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5/19/2018 EMGNR-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/emgnr-5619359275aad 1/52  Estatuto dos Militares da Guarda Nacional Republicana  Aprovado pelo Decreto-Lei nº 265/93, de 31 de Julho, com as alterações introduzidas  pelos Decretos-Lei nºs 298/94 de 24 de Novembro, 297/98 de 28 de Setembro, 188/99, de  2 de Junho, 504/99 de 20 de Novembro, 15/02 de 29 de Janeiro, 119/04 de 21 de Maio, 159/2005, de 20 de Setembro, 216/2006, de 30 de Outubro e 194/2008, de 6 de Outubro. Decreto-Lei nº 265/93 de 31 de Julho A aprovação, em Dezembro de 1983, do Estatuto do Militar da Guarda, e bem assim dos Estatutos do Ofi- cial, do Sargento e da Praça, incluiu a obrigatoriedade da sua revisão e o adequado ajustamento ao Estatuto dos Militares das Forças Armadas, o que veio a ser feito a coberto do Decreto-Lei nº 34-A/90, de 24 de Janeiro. Entretanto, para além daquela imposição legal, a extinção da Guarda Fiscal e a simultânea criação de uma nova unidade da Guarda Nacional Republicana à qual foram atribuídas as missões e competências daquele cor-  po militar produziram alterações de índole organizativa e de pessoal, que aconselham a uma revisão dos Estatu- tos, para os adequar às necessidades funcionais, de pessoal e desenvolvimento da Guarda Nacional Republicana. Tal situação, simultaneamente com a experiência colhida, conduz à introdução no regimento das carreiras de oficiais, sargentos e praças de algumas modificações tendentes à melhor satisfação das necessidades dos qua- dros da Guarda, flexibilizando normas de gestão do pessoal com vista a premiar méritos e a reforçar garantias. Assim:  Nos termos da alínea a) do nº 1 do artigo 201º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1.º Objectivo É aprovado o Estatuto dos Militares da Guarda Nacional Republicana, adiante designado por Estatuto, cujo texto se publica em anexo ao presente diploma e que dele faz parte integrante. Artigo 2.º Permanência na situação de reserva O militar dos quadros da Guarda Nacional Republicana, adiante designada por Guarda, que, à data da entrada em vigor do presente diploma, tenha transitado para a situação de reserva mantém-se nessa situação, indepen- dentemente de se encontrar ou não na efectividade do serviço. Artigo 3.º Direito à transição para a reserva O militar dos quadros da Guarda que, à data da entrada em vigor do presente diploma, já tenha cumprido 15 anos de serviço militar mantém a faculdade de requerer a passagem à situação de reserva. Artigo 4.º Serviço honorífico Os aspectos específicos relativos ao recrutamento e à admissão e a regulamentação dos cursos de formação e  promoção aplicáveis aos militares músicos serão objecto de diploma próprio. Artigo 5.º Assistência religiosa A prestação de serviço no âmbito da assistência religiosa será objecto de diploma próprio. Artigo 6.º Quadros A aplicação do disposto no artigo 192º do Estatuto far-se-á progressivamente, de acordo com o seguinte: a) A afectação dos oficiais aos quadros previstos no nº 1 do citado artigo é fixada por despacho anual do Ministro da Administração Interna, sob proposta do comandante-geral;

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    Estatuto dos Militares da Guarda Nacional Republicana

    Aprovado pelo Decreto-Lei n 265/93, de 31 de Julho, com as alteraes introduzidas

    pelos Decretos-Lei ns 298/94 de 24 de Novembro, 297/98 de 28 de Setembro, 188/99, de

    2 de Junho, 504/99 de 20 de Novembro, 15/02 de 29 de Janeiro, 119/04 de 21 de Maio,159/2005, de 20 de Setembro, 216/2006, de 30 de Outubro e 194/2008, de 6 de Outubro.

    Decreto-Lei n 265/93de 31 de Julho

    A aprovao, em Dezembro de 1983, do Estatuto do Militar da Guarda, e bem assim dos Estatutos do Ofi-cial, do Sargento e da Praa, incluiu a obrigatoriedade da sua reviso e o adequado ajustamento ao Estatuto dosMilitares das Foras Armadas, o que veio a ser feito a coberto do Decreto-Lei n 34-A/90, de 24 de Janeiro.

    Entretanto, para alm daquela imposio legal, a extino da Guarda Fiscal e a simultnea criao de umanova unidade da Guarda Nacional Republicana qual foram atribudas as misses e competncias daquele cor-po militar produziram alteraes de ndole organizativa e de pessoal, que aconselham a uma reviso dos Estatu-tos, para os adequar s necessidades funcionais, de pessoal e desenvolvimento da Guarda Nacional Republicana.

    Tal situao, simultaneamente com a experincia colhida, conduz introduo no regimento das carreiras deoficiais, sargentos e praas de algumas modificaes tendentes melhor satisfao das necessidades dos qua-dros da Guarda, flexibilizando normas de gesto do pessoal com vista a premiar mritos e a reforar garantias.

    Assim:Nos termos da alnea a)do n 1 do artigo 201 da Constituio, o Governo decreta o seguinte:

    Artigo 1.Objectivo

    aprovado o Estatuto dos Militares da Guarda Nacional Republicana, adiante designado por Estatuto, cujotexto se publica em anexo ao presente diploma e que dele faz parte integrante.

    Artigo 2.Permanncia na situao de reserva

    O militar dos quadros da Guarda Nacional Republicana, adiante designada por Guarda, que, data da entradaem vigor do presente diploma, tenha transitado para a situao de reserva mantm-se nessa situao, indepen-dentemente de se encontrar ou no na efectividade do servio.

    Artigo 3.Direito transio para a reserva

    O militar dos quadros da Guarda que, data da entrada em vigor do presente diploma, j tenha cumprido 15anos de servio militar mantm a faculdade de requerer a passagem situao de reserva.

    Artigo 4.Servio honorfico

    Os aspectos especficos relativos ao recrutamento e admisso e a regulamentao dos cursos de formao epromoo aplicveis aos militares msicos sero objecto de diploma prprio.

    Artigo 5.Assistncia religiosa

    A prestao de servio no mbito da assistncia religiosa ser objecto de diploma prprio.

    Artigo 6.Quadros

    A aplicao do disposto no artigo 192 do Estatuto far-se- progressivamente, de acordo com o seguinte:a)A afectao dos oficiais aos quadros previstos no n 1 do citado artigo fixada por despacho anual do

    Ministro da Administrao Interna, sob proposta do comandante-geral;

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    b)Os lugares dos quadros previstos no n 1 do referido artigo no providos nos termos da alnea anteriorpodero ser temporariamente ocupados por oficiais das Foras Armadas, requisitados nos termos doartigo 194 do Estatuto.

    Artigo 7.Limites de idade

    1 Os limites de idade de passagem situao de reserva fixados no Estatuto entram imediatamente em vi-gor, com as seguintes excepes:

    a)Oficiais ingressados no servio permanente da Guarda Nacional Republicana e da extinta Guarda Fis-

    cal at 31 de Dezembro de 1983:Coronel e tenente-coronel 62 anos;Major 60 anos;Capito 58 anos;

    b)Oficiais ingressados nos quadros da Guarda de 1 de Janeiro de 1984 a 31 de Dezembro de 1994:Coronel e tenente-coronel 60 anos;Major 58 anos;Restantes postos 57 anos.

    2 Ressalvadas as necessidades de servio, os oficiais referidos no nmero anterior no devem exercer fun-es de comando de tropas a partir das seguintes idades:

    Coronel 58 anos;Restantes postos 56 anos.

    Artigo 8.Tempos de permanncia nos postos

    Os tempos mnimos de permanncia nos postos tidos como condio especial de promoo fixados no ttuloIII do Estatuto aplicar-se-o exclusivamente aos actuais sargentos aps a promoo ao posto imediato que vier aocorrer aps a entrada em vigor do novo regime estatutrio.

    Artigo 9.Promoes de oficiais

    1 As modalidades de promoo fixadas no artigo 198 do Estatuto reportam os seus efeitos a 1 de Janeirode 1993, com as seguintes excepes:

    a)A promoo ao posto imediato dos majores promovidos at essa data ser efectuada por escolha entreos que se encontram no tero superior da escala de antiguidade e renam as condies de promoo;

    b)A promoo ao posto imediato dos tenentes ingressados e a ingressar nos quadros da Guarda de 1984 a1994, ambos inclusive, ser efectuada por antiguidade, de acordo com as vagas previstas e desde querenam as condies de promoo;

    c)Aps sete anos de permanncia no posto, os tenentes referidos na alnea anterior sero promovidos pordiuturnidade, ficando na situao de supranumerrios.

    2 As condies especiais de promoo a major para oficiais ingressados e a ingressar nos quadros da Guar-da de 1984 a 1994, ambos inclusive, so as constantes do artigo 203 do Estatuto e desde que satisfeita uma dasseguintes condies:

    a)Ter habilitaes acadmicas equivalentes, no mnimo, ao grau de bacharelato, em reas a definir pordespacho do comandante-geral;

    b)Frequentar, com aproveitamento, um curso de actualizao e aperfeioamento, em condies a fixarpor portaria do Ministro da Administrao Interna.

    * Artigo 10.Promoes de sargentos

    1 Os sargentos habilitados com o curso de promoo a sargento-ajudante ministrado nos termos previstosno artigo 40 do Estatuto do Sargento da Guarda Nacional Republicana, aprovado pelo Decreto-Lei n 465/83,de 31 de Dezembro, e no artigo 34 do Estatuto do Sargento da Guarda Fiscal, aprovado pelo Decreto-Lei n374/85, de 20 de Setembro, so dispensados, para efeitos de promoo, da frequncia do curso de promoo asargento-chefe.

    2 Os primeiros-sargentos s podem ser nomeados para o curso de promoo a sargento-ajudante, previsto

    no artigo 249 do Estatuto e consequentemente promovidos a este posto, se possurem habilitaes literriasiguais ou equivalentes ao 9 ano de escolaridade. (2)* 3 Revogado.(1).

    _______NOTAS:1.O n 3, deste art 10, foi revogado pelo art 25, do Dec. Lei 504/99, de 20 de Novembro.

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    2.O n 2, deste art 10, foi alterado pelo art 1, do Dec. Lei 119/2004, de 21 de Maio.

    Artigo 11.Promoo a sargentos

    As praas da Guarda do servio de sade que na data de publicao do presente diploma possuam o cursotcnico-profissional de nvel 4 de Enfermagem Geral e obedeam s condies gerais de promoo previstas noEstatuto so promovidas ao posto de segundo-sargento, contando a antiguidade da data do final do curso e ven-cimentos desde a data de entrada em vigor do presente diploma.

    Artigo 12.Adido ao quadro

    Os militares que, data de entrada em viga do presente diploma, se encontrem na situao de supranumer-rio no eventual nos termos do artigo 12 do Estatuto do Oficial da Guarda Nacional Republicana e do artigo 11do Estatuto do Sargento da Guarda Nacional Republicana, aprovado pelo Decreto-Lei n 465/83, de 31 deDezembro, alterado pelo Decreto-Lei n 329/91, de 5 de Setembro, passam definitivamente situao de adidoao quadro.

    Artigo 13.Cursos

    1 Aos cursos j programados ou j iniciados em 1993 aplicar-se- a legislao em vigor data da publica-

    o do presente diploma.2 At 1996, inclusive, os soldados ingressados nos quadros da Guarda antes da publicao deste diplomapodem concorrer e ser admitidos ao curso de promoo a cabo desde que no tenham mais de 38 anos de idadeem 31 de Dezembro do ano de ingresso no curso.

