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DIAGNÓSTICO DAS CONDI ÇÕES DE PRODUÇÃO E EXPORTAÇÃO DE FRUTAS TROPICAIS NO ESP Í RITO SANTO Introdu çã o Panorama Geral A Fruticultura tropical no Esp í rito Santo A Evolu çã o da fruticultura Condi çõ es Naturais de produ çã o Proposta TECNEM S í ntese dos Principais Desafios Fitossanit á rios e Respostas Tecnol ó gicas Comercializa çã o Panorama da Cadeia Produtiva Considera çõ es Finais e Sugest õ es de Capacita çã o Tecnol ó gica Refer ê ncias Bibliogr á ficas Anexo I Anexo II INTRODUÇÃO O presente trabalho constitui-se no relatório final do projeto: Cadastro das Empresas Exportadoras de Frutas e Diagnóstico das Condi ções de Produ ção e Exportação de Frutas Tropicais no Espírito Santo, desenvolvido pelo SEBRAE/ES em parceria com a F.C.A.A. (Funda ção Ceciliano Abel de Almeida) e UFES - Departamento de Economia. Objetivou-se a identificação e elaboração de um cadastro dos agentes econômicos atuantes na cadeia de produção e exportação de frutas no Espírito Santo e a elaboração de um diagnóstico das condi ções de produção e exportação de frutas no Estado com o intuito de subsidiar a defini ção de estratégias de longo prazo para a ampliação da participação das exportações de frutas frescas nos mercados internacionais destes produtos. Foram selecionadas, no âmbito deste estudo sete frutas tropicais (abacaxi, abacate, banana, coco, goiaba, mamão e maracujá), a partir dos critérios de importância econômica e experiência identificada em operações de exportação. As frutas selecionadas funcionariam, portanto, enquanto objeto de estudo piloto generalizável em termos de potencialidades de atingimento de mercado externo a outras variedades da fruticultura tropical no Espírito Santo. Enquanto principais conclus ões a pesquisa apresenta: 1 - Três passos são básicos para se empreender (Penrose, 1997): a. Ser capaz de visualizar oportunidades; b. Dispor- se a dispender esfor ço físico e recursos para aproveitar tais oportunidades; c. Capacitar- se para o aproveitamento destas oportunidades, o que requer um processo cont ínuo de aprendizado e atualiza ção. Este trabalho objetiva contribuir para a catalização do empreendedorismo na fruticultura tropical de exportação ao explicitar as principais oportunidades presentes nos mercados externos; ao estimular a predisposi ção dos agentes econômicos para investir nessas oportunidades e; finalmente, ao salientar que a atuação nos complexos mercados externos de frutas frescas exige profissionalismo e, portanto exige, informação e treinamento sobre produ ção e operacionaliza ção de exportações de frutas frescas; 2 - As previsões dos organismos internacionais para a Economia Internacional em 1999 s ão de crescimento ainda que a taxas inferiores às verificadas em 1998, conforme ilustrado a seguir: a. OCDE Previsão de crescimento dos Pa íses Industrializados de 1,7% em 1999 contra 2,2% em 1998; b. Para a denominada EUROL ÂNDIA (Alemanha, Fran ça, Itália, Espanha, Holanda, B élgica, Áustria, Portugal, Irlanda e Luxemburgo) as proje ções são de crescimento de 2,5% contra 2,9% em 1998; c. A Organização Mundial de Comércio (OMC) prev ê um crescimento do comércio mundial de 4,3% em 1999; d. Especificamente para o mercado de frutas tropicais, a FAO projeta um crescimento de 40% no per íodo 1995- 2005, com uma taxa anual de 3,5% a.a., representando uma expans ão desse mercado em cerca de US$ 600 milh ões, nesse per íodo. 1. Reforçando as previsões de crescimento dos mercados internacionais de frutas frescas identificam - se novas tendências em curso em n ível global, duas das quais influenciam diretamente as estruturas de demanda e de oferta de frutas, a saber: P á gina 1 de 37

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Page 1: Frutas_Tropicais

DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO E EXPORTAÇÃO DE FRUTAS TROPICAIS NO ESPÍ RITO SANTO

Introdução

Panorama Geral

A Fruticultura tropical no Espírito Santo

   A Evolução da fruticultura

   Condições Naturais de produção

   Proposta TECNEM

   Síntese dos Principais Desafios Fitossanitários e Respostas Tecnológicas

   Comercialização

   Panorama da Cadeia Produtiva

Considerações Finais e Sugestões de Capacitação Tecnológica

Referências Bibliográficas

Anexo I

Anexo II

INTRODUÇÃO

O presente t rabalho const itui-se no relatório final do projeto: Cadast ro das Empresas Exportadoras de Frutas e Diagnóst ico das Condições de Produção e Exportação de Frutas Tropicais no Espír ito Santo, desenvolvido pelo SEBRAE/ES em parceria com a F.C.A.A. (Fundação Ceciliano Abel de Almeida) e UFES - Departamento de Economia. Objetivou-se a ident ificação e elaboração de um cadast ro dos agentes econômicos atuantes na cadeia de produção e exportação de frutas no Espír ito Santo e a elaboração de um diagnóst ico das condições de produção e exportação de frutas no Estado com o intuito de subsidiar a definição de est ratégias de longo prazo para a ampliação da part icipação das exportações de frutas frescas nos mercados internacionais destes produtos. Foram selecionadas, no âmbito deste estudo sete frutas t ropicais (abacaxi, abacate, banana, coco, goiaba, mamão e maracujá), a part ir dos critér ios de importância econômica e experiência ident ificada em operações de exportação. As frutas selecionadas funcionariam, portanto, enquanto objeto de estudo piloto generalizável em termos de potencialidades de at ingimento de mercado externo a out ras variedades da frut icultura t ropical no Espírito Santo. Enquanto principais conclusões a pesquisa apresenta:

1 - Três passos são básicos para se empreender (Penrose, 1997):

a. Ser capaz de visualizar oportunidades; b. Dispor-se a dispender esforço físico e recursos para aproveitar tais oportunidades; c. Capacitar-se para o aproveitamento destas oportunidades, o que requer um processo contínuo de

aprendizado e atualização.

Este t rabalho objet iva cont r ibuir para a catalização do empreendedorism o na frut icultura t ropical de exportação ao explicitar as principais oportunidades presentes nos mercados externos; ao est imular a predisposição dos agentes econômicos para invest ir nessas oportunidades e; finalmente, ao salientar que a atuação nos com plexos m ercados externos de frutas frescas exige profissionalismo e, portanto exige, informação e treinamento sobre produção e operacionalização de exportações de frutas frescas;

2 - As previsões dos organismos internacionais para a Economia Internacional em 1999 são de crescimento ainda que a taxas inferiores às verificadas em 1998, conforme ilustrado a seguir:

a. OCDE – Previsão de crescimento dos Países Industrializados de 1,7% em 1999 contra 2,2% em 1998; b. Para a denominada EUROLÂNDIA (Alemanha, França, Itália, Espanha, Holanda, Bélgica, Áustria,

Portugal, Irlanda e Luxemburgo) as projeções são de crescimento de 2,5% contra 2,9% em 1998; c. A Organização Mundial de Comércio (OMC) prevê um crescimento do comércio mundial de 4,3% em

1999; d. Especificamente para o mercado de frutas tropicais, a FAO projeta um crescimento de 40% no período

1995-2005, com uma taxa anual de 3,5% a.a., representando uma expansão desse mercado em cerca de US$ 600 milhões, nesse período.

1. Reforçando as previsões de crescimento dos mercados internacionais de frutas frescas identificam-se novas tendências em curso em nível global, duas das quais influenciam diretamente as estruturas de demanda e de oferta de frutas, a saber:

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a. Acentua-se a preferência por produtos naturais e saudáveis cujo consumo prioriza a redução do conteúdo calórico; o emagrecimento e/ou melhoria da disposição física. Nesse contexto, progressivamente tem sido valorizado o consumo de Frutas e Verduras Frescas, estimulando a demanda por estes produtos;

b. Promovendo alterações nas condições de produção de frutas, identifica-se uma tendência mundial de valorização da denominada PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL, implicando em exigências de baixo uso de pesticidas, comercialização em embalagens recicláveis e industrialização não poluente.

3 - A fruticultura no Espírito Santo apresenta potencialidades concretas de expansão visando à exportação e mercados internos; porém, tais potencialidades não se concretizarão de forma espontânea fazendo-se necessária uma ação integrada das iniciativas privadas e governamentais com vistas a aumentar o grau de profissionalismo e planejamento desse agronegócio;

4 - O Espírito Santo está fora de compasso em termos de políticas públicas se comparado aos estados que o circunvizinham: Rio de Janeiro (Pólo Agroindustrial para a Região Norte Fluminense), Minas Gerais (Programa Mineiro de Incentivo à Fruticultura) e Bahia e demais estados do Nordeste (Programa de Apoio e Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste) que se encontram implementando programas arrojados de desenvolvimento da fruticultura em seus territórios; fazem-se necessárias gestões para a extensão dos recursos e condições preferenciais de crédito alocados para o Nordeste brasileiro e norte fluminense, também para o Espírito Santo;

5 - Para o planejamento profissional da fruticultura tropical torna-se urgente a elaboração de um Zoneamento de Aptidão Edafo-climática para a Fruticultura Tropical no Espírito Santo; tecnicamente criterioso e atualizado; recomenda-se que tal iniciativa seja associada a um zoneamento e diagnóstico dos recursos hídricos estaduais especialmente urgente para o norte do Estado.

6 - A fruticultura figura enquanto uma opção singular para a geração de renda e emprego. O custo de geração por unidade de emprego é dos mais baixos na economia e sua capacidade de resposta é rápida. Gera-se por hectare na fruticultura uma média de 4 (quatro) empregos diretos. No limite mínimo desse espectro encontra-se a cultura do coco anão, com estatísticas definitivas ainda não detalhadas, seguido do mamão que em plantios com manutenção de áreas em pousio gera 1 (um) emprego por hectare. No limite máximo figura a cultura do morango, não objeto desse projeto, o qual segundo informações de literatura e de técnicos consultados gera até 6 (seis) empregos diretos/hectare.

As culturas selecionadas ocupavam em 1998, de acordo com I BGE/ LSPA 1998, um total de 46.044 ha no Espír ito Santo gerando um a est im at iva de 161.164 em pregos diretos nestas at ividades. Em term os de m ercado há possibilidades de projetar-se para os próxim os anos, m etas para pelo m enos dobrar-se esta produção. Salienta-se, ent retanto, que a cultura que ocupa a m aior área dent re as culturas selecionadas (banana – 23.494 ha) , representa exatam ente a que apresenta m aiores desafios para ocupação de posições nos mercados externos, em decorrência da necessidade de readequação dos tipos de variedades em cult ivo; técnicas de produção ( redundando em reduções de custo e ganhos de produt ividade) e inclusão nos circuitos exportadores. Em contrapart ida as demais culturas têm possibilidades firm es de expansão e out ras culturas não englobadas neste estudo tam bém despontam com boas possibilidades em term os de exportação, tais com o: m orango, tangerina Ponkan, m anga, inhame e gengibre, por exemplo. Adicionalmente começarão a se intensificar exportações de macadâmia cujos plantios atingem no momento a fase de colheita.

Especialm ente no contexto de cr ise e desem prego crescente na indústria e serviços as opções presentes na frut icultura de exportação e m ercado interno revestem -se de caráter est ratégico na m anutenção e geração de emprego e renda na economia;

7 - Ações tecnológicas por cultura selecionada e para o conjunto das cadeias produtivas são necessárias para transformar o potencial exportador da fruticultura estadual em exportações efetivas e bem sucedidas. Exigindo medidas que englobam capacitação agronômica em termos de uso do solo, recursos hídricos, acesso a sementes e mudas certificadas, treinamento sobre controle fitossanitário de pragas e doenças, treinamento gerencial, acesso a informações mercadológicas, treinamento sobre procedimentos das operações de exportações, treinamento de técnicas de pós-colheita e frigorificação, informações sobre os agentes na cadeia, informações sobre prospecção de mercados, detalhamento de normas e procedimentos de acesso aos principais mercados externos e adequação das fontes e acesso a financiamentos à produção e exportação de frutas.

8 - O mercado internacional de frutas tropicais encontra-se com boas perspectivas. Apresentando demanda firme, seu suprimento não tem sido efetuado de forma adequada pela fruticultura capixaba por insuficiência de oferta. Não tem havido frutos com a qualidade requerida para o suprimento de demanda externa. Mostra-

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se necessária a concentração de esforços voltados para a MELHORIA DA QUALIDADE DAS FRUTAS produzidas no Espírito Santo.

Embora centrando a análise nas exportações de frutas tropicais, recomenda-se que tal estratégia figure enquanto elemento central de uma ESTRATÉGIA INTEGRADA PARA A FRUTICULTURA baseada no seguinte tripé:

a. Frutas frescas de alta qualidade para a exportação; b. AGROINDÚSTRIA – com detectado potencial imediato para a exportação de polpas de frutas; c. Frutas frescas para o Mercado Interno.

A potencialidade de expansão da frut icultura t ropical de exportação no Espír ito Santo assenta-se em alguns requisitos básicos presentes no Estado, quais sejam:

a. A disponibilidade de condições naturais propícias; b. A experiência de empresários pioneiros que têm explorado mamão com sucesso; c. A existência no Estado de empresas com know how em atividades exportadoras, embora não operando

especificamente com fruticultura; d. A existência de agricultores com cultura arraigada na produção de algumas destas culturas, cujo

exemplo mais notável é o abacaxi; e. A localização geográfica e o potencial da infra-estrutura logística.

O que falta para t ransform ar o potencial das Exportações de Frutas em realidade bem sucedida no Espírito Santo é integrar ações, gerar e difundir inform ações, capacitar os agentes econôm icos e sistem as logíst icos e desenvolver  uma cultura exportadora profissional ao longo da cadeia.

O desenvolvimento de uma cultura exportadora significa entender:

a. As exportações também como forma de capacitação para atuar no mercado interno; b. A exportação como estratégia complementar e não conflitante ao suprimento do mercado interno; c. Que exportar é investimento de longo prazo, que exige regularidade e persistência; d. Que exportar com eficiência exige treinamento, profissionalismo e práticas de cooperação ao longo da

cadeia.

Mostra-se importante transformar a desenvolvida infra-estrutura logística existente no Espírito Santo em instrumento efetivo de viabilização das exportações de frutas pelo Estado. A logística portuária permanece para a fruticultura apenas enquanto potencial. Os principais problemas a superar referem-se a fluxo de navios e domínio de técnicas de frigorificação. As exportações de frutas do Espírito Santo processam-se quase que exclusivamente por via aérea utilizando-se dos aeroportos do Galeão (Rio de Janeiro) e Viracopos (Campinas). Esforços no sentido de viabilizar exportações a partir do aeroporto de Vitória revestem-se de grande importância. Encontra-se em fase experimental o vôo internacional da Lanchile na rota Miami x Vitória x Campinas x Santiago x Miami, viabilizando importações diretamente para o Estado. Para a exportação de frutas, entretanto, esta rota ainda não viabiliza as transações. Seria necessária a contratação de fretes, preços em torno de US$ 0,50 por kilo. As negociações referentes a este vôo atingiram um valor mínimo de US$ 0,70 por kilo, inviabilizando as exportações. Fator explicativo para a não redução das tarifas reside, provavelmente, nas possibilidades da empresa aérea de compor a carga com tarifas elevadas em Santiago com destino a Miami. Para viabilizar as exportações aéreas por Vitória faz-se necessário, portanto, concentração de esforços para a criação de rotas alternativas interligando Vitória a Miami, sem escala no Chile e a criação de pelo menos um vôo com destino à Europa.  

PANORAMA GERAL

O m ercado m undial de frutas m ovim enta cifras em torno de US$ 20 bilhões de dólares, 90% (noventa por cento) dos quais at ravés do com ércio de frutas tem peradas e 10% (dez porcento) em frutas t ropicais. Adicionando-se a cont r ibuição do valor das frutas processadas esta cifra se eleva para cerca de US$ 55 bilhões (Pinazza, 1999) , o que revela a m agnitude do agronegócio em frut icultura. Adicionalm ente ressalta-se que o mercado mundial de frutas tem apresentado uma trajetória de crescimento constante desde o início dos anos 80 conforme ilustra o gráfico 1. Estatíst icas m ais m odestas são apresentadas por consultores da frut icultura. Para estes o tam anho do m ercado internacional de frutas é de 12,5 bilhões, m ovim entando 32,7 m ilhões ( t r inta e dois m ilhões e

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setecentos m il) de toneladas de frutas frescas (Gayet ,1999) . Estes dados, ent retanto, parecem apresentar certa dissintonia com as estatísticas da FAO. O Brasil f igura nas estat íst icas internacionais para 1997 com o o terceiro m aior produtor m undial de frutas (37,1 m ilhões de toneladas) . Superado pela China e pela Í ndia com 52,4 e 37,76 m ilhões de toneladas respect ivam ente. Em quarta posição encont ram -se os Estados Unidos com um a produção de 31,8 m ilhões (FAO, 1997 apud Monerat , 1998) conform e explicitado na Tabela 1 . A com posição da produção m undial de frutas por sua vez encontra-se na Tabela 2. Apesar da expressividade brasileira em term os de produção, a exem plo dos países que o antecedem no ranking de produtores, a part icipação do Brasil no m ercado m undial de frutas é irrisória, notadam ente em decorrência de quat ro fatores básicos: 1) Com põem tais estat íst icas produções não com erciais espalhadas pelo vasto terr itór io nacional; 2) A m agnitude do m ercado interno é elevada e tam bém ainda se encont ra subexplorada em term os de potencial de com ércio pelos frut icultores; 3) O m ercado internacional de frutas estrutura-se e caracter iza-se basicam ente voltado para o hem isfér io norte onde hábitos culturais e de cult ivo pr iv ilegiam de form a expressiva a frut icultura tem perada t ípica dos países ali situados; 4) finalm ente, e m ais im portante, a frut icultura no Brasil, com raras exceções pontuais, não se encont ra profissionalm ente estruturada e tecnologicamente capacitada para explorar as potencialidades existentes no sofisticado mercado internacional de frutas " in natura" . Sofist icação que, em term os de qualidade do produto, reside na combinação de aspectos com o fitossanidade; aparência; sabor e preço. Em decorrência da perecibilidade do produto a exportação de frutas frescas exige eficiente logíst ica de t ransporte e dom ínio de técnicas de refrigeração. O Brasil é o m aior produtor m undial de frutas t ropicais, as quais dest inam -se em sua m aior parte ao abastecimento do mercado interno. A expansão das exportações de frutas tropicais, exige esforço adicional de divulgação e m arket ing internacionais, de form a a expandir m ercados histor icam ente dom inados pela frut icultura temperada. Entretanto, a despeito dessas dificuldades, está no m ercado de frutas t ropicais as principais projeções de crescim ento de dem anda em decorrência do reforçam ento de valores culturais de consum o de frutas frescas e hortaliças (na Europa e tam bém nos EUA) , e à abertura dos hábitos de consum o em experim entar-se frutas m enos conhecidas naqueles m ercados. As projeções de crescim ento do m ercado mundial de frutas tropicais elaboradas pela FAO é de 40% para o período 1995-2005, conform e já mencionado. A produção brasileira de frutas é diversificada, ent retanto, m uito aquém das possibilidades que a diversidade de solos e clim as, est rutura de renda e hábitos de consum o disponibilizam . A com posição da frut icultura brasileira encontra-se compilada na Tabela 3.

Tabela 1 – Frutas, Principais Produtores em 1997.

Fonte: FAO, 1998. apud por Celso Monerat, 1999.

Tabela 2 – Principais Produtos da Fruticultura Mundial, 1996

País

Área Plantada (1000 há)

Produção (1000 toneladas)

% do Total

China

9423,5 52405,8 12,2Brasil

2438,9 37764,7 8,8Índia

3368,1 37129,8 8,6Estados Unidos

1275,8 31887,1 7,4Itália

1431,8 15655,6 3,6Espanha

1923,9 14009,5 3,3México

1004,3 12615,5 2,9Tailândia

643,2 7139,2 1,7Chile

256,2 3884,5 0,9Israel

68,2 1584,0 0,4Total

21833,9 214075,7 49,8Total Mundial

47918,9 429447,0 100,0

Produto

Produção (1000 toneladas)

% sobre Total

Tropicais

Frutas Cítricas

94513,9 22,1 *Bananas + plantains

88202,1 20,6 *Uvas

59643,7 13,9

 

Maçãs

56132,9 13,2

 

Cocos

48803,4 11,4 *Mangas e Maracujá

23036,3 5,3 *

Página 4 de 37CONDIÇÕES NATURAIS DE PRODUÇÃO

Page 5: Frutas_Tropicais

Fonte: FAO, 1998. apud por Celso Monerat, 1998.

Tabela 3 – Composição da Fruticultura Brasileira, 1997

Fonte: FAO, 1998. Obs.: * cf. IBGE, sem dados de produção disponíveis ** cf. FAO Prodction Yearbook, incluídos no item Manga.

Dentre estas destaca-se a laranja, em torno da qual est ruturou-se com petente pólo agroindust r ial com inserção com pet it iva nos m ercados internacionais de suco concent rado figurando tam bém , conform e ilust ra a Tabela 4 , com o principal item da pauta brasileira de produção de frutas frescas. O Brasil é o m aior exportador mundial de suco de laranja, com um volume total de 1,15 milhões de toneladas exportadas em 1998, gerando US$ 1,2 bilhões em divisas. (Pinazza, L.A. e Alimandro, R., 1999). Há ainda expressividade relativa nas exportações brasileiras de mangas, papaias e abacaxis. Contrastando-se, entretanto, às inform ações constantes na Tabela 5

observa-se que o déficit da balança com ercial brasileira em frutas foi, em 1997, de valor super ior ao total das exportações, em decorrência da queda do valor exportado no t r iênio 1994-97 e crescim ento do valor im portado em 100% em igual período, com o im plicação direta da política cambial praticada.

