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Geração Sustentável: A revista do desenvolvimento sustentável corporativo A edição 36 traz como tema de capa a relação da sustentabilidade com o mercado de ações!

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JUNTOS IREMOS CONSTRUIR UMMUNDO MELHOR A CADA ENTREGA!

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 3

Diretor ExecutivoPedro Salanek Filho

[email protected]

Diretora Administrativa e Relações CorporativasGiovanna de Paula

[email protected]

Projeto Gráfico e Direção de Arte Marcelo Winck

[email protected]

Conselho Editorial Pedro Salanek Filho, Antenor Demeterco Neto

e Ivan de Melo Dutra

Colaboraram nesta ediçãoJornalistas: Bruna Robassa e

Alexsandro T. Ribeiro [email protected]

RevisoraAlessandra Domingues

Assinaturas [email protected]

Fale [email protected]

Impressão Gráfica Capital

ISSN nº 1984-9699

A impressão da revista é realizada dentro do conceito de de-senvolvimento limpo. O sistema de revelação das chapas é feito com recirculação e tratamento de efluentes. A revista é produ-zida com papel certificado. O resíduo das tintas da impressora é retirado em pano industrial lavável, que é tratado por uma la-vanderia especializada. As latas de tintas vazias e as aparas de papel são encaminhadas para a reciclagem. Em todas as etapas de produção existe uma preocupação com os resíduos gerados.

Revista Geração Sustentável Publicada pela PSG Editora Ltda. CNPJ nº 08.290.966/0001-12 - Rua Bortolo Gusso, 577 - Curitiba - PR - Brasil - CEP: 81.110-200 - Fone: (41) 3346-4541 / Fax: (41) 3092-5141

www.geracaosustentavel.com.br

As matérias destacadas com o selo "Parceria Ge-ração Sustentável" referem-se à conteúdos elabo-

rados em parceria com empresas ou instituições que possuem projetos socioambientais. Tanto a divulgação dos projetos quanto a distribuição

dos exemplares são efetuadas de forma conjunta, pela revista e pela empresa mencionada

Conheça o mundo digital da Geração SuStentável

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Revista Digital

Editorial

A revista Geração Sustentável é uma publicação bimestral inde-pendente e não se responsabiliza pelas opiniões emitidas em ar-tigos ou colunas assinadas por entender que estes materiais são de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação, armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos textos, fotos e outras criações intelectuais da revista GERAÇÃO SUSTENTÁVEL são terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais, exce-to para fins didáticos. As fotos dessa edição recebem o crédito de divulgação. Tiragem da edição: 10.000 exemplares - 36ª Edição - novembro/dezembro - Ano 7 - 2013

A última edição desse ano traz como tema de capa a sustentabilidade sob a ótica do mercado de ações. As bolsas de valores, por intermédio do lança-mento de alguns índices com agrupamento de empresas, vêm apresentando opções diferenciadas para esse mercado, que está sendo bem receptivo para direcionar seus investimentos para negócios mais sustentáveis.

O mercado de ações sempre foi visto pelo interesse imediato do ganho financeiro. Os investidores redirecionam rapidamente seus recursos para aqueles negócios que apresentam promessa de maior lucratividade. Nesse sentido, o “humor” dos investidores em ações tende a alterar pelas notícias dos resultados que os negócios estão apresentando.

As empresas lançam/comercializam suas ações nas bolsas visando à cap-tação de recursos financeiros, com menor custo, para investimentos em seus negócios. Os investidores que adquirem essas ações criam a expectativa de maiores ganhos do que em outras opções de investimentos (taxa de oportu-nidade). Entre esses interesses, considerando uma dinâmica de oferta e de-manda de ações, os investidores vão comprando e vendendo suas ações no decorrer do tempo.

Outro aspecto defendido por especialistas é que os investimentos nesse mercado devem ser visto em longo prazo. Esses consultores de mercado re-comendam que os investidores não se apavorem com quedas repentinas no valor das ações, e que as mesmas terão recuperação no futuro, desde que os negócios continuem e sejam lucrativos. Nessa linha de longo prazo, os índices que contemplam negócios sustentáveis ficam mais interessantes. Empresas sustentáveis são empresas que desejam dar lucro não apenas no momento presente, mas que gerem valor para a sociedade e que possam contemplar resultados no médio e no longo prazos. Essa visão fica mais tangível, por exem-plo, nas empresas que fazem parte do ISE (Índice de Sustentabilidade Empre-sarial) da Bovespa. Essas empresas estão apresentando resultado superior à média do Ibovespa, índice médio de todas as empresas que possuem ações na Bovespa. Além desse índice, a matéria de capa aborda também outros índices, como o índice Dow Jones de Sustentabilidade.

Na editoria “Visão Sustentável”, são apresentadosos projetos do grupo Emisa Plaenge, que receberam certificação LEED. A matéria do CPCE (Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial) traz uma abordagem sobre os direciona-mentos dos recursos do imposto de renda para projetos sociais. A edição traz, ainda, novos exemplos de empresas que participam do WTC (World Trade Cen-ter), empresas que atuam de forma sustentável, bem como uma matéria sobre os resultados do uso de tijolos ecológicos na construção civil.

Boa leitura!

Pedro Salanek Filho

A mensuração da sustentabilidade no mercado de ações

JUNTOS IREMOS CONSTRUIR UMMUNDO MELHOR A CADA ENTREGA!

Anunciantes e Parcerias

02 ECOBIKE

10 e 11 PETROBRAS

15 IPIRANGA

29 COLÉGIO SÃO LUIZ

35 FIEMA BRASIL

41 CIVITAS

43 DFD

49 AGRONEGÓCIO BRASIL

51 EBS

52 UNIMED

Sumário

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 4

03 Editorial

06 Sustentando

12 Entrevista – Sonia Favaretto 16 Capa Práticas sustentáveis conquistam o mercado de ações 24 Visão Sustentável Sustentabilidade aplicada à construção de fábricas com certificação internacional 28 Talentos Voluntários

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GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 5

32 Desenvolvimento Local Networking sustentável 34 Economia e Sustentabilidade 36 Gestão Ambiental Tijolo a tijolo uma construção mais ecológica 42 Gestão Sustentável

44 Responsabilidade Social Corporativa Imposto de renda pode ser doado para organizações sociais 48 Gestão Estratégica

50 Vitrine Sustentável

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Sustentando

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

Tomada solarJá imaginou poder recarregar seus aparelhos eletrônicos com a ajuda da energia do Sol? Essa realidade logo se tornará possível e, num futuro próximo, o novo dispositivo será uma grande revolução para o mercado de eletricidade. Criação dos designers Kyuho Song e Boa Oh, o objeto em questão é a “Solar Powered Window Socket”, ou “Tomada Solar”. O produto está na fase de concepção e, de acordo com declarações dos criadores, o objeto tem a intenção de proporcionar o uso de eletricidade livremente e convenientemente em espaços restritos (onde normalmente não se encontra energia disponível) como num avião, num carro ou ao ar livre. A ideia é que, quando afixada no vidro na presença da luz do sol, a tomada produza eletricidade com ajuda de um conversor. Quando estiver pronta para ser comercializada, serão necessárias cinco a oito horas por dia para uma carga completa. Mais informações: tomadasolar.com.

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Sustentando

Turismo sustentável em Bonito A cidade de Bonito, em Mato Grosso do Sul, foi eleita em novembro como o melhor destino de turismo responsável no mundo pelo World ResponsibleTourismAwards. O prêmio foi entregue durante o World Travel Market (WTM), uma das maiores feiras de turismo do mundo, e o destaque ficou para o sistema de voucher para controle do número de turistas de Bonito. O controle é feito por meio de um sistema que registra o nome do turista e as atrações que pretende visitar. Importante destino de ecoturismo no país, Bonito conta com belas paisagens naturais, próprias para mergulhos em rios de águas transparentes, trilhas em cachoeiras, grutas, cavernas, cavalgadas e boiacross. Apenas em 2012, 242 mil turistas estiveram no município visitando as atrações.

Big WoodConsiderada um material viável e de impacto ambiental menor que o concreto e o aço, a madeira já está sendo considerada uma matéria-prima utilizável em obras de grande escala, como os edifícios. Para o arquiteto Michael Charters, que sugeriu a construção de um prédio de madeira, a utilização desse material seria uma revolução na construção civil. Charters fez o protótipo de um arranha-céu feito em madeira para participar de uma competição. O complexo serviria como uma alternativa sustentável para materiais de construção padrão, que demandam grande quantidade de energia para serem produzidos. Chamada de Big Wood, a construção representaria em torno de 39% de toda a emissão de carbono do ser humano, um número que seria muito menor se mais edifícios fossem feitos a partir de madeira. Além de o material capturar e armazenar carbono quando usado como material de construção, estudos recentes mostram que é possível construir de 20 a 30 andares com estruturas de madeira. O arquiteto inclusive sugeriu um local para construção de seu protótipo, seria em Chicago, nos Estados Unidos, local conhecido como o berço dos arranha-céus.

Reciclagem criativaQue tal organizar temperos e outros objetivos como pregos e botões de forma criativa e sustentável? Com um pedaço de madeira, pregos, martelo, potes de vidro ou de plástico e um pouco de inspiração, é possível organizar pequenos utensílios onde quiser. Pregue tampinhas em tábuas ou prateleiras e rosqueie potinhos compatíveis a cada uma. Dessa forma, é possível reutilizar potes de conserva, geleias e outros produtos para guardar de forma divertida e prática os objetos que mais utiliza no dia a dia. A ideia vale para utilização em cozinhas, escritórios, ateliês, oficinas ou onde preferir. Além de deixar os materiais que você mais utiliza ao seu alcance, a ideia criativa também pode se tornar uma divertida forma de decoração. Para isso, basta investir na pintura dos potes e na personalização da forma como preferir. O planeta agradece!

Sustentando

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Sustentando

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

Cidade modeloImagine uma cidade em que todos os carros são elétricos, todas as casas funcionam à base de energia solar e os moradores recebem dinheiro para viver de forma sustentável. Acredite, essa realidade será possível e o vilarejo sustentável situado na cidade de Fujisawa, no leste do Japão, receberá seus primeiros habitantes ainda em 2014. O projeto será idealizado com patrocínio da empresa Panasonic, que durante quase 50 anos administrou um grande parque fabril no mesmo local, onde eram produzidos milhões de televisores, geladeiras e ventiladores. Agora, na área de 19 hectares - equivalente a 24 estádios do Morumbi, em vez de máquinas e chaminés, estão os contornos de uma nova e diferente cidade, totalmente sustentável e erguida ao custo de R$ 1,3 bilhão. Até 2018, mil famílias deverão povoar o novo espaço, batizado de Fujisawa Sustainable Smart Town.O preço das casas ainda não foi divulgado.

Natal da EletrorreciclagemUma grande caixa de metal foi montada na Estação do Metrô da Carioca, no Centro do Rio de Janeiro, para depósito de computadores, televisores e teclados. Com isso, desde o final do mês de novembro, a população pode descartar, da forma adequada, aparelhos eletrônicos que contenham substâncias tóxicas prejudiciais ao meio ambiente. A ação faz parte da quarta edição da Campanha Natal da Eletrorreciclagem. O período natalino foi estrategicamente escolhido pelo fato de que nessa época do ano muitas pessoas compram aparelhos novos e ficam sem saber o que fazer com os velhos. A campanha ajuda no descarte dos objetos antigos, sem uso, que se não tiverem a destinação correta podem acabar contaminando a água, o solo e o lençol freático. A iniciativa, que conta com o apoio do Ministério do Meio Ambiente e tem o patrocínio do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam), recolheu 20 toneladas de lixo eletrônico nas três edições anuais já promovidas.

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Sustentando

Escolha certaComprar roupas sustentáveis ou com características ecológicas pode ser mais fácil do que você imagina. Por meio do site americano Fashioning Change, é possível escolher onde buscar vestuários com essas características. A busca começa com um questionário com várias perguntas para definir o perfil do visitante, como estilo (se procura roupas para trabalhar ou passear), tamanho e qual valor pagaria pelas vestes. Depois de respondidas às questões, o cliente visualiza uma vitrine virtual com peças que se encaixam ao resultado do questionário. O comprador ainda pode ter acesso a informações, como história e política de responsabilidade social da marca escolhida, origem do produto, matérias-primas utilizadas e, ainda, dicas de como o produto pode durar mais. Criado em 2010, a missão do site é ser uma plataforma que viabilize a mudança no comportamento de compra de roupas e acessórios, priorizando a informação e a economia, sem perder a elegância. O site está todo em inglês, mas é possível fazer a compra de peças que têm envio para o Brasil.

Sustentando

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Poupe energia apagando um pixelQuem pensa que poupar energia se restringe a apagar as luzes e desligar as tomadas precisa conhecer o projeto Black Pixel do Greenpeace. A ideia criativa permite a redução de gás carbônico por meio da instalação de um programa no computador. Com o slogan “E se a gente apagar um quadradinho no monitor?” a iniciativa promete ajudar a poupar quantia considerável de energia em longo prazo. O projeto baseia-se num programa que pode ser capturado pela Internet e instala um quadrado preto na tela. É possível desligá-lo a qualquer hora. Enquanto está funcionando, o quadrado reduz o consumo de energia e as emissões de CO2. Para aderir à ideia, basta entrar nosite do black pixel feito pelo Greenpeace (greenpeaceblackpixel.org/#/pt)e instalar o programa. Dessa forma, o usuário do computador já estará ajudando a natureza. No mesmo site, é possível encontrar mais informações sobre o programa e a instalação.