    3 Os soldados ingressados nos quadros da Guarda at data da publicao deste diploma podem concorrere ser admitidos ao curso de formao de sargentos nas condies previstas no Decreto-Lei n 465/83, de 31 deDezembro.

    4 Enquanto a Escola Prtica da Guarda no dispuser de meios para pr em funcionamento todos os cursos,tirocnios e estgios de formao e promoo que lhe so cometidos no Estatuto e demais legislao comple-mentar, alguns deles podem ser realizados por despacho do comandante-geral noutras unidades da Guarda.

    Artigo 14.

    Regulamento de avaliao dos militares da Guarda1 As instrues previstas no artigo 163 do Estatuto sero publicadas no prazo de um ano.2 At publicao das instrues referidas no nmero anterior, mantm-se em vigor o Regulamento de

    Apreciao de Oficiais e Sargentos, aprovado pela Portaria n 621/85, de 20 de Agosto.

    Artigo 15.Licena para estados

    O militar dos quadros da Guarda que data de entrada em vigor deste diploma se encontre na situao delicena sem vencimento para estudos mantm-se nessa situao at ao termo de durao da mesma.

    Artigo 16.

    RevogaoSo revogados o Decreto-Lei n 465/83, de 31 de Dezembro, e as Portarias ns 621/85, de 20 de Agosto, e463/86, de 23 de Agosto.

    Artigo 17.Reviso

    O Estatuto aprovado por este diploma dever ser revisto no prazo mximo de oito anos.

    Artigo 18.Entrada em vigor

    1 O presente decreto-lei entra em vigor 30 dias aps a data da sua publicao.2 Enquanto no for publicada a legislao complementar prevista mantm-se em vigor os correspondentes

    diplomas que no contrariem o disposto no Estatuto.

    Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 13 de Maio de 1993. Anbal Antnio Cavaco Silva Joa-quim Fernando Nogueira Manuel Dias Loureiro Jorge Braga de Macedo lvaro Jos Brilhante Labori-nho Lcio Joaquim Martins Ferreira do Amaral.

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    Promulgado em 1 de Julho de 1993.

    Publique-se.

    O Presidente da Repblica, MRIO SOARES.Referendado em 5 de Julho de 1993.O Primeiro-Ministro,Anbal Antnio Cavaco Silva.

    Estatuto dos Militares da Guarda Nacional Republicana

    TTULO IParte comum

    CAPTULO IDisposies gerais

    Artigo 1.mbito

    1 O presente Estatuto aplica-se aos oficiais, sargentos e praas, em qualquer situao, dos quadros daGuarda Nacional Republicana, adiante designada por Guarda.

    2 Os oficiais das Foras Armadas em servio na Guarda regem-se pelo Estatuto dos Militares das ForasArmadas e pelo presente Estatuto na parte aplicvel.

    Artigo 2.Definio

    1 Militar da Guarda aquele que, tendo ingressado nesta fora de segurana, se encontra vinculado Guarda com carcter de permanncia ou nela presta servio voluntariamente.

    2 O militar da Guarda um soldado da lei, que se obriga a manter em todas as circunstncias um bom

    comportamento cvico e a proceder com justia, lealdade, integridade, honestidade e competncia profissional,por forma a suscitar a confiana e o respeito da populao e a contribuir para o prestgio da Guarda e das insti-tuies democrticas.

    3 O militar da Guarda, no exerccio das suas funes, , nos termos da Lei Orgnica da Guarda NacionalRepublicana, agente da fora pblica e de autoridade e rgo de polcia criminal, fiscal e aduaneira quando lheno seja legalmente atribuda outra qualidade superior.

    Artigo 3.Juramento de bandeira

    O militar da Guarda admitido como mancebo presta juramento de bandeira, em cerimnia pblica, perante aBandeira Nacional, mediante a frmula prevista no Estatuto dos Militares das Foras Armadas.

    Artigo 4.Juramento de fidelidade ou compromisso de honra

    Os militares da Guarda, aps a frequncia, com aproveitamento, dos cursos de formao, prestam juramentode fidelidade ou compromisso de honra, em cerimnia pblica nos termos previstos neste Estatuto.

    CAPTULO IIDeveres e direitos

    SECO IDeveres

    * Artigo 5.Regime aplicvel

    1 Ao militar da Guarda so aplicveis o Cdigo de Justia Militar (CJM), o Regulamento de DisciplinaMilitar (RDM), o Regulamento de Continncias e Honras Militares (RCHM) e o Regulamento da Medalha Mili-

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    tar (RMM), com os ajustamentos adequados s caractersticas estruturais deste corpo militar e constantes dosrespectivos diplomas legais.

    2 As referncias feitas no CJM s Foras Armadas e ao Exrcito consideram-se, para efeitos do mesmoCdigo, como abrangendo a Guarda Nacional Republicana.

    3 A competncia prevista no n 2 do artigo 49 do Regulamento da Medalha Militar e das Medalhas Come-morativas das Foras Armadas, aprovado pelo Decreto-Lei n 316/2002, de 27 de Dezembro, conferida aocomandante-geral da Guarda Nacional Republicana sempre que o agraciado no desempenho da respectiva mis-so se encontre sob comando operacional da GNR. (1)

    ______

    NOTAS:1.Este n 3, foi aditado pelo art 2 do Dec. Lei 119/2004 de 21 de Maio.

    Artigo 6.Princpios fundamentais

    1 O militar da Guarda, no exerccio das suas funes, est exclusivamente ao servio do interesse pblico,tal como definido na lei ou, com base nela, pelos rgos competentes.

    2 O militar da Guarda deve constituir exemplo de respeito pela legalidade democrtica e actuar no sentidode reforar, na comunidade, a confiana na aco desenvolvida pela instituio que serve.

    3 O militar da Guarda rege-se pelos princpios da honra, da lealdade e dedicao ao servio, devendoenfrentar com coragem os riscos inerentes s misses que lhe so confiadas.

    4 O militar da Guarda, em caso de guerra ou em estado de stio ou de emergncia, cumpre as misses que

    lhe forem cometidas pelos legtimos superiores, para defesa da Ptria, se necessrio com o sacrifcio da prpriavida.

    Artigo 7.Dever de obedincia

    1 A subordinao disciplina baseia-se no cumprimento de leis e regulamentos e no dever de obedinciaaos superiores hierrquicos, bem como no dever do exerccio responsvel de autoridade.

    2 O militar da Guarda deve obedincia s leis e regulamentos e obriga-se a cumprir com exactido e opor-tunidade as ordens e instrues dos seus legtimos superiores relativas ao servio.

    Artigo 8.

    Dever de iseno1 O militar da Guarda deve actuar com independncia e de acordo com a autoridade de que est investido,abstendo-se de retirar vantagens directas ou indirectas do exerccio das suas funes.

    2 Ao militar da Guarda, quando na efectividade do servio, vedado o exerccio, por si ou interposta pes-soa, de quaisquer actividades sujeitas fiscalizao das autoridades policiais ou relacionadas com o equipamen-to, armamento ou reparao de materiais destinados s Foras Armadas ou s foras de segurana.

    Artigo 9.Dever de disponibilidade

    1 Face especificidade da misso, o militar da Guarda encontra-se permanentemente de servio.2 O militar da Guarda deve manter permanente disponibilidade para o servio, ainda que com sacrifcio

    dos interesses pessoais, no se ausentando da rea onde presta servio, a no ser quando devidamente autoriza-

    do, ou quando, no exerccio das suas funes, deva efectuar de imediato diligncias que possam conduzir aoesclarecimento de qualquer acto de natureza criminal ou contra-ordenacional.

    3 O militar da Guarda deve comunicar o seu domiclio habitual ou eventual e, no caso de ausncia porlicena ou doena, o local onde possa ser encontrado ou contactado.

    Artigo 10.Dever de zelo

    1 O militar da Guarda deve conhecer, cumprir e fazer cumprir as disposies legais e regulamentares emvigor e desenvolver, atravs da instruo, esforo e iniciativa, as qualidades e aptides pessoais necessrias aobom desempenho do servio.

    2 O dever de zelo compreende a obrigao de acudir com rapidez e prestar auxilio em situaes de cats-

    trofe ou calamidade pblica, pondo todo o empenho no socorro dos sinistrados e na atenuao dos danos, epromovendo a informao conveniente entidade de que depende.

    Artigo 11.Dever de sigilo

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    O militar da Guarda deve cumprir rigorosamente as normas de segurana e manter o sigilo quanto aos factose matrias de que tome conhecimento em virtude do exerccio das suas funes.

    Artigo 12.Poder de autoridade

    1 O militar da Guarda que desempenhe funes de comando, direco ou chefia exerce o poder de autori-dade inerente a essas funes, bem como a correspondente competncia disciplinar.

    2 O exerccio dos poderes de autoridade implica a responsabilidade dos actos que por si ou por sua ordemforem praticados.

    Artigo 13.Uso de meios adequados

    1 O militar da Guarda defende e respeita, em todas as circunstncias, a vida e a integridade fsica e moral, adignidade das pessoas e utiliza a persuaso como mtodo de actuao, s fazendo uso da fora em casos deabsoluta necessidade.

    2 O militar da Guarda deve usar os meios que a prudncia e as circunstncias lhe ditarem para, como agen-te da fora pblica, manter ou restabelecer a ordem.

    3 O militar da Guarda deve utilizar a fora s nos casos expressamente previstos na lei, utilizando as armasunicamente para:

    a)Repelir uma agresso iminente ou em execuo, em defesa prpria ou de terceiros;

    b)Vencer a resistncia violenta execuo de um servio no exerccio das suas funes e manter a auto-ridade depois de ter feito aos resistentes intimao inequvoca de obedincia, e aps esgotados todosos outros meios possveis para o conseguir.

    Artigo 14.Outros deveres

    Constituem, ainda, deveres do militar da Guarda:a)Usar uniforme, excepto nos casos em que a lei o prive ou seja expressamente determinado ou autoriza-

    do o contrrio;b)Auxiliar qualquer diligncia em matria fiscal e tomar a iniciativa na represso de qualquer fraude de

    que tenha conhecimento;c)Providenciar no sentido de reprimir qualquer tentativa ou cometimento de crime ou contra-ordenao

    s leis e aos regulamentos fiscais de que tome conhecimento;d)Prestar ao pessoal tcnico-aduaneiro, organismos policiais e outros rgos da Administrao Pblica,

    indicados expressamente por lei, a cooperao solicitada ou requerida nos termos da lei;e)Comportar-se de acordo com a dignidade da sua funo e posto mesmo fora dos actos de servio;

    f)Observar, quando destacado no estrangeiro, as regras de comportamento que regem as foras militaresou de segurana dos respectivos pases;

    g)Abster-se de exercer actividades incompatveis com o seu grau hierrquico ou decoro militar ou que ocoloquem em situao de dependncia susceptvel de afectar a sua respeitabilidade pessoal e dignidadefuncional perante a Guarda ou a sociedade;

    h)Privar-se, sem ter obtido prvia autorizao, de exercer quaisquer actividades de natureza comercial ouindustrial e quaisquer outras de natureza lucrativa, relacionadas com o exerccio das suas funes ouincompatveis com estas, enquanto na efectividade de servio;

    i)Recusar a nomeao para qualquer cargo, comisso, funo ou emprego, pblico ou privado, sem pr-via autorizao da entidade competente, enquanto na efectividade de servio;

    j)Comunicar a nomeao para qualquer cargo, comisso, funo ou emprego pblico, quando fora daefectividade de servio;

    l)Comunicar a constituio do seu agregado familiar;m)Comunicar todas as alteraes sua evoluo tcnica e cultural, relativamente a habilitaes literrias

    que obtenha ou cursos tcnicos e superiores que complete;n)Comprovar a sua identidade e situao sempre que solicitada;o)Comunicar com os imediatos superiores quando detido por autoridade competente estranha Guarda;

    p)Zelar pelos interesses dos seus subordinados e dar conhecimento atravs da via hierrquica dos pro-blemas de que tenha conhecimento e queles digam respeito.

