• CRIMINALIDADE

MP arquivoumais de 8500 casosno ano passado

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• E-MAILS FALSOS

Alegada fraude envolve GCS e candidatos à AL

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Director-geral da Foremont of Macau Gaming despedido sem justa causa pela SJM

É assim que Chan, director-geral da Foremont of Macau Gaming, se sente: encurralado. Afirma existirem “listas negras” nas operadoras de casinos uma vez que lhe tem sido impossível obter emprego depois de ter sido despedido sem justa causa pela SJM no passado mês de Junho. Para além disso, queixa-se que a operadora fica com os dinheiros das gorjetas. PÁGINA 4

Becosemsaída

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UTOR, O PRIMEIRO DE SINAL 8DO ANO POUCOS ESTRAGOS FEZ

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AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • QU INTA-FE IRA 15 DE AGOSTO DE 20 13 • ANO X I I • Nº 29 15

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JOANA FREITAS*joana.freitas@hojemacau.com.mo

P ELO menos três e-mails que, ale-gadamente, serão falsos estão a ser

enviados a diversas pessoas. Nada de muito estranho, não fossem todos sobre o mesmo tema: a campanha eleitoral à Assembleia Legislativa.

O alerta foi dado ini-cialmente pelo Gabinete de Comunicação Social (GCS). Um e-mail com o assunto “últimas notícias do GCS” foi enviado a alguns meios de comuni-cação em língua chinesa. O conteúdo, diz Louie Wong, porta-voz do organismo, ao HM está relacionado com o trabalho da Comissão de Assuntos Eleitorais da As-sembleia Legislativa (CA-EAL). “Tinha aquilo que seriam mensagens da CAEL sobre campanhas e alguns candidatos, ou grupos de candidatos”, começou por explicar.

As mensagens não são “nem a favor, nem contra” esses grupos, sendo que ape-nas são um “apelo para que os candidatos não comecem a fazer campanha” antes do tempo permitido. Este não é um alerta novo, sendo que a CAEAL tem emitido avisos sobre o tempo de campanha – que começa a 31 de Agosto -, mas não foi enviado pelo GCS. “O [organismo] nunca divulgou à comunicação social, através de correio electrónico, quaisquer in-formações sobre as eleições para a Assembleia Legislati-va. O GCS divulga, de forma regular e uniforme, todas as informações oficiais através do sistema Information Bro-adcast System – IBS, meio de divulgação destinado especialmente à utilização dos órgãos de comunicação social”, pode ler-se num comunicado enviado aos média.

CECÍLIA L INcecilia.lin@hojemacau.com.mo

N O dia 18 de Julho, o deputado Ho Ion Sang queixou-se ao director

do Instituto da Habitação (IH) sobre os prazos das escrituras para a habitação pública, mas a carta acabou exposta nos

elevadores do Edifício da Tranquilidade, de habitação económica. Bill Chou, acti-vista e docente de Ciência Política na Universidade de Macau, viu a carta e questio-nou o caso ao director do IH, Tam Kuong Man, suspeitando que seria campanha.

Ontem, Bill Chou pu-

blicou no Facebook que o organismo respondeu à sua carta, assegurando que já enviou uma carta à Comis-são dos Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) para que este acompanhe o caso.

Foi o director-interino da Divisão de Assuntos de

Administração de Edifícios, Chan Chon Man, que res-pondeu à carta de Bill Chou, dizendo ainda que o IH insta à entidade de gestão do edifício que dê muita atenção a estes casos e evite a colocação de cartas que nada têm a ver com as questões de gestão de construção.

BILL CHOU RECEBE RESPOSTA DA IH SOBRE SUSPEITA DE CAMPANHA DE HO ION SANG

CAEAL a acompanhar o caso

Primeiro o GCS, depois grupos e candidatos à Assembleia Legislativa. E-mails alegadamente fraudulentos estão a ser enviados em nome falso, todos sobre as eleições para o hemiciclo

Mas, o endereço deste e-mail – info.newmacau@gmail.com - não correspon-de à associação que parece tentar mostrar: a Associação

Ainda assim, o e-mail enviado “é uma cópia do e-mail do GCS” e foi “man-dado para alguns jornais chineses”, refere o porta-voz do organismo.

MAIS E-MAILS O GCS acredita que esta foi uma utilização fraudulenta da conta de e-mail do gabi-nete, criada na CTM, pelo que o caso foi participado à Polícia Judiciária, “no sentido de se dar início à respectiva investigação”.

Também e-mails enviados à Associação das Mulheres, a um membro da Associação Novo Macau e ao deputado Ng Kuok Cheong causaram estranheza. No primeiro,

a mensagem tinha como assunto “Slogan dos grupos candidatos às eleições” e, em anexo, um documento com o mesmo título.

Bill Chou

POLÍTICA

Exemplo de um dos emails que circularam anteontem pelas caixasde correio de algumas pessoas

Novo Macau já veio a pú-blico dizer que não enviou o e-mail e que este não é se-quer o endereço dos e-mails enviados pela organização. No próprio e-mail pode ver-se um alerta a vermelho sobre a possibilidade de ser um endereço falso a utilizar um esquema para a captação de dados pessoais.

Coincidentemente, ou não, também Roy Choy, candidato pela Novo Macau recebeu uma mensagem electrónica, a par do actual deputado e candidato Ng Kuok Cheong. Estes e-mails foram, por sua vez, enviados em nome de “Pauline Lai” (em chinês), “secretária--geral adjunta/futura man-

datária” da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM). José Pereira Coutinho, presi-dente da organização, nega que tenham sido enviados emails deste género.

“NÃO PODE SER”, DIZ COUTINHOTambém estes, à seme-lhança do outro e-mail, foi enviado através de uma conta do Gmail – lin-da18371@gmail.com - com uma mensagem a apelar ao voto a Pereira Coutinho. “O presidente da ATFPM, José Pereira Coutinho, decidiu candidatar-se às eleições deste ano para continuar a servir os membros da associação e os cidadãos. Por isso, gostávamos que todos fizessem o seu me-lhor para juntar assinaturas e contactos de amigos e parentes para demonstrar apoio a Pereira Coutinho”, podia ler-se na mensagem, que trazia ainda um anexo impossível de abrir.

Roy Choy disse ao HM “achar muito estranho ter recebido este email”, até porque ele é candidato à AL, à semelhança de Pereira Coutinho. Já o presidente da ATFPM garante que ninguém da sua associação tenha enviado esta mensa-gem. “[A Pauline] nem pode assinar pela ATFPM, todos os e-mails que saem daqui só podem ser assinados por mim ou pela Rita [Santos]”, começou por dizer Pereira Coutinho ao HM. “Não pode ser, a ATFPM nunca emitiu este e-mail e as duas únicas pessoas que podem representar-nos sou e a Rita [Santos], só em casos extremos é que o vice--presidente Armando Jesus pode assinar.” Pauline Lai, de acordo com o seu cartão de visita oficial, tem uma conta de e-mail registada no Yahoo, além do email da ATFPM. - * com Cecília Lin

ELEIÇÕES E-MAILS SOBRE CANDIDATOS TÊM CIRCULADO, MAS ALEGADOS REMETENTES NEGAM TÊ-LOS ESCRITO

Campanhas falsas na rede

hoje macau quinta-feira 15.8.2013

Dos 8559 processos penais arquivados o ano passado, 3342 ficaram na gaveta por-que o Ministério Público não conseguiu descobrir o autor do crime.

O ESSENCIAL

3 políticahoje macau quinta-feira 15.8.2013

ANDREIA SOFIA SILVAandreia.silva@hojemacau.com.mo

N O passado mês de Mar-ço, Vong Vai Va deixou o alerta. O procurador--adjunto do Ministério

Público (MP) avançou que o número de processos penais arquivados tinha subido 9% face a 2011, atingindo a fasquia dos 8559 casos por “falta de condições de dedução da acu-sação”.

Mas os dados mais recentes sobre o arquivamento dos pro-cessos, presentes no relatório de trabalho do MP sobre 2012, mostram que de todos os processos penais que ficaram pelo caminho, a maioria foi arquivada porque as autoridades criminais ou o MP não conseguiram descobrir o autor do crime, no total 3342.

A segunda maior causa de arquivamento deve-se à “insufici-ência de indícios de crime”, algo que se registou em 2625 casos. Em terceiro lugar das razões de

ZHOU XUEFEIinfo@hojemacau.com.mo

A redução de 60% de canais televisivos continua a ser alvo

de contestação. Na terça-feira passada, cerca de 20 repre-sentantes de proprietários de edifícios de diversas zonas de Macau juntaram-se em frente à sede do Governo e à TDM para entregar cartas, com o objectivo de que o Chefe do Executivo acelere o processo de publicação dos canais novos, que os anteneiros poderão transmitir depois do acordo com a TV Cabo.

Além disso, os repre-sentantes exortam a TDM a reforçar a comunicação e co-ordenação, lembrando ainda à TV Cabo que deve assumir a responsabilidade social e “devolver a liberdade de informação aos residentes”.

Na terça-feira de manhã, os mesmos apresentaram uma carta em conjunto com Si Ka Lon, número dois da

lista de Chan Meng Kam candidata às eleições, e co-nhecido por ser o presidente da Aliança de Povo da Ins-tituição de Macau (APIM).

