hoje macau 1 ago 2014 #3144

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PARA além do embargo às obras do Parisian, outros dos novos casinos- resort do Cotai correm o risco de ver as suas construções paralisadas por falta de licenças actualizadas. APESAR do recente escândalo que abalou várias cadeias de “fast-food”, os consumidores de Macau continuam D FRQ¾DU QRV VHUYLoRV GHVWDV HPSUHVDV HPERUD SUHVWHP DJRUD PDLV DWHQomR à qualidade dos alimentos ali servidos. DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 SEXTA-FEIRA 1 DE AGOSTO DE 2014 q ANO XIII q Nº 3144 hojemacau DEFICIENTES FUNÇÃO PÚBLICA NÃO AJUDA JOGO OBRAS NO COTAI SOCIEDADE PÁGINA 6 SOCIEDADE PÁGINA 5 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB ALTO E PARA O TAXI ´ ´ PÁGINA 3 CARNE ESTRAGADA McDonald’s GHSRLV GD WHPSHVWDGH REPORTAGEM PÁGINA 2 PUB 2 SURMHFWR OHL SDUD UHJXODU D DFWLYLGDGH GRV WD[LVWDV UHFHEHX ¾QDOPHQWH R DYDO GR *RYHUQR $SURSRVWD GHYH FKHJDU j$/ DLQGD HVWH DQR 2 SURMHFWR GH¾QLGR FRPR SULRULWiULR LQFOXL DJHQWHV à paisana e gravações dentro dos veículos. A consulta pública começa para a semana. 4XDQGR R H[HPSOR QmR YHP GH FLPD GOVERNO GARANTE NOVA LEI PARA REGULAR SECTOR

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Hoje Macau N.º3144 de 1 de Agosto de 2014

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Page 1: Hoje Macau 1 AGO 2014 #3144

PARA além do embargo às obras do Parisian, outros dos novos casinos-resort do Cotai correm o risco de ver as suas construções paralisadas por falta de licenças actualizadas.

APESAR do recente escândalo

que abalou várias cadeias de “fast-food”,

os consumidores de Macau continuam

D�FRQ¾DU�QRV�VHUYLoRV�GHVWDV�HPSUHVDV��HPERUD�SUHVWHP�DJRUD�PDLV�DWHQomRà qualidade dos alimentos ali servidos.

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 S E X TA - F E I R A 1 D E A G O S T O D E 2 0 1 4 q A N O X I I I q N º 3 1 4 4

hojemacau

DEFICIENTES

FUNÇÃOPÚBLICANÃO AJUDA

JOGOOBRASNO COTAI

SOCIEDADE PÁGINA 6

SOCIEDADE PÁGINA 5

AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006

PUB

ALTO EPARA O TAXI´ ´

PÁGINA 3

CARNE ESTRAGADA

McDonald’s

GHSRLV�GD�WHPSHVWDGH

REPORTAGEM PÁGINA 2

PUB

2�SURMHFWR�OHL�SDUD�UHJXODU�D�DFWLYLGDGH�GRV�WD[LVWDV�UHFHEHX�¾QDOPHQWH�R�DYDO�GR�*RYHUQR�$�SURSRVWD�GHYH�FKHJDU�j�$/�DLQGD�HVWH�DQR��2�SURMHFWR��GH¾QLGR�FRPR�SULRULWiULR��LQFOXL�DJHQWHVà paisana e gravações dentro dos veículos. A consulta pública começa para a semana.

4XDQGR�R�H[HPSOR�QmR�YHP�GH�FLPD�

GOVERNO GARANTE NOVA LEI PARAREGULAR SECTOR

Page 2: Hoje Macau 1 AGO 2014 #3144

HOJE

MAC

AU

hoje macau sexta-feira 1.8.20142 REPORTAGEMRICARDO [email protected]

FLORA [email protected]

O HM saiu à rua para averiguar os sentimentos da população

em relação ao recente es-cândalo de fornecimento de carne estragada por parte da companhia “Husi Foods” de Xangai a alguns estabeleci-mentos do território. Apesar de as opiniões variarem, de um modo geral o público DLQGD� FRQ¾D� QD� VHJXUDQoD�das cadeias de “fast-food”, mas presta agora mais aten-ção à origem e qualidade dos alimentos ali servidos.

Sendo impossível obter comentários por parte dos funcionários, que tinham ordens de passar qualquer inquérito da imprensa para os seus departamentos de relações públicas, o HM deslocou-se a alguns estabe-lecimentos do McDonald’s e da Pizza Hut para tentar descobrir as opiniões dos seus clientes.

Na primeira abordagem no Pizza Hut, cedo perce-bemos que os receios da população estavam focados no McDonald’s, visto este UHVWDXUDQWH� WHU� FRQ¾UPDGR�a importação e posterior destruição de produtos da empresa “Husi Foods”.

A família Wan falou com o nosso jornal en-quanto esperava por mesa H�FRQ¾UPRX�HVWDU�FLHQWH�GD�polémica, facto que os levou a escolher o Pizza Hut sobre a sua concorrência. “Vamos evitar o McDonald’s, mas não receamos comer aqui, visto este estabelecimento não ter sido tão mencionado na imprensa. A não ser que surja uma nova notícia que nos faça reconsiderar a nossa decisão”, salientaram.

MCDONALD’S NO CENTRO DAS ATENÇÕESAssim sendo, decidimos focar a nossa atenção na famosa cadeia de hambúr-gueres e visitar alguns dos seus estabelecimentos.

Hailey e Inin, duas clientes que ali almoçavam, acreditam que depois deste susto, a McDonald’s vai passar a ter mais cuidado com os fornecedores de maneira a usar apenas produtos de boa qualida-de. Como a companhia já tem muitos anos de fun-cionamento, confiam na marca, mas lamentam que a empresa só tenha mudado de fornecedor depois de o

CARNE ESTRAGADA LEVA CLIENTES A TEREM MAIS CUIDADOS

Cautela e caldos de galinhaDo mal o menos. Depois de a McDonald’s ter decidido mudar de fornecedor e até suspender a venda de alguns dos seus produtos, o público vai lentamente recuperando a confiança na empresa, mas cada vez mais preocupado com a qualidade dos alimentos que consome

problema ter sido revelado pela imprensa. Seja como for, vão ser mais cautelosas no futuro, mas acreditam que o problema vai ser resolvido em breve.

Esta opinião foi aliás partilhada por vários clien-tes, que consideram que uma companhia como a McDonald’s, que opera no mundo inteiro há tanto tem-po, tem obrigatoriamente de ter um bom controlo de qualidade e condições de higiene, se não nunca teria conseguido obter a fama e dimensão que detém.

Winnie também tem esta-do a evitar o restaurante desde que despoletou a polémica, mas apenas por precaução. O facto de a carne em questão já ter passado de validade não apresenta grande problema para si, confessando mesmo já ter consumido produtos fora de validade no passado sem ter encontrado quais-quer problemas. A data diz “consumir de preferência antes do prazo estipulado, mas não quer dizer que não possa ser consumida depois da data”. O que mais a

preocupa é a quantidade de produtos químicos presente neste tipo de alimentos, mas isso não é um problema exclusivo do McDonald’s. E, regra geral, “o público só descobre os perigos muitos anos depois de os produtos serem considerados seguros para consumo público”.

Quanto à supervisão feita pelas autoridades locais, é da

opinião que o Governo de +RQJ�.RQJ�p�H¾FLHQWH�QHVWD�matéria, mas considera que Macau só costuma descobrir este tipo de situações depois de alertado por entidades das regiões vizinhas.

MAIS FISCALIZAÇÃO É NECESSÁRIAKristy e Rafael, por sua vez, SHUGHUDP�DOJXPD�FRQ¾DQoD�

na empresa, o que os levou a frequentar o estabelecimen-to com menos frequência. Agora tentam obter mais informação sobre a origem dos alimentos usados em cadeias de “fast-food” do território, não arriscando consumi-los antes de ga-rantir que sejam seguros. Não são tão críticos em relação ao desempenho das autoridades locais, apesar de considerarem que “há sempre espaço para me-lhorarem as suas acções de ¾VFDOL]DomR³�

Falámos ainda com Do-ris, uma residente de Hong Kong que visita a RAEM em trabalho todas as semanas. Esta confessou que agora só frequenta o local de modo a usar as instalações para reuniões de com os seus colegas, enquanto que no passado comia aqui no mí-nimo uma vez por semana. Na sua opinião, o aviso foi dado muito tarde, pois ninguém sabe quanta gente foi exposta ao problema, nem durante quanto tempo. Acrescentou ainda que esta situação é cada vez mais comum na China, onde as empresas se concentram apenas nos lucros, em detrimento da qualidade. Crê que os produtos da McDonald’s sejam seguros no estrangeiro, mas não no continente. Na realidade, acha que este problema VH� YHUL¾FD� FRP� WRGDV� DV�empresas que operam na China, por isso recomenda que os governos de ambas as regiões administrativas aumentem as suas acções GH�¾VFDOL]DomR��

“Os problemas de segu-rança alimentar têm vindo a aumentar na China, o que me leva a evitar qualquer alimento aí produzido”, ¾QDOL]RX���

“O público

só descobre

os perigos

muitos anos

depois de os

produtos serem

considerados

seguros para

consumo

público”

WINNIE Cliente do McDonald’s

“Os problemas

de segurança

alimentar

têm vindo

a aumentar

na China, o

que me leva a

evitar qualquer

alimento aí

produzido”

DORIS Residente de Hong Kong

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O AL

CÂNT

ARA

3POLÍTICAhoje macau sexta-feira 1.8.2014

ANDREIA SOFIA [email protected]

H Á muito que se discute a necessidade de uma nova lei para regular a actividade dos taxistas e da reunião de

ontem da Comissão de Acompanha-mento para os Assuntos da Adminis-WUDomR�3~EOLFD�VDLX��¾QDOPHQWH��OX]�verde para o projecto.

“Vamos ver se podemos apre-sentar a proposta ainda este ano à Assembleia Legislativa (AL). Há SHVVRDV� TXH� HQFRQWUDP� GL¾FXO-dades em ter um serviço de táxi. Estamos a tentar encontrar uma situação ideal para combater esses actos ilegais. Através desta revisão SUHWHQGHPRV� ID]HU� PHOKRULDV³��disse Lau Si Io, Secretário para as Obras Públicas e Transportes, à saída do encontro.

Contudo, ainda não é certo qual será a duração da auscultação da consulta pública, que se inicia para

Caso IACM Raymond Tam aindatem de esperar para saber futuro

O deputado Leong Veng Chai entregou uma in-terpelação escrita ao

Governo onde exige um novo aumento das pensões de refor-PD�H�GH�LQYDOLGH]��²2�*RYHUQR�aumentou em 6% a pensão para LGRVRV�H�D�SHQVmR�GH�LQYDOLGH]��Depois deste aumento, que se resume a mais 180 patacas, os idosos passaram a receber 3180 patacas por mês. Face aos elevados preços dos imóveis e dos produtos, o Governo deve ponderar elevar a percentagem GHVWH� DXPHQWR�� 9DL� ID]r�OR"³��questiona o deputado.

Para além disso, Leong Veng Chai pede uma alteração das leis

TAXISTAS: “AGENTES À PAISANA É INJUSTO”

“Achamos que

os táxis são uma

utilidade pública,

que existem situações

graves e que é

preciso introduzir

o regime de agentes

à paisana”

WONG WAN Director da DSAT

$Wp�'H]HPEUR��R�Governo garante TXH�LUi�SURGX]LU�uma nova lei para regular o funcionamento dos táxis. A auscultação pública começa para a semana. A introdução de agentes à paisana ou de gravações dentro dos táxis pode ser uma realidade

TÁXIS GOVERNO QUER PROPOSTA DE LEI NA AL JÁ ESTE ANO

Pôr ordem na casa

LEONG VENG CHAI QUER AUMENTO DE PENSÕES ACIMA DOS 6%

Olhar pelos mais velhos

a semana, nem se esta proposta de lei poderá chegar à AL ainda nesta sessão legislativa, que termina já no próximo dia 15.

Wong Wan, director dos Ser-viços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), disse apenas que este organismo “põe este assunto [dos Wi[LV@�HP�SULRULGDGH³��7DPEpP�RV�deputados da Comissão exigem UDSLGH]� QR� WUDEDOKR� OHJLVODWLYR��1R�¾QDO�GD�GLVFXVVmR��D�&RPLVVmR�irá apresentar um relatório sobre o assunto, embora ainda não exista uma data concreta.

“Muitos taxistas esperam à porta dos hotéis por turistas que podem dar mais dinheiro. E o que pedimos é que os táxis voltem à VXD�¾QDOLGDGH�LQLFLDO��QmR�GHYHP�ser um instrumento de investi-PHQWR³�� GLVVH� R� GHSXWDGR� &KDQ�Meng Kam.

AGENTES À PAISANA SEM CONSENSOUma das principais inovações que poderá chegar com a nova lei será a implementação do regime de agentes à paisana. “Achamos que os táxis são uma utilidade pública, que existem situações graves e

TXH�p�SUHFLVR�LQWURGX]LU�R�UHJLPH�GH� DJHQWHV� j� SDLVDQD³�� JDUDQWLX�Wong Wan.

Contudo, “no sector jurídico estão a discordar, porque even-tualmente acham que os actos ilegais dos táxis não são tão gra-YHV� SDUD� LQWURGX]LU� R� UHJLPH� GH�

Durante a reunião de ontem do Conselho Consultivo de Trânsito, o sector dos taxistas de Macau disse “ter UHVHUYDV³�HP�UHODomR�DR�PpWRGR�GH�¾VFDOL]DomR�GRV�FRQGXWRUHV�SRU�SUR¾VVLRQDLV�GD�'LUHFomR�GRV�6HUYLoRV�para os Assuntos de Tráfego (DSAT) à paisana. De DFRUGR�FRP�R�GLUHFWRU�GR�*UXSR�(VSHFLDOL]DGR�GR�Trânsito Público e Relações Comunitárias, os taxistas FRQVLGHUDP�TXH�D�LPSOHPHQWDomR�GH�¾VFDOL]DGRUHV�GLVIDUoDGRV�p�²LQMXVWD³�SRUTXH�DSHQDV�R�VHFWRU�GRV�Wi[LV�é afectado, ao contrário do que acontece em regiões

YL]LQKDV�FRPR�+RQJ�.RQJ��$�PHVPD�UHXQLmR�VHUYLX�para discutir ainda o aumento dos valores das multas LPSRVWDV�DRV�SUR¾VVLRQDLV�GR�VHFWRU��'H�DFRUGR�FRP�RV�UHVXOWDGRV�GD�~QLFD�FRQVXOWD�S~EOLFD�UHDOL]DGD�VREUH�HVWD�matéria, houve quem considerasse que os infractores deveriam pagar até 30 mil patacas, ao invés dos actuais valores, que podem ir das 500 às 1000 patacas. Também o Governo se pronunciou sobre esta questão, tendo mesmo sugerido o aumento dos valores actuais para 2000 a 5000 patacas para cada infractor.

DJHQWHV�j�SDLVDQD³��UHYHORX�:RQJ�Wan. “Como ultrapassamos essas GL¾FXOGDGHV"�(VWi�D�VHU�IHLWR�XP�estudo sobre qual a forma que po-GHULD�VHU�DSOLFDGD�MXULGLFDPHQWH³��acrescentou o director da DSAT.

Também os deputados não chega-ram ainda a consenso. “A aplicação do regime de agentes à paisana nem sempre envolve situações de crime.

Vamos continuar a discutir com o Governo. Os membros da comissão têm diferentes opiniões quanto a LVVR³��H[SOLFRX�&KDQ�0HQJ�.DP��

Para além dos agentes à pai-sana, o Governo pondera ainda implementar gravações áudio ou vídeo dentro dos veículos. “Sabe-mos que as situações mais graves acontecem dentro dos táxis e que os actos ilegais estão a prejudicar residentes e visitantes. Poderíamos LQWURGX]LU� JUDYDo}HV� GHQWUR� GRV�táxis, que poderiam ser uma prova e proteger os direitos dos taxistas H�FOLHQWHV³��H[SOLFRX�:RQJ�:DQ��

A criação de um regime de pontuação para os taxistas e a FULPLQDOL]DomR� GRV� DFWRV� LOHJDLV�foram outras propostas debatidas na reunião de ontem. “Há que aumentar o número de alvarás e li-EHUDOL]DU�R�PHUFDGR�GH�UiGLR�Wi[LV³��defendeu ainda Chan Meng Kam.