    SECO IIDireitos

    Artigo 15Direitos, liberdades e garantias

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    O militar da Guarda goza de todos os direitos, liberdades e garantias reconhecidos aos demais cidados, es-tando o exerccio de alguns desses direitos e liberdades sujeitos s restries constitucionalmente previstas como mbito pessoal e material que consta da Lei de Defesa Nacional e das Foras Armadas (LDNFA).

    Artigo 16.Honras militares

    O militar da Guarda tem, nos termos da lei, direito ao uso de uniforme, ttulos, honras, precedncias, imuni-dades e isenes adequados sua condio militar.

    * Artigo 17.Remunerao

    1 O militar da Guarda na efectividade de servio tem, nos termos fixados em legislao prpria, direito aauferir remunerao e suplementos, de acordo com sua condio militar e carcter profissional, posto, tempo deservio, cargo que exera, qualificaes adquiridas e respectivas interdies, restries e condicionalmente, bemcomo com a penosidade e riscos inerentes sua actividade especfica.

    2 Sem prejuzo do disposto no nmero anterior, o militar da Guarda na situao de reserva tem direito a:a)Auferir remunerao calculada com base no posto, escalo e tempo de servio tal como definido neste

    Estatuto, acrescida dos suplementos que a lei defina como extensivos a esta situao;b)Auferir a remunerao e suplementos referidos na alnea anterior de montante igual do militar com o

    mesmo posto e escalo no activo, quando o militar tenha completado 36 anos de servio;

    c)Completar os 36 anos de servio quando transitar para a reserva ao abrigo do disposto na alnea a)don 1 do artigo 77, por razes que no lhe sejam imputveis.3 O militar que se encontre na situao de reserva ao abrigo da alnea b)do n 1 do artigo 77 mantm o

    direito remunerao apenas durante os cinco anos da reserva. (1)4 O militar da Guarda na situao de reforma, de acordo com o regime estabelecido na legislao especifi-

    camente aplicvel, beneficia do regime de penses em funo do posto, do escalo, do tempo de servio, dosdescontos efectuados para o efeito e dos suplementos que a lei defina como extensivos a esta situao.

    5 Sempre que a penso de reforma extraordinria do militar da Guarda a que se refere o artigo 86, calcula-da de acordo com o Estatuto da Aposentao, resulte inferior remunerao de reserva do correspondente postoe escalo do activo, ser-lhe- abonado, a ttulo de complemento de penso, o diferencial verificado, sendo asverbas eventualmente necessrias para fazer face quele abono anualmente inscritas no oramento do Ministrioda Administrao Interna.

    ______NOTAS:1.Alterao introduzida pelo art 1 do Dec. Lei 159/2005 de 20 de Setembro, com entrada em vigor em 1 de

    Janeiro de 2006.

    Artigo 18.Formao e progresso na carreira

    1 O militar da Guarda tem direito a ascender na carreira profissional definida neste Estatuto segundo acapacidade e competncia profissional que lhe forem reconhecidas e o tempo de servio prestado, atentos oscondicionalismos dos respectivos quadros.

    2 O militar da Guarda tem direito a receber treino e formao geral, cvica, cientfica, tcnica e profissio-nal, inicial e permanente, adequados ao pleno exerccio das funes e misses que lhe foram atribudas.

    3 O militar da Guarda tem direito a receber formao de actualizao, reciclagem e progresso, com vista sua valorizao humana e profissional e sua progresso na carreira.

    Artigo 19.Garantias de defesa

    1 O militar da Guarda tem direito a apresentar propostas, peties, participaes e queixas, sempre a ttuloindividual e atravs das vias competentes.

    2 O militar da Guarda tem direito a nomear, a expensas prprias, defensor em processo disciplinar, bemcomo em reclamao e recursos hierrquicos e contenciosos.

    3 O militar da Guarda tem direito a receber do Estado patrocnio judicirio e assistncia, que se traduz nadispensa do pagamento de preparos e custas e das demais despesas do processo, para defesa dos seus direitos edo seu bom nome e reputao, sempre que sejam afectados por motivo de servio.

    4 O militar da Guarda tem direito a ser informado das apreciaes desfavorveis emitidas a seu respeitopelos superiores hierrquicos sobre o seu desempenho profissional, sempre que aquelas se encontrem registadasou documentadas por forma a poderem relevar na avaliao do mrito.

    5 O militar da Guarda tem direito a apresentar queixas ao Provedor de Justia, de acordo com a LDNFA, enos termos que vierem a ser fixados na lei.

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    Artigo 20.Deteno e priso

    O militar da Guarda tem direito a:a)S aceitar intimao de priso atravs da autoridade competente, excepto no caso de flagrante delito e

    quando ao crime cometido corresponder pena de priso;b)Quando na efectividade do servio, s aceitar ordem de deteno ou priso fora de flagrante delito

    quando dimanada de autoridades judicirias e mediante requisio aos seus superiores hierrquicos,nos termos da lei;

    c) Comunicar com os seus superiores imediatos quando detido por autoridade competente estranha

    Guarda.

    Artigo 21.Transporte e alojamento

    1 O militar da Guarda tem, para o desempenho de determinadas funes profissionais e consoante o cargoexercido, direito a transporte e alojamento condignos.

    2 O militar da Guarda tem direito a auferir, nos termos da lei, um abono por compensao das despesas fei-tas resultantes da sua deslocao e do seu agregado familiar.

    3 O regime de utilizao dos transportes pblicos colectivos pelos militares da Guarda ser objecto de por-taria conjunta dos Ministros da Administrao Interna e das Obras Pblicas, Transportes e Comunicaes, nostermos definidos no Decreto-Lei n 106/87, de 6 de Maro.

    * Artigo 21.-AAlojamento

    1 Na Guarda tm direito a habitao por conta do Estado o comandante-geral, o 2 comandante-geral, oinspector-geral, o chefe do Estado-Maior da GNR, os comandantes de brigada, os comandantes de regimento, oscomandantes de batalho, os comandantes de agrupamento, os comandantes de grupo ou companhia; os coman-dantes de destacamento, os comandantes de subdestacamento e os comandantes de posto.

    2 Quando sejam colocados em local distanciado a mais de 30 Km da localidade da sua residncia habitual,sempre que no seja possvel garantir habitao nos termos do nmero anterior e sem prejuzo do disposto noartigo 3 do Decreto-Lei n 180/83, ser atribudo um suplemento mensal de residncia de valor correspondentea 17,5% da ajuda de custo, por deslocaes em servio em territrio nacional, fixada para cada posto.

    3 No se fazendo o militar acompanhar do seu agregado familiar para o concelho do local onde foi coloca-

    do ou para localidade distanciada daquele local a menos de 30 Km, a percentagem referida no nmero anteriorser de:

    a)15%, quando colocado nas Regies Autnomas dos Aores ou da Madeira, ou quando, tendo residn-cia habitual em quaisquer destas regies, for colocado no continente;

    b)12,5%, quando colocado a mais de 120 Km da localidade da sua residncia habitual;c)10%, nos restantes casos.

    4 No tendo as entidades referidas no n 1 agregado familiar, os valores referidos no nmero anterior seroreduzidos em 25%, nas situaes previstas na alnea a), ou em 50%, nos restantes casos.

    5 Em casos excepcionais, resultantes do elevado nvel de preos correntes no mercado local de habitao,podem os Ministros da Administrao Interna e das Finanas atribuir, por despacho conjunto, um valor desuplemento de residncia superior ao fixado nos nmeros anteriores.

    _______NOTAS:* Artigo aditado pelo art 4, do Dec. Lei n 298/94, de 24 de Novembro.

    * Artigo 21.-BInexistncia do direito a suplemento de residncia

    No conferido o direito a suplemento de residncia quando:a)O militar colocado em local situado dentro do concelho onde tem a sua residncia habitual;b)O cnjuge do militar, dele no separado judicialmente de pessoas e bens, usufrua de casa do Estado em

    localidade distanciada de menos de 30 Km do local onde este tenha sido colocado, ou no concelho emque este local se situa, ou ainda de suplemento de residncia ou equivalente, e destes direitos no pres-cinda;

    c)O militar ou o seu cnjuge, quando no separados de pessoas e bens, disponha de habitao prpria,condigna e disponvel em localidade distanciada de menos de 30 Km do local onde o primeiro foicolocado ou no concelho em que este local se situa;

    d)For assegurado o transporte dirio por conta do Estado entre a localidade da residncia habitual domilitar e o local da colocao deste;

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    e)O afastamento do militar da sua residncia habitual se ficar a dever a deslocao em servio pela qualperceba ajudas de custo, nos termos da legislao respectiva.

    _______NOTAS:* Artigo aditado pelo art 4, do Dec. Lei n 298/94, de 24 de Novembro.

    * Artigo 22.Outros direitos

    1 Constituem direitos do militar da Guarda no cumprimento da sua misso:

    a)Possuir bilhete de identidade militar da Guarda;b)Ter acesso a casas de espectculos de diverses, casinos e salas de jogos, recintos pblicos, casas ouestabelecimentos comerciais, parques de campismo e a todos os alugares onde se realizem reuniespblicas, ou onde seja permitida o acesso ao pblico mediante o pagamento de uma taxa, a realizaode certa despesa ou a apresentao de bilhete de aquisio livre, de que se encontram dispensados;

    c)Entrar livremente em locais de embarque e desembarque de pessoas ou mercadorias e meios de trans-porte, mediante a apresentao do bilhete de identidade militar da Guarda;

    d)Entrar em recintos, instalaes e meios de transportes militares, desde que autorizado pela entidademilitar competente, e interrogar, nos termos da lei, as pessoas que se tornem suspeitas de infracesfiscais e sujeitar a exame essas pessoas e as mercadorias ou meios de transporte que as acompanham;

    e)Requisitar o auxlio das autoridades administrativas, policiais e fiscais, quando as necessidades de ser-vio o exijam;

    f)Ser indemnizado, nos termos da lei, por danos materiais ou pessoais decorrentes de actos criminosos deque seja vtima no exerccio das suas funes ou em consequncia das mesmas;

    2 Constituem, ainda, direitos do militar da Guarda:a)Identificar-se mediante a exibio do bilhete de identidade militar da Guarda, documento que substitui,

    para todos os efeitos legais, em territrio nacional, o bilhete de identidade de cidado nacional;b)Beneficiar da deteno, uso e porte de arma de qualquer natureza, independentemente de licena ou

    autorizao, sendo, no entanto, obrigatrio o respectivo manifesto quando de sua propriedade;c)Beneficiar, para si e para a sua famlia, de assistncia mdica, medicamentosa e hospitalar, bem como

    de meios auxiliares de diagnstico, nos termos fixados em diploma prprio;d)Beneficiar, para si e para a sua famlia, de um sistema de proteco, abrangendo, designadamente, pen-

    ses de reforma, de sobrevivncia e de preo de sangue, e subsdio de invalidez e outras formas deassistncia e apoio social;

    e) Beneficiar das disposies constantes da lei e respectivos diplomas regulamentares em matria dematernidade e paternidade;

    f)Beneficiar de assistncia religiosa, quando professe religio com expresso real no Pais.3 No tem direito ao previsto na alnea b)do nmero anterior o militar que tenha passado situao de re-

    forma compulsiva ou separao do servio.______NOTAS:* Alterao introduzida pelo art 2, do Dec. Lei n 15/2002, de 29 de Janeiro.

