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Caderno de direito ambiental. Faculdade de direito do Recife. PRofessora Marina Gadelha. 2013. Assunto de direito ambiental. Princípios, licenças, licenciamento. sdhoaishdiahdihasidhsaidh haisdhasiudhad hausihdoiashdiahdiuas shasdiahidhiasdhiahsdiahsdiuhasdiuahsdiuahsuidhasiudhsauihduiashduiashdiuasd hasiudhaidhaiudhiashdiauhsduiahsduiashdiuahsdiuhasuidhasuihdiaushdiuahsduahsduiash hasiduhaishdiuhaisdhasiudhasidh huaisdhiasdhasidhisahdiasudhaushdiahsduiashduiashdiuashduaiuhdiaushdiahsdiahsdiuashdiuahsdiaushdiaushdaishd ihdsiauhdsaiuhdidashihdiashdiashdiashdiahsdiaushdiahsdiahsidhas

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Direito AmbientalProf. Marina GadelhaTwitter: @gadelhamarinaEmail: [email protected]: Paulo Affonso Leme Machado (melhor) Edis Milar Celso Antnio Pacheco Forillo Surinskas (Bom para direito penal ambiental) Ulrich Beck20/05/2013 (primeira e segunda aulas)Relao do Direito Ambiental com outras disciplinas: H quem diga que o direito ambiental no um ramo do direito autnomo, sendo um sub-ramo do direito administrativo. Esse entendimento ultrapassado, mas o fato que o direito ambiental se utiliza de muitos conceitos do direito administrativo: mais especificamente, princpios administrativos e processo administrativo. Tambm tem relao com o direito constitucional (captulo previsto na constituio sobre meio ambiente). Tem relao com o direito civil => responsabilidade civil;Relao com o direito penal => crimes ambientais;Considerando que o meio ambiente pode ser rural ou urbano: no meio ambiente urbano, h uma relao profunda com o direito do trabalho. Segurana do trabalho, luz, som... Tambm h relao com o direito empresarial => possibilidade de dissolver uma empresa, convertendo seu patrimnio para um fundo ambiental, quando a empresa apenas desempenha atividades ilcitas (extrao ilegal de madeira). Princpios: Subdividem-se em novos e tradicionais. So eles: Tradicionais Poluidor-pagador Preveno Novos Precauo Vedao do retrocesso Nvel Elevado de proteo ecolgica1. Tradicionais ( curioso falar nisso em uma disciplina que tem apenas 40 anos, mas so chamados de tradicionais aqueles princpios que nasceram com o direito ambiental):a. Princpio do poluidor-pagador: Quem polui/degrada, tem o dever de pagar. Esse princpio tem duas linhas (i e ii): Observar um conceito econmico: externalidades => tudo o que se externa em um empreendimento (ex.: externalidade positiva do fato de a Fiat estar se instalando em Goiana => gerao de empregos, melhoria no ensino, etc. Mas tambm h externalidades negativas: engarrafamento, resduos, piora na qualidade do ar). muito comum observar externalidades positivas econmicas e negativas ambientais. (i) Considerando esse conceito, o princpio do poluidor-pagador diz que as externalidades ambientais devem ser internalizadas. Ou seja, as externalidades negativas ambientais devem ser introduzidas no custo do produto. Exemplo: petrleo um recurso no renovvel = externalidade negativa, que tem um custo. Esse custo deve ser trazido para dentro do produto!No Brasil, h um custo pela captao de gua, quando se fura um poo e se consome gua (diferente da conta de gua = paga pela distribuio e tratamento).A ideia que esses produtos fiquem mais caros mesmo! O objetivo frear o consumo. O consumo desenfreado est na base da degradao ambiental.O princpio do poluidor-pagador pretende que TODOS os custos ambientais sejam internalizados. A primeira face desse princpio , portanto, que antes de poluir a empresa deve pagar! Exemplo: licena ambiental, que so trs: uma delas prvia (aprova projeto e localizao). As taxas pagas a ttulo dessa licena se justificam com base no princpio do poluidor-pagador. Uma espcie de compensao prvia pela poluio que decorre de qualquer atividade econmica. Mas isso se trata de uma permisso para poluir? A empresa est comprando uma permisso para poluir? No, o que se paga pela autorizao para desempenhar uma atividade econmica. Se se poluir para alm do esperado (TODA atividade possui um ndice mnimo de poluio), haver multa (no mnimo). Um exemplo a deciso do TRF3 => cassao de trs portarias de licena de lavra eis que, apesar de estarem formalmente regulares, as empresas licenciadas estavam poluindo, degradando o meio ambiente alm do limite razovel. Qual esse limite? O limite que a sociedade tolera => esse limite mutvel. A tendncia hoje essa tolerncia diminuir. Antecipao aos danos ambientais tolerados. Se esses danos no ocorrerem, melhor! Mas a antecipao devida. Pague antes mesmo de poluir. (ii) Mas o princpio do poluidor-pagador tambm justifica o pagamento POSTERIOR poluo. Ps-dano ambiental.- Multas. - Reparao civil : - Responsabilidade Civil Ambiental. *Fiorillo: Lembrar que a responsabilidade civil ambiental objetiva! Ademais, o autor ressalta, nesses casos, que h uma prioridade na reparao por via especfica. - H quem discuta a possibilidade de dano moral ambiental (responsabilidade moral ambiental). Ex: vender o parque da jaqueira. Aquele parque era uma referncia para as pessoas, h uma perda afetiva (eu ia muitas vezes l quando criana, etc.). Obs.: A maior parte da doutrina entende que o princpio do poluidor-pagador possui essas duas correntes! Mas a professora entende que o princpio do poluidor-pagador no possui essa vertente ps-dano (entendimento de Canotilho): se o instituto da responsabilidade civil j existe, se j fundamento para indenizar o dano ambiental causado, para que criar outro instituto para isso? O princpio do poluidor pagador s incidiria, portanto, no momento pr-dano, segundo essa posio.*Fiorillo distingue as duas vertentes do princpio do poluidor-pagador da seguinte forma: a primeira vertente, de carter PREVENTIVO, busca evitar a ocorrncia de danos ambientais, eis que ao poluidor imposto o dever de arcar com os custos da preveno aos danos ambientais; a segunda vertente, de carter REPRESSIVO, busca reparar os danos eventualmente causados. 21/05/2013 (terceira aula)Vdeo: Story of Stuff.(Continuao) Princpio do poluidor-pagador: internalizar os custos (externalidades ambientais), sobretudo para que o poluidor suporte aqueles custos (mundo ideal). Mas, na verdade, o que ir acontecer que o produtor/poluidor ir repassar esses custos para o consumidor. Mas como o produto ser vendido mais caro, o produto ter que durar mais e o consumo ser reduzido esse um dos objetivos do princpio do poluidor-pagador. 27/05/2013 (quarta e quinta aulas)(perdi o comeo da aula)Comeo da aula copiado do caderno de Mari (princpio da solidariedade e comeo do princpio da preveno)b. Princpio da Solidariedade: art. 225, caput, final, da constituio. - Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv- lo para as presentes e futuras geraes. Em virtude dessa disposio constitucional, pode-se considerar positivado esse princpio. Tambm chamado de princpio da responsabilidade intergeracional. Utilizar os recursos naturais sem que inviabilize as geraes futuras. - O que a presente gerao ganha com isso? Nada, rigorosamente nada. Quem ganha so as geraes futuras. c. Preveno: No campo do PERIGO => certeza cientfica;- No permitir o uso de novas tecnologias nocivas. - Ainda h autores que defendem que o princpio da precauo uma nuance do princpio da preveno. * Entre eles, Fiorillo. A grande maioria dos autores defende que so dois princpios distintos. 2. Novos: a. Precauo: No campo do RISCO => incerteza cientfica; - Diante da incerteza cientfica, deve ser impedida a utilizao das novas tecnologias (ex.: transgnicos, uso contnuo do celular), at que a cincia evolua ao ponto de entender minimamente os riscos da nova tecnologia. No so apenas as consequncias no corpo humano que so relevantes, mas as consequncias do plantio. Pode ser que essa nova tecnologia no tenha nenhuma consequncia, mas pode ser tambm que s tenha consequncias em relao s futuras geraes. O princpio diz que a tecnologia deve ser segurada e deve ser investido ainda mais em pesquisa, para dissolver a situao de incerteza cientfica. - Na Frana e na Alemanha nem se planta nem se comercializa organismos geneticamente modificados em funo do princpio da preveno. Pode o Brasil fazer a mesma coisa? A agroindstria do Brasil quebraria e, consequentemente, nossa economia como um todo: muito mais simples para pases no dependentes da agricultura, como a Alemanha, banir os transgnicos. Tambm h uma questo cultural envolvida: como convencer a populao de consumir alimentos mais caros, em funo de um risco de um possvel dano? - Se ns focssemos exclusivamente no meio ambiente, essas decises seriam facilmente tomadas. Mas h fatores econmicos envolvidos, inclusive o lobby de grandes empresas, como a Monsanto. - Segundo o princpio da precauo, deve-se evitar a liberao de novas tecnologias at que as pesquisas sejam conclusivas. - Os agrotxicos foram liberados muito antes de se ter qualquer pesquisa sobre os danos. Quando se soube dos danos, no poderia mais reverter. Caso se proibisse o uso de agrotxico no mundo inteiro, no haveria como produzir alimento para o mundo inteiro. - Exemplo de medicamento liberado sem os devidos estudos: talidomida => remdio para enjoo de grvidas, que causava malformaes no feto. b. Vedao do retrocesso (princpio do no retrocesso/efeito cliquet/ non-cliquet): - Do direito do trabalho, vedao ao retrocesso social. Esse princpio do direito ambiental tem origem nos direitos sociais;- Cliquet: vem do alpinismo. Em algumas situaes, quando se est escalando uma montanha, - A legislao apenas pode ser modificada para ampliar a proteo ambiental, nunca para diminu-la. Uma nova lei ambiental s pode trazer uma garantia ambiental superior, nunca inferior.- Problema: o novo cdigo florestal (lei 12.651), que um retrocesso em relao ao cdigo florestal que j existia. O cdigo antigo, lei 4.771/65, dava muito mais garantias ao meio ambiente. O novo cdigo, por exemplo, diminuiu a proteo especialmente em relao Amaznia legal. Antes a proteo era de 80% em cada propriedade, hoje h uma escala, variando entre 80% e 20%. Ainda, o novo cdigo permite que se compensem as reas de preservao permanente com as reservas legais. Logo, o cdigo atual um retrocesso em relao ao anterior. Isso implica inconstitucionalidade do novo cdigo? H quem sustente que sim, pela agresso ao princpio da vedao retrocesso. A professora acha que no chega a ser inconstitucional, porque complicado declarar a inconstitucionalidade de uma lei com base em um princpio que sequer est positivado. O princpio da vedao ao retrocesso no est na constituio! - Na prtica, esse princpio uma norma que no tem consequncias na hiptese de violao. c. Princpio da Participao : - Na constituio: impondo-se ao poder pblico e coletividade o dever de proteg-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes. => h quem interprete isso como o princpio da participao. - Diferena entre presenciar e participar: participar quando se interfere no curso daquilo que est acontecendo. - A constituio impe coletividade o dever de participar, o dever de tomar parte, de tentar mudar o curso das decises sobre o meio ambiente. - De que maneiras possvel participar? - ao popular; - ao civil pblica (ONG ou MP); - participao em audincias pblicas. Sobre as AUDINCIAS PBLICAS: algumas constituies estaduais exigem em empreendimentos que tenham impacto ambiental, alm dos estudos de impacto ambiental/RIMA, a realizao de audincias pblicas. No resto do pas, por outro lado, quando no h previso na constituio estadual, a realizao da audincia discricionria. Mas h uma resoluo do CONAMA de n 09/1987 que determina que, se uma ONG ou um grupo com n 50 de cidados pedirem, a realizao da audincia deixa de ser discricionria e passa a ser obrigatria. Art. 2 - Sempre que julgar necessrio, ou quando for solicitado por entidade civil, pelo Ministrio Pblico, ou por 50 (cinqenta) ou mais cidados, o rgo de Meio Ambiente promover a realizao de audincia pblica. 1 - O rgo de Meio Ambiente, a partir da data do recebimento do RIMA, fixar em edital e anunciar pela imprensa local a abertura do prazo que ser no mnimo de 45 dias para solicitao de audincia pblica. 2 - No caso de haver solicitao de audincia pblica e na hiptese do rgo Estadual no realiz-la, a licena concedida no ter validade. 3 - Aps este prazo, a convocao ser feita pelo rgo Licenciador, atravs de correspondncia registrada aos solicitantes e da divulgao em rgos da imprensa local. 4 - A audincia pblica dever ocorrer em local acessvel aos interessados. 5 - Em funo da localizao geogrfica dos solicitantes, e da complexidade do tema, poder haver mais de uma audincia pblica sobre o mesmo projeto de respectivo Relatrio de Impacto Ambiental - RIMA.- S existe o princpio da participao se houver efetivao do princpio da informao. No possvel participar se no houver informao* Fiorillo estabelece como pilares do princpio da participao: (a) informao e (b) educao ambiental. *Edis Milar: as audincias pblicas possuem natureza consultiva e no deliberativa. d. Princpio da Informao:- Por isso, quando as empresas solicitam licena ambiental, elas so obrigadas a colocar no jornal a empresa tal solicita a renovao da sua licena.... Mas essas notas, via de regra, so minsculas. No h interesse em divulgar esse tipo de informao. As empresas no esto interassadas em melhorar a condio ambiental, mas sim em gastar menos. Alm do qu, quem custeia a audincia pblica a empresa (princpio do poluidor-pagador). Mas do que as empresas mais tm medo so os custos que podem surgir APS as audincias pblicas. Art. 10. A construo, instalao, ampliao e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradao ambiental dependero de prvio licenciamento ambiental.1 Os pedidos de licenciamento, sua renovao e a respectiva concesso sero publicados no jornal oficial, bem como em peridico regional ou local de grande circulao, ou em meio eletrnico de comunicao mantido pelo rgo ambiental competente. e. Nvel Elevado de Proteo Ecolgica (NEPE):- pouca doutrina a respeito;- tenta garantir que na tomada de decises e na interpretao das normas ambientas, quando duas interpretaes/decises forem possveis, seja dada preferncia quela que garantir um nvel elevado de proteo ecolgica. - Instruo Normativa 01 (2009 ou 2010?) do Ministrio do Planejamento: Na hora de fazer projetos, a administrao pblica deve dar preferncia iluminao e ventilao natural, evitar uso de ar-condicionados, ventiladores, etc. Nas licitaes, no comprar necessariamente o produto mais barato, mas o melhor produto do ponto de vista ambiental: comprar geladeiras que gastem menos, lmpadas que consumam menos energia, comprar cadeiras com certificado. Uma combinao do menor preo com o princpio do NEPE => pr no edital que s quer madeira certificada, que quer lmpadas com tais qualificaes, etc. Dentro desse universo, a administrao deve escolher o menor preo. A instruo no fala no princpio do NEPE, porque um princpio muito recente. - In dubio, pro nature. Na dvida, deve prevalecer a interpretao que mais favorecer o meio ambiente. [email protected] mandar aula.28/05/2013 (sexta aula)Terminamos os princpios de direito ambiental, vamos dar incio ao estudo pormenorizado do art. 225 da CF. Antes havia a regulao ambiental mediante leis, portarias, mas com a CF/88 a questo ganha importncia constitucional. Inspirao na constituio portuguesa de 76: ambas foram redigidas em um perodo de redemocratizao e a CF uma adaptao da constituio portuguesa, que foi redigida por Canotilho e Jorge Moreira. Caput:

Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv- lo para as presentes e futuras geraes. Todos tm direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado. Quem so todos? Todos os seres humanos? Isso inclui outros seres vivos, no humanos? Inclui estrangeiros residentes no pas em funo do caput do art. 5?Deciso do STF: D efeito extensivo ao caput do art. 5 => africano preso por trfico de drogas que tinha a inteno de impetrar um habeas corpus, mas o juiz negou o habeas corpus porque o africano no era residente no pas. O STF estendeu as garantias do art. 5 ao estrangeiro, mesmo de passagem. Fenmeno da Mutao Constitucional (mudar a interpretao da constituio sem modificar seu texto). Logo, desde ento o art. 5 inclui brasileiros, estrangeiros residentes e estrangeiros de passagem. Diante disso, incluiria o caput do art. 225 os estrangeiros de passagem?A corrente majoritria entende que o todos do caput inclui todos os seres humanos. Mas como a constituio brasileira no tem extenso sobre todo o planeta, ela produz efeitos sobre todos os que esto no Brasil: brasileiros, estrangeiros residentes e de passagem (mesmas pessoas do art. 5). Apesar de haver quem defenda que o artigo implicaria um direito dos animais, entende-se que esse artigo gera direitos para os seres humanos, que so os sujeitos de direito por excelncia. Art. 5 2: Os direitos e garantias expressos nesta Constituio no excluem outros decorrentes do regime e dos princpios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a Repblica Federativa do Brasil seja parte.Isso quer dizer que tudo aquilo que no tiver elencado no artigo 5, mas tiver natureza/feio de garantia fundamental, ser considerada garantia fundamental. Com esse fundamento, o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado seria um direito fundamental, com os mesmos destinatrios do art. 5. *Edis Milar: o caput institui um direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado! Como direito fundamental , pois, indisponvel, qualidade acentuada por sua qualificao como bem de uso comum do povo, cuja preservao deve se dar no interesse das presentes e futuras geraes. Meio ambiente ecologicamente equilibrado:- O que significa? No qualquer ambiente! o meio ambiente ecologicamente equilibrado. (Oh, really?) Bem de uso comum do povo: arts. 99 e 100 do CC/02. Art. 99. So bens pblicos:I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praas;II - os de uso especial, tais como edifcios ou terrenos destinados a servio ou estabelecimento da administrao federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;III - os dominicais, que constituem o patrimnio das pessoas jurdicas de direito pblico, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.Pargrafo nico. No dispondo a lei em contrrio, consideram-se dominicais os bens pertencentes s pessoas jurdicas de direito pblico a que se tenha dado estrutura de direito privado.Art. 100. Os bens pblicos de uso comum do povo e os de uso especial so inalienveis, enquanto conservarem a sua qualificao, na forma que a lei determinar.Dessa forma, os bens de uso comum do povo so inalienveis. Logo, o meio ambiente inalienvel. No possvel vender a Amaznia. Na teoria, bem de uso comum do povo aquilo que no pertence administrao pblica nem a nenhum particular individualmente. Pertence ao todos, mas a ningum individualmente. Pertence a mim, mas no apenas a mim. um chamado direito TRANSINDIVIDUAL. Por isso no possvel renunciar a um direito transindividual, porque ele no apenas seu e no possvel renunciar ao direito alheio. A mesma regra se aplica administrao pblica: ela gestora do meio ambiente, mas no titular do meio ambiente, no podendo dele renunciar. STF: bem de uso comum do povo = bem da administrao (deciso no to recente). Segundo uma deciso do STF, a expresso bem de uso comum do povo deve ser entendida como propriedade da administrao. at possvel entender que uma praa pertence administrao pblica, mas muito forado pensar que a administrao pblica dona do meio ambiente como um todo. Lembrando: para fazer grandes obras (rodovias, hidreltricas, etc.) TAMBM precisa de licena ambiental (ela emite para ela mesma). Improbidade Administrativa => ato do administrador que lesa o meio ambiente. Mas, para configurar um ato de administrao pblica, preciso haver leso ao errio ou aos princpios: necessria, portanto, uma leso administrao pblica. Mas o meio ambiente NO bem da administrao pblica, segundo a professora, ento no seria improbidade. Essencial sadia qualidade de vida Poder Pblico: dever pblico de proteger e preservar => se eu imponho o dever de preservar porque o poder pblico no dono do meio ambiente. um gestor. O poder pblico tem a obrigao de proteger e preservar. Dessa obrigao decorrem outras, como a possibilidade de estabelecer controle de qualidade/limites de poluio: o ar tem que ter tais condies, a gua para ser potvel deve ser X....Quando se fala em PODER pblico a CF no se dirige apenas ao administrador, mas aos trs poderes: executivo, legislativo e judicirio. O legislativo tem, portanto, o dever de editar leis que visem preservar o meio ambiente. Com isso, seria possvel entender que qualquer norma que diminua a proteo ambiental seria inconstitucional seria inconstitucional, como o novo cdigo florestal. Mas a professora diz que isso forao de barra demais. *Edis Milar: proteger o meio ambiente no ato discricionrio do poder pblico, mas sim ato vinculado!03/06/2013 (stima e oitava aulas) Coletividade: *Edis Milar: o cidado deixa de ser simples titular de um direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e passa a possuir tambm um dever de preserv-lo. - Segundo Paulo Affonso Leme Machado, a coletividade a que se impe o dever, nos termos do caput, no qualquer indivduo, mas sim a sociedade civil organizada. As ONGs, etc., cujo escopo proteger o meio ambiente. - Mas essa no a posio majoritria: a maior parte dos doutrinadores entende que o dever de proteo ao meio ambiente de todos os indivduos. *Entre eles, Edis Milar.- H uma posio intermediria, que tambm minoritria: o dever de defender e preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado dos indivduos que possuem cidadania ativa (os eleitores).Obs.: h decises do TRF5 afirmando que por bem de uso comum do povo bem pertencente coletividade, no ao poder pblico. Haveria uma distino entre bem do uso comum do povo do direito civil e bem do uso comum do povo do direito ambiental. A jurisprudncia se rendendo doutrina. O poder pblico seria um mero gestor. Dever de preserv-lo para as presentes e futuras geraes: - Princpio da sustentabilidade e da responsabilidade integraracional (solidariedade). Agir hoje de forma a no impossibilitar a existncia das geraes futuras. Dever de agir hoje, garantindo a existncia das geraes futuras. Seja numa postura proativa, seja numa postura negativa (princpio do no fazer). - Texto de Gustavo Bindembojn (?): relativizao do princpio da supremacia do interesse pblico. Nele, o autor faz uma afirmao de que a professora discorda: se existir a opo de ter uma boa produo com o uso de um filtro de ar em uma fbrica e a opo de mudar o maquinrio inteiro para o ar ficar ainda mais limpo, poderia se escolher a primeira opo (filtro) em funo da relativizao do princpio da supremacia do interesse pblico. Mas no se trata nesse caso de beneficiar a administrao pblica em detrimento dos direitos fundamentais. No caso, so dois direitos fundamentais em jogo: o direito de manter o equilbrio econmico financeiro do seu negcio e a garantia de todos ns a um meio ambiente ecologicamente equilibrado. No uma oposio entre administrado e administrador, mas sim uma relao entre administrado e administrado, a administrao est, ao pedir a mudana do maquinrio, a falar por todos ns. Fim da anlise do caput. Passemos ao 1. 1 - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Pblico:I - preservar e restaurar os processos ecolgicos essenciais e prover o manejo ecolgico das espcies e ecossistemas; Processos ecolgicos essenciais e Manejo ecolgico: se ecologia o estudo da casa, usar o adjetivo ecolgico inadequado, porque por um valor necessariamente positivo no mero estudo. Meio ambiente tambm um termo inadequado, por ser redundante, mas esses termos se consagraram no direito brasileiro. - Segundo Jos Affonso da Silva, os processos ecolgicos fundamentais so aqueles processos mnimos para que se mantenha o equilbrio do ecossistema.*Edis Milar: Processos ecolgicos fundamentais so aqueles que garantem o funcionamento dos ecossistemas e contribuem para a salubridade ou higidez do meio ambiente. - Manejo ecolgico o que costuma se chamar de manejo sustentvel: tirar, fazer uso de determinada espcie, sem inviabilizar que as geraes futuras se utilizem dessa espcie. *Edis Milar: Manejo ecolgico lidar com as espcies e ecossistemas no sentido de recuper-los ou preserv-los. - Corte Constitucional Portuguesa: caso da construo de uma barragem, em um lugar onde existia uma espcie de peixe nica. Diante da utilidade da barragem na regio, a questo girava em torno da importncia do referido peixe, j que ela s existia ali e os seus predadores tambm se alimentavam de outros peixes. Qual a importncia daquele peixe?- A essa pergunta, existem duas respostas. A primeira, da corrente antropocntrica, diz que o meio ambiente tem o valor que o homem lhe atribui. Como aquela espcie no era til para o homem, dele o homem no se alimenta, ento o peixe possuiria pouca importncia. A segunda resposta, de uma corrente ecocntrica, o meio ambiente tem um valor intrnseco, em si mesmo, independente de sua utilidade para o homem. Mas mesmo dentro de uma noo antropocntrica, h uma discusso: no devo eu preservar a possibilidade de as futuras geraes conhecerem a espcie de peixe? Alm disso, no devo preservar a biodiversidade? Isso nos remete ao inciso II. II - preservar a diversidade e a integridade do patrimnio gentico do Pas e fiscalizar as entidades dedicadas pesquisa e manipulao de material gentico; Diversidade gentica ou Biodiversidade. Ponto relacionado com a biopirataria. - Para que serve a biodiversidade? Dando uma resposta antropocntrica, ns podemos precisar de alguma substncia nos organismos dos animais no futuro, a cincia pode descobrir uma utilidade para seres vivos que hoje considerados inteis. *dis Milar: pode vir a ter utilidade para a alimentao da humanidade ou para a cura de doenas, por exemplo.- Um dia pode se descobrir que a saliva do sapo verde do pantanal, ou a bile do urso preto do Camboja tem uma utilidade para a humanidade (ex.: cura de alguma doena). Pode ser que essa enzima til s exista no organismo daquela determinada espcie. Ento, a perda da diversidade gentica gera prejuzo futuro pra humanidade. Ou seja, a biodiversidade pode ser til para a humanidade no futuro, no devemos erradic-la hoje. - Se a resposta for ecocntrica, vai-se preservar a diversidade gentica porque as espcies possuem um valor em si, pelo simples fato de existirem. - O Brasil o pas com o maior patrimnio gentico do mundo, em razo do seu extenso territrio e da sua variedade climtica. - Da a prescrio de fiscalizao das entidades dedicadas manipulao do material gentico. Quantas aberraes no nasceram para criar uma ovelha Dolly? Essas empresas que manipulam material gentico podem estar criando novas espcies ou extinguindo elementos nativos, bem como podem estar introduzindo variaes genticas diferentes! ruim tirar espcies do meio ambiente, mas tambm muito negativo introduzir novas espcies em um ecossistema. Essa disposio se aplica a empresas nacionais e estrangeiras, situadas no pas. - Caso da Algaroba: rvore natural do Chile, introduzida no Brasil, resistente seca, que foi vista como soluo para o serto nordestino. O FISET (rgo antecessor ao IBAMA) dava emprstimo a fundo perdido para as pessoas plantarem Algarogas em suas propriedades. S precisava devolver o dinheiro se no plantasse as algarobas. A algaroba se deu bem no nordeste, pois muito resistente aos longos perodos de estiagem. Mas comeou a gerar problemas. A algaroba resiste seca porque suas razes so muito fundas, alcanando o lenol fretico, consumindo toda a gua. Resultado: tudo em volta da algaroba morre! Outro problema: o nosso gado no se alimenta da vagem da algaroba. Com o tempo, a algaroba se multiplicou como mato. E, por muito tempo, a legislao protegia a algaroba, no se podia cortar as algarobas. Hoje j possvel, com licena ambiental, mas ela s serve para fazer estaca. - Ou seja, tambm ruim introduzir novas espcies em um ecossistema, porque isso tambm pode levar ao desequilbrio ambiental. - Outro caso local a tilpia: no um peixe nativo, foi introduzido no local por se desenvolver muito rpido, mas ela devasta todos os peixes menores do local onde so introduzidas. - Em suma, deve ser fiscalizada a introduo e a retirada de novas espcies. - Outra questo: fiscalizar a exportao de espcies nativas brasileiras para o exterior. No exterior se realizam pesquisas, desenvolvem-se medicamentos carssimos, que so patenteados. Depois da patente, o Brasil perdeu, tem que comprar o remdio caro, apesar de a espcie ser sua. o que se chama de biopirataria. III - definir, em todas as unidades da Federao, espaos territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alterao e a supresso permitidas somente atravs de lei, vedada qualquer utilizao que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteo; Espaos territoriais especialmente protegidos.- Esse inciso foi regulamentado especialmente por duas normas:- Lei 9.985/2000 SNUC: Sistema Nacional de Unidades de Conservao.

