carmela gross

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Carmela Gross (So Paulo, 1946) atua como artista plstica desde a dcada de 1960. kjhkjnlj

ARAUCRIA, 2006, concreto armado, 5m x 0,70m de dimetro. A escultura de concreto armado, com forma cilndrica e alongada, reproduz uma seco do tronco de uma das araucrias do parque Jos Ermnio de Moraes Filho, em Curitiba, Paran.

ACASA, 2006, lmpadas fluorescentes e 23 trips metlicos, 3m x 3m x 2m.

LUZIA, 2004, lmpadas tubulares, 3 m. X 13,80 m. Luzia foi feito com lmpadas tubulares verdes, d ispostas nos painis de vidro do saguo do auditrio do Centro Universitrio SENAC.

BLEUJAUNEROUGEROUGE, 2004. Interveno arquitetnica permanente na fachada e nos arredores do edifcio da Escola Ren Binet, na cidade de Paris, Frana.

HOTEL BALSA, 2003, caixas de luz, espelhos e plataforma mvel sobre trilhos, 3m X 24m X 6m. Instalao

realizada no Gabinete de Arte Raquel Arnaud, em So Paulo, de outubro a novembro de 2003.

FRONTEIRA, FONTE, FOZ, 2001, mosaico portugus, 1.600 m2, Fronteira, fonte, foz o nome do trabalho para uma praa na cidade de Laguna, em Santa Catarina, realizado como parte do Projeto Fronteiras (2001), organizado pelo Ita Cultural.

EM VO, 1999, faixas de elstico e presilhas metlicas. 300 m2, Instalao realizada pela primeira vez na exposio Espao Aberto, na Oficin a Cultural Oswald de Andrade, em So Paulo, de dezembro de 1999 a janeiro de 2000.

Comedor de Luz, 1999-2000, Ferro e lmpada fluorescente, Medidas variveis

Facas, 1994, 1300 unidades de cermica, Fotos: EuropeanCeramicsWork Centre, Holanda, 1994. Museu de Arte Moderna de So Paulo, 1994.

Trem, 1990, 21 unidades de alumnio fundido, medidas variveis, Coleo Museu de Arte de Braslia, DF.

Sem Ttulo, 1989, Instalao na XX Bienal Internacional de So Paulo, Com quatro componentes: objeto de mica, desenho-o

Linha-Objeto, da srie Pintura-Objeto, 1988, Lato pintado, Medidas variveis, Coleo Particular

Linha-Objeto, da srie Pintura-Objeto, 1988, Lato pintado, Medidas variveis, Coleo Particular

yCachoeira, da srie Pintura Desenho, 1987, acrlico sobre tela, 1,60 x 1,60 m, Coleo Museu de Arte Contempornea da USP

Escada, 1968, Interferncia na paisagem da periferia de So Paulo, Desenho em esmalte sobre terra, 15m x 15m

Nuvens, 1967, 6 unidades componveis, madeira esmaltada, medidas variveis, Coleo Pinacoteca do Estado de So Paulo

CASCATA, 2005, concreto e ferro, 900 m2 aproximadamente. Construo na orla do rio Guaba, junto Av. Edvaldo Pereira Paiva, em Porto Alegre, feita por ocasio da 5 Bienal do Mercosul.

Buracos, 1994, Interveno no espao do antigo Matadouro Municipal de So Paulo, 18m x 18m, Exposio Arte-Cidade I

Vida e obra Carmela Gross nasceu em So Paulo, em 1946, e atua como artista visual desde a dcada de 1960. Participou das Bienais de So Paulo de 1967 e 1969 e suas obras pertencem aos acervos do MAC-USP, da Pinacoteca do Estado de So Paulo, do Museu de Arte do Paran, do Museu de Arte de Braslia, do MAM-SP, da Fundao Padre Anchieta, da Biblioteca Luis Angel Arango de Bogot, entre outras instituies. Hoje doutora em arte pela ECA USP.

Carmela tambm tem instalaes permanentes em locais pblicos nas cidades de Laguna (Santa Catarina), Paris (Frana), Porto Alegre (Rio Grande do Sul) e Curitiba (Paran). Gross, Carmela (1946)

Biografia

Maria do Carmo Gross Nitsche (So Paulo SP 1946). Artista multimdia. Freqenta o curso de artes plsticas na Fundao Armando lvares Penteado - Faap, em So Paulo, entre 1965 e 1969. Em 1967, apresenta a obra Nuvens, com imagens esquemticas, em madeira, que aludem ao universo das histrias em quadrinhos e ao desenho infantil. Desde os anos 1970, atua em linguagens diversificadas, como desenho e litografia, utilizando novos meios como carimbos, heliografia, xerox e videoarte, e desenvolvendo experincias de transposio entre mdias. A partir de 1972, leciona na Faculdade de Artes Plsticas da Escola de Comunicaes e Artes da Universidade de So Paulo - ECA/USP. O desenho a base para obras como a srie Cartes Familiares (1975) e Carimbos (1977-1978). A partir da dcada de 1980, sua obra desenvolve-se entre a pintura e o desenho, e entre a pintura e o objeto, passando a explorar tambm a arquitetura do espao expositivo. Obtm a Bolsa Vitae de Artes Plsticas, So Paulo, em 1991. Em 1994, com a proposta Buracos, para o evento ArteCidade, em So Paulo, realiza uma interveno no espao expositivo. No mesmo ano, recebe bolsa para pesquisar no EuropeanCeramicsWork Centre, em s'Hertogenbosch, na Holanda, onde elabora o conjunto de cermica intitulado Facas, posteriormente apresentado no Rio de Janeiro e em So Paulo. A partir do fim da dcada de 1990, realiza os trabalhos Comedor de Luz (1999) e O Fotgrafo (2001), utilizando lmpadas fluorescentes, fios e estruturas metlicas.