Sonia Favaretto, diretora de Imprensa e Sustentabilidade da BM&F BOVESPA fala sobre os projetos da Bolsa e a importância da sustentabilidade no mercado de ações

Criada em maio de 2008 com a integração da BM&F (bolsa de derivativos) e da Bovespa (bolsa de ações), a BM&F BOVESPA incentiva a sustentabilidade desde que surgiu no mercado. Vista pela companhia como um modelo de gestão que inspira a condução dos negócios em sinergia com os interesses atuais e futuros, tanto da sociedade quanto do planeta, para a Bolsa, a sustentabilidade é um novo valor.

Segundo destaca a diretora de Imprensa e Sustentabilidade da companhia, Sonia Favaretto, que concedeu entrevista para a Revista Geração Sustentável, ao permitir que empresas se capitalizem para desenvolver seus projetos, e consequentemente gerar empregos; e também por permitir que os agentes do mercado e investidores se protejam das oscilações de preço de diver-sos ativos, por meio dos mercados derivativos; a Bolsa já nasce com uma função vital para o desenvolvimento sustentável dos mercados e da sociedade brasileira.

Entre as diversos projetos e ações de destaque da BM&F Bovespa estão a criação do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) – detalhes na matéria de capa – e da campanha Novo Valor – criado com o objetivo de induzir e promover o desenvolvi-mento sustentável da Bolsa e do mercado de capitais, envolvendo os mais diversos públicos, como investidores, empresas e corretoras.

Para Sonia, as organizações têm três maneiras de entender a necessidade de incluir a questão da sustentabilidade em seu cotidiano: “Pelo amor, quando movidas por líderes apaixonados e convictos de sua importância; pela dor, quando sofrem perdas financeiras, de imagem ou reputação; ou pela inteligência, quando entendem o diferencial competitivo, a inovação e a liderança que podem exercer nestas mudanças”.

Entrevista

Um novo valor

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Desde quando a BM&FBOVESPA incentiva a susten-tabilidade e como ela faz?Podemos dizer que desde o seu surgimento a Bol-sa incentiva a Sustentabilidade. Digo isso, pois ao permitir que empresas se capitalizem para desen-volver seus projetos, e consequentemente gerar em-pregos; e também por permitir que os agentes do mercado e investidores se protejam das oscilações de preço de diversos ativos, por meio dos mercados derivativos; a Bolsa já nasce com uma função vital para o desenvolvimento sustentável dos mercados e da sociedade brasileira.Como referências, podemos citar o Novo Mercado, lançado em dezembro de 2000, segmento especial de listagem das empresas, que tem o objetivo de proporcionar um ambiente de negociação que esti-mule, simultaneamente, a transparência, o interes-se dos investidores e a valorização das companhias.Fomos a 1ª bolsa do mundo a se tornar signatária do Pacto Global da ONU, em 2004, e em 2005, lança-mos o Índice de Sustentabilidade (ISE), que é o nos-so carro chefe em Sustentabilidade, sendo o quarto índice no gênero no mundo. Em 2009, a Bolsa criou a diretoria de Sustentabilida-de, que responde diretamente ao diretor presidente

da companhia como forma de estruturar e alavancar ainda mais suas ações internas e de formação de mercado no tema. Desde então, lançamos o Índice de Carbono Eficiente (ICO2), fomos a primeira bolsa de mercados emergentes a se tornar signatária do PRI – Princípios para o Investimento Responsável, e lançamos, em 2011, o Programa “Em Boa Compa-nhia – Programa de Sustentabilidade com Empresas listadas”, a fim de aprofundar as discussões sobre o impacto da gestão de sustentabilidade e do investi-mento social na rotina das companhias. O programa prevê o compartilhamento de informações por meio de newsletters e publicações, encontros presenciais na Bolsa com especialistas em sustentabilidade e um encontro anual aberto por ocasião do anúncio da nova carteira do ISE, em novembro. Além disso, o site Em Boa Companhia dá visibilidade às iniciativas de sustentabilidade praticadas pelas empresas listadas. Atualmente, 51 empresas participam da iniciativa com 97 projetos ambientais e 291 projetos sociais.Em 2012, lançamos o “Relate ou Explique para Re-latório de Sustentabilidade ou Similar”, na Rio +20, com o objetivo de facilitar o acesso dos investido-res às informações não financeiras. A iniciativa da bolsa estimula as companhias a indicarem em seus

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formulários de referência a publicação de relatórios de sustentabilidade ou documentos similares. Atu-almente, o número de empresas que publicam infor-mações não financeiras ou nos informaram por que não o fazem aumentou de 203 para 293, entre maio de 2012 e junho de 2013.Outra iniciativa relevante na agenda de mudanças climáticas é que a BM&FBOVESPA passou a com-pensar anualmente as suas emissões de gases de efeito estufa que não forem passíveis de redução, tornando-se, assim, “carbono neutro”. Essa inicia-tiva retrocede aos anos de 2011 e 2012 e tem entre os seus objetivos induzir a adoção dessa prática pelas empresas listadas e o mercado em geral. A ação também está em linha com a Política de Sus-tentabilidade da bolsa – aprovada pelo conselho de administração em abril de 2013 –, que concretiza o compromisso com o avanço das iniciativas empre-sariais relacionadas à sustentabilidade.

Como surgiu e quais os objetivos da campanha Novo Valor?Na BM&FBOVESPA, a sustentabilidade é vista como um modelo de gestão que inspira a condução dos negócios em sinergia com os interesses atuais e fu-

turos, tanto da sociedade quanto do planeta. Para a Bolsa, isso é um novo valor. Assim surgiu o Novo Va-lor, em 2009, como o programa que reúne as ações de sustentabilidade da Bolsa. No site da campanha (bmfbovespa.com.br/novo-valor/pt-br/download/guiadesustentabilidade.pdf) temos, além de todas as iniciativas, artigos e notícias sobre a agenda de sustentabilidade. Nas ações de comunicação para o tema, nosso slogan é “Adote este Novo Valor”.

O que mudou na instituição desde que focou no mo-delo de gestão sustentável?O principal é que a instituição está exercitando uma nova forma de pensar e operar, que considera não apenas os fatores econômicos, mas também os sociais e ambientais. Isso não se faz do dia para a noite, é uma mudança cultural. Por isso, as ações práticas são fundamentais para concretizar a pro-posta. Nesse sentido, podemos citar o programa de coleta seletiva e reciclagem, cujos recursos são destinados a ONGs de funcionários voluntários; a adoção de Papel de Floresta Certificada; iniciativas que visam o consumo consciente de recursos natu-rais, como lâmpadas que consomem menos energia e aparelhos de ar condicionado mais inteligentes.

Em 2012, a BM&FBOVESPA implantou um novo sis-tema de gestão de impressão para fomentar o uso mais consciente de papel, reduzir os custos de ma-nutenção e de energia e aumentar a segurança da informação. Além disso, todos os monitores dos funcionários da BM&FBOVESPA são LCD, que geram menos calor e consomem menos energia.Ainda no objetivo de concretizar esse novo mode-lo, instituímos o programa Carona Solidária, que possibilita aos colaboradores da BM&FBOVESPA compartilhar o uso do automóvel com seus colegas de trabalho, propiciando maior integração, além de ajudar a reduzir custos, trânsito e emissão de gases de efeito estufa. Inauguramos também um bicicle-tário, 2011, para incentivar os funcionários a adotar uma vida mais saudável. No mesmo ano, passamos a contar com Serviços de Bikeboy, contratando uma empresa especializada em entregas via bicicleta. Com essa iniciativa, a Bolsa também reduz suas emissões gases de efeito estufa.

A sustentabilidade é um valor propagado tanto in-terna quanto externamente pela BM&FBOVESPA? De que forma? Como avalia o nível de engajamento desses públicos?Sem dúvida. Faz parte do nosso papel propagar e induzir esse novo valor interna e externamente. A Política de Sustentabilidade da BM&FBOVESPA é o principal instrumento de propagação desse valor, pois reafirma seu compromisso com o desenvolvi-mento sustentável e é direcionada para a gestão interna e também para o relacionamento com seus diversos públicos. Também, no pilar social da polí-tica, está entre suas responsabilidades a gestão de projetos de investimento social da Bolsa. De forma geral, a recepção dos variados públicos às iniciati-vas de sustentabilidade da Bolsa é muito boa, o que se comprova pela adesão das companhias a iniciati-vas como ICO2, ISE e Relate ou Explique.

Para a BM&FBOVESPA, quais os diferenciais de uma empresa que se preocupa com aspectos sociais, am-bientais e de governança?Basicamente, estamos falando de uma questão de sobrevivência do negócio, e não sóem longo prazo. Cada vez mais, os aspectos ESG (Environmental, Social and Corporate Governance) têm se tornado diferenciais competitivos ou mesmo condições para operar internacionalmente. Isso sem falar na agenda de risco. Esses fatores, se não observados na gestão e operação da empresa, podem inviabilizar o negó-cio. Além disso, a empresa que se preocupa com essas questões certamente constrói um ambiente ético, uma gestão profissionalizada, transparente e eficiente, além de atuar como agente transformado-ra da sociedade em que atua.

Qual seria sua orientação sobre como as empresas podem aliar rentabilidade e sustentabilidade?O primeiro passo é a empresa entender que a sus-tentabilidade é uma condição para que a compa-nhia sobreviva e se diferencie no competitivo am-biente de negócios, como dissemos anteriormente. Com base nessa compreensão, ela deve fazer um exercício de como inserir os conceitos e as ações de sustentabilidade internamente e entre seus públi-cos. Para orientá-las nesse caminho, publicamos o “Guia Novo Valor – Sustentabilidade nas Empresas, como começar, quem envolver e o que priorizar”.

Quais são as empresas que podem participar da bol-sa e quais os benefícios disso?A maioria das empresas é motivada pela possibili-dade de captar recursos dos investidores para finan-ciar seus projetos de investimento e aumentar sua competitividade. Isso é essencial nos dias de hoje, uma vez que o ambiente empresarial exige que os investimentos em modernização, atualização, pes-quisa e desenvolvimento de novos produtos e pro-cessos sejam contínuos. Além disso, a abertura de capital reduz o risco da companhia, que é menos afetada pela volatilidade econômica.

Qual o recado que gostaria de passar para as empre-sas que investem em ações, mas ainda não se preo-cupam com sustentabilidade?Costumo analisar esse tema sob uma ótica realista em minhas apresentações. As organizações têm três maneiras de entender a necessidade de incluir a questão da sustentabilidade em seu cotidiano: Pelo amor, quando movidas por líderes apaixonados e convictos de sua importância; pela dor, quando so-frem perdas financeiras, de imagem ou reputação; ou pela inteligência, quando entendem o diferencial competitivo, a inovação e a liderança que podem exercer nessas mudanças.

Que mensagem final deixaria para os nossos leito-res sobre a questão de Sustentabilidade Empresa-rial e Governança?Depois de tudo que falamos, a mensagem final é a de que quando falamos sobre sustentabilidade es-tamos falando acerca de uma mudança de mundo. Temos que inserir os aspectos sociais, ambientais e de governança em tudo, no mundo empresarial e na nossa vida como cidadãos. É preciso criar uma nova forma de fazer negócios, operar, consumir, compor-tar-se. Quanto antes percebermos a seriedade e os impactos dessas questões, no micro e no macro, mais competentes seremos para criar um mundo mais viável, para nós e para as próximas gerações.

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 14

Entrevista

Fomos a 1ª bolsa do mundo a se tornar sig-natária do Pacto Glo-bal da onu em 2004. em 2005, lançamos o Índice de Sustenta-bilidade (ISe), que é o nosso carro chefe em Sustentabilidade, sendo o quarto índice no gênero no mundo

Capa

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

Práticas sustentáveis conquistam o mercado de ações

Nível de responsabilidade socioambiental já pode determinar

lucratividade das organizações

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índice de sustentabilidade corporativa de uma organização é cada vez mais mensurável e valorizado no mercado de ações. Isso significa que a lucrativi-

dade de uma empresa já pode ser relacionada com o nível de importância que ela confere aos aspectos socioambientais. Eficiência econômi-ca, equilíbrio ambiental, justiça social e gover-nança corporativa estão entre as qualidades destacáveis nesse mercado, além de serem con-sideradas diferenciais na gestão dos negócios.

Em um cenário no qual as expectativas da sociedade com relação às empresas são cres-centes, a sustentabilidade corporativa ganha cada vez mais status de vantagem competitiva. E para nortear os investidores para que tenham comprovações técnicas das empresas nas quais pretendem aplicar seus recursos, as bolsas de valores de São Paulo e de Nova York contam com indicadores para avaliar diversos aspectos envolvidos com sustentabilidade, como transpa-rência e estabilidade financeira.

Criados pela BM&F Bovespa, os indicadores ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) e o ICO2 (Índice de Carbono Eficiente) utilizam dife-rentes metodologias para qualificar a gestão em-presarial das organizações participantes do mer-cado de ações. O ICO2 é composto pelas ações das companhias participantes do índice IBrX-50 (que mede o retorno total de uma carteira teó-rica composta por 50 ações selecionadas entre as mais negociadas na bolsa em termos de liqui-dez) e que aceitaram participar dessa iniciativa, adotando práticas transparentes com relação às

suas emissões de gases efeito estufa (GEE). Já o ISE, atualizado pela última vez em no-

vembro de 2013, reúne um grupo de empresas nacionais selecionadas por desenvolverem pro-jetos sustentáveis. Esse é o nono ano de desen-volvimento da carteira, quando foram incluídos mais três setores (transporte, serviços médicos e serviços financeiros diversos) e quatro novas empresas. A carteira ISE reúne, atualmente, 51 ações de 40 companhias. Elas representam 18 setores e somam R$ 1,14 trilhão em valor de mer-cado, o equivalente a 47,16% do total do valor das companhias com ações negociadas.

