04392a
DESCRIPTION
TRANSCRIPT
FOTOS: VANOR CORREIA
Nº143 Ano14 Junho/2009 – JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES DO PRODERJ – ASCPDERJ – http://ascpderj.sites.uol.com.br
Editorial
Os efeitos da crise na vida
dos trabalhadores. Pág 2
Especial
Campanha em defesa
da Petrobrás. Pág 7
Sem pressão, não tem revisão!
Após assembléia geral, os
servidores do Proderj ocuparam
os corredores da Autarquia
para pressionar o presidente
Paulo Coelho que dê mais
agilidade nas negociações da
revisão do Plano de Cargos
dos trabalhadores. Com muita
disposição, cobraram que a
comissão criada pelo presidente
do órgão apresentasse seu
estudo para resolver a de forma
imediata a situação que tem
causado muitos problemas ao
corpo funcional. Pág 4 e 5
2 • Junho/2009 • J O R N A L D A A S S O C I A Ç Ã O D O S S E R V I D O R E S D O P R O D E R J J O R N A L D A A S S O C I A Ç Ã O D O S S E R V I D O R E S D O P R O D E R J • Junho/2009 • 3
perior aos investimentos em
reforma agrária.
A sangria anunciada pelo
governo dá conta ainda que
através desse singelo “em-
préstimo”, o Banco Central
vai adquirir títulos do FMI que
renderão apenas 0,46% ao
ano,aumentando com isso o
endividamento interno.
É necessário lembrar que
durante os últimos anos, as
reformas neoliberais, patroci-
nadas pelo governo FHC e, depois, pelo próprio presidente
Lula, só serviram para retirar direitos dos trabalhadores,
como no caso da reforma da previdência – que retirou dos
aposentados; a reforma tributária – que manteve a CPMF e a
DRU; e outras medidas que aprofundaram cortes de direitos
e perdas, não apenas nos salários, mas em conquistas de
décadas, como a aplicação, já em vigor em vários estados
e municípios, das famigeradas PPP´s (Parcerias Público-
Privadas) e as Fundações Estatais de Direito Privado, como
pomposo nome de choque de gestão.
O resultado é que o Brasil vem mergulhando na recessão
econômica, os trabalhadores vivem um momento de arro-
cho em seus salários muito grande e os serviços públicos
vão de mal a pior, sem infra-estrutura e com os serviços
precarizados.
Nesse período, o lucro dos ricos e poderosos só aumentou
e os privilégios das classes dominantes são maiores. Para o
povo, aumento dos itens de maior necessidade, como vem
ocorrendo nos setor de supermercados, que obteve um lucro
em 2008 muito elevado, com um faturamento de R$ 158,5 bi-
lhões, um aumento de 16,3% em relação ao ano de 2007.
Tal situação é uma política dos monopólios econômicos,
da indústria e do comércio, de jogar sobre os trabalhadores,
o peso da crise.
O Estado, por outro lado, vem sendo a salvação dos ban-
cos e instituições financeiras, com desvio de recursos das
áreas sociais para “salvar” aqueles que sempre lucraram,
sejam em momentos de crise ou de crescimento econômico.
Diante desses problemas, os trabalhadores se levantam em
grandes lutas e greves em todas as partes do mundo. Não
há de ser diferente no Brasil!
HHouve um tempo em que
os trabalhadores brada-
vam aos plenos pulmões
em todos os atos, passeatas
e greves, nas ruas do país, a
seguinte palavra de ordem:
“Fora daqui o FMI!”.
Recentemente, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, em
pronunciamento num ato insti-
tucional no Nordeste, disse que
o Brasil deveria se orgulhar de
hoje não pedir mais emprésti-
mos ao FMI, mas de ser um “credor”, anunciando a destinação
de R$ 10 bilhões ao quase falido fundo. Seria cômico, se não
fosse trágico! Considerando que o Brasil passou décadas
pagando juros extorsivos, justamente a esse banco agiota do
grande capital internacional, em detrimento do sofrimento, da
fome e do desemprego de milhões de brasileiros.
Essa política de emprestar dinheiro à bancos, sejam eles
estrangeiros ou “nacionais”, é uma prova cabal de que o
governo brasileiro continua mantendo os “compromissos”
e mantendo o país em completa dependência econômica
das corporações financeiras internacionais, que enxergam
os países do Terceiro Mundo, como um enorme potencial
para retirada de vultosas quantias, por causa de um governo
vacilante e uma classe dominante inteiramente ligada aos
interesses do grande capital.
Porém, apesar da crise econômica mundial do capitalismo
ainda não ter atingido o Brasil de forma implacável, como
vem acontecendo nos paises centrais da economia mundial,
o chamado G-8, tendo à frente, os Estados Unidos, os princi-
pais países da União Européia, e o Japão, isso não significa
dizer, que as reservas brasileiras devem ir parar nas mãos dos
bancos. Muito menos deve ser motivo de orgulho para nenhum
brasileiro servir a um propósito tão vil e humilhante.