A nova lei deverá dar poder à Polícia de Segurança Pública para executar a lei em caso de infrac-ções, algo que actualmente não é possível, sendo que apenas os ¾VFDOL]DGRUHV�H�DJHQWHV�GD�'6$7�têm esse poder, ainda que não pos-sam multar. Futuramente, ambas as entidades deverão poder multar os taxistas que não cumprirem a lei.

em vigor, para que os mais velhos possam acumular as reformas e D� SHQVmR�GH� LQYDOLGH]�� ²7HQGR�em conta que as referidas pen-sões não podem ser concedidas

cumulativamente, o Governo deve ponderar rever a legislação, SDUD� TXH� RV� GH¾FLHQWHV� LGRVRV�possam ser devidamente prote-JLGRV³��GHIHQGH��

O deputado, número dois de José Pereira Coutinho no hemici-clo, pede ainda uma diminuição da burocracia para ter acesso a estas reformas.

Quanto a José Pereira Cou-tinho, também entregou uma interpelação ao Governo, onde também destaca a carestia de YLGD�H�DV�GL¾FXOGDGHV�GRV�UHVL-dentes, exigindo o aumento do cheque pecuniário para residen-tes permanentes das nove mil para as 12 mil patacas. - A.S.S.

A Secretária para Administração e Justiça, Florinda Chan, disse

ontem que só daqui a mais de 20 dias é que os funcionários do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) que estavam a ser julgados pelo crime de prevaricação vão poder saber o seu futuro no instituto. Florinda &KDQ�GL]�TXH�Vy�&KXL�6DL�2Q�VH�SRGH�pronunciar sobre qual vai ser a posição de Raymond Tam, agora ex-presidente do IACM.

Tam foi suspenso das suas funções, inicialmente, a par de Lei Wai Nong, vice-presidente do IACM, Fong Wai Seng, Chefe dos Serviços de Ambiente e Licenciamento, e Sio Kuok Kun, chefe funcional. Só Raymond Tam não viu o seu contrato renovado, tendo sido substituído por Alex Vong. Florinda Chan acrescentou que o respectivo processo disciplinar se mantém sus-penso, a par da suspensão preventiva de funções até que transite em julgado a sentença, algo que só acontece depois de, em 20 dias, se saber ou não se o Ministério Público decide recorrer da decisão do TJB em absolver os quatro funcionários. Florinda Chan adianta que os trabalhadores continuam “nos VHXV�OXJDUHV�GH�RULJHP�GR�TXDGUR³��mas Raymond Tam, recorde-se, não está mais na presidência.

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GONÇ

ALO

LOBO

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HEIR

O

4 política hoje macau sexta-feira 1.8.2014

LEONOR SÁ [email protected]

J ASON Chao, respon-sável pela interposi-ção do recurso ao Tri-bunal de Última Ins-

tância (TUI) relativamente à realização de actividades sobre o ‘referendo civil’ – cuja autorização foi rejeitada pelo Instituto para os Assun-tos Cívicos e Municipais (IACM) – pretende começar já hoje com a distribuição de bandeirolas e folhetos de fomento à participação no evento, considerado pelo TUI como uma “sondagem”. O activista e presidente da Sociedade Aberta de Macau disse ainda que vai efectuar um novo pedido ao IACM para a ocupação de espaços

O Secretário para Economia e Finanças, Francis Tam, garantiu ontem que o

Governo vai “envidar todos os esforços” para conseguir aprovar a Lei do Salário Mínimo ainda este ano. Em comunicado, Francis Tam assegura ainda que é possí-YHO� TXH� PDLV� SUR¾VV}HV� °� DOpP�dos funcionários da limpeza e da segurança de edifícios – possam vir a ser incluídas na lei, ainda que, se isto acontecer, os trabalhos possam atrasar.

“Há dias, numa reunião da 3ª Comissão Permanente os [de-putados] apresentaram algumas TXHVW}HV�WpFQLFDV�UHODWLYDPHQWH�j�proposta, endereçadas ao Governo, nomeadamente a hipótese de ela-boração de uma só lei para o salário mínimo e, posteriormente, em DQH[R��LQFOXLU�R�WLSR�GH�SUR¾VVmR�e a forma de cálculo para, aquando da necessidade de acrescentar mais

SUR¾VV}HV��Vy�VHU�QHFHVVi-rio alterar o anexo”,

começa por explicar o comunicado do

Chui Sai On

R¾FLDOPHQWH�~QLFR�FDQGLGDWR�D�&(É oficial, Chui Sai On segue sozinho na corrida ao lugar de Chefe do Executivo. Em comunicado, a Comissão para os Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo (CAECE) confirma que as 331 assinaturas são da Comissão Eleitoral, enquanto o candidato que entregou mais de cem, só conseguiu reunir assinaturas de residentes, conforme já tinha sido avançado pelo HM. A campanha eleitoral vai arrancar a 16 de Agosto.

REFERENDO ACTIVIDADES DE ASSOCIAÇÕES PRÓ-DEMOCRATAS VÃO ACONTECER

Diz que é uma espécie de sondagem

SALÁRIO MÍNIMO GOVERNO CONCORDA COM LEI PARA TODAS AS PROFISSÕES

Será que é desta?

Jason Chao pretende começar já hoje a distribuir folhetos e bandeirolas de promoção à iniciativa sobre o “referendo civil” para o sufrágio universal na eleição do Chefe do Executivo. O novo plano do activista é fazer maisum pedido ao IACM

públicos, mas, desta vez, para actividades intituladas de “assembleias”.

Nestas circunstâncias, a comissão de organiza-ção terá que requerer uma licença ao IACM para a ocupação de áreas públicas com o intuito de promover a participação no ‘referendo’, através da instalação de caixas e cabines de votação para efeitos de sondagem. A ideia é que as actividades se assemelhem à realização de serviços publicitários para fins comerciais. O novo pedido à entidade governamental surge depois do TUI ter referido que a realização do “referendo” deve ser entendido como uma sondagem, que não é um acto ilegal.

Jason Chao, no entanto, confessa que não se sente optimista relativamente à aprovação do IACM para a realização da nova inicia-tiva. “Não cremos que as hipóteses de termos o aval do IACM sejam altas, mas temos que fazer os possí-veis”, explicou.

Por isso mesmo, o ac-tivista faz um apelo. “A comissão [de organização do ‘referendo’] pede agora aju-da aos residentes que tenham espaços privados acessíveis ao público, para permitir que possamos utilizar esses ORFDLV�FRPR�HVWDo}HV�SDUD�DV�mesas de voto nos dias 24 e 30 de Agosto.”

“DESILUDIDO” COM O TUIO activista aproveitou ainda para chamar a atenção para o facto de o tribunal não ter considerado o ‘referendo civil’ como um acto ilegal, por isso mesmo não sendo QHFHVViULR� QRWL¾FDU� DV� DX-toridades sobre a realização das actividades de promoção da sondagem sobre a eleição do Chefe do Executivo, que deverão arrancar hoje.

Chao coloca de lado a hipótese de organizar uma manifestação, pois conside-ra que a realização do ‘refe-rendo civil’ será uma forma

²PDLV� H¾FD]³�GH� LOXVWUDU� R�ponto de vista pretendido.

Jason Chao disse mesmo estar “muito desapontado” - e que a comissão de organiza-ção do evento se sentia “cho-cada” - com o facto do tribunal se ter recusado a analisar o processo por si interposto, MXVWL¾FDQGR� ²IDOWD� GH� FRP-petência” pelas actividades não serem representativas de uma manifestação ou reunião, sendo estas as duas únicas ins-tâncias sobre as quais o órgão se pode pronunciar. Disse, no entanto, que respeitava e aceitava a decisão do TUI.

Jason Chao interpôs um recurso no TUI na passada sexta-feira, esperando que o tribunal autorizasse a rea-lização das actividades do ‘referendo civil’, organizado pela Sociedade Aberta de Macau, Macau Consciência e Juventude Dinâmica de Macau. Na passada quarta--feira, o colectivo de juízes responsáveis pelo processo – presidido pela presidente da Comissão de Assuntos Eleitorais do Chefe do Exe-cutivo, Song Man Lei – optou por não se pronunciar sobre o caso, assim permanecendo a decisão do IACM em não permitir a realização de oito actividades promovidas por WUrV�RUJDQL]Do}HV�ORFDLV���

COM OS PRÓ-PEQUIM, TUDO BEMNa conferência de ontem, Jason Chao não deixou de frisar um facto que considera interessante e irónico. O activista – cuja decisão de criar um ‘referendo civil’ tem vindo a ser duramente criticada pelo Governo por ser ilegal um referendo em Macau – mencionou – sorrindo - que uma organização pró-Pequim também tem vindo a organizar uma actividade que deveria ser ilegal. Todos os anos e há mais de uma década, uma actividade chamada “Parlamento Juvenil” é realizada por parte da Nova Juventude Chinesa de Macau. “Se aplicarmos a mesma lógica [que aplicada ao referendo], então seria ilegal, porque contradiz a ideia de proibição e ilegalidade da existência de um parlamento pela Lei Básica”, frisa. “Mas é interessante que [a associação] tem vindo a organizar este ‘parlamento’ há mais de uma década.”

ção na generalidade, que carecerá de auscultação, o que poderá atrasar o processo legislativo”. Ou seja, uma eventual mudança pode fazer com que a aprovação na especialidade – a única que falta para que a lei entre em vigor – não seja feita este ano.

Recorde-se que a actual pro-posta de lei só prevê que o salário mínimo seja obrigatório para tra-balhadores da limpeza e da área de segurança de edifícios, deixando GH�IRUD�RXWUDV�SUR¾VV}HV��2V�GH-putados têm vindo a exigir que se incluam mais áreas. - J.F.

gabinete de Francis Tam. “Relati-vamente a esta questão, o Governo, DSyV� DXVFXOWDomR� GH� RSLQL}HV��FRQVLGHURX� TXH� WDO� VLPSOL¾FDUi�o trabalho futuro. Actualmente, existe um contacto estreito com [os deputados] e espera-se que o trabalho de revisão possa estar

concluído, o mais breve possível, e tudo se fará para que a [lei] possa ser aprovada em 2014.”

Francis Tam não dá, contudo, certezas e ainda deixa um alerta: o implemento do salário mínimo a nível geral “resultará num objecto diferente da lei aquando da aprova-

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hoje macau sexta-feira 1.8.2014 5SOCIEDADE

Entre 2012 e 2013 foram contratados apenas mais dois portadores de deficiência para trabalhar no Governo. No total, trabalham actualmente na Função Pública 73 pessoas com deficiência. Hetzer Siu pede um novo sistema de contratação para estes casos, já que o actual não distingue candidatos com necessidades especiais

ANDREIA SOFIA [email protected]

A contratação de porta-dores de deficiência na Função Pública continua a não ser

VLJQL¾FDWLYD��6HJXQGR�R�UHODWyULR�dos recursos humanos da Admi-nistração Pública da RAEM de 2013, foram contratados apenas PDLV�GRLV�GH¾FLHQWHV�HP�UHODomR�D�2012, o que perfaz um total de 73 SHVVRDV�FRP�GLYHUVRV�WLSRV�GH�GH¾-ciência a trabalhar para o Governo, apenas 0,3% de toda a totalidade dos trabalhadores públicos.

Hetzer Siu, presidente da Macau Special Olympics, dá o alerta: existe desigualdade no acesso aos concursos públicos, porque o sistema de avaliação dos currículos e capacidades é igual para todos os candidatos.

“Se o Governo quer contratar PDLV�SHVVRDV�FRP�GH¾FLrQFLD�WHP�de encontrar uma maneira de o fazer, com um novo sistema de contratação para estas pessoas. O sistema de recrutamento tem [apenas] um tipo de avaliação para todos os candidatos. Sabe-mos que a maioria dos portadores de deficiência não concluiu o

Transportes Engenheiro

apela a plano na zona A

dos novos terrenos A Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau deverá estar concluída em 2016, altura em que a cooperação e a competitividade entre as três cidades irão aumentar. O presidente da Associação dos Engenheiros de Macau Wu Chou Kit apontou que Hong Kong já tem um plano concreto para a cooperação com Zhuhai, enquanto que em Macau, para zona A - a zona perto da Ponte - ainda não há existe nenhum plano completo. “O Governo ainda não construiu uma rede de acesso de vias nos locais principais de transporte de Macau, como por exemplo na Zona A, a ilha artificial da ponte Hong Kong Macau Zhuhai e a quarta passagem entre Macau e a Taipa.” Wu está preocupado que os turistas, bem como os bens de Guangdong e Hong Kong, não entrem em Macau, e que haja dificuldades em levar os visitantes para o centro turístico e até ao património cultural de Macau. Wu sugere que se combinem os planos da nova zona com a reordenação dos bairros antigos para diminuir os problemas de transporte. - F.F

Mais de 700 mil

patacas para

demolir obras ilegais A Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) informou ao HM que, nos primeiros seis meses do ano foram, já gastas cerca de cem mil patacas na demolição de obras ilegais, nomeadamente “gaiolas metálicas e construções clandestinas localizadas em terraços e pátios”. Relativamente ao ano anterior, a DSSOPT explicou que as despesas com a demolição destas obras ilegais atingiram as 700 mil patacas. “A DSSOPT irá cobrar as respectivas despesas junto dos infractores. Actualmente, após a recepção da notificação, a maioria dos infractores já procedeu, por iniciativa própria e dentro do prazo fixado, à demolição das respectivas obras ilegais”, diz o organismo. - HM

FUNÇÃO PÚBLICA RELATÓRIO REVELA FRACA CONTRATAÇÃO DE DEFICIENTES

Quando o sistema não ajuda

GOVERNO CONTRATOU MAIS 554 PESSOAS2�UHODWyULR�GRV�UHFXUVRV�KXPDQRV�QD�$GPLQLVWUDomR�PRVWUD�DLQGD�XP�ligeiro aumento de funcionários públicos. Entre 2012 e 2013 foram contratadas mais 554 pessoas, sendo de 27,497 o número total de funcionários públicos. À semelhança de 2012, também em 2013 as áreas da Segurança e dos Assuntos Sociais e da Cultura registam o maior número de funcionários públicos, respectivamente, de 9526 e 6644 pessoas. A $VVHPEOHLD�/HJLVODWLYD��$/��p�R�yUJmR�S~EOLFR�TXH�HPSUHJD�PHQRV�pessoas, num total de 97.

FUNÇÃO PÚBLICA COM MAIS DOCENTES E MAGISTRADOS2�PHVPR�UHODWyULR�GLYXOJDGR�SHORV�6$)3�UHYHOD�TXH�KRXYH�XP�OLJHLUR�aumento do número de docentes e magistrados a trabalhar para o Governo. Até Dezembro do ano passado, trabalhavam nas escolas públicas 531 professores, um aumento ligeiro face aos 503 docentes de 2012. Nos tribunais trabalham actualmente 84 magistrados, mais 13 face a 2012. Nos FDUJRV�GH�GLUHFomR�H�FKH¾D�WUDEDOKDP�����SHVVRDV��

PORTUGUÊS COM POUCA PRESENÇA EM CARGOS DE CHEFIAOs trabalhadores de língua materna portuguesa continuam a ocupar uma posição mínima do total de funcionários públicos, principalmente nos principais lugares da Administração. Apenas 11,9% dos que trabalham HP�FDUJRV�GH�FKH¾D�WrP�R�SRUWXJXrV�FRPR�OtQJXD�PDWHUQD��VHQGR�TXH�nos trabalhos de assessoria ou técnicos são 30,1% de portugueses. De HQWUH�RV�����FDUJRV�GH�FKH¾D�H[LVWHQWHV�QD�)XQomR�3~EOLFD��DSHQDV����VmR�desempenhados por portugueses.

“Cada vez que o

Governo abre um

concurso público,

candidatam-se

pessoas com

mestrado,

licenciatura

ou mesmo

doutoramento. E

todos eles recebem

a mesma avaliação.

Claro que os

GH¾FLHQWHV�QmR�conseguem competir

com estas pessoas”

HETZER SIU Presidente da Macau Special Olympics

ensino secundário e, cada vez que o Governo abre um concurso público, candidatam-se pessoas com mestrado, licenciatura ou mesmo doutoramento. E todos eles recebem a mesma avaliação. Claro TXH�RV�GH¾FLHQWHV�QmR�FRQVHJXHP�competir com estas pessoas e não conseguem ter iguais oportunida-des no acesso ao recrutamento”, disse Hetzer Siu ao HM.

