ppcd/ac 2010

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1 PLANO ESTADUAL DE PREVENÇÃO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE

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Plano Estadual de Prevenção e Controle do Desmatamento no Acre, elaborado com participação de atores dos principais segmentos da sociedade em 2009 e lançado em 2010

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  • 1PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE

  • Governo do Estado do AcreSecretaria de Estado de Planejamento

    Secretaria de Estado de Meio Ambiente

    PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DO DESMATAMENTO NO ACRE

    1 Edio

    Rio Branco - Acre2010

  • ENDEREO:

    Secretaria de Estado de Meio Ambiente SEMA

    Rua Benjamin Constant, 856 Centro

    Rio Branco Acre Brasil CEP: 69.900-160

    Fone: 55 (0xx68) 3224 - 3990 / 7127

    Fax: 55 (0xx68) 3223 - 3447

    Email: [email protected]

    PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE

    SEMA1 Edio - 2010

    FICHA CATALOGRFICA

    Capa: Mrcio Braga- MX DESIGNDiagramao: David Villanova - MX DESIGN

    Acre. Governo do Estado do Acre

    Plano estadual de preveno e controle do desmatamento do Acre PPCD/AC / Governo do Estado do

    Acre. - Rio Branco: SEMA Acre, 2010.

    108p.

    1. Desmatamento Meio Ambiente Acre (Estado). 2. Meio ambiente Gesto Acre (Estado). 3.

    Desmatamento Controle Acre (Estado). I. Ttulo. II. Acre, Governo do Estado do.

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    CDD. 333.7516098112

    Bibliotecria: Vivyanne Ribeiro das Mercs Neves CRB-11/600

  • Arnbio Marques de Almeida JniorGovernador do Estado do Acre

    Carlos Csar Correia de MessiasVice-Governador do Estado do Acre

    Fbio VazSecretrio de Governo

    Carlos Alberto Ferreira de ArajoSecretrio de Estado de Articulao Institucional

    Jlia FeitosaAssessora Gabinete Governador

    Nilton Luiz Cosson MotaSecretrio de Estado de Extenso Agroflorestal e Produo Familiar

    Mauro Jorge RibeiroSecretrio de Estado de Agropecuria

    Carlos Ovdio Duarte RochaSecretrio de Estado de Floresta

    Eufran Ferreira do AmaralSecretrio de Estado de Meio Ambiente

    Clesa Brasil da Cunha CartaxoPresidente do Instituto de Meio Ambiente do Acre

    Felismar MesquitaDiretor do Instituto de Terras do Acre

    Paulo Roberto Viana de ArajoDiretor Presidente do Instituto de Defesa

    Agropecuria e Florestal do Estado do Acre

    Iralton LimaDiretor do Instituto Dom Moacir

    Joo Csar DottoSecretrio de Estado de Desenvolvimento, Cincia e Tecnologia

    Diretor Presidente da Fundao de Tecnologia do Estado do Acre

    Maria de Nazareth Mello de Arajo LambertProcuradora Geral do Estado

    Dra. Mrcia Regina de Souza PereiraSecretria de Estado de Segurana Pblica

    Rodrigo Fernandes das NevesProcurador de Meio Ambiente do Estado

    Anbal DinizSecretrio de Estado de Comunicao

  • PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE6

    EQUIPE TCNICA DE ELABORAO

    Secretaria de Estado de Meio Ambiente - SEMA

    Departamento de Mudanas GlobaisMsc. Mnica Julissa De Los Rios de LealCoordenadora de Departamento

    Marcos Catelli Rocha - Eng. FlorestalChefe da Diviso de Prticas Sustentveis

    Eldiane QuintinoTcnica em Gesto Ambiental

    Assessoria Tcnica de GabineteEugnio de Sousa PantojaMsc. Antonio William Flores de Melo

    Pedro de Almeida Salles - Eng. FlorestalConsultor MMA/SEMA/PNUD

    ColaboradoresLus MenesesCarlos Valrio Gomes - PesquisadorDra. Monika Rper GTZ

    EQUIPE SEMA

    Edson Alves de ArajoConceio Marques de SouzaMarta Nogueira AzevedoRoberto TavaresCynara Melotila de Arajo MagalhesMaria Aparecida de Oliveira Azevedo LopesSilvana Maria Lessa de SouzaJakeline Bezerra PinheiroSarah Zaire LimaJanaina Silva de AlmeidaHelenne Silva de AlbuquerqueMadeleine Maia da Luz GomesMaria Antnia Zabala de AlmeidaMaria Marli Ferreira da SilvaAdriano Alex Santos e RosrioRicardo Melo de SouzaMarcelo de Oliveira LatufNadir DantasMirlailson AndradePaula Andrea Morelli FonsecaMaria Lzia Falco de Freitas Rosana Cavalcante dos SantosEdvaldo Arajo Paiva

    EQUIPE SEAPROF

    Ronei SantAna de MenezesTony John de Oliveira

    EQUIPE IBAMA

    Diogo SelhorstRenato MagalhesFranciane FonteneleJlio Raposo

    EQUIPE IMAC

    Joo Anbal Lopes CoelhoSebastio Fernando Ferreira LimaVincius OtsuboRoberto FranaIvo PriclesRosemeire FreitasMarcos ArajoMarcela CastroRmulo SouzaKassem MigueisGeucilene Barros

    EQUIPE SEF

    Joo Paulo MastrangeloSlvio Luz Lopes GuedesMarky Lowel de BritoMichele de Azevedo PintoMarilda BrasileiroGabriel Naif Andrieli

    EQUIPE ITERACRE

    Cledson de Freitas SobrinhoIaley Azevedo da SilvaWalderlins Moreira Maia

    EQUIPE FUNTAC/UCEGEO

    Joventina NakamuraLcio Flvio Zacanela do Carmo

    EQUIPE SEAP

    Lourival Marques

    EQUIPE INCRA

    Aristtales B. Medeiros

  • 7PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE

    Este plano foi aprovado em reunio do Coletivo dos Trs Conselhos (Conselho Estadual de Meio Ambiente, Cincia e Tecnologia CEMACT, Conselho Estadual Florestal CEF, e o Conselho de Desenvolvimento Rural Florestal Sustentvel CDRFS) no dia 22 de julho de 2009, na qual estiveram presentes os seguintes membros:

    1. Cleisa Brasil da Cunha Cartaxo - Instituto de Meio Ambiente do Acre;2. Joo Cesar Dotto e Tnia Lucia Guimares - Fundao de Tecnologia do Estado do Acre;3. Carlos Henrique Lima - Secretaria de Estado de Esporte Turismo e Lazer;4. Irailton Lima de Souza - Secretaria de Estado de Educao;5. Nilton Luiz Cosson Mota e Ronei SantAna de Menezes - Secretaria de Estado de Extenso

    Agroflorestal e Produo Familiar;6. Tiago Ramzi - Ministrio Pblico Estadual;7. Arthut Cezar Pinheiro Leite - Associao dos Municpios do Acre;8. Diogo Selhorst - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovveis;9. Lcia Helena de Oliveira Wadt e Luciano Arruda Ribas - Empresa Brasileira de Pesquisa

    Agropecuria;10. Adelaide de Ftima Gonalves de Oliveira - Federao das Indstrias do Estado do Acre;11. Assuero Doca Veronez e Jefferson Lunardelli Cogo - Federao da Agricultura do Estado do Acre;12. Eduardo Amaral Borges - Grupo de Pesquisa e Extenso em Sistemas Agroflorestais do Acre

    / PESACRE;13. Maria Sebastiana Oliveira Miranda - Federao dos Trabalhadores na Agricultura no Acre;14. Silvia Helena Costa Brilhante - SOS Amazonia;15. Helio Guedes V. Silva, Kelceane de Souza Azevedo e Cssia Souza de Melo - Centro de

    Trabalhadores da Amaznia;16. Alexandre de Souza Tostes - Secretaria de Estado de Planejamento;17. Carlos Ovdio Duarte Rocha e Silvio Guedes - Secretaria de Estado de Floresta;18. Eufran Ferreira do Amaral, Eugnio Pantoja, Carolina Gama, Marcos Catelli Rocha, Willian

    Flores e Maria Luzia Falco de Freitas - Secretaria de Estado de Meio Ambiente;19. Felismar Mesquita Moreira -, Instituto de Terras do Acre;20. Rodrigo Fernandes das Neves, Danielle Formiga e Nayana Feltrini - Procuradoria Geral do

    Estado do Acre;21. Arcngelo Joo Limana e Romeu de C. A. Neto - Instituto Nacional de Colonizao e Reforma

    Agrria;22. Jos Maria Barbosa - Conselho Nacional dos Seringueiros;23. Alberto Tavares Pereira Junior - Fundo Mundial para a Natureza WWF Brasil;24. Nei S. Braga Gomes - Conselho Regional de Engenharia - Arquitetura e Agronomia CREA;25. Dionsio Barbosa de Aquino - Cooperativa dos Produtores Florestais Comunitrios;26. Cludio Alberto Selivon - Associao das Indstrias de Madeira de Manejo Florestal do Estado

    do Acre;27. Adson Jos Quintana de Freitas - Associao das Indstrias de Madeira de Manejo Florestal

    do Estado do Acre;28. James Jernimo da Costa - Banco da Amaznia;29. Pedro de Almeida Sales - Ministrio do Meio Ambiente / Secretaria de Estado de Meio

    Ambiente; 30. Emerson Gomes31. Fabrcio Bianchini Comisso Pr-ndio / ACRE32. Nazar Soares Ministrio de Meio Ambiente;33. Jean Paul Ledair e Doris Cordevo Unio Internacional para a Conservao da Natureza;34. Turid B. R. Eusbio e Patricia Benthien - Embaixada da Noruega;35. Luis Meneses e Debora Almeida - Ncleo Maturi;36. Fbio Vaz, Chiquinho Alves e Julia Feitoza - Governo do Acre;37. Marina Silva, Jane Vilas Boas, Marcos Fernando e Genzia Vasconcelos - Senado38. Jorge Zimmermann - Programa de Desenvolvimento das Naes Unidas;39. rika Fernandes Pinto Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade, Braslia

  • 9PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE

    A elaborao do Plano de Preveno e Controle do Desmatamento do Acre PPCD/AC resulta de parceria firmada entre o Governo do Estado do Acre e o Governo Federal com apoio da Embaixada da Noruega, por meio do Ministrio do Meio Ambiente (MMA/SECEX/DPCD) e tem como objetivo garantir redues expressivas, consistentes e duradouras nas taxas de desmatamento do Estado do Acre, assumindo uma meta voluntria de reduo das taxas de desmatamento em 80%, o equivalente a 3649 km2 de desmatamento evitado at o ano de 2020, e das emisses de gases de efeito estufa em aproximadamente 165 milhes de toneladas de CO2 equivalentes.

    O Plano est de acordo com as diretrizes do Plano Nacional de Preveno e Controle do Desmatamento na Amaznia Legal PPCDAM, do Programa Amaznia Sustentvel PAS e do Plano Nacional sobre Mudana do Clima PNMC e est estruturado em trs eixos te-mticos: ordenamento territorial e fundirio, cadeias produtivas e praticas sustentveis e mo-nitoramento e controle. Desta forma pretende-se aumentar a competitividade de produtos sustentveis do setor agropecurio e florestal em mercados nacionais e internacionais, bem como, a melhor utilizao de reas j desmata-das, credenciando o Estado a configurar entre os membros do Conselho Orientador do Fundo Amaznia COFA e envolver o Estado do Acre em mecanismos de cooperao internacional da ONU sobre mudanas climticas e conserva-o da biodiversidade, entre outros.

