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• DADOS PESSOAIS TEIA GOVERNAMENTAL PARTILHA INFORMAÇÃO EM TEMPO REAL PÁGINA 4 ENSINO POLÉMICA NA UMSU GAES está atento ao que se passa na Associação de Estudantes da UMAC PÁGINA 5 CHINA CASO BO XILAI Filho Bo Guagua pede julgamento “sem restrições” de defesa PÁGINA 9 ENTREVISTA Ho Ion Sang quer mais para a saúde e menos para os casinos Uma faculdade de medicina, mais ajudas aos residentes e cooperação entre o pú- blico e o privado. São estas as linhas mestras que Ho Ion Sang pretende para a saúde de Macau. O deputado refere que é tempo de mudar as políticas que “são mais favoráveis aos casinos” e apostar num serviço de saúde de ex- celência. PÁGINAS 2 E 3 A trágica necessidade de mudança PUB AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • QUARTA-FEIRA 21 DE AGOSTO DE 2013 • ANO XII • Nº 2919 PUB MOP$10 PUB Ter para ler SIMULACRO NO TÚNEL DE ACESSO METE AUTORIDADES A DESMENTIREM-SE CENTRAIS CAMPUS DA UMAC

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Edição do jornal Hoje Macau N.º 2919 de 21 de Agosto de 2013.

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Page 1: Hoje Macau 21 AGO 2013 #2919

• DADOS PESSOAIS

TEIA GOVERNAMENTALPARTILHA INFORMAÇÃO

EM TEMPO REAL PÁGINA 4

• ENSINO POLÉMICA NA UMSU

GAES está atento ao que se passa na Associaçãode Estudantes da UMAC

PÁGINA 5

• CHINA CASO BO XILAI

Filho Bo Guagua pede julgamento “sem restrições” de defesa

PÁGINA 9

ENTREVISTA Ho Ion Sang quer maispara a saúde e menos para os casinos

Uma faculdade de medicina, mais ajudas aos residentes e cooperação entre o pú-blico e o privado. São estas as linhas mestras que Ho Ion Sang pretende para a saúde de Macau. O deputado refere que é tempo de mudar as políticas que “são mais favoráveis aos casinos” e apostar num serviço de saúde de ex-celência. PÁGINAS 2 E 3

A trágica necessidadede mudança

PUB

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • QUARTA-FE IRA 2 1 DE AGOSTO DE 2013 • ANO X I I • Nº 29 19

PUB

MOP$10

PUB

Ter para ler

SIMULACRO NO TÚNEL DE ACESSO METE AUTORIDADES A DESMENTIREM-SE CENTRAISCAMPUS DA UMAC

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HOJA

MAC

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2 hoje macau quarta-feira 21.8.2013ENTREVISTA

CECÍLIA L [email protected]

U MA faculdade de me-dicina, mais ajudas aos residentes, cooperação entre público e privado.

É esta a receita de Ho Ion Sang para mudar o panorama da saúde em Macau. Candidato às eleições pelas Associações de Moradores (Kaifong), o deputado distancia--se das declarações da sua número dois, Wong Kit Cheng, sobre os enfermeiros portugueses, porque o que interessa é “não haver dis-criminação” face aos residentes.

Na lista dos cargos desempenha-dos pelos deputados, disponível no website da Assembleia Legis-lativa (AL), surge com o cargo de director da área de apoio a clientes do Banco da China. Mantém esse cargo?Tenho lá essa informação mas já não desenvolvo qualquer trabalho nessa área. Tornei-me deputado em 2009 e agora dedico-me totalmente aos assuntos da AL. Para se ser deputado tem que se ter consciência dessa posição. Há

HO ION SANG DEFENDE MUDANÇAS ESTRUTURAIS NA SAÚDE E FAZ UMA CONSTATAÇÃO

“As políticas são mais favoráveis aos casinos”colegas na AL que têm essa posi-ção e um trabalho, mas prefiro ser apenas deputado para acompanhar o Governo e ouvir os requisitos dos cidadãos.

Antes de abordarmos as questões políticas, analisemos a situação económica. Os dados recentes da Autoridade Monetária de Macau (AMCM) são optimistas. Sim. Mas quando olhamos para as reservas fiscais, na sua maioria aplicadas no exterior, a taxa de retorno para a RAEM ainda é muito baixa. Em 2012, foi apenas de 1,6%. 64% desse montante é usado para comprar dívida pública externa, os restantes 36% são para questões monetárias. Se as reser-vas fiscais forem bem aplicadas, teremos um retorno de centenas de milhões de patacas, o que não é tão baixo assim. Por exemplo, há que investir mais na banca local, porque só a injecção de depósitos não é suficiente. A AMCM do-mina bem o sistema financeiro, cujo desenvolvimento é estável. Mas porque não investe mais em Macau? Será falta de confiança no mercado?

Há muitos cidadãos que se queixam que não conseguem pedir empréstimos aos bancos, e existem rumores de que há falta de crédito nos bancos da China. Como olha para este fenómeno?Desconheço a situação na China. Mas em Macau há mais pessoas a pedir empréstimos do que a depo-sitar dinheiro no banco. Tenho uma proposta para dar ao Governo com base na experiência de Singapura. Há um fundo soberano que é usa-do para as indústrias, melhorar o mercado, diversificar a economia ou mesmo para apostar na espe-cialização em alguns sectores. Até digo uma coisa como brincadeira: quando mais retorno tivermos dos

investimentos feitos com os fundos públicos mais garantias temos para dar os cheques (risos). Mas, sincera-mente, não concordo que se façam estas medidas de curto prazo.

WONG KIT CHENG É “BOA ESCOLHA”

Falemos agora dos assuntos po-líticos. Na entrevista dada por Wong Kit Cheng, seu número dois, ela disse que tinha confiança no sucesso da União Promotora para o Progresso (UPP) nas próximas eleições. Também se sente confiante?Desta vez temos mais competição, porque há mais listas candidatas. Mas a UPP começou a participar

nas eleições em 1991, já temos mais de 21 anos de experiência. Em 2009 era uma nova cara na política e se conseguimos ganhar um lugar dessa vez acredito que vamos ganhar outro este ano. Há muitas listas com caras novas nos segundos lugares e acredito que a UPP não é a única a apostar em novos nomes. O facto de haver mais listas também revela que há mais pessoas que dão atenção aos assuntos políticos e sociais.

Wong Kit Cheng já foi acusada de ser demasiado nova para en-trar no mundo político. Muitos meios de comunicação dizem que a UPP pode ficar para trás na corrida. A sua escolha foi um erro político?Apostamos numa mudança, e Wong Kit Cheng já contribui para as questões sociais há mais de dez anos. Quando olho para as listas candidatas pela via directa vejo que os candidatos são mais novos, mas também mais profissionais. Ela representa o sector da saúde, e falta na AL pessoas que defendam os direitos das mulheres e das crianças. Por isso ela é uma boa escolha.

Quando olhamos para as reservas fiscais, na sua maioria aplicadas no exterior, a taxa de retorno para a RAEM ainda é muito baixa. Em 2012, foi apenas de 1,6%. 64% desse montante é usado para comprar dívida pública externa, os restantes 36% são para questões monetárias

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3 entrevistahoje macau quarta-feira 21.8.2013

Porque é que a União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM) está sempre a concorrer com membros da Asso-ciação Geral das Mulheres de Ma-cau (AGMM) -Wong Kit Cheng é vice-presidente da AGMM?É uma coincidência (risos). Mas a UGAMM coopera sempre com a AGMM, não só na política como nos assuntos sociais. É um costume.

A UPP sempre defendeu as ca-madas mais baixas da sociedade, mas desta vez esse é um foco muito comum para outras listas. Qual é a vantagem da UPP para estas legislativas?Temos muita experiência. Os ou-tros criticam muito o Governo, mas nós damos mais recomendações e sugestões.

mais enfermeiros portugueses só poderá trazer um problema, que é a existência de menos oportunida-des para os residentes, em caso de saturação do mercado. A mesma situação acontece nos casinos, quando os estrangeiros ocupam logo os lugares de topo e nada sobra para os residentes. Temos de ter um ambiente de trabalho justo em todos os sectores. Se houver justiça os residentes não se vão queixar da entrada dos portugueses.

Há pouco falávamos do facto da UGAMM defender mais as clas-ses baixas. Agora muitos dizem que a UGAMM começaram a falar mais da classe média.Como deputado oiço todas as vozes da sociedade. Oiço as camadas mais baixas, da classe média, as Pe-quenas e Médias Empresas (PME). Acho que as questões principais na sociedade estão ligadas com a habitação, trânsito, e serviços de saúde. Como já falamos muito de saúde, agora vamos falar de habitação e trânsito.

Em que aspectos?Hoje ter uma casa própria é um sonho para a maioria dos residentes, o que mostra que a felicidade não aumentou com o desenvolvimento da economia. No trânsito as queixas dos residentes vão para os serviços de autocarro e de táxi. Ainda por cima, o Metro Ligeiro não deverá ser construído dentro dos prazos.

Poderá ter aspectos positivos?O Metro Ligeiro pode criar mais empregos, porque podem surgir mais cargos para reparação e en-genharia. Penso que quem estudar na faculdade não vai ter problema em encontrar emprego nesta área.

Mantém-se optimista face ao futuro de Macau?Por acaso sim. Apesar dos proble-mas causados pelo jogo, o Governo prometeu rever as políticas nessa matéria. Francis Tam (secretário para a Economia e Finanças) disse que em 2015 os contratos de conces-são do jogo iriam ser revistos. Acre-dito que a cidade não está apenas a desenvolver-se neste sector, mas também ao nível das exposições, medicina chinesa e cultura.

criticada por, alegadamente, dar 300 patacas a cada membro como ajuda para a inflação. A sério? Então acho que a Comis-são para os Assuntos Eleitorais (CAEAL) e o Comissariado con-tra a Corrupção (CCAC) podem começar a fazer o seu trabalho. Esse tipo de situações não pode acontecer.

Os casinos também apoiam mui-tas associações e outras causas sociais. Mas esta semana Liu Meng, chefe de representação da ONU na China, disse que empresas locais devem ser mais socialmente responsáveis. Concordo com o que ela disse. Os casinos não podem só doar dinheiro para minimizar os efeitos negativos do jogo. Dar dinheiro serve apenas para manter uma boa imagem, mas o mais importante é cuidar da saúde dos funcionários. Por exemplo, a implementação das zonas para fumadores e não fuma-dores não correu bem. O mesmo no desenvolvimento das carreiras. Os residentes ainda não têm muitas oportunidades de promoção no tra-balho, por isso é mesmo necessário que haja um mecanismo que os coloque a ocupar mais os cargos de topo, em vez dos estrangeiros.

Tem conhecimento de muitos casos?Muitos. Recentemente conheci um licenciado em medicina que não conseguiu encontrar um lugar nos hospitais por causa dos salários tão baixos, e optou por ser croupier.

CASINOS EM VEZ DE HOSPITAIS

Falou dos baixos salários no sector da saúde. Como é que esse problema pode ser resolvido? Vemos que a construção dos ca-sinos avança mais rapidamente do que do novo hospital. As políticas são mais favoráveis aos casinos, incluindo o processo de concessão dos terrenos ou a cria-ção de quotas para estrangeiros. Já fiz muitos estudos sobre a situação dos serviços de saúde em Macau, e reparei que o Governo dá mais dinheiro para infra-estruturas, mas faz falta apostar no interior dessas instalações. É preciso criar uma faculdade de medicina, porque estamos sempre a recrutar não--residentes para esta área. Também temos de melhorar o sistema de financiamento na saúde, porque tem de ser universal. Actualmente só os cidadãos com mais de 65 anos e estudantes têm acesso gratuito aos cuidados de saúde, mas os

residentes que trabalham não têm tantos benefícios. Também reparei que o hospital privado e o público têm uma distribuição desigual de recursos. Não há camas suficientes no público, mas há no privado. Seria melhor que houvesse uma cooperação nos dois sectores para resolver as dificuldades.

Recentemente foram polémicas, as declarações de Wong Kit Cheng contra a contratação dos médicos portugueses. Mantém a mesma posição?O que digo é que não podemos ter discriminação. A entrada de

Já fiz muitos estudos sobre a situação dos serviços de saúde em Macau, e reparei que o Governo dá mais dinheiro para infra-estruturas, mas faz falta apostar no interior dessas instalações. É preciso criar uma faculdade de medicina, porque estamos sempre a recrutar não-residentes para esta área. Também temos de melhorar o sistema de financiamento na saúde, porque tem de ser universal

A UGAMM é muito criticada por receber financiamento do Governo. Que comentários faz a esta situação?O Governo dá dinheiro a todas as associações. Muitas vezes se o Governo criar tudo sozinho os gastos de dinheiros públicos podem ser ainda mais altos. Os cidadãos que criticam precisam de ver aquilo que já fizemos. Muitas vezes damos dinheiro ou pedimos doações para podermos completar os nossos trabalhos na área social.

Há muitas dúvidas quanto ao facto desse dinheiro poder ser usado para a compra de votos. Por exemplo, a Associação dos Amigos de Jiangmen foi ontem

A entrada de mais enfermeiros portugueses só poderá trazer um problema, que é a existência de menos oportunidades para os residentes, em caso de saturação do mercado. A mesma situação acontece nos casinos, quando os estrangeiros ocupam logo os lugares de topo e nada sobra para os residentes. Temos de ter um ambiente de trabalho justo em todos os sectores. Se houver justiça os residentes não se vão queixar da entrada dos portugueses

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hoje macau quarta-feira 21.8.20134 POLÍTICA

JOANA FREITAS [email protected]

A Polícia de Segu- rança Pública (PSP), a Direc-ção dos Serviços

para os Assuntos de Tráfego (DSAT), a Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) e o Ministério Público (MP) trocam dados de cidadãos de Macau que possam estar envolvidos em infracções. A medida, que teve o aval do Gabinete de Protecção de Dados Pessoais (GPDP), “não prejudica os direitos das pessoas”, assegura Chan Hoi Fan.