Os fatos demonstram que de janeiro à maio de 2009,
a dívida pública (dívida externa e interna) consumiu um
montante de R$ 81,5 bilhões do orçamento federal. Uma
conta muito cara para a população brasileira, já que esses
valores representam 10 vezes mais do que se gastou em
educação, 5 vezes mais de gastos em saúde pública, 8
vezes mais do que foi investido em Assistência Social, 35
vezes do que se gastou com agricultura e 135 vezes su-
Aposentados
Jornal da ASCPDERJ
Associação dos Servidores do Centro de Processamento de Dados do Estado do Rio de Janeiro
ENTIDADE DE UTILIDADE
PÚBLICA ESTADUAL
R. São Francisco Xavier, 524/2º
and. Maracanã – CEP 20.550-013
Tel: 2569-5480/2568-0341
Presidente:
LEILA DOS SANTOS
1º Vice-presidente:
JÚLIO CÉSAR FAUSTINO
2º Vice-presidente:
JOSÉ JOAQUIM P. DE C. A. NETO
1º Secretário:
ELIZABETH SILVA MARTINS
2º Secretário:
ULYSSES DE MELLO FILHO
1º Tesoureiro:
MARCOS VILLELA DE CASTRO
2º Tesoureiro:
ANTONIO A. ALMEIDA FILHO
Redação e Edição:
FERNANDO ALVES
DENISE MAIA
Diagramação
ESTOPIM COMUNICAÇÃO
2518-7715
Ilustração:
LATUFF
Fotolitos & Impressão:
GRAFNEWS
3852-7166
Na Internet
http://ascpderj.sites.uol.com.br/
Edição fechada em:30/06/2009
Editorial
Expediente
Aposentados vivem no sufoco!Governo brasileiro quer ressuscitar o FMI
Há 14 anos sem reajuste salarial
os servidores do estado do
Rio de Janeiro embarcaram
na onda do empréstimo consig-
nado. A história do aposentado
Vítor Souto não difere da maioria
desses trabalhadores que se
afundaram em dívidas para manter
certo padrão de vida.
Analista de sistema, aposentado
do Proderj desde 1994, com resi-
dência no Méier, financiada pela CEF,
um carro que ainda paga as presta-
ções, 5 filhos, esposa e neta. Esse
servidor que ao se aposentar foi tra-
balhar como assessor da Procuradoria
do Estado e chegou a receber, por mês,
quase o dobro da sua aposentadoria
integral, embarcou nas “facilidades”
dos empréstimos consignados que o
levaram a uma situação de completo
desespero financeiro.
Em 2001, ao deixar o trabalho de
assessor, contraiu o primeiro emprés-
timo, destinado a reformar sua casa.
O governo do estado, com sua política
de não reajustar o salário, resolveu
aumentar o crédito de financiamento
para 36 meses, depois para 60 meses.
O empréstimo acabou por substituir o
reajuste salarial que não acontecia. As
dívidas contraídas viraram uma bola de
neve. Empréstimo de 60 meses são
cinco anos. Uma vida. Durante esse
período muita coisa pode acontecer.
O pior dessa “facilidade” em adquirir
empréstimo é a possibilidade de obter
vários outros em diversos lugares. A
vida de Vítor estava sendo guiada des-
sa forma. Quando não conseguia fechar
o mês com o pagamento das contas,
pegava um empréstimo. No mês se-
guinte, a mesma coisa. De imediato,
esse procedimento não parecia ter
grandes conseqüências. De repente,
esse círculo fechou, já que para renovar
o financiamento por mais 60 meses,
você tem que pagar mais de cinqüenta
por cento da dívida. Nessa época, mais
de 50% do seu contracheque já era en-
tregue aos banqueiros. Mas ele ainda
tinha uma reserva no Fundo de Ações
para ser utilizada numa situação de
emergência. Com a crise do capitalismo
o dinheiro evaporou. Recorreu às finan-
ceiras e ao final, no desespero para
garantir os pagamentos de luz, água
e alimentação, recorreu aos agiotas.
Hoje, sua dívida está em torno de R$
60.000,00. Passou a constar no SPC
e SERASA, sem direito a obter mais
cartões de crédito, cartões de super-
mercado, etc. O sistema financeiro ofi-
cial não lhe concede mais crédito, está
fechado. Os agiotas, também. Esses,
então, são uma situação mais compli-
cada, porque eles ameaçam a vida do
devedor e a de seus familiares.
Agiotagem ao invés de reajusteO valor recebido da aposentadoria não
paga o montante das inúmeras dívidas
contraídas nesse período de 14 anos
sem reajuste.