    Essa estratgia est alicerada no Zonea-mento Ecolgico Econmico do Acre atravs de seus dois planos: Plano de Valorizao do Ativo Ambiental Florestal e Plano de Recupera-o de reas Alteradas, que tm por objetivo fomentar a consolidao das reas j desmata-das, a recuperao de reas degradadas, a con-solidao de plantios florestais, a regularizao

    de passivos ambientais florestais em imveis ru-rais, bem como a consolidao de um arranjo de certificao de unidades rurais produtivas familiares sustentveis.

    Assim, o PPCD/AC integra planos, progra-mas e aes estratgicas do Governo do Estado do Acre com os esforos e estratgias das es-feras municipal e federal de governo, visando o fortalecimento dos instrumentos de preveno e controle do desmatamento e da degradao florestal. Busca-se consolidar a gesto ambiental compartilhada para superar os diferentes fato-res e vetores que contribuem para fomentar o desmatamento, e assim promover o desenvolvi-mento sustentvel no Estado do Acre.

    Vinculado ao Projeto PNUD BRA 08/003 Planos Estaduais de Preveno e Controle do Desmatamento na Amaznia Brasileira e Cadas-tramento Ambiental Rural Municipal, o proces-so de elaborao do PPCD/AC esteve sob res-ponsabilidade da Secretaria de Estado de Meio Ambiente SEMA, a qual contou com o apoio das demais instituies governamentais estadu-ais e federais envolvidas com a consolidao do desenvolvimento sustentvel no Estado do Acre, entre elas o IBAMA, INCRA, EMBRAPA, UFAC, INPE, e das Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

    O plano tambm reflete as demandas e perspectivas do Setor Privado e da Sociedade Civil que participaram da elaborao deste pla-no atravs de oficinas de consulta. Nestas ofi-cinas foram discutidos os objetivos, diretrizes, contextualizao, contedo programtico e arranjo de governana previsto para sua imple-mentao e acompanhamento. Este processo de consulta culminou com a submisso deste plano apreciao dos 3 Conselhos Delibe-rativos do Estado do Acre: Conselho Estadual de Meio Ambiente, Cincia e Tecnologia CE-MACT, Conselho Florestal Estadual CFE e Con-selho Estadual de Desenvolvimento Rural e Flo-

    APRESENTAO

  • PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE10

    restal Sustentvel CDRFS, sendo, posteriormen-te, aprovado por seus conselheiros em reunio extraordinria conjunta realizada em Rio Branco, em julho de 2009.

    O PPCD/AC reafirma o compromisso do Governo do Estado em definir e fazer cumprir metas de reduo das taxas de supresso da

    cobertura florestal do Acre, em consonncia com as aspiraes brasileiras de eliminao dos desmatamentos ilegais na Amaznia, e de acor-do com as metas de reduo nas emisses de gases do Efeito Estufa causadas pelos desma-tamentos pactuadas mbito do Plano Nacional sobre Mudanas Climticas.

  • 11PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE

    Introduo ...............................................................................................................................13PARTE I: DINMICA DO DESMATAMENTO E PRINCIPAIS VETORES ................................... 181.1. Histrico de Ocupao do Estado do Acre ........................................................................ 181.2. Caractersticas do Desmatamento ......................................................................................191.2.1. Distribuio do Desmatamento .......................................................................................191.2.2. Desmatamento por Unidades de Destinao de Uso da Terra .......................................... 211.3. Passivo Ambiental .............................................................................................................221.4. Vetores que influenciam no desmatamento do Estado .......................................................241.5. reas crticas de desmatamento ........................................................................................261.6. Queimadas e incndios florestais: uso do fogo para a produo de alimentos por populaes tradicionais e produtores familiares em assentamentos florestais ..............................27

    PARTE II: PLANO DE PREVENO E CONTROLE DO DESMATAMENTO DO ACREPPCD/AC ..........................................................................................................................322.1. Objetivo Geral ..................................................................................................................332.2. Proposta de Meta de Reduo do Desmatamento .............................................................332.2.1. Linha de Base para Reduo do Desmatamento ..............................................................332.2.2. Metas de Reduo das Emisses do Desmatamento ........................................................342.2.3. Reduo das Emisses do Desmatamento para o Estado do Acre ....................................342.3. Diretrizes Estratgicas para o PPCD/AC .............................................................................342.4. Eixos, aes e metas do PPCD... .......................................................................................362.4.1. Ordenamento Territorial e Fundirio ...............................................................................372.4.1.1. Programas, projetos, aes, metas e resultados esperados............................................382.4.2. Cadeias Produtivas Agroflorestais e Prticas .................................................................... 412.4.2.1. Programas, projetos, aes, metas e resultados esperados............................................432.4.3. Monitoramento, Controle e Fiscalizao .........................................................................532.4.3.1. Programas, projetos, aes, metas e resultados esperados............................................552.4.4. Aes Estruturantes .......................................................................................................582.4.4.1. Programas, projetos, aes, metas e resultados esperados............................................592.5. Estratgia de Implementao e Governana .......................................................................632.6. Estimativas de Custo ..........................................................................................................652.7. Contribuio das oficinas de consulta para implementao do PPCD-AC ...........................662.7.1. Principais resultados das oficinas de consulta pblica .......................................................67

    PARTE III: PRINCIPAIS POLTICAS E PROGRAMAS DE GESTO AMBIENTAL E TERRITORIAL RELACIONADAS AO PPCD .......................................................................... 743.1. Arcabouo legal da gesto ambiental e territorial no Acre ..................................................743.1.2. Arranjo Jurdico-Legislativo Ambiental .............................................................................763.2. Polticas e Programas de Ordenamento Territorial e Fundirio ............................................763.2.1. Zoneamento Ecolgico-Econmico (ZEE/AC Fase II) e Programa Estadual de Ordenamento Territorial ...........................................................................................................763.2.2. Programa Estadual de Ordenamento Territorial ...............................................................783.2.3. Plano de Ao para o Ordenamento Territorial da BR-364, trecho Feij - Manuel Urbano ......................................................................................................................813.2.4. Regularizao Fundiria ..................................................................................................843.2.4.1. Diagnstico Fundirio na Regio da Trplice Fronteira RTF ..........................................843.2.4.2. Pontos crticos e problemas a serem resolvidos ............................................................853.2.5. Sistema Estadual de reas Naturais Protegidas - SEANP ..................................................873.2.5.1. Novas Unidades de Conservao ................................................................................89

    SUMRIO

  • PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE12

    3.2.6. Plano Estadual de Recursos Hdricos - PLERH ..................................................................903.3. Polticas e Programas relacionados ao eixo de Cadeias Produtivas Agroflorestais e Prticas Sustentveis .............................................................................................................................913.3.1. Poltica de Valorizao do Ativo Ambiental Florestal ........................................................ 91a) Programa de Recuperao de reas Alteradas PRAA ..........................................................92I. Projeto de Reflorestamento (Florestas Plantadas) ....................................................................92II. Viveiro de produo de mudas para reflorestamento .............................................................93III. Projeto de Recomposio de reas Alteradas .......................................................................93b) Programa do Ativo Florestal ..................................................................................................93I. Projeto de Regularizao do Passivo ......................................................................................93II. Projeto de Gesto de Florestas .............................................................................................94III. Projeto de Certificao da Unidade Produtiva Familiar Sustentvel ........................................96IV. Programa Estadual de Assistncia Tcnica e Extenso Rural - ATER ........................................97V. Projeto de Pagamento por Servios Ambientais.....................................................................973.4. Polticas e Programas de Monitoramento, Controle e Fiscalizao .......................................983.4.1. Sistema Estadual de Informaes Ambientais - SEIAM .....................................................983.4.2. Controle e Fiscalizao ...................................................................................................99I. Licenciamento Ambiental de Propriedades Rurais ...................................................................99II. Licenciamento do Desmatamento .........................................................................................99III. Licenciamento do Manejo Florestal ....................................................................................100IV. Sistema DOF e Reposio Florestal .................................................................................... 101V) Aes integradas de controle desmatamento e queimadas ................................................. 1013.4.3. Comisso Estadual de Gesto de Riscos Ambientais ...................................................... 1023.4.4. Plano de Ao para Regularizao e Licenciamento Ambiental dos Projetos de Assentamento de Reforma Agrria ..........................................................................................1023.5. Outras Iniciativas Relevantes ............................................................................................1023.5.1. Gesto Ambiental Compartilhada .................................................................................1023.5.2. Unidade Central de Geoprocessamento UCEGEO ..................................................... 103Lista de Siglas .........................................................................................................................104

  • 13PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE

    O Brasil abriga a maior floresta tropical do planeta, onde se concentra a maior diversidade de vida e de culturas tradicionais e indgenas, de onde se originam ventos midos que se trans-formam em chuvas em outras terras, de onde brotam guas que compem o maior rio do pla-neta Terra, e onde esto tambm nossas maio-res jazidas minerais, recursos florestais madeirei-ros e no-madeireiros, e recursos genticos1.

    A Amaznia Legal brasileira tem sido foco de grande ateno nacional e internacional. Estima-se que at 1980 o desmatamento alcan-ava cerca de 300 mil km2, o equivalente a 6% de sua rea total. Nas dcadas de oitenta e no-venta, cerca de 280 mil km2 foram incorporados rea desmatada. Nos primeiros anos da dca-da atual, o ritmo intensificou-se, totalizando em uma rea acumulada de 732 mil km2 em julho de 2007, o equivalente a aproximadamente 15% de toda a sua rea, ameaando seriamen-te o processo de desenvolvimento sustentvel para a regio2.

    O desmatamento na Amaznia conse-qncia de processo de ocupao do territrio brasileiro que comeou a quase 500 anos. Est relacionado, portanto, s razes da economia e da sociedade brasileira. A ocupao territorial do Brasil, que j levou ao desmatamento de quase 93% da Mata Atlntica desde a metade do sculo XX, consolida agora seu avano so-bre a Floresta Amaznica.

    Entre os principais fatores que tem con-tribudo para esse cenrio temos: subsdios e incentivos fiscais voltados atividade agrope-curia; especulao imobiliria; assentamentos humanos realizados sem nenhum planejamento; falta de uma poltica agrcola voltada para os pe-quenos e mdios produtores rurais; inexistncia de assistncia tcnica adequada para atender a demanda da regio; implantao e integrao de eixos rodovirios; e rentabilidade de ativida-des econmicas, como a extrao madeireira, a pecuria e, mais recentemente, a agroindstria.

    O Estado do Acre, com uma superfcie territorial de 164.221,36 Km2 (16.422.136 ha), correspondente a 4% da rea amaznica brasi-leira e a 1,9% do territrio nacional (IBGE, ITE-RACRE, 2006), detm aproximadamente 88% de sua cobertura florestal original3. Alm dos consensos acerca da necessidade de elimina-o dos desmatamentos ilegais e reduo nas taxas de desmatamento da Floresta Amaznica, a discusso sobre limitaes ao uso do fogo no Estado vem ganhando espao desde o ano de 2005, quando incndios florestais resultaram na destruio de mais de 250 mil hectares de floresta e mais de 200 mil hectares de reas abertas queimadas, configurando em um pre-juzo ambiental estimado em torno de R$ 250 milhes4.