Chan Tak Sang, repre-sentante dos proprietários do Edifício I Chan Kok, que é também vice-presidente da APIM, assegura que a razão pela qual o caso chegou a esta complicação foi devido à Direcção dos Serviços de Regulação de Telecomunicações (DSRT) “não ter assumido o seu papel de fiscalizadora”, o que tem levado a várias disputas entre a TV Cabo e os anteneiros. Chan referiu ainda que a redução de canais trazida pelo acordo “enfu-receu” os cidadãos. “Ulti-mamente, a comissão dos proprietários tem recebido muitas acusações, queixas e até insultos por causa da redução. Sendo responsável da comissão, não sou capaz de alterar a situação, mas tenho que aguentar tudo que

os proprietários me dizem e trabalhar sob grande stress”, disse ao Ou Mun.

O responsável apontou ainda “a falta de responsa-bilidade” nas palavras de Tou Veng Keong, director da DSRT, que sublinham que os cidadãos podem instalar antenas nos seus telhado sozinhos, o que, diz Chan Tak Sang, pode causar mais conflitos entre os moradores nos edifícios e as comissões de proprietários.

Já o vogal do Centro de Política da Sabedoria Colectiva, Lei Man Keong, demonstrou o seu receio acer-ca da estabilidade de sinais televisivos e da abertura do mercado televisivo. Lei disse que a solução actual transfe-riu todos os antigos utiliza-dores de anteneiros para a TV Cabo, o que “representa o fim das redes existentes”. Lei diz ainda ao Oun Mun que considera que a abertura do mercado, em 2014, talvez venha a ser “falsa”.

CECÍLIA L INcecilia.lin@hojemacau.com.mo

N ÃO deverá haver al- terações à decisão já anteriormente

feita. O presidente do Ins-tituto Cultural (IC) reiterou na terça-feira, à margem do plenário, que o edifício da empresa de panchões Kuan Iec, na Rua da Praia do Manduco, deverá ser mesmo demolido, depois de os Serviços de Obras Públicas terem classificado o edifício como de “risco residual”. Ainda assim, Ung Vai Meng ressalva a

MINISTÉRIO PÚBLICO ARQUIVOU MAIS DE 8500 CRIMES NO ANO PASSADO

Difícil deduzir acusação

REPRESENTANTES DE PROPRIETÁRIOS DE EDIFÍCIOS ENTREGAM CARTA A PEDIR MAIS CANAIS

Pede-se “responsabilidade social” à TV Cabo

UNG VAI MENG MANTÉM POSIÇÃO DE QUE O EDIFÍCIO DA EMPRESA DE PANCHÕES KUAN IEC DEVE SER DEMOLIDO

“Uma decisão dolorosa”

arquivamento está a “desistência do procedimento pelo ofendido em crimes semi-públicos ou par-ticulares”, com 2079 casos. A não constituição do crime surge em

quarto lugar, tendo ocorrido em 287 casos.

Na conferência de imprensa de Março o procurador-geral adjunto disse mesmo que “não

há milagres”. “É necessário dar mais apoio à policia, para que mais casos obtenham mais dados com condições para a acusação. O MP confia na competência da policia, mas os magistrados não podem investigar os casos sozinhos”, disse ainda.

DELEGADOS COM MAIS DE MIL PROCESSOSNas suas conclusões sobre o tra-balho desenvolvido o ano passado, o MP assume fraquezas. “Estamos cientes dos problemas e insufici-ências ainda existentes no nosso

trabalho, como o ainda esperado aumento da eficácia processual e as fraquezas ainda existentes no trabalho da punição e prevenção criminal.”

Para além disso, o MP “preten-de uma redução gradual do tempo que leva à conclusão da tramitação processual em geral”.

Sobre este ponto, o organismo aponta que “o volume do trabalho dos funcionários de justiça é grande e as exigências profissionais são mais elevadas”.

Por ano, os delegados respon-sáveis pela acusação dos crimes têm de lidar com 1100 processos, devendo apresentar-se em cerca de 1100 audiências de julgamento. “O peso do volume de trabalho é inexplicável por palavras”, refere o relatório. “O MP deu grande importância à afectação equili-brada e razoável dos magistrados em diferentes postos de trabalho”, lê-se ainda.

Para lidar com os processos penais há cerca de 20 magistrados do MP, que assume que “face ao desenvolvimento económico de Macau aumentou o número de conflitos sociais mas continua a existir a situação contraditória caracterizada pelo grande núme-ro de casos e escasso número de trabalhadores”.

sua importância na história da cidade. “Este edifício tem algum valor porque é uma memória comum dos moradores mas o IC considera que é um edi-fício comum. Se reparar o edifício, precisaremos de gastar muito dinheiro público. [...] As condições actuais permitem-nos to-mar esta decisão dolorosa de demolição do edifício”, explicou.

Contudo, o director disse que ainda não acabou o estudo sobre o edifício, esperando recolher mais informações para provar

que a decisão do Governo é justificada. “Para já, ainda não mudámos a nossa posi-ção de demolir o edifício”, adiantou.

Ung Vai Meng reve-lou que no IC também há vozes que apoiam a preservação do edifício mas o presidente do IC apontou que o edifício já se encontra destruído no meio e que, em certa parte, já não há mesmo susten-tação. “Além disso, o IC tem que fazer mais de 60 projectos de preservação do património por ano, não são todos os edifícios antigos que precisam de ser protegidos”, evidenciou.

Ainda assim, adiantou, o nome e marca registada da empresa na parede, vão ser preservados no novo edifício. O proprietário também concorda atrasar a obra de demolição para deixar o IC recolher a mos-tra de produtos de valor histórico relativas á área de fabrico de panchões. As autoridades irão publicar, mais tarde, os patrimónios que encontram no edifício.

4 hoje macau quinta-feira 15.8.2013SOCIEDADE

CECÍLIA L INcecilia.lin@hojemacau.com.mo

D EPOIS da manifestação do passado domingo contra a contratação dos estudantes do continen-

te, organizada pela Forefront of Macau Gaming (FMG), foi tornado público que o líder da iniciativa foi alegadamente despedido sem justa causa do hotel Royal L’Arc, propriedade da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), onde era respon-sável de uma sala de jogo.

No documento comprovativo, publicado no Facebook, a empresa escreve que “segundo a Lei La-boral, número 7/2008, decreta-se o despedimento sem justa causa por iniciativa do empregador (...) a SJM fez uma resolução unilateral desde o dia 27 de Junho”.

O homem despedido, de apeli-do Chan, é o director-geral da FMG e trabalhou durante nove anos na empresa da deputada Angela Le-ong, sendo que três deles foram dedicados à sala de jogo do L’Arc. Com base na lei laboral, Chan já recebeu um total de 42 mil patacas pela rescisão do contrato.

Ao HM, resolveu contar a sua versão da história. “No ano passado andava a lutar pelo aumento dos salários dos funcionários do L’Arc e era algo que incomodava a em-presa. Quando comecei a promover as actividades contra a contratação dos estudantes do continente fui despedido sem justa causa.”

Chan garante que só agora tornou pública a sua história porque “já passou um mês e meio depois de ter sido despedido”. “Antes tinha medo de contar a minha história, porque depois nenhum casino ia querer contratar-me”, disse ainda o homem que não conseguiu voltar à indústria,

MGM processa filha de veterano do cinema da RAEHKA MGM China interpôs um processo contra a filha de um veterano da indústria do cinema de Hong Kong por dívidas de jogo. De acordo com a edição de ontem do jornal da região vizinha South China Morning Post, citada pela revista Macau Business, Joanne Chan Jo Yan, filha de Philip Chan Yan Kin deve 4,52 milhões de dólares de Hong Kong à operadora. A MGM diz que a mulher aceitou uma linha de crédito para jogo no valor de dez milhões de dólares de Hong Kong, em Dezembro, mas acumulou uma dívida de 7,52 milhões. Joanne Chan pagou três milhões em Junho, mas ainda deve o restante.

Chan, despedido sem justa causa da SJM, disse ao HM que funcionários não podem exigir à empresa compensações pelo facto de não ficarem com gorjetas pagas pelos clientes dos casinos. Chan diz ainda que não voltou a encontrar trabalho na indústria e fala da existência de “listas negras” nas operadoras

DIRECTOR-GERAL DA FOREFRONT OF MACAU GAMING SEM TRABALHO

“Há listas negras nos casinos”

apesar dos vários contactos com outras operadoras e inclusivamente com a directora-executiva da SJM.

Chan acredita, por isso, que existem listas negras de empregados despedidos criadas pelas concessio-nárias. “Já não vou conseguir traba-lhar em nenhum casino de Macau. Só tenho o ensino secundário e não vou conseguir encontrar um trabalho com um salário mais alto. Talvez vá trabalhar para Taiwan, onde um ami-go me pode ajudar”, contou ao HM.

O ex-funcionário da SJM ga-rantiu que não pretende “difamar” Angela Leong, mas que depois de ter passado tanto tempo sobre o seu despedimento já não tem medo de contar o seu caso.

GORJETAS SEM PROCESSOAo HM, Chan mostrou ainda um documento recente que mostra a existência de um sistema de dis-tribuição das gorjetas pagas pelos clientes. A sétima cláusula diz que os empregados devem prometer que, caso saiam da empresa, não podem processar a concessionária para terem acesso a uma compensação pelo facto de não ficarem com as gorjetas. As mesmas são devolvidas ao emprega-dor. “Quando fui despedido a SJM não me deram o bónus de 2012, e a empresa dá sempre bónus aos seus empregados duas vezes por ano”, disse ao HM. Chan garante que se vai juntar a outros funcionários, que também já deixaram a empresa, para recuperarem esse dinheiro.