Em entrevista ao jornal Divulgando,
Vítor reflete a sua trajetória como tra-
balhador, em seguida, num tom de per-
plexidade, declara emocionado - “ajudei
a construir essa Autarquia, que
sempre foi uma escola, onde
existem os melhores profissio-
nais de informática. O Proderj
é o detentor das informações
o estado, por isso não pode
cabar. Como pode o governador
uerer entregar essas informa-
ões para empresas privadas?
ós, funcionários e aposentados
o Proderj, não podemos aceitar
ssa situação. Essas cadeiras onde
presidente do Proderj e seus dire-
ores sentam, foram os servidores
o Proderj que construíram”.
Mais adiante enfatiza “esse é um
esabafo que faço em relação aos
roblemas ocorridos na minha vida,
ue seja útil, para que as pessoas
possam refletir e não se iludir com as
A extinção daGerência Comercial
Conforme denunciamos na edição
anterior do jornal Divulgando,
estamos colhendo informações e
conversando com os servidores
para saber os motivos da extinção
da gerência, para publicação de
matéria, objetivando esclarecer o
corpo funcional sobre a situação
dos trabalhadores lotados naque-
le setor.
“facilidades” dos empréstimos, porque
não é salário. Caí nessa armadilha. O
meu alerta é para que ninguém caia.
Todos nós temos que continuar lutando
para conseguir conquistar os nossos
direitos. Esse ano tem que ser o basta
para essa situação. Chega dessa polí-
tica da embromação do governo com o
nosso reajuste. Temos que ter salário
digno para todos os servidores e assim
o Proderj sair fortalecido na sua estru-
tura operacional, oferecendo o que tem
de melhor para a população”.
s
e
n
é
do
ac
qu
çõ
Nó
do
es
o
to
do
M
de
pr
qu
p
Sintuperj realizacongresso e aprova
Plano de LutasFoi realizado nos dias 23, 24 e
25 de junho, o VII Congresso do
Sintuperj. Na oportunidade, os
servidores tiveram oportunidade
de debater os temas que envol-
vem a luta dos trabalhadores da
UERJ. Participaram do congresso
75 delegados, que entre as prin-
cipais decisões está um Plano de
Lutas da categoria. O congresso
cobrou uma atitude mais transpa-
rente do Reitor Ricardo Vieiralves
nas negociações com a catego-
ria e cobraram do governador
Sérgio Cabral Filho, que cumpra
os compromissos assumidos
publicamente com os servidores
da UERJ, além de maiores inves-
timentos na Universidade.
A ASCPDERJ saúda os servidores
da UERJ por mais esse passo,
que, certamente, vai fortalecer
a luta de todos os servidores
públicos estaduais e,também,
a defesa de uma universidade
pública de qualidade e melhores
salários para os trabalhadores
da UERJ.
Victor Santos é um retrato fiel da situação de abandono dos servidores aposentados
Livros
publicados
por Victor
mostram que
ele continua
na ativa
J O R N A L D A A S S O C I A Ç Ã O D O S S E RCampanha Salarial 2009 R V I D O R E S D O P R O D E R J • Junho/2009
FOTOS: VANOR CORREIA
Indignação é geral por que neggociações se arrastam
Em reunião com o presidente do
Proderj, Paulo Coelho, realizada
no dia 18, a representação dos
trabalhadores
deu continuidade às
discussões sobre a
revisão do Plano de
Cargos, Carreiras e
Salários (PCCS) para
readequar o plano à
realidade e permitir
o pleno desenvolvi-
mento das diversas
carreiras e categorias
de trabalhadores da
autarquia.
Logo no início, um clima de tensão
ficou no ar, com a proibição, por par-
te do presidente, que o fotógrafo da
associação, Vanor Correia, exercesse
livremente sua atividade de jornalista
fotográfico, ao impedi-lo de registrar o
encontro. Nesse momento, o diretor da
ASCPDERJ, Marcos Villela, questionou
Servidores aguardam
estudo que reúne
cesta de empresas
com Serpro, IPLAN-Rio
e mais 10 ligadas
à ABEP
a atitude do presidente de cercear a
imprensa da Associação e censurar
o trabalho do fotógrafo. A resposta
de Paulo Coelho foi
dizer, então, que a
reunião estaria encer-
rada ali.
A situação foi con-
tornada pelos demais
diretores da Asso-
ciação presentes no
encontro, garantindo
que a reunião pros-
seguisse.
O presidente retor-
nava de suas férias e por esse motivo
as negociações ficaram congeladas
durante 20 dias. Nesse período, de
acordo com o entendimento da repre-
sentação dos trabalhadores, a comis-
são criada pelo presidente do Proderj
teve tempo necessário para terminar
as pesquisas e apresentar um quadro
sistematizado das mesmas. O que
Farinha pouca, meu pirão, primeiro!
