta mais persistente e efetivamente a situação, vivenciando a sensação de pouco stress. Aliás é este tipo de perfil desejjável para as empresas . Um anúncio procurando um profissional na área de jornalismo expressa bem o que é considerado ideal para a empresa: TEXTO DE ANÚNCIO PUBLICADO NO JORNAL ESTADO DE MINAS em 28/01/96, comprova a pressão no trabalho exigida nas redações.

“Somos uma empresa nacional de grande porte, líder no mercado de atuação. Estamos identificando profissionais de JORNALISMO EM TELEVISÃO. Buscamos profissionais com experiência jornalística desejável de 2 anos, com vontade de se desenvolver em uma empresa de sucesso. A posição requer formação superior em Comunicação Social e proficiência em segundo idioma flexibilidade de horário e disponibilidade para viajar. Completa o perfil solicitado: capacidade de atuar sob pressão, responder proativamente a situações novas e desafios, disponibilidade para trabalhar em equipe. Oferecemos condições competitivas de contratação e oportunidades de desenvolvimento profissional. Os interessados devem enviar Curriculum Vitae para portaria desse jornal sob o número TV/01. ( extraído de AGUIAR, 1996)}

Não obstante o desafio, em tese, não traga danos a saúde, se for intenso ou constante em demasia, pode

desencadear doenças (distress). Qual a freqüência e intensidade dessas alterações fisiológicas

Page 182: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

182

podeeia ser considerada saudável e a partir de quanto poderíamos pressupor desgaste do organismo,

são temas que requerem, ainda, maior investigação. De qualquer forma devemos pensar que a tarefa de

falar ao vivo atinge de forma diferente apresentadores e repórteres em link, estando estes últimos mais

propensos a um desgaste progressivo do organismo, sobretudo os relacionados a atividade cardíaca,

uma vez que a “lei da vulnerabilidade orgânica” postula que cada organismo termina expressando seu

Distress através de uma patologia, a qual vai se manifestar no órgão mais vulnerável desse organismo

(COELHO, BEHLAU & VASCONCELLOS, 1993).

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183

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

VOZ – FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÉDIA

HOUVE MOBILIZAÇÃO (amostra geral): Quando se comparam os valores obtidos para a variável

Freqüência Fundamental Média com o valor que serviu como parâmetro de normalidade, verifica-se que,

para todos os sujeitos, independentemente dos tempos experimentais e independentemente do sexo, os

valores do grupo experimental se encontram sempre mais altos. Embora não se possa atribuir o aumento

de valor exclusivamente à ativação por stress, uma vez que a variável Voz é a única das três variáveis

experimentais sobre a qual se tem controle volitivo, acreditamos que não se pode desvincular a voz das

outras variáveis fisiológicas, de modo que o aumento de valores deve ser atribuído, em parte, à ativação

por stress e, em parte, à intenção interpretativa.

HOUVE INFLUÊNCIA DA TAREFA (análise intragrupos): Quando se comparam os valores obtidos para

a variável Freqüência Fundamental Média, verifica-se que há elevação de valores típica de ativação por

stress entre os sujeitos que estavam no Link (semelhante ao que foi verificado no comportamento do

cortisol). A diferença entre o valor ao vivo e o pós foi estatisticamente significante. Observa-se que, no

momento pré, a Freqüência Fundamental Média já estava alta, próxima à verificada no ao vivo.

Atribuímos tal elevação à expectativa e à preparação prévia necessária para a performance. Nessa

ocasião (cerca de uma hora antes) o sujeito encontra-se organizando e preparando sua entrada ao vivo

com os técnicos e com os entrevistados, elaborando o que falará em sua entrada ao vivo e decorando

alguns trechos. Somente se verifica o declínio dos valores de Freqüência Fundamental no momento pós,

momento esse em que, provavelmente, o relaxamento pós-tarefa, propicia o rebaixamento da Freqüência

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184

Fundamental. Esses dados confirmam nossa expectativa inicial baseada na literatura, segundo a qual a

Freqüência Fundamental se eleva sob ativação emocional, sobretudo por stress. (SCHRER,

1981b,WILLIAMS & STEVENS, 1981; MENDONZA & CARBALLO,1998). A explicação para essa

elevação considera as implicações que algumas emoções podem desencadear sobre o ritmo cardíaco e a

pressão sangüínea. Essas alterações provocariam alterações na velocidade, profundidade e no padrão

dos movimentos respiratórios, o que afeta a pressão subglótica, podendo modificar o contorno da

freqüência fundamental. Outra alteração relacionada à ativação emocional é a diminuição da secreção

das glândulas salivares, que aumentam a viscosidade da saliva, provocando secura na boca e,

conseqüentemente, modificando as características da fonte de excitação acústica do trato vocal

(WILLIAMS & STEVENS, 1981). A elevação da Freqüência Fundamental no momento ao vivo também

pode estar relacionada às características de personalidade dos sujeitos, uma vez que existem algumas

características típicas de fala e voz relacionadas ao comportamento Tipo A, o qual, como vimos

anteriormente, é típico entre jornalistas. SIEGMAN, (1982) discorre sobre os correlatos vocais do stress

entre os sujeitos com altos escores para o TIPO A e destaca a tendência ao aumento de intensidade e

freqüência fundamental , o que se deve, segundo ele, ao aumento no tônus muscular geral e às

alterações de respiração. Considerando que, muitas vezes, os jornalistas que trabalham em TV adquirem

seu modelo vocal intuitivamente, baseados em modelos consagrados (STIER,1995; COELHO, 1995), a

percepção e o controle dessas alterações de freqüência nem sempre são possíveis.

HOUVE DIFERENÇA ENTRE OS GRUPOS (análise intergrupos): Quando se comparam os sujeitos do

sexo masculino pela situação de trabalho, a FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL MÉDIA do grupo Link

apresenta valores significantemente maiores que os do grupo Apresentação, nos 3 momentos. Observa-

se um traçado linear nos 3 momentos para o grupo Apresentação e um pico discreto no momento ao vivo

para o grupo Link, com diferença de valores maior quando se compara o ao vivo com o momento pós.

Como afirmamos anteriormente, a freqüência fundamental da voz, está sujeita a controle volitivo.

Portanto, a compreensão dos resultados que apontam a freqüência fundamental média mais alta para

Page 185: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

185

repórteres no link deve considerar a combinação, sobretudo, desses dois fatores : (1) a ativação por

stress, associada às alterações das outras variáveis fisiológicas, e (2) a ênfase interpretativa. Contudo,

devemos ponderar, por um lado, que, tanto apresentadores quanto repórteres no Link tinham intenções

interpretativas semelhantes; por outro lado, vimos que entre repórteres no Link a ativação fisiológica

mostra-se mais intensa. Dessa forma, podemos inferir que essa ativação fisiológica mais intensa seria o

diferencial que facilitaria a elevação maior da Freqüência Fundamental entre eles. Outro dado adicional

foi obtido com a análise perceptivo-auditiva (anexo 4), que revelou que há mais alterações perceptíveis

entre os repórteres em link do que entre os apresentadores.

Não obstante as medidas de freqüência fundamental da voz obtidas através da fala encadeada sejam

questionadas pela literatura, em função das variações inerentes ao material de fala e às características

de prosódia do texto (HIRANO, 1981; COLTON & CASPER,1990; BEHLAU,2001), ainda assim

acreditamos que as análises contidas neste estudo apresentam uma tendência de variação bastante

sistemática (sobretudo para o sexo masculino), que nos permitiram tecer as reflexões acima. Os

resultados de média de freqüência fundamental, além de compatíveis com o que observamos no trato

com esses profissionais, revelam como os repórteres e apresentadores usam, de fato, suas vozes em

situação de trabalho, qual a faixa e a variação da freqüência em relação aos tempos experimentais e

quais as peculiaridades entre repórteres e apresentadores. Os resultados permitiram- nos, não só

confirmar a hipótese da utilização de freqüência maior no ao vivo para repórteres como também saber

que repórteres e apresentadores têm comportamento de freqüência fundamental diferente (repórteres

tendem a aumentar a freqüência e apresentadores tendem a diminui-la). Com efeito, a análise perceptivo-

auditiva (anexo 4) revela que são perceptíveis as alterações no pitch (correlato psico-acústico da

freqüência fundamental) tanto no momento pré (entre cerca de 62% dos sujeitos) quanto no pós (mais de

70%), tanto entre apresentadores quanto entre repórteres. Naturalmente, essas informações facilitam o

trabalho do fonoaudiólogo que se ocupa desses profissionais e servem como referência, sobretudo, na

prevenção de distúrbios relacionados ao uso ocupacional inadequado e até mesmo para fins de estética

de comunicação verbal. Lamentavelmente, os poucos estudos que utilizam material de fala previamente

definido, para avaliação dos efeitos do stress sobre a voz (MENDONZA&CARBALLO, 1998), geralmente

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186

só são possíveis em situação de laboratório, tendo como disparador de stress, por exemplo, a repetição

do alfabeto em ordem reversa. Tal tarefa, a nosso ver, está longe de refletir os efeitos da utilização da voz

sob stress real. Outra grande quantidade de estudos, como vimos na revisão de literatura, utiliza-se da

fala para provocar stress, mas nenhuma análise das variações da própria fala e da voz é feita.

Enfim, entre utilizar os dados de fala e voz de nossos sujeitos conhecendo as restrições ou desprezá-

los, optamos pela primeira hipótese. Acreditamos, contudo, que devamos perseguir, ao máximo, uma

maior proximidade dos estudos sobre a variação da freqüência fundamental em situação real .