    O Mapa de Gesto Territorial do Estado, re-sultado da segunda fase do Programa do Zone-

    INTRODUO

    1 Plano Amaznia Sustentvel, Diretrizes para o desenvolvimento sustentvel da Amaznia brasileira PAS, Governo Federal, 2008.2 INPE, PRODES. (Fonte: Plano Amaznia Sustentvel PAS, Governo Federal, 2008)3 ZEE Fase II, Governo do Estado do Acre, 2006.4 Meneses Filho, L. & Almeida, D.. Anlise de contexto e de atores na regio da fronteira MAP Brasil. Rio Branco, 2008.

  • PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE14

    amento Ecolgico-Econmico, reflete essa viso estratgica do governo e da sociedade acreana sobre o novo estilo de desenvolvimento local e regional que se pretende construir. As especifici-dades culturais e a reivindicao de participao das comunidades locais salientam cada vez mais o papel das mesmas na construo de solues locais para uma sociedade sustentvel.

    Assim, o ZEE/AC assume papel fundamen-tal para concretizao desse sonho, pois, alm de consolidar uma gesto pblica baseada em processos de descentralizao, empoderamen-to, dilogo e negociao entre governo, socie-dade civil e setor privado, tem a atribuio de fornecer subsdios para orientar polticas pbli-cas relacionadas ao planejamento de uso e ocu-pao do territrio, adaptando-as s realidades locais especficas5.

    A partir da aprovao do ZEE/AC em 2007, poder pblico, setor privado e socieda-de civil passaram elaborao e um arranjo de polticas pblicas que incorporasse suas dire-trizes, critrios e instrumentos e que, a partir de alternativas sociais, produtivas e ambiental-mente adequadas, garantisse sua consolidao como instrumento de planejamento e gesto territorial e ambiental, contribuindo para o or-denamento do uso do solo no Estado e para regularizao de passivos ambientais florestais.

    Desses trabalhos resulta a Poltica de Valo-rizao do Ativo Ambiental Florestal, que vem sendo implementada desde setembro de 2008, por meio de estratgia conjunta das secretarias e autarquias que compem a rea de desen-volvimento sustentvel do Governo Estadual, integrada com as Prefeituras municipais e o mo-vimento social organizado.

    Essa poltica est alicerada em dois pla-nos: Plano de Valorizao do Ativo Ambiental

    Florestal e Plano de Recuperao de reas Al-teradas, que tm por objetivo fomentar a con-solidao das reas j desmatadas (com inser-o de prticas mais sustentveis como SAFs, sistemas agrosilvipastoris), a recuperao de reas degradadas, a consolidao de plantios florestais, a regularizao de passivos ambientais florestais em imveis rurais, bem como a conso-lidao de um arranjo de certificao de unida-des rurais produtivas familiares sustentveis.

    A elaborao do Plano de Preveno e Controle dos Desmatamentos do Acre PPCD/AC, com apoio do Ministrio do Meio Ambien-te e do Governo do Reino da Noruega, tem por objetivo integrar os planos, programas e aes estratgicas do Governo do Estado do Acre com os esforos e estratgias das esferas municipal e federal de governo, visando o for-talecimento dos instrumentos de preveno e controle do desmatamento e da degradao florestal.

    Busca-se consolidar a gesto ambiental compartilhada para superar os diferentes fato-res e vetores que contribuem para fomentar o desmatamento, e assim promover o desenvol-vimento sustentvel no Estado do Acre, com foco na comunidade e pautado na implemen-tao do ZEE/AC, com preservao e conser-vao de seu ativo socioambiental e florestal.

    Espera-se, dessa forma, contribuir para consolidao deste grande esforo federativo de valorizao da diversidade sociocultural e ecolgica da Amaznia; de reduo das desi-gualdades regionais; de combate ao desmata-mento e explorao madeireira ilegal; de pre-veno e controle de incndios florestais; de conservao da biodiversidade e dos recursos hdricos; e de mitigao e adaptao s mudan-as climticas.

    5 ZEE/AC, Fase II, Governo do Estado do Acre, 2006.

  • PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE16

  • 17PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE

  • PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE18

    1.1. Histrico de Ocupao do Estado do Acre

    O Acre foi um antigo territrio boliviano in-corporado ao Brasil no final do sculo XIX. Essa anexao foi motivada pela extrao da borra-cha por migrantes brasileiros. A integrao do Acre ao territrio brasileiro ocorreu por meio da Revoluo Acreana seguida de um acordo diplomtico com a Bolvia.

    Por quase cem anos, a condio de vida dos seringueiros foi extremamente precria, em virtude dos reduzidos preos pagos pelos atra-vessadores da borracha, especialmente aps o declnio do comrcio deste produto no incio do sculo XX. Durante esse perodo, a eco-nomia da regio ficou restrita ao extrativismo no-madeireiro (em especial, borracha e cas-tanha-do-Brasil). As relaes comerciais eram realizadas pelo sistema de aviamento que se caracteriza por trocas desiguais entre produtos da floresta (extrados pelos seringueiros) e os bens externos, tais como gros, sal, combustvel e roupas, fornecidos pelos patres.

    Nos anos 70, as polticas de governo liga-das ao Plano de Integrao Nacional da Ama-znia (PIN) favoreceram o avano da ocupao do Estado do Acre como uma estratgia de so-berania nacional. Entre as iniciativas que favore-ceram migraes para o Estado destacam-se os Projetos de Colonizao Dirigida (PAD), a cons-truo de rodovias e o incentivo aquisio de terras por grupos empresariais do Sul do pas (nacionais e estrangeiros).

    Os processos de ocupao desencade-ados com os projetos estabelecidos no Acre trouxeram modificaes substanciais para a co-bertura e uso da terra, que foram acompanha-das, quase sempre, por desmatamentos para a implantao de novas atividades. A idia central de ocupao era a de que, retirando a floresta, garantia-se a propriedade da terra.

    Os seringais foram os primeiros a serem atingi-dos. Muitos foram vendidos para a formao de grandes fazendas agropecurias e, por con-seqncia, os seringueiros perdiam reas de produo.

    A situao fundiria, com graves confli-tos resultantes da concentrao de terras por alguns latifundirios e grileiros, a presso para colonizao de novas reas, o desmatamento como forma de ocupao e valorizao das ter-ras, entre outros fatores, acabaram gerando um movimento de resistncia dos seringueiros.

    Os seringueiros se organizaram para resis-tir invaso das florestas das quais dependiam. Entre os anos 1970 e 1990, os seringueiros or-ganizaram um forte movimento social em defe-sa da floresta. Em 1988, Chico Mendes, o lder mais conhecido do movimento, foi assassinado por um fazendeiro na regio de Xapuri. Este movimento teve um importante resultado para o uso, manejo e a conservao das reas prote-gidas no Brasil, diz respeito a incluso de outra modalidade de unidade de conservao, que possibilita o uso sustentvel dos recursos natu-rais pelas comunidades, trata-se das Reservas Extrativistas.

    Este processo histrico de ocupao so-mado s complexas questes fundirias, como falta de informaes cadastrais e de apropria-o das terras, resultado dos processos de in-corporao do Acre ao Brasil e de terem sido reconhecidos os ttulos expedidos por diferen-tes administraes nacionais e internacionais, como o Governo do Estado do Amazonas, as Repblicas da Bolvia e do Peru e o ex Estado Independente do Acre, tem sido determinantes nas formas de ocupao do territrio do Acre e na distribuio do desmatamento por unidade de uso da terra.

    DINMICA DO DESMATAMENTO E

    PRINCIPAIS VETORES

  • 19PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE

    1.2. Caractersticas do Desmatamento

    Segundo os dados do Programa de Esti-mativa do Desmatamento da Amaznia PRO-DES, o Estado do Acre apresentava, at 2008, 12% (19.353,5 km2) de seu territrio com flo-restas convertidas em outros usos da terra. A evoluo da taxa de desmatamento mostra pi-cos no ano de 1995 e 2003, bem como uma reduo nos ltimos trs anos, sendo registra-da a menor taxa de desmatamento no ano de 2007 (Figura 01).

    Comparando-se as taxas do Acre e da Amaznia, percebe-se que as mdias anuais do Acre tm se mantido abaixo das mdias para a Amaznia desde 1996 e tambm acom-panhando o declnio do desmatamento que se observa em toda a regio a partir do ano de 2004 (Figura 02).

    1.2.1. Distribuio do desmatamento

    Apesar de possuir tamanho patrimnio em ativos florestais (88% do territrio), no Acre as reas naturais desmatadas e convertidas para agricultura e pecuria esto desequilibra-damente distribudas entre seus municpios e territrios. Regies como o Alto e Baixo Acre apresentam milhares de produtores rurais que se encontram em condio de irregularidade perante a legislao florestal. Segundo dados do PRODES, 70% do desmatamento do Estado

    at 2008 se concentra nas regionais do Alto e Baixo Acre (52% e 18% respectivamente), em funo da acessibilidade de transportes por rodovias federais e estaduais, da concentrao de projetos de assentamento e de solos com caractersticas favorveis implantao de ativi-dades agropecurias.

    Taxa de Desmatamento no Estado

    Figura 01. Evoluo da taxa de desmatamento do Acre entre 1988 a 2008. (a) Mdia entre 1977 e (b) Mdia entre 1993 e 1994. Fonte: PRODES 2009

    0,41

    0,29

    0,57

    0,36

    0,26

    0,34 0,34 0,360,360,42

    0,50

    0,54

    0,37

    0,280,23

    0,25

    0,38

    0,29

    0,74

    0,26 0,22

    0,33 0,270,33

    0,26

    0,54

    0,66

    0,44

    0,36

    0,24

    0,11

    0,15

    0,00

    0,10

    0,20

    0,30

    0,40

    0,50

    0,60

    0,70

    0,80

    88 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08

    AnosTaxa mdia anual (Amaznia Legal) Taxa mdia anual (Acre)

    Figura 02. Taxa mdia anual de desmatamento no Acre e Amaznia 1988-2008. Fonte: INPE/PRODES.

  • PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE20

    Com relao ao percentual de rea de cada regional que j foi convertida a outros usos, as regionais do Alto e Baixo Acre que ocupam 23,23% do Estado so as que tm maior per-centual de suas reas desmatadas com 22% e 45% respectivamente. As regionais de Tarauac-Envira e Purus que ocupam 57,26% do territrio so as que apresentam menor percentual de sua rea j desmatadas com 4% (Figura 03).

    A partir da concluso asfaltamento da BR-364, espera-se que haja uma maior presso so-bre as florestas que margeiam esta rodovia na regional do Alto Acre. A regional do Tarauac e Envira a partir do asfaltamento da BR-364 at Cruzeiro do Sul pode ser um plo potencial de desmatamento.

    O isolamento dos municpios da regional do Juru garante uma baixa taxa de converso.

    Da mesma forma, com o asfaltamento da BR-364 no trecho entre Sena Madureira e Manuel Urbano, a Regional do Purus consegue manter uma pequena rea convertida, principalmente em funo de condies edfo-climticas des-favorveis e grande nmero de reas protegi-das.