“O Governo deveria contratar PDLV� GH¾FLHQWHV� SDUD� D� )XQomR�Pública e se, de facto, o querem fazer têm de pensar numa outra forma para contratar estas pes-soas. Eles podem fazer diferentes tipos de trabalhos, para além de trabalharem na área da limpeza ou a atender telefones. Acho que RV�GH¾FLHQWHV�SRGHP�ID]HU�PXLWDV�coisas e não apenas trabalho de secretariado”, disse ainda.

MAIORIA SÃO DEFICIENTES MOTORES2�UHODWyULR�SXEOLFDGR�SHORV�6HU-viços de Administração e Função Pública (SAFP) a que o HM teve acesso mostra que a maioria dos trabalhadores nesta situação ��������WrP�GH¾FLrQFLD�PRWRUD��ou seja, 34 pessoas. Seguem-se 15 SHVVRDV�FRP�GH¾FLrQFLD�DXGLWLYD��18 pessoas com outro tipo de de-¾FLrQFLD�H�DSHQDV�FLQFR�SHVVRDV�FRP�GH¾FLrQFLD�PHQWDO��

Destes trabalhadores, 24,7% desempenham serviço auxiliar, enquanto que 21,9% fazem traba-lho na área administrativa. Outros, 13,7%, estão no sector da saúde.

Em relação ao tipo de contra-tos, a maioria (24 pessoas) pos-suem contrato de assalariamento, um acordo laboral que permite a simples não renovação e que

é adoptado pelos SAFP apenas com carácter de urgência. Outros 19 têm contrato além do quadro, 15 pessoas possuem um contrato individual de trabalho e 12 re-FHEHUDP�D�QRPHDomR�GH¾QLWLYD��

Hetzer Siu defende que a nível da contratação também deve-riam existir mais oportunidades.

“Muitos deles não conseguem ter contratos a longo prazo com o Governo. Não têm iguais opor-tunidades, então talvez devessem ser incluídos num outro sistema, com um diferente tipo de contra-to”, disse o presidente da Macau Special Olympics.

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6 sociedade hoje macau sexta-feira 1.8.2014

JOANA [email protected]

M GM, Wynn, e Macau Studio City. Todas as obras destes no-vos casinos-resort

QR�&RWDL� FRUUHP�R� ULVFR�GH�¾FDU�embargadas – à semelhança do que aconteceu com o Parisian - devido à falta de licenças actualizadas. Fon-tes conhecedoras do processo, que preferem manter-se no anonimato, FRQ¾UPDP�LVVR�PHVPR�DR�+0��

A situação é conhecida depois do Parisian, que há cerca de dez dias viu as suas obras embargadas. A operadora – Sands China - tinha apenas licença para efectuar obras de terraplanagem e não de prédios, quando a zona já conta com a edi-¾FDomR�GH�GH]�DQGDUHV��

'H�DFRUGR�FRP�QRWL¾FDomR�GD�Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DS-SOPT), a empresa de construção do Parisian incorreu numa “violação de regulamento de construção ur-

D E Janeiro até Maio deste ano foram transferidos 1208 doentes de Macau para ins-

WDODo}HV�KRVSLWDODUHV�GH�+RQJ�.RQJ��O número, quase próximo ao total de transferências do ano passado, deve-se à necessidade de ajuda da região vizinha, por falta de condições para cuidar dos doentes no território.

“No ano de 2013 foram enviados para tratamento 1794 utentes para D�5$(+.�H��GH�-DQHLUR�D�0DLR�GH������� �����XWHQWHV³�� FRQ¾UPDUDP�RV�6HUYLoRV�GH�6D~GH��66��DR�+0�

$V�WUDQVIHUrQFLDV�VmR�MXVWL¾FDGDV�por carência de “meios técnicos e/

Jogo Académico apela a retribuição razoável aos trabalhores

DEPOIS dos recentes pro-testos dos trabalhadores

do grupo Sands e da Galaxy pedindo a promoção e melhoria de remunerações, o professor associado do curso de Assistên-cia Social do Instituto Politéc-nico de Macau(IPM), Sou Man Ian, alertou o Governo para dis-cutir com as empresas de jogo, de forma a que estas pensem em oferecer uma “retribuição mais razoável” dos frutos do jogo aos trabalhadores.

O académico referiu ao Jornal do Cidadão que, recen-temente, a consciência dos direitos dos trabalhadores do jogo tem crescido, pelo que as empresas de jogo devem dar mais atenção às suas rei-vindicações.

“A indústria do jogo é o sector principal de Macau e o Governo deve discutir deta-lhadamente com as empresas e resolver o mais rápido possível [os problemas], se não haverá ainda mais situações iguais noutras empresas.

Quando questionado sobre VH� RV� SURWHVWRV� LQ¿XHQFLDP�a sociedade, o professor diz que há impactos, sim, na so-ciedade. “Por exemplo quando os turistas vêm, podem achar que as empresas tratam irra-cionalmente os funcionários e, então, a imagem das empresas VHUi� LQ¿XHQFLDGD³�GLVVH�6RX��acrescentou, contudo, que, a curto prazo, os protestos não causam grande impacto nos negócios. - F.F.

MACAU JÁ TRANSFERIU MAIS DE MIL DOENTES ESTE ANO POR FALTA DE CONDIÇÕES

+RQJ�.RQJ�WUDWD�GD�VD~GH

1208doentes transferidos para Hong

Kong, de Janeiro a Maio

ou humanos” na área da saúde em 0DFDX��(VWD�IDOKD�GH�SUR¾VVLRQDLV�GH�saúde, que não permite o tratamento GRV� GRHQWHV� QR� &HQWUR� +RVSLWDODU�do Conde de São Januário, o único hospital público na RAEM, teve um custo total de 300 milhões de patacas aos cofres do Governo, só em 2012. O valor é cerca de oito vezes maior

do que os gastos do ano 2000 que atingiam os 30 milhões de patacas.

De acordo com o organismo, “as despesas derivadas dos cuida-dos de saúde prestados ao utente são pagas integralmente pelos SS”, mas, apesar de admitirem que é devido à falta de condições que Ma-cau transfere os doentes, são estes a quem cabe pagar as despesas de deslocação para fora do território para receber tratamento, nomeada-mente, as despesas de alimentação e alojamento. Contudo, o montante que pode “ser devidamente reem-bolsado”, referem os SS.

Desde a transição de Macau para a China, a despesa total deri-vada dos cuidados de saúde pres-tados fora do território já atingiu os dois mil milhões de patacas, envolvendo o tratamento de cerca de 20 mil pessoas.

Os SS informam ainda que cerca de 99% dos pedidos de transferência para o exterior “foram autorizados e apenas um número muito reduzido de casos foi indeferido”. - Hoje Macau

Além do Parisian, MGM, Wynn e Macau Studio City podem correr o risco de ver as suas obras no Cotai embargadas porfalta de licenças actualizadas. Recomeçar os trabalhos, sópara Outubro ou Novembro. MGM e Wynn negam

“Têm licenças, mas só até um determinado

andar e, claro, precisam de mais. Como a

obra não pode parar, depressa se constrói

sem a licença estar actualizada”

JOGO MAIS COMPLEXOS NO COTAI PODEM VIR A TER OBRAS EMBARGADAS

Quando pára um freguês...

bana” por realizar diferentes tipos de trabalhos do que aqueles que estavam autorizados pela licença.

Agora, MGM, Wynn e Macau Studio City podem estar na mesma situação. “Ninguém tem as licenças em dia”, refere uma fonte ligada ao

MRJR�DR�+0��²7rP�OLFHQoDV��PDV�Vy�até um determinado andar e, claro, precisam de mais. Como a obra não pode parar, depressa se constrói sem a licença estar actualizada.”

De acordo com outra fonte co-nhecedora dos processos, o Macau Studio City já se prepara para sus-pender os trabalhos e o MGM “deve estar a parar, mais dia, menos dia”.

²2�*RYHUQR�DQGD�D�¾VFDOL]DU�todas as obras”, assegura uma das fontes. “Só o Galaxy tem tudo em ordem.”

MGM E WYNN NEGAMO problema, segundo informações IRUQHFLGDV�DR�+0��FRPHoRX�FRP�acidentes de trabalho que aconte-ceram no Parisian, em Junho. Terá

sido nesta altura que se descobriu a falta de licença do resort.

De acordo com o que foi dito DR�+0��DV�REUDV�QR�3DULVLDQ�Vy�GH-verão recomeçar, “no mínimo, em Outubro”. Outra fonte, contudo, assegura que só para Novembro é que as obras poderão continuar.

2�+0�WHQWRX�REWHU�HVFODUHFL-mentos da parte das operadoras – MGM, Wynn e Melco Crown, que controla o Macau Studio City -, mas até ao fecho desta edição só a MGM e a Wynn responderam.

A MGM assegura que tudo está a caminhar dentro dos normais pro-cedimentos. “O desenvolvimento do projecto decorre de acordo com o por nós programado. Já estamos a completar o trabalho da cave e a construção da torre vai começar em breve. Estamos agradados com o nosso progresso e vamos continuar em direcção à abertura”, pode ler-�VH�QXPD�UHVSRVWD�HQYLDGD�DR�+0�pela empresa.

Também a Wynn assegura que está tudo nos conformes.

“Não há interrupção de qualquer ordem na construção do Wynn Pala-ce. Os trabalhos procedem de forma UiSLGD³��IULVD�D�RSHUDGRUD�DR�+0��

A DSSOPT foi também contac-WDGD�SHOR�+0��PDV�QmR�UHVSRQGHX�em tempo útil.

A Sands China já veio a público dizer que o problema não vai atrasar a abertura do Parisian, planeada SDUD� R� ¾QDO� GR� SUy[LPR� DQR�� 2�novo resort da Wynn no Cotai está pensado para abrir nos primeiros seis meses de 2016, a par do novo empreendimento da MGM. Já o Macau Studio City planeia abrir portas em meados de 2015.

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7 sociedadehoje macau sexta-feira 1.8.2014

A Reserva Finan-ceira da RAEM WLQKD�� DWp� ¾QDLV�de Junho, cerca

de 242,03 mil milhões de pa-tacas, anunciou ontem a Au-toridade Monetária e Cam-bial de Macau (AMCM). De acordo com um relatório do organismo, a reserva foi “reforçada”, mas só a partir de 2013, o que permitiu que, só desde o ano passado, os investimentos tenham vindo D�VHU�PDLV�¿H[tYHLV��

“Tendo em atenção que D�UHVHUYD�¾QDQFHLUD�VH�FRQ-frontou, aquando da sua FULDomR� QR� LQtFLR� GH� ������com o requisito da lei de que o valor da reserva básica deve equivaler a 150% da totalidade das dotações da despesa dos serviços cen-trais da RAEM, constante do último orçamento, então, D�UHVHUYD�H[WUDRUGLQiULD�IRL�de apenas 58,3 milhões de patacas, sendo bastante reduzida a sua dimensão”, começa por dizer a AMCM. O objectivo era “evitar os riscos dos investimentos nos mercados”, mas esta H[LJrQFLD�OLPLWRX�D�JHVWmR�GD�UHVHUYD�¾QDQFHLUD�j�²DGRS-ção necessária de estratégias de investimentos de carácter defensivo” em 2012.

Desde o ano passado, ga-rante a AMCM, que a situa-ção mudou. A partir de 2013, com a injecção anual dos sal-GRV�¾QDQFHLURV�GD�5$(0��a dimensão total da reserva ¾QDQFHLUD� IRL� ²UHIRUoDGD³��garante a autoridade, e as carteiras de investimentos dispõem, “gradualmente”, de condições para realizar uma afectação de activos PDLV�¿H[tYHO��

O chefe do Centro de Preven-ção e Controlo de Doenças, Lam Cheong, garantiu

RQWHP�TXH�R�²ULVFR�GR�YtUXV�pEROD�HP�0DFDX�p�EDL[R³��$�LQH[LVWrQFLD�de ligações directas entre Macau e os SDtVHV�DIULFDQRV�IRL�D�UD]mR�DSUHVHQ-WDGD�SRU�/DP�&KHRQJ��TXH�H[SOLFD�que a única forma de “transporte” GR�YtUXV�SDUD�R�WHUULWyULR�p�DWUDYpV�GH�Hong Kong. E, para isso, assegura, é preciso que a pessoa contaminada SDVVH�QR�SRQWRV�GH�SUHYHQomR�H[LV-tentes nas fronteiras.

Questionado sobre a capaci-dade de resposta dos Serviços de 6D~GH��66��HP�FDVR�GH�FRQ¾UPDomR�de algum episódio, Lam Cheong assegurou que Macau está “pre-parado para responder a eventuais FDVRV³�� H[SOLFDQGR�TXH�� DOpP�GH�H[LVWLU�XPD�VDOD�GH�LVRODPHQWR�FRP����FDPDV�GLVSRQtYHLV�SDUD�SRVVt-YHLV�SRUWDGRUHV�GR�YtUXV��H[LVWHP�medicamentos suficientes para

Metro Consulta

estendida devido

a poucas opiniões Lau Si Io confirmou ontem aos jornalistas que o período de consulta pública sobre as três propostas de traçado do metro ligeiro na zona norte foi alargado, por forma a permitir que a população de outras zonas residenciais possa dar a sua opinião. Isto, porque apenas os residentes da zona norte estavam a opinar. “Parece que a população está mais focada numa proposta do traçado. O GIT já está a dar as informações, mas não temos uma posição definida sobre os três traçados e estamos dispostos a ouvir as opiniões. Por isso prolongamos o período de auscultação para ouvir mais opiniões da sociedade”, garantiu o Secretário.

ÉBOLA MACAU COM “RISCO BAIXO” E TUDO PRECAVIDO

Podemos dormir descansadosresponder aos sintomas da doença, visto que ainda não foi descoberto XP�WUDWDPHQWR�HVSHFt¾FR�TXH�SHU-mita a cura.

Como forma de prevenção, as DXWRULGDGHV�PDQWrP�²RV�ROKRV³�QDV�fronteiras. “Temos medidores de temperatura e, ao detectar pessoas com febre, vamos querer saber se alguma delas viajou para um GRV�SDtVHV�HP�FDXVD�H�VH�H[LVWHP�sintomas da doença. Se tiver, será transportada para o hospital”, es-clareceu Lam.

Durante esta semana, a associa-ção dos Médicos Sem Fronteiras WRUQRX�S~EOLFR�TXH�R�YtUXV�GR�pEROD�está “fora do controlo” na África 2FLGHQWDO�� VHQGR� RV� SDtVHV�PDLV�afectados a Guiné, Libéria e a Serra Leoa. Desde Março foram detec-tados 1201 casos e 672 pessoas já morreram. Dois casos suspeitos

em Hong Kong acabaram por dar negativo.

(VWH�YtUXV�� VHP�FXUD��DWLQJH�XPD�WD[D�GH�PRUWDOLGDGH�GH�����e não se transmite pelo ar, ou seja, a transmissão ocorre através do contacto com sangue, secreções ou fluidos corporais. Os sintomas são vómitos, febre, dores mus-FXODUHV�H�GLDUUHLD��PXLWR�LGrQWLFR�DR� YtUXV� GD� JULSH�� 2� WHPSR� GH�incubação pode variar entre dois a 21 dias.

Lam Cheong informou ainda TXH��DVVLP�FRPR�FRP�R�YtUXV�GR�ébola, as autoridades locais estão DWHQWDV�DR�YtUXV�GR�GHQJXH��GHSRLV�de, há dois dias, surgirem 26 casos na cidade de Guangdong. - H.M.

242,03mil milhões de patacas, reserva

financeira da RAEM até finais

de Junho

“Em todo o ano de 2013, a reserva

¾QDQFHLUD�UHJLVWRX��QR�WRWDO��VDOGRV�QD�ordem dos 4,91 mil milhões de patacas,

representando um acréscimo de 256%

em comparação com 2012”

AUTORIDADE MONETÁRIA E CAMBIAL DE MACAU

AMCM RESERVA FINANCEIRA APLICADA EM MERCADOS INTERNACIONAIS

Com gestores de foraO fraco investimento tem

sido criticado por deputa-dos. Mas a AMCM garante que está a fazer mais. “A AMCM acelerou o processo GD� GLYHUVL¾FDomR� GRV� DFWL-vos da reserva, de modo a introduzir, constantemente,

instrumentos de investimen-tos de uma grande variedade de moedas e de espécies de SURGXWRV� ¾QDQFHLURV�� ������Em todo o ano de 2013, a UHVHUYD�¾QDQFHLUD�UHJLVWRX��no total, saldos na ordem dos �����PLO�PLOK}HV�GH�SDWDFDV��representando um acréscimo de 256% em comparação com 2012.”