- Lei 12.651/2012 Novo Cdigo Florestal (antes era regulamentado pelo antigo cdigo florestal).

- Esses dispositivos cuidam de situaes bem parecidas, de espaos territoriais especialmente protegidos, mas h uma diferena: - As UNIDADES DE CONSERVAO precisam ser criadas por um ato administrativo ou por uma lei em sentido estrito. Subdividem-se em unidades de proteo integral e de uso sustentvel. Dependendo se sua finalidade, elas podem ser criadas como uma reserva extrativista, entre outras modalidades. O ato normativo ir delimitar a rea, criar um plano de manejo, a depender da espcie de unidade de preservao. - Observe-se que a alterao e supresso dessas unidades, nos termos da CF, s pode se dar por lei em sentido estrito. Criar pode ser por ato administrativo, mas a alterao e supresso s podem ser feitas por lei. A interpretao teleolgica diz que: criar deve ser fcil, suprimir e alterar que deve ser difcil. - As unidades de conservao podem ser federais, estaduais e municipais. No mbito federal, o instituto responsvel por fiscalizar essas unidades o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade). Obs.: Caso regional: reserva extrativista na regio de aca/goinia. S que a resex no pode coexistir com atividade mineradora. - Alm das unidades de conservao, existem outros espaos territoriais protegidos. Temos a RESERVA LEGAL e as REAS DE PRESERVAO PERMANENTE (APP). - As APPs no precisam ser criadas, decorrem da definio no cdigo florestal (antigo e novo). Exemplos: matas ciliares, tocos do morros, manguezais, vegetao de fixao de dunas, entorno de nascente de gua, restinga. rea urbana ou rural. No necessrio um ato administrativo ou uma lei para criar as APPs, o dever de preservar decorre de lei geral, no precisa de ato normativo especfico. A lei estabelece o quanto se deve preservar. - Reserva legal uma proporo, sempre numa rea rural, que voc tem de manter preservada com a finalidade de preservar as espcies nativas, deixar uma rea para sumidouro de carbono. - No cdigo ambiental antigo, havia dos regimes. Na Amaznia Legal, era necessrio preservar 80% da propriedade, apenas 20% poderia ser utilizado. No restante do pas, a proporo era o inverso: poder-se-ia desmatar 80% e tinha-se o dever de preservar 20% da propriedade.

- No novo cdigo florestal, a situao da Amaznia legal foi divida em trs:a. reas de Floresta: nessas reas, permaneceu a razo do cdigo antigo. Deve-se preservar 80% da propriedade. b. reas de cerrado: aqui, deve-se preservar 35%.c. reas de campos gerais: nessas reas, deve-se preservar 20%.

- Tambm no novo cdigo, no restante do pas deve-se preservar 20% das propriedades.

- H uma diminuio na preservao ambiental na Amaznia legal com o novo cdigo ambiental.