Tabela 4 – Valor das Exportações de Frutas Frescas em 1994/98 (em US$ 1.000)

Pêras

13513,6 3,1

 Abacaxis

12384,3 2,8 *

Pêssego e Nectarina

11268,5 2,6

 Ameixas

8251,9 1,9

 Mamão

5011,3 1,1 *

Tâmara

4692,9 1,1

 Damasco

2462,2 0,6

 Abacate

2320,6 0,5

 Caqui

1795,3 0,4

 Cereja

1669,3 0,4

 

Caju

1316,0 0,3 *Figo

1198,4 0,3

 

Marmelo

339,1 0,1

 

Produto

Área em Cultivo

(ha)

Produção

(toneladas)

Laranja

979095 22999100Banana

516661 5779120Abacaxi

55214 1986520Mamão

29000 1762500Caju

540000 1250000Uva

56957 901975Maçã

27463 773698Tangerina

50319 749153Coco

253848 646785Manga

56502 455979Limão e Lima

40147 545632Pêssego e Nectarina

20258 149867Abacate

13441 93767Pomelo

3100 62000Caqui

4600 55000Pêra

2238 48892Marmelo

1363 4286Maracujá*

39568 **Goiaba*

9088 **

Produto

1994

1995

1996

1997

1998

Página 5 de 37CONDIÇÕES NATURAIS DE PRODUÇÃO

Page 6: Frutas_Tropicais

Fonte: apud Amaro, 1999. *Janeiro a junho **Inclui: goiaba

Tabela 5 – Importação Brasileira de Frutas Frescas, 1994/95 (US$1000)

Fonte: apud Amaro, 1999. * Janeiro a junho

Dentre as frutas selecionadas neste projeto, ver ifica-se além do reduzido volum e exportado, um a concentração geográfica em term os de dest ino da produção. Assim , m am ão e goiaba eram dest inados, até 1997, quase exclusivam ente, para a Europa, com alterações im portantes em curso no que se refere ao mamão, a part ir de aprovação fitossanitár ia pelas autoridades dos Estados Unidos para im portações provenientes de plantações situadas no Espír ito Santo, expande-se sobrem aneira as perspect ivas de ampliação de m ercado para este produto, que já se destaca com o experiência de sucesso de exportação nacional. Mais especificam ente sucesso da produção e atuação exportadora no Espír ito Santo. Em bora ainda exija-se esforço cont ínuo de m arket ing e divulgação do produto no exter ior e capacitações diversas nesta

Laranja

27208 29092 20410 23092 1485

Melão

31492 16475 25326 20913 9989

Banana

10702 3907 6149 8381 7429

Manga

17505 22135 28740 20182** 7065**

Abacaxi

6883 3784 4050 3938 831

Melancia

524 900 1251 739 146

Tangerina

1920 3243 2684 4693 630

Mamão

3766 4020 4723 7277 4223

Uva

8524 10123 6296 4780 2383

Maçã

15046 6190 1787 11297 4556

Limão Tahiti

1492 558 591 909 1070

Figo

921 1252 1739 1599 787Abacate

234 148 245 160 133Limão

178 68 164

  

Coco casca

116 113

 

79 43

Morango

144 58 338 185 56Caqui

128 86 148

  

Goiaba

103 169 212

  

Outras Frutas Cítricas

94

 

22 120 106

Out ras Frutas Frescas

2 872 165 420 280

Total

126982 103193 105040 108764 41212

Frutas

1994

1995

1996

1997

1998

Maçã

47784 87819 87560 57229 19899Pêra

35207 77007 99048 91668 42208Uva

7515 19810 31938 25901 25881Ameixa

10604 21577 29892 23272 15586Nectarina

3099 6466 10326 8403 4161Pêssego

2306 7226 10104 7441 3798Laranja

164 213 425 464 602Limão

744 515 192 158 016Tangerina

   

1392 410

Pomelo

   

138 065

Kiwi

   

13934 817

Cereja

2759 4698 6547 3689 200Marmelo

128 233 122 030 062Damasco

220 736 353 383 070Morango

169 629 466 432 305Out ras Frutas Frescas

7936 21185 197 2485 900

Total

118635 248114 277170 237019 114980

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"cadeia" , haja vista a est rutura diferenciada das em presas exportadoras de m am ão em term os econômicos, de acesso a inform ações de capacitação e t reinam ento, dent re out ros aspectos im portantes a um a atuação bem sucedida. Abacaxi, banana e coco são produtos que ao cont rár io, têm sua dest inação concent rada nos países do Mercosul ( v ide Tabela 6 ) . Dados que um a vez m ais corroboram a exígua part icipação brasileira nos importantes mercados do hemisfério norte. O abacaxi é um produto conhecido e de grande aceitação nestes mercados. A produção marginal do Brasil denota, portanto, que tem havido dissintonia da cadeia produtiva no país com os requisitos e volumes demandados naqueles mercados, análise que pode ser estendida ao coco. Out ras frutas t ropicais exigem esforço adicional de divulgação. Para o abacate recaem as pr incipais previsões de crescim ento de dem anda externa. No caso do produto brasileiro seu acesso aos m ercados am ericanos é hoje im pedido por m ot ivos fitossanitár ios (m osca da fruta) , v ide Tabela 7 , o que exige esforço sim ilar ao efetuado para o m am ão para a abertura à comercialização nos m esm os. Ent retanto tal ação pressupõe volum e de produção adequado e capacidade em presar ial preexistentes. At ravés de ações integradas, produtores mexicanos e empresas americanas têm invest ido de forma ousada em market ing internacional visando à ampliação do m ercado asiát ico de abacate, o que pode abr ir um a nova " janela de oportunidade". Comentários adicionais sobre o comércio internacional de frutas constará no item "Comercialização".

Tabela 7 – EUA: Barreiras Fitossanitárias Contra Produtos Brasileiros

Fonte: Pinazza, 1999.

No que se refere à banana prevê-se expansão de m ercado um a vez que a cota brasileira no m ercado europeu passou de 6 para 9,44% , representando um a dem anda total para a produção brasileira de cerca de 40 milhões de toneladas, cuja capacidade de oferta imediata não se encontra disponível por falta de produção em volum e e qualidade requeridos por estes m ercados. Portanto, percebe-se que há perspect ivas de absorção de frutas tropicais no mercado externo e que exige capacitação produt iva e com ercial para o aproveitam ento das oportunidades de mercado que se apresentam. O contexto de cr ise em que a econom ia brasileira se insere, nesse m om ento, salienta ainda m ais a propr iedade de análise cuidadosa com vistas à promoção de ações de capacitação das cadeias produt ivas na frut icultura tropical, para o aproveitamento e criação de potencialidades de crescim ento econôm ico. Segundo o Ministér io da I ndúst r ia e Com ércio do Brasil o custo de geração de em prego na agricultura é o m ais baixo comparado com as demais atividades econômicas (vide Tabela 8), além de apresentar uma rápida capacidade de resposta. Com os índices de desem prego elevando-se na I ndúst r ia e no Setor de Serviços at iv idades do Setor Agrícola com potencial inexplorado de m ercado const ituem -se em inst rum entos estratégicos de manutenção e crescimento do emprego e da renda na economia.

Tabela 8 – Custo de Emprego em Diversos Setores

Produto

Justificativa

Frutas Cítricas Canero cítricoFigos Mosca da fruta (fruit fly)Abacate Avocado seed moths

 

Mosca da fruta (fruit fly)

Caqui Analrespha FraterculusMamão Mosca da Fruta

MediterrâneaLoqual (ameixa do Japão) Mosca da Fruta

Mediterrânea

 

Analrespha Fraterculus

Maracujá Mosca da Fruta Mediterrânea

 

Analrespha Fraterculus

Carambola Mosca da Fruta Mediterrânea

 

Analrespha Fraterculus

Melões Analrespha grendes

Em Reais

 

Agricultura irrigada

26500Agricultura de sequeiro

37000Bens de consumo

44000Turismo

66000

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Fonte: MIC. apud Pinazza, 1999.

Com base no panoram a anter iorm ente t raçado program as ousados e ações para a frut icultura têm sido elaborados em nível de governo federal (PROGRAMA DE APOI O E DESENVOLVI MENTO DA FRUTI CULTURA I RRI GADA DO NORDESTE) e pelos governos estaduais do Rio de Janeiro (ESTUDO DE VI ABI LI DADE DE UM PÓLO AGROI NDUSTRI AL PARA A REGI ÃO NORTE FLUMI NENSE) ; Minas Gerais (PROGRAMA MI NEI RO DE INCENTIVO À FRUTICULTURA) e ações do governo de Tocantins de apoio à cultura de abacaxi. As m etas m ais ousadas destes Program as encont ram -se delineadas no Program a de Apoio e Desenvolvim ento da Frut icultura I rr igada do Nordeste que serve, em últ im a instância de inspiração e referência às out ras ações, e apresenta as metas e mecanismos que seguem:

a. Implantar de 600 a 900 mil hectares de área irrigada em seis anos; b. Gerar de 200 a 300 mil empregos diretos e indiretos; c. Gerar renda de US$ 10 mil por hectare; d. Exportar US$1 bilhão por ano; e. Construir 100 embaladoras de frutas, 100 frigoríficos, 30 fábricas de conservas e 20 fábricas de suco

em escala industrial e artesanal; f. Produção anual de 2 milhões de toneladas de frutas tropicais: 70% dirigidos para exportação; g. Estabelecer canais de cooperação nos campos tecnológico, comercial e financeiro para melhorar a

competitividade e qualidade da cadeia com: o Chile (tecnologias agroindustriais e canais de comercialização com o terceiro mundo); Alemanha (segundo maior importador de produtos brasileiros); Japão e China.

A ousadia das m etas acim a m encionadas tem gerado cet icism o e apreensão em term os de sua fact ibilidade e capacidade de absorção pelo m ercado desta produção adicional. Das visões consultadas a m ais ret icente neste sent ido está expressa em Monerat (1998) . Para quem o m ercado de frutas apresenta um grau de elasticidade muito baixo; e a maior parte das frutas exóticas preconizadas (fruta-do-conde, lichia, ram butan, caram bola, dent re out ros) não tem sido de fato produzidas. O Brasil em suas exportações de laranja, abacaxis, uvas, limas, bananas, tangerinas, maçãs, abacates, m angas, m am ões e lim ões, na visão desse consultor, tem sido m al sucedido. Adicionalm ente com base em análise de séries histór icas de im portações de frutas pela Europa e Estados Unidos, o mesmo não ident ificou crescimentos expressivos nos últ imos anos. Assim ressalta a necessidade de maior atenção para o frut icultor de m ercado interno com o passo necessário para a exportação. Porém , tam bém no que se refere ao m ercado interno não vê boas perspect ivas ao crescimento do setor. Conclui entretanto, que não deseja passar uma idéia pessimista sobre as perspectivas à frut icultura, m as alerta para a necessidade de um planejam ento global para a frut icultura brasileira em seu conjunto e não apenas à exportação. Esta últ im a visão em bora exageradam ente pessim ista cont r ibui ao alertar para a necessidade de elaborar-se estudos cr iter iosos de m ercado anter iorm ente a qualquer definição de m etas arrojadas de expansão da produção. As iniciat ivas do Program a governam ental, por seu turno, em bora possa estabelecer algum as m etas de concretização difícil, cont r ibui de form a relevante ao colocar na agenda de discussão sobre desenvolvim ento econôm ico, a frut icultura, adicionalm ente reveste-se tam bém de im portância por disponibilizar recursos financeiros para a frut icultura, recursos os quais deve-se buscar a extensão de sua aplicação tam bém para o Espírito Santo. Acrescenta-se que a frut icultura t ropical representa ‘franjas’ do grande m ercado internacional dom inado pelas frutas tem peradas. Grandes deslocam entos de ofertantes estabelecidos em m ercados consolidados é tarefa difícil para países novos ent rantes com o o Brasil. Ent retanto, m esm o nesse contexto o Chile soube ident ificar sua ‘janela de oportunidade’ e explorá- la. No que se refere à frut icultura t ropical o Brasil é o m aior produtor. O desafio portanto é gerencial e tecnológico e exige, dent re várias coisas o desenvolvim ento de um a cultura exportadora ao longo da cadeia produtiva com ênfase em pontos como os relacionados a seguir:

1 - EXPORTAÇÃO COMO FORMA DE CAPACI TAÇÃO PARA ATUAR NO MERCADO I NTERNO - exportar não é o que sobra do atendim ento ao m ercado interno. Exportação exige aprendizado prévio. Capacitar para atender m ercados sofist icados e exigentes habilita à sobrevivência e atuação com desenvoltura em m ercados internos menos sofisticados.

Telecomunicações

78000

Indústria em geral

83000

Indústria automobilística

91000

Bens de capital

98000

Pecuária

100000

Metalurgia

145000

Química

220000

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2 - EXPORTAÇÃO COMO ESTRATÉGI A COMPLEMENTAR E NÃO CONFLI TANTE AO SUPRI MENTO DO MERCADO I NTERNO - exem plo neste sent ido são os EUA que detêm forte atuação nas duas esferas, além de buscarem aproveitar todas as oportunidades de negócios ao longo de diversas cadeias produt ivas independentemente do nível de agregação de valor.

3 - EXPORTAR É INVESTIMENTO DE LONGO PRAZO QUE EXIGE REGULARIADADE E PERSISTÊNCIA -"Nenhum produtor deve com eçar a exportar se não est iver disposto a reservar um a parcela da produção ao mercado externo. A exportação exige continuidade, não pode ser utilizada como válvula de escape para cr ises no mercado interno. Não gera resultados imediatos e grandiosos" (FRUPEX).

4 - EXPORTAR COM EFI CI ÊNCI A EXI GE PROFI SSI ONALI SMO E PRÁTI CAS DE COOPERAÇÃO AO LONGO DA CADEI A PRODUTI VA - qualidade e pontualidade em todos os elos da cadeia são atributos imprescindíveis que requerem tem po para desenvolvim ento e atenção cont ínua para atualização das práticas e relações econômicas inerentes.

5 - EXPORTAR ENVOLVE - um a sincronia de  de ações envolvendo um a cadeia de agentes e o uso dos m ais diversos aparatos logísticos que precisam estar capacitados para funcionar com presteza e sintonia.

6 - EXPORTAR EXI GE - pesquisa e acom panham ento sistem át ico de m ercado; além de postura voltada a oferecer produtos com qualidade, preço e comodidade. No caso das frutas, os t rês elem entos básicos de qualidade de produto são fitossanidade ( incluindo-se níveis de conteúdo de resíduos quím icos, item de observação r igorosa pelos m ercados europeus e am ericanos) ; aparência e sabor. Faz-se necessário saber produzir e comercializar com eficiência(custos) e qualidade. Um a vez ident ificados os elem entos essenciais à exportação cabe ident ificar ao longo das cadeias produt ivas da frut icultura no Espírito Santo sua estrutura e capacidade imediata e potencial em explorar as oportunidades oferecidas pelo mercado externo. Percepções acerca da potencialidade exportadora da frut icultura t ropical no Espír ito Santo não são novas. Experiências esporádicas e de fracasso, bem com o experiências exitosas em exportação pontuam o histórico da produção de frutas no Estado. Ent retanto, até a atualidade, a frut icultura nunca deslanchou com o um a estratégia abrangente de crescim ento econôm ico, por questões diversas. Ent retanto, ressalta-se que a produção de frutas é considerada a segunda categoria de cultura m ais sofist icada da agricultura, superada apenas pela floricultura em termos de conhecimento e "adestramento" do trabalho utilizado na produção. Exige habilidade e cuidado, que podem ser const ruídos, porém já exist indo fam iliar idade e prát ica, facilita-se invest im entos concent rados em capacitação. Observa-se no Espír ito Santo, dent re as culturas selecionadas, arraigamento cultural no que se refere ao abacaxi e banana, bem como familiaridade de produtores dedicados à at iv idade de produção de frutas com out ras culturas delicadas com o hortaliças, o que, em bora incipiente, cont r ibui enquanto base de capacitação tecnológica para estas produções. Delinea-se, no próxim o item , um panorama e mapeamento da fruticultura no Espírito Santo, através das culturas selecionadas neste projeto.

A FRUTICULTURA TROPICAL NO ESPÍ RITO SANTO: Considerações e Mapeamento

1 - EVOLUÇÃO DA FRUTI CULTURA - A frut icultura é um a das pr incipais at iv idades econôm icas do Estado, sendo responsável pela diversificação agrícola de vários m unicípios, pr incipalm ente os da região norte. A área plantada em frut icultura era de 52.790 ha (FI BGE – LSPA/ 1998) , destacando-se em ordem de im portância as culturas de: 1) Banana (23.494 ha) ; 2) Coco (10.622 ha) ; 3) Mam ão (6.316 ha) ; 4) Abacaxi (3.050 ha) ; 5) Laranja (2.950 ha) ; 6) Abacate (1.357 ha) ; 7) Macadâm ia (1.234 ha) ; 8) Maracujá (943 ha) ; 9) Tangerina (776 ha) ; 10) Manga (577 ha) ; 11) Lim ão (561 ha) ; 12) Melancia (420 ha) ; 13) Goiaba (262 ha) ; 14) Morango (154 ha) . Dem ais frutas não ocupam área total no Estado superior a 40 ha, apresentando, portanto, dim ensões econômicas muito modestas. O Espír ito Santo possui condições edafo-climát icas favoráveis para o desenvolvim ento da frut icultura de clim a t ropical que, aliado a esforços de pesquisa, capacitação em presarial e prospecção de m ercados, podem imprimir à região um alto grau de qualificação nesse setor. A conjuntura em que se encont ra a frut icultura capixaba é "sugeneris" . Apesar da existência de condições de demanda favoráveis nos mercados externos e internos de frutas, as vendas têm se reduzido nas últimas sem anas em decorrência de insuficiência de oferta de produtos que atendam aos requisitos de qualidade requeridos por estes m ercados, m esm o considerando-se produções m ais desenvolvidas com o é o caso do mamão. O m am ão const itui- se, inequivocam ente, no m elhor exem plo de significat iva expansão e desenvolvim ento da frut icultura no Espír ito Santo. Com as perspect ivas de m ercado am pliadas pelo recente acesso aos m ercados am ericanos evidenciou-se ainda m ais a necessidade de expansão e qualificação da produção para o atendimento dos mesmos. Em segundo lugar, em termos de colocação nos m ercados externos, encont ra-se o abacate. Volum es com pat íveis com perspect ivas de expansão das exportações requer um t rabalho voltado para a qualidade do produto. Duas culturas t radicionais na frut icultura estadual e de ext rem a im portância social at ravés da geração de

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em prego e renda de pequenas e m édias propriedades são as de banana e abacaxi. Em am bos os casos, apesar da am plam ente aceita qualidade superior em term os de sabor, as culturas encont ram -se com problem as est ruturais graves. Perdendo m ercado para produtores de out ros Estados nos m ercados internos, as produções de banana e abacaxi apresentam problem as de exaustão de solo; fitossanidade; m anejo da cultura e de com ercialização que resultam em baixos níveis de produt iv idade e de qualidade do produto. A reincorporação destas culturas em circuitos de exportação exige, de im ediato, ação integrada voltada para a melhoria da qualidade do processo de produção e dist r ibuição detalhados ao longo do texto, ações tam bém necessárias para reverter o quadro de crise da atividade. Novas culturas despontam prom issoras em term os de desenvolvim ento, a pr incipal delas é a de coco. Um a especialização em produção de coco anão (para água) , possível a part ir do im pressionante crescim ento do cult ivo na últ im a década, in natura e/ ou indust r ializada, tem excelentes perspect ivas de consolidação de posições no m ercado interno e para a exportação. Novos tam bém são os plant ios com erciais de goiaba, os quais apresentam boas possibilidades, num a ót ica de atendim ento de 'nichos de m ercado', válido tam bém para as culturas de morango e tangerina. Nos parágrafos que seguem explicitam -se detalham entos sobre aspectos técnicos e econôm icos das frutas selecionadas para a análise neste projeto.

a) MAMÃO

O m am ão papaia const itui-se no exem plo m ais notór io de sucesso em exportação de frutas do Espír ito Santo. Com produção concent rada no litoral norte do Estado (no entorno do m unicípio de Sooretam a) , o m am ão capixaba é exportado por seis em presas localizadas próximas às áreas de cult ivo, quais sejam : Calim an Agrícola S. A.; Gaia Com ércio e Exportação Ltda.; Agra Produção e Exportação Ltda.; Honey Fruit Produção e Exportação de Frutas Ltda.; Mandarins I m portação e Exportação de Frutas Ltda. e Frutas Solo S. A. A produção capixaba é distribuída nos m ercados europeus e am ericanos sob a ident ificação de 16 (dezesseis) marcas de comercialização conforme explicitado no Quadro 1. A cultura do mamão passou a ter importância econômica para o estado a partir da segunda metade da década de oitenta, quando foram introduzidas cultivares do grupo "solo havaiano" na região norte, principalmente nos municípios de Pinheiros, Linhares, São Mateus e Pedro Canário. Em 1985, a área plantada era de 1.233 ha e a produção chegava a aproxim adam ente 23,7 m il toneladas. Dez anos depois, a cultura se estendera por cerca de 3,5 mil ha. De acordo com o Mapa 1, a cultura ocupa uma larga faixa compreendendo as regiões Nordeste e Centro-Leste do Espír ito Santo, desde Mucurici até Aracruz, em bora concent rada nos m unicípios de Linhares e de Pinheiros, responsáveis por aproximadamente 60% dos frutos colhidos neste estado. A dist r ibuição da cultura ent re esses m unicípios obedece tam bém um a certa especialização da produção; com Pinheiros predominando o mamão formosa e, em Linhares/Sooretama, predominando o mamão papaia. Não obstante ter alcançado quase 8 mil há de área cultivada, em 1995, em 1998 o mamão ocupava uma área superior a 6 m il ha, com um a produção em torno de 300 m il toneladas anuais; m ais da m etade da produção total brasileira e quase a totalidade do mamão papaia do Brasil. Tal desempenho está associado, por um lado, às condições de clim a e solo bastante favoráveis à cultura – perm it indo que se obtenha produção regular durante o ano todo - e, por outro, à proximidade dos principais mercados de destino da fruta. Norm alm ente as em presas exportadoras m antêm , elas próprias, um a parte expressiva da produção sob o seu controle, ou produzindo diretamente, ou monitorando o "ponto de colheita" da fruta de acordo com os requisitos dos mercados a que se dest ina. Como pode-se ver no Quadro Nº 1, o faturamento das principais empresas exportadoras, em 1998, chegou a aproximadamente R$15 milhões, o que corresponde a quase 10% das exportações totais de frutas do Brasil no mesmo ano. Fato notável que garante uma nítida vantagem ao papaia capixaba, foi a suspensão das proibições de im portação da fruta brasileira por parte dos Estados Unidos, em 1998, exclusividade concedida somente ao mamão produzido no estado do Espírito Santo.

