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Presidente da Global Reporting Initiative fala da importância em elaborar relatórios de sustentabilidade Setor mineral apresenta inventário de emissão de gases de efeito estufa IBRAM elabora estudo a fim de aperfeiçoar legislação ambiental EXPOSIBRAM 2011 acontece entre os dias 26 e 29 de setembro em Minas Gerais Banco Imagens Agosto de 2011 Ano VI - nº 46 Mineração indústria da

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Page 1: Indústria da Mineração nº46

Presidente da Global Reporting Initiative fala da importância

em elaborar relatórios de sustentabilidade

Setor mineral apresenta inventário de emissão de gases

de efeito estufa

IBRAM elabora estudo a fim de aperfeiçoar legislação ambiental

EXPOSIBRAM 2011 acontece entre os dias 26 e 29 de setembro em Minas Gerais

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Agosto de 2011Ano VI - nº 46Mineração

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EXPEDIENTE | Indústria da Mineração - Informativo do Instituto Brasileiro de Mineração • DIRETORIA EXECUTIVA – Presidente: Paulo Camillo Vargas Penna / Diretor de Assuntos Minerários: Marcelo Ribeiro Tunes / Diretor de Assuntos Ambientais: Rinaldo César Mancin • CONSELHO DIRETOR – Presidente: José Tadeu de Moraes / Vice-Presidente: Luiz Eulálio Moraes Terra • Produção: Profissionais do Texto – www.ptexto.com.br / Jorn. Resp.: Sérgio Cross (MTB3978) / Textos: Flavia Agnello • Sede: SHIS QL 12 Conjunto 0 (zero) Casa 04 – Lago Sul – Brasília/DF – CEP 71630-205 – Fone: (61) 3364.7272 / Fax: (61) 3364.7200 – E-mail: [email protected] – Portal: www.ibram.org.br • IBRAM Amazônia: Av Gov. José Malcher, 815 s/ 313/14 – Ed. Palladium Center – CEP: 66055-260 – Belém/PA – Fone: (91) 3230.4066/55 – E-mail: [email protected] • IBRAM/MG: Rua Alagoas, 1270, 10º andar, sala 1001, Ed. São Miguel, Belo Horizonte/MG – CEP 30.130-160 – Fone: (31) 3223.6751 – E-mail: [email protected] • Envie suas sugestões de matérias para o e-mail [email protected].

EDITORIAL

As questões ambientais fazem parte de qualquer empreendimento. Ainda neste ano, o setor mineral deverá ser chamado pelo Governo Federal para negociar metas de redução de emis-são de gases de efeito estufa (GEE). A medida tem como objetivo o cumpri-mento da “meta voluntária” de redu-ção desses gases entre 36,1% e 38,9% até 2020, assumida pelo Brasil durante a Convenção Mundial do Clima, reali-zada em Copenhague, na Dinamarca, há dois anos.

Para ser uma das bases deste plano, a indústria da mineração brasileira pro-moveu inédito mapeamento da emissão de gases de efeito estufa. A partir deste

Mineração está a frente no combate ao aquecimento global

Os dois eventos são uma porta de entrada para quem pretende fazer ne-gócios com esta indústria e se candida-tar a compartilhar parte dos US$ 68,5 bilhões em investimentos anunciados pela mineração no País.

Mineradores, fornecedores, clientes, prestadores de serviços diversos, espe-cialistas em mineração, acadêmicos, executivos e autoridades governamentais de muitos países se farão presentes em um ambiente adequado para debater os novos rumos do setor, bem como estabe-lecer alianças estratégicas e comerciais.

É também um bom momento para debater com as lideranças nacionais e internacionais as novas tendências de incremento da sustentabilidade do se-tor, além de ser oportunidade única para se atualizar em relação a temas de relevância, por meio de talk-show, workshops e painéis.

O curso de pintor, promovido pela Anglo American em parceria com o Senai, no mu-nicípio de Alvorada de Minas, tem atraído a atenção da comunidade por dois fatores – as aulas práticas vêm contribuindo para a preser-vação do patrimônio público local e a turma é formada majoritariamente por mulheres.

O curso é composto por aulas teóricas e práticas. Conta com carga horária de 160 horas/aula e teve início no primeiro semestre de 2011.

No momento, a turma está promoven-do a revitalização da Igreja Nossa Senhora

Aparecida, localizada no bairro Fazenda da Mata. A igreja está recebendo pintura inter-na e externa e os alunos também estão reali-zando a pintura de todo o madeiramento.

O curso está em fase de conclusão e, na sequência, os alunos receberão os certifica-dos em uma cerimônia a ser definida.

A Anglo American já iniciou a comunica-ção da formatura desses alunos às emprei-teiras que estão trabalhando na implantação do Projeto Minas-Rio, para que, eventual-mente, essa mão de obra qualificada possa ser aproveitada.

Alunos de curso de pintor contribuem para a preservação do patrimônio de Alvorada de Minas

estudo, pode-se verificar que a indústria mi-nerária é uma atividade com baixo índice de emissão de GEE.

Ainda assim, vários projetos das minera-doras brasileiras buscam mais oportunidades de ampliar a eficiência na gestão desse tema. As principais estão no melhor uso de fontes energéticas e também nos meios de transpor-te, estratégias que permitem reduzir drastica-mente as emissões derivadas de transporte de minério pelas rodovias, por exemplo.

Estes e outros desafios para o setor farão parte das discussões do 14º Congresso Brasi-leiro de Mineração e da EXPOSIBRAM 2011, promovidos pelo IBRAM de 26 a 29 de se-tembro em Belo Horizonte.

Vale é reconhecida por gestão de gases

de efeito estufa

A Vale recebeu o Selo Ouro pelo Pro-grama Brasileiro GHG Protocol, iniciativa que tem por objetivo promover ações de redução das emissões de gases de efeito es-tufa. Das 77 empresas brasileiras que divul-garam os seus inventários, 26 receberam a classificação Selo Ouro.

Desde 2005, a Vale publica o seu in-ventário de emissões de gases de efeito estufa. O documento contribui para o pla-nejamento das ações corporativas e opera-cionais da empresa.

Ano VI - nº 46, agosto de 2011Indústria da Mineração 2

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O setor mineral contribui com menos de 0,5% da emissão de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil. É o que revela o primeiro in-ventário desses tipos de gases realizado pelo IBRAM. O documento foi elaborado para au-xiliar a elaboração do plano setorial de mitiga-ção e de adaptação às mudanças climáticas.

O inventário ainda mostra que mais de 90% das emissões das empresas minerado-ras analisadas decorrem da queima de com-bustíveis em fontes fixas e móveis. A utili-zação de equipamentos e veículos pesados com elevado consumo de combustíveis fós-seis configura-se como uma fonte relevante de emissões de GEE. Apesar dessa influência dos combustíveis ser esperada, o resultado surpreendeu a Coordenadora do Estudo, Isaura Frondizi.

“Era um resultado esperado, mas não com tanta influência. Agora, mudar essa rea-lidade é visto como uma oportunidade pelas empresas. Como o consumo do combustí-vel fóssil tem um custo, então, naturalmente ,as mineradoras não vêem como empecilho melhorar a eficiência destes combustíveis”, analisa Frondizi.

Uma forma de as mineradoras contribu-írem para redução na emissão de GEE está relacionada à eficiência no uso de combustí-veis fósseis, assim como à utilização de com-bustíveis renováveis. Considerando que há grande concentração de minas em áreas re-motas e na Região Norte do Brasil, que dis-põe de áreas abandonadas pela agropecuá-ria, abre-se a possibilidade de produção de biocombustíveis nesta região para atender

Setor mineral apresenta inventário de emissão de gases de efeito estufa

às empresas, o que traria outros benefícios como a redução das emissões diretas de GEE provenientes da queima de combustível fós-sil por parte das mineradoras, a recuperação da cobertura vegetal em áreas deprimidas e o desenvolvimento econômico e social de áreas empobrecidas.

“Dessa forma, há redução direta de emissão destes gases com menor queima de combustíveis fósseis, recuperação da cobertura vegetal em áreas reprimidas, de-senvolvimento socioeconômico em regiões diversas do País onde se desenvolve a ativi-dade mineral, sequestro de carbono com o plantio da matéria-prima para a fabricação do biocombustível e consequente incentivo à cadeia produtiva de biocombustíveis no Brasil”, pondera o Diretor de Assuntos Am-bientais do IBRAM, Rinaldo Mancin.

