2013_tatianadosanjosresende

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  • 8/16/2019 2013_TatianadosAnjosResende

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    Universidade de BrasíliaInstituto de Ciências Biológicas

    Programa de Pós Graduação em Biologia Animal

    VARIAÇ! "! G#$# SLC45A2 # A%%!CIAÇ! C!& A C!R "A P#'# #

    A$C#%(RA'I"A"# G#$)(ICA A*RICA$A #& +UI'!&B!% BRA%I'#IR!%

    Tatiana dos Anjos Resende

    Brasília

    ,-./

  • 8/16/2019 2013_TatianadosAnjosResende

    2/95

     

    VARIAÇ! "! G#$# SLC45A2 # A%%!CIAÇ! C!& A C!R "A P#'# #

    A$C#%(RA'I"A"# G#$)(ICA A*RICA$A #& +UI'!&B!% BRA%I'#IR!%

    "issertação a0resentada ao Programa de Pós1

    Graduação em Biologia Animal da Universidade de

    Brasília como re2uisito 0arcial 0ara a o3tenção do

    (ítulo de &estre em Biologia Animal4

    Tatiana dos Anjos Resende

    !rientadora5 "ra4 &aria $a6ar7 8lautau Guimarães

    Brasília

    ,-./

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    (ra3al9o desenvolvido no 'a3oratório de Gen7tica

    da Universidade de Brasília : UnB com o a0oio

    "e0artamento de +uímica da *aculdade de

    *iloso;ia< Ciências e 'etras de Ri3eirão Preto<

    Universidade de %ão Paulo 1 U%P< com o su0orte

    ;inanceiro da CAP#% =Coordenação de

    A0er;eiçoamento de Pessoal de $ível %u0erior> e

    C$P2 =Consel9o $acional de "esenvolvimento

    Cientí;ico e (ecnológico>4

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    ? min9a madrin9a e avó (inota 2ue ;aleceu antes dessa conclusão e

    mais 2ue ningu7m torceu 0or isso4

    "edico4

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    AGRADECIMENTOS

    ?s min9as orientadoras< "ra $a6ar7 8lautau e "ra4 %ilviene !liveira< 0elos

    ensinamentos e e@em0lo de 0ro;issionalismo e 7tica< 0ela con;iança e 0ela

    com0reensão4

    Ao "r4 Celso (ei@eira &endes nior< da Universidade de %ão Paulo :

    Ri3eirão Preto< 0or todo a0oio e 0or conceder reagentes 0ara este estudo

    Ao "r4 orge 'o3o< 'eonardo &arano e Denri2ue Valadão 0elo au@ilio com

    anElises estatísticas4

    Fs agências de ;omento CAP#% e C$P2< 0elo a0oio ;inanceiro4

    Aos mem3ros da 3anca e@aminadora 0ela dis0oni3ilidade de avaliar este

    tra3al9o e com isso contri3uir com o meu crescimento acadêmico4Aos mem3ros da e2ui0e e amigos do 'a3oratório de Gen7tica da UnB4 Ga3i e

    BEr3ara o meu 3raço direito durante a 0arte e@0erimental< 2ue al7m do a0oio e ami6ade

    incondicionais de vocês me audaram a c9egar at7 a2ui4 Carol< Ra;aela e Arcano< 2ue

    al7m da ami6ade doaram seu tem0o e con9ecimento4 Aos demais< &ariana< Camila<

    &arcela< Ra09ael< Art9ur< DarumH< Pimenta< %a3rina< "iego e "iana min9a total

    gratidão4

    A toda min9a ;amília< 0elo carin9o e a0oio durante todo este 0ercurso< 0elacom0reensão das interminEveis ausências< de 2uem este tra3al9o rou3ou dias e dias de

    convívio4 #m es0ecial a min9a mamãe Cl7ria 2ue sem0re acreditou e son9ou comigo

    essa vitória4 Ao meu 0a0ai ilson 0ela ;orça e determinação e aos meus irmãos

    Amanda< &arlon e $atElia agradeço 0elo amor de sem0re4 $ão 0osso es2uecer o meu

    Jmadruva6in9o de 07 de limãoK< Brunin9a< 2ue nos momentos mais di;íceis me arranca

    sorrisos4

    Ao *E3io< meu grande amor< 0ela com0reensão< 0ela 0aciência e 0or me

    audar diretamente neste tra3al9o me dando estrutura emocional e estando 0resente em

    cada momento desta eta0a4

    Agradeço4

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    ÍNDICE

    ÍNDICE DE TABELAS

    ÍNDICE DE FIGURAS

    RESUMO

    ABSTRACT

    1.  INTRODUÇÃO........................................................................................................

    .4.  A$C#%(RA'I"A"# G#$L&ICA444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444/

    .4,  A C!$%(I(UIÇ! "A P!PU'AÇ! BRA%I'#IRA44444444444444444444444444444444444444M

    .4/  #V!'UÇ! "A C!R "A P#'#4444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444.-

    .4N  BI!'!GIA "A PIG$(AÇ!444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444.O

    .4  G#$)(ICA "A PIG$(AÇ!444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444.Q

    !.  OB"ETI#OS...........................................................................................................!!

    ,4.  !B#(IV! G#RA'4444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444,,

    ,4,  !B#(IV! #%P#C*IC!4444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444,,

    .  MATERIAL E M$TODOS...................................................................................!

    /4.  A&!%(RA P!PU'ACI!$A'44444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444,/

    3.1.1 

     Kalunga...........................................................................................................23

    3.1.2   Mocambo.........................................................................................................24

    3.1.3   Rio das Rãs......................................................................................................24

    3.1.4  Sacutiaba.........................................................................................................25

    /4,  A%P#C(!% )(IC!%444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444,M

    /4/  A$?'I%#% 'AB!RA(!RIAI%4444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444,M

    3.3.1 

     Extraão d! "#A............................................................................................2$3.3.2   An%lis! d! S#&s no g!n! SLC45A2................................................................2$

    /4N  A$?'I%#% #%(A(%(ICA%444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444/-

    3.4.1   An%lis! 'o'ulacional d! (uilombos brasil!iros com r!laão a marcador!s

     g!n)ticos situados no g!n! SLC45A2.........................................................................3*

    3.4.2   An%lis! d! associaão !ntr! a classi+icaão +!not,'ica com r!laão ao g!n!

    SLC45A2.....................................................................................................................32

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    3.4.3   An%lis! d! associaão !ntr! o -ndic! d! Anc!stralidad! A+ricana com r!laão

    ao g!n! SLC45A2........................................................................................................34

    %. 

    RESULTADOS.......................................................................................................&

    N4.  A$?'I%# P!PU'ACI!$A' "# +UI'!&B!% BRA%I'#IR!% C!&

    R#'AÇ! A &ARCA"!R#% G#$)(IC!% %I(UA"!% $! G#$# %'CNA,4444/O

    4.1.1   An%lis! dos S#&s........................................................................................3

    4.1.2   "!s!(uil,brio d! Ligaão ..........................................................................4*

    4.1.3   "i+!r!nciaão 'o'ulacional /0st..............................................................4*

    4.1.4 

     An%lis!s a'lot,'icas ................................................................................42

    4.1.5 

     "i+!r!nciaão 'o'ulacional a'lot,'ica /0st...........................................44N4,  A$?'I%# "# A%%!CIAÇ! #$(R# A C'A%%I*ICAÇ! *#$!(PICA

    C!& R#'AÇ! A! G#$# SLC45A244444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444NN

    4.2.1  Classi+icaão +!not,'ica x "ados do E................................................44

    4.2.2 

    Classi+icaão +!not,'ica x S#&s.................................................................4

    N4/  A$?'I%# "# A%%!CIAÇ! #$(R# ! $"IC# "# A$C#%(RA'I"A"#

    A*RICA$A C!& R#'AÇ! A! G#$# %'CNA,4444444444444444444444444444444444444444444444444NS

    4.3.1 

     AA x S#&s.................................................................................................464.3.2   AA x a'l7ti'os.........................................................................................48

    '.  DISCUSSÃO...........................................................................................................'

    4.  A$?'I%# P!PU'ACI!$A' "# +UI'!&B!% BRA%I'#IR!% C!&

    R#'AÇ! A &ARCA"!R#% G#$)(IC!% %I(UA"!% $! G#$# SLC45A244444/

    5.1.1   An%lis! dos S#&s........................................................................................53

    5.1.2   "!s!(uil,brio d! Ligaão ..........................................................................55

    5.1.3   An%lis!s a'lot,'icas ................................................................................56

    5.1.4   "i+!r!nciaão 'o'ulacional a'lot,'ica /0st...........................................$*

    4,  A$?'I%# "# A%%!CIAÇ! #$(R# A C'A%%I*ICAÇ! *#$!(PICA

    C!& R#'AÇ! A! G#$# SLC45A244444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444M.

    5.2.1  Classi+icaão +!not,'ica x "ados do E................................................$1

    5.2.2  Classi+icaão +!not,'ica x S#&s.................................................................$1

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    4/  A$?'I%# "# A%%!CIAÇ! #$(R# ! $"IC# "# A$C#%(RA'I"A"#

    A*RICA$A C!& R#'AÇ! A! G#$# SLC45A244444444444444444444444444444444444444444444444444M/

    5.3.1   AA x S#&s.................................................................................................$3

    5.3.2 

     AA x a'l7ti'os.........................................................................................$4

    (.  CONCLUSÃO.........................................................................................................((

    &.  REFER)NCIAS BIBLIOGR*FICAS ................................................................(&

    +.  SÍTIOS DA INTERNET........................................................................................&,

    ,.  ANE-OS.................................................................................................................+

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    ÍNDICE DE TABELAS

    Ta/e0a 1.  #stimativa das contri3uiçTes Ameríndia< A;ricana e #uro0eia nas

    comunidades 2uilom3olas 8alunga< &ocam3o< Rio das Rãs e %acutia3a<

    in;eridas a 0artir de marcadores mitocondriais< %(Rs< AI&s e %(R1

    4444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444..

    Ta/e0a !. 'ocali6ação geogrE;ica< estimativas de taman9o 0o0ulacional e nmero de

    indivíduos analisados das 0o0ulaçTes a;rodescendentes estudadas4444444444444444,

    Ta/e0a . Concentração dos reagentes nas reaçTes de PCR 0ara os marcadores do gene

    SLC45A2.........................................................................................................,S

    Ta/e0a %. CondiçTes de PCR 0ara os marcadores do gene SLC45A2....................44444444,S

    Ta/e0a '. Concentração dos reagentes 0ara digestão en6imEtica e condiçTes das reaçTes

    utili6adas 0ara anElise dos R*'P44444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444,Q

    Ta/e0a (.  Região< mutação e iniciadores dos %$Ps situados no gene

    SLC45A2.........................................................................................................,Q

    Ta/e0a &. $mero =n> e 0ro0orção => de indivíduos classi;icados 2uanto W cor de 0ele

    na 0o0ulação do Brasil e nas 0o0ulaçTes dos estados 3rasileiros ="ados da

     0es2uisa domiciliar de ,-.->44444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444//

    Ta/e0a +. *re2uência al7lica e genotí0ica de seis %$Ps situados no gene SLC45A2 em2uatro 2uilom3os 3rasileiros 1 8alunga< &ocam3o< Rio das Rãs e %acutia3a 1

    nmero amostral =n>< 9etero6igose o3servada e es0erada e '1valor dos testes

    de aderência ao #D444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444/SX/Q

    Ta/e0a ,. Da0lóti0os do gene SLC45A2  e suas ;re2uências nas 0o0ulaçTes 8alunga<

    &ocam3o< Rio das Rãs e %acutia3a4444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444N/

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    Ta/e0a 1.  (este #@ato de di;erenciação 0o0ulacional 0ara os 9a0lóti0os do gene

    SLC45A2 em 2uatro 2uilom3os 3rasileiros4 !s valores de * st  estatisticamente

    signi;icativos encontram1se em negritos444444444444444444444444444444444444444444444444444444444NN

    Ta/e0a 11.  Com0aração dos 2uilom3os e a 0o0ulação 3rasileira com relação W

    classi;icação ;enotí0ica de indivíduos distri3uídos em 2uatro categorias de cor

    da 0ele =G' Y />4444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444N

    Ta/e0a 1!. AnElise de associação entre a classi;icação ;enotí0ica e genóti0osXalelos dos

    %$Ps do gene SLC45A2  em 2uilom3os 3rasileiros analisados neste

    tra3al9o444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444- 

    Ta/e0a 1. AnElise de associação dos %$Ps situados no gene SLC45A2 com o ndice de

    Ancestralidade A;ricana< estimados 0ara os indivíduos 2uilom3olas

    analisados no 0resente tra3al9o44444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444.

