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Psicoterapia Humanista: um convite à Sombra das polaridades
Humanistic Psychotherapy: an invitation to the Shadow of the
polarities
Fernanda Minella
Resumo
Este artigo enfoca o fenômeno do desconhecimento de certos aspectos de nossa
personalidade e a importância deles serem trazidos à consciência durante o processo
psicoterápico para uma melhoria da saúde psíquica. Utilizamos como base o conceito da
Sombra de Carl Gustav Jung. Falamos então sobre a sombra de polaridades da personalidade,
tema abordado pela teoria da Gestalt-Terapia, e sobre conflitos inter e intrapsíquicos como
decorrentes deste fenômeno e como eles podem ser vistos através da teoria de psicoterapia
humanista, integrando as abordagens da Psicoterapia Centrada na Pessoa e da Gestalt-terapia.
Palavras-chave: sombra, polaridades, conflitos psíquicos, psicoterapia humanista.
Abstract
This article focuses the phenomenon of the obscurity of certain aspects of our
personality and the importance of them being brought to consciousness for an improvement of
the psychic health during the psychotherapy process. Thus, we use the concept of Shadow, by
Jung. We´ll then approach the matter of polarities´ shadow, concept by the Gestalt-Therapy
theory and the issue of inter and intra-psychic conflicts as a consequence of that obscurity and
how the Person-Centered Therapy and the Gestalt-Therapy approach those matters.
Key words: shadow, polarities, psychic conflicts, humanistic psychotherapy.
Por que pessoas “boas” fazem coisas “ruins”?
Temos acompanhado, através das redes de comunicação nacionais e internacionais,
verdadeiros escândalos morais envolvendo pessoas acima de qualquer suspeita. Estamos
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falando de indivíduos tidos pela sociedade contemporânea como “pessoas boas”. Em
noticiários sensacionalistas, ouvimos falar de personalidades reconhecidas mundialmente por
seus trabalhos seja nas Artes, na Política e na Religião que se viram envolvidas em situações
socialmente inaceitáveis ou inadequadas e incongruentes à sua imagem social. Da mesma
forma, nesses meios de comunicação, ouvimos – estarrecidos – manchetes revelando pais e
mães de família como pessoas desalmadas devido a comportamentos violentos e anti-sociais
com seus próprios filhos. No entanto, a pergunta que cada vez mais é feita pela sociedade é:
por quê? Como é possível que aquela mãe zelosa tenha sido capaz de violentar seus próprios
filhos? Como é possível que aquela atriz rica roube artigos de uma loja de departamento?
Como explicar aquele ator que produziu um filme cristão e que se diz extremamente religioso,
após beber demais, acaba proferindo declarações anti-semitas? O que dizer daquele político,
pai de família que defendia valores cristãos e familiares e que revelou viver uma vida dupla
ao anunciar ter um caso sexual com um homem? Como é possível que religiosos
aparentemente com valores nobres que julgam e condenam o homem por usar camisinha, ao
mesmo tempo, sejam exploradores sexuais de crianças?
Neste artigo provavelmente não encontraremos uma resposta definitiva a tais
perguntas. No entanto, podemos buscar uma forma de tentarmos compreender este fenômeno:
ou seja, da sombra de nossas polaridades, e sobre a importância dela ser trazida à luz da
consciência para a melhoria da saúde psíquica. Falaremos de conflitos intra e inter-psíquicos
resultantes do desconhecimento da sombra. Nesta tentativa de compreensão, sugerimos a
psicoterapia de enfoque humanista, integrando as abordagens Centrada na Pessoa e Gestáltica,
como uma possibilidade de auxiliar pessoas em conflito no processo de desvendamento de
suas sombras.
A Sombra
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A visão dicotômica do ser humano ainda impera na sociedade ocidental
contemporânea. E, por conta desse modo de se ver o homem, muitas pessoas possuem
dificuldade de aceitar que ambas as dualidades, bem e mal, por exemplo, possam residir
harmonicamente num mesmo indivíduo. Para muitos, há uma divisão bastante clara e rígida
entre o bem e o mal, de modo que seriam excludentes: ou somos pessoas boas ou pessoas
más. E, conscientemente, jamais alguém escolheria identificar-se com a segunda opção.