O documento foi apresentado a repre-sentantes do governo. Este primeiro mape-amento considerou as singularidades das diferentes cadeias produtivas, e teve como ponto de partida os inventários empresariais já existentes dos 10 bens minerais escolhi-dos para esta primeira etapa, para o ano-base 2008. Para cada um desses bens foram selecionadas as empresas mais significativas, cujo somatório da produção representas-se pelo menos 80% do setor específico. Ao final, foi feita uma projeção das emissões totais de GEE relacionadas a cada um dos minerais analisados.

“Essa é a primeira fase. Nós seleciona-mos as principais empresas, que represen-tam 90% da produção mineral brasileira em valor, e no mínimo 80% da produção dos minerais mais expressivos. É apenas o início de um trabalho”, afirma Isaura Frondizi.

A expectativa do Instituto é fazer revisões periódicas no inventário. “Este é um docu-mento vivo, algo que nunca para, sempre terá uma atualização. Primeiro porque as empresas atualizam os dados ano a ano e também cresce na abrangência. E esses são os principais desafios”, pondera a Coorde-nadora do Estudo.

Essa iniciativa do setor mineral vem ao en-contro do que estabelece a Política Nacional sobre Mudanças Climáticas, Lei 12187/2009, e será uma contribuição do setor ao compro-misso voluntário do governo brasileiro de reduzir as emissões de GEE do Brasil, entre 36,1% a 38,9% projetadas até 2020.

Além de contribuir para minimizar os efeitos dos GEE nas mudanças climáticas, a indústria mineral está de olho no que os ní-veis dessa emissão podem vir a representar: uma potencial futura “barreira alfandegária” aos produtos fabricados com emissão acima do tolerável. Reduzir essas emissões é um compromisso com a vida e este apelo é cada vez mais presente entre as empresas e o Bra-sil, pelo menos no que tange à mineração, está bem adiantado nesse ponto.

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Inventário é apresentado a representantes do Governo

Indústria da Mineração Ano VI - nº 46, agosto de 2011 3

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Experiências internacionais sobre o tema serão

os grandes destaques

Discutir, conhecer e trocar experiências sobre o que vem sendo feito no mundo a propósito do tema “relações comunitárias” é o gancho do III Seminário Internacional sobre Agregados da Construção Civil (mais informações no box), que está sendo prepa-rado pela Associação Nacional das Entida-des de Produtores de Agregados para Cons-trução Civil (Anepac). O encontro também abordará as experiências brasileiras sobre o assunto. Num segundo momento, o desta-que será o “ordenamento territorial como garantia de suprimento futuro”. E não fal-tarão exposições e discussões sobre os “re-quisitos socioambientais dos consumidores para a aquisição de agregados” e, em outro painel, será discutida a “imagem pública do setor de agregados”.

Relações comunitárias

A questão está na ordem do dia para os produtores de agregados, que cada vez mais sentem a rejeição da sociedade não por explorarem esses minérios, mas em de-corrência do impacto ambiental. “Temos consciência de que é uma atividade a céu aberto e a rejeição por parte da comunida-de é resultado do choque visual, do ruído, da poeira e da modificação da paisagem. Mas é possível se chegar a um consenso”, assinala Milton Akira Kiyoteni, Assessor da Presidência da Anepac. Ele informa que as empresas exploradoras de brita e areia sempre procuraram conviver pacificamente com a vizinhança e desenvolvem ou apóiam inúmeros trabalhos sociais e culturais dos arredores em que estão instaladas.

O Presidente do Conselho da Anepac, Ednilson Artioli, é enfático ao afirmar que o consumo de pedra britada e de areia melho-ra a qualidade de vida da população. “Mas

Relações comunitárias é o tema central de seminário da Anepac

não dá para mudar de lugar uma pedreira ou uma vala de areia. A exploração e a comu-nidade têm de conviver pacificamente com a exploração dessas minas. Entretanto, cabe ao setor público proteger esses bens minerais para que esses agregados cheguem às obras dos consumidores a um preço acessível.” Ar-tioli acrescenta que, se a distância entre pro-dutor e consumidor for muito longa, o custo do transporte triplica o preço final dos agre-gados, razão pela qual a exploração de brita e areia tem de se concentrar nas cidades.

Experiências

Três convidados internacionais falarão sobre “relações comunitárias” e como o as-sunto foi e é tratado entre todos os interessa-dos em seus países. Um deles, Jim O’Brien, Presidente da Associação Européia de Agre-gados (UEPG), com sede em Bruxelas, trará as experiências dos produtores da União Eu-ropéia, uma vez que está sob sua respon-sabilidade a implementação de “melhores práticas” nos países em que a associação atua, cujo foco do projeto foi a excelência em meio ambiente, segurança, relações com a comunidade e governança.

Por sua vez, Jennifer Joy Wilson, Presi-dente e CEO da Associação Americana da Pedra, Areia & Cascalho (NSSGA), apresen-tará suas experiências ao liderar a equipe da Associação na implementação das políticas do conselho de diretores, que tem como

papel defender a indústria dos governos e realizar parcerias com associações nacionais e estaduais.

O representante da América Latina, o engenheiro químico Carlos Fernando Forero Bonell, também fará uma explanação sobre como o tema é tratado em seu país. Ele é Diretor-Geral da Associação Colombiana de Produtores de Agregados Pétreos (Asogravas) e Presidente do Conselho Intra-associados da Mineração da Colômbia.

Ordenamento territorial

O seminário da Anepac é aberto a em-presários, técnicos e engenheiros do setor de agregados, que convivem com outro grande dilema: a questão do ordenamento territo-rial. O Assessor da Presidência da Anepac, Milton Akira Kiyoteni, ressalta que “relações comunitárias” e “ordenamento territorial” estão umbilicalmente ligados e, no Brasil, para se abrir uma nova operação há inúme-ras restrições. Portanto, é necessário urgen-temente preservar as áreas que podem ser exploradas. Como a população não que ter uma pedreira ou uma vala de areia próxi-mo à sua casa, as autorizações são cada vez mais difíceis. Hoje há cada vez menos áreas livres para se iniciar uma pedreira. “O orde-namento territorial significa preservar as áre-as que possam futuramente ser exploradas. Elas são a garantia de abastecimento e de desenvolvimento”, finaliza Kiyoteni.

Foi reservado espaço para expositores. inFormações e inscrições podem ser Feitas pelo

site da anepac (www.anepac.org.br) ou com a vestha negócios integrados e produções

([email protected]).

agende-se

o iii seminário internacional sobre agregados da construção civil

acontecerá entre 8 e 10 de novembro, no bourbon atibaia spa resort

(atibaia-sp). iniciativa da anepac, tem o patrocínio da caterpillar,

britanite, metso, mercedes-benz e pp&c.

Indústria da Mineração Ano VI - nº 46, agosto de 2011 5

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SEGURANÇA E SAÚDE

PROGRAMA MINERAÇÃO LANÇA hotsIte

O MINERAÇÃO – Programa Especial de Segurança e Saúde Ocupacional na Mi-neração, desenvolvido e coordenado pelo IBRAM, acaba de lançar sua página oficial. O hotsite funcionará como uma importante fonte de informação para os profissionais da área de Saúde e Segurança Ocupacio-nal no setor de mineração, além de servir como ferramenta de aproximação entre os participantes e interessados no Programa.

O hotsite está dividido em cinco seções:O Programa• (O que é, Como Aderir, Quem Participa, GESST);Biblioteca• (Artigos e Afins, Sites Úteis, Trabalhos Técnicos do MINERAÇÃO e Estatísticas);Ferramentas• (Boas Práticas, Cadastro de Dados e Autoavaliação, Legislação e Política de Privacidade);Notícias• (Gerais e Newsletter); e Agenda• (Seminários, Cursos, Congressos e Palestras).

A página oferece ainda conteúdo exclusivo para participantes do programa, que conta-rão com a consultoria prestada pela equipe do IBRAM.