    Ta/e0a 1%.  Associação dos 9a0lóti0os do gene SLC45A2  com os ndices de

    Ancestralidade A;ricana< em indivíduos 2uilom3olas analisados no 0resente

    tra3al9o444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444,

    Ta/e0a 1'.  *re2uência do alelo mutante dos %$Ps situados no gene SLC45A2  em

     0o0ulaçTes 2uilom3olas analisadas no 0resente tra3al9o e em 0o0ulaçTes

    descritas na literatura44444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444N

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    ÍNDICE DE FIGURAS

    Fi23a 1. Percentual da 0o0ulação 3rasileira 0or categoria de cor de 0ele< seguindo a

    nomenclatura do IBG#4 "ados da 0es2uisa domiciliar de ,-.-4444444444444444444444S

    Fi23a !. &odelo evolutivo da 0igmentação da cor da 0ele 9umana em três 0o0ulaçTes5

    A;ricana< AsiEtica e #uro07ia4 Ada0tado de &c#voH !t al. ,--M444444444444444444.N

    Fi23a .  Padrão de distri3uição glo3al da variação da cor da 0ele em 9umanos4

    Ada0tado de o33ling ,--N44444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444.

    Fi23a %. Via meta3ólica da 3iossíntese de eumelaninaX;eomelanina a 0artir da tirosina<

    a0resentando a atuação de diversos genesXen6imas4 Ada0tado de BouaZa6e !t

    al. ,--Q444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444.S

    Fi23a '.  #s2uema da ar2uitetura da 0ele clara e escura e a 0ro;undidade dos raios

    ultra1violeta4 B&< mem3rana 3asal "< derme (i0os celulares5 8<

    2ueratinócitos &< melanócitos *< ;i3ro3lastos ;ormas ovais< melanossomos

    Ada0tado de amaguc9i !t al. ,--O444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444.S

    Fi23a (. Re0resentação de um melanócito a0resentando alguns dos genes envolvidos

    no sistema de 0igmentação4 Ada0tado de Parra ,-..4444444444444444444444444444444444444,-

    Fi23a &.  'ocali6ação geogrE;ica dos 2uilom3os estudados no 0resente tra3al9o4

    Ada0tado de Gontio ,--S444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444,

    Fi23a +. "iagrama do gene SLC45A2< com a locali6ação dos 7@ons =. a O> e dos seis

    %$Ps5 A1rsO/,ON- B1rs.S.S/, C1rs/OMNM, "1rs,MO,, #1rs.MSQ.QS, e

    *1rs//QN A seta a3ai@o do nome do gene mostra a direção da transcrição e

    as demais setas indicam a direção do centr[mero e do tel[mero44444444444444444444,O

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    12/95

     

    Fi23a ,.  "istri3uição dos indivíduos de acordo com o ndice de Ancestralidade

    A;ricana individual dos 2uilom3olas analisados no 0resente tra3al9o4 !3tidos

     0or Gontio< comunicação 0essoal444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444/

    Fi23a 1.  Re0resentação da distri3uição dos indivíduos 2uilom3olas nas classes

    ;enotí0icas de cor de 0ele de acordo com as categorias do

    IBG#444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444/

    Fi23a 11.  Correlação entre ndice de Ancestralidade A;ricana e a classi;icação

    ;enotí0ica cor de 0ele< em indivíduos 2uilom3olas analisados nesse

    tra3al9o444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444/M

    Fi23a 1!.  &atri6 de "ese2uilí3rio de 'igação entre os seis %$Ps nas 2uatro

     0o0ulaçTes5 A 1 8alunga< B 1 &ocam3o< C 1 Rio das Rãs e " 1 %acutia3a4 #m

    negrito estão re0resentados os valores estatisticamente signi;icativos44444444444N.

    Fi23a 1.  &atri6 de di;erenciação 0o0ulacional 3aseado nos dados de * st   0ara as

     0o0ulaçTes 2uilom3olas analisadas neste tra3al9o44444444444444444444444444444444444444444N,

    Fi23a 1%. Com0aração da classi;icação ;enotí0ica da cor de 0ele entre os 2uilom3os e

    a 0o0ulação 3rasileira e entre os 2uilom3os e os estados 3rasileiros nos 2uais

    estão inseridos4444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444NM

    Fi23a 1'.  &odelos e@0licativos do decaimento de "ese2uilí3rio de 'igação 0or

    miscigenação4 Ada0tado de P;;a; !t al. ,--.44444444444444444444444444444444444444444444444444O

    Fi23a 1(. A4 (a@a de recom3inação ao longo do cromossomo mostrada em 0reto

     0ontos a6uis sinali6am região de 3ai@a recom3inação e 0ontos vermel9os de

    alta =ada0tado de &Hers !t al.  ,-->4 B4 ideograma do cromossomo

    sinali6ando< em vermel9o< a região gen[mica do gene SLC45A2 

    =9tt05XX\\\4nc3i4nlm4ni94govX>4444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444444S

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    RESUMO

    Variação em genes relacionados com características ;enotí0icas 0ode e@0licar a

    varia3ilidade da característica entre os indivíduos e entre 0o0ulaçTes4 $esse conte@to< a

    varia3ilidade gen7tica do gene SLC45A2  vem sendo estudada< visto 2ue a 0roteína

    codi;icada a0arentemente desem0en9a ;unção relevante na síntese de melanina4 $esse

    tra3al9o ;oi avaliada a variação desse gene e a associação com cor da 0ele e

    ancestralidade gen7tica a;ricana em indivíduos de 2uilom3os 3rasileiros5 8alunga<

    &ocam3o< Rio das Rãs e %acutia3a4 *oram avaliadas seis %$Ps5 2uatro em íntrons

    =rsO/,ON-< rs.S.S/,< rs/OMNM, e rs//QN> e dois em 7@ons =rs,MO,, e rs.MSQ.QS,>4

    Como resultado< ;oi o3servado 2ue as 0o0ulaçTes com0artil9aram o alelo mais comum

     0ara todos os marcadores e não ;oi o3servado dese2uilí3rio de ligação entre os 0ares de

    loci4 8alunga e Rio das Rãs a0resentaram a menor di;erenciação 0o0ulacional4

    %acutia3a a0resentou maior di;erenciação 0o0ulacional com todas as 0o0ulaçTes4 !s

    9a0lóti0os mais ;re2uentes ;oram com0artil9ados entre as 2uatro 0o0ulaçTes4 *oi

    o3servada di;erença signi;icativa 2uanto a classi;icação da cor da 0ele entre a 0o0ulação

     3rasileira e o 0ool de indivíduos 2uilom3olas< e entre as comunidades e as 0o0ulaçTes

    dos estados onde estas se locali6am4 A e@ceção o3servada ;oi %acutia3a4 *oi o3servada

    associação estatisticamente signi;icativa entre a classi;icação ;enotí0ica cor de 0ele

    negra e 2uatro dos marcadores analisados4 %ugere1se 2ue o genóti0o C(< do marcador

    rs/OMNM,< o alelo C e genóti0o CC< dos rs,MO,, e rs.MSQ.QS,< e< 0or ;im< o alelo ( do

    rs//QN< ocorram ;re2uentemente em 0ele mais escura4 *oi o3servada associação

    estatisticamente signi;icativa entre o ndice de Ancestralidade A;ricana e o marcador

    rs.MSQ.QS,4 !3servou1se associação entre os 9a0lóti0os M e ., e a estimativa 3ai@a de

    ancestralidade a;ricana< sugerindo 2ue esses 9a0lóti0os seam indicativos de cor de 0ele

    clara4

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     Abstract

    ABSTRACT

    Variation on genes related to 09enotH0ic traits can e@0lain t9e varia3ilitH associated

    \it9 suc9 trait among individuals and 0o0ulations4 In t9is conte@t< t9e genetic

    varia3ilitH o; t9e SLC45A2  gene 9as 3een studied< since t9e 0rotein encoded 3H t9is

    gene is involved on melanin sHnt9esis4 (9is \orZ aimed to evaluate variation in t9is

    gene< sZin color and t9e A;rican AncestrH Inde@ =AAI> in ;our Bra6ilian a;ro1derived

    communities called 2uilom3os5 8alunga< &ocam3o< Rio das Rãs and %acutia3a4 %i@

    %$Ps \ere studied5 ;our \it9in introns =rsO/,ON-< rs.S.S/,< rs/OMNM, and rs//QN>

    and t\o \it9in e@ons =rs,MO,, e rs.MSQ.QS,>4 It \as o3served t9at all 0o0ulations

    s9are t9e most ;re2uent allele ;or all marZers and all 0airs o; loci \ere in DardH1

    ein3erg]s #2uili3rium4 8alunga and Rio das Rãs s9o\ed little 0o0ulation

    di;;erentiation4 %acutia3a s9o\ed great 0o0ulation di;;;erentiation \9en com0ared to

    everH one o; t9e ot9er 0o0ulations4 (9e most ;re2uent 9a0lotH0es \ere s9ared 3et\een

    all ;our 0o0ulations4 %igni;icant di;;erences \ere o3served regarding sZin1color

    assignment 3et\een Bra6ilian 0o0ulation and t9e 2uilom3os< and also 3et\een t9ese

    communities and ur3an 0o0ulations surrounding t9em< e@ce0t ;or %acutia3a4 (9ere \as

    signi;icant association 3et\een 3lacZ sZin1color assignment and ;our o; t9e studied

    %$Ps4 (9e results suggest t9at t9e genotH0es C( =rs/OMNM,>< C allele and CC genotH0e

    =rs,MO,, and rs.MSQ.QS,> and ( allele =rs//QN> are most ;re2uent in individuals \it9 a

    darZer s9ade o; sZin color4 (9ere \as also association 3et\een AAI and t9e rs.MSQ.QS,

    %$P4 Also< 9a0lotH0es M and ., are associated \it9 lo\ indices o; AAI< suggesting t9at

    t9ose 9a0lotH0es are indicatives o; lig9ter s9ades o; sZin color4

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     ntroduão

    INTRODUÇÃO

     Anc!stralidad! g!n9mica

    +ual a ancestralidade de uma dada 0o0ulação 9umana atual miscigenada< isso

    7< de onde vieram os ancestrais 2ue deram origem a tal 0o0ulação^ A0esar da

    dis0oni3ilidade de dados 9istóricos< geralmente 9E carência de dados 2ue 0ermitam

    res0onder a tal 2uestionamento4 Uma das maneiras de elucidar tal 2uestão 7 0or meio da

    anElise de ancestralidade 0o0ulacional< ou sea< a avaliação da contri3uição de gru0os

     0arentais na ;ormação de uma 0o0ulação< a 0artir da ancestralidade individual4

    (ais in;erências vêm sendo utili6adas em estudos de reconstrução 9istórica de

     0o0ulaçTes e 0ovoamentos4 Por e@em0lo< são utili6ados 0ara uma mel9or com0reensão

    da 9istória e relacionamento entre gru0os 9umanos =Bele6a !t al. ,-., Ang !t al. ,-.,

    ang !t al. ,--S (ang !t al. ,--O &artine6 !t al. ,--O Gon6Ele61Andrade !t al. ,--O

    e &artine61&arignac !t al. ,--N> e em anElise de estruturação 0o0ulacional como 3ase

     0ara estudo de ma0eamento gênico 0or dese2uilí3rio de ligação =%9river !t al.  ,--S

    %9river !t al. .QQO>4 %ão indicados tam37m em estudos de associação< 0ara os 2uais a

    determinação de ancestralidade individual tem sido uma 0arte im0ortante na de;inição

    da amostra controle< incluindo os estudos so3re a 0igmentação 9umana ='eite ,-.,

    Bon;im ,-., C9ia3ai ,--S Pimenta !t al. ,--M %9river !t al. .QQO>4

    As a0licaçTes das in;erências de ancestralidades ;oram a0licadas tam37m na

     0es2uisa 3iom7dica e clínica< 0or e@em0lo< como os medicamentos Bi"il_ 0ara os a;ro1

    americanos com insu;iciência cardíaca e advertências do Car3ama6e0ina 0ara os

    asiEticos =*erdinand ,--S *errell e &c'eod ,--S>4 !utro e@em0lo de a0licação 7 na

    gen7tica ;orense< onde estes testes 0odem ;uncionar num sentido 0reditivo ou

    in;erencial da ancestralidade gen7tica de sus0eitos< a 0artir da anElise de material

     3iológico o3tido< 0or e@em0lo< em cenas de crime =Andrade !t al. ,-.. *racasso !t al. 