O psicólogo Carl Gustav Jung, em sua teoria acerca do Inconsciente Pessoal, criou o
conceito de Sombra que seria uma instância psíquica que abrigaria todos os conteúdos
negados e reprimidos pela Persona, ou seja, conteúdos não identificados como pertencentes à
personalidade. Dentre os aspectos “escondidos” na sombra estariam desejos, tendências,
experiências e memórias rejeitadas por serem consideradas incompatíveis à noção de eu do
indivíduo e aos padrões sociais vigentes; seria a sombra do Ego (Ballone, 2005). Para Jung,
possuir uma sombra não é privilégio de ninguém: todas as pessoas detêm, inconscientemente,
diversas facetas desconhecidas de sua personalidade. E, em geral, como defesa, as tememos,
negamos ou projetamos no meio. Ainda, segundo Ballone, a sombra pode ser perigosa
quando não trazida à luz da consciência, à medida que o indivíduo tende a projetá-la no
exterior ou deixar-se dominar por ela. Sendo assim, quanto mais a pessoa tiver consciência
dos elementos de sua sombra, haverá menos possibilidade dela ser “pega de surpresa” pelo
Inconsciente. Entretanto, a sombra não pode simplesmente cessar de existir, pois segundo o
autor “uma pessoa sem Sombra não é uma pessoa completa, mas uma caricatura
bidimensional que rejeita a mescla do bom e do mau e a ambivalência presentes em todos
nós” (Ballone, 2005, Psiqweb). De tal forma, a noção de que uma pessoa considerada “boa”
jamais seria capaz de ter pensamentos ou ações incongruentes a tal imagem passou a ser uma
ilusão. Ballone ressalta que a sombra não é uma força exclusivamente negativa no psiquismo:
“Ela é um depósito de considerável energia instintiva, espontaneidade e vitalidade, e é a fonte
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principal de nossa criatividade”. Poderíamos dizer então que tal conceito revolucionou a
visão estanque acerca do psiquismo humano, proporcionando uma compreensão mais
integrativa acerca dos fenômenos psíquicos que se tornaram muito mais complexos e, por
que não, misteriosos. Afinal, facetas opostas, de fato, poderiam residir numa mesma
personalidade e a saúde psíquica implicaria um necessário desvelar da sombra.
A Gestalt-terapia, nos escritos de Perls, Hefferline e Goodman (1997), também traz a
noção de aspectos escondidos da consciência, entretanto, fala-se em outro termo: o anti-social.
Na obra Gestalt-Terapia (1997, p.142), os autores referem que anti-sociais seriam “todos os
instintos ou objetivos que temos, mas que não aceitamos como nossos, que mantemos
inconscientes ou projetamos nos outros”. Tais instintos seriam inibidos e deliberadamente
expulsos da awareness (fluxo de conscientização sensório-motor-emocional-cognitivo-
energético) por não combinarem com uma imagem aceitável de nós mesmos. Perls et al.
referem que uma vez que este instinto é liberado e aceito como parte de quem somos,
podemos perceber que não se trata de algo incomum. Inclusive podendo até ser aceito pela
sociedade; e a intensidade destrutiva que lhe era atribuída diminui: “um impulso que
sentíamos vagamente ser diabólico ou homicida resulta ser um simples desejo de evitar ou
rejeitar alguma coisa, e ninguém se importa se a rejeitamos ou não”. (Perls et al., 1997,
p.142). Os autores gestálticos discorrem sobre o papel da repressão na formação da sombra ou
do lado anti-social da personalidade. Para eles, é a repressão que: 1- torna a ideia uma ameaça
persistente; 2 – obscurece sua intenção limitada e faz com que não vejamos a realidade social;
3- pinta-a com cores vívidas do proibido e 4- cria ela mesma a ideia de destrutividade,
“porque a repressão é uma agressão contra o self e essa agressão foi atribuída ao instinto”
(Perls et al., 1997, p.142).
Através de uma breve revisão teórica a respeito do conceito de sombra, fica muito
clara a importância do papel da sociedade em sua constituição. É algo como se as normas
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sociais fossem responsáveis por determinar quais elementos seriam considerados negativos e
não-aceitáveis e que outros aspectos seriam positivos e desejáveis a um indivíduo. Entretanto,
regras sociais costumam mudar de geração para geração e de cultura para cultura. Perls e seus
colegas (1997) apontam que houve diversas mudanças nas convenções sociais no decorrer
dos anos, acarretando numa relativização de conceitos. Por exemplo, algo que anos atrás era
considerado vergonhoso hoje não o é mais. O que ocorre? Sucede-se que talvez a sociedade
venha ampliando o seu conceito de humanidade. Se aceita determinado comportamento a
partir do momento em que este é incorporado à imagem do que é ser humano: “o homem não
se esforça para ser bom, mas é humano esforçar-se para conseguir o que é bom” (Perls et al.,
1997, p.143).