EVENTOS DO MINERAÇÃO

SEMINáRIO:• “Promoção da Saúde-Estratégia de Gestão” > 18 de agosto de 2011Local: IBRAM/MG, Rua Alagoas, 1270 – 10º, Funcionários, Belo Horizonte/MG

CURSO:• Investigação de Acidentes > 03 a 07 de outubro de 2011Local: USP – prédio da POLI, Minas e Petróleo, sala 6, São Paulo/SP

CURSO:• Espaços Confinados (parceria com SESI) > 17 a 21/10 (BH); 07 a 11/11 (PR); 21 a 25/11 (RJ).Locais: a serem confirmados

boAS pRáticAS

Um estudo realizado pelo Health and Sa-fety Executive (HSE), da Grã-Betanha, inti-tulado “A Review of the Health Effects and the Evidence for Screening or Surveillance in Working Exposed to Beryllium”, chama a atenção para a detecção de casos de sen-sibilização ao berílio com a utilização de um novo teste imunológico, denominado beryllium lymphocyte proliferation test. Os testes usados desde os anos 50 eram espi-rometrias e telerradiografias de tórax.

O berílio (Be), no passado chamado glu-cínio, é um elemento químico dos metais alcalino-terrosos. No Brasil, nos estados

de Minas Gerais e Bahia, é possível encon-trar águas-marinhas, esmeraldas e berilos, todos como silicato duplo de alumínio e berílio, além dos crisoberilos, que são óxi-dos de alumínio e berílio, Al2BeO4: todos esses minerais são utilizados como pedras semipreciosas ou preciosas.

O contato dos trabalhadores com o ele-mento químico pode ser prejudicial à saúde, por isso recomenda-se o uso de uniformes especiais, como roupa de en-capsulamento de borracha natural ou bu-tílica e mascara de respiração autônoma, durante o processo de extração.

ESTUDO REVELA NOVA FORMA DE DETECÇÃO PARA CASOS DE SENSIBILIzAÇÃO AO BERíLIO

O que é um hotsite

Hotsite, micro-site ou mini-site é um peque-no site planejado para apresentar e desta-car uma ação de comunicação e marketing pontual. Normalmente é inserido em hots-pots (espaços estratégicos para publicidade e banners) de grandes sites ou portais.

Usualmente os hotsites possuem tempo de vida útil determinado, ligado à duração da ação mercadológica, como lançamento de produtos, eventos, novas edições de produ-tos ou serviços, ações de CRM (Customer Relationship Management), entre outras.

Fonte: www.htmlstaff.org.

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PORTARIAS

Portarias do Ministério do Trabalho e Emprego relativas à SSO, publi-cadas em 08/08/2011 no Diário Oficial da União:

• Portaria SIT/MTE nº 254, de 4 de agosto de 2011 – Altera a Norma Regulamentadora nº 18 (Indústria da Construção), aprovada pela Portaria MTb nº 3.214, de 8 de junho de 1978.

• Portaria SIT/MTE nº 253, de 4 de agosto de 2011 – Altera a Norma Regulamentadora nº 25 (Resíduos Industriais).

CâMARA ESPECIALIzADA DE ENGENHARIA DE

SEGURANÇA: TRABALHO EM PROL DA SEGURANÇA

A Câmara de Engenharia de Segurança do Trabalho (CEEST), implantada em 2008 pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquite-tura e Agronomia de Minas Gerais (CREA-MG) vem desenvolvendo importantes ações na análise de processos, na interface com as demais Câmaras e na participação das reuniões de coordenadoria nacional das Câmaras de Engenharia de Segurança das demais regionais. A mais recente reunião promovida pelo grupo, realizada em janei-ro de 2011, foi prestigiada pelo Presidente do CREA-MG, eng. Gilson C. Queiroz Filho, e pelo Diretor Administrativo Financeiro do CREA-MG, eng. Ederson Bustamante.

O sistema CONFEA/CREA possui atualmen-te 14 Câmaras de Engenharia de Segurança e já existe um projeto para criação da figura do Conselheiro Federal de Engenharia de Segurança do Trabalho. O outro grande ob-jetivo da classe é adequar o Parecer MEC 19/87 à nova realidade das necessidades do mercado profissional do Engenheiro de Segurança do Trabalho.

Fonte: Proteção – Revista Mensal de Saúde e Segurança do Trabalho

AtUAliDADES

BOAS PRáTICAS NA SAMARCO

A Samarco acaba de ser reconhecida como uma das melhores empresas do Brasil pela revista Exame. A companhia foi eleita em primeiro lugar na categoria Minera-ção no prêmio Maiores e Melhores 2011, um dos mais importantes e respeitados do País. De acordo com a revista, a empresa apresentou o melhor desempenho econômico-financeiro entre as mineradoras nacionais e foi a que mais contribuiu com produtos e serviços para a sociedade no último ano.

Entre todas as ações e medidas administrativas adotadas pela empresa, as boas práticas operacionais se destacam como um dos segredos da produtividade da mi-neradora, que acaba de renovar a frota com mais seis equipamentos. Atualmente, a frota da empresa é constituída por 38 máquinas de grande porte.

“Atribuo o bom desempenho das máquinas a três fatores principais: competência da manutenção da Sotreq e da logística no fornecimento de peças, boas práticas operacionais na Samarco – com treinamentos periódicos e cuidados nas ações do dia a dia – e a interface entre operação e manutenção, que gera diálogos mais abertos sempre em busca do desempenho”, explica o chefe do Departamento de Operação da mina da Samarco, Edmilson de Freitas Campos.

A atuação integrada gera benefícios em outras frentes: em março, o complexo da Samarco completou 5 mil dias sem acidentes com perda de tempo na mina, o equivalente a 1,4 milhão de horas/homem trabalhadas. “Esse resultado é impor-tante numa operação desse porte e dessa natureza, em que os riscos são relativa-mente altos”, afirma o Consultor de Manutenção da mineradora, Antônio Uete.

Fonte: Gazeta online e Revista Elo/ junho 2011

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EXPOSIBRAM 2011 acontece entre os dias 26 e 29 de setembro em Minas Gerais

Evento oferece boas oportunidades de negócios em mineração

Visita aos estandes da EXPOSIBRAM 2009

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A EXPOSIBRAM 2011 – Exposição Internacional de Mineração mobiliza empresas de diversos portes e segmentos. A feira vai reunir cerca de 400 expositores em mais de 14 mil metros quadrados de estandes, e receber um público estimado em mais de 45 mil visitan-tes. O evento, realizado pelo IBRAM, ocorre entre os dias 26 e 29 de stembro no Centro de Exposições Expominas, em Belo Horizonte (MG), em paralelo ao 14º Congresso Brasileiro de Mineração.

A EXPOSIBRAM 2011 tem em vista as previsões de ampliação de investimentos: até 2015, as mineradoras aplicarão US$ 68,5 bilhões no País, em novos projetos e na expansão de seus empreendimentos.

Diante deste cenário, a EXPOSIBRAM 2011 pretende aproximar executivos da mineração de fornecedores e parceiros comerciais. É uma boa oportunidade para empresários, técnicos, fornecedores e interessados no setor se candidatarem a compartilhar parte dos bi-lhões de dólares em investimentos previstos para a mineração, além de ser um ótimo momento para atualização de conhecimentos.

Reconhecimento

Reconhecida por oferecer a mais completa linha de produtos, tec-nologia, serviços e equipamentos para a mineração, todos os espaços para estandes disponíveis na Exposição Internacional de Mineração foram negociados com cinco meses de antecedência.

“O forte interesse na feira e também no 14º Congresso Brasileiro de Mineração se deve à observação do aumento da demanda inter-nacional por commodities minerais, o que eleva os níveis de produ-ção e de negócios da mineração, superiores ao período pré-crise”, informa o Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Vargas Penna.

Expositores de 21 países já confirmaram presença na mostra e participação nos pavilhões internacionais: África do Sul, Alema-nha, Argentina, Austrália, Áustria, Brasil, Canadá, Chile, China, Dinamarca, Escócia, Estados Unidos, Finlândia, França, Inglaterra, Itália, Japão, Peru, Reino Unido, Suécia e Suíça.

