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Bollywood Brasil

Expediente:Editor-chefe: André Ricardo

Redação: André Ricardo, Claudia Rabelo Lopes, Feliz Luz, Juily Manghirmalani, Rosely Toledo,Tiago Ursulino e Bibiana Nilsson

Edição e revisão: Claudia RebeloDiagramação: Aline Moreira, Dayna Disha Malani e Juily Manghirmalani

Publicidade: Themis NascimentoDivulgação: Shadia Fernanda

Contato:Redação: [email protected]

Divulgação: [email protected]

Anúncios/patrocínio: [email protected]

Caro(a) leitor(a),

Nossa equipe trabalhou duro para apresentarmos uma edição bastante interessante e variada. Nossa matéria

principal é sobre elas, as mulheres. Quando alguém pensa em Bollywood, lembra-se logo das lindas atrizes de

corpo escultural, mas é só isso? Como o cinema indiano vem olhando sobre o papel das mulheres na sociedade?

Fizemos uma análise crítica que tenta responder estas e outras questões.

Na nossa entrevista vamos conhecer um pouco sobre R. Viswanathan, um diplomata indiano, que tem uma

verdadeira paixão pela América Latina e é autor de livros, palestras e diversos sites com objetivo de aprofundar

nossas relações com a Índia.

Temos ainda a crítica do filme Kai Po Che é, a segunda parte da interessante matéria sobre as legenders e

uma matéria sobre os segredos de Mumbai, os encantos e contrastes desda metrópole tão importante para o

cinema indiano, e por que não mundial!

Uma boa leitura!

Equipe da Bollywood Brasil

pág. 3 - 4Entrevista com: R. Viswanathan

pág. 5Enquete!

pág. 5 - 7A cidade Inacreditável!

pág. 7 - 9Matéria da Capa: A mulher no cinema indiano

pág. 9 - 11Os voluntários brasileiros de Bollywood - parte 2!

pág. 12Crítica: Kai Po Che!

pág. 13 - 14Agenda de Estreias

Entrevista: R. Viswanathanpor: André Ricardo

Viswanathan é um diplomata indiano aposentado que tem uma verdadeira paixão

pela cultura latino-americana. Ele foi Cônsul Geral da Índia em São Paulo, embaixador na

Venezuela, Chefe da Divisão de América Latina do Ministério das Relações Exteriores da Índia

e terminou a carreira diplomática como embaixador em Argentina, Uruguai e Paraguai. Con-

tudo a aposentadoria não diminuiu sua paixão pela América Latina. Ele continua ativo, dando

diversas palestras, publicando livros, mantendo 2 blogs, um site e um grupo no Facebook

(listados no final da entrevista) com objetivo de estreitar relações entre Índia e América do

Sul. Apesar de ter retornado ao seu país natal, Viswanathan visita a região que se tornou sua

segunda casa frequentemente. Confira a entrevista:

Qual foi a sua experiência na América Latina? E no Brasil?

Eu me descobri enquanto descobri a América Latina. O Brasil me abriu a porta da América

Latina.

Conte-nos um pouco mais sobre o seu tempo de vida na América do Sul.

Que países você visitou? Você tem algum favorito?

Visitei cada um dos 20 países latino-americanos. Os meus favoritos são Brasil, Argentina e

Colômbia. Eu gosto de música latina, dança, literatura, praias, caipirinha, tequila... Tudo...

Em sua opinião, quais são as principais semelhanças e diferenças entre as culturas indiana e sul-

americana?

Indianos e os latino-americanos são semelhantes em emoções. Ambos são bastante amigáveis.

Tem semelhante a cultura do jeitinho e da corrupção. Ambas as sociedades dão mais valor a “saber

quem” do que “saber como”.

Os latino-americanos têm muita autoestima e tratam uns aos outros como iguais. Indianos têm com-

plexos coloniais e hierárquicos históricos e olham para os outros como inferiores ou superiores.

Indianos gostam do sofrimento e sacrifício e de se sentirem culpados por curtirem a vida. Latinos

tem espírito livre e gostam de aproveitar a vida.

Indianos vivem para o amanhã e para a próxima

reencarnação. Latinos vivem o presente.

A Comida indiana é famosa em todo o mundo,

mas existe alguma comida da América do Sul

de que agora você, vivendo na Índia, sente sau-

dades?

Sinto falta do rodízio, churrascaria, do

bife de chorizo argentino, ceviche peruano e ta-

cos mexicanos.

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Como o senhor vê as recentes tentativas de melhorar o relacionamento entre Brasil e Índia? O que

você acha que está impedindo que os dois países se aproximarem mais?

Ambos os países enfrentam muitos desafios comuns e podem aprender um com o outro através da

partilha de experiências e melhores práticas. Índia e Brasil têm complementaridades e sinergias nos negó-

cios e na economia. Enquanto os dois governos já perceberam os benefícios mútuos e a importância da parce-

ria bilateral, as empresas, formadores de opinião e meios de comunicação ainda não se importam muito.

Você acha que há um mercado para o cinema

indiano no Brasil? O que poderia ajudar a

aumentar a possibilidade de sucesso do cin-

ema indiano aqui?