Num parecer anexado ao relatório anual de 2012 do GPDP, a coordenadora emi-tiu diversos documentos que

A Polícia de Segurança Públi-ca (PSP) assegura que não há excepções de registo no

que toca à passagem das frontei-ras. A confirmação, dada ao HM, derruba a tese do investigador do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) que disse em tribunal, no julgamento do caso La Scala, que o ex-secretário para as Obras Públicas e Transportes poderia ter entrado e saído de Macau sem se registar.

A 24 de Julho, numa das au-diências que decorre no Tribunal Judicial de Base sobre o caso de alegada corrupção nos terrenos em frente ao aeroporto – através dos empresários de Hong Kong Jospeh Lau e Steven Lo –, um dos motivos de polémica foi a apresentação de registos con-traditórios da parte da defesa e da acusação.

As informações (...) por via de interconexão de dados permitem o acesso a dados mais actualizados, de forma atempada, reduzindo assim o tempo necessário e os custos resultantes dos procedimentos administrativosCHAN HOI FAN coordenadora Gabinete de Protecção de Dados Pessoais

O GPDP autorizou a partilha de dados pessoais entre diferentes sectores do Governo, de forma a reduzir tempo e a melhorar a eficiência. As informações incluem nome, data de nascimento e até dados dos documentos de identificação

DADOS PESSOAIS ORGANISMOS DO GOVERNO PARTILHAM INFORMAÇÕES EM TEMPO REAL

Em prol da eficiência

LA SCALA PSP RESPONDE AO HM SOBRE A POLÉMICA NOS REGISTOS DE ENTRADAS E SAÍDAS DE MACAU DE AO MAN LONG

“Os registos são efectuados a todos, sem excepção”

autorizam estas trocas. Uma delas é a interconexão de dados entre a PSP e a DSAT, que permite que possam ser visualizados – através de uma base de dados – os dados sobre os veículos e condutores envolvidos em infracções, como o tipo de veículo, a matrícula e os dados do condutor – nome, sexo, data de nascimento, morada, número de telefone, fotografia, números de regis-to dos veículos, números do documento de identificação, números de contribuinte, entre outros. “A DSAT uti-liza uma linha específica e software informático para sincronizar automaticamen-te e em tempo real a sua base de dados dos veículos e condutores envolvidos

em infracções com a base de dados da PSP”, pode ler-se num dos documentos assinado por Chan Hoi Fan. “A interconexão dos dados permite à DSAT actualizar a sua base de dados de veícu-los e condutores, que é uma das suas funções previstas na lei.”

Na partilha, também estão incluídos os números das licenças dos táxis pro-fissionais, as qualificações certificadas dos instrutores de condução e dos directores das escolas, informações sobre pessoas com defici-ência, licenças de condução, relatórios de inspecção de veículos e estados civis dos indivíduos.

LIGADOS PELA EFICIÊNCIA Os pedidos de autorização de interconexão de dados desdobram-se. Além da parti-lha entre DSAT e PSP, o GPDP autorizou ainda a intercone-xão dos dados entre a DSAT

Registos de entradas e saídas do território da PSP deixaram muitas dúvidas, porque Lei Tong Leong – Chefe de Departamento de Investigação do CCAC – utili-zou documentos para garantir que Joseph Lau, Steven Lo e Kevin Lau, alegado funcionário de Lo,

se encontraram para jantar no dia 22 de Junho de 2005 com Ao Man Long, mas a defesa apresentou re-gistos das autoridades que diziam que o ex-secretário para as Obras Públicas e Transportes não estava sequer em Macau.

A testemunha, que tinha ini-

e a DSF – aqui sobre o registo e o imposto sobre veículos -, e ainda entre a DSAT e a PJ e a DSAT e o MP.

O motivo é semelhante nos cinco documentos de autorização analisados pelo HM: “facilitar o exercício das funções” dos organismos do Governo. “As informações (...) por via de interconexão de dados permitem o acesso a dados mais actualizados, de forma atempada, reduzindo assim o tempo necessário e os custos resultantes dos proce-dimentos administrativos.”

De acordo com a expli-cação da coordenadora do GPDP, a interconexão de dados pode ser feita apenas se estiver previsto na lei ou mediante autorização do organismo, como é o caso. A obtenção dos dados, ex-plica Chan Hoi Fan, é feita de acordo com o princípio da eficiência administrativa das políticas de governo electrónico determinadas pelo Executivo.

Apesar de admitir que estão sujeitas à lei, estas partilhas de dados cumprem os requisitos da Lei de Pro-tecção dos Dados Pessoais, já que “não implicam dimi-nuição de direitos, liberda-des e garantias dos titulares dos dados”. A interconexão permite ainda a actualização dos dados nos diferentes departamentos, de forma a que os organismos que partilham as informações possam “cumprir as suas funções”.

cialmente dito que os registos das autoridades eram credíveis, mudou a versão e colocou então a hipótese de que Ao Man Long poderia ter usado “entradas especiais” por ser secretário. A defesa, na pessoa de Jorge Neto Valente, assegurou que os titula-

res dos cargos da RAEM “podem passar sem ficar na fila, mas alguém há-de lá ir para entregar os papéis”.

Em resposta ao HM, quase um mês depois de ter sido in-terpelada, a PSP confirma isto. “Existem nos postos fronteiriços canais especiais de entrada e saída para as diversas situações que o exigem, mas sempre sem excepção de registo”, disse um porta-voz, através de email.

A PSP afirma ainda que “todos os registos de entradas e saídas da RAEM, são obrigatoriamente efectuados a todos os cidadãos, sem excepção”.

O julgamento do La Scala con-tinua no dia 29 deste mês e o TJB já se comprometeu a questionar as autoridades sobre as possibilidades de erros nestes registos apresenta-dos em tribunal. - J.F.

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5hoje macau quarta-feira 21.8.2013 SOCIEDADERITA MARQUES [email protected]

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T AL como prometido, no último sábado a Associação de Estudantes da Universi-dade de Macau (UMSU, na

sigla inglesa) realizou um fórum, às 21h, para explicar aos alunos a actividade “2013 Partir de Macau”, que ultimamente tem captado muita atenção, especialmente nos meios de comunicação e comuni-dade chinesa, por ser suspeita de corrupção.

Segundo o Orange Post, uma publicação da Sociedade de Co-municação da UMAC, o fórum, apenas aberto a alunos da UMAC, contou com 45 participantes, oito chefes da UMSU.

No inicio do encontro, Chan Ka Man, presidente do organismo, começou por repetir o mesmo con-teúdo que tinha sido anteriormente divulgado na página oficial da UMSU, e publicado pelo HM, no início do fórum. Chan enfatizou que “a actividade de intercâmbio à Suíça é para chefes das uniões e associações de estudantes” e o seu objectivo é “contribuir para o aperfeiçoamento do seu trabalho junto dos colegas”. Este público--alvo, explica a UMSU, é de resto o mais influente entre todos os estudantes, razão que justifica que a actividade a eles seja dirigida. Mas os alunos na assistência não se mostraram satisfeitos com as explicações. Em seu entender, a UMSU está a usar dinheiro pago por contribuintes em actividades sem valências de maior.

A UMSU explicou que o apoio financeiro, no valor de 220 mil patacas, já foi aprovado pelo Gabi-nete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) e que este facto comprova que o organismo da Administração entende que a actividade “Partir de Macau 2013” é merecedora desse subsídio, tendo remetido mais explicações para um comunicado lançado após novos contactos com o Governo.

Chan Ka Man explicou ainda que nunca foi perspectivado qual-quer “recrutamento público”, já que a actividade é dirigida ao grupo restrito de líderes de associações juvenis, e que a sua divulgação noutras instituições de ensino superior de Macau não passou de “um erro de comunicação”.

O GAES, contactado pelo Hoje Macau, deu conta de que “os objectivos da actividade ‘Partir de Macau 2013’ vai ao encontro aos requisitos do programa ‘Subsídio para actividades de temas específi-cos’ do esquema de financiamento para actividades de alunos do en-sino superior”, por isso, “o GAES acordou preliminarmente atribuir o subsídio à União de Estudantes da UMAC depois de analisar o seu plano de actividades”, afiançou o

Os candidatos devem submeter ao GAES a actividade e o seu relatório financeiro junto com todos os recibos e outros documentos quando tiver acabado a actividade. O subsídio só será garantido aos candidatos depois de feita verificação. Se forem descobertas algumas despesas injustificadas, o GAES reserva-se ao direito de não garantir o subsídioGABINETE DE APOIO AO ENSINO SUPERIOR

O GAES, em resposta ao HM, não explicou se a actividade “Partir de Macau 2013”, organizada pela UMSU, se destina a todos os alunos mas garante que o subsídio “só será entregue depois da actividade, caso não haja irregularidades”. A UMSU apelidou de “um erro de comunicação” o facto de a actividade ter sido divulgada noutras instituições superiores de Macau, já que se destina estritamente a líderes de associações juvenis

ENSINO GAES RESERVA-SE AO DIREITO DE NÃO GARANTIR O SUBSÍDIO À UMSU

Associação de estudantesda UMAC debaixo de olho

organismo, em resposta enviada por correio electrónico, sem no entanto explicitar quem poderia candidatar-se à actividade.

Por outro lado, o dinheiro ainda não foi transferido para a UMSU. “Até ao momento, o GAES não

atribuiu nenhum subsídio para a actividade”, explicou. “Os candi-datos devem submeter ao GAES a actividade e o seu relatório financeiro junto com todos os recibos e outros documentos quando tiver acabado a actividade. O subsídio só será garan-

tido aos candidatos depois de feita verificação. Se forem descobertas algumas despesas injustificadas, o GAES reserva-se ao direito de não garantir o subsídio”, frisou o orga-nismo tutelado por Sou Chio Fai.

SIGILO A DOBRARA responsável disse ainda reservar--se ao direito de pedir responsabi-lização às pessoas e imprensa que divulgaram os seus “documentos internos”, sem esclarecer quais, e propagaram rumores que não são verdadeiros. Muitos alunos manifestaram receios pelo facto de estes documentos se manterem em sigilo mas a UMSU disse ser necessária a aprovação do GAES.

Outros participantes pergunta-ram a proporção de membros da UMSU nas 30 vagas que foram disponibilizadas, os responsáveis

referiram “não ser grande” mas op-taram por não dar o número concreto.

Após o fórum, os alunos participantes manifestaram a sua indignação para com a atitude da UMSU, apontando que esta está a desviar-se do tema e a empurrar as responsabilidades para o GAES, duvidando da sua sinceridade. Há quem apele nas redes sociais para os alunos terem uma tomada de posição mais séria nas

próximas eleições para a UMSU e votarem para um núcleo com senso de responsabilidade.

Também à entrada do Centro de Estudantes da UMAC, local onde teve lugar o fórum, a UMSU pedia dados pessoais dos estudan-tes - nomes e identificações - para “examinar”. Questionada sobre motivo desse escrutínio, a UMSU recusou-se a revelar informações.

Imagem retirada de vídeo amador do fórum realizado pela UMSU no Centro de Estudantes da UMAC

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CECÍLIA L [email protected]

P ENNY Wong é director executivo da Habitat Technology Co., Ltd, que criou um sistema infor-

mático em língua chinesa e inglesa para ajudar, sobretudo, à contabili-dade de comerciantes privados da área de restauração. Agora, o seu foco é fazer chegar o “One-Pos” também à comunidade portuguesa e macaense já que pretende ter o sistema acessível em português. A ideia tem pernas para andar já que conta com a cooperação com o Centro de Produtividade e Trans-ferência de Tecnologia de Macau (CPTTM), que foi autorizado a promover o sistema às Pequenas e Médias Empresas (PME’s) em Maio deste ano. “O sistema One--Pos ajuda as PME’s de Macau a resolver o problema de falta de recursos humanos”, anunciou Penny Wong, já com 15 anos de experiência no ramo. “Através de um sistema informático os restau-rantes podem ter uma máquina que faz as contas e não é preciso ficar uma pessoa a cargo desta tarefa.”

A operadora de casi-nos de Macau Ga-laxy Entertainment

Group anunciou ontem lucros de 4.600 milhões de dólares de Hong Kong para o primeiro semestre do ano, mais 35% do que no mesmo período de 2012.

De acordo com os dados revelados pela empresa - apresentados oficialmente em Hong Kong e distribuídos por e-mail -, o grupo Galaxy, que opera vários casinos na cidade, viu as receitas crescer 9% nos primeiros seis meses de 2013, para 30.800 milhões de dólares de Hong Kong.

A Sociedade de Jogos de Macau (SJM), empresa fundada

pelo magnata Stanley Ho, anunciou ontem um acordo para construir na cidade o primeiro hotel “Palazzo Versace”, um projecto em parceria com a casa de moda.