Certamente, num futuro próximo, poderemos encontrar um paradigma para tal tipo de análise.

Page 187: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

187

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

VARIÁVEIS SITUACIONAIS

De forma geral, os resultados indicaram que os sujeitos se auto-atribuem pouco stress, tanto em geral,

como antes, quanto depois, mas há algumas diferenças, sobretudo relacionadas à procedência

geográfica dos sujeitos:

O NIVEL DE STRESS GERAL é considerado pouco>razoável para ambas as divisões grupais

(procedência geográfica e situação de trabalho). Em outras palavras, pode-se dizer que tanto os sujeitos

provenientes de São Paulo quanto os de Santos, e ainda, tanto os apresentadores quanto os repórteres

em Link atribuem a mesma média de”stress em geral” . Já considerando o momento pré, através da

análise da variável NÍVEL DE STRES ANTES, verificamos que os sujeitos procedentes de São Paulo

atribuem nenhum ou pouco stress antes do ao vivo, enquanto os de Santos atribuem em média pouco ou

razoável stress. Quando se comparam os grupos por situação de trabalho, verifica-se que não há

diferença, ou seja, tanto apresentadores quanto repórteres em Link referem sentir pouco>razoável stress.

Porém observa-se que esses valores aumentam tanto para São Paulo (de nenhum >pouco passam para

pouco>razoável) quanto para Santos (de pouco>razoável passam para razoável>muito), no momento

pós. Em outras palavras, observa-se um aumento dos valores para a variável NÍVEL DE STRESS

DEPOIS. Como a avaliação de NÍVEL DE STRESS ANTES é baseada na percepção do momento

presente e na previsão de como será o momento ao vivo, e a avaliação do NÍVEL DE STRESS DEPOIS é

baseada no que, de fato, aconteceu, podemos inferir que a atribuição anterior sofreu modificação em

função de intercorrências durante o momento ao vivo, o que , aparenta estar relacionado às alterações

fisiológicas verificadas . Isso parece ser mais perceptível entre os sujeitos do grupo Santos, para os

quais o aumento de valor foi bem maior, tornando a diferença com o grupo São Paulo estatisticamente

significante.

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188

Os resultados para a variável NÍVEL DE SATISFAÇÃO COM A PERFORMANCE apontaram um nível

maior de satisfação para os sujeitos procedentes de São Paulo do que para os procedentes de Santos.

Considerando-se apenas os sujeitos de São Paulo , verifica-se que são as mulheres as que apresentam

maior índice de satisfação.

De maneira geral, parece que os sujeitos procedentes de Santos se atribuem uma sensação de stress

depois do ao vivo maior que os procedentes de São Paulo e, ainda, ficam menos satisfeitos com sua

performance. Essa diferença pode ser compreendida, considerando-se fatores econômicos, visto que os

recursos materiais e humanos parecem ser mais fartos para os sujeitos de São Paulo. Talvez a

escassez de recursos obrigue o sujeito a se adaptar a trabalhar em condições não tão favoráveis, o que o

faz viver maior stress. Pode-se explicar a diferença também, lembrando que os sujeitos de São Paulo

têm mais tempo de profissão e mais tempo na função , o que poderia dar a eles uma percepção de

stress vivenciado menor.

O nível de ansiedade-estado, obtido através do protocolo STAI-STATE, foi classificado na categoria

baixa, para toda a amostra, embora haja uma tendência de valores maiores de ansiedade para o grupo

Santos e para o grupo Link.Esse resultado confirma nossa expectativa, uma vez que investigamos uma

atividade profissional habitual para a qual houve preparo prévio e possibilidade de escolha por parte do

sujeito. Dessa forma, é esperado que a ansiedade, de modo geral, seja baixa, exceto frente a assuntos

(pautas) de maior peso ou relevância, o que não configura o cotidiano. Como não houve seleção de

pautas para a inclusão em nossa amostra, os assuntos tratados eram, em sua maioria, bastante habituais

aos sujeitos, de modo que não geravam, em si, ansiedade. O que, ocasionalmente, gerava ansiedade

eram as intercorrências que fugiam ao controle deles antes e durante o momento ao vivo. Dessa forma,

podemos inferir que a baixa ansiedade atribuída pelos sujeitos no momento pré classifica a tarefa,

cognitivamente com “irrelevante”, portanto não demandando ativação fisiológica. No entanto, como vimos

na discussão das variáveis fisiológicas, apesar de cognitivamente ser classificada como irrelevante, a

ativação fisiológica ocorre. Parece incongruente que a tarefa de falar ao vivo seja cognitivamente

classificada como gerando baixa ansiedade (irrelevante) e que fisiologicamente ocorra como se houvesse

sido classificada como desafio (relevante). Na verdade, acreditamos que os sujeitos não se percebem

nem ameaçados nem desafiados. Talvez haja aqui uma dificuldade de classificação semântica

relacionada à palavra “ansiedade” a qual é costumeiramente relacionada a sensações negativas. Como

não havia sensações negativas, os sujeitos não atribuíam ansiedade à tarefa. Talvez se tivessem sido

indagados quanto ao nível de desafio que a tarefa lhes impunha, tivéssemos um retrato um pouco mais

aproximado do que a tarefa representa para eles. Essa situação é inversamente proporcional ao que se

verifica quando a tarefa de falar gera ansiedade. COELHO & VASCONCELLOS (2001) investigaram a

incidência do medo de falar em público entre universitários e verificaram que , ainda nos dias de hoje,

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189

esse medo social ainda ocupa lugar importante entre outros medos, gerando alta ansiedade entre boa

parte dos discentes.

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190

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

VARIÁVEIS ESTRUTURAIS

Os resultados para a variável SINTOMAS DE STRESS apontaram para uma alta presença de sintomas

de stress, em baixa freqüência e intensidade, o que levou a uma classificação geral MÈDIA, para ambos

os grupos, tanto na divisão São Paulo Santos, quanto na divisão Apresentação e Link. Observa-se uma

tendência de o grupo Santos e o grupo Link apresentarem sempre valores mais altos, em todas as sub-

variáveis (presença, freqüência e intensidade de sintomas). Os resultados indicaram ainda que, entre os

dez sintomas mais assinalados, cerca da metade são tipicamente fisiológicos e relacionados quase que

exclusivamente a sensações de extremo cansaço, sendo os dois primeiros colocados itens relacionados

diretamente ao desgaste causado pelo trabalho (“No final de um dia de trabalho, estou desgastado”;

“Sinto sobrecarga de trabalho”). Isso reforça a hipótese de que a atividade profissional dos sujeitos tem

um custo somático importante. A outra metade são sintomas emocionais e cognitivos, indicativos da

fase de resistência do stress, o que sugere que o processo de stress já está em curso há algum tempo.

Os sintomas de fadiga são fartamente citados na literatura como uma da conseqüências da ativação por

stress, sobretudo as relacionadas à atividade adrenal. (FREEMAN, 1986; ROSEN & SATALLOF, 1997

ROSEN & SATALLOF,1998)

Já o PADRÃO DE COMPORTAMENTO TIPO A apresentou classificação nível alto para ambos os

grupos. Isto significa que o padrão de comportamento típico dessa categoria profissional é o TIPO A.

SIEGMAN (1982) refere-se às várias características típicas do TIPO A, enfatizando as características de

fala. Segundo o autor, a urgência de tempo do TIPO A faz com que o tempo de latência para resposta

seja mais curto, a velocidade de articulação seja mais rápida e a loudness, aumentada. Encontramos

este tipo de características entre os jornalistas investigados, através da avaliação perceptivo auditiva (ver

anexo 4.). ROSENMAN & CHESNEY (1982) afirmam que os indivíduos TIPO A estão cronicamente

empenhados em atingir mais e mais em cada vez menos tempo. Faz parte da rotina do telejornalista este

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191

tipo de situação. Por um lado, é esperado que ele produza muito; por outro lado ele próprio busca esta

alta produção e perfeição. Dessa forma, essa situação não é vista como algo que lhe foi imposto e que é

nocivo a ele. A cobrança parece combinar perfeitamente com o perfil de personalidade dos sujeitos. A

competição é, também, motivadora para eles, e o desafio é visto com muito prazer. Talvez por esse

motivo a tarefa de falar ao vivo em si não seja vista como ansiógena, sendo, para eles considerada um

desafio. Segundo ROSENMAN & CHESNEY (1982), o comportamento tipo A está fortemente relacionado

com doenças cardiovasculares sobretudo porque sua descarga de catecolaminas em situações de

desafio ou perigo é mais intensa. “As catecolaminas provavelmente desempenham um importante papel

na mediação da relação entre o TIPO A e as doenças cardiovasculares e. arterioesclerose cornariana”.

PALMERO; DÍEZ & ASENSIO (2001) também investigaram a correlação entre ativação cardíaca e

padrões de comportamento (Tipo A e Tipo B). Segundo os autores, tradicionalmente, o comportamento

do Tipo A tem sido associado ao risco de doenças cardíacas, uma vez que a ativação simpática desse

grupo, enquanto trabalha ou executa tarefas desafiantes, é bem maior do que a dos indivíduos do Tipo

B.

Tal situação, verificada na presente pesquisa, torna os jornalistas que trabalham em televisão um grupo

de risco para problemas coronarianos.