Semelhante ao ISE, o índice DowJones de Sus-tentabilidade (DJSI) da bolsa de valores de Nova York reúne empresas de todo o mundo. Em 2013, oito empresas brasileiras integram a nova compo-sição da carteira que começou a vigorar a partir de setembro. Nessa última edição, o índice con-templou 333 empresas de 59 setores da indústria de 25 países. O DJSI é um dos principais índices de sustentabilidade empresarial mundial, visto que as organizações listadas são reconhecidas como líderes globais em sustentabilidade.

ISE • A mais recente carteira do ISE foi anun-ciada no dia 28 de novembro de 2013 e vigora de 06 de janeiro de 2014 a 02 de janeiro de 2015. Foram convidadas para participar da atual car-teira ISE as 183 companhias que detinham as 200 ações mais líquidas da bolsa de valores em dezembro de 2012. Dessas, 45 empresas se ins-creveram para participar do processo concorren-do ao ingresso na carteira.

O

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 17

eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa estão entre as qualidades destacáveis nesse mercado, além de serem consideradas diferenciais na

gestão dos negócios

As empresas são avaliadas sob o aspecto da sustentabilidade corporativa, baseada em efici-ência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa. O índice am-plia o entendimento sobre empresas e grupos comprometidos com a sustentabilidade, dife-renciando-os em termos de qualidade, nível de compromisso com o desenvolvimento sustentá-vel, equidade, transparência e prestação de con-tas, natureza do produto, além do desempenho empresarial nas dimensões econômico-financei-ra, social, ambiental e de mudanças climáticas.

Criado em dezembro de 2005, seu desenho metodológico é responsabilidade do Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP). A meto-dologia busca avaliar de forma integrada os dife-rentes aspectos da sustentabilidade. Seus obje-tivos são atuar como indutor de boas práticas no meio empresarial brasileiro e ser uma referência para o investimento socialmente responsável.

Raio XApesar de fazerem parte de diferentes seto-

res da economia e de adotarem diferenciados modelos de gestão, empresas como Copel, San-tander, Itaú-Unibanco, Braskem, WEG, Fibria e

Natura, que integram a nova carteira ISE, pos-suem, juntamente com as outras companhias selecionadas, algumas particularidades. Todas publicam relatório de sustentabilidade e pos-suem compromisso com o desenvolvimento sus-tentável formalmente inserido na estratégia. Em 93% das companhias, existe envolvimento dire-to dos administradores na definição do Relatório de Sustentabilidade, 98% das companhias pos-suem programa de educação e sensibilização sobre o desenvolvimento sustentável, 95% das componentes possuem diretoria que se repor-ta diretamente ao primeiro escalão e 58% pos-suem Comitê de Sustentabilidade que se reporta ao Conselho de Administração.

Compromisso com a energia • A Compa-nhia Paranaense de Energia (Copel) é pioneira no Brasil em estudos e relatórios de impacto am-biental na construção de usinas hidrelétricas e essa preocupação vem sendo mantida em todos os novos empreendimentos. Desde a sua cria-ção, preocupa-se com o desenvolvimento social em sua missão empresarial. A partir de 2003, a organização inseriu também o termo sustenta-bilidade na sua missão, com o objetivo de dei-xar explícita uma cultura organizacional voltada para o desenvolvimento sustentável.

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

Capa

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“estudos têm apontado que existe uma associação de maior retorno e de menor risco às empresas que prezam pela sustentabilidade, pois essas empresas estariam mais bem preparadas para enfrentar as oscilações do mercado", Paulo Sérgio Pereira, Copel

ISe x BoveSPaBaSe 1000 = 30/11/2005

A Copel abriu seu capital na Bolsa de São Paulo em 1994, na Bolsa de Nova Iorque em 1997 e, em 2002, a Copel iniciou a negociação de ações no LATIBEX – que é parte da Bolsa de Valores de Madri para títulos latino-americanos negociados em euros. Para Paulo Sérgio Pereira, superintendente de Sustentabilidade e Cidada-nia Empresarial da organização, “a abertura de capital é uma etapa importante na possibilida-de de crescimento das empresas, além de uma forma de captação de recursos para financiar seus projetos, significa estar de acordo com as normas de governança e ser transparente com a sociedade”, diz.

A Companhia foi selecionada para integrar a carteira do ISE da BM&F Bovespa em 2005. Ex-cetuando-se a carteira de 2009, esteve presente em todos os outros anos, inclusive nesta última edição, com vigência para 2014. De acordo com Pereira, não é possível afirmar que a participa-ção da organização na carteira do ISE afeta de maneira relevante o preço e as negociações das ações, porém, segundo ele, há uma quantidade expressiva de estudos que apontam uma rela-ção da valorização das companhias devido a ini-ciativas de responsabilidades social e ambien-tal, principalmente as iniciativas voltadas ao seu core business.

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Variação do ISE em relação ao Ibovespa (nov/2005 à nov/2013) - Fonte: Boletim Informativo disponível em www.isebvmf.com.br/

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Na opinião de Pereira, os investidores deve-riam olhar as empresas que prezam pela sus-tentabilidade devido à sua maior capacidade de inovação, maior ganho reputacional, além de uma melhor capacidade de influência diante de incertezas regulatórias, o que traria maior van-tagem competitiva. “Estudos têm apontado que existe uma associação de maior retorno e de me-nor risco às empresas que prezam pela susten-tabilidade, pois essas empresas estariam mais bem preparadas para enfrentar as oscilações do mercado. Com isso, os investidores, prin-cipalmente aqueles que querem uma garantia de retorno em longo prazo, estão cada vez mais propensos a investir em empresas que têm uma governança voltada à sustentabilidade”, diz.

Diferenciais • A responsabilidade socio-ambiental da Copel está presente em diversas esferas, fator que determina seu destaque no mercado de ações. Signatária do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) desde fevereiro de 2000, a empresa adota as diretrizes do Global Reporting Initiative (GRI) na elabora-ção do seu Relatório de Sustentabilidade e uti-liza os indicadores Ethos de Responsabilidade Social Corporativa desde 2000.

A empresa iniciou em 1999 o Programa de Vo-luntariado Eletri Cidadania, cujo propósito é dar direcionamento empresarial para diversas reali-zações que vinham obtendo expressivos resulta-dos em diferentes regiões do Estado do Paraná. As frentes de atuação são inspiradas pelos Ob-jetivos de Desenvolvimento do Milênio – ODM e abrangem temas como direitos humanos, educa-

ção, inclusão, saúde, meio ambiente, cidadania e sustentabilidade. A cada ano, são mobilizados quase 200 voluntários que geram mais de 1100 horas de voluntariado (dados de 2012).

Além de integrar o ISE, a Companhia vem se preparando para entrar no Dow Jones Sustaina-bilility Index – DJSI – nos próximos anos. “Por isso, outras diversas iniciativas estão sendo desenvolvidas para tornar a empresa cada vez mais aderente aos requerimentos”, finaliza o su-perintendente da Copel.

Financiando boas práticas • Outra em-presa que se destaca em termos de sustenta-bilidade corporativa e por isso está contem-plada no ISE é o banco Santander. De acordo com o diretor de Desenvolvimento Sustentável da organização, Carlos Nomoto, o Santander demonstra preocupação com a sustentabilida-de de seus processos e do planeta por se rela-cionar com diferentes cadeias produtivas e por estar em uma posição privilegiada, na qual é possível ajudar a induzir o avanço do tema nas empresas e nos setores econômicos.

Cerca de R$ 1,5 bilhão das concessões de crédito do banco no varejo foram direcionadas a empresas que investiram em mudanças na ma-triz energética, na gestão de resíduos, dentre ou-tros projetos. “Temos condições de atuar não só sobre o nosso próprio negócio, como fazemos, por exemplo, ao neutralizar as emissões de ga-ses de efeito estufa, mas também de influenciar outras empresas. Isso sem falar nas ações que utilizamos para conscientizar nossos 55 mil co-laboradores e os mais de 24 milhões de clien-

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tes que se relacionam conosco. Nosso objetivo é justamente criar mecanismos financeiros para ajudar os nossos clientes e a sociedade a serem mais sustentáveis”, destaca Namoto.

Segundo conta o diretor, a atuação da or-ganização está baseada em três eixos: Inclu-são Social e Financeira, Educação e Mudanças Climáticas. O eixo de inclusão financeira, por exemplo, inclui programas para apoio de empre-endedores. Já em educação, a atuação do banco compreende iniciativas de apoio a Instituições de Ensino Superior no Brasil. O banco tem par-ceria com 435 universidades no País e em 2012 concedeu mais de 17.930 bolsas de estudo. Já o eixo de mudanças climáticas representa es-forços como análise de Risco Socioambiental, investimento em energias renováveis e financia-mentos de soluções sustentáveis.

Com o objetivo de mobilizar clientes, funcio-nários e sociedade para um tema ainda pouco compreendido, que é a redução e compensação de emissões de gases de efeito estufa, o ban-co desenvolve a campanha Reduza e Compen-se. Trata-se de uma plataforma na web na qual é possível calcular quantas toneladas de gases uma pessoa emite, além de oferecer a possibili-dade de se compensar essas emissões compran-do créditos de carbono de três projetos desen-volvidos no Brasil. Além disso, todos os clientes que contratam financiamento de veículos têm os primeiros mil quilômetros compensados pelo banco e são estimulados a continuar a realizar o cálculo. Para os funcionários, o banco oferece até uma tonelada para aqueles que aderirem ao Reduza e Compense.

Sustentabilidade e lucratividade • O San-tander ingressou no ISE em 2010 e desde então tem conseguido cumprir os requisitos para con-tinuar fazendo parte do índice. “O fato de inte-grar o ISE colabora para melhorar a percepção da empresa no mercado, ao sinalizar que o banco adota as melhores práticas de sustentabilidade. São essas práticas, na verdade, que trazem mais impactos positivos para nossas atividades”, diz o diretor do Santander.

Segundo relata Namoto, a experiência do banco mostra que há uma frequente coincidên-cia entre problemas socioambientais e dificul-dades financeiras. De acordo com ele, a não adequação aos critérios socioambientais pode resultar na redução do fluxo de caixa, na perda de ativos e aumentar o risco de imagem da em-presa. “Já a companhia que cuida do bem-estar de seus funcionários e do ambiente em que atua costuma ter uma gestão mais responsável e eficiente, com mais chances de honrar seus compromissos financeiros e gerar bons negó-cios, com consequente impacto sobre os indica-dores de mercado e o desempenho da empresa na bolsa de valores”, destaca.

No entanto, de acordo com o diretor, há mui-to que se avançar na mensuração dos impactos e do valor que a sustentabilidade aporta a uma empresa, sua marca e a atratividade de novos clientes e investidores. “A sustentabilidade é uma necessidade de nossos clientes, seja para reduzir o consumo de energia ou adequar insta-lações para maior acessibilidade, entre outros exemplos. Ao financiar essas soluções, estamos ajudando nossos clientes a ser mais eficientes,

“o fato de integrar o ISe colabora para melhorar a percepção da empresa

no mercado, ao sinalizar que o banco adota as melhores práticas de

sustentabilidade", Carlos Nomoto, Santander

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contribuindo para o resultado do banco e indu-zindo impactos positivos para a sociedade e o meio ambiente”, comenta o diretor.

Rede de relações • Para a empresa brasilei-ra de cosméticos Natura, criada em 1969, em um mercado dominado por empresas estrangeiras, ser sustentável é utilizar de forma adequada os recursos naturais disponíveis no momento, ga-rantindo as necessidades de futuras gerações. A estratégia de sustentabilidade da empresa nas-ceu da relação que possui com seus clientes, fornecedores e todos os seus parceiros. Com o objetivo de contribuir com o desenvolvimento do País, a Natura mantém relações comerciais com dezenas de comunidades para adquirir os insumos naturais utilizados em seus produtos a fim de influenciar diretamente o desenvolvimen-to econômico e social dessas populações. Em 2012, esses acordos comerciais movimentaram R$ 12 milhões, volume 12% superior a 2011.

A empresa opta por um modelo de negó-cios baseado na venda direta por consultores e consultoras (CNs), ampliando assim sua rede de relações. A Natura inova ao adotar o uso de ingredientes naturais vegetais nas formulações de seus produtos e é a primeira empresa de cosméticos a oferecer produtos com refil. Além de estabelecer diversas parcerias com comuni-dades indígenas e outras para fornecimento de matéria-prima, a Natura não realiza mais teste com animais desde 2006. A empresa também apoia e desenvolve diversos projetos que visam preservação do meio ambiente, a educação e o relacionamento com stakeholders.

Consumo consciente • Segundo relata Fá-bio Cefaly, executivo de Relação com Investidores da Natura, atualmente o consumidor está muito mais consciente sobre temas que envolvem a sustentabilidade, e a Natura sempre soube que o engajamento com questões ambientais pode fazer diferença no presente e futuro de todos.