O novo hotel, de cinco estrelas, irá integrar os projectos que o operador de jogo em casino vai con-cretizar nos aterros entre as

SISTEMA DE CONTABILIDADE AJUDA PME’S DA RESTAURAÇÃO E PODE VIR A EXISTIR EM PORTUGUÊS

Negócio com olho nos comerciantes lusos

JOGO LUCROS DA GALAXY MACAU AUMENTAM EM 35%

Via aberta para o dinheiroSJM VAI CONSTRUIR UM “PALAZZO VERSACE” NA CIDADE

O glamour italiano

A mais-valia, explica, é que é gratuito para as PME’s. “90% das empresas de Macau são PME’s, 40% destas são geridas pelos residentes de mais de 40 anos. Eles não têm vontade de usar sistema informático, muitos ainda fazem as contas à mão, o que pode causar erros e gerar mais gastos”, avalia Wong, que admite que alguns empresários têm difi-culdade de usar a “tecnologia”, daí a oferecer o sistema para incentivar os negociantes mais relutantes.

A ideia é expandir o negócio para outros empresários. “Gostava muito de arrancar com o sistema em língua portuguesa porque estudei na escola sino-portuguesa e tenho carinho por essa língua. Contudo, já quase me esqueci do português, por isso, preciso de ajuda para a tradução. Estou a fazer contactos”, adiantou ao HM, ainda que esteja consciente de que a comunidade não é grande. “É uma realidade que os macaenses ou portugueses não sabem chinês para poderem usar o nosso produto. O inglês está disponível e é uma hipótese já que a maioria domina a língua mas seria melhor usar a língua materna.”

Penny Wong também não es-

conde a sua ambição de entrar no mercado mundial. “Depois de um esforço de tantos anos, o nosso pro-duto aproxima-se da perfeição”, explica, sem modéstia. “Andamos a servir as PMEs de Macau e tenho vontade de aproveitar a história de Macau e aproveitar esta plataforma de negócio da China e dos países da língua portuguesa”, assegurou.

Além de dois escritórios em Macau, Wong tem ainda uma com-panhia de comércio no Parque In-dustrial Transfronteiriço, e explica que o plano de apoio do Governo, em 300 mil patacas, para novos empreendedores, não é suficiente. “O empreendedorismo nunca é fácil. No início também encontrei muitas dificuldades, quando decidi oferecer o nosso sistema. O meu parceiro de negócio também não concordou comigo porque não que-ria perder a oportunidade de ganhar dinheiro. Porém, insisti nesta ideia de oferecer o nosso produto e apenas ganhar dinheiro sobre o serviço do produto no futuro. Será melhor pro-mover primeiro, em vez de apenas pensar em dinheiro. Sinceramente poder servir a sociedade também é uma honra”, revelou Penny Wong.

O EBITDA ajustado (lu-cros antes de juros, impostos, depreciações e amortiza-ções) do primeiro semestre cresceu 23%, para 5.800 milhões de dólares de Hong Kong.

O Galaxy Macau, o maior e mais importante complexo da empresa, que tem apenas a funcionar a primeira de qua-tro fases, registou receitas de 18.100 milhões de dólares de Hong Kong, mais 13% do que nos primeiros seis meses de 2012, e um aumento do EBITDA de 40%, para os 4.000 milhões de dólares de Hong Kong.

No final de Junho de 2013, a Galaxy Entertain-ment Group tinha em caixa um total de 18.100 milhões de dólares de Hong Kong, mas efectuou uma amorti-zação antecipada de emprés-timos no início do terceiro trimestre.

O pagamento - de 3.500 milhões de dólares de Hong Kong -, permitiu uma redu-ção de cerca de 35% da sua dívida que passou de 10.300 milhões de dólares de Hong Kong para 6.800 milhões de dólares de Hong Kong.

A Galaxy Entertainment Group vincou ainda que a construção da fase dois do Galaxy Macau se mantém dentro do orçamento previs-to e do prazo de meados de 2015 para estar concluído.

Já as obras das fases 3 e 4 do projecto dos aterros entre as ilhas da Taipa e de Coloane, conhecidos como zona do Cotai, deverão ar-rancar no final de 2013 ou início de 2014. - Lusa

ilhas da Taipa e de Coloane e será o primeiro da marca na cidade e em toda a Ásia, refere uma nota enviada pela empresa.

O acordo para a cons-trução do novo hotel, cujos detalhes não são explica-dos, será assinado a 5 de Setembro em Macau por Angela Leong, a quarta mulher de Stanley Ho e ad-ministradora delegada da SJM, e Donatella Versace.

Para Ambrose So, pre-

sidente do Conselho de Administração da empresa, a parceria entre as duas companhias irá permitir “criar uma inesquecível experiência de hospitali-dade para os visitantes de Macau que irá reforçar o papel da cidade como um destino turístico de classe mundial”.

Por sua vez, Gian Gia-como Ferraris, director exe-cutivo da Versace, explicou que a marca de moda está “animada” por abrir em Ma-cau um “Palazzo Versace” e “satisfeita” com a parceria com a SJM, que classifica de “jogador de prestígio na indústria” dos casinos.

A SJM, a operar cerca de 20 casinos na cidade, é o principal operador de jogo e tem em média mais de um quarto das receitas de jogo que no final de Julho tota-lizavam 200.932 milhões de patacas, uma subida de 15,9% face aos primeiros sete meses de 2012.

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J Á passaram 15 anos desde que o auto-silo da Estação de Tratamen-to de Águas Residuais (ETAR) foi construído, mas devido a diversos

problemas nas instalações de apoio e na sua gestão, transformou-se num estaleiro para carros abandonados.

No tempo da Administração Por-tuguesa foram investidas cerca de 100 milhões de patacas no espaço localizado na zona da Areia Preta que entrou em funcionamento em 2001.

Ao jornal Ou Mun, a vice-presidente da Associação de Amizade dos Moradores da Zona Norte (AAMZN), Tam Son Wo, disse que muitos cidadãos já se queixaram à

associação da má administração do parque de estacionamento. A pouca iluminação e a existência de demasiadas entradas e saídas fazem com que os utilizadores te-nham receios da segurança do espaço. Tam Son Wo diz que a associação já mostrou as criticas aos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), mas que nenhuma resposta chegou até ao momento.

A responsável disse ainda que recentemente alguns funcionários da associação realizaram uma visita ao parque, onde descobriram que a maioria das instalações de iluminação e moni-torização anti-incêndio já não estão em funcionamento. Foram ainda encontra-dos muitos autocarros abandonados.

Tam Son Wo disse ainda ao Ou Mun que o parque de estacionamento é um

“recurso social”, mas que agora “só se destina a certas pessoas, pelo que se tornou num estaleiro para carros”. Em nome dos Kaifong, a responsável pediu que o Governo reforce a administração e resolva os problemas existentes. Foi ainda pedido que seja revista o regula-mento para evitar a instalação de mais carros abandonados.

Depois de ter entrado em funciona-mento em 2001, o parque de estaciona-mento sofreu algumas alterações feitas pelo Governo da RAEM. Possui cerca de 209 vagas para veículos pesados, 250 para veículos de media dimensão e ainda 276 para carros mais pequenos. A tarifa mensal ronda as 300 patacas, um preço considerado extremamente baixo no mercado.

Polícia Judiciária investiga sitede cobrança de dívidas

A Policia Judiciária (PJ) está a investigar o site “Wonderful World”, recentemente divulgado na imprensa de Hong Kong como sendo de cobrança de dividas,

onde são publicadas fotografias dos devedores e dos respectivos dados

pessoais. Cerca de 70 casos anunciados no site envolvem casinos de Macau, o que,

segundo o jornal Ou Mun, levou a uma investigação das autoridades policiais locais. O servidor do site está situado em Singapura, pelo que a PJ está a analisar a alegada ligação a casinos locais. O “Wonderful World” tem, segundo o jornal, uma área intitulada “famosos e lista negra”, onde se encontra a “plataforma de cobrança de dívidas”. Nas fotos surgem ainda sinais de pagamento e valores de recompensa em cerca de 70 casinos. Existe ainda um anúncio onde é revelada uma cobrança de 20 milhões de dólares de Hong Kong nos últimos meses, sendo que todos os membros ligadas a salas VIP de Macau estarão atentos ao “Wonderful World” para proteger os interesses do sector. A PJ disse ao Ou Mun que vai prestar muita atenção ao caso.

Nova vítima do Flamingo MacauO falso hotel Flamingo Macau continua a fazer vítimas. Desta vez, e segundo o jornal Ou Mun, o caso envolve uma fraude de 460 mil patacas, sendo que a Polícia Judiciária (PJ) já está a investigar o caso. No passado dia 16 as autoridades receberam uma chamada de uma falante de mandarim de 37 anos de idade, oriundo do Canadá. Na chamada, a vítima disse ter recebido um contacto de um chinês que disse que ela tinha ganho o prémio de lotaria no valor de 680 mil dólares norte-americanos, mas que antes de levantar o dinheiro teria de pagar uma taxa de 460 mil dólares pelo transporte do dinheiro e segurança. A mulher depositou o dinheiro numa conta bancária na Malásia, mas a partir daí nunca mais conseguiu contactar o homem, segundo o porta-voz da PJ.

Lotarias e jogos de aposta empregam 15,26 % dos trabalhadores da cidadeOs 54.554 trabalhadores das lotarias e outros jogos de aposta disponíveis em Macau representam 15,26% do total de pessoas empregadas na cidade, indicam dados estatísticos ontem divulgados. De acordo com os dados disponíveis no inquérito às necessidades de mão-de-obra e remunerações no sector das lotarias e outros jogos de aposta, divulgados pelos Serviços de Estatística de Macau, no final de Junho o sector empregava 54.554 pessoas, mais 5,5% do que no final de Junho de 2012. Considerando que, no final de Junho, a população empregada totalizava 357.500 pessoas em Macau, os trabalhadores afectos às lotarias e outros jogos de aposta representam 15,26% da população empregada. No mesmo inquérito concluiu-se que, em termos de profissões, existiam 24.031 ‘croupiers’ e 13.777 empregados de, entre outras áreas do mesmo sector, tesouraria, ficheiros e caixas, chefes e fiscais de banca, operadores de serviços de aposta. No final de Junho de 2013, a remuneração média dos trabalhadores a tempo inteiro - excluindo as participações nos lucros e os prémios - era de 18.900 patacas, o que traduz um aumento de 6,5% face a Junho de 2012. Apesar do elevado número de pessoas empregadas nas lotarias e outros jogos de aposta, existiam ainda 1.591 vagas de trabalho.

KAIFONG ATENTOS À GESTÃO DO AUTO-SILO DA ETAR DA AREIA PRETA

Cemitério de automóveis

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8 hoje macau quarta-feira 21.8.2013CHINA

A S investigações dos Estados Unidos às prá-ticas de contratação do JPMorgan na China

fará com que os bancos concorren-tes corram para rever seus registos, disseram advogados, num mercado onde laços com líderes políticos e económicos podem garantir gran-des negócios.

Os bancos ao redor do mundo comummente contratam pessoas com ligações ao Governo e isso é especialmente válido na China, devido ao papel que o Partido Co-munista desempenha nos negócios do país.

Porém, oferecer trabalho para um dos “príncipes” chineses, os filhos da elite política da China, agora é uma risco e a Securities and Exchange Commission (SEC) dos EUA está a investigar se o escritó-rio do JPMorgan em Hong Kong contratou filhos de executivos de empresas estatais do país com o interesse de garantir negociações e outros contratos, revelou uma pes-soa familiarizada com a questão.

A lei norte-americana não im-pede a contratação de executivos com laços políticos. Entretanto, contratar pessoas para facilitar ne-gócios pode ser configurado como suborno, e a SEC está a investigar as acções da JPMorgan sob a óp-tica da lei norte-americana contra

A S versões chinesas do servi-ço de correio electrónico da Yahoo (@yahoo.com.cn e

@yahoo.cn) deixaram de funcionar a partir de segunda-feira, devido à aliança no mercado chinês com o gigante local Alibaba, noticia a Efe.

Ao contrário do que aconteceu com a Google, que abandonou a sua versão chinesa em 2010 por razões políticas, depois de acusar o Governo de Pequim de lançar ciber--ataques contra os seus servidores, a Yahoo tomou esta decisão por razões comerciais, devido à aliança no mercado chinês com o gigante local Alibaba.

A decisão foi anunciada em Abril, tendo a Yahoo deixado de admitir no-vos utilizadores na sua versão chinesa de correio electrónico e pedido aos antigos clientes que transferissem as suas contas para a parceira chinesa, com o nome Aliyun.

O Alibaba é a maior plataforma B2B (negócio entre empresas) daquele país asiático e, para alguns analistas, a aliança do Yahoo com esta multinacio-nal tem sido fundamental para a sobre-vivência da empresa norte-americana, que foi protagonista nos últimos anos de compras multimilionárias de em-presas rivais na Internet.

Fundada em 1994, a Yahoo, com

A S relações militares entre Estados Unidos e China têm uma “boa dinâmica”,

mas Pequim está decidido a fa-zer respeitar os seus interesses, principalmente em matéria de direitos marítimos, afirmou nesta segunda-feira no Pentágono o ministro da Defesa chinês, o ge-neral Chang Wanquan. “Ninguém se deve enganar pensando que a China vai renunciar aos seus in-teresses vitais e ninguém deveria subestimar nossa vontade e de-terminação em defender o nosso território, a nossa soberania e os nossos direitos marítimos”, de-

Aprovada criação de grupo de coordenação financeiraO Conselho de Estado da China aprovou ontem a criação de um grupo de coordenação financeira, liderado pelo banco central do país, no seu mais recente esforço para reforçar a regulação do sector financeiro chinês. O grupo deverá coordenar a política monetária e a supervisão financeira. Além disso, ficará responsável pela supervisão das políticas legais relacionadas ao sector financeiro. O objectivo do grupo será o de promover a estabilidade financeira global e prevenir os riscos regionais e sistémicos, de acordo com um comunicado publicado no site do Governo central. O comunicado explica, ainda, que o órgão será composto por administradores de bancos, seguradoras e órgãos reguladores em moeda estrangeira. Mesmo reunindo-se regularmente, o grupo não vai substituir a autoridade do Conselho de Estado.