    A estratificao dos dados de desmata-mento por municpio mostra, para o ano de

    2008, uma maior taxa de converso nos mu-nicpios de Sena Madureira, seguida por Rio Branco, Tarauac e Feij, estes dois ltimos per-tencentes regional de Tarauac Envira que historicamente uma das regionais com menor desmatamento. Os municpios com menor in-cremento do desmatamento so Mncio Lima, Santa Rosa do Purus e por ltimo Assis Brasil (Figura 04).

    Figura 03. Percentual da rea desmatada por regional de desenvolvimento do Estado do Acre at 2008. Fonte: PRODES, 2008.

    Figura 04. Desmatamento nos municpios em Km. Fonte: PRODES, 2008.

  • 21PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE

    No municpio de Assis Brasil, apesar da acessibilidade atravs da BR-317 concluda em 2002, a destinao de maior parte do seu ter-ritrio para unidades de conservao o que determina uma menor taxa de converso e tambm faz com que este municpio apresente menor percentual de sua rea desmatada.

    Com relao extenso do desmatamento por municpio, vemos que Rio Branco o mu-nicpio que tem maior rea desmatada (2947 km2) seguido por Sena Madureira (1484 km2). Os municpios de Jordo e Santa Rosa do Purus so os que apresentam menor rea desmatada.

    Um dos fatores determinantes para regis-trar menor desmatamento nos municpios de

    Jordo e Santa Rosa que estes so, junto com Marechal Thaumaturgo e Porto Walter, os muni-cpios mais isolados do Estado cujo acesso se d apenas por via area ou fluvial (Figura 5).

    1.2.2. Desmatamento por Unidades de Destinao de Uso da Terra

    Analisando os dados do PRODES do ano 2007 por destinao de uso da terra, mostra que 63% do desmatamento daquele ano ocor-reram em Projetos de Assentamento (34%) e em rea de Particulares (29%). A rea destinada a terras indgenas foi a que apresentou menor rea desmatada naquele ano, 1% (Figura 06).

    Composio do Desmatamento 2007 por Classe Fundiria - PRODES/INPE

    Figura 06. Desmatamento por categoria fundiria em 2008. Fonte: INPE/PRODES.

    Feij3,5%

    Jordo2,1%

    Xapuri22,8%

    Bujari37,5%

    Capixaba47,4%

    Tarauac5,7%

    Brasilia30,1%

    Rio Branco27,3%

    Acrelndia56,1%

    Porto Acre45,3%

    Mncio Lima5,7%

    Assis Brasil4,6%

    Porto Walter2,2%

    Manuel Urbano

    2,7%

    Epitaciolndia46,5%

    Sena Madureira6,3%

    Rodrigues Alves13,6%

    Cruzeiro do Sul7,1%

    Senador Guiomard

    69,4%Plcido

    de Castro70,5%

    Santa Rosa do Purus

    1,1%

    Marechal Thaumaturgo2,1%

    660'0"W680'0"W

    680'0"W

    700'0"W

    700'0"W

    720'0"W

    720'0"W

    740'0"W

    740'0"W

    80'

    0"S

    80'

    0"S

    100

    '0"S

    100

    '0"S

    20 0 20 40 60 80 100 Km

    1:2.500.000

    UCEGEO - Unidade Centralde Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto

    LegendaSedes dos Municpios

    Mosaico de Imagens Landast 5 - 2009

    Figura 05. Percentual das reas desmatadas nos municpios acreanos at 2007. Fonte: UCGEO, 2009.

  • PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE22

    As reas destinadas a projetos de assen-tamento representam 55,47% do territrio do Estado e j tiveram 42% de suas reas converti-das para outros tipos de uso enquanto as reas de particulares que cobrem 30,95 % do Estado tm 19% de suas reas desmatadas. As Terras Indgenas e Unidades de Conservao foram s unidades de uso da terra com menor percentu-al de suas reas desmatadas, 1% e 2 % respecti-vamente (Figura 07).

    1.3. Passivo Ambiental

    O Cdigo Florestal (Lei n 4771/65) esta-beleceu a partir de 2000, para toda proprie-dade rural com florestas na Amaznia legal, um percentual de 80% de Reserva Legal (RL). At ento, vigorava o percentual de 50% de RL. A RL no se aplica sobre reas naturais protegidas, portanto, os 80% devem ser aplicados sobre as reas rurais excludas as terras situadas em uni-dades de conservao (exceto APA) e Terras Indgenas.

    At 2004, o Acre, fora das reas Naturais Protegidas, ainda possua 85,72% de suas flo-restas em p. Aplicando-se os 80% sobre todo

    territrio do estado, excetuadas as reas natu-rais protegidas, permite-se estimar que o Acre possua aproximadamente 6.000 (seis) mil km2 de florestas remanescentes, alm das Reservas Legais.

    Em termos de passivo ambiental florestal at 2004, conclui-se que as regionais do Baixo e Alto Acre so as mais crticas. J as regionais do Purus, Tarauac/Envira e Juru, consideran-do-se o clculo geral por regional, estariam em

    condies muito mais favorveis, uma vez que possuam ativos florestais expressivos. A regio-nal do Purus tinha um ativo florestal global de aproximadamente 3,2 mil km2; o ativo de Ta-rauac/Envira era de 5,8 mil km2 e a do Juru de 2,1 mil km2.

    Com esses dados possvel dizer que as regionais do Alto e Baixo Acre so as que devero ser objeto de prioridade na busca de solues para regularizao de passivos am-bientais florestais de curto prazo. A regional do Alto Acre possua um passivo florestal glo-bal da ordem de 1,36 mil km2 enquanto que o passivo do Baixo Acre chegava a 4,18 mil km2

    (Tabela 01).

    MUNICPIO/REGIONALREA TOTAL FORA DE UC

    RL DEVIDA 80%REMANESCENTE

    FORA DE ANP (2004)ATIVO (PASSIVO)

    ALTO ACRE

    Epitaciolndia 1.630 1.304 964 340Brasilia 2.367 1.893 1.358 535Xapuri 1.781 1.425 932 492

    Assis Brasil 1.903 1.522 1.812 289Sub-Total Regional 7.681 6.144 5.066 1.367

    BAIXO ACRE

    Senador Guiomard 1.806 1.445 693 751Plcido de Castro 2.055 1.644 752 892

    Acrelndia 1.609 1.287 869 418Capixaba 1.661 1.329 961 367Porto Acre 2.923 2.338 1.844 493

    Bujari 3.031 2.425 1.954 470Rio Branco 7.511 6.009 5.218 791

    Sub-Total Regional 20.596 16.477 12.291 4.182continua...

    Figura 07. Percentual de rea desmatada em cada Unidade de Uso da Terra at 2008. Fonte: IMAC/SEMA.

  • 23PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE

    Os projetos de assentamentos com maio-res percentagens de reas desmatadas esto concentrados na regio leste do Estado (Figura 08) e 86% deles apresentam mais de 20% de suas reas desmatadas (Tabela 02).

    A resoluo do CONAMA 387/06 e o Acrdo n 2633/2007 Plenrio do Tribunal de Contas da Unio (TCU), de 05 de dezembro de 2007, impedem a implantao de novos as-sentamentos sem a emisso de Licena Prvia

    PURUS

    Sena Madureira 13.027 10.422 12.027 1.605Manoel Urbano 4.928 3.942 4.770 827

    Santa Rosa do Purus 4.030 3.224 4.013 789Sub-Total Regional 21.985 17.588 20.810 3.221

    TARAUAC/ENVIRA

    Tarauac 10.676 8.541 9.894 1.353Feij 20.902 16.721 20.144 3.422

    Jordo 5.694 4.555 5.652 1.097Sub-Total Regional 37.272 29.817 35.690 5.872

    JURU

    Cruzeiro do Sul 5.840 4.672 5.328 656Mncio Lima 2.573 2.058 2.387 328

    Marechal Thaumaturgo 1.956 1.565 1.945 380Porto Walter 3.795 3.036 3.702 666

    Rodrigues Alves 2.221 1.777 1.855 78Sub-Total Regional 16.385 13.108 15.217 2.108

    Tabela 01: Passivos e ativos florestais dos municpios acreanos. Fonte: Lima, 2006.

    660'0"W680'0"W

    680'0"W

    700'0"W

    700'0"W

    720'0"W

    720'0"W

    740'0"W

    740'0"W

    80'

    0"S

    80'

    0"S

    100

    '0"S

    100

    '0"S

    Legenda

    20 0 20 40 60 80 100 Km

    1:2.500.000Limite Municipal

    Assentamento com menos de 50% da rea desmatada

    Assentamento com mais de 50% da rea desmatada

    UCEGEO - Unidade Centralde Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto

    Figura 08. Assentamentos com mais de 50% da sua rea desmatada (amarelo). Fonte: UCGEO, 2009.

    CATEGORIA QUANTIDADEREA TOTAL REA DESMATADA

    Hectares % Hectares %

    PA 71 484.192,90 40,7 244.204,60 50,4PAD 05 628.973,30 52,9 425.650,10 67,7PAR 02 71.247,50 06 29.619,70 41,5PCA 03 665,8 0,1 561,6 84,4PE 11 3.270,20 0,3 2.743,90 83,9

    Total 92 1.188.529,70 100 702.780,00 59,1PA=Projetos de Assentamento; PAD=Projetos de Assentamento Dirigido; PAR=Projetos de Assentamento Rpido; PE=Projeto Es-tadual Plo Agroflorestal; PCA=Projeto Casulo.

    Tabela 02. Tipos de projetos de assentamento, rea total e rea total desmatada. Fonte: Francilino, 2009.

  • PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE24

    (LP) pelo rgo ambiental e torna condicionan-te que seja resolvido o passivo florestal dos as-sentamentos j implantados.

    Atualmente a Superintendncia do INCRA no Acre tem uma demanda de 98 assentamen-tos para serem licenciados em todo estado. Se-gundo representantes do Grupo Tcnico Am-biental GTA/INCRA, atualmente apenas 03 assentamentos possuem Licena de Operao, enquanto 48 outros tiveram processos protoco-lados no IMAC e aguardam parecer tcnico.

    1.4. Vetores que influenciam no desmata-mento do Estado

    Historicamente as estradas pavimentadas na Amaznia ao longo de seu trajeto originam impactos de 50 km a cada lado do seu eixo prin-cipal (Nepstad, et. al, 2006). Os principais veto-res deste impacto so desmatamentos originados pelas atividades econmicas da pecuria, agri-cultura em pequena e grande escala e atividade madeireira (Nepstad, et al 2005)6.

    A pavimentao das BRs 364 e 317 (Inter-Ocenica), que conectam o Acre com os portos do Oceano Pacfico no Peru, consolidar dois eixos de integrao que podem vir a promover a abertura de novas frentes de desmatamento no Estado do Acre, caso sejam mantidos os pa-dres business as usual, de desenvolvimento.

    Estes dois eixos, j determinam a distribui-o do desmatamento no Estado, uma vez que os municpios que esto localizados ao longo destas rodovias so os que apresentam maio-res taxas de desmatamento, concentrando-se principalmente nas reas mais prximas destas rodovias (Figura 09).

    Fatores como, especulao da terra, sub-sdios e incentivos fiscais, programas de crdito subsidiado (FNO, PRONAF), rentabilidade da pecuria e dinmica expansiva dos mercados da carne esto associados, em maior ou menor grau, expanso do rebanho bovino na Amaz-nia nas ltimas dcadas7.