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     ntroduão

    ,-.. &endes1unior ,-.- Andrade ,-.- o3ling e Gill ,--N>4 *inalmente< outra

    utili6ação 7 a 0ossi3ilidade de e@tra0olação de ancestralidade 3iogeogrE;ica a 0artir de

    genes 2ue so;reram seleção ao longo da 9istória da es07cie 9umana< como os de cor da

     0ele =Giardina !t al. ,--S>4

    Para estimar ancestralidade gen7tica utili6a1se o con9ecimento de ;re2uências

    al7licas de marcadores gen7ticos nas 0o0ulaçTes alvo do estudo e nas 0o0ulaçTes

     0arentais da mesma4 &arcadores gen7ticos são regiTes do genoma 2ue a0resentam

    varia3ilidade e 0ossi3ilitam a di;erenciação entre indivíduos eXou 0o0ulaçTes4 "entre as

    ;erramentas mais utili6adas estão os AI&% = Anc!str: n+ormati;! Mar

    in;ormativos de ancestralidade>< esses a0resentam grande di;erença de ;re2uência al7lica

    =`> entre 0o0ulaçTes e 0odem c9egar W ausência ou 0resença e@clusiva de um

    determinado alelo em uma dada 0o0ulação =%9river !t al. .QQO>4 #stes marcadores tem

    se mostrado e;icientes 0ara identi;icar 0o0ulaçTes de;inidas geogrE;ica e etnicamente e<

    com isso< 0ermitem estimar o 0ercentual de contri3uição de gru0os 0arentais na

    com0osição de 0o0ulaçTes miscigenadas4

    +ual2uer ti0o de marcador gen7tico 0ode ser classi;icado como um AI&<

    incluindo os 0olimor;ismos de 3ase nica =%$Ps< do inglês  singl! nucl!otid!

     'ol:mor'ism>< 2ue são se2uências de "$A variEveis em um nico nucleotídeo no

    genoma de indivíduos da mesma es07cie =%o3rino !t al.  ,-->4 !s %$Ps

    ;re2uentemente são encontrados 0ró@imos ou em regiTes codi;icantes do gene< sendo

    relevantes 0ara a determinação de ;enóti0os =Brettell !t al. ,--O *rudaZis ,--O>4

    As di;erenças na acurEcia de 0redição da ancestralidade gen7tica em ;unção da

    locali6ação do %$Ps no genoma =em íntrons< 7@ons< regiTes regulatórias ou codi;icantes

    de R$A mensageiro> são e@tremamente 0e2uenas4 Por outro lado< %$Ps 2ue seam

    AI&s são os mais e;ica6es =Allocco !t al. ,--O>4 &as< al7m da di;erença de ;re2uência

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     ntroduão

    al7lica< 9E na literatura ;ormas mais com0le@as e acuradas de in;erir o 0oder de

    discriminação ancestral de um 0ainel de AI&s4 Por e@em0lo< 2uanto mais antigo o

     0rocesso de miscigenação< maior o nmero de marcadores necessErios 0ara acessar a

    estrutura dentro da 0o0ulação e< 2uanto mais in;ormativos os marcadores< mel9or a

    estimativa =(ian !t al. ,--O>4

    A 2ualidade dos AI&s< em termos de di;erença de ;re2uência al7lica entre as

     0o0ulaçTes a serem discriminadas< 7 ;ator indis0ensEvel na anElise da ancestralidade

    gen7tica< sendo< inclusive< 0re0onderante so3re a 2uantidade de marcadores4 Um estudo

    reali6ado 0or Cam03ell e cola3oradores =,--> avaliou a estrati;icação dentro de uma

     0o0ulação de norte1americanos euro1descendentes e< a0ós a genoti0agem de MO AI&s

    es0ecí;icos 0ara di;erenciação de regiTes gen7ticas de ancestralidade descendente de

    a;ricanos e euro0eus< não encontraram evidências de estrati;icação4 $o entanto< 2uando

    avaliaram o 0olimor;ismo 'C( =rsNQSS,/>< cua ;re2uência al7lica varia entre o norte e

    o sul euro0eu< ;oi 0ossível identi;icar a estrati;icação =Cam03ell !t al. ,-->4

    #ncontra1se com ;re2uência diversos marcadores gen7ticos em um mesmo gene

    eXou região gen[mica4 #s0era1se 2ue marcadores situados ;isicamente 0ró@imos

    a0resentem dese2uilí3rio de ligação ="'>< 2ue 7 de;inido 0or uma 9erança não

    inde0endente entre dois ou mais marcadores4 Por7m o3serva1se com ;re2uência a

    ocorrência de "' entre marcadores situados em cromossomos distintos eXou distantes

    no mesmo cromossomo< assim como ausência de "' entre marcadores 0ró@imos4 "eve

    ser o3servado 2ue "' não se restringe W 0ro@imidade ;ísica< mas tam37m 0ode ser

    re;le@o de outros ;atores< tais 2uais miscigenação e estruturação 0o0ulacional =P;a;; !t

    al.  ,--.>4 A ausência de "' 0ode ser e@0licada 0or decaimento de dese2uilí3rio de

    ligação< ocorrendo a0ós a miscigenação ao longo das geraçTes =P;;a; !t al. ,--.>< ou

     0or este marcador estar locali6ado em um ots'ot < isso 7< uma região com altas ta@as de

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     ntroduão

    recom3inação =&Hers !t al.  ,-->4 Al7m disso< tam37m ;oi 0ro0osto 2ue a 3ai@a

    ;re2uência al7lica 0o0ulacional =menor 2ue >< não a0resenta ;orça estatística

    su;iciente 0ara detectar "' =Goddard !t al. ,--- 'e\ontin .QQ>4

    &arcadores gen7ticos 2ue 0odem sinali6ar a ocorrência de determinados

    ;enóti0os têm rece3ido uma atenção es0ecial< 0or2ue< 0odem estar relacionados com a

    varia3ilidade ;enotí0ica entre os indivíduos e entre 0o0ulaçTes4 A varia3ilidade gen7tica

    do gene SLC45A2  vem sendo estudada< uma ve6 2ue a 0roteína 0or ele codi;icada

    a0arentemente desem0en9a ;unção relevante na síntese de melanina =Ang !t al. ,-.,

    ParZ !t al.  ,-., Bele6a !t al.  ,-., Bon;im ,-., %turm ,--Q PulZer !t al.  ,--O

    %oeima e 8oda ,--O (ullH ,--O>4 Genes como este< 2ue in;luenciam na 0igmentação<

    estão sendo utili6ados 0ara estimar a origem geogrE;ica dos indivíduos< uma ve6 2ue as

    di;erenças na 0igmentação são mais evidentes entre 0essoas de di;erentes

    ancestralidades ='eite ,-., Bon;im ,-., BouaZa6e !t al.  ,--Q *rudaZis ,--S

    BranicZi !t al. ,--O>4

     A constituião da 'o'ulaão umana brasil!ira

    Distoricamente< a constituição da 0o0ulação 3rasileira atual deve1se a

    miscigenação de três gru0os ancestrais 0rinci0ais5 euro0eus< ameríndios e a;ricanos4 As

    di;erenças na distri3uição de genóti0os nessas 0o0ulaçTes e a 0ro0orção com 2ue cada

    uma contri3uiu 0ara a ;ormação da 0o0ulação 3rasileira< tiveram como re;le@o<

    di;erenças regionais no 0ovoamento do Brasil4 Portanto< a atual constituição

     0o0ulacional do Brasil decorre diretamente do 0rocesso de coloni6ação do 0aís

    associado as imigraçTes e migraçTes internas4

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     ntroduão

    ? 70oca da c9egada dos 0ortugueses< os nativos da região< denominados de

    indígenas< E 9a3itavam o território 3rasileiro 9E 0elo menos ., mil anos< o taman9o da

     0o0ulação ameríndia ;oi estimado variando em . a .- mil9Tes de indivíduos =*undação

     $acional do ndio : *U$AI>< segundo dados do IBG# =,--->< viviam no Brasil

    a0ro@imadamente ,4

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     ntroduão

    Al7m dos euro0eus< o Brasil teria rece3ido cerca de 2uatro mil9Tes de escravos

    a;ricanos entre os anos de .M-- a .SO-< o 2ue com0reende N- do total de a;ricanos

    2ue ;oram introdu6idos nas Am7ricas neste 0eríodo4 !s negros 0rovin9am de diversas

    regiTes da ?;rica< 0redominando Angola< Congo e &oçam3i2ue =Curtin .QMQ>4 $a

    Am7rica< eles a0resentaram vErias ;ormas de resistência como 3rigas< suicídio< agressão

    aos sen9ores de escravos e es0ecialmente< a ;uga e concentração em locais de di;ícil

    acesso4 #sse ltimo caso deu origem Ws comunidades isoladas geogrE;ica e

    culturalmente denominadas no Brasil de >uilombos ou Mocambos =Vila Real .QQM>4

    ! IBG# res0onsEvel 0ela reali6ação do Censo "emogrE;ico 3rasileiro utili6a o

    crit7rio de autodeclaração de cor de 0ele 0ara a classi;icação do indivíduo e recon9ece

    cinco categorias< 2ue são5 Branco< Preto< Amarelo< Pardo e Indígena4 "e Acordo com a

    Pes2uisa $acional de "ados "omiciliar =P$"A>< reali6ada em ,-.- 0elo IBG#< .

    dos mais de .Q- mil9Tes de 3rasileiros devem ter indicaçTes mor;ológicas de

    contri3uição a;ricana =autode;inidos como negros e 0ardos< de acordo com a

    nomenclatura utili6ada no levantamento>4 # ainda< esses gru0os têm distri3uição

    9eterogênea no território Brasileiro =*igura .>4

    *igura .4 Percentual da 0o0ulação 3rasileira 0or categoria de cor de 0ele< seguindo a

    nomenclatura do IBG#4 "ados da 0es2uisa domiciliar de ,-.-4

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     ntroduão

    &ais de ,--- comunidades com o 0er;il de ancestralidade de escravos

    a;ricanos ;oram registradas no Brasil< distri3uídas 0or todas as regiTes4 %ão

    comunidades rurais cua 9istória e tradiçTes se identi;icam como antigos >uilombos

    =Anos ,--M>4 Ainda 2ue 0ossuam di;erentes 9istórias desde suas ;undaçTes no s7culo

     0assado< os 2uilom3os e outras 0o0ulaçTes a;rodescendentes< como %alvador< 0or

    e@em0lo< mantem uma contri3uição gen7tica a;ricana e cultural maior 2ue as

    comunidades 3rasileiras não a;rodescendentes =Amorim !t al. ,-.. A3e1%andes ,--,

    'ima ,--,>4 Por isso< es0era1se 2ue essas comunidades a0resentem uma coloração de

     0ele mais escura 2ue as demais4

    Com relação aos estudos de gen7tica de 0o0ulaçTes 2ue envolvem a anElise de

     0o0ulaçTes ditas vulnerEveis< como ameríndias e 2uilom3olas< 7 interessante notar a

     0ro@imidade e de0endência cada ve6 maior dos centros ur3anos4 Portanto< estas estão

    cada ve6 mais e@0ostas aos e;eitos da miscigenação e migração< 0rovocados 0elo ;lu@o

    gênico 2ue vem se intensi;icando com o 0assar do tem0o< ocasionando 0erda do

     0atrim[nio antro0ológico e gen7tico dessas comunidades =Amorim !t al. ,-.. Ri3eiro

    ,--Q Gontio ,--S Pedrosa ,--M !liveira !t al. ,-->4 #sse 0atrim[nio caracteri6a os

    indivíduos e as 0o0ulaçTes< e 0or isso 7 de grande im0ortncia 2ue seam estudadas o

    2uanto antes< em uma tentativa de ainda resgatar ao menos uma 0arte relevante da

    9istória da ;ormação da 0o0ulação 3rasileira =Amorim !t al.  ,-.. Ri3eiro ,--Q

    Gontio ,--S Pedrosa ,--M !liveira !t al. ,-->4

    As 0o0ulaçTes 2uilom3olas analisadas neste tra3al9o< tam37m ;oram estudadas

    com relação W com0osição 0o0ulacional< acessada a 0artir da anElise de marcadores

    gen7ticos clEssicos e moleculares autoss[micos e uni0arentais4 As estimativas de

    ancestralidade gen7tica estão listadas na (a3ela .4

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    22/95

     ntroduão

    "e ;orma geral< os resultados da anElise de contri3uição das 0o0ulaçTes

     0arentais na ;ormação das 0o0ulaçTes 2uilom3olas< indicaram uma grande contri3uição

    da 0arental a;ricana e contri3uiçTes variEveis das 0arentais ameríndia e euro0eia4 Para

    os marcadores %(Rs =do inglês< Sort ?and!m R!'!ats> e AI&s< a contri3uição a;ricana

    7 maior em todas as comunidades 2uilom3olas< com e@ceção de marcadores %(Rs em

    %acutia3a< onde mostrou maior contri3uição euro0eia =Pedrosa ,--M Ri3eiro ,-->4

    !utra di;erença signi;icativa ocorre entre as estimativas o3tidas 0ara

    marcadores mitocondriais e do cromossomo 5 a contri3uição materna euro0eia 7 nula

    na ;ormação dessas comunidades e a 0aterna euro0eia 7 maior 2ue a ameríndia =*erreira

    ,--M Ri3eiro ,--Q>4 (al discre0ncia se e@0lica 0or ra6Tes 9istóricas< E 2ue 9ouve

    desde o início da coloni6ação< re0rodução direcional entre 9omens euro0eus e mul9eres

    ameríndias e a;ricanas =Alencastro ,--->4

     E;oluão da cor da '!l! 