INVESTIGAÇÃO SOBRE JPMORGAN PREOCUPA RIVAIS

Verificar registos

Práticas de Corrupção no Exterior, conhecida pela sigla em inglês FCPA, revelou uma fonte. “Se fosse um competidor da JPMorgan, definitivamente começaria a fazer investigações internas para procu-rar vínculos com os ‘príncipes’”, afirmou um advogado baseado na

China que trabalha com institui-ções financeiras.

Bank of America, Citigroup, Credit Suisse, Goldman Sachs e Macquire são alguns dos bancos que contrataram parentes de im-portantes autoridades chinesas nos últimos anos. Os bancos negaram

comentar o assunto ou não respon-deram a pedidos de comentário.

Marie Cheung, porta-voz da JPMorgan em Hong Kong, não comentou o assunto além do que foi publicado pela instituição em comunicados oficiais. Citou que o banco está a cooperar com as

investigações. “Se a JPMorgan fez uma contratação legítima, e depois descobre-se que o indivíduo está ali só para conseguir certas conexões, então tudo o que você paga pode ser considerado suborno”, disse um advogado pediu para não ser identificado.

A investigação da SEC coincide com uma ampla avaliação do Go-verno norte-americano sobre casos de corrupção relacionados com a China e o impacto sobre empresas e indivíduos nos EUA.

De acordo com o New York Times, A JPMorgan contratou Tang Xiaoning, filho de Tang Shuang-ning, presidente do conselho do China Everbright Group, um con-glomerado financeiro controlado pelo Estado. Depois que Xiaoning foi contratado, a JPMorgan conse-guiu importantes acordos com o grupo chinês, incluindo assessoria para uma operação de emissão de acções, acrescenta ainda o jornal.

O banco não foi acusado de prática ilícita, publicou o jornal, citando um documento do Gover-no. Não há evidência documental de que Xiaoning não estava qua-lificado para o cargo, mas a SEC está a investigar se o escritório da JPMorgan em Hong Kong obtém, rotineiramente, contratos de companhias ligadas aos seus funcionários.

E-MAIL DO YAHOO DEIXA DE FUNCIONAR NA CHINA

Razões comerciaisPEQUIM DEFENDERÁ INTERESSES MARÍTIMOS

Pela terra e pelo mar

cerca de 700 milhões de utilizadores mensais, detém 20% do Alibaba.

Em 2007, a Yahoo foi severa-mente criticada por organizações dos direitos humanos depois de ter sido revelado que a empresa tinha disponibilizado informação ao Go-verno chinês que ajudou a prender dissidentes do país como Shi Tao e Wang Xiaoning.

clarou o general Wanquan numa entrevista colectiva à imprensa, ao lado do seu homólogo ameri-cano Chuck Hagel.

Pequim reivindica os seus direitos sobre quase todo o Mar da China Meridional, assim como sobre as ilhas Diaoyu, no Mar da China Oriental, fonte de tensão frequente com os países do sudeste asiático e com o Japão.

O chefe do Pentágono lembrou a posição de Washington: neutrali-dade sobre as questões de soberania, mas interesse que as reivindicações sejam resolvidas de maneira “pací-fica, sem coerção”.

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9 chinahoje macau quarta-feira 21.8.2013

O filho do ex-político chinês Bo Xilai afirmou, em carta enviada ao New

Tork Times, esperar que o seu pai possa se defender “sem restrições” durante o seu julga-mento. Na mesma declaração, Bo Guagua referiu que não tem contacto com os pais há 18 meses. “Já passaram 18 meses e, durante esse tempo, não tive qualquer contacto com os meus pais. Nem consigo imaginar as condições e adversidades que eles têm suportado, na solidão.”

“A única coisa que desejo é que o meu pai possa ter a oportunidade de se defender condignamente durante o seu julgamento. Que não lhe sejam impostas quaisquer restrições à defesa”, referiu Bo Guagua na carta dirigida ao New York Times.

Alguns relatos sugeriram que a Gu Kailai pode vir a tes-temunhar contra o marido no julgamento. O correspondente da BBC Martin Patience relatou que houve especulações de que

ambos, Bo Xilai e Gu Kailai, concordaram com as exigências das autoridades chinesas em troca de uma garantia de que seu filho não seria perseguido.

Bo Guagua também falou em defesa da sua mãe, descrevendo-a como “silenciada e indefesa” e expressando preocupação sobre seu estado de saúde. “Ela já su-perou um inimaginável tempo de sofrimento após o colapso repentino da sua saúde física, em 2006, e posterior isolamento.”

Recorde-se que Bo Xilai vai a julgamento amanhã acusado de suborno, corrupção e abuso de poder. O ex-político foi expulso do Partido Comunista depois de um escândalo relacionado com o assassinato de um empresário britânico, Neil Heywood. A sua mulher, Gu Kailai, foi presa em Agosto de 2012 acusada desse mesmo assassinato, supostamen-te depois de um negócio que terá corrido mal.

O escândalo abanou a elite política da China uns meses antes da passagem de testemunho de Hu Jintao para Xi Jinping.

A S graves inundações no noroeste da China e as chuvas torren-

ciais no sul do país causa-ram mais de cem mortos, milhares de desalojados e enormes prejuízos, anun-ciou o Ministério chinês da Protecção Civil.

Segundo as autorida-des, este temporal, que irá continuar nos próximos dias, matou 105 pessoas e outras 115 estão desapa-recidas.

Nas províncias de Hei-longjiang e Liaoning, situ-adas no extremo nordeste, registaram-se até ontem 72 vítimas mortais e uma cente-na de desaparecidos, depois de vários rios terem saído das margens e inundarem municípios inteiros.

A maioria das vítimas eram residentes da locali-dade de Fushun, situada em Lianing - a província que conta com mais falecidos -, onde centenas de casas do município ficaram submer-sas depois de terem caído cerca de 400 milímetros de precipitação em apenas 24 horas.

Estas chuvas torrenciais provocaram também o cor-te do tráfico ferroviário,

FILHO DE BO XILAI NÃO FALA COM OS PAIS HÁ 18 MESES

Bo Guagua contesta julgamento

CHUVAS MAIS DE CEM MORTOS E MILHARES DE DESALOJADOS

Caos em Lianingo encerramento de várias estradas e a interrupção do fornecimento de energia na cidade.

As abundantes chuvas fizeram subir perigosamente o caudal dos três principais rios da zona (Amur, Songhua e Ussuri), que transbordaram nalgumas zonas e destruíram ou danificaram gravemente cerca de 50 mil casas nas

três províncias, segundo as autoridades.

O número de deslocados superou as 300 mil pessoas e o dos que sofreram prejuízos é de cerca de 3,7 milhões, segundo dados publicados pela agência Xinhua.

Segundo as previsões meteorológicas, espera-se que outras duas frentes de chuvas cheguem à região

esta semana, o que dificul-tará as tarefas de resgate e de ajuda que estão a ser realizadas por dezenas de milhares de voluntários e soldados do Exército de Libertação Popular (ELP).

As regiões do nordeste da China são, no verão, as principais produtoras de cereais do país, pelo que se teme que as inundações

prejudiquem as colheitas e a produção de cereais num momento decisivo para o abastecimento desses ali-mentos durante os meses de outono.

O primeiro-ministro, Li Keqiang, pediu mais esforços para aliviar a seca e prevenir inundações, as-segurando que reforçará a recuperação da produção agrícola depois dos desas-tres meteorológicos e dará “apoio fiscal” aos produtores atingidos.

Ao mesmo tempo que o nordeste do país sofre as suas

piores inundações em déca-das, como é sublinhado pela imprensa local, as chuvas não dão tréguas aos habitan-tes do sul, que ainda sofrem com os efeitos do tufão Utor, que afectou as províncias de Cantão e Guangxi, fazendo até agora 33 mortos e 10 desaparecidos, além de 320 deslocados.

Espera-se que algumas zonas de Guangxi registem quantidades de 100-110 mi-límetros, mas prevê-se que a chuva diminua nos próximos dias e que mude na direcção oeste, para as províncias de Guizhou e Yunnan.

Enquanto isso, o centro e o leste da China neste verão vivem sob uma grande onda de calor, que causou a morte de 31 pessoas até agora neste mês.

Segundo as previsões, as temperaturas atingirão recordes durante os próxi-mos três dias ao longo dos rios Yangtzé e Huai, espe-cialmente nas áreas do sul das províncias de Sichuan e Chongqing.

Os termómetros ultra-passaram os 35 graus na maior parte das regiões afectadas, com um máximo de até 39 e 40 graus.

CRONOLOGIADOS FACTOS2012• 2 DE FEVEREIROWang Lijun busca refúgio no consulado dos EUA em Chengdu

• 15 DE MARÇOBo Xilai é deposto do lugar de chefedo partido em Chongqing

• 26 DE MARÇOReino Unido confirma que pediu à China para reexaminar a morte de Neil Heywood

• 10 DE ABRILA esposa Gu Kailai é investigadopela morte de Heywood

• 20 DE AGOSTOGu Kailai recebe sentença de morte suspensa pelo assassinato de Neil Heywood

• 28 DE SETEMBROBo Xilai é expulso do Partido Comunista

• 26 DE OUTUBROBo Xilai é expulso do parlamento, perdendo a sua imunidade

2013• 25 DE JULHOBo é acusado de corrupção, subornoe abuso de poder

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10 hoje macau quarta-feira 21.8.2013SIMULACRO

O Corpo de Bombeiros disse ontem, aquando do simu-lacro de acidente de viação

no túnel de acesso à Ilha da Monta-nha, que a passagem ainda não está transitável. Contactado pelo HM, o Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI) assegura que o “túnel de acesso ao novo campus da UMAC pode ser utilizado actu-almente por veículos limitados, au-torizados apenas por departamentos do Governo, ou da própria UMAC”, de acordo com uma resposta envida por correio electrónico.

Sobre a passagem de autocarros, o GDI remeteu a informação para a Direcção dos Serviços para os assun-tos de Tráfego (DSAT). O referido organismo, tutelado por Wong Wan, explica ao HM que o “mecanismo inter-departamental do Governo está agora a trabalhar arduamente no trân-sito de veículos no túnel subaquático do novo campus da UMAC na Ilha da Montanha”, sem dar conta de quando estará transitável, nomeadamente, se a tempo do começo das aulas na instituição de ensino superior.

“Da mesma forma que hoje [on-tem] se procedeu a um simulacro or-

ILHA DA MONTANHA ACIDENTE NO TÚNEL SERVIU PARA TESTAR CAPACIDADE DO POSTO DE BOMBEIROS

Salvamento alvo de perícias e aperfeiçoamento

BOMBEIROS E DSAT DIZEM QUE TÚNEL NÃO ESTÁ TRANSITÁVEL, GDI GARANTE QUE SIM

Acesso ao novo campus é uma incógnitaO túnel de acesso ao novo campus da UMAC pode ser utilizado actualmente por veículos limitados, autorizados apenas por departamentos do Governo, ou da própria UMACGABINETE PARAO DESENVOLVIMENTODE INFRA-ESTRUTURAS

TÚNEL NO ISTMO PODERÁ ESTAR PRONTO EM SETEMBROO túnel que passa por baixo da Estrada do Istmo, na Taipa, deverá “na melhor das hipóteses estar pronto na terceira estação de 2013”, ou seja, até fins de Setembro. “Mas de certeza estará terminado o trabalho de engenharia e construção até ao fim do ano”, disse a porta-voz do GDI, Rene Cham. Recorde-se que a obra, que começou em 2011, deveria estar pronta no início deste ano mas foi rectificada a data pelo organismo, que garantiu, em Outubro, que a empreitada estaria pronta antes do Ano Novo Chinês e aberto à circulação no terceiro trimestre deste ano. Os custos acrescidos pela derrapagem não foram dados a conhecer.

RITA MARQUES [email protected]

U M embate entre dois veículos fez parar o trânsito no túnel subaquático que

liga Macau à Ilha da Mon-tanha. Mas tudo não passou de um simulacro de acidente e incêndio. A equipa de so-corro e salvamento juntou o Corpo de Bombeiros (CB) e a Polícia de Segurança Pública (PSP) numa operação de teste

que teve um final feliz, sem baixas e com socorro célere.

A Unidade de Gestão do Túnel da Ilha da Montanha, após o acidente, “chamou de imediato a equipa de socorro dos bombeiros, que se apre-sentou com 13 viaturas e 44 bombeiros em três minutos”, e accionou um aviso - em mandarim e em chinês - na tentativa de evitar o pânico entre os utentes da via Macau--Ilha da Montanha, onde ocorreu o embate: “Atenção.

O alarme de incêndio foi activado. O incêndio já está a ser investigado. Por favor mantenha-se calmo e siga as instruções.” O trânsito, natu-ralmente, foi cortado.

Os reforços vieram do posto Posto Operacional na Universidade de Macau em Hengqin, Posto Operacional da Taipa e Posto Operacional de Coloane, que destacaram diversas viaturas de emer-gências, tais como ambulân-cias, auto-bomba-tanques e autocarros de emergência médica.

