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São Paulo, 08 de novembro de 2007 – Edição 527 – www.bites.com.br N os Estados Unidos, empresas de qualquer tamanho precisam ter um cuidado todo especial com as mensagens de correio ele- trônico que entram e saem de seus computadores. Todos esses dados precisam ser guardado como do- cumentos. Até mesmo os spams que driblarem o antivírus e o firewall. É possível imaginar a necessidade de armazenamento desssa informações. Não à toa o mercado de storage está cres- cendo na casa de dois dígitos nos últimos tempos. A norma entrou em vigor depois de escândalos como os da Enron, gigante ame- ricana do setor de energia, que pediu concor- data em dezembro de 2001. A empresa foi de- nunciada por uma série de fraudes contábeis e fiscais, quando as dívidas somavam US$ 13 bilhões. No Brasil, a maioria das empresas mal tem uma política clara para uso de e-mail, que dirá os computadores necessários para guardá-las. Mas a situação tende a mudar. As empresas com papéis em bolsas americanas já são obrigadas a adotar a norma americana. E nesse griupo se encaixam as 32 companhias nacionais com papéis negociados na Bol- sa de Valores de Nova York. “Guardar não é suficiente, é preciso ter um sis- tema inteligente por trás para bloque- ar spams, ignorar cópias e facilitar a busca de tudo o que está guardado”, afirma o diretor da empresa CSF, que tem se empenhado em mostrar ao mercado que os e-mails são documen- tos importantes e até mesmo provas de crime. Obviamente, ele espera lucrar com isso. “Hoje, o armazenamento de e-mails é uma porcentagem irrisória do negócio da CSF, mas deve crescer a par- tir do próximo ano. A expectativa é fechar com pelo menos 30 clientes grandes”, diz La- deira, acrescentando que há três anos tem se dedicado a explicar ao mercado a importância do bom gerenciamento das mensagens eletrô- Caixa lotada Nos Estados Unidos, todas as mensagens eletrônicas que entram e saem de uma empresa devem ficar guardadas por uma exigência legal. A CSF aposta que a norma vai chegar ao Brasil já em 2008 nicas. O investimento é de cerca de R$ 30 mil por um proje- to que envolve até mil caixas postais. De acordo com Ladeira, em uma pesquisa re- cente com executivos do EMC Forum, a maioria dos diretores de tecnologia já estão preocupa- dos com o tema. Para 95% dos entrevistados, a regulamentação para o envio de e-mails será uma realidade nos próximos anos no Brasil. Outros 70% con- cordam que é importante fazer backup de todos os e-mails para obedecer a uma regulamentação de segurança. A julgar pelos números, a CSF pode fi- car tranqüila. Mas Ladeira não se dá por satisfeito. “É necessário que o mer- cado se manifeste ainda mais nesse sentido e que as corporações adquiram consciência da importância dos e-mails que circulam em seus ambientes de trabalho, principalmente para garantir a competitividade dos negócios”, diz. A dúvida nessa discussão é a quem caberá fazer o armazenamen- to: as próprias empresas ou os prove- dores de serviço nessa área. Uma bata- lha nesse sentido já está em andamento em Brasília com a proposta de lei do se- nador tucano Eduardo Azeredo (PSDB-MG) que tenta controlar a internet nacional. Um dos disposiutivos diz que os provedores de acesso teriam de guardar os registros por cinco anos de todo o comportamento digi- tal de seus clientes. Essa é uma conta alta que poucos estão dispostos a pagar. Azere- do já tentou diversas manobras para levar adiante sua intenção e até agora perdeu várias batalhas. O arquivamento de mensa- gens eletrônicas é algo que pode provocar uma nova fonte de custo para as companhias que teriam de investir em duas frentes, já no primeiro momento. Uma necessidade latente seria a compra de softwares para filtrar todo o lixo virtual e na outra ponta o investimento em computadores robustos capazes de guardar as informações exigidas por lei.

