beirinha 2009 ed 76

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4 - BEIRA DO RIO – Universidade Federal do Pará – Outubro, 2009 Venha ser sócio deste clube Clube de Ciências Beira do Rio EncartE EspEcial da Edição n. 76 • outubro, 2009 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ Rua Augusto Corrêa n.1 - Belém/PA [email protected] - www.ufpa.br Tel. (91) 3201-8036 Reitor: Carlos Edilson Maneschy, Vice-Reitor: Horácio Schneider, Pró-Reitor de Administração: Edson Ortiz de Matos, Pró-Reitor de Planejamento: Erick Nelo Pedreira, Pró-Reitora de Ensino de Graduação: Marlene Rodrigues Medeiros Freitas, Pró-Reitor de Extensão: Fernando Arthur de Freitas Neves, Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: Emmanuel Zagury Tourinho, Pró-Reitor de Desenvolvimento e Gestão de Pessoal: João Cauby de Almeida Júnior, Pró-Reitor de Relações Internacionais: Flávio Augusto Sidrim Nassar, Prefeito do Campus: Alemar Dias Rodrigues Júnior. Assessoria de Comunicação Institucional - JORNAL BEIRA DO RIO. Coordenação: Ana Carolina Pimenta, Edição: Rosyane Rodrigues, Textos: Suzana Lopes, Fotografia: Alexandre Moraes, Ilustração: Daniella Nunes, Secretaria: Isalu Mauler/Carlos Júnior/Gustavo Vieira, Beira on-line: Leandro Machado/ Leandro Gomes, Revisão: Júlia Lopes/ Karen Santos, Arte e Diagramação: Rafaela André/Omar Fonseca, Impressão: Gráfica UFPA. Aprenda com os Shipaya de onde veio o fogo. Pág.3 Quer medir a chuva que cai no seu quintal? Vá na Pág.2 J á pensou aprender Biologia, Física, Quí- mica e Matemática participando de experi- mentos e pesquisas? Ou fazendo teatro? É exata- mente assim que crianças e adolescentes sócio-mirins do Clube de Ciências da Universidade Federal do Pará aprendem. Criado em 1979, o Clu- be tem como objetivo pro- mover o ensino e a aprendi- zagem de Ciências de uma forma diferente. Visitas a museus, gincanas e aulas práticas são só algumas das atividades realizadas por professores e alunos. As aulas acontecem aos sábados, pela manhã, na Campus do Guamá. Laís Faria da Costa tem oito anos e está na 3ª série, “eu gosto muito de estudar Ciências e estou adorando participar do Clu- be”, conta. Ela se tornou sócio-mirim este ano e, até agora, o que mais gostou de aprender foi sobre os planetas e a mata ciliar, que é aquela que protege o rio da poluição e do desliza- mento de terra. Com 30 anos de exis- tência, cerca de quatro mil crianças e adolescentes já participaram das ativida- des do Clube de Ciências, segundo o professor Je- sus Brabo, que coordena o projeto com o professor Cristhian Paixão. Hoje, o Clube tem 200 inscritos como sócio-mirins, entre oito e 17 anos. Paloma Santos da Ro- cha, de 12 anos, também é um deles. Ela está no Clube há dois anos e conta como melhorou na escola depois de entrar para o Clube: “quando estudei a Doença de Chagas na escola, por exemplo, eu já tinha apren- dido no Clube de Ciências. Isso me ajudou a tirar uma nota boa na matéria”. Leia as histórias de outros pequenos pesquisadores Gabriel Fonseca tem 10 anos e está na 4ª série, no Centro Educacional Santa Luzia. Ele quer ser profes- sor de Matemática. No Clube de Ciências, gosta de participar dos inventos e do teatro de fantoches. E em casa, ainda ensina aos pais: “eu falo o que aprendo no Clube e eles aprendem também”, diz. Beatriz Ramos tem 10 anos e por causa do Clube de Ciências já pensa em ser médica ou bióloga. Ela está na 4ª série e se tornou sócio-mirim este ano. Até agora, o que ela mais gostou de aprender foi a plantar, “nós aprendemos a plantar e a cuidar das plantinhas no viveiro”, conta. Emerson Souza tem 14 anos, está na 6ª série, na Escola São Judas Tadeu. Ele gosta de fazer pesquisas e experiências. “A gente estudou o gorgulho, o bichi- nho que dá nos grãos. E aprendemos que ele é um bioindicador da qualidade dos alimentos, pois é um sinal de que o alimento não está bom", ensina. FOTOS ALEXANDRE MORAES Quer fazer parte do Clube de Ciências? Basta ficar atento às inscrições, que acontecem todos os anos, no mês de fevereiro. Só precisa levar o comprovante de matrícula da sua escola e uma foto 3X4. Coisa de criança Brincar, aprender, experimentar, errar e tentar outra vez. É assim que crianças e adolescentes estão descobrindo o mundo mágico da Ciência. Para ho- menagear os pequenos pesquisadores e despertar a curiosidade de quem ainda não faz parte desse gru- po, o encarte traz alguns projetos desenvolvidos pela UFPA, especialmente, para essa turma. ALEXANDRE MORAES ILUSTRAÇÃO DANIELLA NUNES ILUSTRAÇÃO DANIELLA NUNES