Do acidente, resultaram três feridos. O condutor de um dos veículos acidentados, que abriu em chamas e a largar fumo compacto, teve ferimen-tos e foi, por isso, retirado com perícia pelos bombeiros “em cerca de cinco minutos” e de imediato transportado para o Centro Hospitalar Conde de São Januário. Cerca de uma dezena de pessoas foram também transportadas para o hospital público devido à inalação do fumo mas, antes demais, a via foi evacuada pela saída de emergência, uma porta que liga as duas faixas de trânsito separadas fisicamente no túnel. O HM perguntou ao Gabinete para

As autoridades apuraram ontem, por meio de um simulacro no túnel subaquático de acesso ao campus da UMAC, a capacidade de socorro dos bombeiros destacados para a Ilha da Montanha. A chegada dos viadutos de salvamento não demorou mais de “três minutos”, garante um porta-voz do CB. Mas Lam Chong Sang garante que é “preciso fazer uma revisão do simulacro para aperfeiçoar o salvamento”

A utilização limitada do túnel foi dada a conhecer aquando do anúncio sobre a transferência de jurisdição do terreno para a Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) pelo que, estudantes e restante população pode-rão também deslocar-se ao local - aces-sível durante 24 horas - de autocarro, de bicicleta ou a pé, a partir do Cotai, Taipa, num trajecto de 1500 metros que demorará cerca de 10 minutos a atravessar. - R.M.R.

ganizado pelo Corpo de Bombeiros, o Governo está actualmente a planear o arranjo adequado da utilização de veículos no túnel no que se refere às necessidades de uso do novo campus. Além disso, o Governo também está a planear oferecer serviços de autocarros no curto-prazo. A data efectiva dos serviços de abertura, e novos detalhes serão anunciados mais tarde”, indica a DSAT em res-posta escrita.

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11 simulacrohoje macau quarta-feira 21.8.2013

Esta manhã [de ontem] pelas 11h03 realizámos um simulacro de acidente de viação. O estacionamento dos bombeiros no posto operacional na Ilha da Montanha já está em operações, por isso, esta acção tem como finalidade testar os mecanismos de coordenação e cooperação entre todas as entidades participantesLAM CHON SANG Chefe de primeira do Corpo de Bombeiros

ILHA DA MONTANHA ACIDENTE NO TÚNEL SERVIU PARA TESTAR CAPACIDADE DO POSTO DE BOMBEIROS

Salvamento alvo de perícias e aperfeiçoamentoo Desenvolvimento de Infra--estruturas (GDI), organismo responsável pela obra, sobre o número de saídas de emer-gência que entende que, como não participou do simulacro, deveriam ser os departa-mentos presentes a dar essa informação, mas nem CB nem PSP deram conta deste dado.

O exercício ainda vai ser alvo de avaliações mas Lam Chon Sang, chefe de primeira do CB, explicou que a ideia foi pôr em acção os bombeiros destacados em Hengqin. “Esta manhã [de ontem] pelas 11h03 re-alizámos um simulacro de acidente de viação. O esta-cionamento dos bombeiros no posto operacional na Ilha da Montanha já está em ope-

destacado de 40 bombeiros divididos por três equipas, 13 por turno, e oito viaturas. “Ainda não é possível con-firmar quando estará pronto e talvez sejam transferidos mais bombeiros para este posto mas não há certezas”, adiantou mais tarde o porta--voz do CB, Lam Io Fan.

Não há ainda um resultado oficial sobre a operação, já que precisará primeiro de ser estudado este mecanismo de socorro. “Depois vamos fazer uma revisão com todas as entidades participantes [CP, PSP, e Companhia de Gestão do Túnel] para aperfeiçoar o salvamento”, indicou Lam Chon Sang.

Desta feita, e porque foi um acidente sem grande dimensão, no simulacro não foram chamados a participar equipas de socorro de Zhuhai. E, em caso de acidentes reais, tal mecanismo de cooperação entre as duas regiões só será activado em casos difíceis de controlar.

rações, por isso, esta acção tem como finalidade testar os mecanismos de coordenação e cooperação entre todas as entidades participantes”, explica adiantando que o posto ainda está em obras, pelo que ainda não está to-talmente operacional, mas já conta com um contingente

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12 hoje macau quarta-feira 21.8.2013VIDA

D EPOIS de uma noite sem pre-gar olho, só lhe apetece um gor-

duroso hambúrguer, uma pesada pizza ou um doce do-nut? Não admira. Um novo estudo, citado pelo jornal Público, avança que a priva-ção de sono pode influenciar (negativamente…) as nossas escolhas alimentares.

Cereais, vegetais e outras comidas saudáveis. Segundo um estudo da Universidade de Berkley, esta não será, definitivamente, a ementa escolhida por alguém que não tenha dormido ou que tenha dormido mal. O de-partamento de psicologia desta universidade norte--americana investigou a relação entre o cérebro e as nossas decisões alimentares e o resultado estabelece uma relação concreta entre horas mal dormidas e a opção por alimentos de alto valor calórico e cuja ingestão está ligada ao aumento da obesidade, caso da ‘fast food’ ou “comida de plás-

A gravidade parece não afectar os insectos, que pousam nas paredes ou no tecto, no

tronco de uma árvore ou nas flores. Como fazem isso? O segredo está na extremidade das patas que contac-tam com as superfícies. No caso das joaninhas, uma equipa de cientistas descobriu a proteína resilina tam-bém na ponta das patas deste insecto, segundo um estudo publicado na revista Nature Communications e citado pelo jornal Público.

A natureza é uma das fontes de inspiração para novos materiais, como as estruturas que ajudam os insectos a andar de cabeça para baixo. A equipa de Jan Michels, um cientista do Instituto de Zoologia da Universidade de Kiel, na Alemanha, foi estudar as patas das joaninhas (da espécie Coccinella septempunctata) para compreender como é que estes insectos se seguravam nas superfí-cies. Para isso, os investigadores utilizaram técnicas avançadas de microscopia na observação destas pequenas estruturas.

A equipa descobriu que os pêlos

A operadora da central nuclear de Fukushima admitiu ontem que cer-

ca de 300 toneladas de água radioactiva verteram para fora dos tanques utilizados para armazenar o líquido usado no arrefecimento dos reactores da fábrica.

Numa conferência de im-prensa realizada horas depois de operários terem detectado poças de água junto aos tan-ques de arrefecimento, a Tokyo Electric Power (TEPCO) explicou que a quantidade de água vertida é bastante supe-rior aos 120 litros inicialmente estimados.

Também precisou que fo-ram detectados materiais na água vertida que emitem ra-diação beta, com uma leitura extremadamente alta de 80 milhões de becqueréis por litro.

Em declarações recolhi-das pela agência Kyodo, um porta-voz da central eléctrica acrescentou que a água deverá

ter-se infiltrado no solo e que deve ser investigada a origem da fuga.

Não obstante, a Autoridade de Regulação Nuclear (NRA) pediu um estudo mais exausti-vo, por recear que a água possa ter seguido para o mar, frente à central.

No passado dia 7 de Agosto a NRA advertiu que cerca de 300 toneladas de água radiacti-va são vertidas diariamente para o mar, a partir do subsolo, pelo que a TEPCO tomou medidas como a construção de um muro isolante subterrâneo e remoção do líquido através de bombas de extracção.

Além disso, juntamente com o Governo, que decidiu envol-ver-se para resolver o problema, contempla outras soluções, tais como o congelamento do solo ao redor dos reactores para bloquear a passagem de água.

Fukushima foi o epicentro da maior crise nuclear depois de Chernobyl, em 1986.

ESTUDO MOSTRA QUE POUCAS HORAS DE SONO INFLUENCIAM HÁBITOS ALIMENTARES

Diz-me como dormes, digo-te o que comes

INSECTOS DESCOBERTA PROTEÍNA QUE PERMITE POUSAR NAS PAREDES

Desafios à gravidadeNUCLEAR FUKUSHIMA ADMITE VAZAMENTO DE ÁGUA PARA O MAR

Solo radioactivo

tico”. “Descobrimos que áreas do cérebro relativas à tomada de decisões são atenuadas pela privação de sono, enquanto zonas que controlam os estímulos e o desejo são amplificadas”, explica Matthew Walker, investigador de neurociên-cia responsável pelo estudo, citado pelo jornal Público.

Através de ressonâncias magnéticas, os investigado-res examinaram os cérebros de 23 jovens adultos saudá-veis. Compararam as dife-renças com base numa noite bem dormida e numa sem dormir. O que descobriram foi um aumento da activida-de da parte do cérebro que responde a recompensas. Os participantes na experiência preferiam comida altamente calórica quando privados do sono. Matthew Walker acrescenta que “a combina-ção da alteração da activida-de cerebral ajuda a explicar porque é que pessoas que dormem menos tendem a ter excesso de peso”.

Alguns estudos tinham

já demonstrado a ligação do sono ao apetite, mas o que este acrescenta é a descober-ta de um mecanismo cerebral que explica as decisões alimentares. “O que se de-

monstra nesta investigação é que nessas condições, a nossa parte mais racional fica perturbada e menos capaz de tomar decisões”, explicou-nos o nutricionista

Nuno Borges, professor da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação Universidade do Porto. Em simultâneo, adianta, “zonas mais primitivas passam a

assumir maior preponde-rância ao escolhermos, por exemplo, o tipo de comida”. “Deste modo, ficamos mais propensos a escolher ali-mentos com mais gordura e mais açúcar que recom-pensam mais eficazmente o nosso cérebro”, resumiu o especialista, colaborador habitual do Life&Style do Público e que já assinou um artigo abordando precisa-mente a rotina do quotidiano e a alimentação.

Numa das experiências deste estudo, os investigado-res avaliaram a actividade ce-rebral e mediram o desejo dos participantes em relação a 80 imagens de comida (saudável e não saudável). Hambúrgue-res, pizza e donuts foram os mais desejados depois de uma noite sem dormir.

Segundo Ma t thew Walker, estas descobertas indicam que “dormir o sufi-ciente é um factor que pode ajudar a controlar o peso ao accionar os mecanismos ce-rebrais que nos direccionam para escolhas saudáveis”.

das patas deste insecto estão com-pletamente adaptados para se agar-rar a qualquer superfície. “Cada pata está equipada com pêlos adesivos, que permitem ao insecto agarrar-se às superfícies das maneiras mais impressionantes”, diz Jan Michels, em comunicado, citado pelo jornal. “Cada pêlo contém diferentes tipos de material desde a base até à ponta, e estes materiais têm composições e propriedades diferentes. Enquanto as bases dos pêlos são duras e rígi-das, o material nas pontas é bastante suave e flexível.”

Na ponta dos pêlos os cientistas encontraram a proteína resilina que dá suavidade e flexibilidade a estas estruturas. Isto permite aos insectos adaptarem-se às mais pequenas irregularidades das superfícies, o que resulta numa adesão mais eficaz.

Apesar desta extraordinária es-trutura poder ser uma base para se encontrar novos materiais adesivos, os cientistas não conhecem para já nenhum material que alcance a complexidade dos pêlos das patas das joaninhas. “A natureza está um passo de joaninha à nossa frente”, brinca Jan Michels. O investigador deposita agora as suas esperanças na capacidade dos cientistas de materiais conseguirem reinventar no laboratório aquilo que a natureza já inventou durante milhares de mi-lhões de anos: “Agora é a vez deles.

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13 vidahoje macau quarta-feira 21.8.2013

O empresário Elon Musk, presidente executivo da empre-sa SpaceX, revelou o

desenho do Hyperloop, um meio de transporte terrestre capaz de circular a uma velocidade próxima à do som e que é alimentado por energia solar.

Este veículo revolucionário, semelhante a um comboio, é ainda um modelo teórico. Pode circular a 1220 quilómetros por hora, en-quanto a barreira do som está nos 1234 quilómetros por hora.

O empresário Elon Musk deu a conhecer a sua proposta através do blogue da Tesla Motors, fabri-cante de carros eléctricos de que é fundador.

O empresário estima que a construção de dois Hyperloop - um de ida e outro de regresso - para a rota entre Los Angeles e São Francisco custaria 6000 milhões de dólares e que os 550 quilómetros desse trajecto demorariam apenas 30 minutos a percorrer em tubos pressurizados com cápsulas.

ESTUDO MOSTRA QUE POUCAS HORAS DE SONO INFLUENCIAM HÁBITOS ALIMENTARES

Diz-me como dormes, digo-te o que comesEMPRESÁRIO APRESENTA PROJECTO DE COMBOIO QUASE SUPERSÓNICO

Senhoras e senhores, o Hyperloopsupersónica em avião seria «mais rápida e barata».

Os tubos do Hyperloop circu-lam num sistema elevado sobre pilares como se fosse uma monta-nha russa e o seu interior tem uma pressão muito baixa para permitir que as cápsulas ou vagões se mo-vam suspensos no ar.

«A viagem seria muito suave», garante Musk, salientando que a energia que alimentaria este sis-tema seria proveniente de painéis solares instalados ao longo do percurso.

Elon Musk considera que o Hyperloop é um projecto viável com a tecnologia existente, apesar de não estar nos seus planos fabri-car um protótipo a curto prazo dado o seu compromisso actual com a Tesla Motors e com a SpaceX.

O Hyperloop foi apresentado como um «conceito de transporte de código aberto» que está à dis-posição de quem quiser trabalhar o seu desenvolvimento.

Elon Musk, de 42 anos, nasceu em África do Sul, é cidadão norte--americano e fez os seus primeiros milhões ao vender o Zip2 à fabri-cante de computadores Compaq, em 1999.