“Priorizamos o uso de matérias-primas reno-váveis e inserimos nossas operações em planos de desenvolvimento sustentável. Também nos preocupamos cada vez mais em incentivar o consumo consciente. Desde 2007, passamos a incluir nas embalagens dos produtos uma Tabe-la Ambiental, que oferece informações ao con-sumidor que vão desde a escolha e obtenção da matéria-prima até a origem e o descarte da embalagem no meio ambiente”, relata.

Entre outras ações de destaque da empresa

estão a gestão do consumo da água, tema consi-derado prioritário quando se tratam de impactos gerados durante a fabricação de cada cosméti-co. Em 2013, a marca renovou seu portfólio de 32 produtos da linha Plant e inovou nos mate-riais das embalagens para reduzir o impacto no meio ambiente. “Os sachês reduzirão 78% do uso de plástico nas embalagens dos shampoos, 84% nas máscaras e evitará desperdício na reu-tilização. Como resultado, a produção de resídu-os cai 97% e a emissão dos gases (GEE) respon-sáveis pelo aquecimento global é 77% menor em relação à embalagem original, que passam a ser feitas com o Plástico Verde (PE Verde). Em 2012, 14% dos produtos faturados eram refis”, explica o gestor.

Além do ISE • A Natura está na bolsa de va-lores desde 2004. Segundo avalia Cefaly, entre os benefícios para a companhia, destaca-se um melhor posicionamento no mercado de capitais para ciclos futuros de expansão das atividades, inclusive por meio da redução no custo de ca-pital. “Estamos desde 2005 na carteira do ISE e somos um dos ícones da tradição em sustenta-bilidade no País, e cada vez mais temos certeza das vantagens de figurar o grupo”, diz.

Ainda na opinião de Fábio Cefaly, os investi-dores devem preservar a ideia de que empresas sustentáveis duram mais, pois têm relação mais adequada com o governo, meio ambiente e socie-dade. “Mas só o selo ISE não traz mais valor de mercado, é preciso realizar ações diárias que de-monstrem tal preocupação ambiental. Nossa ex-periência indica que os investidores estrangeiros estão mais atentos a diferenciais de sustentabi-lidade, e reparam no papel do triple botton – as-pectos econômico, social e ambiental. Mas essa ideia está expandindo e conquistando um públi-co maior a cada dia. As empresas que seguem os conceitos de sustentabilidade terão destaque gradativamente maior no futuro”, analisa.

A Natura hoje estuda possibilidades de no-vas certificações, considerando os investimen-tos que a empresa faz no uso de tecnologias sustentáveis e inovadoras.

Índice mundial • O grupo seleto de partici-pantes brasileiros no índice Dow Jones de suten-tabilidade (DJSI) é formado pelas empresas Bra-desco, Cemig, Embraer, Itaú-Unibanco, Itaúsa, Petrobras, Banco do Brasil e a Fibria. Para serem incluídas, elas passaram por rigoroso processo seletivo, que analisa dados econômicos, desem-

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“estamos desde 2005 na carteira do ISe e somos um dos ícones da tradição em sustentabilidade no País, e cada vez mais temos certeza das vantagens de figurar o grupo", Fábio Cefaly, Natura

penhos ambiental e social, governança corpora-tiva, gestão de risco, mitigação da mudança cli-mática e práticas trabalhistas.

Em comunicado publicado em setembro de 2013, os diretores de Relação com Investidores da Holding Itaú Unibanco, Alfredo Egydio Setu-bal e da Itaúsa, Henri Penchas, informaram que ao longo de suas participações no Dow Jones Sustainability Index, o Itaú Unibanco e a Itaú-sa detêm conquistas importantes, entre elas o fato de o Itaú ter sido selecionado para o índice pelo 14º ano consecutivo e por ser o único banco latino-americano a participar da composição do índice desde sua criação em 1999.

Nessa nova edição, o Itaú atingiu a melhor nota do setor Bancário nos quesitos “Política An-ti-crime/Medidas”; ‘’Gerenciamento da Marca’’ e ‘’ Estabilidade Financeira e Risco Sistêmico’’. Já a Itaúsa compõe o índice pelo 10º ano, uma vez que este é o primeiro no setor bancário. A em-presa obteve a maior nota do setor nos quesitos: “Política Anti-crime/Medidas”, “Gerenciamento da Marca”, Estabilidade Financeira e Risco Sistê-mico’’ e “Desenvolvimento do capital humano”.

“A participação no índice Dow Jones reflete o compromisso de longo prazo da Itaúsa e do Itaú Unibanco com a conduta ética dos negó-cios, transparência, cumprimento da legalidade, governança corporativa e responsabilidades so-cial, cultural e ambiental. Acreditamos que esse compromisso é fator determinante para man-termos nos próximos anos o crescimento sus-

tentado, direcionado para criação de valor para nossos acionistas e para sociedade”, relataram os diretores de Relação com Investidores da Hol-ding Itaú e da Itaúsa.

Transparência • A Petrobras é outra empre-sa brasileira participante do índice Dow Jones de sustentabilidade. Selecionada pelo oitavo ano consecutivo, a empresa obteve nota máxima nos critérios Transparência, pela sétima vez, e Libe-rações ao Meio Ambiente. A Companhia também se destacou nos critérios Impacto Social nas Co-munidades, Políticas e Sistemas de Gestão Am-biental e Gerenciamento de Risco e Crise.

De acordo com comunicado oficial da empre-sa, em 2012, os investimentos e gastos opera-cionais em proteção ambiental da Petrobras to-talizaram R$ 2,9 bilhões, um aumento de 7% em relação ao ano anterior. O valor inclui projetos de gestão ambiental e patrocínio a projetos ex-ternos. Entre os resultados dos projetos de ges-tão ambiental, destaca-se a economia de 4 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) ou 8,6 milhões de gigajoules (GJ) de energia.

“A transparência é um valor muito forte para a Petrobras. Quando vemos o mais importante índice mundial de sustentabilidade reconhe-cer a empresa e avaliá-la com nota máxima em transparência, temos a certeza de que estamos no caminho certo de crescimento com susten-tabilidade”, avaliou a presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster.

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rêmios e certificações. Em todos os âmbitos da sociedade, em nossa vida pessoal, empresarial ou social, o justo reconhecimento pelos esforços e pri-

mor de nossas atividades reforçam as convic-ções de que estamos no caminho certo, e nos dá impulso para continuarmos nos esmerando em nossos ofícios ou ações. Melhor ainda é quando o reconhecimento não se faz meta principal do que fazemos.

Se o reconhecimento é gratificante, mais ain-da o é quando parte de um âmbito não apenas regional, mas internacional, ou seja, numa gama maior de trabalhos ou ações similares realizados. Vale ressaltar que a intensidade da satisfação na premiação ou certificação é diretamente propor-cional à rigidez do processo de avaliação. Quanto mais difícil, mais doce é a conquista.

É nessa situação que se encaixa a Emisa Plaenge, responsável pelas construções indus-triais, que vêm se consolidando em exemplo de empresa responsável pelo oferecimento de so-

luções sustentáveis no setor de construção civil empresarial.

Não à toa, a empresa já acumula duas certifi-cações Leadership in Energy and Environmental Design, conhecido pelo acrônimo LEED (veja a origem da certificação no boxe), concedidas pela representante brasileira da ONG americana US Green Bulding Council, a Green Building Council do Brasil (GBC Brasil), concedidas para empreen-dimentos que demonstram excelência em edifi-cações sustentáveis.

Em 2012, a Emisa Plaenge conquistou uma das certificações mais altas do LEED, o Selo Gold, com a entrega da fábrica da Geo Energética, em Tamboara (PR). Além de internacionalmente certi-ficada, a obra, planejada para obter o máximo de eficiência energética, gera um retorno de inves-timento proveniente da redução do consumo de água e energia. É com esse espírito de oferecer soluções responsáveis ambientalmente e, acima de tudo, que promovam redução de custos opera-cionais, que a empresa ruma agora para a obten-

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Responsável por duas obras com certificação LEED, a Emisa Plaenge é líder em soluções sustentáveis para construção industrial

Sustentabilidade aplicada à construção de fábricas com

certificação internacional

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ção do terceiro selo da entidade.Para a Gerente de Novos Negócios, Stella Ma-

rys Rossi Boiça, o sucesso deve-se não apenas ao comprometimento da empresa e dos clientes em buscarem um empreendimento sustentável, que proporcione menor impacto ambiental no decor-rer do tempo e maior conforto e usabilidade para os ocupantes dos imóveis e para a comunidade que o cerca, mas também a toda a estrutura pes-soal da Emisa Plaenge.

“A responsabilidade ambiental e preocupa-ção em primar nos empreendimentos o bem-es-tar das comunidades em que ele estará inserido e com as pessoas que farão uso desse empreen-dimento no seu dia a dia sempre foi preocupa-ção da empresa. Mas o que torna isso possível, realmente, é a sinergia com que todos os nossos funcionários atuam com relação a essa política, comprometendo-se e partilhando dos mesmos ideais, conquistando, assim, a excelência da Emi-sa Plaenge”, afirma Stella.

em 2012, a emisa Plaenge conquistou uma das certificações mais altas do leeD, o Selo Gold, com a entrega da fábrica da Geo energética, em tamboara (Pr). além de internacionalmente certificada, a obra foi planejada para obter o máximo de eficiência energética

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Na primeira certificação, um aprendi-zado da Emisa Plaenge e da GBC Brasil • A expertise em empreendimentos com soluções sustentáveis vêm desde sua fundação em 1975. Na década de 1980, na construção da fábrica da Coca-Cola, em Nova Iguaçu (RJ), um sistema de coleta das águas das pias e chuveiros para reu-so das chamadas “águas cinzas”. Na década de 1990, a Emisa Plaenge foi responsável pela fábri-ca da Spaipa, em Marília (SP), com um sistema para captação da água das chuvas além do reuso das “águas cinzas”.

Sua atuação sempre foi de vanguarda. Em 2004, por exemplo, a empresa obteve um recor-de de construção do maior piso protendido do Brasil. Em 2009, com a entrega da obra da Matte Leão, em Fazenda Rio Grande (PR), a empresa dá um salto rumo ao sucesso e conquista a primeira certificação LEED da América Latina, com a cons-trução da primeira fábrica verde do Brasil.

No entanto, a conquista não foi fácil, já que o pioneirismo dificultou o processo de certifica-ção, uma vez que não havia parâmetros consti-tuídos para as avaliações do projeto. “A certi-ficação leva em conta vários aspectos, mas os principais são: energia, água e ambiente cons-truído. Computar, por exemplo, a redução do uso de água em prédios residenciais e comerciais é possível, uma vez que há uma média consolida-da de consumo. No entanto, o mesmo não ocorre em fábricas, cujo uso da água varia de acordo com o processo produtivo”, afirma Stella.

Segundo a Gerente de Novos Negócios, essa falta de parâmetros não impediu a certificação. A solução foi contemplar o que podia ser compa-rado. “Foram avaliados e certificados os prédios que a gente conseguia medir, que foram a planta do prédio social e refeitório. Na parte industrial, foram avaliadas as características da constru-ção, em que foi utilizada, por exemplo, a venti-lação cruzada, eliminando a ventilação forçada, além da iluminação com telha zenital”, comenta Stella. Apesar de não levar em conta toda a cons-trução, a pontuação obtida garantiu a certifica-ção Prata do LEED.

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Na segunda certificação, a conquista do selo Gold do LEED confirma o aprendizado • Se na primeira certificação a falta de parâmetros e o pioneirismo dificultaram o trâmite para conse-guir a certificação, na segunda, com a construção do prédio da Geo Energética, em Tamboara (PR), a curva de aprendizado com o processo deu uma vantagem à Emisa Plaenge, que conseguiu reduzir o tempo para conseguir a certificação de três para um ano.

Além disso, conhecendo o caminho das pe-dras e todos os critérios de avaliação da GBC Brasil, a empresa conseguiu direcionar todo o projeto, desde a sua idealização, para aperfeiço-ar as ações com o objetivo de garantir o máximo possível de pontuação, uma vez que, com plane-jamento direcionado, pode-se conseguir dupla pontuação com apenas uma ação.

“No tema espaço sustentável, por exemplo, cada item garante uma quantidade de pontos. Se você coloca um ponto de ônibus em frente à fábrica, você está facilitando a vida dos funcioná-rios e da comunidade, e isso gera pontuação. Se a construção promove um desenvolvimento para as pessoas que residem ao seu entorno, também há pontuação”, afirma Stella.

A Geo Energética é uma empresa paranaense que inicia suas atividades em 2001, e hoje é um destaque nacional na produção de biogás obtidos a partir de resíduos da indústria sucroalcooleira. A empresa atua na reciclagem de resíduos orgâ-nicos, com um modelo único e patenteado, sendo uma solução economicamente viável e ambiental-mente sustentável para a transformação de seus resíduos em riquezas.

Tendo em vista o comprometimento da Geo Energética na obtenção de energia de forma sus-

tentável, que a Emisa Plaenge, em 2012, finaliza o empreendimento no interior do Paraná, perme-ado de soluções que geram o mínimo de impacto ambiental e promove a redução de consumo de energia e água.

Não à toa, a obra para a Geo Energética con-seguiu a marca de 60 pontos no sistema de ava-liação da GBC Brasil, atingindo 46% de redução no consumo de energia elétrica, com relação ao padrão mínimo. A média brasileira na pontuação do LEED é de 56 pontos.

Parceria: eficiência energética e o retor-no de investimentos • Apesar do surgimen-to constante de novas soluções para a área de construção civil, principalmente no que diz res-peito ao uso de elementos recicláveis, renová-veis ou sustentáveis, os gastos investidos em construções que atendam aos critérios para a certificação LEED ainda são superiores aos de construções tradicionais.