Essa é a lógica do presidente
do Proderj, Paulo Coelho. O
maior exemplo disso, é que o
presidente levou seis meses para
resolver o reajuste de seu salário
em 27,5%, além de garantir os
dos diretores e de seus asses-
sores, todos extra-quadros. Por
esses motivos, não têm o direito
de tratar as reivindicações e os
direitos conquistados pelos tra-
balhadores com tanto descaso.
Os trabalhadores têm direito a
um salário digno e à revisão do
PCCS.
Além de que, a tramitação para
resolver os salários dos traba-
lhadores passa por um caminho
longo e burocrático, pois, além
do Gabinete Civil, tem que ir para
a Secretaria de Planejamento,
PGE, retorna ao Gabinete Civil,
vai para o governador, depois
para a Alerj, volta ao governador
para ser sancionado.
Enquanto que para reajustar
seu salário o presidente depende
apenas de uma canetada do go-
vernador! Os servidores já estão
cançados dessa demora.
existia a Lei 701 - proposta que não foi
aceita pela Direção. Se é de transpa-
rência que o Governo tanto fala, deveria
partir da própria Direção a proposta de
uma comissão paritária.
Outro problema que tem impedido os
avanços anunciados na última edição
do Divulgando, é que Paulo Coelho não
comunicou nem apresentou, até o mo-
mento, ao Secretário do Gabinete Civil,
Régis Fichter, nada sobre o processo
de negociações entre os trabalhadores
do Proderj e a Direção. O presidente do
Proderj alega que é necessário encon-
trar “a melhor oportunidade” para falar
com o secretário.
Diante desses fatos, a representação
dos trabalhadores insistiu para que se
estabelecesse um
prazo para sistema-
tização e apresenta-
ção da pesquisa. Mas
isso ficou num im-
passe e o presidente
não quis definir prazo.
Diante dessa postura,
a reunião passou a
debater as propostas
de alteração na lei do PCCS.
O motivo para que os prazos aconte-
çam dentro de um tempo curto deve-se
à necessidade de solucionar imediata-
mente vários problemas. Como o caso
dos analistas recém-ingressos, que
têm seus vencimentos na ordem de
R$ 1.500,00 e recebem complemento
garantiria que, na volta das férias do
presidente, um dos pontos centrais
da reunião com a representação dos
trabalhadores, seria a apresentação
do estudo, que inclui uma cesta com
10 empresas de Estados diferentes
ligadas à Abep, o Serpro e o Iplan-Rio,
com os valores para a revisão do Plano
de Cargos.
Para surpresa da representação dos
trabalhadores, a pesquisa não estava
pronta. Um dos integrantes da Comis-
são Proderj disse que será preciso mais
15 ou 20 dias para que isso aconteça.
Paulo Coelho requereu para si mais
tempo ainda, após a conclusão deste
trabalho pela Comissão Proderj, o que
faz com que essa situação se arraste
há mais de três meses, entrando já no
quarto mês.
Está nas mãos da Comissão as ta-
belas das empresas pesquisadas pelo
menos há dois meses. A representação
dos trabalhadores entende que uma
pesquisa desse tipo para montar um
quadro geral requer tempo. Foi por isso
que a ASCPDERJ propôs que a comis-
são fosse paritária, por que, inclusive,
essa é uma tradição nas negociações
salariais da autarquia, desde quando
Secretário ainda
não foi comunicado
sobre a proposta dos
trabalhadores
Estado temdinheiro para
reajustar salários
Para quem alimentou ilusões
com a eleição de Sérgio Cabral
Filho para governar o Rio de
Janeiro, já deve ter se arrependido
profundamente. Principalmente,
par te do funcionalismo público
estadual. O resultado da política
de “valorização dos servidores”
está em um estudo elaborado pelo
DIEESE, a partir de cálculos dos
investimentos em pessoal do Poder
Executivo, divulgado pelo SEPE.
Num quadro comparativo com os
gastos realizados pelo Estado em
2004 e 2008, o atual governo é o
que menos paga aos servidores
públicos. Para quem imaginava que
o inferno vivido durante os gover-
nos Marcello Alencar, Garotinho e
Rosinha poderia passar, a situação
ficou pior ainda. Todos os governos
citados se caracterizaram por uma
política de arrocho salarial aos
servidores.
Com Sérgio Cabral Filho não é
diferente, pois a política neoliberal
continua sendo aplicada com mais
requinte, agora, através do famige-
rado Choque de Gestão, que nada
mais é do que o aprofundamento
da terceirização e privatização dos
serviços públicos.