    Outro aspecto importante que influencia o desmatamento no Estado que ainda existem reas sem ordenamento territorial e regulariza-o fundiria. Alm de problemas estruturais relacionados s terras devolutas, outros aspec-tos que dificultam os trabalhos de regularizao fundiria so: falta de um cadastro eficiente e georreferenciado de detentores de ttulos; falta de compatibilidade entre o cadastro de terras estadual e os diversos cadastros federais (INCRA, IBAMA, FUNAI); quadro tcnico sub-dimensionado em relao ao desafio; e altos custos associados ao georreferenciamento de imveis rurais conforme normas tcnicas do IN-CRA e as condies de acessibilidade nas reas de concentrao de desmatamento.

    No Acre o desmatamento est destinado, principalmente, a implantao de pastagens para atividade pecuria extensiva. As reas ocu-padas por pastagens no Estado correspondiam a aproximadamente 70% do total desmatado em 1989, passando para 81% em 2004. A taxa de crescimento das pastagens no perodo foi de 54,4 mil hectares/ano, o que demonstra uma expanso da atividade pecuria no Estado.

    Embora os agentes de desmatamento para implantao desta atividade tenham sido grandes e mdios pecuaristas, dados recentes mostram que pequenos produtores tm contribudo signifi-cativamente no desmatamento nos ltimos anos.

    Feij

    Jordo

    Xapuri

    Bujari

    Capixaba

    Tarauac

    Brasilia

    Rio BrancoAcrelndia

    Porto Acre

    Mncio Lima

    Assis Brasil

    Porto Walter

    Manuel Urbano

    Epitaciolndia

    Sena Madureira

    Rodrigues Alves

    Cruzeiro do Sul

    Senador Guiomard

    Plcido de Castro

    Santa Rosa do Purus

    Marechal Thaumaturgo

    660'0"W680'0"W

    680'0"W

    700'0"W

    700'0"W

    720'0"W

    720'0"W

    740'0"W

    740'0"W

    80'

    0"S

    80'

    0"S

    100

    '0"S

    100

    '0"S

    120

    '0"S

    Legenda

    20 0 20 40 60 80 100 Km

    1:2.500.000Limite Municipal

    Desmatamento Prodes 2000/2008

    Vias de AcessoEstrada

    Rodovia

    Sede dos Municipios

    UCEGEO - Unidade Centralde Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto

    Figura 09. Mapa do desmatamento do estado com limites municipais, nomes dos municpios e as estradas e ramais.

    6 Citados por IPAM & Consrcio MABE (2009)7 Alencar, A., et al.. Desmatamento na Amaznia: indo alm da emergncia crnica. Belm, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amaznia IPAM, 2004.

  • 25PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE

    Em 2004 capoeiras de diferentes idades e origens, fruto da agricultura migratria e abando-no de pastagens, ocupavam 13,1% do territrio, enquanto atividades agrcolas correspondiam a apenas 3,5% do total desmatado8. Conforme (Tabela 03), observa-se que em termos relativos, as reas com agricultura e capoeira ocupavam a maior extenso na regional do Juru (10,4% e 20,5% respectivamente). As pastagens ocupa-vam a maior parte da rea convertida na regional do Tarauac/Envira (89,9% da rea desmatada). A agricultura teve sua rea de cultivo diminuda entre 1989 e 20079.

    A evoluo da pecuria no Estado este-ve associada com o crescimento das reas com pastagens e, principalmente, intensificao dos sistemas de produo. Entre 1990 e 2005, o re-banho bovino do Acre cresceu 478%, enquanto que os ndices do desmatamento tem apresenta-do um decrscimo anual desde 2003 (Figura 10).

    Em 2007 o rebanho chegou a 2,3 milhes de cabeas10 dos quais 89% concentravam-se nos municpios das regionais do Alto Acre, Baixo Acre e Purus, especialmente no municpio de Rio Branco, onde se localizam a maior parte das propriedades rurais (79%)11 e o municpio com maior rea desmatada.

    O crescimento do efetivo bovino com base na intensificao dos sistemas de produ-o esteve associado adoo de tecnologias que contriburam para o prolongamento da vida produtiva mdia das pastagens, passando de 3-5 anos para 10-20 anos, e tambm para o

    aumento da sua capacidade mdia de suporte, passando de 1,1 cabeas/hectare em 1970 para 1,54 cabeas/hectare em 2004. Este aumento de 38% na taxa de lotao das pastagens permi-tiu evitar o desmatamento de 630.000 hectares de florestas para a implantao de pastagens no Acre entre 1970 e 200412.

    8 Oliveira, H. de; Bardales, N. G.. Aptido natural de uso da terra no Estado do Acre. Zoneamento Ecolgico Econmico: Fase II. Rio Branco: SEMA, 2006.9 Franke, I.L., Manejo Florestal Madeireiro e Conteno do Desmatamento no Estado do Acre. Secretaria de Estado de Florestas. Rio Branco, 2008.10 Produo da Pecuria Municipal 2007. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE: http://www.ibge.gov.br.11 Meneses Filho, L. & Almeida, D. Anlise de contexto e de atores na regio da fronteira MAP Brasil. Rio Branco, 2008.12 ZEE/AC, Fase II, Governo do Estado do Acre, 2006.

    REGIONAL

    COBERTURA DO SOLO

    Agricultura CapoeiraEspelho De

    guaPastagem Urbana Praia Total

    ALTO ACRE 3,6 11,6 1,1 83,4 0,3 0 100

    BAIXO ACRE 2,2 15,1 1,1 80,6 1 0 100

    PURUS 1,9 10,4 4,4 82,7 0,4 0,2 100

    TARAUAC/ENVIRA 4,2 4 1,5 89,8 0,5 0 100

    JURU 10,4 20,5 1,9 65,6 0,6 1 100

    Tabela 03: Cobertura do solo nas reas antropizadas nas regionais do Estado do Acre - 2004. Fonte: Oliveira & Bardales, 2006.

    Rebanho Bovino e o Desmatamento

    Figura 10. Variao do rebanho bovino e do desmatamento entre 1990-2005. Fonte: MAPA, PRODES, Censo Agropecurio IBGE 2006.

  • PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE26

    Entretanto, apesar dos ganhos em capaci-dade de suporte e longevidade das pastagens, a taxa de lotao observada nos diferentes mu-nicpios acreanos no proporcionalmente dis-tribuda. Os municpios de Sena Madureira, Rio Branco, Xapuri e Bujari apresentam altas taxas de lotao de pastagens (acima de 02 cabeas/ha). Enquanto que os municpios da poro ociden-tal do Estado apresentam baixas taxas de lotao (at 1,0 cabea por hectare). Tambm existem de reas ociosas que ainda no possuem reba-nho bovino. De acordo com o Cadastro de Pro-priedades e do Rebanho Bovino do Acre, exis-tiam 1.431 propriedades com pastagens e sem rebanho no Estado em novembro de 2005.

    A expectativa, com o uso de tecnologias j validadas junto a pequenos, mdios e gran-des produtores, recuperando e implantando pastagens com gramneas e leguminosas reco-mendadas pela Embrapa Acre, que aumente a capacidade de suporte das pastagens. Em expe-rincias de implementao destas tecnologias a capacidade de suporte apresentada tem sido de at 3 cabeas de gado por hectare, quando ma-nejadas em sistemas de pastejo rotacionado. Isso pode contribuir para aumentar a produtividade, a rentabilidade e, principalmente, a sustentabi-lidade dos sistemas de produo pecurios no Acre, podendo chegar a alimentar um rebanho superior a 4,3 milhes de cabeas de gado na rea de 1,45 milhes de hectares de pastagens j existentes em 200613.

    No entanto, somente cerca de 40% dos pe-quenos, mdios e grandes produtores do Acre adotaram tecnologias que proporcionassem mais produtividade e rentabilidade da pecuria, alm de reduzir os impactos ambientais dessa ativida-de. O baixo nvel tecnolgico e o manejo inade-quado, com altas taxas de lotao adotado pela maioria dos produtores, vm causando a degra-dao das pastagens dessas propriedades14. Es-tudos da EMBRAPA em parceria com a Secreta-ria Estadual de Meio Ambiente - SEMA indicam que o problema da morte da Brachiaria brizantha cultivar Marandu poder resultar na degradao de mais de 500 mil hectares de pastagens nos prximos anos no Estado, caso os produtores no ajam preventivamente introduzindo espcies forrageiras adaptadas nessas pastagens.

    O Governo do Estado do Acre, em parce-ria com a EMBRAPA, Banco da Amaznia, Fe-

    derao da Agricultura e Pecuria do Estado, FUNDEPEC, SENAR, SEBRAE, Superintendn-cia Federal de Agricultura e diversas organiza-es no-governamentais vem desenvolvendo um programa que visa converter os sistemas de produo pecurios extensivos em sistemas mais produtivos, rentveis e sustentveis. Este progra-ma prioriza a recuperao de mais de 400 mil hectares de reas de pastagens degradadas ou mal aproveitadas, beneficiando 17 mil produto-res familiares que desenvolvem a pecuria. Desta forma, gerando renda esperasse reduzir as pres-ses de desmatamento e fomentar a produo de leite no Estado, permitindo substituir a impor-tao anual de mais de R$ 100 milhes em leite longa vida, queijos e iogurte.

    1.5. reas crticas de desmatamento15

    Segundo estudo realizado pelo IPAM (2009), que identifica reas crticas de desma-tamento nas reas de influncia das estradas BR-364 e BR-317 (50 km para cada lado do eixo rodovirio) nos estados do Acre, Rondnia e Amazonas, a partir dos dados do PRODES at 2007; em menos de 30 anos aps a construo das rodovias, as reas desmatadas correspon-diam a 68% dos 133.000 Km2 mapeados (Figura 11). O Estado do Acre teve a maior participao no trecho estudado, com 63% do desmatamen-to mapeado.

    No estudo, foram utilizadas informaes da srie histrica do PRODES/INPE de 2000 a 2007, e dos cenrios de desmatamento para os anos de 2010 a 2030, obtidos pelo programa SimAmaznia16, que incorpora os softwares DI-NAMICA e Vensim. Esses dados foram trabalha-dos a partir do cruzamento de diversas variveis associadas ao desmatamento, como estradas, hidrografia, limites e sedes municipais, estrutura fundiria, potencial florestal e pecuria.

    Estimativas de desmatamento definidas com base nos limites polticos dos municpios podem, entretanto, no identificar as regies que so po-tenciais ao avano do desmatamento. Por esse motivo, foi elaborado um mapa com as reas de maior concentrao do desmatamento para os anos de 2007 e 2030. O resultado deste mapa ofereceu uma visualizao melhor sobre sua di-nmica e seu avano ao longo da rea de influ-ncia das estradas.

    13 EMBRAPA Abate bovino inspecionado no Acre cresce 85% no primeiro trimestre de 2007. 14 BITENCOURT, M.B. et al; A Insero da Pecuria Bovina de Corte no Acre e sua Participao no PIB do Agronegcio Brasileiro no Perodo de 1998 a 2007.15 Identificao de reas crticas ao longo das estradas BR 364 e 317, estados do Acre, Rondnia e Amazonas. Instituto de Pesquisa Ambiental da Amaznia IPAM &

    Consrcio MABE, 2009.16 Soares-Filho B. S.a et al; Modeling conservation in the Amazon basin. London, 2006.