    CAPTULO IIIHierarquia, cargos e funes

    Artigo 23.Finalidade

    A hierarquia militar tem por finalidade estabelecer as relaes de autoridade e subordinao entre os milita-res, em todas as circunstncias, e determinada pelos respectivos postos, tambm designados por patentes, anti-guidade e precedncia, a respeitar mesmo fora do desempenho das funes.

    Artigo 24.Postos militares

    1 A hierarquia dos postos militares e as categorias e sub-categorias em que se agrupam so as seguintes:a)Oficiais:

    1) Oficiais generais general e brigadeiro;

    2) Oficiais superiores coronel, tenente-coronel e major;3) Capites capito;4) Subalternos tenentes e alferes;

    b)Sargentos sargento-mor, sargento-chefe, sargento-ajudante, primeiro-sargento, segundo-sargento efurriel;

    c)Praas, cabo-chefe, cabo e soldado.

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    2 O posto de furriel destina-se, exclusivamente, a graduar os militares da Guarda aprovados na primeiraparte do curso de formao de sargentos, nas condies expressas neste Estatuto.

    3 Os alunos dos cursos de formao de oficiais podem ter as graduaes e correspondentes honras militaresconstantes de legislao prpria.

    4 O candidato a militar da Guarda, enquanto na frequncia do curso de formao de praas, designadopor soldado provisrio.

    Artigo 25.Contagem da antiguidade

    1 A antiguidade do militar em cada posto conta desde a data fixada no respectivo documento oficial de pro-moo, considerando-se de menor antiguidade o promovido com data mais recente.

    2 O militar graduado sempre considerado mais moderno do que o militar promovido ao mesmo posto,com excepo dos casos previstos na lei.

    Artigo 26.Graus hierrquicos

    Os graus hierrquicos dos militares so organizados por ordem decrescente dos postos e, dentro destes, deantiguidade.

    Artigo 27.

    Listas de antiguidade1 Anualmente sero publicadas listas de antiguidade dos oficiais, sargentos e praas da Guarda, referidas a1 de Janeiro, sendo:

    a)Os do activo, distribudos por quadros e por ordem decrescente de antiguidade;b)Os da reserva e os da reforma, por ordem decrescente dos postos e, dentro destes, por ordem decres-

    cente de idades.2 A lista de antiguidade de oficiais ser dividida em duas partes, nos termos previstos neste e nos artigos

    seguintes, uma relativa s Foras Armadas em servio na Guarda e outra aos quadros da Guarda.

    Artigo 28.Inscrio na lista de antiguidades

    1 O militar da Guarda na situao de activo ocupa um lugar na lista de antiguidade do quadro a que perten-ce.

    2 No quadro a que pertencem, os militares da Guarda promovidos na mesma data e ao mesmo posto soordenados por ordem decrescente, segundo a ordem da sua inscrio na lista de antiguidade desse posto, quedeve constar do documento oficial de promoo.

    3 A inscrio na lista de antiguidade no posto de ingresso de cada quadro feita por ordem decrescente declassificao no respectivo curso ou concurso de ingresso.

    4 Em caso de igualdade de classificao, a inscrio na lista de antiguidade do posto de ingresso de cadaquadro feita tendo em conta as seguintes prioridades:

    1. Maior graduao anterior;2. Maior tempo de servio efectivo;3. Maior idade.

    5 No ordenamento hierrquico ditado pela lista de antiguidade considera-se qualquer militar esquerda detodos os que so mais antigos do que ele e direita dos que so modernos.

    Artigo 29.Alterao na antiguidade

    1 Sempre que seja alterada a colocao de um militar na lista da antiguidade, a data da sua nova antiguida-de deve constar expressamente no documento que determina essa alterao.

    2 Sempre que militares do mesmo quadro forem promovidos a um dado posto na mesma data, havendoalterao do ordenamento anterior, esta deve constar expressamente do documento oficial de promoo.

    Artigo 30.Transferncia de quadro

    1 O militar dos quadros da Guarda pode ser transferido para quadro diferente daquele a que pertence,mediante requerimento, por necessidade de racionalizao do emprego de recursos humanos ou por ter sidoreclassificado.

    2 A transferncia de quadro por convenincia ou necessidade de servio deve ser precedida, quando opor-tuno, da publicao de convite em ordem de servio, e depende das habilitaes tcnico-profissionais adquiridas

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    e ou da comprovao perante jri qualificado da aptido do militar para o desempenho das funes inerentes aonovo quadro, conforme condies e demais normas, no respeito do presente Estatuto, estabelecidas pelo coman-dante-geral.

    3 A transferncia por reclassificao feita nos termos previstos no artigo 166.4 O militar transferido para outro quadro mantm o posto e a antiguidade do quadro de origem e inscrito

    na lista de antiguidade tendo em ateno as regras estabelecidas no artigo seguinte.

    Artigo 31.Antiguidade relativa

    A antiguidade relativa entre militares, com o mesmo posto mas de quadros diferentes, determinada pelasdatas de antiguidade neste posto; em caso de igualdade destas, determinada pelas datas de antiguidade no pos-to anterior, e assim sucessivamente, aplicando-se para o de ingresso o estabelecido no artigo 28.

    Artigo 32.Hierarquia funcional

    A hierarquia funcional a que decorre dos cargos e funes profissionais, devendo respeitar a hierarquia dospostos e antiguidade dos militares, ressalvados os casos em que a lei determine de forma diferente.

    Artigo 33.Prevalncia de funes

    1 Os casos excepcionais em que a hierarquia funcional implique promoo, graduao ou prevalnciasobre a antiguidade devem constar, expressamente, de documento legal.2 A graduao e a prevalncia sobre a antiguidade terminam com a exonerao dos cargos ou a cessao de

    funes.

    Artigo 34.Cargos profissionais

    1 Consideram-se cargos profissionais os lugares existentes na organizao da Guarda que correspondem aodesempenho de funes organicamente definidas.

    2 So, ainda, considerados cargos profissionais os lugares existentes em qualquer departamento do Estadoou em organismos internacionais que sejam de nomeao ministerial ou a que correspondam funes de nature-za policial ou militar.

    Artigo 35.Funes profissionais

    1 Considera-se como desempenho de funes profissionais o exerccio das competncias estabelecidas paraos cargos correspondentes, bem como os actos de servio resultantes do cumprimento da misso da Guarda.

    2 As funes profissionais classificam-se em:a)Comando;b)Direco ou chefia;c)Estado-maior;d)Execuo.

    3 Em relao aos cargos profissionais, o desempenho das funes inicia-se com a aceitao da nomeao,

    suspende-se com o afastamento temporrio do titular e cessa com a sua exonerao, transferncia ou abate aosquadros.4 Em relao aos actos de servio, o desempenho de funes inicia-se com a entrada ao servio e cessa

    com a sada de servio dos militares nomeados.

    Artigo 36.Funo comando

    1 A funo comando traduz-se no exerccio da autoridade que conferida a um militar para dirigir, coor-denar e controlar unidades, subunidades, foras e rgos de execuo de apoio logstico.

    2 O exerccio da autoridade, conferido pelas leis e regulamentos, acompanhado da correspondente res-ponsabilidade, que no delegvel, sendo o comandante o nico responsvel, em todas as circunstncias, pelaforma como as foras ou unidades subordinadas cumprem as misses atribudas.

    Artigo 37.Funo direco ou chefia

    1 A funo direco ou chefia traduz-se no exerccio da autoridade que conferida a um militar para diri-gir, coordenar e controlar rgos, com excluso dos referidos no artigo anterior.

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    2 O exerccio da autoridade conferida pelas leis e regulamentos acompanhado da correspondente respon-sabilidade, que no delegvel, sendo o director ou chefe o nico responsvel, em todas as circunstncias, pelaforma como os rgos subordinados cumprem as misses atribudas.

    Artigo 38.Funo estado-maior

    A funo estado-maior consiste na prestao do apoio e assessoria ao comandante, director ou chefe e tra-duz-se, designadamente, na elaborao de estudos, informaes, directivas, planos, ordens e propostas tendo emvista a preparao e a transmisso da tomada de deciso e a superviso. da sua execuo.

    Artigo 39.Funo execuo

    1 A funo execuo traduz-se na realizao das aces levadas a cabo pelos militares integrados em for-as, unidades e rgos, no mbito da preparao do cumprimento da misso da Guarda.

    2 As aces de preparao e apoio abrangem, designadamente, as reas de formao, instruo e treino,logsticas, administrativas e de carcter cientfico e tcnico.

    Artigo 40.Funes prprias dos postos

    As funes inerentes a cada quadro, posto e qualificao so especificadas neste Estatuto.

    Artigo 41.Funes essenciais dos postos

    1 Consideram-se funes essenciais, para cada posto, aquelas cujo exerccio indispensvel para a aquisi-o da necessria experincia profissional e para a comprovao do mrito para acesso ao posto imediato.

    2 Em regra, ao militar da Guarda deve ser cometido o desempenho de funes essenciais do respectivoquadro e posto.

    Artigo 42.Competncia, responsabilidade e requisitos

    1 A cada funo profissional deve corresponder uma competncia compatvel com as responsabilidades

    atribudas e devem ser definidos os requisitos exigidos para o seu desempenho eficiente no que respeita ao postoe s qualificaes dos militares.2 O militar obrigado ao desempenho das funes profissionais, prprias do seu posto e das suas qualifi-

    caes especiais, para as quais seja legalmente nomeado.

    Artigo 43.Funes de posto inferior

    O militar no pode ser nomeado para desempenhar funes que correspondam a posto inferior ao seu, nemestar subordinado a militares de menor patente ou antiguidade, com excepo dos casos de hierarquia funcionalexpressos em diploma legal.

    Artigo 44.

    Funes de posto superiorO militar, quando no desempenho de funes de posto superior ao seu, investido da autoridade correspon-

    dente a esse posto, em relao a todos os subordinados.

    Artigo 45.Hierarquia em cerimnias

    Em actos e cerimnias militares ou civis, excepto nas formaturas, os militares colocam-se por ordem hierr-quica de postos e antiguidades, respeitando-se, porm, as precedncias que, de acordo com as funes dos mili-tares presentes, estejam consignadas na lei.

    CAPTULO IV

    Carreiras profissionaisArtigo 46.

    Carreira profissional

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    A carreira profissional da Guarda o conjunto hierarquizado de postos em cada categoria que se concretizaem determinado quadro e a que corresponde o exerccio de cargos e o desempenho de funes diferenciadasentre si.

    Artigo 47.Princpios

    O desenvolvimento das carreiras profissionais da Guarda orienta-se pelos seguintes princpios:a)Princpio do primado da valorizao profissional valorizao da formao profissional conducente

    completa entrega misso;

    b)Princpio da universalidade aplicabilidade a todos os militares que voluntariamente ingressam nosquadros da Guarda;

    c) Princpio do profissionalismo capacidade de aco que exige conhecimentos tcnicos e formaocientfica e humanstica, segundo padres ticos institucionais, e supe a obrigao de aperfeioamen-to contnuo, tendo em vista o desempenho das funes com eficincia;

    d)Princpio da igualdade de oportunidades perspectivas de carreiras semelhantes nos vrios domniosda formao e promoo;

    e)Princpio do equilbrio gesto integrada dos recursos humanos, materiais e financeiros por forma aser obtida a coerncia do efectivo global autorizado;

    f)Princpio da flexibilidade adaptao atempada inovao e s transformaes de crescente complexi-dade decorrentes do progresso cientifico, tcnico, operacional e organizacional, com emprego flexveldo pessoal;

    g)Princpio da mobilidade faculdade de compatibilizar os interesses da Guarda com as vontades e inte-resses individuais;

    h)Princpio da credibilidade transparncia dos mtodos e critrios a aplicar.