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192

CONCLUSÃO

Buscou-se, no presente trabalho, investigar o custo somático de uma tarefa profissional, que compõe,

junto a outras atividades, o dia a dia de um jornalista. Os resultados revelaram que a tarefa de falar ao

vivo influencia os níveis de freqüência cardíaca, cortisol e voz. Indicaram, ainda, que a atividade

cardíaca e vocal dos repórteres no Link é mais intensa do que a dos apresentadores e que , portanto,

eles estariam mais expostos a problemas relacionados a essas duas áreas. Apresentamos, a seguir, um

resumo das conclusões finais:

1) Os sinais positivos encontrados indicam ativação por stress típicas da fase de alarme.

Certamente esses sinais não são, em si mesmos, negativos, mas podem ter efeitos tardios

negativos, se forem intensos ou prolongados. Nesse caso, o sistema cardiovascular e o aparelho

fonador deveriam ser considerados como elementos vulneráveis a distúrbios entre os

profissionais jornalistas.

2) Não há correspondência positiva entre o que se verifica fisiologicamente e o que os sujeitos

atribuem subjetivamente. As atribulações relacionadas a sua própria função e até mesmo as

intercorrências nem sempre são percebidas como negativas. Parece haver, aqui, uma certa

atração entre o profissional e o stress da profissão, de forma que as sensações advindas da

ativação psicofisiológicas não são vivenciadas como negativas. Às vezes, são vivenciadas até

com certo prazer. Isso indicaria que a percepção de um possível desgaste corporal em função

de atividade intensa não acontece em tempo real, ou seja, os sinais de desgaste serão

provavelmente percebidos apenas quando o desgaste já tiver uma extensão maior.

3) O padrão de comportamento da maioria absoluta dos sujeitos é do TIPO A , o qual segundo a

literatura apresenta uma forte correlação com problemas cardiovasculares e vocais, tendo em

vista a intensidade e voracidade de seu comportamento.

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193

4) Os sintomas de stress já estão presentes num nível geral médio, e com prevalência maior para

os sintomas típicos da fase de resistência do stress (emocionais e cognitivos) , o que sugere

desgaste somático.

5) A combinação de fatores estruturais (padrões de comportamento) com as exigências inerentes à

função (pressão por produção, pressão de tempo, etc) e com o envolvimento corporal inerente

à tarefa verificado na presente pesquisa indicaria cuidados redobrados quanto à saúde.

Por fim, acreditamos que a verificação do peso que a tarefa de falar ao vivo tem sobre os parâmetros

fisiológicos de jornalistas nos remete a pensar no peso que a utilização da fala e da voz teria também

para inúmeros outros profissionais da voz, sobretudo os que atuam sob tensão, como cantores e atores.

Assim, além de apontar alguns subsídios quanto ao custo somático de uma atividade profissional, que

tem um índice de morbi-mortalidade alto relacionado a problemas cardiovasculares, como a dos

jornalistas, acreditamos apontar, também, para a complexidade do objeto de trabalho do fonoaudiólogo.

Em outras palavras, acreditamos que uma atuação fonoaudiológica que considere a voz e a fala como

parte de uma engrenagem psico-fisiológica mais ampla terá mais chances de ser bem sucedida.

Page 194: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

194

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Cardiovascular and neuroendocrine to public speaking and mental arithmetic stressors –

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• AGUIAR, R. – Stress e violência no lead da notícia – Brasília – FENAJ (Federação Nacional dos

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Page 205: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

205

ANEXO 1

CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

NOME:________________________________________________________________

IDADE:_______________________________________________________________

SEXO:________________________________________________________________

TEMPO DE PROFISSÃO:________________

TEMPO NA FUNÇÃO:___________________

EXPERIÊNCIA PRÉVIA COM FUNÇÃO SIMILAR:

( ) sim

( ) não

SITUAÇÃO EXPERIMENTAL:

( ) Link

( ) Apresentação

LOCAL DE TRABALHO

( ) TV Globo

( ) TV Tribuna

DATA:_________________________

Page 206: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

206

Page 207: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

207

ANEXO 3

AVALIAÇÃO DA PRESENÇA/AUSÊNCIA DE ALTERAÇÕES NOS 3 PARÂMETROS EM RELAÇÃO

AO TEMPO

PRÉ PÓS

Alterou Não alterou Alterou Não alterou

Conv

eciona

is

Qualidade vocal

Pitch

Loudness

Foco ressonantal

Padrão articulatório

CPFA

Fluência

Interpretativos

Velocidade da fala

Pausas

Ênfase

Curva melódica

psicod

inâm

icos

Agradabilidade

Confiabilidade

Naturalidade

Segurança

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208

ANEXO 4

AVALIAÇÃO DA EMISSÃO PROFISSIONAL EM SITUAÇÕES AO VIVO

RESULTADOS

A avaliação perceptivo-auditiva das emissões profissionais dos sujeitos da presente pesquisa teve por

objetivo, obter dados mais descritivos e que permitissem compreender melhor as características típicas

da utilização da comunicação oral em situação ao vivo diferenças entre os grupos divididos por situação

de trabalho. Dessa forma obtivemos dados complementares à avaliação acústica.

O protocolo de AVALIAÇÃO DA EMISSÃO PROFISSIONAL EM SITUAÇÕES AO VIVO

(ANEXO 2) apresenta os itens a serem avaliados, divididos em 3 parâmetros:

1) Parâmetros convencionais

2) Parâmetros interpretativos

3) Parâmetros psicodinâmicos

As amostras de voz utilizadas para esta avaliação foram obtidas através da cópia da parte de áudio da

fita BETACAM utilizada para registro e documentação da emissora. Esta fita continha o momento de fala

ao vivo que foi utilizado também para comparação com os momentos antes e depois (ver avaliação das

alterações, a seguir) e também para a avaliação acústica da voz. Cada um dos 4 juizes avaliou cada uma

das amostra de voz, individualmente, após ouvi-las por 3 vezes consecutivas. As respostas foram

tabuladas posteriormente foi obtida uma média das respostas considerando o grupo todo, da seguinte

forma:

Cada item de avaliação oferecia um determinado número de possibilidades de resposta. As respostas

para cada possibilidade foram somadas e posteriormente divididas pela possibilidade de escolha, no caso

52 (13 sujeitos multiplicado por 4 avaliadores). Dessa forma obtivemos uma média de resposta para cada

possibilidade e, conseqüentemente, pudemos obter quais as respostas mais prevalentes, ou qual a

freqüência percentual de cada um dos itens, o que nos permitiu traçar um perfil e emissão dos sujeitos na

situação ao vivo. As respostas obtidas para os grupos apresentação e link, foram comparadas duas a

Page 209: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

209

duas, em cada um dos itens através da prova t de Student, para porcentagens. Serão apresentados os

resultados dos testes estatísticos, apenas para os quais a diferença foi considerada significante.

PARÂMETROS CONVENCIONAIS:

Qualidade Vocal : Esse item oferecia 2 possibilidades de resposta; Neutra e Não neutra. A seguir

apresentamos a distribuição das respostas para essa variável:

TABELA 1 : Distribuição das respostas para a variável QUALIDADE VOCAL:

APRESENTAÇÃO

%

LINK

%

NEUTRA 78,5 81,5

NÃO NEUTRA 21,5 18,5

N 7 19

Observa-se que tanto entre o GRUPO APRESENTAÇÃO quanto entre o GRUPO LINK, predomina a

qualidade vocal neutra (78,5 e 81,5%, respectivamente). O gráfico xx ilustra esta distribuição:

Page 210: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

210

78,5

21,5

81,5

18,5

0102030405060708090100

apresentador link

QUALIDADE VOCAL

NÃO NEUTRA

NEUTRA

GRÁFICO 1: Distribuição das respostas para a variável QUALIDADE VOCAL

Ressonância: Esse item oferecia 9 possibilidades de resposta: equilibrada, posterior, laringo-faríngica,

nasal, denasal, laríngica baixa, faríngica e oral. A seguir apresentamos na tabela 2 as distribuição das

respostas pelas categorias:

TABELA 2: Distribuição das respostas para a variável RESSONÂNCIA

APRESENTAÇÃO

%

LINK

%

Equilibrada 50 53,9

Posterior 0 11,8 /t/102=3.189 P<0,002

significante

Laringo-faringica 14,2 7,8

Nasal 21,4 17,1

Denasal 3,6 0

Laringica 0 2,7

Baixa 3,6 2,7

Faringica 3,6 2,7

oral 3,6 1,3

N 7 19

Page 211: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

211

Observamos que o tipo de ressonância mais prevalente é o equilibrado, tanto para o GRUPO

APRESENTAÇÃO quanto para o GRUPO LINK. Para o grupo LINK aparece em segundo lugar a

ressonância Nasal (17,1%) , seguida da posterior (11,8%). A diferença de ffrequencia de aparecimento de

ressonância posterior no grupo link em relação ao paresentação é significante estatisticamente (/t/102 =

3,189 ; p<0,002) . Para o grupo APRESENTAÇÃO, aparece também a nasal em segundo lugar (21,4%)

seguida da ressonancia laringo-fariingica (14,2%). A seguir apresentamos uma ilustração da distribuição

de todas as categorias da variável Ressonância, conforme sua distribuição considerando a situação de

trabalho dos sujeitos

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

apresentador link

RESSONÂNCIA

ORAL

FARÍNGICA

BAIXA

LARÍNGICA

DENASAL

NASAL

LARINGO - FARÍNGICA

POSTERIOR

EQUILIBRADA

GRÁFICO 2: Distribuição das respostas dos juízes para a variável RESSONANCIA

PITCH: A categoria de pitch oferecia 3 possibilidades de resposta: médio, agudizado e agravado. A seguir apresentamos na Tabela 3 a distribuição das respostas conforme a situação de trabalho dos sujeitos:

Tabela 3: distribuição das respostas para a variável PITCH

APRESENTAÇÃO LINK

Médio 53,5 43,4

Agudizado 35,7 46

Agravado 10,8 10,6

N 7 19

Page 212: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

212

Podemos observar que predomina o pitch médio tanto para o grupo APRESENTAÇÃO quanto para o

grupo LINK (53,5 E 43,4%, respectivamente) ) , seguido do agudizado (35,7 E 46%, respectivamente). O

gráfico 3ilustra esta distribuição:

53,5

35,7

10,8

43,4

46

10,6

0102030405060708090

100

apresentador link

PITCH

AGRAVADO

AGUDIZADO

MÉDIO

GRÁFICO 3: Distribuição das respostas para a variável PITCH

LOUDNESS: A categoria de LOUDNESS oferecia 3 possibilidades de resposta: médio, forte e fraco. A seguir apresentamos, na tabela 4 a distribuição das:

TABELA 4: Distribuição das respostas para a variável LOUDNESS

APRESENTAÇÃO LINK

Médio 75 53,9 /t/102=2.114 P,0,04

significante

Forte 25 43,4

fraco 0 2,7

N 7 19

Podemos observar que prevalece a categoria de loudness médio tanto para o grupo ARESENTAÇÃO

quanto para o grupo LINK (75 e 53,9%}, seguido do loudness forte, sobretudo para o grupo LINK(43,9%).

No gráfico 4 , apresentamos a ilustração dos dados acima .

Page 213: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

213

75

25

0

53,9

43,4

2,7

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

apresentador link

LOUDNESS

FRACO

FORTE

MÉDIO

GRÁFICO 4 : Distribuição das respostas para a variável LOUDNESS.

ARTICULAÇÃO: A categoria de ARTICULAÇÃO oferecia 5 possibilidades de resposta: precisa, imprecisa, exagerada, indiferenciada e travada. A seguir, na tabele 5 apresentamos a distribuição das respostas conforme a situação de trabalho dos sujeitos:

TABELA 5 : Distribuição das respostas para a variável ARTICULAÇÂO:

Apresentação Link

Precisa 75 51,3 /t/102=2.372 P<0,02

Imprecisa 14,2 28,9

Exagerada 0 2,7

Indiferenciada 7,2 15,7

travada 3,6 0

Não respondeu 0 1,4

Observa-se que prevalece para ambos os grupos, a categoria precisa (75% para o grupo

APRESENTAÇÂO e 51,3% para o grupo LINK). O gráfico 5 ilustra a distribuição das respostas pelas

categorias.

Page 214: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

214

75

14,2

07,203,6

51,3

28,9

2,7

15,7

1,40

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

apresentador link

ARTICULAÇÃO

TRAVADA

NÃO RESPONDEU

IINDIFERENCIADA

EXAGERADA

IMPRECISA

PRECISA

GRÁFICO 5 : Distribuição das respostas para a variável ARTICULAÇÃO

COORDENAÇÃO PNEUMO-FONO-ARTICULATÓRIA: A categoria de CPFA oferecia 2 possibilidades de resposta: adequada e com alteração. A seguir apresentamos a distribuição das respostas conforme a sitiuação de trabalho dos sujeitos:

TABELA 6: Distribuição das respostas para a variável COORDENAÇÃO PNEUMO-FONO-

ARTICULATÓRIA

APRESENTAÇÃO LINK

Adequada 67,8 27,6 /t/102=3.937 P<0,001

Com alteração 28,6 71 /t/102 =4,240

P<00,001

Não respondeu 3,6 1,4

n 7 19

Observa-se que o maior índice de alterações na coordenação pneumo-fono-articulatória está no grupo

LINK (71%), contra 28,6% do grupo APRESENTAÇÂO. Esses dados estão ilustrados pelo Gráfico 6.

Page 215: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

215

67,8

28,6

3,6

27,6

71

1,4

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

apresentador link

CPFA

NÃO RESPONDEU

COM ALTERAÇÃO

ADEQUADA

GRÁFICO 6 : Distribuição das respostas para a variável CPFA.

FLUÊNCIA: A categoria de CPFA oferecia 2 possibilidades de resposta: manteve e não manteve. A seguir apresentamos a distribuição das respostas conforme a situação de trabalho dos sujeitos:

TABELA 7: Distribuição das respostas para a variável FLUÊNCIA:

APRESENTAÇÃO LINK

Manteve 89,2 48,6 /t/102= 4.950

P<0,001

Não manteve 7,2 48,6 /t/102= 5.497

P<0,001

Não respondeu 3,6 2,8

n 7 19

Podemos observar que a categoria não manteve , da variável FLUENCIA, teve maior incidência para o

grupo LiNK, (48,6%), que teve o mesmo valor para a categoria manteve. Já o grupo APRESENTAÇÃO,

apresentou uma incidência bastante expressiva para a categoria manteve (89,2%). O gráfico 7 ilustra

esses dados

Page 216: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

216

89,2

7,2

3,6

48,6

48,6

2,8

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

apresentador link

FLUÊNCIA

NÃO RESPONDEU

NÃO MANTEVE

MANTEVE

GRAFICO 7: Distribuição das respostas para a variável FLUENCIA.

PARÃMETROS INTERPRETATIVOS

PAUSAS: Esta categoria oferecia 5 possibilidades de resposta: adequadas, inadequadas, insuficientes, insuficientes e inadequadas, excessivas, excessivas e inadequadas. A seguir apresentamos a distribuição das respostas:

TABELA 8: Distribuição das respostas para a variável PAUSAS;

APRESENTAÇÃO

%

LINK

%

Adequadas 50 17,2 /t/102= 3,156 P<0,01

Inadequadas 25 48,6 /t/102=2,362 P<0,02

insuficientes 17,8 18,4

Insuficientes e inadequadas 3,6 5,3

excessivas 0 2,7

Excessivas e inadequadas 0 3,9

Não respondeu 3,6 3,9

N 7 19

Page 217: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

217

Podemos observar que o GRUPO APRESENTAÇAO possui mais pausas consideradas adequadas

(50%), seguida das inadequadas (25%) e das insuficientes (17,8%). Já o grupo LINK, possui a maioria de

suas pausas consideradas inadequadas (48,6%), seguidas pelas insuficientes, (18,4%) e das adequadas

(17,2%).. O gráfico xx ilustra essa distribuição:

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

apresentador link

PAUSAS

NÃO RESPONDEU

EXCESSIVAS E INADEQUADAS

EXCESSIVAS

INSUFICIENTES E INADEQUADAS

INSUFICIENTES

INADEQUADAS

ADEQUADAS

GRÁFICO 8: Distribuição das prespostas para a variável PAUSAS.

ENFASES: A categoria ENFASES oferecia 6 possibilidades de resposta: adequadas, inadequadas, insuficientes, insuficientes e inadequadas, excessivas e inadequadas, excessivas. A seguir apresentamos a distribuição das respostas conforme a situação de trabalho:

TABELA 9: Distribuição das respostas para a variável ÊNFASES:

APRESENTAÇÃO

%

LINK

%

Adequadas 46,4 30,3

Inadequadas 17,8 30,3

Insuficientes 7,2 5,2

Page 218: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

218

Insuficientes e inadequadas 0 0

Excessivas e inadequadas 3,6 3,9

excessivas 25 23,7

Não respondeu 0 6,6

N 7 19

Podemos observar que prevalecem as enfases consideradas adequadas, para o GRUPO

APRESENTAÇÃO (46,4%). Para o GRUPO LINK as enfases adequadas e inadequadas apresentam a

mesma incidência (30,3%). As enfases excessivas também aparecem para ambos os grupos com

incidência semelhante (25% para o Grupo APRESENTAÇÃO e 23,7 para o GRUPO LINK. Em menor

escala aparecem as que foram consideradas como insuficientes e inadequadas, as excessivas e

inadequadas e as insuficientes.(GRÁFICO 9)

46,4

17,8

7,203,6

25

0

30,3

30,3

5,203,9

23,7

6,6

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

apresentador link

ENFASES

NÃO RESPONDEU

EXCESSIVAS

EXC. E INADEQUADAS

INSUF. E INADEQUADAS

INSUFICIENTES

IINADEQUADAS

ADEQUADAS

GRÁFICO 9: Distribuição das respostas para a variável ÊNFASES.

CURVA MELÓDICA: A categoria CURVA MELÓDICA oferecia 4 possibilidades de resposta: adequadas, EXCESSIVAMENTE ASCENDENTE, inadequadas,e excessivamente descendente. A seguir apresentamos na Tabela 10 a distribuição das respostas :

TABELA 10: Distribuição das respostas para a variável CURVA MELÓDICA

APRESENTAÇÃO LINK

Adequadas 53,5 40,7

Excessivamente ascendente 35,7 51,3

Inadequadas 0 2,7

Excessivamente descendente 7,2 3,9

Excessivas 3,6 0

Não respondeu 0 1,4

Page 219: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

219

N 7 19

0

20

40

60

80

100

apresentador link

CURVA MELÓDICA

N/AO RESPONDEU

EXCESSIVAS

EXCESSIVAMENTE DESC.