QUADRO Nº 2 Ranking dos Exportadores de Mamão

(Classificação pelo Valor das Exportações – Base 1996) – Em Us$mil

Empresa

Classificação 1996

1997*

Participação

Caliman Agrícola S.A.

988,2 1.386,5 20,9%

Gaia Importação e Esportação S.A .

762,1 384,6 16,1%

Honey Fruit – Prod. Imp. E Exportação Ltda.

638,6 129,9 13,5

Euroconte Exportação e I m portação Ltda.

598,5 506,5 12,7

Riofruit Importadora e Exportadora Ltda.

448,5 264,4 9,5%

Vaversa Vale Verde Agro Industrial S. A.

392,4 0,0 8,3%

Frutland Produção e Comério Ltda.

311,0 236,8 6,6%

Joalca Agroindustrial Ltda.

133,2 80,7 2,8%

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*Até junho Fonte: Agrianual 1998, FNP Consultoria & Comércio

No ranking dos m aiores exportadores brasileiros da fruta (Quadro Nº 2) , as t rês pr im eiras em presas –Calim an, Gaia e Honey - são capixabas, enquanto out ras t rês - Frut land, I ndaiá e Brasfruit - possuem ent repostos ou filiais no Espír ito Santo, exportando o produto a part ir de São Paulo, pr incipalm ente. Caracteriza-se tam bém por ser um a cultura com elevado grau de especialização do produtor, e sobretudo no que tange ao mamão papaia, voltada preponderantemente para o mercado externo. Ent retanto, ao lado do destacado lugar at ingido pelo Espír ito Santo nessa cultura, há que se considerar vários fatores que tornam relat iva tal performance. Nos últ im os quat ro anos, por exem plo, a cultura do m am oeiro apresentou um a pequena tendência de redução da área plantada, com pensada em parte pela ent rada em produção das novas lavouras, com o pode ser visto no Gráfico Nº

1. Por out ro lado, há graves problem as fitossanitár ios por resolver. Em lavouras bem conduzidas as perdas se apresentam relat ivam ente pequenas, m as ainda persistem velhos hábitos, em que os cuidados culturais tendem a acom panhar o m ovim ento cíclico dos preços da fruta, facilitando a incidência de pragas e doenças quando cai o rendim ento. Há casos, relatados por produtores, em que as perdas ocasionadas por pragas chegam a 60%. Na região de Linhares, o problem a principal é o da "m eleira" , enquanto em Pinheiros, é o do "m osaico" , com ocorrência de focos, inclusive no perím et ro urbano. A pr im eira é um a doença brasileira, rest r ita ao Espírito Santo e sul da Bahia. O segundo é incidente na Flór ida e tam bém no Havaí, sobre o qual há pesquisas desde 1930. Os desenvolvimentos mais recentes sugerem a utilização de plantas t ransgênicas com o única form a de resistência, o que já vem sendo feito na Aust rália e na China, m as que, evidentem ente, não se apresentam localmente como alternativa viável, pelo menos no curto prazo. Além disso, a organização desse m ercado vê-se afetada pelas falhas no m onitoram ento fitossanitár io por parte do governo, envolvendo desde o desaparelham ento das ent idades de pesquisa, extensão e fiscalização, até carência de pessoal técnico. Um a est ratégia de longo prazo certam ente ter ia que levar em conta tais pontos, o que im plica em considerar um a região geográfica m ais am pla do que o Espír ito Santo, incorporando também o sul da Bahia. No que respeita às em presas do setor, existem grandes diferenças ent re elas – tecnológicas, financeiras e organizacionais - , fatos que se estendem à qualificação de m ão-de-obra, t ratos culturais da lavoura e capacidade em presarial para exportar. As relações ent re exportador/ fornecedores tornam -se m ais com plicadas em vir tude de diferenciais de preços prat icados no m ercado interno – m ais oscilante - , e no exterior. Quatro destas exportam o mamão diretamente para o exterior, com destaque para as duas maiores. Uma parcela significativa do produto é, ent retanto, t ransacionado por em presas de São Paulo, com entrepostos no Espírito Santo. Há fortes dem andas tam bém no que se refere a câm aras fr igorificadas, estudos de apt idão edafo-climática, cursos de capacitação em presarial, t reinam ento em em balagens, baixo ou nenhum dom ínio sobre técnicas de transporte marítimo, inexistência de fluxos aéreos/marítimos no Espírito Santo que atendam as demandas das em presas e inexistência de produtos quím icos regist rados que facilitar iam a contestação de rejeições fitossanitárias do papaia capixaba no exterior. Fica evidente que m esm o com o aparecim ento de novos concorrentes no cenário internacional – Gana, Costa do Marfim , Áfr ica do Sul, Nam íbia e out ros - , o m ercado é potencialm ente elevado, pr incipalm ente se se leva em conta os Estados Unidos, onde o Espírito Santo possui a única área perm it ida do Brasil para atender àquele país. Mesm o no m am ão, onde este estado já possui grande diferencial em relação a out ras regiões concorrentes, alavancar as exportações passa necessariam ente pela conjugação de esforços visando a superação dos fatos acima mencionados. Faz-se necessário para esta cultura um a generalização dos padrões de produção encont rados nas em presas líderes. Capacitação em presarial, cr iação de m ecanism os adequados de capitalização financeira e ações integradas para a promoção da qualidade do mamão produzido no Estado.

b) ABACAXI

Exofruit – Exportação de Frutas Ltda.

130,1 51,0 2,8%

Indaiá Exot ic I m portação e Exportação Ltda.

10º

69,4 37,8 1,5%

Aguisa Agropecuária Guimarães S.A

11º

46,8 0,0 1,0%

Fazenda Sorriso Agricultura e Comércio Ltda.

12º

45,1 0,0 1,0%

Paradise Importadora e Exportadora Ltda.

13º

29,7 0,0 0,6%

Brasfruit Exportação e I m portação Ltda.

14º

22,8 32,2 0,5%

Agra Produção e Exportação Ltda.

15º

91,4 27,6 1,9%

Outros

 

91,4 27,6 1,9%

Total

 

4.724 3.138 100,00%

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O abacaxi é um a fruta com boas perspect ivas de m ercado interno e exportação. No âm bito externo, const itui-se numa das frutas de maior consumo mundial, amplamente conhecida nos mais diversos mercados. A cultura do abacaxi no Espír ito Santo, ent retanto, com o ressaltado, encont ra-se com graves problem as est ruturais os quais requerem superação no curto prazo, de form a a reverter o quadro de perdas cont ínuas de posições no mercado nacional e permit ir sua inserção em fluxos de exportação. Ações integradas para a capacitação tecnológica para a produção e comercialização nas áreas de concentração da cultura é tarefa urgente, viável e passível de gerar resultados positivos em curto espaço de tempo. Em bora tenham sido feitas experiências em out ras regiões do estado, é a área com preendida pelo novo município de Marataízes – antes pertencente a I tapem ir im , a que concent ra a quase totalidade da produção estadual. Em 1998 (Gráfico N º

2), a área plantada era de 3,0 m il ha no Espír ito Santo, tendo sido de 5,7 m il

ha em 1995/ 96. I sso se deve a várias causas: descapitalização do produtor, desorganização do m ercado e exaustão do solo, dent re out ros, o que faz com que o abacaxi do Espír ito Santo perca espaços que tradicionalmente detinha nos mercados de Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Os problem as que afetam a cultura são de longa data, com o a " fusariose" , que pode causar perdas de 40 a 50% das lavouras quando o aceitável ser ia algo em torno de 10% . Nesse caso, o ano de 1990 m arca o início de grandes problem as para a cultura da fruta na região de Marataízes. Em vir tude da grave seca que afetou os canaviais, nessa época, houve um a grande reconversão do espaço agrícola da região – da cana-de-açúcar para o abacaxi - , gerando sim ultaneam ente um a forte dem anda por m udas, com pouca ou nenhum a garant ia de origem, propiciando o aparecimento de doenças que antes não existiam. A cultura ganhou grande expansão, inclusive com grandes lavouras, hoje desaparecidas. Apesar da cr ise, há no m unicípio de Marataízes um a longa t radição no cult ivo da fruta em torno da variedade pérola, cuja produção está baseada em pequenas propriedades que ut ilizam m ão-de-obra fam iliar, gerando em m édia, 3 em pregos diretos por hectare, em cerca de 800 propriedades. Só neste m unicípio essa at iv idade emprega diretamente 6 mil pessoas. No quadr iênio 95/ 98 houve um a expansão de 15,3% na produção total de abacaxi para o Brasil, passando de 1,96 milhão de toneladas, em 1995, para 2,26 milhões em 1998. Sendo que, em 1997, at ingiu 2,50 milhões [ I EA, 1998: 200] . A dist r ibuição regional da produção tem acom panhado proporcionalm ente a área cult ivada, sem grandes avanços de produt ividade, em bora com clara tendência de expansão no estado do Pará, e de retração nos dem ais estados. A produção paraense que correspondia a 7,2% da produção brasileira em 1995, salta para 18,2%, em 1998. Neste mesmo período, a Paraíba, t radicional produtor de abacaxi, tem sua participação na produção nacional reduzida de 21,3% para 10,6% . A pr incipal vantagem dos novos produtores, como o estado do Pará, está no tam anho e na sanidade do fruto, com nível de infestação da lavoura próximo de zero por cento. Os pr incipais ent raves à expansão dessa fruta no Espír ito Santo esbarram na baixa capitalização dos produtores, resultando em uma cultura pouco tecnificada e elevado grau de desperdício, com queda do rendimento a longo prazo. O solo tem apresentado rápido esgotamento, cujo resultado são plantações m ais suscetíveis a pragas e doenças e com rendim ento (Kg/ fruto) cada vez m enor. Não obstante, o estado tem -se m ant ido ent re os cinco pr incipais produtores, com um a part icipação na produção nacional em torno de 5 a 6%, e tendo apresentado, em 1998, o terceiro melhor rendimento da cultura no Brasil, 49,6t/ha. Embora com todos os problemas mencionados, a fruta de Marataízes possui grande aceitação comercial, como m ost ram iniciat ivas bem sucedidas de com ercialização com grandes redes de superm ercados de São Paulo: Carrefour e Pão-de-Açúcar. As vantagens comparativas da fruta capixaba residem principalmente na longa tradição em torno do abacaxi e no br ix da fruta. Há que se atentar, no entanto, que não se tem ainda qualquer garant ia técnica a respeito que possa em basar um a est ratégia de com ercialização de longo prazo diferenciada. Recom enda-se, portanto, a realização de um teste oficial de br ix do abacaxi pérola, com o objet ivo de m ontagem de um a est ratégia de comercialização. Com vistas à exportação esse aspecto cum prirá um papel chave, quando os problem as de fitossanidade da lavoura estiverem sob controle. Sobre isso não se tem qualquer dúvida de que as técnicas hoje conhecidas são suficientes para se colocar no m ercado um produto de qualidade/ sanidade superiores. Dentre as frutas tropicais, o abacaxi é uma das mais conhecidas no exterior e testes de degustação na Europa aprovaram o abacaxi pérola, devendo a part ir de agora adequá- lo aos padrões de com ercialização: amarelecimento da casca do abacaxi pérola, tamanho e formato do fruto e redução da coroa. Na situação em que encont ra-se a cultura, a m esm a tende a perder os m ercados m ais qualif icados. Um pacote tecnológico/ gerencial am plo faz-se necessário para explorar o grande potencial da at iv idade, incluindo um a reavaliação do sistem a de produção vigente, v isando m udas sadias e selecionadas genet icam ente, m aior densidade, reposição orgânica do solo, escolha/ t ratam ento de águas para irr igação, viveir istas credenciados, etc., além de disseminar técnicas conhecidas de tratamento pós-colheita e informações de mercado.

c) ABACATE

O abacate, dent re as culturas selecionadas, é a segunda m elhor posicionada em term os de perspect ivas de ampliação das exportações. Seu cult ivo increm entou-se ao longo dos anos 1980, na busca de alternat ivas à cafeicultura e influenciado pela perspect iva de instalação de unidade indust r ial de processam ento desta fruta. Embora ainda restrito em termos de produção e área plantada no Estado, o abacate vem sendo exportado para a França, Portugal, Espanha, Canadá e Argent ina, at ravés das em presas exportadoras de m am ão (Agra, Gaia e Honey Fruit ) . As perspect ivas do m ercado m undial de abacate são as de m aior expansão dent re as

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frutas t ropicais. Nas últ im as sem anas as exportações at ingiram 9 toneladas sem anais, aproveitando-se da possibilidade de oferta em cont ra-estação das produções dos m aiores supridores de abacate no m ercado mundial (México, EUA e República Dominicana). Existe uma 'janela de oportunidade' para a exportação do abacate capixaba nos mercados do hemisfério norte no período de Abril a Julho. Entretanto, a maior dificuldade para o aproveitamento destas oportunidades de mercado reside na insuficiência de oferta de produtos que atendam os requisitos para a exportação. Dos plant ios existentes, apenas cerca de 30% da produção enquadram -se nas exportações. Readequação e expansão dos cult ivos de form a a aum entar o percentual exportável são fundam entais para a consolidação do abacate enquanto produto de exportação da fruticultura do Espírito Santo. O cult ivo com ercial do abacate está concent rado em alguns poucos m unicípios da região cent ro sul do estado, pr incipalm ente em Venda Nova do I m igrante, Conceição do Castelo, Dom ingos Mart ins e Vargem Alta, que respondem por aproximadamente 2/ 3 da produção estadual (Mapa N º 3) . A área plantada que já alcançou 2,1 m il ha em 1995, é relat ivam ente pequena (1,3 m il ha, em 1998) e m uito dispersa, em bora de 1985 a 1996, o número efetivo de plantas tenha aumentado quase seis vezes, e a produção crescido quase t rês vezes. O bastante para que o Espír ito Santo figure nas estat íst icas com o o quarto produtor nacional, at rás de São Paulo (1º ), Minas Gerais (2º ) e Paraná (3º ). Prevê-se que, em 1999, possa chegar a 16 m il toneladas a produção total do estado. Alguns aspectos favoráveis à produção capixaba estão relacionados ao clim a e à possibilidade de colheita na contra-estação dos estados do Nordeste, para onde vai um a im portante parte da produção local. O produto também tem se dest inado ao estados do Pará, Am azonas e Dist r ito Federal. No que se refere à exportação, também pode ser aproveitada a entre-safra do Hemisfério Norte, que se concentra entre Outubro e Fevereiro. Com o existem diversos m icro-clim as na região, o abacate é cult ivado em alt itudes que var iam de 700 a 1200 metros, possibilitando estender a safra de Junho até Novem bro. Os pioneiros da cultura na região de Venda Nova do I m igrante apresentam -se com o referência no que diz respeito às possibilidades da fruta no Espírito Santo , passando a exportar – em consórcio com em presas exportadoras de m am ão - , um a pequena parcela da produção desde os últ im os quat ro anos, tanto para os países do Mercosul quanto para a Europa. I sso se intensificou em 1999, quando prevê-se que a exportação (para Canadá, Portugal, Espanha e França) possa chegar a 120 toneladas da fruta. Cont rar iam ente do que se supõe, a variedade que tem se apresentado m ais adequada à exportação, é a primavera, de tam anho superior às que são com ercializadas t radicionalm ente no m ercado internacional: hass e wagner, dent re out ras. Cerca de 15% de um a safra se enquadram dent ro dos requisitos dos mercados externos, onde já é conhecida como abacate tropical A proximidade com empresas exportadoras tem-se constituído numa importante via de escoamento da produção local.

d) COCO

A cultura do coco expande-se em r itm o acelerado no Espír ito Santo, ocupando um a área de 10.622 ha (Gráfico N º

4). Delineando-se um claro processo de especialização em cultivo da variedade anão, objetivando o m ercado de água de coco. Em bora expansão desordenada t raga apreensão sobre dificuldades de comercialização do produto, a pesquisa revelou que a cultura do coco com eça a ganhar contornos em presariais. Ressalta-se o projeto indust r ial da Agrococo S. A., localizada no m unicípio de São Mateus com capacidade instalada para o processam ento de 100.000 frutas/ dia para a produção de 3.000.000 unidades/mês de em balagens de 250 m l de água de coco em baladas a vácuo. Com start up

planejado para dezem bro de 1999 o sucesso desse em preendim ento será de grande im portância para a consolidação da cultura do coco, como base alternat iva à econom ia do norte do Estado. Possibilitará, também , ousar-se disputar com vantagens com pet it ivas os espaços existentes no m ercado internacional de água de coco, ainda inexplorados pela produção brasileira. Quase exclusivamente voltado para o mercado interno, grandes produtores de coco começam a buscar meios, em conjunto com profissionais/ em presas atuantes nas exportações de m am ão papaia, para a colocação do coco aqui produzido em mercados da Europa. A exem plo de out ras culturas, o coco enquanto cultura com ercial é relat ivam ente recente no Estado, apresentando-se com potencial para expandir-se num a larga faixa que com preende a m aior ia dos m unicípios da região norte do Estado, além de Santa Leopoldina, Guarapari e Anchieta, ao sul. Aí estão concent rados ¾da produção estadual – 22,4 m ilhões de frutos em 1996 (Mapa N º

4). O destaque, ent retanto, fica para os municípios de São Gabriel da Palha e São Mateus. Neste últ im o estão localizadas as iniciat ivas em presariais m ais significat ivas da cultura. A variedade m ais dissem inada é o t ipo "anão", próprio para a produção de água. Como os sinais de mercado estão favoráveis, as plantações têm -se expandido, m as sem m uita atenção no que respeita à qualidade de mudas e à sanidade da lavoura. A produção capixaba é ainda m uito pequena se com parada com a dos estados do Nordeste: Bahia (60,4milhões de frutos) , Sergipe (50,3) , Rio Grande do Norte (42,7) e Ceará (42,4) . Não obstante, o Espírito Santo é o Estado onde a expansão da cultura se fez m ais rápida nos últ im os anos, passando de um a área cult ivada de 1,3 m il ha em 1990, para 3,4 m il ha em 1997. Além do que na produção do Nordeste estão incluídos tanto coco verde quanto o coco seco dest inado à indúst r ia, enquanto no Espír ito Santo, há uma especialização no primeiro tipo. O que m ais cham a a atenção nessa cultura é a sua expansão recente, onde quase 50% da área cult ivada são de lavouras em form ação. Cuidados fitossanitár ios são necessários com urgência, pois m esm o as lavouras

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em presariais correm o r isco de serem afetadas por doenças derivadas pr incipalm ente de plantações abandonadas e do livre t rânsito de m ater ial genét ico nas fronteiras do estado. A exem plo do que ocorre em out ras culturas, a produção de coco tam bém tem sido afetada pela inexistência de agroquím icos regist rados para o cont role de pragas e doenças, enfrentando tam bém problem as de abastecim ento de água para irrigação. Em algum as localidades da região já não chove regularm ente há vários anos, e as águas do subsolo são buscadas cada vez mais profundamente. A deficiência hídrica e a salinidade das águas do Norte do Estado podem rest r ingir a com pet it iv idade da cultura no Espír ito Santo. Colocam -se com o requisitos fundam entais m aior organização da cultura, que já possui um a associação de produtores, v isando a adoção de cr itérios técnicos m ais r igorosos quanto à produção e padrão de pureza varietal de m udas, cuidados com a lavoura, utilização correta de agroquímicos e trânsito de material nas fronteiras do Estado. Cont role fitossanitár io e capacitação em presarial são as m edidas urgentes que recom enda-se adotar, nucleando-se em apoios necessários ao sucesso do em preendim ento agroindust r ial da Agrococo, este último, o pr incipal elem ento de salto qualitat ivo da produção de coco no Espír ito Santo e posicionam ento com pet it ivo no mercado nacional e de exportação.

e) BANANA

A cultura da banana const itui- se na pr incipal at iv idade frut ícola desenvolvida no Espír ito Santo, em term os de área ocupada. Espraiada por prat icam ente todo o terr itór io estadual, a produção de banana desem penha papel social importante na geração de renda de milhares de médias e pequenas propriedades. O quadro atual da bananicultura no Estado é, ent retanto, de ret ração econôm ica e perda de posições nos mercados internos. A banana ainda encontra-se ausente na pauta das exportações capixabas. A produção estadual é relat ivam ente bem especializada em banana prata. Algum a concent ração da variedade ‘banana da terra’ localiza-se no m unicípio de Dom ingos Mart ins. Especialização recente vem se delineando no entorno do município de Laranja da Terra, com produção de ‘banana m açã’, em bora em volum es ainda bastante reduzidos. Produção da variedade ‘banana d’água’ (nanica) encont ra-se pulverizada no Estado em pequena quantidade, a exemplo do encontrado na localidade de Pedra Lisa Alta, no município de Iconha. Num a conjuntura de preços baixos (em torno de R$ 0,20/ Kg pago ao produtor) , reduzida produt iv idade e qualidade, a cultura da banana vem sendo subst ituída pela cafeicultura em vários m unicípios. Reversão desse quadro de cr ise requer ações integradas voltadas à m elhoria da qualidade do produto, perm it indo o reposicionamento competitivo da banana prata capixaba nos mercados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em nível nacional, a bananicultura para fins com erciais apresenta forte concent ração no litoral sul de São Paulo. Enquanto a área colhida nesse estado se situa ao redor de 8,5% da área total do país, a sua participação nunca ficou abaixo de 13,5% no quadriênio 95/98, chegando a 15% em 1996 [IEA, 1998:205].