    As 3ases gen7ticas da variação normal da 0igmentação da 0ele tem des0ertado

    grande interesse na comunidade cientí;ica ='eite ,-., Ang !t al. ,-., Bele6a !t al. 

    ,-., Bon;im ,-., 'ucotte !t al. ,-.. Valen6uela !t al. ,-.- %0ic9enoZ !t al. ,-.-

    (ullH ,--O %oeima e 8oda ,--O uasa !t al. ,--M %turm ,--M>4 Um dos maiores

    com0licadores neste ti0o de anElise 7 a di;iculdade de associação entre ;enóti0o e

    genóti0o< decorrentes 0rinci0almente< da relevante contri3uição am3iental na de;inição

    desta característica =%turm e 'arsson ,--Q (ullH ,--O>4

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    (a3ela .4 #stimativa de mistura 7tnica em comunidades 2uilom3olas5 8alunga : &ocam3o : Rio das

    marcadores4

    Co42nidade Ti5o de Ma36ado3Esti4ati7a de 6ont3i/2i89o :;<

    A4e3?ndia A=3i6ana E23o5eia

    8alunga 1 G!

    &itocondriais ./

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     ntroduão

    #studar a evolução do 9omem e sua dis0ersão ao longo do tem0o< al7m de

    ;ornecer con9ecimento acerca de sua 9istória< 0ermite tam37m uma mel9or

    com0reensão da 3ase gen7tica dos ;enóti0os o3servados atualmente< tais como o

    surgimento da variação da 0igmentação da 0ele4 &uitas 9i0óteses têm sido 0ro0ostas

     0ara e@0licar a evolução da 0igmentação da 0ele em 9umanos< tendo em conta a relação

    entre os dados o3servados de melanina e a latitude4 %egundo a maioria dos autores< o

    ;ator 2ue e@0lica a distri3uição geogrE;ica de 0igmentação da 0ele em 9umanos< 0arece

    ser a e@0osição W radiação ultravioleta =RUV>4 A melanina atua como um ;iltro da lu6

    solar natural< e 7 es0ecialmente e;ica6 0ara a 0roteção contra os e;eitos da radiação

    eletromagn7tica de com0rimento de onda curto =,S-1N-- nm>< 2ue são as mais

     0reudiciais 0ara o "$A e 0roteínas =Bele6a !t al. ,-., Parra ,-..>4

    *oi 0ro0osto 2ue< os 0rimeiros mem3ros da lin9agem de 9ominídeos tin9am a

     0ele des0igmentada ou levemente 0igmentada co3erta 0or 0elos4 !s 0elos 0rotegem a

     0ele contra danos da RUV< 0ois a3sorvem um com0rimento de onda mais curto da

    radiação solar =als3erg .QSS>4 %ugeriu1se 2ue estes 0rimeiros 9ominídeos e@i3iam

    cor0os e c7re3ros relativamente maiores em relação aos seus 0redecessores =&cDenrH e

    Berger .QQS Ru;; !t al.  .QQO< .QQ/>4 ! aumento do nível de suas atividades e da

    radiação solar diEria teria resultado em um maior sucesso dos indivíduos com menor

    2uantidade de 0elos no cor0o e com uma alta densidade de glndulas sudorí0aras

    e@ócrinas< 2ue ;acilitavam a 0erda de calor e contri3uíam no 0rocesso de regulação de

    tem0eratura cor0oral =a3lonsZi e C9a0lin ,--- 9eeler .QSN>4 Portanto< com a 0erda

    dos 0elos< a 0igmentação escura da 0ele ;oi selecionada< 0ois con;ere maior 0roteção W

    RUV4

    &c#voH e cola3oradores =,--M> a0resentaram um modelo evolutivo da

    ar2uitetura gen7tica da 0igmentação 9umana 0ara as 0o0ulaçTes A;ricana< AsiEtica e

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     ntroduão

    #uro0eias< con;orme ilustra a *igura ,< com 3ase na anElise de OO genes candidatos 0ara

    a 0igmentação da 0ele4 #ste modelo simula uma Ervore 0o0ulacional 0ara a evolução de

     0igmentação da cor da 0ele< 0artindo de um ancestral comum 2ue 0rovavelmente tin9a

     0ele clara em decorrência da camada 0rotetora de 0elos 2ue co3riam todo o cor0o4

    Ainda de acordo com o modelo< 9ouve seleção 0ara o escurecimento da 0ele e este

    evento coincide com a 0erda de 0elos na lin9agem 2ue condu6 ao  @omo sa'i!ns4 Al7m

    disso< o modelo 0ro0Te 2ue a di;erenciação da cor da 0ele entre asiEticos e euro0eus

     0rovavelmente resultou de mecanismos gen7ticos di;erentes e< 0ortanto< não evoluiu

    antes da se0aração destas 0o0ulaçTes4 Isto levou W identi;icação de alguns genes como

    ;ortes indicativos da evolução da 0igmentação de 0ele na 0o0ulação asiEtica e euro07ia5

    genes como A"AM1 A"AM?S2* SLC24A5 ! SLC45A2 =&c#voH !t al. ,--M>4

    A síntese de melanina 0rotege a 0ele contra a radiação ultravioleta<

     0articularmente em Ereas da 0ele com alta e@0osição W lu6 solar4 A melanina 7 ca0a6 de

    a3sorver radiação eletromagn7tica no com0rimento de onda UV< 0rotegendo assim o

    "$A< 0roteínas e outras macromol7culas dos e;eitos nocivos desses raios e garantindo a

    integridade da termorregulação =Rees ,--/>4 Por e@em0lo< o ;olato 2ue 7 e@tremamente

    sensível a RUV< ele 7 necessErio W síntese e re0aro do "$A< e a de;iciência deste 0ode

    levar a com0licaçTes durante a gravide6 e uma in;inidade de anomalias ;etais< incluindo

    de;eitos do tu3o neural< como es0in9a 3í;ida e anence;alia =Rees ,--/>< al7m de

    desem0en9ar um 0a0el ;undamental na es0ermatog7nese =a3lonsZi e C9a0lin ,--->4

    AlteraçTes em nível molecular deste ti0o de macromol7culas sugerem 2ue< em Ereas

    geogrE;icas com alta incidência de RUV< os indivíduos de 0ele clara so;rem maior

    de;iciência de ;olato W2ueles de 0ele escura =a3lonsZi e C9a0lin ,--->4

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     ntroduão

    *igura ,4 &odelo evolutivo da ar2uitetura gen7tica da 0igmentação 9umana em três

     0o0ulaçTes5 A;ricana< AsiEtica e #uro07ia4 Ada0tado de &c#voH !t al. ,--M4

    !s seres 9umanos a0resentam uma grande varia3ilidade 2uanto W 0igmentação

    da 0ele< tanto intra0o0ulacional como inter0o0ulacional< sendo mais relevante< a

    o3servada entre 0o0ulaçTes< es0ecialmente entre continentes4 #ssa diversidade 7

    derivada da interação entre ;atores gen7ticos e am3ientais< 2ue in;luenciam ;ortemente a

    de;inição da cor da 0ele< e mostram correlação com a locali6ação geogrE;ica das

     0o0ulaçTes =%toZo\sZi ,--O>< como mostrado na *igura /4 # ainda< estE intimamente

    relacionado com a incidência dos RUV =alter .QO.>4

    "i;erenças na 0igmentação são mais evidentes entre 0essoas de di;erentes

    ancestralidades gen7ticas4 Portanto< variaçTes nos genes de 0igmentação vêm sendo

    utili6adas como ;erramentas 0ara determinação da ancestralidade dos indivíduos ='eite

    ,-., Ang !t al.  ,-., Bon;im ,-., BouaZa6e !t al.  ,--Q *rudaZis ,--S C9ia3ai

    ,--S Bom;im ,--S BranicZi !t al. ,--O>4

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     ntroduão

    *igura /4 Padrão de distri3uição glo3al da cor da 0ele4 Ada0tado de o33ling ,--N4

    In;ere1se 2ue a 0igmentação da 0ele re0resenta uma ada0tação W variação

    geogrE;ica da radiação solar em ;unção da incidência de RUV4 !3serva1se 2ue em

    am3ientes caracteri6ados 0or elevada incidência de RUV =3ai@as latitudes> a 0ele negra

    o;erece maior 0roteção< en2uanto regiTes onde a incidência não 7 tão alta =elevadas

    latitudes> 9E 0redominncia da 0ele clara =%oeima e 8oda ,--O>4

    #m3ora os e;eitos dos RUV na 0ele seam geralmente 0reudiciais< 9E uma

    im0ortante e@ceção5 sua incidência 7 essencial 0ara a síntese da vitamina " na 0ele4

    #m3ora algumas ;ontes de nutrientes ten9am 2uantidades su3stanciais de vitamina "< a

    síntese cutnea 7 a 0rinci0al ;onte =DolicZ ,--/>4 A vitamina " desem0en9a um 0a0el

    c9ave no meta3olismo do tecido ósseo< sua de;iciência causa ra2uitismo em crianças e

    osteomalacia em adultos4 Atualmente< têm1se recon9ecido outras ;unçTes 0ara esta

    vitamina< incluindo imunorregulação e regulaçTes na di;erenciação e 0roli;eração

    celular =Parra ,-..>4

    A distri3uição moderna da variação na 0igmentação da 0ele 9umana re0resenta

    uma relevante 9i0ótese na e@0licação da in;luência de síntese da vitamina " como

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     ntroduão

    resultado de um e2uilí3rio entre< a seleção natural 2ue ;avorece a 0roteção contra

    2ueimaduras solares e a destruição de ;olato em regiTes com elevada incidência de

    RUV4 A seleção ;avorece a des0igmentação em regiTes distantes do #2uador<

    ;acilitando a síntese de vitamina "4 Por e@em0lo< uma 0essoa de 0ele escura re2uer

    e@0osição W lu6 solar 0elo menos de6 ve6es maior 2ue uma 0essoa de 0ele clara 0ara

     0rodu6ir a mesma 2uantidade de vitamina " =a3lonsZi e C9a0lin ,--->4

    "eve1se mencionar 2ue 9E outras 9i0óteses 0ara e@0licar a distri3uição de

     0igmentação da 0ele4 assermann =.QM> relaciona a 0igmentação escura com a

    resistência Ws in;ecçTes 3acterianas< 0arasitErias e virais4 Post e cola3oradores =.QO>

    relataram 2ue a des0igmentação 0ode gerar resistência a danos ao ;rio4 Al7m disso<