- Inclusive, foi autorizado o plantio da cana-de-acar nessas reas desmatada na reserva legal. - A reserva ambiental tem um regime similar ao das APPs, no necessrio ato normativo especfico para sua criao. Mas necessrio o registro da reserva. Antes esse registro se fazia no cartrio de registro de imveis, hoje se faz no CAR Cadastro Ambiental Rural. - H o pleito de fazer com que as reservas de diversas propriedades, que sejam prximas, se organizem em um corredor (corredor ecolgico), para formar uma grande reserva. Mas no h regulamentao sobre isso.- O novo cdigo florestal (art. 15) permite a compensao entre APP e reserva legal. Por exemplo, se, numa propriedade de cerrado (reserva de 35%), passa um rio, o que se deve preservar de mata ciliar deve ser abatido para clculo do quanto se deve preservar em termos de reserva legal. 35% - X% (do que se preservou de mata ciliar). Ou seja, dependendo do tamanho do rio no haver reserva alguma. Isso um absurdo! So conceitos distintos, no deveriam se abater. Isso tem grandes repercusses em grandes propriedades na Amaznia, que so cortadas por inmeros rios e possuem ecossistemas completamente diferentes dentro da sua rea. - O cdigo florestal determina alguns critrios de onde ser a rea de reserva legal, mas isso ainda requer regulamentao. Mas h alguns critrios previstos em lei que j hoje devem ser cumpridos, p. ex., a rea deve ser contgua. - Suprimir uma garantia para vedar o retrocesso de outra: vantagem pra quem?*dis Milar: Espao territorial, em sentido estrito, significa que apenas as UNIDADES DE CONVSERVAO (Lei 9.986/2000) se enquadram na definio constitucional. Por outro lado, Conceber espao territorial em sentido lato permitem enquadrar em sua definio as APPs, reas de reserva legal, entre outros. IV - exigir, na forma da lei, para instalao de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradao do meio ambiente, estudo prvio de impacto ambiental, a que se dar publicidade; Atividades potencialmente causadora de significativa degradao Estudo prvio de impacto ambiental (EIA): - J existia no ordenamento nacional, foi introduzida por lei estadual do RJ. Resoluo CONAMA 001/86: lista atividades que requerem EIA para a concesso da licena. - Mas no so s essas as atividades que precisam de estudo; nos termos da constituio, so todas aquelas que so potencialmente causadoras de significa degradao ambiental. - Questo: como vou saber se uma atividade potencialmente causadora de significa degradao ambiental ANTES de realizar o estudo?- Ademais: potencialmente e significativa so conceitos indeterminados, o que d certa discricionariedade administrao. - Na prtica, o que no est na lista do CONAMA ou na legislao estadual fica ao sabor da discricionariedade da administrao pblica, no seu interesse ou no na realizao daquele empreendimento.- O texto constitucional, nesse ponto, tem um problema srio!04/06/2013 (nona aula) EIA RIMA (continuao): - Nem todos os empreendimentos exigem licena ambiental para acontecer. Os que precisam esto listados na resoluo n 237/97: CONAMA (exemplificativa);- Dentre esses, h um grupo menor aqueles potencialmente causadores de dano ambiental que, no processo de licenciamento, precisam de um estudo prvio de impacto ambiental (o famoso EIA-RIMA!).- Alguns autores preferem usar o termo EPIA, ao invs de EIA, para privilegiar a denominao constitucional antes j havia estudo de impacto ambiental no ordenamento nacional, mas o estudo prvio de impacto ambiental surge com a constituio, com a diferena de ter ndole constitucional e ser prvio. Objetivamente no mudou muita coisa! A principal diferena a previso constitucional.

- Estudo prvio de impacto ambiental um gnero da categoria estudos ambientais os estudos ambientais so estudos simplificados. Apenas empreendimentos de grande monta requerem o EIA-RIMA

- Do grande grupo dos empreendimentos, apenas alguns deles requerem licena ambiental desses que requerem licena, apenas um grupo requer estudos ambientais desses, apenas um grupo restrito requerem os estudos prvios de impacto ambiental (EIA-RIMA). - Uma equipe multi disciplinar bilogos, psiclogos, engenheiros, advogados, gelogos, socilogos, oceangrafos etc. para avaliar os possveis impactos ambientais do empreendimento, incluindo os impactos em relao ao elemento humano (relocao de cidade, por exemplo).- Estudo realizado no incio do processo de licenciamento ambiental. A constituio tambm d destaque Publicidade. - Aps os estudos, so produzidos dois documentos pela equipe multidisciplinar.a) EIA estudo de impacto ambiental: o estudo propriamente dito, em linguagem tcnica;b) RIMA relatrio de impacto ambiental: traduo do EIA para linguagem mais acessvel para o pblico. ele que ser publicizado. Atendimento aos princpios da PUBLICIDADE e PARTICIPAO. Tambm h princpio da informao. Apenas de pode participar do que se tem conhecimento. Por essa razo, as empresas so obrigadas a publicar na imprensa quando daro incio ao processo de licenciamento ambiental, at diante da possibilidade de realizao de audincias pblicas, principalmente em empreendimentos de grande porte.Art. 10. A construo, instalao, ampliao e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradao ambiental dependero de prvio licenciamento ambiental.1 Os pedidos de licenciamento, sua renovao e a respectiva concesso sero publicados no jornal oficial, bem como em peridico regional ou local de grande circulao, ou em meio eletrnico de comunicao mantido pelo rgo ambiental competente. - A princpio, estamos presos discricionariedade da administrao ambiental, j que ela que decide se haver uma audincia pblica ou no, exceto se: (a) o MP requisitar; (b) mais de 50 cidados requisitarem; (c) alguma organizao no governamental, sociedade civil organizada, requisitar.- Por isso a relao entre os princpios da publicidade e participao. - Lembrando que no apenas matrias ambientais podem ser discutidas em audincias pblicas. - Art. 2 da resoluo Conama n 001/86 (rol exemplificativo). A resoluo anterior constituio, que determina que se realize o EIA em atividades potencialmente causadoras de dano ambiental, independentemente do tipo de atividade. s vezes um empreendimento aparentemente inofensivo causar dano ambiental, a depender da localizao, das circunstncias. Por isso, a constituio prevalece e o rol do CONAMA se tornou exemplificativo. Os empreendimentos nele listados SEMPRE requerero o estudo, mas no apenas eles. *Esse no o entendimento de Edis Milar: para ele nem sempre os empreendimentos listados na resoluo n 001/2998 do CONAMA devem se sujeitar realizao do EIA. Mesmo os empreendimentos elencados apenas se sujeitaro ao EIA se forem potencialmente causadores de dano ambiental. - Lembrando que os rgos estaduais podem ampliar esse rol (o que at positivo, porque diminui a discricionariedade da administrao ambiental, ao decidir se determinado empreendimento ou no potencialmente causador de significativa degradao ao meio ambiental). - Litoral da Paraba vedao de construo de arranha cus beira-mar a chamada construo piramidal, eis que mais altos sero os prdios quo mais distantes forem da costa. Na beira-mar o limite de trs andares. Surgiu um moinho, equivalente a 10 andares, mas que um nico rol beira mar, o que acabou sendo aceito pela administrao ambiental. A limitao deveria ser por altura, no por andares, afinal pode-se construir prdios com trs andares e o p direito altssimo (o rio mar tem trs andares!).