O Espírito Santo figurava em 12º lugar entre os estados produtores no Brasil em 1992 [CARRARO e CUNHA, 1994:11] , evoluindo para o 9º lugar nos dois últimos anos, quando a produção se situou ao redor de 400 m il toneladas ou aproximadamente 6% da produção brasileira [ I EA, 1998: 205] . Esses dados estão superest im ados quando confrontados com os do I BGE; a área total ocupada pela cultura não passaria de 23,5 m il ha em 1998, com um rendim ento m édio de 6,8t / ha. Haveria, segundo técnicos da EMATER-ES, um a queda gradativa da área ocupada por essa cultura, com tendência de se estabilizar entre 15mil e 20 mil ha. No entanto, há que se ressaltar que as diferenças nessas part icipações estão fortem ente afetadas pelas diferenças de var iedades, associadas às característ icas das várias regiões. Em bora a produt iv idade m édia nacional se situe ao redor de 14t / h, ver ifica-se níveis bem super iores com o no Pará (29,6t/há), Santa Catarina (24,4t / há) e São Paulo (23,4t / há). Neste últ im o predom ina a espécie "nanicão", cujo peso por cacho é superior aos observados na produção das regiões Norte e Nordeste do Brasil e no Espírito Santo. Além da variedade, out ro fator a explicar as diferenças de produt ividade são as nít idas diferenças regionais sob a ót ica do padrão tecnológico. As novas regiões com pet idoras, com o as de Jaíba e Janaúba, em Minas Gerais alcançam níveis de produt iv idade próxim os aos do Equador (70t / ha) . I sso tem deslocado o produto do Espírito Santo nos seus mercados mais tradicionais, os das cidades de Belo Horizonte e do Rio de Janeiro. No Mapa 5

e no Gráfico Nº

5

estão indicadas as pr incipais localidades produtoras e o com portam ento da área ocupada com a cultura no Espír ito Santo, com destaque para os m unicípios no entorno de Alfredo Chaves. É um a região de relevo acidentado, dificultando a adoção de técnicas m ais eficientes na condução das plantações. Em bora o produto seja de boa qualidade, as característ icas anter iores fazem a produt iv idade cair significativamente: 13,6 t/ha, em 1998 [IEA, 1998:206]. Em decorrência do arraigam ento cultural do cult ivo da banana no Espír ito Santo; de sua im portância sócio-econôm ica; da destacada qualidade em term os de sabor; dos espaços existentes nos m ercados internos e possibilidades no m ercado externo, recom enda-se ações de recuperação tecnológica da cultura da banana voltadas para m elhor ia da qualidade do produto, aum ento de produt iv idade e, por esta via, redução de custos.

g) MARACUJÁ

As perspect ivas de m ercado para o m aracujá são de crescim ento, em bora caracter ize-se basicam ente com o um a exploração de ‘nicho de m ercado’, no que se refere às exportações, as quais são efetuadas, pr incipalm ente, t ransacionando-se com sucos processados ao invés do fruto ‘in natura’, m ais presentes no

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atendimento do mercado interno nacional. A cultura do m aracujá está em franca expansão no Brasil, sendo os m aiores produtores os estados do Pará (1º ), Bahia (2º ) e São Paulo (3º ). No Espír ito Santo ela está presente pr incipalm ente na região norte do estado. Os dados, em bora sujeitos a confirm ação, apontam para um expressivo aum ento da área cult ivada, que passa de 604 ha em 1996, para 943 ha em 1998, figurando como 8ª cultura de frutas em termos de área (Gráfico Nº

6). Caracter iza-se tam bém por ser um a cultura com ercial recente neste Estado, capturada pelas

estatíst icas do I BGE som ente no últ im o Censo Agropecuário, o de 1995/ 96. Nessa época, quase 87% das plantações capixabas estavam concent radas nos m unicípios de Linhares ( incluindo Sooretam a) e Jaguaré, com participação pequena do município de Presidente Kennedy, no extremo sul do estado. Pelos dados de 1998 (FI BGE-LSPA) , aparece o m unicípio de Pinheiros em 3º lugar em área cult ivada. Neste município encont ra-se o m aior cult ivo individual de m aracujá do país, com 120 ha plantados, ao m esm o tem po que se m antém estáveis as plantações ao sul do Estado. I sto sugere que essa cultura tende a se consolidar nos municípios do norte do Espírito Santo. A conjugação de técnicas conhecidas, de irr igação e de polinização art ificial, pode elevar rapidam ente a produt ividade do setor. Quanto às possibilidades de exportação, em bora rest r itas no curto prazo, pode ser t rabalhada at ravés de ações integradas com vistas à expansão profissionalizada da cultura de maracujá e iniciativas de processamento industrial para exportação e mercado nacional.

h) GOIABA

A cultura da goiaba, em bora ocupando área ainda bastante reduzida, expande-se consideravelm ente nos últ im os cinco anos no Espír ito Santo. Em nível de Brasil, o Estado m aior produtor é o de Pernam buco, com 50% da produção nacional e 84% da produção do Nordeste [CARRARO & CUNHA, 1994:12-3], seguido de São Paulo (2º ) e Rio Grande do Sul (3º ). A produção capixaba passa a fazer parte das estat íst icas nacionais m uito recentem ente. O Censo Agropecuário de 1995/ 96 apontava 67ha de área em produção no Estado, com 40 m il pés da fruteira. Essa produção está concent rada no m unicípio de Santa Teresa e adjacências, onde se acham os pioneiros dessa cultura no Estado. Pelos dados de 1998 (Gráfico Nº

7), a área cult ivada sobe para 262 ha, com 172 deles em produção, representando um aum ento espetacular do plant io, com rendim ento m édio acim a do verificado para o Brasil (31t/ha, em 1991), Santa Teresa (50t/ha) e São Roque do Canaã (35t/ha). Num processo de busca de alternat iva econôm ica, nit idam ente capitaneado pelo órgão de extensão rural (então EMATER) , o cult ivo com ercial da goiaba iniciou-se pelo m unicípio de Santa Tereza e com eça a se espraiar por diversos m unicípios do Estado, destacando-se Vila Valér io e Vila Pavão. Ressalta-se nestes plantios a qualidade do manejo da cultura e técnicas de pós-colheita em seleção e embalagem. Ent retanto, diversas são as ações necessárias à capacitação dos produtores de goiaba para consolidar suas posições no m ercado local (E.S.) , iniciar vendas para out ros estados e at ingir m ercados externos, quais sejam: pesquisa agronômica e treinamento de técnicas de refrigeração, de forma a generalizar o alongamento do período de oferta para todo o ano, fato já presente em alguns cultivos; pesquisa em material genético para o fornecim ento de m udas m ais adaptadas às condições naturais das diversas áreas de cult ivo; credenciamento de viveiristas pelos órgãos do Estado; capacitação empresarial e informações de mercado. No que se refere às exportações, recom enda-se iniciar-se tentat ivas de envios de pequenos lotes com pondo ‘cestas de exportação de frutas’, através da cadeia de exportação do m am ão papaia. I niciat ivas de agroindustrialização para a produção de polpa e derivados da goiaba são tam bém im portantes para o desenvolvimento desta cultura no Estado.

2 - CONDIÇÕES NATURAI S DE PRODUÇÃO - a análise das condições naturais de produção const itui- se em ponto de part ida fundam ental para o desenvolvim ento das at ividades do setor agrícola. Ent retanto, em bora relevando-se condição ‘sine qua non’, as condições naturais não são por si só suficientes para o sucesso do ‘agronegócio’. Além de requisitos de aperfeiçoam entos cont ínuos das at iv idades e relações econôm icas ao longo da cadeia de produção/comercialização do produto (do suprim ento dos insum os até o sat isfação do consum idor final) , o desenvolvimento de vantagens de custo e de comercialização (vantagens dinâm icas) const ruídas a part ir do conhecim ento e exploração das potencialidades das condições naturais estát icas, são hoje elem entos-chave ao planejamento e sucesso do ‘agribusiness’. Desta forma desenvolvimentos tecnológicos nas áreas de fitobiologia, equipamentos de irrigação e técnicas de cult ivo e m anejo podem propiciar a superação de obstáculos edafo-climát icos naturais e/ ou a ot im ização das condições preexistentes possibilitando, em m uitos casos, a exploração de nichos específicos de m ercado. O desenvolvim ento de variedades resistentes e/ ou adaptadas a m icroclim as específicos; a adm inist ração de hormônios para a indução de floração/frutificação precoce; a adoção de técnicas de m anejo (podas) propiciando o alongam ento do tem po de colheita e m odificações de tem peratura at ravés do uso de irr igação são exem plos de art ifícios técnicos, dent re inúm eros out ros, de uso generalizado na agricultura em presarial e pontualizado na agricultura do Espír ito Santo que; resguardadas as necessárias condições de fitossanidade e qualidade orgânicas das plantas e frutas; interferem no ambiente natural elevando as possibilidades de sucesso mercadológico em nível nacional e para exportações de culturas específicas. Portanto, inform ações básicas e precisas sobre condições naturais e exigências específicas de culturas

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selecionadas são est ratégias tanto para os invest idores quanto para os profissionais que os assessoram em term os agronôm icos e/ ou m ercadológicos, ou seja, são úteis para os m ais diversos agentes econôm icos ao longo da cadeia produtiva. É nesta perspect iva t ransform adora de algum as das condicionantes naturais, que desenvolvim entos tecnológicos da EMBRAPA viabilizaram parte significativa da fruticultura do Vale do São Francisco, no nordeste brasileiro; que I srael t ransform ou áreas de deserto em áreas de produção agrícola e que a Espanha vem t ransform ando as I lhas Canárias (Tenerife) em im portantes supridoras de bananas para os m ercados europeus em condições naturais bastante adversas; em que o próprio solo é substituído em suas cam adas superficiais, através do transplante de solos de outras partes da referida ilha. As condições naturais no Espír ito Santo são, no geral, m ais favoráveis à agr icultura, e à frut icultura em particular, do que as áreas anteriormente mencionadas. Entretanto, ainda carece-se de conhecimentos aprofundados e intervenções eficazes sobre as condições naturais do Estado, de m odo a possibilitar m aior sucesso e expressão à fruticultura capixaba no cenário nacional e à sua performance exportadora. O levantam ento de dados e inform ações, objeto do presente relatór io revelou a disponibilidade de informações técnicas precárias sobre as condições edafo-climát icas propícias à frut icultura de clim a t ropical para o conjunto do Espírito Santo. Tais informações encont ram -se dispersas em m anuais específicos por cultura e/ou carecem de aprofundamento. I nexiste até o m om ento um m apa de zoneam ento edafo-climát ico para a frut icultura de clim a t ropical. Este instrumento reveste-se de importância estratégica para o desenvolvimento eficiente e profissionalizado destas at iv idades. Sua elaboração pode ser possível e de rápida concret ização, um a vez que dispõe-se no Estado de conhecim entos técnicos sofist icados para a elaboração de m apas edafo-climát icos (MAPA DE UNI DADES NATURAI S DO ESPÍ RI TO SANTO – Feitosa, L. 1997) . Tecnologia esta que, ao ser ut ilizada com o base para o refer ido zoneam ento, adicionando-se apartes de conhecim entos de pesquisadores especializados por cultura da frut icultura t ropical v iabiliza a elaboração de um m apa de zoneam ento Edafo--climát ico para a Frut icultura de Clim a Tropical no Espír ito Santo, tecnicam ente r igoroso e atualizado. Enquanto inst rum ento est ratégico para o Planejam ento Em presarial desta at iv idade econôm ica no estado, sua viabilização financeira deverá ser de interesse dos órgãos de capacitação de recursos hum anos (SEBRAE) ; de desenvolvim ento econômico (ADERES, GERES/ BANDES) ; dos órgãos de Agricultura e em presas. Solicitações nesse sent ido foram explicitadas pelas duas maiores empresas exportadoras de frutas no Estado. Hoje o que se dispõe em term os de dados edafo-climát icos sistem at izados para a frut icultura t ropical, no Espír ito Santo, rest r inge-se a um a proposta elaborada pela em presa TECNEM – Consultor ia em Agribusines (1993) , reproduzida nos m apas 08 a 13 at ravés de descrição presente no diagnóst ico efetuado no refer ido docum ento, um a vez que seu Vol. V, contendo m apas não se encont ra disponível no Espír ito Santo por extravio. Em bora lim itada em sua form ulação, esta proposta doravante refer ida com o TECNEM (1993) const itui- se em base inicial para at ravés de cr ít icas e aperfeiçoam entos elaborar-se o zoneam ento edafo-climát ico aqui sugerido; razão pela qual tal proposta encontra-se reproduzida a seguir:

3 - Proposta TECNEM ( 1 9 9 3 ) – Condições de Solo e Clim a para o Desenvolvim ento de Culturas Selecionadas no Espírito Santo. Nesta proposta sugere-se a ident ificação de áreas com apt idão edáfica para a frut icultura t ropical a part ir do que com base em dados técnicos sobre requisitos clim áticos à culturas selecionadas propõe-se um zoneamento edafo-climático para as mesmas. As frutas selecionadas naquele t rabalho eram o abacaxi, o abacate, a acerola, a banana, o m am ão, a m anga, o caju, o m aracujá e a noz m acadâm ia. Não contem pla portanto culturas com o goiaba e coco, de interesse para o presente projeto e incipientes comercialmente no início dos anos 1990. A proposta da TECNEM (1993) baseou-se no t rabalho Apt idão Florestal do Estado do Espír ito Santo (Dadalto et alli, 1992) que adotou com o parâm et ros: deficiência hídr ica, deficiência de oxigênio, fert ilidade do solo e suscet ibilidade do solo à erosão e definiu t rês classes de apt idão florestal. Com base em tal classificação, por extensão foram definidas t rês classes de áreas de apt idão edáfica, pr im eiram ente, a clim át ica para a frut icultura t ropical no Espír ito Santo. Quais sejam : áreas de apt idão edáfica preferencial, áreas de apt idão edáfica restrita e áreas edaficamente inaptas à fruticultura.

3.1 - Áreas de apt idão edáfica preferencia l à frut icultura t ropical - I dent ificadas com o áreas apresentando relevo pouco acentuado, declividade < 20% ; baixo r isco de erosão ou relevo forte ondulado de 20 – 45 % de declividade, porém com características físicas favoráveis de solo e desfavoráveis à erosão. Essas áreas preferenciais predom inam nas regiões norte (Mucurici, Montanha, Pedro Canário, Pinheiros, Boa Esperança, Nova Venécia, Jaguaré, São Gabriel da Palha e São Dom ingos do Norte) , litorânea ( Aracruz e Fundão) , cent ral no vale do Rio Doce, no sudeste do estado ( Viana, Guarapari, I conha, I tapem ir im e Marataíses) , parte do cent ro-sul ( Bom Jesus do Norte, Mim oso do Sul, Presidente Kennedy, Cachoeiro do I tapem ir im e Castelo) e em algum as áreas m ais baixas na região oeste (Mantenópolis, Alto Rio Novo, Marilândia, Baixo Guandu, I taguaçu, I tarana, Laranja da Terra e Afonso Cláudio) , e algum as áreas de baixada (m argens de r ios com o o São Mateus, o Doce, o Jucu e o I tapem ir im ) e parte leste do estado próxim a ao litoral. Em síntese as áreas preferenciais predom inam nas regiões norte/ nordeste e toda faixa leste até o sul onde avança pelo Vale do Rio Itapemirim, abrangendo cerca de 50% do Estado. Conforme ilustrado no Mapa 8.

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3.2 - Áreas de apt idão edáfica rest r ita à frut icultura de clim a t ropical - Predominância de relevo m ontanhoso de 40 a 75 % de decliv idade, de relevo m enos acidentado (20 – 45 % ) porém possuindo características de solo favoráveis à erosão e baixa fertilidade natural. As áreas desta classe predom inam na região noroestes (Água Doce do Norte, Ecoporanga e Barra de São Francisco) , no cent ro-oeste ( Santa Tereza, Santa Leopoldina, dom ingos Mart ins, Marechal Flor iano, Vargem Alta. Conceição do Castelo e Muniz Freire) e no sudeste (Iúna, Irupi, Ibatiba, Ibitirama, Divino São Lourenço e Gaçuí). Em síntese as áreas com aptidão edáfica restrita predominam em toda região oeste do estado avançando para o litoral pela região central.

3.3 - Áreas edaficam ente inaptas à frut icultura t ropical - Áreas com alta suscet ibilidade à erosão, devido ao relevo m uito acidentado (45 a 75% de declividade) e com característ icas físicas do solo desfavoráveis. Pr incipalm ente pouca profundidade, alta desagregação e baixa fert ilidade. Predom inam na região central do estado (Santa Maria de Jetibá). Em síntese as áreas edaficam ente inaptas à frut icultura t ropical predom inam nas regiões altas do cent ro-sul e áreas de proteção ambiental situadas no litoral. Ressalta-se um a vez m ais que estas inform ações da proposta TECNEM (1993) encont ram -se num nível de elevada generalidade. Na frut icultura t ropical encont ram -se grande variedade de plantas com exigências edáficas diferenciais. Adicionalm ente salienta-se, um a vez m ais, que t ratam -se de considerações estáticas mutáveis e/ ou influenciáveis dependendo do sent ido e do r itm o do progresso técnico em fitobiologia, técnicas m últiplas de manejo do solo e de recursos hídricos. A part ir do m apa geral de apt idão edáfica (m apa 1) o docum ento TECNEN (1993) define exigências e zoneamento da Aptidão Edafo-Climática para as culturas ali selecionadas, combinando considerações de solo e de m acroclim a; estabelecem t rês classes de apt idão para cada cultura selecionada conform e explicitado a seguir:

I - Preferencial: apresenta condições edáficas e climáticas (térmicas e hídricas) satisfatórias para o cultivo comercial da cultura; II - Restrita: apresenta restrição edáfica e/ou climática moderada; III - Inapta: apresenta restrição edáfica e/ou climática acentuada.

Obs.: A áreas preferenciais não representam condições ideais de cult ivo m as áreas preferenciais no Espírito Santo em comparação às demais.

a) MAMÃO

O m am oeiro produz bem em áreas com tem peratura m édia anual em torno de 24-25º C e com cerca de 1.500 m m anuais de precipitação pluvial. Esta cultura encont ra tam bém plena apt idão em regiões de clim a subt ropical, desde que em áreas protegidas de geadas e ventos fr ios freqüentes. A queda de tem peratura de outono e inverno em regiões m ais fr ias, prat icam ente paralisa o desenvolvim ento vegetat ivo, reduzindo a produt iv idade e prejudicando a qualidade dos frutos. A cultura é exigente em um idade e tolera período seco não superior a 4 (quat ro) m eses. O zoneam ento de apt idão edafo-climát ico do m am ão encont ra-se ilust rado no Mapa 9.

Na definição dos parâm et ros que definem as exigências da apt idão clim át ica da cultura com ercial do m am ão, foram levados em conta pelo docum ento TECNEM(1993) os dados e inform ações de literatura. Os parâmetros adotados estão explicitados como segue:

a. Temperatura Média Anual de 23º C. - Este valor indica o limite inferior da faixa térmica mais favorável considerada ótima à cultura. Temperaturas inferiores a esta comprometem a qualidade dos frutos.

b. Temperatura Média Anual de 19º C. - Este valor indica o limite inferior da faixa restrita, abaixo da qual a cultura sofre insuficiência térmica.

c. Deficiência hídrica anual de 100mm. - Valor correspondente ao limite máximo da área preferencial: valores superiores indicam restrição por seca moderada.

* Áreas Preferencia is para a cultura do m am oeiro - condições hídr icas e térm icas sat isfatórias apresentando pequena estação seca favorável à cultura (Aracruz, Linhares, Vitória e São Mateus). * Área Restr ita à cultura do m am oeiro - restrições por carência térm ica. Abrange a região sul (Muqui, Alegre, Alfredo Chaves e Muniz Freire) planalto cent ral (Marilândia e Mantenópolis) . O valor do I tapem ir im , m édia vale do Rio Doce e norte do Estado (Nova Venécia) apresentam rest r ição hídr ica (estação seca pronunciada). * Área Inapta - inaptidão edáfica e/ou climática por insuficiência térmica ou deficiência hídrica excessiva

Deficiência hídr ica (Ecoporanga, Mucurici, Ato Vale do Rio Doce) Dom ingos Mart ins e Venda Nova ou

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apresenta carência térmica (sudoeste do estado).

b) ABACAXI

Regiões com boa distribuição de chuvas são consideradas ótimas. Uma deficiência hídrica tardia, sobretudo no início da diferenciação da cultura da florescência e da form ação do fruto pode prejudicar m uito o rendim ento da cultura. Em regiões quentes e úmidas o abacaxi tem grande desenvolvimento foliar e produz frutos volumosos com elevado teor de açúcar e baixa acidez. Nas regiões de tem peratura m ais baixa, os frutos são m enores, de coloração am arelo-pálida e de acidez m ais elevada, com pequeno teor de açúcar. Os pr incipais fatores climáticos que podem causar prejuízos à cultura são excesso de insolação que causam escaldaduras nos frutos, ventos fortes, granizo e geadas.

Parâmetros adotados:

a. Temperatura Média Anual de 19 º C

- Esse valor indica o limite inferior da faixa térmica favorável, considerada ótima a cultura. Temperaturas inferiores levam ao problema de friagem dos frutos.

b. Temperatura média anual de 17 º C

- Valor indicativo do valor inferior, abaixo do qual a cultura sofre deficiência térmica e problemas de concorrência freqüente de geadas severas.

c. Deficiência hídrica anual de 40mm

- Valor correspondente ao limite inferior da faixa preferencial. Valores inferiores indicam ausência de estação seca desejável.(?)

d. Deficiência hídrica anual de 300mm

- Esse valor indica o limite abaixo do qual a área apresenta estação seca moderada e acima do qual a seca é muito pronunciada tornando a região inapta à abacaxi cultura.

A proposta de zoneamento edafo-climát ico para a cultura do abacaxi no Espír ito Santo encont ra-se ilust rada no Mapa 10.

* Área preferencial para o Abacaxi. - Regiões que apresentam peque estação seca favorável à cultura. Abrange a m aior parte do Estado, com os Vales do I tapem ir im , do Rio Doce, e região de São Mateus e região norte do Estado (Nova Venécia, Marilândia e Mantenópolis) nessa faixa normalmente não ocorre problemas de friagem. * Área rest r ita . - Restrição edáfica e/ ou clim át ica m oderada com preendendo as regiões de Muniz Freire, Domingos Martins, Vitória, Santa Tereza, Aracruz, São Mateus e Noroeste do Estado. * Área inapta. - Apresenta acentuada rest r ição clim át ica com um a acentuada deficiência hídr ica no ext rem o noroeste do Estado e com insuficiência térm ica acentuada nas regiões m ontanhosas de alt itude localizadas no sudoeste do Estado, inviabilizando o cult ivo com ercial. ( I tapem ir im , Marataízes, Serra Guarapari, Linhares, Aracruz, Viana e Presidente Kennedy). Variedade pérola, plantio de pequena propriedade.