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Encarte especial da edição 76 - Beira do Rio

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Page 1: Beirinha 2009 ed 76

4 - BEIRA DO RIO – Universidade Federal do Pará – Outubro, 2009

Venha ser sócio deste clube

Clube de Ciências Beira do RioEncartE EspEcial da Edição n. 76 • outubro, 2009

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁRua Augusto Corrêa n.1 - Belém/[email protected] - www.ufpa.br

Tel. (91) 3201-8036

Reitor: Carlos Edilson Maneschy, Vice-Reitor: Horácio Schneider, Pró-Reitor de Administração: Edson Ortiz de Matos, Pró-Reitor de Planejamento: Erick Nelo Pedreira, Pró-Reitora de Ensino de Graduação: Marlene Rodrigues Medeiros Freitas, Pró-Reitor de Extensão: Fernando Arthur de Freitas Neves, Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: Emmanuel Zagury Tourinho, Pró-Reitor de Desenvolvimento e Gestão de Pessoal: João Cauby de Almeida Júnior, Pró-Reitor de Relações Internacionais: Flávio Augusto Sidrim Nassar, Prefeito do Campus: Alemar Dias Rodrigues Júnior. Assessoria de Comunicação Institucional - JORNAL BEIRA DO RIO. Coordenação: Ana Carolina Pimenta, Edição: Rosyane Rodrigues, Textos: Suzana Lopes, Fotografia: Alexandre Moraes, Ilustração: Daniella Nunes, Secretaria: Isalu Mauler/Carlos Júnior/Gustavo Vieira, Beira on-line: Leandro Machado/ Leandro Gomes, Revisão: Júlia Lopes/ Karen Santos, Arte e Diagramação: Rafaela André/Omar Fonseca, Impressão: Gráfica UFPA.

Aprenda com os Shipaya de onde veio o fogo. Pág.3

Quer medir a chuva que cai no seu quintal? Vá na Pág.2

Já pensou aprender Biologia, Física, Quí-mica e Matemática

participando de experi-mentos e pesquisas? Ou fazendo teatro? É exata-mente assim que crianças e adolescentes sócio-mirins do Clube de Ciências da Universidade Federal do Pará aprendem.

Criado em 1979, o Clu-be tem como objetivo pro-mover o ensino e a aprendi-zagem de Ciências de uma forma diferente. Visitas a museus, gincanas e aulas práticas são só algumas das atividades realizadas por professores e alunos. As aulas acontecem aos sábados, pela manhã, na Campus do Guamá.

Laís Faria da Costa tem oito anos e está na 3ª série, “eu gosto muito de estudar Ciências e estou adorando participar do Clu-be”, conta. Ela se tornou sócio-mirim este ano e, até agora, o que mais gostou de aprender foi sobre os planetas e a mata ciliar, que

é aquela que protege o rio da poluição e do desliza-mento de terra.