V - controlar a produo, a comercializao e o emprego de tcnicas, mtodos e substncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; Produo, comercializao e emprego de tcnicas, mtodos e circunstncias que importem RISCO PRINCPIO DA PRECAUO!- o princpio da precauo diz que as novas tecnologias cujos efeitos so desconhecidos no devem ser utilizadas, at que se tenha certeza que no h risco ou mesmo que h risco. - A constituio estabelece um meio termo controle! A constituio impe uma fiscalizao rgida. A constituio reconhece a existncia do princpio da precauo, mas transpe esse princpio em nosso ordenamento de maneira inadequada/equivocada. - O princpio da precauo diz que no devem ser utilizadas tecnologias cujos efeitos so desconhecidos. A constituio diz que elas podem ser usadas, mas com rgida fiscalizao. * Edis Milar: incentivo ao emprego de tecnologias limpas.VI - promover a educao ambiental em todos os nveis de ensino e a conscientizao pblica para a preservao do meio ambiente; educao ambiental + nveis de ensino + conscientizao- A CF distingue a educao da conscientizao;- Ou seja, quando se fala em educao ambiental, fala-se em educao formal. A constituio pretende incluir no currculo, em todos os nveis de ensino, educao ambiental!- De fato, o que temos hoje em dia conscientizao: campanhas escolares sobre reciclagem, separao de lixo, etc. Mas isso no suficiente para cumprir a constituio, j que ela prev duas coisas: alm das campanhas de conscientizao deve-se ter mudana curricular. - Esse dispositivo requer regulamentao. 10/06/13 (dcima e dcima primeira aulas)Perdi o comeo da aula copei do caderno de Mari. VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as prticas que coloquem em risco sua funo ecolgica, provoquem a extino de espcies ou submetam os animais a crueldade.- Mais uma vez, o legislador menciona a palavra RISCO PRINCPIO DA PRECAUO;- Risco no ameaa real e concreta, mas o simples fato de se arriscar sem ter certeza de que no provoca dano;- extino de espcies: novamente a preocupao em preservar a biodiversidade- crueldade contra os animais: caso da farra dos bois em Santa Catarina. O boi era solto nas ruas e corria atrs das pessoas. Sobre isso, decidiu o STF: (1) esse dispositivo auto-aplicvel; (2) estando duas garantias fundamentais (liberdade de expresso cultural e direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado) em conflito, entendeu que, nesse caso, deve prevalecer o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. *Edis Milar: Fauna e flora aquticas e terrestres; animais domesticados ou no. 2 - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com soluo tcnica exigida pelo rgo pblico competente, na forma da lei. PRAD: - todo licenciamento de atividade de mineraria, qualquer que seja ela, desde areia, diamante ou at gua mineral, exige a apresentao pelo empreendedor de um PRAD, que um plano de recuperao de reas degradadas. prvio. Com ele se diz o que se vai fazer quando acabar a atividade exploradora, j que se sabe que os recursos de uma jazida so finitos. - Por exemplo, em minas de extrao de minrio de ferro, o que antes era um morro de minrio de ferro se transforma em uma cava, parece que voc est andando em solo lunar. Para recuperar essas reas, muitas vezes elas so transformadas em lagoas ou campos de golf aps sua explorao. *Edis Milar: no possvel a uma atividade mineradora no causar danos. No implica busca por culpa, j que o constituinte pressups que a atividade mineradora gera degradao ambiental. A Recuperao visa assegurar um determinado uso humano para a rea degradada. 3 - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitaro os infratores, pessoas fsicas ou jurdicas, a sanes penais e administrativas, independentemente da obrigao de reparar os danos causados. Responsabilidade Penal da Pessoa Jurdica:- Esse dispositivo d incio responsabilidade penal da pessoa jurdica.- A teoria tradicional do direito penal, at 1988, afirma que s possvel responsabilizar pessoas fsicas. Com essa disposio, a lgica se inverte: h a responsabilizao administrativa e criminal das pessoas jurdicas que causarem danos ao meio ambiente. - Esse dispositivo apenas foi regulamentado dez anos depois, com a lei 9.605/1998, a chamada lei dos crimes ambientais.- Art. 21 da lei dos crimes ambientais: Art. 21. As penas aplicveis isolada, cumulativa ou alternativamente s pessoas jurdicas, de acordo com o disposto no art. 3, so: I - multa; II - restritivas de direitos; III - prestao de servios comunidade.- As penas aplicveis s pessoas jurdicas, dessa forma, so: 1) Multa; 2) Pena Restritiva de direitos; 3) Prestao de servios comunidade. Rompe-se, assim, com a ideia que o Direito Penal apenas penas privativas de liberdade.- Arts. 22 e 23:Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurdica so: I - suspenso parcial ou total de atividades; II - interdio temporria de estabelecimento, obra ou atividade; III - proibio de contratar com o Poder Pblico, bem como dele obter subsdios, subvenes ou doaes. 1 A suspenso de atividades ser aplicada quando estas no estiverem obedecendo s disposies legais ou regulamentares, relativas proteo do meio ambiente. 2 A interdio ser aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade estiver funcionando sem a devida autorizao, ou em desacordo com a concedida, ou com violao de disposio legal ou regulamentar. 3 A proibio de contratar com o Poder Pblico e dele obter subsdios, subvenes ou doaes no poder exceder o prazo de dez anos. Art. 23. A prestao de servios comunidade pela pessoa jurdica consistir em: I - custeio de programas e de projetos ambientais; II - execuo de obras de recuperao de reas degradadas; III - manuteno de espaos pblicos; IV - contribuies a entidades ambientais ou culturais pblicas.- No h um bis in idem entre as multas administrativa e criminal. A primeira sano da infrao administrativa e a segunda decorre da infrao criminal. Os procedimentos e codificaes so diferentes. Por exemplo, realizar uma atividade sem licenciamento ambiental tanto crime como infrao administrativa. Se isso for praticado por uma pessoa jurdica pode desencadear duas penas de multa: uma administrativa e uma criminal. - Em alemo e no portugus de Portugal h duas expresses diferentes para designar multa administrativa e multa criminal. Em Portugal, multa uma sano penal; coima uma sano administrativa. - Art. 3 da lei. Art. 3 As pessoas jurdicas sero responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infrao seja cometida por deciso de seu representante legal ou contratual, ou de seu rgo colegiado, no interesse ou benefcio da sua entidade.- Deve existir uma deciso administrativa deliberada em cometer aquela infrao. Esse requisito necessrio para que haja responsabilidade CVEL + PENAL + ADMINISTRATIVA. - Deve existir uma deciso administrativa deliberada de cometer aquela infrao para que haja crime ambiental. Deciso de um colegiado ou de um indivduo, por exemplo, que promoveu o funcionamento de uma empresa sem o devido licenciamento ambiental.- A responsabilidade das pessoas jurdicas no exclui a responsabilidade das pessoas fsicas que tenham atuado como partcipes, autores ou coautoras do mesmo fato. Art. 3 (...) Pargrafo nico. A responsabilidade das pessoas jurdicas no exclui a das pessoas fsicas, autoras, co-autoras ou partcipes do mesmo fato.- Art. 24 da lei. Art. 24. A pessoa jurdica constituda ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prtica de crime definido nesta Lei ter decretada sua liquidao forada, seu patrimnio ser considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitencirio Nacional.- Prev a liquidao forada como pena imposta a algumas empresas, em alguns casos. A pessoa jurdica constituda com o fim exclusivo (ou preponderante) de cometer crimes ambientais sofrer liquidao (pena de liquidao forada). O patrimnio ser considerado instrumento do crime. Ou seja, alm das penas previstas no art. 21, o art. 24 prev a aplicao de liquidao forada se a empresa tiver sido constituda para a prtica de um crime ambiental. Um exemplo uma empresa para extrair madeira no meio da floresta Amaznia apenas para isso e mais nada. O seu patrimnio ser considerado instrumento do crime e, portanto, poder ser liquidado e perdido em favor do fundo penitencirio nacional. - Hoje j se v a aplicao efetiva de penas a pessoas jurdicas em razo de crimes ambientais, mas at hoje a professora no viu a aplicao do art. 24 (pode ser que tenha existido, mas...). Mas a pena restritiva de direito, multa e prestao de servio so aplicadas com frequncia. - A lei diz, em sua ementa, que regulamenta sanes penais e administrativas. Contudo, em seu art. 70, a lei determina:Art. 70. Considera-se infrao administrativa ambiental toda ao ou omisso que viole as regras jurdicas de uso, gozo, promoo, proteo e recuperao do meio ambiente. 1 So autoridades competentes para lavrar auto de infrao ambiental e instaurar processo administrativo os funcionrios de rgos ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados para as atividades de fiscalizao, bem como os agentes das Capitanias dos Portos, do Ministrio da Marinha. 2 Qualquer pessoa, constatando infrao ambiental, poder dirigir representao s autoridades relacionadas no pargrafo anterior, para efeito do exerccio do seu poder de polcia. 3 A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infrao ambiental obrigada a promover a sua apurao imediata, mediante processo administrativo prprio, sob pena de co-responsabilidade. 4 As infraes ambientais so apuradas em processo administrativo prprio, assegurado o direito de ampla defesa e o contraditrio, observadas as disposies desta Lei.- Com isso, no fundo, est se dispondo que ser considerado infrao administrativa ambiental tudo o que for previsto pela administrao pblica como tal. um cheque em branco. Foi regulamentado por decreto, de n 6.514/2008, que cria as infraes administrativas. - Para a professora, isso francamente inconstitucional. O argumento contrrio que o princpio da legalidade estaria atendido pela previso abstrata e genrica do art. 70. Mas nessa lei h 69 artigos regulamentando os crimes ambientais, e apenas em um nico artigo afirma-se que ser infrao administrativa o que a administrao definir. O decreto n 6.514/208 apenas surge dez anos aps a lei (lembrando que a lei surge dez anos aps a constituio: espasmos de dez anos). 4 - A Floresta Amaznica brasileira, a Mata Atlntica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira so patrimnio nacional, e sua utilizao far-se-, na forma da lei, dentro de condies que assegurem a preservao do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.- PEC 115/1995: pretende incluir nesse 4 do art. 225 o cerrado e a caatinga, que so biomas extremamente importantes. A caatinga o nico bioma exclusivamente brasileiro, que vem sofrendo problemas considerveis de desmatamento, afinal o nordeste ainda tem uma matriz energtica muito ligada queima de lenha; alm disso, os problemas de longas estiagens e agricultura sem planejamento, que vem conduzindo a caatinga a um processo de desertificao. Espcies da Caatinga vm se extinguindo, o que conduz superpoluo de algumas espcies e ao desaparecimento de outras tanta.- Esse pargrafo poderia ser visto de forma exemplificativa, ao invs de restritiva? A professora acredita que no, nem a doutrina. Vamos imaginar que fosse exemplificativo. O que mais estaria protegido pelo 4? Caso fosse exemplificativo, entrariam os pampas (bioma), serra do mar (no bioma, o 4 no se restringe aos biomas expressamente), e o que mais? Todas as reas de preservao permanente? O dispositivo no teria fim. E pela prpria redao (conectivo e) o dispositivo parece taxativo. - A redao parece taxativa mesmo. A luta para que ela inclua a caatinga e o cerrado. - Se vocs pararem para ver a tramitao da PEC no site do congresso, vo observar que ela j est madura para ser votada h algum tempo. H vrios anos que ela entra e sai de pauta repetidamente. - No significa que inserir a caatinga e o cerrado nesse dispositivo ir ser uma redeno desses dois biomas. Mas a aprovao dessa PEC abriria espao para uma legislao especfica para a proteo desses dois biomas e um enrijecimento da fiscalizao. O fato que a caatinga vem sendo desprestigiada h algum tempo, vista como bioma de segunda classe. No h uma fiscalizao efetiva das reas de Caatinga. E h at estudos afirmando que o Cariri paraibano j est desertificado em aproximadamente 75%, lembrando que desertificao o empobrecimento definitivo do solo, de modo que nele no nascer mais nada. *Edis Milar: a definio dessas macrorregies como patrimnio nacional no implica defini-los como bens da Unio, mas sim de uma riqueza do Pas, que temos obrigao de preservar para as futuras geraes. No integram o patrimnio disponvel do Estado. A definio dessas macrorregies como patrimnio nacional permite a sua regulao como um todo unitrio e no de forma fragmentria. - Voltando brevemente ao 3. No final do 3 h a expresso independentemente da obrigao de reparar os danos causados. Alm das infraes administrativa e penal, deve-se reparar os danos. A pena e a sano administrativa s se consideram cumpridas se houver reparao do dano. Pagar a multa ou prestar os servios comunitrios no suficiente, se no houver reparao dos danos. Da mesma forma ocorre com a sano civil. - Comentrio dos alunos: nos demais crimes, decorre da sentena condenatria a obrigao de reparar os danos. - No caso dos crimes ambientais, a obrigao de reparar os danos faz parte das sanes administrativas e penais. Elas s se consideram cumpridas se houver reparao do dano. - E se os danos forem irreparveis? Se no for possvel uma recuperao, deve haver uma compensao, mas a compensao ambiental tem de ser ambiental! Caso seja impossvel recuperar a rea lesada, deve-se preservar uma outra rea, recuperar uma outra rea, manter uma escola que d aulas de preservao ambiental... Se se causou um problema ambiental, o ideal que se recupere, mas se no for possvel, deve-se ter uma compensao, mas a compensao deve ser ambiental! O que aconteceu em Joo Pessoa que um shopping que foi construdo sobre um mangue compensou seu dano duplicando e iluminando a via que d acesso ao shopping no de fato uma compensao ambiental. 5 - So indisponveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por aes discriminatrias, necessrias proteo dos ecossistemas naturais. reas necessrias proteo dos ecossistemas naturais: - A constituio est repassando ao estado o dever de no dispor dessas reas, exceto para proteger os ecossistemas.*Edis Milar: a indisponibilidade para tanto terras arrecadadas em aes discriminatrias quanto terras no arrecadadas em aes discriminatrias. 6 - As usinas que operem com reator nuclear devero ter sua localizao definida em lei federal, sem o que no podero ser instaladas.- Voltemos aos arts. 21 e 22 da constituio. - Art. 21, inciso XXIII. Art. 21. Compete Unio:(...)XXIII - explorar os servios e instalaes nucleares de qualquer natureza e exercer monoplio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrializao e o comrcio de minrios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princpios e condies:a) toda atividade nuclear em territrio nacional somente ser admitida para fins pacficos e mediante aprovao do Congresso Nacional;b) sob regime de permisso, so autorizadas a comercializao e a utilizao de radioistopos para a pesquisa e usos mdicos, agrcolas e industriais; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 49, de 2006)c) sob regime de permisso, so autorizadas a produo, comercializao e utilizao de radioistopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 49, de 2006)d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existncia de culpa; (Includa pela Emenda Constitucional n 49, de 2006)- S quem pode lidar (autorizao) com energia nuclear a Unio, mesmo para pesquisas. - Alnea a: A energia nuclear apenas pode ser usada para fins pacficos: gerao de energia e tratamento de sade! - Alnea b: regime de permisso. - Alnea c: regime de permisso.- Alnea d: responsabilidade civil independente de culpa. O mesmo ocorre com os danos ambientais em geral (responsabilidade objetiva), nos termos do art. 14 da Lei 6.938/81:Art 14 - Sem prejuzo das penalidades definidas pela legislao federal, estadual e municipal, o no cumprimento das medidas necessrias preservao ou correo dos inconvenientes e danos causados pela degradao da qualidade ambiental sujeitar os transgressores: I - multa simples ou diria, nos valores correspondentes, no mnimo, a 10 (dez) e, no mximo, a 1.000 (mil) Obrigaes Reajustveis do Tesouro Nacional - ORTNs, agravada em casos de reincidncia especfica, conforme dispuser o regulamento, vedada a sua cobrana pela Unio se j tiver sido aplicada pelo Estado, Distrito Federal, Territrios ou pelos Municpios. II - perda ou restrio de incentivos e benefcios fiscais concedidos pelo Poder Pblico; III - perda ou suspenso de participao em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crdito; IV - suspenso de sua atividade. 1 - Sem obstar a aplicao das penalidades previstas neste artigo, o poluidor obrigado, independentemente da existncia de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministrio Pblico da Unio e dos Estados ter legitimidade para propor ao de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.(...)