    AoZi =,--,> a0onta evidências de 2ue a 0igmentação 7 um crit7rio im0ortante 0ara a

    seleção de 0arceiros em 9umanos< levando alguns autores a 0ostular 2ue a seleção

    se@ual tem sido um ;ator im0ortante na distri3uição da 0ele4 #vidências gen7ticas

    sugerem 2ue indivíduos com 0ele mais 0igmentada nos 0rimeiros mem3ros do gênero

     @omo  tiveram maior sucesso re0rodutivo< a datação de um evento de seleção ;oi

    estimada em cerca de .4

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     ntroduão

     iologia da 'igm!ntaão

    A 3iologia da 0igmentação da 0ele 7 determinada 0ela interação de três

     0igmentos ou cromó;oros5 melanina< 9emoglo3ina e< em uma escala muito menor<

    carotenóides 0rovenientes da dieta4 $o entanto< as di;erenças o3servadas são resultantes

     0rinci0almente do contedo e distri3uição de melanina na 0ele =Rees ,--/>4

    A melanina 7 uma su3stncia sinteti6ada a 0artir da o@idação en6imEtica do

    aminoEcido tirosina< sendo 2ue sua 0rodução ocorre dentro de organelas denominadas

    melanossomos e em c7lulas es0eciali6adas< denominadas melanócitos< 2ue se locali6am

    na unção entre a e0iderme e a derme4 VariaçTes na coloração de 0ele e ca3elos<

    o3servadas em di;erentes regiTes geogrE;icas< resultam da 0rodução< distri3uição e

    2uantidades de dois ti0os de melanina5 a eumelanina< um 0igmento castan9oX0reto< e a

    ;eomelanina< 0igmento vermel9oXamarelo =Gersten3lit9 !t al. ,--O Rana !t al. .QQQ><

    am3os 0rodu6idos na via da 3iossíntese de melanina< a 0artir da tirosina com a atuação

    de diversas en6imas =*igura N>4

     $a 0ele< os melanossomos são de0ositados nos 2ueratinócitos< c7lulas

    adacentes aos melanócitos =%turm ,--Q PulZer !t al. ,--O (ullH ,--O>4 Considera1se<

    em geral< 2ue 0eles mais 0igmentadas contêm 0artículas melanossomais maiores e mais

    numerosas< en2uanto a des0igmentação estE associada com melanossomos menores e

    menos a3undantes4 #ssas 0artículas são agregadas em torno do ncleo< e 0ro0orcionam

     0roteção contra os e;eitos nocivos da RUV =amaguc9i !t al. ,--O>4 A *igura mostra

    um es2uema da ar2uitetura da 0ele clara e escura e a 0ro;undidade de 0enetração da

    RUV nesses dois ti0os de coloração de 0ele4

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     ntroduão

    *igura N4 Via meta3ólica da 3iossíntese de eumelaninaX;eomelanina a 0artir da tirosina<

    mostrando a atuação dos diversos genesXen6imas4 Ada0tado de BouaZa6e !t

    al. ,--Q4

    *igura 4 #s2uema da ar2uitetura da 0ele clara e escura4 B&< mem3rana 3asal "<

    derme (i0os celulares5 8< 2ueratinócitos &< melanócitos *< ;i3ro3lastos

    ;ormas ovais< melanossomos Ada0tado de amaguc9i !t al. ,--O4

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     ntroduão

    !n)tica da &igm!ntaão

    ! con9ecimento da 3ase gen7tica da variação da 0igmentação normal da nossa

    es07cie ainda 7 muito incom0leto< a0esar de sua im0ortncia ;isiológica e evolutiva

    =Bars9 ,--/>4 InvestigaçTes de desordens da 0igmentação 9umana< tais como al3inismo<

    com3inados com estudos de 0igmentação em modelos animais têm aumentado muito o

    nosso con9ecimento do sistema 0igmentErio e gerado uma nova com0reensão dos genes

    envolvidos na 0rodução e na regulação da melanina =ParZ !t al.  ,-., Parra ,-..>4

    "entre estes< os considerados de maior im0ortncia incluem os genes =Parra ,-..>5

    a> 2ue codi;icam o com0le@o en6imEtico tirosinase =?BR ?R&1 e "C? >< 2ue estE

    locali6ado na mem3rana dos melanossomos e causa a conversão en6imEtica do

    aminoEcido tirosina em melanina

     3> 2ue codi;icam outras 0roteínas locali6adas dentro dos melanossomos< 2ue têm

    um 0a0el im0ortante na melanogênese =SLC45A2< CA2 SLD e SLC24A5>

    c> envolvidos na regulação da síntese de melanina< incluindo 9orm[nios e

    rece0tores =a=MS@ MC1R AS& e A?R# >

    d> 2ue codi;icam os ;atores de transcrição envolvidos na 0rodução de melanina

    = &A3 M?0 e S1*>

    e> 2ue codi;icam 0roteínas envolvidas no trans0orte e na construção de

    melanossomos = MB5A MBA RA2A C@S1 e @&S1=$ ><

    ;> 2ue codi;icam os rece0tores = K? e  E#"R> e ligantes = E"#3 e  K?L>

    regulando a migração e di;erenciação de melano3lastos4

    A *igura M mostra um melanócito< indicando alguns dos genes envolvidos no

     0rocesso de 0igmentação4 "ada a 9erança 0oligênica da 0igmentação e a com0le@idade

    do 0rocesso< tem sido muito di;ícil identi;icar os genes res0onsEveis 0ela variação na

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     ntroduão

     0igmentação da 0ele< do ca3elo e da íris4 $o entanto< a situação se alterou na ltima

    d7cada< 7 crescente a desco3erta de genes associados com a variação normal na

     0igmentação4 $a literatura< estimam1se cerca de .,- genes envolvidos com a 0rodução<

    distri3uição e secreção da melanina 0elos melanócitos< contri3uindo com o 0rocesso da

     0igmentação da 0ele 9umana =Ang !t al.  ,-., Parra ,-.. %0ic9enoZ !t al.  ,-.-

    BouaZa6e ,--Q (ullH ,--O BranicZi !t al. ,--O>4

    *igura M4 Re0resentação de um melanócito indicando 0arte dos genes envolvidos no

    sistema de 0igmentação4 Ada0tado de Parra ,-..4

    ! gene SLC45A2  = solut! carri!r +amil: 45< locali6ado na região

    cromoss[mica 0./4/< a0resenta sete 7@ons 2ue a3rangem N- Z3 e codi;icam os /-

    aminoEcidos da 0roteína &A(P =do inglês<  M!mbran!=Associat!d ?rans'ort!r

     &rot!in>4 #ssa desem0en9a im0ortante ;unção na síntese de melanina< atuando como

    trans0ortador de mem3rana e direcionando o ;lu@o das 0roteínas melanossomais

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     ntroduão

    =tirosinases> ao melanossomo =(ullH ,--O uasa !t al. ,--M>4 +uando alterada< &A(P

    7 res0onsEvel 0elo al3inismo óculo1cutneo ti0o N =!CAN> =ParZ !t al. ,-., %oeima e

    8oda ,--O>4  &utaçTes neste gene< como c4NOSGbC =04".M-D>< 0odem causar a

    redução da 2uantidade de melanina e inter;erir na codi;icação de 0roteínas de trans0orte

    de mem3rana =ParZ !t al. ,-., 8us9imoto !t al. ,--/ *uZamac9i !t al. ,--. Darada

    !t al. ,--. $e\ton !t al. ,--.>4

    "eterminadas mutaçTes na região codi;icante do gene SLC45A2 mostram

    di;erença de ;re2uência entre 0o0ulaçTes< assim como associaçãoXcorrelação com

    variaçTes na cor da 0ele4 Por e@em0lo< 0ara o %$P rs.MSQ.QS,< ;oram o3servadas altas

    ;re2uências do alelo G em indivíduos sul a;ricanos e alemães< classi;icados como

     3rancos< e ausência em indivíduos não 3rancos =uasa !t al.  ,--M $aZaHama !t al. 

    ,--,>4 Contudo< o alelo C 7 mais comum em 0o0ulaçTes com 0redominncia de

    indivíduos classi;icados como negros e em 0o0ulaçTes não 3rancas =Gra; !t al. ,-->4

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    bF!ti;os

    OB"ETI#OS

    bF!ti;o !ral

    Avaliar a variação do gene SLC45A2 e a associação desta variação com a cor da 0ele e

    ancestralidade gen7tica a;ricana em 2uilom3os 3rasileiros

    bF!ti;os !s'!c,+icos 

      Caracteri6ar 2uatro 2uilom3os 3rasileiros 1 8alunga< %acutia3a< &ocam3o e Rio

    das Rãs : com relação a marcadores gen7ticos do ti0o %$Ps situados no gene

    SLC45A2

      Avaliar o dese2uilí3rio de ligação entre esses marcadores nessas 0o0ulaçTes

      Avaliar a di;erenciação gen7tica entre os 2uilom3os com 3ase nesses

    marcadores

      Avaliar se a distri3uição 0o0ulacional da cor da 0ele nos 2uilom3os 7 distinta

    da2uela o3servada na 0o0ulação 3rasileira como um todo e nos estados em 2ue

    os 2uilom3os estão locali6ados

      Analisar ocorrência de associação entre classi;icação ;enotí0ica e os genóti0os e

    9a0lóti0os dos %$Ps

      Analisar ocorrência de associação entre os alelos e genóti0os dos %$Ps do gene

    SLC45A2 e as estimativas de ancestralidade individual

      Analisar ocorrência de associação entre os 9a0lóti0os dos %$Ps do gene

    SLC45A2 e as estimativas de ancestralidade4

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     Mat!rial ! M)todos

    MATERIAL E M$TODOS

     Amostra &o'ulacional

    *oram analisadas amostras de ,M, indivíduos saudEveis com mais de .S anos

    de idade< de am3os os se@os< o3tidas de moradores de 2uatro 2uilom3os< descritos

    a3ai@o5 8alunga< &ocam3o< Rio das Rãs e %acutia3a4 #m todos os casos< as amostras

    selecionadas ;oram de 0essoas não a0arentadas entre elas =grau de 0arentesco mE@imo

    aceitEvel Y .X.M>4 A locali6ação geogrE;ica dessas 0o0ulaçTes< a estimativa do taman9o

     0o0ulacional e o taman9o das amostras utili6adas neste tra3al9o estão indicados na

    *igura O e na (a3ela ,4

     Kalunga< locali6ada no nordeste do #stado de GoiEs< 7 um dos maiores

    2uilom3os do Brasil =cerca de /-- 9a3itantes> e com alto desta2ue 9istórico da região

    Centro1!este4 A comunidade ocu0a uma Erea de a0ro@imadamente ,S mil 9ectares na

    6ona rural do estado< 0ró@ima Ws cidades de &onte Alegre e Cavalcante< a /,-

    2uil[metros de Brasília4

    %ua 0o0ulação 7 ;ormada 0or descendentes de escravos 2ue ;oram levados 0ara

    a região da atual cidade de &onte Alegre 0ara tra3al9arem nas J&inas do (ocantinsK4

    "e acordo com %oares =.QQ>< escravos teriam ;ugido das minas no ;inal do s7culo

    VIII e ;ormado o 2uilom3o4 #ntretanto< alguns moradores contam 2ue seus ancestrais

    ;oram a3andonados 0elos 3andeirantes 2uando o ouro das minas aca3ou e< com receio

    de serem novamente ca0turados< eles 0ermaneceram escondidos 0or vErias d7cadas4 Ao

    longo do tem0o< vilas e cidades cresceram nas 0ro@imidades da Erea 8alunga e os

    2uilom3olas começaram a manter relaçTes comerciais com os 9a3itantes dos centros

    ur3anos =&eegen1%ilva .QQQ>4

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     Mat!rial ! M)todos

     Mocambo estE locali6ado no municí0io de Porto da *ol9a em %ergi0e< a .Q-

    2uil[metros de Aracau e W margem direita do rio %ão *rancisco4 Cerca de S- ;amílias

    com a0ro@imadamente -- indivíduos ocu0am uma Erea de Q/4 A c9egada dos 0rimeiros

    escravos em %ergi0e aconteceu no s7culo VII< e ;icaram concentrados 0rinci0almente

    na 6ona açucareira< em3ora tam37m estivessem envolvidos com a atividade 0ecuarista4

    VErias revoltas ocorreram em %ergi0e a 0artir do s7culo VIII4 A ;uga ;oi W maneira 

    mais constante< mas nem todas< culminaram na ;ormação de 2uilom3os =Barreto .QQ>4

    &ocam3o locali6a1se ao lado da Erea indígena ocó4 A 9istória desse

    2uilom3o estE ligada W dessa tri3o4 !s dois gru0os sem0re estiveram ligados 0or um

    ;lu@o constante e contínuo de trocas matrimoniais< econ[micas e de alianças

    conunturais4 Um levantamento a0ontou 2ue dentre as ;amílias do &ocam3o< nove

    tin9am um dos c[nuges de origem indígena< sendo sete deles ocó =Amorim !t al. 