Problema – fusoriose.

c) ABACATE

Parâmetros adotados na definição das diferentes faixas de aptidão climática:

Temperatura média anual 19 º C. - Indica o limite inferior da faixa térmica mais favorável, considerada ótima à cultura. Temperaturas inferiores a esse limite indicam restrições à produção e à qualidade do fruto Temperatura anual média de 17 º C. - Abaixo da qual a cultura sofre insuficiência térmica. Deficiência hídrica anual de 20mm. - Limite inferior da faixa preferencial – Valores inferiores a este indicam ausência de estação seca desejável. Deficiência hídrica anual de 200mm. - Esse valor indica o limite, acima do qual a área apresenta estação seca muito pronunciada, tornando a região restrita para a cultura comercial do abacate.

Faixa Preferencia l. - As áreas consideradas preferenciais no Espír ito Santo para o cult ivo das três variedades de abacate m ais conhecidas dos m ercados deste produtos: ant ilhana (com um ou manteiga); guatemalense e mexicana, encontram-se ilustradas no Mapa 11. Área Preferencial para o abacate: Vitór ia, Guarapari, Aracruz, Linhares, Barra Seca, São Mateus, Muqui, Alegre, Alfredo Chaves e Muniz Freire, Marilândia e Mantenópolis.

Área Restr ita - Por insuficiência térm ica ou hídr ica acentuada, rest r ingindo o cult ivo com ercial ( Conceição do Castelo, Venda Nova, Domingos Martins e Santa Tereza).

Área I napta. - Apresenta inapt idão edáfica e/ ou clim át ica pela carência térm ica nas regiões montanhosas e incidência de geadas (Sudoeste do Estado).

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d) BANANA

Planta típica de clima tropical úmido. A cultivar mais plantada no Espírito Santo é a prata ( 85% do total) , mais resistente à seca. A bananeira adapta-se bem em regiões t ropicais de alt itude pouco elevada e em terrenos bem drenados e livres de geadas severas. As m aiores produções são obt idas em regiões com tem peraturas altas o ano todo e com o m áxim o de ilum inação solar. Tem peraturas baixas podem prejudicar o fruto. * Para a indicação de áreas clim at icam ente preferenciais para a bananicultura no Espír ito Santo foram consideradas as exigências dos diversos cult ivadores de interesse econôm ico. A bananeira é exigente em clima temperatura e umidade . São os fatores climáticos que mais afetam a produção. Os parâmetros adotados na definição das diferentes faixas de aptidão climáticas foram:

Temperatura média anual de 20º C (que para o estado do Espírito Santo corresponde a 18º C de temperatura média do mês mais frio). - Este valor indica o valor inferior da faixa térmica favorável, considerada ótima à cultura. Temperaturas inferiores a esses limites indicam o aparecimento de problema de ‘friagem’ nos frutos. Temperatura média anual 18º C (para o Espírito Santo corresponde a 15º C de temperatura média do m ês mais frio). - Este valor indica o limite inferior, abaixo do qual a cultura sofre de deficiência térmica e problemas de ocorrência freqüente de geadas. Deficiência hídrica de 0 mm. - Este valor corresponde à ausência de estação seca. Deficiência hídrica de 80 mm. - Valor correspondente ao limite abaixo do qual a área apresenta estação seca moderada e com plena aptidão dos cultivares. Deficiência hídrica anual de 300 mm. - Representa o limite superior, acima do qual a faixa apresenta estação seca demasiada pronunciada tornando a região inapta para a bananicultura sem irrigação.

A proposta TECNEM (1993) de zoneam ento edafo-climát ico para o cult ivo da bananeira encont ra-se ilust rado no Mapa 12.

* Áreas preferencia is ao cult ivo da banana - estas áreas apresentam condições edafo-climáticas satisfatórias, sendo consideradas preferencias para a m aior ia dos cult ivares de banana. Apresenta, ent retanto pequena rest r ição hídr ica para a banana ouro por ser m uito resistente à seca. Abrange o ext rem o sul do Estado e bem como a região costeira (Guarapari, Vitória, Linhares e São Mateus) e também a região central do Estado no baixo Rio Doce. * Área preferencia l I I - apresenta condições edafo-climát icas sat isfatór ias para m uitos cult ivares. Porém por apresentar pronunciada estação seca, a torna rest r ita para as variedades ‘ouro’, ‘nanica’ e ‘nanicão’. Abrange as partes norte e oeste (Nova Venécia e Marilândia) , o Vale do I tapem ir im ( Bananal, I tapem ir im e a região de Alfredo Chaves). * Área de apt idão rest r ita - por apresentar seca acentuada ( ‘ouro’, ‘nanica’ e ‘nanicão’). Abrange áreas quentes do norte (Mucurici) e oeste ( Colat ina e Baixo Guandu) . Planalto cent ral/ cent ro-sul (Santa Tereza e Santa Maria de Jetibá) condições hídricas favoráveis e térmicas restritas por problemas de friagem. * Área inapta - acentuada deficiência hídr ica no noroeste do estado (Barra de São Francisco) e deficiências térmicas nas áreas montanhosas do sul do estado.

e) MARACUJÁ

O m aracujá am arelo tem com o região de or igem a Am érica. A planta requer calor, um idade, dias longos para ocorrer florescim ento, pegam ento da florada e frut if icação (pode produzir o ano inteiro) . Com o inverno moderado ocorre o pousio da planta. Requer regiões com temperatura média anual entre 21º a 27º C e com totais anuais entre 800 e 1700 mm. É necessária boa dist r ibuição das chuvas ao longo do ano. Baixas temperaturas são prejudiciais à planta. Exige pelo m enos onze horas de lum inosidade por dia, ventos persistentes também são prejudiciais. Terrenos - textura média, profundos e bem drenados, ligeiramente inclinados com bom nível de fertilidade. Estes são requisitos essenciais para a rentabilidade da cultura. Parâmetros adotados para definição das áreas de aptidão edafo-climática.

Temperatura média de 21 º C. - Indica o limite inferior da faixa térmica mais favorável, considerada ótima à cultura. Temperaturas inferiores a esse limite indicam restrições térmicas à produção e à qualidade do fruto de maracujá. Temperatura média anula de 18 º C. - Este valor indica o limite inferior a baixo do qual a cultura sofre insuficiência térmica acentuada. Deficiência hídrica anual de 100 mm. - Corresponde ao limite superior da faixa preferencial. Valores superiores a 100 mm indicam ocorrência de estação seca pronunciada.

* Área preferencial à cultura do m aracujá - regiões com estação seca e boas condições para o desenvolvimento e frut ificação do m aracujazeiro. Abrange a região litorânea do Estado (Vitór ia, Guarapari,

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Aracruz, Linhares, Barra Seca, São Mateus) , região sul e planalto cent ral (Marilândia e Mantenópolis), normalmente não ocorrem nestes áreas problemas de friagem. * Área rest r ita à cultura do m aracujá - restrições edáficas e/ ou clim át icas. Vale do I tapem ir im , m édio Vale do Rio Doce e norte do Estado (Nova Venécia) , o planalto cent ral (Santa Tereza e Santa Maria do Jet ibá) e o sudoeste do Estado (São José do Calçado). * Área I napta - inaptidão edáfica e/ ou insuficiência térm ica ou deficiência hídr ica rest r ingindo o cult ivo com ercial do m aracujá am arelo. Localiza-se na parte noroeste (Ecoporanga, Mucurici e alto Vale do Rio Doce) e parte central do estado (Mendes Fonseca e Venda Nova) e região montanhosa Sudeste.

As áreas de apt idão edafo-climát icas para a produção de m aracujá no Espír ito Santo encont ram -se ilust radas no Mapa 13.

Tornando-se por base o m apa de apt idão edafo-climát ica apresentado estar iam situados nas áreas preferenciais para as culturas as concent rações de plant ios de m am ão, abacaxi, m aracujá e banana. A produção de abacate com concent ração em Venda Nova do I m igrante não se adequa ao zoneam ento proposto. Finalm ente para as culturas da goiaba e coco não existe proposição de zoneam ento. Reitera-se, ent retanto, que urge a elaboração de um zoneam ento edafo-climát ico para a frut icultura t ropical no Espírito Santo tecnicam ente r igoroso e atualizado, base para o planejam ento profissional destas at iv idades. A proposição existente apresenta-se genérica, im precisa e desatualizada, a exem plo dos vários m unicípios que não são mencionados no zoneamento proposto.

4 - SÍ NTESE DOS PRI NCI PAI S DESAFI OS FI TOSSANI TÁRI OS E RESPOSTAS TECNOLÓGICAS DISPONÍ VEI S NO ESPÍ RI TO SANTO PARA CULTURAS SELECI ONADAS - enquanto base inicial da cadeia produt iva, a produção agrícola requer prát icas respaldadas por acesso e dom ínio de tecnologias que ganharam a fitossanidade das plantas e produção. O cont role de pragas e doenças t raz reflexos im ediatos nos resultados econôm icos das culturas; at ravés da imposição de perdas de plantas e quebras na produt ividade, im plicando em elevação dos custos de produção. Adicionalm ente, a incidência de pragas e doenças com prom ete a aparência do fruto bem com o sua aceitação em m ercados específicos. As pr incipais barreiras com erciais no m ercado de frutas const ituiu-se das legislações específicas a cada mercado regulando aspectos fitossanitários dos produtos e níveis de resíduos de produtos químicos presentes nos mesmos. A profissionalização da produção de frutas num a perspect iva de cadeia produt iva voltada à inserção competitiva nos mercados internacionais pressupõe sintonia a proximidade entre geração e uso de tecnologias voltadas à assegurar a fitossanidade de plantas mais exigentes quanto a estes requisitos. O Quadro I

sintet iza as pr incipais pragas e doenças presentes nas culturas selecionadas, causas, pr incipais conseqüências respostas tecnológicas disponíveis e desejos tecnológicos que persistem de m odo a respaldar a qualidade fitossanitária da fruticultura tropical no Espírito Santo.

5 - COMERCIALIZAÇÃO - conform e ressaltado ao longo deste relatór io, o m ercado internacional de frutas apresenta perspect ivas de expansão, abrindo im portantes possibilidades econôm icas para a produção e exportação de frutas t ropicais. Eficiência e profissionalism o no processo de com ercialização das frutas constituem-se em fatores básicos para o sucesso desse agronegócio. O m ercado internacional de frutas caracteriza-se por alta concent ração econôm ica, em decorrência da operação nestes m ercados de em presas globais, a exemplo das americanas Dole Thomsen S. A. e Chiquita , e de ‘boards’ de exportação governamentais, a exemplo da empresa neozelandesa ‘Enza’. Em decorrência da alta qualidade do produto (em term os de aparência, sabor e fitossanidade) exigida e do alto grau de perecibilidade, fatores tais com o Sistem a de I nform ações Mercadológicas e Logíst icas de Transportes e de Refr igeração const ituem -se, progressivam ente, em requisitos fundam entais para a participação de forma competitiva nos mercados de frutas frescas do Hemisfério Norte. Nesses m ercados, dent re vários out ros fatores, ressalta-se tam bém a existência de barreiras ( tar ifár ias e não tarifár ias) , as quais, em grande m edida, vêm dificultando o aum ento do volum e das exportações de frutas de países não tradicionais nestes mercados, a exemplo do Brasil. A cobrança de tar ifa de im portação não se rest r inge a um único grupo de produtos, m as no que se refere à imposição de barreiras tarifárias por parte da União Européia (UE), observa-se que os produtos hortícolas e as frutas estão sujeitos às m aiores tar ifas; com m édias de 52,4% e 23,3% e m áxim as de 117% e 50% , respect ivam ente. A adoção dessas barreiras leva a um aum ento do preço do produto exportado, podendo reduzir sua com pet it ividade. Com relação à adoção de tar ifas por parte dos EUA, constata-se que houve um aum ento significat ivo sobre as sem entes e frutos oleaginosos, de form a que estes produtos estavam sujeitos a um a tar ifa de im portação m áxim a de apenas 8% , em 1992, e passaram a enfrentar tar ifas de até 188% a partir de 1995, o que dificulta e restringe as exportações desses produtos para o mercado norte-americano. Associado à existência de barreiras com erciais, deve-se ainda m encionar a prevalecência de out ro t ipo de im pedit ivo com ercial que vem lim itando as exportações de frutas brasileiras em direção à União Européia e aos Estados Unidos: os cham ados ‘acordos preferenciais de com ércio’, que garantem aos sócios com erciais um t ratam ento preferencial de com ércio, consubstanciado na redução e/ ou na elim inação de barreiras comerciais, principalmente as tarifárias; em apoio financeiro; econômico e ainda em cooperação técnica, com

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o objetivo de proporcionar o desenvolvimento desses países. A União Européia estabelece um a série de acordos preferenciais com diversos países que com põem o sistem a internacional, m erecendo destaque os países da Europa Cent ral e Oriental - Polônia, Hungr ia, República Tcheca, Eslováquia, Rom ênia e Bulgária - os países do Mediterrâneo - Argélia, Marrocos, Tunísia, Egito, Jordânia, Líbano, Sír ia, Turquia, I srael, Malta, Chipre e a ex- Iuguslávia - e os países afr icanos, caribenhos e do Pacífico - ACP - através do Acordo de Lom é, o qual garante preferência tar ifár ia para a m aior ia das exportações desses países, que ent ram livres de tar ifas e cotas na União Européia, t ratam ento especial para os produtos agrícolas, at ravés da redução dos direitos aduaneiros e arranjos especiais para alguns produtos, como açúcar, rum, carne, arroz e banana, dentre outros. Em consonância com a polít ica de com ércio externo da UE, os Estados Unidos tam bém m antém acordo preferencial de com ércio com várias partes do planeta, cabendo destacar o NAFTA (North Am erican Free Trade Agreem ent) , que consiste na cr iação de um a zona de livre com ércio com o Canadá e México, onde se prevê a elim inação total de barreiras com erciais ent re esses países, e acordo da m esm a natureza com I srael, firm ado desde 1985. Contem pla produtos agrícolas e m anufaturados, pr incipalm ente, azeitonas, cebolas, alho, sucos cítricos, rosas, jóias de ouro, além de serviços, propriedade intelectual e investimentos. Além desses acordos, os EUA adotaram um program a de apoio à Bacia do Car ibe at ravés do Caribbean Basin Recovery Act de 1983, que abrange 24 países, e vem facilitando a exportação de vários produtos, como cana-de-açúcar, suco de laranja, produtos quím icos, frutas, café, peixes e frutos do m ar, carne, couro, tabaco, eletroelêt ronicos e art igos de esporte, de form a que os países m ais beneficiados foram República Dom inicana e Costa Rica. Out ro acordo preferencial de com ércio foi f irm ado com os países que form am o Pacto Andino, Bolívia, Colôm bia, Equador e Peru, at ravés da assinatura do Andean Track Preference Act , que consiste em um programa de preferência tarifária para os países andinos, cujo objetivo é estimular o desenvolvimento dos m esm os e apoiar o com bate ao t ráfico de drogas. Os produtos m ais sensíveis foram : flores secas, cobre e zinco. O estabelecim ento destes acordos de com ércio dificulta os fluxos exportadores dos países não participantes dos mesmos, como é o caso do Brasil.

A seguir tecer-se-á comentários específicos sobre as condições de com ércio internacional das frutas selecionadas por este projeto.

a) MAMÃO

Os principais m ercados im portadores do m am ão brasileiro são os países m em bros da Com unidade Européia (CE) e os Estados Unidos. A variedade exportada é o m am ão papaia, cuja dem anda tem aum entado significat ivam ente nos países da CE – França, Alem anha e Reino Unido – pr incipais m ercados consum idores de m am ão na Europa. O Brasil é o pr incipal exportador de m am ão para a CE, detendo cerca de 75% do mercado. Apesar da m agnitude do fornecim ento de m am ão para a Europa, as exportações brasileiras têm encont rado problem as de or igem fitossanitár ias para o acesso àqueles m ercados. I lust rat ivo, nesse sent ido, foi a recente suspensão, por parte da Alem anha, das im portações de m am ão papaia, o que afetou a em presa Calim an Agrícola, de Linhares, já que 50% de todas as exportações da em presa estavam sendo dest inadas ao mercado alemão. A suspensão se deu em decorrência da alegação de que o nível de dit iocarbam ato, composto utilizado nas lavouras para ajudar a conservar o fruto, estava acima do aceitável pela Alemanha. De acordo com a classificação alem ã, cada fruto tem um índice m áxim o de dit iocarbam ato, m as com o o mamão ent ra na categoria de "out ros" , o nível m áxim o perm it ido é de apenas 0,05 m iligram as por quilo. Desta forma, os exportadores brasileiros, através do Ministério da Agricultura e do Abastecimento estão buscando junto às autor idades sanitár ias da Alem anha que o m am ão passe a ter um a classificação própria dent ro do Códex Alim entarius e que possa apresentar 5,00 m iligram as por quilo de dit iocarbam ato. Associado a isso, pretende-se sugerir que a análise do m am ão seja feita a part ir da polpa da fruta, desconsiderando a casca do mamão, já que esta não é destinada ao consumo humano. Com relação às exportações brasileiras de m am ão para o m ercado norte-am ericano, tem -se que som ente o mamão originário de áreas cert if icadas do Espír ito Santo pode ser exportado para os EUA. Esta rest r ição também é explicada por problem as de razões fitossanitár ias sob a alegação de que o fruto é propenso à m osca da fruta m editerrânea, o que explica, em grande m edida, a proibição das im portações do m am ão brasileiro pelos EUA. De acordo com o Código de Regulamentações Federais dos EUA, o ingresso do mamão papaia, proveniente do Brasil, só poderá ocorrer sob as seguintes condições:

1. Os frutos têm que ser colhidos e embalados dentro do estado do Espírito Santo; 2. No período que vai desde 30(trinta) dias antes de começar a colheita até a sua conclusão, todas as

árvores(mamoeiros) presentes na área de cultivo deverão, necessariamente, ser mantidas livres de mamões cujo grau de amadurecimento atinja 50% ou mais, isto é, quando mais de 25% da casca já se encontra amarelada. Estes mamões em estágio avançado de amadurecimento e os que venham a cair da árvore deverão ser enterrados, destruídos ou removidos da área de cultivo, pelo menos duas vezes por semana. Para tanto, exige-se que os mamoeiros sejam checados constantemente;

3. Os mamões deverão ser tratados com água quente durante 20 minutos, numa temperatura de 49º c;

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4. Quando empacotados/embalados, os frutos deverão apresentar um grau de amadurecimento menor do que 50%, isto é, não mais de 25% da casca deverá estar amarelada e a aparência deve demonstrar que os mamões estão livres de todas as moscas, pragas e pesticidas;

5. Os frutos deverão ser empacotados a fim de evitar o acesso das moscas da fruta ou qualquer outro tipo de pestes; os pacotes(as caixas) não poderão conter nenhum outro tipo de fruta, nem mesmo mamões papaias não qualificados para serem importados pelos EUA;

6. Todas as caixas nas quais os mamões são embalados têm que ter o seguinte carimbo: "Não para importação ou distribuição dentro do Hawaí". (Isto se faz necessário em virtude da proibição do ingresso do mamão brasileiro no Hawaí);

7. Todos os procedimentos descritos acima deverão ser submetidos à supervisão de membros nacionais do Ministério da Agricultura;

8. As "armadilhas" para capturar as moscas da fruta deverão ser colocadas e mantidas nas áreas onde os mamões estão sendo cultivados. A colocação dessas armadilhas deverá ser iniciada pelo menos um ano antes da colheita começar até a conclusão da mesma. A cada hectare deverá ser colocada uma armadilha, as quais deverão ser checadas pelo menos uma vez por semana pelos funcionários do Ministério da Agricultura. A distribuição das armadilhas na área de cultivo deverá ser de 50% do tipo Mc Phall e 50% do tipo Jackson. Se a média capturada de moscas da fruta mediterrânea "Medflies" por armadilha do tipo Jackson por semana for maior do que sete, outras medidas deverão ser tomadas com vistas a controlar a quantidade de Medflies nesta área de cultivo. O Ministério da Agricultura deverá guardar os números de mosca da fruta encontrada em cada armadilha e disponibilizá- los para o Animal and Plant Health Inspector Service(APMIS), quando solicitados. Esses números deverão ser mantidos e guardados por pelo menos um ano;

9. Se a média capturada pela armadilha do tipo Jackson exceder 14(quatorze) "Medflies" por armadilha por semana, as importações de papaias provenientes desta área de cultivo terão que ser suspensas até que a quantidade capturada se reduza atingindo uma média igual ou inferior à sete "Medflies" por armadilha por semana;

10. No estado do ES, no Brasil, se a média capturada pela armadilha do tipo Mc Phall for maior que 7 moscas da fruta sul-americana(Anastupha fraterculus) por armadilha por semana, outras medidas deverão ser tomadas a fim de controlar a quantidade destas moscas na área de cultivo. Se a média capturada pela Mc Phall exceder a 14 moscas da fruta sul-americana por armadilha por semana, as importações de papaias provenientes desta área de cultivo terão que ser suspensas até que a quantidade capturada se reduza alcançando uma média igual ou menor do que 7 moscas da fruta sul-americana por armadilha por semana.

11. Toda carga despachada terá que ser acompanhada do Certificado Fitossanitário emitido pelo Ministério da Agricultura, provando e atestando que os mamões foram cultivados, empacotados e transportados em consonância com as condições exigidas(supra-mencionadas).

Além do cum prim ento de todos esses procedim entos im postos pelo Código de Regulam entações Federais dos EUA, os mamões cult ivados nas áreas cert ificadas do Espírito Santo deverão ser submetidos também à Agência de Proteção Am biental(EPA) para análise acerca do nível de tolerância de resíduos quím icos. Desta forma, podemos concluir que as barreiras fitossanitárias, presentes nos mercados dos EUA e CE, impactam de form a significat iva a dinâm ica destes m ercados de frutas, apresentando desafios à pesquisa e às em presas, quanto ao m anejo destas culturas, e aos órgãos governam entais na norm at ização fitossanitár ia e gestões internacionais para a elim inação das exigências inconsistentes presentes na regulam entação dos países importadores.