Claro. O mercado brasileiro está ex-

cessivamente dominado por filmes de Hol-

lywood. Há espaço para filmes indianos

obterem uma fatia deste mercado. Alguns

empresários brasileiros/indianos devem

tomar a iniciativa e continuar investindo

na comercialização de filmes indianos.

E quais os seus atores/atrizes latino-americanos

favoritos?

E seus filmes favoritos?

Meus filmes favoritos: Frida, Su Excellencia (am-

bos mexicanos), Embajador de la India, La Lib-

ertadora del Libertador, Yo soy Bolivar (colombia-

nos), Capitan Pantoja y las visitadoras (Peru), Los

voces inocentes (El Salvador), Central do Brasil,

Bossa Nova (Brasil), El mismo amor y la misma

lluvia, Orillas, Diario de un motorcyclista, Cuen-

to Chino, Hunabko, Historia oficial (Argentina).

Atores favoritos: Cantinflas, Salma Hayek, Ricardo

Darin.

Quais os seus atores/atrizes indianos favoritos? E seus filmes favoritos?

Amitabh Bachan, Madhuri Dixit, Aamir Khan, Rajnikant.

Meus filmes favoritos são Dobi Ghat e Roja.

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Quais são seus planos? Planos para visitar a América do Sul?

Eu preciso voltar para a América Latina periodicamente para respirar esse ar e ser rejuvenes-

cido. Estou indo para o México em outubro.

Blogs

www.businesswithlatinamerica.blogspot.com

www.latinamericanaffairs.blogspot.com

Site

www.businesswithlatinamerica.com

Youtube

http://www.youtube.com/IndembassyAR (com mais de 100 palestras em Espanhol

e Inglês)

Facebook

Indo-Latin American business and friendship group (grupo com mais de 600 mem-

bros)

Enquete!

A Bollywood Brasil desta vez perguntou qual seria a música em filmes indianos preferida dos nossos leitores. Vamos conferir os resultados:

Em terceiro lugar Awaara Hoon (do filme Awaara) com 12,5% dos votos

Em segundo lugar Tujhe Dekha To (do filme Dilwale Dul-hania Le Jayenge) com 37,5% dos votos

E em primeiríssimo lugar TERE LIYE (do filme Veer & Zaara) com 50% dos votos!

A Bollywood Brasil agradece a participação e votos de todos!Aguardem nossa próxima enquete.

Equipe da Bollywood Brasil

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Por Bibiana Nilsson

Gateway e Taj Hotel

Elephanta Caves

Elephanta Caves

Marine Drive

Juhu Beach

A MULHER NO CINEMA INDIANOPor Juily Manghirmalani

Ao olhar para os 100 anos de cinema in-

diano, não seria estranho pensar que a forma de

retratação da mulher dentro dessa cinematogra-

fia, principalmente no Cinema Hindi, mudou de

tantas formas que talvez tenha no final retornado

às suas origens basicas.

Apesar desse cinema possuir berço na

literatura indiana, ter os personagens constante-

mente e simbolicamente representando deuses

e heróis indianos, há também a representação

continua da mulher como “mãe carinhosa”, “mul-

her devota” ou “filha obediente”, vinda de deusas

como Sita.

O conceito da mulher vindo de Sita preval-

ece na sociedade indiana e em seus filmes. Imor-

talizada no conto Ramayana, Sita é a “mulher e

esposa ideal”, é leal e obedece aos desejos de

seu marido sem questioná-lo. Segundo o conto, a

mulher deve obedecer seu marido como se fosse

um Deus, ele é seu amigo e seu mestre (profes-

sor). E essa é a imagem que se perpetua dentro

do cinema indiano. Podemos notar essa repre-

sentação em diversos filmes, inclusive em um

dos filmes de maior bilheteria até hoje Dilwale

Dulhania Le Jayenge, em que Simran exerce de

forma hegemônica todas as versões de Sita.

Porém, há contestações (pouco sucedidas) desse

papel, como no filme Lajja, em que todas perso-

nagens femininas aparecem como uma dessas

versões da mulher “casta” indiana e o filme pos-

sui um olhar crítico sobre isso (apesar do final

ter, irrevogavelmente, a protagonista submissa

ao homem, seu par na história ).

Porém, não podemos esquecer que os

filmes também são a extensão da sociedade e

sua cultura. Os filmes comerciais muitas vezes

exploram uma parcela da população que é rep-

resentada pela globalização e “ocidentalização”

dos costumes. Apesar de influências da cultura

ocidental – como as alterações nos comporta-

mentos das protagonistas e relações com o tema

sexo – os papeis feminimos continuam subalter-

nos à de homens, sendo seres com pouca auto-

nomia, uma identidade conflitante representada

nas telas dos cinemas indianos.