YUAN DÁ PREJUÍZO A AMCM assegura que está D�H[SDQGLU��GHVGH�HVWH�DQR��D�GLPHQVmR�GD�UHVHUYD�¾QDQ-ceira e aplicou, pela primeira

vez, fundos no mercado bol-sista. O organismo diz ainda que introduzirá carteiras de acções dos mercados bol-sistas internacionais, ainda que tenha um limite de 500

milhões de dólares ameri-canos para investimentos na China.

Mas, as novidades conti-nuam. De acordo com o rela-tório da AMCM, o organismo

“acabou por tomar a decisão de contratar gestores de fun-GRV�H[WHUQRV�SDUD�DVVHJXUDUHP�a gestão dos investimentos da carteira de acções”.

No primeiro semestre, os investimentos em “ac-ções” consistiram, princi-palmente, nos dos mercados HPHUJHQWHV��1HVWH�SHUtRGR��houve “retornos razoáveis”, diz a AMCM, ainda que VH� WHQKDP� YHUL¾FDGR�� QR�primeiro trimestre de 2014, SUHMXt]RV�QD�RUGHP�GRV������mil milhões de patacas, em FRQVHTXrQFLD�GDV�¿XWXDo}HV�do câmbio do yuan.

O problema, contudo, não se prolongou e os lucros decorrentes dos in-vestimentos acumulados no primeiro semestre de 2014 ascenderam a 370 milhões de patacas. - J.F.

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8 hoje macau sexta-feira 1.8.2014CHINA

O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomendou à China que estabeleça um

objectivo de crescimento do PIB para 2015 que se situe numa taxa entre 6,5% e 7%, abaixo do que as autoridades estabeleceram para este ano, de 7,5%.

No seu último relatório, que analisa a evolução e comportamen-to da segunda economia mundial, a organização garante que uma meta menos ambiciosa “seria coerente com o objectivo de levar a cabo uma transição para um caminho de crescimento mais estável e sustentável”.

Os directores do FMI “concor-dam plenamente” com a vontade do Governo chinês de levar a cabo reformas para reequilibrar o modelo económico do país, e alguns deles consideram que ainda se pode es-tabelecer uma taxa mais baixa para 2015, se depender da velocidade na implementação dessas mudanças.

A China cresceu 7,4% no primeiro semestre, um valor li-geiramente abaixo do objectivo estabelecido para este ano, de 7,5%, já de si uma taxa baixa em comparação com as que o gigante asiático registou durante as últi-mas décadas, quando cresceu a um ritmo anual de dois dígitos.

²2�GHVD¾R�p�PXGDU�GH�YHOR-cidade, reduzir os aspectos mais vulneráveis que se acumularam ao longo dos anos e avançar no caminho do crescimento mais sustentável”, indica o relatório, que acolhe as reformas propostas pelo Executivo chinês.

As autoridades chinesas não vão anunciar a meta de cresci-mento para 2015 até ao início do próximo ano, quando se celebra a reunião anual da Assembleia Na-cional Popular (ANP), o principal órgão legislativo do país.

O FMI baixou na semana passada as perspectivas de cresci-mento do gigante asiático de 7,5% para 7,4% para este ano e de 7,3% para 7,1% para 2015.

A instituição reconhece que a procura interna do país está num nível moderado e que o ritmo de investimento desacelerou, algo que, juntamente com a queda dos preços e a actividade do sector imo-biliário, “está a aumentar os riscos de deterioração da economia”.

Não obstante, também assegura

Mais cem milhões

nas cidades até 2020 A China planeia ajudar cerca de 100 milhões de pessoas sem cartão de identidade urbana a estabelecer-se em vilas e cidades até 2020, segundo uma declaração divulgada pelo Conselho de Estado, gabinete chinês, esta quarta-feira. O texto pretende acelerar a reforma do sistema de cadastro de residência familiar do país, ou “hukou” em chinês. O documento diz que o governo vai suspender as restrições sobre o registo de hukou nas vilas e pequenas cidades, aliviará as regras nas cidades de médio porte e estabelecerá qualificações nas grandes cidades. Os direitos e benefícios dos moradores sem identidade urbana nas cidades onde moram devem ser garantidos, acrescenta o texto.

Angola Executivo

aprova facilitação de

vistos com China e BrasilO Executivo angolano aprovou esta quarta-feira, em reunião do Conselho de Ministros realizada em Luanda, acordos com os governos da China e do Brasil para facilitação de vistos em passaportes. Segundo informação transmitida no final da 6.ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, realizada sob orientação do Presidente José Eduardo dos Santos, em causa está um acordo, esta quarta-feira aprovado, entre os governos de Angola e da China. O entendimento entre Luanda e Pequim prevê, nomeadamente, a “isenção mútua” de vistos em passaportes diplomáticos e de serviço. Na mesma reunião, o Executivo angolano aprovou um protocolo de cooperação com o Governo do Brasil sobre facilitação de vistos em passaportes

ordinários, embora sem adiantar mais pormenores sobre estas

alterações.

EUA pedem

libertação de

intelectual uigurOs Estados Unidos pediram à China, esta quarta-feira, a libertação do intelectual e professor de Economia

Ilham Tohti, uigur acusado de separatista pela Justiça chinesa

no oeste de Xinjiang. Tohti foi preso em Janeiro de 2014. “Estamos preocupados com as informações de que a China condenou o eminente professor de Economia Ilham Tohti”, disse a porta-voz adjunta do Departamento de Estado americano, Marie Harf, à imprensa. “Pedimos às autoridades chinesas que libertem” Thoti e outros seis estudantes também detidos. O governo dos Estados Unidos está “particularmente preocupado com a falta de transparência sobre o seu bem-estar e o acesso a uma representação legal”, acrescentou Harf. Promotores do extremo-oeste da região chinesa de Xinjiang publicaram a decisão na conta oficial do microblog Sina Weibo, o Twitter chinês, depois de apontar Tohti como “suspeito de separatismo”.

FMI CONSIDERA QUE A CHINA DEVE CRESCER ENTRE 6,5% E 7% EM 2015

Acelerar mas com prudênciaO relatório da entidade monetária que analisou o crescimento económico do gigante asiático, apoia as medidas do governo chinês para levar a cabo as reformas, mas recomenda que se estabeleçam metas menos ambiciosas para uma transição mais estável

que as medidas que o Governo chinês adoptou para apoiar o FUHVFLPHQWR� °� EHQHItFLRV� ¾VFDLV�e mais crédito para as pequenas HPSUHVDV�°�VHUmR�H¾FD]HV�SDUD�TXH�a China cumpra este ano a sua meta de aumentar o seu PIB em torno dos 7,5%.

A economia chinesa teve um mau início de ano, mas acelerou

o crescimento durante o segundo trimestre, depois das medidas de estímulo implantadas por Pequim, que incluíram também o investimento público em habi-tação e infra-estruturas.

Alguns analistas pedem que a meta de crescimento seja “mais

¿H[tYHO³�SDUD�������GH�IRUPD�D�KD-ver mais margem para levar a cabo reformas de maior envergadura.

Nesse sentido, o FMI insistiu que a China não deve estimular a sua economia de forma agressiva “a não ser que o crescimento do PIB esteja em perigo real de cair significativamente abaixo do limite estabelecido”.

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hoje macau sexta-feira 1.8.2014 9REGIÃO

A resistência aos fármacos pelo parasita que causa a malária estendeu-se a várias regiões do sudeste

asiático, o que ameaça “seriamente” os programas globais de controlo da doença, informaram ontem fontes FLHQWt¾FDV��

A resistência à artemisina, prin-cipal tratamento contra a malária, generalizou-se nesta região depois de ter sido detectada pela primeira vez em 2005 no oeste do Camboja, onde anteriormente também foram detectadas resistências a outros tra-WDPHQWRV�DFWXDOPHQWH�HP�GHVXVR�

A investigação, publicada na revista “New England Journal of Me-GLFLQH³�DQDOLVRX�������SDFLHQWHV�GD�estirpe mais perigosa do parasita em 10 países da Ásia e África, e detectou uma resistência “estabelecida” no oeste e norte do Camboja, Tailândia, 9LHWQDPH�H�OHVWH�GD�%LUPkQLD�

“Ainda pode ser possível evitar a expansão da resistência do parasita da malária à artemisina na Ásia e até

O partido no poder na Co-reia do Sul aumentou a maioria parlamentar nas

eleições parciais realizadas na quarta-feira, apesar da insatis-fação da opinião pública com a gestão do desastre do ferry Sewol HP�$EULO��

O Partido da Nova Fronteira (NFP, na sigla em inglês, Saeunri, em coreano) da Presidente Park Geun-Hye ganhou 11 dos 15 lugares disputados, aumentando para 158 deputados entre os 300 OXJDUHV�GD�$VVHPEOHLD�1DFLRQDO��

Já o maior partido da oposição – Nova Aliança Política para a Democracia (New Politics Alliance for Democracy ou NPAD na sigla em inglês) – conquistou os rema-nescentes quatro assentos dispo-níveis, alcançando 130 lugares na $VVHPEOHLD�1DFLRQDO�

A Presidente Park Geun-Hye, que assumiu o cargo em Fevereiro de 2013 sob grande apoio popular, viu a sua popularidade afectada QRV� ~OWLPRV�PHVHV� IDFH� j� GH¾-ciente actuação das autoridades

Secretário de Estado norte-americano em Nova Deli para reactivar relações bilaterais

600.000pessoas morrem por ano devido à malária

COREIA DO SUL PARTIDO NO PODER REFORÇA MAIORIA

Urnas quase vazias O secretário de Estado norte--americano, John Kerry, che-

gou esta quarta-feira a Nova Deli para uma visita destinada a reactivar as relações com o gigante asiático e conversações com o primeiro--ministro nacionalista hindu Na-UHQGUD�0RGL��

Esta é a primeira visita de um governante norte-americano depois de Modi ter vencido as eleições JHUDLV�LQGLDQDV�HP�0DLR�

Há quatro anos o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, GH¾QLX� D� UHODomR� ELODWHUDO� FRPR�“uma das alianças decisivas do VpFXOR�;;,³��

Mas a protecção da proprie-dade intelectual - em especial em medicamentos -, a liberalização da economia indiana e os vistos para informáticos indianos foram algumas dos problemas entre os GRLV�SDUFHLURV��

A detenção de uma diplomata indiana em Nova Iorque, no ano passado, depois de alegadamente ter mentido para obter um visto de residência para uma empregada aumentou as tensões entre Nova 'HOL�H�:DVKLQJWRQ��

MALÁRIA RESISTÊNCIA AOS FÁRMACOS EXPANDE-SE NO SUDESTE ASIÁTICO

Quando o perigo bate à porta

na África, mas a janela de oportuni-dade está a fechar-se rapidamente”, disse em comunicado do director do HVWXGR��1LFKRODV�:KLWH��2�HVWXGR�QmR�detectou nenhum tipo de resistência em países africanos analisados como

o Quénia, Nigéria e República Demo-crática do Congo, onde a eliminação do parasita demorava apenas 1,8 horas em relação às sete enfrentadas pelos pacientes da fronteira entre a 7DLOkQGLD�H�R�&DPERMD�

Agora Washington quer reno-var a relação com o gigante asiático e especialmente com Modi, a quem os Estados Unidos negou um visto, em 2005, por alegada implicação no massacre de um milhar de mu-çulmanos em Gujarat, quando era JRYHUQDGRU�GR�HVWDGR��

“Este é um momento poten-cialmente transformador e esta-mos determinados a aproveitar as oportunidades que podemos FULDU³��D¾UPRX�.HUU\�DQWHV�GH�SDUWLU�para Nova Deli, onde na quinta--feira participou na quinta ronda do diálogo estratégico Estados 8QLGRV�ÊQGLD��

Esta sexta-feira, Kerry reúne-se FRP�0RGL���

na resposta ao acidente do Sewol, XP�IHUU\�GH�������WRQHODGDV�TXH�afundou a 16 de Abril, no sul da Coreia do Sul, provocando a morte de cerca de 300 pessoas, a PDLRULD�HVWXGDQWHV�

O partido de Park centrou a sua campanha para as eleições parciais numa mensagem de estabilidade para melhorar a SURVSHULGDGH�HFRQyPLFD�

“Esta é uma mensagem do povo de que devemos parar as

brigas políticas e concentrarmo--nos em melhorar o nível de vida das pessoas”, disse aos jornalistas o chefe o líder do Partido Saenuri, .LP�0RR�6XQJ�

Já o porta-voz do partido social--liberal NPAD, Yoo Ki-Hong, disse que o partido de oposição aceita os UHVXOWDGRV�²FRP�KXPLOGDGH³��

As eleições foram realizadas durante um dia de trabalho, e a adesão às urnas dos eleitores foi EDL[D��HVWLPDGD�HP�DSHQDV���������

“Ainda pode ser

possível evitar

a expansão da

resistência do

parasita da malária

à artemisina na

Ásia e até na África,

mas a janela de

oportunidade

está a fechar-se

rapidamente”

NICHOLAS WHITEDirector de estudo

Nos países africanos, o tra-tamento eliminava em 72 horas o parasita no sangue de todos os pacientes, enquanto no leste da Tai-lândia, 68% continuavam, todavia, LQIHFWDGRV�

“Se a resistência se expande da Ásia a África grande parte do progresso realizado na redução da mortalidade pela malária será revertido”, disse Jeremy Farrar, diretor da Wellcome Trust, organi-]DomR�TXH�¾QDQFLD�D�LQYHVWLJDomR�

“A resistência anti-microbiana HVWi�D�RFRUUHU�DJRUD��,VWR�QmR�p�XPD�DPHDoD�SDUD�R�IXWXUR��e�XPD�UHDOL-GDGH�GH�KRMH³��DFUHVFHQWRX�)DUUDU�

Metade da população mundial está exposta a uma infecção de malária, cuja mortalidade foi redu-zida de 3,3 milhões de pessoas em �����SDUD���������QD�DFWXDOLGDGH��a maioria menores de cinco anos HP�SDtVHV�DIULFDQRV�

Os medicamentos baseados na artemisina são actualmente os únicos GLVSRQtYHLV�SDUD�WUDWDU�D�PDOiULD���

Park Geun-Hye

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hoje macau sexta-feira 1.8.201410 publicidade

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Page 11: Hoje Macau 1 AGO 2014 #3144

hoje macau sexta-feira 1.8.2014 11EVENTOS

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA

Esta é a história de um homem que sonhava com Lourenço Marques. Não com a Lourenço Marques co-lonial e militar - apenas com “a cidade das acácias, a pérola do Índico”, a cidade onde amou pela primeira vez. Vinte e sete anos depois de ter saído de Moçambique, ele regressa para procurar uma mulher, Maria de Lurdes (alias, Sara): de Maputo a Pemba e a Nampula, da Ilha de Moçambique ao Lago Niassa, essa busca transforma-se num discurso iniciático sobre a nostalgia de África, o encontro com Deus, a felicidade, a aceitação, o arrependimento, o amor que se perde e a vida que não se viveu. Uma história inquietante e perturbadora sobre a memória portuguesa de África, longe da guerra e dos complexos de culpa coloniais.

&DIXQp�FHQWUD�VH�QD�¾JXUD�GH�5RGULJR�)DYLQKDV�0HQ-des, um bom malandro que não resiste aos encantos IHPLQLQRV�H�TXH�VH�WRUQD�DPLJR�GH�XP�H[�IUDGH��)UHL�Urbino de Santiago, que acaba por ser o seu conselheiro H�]HODGRU�HVSLULWXDO��e�TXH�5RGULJR�WHP�XP�FRUDomR�gigante onde cabem muitas mulheres bonitas, dispostas a um carinho que ele é incapaz de recusar…

Sonhos, circunstâncias e histórias do quotidiano de João MT, interpretadas visualmente numa exposição que nos convida a celebrar a vidaRICARDO BORGES [email protected]

A Creative Macau inaugura hoje, pelas 18:00 horas, a exposição “Who Can 6WRS�8V�)URP�&HOHEUD-

ting?”, da autoria de João MT.Naquela que é a sua primeira

exposição individual no território, o artista português vai apresentar um total de 89 ilustrações – organi-zadas em quatro secções - que nos convidam a celebrar a vida através dos olhos do ilustrador. Os dese-nhos - realizados desde 2011 até ao presente - são de formato A4, o que convida o público a aproximar-se das obras.

João MT escolheu apresentá--los em forma de instalação, de maneira a proporcionar uma maior interacção do público, fazendo a mostra menos formal e dando a pos-sibilidade de serem feitas diversas interpretações.