Depois da publicação da carta de despedimento no Facebook, muitos usuários da rede social acusaram a FMG de estar a difamar

a SJM, pelo facto de Chan ter sido despedido. Mas Ieong Man Teng, presidente da FMG, também orga-nizador da manifestação e número três da lista de Jason Chao, negou as acusações. Ieong Man Teng disse ainda que a iniciativa foi feita em nome da FMG e não da lista candi-data de Jason Chao, presidente da Associação Novo Macau (ANM). De frisar que vários membros da associação participaram no evento de domingo, sem esquecer Si Ka Lon, presidente da Aliança do Povo da Instituição de Macau e número dois de Chan Meng Kam. A TDM referiu que seis associações se uniram ao movimento.

5 sociedadehoje macau quinta-feira 15.8.2013

RITA MARQUES RAMOSrita.ramos@hojemacau.com.mo

N O primeiro dia do ano em que a ci-dade recebe o seu tufão mais intenso,

a cidade parou. E, talvez por cuidado redobrado ou por não se mostrar mais do que “fogo de vista”, não houve grandes estragos a registar. A proximi-dade do Utor da costa oeste da Macau, a uma distância de 200 quilómetros, levou a que os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) deter-minassem, ontem, o içar do sinal oito (no Farol da Guia) às cinco da manhã, que se manteve activo por mais de 10 horas, só reduzido para T3 pelas 15h30.

O Corpo de Bombeiros referiu ao HM ter recebido, durante este período crítico, 24 chamadas relacionadas com o tufão. Mas feridos houve apenas dois, sem gravidade de maior. “Um senhor, de 50 anos, que caiu de mota numa rua perto do jardim Sun Yat-Sen e um outro homem de 66 anos que caiu na via pública devido ao piso escorregadio. Foram ambos transportados para o hospital sem gravidade”, adiantou o porta-voz do or-ganismo, sem mais detalhes.

“A maioria das chamadas esteve de resto relacionada com a queda de objectos”, frisou. A protecção civil, segundo dados cedidos ao Gabinete de Comunicação Social, dava então conta de 29 acidentes, vinte e três dos quais devido a desprendi-mento de publicidades e à

QUATRO MORTES E DESTRUIÇÃO NAS FIL IP INASNa sua passagem pelas Filipinas, até terça-feira, o tufão Utor fez, pelo menos, quatro vítimas mortais e outras 11 pessoas estão desaparecidas, segundo balanço da agência Lusa. Cortes de luz e de estradas, encerramento de escolas, queda de árvores e inundações foram situações causadas pelo Utor desde que chegou às Filipinas na madrugada de segunda-feira acompanhado de fortes chuvas. Cerca de 27 mil pessoas acabaram por ser encaminhadas para 83 abrigos, depois de ficarem desalojados, já que o estrago provocou estragos em mais de 2000 casas, segundo dados oficiais. Estão ainda calculados prejuízos na ordem dos 57,4 milhões de pesos filipinos (10,5 milhões de patacas). Com ventos registados de 185 quilómetros por hora, o “Utor” tocou terra na zona norte do arquipélago, tendo sido o tufão mais forte que afectou as Filipinas este ano.

Mais uma vez, a intempérie deixou um caos generalizado no terminal marítimo e no aeroporto, onde ferries e voos foram suspensos, e, sobretudo, nas Portas do Cerco, um dos lugares onde a cobrança excessiva de táxis deixou turistas e residentes em desespero

Ameaçava ser forte mas chegou em jeito manso. Alguns objectos caídos na via pública e dois feridos ligeiros é o balanço deixado pela passagem do tufão Utor em Macau

PRIMEIRO TUFÃO DE SINAL OITO DO ANO DEIXOU UM RASTO DE POUCA DESTRUIÇÃO

Utor de mansinho

CONTINENTE ACTIVA ALERTA VERMELHOA China activou o alerta máximo perante a chegada do tufão “Utor”, que deverá atingir o território chinês entre esta noite e a manhã de quinta-feira na província de Guangdong e na ilha de Hainão, informaram as autoridades locais. As autoridades chinesas emitiram um alerta de emergência na noite de terça-feira e ordenaram o envio de equipas de trabalho para o sul do país para liderarem os esforços de prevenção de desastres. A Administração Oceânica Estatal prevê que este tufão, o 11.º a atingir a China este ano, provocará ondas de até 11 metros de altura na parte norte do Mar do Sul da China e de até seis metros nas zonas costeiras de Guangdong e, em menor medida, em Hainão. O tufão também deverá afectar a região autónoma de Guangxi e as províncias de Fujian e Yunnan, no sul da China. A iminente chegada do tufão já causou a interrupção de vários serviços de transporte em Guangdong e Hainão, incluindo o cancelamento de voos, suspensão de serviços de comboios de alta velocidade e de transportes marítimos.

queda de uma janela, uma telha, árvores, postes e fios de iluminação, um andaime e uma placa de sinalização na via pública.

Ontem, a cidade parecia fantasmagórica com a maio-ria dos serviços públicos, estabelecimentos comerciais e bancos fechados, transpor-tes públicos sem circular, e serviços externos de saúde

(excepção apenas para as ur-gências) suspensos. Mas, se para os funcionários públicos a vida se provou calma, já que não trabalharam, o caos era generalizado entre turistas e residentes que ambiciona-vam partir de Macau.

A ligação marítima foi en-cerrada à 1h30 e 92 voos can-celados e dois adiados (entre partidas e chegadas, ontem e anteontem) mas, ainda assim, havia intenção de chegar aos destinos – terminal marítimo e aeroporto - a partir das Portas do Cerco, onde mais de 100 turistas formavam filas para apanhar táxis.

UM PROBLEMA CHAMADO TÁXINa zona, a situação esteve mesmo caótica, com ânimos exaltados e denúncias de fal-

ta de civismo na espera, onde nem a polícia conseguiu pôr ordem. Os taxistas, por sua vez, e como vem sendo hábi-to, aproveitaram para cobrar mais. Os trajectos passaram a ser cobrados por mais de 400% do valor habitual, com distâncias de 50 patacas a serem cobradas a 200, che-gando por vezes mesmo às 600. O problema, justificou um taxista à TDM, é que as pessoas que ligam para o “call center” estão dispostas a pagar mais. A associação dos taxistas, em declarações ao canal televisivo, admite que há “ovelhas negras” na indústria - que propõem um preço e não cobram confor-me o taxímetro em alturas de

tufão, madrugadas e horas de ponta – que devem ser alvo de fiscalização e regulação do Governo. Nas paragens, era também possível assis-tir a operações ilegais em alguns táxis.

PONTE SAI VAN ENTUPIDAO trânsito também se encon-trava intenso junto às entradas e saídas da passagem do tabuleiro inferior da Ponte Sai Van – único meio de acesso entre Macau e a Taipa, já que as restantes pontes estiveram encerradas a partir das 6h30 até pouco depois das 15h30 – ao ponto dos serviços de protecção civil apelarem a que não se circulasse de carro naquela área porque poderia impedir a passagem de veí-culos de socorro.

Fong Soi Kun, director dos SMG, dá conta de que o cenário poderá repetir-se em breve. “Segundo a nossa previsão este ano são anun-ciados cinco tufões, de entre os quais, dois deles podem atingir o sinal número oito.

Este é um deles. Talvez em finais deste mês ou no prin-cípio do próximo mês, pode vir novo tufão com a mesma intensidade”, adiantou.

Quanto ao estado do tempo, o vento vai diminuir mas os aguaceiros fortes mantêm-se durante esta semana. Estão, no entanto, reservadas boas notícias para os dias de descanso. “A banda nebulosa associada a este tufão é muito grande e vai continuar por mais uns dias, portanto, segundo a nossa previsão o vento vai diminuir mas continuarão alguns aguaceiros. Só a partir de sábado, o tempo poderá melhorar”, frisou. Por isso, no fim-de-semana o sol até já poderá sorrir.

200a 600patacas foi quanto variou o preço dos táxis

103Km/hfoi a rajada de ventomais forte

29foram os incidentes ocorridos

6 hoje macau quinta-feira 15.8.2013CHINA

A China vai proibir as autoridades mi-litares de darem bailes de gala em

encontros oficiais, na mais recente medida do presidente Xi Jinping para combater a corrupção e melhorar a imagem do Governo, disse imprensa estatal.

Todas as áreas do Gover-no serão proibidas de usar os seus fundos para organi-zar bailes, que geralmente contam com a presença de celebridades, disse a agência estatal de notícias Xinhua citando uma circular do Governo.

Segundo a Xinhua, as exibições grandiosas eram “extravagantes e esbanjado-ras” e tinham “prejudicado a imagem do Partido Comu-nista Chinês e do Governo, provocando reclamações públicas”. Quem não cum-prir a proibição será punido, disse a agência.

M UITOS chineses subme-tem-se a dolorosas sessões de picadas de abelhas

acreditando que curam ou previnem doenças como a artrose e o cancro, mas os especialistas ocidentais des-mentem essa crença.