A constituição da sombra dá-se paralelamente à formação de nosso self. Se por um
lado há a repressão, por outro há um processo de identificação. Reprimimos certos aspectos
para mantermos a face polida que adquirimos ao nos identificarmos e introjetarmos a face
polida de pessoas critério, ou seja, figuras significativas em nosso desenvolvimento. Para Carl
Rogers (1992), autor da Abordagem Centrada na Pessoa, formamos nosso self a partir da
interação com o ambiente e, principalmente, através da percepção que temos do modo como
as pessoas fazem suas avaliações. Para Rogers e Kinget (1977), todas as crianças, desde a
mais tenra idade, possuem uma necessidade de consideração positiva (de aceitação), o que
significa que necessitam de uma avaliação positiva da parte de suas pessoas critério. Elas
agem como modelos de “como-devo-ser” para a criança, que por sua vez, responde a isso se
identificando com determinadas características desses modelos e introjetando-as. Se os
responsáveis por essa criança estabelecerem com ela uma relação de aceitação condicional,
ela tenderá a personificar os aspectos considerados positivos ou aceitáveis pelos outros e
reprimir experiências organísmicas inaceitáveis pelo meio. E, dessa forma, diversos
elementos passam a ser jogados à sombra dessa criança; no entanto, não se trata de elementos
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negativos necessariamente. Falamos de aspectos que o meio considerou inaceitável, mas que
originalmente eram congruentes à experiência daquela criança e, dessa forma, deveriam ter
sido permitidos sua expressão. Estamos falando aqui da expressão da tendência à atualização
(Rogers e Kinget, 1977) que é presente em todo ser vivo e aponta para o desenvolvimento de
suas capacidades.
A psicóloga gestáltica Beatriz Cardella discorre sobre o processo de formação do self
e o papel da introjeção. A autora (2002) fala que o processo de crescimento ocorre pela
assimilação de diversos construtos vindos do exterior como: conceitos, valores, moral, fatos,
comportamentos, padrões sociais. No entanto, a assimilação deve acontecer pela integração de
tais elementos a fim de que se tornem, de fato, parte da personalidade. “A introjeção,
entretanto, implica a incorporação de aspectos do meio que se tornam elementos estranhos, já
que não passaram por uma discriminação prévia para serem aceitos ou rejeitados” (Cardella,
2002, p.59). Neste sentido, elementos que são introjetados, mas não assimilados
criativamente, tornam-se um obstáculo à formação de uma personalidade autêntica, podendo
culminar numa desintegração da própria personalidade à medida que surgem conflitos
imobilizadores que impedem o crescimento da pessoa. Cardella (2002, p.59) explica que “ao
incorporar elementos estranhos, o indivíduo corre o risco de deparar com aspectos
incompatíveis e empregar uma enorme energia na tentativa de reconciliá-los”. Essa pessoa
pode ter se deparado com sua sombra e estar vivenciando um conflito. Podemos inferir que
determinados aspectos “engolidos” pelo indivíduo e não integrados à sua personalidade
poderão ser projetados no meio. Como forma de defender-se de partes de si mesmo que
considera ofensivas ou difíceis, a pessoa desapropria-se destas e as projeta nos outros,
responsabilizando-os pelo que na verdade é seu (Cardella, 2002). Perls et al. (1997, p.149)
afirmam que o aspecto introjetado poderá ter dois destinos: “ou é uma substância estranha e
dolorosa no corpo, e é vomitado (um tipo de aniquilação); ou o self se identifica parcialmente
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com o introjeto, reprime a dor e procura aniquilar parte de si mesmo”. Neste sentido, fica
claro qual seria a escolha mais saudável.
Polaridades e Conflitos
Até aqui falamos um pouco sobre o processo de formação do self e da sombra. E
agora, entramos então no campo dos conflitos - produto da interação de forças até então
desconhecidas pelo indivíduo que se chocam por representarem dois times aparentemente
adversários: luz versus sombra; eu versus não-eu...
O tema das polaridades não é recente na Psicologia, nem nas Religiões Ocidentais ou
na Filosofia Oriental. Podemos inferir que polarizar é uma tendência humana devido ao nosso
hábito de classificar, categorizar e analisar a fim de facilitar nosso modo de lidar com o
mundo. A psicóloga gestaltista Sônia Galarza, em seu artigo sobre polaridades publicado no
site soniagalarzapsicologa.com (sem data), refere que o ato de polarizar implica a
incapacidade de contemplarmos simultaneamente os pólos de uma qualidade. Para integrar o
conceito de polaridades, Galarza explica que Perls utiliza a influência da teoria da Indiferença
Criativa de Sigmund Friedlander, que diz que em cada acontecimento há um ponto zero a
partir do qual ocorre a diferenciação dos contrários e estes, por sua vez, demonstram uma
grande afinidade um pelo outro. O ponto zero seria o ponto de união entre os opostos; onde as
forças se neutralizam. A psicóloga segue explicando que para Perls, os opostos existem pela
diferenciação de algo “não diferenciado”. Dessa forma, partindo do princípio que a existência
de um oposto depende do outro, a relação entre eles se dará num processo dialético.