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Nos Estados Unidos, todas as mensagens eletrônicas que entram e saem de uma empresa devem ficar guardadas por uma exigência legal. A CSF aposta que a norma vai chegar ao Brasil já em 2008 nicas. O investimento é de cerca de R$ 30 mil por um proje- to que envolve até mil caixas postais. De acordo com Ladeira, em uma pesquisa re- cente com executivos do EMC Forum, a maioria dos diretores de tecnologia já estão preocupa- dos com o tema. Para 95% dos entrevistados, a

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Nos Estados Unidos, empresas de qualquer tamanho precisam ter um cuidado todo especial com as mensagens de correio ele-

trônico que entram e saem de seus computadores. Todos esses dados precisam ser guardado como do-cumentos. Até mesmo os spams que driblarem o antivírus e o firewall. É possível imaginar a necessidade de armazenamento desssa informações. Não à toa o mercado de storage está cres-cendo na casa de dois dígitos nos últimos tempos. A norma entrou em vigor depois de escândalos como os da Enron, gigante ame-ricana do setor de energia, que pediu concor-data em dezembro de 2001. A empresa foi de-nunciada por uma série de fraudes contábeis e fiscais, quando as dívidas somavam US$ 13 bilhões. No Brasil, a maioria das empresas mal tem uma política clara para uso de e-mail, que dirá os computadores necessários para guardá-las. Mas a situação tende a mudar. As empresas com papéis em bolsas americanas já são obrigadas a adotar a norma americana. E nesse griupo se encaixam as 32 companhias nacionais com papéis negociados na Bol-sa de Valores de Nova York. “Guardar não é suficiente, é preciso ter um sis-tema inteligente por trás para bloque-ar spams, ignorar cópias e facilitar a busca de tudo o que está guardado”, afirma o diretor da empresa CSF, que tem se empenhado em mostrar ao mercado que os e-mails são documen-tos importantes e até mesmo provas de crime. Obviamente, ele espera lucrar com isso. “Hoje, o armazenamento de e-mails é uma porcentagem irrisória do negócio da CSF, mas deve crescer a par-tir do próximo ano. A expectativa é fechar com pelo menos 30 clientes grandes”, diz La-deira, acrescentando que há três anos tem se dedicado a explicar ao mercado a importância do bom gerenciamento das mensagens eletrô-

Caixa lotadaNos Estados Unidos, todas as mensagens eletrônicas que entram e saem de uma empresa devem ficar guardadas por uma exigência legal. A CSF aposta que a norma vai chegar ao Brasil já em 2008

nicas. O investimento é de cerca de R$ 30 mil por um proje-

to que envolve até mil caixas postais. De acordo com Ladeira, em uma pesquisa re-

cente com executivos do EMC Forum, a maioria dos diretores de tecnologia já estão preocupa-dos com o tema. Para 95% dos entrevistados, a

regulamentação para o envio de e-mails será uma realidade nos próximos

anos no Brasil. Outros 70% con-cordam que é importante fazer backup de todos os

e-mails para obedecer a uma regulamentação de

segurança. A julgar pelos números, a CSF pode fi-car tranqüila. Mas Ladeira não se dá por satisfeito. “É necessário que o mer-

cado se manifeste ainda mais nesse sentido e que

as corporações adquiram consciência da importância

dos e-mails que circulam em seus ambientes de trabalho,

principalmente para garantir a competitividade dos negócios”,

diz.A dúvida nessa discussão é a

quem caberá fazer o armazenamen-to: as próprias empresas ou os prove-

dores de serviço nessa área. Uma bata-lha nesse sentido já está em andamento

em Brasília com a proposta de lei do se-nador tucano Eduardo Azeredo (PSDB-MG)

que tenta controlar a internet nacional. Um dos disposiutivos diz que os provedores de

acesso teriam de guardar os registros por cinco anos de todo o comportamento digi-tal de seus clientes. Essa é uma conta alta que poucos estão dispostos a pagar. Azere-do já tentou diversas manobras para levar adiante sua intenção e até agora perdeu várias batalhas. O arquivamento de mensa-

gens eletrônicas é algo que pode provocar uma nova fonte de custo para as companhias que teriam de investir em duas frentes, já no primeiro momento. Uma necessidade latente seria a compra de softwares para filtrar todo o lixo virtual e na outra ponta o investimento em computadores robustos capazes de guardar as informações exigidas por lei.