Wang Menglin, acupuncturista que fez das abelhas a sua especia-lidade, submeteu na sua clínica de Pequim mais de 27 mil pacientes a esta terapia em que cada sessão pode implicar dezenas de picadas dolorosas. “Agarramos a abelha entre os dedos, apertamo-la contra um ponto do corpo e pressionamos até que tire o ferrão”, explicou Wang no seu consultório, situado nos arredores da capital chinesa.

As abelhas que usa, e que mor-rem depois de picar o paciente, per-tencem a uma variedade importada da Itália, explicou.

Além das técnicas de dessen-sibilização para prevenir reacções alérgicas às próprias picadas, não existe prova médica formal sobre a eficácia do veneno destes insectos.

Para Wang Menglin, trata-se de um método tradicional com efeitos

U M tribunal na China conde-nou dois homens à pena de morte por causa da onda de

violência que deixou 21 mortos na região de Xinjiang, informou a imprensa estatal.

A China atribuiu a autoria dos actos de violência, ocorridos no dia 23 de Abril, a “terroristas”, uma acusação que, segundo grupos de direitos humanos, é usada muitas vezes para justificar o uso de força contra membros da minoria uigur.

O Tribunal Intermediário de Povo da prefeitura de Kashgar, em Xinjiang, condenou Musa

Hesen e Rehman Hupur à morte por crimes que incluem assassi-nato e participação em um “grupo terrorista”, informou a agência de notícias Xinhua.

Hesen foi acusado de liderar o grupo e fabricar explosivos.

Outros três homens acusados de pertencer ao grupo foram con-denados a penas de, pelo menos, nove anos de prisão, segundo a Xinhua. Todos os réus teriam confessado os seus crimes no tribunal. Um total de 19 suspeitos foram presos após o incidente no condado de Bachu, em Kashgar.

Bebé de panda oferecido a Taiwan fotografado com a mãeA panda gigante Yuan Yuan foi fotografada pela primeira vez ao lado da sua filha que nasceu no dia 6 de Julho no Zoológico Municipal de Taipei, em Taiwan. Yuan Yuan e o macho Tuan Tuan foram um presente oferecido pela China como gesto de aproximação diplomática a Taiwan. A pequena fêmea, o primeiro bebé panda nascido em Taiwan, ficou em incubadora e começa, agora, a aproximar-se da mãe. O público terá de esperar três meses para ver o filhote.

DUAS CONDENAÇÕES À MORTE EM XINJIANG

“Terrorismo” uigurPICADAS DE ABELHAS COMO TRATAMENTO ALTERNATIVO

Fé na cura de artroses e cancro

Rússia ajudaráChina a participardo MAKS 2013Os fabricantes de armamento russos irão financiar a primeira apresentação do grupo de pilotagem da Força Aérea da China no Salão Aeroespacial Internacional MAKS 2013. O grupo de pilotagem chinês irá apresentar-se no salão em sete caças J10 com motores russos AL31FN. Além disso, mais dois aviões Il-76 da Força Aérea da China irão participar do MAKS. O MAKS 2013 realizar-se-á no período de 27 de Agosto a 1 de Setembro na cidade de Zhukovsky, na região de Moscovo.

bem reais. “Tratamos pacientes com doenças que vão de artrite ao cancro com resultados positivos”, assegurou.

As picadas de abelha servem, segundo Wang, para curar a “maioria das doenças comuns que afectam os membros inferiores” do corpo, embora também a título preventivo.

O portal científico americano sciencebasedmedicine.org não duvida em classificar de “charla-tanismo” este tratamento que se apresenta como uma panaceia, lembrando que “nenhuma demons-tração científica justifica o uso” da “apiterapia”. Mas os pacientes de Wang Menglin acreditam de pés juntos no tratamento.

Um deles assegura que os mé-dicos tinham-lhe diagnosticado um cancro de pulmão e um tumor no cérebro e apenas tinha um ano de vida, mas a sua expectativa de vida dobrou graças às abelhas. “Desde o ano passado até agora, acho que melhorei consideravelmente”, declarou à AFP.

Os especialistas da American Cancer Society, organização espe-cializada na luta contra o cancro, são claros: “Não existe nenhum estudo clínico sobre humanos que mostre eficácia alguma do veneno das abelhas ou de outros produtos da colmeia para curar ou prevenir a doença”, assegurou.

“Confiar neste único tipo de tratamento e evitar ou atrasar cui-dados médicos convencionais pode ter consequências muito sérias para a saúde”, advertiu um artigo

publicado na página da instituição na Internet.

Segundo o mesmo portal, há referências corânicas às proprie-dades medicinais das secreções da abelha e até ao próprio imperador Carlos Magno (742-814) teria se beneficiado de tratamentos com picadas.

Nos países ocidentais também foi usado o veneno da abelha para os pacientes que sofrem de esclerose múltipla, uma doença neurológica crónica que ataca o sistema nervoso central.

Mas a National Multiple Sclerosis Society, organização americana que ajuda as pessoas que sofrem desta doença, ad-verte que “apesar das antigas afirmações sobre os benefícios do veneno de abelha, um estu-do de 24 semanas não mostrou nenhuma regressão da doença, da paralisia ou do cansaço (dos pacientes) ou nenhuma melhora do bem-estar”.

O veneno de abelha é um dos muitos produtos de origem animal ou vegetal usado na medicina chinesa tradicional, que é respon-sabilizada por aumentar a pressão sobre as espécies ameaçadas.

PROIBIDOS BAILES DE GALA OFICIAIS PARA MELHORAR IMAGEM DO GOVERNO

Chega de danças e croquetesGrandes reuniões do Go-

verno e do partido da situação, como as das legislaturas pro-vinciais, são frequentemente marcadas por espectáculos de variedade que apresentam actores e pessoas vestidas como felizes minorias étnicas.

A nova medida ecoa de-mandas similares que Xi fez a oficiais do partido desde que assumiu como chefe do par-tido, em Novembro passado. Na altura, o presidente fez da redução da extravagância e do desperdício um tema chave de sua Administração, no sentido de amenizar a ira contra a corrupção e restaurar a fé no partido.

Xi referiu para as autori-

dades pararem com a prática de fazer discursos absurdos e promover a bajulação, e proibiu álcool nas funções militares, enquanto tenta projectar uma imagem de homem do povo.

O partido, temeroso de qualquer coisa que possa diminuir o seu poder, tem vindo a lutar para conter a ira popular contra uma onda de escândalos de corrupção, principalmente quando as autoridades são vistas a abusar dos seus postos para enriquecer. Xi advertiu que a sobrevivência do partido está em risco e que o país pode enfrentar tumultos se a corrupção não for combatida.

7 chinahoje macau quinta-feira 15.8.2013

S ERÁ que os arranha-céus na China são os novos presságios de desgraça, os presságios inevitáveis

de uma bolha económica prestes a estourar? A China parece pensar assim.

Se a recessão económica em que o Índice de Arranha-céus, que conecta a construção de edifícios ultra-altos com o colapso econó-mico, constrói a sua situação é o resultado de um ciclo económico previsível, uma espécie de mal-dição moderna da múmia ou a natureza a punir a arrogância, o regime chinês parece estar nervoso.

Apenas alguns dias depois da CNN dizer que o ‘boom’ da cons-trução de arranha-céus na China pode ser “o arauto da ruptura da bolha económica” e sugerir um colapso económico iminente, o regime chinês emitiu uma repre-ensão severa na imprensa estatal para as cidades envolvidas em competições de arranha-céus.

Na altura, advertiu que, em-bora o Índice de Arranha-céus não seja considerado um conceito científico, a imprensa estatal ad-mite que o frenesi de construção de arranha-céus na China, de

Há 470 arranha-céus não-residenciais existentes, 332 arranha-céus em construção e outros 516 programados para serem construídos no país, com uma competição de arranha-céus em Wuhan (com planos para fazer o mais alto do país), um de 660 metros em Shenzhen e outro de 700 metros em Qingdao, Shandong

CONSTRUÇÃO DE ARRANHA-CÉUS SÃO PRESSÁGIO DE CRISE FINANCEIRA, DIZEM ANALISTAS

Agora construo eu, agora constróis tufacto, faz o alarme soar. Há 470 arranha-céus não-residenciais existentes, 332 arranha-céus em construção e outros 516 progra-mados para serem construídos no país, com uma competição de arranha-céus em Wuhan (com planos para fazer o mais alto do país), um de 660 metros em Shenzhen e outro de 700 metros em Qingdao, Shandong, segundo o WantchinaTimes.

Dizendo para as cidades man-terem a cabeça fria e lembrando--lhes que um número excessivo de arranha-céus pode exacerbar a bolha imobiliária, o Global Times acusou as cidades chinesas de “interpretação superficial da urbanização”, embora admitindo que alguma correlação entre os arranha-céus e ciclos económicos possa de facto existir.

As autoridades inesperadamen-te bloquearam a construção do próximo arranha-céus recordista mundial, o Sky City em Changsha, logo após o impaciente Grupo Bro-ad iniciar as obras sem a aprovação oficial no final de Julho.

Quando o Financial Times per-guntou ao construtor do Sky City, Zhang Yue, no ano passado, se

ele esperava obter aprovação para prosseguir o projecto, respondeu: “Sem dúvida conseguiremos apro-vação. É apenas uma questão de tempo”, mas as autoridades orde-naram a interrupção dos trabalhos, quando os mesmos prossegiram independentemente.