Enquanto em 2004, o governo de
Rosinha apresentou investimento em
Pessoal na ordem de 31,25% sobre
a Lei de Responsabilidade Fiscal, no
governo de Sérgio Cabral, em 2008, o
índice caiu para 21,91%. Atualmente
está em 32,5%. O limite prudencial
é de 45,5%. Pior ainda é saber que
nos primeiro trimestre de 2009, o
Rio de Janeiro é o estado com menor
investimento em todo o país, segun-
do matéria publicada pelo jornal O
Globo, em 30 de abril passado. A
Secretaria de Planejamento (SEPLAG)
apresentou que o Estado teve um
crescimento de 67% em 2008 na
arrecadação, em relação ao ano de
2007. Portanto, Cabral é um governo
de arrocho salarial!
Por fim, de acordo com o próprio
titular da SEPLAG, Sérgio Ruy Bar-
bosa, para o Orçamento de 2010,
o governo estadual tem recursos
suficientes para reajustar o fun-
cionalismo público. Só não disse
em quanto. Uma pergunta para o
governo: Quanto o Estado gasta
com equipamentos e serviços de
informática?
salarial em forma de gratificações, e
correm o risco daqui a 3 ou 4 meses de
terem seus ganhos rebaixados, por que
terão seu desempenho avaliados, por
critérios até desconhecidos. Outro gra-
ve problema, diz respeito aos aposen-
tados, que desde 2003 não receberam
nenhum ganho salarial. Além de muitos
terem sofrido perdas salariais com
a Reforma da Previdência. Também,
figuram entre os problemas, o fato de
que desde 2003 não há progressão
vertical na tabela de vencimentos, o
que impede parte considerável dos tra-
balhadores de se aposentarem dentro
dos prazos devidos.
Mobilização e participação estão maiores!
Várias reuniões ocorreram nos qua-
tro andares do Proderj no Banerjão e,
também, na UERJ. Com uma partici-
pação em massa do corpo funcional,
todas as questões relevantes sobre a
revisão do Plano foram debatidas. Vá-
rias iniciativas e idéias para fortalecer
a luta surgiram, como por exemplo,
abaixo-assinados exigindo que as pes-
quisas sejam divulgadas para tornar o
processo das negociações mais ágil,
que garanta mais rapidez na revisão do
PCCS, manifestações na Alerj, realizar
contatos com o secretário do Gabinete
Civil (já que Paulo Coelho está encon-
trando muitas dificuldades para falar
com o Secretário!), paralisação branca,
entre outras propostas para fortalecer
a luta e aumentar o nível das mobili-
zações. Essas iniciativas serão funda-
mentais para garantir
êxito nessa batalha.
Como sempre é lem-
brado, seja através
do jornal Divulgando,
dos panfletos, dos
cartazes, e debatido
em todos os momen-
tos decisivos da luta
dos trabalhadores do
Proderj e, pelo seu histórico de campa-
nhas, quando a participação aumenta
e as mobilizações se intensificam, o
resultado é sempre de vitórias; quando
a unidade e participação do corpo fun-
cional são maiores, os trabalhadores
mostram sua força, as conquistas são
grandes.
Comissão não cumpriu prazos e o presidente do PRODERJ, Paulo Coelho, ainda quer mais temmpo para a revisão do Plano de Cargos, Carreiras e Salários
Indignação é geral por que negociações se arrastam
Analistas recém-contratados pelo PRODERJ analisam documento sobre reformulação do PCCS
Assembléia dos Trabalhadores aprova pauta de mobilização para cobrar agilidade na revisão do PCCS
Corredor da presidência foi ocupado pelos servidores após a assembléia
A participação dos trabalhadores nas reuniões e assembléias está cada vez maior
6 • Junho/2009 • J O R N A L D A A S S O C I A Ç Ã O D O S S E R V I D O R E S D O P R O D E R J J O R N A L D A A S S O C I A Ç Ã O D O S S E R V I D O R E S D O P R O D E R J • Junho/2009 • 7
USP é ocupada pela PMNo último dia 1º de junho, a Polícia Militar
do Estado de São Paulo, ocupou o campus da
Universidade de São Paulo (USP). A ocupação
foi solicitada pela Reitoria da Universidade, já
que alguns dias antes os servidores, em greve
fizeram um bloqueio na entrada do prédio da
reitoria protestando por melhorias salariais. Ao
invés de negociação, a reitoria e o governo José
Serra, responderam com a violência.
O tiro saiu pela culatara e, até os docentes,
que não estavam em greve, paralisaram. O
movimento se propagaou e até um Ato plítico
foi realizado, contando com a participação de
intelectuais e ilustres professores, como a
filósofa Marilena Chauí e o professor Antônio
Cândido. Os estudantes também protestaram
e deram apoio aos servidores da USP.
O Sintusp exige reposição inflacionária de
6,1%, reajuste de 10% e a readmissão do ex-
funcionário Claudionor Brandão, demitido em
2008. A USP oferece reajuste de 6,05% a partir
dos vencimentos de maio e aumento de 16%,
em média, nos benefícios.