Joseph Zinker é um autor gestáltico que aborda de maneira criativa a questão dos
conflitos inter e intrapsíquicos, utilizando-se do trabalho com as polaridades e de sua
integração como forma de possibilitar uma ampliação da awareness e do contato do indivíduo
acerca de seus aspectos desintegrados. É importante ressaltar que Perls et al. (1997) criticam a
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diferenciação entre os conceitos inter e intra. Os autores (1997, p.162) referem que “(...) a
distinção entre ‘intrapessoal’ e ‘interpessoal’ é pobre, porque toda personalidade individual e
toda sociedade organizada se desenvolvem a partir de funções de coesão (...) e na realidade, as
funções contrárias de divisão são também essenciais para ambos”. Para estes autores
gestálticos, ao invés de interno/externo, o conceito fundamental é o de fronteira-de-contato –
que é onde se dá a experiência entre o organismo e o meio e é o local em que o indivíduo
experiencia o eu em relação ao não-eu; e sintetiza a necessidade de união e de separação
(Cardella, 2002). Entretanto, a expressão ‘conflito interno’ contém uma verdade importante:
estes tipos de conflitos, que ocorrem dentro da pele, na psique (tensões opostas, mecanismos
de regulação), “são todos em geral confiáveis e não-neuróticos; pode-se confiar que sejam
auto-reguladores” (Perls et al., 1997, p.162).
Zinker, no livro “Processo Criativo em Gestalt-terapia” (1999), fala sobre a
importância da reconciliação das diferenças para o bem-estar seja individual ou social. E
quando fala de reconciliação, fala de integração dessas forças opostas. Para este
psicoterapeuta, o ser humano é um conglomerado de forças polares que se entrecruzam, sendo
que para cada força existem diversas outras opostas a ela. As polaridades estão relacionadas à
história pessoal e à autopercepção. É a percepção da realidade interior de cada um que irá
determinar que características serão aceitáveis (ego-sintônicas) ou inaceitáveis (ego-
distônicas) para a consciência do indivíduo: “em geral, a auto-imagem exclui a dolorosa
awareness das forças polarizadas em nosso íntimo” (Zinker, 1999, p.219).
O autor gestaltista (1999) diz que os conflitos, sejam intrapessoais ou interpessoais,
têm origem no embate entre forças polares que residem no indivíduo. O autor (1999, p.218)
ressalta que nem todos os conflitos são não-saudáveis: “os conflitos podem ser saudáveis e
criativos ou confluentes e improdutivos”. Sendo que estes implicam o uso dos mecanismos de
defesa repressão e projeção, uma vez que o indivíduo acusa o outro de algo que é seu. Zinker
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(2001, p.138), em seu livro “A Busca da Elegância em Psicoterapia” que aborda a terapia
gestáltica de sistemas familiares e conjugais afirma doer muito “ficar sabendo de algo
horrível, vergonhoso, embaraçoso ou até mesmo belo sobre nós mesmos ou sobre os outros à
nossa volta (...). Não nos responsabilizamos por nossos sentimentos e ideias de ressentimento,
ciúme, raiva, estupidez, timidez, chatice, egoísmo (...)”. Já nos conflitos saudáveis, as
pessoas assumem suas diferenças e não as projetam. Trata-se aqui de indivíduos integrados e
com algum grau de autoconsciência.
Sobre a pessoa saudável, Zinker (1999) aponta que ela está ciente da maioria de suas
polaridades, inclusive daquelas pertencentes à sua sombra e, portanto, condenáveis pela
sociedade; mas é capaz de aceitar-se assim. Entretanto, é praticamente impossível que alguém
conheça totalmente as forças polares que residem em si. O autor diz que naturalmente haverá
pontos-cegos na awareness da pessoa saudável, mas que ao se deparar com eles, sua tendência
será encará-los e não defender-se. Já na pessoa perturbada, Zinker (1999, p.222) revela que há
imensos buracos em sua awareness: “sua visão de si mesma é rígida e estereotipada; ela é
incapaz de aceitar muitas partes de si mesma, como mesquinhez, homossexualidade,
insensibilidade, dureza”. Ou seja, aprende a projetar os aspectos que lhe foram condicionados
como inaceitáveis, pois se tornar consciente de determinadas polaridades geraria muita
ansiedade – terreno fértil para o surgimento de sintomas neuróticos. Pensando por este viés,
poderíamos inferir que alguns estados psicóticos surgiriam do aparecimento desorganizado e
caótico da sombra em pessoas com uma estrutura de personalidade frágil, especialmente em
situações inadequadas e ilógicas ao olhar externo.