INADEQUADAS

EXCESSIV. ASCENDENTE

ADEQUADAS

GRÁFICO 10: Distribuição das respostas para a variável CURVA MELÓDICA

VELOCIDADE: A variável VELOCIDADE oferecia 3 possibilidades de respostas : lenta, média e rápida . Apresentamos na tabela 11 a distribuição das respostas:

TABELA 11: Distribuição das respostas para a variável CURVA MELÓDICA:

APRESENTAÇÃO

%

LINK

%

Lenta 3,5 9,2

Média 64,3 48,7

Rápida 32,2 39,5

Não respondeu 0 2,6

n 7 19

Observa-se que a maioria dos sujeitos de ambos os grupos utilizam-se predominantemente da velocidade

média. O gráfico 11 ilustra a distribuição dos dados

Page 220: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

220

Gráfico 11: Distribuição dos dados para a variável VELOCIDADE.

PARÂMETROS PSICODINÂMICOS

AGRADABILIDADE: A categoria AGRADABILIDADE oferecia 4 possibilidades de resposta: nenhuma, pouca, média e muita . A seguir apresentamos Na Tabela 12 a distribuição das respostas:

TABELA 12: Distribuição das respostas para a variável AGRADABILIDADE:

APRESENTAÇÃO

%

LINK

%

Nenhuma 10,7 2,7

Pouca 42,8 55,2

Média 35,8 39,4

muita 10,7 2,7

n 7 19

Observa-se que tanto para o GRUPO APRESENTAÇÃO quanto para o GRUPO LINK, os maiores valores

estão na categoria pouca. (42,8 e 55,2% respectivamente)., seguido da categoria média (35,8 e 39,4,

respectivamente). O gráfico 12 ilustra esta distribuição dos dados:

3,5

64,3

32,2

9,2

48,7

39,5

0%

20%

40%

60%

80%

100%

%

% %

APRESENTAÇÃO LINK

velocidade

Rápi

Média

Lenta

Page 221: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

221

10,7

42,8

35,8

10,7

2,7

55,2

39,4

2,7

0

20

40

60

80

100

apresentador link

AGRADABILIDADE

MUITA

MÉDIA

POUCA

NENHUMA

GRÁFICO 12 : Distribuição das respostas para a variável AGRADABILIDADE

CONFIABILIDADE: A categoria CONFIABILIDADE oferecia 4 possibilidades de resposta: NENHUMA, pouca, média e muita . A seguir apresentamos a distribuição das respostas : (TABELA 13):

TABELA 13 Distribuição das respostas para a variável CONFIABILIDADE

APRESENTAÇÃO

%

LINK

%

Nenhuma 7,2 1,3

Pouca 35,7 31,5

Média 42,8 60,7

muita 14,3 6,5

n 7 19

Podemos observar que a categoria da variável CONFIABILIDADE mais prevalente para o grupo

APRESENTAÇÃO é a média (42,8%), seguido da pouca (35,7) e para o grupo LINK a mais prevalente é

também a média (60,7%), seguido pela pouca (31,5%). (GRÀFICO 13)

Page 222: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

222

7,2

35,7

42,8

14,3

1,3

31,5

60,7

6,5

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

apresentador link

CONFIABILIDADE

MUITA

MÉDIA

POUCA

NENHUMA

GRÁFICO 13: Distribuição das respostas para a variável CONFIABILIDADE

NATURALIDADE: A categoria NATURALIDADE oferecia 4 possibilidades de resposta: NENHUMA, pouca, média e muita . A seguir apresentamos NA Tabela 14 a distribuição das respostas conforme a situação de trabalho:

TABELA 14 : Distribuição das respostas para a variável NATURALIDADE

APRESENTAÇÃO LINK

Nenhuma 7,1 3,9

Pouca 53,6 39,5

Média 25 42,1

muita 14,3 14,5

N 7 19

Observa-se o predomínio da categoria pouca naturalidade par o PGRUPO APRESENTAÇÃO (53,6%), e

o da categoria média para o GRUPO LINK (42,1). O gráfico 14 ilustra a distribuição dos dados.

Page 223: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

223

7,1

53,6

25

14,3

3,9

39,5

42,1

14,5

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

apresentador link

NATURALIDADE

MUITA

MÉDIA

POUCA

NENHUMA

GRÁFICO 14 : Distribuição das respostas para a variável NATURALIDADE

SEGURANÇA: A categoria SEGURANÇA oferecia 4 possibilidades de resposta: NENHUMA, pouca,

média e muita . Na tabela 15 apresentamos a distribuição das respostas :

Tabela 15: Distribuição das respostas para a variável SEGURANÇA:

APRESENTAÇÃO

%

LNK

%

Nenhuma 3,6 2,6

Pouca 17,8 36,8 /t/102= 2,087 P<0,04

Média 71,4 51,3

Muita 7,2 9,3

N 7 19

Podemos observar que a maioria dos sujeitos de ambos os grupos apresentaram média segurança. Há

porem, uma diferença significante entre os sujeitos para a categoria pouca segurança. Há mais sujeitos

do grupo Link do que do grupo Apresentação, classificados na categoria pouca, e essa diferença é

significante. O gráfico abaixo ilustra essa distribuição:

Page 224: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

224

3,617,8

71,4

7,2

2,6

36,8

51,3

9,3

0%

20%

40%

60%

80%

100%

% %

APRESENTAÇÃO LNK

segurança

MuitaMédiaPoucaNenhuma

GRÁFICO 14 : Distribuição das respostas para a variável SEGURANÇA

Page 225: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

225

DISCUSSÃO

Os dados apresentados acima nos levam a crer que, em alguns parâmetros, há uma grande similaridade

entre os grupos e em outros não. Considerando, primeiramente os parâmetros convencionais,

observamos uma homogeneidade entre os grupos, para a maioria das variáveis: a qualidade vocal

predominante é a neutra, a ressonância, equilibrada e a loudness média..Atribuímos essa

homogeneidade nos parâmetros convencionais ao fato de se tratarem se sujeitos sem queixas e

treinados para a utilização da voz e fala profissionais. Já o pitch é predominantemente médio para o

grupo apresentação e agudizado para o grupo link, está de acordo com o que foi observado na avaliação

acústica (valores de freqüência fundamental média mais baixos para apresentadores e mais altos para os

repórteres em link). O pitch agudizado dos repórteres em link pode ser considerado mais um elemento

indicador de ativação por stress, associado aos outros parâmetros fisiológicos que se alteraram. Isso

porque o pitch é o correlato perceptual da freqüência fundamental, que , segundo a literatura, é o

parâmetro vocal que mais se altera sob stress. Observa-se também maior predominância de alterações

na coordenação pneumo-fono-articulatória no grupo link do que no apresentação, o que pode se justificar

também como resultado da ativação fisiológica , sobretudo do aumento da freqüência cardíaca que

implica alteração no ritmo e coordenação respiratória.

As maiores diferenças entre os grupos estão nos parâmetros interpretativos, com maior porcentagem de

adequação para o grupo apresentação do que para o grupo link. A fluência é mantida pela maioria

absoluta do grupo apresentação. Já no grupo link observa-se que praticamente a metade manteve e a

outra metade não manteve. As pausas, .as ênfases e as curvas melódicas foram classificadas

predominantemente como adequadas entre o grupo apresentação , mas não entre o grupo link. A maior

adequação dos apresentadores se deve, no nosso entender, em parte ao fato de que os apresentadores

estão lendo na maioria absoluta do tempo. Já o grupo link, uma parte do texto é falada sem que se possa

Page 226: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

226

ler ( de forma decorada ou pré-planejada) Por outro lado o repórter na rua necessariamente deve

contagiar o telespectador com o “calor” do fato que ele narra, de maneira que a intenção interpretativo do

repórter, leva, algumas vezes a um resultado não satisfatório, segundo os juizes.

Finalmente os parâmetros psicodinâmicos receberam classificações semelhantes: a agradabilidade de

ambos os grupo foi considerada pouca, a confiabilidade, média, a segurança média. Apenas a variável

naturalidade foi considerada pouca para o grupo apresentação e média para o grupo link.

Page 227: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

227

CONCLUSÃO Os resultados apresentados indicam que, no momento ao vivo, há uma similaridade entre os parâmetros

convencionais de qualidade vocal , padrão ressonantal, loudness, padrão articulatório entre

apresentadores e repórteres em link. Porém, o pitch apresenta-se mais agudizado entre os repórteres em

link e a coordenação pneumo-fono-articulatória e a fluência sofrem mais alterações entre eles também.

Esses três últimos parâmetros são citados pela literatura como mais sensíveis ao stress emocional.

A maioria das diferenças entre os grupos ocorrem nos parâmetros interpretativos de pausas, ênfases,

curva melódica e velocidade, os quais, na maioria das vezes, foram considerados pelos juizes como

adequados para os apresentadores e inadequados para os repórteres em link.

Entre os parâmetros psicodinâmicos não há diferenças entre os grupos quando se trata de

agradabilidade, confiabilidade e segurança. Contudo, a naturalidade foi considerada maior entre os

repórteres em link.

Tais resultados nos levam a crer que há diferenças especificas na fala ao vivo de repórteres e

apresentadores e que a maioria dessas diferenças aconteceu em parametros considerados pela literatura

como mais sensíveis ao stress emocional. Dessa forma, acreditamos que a comunicação oral profissional

ao vivo apresneta marcadores bem definidos de ativação emocional , que estão associados as outras

variáveis fisiológicas e que, assim como elas, manifestam-se de forma mais intensa entre repórteres no

Link do que entre apresentadores.