    Artigo 48.Objectivo

    O desenvolvimento da carreira profissional visa a promoo dos militares aos diferentes postos, atentos osprincpios mencionados no artigo anterior, os interesses da Guarda e os anseios pessoais de valorizao.

    Artigo 49.Condicionamentos

    1 O fluxo normal do desenvolvimento da carreira dos militares dos quadros da Guarda est condicionado verificao dos seguintes pressupostos:

    a)Existncia de mecanismos reguladores que assegurem flexibilidade de gesto e permanente motivaodos militares;

    b)Alimentao adequada s necessidades de cada quadro.2 Consideram-se mecanismos reguladores, designadamente, as condies gerais e especiais de promoo,

    bem como a avaliao de mrito individual, previstos no presente Estatuto.

    Artigo 50.Desenvolvimento da carreira

    1 O desenvolvimento da carreira dos militares dos quadros da Guarda verifica-se de acordo com as qualifi-

    caes, a antiguidade e o mrito revelados no seu desempenho profissional, observada a satisfao das condi-es gerais e especiais de promoo e as necessidades permanentes do servio da Guarda.2 O desenvolvimento da carreira deve possibilitar uma permanncia significativa e funcionalmente eficaz

    nos diferentes postos que a constituem.

    Artigo 51.Designao das carreiras e ingresso

    1 As carreiras designam-se de:a)Oficiais;b)Sargentos;c)Praas.

    2 Para o ingresso nas carreiras referidas no nmero anterior so exigidas as seguintes condies:

    a)Oficiais licenciatura ou formao militar e tcnica equiparada a bacharelato;b)Sargentos formao militar e tcnica equiparada a curso tcnico-profissional;c)Praas formao escolar e profissional, a definir por portaria do Ministro da Administrao Interna.

    3 As condies de progresso nas carreiras dos militares dos quadros da Guarda referidas no nmero ante-rior so as constantes deste Estatuto.

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    4 O militar dos quadros da Guarda desde que rena as condies previstas neste Estatuto e legislao com-plementar aplicvel pode candidatar-se frequncia de cursos que possibilitem o acesso carreira de nvel supe-rior sua.

    Artigo 52.Recrutamento e requisio

    1 O recrutamento para os quadros da Guarda feito por concurso de admisso nos termos deste Estatuto edemais legislao complementar.

    2 A prestao temporria de servio na Guarda por militares das Foras Armadas feita mediante requisi-

    o ao ramo respectivo, sem prejuzo dos casos expressamente previstos nos Estatutos dos Militares das ForasArmadas e da Guarda Nacional Republicana.

    3 A prestao de servio na Guarda de oficiais generais feita nos termos previstos na respectiva lei org-nica.

    CAPTULO VColocaes

    Artigo 53.Princpios

    A colocao de militares obedece aos seguintes princpios:

    a)Primado da satisfao das necessidades e interesses do servio;b)Satisfao das condies de promoo;c)Aproveitamento da capacidade profissional, avaliada em funo da competncia revelada e da expe-

    rincia adquirida;d)Conciliao, na medida do possvel, dos interesses pessoais com os do servio.

    Artigo 54.Tipos de colocao

    A colocao de militares para o exerccio de quaisquer funes profissionais desempenhadas em comissonormal processa-se por escolha, oferecimento, imposio de servio ou motivo disciplinar.

    Artigo 55.Colocao por escolha

    1 A colocao por escolha tem carcter nominal e processa-se independentemente de qualquer escala.2 A colocao referida no nmero anterior resulta da satisfao das necessidades e ou de interesses do ser-

    vio e ter em conta as qualificaes tcnicas, as qualidades pessoais do militar e as exigncias do cargo ou dasfunes a desempenhar.

    Artigo 56.Colocao por oferecimento

    1 A colocao por oferecimento tem por base uma declarao do militar, na qual, de forma expressa, seoferece para exercer funes em determinadas unidades, subunidades ou rgos da Guarda.

    2 A colocao por oferecimento pode ser a pedido dos militares interessados ou por aceitao de convite

    aos militares que satisfaam determinados requisitos tcnicos, profissionais e tempo de servio exigidos, deven-do tal convite ser objecto de divulgao atravs das ordens de servio.

    Artigo 57.Colocao por imposio

    1 A colocao por imposio de servio processa-se por escala, com vista ao exerccio de determinado car-go, funo prpria do posto ou por motivos cautelares.

    2 Nas escalas referidas no nmero anterior so inscritos os militares que satisfaam os requisitos tcnicos eprofissionais exigidos para o exerccio de determinados cargos ou funes.

    Artigo 58.

    Colocao por motivos disciplinaresAs colocaes por motivos disciplinares processam-se de acordo com o estipulado no RDM.

    Artigo 59.Normas de colocao

    1 A colocao nas unidades especiais, em princpio, no deve ser inferior a trs nem superior a oito anos.

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    2 As regras sobre colocao do pessoal so estabelecidas por despacho do comandante-geral.

    CAPTULO VIEfectivos, situaes e quadros

    SECO IDisposies Gerais

    Artigo 60.Efectivos

    Os quantitativos de militares designam-se, genericamente, por efectivos e os que se encontrem na situao deactivo so fixados de acordo com os quadros aprovados nos termos da lei.

    Artigo 61.Efectividade de servio

    A situao de efectividade de servio caracteriza-se pelo exerccio efectivo de cargos e funes prprias doposto nos casos e condies previstos no presente Estatuto.

    Artigo 62.Situaes

    1 O militar da Guarda pode, em funo da disponibilidade para o servio, encontrar-se numa das seguintessituaes:

    a)Activo;b)Reserva;c)Reforma.

    2 O oficial das Foras Armadas em servio na Guarda s pode encontrar-se nas situaes de activo e de re-serva na efectividade de servio.

    Artigo 63.Activo

    1 Activo a situao em que o militar dos quadros da Guarda se encontra afecto ao servio efectivo ou em

    condies de ser chamado ao seu desempenho e no tenha sido abrangido pelas situaes previstas para a reser-va e reforma.2 O militar dos quadros da Guarda no activo pode encontrar-se na efectividade ou fora da efectividade de

    servio.

    Artigo 64.Reserva

    1 Reserva a situao para que transita do activo o militar dos quadros da Guarda, verificadas que sejam ascondies estabelecidas no artigo 77, sem prejuzo do disposto nos artigos 167 e 168, mantendo-se, no entan-to, disponvel para o servio.

    2 O militar dos quadros da Guarda na reserva pode encontrar-se na efectividade ou fora da efectividade deservio.

    Artigo 65Reforma

    1 Reforma a situao para que transita do activo o militar dos quadros da Guarda ou da reserva que tenhasido abrangido pelo disposto no artigo 85.

    2 O militar dos quadros da Guarda na reforma no pode exercer funes no mbito das misses da Guardanem militares, salvo nas circunstncias excepcionais previstas neste Estatuto.

    SECO IIActivo

    Artigo 66.Situaes do activo face prestao de servio1 O militar dos quadros da Guarda no activo pode estar, em relao prestao de servio, numa das

    seguintes situaes:a)Comisso normal;b)Comisso especial;

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    c)Inactividade temporria;d)Suspenso de funes;e)Licena sem vencimento.

    2 O oficial das Foras Armadas em servio na Guarda s pode estar nas situaes previstas nas alneas a),c)e d)do nmero anterior.

    Artigo 67.Comisso normal

    1 Considera-se comisso normal a prestao de servio no mbito das misses da Guarda ou o desempenho

    de cargos de nomeao ministerial ou outros de natureza policial ou militar.2 O afastamento da comisso normal pode ser autorizado a um militar dos quadros da Guarda do activo,

    at ao limite de trs anos seguidos ou de seis alternados; para que seja considerada esta alternncia o militardeve, no intervalo de deis afastamentos consecutivos, prestar um mnimo de dois anos de servio na comissonormal.

    3 O militar dos quadros da Guarda s pode ser promovido ou nomeado para curso de promoo se, na dataem que lhe competir a promoo ou a nomeao, estiver, h mais de um ano, na comisso normal, sem o queser objecto de preterio por razes que lhe sejam imputveis.

    Artigo 68.Comisso especial

    1 Considera-se comisso especial o desempenho de funes pblicas que, no estando includas no n 1 doanterior, assumam interesse nacional.2 Ao militar em comisso especial no permitido o uso de uniforme em actos de servio relativos a fun-

    es a que no corresponda o direito ao uso de insgnias militares.

    Artigo 69.Inactividade temporria

    1 A inactividade temporria consiste no afastamento temporrio do exerccio de funes, nos casos referi-dos na alnea a)do nmero seguinte, ou por cumprimento de pena criminal ou disciplinar.

    2 O militar da Guarda no activo considera-se em inactividade temporria nos seguintes casos:a)Por motivo de acidente ou doena, quando o impedimento exceda 12 meses e a Junta Superior de Sa-

    de, por razes justificadas, no se encontre ainda em condies de se pronunciar quanto sua capaci-

    dade ou incapacidade definitivas;b)Por motivos criminais ou disciplinares, quando no cumprimento das penas de presdio militar, de pri-

    so militar ou de inactividade.3 Para efeitos de contagem do perodo de tempo fixado na alnea a)do n 2, so considerados todos os

    impedimentos por doena e as licenas de junta mdica, desde que o intervalo entre perodos consecutivos deimpedimento seja inferior a 30 dias.

    4 A situao do militar abrangido pela assistncia na tuberculose regulada em legislao especial.

    Artigo 70.Efeitos da inactividade temporria

    1 Quando a inactividade temporria for resultante de acidente ou doena no considerada em servio nem

    por motivo do mesmo e a Junta Superior de Sade, por razes justificadas, no se encontre em condies de sepronunciar quanto capacidade ou incapacidade definitiva do militar dos quadros da Guarda, ao fim de quatroanos este ter de optar pela passagem situao de reforma, desde que conte pelo menos cinco anos de servio,ou de licena ilimitada.

    2 Quando a inactividade temporria for resultante de acidente em servio ou de doena contrada ou agra-vada neste, ou por motivo do seu desempenho, o militar dos quadros da Guarda pode continuar nesta situaoat que a Junta Superior de Sade se pronuncie, no podendo exceder o perodo mximo de seis anos, findos osquais ter de optar pela passagem situao de reforma extraordinria ou de licena ilimitada.

    3 A inactividade temporria resultante do cumprimento de penas criminais ou disciplinares produz os efei-tos previstos na lei.

    Artigo 71.

    Suspenso de funesSem prejuzo dos seus direitos e para evitar interferncias no processo, o militar no activo pode ser suspenso

    das suas funes, total ou parcialmente, por despacho do comandante-geral, sob proposta do comandante daunidade, enquanto aguarda deciso por motivo de infraco grave.

    Artigo 72.

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    Licena sem vencimentoConsidera-se na situao de licena sem vencimento o militar que se encontre de licena ilimitada ou regis-

    tada nos termos do presente Estatuto.

    Artigo 73.Situaes quanto efectividade de servio

    1 Considera-se na efectividade de servio o militar do activo que se encontre:a)Em comisso normal;b)Na inactividade temporria por doena ou acidente;c)Suspenso de funes.