Com 30 anos de exis-tência, cerca de quatro mil crianças e adolescentes já participaram das ativida-des do Clube de Ciências, segundo o professor Je-

sus Brabo, que coordena o projeto com o professor Cristhian Paixão. Hoje, o Clube tem 200 inscritos como sócio-mirins, entre oito e 17 anos.

Paloma Santos da Ro-cha, de 12 anos, também é um deles. Ela está no Clube

há dois anos e conta como melhorou na escola depois de entrar para o Clube: “quando estudei a Doença de Chagas na escola, por exemplo, eu já tinha apren-dido no Clube de Ciências. Isso me ajudou a tirar uma nota boa na matéria”.

Leia as histórias de outros pequenos pesquisadores

Gabriel Fonseca tem 10 anos e está na 4ª série, no Centro Educacional Santa Luzia. Ele quer ser profes-sor de Matemática. No Clube de Ciências, gosta de participar dos inventos e do teatro de fantoches. E em casa, ainda ensina aos pais: “eu falo o que aprendo no Clube e eles aprendem também”, diz.

Beatriz Ramos tem 10 anos e por causa do Clube de Ciências já pensa em ser médica ou bióloga. Ela está na 4ª série e se tornou sócio-mirim este ano. Até agora, o que ela mais gostou de aprender foi a plantar, “nós aprendemos a plantar e a cuidar das plantinhas no viveiro”, conta.

Emerson Souza tem 14 anos, está na 6ª série, na Escola São Judas Tadeu. Ele gosta de fazer pesquisas e experiências. “A gente estudou o gorgulho, o bichi-nho que dá nos grãos. E aprendemos que ele é um bioindicador da qualidade dos alimentos, pois é um sinal de que o alimento não está bom", ensina.

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• Quer fazer parte do Clube de Ciências? Basta ficar atento às inscrições, que acontecem todos os anos, no mês de fevereiro. Só precisa levar o comprovante de matrícula da sua escola e uma foto 3x4.

Coisa de criançaBrincar, aprender, experimentar, errar e tentar

outra vez. É assim que crianças e adolescentes estão descobrindo o mundo mágico da Ciência. Para ho-menagear os pequenos pesquisadores e despertar a curiosidade de quem ainda não faz parte desse gru-po, o encarte traz alguns projetos desenvolvidos pela UFPA, especialmente, para essa turma.

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BEIRA DO RIO – Universidade Federal do Pará – Outubro, 2009 – 3

Espaço de brincadeira e aprendizagem na Escola de Aplicação

Contação de histórias2 - BEIRA DO RIO – Universidade Federal do Pará – Outubro, 2009

Quanta chuva chove na sua casa?

Pluviômetro

Brinquedoteca

Brinquei de jogo da memória com o Davi, o Cláudio e o João.

Participei do aniversário da boneca Rebeca com a Ja-queline. Algumas meninas pegaram os instrumentos médicos e cuidaram de mim. Tudo isso, sabe onde? Na brinquedoteca da Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará.

Lá, 120 crianças, de 4 a 6 anos, da Educação In-fantil aprendem brincando. Durante duas horas, toda semana, os alunos se diver-tem com os mais variados brinquedos. São carrinhos, quebra-cabeças, fantasias, fantoches, bonecas, jogos de cozinha e muito, muito mais.

Com as crianças, a pro-fessora Solange Mochiutti ensina, aprende e também se diverte. Ela diz que a

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Crianças e jovens es-tão aprendendo a ser meteorologistas. A

professora Maria Aurora Mota, da Faculdade de Me-teorologia da UFPA, ensina meninos e meninas de 11 a 17 anos a construir o próprio pluviômetro.

Mas o que é isso? Plu-viômetro é um instrumento que mede a quantidade de chuva que cai na Terra. Um aparelho oficial custa mais de duzentos reais. Mas a pro-fessora Aurora inventou uma forma prática e bem mais barata de montar um. Com materiais como garrafa PET, tubo e torneira, ela ensina a fazer um pluviômetro gas-tando apenas trinta reais.

Adolescentes de vários bairros de Belém já fizeram o seu e instalaram nas suas casas. Agora, todos os dias, às 7h da manhã, eles veem a quantidade de água que o pluviômetro recolheu. E anotam tudo: a hora da chu-va, quanto tempo ficou cho-vendo, aparência do céu e outras informações.