O empresário fundou também a empresa PayPal e preside à Solar-City, que faz painéis solares para residências e empresas.

Cada uma das 40 cápsulas que circularia dentro do tubo tem capacidade prevista para 28 passageiros.

O custo do Hyperloop contrasta com os 70 mil milhões de dólares estimados para uma linha de com-boio de alta velocidade entre as

principais cidades da Califórnia, um projecto cuja construção de-verá iniciar-se este ano para estar operacional em 2029.

Segundo Elon Musk, uma via-gem no Hyperloop custaria apenas 20 dólares, um preço muito inferior ao de qualquer serviço de transpor-

te público de longa distância nos Estados Unidos. «O Hyperloop é a solução para o caso específico de duas cidades entre as quais há muito trânsito e que distam menos de 1500 quilómetros», explicou o empresário, que considera que, para distâncias maiores, a viagem

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14 hoje macau quarta-feira 21.8.2013CULTURA

O presidente da câmara do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, “quer muito” que Woody

Allen realize um filme na sua cidade, que em 2014 será anfitriã do Mundial de Futebol e dois anos depois será palco dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. “Já fiz de tudo”, diz o autarca em entre-vista ao diário brasileiro O Globo, acrescentando: “pago 100% da produção”. Woody Allen é agora também visto como um divulgador de cidades e o Rio está há anos a tentar convencê-lo a lá filmar.

Numa entrevista publicada este domingo, Eduardo Paes é ques-tionado sobre a possibilidade de o realizador de Annie Hall filmar no Rio. “Eu quero muito que ele venha! Já fiz de tudo. Falei com a irmã dele [Letty Aronson], mandei bilhete via [o arquitecto Santiago] Calatrava, que é vizinho dele em Nova Iorque, e pago o que for para que ele venha filmar aqui”, responde o autarca. “O Reage Artista” - um movimento forma-do por artistas do Rio de Janeiro para debater as políticas culturais públicas - “vai-me matar quando eu der os milhões que o Woody pedir, mas eu pago 100% da produção”.

A cidade está há anos a tentar seduzir o cineasta de Brooklyn. No final de 2009, Letty Aronson e outro produtor, Stephen Tenen-baum, estiveram no Rio a estudar locais de filmagens para Allen, escreveu o Los Angeles Times; na mesma altura, a Folha de São Paulo dizia que os estúdios brasileiros Conspiração tinham oferecido 11,2 milhões de euros a Allen para filmar na cidade da garota de Ipanema, montante ao qual se tinha juntado 1,2 milhões da autarquia e do estado do Rio de Janeiro. Steve Solot, o presidente da Rio Film Commission, que em 2009 passou a representar os esforços da cidade e do estado do Rio de Janeiro para chamar projectos cinematográficos para a região, apresentava-se em 2009 como um corredor a competir com as suas congéneres mundo fora para ter Allen na sua cidade. “Será um postal ilustrado para a cidade e para o estado e um passo em diante para tornar o Rio um verdadeiro destino não só para filmar, mas para os turistas antes do Mundial de Futebol e dos Jogos Olímpicos.”

MUITOS FILMESO Rio de Janeiro é uma das cidades mais reconhecíveis do mundo, mas não serviu de local de filma-gens para muitos filmes interna-cionais de grande visibilidade – os

AUTARCA DO RIO DE JANEIRO QUER WOODY ALLEN A FILMAR NA CIDADE

“Pago o que for para que venha”

agentes do sector identificam o crime e a violência na cidade como detractores. Nos últimos anos, foi pano de fundo para excertos de O Incrível Hulk (2008) ou do penúltimo capítulo da saga Cre-púsculo (2011), por exemplo, e no passado destacam-se Difamação (1946), de Hitchcock, o James

Bond Moonraker (1979) ou o mais recente Os Mercenários (2010).

Ao oferecer pagar a Allen para filmar no Rio, Eduardo Paes reiterou assim uma vontade que cidades como Londres, Barcelona, Paris ou Roma já conseguiram cumprir – o realizador fez Vicky Cristina Barcelona (72 milhões de

euros de receita de bilheteira), Para Roma com Amor (54,7 milhões de euros de receita) e Meia-noite em Paris (113 milhões de euros de receita de bilheteira), por exemplo, em moldes semelhantes aos que o autarca carioca agora sugere.

Actualmente, Allen está a fil-mar no sul de França um projecto

ainda sem título e que conta com Emma Stone, Colin Firth e Marcia Gay Harden como protagonis-tas. “Os europeus começaram a financiar os meus filmes de uma forma muito, muito generosa e fizeram-no sob as minhas regras, o que significa que não interferem comigo de forma alguma, não lêem os meus guiões, não sabem o que vou fazer e só têm fé que eu vou fazer um filme que não envergonhe ninguém”, disse Allen ao diário britânico Telegraph há um ano. “Começou em Londres em 2004 com Match Point e de-pois continuou”. Cada uma dessas rodagens, disse ao La Repubblica em 2011, “tem sido como fazer declarações de amor a certos lu-gares e projectar no ecrã os meus sentimentos pelos lugares que mais contaram na minha vida”.

OITO NA EUROPANos últimos anos, Allen filmou oito projectos na Europa. O reali-zador diz-se inspirado pelas cida-des que escolhe, mas admitiu em 2010, quando promovia Vais Co-nhecer o Homem dos teus Sonhos, que filmar em Nova Iorque se tornou demasiado caro. Os filmes de Allen têm tradicionalmente or-çamentos baixos e são tanto mais rentáveis à partida quanto menores forem os seus custos de produção. Muitas destas cidades são dotadas de film commissions, organismos que agilizam licenciamentos e, em alguns casos, isentam as equipas do pagamento de taxas ou fazem a ligação com as autarquias que apoiam o financiamento desses projectos.

Lisboa também já surgiu como candidata a candidata a ser pano de fundo de um filme do realizador que, por mais que filme na Euro-pa, será sempre associado a Nova Iorque, e a Manhattan em particu-lar, cidade onde vive e que filma desde os anos 1960. O realizador já foi confrontado, em Setembro de 2012, com a possibilidade de filmar na capital portuguesa no programa Cinebox, da TVI, ao qual Allen respondeu: “Teriam de me convidar e dizer que avançariam com o dinheiro”. E acrescentou que teria de encontrar “alguma ideia que seja boa para Lisboa.”

O grupo no Facebook Woody Allen, queremos ver-te a filmar em Lisboa criado por Bruno Reis em 2012 continua activo, tendo mostrado este fim-de-semana as projecções no Arco da Rua Augus-ta. Ao Dinheiro Vivo, Reis disse ter usado um expediente similar ao do autarca do Rio de Janeiro – contactou a irmã e produtora de Allen para discutir hipóteses de financiamento. A mesma publi-cação noticiou em Março que o presidente da Câmara de Lisboa teria feito contactos com Woody Allen para uma rodagem em Lis-boa, o que a autarquia negou na altura ao jornal Público.

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15 culturahoje macau quarta-feira 21.8.2013

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S ÃO oito presidentes norte--americanos que aparecem retratados no novo filme de

Lee Daniels, O Mordomo, que estreou este fim-de-semana nos Estados Unidos. Mas é o retrato de Ronald Reagan que está a gerar alguma onda de contestação. Os biógrafos oficiais do 40.º Presi-dente alegam que o filme dá uma impressão errada sobre a visão de Reagan no que diz respeito às relações raciais.

Em declarações ao Hollywood Reporter, Paul Kengor e Kiron Skinner, autores de vários livros so-bre o presidente norte-americano, garantem que o filme, que este fim--de-semana ficou em primeiro nas bilheteiras norte-americanas, é im-preciso, passando uma imagem de que Ronald Reagan foi indiferente ao sofrimento durante o regime de apartheid na África do Sul.

Aqui, Paul Kengor destaca uma cena em que o presidente, interpre-tado por Alan Rickman, recusa, sem motivo aparente, apoiar uma lei que impõe sanções ao regime de apartheid. O biógrafo critica a

FILME CONTA A HISTÓRIA DO MORDOMO QUE TRABALHOU DURANTE 30 ANOS NA CASA BRANCA

Biógrafos de Ronald Reagan criticam retratofalta de contexto, garantindo que Reagan “estava chocado com o apartheid” e queria garantir que com o fim deste regime, este não seria substituído por um regime marxista totalitário aliado em Moscovo e Cuba. “O que faria com que o povo sul-africano seguisse o mesmo caminho da Etiópia, Moçambique, e, sim, Cuba”, ex-plicou Kengor à publicação norte--americana, acrescentando que “se o filme se recusa a lidar com este problema com o equilíbrio neces-sário, então não o deveria fazer de forma alguma”.

O filme, que tem uma banda sonora assinada pelo músico por-tuguês Rodrigo Leão, é inspirado na história verídica de Eugene Allen, um afro-americano que durante mais de 30 anos foi mor-domo da Casa Branca, trabalhan-do para presidentes como John F. Kennedy, Richard Nixon, além de Ronald Reagan.

Numa outra cena, também de-nunciada pelos biógrafos, a mulher do presidente, Nancy Reagan, in-terpretada por Jane Fonda, convida

o mordomo, Cecil Gaine (Forest Whitaker), e a sua mulher (Oprah Winfrey) para um jantar. Paul Ken-gor e Kiron Skinner referem que o casal de empregados é retratado como se estivesse desconfortável neste jantar, passando a imagem de que os convidados do presidente

seriam brancos e os negros apenas poderiam ser seus serventes. “Este convite gentil e pouco comum era um gesto típico dos Reagan, que ao longo das suas vidas fizeram coisas como esta. Retratar isto como outra coisa qualquer é cruel”, aponta Kengor. “Ao longo dos anos

falei com vários empregados da Casa Branca, desde cozinheiros, empregados de limpeza, médicos, serviços secretos. O seu amor por Ronald Reagan é universal”, des-taca ainda o biógrafo.

Kiron Skinner vai ainda mais longe e lembra o que Reagan es-creveu em 1975 sobre as questões raciais: “Nos meus oito anos [como governador] foram nomeados mais negros para cargos executivos e políticos do que haviam sido nomeados até então por todos go-vernadores da Califórnia juntos”.

O Mordomo marca o regresso de Lee Daniels ao tema das lutas raciais, depois de em 2009 ter realizador Precious. O filme foi o mais visto este fim-de-semana nos Estados Unidos, tendo somado nas bilheteiras 187 milhões de patacas.

Rodrigo Leão estreia-se agora na indústria do cinema americano, depois de ter musicado Lisbon Story (1994), de Wim Wenders, A Gaiola Dourada (2013), de Ru-ben Alves, e na televisão, a série documental Portugal, Um Retrato Social (2007).

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16 hoje macau quarta-feira 21.8.2013DESPORTO

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ANÚNCIOFaz-se saber que, em relação ao concurso público para «Reordenamento das vias do Bairro

de Pac On – Empreitada de construção da rede viária envolvente do Terminal Marítimo de Pac On», publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 31, II Série, de 31 de Julho de 2013, foram prestados esclarecimentos, nos termos do artigo 2.2 do programa do concurso, e foi feita aclaração complementar conforme necessidades, pela entidade que realiza o concurso e juntos ao processo do concurso.

Os referidos esclarecimentos e aclaração complementar encontram-se disponíveis para consulta, durante o horário de expediente, no Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, sito na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10º andar, Macau.

Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, aos 20 de Agosto de 2013.

O Coordenador substitutoChau Vai Man

EXTRACTO DE AVISO Faz-se público que, de harmonia com o despacho do Secretário para a Segurança, de 15 de Julho

de 2013, se acham abertos os concursos comuns, de ingresso externo, de prestação de provas, para o preenchimento, dos lugares do Estabelecimento Prisional de Macau seguintes:

1. Dois lugares de auxiliar, 1.º escalão (área de servente) em regime de assalariamento;2. Um lugar de assistente técnico administrativo de 2.ª classe, 1.º escalão (área de oficina de reparação

e manutenção de água e electricidade) em regime de contrato além do quadro;Os avisos dos concursos encontram-se publicados no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial

de Macau n.º 34, II Série, de 21 de Agosto de 2013, com o prazo de inscrição entre 22 de Agosto e 10 de Setembro do corrente ano. Os interessados podem consultar o referido aviso, dentro das horas de expediente, no Centro de Atendimento e Informação do Estabelecimento Prisional de Macau (endereço: Avenida da Praia Grande, China Plaza, 8.º andar “A”, Macau) ou no Website deste Estabelecimento Prisional: www.epm.gov.mo.

Para qualquer esclarecimento, é favor entrar em contacto, através do tel. n.º 28881211, com os trabalhadores da Divisão de Recursos Humanos.

O Director do EPM,Lee Kam Cheong

16 / 08 / 2013

D URÃO Barroso chefiava um Go-verno que já não duraria mais de

um ano, com a saída do então primeiro-ministro para assu-mir a presidência da Comissão Europeia; o mundo digeria a morte do representante da ONU no Iraque, Sérgio Vieira de Mello, vítima de um ataque terrorista que vitimou mais 19 pessoas; as estatísticas do Pordata mostram que a taxa de desemprego era de 6,3% e a dívida directa do Estado em percentagem do PIB estava nos 58,1%. Estávamos a 20 de Agosto de 2003. E, em Chaves, a selecção portuguesa venceu o Cazaquistão (1-0) em jogo particular.