EspecialGeral
Monopólios atacam PetrobrásSaquaremaq
Muito trabalho para ser realizadoEm fase de levantamento orçamentário, sede continua fechada
A sede praiana de Saquarema segue fechada.
Acabamos de receber um relatório minucioso dasAAnecessidades para reforma da sede. A atual eta-
pa é de pesquisa de preços e a diretoria está fazendo
o levantamento dos orçamentos. A diretoria se reunirá
para reavaliar os prazos para a realização das obras,
pois tem reformas urgentes a serem feitas.
Um primeiro orçamento de R$ 184,00 mil foi enca-
minhado para a ASCPDERJ. Estamos buscando outras
propostas de valores para realização das obras, den-
tro das prioridades por nós estabelecidas, em função
das nossas disponibilidades de verba.
As obras vão desde o prédio principal até o muro,
passando pelos quartos e toda infra-estrutura elétrica
e hidráulica da sede. O efeito da maresia sobre as
construções é a causa dos principais problemas, o
que torna necessário a realização de manutenção
permanente no local. Isso fez com que a diretoria
da ASCPDERJ tivesse que decidir por fechar a sede,
com a ameaça de algum acidente que viesse à causar
danos aos associados ou seus familiares.
Na cozinha do prédio principal há necessidade de
recuperar as vigotas da pré-lage moldada, de retirada
de todo o concreto desagregado, de escovamento dos
ferros aparentes, de aplicação de adesivo nas emen-
das e recuperação do concreto com argamassa de
cimento. Na parte elétrica, é necessário uma revisão
geral, com a troca de fiação, de distribuidores, tomadas
e interruptores, inclusive, das lâmpadas e luminárias
que estiverem danificadas. Na sala de jogos, também
é preciso realizar várias obras de recuperação de vigas
e, principalmente, solucionar o problema crônico do
mofo, causado pela falta de ventilação e da maresia.
Nos quartos, localizados na área inferior do prédio prin-
cipal, várias obras deverão ser feitas. A área externa
apresenta um quadro de preocupação por causa do
desgaste das telhas pela ação da maresia e do ma-
deirame, que é o principal responsável de infiltração
e umidade. O mesmo cuidado deverá ocorrer com os
quartos, assim como a da área da churrasqueira.
Por fim, os muros, deverão ser reconstruídos, como
também, os muros laterais e muretas ao redor do
campo. A alimentação de energia de toda a área da
sede, incluído a instalação de quadro de distribuição,
transformação da rede em trifásica e outras mudan-
ças deverão acontecer.
Uma preocupação da diretoria da Associação é
conseguir realizar as obras com um orçamento que
caiba e seja adequado às condições de arrecadação
existente hoje na entidade. Esse é um grande desafio
a ser vencido, pois o cobertor está curto. Com grande
parte dos associados se aposentando e a queda do
orçamento, a situação financeira é delicada. Inclusive,
os valores pagos pelos associados nas diárias são
irrisórios para a manutenção.
Importante esclarecer que a estrutura dos prédios
não está comprometida. O que é necessário é fazer
obras de reformas periódicas e garantir a manutenção
permanente da sede praiana.
Os orçamentos serão disponibilizados na página da
ASCPDERJ para consulta dos associados.
FOTOS: ARQUIVO ASCPDERJ
Mantenha-se sempre bem informado!
Visite o nosso site:
http://ascpderj.sites.uol.com.br
Lá você pode fi car por dentro dos acontecimentos que realmente
interessam.
Arecente instalação da CPI da Petrobrás pelo
Senado Federal reacendeu o debate sobre os
interesses públicos ou privados na economia.
De um lado, os setores que lutam pela defesa dos
serviços públicos de qualidade, de mais investi-
mentos do governo nas áreas de Saúde, Educação,
Moradia, Previdência públicas e pela ampliação dos
programas sociais, de outro, os grandes monopólios
financeiros e industriais que querem a privatização
das áreas estratégicas da economia, sob o controle
dos interesses privados.
Com a descoberta de uma imensa área de reser-
va de petróleo, o Pré-sal, a euforia generalizada do
governo Lula, despertou ainda mais a ganância dos
setores privatistas que já se articulam para aboca-
nhar as estratégicas reservas petrolíferas e de gás
do Brasil.
O pior dessa situação é que empolgados com a
descoberta, setores governistas já adotam um tom de
conciliação com os grandes monopólios privados do
setor, com o debate ganhando fôlego até na Câmara
dos Deputados, onde grande parte dos deputados
defende junto com a Agência Nacional do Petróleo
(ANP), a criação de uma nova empresa estatal, que
seja detentora da exploração das reservas do Pré-sal,
retirando da Petrobrás o direito à manter o controle
da exploração dessas reservas.