Conforme o próprio explicou ao HM, os seus trabalhos “são uma celebração da arte, enquanto a arte é uma celebração da vida”. Ora coloridos e divertidos, ora escuros e sombrios, os desenhos de João MT apresentam um diário criativo da sua vida, sendo inspirados por eventos, pessoas, histórias e até sonhos do quotidiano do artista, que este regista através das suas ilustrações. Nestas peças, João MT vai “ilustrando episódios em que conta a história da sua vida”, dando-lhes “um toque pessoal, por vezes dramatizando e por vezes fantasiando”.

STRESS E CONSUMISMO)RUWHPHQWH� LQVSLUDGR� SRU� -HDQ--Michel Basquiat – um famoso artista americano que começou a VXD�FDUUHLUD�ID]HQGR�JUDI¾WL�H�DUWH�

JOÃO MT APRESENTA ILUSTRAÇÕES NA CREATIVE MACAU

Ninguém nos impede de celebrar

89ilustrações – organizadas

em quatro secções

de rua -, mas também pela pintura tradicional chinesa, devido “ao uso da mancha e do contraste entre o branco e o preto”, “Who Can Stop Us )URP�&HOHEUDWLQJ³�GHVD¾D�R�S~EOLFR�a celebrar a vida e propõe uma ati-tude mais descontraída no dia-a-dia,

“face ao estilo de vida apressado e materialista” da sociedade corrente.

Nas palavras do artista, “nada nos impede de celebrar”, pelo que esta mostra é uma homenagem ao con-vívio entre comunidades diferentes.

Ao invés de muitos artistas que

FRVWXPDP�¾QDOL]DU� R� VHX� WUDEDOKR�no computador através de mani-pulação digital, João MT opta por fazer o contrário: costuma começar FRP� XP� UHJLVWR� IRWRJUi¾FR�� TXH�passa depois pelo computador, mas ¾QDOL]D�WXGR�j�PmR��HVVHQFLDOPHQWH�

através de marcadores ou de tinta da China, pois aprecia a “fragilidade do trabalho manual, em que as linhas se quebram”.

ARTE DE RUAJoão MT descobriu o desenho aos 11 anos, tendo desde aí elegido as artes como a sua forma particular de expressão. Completou o ensino secundário em Macau, onde estudou pintura no Instituto Politécnico. De seguida regressou a Portugal, onde completou um curso de Artes Plásti-cas na Escola Universitária de Artes de Coimbra. Começou a carreira com a pintura, chegando mesmo a ganhar alguns prémios em Portugal e passou depois pela arte de rua, especialmente durante os cinco anos em que viveu na Suécia. Costumava então assinar o seu trabalho com o “tag” MT – que brinca com o som de “empty” -, daí o seu nome artístico João MT.

Contudo, acabou por enveredar pela ilustração, que lhe dá mais liber-GDGH�H�¿H[LELOLGDGH��e�DOJR�TXH��GL]��lhe permite “fazer registos diários”, sendo ao mesmo tempo “mais fácil de arrumar na mala” para quando tiver de partir em viagem, o que faz com frequência.

O facto de Macau não ter um grande mercado de arte não o assusta, antes pelo contrário. Considera isso até uma vantagem, pois “apresenta imensas oportunidades”.

O artista conta permanecer no território, visto querer que os seus ¾OKRV�WHQKDP�FRQWDFWR�FRP�D�FXOWX-UD�FKLQHVD��TXH�WDQWR�R�LQ¿XHQFLRX��Confessa também alguma expectativa TXDQWR�j�UHDFomR�GR�S~EOLFR�DR�VHX�trabalho, o que vai determinar os seus projectos nesta área para o futuro.

A mostra, com entrada livre, vai estar patente até ao dia 20 de Agosto, entre as 14:00 e as 19:00, estando encerrada aos domingos e feriados.

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12 DESPORTO hoje macau sexta-feira 1.8.2014

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AVISO

COBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL

1. Faço sabe que, o prazo de concessão por arrendamento dos terrenos da RAEM abaixo indicados, chegou ao seu término, e, que de acordo com o artigo 53.º da Lei n.º10/2013 << Lei de Terras>>, de 2 de Setembro, conjugado com os artigos 2.º e 4.º da Portaria n.º 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período de dez anos a contar da data do seu tempo, pelo que devem os interessados proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.Localização dos terrenos- Rua da Concórdia, n.º 1 a 25, Rua do General Castelo Branco, n.ºs 7 a 13, Rua Um do Bairro da Concórdia, n.ºs 2 a 26 e Rua do Comandante João Belo, n.ºs 4 a 12, em Macau, (Edifício Wang Fung);- Rua do Comandante João Belo, n.ºs 14 a 22, Rua Um do Bairro da Concórdia, n.ºs 1 a 25, Rua do General Castelo Branco, n.ºs 15 a 21 e Rua Dois do Bairro da Concórdia, n.ºs 2 a 26, em Macau, (Edifício Wang Heng);- Rua da Concórdia, n.ºs 27 a 55, Rua Um do Bairro da Concórdia, n.ºs 28 a 56, Rua do General Castelo Branco, n.ºs 10 a 16 e Rua do Conselheiro Borja, n.ºs 9 a 15, em Macau, (Edifício Wang Fat);- Rua Um do Bairro da Concórdia, n.ºs 27 a 55, Rua Dois do Bairro da Concórdia, n.ºs 28 a 56, Rua do General Castelo Branco, n.ºs 18 a 24 e Rua do Conselheiro Borja, n.ºs 17 a 23, em Macau, (Edifício Vang Cheong); - Rua Um do Bairro da Concórdia, n.ºs 57 a 77, Rua do Conselheiro Borja, n.ºs 12 a 14 e Rua Dois do Bairro da Concórdia, n.ºs 58 a 80, em Macau, (Edifício Industrial Vang Tai);- Rua da Concórdia, n.ºs 57 a 77, Rua do Conselheiro Borja, n.ºs 8 a 10 e Rua Um do Bairro da Concórdia, n.ºs 58 a 78, em Macau, (Edifício Industrial Vang Tak);- Rua de General Castelo Branco, n.ºs 108 a 124, Rua Dois do Bairro da Concórdia, n.ºs 79 a 131, Rua do Conselheiro Borja, n.ºs 107 a 125 e Avenida da Concórdia, n.ºs 76 a 136, em Macau, (Edifício Vang Son);- Rua do Comandante João Belo, n.ºs 108 a 124, Rua Dois do Bairro da Concórdia, n.ºs 5 a 57, Rua do General Castelo Branco, n.ºs 107 a 125 e Avenida da Concórdia, n.ºs 2 a 66, em Macau, (Edifício Vang Kei);- Avenida da Concórdia, n.ºs 159 a 199, Rua do Conselheiro Borja, n.ºs 156 a 176, Pátio da Concórdia, n.ºs 4 a 48 e Travessa Norte do Patane, n.ºs 25 a 31, em Macau, (Edifício Industrial Vang Fu);- Rua Norte do Patane,n.ºs 158 a 192, Rua do Conselheiro Borja, n.ºs 222 a 242, Pátio da Concórdia, n.ºs 5 a 49 e Travessa Norte do Patane, n.ºs 91 a 95, em Macau, (Edifício Industrial Vang Kai).

��� $JUDGHFH�VH� DRV� FRQWULEXLQWHV� TXH�� QR� SUD]R� GH� ��� GLDV� VXEVHTXHQWHV� j� GDWD� GD� QRWL¿FDomR�� VH� GLULMDP� DR�1~FOHR� GD�Contribuição Predial e Renda, situado no rés-do-chão do Edifício “Finanças”, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro de Atendimento Taipa, para levantamento da guia de pagamento M/B, destinada ao respectivo pagamento nas Recebedorias dos referidos locais.

3. Na falta de pagamento da contribuição no prazo estipulado, procede-se à cobrança coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6.º da Portaria acima mencionada.

Aos , 14 de Julho de 2014.

A Directora dos Serviços de Finanças,Vitória da Conceição

Barcelona Neymar acredita

que vai estar a 100% O avançado internacional brasileiro Neymar garantiu ontem que vai estar a “100%” para iniciar a época futebolística 2014/2015 no FC Barcelona e acredita que já vai poder jogar no Troféu Joan Gamper, a 18 de Agosto. “Estou a recuperar pouco a pouco da lesão. Chegarei a Barcelona a 100%. Quero fazer uma boa temporada e estou desejoso de poder ajudar os meus companheiros a conquistar bons resultados”, disse Neymar, durante um evento publicitário realizado em Tóquio. O avançado fracturou uma vértebra durante o jogo entre o Brasil e a Colômbia, dos quartos de final do Mundial2014, que a selecção anfitriã da prova venceu por 2-1.

Trezeguet junta-se a Robert Pires

no campeonato indianoO veterano avançado francês David Trezeguet, dispensado pelo River Plate, vai jogar na próxima época no FC Pune City, anunciaram ontem os organizadores da Superliga Indiana de futebol na sua conta do Twitter. Trezeguet, de 36 anos, vai juntar-se na Índia ao compatriota Robert Pires, de 40 anos, ao lado do qual se sagrou campeão mundial, em 1998, e europeu, em 2000, cuja participação na prova foi anunciada na terça-feira, mas sem ter sido anunciado o clube. A Superliga indiana, que tem início marcado para Outubro, será disputada por oito clubes, cada um dispondo de um jogador estrangeiro que tenha representado o seu país em pelo menos um grande torneio internacional.

Romero�*XDUGLmR�TXHU�¾FDUno Mónaco por questões familiaresEstava tudo acordado para que Romero fosse guarda-redes do Benfica. Mas o internacional argentino decidiu permanecer no Mónaco e deu um passo atrás, por questões familiares. “Quero ficar no Mónaco. Jazmín [filha de Romero] não quer deixar a escola e os amigos”, disse o próprio, a uma televisão da Argentina. O ‘problema’ suscitado pela saída de Oblak, na baliza do Benfica, estava praticamente resolvido, com um acordo quase total entre as partes. Mas o guarda-redes do Mónaco voltou atrás, por questões familiares. “Eu gostaria de ficar no Mónaco. Jazmín [filha de Romero] não quer deixar a escola e os amigos”, disse o guarda-redes titular da baliza da Argentina, no Mundial do Brasil. Mediante esta decisão, o Benfica está no mercado à procura de uma alternativa, sendo que Romero já não faz parte dos planos de Jorge Jesus. O internacional argentino representou a Sampdoria, por empréstimo do Mónaco, e foi atingido um acordo, desfeito à última hora. O Benfica tem, neste momento, apenas dois nomes para a baliza: Paulo Lopes e Artur.

“H ERÓI” na última edição da Volta a França, o ciclista português Tiago

Machado recordou ontem o momento em que, aos 13 anos, cumpriu a sua primeira corrida R¾FLDO��HQYHUJRQKDGR�SRU�WHU�“a pior bicicleta do pelotão”.

Agora que compete lado a lado com os melhores do Mundo, Tiago Machado UHYHORX�TXH�TXDQGR�VH�GH-para com uma qualquer ad-YHUVLGDGH��FRPR�D�YLROHQWD�queda no Tour2104, pensa nos “sacrifícios” que os pais passaram para fazer dele ciclista e é aí que encontra alento e coragem para seguir em frente.

“Não ia deitar a toalha ao chão assim do nada”, referiu o corredor da alemã NetApp-Endura, admitindo que aquela foi “uma queda feia” mas sublinhando que o que sofreu para continuar HP�SURYD�QmR�p�FRPSDUiYHO�

TIAGO MACHADO, DE DONO DA PIOR BICICLETA DO PELOTÃO A HERÓI NO “TOUR”

Antes quebrar que torcer

aos “sacrifícios” que os pais passaram para ele “chegar a ciclista”.

À margem de uma ho-menagem na Câmara de Fa-malicão, concelho de onde

é natural, Tiago Machado FRQWRX�TXH��QD�VXD�SURYD�GH�estreia, em Vila do Conde, só compareceu na linha de partida cinco minutos antes da hora marcada.

²(VWDYD� XP� SRXFR� HQ-YHUJRQKDGR�� SRUTXH� VDELD�que tinha a pior bicicleta do pelotão. Na altura, tinha 13 anos, uma idade crítica”, as-VXPLX�H�UHFRUGRX�TXH�D�SURYD�não correu pelo melhor, tendo chegado “um pouco atrasado” em relação aos da frente, mas não desistiu.

Continuou a pedalar e este ano participou na ²SURYD�UDLQKD³�GR�FLFOLVPR�mundial, a Volta a França, de onde saiu com o epíteto de herói, atribuído, nomea-damente, pelo jornal francês “L’Équipe”.

Na 10.ª etapa do Tour, TXDQGR�RFXSDYD�R� WHUFHLUR�OXJDU�GD�FODVVL¾FDomR�JHUDO��VRIUHX�XPD�TXHGD�YLROHQWD��que o deixou muito mal-WUDWDGR��PDV� OHYDQWRX�VH� H�cumpriu essa etapa até ao ¾P�� FKHJDQGR� Mi� IRUD� GR�tempo limite.

No entanto, a organi-]DomR�GHFLGLX� UHSHVFi�OR� H�Tiago Machado cumpriu a ²*UDQGH�%RXFOH³�DWp�DR�¾P��acabando por ser o melhor português, com um 72.º lugar na geral.

“Na altura, decidi con-WLQXDU�HP�SURYD��1mR�SDUD�ganhar protagonismo mas para dar a certeza aos meus pais, em especial à minha PmH�� GH� TXH� HVWDYD� WXGR�bem, de que não tinha nada partido. A única coisa que a minha mãe me pediu antes da Volta foi que não caísse”, recordou.

Garantindo ser do tipo “antes quebrar que torcer” H� HYRFDQGR� R� GLWDGR� ²GRV�fracos não reza a história”, 7LDJR�0DFKDGR�Mi�SHQVD�QDV�próximas corridas, nas quais promete entrar para “dar o seu melhor”, em nome de Famalicão e de Portugal.

3DUD� Mi�� D� SULRULGDGH� p�UHSDUDU� RV� HVWUDJRV� SURYR-cados pela queda na Volta a França.

“Ainda estou com o chassis um pouco torcido”, admitiu, com humor. - Diário Digital/Lusa

“Ainda estou

com o chassis

um pouco

torcido”

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hoje macau sexta-feira 1.8.2014

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Thomas Lim*

OS SEGREDOS DE UM ACTORCapítulo VII: Audições

*actor e realizador

“Uma coisa a reter: a audição começa mal o actor entra na sala”

É extremamente importante um actor ter experiência em au-dições. Se não for um actor conceituado, o mais provável

é que tenha de participar frequente-mente em castings. Até actores estabe-lecidos passam por este processo. Se já fizer parte da indústria cinematográfica ou teatral de Macau, pode não ter de fazer audições para produções locais, mas terá certamente de as fazer se qui-ser concorrer para posições no estran-geiro.

Recomendo que frequente todas as audições que puder, pois isso ajuda a divulgar o seu nome e a travar conheci-mento com directores de casting, assim como com realizadores e produtores de cinema. Na indústria costuma-se dizer que, se um actor tiver sucesso numa de cada dez audições, então está a traba-lhar bem. Outros falam até numa em cada 50, dependendo do tamanho e da concorrência do mercado em que se está inserido.

Uma audição típica dura normal-mente entre 15 e 30 minutos, sendo aquelas destinadas à indústria cinema-tográfica realizadas, habitualmente, em sessões individuais. Por vezes, pode--lhe ser pedido para filmar ou gravar a sua própria audição e enviá-la depois para a agência responsável. O processo pode ser extremamente intimidativo e é normal uma pessoa sentir-se nervosa. Mas, recomendo que não pense dema-siado na necessidade de ter sucesso - mesmo numa audição importante - de maneira a poder desempenhar melhor o seu papel.

Uma coisa a reter: a audição começa mal o actor entra na sala. Normalmen-te estão presentes três ou mais pessoas: o director de casting, um operador de câmara e um assistente para contrace-nar com o actor. É possível que o rea-lizador ou o produtor também estejam presentes.

Independentemente de quem lá es-tiver, nunca se esqueça de mostrar a sua própria personalidade, pois isso pode contar tanto como as suas técnicas de representação.

A equipa técnica dispõe de apenas 15 minutos para decidir se gosta do actor para lhe dar o papel. Por isso, aproveite bem o tempo e não tente fa-zer passar-se por uma pessoa que não é. Um director de casting experiente consegue facilmente distinguir se está a ser genuíno ou não. Por isso, seja sem-pre sincero.

Quanto a audições para peças tea-trais, estas podem ter lugar individual-mente ou em grupos. Nestes casos, é provável que o encenador esteja pre-sente e que não se realizem filmagens. As audições para o teatro podem testar mais a sua técnica, envolvendo instru-ções mais abstractas: “repita essa cena, com o mesmo diálogo, mas desta vez imagine que é um macaco”, por exem-plo!