ÍNDICE DE ARRANHA-CÉUSAnalistas, já tensos sobre a desace-leração económica da China, têm observado ansiosamente o Índice de Arranha-céus e a bolha imobiliá-ria da China durante um ano, desde que o banco de investimentos inter-nacional Barclays Capital apontou a China e a Índia em Janeiro de 2012, alertando que “o índice de

arranha-céus continua a mostrar uma correlação não saudável entre a construção de arranha-céus e a iminente crise financeira – Nova York 1930; Chicago 1974; Kuala Lumpur 1997 e Dubai 2010″, in-formou a AFP.

Cada um destes lugares cons-truiu ou começou a construir o edifício mais alto do mundo pouco antes de um colapso económico.

O Barclays Capital concluiu: “Por que a história se prova correcta, este ‘boom’ de constru-ção na China e na Índia poderia simplesmente ser um reflexo de uma má alocação de capital, o que pode resultar numa correcção económica para duas das maiores

economias da Ásia nos próximos cinco anos.”

Com uma precisão inquietante, o Índice de Arranha-céus “tem uma boa correlação de 150 anos entre os edifícios mais altos do mundo e as desacelerações económicas e recessões”, disse o economista Andrew Lawrence, do Grupo CIMB, que inventou o índice. “Para a China, não há razão para a correlação mudar”, referiu à CNN no início deste mês.

A imprensa estatal chinesa assegurou aos seus leitores que não há motivo para preocupação, salientando que a conclusão em 1931 do edifício mais alto do mundo, o Empire State Buil-ding, ocorreu quando os Estados Unidos estavam em ascensão (ao invés de nas profundezas da Grande Depressão) e não resul-tou no colapso do país.

Contudo, a imprensa oficial chinesa esqueceu de dizer aos lei-tores chineses que os planos para o Empire State Building foram lançados apenas dois meses antes da grande quebra do mercado de acções em 1929, quando começou a Grande Depressão nos Estados Unidos.

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8 publicidade hoje macau quinta-feira 15.8.2013

• ZOU SHIMING, 31 anos, um dos mais populares atletas olímpicos da China, é o maior peso-pluma do mundo, tendo ganho medalhas de ouro nos Campeonatos de Amadores do Mundo em 2005, 2007 e 2011, e nos Jogos Olímpicos de Verão de 2008 2012. Zou Shiming ganhou ainda uma medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de 2004 games, tornando-se o primeiro atleta de boxe do país a ganhar uma medalha, bem como no primeiro a ganhar uma medalha de ouro nos Campeonatos de Amadores do Mundo e nos Jogos Olímpicos. Assinou um contrato com o lendário promotor de boxe, Bob Arum, da Top Rank durante uma conferência de imprensa em Pequim, no mês de Janeiro. Em Abril, fez a sua primeira aparição profissional no Cotai Arena do Venetian Macao; Em Julho fez a sua segunda aparição para o Fists of Gold II.

• Para celebrar o 40º aniversário da sua digressão à China, o Sands China Ltd. patrocinou a residência e digressão na China da ORQUESTRA DE FILADÉLFIA, que culminou com várias apresentações públicas em diversos locais de Macau, incluindo dois concertos completamente esgotados no Venetian Theatre do Venetian Macao. Dos destaques

da digressão salienta-se uma palestra na Universidade de Macau, do Embaixador Nicholas Platt, que visitou a China em 1973 com o Presidente Nixon, um concerto de câmara no Teatro D.Pedro V e ainda um painel de discus-são levado a cabo por três peritos no campo musical, no Conservatório de Macau.

• DINOSAURS LIVE é uma exposição itinerante que reside actualmente no Cotai Expo do Venetian Macao. A exposição interactiva gozou de grande sucesso na Europa e na Ásia, tendo já sido vista por meio milhão de pessoas. No espaço, de 2,500 metros quadrados dedicado à exposição do Cotai Expo, são exibidos 30

dinossauros animatrónicos que agem como se esti-vessem vivos; movem-se, respiram e emitem sons. Também é exibido um filme 3-D sobre dinossauros. Dinosaurs Live no Venetian estará no Cotai Expo até dia 1 de Outubro. A idade mínima para visitar a exposição é de três anos.

• NITRO CIRCUS LIVE apresenta mais de 40 dos melhores atletas do mundo em acção, num espectáculo audaz que frequentemente quebra recordes de truques em motocross freestyle, BMX e skateboarding, apresentando acrobacias arriscadas, raramente tentadas fora da família do Nitro Circus. Ultrapassam todos os limites e excedem as suas capacidades em skates, scooters e com outros veículos pouco ortodoxos, como um frigorífico, um carro da Barbie, um triciclo de brinquedo, um carrinho de super-mercado, um boogie board entre outros. Estarão no Cotai Arena do Venetian a 17 e 18 de Agosto.

• Os HARLEM GLOBETROTTERS estiveram no território para um jogo de exibição de basquetebol, no dia 13 de Julho, na Cotai Arena. Criados em 1926, os Harlem Globetrotters são um ícone mundial, sinónimo de entretenimento familiar empol-gante e de grande destreza no basquetebol. A organização Globetrotters leva 87 anos a quebrar barreiras, a praticar actos de benevolência, e a dar aos fãs um compromisso que ultrapassa em muito a questão do jogo em si. Os “Embaixadores da Boa-Vontade” encantaram e encheram os corações de mais de 136 milhões de pessoas, actuando em 122 países e regiões em seis continentes.

• Nascido em 1986, com o raro síndrome de tetra-amelia , que resulta na ausência dos quatro membros, NICK VUJICIC transformou uma deficiência de vida num dom, canalizando a sua energia para dar palestras motivacionais. Com 17 anos de idade fundou a sua própria organização sem fins lucrativos, “Life Without Limbs”. Nick Vujicic promove o seu trabalho em programas de televisão, publicando livros, tendo já participado em diversos filmes e falado para mais de 3 milhões de pessoas em mais de 24 países nos 5 continentes. Dá palestras em empresas, escolas e congregações. Em Maio, esteve no Cotai Arena.

• Três vezes nomeada para um Grammy, a fadista MARIZA encantou Macau com a sua distintiva e melodiosa voz num concerto no Teatro Venetian do Venetian Macao, no passado mês de Julho, e ofereceu uma actuação inebriante e emotiva em mais um concerto do Mariza World Tour 2013. Nascida em Moçambique e tendo crescido em Portugal, Mariza saltou para a fama com sua interpretação única do fado - um estilo de música tradicional português classificado pela UNESCO como Património Cultural Imaterial. Ela é amplamente aclamada como uma das cantoras mais importantes do mundo da música contemporânea, tendo vendido mais de um milhão de discos no mundo inteiro.

O Venetian Macao celebra seis anosNo Cotai Strip reSortS MaCao, exiSte alegria e divertiMeNto para todoS

9hoje macau quinta-feira 15.8.2013 PUBLIREPORTAGEM

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10 hoje macau quinta-feira 15.8.2013VIDA

C OMO seriam as proteínas dos se-res que povoavam a Terra quando

a vida tinha acabado de surgir? E como evoluíram essas proteínas até hoje? Um conjunto de investigadores, a trabalhar em Espanha e nos Estados Unidos, está nos últimos anos a tentar responder a estas questões. Primeiro, reconstruíram uma proteína que data de há 4000 milhões de anos, altura muito próxima do aparecimento dos primeiros seres, quando a Terra tinha uma ambiente hostil. Agora, analisaram a evolução desta proteína, comparando a sua história com determinados aconte-cimentos que definiram para sempre a árvores da vida.

A informação que re-tiraram desta molécula e as comparações que fizeram com as moléculas equivalentes produzidas por organismos que exis-tem actualmente, como a espécie humana, reforça a ideia de que a evolução das proteínas é feita de longas temporadas em que nada acontece. Essas temporadas são separadas por períodos de tempo relativamente curtos, em que ocorrem saltos evo-lutivos importantes para a adaptação das espécies, explica um artigo publica-do nesta semana na revista Structure.

É difícil determinar a estrutura de uma proteína produzida pelos primeiros seres vivos. No caso dos mamutes, que se extingui-ram há muito pouco tempo, ainda se descobre material destes animais em estado suficientemente preserva-do para obter o seu ADN. Na longa cadeia do ADN, estão inseridos os genes que são os moldes que todas as células utilizam para, literalmente, manu-facturarem as proteínas. Por isso, é fácil conhecer as proteínas dos mamutes.

Mas quando se quer es-tudar células que viveram

PROTEÍNA DO INÍCIO DA VIDA INDICA QUE ESTRUTURA MOLECULAR MOSTRA MUDANÇAS

Evolução deu-se aos saltos

há milhares de milhões de anos, é impossível encon-trar, nos poucos vestígios fossilizados que ainda sinalizam a sua presença, ADN que ajude a recons-truir estas proteínas. Por isso, a equipa internacional de Raul Perez-Jimenez, da Universidade da Colum-bia, em Nova Iorque, e Jose M. Sanchez-Ruiz, da Faculdade de Ciências da Universidade de Granada, teve de contornar esta di-ficuldade.

TIOREDOXINA É A CHAVEA equipa estudou uma tioredoxina, que existe nas espécies dos três domínios da árvore da vida: as bacté-rias; os eucariotas (os seres vivos com núcleo nas célu-las e que englobam desde as algas até aos animais, passando por organismos como a paramécia); e as archae (seres unicelulares sem núcleo mas que diver-gem das bactérias).