Ano VI - nº 46, agosto de 2011Indústria da Mineração 8

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A fEiRA pREtENDE REUNiR 390

ExpoSitoRES Em mAiS DE 14 mil mEtRoS

qUADRADoS DE EStANDES, com Um

pÚblico EStimADo DE 45 mil viSitANtES

Uma das empresas presentes à feira será a Sotreq. Participante desde as primeiras edições, ela busca na EXPOSIBRAM o re-lacionamento com seus principais clientes, além de ter a oportunidade de apresentar seus produtos, acompanhar tendências e ao mesmo tempo conhecer as evoluções tec-nológicas e mercadológicas que o segmen-to vem alcançando a cada ano. De acordo com a assessoria da Sotreq a expectativa para este ano é ótima, pois a economia do Brasil atravessa um bom momento e as pers-pectivas do segmento são excelentes para os próximos anos.

A Cestari Industrial e Comercial também é veterana na EXPOSIBRAM. A primeira par-ticipação ocorreu em 2003. “A importância e peso que a mineração representa para a empresa e os investimentos previstos no se-tor foram as razões que nos motivaram a ter um estande na Exposição”, lembra o Geren-te de Marketing, Telmo Ferreira. Segundo ele, a cada edição, os resultados são melho-res em termos de relacionamentos, contatos e exposição da marca. “A expectativa para este ano é excelente, em especial com os novos projetos dos redutores da Linha Heli-max que agora levam o selo + Torque, de-vido à melhora na relação torque/peso de até 40% em alguns tamanhos e condições de trabalho”, pondera.

Já a Gantrex participa da EXPOSIBRAM pela primeira vez. A companhia procura maior visibilidade no mercado nacional. O Gerente Comercial, Lincoln Muniz, já partici-pou de outras edições, porém como visitante e ainda assim garantiu bons resultados para a empresa. “Conseguimos prospectar novas oportunidades junto aos clientes”, destaca.

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pERcy SoARES NEto

Coordenador da Rede de Recursos Hídricos Confederação Nacional da Indústria – CNI

Desde a promulgação da Lei nº 9.433, de 1997, que dispõe sobre a Política

Nacional de Recursos Hídricos e institui o Sistema Nacional de Gerenciamento de Re-cursos Hídricos – SINGREH, que as principais lideranças da Indústria Nacional, ao interna-lizarem uma discussão sobre o tema, vêm se colocando como parceiras pró-ativas para o fortalecimento desse Sistema. O setor indus-trial, em conjunto com o setor de mineração, se faz representar na maioria dos 140 comitês de bacia hidrográfica instalados no Brasil.

Desde o início da implementação da Política de Recursos Hídricos, entre 1999 e 2001, várias federações de indústrias e ins-titutos industriais do Brasil já apresentavam position papers que indicavam uma visão absolutamente favorável ao SINGREH. Os princípios de gestão defendidos pelas lide-ranças empresariais estavam alinhados com os princípios, objetivos e diretrizes da Polí-tica Nacional e das primeiras políticas esta-duais de Recursos Hídricos, especialmente no que se refere à descentralização e a uma maior participação da sociedade na toma-da de decisões estratégicas sobre os recur-sos hídricos. Somando às manifestações de posicionamento, essas federações e institu-tos criaram fóruns empresariais e programas especiais para estabelecer e implantar estra-tégias de atuação do empresariado nacional nos colegiados de recursos hídricos.

O engajamento do setor industrial é fun-damental no histórico de mobilização para a gestão das águas nas Bacias Hidrográficas do Rio dos Sinos, dos Rios Piracicaba, Capivarí e Jundiaí e na Bacia do Rio Doce (Minas Gerais

e Espírito Santo) e na negociação com o poder público para a formatação dos modelos para a gestão nessas Bacias e também nas Bacias do Rio Paraíba do Sul e do Rio São Francisco. Atualmente as posições e a participação do segmento industrial no Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos estão cada vez mais fortalecidas. O SINGREH é es-tratégico na construção do um novo modelo

também, para o fortalecimento e amadureci-mento da gestão das águas brasileiras.

Esse movimento do setor industrial acompanha a tendência de consolidação dos Comitês de Bacia Hidrográfica no País, conforme retratado na figura 1 retirada do Relatório de Conjuntura de Recursos Hídri-cos da ANA (ANA, 2011).

A Rede de Recursos Hídricos da Indústria foi criada com os seguintes focos de atuação:

(i) a capacitação dos seus membros para o cumprimento da função política e legal como representante do segmento, por meio de um nivelamento básico sobre diferentes aspectos que pautam a atua-ção nos colegiados do SINGREH;

(ii) a troca de experiências exitosas e de-senvolvimento de competência dos re-presentantes do setor;

(iii) a busca por um posicionamento con-sensual entre os representantes do setor industrial sobre os temas em pauta no SINGREH;

(iv) e, contribuir com o fortalecimento do Sistema.

A Indústria brasileira participa de forma ativa e por meio de suas representações nos Conselhos Nacional e Estaduais de Recursos Hídricos, além dos principais Comitês de Bacia Hidrográfica, em quase todo território nacional. A atuação do setor industrial con-tribui para uma construção fortalecida do SINGREH. Por outro lado, o engajamento dos representantes da indústria nos colegia-dos de recursos hídricos, especialmente em escala local, permite qualificar sua interlo-cução com os stakeholders. Essa poderá ser uma importante ferramenta para qualificar as políticas de responsabilidade sócio-ambien-tal do setor industrial.

A participação da indústria nacional no SINGREH – Rede de Recursos

Hídricos da Indústria

"oS DESAfioS pARA A pRoDUÇão iNDUStRiAl E miNERAl ASSociADoS Ao

USo DA áGUA tENDEm A ocUpAR Um ESpAÇo cREScENtE NA AGENDA

DE NEGócioS (...)"

de gestão pública de recursos naturais e dos bens comuns, pois imprime ações justas, ade-quáveis às diversidades do País com potencial de garantir, sem perder a perspectiva econô-mica, o valor social e ambiental das águas.

Atenta a esse movimento a Confederação Nacional da Indústria – CNI, no ano de 2009, criou a Rede de Recursos Hídricos da Indústria com o objetivo de articular e integrar as atua-ções dos representantes da indústria nos diver-sos Conselhos de Recursos Hídricos e Comitês de Bacia no território nacional. O trabalho em rede é uma forma de discutir, estabelecer e fortalecer princípios básicos de representação do segmento industrial no SINGREH. Ao se qualificar para ocupar os espaços de represen-tação ofertados pelo desenho da Política de Recursos Hídricos o setor industrial contribui,

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A Rede de Recursos Hídricos da In-dústria reúne-se presencialmente 04 vezes ao ano, excetuando as reuniões específicas de alinhamento, e promove workshops e eventos focados em te-mas relevantes, como por exemplo: (i) workshop sobre enquadramento dos cursos de água realizado na sede do Ins-tituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) em julho de 2010, (ii) seminário sobre pegada hídrica realizado em parcei-ra com a Water Footprint Network em março de 2011 e (iii) os diálogos de re-presentações da indústria com o MMA sobre coeficientes de uso dos recursos hídricos realizados no segundo semes-tre de 2010. Também estão no radar da Rede de Recursos Hídricos: (a) a inte-gração da gestão dos recursos hídricos com o gerenciamento costeiro, (b) a elaboração da norma ISO 14046 sobre pegada hídrica, (c) os mecanismos para incremento da efetividade da aplicação dos recursos oriundos da cobrança pelo uso da água, (d) a formatação dos mo-delos de gestão nas bacias de rios do do-mínio da União, entre outros.

A consolidação da Rede de Recursos Hídricos vem qualificando a atuação do setor no SINGREH e constituindo um espaço de diálogo do setor industrial com potencial de abarcar novas agen-das. Os desafios para a produção in-dustrial e mineral associados ao uso da água tendem a ocupar um espaço cres-cente na agenda de negócios, inclusive gerando novas oportunidades de oferta de produtos e serviços. A rigidez loca-cional da produção mineral e as exigên-cias associadas ao controle de efluentes e ao fechamento das minas evidenciam a relevância do tema água para o setor. Em resposta a essa tendência o IBRAM instituiu, em 2000, o Programa Especial de Recursos Hídricos que atua em es-treita sintonia com a Rede de Recursos Hídricos. Por meio dessas ações articu-ladas a CNI e o IBRAM conseguem pro-porcionar aos seus representados uma visão estratégica sobre o tema e sobre a gestão dos recursos hídricos.