Infelizmente, no ano de 1997, em pleno governo
de FHC, ocorreram mu- danças significativas na
Constituição Federal, com o governo impon-
do o fim do monopólio estatal do petróleo.
Isso abriu espaço para que os principais
monopólios privados do setor, como a
Esso, a Shell e outras
empresas do ramo
petrolífero no mundo,
abocanhassem algumas das principais bacias petro-
líferas da costa brasileira, especialmente, no litoral
norte do estado do Rio de Janeiro, em Campos e
Macaé, e, também, nas bacias próximas à cidade de
Santos, no litoral paulista.
Como isso, e com a ampliação da terceirização de
importantes setores da Petrobrás, a empresa deixou
de ser estatal, já que hoje o controle 53% de suas
ações se encontra em mãos de empresas privadas.
O que defende a ANPSegundo o ex-deputado Haroldo Lima, diretor-geral
da Agência Nacional do Petróleo, não há viabilidade
de reestatizar a Petrobrás, fazendo-se, portanto,
necessário criar uma nova empresa estatal capaz de
cuidar especialmente da área do Pré-sal. Segundo
informações publicadas na Agência Petroleira de No-
tícias, Haroldo declarou que “a Petrobrás é a nossa
empresa exploratória. Uma nova empresa teria fina-
lidade financeira-contábil de defender integralmente
os interesses do povo brasileiro”.
Aparentemente, as “belas” palavras de Haroldo
enganam, fazendo entender à opinião pública e aos
mais desavisados, que ele defende o monopólio esta-
tal o petróleo. Na verdade, esse modelo de empresa,
supostamente estatal, já existe em funcionamento
em países como a Noruega, um grande produtor de
petróleo, e na prática funciona com menos de 60
funcionários e só responde pela gestão financeira dos
recursos, terceirizando todo o processo de exploração
do petróleo e do gás. Portanto, a proposta de criação
de uma nova “estatal” para cuidar do Pré-sal não
passa de uma mentira para enganar o povo.
Petrobrás 100% pública e estatalUm forte movimento em defesa da reestatização da
Petrobrás toma conta das ruas das principais cidades
brasileiras. Recentemente, ocorreram grandes atos
que reuniram cinco mil pessoas no Rio de Janeiro e
três mil em São Paulo, tendo como lema a campanha
“O Petróleo tem que ser nosso!”, inspirado na vito-
riosa campanha “O Petróleo é nosso!”, ocorrido há
mais de sessenta anos atrás, que teve como marco
a criação da Petrobrás pelo governo Getúlio Vargas.
Essas manifestações vêm sendo coordenadas pelos
sindicatos dos petroleiros de diversos estados e, tam-
bém, pela FUP (Federação Única dos Petroleiros), com
o apoio de várias entidades do movimento popular.
Entre as principais bandeiras apresentadas pelos
manifestantes está a que defende um novo marco
regulatório para a política de produção energética no
Brasil e que a Petrobrás seja totalmente estatal. Em
declaração dada à Rádioagência NP, José Antônio de
Moraes, coordenador da Federação Única dos Petro-
leiros (FUP), disse:
“Nós propomos uma Petrobrás 100%, com controle
social, para explorar todo o petróleo e gás do Brasil. A
utilização dos recursos oriundos da renda petrolífera
deve ir para as questões sociais – saúde, educação,
reforma agrária.”
Outra opinião importante é a do diretor do Sindicato
dos Petroleiros do Rio de Janeiro, Francisco Soriano,
que denuncia como uma jogada política a proposta
de criação de uma nova estatal para explorar o Pré-
sal: “Não é verdade que o desempenho da empresa
melhorou com sua privatização. Tudo o que somos
hoje no ramo de petróleo se deve ao monopólio estatal
que precisamos reconquistar.”
Ao invés de fazer lobby para atacar o direito
da população de controle público à produção
de petróleo e gás, os deputados e senado-
res, deveriam instituir uma CPI para analisar
as privatiza- ções fraudulentas, pagas
com dinheiro público, doadas ao capital
estrangeiro, e retomar para reestatização
as empresas privatizadas.
Lobby de empresas estrangeiras do setor tem apoio até de integrantes do governo
Muro lateral precisa ser reconstruído urgentemente Infiltrações são constantes e tornam o ambiente insalubre
Forro danificado por causa de infiltrações e goteiras
Danos na cumeeira e na calha colocam o terraço em risco
8 • Junho/2009 • J O R N A L D A A S S O C I A Ç Ã O D O S S E R V I D O R E S D O P R O D E R J
Cultura
Roberto Martins: Músico, maestro e grande virtuose da MPB recebe homenagens
Memórias de um talentoso compositorFOTO: A. C. JÚNIOR
Em 2009, a cultura popular bra-
sileira comemora o centenário
do compositor Roberto Martins.