Uma vez por mês, eles se reúnem na UFPA para co-

locar todas as anotações no computador. Assim, também aprendem a usar programas e fazer gráficos. Com os dados que eles coletam, a professora Aurora Motta já conseguiu perceber quais os locais onde mais chove em Belém, “normalmente, são os lugares mais afas-tados do rio: Ananindeua e Marituba, porque as nuvens que se formam na beira do rio são levadas pelo vento para locais mais afasta-dos”.

Quem participa do pro-jeto ainda tem uma van-

tagem: recebe uma bolsa mensal de Iniciação Cientí-fica (PIBIC Júnior). Com o dinheiro, os adolescentes podem investir nos estudos comprando livros e mate-riais didáticos.

Agora, além dos estu-dantes de Belém, a profes-sora também está ensinando alunos de outros municípios paraenses. Ao todo, são 30 crianças e jovens partici-pando do projeto.

A seguir, aprenda a fazer o seu pluviômetro. An-tes de começar, peça ajuda para um adulto.

Material

Como fazer

- garrafa PET de 1 litro e meio- estilete e cola de tubo- tubo PVC de 10cm (diâme-tro), 20cm (altura)- lixa 120- presilha de 2cm de tubo PVC- redução de esgoto de 15cm para 10cm- registro de esfera- cola plástica- proveta para medir a quanti-dade de água

Quando criança, so-mos perguntadores e importunamos os

adultos indagando sem parar. Muitas vezes, ao perguntar o que é isso, meu pai, muito brincalhão, respondia: "é a língua dos perguntadores". Ficava furiosa! Mas, com cuidado, minha avó, exímia contadei-ra de histórias, respondia as minhas perguntas narrando histórias do(s) Marajó(s) para me dis-trair.

C r e s c i ouvindo his- t ó -rias, mas não sou uma con-tadora de histórias. Ao me tornar antropóloga, passei a ouvir narrativas intrigan-tes, grande parte delas, contadas pelos povos indí-genas com quem convivo. Considero-as boas para iniciar uma conversa, essas que chamamos fiada ou que acreditamos jogar fora quando a correria do dia a dia permite.

Agora, para comemo-rar o Dia das Crianças, ve-nho a vocês contar histórias que, ao encantarem, nos transformam. É uma das muitas histórias do povo indígena Shipaya – também chamado Xipaya ou Chipaya – que vive, desde os tempos em que eu e você não éra-mos nascidos, às margens do Rio Xingu, por eles con-siderado sagrado, rio into-cável, lindo, encachoeirado e cheio de mistérios. Hoje, os Xhipaya vivem na sede do município de Altamira, no Pará, pois foram sendo expulsos de suas terras e pouco podem usufruir do rio sagrado. Mas continuam na luta para evitar que o Xingu desapareça sob a ameaça de Belo Monte.

Nos tempos antigos, os Shipaya, sentados à soleira (à frente) de suas casas, em noite de lua cheia, contavam aos curumins (crianças) como conseguiram o fogo. Você, eu e muitas outras pessoas não temos ideia de como surgiu o fogo, mas sempre nos intrigamos com

O fogo, os Shipaya e os perguntadores

brincadeira deve fazer parte da educação de qualquer criança e que a brinquedo-teca é um espaço em que todos têm muito a aprender. Por exemplo, quando as me-ninas brincam de cozinhar, elas aprendem a trabalhar em equipe, dividir as tarefas e partilhar as comidas. Sem

contar com a velha lição: brincou, arrumou.

Criada em 2002, a brin-quedoteca da Escola de Aplicação teve os primei-ros brinquedos doados por alunos, pais e funcionários da escola. Depois, a profes-sora Solange conseguiu a ajuda da Universidade para

comprar mais objetos. E, hoje, o espaço está cheio de atrações, brincadeiras e as crianças, é claro, adoram!

Davi, Cláudio e João dizem que a sua brincadeira favorita é o jogo da memória. Já o Diogo gosta de tocar teclado. “Eu gosto de ser super herói”, conta Luis, usando uma capa e uma máscara.