    2 Considera-se fora da efectividade do servio o militar do activo que se encontre:a)Em comisso especial;b)Em ausncia ilegtima do servio;c)No cumprimento da pena a que a legislao penal ou disciplinar atribua esse efeito;d)De licena, sem direito a vencimentos.

    Artigo 74.Dispensa de servio

    1 O militar dos quadros da Guarda pode ser dispensado do servio se o requerer e for autorizado pelocomandante-geral, perdendo todos os direitos inerentes qualidade de militar, o que implica, nomeadamente, o

    abate aos quadros da Guarda e a impossibilidade de readmisso.2 O militar dispensado nos termos do nmero anterior ter de indemnizar a Fazenda Nacional quando nocumprir o tempo mnimo de servio efectivo regulamentado aps a frequncia dos seguintes cursos:

    a)De formao, de acordo com o previsto neste Estatuto;b)De especializao ou qualificao, nos termos do artigo 146.

    3 Na fixao da indemnizao a que se refere o nmero anterior devem ser tidos em considerao, desig-nadamente, a durao e os custos dos cursos de formao e subsequentes aces da qualificao e especializa-o na perspectiva de utilizao efectiva do militar em funo do seu posto, decorrentes da formao adquirida.

    Artigo 75.Dispensa por iniciativa de comandante

    1 No pode continuar no activo nem na efectividade de servio o militar dos quadros da Guarda cujo com-

    portamento se revele incompatvel com a condio soldado da lei ou que se comprove no possuir qualquerdas seguintes condies:

    a)Bom comportamento militar e cvico;b)Esprito militar;c)Aptido tcnico-profissional.

    2 O apuramento dos factos que levam invocao da falta de condies referidas no nmero anterior fei-to atravs de processo prprio de dispensa de servio ou disciplinar.

    3 A deciso de impor ao militar a sada do activo e da efectividade de servio da competncia do Minis-tro da Administrao Interna, sob proposta do comandante-geral, ouvido o Conselho Superior da Guarda.

    4 A dispensa do servio origina o abate nos quadros e perda dos direitos de militar da Guarda, sem prejuzoda concesso da penso de reforma nos termos da lei.

    Artigo 76.Regresso situao de activo

    1 Regressa ao activo o militar dos quadros da Guarda na reserva ou na reforma que exera o cargo de Pre-sidente da Repblica, voltando situao anterior logo que cesse o seu mandato.

    2 Regressa ao activo o militar dos quadros da Guarda na reserva ou na reforma que seja promovido por dis-tino ou a ttulo excepcional, voltando situao anterior se se mantiverem as condies que determinaram apassagem a esta situao.

    SECO IIIReserva

    * Artigo 77.Condies de passagem reserva

    1 Transita para a situao de reserva o militar dos quadros da Guarda na situao de activo que:a)Atinja o limite de idade estabelecido para o respectivo posto;b)Tendo prestado 20 ou mais anos de servio, a requeira e esta lhe seja concedida;

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    c)O declare, depois de completar 55 anos de idade e 36 anos de servio. (1)2 A passagem de um militar situao de reserva da competncia do Comando-Geral da Guarda.

    ______NOTAS:1.Alterao introduzida pelo art 1 do Dec. Lei 159/2005 de 20 de Setembro, com entrada em vigor em 1 de

    Janeiro de 2007, nos termos do n 2, do art 5 do Dec. Lei 159/2005, de 20 de Setembro.

    Artigo 78.Limites de idade

    Os limites de idade de passagem reserva nos postos dos militares dos quadros da Guarda so os previstosneste Estatuto.

    Artigo 79.Data de passagem reserva

    A passagem reserva tem lugar na data fixada no documento oficial que promova a mudana de situao.

    Artigo 80.Suspenso da passagem reserva

    1 A passagem do militar dos quadros da Guarda situao de reserva, por atingir o limite de idade fixadopara o posto, sustada quando se verifique a existncia de vaga em data anterior quela em que foi atingido olimite de idade e de cujo preenchimento lhe possa vir a resultar a promoo, por escolha ou antiguidade, transi-

    tando para a situao de adido ao quadro at data de promoo ou da mudana de situao.2 A sustao cessa logo que a vaga referida no nmero anterior seja preenchida sem lhe ter cabido a pro-

    moo.

    * Artigo 81 (1)Prestao de servio na situao de reserva

    1 Ao militar dos quadros da Guarda na situao de reserva em efectividade de servio so atribudas fun-es e regime horrio adequados idade, desgaste sofrido e respectivo posto, em termos a definir por despachodo Ministro da Administrao Interna.

    2 colocado na situao de reserva fora da efectividade de servio o militar que o requeira e lhe seja dife-rido pelo comandante-geral, nos termos do artigo seguinte.

    3 O militar na situao de reserva na efectividade de servio s em situaes especiais poder exercer fun-es de comando, direco ou chefia.______NOTAS:1.Alterao introduzida pelo art 1 do Dec. Lei 159/2005 de 20 de Setembro, com entrada em vigor em 1 de

    Janeiro de 2006.

    * Artigo 82 (1)Reserva fora da efectividade de servio

    1 fixado anualmente, por despacho do Ministro da Administrao Interna, o nmero de militares a colo-car na situao de reserva na efectividade de servio.

    2 Se o nmero de militares na reserva exceder o contingente definido nos termos do nmero anterior, socolocados fora da efectividade de servio, na quantidade excedente, os militares que o tenham requerido nostermos do n 2 do artigo anterior.

    3 As regras de prioridade no deferimento dos requerimentos so estabelecidas por despacho do comandan-te-geral da Guarda, tendo em conta a idade e o tempo de servio.

    4 O militar dos quadros da Guarda na situao de reserva fora da efectividade de servio pode ser chamadoa prestar servio efectivo, para exercer funes compatveis com o seu estado fsico e psquico, por despacho doMinistro da Administrao Interna, se especiais razes de servio o justificarem.

    ______NOTAS:1.Alterao introduzida pelo art 1 do Dec. Lei 159/2005 de 20 de Setembro, com entrada em vigor em 1 de

    Janeiro de 2006.

    Artigo 83.

    Regresso efectividade de servioO regresso efectividade de servio dos militares dos quadros da Guarda de licena ilimitada e da reserva

    poder ser precedido de audio do Conselho Superior da Guarda, quando o comandante-geral entenda poderhaver incompatibilidades entre o servio que iriam prestar e as actividades por eles at ento desempenhadas,tenham estas sido de carcter pblico ou privado.

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    Artigo 84.Licena sem vencimento na reserva

    O militar dos quadros da Guarda que ao transitar da situao de activo para a de reserva, por limite de idade,esteja de licena sem vencimento colocado na reserva fora da efectividade do servio, a menos que requeiracontinuar na reserva naquela situao.

    SECO IVReforma

    * Artigo 85.Condies de passagem reforma

    1 Transita para a situao de reforma o militar dos quadros da Guarda na situao de activo ou de reservaque:

    a)Tendo prestado cinco ou mais anos de servio:1) Seja julgado incapaz para todo servio pela Junta Superior de Sade;2) Seja colocado compulsivamente nesta situao, nos termos do RDM;3) Opte pela sua colocao nesta situao, quando verificadas as condies estabelecidas no artigo 70;4) Atinja o limite de idade fixado por lei;5) Atinja os 60 anos de idade e tenha completado, seguidos ou interpolados, cinco anos na situao de

    reserva; (1)

    b)A requeira, depois de completados os 60 anos de idade; (1)c)Rena as condies estabelecidas no artigo seguinte para a reforma extraordinria.

    2 Transita ainda para a situao de reforma o militar que seja colocado nesta situao nos termos do artigo75 do presente Estatuto.

    3 A deciso de passagem situado de reforma a que se refere o nmero anterior da competncia docomandante-geral, com excepo da prevista nos ns 2) e 3) da alnea a), que da competncia do Ministro daAdministrao Interna, sob proposta do comandante-geral, ouvido o Conselho Superior da Guarda.

    ______NOTAS:1.Alterao introduzida pelo art 1 do Dec. Lei 159/2005 de 20 de Setembro, com entrada em vigor em 1 de

    Janeiro de 2006.

    Artigo 86.Condies de passagem reforma extraordinriaTransita para a situao de reforma extraordinria o militar dos quadros da Guarda que:

    a)Independentemente do tempo de servio, seja julgado fsica ou psiquicamente incapaz para o serviomediante parecer da Junta Superior de Sade nos casos em que a incapacidade for resultante de aci-dente ocorrido em servio ou doena adquirida ou agravada em servio, ou por motivo do mesmo;

    b)Opte pela colocao nesta situao quando se verifique a circunstncia prevista no n 2 do artigo 70;c)Seja abrangido por outras condies estabelecidas na lei.

    Artigo 87.Data de passagem reforma

    A passagem reforma tem lugar na data fixada no documento oficial que promove a mudana de situao.

    Artigo 88.Prestao de servio na reforma

    Em caso de guerra, estado de stio ou emergncia, o militar dos quadros da Guarda na situao de reformapode, por despacho ministerial, sob proposta do comandante-geral, ser chamado a prestar servio efectivo com-patvel com as suas aptides fsica e psquica.

    Artigo 89.Aceitao em cargo pblico

    O militar na reserva fora da efectividade de servio ou na reforma no carece de autorizao militar para seraceite em cargo ou lugar da administrao pblica central, regional ou local ou em empresa pblica ou privada

    quando a lei no preveja expressamente que a aceitao feita por virtude da qualidade de militar ou em fun-es de carcter militar, devendo naquele caso dar do facto conhecimento oportuno ao comando da Guarda deque depende.

    SECO VQuadros

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    Artigo 90.

    mbito1 Os militares na situao de activo distribuem-se por quadros, nos quais so inscritos por categorias, pos-

    tos e por ordem decrescente de antiguidade.2 Os efectivos em cada posto de cada quadro correspondem s necessidades das funes previstas nas

    estruturas orgnicas da Guarda e devem assegurar, sempre que possvel, o equilbrio no acesso aos mesmospostos nos diferentes quadros.

    3 Os efectivos nas situaes de reserva e de reforma no so fixos nem se distribuem por quadros.

    Artigo 91.Preenchimento de vagas

    1 As vagas ocorridas num quadro devem ser preenchidas por militares que renam as necessrias condi-es de promoo.

    2 Se se verificar a existncia de vagas num determinado posto e as mesmas no puderem ser preenchidaspor falta de militares com as condies de promoo, efectuar-se-o as promoes nos graus hierarquicamenteinferiores, como se tivessem sido efectuados aqueles movimentos.

    3 O efectivo fixado para o posto mais elevado, para o qual se efectuou o movimento ao abrigo do dispostono nmero anterior, fica aumentado, transitoriamente, do quantitativo de militares promovidos nestas condies.

    Artigo 92.Ingresso nos quadros1 O ingresso nos quadros da Guarda faz-se, aps a concluso com aproveitamento dos cursos ou tirocnios

    de formao de oficiais ou de praas, no posto fixado para incio de carreira, independentemente de existnciade vaga.

    2 A Guarda deve assegurar que os ingressos nos quadros se concretizem no estrito respeito pelos lugaresnele existentes.

    Artigo 93.Data de ingresso

    A data de ingresso nos quadros da Guarda a constante do documento oficial que promove o militar no pos-to fixado para incio da respectiva carreira.