No entanto, a diferença tende a diminuir con-forme o know-how da empresa no processo de certificação. No caso da Emisa Plaenge, entre o primeiro e o segundo empreendimentos com cer-tificação LEED, houve a redução dos custos de investimentos na obra para conquistar os pontos na avaliação de mais de 4%, caindo de 10,81% para 6,10%.

Portanto, um empreendimento que se pre-tenda ser sustentável a ponto de obter a certifi-cação deve ser também viável financeiramente. “Parto do ponto de vista de que você tem que avaliar o projeto sob dois ângulos, sendo o primeiro pela sustentabilidade, se o ambiente construído oferece conforto, entre outros aspec-tos do tema, na segunda perspectiva, o fator a

“o projeto deve ser avaliado sob dois ângulos, pela sustentabilidade e pelo econômico. ou seja, não basta ser sustentável apenas no conceito de construção, tem que ser também do ponto de vista do investimento, buscando sempre um equilíbrio que possibilite o desenvolvimento do empreendimento”, Stella Marys Rossi Boiça, Gerente de Novos Negócios da Emisa Plaenge

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Fabrica da Mate Leão – Fazenda Rio Grande/PR

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Selo leeD (Liderança em Energia e Design Ambiental)

Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), ou Liderança em Energia e Design Ambiental, é um selo de certificação e orientação ambiental para edificações, sendo o de maior reconhecimento internacional, presente em mais de 140 países.

No Brasil, o selo é oferecido pela Green Buil-ding Council Brasil (GBC), integrante do World GBC, que é a união dos Conselhos Nacionais de Green Building de todo o mundo.

A certificação LEED analisa, entre outros itens, os custos operacionais de água e energia, além de vislumbrar o aumento da qualidade interna do imóvel, incentivando a transformação dos projetos, obra e operação das edificações, com foco na sustentabilidade.

Os critérios de análise giram em torno das temáticas: Sustentabilidade do Espaço, Racionalização do Uso da Água, Eficiência Energética, Qualidade Ambiental Interna, Materiais e Recursos, Inovação e Processos de Projeto e Créditos Regionais.

Para conseguir a certificação, o empreendi-

mento passa por um rigoroso sis-tema de avaliação baseado em pontos. De um total de 110, é necessário atingir ao menos 40 pontos para garantir a certificação mínima. São quatro os tipos de certificações: básico, silver, gold e platinum.

O LEED é uma iniciativa da ONG USGBC, que, em 1998, buscou nas empresas o com-prometimento de edificações com princípios de sustentabilidade para a construção civil durante todo o processo da obra. Em 1998, o LEED foi aplicado em mais de sete mil projetos nos Estados Unidos e mais 30 países. Atualmente, cerca de 15 mil projetos estão em fase de aprovação do selo. Em 2012, o Brasil ocupava a quarta colocação na lista de países com certificação LEED, ficando atrás apenas dos EUA, da China e dos Emirados Árabes.

ser avaliado é o econômico. Ou seja, não basta ser sustentável apenas no conceito de constru-ção, tem que ser também do ponto de vista do investimento, buscando sempre um equilíbrio que possibilite o desenvolvimento do empreen-dimento”, pondera Stella.

Mesmo com o acréscimo para atender a certi-ficação, segundo Stella, dependendo do projeto, o retorno dessa diferença é abatida no decorrer do tempo, com, por exemplo, a redução do con-sumo de energia. “O prédio que tem o consumo energético menor terá um custo operacional me-nor. Consequência disso é a redução nos gastos mensais na indústria”.

Um terceiro projeto executado pela empresa está em análise e deverá em breve receber a cer-tificação. Enquanto aguarda o resultado, a Emisa Plaenge comemora o desempenho energético da obra de Tamboara.

Com um sistema inteligente que desliga o ar condicionado quando as janelas são abertas, o projeto da Geo Energética possibilita a redução de 73% do consumo energético. Os cálculos de pay back do empreendimento aponta que, com a re-dução dos custos de consumo de água e energia, em 10 anos o investimento adicional é zerado.

“Dessa forma, além de proporcionar menor im-pacto ao meio ambiente e promover espaços mais agradáveis aos seus ocupantes e comunidade do entorno, as obras com a certificação LEED tam-bém proporcionam retorno financeiro em médio prazo, em virtude do seu desempenho em relação aos custos operacionais”, aponta Stella.

Profissionais da Emisa Plaenge: Stella Marys Rossi Boiça, Gerente de Novos Negócios e Ednelson Ivantes, Gerente Comercial

Rafael Giuliano Voluntário e pesquisador de novas interações de aprendizagem

m grande parte das organizações, a colaboração e o engajamento estão no foco de diálogos em torno dos desafios diários da gestão de pessoas, estando

intimamente ligados tanto à sustentabilidade do negócio quanto às iniciativas de voluntariado.

A importância desses temas já foi debatida aqui na coluna, na edição 33, sob o título “En-gajando e cultivando talentos”, e é recorrente nos círculos de diálogo com gestores. No últi-mo encontro da Rede de Voluntariado Empre-sarial (RVE), um dos participantes questionou o grupo, formado por representantes de organi-zações dos mais diversos segmentos, sobre a adesão dos colaboradores às iniciativas volun-tárias, em especial àquelas realizadas no con-traturno, fora do horário de trabalho, por ainda representar um obstáculo em seus projetos.

Os participantes compartilharam suas ex-periências, suas percepções sobre a relação entre quantidade e qualidade na participação de pessoas e grupos, trazendo um elemento em comum na maior parte das histórias. Existe sempre alguns indivíduos altamente compro-metidos que garantem a realização da ação e inspiram àqueles que ainda não estão tão en-volvidos com a causa.

Ouvindo a cada um dos relatos, trazendo-os para a realidade do convívio social, em casa, no trabalho e na comunidade, é fácil perceber a existência desse protagonismo individual, pro-movido por pessoas que articulam e inspiram outros àação. Essas lideranças surgem no vo-luntariado da mesma maneira que no ambiente organizacional, destacando-se entre os mem-bros de equipes de trabalho, respondendo às necessidades de outras pessoas ou grupos, propondo soluções e se envolvendo com suas implementações.

Esses voluntários também requerem incenti-vo e atenção individualizados para potencializar os impactos de suas ações, trazendo-nos o desa-fio de propor iniciativas em que cada pessoa pos-sa fazer suas contribuições sem “depender de outros”, mas somando por meio da colaboração.

É comum imaginarmos projetos de maior abrangência e complexidade, envolvendo

grande quantidade de voluntários, o que nem sempre é algo fácil de conseguir, mesmo para empresas com programas de voluntariado im-plantados há muito tempo, com centenas de colaboradores. O desafio está em projetar ini-ciativas colaborativas, em que o protagonismo individual de uma pessoa possa fazer a dife-rença, e também se somar ao de outras pesso-as envolvidas com a causa.

É imprescindível lembrar-se das palavras de Vince Lombardi, que dizia: “Comprometimento individual a um esforço conjunto —isso é o que faz um time funcionar, uma empresa funcionar, uma sociedade funcionar, uma civilização fun-cionar”. É importante as pessoas saberem de seu talento individual para fazer a diferença, para então reconhecer o potencial de somar es-forços na realização de ações mais abrangen-tes, de maneira colaborativa. E isso vale tanto para pessoas quanto para empresas!

Um bom exemplo é a Rede de Voluntariado Empresarial (RVE), ou apenas “Rede” como é chamada por seus membros. Trata-se de um movimento criado em 2012 por iniciativa de empresas envolvidas com ações ou programas de voluntariado, buscando promover o diálogo e a troca de experiências, além de propor a rea-lização de ações voluntárias conjuntas.

Atualmente, organizações membros da Rede, como Unimed Curitiba, Mondelez Brasil, Instituto Renault, entre outras, já abrem suas portas para realização de ações conjuntas, dis-seminando o conhecimento sobre a aplicação de seus projetos, inspirando pessoas e equi-pes de diferentes empresas.

A Rede prepara, para 2014, a realização de um encontro de trabalho que reunirá organiza-ções e profissionais ligados à causa do volunta-riado, a fim de debater seus principais temas e desafios, promovendo a geração de novas me-lhores práticas, aplicáveis à realidade brasileira.

A sociedade requer, cada dia mais, o com-prometimento individual consciente e presen-te, que se some num esforço conjunto para transformar nosso presente, atuando de ma-neira a deixar um mundo e as gerações sempre melhores para o futuro…

Protagonismo Individual e iniciativas colaborativas

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o desafio está em projetar iniciativas colaborativas, em que o protagonismo individual de uma pessoa possa fazer a diferença, e também se somar ao de outras pessoas envolvidas com a causa

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Desenvolvimento Local

Networking sustentável

Clube de negócios WTC proporciona rede de relacionamentos entre empresários de todo o mundo

om sua primeira unidade fundada pela conhecida família Rockefeller, em Nova York, na década de 1960, o Clube de Ne-

gócios World Trade Center (WTC) é uma instituição engajada com a sustentabilidade dos negócios, o que demonstra e incentiva em suas atividades de networking entre empresários por todo o mundo. Presente em mais de 100 países, o WTC conta com associados dos mais diferentes segmentos e setores da economia, o que proporciona uma verdadeira troca de informações, conhecimentos, contatos e facilidades sem fronteiras.

Em Curitiba, o WTC existe há dois anos e tem entre seus participantes representantes de orga-nizações como a Empresa Brasileira de Infraes-trutura Aeroportuária (Infraero) e a especializada em estrutura de Tecnologia da Informação Quali-tyWare. Apesar de serem companhias de diferen-tes portes e atividades, elas têm algo em comum: prezam pela sustentabilidade.

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“a Infraero desenvolve diversos programas que visam o desenvolvimento social sustentável das comunidades carentes circunvizinhas e se preocupa com o cumprimento de normas e padrões de proteção com o meio ambiente", Antonio Pallu, superintendente do Aeroporto Internacional Afonso Pena

Administração aeroportuária • A Infraero participa das reuniões do clube de negócios WTC em Curitiba com um representante como convi-dado. Para Antonio Pallu, superintendente do Aeroporto Internacional Afonso Pena (unidade administrada pela Infraero), “ser membro con-vidado da WTC Curitiba é uma oportunidade de relacionamento que a equipe aeroportuária tem para mostrar sua dedicação constante em ofere-cer soluções aeroportuárias inovadoras e susten-táveis aproximando pessoas e negócios”, disse.

Segundo conta Pallu, desde sua fundação, em 1973, a Infraero já apresentava uma preo-cupação com o desenvolvimento sustentável, apesar de o termo não ser utilizado na época, ganhando força a partir de 1995 com a implanta-ção de políticas voltadas à sustentabilidade e à responsabilidade social.

Atualmente, o compromisso social da Infrae-ro é respaldado pela integração da empresa ao Pacto Global. A companhia desenvolve diversos

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programas que visam o desenvolvimento social sustentável das comunidades carentes circunvizi-nhas aos aeroportos e se preocupa com o cumpri-mento de normas e padrões de proteção ao meio ambiente na implantação, operação e expansão dos seus aeroportos administrados, visando à mi-nimização e prevenção dos impactos ambientais que possam ser provocados por suas atividades.

No Aeroporto Internacional Afonso Pena, são desenvolvidos projetos como a Escola de Infor-mática e Cidadania, que visa à preparação de menores carentes para o mercado de trabalho, mediante aulas de informática, preparação para empregabilidade, noções de inglês e cidadania, bem como orientação para confecção de curricu-lum e encaminhamento para a aquisição de do-cumentos pessoais.

Não apenas a comunidade, mas o público in-terno é beneficiado pela conduta adotada pela companhia. “Adotando práticas trabalhistas orien-tadas pela Organização Internacional do Trabalho

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Desenvolvimento Local

“a preocupação com o desenvolvimento sustentável e com a responsabilidade

socioambiental surgiram com a construção da nova sede da Qualityware", Marcelo A. Piuma,

diretor de Vendas e Marketing da Qualityware

(OIT), a Infraero oferece ambiente organizacional saudável e que visa promover amotivação dos em-pregados”, conta Pallu. Ao todo, a Infraero conta com cerca de 32.000 profissionais, entre emprega-dos concursados (13.135) e terceirizados (18.925),e no Aeroporto Internacional Afonso Pena são 268 empregados orgânicos (dados de julho/2013).

Tecnologia da informação • A empresa curitibana especializada em Tecnologia da Infor-mação (TI), Qualityware, surgiu em 1994, com o objetivo de atender a uma demanda crescente, basicamente por cabeamento de rede e elétrico. É composta por 60 colaboradores organizados em cinco áreas: Administrativo-financeiro, co-mercial e marketing, Operações de Engenharia, Serviços e Controle de Qualidade.

Segundo Marcelo A. Piuma, diretor de Vendas e Marketing da empresa, a preocupação com o desenvolvimento sustentável e com a responsa-bilidade socioambiental surgiram com a cons-trução da nova sede da Qualityware. “Desde a

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Quer conhecer mais sobre o WTC Curitiba? Entre em contato no telefone (41) 4141-1020 ou pelo site: www.wtcclub.com.br.

construção, buscamos materiais alternativos e métodos construtivos menos impactantes ao meio ambiente. Reaproveitamento de água e con-sumo de energia para climatização foram estuda-dos e aplicados na nova sede”, conta.