    ,-.. Arruti ,--M>4

     Rio das Rãs estE situado W margem direita do m7dio %ão *rancisco< no

    municí0io de Bom esus da 'a0a a QO- 2uil[metros de %alvador< na Ba9ia< ocu0ando

    uma Erea de a0ro@imadamente /S4--- 9ectares =%ilva .QQO>4 %ua 0o0ulação ;oi

    estimada em N--- indivíduos em .QQS =Brasileiro e %am0aio ,--,>4

     $ão 9E um consenso 2uanto W origem da comunidade de Rio das Rãs4 A versão

    mais aceita 7 2ue 0oucas ;amílias< entre duas e cinco< teriam ;undado o 2uilom3o4

    %u0Te1se 2ue os indivíduos 2ue se a2uilom3aram teriam vindo< em ;uga do cativeiro< de

    %alvador ou Porto %eguro4 $a 0rimeira metade do s7culo I< um gru0o de escravos

    teria sido deslocado das cidades mencionadas 0ara o sul ca;eeiro< atrav7s do rio %ão

    *rancisco4 Possivelmente nesse 0eríodo 7 2ue teria ocorrido a ocu0ação do 2uilom3o

    =%ilva .QQO>4

  • 8/16/2019 2013_TatianadosAnjosResende

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     Mat!rial ! M)todos

    Sacutiaba  estE locali6ada a QO 2uil[metros do municí0io de anderleH< na

    região oeste do estado da Ba9ia< Ws margens do rio Grande< um a;luente do rio %ão

    *rancisco4 %ua 0o0ulação 7 estimada em ,-Q indivíduos< 2ue a0resentam laços de

    consanguinidade e a;inidade centrados na ;igura de uma matriarca4 A origem dos

    escravos ;undadores da comunidade 7 o norte do estado de &inas Gerais< de onde

    teriam esca0ado 0elo rio %ão *rancisco< su3indo o rio Grande e se instalando em uma

    região de di;ícil acesso 0ró@ima a uma serra4 Acredita1se 2ue os indivíduos 2ue 9a3itam

    a Erea ten9am c9egado 9E mais de ,-- anos =Brasileiro e %am0aio ,--,>4

    *igura O4 'ocali6ação geogrE;ica dos 2uilom3os analisados no 0resente tra3al9o4

    Ada0tado de Gontio ,--S4

    (a3ela ,4 In;ormação demogrE;ica< estimativas de taman9o 0o0ulacional e nmero de

    indivíduos amostrados das 0o0ulaçTes a;rodescendentes4

    @o520a89o Latit2de Lonit2deTa4ano

    5o520a6iona0

    :esti4ati7a e4 !1<

    Indi7?d2osa4ost3ados

    8alunga ./-N.% a ./-.% NO-. a NO-N, /-- O-

    &ocam3o Q-N% /O-, -- S.

    Rio das Rãs ./-N.% a ./-,% N/-,- a N/-, N--- S.

    %acutia3a ..-,Q% N/-NO ,-Q /-

  • 8/16/2019 2013_TatianadosAnjosResende

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     Mat!rial ! M)todos

     As'!ctos Gticos

    A anElise das amostras dos 2uatro 2uilom3os ;oi a0rovada 0elo Comitê de )tica

    em Pes2uisa da *aculdade de %ade da Universidade de Brasília< com nmero ..X-O

    =Ane@o .>4 (odos os voluntErios concordaram com sua 0artici0ação na 0es2uisa4

     An%lis!s Laboratoriais

    #@tração de "$A

    As amostras de "$A utili6adas nesse tra3al9o estavam dis0oníveis 0ara

    uso< 0ois 0ertencem ao 3anco de "$A do 'a3oratório de Gen7tica da Universidade de

    Brasília4 As amostras de sangue venoso ;oram coletadas utili6ando o sistema de coleta E

    vEcuo com tu3os contendo #"(A como anticoagulante4 ! "$A ;oi e@traído das

    amostras com o Zit comercial  llustraH  da  Am!rsam< atualmente E @!altcar! 

    segundo instruçTes do ;a3ricante e 2uanti;icado em $anovue da E @!altcar!4

    AnElise de %$Ps no gene SLC45A2 

    *oram analisadas seis regiTes distintas do gene SLC45A2< mostradas na *igura

    S< englo3ando 0orçTes da região 0romotora e codi;icadora4 "os marcadores analisados<

    2uatro estão em íntrons rsO/,ON- =íntron . (bC>< rs.S.S/, =íntron , (bC>< rs/OMNM,

    =íntron , (bC> e rs//QN =íntron AbG>f e dois em 7@ons rs,MO,, =7@on / (bC

    Glu,O,'Hs> e rs.MSQ.QS, =7@on GC 'eu/ONP9e>f4 A anElise destes marcadores nos

    mesmos indivíduos 0ermitiu a de;inição de 9a0lóti0os< o 2ue o3etivou um maior 0oder

    de resolução 0ara identi;icação de eventuais associaçTes< 3em como uma visão da

    diversidade do gene SLC45A2 em 2uase toda sua e@tensão4

  • 8/16/2019 2013_TatianadosAnjosResende

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     Mat!rial ! M)todos

    *igura S4 "iagrama do gene SLC45A2< com a locali6ação dos 7@ons =. a O> e dos seis

    %$Ps5 A1rsO/,ON- B1rs.S.S/, C1rs/OMNM, "1rs,MO,, #1rs.MSQ.QS, e

    *1rs//QN A seta a3ai@o do nome do gene mostra a direção da transcrição e

    as demais setas indicam a direção do centr[mero e do tel[mero4

    Para a anElise dos marcadores gen7ticos< os ;ragmentos de interesse ;oram

    am0li;icados 0or PCR alelo1es0ecí;ica< 0ara o rs.MSQ.QS,< e 0or PCR1R*'P 0ara os

    demais em um termociclador D!riti 8$ I!ll ?!rmal C:cl!r  da A''li!d ios:st!ms. As

    condiçTes ;oram 0adroni6adas de acordo com a literatura =%oeima !t al.  ,--M

     $aZaHama !t al. ,--,>4 As concentraçTes dos reagentes e as condiçTes de PCR estão

    e@0ostas na (a3ela / e (a3ela N4 !s 0rodutos das PCRs ;oram su3metidos W eletro;orese

    em gel vertical de 0oliacrilamida não desnaturante com glicerol a .- e corados com

    nitrato de 0rata a . =%anguinetti !t al.  .QQN>4 !s marcadores rsO/,ON-< rs,MO,, e

    rs//QN ;oram analisados em gel a .,4 ! tem0o de corrida ;oi de /9< com e@ceção do

    marcador rs,MO,, =9> e a voltagem< ,.-V4 Previamente W eletro;orese< os ;ragmentos

    ;oram digeridos 0or en6imas de restrição es0ecí;icas =(a3ela >4 A se2uência de cada

    iniciador< 3em como a região e mutação utili6adas 0ara identi;icação do %$P e suas

    res0ectivas re;erências estão mostrados na (a3ela M4

  • 8/16/2019 2013_TatianadosAnjosResende

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     Mat!rial ! M)todos

    (a3ela /4 Concentração dos reagentes nas reaçTes de PCR 0ara os marcadores do gene

    SLC45A2. 

    Reaentes 3s&!&% 3s1+1+! 3s&'(%(! 3s!(&!! 3s1(+,1,+! 3s',%

    D,!a

     =h'> /

  • 8/16/2019 2013_TatianadosAnjosResende

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     Mat!rial ! M)todos

    (a3ela 4 &isturas de reagentes 0ara digestão en6imEtica e condiçTes das reaçTes

    utili6adas 0ara anElise dos R*'P4

    Reaentes 3s&!&% 3s1+1+! 3s&'(%(! 3s!(&!! 3s',%

    D,!a =h'>

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     Mat!rial ! M)todos

     An%lis!s !stat,sticas

    !s testes estatísticos ;oram reali6ados em três eta0as4 A 0rimeira eta0a<

    gen7tica 0o0ulacional< 0rocurou descrever as 0o0ulaçTes 2uanto aos %$Ps<

    dese2uilí3rio de ligação e di;erenciação 0o0ulacional e 2uanto aos 9a0lóti0os4 A

    segunda eta0a< re;erente W cor da 0ele< com0arou o conunto amostral dos 2uilom3os e

    dados do IBG# 0ara o Brasil e as regiTes 3rasileiras< de0ois analisou associação da cor

     0ele e a variação dos %$Ps4 A terceira eta0a< re;erente ao IAA< analisou associação

    deste com %$Ps e 9a0lóti0os4

    AnElise 0o0ulacional de 2uilom3os 3rasileiros com relação a marcadores gen7ticos

    situados no gene SLC45A2 

     An%lis! dos S#&s

    Para a caracteri6ação gen7tica e com0arativa das 2uatro 0o0ulaçTes 2uanto ao

    gene SLC45A2 0ara os seis marcadores ;oi reali6ada uma s7rie de anElises< dentre elas

    ;re2uências gênicas e genotí0icas o3tidas 0or contagem direta utili6ando o 0rograma

    Arle2uim /4 =#@co;;ier e 'isc9er ,-.->< aderência ao #2uilí3rio de DardH1ein3erg

    =#D> utili6ando o (este #@ato de *is9er< di;erenciaçTes gênica e genotí0ica utili6ando

    a metodologia da cadeia de &arZov com o 0rograma G#$#P!P v/4N =RaHmond e

    Rousset .QQ>4 !s grE;icos 0resentes na dissertação ;oram ;eitos com o so;t\are

    Arle2uin /4 =#@co;;ier e 'isc9er ,-.->< atrav7s de scri0ts do 0acote estatístico R

    ;ornecidos com o 0rograma4

  • 8/16/2019 2013_TatianadosAnjosResende

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     Mat!rial ! M)todos

     "!s!(uil,brio d! Ligaão 

    Para veri;icar a ocorrência de dese2uilí3rio de ligação ="'>< de;inido 0or uma

    9erança não inde0endente entre dois ou mais marcadores< ;oi utili6ado o 0rograma

    Arle2uin /4 =#@co;;ier e 'isc9er ,-.->4

     "i+!r!nciaão 'o'ulacional /0st

    Para anElise de di;erenciação 0o0ulacional ;oi utili6ado o 0rograma Arle2uin

    /4 =#@co;;ier e 'isc9er ,-.-> e essa di;erenciação ;oi 3aseada em * st  0ara 0o0ulaçTes

    2uilom3olas 3rasileiras analisadas4

     An%lis!s a'lot,'icas

    Para a anElise 9a0lotí0ica utili6ou1se o  so+tar! onlin!  S#&stats< encontrado

    no sítio 9tt05XX3ioin;o4iconcologia4netX%$Pstatsj\e3 acessado em .X-SX,-./< 2ue

    em0rega o algoritmo #& =%ol7 !t al. ,--M>4

     "i+!r!nciaão 'o'ulacional /0st

    Para anElise de di;erenciação 0o0ulacional 3aseada em 9a0lóti0os< ;oi utili6ado

    o 0rograma Arle2uin /4 =#@co;;ier e 'isc9er ,-.->4

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     Mat!rial ! M)todos

    AnElise de associação entre a classi;icação ;enotí0ica com relação ao gene SLC45A2 

    Classi+icaão +!not,'ica x "ados do E

     $a 70oca da visita as comunidades 2uilom3olas< os 0es2uisadores

    classi;icaram os indivíduos 2uanto a cor da 0ele< de acordo com as classes utili6adas

     0elo IBG#5 3ranco< negro< amarelo e misto4 $o caso dos mistos ;oi adicionada a

    in;ormação 2uanto Ws origens da mistura o3servada5 3ranco e negro< 3ranco e amarelo e

    negro e amarelo4

    *oram analisados o 0er;il das 0o0ulaçTes com relação W cor da 0ele e uma

    com0aração com a 0o0ulação 3rasileira e os res0ectivos estados onde os 2uilom3os se

    locali6am e 0ara isso ;oi utili6ado (este de 2ui12uadrado =k ,> 4 !s dados o3servados são

    os nmeros de indivíduos nas 0o0ulaçTes 2uilom3olas< e os dados es0erados são os

     0ercentuais de indivíduos da2uela região ve6es o nmero amostral da 0o0ulação

    2uilom3ola como mostra a (a3ela O4

    Classi+icaão +!not,'ica x S#&s

    Para analisar se 9ouve associação entre classi;icação ;enotí0ica cor de 0ele e

    genóti0os e alelos do gene SLC45A2< ;oi utili6ado o (este #@ato de *is9er e dds ratio=!R>4 Para essa anElise ;oram considerados todos os indivíduos analisados<

    inde0endente de 2ual 2uilom3o o mesmo 0ertence4 Isso 7< a 0artir dessa anElise< não

    ;oram consideradas as 0o0ulaçTes e sim o ;ato de 2ue os indivíduos com0Tem um gru0o

    com ancestralidade a;ricana 0redominante4

  • 8/16/2019 2013_TatianadosAnjosResende

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    (a3ela O4 +uantidade =n> e 0ro0orção =V> de indivíduos 2uanto W cor de 0ele no Brasil e nos estados 3rasileir

    Rei9oB3an6os Ne3os Mistos A4a3e0os Índio

    n % n % n % n %

    Brasil Q-4M,.4,S. N.