Page 228: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

228

AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES DA AVALIAÇÃO PERCEPTIVO-AUDITIVA NOS MOMENTOS

ANTES E DEPOIS

RESULTADOS

Para a avaliação perceptivo-auditiva das alterações observadas nos padrões de voz e fala dos sujeitos

nos momentos 1 ( 1hora antes do ao vivo) e 3 ( 1 hora depois do ao vivo), utilizamos procedimento

semelhante ao utilizado para AVALIAÇÃO DA EMISSÃO PROFISSIONAL. Dessa forma, participaram os

mesmos 4 juízes . O protocolo de AVALIAÇÃO DA PRESENÇA/AUSENCIA DE ALTERAÇÕES NOS

PARÂMETROS EM RELAÇÃO AO TEMPO (ANEXO 8) também apresentava os itens de avaliação

divididos em 3 parâmetros:

4) Parâmetros convencionais

5) Parâmetros interpretativos

6) Parâmetros psicodinâmicos

Após terem ouvido as vozes no momento 2 (momento do ao vivo) e preenchido o protocolo de

AVALIAÇÃO DA EMISSÃO PROFISSIONAL, os juizes ouviram o trecho correspondente ao momento 1

(1 hora antes do ao vivo) por 3 vezes consecutivas. Após esse procedimento, os juízes deveriam anotar

no protocolo de PRESENÇA/AUSÊNCIA DE ALTERAÇÕES NOS 3 PARÂMETROS EM RELAÇÃO AO

TEMPO , se percebiam alguma diferença em cada parâmetro, em relação ao momento do ao vivo.

Posteriormente as respostas foram tabuladas e uma média das respostas foi obtida considerando –se

cada um dos grupos (APRESENTAÇÃO ou LINK), da seguinte forma:

Cada item de avaliação oferecia um determinado número de possibilidades de resposta, considerando –

se o número de sujeitos em cada grupo e o número de juízes. As respostas para cada possibilidade

foram somadas e posteriormente divididas pela possibilidade de escolha, no caso 28 para o GRUPO

APRESENTAÇÃO (07 sujeitos multiplicado por 4 avaliadores) e 76 para o GRUPO LINK (19 sujeitos

multiplicado por 4 avaliadores. Dessa forma obtivemos uma média de resposta para cada possibilidade e

conseqüentemente pudemos obter quais as respostas mais prevalentes. Assim os números expressam

a porcentagem de alterações percebidas e assinaladas pelos juízes.A seguir apresentamos os resultados

dessa análise:

Page 229: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

229

ANTES

A seguir apresentamos na tabela 1 a quantidade de alterações percebidas pelos juizes nos 3 parâmetros

quando ouviram o trecho de fala obtido no momento 1 (antes), comparado ao momento 2 (ao vivo), para

cada um dos grupos de sujeitos avaliados. As variáveis referentes aos parâmetros convencionais

apresentam-se em letra azul, os interpretativos, em vermelho e os psicodinâmicos em verde. Os

resultados da comparação estatística entre os valores são apresentados apenas quando se mostraram

significantes. Foram consideradas não significantes as diferenças que obtiveram um valor de /t/ <=

.........................:

Tabela 1: Distribuição das alterações percebidas pelos juízes nos parâmetros vocais dos sujeitos no momento 1(ANTES):: APRESENTAÇ

ÃO

%

LINK

%

Análise estatística conclusão

PITCH 67,8 57,8

LOUDNESS 85,7 73,6

RESSONANCIA 46,4 31,5

ARTICULAÇÃO 25 36,8

CPFA 35,7 46

FLUENCIA 14,2 39,4 /T/102=2.911 P<0,01 Significante

VELOCIDADE 75 77,6

CURVA MELÓDICA 19,7 63,1 /T/102=4.649 p<0,001 Significante

ENFASES 64,2 63,1

PAUSAS 21 68,4 /T/102 = 5.062 P<0,001 Significante

AGRADABILIDADE 14,4 48,6 /T/102=3.900 P<0,001 Significante

CONFIABILIDADE 28,5 39,4

NATURALIDADE 13,1 40,7 /T/102 = 3.243 P<0,002 Significante

SEGURANÇA 11,8 52,6 /T/102 = 4.877 P<0,001 significantes

Page 230: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

230

Observa-se que em quase todos os itens de avaliação, valores maiores de alterações percebidas , para o

GRUPO LINK. Essas diferença de valores é menor para os parâmetros convencionais (pitch, loudness,

ressonância, articulação, CPFA e fluência) , um pouco maior para os parâmetros psicodinâmicos

(agradabilidade, confiabilidade, naturalidade e segurança) e bastante expressiva para os parâmetros

interpretativos (velocidade, curva melódica, ênfases e pausas). Apresentamos a seguir a ilustração das

alterações antes primeiramente para o grupo de APRESENTAÇÃO (gráfico 1), depois para o grupo LIINK

(gráfico 2) e depois a comparação entre os dois grupos (gráfico 3).

67,8

85,7

46,4

25

35,7

14,2

75

19,7

64,2

21

14,4

28,5

13,1

11,8

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

PITCH

LOUDNESS

RESSONANCIA

ARTICULAÇÃO

CPFA

FLUENCIA

VELOCIDADE

CURVA MEL.

ENFASES

PAUSAS

AGRADABILIDADE

CONFIABILIDADE

NATURALIDDAE

SEGURANÇA

ALTERAÇÕES APRESENTADORES ANTES (%)

Seqüência1

GRAFICO 1: Quantidade de alterações percebidas pelos juizes no grupo Apresentação no momento Antes, quando comparado ao momento ao vivo.

Page 231: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

231

0 10 20 30 40 50 60 70 80

PITCH

LOUDNESS

RESSONANCIA

ARTICULAÇÃO

CPFA

FLUENCIA

VELOCIDADE

CURVA MEL.

ENFASES

PAUSAS

AGRADABILIDADE

CONFIABILIDADE

NATURALIDDAE

SEGURANÇA

ALTERAÇÕES LINK ANTES

LIINK

GRAFICO 2: Quantidade de alterações percebidas pelos juizes no grupo link no momento Antes, quando comparado ao momento ao vivo.

Page 232: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

232

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

PITCH

LOUDNESS

RESSONANCIA

ARTICULAÇÃO

CPFA

FLUENCIA

VELOCIDADE

CURVA MEL.

ENFASES

PAUSAS

AGRADABILIDADE

CONFIABILIDADE

NATURALIDDAE

SEGURANÇA

ALTERAÇÕES ANTES APRESENTADOR X LINK

LIINK

APRESENTADOR

GRÁFICO 3 : Comparação das alterações observadas entre os grupos APRESENTAÇÃO X LINK, no momento 1(antes)

DEPOIS

A seguir apresentamos na tabela xx a quantidade de alterações percebidas pelos juizes nos 3 parâmetros

quando ouviram o trecho de fala obtido no momento 3 , comparado ao momento 2 (ao vivo), para cada

um dos grupos de sujeitos avaliados. As variáveis referentes aos parâmetros convencionais apresentam-

se em letra azul, os interpretativos, em vermelho e os psicodinâmicos em verde. Os resultados da

comparação estatística entre os valores são apresentados apenas quando se mostraram significantes.

Foram consideradas não significantes as diferenças que obtiveram um valor de /t/ <= .........................:

Page 233: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

233

Tabela 2: Distribuição das alterações percebidas pelos juízes nos parâmetros vocais dos sujeitos no momento 3:: APRESENTAÇÃO

%

LINK

%

Análise estatística conclusão

PITCH 78,5 64,4

LOUDNESS 71,4 71

RESSONANCIA 46,4 78,5 /t/102=3.046 p<0,01 Significante

ARTICULAÇÃO 21,4 38,1

CPFA 17,8 46 /t/102=3.060 p<0,01 significante

FLUENCIA 7,1 42,1 /t/102=4.693 p<0,001 significante

VELOCIDADE 75 76,3

CURVA MELÓDICA 21 72,3 /t/102=5.545 p<0,001 Significante

ENFASES 64,2 75

PAUSAS 19,7 69,7 /t/=5.446 p<0,001 significante

AGRADABILIDADE 14,4 51,3 /t/102=4.208 p<0,001 significante

CONFIABILIDADE 14,2 28,9

NATURALIDADE 28,5 43,4

SEGURANÇA 14,4 47,3 /t/102=3.754 p<0,001 Significante

Observa-se, aqui também, em quase todos os itens de avaliação, valores maiores de alterações

percebidas , para o GRUPO LINK. Essas diferença de valores é menor para os parâmetros convencionais

(pitch, loudness, ressonância, articulação, CPFA e fluência) , um pouco maior para os parâmetros

psicodinâmicos (agradabilidade, confiabilidade, naturalidade e segurança) e bastante expressiva para os

parâmetros interpretativos (velocidade, curva melódica, ênfases e pausas). O gráfico 4 ilustra a

distribuição dos das alterações no momento 3 para o grupo APRESENTAÇÃO, o gráfico 5 ilustra a

distribuição das alterações para o grupo LINK e ,finalmente o gráfico 6 ilustra a comparação dos

resultados obtidos entre os grupos.

Page 234: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

234

0 10 20 30 40 50 60 70 80

APRESENTADOR

PITCH

LOUDNESS

RESSONANCIA

ARTICULAÇÃO

CPFA

FLUENCIA

VELOCIDADE

CURVA MEL.

ENFASES

PAUSAS

AGRADABILIDADE

CONFIABILIDADE

NATURALIDDAE

SEGURANÇA

ALTERAÇÕES APRESENTADOR DEPOIS

Seqüência1

GRÁFICO 4: Distribuição das alterações para o GRUPO APRESENTAÇÃO no momento 3

0 10 20 30 40 50 60 70 80

PITCH

LOUDNESS

RESSONANCIA

ARTICULAÇÃO

CPFA

FLUENCIA

VELOCIDADE

CURVA MEL.