REFERêNCIAS BIBLIOGRáFICAS AnA – Agência nacional de Águas.

Conjuntura de Recursos Hídricos no Brasil: informe 2011. Disponível na internet.

Agosto de 2011. http://www.ana.gov.br.

A Somar – Sociedade Mineradora rece-beu o Prêmio Mérito Ambiental Henrique Luiz Roessler em cerimônia realizada em Porto Alegre (RS). A homenagem, que tem a chancela da Secretaria Estadual de Meio Am-biente e da Fepam, instituição responsável pelo licenciamento ambiental no Estado.

Foi por iniciativa da empresa que o Co-mitê da Bacia do Baixo Jacuí criou o Projeto Elo Verde, uma parceria para o replantio de mata nativa nas áreas ribeirinhas dos 40 mu-nicípios que integram a bacia hidrográfica. Na área de educação ambiental, a minera-dora desenvolveu junto com o Grupo Eco-lógico SOS Jacuí e a Har Engenharia o Pro-jeto Margens Vivas, dedicado a estudantes de escolas vizinhas às suas áreas de atuação. Com o auxilio de professores e biólogos, os alunos do Instituto Estadual de Educação, de São Jerônimo, criaram o primeiro arboreto didático do Brasil em uma escola.

Batizado de Wangari Maathai, em homenagem a ativista queniana, Prêmio Nobel da Paz em 2004, as crianças, ado-lescentes e familiares do Instituto de Edu-cação plantaram mais de 60 mudas re-presentativas de quatro agrupamentos de espécies, dentro dos temas Formações Flo-restais do Rio Grande do Sul, Ecossistemas Brasileiros, Reinos Florísticos do Mundo e Espécies Emblemáticas. A coleção árvores são cuidadas pelos próprios alunos e utili-zadas para estudos em praticamente todas as disciplinas.

Na abertura da cerimônia, a neta de Henrique Luiz Roessler leu o Juramento de Proteção, escrito pelo ambientalista gaúcho nascido no final do século XIX e falecido em 1963. Roessler foi exemplo para o Brasil e serviu de inspiração para ONGs e órgãos do poder público, sendo considerado o grande pioneiro do ambientalismo do Estado.

Somar recebe o prêmio de mérito ambiental

A Secretaria estadual do Meio Ambiente, Jussara Cony, Verônica Della Mea, Diretora Executiva da SOMAR (centro) e o Presidente da Fepam, Carlos Fernando niedersberg, durante entrega do prêmio

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Presidente da GRI fala da importância em elaborar

relatórios de sustentabilidade

Desde o surgimento de suas primeiras ver-sões, no final dos anos 1990, as Diretrizes da organização Global Reporting Initiati-ve (GRI) para elaboração de relatórios de sustentabilidade têm auxiliado empresas a aprimorar sua gestão e seu relacionamento com os seus diversos públicos de interesse. Os relatórios são ainda mais relevantes para setores que geram impactos sociais, am-bientais e econômicos significativos, como o de mineração e metais.

Por meio de um conjunto de princípios e de indicadores que devem ser respondidos para comunicar a gestão socioambiental e econô-mica da empresa e prestar contas sobre seu desempenho, as diretrizes orientam o pro-cesso de relato para tornar os relatórios mais transparentes e alinhados a um padrão glo-bal de qualidade – não à toa, as revisões são constantes (a G4, quarta versão do documen-to, está em debate). Para maior aprofunda-mento, há, ainda, os Suplementos Setoriais, dotados de indicadores e questões específi-cos de cada tipo de atividade empresarial.

Por que as diretrizes GRI são importan-tes para o desenvolvimento sustentável?

Seguindo as Diretrizes GRI, as empresas po-dem relatar seu desempenho em sustentabi-lidade e comunicá-lo a seus stakeholders. Isto também ajuda internamente – por meio do processo de relato, as organizações podem identificar áreas com oportunidades de apri-moramento. Os dados de desempenho finan-ceiro fornecem um panorama de curto prazo sobre a saúde econômico-financeira de uma

empresa; para ter uma ideia de longo prazo também é necessário observar os fatores so-cial, ambiental e de governança. O relato da sustentabilidade ajuda isto a acontecer.

Por que desenvolver um suplemento setorial para a indústria de mineração e metais?

Alguns setores industriais se deparam com questões muito específicas – isto é especial-mente verdadeiro no caso do de mineração e metais. O suplemento é destinado a cobrir atividades como exploração, mineração e pro-cessamento de metal primário, além de assun-tos como direitos indígenas, reassentamento e gestão responsável de materiais e resíduos.

Como ele foi desenvolvido?

O Suplemento Setorial de Mineração e Metais foi desenvolvido em duas etapas, tendo o Conselho Internacional de Mine-ração e Metais (ICMM, na sigla em inglês)

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Em entrevista, Ernst Ligteringen, Presidente da GRI - Global Reporting Initiative des-de 2002, fala da inserção da indústria de mineração e metais no relato da susten-tabilidade. Apesar de considerar o setor pioneiro nesse trabalho, o holandês, que já trabalhou em organizações como a Oxfam International, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e o Pacto Global, aponta que sua partici-pação na listagem anual de relatórios GRI ainda tem muito a crescer – em 2010, apenas 7% das empresas de mineração e metais do planeta produziram estes do-cumentos.

Ligteringen estará no Brasil, em 28 de setembro, para o lançamento do Suple-mento Setorial de Mineração e Metais da GRI, no 14º Congresso Brasileiro de Mineração. A versão traduzida para o português conta com o apoio do IBRAM, o patrocínio da Vale e foi realizada pela consultoria Report.

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como co-organizador. A versão piloto foi publicada em 2006; em 2008, um Grupo de Trabalho com participação de múltiplos stakeholders – uma amostra representativa de organizações ambientais e sociais com expertise e interesse nas atividades da in-dústria – foi convocado para desenvolver uma versão completa a partir do piloto. O processo de desenvolvimento de ambas as versões incluiu consultas públicas, nas quais especialistas e outros públicos de interesse puderam comentar os rascunhos. A compa-nhia de mineração brasileira Vale participou do Grupo de Trabalho, adicionando a voz do Brasil ao processo de redação. O Suple-mento final foi lançado em março de 2010.

De que forma o Suplemento Setorial complementa as Diretrizes GRI?

O Suplemento Setorial de Mineração e Me-tais é baseado nas Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade da GRI (versão G3). Ele fornece comentários sobre os conteúdos das diretrizes gerais, além de indicadores adicio-nais específicos do setor. A partir de 31 de dezembro de 2011, quem produzir relató-rios com nível A de aplicação GRI será obri-gado a utilizar o Suplemento Setorial.

O que consta no Suplemento?

O documento cobre atividades como a ex-ploração, a mineração e o processamento de metal primário, além de temas como di-reitos indígenas, reassentamento e impac-tos na biodiversidade.

Os assuntos principais são aplicáveis a companhias do setor em qualquer lugar do mundo?

As Diretrizes GRI podem ser usadas por to-das as organizações, não importando o setor, a dimensão de suas atividades ou sua locali-zação. Da mesma maneira, o Suplemento foi elaborado para ser aplicado a todas as em-presas de mineração e metais do mundo.

Como essas diretrizes podem ser usa-das para ajudar a conduzir os processos corporativos de tomada de decisão?

O relato da sustentabilidade é um proces-so, não apenas uma publicação. A gestão do

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DE tEmAS liGADoS à SUStENtAbiliDADE

desempenho em sustentabilidade, o moni-toramento e o processo de relato devem ser partes integrais da estratégia de negócios. Enquanto os relatos de sustentabilidade podem ser importantes ferramentas para o engajamento de stakeholders, o processo de relato não é apenas um exercício de comu-nicação. Engajar clientes, funcionários e co-munidades locais também é parte relevan-te do processo de relato – as organizações devem consultar seus públicos de interesse para desenvolver uma estratégia de sustenta-bilidade e decidir que temas ou assuntos são materiais, ou seja, relevantes, para si.

Grandes quantidades de resíduos são produ-zidas e precisam ser administradas cuidado-samente. Mensurar impactos e comunicá-los de maneira transparente – isto ajuda as em-presas a entender melhor como gerenciar e mitigar estes impactos.