Seria mais uma partida sem história, não fosse ter proporcionado a estreia pela equipa nacional de um adolescente chamado Cristiano Ronaldo. O miúdo fez-se um homem e, pas-sados dez anos, conta 105 internacionalizações e 40 golos (apenas três de grande penalidade) - está só a um de Eusébio e a sete de Pauleta, ainda o melhor marcador da história da selecção.

Nessa noite amena, em Chaves, Cristiano Ronaldo foi lançado por Luiz Felipe Scolari no início da segunda parte. Acabado de se mudar para o Manchester United, o futebolista madeirense entrou para o lugar de Rui Costa. E mereceu destaque na crónica do jogo que saiu no jornal Público no dia seguinte: “Ao intervalo, Scolari fez quatro substi-

O primeiro golo de Cristiano Ronaldo pela selecção só surgiria à oitava partida. Depois de ter participado em sete jogos de preparação, o internacional português foi suplente utilizado frente à Grécia, no jogo de abertura do Euro 2004. E marcou, já no período de compensação, o golo de honra da equipa nacional na derrota (1-2) com os gregos, que viriam a sagrar-se campeões europeus

CRISTIANO RONALDO UMA DÉCADA DEPOIS, ELE É A SELECÇÃO NACIONAL

O miúdo que saltou do banco em Chaves

tuições. Entrou em cena Cristiano Ronaldo, que não demorou muito a dar uma alegria ao público, com uma das suas típicas arrancadas. Vários adversários ficaram para trás e a nova estrela do Manchester United fechou o seu “slalom” com um tiro, que o guarda-redes Novikov deteve com dificuldade, enviando a bola para canto.”

E assim começava a

caminhada de Cristiano Ronaldo com a camisola das quinas. A equipa nacio-nal rapidamente se tornou Cristiano Ronaldo e mais dez: seria suplente utilizado em outras nove ocasiões, e nos restantes 95 encontros foi titular (sendo que jogou 60 deles até ao apito final do árbitro). Entrou pela pri-meira vez em campo com a braçadeira de capitão a 6 de

Fevereiro de 2007, num jogo de preparação contra o Brasil, disputado em Londres, que Portugal venceu por 2-0.

O primeiro golo de Cris-tiano Ronaldo pela selecção só surgiria à oitava partida. Depois de ter participado em sete jogos de preparação, o internacional português foi suplente utilizado frente à Grécia, no jogo de abertura do Euro 2004. E marcou, já no

período de compensação, o golo de honra da equipa nacional na derrota (1-2) com os gregos, que viriam a sagrar-se campeões eu-ropeus. O futebolista do Real Madrid tem mostrado apetência para marcar na recta final dos encontros da selecção nacional: soma nove golos no último quar-to de hora, a que se juntam dois no tempo extra.

Entre os adversários com mais razões de quei-xa de Cristiano Ronaldo destaca-se a Holanda: a selecção “laranja” sofreu quatro golos do futebolista do Real Madrid - o último dos quais há uma semana, num encontro particular disputado no Algarve (1-1). Na lista dos adversários preferidos de Cristiano Ronaldo segue-se o Lu-xemburgo, com três golos sofridos. Há um grupo de dez selecções às quais o português apontou dois golos e outras 13 sofreram um. 27 adversários escapa-ram incólumes a Cristiano Ronaldo.

À PROCURADA SEXTA FASE FINALO Campeonato Europeu organizado por Portugal representou a primeira de cinco fases finais de grandes competições que Cristiano Ronaldo já dis-putou pela selecção - este-ve no Euro 2004, Mundial 2006, Euro 2008, Mundial 2010 e Euro 2012. Se tudo correr bem, a próxima será o Mundial 2014, no Brasil.

De resto, dois terços das internacionalizações de Cristiano Ronaldo nestes dez anos foram em jogos “a doer” - ou seja, de fa-ses finais ou apuramento para competições interna-cionais. As restantes 35 correspondem a jogos de preparação.

Há vários adversários aos quais Cristiano Ronaldo nunca marcou nem nunca ganhou. Entre aqueles que defrontou mais de uma vez, destacam-se os casos da Alemanha (três derrotas), Inglaterra e Suécia (três empates) e Sérvia e Irlanda do Norte (dois empates).

Scolari foi o técnico que mais jogos ganhou com o futebolista madeirense na equipa. Mas o registo gole-ador de Cristiano Ronaldo melhorou consideravel-mente com Paulo Bento: nos 29 encontros em que foi orientado pelo ex-treinador do Sporting, o jogador do Real Madrid apontou 17 golos. No extremo oposto está o consulado de Carlos Queiroz - apenas dois golos apontados nos 18 jogos em que participou.

O mais jovem de sempre a atingir os 100 jogos por Portugal (em Outubro do ano passado), Cristiano Ronaldo já conta 105 jogos e só está atrás de Fernando Couto (110) e Luís Figo (127) na tabela dos fute-bolistas com mais partidas pela selecção nacional. Não há-de faltar muito para assumir a liderança. Só continua a faltar um troféu.

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Arrendar casaem Macau:

o drama, o horror

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MODERNICES Foto: Joana Freitas

• O cruzamento entre o moderno e a tradição é um dos pontos mais evocados para fazer publicidade a Macau. Ora, nada melhor do que este exemplo, onde um monge se rende às modernices da restauração do território. Bom apetite!

SALA 1PERCY JACKSON: THE SEA OF MONSTERS [B]Um filme de: Thor Freudenthalcom: Logan Lerman, Sean Bean14.30, 16.30, 21.30

MONSTERS UNIVERSITY [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Dan Scanlon19.30

Sala 2 DRAGON BALL Z:BATTLE OF GODS [B](FALADO EM JAPONÊS ELEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de: Masahiro Hosoda14.30, 16.10, 17.50, 21.30

PERCY JACKSON:THE SEA OF MONSTERS [3D] [B]Um filme de: Thor Freudenthalcom: Logan Lerman, Sean Bean19.30

Sala 3THE MORTAL INSTRUMENTS:CITY OF BONES [C]Um filme de: Harald Zwartcom: Lily Collins, Lena Headey, Robert Sheehan, Kevin Zegers14.15, 16.45, 19.15, 21.45

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Telejornal + 360° (Diferido)14:40 RTPi DIRECTO18:30 Caminho das Índias (Repetição) 19:30 Vingança20:30 Telejornal21:10 Não me Sai da Cabeça21:40 Lamento para um Grou Morto22:10 Caminho das Índias 23:00 TDM News23:30 Resumo Liga dos Campeões23:45 A Guerra00:45 Telejornal (Repetição)01:15 RTPi DIRECTO

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:35 Bisosfera15:05 Portugal Tal & Qual15:30 Conversas do Triângulo16:00 Bom Dia Portugal17:00 AntiCrise17:20 Portugal Aqui Tão Perto18:15 O Teu Olhar (Telenovela)19:10 Do Japão à Terra de Miranda20:00 Jornal da Tarde 21:15 O Preço Certo22:05 Alta Pressão22:30 Verão Total

30 - FOX Sports13:00 Liga Bbva 2013/14 Sevilla FC vs. Atletico de Madrid14:30 Dutch Eredivisie 2013/14 Ajax Amsterdam vs. Feyenoord Rotterdam16:00 Melbourne World Challenge17:00 Icf Canoe Sprint & Slalom Racice17:30 Wyndham Championship18:30 Dutch Eredivisie 2013/14 Highlights 19:30 (LIVE) FOX SPORTS Central 20:00 The Football Review 2012-2013 20:30 My Beautiful Game - Greatest Goals 21:00 Wyndham Championship 22:00 FOX SPORTS Central 22:30 The Football Review 2012-201323:00 My Beautiful Game - Greatest Goals23:30 Dutch Eredivisie 2013/14 Highlights

31 - STAR Sports13:00 Indian Badminton League 2013 Krrish Delhi Smashers vs. Mumbai Masters16:00 Max Power 201317:00 Golf Focus 201317:30 The Football Review 2012-201317:55 (LIVE) AFC Champions League 2013 Kashiwa Reysol vs. Al Shabab19:55 (LIVE) AFC Champions League 2013 Guangzhou Evergrande vs. Lekhwiya22:00 Mobil 1 The Grid 2013 22:30 Smash 201323:00 (Delay) Score Tonight 2013 23:25 (LIVE) AFC Champions League 2013 Esteghlal vs. Buriram United

40 - FOX Movies12:35 The Chronicles Of Narnia15:05 Dude, Where’S My Car?16:30 Xxx18:35 Ice Age: Continental Drift20:05 True Justice21:00 The Proposal22:50 The Three Stooges00:25 Ruby Sparks

41 - HBO11:00 Batman Begins13:20 Crazy, Stupid, Love 15:20 Extremely Loud & Incredibly Close17:30 Ben 10: Alien Swarm18:45 My Best Friend’S Wedding20:30 Source Code22:00 The Lucky One23:40 Red Eye

42 - Cinemax12:00 Over The Top13:45 Sphere16:00 Dark Of The Sun 17:45 Smokey And The Bandit Part 319:15 Batman: Gotham Knight20:30 Best Of The Best 422:00 The Dukes Of Hazzard23:30 Profugos

THE MORTAL INSTRUMENTS: CITY OF BONES

Sim, eu sei, outra vez a história dos arrendamentos. Mas eu não posso ficar calado. Não depois de ouvir os lamentos aqui na redacção daqueles que andam a tentar arranjar casa... há, pelo menos, cinco meses. Sei que todos sabem as complicações de arrendar uma casita por estas terras, mas o meu testemunho de hoje é mais para vos dar a conhecer os momentos caricatos com que se deparam as pessoas que tentam mudar de casa. Ora então, comecemos.

1 – Quando as fotografias não correspondem à realidade. Esta foi uma delas. Uma casa que, no site, parecia arranjadita era, na verdade, um pesadelo. Desfeita, suja e com varanda realmente... mas que não podia ser pisada porque estava a cair. A mais barata que se arranjou – 7000 HKD de sujidade pura.

2 – Quando o arrendatário é tuga... e sabe a lei.O quê? Arrendar uma casa a alguém que “é português e sabe a lei”? Nem pensar. Nem pensar, porque o senhorio quer aumentar a renda em 100%, nem pensar porque quer expulsar o inquilino quando lhe apetecer.

3 – Quando a mobília é para deixar ficar.Pedir uma casa sem mobília já é difícil, mas o melhor é quando se pergunta aos senhorios se podem tirar a sua mobília porque temos a nossa e eles respondem “pode sim, mas depois quando for embora tem de deixar ficar a sua na minha casa”. (?)

4 – Com AC é mais caro.Ora bem, numa terra como Macau quem é que precisa ar-condicionado? Toda a gente, pois claro. Mas arrendar uma casa com mais do que um ar-condicionado implica um peso de mil HKD a mais na renda. É a vida, meus amigos. Suem.

5 – E claro, a prendinha à agência.Neste caso, foram “só” sete mil, mas nesta terra arrendar uma casa implica dar umas prendinhas aos agentes que, na verdade, só fazem o seu trabalho. Qual percentagem, qual quê? Aqui é logo à grande, se a renda é sete mil HKD damos sete mil HKD assim de mão beijada.

E tudo em dólares de Hong Kong. E eu que pensava que todos recebiam em patacas por aqui. Até quando é que isto vai acontecer, Governo?

ANA VIEIRA : E O QUE NÃO É VISTO • Jorge Silva MeloÉ insólito o lugar de Ana Vieira na arte portuguesa: trabalhando o rasto, a sombra, a passagem da luz (ou dos corpos?), o reflexo, a sobreposição, a pegada, a memória ou a planificação do futuro, a sua arte raia o invisível. E questiona o lugar da arte - e do espectador, colocado sem-pre “de fora” ou com a consciência do “off”. Pois não é Ana Vieira que diz “o que me interessa mais neste momento é o que não é dito e o que não é visto”?

LOURDES CASTRO - PELAS SOMBRAS • Catarina MourãoVem ver a pintura que estou a fazer. Um bocado grande, não cabe em museu nenhum. E tão pequena, tão pequenina que todos que passam por aqui nem dão por isso. Uma tela com forma esquisita. O que vale é que não é preciso esticá-la. Por si só, ela está sempre pronta a receber pinceladas, ventos, estações, chuva, sol....”Quando eu tinha catorze anos levaram-me a ver um teatro de sombras. Chamava-se Linha do Horizonte e revelava o dia-a-dia de uma mulher, atra-vés de sombras projectadas num lençol branco.Essa experiência marcou-me profundamente”. Lourdes Castro ficou conhecida como a artista que se ocupa de sombras.

HELENA ALMEIDA: PINTURA HABITADA • Joana AscensãoFilme sobre o trabalho de Helena Almeida, artista plástica que, desde o final dos anos 60, tem desenvolvido uma obra na qual explora os limites da auto-representação e as fronteiras dos diferentes meios que utiliza, sejam eles a pintura, o desenho, a fotografia ou o vídeo. Pintura Habitada centra-se nas várias fases e elementos envolvidos no elaborado processo criativo atra-vés do qual Helena Almeida constrói os seus trabalhos, desde os primeiros estudos à exposição das obras acabadas.

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THEO

DORE

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18 hoje macau quarta-feira 21.8.2013OPINIÃO

José Luís Peixotoin Visão

Q UANDO era pequeno, roda-va sobre mim próprio com as pontas dos pés. Rodar--rodar-rodar: as formas a saírem dos contornos, as cores a misturarem-se de-masiado rápidas e, depois, ao parar de repente, o chão como um barco debaixo da tempestade, a paisagem inteira a oscilar desgoverna-da, eu a tentar equilibrar-me e, ao mesmo tempo, criança,

a apreciar esse caos. A seguir, a pouco e pouco, o horizonte abrandava e voltava a fixar-se.