Zinker (1999), ao falar sobre a auto-imagem, faz uma analogia aos lados claro e escuro
da lua, dizendo que o conflito intrapessoal envolveria o choque entre as polaridades clara e
escura da pessoa. Sendo que “um aspecto do lado escuro da lua é a consciência, ou superego –
inflexível e rígido” (Zinker, 1999, p.222). Já o conflito interpessoal decorreria do conflito
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intrapessoal: “quando o indivíduo reprime a awareness de parte de si mesmo e a projeta em
mais alguém. (...) É mais fácil brigar com alguém do que conosco mesmo. (...) É menos
doloroso atacar uma parte de nós mesmos culpando outra pessoa (...)” (Zinker, 1999, p.227).
Como exemplo de um conflito interpessoal, temos o caso dos cônjuges: “em geral,
apaixonamo-nos pela pessoa que representa as polaridades que estão em nossa sombra, depois
de dez anos de casamento, a característica atrativa não é mais uma coisa boa. Tornou-se algo
detestável” (Zinker, 1999, p.229 e 230). Normalmente, os conflitos acontecem quando um
parceiro ataca o outro em uma polaridade que lhe é sombria ou desconhecida.
Perls et al. (1997, p.160) referem que “pequenos conflitos simbólicos, e grandes
conflitos falsos e portanto inacabáveis como Mente+Corpo, Amor+Agressão,
Prazer+Realidade são meios de evitar os conflitos excitantes que teriam solução”. E que
conflitos importantes que poderiam modificar o status quo do indivíduo costumam ser
cuidadosamente evitados, pela necessidade de apego à segurança. “Renuncia-se ao conflito
tanto por medo quanto para não nos arriscarmos à desaprovação” (Perls et al., 1997, p.168).
Ainda, para os autores (1997, p.168), “é fácil evitar ocasiões de tentação, uma vez que
tenhamos concordado em sermos bons; é fácil considerar um impulso maligno e estranho a
nós quando nos identificamos com aqueles que o consideram assim”.
A psicoterapia faz um convite à sombra
A psicoterapeuta Christina Queiroz (2009, clinicadepsicoterapia.blogspot.com),
influenciada pelos autores Jung, Toro, Vieira, Reich e Rogers, diz que “quando deixamos de
trabalhar com nossa sombra, ela vai se tornando um espectro descabelado, de unhas
compridas, sem modos e costuma desenvolver certa autonomia. Essa autonomia é o que nos
surpreende”. Ela segue explicando que a sombra exerce uma influência silenciosa em nosso
dia-a-dia, no entanto, suas manifestações podem se irromper impulsiva e inesperadamente em
nossos comportamentos. Estamos falando de aspectos escondidos e renegados que precisam
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ser internalizados e integrados à nossa totalidade. Dessa forma, com o objetivo de
proporcionar um espaço seguro que promova a conscientização e a integração dos aspectos
sombrios, a psicoterapia humanista faz um convite para o desvelamento da sombra do cliente.
Tal processo pode vir a ocorrer a partir do momento em que a pessoa experiencia
determinadas atitudes do terapeuta, primeiramente descritas por Carl Rogers - criador da
Abordagem Centrada na Pessoa - como facilitadoras do processo terapêutico. Falaremos então
principalmente sobre o modo como a Gestalt-Terapia, através de técnicas, aborda o trabalho
com as polaridades e conflitos.
Em 1957, Rogers apontou, dentre outras, três principais atitudes como condições
necessárias e suficientes para promover uma mudança na personalidade durante o processo
terapêutico (Rogers e Kinget, 1977). Seria necessário que o cliente apreendesse e
experimentasse do terapeuta os estados de congruência, de consideração positiva
incondicional e de compreensão empática na relação. Segundo a teoria de relações humanas
proposta por Rogers, não cabe ao psicoterapeuta o papel de agente da mudança terapêutica.
Tal pressuposto vai ao encontro da crença na “ativação das forças vivas da reorientação”
(Rogers e Kinget, 1977, p.73) que seria a ação da tendência a atualização presente no
organismo. No entanto, tal ativação não se dá no vazio, mas sim num contexto que propicie
seu desenvolvimento. E, no caso da situação de psicoterapia, cabe ao terapeuta oferecer tais
condições. Rogers criticava a supervalorização da utilização das técnicas terapêuticas de
exploração e de interpretação dos fenômenos psíquicos, de modo que pouca atenção era dada
ao aspecto humano da relação. Deste modo, Rogers tinha o receio de que a descoberta das três
atitudes poderia vir a tornar-se mais uma técnica e perder o seu objetivo de estimular a
retomada de valores humanos nas relações.