  • 27PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE

    Este mapa aponta tendncias do avano do desmatamento para a regio do alto Purus e Ju-ru (trecho Rio Branco a Cruzeiro do Sul). No trecho da estrada BR-364 (municpios de Sena Madureira a Feij), observa-se um avano maior do desmatamento projetado. Este resultado pode estar associado abertura de novas fron-teiras agrcolas com a pavimentao da estrada.

    O mapa final das regies mais vulnerveis foi obtido ento a partir do resultado do cru-zamento das outras variveis citadas, e apre-sentado a seguir (Figura 12). Tal cruzamento de informaes determinou regies mais crticas classificadas em cinco categorias em termos de nvel de criticidade: extremo (8%), alto (18%), re-levante (26%), moderado (23%) e baixo (24%).

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    LegendaEstradas BR 364 e 317InterocenicaLimites estaduaisDesmatamento em 2007Areas crticas para 2007Areas crticas para 2030Limites EstaduaisLimite internacional

    DADOS REFERENTE AO DESMATAMENTO:----------------------------------------------------------------

    Desmatamento at 2007: PRODES/INPE

    Desmatamento projetado para 2030: SOARES-FILHO et al, 2005

    LocalizaoEstado do Acre

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    Apoio

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    Amaznia Brasileira

    60 0 60 12030

    Km

    Escala:

    Sistema de Coordenadas: PLANASSistema de Projeo: Latitude e Longitude

    Datum: WGS84

    Parceiros

    Amazonas

    1:1.800.000

    PERUBOLVIA

    Acre

    Figura 11. Concentrao do desmatamento atual (2007) e projetado (2030) identificando as reas crticas. Fonte: IPAM, 2009

    Figura 12. reas crticas ao desmatamento ao longo das estradas BR 364 e 317.Fonte: IPAM, 2009

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    LegendaEstradas BR 364 e 317Desmatamento 2007Limite internacionalLimites estaduais

    reas CrticasBaixoModeradoRelevanteAltoExtremo

    DADOS REFERENTE AO DESMATAMENTO:----------------------------------------------------------------

    Desmatamento at 2007: PRODES/INPE

    Desmatamento projetado para 2030: SOARES-FILHO et al, 2005

    LocalizaoEstado do Acre

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    Escala:

    Sistema de Coordenadas: PLANASSistema de Projeo: Latitude e Longitude

    Datum: WGS84

    Parceiros

    Amazonas

    1:1.600.000

    PERU

    BOLVIA

  • PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE28

    Foram identificadas quatro reas priorit-rias: regio 1 entre os municpios de Epitacio-lndia e Xapuri AC; regio 2 municpio de Ca-pixaba e seu entorno AC; regio 3 entre os municpios de Feij e Tarauac AC; e regio 4 municpio de Boca do Acre AM e seu en-torno. Nestas regies so necessrios trabalhos de planejamento regional e ordenamento ter-ritorial, bem como aes para recuperar reas degradadas e mitigar os impactos negativos que as estradas asfaltadas vm originando antes, du-rante e aps o asfaltamento.

    1.6. Queimadas e incndios florestais: uso do fogo para a produo de alimentos por popu-laes tradicionais e produtores familiares em assentamentos florestais

    Impactos associados explorao madei-reira e aos incndios florestais so fatores ge-radores de degradao florestal. So conside-radas por alguns autores formas ocultas de desmatamento. Na Amaznia, a relao entre o desmatamento (corte raso), a explorao ma-deireira e o incndio florestal intima e deve ser levada em conta em qualquer ao de con-trole e ordenamento territorial17.

    A explorao madeireira facilita alastramen-to de incndios florestais ao romper a cobertura do dossel da floresta, permitindo que a radia-o solar seque o solo mido e a serrapilheira. A explorao tambm pode causar o aumento em at 200% na massa de resduos lenhosos e finos que poderiam servir como combustvel e potencializar incndios. Pastagens e lotes agr-colas em reas adjacentes, nos quais o fogo

    utilizado para limpeza e manuteno da terra, proporcionam fontes de ignio.

    Uma vez queimada a floresta, sua capaci-dade de resistir a queimadas futuras prejudi-cada. Assim, a degradao florestal pode entrar num ciclo de retroalimentao positiva, no qual uma queimada inicial aumenta a probabilidade de queimadas adicionais mais intensas. Essa progresso pode ser abreviada quando o fogo chega a florestas no exploradas, mas que este-jam passando por perodos de seca prolongada com reduo da cobertura do dossel (perda de folhas), causando grandes impactos, como em 2005 no Acre.

    A seca de 2005 foi a mais severa dos lti-mos 34 anos e colocou a prova capacidade da sociedade em reagir a desastres ambientais. Incndios florestais resultaram na destruio de mais de 250 mil hectares de floresta e mais de 200.000 ha de reas abertas queimadas, representando 8% do territrio das regionais do Purus, Alto e Baixo Acre, configurando em um prejuzo ambiental estimado em torno de R$ 250 milhes18. Na RESEX Chico Mendes, 38.000 hectares de floresta foram queimados (mais que 4% da RESEX) e mais de 5.000 hec-tares de reas abertas (mais que 0,5%) foram afetados pelas queimadas.

    Os modelos climticos sugerem que se-cas semelhantes quela devem se tornar mais comuns nas prximas dcadas. Nos ltimos 20 anos, os nveis mais baixos do Rio Acre (

  • 29PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE

    do Rio Acre subiu mais do que o esperado, ala-gando diversos bairros da cidade.

    Segundo dados do ZEE/AC (2006) e con-forme anlise dos dados sobre focos de calor mapeados de 2004 a 2008 (Figura 13), a regio leste do estado a mais afetada pelas queima-das todos os anos, abrangendo os municpios de Acrelndia, Assis Brasil, Brasilia, Bujari, Ca-pixaba, Epitaciolndia, Plcido de Castro, Porto Acre, Rio Branco, Senador Guiomard e Xapuri. As regionais do Alto e Baixo Acre foram res-ponsveis por cerca de 70% dos focos de calor mapeados no perodo.

    Conforme a Figura 14, dados de 2004-2008 (CPTEC/INPE) apontam para uma redu-o no nmero total de focos de calor mape-ados no Estado. Esses dados so importantes diante da discusso sobre limitaes ao uso do fogo no Estado, que vem ganhando espao desde o ano de 2005, e resultou em uma ao mais contundente por parte dos Ministrios P-blicos Federais e Estaduais em 2009.

    H um debate no Brasil e no Acre sobre a via-bilidade da eliminao completa da agricultura de derruba e queima para a produo de alimentos por populaes tradicionais e produtores familia-res em assentamentos florestais e agroextrativistas.

    A agricultura de derruba e queima faz parte das prticas das populaes indgenas da Ama-znia h milhares de anos. As caractersticas fisionmicas de grande parte das florestas de transio da Amaznia so interpretadas com resultado da ao antropognica de sociedades pr-colombianas (Balle & Campbell, 1990). De

    Figura 14. Total de focos de calor mapeados no Estado do Acre, perodo 2004-2008. Fonte: INPE/SEMA

    Evoluo de Ocorrncia de Focos de Calor - 2004 a 2008

    fato, as reas de florestas com palmeiras que cobrem cerca de 20 milhes de hectares na Amaznia parecem ser resultado de ao hu-mana intensiva de uso dos ecossistemas nativos ao longo de milhares de anos (May et al., 1985). No Acre, a grande presena de florestas com palmeiras (Acre, 2006) e a existncia de cen-tenas de geoglifos (Schaan et al., 2008) con-firmam a intensa presena e ao humana na formao das atuais tipologias florestais.

    Atualmente, o estado ainda conta com aproximadamente 16.288 indgenas de diver-sas etnias, distribudos em 35 terras indgenas, sendo algumas tribos isoladas. Possui, tambm cerca de 1.980 comunidades extrativistas com uma populao de 80.000 extrativistas. Estas populaes, ao longo do tempo, tm sido os verdadeiros guardies das florestas e da sobera-nia nacional. Para assegurar a sua sobrevivncia, fazem uso dos recursos florestais e praticam a agricultura de derruba e queima para a produ-o de alimentos de origem vegetal, e, mais re-centemente, para a criao de pequenos, m-dios e grandes animais.

    importante destacar que tanto nas re-servas extrativistas quanto nas reas indgenas, grande parte das reas desmatadas posterior-mente deixada em pousio, na forma de capo-eiras, como uma estratgia de regenerao da vegetao nativa que permite o acmulo de carbono e outros nutrientes no solo provenien-tes da biomassa vegetal. Isto permite que estas reas possam ser reutilizadas para atividades agrcolas aps alguns anos.

  • PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE30

  • 31PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE

  • PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE32

    Nos ltimos anos tm ocorrido grandes avanos na gesto ambiental no Estado do Acre, entre eles pode-se citar a reconstruo da estrutura e infra-estrutura do Governo, o avano nos servios sociais bsicos e uma prioridade absoluta para educao. Foram ins-titudas normas claras e desenvolvidos instru-mentos participativos para o uso dos recursos naturais, com destaque para o Zoneamento Ecolgico-Econmico do Estado ZEE, segun-do concludo na Amaznia.

    A partir do zoneamento, o Acre teve o alicerce de planejamento de suas aes que tem como prioridade mxima, a construo de um novo modelo de desenvolvimento susten-tvel local e regional, pautado no combate a pobreza e na elevao do bem estar da po-pulao, no dinamismo de uma economia de base florestal com a gerao de emprego e renda, no fortalecimento da identidade e res-peito diversidade cultural e no uso dos recur-sos naturais com sabedoria. As iniciativas do Acre na rea de desenvolvimento sustentvel oferecem uma boa alternativa para consolidar as reas desmatadas, valorizar a floresta e re-duzir o desmatamento anual. No entanto, mui-tos desafios ecolgicos, econmicos, culturais e polticos de longo prazo, ainda precisam ser superados.

    Visando superar esses desafios, o gover-no do Acre instituiu a Poltica de Valorizao do Ativo Ambiental Florestal. Lanada em se-tembro de 2008, ela vem sendo implementada por meio de estratgia conjunta de secretarias e autarquias que compem a rea de desen-volvimento sustentvel do Governo Estadual, integrada com as Prefeituras municipais e o movimento social organizado. Esta poltica tem por objetivo consolidar as reas j desmatadas com insero de prticas mais sustentveis e a valorizao da floresta em p atravs de dois programas: o Programa de Recuperao de

    reas Alteradas - PRAA e o Programa do Ativo Florestal PAF.

    Verificou-se a necessidade de um arranjo que pudesse estabelecer interfaces dos planos e programas institudos com aes de fiscaliza-o e controle ambiental, bem como de uma governana que possibilitasse ampla partici-pao dos atores sociais envolvidos. Decidiu-se ainda que os programas seriam integrados com as polticas federais, especialmente com Plano Amaznia Sustentvel PAS, Plano de Preveno e Controle do Desmatamento na Amaznia PPCDAM e com o Plano Nacional de Mudanas Climticas PNMC. Como estra-tgia para esse fim, o Estado elaborou o Plano de Preveno e Controle do Desmatamento e Queimadas do Acre PPCD-Acre, integrando assim, a poltica do estado com a poltica fe-deral e estabeleceu a integrao entre os pla-nos, programas, projetos, aes e atividades relacionadas valorizao do ativo ambiental florestal, no sentido de orient-las ao alcance de uma meta de reduo de desmatamento.