Diante do exposto, pode-se concluir que apesar do Brasil ser o segundo m aior produtor m undial de frutas t ropicais, o volum e exportado ainda é m uito insignificante, não obstante as vantagens com parat ivas apresentadas pelo País, consubstanciadas nas favoráveis condições clim át icas, na fert ilidade do solo e na abundância de m ão-de-obra. Dent re os pr incipais fatores que explicam o baixo nível de exportação das frutas tropicais brasileiras encontram-se as barreiras comerciais, tarifárias e não tarifárias, que dificultam o aumento do fluxo de com ércio ent re o Brasil e os países im portadores bem com o os acordos preferenciais de com ércio firm ados ent re a Com unidade Econôm ica Européia e/ ou os Estados Unidos com as suas áreas com ercias pr iv ilegiadas. Desta form a, cabe ao Brasil o desenvolvim ento e a incorporação de novas técnicas de cult ivo, capazes de atender às exigências internacionais im postas pelos países im portadores e a busca do est reitam ento dos vínculos com erciais com seus pr incipais parceiros, com vistas a garant ir a m elhoria da qualidade das frutas t ropicais brasileiras, a ent rada facilitada desses produtos no exter ior e um a m elhor adequação do desenho regulatór io dos países im portadores no que tange às frutas t ropicais exportadas pelo Brasil. Das frutas desenvolvidas no Espír ito Santo, selecionadas para este projeto, o m am ão destaca-se em term os de desenvolvim ento e aproveitam ento de oportunidades, nos m ercados de exportação, a exem plo da conjugação de esforços de duas em presas líderes (Calim an e Gaia) , que resultou na abertura do m ercado americano às exportações capixabas. Nos últ im os cinco anos, as exportações brasileiras apresentaram um a média de apenas US$4,8 milhões. Entretanto, é grande o potencial de alargam ento dos m ercados desta fruta no exterior, o que também requer a reversão de alguns fatores que obstaculizam uma melhor performance

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neste sentido; quais sejam:

1º) o m arket ing internacional tem sido deficiente: os consum idores não conhecem ou não sabem com o consumir o produto;

2º ) ainda persistem barreiras fitossanitár ias que no caso da Europa, referem -se sobretudo a resíduos agroquím icos e, no dos EUA, à mosca-da- fruta, problem a recentem ente solucionado, m as que dem anda um a ação contínua e de longo prazo para permanecer-se naqueles mercados e;

3º ) por t ratar-se de um produto bastante perecível, exige t ransporte aéreo, o que encarece o produto para o consumidor final, uma vez que tais embarques se dão em outras unidades da federação, requerendo busca de soluções que viabilizem seu embarque a partir do Espírito Santo.

O m am ão exportado pelo Espír ito Santo, v ia de regra, é t ransportado por cam inhões refr igerados, de propr iedade das em presas exportadoras localizadas no Estado, até o aeroporto do Galeão (Rio de Janeiro) ou de Viracopos (Cam pinas-São Paulo) , de onde segue via aérea para a Europa e para os EUA. No cont inente europeu at inge todos os pr incipais m ercados nacionais. Os m aiores produtores dom inam todos as etapas da cadeia de produção e exportação, cont ratando eventualm ente cam inhões de terceiros, m as está-se ver ificando um crescente núm ero de em presas que atuam no estado em associação com out ras de São Paulo. Estas últ im as, norm alm ente são em presas com t radição no com ércio de frutas, que direcionam parte do mamão para o mercado interno e outra parte para exportação a partir de São Paulo (Frutas Solo, Mandarins e Agra). As firm as exportadoras norm alm ente fazem sua própria prospecção de m ercado, sendo que algum as delas têm agentes comerciais nos mercados onde chega o seu produto. Ut ilizam de forma generalizada caixas de papelão para em balagem , contendo 3,5Kg de produtos que podem acondicionar de 6 a 12 frutas, dependendo do seu tam anho. São caixas elaboradas at ravés da cont ratação de serviços de em presas de m arket ing, especialm ente desenvolvidas para a com ercialização desses produtos. Os frutos são ainda ident ificados com o selo das firm as exportadoras e com ercializados sob a designação de 16 (dezesseis) m arcas com erciais (Quadro 01, página 25). Com o est ratégia de m arket ing, um a m esm a em presa tem se ut ilizado de m ais de um a m arca das 16 (dezesseis) sob as quais é com ercializado o m am ão papaia capixaba no exter ior, quais sejam : Batia, Brasfruit , Calim an, Colibr i, Frut land, Gaia, Golden Fruit , I ndaia Exot ic, Mandarins, Max Fruit , Sun’up, Honey Fruit, Maxfruit, Isla Bonita, Delight, Delight Gold, Harrys. (Os ‘pontos de Exportação’ de m am ão no Brasil encontram-se sistematizados em tabelas no Anexo II). A perform ance com ercial posit iva do m am ão produzido no Espír ito Santo pode ser tam bém visualizada pela evolução da part icipação dessa produção no total brasileiro, passando de 18,46% do total para 32,9% num período que, tanto em nível nacional quanto estadual, a produção de m am ão cresceu de form a expressiva (92% e 242% respectivamente), conforme ilustrado na Tabela 09. Em bora o Espír ito Santo figure nas estat íst icas enquanto o segundo Estado produtor, at rás da Bahia, sobressai-se enquanto pr incipal unidade da federação em exportação de m am ão at ravés de especialização no ‘nicho de mercado’ do mamão papaia ‘tree riped’ (amadurecido no pé). No que se refere à comercialização no m ercado interno, em bora tenha-se ident ificado a atuação de grande número de empresas de forma profissionalizada, dentre as quais empresas exportadoras situadas no Espírito Santo e em São Paulo, os níveis de capacitação tecnológica, tanto para a produção quanto para a dist r ibuição das m esm as, revelou-se m uito m ais incipiente, com problem as de qualidade do fruto e uso de técnicas rudimentares de embalagem e classificação. Em bora a oferta de m am ão se verifique ao longo de todo o ano, seus preços oscilam bastante com pontos de m áxim a verificados nos m eses de Junho e Julho e de m ínim a nos m eses de Outubro e Novem bro, perform ance sim ilar tanto para a variedade Havaí quanto para a Form osa, as duas variedades de m aior expressão comercial no país. (Ver Gráficos 08 e 09). Os preços de exportação, em bora bastante abaixo dos preços de ‘pico’ no m ercado externo, apresentam regularidade ao longo de todo o ano, situando para o produtor em torno de U$ 0,25-0,30. Capacitação dos agentes de com ercialização atuantes nos dois m ercados e m elhoria da qualidade, am pliando as possibilidades de exportação são requisitos chaves à expansão e consolidação da part icipação do m am ão papaia capixaba nos m ercados internacionais. A experiência e ‘know how’ desenvolvidos nesta at iv idade podem funcionar enquanto elem entos est ratégicos para a alavancagem da exportação de out ras frutas do Estado.

b) ABACAXI

Apesar da expressividade da produção brasileira de abacaxi, cerca de 2,50 m ilhões de toneladas em 1997/ 98, som ente foram exportados cerca de 0,05% destes totais, o que gerou apenas 19,4 m ilhões de dólares de janeiro de 1994 a junho de 1998 [Gonçalves, 1998:196]. Nos pr incipais Blocos Econôm icos, a saber: NAFTA, Com unidade Européia, Mercosul e Sudeste Asiát ico, o com portam ento em term os de com ercialização do abacaxi apresenta-se bastante dist into, um a vez que o

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Brasil tem na Com unidade Européia e no Mercosul seus pr incipais parceiros com erciais em term os de exportação de abacaxi. Na CE, a França é o m aior im portador de abacaxi da Europa, seguida da Alem anha, de form a que o som atório da im portação de am bos os países é de cerca de 120.000 toneladas. Ent retanto, o pr incipal fornecedor de abacaxi para esses países é a Costa do Marfim , que dom ina o m ercado com aproxim adam ente 90% de participação – além de Cam arões, Mart inica e Colôm bia (Frupex, p.66) – enquanto o Mercosul, que absorve cerca de 25% do total das exportações brasileiras de frutas frescas, dem anda grande quant idade não só de abacaxi, mas também de banana, uva e melão. As exportações brasileiras de abacaxi dest inam -se, pr ior itar iam ente, para a Argent ina (71,5% ) ; Uruguai (4,7%); Holanda (3,2%); França (1,9%) e Alemanha( 0,6%). (Vide tabela 06 página 16). A cultura do abacaxi vem se expandindo no país no últ im o quinquênio. Tal expansão de área tam bém é observada no Espír ito Santo, a qual t r iplicou no período 1985/ 1995. Ent retanto, tal expansão de área não apresentou correspondência em term os de aum ento do volum e produzido, revelando significat iva redução da produtividade por ha, conforme ilustra Tabela 10. A produção capixaba – tendo Marataízes com o referência – tem com o dest ino quat ro m ercados de igual importância: (1º ) CEASA-ES (Vitór ia) , (2º ) Rio de Janeiro - RJ , (3º ) Belo Horizonte - MG (onde é entregue nas Cent rais de Abastecim ento e com ercializado em parte no varejo ( feiras- livres) e, (4º ) São Paulo - SP, onde os supermercados assumem uma importância crescente, distribuindo aos consumidores cerca da metade da quant idade que se dest ina àquele m ercado. No Espír ito Santo, as exportações têm t ido valor desprezível, com tentat ivas bastante incipientes para a Argent ina e Uruguai. Tal dest inação dá-se, em sua m aior parte, através de cam inhoneiros do Estado; do nordeste e em presas de com ercialização de frutas, no geral sem a adoção de seleção dos frutos e embalagem. Exclusivam ente voltados para o atendim ento do m ercado interno, a rentabilidade para o conjunto dos produtores cont inua baixa e é prejudicada pela nít ida sazonalidade dos preços. A sazonalidade de preços e quant idades, ilust radas nos Gráficos 10 e 11, referem -se à m édia dos preços x quant idades prat icados na CEASA no período 1992-1998. A produção capixaba sofre forte concorrência de Pará, Tocant ins, Nordeste e Sul de Minas Gerais, apesar de verificar-se algum a sincronia em term os de ‘pico de oferta’ destas diferentes regiões: Pará e Tocant ins têm oferta forte de Abr il a Junho; de Setem bro a Novem bro é forte a produção capixaba; em Dezem bro aum enta o suprimento proveniente do Nordeste e Sul de Minas Gerais. Ao longo deste primeiro semestre, os preços pagos ao produtor girou em torno de R$ 0,30, ident ificando-se expectat ivas de elevação a cerca de R$ 0,65 até Outubro, a part ir de quando tende novam ente a oscilar em torno de R$ 0,35 a R$ 0,40. Apesar da m elhor qualidade do produto no final do ano, os preços normalmente caem devido ao rápido amadurecimento dos frutos nesta época do ano, exigindo sua rápida colocação no mercado. No que se refere às exportações, os pr incipais fatores lim itantes const ituem -se em problem as fitossanitários dos frutos, decorrentes da elevada incidência de fusariose. Adicionalmente, recuperação dos solos degradados onde se efetuam tais cult ivos e m odernização de técnicas de m anejo são urgentes para a racionalização econôm ica das m esm as e aum ento de produt iv idade. Com plem entarm ente, capacitação para a comercialização nucleada em t reinam ento em técnicas de pós-colheita (seleção e em balagem ) , é imprescind ível para a viabilização de exportações do abacaxi capixaba e recuperação das part icipações no mercado nacional perdidos por produções oriundas do Pará, Tocantins e estados do nordeste. Segundo o que se pôde apurar na pesquisa de campo, mercados mais exigentes como o das grandes redes de superm ercados de São Paulo têm dem onst rado boa recept iv idade ao abacaxi do Espír ito Santo em função do sabor da fruta. Não obstante a baixa qualificação dos produtores locais e os problem as fitossanitár ios que ainda lhes causam grandes perdas, vê-se que o Estado possui condições naturais bastante favoráveis para se desenvolver aqui um trabalho mais eficaz em torno do abacaxi. As técnicas hoje conhecidas são suficientes para o cont role de pragas e doenças, além do que, técnicas de m anejo têm conseguido encurtar o período de ent re-safra com possibilidade de se estender a produção ao longo do ano. Necessário e urgente é também a capacitação para a com ercialização, um a vez que a m aior parte da produção dest ina-se aos m ercados consum idores, ‘empilhada’ em cam inhões sem a ut ilização de técnicas de seleção e em balagem . Ações pontuais, nesse sent ido, foram detectadas a part ir da atuação de empresas voltadas para o mercado interno (Estrela D’Alva, por exemplo).

c) ABACATE

O abacate const itui- se na segunda fruta capixaba em experiência bem sucedida de exportações, apesar dos volumes serem significativamente menores aos já atingidos pelas exportações de mamão. Em nível internacional, a produção e consum o de abacate caracter izam -se com o um a exploração de ‘nicho’. Consum ido no exter ior pr ior itar iam ente sob a form a de saladas, cujo hábito é m ais generalizado em países de origem hispânica e nos países do Hem isfér io Norte, notadam ente por influência destas colônias ali situadas. Dent re as denom inadas frutas exót icas recaem para o abacate as pr incipais projeções de crescim ento de mercado. Para o período 1996/ 2000, a FAO projeta um crescimento de 37%, passando de 174.000 toneladas para 238.000 toneladas. Embora reconheça-se a presença de fortes concorrentes no suprimento destes mercados – México, Israel e EUA – vislumbram-se inequívocas possibilidades para as exportações de abacate.

Na Europa, a França é o m aior im portador desta fruta, absorvendo cerca de 70 m il toneladas ao ano. O Reino Unido, em Segunda colocação, im porta cerca de 17 m il toneladas ao ano. O principal supridor desses

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m ercados, ent retanto, é I srael, em decorrência da existência de acordo preferencial de com ércio firm ado pela Com unidade Européia com aquele país, o que, sem dúvida, pode figurar enquanto fator lim itador às exportações brasileiras. Na Am érica do Norte, México e EUA são os grandes consum idores de abacate; ent retanto, o México é forte produtor e exportador do produto e no m ercado am ericano a produção brasileira não tem acesso em decorrência de barreiras fitossanitár ias (m osca da fruta) . Desta form a, destacam -se os m ercados do Canadá com o dest inação à produção brasileira, de onde im portou-se 5 m il toneladas da fruta, não só do Brasil, m as também da Argentina, Chile e Caribe. A União Européia tenderá a responder no ano 2000 por cerca de 59% das im portações de abacate: os EUA por 10% e o Canadá por 4% [INFORME BB]. No Brasil, a produção de abacate é, em sua quase totalidade, direcionada para o m ercado interno. Em term os de Espírito Santo, destacam-se iniciativas de exportação de produções nucleadas no entorno do m unicípio de Venda Nova do I m igrante. At ravés da atuação das em presas exportadoras de m am ão (Agra, Gaia e Honey Fruit ) , durante o ano de 1999 as exportações de abacate têm se intensificado, direcionando-se aos m ercados do Canadá, França, Portugal, Espanha e Argentina, nos meses de Abril a Julho, ocupando espaços de mercado da contra-estação das produções mexicanas e israelenses. A aglut inação da produção é efetuada por um produtor, a quem cabe as tarefas de seleção, em balagem e paletização, a part ir de caixaria e selos fornecidos pelas em presas exportadoras; estas últ im as executam , a part ir daí, os procedim entos necessários à exportação do produto, que se dão de form a conjugada às exportações de mamão por via aérea, tendo como ponto de saída o aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. O preço pago ao produtor é de US$ 0,25, estáveis, considerados com pensadores, pelos produtores, comparados às prát icas com erciais vigentes no m ercado interno, onde é freqüente o não cum prim ento dos contratos de pagamento por muitos agentes de comercialização (caminhoneiros do nordeste). A m aior dificuldade à expansão das exportações detectada refer iu-se à adequação dos produtos. Apenas 30% da atual produção enquadra-se nos requisitos de exportação. No que se refere ao m ercado am ericano, a superação da barreira fitossanitár ia existente exige ação sim ilar à efetuada pelos produtores de m am ão. Ent retanto, isso envolve custos ainda incom pat íveis com as m agnitudes exportadas. A part ir de expansão e readequação da cultura recomenda-se tentar-se extensão do tratamento dado ao mamão, ao abacate, através das empresas já licenciadas para atuarem nos Estados Unidos. Em termos de mercado interno, os principais são: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. A dest inação da produção capixaba tem se concent rado m ais especialm ente ao atendimento aos mercados do nordeste. Na últ im a década, a produção quase t r iplicou, aum entando a part icipação do Estado de 1,68% , em 1985, para 5,2% da produção nacional de abacate, em 1995, conforme ilustrado na Tabela 11. A com ercialização deste produto para o m ercado interno dá-se de form a pouco profissionalizada, verificando-se significativas oscilações de preços com pontos de máximo em Novembro e Dezembro, e mínimo de Março a Abril, período exato, este últ im o, em que se iniciam as exportações do abacate produzido nas áreas fr ias, como Venda Nova (Vide gráficos 12 e 13). A com ercialização do abacate no m ercado nacional exige m aior qualificação m ercadológica e associação para a efet ivação de vendas diretas. Aproxim ação com em presas atuantes na com ercialização de out ras frutas também é desejável para tal capacitação, reduzindo-se a atuação dos ‘caminhoneiros’ de out ros estados, que têm trazido prejuízos aos produtores locais. As exportações com am plas e nít idas possibilidades de expansão requerem esforço de pesquisa para m elhor adequação dos plantios aos requisitos de exportação.

d) GOIABA

A produção de goiaba no Brasil tem se dest inado, quase exclusivam ente, ao m ercado interno, o qual constitui-se num m ercado com plexo, em decorrência do alto grau de perecibilidade do produto e a rest r ita incidência do hábito de consum o de goiaba in natura nos países do Hem isfér io Norte (Vide tabelas abaixo) . Nestes term os, exportações de goiaba são possíveis de serem pensadas apenas com o ‘exploração de nichos’, a partir da composição de ‘cestas de frutas’ conjugadas às exportações de outras frutas.

Tabela 12 - Volume das Exportações de Goiaba - 1989 à 1996 (toneladas)

Fonte: SECEX/ IBRAF – apud [email protected]

Tabela 13 - Valor das Exportações da Goiaba brasileira - 1989 à 1996 (US$ mil).

Ano

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

Volume

375

259

187

177

189

104

122

149

Ano

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

Valor

300

211

188

157

177

103

169

112

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Fonte: SECEX/ IBRAF – apud [email protected]

No Espírito Santo, a produção com ercial de goiaba é fenôm eno dos últ im os cinco anos. Conform e revela a tabela 14, em 1985, essa produção sequer figurava nas estat íst icas do I BGE e em 1995 passa a representar 0,15% da produção nacional. Ressalte-se nesta produção a ident ificação de prát icas produt ivas profissionalizadas e cuidados adequados de pós-colheita, com seleção, et iquetagem e em balagem em caixas de papelão personalizadas para a com ercialização da produção. Tais práticas constituem-se em fatores iniciais relevantes para uma expansão profissional da cultura de goiaba no Espírito Santo. A com ercialização, atualm ente, está lim itada ao âm bito estadual, dest inada à redes de superm ercados e hortomercados. São precários, entretanto, o acesso á informações e a capacitação para a com ercialização nesta at iv idade. Organização dos produtores, t reinam ento em com ercialização e ações em pesquisa agronôm ica e norm at ização para garant ir m udas cert if icadas; adaptação de cult ivares e técnicas de m anejo, alongando períodos de colheita e cont roles fitossanitár ios de doenças são fundam entais para a expansão e consolidação da cultura com ercial de goiaba no Estado. I nvest im ento na agroindust r ialização desse produto também cont r ibui para as perspect ivas exportadoras, um a vez que detecta-se dem anda para sucos, polpas, purê, conchas e cubinhos de goiaba no m ercado externo. Lotes experim entais associados às exportações de mamão são recomendados. Em nível nacional, os m aiores m ercados são os do Rio de Janeiro, Cam pinas, Minas Gerais e São Paulo. Os preços oscilam bastante ao longo do ano, com picos em Novem bro e Dezem bro e pontos de m ínim o em Fevereiro e Março, conform e ilust rado nos gráficos 14 e 15. Para a persecução de objet ivos de expansão, tanto nos m ercados internos quanto para a exportação, requer-se ações concent radas, voltadas à qualidade do produto e às técnicas gerenciais e de comercialização.

e) MARACUJÁ

O Brasil não tem t radição em exportar a fruta in natura, havendo, ent retanto, boas perspect ivas para as vendas externas do produto processado (polpas, sucos) , inclusive para os países do Mercosul, onde os produtos transformados são os que possuem maiores possibilidades de comércio. O consum o dessa fruta é um dos m ais elevados no m undo e faz-se, pr incipalm ente, na form a de sucos (concent rado e integral) e de polpas, que ent ram na fabricação de produtos lácteos, iogurtes, doces e sorvetes. Aproxim adam ente 90% do suco de m aracujá exportado pelo Brasil se dest ina à Europa, com potencial no Canadá e no Japão, mercados aonde o requisito fundamental é a qualidade do produto. No m ercado interno, a fruta tem apresentado um nít ido com portam ento sazonal, com preços m édios que chegam a 2,3 vezes de diferença ent re Setem bro/ Outubro (m ais elevados) e Junho/ Julho (m ais baixos) , conforme gráficos 16 e 17. No Espírito Santo, a produção de maracujá está concentrada no norte do Estado e representava, em 1995/96, 4,5% da produção nacional. Os municípios de Linhares e Jaguaré respondiam, sozinhos, por 83% da produção estadual naquele ano (Tabela 15) . Ent retanto, é no m unicípio de Pinheiros que se encont ra o m aior produtor individual dessa fruta no Brasil – com 120 ha de área cult ivada – fornecendo para a indúst r ia de sucos Maguary, e atingindo diretamente os mercados do Rio de Janeiro, através de Box próprio na CEASA-RJ. Conta, para tanto, não só com produção própria, m as tam bém com a de out ros fornecedores da região de Pinheiros. O atingimento dos mercados de outras regiões do Brasil tem ainda outros importantes canais, como as em presas com ercializadoras de frutas; um a de exportação, que tam bém atua no m ercado interno – a Mandarins - e out ras, com o Est rela D’Alva (diversas frutas) e as que com ercializam o m am ão form osa nesses m ercados. Para a prom oção desse segm ento da frut icultura estadual recom endam -se iniciat ivas de agroindustrialização, onde as perspectivas são favoráveis, tanto no mercado interno quanto no externo.