Quando o assunto são as operações de mi-neração atuais, as empresas estão cientes de que abrir uma nova mina pode causar gran-des impactos nas comunidades locais. Mui-tas demonstraram maneiras inovadoras de engajar comunidades vizinhas e dar início a diálogos de relevância com stakeholders locais sobre temas como reassentamento.

Nos últimos anos, houve aumento na produção de relatórios de susten-tabilidade entre as empresas de mi-neração? Como foi a evolução desse quadro no Brasil?

O número de relatos de empresas de mine-ração e metais do Brasil registrado na GRI aumentou desde que o primeiro relatório foi registrado, em 2002. Em 2010, foram lança-dos oito relatórios, das empresas Alcoa Alu-mínio, Anglo American Brasil, ArcelorMittal Brasil, Samarco Mineração, Usiminas, Vale, Vallourece & Mannesmann Tubes e Yamana Gold. Nossa expectativa é que este número cresça ainda mais com o Suplemento Seto-rial traduzido para o português.

A seu ver, qual é o papel das empresas de mineração na promoção do desen-volvimento sustentável?

As empresas de mineração fornecem à po-pulação os minerais que ela quer e de que precisa. No que concerne a seus produtos, essas empresas também devem estar aten-tas ao conceito de ciclo de vida do produ-to, além de considerar o papel delas em abordar e discutir as questões de escassez onde os níveis de consumo crescem de maneira insustentável.

As empresas de mineração também têm um efeito físico sobre o planeta: extrair materiais atrapalha o meio ambiente e o ecossistema. Por fim, todas as minas têm uma vida econô-mica limitada, e a questão do encerramen-to de atividades das minas é crítica; com o que, afinal, as comunidades próximas ficam em termos econômicos, sociais e ambientais quando uma mina é fechada?

Essas empresas têm um papel fundamental na promoção do desenvolvimento sustentável globalmente, particularmente quando o assun-to são impactos sociais e ambientais. Foram re-gistrados, na Lista de Relatórios GRI de 2010, 126 relatórios de sustentabilidade de empre-sas de mineração e metais, o que representa mais ou menos 7% do total de organizações. A maioria dos documentos é oriunda de empre-sas localizadas na América do Norte (24), na Europa (32) e na América Latina (24).

O setor de mineração esteve sob pressão de stakeholders por um longo período – e foi um dos primeiros a levar a sério a comuni-cação e o gerenciamento de temas ligados à sustentabilidade. Em comparação a outros setores, as empresas de mineração estão, de forma geral, dialogando de forma confortá-vel com seus públicos de interesse, colabo-rando para melhorar e aprimorar sua gestão sobre a sustentabilidade.

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Com o objetivo de contribuir para o processo de desenvolvimento da indústria mineral brasileira, o IBRAM elaborou um trabalho, focado na revisão de temas da le-gislação ambiental que afetam o setor mi-neral, apresentado ao Conselho Diretor do Instituto. Para tanto, foram estabelecidas duas linhas de abordagem que determinam a estruturação do estudo, que são: a acessi-bilidade dos recursos minerais e a integração das legislações minerária e ambiental.

O trabalho foi desenvolvido em duas etapas: a primeira, denominada Legislação Ambiental Aplicada, trata dos principais te-mas da legislação ambiental e dos conflitos que envolvem sua aplicação à mineração; a segunda, Proposições Normativas, cuida de soluções para harmonizar a legislação am-biental com a minerária.

A primeira etapa tem, por escopo, conhe-cer as questões que afetam a viabilidade de investimentos no setor, tais como: (i) iden-tificação das principais restrições na legisla-ção ambiental federal, no que se refere ao

acesso dos recursos minerais e sua fruição; (ii) identificação de normas federais sobre o procedimento de licenciamento ambiental, que não se adequam especificamente à di-nâmica da mineração; (iii) análise dos aspec-tos legais e institucionais relevantes, tendo como base o arcabouço da legislação federal vigente no País. A partir disso, a segunda eta-pa do trabalho abrange o desenvolvimento de proposições normativas, de forma a con-tribuir com novas soluções e caminhos para a sustentabilidade do setor mineral.

“O que foi proposto no trabalho é algo bem diferente do que é praticado, pois a legislação é construída de forma separada. Temos as regras relacionadas à mineração e outras ligadas às questões ambientais, mas elas não se integram”, reforça o Advogado da Schmidt, Valois, Miranda, Ferreira & Agel Advogados e Consultor do IBRAM, Marcio Silva Pereira.

A indústria mineral vive um forte ciclo de expansão que tem propiciado a aplica-ção de vultosos investimentos tanto na bus-

ca de novos depósitos quanto na ampliação das operações existentes. O Brasil, por suas características geológicas, tem atraído inves-timentos da indústria. Entretanto, as dificul-dades e a demora na implantação de novos projetos têm indicado a necessidade de re-visar alguns pontos da legislação ambiental aplicável à mineração, para conferir ao País maior competitividade, alicerçado em sóli-da base conceitual, técnica e regulatória, de forma a permitir a sustentabilidade do setor e a preservação do capital natural do país.

“O País tem uma grande oportunidade. O governo discute a criação de um novo marco regulatório para o setor. Estas novas regras podem estabelecer os fundamentos para se criar um novo viés da legislação para se tratar dessas questões de acesso aos re-cursos minerais, onde a área ambiental será inserida”, pondera Pereira.

Parlamentares se reúnem com representantes da mineração

Logo após a apresentação do trabalho, integrantes da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Infraestrutura Nacional, presidi-da pelo Deputado Arnaldo Jardim (PPS/SP), foram recebidos pelo Conselho Diretor do IBRAM, pela Diretoria Executiva do Instituto e representantes do setor mineral.

Na oportunidade, o Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna, fez uma apresentação do atual cenário e perspectivas da atividade minerária. Os debates também abordaram as propostas de mudança na legislação ges-tadas no âmbito do Poder Executivo.

“Hoje se discute muito o aumento dos royalties por causa de uma carência que os municípios apresentam na repartição tribu-tária e não de uma ausência da tributação ou encargo. O Brasil é um dos países que mais tributa seus minérios”, afirma o Vice-Líder do PR na Câmara Federal, Deputado Bernardo Santana de Vasconcellos (PR/MG).

Além do Presidente da Frente Parlamen-tar, Deputado Arnaldo Jardim, e do o Vice-Líder do PR na Câmara Federal, Deputado Bernardo Santana de Vasconcellos, estive-ram presentes os deputados Danilo Forte (PMDB/CE), Paulo Abi-Ackel (PSDB/MG) Marcos Montes (DEM/MG), Antônio Imbas-sahy (PSDB/BA), Eduardo Sciarra (PSD/PR).

Meio Ambiente: IBRAM elabora trabalho a fim de

aperfeiçoar legislação ambiental

Conselho Diretor do IBRAM e representantes do setor reunidos no Instituto

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A Vale está estudando a implantação de um novo processo de mineração capaz de gerar ganhos econômicos e ambientais. Avanços tecnológicos variados, somados ao bom momento do mercado mundial, permi-tem que a empresa reaproveite material de-positado durante anos em barragens de re-jeitos e o transforme em produto final, com qualidade para abastecer clientes dos quatro cantos do globo.

Com a comprovação de um cenário po-sitivo para o novo modelo de produção, será possível extrair até 31 milhões de toneladas de minério de ferro, de 2013 a 2018, em oito barragens que estão sendo avaliadas em Minas Gerais. Os estudos indicam a possibi-lidade de produzir 1 milhão de toneladas no primeiro ano, 5,5 milhões de toneladas em 2014 e 6,5 milhões de toneladas anuais, de 2015 a 2018. Para se ter uma ideia, o volume se equipara à podução anual de uma mina de pequeno porte operada pela Vale no Estado.

O material depositado possui, em média, um teor de ferro de 35% e deve atingir o ní-vel de 62% de teor de ferro, após passar pe-las novas plantas de concentração que serão instaladas. O resíduo das operações, antes descartado, será transformado em produto final pellet feed.

A tecnologia a ser empregada é a con-centração magnética de grande capacidade. Trata-se de um processo já conhecido nas áreas operacionais da Vale para produção de minério de ferro, no entanto, nunca antes utilizado pela empresa para beneficiar mate-rial extraído de barragens de Minas Gerais.