Entre as ações de destaque adotadas pela em-presa estão separação do lixo, uso de canecas ce-râmicas em vez de copos plásticos, uso de mate-rial reciclado no que for possível, premiação para a redução de impressão e uso de material de lim-peza biodegradável. “Externamente, temos ações com a comunidade no entorno da sede para o plantio de árvores e em todos os projetos de data center criamos projetos com ‘selo verde’”, conta.

Atualmente, a Qualityware atua com três uni-dades de negócios, sendo elas: Produtos (HP, HPN, Microsoft), Serviços de TI (IDM, Comunica-ção Unificada, NOC e BPO) e Infraestrutura (Ca-beamento e Data Center). Os principais clientes da empresa são BR Distribuidora, Leão Junior, Tri-bunal de Contas do PR, Capital Cobrança, UEGA, Copel, Rocha Log, Berneck, entre outros.

A entrada da empresa no WTC aconteceu em setembro de 2013, onde chegou por indicação. “O principal benefício é o networking e a capa-cidade de capilarizar nossa operação para outras praças onde o WTC tem atividade”, destaca.

Para Piuma, o principal desafio para uma empresa desse segmento atuar em consonância com o desenvolvimento sustentável é a falta de cultura desse mercado no tema. “Infelizmente, nossa preocupação com o meio ambiente não é vista com um diferencial competitivo, por conta disso, dificilmente conseguimos apoio para nos-sos projetos”, lamenta.

Ainda segundo ele, manter-se no mercado por 19 anos por si só já é uma conquista e um desa-fio. “A partir de 2010, conseguimos iniciar nosso crescimento de forma mais consistente, conquis-tando projetos de âmbito nacional”, lembra.

Para estimular a conscientização para o de-senvolvimento sustentável, a empresa criou um comitê interno para debater o assunto e “tentar reduzir nossa pegada com ações simples interna-mente e também para nossos projetos, principal-mente nas obras”, relata o diretor. Para 2015, a empresa está buscando a certificação 14.000.

último relatório do IPCC – Painel Inter-governamental sobre Mudanças Cli-máticas, divulgado final de setembro, não deixa dúvidas: "é extremamente

provável que a influência humana tenha sido a causa dominante do aquecimento observado desde meados do século 20."O ritmo de mu-danças atual não se deve aos ciclos solares, vulcões ou raios cósmicos. Ou seja, para os cé-ticos que ainda restam(vam): sim, somos nós mesmos os culpados.

Considerando válido o arbitrário limite de 2ºC de elevação de temperatura média como limite de segurança, já poluímos a atmosfera com quase metade dos gases de efeito estufa (GEE) que poderíamos. Com isso, estamos al-terando a química dos oceanos, tornando-os ácidos ao ponto de não suportarem mais co-rais e crustáceos – a base da vida marinha e de seu equilíbrio. O Ártico deverá ter seu primeiro verão sem gelo na próxima década. As geleiras restantes no mundo estão desaparecendo. As camadas de permafrost vão encolher, liberan-do enormes quantidades de GEE.

Mesmo rumando francamente ao caos, com mais ondas de calor, aumento do nível do mar, derretimento do gelo e condições climáticas extremas, não temos um acordo internacional para frear o ritmo das emissões de GEE. Porquê?

Não há como se estabelecer direitos de propriedade e nem restringir o acesso ao fino envelope gasoso que permite a vida na Terra, a atmosfera. Como demonstrou *Hardin (The Tragedy of the Commons), qualquer um com acesso a um recurso comum tem interesse em explorá-lo em excesso porque, se não o fizer, alguém o fará... Por mais que os ganhos mar-ginais de todos diminuam à medida que novos entrantes usem o recurso, o único incentivo é a sobre-exploração: a "tragédia dos comuns".

Mal ou bem executadas, existem políticas ambientais para problemas de poluição na-cional. Problemas transfronteiriços podem ser combatidos por meio de acordos bilaterais... mas para problemas globais, como as mudan-ças climáticas, nenhuma autoridade suprana-cional pode aplicar uma política ambiental.

Dependemos de acordos ambientais interna-cionais voluntários.

Desde a Eco 92, muito se avançou nesse sentido: a Convenção Quadro das Nações Uni-das para as Mudanças Climáticas (UNFCCC); o Protocolo de Quioto de 1997, ratificado em 2004 ea implementação de seus mecanismos (Mer-cado de Emissões Europeu e o de Desenvolvi-mento Limpo); a inclusão do REDD+ (Reducing Emissions from Deforestationand Forest Degra-dation). Enquanto os pontos positivos (são mui-tos) e negativos de cada um desses mereceria um artigo exclusivo, a sensação é de que pouco adiantaram para reverter as emissões de GEE.

E, de fato, as emissões de GEE nunca estive-ram tão altas. O grande impasse para um acordo internacional significativo permanece sendo o dos países "desenvolvidos" (altas emissões his-tóricas) com os "em desenvolvimento" (que "de-vem" emitir GEE para crescerem). Basicamente, nenhum país quer abrir mão de suas emissões sabendo que alguém ainda está emitindo.

É impossível fugir da discussão da morali-dade de se conter emissões versus a respon-sabilidade pelo estoque de GEE na atmosfera. Não obstante, permanecermos presos nessa dualidade nos levará fatalmente ao caos climá-tico. Quanto mais longo o impasse, mais os pa-íses são incentivados a poluir e investir, dentro de suas próprias fronteiras, em adaptação em detrimento à mitigação.

As incertezas sobre o custo real dos danos também dificultam estratégias de mitigação e privilegiam as de adaptação. Eis que os custos da desestabilização climática são por vezes incalculáveis... e deverão causar mudanças es-truturais nas economias.

Do último encontro internacional, COP 19 em Varsóvia, saíram resultados amenos e um (retó-rico) suporte americano por metas globais, a ser discutido em 2015. Será que o Brasil, a Índia e a China as acatarão? Apenas uma solução total-mente cooperativa poderá interromper a tragédia dos comuns, em que todos são influenciados pela ação de todos. Esse é o ápice da globalização.

*Hardin, G., 1968. The Tragedy of the Com-mons. Nature, 162, 1243-1248.

Mudanças Climáticas A Tragédia dos Comuns

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Daniel TháMestre em Economia Ambiental e Economia Internacional, consultor

as incertezas sobre o custo real dos danos também dificultam estratégias de mitigação e privilegiam as de adaptação

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construção civil é uma das áreas mais ricas em inovações que buscam a apli-cação de elementos recicláveis ou que cause o menor impacto possível ao

meio ambiente. O conceito de sustentabilidade está presente em inúmeras soluções para o setor, da fundação da obra até o acabamento.

Uma das soluções que busca diminuir a agres-são ao meio ambiente, sem colocar em risco a qualidade da construção, é o tijolo solo-cimento, também conhecido como tijolo ecológico ou mo-dular. A substituição do tijolo convencional pelo ecológico garante à obra redução de resíduos e de argamassa, além de dar celeridade à construção e diminuir a emissão de gás carbônico.

O tijolo ecológico é composto por cerca de 90% de solo silte arenoso, com 10% de cimento, feito com prensas hidráulicas. Segundo o arquite-to Ricardo Tempel Mesquita, a forma como é cura-do o tijolo é uma das maiores vantagens para o meio ambiente, pois não há queima. “A enorme vantagem é que o tijolo de solo-cimento é curado a frio, ou seja, não precisa queimar, como é o caso do convencional. Há, dessa forma, uma redução brutal na emissão de CO², proveniente da queima de madeira para a cura dos tijolos convencionais”.

Para a sua produção, a receita, de acordo com o arquiteto, é bem simples, usando solo arenoso, cimento e água. “O solo de tem que ser o silte arenoso, como o macadame, em abundância na

Gestão Ambiental

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Tijolo a tijolo, uma construção

mais ecológica

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Solo-cimento e bloco reciclado, conheça duas soluções para construção civil que promove menos impactos ambientais que os tijolos convencionais, sem perder a qualidade

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natureza. Além disso, não pode haver traços de materiais orgânicos, como a terra preta, que inter-fere na resistência e qualidade do tijolo de solo--cimento. Ou seja, solo silte arenoso, cimento de boa qualidade e água”.

Segundo a Associação Nacional de Arquitetu-ra Bioecológica (Anab), o setor de construção civil brasileiro é responsável pelo consumo de 40% dos recursos naturais, 34% do consumo de água, 55% de madeira não certificada, além de gerar 67% da massa total de resíduos sólidos urbanos e 50% de volume total de resíduos. É preocupado com os impactos que sistemas construtivos con-vencionais causam ao meio ambiente que Mes-quita se dedica à aplicação de medidas ecológi-

cas e sustentáveis em seus projetos. Mesquita trabalha com pesquisa e uso do so-

lo-cimento desde 1984, primeiramente estudando o elemento do trabalho de conclusão do curso de arquitetura, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC). Naquela época, um dos proble-mas era o tipo de solo usado. O projeto previa a aplicação de argila, que é danosa para o tijolo eco-lógico, pois ela trabalha com a umidade, podendo até se desmanchar. Isso acabou atrapalhando a ideia do sistema construtivo. Voltei após uma das edições da Feira Internacional de Construção Civil (Feicon), onde vi a apresentação de uma máqui-na pequena para prensar tijolos. Trouxe a ideia a Curitiba e comecei a trabalhar nela”.

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Com a série de benefícios dos tijolos de solo-cimento, fazer casas com tijolo convencional

é o mesmo parâmetro de retrocesso que você continuar

fazendo calçada de pedra lascada. além de ser um dano

ambiental enorme, é um recurso que redunda em muito

desperdício de material

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De acordo com o arquiteto, o equipamento possibilitava a produção de blocos de 10 x 20cm. Preocupado com os resíduos provenientes das quebras, devido ao tamanho dos blocos, Mes-quita adaptou o sistema para atender medidas fechadas. “Fiz blocos de 12,5 x 25 cm, com 6,5 cm de altura, que me dava um parâmetro métrico, ou seja, a cada 4 blocos dava um metro, a cada 8 de largura também é um metro, a cada 16 blocos no perfil de altura também dá um metro, então colo-quei esse parâmetro métrico na relação”.

Devido aos encaixes, o tijolo ecológico ofere-ce mais rapidez na construção, além de eliminar ou diminuir alguns elementos presentes na cons-trução com tijolo convencional, conforme afirma Mesquita, que é especialista em acessibilidade e entusiasta do uso de elementos recicláveis e sus-

a enorme vantagem é que o tijolo de solo-cimento é curado a frio, ou seja, não precisa

queimar, como é o caso do convencional

Gestão Ambiental

tentáveis nas construções. “O sistema de encaixe dá mais celeridade à obra, além de diminuir con-sideravelmente o uso de argamassa. Além disso, dispensa o uso de madeiras para sustentação e nas caixarias dos pilares, vergas e contravergas. as. Há também redução no uso de ferro”.

Apesar de oferecer uma série de benefícios para o meio ambiente, além de proporcionar agi-lidade e redução de custo nas obras, o tijolo de solo-cimento não é totalmente livre de impacto ambiental. “O cimento emite CO² durante a sua fabricação, só que numa proporção bem menor do que se usaria, por exemplo, em relação ao blo-co de concreto, que usa 3 para 1 de proporção de cimento e areia. O tijolo solo-cimento é de 16 pra 1, então você reduz consideravelmente o uso de cimento que usaria num sistema convencional de bloco de cimento”, pondera Mesquita.

Apesar dos benefícios, a alavancagem do uso do solo-cimento carece de metodologia técnica • O sistema base do solo-cimento não é novo, segundo Mesquita, mas utilizado, em sua essência, em construções milenares, como as ba-

bilônicas. “Teoricamente, a concepção é a mesma utilizada em construções como as fenícias e per-sas, que usava um tipo de solo cimento. Aqui a Ilha do Mel, a Fortaleza é construída em um estilo de solo-cimento, só que sem o cimento, obvia-mente. Na essência, o sistema é o mesmo, com o uso de solo com calcário moído, e em alguns casos gordura ou sangue animal”.

A evolução tecnológica e os estudos de novos elementos é que possibilitam o uso do solo-cimento num sistema mais moderno, com ótimos índices de resistência. “Quando eu es-tava produzindo os tijolos, fizemos a medição de compressão e dava 7,5 MPa, que é compa-tível com a resistência dos blocos de concreto. Os tijolos convencionais, de argila assada, se a compressão chegar a 2 MPa já é considerado

um ótimo produto. Têm tijolos que dá para que-brar com os dedos. Na há quase nada em termos de ensaios tecnológicos nos tijolos convencio-nais”, aponta Mesquita.

O arquiteto defende uma análise criteriosa e técnica na fabricação dos tijolos ecológicos, com o objetivo de garantir uma normatização e alavancagem do seu uso. “A fabricação deve ser feita dentro de conceitos técnicos, com ensaio tecnológico do solo, do produto, do prisma, para ver a compressão, os impactos laterais, ou seja, tem que ser cercado de tecnologia, se não vira um produto artesanal sem nenhuma normatiza-ção”, alerta.

Segundo Mesquita, o desenvolvimento de uma metodologia na produção dos tijolos eco-lógicos pode proporcionar ao produto melhor aceitação no mercado e entre os profissionais que atuam no setor de construção civil. “A Cai-xa Econômica não financia empreendimentos com solo-cimento exatamente porque não exis-te uma metodologia aplicada. Agora, a partir do momento em que a gente consiga provar que o produto supera o convencional tanto nos aspec-

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tos técnicos quanto nos ambientais, daí é na-tural que a coisa evolua”.