Dê o seu máximo e não tenha receios de fazer má figura. Interprete as instru-ções que lhe forem dadas e impressione--os com facetas e técnicas de encenação

que possivelmente nem você sabia que possuía. Os ensaios são também extre-mamente importantes para produções teatrais, por isso pode ser que lhe per-guntem o seu horário, para ver como este se integra com as datas previstas para os ensaios. Se tal se verificar, isso quer normalmente dizer que as suas hi-póteses são boas.

Prepare-se bem, esteja aberto a ins-truções e mantenha-se confiante, pois o resto está fora do seu controlo. Na maioria dos casos, há muitos outros factores - como o seu horário ou a sua compatibilidade com os outros actores - que determinam se consegue o papel ou não. Por isso, não perca o entusias-mo e nunca leve as rejeições pessoal-mente.

Se fizer boa figura numa audição, ficará em mente para outras produções mesmo que não consiga o papel desta vez. É normal os actores levarem as re-jeições a peito, pois o seu produto aca-

ba por ser o seu próprio corpo. Mas é importante não pensar desta maneira.

Ao mesmo tempo, pode ser que o realizador goste da sua personalidade mas não do seu desempenho, o que provavelmente implicará que não con-siga o trabalho. Por isso, as técnicas de representação também são muito im-portantes para as audições.

É essencial dominar todas estas áreas e não esquecer que, na verdade, o pro-cesso começa ainda antes de você entrar na sala. As audições servem para testar a sua técnica, mas também para descobrir se você é fiável - seja sempre pontual - e se vai ser fácil ou difícil lidar consigo. Por isso, esforce-se por ser agradável durante este processo.

Lembre-se também que o director de casting tem esperança que você ve-nha a obter o papel, caso contrário, não perdia tempo consigo. Por isso tente não estar nervoso. Lembre-se do tex-to que preparou e mantenha-se aberto a sugestões para o representar de uma maneira diferente - não interpretando isto de uma maneira negativa. A seguir, espere pelo melhor.

Como mencionei, há muitos ou-tros factores que influenciam a deci-são final. O mais importante é a dis-ponibilidade do actor, assim como o seu aspecto visual, se é, por exemplo, apropriado às características da perso-nagem. É necessário também conside-rar se a sua altura é compatível com a estatura dos outros actores com quem vai ter de contracenar, por exemplo. Por isso o seu desempenho pode não ser suficiente para obter o trabalho. No final de tudo, o actor que melhor se adaptar a todos os requisitos é que obtém o papel.

Mais uma vez, esforce-se por ir a to-das as audiências que conseguir e tente conhecer o maior número possível de realizadores, produtores e directores de casting. É normal que estes gostem de um actor, mas não o possam contra-tar visto este não preencher todos os requisitos para a produção. Mas de cer-teza que esse actor fica na memória dos mesmos para projectos futuros.

UM DIRECTOR DE CASTING EXPERIENTE CONSEGUE FACILMENTE DISTINGUIR SE ESTÁ A SER GENUÍNO OU NÃO. POR ISSO, SEJA SEMPRE SINCERO

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hoje macau sexta-feira 1.8.201414 h

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A Embaixada Cristã Japonesa ao Papa, preparada por Va-lignano e que ia a Roma com representantes em nome de

três importantes senhores do Japão, via-java já há mais de dois anos e meio.

De Nagasáqui, no Japão, partira na nau do Trato a 20 de Fevereiro de 1582 e chegara a Portugal a 8 de Agosto de 1584, onde primeiro em Cascais desembarcou o Padre Nuno Rodrigues.

Vinte e sete dias esteve a Embaixa-da em Lisboa hospedada na Casa de São Roque, Casa Professa da Compa-nhia de Jesus fundada em 1553. Nos Paços da Ribeira foi recebida muitos dias depois pelo Cardeal Alberto, Ar-quiduque da Áustria, Governador de Portugal entre 1583 e 1598, onde ser-viu como intérprete o Padre Diogo de Mesquita. Visitou depois o Arcebispo de Lisboa, D. Jorge de Almeida e foi ver os mosteiros de Nossa Senhora da Graça, dos monges Agostinhos e o dos Lóios, em Alfama, seguindo de-pois para o Hospital d´el-Rei (De To-dos os Santos) onde admiraram as ain-da frescas pinturas das paredes. Dias mais tarde seguiu a Embaixada para Sintra onde, desde 14 de Agosto se encontrava o Cardeal e nos meses de Verão era refúgio para a Corte Real. Também a curiosidade de ver os trajes tradicionais do Japão levou o Cardeal a chamar a Embaixada até si, já que na primeira vez os japoneses se tinham apresentado com “mantos pretos gros-seiros de algodão e roupeta de seda”. A Embaixada ofereceu ao Cardeal Al-berto um copo de corno de rinoceron-te com pé em prata.

Dos Paços de Sintra saíram para ir dormir próximo, no Mosteiro de Pe-rolonga (Penha Longa, o mais antigo Mosteiro dos Jerónimos) dos frades de São Jerónimo. No dia seguinte, seguiram para um outro mosteiro da mesma Ordem, o de Nossa Senho-ra da Penha de Sintra e no cimo da serra, os embaixadores merendaram, presenteado por uma deslumbrante paisagem, tendo aí chegado de mula, já que o coche ficou a meio do per-curso. De volta a Lisboa, sempre no coche do Cardeal, visitaram próximo do Rossio o Mosteiro de S. Domin-gos e em romaria foram até à Ermida de Nossa Senhora da Luz. Pelo Tejo, de barco chegaram ao Mosteiro de

EMBAIXADA JAPONESA NA PENÍNSULA IBÉRICA NO SÉCULO XVI

Belém, tendo-o visitado, tal como a Fortaleza de São Julião da Barra, em Oeiras.

No dia 4 de Setembro de 1584, an-tes da Embaixada deixar Lisboa com destino a Évora, mandou o Cardeal “trezentos cruzados para o caminho e juntamente um passaporte para até Ma-drid os deixarem passar livremente sem lhes bolirem no fato.”

Ao saírem da Casa de São Roque, seguiram a pé, cada um acompanhado por três ou quatro padres, até ao cais onde embarcaram para atravessar o Rio Tejo, desembarcando na Aldeia Gale-ga, hoje Montijo.

VISITA AO ALENTEJO NARRADAPELO PADRE LUÍS FRÓIS

Desde a Aldeia Galega, a Embaixada, em coche que o Arcebispo de Évora lhes enviou, seguiu pelo Alentejo, vi-sitando durante oito dias Évora. Já na jornada seguinte, faltando menos de uma légua para chegar a Vila Viçosa, de um dos coches “acertou o Irmão Jorge por desastre a cair; e como as rodas são velozes e furiosas, por muito pequeno espaço o não levou debaixo e fez em pedaços, passando-lhe por cima do mantéu.”

Vila Viçosa, onde se encontrava o Duque de Bragança, D. Teodósio II (1568-1630), era um dos locais resi-denciais dos Duques de Bragança e aí estava a Corte da mais poderosa Casa Senhorial portuguesa. Poucos anos tinham ainda passado desde a liberta-ção de D. Teodósio, feito prisioneiro em 1574 na Batalha de Alcácer-Quibir e que depois, em 1582, sucedeu a D. João como Duque de Bragança.

Diz o Padre Luís Fróis S.J. que, a Embaixada quando chegou a Vila Vi-çosa foi directamente para o Mosteiro de Santo Agostinho, onde a esperava o Duque e a Duquesa mãe, D. Catarina, neta do Rei D. Manuel I, com música e missa solene. Se os cumprimentos foram feitos com um intérprete, alter-nadamente nas línguas nativas dos in-tervenientes, após estas formalidades, a conversa amena e informal decorreu em português, pois a longa estadia dos

japoneses com os padres jesuítas e so-bretudo com Diogo de Mesquita S.J., assim já lhes permitia. Finda a missa da celebração da festa de S. Nicolau de Tolentino, foi o Duque a cavalo acompanhado pelos seus três irmãos, enquanto os jovens Senhores japone-ses seguiram no coche de D. Catari-na, rumo ao Paço. Aí, o espanto dos japoneses, por eles relatado: “Entrei na cozinha do Duque, e segundo me disseram não há naquele paço um pra-

“A CONVERSA AMENA E INFORMAL DECORREU EM PORTUGUÊS, POIS A LONGA ESTADIA DOS JAPONESES COM OS PADRES JESUÍTAS E SOBRETUDO COM DIOGODE MESQUITA S.J., ASSIM JÁLHES PERMITIA”

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15 artes, letras e ideiashoje macau sexta-feira 1.8.2014

to de estanho, assim para os hóspedes, como para os da casa. E os pratos que estão mal tratados estão por casa bota-dos, que parece se não faz caso deles. E até os caldeirões com que tiram a água, e uma bacia grande de doze ou treze palmos em roda para lavar os pés, tudo era de prata.”

Dos dois dias e meio que no Paço de Vila Viçosa estiveram hospeda-dos os embaixadores, só D. Catarina, por quatro ou cinco vezes os recebeu, sendo uma, para que os japoneses des-filassem pela sala com os seus trajes tradicionais. Também “todos os dias pela manhã lhes mandava um moço de câmara com uma grande panela de pra-ta de açúcar rosado para comerem um bocado por causa das calmas. E para lhes fazer mais intrínseco gazalhado, fazia diante deles tanger suas criadas e cantar com tranquila e honesta música.

“NO COCHE DO DUQUE FORAM ATÉ ELVAS E DEPOIS NAS SUAS MONTADAS PASSARAM POR BADAJOZ E APÓS MÉRIDA, AO QUINTO DIA DE VIAGEM CHEGARAM AO FAMOSO CONVENTO DE MONGES DE S. JERÓNIMO”

Muito se admiraram todos de os ver tanger e descantar com viola e cravo.”

Entre os japoneses, Mancio era o favorito do Duque de Bragança, que o colocava sempre sentado a seu lado.

EM TOLEDO

Encontramos a Embaixada agora, 18 de Setembro de 1584, a deixar Vila Viçosa após receber do Duque de Bragança, D. Teodósio II, duzentos cruzados para os gastos da jornada e outras prendas, como umas luvas cheirosas que ofere-ceu a cada um.

Os embaixadores japoneses eram Mancio Itoo, enviado do dáimio de Bungo, D. Francisco Otomo Yoshishige, Miguel Chijiwa, enviado dos dáimio de Arima e de Omura, respectivamente D. Protasio Arima Harunobu e D. Bartolo-mé Omura Sumitada e traziam com eles

Martin Hara e Julian Nakaura, ambos filhos de vassalos de Omura. Seguia-os apenas o japonês Constantino Doura-do, como ajudante e muitas vezes regis-tando por escrito episódios da viagem. Já o Irmão Jorge Loyola tinha ficado em Lisboa a aprender a arte de tipógrafo.

No coche do Duque foram até Elvas e depois nas suas montadas passaram por Badajoz e após Mérida, ao quin-to dia de viagem chegaram ao famoso convento de monges de S. Jerónimo, dedicado a Nossa Senhora de Guada-lupe. Grande centro religioso, onde os embaixadores receberam os sacramen-tos da penitência e eucaristia e de onde seguiram por Talavera para chegar a Toledo, cidade de muitas capitais.

Em Toledo, a Embaixada ficou hos-pedada no Colégio que aí tinha a Com-panhia de Jesus. Vinte dias se demoraram nesta magnífica cidade, altura em que Mi-guel Chijüwa (Chiquiva) adoeceu, o que fez demorar um pouco mais a viagem.

Mas não foi mal empregue o tempo que por aí se demoraram. Resplandecen-te, Toledo mantinha a sua grande im-portância, ainda a respirar a herança de capital de Castela-a-Velha, apesar de em 1561 o Rei Filipe II ter mandado construir Madrid como capital das Espanhas.

O Arcebispo da Sé de Toledo, D. João de Mendonça, foi visitar os em-baixadores muitas vezes, assim como os banqueteou em sua casa, tendo-os levado no seu coche a ver a antiquís-sima cidade. Entre os grandiosos edifí-cios públicos, mais de sessenta igrejas, muitos mosteiros e conventos e oito hospitais, destacou-se a arquitectura da Catedral, com o grande campaná-rio de sete andares com onze sinos. No interior da Catedral, numa das cinco distintas partes, visitaram o jazigo dos antigos soberanos de Castela.

Tal como o aqueduto, que leva a água do Tejo até à cidade, era digno de admiração um relógio “com quatro palmos de alto, que descreve todos os movimentos e rotações dos corpos celestes e as estrelas errantes (come-tas), o nascimento e o ocaso dos doze signos do Zodíaco e o curso do Sol e da Lua, sem haver um único dos mo-vimentos do Céu que os astrónomos contemplam, que não se represente ali pontualissimamente em seus próprios anos, meses e dias, não faltando sequer a indicação do áureo número e da letra dominical correspondente a cada ano.”

Após receber a visita de inúmeros fidalgos, a Embaixada partiu no dia 19 de Outubro para Madrid.

ENCONTRO EM MADRID COM O REI

A Embaixada chegou no dia seguinte, 20 de Outubro de 1584 a Madrid e ao seu encontro veio uma enorme quanti-dade de coches e liteiras transportando a fina-flor da nobreza. Esta multidão acompanhou-os até ao Colégio da Companhia de Jesus, onde os padres os acolheram extremosamente e logo os levaram à igreja a dar graças a Deus.

Madrid fora uma pequena vila serra-na, envolvida por um bosque, situada no cruzamento de estradas no centro da Pe-nínsula Ibérica e por tal, escolhida muitas vezes para a estadia dos Reis Católicos. Também por estar no centro (e não no meio, senão seria Lisboa a capital escolhi-da) Filipe II em 1561 elegeu Madrid para construir a capital do seu Império. De três mil habitantes, em poucos anos muitas igrejas se ergueram e nas margens do Rio Manzanares, rapidamente Madrid se tor-nou numa próspera e magnífica cidade. E foi com essa nova e reluzente imagem que os embaixadores japoneses a visita-ram em carroças reais.

A 11 de Novembro de 1584, os em-baixadores assistiram na Igreja de S. Jerónimos à cerimónia de juramento do príncipe herdeiro D. Filipe, quan-do este tinha 6 anos. No trono real, a acompanhar o Rei Filipe II, o seu filho príncipe herdeiro D. Filipe, que viria a ser o Rei Filipe III, nascido a 15 de Abril de 1578 de Ana de Áustria, esposa do quarto e último casamento do Rei Filipe II. Ao lado, a irmã mais velha do Rei, Maria da Áustria (1528-1603), viúva do Imperador Maximiliano e as infantas D. Isabel e D. Catarina, filhas do terceiro casamento de Filipe II com a francesa Isabel de Valois. Na tribuna fronteira ao trono real, encontravam-se o núncio do Papa e os embaixadores, de Henrique III Rei da França, da República de Veneza e outros príncipes. Junto ao altar estava o Cardeal Granvella, Arcebispo de Tole-do e mais oito bispos. Os embaixadores japoneses sentaram-se na tribuna da ca-pela-mor, conjuntamente com fidalgos de primeira nobreza.

Como o espaço da igreja não era suficiente para albergar os nobres e o povo dos catorze reinos das Espanhas, apenas foram convidados os de Cas-tela-a-nova e os de Castela-a-velha. A cerimónia foi celebrada pelo Arcebispo de Toledo e quando terminou a missa procedeu-se ao juramento, que se ini-ciou pela imperatriz viúva Maria, como princesa de Castela e pelas duas infan-tas suas sobrinhas.

A Audiência da Embaixada com o Rei Filipe II só no dia seguinte é que se realizou.

COLÉGIO DE TODOS OS SANTOS, UNIVERSIDADE DE ÉVORA

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TEMPO POUCO NUBLADO MIN 28 MAX 34 HUM 60-90% EURO 10.7 BAHT 0.2 YUAN 1.2

ACONTECEU HOJE 1 DE AGOSTO

João Corvofonte da inveja

Ó oscura noche a devorar o labirinto...