Apesar de pequenos ajustes em cada uma das unidades onde será instalado, no geral, o processo de produção seguirá as mesmas etapas. O material será retirado das barragens por caminhões e escavadeiras ou por bombe-amento e dragagem. Em seguida, será levado até novas plantas de concentração, que serão erguidas. Após ser beneficiado, o produto vai para o pátio de estoques já existente na mina e, daí por diante, utilizará a estrutura logística de escoamente já implantada.

Vale investe em reaproveitamento de minério depositado em barragens

Além de ganhos econômicos, benefícios ambientais

O processo de reaproveitamento do mi-nério de ferro depositado em barragens re-presenta, além de ganhos econômicos e de produtividade, benefícios ambientais.

Tradicionalmente nas operações de mi-nério de ferro, o material não aproveitado nas instalações de beneficiamento do miné-rio, chamado tecnicamente de rejeito, é de-positado em barragens criadas para abrigá-lo corretamente. A medida existe para que o resíduo da operação seja descartado em lo-cal adequado e não assoreie cursos d’água vizinhos às operações.

Quando o material é retirado das bar-ragens das unidades operacionais, essas estruturas ganham maior capacidade para receber mais rejeitos, sem que sejam neces-sariamente criadas novas intervenções para receber o material. A expectativa é que se-jam retirados cerca de 35% do material atual das barragens em avaliação.

Detalhe do minério de ferro da Mina Gongo Soco, Barão de Cocais/MG:

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Em território mineiro, está sendo estuda-da a implantação do processo em oito bar-ragens – uma no Complexo Vargem Grande, três na mina de Fábrica, uma em Mutuca, outra em Córrego do Feijão, uma na mina do Pico e outra na mina de Alegria.

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A IMO - Internacional Maritime Organi-zation, por meio de seu IMSBC (código in-ternacional sobre o transporte de cargas só-lidas a granel), passou a exigir, desde janeiro de 2011, que os carregamentos de minérios, entre eles o dos minérios de ferro do tipo pellet feed fine (PFF) e sinter feed (SF), fos-sem acompanhados de um certificado sobre o limite de umidade transportável, conheci-do pela sigla em inglês TML.

Porém, as exportadoras brasileiras de mi-nério de ferro logo descobriram que ainda

não havia um procedimento normalizado, nacional ou internacionalmente, para a de-terminação do TML dessas commodities e, consequentemente, para a emissão do certi-ficado requerido pela IMO. Sem ele, os na-vios ficam retidos nos portos, situação que traz diversos transtornos aos exportadores, inclusive de ordem financeira, pois as multas cobradas em casos como este são elevada.

Entre os motivos que estimularam as exigências do certificado de TML estão aci-dentes com cargo de minérios, cujas causas foram atribuídas ao excesso de umidade, o que fez com que a carga se liquefizesse, afetando a estabilidade das embarcações. Ocorrências desse gênero foram registradas nas últimas décadas, mas nenhuma delas com minérios de ferro brasileiros.

O papel do IBRAM-CONIM na solução do problema

O IBRAM-CONIM foi então solicitado a agir na busca de uma solução para tal pro-blema, o que culminou com a criação, no último dia 20 de julho, do Grupo de Traba-lho – TML, que terá como objetivo principal

Exigência da IMO impacta no transporte marítimo de

minérios

trabalhar na normalização de um procedi-mento para a determinação do TML. A coor-denação do GT ficou a cargo do Engenheiro Master da Vale, Dany Policarpo.

A reunião de instalação ocorreu na sede do IBRAM-MG e contou com represen-tantes da Vale, Anglo American, Samarco, CSN e Ferrous. A futura norma brasileira será elaborada pela Comissão de Estudo de Ensaios Físicos, do Comitê Brasileiro de Mi-nérios de Ferro, da ABNT (Associação Bra-sileira de Normas Técnicas), cuja Secretaria é mantida pelo IBRAM-CONIM, e poderá servir de base para uma norma internacio-nal no âmbito do ISO/TC 102 – Iron ores and direct reduced iron.

De acordo com a Coordenadora do IBRAM-CONIM, Thásia de Medeiros, "o GT considera o Código da IMO muito rigoroso, principalmente para o SF, atribuindo isso à ausência de pessoal técnico nas discussões da IMO, como também à forma como o SF foi definido na ISO 11323 (norma de Vocabulá-rio de minério de ferro e pré-reduzidos). Por isso, o GT se propõe a preparar recomenda-ções para melhoria do Código e da Norma ISO, caso se mostre necessário e adequado”.

Reunião TML

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Produção de vagões de carga deve crescer 53% em 2011

As indústrias de veículos ferroviários es-tão acelerando os investimentos em tecnolo-gia, processos e no aumento da produção. A previsão de crescimento econômico, o pla-no do governo para equilibrar a matriz logís-tica do país até 2025 e a realização dos dois maiores eventos esportivos no País (Copa do Mundo e os jogos Olímpicos) são os motores para as estratégias de expansão

Segundo o Presidente da Associação Bra-sileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Vicen-te Abate, a expectativa é de que a década será das mais promissoras e baterá recordes de produção. Ele calcula que as empresas deverão investir entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões no total neste ano. “A previsão da Abifer para 2011 é de produção de 5 mil vagões de carga, cerca de 53% superior em relação a 2010. Na década (2010 a 2019) a estimativa é de fabricar 40 mil vagões, que seria o recorde com relação a melhor déca-da que tivemos que foi em 1970 com 30,6 mil vagões”, afirma Abate.

Além do acréscimo do número de veícu-los, a malha ferroviária também deve aumen-tar. A expectativa do governo é de que em 2020 o País conte com 41 mil quilômetros de ferrovia destinados ao transporte de carga, a partir da execução do Plano Nacional de Lo-gística e Transportes. “Serão mais 12 mil qui-lômetros em trechos ferroviários previstos se comparado com o que existe hoje, sendo que desses 4 mil já estão prontos ou em execução. Já em 2025 a intenção é atingir a marca de 50 mil quilômetros, que seria uma extensão um pouco mais compatível com o tamanho do Brasil”, ressalta o Presidente da Abifer.

Crescimento da Mineração impõe novos desafios para

o Brasil

Com isso, o Plano prevê que o transporte ferroviário, que hoje participa na matriz de transportes com 26%, esteja em 2025 com 35%. Esse aumento, no entanto, não tem como objetivo prejudicar o sistema rodovi-ário. A intenção é buscar a maior eficiência de cada módulo.

Mão de obra

As grandes obras de infraestrutura em andamento no Brasil e as que serão ini-ciadas nos próximos anos devem exigir a contratação de 70 mil profissionais apenas considerando o total de máquinas da cha-mada “linha amarela”, por exemplo. Se for levada em conta também a necessidade de mecânico e outros profissionais para manu-tenção desses equipamentos, podemos do-brar essa necessidade de mão de obra no segmento chega a 140 mil. A projeção foi feita durante palestra no Sobratema Con-gresso realizado juntamente com a Cons-truction Expo 2011 e a M&T Expo Peças e Serviços – Feira Latina Americana de Peças e Serviços de Equipamentos para Constru-ção e Mineração, realizada em São Paulo.

No entanto, esse cenário não é exclu-sividade da construção civil. O mesmo acontece em outros setores da atividade produtiva brasileira, como é o caso da mi-neração. Dados da Confederação Nacional da Indústria mostram que o Brasil forma hoje cerca de 30 mil engenheiros por ano contra 300 mil da China, 190 mil da Índia e 120 mil da Rússia. “O Brasil descuidou da

logística e da educação. Infelizmente, não fizemos planos de qualificação de mão de obra. Agora temos que resolver o problema existente”, lembra o Presidente da J. Men-do Consultoria, José Mendo. Mas não é só a questão da quantidade de profissionais que preocupa. Além do contingente, os futuros trabalhadores necessitam ser treinados e capacitados de maneira adequada.