    Artigo 94.Abate aos quadros

    abatido definitivamente aos quadros da Guarda, sendo imediatamente transferido para o ramo das ForasArmadas da sua procedncia, o militar que:

    a)Seja julgado incapaz de todo o servio e no possa transitar para a situao de reforma;b)Tenha sofrido a pena acessria de demisso ou de expulso;c)Seja dispensado do servio da Guarda;d)Tenha sofrido a pena de separao do servio;e)Exceda o perodo de trs anos seguidos ou seis alternados na situao de licena ilimitada e no rena

    as condies legais para transitar para a situao de reserva;

    f)Se encontre ausente por um perodo superior a dois anos sem que dele haja notcia.

    Artigo 95.Situaes em relao ao quadro

    Em relao ao quadro a que pertence, o militar da Guarda pode estar:a)No quadro;b)Adido ao quadro;c)Supranumerrio.

    Artigo 96.No quadro

    Considera-se no quadro o militar que contado no efectivo aprovado por lei.

    Artigo 97.Adido ao quadro

    Considera-se adido ao quadro, no sendo contado no seu efectivo, o militar que se encontre nas seguintessituaes:

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    a)Em comisso especial, inactividade temporria por acidente ou doena, ou licena ilimitada;b)Em inactividade temporria por motivo criminal ou disciplinar, quando a pena seja superior a trs me-

    ses;c)Em comisso normal e:

    1) Represente, a ttulo permanente, o Pas em organismos militares ou polcias internacionais;2) Desempenhe funes na Casa Militar do Presidente da Repblica;3) Esteja em situao em que passe a receber os seus vencimentos por outro departamento do Estado;4) Desempenhe funes em outros organismos no militares ou militares no dependentes da Guarda,

    pelos quais receba os seus vencimentos;

    5) Aguarde a execuo da deciso que determinou a separao de servio ou que, tendo passado situao de reserva ou de reforma, aguarde a publicao legal da sua mudana de situado;

    6) Esteja a aguardar preenchimento de vaga em data anterior quela em que foi atingido pelo limite deidade para passagem reserva e de cujo preenchimento possa resultar a sua promoo;

    7) Seja promovido a cabo por diuturnidade, nos termos da alnea c)do artigo 266;8) Seja deficiente, de acordo com o previsto no artigo 167, e tenha, nos termos da lei, optado pela

    prestao de servio no activo;9) Seja considerado desertor, prisioneiro de guerra ou desaparecido;10) Por ter sido colocado nos Servios Sociais da Guarda;11) Por outras situaes previstas neste Estatuto ou noutros diplomas legais.

    Artigo 98.Supranumerrio

    1 Considera-se supranumerrio o militar da Guarda no activo que, no estando na situao de adido, nopossa ocupar vaga no quadro a que pertence por falta de vaga no seu posto.

    2 O militar supranumerrio preenche obrigatoriamente a primeira vaga que ocorra no respectivo quadro eno seu posto, por ordem cronolgica da sua colocao naquela situao, ressalvados os casos especiais previstosna lei.

    3 A situao de supranumerrio pode resultar de qualquer das seguintes circunstncias:a)Promoo por ingresso no quadro;b)Promoo por distino;c)Promoo por diuturnidade, nos termos da alnea c)do artigo 251;d)Promoo de militar demorado, quando tenha cessado o motivo que temporariamente o exclui da pro-

    moo;e)Transferncia do quadro, por reclassificao;f)Regresso da situao de adido;g)Reabilitao em consequncia da reviso de processo disciplinar ou criminal.

    Artigo 99.Contagem de tempo de servio

    1 Conta-se como tempo de servio, no sentido de servio prestado ao Estado, o tempo de servio militar,acrescido do prestado no exerccio de funes pblicas.

    2 O tempo de servio prestado ao Estado contado para efeitos de clculo da remunerao da reserva epenso de reforma.

    Artigo 100.Contagem de tempo de servio militar

    Conta-se como tempo de servio militar o tempo de servio efectivo, acrescido das percentagens de aumen-tos legalmente estabelecidas.

    * Artigo 101.Contagem do tempo de servio efectivo

    1 Conta-se como tempo de servio efectivo o tempo de servio prestado na Guarda ou em funes profis-sionais fora do seu mbito, acrescidas das seguintes:

    a)Da frequncia de cursos de formao que habilitem o ingressos nos quadros da Guarda;b)Da frequncia de estabelecimentos de ensino superior necessria obteno das habilitaes que cons-

    tituam condies de admisso ao concurso de formao de oficiais;c)Da durao normal do respectivo curso de ensino superior, quando haja ingressado nos quadros daGuarda mediante concurso que estabelea como condio de admisso estar habilitado com tal curso;

    d)Do tempo em que o militar esteve compulsivamente afastado do servio, desde que reintegrado porreviso do respectivo processo.

    2 No ser contado como tempo de servio efectivo:

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    a)Aquele em que o militar tiver permanecido em qualquer situao pela qual no tenha direito ao abonode vencimento;

    b)Aquele em que o militar esteve no cumprimento das penas de presdio militar e priso militar;c)Aquele que, nos termos da legislao disciplinar aplicvel, seja considerado como efeito das respecti-

    vas penas disciplinares.3 Todo o tempo de servio efectivo prestado na Guarda Nacional Republicana aumentado em 15% para

    efeitos do disposto nos artigos 77 e 85, salvo o disposto no n 4 do artigo 178. (1)4 O tempo de servio efectivo prestado na Guarda em situaes estipuladas em legislao especial

    aumentado da percentagem que for estabelecida para as Foras Armadas que actuem na mesma rea, para efei-

    tos de contagem de tempo de servio militar.______NOTAS:1.Alterao introduzida pelo art 1 do Dec. Lei 159/2005 de 20 de Setembro, com entrada em vigor em 1 de

    Janeiro de 2006.

    Artigo 102.Contagem de tempo de permanncia no posto

    Conta-se como tempo de permanncia no posto o tempo de servio efectivo prestado desde a data fixada nodocumento de promoo.

    CAPTULO VII

    Promoes e graduaes

    Artigo 103.Promoes

    1 A promoo do militar dos quadros da Guarda realiza-se segundo o ordenamento estabelecido nas listasde promoo do quadro a que pertence, salvo no caso das promoes por distino e a ttulo excepcional.

    2 A promoo efectua-se independentemente da situao em relao ao quadro, salvo o disposto nos arti-gos 127 e 128.

    Artigo 104.Promoo na reserva e na reforma

    Os militares dos quadros da Guarda na situao de reserva ou de reforma apenas podem ser promovidos pordistino ou a ttulo excepcional.

    Artigo 105.Promoo de adidos

    1 O militar dos quadros da Guarda na situao de adido ao quadro a quem caiba a promoo por antiguida-de ou escolha ser promovido, no ocupando vaga e mantendo-se na mesma situao em relao ao quadro, nonovo posto, com excepo do n 2 deste artigo.

    2 Nas promoes por antiguidade ou escolha o militar dos quadros da Guarda adido ao quadro preenche avaga que deu origem sua promoo, desde que no novo posto no possa continuar na situao de adido.

    Artigo 106.

    Promoo de supranumerrio1 O militar na situao de supranumerrio a quem caiba a promoo por antiguidade ou escolha ser pro-

    movido, ocupando vaga, no novo posto.2 Quando do antecedente no existam supranumerrios e se verifique no mesmo dia uma vaga e uma situa-

    o de supranumerrio, este ocupa aquela vaga.

    Artigo 107.Listas de promoo

    1 Designa-se por lista de promoo a relao anual, ordenada, em cada posto e quadro, de acordo com asmodalidades de promoo estabelecidas para acesso ao posto imediato, dos militares dos quadros da Guarda queat 31 de Dezembro de cada ano renam as condies de promoo.

    2 A relao dos militares, ordenados por antiguidade, a incluir nas listas de promoo, acompanhada detodos os elementos de apreciao disponveis, submetida pelo rgo de gesto de pessoal apreciao e deci-so do comandante-geral, que dever ouvir o Conselho Superior da Guarda para a elaborao das seguintes lis-tas:

    a)De tenentes-coronis a promover a coronel, por escolha;b)De capites a promover a major, por escolha;

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    c)De sargentos-chefes a promover a sargento-mor, por escolha;d)De sargentos-ajudantes a promover a sargento-chefe, por escolha;e)De cabos a promover a cabo-chefe, por escolha;

    f)De soldados a promover a cabo, por excepo.3 As listas de promoo devem ser aprovadas pelo comandante-geral at 15 de Dezembro do ano anterior a

    que respeitam e destinam-se a vigorar em todo o ano seguinte.4 Cada lista de promoo deve conter um nmero de militares no superior ao dobro das vagas previstas

    para o ano seguinte e ser publicada na Ordem Guarda de 31 de Dezembro do ano a que respeitam.5 No caso de qualquer lista de promoo estar esgotada num determinado posto, havendo vagas e militares,

    que satisfaam todas as condies de promoo, ser elaborada nova lista respeitante a esse posto para vigorarat ao fim do ano em curso.

    6 As listas de promoo de cada ano so totalmente substitudas pelas listas do ano seguinte.7 O comandante-geral pode, quando o entender conveniente, determinar a reduo para seis meses do pra-

    zo de validade da lista de promoo, alterando-se, em conformidade, a data de publicao da lista subsequente.

    Artigo 108.Modalidades de promoo

    1 As modalidades de promoo dos militares dos quadros da Guarda so as seguintes:a)Habilitao com curso adequado;b)Diuturnidade;c)Antiguidade;d)Escolha;e)Distino;

    f)A ttulo excepcional.2 Considera-se, tambm, como modalidade de promoo apenas aplicvel a praas a que pode ser efectua-

    da por excepo, nos termos previstos no presente Estatuto.

    Artigo 109.Promoo por habilitao com curso adequado

    A promoo por habilitao com curso adequado efectua-se por ordem de cursos e, dentro do mesmo curso,por ordem decrescente de classificao obtida neste.

    Artigo 110.Promoo por diuturnidade

    A promoo por diuturnidade consiste no acesso ao posto imediato, independentemente da existncia devaga, desde que satisfeitas as condies de promoo, mantendo-se a antiguidade relativa.

    Artigo 111.Promoo por antiguidade

    A promoo por antiguidade consiste no acesso ao posto imediato, mediante a existncia de vaga e a satisfa-o das condies de promoo, mantendo-se a antiguidade relativa.

    Artigo 112.

    Promoo por escolha1 A promoo por escolha consiste no acesso ao posto imediato, mediante a existncia de vaga, desde quesatisfeitas as condies de promoo e independentemente da posio do militar da Guarda na escala de antigui-dade, de acordo com o estipulado neste Estatuto, e tem em vista acelerar a promoo dos militares consideradosmais competentes e que se revelaram com maior aptido para o desempenho de funes inerentes ao posto supe-rior.

    2 A promoo por escolha deve ser fundamentada, sendo a ordenao realizada com base em critrios ge-rais, definidos por portaria do Ministro da Administrao Interna.

    Artigo 113.Promoo por distino

    1 A promoo por distino consiste no acesso ao posto superior, em princpio ao posto imediato, indepen-

    dentemente da existncia de vaga, da posio do militar da Guarda na escala de antiguidades e da satisfao dascondies especiais de promoo, tendo por finalidade premiar condignamente excepcionais qualidades profis-sionais e dotes de comando, direco ou chefia em aces que tenham contribudo para o bom xito das missesde servio.

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    2 Em casos muito excepcionais, a promoo pode realizar-se a posto superior ao posto imediato do militara promover.