    O processo de construo do PPCD coincidiu com uma discusso entre os rgos governamentais federais e estaduais, repre-sentaes dos setores produtivos, movimentos sociais, etc. para responder a uma ao pbli-ca do Ministrio Pblico Federal e Estadual do Acre em face do Estado do Acre, do IBAMA, do ICMBIO, do INCRA, do IMAC, e todos os municpios acreanos. Esta ao pblica preten-dia a proibio imediata do uso do fogo nas atividades produtivas em propriedades rurais de todo o Estado do Acre, bem como conde-nao das referidas instituies na adoo de medidas que assegurem tal pretenso, inclusi-ve a execuo de polticas pblicas por eles indicadas. Este debate gerou um Pacto para a Valorizao da Floresta entre as instituies e representaes envolvidas, cujas propostas puderam ser incorporadas no PPCD.

    PLANO DE PREVENO E CONTROLE DO DESMATAMENTO

    DO ACRE - PPCD/AC

  • 33PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE

    Desta forma, o Zoneamento Ecolgico Econmico, a Poltica de Valorizao do Ativo Ambiental Florestal e o Pacto pela Valorizao da Floresta foram a base para a construo do Plano de Preveno e Controle do Desmata-mento do Estado que dever estar integrado ao PPCDAM e os PPCDs municipais.

    O processo de construo do PPCD-AC tambm teve como base uma anlise dos prin-cipais problemas e fatores que influenciam ao desmatamento no Estado (Figura 15). Esta an-lise da rvore de problemas serviu como base para definir as linhas gerais e a estratgia de im-plementao do plano, onde problemas de or-denamento territorial, regularizao fundiria e falta de assistncia tcnica figuram entre os prin-cipais problemas que levam ao desmatamento.

    Esta anlise foi realizada de forma conjun-ta com a sociedade acriana atravs de oficinas de consulta pblica com os diferentes setores nas cinco regionais de desenvolvimento, para colher contribuies sobre as linhas gerais do plano e sobre suas aes estratgicas.

    2.1. Objetivo Geral

    O Plano Estadual de Preveno de Con-trole do Desmatamento visa garantir redues expressivas, consistentes e duradouras nas taxas de desmatamento do Estado do Acre, a partir do fortalecimento das capacidades do gover-no e sociedade para gesto ambiental e para consolidao de uma Economia Limpa, Justa e Competitiva com forte Base Florestal e Agroe-colgica.

    2.2. Proposta de Meta de Reduo do Desmatamento

    2.2.1. Linha de Base para Reduo do Desmatamento

    A linha de base para o Estado do Acre, considerar a proposta do Governo Brasileiro onde a taxa mdia do desmatamento no per-odo de 1996-2005 ser projetada para um pe-rodo de 5 anos, quando ser revisada em fun-o da taxa histrica dos 10 anos subseqentes (2001-2010) e, ento projetada para um novo perodo de 5 anos para averiguao da reduo anual do desmatamento. A nova taxa ser cal-culada em 2016 referente ao perodo de 2011-2015 e projetada para o prximo ciclo de 5 anos

    at o ano 2020. Conforme pode ser observado na Tabela 04, a taxa mdia de desmatamento para o perodo de 1996-2005 de 602 km2 ou 60.200 hectares (ha) por ano.

    Figura 15. rvore de problemas do desmatamento no Acre.

    AnoDesmatamento

    (Km2)*Taxa Mdia do Desmatamento

    1996 433

    602

    1997 358 1998 536 1999 441 2000 547 2001 419 2002 883 2003 1.078 2004 728 2005 592

    Tabela 04. Desmatamento anual no Estado do Acre segundo PRODES de 1996 a 2005 e taxa mdia de desmatamento do perodo.*Fonte: INPE, 2009 (http://www.obt.inpe.br/prodes/index.html).

  • PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE34

    2.2.2. Metas de Reduo das Emisses do Desmatamento

    Levando em considerao a atual situao da gesto ambiental e o considervel avano nas polticas pblicas de desenvolvimento com uma viso estratgica de valorizao do ativo ambiental florestal, tais como o ZEE AC e a Poltica de Valorizao do Ativo, o Estado tem as bases para definir uma meta desafiadora de reduo do desmatamento, mais com perspec-tivas positivas de ser atingida.

    Portanto, o Governo do Estado do Acre definiu a reduo em 80% da taxa de desma-tamento do perodo de 1996-2005 como meta de reduo do desmatamento at o ano de 2020. Esta meta foi aprovada na reunio de consulta do PPCD com os trs conselhos de-liberativos do Estado: Conselho Estadual de Meio Ambiente, Cincia e Tecnologia - CE-MACT; Conselho Florestal Estadual - CFE e o Conselho de Desenvolvimento Rural Florestal Sustentvel - CDRFS.

    2.2.3. Reduo das Emisses do Desma-tamento para o Estado do Acre

    A linha de base para clculo de reduo do desmatamento foi definida usando os mesmos parmetros da linha de base estabelecida pelo Plano Nacional de Mudana do Clima. Para o Estado do Acre, a linha de base definida pela mdia histrica dos 10 anos anteriores, ser re-visada a cada 5 anos, tendo uma linha de base

    para o primeiro ciclo (2006-2010) de 602 km2 referente a taxa mdia de desmatamento para o perodo de1996-2005. Para o segundo ciclo (2011-2015), a linha de base de 514 km2 re-ferente taxa mdia para o perodo de 2001-2010, enquanto que para o ltimo perodo de 2016-2020, a linha de base de 255 km2 re-ferente taxa mdia de desmatamento para o perodo de 2006-2015.

    Para clculo das redues efetivas do des-matamento para o primeiro ciclo (2006-2010), definiu-se uma reduo mdia anual de 52%. Para o segundo e terceiro ciclo (2011 a 2015 e 2016 a 2020) redues anuais de 10% do des-matamento em relao ao ano anterior. Con-forme pode ser observado na Tabela 05, isto implica em uma meta de reduo do desmata-mento de 83% em relao a linha base original (1996 2005) o que corresponde a 3.649 km2 de desmatamento evitado, ou a 59% de redu-o da taxa de desmatamento com relao a taxa atual (Figura 18).

    Considerando o estoque mdio de car-bono por hectare para o Estado, 123 ton. C/ha (ou 451 toneladas de CO2 por ha), a reduo de emisses para o perodo 2006-2020 de 164 milhes de toneladas de CO2 (Tabela 05).

    2.3. Diretrizes Estratgicas para o PPCD/AC

    O desenho e a implementao do Plano de Preveno e Controle do Desmatamento do Acre est apoiado nas seguintes diretrizes:

    Figura 16. Desmatamentos anuais ocorridos de 1995 a 2008 com desmatamen-tos projetados e evitados para os anos de 2009 a 2020 com linhas de base revisadas a cada 5 anos.

  • 35PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE

    Integrao do PPCD/AC aos Planos Federais de Preveno e Controle do Desmatamento na Amaznia PP-CDAM, Plano Amaznia Sustentvel PAS e Plano Nacional sobre Mudana do Clima e a Poltica de Valorizao do Ativo Ambiental Florestal em nvel Estadual;

    Articulao interinstitucional atravs de uma estrutura de governana que promova transparncia, intercmbio de informao e cooperao, envol-vendo parcerias entre as trs esferas de governo (federal, estadual e mu-nicipal), organizaes da sociedade civil e o setor privado como forma de estabelecer a gesto compartilhada;

    Estimulo participao ampla e ativa dos diferentes grupos da sociedade na gesto das polticas relacionadas preveno e controle do desmata-mento, e viabilizao de alternativas sustentveis, qualificando sua implan-tao, com transparncia, controle social e apropriao poltica;

    Estabelecimento de metas mensur-veis e procedimentos de avaliao de desempenho, acordados em estreita articulao com Governo Federal, com os Governos municipais e os gru-pos de atuao na rea rural;

    Efetivao de um sistema de monito-ramento que atenda as caractersticas especficas da dinmica do desma-tamento no Estado e que permita a anlise permanente da eficincia e eficcia de seus instrumentos, no in-tuito de garantir um processo perma-nente de aprendizagem e aperfeio-amento;

    Integrao de instrumentos de moni-toramento e controle com incentivos

    a prticas sustentveis e medidas de ordenamento territorial e fundirio, sob uma tica de gesto territorial in-tegrada;

    Priorizao de reas crticas de ocor-rncia do desmatamento para imple-mentao de experincias piloto de preveno e controle;

    Consolidao e verticalizao de ins-trumentos de ordenamento territorial, priorizando a regularizao fundiria e a consolidao do Sistema de re-as Naturais Protegidas SEANP, de modo a se reduzir o livre acesso aos recursos naturais e seu uso predat-rio;

    Valorizao e uso sustentvel da flo-resta, como alicerce de um novo mo-delo de desenvolvimento, objetivan-do a qualidade de vida de populaes locais com reduo de desigualdades sociais, competitividade econmica e sustentabilidade ambiental;

    Melhoria da utilizao de reas j desmatadas atravs de incentivos para prticas com bases sustentveis, contemplando inovaes tecnolgi-cas, como o manejo de pastagens, sistemas agroflorestais, mecanizao, agricultura em bases agroecolgica e a recuperao de reas degradadas, como forma de aumentar a produtivi-dade e diminuir presses sobre flores-tas remanescentes;

    Remunerao por servios ambientais para manuteno de reservas flores-tais e da qualidade dos recursos hdri-cos, garantindo o compartilhamento entre sociedade e populaes rurais dos custos e benefcios de manuten-o de servios ambientais associados conservao da floresta.

    Tabela 05. Linhas de Base, metas de desmatamento, desmatamento evitado e emisses de CO2 evitadas.

    Variveis 2006-2010 2011-2015 2016-2020 TOTAL

    Linha Base (km2) 602* 514** 255***

    Meta Desmatamento (km2) 1.438 1.108 655 3.200

    Desmatamento evitado (km2) 1.570 1.460 618 3.649

    Emisses Evitadas (tCO2) 70.678.260 65.740.182 27.841.254 164.259.696* - Taxa de desmatamento mdio para o perodo 1995-2006** - Taxa de desmatamento mdio para o perodo 2001-2010*** - Taxa de desmatamento mdio para o perodo 2006-2015

  • PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE36

    2.4. Eixos, aes e metas do PPCD

    Para alcanar seus objetivos e metas, pro-pe-se uma estrutura programtica com base no Pacto de Valorizao das Florestas, na consoli-dao do Zoneamento Ecolgico-Econmico e da Poltica de Valorizao do Ativo Ambiental Florestal, com seus programas e projetos.

    O Pacto pela Valorizao da Floresta foi resultado de um processo de discusso e ar-ticulao do Governo e sociedade para apre-sentar propostas de acordo a Ao Civil Pblica ingressada pelo Ministrio Pblico Federal e Es-tadual em face do Estado do Acre, do IBAMA, do ICMBIO, do INCRA, do IMAC e todos os municpios acreanos. Esta ao visava tinha por objetivo a proibio imediata do uso do fogo nas atividades produtivas em propriedades ru-rais de todo o Estado do Acre, estabelecendo as seguintes limitaes: i) a IMAC: autorizao para o emprego do fogo apenas para agricul-tura familiar, sempre em extenso inferior a 03 hectares por propriedade ou produtor rural, se este tiver mais de um imvel; a partir de 2010 para agricultura familiar de subsistncia no limite de at 01 hectare por propriedade ou produtor rural, se este tiver mais de um imvel; sejam ne-gadas autorizaes para queima nos municpios envolvidos nesta ao a partir de 2011 e; sejam negadas autorizaes para queima em todo o territrio do Estado a partir de 2012; ii) ao IBA-MA e ICMBIO: a partir da publicao da de-ciso, sejam negadas autorizaes para queima em unidades de conservao e ou em zonas de amortecimento e; iii) ao INCRA: apresentar no prazo de 60 dias a partir da publicao da deci-so, opes para subsidiar acesso a alternativas ao emprego do fogo.