ENFASES

PAUSAS

AGRADABILIDADE

CONFIABILIDADE

NATURALIDDAE

SEGURANÇA

ALTERAÇÕES LINK DEPOIS

Seqüência1

GRÁFICO 5: Distribuição das alterações para o GRUPO LINK no momento 3

Page 235: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

235

ALTERAÇÕES DEPOISAPRES. X LINK

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

PITCH

LOUDNESS

RESSONANCIA

ARTICULAÇÃO

CPFA

FLUENCIA

VELOCIDADE

CURVA MEL.

ENFASES

PAUSAS

AGRADABILIDADE

CONFIABILIDADE

NATURALIDDAE

SEGURANÇA

LINK

GRÁFICO 6 : Comparação das alterações observadas no momento 3 entre os grupos APRESENTAÇÃO X LINK

Page 236: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

236

DISCUSSÃO E CONCLUSAO

Quando solicitados a reproduzir o padrão do ao vivo fora do contexto (antes e depois do momento ao

vivo), o resultado final, é percebido pelos juízes de forma diferente para ambos os grupos.

Tanto no momento antes quanto no momento depois, o grupo apresentação manteve-se mais próximo

do padrão utilizado no momento ao vivo. Já o grupo link apresenta uma quantidade de alterações bem

maior tanto no momento antes quanto no momento depois, se comparado ao grupo apresentação.

Parece que os apresentadores são capazes de reproduzir com maior fidedignidade o padrão de fala ao

vivo, de forma intencional. Já o padrão de fala dos repórteres no link parece não ser tão facilmente

reproduzido por eles em outro contexto (antes ou depois). Ao nosso ver, isso indicaria que o peso do

envolvimento emocional com o contexto situacional é mais significante para os repórteres do que para os

apresentadores

. Isso indicaria, por um lado que a ativação emocional no momento ao vivo talvez seja mais intensa, e

portanto mais indissociável da comunicação do reporter do que do apresentador. Dessa forma a

reprodução do padrão de comunicação utilizado no ao vivo fora do contexto, é mais fácil para os

apresentadores do que para os repórteres.

Page 237: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

237

ANEXO 5 ESTADO DE ANSIEDADE / STATE ANXIETY

INSTRUÇÃO

Nome:______________________________________________________ Sexo: ( ) M ( ) F Idade: ______anos Pesquisador(a).:________________ Código da pesquisa: ________ Data:________ Leia cada pergunta e faça um X no número, à direita, que melhor indicar como você se sente agora, nesse momento de vida. Não gaste muito tempo numa única afirmação, mas tente dar a resposta que mais se aproximar de sua opinião.Para responder à FREQÜÊNCIA utilize a escala NÃO = 1; UM POUCO = 2; BASTANTE = 3; TOTALMENTE = 4.

( NÃO=1; UM POUCO=2; BASTANTE=3; TOTALMENTE=4) Nºº CONCORDO 01 Sinto-me calmo

1 2 3 4

02 Sinto-me seguro

1 2 3 4

03 Estou tenso

1 2 3 4

04 Estou arrependido

1 2 3 4

05 Sinto-me à vontade

1 2 3 4

06 Sinto-me perturbado

1 2 3 4

07 Estou preocupado com possíveis infortúnios

1 2 3 4

08 Sinto-me descansado

1 2 3 4

09 Sinto-me ansioso

1 2 3 4

10 Sinto-me em casa

1 2 3 4

11 Sinto-me confiante

1 2 3 4

12 Sinto-me nervoso

1 2 3 4

13 Estou agitado

1 2 3 4

14 Sinto-me uma pilha de nervos

1 2 3 4

15 Estou descontraído

1 2 3 4

16 Sinto-me satisfeito

1 2 3 4

17 Sinto-me preocupado

1 2 3 4

18 Sinto-me superexcitado e confuso

1 2 3 4

19 Sinto-me alegre

1 2 3 4

20 Sinto-me bem

1 2 3 4

Page 238: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

238

ANEXO 6

NÍVEL DE STRESS ATRIBUIDO (NSA) GERAL

1) A tarefa de falar ao vivo em geral lhe causa: ( ) nenhum stress ( ) pouco stress ( ) razoável stress ( ) muito stress ( ) extremo stress ANTES 2) Quanto stress você está sentindo no presente momento: ( ) nenhum stress ( ) pouco stress ( ) razoável stress ( ) muito stress ( ) extremo stress DEPOIS

3) Quanto stress você vivenciou durante esta apresentação/link? ( ) nenhum stress ( ) pouco stress ( ) razoável stress ( ) muito stress ( ) extremo stress

Page 239: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

239

ANEXO 7

NÌVEL DE SATISFAÇÃO COM A PERFORMANCE (NSP)

Que nível de satisfação você atribuiria a sua performance:

( ) nenhuma satisfação

( ) pouca satisfação

( ) razoável satisfação

( ) muita satisfação

( ) extrema satisfação

Page 240: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

240

ANEXO 8

Lista de sintomas de stress – LSS/VAS

Nome: ____________________________________________ Idade: _____ anos Sexo: ( ) M ( ) F Pesquisador(a): ___________________________

Page 241: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

241

____

Cód

igo de

pes

quisa:__

____

__

Da

ta: _

____

____

__

INST

RUÇÃ

O

Av

alie os sin

tomas

que

se se

guem

, con

form

e a su

a fre

qüên

cia e in

tens

idad

e na

sua

vida ne

sses

últim

os te

mpo

s.

Pa

ra re

spon

der s

obre à FRE

QUÊ

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CA=0

; RAR

AMEN

TE=1

; FRE

QUE

NTEM

ENTE

=2; S

EMPR

E=3.

Pa

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TENS

IDAD

E méd

ia, d

e ca

da uma de

ssas

afirmaç

ões, assinale um

X num

pon

to da linha

ao lado

.

Obs

erve

o gráfico à direita

que

indica

o sen

tido cres

cente e de

cres

cente.

FR

EQÜÊ

NCIA

In

tens

idad

e

0 Nu

nca

1 Ra

ramen

te

2

Freq

üente

men

te

3 Se

mpre

1.

Sinto a resp

iraçã

o ofeg

ante

2.

Qua

lque

r coisa

me ap

avora

3.

Te

nho taqu

icardia

4.

Te

nho a se

nsaç

ão que

vou

des

maiar

5.

No

fim de um

dia de tra

balho, estou

des

gastad

o(a)

6.

Sinto falta

de ap

etite

7.

Co

mo de

mais

8.

o un

has

Page 242: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

242

9.

Te

nho pe

nsam

entos qu

e me de

ixam

ans

ioso

10. Sinto-me alienado(a)

11. Ra

njo os

den

tes

12. Ap

erto as man

díbu

las

13. Qua

ndo me leva

nto de

man

hã, já es

tou ca

nsad

o(a)

FR

EQÜÊ

NCIA

In

tens

idad

e

0

Nunc

a 1

Raramen

te

2

Freq

üente

men

te

3 Se

mpre

14. Te

nho med

o

15. Te

nho de

sânimo

16. Fico

esg

otad

o(a) emoc

iona

lmen

te

17. Sinto an

gústia

18. No

to que

minha

s forças

estão

no fim

19. Minha

pressão

se altera

Page 243: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

243

20. Ap

rese

nto distúrbios

gas

trointestinais (acide

z es

tomac

al, c

olite

, úlce

ras, etc)

21. Te

nho ca

nsaç

o

22. Co

stum

o falta

r no tra

balho

23. Sinto do

res na

s co

stas

24. Te

nho insô

nia

25. Sinto raiva

26. Qualquer coisa me irrita

27. Sinto ná

usea

s

28. Fico

afônico

(a)

29. Nã

o tenh

o vo

ntad

e de

faze

r as co

isas

30. Te

nho dific

ulda

de de relacio

namen

to

31. Ouç

o zu

mbido

s no

ouv

ido

32. Fu

mo de

mais

FR

EQÜÊ

NCIA

Page 244: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

244

0

Nunc

a 1

Raramen

te

2

Freq

üente

men

te

3 Se

mpre

Inte

nsid

ade

33. Sinto so

brec

arga

de tra

balho

34. Sinto-me de

prim

ido(a)

35. Es

queç

o-me da

s co

isas

36. Sinto o co

rpo co

berto

de su

or frio

37. Sinto os

olhos

lacrim

ejan

tes e a visã

o em

baça

da

38. Sinto ex

austão

físic

a

39. Te

nho so

no exa

gerado

40. Sinto inse

guranç

a

41. Sinto pres

são no

peito

42. Sinto provocações

43. Sinto insa

tisfaçõ

es com

meu

trab

alho

44. Te

nho do

r de ca

beça

45. Te

nho as

mão

s e/ou

pés

frios

Page 245: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

245

46. Te

nho a bo

ca sec

a

47. Sinto qu

e meu

des

empe

nho no

trab

alho

está lim

itado

48. Te

nho pe

sade

los

49. Te

nho um

nó no

estôm

ago

50. Te

nho dú

vida

s so

bre so

bre mim

mes

mo(a)

51. So

fro de en

xaqu

eca

FR

EQÜÊ

NCIA

In

tens

idad

e

0

Nunc

a 1

Raramen

te

2

Freq

üente

men

te

3 Se

mpre

52. Meu

ape

tite os

cila muito

53. Te

m dias qu

e, de repe

nte, te

nho diarréia

54. Minha

vida se

xual está difíc

il

55. Meu

s mús

culos es

tão se

mpre tens

os

56. Te

nho vo

ntad

e de

aba

ndon

ar tu

do que

estou

faze

ndo

Page 246: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

246

57. Te

nho disc

utido fre

qüen

temen

te com

meu

s am

igos

e fa

milia

res

58. Evito festas, jogos e reuniões sociais

59. Te

nho vo

ntad

e de

fica

r soz

inho

(a)

Caso

voc

ê tenh

a um

ou mais sintom

as que

não

tenh

am sido men

ciona

dos ac

ima, des

crev

a-os

.