A tioredoxina funcio-na como antioxidante e entra em diversas funções celulares. É tão elementar que um embrião humano que carrega uma mutação disfuncional nos genes desta enzima não se de-senvolve para lá do estádio de quatro células. A função desta enzima será, por isso, essencial para as células e é natural que exista nos mais variados organismos

que hoje povoam a Terra, indicando que terá surgido numa altura inicial da his-tória da vida.

Os cientistas foram com-parar esta enzima em 200 espécies diferentes daqueles três domínios. Analisaram os aminoácidos mais impor-tantes que definem a estrutu-ra da enzima. Desta forma, foram andando para trás na árvore da vida e, assim, fo-ram encontrando a estrutura mais provável desta enzima produzida pelo antepassado mais recente comum aos animais e fungos. Depois, encontraram a estrutura da enzima do antepassado mais recente de todos os eucariotas e, por fim, a do antepassado mais recente de todos os seres vivos. Esta enzima ancestral terá sido produzida por células que viveram há cerca de 4000 milhões de anos - ou seja, cerca de 500 milhões de anos depois de a Terra se formar.

De seguida, a equipa pe-gou nos vários genes que co-dificam algumas das versões antigas da tioredoxina que encontraram e colocaram--nos nos genomas de bacté-rias, para serem sintetizados. Desta forma, conseguiram recriar estas proteínas e mos-trar que ganhavam a estrutura tridimensional, provando que eram enzimas funcio-nais. A análise da estrutura foi feita com cristalografia por raios-X.

hoje macau quinta-feira 15.8.2013 11CULTURA

O S dados esta-vam lançados: desde as pri-meiras sema-

nas de Joana Vasconcelos no Palácio Nacional da Ajuda que se antecipava que a exposição podia ser um caso sério de sucesso. Agora, a 13 dias do encerramento da mostra que coloca em diálogo as peças da artista contemporânea e o cenário real do palácio onde viveu D. Maria Pia, esta já se tornou na exposição indivi-dual mais vista de sempre em Portugal, segundo a organiza-ção – 178 mil visitantes.

Os números anunciados nesta terça-feira pela pro-dutora musical Everything is New, que se estreou com este projecto na área das exposições, marcam um recorde para o Palácio da Ajuda, mas também para a artista em Portugal. Em 2010, Sem Rede, a sua maior exposição individu-al até então, foi vista no Museu Berardo, no Centro Cultural de Belém (CCB),

ARTISTA para quem a arte devia ser mais do que Arte, assumindo uma responsa-

bilidade social e política, Allan Sekula morreu no sábado passado, com 62 anos, vítima de cancro. Professor, teórico, autor, cineasta e crítico, deixou uma influente e complexa obra no campo da fo-tografia e do cinema documental, sempre guiado por uma acutilante reflexão teórica que não poupava o capitalismo, a globalização, e mais recentemente, o mundo da arte.

Na década de 1970, salientou-se na performance e na instalação, mas foi nos anos 1980 quando, ao lado de Martha Rosler e Fred Lonidier, contribuiu para a reemergência da imagem fotográfica no contexto das neo-vanguardas, que inscreveu o seu nome no cânone da arte con-temporânea. Partindo dos modelos da fotomontagem e do documen-tário político, Sekula destacou-se ao rejeitar a pretensa neutralidade do conceptualismo, sublinhando a importância das contingências políticas e históricas que determi-navam as práticas dessa corrente.

Em contrapartida, manifes-tava um interesse pelas culturas regionais dos EUA e recuperava os legados da Film and Photo League (colectivo dos anos 1930 que usava o filme e a fotografia como instrumentos de transforma-

MAIS DE 178 MIL VISITANTES NA MOSTRA DE JOANA VASCONCELOS

A mais vista de sempre em Portugal

PERDEU-SE UM CRÍTICO APAIXONADO DA IMAGEM DOCUMENTAL

Morreu Allan Sekula

por 167.852 pessoas. Claro que, para a artista plástica, há também um outro recor-de fora do país - um milhão e seiscentas mil pessoas visitaram Versalhes, nos arredores de Paris, quando a sua Joana Vasconcelos Versailles lá estava no Verão passado.

Já o Palácio Nacional da Ajuda viu durante estes quatro meses e meio o triplo dos visitantes do que em todo o ano de 2012 – segundo dados do Instituto dos Mu-seus e da Conservação, a residência real oitocentista contou 50.065 visitas no ano passado. Joana Vasconcelos no Palácio Nacional da Aju-da levara no seu primeiro mês de estadia na Ajuda 43 mil pessoas ao monumento nacional. A exposição mais vista na Ajuda até aqui era De Pedro, o Grande a Ni-colau II: Arte e Cultura do Império Russo nas Colec-ções do Hermitage (2007), com 105 mil visitantes em cinco meses.

Ajuda tem ingressos gerais a dez euros e foi a primeira experiência da Everything is New na produção de exposições, representando para a empresa um negócio em que, segundo disse ao PÚBLICO em Março Ana-bela Carvalho, subdirectora da Direcção-Geral do Patri-mónio Cultural, “o produtor cobre todo o investimento” e depois “assegura a receita equivalente que o palácio teve no mesmo período do ano passado. Quando atin-gir o break even, os lucros serão partilhados tendo em conta a média da receita do Palácio, mais 10%”. Ou seja, de acordo com os números agora disponíveis a mostra foi também um sucesso fi-nanceiro para a promotora de espectáculos e para a artista.

A exposição comissaria-da por Miguel Amado é com-posta por 38 peças inseridas em várias salas em dois pisos do cenário sumptuoso do palácio-museu, como o carro War Games (2011), o lustre Carmen e A Noiva (ambos de 2001). Joana Vasconcelos e o seu Trafaria Praia são representantes de Portugal na 55.ª Bienal de Veneza, que decorre na cidade italiana. O cacilheiro estará em Veneza até 24 de Novembro.

No panorama museoló-gico português, Joana Vas-concelos ultrapassa assim com a sua maior exposição individual de sempre, com 38 peças, nomes como o de Frida Khalo, Robert Rauschenberg, Paula Rego, Amadeo de Souza-Cardoso ou Juan Muñoz. Cento e cinquenta e sete mil visi-tantes acorreram ao Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, para ver a exposição dedicada a Paula Rego em 2004, seguida de Robert Rauschenberg: Em viagem 70-76, que recebeu 120 mil visitantes em 2008. Mais recentemente, a ex-posição mais vista de 2012 foi a da holandesa Marijke van Warmerdam, De Perto à Distância, também em Serralves, com 100.653 visitantes.

A mexicana Frida Khalo foi vista por 105.220 pessoas no Centro de Exposições do CCB em 2005 e em 2007. Amadeo Souza-Cardoso (1887-1918) Diálogo de

Vanguardas tornou-se uma das mostras mais populares da Fundação Calouste Gul-benkian, em Lisboa, com 100.117 ingressos vendidos.

Já no Museu Berardo – que, assinale-se, tem en-

tradas gratuitas -, a mostra individual mais vista per-tence precisamente a Joana Vasconcelos e a Sem Rede com os seus 167 mil visi-tantes. Joana Vasconcelos no Palácio Nacional da

Em Portugal, Allan Sekula conheceu uma circulação conside-rável, graças ao trabalho de Jürgen Bock. Foi um dos convidados do Project Room que o comissário alemão levou ao Centro Cultural de Belém e o sujeito da exposi-ção The Dockers’ Museum que este ano passou pelo espaço da Lumiar Cité (gerido por Bock), em Lisboa. Refira-se igualmente a sua presença na edição de 2010 do doclisboa com a exibição de The Forgotten Space.

Com um currículo onde não faltam exposições individuais e colectivas nas mais importantes instituições de arte da Europa e dos Estados Unidos, Allan Sekula manifestou nos últimos tempos uma desconfiança crescente face ao mundo da arte contemporânea, apelidando-o, num artigo publi-cada na Art in America em Julho de 2012, de “oficina que fabrica os sonhos compensatórios das elites financeiras, que já não têm mais nada sobre o que sonhar senão uma subjectividade que destruíram dentro delas”. Eis uma opinião de um homem que sempre recusou o remetimento do homem ao trabalho e ao consumo. E que, como artista, nunca desistiu de conhecer o rosto do mundo que Hannah Arendt evocou nos seus escritos.

ção social) e do projecto da Farm Security Administration (do qual fizeram parte, entre outros, Walker Evans e Dorothea Lange). Mas a sua intenção nunca foi prosseguir a prática da fotografia documental como se esta fosse independente de apropriações ou usos alheios. E num seus mais famosos ensaios, Dismantling Modernism, Reinven-ting Documentary (1984), afirma o seu cepticismo: a pretensão da fo-tografia em alcançar qualquer tipo de eficácia política esbarra sempre

nas convenções do discurso e nos enquadramentos institucionais.

Consciente de que o novo contexto político e artístico já não é o dos anos 1930 e distanciando--se da ingenuidade de Evans ou a indiferença de Paul Strand, Allan Sekula propõe com Untitled Sli-de Sequence (1972) uma outra forma de documentar a realidade: recorrendo à projecção repetida de slides. Mostrando imagens de tra-balhadores a sair, ao fim de um dia de trabalho, de uma fábrica aeroes-

pacial em San Diego, a instalação problematizava a representação do trabalhador americano, ao mesmo tempo que enfatizava a importân-cia da contextualização histórica e local na recepção das imagens.