O cliente geralmente chega ao profissional de saúde num estado de desacordo interno
(incongruência), ou seja, ele experimenta algum grau de sofrimento e de conflito. “Com
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efeito, durante meses, às vezes anos, viveu na certeza angustiante de que certos aspectos de
sua personalidade eram ou diferentes, ou inferiores, ou ‘maus’ ou ‘anormais’” (Rogers e
Kinget, 1977, p. 85). O terapeuta que o recebe, por sua vez, deve estar congruente –ser ele
mesmo - e integrado na relação. É imprescindível que o profissional esteja consciente de seu
modo de estar com o cliente naquele momento, no que tange aos seus sentimentos e suas
ações. O ideal é que o cliente consiga perceber e experimentar no terapeuta a atitude genuína
de consideração positiva incondicional, ou seja, a sensação de que o terapeuta aceita cada
aspecto de sua experiência. A terceira atitude é a empatia, qualidade responsável pela
formação da ponte psicológica entre terapeuta e cliente. É através dela que o terapeuta entra
em contato com a realidade psicológica do outro. Empatia refere-se à “capacidade de se
imergir no mundo subjetivo do outro e de participar de sua experiência” (Rogers e Kinget,
1977, p.104); é colocar-se no lugar do outro e enxergar o mundo através de seus olhos,
momentaneamente. No entanto, é extremamente raro encontrar essas três atitudes
verdadeiramente presentes na personalidade de alguém ou presenciar um terapeuta que as
tenha desenvolvido habilmente. Mas aqueles terapeutas que, de fato as possuem, são capazes
de oferecer um ambiente que facilita a emergência da força vital em seus clientes.
Inicialmente, eles passam a sentir-se aliviados do peso da sombra a partir do momento em que
se sentem à vontade para conhecê-la, expô-la e dividi-la com o terapeuta e ainda perceber que
este a aceita como parte do self deles. Rogers e Kinget (1977) estabeleceram quatro etapas
características do processo terapêutico: descrição, análise, avaliação e integração ou
reorganização. Na primeira fase, há a apresentação dos problemas e sintomas e atitudes
críticas com relação ao “eu”. Na fase de análise, há a exploração e avaliação do
comportamento; emergência de uma imagem consciente do eu e a descoberta de contradições
experienciais. Na etapa da avaliação, ocorre uma percepção de si a um nível mais profundo; a
pessoa passa a tomar-se como centro de avaliação e uma reorganização inicia-se. Na última
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fase, há uma integração: aceitação de si; há uma percepção de progresso; existe uma avaliação
positiva de si e projetos começam a ser esboçados. Obviamente, não estamos falando aqui de
um efeito mágico, mas de um processo que pode durar de semanas a anos e irá depender
totalmente da qualidade de relação estabelecida entre terapeuta e cliente. Rogers (2001, p.205)
através de sua experiência como terapeuta aprendeu que, uma vez “libertos de toda a ameaça
e com possibilidade de escolha” os objetivos que muitos clientes buscam encontram-se na
expressão “ser o que realmente se é” por detrás das fachadas, para além do “devia”, para além
do que os outros esperam, para além de agradar aos outros. E ainda, a caminho da
autodireção, a caminho de ser um processo, a caminho de ser, a caminho de uma abertura para
a experiência, a caminho de uma aceitação dos outros, a caminho de uma confiança em si
mesmo. Todavia, Rogers (2001, p.201) reconhece os mal-entendidos provindos da libertação
do “ser quem realmente se é”: “uma reação (...) habitual (...) é que ser o que realmente se é
significaria ser mau, descontrolado, destrutivo. Significaria largar uma espécie de monstro no
mundo”. Entretanto, a vivência na terapia desmistifica tal impressão, à medida que “o
indivíduo descobre pouco a pouco que pode ser a sua irritação, quando essa irritação é sua
verdadeira reação, e que aceita ou transparente, essa irritação não é destrutiva” (Rogers, 2001,
p.201). O autor percebeu que quanto mais os clientes aceitarem e se permitirem sentir o que
realmente sentem, mais facilmente entrarão em harmonia em seu organismo. Os indivíduos
passam a descobrir que da mesma forma que podem ser hostis, coléricos e sensuais, também
podem ser ternos, cooperadores e respeitosos. Dessa forma, quando a pessoa vivencia tais
aspectos de “maneira íntima e os aceita na sua complexidade, realizam uma harmonia
construtiva e não um mergulho em qualquer forma de vida descontrolada” (Rogers, 2001,
p.201). O autor complementa: “ser completamente esse nosso caráter único como ser humano
não é, segundo a minha experiência, um processo que se deva qualificar de mau”.