O espaço apresenta vá-rias opções de brincadeiras e, como diz a professora So-lange, “não somos nós que dizemos o que elas têm que fazer. Elas podem escolher do que querem brincar, a qualquer momento”. Além disso, na brinquedoteca, elas convivem com os co-legas, aprendem e criam as próprias regras, crescem fazendo aquilo de que mais gostam e o que melhor sa-bem fazer: brincar!

ele. Para os Xhipaya, o fogo foi tirado por eles de uma ave de rapina (uma poderosa águia) que o possuía e, por ser precioso, guarda-va-o cuidadosamente. Nós nem podemos nos pensar sem uma caixa de fósforos, quanto mais sem fogo! Um dos demiurgos (espécie de deus, criador do Univer-so, humano com poderes divinos) Xhipaya, de nome Kumaphari, fingiu morrer e apodrecer. Os urubus (aves que gostam de carniça – carne podre) devoraram seu cadáver, mas a águia havia colocado o fogo num lugar seguro. Então, o de-miurgo, que, por ser divino, é imortal, finge novamente morrer e o faz disfarçado em cabrito (assim como se vestisse uma fantasia); mas o pássaro, desconfiado, não se deixa enganar. Kumapha-ri, finalmente, consegue se transformar em dois arbus-tos (árvores de pequeno porte), nos quais a águia resolve depositar o fogo. O demiurgo rapidamente pega o fogo e a águia, surpresa, consente em ensinar-lhe a

arte de produzir fogo por fricção.

A história é genial e demonstra a sabedo-

ria dos Shypaia. Entre nós, só os escoteiros e as ban-deirantes sabem fazer fogo por fricção. Nós usamos fósforos. Se as caixinhas de fósforo não fossem co-nhecidas, entre nós, deveria haver alguém com poderes divinos – tipo super-herói – para tirar o fogo de quem nos nega o privilégio. Pen-sem comigo: quantas histó-rias nos foram contadas na tentativa de responder aos perguntadores, mas, hoje, os novos tempos fazem com que os adultos não mais contem histórias de forma teatral e, também, ficamos impacientes e usamos os recursos que temos – que não são poucos – sem pen-sar na origem do fogo, da água, pois temos ambos de maneira fácil. Para além da origem e ficando apenas na caixinha de fósforo, ima-ginem quantas utilidades ela tem. Um famoso sam-bista brasileiro que talvez você nem tenha conhecido, chamado Ciro Monteiro, se

imortalizou fazendo e can-tando suas músicas a partir da batucada na pequena caixinha e, assim como o fogo dos Xhipaya, incen-diava os salões. Pensem: o fogo incendeia, mas não queima na história dos indí-genas. Mais um mistério da sabedoria dos Xhipaya!

As histórias podem não mais nos convencer, mas são lindas e valem ser relembradas, especialmen-te, pelo esforço de fixar a compreensão do Cosmo (Universo) de todos nós. Contar histórias aproxima as pessoas e nos faz pensar na diversidade (diferenças que nos complementam) entre os povos, além de sur-preender pela criatividade das invenções para distrair os perguntadores.

Agora, lembrando mi-nha avó, digo: quem quiser que conte outra e quem não souber, ouça e aprenda!

Para agradar a criançada, Jane Felipe Beltrão apa-rece disfarçada em conta-deira de histórias, mas, no cotidiano, é antropóloga e docente da UFPA.

- Recorte o fundo da garrafa PET e, com a cola de tubo, prenda a maior parte da gar-rafa dentro do tubo PVC. Use a presilha para fixar melhor a garrafa. - Use a lixa para tirar as imper-feições dos cortes na garrafa e no tubo. Com a mesma cola, prenda a redução de esgoto ao tubo. - Na boca da garrafa, cole o registro de esfera (torneira), com cola plástica para não deixar a água vazar. - O pluviômetro está pronto! Instale o aparelho em local aberto e a 1,5 metro do chão. - Com a proveta, você vai medir a quantidade de água da chuva que o pluviômetro coletar.

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