Intérpretes como Francisco Al-
ves, Carlos Galhardo, Nelson
Gonçalves, Carmem Miranda, Aracy de
Almeida, Orlando Silva, entre outros,
emprestavam sua voz as belas melodias
do compositor carioca, que tocavam nas
rádios nas décadas de 40 e 50. Canções
que sacudiam e levantavam o grande
público nos espetáculos ocorridos no
Brasil e no mundo. Suas músicas voltam
ao cenário nacional no Século 21, nas in-
terpretações de Zeca Pagodinho, Moacyr
Luz, Zélia Duncan e os diversos artistas
que tocam, cantam e se apresentam no
boêmio bairro da Lapa.
Vida e obraRoberto Martins nasceu no estado
do Rio de Janeiro, em 29 de janeiro
de 1909. Ficou órfão de pai com um
ano de idade. Começou a trabalhar aos
doze anos em uma fábrica de manteiga,
no bairro da Tijuca. Foi empalhador da
Fábrica Ortiz, em São Cristóvão. Aos 15
anos, começou a compor suas primeiras
músicas. Trabalhou depois no comércio
de calçado, atividade em que perma-
neceu até os 20 anos de idade. Foi
guarda-civil até 1941, quando passou a
dedicar-se exclusivamente à música.
Sua estrada artística foi composta por
sambas, marchinhas carnavalescas e
valsas, com obras que compreendem
gêneros musicais do fox ao samba, do
baião à valsa, assim como também
choros.
O compositor foi um gigante da música,
numa época em que surgiam os grandes
ídolos do rádio. As canções, feitas com
parceiros como Mário Lago, Frazão,
Ataulfo Alves e Lamartine Babo, foram
gravadas por Carmem Miranda, Francisco
Alves, Aracy de Almeida, Nelson Gonçal-
ves e Orlando Silva, entre outros.
Recentemente, Zeca Pagodinho re-
gravou “Beija-me”, samba de Roberto
Martins e Mário Rossi, este seu parcei-
ro mais constante e com quem compôs
também o fox “Renúncia”, regravado
por Zélia Duncan.
Como um dos fundadores da União
Brasileira de Compositores, entidade
que surgiu para representar os com-
positores e defender seus direitos, Ro-
berto Martins revelou que se importava
com a organização dos artistas e com
a solução de suas dificuldades.
As composições mais conhecidas de
Roberto Martins são: “Beija-me”, “Fa-
vela”, “Meu consolo é você”, “Cordão
dos Puxa Sacos”, “Renúncia”, “Cai
Cai”, “Bodas de Pratas”, “Pedreiro
Valdemar”, dentre outras.
O samba “Pedreiro Valdemar”, em par-
ceria com Wilson Batista, reflete a sua
visão de classe, pois nela expõe a ex-
ploração que passa os trabalhadores,
precisamente, a classe operária. Por
serem os que constroem os prédios,
as escolas, os hospitais etc. Mas não
tem o direito de freqüentar, de possuir,
“Pedreiro Waldemar”
Voce conhece o pedreiro
Waldemar?
Não conhece?
Mas eu vou lhe apresentar
De madrugada toma o
trem da Circular
Faz tanta casa e não tem casa
pra morar
Leva marmita embrulhada
no jornal
Se tem almoço, nem sempre
tem jantar
O Waldemar que é mestre
no oficio
Constroi um edificio
E depois não pode entrar
Voce conhece o pedreiro
Waldemar?
Não conhece mas eu vou
lhe apresentar
De madrugada toma o
trem da Circular
Faz tanta casa e não
tem casa pra morar
ROBERTO MARTINS
de utilizar.
Roberto Martins faleceu em 1992.
Em 2009, é o ano de memória de seu
centenário. Por isso, o seu trabalho
artístico reaparece na voz de vários
intérpretes. Suas melodias fazem
parte do repertório de artistas popula-
res, como também, de vários jovens,
mostrando que continua presente na
cultura popular.
Fontes: Ricardo Cravo Albin; Elizabeth Martins – Filha do compositor e diretora da Ascpderj; Jornal O Globo.
“Peddddreiiiro
Memórias de um talentoso compositor
Roberto Martins, com Alcir Pires Vermelho, à sua direita, Lamartine Babo, Paulo Barbosa e
Ataulfo Alves à sua esquerda
Foto rara no interior do lendário Café Nice. Roberto Martins (sentado à esquerda em primeiro
plano) mostra ao grupo a sua batucada “Cai, cai”. Também aparece o compositor e parceiro Jorge
Faraj (com cigarro na boca); logo atrás, de pé, o cantor Roberto Paiva, ao lado dele, o compositor
Newtom Teixeira. Atrás, o maestro Carioca e os compositores Marino Pinto e Humberto Porto