f) Banana

O Brasil é o segundo m aior produtor de banana do m undo, superado apenas pela I ndia. Apesar da m agnitude de sua produção, 5.125.670 toneladas [ I NFORME Banco do Brasil, 1999: p.16] , as exportações de bananas do Brasil são pouco expressivas, US$ 7.429 milhões em 1998 (Vide tabela 04, página 14). Ent raves tanto de natureza interna quanto externa vêm dificultando o increm ento do volum e de exportação desse produto. Dent re os obstáculos, m erecem destaque a ausência de um a est rutura com ercial sólida; a falta de conhecim ento na com ercialização do produto para atender as necessidades e as exigências do m ercado consum idor; a deficiência no m anejo da fruta na colheita, pós-colheita e logíst ica, bem com o questões fitossanitár ias que incidem não só sobre a banana, m as tam bém sobre as frutas t ropicais de um a maneira geral, as quais exigem bom estado de conservação, higiene e embalagens específicas. As exportações brasileiras de banana concent ram -se no Mercosul: Argent ina e Uruguai, com cerca de 99,9% . O Brasil vem buscando am pliar suas exportações de banana para a CE, m as além das barreiras fitossanitárias que vêm dificultando o aum ento do volum e de exportação, um dos pr incipais obstáculos tem sido os acordos preferenciais de com ércio consubstanciados na Convenção de Lom é, a qual garante às m ercadorias provenientes das ex-colônias européias da Áfr ica, Caribe e Pacífico(ACP) , livre acesso aos países integrantes da CE, isto é, sem a incidência de barreiras com erciais. O Acordo de Lom é foi firm ado ent re os países

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europeus e suas ex-colônias da Áfr ica, Car ibe e Pacífico, em decorrência dos laços histór icos form ados pelo processo de colonização captaneado pela Europa, nessa região. O propósito pr incipal do Acordo consiste, por um lado, em facilitar a ent rada de produtos agrícolas produzidos pelos países afr icanos, caribenhos e do Pacífico nos países europeus, m erecendo destaque dent re as frutas t ropicais a banana; por out ro lado, o estabelecim ento do Acordo perm ite o ingresso facilitado dos produtos indust r ializados europeus dent ro da ACP, o que resulta no estreitamento dos vínculos comerciais entre essas áreas comercias, dificultando assim o incremento das exportações da banana brasileira em direção à Europa. Além disso, o m ercado de bananas europeu é regulam entado por cotas, onde o Equador detém 26,17% ; a Costa Rica; 25,61% , a Colôm bia, 23,03% ; e o Panam á 15,76% , enquanto o Brasil detém cerca de 9,44% , resultado de um a solicitação feita em 24 de julho do ano passado, já que anter iorm ente era de apenas 6% , a cota brasileira. A União Européia im porta aproxim adam ente 4 m ilhões de toneladas de banana, sendo 2,7 m ilhões de toneladas provenientes da zona da "banana-dólar" form ada pelo Equador, Costa Rica, Colôm bia e Panam á e o restante vem dos países ACP, em decorrência de concessões tarifárias feitas pelos países europeus, como Camarões, Ilhas Canárias, Belize, entre outros. Apesar desses países serem os pr incipais fornecedores de banana para os países europeus, a am pliação da cota brasileira que atualmente é de 9,44% representará um a produção de 270 m il toneladas anuais e um valor de US$ 90 milhões (preço FOB). Para tanto, faz-se necessária a ampliação da quant idade produzida, exigindo mais 4 mil hectares de área plantada, pois o Brasil não tem produção para atender a am pliada demanda externa, em decorrência da magnitude do mercado interno e da inadequação de nossa produção à demanda internacional. Dent re as pr incipais em presas brasileiras, exportadoras de banana, m ereceram destaque em 1997 a South Market Com . Agrícola I m port . e Exp. Ltda. e a Direct ivos Agrícolas S.A., responsáveis por US$ 1,1 m il preço FOB e por US$ 1,08 m il preço FOB, respect ivam ente. Mas a previsão é de aum ento substancial na comercialização da banana por parte da Direct ivos Agrícola, que se tornou no ano passado a m aior exportadora da fruta. A Direct ivos Agrícola pretende exportar em 1999 para os europeus 4 m il toneladas de banana das 20 mil que colherá no Vale do Açu, no Rio Grande do Norte. O aum ento da dem anda externa de bananas provenientes da Am érica Lat ina se dá, ent re out ros fatores, pela atitude dos EUA de exigirem que a UE abra seus mercados às bananas desta região, comercializadas principalmente por empresas americanas, como a Chiquita Brands. Diante disso, pode-se concluir que não obstante as barreiras com erciais que incidem sobre as bananas brasileiras, que vão desde as cotas quant itat ivas até as exigências fitossanitár ias, além do Acordo de Lom é, a tendência é que ocorra um aumento das exportações de bananas brasileiras, principalmente em direção à UE. No que se refere à produção de banana localizada no Espír ito Santo, não se ident ificou nenhum a exper iência de exportação. Com nít ida especialização em produção de banana prata, a dest inação com ercial da m esm a é, em sua quase totalidade, para o suprim ento do consum o estadual e de m ercados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em comparação à produção nacional, tanto em termos de área quanto em termos de produção, a participação da produção capixaba reduziu-se em cerca de 2 pontos percentuais, representando 6% e 6,6% de área colhida e produção nacional, em 1985, passando a representar 4,2% e 4,6% em 1995, conform e ilust ra a tabela 16. Com oferta cont ínua ao longo de todo o ano, sazonalidades no quantum e qualidade ofertados prom ovem oscilações de preços, observando-se picos de preços nos m eses de Junho e Fevereiro e períodos de m ínimos nos últimos meses do ano, conforme ilustram os gráficos 18 e 19. Possibilidades de exploração de oportunidades m ercadológicas de exportação pressupõem , em prim eiro lugar, a reversão do ‘quadro de abandono’ em que se encontra a bananicultura enredada em um ´ círculo vicioso’, no qual os produtores alegam não cuidar da plantação por não haver preço com pensatór io ao produto; e im possibilidades de aufer ição de preços m elhores devido à baixa qualidade do produto e baixa produt iv idade. Posteriormente, readequação de cult ivares e técnicas de cult ivo conjugadas à aproximação de em presários que já participam dos circuitos internacionais do comércio de banana. Com o volum e de negócios se reduzindo, em presas de com ercialização, out rora especializadas em banana passam a diversificar suas at ividades, a exemplo da empresa Estrela D’Alva, localizada em Iconha, maior no Estado, que vem aumentando sua atuação tam bém no com ércio de abacaxi, coco e m aracujá. A comercialização de banana é efetuada por out ras 5(cinco) em presas: Com ércio de Frutas Brasil; MI BA- Micro Produtores de Banana; Transporte e Com ércio Biela; A. J. Vieira Transporte e Com ércio Ltda. E Com ercial Cruzeiro do Sul, a quem cabe a colheita na propriedade; lavagem ; seleção; em balagem ; t ransporte e comercialização do produto. A pesquisa de cam po junto a em presas revelou que, na base da atual cr ise da bananicultura do Estado, estão a falta de inform ação; o com odism o dos produtores e a falta de incent ivo, pr incipalm ente falta de crédito, o que está levando a perdas cont ínuas de m ercado por falta de qualidade do produto, apesar do ót im o sabor. No m ercado, a banana prata capixaba é considerada a terceira colocada em term os de qualidade (at rás do Norte de Minas Gerais – 1º lugar; Sul de Minas Gerais – 2º lugar e seguido de perto por Santa Catar ina, em 4º lugar) . A perm anecer o quadro atual, ent retanto, este últ im o superará o Espír ito Santo nestes m ercados, um a vez que estão ocorrendo naquele estado invest im entos acentuados na renovação e m elhoria da qualidade dos bananais. No que concerne à banana, em que pese a cr ise desse segm ento da frut icultura capixaba, pode-se afirm ar

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que dificilm ente o produto capixaba será totalm ente deslocado do m ercado regional, ent retanto, sua perda de mercado tem sido acentuada. Embora com maiores níveis de produtividade, os custos de frete e outros, encarecem o produto do principal concorrente, o de Janaúba (MG), fazendo com que o preço no atacado equipare ambos os produtos – custando cerca de R$8,00/R$10,00/Caixa em Vitória. O que revela que esforço de recuperação de produtividade reposicionam tal produção nestes mercados Ent retanto, não é o que se percebe em out ros m ercados com o o do Rio de Janeiro (RJ) , onde o volum e de banana prata capixaba transacionado na CEASA, que hoje é de 21,4% , já at ingiu até 75% do total ali comercializado. Esse é um produto, onde as possibilidades de m aior sucesso em m ercados internacionais estão na especialização para se at ingir nichos de m ercado, com o o de produtos orgânicos ou de variedades. Atualm ente, 75% da banana m açã com prada pelo Rio de Janeiro é produzida no m unicípio capixaba de Laranja da Terra. Pequena especialização é também ident ificada no m unicípio de Dom ingos Mart ins. Seu consum o, ent retanto, rest r inge-se ao Espír ito Santo. Condições m ais favoráveis de com ercialização da produção de bananas do Espír ito Santo pressupõem capacitação urgente dos produtores e com ercializadores do produto capixaba.

g) Coco

O m ercado internacional de coco é predom inantem ente const ituído de derivados de coco seco. Conform e ilust rado na tabela 17, os pr incipais supridores desse m ercado são países asiát icos (Papua Nova Guiné; Indonésia; I lhas Salom ão; Vanuato; Cingapura) e Moçam bique, na Áfr ica. Em sua m aior parte, a produção de coco e derivados efetua-se no interior dos próprios países produtores. Os pr incipais m ercados im portadores de coco são a Alem anha, a Coréia do Sul, Singapura, Japão, Portugal e Suécia. Até o m om ento tal com ércio caracter iza-se enquanto um m ercado de ‘nicho’, do qual o Brasil encontra-se prat icam ente ausente. Os órgãos oficiais brasileiros vislum bram possibilidades de exportação de leite de coco, óleo de coco e coco ralado. A produção brasileira, nitidamente, está voltada para o mercado interno. Dados para 1994 revelaram um total de 207 toneladas exportadas, com dest ino para a Argent ina (92% ), Uruguai (4% ) e Portugal (2,4% ) , demonstrando a irrisória participação do Brasil no mercado internacional de coco. Ressalte-se, ent retanto, que possibilidades prom issoras podem derivar da exploração da especialização em produção de coco anão para água, exportada após pré processamento e embalagem em planta industrial. No Espír ito Santo, o cult ivo de coco expande-se de form a expressiva, revelando tam bém elevação acentuada da produt ividade. A produção de coco capixaba que representava 1,05% em 1985 passa a representar 4,8% em 1995/96 (Vide tabela 18), num processo que se acentuou ainda mais nos anos subsequentes. A produção capixaba, especializada na cult ivar anão para a água, tem a grande m aior parte de sua comercialização feita de form a pouco profissional, redundando em forte sazonalidade dos preços pagos aos produtores e elevado índice de descumprimento dos contratos de venda (caminhoneiros). Destina-se ao litoral e a grandes m ercados consum idores no país, notadam ente São Paulo e Rio de Janeiro. Os preços pagos aos produtores oscilam de R$ 0,10 a R$ 0,80 a depender do período do ano. Cerca de 90% da produção capixaba se dest ina aos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e do Paraná. Apenas 10% são com ercializados no mercado local. Os gráficos 20 e 21 revelam o com portam ento m édio dos preços e quant idades do coco nas CEASAS, nos anos de 1992 a 1998. Ressalte-se, ent retanto, que as CEASAS não se const ituem nos pr incipais canais de distribuição desse produto. Salienta-se, tam bém , um com portam ento ascendente do preço do produto proporcional ao tam bém aum ento da dem anda, denotando o fato de que a dem anda tem crescido em r itm o mais acelerado ao do aumento da oferta. As perspect ivas de m ercado para água de coco são boas e recom enda-se ‘apostar’ nas exportações de água de coco envasada de alta qualidade, cr iando um novo ‘nicho’ de m ercado nos países do Hem isfér io Norte. A água de coco, envasada ou in natura, concorre com perspect ivas favoráveis no m ercado de refr igerantes e de isotônicos, que se aproxim a de 10 bilhões de lit ros anuais no Brasil [ AGRI ANUAL, 1998: 237] . De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Coco, é possível ocupar 5% desse m ercado nos próxim os cinco anos. I m portante iniciat iva nesse sent ido consitui- se no em preendim ento AGROCOCO Com ércio e I ndúst r ia de Coco e Derivados, situado no m unicípio de São Mateus e com ‘start up’ previsto para Dezem bro de 1999. Especializado no envasamento de água de coco em embalagens ‘tetra pack’ de alta qualidade, a partir de uma base própria de produção de coco da ordem de 1400 ha plantados. O sucesso desse em preendim ento tenderá a elevar, de form a substancial, o caráter em presarial da cultura do coco no Espír ito Santo e a influenciar na formação do preço pago ao produtor, reduzindo sua sazonalidade. Const itui-se em elem ento chave para a implementação de polít ica de exportação de derivados de coco. Recom enda-se, pois, apoio em capacitação em presarial e em com ercialização a este em preendim ento e sim ilares; financiam ento; e esforços de pesquisa agronôm ica com ênfase à certificação de m udas e cont role fitossanitár io fundam entais à expansão da produção de coco de forma profissional e competitiva no mercado interno e de exportação.

6 - PANORAMA DA CADEIA PRODUTIVA - modernamente, também na agricultura o sucesso na comercialização crescentemente assenta-se em domínio de distribuição, logística do produto e qualidade. A agricultura comercial, assentada na tecnificação da produção e na organização da comercialização, envolve

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cada vez mais grupos econômicos organizados, perdendo importância os métodos tradicionais de produção e distribuição desses produtos. O próprio governo tem suas funções renovadas, elevando-se a importância de suas funções de regulação/fiscalização, reduzindo-se enquanto administrador de políticas setoriais específicas

Utilizado pela primeira vez nos EUA no final dos anos 50, e difundido no Brasil em épocas recentes, o conceito de agribusiness reflete uma crescente integração da agricultura com o mundo dos negócios. Nesta concepção, o foco da análise é o sistema que vai desde a produção de insumos até a distribuição, passando pela produção agrícola e agroindustrial, não se restringindo ao corte tradicional agricultura/agroindústria. [ZYLBERSZTAJN, 1994:354]. A concepção de que o negócio agrícola envolve etapas e agentes que estão fora da produção stricto sensu, requer também mudanças de postura organizacionais pró-ativas para se detectar um conjunto de conhecimentos, produtos e serviços como referencial do que pesquisar e, consequentemente, como e em que ordem essas demandas poderão ser atendidas. Essa é, por exemplo, a orientação do novo modelo de P&D da Embrapa [CASTRO, 1998: 1313], exigindo da pesquisa agropecuária um direcionamento para o desenvolvimento do negócio agrícola em seu conjunto, não restrita ao que ocorre dentro dos limites das propriedades rurais, "mas a todos os processos interligados que propiciam a oferta dos produtos da agricultura aos seus consumidores" [p.1316]. Nesse contexto para se detectar demandas tecnológicas exige-se conhecimentos que transcendem um campo disciplinar específico. Há que se considerar, portanto, as interações de múltiplos interesses, a atuação diferenciada dos diversos atores do processo produtivo e os conflitos que isso envolve, cujas causas podem ser vistas sob diversas óticas: biológicas, sociais e econômicas. Os conceitos de cadeia produtiva e sistemas produtivos permitem considerar simultânea e interativamente os elementos de união entre as diversas áreas de conhecimento. Nesta concepção, o negócio agrícola é composto de muitas cadeias produtivas, entendidas enquanto uma seqüência de estágios sucessivos assumidos pelas diversas matérias no processo de transformação. As cadeias comportam, por sua vez, os sistemas produtivos nos quais ocorre a produção dos produtos agropecuários. O mercado aparece como o elo de articulação entre os segmentos dessa cadeia. Torna-se necessário, portanto, que os produtos de P&D, assim como quaisquer outros esforços visando melhorar o desempenho agrícola estejam fortemente influenciados pela sua adequação às necessidades específicas da clientela que se quer atingir, "havendo perdas quando isso não ocorre" [CASTRO, 1998: 1318]. Qualquer política de ação, empresarial ou das instituições relacionadas à cadeia, deverá orientar-se para atender as demandas por produtos em qualidade e na quantidade com as demandas finais e a preços compatíveis. Como conseqüência, é muito forte a influência do consumidor final sobre os demais componentes da cadeia. O conhecimento dessas demandas, bem como a adoção de meios adequados e ágeis para atendê- las, constituem a chave para o sucesso econômico de uma cadeia. Ausência de esforços, em alguns momentos, e a sua dispersão, em outros, certamente estão na raiz da perda de competitividade de algumas frutas brasileiras, como o melão e a uva. Por outro lado, o sucesso da agroindústria de sucos cítricos, baseada em São Paulo, demonstra a importância fundamental da pesquisa associada ao esforço empresarial. Como resultado, o Brasil produz laranja a um custo mais baixo que o seu concorrente direto, os EUA;e além disso, as vantagens comparativas do Brasil passam pelos custos industriais e pela logística de transporte a granel e atinge crescentemente os terminais das empresas nos portos, tanto na origem como no destino. Um dos maiores sucessos mundiais em termos de agroindústria propiciou que empresas brasileiras de sucos cítricos adquirissem fábricas na Flórida, estimando-se que 40% da laranja norte-americana seja processada em unidades dessas empresas [IEA, 1998: 195], cuja atuação lhes permite manter-se na liderança adquirida no contexto internacional. A agroindústria do suco, embora um negócio à parte em termos de fruticultura no Brasil, exportou, em média, um bilhão de dólares ao ano na década de noventa. Somente as exportações de polpa cítrica (um sub-produto para ração animal), atingiram em 1997, US$ 100 milhões, o que equivale ao total das exportações nacionais de frutas frescas. A análise da cadeia produtiva refere-se à identificação de agentes e fluxos de insumo/produto estabelecidos pelos agentes econômicos. Em termos genéricos, na agricultura tal cadeia constitui-se de fornecedores de insumos; unidades de produção (propriedades agrícolas ou empresas); agroindústrias; agentes de comercialização e consumidor final. No enfoque sistêmico a cadeia é relacionada a um ambiente institucional que influi, limita ou potencializa suas atividades (leis, políticas governamentais; estrutura de valores sociais; instituições normativas) e agentes não econômicos que também influenciam as atividades da cadeia, tais como: instituições de crédito, organismos de treinamento de mão-de-obra, fornecedores de assistência técnica, infra-estrutura logística e prestadores de serviços. O enfoque sistêmico privilegia, portanto, a identificação dos principais elos da cadeia produtiva, suas interrelações econômicas, capacitações tecnológicas e organizacionais e interrelações chaves com o ambiente institucional para o funcionamento e potencialização da cadeia de produção/exportação de frutas tropicais no Espírito Santo. Muito freqüentemente a literatura preconiza como fonte essencial de lucros a agregação de valor a bens e serviços. Na agricultura de modo geral, e sobretudo na fruticultura, mais do que agregar valor, o lucro pode depender de atributos de qualidade, presentes desde o cultivo até a distribuição. "A conquista e a manutenção de mercados agrícolas, sobretudo o de frutas e de hortaliças frescas, tornam-se decisivos atributos como tamanho, sabor, consistência, coloração, suculência, odor, aparência geral, vida de prateleira e homogeneidade" [AGRIANUAL, 1998: 25]. De forma complementar, outras características, como marca, estrutura de distribuição, regularidade no fornecimento, passam a compor a qualidade do produto em seu