Pu Yi

LÍNGUADE gATO

16 hoje macau sexta-feira 1.8.2014

H O J E H Á F I L M E

(F)UTILIDADES

Morre Corazón Aquino, a mãe da liberdade filipina

Diz que disse

$¾QDO�VHPSUH�Ki�DFWLYLGDGHV�VREUH�R�´UHIHUHQGR�FLYLOµ��$L�GHVFXOSHP��DJRUD�FKDPD�VH�²VRQGDJHP³�VREUH�DV�HOHLo}HV�GR�&KHIH�GR�([HFXWLYR����2X�SHOR�PHQRV�IRL�LVVR�TXH�R�WULEXQDO�GHFLGLX�GL]HU�VREUH�R�FDVR�VREUH�R�TXDO�GHFLGLX�QmR�GHFLGLU��&RQIXVR"�1HP�SRU�LVVR�%HP��FRPHFHPRV�SHOR�LQtFLR��WHQKR�YLVWR��RXYLGR�H�OLGR�DV�QRWtFLDV�H�FKHJR�j�FRQFOXVmR��SDVVDGR�TXDVH�XP�PrV�GH�GHEDWH�DFHUFD�GD�PDWpULD��TXH�JUDQGH�SDUWH�GD�FHOHXPD�WHYH�RULJHP�QXPD�HQRUPH�H�FDWDVWUy¾FD�IDOWD�GH�FRPXQLFDomR��e�TXH�DV�SULPHLUDV�SDODYUDV�GR�*RYHUQR�VREUH�D�UHDOL]DomR�GR�´UHIHUHQGR�FLYLOµ�GHUDP�D�HQWHQGHU�TXH�R�SRGHU�YLJHQWH�FRQVLGHUDYD�D�LQLFLDWLYD�²LOHJDO³��PDV�QmR��2�TXH�IRL�GLWR�HUD�TXH�RV�VHXV�UHVXOWDGRV�QmR�WHULDP��QXQFD��YDORU�OHJDO��3RUTXr"�3RUTXH�D�UHDOL]DomR�GH�XP�UHIHUHQGR�QD�YHUGDGHLUD�DFHSomR�GD�SDODYUD�H�FRPR�H[LVWH�QRXWURV�SDtVHV��QmR�YLJRUD�QD�/HL�%iVLFD��GRFXPHQWR�UHJXODGRU�GD�5$(0��$Wp�DJRUD�QmR�PH�SDUHFH�TXH�WHQKD�VLGR�GLWD�TXDOTXHU�FDO~QLD��2�SUREOHPD�VXUJH�°�SRU�IDOWD�GH�YRFDEXOiULR��Pi�WUDGXomR�RX�TXDOTXHU�RXWUD�PDOHLWD�GH�YLYHUPRV�SRU�WHUUDV�PDFDtVWDV�°�TXDQGR�UHEHQWD�XPD�RQGD�GH�UHSUHVHQWDQWHV�GRV�PDLV�GLYHUVRV�yUJmRV�SULYDGRV�H�S~EOLFRV��D¾UPDQGR��DVVHUWLYDPHQWH��TXH�R�([HFXWLYR�KDYLD�FRQVLGHUDGR�D�UHDOL]DomR�GDV�DFWLYLGDGHV��XPD�SUiWLFD�LOHJDO�HP�VL��%HP��WXGR�LVWR�SDUD�YRV�GL]HU�TXH�¾QDOPHQWH�HVWRX�DOLYLDGR�SRU�WXGR�HVWDU�FODUR��HPERUD�FRQVLGHUH�TXH�QmR�SHODV�UD]}HV�PDLV�OyJLFDV��2�UHVSRQViYHO�SHOD�LQWHUSRVLomR�GR�GLWR�UHFXUVR�QR�WULEXQDO�YHLR�D¾UPDU�TXH��GH�DFRUGR�FRP�D�LQWHUSUHWDomR�GRV�MXt]HV�GD�LQVWkQFLD�MXGLFLDO��DV�DFWLYLGDGHV�LQVFULWDV�QR�GRFXPHQWR�HQWUHJXH�QmR�SRGHULDP�VHU�FRQVLGHUDGDV�LOHJDLV�SRUTXH�VmR�FRQGXFHQWHV�FRP�D�UHDOL]DomR�GH�XPD�VRQGDJHP��3RU�RXWUR�ODGR��QmR�TXLVHUDP��PXLWR�SURYDYHOPHQWH��OHYDQWDU�PDLV�RQGDV�GR�TXH�DV�TXH�Mi�IRUDP�OHYDQWDGDV��(Q¾P��6y�¾FR�IHOL]�SRU�WXGR�HVWDU�QRYDPHQWH�QR�GHYLGR�VtWLR��2X�SHOR�PHQRV�SHUWR�GLVVR��

OS CINCO ANOS ROUBADOS(WONG CHUN CHUN, 2013)

+R�0DQJ�HUD�XPD�PXOKHU�TXH�YLYLD�XPD�YLGD�IHOL]�FRP�D�IDPtOLD�H�QR�WUDED�OKR��0DV�XP�GLD�DFRUGRX�SDUD�GHVFREULU�TXH�Mi�VH�GLYRUFLRX�GR�PDULGR��&KH�8��Ki�GRLV�DQRV��H�TXH�R�PDULGR�DWp�Mi�WHP�RXWUD�QDPRUDGD��1D�UHDOLGDGH��+R�0DQJ�SHUGHX�D�PHPyULD�FLQFR�DQRV�GHSRLV�GH�XP�DFLGHQWH�GH�FDUUR�H�Vy�VH�OHPEUD�GRV�WHPSR�PDUDYLOKRVRV�TXH�SDUWLOKDYD�FRP�&KH��+R�DLQGD�DPD�PXLWR�R�PDULGR�H�TXHU�VDEHU�R�TXH�URXERX�RV�VHXV�FLQFR�DQRV��&RP�UHDOL]DomR�GH�XPD�FLQHDVWD�GH�+RQJ�.RQJ�H�SURWDJRQLVWDV�GH�7DLZDQ����%DL�%DLKH�H�-RVHSK�&KDQJ����´2V�&LQFR�$QRV�5RXEDGRVµ�PHUHFHX�HORJLRV�GH�7DLZDQ��GR�LQWHULRU�GD�&KLQD��GH�+RQJ�.RQJ�H�DWp�GH�0DFDX����Flora Fong

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SALA 1BREAK UP 100 [B]

STEP UP ALL IN [B]

SALA 2PLANES 2: FIRE & RECUE [A]

THE FAULT IN OUR STARS [B]

SALA 3DORAEMON THE MOVIE: NOBITA IN THE NEWHAUNTS OF EVIL-PEKO AND THE FIVE EXPLORERS [A]

DAWN OF THE PLANET OF THE APES [B]

Page 17: Hoje Macau 1 AGO 2014 #3144

HOJE MACAU

hoje macau sexta-feira 1.8.2014 17PERFILCHANNEL DELUNA, CABELEIREIRO

“AINDA TENHO MUITO PARA

VER E APRENDER”FIL IPA ARAÚJO [email protected]

E STÁ em Macau apenas há três anos, mas já todos o conhecem: Channel. “Não é este o meu nome, mas prefiro

ser tratado assim”, assegura. O cabeleireiro filipino - que conta com

mais de 26 anos de carreira - adora ser cria-tivo, mas sabe que grande parte dos seus clientes não fogem ao “penteado clássico”. São os artistas do espectáculos dos casinos que, de vez em quando, deixam que a sua “magia aconteça”.

Começou a cortar cabelos aos 18 anos nas Filipinas, seu país de origem, e rapidamente criou uma “clientela fiel”, onde se incluiu algumas figuras públicas das ilhas. “Gosto muito desta profissão”, diz, confessando que foi sempre esta área à qual esteve dedicado.

Em três anos de residência em Macau, Channel já se tornou figura conhecia da cidade e, talvez por isso, se explique a fila com mais de seis pessoas às onze da manhã, à porta do ‘Blossom’, onde trabalha.

“E por falar em portugueses,

sabia que sou eu que corto

o cabelo ao cônsul-geral

português Vítor Sereno?”

“Tenho sempre muito trabalho, ainda bem”, confessa o cabeleireiro, explicando que “grande parte dos penteados são os chamados cortes clássicos, tanto de homens como mulheres”. A particularidade deve-se ao facto de este grupo de clientes trabalhar em hotéis ou casinos e “não poderem usar penteados irreverentes”.

“Também não me importo, porque gosto de fazer qualquer penteado, não tenho um preferido”, conta.

É no salão de beleza ‘Blossom’ que Channel passa grande parte do seu tempo. O cabeleireiro explicou ao HM que aceitou a oportunidade mal esta surgiu. “A Marissa [dona do espaço] é filipina e procurava alguém que também o fosse, porque tinha muitos clientes conterrâneos. Experimentei e não estou nada arrependido”.

A verdade é que aos poucos e poucos, Channel conquistou um público além fron-teiras. “Tenho clientes de muitas nacionali-

dades. Americanos, franceses, indonésios, malaios - claro muitos filipinos - também te-nho clientes da África do Sul e portugueses”, conta. “E por falar em portugueses, sabia que sou eu que corto o cabelo ao cônsul-geral português Vítor Sereno?”, gaba-se.

A “fama” dos clientes não é algo novo para Channel. “Já nas Filipinas eu tinha muitos clientes famosos. Artistas de cine-ma, da televisão, lutadores de boxe e outras figuras públicas. Era um salão frequentado por pessoas dessa área”, conta o cabeleireiro.

É com o pessoal e os artistas dos casinos que Channel tem oportunidade de “dar asas à imaginação” e criar penteados e cortes mais criativos. “Gosto muito quando os artistas vêm cá e me deixam ‘brincar’. Posso usar cor, cortar mais aqui, fazer caracóis ou ali-sar de um lado. O que eu quiser e o cliente também”.

A vida de Channel enquanto cabeleireiro por conta de outrem parece satisfazer o cabe-OHLUHLUR�TXH�D¾UPD��FRQWXGR��TXH�HVWD�QmR�YDL�ser sempre a sua casa. Quando questionado sobre a hipótese de criar o seu próprio negócio e abrir um espaço seu, Channel mostra-se reticente. “Vou ser sincero, não tenho gran-de interesse em fazer uma coisa dessas. Os PHXV�SODQRV�GH�IXWXUR�QmR�SDVVDP�SRU�¾FDU�em Macau. Eu gosto de aqui estar, mas não é aqui que eu quero morrer”, conta. “Ainda tenho muito para ver e aprender, portanto abrir um salão de beleza iria prender-me a Macau”.

Foi essa sede de conhecimento e expe-riência que trouxe Channel até ao território. E que, ao que parece, o levará noutras aven-turas. “Adoro viajar, gosto mesmo muito. Há pouco tempo estive na Alemanha e aprendi um pouco mais sobre a minha área. Aproveito as viagens para conhecer os locais, a cultura dos povos e também ver as novas tendências na minha profissão.”

As modas europeias, e não só, não passam ao lado do artista dos cabelos que agora planeia - já para este ano - uma visita a Portugal. Mas é na cidade das luzes que o futuro pode sorrir a Channel.

“Este ano vou visitar Portugal, mas é em Paris que quero ficar uma temporada no futuro para me tornar um melhor profis-sional e quem sabe trabalhar um pouco por lá”, confessa.

Enquanto não parte em novas aventuras, os clientes do Channel poderão aproveitar o cabeleireiro para, quem sabe, arriscar num novo visual. Channel e o seu talento estão disponíveis seis dias por semana, bem ali, junto à Igreja de São Lourenço.

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18 OPINIÃO hoje macau sexta-feira 1.8.2014

E XISTIA o sonho de que a his-tória tal como era conhecida terminava com o desmem-bramento da União Soviética, a hegemonia da democracia liberal e o capitalismo. As atenções convergiram no crescimento económico, mas a história imperturbável e serena continua e regista de

forma cruel, como o demonstrou a ocupa-ção russa da Crimeia, e as novas tensões que produziram o Irão, Israel, e a Síria. Os Estados Unidos que parecem estar em reti-rada, procuraram alterar a política mundial e a ordem global por si imposta. A tese tem opositores com importantes argumentos. É a grande polémica do momento.

O ideólogo americano, Francis Fukuya-ma, publicou, em 1992, o controverso livro LQWLWXODGR�²2�¾P�GD�KLVWyULD�H�R�~OWLPR�KR-mem”, onde defende a tese de que a história da humanidade, considerada como uma luta entre ideologias, tinha terminado com a que-da da União Soviética, no entendimento, de que talvez não estivéssemos apenas a assistir DR�¾QDO�GD�*XHUUD�)ULD�RX�D�XPD�VLPSOHV�transição de um período histórico a outro, PDV�WDPEpP�DR�¾P�GD�KLVWyULD�WDO�FRPR�D�concebíamos, ou seja, ao termo da evolução ideológica da humanidade e da universali-zação da democracia liberal ocidental como IRUPD�~OWLPD�GH�JRYHUQR�KXPDQR��

O dito autor confessou que a ideia do ¾P�GD�KLVWyULD�WLQKD�VLGR�UHWLUDGD�GR�¾Oy-sofo alemão Friedrich Hegel, que enquanto escrevia sobre um acontecimento histórico considerado decisivo, avisava que a concor-UrQFLD�H�R�FRQ¿LWR�QmR�GHVDSDUHFHULDP�GR�mundo, que é exactamente o que se passou e está a acontecer. O cenário mundial, desde o início do ano tem revelado as rivalidades geopolíticas existentes.

$�5~VVLD�LQYDGLX�D�SHQtQVXOD�GD�&ULPHLD��a China tem vindo a reiterar a soberania sobre águas costeiras e o Japão tem replicado com R�IRUWDOHFLPHQWR�GD�VXD�HVWUDWpJLD�PLOLWDU��R�Irão tentou usar as suas alianças com a Síria e com o Hezbollah, organização terrorista islâmica chiita do Líbano para dominar o Médio Oriente. Os Estados Unidos e a Europa estão seriamente preocupados com tais situações, pois preferiam abandonar as questões geopolíticas territoriais e o domí-nio militar para se concentrarem em temas como a ordem e a governança global, o império da lei, a liberalização do comércio e as mudanças climáticas.

O objectivo mais importante da política externa dos Estados Unidos e da União Eu-

“What we may be witnessing in not just the end of the Cold War, or the passing of a particular period of post-war history, but the end of history as such: that is, the end point of mankind’s ideological evolution and the universalization of Western liberal democracy as the final form of human government.”

The End of History and the Last Man Francis Fukuyama

O erro do fim da história

“Se adoptamos uma visão

hegeliana do processo

histórico deveríamos admitir

que pouco mudou desde o

início do século XIX”

URSHLD��GHVGH�R�¾P�GD�*XHUUD�)ULD�WHP�VLGR�o afastamento das relações internacionais do exercício sem vantagens para as enquadrar HP� DFRUGRV� TXH� D� WRGRV� SRGH� EHQH¾FLDU��As potências ocidentais devem considerar que os países que forcem as relações in-WHUQDFLRQDLV� SDUD� FRQ¿LWRV� DQWLJRV� FRPR�o da Ucrânia, não apenas gastam tempo e energia em tais questões que não deixam de ser importantes, mas que mudam a natureza da política internacional.

Os ocidentais nunca deveriam ter espe-rado que desaparecesse a antiga geopolítica FRPR� D¾UPRX� +HJHO� H� DSHQDV� R� ¾]HUDP�porque interpretaram de forma errónea o VLJQL¾FDGR�GR�FRODSVR�GD�8QLmR�6RYLpWLFD��traduzido no triunfo ideológico da democra-cia capitalista liberal sobre o comunismo, mas não no enfraquecimento e abandono das potências mais fortes. A China, Irão e D�5~VVLD�QXQFD�DFUHGLWDUDP�QR�DFRUGR�JHR-SROtWLFR�TXH�VH�VHJXLX�j�*XHUUD�)ULD�H�TXH�sempre têm tentado contradizer.

$TXDQGR�GR�WHUPR�GD�*XHUUD�)ULD��PXL-tos americanos e europeus alimentavam a esperança de que se tinham solucionado as mais inquietantes questões geopolíticas. Tendo como excepção alguns problemas relativamente menores, como a ex-Jugos-OiYLD�H�R�FRQ¿LWR�HQWUH�,VUDHO�H�D�3DOHVWLQD��

QRYDPHQWH� LQWHQVL¾FDGR� GH� IRUPD� EUXWDO��acreditavam que os grandes problemas de política mundial não seriam sobre fronteiras, bases militares, autodeterminação ou esferas GH�LQ¿XrQFLD��

2V� DFRUGRV� SRVWHULRUHV� j�*XHUUD� )ULD��QD� (XURSD�� LPSOLFDUDP� D� XQL¾FDomR� GD�Alemanha, o desmantelamento da União Soviética e a incorporação à OTAN e à União Europeia dos países do Leste da Europa e GDV�UHS~EOLFDV�EiOWLFDV��1R�0pGLR�2ULHQWH�os sunitas que eram aliados dos Estados Unidos (Arábia Saudita, seus aliados do *ROIR��(JLSWR�H�7XUTXLD��IRUDP�GRPLQDGRV�H�GHX�VH�R�GXSOR�FRQ¿LWR�GR�,UmR�H�,UDTXH��

$�ÇVLD��¾FRX�PDUFDGD�SHOR�GRPtQLR�LQ-contestável dos Estados Unidos, mediatizado por um conjunto de relações de segurança e cooperação militar com o Japão, Coreia do Sul, Austrália, Indonésia e outros aliados. Todavia, a estabilidade dos acordos dependia da estabilidade das relações que os susten-tavam e muitos no Ocidente amalgamaram as condições geopolíticas da época com o UHVXOWDGR� ¾QDO� GD� OXWD� LGHROyJLFD� HQWUH� D�democracia liberal e comunismo soviético.