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Curiosidade - Um dos grandes exemplos que

pode ser dado sobre a problemática da ociden-

talização indiana é o fato de os primeiros filmes

não possuírem mulheres no elenco, pois o cin-

ema era considerado um “mau ocidental” pelo

governo da época. O primeiro filme indiano fora

produzido em 1913 por Dadasaheb Phalke e to-

das as personagens femininas eram interpreta-

das por homens. Foi apenas em 1918, que a

primeira mulher indiana aceitou trabalhar no

cinema, no segundo filme de Dadasabeh Phalke.

O nome dessa corajosa e visionária atriz é Dur-

gabai Kamat quebrando o tabu estabelecido so-

bre o cinema e a mulher.

Na India, existe uma visão muito

heterogênea sobre a mulher. Apesar do grande

poder dentro da família e deusas emblemáticas,

elas possuem limitações estabelecidas cultural-

mente e impostas pela sociedade. Infelizmente,

mesmo com o passar das décadas e movimen-

tos ocidentais em relação ao feminismo, pouca

foi a mudança dos papéis femininos nos filmes

indianos, que ainda estão terrivelmente ligadas

ao machismo patriarcal da cultura. Um filme

recente de Bollywood, Cocktail, apresentou

uma personagem cômica e romântica, “cabeça

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aberta”, festeira e que não possuia o código de

vestimenta tradicional indiano, que tentou mu-

dar suas caracteristicas basicas pra ficar com o

homem por quem estava apaixonada. Por quê?

Porque caso o contrário, o homem não poderia

a apresentar pra família e muito menos pensar

em se casar com ela.

Existem filmes considerados “filmes de

arte”, que buscam desmitificar essa visão da

mulher, mas eles não atraem o grande público,

caso dos filmes: Gulabi talkies, Mirch Masala,

Phir Bhi e Bhumika.

Dentro da lógica de que a sociedade con-

sume o que assistem, existe dentro dos block-

busters, uma nova onda de mulheres protagoni-

stas que está començando a surgir nos últimos

anos. E com isso uma certa esperança, ainda

lenta, de mudança desse comportamento femi-

nino. Caso dos filmes: The Dirty Picture, No

One Killed Jessica, Fashion etc, porém, maior

parte desses, retraram a mulher “ocidental-

izada” que contradiz costumes indianos, indi-

cando pontos pejorativos dessas protanogistas

pela visão tradicional. Sim, ainda há um longo

caminho a ser percorrido para uma reformula-

ção das visões de mulher dentro dessa cultura

e cinema. Quem sabe nos próximos anos não

existirão filmes que comportem o real valor de

suas personagens femininas? Ainda mais com

tanta repercussão que está havendo atualmente

na Índia por conta da visão controversa da mul-

her e do comportamento masculino.

A mulher é apenas um dos assuntos ta-

bus que a Índia enfrenta por conta de seus con-

ceitos e tradições. Há muitos outros assuntos

sendo repensados e revistos por essa sociedade,

como o sistema de castas (principalmente nas

áreas rurais ou subúrbios), temas relacionados

à sexo e homessexualidade, e muitos outros. O

cinema têm como papel fundamental ser uma

das formas de representação de uma sociedade,

a que está inserido e é através dessa arte (mui-

tas vezes de entretenimento apenas) que pode-

se notar as reflexões, hibridismos, contradições

e movimentos sociais que tocam em muito em

assuntos conservadores indianos.

OS VOLUNTÁRIOS BRASILEIROS DE BOLLYWOOD

Por Rosely Toledoparte 2

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AGENDA DE ESTREIASpor Tiago Ursulino

20 de setembro

Phata Poster Nikhla Hero

Direção: Rajkumar Santoshi

Direção musical: Pritam

Elenco: Shahid Kapoor, Ileana D’Cruz

O filme acompanha a história de Vishwas Rao (Shahid Kapoor), um ator aspirante que é confundido

com um policial.

20 de setembro

The Lunchbox

Direção: Ritesh Batra

Elenco: Irrfan Khan, Nawazuddin Siddiqui, Nimrat Kaur

Gênero: Drama

Exibido este ano no Festival de Cannes, The Lunchbox tem ganhado força na Índia como possível

indicado nacional para o Oscar 2014. O filme conta a história de um homem e uma mulher que não

se conhecem, mas cujas vidas se cruzam por causa de uma entrega errada pelo famoso serviço de

“dabbawalla” (entrega de marmitas) em Mumbai.

2 de outubro

Besharam

Direção: Abhinav Kashyap

Direção musical: Ishq Bector, Shree D, Lalit Pandit

Elenco: Ranbir Kapoor, Pallavi Sharda

Gênero: Comédia

Segundo filme do diretor do fenômeno Dabangg (2010), Besharam aposta na versatilidade do melhor

novo talento de Bollywood, Ranbir Kapoor, no seu segundo filme em 2013.

16 de outubro

Boss

Direção: Anthony D’Souza

Direção musical: Yo Yo Honey Singh, Chirantan Bhatt, P.A. Deepak

Elenco: Akshay Kumar, Aditi Rao Hydari

Gênero: Ação, comédia

Ainda sem sinopse, o filme é a próxima aposta para 2013 do superastro Akshay Kumar, após o não

tão bem sucedido Once Upon Ay Time in Mumbai Dobaara!

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