Outro quesito para o aumento do uso do solo-cimento, para o arquiteto, é a própria mu-dança de consciência dos profissionais da área de construção civil, que devem ser ousados a ponto de aproveitar as tecnologias existentes no mercado, totalmente sustentáveis, amigas do meio ambiente, e que proporcionam redu-ção de gastos nas obras, como o tijolo ecoló-gico, que diminui até o uso de revestimentos.

“Como os tijolos são prensados, temos um parâmetro dimensional constante, de 12,5 x 25 x 6,5 centímetros. Os convencionais até são extrudados no mesmo parâmetro, mas o em-pilhamento e o assamento faz com que tenha uma inconstância de medida, o que acarreta di-ferença na parede e gasto excessivo de revesti-mento, ao passo que no solo-cimento, o acaba-mento interno que nós usávamos era apenas o gesso, aplicado com uma espátula, resultando em uma película de milímetros. Ou seja, com a série de benefícios dos tijolos de solo-cimento, fazer casas com tijolo convencional é o mesmo parâmetro de retrocesso que você continuar fa-zendo calçada de pedra lascada. Além de ser um dano ambiental enorme, é um recurso que redunda em muito desperdício de material”, cri-tica Mesquita.

Blocos reciclados, o upgrade do solo--cimento • Se nos tijolos de solo-cimento há inúmeras vantagens do ponto de vista ambien-tal, com os blocos de materiais reciclados se acentua ainda mais o valor em termos de sus-tentabilidade ambiental. O processo de produ-ção é similar ao do tijolo ecológico, segundo o engenheiro civil Eliel Lopes Ferreira Junior, pre-sidente do Grupo Bricka, com sede em Piraqua-ra, na região metropolitana de Curitiba, e que atua desde a década de 1970 com desenvolvi-mento de sistemas construtivos. “Você passa os resíduos coletados em construções em uma moedora, mistura com cimento e pressiona, da mesma forma que os tijolos de solo-cimento”.

Dessa forma, com os blocos reciclados, reduz-se também um dos malefícios das cons-truções convencionais, que é a produção de resíduos, que, conforme dados da Anab, tota-lizam, na construção civil, 67% da massa total de resíduos sólidos urbanos e 50% de volume total de resíduos. Sendo assim, o que sobra nas construções é recolhido, triturado, incluído na produção de novos blocos, retornando às cons-truções, numa espécie de círculo virtuoso.

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Gestão de Resíduos

No entanto, da mesma forma que os tijolos ecológicos, os blocos de materiais reciclados tam-bém carecem de aprimoramento. “Os blocos de concretos para pavimentação e alvenaria obede-cem a normas e regras, e a dificuldade que encon-tramos é atender a essas normas, sem impactar no preço final do bloco”, afirma Lopes.

A contaminação das caliças provenientes das construções faz com que seja necessário aumen-tar a proporção de cimento, para manter a resis-tência do bloco próxima a do bloco paver. “Os materiais recolhidos nas obras vêm com muita contaminação, ou seja, com muito material orgâ-nico, que diminui a resistência do produto. Por isso, temos que aumentar bastante a quantidade de cimento, o que aumenta o custo do bloco”.

Óleo, terra e argila são alguns elementos que contaminam os resíduos de construção, que, se-gundo Lopes, para a reciclagem, deveriam ser se-

parados e classificados em níveis de pureza. “O ideal para a produção dos blocos com proporção razoável de cimento é o resíduo classe A, que é livre de pureza. Hoje, consigo fazer isso com mate-riais praticamente puros, com um bloco que racha no manuseio, que posso reciclar 100%”.

Para Lopes, a viabilidade do sistema de blo-cos de materiais reciclados hoje está diretamente vinculada ao apelo ecológico e sustentável que o produto tem. Além disso, uma das soluções para o sucesso da reciclagem no sistema de blocos pode depender de ações governamentais. “Uma das soluções para que seja viável, do ponto de vista financeiro, é implantar e cobrar o uso de regras de separação dos materiais ou trabalhar com um sis-tema de incentivo tributário, que torne mais atra-tivo o bloco, bem como uma solução que agrida menos o meio ambiente e que seja sustentável”.

jeRÔnimo menDesAdministrador, Coach

Empreendedor, Escritor e Palestrante

Mestre em Organizações e Desenvolvimento Local

pela UNIFAE

m pouco mais de três anos, a Teoria X foi do céu ao inferno, desacreditada pelos mesmos criadores que a coloca-ram em evidência: o mercado finan-

ceiro. A teoria nasceu da ambição desmedida de um empresário que compartilhou publica-mente a visão de se tornar o homem mais rico do mundo até 2015. Com o tempo, a visão foi esticada para 2020 e, por enquanto, não existe a mínima perspectiva de que ela se concretize.

No início, a Teoria X ganhou adeptos de to-das as partes do mundo e apoio maciço do Go-verno Federal, por meio do seu principal banco de desenvolvimento. Alicerçado por interesses predominantemente políticos, o poder público despejou a maior parte dos seus recursos dis-poníveis numa aposta perigosa sem a menor preocupação com as consequênciasde médio e longo prazo.

Durante o período de desenvolvimento da teoria, o governo despejou mais de 10 bilhões de reais via BNDES para colocar em prática uma ideia que, desde o início, foi concebida em ba-ses duvidosas, a despeito de todas as críticas bem fundamentadas pelos analistas de mer-cado, mas alguém bateu o pé com bravatas do tipo “deixe o homem trabalhar” e “oposição frustrada não quer o bem do país”, entre outras.

Durante muito tempo, a Teoria X funcionou da seguinte maneira: você deve criar várias em-presas, colocar a letra X para dar um aspecto de prosperidade e de multiplicação dos lucros, em-prestar a maior quantidade de dinheiro público possível com juros de pai para filho, convidar um grande número de políticos para a festa de inauguração dos empreendimentos e rezar para que a economia mundial não pare de crescer.

Quando se trata de economia, os ambicio-sos e simpatizantes da teoria desprezam uma variável fundamental para a sua comprovação: o apetite insaciável do mercado por resultados de curto prazo. Em meados de 2012, quando a economia do país começou a dar sinais visíveis de desaquecimento, as empresas do Império X

estremeceram, em especial a petroleira, meni-na dos olhos do grupo, que foi obrigada a co-municara redução brutal das suas expectativas de produção, o que, por sua vez, frustrou tam-bém a expectativa dos investidores.

O valor das empresas criadas na expectati-va de sucesso da Teoria X despencou de qua-se R$ 100 bilhões para menos de R$ 6 bilhões nos últimos três anos, obrigando o seu prin-cipal mentor e ex-candidato a bilionário a se desfazer dos ativos e buscar investidores para retomar o estudo da teoria com bases e princí-pios mais sólidos.

Em mercados essencialmente competiti-vos, de bases capitalistas, todas as teorias são válidas, porém, a aplicação continua sendo um perigo na mão dos aventureiros que brin-cam com o dinheiro público como se estives-sem brincando com a sua própria conta bancá-ria. Aliás, ninguém em sã consciência faz isso com as suas próprias finanças.

O mais intrigante de tudo isso é que a der-rocada da Teoria X não deixou apenas vítimas na Bolsa de Valores. Com base nas expectati-vas de ganhos no mercado futuro, alguns dos seus defensores, travestidos de executivos e de prestadores de serviços de consultoria, re-ceberam mais de R$ 300 milhões em salários, bônus, ações e doações sem trazer um centa-vo de retorno para as empresas órfãs da mes-ma teoria que os beneficiou.

Criar e colocar em prática teorias baseadas em egocentrismo, risco financeiro, venda de ilusões e dinheiro público é a prova de que o capitalismo e as diretrizes públicas têm mui-to para evoluir, ao contrário do que pensam a maioria dos políticos e empresários brasileiros vislumbrados com o poder.

Apesar do estrago, torço para que a Teoria X não se dissolva por completo, afinal, se isso ocorrer, a conta será transferida mais uma vez para o povo brasileiro, em troca de menos es-tradas, hospitais, ferrovias e saúde, todos em estado terminal.

O fim da Teoria X

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Criar e colocar em prática teorias baseadas em egocentrismo, risco financeiro, venda de ilusões e dinheiro público é a prova de que o capitalismo e as diretrizes públicas têm muito para evoluir

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Responsabilidade Socialc o r p o r a t i v a

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Imposto de renda pode ser doado para organizações sociais

Empresas e pessoas físicas podem destinar parte do imposto de renda para projetos sociais

M uita gente não sabe, mas desde 2002 empresas que são tributadas pelo Lu-cro Real e pessoas físicas que decla-ram no modelo completo do Imposto

de Renda (IR) e que tem imposto a pagar podem destinar recursos para programas sociais que be-neficiam crianças, adolescentes, projetos culturais, esportivos, idosos e recentemente a lei que apro-va o destino para o Programa Nacional de Apoio a Atenção oncológica (PRONON) e o Programa Nacio-nal de Atenção a Saúde da Pessoa com Deficiência (PRONAS/PcD). No caso do contribuinte pessoa física, o prazo para doações vai até dezembro do ano anterior à declaração. Já as empresas podem deduzir do IR em cada período de apuração.

Há diversas vantagens nesse tipo de destina-ção, principalmente porque é possível contribuir com projetos já conhecidos e com resultados comprovados, além disso, os doadores podem acompanhar melhor a aplicação do recurso pela instituição ou pelo projeto, muitas vezes levando recursos que não chegariam à sua comunidade. De acordo com a Lei Federal (8.069/90) Funcrian-ça, pessoas físicas podem doar até 6% do impos-to devido e pessoas jurídicas 1%. As destinações desses percentuais significam um valor que pode ser deduzido do IR a pagar no exercício seguin-te. O recibo para fins de comprovação da doação será emitido posteriormente pelo órgão compe-tente e enviado ao doador especificado na guia.

De acordo com Narciso Doro, presidente do Sindicato dos Contabilistas de Curitiba, os benefí-

cios são para as entidades que prestam um servi-ço social e que muitas vezes fazem o que a admi-nistração pública não consegue, e também porque a destinação de parte do imposto de renda devido será aplicado nos projetos sociais da cidade.

Segundo explica Doro, infelizmente as empre-sas que pagam imposto de renda pelo lucro real são as grandes organizações, que representam 6% do total das empresas existentes no Brasil. “As demais ou são microempresas ou apuram por meio do lucro presumido, casos em que a destinação não é permitida. Já levantamos essa questão e trabalhamos para tentar incluir na lei todas as empresas. Um maior universo significa mais incentivo”, destaca.

Responsabilidade social • A siderúrgica brasileira Gerdau é referência em incentivo à do-ação do imposto de renda para entidades bene-ficentes. Por meio do Fundo Pró-Infância dos Pro-fissionais Gerdau Brasil, mais de R$40 milhões já foram destinados para 308 mil crianças de 53 Conselhos no Brasil. O programa contempla em-presas Gerdau e seus colaboradores no Brasil. “Somos referência para várias empresas no Brasil. Tenho proferido várias palestras para estimular e sensibilizar mais empresas e colaboradores”, diz Clodis Xavier, gerente do Instituto Gerdau e coor-denador do projeto na Gerdau no Brasil.

Segundo Xavier, a Gerdau, uma das maiores companhias mundiais do ramo de siderurgia, soube da existência do Fundo em 1999, quando

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“Infelizmente as empresas que pagam

imposto de renda pelo lucro real são as grandes

organizações, que representam 6% do total das empresas existentes

no Brasil. as demais ou são microempresas ou

apuram por meio do lucro presumido, casos

em que a destinação não é permitida.",

Narciso Doro, Sindicato dos Contabilistas de

Curitiba

quatro entidades assistenciais de Porto Alegre bateram à porta da empresa para dizer que pode-riam ter o apoio da empresa sem qualquer gasto. “A ideia foi muito bem recebida”, lembra. Para incentivar a participação, a Gerdau financia a do-ação dos colaboradores. “Se 250 mil pessoas, de um universo de quase 1,7 milhão de habitantes de Porto Alegre, por exemplo, fizerem a doação de R$ 95,31 será possível arrecadar, pelo Fun-criança, R$ 23 milhões”, destaca.

Xavier ainda lembra que na hora de doar, é im-portante levar em conta a idoneidade da institui-ção. “As crianças são o futuro do Brasil”, ressalta.

Pela saúde das crianças • Maior hospital pediátrico de média e alta complexidade do país – destacando-se como um centro de tecnologia

de ponta e excelência na realização de procedi-mentos clínicos e cirúrgicos, o Hospital Pequeno Príncipe (HPP), localizado em Curitiba, é uma das organizações beneficiadas pela destinação do imposto de renda.

Segundo conta a diretora executiva do HPP, Ety Cristina Forte Carneiro, o hospital capta re-curso pela renúncia fiscal desde 2004, por meio Fundo para Infância e Adolescência (FIA), pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMTIBA), no município, e pelo Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CDECA), no estado, além de captar também para projetos culturais pela Lei Rouanet de Incentivo à Cultura.

De acordo com Ety, os recursos são muito im-portantes para garantir o direito à vida e à saúde. No Pequeno Príncipe, as doações apoiam progra-mas de assistência, ensino e pesquisa que visam à diminuição da mortalidade infantojuvenil por meio de inovação e renovação tecnológica, para formação de profissionais de saúde, materiais e insumos e medicamentos de alto custo, progra-

mas de humanização e ampliação da capacidade de atendimento. “O Hospital destina 70% da sua capacidade de atendimento ao SUS, no entanto, segundo a FEMIPA/2012, o valor repassado pelo governo representa cerca de 60% do custo total. Os recursos captados viabilizam a continuidade do atendimento”, destaca.