Obstáculo que é confirmado no cotidia-no das mineradoras. A previsão da Vale é de abrir 14 mil vagas de trabalho, só neste ano, para dar suporte ao plano da empresa de investir US$ 24 bilhões no Brasil e no exterior. “Estamos em meio ao maior apa-gão de mão-de-obra especializada deste país e não há dúvidas que para crescermos no ritmo que necessitamos teremos de im-portar profissionais”, reforça o Diretor-Pre-sidente Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira (ADIMB) e Diretor de Exploração Mineral da Votorantim Metais, Jones Belther.

Para minimizar os efeitos da ausência de trabalhadores qualificados, o setor mineral trabalha para a formação de mão-de-obra especializada através da implantação de sistemas educacionais locais (SESI, SENAI, etc.) que estimulam o setor no local e tam-bém permite a formação de profissionais melhor capacitados e que possam atuar em diferentes setores da economia local.

Com informações da Mecânica de Comunicação. *Cobertura da M&T Peças e Serviços, da Construction

Expo 2011 e do Sobratema Congresso

Coletiva da Abifer no Sobratema Congresso

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O licenciamento ambiental consiste em um dos mais eficazes instrumentos

da Política Nacional do Meio Ambiente, estabelecida pela Lei 6.938/81, e regula-mentada nas Resoluções CONAMA 001/86 e 237/97, porque estabelece critérios pré-vios, concomitantes e sucessivos de con-trole de atividades que afetam ou tem po-tencial de afetar significativamente o meio ambiente. Por meio dele, a Administração Pública busca exercer o necessário contro-le sobre as atividades que interferem nas condições ambientais, de forma a compa-tibilizar o desenvolvimento sustentável com a preservação do meio ambiente, naquilo que se designa como ideário de desenvol-vimento sustentável. Para efetivar esse con-trole, a licença ambiental está subdividida em três fases: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LP) – destinadas a detectar, monitorar, mi-tigar e, apenas quando possível, afastar o dano ambiental, o qual nem sempre pode, portanto, ser afastado na concepção do desenvolvimento sustentável (Convenção

série de etapas a serem cumpridas, sendo que em primeiro lugar cabe a definição pelo órgão ambiental competente, juntamente com o empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais necessários ao início do processo de licenciamento. Superada essa questão, agregam-se todas as outras etapas, quais sejam: o efetivo requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado de todos os documentos, projetos e estudos definidos na primeira etapa; a análise pelo órgão ambiental competente dos documentos apresentados e a realização de vistorias técnicas quando necessário; solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente; audiência pública, quando couber e a consequente solicitação de esclarecimentos e comple-mentações em decorrência desta; emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico. Encerradas essas etapas, cabe ao órgão ambiental decidir sobre o deferimento ou indeferimento do pedido de licença, motivadamente, mas com espaços discricionários próprios, eis que trata de políticas públicas envolvendo temas atinentes ao desenvolvimento sus-tentável, circunstância nem sempre cor-retamente compreendida pelos órgãos de controle externo, como Tribunais de Con-tas e, sobretudo, Ministério Público.

Licenciamento ambiental no Estado do Pará:

considerações gerais

de Estocolmo - 1973), concepção que se opõe às correntes românticas da Ecoideo-logia, que enxergam primazia na natureza em detrimento do Homem e que buscam evitar danos ambientais à custa do atraso econômico e social.

A LP é concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou ati-vidade, aprovando sua localização e con-cepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e con-dicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação. Já a LI auto-riza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de con-trole ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante. Por fim, depois de cumpridas todas as ou-tras etapas exigidas nas licenças anteriores, obtém-se a LO, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. Nos casos previstos em lei, além das três fases obrigatórias, há a exi-gência de avaliação prévia de impactos, ou seja, apresentação de EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e seu respectivo Relató-rio de Impacto sobre o Meio Ambiente).

O procedimento para a obtenção de licenciamento ambiental consiste em uma

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advogado titular do escritório Medina osório advogados; doutor em direito administrativo pela Universidade Complutense de Madri; Mestre em direito Público pela Universidade Federal do Rio Grande do sul; ex Promotor de Justiça/Rs; ex diretor da associação brasileira do Ministério Público do Meio ambiente – abRaMPa.

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Ano VI - nº 46, agosto de 2011Indústria da Mineração 18

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Foi publicada, pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), a ABNT NBR ISO 12743 – Concentrados de cobre, chumbo, zinco e níquel – Procedimentos de amostragem para determinação dos teores de metal e umidade. A norma foi elabo-rada pela Comissão de Estudo Especial de Minérios, Concentrados e Produtos Primá-rios de Cobre e Níquel (ABNT/CEE-81), cuja Secretaria é mantida pelo IBRAM-CONIM. A Norma Brasileira é uma adoção da ISO 12743:2006, elaborada pelo Comitê Técni-co para a normalização de minérios e con-centrados de cobre, chumbo, zinco e níquel (ISO/TC 183). Ou seja, a norma em portu-guês tem conteúdo e estrutura idênticos ao da norma internacional.

O trabalho de elaboração foi coordena-do a partir do IBRAM-CONIM e sua publi-cação coroa o esforço do órgão em propi-ciar, ao setor interessado, a participação em todas as etapas de elaboração desse proce-dimento: do internacional ao nacional; do nacional ao internacional. “A existência do texto em português faz com que níveis ope-

Publicada primeira Norma Brasileira para amostragem de concentrados de cobre, chumbo, zinco e níquel

racionais das empresas, que não têm do-mínio da língua inglesa, possam conhecer e aplicar a norma internacional na íntegra. Além disso, o trabalho de tradução exige que o grupo se aprofunde muito no texto de origem. As discussões decorrentes desse processo formam a base para as propostas brasileiras para a revisão dos textos interna-cionais. É a conhecida melhoria contínua, mas neste caso o ciclo PDCA internacional inclui nossos especialistas, empresas e pro-dutos, ou seja, a realidade e a experiên-cia brasileiras”, avalia a Coordenadora do IBRAM-CONIM, Thásia de Medeiros.

A amostragem dos minérios e seus con-centrados é o ponto de partida para a ava-liação e faturamento dos lotes comerciais. “É a partir de uma amostra, que tem que representar adequadamente todo o lote, que se chega aos resultados dos ensaios químicos e físicos, que servirão de base para o seu faturamento. Daí a importância de se estabelecer procedimentos e parâme-tros para uma amostragem precisa e não viciada”, enfatiza a Coordenadora.

Neste cenário, destaca-se a impor-tância do licenciamento ambiental no Estado do Pará, especialmente no setor mineral, em razão da complexidade do procedimento e da abrangência deste setor no desenvolvimento econômico do Estado e do País. Segundo Informe Mineral do Estado do Pará, publicado pelo Departamento Nacional de Produ-ção Mineral, autarquia federal vinculada ao Ministério das Minas e Energia (órgão executor da política pública para o se-tor de mineração e gestor do patrimônio mineral brasileiro), a atividade de extra-ção mineral vem crescendo ano a ano com o aumento das demandas interna e externa, o que impulsiona novos inves-timentos e a ampliação da capacidade do parque minero-siderúrgico paraense a médio e longo prazo, sendo o carro-chefe a produção de minério de fer-ro (respondendo por mais de 80% das exportações deste minério), seguida da extração de minério de alumínio (bau-xita) e minérios de cobre, manganês e ouro. Destaca-se, ainda, o fato de que o Estado do Pará é o maior produtor de cobre do País, além de possuir as maio-res reservas de bauxita, respondendo por 97% do total do país. Obviamente, nesse contexto merece atenção redo-brada a perspectiva dos licenciamentos ambientais de atividades econômicas de tão grande relevância social.

O processo de licenciamento am-biental no Pará merece ter enfoque espe-cial à luz da compatibilidade dos direitos fundamentais em potencial colisão, ten-do em vista a importância do setor no desenvolvimento econômico do Estado e do país, em decorrência de sua ligação com políticas públicas e desenvolvimen-to sustentável, associando-se atividades econômicas e meio ambiente à geração de direitos econômicos, direitos sociais e proteção dos interesses difusos relati-vos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, nos termos dos arts. 225º, 170º, 6º e 1º, inciso III e inciso IV c/c art. 170 da Constituição Federal, pois a expansão destes direitos e benefícios sociais está intimamente ligada à infra-estrutura e empreendimentos depen-dentes de sustentabilidade ambiental e custos ambientais que devem ser absor-vidos e suportados pela sociedade. Ba

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