Page 247: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

247

ANEXO 9 BEPATYA

Behavior Pattern Type A Faça um X no número à direita, que melhor exprime sua concordância com as afirmações abaixo e, conseqüentemente, com sua vida.

Não = 0 Bem Pouco = 1 Pouco = 2 Médio = 3 Bastante = 4 Totalmente = 5

CONCORDO

0 Não

1

Bem pouco

2 pouco

3 médio

4 bastante

5 totalmente

1 Eu me encontro constantemente sobre pressão do tempo.

2 Comparando-me com outras pessoas no mesmo estado que o meu, eu me levanto mais cedo do que elas.

3 Eu fico aborrecido(a) quando meu (minha) companheiro(a) me deixa esperando por longo tempo.

4 Quando os outros são vagarosos, prefiro fazer, eu mesmo o trabalho.

5 Eu levo muito a sério as minhas obrigações. 6 Determinadas tarefas da minha vida me

sobrecarregam muito.

7 A sobrecarga me deixa nervoso.

8 Eu tenho muitas ambições.

9 Eu me sobrecarrego freqüentemente.

10 Quando alguém está explicando algo e não sabe prosseguir, eu interrompo e o ajudo.

11 Fico irritado quando as pessoas preguiçosas atrasam o trabalho.

12 Fico aborrecido quando tenho que esperar muito num escritório ou numa loja.

13 Eu tenho constantemente o sentimento que o tempo voa.

14 No trabalho eu faço as coisas com mais precisão que os outros.

15 Eu estou sempre com pressa, quando tenho algo a fazer.

16 Enquanto as tarefas não estiverem todas adequadamente.

17 Quando faço a mesma tarefa que os outros, eu produzo mais.

18 Eu fico sempre tenso, quando tenho muitas coisas para fazer ao mesmo tempo.

19 Eu faço questão, de que minhas obrigações sejam realizadas, sempre o mais depressa possível.

20 Mesmo nas horas de lazer, eu penso freqüentemente nas tarefas, que ainda tenho que cumprir.

21 Ainda tenho muitas coisas importantes para realizar na vida.

Page 248: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

248

ANEXO 9

TERMO DE CONSENTIMENTO TÍTULO DO ESTUDO (provisório) : Falar sob stress: Considerações sobre as variações vocais e psicofisiológicas em repórteres numa situação de entrada ao vivo. INSTITUIÇÃO ONDE ESTÁ SENDO DESENVOLVIDO O ESTUDO : Programa de Pós- graduação nível Doutorado - Departamento de Psicologia Social e do Trabalho - Instituto de Psicologia – Universidade de São Paulo . FINALIDADE DO ESTUDO: O presente estudo representa parte dos requisitos exigidos para obtenção do título de doutor em psicologia social pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. NOME DOS PESQUISADORES: Maria Aparecida B. C. Coelho – Fonoaudióloga graduada pela PUC-SP em 1983, Especialista em Voz pelo CFFa (692/99), Mestre em Psicologia Social - Tel: (13) 3238-1081 e (13) 9785-1645 - e-mail: [email protected] Dr Esdras Guerreiro Vasconcellos: Psicólogo, professor doutor vinculado ao Departamento de Psicologia Social do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo , orientador da presente pesquisa- Tel: (11) 5506-7560 – e-mail: [email protected] INFORMAÇÃO SOBRE A PARTICIPAÇÃO: Você está sendo convidado a participar dessa pesquisa. É muito importante que você compreenda todos os princípios desta pesquisa: a) você só participa se desejar; b) você pode deixar de participar a qualquer momento, sem sofrer qualquer tipo de retaliação por causa disto; c) você poderá , em qualquer momento entrar em contato com a pesquisadora para tirar qualquer dúvida que tiver a respeito desta pesquisa; d) sua identidade não será revelada pela pesquisadora durante ou após a pesquisa. INTRODUÇÃO:

Stress é um processo psicofisiológico complexo que envolve ações neuro-endócrinas e psicológicas. O senso

comum acostumou a associa-lo a eventos negativos e desgastantes. Entretanto, inúmeras pesquisas apontam

que eventos positivos (nascimento de filhos, promoção no emprego, casamento, férias, etc) são também geradores

do mesmo processo de stress. Dessa forma, entende-se hoje que o mecanismo psico-neuro endocrinológico

gerado pelo stress, não está presente somente em situações ruins, mas pelo contrário, pode estar presente e

contribuir muito para que algumas de nossas ações sejam bem-sucedidas.

Transmitir de maneira clara e objetiva uma idéia, com a intenção de convencer o ouvinte e ainda carregar a

responsabilidade pelas conseqüências positivas ou negativas daquilo que disser, impõe um caráter bastante

específico às elocuções “profissionais”, e as distingue claramente das elocuções “casuais.” Em outras palavras,

uma tarefa absolutamente corriqueira como o falar, sob certas circunstâncias, pode se tornar, em si mesma, fonte

(interna, subjetiva) geradora de stress.

Page 249: sinais psicofisiológicos e vocais de ativação por stress no

249

O jornalista que exerce a função de repórter e tem a tarefa de falar ao vivo durante um link ou durante a

apresentação de um telejornal é um exemplo bastante típico desta situação. Ele sabe que precisa ser claro e

objetivo em sua comunicação, criativo na organização de suas idéias, correto e fidedigno com os fatos. Por outro

lado, além dessas fontes internas geradoras de stress, na situação de link o jornalista é submetido a inúmeras

outras pressões que fogem ao seu controle (urgência de tempo, cobranças de sua chefia, adversidades

relacionadas ao set do link ou aos entrevistados, entre outras) , e que portanto, configuram fontes externas

geradoras de stress.

OBJETIVO DO ESTUDO: Na presente pesquisa, o interesse central é verificar se o processo de stress está presente entre repórteres durante uma situação de fala ao vivo, buscando verificar se ocorrem variações e de que forma essas variações se manifestam na voz. Além disso, busca-se correlacionar tais achados psicofisiológicas e vocais a testes subjetivos de stress. PROCEDIMENTO: Baseada no Protocolo TSST (Trier social stress test) de KIRSCHBAUM; PIRKE &

HELLHAMMER, (1993) a abordagem dos sujeitos será feita em QUATRO momentos distintos::

1º momento: (1 hora anterior à situação de fala) 11:00h - período preparatório Ø Colocação do medidor de freqüência cardíaca - Frequencímetro POLAR Ø Coleta de amostras de voz a partir de pequeno trecho de elocução profissional o qual com certeza será usado

na situação real para posterior análise perceptivo-auditiva. Ø Coleta de amostra de saliva. Ø Aplicação do instrumento para caracterização da amostra Ø Aplicação do instrumento que avalia o grau de stress atribuído na presente situação Ø Aplicação dos instrumentos que avalia a ansiedade- estado (Stai-STATE) 2º momento (durante o discurso) – entre 12:00 e 12:50 - momento do ao vivo 3º momento (imediatamente após o discurso) 12:50h - final do jornal • Coleta de amostra de saliva. • Aplicação do instrumento de avaliação subjetiva da performance: (nível de stress vivenciado e nível de

satisfação com o discurso). 4º momento ( 1 hora após a situação experimental) 14:00 - período de repouso Ø Coleta de amostras de voz a partir de pequeno trecho de elocução profissional o qual foi usado na situação real

para posterior análise perceptivo-auditiva. Ø Coleta de amostra de saliva. Aplicação dos instrumentos LSS e BEPATYA

DURAÇÃO DO ESTUDO: cerca de 03 horas de acompanhamento de cada repórter em campo. RISCO: É considerado um estudo de risco mínimo SIGILO: Sua identidade não será revelada. Ao invés do seu nome, constará nos questionários um código

numérico de identificação. Uma ficha com seus dados pessoais será guardada separadamente em lugar seguro.

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NÚMERO DE VOLUNTÁRIOS: 32 Se você não entendeu alguma parte deste documento , solicite explicações à pesquisadora. Somente assine abaixo após a completa compreensão do estudo.

TERMO DE CONSENTIMENTO Eu,______________________________________________ em pleno gozo de minhas faculdades mentais, com idade superior a 18 anos, faço-me voluntário para participar desta pesquisa. Os objetivos, a natureza, a duração e os procedimentos de pesquisa foram a mim esclarecidos pela pesquisadora Maria Aparecida B. C. Coelho. Concedo à mesma pesquisadora permissão para o uso dos meus dados obtidos através desta pesquisa para fins de publicação desde que a minha identidade seja mantida em sigilo. Sei que a qualquer momento posso deixar de participar e não sofrer qualquer dano. Assinatura do voluntário ____________________________________Local e data_________ Nome completo_________________________________________________ Eu assisti aos esclarecimentos sobre a pesquisa descritos acima, atestando que foi dado à voluntária o direito de formular perguntas e testemunhei a assinatura deste documento pelo voluntário. Assinatura da testemunha________________________________________________ Nome completo_________________________________________________________ Assinatura da pesquisadora______________________________________________________ Nome completo________________________________________________________________