  • 8/16/2019 2013_TatianadosAnjosResende

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     Mat!rial ! M)todos

    AnElise de associação entre o ndice de Ancestralidade A;ricana com relação ao gene

    SLC45A2 

     AA x S#&s

    !s indivíduos 0ertencentes a 0o0ulação Rio das Rãs ;oram e@cluídos dessa

    anElise 0or não terem dis0oni3ilidade de dados de ndice de Ancestralidade A;ricana

    individual =IAA>4 Portanto< essa anElise ;oi reali6ada 0ara as 0o0ulaçTes de 8alunga<

    &ocam3o e %acutia3a =Gontio< Comunicação 0essoal>4

    As estimativas do IAA ;oram o3tidas utili6ando o  so+tar!  %tructure ,4/4/

    =Pritc9ard !t al.  ,--->< 2ue utili6a um m7todo de agru0amento 3aseado em dados

    genotí0icos 0ara in;erir a estrutura 0o0ulacional e a ancestralidade individual4 !s

    genóti0os individuais ;oram o3tidos de .-S AI&% =Gontio< comunicação 0essoal> a

     0artir de três multi0le@5 %istema /N10le@< ;ormado 0or /N %$Ps autoss[micos com auto

     0oder de 0redição de ancestralidade individual =P9illi0s !t al.  ,--O>< %istema PI&A1

     0le@ ;ormado 0or ,S %$Ps autoss[micos com alto ` entre 0o0ulaçTes ameríndias e não

    ameríndias =P9illi0s !t al. ,--O> e AI&1Indel0le@ ;ormado 0or NM marcadores  nd!ls 

    com ` b -4 ! índice de IAA variou

    de -

  • 8/16/2019 2013_TatianadosAnjosResende

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     Mat!rial ! M)todos

    E os indivíduos classi;icados como 3rancos a0resentaram valores de IAA mais

     3ai@o 2ue os indivíduos classi;icados como negros e mistos4 !3servamos 2ue a0enas

    um indivíduo a0resentou um desvio 2uanto ao es0erado4 ! (este de  Krus

  • 8/16/2019 2013_TatianadosAnjosResende

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     Mat!rial ! M)todos

    *igura ..4 Correlação entre ndice de Ancestralidade A;ricana e a classi;icação

    ;enotí0ica cor de 0ele em indivíduos 2uilom3olas4

     AA x a'l7ti'os

    As anElises de correlação ;oram usadas 0ara medir a intensidade de associação

    o3servada entre duas variEveis =9a0lóti0os e os %$Ps como IAA>4 Para isso< ;oi

    utili6ado o so+tar! %$P%tats =%ol7 !t al. ,--M> 0ara avaliar a associação entre %$Ps do

    gene SLC45A2 e o índice IAA e tam37m entre os 9a0lóti0os e o IAA4

  • 8/16/2019 2013_TatianadosAnjosResende

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     R!sultados

    RESULTADOS

     An%lis! 'o'ulacional d! (uilombos brasil!iros com r!laão a marcador!s g!n)ticos

     situados no g!n! SLC45A2

     An%lis! dos S#&s

    As amostras das 2uatro 0o0ulaçTes 1 8alunga< &ocam3o< Rio das Rãs e

    %acutia3a 1 ;oram analisadas 0ara os seis marcadores5 rsO/,ON-< rs.S.S/,< rs/OMNM,<

    rs,MO,,< rs.MSQ.QS, e rs//QN4 A (a3ela S a0resenta as ;re2uências gênicas e

    genotí0icas o3servadas< nmero de indivíduos analisados =n>< 9etero6igose o3servada e

    es0erada< valores de  ' e erro 0adrão o3tidos 0elo (este #@ato de *is9er 0ara a

    distri3uição dos alelos de acordo com o es0erado 0elo #D4

    ! marcador rsO/,ON- a0resentou1se monomór;ico em todas as 0o0ulaçTes4 !s

    demais loci a0resentaram 0olimor;ismo em todas as 0o0ulaçTes< e@ceto o rs/OMNM, em

    %acutia3a4 ! alelo mais comum de todos os loci  ;oi o mesmo nas 2uatro 0o0ulaçTes5

     0ara os marcadores rs.S.S/,< rs/OMNM, e rs//QN o alelo mais comum ;oi o ( e 0ara

    rs,MO,, e rs.MSQ.QS, ;oi o alelo C4

    !s genóti0os de todos os marcadores encontraram1se distri3uídos de acordo

    com o es0erado 0elo #D = ' b -4 A0esar disso< em 8alunga< todos os marcadores

    a0resentaram uma 9etero6igose o3servada ligeiramente maior do 2ue a es0erada4 E em

    &ocam3o< o mesmo ocorreu com dois marcadores5 rs.S.S/, e rs.MSQ.QS, e em Rio

    das Rãs e %acutia3a< 0ara o marcador rs.S.S/,4

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    (a3ela S4 *re2uência al7lica e genotí0ica de seis %$Ps situados no gene SLC45A2 em 2uatro 2uilom3os 3rasi

    Rãs e %acutia3a 1 nmero amostral =n>< 9etero6igose o3servada e es0erada e '1valor dos testes de ad

    @o520a89o Ma36ado3F3e2>n6ia A00i6a

    nF3e2>n6ia Genot?5i6a Hete3oiose

    K1 K! 11 1! !! O/s. Es5.

    8alunga

    rsO/,ON- .

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    (a3ela S4 Continuação

    rsO/,ON-.Y(< ,YC rs.S.S/, .Y(< ,YC rs/OMNM, .Y(< ,YC rs,MO,, .Y(< ,YC rs.MSQ.QS, .Y

    @o520a89o Ma36ado3

    F3e2>n6ia A00i6a

    n

    F3e2>n6ia Genot?5i6a Hete3oiose

    K1 K! 11 1! !! O/s. Es5.

    Rio das Rãs

    rsO/,ON- .

  • 8/16/2019 2013_TatianadosAnjosResende

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     R!sultados

     "!s!(uil,brio d! Ligaão

    A *igura ., mostra as matri6es dos testes de "' 0ara as 2uatro 0o0ulaçTes4

    #m um total de M- com0araçTes ;oi o3servado 2ue .N 0ares de loci desviaram 2uanto ao

    es0erado no caso de segregação inde0endente4 *oi o3servado "' estatisticamente

    signi;icativo 0ara o 0ar de loci  rs,MO,, e rs//QN = '  - em todas as 2uatro

     0o0ulaçTes4 ! 0ar de loci  rs.S.S/, e rs.MSQ.QS, a0resentou "' nas 0o0ulaçTes

    8alunga e Rio das Rãs =*igura .,A e .,C>4 #ntre &ocam3o e Rio das Rãs< "' ;oi

    o3servado 0ara os 0ares rs/OMNM, e rs,MO,, =*igura .,B e .,C>4 Al7m disso< em

    &ocam3o e %acutia3a os 0ares de loci rs,MO,, e rs.MSQ.QS, e entre rs.MSQ.QS, e

    rs//QN ;oram o3servados em "' =*igura .,B e .,">4 Por ;im< em Rio das Rãs ;oi

    o3servado "' entre os 0ares dos loci  rs.S.S/, e rs/OMNM, e entre rs/OMNM, e

    rs//QN =*igura .,C>4

     "i+!r!nciaão 'o'ulacional /0st

     $a *igura ./ estão a0resentados os resultados com relação ao * st considerando

    os marcadores do ti0o %$Ps situados no gene SLC45A2  nas 2uatro 0o0ulaçTes de

    2uilom3os4 $o Ane@o , estão a0resentados os valores num7ricos do * st 4 !3serva1se

    2ue a 0o0ulação de %acutia3a mostrou maior di;erenciação 0o0ulacional com 8alunga e

    Rio das Rãs e uma di;erenciação 0o0ulacional moderada com &ocam3o4 Por outro

    lado< as 0o0ulaçTes 2ue a0resentaram menor di;erenciação 0o0ulacional ;oram 8alunga

    e Rio das Rãs4

  • 8/16/2019 2013_TatianadosAnjosResende

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     R!sultados

    3s&!&% 3s1+1+! 3s&'(%(! 3s!(&!! 3s1(+,1,+!

    3s&!&% 1

    3s1+1+! .4---- -4---- 1

    3s&'(%(! .4---- -4---- -4Q/,-4--,- 1

    3s!(&!! .4---- -4---- -4.OO.-4--/Q -4,,/.-4--N 13s1(+,1,+! .4---- -4---- .%(.! -4/.-O-4--NQ -4QOQM-4--./ 1

    3s',% .4---- -4---- -4.,MO -4--/ -4N.O--4--NN .. -4M/,Q-4--NQ

    A

    3s&!&% 3s1+1+! 3s&'(%(! 3s!(&!! 3s1(+,1,+!

    3s&!&% 1

    3s1+1+! .4---- -4---- 1

    3s&'(%(! .4---- -4---- .4-----4---- 1

    3s!(&!! .4---- -4---- -4,SO,-4--NO .%!1.!  1

    3s1(+,1,+! .4---- -4---- -4-SO-4--,O -4.S/O-4--/M .%!'.!1 1

    3s',% .4---- -4---- -4-NQ-4--,. -4.OQ-4--/M .. .&.+

    B

    3s&!&% 3s1+1+! 3s&'(%(! 3s!(&!! 3s1(+,1,+!

    3s&!&% 1

    3s1+1+! .4-----4---- 1

    3s&'(%(! .4---- -4---- .%&%.!! 13s!(&!! .4---- -4---- -4OSQ,-4--/O .&. 1

    3s1(+,1,+! .4---- -4---- .. -4..-Q-4--/. -4,NNO-4--N 1

    3s',% .4---- -4---- -4OONN-4--N .%.! .. -4.QMO-4--N-

    C

    3s&!&% 3s1+1+! 3s&'(%(! 3s!(&!! 3s1(+,1,+!