O livro de Francis Fukuyama, quiçá, contribuiu para divulgar o erro de que o FRODSVR�GD�8QLmR�6RYLpWLFD�QmR�Vy�VLJQL¾-cava o desaparecimento da luta ideológica no mundo, mas também que a geopolítica DWLQJLD�R�VHX�¾P��7DO�YLVmR�OHYDULD�QR�IXWXUR��que os países deveriam adoptar os princí-pios do capitalismo liberal para estarem em conformidade com a época.

As sociedades comunistas, fechadas, como a soviética, tinham demonstrado QmR�VHUHP�VX¾FLHQWHPHQWH�LPDJLQDWLYDV�H�produtivas para competir económica e mi-litarmente com os estados liberais. Os seus regimes políticos eram instáveis, dado que nenhuma outra forma social que não fosse

D� GHPRFUDFLD� OLEHUDO� JDUDQWLD� D� VX¾FLHQWH�liberdade e dignidade para que uma socie-dade se mantivesse estável.

2V�~QLFRV�SHULJRV�SDUD�D�SD]�PXQGLDO�viriam dos estados vilões como a Coreia do 1RUWH��TXH�VH�TXLVHVVHP�GHVD¾DU�RV�SDtVHV�ocidentais, não o poderiam fazer por estarem demasiado enfraquecidos devido às suas antiquadas estruturas políticas e sociais e nunca teriam a possibilidade de serem bem sucedidos, a não ser que desenvolvessem DUPDV�QXFOHDUHV��TXH�IRL�R�TXH�¾]HUDP��7DO�era a visão do que aconteceria. Ao princípio tudo pareceu funcionar bem, mas terminada a história, a atenção mudou da geopolítica para a economia do desenvolvimento e a não proliferação de armas.

A política externa centrou-se em questões como as mudanças climáticas e o comércio. $�FRPELQDomR�GR�¾P�GD�JHRSROtWLFD�H�GR�¾P�da história permitiam pensar num mundo mais próspero e mais livre.

3DVVDGRV�YLQWH�H�GRLV�DQRV�DSyV�D�SX-blicação do livro de Francis Fukuyama, a geopolítica regressou para contradizer GH¾QLWLYDPHQWH�HVWD�WHVH��2�¾P�GD�KLVWyULD��IRL�XPD�LGHLD�GH�+HJHO��TXH�D¾UPDYD�TXH�embora o estado revolucionário (referia-se ao exército de Napoleão que derrotou o exército prussiano na batalha de Jena, em ������WLYHVVH�WULXQIDGR�SDUD�VHPSUH�VREUH�RV�DQWLJRV�WLSRV�GH�UHJLPHV��RV�FRQ¿LWRV�H�as rivalidades não desapareceriam.

2V�FRQ¿LWRV�FRQWLQXDP�D�SHUVLVWLU�SDVVD-dos dois séculos. Se adoptamos uma visão hegeliana do processo histórico deveríamos admitir que pouco mudou desde o início do século XIX. Os países devem desenvolver as ideias e as instituições que lhes permitam aproveitar as forças do capitalismo industrial e informático. As sociedades que não podem ou não querem iniciar este caminho termi-narão por ser sujeitos passivos da história, pois não existe uma terza via.

A segunda parte do livro de Francis Fukuyama recebeu muita menos recepção que a primeira, porque é menos condescendente com o Ocidente. Ao investigar como seria uma sociedade pós-histórica fez uma desco-berta inquietante, pois num mundo onde os grandes temas estão concluídos e a geopolítica foi subordinada à economia, a humanidade SDUHFHU�VH�LD�PXLWR�DR�²~OWLPR�KRPHP³�QLLOLVWD�GHVFULWR�SHOR�¾OyVRIR�)ULHGULFK�1LHW]VFKH��RX�seja, um consumidor narcisista com aspirações que não vão além do próximo passeio por um centro comercial, ou seja, a diferença dos seus rivais menos estáveis e menos produtivos, os ci-dadãos das sociedades pós-histórica, não estão preparados para fazer sacrifícios, preocupam--se apenas com o imediato, divertem-se com facilidade e são destituídos de coragem.

�$V� VRFLHGDGHV� SRYRDGDV� SHORV� ~OWLPRV�homens e mulheres de Nietzsche fazem uma interpretação errada e menosprezam os seus presumíveis opositores primitivos que habitam sociedades supostamente atrasadas, sendo um ponto fraco que poderia, pelo menos por algum tempo, ofuscar as suas outras vantagens.

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ICK,

DR.

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perspect ivasJORGE RODRIGUES SIMÃO

Page 19: Hoje Macau 1 AGO 2014 #3144

19 opiniãohoje macau sexta-feira 1.8.2014

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Cecília Lin; Flora Fong (estagiária); Leonor Sá Machado; Ricardo Borges (estagiário) Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

O livrinho verde

N O início ainda pensei que fosse um erro de tradução – não um erro de tradução comum, mas sim uma GDTXHODV�GL¾FXOGDGHV�TXH�existem entre duas línguas com conceitos tão diferen-tes como o português e o chinês. Pensei – eu sou uma optimista – que se tratasse

de uma inexistência. Não falo chinês, o que às vezes até dá jeito, que o desconhecimen-to dá origem a breves ilusões como esta.

Depois a afirmação repetiu-se e o FDVR�PXGRX�GH�¾JXUD��$�D¾UPDomR�GH�XP�JRYHUQDQWH� SDVVRX� D� VHU� D� D¾UPDomR� GH�vários governantes, daqui e de lá cima. O “referendo civil” que está a ser realizado pelos movimentos pró-sufrágio universal IRL�R¾FLDOPHQWH�FRQVLGHUDGR�LOHJDO��(�XPD�coisa ilegal é uma coisa séria, é coisa para tribunais, para a justiça e para quem dela entende.

Mesmo não sendo especialista na maté-ULD��¾TXHL�GH�Sp�DWUiV�FRP�HVWD�HWLTXHWD�TXH�R�sistema colou ao referendo do faz-de-conta – ou, se preferirmos, à provocação que está a deixar o Governo visivelmente à rasca. Fiquei de pé atrás porque não conseguia GHWHFWDU�D�LOHJDOLGDGH�GR�DFWR�DQXQFLDGR��(�uma coisa ilegal é uma coisa séria.

contramãoISABEL [email protected]

Tratando-se de um exercício, de um simulacro, o “referendo civil” não surte efeitos jurídicos (e não é preciso ser espe-cialista para chegar a esta conclusão), mas daí a ser uma iniciativa ilegal vai uma enor-me distância. Ilegal, explicou quem sabe, seria se houvesse uma lei que proibisse este tipo de acções, que mais não são do que auscultações – politicamente insensatas ou não – da população. Já Florinda Chan, a secretária que por sinal tem a pasta da Justiça, prometeu uma explicação vinda

de entendidos sobre essa tal ilegalidade. Um explicação que ainda não foi dada – e que não vai acontecer.

Não vou aqui analisar a decisão de fundo desta semana do Tribunal de Última Instância – todas as considerações que pudesse tecer sofreriam do facto de não ter competência técnica para o fazer. Também não vou aqui gastar linhas a discutir se o “referendo civil” faz ou não sentido, se quem o promove sabe ou não o que está a fazer, se me agrada esta provocação ao sistema. Desde o início desta questão que o que me preocupa realmente é a atitude do Governo – poderá não parecer, mas é ele que nos governa. Decretar-se a ilega-lidade porque os acontecimentos políticos não dão jeito ultrapassa os limites do razoável. É sério, muito sério. Sobretudo se o decreto conta com o apoio de quem prometeu respeitar um tratado entre dois países que é superior à vontade unilateral de qualquer um desses dois países.

Neste contexto, o acórdão do Tribunal de Última Instância é particularmente im-portante. Num texto longo – se atendermos ao facto de que os juízes entendem que a questão jurídica que havia sido colocada não é passível de ser analisada –, o tribunal WHYH�R�FXLGDGR�GH�FODUL¾FDU�R�TXH�p� LVWR�de um “referendo civil”, expressão que

tantas dores de cabeça tem dado a alguns: a iniciativa não tem efeitos legais, tal como os promotores admitem, é “uma espécie de sondagem, que não possui nenhum efeito jurídico, como é consabido, embora com o título de ‘referendo’”.

Perante estas conclusões, o Chefe do ([HFXWLYR�GL]�TXH�UHVSHLWD�DV�GHFLV}HV�GR�tribunal – outra hipótese não tem Chui Sai On, nem ninguém tem. Mas insiste que “o referendo não corresponde, todavia, ao estipulado na Lei Básica de Macau”. Mais uma vez, o Governo não explica onde está D�IDOWD�GH�FRUUHVSRQGrQFLD��(�D�/HL�%iVL-ca é uma só – a de Chui Sai On não será diferente das outras que andam por aí nas casas e escritórios das pessoas.

De toda esta trapalhada, em vez de insistir na conversa de surdos, o Governo (e o outro também) devia retirar várias lições políticas. Já sabemos que quanta mais neve se põe na bola, mais ela cresce e que a publicidade de borla é um erro, porque não se deve trabalhar de graça. Quando a tudo isto se junta a transfor-mação de uma iniciativa de um grupo de aspirantes a políticos numa questão constitucional, a questão torna-se mais séria. Passa a ser um problema de todos nós, mesmo daqueles que querem lá saber do “referendo civil”.

Desde o início desta

questão que o que me

preocupa realmente é

a atitude do Governo –

poderá não parecer, mas

é ele que nos governa.

Decretar-se a ilegalidade

porque os acontecimentos

políticos não dão jeito

ultrapassa os limites do

razoável

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hoje macau sexta-feira 1.8.2014

cartoon por Stephff O VIAJANTE

U M tribunal chinês analisou ontem, pela primeira vez no país, alegados “tratamen-

tos para curar” a homossexua-lidade, num processo saudado por uma dezena de activistas à porta do tribunal, na zona oeste de Pequim.

O queixoso, identificado FRPR�;LDR�=KHQ��D¾UPD�WHU�VR-frido um trauma com os electro--choques aplicados numa clínica de Chongqing, destinados “a corrigir” a sua orientação sexual.

Além desta clínica, Xiao Zhen apresentou uma queixa contra o primeiro motor de pesquisa chinês, Baidu, por ter difundido publicidade da clínica e das “terapias”.

As autoridades chinesas re-WLUDUDP�R¾FLDOPHQWH�� HP�������a homossexualidade da lista de

ONU Funcionário cai

em choro convulsivo ao

falar na TV sobre GazaUm funcionário da ONU, Chris Gunness, caiu em choro convulsivo durante uma entrevista a uma estação de TV sobre o conflitos na Faixa de Gaza. O vídeo já foi partilhado por milhares de internautas. Respondendo em inglês a uma pergunta que não se ouve no vídeo, Gunness, que é porta-voz da UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina), afirma que os direitos dos palestinianos estão a ser negados nos confrontos mais recentes na faixa de Gaza. O exército de Israel realiza uma ofensiva militar desde 8 de Julho, inclusivamente por terra, contra o Hamas, grupo islâmico radical que não reconhece o Estado judeu e controla o território. A entrevista de Gunness ocorreu após um ataque israelita contra uma escola mantida pela UNRWA, em Gaza, ter matado pelo menos 19 pessoas enquanto estas dormiam. Cerca de 3.300 pessoas estavam refugiadas na escola por causa do conflito. Assim que começa a falar, Gunness emociona-se e cai em choro convulsivo.

Nigéria Detida menina

com 10 anos que usava

cinto de explosivosNo dia em que um atentado suicida provocou dois mortos na Universidade de Kano, a Nigéria anunciou a detenção a detenção de uma menina, de 10 anos, que carregava um cinto de explosivos. Junto com a criança seguiam dois homens, suspeitos de integrarem o Boko Haram. O uso de crianças para a guerra não incomoda os propósitos terroristas do grupo islâmico Boko Haram. Ontem, na Nigéria, dois alegados membros do grupo rebelde acompanhavam uma menina de 10 anos, a qual estava carregada com um cinto de explosivos. Mike Omeri, o porta-voz do Governo nigeriano, explicou que a polícia mandou parar uma viatura em Katsina, no norte do país (a zona onde o Boko Haram está mais activo), tendo detido a menina e os dois homens.

Relatório americano diz que existe liberdade de religião em Macau

UM relatório do departamen-to de Estado norte-ame-

ricano revela que o Governo respeita a liberdade religiosa na RAEM.

Segundo a Rádio Macau, o documento mostra que, o ano passado, as leis e as políticas em vigor em Macau respeita-ram as diferentes religiões aqui existentes, não tendo existido abusos ou discriminações. O relatório revela que o Executivo ²SURYLGHQFLD�DSRLR�¾QDQFHLUR��independentemente da ligação religiosa, para o estabeleci-mento de escolas, centros de apoio a crianças, clínicas, lares de idosos ou centros de reabilitação”, serviços esses que são prestados por grupos religiosos aqui existentes. Não existe, também, “discriminação na sociedade relativamente à D¾OLDomR�UHOLJLRVD³��VHQGR�TXH�as “relações entre os diversos grupos religiosos são boas e os cidadãos são, em geral, toleran-tes com as opiniões e práticas religiosas dos outros”. De um WRWDO�GH�����PLO�KDELWDQWHV������são budistas praticantes, revela o relatório. Os católicos romanos UHSUHVHQWDP�FHUFD��������SHV-VRDV��([LVWHP�DLQGD�FHUFD�GH����membros da Falun Gong, seita proibida na China. O mesmo relatório norte-americano re-vela que esta seita foi vítima de discriminação em Hong Kong por um grupo pró-Pequim, a Hong Kong Youth Care Asso-ciation. Na China, o documento refere que existem limitações à liberdade religiosa em locais como o Tibete e Xinjiang, onde acontecem “violações graves” à liberdade religiosa.

“Este é o primeiro

processo contra as

ditas terapias de

reorientação sexual

na China”

XIAO TIE Directora-geraldo centro LGBT

PEQUIM “TRATAMENTOS” PARA A HOMOSSEXUALIDADE EM JULGAMENTO

Batalha sem precedentes

doenças mentais, mas ‘gays’ e OpVELFDV�D¾UPDP�VHU�DOYR�GH�XPD�forte pressão familiar e social, sendo incentivados pelas pessoas mais próximas a seguir “trata-mentos de reorientação” sexual.

Para os militantes chineses, o processo em Pequim, sem prece-dentes, constitui potencialmente uma etapa simbólica.

“Este é o primeiro proces-so contra as ditas terapias de reorientação sexual na China”,

GHFODURX�;LDR�7LH��GH����DQRV��directora-geral do centro LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), que apoia esta acção judicial.

“Na China, aqueles que se submetem a estes tratamentos, fazem-no devido à pressão fa-miliar. Quando percebem que o VHX�¾OKR��RX�¾OKD��p�KRPRVVH[XDO��os pais levam-no ao hospital psiquiátrico para ser tratado”, acrescentou.

As “terapias de conversão” de todos os tipos são pratica-das em todo o mundo desde o início do século XX, mas são actualmente consideradas como QmR�FLHQWt¾FDV��LQH¾FD]HV�H�PHV-mo perigosas pelas autoridades médicas.

Esta indústria lucrativa per-siste em países como Singapura, Reino Unido e Estados Unidos.

Este processo em Pequim poderá contribuir para mudar as percepções e preconceitos do pú-blico chinês, considerou Zhang 5XL��GH����DQRV��UHVSRQViYHO�SHOR�programa de apoio psicológico do centro LGBT.

“Existimos para dizer a todos que as terapias de reorientação QmR�VmR�FLHQWt¾FDV³��GHFODURX���

O caso é inédito na China. Xiao Zhen apresenta queixa contra uma clínica onde recebeu electro-choques para “corrigir” a sua orientação sexual e ainda contra o Baidu por publicitar este tipo de estabelecimentos