tulizado em 03/11/2005

Carmela Gross: "toda arte poltica, no h como no ser" Os vidros das grandes e belas janelas do quarto andar da Estao Pinacoteca no esto mais vedados. Agora, a cidade vista de dentro do edifcio e tanto a luz quanto a paisagem daquela regio do centro de So Paulo entram naturalmente no espao museolgico, instigando uma relao aberta e intensa com um conjunto de obras de Carmela Gross. "Parece que o museu fica ensimesmado", diz a artista se referindo a instituies. Se desde a dcada de 1960 sempre ocorreu uma relao entre as criaes de Carmela Gross com o urbano, seria inevitvel que agora, na exposio antolgica Corpo de Ideias, que ela inaugura neste sbado, 3, na Estao Pinacoteca, o mundo l de fora fosse conectado com seus trabalhos. De uma das salas da mostra, onde esto obras importantes da artista como Presunto (grande corpo amorfo de lona estofada) e A Carga - ambas de 1968 e exibidas na Bienal de So Paulo de 1969), A Negra (feita de estrutura de ferro e camadas de tecido), de 1997, v-se l embaixo, no ptio trreo nos fundos do prdio, o letreiro luminoso em vermelho Se Vende (com a mesma tipologia das famosas letras do Hollywood Hill), de 2008. Ele est na frente dos trilhos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que se conectam com o trabalho Alagados, de 2000, um caminho articulado de barras de ferro pelo espao expositivo. "Todo esse embate, esse tensionamento com a cidade, que possibilita o pblico a fazer relaes", diz Carmela. "Interessava para ns (a ela e ao curador Ivo Mesquita) criar uma espcie de narrativa urbana e esse lugar muito privilegiado."

O homem quer sempre buscar uma imediata representao e entendimento de smbolos do cotidiano. Por sua vez, Carmela combate este fato ao libertar idias prvias dos objetos para proporcionar uma abertura para o mundo diante do dilogo olho e imagem. Carmela Gross nasceu em So Paulo, em 1946. Sua formao acadmica realizada no curso de Arte da Fundao Armando lvares Penteado (1965 -1969), onde recebe influncia dos professores Flvio Imprio, Flvio Motta e Rui Othake. Comea a divulgar seus trabalhos a partir de 1966, que variam entre esculturas, pinturas, gravura, intervenes pblicas e principalmente desenhos. Ingressa no ensino universitrio como professora de Artes Plsticas da Escola de Comunicaes e Artes da Universidade de So Paulo, onde atua at hoje. Em 1981, apresenta o trabalho Projetos para a Construo de um Cu que lhe proporciona ttulo de Mestre em Artes, na Escola de Comunicaes e Artes da Universidade de So Paulo. Ao apresentar o conjunto de obras Pintura-Desenho, em 1987, a artista obtm o ttulo de Doutora em Artes tambm pela Escola de Comunicaes e Artes. Ela emerge no cenrio artstico dos anos 60, quando se torna evidente o uso de imagens a servio do consumo do objeto. Criticando tal processo, os artistas buscam inspirao potica no cotidiano atravs de mltiplas tcnicas de reproduo serigrfica, heliogrfica, xerogrfica, a partir das quais pode desconfiar da seduo publicitria. A artista quer atualizar e re-significar o olhar sobre as coisas do mundo. Ela trabalha para intervir no real e usa seu trabalho como veculo de sensibilidade, o qual apresenta rigoroso pensamento sobre os meios visuais propostos pelo teor conceitual e processual. Os desenhos so a produo mais significante do quadro artstico de Carmela. Desenhos geralmente apontam uma estrutura de obra acabada, ao contrrio, os desenhos de Carmela se apropriam de outros materiais e procedimentos, preenchendo o espao e o tempo, mediados por instrumentos de repetio e gestos mecnicos. Deste modo, a artista tende a destacar valores sensveis existentes em pequenas unidades artsticas justapostas e repetidas, como acontece com a srie Cartes-Familiares de 1975-1976 e Carimbos de 1977 -1978. A reflexo de Carmela se concentra no ver o que est distante e o que no definido. Algo que no evidente aos olhos humanos. Esse foi o fio condutor para Projeto para a construo de um cu exposto na XVI Bienal Internacional de So Paulo (1981) e da Srie Quasares (1983), cujo conjunto de obras exposto no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Por essa linha de reflexo, Carmela sugere que o nosso olhar o guia da compreenso das imagens, isto , elas somente se apresentam de tal forma devido juno do olhar interno do espectador com o espao externo. O ponto decisivo da obra de Carmela o sujeito que contempla a obra, ao invs do objeto contemplado. Com essa subverso da ordem do sentido, a surpresa diante do imprevisto se torna caracterstica marcante da obra de Carmela, que ganha destaque quando ela utiliza tcni cas de preencher vazios, inverter valores e jogar com relaes entre parte e todo.