- A diferena que a responsabilidade objetiva decorrente de danos ambientais fixada em lei, enquanto aquela decorrente de danos nucleares decorre da prpria constituio. - Lei 6.453/87: Responsabilidade civil por danos nucleares. - Lei 10.308/11: dispe sobre a localizao de usinas nucleares.- A localizao de usina nuclear depende de lei federal. *Edis Milar: lei em sentido estrito! H uma divergncia na doutrina se a lei precisa ser especfica, determinando a localizao daquela usina nuclear em especfico, ou se basta uma lei geral, determinando quais critrios devem orientar a escolha pela localizao de usinas nucleares. - NIMBY not in my backyard. A localizao das usinas nucleares, por lei federal, acaba decorrendo da regra quem tem menos parlamentares que segure. Todos querem produo de energia, mas quando se trata de energia nuclear ningum quer perto da sua regio. - A usina nuclear quase no desmata, ento seu impacto ambiental imediato infinitamente inferior ao de uma usina hidreltrica, da mesma forma que uma termeltrica. O problema se der problema.... Enquanto est funcionando perfeitamente bem, a usina nuclear uma maravilha. Mas quando ocorrem os danos, se der problema (a regra que os problemas no ocorram), os danos so catastrficos. Enquanto as usinas hidreltricas tm danos prvios, as usinas nucleares causam problemas posteriores (se houver problema). - H registro de dois acidentes histricos envolvendo usinas nucleares: Chernobyl (1986) e Fukushima, recentemente, no Japo. Esse ltimo decorreu de um terremoto. A usina foi projetada para suportar um abalo at o nvel 7 na escala (valor calculado acima das mdias histricas da regio), mas ocorreu um abalo acima do nvel 9 (shit happens). J com Chernobyl, a catstrofe no decorreu de um evento natural. - Observe que a constituinte de 1988 se deu na ressaca de Chernobyl e da guerra fria tambm da essas previses sobre energia nuclear. 11/06/2013 (Dcima segunda aula)- Todo empreendimento capaz de causar degradao ambiental, desde uma atividade simples como a de ensino, j que ns precisamos de energia eltrica, nos locomover, etc. O limite so as atividades extremamente poluentes, como o cortume, a cimenteira, etc.- O que muda a tolerncia que a sociedade, e consequentemente a legislao, tem a essas prticas. Por muito tempo no houve preocupao com a degradao ambiental: o lema era desenvolver, desenvolver, desenvolver....- Apenas na conferncia de Estocolmo, na dcada de 70, que comeou a se cogitar os perigos dos agrotxicos.- Dcada de 70: o milagre brasileiro. Tragam suas empresas para o Brasil!. Isso foi feito a custa de muito endividamento, mas tambm de muitos prejuzos ambientais. - O fato que a partir de 1981 em especial, a partir da lei de n 6.938/81, a chamada lei da Poltica Nacional do Meio Ambiente as pessoas comearam a despertar para as questes ambientais.- Ento o direito ambiental muito novo e tambm muito incipiente. Tudo ainda est por ser feito. - Poucos pases no mundo possuem cdigos ambientais. No Brasil, h um cdigo de minas, um cdigo de guas, um cdigo florestal, vrias leis esparsas e vrios decretos. Mas no h um cdigo ambiental organizado (colcha de retalhos). LICENCIAMENTO AMBIENTAL:- Aqui, precisaremos de algumas noes de direito administrativo. A principal delas a noo de procedimento administrativo, que, para Celso Antnio, um conjunto de atos administrativos com um determinado objetivo. - No caso do Processo de Licenciamento Ambiental, um conjunto organizado de atos com o objetivo de obter uma licena ambiental. - Edis Milar: h uma discusso se as licenas ambientais seriam de fato licenas na concepo do direito administrativo (ato administrativo vinculado e definitivo) ou se seriam simples autorizaes (ato administrativo precrio e discricionrio), j que h discricionariedade tcnica quando da concesso da licena e muitas vezes, por conta da indeterminao das normas ambientais discricionariedade na interpretao da norma, alm de no ser o EIA vinculante, at porque nele so dispostas vrias solues, por vrias perspectivas. Para Edis uma Licena, j que, apesar de possuir um prazo, estvel durante seu prazo de durao. O fato que a licena ambiental diferente de uma licena administrativa.- Lembrando que os empreendimentos que precisam de um estudo prvio de impacto ambiental, nos termos da constituio, so apenas aquelas potencialmente causadoras de significativo impacto ambiental. um universo relativamente pequeno; deve-se considerar que como potencialmente um termo impreciso, sua definio acaba ficando na discricionariedade do administrador. - Contudo, no art. 2 da Resoluo 237/97 do CONAMA, existe um universo um pouco maior de atividades consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras que so sujeitos ao licenciamento ambiental. Note a diferena da terminologia. No necessariamente significativamente. Artigo 2 - Depender de elaborao de estudo de impacto ambiental e respectivo relatrio de impacto ambiental - RIMA, a serem submetidos aprovao do rgo estadual competente, e do IBAMA e1n carter supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como: (...) - Essas duas categorias so organizadas como dois crculos concntricos: tanto as atividades do art. 2 da resoluo do CONAMA quanto aquelas atividades abarcadas pelo art. 225, 3, IV da CF precisam de um processo de licenciamento ambiental. S que existe um universo menor que exige o EIA-RIMA, que so os casos da constituio, mas o EIA-RIMA pedido no processo de licenciamento ambiental. Nos licenciamentos em que no h EIA-RIMA, so devidos estudos ambientais simplificados. Obs.: no veremos a questo da diviso de competncias para questes ambientais como um todo; veremos a competncia de cada ponto que iremos estudar. A lei complementar 140 pouco sistemtica. - O primeiro critrio para situar a categoria como requerendo um EIA-RIMA ou um estudo simplificado simples a atividade, no necessariamente seu porte. Mas o porte pode influenciar. Tambm pode influenciar a rea em que a empresa ir se localizar, se for uma rea sensvel ou muito degradada, por exemplo. Por isso a discricionariedade do administrador to grande. - Art. 2 da resoluo CONAMA de n 237. O anexo 1 desse decreto, com os empreendimentos sujeito ao licenciamento ambiental, uma lista exemplificativa. Quem est listado efetivamente precisa se licenciar, mas quem no est na lista no est necessariamente isento. Da mesma forma, a Resoluo CONAMA 001/86: determina empreendimentos sujeitos ao EIA-RIMA, tambm exemplificativo.- art. 24, VII da CF.Art. 24. Compete Unio, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico; - Matria Ambiental de competncia legislativa concorrente. Os estados e municpios podem tranquilamente ampliar as relaes do CONAMA, portanto. Com isso, os rgos estaduais e municipais podem privilegiar as peculiaridades regionais. - Art. 23 da CF: competncia comum de Preservar o meio ambiente. Art. 23. competncia comum da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios:VI - proteger o meio ambiente e combater a poluio em qualquer de suas formas;VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;- Alm disso, as listas de empreendimentos podem ser ampliadas e modificadas pelo administrador. Discricionariedade. Art. 2 2 da resoluo CONAMA 237/1997:Art. 2 2 Caber ao rgo ambiental competente definir os critrios de exigibilidade, o detalhamento e a complementao do Anexo 1, levando em considerao as especificidades, os riscos ambientais, o porte e outras caractersticas do empreendimento ou atividade. - O empreendedor s estar livre para funcionar com o licenciamento ambiental.- Lembrando que a licena ambiental no exclui outras licenas devidas: aos bombeiros, ao municpio, etc.. A licena ambiental apenas diz que pode funcionar a empresa do ponto de vista ambiental. - Norma de 2010: deu dois anos, a princpio, para que os municpios se organizassem para no haverem mais lixes, para que todos os que existam sejam desativados. At 2012 recebia-se verba para isso. Pode-se cumprir a norma at 2014, mas sem incentivo. Criar aterros. - Na verdade, no uma nica licena ambiental, so trs: LP (LICENA PRVIA), LI (LICENA DE INSTALAO) E LO (LICENA DE OPERAO).- LICENA PRVIA: aprova o projeto e a localizao. Se o rgo no considerar o empreendimento interessante, pode negar a localizao ou pedir para que se ajustem os projetos.- Quando o rgo ambiental emite a LP, ele est dizendo que concorda com o projeto e na com a alimentao. - LI: licena de instalao.- LO: Licena para funcionar. - O judicirio pode entrar no mrito administrativo, mas apenas em favor de uma garantia ambiental, a saber, o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. - Existe uma discusso sobre a corresponsabilidade do rgo ambiental que autoriza um empreendimento que, posteriormente, tornou-se poluente. o rgo ambiental co-responsvel? A discusso no pacfica. - Paulo Affonso + Edis Milar: Pode haver a necessidade de intervir mais de um rgo licenciador; inconstitucional a tentativa de o legislador restringir a licena a um nico rgo. O STJ reconhece como constitucional o mltiplo licenciamento17/06/2013 (13 e 14 aulas)(faltei copiei de Mari/Fbio no passou ata)- Art. 2, 2, Resoluo CONAMA 237: faz referncia ao anexo I, que lista as atividades que exigem licenciamento ambiental. - Relao do anexo I meramente exemplificativa, podendo ser ampliada pelos rgos municipais, estaduais e federais ou por critrio discricionrio da administrao ambiental. - Nesse processo administrativo, podem ser exigidos estudos ambientais ou, de modo ainda mais restrito, o Estudo Prvio de Impacto Ambiental. - A relao de empreendimentos sujeitos ao EIA, resoluo 001/1986 do CONAMA, tambm exemplificativa, em face da CF, pois, se o rgo entender que o empreendimento potencialmente causador de significativo impacto ambiental, poder exigi-lo. - H 3 tipos de licena ambiental, que esto previstas na resoluo do CONAMA Licena Prvia, Licena de instalao e Licena de Operao.Ex: fbrica de mveis est na listagem do anexo I da resoluo 237/97, logo haver necessidade de licenciamento ambiental. - Licena prvia: Aprova sua localizao e concepo, afere os requisitos bsicos, que vo ser aprofundados nas prximas fases. Necessria para CONSTRUIR ou ADAPTAR. - Licena de Instalao: (...)- Licena de operao: aps verificadas como cumpridas as condies das licenas ambientais anteriores, ser necessria essa nova licena, j que a atividade gera resduos (de restos de madeira e serragem poluio sonora). A LO autoriza, mas limita a atividade. - Art. 8 da resoluo 237 do CONAMA:Art. 8 - O Poder Pblico, no exerccio de sua competncia de controle, expedir as seguintes licenas:I - Licena Prvia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localizao e concepo, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos bsicos e condicionantes a serem atendidos nas prximas fases de sua implementao;II - Licena de Instalao (LI) - autoriza a instalao do empreendimento ou atividade de acordo com as especificaes constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante;III - Licena de Operao (LO) - autoriza a operao da atividade ou empreendimento, aps a verificao do efetivo cumprimento do que consta das licenas anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operao.- A ampliao do empreendimento tambm se sujeita ao licenciamento ambiental, assim como a modificao. Ou seja, a licena prvia aplica-se quando se vai CONSTRUIR e tambm ADAPTAR. - O rgo ambiental pode, inclusive, apenas renovar a licena se for atendida nova condio.- Alguns rgos entendem no ser necessrio L.P. e L.I. e L.O. Bastando uma nica para a prtica dessas modificaes, alteraes. (????)- Na prpria licena ambiental (qual??), o rgo poder estabelecer condicionantes de acordo com os problemas ocasionados por aquele tipo de atividade. Ex: exigir estao de tratamento dos resduos, por meio de empresa para fazer isso ou propriamente a pessoa. Muito embora a responsabilizao seja sua, tambm; monitore a qualidade do ar, a poluio sonora; apresentao peridica de percia da qualidade das mquinas, pois ao longo do tempo geraro gastos maiores de energia. Geralmente, o rgo ambiental j tem um formulrio de exigncias. Obs: direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado x livre iniciativa as exigncias no podem inviabilizar a atividade e as mudanas nas exigncias se do no momento da renovao, no no meio da vigncia da licena.*Esse o posicionamento de Edis Milar. - O rgo ambiental vai expor aquilo que obrigao do dono cumprir, a licena ambiental no um cheque em branco.- As licenas ambientais possuem prazos de validade previamente estabelecidos.- A LICENA PRVIA ter prazo de validade estabelecido pelo rgo, com base no cronograma estabelecido no projeto. O prazo ser no mnimo aquele estabelecido no projeto e no mximo de 5 anos.- A LICENA DE INSTALAO ter prazo mnimo do cronograma e no mximo de 6 anos.- A LICENA DE OPERAO ter prazo mnimo de 4 e mximo de 10 anos. Pois impossvel estabelecer prazo de funcionamento daquela atividade.- Determinaes de prazo esto no artigo 18 da resoluo 237/97.Art. 18 - O rgo ambiental competente estabelecer os prazos de validade de cada tipo de licena, especificando-os no respectivo documento, levando em considerao os seguintes aspectos:I - O prazo de validade da Licena Prvia (LP) dever ser, no mnimo, o estabelecido pelo cronograma de elaborao dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade, no podendo ser superior a 5 (cinco) anos.II - O prazo de validade da Licena de Instalao (LI) dever ser, no mnimo, o estabelecido pelo cronograma de instalao do empreendimento ou atividade, no podendo ser superior a 6 (seis) anos.III - O prazo de validade da Licena de Operao (LO) dever considerar os planos de controle ambiental e ser de, no mnimo, 4 (quatro) anos e, no mximo, 10 (dez) anos. 1 - A Licena Prvia (LP) e a Licena de Instalao (LI) podero ter os prazos de validade prorrogados, desde que no ultrapassem os prazos mximos estabelecidos nos incisos I e II. 2 - O rgo ambiental competente poder estabelecer prazos de validade especficos para a Licena de Operao (LO) de empreendimentos ou atividades que, por sua natureza e peculiaridades, estejam sujeitos a encerramento ou modificao em prazos inferiores. 3 - Na renovao da Licena de Operao (LO) de uma atividade ou empreendimento, o rgo ambiental competente poder, mediante deciso motivada, aumentar ou diminuir o seu prazo de validade, aps avaliao do desempenho ambiental da atividade ou empreendimento no perodo de vigncia anterior, respeitados os limites estabelecidos no inciso III. 4 - A renovao da Licena de Operao(LO) de uma atividade ou empreendimento dever ser requerida com antecedncia mnima de 120 (cento e vinte) dias da expirao de seu prazo de validade, fixado na respectiva licena, ficando este automaticamente prorrogado at a manifestao definitiva do rgo ambiental competente.- Artigo 18, 4 Necessidade de protocolar o pedido de renovao 120 dias antes do trmino da validade de sua L.O. Ficando esse automaticamente renovado at a manifestao final do rgo competente. Enquanto isso, continuar o exerccio de sua atividade legalmente, afinal o rgo ambiental demora muito. Na renovao, a administrao poder exigir algumas coisas. - Artigo 19 da resoluo 237 do CONAMA:Art. 19 O rgo ambiental competente, mediante deciso motivada, poder modificar os condicionantes e as medidas de controle e adequao, suspender ou cancelar uma licena expedida, quando ocorrer:I - Violao ou inadequao de quaisquer condicionantes ou normas legais.II - Omisso ou falsa descrio de informaes relevantes que subsidiaram a expedio da licena.III - supervenincia de graves riscos ambientais e de sade.- Esse art. 19 estabelece uma discricionariedade de suspender ou cancelar a licena critrios muito abertos; diferente, por exemplo, das penalidades aplicadas ao servidor com base na lei 8.112. - Quem disse o rgo ambiental, de modo aberto Refm da discricionariedade concedida ao rgo ambiental. - Alm disso, tudo isso com base em resoluo, que ato administrativo, o que para a professora inconstitucional, eis que h sano sem lei propriamente dita. Afinal, onde est o princpio da legalidade? Diz o judicirio que a legalidade foi respeitada, pois a 6.938/81 passou um cheque em branco para a administrao. O que vai ser aplicado nas situaes do artigo 19 no est previsto. Isso favorece a corrupo. Na mo do CONAMA fazer as regras e na mo do rgo ambiental escolher o que fazer na situao.- A doutrina e a jurisprudncia tm entendido que, quando h degradao ambiental, seria o caso de cassar a licena. Ex: acidente causador de degradao ambiental seria hiptese de necessria cassao de licena ambiental.- Pedir a primeira licena e j comear a funcionar sem ter obtido, crime ambiental.- O artigo 19 no fala em fechar, dando uma margem de discricionariedade. Mas, a medida tem que ser proporcional, na exata medida da necessidade. Precisa. - Problemtica da falta de lei. Em direito ambiental, muito necessrio. Prof. defende Cdigo Ambiental, reduzindo a margem de discricionariedade. - O prazo que est previsto na resoluo: de 06 meses para responder ao pedido de licena, do momento do protocolo ou de 12 meses no caso de se exigir EIA-RIMA ou audincia pblica.- Se se protocola o pedido e o rgo no atende no prazo estabelecido, o DNPM (departamento Nacional de Produo Mineral) comea a autorizar a atividade, o que gera risco. Ele supre o retardo do rgo ambiental. Foi uma forma que o DNPM encontrou para suprir a inrcia do rgo ambiental se a licena no for expedida nos seis meses necessrios, o empresrio pode comear a explorar. COMPETNCIAS PARA LICENCIAR:

- Em 2011, LC 140 tinha a inteno de organizar as atividades ambientais no quesito competncia, mas ela complicada. O artigo 7, por exemplo, tem 25 incisos. Mais, a LC apareceu em dezembro de 2011 e a resoluo 237 do CONAMA j trazia algumas regras de competncia para licenciamento ambiental.- Regra Geral: leva em conta a rea de influncia do empreendimento, o que no tem nada com a rea construda ou localizao. O critrio o da influncia do empreendimento, at onde ele pode impactar. - Artigo 6, resoluo CONAMA 237:Art. 6 - Compete ao rgo ambiental municipal, ouvidos os rgos competentes da Unio, dos Estados e do Distrito Federal, quando couber, o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convnio.- rgo municipal, para impacto local, onde houver. Digamos, uma fbrica de mveis localizada integralmente em um municpio, mas no limite com outro municpio. No adequado, pois, que um rgo municipal fique responsvel, se o impacto atingir tambm outro. O rgo municipal ter competncia se os impactos forem exclusivamente locais. Obs: no a mera localizao, no entanto, que vai dizer isso. No havendo rgo municipal, parte direto para o estadual. A maioria dos municpios no tem rgo ambiental com capacidade para licenciar empreendimentos de porte considervel. Ex: posto de gasolina obrigado a licenciar d s pelo municpio? Mas e os vazamentos, resduos? Atinge cursos dgua, etc. - O municpio pode aumentar sua lista, mas so atividades corriqueiras, farmcias, pet shop, clnicas de depilao. A grande maioria vai para o Estado ou Unio (IBAMA).- No critrio do impacto, deve pecar pelo excesso, escapando a competncia do rgo municipal, sempre que seja algo que possa gerar algum tipo de risco. - A regra geral similar para empreendimentos localizados em reas que afetem dois ou mais municpios, dois ou mais Estados. No pode invadir a autonomia de outro.- Se os impactos de um empreendimento se fizerem sentir em outro Municpio, no se pode invadir a autonomia dele: a competncia ser do estado, sem que um ou outro municpio seja responsvel. - Da mesma forma, se o empreendimento atingir mais de um estado: a competncia ser federal. 18/06/2013 (15 aula)- Ontem falamos sobre a competncia para o licenciamento ambiental. - Municpio: competente para licenciar empreendimentos cujos impactos no ultrapassem as suas fronteiras. - Estado: competente para licenciar empreendimentos cujos impactos ultrapassem as fronteiras de um municpio;- Unio: competente para licenciar empreendimentos cujos impactos ultrapassem as fronteiras de um ou mais estados. -art. 4, Resoluo CONAMA 237/97:Art. 4 - Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis - IBAMA, rgo executor do SISNAMA, o licenciamento ambiental, a que se refere o artigo 10 da Lei n 6.938, de 31 de agosto de 1981, de empreendimentos e atividades com significativo impacto ambiental de mbito nacional ou regional, a saber:I - localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em pas limtrofe; no mar territorial; na plataforma continental; na zona econmica exclusiva; em terras indgenas ou em unidades de conservao do domnio da Unio.II - localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados;III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do Pas ou de um ou mais Estados;IV - destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estgio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicaes, mediante parecer da Comisso Nacional de Energia Nuclear - CNEN;V- bases ou empreendimentos militares, quando couber, observada a legislao especfica. 1 - O IBAMA far o licenciamento de que trata este artigo aps considerar o exame tcnico procedido pelos rgos ambientais dos Estados e Municpios em que se localizar a atividade ou empreendimento, bem como, quando couber, o parecer dos demais rgos competentes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, envolvidos no procedimento de licenciamento. 2 - O IBAMA, ressalvada sua competncia supletiva, poder delegar aos Estados o licenciamento de atividade com significativo impacto ambiental de mbito regional, uniformizando, quando possvel, as exigncias.- Inciso I- Discusso de a competncia para licenciar o aumento do calado do porto do Rio de Janeiro competncia federal ou estadual.- A discusso se o porto mar territorial ou se territrio mesmo. De acordo com a segunda concepo, a competncia seria estadual. -Da Baixa dgua (quando a mar t rasa) at X milhas territrio da Unio. - A estrutura do porto armazns, escritrios, etc. de fato em territrio do rio de janeiro. Mas, aparentemente, a deciso entendeu que o calado pertence plataforma continental, portanto, Unio. - Se o empreendimento se situar no Brasil e em territrio estrangeiro => da mesma forma, a competncia da unio (IBAMA). Exemplo: Foz do Iguau.- Tambm so competncia da Unio: zona econmica exclusiva, territrio indgena, etc. - Por outro lado, a regra geral das Unidades de conservao que a competncia se orienta por quem instituiu a unidade. - H uma exceo: Para entender necessrio entender que as Unidades de Conservao dividem-se em dois grandes grupos: a) as Unidades de Conservao de uso sustentvel (podem ser manipuladas, mas dentro de limites. Proteo relativizada);b) as Unidades de Conservao de proteo integral (so intocveis). - Dentre as unidades de conservao de uso sustentvel, existem as APAs (reas de Proteo Ambiental). Mesmo entre as UC de uso sustentvel, as APAs so as menos protegidas. Proteo mais fluida. Pode ser de domnio Pblico ou privado. Na APA pode haver residncia, comrcio, etc. - As APAs representam uma exceo nas regras de licenciamento das UCs. Em regra, se a UC for instituda pelo Municpio, a regra que a competncia para licenciar empreendimentos dentro da UC seja do municpio. O mesmo se d com o Estado e com a Unio. Contudo, as APAS como so muito grandes, como so desenvolvidas inmeras atividades dentro delas regem-se pelas regras vistas na aula anterior. Se o impacto for local, a competncia ser municipal; se o impacto se fizer sentir para alm das fronteiras do municpio, competncia estadual; se os impactos ultrapassarem as fronteiras do estado, a competncia da unio. Independente de quem instituir a APA. - Isso independe se a APA estadual, federal, municipal... A competncia para licenciar vai depender do tamanho do impacto. - Lembrando... Unidades de Conservao (Lei 9.985/2000) subdividem-se em:

1. Uso Sustentvel: APA, RESEX, ...

2. Proteo integral: Rebio, ...- Lei complementar 140, art. 7, XIV, d:Art. 7 So aes administrativas da Unio:XIV - promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades:d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservao institudas pela Unio, exceto em reas de Proteo Ambiental (APAs); - Observe o trecho exceto em reas de proteo ambiental APAs. O mesmo em relao aos artigos da competncia estadual (Art. 8, XV) e municipal (art. 9, inciso XIV, b).Art. 8 So aes administrativas dos Estados: XV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos localizados ou desenvolvidos em unidades de conservao institudas pelo Estado, exceto em reas de Proteo Ambiental (APAs); Art. 9 So aes administrativas dos Municpios:XIV - observadas as atribuies dos demais entes federativos previstas nesta Lei Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos: b) localizados em unidades de conservao institudas pelo Municpio, exceto em reas de Proteo Ambiental (APAs);- A competncia para gerir as APAs do ente instituidor; mas a competncia para o licenciamento depender da regra do impacto, ou seja, depender do impacto do empreendimento que se pretende fazer dentro da APA. So duas regras diferentes.- A Unio ou o Estado podem instituir uma APA dentro de um nico municpio, mas um municpio no pode instituir uma APA transcendendo os seus limites territoriais.- Se depois do licenciamento pelo municpio, descobriu-se que os impactos no eram apenas municipais, mas estaduais. H a possibilidade de licenciamento corretivo, mas a entidade que se achar competente no caso, o estado ter de requerer esse licenciamento corretivo. - Localizadas e desenvolvidas em dois ou mais estados;- A unidade de conservao exige que haja uma unidade gestora, um conselho, que poder ser consultivo ou deliberativo. Nas de proteo integral, todas tem conselho consultivo.- DNPM S se preocupa com a extrao mineral para fins de comrcio. Para apenas mexer na terra, dispensa de ttulo minerrio, ex: deslocando terra dentro do terreno, sem tirar, vender. - Artigo 4, resoluo CONAMA 237/67 - Ver incisos Da Unio: quando ultrapassa fronteiras de Estados, atividade relativa a minerais radioativos, bases e empreendimentos militares.- Artigo 225, 1, inciso III, CF.- Obs: RPPN (reserva particular do patrimnio nacional) instituda pelo prprio proprietrio. Ficando o gravame para sempre.- Unidade de conservao: criao por ato administrativo s pode ser excludo ou diminudo por lei. Norma constitucional.

- A ampliao tambm pode ser feita por ato administrativo, pelo menos do mesmo nvel hierrquico do ente que criou a unidade de conservao. - * Parte do Fim da Aula copiado de Fbio. 24/06/2013 => feriado25/06/13 (16 aula)- prova no dia 08/07. - Ns falamos sobre licenciamento, o processo de licenciamento e suas competncias. um assunto que pode ser muito cobrado. Competncia ambiental no um assunto propriamente difcil, mas , no mnimo, truncado. A LC140 uma medusa legislativa. - A gente tem a ideia de que quem licencia fiscaliza, mas no bem assim. A competncia para fiscalizar acaba sendo de todo mundo! de quem chegar primeiro. - frequente no Brasil a existncia vrias autuaes pelo mesmo fato, por vrios rgos (municipal, estadual e federal). O que de faz? A empresa briga para pagar o mais barato, j que o resto bis in idem. - A regra que quem competente pata licenciar competente para fiscalizar. Mas todos os demais rgos so competentes de forma subsidiria. Ento se institucionalizou a regra do quem chegar primeiro. EIA-RIMA: Estudo de Impacto Ambiental- Previsto na constituio. *Edis Milar: para o autor, o EIA-RIMA uma espcie do gnero Avaliao de Impacto Ambiental (AIA) ou, como designado na legislao, estudos ambientais. No se deve confundir os dois institutos porque nem sempre elaborar o EIA-RIMA mais vantajoso, eis que muito oneroso e demorado, deve ser reservado para empreendimentos de grande porte. - Lei 11.105/2005 lei da biossegurana: tinha a inteno de regulamentar a disposio constitucional sobre o EPIA, mas acabou no surtindo esse efeito. - Alguns autores chamam de EIA, mas outros preferem EPIA, para ressaltar o carter prvio, o fato de ele ocorrer no comecinho do processo de licenciamento ambiental. Mas o estudo de impacto ambiental e o estudo prvio de impacto ambiental so a mesma coisa. - Edis Milar: O EIA, em sntese, nada mais que um estudo das provveis modificaes nas diversas caractersticas socioeconmicas e biofsicas do meio ambiente que podem resultar de um projeto proposto. - O EIA deve ser elaborado antes do incio da execuo do projeto. Na verdade, antes mesmo dos seus atos preparatrios.- resoluo 001/86 CONAMA: disciplina a disposio constitucional.- No art. 2 dessa resoluo, h uma relao dos empreendimentos sujeitos ao estudo de impacto ambiental, mas uma relao exemplificativa: a regra geral est na constituio. - Edis Milar: Nos termos da redao do art. 2 da resoluo CONAMA 001/86, deveria ocorrer EIA-RIMA quando as atividades fossem modificadoras do meio ambiente. Por outro lado, a constituio estabelece que esse estudo devido quando as atividades forem potencialmente causadoras de significa degradao ao meio ambiente. - Se o empreendimento, a despeito de no estar previsto na resoluo 001/86, tiver potencial para causar degradao ambiental, dever haver estudo de impacto ambiental. - Mas se tiver previsto na resoluo, com certeza haver estudo! - Edis Milar entende de forma diferente: se o empreendimento estiver previsto na resoluo, no necessariamente dever haver o EIA-RIMA, mas apenas quando a administrao julgar que h potencial para significativa degradao ambiental. Para o autor, h uma presuno juris tantum de potencial de degradao ao meio ambiente, que pode ser derrubado por prova do empreendedor. Mas o entendimento majoritrio na doutrina que as hipteses previstas na resoluo 001/86 do CONAMA so regidas pelo princpio da obrigatoriedade. - Alm dessa resoluo do CONAMA, na esfera municipal e estadual podem ser previstas outras hipteses em que ser cabvel o EPIA. - Por causa da localizao ou da magnitude do empreendimento, a administrao pode exigir discricionariamente licenciamento e estudo prvio de impacto ambiental, independente de aquele empreendimento ser previsto por normas infra-constitucionais como sujeito a licenciamento e EPIA. A depender da inovao tambm. - A administrao precisa justificar a necessidade de licenciamento e de realizao de EPIA? A administrao geralmente justifica, mas a motivao geralmente vaga e padronizada (formulrio).- Realizados por uma equipe multidisciplinar, necessariamente. H um cadastro de pessoas e empresas habilitadas a realizar esses estudos. A depender do empreendimento, a equipe ser formada por uns ou outros profissionais, mas ser necessariamente uma equipe multidisciplinar. - Art. 7, 001/86 revogado pela resl. 237/97, sobre o licenciamento ambiental:Artigo 7 - O estudo de impacto ambiental ser realizado por equipe multidisciplinar habilitada, no dependente direta ou indiretamente do proponente do projeto e que ser responsvel tecnicamente pelos resultados apresentados.- Esse art. 7 previa a possibilidade de o EIA ser financiado pela Administrao. O art. 8 da resoluo 001/86 do CONAMA, que hoje prevalece, dispe que o empreendedor responsvel pelo custeio de todo o EIA, bem como do relatrio que lhe d publicidade.Artigo 8 - Correro por conta do proponente do projeto todas as despesas e custos referentes realizao do estudo de impacto ambiental, tais como: coleta e aquisio dos dados e informaes, trabalhos e inspees de campo, anlises de laboratrio, estudos tcnicos e cientficos e acompanhamento e monitoramento dos impactos, elaborao do RIMA e fornecimento de pelo menos 5 (cinco) cpias,- Mas aquela histria: quem paga manda! J se sabe de contratos de prestao de servios da equipe multidisciplinar em que o pagamento pelos servios ficou condicionado ao resultado positivo para a empresa do EIA. A Equipe Multidisciplinar vai acabar falando o que o empreendedor quer ouvir, coisa que nem sempre corresponde realidade. - Teoria do fato consumado ah, que pena, j arranquei, !. - Reflorestar uma soluo? melhor do que nada, mas um ecossistema destrudo no se recria. Um ecossistema no formado somente por rvores. Solo, geografia, clima, flora, fauna, etc.- H responsabilidade, inclusive criminal, sobre a equipe multidisciplinar. A responsabilidade tcnica dos membros da equipe milti