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Segundo Beisser (1970, p.110), “Perls não delineou explicitamente a sua teoria de
mudança, mas esta encontra-se subentendida em grande parte de sua obra e está implícita na
prática das técnicas da Gestalt. Eu chamo-lhe a teoria paradoxal da mudança”. Esta teoria
consiste num paradoxo, pois propõe que a mudança é conseqüência do ato de permanecer
onde se está: a pessoa se torna o que é. Assim como os rogerianos, os gestaltistas rejeitam o
papel de agentes de mudança: “acreditam que a mudança não acontece por ‘experimentação’,
coerção ou persuasão, nem por introvisão, interpretação ou quaisquer outros meios desse
gênero” (Beisser, 1970, p.110). Uma mudança é possível apenas a partir do momento em que
a pessoa consolida uma base, sendo o que se é. Beisser diz que a pessoa que procura
psicoterapia está em conflito entre duas facções intrapsíquicas. O indivíduo, como um
pêndulo, “desloca-se constantemente entre o que ‘deveria ser’ e o que pensa que ‘é’, nunca se
identificando plenamente com uma nem outra”. A Gestalt-Terapia propõe então que o cliente
experimente ao máximo como é estar em cada polaridade, ou seja, trazê-las à luz. “O gestalt-
terapeuta acredita em encorajar o paciente a penetrar e tornar-se seja o que for que ele estiver
experimentando nesse momento” (Beisser, 1970, p.111). Segundo Galarza (sem data),
sinteticamente, o trabalho com as polaridades e conflitos se dá de acordo com o seguinte
processo: os opostos devem ser claramente definidos (formação de uma figura nítida) para
que possa haver um diálogo entre eles (diferenciação e expressão). Então, após começarem a
entrar em contato, a se reconhecerem, que essas polaridades se escutem e se entendam,
chegando a um acordo. Portanto, “as polaridades não são contradições irreconciliáveis, apenas
distinções que serão integradas ao processo de formação e destruição de gestalten.(...) As
emoções negativas são essenciais para a dicotomia da personalidade” (Galarza, sem data). De
acordo com essa psicóloga, é necessário reconhecermos e expormos tal dicotomia, pois a
partir do momento em que passa a ser integrada, sua energia – antes paralisada no conflito – é
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liberada; e a pessoa terá a possibilidade de perceber a totalidade da situação, como uma
gestalt, apreciando seus próprios recursos.
Perls et al. (1997) falam sobre por que clientes e terapeutas costumam acreditar que
conflitos internos são nocivos e devem ser obrigatoriamente dissolvidos: 1- são ruins porque
desperdiçam energia e causam sofrimento; 2- levam à agressão e à destruição; 3- são ruins
porque uma das partes não é saudável ou é anti-social, e em lugar de se permitir que participe
do conflito, deveria ser eliminada ou sublimada e 4- conflitos equivocados são ruins, e os
conteúdos do inconsciente são, na sua maior parte, arcaicos e estão equivocados (deslocados).
Os autores levantam uma polêmica ao afirmarem que a dissolução de conflitos não é tarefa da
psicoterapia. “Os ‘conflitos internos’, em particular, são fortemente energizados e plenos de
interesse, e são o meio de crescimento; a tarefa da psicoterapia é torná-los conscientes de
modo que se nutram de material ambiental novo e atinjam um ponto de crise” (Perls et al.,
1997, p.163). Este tipo de conflito leva a uma nova figura, que nem terapeuta ou cliente sabe
qual é de antemão, mas objetiva-se que quando as forças opostas estão em awareness e em
contato “um impulso difícil encontre espontaneamente sua medida numa nova configuração,
por meio do ajustamento criativo e da auto-regulação organísmica convalescente” (Perls et al.,
1997, p.165). Dessa forma, seria insensato que o terapeuta, por uma angústia pessoal ou
inabilidade, tente apaziguar um conflito ou erradicá-lo ou anular pela interpretação os
elementos em disputa. Se isso for feito, a neurose se instala, havendo o impedimento do
processo de destruição e de assimilação; condenando o cliente “a um sistema débil que nunca
será perfeitamente auto-regulador” (Perls et al., 1997, p.164). Não deve se enfraquecer o
conflito, mas sim fortalecer o self e a awareness. Os autores (1997, p. 167) referem que “à
medida que prestamos atenção ao conflito e este se intensifica, alcançamos mais depressa a
atitude de imparcialidade criativa e nos identificamos com a solução que surge”.
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Shepherd (1970, p. 303) refere que a abordagem gestáltica “oferece poderosas técnicas
para a intervenção nos comportamentos neuróticos e de autofrustração, assim como para a
mobilização e reorientação da energia humana, no sentido do desenvolvimento da capacidade
de independência e de criação”. Entretanto, devem ser utilizadas com cautela devido a seus
efeitos poderosos, pois facilitam o acesso e a libertação de intensos afetos. Para tanto, o
terapeuta que utiliza “essa abordagem não deve recear nem ser incapaz de permitir ao
paciente que continue até findar sua experiência de dor, cólera, medo ou alegria. (...) Sem tal
capacidade, o terapeuta pode deixar o paciente abortado, inacabado, aberto e vulnerável”
(Shepherd, 1970, p.303).