Ainda segundo conta a diretora executiva do HPP, ano a ano o percentual de reinvestimento cresce. “Em 2012, 66,42% das empresas que in-vestiram no Pequeno Príncipe em 2011 repetiram a ação. Além disso, a base de parceiros tem au-mentado e, consequentemente, a representativi-dade das doações também. Para se ter ideia, em 2005, a captação representava cerca de 4% do nosso orçamento, em 2012, a participação mais do que dobrou e chegou a 10%”, relata Ety.

Relacionamento • O HPP tem conhecimento de quem destina recursos para a instituição e faz um trabalho ativo de prospecção junto às áreas de responsabilidade social de diferentes empre-sas para busca de potenciais doadores via des-tinação de imposto de renda. “Ao longo do ano, desenvolvemos um relacionamento intenso com nossos parceiros, que inclui reuniões de trabalho, boletins informativos e também um canal aberto para atendê-los, o que os permite acompanhar de perto a execução dos nossos projetos. As ações de relacionamento, aliadas à importância dos nossos projetos, têm trazido resultados significa-tivos”, conta a diretora executiva do hospital.

Engajamento • Sobre o nível de engajamen-to das empresas em relação à responsabilidade social, o presidente do Sindicato dos Contabilis-tas de Curitiba, Narciso Doro, destaca que ainda há muito a ser feito. “É possível detalhar diversas questões sociais mal resolvidas e que precisam do terceiro setor. É o caso da droga, do meio am-biente, das crianças abandonadas. Hoje se faz um conceito com mais prudência do assunto, mas na prática ainda devemos muito. Há empresas que tem um trabalho digno, de respeito, mas ainda são poucas, e mais desastrosa é a agenda dos gover-nos, que não priorizam essas questões”, analisa.

Para Clódis Xavier do Instituto Gerdau, nos úl-timos cinco anos, o Brasil cresceu muito no tema. “Saindo do assistencialismo e investindo em pro-jetos transparentes e de credibilidade que tenham impacto na comunidade e sejam sustentáveis”, diz.

A diretora executiva do HPP, Ety Cristina Forte Carneiro, acredita que a responsabilidade social está consolidada no país. Segundo ela, de gran-des a pequenas organizações há a preocupação e

Responsabilidade Socialc o r p o r a t i v a

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Conforme a lei Federal 8.069/90 (Funcriança),

pessoas físicas podem doar até 6% do imposto devido e

pessoas jurídicas 1%

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 47

Projetos que podem receber doação pelo Ir

• AFECE - Associação Franciscana de Educação ao Cidadão especial:Projeto Mãos à Obra para Construir, PET Integração, Convivendo com amigos especiais, Produzir e Manter para Crescer, Saúde e Assistência Social – a Serviço da Vida Especial, Vamos ao Toque Final.• Associação Alírio PfifferAquisição de equipamentos médicos, computadores, televisores, utensílios e mesa de anestesia.• Associação Beneficente RenascerDesenvolvimento de trabalho Sócio Terapêutico• Associação dos Amigos do Hospital de Clínicas Adequação da Unidade de Endocrinologia Pediátrica; aquisição de materiais e equipamentos para diagnósti-co e atendimento pediátrico; Centro de Neuropediatria: estudo cerebral e cardíaco; Serviço de Medicina Respira-tória Pediátrica do Hospital de Clínicas.• Associação Paranaense de Apoio à Criança com neoplasia

Profissional Solidário 2013• Associação SERPIÁ Crianças e Adolescentes em Sofrimento Psíquico I• Centro de Ação Voluntária de Curitiba Programa Sou Cidadão I: Cidadania e Voluntariado• Centro de Orientação e Controle de Excepcio-nais de Curitiba – CoCe Prevenção, diagnóstico e atendimento; Plano tera-pêutico multiprofissional• Fundação de Ação Social Projeto ApriMorar• Hospital Pequeno Príncipe Assistência e proteção a crianças e adolescentes.• Instituto de Educação para Não Violência Direitos Humanos e Educação: Um caminho para a paz• Instituto Pro Cidadania de Curitiba – IPCC Curitibaninhos II; Jogo Limpo II; Parceria Nota 10 III

Em todo o Brasil, é possível encontrar projetos municipais e estaduais de destinação, nas regionais do CPCE, em Maringá, Londrina, Cascavel e Ponta Grossa, são realizados seminários e mobilizações em torno do tema. Veja abaixo algumas organizações do Conselho que possuem projetos no FIA e que podem receber a doação pelo IR:

Mais informaçõesCom o objetivo de incentivar a destinação e disseminar informações sobre como o procedimento pode

ser feito, o Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE), pertencente ao Sistema Fiep, distribui a “Cartilha do uso de incentivo fiscal para projetos sociais”. A publicação está disponível para download no site www.cpce.org.br e faz parte das ações do CPCE para apoiar campanhas e iniciativas voltadas a divulgar a importância da destinação de imposto devido para o FIA ou para projetos aprovados pelos Conselhos de Direitos Municipais.

Com ela é possível verificar na tabela elaborada pelo Dr. Fernando Mânica como são os percentuais para cada caso e a possiblidade da utilização de impostos como o IPTU e ISS no município de Curitiba. Consulte o Conselho dos Direitos da sua Cidade e os incentivos fiscais no site da Prefeitura.

o engajamento das instituições com o tema. “É sa-bido que apenas o segundo setor, o governo, não consegue resolver todos os problemas do país e a única solução possível é a união de esforços. Nos-sos parceiros demonstram envolvimento com a causa e preocupação com os resultados”, destaca.

Porém, de acordo com ela, muitas empresas ainda desconhecem o mecanismo de destinação do IR. “O potencial de valor que poderia ser mo-bilizado a projetos sociais pelo Fundo da Infância e Adolescência (FIA) é de R$ 2,3 bilhões, e apenas R$ 261 milhões é utilizado. Segundo pesquisa do GIFE, infelizmente, saúde é a penúltima área de destinação de recursos”, detalha.

Como ajudar? • “O Pequeno Príncipe acredi-ta que a união de todos os esforços faz a diferen-

ça. Apoiar programas pelo IR além de fácil é se-guro e pode transformar a realidade dos meninos e meninas do Brasil, trazendo equidade, opor-tunidade e desenvolvimento. Além de destinar, as empresas têm um enorme potencial multipli-cador junto a outras empresas e colaboradores. Os projetos que possuem o benefício da renúncia fiscal são aprovados por órgãos deliberadores e fiscalizadores de política pública e são auditados pelos conselhos e Tribunal de Contas. Por ser um mecanismo acessível e com resultados compro-vados, pode e deve ser mais utilizado”, diz Ety.

O Hospital Pequeno Príncipe tem uma equipe preparada e à disposição. Para destinar a outras instituições de Curitiba, os interessados podem acessar criancaquerfuturo.curitiba.pr.gov.br ou pedir orientação ao seu contador.

“apoiar programas pelo Ir além de fácil

é se guro e pode transformar a realidade dos meninos e meninas

do Brasil, trazendo equidade, opor tunidade

e desenvolvimento", Ety Cristina Forte

Carneiro, Hospital Pequeno Príncipe

huGo WebeR jR. Consultor em Gestão Verde. Diretor da AGRESSOR ZERO – Sustentabilidade Corporativa

instituição do Plano Nacional de Resíduos Sólidos está dando muito “pano pra manga” e está sobrando muito pano nisso. Onde vai parar

tanto pano? No aterro? Ou existirá uma lei que faça com que esse pano volte para quem o pro-duziu? Essa é a grande discussão. A política de Logística Reversa e de Responsabilidade Compartilhada está sendo discutida há muito tempo e ainda não se chegou a um consenso. Chegará ou não chegará? De um lado está o Poder Público, com sua vontade de instituir as leis de “cima para baixo”, de outro, estão os fabricantes que querem ouvir o mercado e muito mais,“ouvir suas planilhas de custos”. De outro, estão as Instituições que represen-tam cada segmento da economia e da Socieda-de e, ainda, de outro, está o consumidor final, que não quer pagar essa conta. Aonde chegará tudo isso?

Já existem produtos em que a Logística Re-versa está funcionando muito bem. Exemplo? Os defensivos agrícolas e os agrotóxicos. Para se adquirir um novo produto é obrigatória a devolução das embalagens usadas. Existem outros produtos em que será fácil executar tal política, tais como embalagens de cartuchos para impressoras. Mas no caso de geladeiras? Como será possível devolver a antiga? Quem arcará com os custos de levá-la ao fabricante? E se já não existir mais o fabricante? Como le-var uma geladeira em seu carro para a troca? Quando o produto for de tamanho reduzido, é fácil colocar no seu carro, no seu bolso e efe-

tuar tranquilamente a troca, mas em produtos maiores? E o custo dessa operação ficará a car-go do fabricante ou do consumidor final? Esses são os maiores desafios para que a política de Logística Reversa funcione a contento.

Onde está a responsabilidade do consumi-dor final nessa questão? Assume o ônus de tal compromisso com o meio ambiente?

O Marketing já realiza campanhas e pro-gramas em que por meio de bônus ou troca por novos produtos já funcionam muito bem. Creio que aí é que está o “x” da questão. Cada produto ou embalagem que será devolvido ao supermercado ou ao fabricante seria pontua-do e este realizaria troca por novos produtos dentro, por exemplo, de um supermercado. Devolvo uma embalagem de leite, duas de margarina, três garrafas de PET e uma sacola plástica e seria beneficiado por um número de pontos que poderia ser trocado por novos pro-dutos, ou, ainda, ser agraciado com descon-tos por um elenco de produtos nesse mesmo supermercado. Isso estaria dentro de uma es-tratégia de marketing das empresas e o consu-midor seria beneficiado por essas atitudes. É mais racional e todos ganham. O fabricante, o supermercado, o consumidor e, finalmente, o maior beneficiado de todos,o meio ambiente. O marketing já realiza esse tipo de campanhas e promoções em sua estratégia tradicional, basta acrescentá-lo em campanhas a favor do meio ambiente. O marketing pode muito bem estar a serviço da saúde ambiental. Basta ter espírito de iniciativa e vontade de querer.

A logística reversa e o mercado

A

Devolvo as embalagens e seria beneficiado por um número de pontos que poderia ser trocado por novos produtos, ou ainda, ser agraciado com descontos por um elenco de produtos neste mesmo supermercado

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Escrever sobre Responsabilidade Social é um verdadeiro desa-

� o porque ainda não existe um consenso universal sobre o real sig-

ni� cado do termo e os assuntos que estão inseridos no conceito ainda

estão em construção. De fato, nós da ISO temos dado uma contribui-

ção a este debate por meio do grupo de trabalho sobre Responsabili-

dade Social que desenvolve a futura norma ISO 26000 para orientar

esse tema tão variado, complexo e quase sempre controverso.

Se a abordagem usada pelos autores é muito abrangente, na in-

tenção de re� etir sua complexidade, corre-se o risco de tratar o

tema com super� cialidade. Se os autores focam demais em uma

questão ou em um grupo pequeno de temas, � ca difícil transmitir

uma visão geral da ampla gama de conceitos envolvidos. Entretan-

to, os autores deste livro foram hábeis em evitar essas duas armadi-

lhas e conseguiram comunicar toda a riqueza que o verdadeiro

entendimento do conceito de responsabilidade social requer, tanto

na profundidade quanto na abrangência.

• ALAN BRYDEN Secretário-geral da ISO – International Organization for Standardization

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José Carlos Barbieri

Jorge Emanuel Reis C

ajazeira

José Carlos Barbieri é mestre e doutor em Administração, é professor do Departamento de Administração da Produção e Operações da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV/EA-ESP-POI) desde 1992. Foi professor em reno-madas instituições de ensino superior, como a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e a Pontifícia Universidade Católica de São Pau-lo. Foi pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). É professor do programa de pós-graduação stricto sensu da EAESP, da linha de pesquisa em gestão ética, socioambiental e de saúde. Pesquisador e coordenador de diversos projetos de pesquisa nas áreas de gestão da inovação, do meio am-biente e da responsabilidade social. Coor de na-dor do Centro de Estudos de Gestão Empresa-rial e Meio Ambiente da FGV/EAESP. Membro do Fórum de Inovação da FGV/EAESP. Parti-cipou da comissão do INMETRO para criação de normas sobre certi� cação de sistemas de responsabilidade social. Participa de comitês cientí� cos de diversas revistas e congressos cientí� cos, nacionais e internacionais, e de vá-rias agências de fomento.CONTATO COM O AUTOR: [email protected]

Jorge Emanuel dos Reis Cajazeira. Enge-nheiro mecânico pela Universidade Federal da Bahia,mestre e doutor pela FGV/EAESP. Exe-cutivo da área de competitividade da Suzano Papel e Celulose, onde trabalha desde 1992. Elei-to pela revista Exame, em 2005, como um dos quatro executivos mais inovadores do Brasil. Foi expert nomeado pela ABNT para a redação das normas ISO 9001 e ISO 14001 (1995-2004), coordenou os trabalhos para a criação da nor-ma NBR 16001 – Responsabilidade Social e pre-sidiu a comissão do INMETRO para criação de um sistema nacional para certi� cação socioam-biental. Em 2004, foi eleito o primeiro brasileiro a presidir um comitê internacional da ISO, o Working Group on Social Responsibility (ISO 26000). É membro do comitê de critérios da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), coordenador do comitê de inovação e ativos intangíveis (FNQ) e ex-presidente do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre).CONTATO COM O AUTOR: [email protected]

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