    3s&!&% 1

    3s1+1+! .4---- -4---- 1

    3s&'(%(! .4---- -4---- .4-----4---- 13s!(&!! .4---- -4---- -4S--4--/M .4-----4---- 1

    3s1(+,1,+! .4---- -4---- -4,-S--4--/. .4-----4---- .%.& 1

    3s',% .4---- -4---- -4MS-4--O .4-----4---- .. .%,.&

    "

    *igura .,4 &atri6 de "ese2uilí3rio de 'igação entre os seis %$Ps nas 2uatro

     0o0ulaçTes5 A 1 8alunga< B 1 &ocam3o< C 1 Rio das Rãs e " 1 %acutia3a4

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    *igura ./4 &atri6 de di;erenciação 0o0ulacional 3aseado em * st   0ara 0o0ulaçTes

    2uilom3olas 3rasileiras analisadas 0ara os marcadores do gene SLC45A24

     An%lis!s a'lot,'icas

    Para os 2uatro 2uilom3os< ;oram estimados .S 9a0lóti0os denominados de . a

    .S< a0resentados na (a3ela Q com suas ;re2uências 0o0ulacionais4 ! maior nmero de

    9a0lóti0os ;oi o3servado na 0o0ulação de &ocam3o5 .. no total4 #m 8alunga e Rio das

    Rãs ;oram o3servados .- 9a0lóti0os< en2uanto 2ue em %acutia3a oito4 !s 9a0lóti0os .<

    ,< /< M e O ;oram o3servados em todas as 0o0ulaçTes< sendo 2ue os 9a0lóti0os .< , e /

    a0resentaram as maiores ;re2uências4 !s 9a0lóti0os e@clusivos ;oram5 .M< .O e .S em

    8alunga< < .- e . em &ocam3o e ..< ./ e .N em Rio das Rãs4 Com relação ao

    com0artil9amento de 9a0lóti0os< ;oi o3servado 2ue o 9a0lóti0o N 7 com0artil9ado entre

    8alunga< &ocam3o e %acutia3a S entre &ocam3o< Rio das Rãs e %acutia3a Q entre

    8alunga e Rio das Rãs e ., entre &ocam3o e %acutia3a4

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    (a3ela Q4 Da0lóti0os do gene SLC45A2 e suas ;re2uências nas 0o0ulaçTes 8alunga< &ocam3o< Rio das Rãs e

    Ha50ti5os

    SN@s

    3s&!&% 3s1+1+! 3s&'(%(! 3s!(&!! 3s1(+,1,+! 3s',% a02nan=70

    Mo6a4n=8

    . ( ( ( C C ( -

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     "i+!r!nciaão 'o'ulacional a'lot,'ica /0st

    A (a3ela .- mostra o (este de di;erenciação 0o0ulacional =* st > utili6ando os

    9a0lóti0os4 *oi o3servado 2ue 9ouve di;erença signi;icativa entre os 9a0lóti0os 0ara as

     0o0ulaçTes 8alungaX%acutia3a = ' Y -< Rio das RãsX%acutia3a = ' Y - e

    &ocam3oXRio das Rãs = ' Y -4

    (a3ela .-4 (este #@ato de di;erenciação 0o0ulacional 0ara os 9a0lóti0os do gene

    SLC45A2 em 2uatro 2uilom3os 3rasileiros4 !s valores de * st  estatisticamente

    signi;icativos encontram1se em negritos4

    a02na Mo6a4/o Rio das R9s

    a02na 11

    Mo6a4/o -

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    (a3ela ..4 Com0aração dos 2uilom3os e a 0o0ulação 3rasileira com relação W

    classi;icação ;enotí0ica de indivíduos distri3uídos em 2uatro categorias de cor

    da 0ele =Grau de 'i3erdade Y />4

    @o520a8es

    C0assi=i6a89o

    =enot?5i6a

    :Co3 da 5e0e<

    O/se37ado Es5e3ado P !  p-7a0o3 

    Brasil @ +uilom3os

    Brancos Q .,-

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    A *igura .N mostra a com0aração entre os 2uilom3os e o Brasil< assim como

    dos 2uilom3os e dos estados 3rasileiros nos 2uais a 0o0ulação estE inserida4 !3serva1se

    2ue a 0ro0orção de indivíduos 3rancos nos 2uilom3os 7 0e2uena em com0aração a da

     0o0ulação 3rasileira e dos estados como a0resentado na *igura .NA< .NB< .NC< .N" e

    .N# res0ectivamente4 Como es0erado< a 0ro0orção de indivíduos negros 7 maior nos

    2uilom3os< *igura .NA< .NC e .N"< do 2ue nos estados 3rasileiros4 $o entanto< Ba9ia e

    %acutia3a< *igura .NB< a0resentaram uma 0ro0orção de indivíduos semel9antes4

    *igura .N4 Com0aração da classi;icação ;enotí0ica da cor de 0ele entre os 2uilom3os e o

    Brasil< assim como dos 2uilom3os e dos estados 3rasileiros nos 2uais a

     0o0ulação estE inserida4

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    Classi+icaão +!not,'ica x S#&s

     $a (a3ela .,< encontram1se os resultados da anElise de associação entre

    classi;icação ;enotí0ica e genóti0os e alelos< de acordo com o (este #@ato de *is9er e

    dds Ratio =!R>4 Para essa anElise ;oram considerados todos os indivíduos analisados<

    inde0endente de 2ual 2uilom3o o mesmo 0ertence4 Isso 7 a 0artir dessa anElise não

    ;oram consideradas as 0o0ulaçTes e sim o ;ato de 2ue os indivíduos com0Tem um gru0o

    com ancestralidade a;ricana 0redominante4

    Para o marcador rs.S.S/,< ;oi o3servada uma associação da classi;icação

    ;enotí0ica negra com o alelo C = ' Y -4 $esse caso< o indivíduo 2ue a0resentar o

    alelo C tem a 0ro3a3ilidade maior de .

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    associada com o alelo C = ' Y -4 ! indivíduo 2ue 0ossui o alelo C tem a

     0ro3a3ilidade maior de .

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     AA x a'l7ti'os

    Para as anElises de associação entre 9a0lóti0os e o IAA< os indivíduos

     0ertencentes W 0o0ulação Rio das Rãs tam37m ;oram e@cluídos4 Com isso< ;oram

    o3servados oito di;erentes 9a0lóti0os< como mostrados na (a3ela .N4 !s 9a0lóti0os M e

    ., mostraram associação signi;icativa com a ancestralidade a;ricana< a0resentando um

     '1valor de -

  • 8/16/2019 2013_TatianadosAnjosResende

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    (a3ela .,4 AnElise de associação entre classi;icação ;enotí0ica e genóti0os e alelos dos

    %$Ps do gene SLC45A2  com ;re2uências 0olimór;icas em 2uilom3os

     3rasileiros4 

    Ma36ado3 B3an6o Ne3o @a3do

     ' !R  ' !R   ' !R  

    3s1+1+!

    AlelosC -

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    (a3ela ./4 AnElise de associação dos %$Ps situados no gene SLC45A2 com o ndice de

    Ancestralidade A;ricana estimado em indivíduos de 2uilom3os 3rasileiros4

    SN@s Genti5o n Mdia IAA Di=e3en8a :,'; CI<  p7a0o3rsO/,ON- 111 111 111 111 111

    rs.S.S/,

    (X( O -

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    (a3ela .N4 Associação dos 9a0lóti0os do gene SLC45A2 com os ndices de Ancestralidade A;ricana em indiv

    Ha50ti5os 3s&!&% 3s1+1+! 3s&'(%(! 3s!(&!! 3s1(+,1,+! 3s',% F3e2>n6ia D

    . ( ( ( C C ( -

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     "iscussão

    DISCUSSÃO

     An%lis! 'o'ulacional d! (uilombos brasil!iros com r!laão a marcador!s g!n)ticos

     situados no g!n! SLC45A2

     An%lis! dos S#&s

    #s0era1se 2ue a ;re2uência al7lica de 2ual2uer locus< em 0o0ulaçTes

    miscigenadas< a0resente valor intermediErio ao encontrado nas 0o0ulaçTes 0arentais4

     $este tra3al9o< as ;re2uências al7licas o3servadas 0ara cada marcador 0ara as 2uatro

     0o0ulaçTes seguem< de ;orma geral< essa 0revisão< como mostrado na (a3ela . 2ue

    com0ara as 0o0ulaçTes a2ui analisadas com outras 0o0ulaçTes dis0oníveis na literatura

    2uanto Ws ;re2uências dos alelos mutantes dos marcadores gen7ticos4 "e acordo com

    uasa !t al. =,--M>< alelos mutantes< nesse caso< são a2ueles 2ue a0resentam os menores

    valores al7licos encontrados em A;ricanos4 Ainda 7 interessante destacar 2ue

     0o0ulaçTes de di;erentes constituiçTes gen7ticas derivadas de di;erentes ancestralidades

    a0resentaram valores similares na ;re2uência do alelo mais comum4

    As 0o0ulaçTes 2uilom3olas a0resentam maior similaridade 2uanto Ws

    ;re2uências do alelo mutante dos marcadores rsO/,ON-< rs.S.S/,< rs/OMNM, e o

    rs,MO,,< com a 0o0ulação a;ricana< e@ceto 2uanto ao rs,MO,, nas 0o0ulaçTes de

    %acutia3a e &ocam3o4 Por outro lado< as ;re2uências al7licas 0ara o marcador

    rs.MSQ.QS, nos 2uilom3os a0resentaram1se similares aos o3servados na 0o0ulação

    ur3ana de Ri3eirão Preto4 #sse ac9ado relaciona1se com a 0resença de intensa

    miscigenação em todas essas 0o0ulaçTes 3rasileiras4

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    (a3ela .4 *re2uência do alelo mutante de %$Ps situados no gene SLC45A2 em 0o0ulaçTes 2uilom3olas e em

    F3e2>n6ia do a0e0o 42tante

    SN@ M2ta89o a02na Mo6a4/oRio das

    R9sSa62tia/a

    Ri/ei39o

    @3etoa *=3i6a/  "a59o/  A

    3s&!&% ( b C -

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     "iscussão

    "e acordo com as anElises a2ui a0resentadas< todos os marcadores estão em

    #2uilí3rio de DardH1ein3erg nas 2uatro 0o0ulaçTes< a0esar do 0e2ueno taman9o

    amostral de %acutia3a4 ! taman9o amostral 0e2ueno 7 um dos ;atores 2ue dei@am uma

     0o0ulação mais susce0tível aos e;eitos da deriva gen7tica =*utuHma< .QQS>< 0odendo se

    encontrar< mesmo 2ue momentaneamente< ;ora do e2uilí3rio de DardHein3erg4

    A 0o0ulação total dos 2uilom3os a 70oca da coleta se distinguia 3astante4

    %acutia3a =cerca de ,-- indivíduos> e &ocam3o =cerca de -- indivíduos> são

    consideravelmente menores 2ue 8alunga =cerca de 4/-- indivíduos> e Rio das Rãs

    =cerca de N4--- indivíduos>4 "essa ;orma< a amostra de %acutia3a e &ocam3o

    re0resentam em m7dia . e .M

  • 8/16/2019 2013_TatianadosAnjosResende

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     "iscussão

    mecanismos 3Esicos 2ue levam a ocorrência de "'< e os dois são teoricamente

    o3servados nos casos a2ui a0resentados5 0ro@imidade ;ísica e miscigenação recente4

    A 0ro@imidade ;ísica entre regiTes gen[micas diminui a 0ro3a3ilidade de

    recom3inação entre elas4 ! gene SLC45A2  tem uma e@tensão total mE@ima de N-Z3<

     0ortanto uma região 0e2uena4 Com relação W 9istória recente< mostra 2ue essas

     0o0ulaçTes ;oram ;undadas 9E cerca de .- anos atrEs 0or indivíduos 0rovavelmente E

    miscigenados4 #ssa 0ro0osta 7 corro3orada 0or dados o3servados em marcadores no

    cromossomo < mostrando grande incidência de origem euro0eia =Ri3eiro< ,--Q>4

     $este tra3al9o< dos M- 0ares de loci analisados< 0ara NM 0ares não ;oram

    encontrados "'4 #m3ora as ra6Tes 0ara esta ausência de "' não ser con9ecida< as

    sugestTes de e@0licação 0ara esse ac9ado 3aseiam1se no tem0o desde a miscigenação4 !

    modelo de :brid=isolation O DI =P;;a; !t al.  ,--.>< *igura .A< sugere 2ue o

    dese2uilí3rio ocorre no momento da miscigenação e tende a desa0arecer ao longo do

    tem0o< e nesse caso o "' tende a diminuir ao longo das geraçTes< mesmo entre loci 

    ;isicamente 0ró@imos< como 7 o caso dos marcadores 2ue ;oram a2ui analisados4 !utro

    modelo 7 o continuous=g!n!=+lo O CG*< *igura .B< em 2ue ocorre in;lu@o gênico ao

    longo das geraçTes4 "e acordo com esse modelo< o "' tende a aumentar nas 0rimeiras

    geraçTes e< com o 0assar do tem0o< a decair< ainda 2ue em ta@as mais 3ai@as 2ue as do

    modelo citado anteriormente4 $os dois modelos< 0ode ter 9avido "'< mas como

     0revisto 0elos modelos< decorreu tem0o su;iciente 0ara 2ue essas associaçTes dei@assem

    de e@istir4 Por7m< .- anos desde a ;undação dos 2uilom3os seria e2uivalente a cerca de

    seis geraçTes< tem0o su0ostamente insu;iciente 0a