Eu tenho um lugar. Por isso, nunca me perco no mundo imenso.

Posso estar a falar com a minha mãe, como há dois dias atrás, e ela diz-me: aquele sobreiro que fica entre o campo da bola e o Monte da Torre. E, entre tantos, eu sei exactamente qual o sobreiro a que se refere. Essa é a precisão com que sei o meu lugar. As ruas, calcetadas com paralelos, suportam o meu pensamento desde que nasci. Em gestos largos, os muros são caiados anualmente porque o branco precisa de renovação, a pureza é uma tarefa permanente.

Esses foram os anos em que viajou pelo mundo inteiro. Não sei que voz irá dizer esta frase sobre a minha vida neste tempo.

O mais provável será ser eu próprio a dizê--la: Esses foram os anos em que viajei pelo mundo inteiro. Em qualquer dos casos, essa

Nenhum continente é demasiado grande ou demasiado estéril para me impedir de atravessá-lo

O meu lugarfrase será dita quando já não aguentar o ritmo deste tempo, desta idade em que atravesso oceanos como se rodasse sobre mim próprio. Com os olhos cheios, quando paro de repente, o chão balança, a paisagem ondula. É então que o meu lugar, paz/certeza, me nivela.

Eu tenho um lugar. Por isso, nunca me perco no mundo imenso.

Com tantas viagens, como é que conse-gue escrever? Ouço esta questão de muitas vozes, em muitas línguas, vinda de pessoas que nunca se conhecerão umas às outras.

Dou qualquer resposta que me pareça satisfazê-las rapidamente. Às vezes, nem preciso usar palavras, basta sorrir. Quem faz perguntas não está sempre interessado em saber as respostas.

No tom prosaico dessas conversas, seria difícil explicar que eu tenho um lugar, está sempre comigo. É visível e invisível. Há oliveiras centenárias agarradas a essa terra. Há uma forma de respirar que só é possível sob essa aragem. Há fontes de bicas fartas, onde jorra tudo o que amo e me ama.

Quando era pequeno, os campos eram enormes. Cresci mais do que podia imaginar e, no entanto, os campos continuam enor-mes. Entre o que me puxa de um lado e de outro, há o meu lugar a manter-me firme, a fornecer-me equilíbrio infinito.

A diferença de forças é incomparável. Por isso, nunca me perco no mundo imenso.

Levo comigo uma origem e um destino.Levo comigo um sentido. Irreversível

como um mergulho, não me perturbo. Eu tenho um lugar. Sinto que lhe conheço cada detalhe e, no entanto, todos os dias o exploro e lhe encontro novidade. No meu lugar, os sinos do adro dão as horas.

É difícil vermo-nos a nós próprios, sei bem. Falta a perspectiva da distância, os es-pelhos distorcem, o rosto com que nos olham está sempre tingido pela cor que trazem por dentro. É também por isso que me faz tanta falta o meu lugar. Sem ele, talvez acreditasse no primeiro reflexo que me apresentassem. Sem ele, talvez dependesse desses humores para imaginar quem sou.

Assim, estou preparado para atravessar o mundo inteiro. E, se mais mundo houver, mais mundo será tocado pela minha pele.

Mi-nha pe-le, palavras pronunciadas sílaba a sílaba. E nenhum continente é dema-siado grande ou demasiado estéril para me impedir de atravessá-lo. E nenhum detector de metais conseguirá identificar o tamanho e os ângulos do lugar que levo comigo: amor. Repito: amor.

Eu tenho um lugar. Por isso, nunca me perco no mundo imenso.

Ainda rodo sobre mim próprio e, de-pois do mundo fosco, preciso de acreditar na nitidez que transporto, esse lugar meu, onde descanso e onde não sou um postal de tiragens sem fim, sempre deturpado um pouco mais, um pouco mais, milímetro a milímetro. Agradeço todo o contraste que consigo trazer para o caminho que construo. Não coloco limites nas temperaturas a que quero sujeitar os meus sentidos e nas lições que quero aprender.

Mas felizmente, tenho o meu lugar. Acompanha-me como um deus.

ÍNDIA A CAMINHO DA CRISEcartoonpor Stephff

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19 opinião

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chá muito verde义來 FERNANDO ELOY

RicaRdo Pinhotwitter.com/ricardo

É pobre a cultura dum país que tem um Estado que gasta dinheiro em cultura, quando hácidadãos sem cuidados básicos de saúde e nutrição.

disse-me um passarinho...

hoje macau quarta-feira 21.8.2013

N ÃO foram muitas as vezes em que fui a Portugal nestes 12 anos que levo de Macau daí que, progressivamente, um regresso à terra que me viu crescer me vai colocan-do na posição do estrangeiro que olha o país com uma visão obrigatoriamente dis-tanciada. Ainda por cima,

desta vez, a primeira parte da minha via-gem foi feita em companhia do pessoal da Associação CUT e dos outros realizadores do “Macau Stories 2”, sendo o único de um grupo de 12 por lá nascido, o que acentuou ainda mais a minha condição de “estrangei-ro”. Fui encontrar um país ao sol debaixo de um azul intenso e infinito mas atormentado por uma crise que, independentemente de se fazer sentir fortemente na vida de muita gente, não é visível a olho nu. Pelo contrário, encontrei um país organizado como nunca foi, tecnológico, cidades arranjadas e limpas, longos ecrãs publicitários na pouca televisão que vi, supermercados atafulhados de oferta e gente simpática e disponível um pouco por todo o lado contrariando a ideia que temos quando lá vivemos. A este propósito, ocorre-me um episódio que achei hilariante e que se passou na estação de comboios de Aveiro: era tarde e as bilheteiras já estavam fechadas pelo que a única solução seria comprar o bilhete a bordo o que já tínhamos feito noutras ocasiões. Todavia, ao ver passar um funcionário da CP, resolvi confirmar com ele se assim seria, resposta: “Poder, pode mas como o comboio vai ficar aqui uns minutos fale com o revisor porque às vezes eles ficam chateados.” Interessante, pensei, pode-se mas o revisor pode ficar chateado, mas pode-se, é legal, mas o revisor pode ficar chateado. Registei a curiosidade e, como não vimos revisor nenhum e aquele era o último comboio para Avanca, lá entrámos sem bilhete. Às tantas aparece o revisor e, avisado, fui ter com ele para lhe explicar a situação a pensar se seríamos ou não ejec-tados do comboio. O revisor, um homem franzino mas energético, revelou-se uma simpatia e chegou ao ponto de dar explica-ções adicionais sobre o modo de funciona-mento do sistema de bilhetes. Talvez porque parecêssemos todos estrangeiros... Contudo,

A banhos em Portugal

depois dos meus colegas regressarem a Macau por lá permaneci e por lá continuei a registar situações contínuas de amabilidade nas mais diversas situações. É natural que visitar Portugal em pleno Verão não é a mesma coisa que visitar Portugal quando não faz sol. Todos sabemos disso, mas...

Registei ainda o excelente sistema de transportes que temos em Lisboa, mau grado o que por lá se diz, as óptimas condições das estações e a facilidade com que nos interli-gamos entre comboios, barcos, autocarros e afins. Mas, claro, como velhos hábitos custam a morrer, não consegui perceber porque cada entidade emite o seu cartão de viagem recarregável ainda por cima todos da mesma cor... Mas isto são detalhes. Lis-boa, onde passei mais tempo, está cheia de brinquedos novos. Um autocarro anfíbio, tuk tuk’s melhores e mais bonitos que os

de Banguecoque, esplanadas, esplanadas e mais esplanadas. À noite... Ui! A programa-ção cultural também é farta apesar do estio e os projectos surgem em catadupa com qualidade originalidade. Não é à toa que os estrangeiros gostam cada vez mais de ir a Portugal. Porque é bom. Porque é evoluído e porque tem um povo afável e criativo e uma paisagem natural, urbana e humana que não cessa de fascinar.

Mas nem tudo são rosas e fiquei preocu-pado com o novo sistema de arrendamentos dos espaços comerciais de Lisboa que vai com toda a certeza acabar com uma grande percentagem do comércio tradicional da cidade. Naturalmente, quando se percebe que espaços como o velhinho Bonjardim pagam 180 euros de renda mensais é fácil de perceber que a situação tem de ser re-vista. O que me preocupa é que, como o

costume, deixamos arrastar os problemas até para além dos limites e depois, um dia queremos resolver tudo num ápice. Velhos hábitos custam a morrer.

E a crise? Sim, a crise existe, não se pode negá-la, mas quando vemos os supermer-cados de prateleiras cheias, os restaurantes a servirem lautas refeições, transportes de qualidade e cidades organizadas como nunca estiveram, gente activa, cheia de ideias e projectos, empresas de sucesso a aumen-tarem facturação e uma actividade cultural intensa, não conseguimos deixar de sentir que há algo de muito estranho nesta crise e que as condições para sair dela parecem evidentes. O que Portugal precisa é de deixar cair de uma vez por todas a geração mais velha de gente pouco viajada, labrega e de curtas vistas que nos tem desgovernado até agora. O que Portugal precisa é de deixar de olhar exclusivamente para o seu umbigo e de se projectar decisivamente no exterior. O que Portugal precisa é de apostar com coragem numa política cultural e não apenas económica - parece uma equação simples mas ainda ninguém a resolveu, ou seja: se os outros não nos conhecerem porque ha-verão de comprar os nossos produtos? Só se forem mais baratos... Independentemente do Portugal de agora não ter nada a ver com o Portugal onde cresci, a realidade é que se antes éramos conhecidos pela Amália e pelo Eusébio agora somos conhecidos pela Marisa e pelo Cristiano Ronaldo, ou seja...

Internamente, Portugal precisa de um pacto público e de um sistema de justiça onde todos possam acreditar. É um facto que os portugueses têm aguentado estoicamente os cortes e as alcavalas que lhes têm vindo a ser impostos. Mas, acredito eu, aguentariam muito melhor se lhes dissessem que depois da pressão viria a descompressão, ou seja, que um dia o que lhes está agora a ser pedido será devolvido (com juros) porque a ideia que gas-taram todos mais do que deviam não pega. As responsabilidades encontram-se a montante na putativa incompetência e cupidez dos que desgovernam. Acredito eu que os portugueses aguentariam muito melhor se existisse um plano claro de investigação sobre o sucedido. Um plano para revelar como surgiram os desvios orçamentais, como se gastou mais do que se podia, porquê e por quem.

E a crise? Sim, a crise existe, não se pode negá-la, mas quando vemos os supermercados de prateleiras cheias, os restaurantes a servirem lautas refeições, transportes de qualidade e cidades organizadas como nunca estiveram, gente activa, cheia de ideias e projectos, empresas de sucesso a aumentarem facturação e uma actividade cultural intensa, não conseguimos deixar de sentir que há algo de muito estranho nesta crise e que as condições para sair dela parecem evidentes

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hoje macau quarta-feira 21.8.2013

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A Teledifusão de Macau vai enviar para a Tele-visão Santomense um

conjunto de 25 documentários culturais sobre a China, no âmbito de um protocolo de co-operação que as duas empresas assinaram hoje em Macau.

O protocolo, o quarto que a TDM assinou com televisões dos países de língua portuguesa desde 2012, visa aprofundar a cooperação entre as duas tele-visões e de acordo com Juvenal Vaz Rodrigues, director do canal do país africano, integra áreas como a “formação de quadros, cooperação técnica e troca de programas”. “É um protocolo que permitirá que Macau fique a conhecer melhor São Tomé e Príncipe e que o nosso país conheça melhor Macau e a China”, assinalou, ao destacar que na agenda da sua estação está também a “troca de experiência” da TDM na conversão para o formato digital de emissões e o modelo empresarial da estação de Ma-cau que é detida totalmente pela administração local.

Já Leong Kam Chun, ad-ministrador delegado da TDM, vincou a componente cultural do protocolo com a troca de programas e explicou que, além dos documentários da CCTV (estação oficial da China), já traduzidos e legendados para português pela TDM, serão gradualmente alargadas as áreas de troca de programas para um maior conhecimento bilateral.

Apesar do protocolo de cooperação com a TDM e de receber os documentários cul-turais da China, São Tomé e Príncipe tem relações diplomá-ticas com Taiwan em detrimento de Pequim e é o único país de língua oficial portuguesa que não integra de pleno direito do Fórum Macau criado pela China em 2003 para fomentar e desenvolver o comércio e a cooperação com os países da lusofonia.

Responsáveis políticos de São Tomé e Príncipe já partici-param, contudo, com o estatuto de observadores, em várias reu-niões integradas nas actividades do Fórum Macau. - Lusa

Carlos Sousa com Great Wall no Rali da ChinaO português Carlos Sousa vai voltar a competir com a equipa oficial da Great Wall Motors, depois do último Dakar, onde foi o sexto classificado. O regresso aos comandos do Haval SUV acontecerá no Rali da China, que se realizará entre 15 e 30 de Setembro. Trata-se de uma prova com mais de 10 mil quilómetros de extensão, onde a Great Wall terá os mesmos carros utilizados no último Dakar, preparados pela francesa SMG, com o segundo Haval a ser guiado pelo chinês Zhou Yong. De referir que este evento é visto pela Great Wall como preparação para o Dakar do próximo ano, ainda que a prova chinesa não conte, para já, com a chancela da FIA. Pelo que o construtor chinês já convidou Carlos Sousa a repetir a participação na mais importante prova do todo-o-terreno mundial.

TDM PROTOCOLO COM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

Documentários culturais da China