    Atravs da Comisso Tcnica Temporria formada por representantes do Conjunto dos

    Conselhos CEMACT/CFE/CDRFS e das Secre-tarias do Estado da rea de produo, rgos federais (DNIT, INCRA, IBAMA, ICMBio e EM-BRAPA), Prefeitura Municipal de Rio Branco e demais representantes da sociedade civil foram apresentadas propostas e aes estratgias po-tenciais dos programas e projetos dos rgos dos governos (estadual, federal e municipal), que garantam em longo prazo o controle e pre-veno do uso do fogo nas propriedades rurais. Estas propostas foram baseadas na Poltica de Valorizao do Ativo Ambiental que tem como uma das prioridades a reduo paulatina do uso do fogo que tem como instrumento integrado de gesto territorial ao Zoneamento Ecolgico - Econmico. Este processo foi construdo em fina sintonia com o que estava sendo proposto no PPCD.

    Devido a que do ponto de vista legal no existe proibio acerca da utilizao do fogo para atividades agrosilvopastoris, exigindo-se para tanto permisso do Poder Pblico, entre outras argumentaes, o Poder Judicirio defe-riu o pedido de efeito suspensivo. No entanto, as aes previstas no Pacto pela Valorizao da Floresta, convergem para a garantia da reduo da presso sobre a floresta e conseqente-mente do desmatamento, estando desta forma organizadas, includas dentro da estratgia de implementao do PPCD-AC e por tanto man-tidas como prioridade nas aes de governo. O PPCD/AC abrange programas, projetos e aes organizados em 3 eixos: i) Ordenamen-to Territorial e Fundirio; ii) Cadeias Produtivas Agroflorestais e Prticas Sustentveis; e iii) Mo-nitoramento, Controle e Fiscalizao. Tambm contemplado um conjunto de Aes Estrutu-rantes, a ser permeado e implementado junto s aes previstas nos eixos do plano estadual (Figura 17). Cada eixo do PPCD composto

    Figura 17. Estrutura Programtica do PPCD/AC.

  • 37PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE

    de programas e projetos, geralmente j em an-damento ou planejados majoritariamente por instituies do Governo do Estado e algumas autarquias federais, que por sua vez so deta-lhados em aes, aos quais esto associadas metas especficas.

    No mbito do PPCD so propostas aes diferenciadas de acordo com as zonas definidas no ZEE/AC. Desta forma, os eixos programticos contm aes especficas para cada uma das trs zonas do ZEE/AC, bem como aes que sero executadas a nvel do Estado.

    2.4.1. Ordenamento Territorial e Fundirio

    O Governo do Estado do Acre ir priorizar aes que visam a implementao do ZEE/AC e no seu detalhamento nas escalas 1:100.000 (Ordenamento Territorial Local - OTL, Zonas Es-peciais de Desenvolvimento ZEDs), 1:50.000 (Etnozoneamento das Terras Indgenas) e 1:10.000 (comunidades nas Zonas de Atendi-mento Prioritrio ZAPs).

    As aes que compem este eixo esto di-recionadas a implemetar o ZEE que constitui-se num instrumento de negociao entre governo e a sociedade de estratgias de gesto do ter-ritrio. O ZEE-AC tem a atribuio de fornecer subsdios para orientar as polticas pblicas rela-cionadas ao planejamento de uso e ocupao do territrio, considerando as potencialidades e limitaes do meio fsico, bitico, cultural e so-cioeconmico, seguindo os princpios do desen-volvimento sustentvel para o qual estabelece Zonas de gesto territorial: i) Zona 1 de Conso-lidao de Sistemas de Produo Sustentvel, ii) Zona 2 de Uso sustentvel e proteo ambiental, iii) Zona 3 de reas prioritrias de ordemaneto territorial e iv) Zona 4 de Cidades do Acre.

    Este eixo se prope a atingir os seguintes objetivos especficos:

    1. Implementar o ZEE com foco na consolidao de sistemas de produo sustentvel na Zona 1, no ordenamento territorial de reas prioritrias, bem como na amplia-o da rea com terras protegidas (Zona 3), na promoo da gesto eficiente de Unidades de Conser-vao (Zona 2), como forma de ordenar e definir a rea desmatada e promover a conservao da s-ciobiodiversidade;

    2. Consolidao de uma base de dados geoespacializados sobre

    os recursos sociais, econmicos e ambientais associados s comunida-des rurais do Estado, em diferentes escalas de gesto territorial; para subsidiar o planejamento do uso da terra visando o uso sustentvel das reas alteradas e o aproveitamento dos recursos florestais, valorizando a floresta em p;

    3. Implementar projeto piloto de cadastramento ambiental geo-referenciado de imveis rurais em reas estratgicas, com comparti-lhamento de informaes com ou-tras bases de dados e diagnstico ambiental, possibilitando a defini-o de estratgias de ao para re-gularizao dos passivos ambientais e manuteno dos ativos;

    4. Desenvolver as aes priori-trias na rea do asfaltamento da BR-364 (ZAP BR), visando garantir a presena do Estado na regio, pro-moo do ordenamento territorial, de forma que inviabilize prticas de grilagem de terras e conseqen-temente incremento nas taxas de desmatamento;

    5. Fortalecer o Sistema Estadu-al de reas Protegidas atravs da gesto adequada das Unidades de Conservao (UCs) e demais reas naturais protegidas no Estado (Zona 02); bem como da criao de no-vas unidades de conservao (Zona 03), possibilitando assim, o uso, ma-nejo, conservao e ordenamento eficiente do territrio;

    6. Regularizao fundiria do ter-ritrio, garantindo a integrao das informaes do Sistema Estadual de Terras SITACRE ao Sistema Esta-dual de Informaes Ambientais SEIAM e Sistema Nacional de Ca-dastro Rural - SNCR;

    7. Consolidao e implementa-o do Plano Estadual de Recursos Hdricos permitindo o planejamento e uso adequado deste recurso, como estratgia para conservao dos mananciais e remanescentes florestais;

  • PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE38

    Para atingir estes objetivos, o governo j vem desenvolvendo alguns programas e proje-tos que buscam atender aos principais proble-mas de ordenamento territorial no Estado, os quais compem este eixo:

    Implementao do ZEE e detalha-mento para sub-zonas e a nvel de comunidade;

    Plano de Bases Estratgicas para o Desenvolvimento Territorial do trecho Feij-Manuel Urbano (BR-364);

    Consolidao do Sistema Estadual de reas Naturais Protegidas SEANP;

    Regularizao Fundiria;

    Plano Estadual de Recursos Hdricos PLERH.

    Dentre as principais instituies de gover-no responsveis pela execuo dos projetos e programas relacionados neste eixo so: SEMA, SEMEIA (Rio Branco), SEF e ITERACRE.

    ORDENAMENTO TERRITORIAL E FUNDIRIO

    PROGRAMA: Implementao do ZEE/AC e detalhamento em zonas selecionadas

    FOCO: Implementao do ZEE para o ordenamento de todo o territrio do Estado atravs do detalhamento do ZEE/AC nas seguintes escalas: Etnozoneamento das Terras Indgenas (1:50.000); Ordenamento Territorial Local dos Municpios

    (1:100.000); ZEDs (1:100.000); ZAPs e desdobramentos conforme o tamanho das comunidades: Comunidades de Atendimen-to Universal (CAU), Comunidades de Atendimento Prioritrio (CAP) e Comunidades Plo (COP) (1:10.000), para subsidiar a

    elaborao de Planos de Desenvolvimento Comunitrio (PDCs)

    AES POR ZONA METAS IMPACTOS E RESULTADOS ESPERADOS

    AES TRANSVERSAIS S ZONAS DO ZEE/AC

    Elaborar o Ordenamento Territorial Local (OTL) de municpios em reas

    crticas de desmatamento.

    OTL de 12 municpios elaborados at 2010 e demais municpios at 2015.

    Todos os municpios com OTL, consoli-dando assim uma ocupao ordenada

    do territrio a nvel municipal;Comunidades mais isoladas do Estado com ordenamento territorial,e planeja-mento de uso da terra e de desenvol-vimento; e com acesso a servios do

    governo;Consolidao de uma ampla base

    de dados georeferenciada, sobre os recursos sociais, econmicos e ambientais

    associados s comunidades rurais do Estado, em diferentes escalas de gesto territorial servindo de base de planeja-

    mento e de execuo de aes;Terras Indgenas (TIs) com Planos de

    Gesto de Terra Indgena elaborados baseados no Etnozoneamento.

    Consolidar o ZEE com definio das Zonas de Atendimento Prioritrio - ZAPs e Zonas Especiais de Desenvolvimento

    ZEDs.

    300 Planos de Desenvolvimento Co-munitrio (nas: CAP - Comunidade de

    Atendimento Prioritrio e COP - Comu-nidade Plo) elaborados nas diferentes

    ZAPs do Estado at 2010.

    Caracterizao e diagnstico scio-ambiental das comunidades de 03

    ZEDs, 100 comunidades plo - COP at 2009, 200 comunidades de aten-

    dimento prioritrio - CAP at 2010 elaborados.

    Consolidar o ZEE com estudos espec-ficos.

    Base Cartogrfica do Estado revisada e aprovada pelo IBGE at 2010.

    AES ZONA 01

    Elaborar o OTL de Rio Branco ZEAS.OTL de Rio Branco elaborado at

    2010.

    Fomentar a implementao do OTL de Brasilia.

    OTL de Brasilia implementado at 2010.

    AES ZONA 02

    Construir e traduzir os Planos de Ges-to nas ZAPs em Terras Indgenas.

    10 Planos de Gesto das ZAPs Ind-genas elaborados at 2010 ou 08

    Planos de Gesto de Terras Indgenas implementados.

    Apoiar a implementao dos Planos de Gesto de Terras Indgenas.

    35 Terras Indgenas com planos de gesto elaborados e em face de imple-

    mentao at 2020.

    2.4.1.1. Programas, projetos, aes, me-tas e resultados esperados

  • 39PLANO ESTADUAL DE PREVENO E CONTROLE DOS DESMATAMENTOS DO ACRE

    PROGRAMA: Aes estratgicas para a rea de influncia da BR-364

    FOCO: Promoo do ordenamento territorial das reas de influncia das rodovias federais (BR-364 e BR-317) e estaduais, visando impedir a ocupao desordenada do territrio, prticas de grilagem de terras, especulao imobiliria e conseqen-

    temente incremento nas taxas de desmatamento

    AES POR ZONA METAS IMPACTOS E RESULTADOS ESPERADOS

    AES TRANSVERSAIS S ZONAS DO ZEE/AC

    Criao e fortalecimento das Unidades de Gesto Ambiental Integrada

    UGAIs.

    01 Unidade de Gesto Ambiental Integrada UGAI implementada e 02

    fortalecidas at 2010.

    Aumento das reas com regularizao fundiria do territrio;

    Ocupao ordenada do territrio ao longo das rodovias;

    Preveno e mediao de conflitos sociais sobre o aces