    3 So circunstncias determinantes ou atendveis na promoo por distino:a)A prtica de actos de coragem, de excepcional abnegao ou valentia, na defesa, com risco da prpria

    vida, de pessoas e bens ou do patrimnio nacional;b)A prestao ao longo da carreira de feitos ou servios relevantes e de reconhecido mrito, demonstrati-

    vos de excepcional competncia e elevado brio profissional;c)A prtica, em campanha ou em aces de restabelecimento da ordem pblica, de actos ou servios

    demonstrativos de altos dotes de comando ou chefia, susceptveis de contribuir para o prestgio da

    Guarda e do Pais.4 O militar dos quadros da Guarda promovido por distino a um posto para o qual exigido curso de pro-

    moo deve frequent-lo sob a forma de estgio.5 O militar dos quadros da Guarda pode ser promovido por distino mais de uma vez.6 A promoo por distino carece de parecer favorvel do Conselho Superior da Guarda.7 A promoo por distino pode processar-se por iniciativa do comandante-geral ou mediante proposta do

    comandante ou chefe sob cujas ordens serve o militar a promover.8 O processo para a promoo por distino deve ser instrudo com os documentos necessrios para o per-

    feito conhecimento e prova dos factos praticados que fundamentam a promoo, podendo incluir inqurito comcontraditrio.

    9 A promoo por distino pode ter lugar a ttulo pstumo.

    Artigo 114.Promoo a ttulo excepcional

    1 A promoo a ttulo excepcional consiste no acesso ao posto imediato, independentemente da existnciade vaga.

    2 Os militares dos quadros da Guarda podem ser promovidos, a ttulo excepcional, designadamente nos se-guintes casos:

    a)Por classificado como deficiente, quando legislao especial o preveja;b)Por reabilitao, em consequncia de recurso em processo criminal ou disciplinar.

    3 A promoo prevista neste artigo pode ter lugar a ttulo pstumo.4 A promoo a ttulo excepcional regulamentada por legislao especial.

    Artigo 115.Condies de promooO militar dos quadros da Guarda, para ser promovido, tem de satisfazer as condies gerais e especiais de

    promoo, salvo nos casos previstos neste Estatuto.

    Artigo 116.Condies gerais de promoo

    As condies gerais de promoo comuns a todos os militares so as seguintes:a)Cumprimento dos deveres que lhes competem;b)Desempenho com eficincia das funes do seu posto;c)Qualidades e capacidades pessoais, intelectuais e profissionais requeridas para o posto imediato;d)Aptido fsica e psquica adequada.

    Artigo 117.Verificao das condies gerais de promoo

    1 A verificao das condies gerais de promoo dos militares dos quadros da Guarda feita atravs de:a)Avaliaes peridicas e extraordinrias dos comandantes das unidades ou chefes dos servios confor-

    me dispe ocaptulo IX;b)Currculo, com indicao, nomeadamente, das funes desempenhadas nas diversas colocaes;c)Nota de assentos;d)Outros documentos constantes do processo individual do militar ou que nele venham a ser integrados.

    2 No considerada matria de apreciao aquela sobre a qual existe processo pendente de natureza disci-plinar ou criminal enquanto sobre o mesmo no for proferida deciso definitiva.

    3 As competncias relativas verificao da satisfao das condies gerais de promoo so as definidasneste Estatuto.

    Artigo 118.No satisfao das condies gerais de promoo

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    1 A no satisfao das condies referidas nas alneas a)e b)do artigo 116 em qualquer momento da car-reira do militar pode originar a sua apreciao para efeitos do disposto no artigo 75.

    2 A inexistncia de avaliaes a que refere a alnea a)do n 1 do artigo anterior no pode constituir funda-mento para se considerar o militar como no satisfazendo as condies gerais de promoo.

    3 Sem prejuzo do disposto no n 1, o militar dos quadros da Guarda que no satisfaa qualquer das condi-es gerais de promoo preterido.

    4 O militar dos quadros da Guarda que num mesmo posto e em dois anos consecutivos seja preterido porno satisfazer as condies gerais de promoo definitivamente excludo de promoo.

    Artigo 119.Condies gerais de promoo Parecer e deciso

    1 Nenhum militar pode ser dado como no satisfazendo as condies gerais de promoo sem o parecer doConselho Superior da Guarda, que se basear em todos os documentos integrantes do processo, no parecer dorgo do servio de sade, para o caso da aptido fsica e psquica, e naqueles que entender juntar-lhe, podendo,ainda, ouvir pessoalmente o militar e outras pessoas de reconhecido interesse.

    2 A deciso do comandante-geral, relativamente no satisfao daquelas condies, tornar em conta ospareceres das entidades referidas no nmero anterior e, devidamente fundamentada, ser notificada ao militar noprazo de 30 dias.

    Artigo 120.

    Contestao1 O militar considerado como no satisfazendo as condies gerais de promoo pode apresentar aocomandante-geral, no prazo de 15 dias a contar da respectiva notificao, a sua contestao, por escrito, acom-panhada dos documentos que entenda convenientes.

    2 No prazo de 30 dias, contado a partir da data da entrada da contestao, esta ser decidida pelo coman-dante-geral e notificada ao interessado.

    Artigo 121.Condies especiais de promoo

    As condies especiais de promoo a cada posto dos quadros da Guarda so fixadas neste Estatuto, compe-tindo a sua verificao ao rgo de gesto de pessoal da Guarda.

    Artigo 122.Satisfao das condies especiais de promoo

    1 As condies especiais de promoo so satisfeitas em comisso normal.2 Ao militar deve ser facultada sem necessidade de a solicitar, mas sem prejuzo de o poder fazer, a satisfa-

    o oportuna das condies especiais de promoo exigidas para o acesso ao posto imediato, competindo aorgo de gesto de pessoal da Guarda tomar as providncias adequadas, sem prejuzo do previsto no nmeroseguinte.

    3 A nomeao de militares em comisso especial ou de licena sem vencimento, para satisfazer as condi-es especiais de promoo, s efectuada a requerimento dos interessados.

    Artigo 123.

    No satisfao das condies especiais de promooAinda que um militar no rena todas as condies especiais de promoo, se estiver includo no conjuntodos militares em apreciao, analisado do mesmo modo que os militares com a totalidade das condies, como parecer do rgo de gesto de pessoal da Guarda sobre os motivos da no satisfao.

    Artigo 124.Dispensa das condies especiais de promoo

    1 Para efeitos de incluso na lista de promoo, o comandante-geral, ouvido o Conselho Superior da Guar-da e mediante despacho fundamentado, pode, a ttulo excepcional e por convenincia de servios, dispensar omilitar dos quadros da Guarda das condies especiais de promoo, com excepo do tempo mnimo de per-manncia no posto e da prestao de provas de concurso.

    2 A dispensa prevista no nmero anterior s pode ser concedida a ttulo nominal e por uma s vez ao longo

    da carreira.

    Artigo 125.Data da antiguidade

    1 A data da antiguidade no posto corresponde:

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    a) data em que o militar complete as condies de promoo, nas promoes por diuturnidade;b) data em que ocorre a vaga que motiva a promoo, nas promoes por escolha ou antiguidade;c) data que lhe teria sido atribuda se no tivesse estado na situao de demorado, logo que cessem os

    motivos desta situao;d) data em que foi praticado o feito que motiva a promoo, se outra no for indicada no diploma de

    promoo, nas promoes por distino;e) data em que cessarem os motivos da preterio, nas promoes por diuturnidade;

    f) data em que, aps terem cessado os motivos da preterio, ocorrer a vaga em relao qual o militar promovido, nas promoes por escolha ou antiguidade.

    2 Nas modalidades de promoo por escolha ou antiguidade, se na data em que ocorrer vaga no existiremmilitares dos quadros da Guarda com as condies de promoo cumpridas, a data de antiguidade do militar quevier a ser promovido por motivo dessa vaga ser a data em que satisfizer as referidas condies.

    3 A data de abertura de vaga por incapacidade fsica ou psquica de um militar dos quadros da Guarda ada homologao do parecer da Junta Superior de Sade.

    4 A data da antiguidade do militar dos quadros da Guarda a quem seja alterada a colocao na lista de anti-guidade do seu posto por efeito do n 1 do artigo 114 a do militar do seu quadro que, na nova posio, lhefique imediatamente a seguir na ordem descendente, salvo se outra data for indicada no diploma que determina aalterao.

    Artigo 126.Antiguidade para efeitos de promoo

    Para efeitos de promoo no conta como antiguidade:a)O tempo decorrido na situao de inactividade temporria por motivo de pena de natureza criminal ou

    disciplinar;b)O tempo de ausncia ilegtima e de desero;c)O tempo de permanncia em licena ilimitada;d)O tempo de servio prestado antes do ingresso nos quadros da Guarda.

    Artigo 127.Excluso da promoo

    O militar na situao de licena ilimitada no pode ser promovido enquanto se mantiver em tal situao.

    Artigo 128.Excluso temporria da promoo

    O militar dos quadros da Guarda pode ser excludo temporariamente da promoo, ficando na situao dedemorado ou preterido.

    Artigo 129.Demora

    1 A demora na promoo do militar dos quadros da Guarda tem lugar quando estiver abrangido por qual-quer das seguintes condies:

    a)Aguardar deciso do comandante-geral sobre parecer do Conselho Superior da Guarda;b)A promoo estiver dependente de deciso judicial;

    c)A promoo estiver dependente de processo de natureza disciplinar ou criminal, salvo o disposto noartigo 131;d)A verificao da aptido fsica ou psquica estiver dependente de observao clnica, tratamento ou

    convalescena;e)No tenha satisfeito as condies especiais de promoo por razes que no lhe sejam imputveis.

    2 O militar demorado apreciado, logo que cessem os motivos que determinaram a demora na promoo,podendo ser promovido, independentemente da existncia de vaga, indo ocupar, na escala de antiguidade donovo posto, a mesma posio que teria se a promoo tivesse ocorrido sem demora.

    3 O militar demorado no deve prestar servio sob as ordens de militares mais modernos que, entretanto,tenham sido promovidos.

    Artigo 130.

    Preterio1 A preterio na promoo do militar dos quadros da Guarda tem lugar quando se verifique qualquer das

    circunstncias seguintes:a)No satisfaa a qualquer das condies gerais de promoo;b)No satisfaa as condies especiais de promoo por razes que lhe sejam imputveis;

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    c)Nos demais casos em que a lei expressamente o determine e que so os tipificadamente previstos noCJM e RDM.

    2 O militar preterido, logo que cessem os motivos que determinaram a sua preterio, passa a ser aprecia-do, para efeitos de promoo ao posto imediato, em igualdade de circunstncias com os militares de igual postoe quadro, salvo o disposto no n 4 do artigo 118 e no artigo 75.

    Artigo 131.Processo pendente

    O militar dos quadros da Guarda com processo disciplinar pendente pode ser promovido se o comandante-

    geral, ouvido o Conselho Superior da Guarda, verificar que a matria do processo no pe em dvida a satisfa-o das condies gerais de promoo.

    Artigo 132.Prisioneiro de guerra

    1 O militar dos quadros da Guarda prisioneiro de guerra s pode ser promovido mediante parecer favorveldo Conselho Superior da Guarda, ao qual ser presente o respectivo processo, com todos os elementos informa-tivos disponveis para o efeito.

    2 Nos casos em que o Conselho Superior da Guarda no possa emitir parecer ou este seja desfavorvel, omilitar dos quadros da Guarda prisioneiro de guerra s pode ser apreciado aps a sua libertao.

    3 O militar dos quadros da Guarda prisioneiro de guerra fica na situao de demorado enquanto estiver

    pendente a sua apreciado pelo Conselho Superior da Guarda.

    Artigo 133.Documento de promoo

    1 O documento de promoo do militar dos quadros da Guarda reveste a forma previs