Allan Sekula conseguia assim, segundo o historiador alemão Benjamin H. D. Buchloh, criticar a proclamada transparência política do documentário americano e, em simultâneo, a pura neutralidade da fotografia conceptualista.

UM “AGENTE INFILTRADO”É a partir desta dupla critica que o seu trabalho lida, nos anos seguin-tes, com a condição da produção artística sob a expansão do capi-talismo global, chegando ao ponto de se “infiltrar” nas realidades produzidas por esse fenómeno. O trabalho, a exploração, as políticas económicas, a guerra, o sistema global de transportes foram temas que explorou em filmes e vídeos como The Reagan Tapes (1984) e The Forgotten Space (2010), ambos realizados com o teórico de cinema Noël Burch, Short Film for Laos (2006-07) ou Tsukiji (2001).

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12 hoje macau quinta-feira 15.8.2013DESPORTOMourinho treina Messi,Maradona e PeléNão, não leu mal. De forma a salvar o clube da bancarrota, o modesto Farnborough FC, clube do sexto escalão do futebol inglês, decidiu mudar o nome de todos os jogadores e até mesmo do treinador. José Mourinho é, na realidade, Spencer Day, Pelé chama-se Elvis Hammond, e Lionel Messi, Daniel Bennett. Mas isso pouco importa para o Farnborough, que à conta desta operação de marketing arrecadou um contrato de patrocínio com a Paddy Power, empresa de apostas online. A equipa inglesa conta ainda com outros grandes nomes do futebol mundial, como Zinedine Zidane (Merrick James-Lewis), Johann Cruyff (Tyrone Berry), Diego Maradona (David Tarpey) e Franz Beckenbauer (Thomas McGarry). Contente, Mourinho (o inglês), diz que o clube tem agora “a melhor equipa que o Mundo já viu” mas sublinha, em tom de brincadeira, que nem tudo tem corrido bem. “O Pelé e o Maradona quase andaram à luta pela camisola 10”, conta.

Futebol Schiavi fica marcadoapós tratamento na ChinaO defesa-central Schiavi, ex-Boca Juniors e actualmente no Shanghai Shenhua, submeteu-se a um inusitado tratamento chinês contra as dores nas costas. O problema é que a terapia deixou marcas expressivas no defensor de 40 anos, que reclamou através do Twitter. “Agora está-me a doer a alma”, escreveu Schiavi. O tratamento consiste na aplicação de ventosas nas costas do paciente. O ex-companheiro de Schiavi no Boca, o atacante Cvitanich, actualmente no Nice, em França, brincou com o amigo. “Agora é que te sentes como um atacante”, respondeu Cvitanich lembrando o estilo duro do defesa, famoso por deixar marcas nos adversários.

O S preparativos para o Mundial de futebol do próximo ano no Brasil

não têm corrido da melhor for-ma e já nem o Governo brasilei-ro o esconde. Na terça-feira, o ministro do Desporto mostrou--se preocupado com cinco dos seis estádios que ainda estão em construção, avisando que os trabalhos devem ser acelerados.

“Isto deve ser visto como um aviso. Não podemos con-tinuar no mesmo ritmo ou não vamos ter os estádios prontos a tempo”, disse Aldo Rebelo, citado pela BBC. “É possível in-tensificar [os trabalhos]. Somos capazes de cumprir os prazos, mas será necessário acelerar a construção”.

Os estádios têm de estar prontos em Dezembro deste ano, mas dos seis ainda em cons-trução apenas um (São Paulo) está a cumprir os prazos, com 84% do trabalho feito. As maio-res preocupações centram-se em Manaus, Curitiba, Cuiaba, Porto Alegre e Natal, que ape-nas têm os trabalhos completos entre 71 a 79%.

BRASIL ATRASOS NOS ESTÁDIOS DO MUNDIAL 2014 PREOCUPAM MINISTRO DO DESPORTO

Será necessário acelerar a construção

Apesar de ter pedido para que os trabalhos decorram mais rapidamente, Aldo Rebelo avisou que o Governo não dará mais dinheiro aos construtores.

O investimento nos estádios para o Mundial 2014 foi um dos argumentos utilizados pelos milhões de brasileiros que sa-íram às ruas em Junho, durante a Taça das Confederações, uma prova que serviu de teste para o campeonato do próximo ano.

O Brasil recebe o Mundial

no próximo ano, estando pre-visto que os jogos decorram em 12 estádios.

Segundo números do último relatório da organização, cita-dos pela Folha de São Paulo, os custos do Mundial 2014 já ultrapassaram os 26.500 reais (92 mil milhões de patacas) e estima-se que possam atingir os 33 mil milhões (11,5 mil milhões de patacas). O valor previsto inicialmente era de 23.800 reais (83 mil milhões), sendo que

o Estado brasileiro (governos federal, estaduais e municipais) assegura 85% do financiamento.

A maior fatia será gasta na mobilidade urbana (30 mil mi-lhões de patacas), logo seguida pelos estádios (25 mil milhões) e aeroportos (24 mil milhões). Outras parcelas com algum significado são a segurança (6,3 mil milhões), os portos (2,4 mil milhões), as telecomunicações (13 mil milhões) e o turismo (7,4 mil milhões).

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hoje macau quinta-feira 15.8.2013 FUTILIDADES 13

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FALO

Um Macau Pass não culpado

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DEFICIENTE OU DEFICIENTE? Foto: Facebook

• Um lugar para deficientes ocupado por um Ferrari branco. Na verdade, surge a dúvida. Pertencerá o potente carro, de facto, a um deficiente ou o dono do bólide é um completo deficiente para estacionar num lugar proibido? Deixamos a resposta ao critério do estimado leitor.

SALA 1PERCY JACKSON: THE SEA OF MONSTERS [B]Um filme de: Thor Freudenthalcom: Logan Lerman, Sean Bean14.30, 16.30, 21.30

MONSTERS UNIVERSITY [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Dan Scanlon19.30

Sala 2 DRAGON BALL Z:BATTLE OF GODS [B](FALADO EM JAPONÊSLEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de: Masahiro Hosoda14.30, 16.10, 17.50, 21.30

PERCY JACKSON: THE SEA OF MONSTERS [3D] [B]Um filme de: Thor Freudenthalcom: Logan Lerman, Sean Bean19.30

Sala 3DORAEMON THE MOVIE:NOBITA IN THE SECRETGADGET MUSEUM [A](FALADO EM CANTONÊS)14.30

THE HEAT [C]Um filme de: Paul Fiegcom: Sandra Bullock, Melissa McCarthy16.30, 19.15, 21.30

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Telejornal + 360° (Diferido)14:40 RTPi Directo18:30 Caminho das Índias (Repetição) 19:30 Vingança20:30 Telejornal20:55 TDM Talk Show21:20 Castle Sr.422:00 Caminho das Índias (India - A Love Story)23:00 TDM News23:30 Selecção Nacional AA: Portugal-Holanda Repetição)00:30 Telejornal (Repetição)01:30 RTPi DIRECTO

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:35 Poplusa15:30 Destino: Portugal - II16:00 Bom Dia Portugal17:00 Missa da Assunção da Virgem Maria18:00 Tec@Net18:10 O Teu Olhar (Telenovela)19:10 Segredo de Justiça20:00 Jornal da Tarde 21:10 A Hora de Baco21:40 Há Volta23:55 Ciclismo: 75.ª Volta a Portugal em Bicicleta

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PERCY JACKSON: THE SEA OF MONSTERS

No momento em que muitos turistas pagam mais de 300 patacas para conseguir andar de táxi numa Macau-Utor eu escrevo esta minha pequena crónica pensando nos dias de sol. Precisamente num dia mais soalheiro e bem disposto eu li por aí que hoje em dia o cartão Macau Pass passou a ser de acesso fácil a toda a gente. Trata-se de um passe para usar nos transportes públicos e que é apoiado financeiramente pelo Executivo. Dizia o autor do texto que o problema deste cartão era a falta de controlo sobre a sua utilização: os turistas também o podem comprar, para além dos residentes. O mesmo autor dizia ainda que isso fazia com que todos usassem os autocarros públicos, levando a congestionamentos e a uma quebra de qualidade no dia-a-dia de quem aqui vive. Para mim, o problema não se trata de comprar ou não o Macau Pass. Colocaríamos então os turistas a andar todos de táxi, ou a alugar bicicletas numa cidade caótica e concentrada? Quem visita uma cidade deve ter as mesmas opções de transporte: ou opta pelo mais caro, ou pelo mais acessível. O problema desta cidade é a falta de infra-estruturas rodoviárias para que a visita, e tudo fica ao molho e fé em deus. Não há uma organização das estradas, dos prazos das obras e da sua coordenação, ou um limite do número de autocarros dos casinos que circulam por aí. Continuam a não existir táxis suficientes, e há zonas da cidade que estão por explorar em termos turísticos. A culpa não é do cartão verde, meus senhores. A culpa é de alguém. Vamos lá jogar ao Quem-é-Quem para que possamos descobrir.

ERNESTINA • J. Rentes de Carvalho“Ernestina” é mais do que um romance autobiográfico ou um volume de memórias de famílias ficcionadas. É um fresco de Trás-os-Montes, dos anos 1930 aos anos 1950, um romance que transcende o relato regionalista e que transpôs fronteiras, transformando-se num fenómeno editorial na Holanda.