“Uma das mais valiosas contribuições de Perls é a sua abordagem das projeções como
atributos repudiados do paciente que este não logrou assimilar no processo de crescimento”
(Shepherd, 1970, p.307). Dessa forma, foi criada a técnica de “representar” as projeções (os
papéis ou características repudiadas). Tal ferramenta tem sido comprovadamente valiosa no
auxílio ao cliente para a recuperação e integração de polaridades e de energias presas em
conflitos, restabelecendo um senso de autonomia (Shepherd, 1970). Zinker (1999), por sua
vez, diz que a tarefa da psicoterapia é desvelar as sombras, removendo o mistério: “no escuro,
imaginamos demônios e forças maléficas escondidas lá. Quando acendemos a luz, sentimo-
nos a salvo” (Zinker, 1999, p.223). Para este autor, o processo de trabalhar com polaridades e
conflitos também passa inicialmente pela separação das forças beligerantes, de forma a
proporcionar uma maior awareness de cada uma e da forma como se relacionam. Zinker
propõe que quando o cliente está aware (consciente) de uma das polaridades, a outra será
contatada naturalmente. Ele diz que o processo de crescimento passa necessariamente pela
contatação com nossa sombra, com aquela parte em nós mesmos que desaprovamos:
“primeiro, devo identificar a parte de mim que desaprovo. Depois, entrar em contato com ela”
(Zinker, 1999, p.224). E, após travar um diálogo entre essas partes e entendê-las melhor,
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através de técnicas em psicoterapia, poderemos nos relacionar com as pessoas mais
livremente, sem aquele medo ou ameaça constantes de que nossa sombra poderá se irromper.
Haverá então um processo de integração de tais aspectos. O autor chama “esse processo
inteiro de ampliação da auto-imagem. Quanto mais amplo é o conhecimento que tenho de
mim, mais confortável me sinto comigo mesmo” (Zinker, 1999, p.225). Ele desmistifica a
ideia de que se aceitarmos determinada faceta que seja inaceitável ou condenável estaremos
estimulando-a. Por exemplo, quanto mais alguém aceitar seu lado sádico e punitivo, menor
será a possibilidade de agir de modo sádico no futuro. Por outro lado, quanto menos tiver
consciência dos aspectos negativos de si, mais se perceberá atuando essas partes.
Considerações finais
Enfim, falar de polaridades é falar de conflitos; encarar as sombras remete ao crescimento. A
integração de polaridades sucede o crescimento. Como vimos anteriormente, para que haja
espaço para uma evolução autêntica em direção a saúde, é necessário um olhar corajoso em
direção a nossas sombras, afinal, tanto quanto nosso self, ela também faz parte de nós. Para
muitos, falar de crescimento é algo maravilhoso e inspirador, no entanto, encará-lo pode
trazer uma sensação diferente. Crescer pode ser assustador ao depararmo-nos com aquilo que
escondemos com tanto cuidado, consciente ou inconscientemente - é uma tarefa difícil e
conflituosa. E, para tal, podemos recorrer à ajuda, posto que nem sempre conseguimos
percorrer o caminho do autoconhecimento sozinhos. Obviamente, somente nós poderemos
escolher o que enxergar ou não no percurso, ou que batalhas temos condições de encarar.
Podemos pensar que a relação terapêutica no enfoque humanista se presta a tal
objetivo: oferecer apoio até obtermos nosso próprio auto-suporte; lançar luz sobre a sombra
devagar para não ofuscar nossos olhos e permanecer ali conosco enquanto vamos descobrindo
o que estava escondido ali. E durante este processo, começamos a compreender que ninguém
é de todo mal ou de todo bem; não somos pessoas puramente boas ou ruins. Qualquer ser
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humano possui um universo complexo dentro de si repleto de sentimentos e emoções
contraditórias. Entretanto, atuá-los ou não será uma questão de escolha a partir do momento
que entramos em contato e iluminamos a sombra. Tornamo-nos senhores de nós mesmos.
Concluímos tomando a liberdade de fazer uso das palavras criativas da psicoterapeuta
Christina Queiroz (2009) em seu blog clinicadepsicoterapia quando fala que o caminho para a
individuação e totalidade só começa quando nos dispomos a enfrentar nossas sombras: “trazê-
las à tona, cortar suas unhas, pentear-lhes os cabelos, conhecer suas causas. Enfim, integrá-las
a quem somos. Este é um caminho”. Aqui fica um desafio convidando você a conhecer a sua.
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