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sentido mais amplo. Ou seja, o elo de maior valor de mercado pode estar, ao contrário, na fruta in natura de boa qualidade. A qualidade, assim definida, passa a ser uma característica distintiva fundamental para o atingimento de mercados específicos, mais lucrativos, uma vez que necessidades básicas saturadas abrem "janelas" de consumo para produtos de qualidade superior. No ramos de frutas, hortaliças e seus derivados, esse parece ser o principal determinante do sucesso econômico do produtor, enquanto elemento diferenciador do produto, aliado a uma logística própria às características desse tipo de produto. Para os agentes do agribusiness, abre-se duas perspectivas: (1ª ) como atender a essas exigências de qualidade diferenciada e; (2ª ) como conquistar um grupo de consumidores que querem e podem consumir tais produtos. Mais uma vez, a ênfase recai sobre os aspectos de coordenação e competitividade da cadeia. A diferenciação – pela qualidade – implica quase sempre aumento de custos, em função da adoção de tecnologias recomendadas para tal finalidade, que vão desde a produção e cuidados pós-colheita, até a criação de uma logística de distribuição que atenda a realização do valor criado ao longo de toda a cadeia. Não obstante, a concentração de renda a nível mundial e a sofisticação do consumo, abrem a perspectiva de conquista de mercados lucrativos, cujo preço-prêmio compensa os custos da diferenciação. A qualificação necessária à nova realidade lança desafios mas também abre novos caminhos para o desenvolvimento de regiões com vantagens comparativas para atender tais mercados. Dois fenômenos parecem ilustrativos dessa situação, um ligado à comercialização e o outro às relações dentro da própria cadeia. Primeiro, a própria estrutura de comercialização vem se modificando por causa da valorização da qualidade dos produtos consumidos in natura. Pesquisa junto ao entreposto terminal da CEAGESP, em São Paulo, indica um grande diferencial de preços em função da qualidade, onde produtos de qualidade superior atingem em média 70% de diferença de preços em relação a produtos substitutos [AGRIANUAL, 1998: 26]. Na ponta do varejo, tais atributos são ainda melhor avaliados, e o diferencial de preços pode atingir cifras superiores às aqui indicadas. Um dos destaques nacionais no que se refere a volumes transacionados de produtos hortifruti do país é o Entreposto Terminal de São Paulo, da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (ETSP-CEAGESP). No período recente, os volumes de banana que transitaram por este entreposto recuaram de 123,2 mil toneladas em 1994, para 74,1 mil toneladas em 1997 – uma queda de 39,8% [GONÇALVES et al., 1998:203-4]. Por outro lado, essa queda não se verificou para o conjunto do atacado paulistano, o que demonstra uma expressiva mudança na estrutura de comercialização, com crescente participação dos supermercados. O mesmo fenômeno se aplica à maçã e outras frutas, com o crescimento das vendas diretas dos produtores e climatizadores para esses últimos. Os supermercados têm identificado na oferta constante e confiável de uma variada gama de hortifrutícolas de alta qualidade um fator estratégico de diferenciação junto à concorrência [AGRIANUAL, 1998: 26], sendo um caminho lógico para os agentes do setor os contratos diretos com essas redes. O segundo aspecto da modernização, no sentido da coordenação e competitividade da cadeia, está ligado às relações da produção agrícola com a agroindústria. É certo que a agroindústria exerce enorme efeito dinâmico sobre a produção agrícola. O maior exemplo novamente é da indústria de sucos cítricos, que absorve aproximadamente 85% da produção de laranjas em São Paulo. O desempenho de São Paulo está diretamente relacionado (1º ) à maior adoção de tecnologia por parte dos produtores; (2º ) a uma sólida retaguarda de pesquisa e extensão e; (3º ) à estreita relação com a agroindústria de sucos cítricos, forjando um complexo produtivo moderno e competitivo no cenário internacional. Os aspectos antes mencionados apenas corroboram a noção de que os ditames do mercado são mais facilmente assimilados quando os elos da cadeia se acham coordenados. Ainda que com a mesma tendência de queda, os preços recebidos pelos produtores pela laranja in natura, destinada ao mercado interno, sempre se apresentaram superiores aos pagos para a fruta destinada à indústria.A diferença fundamental de comportamento desses preços refere-se à maior estabilidade do produto destinado à industrialização, com níveis similares para os vários meses do ano, enquanto a laranja in natura apresentou clara variação sazonal. Embora o rendimento possa ser substancialmente mais elevado nesse último caso, os riscos são reduzidos significativamente no primeiro. Fato semelhante se verifica com relação à destinação de frutas para exportação, frente às vendas para o mercado interno, com maior estabilidade da renda para o produtor quando há algum tipo de vinculação às exportações. Os avanços alcançados pela fruticultura no Espírito Santo são pontuais e muito devem à capacidade empreendedora dos pioneiros que souberam identificar oportunidades e buscar, em meio às limitações, atender tais demandas. Tanto para a prospecção de mercados como na oferta de crédito específico voltado à atividade, ou ainda para treinamento de mão-de-obra, aspectos em que a interação/colaboração geram fortes sinergias, raros foram os apoios institucionais ao longo desses anos. O processo de abertura do mercado norte-americano para o papaia capixaba, por exemplo, deu-se por iniciativa e apoio das principais empresas exportadoras. No caso do abacaxi, que já contou com crédito no passado, tais fontes são hoje inexistentes. E somente em 1998, ocorrem operações mais expressivas de financiamento à fruticultura no Espírito Santo. Das sete frutas aqui estudadas, o mamão papaia – carro-chefe da fruticultura para exportação no Espírito Santo – é a que apresenta características mais desenvolvidas enquanto cadeia. Ali observam-se esforços bem sucedidos desde a produção até o atingimento do consumidor final: fruta com elevados atributos de qualidade que foram sendo incorporados ao longo do tempo, utilização de embalagens e marcas comerciais distintivas

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do produto, contrato com clientes, dentre outros aspectos que asseguram ao produto deste Estado um lugar de destaque no comércio exterior brasileiro de frutas. Não obstante, tais vantagens poderiam ser mais favoráveis caso houvesse maior interação entre pesquisa e esforço empresarial, entre produção e agroindústria; fluidez logística; e caso houvesse maior cultura exportadora por parte dos que não estão na atividade direta de exportação. Neste último aspecto, as relações entre exportadores e fornecedores de frutas são fortemente afetadas pelo comportamento sazonal dos preços no mercado interno; por apresentar-se em ciclos, podem estar superiores aos praticados na exportação em alguns momentos do ano, gerando escassez da fruta para este fim. Ressalte-se, entretanto, que embora tenham sido identificados elementos fundamentais de empreendedorismo e capacitação tecnológica nas empresas líderes de exportação de mamão, tais características não se encontram em patamares similares em todas as empresas exportadoras e nas produções interligadas ao processo exportador, existindo, portanto, muita assimetria de capacitação tecnológica para a produção e exportação. O maior nível de capacitação presente nas líderes de exportação deve ser generalizado para demais produtores e empresas. Encontra-se, também, um baixo grau de integração na cadeia, redundando em desperdícios e encarecimento do produto, a exemplo da incapacidade, até a presente data, de operacionalizar-se exportações a partir de portos e aeroportos no Estado e da quase inexistência de uso de fontes de financiamento para o suporte às exportações.

Em out ras frutas, no quadro em se encont ram , há fragilidades evidentes no que respeita às possibilidades para exportação da fruta in natura:

Banana: baixa qualidade do produto, inadequação de variedades, dissociação produção/comercialização, insuficientes cuidados agronômicos e de cuidados pós-colheita (seleção e embalagem), comprometendo de forma drástica a rentabilidade do produtor e o desempenho da cultura que vem se retraindo no estado; Abacaxi: elevado índice de perdas por pragas, doenças e exaustão do solo, baixa capitalização do produtor e desorganização comercial; Maracujá e goiaba: produtos típicos para o aproveitamento de nichos de mercado, com possibilidade de compor cestas de frutas onde já existem mercados abertos a produtos da região, como é o caso do papaia;

Há que se ressaltar que culturas novas com o a do abacate e a da goiaba têm a seu favor elevado grau de qualidade na produção, necessitando, ent retanto, de program as consistentes de capacitação em presarial para comercialização, tanto interna quanto externa. Num a visão de cadeia, um dos elos frágeis da frut icultura no Espír ito Santo ainda é a baixa capacidade de processam ento – agroindúst r ias. As iniciat ivas m ais relevantes são as da Golden Fruit – diversas frutas – e da Agrococo, esta com início de operação previsto para final de 1999. Em ambos empreendimentos, há um a forte ligação com a base produt iva própria, m orango e m am ão no primeiro caso, e com o coco-anão, no último.

CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES DE CAPACITAÇÃO TECNOLÓGICA

Neste trabalho efetuou-se a identificação e mapeamento da fruticultura no Espírito Santo, base do diagnóstico para a ident ificação das cadeias produt ivas por culturas selecionadas, elaborou-se um cadast ro dos agentes econôm icos na cadeia de produção e exportação de frutas t ropicais no Estado e delineou-se sugestões para o apoio ao desenvolvimento da fruticultura de exportação. Efetuou-se, em linhas gerais, um a contextualização da frut icultura capixaba em term os de m ercado externo e principais ações desenvolvidas em outras unidades federadas de apoio à fruticultura. Observou-se que nos m ercados internacionais de frutas apresentam -se oportunidades com erciais para aqueles países e agentes que conseguirem capacitar-se de form a integrada (em cadeia) para explorá- lo. Capacitação que se inicia com a ident ificação de potencialidades relativas às condições naturais; tecnologia de cultivo e manejo; tecnologia e logística pós-colheita; tecnologia e logística de transporte e de comercialização. A ident ificação destas oportunidades tem sido vislum brada por vários agentes. No caso de certas unidades federadas (Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Tocant ins) observaram -se m obilizações e ações concretas para aproveitá- las. Porém o desenvolvim ento desse conjunto de capacitações não se dá de im ediato e requer base de conhecimento. É m ais fácil aperfeiçoar técnicas de quem já produz do que iniciar o t reinam ento de agentes estranhos à at iv idade. O m esm o se dá em term os de experiência em exportação de em presas ainda que muitas delas não tenham conhecimentos em exportação de frutas. Capacitações dispersas estão presentes no Espír ito Santo para a produção e exportação de frutas porém requer-se investimento de longo prazo para gerar-se capacitação integrada de cadeia produtiva. A logística de t ransporte perm anece enquanto potencial à exportação de frutas. Ações de longo prazo serão necessárias à sua adequação a esse fim . Hoje, o Espír ito Santo exporta 9t sem anais de abacate. Em m am ão a carga exportada sem analm ente por apenas um a das seis exportadoras é de 150t em um total de 420t sem anais. Este último, sem dúvida, a única fruta capixaba efetivamente inserida no mercado externo. Para as out ras frutas selecionadas, apenas abacaxi e coco foram objeto de algum as iniciat ivas esporádicas de

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exportação. Ent retanto, am bas apresentam enorm es oportunidades de se tornarem frutas capixabas de exportação. No caso do coco, as pr incipais possibilidades são vislum bradas at ravés da venda de coco verde anão em balado at ravés do m étodo Tet rapark. Para tal encont ra-se em fase bastante adiantada de implantação a em presa AGROCOCO, situada em São Mateus, que dispõe de 1.420 ha próprios em plantações de coco anão, e está em fase de aquisição de equipam entos para o processam ento de 100.000 frutas/ dia, resultando em uma meta de envazamento de 3.000.000 unidades de 250 ml/ mês, gerando um volume total de 15,6 t semanais de produto. Para o m aracujá, as pr incipais sinalizações de m ercado perm anecem para a com ercialização do suco, figurando as grandes processadoras de sucos nacionais e o mercado in natura

dos grandes centros urbanos

(Rio de Janeiro e São Paulo) como os principais absorvedores do produto capixaba. A cultura está se expandindo no norte e no sudeste do Estado, orientando-se para o mercado interno. A banana aqui produzida não apresentou experiência exportadora. Esta cultura encont ra-se num quadro de progressiva perda de competitividade frente a outras áreas de produção nacional, a exemplo das efetuadas no Estado de Minas Gerais ( região de Janaúba) . I nserção na exportação requer m udança do perfil dos plant ios (variedades) e t reinam ento agronôm ico de produção e pós-colheita e t reinam ento gerencial. Faz-se necessário aum entar os conhecim entos sobre a região produtora de Minas Gerais e das produções do nordeste, hoje já inseridas no circuito exportador. As tendências para o abacate são de crescim ento das exportações, explorando nichos de m ercado diferenciados no comércio internacional dessa fruta, dominado pela variedade Haas. O Espírito Santo exporta abacate da variedade Primavera para Portugal e Canadá. Esta variedade tem sido objeto de desenvolvim ento e pesquisas constantes por técnicos da EMCAPER, pesquisadores da UFES e produtores; apresenta boa qualidade de produto e comercializado no exterior a preços superiores ao Haas para compensar os custos mais elevados de transporte aéreo. As exportações capixabas de frutas são feitas em sua quase totalidade at ravés do t ransporte aéreo, explorando o nicho de m ercado denom inado ‘t ree r iped’ (am adurecido no pé), que apresenta um preço diferenciado para cim a devido à m elhor qualidade do produto com parado às frutas subm et idas a longos períodos de refrigeração. Os pontos de saída do país utilizados nestas exportações são os aeroportos do Galeão e Viracopos. No Espírito Santo a logíst ica de t ransporte m arít im o ainda não atende às necessidades de escoam ento da produção de frutas, que é intensa em freqüência (diár ia para o m am ão) e reduzida em escala, apresentando exatam ente um a lógica inversa à que viabilizar ia o t ransporte m arít im o, que apresenta hoje um fluxo reduzido e exige grandes volumes de produto. Possibilidades m elhores residem na viabilização de t ransporte aéreo de frutas a part ir do aeroporto de Goiabeiras, com o início da linha internacional VI TÓRI A x CAMPI NAS x SANTI AGO x MI AMI um a vez por semana, com capacidade de transporte de 40t. Essa opção ainda não vem sendo ut ilizada pelos exportadores de frutas. No caso do abacate, esta fruta não tem autorização das autoridades americanas para penetrar naqueles mercados. Necessitaria de uma rota para a Europa. No caso do m am ão, rest r ições residem em equipam entos para o em barque de carga refr igerada, custos e também limitação da rota. Entretanto, recomenda-se esforço dos exportadores na viabilização dessa linha, mesmo porque pode viabilizar também pequenas exportações para o Chile, representando-se com o um pré- requisito para a solicitação de abertura de uma nova linha para a Europa, fundamental para consolidar as exportações aéreas de frutas a part ir do nosso Estado. Em term os técnicos, a I NFRAERO atestou não haver im pedit ivos técnicos para a multiplicação das atividades de exportações aéreas a partir do aeroporto de Goiabeiras. Em síntese, as capacitações dispersas presentes no Espír ito Santo precisam ser integradas para consolidar uma Fruticultura de Exportação no Espírito Santo. As ent revistas revelaram com o carência básica a falta de inform ações sobre a cadeia produt iva e sobre o mercado internacional de frutas. I lustrat ivo, nesse sent ido, que duas empresas exportadoras de mamão m encionaram o não atendim ento a algum as dem andas pontuais de abacate, por desconhecim ento da localização dessas produções. No out ro ext rem o, a grande parte dos produtores de out ras frutas não conhece as 6 (seis) empresas exportadoras de mamão localizadas no Espírito Santo. Para auxiliar na superação desse problem a elaborou-se o CADASTRO DE AGENTES ECONÔMI COS DA CADEI A DE PRODUÇÃO E EXPORTAÇÃO DE FRUTAS. Recom enda-se que ao m esm o seja dada am pla divulgação e que seja atualizado anualmente. Com o base para o planejam ento profissional do agronegócio em frut icultura t ropical recom enda-se a elaboração de um Zoneam ento de Apt idão Edafo-Climát ica para a Frut icultura Tropical no Espír ito Santo, conjugado a um levantam ento dos recursos hídr icos no Estado. Este últ im o t rabalho reveste-se de especial urgência para o norte do Espírito Santo, submetido há quase uma década a secas prolongadas. Recomendam-se, ainda, ações dos agentes econôm icos, pr ivados e públicos, no sent ido de estenderam ao Espír ito Santo condições de financiam ento e apoios diversos, presentes nos Program as de Desenvolvim ento da Fruticultura Tropical dos governos Federal e de Estados vizinhos.

Sistematiza-se, em caráter conclusivo, sugestões adicionais de capacitação tecnológica por cadeia produtiva:

Geração de difusão de informações sobre Mercados Frutícolas e Logística.

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Para o Mamão:

Informações de Mercado; Pesquisa e treinamento para Controle Fitossanitário da Meleira e do Mosaico; Geração e difusão de informações sobre requisitos comerciais de países importadores de frutas; Adaptação e desenvolvimento de Equipamentos Pós-Colheita; Treinamento e Capacitação em técnicas Pós-Colheita; Pesquisa e treinamento em técnicas de frigorificação da fruta; Esforços no sentido de desburocratização do processo de exportação; emissão na origem do controle fitossanitário; Recomenda-se para as empresas que não efetuam vendas diretas, busca de parcerias com empresas de Importação e Exportação, a princípio, já atuantes no Espírito Santo, para alavancagem da atividade da empresa; Recomenda-se o esforço destes empresários para a viabilização e multiplicação dos vôos internacionais a partir do aeroporto de Vitória; a atual linha aérea Vitória x Campinas x Santiago x Miami não viabiliza as exportações a partir de Vitória. Faz-se necessário viabilizar preços de frete a pelo menos US$ 0,50 por kilo e buscar-se a criação de pelo menos um vôo para a Europa; Recomenda-se o desenvolvimento de um selo adicional ao da marca, identificando o mamão como Papaya- Espírito Santo-Brasil.

Para o Abacaxi:

Recomenda-se uma ação concentrada de capacitação tecnológica voltada para a melhoria da qualidade da produção de abacaxi, iniciando-se de imediato nas áreas de maior concentração dessa cultura (Município de Marataízes e entorno); Englobando técnicas de conservação e recuperação de solos; Produção e certificação de mudas de qualidade (credenciamento de viveiristas); Treinamento em Controle Fitossanitário da Fusariose; Capacitação agronômica de manejo da cultura (adensamento e técnicas adequadas ao aumento da produtividade e redução de perdas); Realização de um teste oficial de brix do Abacaxi pérola produzido na região de Marataízes; Capacitação gerencial e de comercialização; Catalização e aproximação das empresas exportadoras e de atuação no mercado interno; Esforços de divulgação do abacaxi do Espírito Santo no mercado nacional; desenvolvimento de exportações conjuntas, a princípio, com as exportações de mamão;

Para as demais culturas, as sugestões de capacitação tecnológica são similares:

Capacitação e Treinamento para plantio e manejo da cultura; Credenciamento de fornecedores/viveiristas de mudas certificadas; Pesquisa e treinamento em controle fitossanitário; Capacitação gerencial da atividade; Capacitação em comercialização no mercado interno e externo; Treinamento em técnicas de pós-colheita; Treinamento em frigorificação; Catalização de parcerias empresariais para o início e gradativa alavancagem das exportações de Frutas Tropicais do Espírito Santo.

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ANEXO I

Produção de frutas no Espírito Santo - LSPA 1998

QUADRO 1 - PRODUÇÃO DE FRUTAS NO ESPÍ RITO SANTO

Fonte: FIBGE - Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, 1998.

ANEXO II

Pontos de exportação - Datafruta

FRUTAS

PRODUÇÃO

ÁREA EM PRODUÇÃO (ha)

ÁREA PLANTADA (ha)

Abacaxi

33.200 (mil frutos)

1.644 3.050Abacate

9.879 (t)

1.084 1.357Banana

155.535 (t)

22.700 23.494Mamão

298.577 (t)

5.453 6.316Melancia

8.300 (t)

420 420Morango

6.480 (t)

154 154Maracujá

22.764 (t)

668 943Acerola

413 (t)

37 40Cajú

3 (t)

1 3Goiaba

5.601 (t)

172 262Graviola

60 (t)

4 24Limão

10.671 (t)

516 561Manga

5.532 (t)

357 577Tangerina

14.815 (t)

695 776Uva

35 (t)

7 7Laranja

170.295 (mil frutos)

2.679 2.950Coco

64.044 (mil frutos)

4.739 10.622Macadâmia

340 (t)

719 1.234TOTAL

 

41.330 52.790

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      Pontos de exportação - ABACATE    (toneladas)

Santos

Rio de Janeiro

(Aero)

Campinas

São Paulo

Foz do Iguaçu

Jaguarão

RS

1990

154,3

1991

1992

1993

1994

1995

89,6

18,9

4,0

1996

226,2

17,4

0,9

22,3

10,9

1997

226,2

17,4

0,9

93,6

22,3

10,9

1998

97,1

3,3

154,0

2,0

3,4

Fonte: Datafruta            Obs: células em branco=informação não disponível

Pontos de exportação - GOIABA   (tonelada)

Rio de Janeiro (Aero)

Campinas

São Paulo

Cumbica SP

1990

2,3

108,9

148,1

1991

4,3

79,2

103,6

1992

1993

1994

1995

10,4

21,7

86,4

1996

3,1

7,6

135,4

1997

1998

Fonte: Datafruta            Obs: células em branco=informação não disponível

Pontos de exportação - COCO     (toneladas)

Belém PA

Cabedel PB

Campinas

Foz do Iguaçu

Chuí RS

Jaguarão RS

Uruguaiana RS

Ponta Porã MS

Dionísio Cerqueira

SC

1990

1991

3.2

437,2

1992

1993

1994

1995

18,9

1996

17,4

11,6

1997

17,4

0,9

25,7

1,1

7,2

19,8

5,7

1998

0,8

59,3

5,6

87,1

0,7

Fonte: Datafruta                           Obs: células em branco=informação não disponível

Pontos de exportação - BANANA    (toneladas)

Santos

Fortaleza (Aero)

Natal

Rio de Janeiro

São Paulo

Foz do Iguaçú

Chuí RS

Jaguarão RS

Porto Xavier RS

1990

9,0

0,2

16041,0

12021,6

1991

9,2

77,2

15289,0

17360,8

36,0

1992

1993

Página 36 de 37CONDIÇÕES NATURAIS DE PRODUÇÃO

Page 37: Frutas_Tropicais

          1994

1995

47,4

8012,4

3708,0

1996

2882,4

5732,4

2700,4

252,4

1997

4,9

2882,4

5732,4

2700,4

252,4

1998

2,9

465,3

2686,0

6,3

3,4

5048,0

7466,0

2839,2

803,5

Fonte: Datafruta                           Obs: células em branco=informação não disponível

Pontos de exportação - ABACAXI    (toneladas)

Santos

Natal

Cabedel PB

Rio de Janeiro

São Paulo

Foz do Iguaçu

Chuí RS

Jaguarão RS

Porto Xavier

RS

Uruguaiana RS

Dionísio Cerqueira

SC

Itaqui RS

São Borja

RS

1990

29,8

154,3

673,5

215,1

306,0

1547,5

4853,5

1991

203,4

2,1

663,8

45,5

144,0

1004,6

12793,4

1992

1993

1994

1995

4,6

2724,0

0,7

2286,1

281,4

287,6

229,9

3887,4

327,0

210,6

1996

17,0

371,2

4947,4

257,5

285,2

44,4

4399,1

1027,7

50,7

96,0

1997

17,0

371,2

4947,4

257,5

285,2

44,4

4399,1

1027,7

50,7

96,0

1998

1,9

5253,2

325,2

374,2

49,5

4962,8

1935,0

54,0

Fonte: Datafruta                         Obs: células em branco=informação não disponível

Pontos de exportação - MAMÃO    (toneladas)

Santos

Natal

Recife

Salvador

Vitória

Rio de Janeiro (Aero)

Campinas

São Paulo

Cumbica

Jaguarão RS

1990

322,9

34,1

276,9

33,6

394,1

795,4

722,6

1279,6

1991

566,4

437,5

227,6

998,1

705,2

287,0

3297,3

1992

1993

1994

1995

1996

1997

86,2

423,6

56,7

874,9

666,2

2085,2

388,6

1051,9

26,4

1998

35,9

189,6

65,8

595,7

380,0

4708,6

309,3

1713,7

27,5

Fonte: Datafruta                 Obs: células em branco=informação não disponível

Página 37 de 37CONDIÇÕES NATURAIS DE PRODUÇÃO