EXTREMAMENTE ALTO E INCRIVELMENTE PERTO

• Jonathan Safran FoerOskar Schell tem nove anos e é inventor, francófilo, tocador de tamborim, ator shakesperiano, joalheiro, pacifista. Além disso, está a empreender uma busca urgente e secreta através das cinco zonas de Nova Iorque a fim de encontrar a fechadura onde entra uma chave misteriosa que pertencera ao pai, morto no atentado contra o World Trade Center. Oskar, uma inspirada criação do autor, é encantador, exasperante e inesquecível.

14 hoje macau quinta-feira 15.8.2013OPINIÃO

AdriAno MoreirAIn Diário de Notícias

A crise não pode ser elevada a causa explicativa, e pro-movida frequentemente a justificativa, de todas as medidas imaginadas para a combater, salvo se for admitido que regressamos ao estado de natureza.

Desde que se concre-tizou a passagem, no Oci-

dente, da época dos reis para a época dos povos, entre a crise e o estado de natureza ficou interposta uma constituição, derivada de um paradigma que a antecede, que é uma concepção do mundo e da vida, com os seus valores, de regra implantados depois de uma dolorosa experiência histórica.

Nesta hierarquia, de criação ocidental, o expansionismo que animou a sua mun-dialização, nem sempre com respeito pelos próprios paradigmas valorativos, implicou a imposição de modelos criativos a outras áreas culturais e políticas, com estruturas diversas de subordinação e hierarquia, em que o modelo de protectorado, ainda assim com formas variáveis, se impunha às tradi-ções e legalidades dos submetidos.

Esta forma de hierarquia, quer com reconhecimento jurídico internacional, quer limitada a facto de ocupação efectiva, como se passou com a marcha saxónica do Cabo ao Cairo, de regra não fez parte das

O regionalismo europeu foi o coroar de um pensamento secular de idealistas, destinado a remeter para um passado sem repetição toda a conflitualidade ceifadora de muitos milhões de vidas inutilmente destruídas antes do seu tempo

A sede do poder

subordinações de regiões e áreas culturais europeias subordinadas pelos Estados plu-rais dos ocidentais em expansão, com tensões ainda evidentes, e até crescentes, na Europa em crise dos nossos dias.

Mas é difícil não reconhecer que o cataclismo da globalização surpreendeu e ultrapassou a experiência de governantes for-mados na história do passado. E portanto sem este ter deixado dessa experiência um legado

que possa amparar os novos governantes, recorrendo estes ao único facto sobrevivente a todas as crises, que é adquirir o poder de mandar, com a desenvoltura identificada, para sempre, por Maquiavel, que perdeu a boa reputação pela boa argúcia.

Na medida em que a desorganização global atingiu o pequeno canto do mundo chamado Europa, a estrutura viu renascer o protectorado, agora interno, como acontece

ao sul do limes romano em reconstituição, ao longo do Mediterrâneo, atingindo Portugal. Uma situação que lança uma dúvida sobre a hierarquia das estruturas normativas, sendo, por exemplo, frequente e inquietante, difícil, conseguir averiguar se os responsáveis con-sideram que um poder externo, expresso num acordo elaborado por funcionários que se imaginam no exercício de uma legitimidade hierarquizante, tem autoridade superior aos normativos internos, em termos de serem acusadas de perturbadoras, e responsáveis por repúdio da nova ordem, instituições judi-ciais que se mantêm fiéis ao dever e função de salvaguardar a vigência da Constituição não alterada no seu normativismo.

Um dos efeitos, que não contribui para a ambicionada instalação de um novo equi-líbrio de vida, é que o tempo social, surpre-endido pelo que considera agressões do seu teor de vida, e dos valores que continua a considerar orientadores dos comportamen-tos cívicos, entra em disfunção, cada dia mais grave, com o tempo político.

O contágio evidente entre as várias co-munidades políticas europeias coloca em risco a sonhada ordem internacional, que não será a querida desde a paz, se tal anarquia de articulação continuar, com os frustrantes resultados que desmentem as promessas dos governantes, as esperanças dos governados, e o futuro dos que ainda não são atenienses porque a idade não os habilita a intervir.

O regionalismo europeu foi o coroar de um pensamento secular de idealistas, destinado a remeter para um passado sem repetição toda a conflitualidade ceifadora de muitos milhões de vidas inutilmente destru-ídas antes do seu tempo, e aparecendo como exemplo para as regiões que, pela libertação do imperialismo colonial, encontrariam nele um modelo para superar a debilidade de cada uma das suas sociedades.

O tempo político, que inquieta os povos europeus, e não serve de exemplo à primave-ra muçulmana, não dá mostras de ser aquele que a imaginação dos novos projectistas da paz e desenvolvimento pensaram ser o fim da história. Nem sequer é segura a identificação da sede do poder em exercício.

INÍCIO DAS NEGOCIAÇÕES DE PAZ

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana de Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos; Zhou Xuefei [estagiária] Colaboradores Amélia Vieira; Ana Cristina Alves; António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Vinhais Guedes; Helder Fernando; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Tiago Alcântara; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo

cartoonpor Stephff

15 publicidadehoje macau quinta-feira 15.8.2013

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hoje macau quinta-feira 15.8.2013

A NUNCIADO em No- vembro de 2010 pelo então primeiro-minis-tro chinês, Wen Jiabao,

no âmbito da 3.ª conferência minis-terial do Fórum para a Cooperação Económica entre a China e os Pa-íses de Língua Portuguesa (Fórum Macau), o Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa tem um valor global do capital social de mil mi-lhões de dólares (mais de oito mil milhões de patacas), depois de ser criado oficialmente em Junho deste ano, com uma verba inicial de 125 milhões de dólares (cerca de um milhão de patacas), tem agora fixadas as condições determinantes para a aceitação da candidatura.

A brochura de apresentação do fundo, a que o portal de notícias MacauHub teve acesso, dá conta de que os projectos empresariais – situados na China e nos países de língua portuguesa, com excepção de São Tomé e Príncipe – vão ser apoiados em 5 a 20 milhões de dólares (sensivelmente 40 a 160

FUNDO CHINA-LUSOFONIA VAI APOIAR EMPRESAS NO VALOR DE 5 A 20 MILHÕES DE DÓLARES

Critérios da candidatura em abertomilhões) e o período de detenção de um único projecto será de 4 a 6 anos, “variável consoante características industriais, nível de retorno, perfil de risco, tempo e modo de conclusão do investimento”, entre outros factores.

O principal requisito é que se apresentem “com prospecção de mercado positiva com potencial de crescimento rápido e estável e capacidade de gerar bom fluxo de caixa e capacidade de rentabilidade financeira”, evidencia o perspecto.

Os investimentos podem ser feitos em duas modalidades: acções ordinárias ou acções preferenciais, híbridos de capital e obrigações convertíveis. Ou seja, não apenas por investimento directo. “Com base nas características e circunstâncias individuais das empresas e projectos de investimento, o fundo pode ser flexível na adopção de vários méto-dos ou abordagens de investimento diferentes, designadamente investi-mento de capital ou quase capital”, explica o folheto informativo.

A ideia é proporcionar ao Fundo canais de saída além de promover

o desenvolvimento económico local e melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Os critérios para investimento incluem “registo e funcionamento legais nos países membros, empre-gar tecnologia industrial avançada e experiência relevante no sector, demonstrar boa capacidade de investimento, oferecer uma equipa de gestão experiente, honesta e confiável, ter boa performance de negócios e registo de credibilidade”.

O projecto deve ter origem em recomendação do secretariado do

Fórum para a Cooperação Econó-mica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa e das instituições e autoridades dos países membros, desenvolvimento pela equipa de gestão do fundo, declaração por parte das empresas, instituições de investimento ou outras, nos países membros.

A decisão de investimento fica a cargo da Comissão de investimento, composta por representantes profis-sionais da equipa de gestão do Fundo do Desenvolvimento China-África, sediado em Pequim.

O Fundo envolve o Banco de Desenvolvimento da China como patrocinador, o Fundo de Desenvol-vimento Industrial e Comercial de Macau como patrocinador e sócio limitado, a CDB Capital Co. como sócio limitado e a Empresa de Gestão do Fundo, como sócio geral e gestor, com apoio permanente do Fórum Macau.

O fundo, refere a brochura, não irá, em princípio, controlar a opera-ção comercial através da detenção de determinado número de acções

e não deve ser o maior accionista: “embora supervisione a operação comercial, não participa na gestão diária”.

O limite de investimento numa única empresa, projecto ou indústria será decidido com base na gestão do risco do projecto e respectivos requisitos, ajustando a escala de acordo com alterações na estratégia de investimento.

Restrições incluem investimen-to em imóveis, oferecer garantias de negócios ou qualquer tipo de projec-tos proibidos nos países membros.

O retorno do investimento não deve ser inferior à taxa mínima es-tabelecida pelo Fundo, em função do retorno e do risco do projecto investido, entre outros factores.

O documento apresenta igual-mente uma lista de contactos sec-toriais, todos eles em Pequim, que podem esclarecer os interessados na utilização do Fundo.

Recorde-se que no início do mês, existe já uma candidatura formal de uma empresa portuguesa ligada ao sector agrícola.